A Ferradura

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A Ferradura

Designada "horse" na língua inglesa, a tecnica da Ferradura ajuda a


avaliar a sequência, o desenvolvimento de uma situação ou
relacionamento. As cartas são dispostas numa curva que lembra uma
ferradura de cavalo.
1. O Passado. Os eventos passados que afetam
a questão ou situação do consulente. 
2. O presente. Sentimentos, pensamentos ou
acontecimentos reais que influem decididamente
sobre o assunto em questão.
3. O futuro imediato. Eventos próximos que
irão afetar essa situação e que até mesmo
 
poderão surpreender o consulente. 
4. Obstáculos. O que preocupa o consulente.
Dificuldades a superar, que podem ser atitudes
mentais ou dificuldades de ordem prática.
5. As atitudes dos outros. O ambiente,
atitudes e pensamentos que as pessoas ao redor
do consulente têm sobre a situação.
6. O caminho de superação. O que deve ser feito para o melhor
encaminhamento da situação. Trata-se de uma sugestão prática par o
consulente. 
7. O resultado final.  O resultado mais provável. O que se pode esperar
se o consulente seguir o conselho dado pela sexta carta. 
No Método Americano as cartas dos arcanos maiores e menores são lançadas em
conjunto e interagem livremente. Robert Wang, tarólogo e cabalista, diz que uma
presença dominante de arcanos maiores numa leitura indicaria o plano do espírito
ou do carma atuando no momento de quem se consulta. Já a presença dos arcanos
menores num lançamento indicaria o plano do arbítrio humano colhendo o
resultado de suas ações imediatas na vida presente. Além disso, a presença de um
determinado naipe indica a direção interior em que se encontra cada consulente.
Por exemplo, uma predominância de cartas do naipe de paus indica com clareza
uma busca por mudança, excitação, ou iluminação, dependendo dos outros
componentes do jogo. A falta de um determinado naipe também é muito
significativa. Recentemente uma cliente me procurou e o tarot revelou que ela
estava muito certa da direção a tomar na vida profissional, havia um projeto claro
na sua mente, mas simplesmente não conseguia fazê-lo! Ela concordou e disse que
se sentia travada e era isso que a motivara à consulta. Começamos a conversar,
até que num dado momento eu reparei que ela não tinha um único naipe de ouros
na mesa. Ouros é o naipe que corresponde à terra e abrange as qualidades da
concretização e da realização.
    Os quatro naipes do tarot simbolizam, esotericamente, os quatro níveis da
alma humana, bem como os quatro elementos da natureza que correspondem a
esses níveis. As cartas da corte – as quatro figuras de cada naipe – representam
as posturas que assumimos diante dos acontecimentos da vida.
As cartas numeradas de cada naipe simbolizam aquilo que estamos tratando. Os
arcanos maiores, por sua vez, são os próprios eventos principais que todos os seres
humanos no planeta estão sujeitos, bem como as qualidades superiores a serem
desenvolvidas ao longo de sua caminhada de desenvolvimento pessoal. 
    Podemos considerar, então, que temos no tarot os cinco elementos da vida. No
naipe de paus, o fogo. No naipe de copas, a água. No naipe de espadas, o ar. No
naipe de ouros, a terra e por fim nos arcanos maiores o espírito e as leis do
Karma.
    Numa leitura de cartas, quando um determinado número de naipes predomina,
podemos dizer que um dos cinco mundos interiores veio à tona e nos “possui”. Do
mesmo modo, quando um certo elemento não é representado, pode significar a
falta de sua qualidade específica ou de sua atitude no nosso momento de vida.
Numa leitura com a técnica da Cruz Céltica, por exemplo, se dentre as dez cartas
saírem três de um determinado naipe, isso terá grande relevância. Assim, quanto
maior for o número de cartas de um naipe, maior sua influência no momento
representado.

No mundo do Fogo: Com muitas cartas do naipe de paus, estamos possuídos


por nossos desejos, ansiosos por iniciar coisas novas ou essas coisas novas surgem
de modo quase impositivo. Com o naipe de paus estamos cheios de paixão, ou de
alegria e tudo o que é velho não nos interessa. O movimento, a mudança, as
viagens, o afã de tornar tudo melhor, o êxito, o sucesso brilhante e o ímpeto de
crescimento e expansão são a tônica. Do mesmo modo a impaciência, a
irritabilidade, a precipitação, o excesso de passionalidade e a dependência de
reconhecimento externo se fazem presentes.

No mundo da Água: O excesso de naipe de copas denota muita


emocionalidade, sentimentos intensos e envolventes, amor, romantismo,
idealização, imaginação, memória e interiorização. Há um favorecimento dos
assuntos românticos e espirituais, pois o amor físico dos homens, tanto quanto as
experiências de cunho transcendente, são de puro arrebatamento para a alma.
Com copas há a busca de sentido na vida, de sentimento de pertencer a algo,
instituição, relacionamento, família, religião, corrente ou tendência, sempre de
modo ideal. As fantasias enganosas e escapistas, as confusões emocionais, o
aprisionamento ao passado ou o excesso de idealização do futuro, bem como um
excesso de interiorização que cria indiferença ao mundo exterior também são
atributos deste naipe.

No mundo do Ar: Com muitas espadas numa leitura entramos na dimensão da


mente, que por sua natureza é sempre dual, traz conflitos e exige decisões,
mudanças, posicionamentos e um discernimento claro do que fazemos ou devemos
fazer. A mente, assim como os ventos, sopra em muitas direções e é influenciada
pela coletividade; neste naipe encontramos as heranças culturais. Tudo o que nos
foi dito, por pais, professores e a sociedade entra, num dado momento, em conflito
com o que somos em essência. O naipe de espadas também traz foco e
direcionamento para a mente, ajuda esclarecer situações complicadas e dá
coragem para defender posicionamentos.

No mundo da Terra: Com ênfase no naipe de ouros estamos mudando de


valores, ou valorizando coisas novas, criando as bases para nossa estabilidade,
conforto e prosperidade. De algum modo temos de olhar mais atentamente para
nossa realidade e rever como estamos nos relacionando com nosso corpo e o meio
ambiente. A maneira como estamos cuidando da nossa saúde, das nossas finanças
e do mundo prático, no geral, também são temas importantes. A sensualidade e a
sexualidade evidenciam-se com este naipe. Por outro lado o apego e a resistência à
mudança, a inflexibilidade, a avareza e o materialismo surgem como a sombra
deste elemento que sintetiza muitos aspectos dos outros três.

No mundo dos Arcanos Maiores: Com a predominância de arcanos


maiores estamos, com certeza, vivendo um tempo em que muitas qualidades são
requeridas de nós e somos chamados a responder com muitos talentos ao mesmo
tempo. Há forças maiores atuando em nossas vidas e aquilo que chamamos de
destino, que nada mais é que o retorno de nossas ações nesta e em muitas outras
vidas, se interpõe imperativamente. Também se trata de um tempo em que
podemos nos sentir esmagados pelos eventos, sem ver como nós os criamos e sem
saber, assim, como interagir com essas forças que movimentam nossas vidas.

Os naipes
    Na tradição cigana os naipes têm ascendência uns em relação a
outros. 
    O primeiro é Copas, que traz tudo que é relacionado à emoção; não
necessariamente relacionado a problemas ou questões amorosas, mas
tudo o que se passa no coração.
    O segundo é Paus, que vem para falar de trabalho, saúde, formação
de personalidade, batalhas físicas. E aí as percepções podem ser muito
variáveis. Com relação aos critérios de beleza, por exemplo, os ciganos
não pensam em cirurgia plástica: a correção da face não existe na
cultura Dohm, a não ser que seja para correção de um problema de
saúde. Nós admiramos o rosto que vai ficando semelhante à superfície
do tronco de uma árvore. A árvore, para nós, é o símbolo da sabedoria
máxima. As árvores velhas têm “rugas”. E o naipe de Paus tem a ver
com a formação da personalidade no sentido desse envelhecimento, do
mesmo modo que as árvores. E as batalhas físicas também marcam o
corpo. 
    O terceiro é Espadas, que representa as batalhas emocionais, as
batalhas de culpa, de agressão, de palavras. O símbolo do naipe é um
coração invertido, com uma empunhadura – é quando se usa o coração
para machucar, para ferir, é a batalha emocional. Espadas: batalhas e
conquistas ligadas à emoção e barreiras psicológicas, tudo aquilo que a
gente se impõe para ficar preso – sendo a prisão, aqui, emocional.
    O quarto é Ouros e está ligado às conclusões e ao cumprimento de
alguma coisa. Ouros fala do que foi feito de certo ou errado, e quanto foi
recebido por isso. Se meu trabalho não foi bom, eu recebo pouco; se
meu trabalho foi bom, eu recebo muito – essa é a função do dinheiro, e
daí é que vem a idéia de riqueza. Há uma ligação com escolhas. E tem
relação com finanças porque, logicamente, é daquilo que a gente faz que
vem nossa sobrevivência. Mas o significado do naipe de ouros está muito
ligado ao que se fez de certo ou errado.
    Esta é, em resumo, a estrutura dos naipes: começamos com assuntos
do coração, vamos para o trabalho, passamos pelas batalhas internas e
daí ganhamos o prêmio, tenhamos aprendido ou não. Se não
aprendemos, voltamos para o coração.
Os Arcanos Menores
Sarani Barrios
    Considero a leitura dos Arcanos Menores a parte mais complicada do
aprendizado, não pela quantidade de arcanos, mas porque eles trazem
significados opostos nas mesmas cartas. A leitura do significado vai
depender, então, da companhia da carta. Nunca iremos fazer uma leitura
isolada. 
    Alguns tarólogos fazem leituras sem os arcanos menores por causa da
dificuldade de interpretação. Mas se usarmos apenas os maiores
perderemos os detalhes. Com os Arcanos Maiores tem-se o quadro geral,
enquanto que o detalhamento é dado pelos Menores.
    O jogo com o baralho comum, de cinqüenta e duas cartas – que não
tem o Cavaleiro – não é tipicamente cigano. Existem algumas linhagens
de ciganos que utilizam apenas esse baralho comum, mas os
cartomantes do povo Dohm lêem ou só com os arcanos maiores ou com
estes e os menores em conjunto, mas nunca só os menores, em razão
dessa complexidade das cartas numeradas.
Referências gerais
    Orientação e confirmação: A função principal dos arcanos menores é a
de direcionar, complementar e confirmar os arcanos maiores. O arcano
maior é a pessoa, e os arcanos menores situam, confirmam ou mudam a
direção de um arcano maior, dependendo do conjunto e das
combinações.
    Detalhamento: Os arcanos menores detalham, trazem sempre
mais elementos para a leitura. Se a tiragem não está clara, eu
começo a tirar mais cartas. Haverá um melhor detalhamento
quando se tiver os arcanos menores em maior número. Isso vai
enriquecendo a leitura. 
    Fugacidade: Os arcanos menores são cartas que dão maior
velocidade à leitura. Quando há uma quantidade maior de arcanos
menores, entendemos como uma situação muito rápida e passível
de mudança, enquanto que, aparecendo mais arcanos maiores, a
situação deverá durar um pouco mais, indo geralmente além dos
vinte e um dias. Aparecendo mais arcanos menores, lê-se uma
   
profusão de acontecimentos que são muito mais momentâneos;
eles servem para podermos regular e para responder às perguntas:
“vai demorar?”, “isso passa depressa?”
    Leitura de base só com menores. Quando na tiragem das
cartas saem apenas arcanos menores, indica que a pessoa em
questão está tratando o problema de forma imatura. Às vezes o
consulente faz uma pergunta, por exemplo, se seu trabalho vai dar
certo. Se no jogo que eu tirar para uma questão desse tipo noventa
por cento dos arcanos forem menores, interpreto que a pessoa
ainda não absorveu completamente o problema, que ela não está
preparada para a
situação. São possíveis duas leituras: ou a pessoa ainda não absorveu
aquilo que é preciso para que ela tome uma decisão, ou o foco do que
ela está perguntando é outra coisa, e pode-se ver isso quando os naipes
não têm muita relação entre si. Isso acontece muito: a pessoa pergunta
uma coisa, mas quer saber outra, o que se dá com freqüência em relação
a perguntas referentes a amor; o consulente chega perguntando do
trabalho e, no momento que tira a abertura, você questiona se é mesmo
a respeito do trabalho que ele quer perguntar.
    Naipes contraditórios: Se estudarmos a natureza de cada naipe,
poderemos saber se um consulente está mesmo querendo saber
exatamente aquilo que está perguntando. Se a pessoa faz uma pergunta
relacionada a uma determinada área e tem respostas com arcanos
voltados a outra, não está perguntando o que realmente quer saber.
Uma boa maneira de agir da cartomante seria dizer que saiu uma carta
referente a “tal” assunto, e que isso, que veio de graça, vai ser abordado
primeiro, e depois outra carta será tirada, para o primeiro assunto.
Geralmente a pessoa, depois, nem quer as outras cartas, porque o que
desejava saber já foi elucidado. 
    As Figuras da corte: Com relação a elas há um grande mito. Pensa-se
que um Rei é sempre um homem, a rainha é uma mulher loira, etc., mas
a gente não lê assim, de modo algum. Não colocamos nas figuras de
dama, rei e cavaleiro a representação de pessoas. O único com essa
função específica é o mensageiro (Valete) que não representa a pessoa
em si e sim notícias relacionadas a uma nova presença. As outras vão
estar relacionadas com o tipo da notícia, da novidade.
Os naipes
    Na tradição cigana os naipes têm ascendência uns em relação a
outros. 
    O primeiro é Copas, que traz tudo que é relacionado à emoção; não
necessariamente relacionado a problemas ou questões amorosas, mas
tudo o que se passa no coração.
    O segundo é Paus, que vem para falar de trabalho, saúde, formação
de personalidade, batalhas físicas. E aí as percepções podem ser muito
variáveis. Com relação aos critérios de beleza, por exemplo, os ciganos
não pensam em cirurgia plástica: a correção da face não existe na
cultura Dohm, a não ser que seja para correção de um problema de
saúde. Nós admiramos o rosto que vai ficando semelhante à superfície
do tronco de uma árvore. A árvore, para nós, é o símbolo da sabedoria
máxima. As árvores velhas têm “rugas”. E o naipe de Paus tem a ver
com a formação da personalidade no sentido desse envelhecimento, do
mesmo modo que as árvores. E as batalhas físicas também marcam o
corpo. 
    O terceiro é Espadas, que representa as batalhas emocionais, as
batalhas de culpa, de agressão, de palavras. O símbolo do naipe é um
coração invertido, com uma empunhadura – é quando se usa o coração
para machucar, para ferir, é a batalha emocional. Espadas: batalhas e
conquistas ligadas à emoção e barreiras psicológicas, tudo aquilo que a
gente se impõe para ficar preso – sendo a prisão, aqui, emocional.
    O quarto é Ouros e está ligado às conclusões e ao cumprimento de
alguma coisa. Ouros fala do que foi feito de certo ou errado, e quanto foi
recebido por isso. Se meu trabalho não foi bom, eu recebo pouco; se
meu trabalho foi bom, eu recebo muito – essa é a função do dinheiro, e
daí é que vem a idéia de riqueza. Há uma ligação com escolhas. E tem
relação com finanças porque, logicamente, é daquilo que a gente faz que
vem nossa sobrevivência. Mas o significado do naipe de ouros está muito
ligado ao que se fez de certo ou errado.
    Esta é, em resumo, a estrutura dos naipes: começamos com assuntos
do coração, vamos para o trabalho, passamos pelas batalhas internas e
daí ganhamos o prêmio, tenhamos aprendido ou não. Se não
aprendemos, voltamos para o coração.
Signficados das cartas
    Vejamos agora o significado das cartas, de 1 (Ás) a 14 (Cavaleiro).
Iniciamos pela chave, pelo conceito básico, e depois apresentamos o
significado específico de cada número conforme o naipe.
Ás: Conclusão, realização máxima do desejo questionado.
    Ás de Copas – A conclusão é a realização daquilo que está em seu
coração, e que o deixa profundamente feliz. São coisas que você sonhou
e até coisas que não imaginava, mas foi agraciado com elas.
    Ás de Paus – A conclusão está no fato de você ter realizado um
trabalho e esperar tirar frutos, para sua sobrevivência. É fazer dar certo.
É ter uma idéia de um negócio e querer saber se aquilo vai dar certo. Ou,
no caso de um problema de saúde, querer saber se vai superar. Essa é a
conclusão: o ás de Paus diz que tudo dá certo.
    Ás de Espadas – Fala da conclusão de um problema que você tem há
muito tempo, que incomoda, não deixa dormir, ou de uma batalha em
que você precisa vencer a si mesmo. Pode referir-se a uma dieta muito
rigorosa ou à tentativa de largar o cigarro ou de terminar um
relacionamento destrutivo de longa data – coisas que criamos para nós
mesmos, uma limitação difícil de transpor. Os outros naipes trazem
coisas que dependem mais de terceiros, mas o de Espadas fala de você
consigo mesmo, de transpor os próprios limites, e isso às vezes dói. 
    Ás de Ouros – O ás de Ouros está relacionado à solução de um
problema econômico. Ás vezes você tem uma dívida e quer saber se vai
poder saldar, ou está apostando todas as fichas num negócio novo e
envolveu todo o seu dinheiro, e tem a conclusão. 
Ouros está muito mais ligado ao dinheiro do que à idéia, enquanto em
Paus a questão está muito mais relacionada à idéia: você pode não
investir nem um único tostão e realizar um projeto muito bem sucedido.
Dois: Parceria, coisas funcionando aos pares.
    2 de Copas – Casais acertando o passo, pode ser o indício de um novo
relacionamento ou o término, dependendo das cartas conjuntas. O Dois
sempre traz situações que envolvem duas pessoas, que podem se reunir.
Quando se tira o Dois de Copas, e as pessoas estão juntas, dependendo
do que vem, pode ser para uma separação; mas se eu tiramos um Dois
de Copas e um ás de Copas, trata-se de um relacionamento que vai
perdurar. 
    2 de Paus – Início da recuperação de um problema de saúde,
indicação de boa parceria para negócios, trabalhos que obterão ajuda
alheia. São idéias que começam a se juntar, ou indica seu corpo
encontrando a sua alma, a alma sadia. No trabalho promete o encontro
de bons parceiros. Sempre uma coisa se juntando a outra. 
    2 de Espadas – Pessoas entram com recursos que não temos, para
nos ajudar a superar obstáculos. Não se trata de recursos financeiros,
mas contatos, influências, etc.
    2 de Ouros – Empréstimos de pessoas que nos querem bem, indicação
de sociedades frutíferas, parceiros confiáveis financeiramente. Algumas
vezes o dinheiro vem, mas não é bem intencionado, ou seja, a pessoa te
dá esperando algo em troca, que você nem sempre consegue retribuir.
Mas aqui, no Dois de Ouros, a pessoa está sempre torcendo por você; é
uma carta boa de se ver quando a pessoa está procurando um sócio.
Tirou o Dois De Ouros pode confiar.
Três: Estabilização
     O Três é o número da estabilização em todas as culturas. É a
estrutura estável para tudo. Na cultura cigana, as mesas e os bancos
têm três pés.
    3 de Copas – Calmaria depois de crise amorosa, coração tranquilo,
mesmo em momentos de solidão. Quer dizer que a pessoa estabilizou,
não necessariamente como um casal, mas há uma tranqüilidade que vem
de dentro. 
    3 de Paus – Problema de saúde sem risco de vida, trabalho  seguro
mas sem grandes emoções. Pessoa reconhecendo limites e tomando
decisões de forma mais equilibrada. Ás vezes a pessoa passa por um
turbilhão e aí vem o Três de Paus, que diz que agora as coisas vão
começar a se acalmar. Aí ela começa a pensar do jeito apropriado, de
uma forma racional, equilibrada... Tudo isso é o Três de Paus.
    3 de Espadas – Vencer uma batalha contra si mesmo. Superação de
medos, ultrapassar barreias invisíveis. Porque quando não sentimos a
necessidade de transpor os problemas, tudo é conflito; mas quando
dispomos de intenção para transpor, seguimos tranqüilos, porque
conseguimos vencer o medo.
    3 de Ouros – O dinheiro suprindo uma necessidade sem gerar dívidas,
o negócio aberto se estabilizando no mercado, rendimentos garantidos
para pessoas que trabalham de forma autônoma. Aqui o dinheiro surge
sem preocupação, sem precisar ficar fazendo conta. É o dinheiro que dá
a segurança de poder sonhar.
Quatro: Interferência de outras pessoas
    O Quatro indica a interferência de outras pessoas. A visão que temos
do Quatro é a de dois casais no mesmo espaço, o que vai gerar conflito,
porque sempre tem o lado forte e o lado fraco.
    4 de Copas – Possibilidade de uma terceira pessoa interferindo na vida
de um casal: outro par ou familiar. A interferência pode ser positiva ou
negativa. Às vezes é positiva: existe sogra boa, que dá uma força para o
casal permanecer; existe aquele amigo que diz para pensar bem etc. Mas
também pode ser negativa. Todo casal tem um amigo, ou parente, que
ajuda, mas quando entra um quarto, é muito difícil vibrar em sintonia. 
    4 de Paus – Necessidade de troca de tratamento de saúde, ou
confusão de diagnóstico; atenção com colegas de trabalho; deixar-se
influenciar por opiniões alheias que não correspondem aos próprios
desejos. É necessário tomar cuidado com o que você fala na empresa ou
em casa. Você não está bem, precisa de ajuda, e ainda encontra alguém
que começa a atrapalhar. O Quatro de Paus indica muita confusão
mental. 
    4 de Espadas – Alguém jogando contra, falsas amizades, inimigos
ocultos. Esse Quatro de Espadas é muito perigoso. Geralmente trata-se
de uma pessoa muito próxima; o inimigo está junto e não se tem nem
idéia. Se o consulente citou o nome de alguém que considera de
confiança, geralmente é esta a pessoa.
    4 de Ouros – Receber ajuda de estranhos ou ser acometido por
surpresas que colocam em risco o dinheiro. Uma coisa é alguém nos
ajudar de forma indireta, e aí vai depender da companhia desta carta, e
outra coisa é uma surpresa, uma despesa inesperada, por exemplo, que
perturba o ritmo.
Cinco: Mudança de planos
    O cinco significa dispersão em relação à meta traçada de início. É sair
do centro; algo que desorienta a pessoa e a faz ir para um lugar que não
estava prevendo. É diferente da força do Quatro, que tira você do eixo e
pode levar a fazer um novo caminho, mas que não é durável; o Cinco
fala de uma mudança que perdura.
    5 de Copas – Conhecer alguém de forma inusitada. Decidir unir-se ou
separar-se – pode ser uma união amorosa ou uma sociedade. Conhecer
alguém em um lugar nunca imaginado. O inesperado.
    5 de Paus – Mudança de trabalho, de área, de hábitos, com reflexos
de longo prazo. No caso do trabalho, mudança física, de um local para
outro, ou mudança de área, radical. No caso de mudança de hábitos com
reflexos de longo prazo, um exemplo seria alguém sem hábito de
exercitar-se que começa uma rotina e vira maratonista. 
    5 de Espadas – Reversão de uma situação incômoda, caminhos que
começam a se abrir. Uma coisa super positiva, uma luz no fim do túnel,
e durável.
    5 de Ouros – Ter que usar o dinheiro reservado para um fim em outra
coisa ou uma decisão espontânea de investir em algo diferente. Pode ser
por necessidade ou por decisão própria. Mudança mesmo.
Seis: Instabilidade
    6 de Copas – Relacionamentos instáveis, passando por momento
turbulento. Podem ser relacionamentos entre irmãos, às vezes pais e
filhos... Tudo fica meio nebuloso, mas não é uma coisa duradoura. É um
momento de falha de comunicação, que traz instabilidade. Riscos de não
ser entendido, não se fazer entender. 
    6 de Paus – Saúde e trabalho oferecendo riscos importantes. Pessoas
com tendência à depressão sucumbindo aos sintomas. É todo um
desequilíbrio, o organismo entrando em choque, um tratamento que não
está sendo efetivo, um remédio que não faz bem. É essa a instabilidade. 
    6 de Espadas – Perda de controle da situação, surpresas negativas,
falta de certezas para levar ao caminho da vitória. Tudo é nebuloso.
Situação de não saber: você só sabe que não sabe.
    6 de Ouros – Indica que  é melhor não investir em nada novo,
economizar, inteirar-se das contas. O conselho seria: deixe passar o
período nebuloso, para depois fazer alguma coisa. Não faça nada agora,
não é o momento.
Sete: Mudanças que interferem em diversas áreas
    O Sete é o numero mais mágico: tudo o que muda no naipe interfere
em todas as outras áreas da sua vida. Ou dá tudo certo, ou dá tudo
errado -- mas geralmente o Sete tem uma vibração muito positiva, é
muito celebrado. É sempre uma força benéfica. Quando está faltando
tudo, o Sete é a primeira carta que some do baralho. E dificilmente uma
mudança que influencia tudo é efêmera; trata-se de algo que vai durar,
pelo menos uns seis meses.
    7 de Copas – Relacionamento surgindo por intermédio de outras
ocorrências na vida (trabalho, saúde, etc). Por exemplo, você vai
procurar trabalho e a pessoa que lhe entrevista é o grande amor da sua
vida, e então você vai arrumar um grande trabalho e melhorar
financeiramente. Uma coisa ligada às outras. 
    7 de Paus – Trabalho que exige aprender coisas novas, mudança
geográfica, mudança de cargo com salário influenciando nos planos
futuros. Você tem de mudar tudo. Não arrumou só um trabalho, arrumou
lugar novo, casa nova. É sempre uma indicação positiva, uma mudança
para melhor.
    7 de Espadas – Ganhar uma batalha que abre caminhos e favorece a
realização em outras áreas. Reconhecimento de terceiros. 
    7 de Ouros – Alguém usando o dinheiro de forma positiva para
influenciar a vida das pessoas. Você ganha mais e consegue ajudar a
mãe e o irmão, além de estar bem para você, por exemplo.
Oito: A pessoa influenciando outras
    O Quatro é “pessoas a mais”, e o Oito é duas vezes o Quatro. Trata-
se, então, de influenciarmos os outros; passamos a ser o sujeito da
influência. 
    8 de Copas – Conquista de alguém distante e difícil, agir como cupido.
A sua força de conquista é dobrada.
    8 de Paus – Ter a opinião fundamental para o sucesso de um projeto,
abrir um negócio que influencia a vida de outros muito positivamente. É
quando a sua opinião faz a diferença. 
    8 de Espadas – Influência de bastidores, ardilosa.
    8 de Ouros – Interferir junto a alguém que tem mais dinheiro,
direcionando o valor para uma causa ou pessoa. Aqui, você não precisa
ter o dinheiro, mas consegue convencer alguém que tem a fazer o que
você pretende.
Nove: Testes para nos certificarmos do caminho
    Lembremos que o Nove é o três vezes três. Quem aguenta três vezes
o tranco e fica estável, é porque realmente está no caminho certo. Ás
vezes a pessoa cisma em fazer o difícil, vai e cai, vai e cai, e precisa que
alguém diga: não é isso que você tem de fazer: o Nove vem para isso.
Ou então a pessoa tem certeza e sofre revezes para testar de fato. O
Nove vem para testar a sua força. Ele normalmente não é uma batalha
sofrida, é algo que vai fazer questionar se aquilo que você está fazendo é
o certo.
    9 de Copas – O par agindo de forma inesperada, mostrando que é
diferente do que imaginávamos. Ás vezes você tem surpresas, por
exemplo, alguma coisa que o namorado faz leva a perguntar: “Será que
é essa a pessoa que eu quero?”. 
    9 de Paus – Problema de saúde forçando novos comportamentos,
trabalho colocando a pessoa temporariamente em uma posição
indesejada. Algo que a pessoa esperava não aconteceu, mas, se esperar,
pode ser que chegue sua hora. Não é confortável, mas vai testar o
quanto você quer de fato alguma coisa.
    9 de Espadas – Baque, decepção, planos não concluídos. Entretanto,
mostra quase sempre uma situação temporária. Machuca, mas não
mata.
    9 de Ouros – Abrir um negócio que não vai para frente, fazer planos
que não se concluem ou não trazem o resultado financeiro esperado.
Suponhamos o caso de uma pessoa que abriu uma loja e fica seis meses
rezando para alguém entrar; no sétimo mês ela questiona se deve
continuar. Quando sai esta carta, eu digo: persista. Se fosse uma carta
de estabilidade, não, mas aqui ela está testando sua persistência.
Dez: Marasmo, falta de empenho, preguiça
    10 de Copas – Insatisfação gerada pela rotina. Pensamentos buscando
novos desafios. Geralmente, quando acontece traição, ela começa aqui. É
uma situação quando se esperava mais, ou do parceiro, ou de amizades,
ou na empresa. 
    10 de Paus – Pessoa acomodada no trabalho, na obesidade, nos vícios
que influenciam a saúde. Essa pessoa que não quer mover uma palha.
    10 de Espadas – A pessoa tem desejos, mas não possui a vontade de
colocá-los em prática. Situação do eterno sonhador. 
    10 de Ouros – Não ver possibilidade de melhora, se conformar com o
que tem, não querer sonhar mais alto.
11. Valete, “J”: Mensagens importantes, pessoas
    O Valete é sempre uma carta muito boa, muito leve, e que sempre dá
um novo sopro de vida. Ele tira da rotina. Para nós, o valete é uma
criança, um mensageiro que traz boa notícia.
        No baralho comum, chamamos a carta de valor 11
de Valete ou Pajem; mas, iconograficamente e por estar junto a Rei e
Rainha, ele corresponde na verdade ao Cavaleiro dos arcanos menores, o
Jovem.
    Valete de Copas – Boas noticias: novo par, conclusão de
relacionamentos, novo ímpeto a um relacionamento já iniciado. É o
oposto do Dez. Mesmo que a pessoa já seja casada, por exemplo, ela
aprende a ver aquilo de outro jeito, a respeitar o companheiro de outro
modo, descobre um lado que não conhecia. 
    Valete de Paus – Novo trabalho, nova pessoa influenciando o
surgimento de uma nova vaga ou alterando nossos hábitos. Um novo
amigo que o convida para correr, coisa que você nunca havia pensado
em fazer – é um mensageiro que vai levá-lo a ter um hábito bom. 
    Valete de Espadas – Batalhas vencidas, limites estabelecidos, respeito.
Quando sai o Valete de Espadas é uma batalha vencida mesmo, é você
novo, num momento de renovação. Uma boa notícia para você. 
    Valete de Ouros – Dinheiro vindo de forma inesperada, promoção.
12. Dama ou Rainha: Valores da infância, questionamentos
    Traz à tona valores da infância e questionamentos quanto à
personalidade. Representa a idéia da mãe, dos primeiros anos de que
falam os arcanos maiores, das coisas que estão marcando nossa
personalidade. Ás vezes a pessoa começa a questionar as influências, ou
tem comportamentos infantis que já havia superado. Tem relação com a
dinâmica dos anos de formação, ou diz que não estamos conseguindo
nos livrar de coisas lá de trás. 
    Rainha de Copas – Repetir padrões maternos de comportamento,
questionar se estamos no caminho certo. É uma insegurança quase
infantil.
    Rainha de Paus – Redescobrir talentos da infância, quase que um
renascimento. Necessidade de sentir acolhimento, mas não
necessariamente no sentido emocional. Pode ser que numa empresa
você tenha desagradado uma pessoa perigosa por seu grau de influência,
e precisa do colo do patrão, que ele lhe diga que você está no caminho
certo. Necessidade de uma pessoa que reconheça seu trabalho.
    Rainha de Espadas – Agir de forma mimada, querendo impor os
desejos a qualquer custo. Essa é a carta mais infantil de todas, é quando
você usa seu coração invertido para alfinetar, fazer manha.
    Rainha de Ouros – Lidar com o dinheiro de forma descontrolada, sem
a maturidade necessária.
13. Rei: Força masculina, imposição.
    O Rei fala de tudo que é colocado goela abaixo.

    Rei de Copas – Querer estar ao lado de alguém que não é adequado.


Não há jogo que mude, quando sai essa carta. 
    Rei de Paus – Colocar a saúde ou o trabalho em risco por teimosia.
    Rei de Espadas – Tirania. O Rei de Espadas é um tirano, a pior carta
do baralho. Aquele que passa por cima de tudo e de todos, não quer
saber o que está acontecendo. Quando esse tirano aqui sai para uma
mulher, aí ninguém segura, porque juntou o lado masculino e o lado
feminino. É a bruxa, mesmo, no sentido negativo da palavra. Uma
pessoa muito negativa, muito egoísta, que quer fazer valer sua vontade
a qualquer custo. 
    Rei de Ouros – Usar o dinheiro para fins diferentes do combinado.
Falta de vergonha na cara. Pessoas que se envolvem em fraudes.
14. Cavaleiro: Impulsividade excessiva, imaturidade
    Esta é a carta que não existe no baralho comum. É o jovem, aquele
que acredita que vai ganhar o mundo. Ele é muito impulsivo e toma
atitudes desmedidas. A gente o vê como um homem de dezessete anos.

    Cavaleiro de Copas – Não querer compromissos, tendência para


parceiros múltiplos, querer o mundo.
    Cavaleiro de Paus – Trocar muito de trabalho, não se fixar em lugar
algum, ser leviano em relação à própria saúde.
    Cavaleiro de Espadas – Fazer uso de contatos de forma negativa,
expor pessoas de confiança a situações complicadas – por não pensar
nas consequências.
    Cavaleiro de Ouros – Gastar mais do que deveria, ter pouca
responsabilidade no trato com o dinheiro e dívidas. Trata-se de alguém
que não pensa no amanhã, “pega o cavalo e sai”.
Conclusão
    Na verdade, os significados são bem mais complexos do que o resumo
que fizemos. O importante, porém, é partir dessas referências básicas e
desenvolver os questionamentos na prática. A vibração de cada carta
está aí. O que podemos agora fazer a partir dessas indicações  é cruzar a
vibração da carta com a vibração do naipe e ir construindo a própria
leitura. É por essa razão que consideramos muito importante a jogar
para ai mesmo. Quando estamos aprendendo, começamos com os
maiores e, depois, quando começamos com os menores, é bom deixar os
arcanos maiores e os menores em dois grupos separados. Tiramos um
arcano maior e depois um menor, para confirmação. É uma forma de
praticar e de jogar.
    A melhor maneira de aprender é tirar cartas todo dia, para si mesmo
ou alguém que lhe pede, e tirar sempre 3 cartas: passado, presente e
futuro. Tirar uma carta para representar o passado dá um toque de
confiança, pois ela vai confirmar a sitsuação. Se você não se vir naquele
passado – e eu reafirmo: a carta não erra, a gente é que erra a
interpretação dela – se não bateu com o que percebemos da situação, vá
procurar o sentido. Procure em livros, vá buscando, o que vale não é
uma verdade absoluta, mas o sentido que vale para você. Cada um de
nós cria seu próprio oráculo.
Escolha do baralho
    É importante, na escolha de um baralho bom, uma clara diferença
entre os naipes (principalmente paus e espadas) e a facilidade de
identificação do número, para não ser necessário ficar contando os
elementos.
     Uma coisa que funciona bem no inicio é ter um tarô de Marselha para
os arcanos maiores e um baralho convencional, para os menores. Como
o baralho convencional não tem o mensageiro, consideramos o Valete
como Cavaleiro e, para o lugar do Mensageiro, pegamos o coringa de
cada naipe. Há até alguns baralhos em que o coringa vem com uma
corneta, como um arauto – porque é essa a função dele, na nossa
leitura.

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