Teorico
Teorico
Teorico
Revisão Textual:
Prof.ª Esp. Kelciane da Rocha Campos
Governança Corporativa
e Teoria da Agência
Objetivos
• Desenvolver nos alunos o moderno conceito de Governança Corporativa, como as empre-
sas devem ser governadas internamente e como os Stakeholders devem ter uma partici-
pação ativa nas empresas;
• Discorrer sobre a Teoria da Agência e seus desdobramentos.
Caro Aluno(a)!
Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o úl-
timo momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material
trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.
Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você
poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns
dias e determinar como o seu “momento do estudo”.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de
discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de
troca de ideias e aprendizagem.
Bons Estudos!
UNIDADE
Governança Corporativa e Teoria da Agência
Contextualização
A Governança Corporativa, hoje presente no mundo dos negócios, surgiu de uma
profunda mudança no ambiente das empresas e da necessidade dos seus gestores se
adaptarem a um novo perfil de investidores e demais parceiros sociais.
6
Introdução
A Governança Corporativa é um assunto que atualmente deveria estar presente em
qualquer grande corporação, pois as empresas com melhores práticas de Governança
Corporativa são vistas pelos investidores como mais seguras, sólidas e honestas.
Tabela 1
A governança corporativa trata de justiça, da transparência e da
responsabilidade das empresas no trato de questões que envolvem os
Guardião de direitos
interesses do negócio e os da sociedade como um todo. (BLAIR, 1999,
apud ROSSETTI e ANDRADE 2014, p. 138.)
A governança corporativa é o campo da administração que trata do
conjunto de relações entre a direção das empresas, seus conselhos
de administração, seus acionistas e outras partes interessadas. Ela
Sistema de relações
estabelece os caminhos pelos quais os supridores de capital das
corporações são assegurados do retorno de seus investimentos.
(SHLEIFER E VISHNY, 1997, apud ROSSETTI e ANDRADE 2014, p. 139.)
A governança corporativa é o sistema e a estrutura de poder que
regem os mecanismos através dos quais as companhias são dirigidas
Estrutura de poder
e controladas.” Cadbury Committee (1992 apud ROSSETTI e ANDRADE,
2014, p. 139).
Governança corporativa é um campo de investigação focado em como
monitorar as corporações, através de mecanismos normativos, definidos
em estatutos legais, termos contratuais e estruturas organizacionais
Sistema normativo
que conduzem ao gerenciamento eficaz das organizações, traduzidos
por uma taxa competitiva de retorno.” (2002, apud ROSSETTI e
ANDRADE, 2014, p. 140.)
7
7
UNIDADE
Governança Corporativa e Teoria da Agência
Sistema de
Relações
Governança
Guardiã de Corporativa Estrutura
Direitos Visão de Poder
Conceitual
Sistema
Normativo
Figura 1
Fonte: SILVA, 2016
História e Desenvolvimento
da Governança Corporativa
Entende-se por Governança Corporativa um sistema pelo qual as empresas e demais
organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo relacionamento en-
tre os sócios, Conselho de Administração, Diretoria, Órgãos de Fiscalização e Controle
e outros interessados, também conhecidos por stakeholders.
8
Neste Conselho, é preciso e recomendável que haja pessoas qualificadas e competen-
tes (há uma corrente que entende que o ideal é que sejam pessoas externas à empresa),
que não se atenham a praticar abusos de poder e que sejam capazes de enfrentar os
desafios e focadas em atingir suas metas, vinculando seus objetivos aos da organização.
E mais recentemente os anos de 80 e 90, em que muito por conta dos conflitos de
agência (o conflito de agência é o confronto de interesses entre os acionistas de uma
empresa e os seus gestores), grandes empresas, principalmente americanas e inglesas,
começaram a exigir maior controle nas operações, justamente por serem mais pulveri-
zadas do que outras empresas, conforme os autores Rossetti e Andrade.
9
9
UNIDADE
Governança Corporativa e Teoria da Agência
De acordo com o dicionário Michaelis, a Governança deve ser vista como o ato ou
processo de governar. Ao mesmo passo, a referida fonte diz ser “corporativa” adjetivo
relativo à corporação.
10
em recomendações objetivas, alinhando interesses com a finalidade
de preservar e otimizar o valor econômico de longo prazo da orga-
nização, facilitando seu acesso a recursos e contribuindo para a qua-
lidade da gestão da organização, sua longevidade e o bem comum.
(Site IBGC)
11
11
UNIDADE
Governança Corporativa e Teoria da Agência
Instituições de Apoio
à Governança Corporativa
É cada vez mais comum nos últimos anos ouvirmos falar de stakeholder, palavra do
idioma inglês, nos textos e aulas de gestão do Terceiro Setor, marketing ou administra-
ção de empresas.
Stakeholders: palavra da língua inglesa que significa todas as pessoas físicas ou jurídicas
que são direta ou indiretamente afetadas pelas atividades de uma organização e que tam-
bém exercem sobre ela alguma influência.
Pode ser definida também como um grupo de pessoas que têm interesse na organi-
zação e dependem dela para a sua sobrevivência.
12
a todos os parceiros de negócios ou partes interessadas. Tal modelo é analisado como
sendo de responsabilidade social, visando, para tal objetivo, ao social. O resultado al-
cançado pela empresa, no caso o lucro, é dividido proporcionalmente de acordo com a
participação de cada um, acionistas ou proprietários (shareholders), clientes, fornecedo-
res, entre outros.
O modelo de shareholders está muito ligado aos acionistas e foi um modelo quase
extinto durante a era industrial. Neste caso, a empresa é vista como uma entidade
econômica que deve trazer benefícios aos proprietários ou acionistas. Desta forma, é
conhecida como um modelo de responsabilidade financeira.
O empresário deve compreender que a atividade que desenvolve interage com o ambien-
te no qual está inserido, criando reciprocidade de dependência entre os agentes envolvidos.
A empresa precisa criar estratégias satisfatórias aos stakeholders, com o fim de viabi-
lizar sua sobrevivência no mercado, inclusive em decorrência de sua inserção no cenário
atual, que se apresenta de forma complexa e instável.
Quando se fala em engajar os stakeholders de uma empresa, se quer dizer que atual-
mente vender apenas um bom produto não basta. O empreendedor precisa criar conteúdo
e procurar formas de se relacionar com seu consumidor, para que ele continue comprando.
Ter apenas um negócio lucrativo e atender às expectativas dos investidores não é o
suficiente. É preciso garantir que a empresa, além de ser um negócio lucrativo, também
invista na qualidade de vida e desenvolvimento de seus colaboradores. O mesmo se
estendendo a fornecedores e comunidades impactadas pelas atividades de produção do
referido negócio.
O mercado atual, de certa forma, converge para que as empresas possam nutrir
suas relações de modo que criem valor para todos os seus públicos de relacionamento,
devendo, assim, estabelecer um processo sistemático de engajamento que demonstre a
identidade da empresa nessas relações.
De forma geral, é importante que se criem políticas de incentivo para uma melhor
relação com a cultura organizacional do negócio, além de investir no desenvolvimento
pessoal dos colaboradores.
13
13
UNIDADE
Governança Corporativa e Teoria da Agência
Ainda quando falamos sobre o mercado de capitais brasileiro, empresas que adotam
melhores práticas de governança podem ter o retorno de suas ações menos influenciado
por fatores macroeconômicos, diminuindo, assim, a exposição a riscos externos e co-
lhendo mais benefícios do crescimento econômico do que as empresas que não adotam
tais práticas.
A bolsa de valores também teve a sua grande contribuição criando os segmentos dife-
renciados de governança, que são o nível 1, o nível 2 e o novo mercado, que visavam a
estimular os investidores e melhorar a valorização das empresas listadas em nossa bolsa
de valores.
Apesar do aprofundamento dos debates sobre governança e da cres-
cente pressão para a adoção das boas práticas de governança corpo-
rativa, o Brasil ainda se caracteriza pela alta concentração do controle
acionário, pela baixa efetividade dos conselhos de administração e
pela alta sobreposição entre propriedade e gestão, o que demonstra
vasto campo para o conhecimento, ações e divulgação dos preceitos
da governança corporativa. (SILVA, 2016 – versão online.)
14
futuro com todos os esforços que a CVM, Bolsa de Valores e instituições como o IBGC
vêm fazendo.
Teoria da Agência
Com o surgimento de melhores condições tecnológicas e de mercado a partir da Re-
volução Industrial, houve um estímulo a mudanças na forma de gestão das organizações.
Essas condições foram favoráveis a produtores de bens e serviços, bem como a outras
variáveis que estimularam o empreendedorismo individual e proporcionaram o cresci-
mento de organizações, levando-as à necessidade de se aperfeiçoarem na sua forma de
administração no que se refere ao compartilhamento do poder organizacional.
15
15
UNIDADE
Governança Corporativa e Teoria da Agência
Figura 2
Fonte: ROSSETTI e ANDRADE, 2014
16
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
Governança Corporativa: Evidências empíricas no Brasil
SILVA, André Luiz Carvalhal da; LEAL, Ricardo Pereira Câmara. Governança corpo-
rativa: evidências empíricas no Brasil. São Paulo: Atlas, 2007.
Leitura
Governança Corporativa: 3 práticas que não podem faltar na sua empresa
ENDEAVOR. Governança corporativa: 3 práticas que não podem faltar na sua empresa.
https://bit.ly/2Um82HP
Governança Corporativa: Uma nova perspectiva na gestão empresarial
DESCONCI, Tiago. Governança corporativa: uma nova perspectiva na gestão empresa-
rial. Artigo científico apresentado como requisito para obtenção do título de Especialista
em Controladoria Empresarial. Orientadora: Prof. Msc. Sélia Gräbner. Universidade Fede-
ral de Santa Maria. Santa Maria, RS, 2007
https://bit.ly/2TTMwWI
A Governança Corporativa no Brasil
JUSBRASIL. A governança corporativa no Brasil. Artigo publicado por Alan Deutsch.
https://bit.ly/2UgfkxG
17
17
UNIDADE
Governança Corporativa e Teoria da Agência
Referências
CHAUI, Cristiano. IBGC – Instituto Brasileiro de Governança Corporativa. Disponí-
vel em: <https://www.youtube.com/watch?v=pnqeriqKWPg>. Acesso em: 18 dez. 2018.
SILVA, Edson da. Governança corporativa nas empresas. 4ª edição. São Paulo:
Atlas, 2016.
18