Dec 3182 - Reg Ensino Mil EB
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O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, da
Constituição, e de acordo com o disposto no art. 22 da Lei nº 9.786, de 8 de fevereiro de 1999,
DECRETA:
CAPÍTULO I
DAS FINALIDADES
Art. 1º O Sistema de Ensino do Exército tem por finalidade qualificar os recursos humanos necessários à
ocupação de cargos previstos e ao desempenho de funções definidas na estrutura organizacional do Exército
Brasileiro.
Art. 3º O ensino no Exército deve assegurar a seu pessoal, por meio dos diferentes cursos, base
humanística, filosófica, científica e tecnológica, política e estratégica, para permitir o acompanhamento da
evolução das diversas áreas do conhecimento, o inter-relacionamento com a sociedade e a atualização constante
da doutrina militar.
Art. 4º O planejamento, a execução e o controle da instrução militar no Exército serão regulados em ato do
Comandante do Exército.
Art. 5º As atividades de ensino e de instrução militar devem estar integradas, observadas a doutrina militar, a
valorização dos recursos humanos e a busca do constante aperfeiçoamento.
CAPÍTULO II
DA ESTRUTURA
Seção I
Dos Graus de Ensino
III - universitário ou superior, destinado à qualificação de pessoal para a ocupação de cargos militares e o
desempenho de funções próprias de oficiais e de oficiais-generais.
Art. 7º Os graus do ensino preparatório e assistencial, mantido pelo Exército, por meio dos Colégios Militares
e da Escola Preparatória de Cadetes do Exército, obedecem à legislação federal pertinente, ressalvadas suas
peculiaridades.
Seção II
Das Linhas de Ensino
III - de Saúde, destinada à qualificação continuada de pessoal necessário à direção e à execução das
atividades de saúde; e
Seção III
Dos Ciclos de Ensino
Art. 9º Para efeito de progressão na carreira militar, as atividades de ensino são grupadas da seguinte
forma:
§ 2º Os cursos de pós-graduação ocorrem nos ciclos citados nos incisos II, III, e IV deste artigo.
CAPÍTULO III
DA ORGANIZAÇÃO
I - Estado-Maior do Exército, órgão de direção central, a quem compete formular a política de ensino e suas
respectivas diretrizes estratégicas e planejar, organizar, coordenar e controlar o funcionamento do Sistema;
II - Departamento de Ensino e Pesquisa, órgão de direção setorial, responsável pelas Linhas de Ensino
Militar Bélico, de Saúde e Complementar, competindo-lhe planejar, organizar, coordenar e controlar as atividades
de ensino e de pesquisa dos órgãos que integram estas Linhas;
III - Secretaria de Ciência e Tecnologia, órgão de direção setorial, responsável pela Linha de Ensino Militar
Científico-Tecnológico, competindo-lhe planejar, organizar, coordenar e controlar as atividades de ensino e de
pesquisa dos órgãos que integram esta Linha;
V - institutos de pesquisa, competindo-lhes realizar estudos e pesquisas com o propósito de dotar o Exército
de novas técnicas e de novos materiais;
Parágrafo único. Compete ao Comando de Operações Terrestres planejar, organizar, coordenar e controlar
as atividades relativas à Instrução Militar.
CAPÍTULO IV
DOS CURSOS E ESTÁGIOS
Seção I
Dos Currículos e Programas
Art. 11. Os cursos são regidos por currículos elaborados de acordo com metodologia própria, utilizada em
todos os estabelecimentos de ensino.
Art. 12. Os planos de disciplina ou matéria, anexos aos currículos dos diferentes cursos, devem conter os
objetivos educacionais a serem alcançados, os assuntos a serem tratados, as cargas horárias previstas e as
práticas didáticas a serem adotadas.
Art. 13. Os currículos e os programas desenvolvidos no âmbito do Sistema de Ensino do Exército devem:
II - prever mecanismos para a revisão continuada de seus objetivos, conteúdos e práticas didáticas, com
base nos dados colhidos nas avaliações e validações procedidas;
III - enfatizar e prever as condições necessárias ao desenvolvimento dos objetivos educacionais da área
afetiva, particularmente: patriotismo, responsabilidade, lealdade, disciplina, entusiasmo profissional, cooperação,
iniciativa, criatividade e os atributos inerentes à liderança;
IV - favorecer o aprimoramento das expressões escrita e oral, estabelecendo, inclusive, programas de leitura;
VI - promover intercâmbio entre as organizações militares do Sistema de Ensino do Exército e das outras
Forças Singulares, e com entidades civis;
VII - favorecer a ampla utilização da informática nas atividades presenciais, não-presenciais e no ensino à
distância;
Art. 14. Os estágios são regidos por programas próprios, semelhantes aos planos de disciplina ou matéria e
confeccionados de acordo com a metodologia para elaboração e revisão de currículos.
Art. 16. A instrução militar é regida por programas-padrão e por diretrizes expedidas pelo Comando de
Operações Terrestres.
Seção II
Da Equivalência de Estudos
Art. 17. O grau universitário ou superior do Sistema de Ensino do Exército é equivalente ao nível de
educação superior, na forma do art. 83 da Lei nº 9.394, de 23 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes
e bases da educação nacional.
Art. 18. Os cursos e programas de grau universitário ou superior, mantidos pelo Exército, possuem as
seguintes diplomações e titulações, equivalentes às conferidas à educação superior nacional:
I - cursos de graduação e formação, graduação universitária, desde que o aluno conclua o curso com
aproveitamento e preencha as demais exigências contidas nos regulamentos dos estabelecimentos de ensino,
recebendo o título de Bacharel;
a) pós-graduação, lato sensu, de aperfeiçoamento em Operações Militares, desde que o aluno conclua o
curso, com aproveitamento, apresente, quando determinado, monografia, aprovada pelo Diretor de Ensino, e
preencha as demais exigências contidas no regulamento da Escola; e
b) pós-graduação, stricto sensu, de Mestrado em Operações Militares, desde que o aluno conclua o curso,
com aproveitamento, apresente, quando determinado, dissertação singular e pertinente, aprovada pelo Diretor de
Ensino e preencha as demais exigências contidas no regulamento da Escola, recebendo o título de Mestre em
Operações Militares;
III - Curso de Comando e Estado-Maior e Curso de Chefia e Estado-Maior para Oficiais Intendentes, ambos
da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército:
a) pós-graduação, stricto sensu, de Mestrado em Ciências Militares, desde que o aluno conclua o curso,
com aproveitamento, apresente, quando determinado, dissertação singular e pertinente, aprovada pelo Diretor de
Ensino e preencha as demais exigências contidas no regulamento da Escola, recebendo o título de Mestre em
Ciências Militares; e
b) pós-graduação, stricto sensu, de Doutorado em Ciências Militares, desde que o aluno conclua o curso,
com aproveitamento, apresente defesa de tese que represente trabalho original, aprovada pelo Diretor de Ensino,
e preencha as demais exigências contidas no regulamento da Escola, recebendo o título de Doutor em Ciências
Militares;
IV - Curso de Chefia e Estado-Maior para Oficiais Médicos e Curso de Direção para Engenheiros Militares,
ambos da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército:
a) pós-graduação, lato sensu, de especialização em Ciências Militares, desde que o aluno conclua o curso,
com aproveitamento, apresente, quando determinado, monografia, aprovada pelo Diretor de Ensino, e preencha
as demais exigências contidas no regulamento da Escola; e
b) pós-graduação, stricto sensu, de Mestrado em Ciências Militares, desde que o aluno conclua o curso
com aproveitamento, apresente, quando determinado, dissertação singular e pertinente, aprovada pelo Diretor de
Ensino, e preencha as demais exigências contidas no regulamento da Escola, recebendo o título de Mestre em
Ciências Militares;
Art. 19. Os discentes podem ser autorizados a realizar os programas de mestrado e doutorado fora da sede
do curso, no País e no exterior, desde que seja garantida a existência de orientadores individuais qualificados,
ambiente criador adequado e condições materiais necessárias.
Art. 20. Os cursos realizados em estabelecimentos de ensino de outras forças singulares e de forças
auxiliares, no país ou em nações amigas, podem ter sua equivalência reconhecida pelos órgãos de direção
setorial correspondentes, observada a pertinência com as linhas e ciclos de ensino.
Seção III
Da Matrícula
Art. 21. A matrícula nos estabelecimentos de ensino é regida pelos seus regulamentos, com observância do
Regulamento de Preceitos Comuns aos Estabelecimentos de Ensino do Exército, R-126.
Art. 22. Militares das nações amigas, das demais forças singulares, das forças auxiliares e civis podem
freqüentar cursos e estágios mantidos pelo Exército Brasileiro.
Parágrafo único. Para a efetivação da matrícula do pessoal especificado neste artigo devem ser levados em
consideração o nível hierárquico e o grau de escolaridade do candidato e a correspondência funcional à linha e ao
ciclo de ensino.
Seção IV
Da Certificação, Diplomação e Registro dos Cursos e Estágios
Art. 24. Compete ao Comandante do estabelecimento de ensino certificar a conclusão dos cursos e estágios
realizados em sua instituição e, quando couber, conceder diplomas.
Parágrafo único. Os registros dos certificados de conclusão de curso ou estágio e dos diplomas são feitos
no próprio estabelecimento de ensino.
CAPÍTULO V
DOS CORPOS DOCENTE E DISCENTE
Art. 25. O Corpo Docente dos estabelecimentos de ensino é constituído pelo comandante, subcomandante,
instrutores, professores e monitores, quando nomeados em ato específico.
Art. 27. O Corpo Discente é constituído pelos alunos ou estagiários matriculados nos cursos ou estágios dos
diferentes estabelecimentos de ensino, nos órgãos formadores de oficiais da reserva e em outras organizações
militares que desenvolvam atividades de ensino.
Art. 28. Os regulamentos dos estabelecimentos de ensino devem definir os deveres e as prerrogativas dos
integrantes do Corpo Discente.
CAPÍTULO VI
DO PESSOAL DA RESERVA DE 2ª CLASSE E TEMPORÁRIO
Art. 29. A formação do oficial da reserva de 2ª classe é realizada nos Centros de Preparação de Oficiais da
Reserva (CPOR) e nos Núcleos de Preparação de Oficiais da Reserva (NPOR), sob a responsabilidade do
Departamento de Ensino e Pesquisa.
Art. 30. O recrutamento e as condições de matrícula do pessoal da reserva de 2ª classe são regidos pela
legislação do serviço militar e pelos regulamentos dos órgãos formadores.
Art. 31. A ocupação do cargo e o exercício da função militar pelos oficiais oriundos dos órgãos formadores
da reserva, enquanto não concluído o curso universitário, são considerados de grau médio ou técnico.
Art. 32. Os oficiais temporários podem realizar estágios de especialização e extensão previstos no Sistema
de Ensino do Exército.
Art. 33. Os estágios necessários à qualificação do pessoal convocado para o serviço ativo enquadram-se
como atividades de instrução militar.
Art. 34. Os currículos dos cursos e os programas dos estágios das organizações militares formadoras do
pessoal da reserva de 2ª classe e dos temporários são elaborados e revistos, periodicamente, pelos órgãos de
direção setorial responsáveis.
Art. 35. A certificação e a diplomação dos cursos e estágios relativos ao pessoal da reserva de 2ª classe e
aos temporários são regulados pelos órgãos de direção setorial responsáveis.
Art. 36. A formação do sargento temporário, destinada à ocupação de cargos de 3º sargento, no serviço
ativo, é realizada em organizações militares e regulada pelo Comando de Operações Terrestres.
CAPÍTULO VII
DAS COMPETÊNCIAS E ATRIBUIÇÕES
Art. 37. O Comandante do Exército pode delegar as competências relacionadas nos incisos de II a IX do art.
17 da Lei nº 9.786/99.
Art. 38. Compete ao Chefe do Estado-Maior do Exército expedir ou aprovar atos no que se refere a:
II - diretrizes para fixação de vagas em cursos e estágios e para seleção de pessoal para matrícula nos
estabelecimentos de ensino e em outras organizações militares;
III - diretrizes para convocação de oficiais e praças da reserva para realização de cursos e estágios;
IV - designação de Grandes Comandos, Grandes Unidades e outras organizações militares para colaborar
nas atividades de ensino;
VI - determinação do período de aplicação dos conhecimentos adquiridos, pelos discentes, após a conclusão
dos cursos e estágios.
Art. 39. Compete ao Chefe do Departamento de Ensino e Pesquisa, em ato próprio ou delegado, aprovar os
programas de mestrado e de doutorado, os currículos dos cursos e os programas dos estágios dos órgãos que
integram as linhas de ensino que lhe são afetas.
Art. 40. Compete ao Secretário de Ciência e Tecnologia, em ato próprio ou delegado, aprovar os programas
de mestrado e de doutorado, os currículos dos cursos e os programas dos estágios dos órgãos que integram a
linha de ensino que lhe é afeta.
Art. 41. Compete ao Comandante de Operações Terrestres aprovar, em ato próprio ou delegado, os
programas-padrão da Instrução Militar.
Art. 42. As atribuições das autoridades mencionadas nos arts. 39, 40 e 41 devem constar nos regulamentos
dos órgãos de direção setorial correspondentes.
CAPÍTULO VIII
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 43. Compete ao Chefe do Estado-Maior do Exército, em ato próprio ou delegado, conceder ou suprir
titulações e graus universitários ou superiores aos concludentes de cursos realizados, até a data de publicação
deste Decreto, em estabelecimentos de ensino mantidos pelo Exército, desde que preencham as exigências
contidas neste instrumento legal e nos regulamentos das instituições militares, em vigor na época da conclusão
dos respectivos cursos.
Art. 44. Os cursos e estágios ministrados à distância possuem o mesmo valor dos cursos e estágios
presenciais.
Art. 45. O Regulamento de Preceitos Comuns aos Estabelecimentos de Ensino do Exército, R-126, e os
regulamentos dos estabelecimentos de ensino complementarão as disposições deste instrumento legal no prazo
de cento e oitenta dias.
Art. 47. Revogam-se os Decretos nºs 77.919, de 25 de junho de 1976 , 82.724, de 23 de novembro de 1978,
83.983, de 18 de setembro de 1979, 84.436, de 28 de janeiro de 1980, 84.673, de 29 de abril de 1980, 85.728, de
17 de fevereiro de 1981, 86.331, de 2 de setembro de 1981, 86.879, de 27 de janeiro de 1982, 87.129, de 26 de
abril de 1982, 90.017, de 31 de julho de 1984, 99.376, de 10 de julho de 1990, 99.442, de 9 de agosto de 1990,
341, de 13 de novembro de 1991, e 909, de 2 de setembro de 1993.