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Resumo
O artigo trata da pesquisa e elaboração de um folder educativo sobre Saúde Mental a ser
utilizado na promoção e prevenção em Saúde Mental com alunos e professores no ambiente
escolar. Foi elaborado a partir do referencial teórico da tese de doutorado sobre Saúde Mental,
visando a ações de promoção e prevenção no ambiente escolar. Constatamos a carência de
materiais educativos em Saúde Mental para aplicação na comunidade escolar. Pesquisamos a
literatura sobre educação em Saúde Mental e materiais educativos tendo como público-alvo
jovens e adolescentes do ensino médio. Neste sentido, produzimos este material
contextualizado no ambiente escolar, com intuito discursivo, ilustrativo e finalidades
específicas de educação, promoção e prevenção em Saúde Mental. Propomos que o material
possa contribuir na formação dos estudantes e na atividade docente, visto que oportuniza a
aquisição de conhecimentos e educação em Saúde Mental numa abordagem interessante e
acessível.
Palavras-chave: Educação em Saúde Mental. Adolescentes. Ambiente Escolar.
Abstract
This article addresses the development of educational materials concerning mental health
education and mental illness prevention to be distributed to students and teachers at the high
school of Santa Maria. A pamphlet was developed in response to a lack of existing materials
educating students on evaluation of their own mental health and the resources available to
them. Through administering a questionnaire with a target audience of teenagers, the
information presented in the pamphlet was tailored to the school environment. We have
included a copy of the pamphlet in this article, and believe it can contribute in the teenagers’
self-awareness and assessment of their mental states. As a novel pedagogical material and
medium, it potentially conveys information in a format interesting and accessible to
adolescents.
1
Doutor do PPG-Educação em Ciências: Química da Vida e Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do
Sul (UFRGS), Médico Psiquiatra na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). E-mail:
[email protected].
2
Doutora em Ciências pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Atualmente é professora titular da
Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). E-mail: [email protected].
INTRODUÇÃO
O presente artigo trata da elaboração de um folder educativo sobre Saúde Mental a ser
utilizado em atividades de promoção e prevenção em Saúde Mental para alunos e professores
no ambiente escolar. O material foi desenvolvido a partir da revisão do referencial teórico
realizada na tese de doutorado sobre o tema “Fatores emocionais e de Saúde Mental:
avaliação de alunos de uma escola pública federal visando ações de promoção e prevenção no
ambiente escolar”, no programa de Educação em Ciências: Química da Vida e Saúde da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul – PPGQVS – UFRGS, Brasil.
O folder é um impresso de pequeno porte, constituído de uma só folha de papel com
uma ou mais dobras, e que apresenta conteúdo informativo ou publicitário. Analisando
etimologicamente a palavra folder, de origem inglesa, encontramos referências como “folheto
dobrado”; “o que dobra” ou ainda a derivação do verbo to fold, ou seja, dobrar. (PAULA;
CARVALHO, 2014).
A educação é considerada um instrumento de transformação social, não só a educação
formal, mas toda a ação educativa que propicie a reformulação de hábitos, a aceitação de
novos valores e que estimule a criatividade. Ao pensarmos educação e saúde, constatamos que
ambas são espaços de produção e aplicação de saberes destinados ao desenvolvimento e ao
bem-estar dos indivíduos. (SANTOS, 2009).
A educação deve provocar reflexão pautada na consciência da complexidade presente
em toda a realidade, ou seja, é fundamental que o educador compreenda a teia das relações
existentes entre todos os processos sociais, para que possa pensar a ciência una e múltipla,
simultaneamente. O debate sobre a complexidade nasce no seio da ciência e da epistemologia
da ciência de forma totalmente separada do nascimento do movimento ecologista e das novas
concepções psicopedagógicas que se referem à construção dos conhecimentos e a uma forma
diferente de afrontar os processos educativos. Esses elementos tendem a percorrer caminhos
que se cruzam cada vez mais e que, em qualquer caso, parecem avançar na mesma direção.
(SANTOS, 2009).
escolar por meio de uma ação de promoção e prevenção em Saúde Mental. Tendo em vista a
realidade e o contexto no qual nos propomos a desenvolver este trabalho, é importante termos
presente que o público alvo mais significativo é composto por adolescentes.
A Saúde Mental é um estado de bem-estar no qual o indivíduo, a criança, o
adolescente ou o adulto encontram-se aptos a exercer suas habilidades, superar as
adversidades da vida, conseguindo estudar e/ou trabalhar de forma produtiva e colaborativa
com a comunidade em que estejam inseridos. (ARRUDA et al., 2010).
Em 2005, a OMS definiu Saúde Mental na infância e na adolescência como:
Refletir sobre a Saúde Mental dos adolescentes implica pensar nos diversos modos de
viver a adolescência e de viver a vida. Implica, em um movimento de repensar as práticas de
saúde e de educação em saúde que se voltam para esta parcela significativa da sociedade.
Nesta fase, os adolescentes encontram-se na maior parte do dia no ambiente escolar, o que
torna este espaço um importante campo para a detecção e abordagem de comportamentos de
risco para a saúde. (AZAMBUJA et al., 2014).
Nesse sentido, o conceito central de Saúde Mental é o bem-estar e o funcionamento
integral de um indivíduo e, consequentemente, da sua comunidade. Portanto, estamos falando
de mais do que apenas um estado de ausência de sofrimento psíquico, emocional ou mesmo
de doença mental. (SILVA, 2010).
Conceituar ou delimitar a fase da adolescência é um desafio relacionado a muitas
variáveis e contextos. A adolescência é uma etapa de oportunidades para a criança, e um
momento crucial para que possamos continuar construindo seu desenvolvimento da primeira
década de vida, ajudá-la a navegar em meio a riscos e vulnerabilidades, e colocá-la no
caminho da realização de seu potencial. (UNICEF, 2011).
Segundo o Relatório sobre a Saúde no Mundo: Saúde Mental, estruturada pela
Organização Mundial da Saúde – (OMS, 2001),
Uma das vias mais promissoras para promover a adoção de comportamentos saudáveis
e a modificação de condutas prejudiciais à saúde e de forma sustentada é a Educação para a
Saúde (EpS) na concepção de Gomes (2009). O acesso à informação e compreensão de
conteúdos da Saúde Mental para crianças, adolescentes e professores no ambiente escolar
permite compreender e usar a informação nos cuidados da própria saúde, estimulando
competências cognitivas, sociais em promoção e prevenção da Saúde Mental. Neste sentido, e
tendo como perspectiva de uma dimensão fundamental, reforça-se a importância da
sensibilização da comunidade escolar da inclusão de conteúdos em educação em Saúde
Mental no ensino de jovens e adolescentes. (LOUREIRO et al., 2012).
A literatura em Saúde Mental sugere que o espaço escolar é um lugar estratégico e
privilegiado na implementação de Políticas de Saúde Pública para jovens, ao se destacar como
núcleo principal de promoção e prevenção de Saúde Mental para crianças e adolescentes
(ESTANISLAU; BRESSAN, 2014), intervindo no desenvolvimento de fatores de proteção e
redução de riscos relacionados à Saúde Mental.
Historicamente, a saúde na escola vem sendo desenhada após uma série de debates
(FERNANDES; ROCHA; SOUZA, 2005) e, a partir disso, o Ministério da Educação e do
Desporto (BRASIL, 1998) criou o Referencial Curricular Nacional, no qual a saúde foi
considerada como um tema transversal a ser trabalhado com responsabilidade no projeto de
toda a escola, o que torna alunos, professores e o próprio ambiente escolar, sistematicamente,
elementos chaves para essa realização.
2. METODOLOGIA
sociedade atual, pois ao apresentar formas relativamente estáveis de enunciados que circulam
socialmente pode ser considerado como gênero textual (PAULA; CARVALHO, 2014). Outro
aspecto importante é que o folder permite uma maior flexibilidade e versatilidade na
apresentação, utilização e manuseio, bem como uma linguagem e ilustrações mais adequadas
ao público-alvo de jovens adolescentes em ambiente escolar, permitindo comunicar
rapidamente ideias e conceitos sem cansar o leitor.
Também conhecido como prospecto, o folder surgiu nos meios de comunicação e
publicidade como um artefato utilizado para fazer marketing e propaganda, especificamente
para a realização de campanhas publicitárias. Algumas pessoas confundem o folder com o
panfleto. Embora semelhantes, o folder é um impresso que possui no mínimo uma dobra,
utiliza imagens, dá destaque às ideias mais importantes com quadros ou palavras em fontes
maiores (maiúsculas, coloridas ou de diferentes formatos). (PAULA; CARVALHO, 2014).
O folder é dobrado conforme a sequência de argumentos. A capa contém a chamada
principal, a qual deve despertar a curiosidade para a abertura do mesmo. Ao abrir a primeira
dobra, nota-se o detalhamento do que a capa anuncia. A última dobra (externa) é, geralmente,
reservada para os dados como endereço, telefone, e-mail e outras informações como
distribuidores, representantes, patrocinadores, mapas de localização e outras informações de
contato. (PAULA; CARVALHO, 2014).
Os folders podem ter características diversas. No presente artigo, apresentamos o que
pode ser definido como um folder de serviços e orientações de saúde, pois apresenta imagens,
linguagem persuasiva, ilustrações adequadas ao público, ao ambiente e orientações de Saúde
Mental e qualidade de vida.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Consideramos que o folder pode contribuir com a formação dos adolescentes, partindo
do pressuposto de que o folder possibilita aquisição de conhecimentos e educação em Saúde
Mental, tornando a temática mais interessante e acessível. Há necessidade de avaliações
posteriores do impacto na utilização do material em atividades no ambiente escolar.
Acreditando que nenhum conhecimento é estático, pretendemos propor revisões periódicas do
material.
Para a implementação e eficácia deste material, se faz necessário também o
envolvimento dos demais atores do universo escolar, além da existência de ações específicas
que possibilitem implementação da proposta, como tarefa de continuidade deste material.
Observa-se a necessidade de estudos de prosseguimento, visando a avaliar o impacto das
ações educativas promovidas por esses atores no processo de promoção, prevenção e
educação em Saúde Mental no ambiente escolar.
Concluindo, ressaltamos que o folder é um material de apoio em atividades de
Educação em Saúde Mental a serem desenvolvidas no contexto de um projeto com uma
abordagem transversal, integrado com todas as áreas do conhecimento trabalhadas em sala de
aula.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei nº 9.394 – Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional, de 20 de dezembro de 1996. Disponível em: < http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm>. Acesso em: 3 mai. 2015.
GOMES, J. P. As Escolas Promotoras de Saúde: uma via para promover a saúde e a educação
para a saúde da comunidade escolar. Educação, v. 32, n. 1, p. 84-91, Porto Alegre, RS:
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Brasil, 2009.
MORIN, E. Os sete saberes necessários à educação do futuro. São Paulo, SP: Cortez, 2011.
OUTEIRAL, J. Adolescer: estudos revisados sobre adolescência. Rio de Janeiro, RJ: Revinter,
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UNICEF. Fundo das Nações Unidas para a Infância. Situação mundial da infância 2011:
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WHO. World Health Organization. Carta de Ottawa. Promoção da Saúde: Cartas de Ottawa,
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