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Instituto Superior Politécnico de Manica

Divisão de Economia, Gestão e Turismo

Curso de Contabilidade e Auditoria

3ᵒ Ano – II semestre

Tema: concentração empresarial e empreendintos conjuntos

Disciplina: Contabilidade das Sociedades II

Discente:
Staline A. Francisco

Docente: Msc. Dionisio Janota

Chimoio, setembro de 2020


Índice
Introdução ......................................................................................................................... 3
Objectivos ......................................................................................................................... 4
Objectivo geral .............................................................................................................. 4
Objectivos específicos .................................................................................................. 4
Metodologia ...................................................................................................................... 5
Concentração empresarial................................................................................................. 6
Objectivos ..................................................................................................................... 6
Concentrações de Atividades Empresariais .................................................................. 6
Métodos Contabilísticos ............................................................................................... 7
Generalidade.............................................................................................................. 7
Método de compra ..................................................................................................... 7
Método de comunhão de interesses ........................................................................... 9
Empreendimentos conjuntos .......................................................................................... 11
Objectivos ................................................................................................................... 11
Definições ................................................................................................................... 11
Tipos de empreendimentos conjuntos......................................................................... 12
Operações conjuntamente controladas .................................................................... 12
Ativos conjuntamente controlados .......................................................................... 12
Entidades conjuntamente controladas ..................................................................... 13
Influência significativa ............................................................................................ 14
Empreendimentos conjuntos – aspectos contabilísticos ............................................. 15
Operações conjuntamente controladas .................................................................... 16
Activos conjuntamente controlados ........................................................................ 16
Entidades conjuntamente controladas ..................................................................... 17
Transações entre um empreendedor e um empreendimento Conjunto ................... 17
Relatos de interesse em empreendimentos conjuntos nas demonstrações financeiras
de um investidor ...................................................................................................... 17
Divulgações ............................................................................................................. 18
Conclusão ....................................................................................................................... 19
Referências bibliográficas .............................................................................................. 20

[Data] 2
Introdução
As empresas debatem-se diariamente com um sem número de problemas que carecem de
decisões rápidas e eficientes. Essa actividade diária e de extrema importância ocupa os
vários níveis da estrutura hierárquica e funcional e é o garante da regularidade de
funcionamento das empresas, dentro de padrões éticos e com o nível de qualidade em que
se posicionam. No entanto, a sobrevivência em mercados globais e com grande
intensidade concorrencial, exige que para além de uma gestão diária eficiente haja uma
orientação estratégica que permita a constante adaptação ou antecipação às mudanças do
contexto ambiental.

Ao longo da vida das empresas – frequentemente associada ao ciclo biológico dos seres
vivos que comporta, como se sabe, as etapas do nascimento, crescimento, envelhecimento
e morte – as administrações procuram definir um rumo estratégico que marque o seu
posicionamento no negócio, maximizando dessa forma as características que as
distinguem Bordas (1983). Dentro deste ciclo, as empresas vivem períodos de franco
desenvolvimento, outros de recessão, próprios das crises de crescimento ou como
resultado da luta pela sobrevivência. Estas crises potenciam metamorfoses e o surgimento
de novos ciclos fundados em mudanças estratégicas significativas.

Nos períodos de crise, a maioria das empresas procuram melhorar as tecnologias, os


produtos e processos, ampliar os territórios de vendas e aumentar a participação nos
mercados Silva (1997). A dimensão das empresas foi desde sempre encarada como um
factor importante na prossecução dos objectivos da competitividade e do sucesso. A
dimensão é vista, em mercados globais, como um instrumento de sustentabilidade
baseada na competitividade, rendibilidade e de melhor acesso ao financiamento.

[Data] 3
Objectivos

Objectivo geral
 Analisar o impacto da concentração empresarial e dos empreendimentos
conjuntos nas empresas.

Objectivos específicos
 Caracterizar a concentração empresarial e os empreendimentos conjuntos nas
empresas.
 Mostrar de forma detalhada os operações, activos e entidades conjuntamente
controladas;
 Especificar o tratamento contabilístico a ter na concentração empresarial e dos
empreendimentos conjuntos nas empresas.

[Data] 4
Metodologia
Para elaboração deste trabalho foi feito uma revisão bibliográfica. Onde foi usado o
método indutivo, que é um método responsável pela generalização, isto é, partimos de
algo particular para uma questão mais ampla, mais geral.

Para Lakatos e Marconi (2007:86), Indução é um processo mental por intermédio do qual,
partindo de dados particulares, suficientemente constatados, infere-se uma verdade geral
ou universal, não contida nas partes examinadas. Portanto, o objetivo dos argumentos
indutivos é levar a conclusões cujo conteúdo é muito mais amplo do que o das premissas
nas quais me baseio.

[Data] 5
Concentração empresarial

Segundo Brito e Ferreira (2014, pág. 51), concentração empresarial consiste na junção de
uma ou parte de uma ou mais empresas.
A NCRF2 21 define actividade empresarial “como um conjunto integrado de actividades
conduzidas e de activos geridos com a finalidade de proporcionar um retorno aos
investidores ou proporcionar custos mais baixos, ou outros benefícios económicos directa
e proporcionalmente aos participantes.

Objectivos
Segundo o NIRF, o objectivo desta norma é o de melhorar a relevância, fiabilidade e
comparabilidade da informação que é prestada por uma entidade que relata nas suas
demonstrações financeiras uma concentração de actividades empresariais e os seus
efeitos. Para atingir este objectivo, a presente norma estabelece os princípios e requisitos
de como uma adquirente:

a) Reconhece a mensura nas suas demonstrações financeiras os activos adquiridos,


os passivos assumidos e quaisquer interesses minoritários na adquirida;
b) Reconhece e mensura o Goodwill adquirido, ou o Goodwill negativo apurado,
numa concentração de actividades empresariais;
c) Determina qual a informação a divulgar que permite aos utilizadores das
demonstrações financeiras avaliar a natureza e os efeitos financeiros de uma
concentração de actividades empresariais.

Concentrações de Atividades Empresariais


Uma concentração de actividades empresariais é uma transação ou acontecimento no qual
uma empresa adquirente obtém o controlo de uma ou mais actividades empresariais
adquiridas.
Neste caso, uma actividade empresarial é definida como um conjunto integrado de
actividades e activos que é capaz de ser conduzido e gerido com a finalidade de
proporcionar um retorno directamente para os investidores ou outros proprietários, sócios
ou participantes.

[Data] 6
As concentrações de atividades empresariais estão previstas, actualmente a nível
internacional pela IFRS 3 e a nível nacional pela NCRF 21. Tal como se referiu
anteriormente, a NCRF 21 reflecte os conteúdos da norma internacional IFRS 3, aprovada
em 2004, adoptada pela União Europeia (IASB/UE).
A NCRF 21- Concentrações de actividades empresariais- estabelece que uma empresa
adquirente duma outra empresa deve reconhecer os activos adquiridos e passivos
assumidos na data da sua aquisição, ao justo valor e divulga informações que permitam
os utilizadores das demonstrações financeiras avaliar a natureza e os efeitos financeiros
da aquisição.

Métodos Contabilísticos
De acordo com o tratamento contabilístico de concentração de actividades empresariais,
Existem dois métodos que se podem aplicar na contabilização da concentração de
actividades empresariais:

 Generalidade;
 O método de compra;
 O método de comunhão de interesses.

Estes métodos exigem que seja elaborado um balanço respeitante à concentração na data
de concretização da operação.

Generalidade
Generalidades – a qualquer das formas de concentração de actividades empresariais
aplica-se um dos seguintes métodos contabilísticos:
 O método de compra;
 O método de comunhão de interesses.
Estes métodos devem ser aplicados à data em que se concretize a concentração. Deve ser
elaborado o balanço respeitante à concentração (balanço da primeira consolidação)
naquela data qualquer que seja o método aplicável.

Método de compra
O método de compra é de aplicação generalizada pois existem uma série de restrições,
para ser possível aplicar o método da comunhão de interesses.

[Data] 7
No método da compra a contabilização segue os mesmos princípios da compra normal de
activos, isto é, o comprador regista os activos e passivos adquiridos, pelo preço de
aquisição, à data da sua aquisição.

De referir que devem incluir-se no balanço prévio à aquisição todos os activos e passivos
identificáveis pertencentes à empresa adquirida e que vão ser objecto de aquisição,
mesmo que não estejam evidenciados nas demonstrações financeiras da empresa
adquirida. Entre esses activos, podem estar alguns monetários, como contas de clientes,
e outros não monetários tais como existências e imobilizados corpóreos, mas também
alguns incorpóreos, como sejam patentes e marcas.

Uma das noções importantes neste método contabilístico é a noção de justo valor. Por
justo valor entende-se a quantia pela qual um bem ou serviço poderia ser trocado, entre
um comprador conhecedor e interessado e um vendedor nas mesmas condições, numa
transação ao seu alcance.

O método de compra é de aplicação generalizada, porque a grande maioria das


concentrações de actividades empresariais são substancialmente aquisições.

De acordo com método de compra, contabilizam-se as aquisições adoptados os princípios


da compra normal de activos.

Assim, o comprador regista pelo seu justo valor os activos e os passivos adquirindo-se a
data da sua aquisição. Deve igualmente ser incluído activo e passivo identificáveis, não
apresentados na demonstração financeira nas empresas adquiridas.

O justo valor é a quantia pelo qual um bem ou serviço poderia ser trocado, entre um
comprador conhecedor e interessado e um vendedor nas mesmas condições, numa
transação do seu alcance.

Aquisição pode ser feita com dinheiro ou com outros recursos, por junção de passivo ou
por entrega de acções adquirentes.

Neste último caso quer exista acções suficientes em carteira, quer se emitem para o efeito,
elas devem ser consideradas pelo seu justo valor, registando-se as eventuais diferenças
como prêmio de emissão (descontos).

Se o justo valor de activos e passivos identificáveis for inferior ao custo de aquisição, a


diferença deve ser reconhecida e amortizada numa base sistemática, num período que não

[Data] 8
exceda 5 anos, a menos que a vida útil mais extensa possa ser justificada nas
demonstrações financeiras, não excedendo, porem, 20 anos.

Se o justo valor de activos e passivos identificassem for superior ao custo de aquisição,


a diferença pode ser repartida pelos activos não monetários individuais adquiridos, na
proporção dos justos valores destes, alternativamente, essa diferença pode ser tratada
como proveito diferido e imputada a resultados numa base sistemática, durante um
período que não ultrapasse 5 anos a menos que o período mais extenso possa ser
justificado nas demonstrações financeiras, não excedendo, porem, 20 anos.

Quando a concentração de empresas ter origem a interesse minoritários, esses devem ser
expresso pela proporção apropriada das quantias contabilizadas dos resultados e capitais
próprios das subsidiárias, imediatamente antes da concentração.

Interesses minoritários são a partes dos resultados e a dos resultados e a dos capitais
próprios de uma subsidiária que seja atribuível às acções não possuídas directamente pela
empresa mãe ou indirecta mente pela empresa mãe, por intermédio de outra subsidiária.

Método de comunhão de interesses


O método de comunhão de interesses a aplicável à unificação de interesses, tem
características excepcionais de aplicação, só podendo ser adaptado desde que signifique
a ocorrência simultânea dos requisitos adiante enunciados.

O objectivo deste método é o de tratar as empresas unificadas como as actividades


anteriormente referidas continuassem dantes, se bem que agora estejam conjuntamente
possuídas e geridas. Consiste na junção de activos, passivos, reservas e resultado das
empresas da unificação para as quantias estruturadas para cada uma delas.

A diferença entre a quantia registada como capital emitido (mas qualquer retribuição em
forma de dinheiro ou outros activos) e a quantia registada relativa ao capital adquirido e
ajustada nos capitais próprios. Por consequência, não há lugar ao reconhecimento
trespasse resultante da operação.

Os custos provenientes da unificação são considerados custo de período na empresa que


se concentra.

[Data] 9
A unificação de interesses dá-se quando acionista de duas ou mais empresas garante uma
participação mutua continuada dos riscos e benefícios, numa entidade concentrada, desde
que se verifique comultaneamente as seguintes condições:

 Nenhuma delas possa ser considerada como adquirente;


 O total nos activos e nos passivos sejam agregados nessa entidade.

A unificação de interesses exige ainda a satisfação simultânea dos seguintes atributos


essências:

 Cada uma das empresas da unificação seja autónoma e não tenha sido subsidiaria
de outra, pelo menos dois (2) antes do inicio do plano de concentração;
 Cada uma empresa seja independente das outras, isto é, que não acham
participação entre elas igual ou superior a 10%.

[Data] 10
Empreendimentos conjuntos

Segundo Brito e Ferreira (2014, pág. 114), empreendimento conjunto é uma entidade que
envolve a constituição de uma sociedade, parceria ou outra entidade em que cada
empreendedor tem interesse, segundo um acordo contratual que estabelece o controlo
conjunto sobre a entidade.

Objectivos
O objectivo da norma sobre o empreendimento conjunto é o tratamento contabilístico dos
vários tipos de empreendimentos conjuntos, independentemente da forma jurídica que
possam revestir (como, por exemplo: agrupamentos complementares de empresa,
consórcios, agrupamentos europeus de interesse económico e associações em
participação).

Definições
 Associada: é uma entidade sobre a qual o investidor tenha influência significativa
e que não seja nem uma subsidiaria nem um interesse num empreendimento
conjunto.
 Controlo: é o poder de gerir as políticas financeiras e operacionais de uma
entidade ou de uma actividade econômica afim de obter benefícios da mesma;
 Controlo conjunto: é a partilha de controlo, acordada contratualmente, de uma
actividade econômica e que existe quando as decisões estratégicas financeiras e
operacionais relacionadas com a actividade exigem o consentimento unanime das
partes que partilham o controlo;
 Empreendedor: é um parceiro de um empreendimento conjunto que tem controlo
conjuntos sobre esse mesmo empreendimento
 Empreendimento conjunto: é uma actividade econômica empreendida por dois ou
mais parceiros, sujeita a controlo conjunto deste, mediante um acordo contratual.

[Data] 11
Tipos de empreendimentos conjuntos

Operações conjuntamente controladas


Quando se está perante operações conjuntamente controladas, não há lugar à constituição
de uma entidade separada. Em vez disso, os empreendedores participantes coordenam as
suas atividades e trabalham no projeto comum, aí envolvendo os seus próprios recursos e
incorrendo nos seus próprios gastos e passivos. O acordo de empreendimento conjunto
proporciona geralmente meios pelos quais os réditos da venda da produção conjunta e
quaisquer gastos incorridos em comum são partilhados entre os empreendedores.

Um exemplo de uma operação conjuntamente controlada dá-se quando dois ou mais


empreendedores combinam as suas operações, recursos e perícia para fabricar e
comercializar conjuntamente um produto particular, tal como uma aeronave. As
diferentes partes do processo de fabrico são levadas a efeito por cada um dos
empreendedores. Cada empreendedor suporta os seus próprios custos e obtém uma parte
do rédito da venda do avião, sendo tal partilha determinada segundo o acordo contratual.

Ativos conjuntamente controlados


Alguns empreendimentos conjuntos envolvem o controlo conjunto, e muitas vezes a
propriedade conjunta, por parte dos empreendedores, de um ou mais ativos que tenham
sido contribuídos ou adquiridos para a finalidade do empreendimento conjunto. Os ativos
são usados para a obtenção de benefícios para os empreendedores. Cada empreendedor
pode ficar com uma parte da produção obtida a partir dos ativos e cada um suporta uma
parte acordada dos gastos incorridos.

Estes empreendimentos conjuntos não envolvem a constituição de uma sociedade


organizada ou outra entidade, ou uma estrutura financeira que esteja separada dos
próprios empreendedores. Cada empreendedor tem controlo sobre a sua parte nos futuros
benefícios económicos através da sua parte nos ativos conjuntamente controlados.
Muitas atividades nas indústrias do petróleo, gás e extração de minérios envolvem ativos
conjuntamente controlados. Por exemplo, duas ou mais empresas de produção de petróleo
podem conjuntamente controlar e explorar um pipeline. Cada um dos empreendedores
utiliza o pipeline para o transporte do seu próprio produto em retorno do qual suporta uma

[Data] 12
proporção acordada dos gastos de exploração. Um outro exemplo de um ativo
conjuntamente controlado é quando duas entidades controlam conjuntamente um imóvel
de rendimento, cada uma tomando uma parte das rendas recebidas e suportando uma parte
dos gastos.

Entidades conjuntamente controladas


Uma entidade conjuntamente controlada é um empreendimento conjunto que envolve a
constituição de uma sociedade ou de outra entidade em que cada empreendedor tenha um
interesse. A entidade opera da mesma forma que outras entidades, exceto que um acordo
contratual entre os empreendedores estabelece o controlo conjunto sobre a atividade
económica da entidade.

Uma entidade conjuntamente controlada controla os seus ativos, incorre em passivos e


gastos e obtém rendimentos. Pode fazer contratos em seu próprio nome e obter fundos
para os fins da atividade do empreendimento conjunto. Cada empreendedor tem direito a
uma parte dos lucros da entidade conjuntamente controlada, sem prejuízo de algumas
dessas entidades também terem direito a partilhar da produção obtida pelo
empreendimento conjunto.

Um exemplo usual de uma entidade conjuntamente controlada é quando duas entidades


combinam as suas atividades numa linha particular de negócios através da transferência
dos ativos e passivos relevantes para uma entidade conjuntamente controlada. Um outro
exemplo é quando uma entidade começa um negócio num país estrangeiro em conjunto
com o governo ou outro departamento nesse país, por meio do estabelecimento de uma
entidade separada que é conjuntamente controlada pela entidade e pelo governo ou
departamento.

Muitas entidades conjuntamente controladas são em substância semelhantes aos


empreendimentos conjuntos referidos como operações ou como ativos conjuntamente
controlados. Por exemplo, os empreendedores podem transferir um ativo conjuntamente
controlado, tal como um pipeline de petróleo para uma entidade conjuntamente
controlada, por razões fiscais ou outras. De forma semelhante, os empreendedores podem
contribuir para uma entidade conjuntamente controlada com ativos que serão operados
conjuntamente. Algumas operações conjuntamente controladas também envolvem a

[Data] 13
criação de uma entidade conjuntamente controlada para tratar de aspetos particulares da
atividade, como por exemplo, a conceção, a comercialização, distribuição ou serviço pós-
venda da produção.

Influência significativa
Se o investidor detiver, direta ou indiretamente (por exemplo, através de subsidiárias), 20
% ou mais do poder de voto na investida, presume-se que tem influência significativa, a
menos que o contrário possa ser claramente demonstrado. Se o investidor detiver, direta,
ou indiretamente (por exemplo, através de subsidiárias), menos de 20 % do poder de voto
na investida, presume-se que não tem influência significativa, a menos que o contrário
possa ser claramente demonstrado. A existência de outro investidor, que detenha uma
participação maioritária ou substancial, não impede necessariamente que se exerça
influência significativa.

A existência de influência significativa por parte de um investidor é geralmente


evidenciada por uma ou mais das seguintes formas:

 Representação no órgão de direção ou órgão de gestão equivalente da investida;


 Participação em processos de decisão de políticas, incluindo a participação em
decisões sobre dividendos e outras distribuições;
 Transações materiais entre o investidor e a investida;
 Intercâmbio de pessoal de gestão;
 Fornecimento de informação técnica essencial.

Ao avaliar se uma entidade tem influência significativa, deverá ser tida em conta a
existência e o efeito de potenciais direitos de voto.

Uma entidade perde influência significativa sobre uma investida quando perde o poder
de participar nas decisões de política financeira e operacional da investida. A perda de
influência significativa pode ocorrer com ou sem alteração nos níveis absolutos ou
relativos de propriedade. Pode ocorrer, por exemplo, quando uma associada passa a estar
sujeita ao controlo de uma entidade pública, tribunal, administrador ou regulador. Pode
também ocorrer como resultado de um acordo contratual.

[Data] 14
Empreendimentos conjuntos – aspectos contabilísticos
Empreendimentos conjuntos são acordos em que, independentemente da forma jurídica
que venham a revestir, é manifesta uma vontade de dois ou mais parceiros colaborarem
com recursos com vista a obter sinergias e resultados a partilhar na respectiva
percentagem da contribuição. A partilha de controlo da unidade económica é definida
contratualmente, sendo uma característica dominante dos empreendimentos conjuntos
que nenhum empreendedor tenha o controlo universal. O acordo contratual pode ser
objecto de contrato ou ser percebido por outros elementos, nomeadamente actas de
reuniões entre os empreendedores. Normalmente são objecto de registo escrito cláusulas
como:

a) a actividade, duração e obrigações de relato do empreendimento conjunto;


b) a nomeação do órgão de direcção ou órgão de gestão equivalente do
empreendimento conjunto e os direitos de voto dos empreendedores;
c) contribuições de capital pelos empreendedores;
d) a partilha dos empreendedores na produção, nos rendimentos, nos gastos ou nos
resultados do empreendimento conjunto.

Considera-se comum a todos os empreendimentos conjuntos as seguintes características:

 dois ou mais empreendedores estarem ligados por um acordo contratual;


 o acordo contratual estabelecer controlo conjunto.

Um acordo de empreendimento conjunto implica que o controlo conjunto do


empreendimento exista mesmo que os empreendedores participantes tenham interesses
de posse desiguais no empreendimento. Geralmente, os participantes decidem as
principais políticas por mútuo acordo e em caso algum um empreendedor está em posição
de controlar unilateralmente a actividade, tendo, na maioria dos casos, cada um dos
empreendedores direito de voto nas principais decisões de política do empreendimento.

[Data] 15
Tendo em conta a natureza dos acordos de empreendimentos conjuntos, estes podem ser
classificados num dos seguintes três tipos:

a) Operações conjuntamente controladas;


b) Activos conjuntamente controlados;
c) Entidades conjuntamente controladas.

Operações conjuntamente controladas


As operações conjuntamente controladas envolvem o uso de activos ou outros recursos
sem constituição de uma entidade jurídica própria ou uma estrutura financeira específica.
São exemplos, quando dois ou mais empreendedores combinam um conjunto de
operações e afetação de recursos para fabricar ou comercializar um produto em particular
– um avião, uma barragem, etc. – onde as diferentes partes da construção são levadas a
cabo por cada um deles, dentro das suas capacidades e competências. Cada empreendedor
suporta a sua parte dos custos e recolhe a parte dos réditos, acordados contratualmente. É
o caso típico do contrato de consórcio regulado no nosso ordenamento jurídico.

Para desenvolver as operações conjuntas os empreendedores utilizam os seus recursos


financeiros, humanos e tecnológicos que aplicam nesta operação podendo em simultâneo
desenvolver outras operações no âmbito da sua actividade empresarial e
independentemente da actividade dos restantes empreendedores.

Activos conjuntamente controlados


Os activos conjuntamente controlados são empreendimentos que envolvem a posse
conjunta de um ou mais activos adquiridos para um fim determinado e utilizados para a
obtenção de benefícios para os empreendedores, sem que seja constituída qualquer
sociedade ou estrutura financeira separada dos próprios empreendedores. Estes suportam
a sua quota-parte dos gastos e controlam a sua quota-parte de benefícios futuros dos
activos controlados.

A gestão destes activos pode ser realizada pelo empreendedor-gerente, ou por um grupo
de gestão conjunta, geralmente conhecida por operador. Esta partilha surge em
actividades onde determinadas estruturas fixas podem ser partilhadas por vários
operadores, nomeadamente nas indústrias de extracção do petróleo, gás e outros recursos
naturais.

[Data] 16
Entidades conjuntamente controladas
As entidades conjuntamente controladas envolvem o estabelecimento de uma sociedade
que opera como qualquer outra, com a particularidade de haver um controlo conjunto dos
empreendedores sobre a sua actividade económica. Esta entidade tem controlo sobre os
seus activos e passivos, celebra contratos em seu nome e obter financiamentos para a sua
actividade. Exemplos destas sociedades são agrupamentos de sociedades de projectos,
construção civil ou de outros sectores, com vista a melhorar as suas condições de
concorrência no mercado externo.

Qualquer empreendedor, independentemente da sua quota-parte, tem direito de veto sobre


as decisões de carácter estratégico.

Transações entre um empreendedor e um empreendimento Conjunto


Se um empreendedor contribuir ou vender um activo para uma entidade conjuntamente
controlada, enquanto os activos estiverem retidos pelo empreendimento conjunto, desde
que o empreendedor tenha transferido os riscos e vantagens da propriedade, ele deve
reconhecer apenas a proporção de ganho atribuível aos outros empreendedores. O
empreendedor deve reconhecer a totalidade de quaisquer perdas sofridas quando a
contribuição ou venda proporcione prova de uma redução no valor realizável líquido dos
activos correntes ou de uma perda por imparidade. Brito e Ferreira (2014, pág. 115).
Os mesmos autores afirmam que, Quando um empreendedor compra activos de uma
entidade conjuntamente controlada, não deve reconhecer a sua parte no ganho até que
revenda os activos a um terceiro independente. As perdas devem ser reconhecidas quando
representem uma redução no valor realizável líquido dos activos correntes ou de uma
perda por imparidade.

Relatos de interesse em empreendimentos conjuntos nas demonstrações financeiras


de um investidor
Um investidor em um empreendimento conjunto que não possua o controlo conjunto deve
contabilizar esse investimento de acordo com a NCRF 25 – instrumentos financeiros ou
se tiver influência significativa no empreendimento conjunto, de acordo com a presente
norma.

[Data] 17
Divulgações
O empreendedor deve divulgar:
 Relação e descrição dos interesses em empreendimentos conjuntos significativos
e a proporção do interesse detido na entidade conjuntamente controlada;
 As contingências relacionadas com os seus interesses nos empreendimentos
conjuntos e a sua parte em cada uma das contingências em que incorreu
juntamente com os outros empreendedores;
 A sua parte nas contingências dos próprios empreendimentos conjuntos e em
relação às quais esteja contingentemente obrigado;
 As contingências que surjam pelo facto do empreendedor estar contingentemente
obrigado com referência a passivos de outros empreendedores;
 Quaisquer compromissos de capital do empreendedor relacionados com os seus
interesses nos empreendimentos conjuntos e a sua parte nos compromissos de
capital que tenham sido incorridos juntamente com outros empreendedores;
 A sua parte nos compromissos de capital dos próprios empreendimentos
conjuntos;
 As quantias agregadas de cada um dos activos correntes, activos a longo prazo,
passivos correntes, passivos a longo prazo, réditos e gastos relacionadas com os
seus interesses nos empreendimentos conjuntos, quando relate os seus interesses
nas entidades conjuntamente controladas, nas demonstrações financeiras
consolidadas.

[Data] 18
Conclusão
A concentração empresarial ainda é um conceito tradicionalmente associado às grandes
empresas e relativamente emergente no seio das empresas familiares, mas que
acompanhará a globalização como estratégia de crescimento de todas as empresas para
além-fronteiras. A complexidade destes processos, como evidenciam as respostas no
estudo realizado, podem ser uma barreira à sua ponderação e concretização.
Este trabalho evidencia que as empresas familiares têm ainda preferência pelo
crescimento interno, mantendo-se autónomas nas suas decisões e operações,
desenvolvendo-se através dos seus próprios recursos financeiros, técnicos e comerciais.
Por seu turno, as empresas familiares que optam pela via do crescimento externo são
motivadas essencialmente pela maximização do valor da empresa, maior quota de
mercado, economias de escala, procura da internacionalização e o surgimento de uma
“boa oportunidade de negócio”. Preferem, em todo caso, não arriscar em setores de
atividade diferentes quando optam por estes processos.
As condicionantes estão relacionadas com a proteção do património e não desejar a
presença de “estranhos” na gestão da empresa.
Este trabalho, pioneiro na caracterização das motivações, efeitos e fatores que
condicionam a realização de processos de concentração empresarial por parte das
empresas familiares em Portugal, constitui um pequeno contributo para um melhor
conhecimento desta temática no tecido empresarial nacional, sendo um primeiro passo
para o desenvolvimento de trabalhos futuros sobre as empresas familiares e a sua
associação à concentração empresarial.

[Data] 19
Referências bibliográficas

 Brito, Dalva e Ferreira, Paula. Sistema de Contabilidade Para o Sector Empresarial


em Moçambique. 1ª Ed. Maputo: Textos Editores, 2014.
 Bordas (1983). “Dicionário da Empresa”. Rés Editora, Paris, traduzido por Manual
Paiva;
 Silva, Jorge Miguel Barbosa (1996). Concentração Empresarial e Goodwill. ISACP,
Projeto final de Licenciatura em Contabilidade;
 Lakatos, E. M. e Marconi, M. A. (2007). Fundamentos de Metodologia científica.
5ª Ed. Atlas S.A., S. Paulo.

[Data] 20

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