Caetano Veloso Guia PDF

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A discografia do Caetano é irregular, contendo ótimos

discos e outros bem equivocados. Separei alguns deles


para você ouvir sem preconceito e outro para fugir a todo
custo:

Melhores
Caetano Veloso (1969)
Conhecido como o “disco da assinatura” e com a capa
claramente inspirada no “álbum branco” dos Beatles, é o
meu favorito dentro da discografia dele. Com um
repertório muito bem equilibrado em termos de
elegância e experimentalismos – “Irene”, “Não
Identificado”, “Atrás do Trio Elétrico”, “Os Argonautas”, a
tradicional “Marinheiro Só”, as versões para “Carolina”, de
Chico Buarque, e “Alfomega”, de Gilberto Gil -, é um
trabalho que mostrou a maturidade de Caetano como
compositor em relação a seus trabalhos anteriores,
amparado pelos brilhantes arranjos de Rogerio Duprat.
https://www.youtube.com/watch?v=INA4Tc0qVcE
https://www.youtube.com/watch?v=18bQB3FRBBE

Muito – Dentro da Estrela Azulada (1978)


Um dos discos mais criticados de Caetano e que menos
vendeu na época de seu lançamento é outro de meus
favoritos. Funcionando como um painel sonoro de suas
raízes musicais em simbiose com s impressões extraídas
de suas viagens durante o período de exílio, o álbum é de
uma (falsa) simplicidade tocante, explícita logo na faixa
de abertura, a lindíssima “Terra”. Ao lado de outras
pérolas, como “Eu Te Amo”, “Muito”, “Tempo de Estio”,
“Muito Romântico” e seu surpreendente coral, o suingue
malemolente da versão de “Quem Cochicha o Rabo
Espicha”, de Jorge Ben, e a lendária “Sampa”, transforma
o disco em uma das obras mais subestimadas da música
brasileira.
https://www.youtube.com/watch?v=WyxL_lbo4kM
https://www.youtube.com/watch?v=4UeFwOEoobg

Transa (1972)
Gravado em Londres durante seu exílio, é um álbum
bastante influenciado pela atmosfera sonora da capital
inglesa – várias das faixas são cantadas em inglês -, mas
que conseguiu manter uma ligação forte com o Brasil. Com
o título tirando sarro da proposta feita pelos militares
brasileiros para que fizesse uma canção exaltando a
construção da Transamazônica durante o tempo em que
estivesse temporariamente de volta ao Brasil para a
cerimônia de 40 anos de casamento de seus pais no ano
anterior, o disco soa como se tivesse sido gravado ao vivo
e isso confere um frescor muito interessante a ótimas
canções como “You Don’t Know Me”, “Triste Bahia”, “It’s a
Long Way” e “Mora na Filosofia”. Não é um disco para
qualquer ouvido...
https://www.youtube.com/watch?v=V9VWTul_Pf0
https://www.youtube.com/watch?v=n7StPm3ynBU
Estrangeiro (1989)
Outro de meus favoritos na discografia dele. Gravado em
Nova York e produzido por Arto Lindsay e Peter Scherer –
que formavam o duo Ambitious Lovers -, foi um disco
perfeito para internacionalizar ainda mais a música de
Caetano. Com uma abordagem instrumental brilhante em
termos de timbres e programações eletrônicas, as canções
são apresentadas com uma ordem muito bem estudada
para cativar o ouvinte.
A faixa-título é primorosa no experimentalismo
harmônico/melódico/rítmico, pontuada por guitarras
cheias de efeitos, e antecede a densidade poética com que
ele preenche canções repletas com mais guitarras quase
dissonantes (“Os Outros Românticos”), de elegância
delicada (“Branquinha”) e alegria genuína e universal
(“Meia-Lua Inteira”, composta pelo percussionista de sua
banda na época, por Carlinhos Brown). É daqueles em que
a diversidade sonora foi transformada em uma unidade
conceitual. Brilhante!
https://www.youtube.com/watch?v=uIMZLr7LXVE
https://www.youtube.com/watch?v=EVgP4398kdY

Cê (2006)
De maneira acertada e surpreendente, Caetano
reapareceu com um disco de... rock! Reunindo jovens
músicos, ele reacendeu seu viço criativo e mostrou que
estava conectado ao tempo em que vivia em termos
sonoros. É um álbum repleto de guitarras, algumas
fortemente influenciadas por Robert Fripp, do King
Crimson (em “Outro”, “Odeio” e “O Herói”), outras bem
pesadas para os padrões dele (em “Rocks”), e outras
delicadas em suas texturas (em “Deusa Urbana”). Discaço!
https://www.youtube.com/watch?v=yas4EgprYFs
https://www.youtube.com/watch?v=53iONOe28h8
O Pior
Araçá Azul (1972)
Caetano confundiu “experimentalismo” com “fazer
qualquer merda e chamar de experimentalismo”. Fazendo
brincadeiras ridículas com as palavras nas letras de
“Gilberto Misterioso” e “De Palavra em Palavra”, reunindo
canções mal ajambradas (“Épico”,) e abusando da
paciência do ouvinte em bobagens como “De
Conversa/Cravo e Canela” e na desnecessariamente
longa “Sugar Cane Fields Forever”, Caetano transformou
a audição desse disco em um suplício que poucos
conseguem chegar ao final.
https://www.youtube.com/watch?v=PcFhahTnzUU
https://www.youtube.com/watch?v=OZSHHHPpSzI

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