MEMOEIAS HISTORIe.

DO
RIO DE JANEIR )~ . .". ,.... .

UAS PROVINCIAS A... T~EXAS A'JUFISDT~Çl

. DO VIC.E-REI DO ESTADO'
DO BRASIL,
DEDIC ... DAS
A
EL-REI ,.NOSSO, SENflOR
. J.oAo VI
"0-0 R
OZE DE 80 UZA AZEVEDO P IZARRO .E ARA URJ ,
Natu1'al do Rio de Janeiro, Bacharel F(lrmado em Ctt.
nanes, do Conselho de SUA MAGE8TA E, Monsenhor
.AI'cipreste da Capella Real, ProC'v:rc-1ir Geral das Tres
Ordens Militares 4c.

TOMO

!tIO DE JANEIRO. NA IMPRE$SAO RE.GIA"

18 ~ O.
~---'----
 'Si ~ 11'Od est aelJO hóc' literatissimo sludium, in qU9rl
Viri praecipui, t primae prorszts erllditionis tota ani7lli
contellttone inltitebantltr, . t:J.demque fermc totam suam vi-
.. Iam, vires, et labores Sl105 consecrarzt1lt, czti artes, ei
scientiae hodiernae Slta debel't 'licrement(l, suumque flo-
rem, el qztod viros en,ditos toU o!pi lit~,.al"Ío pme cae-
tel'is Jecit lionoraliiles, illud profectL est stltdium alltiqtâ-
ta/'un.
Zallwein rom. !. Quacllt. 4. Cap. ô, §. 1.

Para de tonos Oi!' m.:.J.O!! engrandecer a Nação Por..

tugue~a' tprOCl: ra ••• re"suscitar tambem as Memorias da
Patria, da i,' ::';611a .ascUI"idade, cm que .i ziaõ atégo-
ra ••• He a lição da Historia um fecundo Seminario dG.
Ileroes. '
,t11exandre de Gusmaõ 1I/J Falla ti
.tkademia Real da Histor. Port'UfI•

."
 MEMORIA~ HISTORIC:~S

D o

RIO DE JA EIRO.
,

L I V R O V.
CAPITUL t-

Do Bispo D. F1': Antonio doo Des ... 1'1'0, das

Ig'rtrJas Matrizes que Lh deveram o seu
principio, e dos Governadores.

PPROVADA por EI-Rei a desis en \1. do

Bispo D. Fr. Joaõ da ( r ' ' l , foi nomeado pa-
ra lhe succeder na LlOcese D. Fr. Anton°l)
o

do Desterro, q"" à ess mpo oe upava a

Sede Angole se. ian '1a e Lima tendo <.t. for-
tuna d fl seu - cimento·a 13 de Junh"'
o <te 1694, te:. e~unJ.lo taD:ioem o se oaptis..
n o na Igreja Matriz de Santa Maria Maior
a 4 de Jullio seguinte, e observando-o edu-
cado com particular attençaõ de seus Pais
Ventura Malheiro Reimaõ, Fidalgo . . da Caza
4- ii
'.
z
 MEMORIAS HISTORICAS

de:; ,iS. Ma::;'estade, e D. Pascoa Pereir~:, bem.

con. ecidos na Provm,:,ia do Minho pela dYs'-
tin<.:ç õ anti, luissima de familias, admIrou o
heroico desa eno, com (.. e deixou' a Uom-
panhia d'est~s, e de dezesete irmaons, para
~oraçar, Çl Estado Re1i;bioso, contando 15 an-
nos de idade.
referida a Cogúla do Patriarcha S. Ben-
to à ROllpet:l de' S. Ignacio,. que naõ. acei-
tou, foi admittido à essa Ordem pelo Padre
Geral o Doutor Fr. Pedt'O da Ascençaõ; e
vestil1do o dabito Monacal no Mosteiro de
Tibaen~, ahi o Professou tambem a 25 de
Ja\leÜ o de 1711. Depois de Graduado DOlitor
TheiJLogo Fola r'niversidade de Coimbra, co-
mo premio de seus vantajosos estudos, foi
ler Filoso,~a ':J Mosteiro de Basto, onde sa-
tisfez os l> '~lcios de bom Mestre, como mos-
trárarn as ConL1usoens que defendeu no Ca-
pitulo Geral de j 725. Jubilado em Th.eolo-
gia, com credito publico de Orador habilis- I
sime> , ~~';Te <.l. eleiçaõ do Capitulo G,eral em I
I

1737, l)ara o Cargo Abbacial do Collegio áe

N. ~e.nhora da Estrella de Lisboa; e quando
o exercia mui digD!1m ~nte, foi nomeado pelo
1J9d!e Geral o Doutor 'Fr. Joaõ Baptista pa-
ra Reformador da Provincia do Brasil, com
o Padre Mestre Fr; B.p;nto de- S~ Jozé, cujo
emprAg"o naô occupou.
EleIto· a 26' de JUlho do. mino de 1738
nqra succeder a D. Fr. Manoel de Santa 'Ca-
íharina no 4Bispado .de S. Paulo de( Loanda,
em Angola,. ~ Confirmado por Clerr1énte .L. .. lo-
Presidente d ~ Igreja Univer.saJ, receÍJeu <II
 De RI\) DE JANEIRO.

Sag'l'acaõ na Santa Igreja Patriarchal a 2~

Janeil:'a de 1739. Em viagem para ( Bispal' ,
aportou o Rio de Janeir' , ('arre ldo ·0 m~z
de Março· de 1740; e bospe( ado TI Mostei-
ro .da sua Religiaõ, ontific('< qh; n ia do
Transito do Patriarc11a, -lIde 1 t l1ade da Ca
za õ Padre Mestre FI'. 1\'1< tl1~as da Bncar-
nacaõ Pinna. Tendo chegadc, a lO de A ~ te
do ~ mesmo anno ao lugar do seu destino, to-
mou posse da Diecese no dia 15, e regeu-a
com exemplar editicaçaõ, zelando excessiva-
mente o Culto Divino. A' instancias' suas se
augmentou aquella Cat edral com as Conezias
Je Magistral, Doutoral, e llenitenciario: os
Capitulares principiá 'am à r 'r accreSCtn-
tad~s as Congruas v seus Be.~. lOS: nu-
mero de vozes,. e de Ministr ,')vuh~ram
o Coro ·pela cria aõ de seis lug.. . , de Ca-
pellaens, entre os quaes entrá - m de Sub-
chantre, e de Mestre de -remonias; r v
serviço da me ma Igreja se repartiu por ious
. .I1oços do Coro, criados tambem de r ~ ,
Tendo occupado e.1 17. 0 lugar a pro-
priedade d'aquella Cadeira Episcopal por· seis·
annos, um mez, e algu r ias, passou à se
encartar da Mitra FlumJ· mse, em uue o ~~
Padre Benedictú Vl r. 'f)n.1rmotl ao I8 dias
das Kalend~s . an TO de 1745 . e qm..l!to
o Povo ~ ('1 ./a a su hegada, tanto mai o
affiigi
r
cl.emora da JUo--:!TI, que por i so mo-
tiv"' u .1'~ceJOs de al~um púigo, divulgandc- ~
:, notlc~ de ter o vap"O .d? seu transporte a1'-
.r.b~do as Ilhas de Maw:âa. Com esta nova
dehberou' o General G vernador, que n' u~
 MEM:ORIAS HISTORI~AS

~ lace s~ \sse o Sargento M6r de Artilharia da

.·.P.\~ça .Io. é Fernandes Pinto Alpoim à de-
m-andar o ;itio ind: sado das Ilhas, e condu-
zir i ii seLÍ bordo o dezejado Bispo, cuja pre-
sença soce~·a. o susto, e descontentamento
universal: ,,"oltando p0rém o Hiate sem des-
cobrir vestígio algmll do procü'rado navio, l1aõ
tal' 1, que a Fortaleza de Santa Cruz, dan-
do smal no dia l' de Dezembro de ] 746 à
hora do meio dia, certificasse ao publico,
que o Diecesallo, por quem se acabava de
- fazer diligencia, se aproximava à barra do
porto. Comprimentado n 'aquelle passo pelo
General, e ,pesroas mais conspicuas da Ci-
~ €lade, foi d' ,? ,a com panhado por todos, até'
afferrar o nav~ í' no ancoradouro detrás da Ilha
das Cobr'l.8 em cuja passagem signifidram
as Fortalt' l~ a satisfaçaã geral da Diecese ~
dando reretjLl~' salvas, e à -exemplo d'ellas
todos' os navio~ - surtos no mesmo parLo. Vi-
,sitado à borelo pelo Governador do Bispado.
Ca' ~~~~lares, Ministros, Prelados das Reli-
'gioens, e Nobreza, fez o seu desembarque
cor.Q ,assás plausibilidc1de, e no Mosteiro da
sua Ordem, que .. 3 novo o hospedou tam- J

..•-:~ recell':'u das pes90as principaes do paiz,

e do Povo, os a(;at'iloellLG= ""Qt~ respeitosos,
_4

coma festivos. ~
Feita a Protestaç.~ da 'Fé "'"l dia. 5 do
'sobre ito mez, ém ma.ons do Deaõ ~\spar
noncal ves de Araujo, sendo J;resentes a e::"0
' Al'cediao'o Doutor- Joze de Souza RI-
ac t o o li d 01'
beiro de Araujo, e o Conego .Ignac o e, I~
ü

.
vell'a Var';yas
o ~
como Secretano do Cabido,
 DO RIO DE. JANEIRO:

no i 1. o dia seguinte tomou posse do Jispadc.

por seu procurador o Conego Dout('. aI DOI",
.tor Henrique Moreira de Sarvalho, entreta.-
toque descançava do incommodos padecidos
em viagem taõ prolongada. Assinalado o dia
1. 0 de Janeiro de 1747 para a entrada pu-'
blica, saiu do Mosteiro para a Sé pontifical-
mehte vestido; e servindo-lhe de Caud rio
seu irmaõ Joaõ Malheiro Reimaõ, ao Chapéo
Christovaõ Moniz Barreto de' Menezes, e a
Capa Viatoria Thomás de Gouvea Coutinho,
foi acompanhado do General, do Senado ~
Cidadaons , Nobreza, e Povo. que pelas ruas,
ar onde passou, levantáram "rI ~ Arcos de
notavel architectura, e pre.J;'o nte vesti-
dos, cujo guarnecimento lnstro~ ') real~ava a
lusida soldadesca. (})
Concluidos aquelles actos, eIlf.· " o cum-
pimento de seus deveres, ta~endo-os
r

com vigilantissimo zelo, como he constante

das providencias à respeito dos Sacerdotes de
a.nbos os Estados, dos Parocos, do . . .
tos Seculares, do Culto Divino,' das rofani'"
dades publicas, e do augmento da Religiaã
Catholira p r toda Diocese.
Foi rimeiro de seu '" ~" ~~...:..~ (
exame, pela Pr ~ a. de 6 e nelTO do
,I.

mesmo anno --;''-1:7, to,1')s os Sacerdotes e-

-- -12 - --
No mesmo anno de 1747 se imprimiu uma
2

d~ lllçao da Entrada d'este PreIa.do, feita FeIo Juj~

e F6ra, que era da mesma Cidade, Luiz Antonilit
~osado da Cunha, de cuja obra, comerva o Autor
t as presentes memorias um exemplar.
 MEll:ORIAS HISTOltlCAS-

culares, e Regulares, para conhecer a ido-

hoidade ~~os que haviam de ser Cooperadores
d:DS miniJterios el lesiasticos: cumprindo a
,Ordem Regia de 23 de Abril de 1745 pro-
hibito ia d:1 residencia de quaesquer Sacerdo-
tes natura,es do Rein.o, ttansitados aos Bis-
padoR Ultramarinos s~m permissaõ Regia, ou
em:v~ ;:., e muito menos destinados à Ca-
pell ,nia; dos navios; inhibiu a demora dos
que pas'Sáran} de- Portugál na Frota de 1747 ,
e vagavam desocupados, pela Cidade; obri-
gando-os à regressar pelo Edital de 10 ãe
Outubro do mesmo anno.
SuscitaJ1~o .:l Pastoral de 30 Maio:ôe 174J
à respeito~. Assentos de Baptismos, de Ca-
samentos, e Fallecimentos, precaveu por ou-
tra Pasí m~" de 18' d~ Novembro de 1748 o
descu.1d - Si Parocos, sob as penas já. im-
postas, e ue -fadas tambeúl na Constituiça&
do Arcebis'pado da i Liv.' ] Tit. 20 e
73 , ,e Liv. 4 Tit. 49, lfiém de outras que
r~ ..:el'VOU .ao seu arbitrio, e dê' seus.. mini •
iros: e' conhecendo pela expe~iencia o n um
pro\Teito',que produzirá ·a· .Pastoral de seu
predece I: r, d ·t~.la em, 16 de. Sete! 1'0 de
~', ,.,J , .cI_ ~ foL de.termi do' aos Parocos
o cuidado e faJ.:~ :em Ll.Ol. '(lI -.s' seus freguezes
obriO"ados à satisfazer: o prec h ' ) com toda, à
<disti~cçaõ, desd~ a Do~,nga da' ~T) ..tagesi- "
I 'a é a .1.a da Quaresma, e de g ,rdar
~s Roes findos das Desobri&,as depú's dê a, "-:-
'sentádos aó Provisor do Blspado l , ?U ao VI-,
gario da Vara da Commarca respectIva; n~an­
. dou; igualmente l'ecolher à Camara EcclesIas-
 ·1)0 RlO DE' J ANl!:IRO.
. ~~

-tica aqueIlcs documentos authentic().:;, pà

-evitar a sua falta, que muitas vezes -tem s"o
prejudicial ás partes, v jndo-se tia preciÉaõ
de recorrer à justifica~oens, para legalizar o
,que -lhes convem. POl ~otivo semp,lhaníe sus-
\.
citando a Pastoral de seu ,antecessor de 30
de Maio de 17.42', prohibi·u, em Pastoral de
3 de Fevereiro de 1753, que nas CapeUas
filiaes se sepultasse -Cadaver algum, sem con-
sentimento expresso dos Parocos do districto,
de que dis )oticamente abusavam os Admini~­
tradores das -mesmas Capellàs, c ~eus Ca-
pellaens, cons€ntip.do na abei't\lra -das Co"as ~
e 'cncommendando os Corpof d'ls pa rochíanos
falleciào$" sem respeito aos )) ]uizos do di-
r.eitQ dos Parocos , à.. .usurpaçal' da sua juris-
dic~aõ, (2) c da-rnno irremediave de terceiro,
1

a quem, faltando os Assentos lJ • • ~dos no

Livros da 'Matriz, para d'elles l. d. hir certi-
doens, precisas ás suas depC.ldellcias, ui.
tas_ vezes obriga a necessidade a fazer des-
Tom. V. B ..., .

(~)- A Cal:ta Regia de 14 ·de Janeiro de 1801.,

expedido geralmente para as Cay.itanias da America,
inhibiu o uso de Sepulturas j?lJtT- ~,,-T ~ "la.~ íí
-W' 'o

neficio dos habitan' ~ , .t'O~'td.l -1 \nandando aos

J

Governadores, r::.~ de acordo 1D -os :Sispos, fizesse,!,

.construir Cemiterios em lugares separados, onde s
exce)r _:, se sepultassx: todas a3 pessoas que falleées-
seT!,. Sobre os prejuizos dos direitos dos Parocos, e
'.ourpaça@ da sua jurisd.icçaõ, vede Espen. '1'. 3 P. 9~
Sect. 4. Tit. 7 Cap. 3. Berardo Liv. 1 J;>issert. 6 -Cap.
3 Rieg. P. 3 tit. fl8 29. Provisoens repetidas ,dá Me-
U da Consciencia e Ordens.

-
 . ') ME1!ORIAS HUTORICAS

Jkzas superfIuas. e 'escuzadas com outras jus..

ti caçoens semelb"an,tes. (3)
Zelosc, como ra, das obrigaçoens pro 4

prias, exigia tambem a observancia das que

pertent:iam à seus sub itos; e nasceu d'ahi,
que lembrando aos Parocos a importllncia dos
deveres principaes sobre a Doutrina Chris·
tãa, lhes determinou nas Pastoraes de 6 de
Ncv.P.Il1bro de 1763, e de 20 de 'Abril do anno
seguinte. a execuçaõ do seu ensino publiç.o
pelo Cathec.i"ffio Ro~ano, ou por outro li-
vro igualmente doutrinal, como recommenda.
a Constituiçaõ'sdbrecitada Liv. 1 Tit. 3 e Liv.
3 Tit. 32, sob ~s penas impostas por seus
antecessores ~uém da privaçaõ das' rendâs
da Igreja. (4) rohibindú o Alvará de 30 ele
-----
(3) V
------
,visaõ da Mezlõ ~a Consciencia e.Or
dens de 3 de l"e~' piro de 1'730 occorrendo entre OU4
tros- abusos ao dt> deixarem os Parocos -la America de
fazer Assento dos Obitos de seus freguezes, ou fazell,.
do-o e~m as especificaçoens, necessarias a bem da ar,
ree:ádaçaõ de suas heianças. Factos diarios confirmam
à necessidade, que ha, de se revivar essa providencia.
O Aviso da Secretaria de Estado de 8 de Nove'tn..
bro de 1761 Orden(),l ao Reverendo Bispo de Marian..
n "v.. '" ('. lZ.... que entregasse 8011 Par~
eos os Livros ,..., li St!' : ~J s, mandados rec~
lher ao Cllrt<Jri(, ,Ecc .tico. Esta dem se executou
\ambem por algum tempo no Bispado ào Rip ie Ja.
neiro, eM quanto eôbve fresca " sua. ~illposiça", -e 08
~ Parocos posteriores naõ repugnáram a 'entrega dos T,j.
~os findos das Iwejas, à vista de novas determin
çoens do mesmQ Bispo D. Fr. A,ntonio e1m proveíto do
Escrivaõ da Camara Episcopal.
'. (4) O" ~p. ~.o da CArta Regia-.de 31 de Julhf

;..
 Dl) RIO DE J.ANEIRO.

8:?tembro de" 1770 o uso de "ensinar a ler

nas Escolas por "Processos, a que se devi;un
substituir outros Manuscritos, ou Livros im.. "
pressos, principalmente o Cathecismo peque-
no de Montpellier; ~m observancia a-o mes-
mo Alvará mandou. por outra Pastoral de
17 de Abril de 1773 aos Parocos, e CapeI-
J

laens das Capellas, que n'uns e n'outros lu-

J

gares lessem, ou fh"essem ler em todos os

Domingos do anno aquelle Cathecismo, por
espaço de meia hora. antes da Missa Con-
ventual: (:» e aos Professores das primeiras
B ü
-------------- - -------
de 1605 mandou li Meu da ConscÍe\1\tia jJroceder con.
tra os Parocos das Ordens, que fiutaSSem ao seu de.
ver em ensinarem o Cathecismo aos seus freguezes. O
Bispo D. Fr. Antonio de Guadalupe prov)denciou so-
bre esse objecto no Cap. 1 de sua V: ~.n 8 de J u-
lho de 1726; e conhecendo, que ',e taltava à execu-
~aõ da sua lembrança, de novo recommendou-a, e
mandou-a cumprir, pela Pastoral de 16 de Setembro
de 1728, Capitulo 2 de Visita do mesmo mez, mas
do anno 173,2, e Cap. 3 de Visita de 6 de Janeiro
de 1736. A Carta Regill, de 9 de Outubro de 1789
excitou p e:çercicio dos deveres dos Prelados Diocesa-
nos, respectivos ao ensino da Doutrina, e Disciplina
Eeclesiastica, porque em ale.,"8' .., sé hi.... ~••.i.
cendo. - . _
. (05) Suscitando a provid\ . 'la da Pastoral de 16
de SeI ~mbro ds 1728 que ordenou aos Parocos o en.
sino :.. j)ou~na Christáa uma ~ora antes da Missa,
01' a"outra occasiaõ mais commoda; pela Pastoral de
 de Maio' de 174~ mandou o ~ispo D. Fr. Joaõ
da Cruz a08 ParocoB, que à Missa Conventual fizes-
sem Estaçoens aos seus freguezes, e. lhes ensinassem
a Doutrina por eipaço de \lwa hora, ao JDeDOS.
 r'. ~ M'EM'ORIAS HISTORI .NS

letras r.ecommendou, que o fizessem apre;.J

der, e decorar pelos discipulos, Í11hibindo a'
estes alumnos a en rada nas Aulas da Gra-
matica L'ltina, se 'naÕ provassem sufficiente-
mente o e_tudo da Doutrina conteuda, ao
llien~s, no CDnlpendio do mesmo Càthecismo..
P"'rsuaddo justamente da ommissaõ' de
algun~ dos Parocos em applicar' pelo Povo,
e bemfeitores a Missa Conventual nes dias de
preceito, em' cOflformidade da Co'nstituiça@: =
C Jm semper = de B'-eó.edicto XIV. expedida'
em Roma a· data de 19 de Agosto de 1744 ;
.paraqlle náõ continuassem os mesmos Paro-
ú0S ,na ignorar c· d'essa obrigaçaõ, que o
eoncilio Eu e ltense celebrado aos .1)" de No-
vembro de ·66 , sendo Imperador Constante,
e regendo a Igreja de Deos o Papa S. Vita-
Jiano, bc,vi" 'eclarado já aos Pastores Ecde-
siasticos cn. _ . dos seus 23: Canones entaõ
firmados; (6) pelÇl. Pastoral ele 2g· de Feve-
reiro de PT3' fez sabe-la aos seus .Coopera-
dore's da Vinha do Senhor, permittinàb' s6
aos Parocos das Igrejas tenues, qtle podes-
se, receber n'esses días algumas esmolas por-
iençoens par'ticulares, sem contudo ficarem
i~.::'~t0 ele sa" f 'r. ')~ d'a,pensaõ' de seus be-·
neficios nos ~. t le' :"'"';. '7) .
Vigilall.t :>00 3 deveres Pastoraes, naõ
----------_._--
(6)
"\1emor. Ecc:es. do. Algarve-, T: 1 12'
p. ~15. . ,!:,' - .
(7) Na Pastoral cltada- de 16 de Setembro deter
minou o :aispo Guadalupe aos Parocos, ~ue satisfizes-
sem ~s' Missas Conventuaes p"0r si, e naõ Eor' s0W!·
€oadJutor~s-"
 D<J RIO DE JA:KElRO.

"elava menos pela felicidade das suas oye-

lhas, à proveito de quem', 2mpliando Eene..
dicto XIV. piedosa, e lih I alissimamente a
facu1dad-e, que lhe permittil a, corno a De-
legado Aposrolico, ôe COLe ccer 'Jndu)gencia
plenaria, e remissaõ dos pE ccados aos mori-
bundos, cuja gra~a foi servido estende.:':' parà
sempre aos seus ,succe8sores, e o po~l~.r de
subdeh~gar q mei>ma faculdade em um, ou
em muitos' Sacerdotes Seculares, ou Regula-'
res, çomo declarou a Constitui~aõ = Pia Ma--
ter Catbolica EccJesia ='datada em Roma aos<
5 de Abril de ] 7'47; para (lue n'esse rua··
nancial de beneticios achassem. ··as· almas· de·
seus subditns opportl:mo remedios à ~a]ya-~ ,-
çaõ; pela Pastoral de 28 de N oveII)bro de
Jo750 subdelegou a sobredita faculdade no Co-
~ego Penitenciari"o, nos PaT-t?co '.. assí. .ôl-
jados, como Encommendado!õ::; e nos Coado
jutores das Igrejas, em quanto 'uns, e outro~
existissem n'essEls çargos., e consequel;l.temen-
Tt "'nos que lhes sut'cedess'em.· Por outra Pas--
toraI de 6 de Março de 1755 obrigou "S
Profeosores de Medicina, e Cirurgia à preca.·
yer os.· enfermos no principi" 'das curas, e,
perigo d~ellas, naõ s6 cc .•1 (]',' ~ntos ::;-a:cra-'
mentos, paraqu€, fcr.tc.jecic- _- d.' tempo, Te·'
sistissem ás- sagacidades. do ):"niinigo unível' aI,
mas à' "'esengana-los dpportunarr;ente, à fim
de . rv~erem dispor' com acordo suffiêiente à.
811<1. sahaçaõ, e deliherqr '0 seu testamento.
(:8) D'aquelle Santissimo 'Pãd~e obtev.e outr~~:
(8) .A Constituiç~õ do Arcebisrado· ~a .,;Eahia '~,

x
- 4 [ MEMORIAS H(STOIUC !J

graças em beneficio dos indigentes, a quem

a falta de meios impossibilita\'a o recurso à
B ma.
Para -socegar 8. consciencia dos escrupu-
IOSOi obre o uso do acticinio, manteiga,
pingo de toucinho, e unto de porco, que ()
costUl e legitimamente havia prescrevido n~
Estado doBrasil em todos, e quaesquer diafi
prohibidos, ou fossem de abstinencia da car-
ne, ou de jejum, ainda os da Quaresma; na
Pastoral de 5 de Fevereiro de 1757 declarou-o
licito, sem que para isso fosse preciso pri-
vilegio algum, ou nova dispensaçaõ.. e isen·
tou-o, ignalme lteque o uso da carne, no
tempos declarados, em virtude das Faculda-
dei Apostolicas concedidas aos Bispos do
Brasil: (9) e ratificando essa providencia por
outra Paste 1 de 16 ou 18 de Fevereiro de
17@5, pumltti tambem aos' Confessores d<.
ambos os estados, que absolvessem, e com·
mutassem aos penitente:à tudo. q ua to pode.
riam executar em conformidade da Bulla Cru-

---"'".,....,...--------------'-
,." f'ormando-se com L dis osiçaõ de direito, Const~tui­
çaõ uu Papa I., _ Constituir;oens dos Bispados
da Guarda, L- jl4V~. ~ Br&'oa, havia providenciado os
descui os d'esses P ofessÇ>res com o determinado no
I..iv. 1 Tit. 40. Ligario tratou da mesma .ria no
Liv. 4 Tractat. 4 D -h. ~; Ferrari. verbo M. IS. n.
1 ~ on-le citou os Cano relativos ao assumpto; Sel·ag.
Instit. Cananic. Lib. ~ tit 9 de Poenitent. §. e,
et. alü. I
(9) Vede BrasiL Pomif. Liv. 4 DispuúU. 6 Sec~.
~ .e segoJ
 ,1)0 RIO DE JANElilõ. J5
~iata, prohibida entaõ pela falta de commu-
nicaçaõ com a Curia Romana.
Costumados os Senhores de escravos à
tratar com asc:ás iniquidade c;emelhantes cria-
turas, mandando lançar os feus cada\"el es em
lugares naõ sagrados., sem o menor sinal de
Christa'ndade, COIr.O se fos"'em de animae5l bru-
tos, tendo-se utilisado de seus prestimos, e
serviços em vida; e de todo esquecidos da
humanidade naõ s6 alheia, mas propria, naó
executavam o que sobre este assompto havia
já mandado a Constituiçaõ do Arcebispado
Liv. 4 tit. 53 n. 844; nas Pastoraes de 18
de Janeiro de 1754, e de 12 de Agosto de
1765, depois de estranhar tanta impiedac;le em
pessoas Catholicas, remediou o mal antece-
dente, providenciando-o com proveito publi-
co. (10) .
Diligenciou seriamente desviar as profa-
nidades praticadas nos lugares publicos, e _de-
dicados ao Culto de Deos, prohibindo pela
3>a8to1'al de 5 de Setembro de 1761, que nas
Igrejas- Matrizes se celebrasse outra Miss~,
antes de finalizar a Parochial; e n'aquellas,
onde se recitassem as Horas Canonicas, des-
de o principio do Coro, :lté 9 fim da ~on...
. "

ri

(10' Na Visita de ~6 de Outubro de 1788 pro-

lidenciou o Bispo D. Fr. Antoni" de Guadalnpe a in-
humanidade dos Senhores -com os Escravos cloentes,' a
quem só faziam administrar o Sacramento da Peniten-
cia, negando-lhe os mais, e principalmente o Sagrado
Viatico. A mesma providencia repetiu' o Bispo D. Fr.
Joaõ da Cruz na Pastoral de 30 de Maio de- 1741~.

"T
 16 M·EUORIAS HrSTOR ~A:S

ventual cantada. (I I) Com essas mesmas Y'IS-

tas suscitando a Pastoral de seu anteces·sor
d, 30 de Maio de 1742, inhibill as conver-
J;açoens, e ajuntam.entos nas portas, e actr0s
dos empIos , p.rincipe ~mente em dias festí ..
;vo~, e de concurso, como fez saber pela Pas-
toral de .14 de Março de 1767. (12) Por ef-

--------------------
(11) O Bispo G adalupe havia medicado esse abu-
so, inhibinçlo sómente, pela Pastoral sobredita de 16
de Setembro, de celebrar em tempo, que no Coro se
recitassem as Horas Canonicas, os obrigados à assistir
à elIas: e naõ sendo sufficiente a providencia por
aqueUa vez, repetiu-a no Cap. 5 da Visita de 9 d
Janeiro de 1736. Pas~oral citada de 5 de Setembm
suscitou :is .(li<;~siçoens an.tigas, conformando..se tam-
bem com as ao. Concilio de Trento, com as dos fa-
pas Inno ncio , II. , Urbano VIII., e Benedito' XIV, :
.que a C 19r oilçaõ dos Ritos approvou em 15 de Se-
fembro de 1764!, . .
(U) . O Autor.rAnonimo) da Vida, &c, do lmpe:.
rador Marco Aurelio, escrita em Castelhano, e im-
pressa em Madrid no anno de 1566, dcserevend/"
(Cap. 7) o motivo do deste.rro de Antigono, visinho
d Roma, e parte da sua familia para as llhas de
Sicília, em tempo d'aquelle Imperador, referiu se-
O'lunte.·" ErlJ. m l ' louvavel costume, e mUi antigo
(des uinto Cin\:ll1at{. dictador), o d visitarem toda
Roma no mez ae ""'~m':>ro dous Senadores dos mais
antiO"'"ls, com o C~nsor novo, e Censorino. Chamavam
~ c:da Remano por si à parte, e lhe mostravam as
doze Taboas das Le' n, e 41S pragmaúcas do Sen~do,
perO"ulltando-lhe, se em seu bairro havia quem as ti-
ves~e transgredido.... Augusto, ~.o Imperador de
Roma, or,denou, qu~ nenhum Romano -.1~e atrevesse à.
1Jl'inar às portas dos Templos... Calígula, que ne..
)lhull}.a. m\llher déss~ cedulas para curar quartans; e
 DO RIO DE J ANEIaO. 17

feit J da providencia de 20 de Fevereiro de 1773

desappareceram com os Penitentes de afoites
Tom. v: C
Cataõ Censorino mandou flor Lei, que l1enhulll rapaz
com rapariga, nem esta com aquelle, fossem ouzadoi
à falIar, à rir. nem à estar jUJ1tos~as fontes public
cas, onde se ia buscar agua,· rios. ondé se lavava
roupa, on fórnos de cozinhar paõ. Como na Visita,
.que fizeram os Censores " e Consu]es Je Roma ao bair-
1'6 denominado Monte Celio, fora./fi accusades Anti.
gono, ~ua mulher, e uma filha, por transgressores
d'estas Léis, soffreram a pena do destetro, imposta
por 'taes 6ulpas . . . . " Os Nos~os Soberanos, aS'sás
cuidadosos dó res-,:leito devido à Caza de Deos, pro-
curáram sempre desviar d'dla quanto fosse capaz de
ofltmde-Ia, premulgando J..eis ditfereiltes que defendia~
o seu culto respeitoso. LI-Rei D. Joaõ IV., por De-
creto de 1 de Abril de 1648, mandou, ao Dezem~
~ar.go do Paço pr-oridenciar contra os que falla\!am
.('000 mulheres nas Igr~as. e Portas dhs mesmas. EI,.
Rei D. Aífonso VI. Dccrdou em 15 de Janeirú de 1657'
contra os nomens, que' nas Igrejas., SUli8 Portas, e
Adros fallavam com mulheres, cuja prohibiç:aõ, e pe-
l',á, (lstelldeu, por outro Decreto de 16 de J alleiró
,te 1058, a05 homens, que sÓlnente esperassem as mu-
lheres n'aquelles lugares para as verem, aindaque nai)
J.he~ falIassem. As mesmas provi,dencias repetiram.'~
Decreto de 15 de Janeiro df! ,1659, o. Edital de 31
d'esse mez, e anno, o DecrE'to de 16 de SctembrG
de 1662, e o 'Decreto de 8 de Julho de 1667. o'
quanto tem variado esse costume, e uso louvavel, no
Seculo presente, em que os 'l'emplos, dedicados' aG
Culto de Deos, sam os lugares roais procura;ios pela
maliéia dos homens para ollença roais publica do mes.
luO Deos, suas Portas, e Adros, de continuG enxoc
v.alhadas com immundicias. que a falta de respeitO dos
havidos por Catholicos faz amontoar nos' Sitios dos
congreSS(iS conducentes à l'egis\r~'r as entr«das, e sai..
 MEl\IORIÃS .HISTOR ÀS

(que. ~Í1as procissoens da quaresma escan _ali·

savam, aggrav am mais a Deos no luxo
uo vestllario, e por outras irreverencias, do
qne i1Jcitavam a comp:>~xaõ viva, e o arre-
pendiment{ verdadeiro das culpas) os abusús •
. - l:i.tQS gentilicos, e s ersticiosos, introduzidos
nas :..~~oe~s pias. e santas, decretadas pela
Igreja para mover os coraçoens dos Catholi-
coso <13) O Culto Divino cre5ceu. e se mul-
tiplicou muito lnais com a instituiçaõ do Laus-
perenne nas Igreias da Cidade p.?r todo tem.
po da Quaresma, depois do terrimoto acon-
---_.-,.--....----
das das mulheres, cujas obrlgaçoens religiosas, e pias,
'ou o intuito de se mostrarem ao publico, as condu-
zem áquelles lugares! Para e'titar pois esses ajunta
·mentos indecorosos, e de tanto escal1dalo à Deos {
:lO mundo, to necessario, que a referida Pastoral s
cohibisse ~om pen" de ExcommunhbÕ maior, e tllmbem
-inhibisse as mulneres de ir às' Igr~ias por qualquer
motivo, desde o tanger Ave Maria, até a hora Ir -
tutina, à excepçaõ sómente das pobre~, por motiv()
'(las Missas, e Connsso/:lns de madrugada, que a Pas-
toral de 30 de Maio de 174~ hana illbibido, pe-
los inconvenientes de servirem as trevas de capa para
ilS insultos, e offenças à Deos. _
(/3) Por Provisar.- de 19 de Maio de 1752 tnan-
dou o Úezembargo o Paço observar a prohibiçaõ das·
-Mascaras, '" Danças Das Procissoens, naõ obstánte a
Provisaó em contra '0 à favor de Villa Nova de Gaya
para a Festividade e Santa Cruz, à cu.jo exemplo a
Tequeria a Çamara do Porto para a Proclssaõ de Cor-
pus Christi. V. Ordeno Liv. 1 Tit. 66 §. 48 que pro-
'hibiu nas Procissoens toda' representaçaõ de cousas pro-
fanas, nem mascaras) ;tll\Õ sendo ordenadas para pro·
-vocar a devoçaõ.
 DO Rro DE JANEIRO. 19

tecido na Capital do Reino em 1755; para.

Cl.ljO fim obteve de Benedicto XIV. o Breve
de 16 de Dezembro de 1756, quP, se reno-
vou em 7. de Setembro de 1767: e por quan-
to a fraqueza dos reuj tos de algumas IBTejãs
naõ permittia o sustento das despez-as n'aquel-
las occasioens, liberalmente as supria conI
esmolas avultadas, além de contribuir com o
gasto da cera necessaria para a e;;.:posiçaõ do-
SS. Sacramento. Tendo- a Clere'1Ía do Bispa-
do escolhido a Santa Anna rara sua Prote-
ctora, suppácou em seu nO.Ple, e do seu Ca-
bido à Santa Sede Apostrilca a graça de se
rezar d'e~ta Matrona ins i5"ne com Rito elas-
iico, e Oitavario BO Bispado Fluminense; e
conseguindo de Clemente XIII. o Breve da-
tado a 20 de Janeirn de 1759, em Edital de
9 ou 1D de Maio do anno seguinte d-eclarotl
a. mesma Santa por Segunda Pacroeira prin-
cipal da Cidade. e Diecese, que como tal en-
trou à ser proferida, depois de S. Sebastiaõ,
nos Suffragi<p communs dos Santos, que se
recitam em dias naõ duples. Pará sua festi~
vidade, celebrada annualmente na Igreja Ca-
thedral, concorreu sempre com generosidade
notavel, e à exemplo seu contribuiu a Clere-
zia oom vantaj(}s:ls esmolas. .
. O numero <los Conve11tns,. Recolhimento~"
Seminarios, Ordens Terceiras, Oa'ia~ Coraes ,
Igrejas M~trizes, Capellas, e Irm.andades,. (14)
Cií
~-----------_.-._~---

(14) Pelos Livros desde ~.~até o 5.0 , e pelo 7."

ilas pllesentes Memorilts, constáram as eJ,;ec~oens das
 2'0 MEMORIAS HISTORH AS

téve grande aügmento dentro da Cidade '.' e

pelo Bispado, o qual se dividiu em cinco ar-
t s para r:ar térri~orios aos de S. Paulo, e
de Marianna, novamente criados na sua dila-
tad)il:;i'la extensaõ, igu2\LÜ.enteque as Prelazias
de Goiás, ~ de Cuiabá, tambem erectas pe-
lá Bulla " Candor llJ<.:Ís ~ternre " dada em
Roma. ao~ 6 de Dezembro de 174G. (lã) No

Casas Religiosas, l?ias, e Ecclesiasticas, que deveram

e. seu principio à ette Prell\do. Como das Irmandades
naó faço especial me~~aõ n'esta Obra, tambem deixo
de referir as que se iN;tituíram na épQca de D. Fr.
Antonio do D,esterro pOI' todo Bispado, e de outras,
que . ao mesmo, tempo refolmáram os seus Compromis-
sos; sob cujo nseumpto vedt. Liv. 3 Cap. 1 , a memc.>"
ria da Freguezia. de Santo' .hntonio de J acutinga, e
ahi a nota (5).
(15) Quando fallei do Bi. pt> D. Francisco pe ~.
;r eronimo no .Liv. 4 Cap. 2 di~. que por Provis3
de. 6 de Setembro de 17~O lhe Í\Í pedido consenti-
mento pura se dividir- o Bispado. A /lím se effeituon
pela Bulla.- citada, que repartiu !t ~latada. Diece~p~
Fluminense eril cinco partes, como fizera o Papa J oao
XXII. pela BulIa = Salvator noster = dà<!a em A vi~
nhaõ no 'anno 1S 16, c1ividin4o n'outras tanthg por~oens
o extenso Bispado de Tolosa. Para se proceíler a re-_
partÍçr,ó eU:\'e as JÚvas Diecesee, e Prelazias, teve. l?
Conege Penitcnci?orio t ' aneisco •crnandes Simc.ens u
,nomeaça5 de éomrni.p~a.rio da diligencia, que d~n -
mente sati.. 'fu", em conformidade da. mesma· Hulla, ~­
jas demaTcaçoetfs expoz D. Thoroás da 'Incarnaçaõ f \
T. 1 Hi",tor. Eccles. Lusit. Prolegom. Cap: 2 pago 46
e sego Sobre este ohjecto reflexionou judiciosamente o
douto Conselheiro .A lexandre de Gusmaõ, fazendo a-
2'umas advertencias à certas palavras. da Consulta rela-
~iva .aos limites- intrínsecos dos' meSffiQ Bi'spadQs,,~
 ~O RIO DE JANEIRO. 21

interior do Mosteiro de S. Bento fez edificar

à sua custa (an. de 1760) uma Capella à N.
Senhora da Conceiçaã (cuja Imagem Santa.
trabalhada em jaspe foi recolhida n'um precio-
so nicho de prata) ('mando com diffe:-entfS
reliq uias de Santos todo espaço' da talha: e
para seu patrimonio deu à Religiaõ tre:5 mil
cruzados, que se empregáram em tr~s pro-
priedades, onde à. penas estabeleceu a pen-
saó de urna Missa por sua alma, c· certa quo-
ta de esmolas à tres pobres DO dia da cele-
bridade do Desterro da Santa VIrgem. Na Igre-
ja do Convento de N. Senr.vra da Ajuda eri-
giu, tambem com dispen.:iio sen, o Altar do
Senhor dos. Affiigidos junto ao Arco Cruzeiro
da parte do Evangelbú: e para sustento da
sua cônservacaõ dOI'Ll· duas moradas de cazas
terreas, sitas' no 'qndo da Cêrca do Cõnvên-
~o, e fronteiras :<:0 H o~picio, qU(:. foi dos Pa-
dres Capuchin1zos Italianos, cpm o encargo
unico de um~ Missa perpetua, ClljO Sacrifi-
cio se devf'.lÍa celebrar no mesmo altar 'em
cada Sext:< feira do anno. Na sua Caza de
Vianna }1lundou fundar a Capella de S. Fran-
cisco de Paula, estabelecendo-lhe reditos com-
petentes à sua subsistencia: e à Matriz de
Santa Maria Maior, onde recebera o Sacra-
mento do Baptismo, fez. () precío o mimo de
Pr~lazi:ls, como consta de um manuscrito, que entre
outras peças do mesmo Gusmaõ, conserva o Autor
d'e.stas Memorias. Em compensaçaõ das rendas dimi-
nUldas do Bispado, mandou EI-Rei D.. Joaõ V. dar
ao Bispo oi'tôcentos mil réis annulllmente, além da
COl1grua, por Provisaõ de 7 de Maio de- 1747.
 ~2 MEMORIAS UrSTORIf AS

u~a Custodia mui rica. A' Irmandade dos Cle-

r::bos de S. Pedro. do Bispado applicou l do
f""11aneceI '3 da teSo· mentaria do Padre Fran-
CIRCO de Sampaio, importante 11 um conto.
d:qzen.~os e setenta e tr~ mil e tantos réis,
(1 G), e deu, além· de umí:l. lampada de prata,
q uasi to las as peçaG ÚO mesmo m~tal que
possuU\... para se fazer a bunqueta do altar
maior. AI:> Recolhimento de N. Senhora do
Parto destiIl<).u a quantia. de ll1ais de quaren-
ta mil cruzad\)~, com. que se levantou aquelle
edificio, e· Cazà (17) e a'O Seminario de. S.
Jozé doou a Faz1xla, sita 110 Saco de Juru-
juba t que comprá1'l à seu irmaõ o Mestre.
.de Campo Joaõ Malteiro .Reimaõ.
Sendo assás consta te a falta de reditos
que padecia a- Fabrica da Igreja Catbedral
para sl.lPprir.a tantas, e diarias despezas, por
cujo n. tive naõ podia suStentar excessivo~
gastos, nem fa '7,er ainda obra.. precisas; ap.
plicou-lhe a ql ntia de quatroc~tos mil réis,
para se construirem novas Cadeil(s do 001'0
que trabalhadas elegantemente em jacarandá,
e com desenho Soherbo, vestiam a~elle lu-
gar: e com outra soma igual, apph~ada da
testamentaria do Capitaõ Antonio Rebel\o Pe-
reira, (18) ajudou::... edificaçc.õ da Torre, que

(16) Consta dos Livros da. Irmandade, qua ser.

viram no anno de 1757. .
(17) Vede no Liv. 7 Cap. 19 a memoria d'esse
Recolhimento.
(18) Consta da declínaçaõ à foI. 8~ do Liv. 1
dos Termos do Cabido. . \
 DO RIO DE JANEIRO. 23

se -Tê à fr.ente· da Igreja de N. Senhora do

Rosario, onde por annos subsistiu constran-
gida a Cathedral. A' mesm.... Fabrica. doou u:n
jarro, . e prato de prata, que pesando 20.
marcos, e 35 oitavas, importou 19!)~79r i'éis;
e um relicario tambem de prata, em que está
a Reliq uia de S. Sebastiaõ, com peso de dez
marcos, e huma onça. (19) Dezejos0 de aug-
mental' o ljatrimonio da Sé, que paõ contava
outro mais certo, nem seguro, além do es-
tabelecido nas curtas Ordinari.:ls da Fazenda
Real; por Carta de 11 de Dezembro de 1763
insinuou a Compra de um~ Casa de sobrado,
sita na Tua do Rosario, e de outra t-errea
no fundo d'essa para a rua Detrás do Hospi-
cio, promettendo o excesso de MI> e tantos
cruzados, que o Conego Prioste conservava
de certo l.egado, deixado à sua disposiçaõ:
e compradas ambas as propriedades, cumpriu
a promessa, rceenchendo o total de 7:11> cru-
zados, por que se rematáram em praça pu-
Jlica. Generosidades d'essa natureza, e por
muitas ve~es praticadas em vida, continuá-
ram depois à testemunhar perpetuamente o
amor, e compaixaõ, que lhe mereceu a po-
breza da sua Igreja Cathedral.
Adiaria. experiencia dos inconvenientes
~e~ultados da conservaçaõ Jo Corpo Capitular
em Casa alheia, e a necessidade de uma pro-

(19) Termo de 6 de Março de 1753 lavrado

a foI. 18 do Liv. tle Capit. de Visit"., que. se COl1-
iervava no Archivo do C~bido;.

\l
 .24 -MEMORIAS HrSTORICAS

pria. onde se podessem celebrar os Offi'Jios

J}ivinos com dccencia, socego, e melhor com-
ll~odo, sertl mistura dos Ministros Ecc1esias-
~icos 'coro os Negros ,lrPlaons de N. Senhora
do Rosarin) por naõ . 'r assim j asto, corno
.~e expressou a Provi" õ Regia de 3 de Ou-
.tubrc de 1739, (20) nem com"ir à gravidade
da Corporaçaõ, e muito menos ~t Piedade, e
Grandeza ~o Soberano, à cujo Cargo estam
as Igrejas U\tramarinas, como Gram Mestre
da Ordem de Christo; incitál'am à snpplicar
com instancia o effeito da mesma Provisaõ,
que mand:íra escollier sitio c.apaz para se fun-
dar a nova' Igreja Cathedral : . e d'ahi resul-
tou a Ordem de 9 ~ Maio de 1747, por
que se deu principio ~ obra de um Templo
respeitavel com a Primer~a Pedra lanç'ada no
dia 20 qe ,T aneiro de 1749. A' pesar porém
de continuar o trabal.110 d'es&e ~difició, sump:-
tuoso no seu plano, até certo ~onto, cm que
se havia despendido a. notave\ quantia ~~
. 96:752~584 réis, desgraçadamente foi suspen:"
dido por motivos que :direi n'outro lugar, ~
nunca se realisou aUi o destino primlti voo (21)
, A' instancia cl'este Prelado ,aHgmentou ?
. AI'fará de 9 de Novembro de 1749 a Con-
grua dnnual elos Pa ·ocos qas ~grejas do Bis~
pado COI a qU~\l1'~.a" de '150~ réis , para erI!
diante vencerem a por~aõ de' duzentos mil

----------------
(20) Vede Liv. 4 Cap. 3-3 memoria do Bispo
D. Fr. Antonio de Guadalupe. §. Fixando\ as vista~
(21) Vede Liv. 6 Cap. 7.
 DO RIO DIii JANEIRO.

réis, igualando-se assim ás das Igr-ejas das -

Minas, como foram estabelecidas por Ordem
de 16 de Fevereiro de 1718: (22) e por bf-
feito das suas repre~entaçoens,. que vigorá-
ram as do Cabido, tIveram accrel3centaínento
as Congruas dos Capitulares, dos Beneficia-
dos CapeHaens, e dos Officiaes da Sé;., em
conformidade dos Alvarás de 14 de pezernbro
de 1749, 12 de Fevereiro de 1752, e 3 de
Janeiro de 1755. O numero de .ozes, e de
Ministros no Coro da Cathedral·, cresceu . .c om
a criaçaõ de mais tres Capellanias, mandadás
estabelecer pelo Alvará de 3 de Dezembro
de 1750. O Curato amovivel teve a natureza
de Beneficio perpetuo, por Alvará de 30 de
'Maio de 1753; e por outro Alvará de 9 de
Dezembro de 1758 se elevou à Conezia Pa-
rochial; em que entrou 1.0 .A presentado o
Padre Antonio Jozé MalheirQ, C"ua já Col-
lado. (23) Os Conegos final,mente ficáram go-
zando a Graça de perceber a Congrua d' um
ttnno, depois de fallecidos, por concessaõ do
Alvará de 20 de Julho do sobredito anno'
1758. (24)
Tom. V. D
-----._---~.-----------
(22) Vede Liv. fl Cap. S nota (5) sob a me-
moria. da Fregnezia de Santo Antonio de ~á; e Liv.
6 Cap. 2 nota (3).
(23) Vede Liv. 6 Cap. 13.'. .
(fl4) A 'Basilica de Santa Maria, e algumas ou-
tras Cathedraes do Reino, gozam d'essa Glaça, e as
Sês do Pará, do Mal'anhaõ, e de l\1'al'ianná desfru-
cta1l'l o mesmo favor. Vede Alvará de 3 de Julho
de 1806, Avizo de ~ de Abril de 1807 que o

\~
 Nos. Beneficios mais distinctos do Bispa....
do preferiu sempre os B"eneficiad:os C'apellaens.
d·...I. Sé, para cujos lugares esco,lhia os sugei-
tos de melhof comporta ento, e mais babeis-
entre', os F lcerdotes, JU Clerig-os iniciados •.
Visitando uma só ve~ a Gathedral,. nos Ca-
pitulo" -lados a 5 de Fevereiro de ] 7'5(; re-
commen\lnu aos Capitulares, e Ministrós da
Igreja, o "'um.primento d'e seus deveres, e a
boa obse'f a leia da economia- do Goro, dan-
<il:o sobre esses objectos muitas provid:encias ,_
principalmente pela Orde'fi1, de 9 de Agosto;
de 1760, e Carta de 11· de Mar<;o de 1767 ..
Nos mesm-os CapitUios determinou aos He-
neficiad'os,. q.ue os. irn.mediatos aos doentes"

------.--
d'ecÍarou, e· o 'vizo de' '1 ~ de .J'o.nho· do
--
mesmo anno,_
declarand') o antecedente', para naó' serem sug~itos y
anno de morto os Beneficios da Pàt'riarcal, e Basilica ,
que naõ excederem o rendimento de dU'l:entos e cincoenta
mil réis. Por. Avizo de 8 de Setemblo de 1'185 se'
mandou pagar um mez de morto a tod~ os Soldãdos
-que fallecerem, paLa' seus suffragios. No anno 1809'
com a lteraça5 das circunstancias, em qlle ficou O
provimento dos Beneficio:. da Sé Cathedral '. pretende-o
~m- alguns dos novamente provii:los n'elles, que tam-
bem se alterasse, ou para dizer 'illelho~, se derogasse·
o AIvará ilp ~o- dc Julho de 1'158:: e tanto instáramo
com o Rev.;re~d·o Dispa Capellaõ Mór, que consegui_
.ram a sua Representaçaõ ao Throno à favor da pre.
tenlfaõ. :. 01' Avizo de 14 de Julho do anno referido,
18t'9, expediiio l'ela Secl'etaria de Estado dos Nego-
cios do Brasil, foi remettii:la a Representaçaõ ao Tri.
bunal da 1\f. C. O. para Consultar com- eH'eito esse ne...
gocio, de que naõ resultou taõ feliz exito, como espe...
t'aV'>\m os impugp.~üQre§ da GrIloÇ~. Regia..
--
 00 Rl'O DE J..ANE1RO. . 21
,011 OCCupã90S no Servi~o da 19'1"eja, substi~
,tuissem as obrigaçoens 'Comes dos ilDpedi~
'dos; e por Despacho de 27 de Outubro cie
1754 lhes concedeu 25 dias de folga annual,
.além dos 40 facultados pelos Estatutos da...
Sé, em attençaõ ao .exercicio trabalhoso d(l)
Coro, superiormente excessivo aos· demal'";> CÓ-
:ros estabelecidos em algumas Igreja!! da ~idade.·
'Y.i itando as Matrjzes de S. Jo~ ó de Ca-
l'ihy, de S. Gonçalo, de ·S. Joaó de Itabora-
hy, de Santo Antonio de Sá, e de N. Se-
,nhora da Piedade de Magépe, no anDO de 1754,
l.ltilisou muito ás almas de· 'Suas o\'elhas, pela
Missaõ, que de viva voz lhes fez" e orde-
nou que fizessem outr~s Ministr'Üs' habilissi-:
mos: e impedindo-lhe as molestias q continua-
-çaõ cresse pa toraI exercicio por lugare-s mais
r.emotos, e difI'ercntes do Bispad0, como pro-
jectára, nem me-3mo poude adiantar (t, marcha,
priucipiada; por, cujo motivo commetteu as
suas vezes, e cui.dados à sugeit'Üs dignos , e
muito saons, a qUI,em naõ som'eu' que 'pessoa
alguma deixasse de respeitar, nem lhes fal-
tasse com as attcnç'oens devidas '3.0' Cargo,
que exerciam. ElJe illesmo, à pesar dos im-
pedim~otos de sallde, naõ cessou d:e in truir
o sell Rebanho com a uoutrina evangeli.zada
Ila Igreja do 'Mosteiro Benedictino-, de incre-
par, e de arguir as maldades do Povo, nas
Quaresmas" de 11.56, 1757 :,. e dep{)is. da no-
tavel molestia, que padeceu em 1759, fez a
ultima, e bem memoranda Missaõ 00 Con-
vento da Conceiçaõ. da Ajuda, com avultado
proveito espiritual.
D ii
 28 M'E;r.!()IUAS HISTORICAS

Oe.cupando 0- Cargo de Visitador Apos-

tólico, e Reformador Geral da Companhia qe
Jezus, por nomeaçáõ do Emminentissim Car-
dial Patriarcha Saldanha em 22- de Maio de
1758. sati~f'ez os deve. do emprego com
aCG'>.'" to , prudencia, e acordo mui sabia. Es-·
que .",do-se da qualidade de Superior, tratou
sempre as seus subditos com amor de pai;
e à propú-l~"aõ do merecimento de cadallm d'el-
les, era igL~ 11 o grAo de distincçaõ com que
os singularisa ..... sem offensa da justiça.
Amigo verdê.deiro da paz, e socego tan-
to publico, como pá. .ticular·, proYidenciou mui-
tas desordens, entre que naõ foi pequena a
suscitada pela Irmam~"de do Santissimo da
Igreja Parochial da Ca rlellaria, pretendendo
obrigar os Padres CapelJ' '~ns do Coro alli es-
tabelecido, r applicar a 1Yfi~sa da Terça pe-
las altm'.3 dos instituidores cy mesmo Coro
incitando-lhes a cobiça com JGt. offerta de de-
seseis vintens por cada tei Ijaõ. N aó assen-
tindo os Capellaens à pro vsiçaõ, nem acei
tando a esmola offertada, por naõ se' desco-
brir alguma clausula na 1. tituiçaõ ao Coro,
que os desviasse de applicar a Missa ~m com-
mum, como se praticára des a fundaç.aõ co-
ral, e determinára 'Benedicto XIV. na Cons-
tituiçaõ =- ~um semper = já referida; foram
des'apossados de ~ . a iS Beneficias pela prepo-
tente I . andade. Representada a injustiça, e
semrasaõ d'aqueIle Corpo Ac1mini trador . do
Coro, com vezes de Despota, ·e conhecida a
-inteireza de Consciencia dos Be enci, dos, ex-
pulsos; .para' se atalhar a desavença presen-.
 DO RIO DE JANEIRO" 29
te, e precaver outras de futuro, peja Pas;,
toraI do 1.0 de Março de 1760 ficou a Irman.~
dade privada de prover JS Capellanias com
as condiçoens declaradas, e os Sacerdotes in·
hibidos de' acceitar semelhantes Beneficiús, com
essas obrigaçoens.
Generoso em premiar os Benem~rito~;
naõ foi severo em castigar os delinquentes;
porque como Pai, e m~nos Juiz, deu mais
lugar à misericordia, que à justiça. Carita~
tivo com liberalidade, sustentou, e vestiu mui..
tas familias inteiras, donzellas recolhidas, 01'-
fans, viuvas, e pessoas honestas, cujas ne-
cessidad~s se diminuiram pelas esmolas dis-
tribuidas ~ prop0rçaõ dos estados, ~ condi-
'Çoens dos indigentes. Com elles consumiu a
maior parte das rendas do Bispado; e a fal-
ta de soccorros taõ beneficos f~z o pranto
geral, que consternando o Povo, erigi.u o me:-
lhor, e mais perenne padraõ à memoria da
sua virtude. '
O bom uso, da Dignidade Episcopal, e'
o governo' prudente da Diecese, grangeáram
à favor dJeste Prelado os elogios, entre ou-
tros, de Mestre dos Bispos do seu seGulo;
Com' este conceito foi respeitado pelos ho-
mens mais ajuizados, e mesmo pelos ,Gran-
Les da Corte, onde constava mui~J bem o
seu distincto merecimento, igualmenteque-a'
fidelidade, 'e zelo do Servi~o de EI-Rei, co-
mo ',mos'trava pela prompta expediçaõ dos ne-
gocios, de que muitas vezes o incumbiram as
Secretarias d'Estado, e Tribunaes do, ReinQ,
Procedeu d'ahi, que sem delonga, nem pr.e-
 ~o M&MOltUS HUT01tl S'

cedente indagaçaõ da justiçtl, 011 curialidade

das Propostas dos Beneficios qa Diecese, el-
la!; se Co rmavam pela Meza competente da
Consciencia, e Ordens: e motivos occorreram
assá~ pond~rosos para e persuadir da mu-
dança da .1etropoli da Bahia para este Bis-
pado. cuja traslaçaõ se premeLlitava.
Assás politico, e dotado d penetraçaõ
mui juJI.~iosa, soube conservar a melhor bar-
monia CO!TI ')s Governadores, que no seu tem-
po tom:íram. l') Cargu da" Capitania, evitando-
lhes todo, e ,\ualquer motivo de dissabor,
ou da menor dis< .n~aõ; d'onde se origináram
os elogios mais res peitaveis, q Ug à b ca cheia,
e com prodigalidade publicáram dignamente
os Vice-gerentes do S()b~rallO, eternisando a
inteireza de" suas acçoen"" e" o heroismo de
conducta civ;l, que soube 'i)'"""tetltar com ener."
gia, e frmeza. "
Sendo exemplarissimo nu 11:10'10 de vida,
e de sincera hUlllildJ.de no trato p rticular,
nada apreciou menos, que a elevaçaõ <.la aI
ma. Vestido sempre de Monge, conserVOl1
tambem a Corôa de Regular, conrol"ln:mdo-se
com o me~mo Rito no O licio Divino, Qllan"
do" fatigldo pelo tr balho do governo ~o Bis-,
_ pado' procurava a.lp-Llma recreaçaõ. so a. eu...
contrava ~ () Mosteir da sua Ol'dem, uni~o...
'le aos irmaons Mongas em to s, e q ltae~­
quer ac~os Conventnaes: e n'esses eXeI'cicios
foi ma~s frequente, depois que o molesto, se...
denllo na barriga, sofrido com varonil constan-
cia desde o anuo" 1759, o impedih de Dffi. '
ciar na CathedraL. Clil.l\_a" taõ justificada lhe
 DO RIO DE JANEIRO.. 31
ministrou a lembrança de supplicar um Coad..
jutor, 'qu.e à pesar de n~meado, .e Sagrado,
com o Titulo de Bispo de Etalonia, naõ pa"3-
sou à substituir-lhe ') peso da Mitra, por fi-
car occupando o Deado da Capell-a Ducal de'
Villa Viçosa, como direi.
Designaào em Via de Successaõ pam go-
vernar a Capitania por allsencia,. ou falta do
General proprietario,. com outros adjuntos,
se investiu do Commandamento por fallecer
GOJ..l1es Freire de Andrada, que a regia: e'
suas providencias (ainda as qne diziam rela-
çaõ à g'l1erra actual do Continente do Sul}
foram distribuidas com tanto acerto, que me-
recendo a satisfaçaõ geral do Povo,. naõ de-
sagradáram ao Soberano', Livre dos incommo-
dos, e inquietaçoens occasionadas pelo exér-
cicio da commissaõ interina; entrou mais des'"
cançado na diligencia, 'e negocio importantis-
simo da sua alma, dispondo-a com repetidas'
Confissoens geraes, e Communhoens .frequen.
tes nas Mi_ssas,. que quotidiannamente ouvia.
N'esses exercícios Santos passou dez annos =
mas enfraquecido com o peso de idade r e com
os ata-ques el'isipelosos, cuJas repetiçoens ()
prostráram desdE", o dia. 15 de Agosto de 1773 T
..resignando-se com a vC2mta..le Suprema do Au-
tor das Vidas" pediu os Sacramentos ulti-
mos, e munido com elles voou à eternidade
pelas 7 horas da manhã do dia: 5 de Dezem-
1>1'0 do mesmo anno, em idade de 79, 5 me'~
zes, e 22 dias, tendo de Bispo' 35,. e de
Governo da Diecese Fluminense 27,
Embalsamado o Cadavei l' ficou em qepg-

\S"
 32 MEMURrÀs HrS1'ORtCAi

sito ti'uma das Salas da Casa de sua residen-

cia, onde juntos os Parocos das Fregueúas
,1 Cidade com o Clero respectivo,_ as Cone-
glada~, e Seminarios, 1'1e cantáram Respon-
sos -lU co",formidade d s Leis Ecclesiasticas,
-e Ritos da Igreja. No dia immediato ao do>
fa,lle.~i'Ilento se celebráram muitas Missas em
cinco altares erectos na mesma Sala; e n'es-
sa tarde Officiáram os Religiosos Capuchos as
Vesperas -le Defuntos, e o 1.0 Nocturno de
.Matinas; e Monges Benedictinos o 2. 0 e
3. Nocturno, depois do que foi conduzido
0

e Corpo com o ap:?arato mais lusido,. e pom-

poso, à Igreja dQ Mosteiro de S. Bento,
onde a COl11LuunidaJe o recebeu, cantando-lhe
os ~esponsos proprios.· No dia 3. 0 da-Depo.
siçaõ Ofliciou as Laudes o Cabido, e cantou
a Missa -o .Jhantre da Sé Catheelral Doutor
Manoel ele Andrada Warnek, cuja acçaõ re-
matou o Padre Mestre FI'. Jozé Sofia da Na-
tividade, Monge 'da mesma Ordem, e Casa,
recitando-lhe o Elogio Funebre. (25) ConcluÁ
----------- --------.
(~) A Religiaõ Benedictina do Rio de Janeiro
deve o. mais particular elogio, e honras à taó distin-
cto Religioso, que PO\ letl"as, ,_.' tudes, e serviços,
fez o bom credito" da a Corporaçaó. Elle foi o pri-
..J

meiro, que rompendo o véo escuro da Filosofia dou-

trinada pelos Sectarios de Aristoteles, postillou ecclec-
ticament no Rio de Janeiro, abrindo os olhos à mo.
cidade, desvalida de meios para a.dquirir melhores co-
nheéimentos, com proveito notavel da Republica Lit.
teraria. Depois de Doutorado na sua Re.Iigiaõ, passou
no anno de 178l à Lisboa, onde foi Eleito Bispo do
Pará, por v.agar essa Diecese Gom o fallecimento de
 ';DO' RIO DE·J ANEIRÓ. - B3
das' às Absolviçoens na fórma do Ceremonial
Romano. foi levado o Cadaver pelos Prela-
dos elas Casas Religiosas à Sepultura Claus"
traI, pedida em tes~arn:ento.; e ahi fi nRlizo 11'
a Commanidade Monacal os Officios ultimas
de enterramento(:) d'u-ffioeu .Irmaõ, qU'e tanta
honra -deu à sua Congregaçaõ,. e tant'O amava:
(} seu -J.nstituto.; d'um exem.plar dQs Bispos ;'.
pelo bom uso da sua J tlrisdicçaõ, e Cargo ;.
d'um modelo mui digno da Caridade, .d' mn
,(erdadeiro Pai dos Pobres. 'e do maior' Bem...
feitor Ja Ig.reja Cathedràl do Rio ele JaBeiro."
Sobre a Campa, que cobriu o Jazigo:
d'este Heroe Ecclesiastico, e mui d.istincto.:
se lavf01l o epitaphio -seguinte.
'Hic .jace't
Vir Cl. memoriae
D. Fr. Antonius do Desteno
Oi·d. S. B. decus immortale
Qui bonam sortitus animam
Virtutem impeJ,lse coluit , literas non despBxit.
Ad Pastoral Dioec. Ang. et J"lumin. J an., munua
Evectus.
lSibi, et m1Íverse Gregi' adprime adtendit.
Docendo. pariter, et fa~iendo. '.1..
ln omnibus se ipsum praebuit exemphiIl4
1\1ultus erga pauperes.
S;bi parcissilDus.
Oml1íbus 1renignus,' offic:osus, charut>.·
Qbiit onis Decembr. An. CIO. loeC. LXXIII.
, Aetatis LXXX.
A' todas as honras funeraes .assitiu o Vice
Rei do Estado D. Luiz de Ahneida Port~g~I,_
Tom.. V . . ' E \
seu, pl'oprietario D .. Fr. J oaõ Ev.alJgelista Perci!'3;' m:~ ..

.\h
 34 MEMORIAS HISTÓRICAS

Marquez de Lavradio, acompanhado dE:; D.

Jozé Luiz de :Me "'zes  brancnes, Conde de
1,-alladares, que se recolhia do Governo dts
Mina" Gemes, dos Mi' i~tros, Militares, e
Nobreza d Cidade, por fJuem foi ternam:n·
te lamentada a falta 1e taõ cuidadoso, CO:ll0
generoso Pastor, cuja lembrança será eterna;
e seu nome jámais ouvirám repetir os habi-
tantes d'este Bispado, sem se banharem de
lagrimas, indicando por. ellas a saudosa me.
moria que lhes merece. No ILlg~r do jazigo
mandou o. Prelado da Casa pôr. uma Pia de
'agua benta, paraq e os Fieis rogassem a Deos,
e suffragassem. a alma de quem assim pedira.
Pouco satisfeito de praticar em vida tan-
tas acçoen!i recommendaveis, e querendo con-
tinua-las depois da morte, impetrou do Papa
Benedicto X V. alguns In~ultos, para testar
30~ Crt zados ad pia. Com· essa per.missaõ le-
gou (.26) 100:11> réis aos pobres mendigos que
o acompanhassem na Igreja, onde fosse o sel1
jazigo, dando-se 100 réis à cada um: ou
t1'a quantia semelhante, para se rep:1rtir por
pessoas pobres recolhidalil: à uma irmãa sol-

_. __------t..---
abdicando a Mitra" ficr' no C ollegio da Estrell-l.l. exer-
citande- a Proeu~ado:nia Geral do Mosteiro do Rio, em
cujo cargo fora provido, até que falleceu.
EfUJj. A falta do Placito Regio aos Blieves de In- •
(lulto suspendeu a execuçaõ do testamento: e bem que.
o Cabido <t requeresse em 8- de Fevereiro de 1774,
só depois de nova reprcsentaçaó e supplica datada à
10- de Julh& de 1'/.77-, obteve' a Graça, peTmittida-
pela R~nbaJ N. SeJl!\Qrá em 3Q de.. Abril. d~ 1778.
 DO Rm DE J ANEl R'" 35
teil'.l, e pobre 411> cruzados; à uma sobri-
nha. que se achava nas mesmas cir'cunstan-
cias, outra esmola de igual quantIa; â cada
uma de suas ir,mans Religiosas, 100:11> réis:
e ordenando a distribuiçaõ <faquülle compu.
to, determinou finalmente, que depois de
satisfeitas as suas disposiçoens, se repartisse
por Orfans, e Viuvas pobres, mas hones-
tas, o restante à preencher a quantia <los
Indultos, naó excedendo caJa esmola à t 2:11>800
réis. A' seus Capellaens, 'e Familiares, deixoll
os provimentos de sustento, e todos os mo-
veis das Ca'las da Cidade, e Fazenda do Rio
Comprido, com os sellS pertences; e à cada
Familiar, um vestido para luto.
Naõ terminou a Piedade d'este PreladG
com as disposiçoens. que s6 respeitavam as
criaturas: as Casas Religiosas t9.mbem tive'-
ram parte na sua beneficencia, recebendo o
Mosteiro da Cidade 20011> réis; o Collegio da
Estrella em Lisboa, onde fora Abbade, ou-
tros .200~ réis; (27) e as Recolhidas do Par-
to d'esta Cidade 100. réis para a sua sus-
tentaçaõ. Como espolio, deixou à Mitra a.
sua Quinta do Riu Comprido com as Casas
competentes J 'polJlares, e terras, que traba·
Eii
(27} Dentro da. Portaria d'esse Collegio se con..
serva o seu Retrato, que bem, e perfeitame~te o fi.
gura em corpo inteiro: e a Inscripçaõ' alli gravada diz
assim. = Vera Effigies ExmÍ. ac Rmi. D. D. Fr. An.
tonü ab Exílio Episcopi Fluminensis V., et olim An~
golensis. Ex-Abbatis 'lu1jull Collegii Dominae nostrae
áp Stella, et. ejUl PeDçfactoI~ • ...Au. 1775.:;;
 Jhava por 'seus escravoS";'"e declarou pe\ LCn'·
.cer-Ihe tambem a Livraúa, varias trastes da.
.Casa, e Lozillha, ornamentos Sagrados, mi..
tras, bactllos, calices. :::1'11 zes, anneis, d lias
-salvas de lJrata d~ S rvt.Ço dos Ponti6.caes.,
e tudo C} ~~ e achaf'e, além dos 30.1P cru-
2ados. Instituiu a ,I.: a Cathedral por herdei~
Ta universal de quanto ficava em ser, depois
de satisfeitas as dividas, e cumpridas as di&~
posiçoens testamenta-rias, como partç ma~s
. consideravel do seu extremo, e pied~de ulti-
ma: e para SOccofl'ê.-Ia com patrimonio' ,algu-
ma .cousa sufficiente, deixou à Fabrica da.
mesma Igreja dezoito Jacras, que, segrega.;.
das da Quinta· sohredita., lhe prestavam'o ar.:-
réndari1ento annual de ,<)(}{)~360 réis.
: Vaga a Sede, ficou a AJmini.straçaõ di
.Diecese no . A>rpo Capitular, IDQr quem. ~
. ~egera os negocios Ecclesiasticos, até.- a pos-
se do Successor, sem nomeaçaõ de Vigarig
.capitular, como n'outras occasioens semelhali-
tes se ha\'ia praticado. N'essa época tevv
,principio a mui celebve {luestaõ sohre as li·
cenças para uso, e exercjcio de Ordens, BUS:-
citada de novo pelos Corpos Regulares, por
haver Q. Cabido Sede Vacant .ex,igido a apr.e.,.
J

sentaçaõ d'ellas je.1,' caus~.. (28)

r -A'· taõ· vigilante; e distincto 'Diocesano
.cleveram o !';eu' et:egime'nto, e criaçaõ as ~e·
guintes Igrejas' Matrizes.
,. .

'---~.-.:.-_~-------:
(28}__ Pl>.i~l?unt Ca,pi~~UDl Sede Va~ant~, vel Vica"!
·}l. Sénl1orc, da Conceiçaõ de' Campo Alegi-e na
Pará-iba Nova.
\

Per~eguido Sima5 <la Cunha Gago por acl-

. versa fortuna na Capitania de S. Baulo,. onde
·era Coronel, e habitante, passou à das 1\1'-
nas Geraes com o destino de melhorar.a sua
:sorte, para o· que assentou vivenda no sitio
-da Lagoa denominada Ajur(l-óca. (I) )laôcom-
.munado ahi com outros, entlouno desígnio
-{bem que occulto) de pesquizar ouro, e PEl-
dras precio as; e como lhe fo se preciso eu-
'eobrir o intento, obteve licença do General
.de S. Paulo D. Luiz de Mascarenhas (que
principiou à governar ~m Fevereir de I i39 ,
e finalisoll em 1748) para entrar cm conquis-
- - - - - - ------------.- - - -
rius Capitulari ex justa cau a revocare facultates prae-
fatas post mm'tem Episcopi approbantis; tum quia Ca-
pitulum Sede Vacante potest omnia exercere, qnae de
jure communi pertinent ad jurisdictionen onlinal'Íalll,
.:t:piscopi, exceptis nonnullis expresse a jure prohibitis.,
ut dQçet Barboza p .. ~ de amc. et potest. EpiscoEi
alleg. 36 n. 9 ergo sicut ERiscopus, ita pari lJílodo
.Capitulwn ex. causa eas revocare potest; tum etiam.,
1J.uia sicut Capitlllum Sede Vacante potest approbare, ,
.et exponere· COllfess.lriol'l per Vicarium a ·se electum,
ui Cllm communi docet Barbo1'l in Collect. ad Cap.
15 Tridentini SCi;S, ~ n.· fJ8, ita a pari poteút il-
los reprobare, et ab audientia Confessionum removere',
~um hujrismodi actiones sint correlativtte. Diluciclat. Pri-
,vilegior. Ordin. Regular. Tract. () Cap: S. Veue- Liv. 4!
.Cap. 3 nota (5) sob·a memoria do Bispo D. Fr: An-
tonio de Guadalupe. .
...... (l) ,Ajy..rú~óça, qi.ter. ..dizer =". P~pagaio .criado. )la
pedra, ou Ca.sa de papagaio. =
 as M'E l\IORiAS H [STORICAS
ta do Gentio, povoador do Sert.aõ d" 'S'lta
visinhança. Com essa faculdade rompeu affoi..
ta 1ente os mato , atraveRSOU rios, e chegou
ás margen§ do conhec'dJ com. o nome de Pa-
rá·iba. em fins do ann 1744, ou já no prin-
cipio do seguinte. :'2) de cujo lugar, di\"i-
sando ~ll1a dilatada Campina, e- mui aprasi-
vel. se agradáram os no\'os Sertanejos para
assentar o seu domicilio, lan~ando hi os fun-
damentos da cultura, e dando ao terreno O
nome de Campo Alegre, com que fizeram co,.
nhecido o raiz de novo habitado.
Em companhia do sobredito Coronel, e
seus Sacias, passóu o Padre Filippe Teixeira
Pinto, ·deixando o exercicio de Capellaõ ela
Capella de N. Senhot:,a do Rosar~o de Aju-
rú-6ca, sita 11~ Confins da Capitania de Mi-
nas Geraes ~om a do Rio de Janeiro; e do-
miciliad'os todos n'aquelle .lugar, pretenderani
por isso .erigir lima Casa decente, em que o
mesmo Sacerdote lhes administrasse O! San-
tos Sacramentos, como seu Paroco privativ
N'esse projecto recorreram ao Orelinario do
--....---......._----...;...----
(~) A Ordem de 9 de Abril de 1745 prohihiu
usar-se do caminho, que das Min ~ da Ajurú-óoa abri-
ram Antonio Gonçalv(''1 de Carvalho, e outros Socios
para o Rio de Janeiro e Costas do mar; e o A vÍzo
de ~~ de Janeiro de -1756 mandou observar a Lei de
~7 de Outubro de 1733, que exactissimamente prohi-
biu a abertura' de novas picadas: mas a Carta Regia
de 4 de Dezembro de 1816, em attençaõ, à cultura
das terras, commercio pelo interior, le navegaçaõ dos
rios, ordenQu & ,abertura d~ muitas) e diffcl'entes etl'-
tradas.
 DO RIO DE JANEJ1\O. 39
Rio ~e Janeiro, de quem obti, eram a Pro-
visaõ datada em 12 de Maio de 1747 para o
llSO de Altar portatil, em quanto, dispostas
as madeiras para esse edificio, com oppor-
tunidade se podesse levantar o T~mplo. Na
Casa de residencia do Capellaõ, erigida além
do Pará-.iba J teve assento o Altar J ou Ora..
torio, atéque fundada a Capella no alto do
morro fronteiro ao lugar da prirr:eira povo:'!.-
çao mas à quem do mesmo lLo, sob o am-
J

paro, e titu\o da Conceiçaõ da Santa Virgem,

por faculdade concedida em outra Prol'isaõ da
mesma data da antecedente, cessou o seu -uso,
e prü~cipiou o' da nova Capella, construida
com paredes de pedra, e barro. (3) Assim
stibsistiu por algtms annos, sem largueza suf...
ficiente, que lhe deu o Padre Vigario Hen.
rique Jozé de Carvalho, levant~udo o Cor-
po, que naõ tinha, com paredes de páo à
pique, ajudado dos freg'uezes: e seu imme-
diato Successor Encommendado Paàre Anto-
nio de Matos Nobrega de Andrade, augmen-
------------..---.-----
(3) As noticias qne dou Originae~ d'esta Freglle~
~ia, devi ás instrucçoens de Maximo Barhoza, homem
pardo, e companheirc' dos trabalhadores primeiros, que
{\qrigidos 'Por Gago, e seus sorlos, abriram os cami-
nhos desde Ajuru-6ca', cujo sugeíto vivía na Aldea de
&. Luiz Beltraó contando oitenta e sete annos de ida-
de, .quando no de 1800 visitei Ordinariamente a lare-
ja Parochial. Do mesmo Barboza ouvi por ínteirÓ a
historia d'essa derrota, e taó circunstanciada, que me-
recia bem ser impressa. N aó a transcrevo aqui, como
a conservo escrita, por' evitar clestllahimento8 ao leitQl'
tem objectai alheios: do presen~ ass~pto.
 tou .' o cOl11primeirto; ··com 25 palmai mi'.:.5,'· ê
809bre grossos estejas ·fez con'struir à frente
duas' torre.' para colloear os -Sinos, que até
alli se achavam suspe 130S em forquilhas de
péÍ?s. Com es~as obra~ novas ficou a 'Capelhi
"1)01' llas medl~d.s ap.tlgas de 20 palmos de
eO~1pTimento, e 1'5 de largura: mas o Corpo'
telh !;loJe 100 palrrws de comI rimento, sobre.
2·8 de Jarg.l:lra. 1're8 Altares ornam o interior
d~ T€mp19. _e no maior ·(feJ!es ·soe conserva
annualtuente o Santissim.o Sacmmento. '
A' requeiimento do Padre CapellaÕ so-.
bredito Filipre Teixeira. Pinto, de Antonio
Corrêa ·d' Aífoncec.a ~ e· de ou tl'0S poyoadotes
do territorio, gozou a Ca-pella da preI:ogati-
va de' Curada, desde _a . funda~aõ do o.rato-
.rio, atéque se elevou à ·Classe. das Igrejas
:Matrizes permanetües por Alvará de 2 ue Ja
Reiro d~ 1756. D'entaõ p.I:incipiou à te·r Pa-
rocos p 'op-rios CQrn ·a Apresentaçaõ do Padre'
Antonio Francisco de Bitancourt, em quem
fiaó se ~-erific0.u a .coUaçaõ., po.r haver o 1'ne
mq Padre obtido a da Igreja de N. Senhora
do Loreto e Sa'nto Antonio d y .JacaTépaguâ ,.
cujo Beneficio p.ermutiJll pela Paroehial de N..
Senhora da Pied.ade de Anhur .mirim. 'onde fal·:
!Bceu Confirmado... ~·estas circunstanc·ias entrO\l
como' L°. Paroeo ploprio ~ Padre. FiJippe Tei·,
xeira -P.into, q He eriára, .-e servira a Jnesma:
19reja, po Carta de 13 de Dezembro de 175~,
e Confirmaçaõ de' 4 de' outro niez seme an-
t.e .do anno seguinte. até 9 de Julho. de 1765 J
em. qlJe'f~neceu. 2."'0 Padre Jlenriqüe Jozé'
,de Carvalho I _de cuja :Apresenta~aõ se.oç-lmit.,.-"
 DO RIO DE JANEIRO - 41

tiu O registro, constando aliás, que fora Con-

firmado à 23 de Setembr-o de 1767. 3.° Pa·
di'e Jozé Antonio Martins de Sá., Contirmado
€m 1808. .
,D'vide-se, ao Norte, cum a Fl'egu.ezia
àe N. Senhol:a da COllceiçaô de Ajurú-óca,
pertencente ao Bispado de. Marianna, . pelo
Rio Pará-una, que serve tambem de termo à
Freguezia de Pará-iba Velha: à Leste, com
a Parochia de S. Joaõ Marcos, e tambem com
a de Santa Anna de Pirahy, novam~nte ere-
cta: ao Sul, com a de Santa Anna tIas Areia,s ,
distrieto elo Bispado de S. Paulo,; à Oeste,
com o mesmo Bispado por um lado, e com.
e de lVbriClJona por outro, servindo de baliza
a Sena de Mantiqueira. Sua 'extensaõ, desde
Q lugar -do Se'rwte, (!jU ·Fortaleza, por onde
termina com o Bispado, e Capitania de S.
Paula, até a barra do Rio Pirahy de baixo .,
descendo pelo Rio Pará-iba, foi de 30 legoas:
(4) mas à esse comprimento naõ corre ponde
(' largura, que em partes 'Conta menos de
uma legaa, poratravessar o fundo do terri-
torio o -caminhe novo, ou estrada aberta à
poucos annos pela Camara de S. Pat:t]o, sem
sciencia, e menor opp.osi~aõ da Capitania do
Rio de Janeiro, e ,com prejuízo de seus li-
Tom . .~ l"
- - - - - ----------~--
(4) Criada na Capella de Santa Anna de Pir.ahy
nova Freguezia, por Provisaõ do Rev.erendo Bíspo C a.
pellaõ Mór datada em 15 de Outubro de 1811 , fo_
ram diminuidos esses limites, como em lugar compe·
tente se verá:
 42 l\'1E~IORT ÀS HlS'fORICAs"

mites) que se communica ao Bispado) p p'a~

rocos confinantes, a quem assás' inq:uie(d ai
concurrenc;~- de h0l11enS pauco bem morigera-.
do~, passando frequentemente de uma:,. à ou·
tra ra'.a:, ql:mnde por' cr~.lles) ainda' christaons,.
os procuram as Justiçns em seus marcos pro-
prios. No circulo territorial se numeravam além'
de 500 Fógos·, e mais- de 4,;000 almas, obri-
gadas à Sacramentos.
Nenhuma· Capella se tem fundado n'esse
clistricte) por ser d'e eu·rtas possibilidades a
maior parte d'e- seus habitantes; e os que con-
tam haveres sobejos) naõ' se an.imam à sus-
tentar a residenciac actual de um Sacerdote.
Da outra banda d'o Pará-iba está uma'
Aldêa de Indios haóitantes dos Campos) e
Sertoens dilatadissimos d'es~e Centinente) que
se fund0u em sitio longe' quatro- legoas da
ma-rgens d - . lesmo· rio com o titulo· de S. Luiz.
Beltraõ f' por Ordem: do· Vice-Rei Lui7l de'
Vasconcellos e Souza: ,_ cuja eathequesi foi in··
cumbida ir um Sacerdote privativa, sustent
do pela Fazenda Real com a simples) e di-
minuta Ccmgrua de 100:1\> réis. De principio-
taõ avantajado se esperava o progressivo cres-
cimente' doa red-ucçae Indica, em utilidade' da'
Igreja). e do Estad0; perél i faltand.o o em-
penho dos mei0s r...ais pr:oficuos aos fins pro-
postos ,. por se ornittir o auxilio indispensaveI
à empres.as d'essa q.Halidade) nem se conse-
guia (j feliz adiantam ente da Aldêa: pela Ca-'
thequesi ), nem os nOV0S Colonos pgrtugue-
zes ) . temerosos dos assaltos freqtilentes da:.
brutalidade insolente, que tudo assóla au-ro:
 DO Rro' DE JANEiRO. 43

_só impulso ua sua cilada, podiam VIver se·

',cegados em suas habitaçoens. Por esse mo-
tivo, muitos dos povoadores situaclos à quem
.do Pará-iba, receosos de .perder a vida e J

:vendo roubadas em parte, ou quando menos

.arruinadas, as· lavouras principiadas felizmen·
te à custo de trabalho J e despeza nota\'el J
i1esertáram do lugar, desistindo de cultivar
talFlbem as terras devolutas, e mui ferteis ')
de que se compoem a dilatadissiÍna Campina.
além do mesmo Ri0. Patenteada porén:l à pou-
oCos annos uma picada., que das terras mi-
,neraes, e Serra da Mantiq ueira vinha occul-
tamente à esse termo e passava por junto
J

da Aldêa às margens d'aquelle Rio, (5) prin-

. F ii
(5) Das Minas Ger:1es se faziam extravios immcll-
tiOS do ouro, ·e dos -diamantes por de)ltro do Sertaõ
-da Mantiqueira para o Rio de Janeiro, que eram oc-
;cultos aos Generaes de ambas as Capitanias, por ser
defesa a cultura das terras d'esse districto, à titulo de
:'.>arreira dos mesmos extravios. AcontecendQ pe>rém,
-que o rendimento do Qtúnto sentisse diminuiçaõ, e da.
,lllaSSem os mineiros por naõ achar sitios mais fartos de
cOuro~ onde o seu trabalho continuasse sem prEjuízo do
servi<;a mineral, determmou o Governador 15. Rodri.
go J ozé de Menezes, que -indagado Q Sertaõ, se pa.
tenteasse a sua cultura. D'ess& pesquiza, à que se
procedeu no anno de 1781, res,..llt3ram dons proveitos:
1. o do trabalho mineral, principiado já occultamente
0

per Sertanejos extraviadore : ~.o o de se impedir &fa.

cilidade, com que por aquella parte se fazia o extra.
vio, com o estabelecimento de um Registro,. e de Guar-
das, que o defendessem nas margens do Rio Preto.,
.em dias do Vice Reinado do Conde de Rezende, e go-
vernando .as Geraes Pedr~ Maria Xavier de .:\.taide e
 C!PlOH d'a.h.i k di.minuir-se o illsulto do Geulo
tIO, e à faz@r·se mais· segura a subslsteLicia.
.d~s n0VOS Colono ,. por quem se foram dis-
tnbuindo em Sesmarias as fecundas terras d(j)·
.l1ií?tl'i~ o, onde altos, f' mui· g.rossos ma~eiros,
persuadem a gordura do terreno dl} sua cria-
çaõ , e a presel-lte cUltura mani.festa com. pra-
zer a~ lavrador a gratidaõ do seu trabalho.
Com a permissaõ para se' administrar alli
o pasto espiritual aQS novos Colonos, teve
principio o estabeleGimento da Com marca Ec-
clesiastica ne mesmo territorio.. Naõ aflirmo as-
sim, por que Üvesse presente e titulo origi..
n~rio d?essa criaçp')·, o quaL nem apparece re-
.glstrado na: .Camara do Bispado (comó acon,.
tece com quasi todos da mesma natureza), nem
se encontra lançado em livro algum dos exis-
tentes no Cartorio respectivo da Commarca;'
mas, por se. alcan~ar a cer.teza. d esse facto

Mello. Entao se abriu uma estrada nova pelas ma]!:~

gens setentrionaes d'aquelle Rio P1'6to, ou Negro.,.'
chamado Pará-~tna; desde certo· lugar em diante, cu-
ja abertura mostrott· as numerosas· picadas. por onde
o ()Ul'O descaminhado· saia para o .Rio ae J arreiro, co-
mo se conjecturou por indicios r v(l.veis, se nnõ fo-'
11am aliás abertaS' .pélos· IRdios povoadores, e habitanl.
te,s do paiz ,. para pass,.i, sem demasiã-do incommodo,
à colheIta do pinbaõ, criado com abundancia nas lon..
gas matas do districto das Minas Geraes. Como quer
que fos~e, Daõ padeeía duvida a passagem dos minei.
ros da. Mantiqueira para Campo Alégre: e contudo
naõ se havià continuado a estrada nova para. cá do
Rio Preto, que posteriormente se fo4 cultivando;. e 11e:
presentemente mU;Í frequentada.
 DO' RIO DE JANElltO. 4â

peTa dec1araçaõ q.ue mandou fa'ler à 1-2 de

Fevereiro de 1·748 o Capellaõ Curado, Oll
Vigario Padre Filippe Teixeira Pinto, e as-
sinou à f01. 1 verso do Liv. 1.0 de Ass-entos
de Casamentos, onde se lê, = Os Ass~ntos
d'e 'ses Sacramentos, feitos desde o principiG
da Freguezia, se queimáram em um ineendio
aconteci{lo na Caza em que se conserva\!am;
e constaFiam pelos dep0imentos dos COlljuges·,
salvos do estrago-, e reduzidos à fórma-, bem
como 0utros semelhantes, e avulsos que exis..
tiam na Casa-o do Cartorio, por se ter lança-
do maõ d'el1 s em tempo opportuno = . Cor...
robora esta- noticia-, e a certeza do mesmo
facto, o tratamento de Vigal'io· da Vara que
Antonio C@rllêa ma. Fonceca deu- ao Padre Pin-
to no· titltl(} de Doaçaõ do sitio pará· patri-
mania' da Padroeira da Igreja,. e foi assinacl0
particularmen~e a0S 27 dias de 3etembro de
J749 , cujo documento se lançoU' a 1~1. 409'
«do Liv. de 1762 à 17'65 servido C0ill' o·Tabel-
Eaõ Bento Pinto da Fonceca.. A jUl'isdicçaõ
da Vara' com-prebendeu àpenas os- limites da.
Parochia , até estende-la à' Provi-saõ de 1 de
Setembro de l-180, (.6) S'ugeitando-Ihe a Fre-
g.uezia mais proxima de S. Joaõ Marcos: mas
criada ahi outra Vara em 1804, ficou a de
Campo Alegre contida no~. limites· da sua ori-
gem.

(6)' Registrou-se a foI. 45 do I.iv. 3 de provÍ-.

mento na Camara do Bispado, e a foI. 80 de outro ,_
deputado' à principio para Ai Contas, e Inventario da: -
Fabrica da Matriz..
 .46 M EMOIUAS HlSTOIÜCAS

Caminhando o Rio Pará-iba à Clln des;.

,d.e o lugar da Igreja, até o sitio Fort.lteza',
fie acham 1~"antadCls cinco Fabricas, que umas
vezes m lU as Canas doces para assucar ou
rapa,'ura, e n'outras Jccasioens para aguar-
dente: d'alli, Rio dito à baixo" se desco·
briam quatro mais, occupadas sempre no ser-
viço do ass.n.car. Todo trabalho das terras d'es-
se districto consiste na lavoura da Cana. do
Café, milho" arroz, feijaõ, e outros legumes,
cujos fru.ctos se gastam no mesmo paiz, à ex-
cepçaõ do assucar, café, e aguardente, que
por caminho de ter.ra firme sam conduzidos
à Cjdade para negocio. Outro tanto aconte-
ce com as carnes de por,co fabr.icadas como
:as do distrjcto de S. Joaõ Marcos, em qu.e
tambem comn1e.rce<;tm os fazendeiros. As Cam-
pinas das Fazendas, abundantes de pacigos ..
criam. com fartura muitas mil ·rezes, .que mi-
nistran-Áo em grande parte o auxilio das car-
nes ao pov.Q d~ Capital. igualmente Q farta
d'esse alimento :com .sabor mais grato, l'
naõ podem t~r .as das' boiadas trazidas das
Capitanias de ·S. Paulo, e das Geraes. por
chegaren;l fatigadas de longas marchas., tendo
n'ellas trilhado caminhos ,escabrosos, ~ yadea-
.do nHlitos rios. (7)
Banham l;l.s -te 'as do Continente .copiosas
aguas, despedidas da banda d' além do Rio
Pará-'ha que enchem o Ribeiraõ das Pedras,
o dos. Quatias, os d,e Francisco J ozé, de Pi-

- .. - - - : - - - -
(7) Vede Liv. 7 Cap, 7.
 ~

DO Rro DE JANEIRO. 47

rapitinga. do Lambary, do Porto Velho, dos

Farias, do Capitaõ Mathias, ou da Fortaleza,
do Morro azul, do Estupido, do Salto, e o
Rio Negro, que chanilam Pará-una, depois de
passar pela $obredita Ald~a, n.o lugar onde'
se dividem as duas Capitanias da Ria de Ja·
neiro, e Minas Ger.aes ~ t0d@s navegaveis de'
eanoas grandes. A' quem do Pará-iba confiuem
outros muitos à engrossar e Ribeiraó de Ale-
gre, o Ribeiraõ VermelhC>', o de Santa Anua,
o das Lages, o do Freitas, o chamado _Ne-
gro, o das SesmaTias, o dos Barreiros', o do'
Bananal/, o da Barra Mansa, o da' Taquará,
o do Brandaõ, o de Maria Preta:, e finalmen-
te o de Pirahy, d.'onde continuam outros, até
€l districto da; Freguezia de Santa -Familia ,
lnas sem nome ainda, por se eonservar incul'·
ta €ssa dilatada> porçaõ de terra interme-
dia. Uns, e (;mtros abundantes de peixes
saboresissimas, como' 0 turuby, piáu, pia-
'banha,. e óutras, de grandeza notavel, e
muito bom sabor, prestam tribtlto ao Pará-
iba. (8)
Em circunferencia da' Matriz existiam mui·
tas cazas terreas, occupadas annnalment€ por
differentes pessoas alli residentes, e por al-
guns, commerciantes de fazendas secas,. e mo-
lhadas, e varias Officinas,. que formalisando·
um peq.neno arraial,. tambem dispunha o sitio

- --~--_.--...;_._----

(8) Vede no Liv. 3 Cap. I a memoria da Frc-

guezia de S. Salvador dos Campos, e ahi, a descrip-
~aõ d'esse Rio.
 4'8 lVIEJlf.ORIAS HISTORICAS

para assento' de V.i IIa , cujo estabelecimento

&e fazia tanto mais necessario, quant . dis-
tancia de quatro á. cinco dias de caminho as-
pera até d Cidacle, 'difficultava a0 Povo"o re-
eursu nas suas clepc dencias ordinaria'S de I

J ustica. Accrescia à essa circunstancia a fre-

quen~ia dos Póvos 'as Capitania~ de S.- Pau-
lo, e das Geraes, que diariamente transitam
pelas 'estradas pouco distantes ·d0 arraial, por
cujo motivo eram igualmente pTecisas algu-
mas providencias promptas, e cHute'losas de
-damnos publicos. Concorrendó [:lor taRto a
. capacidade da situaçaã com os motivos de pro-o
"eito geral, e havendo EI-Rei D. Joaã V.
concedido ao Capitaã Mór Garcia Rodrigues
Paes Leme, em i'ecompeLJsa de sen'iços exu-
berantes que fizera à 'Coróa, e pelo desco~
brimento do caminho novo sobre a 'Serra dos
Orgaons para as' Minas Geraes, a. mercê de
levantaI .uma ViUa, onde lhe parecesse 'mais
conveniente, .segundo o Alvará de l6 de ~o~
vemhro de 1715, registrado no Liv. IJ.°·'d'>
Senado da Capital do Rio; como em dias d'a-
quelile Capita:õ M0r. nem nQS de seu filho o
Mestre de Campo Pedro Dias Paes Leme,
naõ se effeituou o ereg',imento, da Vi-lla, pô-la
em exécuçaõ seu neto o ~oronel Fernando
Dias Paes Leme, ..l~azendo criar no Arra,ia! de
Campo Alegre a Villa, que em obs~ql1io ao
.~
Vice-Pei Conde de Rezende se denominou
de Rezende, em 29 de-- Setembro de 1801; e
para funda-.1a passo.u ao lugar o Ouvidor da
Commarca J ozé AlbaJo "fr~gozo, por Ordem
do me:sm,o Vice-Rei do Estado do I Brasil. A;'
 DO RIO DE JANEIRO. • 49

juri'f:dicçaõ da nova Villa se assinaláram de

limites a longitude de quatorze legoas, e' a
latitude de quatro, principiadas db sitio For-
taleza, até o da Volta Redonda; e de de o
Morro das Colheres, até a Serr do Mar da
Illia Grande, em cujo espaço se comprehen-
dia o territorio de S. Joaõ Marcos, a longi-
tude de oito legoas, e a latitude de seis; e
at:é à barra do Rio Pirahy, outra exten aõ se-
melhante. Criada porêm a nova VitLa de S. Joao
do Principe em S. J oaõ Marcos, ficou di-
minuto o referido termo da Villa de Re.
z.ende.
Sem regularidade militar, e quasi sem
sugeiçaõ viveram os habitantes de ambos es-
ses districtos, que ápenas conheciam por
Superior o Vigario da Freguezia Padre Hen-
rJ.que JQzé de Carvnlho, como ilelegado dos
Governadores d'esta Capitania, e dos das suas
confinantes: mas o Vice-Rei Luiz de Vascon-
cellos e Souza, terminando o dispo ti mo ex·
cessivo d'aquelle Commandante bipotente, di.
v.i.diu os territorios no anno de 1782, assi-
nou-lhes districtos, e criou em cada um d'el-
les Companhias Milicianas. Cinco d'essas ficá.
ram pertencend(l ao· territorio de S. Joaõ
Marcos, e nove ao de. c.ampo Alegre, com-
prehendido no termo de trinta legoas desde
o Sitio Fortaleza, à finalizar no de Pirahy
de baü:o. De todas, igualmenteque dás Com-
panhias de Ordenanças, ficou por Comman-
dante o ~esmo OfEcial, de quem fallei na
ul..emoria da Fregue:!ia de S. Joaõ Marcos,
cujo sug.eito tem à seu cargo o governo tam~
Tom. ~ , Çi
 50 MEllfORIA! HIST01UCA~

bem politico de ambos os districtos: (9) inas

criano o Posto de Capitaõ mór com o erio-i-o
. menta da "ilIa, à inspecçaõ ~res-te ficou a
Orden~lnça respectiva.

N. Senhora da ConceiC:lõ de Peruipe em Villa'

ViÇosa.
Povoado no anno 1720 por J oaô D01nin·
gues Monteiro, Capitaõ Mór elas Conquistas
de Caravelas, e outros, o sitio denominado
'Campinho do Rio Peruype, fundou alli o
mesmo Monteiro uma Capella sob o titulo de
N. Senhora' da Conceiçaã com despe~a da sua
fa-zenda, lançando-l.he a primeira pedra o Pa-
dre Gahriel Gomes. Per.eira no dia 8 de Ou-
tubro de 1733; e benúda pelo Padre Manoel
Fernandes Li a, começou à ter exercício i'i
29 d' outro mez semelhante de 1739 com a
celebracaõ do Santo Sacrificio da Missa. Co-
mo da 'nova situaçaõ à Matriz de Santo Anto-
nio de Caravelas, à que era subdita, naõ ha-
via caminho de terra, e por isso sentiam - os
colonos de Peruype grande falta de Sacramen-
t-os, sendo·lhes preciso tomar a estrada ma-
ritirJ:!.a, e assás perigosa, ('1)111 um dia de
viagem; (l) à reqperiroento do Povo, e de

(9) Novo regulamento ol'ganisou essas Companhias,.

como ficou ditD. no Liv. 4 ·Cap. 4 sob a memoria da.
Freguezia de S. Joaõ Marcos.
(1) A barra do Rio Perluype dista do lugar da
Freguezia (da parte do Sul) meia legoa; da Fregue.
• de S. Mí\theus de Porto Seguro, 5 legoas; d~
 DO RIO DE JAKEInO. 5-1
MOl~teiro, que tambem à sua custa fez pa13.
sal' do' Convento da Penha, subsistente na
. Capitania do Espirito Santo, aJg:ms ReJigio-
1l0S, para lhes distribuir o pasto espiritual,
erigiu o Governador ao Bispado, Doutor Hen·
rique Moreira de Cu 'valho, a Capella em
Cura, e~ ao Padre Gabriel Gonçalves San-
tiago entregou o cuidado parochial, passando-
lhe Provisaõ de Capellaõ Curado a 18 de De-
zembro de 1745. N'e:5sa qualidade se conser-
vou, atéque desunida da Parochia de Santo
Antonio em 13 de Agosto de 17 4~, princi-
piou à gOlar da prerogativa de Igreja Ma-
triz, e. a ser finalmente numerada entre as
perpetuas.
Tem o Templo '. construido ue pedra e
'cal pelo fundador, 80 palmos de comprimen-
to, e 50 de largura; e antes do anno 1795
foi reedificado à custa' do 1. 0 Paroco proprio
Padre Jorge Peregrino Furtado de Mendon-
~a. Em seu districto haverúm cem Fógos, e
n'elles chegará o numero de almas sugeitas
a Sacramentos, à mais' de 700. Nas depen-
.<lencias ecclesiasticas recorrem os Parochia-
nos à Vara da Commarca de Caravelas; e
nas Ci vís, ou de Justiça, ao Ouvidor da
Commarca de Porto SeglJro, por quem he
Corrigida a Jl'iUa ahi fundada a 23 de Outu-
bro de 1768 com o titulo de V'içoza, e com·
prehendida nos limites do Governo da. Bahia,
Gii
-----._---- --- ---
Rio Caravelas, 8; de Porto Seguro, ~4;
ambo2 l\Q
Norte: e do Rio Doce., ao S\Ü, ~
 ·52 MEilIOIUAS HISTOHICAS

pelo Dezembargótdor Ouvidór da mesma Com-

marca Jozé Xavier Machado Monteiro, por
.. quem foi J.mbem criada essa Commarca.
_ A plantaçaõ da mandióca para farinha hc
a layou ra ('rdinaria de seus habitantes, que
a expo~tam em. grand~ quantidade pelos Rios
Peruype, e Caravelas.

8allta Luiza de Goiás.

"

Descoberto em 17-46 o metal aureo , no

sitio denominado Santa Luiza. Capitania ele
Goyás, por Antonio Bl:leno de Azevedo, prin-
cipiou à concorrer o PU\'O para esse lllgar,
onde se esta belecell um arraial, e à seu re-
querimento foi erecta em Capella Curada a
que se havi" levantado, e ~edicado à mes-
ma Sant.a, por distar assásmente dâ Matriz
de N. ;:,enhora dó Rosario de Meia Ponte o
mesmo arraial. e haver muito incommodo n0
recurso aos Sahtos Sacramentos: por essf;,
motivo concedeu a Provisaõ de 2 de Outu-
bro de 1755 que alli houvesse Sacrario, em
'beneficio dos Applicados. D'esta noticia se
collige, que entre os annos de J746 à 1755.,
principiou à exi~;,t>'J.ci da arochia, sob o
titulo de Capella' (Jurada: mas parecendl'>
conveniente desunir o· térritorio da Applica-
~aõ, para subsistir independente da Parochia
mãi, por Provisaõ de 8 de Fevereiro de 1757
entrou a Classe das Igreja~ Matrizes Encol11-
mendadas, e sua parochiaçaõ foi commettida
ao Padre Jexop.imo Moreira de Carvalh9 po~
 DO RIO DE J A~EmO. 53
outra Provisaõ de igual data. Goza presen-'
temente da prerogativa de perpetua. ,
Em seu territorio está a Cu ella filial
de N. Senhora do llo ario. Numera ma's ele
400 Fógos, e n'elles além de 411:> possõas adul-
tas. He assento de Cornmarca Ecclesiastica,
criada ao mesmo tempo qua i, que a Paro-
chia; poi que pela Provi aó de 1 de Dezem-
oro do anuo soLredito foi encarregado o mes-
mo Pal'oco da l'egencia da Vara) cuja juris-
dicçaõ se limita c'om o termo parochial. He
Julgado da Correiçaõ de Villa Boa, .districto
do Rio da Velhas: tem duas Compalllllas.
de CavaJ1aria do 2.° Regimento; duas de In-
fantaria, duas de Ordenança, e uma de Hen-
riques. Está situada na latitude de 18°. Seu
Arraial mediocre, he contudo prorido suf-
ficientemente do que precisa para subsistel1-
cia dos habitantes, cuja riqueza faz a cria-
çaõ do gado vacum em fazendas do contorno.

JV: Senhora da Conceiçaõ do Viamaõ.

Naõ consta. pelos tivros da Camara Ec-

elesiastica o tempo, em que na Cap lIa da
Aldêa dedicada :\ N. Senhora da Conceicaõ
nos Campos de Viamaõ. s~ fundou a Freg~e­
'2ia sob o mesmo titulo al}parecendo àpenas
a Provisaõ de' 19 de Junho de 1750, que
confiou a sua parochiaçaõ' ao Padre Joié Car-
los da Silva, e outro titulo semelhante de
27 de Abril de 1751 concedendo aos paro-
c~ianos erigir novo Templo, para ficar o an-
tIgO em uso de Sacl'istia. D'ella se desuniram
 54 MEMORIAS IlrsToRTcAS

dlla~ Parüchias: La que se limitou pelo Rio

do tlíllO, ficandfl-lhe por freguezes os mora-
dores h<..Jitantes al~m do mesmo Rio, os do
Ri Cahy, Pardo, e os dos outros rios:
2.a que r: -:incípiou à contar o seu termo pe-
los mOraLJreS situados sobre a Serra de Via-
maõ, corno declaráram as Provisoens de 4
de Sétembro de 1756 que as erigiu, criou,
e separou o territo·rio da mencionada Fregue-
zia da Concei!(aõ-, cujos documentos. se regis-
tráram no Liv. 2.° das Ordens Episcopaes
foI. 64. He construida de pedra, e cal, e co-
berta. de telha. Tem .sete Altares.
He Pal:ochia perpetua: e pela Resoluçaõ
R. de 16 de Novembro de 1808 foi Apre-
sentado n'ella o Padre Bartholomeu Lopes de
·Azevedo, que a occupa. Terá mais de 800
almas adultas. Em seu districto se acham as
CapelJ::ts' La fundáda por Manoel de Barros
com rovisaõ de 17 de Dezembro de 1754,
que se repetiu a iO de Fevereiro de 1755;
2.a de N. Senhora da COllreicaõ, erecta lia
Fazenda do Capitaõ mór J oaõ > Rodrigues Pra-
res, e à seu requerimento, com Pl'ov~saõ de
9 de Março de 1792. Divide-se com a Fre-
guezia da Conceiçaõ do Arroio pelo Rio Ca-
- . pivary: com a de to Antonio da Patrulha
pelas Lombas, e ~stancia do Capitaõ Joa-
Antunes Pinto: com a da Aldêa de N. Se-
~hora .dos Anjos, pelo Rio Grauatay: e com
a da Madre de Deos de Porto Alegre, pelo
passo do DornE$l1es. \
A Vara Ecclesiastica da Commarca de
Viam",õ teve ahi o seu aiSsento, desde o tem·
 no' RIO ED J ANÚRO.
I
55
po em que foi e 'tahelecida, antes do ::t'1no
1754; porém mudando-a o Edital ele I de
Janeiro de 1773 para a Freguezia da Madre
de Deos- de Porto Aleg-re, por se transferir
tambem o assento da Capital de Viamaõ para
esse lugar! em razaó de mais apto, e as:,[ts
povoado, recorrem por isso os parocbianos
ao Ministro competente, nas depellclencia~
que lhe sam proprias.

N. SenhoTa das 'Necessidades da Ilha de Santa

Catharina.

Na Pl~aia Comprida da Ilha ele Santa

Catharina existe a Fregl1ezia dedicada à N.
Senhoi.. a das Necessidades, que conta a sua
criaçaõ com o anno 1750, em que a Pro-
visaõ de '27 de Abril entregon- ao Pa(Jre Do-
mingos Pereira Telles o cuidado de parochia-
ia. Presentemente goza da prerogati\-a de per..;
petua. Em s~us limites contará mais de 3 O
Fogos, e o numero de Almas sugeitas à Sa-
cramentos chegará a mais de 3000. Nas de-
pendencias ecclesiastiças recorre ;\ Vara da
Commarca de Santa Catharina. Cultiva-se ahi
,a mandióca, milh(\, cana de aSSHcar, di ver..
:;idade de hortali~as, e o Iil1ho.
JV: Senhora da Conceiçaõ da Lago.oa da mesma
ltha.
A Provisaõ de ] 9 de J unho de J750 ,
que destinou o Padre ManoeI Cabral de Bi1
tal1COUi'~ para a Fr-es-uezia de N. Senhora. da.

1;
-_._---~-
 56 ME~ron.IA.S HrsroRlcA8

Cc,l'.:eiçaõ, novamente erecta 1la povoaçau nova

lia ~ .goa de Sanlti CatliariJ[a, dá certeza da
ori"'~n d'~sta PaJ chia, que hoje se acha na
Classe tias perpetua ~, e do seu 1. 0 Paroco
Encommel-"ldado. COUto,,; em 333 ou mais Fó.
gos, além de 2:664 Almas adultas; e nas de-
penrleucias do foro ecclesiastico recorre à Va-
.!'fi 'da UOlUmarca de Santa Catharina. O po-
vo do districto cultiva os mesmos g'eneros,
que fazem o trabalho rural dos habitantes da
Fr~guezia antecedente. Ahi subsiste uma Ar..
maçaõ de baleas.

.,V" Senhora do Rosario do Rio Pm'do.

Nenhum documento descobri nos Livros
de Registros da Camara Ecclesiastica, que
'firmasse o principio, ou o tempo de erecçaõ
da Freguezia de. N: Senhora do Rosario, fun-
dada lIa Provincia do Rio Pardo, Continente
do Sul, além da Pl'Ovisaõ datada em .Junho
do anno 1750, entregando ao Pa9re Jozé Cal'
los (ou Carvalho) da Sil va a Parochial Igreja
de Viamaõ, da povoaçaõ do Rio Pardo: mas
consta do Liv. 1. 0 do Tombo da mesma Igreja
fol. I que fora erecta a 8 d ~ Maio de 1769.
D'onde se deduz flue n sua criacaõ tiver?
a prerogativa de ~"'l1ella Curada. He nume-
rada na Taboa das Igrejas Parochiaes perpe-
tuas; 'e o Padre Fernando Jozé Mascarenhas
Caste~-branco occupou o lugar de L" Paroco
prP.I)f]o. . \
Em seu territorio conta mais de 990 Fó,
gos, e o numero e~cedente de 8;6UO pesso~:i
 DO 'RIO DE J~N;EIRO~' . ~7

';rdultas, que, por capazes de Sacramentos,

se ·dam à rol. A' sua filialidade estam ..8 Ca·
pellas La dos Terceiros de S. Francis~; 2.&
de S. Angelo; 3.a de 'Santa BaTbara da ·En-
cruzilhada, ·distante tl0Z'C 'à 'qua~orze legoas
ao Sul do. Rio Pardó , que be Curada" (t>
~omo havia sido a de S. An'gelo pela Porta·
ria de J 5 de Dezembro de 1762.
He assento da Commarca Ecclesiastica
criada ahi nos dias primeiros de Janeiro de
1771, como se collige dQ provi-me'l to passa-
do à 1'8 do mesmo mez, e anno,.·que com·
metteu ao Padre - Manoei da Co ta Mata a
Vigararia da Vara da nova Cammarca de N.
Senhora do Rosario do Rio Pardo. A' sua jl1-
risdicçaõ te\'e os territO'rio'S das Parochias de
Santo Amaro distante oito legoas ao Poente,
e de S. Nicoláo " ,distante uma legoa: mas
adjudicada a l.a à Comm'arca do Senhor Bom
.Jezus do Triunfo, conserva a 2: 1l , que hoje
se conhece pelo titulo de N. Sen'hora da Con-
Tom. V. H
. ' - - - - - - --_._-------
(I) Foi -elevada à Curato pelo Visitador Eento
Cortez de T.<Jlledo em Provisaõ de 10 de Novembro
de 1799 com a extensaé de 16 legoas NO, e J5
egoas "NS. A sua '\ pplica~aõ passa de ~OOO Almas;
e os Povos d'ella se obl'igáram voluntariamente à Co-
nhecença de ~OO réis por (''1Iãa pessoa de Confissaõ.,
com o onus de pagar o seu Capellaô 6011> réis de
reeonheciment~ ao Paroco {jo Rio Pardo. Talvez por
~sse motivo, e por preten<1erem 08 povos eximir-se
d'essa contribui<;aõ, em ]814 requereram a S. Mages.
ta~e os Applicados, que se erigisse a Capella em }<'re.
guezia; à cuja supplica naõ se oppoz o Reverendo Eis-
).lu 11~ sua infQrmaçaõ de 7 de Agosto de 1819.'- ,
 ;.

qª" ·MEl\I?.RMS I-\lSa:OmC'A~ ,

cai\,aõ da Caçho~iro/ de Jq.cuhy. No lugar dfes--:~

ta F.<egu~~iSl se criou uma Vilia em 1811 i
c.ujo teiÚ~Q~i<? foi co~.rcta,do pela cria<p& da.
D.Qva T(itla. de S. Luiz da Lt;al BragqnçtJf na
p,ovo~'<\9 d~ S. Luiz do Norte, Provillci~
~as MÍ'.S~l s l po,r Alvl;l.rú de 1'3 de' OlltubrQ'
.de 1~17 que- lhe deu por limites pelo Norte
o Sertaõ do lTragua\;, pelq Sul o Rio Ib~cui;.
seguindo' por elle aC~llllJ a entrar na ponta da
5~rra geial até & Pic;é!da de $. Martinho; pe--oc
lq, Leste o Rio Jacu,bi í. ~ pelo Oeste o Ura-
gu.ai: e oütro A). v~rá dt;: 26 de Agosto de 1819,
ç,riol,1. em Rio Pardo um Juiz de:, F&ra çlo Ci..
vel, Cril,Ile, e 0ffaQ,mj,_ ~nnexall,ilo ao; se~
rr,erm.o ~ VHIÇl., N(>N~ de ~,: Joqõ da Cachoei·
l[l:!<. TeII\ ~. prerogll:tirac. do Titulo de Gon5iªdq
eo.:Qfer~d;,o à Q. Diogo tIe ~o.uza (GoverI\ailp~
que fqi C\el»Sa CapitéljQ.ia) 'por, ~&pCljchQ' dQ di~
~Q qe Jl\hp <1e> ~&·1.9.,
...

Sendo.. notavel a:. pov:oaçaõ. no distúcto·

'da L3.gull'il, teve ovigerR a Capella. dediçada
à Sant~ Anna, q-ue desde o seu principio g0-
~~u díil pr.erogativ·a de Gurada, nomeanao-se-.
l~e"'-, erp, 2,3 d~ Junho de 1750, o Padr~
Fra,nciscQ Jpze de ~ ,ujo B"eraard'es para Q.
Qargo de CapeUaõ". o éUl11,O de 175-5, entr,Qll)
em: numero, das Igrejas Parochiaes, e por
Portaria de 10 de Fevereiro do mesmo foi"
1. Paro::o Eucommendac~o o referido Hemar--
Q.

4es', Ras:sall{.lo d~ occupar a Vigararia, de

SJ.nto ~{~~oljo, d9~, Apjo,s ~. e a Vara. (la Go~:-
 '>0 RIO DE J.ANEl'Fi'O. !9
marca da Lag1:lna. Proposta pela primeira vez
vara ~ubir à. Cla~~e tias Igrejas perpetuas,
em Janeiro de ]810, goza hoje d'essa prero-
gativa; e foi seu 1.0 Paroco proprio o Padre
Camillo de Miranda de Freitas ~ N e>ronha ,
por Apresentaçaõ de 8 de Julho de 1811 ~
Confj.rmaçaõ de 3 de Dezembro de 1814. Tem:
mais de 700 Almas adultas, e sugeitas à Sa-
1CraItlentos. NtiS dependencias do foro eccle-
,giastico recor-re à Cotnmarca da Laguna. He
"ulgarmente conhecida esta Freguezia só pelo
nome de Villa Nov'a.

Sacra F!/1milia de Tinguá.

Patenteado ó caminho novo da Serra dos
úrgaons para as Minas Geraes, antes de 1715,
(1) se continuáram à abrir outras estradas,
que podessem pór tel'ra firme communicar'
com aetuella, e facilitar igualmente o giro do
Cotnrnercio, sem dependencia de passagem
de mar, como f{)i d·e necessidade à princi-
pio, 'desde o Porto -da Estrella, até o da Ca-
pital. Com estas vistas se foram derrubando
'Os matos ,do districto da Freguezia de N.
Senhora da Piedade d~ Iguaçt1, por onde su-
hÍl'am os Sert:u ejo5 11 Serra de Tinguá, e
d'ahi à Sitios differente;:;, que naõ tardáram
Hii
.
--------- --'-----------
(1) Véde Liv. S Cap. 1 a lPemoria da Freguezia
de N. Senhora dos Remedios de .Paratii, e ahi a nota
{l9); Liv. 4,. Cap. 9l a memQr~a aa "'Freguezia de •
~e}lhora dá Ctmceiçaõ do A1feres in princ

;
 em: se' povoor,. p-orque vencida a primeira. (l,if.
ficulclade" bOll·ve 'meio de entr:l-r no co lhe-
chit,el1to d. te'mi'> incultas, que 10:50 se co-
hiçír '11 Pl"fl trabalh~r. Vivendo. portanto os
novo' C ,lonas dos Ser :.....0118 assá~ al()'llVados
do reClll"::;O os Santos Sacramentos-,. q ue com
incolÍuTIodos. llQtaveis de extensos', e muito
, . • 1 • •
. maos Camt:ulOS, Iam procu,rar . a reguezla
de N. Senhora:' da Conceiçaõ do Alfi,res; à re,.
querimento de Joakim Ferreira VarelIa., e dos
habitantes do novo paiz .além da sobredita Ser-
ra.· criou a P"ro-visaõ de "'8 q.e Julho de 1750'
uma Fre';ruezia sob o titulo de Sacra Família'
do Caminho. novd. de Ting.uá.
Entretantoque se escolhia sitio accomoda-
dg à fundaçaõ, da Igreja ~iatriz, por fácul·
dade do Diecesan,o se fez uso de um Altar
port'atil, CGllocado 'na Casa de vi v'enda c;le Va-
relIa ~ sita llaJ Roéinha" que hoj~ denorninam.
Fazenda' do· PrO'l}edor,- em cujo lug.ll'p, p9r de-
.te-rminaçaõ· do mesmo Bispo., foi benz-ida cer-
tà parçaõ de terra para <0emi.terio. Assinala-.
do. pelos moradores prihcipaes do districto,
e pelo Paroco, 1) te,rreno-, que entaõ" pareceu
mais apto à: fundaçaã do- no\'o edificio, se le,.
vantou a l.a Igreja ParQchí 1 na Fa7enda de
-Domingos Marql!J-€s Corrêa, e Joaõ Henrique
Barata,. seu sacio, 'orrenJo o anno 1755.,
como consta da memoria escrita pelo Vigario
Joaõ slc Sequeira a foI. 7 do Liv .. de Capitu,.
los de Visita: (2) mas arruinada em pouco-'

- - - - -, -
(~) rn~
--------
a memoria;=- Em onze do Juez de Mail'
 DO RIO ED JA~EIRO. 61

telDpO, por naô serem dura,,-eis :'.IS madeiras,

de que se construira, se edificou a 2. a Casa
no sitio das Palmeiras ~obre gros.§os esteios
com paredes de páo à pique, para que doá-
ram Corrêa,: e Balat 42 braças de terra de
testada, com o fllndo de 46, por Escritura
de 4 de Setembro de 1757: (3) e demolido
o Templo primeiro, ficou o lugar. servindo

de 1755 tomei posse desta Freguezia de. Santa Familia

do Caminho novo de Tingu:í, sendo antecedentemente
erecta em Vigararia annual, e amovivel pelo ExcelIen-
tissimo e Rever~ndissimo Senhor D. Fr. Antonio do
Desterro . .. a qual se conservou dous para tres. annos
pouco mais ou menos, dizendo-se Missa em Altar Por-
tatil, que se achava este nessa occasiaõ em Casa de
Joaquim Ferreira Varella;. e por naó apparecer ahi o
sitio accommodado para se fazer Igreja, a mudei "para
a. Fazenda de Domingos Marques Corrêa, e de seu
Socio J oaõ Henrique Barata: ahi levantei uma CapelIa
de madeira, e com licença do JBesmo Excellentissitllo
Senhor a benzi com seu Adro; e logo tomei conta do
que à ella pertencia.; e por me parecer conveniente fiz
este Inventario de tudo ... = . .
(3) O documento, por onde consta essa doaçaõ.
se vê lançado, e registrado à foI. 11 do Liv. cito dé
Capit. de Visitas. Os doadores do terreno, attendendo
à necessidade, que tinha o Paroco de alguma terra
para edificar a Casa da sua vivenda, e para pacigo
dos seus :mimaes, ampliárllm & data, além das braças
destinadas, e precisas à edillcaça@ do Teml~lo;. mas
sob as condi~oens, ou clausulas seguintes: 1. a Que
os Vigarios dIriam p:ratis, ou inandariam dizer, por
suas .tençoens uma Missa annllalmente no dia de ~an­
ta Anna: 2.· que se lhes daria, e à seus descenden-
tes, uma Sepultura gratuita junto ao Arco da Capel-
la mór: 3.· que Daõ poderiam os Vigarios letter nas
 6~ MUIOillAS HrsT01uéAS

de Cemiterio. Com' o comprimento de 53 pàl..

mos', e largura dp. 28~ se construiu o Corpo
da egisteot~ Igreja Matriz; cuja Ca'pella mór
comprehenJe a extensaõ de 31 palmos sobre
22 dt:; larga. Dentre de suas paredes se ~ri­
giram 3 Altares, no maior dós quaes est-á o
Sacrario, onde annualmente, sé conserta ~
.. Santissimo Sacramentó, por faculdade eonce'"
dida em Visita do anno 1795.
Elêvada à natureza das Igrejas pérpe-
tuas pelo Atvará de 12 de Janeiro de 1755 •
~eve por 1." Pa.roco proprio o Padre Joaõ de
Siql.teira Pereit:a, que Apresentado a 17 do
mesmo mez, e anno; e Confirmado a fi de
Mab se 7 uinte, tomou posse do Beneficio nQ
dia 11 immediato: 2."0 o Padre Francisco de
Paula, Apresentado à 2 de Maio de 1800, e
Confirmado à 16 de Dezembro do mesmo an-
no. 3. 0 o Padre Francisco Salinas de Lima."
Com a Fl:egueúà de S. J oaõ Marcós se
dividia ao Norte, pelo Rio Pará·iba; mas cria-
da nova:inente a Freguezia de Santa Anua de
Piraby, que era CapeUa Curada d'aquella,
e sua filial, ficou balisando por alli: com a
dê N. Senhora da Conceicaõ do Alferes. ao
Nascente, no Morro de' S. Paulo, distante
quasi oito legoas , à se encontrar com os mo"
radores do Camin HJ elo Coito: com as dê
Santo Antonio de Jacutinga, e Piedade .,de
_ _o - - - - -

terra'> d'daradas homens alguns, Cl1jo trafego fosse -o

da ven:lcr agundente, legume, e outros elfeitos seme·
lhantes, .1 que o negocio ,da Fazeli'da sentisse preju.ízos.
19Haç{\, BOS rumes· rle. S., e SE., finalisan-:
d(,\ pelo Rio de SaLto AntOl io dQ MatQ, ei
estrada à baixo, onde t rmin:nn as terras,
qtl~ fo~am _de'l~nílcj() Dias Velho, e ~a.m pre...
&~n~t'I;neI\.te. dos h.erd~j s do Guarda Mór Ge-
ral das Minas Fernan 10 D'as Paes Leme ~
qistantes l\lais de oito legoas: com a sobredi-
~ de San.ta Anna finalmente. ao Poente, me·
d.iandf)- uma tra \'es~a de Sert"õ, extenso mais
de <;incÜf legoas. Em toua e $a circunfereneia
numera -120 à ]30 Fógos, e mais de 1:000
Almassugeitas à Sacramentos.
A Capella dedicada à N. Senhora de Be-
lé-m, e Menin~ Deos, que o Guarda MrS-r Pe-
wo Dias Paes Leme fundou em sua Fazend~
c:l~ Guandú Gom Provisaõ de 8 de Janeiro.
de }762 .. s.ubstjtuindo a decadencia d' outra,
construida com o titulo de S. JOZI?, em si.-
tio distante meia legoa; he u.nica, que se
c~nseTVa filial à Matriz. ..
. Em actnal exercici~ existiam no' anno deJ
l.79õ duas ~apricas de' assucar, e quatro dftl
aguardlwte. As terras do districto sam cul~
tivadas com. a cana. Çloce, arroz, café, man-
qióca" milho,' e legumes.' Os effeitos das la~
vouras tem s.aida por terra. firme até- o. por-o
to ~e Santo Antonio' dOl.Mato da, Fregnezia)
qe JacutiQga, d'onde ,e t-ansportam... à" Cida'!'
d~ em' harcos ,.. ou eanoas.
Fertilisam o territorio da Fregnezia. abun-
dantes aguas, de q~~ se formaJTI os Rios LO
de Santo Ant0!1io, e 2.. 0 de S. Pedro, origi,
I)ado da Serra do mesmo nome, que rNClI-
IAnc!,Q Q. 3.. o d~_ Sav.t~ j:n,ua." à... elle. i'~ \We Z"

, '']
 64 MEMORIAS HrSTORICAS

faz~ndo-o mais fertil, e caudaloso; o 4. 0 cha;

mado Novo. prinri iado (l fermentar na Ser·
ra detlomi'lada d~ anta Anna; e finalmen-
te o 5.° de S. Jozé. que tendo circulado a
Freg..lezia, vai mistura:: as suas aguas com as
do Pirahy. dem.1ndando juntQs o Pará-iha.
A' Cargo de um Capitaõ de Ordenança.
com vezes de Commalldante, está o governo
do districto. e da Milicia da Freguezia. co-
mo acontece nos demais territorios da Serra
à cima.
S. Jozé da Cidade.

A Tradiçaõ, constantemente conservada

de longos - anuos, attribue à Egas Moniz o
erigimento do Templo dedicado ao Glol'ioso
Patriarcha S. Jozé, que se vê n'esta Cida-
de. de cuja ex.is~encia, já no anno deJ633.
dam noticia os Livros da Matriz 1.11 d3 S. Se-
bastiaõ. Seu fundador, talvez. porque naõ po-
desse concluir a obra principiada, com pare-
des de pedra, e cal, ou por outros motivos
totalmente desconhecidos hoje, deliberou doar
a nova Casa à certos devotos do mesmo San-
to, que com piedade fervorosa concorriam
para o seu cnlto, por que foi estendido o
comprimento do C@rpo em 5 ou 6 bra~a
de terreno, ( I) .dva_ o tambem, com too
Jundoc.orrespondente até o mar, por Este-

(1) Tendo-se reedificadb a Capella mór com dese-

nho mais esbelto, e dep<>is de concluida a nova obra
da Sacristia, para onde se passou o Sacfario, e ali
 DO RIO DE J AXETRG. .. ~5

,raõ oe Vasconcellos, e sua mulher, ao Go-

vernador Salvador Corrêa de Sá e Benavides.
como J lliz da Confral:ia, pela Escritura lan-
çada à foI. 141 do Liv. de Notas sen-ido des-
de o anno 1640 ~ 16 1, que se onserva no
Cartorio do ex-Tabelliaó Faustino Soares de
Araujo.
Despovoado quasi o monte, onde habitá4_
ram os moradores primeiros da Cidade, por
-se passarem à occupar a planicie proxima ao
mar, e sendo naó só muito incommodo v
recurso aos Santos Sacramentos, porém a sua
. admini traçaõ mais trabalhosa, exi~tindo a
Pia Baptismal, e o Sacrario na Matriz de S.
Sebastiaó, situada n'aquella eminencia; se de-
terminou, que servis$e de Matriz a Capella
do Santo, como serviu desde ántes do anno
1661 , (2) até o de 1734, no qual, mudada
a Sé Cathedral para a Igreja de Santa Cruz.
se tranferiu tam bem para ella o Sacrario, e
.a Pia baptismal.
A posse adquirida por mais de setenta
annos deu à este Templo todo direito à ser
Tom. ~ I
------
Jmagens Santas na Larde do dia ~4 de Dey,embro de
1815, principiáram no anno seguinte à levantar-se tam_
bem de novo as paredes do Corpo d'este Teinplo.
(2) enhum documento pude descobrir, que fir-
masse a Era da mudança da Pia· Baptismal, além da
q~sposiçaõ testamentaria de ManoeI Vaz de Leaõ, re-
gIstrada à foI. 37 e sego do Liv. 4 dos Fallecidos na
.r:reguezia de S. Sebastiaõ, por que se alcança, e ve-
rllica no anno apontado o exercicio parochial na Cape!..
.la. de S. Jozé.
 ~.8 ME;'tIORIAS HrSTORICA8

verdadeiramente Parochia: e como fos~e já

notavel o Povo (las dua Freguezias unicas
da Cidade) Sé, e \.jandellaria, cuj.a parochia-
~aõ rliligente naõ podiam comprehender os
SE)llS Viba r ' ,)S, à pesar de grandes excessos;
houve porisso necessidade de s~ dividirem os
districtos, e de se criarem outras tantas Pa-
rochias em beneficio' publico, e da boa ad-
ministraçaõ do pasto espiritual. Instado El-Rei
uor este motivo de muita consideraçaõ, Re-
Jlveu à 3 de Novembro de 1749 a Consul-
a sobre o mesmo assumpto, mandando por
Ordem de 9 do mesmo mez, e anno, criar
na Cidade mUJs duas Paro chias ; (3) e com·
mettendo ao Bispo a escolha das Igrejas pa·
rã o ministerio, e exercicio parochial interi-
namente, precedendo consentimento dos PadToei-
ros, (4) tambem.lhe ordenou. que regulasse

(f3) A Ordem foi registrada à foI. 83 do Liv. 83

'da Provedoria.
(4) O Tribunal da Meza da Conciencia, e Ordem;
de Lisbõa, por quem foi passada a Ordem citada,
naõ ignorava, nem podia ignorar, que só o Senhor
Gram Mestre das Ordens Militares he o Padroeiro das
Igrejas fundadlIs em terras das l.lesmas Ordens, como
sam todas as do Ultrnml\r;' pois que o Padroado da,
Milicias tem natureza dos bens da Corôa (Pereira de
Manu Regia ~ p. Cap. 66 n. 13 Carvalho E:Üuclellt.
~.a Comprobat. 3 n. 50 et Enucleat. S.a Comprobat.
2. a n. :!! Resoluc. de 17 de Agost1> de 1770 referida por
P. J. M. Inst. Lib. ~ tit. r §. ~4 et ibi not.): mas, naó
,obstante essa sciencia, se ingeriu na citaàa Ordem a
c1auswa do consentimento dos Padroeiros, suppondo
.haverem alguns, por Graça, e privilegio particular)
 no RIO DE J.ANEIRO~ 67
os limites de cada urna. Assim foi cumprido
pela Pastoral de 30 de Jan~iro de 1751, des·
membrando-se os tBrritorios das anf gas Paro-
chias, para dar ter o jurisdiccional áF; de
novo criadas nas CapeHas de S. J0zé, e de
Santa Rita, em 31 do mesmo mez, e anno,
<:l1ja divisaõ, e estabelecimento confirmou o
Alvará de 10 de Maio de 1753.
Para occupar de propriedade esta Paro-
chia destinou o Bispo o Padre Antonio JozÁ
Malheiro, que servia o Curato da Sé, pas·;
.sando·lhe' Provisaõ de Encommendado a 29
de Janeiro: mas pretendendo-a tambem oPa•
.(Ire Luiz Jaime de Magalhaens Coutinho Cal'.
<Jozo, Vigario que era da Freguezia de N .
.'Sen hora' de N aZal'eth d'Ü Inficionado no Bis·
pado de Mal'ianna, passáram ambos à Lisboa
no anno segllinte de 1752, onde disputádos
rijamente os direitos de cada um, (5) foi
'Cardozo 1\ presentado no Beneficio (que o AI·
~'ará de 8 de Maio de 1753 elevára à elas:
I ii
f<Jue sob esse titulo podessem contrariar o novo destino'
das Igrejas, de cuja ohjeoyaõ se originassem algumas
~ontroversias. Vede nota (I) na memoria da Freguezia
seguinte de S. Rita, por onde se conhecerá o motivo
de requerer a Ordem referida' de 9 de Novembro, o
.consentimento dos Padroeiros suppostos das Igrejas: e
tambem Cap. ~ sego a nota (4) na memoria de Gomei
Freire de Andrada. . .
(5) Os documentos, por que constáram os moti-
vos, e as forças das opposiçoens de ambos os Conten-
dores na Corte, deixou o Autor (l'estas Memorias nó'
Cabido, para s,e depositarem no sen Archivo, quand\)'
se tetirou 0\ Lisboa no anno de 1801. "
 uS MEMORIAS HISTOltICAS

se, e natureza dos perpetuos) por Curta de

lO do mesmo mez. e anno; e em consequel1-
cia cl'esse ti tu lo se COIl fi l'mon à 23 de Ago •
to s ~uinte. Com o fallecimento do proprieta-
l'io à 2 df: Janeiro de 1790, foi pro~ido na
Igreja o Padre Ignacio PiBto da Conceiçaõ à
5 de Junho immediato, (6)' em conformidade
do Alvará de Faculdades; e conseguindo a
Apresentaçaõ datada à 2~ de Março de 1792,
pntrou em posse pela Confirmaçaõ de 25 de
'Jetembro do mesmo anno. Como. por Graç;a

(6) O Padre Pinto, egresso da Companhia de

Jezus, servia de Encommenda a Igreja> Parochial de
S. Francisco Xavier do Engenho Velho, e sem duvida,
era um Ecclesrastico mui digno pela sua morigeraçaã;
mas em Moralidades naó igualava à outros oppositores"
que com elle concorréram ao beneficio. A"" pesar porém
d'essa inferioridade, e de naõ superarem os seus ser-
viços ecclesiasticos aos dos competidores, prevalece-
ram outras circunstancias para se lhe dar a IgY~j~,
com injl1.ria dos oppositores benemeritos, que apai.
xonados da semrazaõ d' esse procedimento, fallece-
ram em .pouco tempo. Taes foram o Doutor J oa<>
de Almeida de Carv~lho, e e Padre Joaõ de An-
drade Veiga. Os cazos propostos pe'os Examinado-
res, e as respostas, que o AL or d'estas :Memorias
conserva, por se bave en offerecido ao juizo do Sabi
Publico, decidiram a q estaõ à favor dos n-aõ favore-
cidos, que já na opposiçaõ do Curato da Sé, }Jor-
fallecimento do Conego Cura Roberto Ctlr Ribeiro, sof-
frer-am igual, fortuna, depois de consummirem os Exa-
minadores toda noite do di4 do Concurso na averigua-
çaõ da. justiça de cada um dos oppositores, para se
1u1gar o Beneficio à quem, antes do Concurso, esta...
va promettido, çpmo foi constante. .\
 DO RIO DE J ANEIR.O. - , 69

Regia havia sido o Padre Joaõ Baptista Ger:'-

vazio Picaluga provido na futura Sllccessaõ da
Igreja em 7 de O utu 131'0 de 1807 e as lUO-
L

lestias do proprietario lhe impediam - a satis-

façaõ de seus de,-eres; en.trou o Coadjutor,
encartado no Beneficio a 7 de Outubro de
1710, à reger a Cura das almas, atéque fal·
lecido o Coadjuvado, tomou posse de pro-
prietario da Igreja., onde acabou correndo o
lUmo ele J 14. Por Decreto Real succedeu-
lhe o Padre Beroardo Jozé da Sih'a Veiga.
Limita-se com a Fregnezia de N. Senho-
ra da Candellaria pela R na elo Cano ~l Pra-
-ça, que se denominava do Carmo; e procu-
rando, do ma'r, a Rua da Cadeia, até a dos
Ourives, vai buscar a da Ajuda, por' onde
toma a de Santo Autonio-, abra~'ando as ver-
tentes dos montes, e terras, que ficam para
a parte do Desterro, e a dividem com a
Freguezia da Sé. (7) Por Costa de illllr, - e
terra dentro, foi-lhe dado o termo até CÓ-
pacabana; em cujo sitio devia partir 'com a
Freguezia de N. Senhora do Loreto, e San-
_to Antonio de Jacarépagmí.; mas, naõ obs.
-------_._--
(7) Pelos termOs declarados na Pastoral citada de
30 de Janeiro, que deu POl; linha divisoria as verten_
tes dos montes, e terras para a parte do- Desterro,
llaõ se comprel1endia o sitio de Mata-cavallos; mas a
indolencia do Cura da Sé, ou a: pouca attenç.aõ, que
n'aqlU:lle tempo merecia o lugar, por habitado ?p_
lias pelos J acarfiros, e esses poucos, dE:u lugar ao
Vigario de S. J ozé para se apossar do territorio.,' que
hoje he povoado 1Jo1' numerosos edificios, e de boa
oonstructUl'a.
 70 MEMORIAS HISTORICAS

tante essa declaraçaõ, adiantou-se o termo

até à Gavia, talvez pela distancia enorme,
que há,. rio referido sitio áquella Parochia.
N'es ~ circulo numeraVR além de 2:000 Fo-
gos, e ma;c; de 161P mIl almas adultas, che-
gando o to al d'ellas à mais de 17~- mil: di-
vidida porém a Parochia no anno de' 1809 ,
para dar territorio à de S. Joaõ da Lagoa
de novo erecta, naõ s6 ficou diminuta no nu-
mero de Fógos, e de .A-lmas, Ínas nà termo
da. sua parochiaçaõ, que cheg'a hoje até a
Praia de Botafogo, como se vení em lugar
competente.
Em sen c1i:stricto existem as Capellas fi-
liaes ].a de Santa Luzfa j cuja fundaçaõ ex-
.cede' os annos de 1592. (8) Por decadente a:
/que entaõ existia, sub~tituiu-Ihe a actual,
fundada com Prov.isaõ de 12 de Janeiro de
1752 à requerimento de Diogo da Silva, em
chaõ doado por JQaõ Pereira Cabral, e sua
mulher, junto à praia conhecida pelo nome
da mesma Santa. He sustentada por uma Ir-
mandade,· e por esmolas dos devotos, que tri-
butam diarios Ctlltos à taõ particular prote..
ctora da boa vista. 2. a do Menino Deos, ere-
cta no Sitio de Mata-cavallos. por Manoel Pe~
rei1'a Rámos, com ~rovisaõ de 3 de Abril
de 1742. (9)' 3.11 de N. Senhora da Gloria
que levantada no 61.n110 de 1671 por um Er-
----_.-----------
(8) Vede Liv. 7 Cap. 17 Casa dos Religioso
C~puchos da Provincia da Conceiçaõ.
(9) Vede Liv. cito Cl!-p. l~ Convento dai Frei..
+It~ d~ S. Thel'e2ia.
 DO RIO DE JANEIRO 71 '
mitaõ denominado Antonio de Caminha " foi
de novo erigida' em 1714. N'esse tempo mes-
mo se fizeram as obras magnifi as do seu
sumptuo.so Adro, todo lageado de cant.aria.
sistema, e ladeira, navendo o Doutor Clau-
dio Gurgel de Amaral (ordenado po terior-
mente in Sacris) feito doaçaõ do Outei'ro pa-
ra esse fim à 20 de Junho de 1699. A' car-
go de uma Irmandade da mesma Senhora es-
tava esta Ermida, a sás .decente, e tratada
com asseio: porém trasladados para alIi os
Padres Capuchinhos Italianos, por lhes ser
tomado o antigo Hospicio da sua resiclencia
para habitaçaõ dos Padres 'Carmelitanos, em
troco da Casa occupada pela Rainha . Se-
nhora e Sua Real Familia, cujo Hospicio foi
ultimamente dado aos Padres de Jezus da
Terceir.a Ordem da Penitencia; ficou a Ca-
pelIa ao cuidado', e uso dos mesmos Pad res
Capuchinhos, por quem sam habitada as
Casas de romaria. 4.a de N. Senhora dos Pra-
zeres, erecta junto ao Rio das, Larangeiras ,
caminho para Cosme Velho, por André Mar-
tins Serqueira., com Provisaõ de 22 'de Mar-
ço de 1729.
Dentro do mesmo districto estam a Ca-
sa, que fóm de resid~ncia dos Vice- Reis.
e he presentemente o Paço de S. Magestade,
situado na Praca denomina.da em outro tem.
po do Carmo, ~ e hoje Teh'eiro do Paço; as
Casas do Trem, dos Quartelamentos da Arti.
lharia, e de um dos Batalhoens destacados de
Portugal, occupado antes pelo Regimento 3.°
ele Illfantaria; a prisaõ do. Calabouce, a For~
 7~ MnrORIAS HISTOllICAS

taleza do' mesmo nome, sita na ponta da Mi..

sel'icorc1ia, e a d . CasteJlo de S. Sebastiaõ;
à IgTeju. dn Senhor.a do Bom-successo, à que
se ar'ha unido o Hospital da Misericordia; a
Igreja do Collegio dos cxtinctos Jesuitas; e
jUllto à ellt:. o Hospital R'eal; a Igreja de S.
Sebastíaõ, onde se fundára a Matriz. l.a da
Cidade, e teve o primeiro assento a Sé Ca ..
thedral, cujo Templo reedificou, e ampliou
o Vice-Rei Conde de Reze.nde, no anno de
] 792 com esmolas adquiridas do Povo; o Con.
vento dos Padres Capuchos, e a Capella' ela
Ordem Terceira de S. Francisco, annexa ao
mesm o Conyento; os Hospicios l.0 dos Ca·
puclünhos Italianos (hoje dos Padres ue Je-
zus), e 2.° dos Franciscanos destinados à art.-
quirir esmolas para a Casa Santa de Jerusa-
1em; os ConventQs das Freiras da Ajuda, e
de Santa Thel'eza; o dos Padres Carmelita-
nos, onde fora o Seminario da Lapa, pro-
ximo ao Passeio Publico, e finalmente o Se-
minãrio Episcopal de S. J ozé.
Desde o lugar de Mata-cavallos, cami-
nhando para o da 'Lapa, e d'ahi ao de Bota-
fogo, be todo terreno occupado por Quintas,
ou Jacras, e Fazendas, onde se culti va oca:
fé, a mandióca, o arr,9z, legumes, hortaliças,
arvoredos differentes de espinho, e outros se·
melhantes, que productiv'os de bons, e sabo-
rosos flu ·tos , assim do paiz, como estrangei-
ros vegetam com fartura. N'esses lug'ares se.
I

acham fundadas muitas! Cazas de Campo ele-

gantes, alouns Jardins architectaclos, e poma-,
res bem desenhados. ~.
 no RIO DE JANEI~e.

'Dos altos montes sitos -nodistricto paro-

-:chia~, dimanam c~rios,as. aguas, que, desen-
volvIdas desde o SItIO a cmla de Cosme Velho. '
fórma o Rio .das Laranjeir.as (o qual toma o no-
me de Catéte .no lugar as·sim chamado)., e
com elle copre à se' 'despejar na praia do Fla-
mengo ,. repartindo de caminho as aguas .pelo
fundo das terras do mesmo Catête, à pro-
curar .a enseiada de N. Senhora da Gloria.

Santa Rita da Cidade

Na Capella' dedi'Cada à Santa -Rita de 'Cas-

sia, que o Reverendo Bispo D. Francisco de
S. Jeronimo fundou, lan~ando-lhe a l.a .Pe-
dra, e Manoel Nascentes Pinto • .com sua mu-
lher Dona Antonia J\faria haviam levantado
com paredes de ,pedra, .e cal, à custa do sen
vatrimonio, e de algumas esmolas, até ulti-
marem a Capella Mór, Sacristia, e Consisto-
fio, e de principiarem os alicerces do Cor-
po, em cujo estado a entregáram, por Es-
critura.de 13 de Março de 1721, (1) ao J.niz,
Tom. V. K
-------
(1) Foi lançado esse ti ttilo a fol. 73 do. Li". ae
~otas servido com o Tabelliaõ l\Ianoel de Y:lsconcel.
los Velho, cujo Cartorio occQpa Antonio Teixeira de
Carvalho. Pela Escritura citada se obrigáram NasceR-
tes., e sua mulher, à contribuir annualmente comG~11>
réis"; à saber, 1611> réis para ajuda do sustento -de um
CapellRõ, e outros 1611> réis para ,guizamento de vinho,
hostias, e roupa lavada, s.ugeitando as suas terças li.
essa contribuiçaõ. Por tinilos taes arrogáram à .si Oi
lne,smos fumladvl'es, e dotantes, fJ de P.adroeiros per-
 74 MEMORIAS HIST0R"IC-AS

Escrivaõ, ThesO'ureiro, e Procurador da Fe~

ta da mesma SantG', (2) com os omamentos"
e alfaias do seu uso; se criou a 4:a Freo·ue-
7.ia cl'l Cidade, pelos mesmos motivos, que
occorrera para se erigir a antecedente Paro-
chia. e por mo:lo semelhante, desmembran-
do-se do territo-rio da Freguezia da Candel.
laria o circuito d'a sua jurisdicça5 parochial,
que o Alvará de la de Maio- de 1753 con-
firmou, tendo eleVado a mesma Igreja à na-
tureza das perpetuas em outro Alvará de 50
do mesmo mez, e anno. Tem 5 altares.
A Provisaõ de 29' de Janeiro de 1751
Encommendàu a parochiaçaEi da nova Matriz _
ao Pàdre Joaõ Pereira de Araujo- e Azeve-'
do, em quem se verificou a I.a Apresenta-
çaõ por Carta de 29 de MaiÜ' de 1753, e
Confirma~aõ de 8· de Agosto segl:linte, por

-~- -------------
petuos, e seus descendeu tes (preferindo o Varao): e
sem que houvesse a menor opposiçaõ do Ordinario so-
bre o Pa:lro~do das Igrejas das Ordens, como toquei
na nota. (4) da memoria antecedente da Freguezia de
S. Jozé, foi assim declarado na me!lJnlt Escritura, on-
de, além de outras cOl1'díçoens, e obrigaçoens, se feZ'
expressa. claus.ula de conservarem na Capella mór um
jazigo para elles, e seuE, successores. '
(9l) Na IgrEtia Matriz da Canàel1aria teve princi..
pio o culto de Santa Rita, que seus devotos mui fer-
vorosos,' e singularmente o fundador d'@ste, Templo,
estabzleceratn antes do anno 17 4~, constando pela Pro-
visaõ de ~l de Maio do ~esmo, que à requerimentO'
do Provedor, e mais devotos da Santa, se cORcedeu
expor o Santíssimo Sacramento por todo dia' da festa:
celebrada. na. Freguezi~ da. Gande14ria.
 Iro RI'O DE .tA N EIRO. 75
(:ujo provimento -ficou sem 'effeito o da Igreja
de Santa Anna de Hoiás, na qual fora no-
meado por Carta de II de DezembrQ de 1759:
promovido porém este Paroco à Freguezia de
N. Senhora da Candella·ria da mesma CIdade
no anno de 1763, e vagando por islSo a pro-
priedade da Igreja, enti'ou à possui-la o Pa-
dre Ant-onio J ozé Corrêa, Promotor que era.
-do Juizo Ecclesiastico. corno Apresentado a.
14 de Novembro de 1764, e Confirrr.àdo a
28 de Junho de 1765, atéque fallecido em
Junho de 1801, se proveu o Belleficio 110
Padre Jozé Caetano Ferreira de Ag.uiar. por
Apresentaçaõ no mesmo anno. (3)
Kii
----------
. (3) Aguiar par.ochiava de Encommenda a Igreja
de N. Senhora do Rosario de Meia Ponte, e occu-
pava a Vigararia Geral de Goyás, quando empenhado
o Reverendo Bispo D. J ozé J oakim .J ustiniauno à
privar (por motivos particulares) o Padre .Jozé Baptis-
ta d' Arrigue da Conezia na Sé Cathedral, em que
.S. Magestade a Rainha N. Senhora o provera em 1796
por Seu Real Decreto, com desprazer do mesmo Die-
cesano, se· oppoz ao provimento, negando.lhe a posse
do Beneficio, sob o pretexto da cegueira, em que che.
gára de Lisboa. N'.essa circunstancia, e sem que hou-
vesse precedido a menor decisaõ Regia sobre o as-
sumpto, dando por de nenhum effeito aquella Apre.
sentaçaõ, e, -pelo contra:io, tendo dimanado alguns
Avizos da Secretaria d'Estado à favor do Apresentado , .
. em resulta de Con"lI.s repetidas, conseguiu. em .fim ,
que dando-se o Canonicato por vago, fosse conferido
à Aguiar, à favor de quem se expediu a Con~u.lta.'
em consequencia da Proposta do mesmo ReYerendo
Bispo. Reclamando porém o desgraçado Cego, e faz~n­
do subir em tempo ii Real Pre.sellç~. a justiça da sua
 -
18 MEMORIAS HISTORICÃS

Dividia-se a Freguezia com a' da Cal1~

denaria pela Rua as Vi61as, desde a Igreja,
até o mal', naõ e incluind'o as travessas,
viell~s, ou 'becos paTa as outras, que ficam
para a par~e da' Candellaria:' com a Fregue-
zia da Sé:, indo direito da Igreja ao Aljube,
e' d'ahi pela ladeira da Conceiçaõ à cortar a.
Fortaleza do mesmo nome', e por ella direito ao
monte, que fica por detrás da lacra, que foi "
do Padre Mióuei Gomes, cortando do alto d'elle "
direit'o ~TO~ mar: e por esse rumo, aguas verten-
tes, ficá"t'am.lIre pertencendo os sitias da Prai"
nha, Valongo, é Gamboa, (4) as Ilhas das

Causa, e a paixaõ injusta do Reverendo Bispo, sett

auversario, conseguiu felizmente ser .attendido, empo~­
saneIo-se do Beneficio, em conformidade da Provisllõ
de - 12 de Junho' de '1802; Como à esse tempo - estava
a Pârochia de Santa' Rita' vaga de proprietario, por
fallecimento de Corrên., foi Aguiãr provido n~ella, em
compensaçaõ da P~;ebenda Canonical, que sem efl'cito
se lhe havia conferido; e attendendo-se ao quasi direi-
to adquirido pela Graça antecedente, foi lhe cOl1cedidó
com o mesnro Beneficio o uso, e' privilegio da Murça
de Conego: He Lecenciado em Canones: serviu a vara
de Promotor do J'uizo Ecclesiastico, e Procurador da
Mitra, por Pórtaria (te 4 de Maio· de 1808, e hoje
a de Vig-arie Geral. He ("ensor, por parte da J uriS'- '
dicçaõ Ecclesiastica, e llinaria, em cuja eleiçaõ',
feita pelo Reverendo Bispo D. Jazê Caetano da Silva
Coutinho em 4 do mez dito, e anno, fui Confirmado
por Avizo da' Secretaria d' Estado dos Negocias do Bra:.
sil, datado à 15 de' Deze\l1bro de 1812, em conse-
quencia do qual se lhe p~ssou Pl'ovisaõ à 15· de J al,.
neiro de- Uns.
E4) Pela, dem!U'caçaõ declarada., no- Edital de 33J
 !lO RlÓ' DE j'ANEIÍtO.

C:ObTa"S, das Encnadas, e suas anne~'as, em

que se comprehende a d(l Pomba, onde se
edificou 'uma Capel1a' à Santa Barbara, e se'
estabeleceu o Armazem da Polvora: ess:a di··
visaõ porém se alterou com a criaçaõ da no-
va Freguezia de Santa Anna do Campo, com
quem hoje termina, como se "créÍ no Cap. 3.
N'estes limites numerava ] :'130 ou mais Fó.
gos, e al~m de 9:000 Almas adultas, abran-
gendo o total dos freguezes mais ele' )0:000 ;.
cujo total cresceu ii custa da diminuiçaõ da
Freguezia da Sé.
Tem por Filiaes as Capellas 1.a de S. Fran-
cisco ,,-c fundada no sitio da Prainha, antes do
anno 1748. 2.a de S. Joakim , que foi do ex·'
tincto Seminario dos Orfaons, e 'pertencia aO'
distticto da Freguezia da ,Sé. 3.a de N. Se-
nhora- da Madre de Deos, levantada na Quin l

ta de Valongo, que hoje be do Capüaõ Jo.-

zé era Costa Barros, pera Tenente Coronel
André Pinto Guimaraens, com Provi~aõ de
13 de Julho de ] 733. Tem patrimonio, e foi
Visitada em 4 de Setembro de ] 738. 4.a de'
N. Senhora do Livramento, erigida entre os"
sitias de Val'Ougo, e da Saude, em 1670, co-

- - - - _...._--
de Jan.eiro .de 1751 naô se compre11endia o Sitio de
'nominado Saco do A!fe1'es, que fica adiante do da
Gamooa, seguindo o mesmo caminho até S: Diogo:
ma& o Paroco de Santa Rita se apossou d'elle, por
naô haver estrada aberta da parte do C~mpo, por on-'
de. o Cura da Sé podesse parocliiar as suas ove1l1as
alh habitantes, como podia mais facilmente o Pal'ocQ'
de Santa Rita pela roesma via da Gamboa.
b
 7S l MEM~RIAS HrSTORICAS

mo me informou o seu Administrador, que foi ~

o Brigadeiro Francisco Claudio Pinto da Cu-
nha e Souza. 5. a de N. Senhora da Saude,
const ·uida. na ponta de terra que finalisa a
praia de V longo, por Manoel da Costa N e-
greiros, co Provisaõ de 8 de Outubro de
1742. Tem patrimonio em 6~ réis estabeleci-
dos nos rendimentos de uma morada de Ca-
sas terreas, que partem por um lado com a
Sistema, costa da Jacra, onde existe a Ca-
pella, por cujo rumo correm os fundos, e
faz. frente para o mar, como declarou a Es-
critura celebrada à 17 de Aoost de 1742 na
Nota, e Cartorio de Joroe de S Llza Couti-
nho. G.a de Santa Barbara, edi' cada na Ilha
da Pomba.
Em parte do territorio, .confinante com
o da Cidade, se acham varias Jacras, em
que sam bem cultivadas as hortaliças, e dif-
ferentes arvore3 fructiferas do paiz. El1tre as
muitas Cazas de Campo, que por essa parte
subsistem construidas com boa perspectiva,
merecem o nom~ de nobres.J as do Livra-
menta, da Saude, e de Valongo.
N o recinto da Cidade comprehende o seu
territorio, o Mosteiro de S. Bento, a Caza
da Residencia Episco I, a Fortaleza da C011-
ceiçaõ, em que se " ~abeleceu a Çasa das
Armas, a CGlza do Alju,be, para onde se mu-
dOl1 a Cadea, o Quartel que fora do l. o Re-
gimento de .Infantaria d'esta Corte, occupado
~oje por um dos doui; BatalhC}ens destaca-
dos de Portugal, e a grande Casa do' ex·
tincto Seminario de S. J oakim,
, . onde se es",
 DO RIO ·DE J. •EIRO. ·79
tabeleceu o Hospital dos mesmos Batalhoens
,'inClos de Lisboa no fip1 do-anno lSl7. (5)

X. Senhora do Pilar de Goiás.

No sitio denominado Papoãn, onde Joaõ

de Godoy Pinto descobriu ouro no anno de
1741, góvernando a Capitania de S. Paulo
D. Luiz Ma carenhas, tendo-se formado um
Arraial fiorente pelo numeroso concurso de
110rnens mineiros., houve por isso necessida-
de de se erigir em Paro<.hia a Capella de-
dicada pelo Povo à N. Senhora do Pilar. co-
mo erigiu, e criou a Provisaõ de 3 de Maio
de 1751 • dando-lhe por territorio uma' parte
do districto da Freguezia de N. Senhora da
Conceiçaõ de Chrixá na Capitania c'e Goiás.
Entrou à gozar da graça de Igre,iíl Parocbial
pel'petua pelo Alvará de 9 de Janeiro de 1755:
e havendo-a parochiado na Slla origem -o Pa-'
dre Anastacio Pereira. com Provisaõ de 3 -de
Maio de 175], succedeu de propriedade' o
Padre Antonio Fraga de Meirelles, por Apre-
sentado à l2 de Janeiro de 1755, e Confir-
mado à 21 de Maio, $eguinte: Contará em seus
limites 500 Fógos, ou mais, e além de 5:000
Almas sugeitas à Sacramentos. Tem por fi:.
liaes as C'apeilas l.a c.e N. Senhora do Rosa-
fio. 2.a de N. Senhora das Mercês, e 3.a de
, S. Gonçalo. He assento daCommarca Eccle-
siastica, estabelecida ahi pelos annos de 1753,

-----
(5) Vede Liv. 7 Cap. 15.
 80 .; M,El\lOlUAS HISTORIOA:S

~om pouc~ differença t à cuja Vara pede 'O

povo os despachos n.as dependencias do .seu
Joro: e o Padre .L ntollio Damazo da Silva
foi o 1.,0 que a occu pau com Provisaõ, ou
Portu. ia de 2,1 de Novembro do anno dec1a~
irado.
SendQ riquissimas as la~ras do districto,
he muito mais rico o Morro chamado do Pilar J
d'onde se calcula ter saído além de 100 ar-
robas de ouro; e produziria maior porçaõ
d'esse metal, se p,ara o trabalho minel'al hou-
vesse agul, que o Dezembargador Ouvidor
.Joakim Theotouio Segurado procurou encami-
,Ilhar anima~d~ os b.abit~ntes para .esse ser·
t

:viço vantajoso: mas principiados os bicames

,Ilecessarios para condu:?:ir a agtla, ua0 apro-
veitou O seu fabrico, por malícia dos intri-
gantes, que os ,reduzia à cinzas. Tem 2 C.om-
.panhias ele Cavallaria do 2.. Regimento, 2 de.
8

lnfantar.ia, 2 de Ordenança. e 1 de Henri-

.ques. :E:stá situado o Arraial a 14. o e 15' de
latitude; e junto à elle, pertl! da estracla. se
descobrem abertas em pedra algumas figuras
jmperfeita~ d~ f:lce humana, que se suppoem
ser obra. da nature~a, ou di"isVde terras
marcadas pelos Gantios. He Pilar cabeça de
.J.ulgado., fundado no annG 1741, .cujo Arraia
florente, e p'opuloso, se acha bem situado
perto de urna ribeira, que desagua no rio das
Almas ;~ e dista 10 legoas de Chrichá. Um·
ch.afari~ ~ sacia. a sede de seus habit.an~~~.
I '
 DO Uro DE J.A~Zllw. 81

&nkOl' Bom Jesus de Anta de Gdás.

Descoberta,s por um F. Cnlhamares as

lavras mineraes no sitio, que denomináram.
Anta, correndo os annos de 1737 ii 739, e
levantada ahi uma Capella 'sob a dedicaçaõ
do Senhor Bom Je7.us, em beneficio dos no-
vos habitantes do Lugar, ond haviam já <?r-
ganisado certa povoaçaõ em forma de Ar-
raiai; foi preci o erigir a mesn1a Capella em
Parochia, por distar 12 legoas da l\fatriz de
Santa Ann.a de Villa Boa de Goiús, e ser
porisso ditlicil o reclJ\'SO aos Santos Sacra-
mentos; cuja administraçaõ confiou o Re\'e-
rendo Bispo <10 Padre Manoel Marques, pe-
la IJrovisaõ de 5 de Majo de 175 J. Elevada
à classe das Igrejas Parochiaes perpetuas por
Alvará de 10 de Janeiro de J 755, occupou-a,
como I. o proprietario, o Padre Nicoláo Tei-
xeira de Carvalho- Sotto- maior, Apresentado
à 12_do mesmo mez, e anno, e Confirmado
a H d'outro mez semelhante do anno segnin-
te. Limita-se com as Freg-uezias de Santa An..
na de Villa Boa-; e de N. Senhora da CQn-
ceiçaõ de Chrichá: e no seu territor~o nume·
rará perto, ou mais de 300 Fógos, e pau.
co menos de 2:400 Almas adultas Tem por
Filiaes as Capellas l.a (1,Z N. Senhora do Ro-
sario, 2.a de N. Senhora da Boa-Hora, e
3.a de S. Sebastiaõ, sita no Porto da nave-
gaçaõ do Pará. Nas dependencias ecclesiasti-
cas recorre o pOVG à Vara da Commarca de
.Santa Anna de ViIJa Boa. .
Sam ferteis as lavras do districto I e os
Tom. V. L
 82 ME1tI01l1AS HI5To-Il1CA8

montes da sua circunvisinbança· (principalmen- o

te o de S. Jozê, cujo ouro apparece em fo-

lheias de toque superior) muito auriferos: l11as
essa circunstancia naõ contribue para se con~
servar florente o Arraial, nem () tem priva-
do da decadencia, em que se acha. Distan-
te uma legoa do mesrn-o Arraial existe a Pe-
dreira mui rica, chamada do Taveira, que
sendo deseobe~ta no anno de 1762, Ilaõ per·
.mitte facilidade no seu tl"abalho, por ser pre-
ciso p-rofunda-la mais de 80 pa,lmos,. oe ao mes-
D10 tempo esgotar as aguas encamInhadas à
eavidade, d'onde se extrahe a pedra marche-
tada de ouro com () toque de ·23 quilates,. e
mais. Presidiam () Arraial uma Com.panhia: de
Cavallaria,. uma de Ol'denall:ça,. e- uma de
Infantafia. Está situado' na latitude de 16. 0
14":, e à respeito d'outras circunstancias, que.
lhe sam relativas, .veja-se o Liv. 9 Cap. 3'.

'N. Senhora do Rosa'rio da Ev.seiada de Brito.

No sitio que denominam Enseiada de Bri...

to', terr~torio da Ilha de Santa Catharina, se
acha a Fregue.Jia dedicada a N. Senho,ra d(»
Rosal'io, cuja origem HaÕ consta dos' Livros de:
Registro. da Camal'a do Bispado,. onde appa,.
rece àpe.nas a Pro : aô de 8 de Julho de-
:1751, que nomeou o Padre Antonio Alvares·
de Bitancourt para servi-la, constando aliá's,
·que fora erecta no anno antecedente. Está<
na. classe das Igrejas' Parochiaes perpetuas·~
terá em 170 Fógos pouco mais de 1360 AI•
.mas de pessoa~ adultas, .e nas dependencias
 DO RIO DE- JANEIltO.

80 foro ecclesiastico recorre à Vara da Com~

marca de Santa Catharina. Seus habitantes
cultivam arroz. milho. canas doces, man-
dióca, e pescam. No districto d'esta Paro-
chia ha Caldas.

S. Jo:zé de Terra Firme.

Do!!! pTincipios da Freguezia de S. Jozé,
fundada em Terra Firme do mesmo districto
de Santa Catharina, naõ apparece tambem
noticia alguma pelos citados Livros da Cama-
ra:, além da Provisaõ de 26 de Outubro de
1751 que entregou a sua parochiaçaõ ao Pa-
dre Jozé Antonio da Silveira. Goza hoje. da
prerogativa de Igreja Parochial perpetua .de-
que he actual propl~ietario o Padre Bernardo
da Cunha Brochado. Terá em mais. ou me-
nos de 480 Fógos. além de 3:640 Almas obri-
gadas à Sacramentos. He subdita à Vara da
Commarca sobredita. Seus habitantes cultivam
as mesmos generos, que os da Freguezia an-
tecedente do Rosario: e n'uma Ollaria Se vi-
dra a louca ahi fabricada.
•
S. JJliguel de Terra Firme.
Do anno de cJ.:iaçaõ da Freguezia dedica-
da à S. Miguel na Terra Firme da Ilha dê
-Santa Catbarina, nada consta pelos ·Livros
sobrecitados, descobrindo-se unicamente a Pro;.
visaõ de 8 de Fevereiro de 1752, que nomeou
o Padre Domingos Pereira Mach-ádo para oe-
eupa-Ia de Encommenda. Tem assento na Fo-:
Lii
"
 /

S4· MEMORIAS HISTOltlCAS

lha das Igrejas parochiaes perpetuas, e he ac-

tual proprietario d'ella o Padre Jozé Dias de'
Siquim. No seu disLrieto numerará mais de
412 Fó~·us., onde se contam aiém de 3:300
Aiíllil ad ltas. Nas materias do foro eede-
~ia, tico h ubdita à Vara da Commarca re-
ferida de Santa Catharina.
Por proviuencia do Visitador Agostinho
Jozé Mendes dos Reis no anno ele IS12, he
Curado o Oratorio sito em Garopas.
Seus habitantes cultivam os mesmos ge-·
neros, que os da Freguezia antecedente do
Rosario. Na sua proximidade está a princi-
pal Arma~aõ clãs Baleas.

Fregue:úa de N. senhora da C01Zcclçaü da Se1'1'a.

A Freguezia de N. Senhora ela Conceiçaõ,

criada em 24 de Maio de I'i 52 no sitio da
Serra, teri'itorio q 11e era da M at.riz de N, Se-
nhora da Victoria da Capitania do Espirito
Santo, cujo Templo foi substituido por ou-
tro de novo erecto' com Provisaõ do Reveren-
do Bispo dat·ada em 29 de N o\"enlbro de 1769,
goza ,,;presentelllente . a graça de Igreja Paro-
chiaI perpetua: Teve p;or I. o Paroco Encom-
mendado <> Padre .Francisco Xa\'ier de Albu-
quer<lue: e pOl~ falh:" menta do seu proprie·
tario Padre Manoel de Jezus. Pereira, em
Janeiro de 1813', eutrou à poss~lIi-la o Padre
~laÍloet da Assumpçaõ Pere.ira, com a mes-
ma qtralidad.e;·. .
, Em seu term9 existe a Capella filial de
S. Jozé, erigida com Proyisaõ Episcopal de
 DO RIO DE JANEIRO.

J de Fevereiro de 1758. Em mais de 180

F6gos. contará além de l:OOO Almas dadas
ao Rol parochial. Nas dependencias eccIesias-'
ticas he' subdita à. Vara da Cummarca, da
Capitania do Espirito Santo, provida pelo Re-
verendo Bispo' do. Rió de Janeiro, a quem
pertence o districto no Foro espiritual; mas
no Civil responde ao Go\'erno da me~ma Ca-
pitania) subalterno qu~ foi ao. da Babia.

:N. SenllOl'rl do .Amparo de Itapé-mi1'im.

Requerendo os moradores do Sitio deno·

minado Minas do CastelIo de Itapé-mirim,
.Iistricto da Capitania do Espirito Santo. ao
Visitador Padre (auoel Gago da Camara.
que alli se criasse uma Capella Curada, por
distarem longamente ua Matriz, ~l que eram
sugeítos; (I) com faculdade do mesmo Visi-

---------
(l) Em certidaó passada no anno de 1801 disse
o Padre Francisco dos Santos :J;linto., Escl'ivaõ da Ca-
mara Ecclesiastica do Bispado, que esta Freguezia fo-
ra desmembrada da de N. Senhora da Assump.ç.aõ da
VilIs de Benevente. Olhando para o tempn, cm que.
foi criada em verdadeira Parocllia a CnpeIla de N.
Senhora do Amparo, com o mstricto adjudicado an-
tes.à Capella Curmla de N. Senhora da Conceiçaõ,
he verdadeira a Cel'tidaõ referida: mas attendendo-se
à Era da criaçaõ parochial na Capella erecta ~Q mo-
radores de J tnpémirim, à que foi dado o tenit(i)r~ com·
petente, antes de se criar a Freguezia de Béneventc-,'
naã pode ter aquella Certidaõ 8 mesma "'fé ~ devendo-$e
pelo contrario affirmar, que o territorio da Freguezia.
de BeDevent~ foi dellunido do districto·.da -antiga. Ca",
. 86 MEl\!OltIAS HISTOlhcAi
. .
fadar Ordinario levantáram, no anno de J754,
um Templo à. Cnncei~aõ da Santa Virgem.
onde o Padre Alltvnio Corrêa Pimentel prin-
cipiou a parochiar como Capellaõ Curado, por
designaçaõ d'aquelle Delegado, e Confirmaçaõ
do Diocesano em 2 de Novembro do mesmo
anno. Passado pouco tempo deliberáram Pe-
dro Bueno, 'e Balthasar Caetano Carneiro,
povoaJ.ores primeiros do districto, doar a Ca-
'Pelia dedicada à N. Senhora. do Amparo, que
}laviam fundado em seu Engenho, para se
criar ahi verdadeira Parochia; e aceita a doa-
çaõ, principiou a CapelIa à gozar d'essa" pre-
rogativa desde o anno 1771 (poisque a Pro-
visaõ de 31 de Maio passada ao Padre An-
tonio Dias Carneiro em qualidade de Paroco,
lhe declarou = para a. nova Freguezia de N.
Senhora do Amparo de ltapé-mirim =) pela
mudança da Pia baptismal: por cujo motivo
substituiu a denominaçaõ de N. Senhora do
Amparo ao da Conceiçaõ, originrrria desta Pa-'
rochia. Tem o Templo 44 palmos de compri-
mento, desde a porta principal, até o uco
da Capella mór; e 27 de largura: d'alli, ao
fundo da mesma CapelIa, 2·4.- de comprido, e
16 de largo. Por demasiadamente curta, con-
·Iilerva àpenas o altar. maior.
Collocada na Classe das Igrejas Parochiaes
permanentes. foi seu 1. 0 Paroco proprio o
Padre Jozé Antonio Martins de Sá. que prin-

pella Curada da Conceiç&Õ. ~sta certeza só se poderá

dissolver à lista doa· documentos originarios. . .. ~
 DO ltIo DE JANEIHO.

ciprou à servi-la de Encommenda com Provi.

saõ de 6 de Dezembro de 1796, em confor-
midade do Alvará de Faculdades. Contará. 100
F6gos no seu termo, e o numero de Almas
dadas à Rol naõ excede muito. à 800. Dis-
tante 8 legoas de caminho q uasi deserto. e
despovoado pela costa do mar. está a Ca-
pelIa de N. Senhora das Neves, sita na Fa-
zenda de Muribéca. em outro tempo dos Pa-
dres Jesuitas, a quem a Provisaó de fi de
Julho de 1777, passada pelo Cabido (encar-
regado do governo do Bispado po.l' ausencill
do seu Ordinario na Visita das Igrejas d()
Reconcavo da Cidade). permittiu a prerogati-
l'a de Curada.
Foi assento de Commarca Ecclesiastica.
criada alli em 1757, como indica a Provisaõ
de 21 de Janeiro do mesmo anno, que com-
metteu a nova Vara ao Padre Antoniu Dias
Carneiro; mas extincta" ou mudada a Vara
para outro lugar. ficou a Freguezia sugeita à
Commarca da Capitania do Espi.rita Santo. No
Civil dependeu o Pov~' do territorio das pro-.
videnCias do Governador da Babia, perant8
o qual respondia o Capitaõ Mór Governa:-
dor da Capitania referida: essa subordina.
ça~ porém variou pelas Regias disposiçoenJ
;ultImas..
O terreno he fertil: e eontudo o peq ueo,o
negocio. que gira n'ess~ lugar, tem por b~se
algum. assucar, aguardente, algodaó. milho.
arroz • alguns legumes. ~ p.ouca madejra. A
Povoaçaõ. affastada meia legoa da barra da
RiQ l1~pé·mirim, he melhQr J- que-a da AI-
 ~8 MEMORIAS HrSTOltICAS

d~a \':elha. N'e-sse lugar criou o Alvará de

27 de .Junho de J 815 uma ViUa Cêll11 a deno-
'minaçaõ de [tap~-l1liJ'im. e ig-ualmente as J us-
tiça<;, e Officiaes respecti,ros, determinando
o '{'ermo e rendimento~, que lhe deviam
pertencer, desmembrando o seu territorio do
da Villa de Guaraparí, à (lue pertencia.

S. .1J.'liguel de TezoUT as de Goiás.

Descoberto o metal aureo no sitio deno-

minado Tezouras da Com marca de Goiás, cor-
rendo o anno úe 1755, e formado ahi um
Arraial pela concurrencia (los mineiros, se le-
vantou u~ Templo à S. Miguel (em obsequio
ao enlaõ Governador da 'Capitania D. Alvaro
'Jozé Xavier Botelho, Coúde d'esse Titulo) ;
onde criou a Provisaõ de 9 de Julho de. 1757
urna Freguezia em' beneficio da administraçaõ
do Pa5to espiritual aos seus 'habitantes;, con-
fiando outra Pr.ovisaõ da mesma data a paro-
chia. nova ao cuidado particula.r do Padre Si-
maõ Pinto Guedes de Figueiredo. Falhando
porém as lavras mineraes, e desertando pOl'
IS-SO os seus Cultivadores, ficou o Arraial de
quasi nenhuma consideraçaõ, e a .Parochia re-
duzida à simples·', Capella filial da Matriz de
Anta. Está situada em 16° e 16' de latitude,
distante 10 legoas ao Norte -do'· Afraial de I

Santa' Rita.

Senho"r Bom Jezus do' Triunfo. .

. I .. , -
Nenhum.' documento: . pude. alcaD;.çar dos
 DD RIO DE JANEIRO.' . 8g'

Livros de Registro da. Cam ara -do Bispado,

que d~~se a menor not~cia a criaçaõ da Fre-
guezia. do . .' enhor Bom Jezl1s do Triunfo na
Com marca de Viamaõ, ades do anuo L7G L,
quando he milito certo, qlle eHa prillcipiol
à existir em 175'7. A pr<Jvirlencia do Alvará
de 20 de Outubro de' 1795 deu-lhe entrada
na serie das Igrejas Parochiaes permanen-
tes; e o Padre Manoel l/!arques de S. Paio,
1Jue em Concur"o de 1798 se mostrára digno
'de occupa-Ia de propriedade, foi seu l. o Pa-
roco Apresentado. No di tricto paroe ial se
contaram a érn de 280 Fógos, e pouco mais
d~ 3:000 pessoas dadas à Rol. N'esse lugar
.estabeleceu a Portaria de ] I de Março de.
1761 uma Vara Ecelesiastiea, de que foi 1.0
Ministro o Padre Thomaz Clarque, subtra-
hindo o territorio da 'Commarca de Viamaõ.
e dando-lhe a sua jurisclicçaõ os termos das
Freguezias de Santo Amaro, e de S. Jozé d,e
Tibiquiry. ou. Taquary, pertencentes em ou-
tro tempo ás Commarcas de Porto Alegre;
e Rio 'Pardo: mas pela Provi&aõ de 25 de
Dezembro de J815, dada, e passada na Re-
si~encia Episcopal da Villa de S. Pedro do,
RIO Grande. foi abolida ~ e exting'uida t para
se al'lnexarem à nova Vara de' Vigario Geral
'todas as Fr-eguezias referidas, que estam den.;
tro do termo Civil da Villa Capital de Por..:
to ,AlegTe , da qual dista' pouco, mais de la
legoas ao Poente. Denomina-se F,reguezia, No.,
va, Seus habitantes cultivam o trigo, e criam'·
gado. Por Alvará de 9 de J lllho de 1814 seJ
desuniu do. sEm districto- O" terreno,' que" furilf
Tom. V. M
 90 MEl\IORIAS HISTOHICAS

mOIl a nova Freg·uezia de Santa Anna na. Ilha·

do Rio dos Sinos. (I)

-------
(1) TraJ"'$gredindo o novo Vig,n.io Geral da.. Pre~
mcia do S' 1 a Jurisdicça6 que lhe compefe, e abu-
'Bando d'ella até ao' nímio' extl'emo de fazer de- mom.
proprio desmem1;>raçoens de- algumas Freguezills d'esse
Districto, e a.ugmentando outras, por cújos factos alte-
rou a disposiçeõ do paragrafo decimo do Al\'llrá de 11
de Outubro de 1786, que muito positivamente provi-
denciou, taes abusos·, por oiFensivos dos Direitos dj/;.·
Ordem de Christo; e constando iio TribupaI compe.
tente da Conscieacia, e Ordens, o modo inconsiderado
com que. se ho~ve aquclle ministro na sua. deliber:lça()~
indiscretá; por Frovisaõ (1.& 11' de Setembro de 1818"
em consequenci"a do Despacho de- 26 de Agosto do·
mesmo aimo, mandou declaTa~ inteiramente nullas as
d.ivisoens., e desmembraçoens referidas, que illega!, e
arbitrariamente havia feito o sobredito Vigario Geral,
sem posidvo consentimeRto do Sennor Graõ Mestre d3
Ordem·, e positiva Ordem Sua; -e Sem perda de tem-
po se· llcintegrassem 'G.~ Parocos de seus Direitos, re-
pondo-lhes os lirnltes, e- os E'reguezes, que arbitraria-
m.ente· se d-esmembráram da sua Pllrochiayw,. e limites
~efixos, a:té com o illeglll precedimebta da falta- de
audlei'lcia do Pareco, e por· motivos meramente de'
comroodidade de c~rt()S. parochianos, que naõ· exigiam!
semel:hantes a-lteraçoens,. e naó hav.egdo. occorrido mo-
tivo algum espiritual.. que fizesse urgente taes des-
membraçoens: Entre as Igrejas Parochiaes que soIfre.
ram a iudiscl'içaõ do sobtooito Vigario Geral ,. foi um...
a do Senhor Bom Jezus do Triunfo, mencionada na<
Provisaõ· accusada., que foi reintegrada no mez de De-·
zembro do mesmo anno: e outro tanto· 8Coutecea: à de
Santo AntODio da. Guarda Velha, que- o RevGr.endof
Bispo mingou, em beneficio pa sua vizinlía, com a
mesma illegalidade, na Visita do anno de. 1815, por Pro,.
vhlaõ de ~8 de OutubJ:o, C\~.a illeg&lidade· ;reJ?arou. a
 DO RIO DE J AYEIRO. 91
S. Pedro de Cabo Frio.

Havendo Martim de Sá, Capitaõ Mór ..

e Goyernador do Rio de Janeiro, (1) f~mda~
uo pelos. annos de 1630 a Aldêa· de S. Pe~
qro no districto de Cabo Frio,' com Indios
'Goaytacazes, e outros', levados da po,roa~a5
de Sepitiba, ou de Y"-Tinga. pertencente
ao termo da Ilha· Grande; commetteu aos
Padres Jesuítas a cultura espiritual, e tem...
poral dos N eophitos " cujós Cateqnistas cou ..
inuáram no exercício. ·do seu ministerio. em
!~uanto existiram; rna,s extincta essa Socieda-
de Religiosa, foi substituído o cargo da dou-
trina, e o cuidado de administrar a povoa-
·çaã Indica, pel-os Padres Capuchos da Pro-
vincia da 'Conceiçaõ, até prover a Ordem Re-
.gia. de 8 de Maio de ~758, 'que as -Igrejas
.dos lndios, . administt'adas até alli' por Jezui-
tas, se eri~jssem verdadeil'as Parochias com.
.-0 titulo de Vigararias J e que G- Ordinarío as
M ii·
Provisaõ. de 15 de Março de 1820 pllssllda pelo Tri_
'bunal da Meza da Consciencia, e Ordens, declarando
.nulln. e de nenhum effeito a referida. Provisaõ de !28
de O~t'ubro, Semelhantemente soffreram novas divisoens ,
-e desmemhraçoens, a nova Igreja de S, Sebastiaõ dos
<:ampos (depois de demarcaeb na Ima criaçaõ) em Vi~
ue
fllta ]m~l, e tiS ele S, Joaõ Marcos, e de N. Se..
nhora rla Cancei~aõ da' Pará.iba nova, em Visita de
:1811., para criar., sem. Conselho, nem Consenso do So..
·beran() Gram Mestl'e, outra Parochia D& Capella de
'Santa Anna de Pirahy, que por' ultimo se realisou,
como direi no Cap. 5: .
(1) Vede a. sua JnllJJlorii' ;no Liv. ~ Cap. i e S.

I
 , Q'2 MElI-IOltlAS fhsTORICAS

{izesBe sen'ir por Clerigos Seculares, dando-

se-lhes as Congnl~s competentes. e já esta-
. belecidas por Ordens anteriores. (2) Mandan-
do o Alvará de 2~ ele DezemlJro de 17H5 qll~
se coHal'se todas as Igrejas das AlMas de
J ndios, (3) ·entrou . a de S. Pedro à gozar
d',essa prerogati va; e foi seu l. o Pa roco pro-
-prio o Padre. ManoeI de Almeida Barreto, a
. quem succedeu. em 1808. o Padre Sebas·
tiaõ P.ires de J ez l:1S; e falleeido e te em dias
de Janeiro de 18.6, foi proposto em 30 de
Novembro do mesmo anno o Padre ManoeL
Luiz Gomes para proprietario da Parochia.:
Em seus limites haveram 140 Fógos, e con-
tar-se-ham I: 120 pessoas obrigadas à Sacra..
mentos. O territorio he súbdito à' Vara da
,C.ommarca de Cabo Frio nas dependencia8
ecc1esiasticas.
Soh o Commãnc1amento d'e um Indio,.
honrado com a Patente de Capitaõ Mór, es-
_tá a Aldea, cujo Povo. mais amigo da ceio..
sidade} qu~ do trabalho, faz ahi pouca re-
_____ • _~ _~.. • H

(~) Por Carta do Secretarío d" Estado d~ 26 dê

Maio dg 1758, que foi registrada. no'Liv. 36, foI. 130
v. do Registro Geral da Provedoria, se mandou assis;.
tU com a Congrua arbitrada pelo Bisro aóa Vigarios
das Igrejas criadas' de novo nas Aldêas.
(3) O Alvarà de ~o de Outubl'O de 1795 mn-
dou, que se criassem de natureza Collaüva as Igrejaé
conservadas até, esse tempo em provimentos annuaes:
Isto mesmo ordenou· a Carta Regia de 11 de Novem..
brQ de 1797. que pela' Resoluçaõ Regia de ~3 de ,Ju.
Ilho de 17V8 se' dirigiu a todqs' os Bispados do Ultra.
~ar, e.no de S. Paulo foi regiitrado no Liv. tW
~eg. das Ord. Reg. fol 9S v.
 '.D-o "RIO DE J A NEmO•

•idencia; e frouxo bástantemente na cultura

de seis legoas de terra, as inaladas pelo fun-
dador da Ald~a (4) para' sen patrimonio, vi-
ve disperso qua,i todo, empregando-se em
trabalhos difterentes no' districto (le Cabo
Frio. Alguns elo que sepropoem ao exer-
cicio da, lavoura. naõ chegam à colher fru-
ctos sufficielltes para o seu sustento por mui...
tos dias, podendo aliás utilisar-se da fertIli-
dade das terras,' exuberantemente prodigas,
quando a indolencia de seus possuidores naõ
lhes obsta ''os meios de produzir em todo an~
. 110 as plantas proprias' do. paiz. Dentro do
te~into da sobredita dada, e no lugar chama:"
do Apíruz, se consen'a uma Salina, de que
fallei no Liv.. 2, Cap. 3, sob a memoria da
Freguezia de N. Senbora da Assumpçaõ de
Cabo . Frio.
S. Lourenco. ~
c.
Por motivo semelhante ao já referido na
I

memoria da Freguezia pre<..edente, se levan-

tou na Igreja da Aldêa de S..Lourenço, fun~
dada muito antes de 1627, (1) a Parochia
_._----------
. (4) Em 26 de Agosto de ]579 se cone deram
aos indios das Aldêas do' Norte 61P mil braças de
terra em quadra, começando da Tapéra de. Araçatiba:
e a 2S der Março de 16~2 foram concedidas por Ses.
!pari. 9:U> mil braças, mais ou men.os, aos Indios de
Cabo Frio em Paratimirim. Vede nota (2) na memo.:..
ria da Frt'guezia de N. Sen.hora do Desterro de Itaro.
by Liv. 2, Cap. 2. ~
<J. (t) N'esse' anno ·hàptisoU abi üm· dos Padres .'1 e;.
IUltas, com licença do Prelade AdministradOl da Die-

o
 94 ME!:IORIAS HrsT0RlcAS

actual do mesffi@ titulo em 2 de Maio de 1758.

O .comprimento d'('~te T.emplo, construido com
paredes de pedra, .e cal, he de 90 .palmos
·na 1 ·rs·ura de 30, d~sde a porta princi.pal.
até o a.rCG cruzeir-o·;. e d'aHi ao{) fundo. conta.
~O palmos de comprimento sobre a .1ªJg.ura
proporeionada. Ornam o seu interior -tres ai
" tares: roas n'eUe naó se conserva .Sacrari@.
por faltar· o illelG de .~e sustentar a lampada
diariamente f;l.ccesa. .
C.om Pr.ovisaõ datada no rnesm0 dia do mez,
e anno sobredito, 'pa~sou ,o Padre Mestre Ma-
noel Luiz Ribcir-o, que par.ocbiava a Pregue..
'2ia .de .Jacarépaguá., à. receber d-G Padre l\-Ça-
'noel .de Araujo, Superi.o.r da Aldêa, a admi-
nistraçaõ da Ig.r.éja em 3 d'aquelle mez, con..
ferindo.lhe a poss.eo Provisor do Bispacló
Antoni0 J ozé dos Reis Pe-reira e Castro. ELe-
vada a Igreja à Ordem d.as perpetuas na
Epo'"
~a presente ~ teve pO'r I. o Paroco proprio o
Padre D.omingos Dias de Mourá. O districto
parochial naõ eJl>,Cede os limites da Aldêa, on-
de se numeram 45 Fóg.os, e pouco mais de
170 pessoas ~d~.lltas: por eesa ca>tjsa naõ ha
no mesmo distticto CapelJa alguma. nem fa-
bricas, à ~xcep.çaõ <las que trabalham o o'ar-
r.o para IOIj.~a grossa, em cuja Otfi.cina.sç
empregam as I.Qdias QOm assás destreza, e
. sem aparelhos demasi.ados. O barro de c6r
preta, de 9\le ordj~ariamente fa~em uso pa.
,
......... -~.:---.---.------..~-_.---
I ....
eese Matneus da Costa Aborim, como refe.rill o. As-
tento com~tente no Liv. da. Freguezia de S. Sebastiaó.
 DO RIO DE JANEIRO. '.95,

Ta esse ministerio, resiste muito ao fogo:

porisso sam procuradas aqllellas rnanu factu-
ras, com preferencia ás' fc:.b.ricadas n' outros
lugares, para () serviço das Cozinhas. ("
Deveu esta Aldêa a sua fundaçaõ ao. Go-
vernador Geva~ do Estado Mem de Sá,. que
n'esse sitio fez assenta}," a vivenda ,do famozo
Indio Arangboya '(chamado. depois de bati-
2ado,. Mart.im AffonsQ. de S"Ouza) cum os da
sua na~aõ, e oriundo d<elle,.· transportados
d' outras Aldêas dos Campos Goaytacazes, e
oa Capitania do Espirita Santo,. por mostra-
rem fidelidade,. e amor constante' aos Po tu-
guezes,. ajudando-os contra os FmDcezes, d~s­
de a primeira guetra com ViHagaignon., em
que dera tam bem aqueIle Indio stlfficientes
provas do seu valor,. e de m~l:i distil'lcto cre-
dito en·tre os Capitaens de cOBta, naó per'-
doando a sua valentia contra os l'amoyes aI.
liado-s dos inimigos: por cujas façanhas me~
receu do mesmo Governado-r Geral,. e d' EI-
Hei,' o premio,. com a distincta honra do Ha-
bito da Ordem de ChristQ, e Ten~a. que
depois g·ozáram alguns de sells descenilentesa
{2) , carg.o de um Indio ~ graduado Capitaõ
Mór, se cpn erva o go, erno d.a Aldêa, para
.cuja sub~istencia estam destinadas ali rendas

(~) Vasconcel. Chron. da Companhia de Jesus Liv.

~, n. 81, 134, () Liv. g, n. 130. A' esse lndio fora~
dadas 8:000 braças de terra 8Q longo do mar', ' e 6:000,
puxa o Sertaó da banda d'além da Cidade' (que foram
~ Antenio. de Marins), pt:>r Sesma:ria.de- '16 de·Mar...
~o de .1568'
 96 MEUORIAS HISTORICAS'

an!luaes das terras do seu patrimonio, (3)

qu'e cbegam à'pe:!3S a 220:U> réis: porém d'es-
sa quantia a5sas mod.ica, quasí, ou naóa 5e
distribue pelos mesmos Indios subsistentes
na Aldêa, porque tLi.do se applica ao paga-
mento dos Indlos aclLlidos aos' ·remos dos eg-
caleres da Ribeira Real, à que estam obri·
gados, como os das outras povoaçoens seme-
lhantes do districto do Rio de Janeiro..
Com o Titulo de S, Lout:enço foí Fran-
cispo Bento Maria Targiní, Thesoureiro ibr
do, Real Erario do Reino do Brasil, cread6
Baraá, por Decr eto de 17 de Dezem~ro de
lSll; e por outro Decreto de 3 de Maio de
16119, Visconde do mesmo Titulo.

.N'. Senhora da A.ssunzpçaõ de' Bene-uentt:.

Distante de Guaraparf 6 legoas, e além

do Río Pará-iba, (I) depois de 25 legoas de
praias, e matas, se encontra o caudaloso Re.-
ritygba, (2) junto ao qual, em meio de um
.monte, formáran). os Padres Jesuítas uma das

----------
(8) Aos Indios d. S. Lourenço se "deram l:~OO
braças' de terra da oútra banda.., além do Rio Mac"
cú, e para o Sertaõ, até o pé da Serra dos Orgaons,
.por Sesmal'Ía de .19 de Março de 1579, como consta
.do Liv. 18 de Sesmarias. .
(1) Vede a descripc;aã d'esse RIO no Liv. :3, Cap. 1,
sob a memoria da Fregu8Eia. de S. Salvador dos Cam:'"
POB Goaita:cazes:' "
"'.. (fl) Y.ulgarmente denom'nam Ir.iritiba: mas o ·P8H'
dre Vas.concellos, Liv. 5, Cap. 4., e seg., da _Viaa da
 DO RlO ZiE JANLiRO>

quatro Aldêas de Indios. da sua re<lu\...~aõ na

Capitania do Espírito Santo. (3) Foi esse lu-
gar o theatro de grande parte das virtuosa6
maravilhas do Servo de Deos Padre Jozé de
An€hiet<t, ..e a fiel testelHunha de seu transi-
to " com q ll.e terminou 0"8 excessi,'os traba-
lhos -apostolicos. Na Igreja pois da Aldêp. "
dedicada à Assumpçaó de N. Senhora, mui-
to antes de 1587, que o Padre Santa Muria
- ohamou l'>arochia cius Indios, (4) se crioll
uma Fregue:lla, pUf execuçaõ à Ordem Re··
·g.ia comllltmicada cm Ca-rta do Secretario d'Es-
lado de 8 de Maí.o de 17-58; e subsistindo
-lHO EnCOllll,lCn,d:lda, teve acC'Csso de Per
pc·tua, ('m ..-Íl'tnde da p~'ovjdencja -de 22 d~
Dí'zcmbro de' 1795, por 'que todas as 19Te-
jas das Alcl(las se dev~\ram à ('s a natureza.
Tem o Templo Ollze broças de ·comprido ,
de. de a porta pri)),(;ipal, até o arco cruzeiro,
e 6 de largo; u'aHi, ao fl4Ddo (la CapelIa-
mór, 2:} de comprimento, e;j de largura. No
maior dos tres altares, que ornam o seu in-
terior, eshí. o Sacrario, onde os Fieis adoram
nllnllalmente o Paõ dos Vil-os, Foi L o Pa-
roco proprio o Padre Ignacio Joakim da Na-
ti'1idade e· Almeida, por APTesentado no an-
10m. V" N,
-------------
.Padre fmchieta, dada à luz em 167~_, expt~ssou Ó
nClIlle, CLllnO screvo. He conhccid _ 1 'je com'- o nome
C.a7llapliÚU.
(3) O mesmo Pa .re VnsconcdJos no Liv. cito Cap.
6 referiu, que foram Ueritigba" Gual'llpnrí,· S. Joaõ,
e Reis Mago. .
(4) --'~ututr. l\Iari~ll. T. 10, Liv. ] • Tit: SI.,
 no de 1795, e Confirrhaào a 26 de Seterno,
bro de 1798. Fallecel1{lo e:!>te proprietario em
1810, substituiu v seu lugar o Padre Joaõ.
de S0'lZa Guimaraeus~ proposto no anno 1813.
Em . l1S imites terá 320 Fbgos, e n'elles
mais de 2:'" O Almas dadas à Rol. Sendo sub-
di~a à Vara da Commarca da_ Capitania dG
E. pirito Santo nas depelldencias ecc1esiasti-
.cas. e cORsequentemente comprehendida no
termo do Bispado Fluminense, pertenceu seu,
territorio no temporal ao Governo da Bahiao.
Dentro do districto parochial está a Capella.
de N. 'Senhola do Bomsuccesso. sita em Oro-
bó. que fôra da administraçaõ dos Padres
Jesuitas, e aggregada à Ald~a de Reritigba,
que povoavam' lndios rebelados; cuja CapeI..
a, d.epois do. extermínio, d0S mesmos Padres ..
~ntrou a dasse das Curadas, -por pr0videncilh
do Bispo O. FI'. Antonio do Desterro.
.E xecutand0 o Oüvidor 'da {Jommarca Cio
vil da Capitania, Francisco de' Sales Ribeiro.•
o. Alvará de 7 de Junho de 1'755 .. fun@Gu aui
uma Vil/a, com o titul@ de Bénevente, à ).4..
de Fevereiro de l76 L Seu porto fica. no fu~•.
do d'llma enseiada .larga , em fgrma d'uma ba·
cia grande, onde nadam bergantins, e tem
por vezes ancoraàJo, até Estrangeiros. Aqui
se construem Surnacas, e outros v.asos séme-
lhante,s, por abundarem a madeiras. preprias
à ess.es fabricos, e haver fUltura das de Lei:
para differentes obras:- os artigos commer-
ciaes contrabalançam €om, os. de G'uarapari:
e o Rio, conhecido {leIo I nome da .Ald~a, que-
banha. Q lado Meridiona.l da Villa, he nay€-
 pvel até a ultima. das fazendlls slwadas as
lluas tnargenlS, e chegadas a"@ S€:li:aõ. Oistante
.duas legoas de Beuevente:, seguindo sempre
a direcçaõ do Sul, está o Rio Piúma., {
em tudo igual ao Jacú, de que f,!Uei no 1:4 .
3 , Cap. 3 , sob a memoria da Freguezia de GUIl-
. -raparí. Marchando-se pouco mais de legoa
e chega à grande mo tanba do Agá, aliga
-dos mariantes para aquella Capitania" pm"
'Cujas fraldas .corre a melhor agua -e ,todA
Costa Brasiliense.
No Hospício que foi dos flludnd'Ores dt
Aldêa, reside {) Vigario, ap'osenta-se o O -
vidor. quando vai corrigir a Villa, e a C
·mara tem ahi a Casa de Vereanças.

S. Fnwcisco Xavier de Itdgruthy.

.s Atrahidos pelo Gtwernador Martim de Sá

Indios habitantes da Ilba Jaguarámenon
Choje chamada Jagtlanon)' para outra da sut
visinhança, situada ao Sol ~ e cOl1hecida com
C) nome de Piaçavera (hoje ltácuruçá), d'alti
fassáram ao lugar de Y-Tinga, sito entre' 0&
Rios Tinguçú,. e ltáguahy (onde se diz Ca."
beça S iCa), em cujo chaõ instituiram os Pa-
4lus Jes ltas uma Aldêa, e per sua direc-
I' Nii - - "....... _

(5) Igno:r:il-lle a soa origem: desemboca perto dt!

~ legoas ao Nerte d~ ltapé-mirim, e por espaço con..
Iltleravel-' dá voga à canoaS'. N:a- n'larget,'ll deste rio 1111
uma Aldêa do mesmo nome, cujos b/ibn.ntes se em"
pregam pela maior parte na extl'acçai de madeiras, e
• reü .. c:abUlla ,doa vi~ _

c
 100 MEM6RI.AS HISTORICAS

çaõ .se levantou um Templo, em'. iJelieficio

dos Catecumenos. Constando sem a m::>nor
duvida, que os Indios PO\ oadores ue Sepeti-
'Qa ( ituaçaõ visinha à Fazenda de Santa Cruz)
acoTJJp~húrílm o Govern-adol" Coostantin de
-M eneláo, em 1615, à em presa de n~bo Frio "-
(I} e com alguns d'elles fundára Martim de
Sá, a Ald~a de S. Pedro, 'corn(í) fica dito à
. cima; naõ ba certeza alguma do almo de fnu-
.da~aõ d'esta, nem da Igreja de'Y-Tinga, por
desapparecer o Livro do Tombo, que :linda
. existia. 'ern tempo do Vig1(lrio Filip.pe de Si.
queira Unhaõ (2) :', mas o Liv. 1 ele napti.~
·mos aUi feitos supre de alglilm modo. essa falo.
ta, c.ertificando a &poca do seu actual exer·
cicio, como 'se lê no rosto do mesmo = Li-
vro dos Bautismos da Aldêa de Y _rrir~u, co-
meça no mez de Junho de ]688. = escritol
pelo Padre .J esuita Administrador da AIJ.êa.
Povoadas posteriormente as. terras circun viú..
nhas, e parecendo mailt commoda a sitllaçuõ
de . Itáguahy, pouco Ie>nge do mar, e lliui$
.proximo à residen,cia da Fa~enda de Santa
Cruz, mudáram os Padres Jesuítas a Ald.êa
para e!se lugar,. antes do annó..1718, (3) e

J. - - - - - - - ".-

(1) Vede Liv. fl, Cap. 3.

.(9!) Trasladando o citado Vigario alguJ!1as roemo-
.. rias d'esse - Livro, disse em um Assento feito no Liv.
1.- de Baptismos = livro que seI via de alguns Assen .
tos, do que pertencia a eli:t-a Alclêa, e Casa, llelle' a
foI. 388 achei ... = . .I
. (3) A ESQritura de vedda, e doaçaõ àa ~et~do
da Ilha Sapimiagqera 1 . cell:brada por .. D. ~~la ; de
 I u'c.11e 'principiúr~m a construir noyo Templo
cúm pa 'eues firmes de 'edra J e cal, que con-
cluldo em I i29 (4) com o comprimento de
60 palmos .ntemos J e !:lrgura de 30, ~e de
a porta principal J até o arco crll,:eiro, ·e d'es-
se 'ponto, ao fundo da Capena mór, na ex-
tensaõ de 40 'almas, e largueza de 25, foi
'd'edicado à S. Francisco XaYiel', cuja lmagenl
se venera no Altar tll1ico do mesmo Templo,
onde se conserva tamberil o Sacrario perpe-
'tuamente provido com o Paõ des Anjes.· .
Extinda a Socredacle Jesuitica pela Lei
de 3 de Setembro de 1759, e exterminados
os que a formavam, tendo BI-Rei D. Jozé I.
providenciado lío anno antecedente sobre: as
Igrejas das Aldêa<; admini. tradas por esses
Sacerdotes A postoli 'os, foi a d'esta criada em \
Parochia Encominendada pela PrOYlSaÕ de 15

Alarcaõ, e- Quevedo, viuva do C2pitaõ Damnzo Pi-

menta de Oliveira, no dia 17 de :;\hio de 1~'18, que
se de~cobre a- foI. )~9 do Liv. ~3 de Notas servido
eom o Tabellioo Jorge de Souza Coufinbo, cujo C:tr~
( tario serviu :Faustino Soares de Araujo, confrontando
os rumo da Ilha vendida, declarou, = correndo da
}Jartc da ,Alclta Velha no Jugar ue Itinga =.
14,) A' margem do ASSt-llto feito :l 15 de J :md-
to de 17:30, q~e se aeha à fol. 48 do I,iv. l,C' àe
Bl'.pti8mos, e~tá a dedarôlçaõ seguinte = Fabian:l, n-
IL 2" .f pollinario do Sautos, e de EUa muh<:r J 0-
ze a M .ia, fi primeira', que se hapti?Ou na CapeHa
nova , .. = Por outro Assento semelhante do in1'lQ ente
, Le:m ro, crito a foI. 47 do me mo Li no lJO dia . li
de Novemb,fo do anuo antecedente, se conhece,. que
n'esEe teulpo esta~a a Igreja. l.a em, exúrdcío. J

,;
'- -
 de Noveu1?ro de 1759, atéqu8 a Ordem de
.22 de Dezembro de 1795 mamla.s~e pôr 9. C !l-
,curso todas ~s Igrejas de igual natu.reza, e
as actualmente fixas, para subirem. li da~se
_das perpetuas. O Padre Domingos GOflçalve~
Vieira de' Moraes occullou-a como LO pro-
.prietario, por Apresentaç;aõ ele 14.' de Novem-
bro de 1797, Confirmaçaõ de 5 de JU.HlO dQ
anuo seg-uinte ,o e pGsse à 15 do meôn1Q me~
Succeeleu ·lhe na propriedade .Ç) Padre' Anto--
nio Jozé de Castro.
Limita-se, ao Norte., com a Fl'eguezia
.de Santa Fumilia de Tinouá, em mais de 4
legoas: ao Nascente, com a de Maripocú, em
.8: no mesmo rumo" e n'ol.ltra distancia seme-
lhante, até o Curral FalsG, onde acaba o
Campo da Fazenda de San.ta Cruz, com a
de Guaratygbá: ao Sul '. ~m perto de 3 le-
goas, com a de Mangarátygbá: e finalmente
ªo poente, em 3, com a de S. Joaõ Mar.
ços. N'esse circulo numerava líl. outro tempo 118
Fógos, e mais de 900 à 1:000 Almas obriga-
das à Sacramentos, cuja populaçaõ !le hoje
muito mais crescida, por ierem variado, à
melhor, as circunstancias deste teHitorio.
Em distancia de 2 à 3 legoas está. a Ca·
pe1la Curada de Santa Cruz, sita na Fazen-
da do mesmo titulo, qUe fôra da Companhi'
dé Jezus., .~5) ~comprehendida am quatio le-
., ..
'. o
_ _ _ _• --1' _

(~) Por Carta do Secretario d" Estado d-e 16 de

Outubro de 176) ~ foi detl1rminado ao emadoI' e
Çapita& General Gomes Freire- de Andrada, qu.e'achan:.
QO conveniente venderem-se à retalhos as. Fçeuda8 quJ
 IlO RIO DF .T :'1:;IRO. ló3'
gQas, menos qei cel tas braças de testDda, e.
seis de (und0, cuja exten. i.j.Õ 'e ret]uz à qua-

-~
'foram ~06 Religiosos Jesuitas, "para se p~voarem, na'
fôrma. do arbítrio do Bispo d'este Rispado D. Fr. An-
tonio do Desterro, o executasse, e remettesse Cartas'
Topograficas das ditas Fazendas, e Povoaçoens n'elJas-
erigidas. Liv. 39 do Reg.. Ger. da Provedoria fol. 22.
Até o tempo do Vice-Rei Marquez de 'Lavradio tudo·
se conser"ou no Fisco sem alheaçaõ: ma~ determinan-
do a .Cam Regia de ~8 de Agesto de 1770 à J un~.. I
da Fazenda, fizes e expedir as Ordens necessaxias pa-
ra serem arrematados todos os Bens existentes n"'esta
Capitania, que f~ram dos sooreditos Regnl~res, sus-
pendeu o Vice-Rei a execuçaõ da referida Carta, 1'e-.
prc&entando, em 9 de Fevereiro Cfe 177J r os motivos,
do seu procedimento, principalmente à respeito das
l!'azendas de Santa Cr z, e do Engenho Novo, por
entender, que a cm:servaçaõ de taes propriedades era
util à Real Fazeoei:!, t.'tnto por se extrahit da primei...
12 d'eUas todo gado necessario ao provimento das Náos·
de Guérra, como por se forneceJ' de parte dos Escra-:
vos para o serviço • a F3brica da Casa das Arm:l.S, e
'Erem da Artilharia, aI~m d' outros fundamentos. Naõ··
obstante porém es~es Tl'wtlvos, como constava a dete- )
rioraçaã dos sobreditos bens, pela negligencia dos Ad-
ministtadores, cobiça dos rcndeÍTos, e falta de Admi-
nistradores dj.gnos· ele confiança, e achando-se a pro-
priedade do Engenho N0VO em total rurna, qlie· só
e~rvia de augmentar e.xces'>ivas despezas à Real l'a-
zenda, segundo a relaçaó do' Vice-Rei- C onde de A zam-
buja: Foi S. Magestll.de Servido. Ordenar pelo Inspe-
ctor Geral do. Seu Real Erario, em C arta de 26 de
Fevereiro de 1773 à Junta da Fazenda, que assim
&8 duas dit prop:r.iedades, como todos os mais bens'
existentes n este Continente, se a·valiassem, e arrema-
tassem em hasta publica. Em consequencia d'esta Or.
dem foi expec1ida a Carta Regia de 4 de }\farço. do

I
 104 MEMORIAS H15TORICAS

si cincoenta e umll legoas qua.dradas) onde se

conserva\'a um Capellaó, actuaimente susten..

--,------------------
mcstr..:} 80'0 ao Vire-Rei Marquei, dctermin3!lqo-lhe,
que fizesse avaliar todas as Fazendas, Engenhos. Her-
. dades, e mai~ Terras pertencentes. aos m~"cionados.
bens, existentes no tccritorio d'esta. C'api t!nia., c con-
servados roo Fisco, e Gamllra Real da Rcpar:içaõ do
Jcizo da Incontidellcia. e se pr-oceàesse à sua arre-
mataçaõ, cbcgqildo os lau'iús aos prc os das avc.!.is.-
ç'0ens: E que outro f,Jim se r-erC".lttü ncc~ita::. em pll,,:
gmnento do procluctu das :l'2 ':n.nr:\·ocns, llU., Thcsoura.
ria Geral. os 'credito!' d:l<; di \ I lltS Fassivas da Hcr..
l?awnd:l da mcsm::t (;aFLt,~.i~, e 6L-:13 annCX<1S, ('0,,-
trahidas OOE anILO!> pr<'tl'ritos uté o t~2 FO do Gnv 1:-
110 do Vice-Rei Çonrlu lln Cl.:nha, õero(]; d q' ~f.­
cadas as mesmas dh'idas peja .r lWt::" e l·('aU~~(~<lS :; "
justos' rebatc:: .. que se lll('s dc.viam úzcr nas fl'le ti \' -
sem de Compra' de IDlllcriaes, e mús gcnercs, r ·oce·
dcndo:'sc primeiramente, na arremataçaõ das J:'azcuhB
dos Campo. Goaitaca1.cs., Campos Novos I e dqlois em
tuda.· a do mesmo Confisco, A' pCSRr de conhecer Q
Murquez Vice-Rei I .que relo modo, cem que !e mau·
dti.ra: alltear as Fazendas mencionadas ficavam só os
CoJllpr:tdores utilisado6, e a Real Fazenda mui· prcju-
dicada ( orno fe-J: ]latente na Instruct;aõ deixltda ao suc-
ces '01' illJllIcdiato do Governo sobre a Capitania, tra-
t:<ndo ahi elos motivos de deeadencia do Commcrcio);
lJOZ f.lontudo em pratica as Ordens c:xpe'lidas, quant
~ outros bens, c fÍlzcn'Uas dispersas pelo r"1 cntin nt€;
.e. reservou a venda das Fllzeudas ele S~;lb Cr-ez, .En-
genho Novo, e Engenho Velho, por lhe parecer ~in.­
da neccsmria a sua ccnscr...:lçaõ 11a Corôa. CC\ilO os
Commerciantes da Pra~'a, credores à Fnzenu:l Bcal;,
naõ tem meios de {lbriga.la à pagar as "1 tial;, àe
quc se acham desemb l\'ados I, c muito lh s convinha
o pagamentlJ, encontrando as L~tr~s, solicit3ram co
a"sás efficacia, em tempo <lo Vice-Rei Contle de Re-
 DO RIa DE JANEtltO 105

.fauo pela Fazenda Heal, para adt ;inÍstrar os

Santos SacraOle11tus aos cscra'iOs; e commen-
saea, habitantes em 12+ rógu:iI, e, compre-
}l(>ndelldo·~e n'elles mais de 3:3úO -almas adul-
tas. {6) Tem de comprimento esse 1'emplo
':15 pahro,s, cOII{ud\ls da porta princIpal, ao
arco ua Capella mór; e de largura 38 : l1'al-
li, ao fuudo da rue ma Capei la , J?J de com·
rrido. e 26 de largo.
l'om. fl. .o
IZende, a \'(~nd,L da F{\zenda de Santa Cnl7. (po's que
<l do En~'elll){) Novo já se lJàvia etf~ituU(Jo em li80).
parll se utili"arcllI tal11Uelll do dOfLil'io directo d'ella , eC1l
flue podiam ne!{ocillr, rli\'irlilldo·:. Senflo então ouvido
na Cortl', por Ordem do E'oberano, (:el'to J\lini 'tro de
sã:: COIlS! iel cia, e ue lllaUllrO conselho, que occll\-làra na
llelar,:ão li \:sta Cidade UIlJlI. rias slIas Tug'<ts, e sabia,wente •
c, \-I0r illtt-lIigellcia ruui plOl'lil:ular, c.lkulava a imprJrlan-
CI.I de con~ >1'I'al' lia R~;:l Coroa a propriedAde d' esse
palrimonio; sei de certo, que n·spondeu lia assumpto dQ
~el1da, <1izendo == Quando li Fazenda de alitu Cru./: nào
fora propri' da Corou, se de\'eru tilzer toda a diligen-
cia para ser por c\la possuid:.l ; e sellào actualmente, "como
he) POl' nenhum pretexto se deve alheiar. = Com -esta
respo.sta ficou suspensa a deli~rllçilo da vellda , rijamente
fOllH:utada n'aqueHa e tar;ão pt:los prett:ndentes, que de-
pois de m~l' COI, tautl's dili"cllcias, c hem apadi'iuhiJ.dos
enl melhor estação obtin:ram a propril'dade do territorio
'd~ Itáguahy, camiu110 para a Serra, por ollde foi divi-
dida a falllosis ima Fazenda de Santa Cru7~ Sobre os
alforamentos de tt:.rrenos iRcluidos na F~zenda de Santa
Cruz, e ~Uôl recll1CC;;:1O ti perpet las, providellciou '" De-
creto de 26 ele .Tnlho de 1813; e outro sim Ordenou.
<1'\C uo sitio tia Se}ietiba !:Ie deUlarcasse terreno conveniente
para hu POVOlljão, &c.
(fi) N'esta 1". enda tem S. Magestade estabelecido
- seu re~l'ei-o; e po i~sO' se vê huje o itio de Santa C~uz
assàs cultivado, coru CllB;.15 differeutes de vivenda, malêr
nUmeru d~ habitaut..:s) es~r:ldas, e rl\~i:l ~~rasiveis.
 t06' 'M E.MOR iAs HISTORfCAS

No seu tel'l'ltorió fez o Vice:'Rei Conde

de Rezcnde el'Ígir.uU&5 fi'abricas de assucal' por-
(.ontB da Coroa: a I.a p.m lugar proximu à
Matriz. qtle conduída na parte mais precisa
áo tr~balho. e 111, 1792, póde !icf\'Ír ue modello
á 'o'Jtras semelhnl1le,,) e foi \'el1dida em 1806
á Antonio. Gomes Bal'l'ozü Negociante da Pra.
~a, CllOl par;~.das tel ras da Fazenda de Santá
Cruz. lVloe pcil" beneucip da ag'lIa cool!uziua
IJor ht IllU valIa Jc brgura, e pl'ofmichdade
HJrrespondcnte aO pezo d'elltl, e ao compri-
meHt~) de 5:0ÜO~bracas. A 2. a se levrllltoll em
,Pieuhy) no allií'o' d'e 1708 sob o l1ll'SIIl0 risco
,da-L",' mas eni ponto' m':lis dimiu'tJte. Além
,da cana, e do anil, produ1.em as terras d'~~se'
termo a mandibca, () arroz, min<.\uim, (7),
café,. milho, feiJão, e leg~Im.E's, 'com. ljl:le
pagam flll'tamente os tralJalhos dos seus cu1-
tJvadores.
l"ertilisão o sitio, e os do con1Qrtlo o Ri-
beirão, u~.s, La·ges ,. o Rio Santa. Atlllfl, o RiO'
:Noyo' ',' M'a{o-gl'l~~Sé},. 'Hu3rda- Velha" Quilom-
;))0, GuaJldlÍ, &anto Ignacio .. Guandú-Inil'im.
e Ollt[.i1~ de' menor .corpo, que ell>grossando o
"oll11ne' dó Tillgl)su, e de llemiri.m, se ajun-
taMa ao, r famos(I ltáguahy. á procurar <> ma
da Angra .. a quem tendem vailsalagem. Sam na-
"egaveis o ultimo;. e o de (1uannu, que se
lhe une;' ~ .por :todos fie acha nota\'eJ criaçfo
de perxes !inui f:.üb"orósos.
A,

t 7) He )lUllIll ~spt"l'ie de t~i'l~õ ',' (Iue' tie ('OIlIP tI r-

rado. e d't'1l1' SI' e. trabe tiuilisímu olee l-lara uso de luzes"
C< \'ari.1:1 C0111;~.,,~, hO.. Hrilw.. .

. "
 no lho bE J .UftIRO. - J07
Ao Distrieto Miliciano de Guartltygbá he
sugeito a d'esta Freguezi:'!., ao J'ed~r da qual
tem os Indios as cazas. que formam ·a sUa
Aldea ~ cuja povoação dirig-e um iD(Jit'i'!t o da
mesma raça ~ authorisado com a P2.te..t~ de
Cetpitão Mór. Estes homens; occupa~Jos Ulars
no· r.abalho de falquejar mé'\deir.a~ pelee mntt s ,
abrir vallas, e outros' Sel"\'i~'à3 POtlCO :::t ir<.l.
dor s, do que -a cultura das terras pa-a
!\ell 'sustento ~ e de SlJ~,S familias, couservam
o mc~mo s'ysten a de' vida, eni tudo scmdhaute
ao da (Iutl'aS Aldeas.
O Alvará de 5 de Jl~lho de 1818 erigiu
·esta AMea em vma, desmembrando-a do Ter-
mo ..da Cidade, e do da Villa de Anf;'ra d(,)~
Heis ~ à <]l1C pertencia, creando as J u~:ti'çus ,
'e Officiaes necessarililS à mesma Yilla J e Desi-
g'nando o 'Territorio, R lC1imentos, c Pau-i-
moni,o, '<luc lhe haviam de pertencer: e ú so-
bredito Antonio Gomes Barrosa foi seu primeiro
A !caicle no)' p r :Mercê em Despacho de 22
J

de Jé:lUeiro de J 820.
Em rernune:ra~ão dQ.s bons serviços do
talIecido João Paúlo Bezerra, que fora En-
viado Extraordinario, e MinistroPJenipoten-
ciario na: Cortes de Haia, "e R Petresbour~,
, 111~imamcnte Presidente - do R. Erario no Rio
de .la ~ciro, Fo-~ S. ~l\1agestade Scr\'idoc.:onfe-
r~r o Titulo de Viseondeça de It.ágllub'y a <;11:1
lluva D. IzabeI 5i11 Bezerra, por Decreto de
;J de aio de 1819.',

Ou
 lOS MEMORIAS HISTÓRICAlS

S. Jo!Jo BopHsta de TI'anco.so;

Cemo fgrC'j. (le Todio!l rllf.lea<tns f<ob ~
t{11"inil'lr~'!JI0 _dos Ftlt!res Je-:wit(\s, roi tamb"l11J.
f'recta em Pal:o,,!Ii:l ..:::m'0mmentlac!a pela Por.
1]ria de 12 de l\0vembl'o de 1.759 a de S.
Jo{io Baptista, ita CIO Trancoso,. ç}i:sLan~~ 4
lp!{ons ~o ::-). de _Porto f~f'gnr), qll' C':-.isli>l
1'r.'1l1itll antes do mulO de ~üt"7 ; e p0r dl·ej:~)
do A !vará de 17U3 entrou à ser numerada en...
tre as Igrejfls rC1"jH'tua.• Diridl?-se ao ~O(tc
.:n a Freguezia de N _ S. da P~'1111R de Po -to
~eg-uro; à Leste, com () mar; ao Sgl, com a-
fIe ~N. S. da. Pnri6ca.ção do Prado, di tallie
18 legoas ~ ae Oeste, ~Otn o Sert~o. N'e~-;,;e
€irculo conta l-GO Fóg(,)s,. e ulai!r de J :200
Alll)as adultas. Nas dependem'ias de FOlO ec-
clesiastico recorre o Povo ii· Vara da Corllmar-
ca de POl'to Seguró;, c nas do FOFo Ci\'iJ ao
Ouvidor u'essa l'epartiçfo, por quem he cor-
rigida a Tlilla ahi f mdnda em 19 de Feverei-
ro de 1759 com o titu.lo de 'Trancoso, cujo
destricto pertence "0.0 Gover.no. da Dahia no
temporaL
Seus habita~1tes cllHivlIln algodão, e man-
dióca pa~<l farinha, e muitos d'elles se occU·
pam 110 trabalho piscatofio.

Santos Reis Mag,osl

Em outra Portaria da mesma dahl da-

antecedente, que se realisC?l! a 19 de Janeiro dI}
anno sr.guiute 1760 I e po~ :motivo semelhante I.
·fo; creada outra Par,ochia na Capena dedicada
pelos Padres Jpz\\itás aos Santos Reis :Magos.
que tambem existia antes (H; J 5S7. Com &.
pr:: 'ic1ell('i:l <!o Ah 111 iI .:I,lJTI cil'),Jo te'-c N-(i esso
ii Cl:.L·~2 tlns lt~re.ias J1Cl'JlrluHS: e fl Padre
Joahn. G(HneS ue ,frozll": {)('('I:DOlJ n 11112;:11' de
1.0 IHopri<"lario. A Ig"'t'.l'l «itt:;Hia ,,('hr~ huma
pC'111f'lla c Ilna ii bo:·d'.l d(l nl.'tr, he construi·
da corn ·paredes de pedIa e fal. (' tem ue
comprin1f'~1to : ~O '1'<I11l1()~, tlt'sde :I portn prin-
cipal, até o arro fllZ 'irc); e de hHF;lIra 42+:
_(l':1l1i ao fun~o dfl Capell11 nlOr, 38 pahnos ãe
comprido, e 30 de largo. 1 -o 1'Cll interior cs-
,tam di, postos fres altare;~. Nu, era 650 Fà-
go~, e mais de 4 à 5:200 alrua dadas à
rol. Obedece é.Í vara da (;oOlmarca do Es-
pirito Santo nas' mate rias do Foro ecclesiastico,
e nas temporaes, aO Ouvidor da Capitania de
Porto St'!!:uro, situada nos limites do Gover-
no da Bahia, à que pertence o c1istricto da
V'i/la creaua no nnno de J760 com o titulo de
Almeida, cujo corp o Senatoria se compõe de
Indios habitantes do puiz, como he tambem
o Capitão Mor da mesma Aldea. A' excep-
ção da Casa, ql1e foi do CoUegio Jesuítico.
onde reside o Paroco, defumte ·da qual ha
um grande terreiro em fôrma de' praça, e
poucas outras, sam toda~ cobertas de palha.
O Commercio d'esta Villa, que dista da AI-
dea Velha 3 legoas, compoem.se dos mesmos
genel'os e"portadoi da povoação vitlinha, os
quaes onsistem no trafico das m~aeiras, 01...
, laria, cal, laranja, azeite de baga, farinha
. 4e malldi~~a·,. e l!o ~~ algodão; mas tudo em
-_o ~ ~ _

,
;
 J l' MEM~it'rAS HJSTORICA."9

,porções diminutas. Os naturaes do pai% fomo>

Incapazes de melhorar de fortuna, n30 pa9·
sam de pobl'es: cultí vam varws comes ti veis, ,
e & ,lesenria. Na Aldea Velha, povoada de
ILldiós Christfios, há i::l1rgidouro comll1odo para
sumaca'; e seus habitantes se occupam 1I0S
mesmo!! trabalhos, que os seus visínho , fa-
zendo de mais ~exp0.rtar grande porção dl' ga-
. mellas: A 'laranja H"este sitio he de mtú O bom
sabor, e qualidade.
Na ~lIa "er;inhanca cone o Rio Reis lUa..
gO!'l, q'te ~list? 6 legnas, ;0 Sul, d'ontro de-
nom'i!~ad() Doce, sltu',do elH latitude de 19. 0
33.' C IOI:gitude doe 344.0 .\3.', ntja d.es·
cripç;:;o se \'erá no Li\'. 2. sob a memoria oa
F.·eg·'.18zia ele N, S. da Vietoria :la. Capitania Jo
Espirito Santn. Caminhando ao mesmo l'Ili1.10 n,o.
distancia de ~2 lq~"a'. mais, se \'ê ao l"n~'(~
cio mar uma S(,7'1'(1 ,alta, c re(lol1oa, que cl~a­
mam do JI·festre •. ·llval'o, e na sna t'xtrcnIÍ-
dade fica a Pouta de pedra, .(~ollhecida con
o nome de Pauta do 'I1.lbarIW , d"<Gndc COl'l'ut
.. ]ego~s ao Espirito Sun{.o.

S. B(l1'nabé.

Tendo os Padres Jesuítas f'1l1(L dG' uma.

Aldea no lugar de Cabuçu ,.e 'pare{'enrlo-Jhrs
posteriormt>nte mais apto o sitio, em que o
Povo de Ilamhv ha via fevantaíJo .llllma Cap J~
:ta com o uesü,;o de sen'ir de -Pa'rtlchia, CU.1 1t
locai t1!!.'r3.davel dista\'a pouco do Rio iaeacu;
para e'I)le 1l11l9LÍ.I'ulll a pqvonçãó ludi~a ~ . e 1;0
anno de 1700 {-CO;:IH) persuade a m6cnpi;aO
 IDO RIO DE JANElfte. rJli
gravada no frontespicio do Templo) eri~rant
a Cape la da invocação de S. Barnabé com
paredes de pedra, e cal. no comprimento de
90 palmos interi(lre~, desde a porta pFiRcipal #
até o arco cruzeiro., e largura de 42; e d"al.
li J ao fundo da Capella mór" na estens~o
de 35 palmos, sobre 28 .de largura, ornando a
com tl'es a11< res!J 11o"maior dos quaes se con.
ilerva flllnftalmente o SS. Su(·ramento.
EXtiil' tOS éHlllelle!3 Padres" prinópion a
Igreja à gozar o prtúlegio de Pal'ochia pela
Portaria de 15 de Novembro de 1759, e de-
pois da já citada Ordem de 22 de Dezem-
bro de 1795, entron na sprie das permanen.
te~. Em quanto a PJO\·illã·o de 20 de Janeiro
de 1762 náo lhe disignoll Paroco privativo na
pessoa do Padre Pedro J()zé" foi administrada
pelo Vigario de Itamby; mas d'então ficou.
servida por Sacerdotes particolares com pro.
"jmentos de Parocos" até~lue entrou () Paure
Joal\im-Jozé da Silva; em qualidade de 1.0 Pa.
roca pT'9prio, pela Apl'esentaçâ'l de 14- de
Novembro de 1795, e Confirma1áo de 21 de
Agosto do anno seguinte.
Encravada esta Freguezia no centre' dos
limites da de Itamby" com flenhuma outra
Se limita: e sua jmisdicção paroehial àpenas
comprehende 100 Fógos ) em que habitão,jun.
tas • .e di:5pt'rsas, p01lCO mais de '700 a 800
pelisoas adl..ltltlõ. .
.' Foi. a Ald.. a, d'e S. Barnabé uma das pri-
l1leiras" que (\s Padres Jeauitas estabeleceram
.àlel1l da Cidade; e consta a sua existencia DO-
&nuo- de 1584, por nanar o ·PcuJ,re V.aSCOD.-

,,.
 I!" MEMORIAS HISTOlbcAS I

c:ellos na Historia da Vida do Padre Jozé de

Anchicta Li\'. 4. Cap. ~2 e 13, que ahi des·
can~)u esse Veneravel Missionario, "inuo de
volta da ceJeberrima pescaria de Marida (dis-
tante 3 legoas), onde obrára notuveis mara-
'\'i!lla!l. Para subsi5!encia dos Inclias I que um
indivj r luo d,l mesma raça, authorisado com
. a Patente de Capitãü mór (I) tem á seu Com-
mandamento J eslava concedida à Aldea certa
porção de terra estensil, e muito fcrtil: (2)
JJ1as os propri tarias do terreno, deixando de
cultiva-lo, por aversas ao traballlü do c:ampo,
deixam tambem de se aproveitar de 'g'randes
fructos, q1le aS mesma.s terras abundantemen-
te prod LJ ZCI11 , paga ndo aos arrenda tarios J seus
cuttivadores:J o uellcCci'o tL agriculta-las. Su-
bstituindo entretanto o,; Indios a indol('ncia da
lavoura !"lHal co:n as mallur~turas de palhas,
fabricão balaios, j){'neiras J esteiras, abanos,
e outras obras semelhantes', cujo valor aug-
- meutam peLa. infus'áo das palhas em tilltas d if.
ferentes_, e>;:trah.idas de paos, e das suas rui-
.zes... ou de ervas analogas à tinturaria. Com
essas mesmas pallias tecem perfeitamente as-
liento,s de cadeiras, como em Portugal costu-
mam á bar por ella~ o junco.
._-------
(1) Por Patente de 9 de
--------
Março de 1765, registr.
no Liv, 39. fl. 36. 'v. do Re~. Ger. da PI'QV, , se ITI;mdou
pagar ao Capitii'o Mór dos llldios d'esta A1J.ea o soldo
dé 400(} .t~ill por ln ez. .
. (2) v. nota ('2), na memot. da Fregueúa de Itamby.,
Líy. 2. Cap. '<!: a nota (4) 111 memoro da Freguezía de
B. Pedro cl~_Cabo Frio j e a uot (3); na memoro de
re.s. de -'S~ Qurt:uio. all1ba~ reieridaa u'e5u: Cap..J J
 Projectando o Viee· Rei Marqnez de La-
"'radio crear uma ViIlã n.lesse Jugar, fez pti-
·toeiro dernal'car as terras da Aldea, para lhe
-servirem de termo à sua jurisuicção; e con-
.cluida a diligencia DU anilo de ] 773, deu por
fundada a Jl'itLa Nova de S . .1os-é "C/'EUlei, sem
preceder outra form1õ11idade maít. que a de fa . .
zer entel:rar entre. a Ig-reja, e o Cruzuiro do
Adro, um Padrão de pedra' com' as sua Ar-
nns. Satisfeito com esse facto implrll., procu-
rou os meios de augmentar a po"o~ção,' e
melhorar os seus babitante3, c1andlf.lbes nm
Inspe'CtQr J (lue vigiasse os interesses dos ln~
dias, sobre cuja fortuna muitQ se deilH~lotl J
e providenciando a nova Repllulica com alg·tms
estabelecimentos uteis. Informado porem o Vice-
Rei Luiz de VasconceHos e Sousa pelo Júi~
Consenador dos Indios J e til) Attiea J o Desem:.
-bargador José Feijo de Mello, da incnriali-
clade, com que se levantára a ViHa J e da.
necessidade de melhor fórma, que sigllificas~e
u tilulo; em Portaria àe I de Fevereiro de
1787 CQmmetteu essa diligencia àqllelle Mi-
·nistro, mandando-lhe leva ''1-11' Peluurílllro, e
'Coílstruil' a:õ Casas precisas de Camara, e Ca-'
ueia. Autorisado Feijo com a Ordem referida,
foi executa-la no dia 7 do IDt'smo mez, e anoo :
e o Povo junto, proferindo em altas yozes
== Viva a Rainha Nossa Senhora D. Maria I. =
lIi~nific,ou o seu contentamentó geral 'pela pro-
videnl;ia, que tautQ ennobrecia a Aldea,' e os
~eus habitantes, e utilisava tambem aos que
à elles vivem unidos dentro do territorio. Crea-
00 u'esse mesmo dia a Camara com
7'om. V. . lJ
os Offi·
-
_t:;iaes compete.ntas .. 12. 0 iu'};~diat{) foram.
DO
lhe. dadas por J~mites da sua'jur.~sdic~~o as dual'
Jt'~oas de tena em quadra,. $tue se bavião·
..halísaue ,aJ:ltes, e mais alguma estensão ad:-
. jutlicada pelo Auto da l<'UII(hlÇíIo da ViUn,..
transaito no Liv. 1.0 do Tombo desde fi. L'
.a fi; 15. .
. .
Santo o/l1l.tanio. d14 Q·u(.f.ria iVe!h(f.

Dilatando-se o povo pelo distl\i~to· de Yia- .

t~ão, e selldo .iéí di~t<lllte a llregut'bia·ue N. S~
.da Concei~ão da I:,;lgtllla· par:a· fl8 re~urscs doI'
Sacramento·s, foi creada em CapelLa Cprl\da'
a de .Sauto Anto.nio (ebtabeleeitla pelQs arlnOS'
de ].725 {lO sitio, ql\e -chamam GUa1'c/.a V;elha,.
ou: da ,Pat'I!Jdha) em virtude do EdHul de.3 L
de Agosto de 1'i60, se~l €QntuQo ficar. ill-
.dependeote. da M~triz. I;>"-eílsa sl1jei~ão isel1-
teu·a a· Provisão de l~ de Março de .I76~"
~ u~ !nomeando o ,p.au·re, Fran.c~r-o Jl.odr·jgues·
~Fral.t's 'p~ra exercitar al!i QS 06icios ,de Ca,..
pellãQ .Curfldg., de.~rllra}i .a. ç,apeJla illd~pe.n­
gente àa .Matriz na .ac}Jn)l!jstraçã'o parpchill.l
.ácll:IClles 'moradore~ t!it»a~'os ,p'o t~r,"jt,Oflo 'de- .
plarcatlo pelo Padre TholÍlàs ClaJ;que, em .co))-
sequ.encia· ,da- Ordem qo R. ·Bispo. Não tard.o
porem, que a Provisão ,de, 8 .de OuuJbro d~
l763 r elevan.do ,a Capella .,~ ~aturez'a de Par.o-
chia Enco1Jlmendada J .•e determín:UllJo·.lbe limi·
lIliies. entregasse ao Padr~ Francisc.o Coelho
da Fraga a sua administração ,em k4· .do mes-
mo rnez, e a.nno. Assi.JIll .se I.wnse.f-\~QU, .atá'
I

subú ~ (;lasse ~a~ l-grejas .pe.rwaaentes I P-Qt J

 Dó--lt'tO DE JÁNEIR9. It~
.
e'ffeito da Regia porovidcncia de 20 de Outu·
bro de 1795. He I(}'ella r.roprietario o Padrf'
o Jaze de Rezende Novaes J Apresentado 0f
1802. rrem 500· Fógos e perto de 2:000 .\1
t

mas adultas qtl~ nas dcpendencias ecc!esi.",<

t

ticas recorrem á Vara da Commarca de POí-

to Alegre. Construido o Templ'O de perlra c
-cal, é' coberto de telha, tem cinc Altares.
Divide-se com a Fre~lletia de N. S. da Oli·
,eira ria Vacarin, pelo 'Rolante: com a de N. ,'.
do!! Anjos t pel'Ü Arroio de ..f1l30 Rodrigue ,
llOje Passo Gran~e: e eOlll a de N. S. d:.
COllceiçãu do ArT()(io, pelo Sl\ng'rado'JI'(), qtH~
nasce da Lag'oa do Ba·rros. Dista J 5 lego~,!l no
Nord~te de Porto Aleg'1'e. He assento de uma
Villa creaoa em J 811. '
E~fl demarcaç30 primiti\a atterott n Pro-
\'isão dl~ Outu~'ro de 1815 pnssada em Visita
do R. Bispo: ma-s -a Provisão do Tribunui da.
Meza da Conscif'llcia) e Ordens de 15 de i\1 aí-
ço de 1820 declarol1-a nu lia, e de nenhum
-e ffei to , eomo ha"ie dec1arado tambt'Jn a di-
,'isão incompetente ua Frcguezia rlH Senh~Jr
'Bom Jezns rlo '1'riünfo, cllja providencia C·
'Cou referida sob a nota' ( 1) da mesma Pa..
rochia.

N. S. da Oliveira da Serra da Vacaria.

, A' requerinientó de huma·. parte {.le há'-

bitlmtes do- Sertão s()hre" a S'el'rl:t· da Vacar-ilr ,
q.ue dista\'am 40 legoas da Frep;Llezia de N. S.
da Concei,ç-iio da Serra do ViamS'o 'o à cuj'o' dis-
tricto perteoçiam , se ex;pe'Ô'ill' a' PO'rtariá de'2U
o P ii
 JJ6 !\.hMORrM UJSTORI~~S

de M~rço de t761 crC':md() em Carena Ctt..

J

raôa a .de N. S. rla O!i"rira ahi conl'truida ~

e l:1ra servi-lá, foi dj~igllado o P1t<lre J(lzé
da ',dva Leal Lemp. Subindo á natureza de
Vn.rochia encomn1€'nc1ar!a pela Pro"i"ão de 20
.de Dl:zembro de 1768, entrou finalmente a
dallse das Jgrf'jail perpl:'tuas por eíieito do AI-
,'iu,á de 20 de Outuhro sobre<:itado, e d'el-
. la he proprietario o Padre .fozé t\nlnnio Go-
mes " em· resulta da Proposta em lt;üS. Con-
tará 150 Fcígos, e pOllro mais de I: 150 AI·
mas obrig~das à Sacramentos, qlle nas mate-
nas rreJec;ial'ticas recorrem á Va ra d a Com-
marca a hi cre:ada em :2~ de Dezembro de 1768,
e provida no Padre .João da Costa Barros, a
qnem se commetera tambem a parochiação da
Jlova Freguezia. Foi da Sua filiaçiio a CapeI-
la de.~. Francisco ue Paula hoje Pa rochia ,
sitnada na desembocadura da Serra, distante
36 legoas. onde hêl huma povoação, (I) para cu-
jo lugar se passa o fOO1,OSO Rio das Antas. Nove
Jegoas . apartauas da Frcguezia exi~tt> ° Regis-
tro de Sant~ Victoria, guarua ultima ao pé
do Hio Pelotas, porque se divide a Capitania
do Hio Gra~de com a de S. Paula.

S. Francisco Xavier do Engmho Velho.

Extincta a Sociedade Jesuitica ~ Senhora

,da ~azenda chamada 'Eng·en.ho Velho, e sita
uma legoa distante da Cidade', onde havia. (1)
. ..,..- _._-----
(1') V. no Cap, 3. a me~noria da FregueziB de'5o
Fra.nclsco de Paula de elotai.
 o no R 10 DE JA ~r,Ill&. 111
TC'lnliTo d'('ni('('\do à S. FTan(';~co Xa\ i~r ~"';f'e
('reo'; ~ Portaria, Oll Prcwis;;n de II fie Ahril
(/c 1'761 um Curato,. que à + dEt Maio' clã
anno lbrgl.1inle foi (·Ie\'ado á Vigflrnria Eoc'om·
Illendada, até entrar lia Rcrie das perretll"as ~
em fons('qllencia do Alvarft de 22 de Oezem.
bro de 1795.' Construido esse Templ? com pa·
redes de pedr<l, e c!.i1, foi de novo le\'antadQ
quasi todo pelo Vigario actual, dalldo à Ca.
"pella mór 44 pa)OIos de fUI)c1o, largura de
20, e altura de ~o até a simalha; e ao Cor.
po da Igreja o fundo de 8H palmos, Jargura
de 32 e altura de 60 até a simalha. ·Cinco.
altares ornám () seu interior J e no maior d'elles
se conserva o acrario, em que p~rpetuamente
he adorado o 58. Sacramento J desde o anno
de 1767.
Como Capellão Curado, servio-a o Padre
Seba ti50 de Brito Meirelles: como 1. o V iga-
rio Encomrnendado J o Padre Antonio Amaro
de Sousa Coutinho: e na qualÍ<)a"de de 1.° Vi-
gario proprio) o Padre .André ue Mello Bo-
telho, por Apresentação de 15 de" No,"ernbro
f~e ] ,97, Confirmação de outro dia semelhlln-
te J e mez do anno seguinte, e p08se em 3
fle Dezembro immediato. Tt'm por ~eu Coad·
jutor, e futuro SUCfe. sor o Padre Manoel Joa- ,
kim Rodrigues Dnntas. "
Por Edital de 31 de Janeiro de ] 763 che.
gaY3m 08 ~eU8 limites J ao N llrte, até O lugar
f:onhecido com o liame de Barro Vermf1ho ,
distante quasl meia ]t:~rua, em fujO flln;o nca
. o Arraial de Mota-p6rcos, por on.de terminava
~oQ) a })tguezla da Sé: mas tariou tesa dt

r!b
I
 "isão pefo e~fgirÍie\ito dà O'QVa Parochia de 'San-
tá Anoa d@ Campo, COOl' a qual baliza. Nó
"rumo' de Leste caminha. à buscai" o mar da.
, Phmt Grande, coníprehendendo a rtha dos Me-
loení'. que fica em frente do Hospital de S.
Christovãei» 'e juntQ à ella a àll Caeira; a da
~ombeba.. em frente da CapeUa de S. Christo-
vão, e a do Ferreiro. na volta da Ponta do
Caju. Por esse mesmo' caminho, e rURao de
'Sul, se aparta a Fregu-ezia de lnhallma na
'Ponte grande de pedra: e atrave!l~al1do a es-
trada gera' à buscar o,Sertão da Fazenda, ill-
tihdacla Engenho NfJvo, que tambem fora dos
Padres Jesuitas, finaliza, ao O'este; c'om a de
Jacarêpaguá. Nessa andadura numerava em ou-
:t,ro' tem}3o'peTto doe 30<t Fógos, e mais de 1:800
Almas. dadas à. 1'0'\; porem hoje he muitó
mais cresc"ido C) \l U mero de F6gos" e cOllse-
quente o de almas). por ser o' territorio assás
'cultiVlldo depois do anilo 1808.
, 'Em seu termo estâm ~s Capel1ail l.a de
'S. Chfistov~o. situada. no Campo 'do mesmo
Jiome) -que· consta SI bs\sti'l~ antes d'o alino -1627 ,
por se· ter .t~ito a:hi um baptismo n'csse tem-
po , . coml) referiu o assento escrito- no Liv. 2
-rla..Fl'eg.uezia de S: Seba!rtiãb:' 2." da- Caza d~
~uinta de~ Jes-aita~, fíind'àda eül' lugar alto',
te ,poucas .braçai disJaote' dá 1..... e como n'es-
~tà' Caza' se. estáb.;le'c'ett <f- Hp. piül'l dos Laza-
rentos l (' c'uj'<i'l11éri-idrill ':e Ver'é\. lid 'Li~: 7/ :Cà \>-
21.) ficou I)orisso' 'a' Oapefl'a 'isehtà' d)~ jliii-
dicção parochíal ,) peHi Pi'o\'isãb de '" ~é ~gos-
·to de.'I767. à requerJ:rn\fdt'ú~' d'ü'-ProvetIor e H-
·trlarid:atlej'Üb-'Sailtm~fno':AdaP1J~.rezlá da eàd.
Pe11arirl ~ como 4~drn}nistrad(ml -d,{) H~pit~I:;e .
por essa Provisão .m,esH}a se- eoneed~u tambem ..
~ue no Sacrario da Cllpella, ou Oratorio in. .'
teriar estivesse perpetnamente conservado '0
SS. SacraOlellto para .ser administrado por ;Via..
I

tico aos enftmnos. B.a do Espirito Santo, erec.

ta no Arraial de Ma~-pórC0s. peroa .marado-
res do R1()' Comprido, e Bíca dos Marinheiros ~
em terras doada."l por,Henrique Correa ~ Cos-
ia, e sua mulber Antonia Maria de Jezus ..
.que para dote d'~sse Templo, e ~eu paramen.
to, cQosignáral1\ a qua1ltia: de -100:000 reis no
rendimento da 'mc~ma Ja'era, em Escrjptllra
se 27 (le Dezemhr& qe 1(745 , d'onde se se-
guiu ,a. Provisão Episcopal de 20 de Jan'eirG
~e l746·, com que foi levantada a -Càpella•
.... a de S. Miguel, construida no Engenho NOVG
'pelos Pad res J e,suitas, Senhores a.ntigos· d'es-
118 Fazenda, p01' cuJa extinc~i19' teve a pre.-
'1'ogatiya de C.urada, até passar ri .outros pos~
.uidQres.
Na sQ])re.di.tar,Fa~.enda.do .EngenhoIS"ovo
u.istia uma Fa·b-:riG:L. de a&Sl:Icar, ,.que ,os ..mes-
-nKIl Padres ~ba\'~m .eetabeleeido ,P,(HICOS ,anno&
,an.u do seu e~terminio" e ,os arrtmatantes
.da popriedade, (Ieffi 1750) M,aoul ele Araujo
.GOOlt:8 , .e !leu s.€lcio lVJan~el Joakim 'da Silva e
,Castro, refQrmáJ'am: ·mas o. filhi) .do ,primeiro'•
.Manoel Theodol'o, (eBlO possuidor actual da
Fa zenda, . per8uadido de maior conveni( ncia
pelo arrendamento du terras em por~õe8 li..
mitadas, demQlio,o (c1ificio. NO'Hendaby ("uI..
garmente chamado Illtbahy) se a,'istam ml.Íoi
tiS moiDhos de trigo I que' ~. bellctiçio ..~~ agua~
 , ,
-lo

'abundantes prep'à'ram toda farmÍla precisa para

4> consummo Jo- p~o 'trRbalhado nas padaJ!id
. da Cidade, para o prol'imellto dos navegantes"
<. C para. o commercio, que d 'clla fazem os pa~

(!éiros., transpol'tando.a em barriz, á' differen-

tes provincias,
A maior parte do territorio hc' pccupad9
.por Jacras, onde se culüva a mandioca, o
.aipiy. arroz, café, cacão , milho, feijão, e
putros legumes, aSirffi como' div('rsos arvoreúo8
de fructas singulares, cujos e'(feitos se cond<i-
zcm à Cidade 'por caminho, mais prompto. de
.terra, que o de mar, ha "endo 'aliás dous ról'-
tos .de facil emuarque', e aptos pal~. a vog'a
.dé lanchas. 1i::1 111l1f.ílS da~ mesmas J a(~ l'as tem
,seus proprietauias" c()n'struid.o vistesos jardins)
.e casas bel1issiB.lBS' de habitação, que'pelo 'pros-
-pecto regular,' e grandez'a, podem-se 'dizer
.Nobres. Distante a Matriz poueas braçasrcstá a
l~eal Quinta da- Boa Vista: no 1\1 acaco, lonf:?;'e
] legoa, a Quinta qne fôra da Senhol'l} Prrnéeza
n. Maria Thereia;' e no espaço l~e menos de
meia legna, a da Mitra, no Rio Comprido.,
FertilizelUl as terras do dislricto torrentes
,de agua, i1imanadas das Se.... as do TO,Tuca ,
e de HW1c1al1y, 'qllc- formalI' .lmidos o~. Rios
de S, ()hl"stóvào, ...de. Maracanãa, de. Catul u

'by, e Compridp, lev'ando o des-pejo de, suas

abundancias áo. mar da Enseiada. Do Distric-
to Miliciano de luhauma he parte o 'd'esta Fre-
gUtz:a.
, SagTada Famiti~ de lpuca.
, r I r' \ .. ,: .~ '''1-
Heduiido!l ao 'gremio da Igreja müitoll dos
 Df) Rro DE JA~L[!tC. l~l

Jndio8 povoadores do Sel'tn9 ue Macacu J por

diligencias trabalhosi!!'simas do Padre Fr. :Fran.
cisco Maria J Capuchinho Italiano J com dlei
se levantou uma Aldea em silio junto ào Rio
de S. João de Ipuca. districto de Cabo Frio;
e concorrendo os Fieis com esmolas sufficien-
tcs, se levantou ahi o Templo dedicado á
S3grada Família. Sob a administração do mes·
. mo fundador se conservou a Aldea J e Igreja
por todo tempo que elle _existiu no pai z :
mas J retirando-se para Europfl, foi substi-
tuido o seu ministerio pelos Padres Capuchos
da Provincia da- Conceição até O anno de 1761 J
em q~e, achando-se a Aldea nas circunstan-
cias de melhor providencia, e o lugar habi-
tado por numeroso povo J se fez neces~arill a
crcaçãô de lima Parochjn em beneficio dos ha-
bitantes {}o districto. Subsisti'J esta Freguezijl
nova com a qualidade de Encommendadil, até
entrar a Classe das firmes, dando-~e-lhe por
1.1, c. Paroco pcrpetllil o Padre Jeronimo Ferreira
,de Fouza cm 1:800. - ,
Limitava-se (no anilo de 1:800) por toito o
Rio de S. João com as s-uas vertentes, desde
-o Campo de llacachá. até o Rio Macah~ da
parte do Sul. No anno de I80'!, separou-lhe
o R. Bispo D. José J oakim J llst.iirianuo o J

terreno desde Ba~achà até o Rio ua Aldl"a

Velh~ da parte do Sul, ond~ creou a [~'regue­
{l'ia de 'N. S. da Lapa de CapivarJ' No anno
de 1809 desmembrou-lhe o R. Ri!lpo Capellãn
M6r os moradores -do Sertão de M(}cahé da
parte do Sul, unindo-os á !"regl1ezia de N S.
das Nel'es J e Santa Ríta do lIito SertáQ. No
.TQm. V Q

<00
 1:J~~ l\1E:'110EI AS lJ ISTORICÁS

anllo de 1812 sofreu novo golpe, que o mel;-

mo R. Bispo lhe deu, depois da creação da nova
Villa ele M~C:lhé, desunindo-lhe todos os (i'Jo~
1;:lt!ore da parte do Sul até a Lagoa. de Boias-
• ica, p:lra ajunta-los à nora Fl'eguezia de S~O
J 0::;0 da mCllmn Vi lia. FIcou portanto esta
Parochia sitl1aua toda 'no tetmo da V iBa d ~
]\lacnaé ,com o terreno que se acha da Barr t
do Hio de S .•João da parte do Norte, até a,
Thrra do Rio denom'jnado Aldea Velha, e
d 'alti pelo me.:-nl.O Itio á cima da parte do
:N orte, ~té os confins dus Sertões desp(woa-
(los' <Ia tlita Aldea: e pela costa do mar, até
a Lagoa B.uassica vom os seus competentes Ser-
tões.
Dentro de sens Iimit.es tont8r~ mais de
200 Fàgos, e n'elles mais de 1:600 pessoa!t'
u:}í).l'igad::ls à Saéramcnl·ns. A Capella de S. Jo~o'
Ba1>li~la, fundada lia Barra do Rio lpuca, (I)
e a, de .... ~rigida D') sitio C~pivary, fazen-
d:a dos herdeiros de Manoel da Silveira, sam

(I.) Arruinada a Igr~ia Mawi7. no RntlO de 1801,

(ltf<'r~l;eram . O~ I1lol"ôulores de S João a sna Cape~la do"
~lt:smn titulo pllra servir interinamente de Pl1rochill, ell\
quanto (õ,e r~difica\'a a propría, que ele todo se d<'5ttuiu,
por de\ei*amento tot'~l 'Cm razão da annual 4:pidemill de'
rezó<'!l, qne a1li gra~sa" por, ser pautanoso- o- sitio. Mu-
.lar!:1 a· '1?ia Batisma.h,. fi Q S:Jcrario •. prett.nd-eu o Fllroco,
:I.!~t 1:\1dali á Capclb o tit-n'1o d~ Freguezin. IUlhstituindo
'""'11\ ~ nome <lc Sagrada Família o de- S, Joio Rap--
~~t;\ d,!] !1:l:'j'a. do Rio S. João, <'ontm o que reflno-
• ':"J "lI ();' 50br..riiloQ moradores á .~ua Mnge9torle pelo Tri-.
1 i: 1'>\ (~,1 M~"'a d~ Consóeacia, e Ordens, em Agosto.
'. ,8,,8..
 DO RIO BE JANEl~Q. 1'!'

t\S que prestam obediencia filial á Mat.riz ~

cujos Freg'uezes recorriam á Vara da Co::n-
mar~'a Ecclesiastica de Cabo Frio nas depen-
dencias proprias do seu foro, atéque êUa se
mudou para IrirualDa.
Para patrimonio do Templo Parochial, e
.Ia Aldea havia concedido o Governlluor Go-
mes Freire de Andrada a\'ultada porçã.o de ter-
ras por Sesmaria, à requerimento do Missio-
nario fundador: porém, voltando os Iudios
\105 antigos lar~s do Sertão, pela ausencia de
quem os atrahira, bencfieiava, e dirigia, foram-
.e distribu indo as terras à pnlporção fi ue os
pretendentes as requeriam, como devolutas.
em consequencia, e ,conformidade da Ordem
de 28 de Fevcreü'o de 17' 6 (nccusa.da na.
nota (2) da memoria da Freg-uezia de Itarh-
by, Liv. 2. Cap. 2.), sem se auender iI ne-
~essidada da Igreja, para lhe rezer~ar uma
-porção, :ainda que modica, d.o seu antigo
patrimonio. .
Cultiva-se nhi com actividade o arroz, a
eana doce, o café, e outros gell('ros: e no
·corte ele madeiras precio~as se emprega gran-
de parte dos habitantes d'esta Freglleiia. Ac-
tualmente há no sell districto tres Fabricas de
assucar, duas no Rio Dourado, e a terceira
no rio Camboropy,,: e outras se "am levan-
tando de nov{) , à propo:rç80 .do cresc.imento J
que a mesma Freguezia sente pela concurren-
cia de povo em cada dia, .cobiçoso de pros-
perar a ~ua for.tuna -c.om a fedilidad-e do tcr-
r~no~

Q 11
 Santa Annl1 do Rio' das Velhas.

Em outra Aldea fundada no Rio das Ve-

. lha!!. Capitania de Goyás, pelo Coronel Anto-
I! i o Pires de Campos em 1750, e habitada pOt
Inrlios da Naç50 Bororo, que á principio re-
~('ram os· Padre-:-; .1 esuitas, erigiu ti Provisão
de 2 de Setembro' de 176t uma Parochia de
Encommenda na Capdla oe Santa Anna, pou-
co allt~:s enobreciun com o caracter de Curada.
O numero de Almas. obrig-adas à Sacramentos.
não excederá á 300; e essas sflo pre8entemen~
te de Indios Cbariabás, por se terem mudado
O:iJ prirnciroll em 1775 para outra Ahlea do La-
nhozo) distante 12 legoas do Rio das Velha~.
Ue subdita á Vara d:t Cammal'ca de Santa
Cru,;.
,Espirito Santo de VWa Ye,'de.

Da administração dos lobreditos Padre,

Jesuitas era tambeIa outra Aldea distante 5
legoas da barra' (To Ri.o Patit~ba, e outrai tan~
tas 'á ;Çima da Capital de Porto Seguro, cu-
ja situação se acha elltre as Freguc1,iai de S.
Jo5o Da ptista. da Villa de Trancoso, e de N,
S. da Penna' da Villa do mesmo Porto, onete
. huia 'Q Cf1pella do Espirita Santo, em que
se 'administràvam os Sunamenlos aos Indios
~e()phito!l. Corno pelo extenninio d'aquellel9. t{e-
Jlgios08 principieu a mesma Capella á gozar da
rrerogatjva de Curalla, foi consequentemente
.'I'ecta em Parochia Encommendada;' e por ef..
j'l,il o (lo A h~ \'.1 de 9.2 de IDe'lembro de 1795·
tl~ .lJU;uqiJ ~f.\\[,c as Igrejas Malt'Íies perpetuas.
 DO RIO DE JASI:IRO" 125
Em ~eus' limites contará mais d.C 6( O a
1:UOO Alma~ , <belas á fi{)l J cujo povo recor-
re á Vara da Commarca de Porto Seguro nas
dependencias do Foro EedesiMtico J e' na!!
materias Civ1s .. aO Ouvidor e Correged{)r da
J

Commarca J 8ugeita ao Governo da Bahia.

por quem sam emmendados os deffeitos <la
JIIsti.ça da JliUa ahi fundada pel{)s 'annos d8
1'762, com pouca differença, Ilub {) appellido
de Verde, supprimindo-Ile de então ao sitio o
nome de Patitioo, que lhe dava () Rio da sua.
'Vü;illhança. . ' .
. O territorio, ftindaque' mui fertil J hã()
prodoz sufficientemente, por lerem os 6eus ha-
bilantes assá~ iudolenles: e contudo Jle ab~i­
tado de fructos. Tem abundancia .de ag--uas boas.
que perenes font-es ihe miRistrão, 'e de ma-
dt'iras mui. proficuall á qualquer obra. O al-
go(lão h~ um dos generps da sua cultura, e
<ommerclO.

N. S. elos .Ard~s d~ Viamão.

Como por ordem d'ElRei D. José I. pas-
iHI'3m as Igrejas dafl Aldf'ufi á clas~e dafl P.a-
~'nchias, a de N. S. dos Anjos, q ue era de
lndio6 Tappes extruviados da.s Missões. do Ula-
guay J e pelo Governador J01.é Mar-eellino.de
Figuf'irwo . ~dundo~ em Viamão ~ principiou a
ler Curada pela Portaria de ~ I .de Dezembr
de 1761, designando-Ile.lhe o. Padi'e Be'rnarda.
Lapes da 'silva pura f;f'1t Capell~o'. Qualifica-
.,11 ·c.om o ca~acter de Parochia no anno de
1-712 J .()'\1 po'uco antes) ficou mais a«!pla.,

E
 126 MEMOIUAI HrSTO&ICAS

por 8e lhe annexarem os Sete Povos da Fron.-

teira: e por oHtra Portaria de 20 de Março
do mesmo aooo entrou a parocI1ia.la o Padre
Fr. Valerio do Sacramento, Religioso C~lpucho
da ProvinCia da Concei~ão. passando do Cu·
rato da Cape!la de S. Nicoláo de Jacuhy.
- que estava à seu cargo. Bm cGnseqllencia do
Ah'ará de 22 de Dezembro de J795 foi ele-
,,,ada à serie das IgreJás Parochiaes perpetuas;
e o Padre Francisco ,da Costa Franco oceu-
pou o 1. 0 lugar no Catalogo dos Paroco$ pro-
prios. Tem ma'ill de 220 Fógos. enumerará pou-
co menos de' I :760 Almas de pessoas adultas.
que nas dependencia~ do Foro Ecclesiastico
prestam' obediencia á Vara da Commarca de
_' 'port' Alegre. He collstruida de taipa. eco-
herta de telha; e tem cinco Altares. Divide-
se com a Freguezia de Santa Anna pelo Rio
<lo Sinu: com a da, Conceição de Viamão pela
Rio Grauatay: c com a de Santo Antonio da
Patruiha I pelo Arroio de João Rodriguell.
hoje Pa3so Grande, Dista de Porto Alegre
quasi 4 legoas ao Nordeste; e o seu territo-
rio abundante' de madeira 'boa, con!;erva em
si sufiici~te barro para .ustento de OHal'ias.

,Santf1 Amaro.
l "
Vivendo 0.1 moradores do Porto' de Santa
Amaro ~ntre as Freguezios de N. S. do Ro-
t,

,sario do Rio Pardo, e do ~eIlhor Bom Jezu.

90 Triunfo, assás alongados da P,arochia á t •

que pertenciam, por clljO] motivo lhes era dif..

fieil o r..cuflQ d{tS Sa.cramentos; p~ra obviar
 ~9 ~lO l) E J AN"EIR8. 1~7

("SA falta se creou em Curato, antes do anno

J763, (I) a Capella dedica11a pelo Povo áqllel-
le Santo, ate irigil' a Vigararia amovível a
a Portaria de 18 de Janeiro de 1773-, entn'"
gando a sua pllrofhiaçfío ao Padre J050 F{'r~
feira Rodti~ues, e ter aeCesSo á nature2a de
l)erpetua • de que foi l.llproptietLHio o Pâclre
Antonio Fe-rt'eira Leit50. N umerar1." 150 Fa-
gós, e n'elles 1 :200 Almai c3pflzes de Sacra-
mento", que' na!! dependencias do ForD eccle~
sia~tieo sam providenciadas pela Vata da Com-
marca do Tritmfo.. (2) He conl'truida de pe-
dra, e cal. e coberta de telha. Tem CillCO'
Altates. Divide-se com a· Freguezia do Rio
Pardo, pelo Arroio _de JO'ão Hodri~ucs: com
a de S.•T02é de Tsquary, pelo Hio d(':tlOmi-
nado Taquary: e com a do BOIJ:l Jezu!' cm
Triunfo, pf'la Herval J da t}tJal ditita pouco.
mais. de 3 lego 30 Poente.

S. G,01tfrJlo dQ3 Campó, (;0 mtliCtmes.

A Cá.peIla de S. Gonçalo ftlnda,!ü 'Por

----......._----.-......--- ,..-;,---
J

.....
í I)Em Provisaõ Epis('opal , datada á 1'.( de Outu br&
""e~se anno, se concedeu erigir fi Irmalldôldp. de S. J\li-
~uel na 11ótia Malriz de s.anto _Anlara de. t7id1nud. Ctl:l..,
l'OOIt-se ntltlà ltlalriz por Hll' jà Curúá6 • Capellll. f'ó~
reoo"8da peloll lIl()radOJflfI de· For to Alegre, em virtude
da Pro"is:lõ de 14 de Setembro de l'i8~.
('2) Hoje recorrem à Vara da Vigararia'-CeraJ ri-e Por-
to Ale~re. V. a memoria· da Fn'guczia do Triunfo. Por De-
creto de () de Fevereiro de 1êfB•. Fei S. Mugesfade Ser-
yido crenr n'este ài~tri41to d~ Salit .*ma'l'O um Bnr:mato.
a'fn~ar de .Jdz~ Egídio AJ.a~. de Andrudà, 1." EataN>
d'l:l!Be TitulB.·' L
 128 M EMOIUAS HlSTQlUCAI

um devoto do metIDO Santo, que desd& 20

de Abril de 1722 era Curada, (I) foi erecta
em Parochia amovivel por Edital de II de
Setembro de 1763, desmembrando-se o terri-
tOl'io da Freguezia de S. Salvador dos Cam.
,pos Goa~tac8ze8 (depois de fallecido seu ,Pa~
rocop,erpetuo Padre ..Jpão Clemente) para.
lhe da.r limites. Têm' esil; Templo, construido
d'e madeira, e novamente levantado com 01
~licerces pelo 1.0 Vigario proprio Padre Fran-
cisco Jt.odrigues d~ Aguiar. 78 palmos de
comprHo, 31 d'e larg'o, e 23 de alto, desde
a porta princi'pal, até O arco cuzeiro; e d'ahi "
ao fundo da Capella m61'. 59 palmos de es-
te:lçtt~, 21 de largura, e I() de altura, em
clljo espaço' tót~l fie acham disposto. i AI·
tares. , ,
Subsistiu c(}mo Paroe1Jia de Encommen-
, na, âtÓ determinar. o 'Alvará de 20' de Outu-,
de 1795. e a C. R. de 11 de Novembro de
1797 , que as Igrejas conservadas com provi-
mentos annuacs, se pozessem á Concurso, para.
entrarem na Ilerie-' das 'permanente'; 6' tendo-a
paro'chiado 1.0' o Padre Ignacio Filg;ueira Cor-
rea, por, Provisão de 6 de Fevereiro de 176+,
foi leu 1. 0 VigRrio proprjo o s.obredito Padre
Francisco RodrigueB de Agui:'1r, .por Apre··
sentado no anno de 1800, e Confirmado em
dias do anRO seguinte, Em perto, de 400 Fo-
gos cont1iva mais de 7;000 Almas, obrigadas
-----------------:..-
(l) Em 14 de Maio de 17f3 foi concp.dido pelo O~­
'dinario aos moradores, ou applicados d'essa Capella, en..
f,;ir a .lrmandade do SaatiuÍ'lllo Sacra~ento.' ~'
 DO RIOD~ J ANEl U.

3 Sacramrntos: mas di vidicla em 1-81 J para dl\f·

territol'io á nova Preguezia ele S. Sebastião t
fieoll diminuta em fogos, e almas. p(\l" eSie
motivo mesmo numera hoje QO seu di§trict<>
menos Capellas filiaes, ficando-lhe ainda a
L" de N. S. da Conceição e Santo Ignacio ..
na Fazenda que foi Jus Padres Jcsuil( s, e
perten.ce .presentemente aós herdl.'iros de JO:l~
kim Vicente dos Reis; 2.8 . de N. S. do Ro-
sarie, Na Fazenda <.lo Visconde de Asseca.;
3. a de N. S. do Rosario erecta por hu ma Ir-
mandade de Pardos, c Pretos -; e 4. a de E,un-
to Amaro, dos Padres BenetlictillQs.
Dentr,o do districto se aç-ham as Lag-oa5 ,
La do Coql'leil'O J 2. a a Rasa.J e 3. a dos Pàos.
As producções das lavouras sam em tudo 'se-
melhnotes ás da prolVincia dos Campos Goia.-
tacazes J de que fallei no Liv. 3. Cap. l. NIl-8
depeadencias ecclrsiasticas recorre o povo à
Vara da Commarca dos mesmos Campos; e
nas Civí~, e de Justiça, ao Ministro Regia
~e novo creadQ na V iUa de S. Salvado.r. à
.cujo Termo he sugeito o tel'ritorio d'esta Pre..
~uezía .peJa 1\1 ilicia.

S. J(j)é de Tibiquhy.

·Crescendo o Povo no Co.ntinente do RI()

Grande de S. Pedro, onde .os Parocos das
Fregue~ias jà 6s~abelecidas não podiãó admi-
n~strar os Sontos Sacramentos; ·á fregu~zes ·ha·
bItantes em sitias Otssás remotos un!! ·dos ou-
tro~.; foi preciso J que ;l llortaria de ! 1 de
M.aIO de 1764 creane em Cura a ·Cape1!;) de
To.m. V. fi
 IS~ l\lcMoluASi HJSTOmC.A.

S. Jnzé J levaüt:Hb. nas margens do Rio Ti~

Liquiry,. ou 'l'aqI1Rry, dü: neto da Porochia
do Senhor BOI I JezlIs do r{,,.iunfo , 'em b oe·
. ficio de tantas creaturas, destituídas d~ 60 -
curros espirituaes: não tardou por~m , qll. a
lnesma Capella. ti \'e:;80 a prel'ogativa Je Puro.
,chia amovivel, por outra POl'tal'la de 3 de
~'1aio de 1763, e pr;incipiRMe à ser numerada
entre as 19rt'ja~ perpclnas, em cOilseqlwnci'
lo Alvar,í de 20 de Outuhro de 1795, e n.
H, ck l L ue
Novemhro de 1797. f)'ella he ac-
tual proprielarit.) I) Padre Antollio Pereira,
Tem nos limites da sua Parochia\lão mais
..çie. t50 Fogos, e passa de 900 Alma.s J as que-
vi.vem obrigadas á Sacramentos, cujo pc\\'o re-
l~orrG á Vara da Commarca do Triunfo nas de.
penuenóas ecclesiasti(~38,. ~t,) Hg construida de
p.edra, e cal, e. coberta de telha. Tom tres.
Altares, Di\'ide-se com a I, reguezia de Santo
i\ maro, pelo mesmo Rio 'Taqll:.lry: e com ?'
üo Senhor Bom Jezus d.o. Tr.iullfo, pelo. At·...
lUla ue Santa Crulh.

N. '.S. da P1.lrificaflo ilo Prar!o.

Como pPf. Ql'dcm Regia se devia ereal'

uma Vílln no sitio proxi.mo. ao Rio Jucurucú •
.tange 1-2 ~l:'g'oas ao Sul de 'l"'ranc.~so, entre
Porto Seguro. e Can\Vellas, distallte [) legoas
.fI a VrcgYl'úa de, S. IRernard.o de A \cobaça J e
};l::o h,avcn.lo no lllg.m' Templo algum, onde
- - - - - ~~------------
. (I) 'fl,ojc rm-Ol'r à Var·.{ dd nova Vig'oraria Gllru\ oe
fQrtu. .A.h.:g,rtt:. Y;(;~l.~ & Rlelllo.ia, da Freg,u.ezia. do Tl'iupJo.
 ()g habitantes do pajz podes'$cm -satisf:u.et o'
deveres da Heligião Catholica; foi pred~o;
que antes do pretendido estabelecimento. se
levantasse uma Igreja, para servir de Matrjz,
cujg ParoGo tomasse à seu cuidad-o li. boa di-
recção tia inlànte Villa. Em taes circun tal -
ceias, por Officio de 2 de Janeiro de 1764-.
.requereu o Desem.tJargador Ou vidor Geral da
(Com,marca de Porto Seguro, Tbomé Couceiro
de A·lmeida J áS providencias necessarias, que
-o R. Bispo promptamente deu. creando pela
Portaria de 8 ,-de l\'I~lio seguinte, a nova Viga-
raria, sob 'O titulo da Puril;cação da Virgem
N. Senbora, e commeftendo 80 Padre João
Alvares de Barro. a sua parochiaç'ão n:nnuaL
.Subsistiu esta Igréja corn a natureza de amo-
,viveI J até que foi ellevada à sarie das perpe-
tuas, por effêito do illvará, e C. R. sobre-
citados: e occupou o Padre Antonio Martins
Bomba desde o anno 1797, c) lugal' de seu
1." proprietario. Terá em 190 J ou mais de 200
F6gos, POUC(} mais de ] :700 a I :800 Almas'
adultas, que nos particulares do Foro eccle-
·tliastico pede provimento á VarA da Commarca
de Santo Antonio de Caravellas, e nos de J us-
'liça, ao Ouvidor da Commarca mencionada.
a quem responde a Vllla, erecUi com o ap-
iJlellido de Prado, e sugeita aQ Go\'erno. da
Bahia.'
Seus 'habitante9 cHHivam acti"3t)lcnte :!t
mandióca .para farinha, cujo commercio faz a
·sua riqueza" entretanto qtte egpera sef mais
,ilorente com 'a . .co,mmvnicncão <.Ias lVlinas Ge-
mes .por meio. das nO\'<\8' eslt'udas, que lhe
R ii
 ME-MORHs HJS10R-ieu
c.\t~lÍÜ·Ulr os Hios CilTllIn'isinhos d'~que:Ha' Prl>-
,
"\';1Ut'

N. S. do' Cuhno ele Belmonte~

Com <,>8 Inrlio~ .. de Nação Manhãn fra.z:idos

<ln Sert50 pelo Padre ~ozé de Araujo Fe,rl'az
1.1:1 fo:ra ue J 750, e ~ltn. homens brancos I

~. partlos, natl1raes oe f>atipe J esLava po\'oado.

<) lugar aprat-t\'cl junto ad Hio Grande, rli-
vidente dos l3is.pnJos. do ~io de .Janeiro al>,
'1'1 llrte, e da Balli'a J ao. Sul, à cuja Capitania,
per.tellcente a Commafca de Porto Segu~o, e
~ollsl'Cluentemerüe o s~u, territorio: mas nâll
havendo ahi Templo aJgl1l~1" em que se· aclmi·
nistrasse o pasto cV>f)il'ituaL áq.uelles co-lonos no-
"OS, e ma·is pov.d. haoitáll(e ná.s.. tenas cireno-
,'isinhas do Rio." '~eorno 'era necessar.iQ para se
tundar no mesmo, 'sitio uma Villa po.l' Ordem
J~egia; n:üutro Dmeio de da(a' sen).e~11ante ao.
c~l1e se ex.pcdiu para fi Parochia do Prado,
r..e,quereu tambem o mesmo Ouvidor ao IL Bis-,."
lJo igoHI p I'(H:icJeneia. que prestcsmcn te lhe foi.,
. d::da TIa Pcrturia de II de Maio seg'uinte, fa-.
~('nu() erigir I1rna Jgrt'ja Pà.l'oehial (cuja Cu-
pella mor tCl}l'1'i palmos de comiitido, e, ~]q ue
la.l gbJ .~. o <;Ol'pO o cumprimentu de 84, e
lflrt;;'tlra> de ;lü, c;om tr('$. Atlares.) sob o tí.-
Údo 'de N, S Mii.i dOli' Hpmens, 'lu por Or-
é.;:n1 q~is{;or~l de"~ «l No,'cmbro de 1767d
!'o.e 1111/l011 . para o ue N.· S. do Carmo, 'cm~
'Jbzeqcio da. 6u,pplin d~aqllelle Ministro J <.\e-.
'.I!lOStl
,) ele Silf\!'lilariaar
o a sua purvicular. devp-.
,)
~ã . ParQchtp.u:a.l.. ~ 0, :pad~:e F:r,u~l,ciIlC~ .d.a. Cost!!'..
 DO RIO DE. J ANEIRa.':· l:J3

Pereira com Provisão de 11 de Maio de 1764-.

desde 13 t.le Janeiro <10 anno seguinte; e ú
Padre Carlos Antonio de Al'gollo presentemente
iel've-a de Encommendaua , 1)01' n:lo haver Sa·
cerdote algum que a pretenda de propritedade.
Por esse motivo se C0l1'.lerr61 fora da Classe dai
Igrejas CoJ\.auas. .
A' 1·19 F6gos, .e á. pouco mais. de 993:
Almas auultas , chega o total da po\'oaçf.o, em
beneficio da qual creara- a Portaria de 26 de
O,jtubro de 1769 uma Commarc~, que o R.
Bispo D. Joze Joakim Justinianno suprimiu
(por rnot.i\(~ Justificactos na lnformaç.ão do,
Visitador Ordinarió Manoel Henrique May-
r.iuk) , aggregando a Parochia á Vara da Com,,-
marca da Penna da J?lcsma Capil:ania de Porto..
Seguro, aquem recorre o Povo n~s dependen.
cias do J:oro Ecclesiastico;. e nas de Justiça •.
~o Ouvidor Get'al tl'essa reparti~f:o. '
Limita·se pelo Norte com a· barra de Em-
buca; pelo Sul, no Rio Mogiquicáha, distan-
te 6 Iegons; ú Leste, com.o Occeano; e à
Oeste , ~onde termina o <listricto da Capitania.
das Geraes.
Não tem Cap'ella alguma. que lhe llE'ja
&llbdita.
, No seu recinto. 'exi!ileá penas uma Fa-
brica de aSSUGUf, em ql\e tambcm. se faz
aguarden~e. As terras, (1..0. Distri to produzem
,'antajQsamente milho ~. H:Ijr.O, arroz, e man·.
clióca, Seus habitantes não passão de pobres,
por ser a sua la",>ura feita ~e,n principios,.e.
sc;:m industria.
fel't,ilisam o t.eufI1o··Q Rio denoQliWi,t!Q
 13"& MEM9RTAS HUT'ORICU

Grande, e hqje Belmannte, (I) naveg'avel ató

-as Minas Novas da l1anado, não obstante al-
. gurou cataràtas, q\;.e pO'f elle s'eocontram:
o Riacho de Grapiuna, que na distancia de
meia legoa entra ao Sul, e l1e navega vel por
2 ou 3: o Rio Ubu, mais á cima d'aquelle.
nav-egavel por tres dias .'de viagem, D'a parte
do Norte, mais á . ',a de Ubú, o Rio da
Salsa, que tambem II mt.egav.el até sair no
Rio Patipe; e a diante d'eSte, da mesma par-

__._-----
te do Norte, UIll Riacho pouco distante, que
·
(1) O Rio Belmonte he o me$lDO) que no distric~
.to das Minas Gerae!l tem o nome de Jequitinhonha, ~
....

faE a divisão entl'e as Prõvil1ciM da :Bahiíl, e POTto Se-

guro, ate sp despejar. no ~e(l!1o com a dellomillação de
Deimonte. Pelo Jequitinhonhl,i"\efll modernamente desc-
do das Minas Gemes muitos géneros Commerciaes, iá
pesar de al~urnas difficu\dades, que desde a creação da
uta 'Militar nas Geraes ·p.pa a Conquilita, e Ci\'ilisac;~o
:4108 [odios. ficl\ram desvlI,ueeidall: porque estabelel'endo-ic
uma Colonia nas margens desse rio, oude he fertil o
terreno. slldio o ar. e mui abundante de peixe o mes-
mo- rio, não so tem feliz, e consideravelmente prosper:.t-
:do • .mus os Botecudos', indomitos ate então. e assás fe-
rql.ea, perderam e medo dos .branN9', e à 8@U exemplo
le prestam á qualquer genero da trabalho. D'esse prin-
cipio de Cololl1~a;ão, que se vai estendendo ate o Salto
~rande. e Belmonte. se originou a descouerto. d'uma
nova. iag.e po canoas, ",em 11 necessidade de sUI·mon..
tar a( irJi ~ldftcres do ~equitinhonha t. e·de Uelmonte.
ate a Oi a do m.r : que ~es de entrar nesse sitio,
iIe meHem as canoas .. ii.. alsa, cuja desembCI<:a-
.dura he o'Frto das' I' ~ ulltro legoas ao N.orte.
a. por iss9 mais perto da Cidade da Bahia • no qual ~p.
pareceram das Minas, em Abril de 1818; alguns ..asol
.carre§;ados de 400·fardos. de alg~dão • e voltarão . dOi
de Bal • e d'outrolt ogeneros da p~ip.lt:ir& neclI.ssidade. V.
J,.ÍY. 8... Cl1.p. 4. a oriie rio Jequitinbonba..
 B~ 'RIa DE J ~ 'Emo 185
~n r{lSl;a a Lagoa Autum(lcuy J n qual não
tt'I'ldo largllTa notavelJ ' he contydo comprida.
1Jma le~oa,J e bastante fu da.
A' Thorné Couceiro de Almeida, Ouvi.
dor d'aquella Co..mmarca, dt>\'eu a , illn o prin~
cipio de ~e\l estabelecinwnto no silio proxim()
à barra do Rio Grande, ou das Tres Har-
ras; (Q) nras antiei pandQ.-se-lhe a morte J foi
('onc!lIido ror seu' C' 'é sor .1ozé Xavier Ma-
chado Monteiro J que mandando vir alguns
car.ues de lndio!! de Língua Geral, e muitos
homem brancos, para faze-Ia populosa, levan-
tou o Pelourinha J creou ,a Caza da {:amara,
e procedeu :lOS mais acto!! J?roprios d'essa di ~
lig{,llcia, dando á llOv:l Vil/a g titulo de Bel.
monte, que dista da 'Freguezia de Santa Cruz
14 legou" contadas pela Posta, e da de Pa-
lipe, 3. Seu assento supposto agradavel, he
mui combati,do do' Les.te,; e a situaç3Q mui
llugeita a.. febres periodicas. '

N. s. da C:0nceição do Estulto.
O ContineHte do Rio Gran<fe d~ s. P -
dro do Sul, conhecido á tant~s annos, mas
de. povoado qU!lsi, veio fillalmente á ser o paia
procurad pelos homens PQ tu _es " que co-
biço os de melhar fortuna rinclpiàra. .cuI.
tiva·lo: e quanto mai /0· estendo o nun e-
ro de seus habitantes, tâh necessida.de houve
,de se ,multiplicarem as Varochias petos 'sitios de
--111..., . - - - - . - - - - - - : - - - - : - - - - - - - - -
(2) • V. L. 2. Cap. J. a lIXE;moria da Freg.uezia de·
N. S. da. Ptuna., nota (4.) .
 136 MEUORIAS HISTORICAS

novo oecupa.dos J cujas distancias d"uns <i ou-,

tl'05 eram assás lopgas. Dilatando-se pois 05
Colonos pela fronteira do Norte do mesmo
I

. Continente àssentáram vivenda no lug'ar de

J

Barrancas, comprehendido nos limites· da Fl'e~

g"uezia de, S. Pedro; e corno a longilude não
Jht>s permittia accesso facil aos Santos Sacra-
mentos, nem havia no sitio Templo algum,
nnde )}odessem sati~fa"Z'~r os preceitos Eccle-
siasticos; supplicàram a erecção de uma Pa-
l'ochia que o R. Bispo pernütiu fundar com
I

~ titulo de N. S. da Conceição do Estreito í

~onceden<lo em Portaria de 7 de Janeito de
] 765 ao Vigario da Freguezia. de S. Pedro;
Padre Manoel Francisco ua Silva J a faculda-
de para levantar Altar em (lualquer sitio on-
I

de se achasse aqueHe Povo, administrar-lhe

I)S Sacramento$, e dizer-lhe Missa como ii
freguezeB. seus. Pela~ providencias dos Alva-
l'às de 1796. e C. R. citados, entrou A serie
sJas Igrejas Parocbiaea perpetuas J e dentro de
seus limites ter~ 150 Fogos. em que se nl,Jmeram
I :200 Almas J obrigadas á Sacramentos. Ha-
vendo o R. Bi~po D. Jozé Joakim creado n'es-
ta Freguezia lluma Cúmmarca) em Portaria
de. I qe Setembro de 1783, suprimiu-a, 6
re~niu o territorio á Commarca antiga de S.
Pedro, de que fora -separado J provendo a Va-
ra d3. Capital do Rio grande no Padre Pedro
Pereira Fernandes de Mesquita. Por Provisão
.d~ 11 de ~arço de 18'!~ à requerimento d~
actual Paroco CoIlado ~adre João Bernardo
do Paraizo Taveirlf ·da Ve~ga, foi trans'ferida
,a Matriz para 'a Cap~l~ de .~" S. dos N~ve ...
 :Do RIo DE J li NXIRO: 131
~nte9, sita na povoaç~o de S. Jozé' do N or.
te, que filial da nJesma Parochia, existia an·
tel do 110110 17'99. Esta mudança fbí confirma.
da em lti20 pelo Tribunal tia Meza da Cona.
6;ieucia e Ordens. .

N. S. das Neves t Santa Rita de Mactthé.

Conseguindo, à cu to dI:' grande trabalho,
Q Padre Antonio Vaz Pereira, Mi~si<mariO'
Apostolico, a1<tear em !lítio di ·tante hum €lia
de viae:em da foz tio Rio Maca-hé os Indios
Sararús, que habitaI am os Sertãos do mf'~­
mo RIo, os de ,Petlro, e os de Macabu, I

levantou alli 11111 Tt'lllplo. com esmola~ , e ade

juf,orío dos Flei~. Como por Ordem Regi:! se
erigiram ali Caprlias das A idetls de llldios em
Frcguezias, entrou a d'e ta Da Classe' das Pa- '
rochlas, e por Provi!:âo de 24 de Dezembro
de 1765 foi seu prilleíro P~roco de Encoro-
menda o Padre JOioé das Ne\'es Ribeiro. or-
fefecida á COllcur.o em 1803 para ter lugar
na sel ie das Igrejas \'ICrOlallentes, CUl),10 de·
t-ermina o Alval ii de 22 de Dezembro de 1795,
n~() te"e Oppositor: mas em novo Concurso
de 1812 fui proposto O Padre Manoel Val~llte
de Rezende, que a p I'ochiava no anni) l8ü8 ;
e como este Pêld.·e th.i~tru fl'eHa, tornou a
Igreja à ser otfere,ci.d em Concur o de 2'
qe Março df': lEn3., por elfcito d6 qual foi
Proposto a 3 de Fevereiro {le 181~ o Padie'
João. Bt'rnardo da Coslu Rezende , que a oe-
cupa na qualicade de J • r'ropri~tario~
~ POu.co iotcl'essatlos os Suc.ce!.sore.s do 1.-
Tom. V. 8
Encomtnendad:o no auglne!.1tO' da popu'ação tu-
diçª-. deram moti vo a deiiertarem da Aldea.
os seus individuos.. que passáram à povoar
a de Mlcabú. composta d~ Indios bravos, e
por is!o tem deupparecido a raça dos primei.
ros habitantes: d'ahi procede. que o numero
de almatt dadá!l ao Rol par()chial, ·chegar à a
pouco mais de IOO' não obstante comprehen.
d~r ·a população .total da Part>quia muito maiot-
num~ro. •
Dentro do selt Distrieto subsiste a CapeI-
la dec!icada à Conceição da Santa Virgem.,.'
que à 811pplica d~ Juiz, e Irmãos da mesm&
Senhora co[~Cedell erigir a Provisão de 27 d6'
M-lio de 1757. .Fui t:unbem filial a de Santa
Anna; existente na Fazenda antiga dos Padres
Jesuitas. cujo CapeiláB' era munido de jurill'"
dicção parochial, em beneficio do pov·o da sua.
applícação: móiS crea!1do ahi uma Villa. por-
Mvarà de ~9 de Julho de 1813, com o titu-
lo de S. João de Machaé, (cujo Senhorio,
foi dado- ao Barão do Rio Seco. -hoje Viscon.
de do mesmo Titulo. em 12 de Outubro de·
]8(5)' variáram .as suas circunstancias. com()l
direi adiante. por 8e elevar à classe das Pa..
yochias. Esteve sugeita a Freguezia das Neve..
á Vara da CoID3l'UCa de Cabo F'rio-, e depois
á dos- Campos Goai~acaze8: hoje porém he-
8ubdita á nova Cammarcli,. creada pelo R.
Bispo D. Jozé Clletàno da Silva Coutinho"
em Vi!ita de 1812. por Provisão de 30 dct
Agosto do mesmo anno. Pela creação da- no·
,·a Villa de 8-. João:. fiéou lencravada· em sel1l
districtg toda·eita ·Fteg\lezia, ~omo ficou tlLm.
 · DO RiO DE JAN!IRd: . 139

bem a maiot' parte da de N.· S. do Desterro

de Guiçamãa. ' .
Muita par.te de ,seus habitantes ~e occupá
em tirar madeira para negocio, em que fa-
~em consistir sua principal riqueza: outros .se
dam ao exercici9 pescarejo. e o resto cultiva
as terras com a .c;:a1l3 • mandioca • milho, ar-
roz. e legumes. cujO$' effeitos exportão peqo
Rio Machaé. e eutros· de facil na,vef{ação»
qtle vam despejar-se no Occeano. em proxi-
midade das Ilhas de Santa ,!nna.

N. S.da Conceição do· Rio Bonito.

Descobertas as terras interiore51 do Ser-

tão. que termina. COffi_ aI? distridos á baixo
declarados. e cultivadas por .novos Colonos as
do Rio do Ouro.: houve necessidade de se
crear uma Parochill para os SO.CCflrrer com o
pasto espiritual; ue IJue estavam desprovidos:
e( como à esse tempo existia a Capella dedi-
cada à Santa Virgem sob o 1itulo especioso
de Madre de Deos, .por seu devoto fundador
o~ S-argento M6r~ Gregorro Pereir:i1. Pinto:,' com
Provisão de' 18 de Abril de 1760, u'ella se
.pr i!1cipiou à exercer. o~ .offieio . ~r~chji:tl • -esta-
b~lecido pela Provisão de 27 . de Agosto de
1768 Conservou-se alli a Matriz, ernqllanto
0$ esteios J sobre qu,e era levantado-esse edifi-
cio. poder[lm sustent.ar ~s rigores, .dao; esta-
Ções ;,_mas uecadente" -e jà falsificado nos seus
alice&j;\~il. delig~nciou' o Vigario Padre Mar-
cello COi'leio de Macedo construir nova Casa.
e prepl'ia do ürago I . q~e he N. S. da Con-
S ii
 ltO MEMOl't1 s HISTORltU

cdç-ão, em lugar: uistan'e poucomf1nos d-e

meia Jegoa.J e na visinhanç1 do .Rio Bonito,
le\'antando-a cm melhor fórlIJa, e segur~nça,
. 'com paredes' ~emelhal1te.g à da Carella (por
lle. faftar o socçorro preciso para flinda-Ia com
estabelidade da pedra) J e construindo o froo.
t.el'picio com tUolo. U.ltimada a obra no com-
primeilto de 70 palmos, desde a porta priu-
c,ip~l J até O ·are" cru!eiro J continuou d'ahi,
ao fundo da Capella m6r, com JO de distan-
cia. No altar unico, que linha, estava o Sa~
crario J onde annualmente se conserva\'a. o 5S.
SacrarT)e'nto.
Sentindo porém esse Temr.lo grande deca-
denei3 pela (]ualidade da obra' paueo duravel,
e nos termos de vir abaixo J dil.igenciou (),
Paroco actual com esmolas de seus fregue:zell)
edificar outro mais :l>ermancnte, para que deo.
faculdade a Provisão da M. C. O. expedida.
com data de 30. de 'Julho de 1816 à requeri-
m~nfo da :clova Irmandade dú Sa-ntissimo, (I)
pricipi;lnd0 o seu er:egimento com paredes de·

-------_._-------- ----
(1) Esta Irmandade deveu aSila cre:UjUÕ ao Pal'oco.
Padr-e Joakím Per~i'ra, que dJlil!;enciande o ijeu estabele-
eimento, para ha\'er qUt:ID zellasse o culto do SS. Sa.
namento l'Ol1()Ca.dQ n'àquella Parochia, e pFívativamente
tratasse da .limpe7.a, e- competente 3ceio do seu altar.
conseguiu eri~i--Ia, e arranja.la com alfaias boas, como
6i1ffi 11m orgaõ, hum Palio ri.co <'01)1 varas de prata, UIIJ'"
Cruz, lHIl3 C3IJlpainha gfllOde, tudo do Ill.esmo melaI, e·
sinos. Em Fevert:irf) de 1817 5upplifOlI li 80bredita Cor-
por3~aõ à Sun Ma~estade uma ajuda de custo parll con-
c.()lltin~lar o principiado trahalho da lJOV8 Matriz, por es-
ta,y deeidiuo, que ao meslllo SQperllno pertenoe II obr.
-ial CapellUll Móros das l~rejas Matrizes.
 r
pedra 'e cal sob a anta da Igreja 1~ S. Joa.
kim, que foi do Seminario do mellinos O'r-
fãos (J'esta Cidaae. No tempo pl'e~f'r e lIe t€Jn
concluido . ( e jà em uso) a Capella cror .na
Ií\l'gucza de 31 palmos, e flm<1o de 61; a
Cape\la privnti\ a do SS. Sacram nto, e q la-
tro Altares peJo co~pritnento do Corro, qne
be de 120 palmos, restal,elo 'Só à concluir eti~e
edificio quanto he nec ssario à deus altart5
mais. ao Coro: e· à fre.nte. Tambem acha-se
concluída por dctraz da Cap.ella mor,' n'uma .
quadra, um Cemiterio com Catacumbas, e
Sepulturas; e finalmente '8 Sa< ristia, para o
que tudo foi neces. ario demolir a obra alll i~'a.
Depois t.l~s ProvidenciaR ultima. , que de-
ram os Ah'aràs, t: O: R: jà citad-os nas me-
morias das Freguezias pl'cec1entcs. entrou es-
ta 'à numerar-se perj)ehia: e 'teudo-a parochia-
do 1.0 de Encomrnenda o Pao -e Antonio
dos San os ib iro, foi' ~eu ].0 proprietclfio
o Padre Joz rte Almeida Lima. por Apresen~
ta~ão de 28 oe Setembro de· n9g, e Confir-
mação de lO de .Julho do anno EeguiIJt<:'. Sue·
deu-lhe' o Padre .Joaquim Pereira. dilS Heis.
Agostiniano Lisbollens , é Pregador 'Hegio •
em 81'. .
. Dividia-se, à Leste, . com as Pregl1ezia.
de N~ S. da ASluIJlpção de Cabo Frit.), e
de Sant.a }l~amilia de IpÜca, pela F:rzemla
da Pedra ,. e Estiva' de Camhoaté.í, distante); 4
l('go3s:. mas sendo' neásf;ario CHIH de novo-
~utra freguezia sob a dedicaç50 oe N. S. da
Lapa de'Capivary, grande parte do territorio
d.~ Rio Bonito deu ]argue2a àquella, fic311lÍO
 -142 :

por isso limitàda pr.esentemente com a Fregtle~

zia de S. Sebastião de Araruama peJo Rio
Bacuchá." e com a da Lapa de Capivary, peJas
verteates da Serra do mesmo nome 'Capivary.
Ao ~ul J parte com Ao Freguezia de N. S. do
N azal~eth de Saq uarema J pela Serra Tingu1,
distantt: 3 le2,'oas: ri Oeste com a de Santo
Antonio de S í. J vela Fazenda, que foi de
,Joz~ Pereira' iVIachadt} J situada junto à banil
do Rio Tan6'u:Í, distante 2 J~goas: e á Su·
'doeste, com a de S. João de Itaborahy , pela
Fazenda do'l herdeiros do ,Capitão Francisco
:Mal'inho Machado, limitada no mesmo Rio
Tangna, e distante. 2 legoas. N'essa circun.
fel'cueia conta 850 Fógos, 0\1 mais J e alem
de 6 Li 8:000 Almas, obrigadas aos preceitos J
e Sacramentos da .Igreja.
Uma só Capella filial, de~icada á Sant!l
Anna por seu flln(h\~or Francisco Marinho ·Ma-
chaJõ, e levantada com P.rovisgo de 9 de No-
,,·embl'o de 1782, se vê no districto. Este Tem·
p-lo, . construido éom paredes firmes de pedra
e cal, que p~la ,benção no dia I de Janeiro
~e 17Sfi: pdm IH~bil para a celebl'ação do,
Culto Divino; se conserva ornado com asseio J
e .h'c ricamente farto de bons paramen tos;; no'
([ue excede muito ú maior parte de outras
Ca pellas actuaes do Reconcavo, do. Rio de Ja-'
neiro. ASRi n estivessem fa:bricadas J e !\clorna-
das' as Igrejao;' Matri7:€s Sucllfsaes: a qllem
falta todo ~occorro para subsIstirem .\'estid~s,
n~o 80 com decencra, mas com o neces.sar.io !
A' diligencia do soqredito Paroco Padre
Joaquim Pereira se fQrmalizou um Arraial,
 »0 RIO !)E J.A NElRO. 148

que consta boje àê 23 propriedades· (não 11::1.

vendo u'anies lima so casa J l1em mesmu a
indispensavel do PaToco, que faz ia sua resI-
dencia n'um Comistcrio mui \'elho, e nssàs
damnificado ), tirando duas linhas dest1e a no-
va Matriz pê\ra a (~strada J ,~ue sq.!;l:le à
Cabo Frio; por iss o rçpreseuta·a nOVa po-
voa~ão a vista d' uma V illa J a qual po<Jerà
n'outra monçflo crear-se ahi J pois tem jà: no
sítio um Ciulfgião, e lima Boti< a,
Trabalham. no territorio IS Fabrrcas de
assucar J e hà varias olltras trabalhadas à ag'ua J
e à bestas J em que lavracoffs de bom est<1-
belecimento reduzem a malldicca à farinha J
da qual fazem notavel e:x portação..1\' a -cultu-
ra da cana doce J man~ ióca J café J arroz, mi-
lho J feiJão. e outros legumes, empregam 05
faít"ndeiros, e lavradnres QS sells maiores cui-
oados. Esses effeitos conduiidos ao porto urü-
tO das Cachas no termo de ltaborahy J passam
d'esse lu~ar à consumir-se na Cidade.
Difl'erentes aguas J naseidas de muitas Ca-
choeiras J cortam o terreno da Freglle7.ia, fa...
zendo-o fertil, até se unirem no,Rio Bllcachá ~
que he fermentado na Serra de Sambé J ma-
nanancial de afiuencias 'mais :. u.uàal'eis, e su-
periormente reputadas por melhores das no t\Cr-
mo. Para o mesmo Bacachà corre o Hio do
Ouro'. filho d 'aque'lla mlii; O d'e Catiro bà('), e
o da Uorningas,' nascidos da Serra de Suq lla-
rema, e o Vermelho ,:.àrfazerem barra no de
S. João, para a parte dn Aldca velha de Ipu-
«:a, com o qual engrossam o mar. de Cabo
Frio. O Rio I3onilo t forjado em curta di~tan"
 l~i - MEMORIAS HISTORICA

tancia da Matriz, por onde passa, receb~ ~

dos I n. lias p(fuCO abaixo d'cHa, e vai depüsf<a
tal' a s.ua fartura no de Cassal éhu, des(;et.-
dente tambem da .Serra de Sumbé, fazendo-o
'11av<>gavel de Canoàs, desde certo lugar em
diante, O Ri:) Seco, corrida de Saqnarema,
e o 'Ch~gado .. ·d ~cido da Serra de CatilJl1Jào J
procuram lindos oHio Tanguà, procedido de
lL3ipllY~, para se despejarem no de !.VI, cacU.
a do [\Jato alto,· o de Catimháo pequeno, e
outros, ainda que n'enos·volurnosos, concorrem
ip;uuit ente à L'azer ping'oes as terras .. e pro-
tlu<:ti,as de bous. fru.elos.
Hc o termo <.l'esta -Freguezia lima parte
do Districlo Mrliciallo de ltaborahy. pu is d'e{.
la se fónl1a U:lla Companhia ele Inf\lI1tariu, e
outra de Cu\'nllaria J ql1e [flZ a 3, do Hegi.
mento LO. de Milicias do Ext'.rcitú da Corte.

]I'" S, do Dc~ie,.ro do Rio das Velhas.

Por rnoti\'o do navo Descoberto no sitio

no Rio das Velhas, Commarca de GOi.~Il, e
lugar distaqte de \Cilla Boa um mez de jor-
nada·, parft onde concorreu slIfficiente povo,
se c iOll dhi uma Pal:Qchia com o titlllo de
N S. do Desterro J de que llão achei noti
ci·-\. <t\g;lIma antes ·dl) anno de 17G'" J 110 qual,
t' coni· Pro' i_~ão <1e D de Janeiro Jfoi aUllli-
1\1 Ira. Ia o Pa.Jt'e Ant9nio Peqro8o Xavier, Em
UO ou m:::ís pógo., contarà àJem de U{)U A'-
OIUS ~l\~'eitas n Sacramentos, por ser' peque-
n.l () Al'i'llial, Cball1'lJo d~ De_ernbógllc, e <1'an·
t~s D;;sco;'cr;;l das Cübec~iras do .Ria dilS .Y~·.
 DO RIO DE JANEIlU).

lhas. Seus habitantes não se dizem pobres,

por haverem ahi algumas fabricas de lãa, de
~lgodão, e o commercio de q ,eUos entre ou-
tros generos de consumo. Em Pro 'is- o de 23
de Dezembro do anno sobre ito se estabele-
ceu n'esse lugar uma Commarca Ecclesiastica •
cuja Vara ficou à carg'Q do Vigario da Jgre*
ja, e sua juriidicção termina com o district()
parochiat He assento de um Julgado, que guar-
necem 1 Compankia de Cavallaria, e 1 de
Ordenança.

S. Jozê de Porto-.Aleg,·e.
Oceorrendo na povoação do Rio MucurJ,
clilltricto de Porto Seguro J motivo semelhante
20 que ref-eri nas memorias das Freguezias do
Prado. e Belnwnte, se creou a Parochia de
S. Joze ela Portaria de 16 de Setembro de
) 769. à requerimento do Dezembargador Ou-
vi.tlor da Commarca Jozé Xavier Machado
Monteiro. Serviu então de Igreja um palhaço
tecido t e coberto de guriry, (1) até se levan-
tal', depois <.Ie aol!os, casa mais propria., e
decente, sobre estei(')s, com paredes de pilO.
à pique barrea:das, que ficou abrigada por
telhas de barro, concorrendo para essa obra·
e trabalho de homens degradados pelas Re-
lações do Rio de Janeiro J e da Bahia, igual-
']'um. V. T
._-_._------ --_._---'--
(I) fatlando no L1v. 2, Cap. 3. ~as Salina. de Ca.-
bo Frio sob li. memoria oa Fl'eguczia de N. S, da Assum-
f>ç;\'o. re eri os pl'e&timo!l d·~.si arvore, e d:u suas folh&!,
i~uallllllnteque de olltlll.lS 5emelh ntes.
 ]46 MEMORIAS HISTO"RlCA&.

IPel~teque dos Indios desertores das ViUas de

Oli\'ença, Trancozo, Vil/a Verde. e das ad~
jacentes.. à CaravelM, à. cujps individuoi se·
unir.am. outf.()S- das Aldeas de R:eis Magos. '"-
Bena vente, &c. da Capitania do Espirito Santo,
'TevA lugar no- Catalogo das Igrejas. per.
petuas depois das provid.eneias já referidas,.
. que deu o Alvarà de 2~ de Dezembro de 1795 :-:
mas offerecida a~s pr.etendentes, nenhum Sa-.
ce}'dote a cobiçou de· propriedade, atéque. no.
anno de 1811 se deliberou requere-Ia. o ele··
tuaI Paroco Padre Manoel Mendes da Silva.
Contando o districto pal:ochial mais de 100'
Fog'os,. terá pouco menos de 800 Almas adul-
tas, que nas dependencias do Foro Ecclesias- .
.tico procuram o expediente da Vara da Com-.
marca de Caravelas; e nas Civis, ou de Jus-
t,iça, recorrem ao Ouvidor.' da Commarca. de:
Porto Seguro, por quem he corrigida a· ViUfZr
a11i fundada no dia }i:> de Outubro de 1769
~om, o titulo. de S. Jozé de Borla Aleg'l-;e. Dis-.
ta da barã~ do. Rio de S. Matheos 15 legoas.,.
das q uaes he ccnt-fO, o sitio denominado Len~.
foes ,. Glnde sé divide ~om as· Freguezias d~
~u::t circunvisinhanca~ .
. A Ia'lonra. '~}a . . farinna, que se exporta em,
grande· porção·, faz o exercicio dos habitan-
tes do paiz,. ClI.;O terreno fertil .cria tamberll.
outros. vi.veres. Alem d'aqllelle geflero se ex-o
)wrta, igualmente notavel quantidade· de mil-·
deira, e linho do coqueiro tocum. Ha no seUl
termo minerac:s de ferro D'ahi sai uma estra-·
da. para a Villa. do Princip'e em Minas Gerae.s•.
 'De IltIO '» z. J A Nli}UtO.; 1~i

S. Bernardo ·de Alcobaça.

Concorrendo sufliciente povo á 'cultivar a-s

m.,.rgens proximall do Rio ltanhen no distri-
do de 'Caravelas que eram 'habitada por ln-
'dios, cttia s,ituafão assás se alongava do au-
xílio parocbial, creou por isso a Portaria d~
9 de Novembro de 1771 uma Parochia. [l;o~
o titulo de S. B~rnaTdo J onlle os Colonos no-
vos podessem 'achar rnaii proml'tQs os Santos
,oacrament~s , e satiifazel' os preceitos. da IgTe-
.í~. Determinando os Alva:r:às de ~O de Outu-
bro,. e -22 de Dezembro de ]795, € a C. a.
(fole)) de Novembro de 1797 J que as Igrejas
,firmemente estabejeciclas , ·mas conservadas com
'natureza de amovíveis, sU,bissem á Classe
das 'Colladas, 'entrou ef;ta á gozar da prero-
gativa de perpetua: e tendo-a Parochiado 1.·,
-como Vigario Encommendaçlo, o Padre Pedra
Affonso, foi seu 1.0 proprietario o Padre João
·Ferreira Vi laça, d de o me.z. ~e .Julho de
1797. A' pouco mais ile 4GO ctiegrtrà o nume"
~o de fr-eg'uezes' J obrigados à Sacramentos,
·<;ujo povo, úbederendo á Va'ra da Co'mmarca
de Caravelas nas dep'eJ?dcncias ao Foro Eccle~
siastico he sugeito nas materias Civis ao Go-
J

'Verno d~ Bahia, á quem pertence a Cor'reição

'da T'1.lLa, fundada ahi no -anHO de 1772 com
() titnlo de Alcobaça, nome que então se deu
'ao territorio J distante 7.1eg' as da VIl~a de San-
to Antonio ·-de 'Catav las.
A' e r de ser o territol'io mui fertil ,
'ainda a sua €111tura se acha atrazada pela pou-
(:a acti\'idade de seus habitnntes ~ mas passan-
. T ii -
 ]4~ MEMOEIA& HISTOí'tICA!i

- 00 de Caravelas alguns Colonos novos, prill-

clpwm à appal'eccr ahi abundantei producções"
qlle dam esperança de seu fiorec.i-mento' em
POUCOl5 atlnus.

N. S. da Concelcão ela Cachoeira.

~

Povoadas as margens do Rio Pardo na

Capitania R ia Gnlocle ~e S. Pedra, e fundada
em Jacuy urna Aldea. com lndios de Naçã.o
Gua:ranim, por dcligencia do en1.ão Governa-
<lar Jozé Marceiino de Figueiredo, (l) se es-
tabeleceu ahi um Templo à S. Nicoláo., ,que
teve a prerogativa' de Capella CIHada, (2) cu-
jo Capellão era Congruado pela Fazenda Reat
Levantada porem a nova Capella cte N. S. da>
Conceição no sitio da Cachoei.ra, povoado pe-
. los Indios de Nação Bu-tucal'Y, e distante da.
Fregue~ja do Ri{) Pardo mais de 16 legoas,
pareceu melhor élqúelle Governader, em con-
fOrmidade das' Ordens Regias.. • Commissáo-
---_.----------------
(1) Sob eBse nome Malloel Jorge Gemei'
OCCUltOIil
de Sepulveda o seu conhecimento, pas&ando de Portugal.
ao Rio de Janeiro, onde occupou 0 Posto de CoroueL
co Regimento dI'. Cavallnrill' Auxi.liar, ~~té ser provido na
Commandancin do Reg-imento de Dragões (por se ler'
mandade recoHler á esta Cnpital O' euCoron~l Joze Ca·
zemiro Ronealli) em Patel'lte de 9 de Março de 1769 ..
e J'losteriormenle no Governo do lho Grarl(~e, pelo Vice~
Rei Marquez de Lavradio, d'onde voltou á Lisboa, e
rea~5um.iiltJ'o o se:!! legitimo nome, foi Governar a Pra~
Çll de Bragança com a Plltcnte de Tenente Genel'al.
(~) A resp~lito do prin,cipio d'esioe cstaoellec'imellto
nada se colhe dos LiVl'ol do Regi ti·. da Camara Fede-
siastica do Bispado, onde appdrece ii penas a lembi Rnqa
GI48 Portarias de 23. de Março) e 21 de J ulhQ de t 77't J
 DO Rro u); J.uflmw: 149
dê Reverendo Bispo, mudar a Capellania de'
S. Nicolú.o para a Cachoeira, como mudou,
erigindo-lie a Capella em Freguezia no anno
de ] 779, segundo consta da Carta do mesmo
Governador com o feicho de ] O de Julho,
que se acha lanç.ada a H. 26 v. do Tombo da.
Freg-uezia do Rio Pardo. (3)
... Foi ].0 Paroco o Padre Antonio de Mes-
quita, por Provisão de· 29 de Dezembro da
1779: e c;omo pelas providencias que tenho
referido, entrou esta 19;reja' a serie das per-
petuis, occupou-a 1.0 de Vfopriedl1de o Padre
Ignacio Francisco Xavier dos Santos. Em seus
limites se con_tam álem de 250 Fógos, e mail
de 2:000 Almas, sugeitas á Sacramentos.
•
tIue mooando o Padre FI'. Valerio dO'SilCram~"to do Cu-
rato da Capella de S. Nicoláo, poro o de N. S. 40s An-
jo~, commetteu o l'uidado purochial d'aquellu ao Pad.re
FI'. Bernardo do Hosario, Re!igioso da Provincia da
Conceiçuõ do Rio de Janeiro.' .
(3) Entre varios provimentos de Parocos, e CapeI-
lães Curados, para a. Ig-rejás do Rio nde, no anno
de 1779, se acha o do Padre Juzé Antonio de Mesquita,
com a data de 29 dti Novembro, deda·raurlo = para Ja-
l;uhy, Commnl'ca do Ria Pardo. = A ProvisBÕ de 27 de
Fevereiro de 1787 à favor 00 Padre AntoRio Pereira Sar.
ll1ento, declarou-lhe ti parochiaçllõ de = S. Nicoláo da
Cachoeira, Comlr-:8rca do Rio Pa·rdo =: e pdo mesmo
modo se passárBITI as ProvIsões de Iode i3etembro de
1785, de 30 di Setembro do 3nno seKuirit.. , e de 5 de
Fevereiril de 1790, com a rJifferença sómente de se dizer
=para s.. Nicolào de Jlllohy. = Naõ podendo por iSllo
certificar-me, se com effeito foram as sobreditas Provisões
}las~ad88 pllrB a Igreja de S Nicoláo, ou para .a, ?a Ca;
cheIra. persu'llde-me el'ltretnuto, que todas se dlTlg'ram a
~ta; e qne a falta' de clareza procedeu da neglig-encia
d9 Official da Camarll, Jore Marque;;, á quem pertencia
este expediente, como em eutros lu ares tenll(} no.ta.duc
 {50 MU,H}R.IAS H,IsTORI~AS

Era filial da Matriz a Capella de N. -S.

ela. Assumpção, levantada em Cêlçapava e J

.creada em Cura no mez de Julho de 1800 pe-

lo Visitador Ordinario Padre Bento CO'f'tez de
Tolledo. em consequencia das O l'deo~ positivas
·do R. Bispo D. Jozé Joal-im J llstinianncr; mas
requeriua pelos moradores, seus Applicados.
para que se creasse Parochia em Belleficio p 1-
Mico J pela excessiva distancia de 3r:; legoas J
-desde os confins da Fronteira d'aql elle Distri-
do ao Sudoeste, onde se intitulam = Cabe-
~eiras do Rio Negro J = até a Freguezia J
tendo-se accressentado á essa longitude mais
12 legoas, até o pasgo do mcemo Rio deno-
minado := Espanto t=: ; foi com effeito elevada.
á classe das Igreja~ Matrizes em 1815, corno
se verei no Cap. 3. Ao mesmo tempo (an. de
1813) que os- sobreditos moradores de Caça-
pava requereram a creação de Freg'uezia n'es-
fla Cape lia , supplicóu tambem o Commandan-
te do Districto de S. Sebastião de Bag~ J em
seu nGme J e dos moradores Lia Fronteira, que
no mesmo sitio Ce confins ultimos da Fregue-
%ia da Cachoeira, distante mais de ~O legoas J
junto ao presidio antigo de San ta Tecla, lu-
gar situado quasi na Fronteira Hespanhola,
e povoado por 2:000 ou mais Almas) J onde
havia um Oraiorio, tivesse em~ito a creação
da nova Fregu€zia; cuja supplica parecendo
attendivel ao R. Bispo, que a approvou na
su~ Informação ao Tribunal da Mesa da. Cons-
.cienc~a e Ordens em 12 de Maio de 1815 J (4)
~- -------~---------
'4.) V" no Cap. 3. sego a memoria da ref'eridól Fre-
Jlâo !"e realizou .ainda. A de S. Ni.coláo 'ficou-
sub~istilldo, como se não tivera a qualidade
de Curàda. Na boca dQ monte junto á Serra
de S. Martinho, caminho para a Provinda
de Missões', distante ~O l€goas da Matriz.
está (l de Santa Maria: e nas margens do Rio.
Vacaçay, e.1·parla para Monte Video, existe.
li de S. Gabl'id,. long'e 30 Jeg-oas da Matriz "
que por simples autolljdade 'do R. Bispo foi. ,
er.ecta em 1815:'
He prel'elltemente esta Fr.eguezia assento,
de 'l.1ma COll1lllarca Eccle iastica, creada pelo
R. Bi8pO C:.'lpcllão Mor em 1816; cuja Vara
e tende a ~Ila jurisdicção sobre a nova Fregue-
zia de N. S. da ASSilmp\~ão da Caçapava. o.
Alvarà· de 26' de Aból de 1819 Creou na rnes,
ma Freguezia uma Villa com a denominação.
de = Villa nov,a de S. João da Cachoeira === di..
vldindo-a. do termo da V illa do Rio Pardo.
Q que 'pertencia, peloi limites alli assignalados •.
e cl'eando ao 1l1eSmO tempo para éllas os Cal'·
gos ~ e Offieios competeutes. Para .seu Patri-
monio se lhe conceaeu uma Sesmarià de uma
leg-oa de terra em quadrQ conjuncta, ou sepa·.
radamente. Out.ro Alvará de 26 de AgostÇ) de·
1819 Cr.,eflU tambem ahi um Juiz de F6ra de,
Civ.el ,. Crime' J e Orfãos. _ .
--.........--..-.~-------_. ---
guezia dn CHçapava. Por Provisaó de lo de De.zembro
de HlJ-5 cOIIl'f'deu o R. Bispo Capelhl6 Mór aos lI.ora-
dores do distric'o dI! S. Sebalá.iaó de Boge, que erigissem
lima Capella no mesmo lugar d~ Bagé, a qual se prin-.
Clipioll à fondar de. pedra, sem lbe preleder a necessurià,
Faculdade RPgia. como fica referido no L. 4. Cap.. 1,
s.. Tjil~.? de 11lhuu'lUa 1 nota (2) •.

f
,J ')
 15! - ME~fO:ftr.U HI!TO:rtl~.u

N. S. JJladre fie De" de Porto-Alq;re;

Desunindo-se da Freguezia de N. S. da
Conceição de Viamiío, as~ento que era da
Capital de Viamão, uma parte do seu territo-
rio, para dar limites à outras Vigararias crea-
das de novo, entrou n 'essa repartição a l!e
S. Francisco, estabelecida no Porto dos Casaes ,
pelo Edital de 26 de Março de 177!, cujo ti-
tulo del'ogoll outro Edital de 18 de Janeiro
de 1773, à requerimento do Povo, 8ub tituin-
dó-o com a denomin ção de N. S. Madre de
Deos de Porto Alegre, como intitulàra o Go-
vernador Jozé Marcelino- de Figueiredo o mes-
mo sitio.
Posteriorm~nte ao Alvarà de 20 de Ou-
tubro de 1795 subiu à clas!lC das Igrejas pe1'-
pet!Jas: e tendo·a paroch' dó .~ de EnCOll'l-
menda o Padri J o-zé m~8 de Fúia, foi
d'ella J. o 'proprietario o. Parlre' Jozé dos San-
tos Pereira, a quem succedep o Padre Anto-
nio Vieira da Soledarle, provido r:oadjutor,
e fUtUl'O Successor. Contn~a o districto pa.ro-
chiaI, antes de se fundar ahi huma Vil1a, e
os novos estabelecimentos que hoje tem, para
cima de 460 Fogos,. e perto ou mais de 1>:000
Almas dadas á rol; • ~ '6 no estado presente,
tendo comírieravelmente c""'escido o omnem de
seus habitantes, he tambem' mais avultado o
numero dos F6gos, Tem uma s6 Capella fi-
lial, qHe se dedicou á' N. S. das Dores, cu·
ja el'eeção revalidou a Provisão da Mesa da
Consciencia, e Oruens d\e 13 de Março de
1809.
 'DO RlO DE J ANf!l'RO 153
'Por motivo a mudança da Capi ~I; rre
·transferiu tambem para e~se lugar a Vara 'da
Commarca ~cclesiastictl, creada na Igreja da
Conceiçao J antes do anno de 1754 J ou então:
pois he certo, que á 4 de Novembro do mes-
1110 se pa:-sou Píoyisito de;;::: Vigario da Vara
{la Freguezia de Viamão:::: ao Padre José Car...
lOli da Silva J V'gario actual da mesma Paro-
'Chia desde 19 d~ Junho de 1750. COnJO n'a·
quellas circunstancias !'le fazia 1 pre.cisas outras
-providencias, em beneficio dos negocios ec-
c!esiasticos, creou ahi o R. Bispo D. J<1zé
Caetano em 1813 a Vara de Vigario Gemi J
cntree-ando a sua administracão 'la Padre An-
tonio' Vieira da Soledade, qu'e Egreseo da Re-
-ligião Capucha da Provincia da.Çonceição d'e!l-
-te Bispa'o, r E 'o'minador Diocesano, e
Pregac1{)r gi,o. m os desp h05 de Yi-
gario GemI.. cessor da Pa och:a ~ te-
"e a Mercê, o go extranumerario d -Ca-
pella Real'
A "comm~ 1 ade de um porto habil, .que
fa vOl'ecia o commercio dos g'eneros do paiz ~
e facilitava o lieu transporte, (circanstancia
·asllá. proveito!'>a ao E~tado) tendo atrabido
mnita parte do povo h:tbitante no districto d
Capitlil de VÍamão, concorreu tambem para se
mudar o seu' !\Sentit- ara eese sitio, como
mudou o sohredito uovernador, depois de per-
dida a Vi !la de S. Pedro em m76~. Crescen-
do notavelmente 8. cultura das terra!'! de tão
pl'ecioso Continente, povoação, a riqueza,
o cOL'lmercio J e li extenção do !leu territorio J
alem de outras circun'stancia.; (i)bri~oM. a lle"
Tem. V. U
 };Vi MEHom .. HiSTOltlCA!'

(lessidade á melhorar as vistas sobrt~ o paiz' ,.

e foi ent50, q ue por immediata Resolução de·
. ~6 de Janeiro de 1803 se creou a Vara de-
J'uiz ~e Fóra de Porto AJeg-re, em que te-
ve provimento o Bach.Hel Jozé Manoel Af-
fonso Freire, com o Ordé1.1ado de 400:000.
reis, por despacho e 15 de Outubro de
1805,. publicado no Alrnanach de 1807: mas
lião ~e effeituanc10 esse estabelecimento, por-
não estar creada em VilJa aquella povoa .ão ,
bemque assim· se denominasse, por Alvarã de
23' de Agosto de 1808 se reali áram ::tmbr:s
as prov.idenoias, erigindo-se em Villa. a Po-
voação, com o titulo de S. Jo;;é de Porto
-1.1egre, e de no"o areando plu'a eIla o lu--
gar de lugar de. .Juiz de Fora do Civel, Cri-
me, e Orf.iíos, à cujo Mioislro ficou a ad-
ministração da Justiça do Continente, debaixo.
da vigilancia do Ouvidor de Sanl:l Catharina,
com o Ordenado de 400:0Uo. rei , e cmolu--
meRtos dos' da Villa de San os.
Sendo iglla.lmente util, e fJlu.ito. necessa.-
lio ~ qpe no mesmo hlgar houvesse Alfandega,
assim se fundou por C. R. de 15 de J li o.
de 1800, qüe teve execução no anno de 1804
em Yirtudc de um Offieio doM in istro da Fa-
ienda, e Yice- ei, expedido a 7 de Maio de·
1803 ao Governador, e Capitão General d'á-·
q~eBa Paulo José da Silva Gama. InformadG'
«m fim S. M. da grande precisão,. que havia.
de se estabelecer um novo systema de Arreca-·
dação no Gontinente do Rio Grande de S.
PedrG do Sul, Foi Sen-id6 pelas C. R. de 14(-
de Junho de 1802 dirigidas ao Vice;:Rei Ca-·
 DO RIO DB JAlnuno. 155

'pitão' .General do Estado n. Fernànao Jozé

ue Portugal, e ao sobredito Governador do.
Capitania do ·Rio .Grande I abolir a Provedo-
ria do meUDO Continente I 'com todos os se.us
Offieios, e incl1mbencias, Crea!ldo 'em seu lu·
gar uma Junta de Fazenda, como as que se
achavam e.tabelecidas nas mais Ctipitanias dos
Domínios Ultramarin<;>s, para Iii! administrarem
por ella, ·e árrecadarem todos 'os Rendimento-.
Reaes, segundo o metbodo prailcado nas di-
tas Capitanias. Para pre15idir 'à ~ unta foi n;o-
'meado o Governador da Provincia; para Mi-
nistros d"ella o Ouvidor, 'cvmo Juiz Executor,
um Letrado da te·rra habil, para Provedor da
'Fazenda, com o 0rdenado de 100:000 reis
'por essa incumbencia; Ulll Thesoureiro Geral
'com o Ordenado de mai~ de !40:000 l'eis , além.
do que tinha o da antiga Provedoria..; um Escri'-
v~o da Junta" com o Ordenado de mais 240:0(~
.reis por anno do que vencia o Escrivã"O da
'Provedoria antiga j" c um Intendente da 1'1al'[-
nha. (I) Escblhido p~r ma'Ís idoneo o lug'ar
, U ii
---- - - - - '------- t
(I) Em qnal'lto substitui'u' no Continente do Rill
'Grande a Provedol'lu da F<lz'enda Real, vencia o Pro-
vedor 688:000 réis de Ordenado annual, e a intitulada
l\'fenestl'a de 6 anateis de carne cada di'l, I f. alq,ueire de
farinha, e 5 duZÍ' s dc_,vell1s por mez. O Escrivão, SQO:OOO
reis de 'Ordenado, e a Menestl'a de 3 arrateis de' carne
}'lor dia, i de farinha, e 5 duzÍàs de velas por mez.· O
ThesOl:reiro Gerlll..,. 'e Almoxarife do Contio·ente i 36o:GOO
re~s de Ordenado; e de MenestrlJ, ~'.rnesmo· qu'e 'o Es-
cl'lxaõ. O Escriturario .. 24Q:000 rei's' de rrlenlldo., e Me-
n~stra ~errelhal'te à do :r?esoul'eiro;' O AJudapte Ido E~­
~rlVaõ 120:000 (<'is de Ordenado; e de Menéstta 3 IIrtatelJ
 }.3@ l\IE1'tOIUAS HrSTORfCkS

.de Porto-Alegre para assento desse 110\'0 Tri-

bunal, teve ahi !lua fundaçã.o, e princi-
Çl..
piou em·exercicio no mez tie J.aneillo de 18U3.
Em conseq lIencia dos Estabelecimentes referi-
dos .determinou o Alvará de 16 de Dezembro
de. 1812 que a Vill~ de Porto-AI<>g-re fosse em
rliante Cabeça daI Comlllarca de S. Pedro do .
.Hio ara de e Santa Catharina, ficando a mei-
ma Commarca., que· anteriormente se chama-
va de Santa Ca.tharina, com essa denomina-
ção. (2) He portanto ahi a residencia actual
do GoverJi:arlor e Capitão General da Provin.
cia do Rio Grande do "'Sul, do Ou ido!' de
Santa Cath:trina, do Juiz. de F6ra, da H..
J unta da Eazenda, e do no\'o Vigario Geral.
Tem um Hospital, e um Professor B.egio de-
Gramatica Latina.

Santa .Ann« das· Lombas.

No lugar dai Lombas, que hoje se \eo c .

nh€ce COIU o nome de Chamusca," (1) rnitl'ieto
do' Morro Grande de Viamao, fundou o Edi~
----------
de 'carne .por dia, e t de farinha. O Fiel dos Armazens,
lflO:000 reis ..de Ordenado; e de Menestra 2 anateis dó
carne por dia, e i de farinha. O Meirinho 50:000. reis
de Ordenado, e Menestra· igual à do Fiel. Regulada a
carne ,à 160 rei$ por arroba, a fari nha. á 800 reis por
alqueire, e cada c1l1zia de velas à 200 reis, importava a
despeza annulll da :Fazenda Real, por esse titulo, a quan-
_.tia de 213:1$0 reis, entrando-.ll'el-la a Menestra ,1'0 Go-
vernador em • al'l':~teis de carne p.or dia., 3 al~uEire8 d~
farinha, e 10 du~ills de. velas por mez.
(2) V. Liv. 7. Cap. 5.
lH Da cor parda que tinha o 1t. Plll'OCO Padre LuiZ.
 ~n la DE JAKET1tO 157
tal de 26 de Março de 17.72 urna Parochia
sob o 1itulo de Santa Anna, separando da
Fregtlt"zill da G\]~rda Velha o terriforio da sua
tomprehensão. Te\'e por 1.° Pastor o Padre
Luiz Jgnacio d4? Pinua: mas não sei, .se ella
está pre~entemelJle na !l'rie das Colhdas, p01\
falta de i. fo I'mil (;ôes. Conta mais de 2'j.(} Fogos,
c· além de 190 Almai, sLlg'eitas Ú Sacrame(l~
tos. que )'{'t:orrl'lO iI vara ea Com marca d .
Laguna nas depellc!en<'ius do Foro eecl siasti-
coo Seus habilallte~ cultivam os mc~mos ~ene­
ros, que recolhem O· da Laguna, e com abtln~
da•• da maior o linho. A" cebollas produzem..
aqui muito bem, e outras hortaliçali. No Por-
to de ~mbituba ha uma meia ~rmtlçf'o de ba-
]êas lillbordinada á administração da de Ga-
ropába.
S. Lu;'z lo Norte.

A Freguezia de S. Luiz, fundada pela-

Portaria de 18 de Janeiro de 177~ em Mus-
t'<\l'd38, entr as de J'I. c-.. da Cfmcei~ão do
Estl'f'ito, Olr 'da Fronteira do Norte do Rio·
G·rallde. cujo legar a pellidão Ba1TanCaS, e
N. S. da Conceição do Arroio de Porto-Ale-
gre, se acha na classe das Igrejas perm-.nen-
tes, po.I' effeito das providencias já referida·
á respeito €te outrali semelhantes, qu~ se con-
iel'vavam de Encommcllda. Foi seu 1.0 raro.
co anIlual o Padre Manoel Monteiro PereÍra;

J/inlcio Pina, a quem os fregnezes, P. moradores do paiz'

trataraõ p.r ~lultJto, ou ln_io misturado - COIll bl"iH1CO, l'ro.--
veio a• • itio o DQae de Ch(Jlllu~ca.
 158 MEIIORIJ.S HIsToRIei:!

e oceupou-a. 1..0 de propriedade o Padre Joze

.Joakim Marianno. Contando mais de -150 F6-
gos) passam de 1:200 as Almas, obrigadas á
. Sacrament s, que nas depelldencias ecc1esias-
:ticas prestam obediencia ao Vigario da Vara
·d", Commarca do .Rio Grande.
Na povoação d'esta Freguezia., que he
da Provincia de Missões, Cl'eou o Alvará de
'13 de Outubro de 1817 uma Villa com a de-
nominação de S. Luiz da Leal BJ'agança,
desmembrando-a do territorio da ViHa do Rio
Pardo, e dando-lhe ali providencias precisas
a.o seu e3tabelecimento.

N. S. da Conceição do Arroio.

'Concorrendo· IUhtcientl povo á fazer vi.

venda no"lugar chamado A,'roio, As!\ás dis-
tante da Matriz., 'que por i so era diffieil de
se frequentar para o returs-o úos S'acramentos ~
em attenção à essas circnns Deras, creou ou-
tra Portaria de 17 de Jan<!üo de 1773 uma
Parochia , para que serviu á tJapelia dedica-
da á Conceição da Santa Virgem pOl' ~eu fun-
dador Antonio Gon<;alves dos Anjos, com Pro-
visâo de 9,t de Abril de_ 1742, e situada entre
o:s districtos' de Santo'" nl.onio dt\ Guarda Ve~
lha) e de S. Luiz do Norte. Por elfeito das
providencias telativas ás Igrejas fixamente es-
tabelecidas, mas providas sem perpetuidade,
entrou e3ta no Catalog'o das permanentes: e
teildo-a parochiado 1.Q clf Eneornmenda.. oPa..
dre J030 Antoni.o Rodrigues, f@i seu 1.0 Pa-
roco propriG) o Padre João de Souza. Bitan~
 DO RIO DE JAl'EIRO., 1'19
~onrt, de8de o anno 1808. Cont!l mais de
.\ :COO Ah laS obrigadas aos preceito!! Ecc1e·
jasticos, cujo PO'"O pede à vara tia Commar·
ca de Porto Alegre os despachos nas tlepen-
rlencias do seu Foro. O Templo Parochial ahí
levantado com paredes de peura, e cal, teM
àpenas presentemente um }\ltar. Divide-se com
a Fregucz 'a de Santo Antonio tia Patrulha',-
pelo Sangradouro, que dimana da. Lagoa do .
Barros; com a de N. S. da Conceição de
Yiamão, pelo Rio de Capivary; c m a- de
. Lniz mo Norte de Musta 'gas) pelo lugar.
deuominado os BaTros, e com a de Santa
Anna da Laguna, pelo Rio das Torres. ,
Pelo tempo em que o Dispo. D. FI'. An--
tania uo Desterro \'iveu nesta Diocese, I:..eg"e-
ram a Capinia Fllimülct;Jse o~ seguintes Go-
vernadore&.

Gomes Freire de Ândrada ,. J11at!Lias Coelho de

Souza,.PfJ1 (f Aialloel de Figueiredo, Jo:ze
..4.12tOllio FTeire dç Androda o Bi ~o D. Fr.
J

•Antonio do. Desterro J com Joze Fernandes

Pinto Alpcim) e João .ALberto Castellob}"{ neo'
o Conde .lia Cunha, o Conde de .Azamiuja,
e o Marque1f de La'V.radio.

Achava-~e o General Gom Freire de An-

orada na Capital da Rio de Janeiro, quandu à
ella aportou o R. Bispo D. Fr. Antonio do üês~­
terro. a quem recebeu com demonstrações assài
brilhantes de Civiiidade • como fica referido. Ha··
'Vendo S. Magestade Reiolvido crear dous Go.
ventos, l1m naa Minas de. Goiás ,. outro nas de.
 160 MÉMORIAS BISTOIUCA:S

Cuiabá, e consic1eranc1p geeI' desnecessario J que

em S. Paulo se con ervasse em diante alg fi
G en. dor COI Patente de Capie o General;
ffill1dou, por Carta do Secretari@ d'Estado
l\Iarcos Ant(mio de 1 ll~redo Couti· ho J . data~
da em 17 de l\t:üo de 1748, recolhertiCol'-
te D. Luiz de r Iascarenhas, que actualmen-
te governava e~sa Capitania; (I) e por Ordem
de 9 do mesmo mez J e anuo, se encarregá-
ram ambos os Governos á AlleIrada, ficando
o \1ilitar da~ Commarcas de S. Paulo, e de
Parána6'llá, iob a fnspécção <10 GOTernador
de ~antos. (2) Depois de empossado, no III 'smo
anno " da C~pitania Paulopolitana. (cuja Cida-
<.l~ denominou " Formosa sem dote" por lhe
faltar o Commercio) voltou á Capital do Rio,
onde fez execu~ar as Ordens de 3 de Outu-
bro de 1739, e de 9 de lV aio de ]-7 7, que
recommendára a' escolha d i/io roeis apto
para se fundar a nova Cathedrí!I J principiando
lisse Mag;estoso edificio com a 1. Pedra lan-
çatia a 20 de Janeiro de 17·19: mas prosegui-

------------~----
(I) Foi éreado C01.1Cle de A~ va na Acclam:lçáo d'ElRei
D. Joze I., e Vire Rei da Indla., onde des~raçadamente
aC:lhuu no anilo ele 1757 em uma batalha. V. Li". 8. Cup.
3. Memoria da Capitania de S. Paulo. ...
~'l) Por m(')tivo d'esse t~irliee Governo de Al1dr~ldi,
ilediC"Ou·lhe certo PQeta JesUlta o seguinte Epigrama

Brllsiliae tres, Freyre, Plag<ls re~iii llnus opimas,

Quarum habuit proprium quaelibet aute Du{em.
{]nuii, mlJltorum sllblima m'Jnera prae tas,
Unus, qu.d plllris vixl potuere, faciii.
Brasiliam regere imperio sic, perge: regendi
MundUlll notescc:t quam bene di~nus erae.
 DO Rm DE JANEIRO. 16l
~a a obra com actividade, e bo\!s esperanças
de se ultimar em poucos a.nnos. àpenas che-
gou á altura de mais ou menos- de 20 covados •
por embaraçar o seu adiantamento a deipeza.
consideravel, que foi precisa, com a diligencia
das demarcações de Limites entre as Co-
roou de Portugal. e de Caitella, pela parte
do Sul, ou da Ameriea °Meridional. (3)
N'esse anno mesmo, ~oi á Goiá.; e pas-
sando ao Rió Claro, seiscentas legoas dist3:nte.
o

para estabelecer o novo Contracto de Diaman-

tes, deu pOise d'elle aos Contractadores Joa-
kirn Caldeira Bra.nt, e Felisberto Caldeira.·
Brant. fazendo prohibir. por um Bando pu-
bliçado em Pilões, quarenta legoas de terras
mineraes, que se comprehenderam na demar-
cação diamantiua. e dando as Ordens maii
positivas à .e\'jt,ar os extravios: mas. abolido
o Contracto, por não corresponderem os
jornaes do serv i~o á esperallça dos diamantes.
~s5ilU e mo "Continuou a pl'Obibição de se
lavrar as terra5 demarcadas, (' o Arraial de
Bom-Fim foi por isso reduzido á pequena.
povoação.
Cumprindo a C. R. de 2 de Maio de 1747
que mandou erigir o Chafariz da Praça do
Carmo. pelo ri 'CD desenhada em Lisboa, co-
. meçou à levanta-lo, e concluiu essa obra no
anno de 1750 e t.antos. em cujo - tempo fez
construir tambem os g'randes arcos, sobre que
correm os aq~eductos' da .Fonte Carioca, a
Tom. V. X
---- -------_._-----:--~-
(.,) V. Liv. 6' Cap. 7.
o
 16 MZ~IOltlAS HllTORleU

traves do morr~ do Desterro para o de S nt

A tonio. (4)
"Havia mandado a Ordem de 21 de De-
zembro de 1692 angmentar as Praças n03 Ter~
ços de Linha da Cidade, para a sua defen-
la, e outra semelhante de 1733 feito a~cres­
ce~tar as dualil Companhias de Artilharia, qu
a presid"avam, cada urna das quaes fieoa cons-
tando de cincoenta homens: ~ como em 17
de Julho de 1747, e 22 de Outubro de 1749
determinou EIRei a regulação d~s Tropas,
daudo-lhes o nome de Regimentos forão Oll
de Infantaria, e Artilharia, regrados por A~
drada com exactissima form?Jidade, e o sel!
Flano, executado então, mereceu a Real Ap-
provaç~o pela Ordem de 25 de Fevereiro de
1751. (5)
A Capella de N. S. do Desterro, sita no
suburbio da Cidade., c1eveu-lh~" a reedificação.
e augmento; e o Convento e Re ipiosas de
Santa Therezll., levantado ahi no ~nno de 1750,
-por sua direcção particular, lançando-lhe as
linhas, consignando-lhe as alturas, -descreven-
do-lhe os nngulos, dispondo-lhe os quac\rlls,
e ordenando-lhe todas as proporções com har-
monia, depois de romper penedos, e desmon-
tar precipicios, reconhece o mesma.. General'
por seu fundador, e bemfeitor, (bem que e]]e
occultasse, contra o uso, a inscripção do seu
nome, pal'aque l)eos só, ,em parlilha de
gloria, fie reputasse por Autor d'esta Obra)
--- -
(4) Y. Liv. 7. Cap. 3. I
-----
(6) Y. O mçsmo UI'. 7. Cap. 9.
1"~ceb~ndo da sua piedade :o restante das Or..
denados arbitrados à sua !übsistenda, 'que ar"
plicou ao alimento das habitantes da Clausu-
·ra, alem 'das mezadas, com q'ae por muitos
annos lhli assistia; úmüs moradas de casas Da
Praia ueD. Manoel, que no mesmo anno lhes
doou, para subsistencia das Glaustraes, e ou-
tras dadivas. Por esses titulos, em Provisãl>
de 15 de Junho do anno referido declarou o
R. Bispo, que competiNdo. á Amlrada ~ di-
leito ue Padroei'ro de ambas as Casas, lhe
permittia, com as deluuis prerogativas iobe-
rentes á regalia do padroado, a de apresentar
perpetuamente um lugar de Freira, cujo pri-
,vilegio passaria aos SIIccessores da Casa, e Títu-
lo de. Conde de Bobadella. (6)
Procurando desviar da c0mmunicação dos
X ii
--,------------------'-
() A tes do Concilio de Trento tmham os Bisp'os
a ~ivle f: culdade de permittir esse pri~ilegio; lllUS de-
;POlS dos Decrelos referidos no Cap. 12. Sess. 14 oe re-
foritl~, e Call. 9 de reform'O Sess. !5. que õlbrogáram
. uaoe tod(!Js us Ju.rapah'O'llatus , quae n<m consislt:renl ex
furidrlione. veZ Ilotatione, veZ ex imlll'em07,iàli praescri-
ptioue, vel ex aliis ,nodis gellerafi lege cJmprObalis, pri..
tilegia /wJusmodi suMala videntrtr. Berardo T. <2. Dill-
S t. 4. Cap. 4. p. '1{)2. Devendo pois o R. Bispo exe-
'Cutar os Decretos do Concilio, e quando Blllito, fazer
conhecer 'li Gomes Freire por simples bemfeitor, em ra-
,ii", 'das IlUaS dili~encjall nas obras Ja Igreja, e COlll'eRto
(id. llerilr lo 10c. cito p, 95. ); foi contra elles, e muito
mais, n:io tenúo faculdade do Senhor Gram Me~tre das
Orelcns Militar s para declarai' Padroeiros das lt'rejas edia
fií.'adas nas terra!! uo Pudroadl!l das mesmas Ordc;fs, ou-
tro algum, que nã. seja o Gram Mestre d'ell!lSo \'. ROo
ta (41. u. Jacl1i'Orilolo da 1"l'elSUezia de S. Joz.é CalJ. 1.
 1(1.t M ~M:ORIAS HISTORICA-8

habitantes da Cidade os cnfertn0s do mal de

5. Lazaro J que insensivelmente progress~~lI:
com daúmo publico J os fez retirar para o SltlO
de' S. Christovão, destinando-lhes pequenas ca-
sas J onde· os sustentau á custa de esmolas
proprias' da 'sua caridaue J e por enfermeiros,
Donatos da Religião de Santo Antonio J ze-
lou a sustentação, e o tratamento de 52 'Le;
prosos.
, Authorisa<.lo com a Patente de Mestre de
.Campo General J e distinguido com uma Com-
mClJda na Ordem de Christo, foi nomeado Ple-
llipotenciarió J e Commiisario I. o para effec-
tvar 6 Tratado de L.imit~s assignado em Ma-
F

drid à iS de Janeiro de 1750 • entre S8. MM.

Fide Iissima J e Catholicl,l. J ,~la parte da A me-
rica Méridional: "( 7) e de,elldo cumprir a sua
. mui distin~ta, e ponderave~ tm missão J su-
biu por ultimo ás Minas (} ~ em dia!! pl'i-
,meiros de) 751 J - deixando o g-Overno da Pra-
. ~a ao Coronel Mathias Coelho de Souza, que
o substituirft n'outro apartamento. Ent.re ou-
tr'al! COUS<i' al1i próvidenciàda!l J fundou em
Tijuco a l.a Casa de Fundição: más convén-
cido pelo requerimento do Povo, de ser mais
util ao p blico o estabelecimento d'elia na Villa
do Principe, assim executou, como fez saber
. ~ ElRei em Carta de 21 oe Maio do mEsmo
anno ] 7.~ I, qlle por Ordem de 6 de Maio
de 1752 foi approvada. (S)

(7) V. a nota (14) seg~intf'.

(8) Por Ordem de 'li!, de Setembro de 1751 _prinCI-
piou à yeacer O soldo de Governador das Mim\s, lliml ll
 DO RIO DE JA.NEIRO; 16?J
Em 'olta as Geraes deixou o governo
d'es~a Capita ia á sel'l irmão Jozé Antonio Frei-
re de Andrada, qUi viera de. Lisboa com
o destino de ervir na diligencia da Demarca..
{:ão de Limites, cuja nomeação confirmou o
Avizo de 29 de Novembro de 175~. ( 9).,_
rendo arranjado quanto necessitava de apre~­
tos para a vi,agem, e jornada que tinha de
~azer, fundou o novo Tribunal da Relação,
---_.
no tempo que residibse na Capitania do Rio de Janeiro',
__ .-
tendo a C. R. de 4 de Janeiro de 1735 mandaw sus-
pender o Ordenarlo de Go\ernador d'e~ta, durante a sua
'llusencia Da das Minas.
, (9) Por outras Ordens da nesma data de 22 de
Setembro de 1751 se lhe mandou dar 6:000;000 contos
de reis p~r ajuda de CUijto d'eijsa dilig-encia, e o venci-
mento de Sold'O dobtado da sua Patente, desrle o dia,
em que partiu da Ilha oe Santa Catharina para o negO-
cio da Defn\lf(.'1lÇio dos Limites, até o 'diá do seu em-
barque na m. . Uha, em volta para esta '·Cidade. Al-
guns cIos Officios ..1111Iares,. e outras Pessoas, que aco~-
.pauhár' m o General por toda a Campanha do Sul, e ,fo-
ram testemuuhas OCC!llares das sllas acções, e facto!> en_ .
tão acontecidos, nos Diarios, escritos com particularidade
(lesa e .. lltlida do Rio de Janeiro, em que' narráram as
marchal!: e' e'ncontros t'01ll o Plenipotenciário Hespanhol.
cujas memorias referirei tiO Li\,. a. Cap. 6, eterni áralll
igualmente 'Oij- heroismos de GOllJeij Freire com a SQii jus-
tlça, e tiem o i.lcenso de adulaçà~. No anno 1752 se
or!5anj~ou no Rio de Janeiro uma Acade/llia, que se de,no-
mInou dos Se/utos, e fez a SU;l primeira Sessão a 30 de
Janeiro, clljo objecto foram as maximas Christãas, Po-
litj('as, e Militares, em que se reassumiram as acçõrs
hl'roiclIll de Andrllda, por meio da }Joclia Latina, e-
Portl1~ul'za, clljas obras correram impressas sob o titulo
:::: Jubilos dá Arueriea:::: e entre el1al! UIll di~til1cto Elogio
ao mesmo General, eorno observando as SI1'1S virtudes.
ou cunb.idel"ludo-o CathoJico, eu.. Politico, ou já em qua-
lidade Mtlitilr.
 16G MEl'trORJAS HISTORICAS

,{lo qnal foi I. o Presidente, e Regedor; e no

dia 19 de Fe,-ereiro de 1752, desenrolando~se
.as velas da N áo N. S. da Lampadoza, desap'«
-pareceu ôo Rio de Janeiro pa.ra a Ilha de
tSanta Cath&rina, onde surgiu com cinco dias
ide viagem, acompanQado de boa soldadesca,.
-mui babeis Ofticiaes de guerra, e de todo
,;fornecimento preciso á tão importante eXile-
.di~i6.
. A' cargo de Mathias Coelho de Souza
(já Brigadeiro de Infantaria d'está Praça, por
Patente de 5 de Abril de 1752, e com ven·
'cirn e to de·mais 10:000 reis por mez, além
. do so do) ficou ~ Regencia da Capitania: e
como as molestias J que padecia. lhe facilità.
ram licença para se retirar à Portugal; por
essa causa commetteu 8' C. R. de 16 de Maio
de 1753, firmada pdo Rea1Puhh.o, o gover-
no interino do Rio de Janeiro ne Governador
1árnbem interino das -Minai Joz~ Antonio Freire
de . Andrada, tIlob a mesma homenagem prei-
tada à seu irmão J de que se lhe fez A.. vizo
em 24 do mesmo mez, e anno:' e ~em (j tra
ceremonia', aléll]. da Copia da Carfa referida,
<)ue o Mestre de Campo General dirigiu ao Sé..
nado 1 entrou o substituto á reger a Capitania
Fluminense descendo da das Midas, por ter fal-
lecido Souza em 22 de Março de 1753~ (lO)

--------
(1'0) Por Cartll de Officio . d. Secretario d'Estado de
26 de Fev<'reiro de 17.l, 1 venceu soldo dobrado pelu tem-
po, que elite.,e encarregado d. Governo da Praça ou
R'I,enciuli de GOllles Freire; sellf exellll,lo para qualquer
outro Offiei.l, que liublitituislle ~ mellLUO governo,
 ,DO RIO DE J.o\NEIRO. J6'
e ficar o commandamento ..n 'mãoi do Te~
lJente Coronel do Regimento NOfo da Praça ~
Patricio ManoeI de Figueiredo, por ser oCa,
bo Militar mais antigo da mésma' Pra~a, ~
de maiol' Patente, que enUio <'xistia. (I t )
Conservou-se o governo em Jozé Antonio Frei~
re de Andrada, (12) até se recolher das Mis..
sões o proprietario do Bastão no anno de 1751:3,
tendo g'irado por todo' o Continente d. Sul.
A' medida da Religigo, e Piedade Ca..
tholica,_ que Gomes Freire professava J foi'
tamuem a sua Politica, C\tia sciencia en&,ina.
a exaltação J e comervação do homem na hon~
ra; e a e sas qualidades, bellas por si me.-
mo J e muito proprias d'um sllgeito distincto
pelas virtudes naturaes, e pela serie de seus
Ascendentes, (13) uniu o heroismo. de Sol..

II ir. ' J
F1 ueiredo- havia governado a Ilha de Sal1t
Cathal'ÍIl3, de 29 de Ago~to de 1743, até 25 de Ja-
Jleiro de 1744: e os moradores do Rio de Jaowiro, en ..
tregando ao esquecimt'lIto o nome d'esse Substituto no
governe interigo dll Capitania, marcáram a Epoca da !lua
góveruança pelo alcunha de Gala/re, com que o fi:el'am
fMaili conhecido.
(12) p 10 serviço da substituição interina elos Go-
Ternos, teve Patente de Coronel de Cavall;)l'ia da 1.a PIa-
1111, datada a 3 de Julho de ]760.
(J3) De Gáspar Frt:ire de Audrada procedeH Ma.,
lloel Freite' de Alldr"da, Ger.tiIhomem, que temlo ser-
'"lido o Posto de Almirante ua Armada do Brasil, e de-
pois ·de exercer muitos empregos nas tro.pas de terra,
Juhill ao ue General de Cavallaria. Seu filho Gomes
de Anc1.rada (de ,quem fanou Ilerredo llOS Annae~ His_
~oricos oe Manll1haõ Ltv. 19.} deseendente ~I'uma rama
lllustre, 'e HI.tiga Ca~a de Ilobade/la, e de D .•Ioanna.
Brito, merec 11 pelo seu valor os postos, que eccupol1
de GOlerJlador do l\hrarhaõ, de .Maril:hal de Camp..
 168" MEMORIAS HISTomCA9

(lado desfimido. Como sem conselho madura

nada resoh-ia, foram por isso acerb.da. as suall
resoluções: e os creditos abalisadoi, q'!e ad..
quiriu no manejo dos .negocios importantisli-
mos., elevando-o ao assento dos Ye.5salIos Por-
tuguezes benemeritos, tambem o fizeram dig-
no das honras, com que EIRei D. Joaé r.
.singularizou ~uas acç~es J conferido-lhe o
Titulo tle Conde de Bobadella em 1758, e
_- mandando (sem obstar a' Provisão e 10 de
Janeiro de..J ~S9 pro~ibitorja de. pinturas, es-
tatuas, ou memorias semeipantes d'algam go·
,.

dos
. -----,----
Exercitos com o Governo dd.Provinda da Beira ( l'l
qual naó aeceitou por molestias dp gota arterica trazidai
do Maranhaõ } , e finalmente o de General da Artilharia em
]697. Compo.z hnma exeellente historla;,90 Maranhaó, que
naú se imprimiu: fallavfl hem as LiBgÜas ltahan' • e France-
za: era bom poeta, curiosíssimo, e tinlla c nfJe gran-
de da Chimic:J: possuiá a Scienci' da F fi :tÇ~ó, e
n'outras partes da MathematÍea móstra, perip ·inteli-
gencia , trabalhapdo com grande primor as obras ·torno:
executava bem a Arte de Cavallaria, e rtiauejava . ~ Ar-
mas com destreza. Morre\!. a 3 de Janeiro de 1702 , e
jaz na Tgreja de r~umiar·,. no jazigo dos seul antepassa-
dos. Morel'i. Letra F. Freire de Andrada pa~. 252. Fr.
Domingos 'Teixeifa eSCl"lwell a viria d'este Heróe, que
se illlFlrimin: e o Padre Antonio Carvalho da Costa, Au~
tor da Coro:!,'r,lfia Portllgnezll, r,l\oll támhem da sua Aseen-
i1encia no 'T. 3. Cap. 4. p, 87. tratando da Villa de Oui.
dos, Coman'a de Alenqner. De taes asej!ndentell, e. im-
Tnediat~mel,te de Rel'llal'uino Freire, qne g-overnol1 S.
'l'homé, Peniche, .Estremoz '. e as Fortiríear;ões 'da Cos-
ta ela Milla, e por ultimo a Prol.ineia ele Alentejo, cuja
di~tilleça- Iw ~s"às o"lItife'la, nascen-.o Governador do
Ri~ de Jalleil'O, e 1. \) COllne de Boblldella, qne dos
~randpg Livl"t\:l n"lIPall)g'I{'flS ~a Casa Real se deduz ter
llitio IOY lido (j'EIHei 'D. Joaó 1., Sf'm iutemlpçaó de
linha, e 50IJriuho J uo 1llt:5mo gl áo I d' EI1tti D. Jozê 1.
 DO RIO DE JA~ETRG: 169
l'rnador em lugares publicos ) , que na Casa d8
Senado da Cidade do Rio. de Janeiro (cuja
denominaç;,;o permiUiu á Camara a Provisão
de I i de Março de 1757) je co\1ocalJ!le, e
perpetuamente se cons('rvasse o seu Hetrato,
para estimulo, e exemFl0 dos futuros Go'\'er-
nadares. (14)
De.pois de immortalisar seu nome, e gran-
des feitos na tres Capitanias que governou:,
e cheio de virtudes moraes , predominando ell-
tre .ellal o desintel'e se, a castidade, . o zelo
da 1l(j:1i~.ião CaÜ\.ol!ca, c do Se!'\iço taRto Heal,
como PlIlllico ,a 'Justiça, e Amor tlos Povus'
fillalisou 'a . carreira mundana 110 dia l.0 do
10m.' ·V., . . y
;-;&..-.;.---------.--

JIem.- o, n6 ltigllT cit,~Jo 'I'lrjml, nnm. 1357. pn~,

001.' conton, que" os moradorps d'aqlllle Eht~do (do
Maranhaõ) para cUAsolarem a SUlI saudade tiO modo pos-
• .v.j:!.I, pda Ull encia do 00\'('1"11:1 do r , que fora, GlIUle::S
FI'<'ire de Andrade, \TIand1r:.!1ll ir GO Hcino dous retratos
s us, que venerados muito3 t.~mlJos nos Tribunaes das
C<t~ lar<l!l d~lS dllus Cidwd '5 (l\Jar:mhaõ, e Pará), ainda
~'l t:OIl erVllffi nos Palacios do.o GovernuI10Te~·. " A I e:ta
no:icia ujuntou a Carta dl,l C"DHII'a do Pan\ á EIRli,
ditada em 18 oe .Julho ele 1687;, que siiluilicilndo com
energill o !,ezar commum <.lu :Estado pda falta d't'ss.~ Go-
~ern.udor, cujos pr~cedimelltos hll11!'SIIlS , virtuosos, e bpm-
fuz':J'ls a havia obngud() tauto, pêrpetnou tlllDlJem a b'elll
.grol.tiduõ
 110, 'MEM01UAS HISTOIUCAS

mez de Janeiro .. correndo a Era 1763, afron~

tudo de paixão grave, qne lhe motivàra o
Corpo do Commercio, (15~ pelos prejuizors
~-.-----------------------
(JS) Annullado e Tratado de 13 de Janeiro de 175f)
por ontro de 12 de Fevereiro de' 1761 , que mandoll oh-
8er\'ar iDieiramente os .antecedentes, fOI a Colonia perse-
guida por D. Pedre Cevalh08, Goveroapor de Buenos
Ayres, que apertaudo-a cada dia mais com o bloqueio,
nnõ cessou de lhe fazer pirraças lllsofrJvei" e insultado-
l'as em tempo de paz. Investida finalmenté.a Prar,a, e
assed: ada II 5 de Outu bro de 17ü2 com 15:000 mil halas ,
e uot,,, d nu mero (\e bombas, abriu-se a brecha. por cu-
j('l acontecimento, depois de eu\>itular o GO\'ernudor Vi-
cente da Silva, e embarcou com a sua uarniçaõ par:l
o ni(~' cie Janeiro, d'onue regressou pr :í Lisboa. Se-
llhores terceil'<} vez os Castelhanos do territor~ (la Colonia.
ll'ella entráiam lll'l'ogantes., e cheioB de ufauia, ludi-
b"iuildo as b:.llldeiras, t: a Naçaõ p. rfa! ueZlI, sem que
JJouesse o Govel'l1ador do Hio d~. Janei~o AoCcorre-\a pr~~­
tesmente, como fez, ápenas o 8Ul'{:iregdell noticia dI)
;;. áque, despedindo em allxiliQ uma '11 ~Ottpgueza,
a 'Qmpan ada por olltr~ Iogleza, um Cs sano ~~elhunte ,
e outras embarcações mellores.~ rl' 1 de tropall
de desembal'qu~. Tarde chegou 0.90 e Che-
fes, sabendo em Monte Vidio da tomud aça, e
('onsultalldo ." se combatendo es!Ul j' ellida.
empregariam a1li mais felizmente o~ tiro mpre.o
7.a de Te .laurar a Col')llia ,,; ·escollier.aru o pter; e por
infelicid •• de ilJ5Uperavel dos PClrtuguczes voltáré)m ati Ar-
mas COl1ll'a os novos pos nidor.es da Pra'1a, . que susten-
~ú.1 do os' tiro!; de canhaõ, be regozij •. roi11l Je ver incendia-
(la a N.IO, e Corsario Ingle'les, llwi" aproximaâos ~ terra.
POI' esta desgn ça roi illutil a expediçuõ; e vendo.. os T e_
~o('iuotes d Rio de Janeiro, qne Cl'lm a tomada na
Colunia per liam grande }JHrte (los seus iuterl:'s -es, por
tr::relll al!i notaVfl1 porçaõ de t';)zendu~, querenuo Je afogar
o c,tI.or dus Hla~ tlllixões, e~palhàraill vozes insnlwntes
(:'lotra o Q.<>\l GOI't'rnl-ldor, criminanao-o, e imputnlldc-!he
~ culpa de tão desditoso fActo até por. escritos. V. a
memoria do v. n. Conde de Cunha, e ahi li nota COI'·
Yl:spondente à este artigo.
 00 RIO DE JANEIRO.' J7\
mui c0118ideraveis com a perda da ColoDia til)
Sacramento, atacada por D. Pedro Cevalbolt
a 5 de Outltbro de 1762, e rendida no dia
.29 do mesmo me·z, em que Capitulou o seu
Governador Vicente da. Siva da Fonceca. (l6)
Disposto o funeral com a pompa, (17) e de..
cencia con,\"eniente nO seu Posto, e grandeza
Titular, foi conduzido o Cadaver ao jazigo
construid{) no Presbiterio da Igreja, de que
havia siflincompetentemente declarado Pa..
Yii
------------------
(16) V. Liy. 9. Cup. 6.
(17) Ce o. lllloni 1'110, dissertando' n'um ruan tlscrito
&ohre os Titolo~ do Estado do Bra 'ii, e' seUlI Limites,
tauto AI tl'ae , NllUO Setentriomies, dis'se, quando fui..
Jou de Gome Freire por occasiaõ do successo proxi lll.-
mente refi>rido . enterroll...se com pouca pOll.lpll, IlIere..
cendo-a m'\Jl rlln loe. = Naõ podia ser maiol' o appul:uto
f'ln bre, C()111 q foi levado ll. sepultura: nada faltou à
deceocia; ll"rn UWl actos de honra, e de lIbzequio; nem
era de crer ue os Go\'eruadores interinos, e p.'incipal.
mente o, omitti~15em as menores ,circunstao<:ias
de de du suu extremosa politica, Cllj~l olDissaõ
de se eepSllra, naú pl'ecedc:ndo entre elles, e
CI fuI! Il.·ral •• tntli" leve motivo de di.cordia, ou
descon a ellto, 'que oCC:lsionasse alglll11u falta de von"
t~dc <1m tihfdzel' os seus 'deveres á respeito da pessoa,
e do paRlO de G'mles Freire. Em termos taes foi illjU.IOl
a censnra, que uppoz insufficit'nte a pompa do inlerra..
mento do Gener:", tálvez por lhe parecer àquelle aLltor
tnais propria a dos Funera~s ,do, PrillCipt's, de que pouca
diffl';'ença houve. Mereceu com justiq,j o nome de Pai
da Patria., por'lue sym oliculDeote o tratár:!.lll os halJi-
t:mte d'e.ta Capitan:a, tendo cunhecido cru tantO$ !lU-
lllls d-o seu Governo, ljllanto fora h~l1elico, justo, prll~
.ccl1te, zeloso, e mui aclivo 110 St'rl'iço do 'ob 'raiO,
"(~estro BO 11I:lnejo, e soluça'õ dos ne~'ol'ios p'lblil'os, I'"r..
tlculares, e relativos :í felit'1l1ude do Povo suO'eito à sua.
J U".ulc<,:aõ. Fui dotado de grundeti fGr~as, c CUl'uileu'o
 172" MEMORIAS HISTORICAS

droeiro J (18) e sobre a campa, que oco-..

briu, não se lhe gravou epitafio algum.
Em conformidade do Alvará de Successáo,
que Gomes Freire trouxera da Corte, e guar-
e:Jàra no Convento do Carmo, (19) cntníram
no Governo das tres Capitanias, Rio de Ja-
neiro, S. Paulo, e Minas Geracs, o R. Bis-
po D. Fr Antonio do Desterro, °
Brigadeiro
Jozé fernq.ndes Pinto Alp.oim J (20) e o Chan_

insigoe, cuja Arte soberbamente executava., imitand0

com igUll1 destreza, e aptidaõ o seu ascendentl' do me(\;-
mo nome, de fluem Killei na nota (13.) Por Alv.. de lo
de Janeiro de 1757 se aboliu n 'esta Capitania o Contrato
do Tabaco, de que tam bem fallei 00 Liv. 2. Cap. 3. sob
a memoria de Cabo Frio.
(18) As Ig-rejas do Ultramar naõ conhecem outro
Padroeiro, qne naõ seja o Senhor Graõ Melitre oa Or-
dem de ChrisJo.
(19) O Alvará de 12 de Dezembro d~ 1770 c1ecla-
rou ultimam('ole as- pessoas, que nôl lillt:í, ou aUbellci.a
(los Goyernadores, e Ca-pitàes Gelleraes do Brasil, Pará.
Jlogo1a, e Ilhas adjacentes ao Reino, de .am 5ucceder
no Governo.
(20) Manuando a Oruem de 19 dl' Ago.to de 1738
estabelecer n'esta Praça uma Aula de Tbeorit'lI e J\rti-
lharia, fi fogos Artificiaes, determinou, que d'ella fos~e
Mestre o Sargento Mór Jozé Fer.nulldes Pinto AlpoilT),
com obrigaçaõ ile diclOlr Postill'l, -e l'ubinar os O(liciae •
e Soldados do Ter\'o respectivo, e as I1lais pe~soml, que
se quizessem applicar à esse estudo, vencendo pelo tra-
balho, e exercicio de ElIgenhtiro, mais 16.000 reis em
('ada mez. além uo ~oldo; cujo Ordenano lhe foi acrcs-
(en'tado ( depois de provido no Posto de Corol1e\ do lUPa-
mo 1{'!g!lllentõ, 1J0r morte de André Hibeira Coutinho ),
lllandulldo a Ordem de 8 Março de 1752 dar 1Go:000 rclS
por mez, alem do soldo, á titulo de Mestre da Aula da
FortiHcaçaÕ. em quanto n'ella le;,se. Registaram-se as 50-
oreditas Ordens no Liv. 28. í1 48 v. ..e Liv. 34. fi. 131.
Y. do H.eg. Gel'. da Pro.vedor.. A Aula. Mili'\ar se e&tllue.o
 DO RIO DE J.ANEIRa~ 173
cel1er' da Relação João Alb~rto.Ca!lten6.hranco;
que regeram com acordo mui distinc.to , e ge~
ral contentamento dos PÓ\'OS ~ entregando a
Jurisdicção ao immediato Successor J nomeado
pela Corte. N·e.;ta Epoca finalisou a dos Go-
vernadores do Rio .de Janeiro com a simples
Patente de Capitão General, e principiou a.
Cidade à ser assento dos Vice- Reis lIo Esta-
do do B .. a~il. .
Considerando ElRei D. Jozê I., de sau':
dosa J e perpetua lembrança, quanto era pro-
ficuo sua Real Coroa, e Jnteressava o Es-
tado do Brasil, (21) que '0 Cargo de Vlce-
Rei, trasladado do Governo, e Cidade do
Salvaçlor da llahia , (22) ti "esse firmeza na da
--------...,..-------------
)eceu J e teve YSOJ dictando Alpoim , alem de ontros Tra..
clados J o dos. Có.'tes das Carretas, que o A.utor d'estall
Memoria5 conserva manuscrito. Foi Inventor do famoso
Engenho de Cr€nar, que por Ordem Regia de 28 de
A hril de 1744 regi~trada no Liv. 31. A. 6. do Reg. Ger.
dito, se assentou na Ilhll das Cobra.. : Era Cavalleir()
;Profes~ na Ornem de Christo: falleceu á 7 de Janeirc.
lle 1765, t: ,jIlZ ná Igreja de N. S. do Desterro.
(21) Por Lei de 16 de Dezembro de 1815 foi ele-
vado o Estado do Brasil á gradu>lçap, categoria, e pree-
miuellcins de Reino, llninclo-o aos de Portugal, e Algar-
ves, com o t1tulo de:= Reino unido de Portugal, e do
Brasil e A10"Ilrves.:=
~ .. .
(22) Na Cidade da Bahta teve pnmelfo assento o
Posto de Vice-Rei do Estado do Brasil, ElRei Filippe
lH. , provendo-o em D Jorge MlIscarenhaô. Marquez de
de MOlltalvaõ. no aono de 1640, de que tomou posse
à 15 de Junho do mesmo anno, sustentuodo-o ate ontro
dia semelh\lnte do mez oe Ahril·, e :l.nno 1641. Passados
!l2 anr,()s rt:vi ''ou E1Rei O. Afronso VI. o meSlTIO Titlllo
em D. Vasco Mascarenhas, J." Conde de Obidos, que
t>Ulllos8ado á 24 de J uuho de 1663 (poucos diall dev oi,
 f ,{ MEMOJtIAS HIS1óÍucu

RIÓ' dé Jaú'~iro, p'ór' sit{)adà em meio dO's li

miteS:: entre Pamambuco, ao Norte, e: Rio Grau..
de de S. Pedro, ao Sul, comprehendendo no
éStenso interior do Sertão as Capitanias de
B. Paulo, de Minas Gera€s 1 de, Goyá.s, e da

de dét:idida à gl<and~ ba:tat'ha do A mexial ), cOllservÓ'U-o

~te' 18 de Junho de 1667, n6 qUlrl eEltregou o BlistaÕ
á Alexandre de Souza, provido mm li Patent~ de Capi~
·taõ Gelíera\. Interrompidõ ó J1t0\'rmetrto do Vice Reinado
por 47 aunos, sust:itou-o EIRei D. Joaõ V. em D, Pe-
(iro Adtouiô de oronha,~,t' Conde de Villa Verde, é
] .• ,lVlarquez dé A:ngeja, que entrou à goverhar 13 de
unho de 1714. D. Sancho de Fàh) e SOUZá, 2. 11 C6nfll!
de Vimeiro, que lhe succedeu à 21 de Au'osto de 1718,
l1a5 tel'e a mesma 'Patente: mas D. V'asco Fernandes Ce.
~l' de Menezes 1. C1 Conde de Sabl1goza, qlle o substi·
tlliu à 23 de Novembro de 17~O, foi munido com ella.
D'afJi em diante continuou o provimento dos Governndo-
res cóm igual Patênte , como foràm A • é de Melló e
«:::astro, SUGêessor de Meueies, e enipós do à..ll de Mllió
de 1735; D'. Lóiz Pedro Peregrino, 10. 0 CondÃ: d~ .Atou.
guia, que recebeu o Ba, taõ à 1749; D. M,!TCOS "de o·
lonha, 6. Q Conde dos Arcos, que principi.ou à. gOI'ernar
'pelá posse á 23 de Deíem!:iro d~ 1155; e por ultimo D.
1\t tbrliO de ,Almeida Soares e Portugal, ~. o Conde de
Avintes, 1. o óe Lavradio, e posteriol'mel1t Marquez dó
ille 100 Titu o, que empossado do Posto' á 9 de ~alleiro
ae 1760, árenas o cOllsen'ou até 4 'de Julho do mesmó
anno, \10 qual falleceu alli. Por este tacto ficou o Gó-
V~l'I o da BaHia eri.l mão'>: do Chanceller da Relaçaõ Tho-
maz ttllbim de Bano'Js .l3arl'eto, a quem succeden o Chun.
eelÍ:'er .laté Carvalho de Andrade, COIII o Corooel do I. II
Re~irJiellto GOlJçalo Xaifi r de B' 1'1'08 e Alvim, no dia.
21 deJuuho de 1761, até que Se lhes ajuntou o R. Are'e...
Biípo D. Pr. Manoel de Sadta Ignez á 29 de Junho
oe 176\!. D'estes recebeu D. Antonio Rolim de Moura
Tavares, l.1) Conde de Azambuja, o Govel'Oo da Capi-
'tf1nia em 2.5 de Março de 176ü. Contou portanto li Ba-
)lia 6ito Govehladóre~, com I?atentes de Vict'.-Reis dó
EIS~âdo dO' Brâóil. V. Li v. 8. Cap. 1. '
 J>o ~IO DE JANEIRO; m
Mato-grosso, e na proxImidade do vastíssimo
COlltincpte do Rio Grande, o G9Yer6o :Subal-
terno de Santa Cathal'ina, ássim -CQmo o dl\
Capitania do E pirito 8anto, tarnb~m S.ubal-
terno ao Capitão General da Bahia; Resolveú
mudar o'Titulo, e com eHe -a J llrisdicção sobre;
todas eSSas Provincias, Mandando estabelecer.
a nova Corte dog Vi,ce-J1cis n'esta Cidade, que
elevou à Capital do mesmo Estado do Brasil..
Para occlIpar o novo Po to de LP Vjce-
Rei, Capitão General de Mar e Terra, foi
nomeado, antes de 19 de Maio de 1763, (2.3)-
D, A ntonio Alvares de CUDh~, Conde do mes-
mo Titulo, 'jue tendo suflicientemente prova--
do os seu talentos, e satisfeito .com ngrad()
dp Soberano os Cargos de Capitão de Mar ~
Guerra,: C.a t~o G enera I (.~e M azao'ão , e do.
Reino 'de'- 'gola, desde 31 de Julho de 175&
até ~4'~ e ~9'utu b .. ~ de 1758, e merecido, por
esses ser.viços relevantes, a nomeação de Em.
baixa.dor para' sllcceder na Corte de ParÍs a
Pedro d ·eOlita Salt:ma (cujo {largo não che-
gou' à :ercer), e finalmente o Titulo Jle Con~
de; era mui digno de S lstenlonr em suas mãos
o Commandi:imento Gel'ul uás Capitanias Bra-
llitiense8, e privativamente a do Rio de Janeiro ~
Gue s~ lhe conft'riu por Pl\tente lavrada em 27
de J unlio do mesmo ànno )763 , com o Soldo àe
----_._-------- ----
{23) Por Ordem de ] [) de Maio de ]7(;:3 > re~is­
traria no Liv. 38. do Reg. Ger.· dn Frovedor., se lh.e
1Ilat1donpagar as Propillas, Que lhe ('ompcti"ID, ('orno
:Presid~lltc ria Helaçaõ lJela Fazenda Relll, quando no
Cofre das Despezas da mesma Relaçaõ faltól6se dinheiro
ll;1ra sflli~fazc-Iai.
 175 MEMORIAS HliSTOIlICAS

12:000 cruzados, ficando annens à sua JU-

risdicção, aI Capitanias de S. Paulo, e úas
Minas Geraes.
Aportado ao lugar do seu destrno no dia
] 5 de Outubro, entrou em posse do Bastão
a ) 6 segniRte: e tomando en tre os primeiros
cuidados, o de manter Oi Povos do districto
em tranquilidade, soe ego • e boa paz, pro-
. movendo-lhes os interesses (como manifestou
110 Bando de 26 de Outubro de 1764 publi-
cado à som de Caixas militares. qu" ~ acha
. J·t?gistrado nos Li \'1'08 da Camara da illa ue
Paratii) conseguiu a ~egurança pu blica dos mo..
radores da Cidade. seus c6ntornos, e repar-
tições aunexas, que não tem~.ndo jámais se-
rem assaltados por ladrões. deixal'am abertas
as portas da!'! casas. qUllntlo se davam ao so-
no ,. certo!! do respeito, que os ~ressore9
tinham ao promptu, e rigoroso casti'go petOS
delictos cmnmettidos.
Executando o numero' 3.°' d gimento
dos Governadore8 • ( registrado no Li vro oNde da
Relação da Bahia) e a C. R. de 27 de Oe.zerr.·
bro de 1693, (citada pela Provisão do C. U. em
Resolução de Consulta de 2S de Novembro
de 1749) que Ordenou aos Governadores dai
Capitanias, c ao d'esta, Antonio Paes de Sa~l­
de. visitasse. pessoalmente todos as Fortalezas.
~ fizesse tudo que Jul1!:HSse conveniente à sua·
pelfeição, e capacidade de defensa, como
Ü,"denéÍra tarnbem o Hegimento dado aO Go-
'\Tf'rnarlor de Parnambuco em 19 de Agooto de
)670 nn §. 3; depois dd examinar com atten~
·~;c.o o estado ad.ual dalí (H.iüentes na C<lpiLal ~
 177
e principalmente as da Barra, deixadas quaei'
em ahandono peJo antecessor; reparou-as, ex-
tendeu-lhes as praças, e augmentou.lhes os ti-
ros. (24) A da P1'Oia- Vermelha deveu a sua
fundação ao zelo activo de tão habil Enge-
nheiro, e Artilheiro, por quem foi tambem
principiada a da P'l'aia chamada de FÓ1'!J, sita
á sombra do -morro de Santa Cruz) e à fo-z
do mar .f6ra da barra: a de Villegaignon (so-
bre cuja reforma havm Gomes Fr€ire -remetido
á Corl lma Planta, e por carta -do Secretario de
E tado de 22 de Novembro de 1761 foi ordena-
do, que demellido {) monte que encobria a
maior parte das praias da Ill\8 pela banda da
-terra, se continuasse a Bataria em circulo da
-mesma Fortaleza) principiou igualmente à ser
1'om. V. Z

(~4) Ioformando o Vice-Rei Marqtrez de Lavradio

ao seu immediato successor Luiz de Vusconcellos e Sou-
za, do E o- actual das· Fortalezuli, lhe disse" que
" vendo e Conde de Cuaha -destroida& essas Praças pe-
" lo abandono Clm que as deixÍl-l'a seu autect:ssor Conde
" de Bobad..lla, a sua artilharia sem reparos, nem pa-
" lamenta, e falta de wunições precisas á qualqullr de-
" feosa; cuidou com toda for~a no reparo d'esses damn6!H
" tJorém ps Offit'iaell pooco peritoli.., de que se ser~ju
" para el<ecutores de suas Ordenll, fizeram gastdr mUlte
'" dinheiro sem melhor proveito, porque con~truidas as
'u muralhas, á Dlant:i~a -de muros de Quintas com pr~
l, porciouada grossura, e !Htura á resistir o rigor do tem-
" po. mas naó aos tiros de grossa artilharia, e regllli:i~
.. dos os parapeitos por modo semelh nte, onõ tivel"lllfl
" duraçaõ. " Meditou melhorar a- fortilicaçaõ da Ilha da'
.cobras pela parte do Forte de Santo Antonio, fazendo-e
.eividir por bnm Foço, e levnntal'-Ihe obras ultissimas:
mas o curto tempo de govel'uo, e outros omces, na.
ltte pel'mittiram executar "o fi no, que tr-açára.
 ~e_ficiricl'Cl erom ~a 11 sttuiç ~ o ll!l't'> S-'l!'prn.:(~5~
Na Eu'Seiada da :CoDcha, '~egll' d'O ·110 S 1 d'0'
Rio lMacahé , fez levantar 10 .Forte à'e lSal to
Antonio do 1\1on-te !f'Tio.
Tendo l'n~n(lado a C, ·R. 'de '1-7-10·1 regh;tl"R'dn.
1'I'O 1..,1'\1. 18. foI. 7(!) do Ileg. 'Ger. da P.r(),védor.,~·
f-azer AhbQ'Zens pa-ra Polvoi'a em tod'as as jFfJir~
t.-rlezas " e além. dOlfue 'havia 'IJO TIloJ'l'te de S.
. Sebastiã'o d'esta· Chdacle:, se €'01lstrl!l~~se out1'O·
em lagar mais proprio ;.edifie-eu cluafõ caS'll-9-
grandes na Ilha .'das Pomba~ J pDU~O '..:tU'11 e-
da das Go;brl'l-'S.. para ;guardarel1l a po 1vura da
Coroa, . e 'da Praca, 'ev·jtando- corn essa obra
as-sás util,e i:H~'Veitosa,,. o Ferigo evidente'
do· ince n~i o., à q,.ue esta ~a (5~gejt{l a Cidade,.
ctlnservand'o ecm si um'a materia. :infiama'vel ,
que os negociantes vc:ndiam em ea~as.pal'ticu.
lares, -eO-n·f;I'R 61 Al-v-arà -Oe· 9 de Julho de
.J 754 J (26) e ser~in(]b a: Ilba' da-s Oobras, de-
,. i-.. I · .---&.-o----L-_ ---'--_~

('25) V. Ri> .bfv: f. a· descl'içaõ' dô sitio ~ .que 'Ire

fo1"tificou Vinegaigrto~1'; e n'êste Llv. 'Il rtl'émoria do ''''ice'
Rei 'Marquez, e:tnde 'consta o estado da sua 'fortificaç:1õ.,
c obras pOI' 'élle feitrrs.
. (26) A C. R. Pe:1l4 'd.'e Dezembro d'Q 'l7ôl'prohibiu
l'ec:oHrer polvora, e vénder-lle d-entro da Oidad'e do P01'tO,
mandando fazer .. para 'o metlmô 'fim, f6rn· d'~lla Alma-·
z-ens, 'e 'Caiel'I~'3s. V. Alv.· de Is de Julho de 1778, e
ate ~8 'de J'an. de ',1788. :Em 1'8'08 mundoli 'S. M·ag.esfade·
fundar uma' C,\sa e)'e polvo"'a no Engen>\1:o :'de Rcldrigo de
11l'ei'ta>s; 'e p'or DeéJ'éto de '13 de Moio do 'mesmo afino
in'CIl'urbiu li 'lil'lR il1'specçll'Õ. ao Brigad€iro Carlus' Antl1uiO
Napiorl. O De<'reb de 26 de 'Fevel'. de 1"810- declarou o
antigo prlviléltio 'etdusivo d'a F. 'R. de naõ se vel'ld'er ou
<'eUlpTàr polvora, nos Estados P'Ol'tuguezes ·se nlrõ ás Fa··
!moas Rre~es, ou ás lAdmil1ís,raçães é8tabelre~it~a'9 por 91'-
ilens, Régi'lls. -V. C.ai', 3 •. Freg, "de. 'S•. \JOltQ , da (,~\fg;:>a,
. ata. (1) . .
 d l''0:Sito geJ;al> depo's de grande es'trag<) da
€aga do (ZastelJo G'€ S. Sebas-tliá-o, ande se vê'
estabeleleçirlo o TeJ~grafo, 'Olli PôStigra f0. -
Na fral~ do monte, ql1es.lJsteflla o M.0s-·
iro de -S. Bellto, erigiu um. Arsenat, . ond.g
S~ fabricou a faln a Náo dellonánada. S. Se4
bastião, em' cujo traballlO foi milito - acLiv.o , -
não zelando SD o Sen'iço Real., mas fazendo
apr-arecer. um delicado gosto no oinat0' da Ca-'
mara com pinturas- impres a~ p'ela IHltlHeza na~'
adei ,que o artificio atochou em diffe~entes
pai.ntis. Para almazem do armamento rnilüar "
guardado antigamente u'uma casa contigua à.
da 11eGid'encia dos Governadores, e dos C'óntos,
'q ue ardida na invasã.o de 1710, fora r€eeJifi•.
'Cada, levanto. uma Casa nobre 1Il FOllta,I.eWcl
da Con.ce· -", estabel cendo 11 'eBa as Oli1ei-
Ras, neces· rias ao traballH) diario dos artifices ,
'armei. s, coronheiiJ'ds> e mais mechanismo com-
petente à construcção das armas; (27) e cems...
l-t'oiu a Ponta da Misericordia a grande Ca-
sa para (). pa'l'~ue da Artilharia > cu~ s fabl'ieas
furam r~g'Qladas., e pr@v ·qenciada.s p~la ua
pa.l'~icular Nltellig-6lleia, e- instruc~ão. N'es e
I ugar fez a.c.co.mmacl.a,ç.ães. para Qual' tel das. s.u' s
Z' ii
......... .----.----....-_~----
{~'7) ~n(lha
magdadu. a (!;. R. de 3 de Março de'
l6f)o , q~ se COTIcer-w ém todes as .Arm. precisadas de'
ol1aeFto, e Si a'rNem-atáQSem 'pelo ukr' d& ferro as que
1» tHlÕ admi ti~em : Que h~..weescm pl'{lmpt$," ê pag'Js
flm OBã,{tial de Serralheil'o, e o il-tt'o de' Coronheiro; para
aii,mparem, .e. C0t1SerVarem naõ só as Armas deposit'ddas
1'10 Almazens, mas as que tivesse a Trop:l paga; e pro.
endio 'ta~m- -b Q9'- se d 1,1á. J3Htlicur a respeito da
'Ordenan~a. \.iv. 13 fi. 50.. ,de'.RI€g <9 • dQ·i'\'()v\'i6~l'i8'
 ]80 ME_OEUS HISTOIWU8

Companhias de Cavallaria. Ligeira, destinadaS'

à servir de guarda aos Vice·l{eis J por Aviz()
de 31 de Janeiro' de 1765, das qua~s s6 uma
levantou. (28) Executando a C. R. de 2J dê
MarçQ de 1767 J que mamlolJ nccresstmtar mais·
~ 'Companhias à cada um dos 2 Regimentos-
j

de Infantaril} J el de Artilharia d'e8ta Praça;

regulou-os, com a chegada dos Regimentos
destacados n'esse" a·»no de Bragança, Elvas r
e Extremoz. Cumprindo tambem outra C. R.
ue ~~ de Março de 1766, deu prio :0 ao
alistamento dos habitantes da Capitania. para>
formar os quatro Terços novos de Infantaria·
Auxili< . J que não chegou à orlrclnizar J nem,
poderam receber disciplina alguma (como pelo.
contrario havia certificado à S. Magestade na
Conta que. Ipe deu (29) ) J contentando-se à
penas com a f.lomeação de Mestres de Carppo ,.
Sargentos Móres. e Ajudantes para os Corpos.
mformes J' cuja regtllaridade foi devida' ao Viee~
Rei Marquez de Lavradio. Fazendo e . cutar.
a C. R. de 28 de Novembro de 1698. que
prQhibio n'esta Capitania mais de 2 á 3 Ou·,
:úves; e outra de' ~6 de Setembro de 1703 I-
,
(28) Por Alvará de 14 de Dezembro de 1628 foi
concedido aos Governadorf'B da Bahia, ter' ZO homens para
o seli serviço., vencendo cada um 20:000 reis de Ordena-
do anBual" pagos pela Fazenda Reul: e por outro AI·
v,ará de 19 do mesmo mez, e anDO, foi-, d~clarado e
Ordenado de 100:000 reis annuaes ao Capitaõ da·Guarda
dos mesmos GOV>ernadores., V. á este respeito as· se~uintes
memorias do Conde de Azal1llbujl,\,. e Marctuez, <1e La.
1!radio. \
(29) Assim referiu, o' Marquez de J,.a,radio· lia. 111....
Jermllç!lQ citada .ob. ~ l).Qta.. (24)
 DO RUt :DE J AVEIRO. 181
que orden'ando a observancia da antecedente.-
determinou se fechasse.m as lojas, e se reti-
rassem. ós instrumentos dos que excedessem.
aquelle numero; o Bando de 20 de Maio de
1730, para se guardar com os Ourives, e
Fundidores d'esta Capita:nia, o que havia de-
terminado o Regimento de J3 de Julho de 1689;
e finalmente a C. R. de 30 de J ulhl1 de 1'766
mandando extinguir o Oflicio de Ourives, tan...
to nas Capitanias das Minas, CÓPlO nas do
Rio Janeiro, Bahia J Pernambuco; inhibill
o trabalho publico dos mesmos Ourives, cuja's
~jas se fechàram, fazendo recolher. à Casa da
Moeda os imtrumentos de suas Offieinl . (30}
Esta prohibi~ão porem durou poucos annos, por
dissimuJarem os seg.l:lin.tes Vice-R~is a sua 00- /
servancia em attenção á. grande necessidade
.que havi. da Ourivasaria na Capital do Esta,.
do , 'onde quotidiannamente era preciso, ao me-
nos J tlabalhar em concertos de peças de ou..
fO, e prata J inutilisada'S por q.ualquer des-
mancho

(30)
---------
Sobre os Ouri'ves, e Fundidorr.s, se expediram
(Ja Corte variai Ordens, inhibindo-os de residir nos dis-
trictos· das Minas para' evitnr os muitos descaminhos, ~
fraude do ourO' em pó,. e. folhetas, }'eduzindo-o á peças'
lavradas, ou á barras falsas: mas, naõ bastando aquellas'
provid€.Ocias, foi preciso, que a C. R. de 30 de Julho'
de 1766 mandas e extinguir. o·Omeio de Ourives lias Ca•
.pitanias referidas, commettendo a sua execuçaõ aos Ge.
Ternadores, e {;;8pitães G~lleraell d'ellas; cuja Carta re..
vogou, e aboliu o .Alvará de .11 de Agosto de 1815',-
ficando livre aos Ourives do ouro, e da prata trabalhllP"
nesses metaes, ~ uegocial' nae obrai, que d'elle. fizerem-..
c:.omo lhee. ~onl'íer~
 Em OOnefi:cio· p·uh ie l' ndou abril' a llU~
.do Prolha, t1~é a' Lagoa la Sentinella : obri~
- gaa a: Gal11ara â' ta-p-ar., ou cobri·r eom 1 g !9
gl'oss-a. ft1a ea Vl\IJ:a, que 'll'l.otiv.ava funes-
tós a"C{)'(jrtteciment'0!l' ao Po\'o, e servia de re-
colhei: Íl mMl'l-dieta9 dos seus m0-r.aderes, d 'onde
se fermentava.. â putrefação do ar amhiente da
Cidade, que com outros seminarios semelhant-es ,
e disr>erso:s pdC7 éCiltro da povoação, angl en-
1a:.. alll as cau-sas de tnolcstias graves, susten-
tando também' a ii.lsuportav~l ~Jhiviwo .. mos-
quitos.
Em resuH-a de uma Representa~ão en~
Cal'ta ~ial de 19 de Dezembro de 1763, ao
Seol'etar-io . d'Estado Francisco Xa"iel' de Men-
d~nça Furtado', s()bre a ne'(,~ss;<lade, que ha~
via de segregar os misera eis Lép'tosos d'iI:
c'(:)mnwnic<\ ·0 interior ua Cicl-a-de, para evitar
a. propaga~ão' do contagio o mal da Morfea,
cuja Providencia interessàra Ol1~r'e.ra des.
l'clos do Oorrde de Bobacl'elJa, iawnlo sittla'p
em casas da Fazenda de S. Christovão mui-
tos individuas affectos d'esse n~al, a qnem por
caridàde suStentou à sua custa propria, admi-
ni8trando-lhes alli (mferm..eiros., com:o refer.i na
Mcmo-pÍ1t a:R'tececlte'FIte <10 mem16 COtl.<.l~; e se\il:
do app'tovado per BlHei D; J'ozé 1. o pIm10
dado, fez retira r da commu·nicaç:ão díl' Cidade
as LaZiareotos para a Casa da Q:uil ta de S.
ChristClvá0 ( em outro temp(i) d'os Jes'Uitas J. ql1~
() Avizo de 3J . de JUlleiro de ~'7135 p-eI::rtl'irtiu
}íl9..rra, habitação de taeR en-fetn)os ; e maP4a,n-.
de' 'fJfi parap uUi lJ'nn ~()~, Ll~pitaJ~ ahelan
€eu reditos muito proporcionaciem a-e ftsteB'~
 le ~ s ilatb-i,flaums " '!El ch~$.pezftS. nêc~a'l'ba,~" lil':0
fIrib-utll> rde 1180 reis qMe 'lHtlilualrnen'te ~am­
J

R6 'Pl'0pFi'edad~'$ maiores J ali de 8'Obrado'J e

de ~'Í'O lI'eis aa IteI'reas. Com essa provii:lcllu;j,a:
po-z ,em pra1tica o requerimento da Camara de
4- :de Noy,embro de ,1697 à ElRei sobre '0
m~smo 'oqjecto sup,pti{;ane1o.a Igreja, da ·Cel~
J

cei~ão ,. 'e casas 'annexas para esse fim (31)

OhseTvaTid0 -a. pluralidade de indi"id'llOS
solteiros em -afi1 bos os sexos, e em tode-s as
c]a'Sses de que se originava a falta de povo,
eOl'respond ntc cá. estenção da 'Capitania e a J

fartttra de vadios 'tanto <:J-1ilelros'os ao Estado .'

J

como nocivo" á .Sociedade ; procurou- meio'

de e~tinl?;uir., ou ao meTlos vedar, o prog'l'esso
d'esses ma ~s, obrigando os jovens, e 'outros'
ainda Habeis J .ll se 'casar, ou á a!ô-sentar ,praça
ao Regimentos de Linha : r>0i~ne .sabia,
qu y . f) matrimoniGs, além de S'erel1l1 muito'
uteis, , O Estado, p0r se defininen'l os S: l'nina-
rios' d'ellea, origem da Sociedade Civil e f n- J

darnento> 'das futn.ilia:s " iSam as--"IDanan.ciaes ve..

perennes das povoa~ães da.s terras como re-
feriram os 'Alvl:1:rás ele ] O de 'lVl,arço de 1732-
e de 7J! de Wbl'il. ,Ue 175,5. D'ahi 'Principiou J
, sem d'Uv·da., .a ,multip-licação de povo, que
em pOUG0S I atm{i)'S' depois foi .'8ppal<~cendo .110
t'eTn'lo do 'Ri'ã de J:mei'o, e a ltota'Vel CllH l"ra
nas terras dú seu drstricto J até então inl\tl·~'s,
'P0i' lhes faltarem os .braços, .que ,as í1~ se
produzir. .
Algumas vezes pareceu violcl'ito 11'0. tn'0dol
••
(Jl)
~-~--, --------
V.· L.· 7-.·_Cap.. 2·1- a memoria· d!;esi ~piial.-.
 18J' , MtMORUS HISTORI.A8

tie proceder, praticando acções mui chegadas

ao despotismo: mas a necessidade em conter
a altivez de homens orgulhosos, fazendo~os
recolher aos sel:ls llimites, e de dobrar t> duro
collo dos Negociantes da Praça, que sentidoi
da grande perda de -seus -cabeda€s com a tó-
mada da Colo11ia, davam sinaes de se €sql1e-
cerern dOi dev-eres Ide -subditos -, -e tendo oe-
casionado a morte apaixonada do Conde de
Bobadelta, pretenderam por alguma cartas
anonima8, abl'igou-o à procedimentos IlUli8 acti-
-.os: (32) N'estas circunstancias he facil de co-
nhecer que s-o com o systema rijo de gover-
J

no, cvmo freio capaz, de domar, e bridar os

desacordos das ·homens màos, podia o Conde
Vice- Rei impedir consequencias mui funestas
em tempo futuro. As suas Ordens J distrib~i­
das com inteireza J -e justiça, mas e ecutada~
€0m terror ·excessiva pGr sugei os malfàrejos ,
se attribuiram as causas de immensas lágrimlls,
que derramàram muitos pais de IfamiJias Viu- J

\Tas, Orfaos,' e outras pessoas miseraveis : mas

--------- -----------
(3:1) O Corpo d!'l CQmm~rcio da Praça do Ri!l de
.Janeiro foi sempre constituid~ de individuol naciollaes
das Provincias dI:: Portug-al, e mui poucos ,dos do Bra-
sil. Se o facto referido naõ se fizera taõ publico, e
cOl':stantl!, de certo naõ me atreveria á memora·lo: eu-
tretretanto conhecendo-se, que os transportes d'alma dos
negociante.1 tiveram a sua emanaçaõ da rUI na das fazendas.
e cabedaes perdidos, cujo prejuizo deprimi", militas casas
'opulentai, de algum modo se lhes podia ~e8culpar tllnte
desacordo. Sem m~ comprometter ao creôito d'aquelles
homens, devo dizer, que o Corpo do Commeroio actual
do Rio de Janeiro naõ faz par:'\I1el. com o desse tempo,
por ter outro 8Rimo mais Beffredor de deeaBtreJ, gcmer41•• ~
e mui, brilhante.
 DO RIO DE J A KElftO. 18;'

ra~gado o véo, que encobria- tantas calamida-

, des, mauifestanuo-se os deshonrosos procedi-
1I1entos do Ajudante Official da Sala, (33) e
d'olltl'os subalternos semelhantes, cuja ambi-
ção desmedia flagelava o Publico á 8'Ombra.
do nome, e da voz de quem os mandava;
,principiou á apparecer serena a execução dai
prt>videncias, de.pois de casrita'ad6S exemplar-
mente os instrumentos de lautos males.
Melhorado então o seu gm-erno, em cu-
jos deveres mo!>trou notavel inteireza, muita.
honra, e ~Tande desintt:'re~e, f(li n'esses dias
~brjgaclo â. c,de-Io ao Successor imperado, que
o surprécdcu {;ntretido com a disposição da
'Dova obra da Casa de re!'\idencia para as Go-
vernado es no aRt1ga Colll'gio dos J e8uitas ,
approv. da por C. R. de 19 de Outubro de
176a } Restituido á Corte, occupou a Pre-
SiU61 do COll eiho Ultrltlllarillo, os lugarei
~ ~ Aa
---------
(33) Alexandre Curdozo de Menezes, Tenente Co-
rQJ1~1 do RegimeBto Velho da Praça, qlte fm acabllr
llliseravpj Ulente os seus dias em Lisboa.
(:l4) Â citada C. R., que se registrou no Liv. 39.
'fi. 177 V. d"l Re~. Gel'. da Prfll'edor., approv,mdo a QJU-
dança da rpsidencia dos Vice-Reig paro 'o ede~cio d~
Collegio dos Jesnitas, mondeu fazer alli 3S precilas ar-
cornoda õ&S, e uma Tribuna para a Igreja, que Àevia
, ficar ~ep[lrada, e deba;"o da Administraçatí do Oroinario ,
Ilssim romo a Fabrica, e Confrarias d'eU., saindo a des-
pe7.1l do~ bens confisClldos aos meSlllOS Jesuitlls: e por
,Carta do Secretario de Estado de !3 de Julho d'esst!
:mao, qne se registrou fiO sobredito Livr fi. 178, foi
lu.andado rodu7.Ír à Quarteill para Soldados, e at,uns Of-
,liciaell pobres. 118 Cll~all da residencia antiga dos Viee-
Reis; mas, ,naQ bastando, qne se remettes~e II planta
 186' M EMOR'IAI HISTORlOAS'

fie: 'Cónselheiro ele; a'uerra, Depruiado da J un.

ta' .<1os Tres ~stados do Rein~;, TCJ;lente Gc-
ner<tl' dos Exeicitos; e General" da. Artdhar-ra,.
er:i q~e;' .;iõnél~iu>'·os ~-se\is dias. (Bt).).' ' ..
, ;. D.' Antonio'" Holü'l1l de Môura" Tàvares, L o
Concle' de Kz'áníbuj~ p(j( Cai-ta dat~da' ~rri'176·r· ;
t€fl'do_, g~·~e'rn~d.o· ·êxéinp]a~'iss'i:H.la; e viriuqs~ •.
o". I t:. '
oas" mais -8asas oos i Jesuita:;, com decla:/a~aõ da~' q'~e
!,odia.!!,l redu-z.il'-se· à eSSft ministeritl, e orçamento oa
de!?pf,~[J. "'" .
(35) "Ilescendeu (.Morerí L. ,C. Çun~a :p~g. 571
e úg.) 'oe D. Pedrro Alvares da Cunha ~ Senhor de
Tavoa'~ e 'Ouguella, ~scwJeil'ó Trinchante oos Reis D.
Pedl'l~: II. e d~. B. J.oM) V·; Coronel de Infantaria', •e
Gove/n.:idor.•ia' Ilha da Madeira, e .cleD Ignez Marb
de Mello ~ filhll de ChristovOlõ da Cos~a Freire, Senhor
de PaTJ~ás At~lÉlyà. " Foi Trinchaute MóI' d'ElHei D~
Joaõ V., e de D. José. J, j Senhor de Tllv !lnh~ "
e Ouguelfa, Commendador, e Alcaide Mór . t4uiloa"
a. no~va'_ na . qnl~m. de Ch,~sto: Depl1tado da llta cl6s
Tl'es" Estados, do Conselho de Gu~rrll, Tanente Gener,lI
do's Ré"es' E.-ercitos, e' General dé A rtilheria: 'Olll mell-
dadur de Idanhà, . de Sanfa Mari" d,e A~men(]ra, e de
s. Mig~el dç.N9,gueira, todas .1a O"dérrl' de Ohristu.
Casou no dIa I· de Março dj:; i'745 com D, Leonor J<'l-
zera' Cáetana: !ilha d(J'quar{ó Coâ~e" ele VBI. 60S 'Rei~,.
e Dama do, Paço, de qU<Rm~ni.íõ teve 8Ucce,s,:aõ': IDO)" cujo
luo~i,yo, Pª5wq, o ..C ondadoJ á .L>. José :Vasql1es da CunlJ_
'f,ra ,s·obri n1JQ. do 'immortal D, h.uiz da Cunhíl, credil'o·
(,)' P.ortug~l~,,'e'Pasm~ de tO?!'!5-'Wl Nações p"lIida~·. V.. 'íJ>"
F:illa, que no dia 5 de"Ja'nelró' de 1776', por motIvo <los
lHHlQs"do'(J)JesQ>o Nid~-R'ej"; dí'-'se, e' 'oft1er.e·ceu o D'outõr·
1\1~PWel Frane,isco'. da Silva, e: 'eiga"em norne ': de.... t db
€Ol'pp, ila ItelaçJ1.~- do I,ti' de. .Tau ire, ~él'ldo ~ntaõ De'sem- 'l,
bargfiâJir d9S '4ggravos dá J;telaça'õ ~ .e J: uiz:llltellden~e 0'0
ReàJ'Gónâ~cQ; 'c.h1ja peça cátre'u impressa' no 'anrio çie'
176~. F.!;~li Mag'istrado mui distinfto pela, sua li tterattita I, ,
e qu,alidades mui brilhantes, fallec~u occupanda o c~u'g'o:
d~ ~(;,ç~lu"cla, ReLaçaõ .e CaslHie·,J»cwto , .. ' , ... "
 " ... ,,
~. ~~ ~.
~
... • .. f!· . ... '. I ~

DO lhó· DE JANEIR~: 18r

'm~J}~e'~. t3àpita~iR, d(> :euiabá~, e/Mato 'Gros.
,io',~-;de§de"~jJl!ez de J~'l,eiro'do 17,51, até (J
, 1. ~ ,d:Q.lIirq, mez, sem:elh~nté de,' 116'fj " (36)' õe a
" ' o', , ;, , ' , ',Aa-, ii; " '. .
. _--_.~------------
~·(3~)· '·Ot:.cnpava o Posto de Capitaõ d~ Iufanlaria no
Regim'ento,' de q.ue -era Chrfe, o CÓl1~e de c,ócur 1lI •
quanfló foi nOllleado Governador d:l ílOVa" CapitalÚa' de
CUll,ll·f, e Mato GTOSSO" e{ll pl'int~ipió' do, a'lÍno 'de r·i.4!). '
S~indo da Con!' a 3 de Fe:vereiliP' d" me~li:lll anuo " eUl-
r
proou' Pt'rl1ltlDbuco, 11ara sC\"àCEllUpanhado do C~d~
dos, Arcos" que o GovCl'lla\'a dt!stl~ ''15 deJaileiro'de'1746.
'é n)l'a nomeado Goyewador da. talllbém nONa C:ipitll.nia
de Goi~s., No' pril1l;ipio. de Maio 'pro:,Fgl!iráiu ainGoi· Oi!
I "'~.api~ãe~ geúeraes ate o Rio· e Jll.p.'t'iro, ~',o~lde cami-
'll,llâram á !>E!us deseillos -; e
RolEm ~ dirigindo.sé, a~ Cuia-
.bá-, . tera.illOu a m;,;rchil '110 âia '7' de Janeiro; de '1751 ;
tendo' \'el1-Ci<lo->gra1loes perigôs por Sertões dilatados" rios;
lVeredus, e CltOl i Ilho,; aSliás 'escab 1'0805. Em poss'adO" do Go«
~erno p l CalDara d'aqoella Villa, prioc ipiou l' exercer
os der Cargo, e po periodo çle to, ln"e'Zes., q1 1e aUi
lIe d , f~ram as -s,uas providenci<>.s uteia ao Povo,
prolicua& G c\'essimento do paiz, e proveitosililiim'Rs á Co-
roa. Em Nov-embro 'do anilO '!,obredito começou á trilhaI'
100 lego 8.. de Scrtuõ. iohabitavel; e velHJidos outros .tan,j
t~s riscos, aspcrezRs~ e dlficuld,udes, chegou em 14 'de
Dezembro á Mato Grosso; lugal' demarcado para' theatr()'
qa sua gloria. Dos trabalhOôOi dias, d'este Governádol' •
~ccÍlpado em fun'dar .a Flova' Villa" BeBa pura,Capital do
seu territ{) .o, dirigir 'ali meios de filcilita-Ia sobre os aus"
picios fio mal,s, reg-ulado, e prudente "COIiselho'; 'naõ me·
~oli:iqlle impedir cQm aniIJl(j)sidade, vigilancia', e fortaleza
R$ im:asões ,do ifli~igo ,confrontante., 'e disperso pelàs 'Mi~~
!iõ.es' Gastelhonas, cnjoos' assaltos sustentou 3 ponta da es-
11aUlj ,,'e lança; tilllou o Douto.r Jozé Antonio 'de' Sá"'no
~logíj>, Funebre d,o mesmo Conde, impressu no arlno"de
17li14 ~ 'e um Anonimo, escrevead'o em Mato .Gr<lMlo Oi
aCQntecimeoto.6 - bellicos entre ,o Governador " e 'os Cl:lste.
lhanos, on os padres ~Jesnitas 'd'aq ueUas' Missõés , . ii"'é'uja:
hi,tor!a {deu .0:. titulo .de' = Rela C; aõ. 1l0tícrO~à,' e exaéta',
~ "I11e 'se~'tem pa-ss~Qo loa$ Fronteiras:, de'Mato Grosso,
Santa Cruz de la Si erra , desde o anoo de 1759,' até
{la Bahia ,- del!de 25 de Março de 1766 I com
li&tisfação li'EIRei, e dos Pó "OS , mereceu tam-
.bem pelo seu comportamentu assás aCI'edita-
do, e e;crviços mui disLinctos, que por Pateu-
te de 31 de Agos~o de 1767 tOl;Ee mandado
s~cceder ao Conde Cunha no Go\'erno e Vice-
Reinado d'esta CapiLal do Estado. Entre~ando
aquella Província ultima á dir~c-ção do H. Ar-
cebispo D. Fr. Manoel de Santa fgnez. em
31 de Outubro de riG7, como lhe fora 01'-
úeuauo pela Corte, velejou para o Rio de
.Janeiro: e sem qUg precedesse alguma nuti- .
ela da sua vinda J surgiu no porto, onde se

() principio do anno de 1764 =. tambeM perpetuou l~

tnemOl'ia d 'esses fàctos, plOl' li ue mereçl'll Rollim o lourO'
D.U·j distincto na serie <los grandes Heroes Portll.gl1e1.e~.
O Ansal d'essas Minas (que em confol'midude Q E~ta­
t~to, e Postura àa Camara, c!irigiJa pelo Jui • Fór~
}>residellte Theotonio <la Silva Gomes, he obrigadb á fa-
:;':1'1' aOl}ualOlt'nte UID dOll seus OHiciaes. cujas notieitt!',
depoill depois de corrigidas, IIpprO\'1! II meSfIII& Camllr~ I
coutirma os !'ucces~~s de eut 6, refl"rint O-C)ll com mil'l"
c:!PZII de circunstancias desde 17.'> 1 : e o Anna l de Cuiabá
"-Iue por Ord~m do Conselho Ultramarino c1atada em 20'
CC J I) lho de 178'.! 'fui muudaào eserever, e tl've por s u'
direetor o Juiz de Fóra Uiogo de Tolledo Lara Ordonhes t
r.elata ig-ualmeute alguns dos mesmos factos. Entregando
~ Governo da Capitania a Joaõ Pedro da Camara, seu
lIobrinho, no dia 1. 9 de Janeiro àe J 765, tomou o <'li- .
minho do Parà para a Bahia em 15 de fevel'ei\'o seguinte.
O Povo de V1J1a Bella, grato aos beneficios do seu Go-
..ernador, e dest'jos0 de mostT:1r na aUllencia d 'eJle a' sua-
lembrall(';ll, fatendo-a respeitar pelos viRrlonros. mandou'
tirar-lbe o Retra~o na Bahil1, e II Camara o ('o\1ocou na
Casa de Vpneranças, onde appareceu lo 8 de DezelDbrlt"
de 1767, como haviam praticadq as CalMaras do Parà ~
e Maranhaõ, por obzequio à momoria de Gomes Fa:eLc<!"'
de Andr,ade~
 DO EtIO DE JANEIRO. 189

fez conhecer pelo l:inal de costume em taes

m::d:ll'ças, e a 21 de Novembro tomou posse
do Bastão de 2.° Vice-Rei (37)
Pre/endell melhorar as Fortificllções , para
que ordenou ao Maredlal Diogo Funcks a
org'anisll~ão de alrrulls
o Plallos: mos o pouco.
tempo do seu g'overno, a falta de meiOll a
s~stentar de"pesas avultada!! (pois (lue a di-
nda da_ Coroa éÍ toda a Pr<l<;a, e á muitos
particulares da Capitania excedia á cinco mi-
l!Jões) e a necessidade de Orriem po~iti\la para
XCCtJtar essas oLras; tudo COlltOrreu á inu-
tilisar os seus pl'Ojectos, ficando" e defensa em
papel, além da que exi~tia, cuja força muito
mal podia resistir á duas ~ ou tres Fragatas
de Guerra. Levantou a 2." Companhia de Ca-
vaJ1ari Ligeira; destinada para gnarda dos
'7 ice. ia ~ sem contucio destinar numero com-
petente de soldados, nem fl'~ula- las, como
Companhias de Cavullaria, designando. lhes os
priucipaes Officlue!l >- que ~am Oil Capitães. Re-
}Jartiu em dous Corpos os moradores dos Cam-
pos Goaitacazes ~ creando . um de Auxiliares
(hoje Milicianos), e outro de Ordenança!!; e
muàou d(') centro da Cidade o Hospital Real
para a Ca a do Colleglo, que seu anteceslior
preparava com o destino dt! servir á re-sideu-
tia dOI- Vice-Reis.
Enfastiad0.lã de governar Capitanias UI·
• ----------
(37) Por Ord. de 3 de S~tel\lbro E: ?t'7,rer;18tr
no Liv• .tio. do Reg. Ger. ria Pro.,edor. fi. 216, teve"
8eu (aver ~ mesma providencia à respeito dllS Propinas,
.:r1e se laVJ8 dado ao seu antecessor, como Presid~nte dll
"I\tlaçaõ.

o
 t,l!a-rnariQa's, pOÍ'1.~ais~ d~, '1:6 annb:s,' ';e'·des:ejqs.
,d~ 'llleH(or ..d.es~anço" ás niolestias' 'que pãdécíã'~
pediu a s'lIa diiníssão: 'Í)las e'io'quànto,' cod.
'S~,f,VO.U sobre <is !lambios á :r:esp~risdbilidad,e cio'·
Eostl) " soube dirigi~, a Cap,italJia co~na m'esma.
do-ç ura, rec tidá (" inteireza de j u ~liça, cari':
dade, desintefe~se, e outras virtudes, 'culti,-
vadas por quem tcrÍle a D'eo&, honra., à .suá'
profis'são J 'e tIes~mpenha os dev'eres': da,l{eli~
giá6,,.Gh('Í:&tã) elIl cujos exer.ci.cios foi (}Il,e muito
assiduo. " ,' ": .
_. RcsUuiJo 'á Ç,orte occ~pou a Pre~idenciá.,~
do. 'ci?nselho, da ~'a~~nda,. os lugare.;, d~ ,Tc-.
Dtlnte General' dos t:xercitps de Sua ,lVI'Olgesta-.
d~ , por Carta âe ~8 de ~J ao. de 117,5 ~ de C~)t1'':'
sélh.eiro de Guerra; de Goveniadot'- c4t,s Armas,"'
da,l)ó"Cte, ,e Estrét11G\.clura, por ~ecreto. de "23
de . Abl'il de 1779,'econtinuou nocafgp'anti.
gQ... u~ Ve,a~or da 'C~sa.. <.la R.lÍ,ll~a,. çm:
que for~l
prOVIdo por C~ ue,
9, de J unlig de Junho, d~
17.7 4, "~té , fallecér ,.(38) :
Ha,via succedide D. Luiz de Almeid,a ,P01~-'
tugal Soa'reliDeç~ Alarcão Silva Mascarenhas;
e
2.~ !-4ar,q uez' de Lavfad~o;' 4. 0 " COllde" de
Avi~,t.es," ao. Co~de 4e Azambuja no Go~yrno.
~--~--, ------:----- ., ~~
_ (38) Descendell o Ccindo de Az/uub,ija da lllul'tre' ,
Varõnia·deVá.! dos Reis, por Filh6 de Nuno"de'Men-
donça ,'4. o Conde d'esse Titulo, e fai muito meris "1I1u8- '
tre por Sciencia", merecimellt~s prpprlos" e ~il'tudes ,pes-
soaes. Nos Se!.lE0l'igs d.!LA~amÉ~Ja "_~_de)\i(;m!,:ArgiJ,, çl.e_
que foi, 1 .Q ~enhor. e,. ~la. C~fn[l1eJl~a da C.~~)UJílana na.
05.dem;. de .G~r~sto " ~~cql?c!e~ à.q ,:/0'0, ,~{o.Lhm. d~ ,M;out".
fét, ul~lmo varaó .,l~!nb!po.d !lss!,-, ~a.!!a ~l~~~ga, e !leu, Pl;li'
re~lte , 'p0l' _co,u,v~n9~ó entre elJe! \ ,e'~ !~al,~. d.e:l?~ Àntomo, "I
çomo. refenu . o Au~or" das Mew.or. Hlstofle. e Gi~ealÇlg.
 1)0 RIO DE J L1NEmo. 191
\ ,. '~',
da Ihhia, peTa pOi'!le em 19 de Abril de 1768;
e n lmeado . á sub~tifuí-Io
. tam.b'em .no Vice.-
l~eilJ~do: do Rio de Juri ' ( 0 , ' ·deixou ·aqi,leJle,.à
1 ~ d~ PlitUlJl'Ü de J 709, eutregando-o ao 4.""CJ
Cà de·.~e Pflvolide Jozé da Cunha Grá Alai
de e· Me1l6, e' se encartou doeste à 4 de ·~i~
veblbro do mesrn~ anno, com a 'Puteilte de
3.° ·Yicc.Rei . .
Ein quanf~ ,o Povo da' pr.imr.ira Capitania
la.mentava com slllldade terna a falta de quern
lhe principiava à dar nova formosura, "zela Ht
a sua' tranquilidade J pr ,moda a nl.)Ul1(lancí
de 8eus efteitos J e fa7ia apparecer a J llstica
mütuamente abraçada c:om a Pa z; SP. alegr~­
va'o da segunda, confiando de tão cuidado o
director a felicirlade da ProvlOcia, .que vinha·
cOI1)mandar. O Sl1ccess@, com elfeito, nã-o il-
ludill a espenwça: lJerqne J illtel eS~al-ld0·se n
nOH). Governador no socego, e florencia. do~
habitantes do paiz J não .olhn\'u n en s para.
o augmento do Estado, e da Fazenda Reªl.y
applicando os meios de fJFopa'gar o Commel"
cio J (39) .com n cultura d'a Luioha J. leg'umes,
<

dos Grand'e;'- 'd~ Portugal, Tit. Conde de Vai dos Rei~.

Teve támbem a Commenda de Sumora Correa na Ordem
de S. Tiago. Cltuservou-sa em Celibllto. O Doutor PrJ,~­
noel- Ft;aL{d .<'0 da Silva e Veiga, refnidà sob a nota (3'::)
na memoria 'do' Vice Rei Conde de Cunha, lhe dirigiu
um a Falia no dia ela passe Elo Govern0 d'esta Capita'úí.l
e!n ,nome do Corpo da' Relasaõ; cuja Peça, tendo ClilrT~::'
do pela estampa, he mui digna de se ler, l1aõ só em
raZflõ do seu objecto, mas de gosto admiravel de eloqul'u.
cia do seu Autor, que com vil'eza, e ener~ia, novidade.,
e· principalmente com pureza, soube exprilllu EIS seus (;01\-
(leitos; . . .
'. ~?9) O Commer io, de que dependem tanfo. a uti-
.,
?
 f

M EMOaLlS
• ' ••
HrSTORI<:U
te

café arro.", a~n,il" (40) coxonilha, (H) e dJotl-

tros 'gener.o"'·, . qúe fazem h,)!e uma parte ias
grál1 r les ',nr~~~iições' 'para ciÚferentei, portos da
Europ·a. ('f~).1-
f J ,
'
, Sl'!(UrflU 'â'lentrada dã barra onu a nova,
i 1'._
.'" r, • I' t
lo tI!.. .
e· mUI l(Jlportante l<ort.ale1.u do PICO, qne, edi.
flco'u corno s,e·rv.i:1do de Oavalleiro J sobre a
J'

'cf~. ~.at~t~ ',Cruz!;, ém cUJ'\. obra assàs 11 til , C

. proveit0~a' tc\Tl'. ele, V("1Cer difDcu'ld~des it~men-,
sa!j pf'la aspereza do sitio, quasi inaccelsivel.
Continu1anió á <fe'moli'e o ~eTl'o da FOita\éz:l
d~~Yil!~*áigrí()n., , ,que. ,encobria a maior, p.~rf,c
rla,~. W;'l1a,s ,d'fJ!'sa It~a. ~ari a ba~)d~ da Clda-
ele f'stenàeu o terreno ás ex.lremldades: e
J

'não havendo' alli mais obras, q'ueum peque~

.' ; & ' • • ' ~ ~ ,

tidarle de cada um em particular, como Ir do hem pu-

bli~o do Est.:\llo (Alvará de 5 de Jlln. de- t757 ); que
c\>.llstitue, poiJero~a9 ,às.Mol~archias, que ci~ili~u ali r-:a-
ções , e enríqup.ce os PÓV09_( Director. dos lodios do Purá
~. 39, CQlltirtn'tdfl pelo Alb. de 17 AgGlIto de 1751'1 l',
cuia protisltaõ he proveitosa, necessaria, e nobre, (AI •
de 30 de Âg03to de 1770 iu pr.); pU.l'aqlle fiól'eça. li I>e
dilate, 8~ rl'~vem fac.ilit:lr os tnE:il)s (Decr. de 30 de Se-
temb. de 1775) .qile os Principes' tem obti~açaõ de ani.
mar, e 'proteger (Decr. d. Alv:·de '9 de Julho de 179Ó.
e Uecr, de 30 de AOrit de l774,) V. Prelecões oe Di-
Teito Patrio, por S. Paio, P. 2. tit. fi C. 7. Doi. (5) llls-
titut. Jur. Civ. Lusit. Lib. I. Til. 8. .
(40) V: Liv; 2. Cap. 3•. a memoria de C.uo Fri.,
~ ahi a do ailil. '
(4l) "Ibid. ' .
(4:1) Dos, L~vros 40s n~goci.antes da Praça se a1calt-
ça li época f~hz, em q ue li fart\lra de !íeneros tran;,pOl:-
taveiil substituiu a lJeah1 inutil, pOl' uao haver effeitoll
i carreg-ar. além do auucar, e couro, ·e serem por isso
obrigados os Navios á fU4er estala5 \'a~aroias em ,diff6re"-;o
tes port08. V•• nota (46)
 ao ~fO DE J AliEm. ln
~ reducto, dentro do '1ual ápenlls se eon-
lSrrvava' um lugar curto Ilar;t .quàtro barri" de
polvora. telheiros para QU~I' 'eis. Alm1\l'.ens.
Corpos de gnarda , Depositô~ de pol,ora... altrlu-
lhe uma Cisterna I e fez levantar outras obras.
segurando a Ilha por l!m fosso, que a ie-
para da Fortaleza. t43) N<l da lIha du Cobras
mandou lrabtllhar os seus reparos. e ~e~llntar
algumas obras utei:4 á s~a defensa: e lSeol("~
l~aDtemellte as de) S. Joliu ,e da Lage liverftm.
a· fortuna de se reedific.uelll. Os. Redutos de
Caragulltá I e "a Iloa Viagem, ~ ta~bem o
Forte de S Tiago, ou d() Calabouce .. assim
<;omo outral Praças peqnena~" que á pe!'ar
de reformadas pelu Vice-Hei Conde de Cunha.
" ae acbaY8m.d(~cadentes, e arruinad:lll, tiveram
melhora nto. A do Leme, de\'eu-Ihe a fun-
daçHo, e o' Reducto de S. Cletnf'Rle: a da
Praia Vermelha ficou cam alojamento para a.
sua ç'uarniç,Zio: R da Praia de Fora, se ulti-
mou. fabricaJa de fachina: as alturas de S.
Dento I e de S. .lannario (si~io aS!làs· impor-
tante, e' vantojoRo à defensa da praia da Aju-
da. e às entradas do inimigo desde as -vraiatol
de Cópacabnna, e de Botafogo) foram forti-
ficados: a Casa do Trem PllSSOU- á melhor se-
g~rança: por novos Alll1azell1 .se accomoditrum
sufficientemente os petrechQs de guerra, que
pela parte do mar são defendidp8 por uma
alUralha gro&sa então construída.; e os Offi·
I Tom. V.

~--_.~-.-...!,--------
(43) v~
llb
_ ....... -.-
a memoria do V. R. Conde de Cuuilllo
 . ' .
ó<}e.s artifi.ces f1~à.fam trabalhando em uma casa
p'f'?pcia.,·e· mui .apta à!i tiaas oftic.imls,· ;
E~i. tiam treadas, as duas Compauhias de
Ca \' sUa ria Ligeira, com, o destinu nni<:o de "
fazerem a .gull:~·da dos V it:e· Reis, :.accom paJ.lha~­
C:u.-.os· .nos seus. passeios de que faltei na [II,e-
Jinol'ia dG> V. R. COlide .de Cunha, e de seu-
. s·ÜeceS8.0r ConJe.· de A·lamb.uja ~ Il)RS faltava.'
lhes o numero competente de Soldados, adis.
cipl-ina do lleu instit:uto, a Officialidade rnaiQr.
'-" 8Yllclles iudh'iduos necessarios, de que .Ii~>
,"oolpõem semellluntes Corpos. N'e!'lse Elstado eonr-
ilOna "81H (l seu exercicio, atéque o Marquéz
líS 'regulou C"HQ a mesma lota~ão de praças.
1{1lC as do Regimento de Dra'gfies do Hiu Gran-.
€le " desttnomdo ao ,Commaudamellto' d'ellas do~s..
t '3 piLiies' -60 mesmo Corpo, int-erifláme'nte q'ue'
l~mei perrtleHia a nllmea~ão d'outros Officiaes, .
lulU' igual Patente', para sllnirem efl'ectivos.
Leduzido e E!!quadr~ à sytitema, deu lbe ou-
tros -exej(:icio~, manetand&-o f~zer tafntem as
,;-uardus de cimC\ da easa \le rcsi,dcllcia dos
\ 'ice-Reis, c- as f~lIdas ua C.dadt: ,. e seus'
}lIbul'biús, nos Jiall nu que o }>O\'o,' ~e.s6an-:,
,du .du lrwb.u}...o, to~t\Irna till!lcitaf algumas dCtior-,
rpns d ..c,IIAseq!Jencia. l>or este mo.ti\'o- " per-
b rallidü on p~~a sufficí ntia d"essaa. duas Com-,
)·al:rhia!l, JlIedikltl fosmar um 'Ht'gimetlta icom:-
}o',l.. l· de 'CllHtlkLria , . que gila~lC~o em torno
thtCapit~l, e lHoias abertas (cujos Jugar.és.
dam t~i~ d4tSem.bar'lu~ a0 iuimigo) fosse' utit
~) tl(,:'C:lI~h du püiz. Com Sl;e fim propo:/t à C(J~·
t ,11 l~. ~g~lli do H.égimellto q.e.Cinalhlna. ~e
~ wu~ ,I..'hlt:S: lU~s.. G-Q 'll"eu-IJano aã.o ·surt,lll
 11')

o' ctreito ~sperado. (44-) talve'Zi T'~r por al·-

gumas oppo!\ições,' ql1e alli en('ontras:;c'.
'Nit. memoria do' Více-nC'i Conde ,de C,o::-
nha referi; ",p,je eHe principinra à numeral' ,O!i
'habitante da" Capitania, cllm o proje~to doe
org~ni~(i'r flS Tercos de Infantaria, e Cav!tlbri~
Auxiliarr~, q\fe d~a por completos. e di!lp"!\.
tos t'm boa formalidade, e di~cipljna, na CO!l-
ta'''i1irigida a' EI Rei, ('ontenlanl~n·s:: <ipel\'~
.çom as nflmeações elO!! ,l\fe"tres de Campo,
Sargentos m~o..es, a Ajndanlrs dos q':,atrrJ
Corpos, qne ficáram p:Jr levantar, e não dei~
xando fonnada uma só 'COlbp.mhia; N'.essa
circunstan('ia' mandoll o 'novo Govcrn:l11Qr al-
istar "o povo; e lieparand-o os hornenll bran"l
.cos, compo1l com ellcs ·tres Terços d'lnfllntaria
;A lIxiliar, reservãhdo 'os, 'honi",ns pardo!'{" pa-
El). o qnarto Terç I, '(4-p) Tnd.os eSifff Coq,w~
Bb ii

(44) Com - ; r~lliàencia de S. M. lle erl~l1J nm RI'-

im~[lto de Cuvallari:l ~ e por Deerl'to de.13 de Mltio
".de' I ~09 a Guarrla Militar fda Policia, qne depoi 8e ele-
.\'011 à Rf'lrimellte, od"m duas divisões; uma dI:! C;l.l'lllla~
. ria; e nutra de ln'fantarill. "
I. (45) Tres Terço!! de Infantaria Auxiliar I'avia.m no
'Rio oe Janeiro" lIn~ que' a C. R. de 11 de. Sele(\)uro
fie 1697 permittillse 1I0S seUl! Offi{'ille~, g-ozar .ºo&-.me~lllos
pri,.ilegitlll'o qne es Officiues Au~j1\al'cs do .Reino: e se-
~Uildo R Ordem de -29 (le Jõlu"iro de 17QO, nlltt't'lando
ragar RO' C'lipitaõ de lofalltlJria dos llnmE.'jll\ preloll (.,rr.IIs
,60' reis ·por dia, como e pag-avlI ao C:1Jlitaq ,do HU.llle.n
párd6S' (Liv. 14, fi. 13D. V. .doRf'~. G.el'. di!- Pro~erl~r, I ,
'" f1l1rt'('e, ·qUl' o 1.. Terço era de hOlllle(\:;" ,pr~IICIJ&.,. ,o.l!;"
lle 'Homcos"pardo8, e () 3." de HnI11f:.qS pretoi., P..r..Or-
o,., 10 ~6'~7 de Janeiro 'de .17:!8 Il~ Goyel'llltd',rQIUI, Mill,!8
,'" ~-"'1~. pôr. "er!J;& à lJ!,-\rgl'1q ~dQ R.e.,:i~tliO d
~" .:.~ ......
 âcilram tão bem 'disciplinados, '1Jue ne~ ~ t;

cicio ~as Arma. aodllUtm elft parallelo com ~

de Linha, cUJa falta aubtituiram PJ)f todo
.:tefIlpo d·susencaa nail Campanbas de "Santa Ct.,
,.tllêll'ina.J e lüo Grande de S. Pedro.
; .. ~
•
. t
I

-ümll P1ltentt!< de -CllpitllÕ de luflllltu-ria da OmellllOÇa doa

Hu.&tll·loIS. V'u:dOlt. -e. butardlHl forr"s ua
Vilhi de 6aban\,
" ~t:clltflllB<lo-lIe, I~e uaõ te\'e efi~ito. I'ar~ue. em D~ohum
tP.l'I po. 6!' .pftdt'9l'e f'l pr<»'id& ~rrir d'dla. 'por 1I11Õ' c:on\·ir.
~ue 1l('IHI·lhl&ute:l llomenll ·t1Vt:SA(;W COUlplUlhia , -e Corp«> he.
(' "ar"da cloll, OUtflf, dcven<lo-et:' el1~ coso tlll IIlilll urar cC!w
_~s .çorp , de O.clenl6I'1Çldl de HOlUetl8 mallco., .Pllt'U fica.
lI't'lO rnai8 .ugeil0». e ubedili:utt'~. Em cOOl,equt'Q('i:l. d't'SI'a
di;;~o~;l;lIÕ i.e eJlip~u. outrll Ordem. de 31 dI' JUlleiro tle
1731 d4eclaraBdo t8{1.bt'llJ, que no C.nulho Ultramarino
il'c U!I'IIrIlYtl IlI I 'lW, .q"e em Millll•. !IOuv'~Sl!m.CorplJlI de
.)afantufill. de O,dcmltllça IIellurat.loll, ck Purdou, e nuatuJ:i
flp • O qUI!! pooia !ler d~ ~rallde pr~.i\lizo '80 E~tac:lo, e
,IJl/lito c'cm'r" u qlliel~lljaó. e sue go dOI Póvos ó e que H
~nh:lldj'á pttr wtsill couv-enielllt:-: naó Il~ aellll-rar t:8t& gen'e
_ .t6)U Otli. ;1lt'!I, e ClIIboil, que li ~o\'t·ruU":!cU1, f*r~celldo
• ~lltiS; _~,.rl ..lo., flue 5e aK..~regas3em toJos 011 lDorlldorfll5
.C1'\I,1II diHl'leto àqudla COlllpallhia, (lU Ceo-m'-lRllhias aO.
FaC'lme ':i~tri.-to, M'1Ip lIepllruÇ"clõ de Corpus de PHrdC'ls,'e
,ll1l:llllrUOll l.'$lU ()81ciaes pávntl"O::>, D que H,8siul c1f'\'t'ria
•o GC'lHtruaclur OUsl!nllr, ~:()ltforlUltBtltl-l>e COIU u Ht'~iiUt!n--
to. dol8 Ordf'nUIIl;as. ~ 6t1.I"'t'Llh~ Il Ordem de 3 de Ja-
'lM!iro c;lt! 1135, ft>gi"tl"llcill no l.iv, 26 8. J'l6. e, fi. 1311.
• ~o Nt'g. Ger. C\Ohrt'dito, prohihi.. bllver Dili! Milic:ilUl Cor.
-~ ""panuJ..!! de il.m!.u8. t! ,Blll'lacrdOll, A.~. R. de 2'i
~e ~r\. de l'[ti6 M1lllldou ,,1_ICl\" pllf" AUXllum:8 DO Bra.
'ú!'/tudus '" 1'l:lil>01l" de .Jurisàicçuõ ·Hal, RIU exct'l-çllÓ
de .liru. pl.'beoll, brIlUC:Oll, ou wis\iço.. Forma.d. ~
'l'1l'NiO&; • p'''t)~ati de'elMin I\açlli', Il8llim de I~tari". co-
.)M~ de (:anUa.ria.,. C(>111 UII Oflicillt'lI C.'OIR~t*1ltt!l6. b4lmellftio
~lI" lJ'lra .. _di~.·il'litlll de çud- t,l1l6 d'clla 111ft. Offi"'cial li~
~ Tro..... )'IIKiouI ~ '-' dec:lllrllo~, que Oll OIiciba .de A....
ç~iliar~.~.. ~ltt-r,.,. , l&te Mt!:<t,es. ~t: C.nipei, podia!.. ~pUk",
_.~, .11 seua SrfYl\lN, ('omo os dali Tropall l'agaa, que ~t&. Dt_
' . . J,&&t1I1Uo9lt Aw..i1i.,~r. ~.: lMlito'lolH:••,dt.w~.,e JaIRl .-'=18
 Rl~ DR JA!fBla~;

Eitabeleee 'ã Horta Botaniea :'(4(ij 'po~

~m
pratica a fabriea de corda de gua~imá,· (47)
'àe' que, UEarlR .lgumas l)àM.> e Gutras em'.
harc:a~õei pela necessidade- das fabt'icaaas ~.()m
o linho canamo Conhecendo por isto qU,aB1o.
era util à Fazen:la Relil a subsis1tncia d'C:SS9
------
el)rigaçaõ de-terem.espa.das, é armas dO:J;Desmo "d,,",,~ ~
« os de CilYB na TIa terem, e- sustentarem. ~ MiR ('usta um.
~avBllo. e e!lUOVO , em qlle nuõ ~rijl1W"' ex~~gtad<nsJ) ,
-pô Bt'ndo em fraud'e de seus c:r~ore : na• •,
>

'tine o Sargento Mór d08 Tropas Alilril*rt's dt'ye lU 'irado

ti. Tr01'8 p"g:l, e lf~n~t!r Boldo iggut ao .liAS 'rrep.. rega..
lerrs J }>IIKo pelas Camurall nllpet,tiYUlI. '
-(46) Em dillB d't'ste Vice -Rei.. fé instituia uma So-
o tiedude FilollOt1ca, que eUe protege., e seu!! fmetoll pro-
' .. -tiiglOMl& ('onstituln a Capilal' maill iJldustrio511 J mui:! p'O-
. 'PUIOSll, maia ftorente. !:Ie ~f'rto, que 66 de~oill dlll IlDa
. ·-:'.l~tit"~u6 fui, Clue a .Aclldell~ia de Slokolwo te,oe e4)hh~
~-fltDt'llto· d..a ~I;r tall do hraatl por 11m .deelo H.rtlmo
Jll1JlÍi~Ít'RIIe ,qoe lhe enviáram JOlré H~nriql1n de Pai,.,
• ~anoel JoukilD ue Pôli".. , irmãos: e b~ nllõ lI1t'nos-lÍIa-
DIreito, lllt•• "ta Sociedade be tJlle Ilt! deve a (·.hara
tlo anil.s .l!9xonilhu, cacàe, ~c. Sentio até elllle tempe e
CIJlllmercio do Rio de JlQteiro U51lÍ1!! Jimitlltin, J*is.,.e
~ .e~ ll~rte lIIlilollJ) 08 lll&TÍoa 'tuui em lastro p.ra li JJa;.
• __ o Píu:nuIDLq~o, onde cllrrt'KltvlJm; pellJ abund.nda
o gt'lIerU6 hOVOll, tlue rostcri.. rlJlt'nh~ foram IIppureftndo,
fllIllO_O arroz. ullil, 'lBfê- (cujll .gruõ Ilt! r~put. n* bonda....
tie. e uutriSllõ. igl1lo1t 30 de· MÍlca ), lIaõ nVcetlsitoa a
f»l"Uça de mendiKa,. em CupitlluillS difierelltes. efft-itos
~lIIl1lerciut!8,
que 6zes8emlHarga dos navios. \l. Dota (4'2)
147) Ue 111M Brbultto bnnlo. da «:Ie6i.:!
tine Ulnrido ellpon~Rn~amente nOI. Cau11IOI, e ~ntre .0lI
dali ..... ".&'.
1I111~O', c:om diflif:.uldllde lIe extingue. O "'rro' ck> SUai va.-
ras telll .. ·fibra taõ fOl't~. que ,nllõ cede •. forf a , para
dnpr~llder' ó, IOllp fios 6 trayés.' Troce-ndo-O em. verde.
sut.líitue. o MO cio rordel para alar peqUt'lIo. ,'o1utDelI:
e- prep.ra(1.. pE'la indulitri "" dà mltteria á fabrica da Cor-
doárill" 'que o Mel'fttl8' ice-Rei fez It'\°ltntar sob a lUleú.
euci& fie- J.0a6. Hotw~ qe sitio de Mata-pórc~ .,
 um
egta~lec~ménto·.J prop ·to à. C.ort~·: ~mas , cI vis';
a d1l~~ 'experieocia9 alli. feít.as.. COnl. 0. Lin~~. .de
Riga ~. aj'uizandg-se,. que tt de.. ·Guaxiroil não
.era· apto' para teCtr Cabos cotn igual p~a:fei.
~ão, .e duração,. li.cou o plar,lO..J: por." seguir
'~' contudlO. .come' poda Cort;e . nao fOI desa-
provado o projecto, continuou' Q e~erci~i{) da
Co..doa.ria·..., ,onde se fizeram eorda~ de grossu..
rag ditfe.ren·tes p~ra embarcações peqllena~ e J

. psq.. ofd ~njHio' de obras partiénlares, com pro..

:' ;\'eito. publi.~Q~ assásmenle conhecido. D'ahi se
',- originou: o grande empelllw, que. te·".e, em
~lI1Lival' o Linho C.anamo J para cuj,o princ.ipiQ
:: "s~}'lprõ':eítou tI'uma peqüeri-a porl,(ão de semen.·
tes trazld.as por certt? n~vi(} Frarycez, q~le .ca-
suàJmeAtc tocou .0 p.ot.to; e. fazendo·as plan-
'tar, aq'lli, das r.o.ucas ellpig-Rs salvas t1o~ pas-
': ~aros I ·m8n~.oLl semear. ~8 -gr~~s DO terre~C?' da
.i Ilha de. Santa Cathllrilla, '()nde se esperava.
.tiraI' abundante prod.u:cto em jn:oveíto d 'esse
'n:Pllo de, lavoura I quando fo,i' invadü.la. pelOil
.:: o··.á!> f'haqO:s .:,. '~a8, á pesar de..' não se apro~
l'.citUI'·ent3o a maior co]h~ita , ~'omo por diJí'geócI~
de alguns' lavradores se ponde ajuntar .ainda
.. âuID.çienle qu~ótidade de grão, com e11 é' Olan..
. '.. ~(!)u a9iaN,t.ar..a, c,~lt~ra do. g,~ner~ . ultissi'.po: ao
,CommerclO, e tão necessarlo ao uso da ma-.
tinha, depois de 'restituído' o territori·o. á Co-
,,;' (oa.. Portugl~~za: (~8) . , ....
~ j" -----------.;...;;,;.;,-

(,g).. Tres e 'pecies ha ile Linbo ';. o Garcga;' qüe he

.0 mais figo; e MOÍlri~co, de sorte m.eiàa. ê o' CalluntO ,
l" Que- he o mais grossó, m~esadiçp, e quuli ~orÍ1o o Mali"
,J'tllCO', Servihdo-se' das lnlltrucçõt.'!l, d:o Murquez~' maridoll.
.~ sell S~!:~~88t)r I.rÚiz-d.e: Vaseomcell.o~.'é.uJ~ ... (). J-Ce'nilOM'.
 -
"b~ f'ô' D'E '~'NmRé:~

':Tnferitanão ~à. '-t~íà~ãó 'do':;fns~éte 'a~ sed

nas :'amoreiras dg paiz f e telido conseituidó,~'
que se transplaIita~.e da Europa' uma pol:.ção.
de .,fermeS. 'fez Jl?ultiplita-los,. e 'tirou õ'e~sa~
"diligencias ,0'( fructô 'despjado" da &eda : 'desé'oJ
nhecendo-se"'potém o'modo verdadeirõ de'criali'~
o bicho; ficou por isso a ~ua cüllura sém aqu'el..
Ic progresso, que se esperava alcançar por-
ins~rucções, mandadas vir' d. A'z.ia f onde a S~
da he um dos g~nero8' mais importantes" de.,
commercio' de seus provincianos, para' servi.
('em' de guia' aos que diligénciuRsem o' adianta..
mento da pfOpBgaçáo""em benefici.o d~ste·Cón.
tiuente. . '
Com o ~esejo ele pr.omover o Comme;cio
e·nlre flS póvos mais remotos da Capitaniá.'
c'onvidando-os á trazer os seus dfeitos J à ven-
da publica J poz' em execução' tuna Oi'dem aD-"
tj(luis·sima. {49} que permittia ~ concorreÍ1eül os
,11ercadOJie8 J la ..adores'~ e ttatanteg.. en\ çada'
\tIO anno à 'vender os productos das. terras J dali':
artes J e n)ecanicas· no lugar' para isso ttesti-'
-,..-.-~ l S. ---_,tfIIr~.- __
lia Provincia ou Rio Grlinde de ~ P(fc1ro. e na Ilha ".
Santa ,Cathal'ina: ma8 o fraco cumpr.imentu ~e 5uas Ore
ll!1l8 pelos que d'c1las torlllD enn'rregudor. , retol'dál:am ~
progrelllfá de taõ util gén re • .:omo ditet -na DJemoria do
7,nesmo Vice-Rei, e rie Liv. 9. C~R" s. .-
6:""9) Regimcuto do Go\'~rna~êr,dll~lIbj~f regislrade.·
DO Llv. Verde da Relaçaõ dessa ldadt;, a num. 7.0...
}5elo qual tem clS Go\oi.!rt1üdoll6l8 fa6'uli:lUde cl~ pumittir..
'lue .blljum f'~irllB. A Provii. do C: .. U •. de 11 de FfVP.1\<
~é 17054 concede'u' \IlDa -Feira fhuica unnualÍnente mi Fre.
guezia de '8. Gonçn,IQ, dOa ·Car»/'oll da Cachoeíra .. J~nt';:l
~at.>eHa-de N. Sra. dos HlllDiI~s, liêx'cepçaõ dlis ~~i
lel'Q~ ~ que se a~li Mrft ebi:itrafados. . ,
 !Oe MBM8RIAS HIS'l'GRICA!

1,I~t\o estabe ecendo uma Feira no sitio apra.i

J

-.iyel de N. S. da Gloria. Pelas. proyidencia.':

. que deu ao St'nado J se lageáa:a,m J e calçár:;lni
as ruas dfl Cidàde,. (50) e de nov€? se abrid ".
desde o Campo d.a :I::.ampado28 , até o lug~t
de. ~ata-ca\'allos, a que se d.enomina dIJ La-.
v'radio, para facilitar a communicação po}llica.
As pon~es, e'ltradas J e caminhos, antig08" ti·
veram mçll)(~ramento ; ~ 09 densos mato,.,,, desde
ltáguahy, pela costa do mar da Angra dOi
Ueis da lJt~íJ. 9rande J até a Cidade de S. ·Pau-
lo J se ~sgáram, para dar passagem' .. ' cor·
. r~spQndencia mais abreyiada com aquellQ Ca.
pitania no tempo critico da guerra qo Sul.
Os pantanos tl; redor da Cidade Capital J que
com as suas putrefacções inficiollavam .' atmos-
(era, I!~ diminuíram: no Campo da Ajudé\
ap-pareceram curraes, e mat~deiros puplieos·tJ. '
bOIs: e multiplicando-se finalmente as fontes,:
a da G lo~ia, e ele Mata-Cavallos, deveram
~o nc;>vo Go,ernador o seu eregimento.. As r~n.
das do ,Senado, que não excediam de 9 à.lO
.mif cruzados, se augmentáram à mais do do·
bro, por se descobfirem as bells sonegados,
que lhe pertenciam -: . os edificios 'melhorado!,
de prospecto I aformoseà1'8m a ~'ista da Cidái-
de·, e os peneirol, (5.J) dssKppar~ceram das.
. ~ ,

(50) A Provia. de 25 de Jan. de l7/Z4 decla~u os

.Ecclt!siamticos obrigados li pagar as cul~ada8 que se ~.
ierem na Cidade. ' .
(51) As rotulas aas ;ane1l88 I e portadll8 das C!llal
oferiorel , eram tecidas 'dI! palh/&8; e ei@ll gelo~ills, chll-
m.ndas peneiras. ou g!~Ot"IC&$, quI' 8~ depen~\lra"alD ae
amauhe~er " desappareclam~
OJll a nOlti:,
... .. J ~ ..,. 1
.
pôrtas das ruas: estas nunca mais sentiram:
falta de aceio, por vigiar o mesmo Senado so-:
bre a ,sua lirn.peza, fazendo executar ex-acta·
mente as Posturas á esse respeito .. l52),
s.e~· diminuir. a, CQllstante resolu\,.ão: de·
mudar do. centrQ da.· Cidade a resjdencia' da;:
Negraria -'Africana, que -carregada. muitas ve-
zes del s.cOJbuio" bexigas, e, outras molestjas ,
com facilidade. as communicava ,ao povo,. de
que resultavam freQuentee epidemias,. conser-'
vand,o-se. sempre con::upto o, ar ambie.nte, e
reconcentrado mas casas de habita-ç:ii,o ;, (53) fez
Tom. V. Cc
.-.,.-----,~---
(5'2) V. Liv. 7. Cap: 3.
(53)· . Os negociantes dos Negros conduzidos da Afri.
ca estavam na posse de recolher es li turba de gente pes-
tilente nas lojas das Casas da sua, vrvenda, ou em outras'
eme!hilntes, que' ulugnfam.· Selldó d'an)nosa' a resiaell~ia
da neg'raria no 'ceutro da' Cidade .pelas molestia~ ,. ou tra-
zidas do ,seu p;;z,. ou adquiridôls ·oa viagem pela com-
municaçaõ com os iuficionados, motivava maiores males,.
por se éon8ervarem 'depositados os'vasos de immundicia$'
qnotidianas dentro das mesmas casas até a noite, rermen-
tlllldo podridões, e corrom'pendo o ar, em quailto se le.·
vavam ao mal". Accressia á esse damno pl1bliço a cir~'
~llustancia díl flueza ,d~ Escravaria '~pos_ta aos O!lIO~
da mode tia de quantos 'passavam ge1as ruas, e da
J5N'oas' visinhas·, a qu~in era violenta a vista -d~ l'~pre-
ellta~ões taõ desbonestus: Se' cadaum dos motivos poo-,
derados era bastante para naõ se con~enti~ .lI ,re iden--
cia dos Negros no\'as dentro da Cidllde, como ·de~xa,""
na de 'ser' necessario, que eHes se renrassem para 'Ju.-
~al' llJais distante, e mesmo notivo ao publico, concor-
rendo jl1nHIs as' causas referida~! Conheciam' todos a- rn'"
1'1'lé 'juslissima ,1PQr.q,lIJe o Maro{jl1ez Vicet..Rei, ze~arrdo a'
saude da povoa~aõ urbana, inhibia à 'entl'a-lia' da cafral'itl:
r-ela Cidade; e' fest~jltndo taõ TfeltL le~bniuça, approva-
)Iam a sua r~801uçàõ'; eutretanto 'solibitav<itn ,'os, illteres ·a...·_
ramover a vi\'enda dos. Negros chamados No~
v,os para'o sitio de Valongo, Por CSfâ trasla-
dação prinGipiou a Cidade à ser mais sauda-
17el, diminuindo:sc o fermento das epidemias;
€Js novos negros, melhorados de
lugal' > entrá-o
ram á re~pirar m!:lis line 'ar, c á viver- com.
dilferente wbustez: o mesmo sitio de Valou-.
go finalmente, antes temivel, se fez aprazi-
'\leI, por se con\'e,rter em rua espaçosa a rne-
t!lonha azinhaga, que dava passagem aos ha-
hÜant~s das.. Jacras do seu termo, da Saucle ",
Gamboa, e SaG-O do Alferes, levantando-5e
pela ·mesma rua noya, e pela~ situações re-
féridas J avultado numero' de propriedades, com
as quaes ficou a .. Cidade, mais. estensa , melho-
raqo o Reu terreno, por desaparecerem es·,
'pantanos., e tambem mais. aprazivel'..
Fez recolher à Gasa da Moeda o Cofre
publico da Cidade,.' que um Thesoureiro pHr-.
tjc~lar, (54) denominado. Deposi tar10, guar-
dava em sua.. ca·m, onde o desramil'lho, e o
roubo de sornmas·, consifJerllveis .,era..,Jacilimo ; .
e,al,ém des1ia cirçv.nstancia, constava tambem,
'qJle por. faltarem ás partes as; clarezas neces-.
sa,rias J ficavam muita~ vezes prejudicadas na
quantia depositada, algumas parcellas de di-
nheiro se conl:ie(.~avam sem clareza do seu do-
no) e que a maior parte. do cabedal girava"
f~ra da Cofre. Gçnno para o~ .pagamentos não.

dos no jogo a revogotoria da mudanfa., inutimeute tlUpa.:

plicada com instaancias repelidas.
. (54) Os depositos. em pe~soas particulares, .for~~."
o')tilJ,l:tos .pelo AlY. ~e 4 de ,MltiQ de.J7_~7 •.,
 havia dia fixo, nem estava em pratica faze-
'los -à boca do Cofre, formalisou um Regi-
'mento, sogundo 08 Aharàs de .21 de Màio
de 1751., de 9 de Aggsto de .) 759 , "tr do Li vro
Fundamentá} do Erario Tit. 15, porque se
reguláram em diante a administração, ~arda.
direcção, e segurança do Deposito Publico,
'cujo Depositario Geral ficou senao da nomea-
'Çãe do Senado ~ e à cargo do Vereador mais
moço 'a Inspecçio do Cefre (55)

(55) V. Alv. de 12 de Outubro' de 1808, I:lue maR-

'dou. . passa-r esse extinc'to Cofre para o B11nco Publico.
 ~""""""~~""""""V\.':'~"""""
"' ,
__ ~ ~ " .. ~.....~ ~ " ".............""~

C A P I T U L'O. U. . ,.

... .
. lJo, Bispo D. Vicente" da "Gama Leal, 1.0 Ce;ad-
" i ,jutor . Eleito , é· Fu.t~tro 'Sl.{,(:ces~or do Bispado.
»0 Bispo 1). . 10se. Joakim ju tin-ianno J'1as..
carenhas Ca~te(Lo-branco, 2. 0 Coaujutor Elei·
to, e Futuro Succes~01·. Das Jgr~jas Matri-
u-s, que lhe ,d.everam o seu p1'incipio, e' do.!
I ~. GO'i,'ernadores. '
.f _ " 4 •

I M possibilitado D. Fr. "Antonio fio Desterro

de cumprir habilm~nte os seus devereres pela
oppressiJo actual de moI stias, supplicou á
ElHei D. José l. , que notneand- ·lhe. um Coad~
jutür, o aliv.iasse do peso da Admini tração
da Diecese: e por isso foi lhe dado per subSn
titu~o o Padre Vicente da Gama Leal, que
nascido no Espinhal, termo do Bispado de
Coimbra, a 2;t. de Setembro de 17~1J, foi Bap...
tizado a 29 do mesmo mez pelo Paroco da"
Freguezia de S", Sebastião Padre Vicente ..da
Gama, seu Tio. Applicando·se aos estudos,
em' tempo competente, pelas zelosas diligéU.
cias de seus pais Manoel Leal, e Ignacia do!
1)eis da Gama-, pessoas" de probidade conhe-
cida, deu mostras de' se11 uti! ao Estado, pela.
boa. iudole q~e ~iuha;, _e feli:(l. adiantainentQ'lia~ ..
 ,bO RIO 'DE JJ.NÉIRO.
-
205

Aulas 'meneres. Mandado à -Universidade de

Ooimbra na Matriculá de J726', seguil1 a.Fa..
culdade Canonica ; em Que se formou a 25-
de ·Junho de J134:: e habiltadó com'Informa-
ções de uom E tudante, para seg.uir os lug~-
'i'es da J l!dicatura, leu no Dezembargo do
Paço·a 8 de Maio. de 1736, por cujo Acto,
foi despachado no Cargo de Juiz de Fóra 'de-
Ahrantes, do qual'. desistiu para se alistar na,.
Ordem Ecc1esiastica.
. Com Ui missarias do Vigario Capitular do-
Bispado Manoel Moreira Rebello tomou as.
primeiras Ordens na Cidade Rodrigo em 1739;;
e COIl erindo-Ihe as· d:las. maiores seguintes o
Bispo Conde D. Miguel da Annunciação, no·
anno de 174 t " recebeu do mesmo Prelado a,.
Presbiteral aos 4 de Janeiro de 174.... Tendo·
€.E:leurado p.ela primeira vez na· sua Matriz à
20 d'aquelle'mez, substituiu a seu.tio no Of-
ficio parochial,. com Pr·ovlsâo de 10 de Feve·,
r-eiro seguinte, até o chamar. o Provimento de,26
de Fevereiro' de 17:1-3, para um dos lugares de
'De embargador da Mesa Episcopal; e por no-
meação de 23 ele Dezembro de 1745 occup.ou
tambern a Promotoria do Bispado Apresentado-
por~m na Parochia da sua patria. p~lo Prior::
de S. Miguel de P.enella, deixou ambos ,os
Cargos, empossando"sé do Bel ~ficio em 24 de'
Outubro de 1747. Não per endo o Bispo a·
e.sperança de noyamente atrabi-!o, e aprovei-
tando a occasião da vaga da Vigararia Geral,
,da Diecese, pelo 'acces, o do Padre Munoe!,
Rodrigues Teixeira, á. Vara de Provisor·, em.'
~5., de Junho de. 1749,~ P.a.r~ o revocar,. F.ro~-
 'veu-a •dignamente em Leal j aisás habil p'ÓT
I iciencia. e rectid;io, cujas circunstancias eratll
\Dotorias. Nomeado em 15 de'Setembrodo mes ..
'mo anno 'Para "Visitar o Bispado, satisfez ~
. sua Commissão com agrado geral dos Povos,
e muito "aprazimento do Prelado. Provido no
'A rcediagado 'de Penei la e no Beneficio sim~
j

~ples da CoHegia'da de S. Tiago ue Coimbra,

"tomou posse -.<I 'aquelle 'a 27 de Setembro" e
d'este a 20 de, Outubro de, 175·3. '
Apadrinhadq por merecimentos ," proprios,.
e .qualidades' mui brilhantes, ~eree.eu a No~
meação de Coadjutor, e Futuro Sllcces~or do
~nispado Fluminense em 21 de Fevereiro de
')755; e habilitado perante o Nuncio Accioli
:3, lo de Abr.il seguinte.) obteve do SS. Padre
Benedlcto XIV. a ,sua Confirmação 'no dia 14
.'das Kalendas de AgostGl de ] 756. com o ti~
'tulo do Bispado de Hetal.onia, que "agára
·.por fallecimento de seu Tita:llar ultimo Euge-
nio Beto da Silva. Sagrado na Igreja dos
rP2l.dres da Congregação da Missão de Rilha-
:foles pelo Arcebispo de Lacedemonia D. Jozê
Dantas Barboza, com assistencia dos Bispos
D. Gaspar da Costa Brandão, .que e.ra d6
Funchal, e D. Fr. Antonio de S. Jozé, do
'-Maranhão, foi-lhe consignada, por Ordem de
-21 de- Maio de 1757, a Congrua de 4 mil
.oruzados, (como tinha o Bispo D. Fr. An...
'tonio do Desterro. depois da divisão do Bis·
'pado) : cuja Congrua principiou á 'Vencer desde
o dia do Fiat da sua,' Confirmação pela Sá
Apostolica, em Conformidade da Ordem Regia
cie 2~ de !iet~mbro de 1758 T q ue se ·vê reil
 DO RIa DE J AN.Eme. 20r-
gistrada no Liv. -36. fi. 56. do R.egistro -Geral'
da Provedoria. (J ,)
Ignorou-se o' motivo, porque, tendo-lhe·
contribuido a Fazenda Real com a quantia de-
4- mil cru zados por aj uda de custo para seu ~
trallsporte ,. foi impedido. de passar ao luga~,
destinado, necessitando o .pretendido Coadju-
vado d'essa Sllbstituição, por se lhe adianta-
rem as molestias com o peso. de annos. En-·
tretanlo, promovido o Arcebispo de Evora,
D. Jo?.o - de. N. S.' da' Pôrta> ao Cargo de'
Regedor da Justiça, por Determinação Regia.
de 30.de Julho de 1760, foi substituido no·
governo da. Dlecese, onde occupou as Varas
de Provisor ~ . e Vigarío G.eral, desde 23 de
Ago to d'esse anno ,. até, 20 de Julho de 770·
com satisfação do publico: e quando se·'reti-·
Irava à sua Casa do Espinhal; chamou·o á.
Corte um Aviso) para se lhe intimar. a Or-
dem de partir quanto. antes· para, o Rio· de
Jan.eiro, por comhl.r a grav·e2a do P3U Die-
cesano. Disposto á cumprir o preceito, pediu
'algum descanço do trabalho de Evora; e vol-
tando ao Espinhal, foi co~ vidado pelo Infante D.
Pedro para Visiter o Priorado do Crato. Quall- .
do saia à. essa diligencia em 15 de Outubro·
do mesmo anno, teve tambem a incumbencia
de Visitar o Convento das Relig'iosas Maltezas .
de Estremoz, de presidir a Eleiçãó da Prio-
reza, e de Yisital: as, Igrejas sugeitas à Or- .
_--- ---------~----.-"'----
- I

(1) V. no Liv.· 4. Cap. 1 a memoria do 13ist)o •

JQzé de Barres, e ahi a nota (2), e no Cap. 3. a me- .
t lnpria do Bisp~ Dt Fr. Antonio. de.Guadalupe ~ nota (1)1.1
 20~ MnrQEIAS j-IrsToJuCA!

dem 'de Malta, d'onde se recolheu no mei de

_Janeiro de 1771.
Nomeado Deão .da CaDella Real de ViHa
Viçesa (2) em 22 de Ma-rç~ do mesmo anno,
por nov.a ComnlÍssáo segundou a Visita do
Crato nQ mez de Abril; e dep.ois de conclui·-·
la, tomou posse da nova dignidade à 5 de
Agosto seguinte, ficando isento da residencia
local, oue foi ter em sua Casa. Incumbido'
novamente <le Visitar' as Religiosas Maltezas'
no anno de 177 t1 " desempenh~u a ·sua delega-
~ão tanto ao grado de ~. A., que lhe mere':
ceu por isso uma Carta mui expressiva de
agradeCimento, acompanhada de um annel de
brilhantes, cujo mimo, estimado em 2 mil
·cruzados., . deixou em cabeça àe morgado. Sen~
do·lhe offerecido pela Ramha o Bispado d~
Port'Alegre, não o acceitou, contentando-
se depois com a honra .mui. distincta de Su-
milher da Cortina, em que foi provido pela'
mesma .soberana. Contra o systema Geral dos
protegidos nunca abusou das distincções, nem
se aproveitou das privanças dos Soberanos; e
sem que lhes pedisse cousa alguma â 4lfovei-to
seu, teve a Congrua annual de .J ;000:000 reis,
arbitrado pelo Cofre das Commendas ,vag'as,
desde i de Janeiro de 1789.: '.".,
Nova *Commiss50 de Visita' ao ·Convénto
de Extremoz o' moveu da' sua patria em 24, .
.de Abril de 1784: e, por motivo d,e: cOI\ferir
Ordens n'aquellas' Tempo~as, est.eve à n~?rr~~ "
----
. (2) Por
---------
Bulia d. SS. Pontífice \ Bene~icto ,XlV. à
lllBtancia- d'E1Rei D,' Joaõ V" he Sagrlldo 0. Deaõ; d:ella.r,
 lJO lho I>E J AN1!!olR0. 209

de uma retenção de. urinas, em camin!Jo de

Villa Viçosa para Extremoz; mas aliviado d"a-
quel!e atague ataque, concluiu a Visita, e se
)'ecoJheu ao Espi.nhal. Accommettido s~glll1da
vez da m.esma dor, e com signaes perigosos,
. melhorou d'ella pela benefica. e assás mura..
vilbo~a operação que lhe fez Fr. Paulo de ...•
Cirul'giã0 habilissimo, e Leigo de Santa Cruz:
de Coimb.ra J furando a bexiga uservatoria du
humor, cuja cisma conservou aberta por dONs
annos, em quanto a causa da moles a se en-
caminhava ao seu expediente. n"atural. Sem lhe
impedir a gravidade da doença, n~m a incha-
ção continua das' per.nas, passou os seus dias
{lO exercicio de conferir Ordens, Confessar,
l~r, e escrever, até 20 de Setembro de 1791 "
-em que, principiaudo ~l. -queixar-'se de nOl'O im-
pedimento. ficou de todo prostrado.
. ,Não agt'adando então aos Professores de
·Medicina, e Cirnrgi'a repetir a operação, pre-
tenderam por um emetico a desejada melhoria.:
n.HlS rec6iosQs 1:10 pouco favoravel eft~ito que
<:6.usa-ria o remedio J precaveram as suas COI'l-
'~~.quencias, fazendo-lhe administ ar os Santos
Sacramentos no dia- 24 do mez sobredito, p~lo
'~adre Geral dos Carmelitas Descalços Fr. Jo.~é
~ s. Caetano. Quanto se adiantava a enfer-
riüdade. tanto ml.iÍ-s se dispunha .() enfermo para
a jornada ultima, fortificando o espirito com
amiudadas Confissões, Com os Sacramentos,
~,. Corra as esmolas distribuídas por sua mão.
,Prineipiou o dia 27 do mesmo· mez à appa-·
. Fi~er. alegre pelos indícios de melhora, que
.afigurava feliz: .restituição. de saude: .porem
10m. ~ Dd

o
 !IO ME'lifORIAS HIST01UCAS

passaflas poucas- horas de alivio, flucc~dera:nl

as da agonia,. que conhecidas acordadamente
pelo Bispo ~ o pu ngiram, entfe mOl'tae.s pa·
J"t'xismos, . a dizer ao- Patlre Geral, e ao Pa-
dre Secretario dos mencionados Carmelitas, seus-
assistentes:::: Chega a morte; absolva-me, Pa~
{ire, de todos os meus peceados, de que te-
.Jlho granda dor:::::- e n'esses momentos derra-
deiros cruzando as· mãos sobre- o peito, VOaR
<á Eterni ade.
Na ":;ampa do Jazig'o, sito !:la Capella.
~ór d~ Frc-guezia ao- lado do Evangelho., se
·lê o Epitaphio.. seguinte•.

JJi'c sepultus est

D. D. Vieentius· da Gama Leaf.
Episcopus Flull1inensis. GtlbenUl.tor-
F:borensis. Calipoli, Decanu8.
rctro )'el'Lio Regi longe cbarissimus.
PO!!t plura Religionis. J litterarum que gesta-.
Olliit
Idibus O<>toribus 1791".

No dia -8 do seu· fallecimento fizl3rão-lhe'

'f)S Officios' funebres· com grandeza flossi \fel ;.
-~ Fr. Jozé de S. €aetano, Gena-} dos Ma-
ri30nos ,. recitou os factos da sua vida por en..
tre lagl'imas do. Povo, que muit<> amava ae-
hoas (lualitlades de tão distincto Prelado. Foi
de estatura- ordinal'ia:, seco. e forte, ~inda nas-
molestias: liberal, virtuoso ,. esmoler, mui pres...
tativo I principalmeRte à favor dos estranhos,
de ll:llento grande, e de maior estudo. Tra-
balhou quanto poude . o 8el'lViÇ:o da. Igreja~,
 ~ RIO 1>E JANEIU:tt. . '211
(}08 Pov'os, e do Rei: e sendo muito amado,
como valido d'E1 Hei D. Pedro I II., e da Rai~
nba, pouco se aproveitou dos seus benefi-
cios, e favores, tantas vezes otl'ereciuos, por
viver no s)"stema honrado de ervi los -sem in-
eresse.
Impedido D. Vicente l.0 Eleito, de Coad-
juval' o propl'ietario da Diecese Fluminense,
por se acbar empregado na Capelfa Real de
Villa Viçosa, e corllinuando o <ioadj' vado na
graveza de molestia, que o impossiblltava de
-éxercer os seus deveres; Resolveu EI Rei no-
mear outro sugeit~ d~gno do Carg'o, em cqjos·
bombros' descauçasse o grande peso <.la Admi.-
nistração da D.iecese, como se verificou .com
1\ escolha .<.10 Padre Jozé Joakim JustinÍanno
Mas.carenhall Castel1o-Branco.,
Nascido /Da Cidade de S, Sebastião do Rio
<1e Janeiro a. 23 de Agosto de ) 831, rece"
teu o Sacnm1ento do Baptismo na Fl'eguezia
t1a Candellaria à 6 de Set~mbl'o seguinte. Seu
Pais João de Mascarenhas Castello-Brallco,
(j,;,e pOl' serviços militares chegou aos :P9stOI
de Tenente Coronel, e de Governador da For-
taleza de S. José da Ilha das Cóbras, e de
D. Anna. Tl\eodora, pessoas mui graves, ·e
de probidade conhecida, applicando-o aos Es-
tudos menores nas Aulas da Companhia de
J esUoS, o mandárarn seguir os maiores na U ni-
versidade de Coimbra, em J 7.50, pam cujas
expensas COncorreu o Padre Ignacio Manoel
Costa Mascarenhas, seu tio,' e Vlg-ario tia.
sebred.ita Ig'reja Parochial.
Depeis de tOlDar () Grão de .LeceRcead~.
Dd ii
I
O~
 212' M E:M:OlUAS HISTOItICA.S

na Faculdade de Canones, recebeu Lish0a em

3 Ordem Presbiteral no anno de 1754, e disse
a primeira Missa na Igreja do Convento de-
Odi \'elas, onde eram Prt>fesf.ias certas Religio-
Sas do seu prrentesco, por quem obteve a
apresentação de um Beneficio d'aquella Orde~ ~
mas, cedendo do direito adquerido, em ob-
sequio de certo Prelado da Sànta Igreja Pa-
triachal, flrotector d'mltro pretendente, se ori.
g'inou d'psse lance, que no anno de 1762 for
provic10 no lugar de Deputado da Inquisiç8f)
de E"'ora J e pouco depois no de Promoto!
do mesmo Tril)una1. Vaga a Dignidade Deca-
DaI da Sé do Rio de Janeiro, por fall.eei.men-
to do Doutor Manoel· Frei~'e Batalba, €ense-
gu~u succeder-lhe por Apresentaçãe de 11 d.
Janeiro de 1765, e posse à Ji$ de Julho se.-
guínt~. (3) Nomeado para occupar a 2.& Ca-

(3) Em virtl'lde dos privil!!gios cóncedidos por BuI~

~as Apostolicas, d~sd~ Inooc:encio VIU., até Paulo V.,
ao Tribunal do Santo Offieio da Inq~lisiç8õ, e cons~quen­
temente á sel:1s Ministros, obsel'vados selDlJre em todo f)
Reino ele Portú-gal, e perpetnados por Pio VI. na BulI.
= Ex!-,oni D(,bis = á inst.11lcia da Rainha, qwe a Coo-
nrmou à 4' de J.aneiro de 1788; req.llerel~ o novo Deaõ
110 seu ClIbido, que o contasse como presente, e reai.
<lp.nte às Horas Ca-flotlicas, para perceber as Distribuições
quotidianas, e mais proventos, que se costblmam repar-
tir pe'o~ inl('re~~alltes : porém o Cabido, por naõ lhe constar ..
que os anti~os Capitulares, Commissarios do mesmo Tri·
bunal , reqneressem esses proveu tos , oa talvE.z pouco scien..
tes de uma materia assás explanada P0l" Guerreiro (de
Privilegi.is ), Ligorio, Van-Espen, Rej·ffen~tuel, R ieger ..
Za\lwein, Ferrari, e outros, repugnon em tatls circuns..
tancias permittir as distribuições pedidas, e seus accea..
sorios, 8ssentindo só ao recebimento da COlIgrua simplell',
deduzidas 118 obrjoa~es peSlloaes. Conv.eio n'essa reioll1~
 no RIO DE J.~NEmG. 213

oeira da referida Inquisição no 1. o de Feve-

reiro _d'aquelle anno> serviu-() até o mez de
Outubro de 1769 > em que passou para outro
lugar semelhante da Inquisição de Lisboe.
----------- ---- --- ------
çaõ o R. Bispo, por quem foi mandado coutar o Deaõ
uniclImente na CMngrua; e correndo {' II decisaõ sem
novidade por alguns anno , Mandoli EIP.4á, em Provi.
&8Õ do seu Tribunal da Mesa dQ Con!>ciencia, e Ordens
uatada a lO de Julho de 1771, que -assim na COIl"rua ...
como nas Distribuições qnotidianas, OIDcios, e'" mais
emolumento!\, no quaes eram contemplada as Elutra Dig-
nidades, e Conegos da S~, fosse tuwuem o D l:\Õ d'ella,
vor se dever observar à seu r<'sl,eito _e {'om a mesma
i gua dade, 08 privilegios do Santo 9fficio , l,le que 1;0211va,
como realmente empregado n? eu S~I'I'IÇO. Mandaoa
cumprir pelo R. Bispo a referida Fronsaõ, e rt'?;istrar
IIOS Livros do Cabido, por Depacho de 17 de l\Jarço de
]772, foi lançada no Liv 2 dos Terwos d~ls Posses. dos.
Cupitulares fi. 44., onde se encantra tal1lbem El q"e se-
lavrou à esse r~speito. Devendo fi l'rOl'isaõ sobredita ser-
."ir de regra inalteravel para ca os unalogos, e aa mesma
Jólalul'eza, "pplicando-a naõ só nos Conpgos Com llIiSSfll'ios
do Santo Officio , mas aos Clerigos Capellães do Coro, no-
meado para escrever nas Commil's-es, pelo tempo em
que se occupavam no sl'rviço do Tribunal, jánlais qui-
feralll os Capitulares obsen'a.la cOIl1\JetenterElente ; porque
offcrrados aos chamados usos, co'tumes, e estilos con-
trarios á Leis expressas, su tentavaOl teimosos, f' por ca-
pricho, as suas opiniões, sem ceder, á razaõ, Bem ás,
Leis, além do que s~ via escrito nos Estatutos da Sê.
:N'e~tes (Cap. 20. ~. 1.) esta"a determinada a segninte-
regra = 1 cuhum Beneficiada ••. s~in contudo. em an ell-
ei:!., l'lem o Cabido o pode mandar contaI;; pois netn por
costume, lei ou estatuta se parle fazer, que aquelle ~
Gue naô assiste ao Officio Divino, lucre as distribuições: =
cuja regra geral, e apprOl'ada lamhem pelo AlvarÍl de 19
de Outubro til' 1733, naõ derflg-a II as excep ões expres-
lias em Direito, e dee1aradas no Cap. unico de Cll'ric, D.
residentib. ln 6.°, como ex oz VII'n-Espens P. I Tit.7.Q.
de Canonic. Cap. 11. v. 1.° e 2.°, e com l::lIe Dluitos
entros Cllnonilltas, igualmenleque Expoliitores do Direito
 !IJ MEMÓRIAS HIsTORIeÀs

Habiiítado com serviços dignos de atten~

ç1fo, e lembrado opportunamente por alguns
amig:()s; qu~ bem conh~ciarn a probidade dé
tõeuscostomes, teve a seu favor a Nomeação
de Coadjutor, e Futuro Successor do Bispadó
á' 15 de Janeiro de 1773. (4) Concluído o pro-
cesso de -estilo perante °
Nuncio Contti à 16
de Julho seguinte, foi Confirmado -por Bulia
de Clemente XIV datada em 13 de das Ka-
lendas de Jao€iro (20 ele Dezembro do meS11lO
anno). com o Titulo da 19n'ja. Tipassitancnse ,
ou de Tipass~ , -que se achava sem proprieta~
rio, por ter fallecido Jeronimo l1e- S. Jozé,
ultimo TiLular.

CUl1Llnico. ai.nd'l na Cil"Cllnótancia expressada pelo mesmô

A. no Verso Ui ergo ibi = Ut ergo de recipiendis ia
absentia distribntiouibus r.ecte jud'icemus, non tantum
iÍ'lf'juirendom est. al1 corporal is jnf:irmitas, ao evirlens
Ecclesiae utilitu9 u,bsentiam excuset; sed ali eliam afigua
Erefesiàfl ordUliltio. vel COTlsuclllQ COlICU1'Tllt = : porq ue ,
álê01 de naó se poder autenticaI' o costume à favor do'
Cabida contra os privileg-ios exp,"essos, nem por docu-
mentos, nem por tt'stem unhas di~nas, antes de ) 736,
em C] ue lhe foram dados a 1uelles E fatutos peló R. Bis-
po O. FI'. Antonio de Guadalupe. tambem depois falta-
vam fuctos 5eg-llidos. l'jue o al'oi~ssem: e Rem mesmo,
que o particula-r E tatuto da Cathedral til'esse regulado
o C'ontrario das dispo,..i/~'jes g'era')s à e8$e rl'speito, naô
podia l nem devia ter vi;;or, d~pois do Concilio de Tren-
fo, I~elas excepções apontadas po,' Galemart, na5 Hemis-
Sties á Sess. 24. Cap. l2. de Reform. e referidas por Ag'os-
tinho Rarbosa. Sell1elhuntemellte que o Cabido teimava
sobre e se a~sun'lpto l tamoem se oppuriha á s"rem con-
fudos os DO€lItes nas Di~trihtli<es qlrotidianas, como
se "er{l DO Liv. G. Cdp. 2. 1I0ta (1).
(-!) O Almanach eng-anadamente CI referiu Eleita a
20 de Oe7eIV hro de 1773, dia IiLll q e foi Contirmad$
pela Sé Apostolica, como se vera.
 1>0 RIo DE J ANElltO. ~15.
~ ;

Porquanto pellia a d~cencia .da Dignidade

Episcopal, que além dos reditos e~tabelecidos
pela Coroa, e Bispad.o CoadJuvado, se app.1i-.
<:assem outros á sua Iiustf'nta~'ão; em Jl1f)tu
propTio do SS. Padl e, com a data <lo <l'i-a da:.
-CoofiFmação. se lhe uniu. o clesfructo do Dea-
:dO'" tod03 os seus proventos-, dislribuições qllQ-
tidi-nnas, e aS mais jlH'erta~, pele terupo dat
Coadjutoria ,. nã=o se podend0 contar vago o)
Beneficio até a successão do Bispado.
Recebendo a Sflgração (5) na Cn'pelTa do
Cardial Hegedof D. Jo~o da ÇUfllia, e por.
mãos d'e, te, á cujo Acto a. si tiram o Al'ce-
bi po· Primaz de Goa D. r. Francisco (l81
;Assumpç.ão Brito, e o Bi. po Ele LeagonTll D.. ·
An~otlio J·oakim. Torrão ,. C(;ludj uto/' do Aree-
-bispo' de Evora- .. sam de Lisb0a no dia 211 Qeo
.Fevereiro <le )·774 embarcado ua Fragata N.. S.
da Guia: e <::hegando é.1 barra do porto em-
J;5 de Abril,. no immediato 16 entrou-a, comOl

(5) V. Aviso de ]8 de 0utub •. de ]77] !>obre a..-

Juramento dos Bispos na SlIa Sllgra~·aõ. Pelo Artigo ],s'
.du Concordata entre li Santa C e o Governo (1\1 unich I
concluida. a. 5 d Junho de :17, e publicada lia fal.
la do Papa de 15 de .l\" o \li bro, os A rceLispos, e'
Bispos devem ~restar em pre~ença du Rei o jurarnen-
,to de fidlllidade, concebido lia I ;dal'fas l'eguiutes:_
Juro ,. e prometto sobre os Santos EI'angelhos, fidelida_
de, e obediencia 80 RC'i. Prrmclto naó te)" «ommuui-
(llIÇUÕ', naõ ab~istir á ujlllltamt'1I1n, 1.IOIÔ ('(111i:- rvar r-ela-·
ções, delltro 0\1 fórll do 1. t>ino, que'j emptça à tran-
.ttl1ilidilde do Reino; e se eu souber Que em lJiinha die-.
.ce..e, ou· em outra parte se trama algum conJoio contra;
o Estado, o farei sal er à !:-ua l\>1:lge~hlélt'. .
RlÜerido na Gazela do RiQ de Juueiro N. 2.7 4.. dfal
-Abril de l.8~.6•.

o
 ~16 MEl\IORrAS I-trsTOIUCAJ

proprietarío da Mitra Flumíl'ieme, por ter fal~e-'

ciclo D. Fr. Antonio do· Desterro a 5 de Dezcm-
br-o do anno antecedente. Conduzido pelo Mar-
quez Vice-Rei ao Seminario de S. Jo"é J onde s~
lhe preparára a hospedagel1'l (por impedida a
Casa propria da re:sidencia com os reparos pre-
cisos')J recebeu alli os primeiros cortej0!l da
N obrúa , e Povo da Cidade, que não se far-
tava em demonstrar' o seu contentamento.
Feita a Protestaçno da Fé em mãos do
Chantre Doutor Manoel de Andrade Warnek.
presente o Corpo Capitular, no dia 29 do
sob"edito '11e7. de" Abril J tomon posse do Bis
pado n'l'sse dia mesmo por seu procurador,
e ~io, o Conego Doutoral Paulo Mascarenhas
Coutinho, testimunhando o acto Pedro Dias
Pae~ Leme, Mestre de CaH.1pO do Ter~o de
S. Jozé: e Guarda·mor das Minas Geraes.
e Luiz .1 anoel da Silva Paes, Tenente ~oro­
DeI, e Governador da Fortaleza da Ilha das
Cobras, em cujo Posto sU'ccedera immediat.o ~
João de Mascal'enllá.s. Determinado o dia~9
de Maio para se solemnizar a Entrada publi-
ca, saiu ve~tido de' Pontifical', e debaixo de
Palio (que os Senacl" "es, acompan lados de
alguns Cidadãos, so tentál'am desde o Semi-
nario"), servioclo-lhe de Caudatario Ignacio -de
AIHJra~e Sotto·maior Rondon, ao Chppéo,
João Moniz:, e ti Capa Viatoria, Ayres Pinto
Camellb; e precedido das Con frarias , Irman-
dades, Ordens Terceira!; J e Clerezia, tar.tf,o
Socu\ar, como Regular, a quem seg-uiram os
Cidadãos, Nobreza, e pov0 fJo Bispadp, e
pGr entre a Soldadesca disposta á um J e .ou-
I
 DO RoIo DE JANETRO. 2]7

Iro lao(] das ruas, qne cinco Arcos de arcbi-

tetura aumiravel orna\ram ricamente, chegoll
á. breja Oathed ral, onde se completaram as
·ac..cões proprias do Acto coiu satisfação geral.
No dia sEguinte, dedicado pela Santa Igreja
á solemnisar a 'l'rindade 8antisgima celebrou
I

em Pontifical, llssi tindo á Missa o Arcehis-

po Primaz do Oriente D. FI'. Francisco da
Assumpção Brito, o ,l\'Iarquez Vice-Rei, o
Capitão Gen~ral <lo~ Estado' da India D. Jozê
Pedro da Camara, a maior parte da g'l1a mi.
ção militar da Não, e Fragata, '0 Senado,
Nobreza, e Povo da Cidade.
Depois de observar a Diece e, chJ.mou,
pela Pastoral de 11 d~ farço de 1775,. um ~
e outro Clero à exame de Theologia Moral,
para. conhecer u sufiiciencia d'aquelles Sacer-
dotes. a que111 havia de confiar a direcção da'3
suas ovelhas, e a regencia das Igrejas. Sur-
das, • e rebeldes as Corporações Religiosas à
voz do Pastor, pretenderam subtrahir-se ao
'Exame, pretextando a slIa renitencia com os
amplissimos privile"'ius' conc~didos pelos 8S..
PP. às suas Ordens; e a Capucha, que ex-
cedeu a todas, não ·se absteve de celebrar,
confessar, e pregar em suas Ig'l'ejas, sem ap-
.provação, e licença do Ordinilrio., parecendo.
lhe sufficiente a dos Prelados Claustraes. Eram
llªssatlos mais de oito mezes de espera~ ri de-
monstração de obediencia: e como continuq.\'~
a conl umacia de ta~s Regulares, foi neces-
sario, que a Pastoral de 3 de Dezemhro
'lhes inhibisse o uso da Predica em todo Bi·...
pado, ainda deutr de suas proprias Igrejas r
Tom. V, Ee

o
 213, }l'JE:MORIAS HlSll'.OnTC\'tS

sob pena. de Excomunh.ão Maio:r, e (!tu; .n1aís,.

.{]ue parçoessem conveDiente~ imp'~r em cO:Q-
·seq,uflncia ~I'estc 'facto. EIHão se ·humilhou 0-
.eollo. fradesco: mas scientc a -Rainha dê tao·
.tlesaoordado procedimento, e 'querendo obviar
tpara o futuro outras- imprnclencias 'da mesma-
-l'Iatureza, al'ém de Confirmar a Pastoral so..
,bredita, Foi Ser·vida: Declarar em AI varà d~
29 de Abril de 1799, que ao.s Regulares não·
,era .liúito., O@l11 permittido o UMO. do Confes:'"
sionario, nem do Pulpito, sem faculdade ex-
l)r~ssa dos Bisp.os:. e paFa ql1.e a~sim se cmn-
prisse, e g;uardasse a sua Determinação, Man-
dOIl ao mesmo Bispo, e á sellil Sllccessorcs-
ohserva-Ia, tanto em 'V.irtude da Jürisdiéção
.Reg:ia, que lhe competia, eomo da Delegada
305 .AdministradOl~eil da Ordem de Cbristo,
que lhe sulJdelegou. t6)
--:"---=-~-------------'----------'-
. . (6) A, renilencia dos Padl''t's Capuchos. do Rio de
J:~neiro em ~l)re~entar c :lOS Qrdinarios as· licenças plJta ou_o
,'·.I.r de COllfissuõ , pregar, e usar d' Ordens, era taõ an-
ij,J~a, que por naõ terem cumprido com essa ebrigSlçaã;
qnundÜ' .cheg,ou ao J3isparlo D. Fr. Antonio de 'Guadalupe ,
elle se viu na preci'sa ~n ces~idade' de cortezmente pedi-
las aos Prelodos ,. para conheeer dos licenciados :lctuaes
I e . precaver alguns abuses introduzid.os por Confesso-
res Regulares,. de q ne fei sciente com o giro de
suas primeiras Visitas- pela Diece,~e, como ficou referido
JW L. 4. C. 3. Vaga :i Sé, por fallecimento do R. Bispo
J? FI'. Antonio do Desterro, surgiu a ·hydra, e sus-
cItando-se nov.as questões, pretenderam os mesmos Re-
gulares subtl'ahir-se (1 ohediencia devida a Cabido, sob ii ti-
tulo d€ pril'ilegios ilhmitados , por que se consideravam isen-
tos de sugejçaõ aos 0rdínavios, COmo expuz no ,fim da me-·
moria d'aquelle Prelad{,) ,·Cap. 1., Continuando renhidamen-.
te fi ~ontrovel'sia depois da posse .]0 Bif () 'ul"cessor , f6i,
llecessaúo, que elIa se aprese~lt~l..; ao Throl1(i) da 'Superana "
 'D'O RIO DE JANEIRO: '2HJ
Deliberando Visitar pessoalmente as Igre-
jas Parochiaes do Reconcavo do Bispildo, e
commettendo ao seu Cabido os poderes, ve-
zes, e autoridade tanto Ordinatia·, como De-
legada, para o regímen da. Diecese; passou
á exparzil' as intrllcções saudaveis do Officio
Pastoral: e porque concorreram alguns incon-
venientes, que ,lhe ditRéul,tavam o progreRso
da Visita, além de seis Patoch-ias, (7) deu-
'se de volta para a Cidade, d)onde não saiu.
mais' à diligencia semelhante, que confiou em
diante de 1\1 inistros habilissimos. Aos Paroc0s ,
por elle Vi itadas, não foi iocom.modo, nem
,permittiu, que se gravassem com despczas na
sua residencia , fazendo-as á custa da Mitra.
tre e}s objectos dignos dó seu desvelo,
'occupbu o 1. 0 lugar a importantissima lnstruc..
'1rão da' Moralidade, para que igstituiu Con-
ferenc.ias na Casa da sna residencia, á bene-
......... .-
d'l~nde d~sªeu o Alv'ar t citadç>, cuja disposiçaõ 5el"á pura
sempr. a Regra decisiva de taes novidades. V'. Cardiu.
àe Luca Theat. T. 2. Lib. 3, P. r.a Disc. 32. Id. 1'. s.
bib. 14. P.' V. Alluotat. ad Saco COAei1. Triuent. Disc.
,{3. á num. 10. Vede tambem s~bre o mesmo assumpto a
Provo Regia de 25 de Setemb. de 1732, o D. de 5 de
Março de 177\)., e a' P. M. G. de 30 de Julho de 1793
referidas no Indice Chronologico: e no Liv. 7. d'estas
Me m 0'1'. o Cap. 15 coro as n(,)t38 Coi'responclentes.
(7) l.a de S. Francisco Xavier do En~nenho Velho, ,
'que tem sido isenta de ViSlt:.W O.rdi n3(ri as , pelos Vísitado-
l~S das Igrejas do Re'concavo, por estar em seú dist;'ic-
to, e proximidade a' Quinta 'Episcopal do Rio CGI1'Iprido :
2.3 de Santiago de IuhuulDa: 3.a de. N. S. de Loreto)
e Santo AntOniO, de Jacarépag-uá: 4. 8 , de N. S. da Apre..
l\entaçaõ de hajá; 5. a de S. Joaõ Ba'ptista cle Miriti:
:6.a de S~nto Antonio de JaclJtinga. Na de N .. S. <;ta Coa-
eeiÇllÕ' Je MarjllOcl{' ápena~ ChrismQu.
Ee ii
 ~20 MEMORIAS' HISTORICU

ficio dos antigos, e novos Ecclesiasticos' : sendo

porem esse lugar assàs molesto aos concorren-
te\) transferiu-as para a Igreja de S. Pedro,
e d'ahi para o Seminario de S. Jozé, onde
fixou o assentp, desde 6 de Janeiro de 1780.,
sob a direccâo do Padre Mestre Fr. . João Ca-
pristano de~ S. Bento, Religioso da Provincia
da Conceição d'esta Cidade. Para melhor ef-
feito de tão zelosas intenções) declarou aos
Eccles.iastico.s do Bispado por Pastoral de 24 .de
Mar~o de )781,. que nenhum seria admittido
á Exame para Confessor, se ilS uas suppli-.
cas não acompanhassem as certidões de fre-
qu~ncia as Aulf\s de Moral, (8) pa sadas.
pelo Reit<;>r do Seminario, e Professor com-
petente. De tão acertada providencia con-
seguiu 'a satisfação de ter na Diecese sl1geitos
l-llui habeis para o emprego de c~rar almas,
e dignos igualmente de exercitar o Coofe8siona-
rio, e o .Pulpito. Persuadido porem, qu~ aos
alumnos da disciplina mm'ai eram indispensa-
veis os conhecimt\l tos preliminares da Retbo-
rica, Filosofia, Geografia, Cosmologia, e His-
toria Natural, sem J's quaes não podiam oMer
progressos proveitQsos; (9) e~tabelecE'u 110 mes~
mo Seminari(), em 1788, e )79 J) Aulas pu.-
(8) Nas memo\'ias dos R. R. Rispos, desde D. Fruo-
ci.co de S. Jeronimo, fiz mençaõ das providencias que-
elles deram sobre a instrueçaõ Moral, á proveito dos Ec.
ciesiasticos, qui docendi ujjlcillf/1 in popnlis suscepenl7ll.
(9) Nos Seminarios que sam as Cas<ls iostituida~ rara.
educaçaõ dos mam~ebos lHtS letras humanas, e Divinas,.
e os vi.veiros, onde se criam os homens ut is á. H.eligiaõ J-
á 19reja , e ao Estado, e priucipalmepte nos SemiuaJ'io.s
dos Bispos, mandados estabelecer pel\>s Padres de rell-
 DO" lho DE JANNIRO~ 221

blicas d'('ssas sciencias, escolhendo' discreta-

mente o Padre Mestre Fr.· Antunio de Santa
Vrs da Rodovalho, Heligioso tambem Capucho
d.ll Provincia da Conceíçiio, para ensina-las,
como praticou com' assás utilidade. (10)
]\Tos tres Seminarios (que haviam) da Die-
cese, fez aprender o Canto-chão, em confor.
midaue dos seus Estatutos.J e do Concilio de
Trento Sess. 23. de reformo Cap, 18, paraqll€
os manceboi , destinados ao servi~o ecclel3Ías-
tico, se habilitassem competentemente á en-
trar nos Córos, e n'outlOs ajuntamentos seme-
lhantes: e por acordada disposição, sobre cl1ja
observancia foi muito vigilante" nenhum Se-
minarista deixou de saber a Arte da Musiéa, e
muitos sairam habil issimos Canto-chonistas. (11)
Com ig'ual zelo obrigou aos pretendentes de
Ordens à esttldar Ceremonias Ecclesiasticas;
p •

to n;l ess. ~3, de Reform. CRP. 18, he que se devem

ensinar p's Sciencills necessanas ao e~erci( io dos Ministe-
l'ios Sagfddos, e, por bom methodo, como o,instituido,
pele mui distincto, e dotlto Bi5lJo D. Jozé Joakim da
Cunha dt: Azeredo Coutinho, que foi de PernambllCo.,
posteriormente de Elvas, e n(JUleãdo de Beja, com o car-
ga de Inllui~idor Geral, por Despacho, de 13 de' Maio
de 1818, nos Estatutos do Seminario Episcopal de N.
Sra. da Graça da Cidade de Olillda, que ,orgal1isou, e
se imprimiram no ann" de 1790, cujo plano deveriam se-
guir os Bisf)os de ig-ual circunspeeçaõ em todas as Cor-
p(Jr<l ões d'e.sa natureza.
(lO) Bst!" H.eligioso, tendo aeceitarlo a Nomeaçaõ
de' "Bispo oe Angola no anna de 1810, -ellunciou Õ Bis-
pado, ant!"s de se Confirmar. '
,(lI) Com o fim de se illstruir a mocidade na·
Gramatica Latina, e no Ca·,to-clH1Õ, se fundáram os
&>lnilluios de _'I. edro, (hoje de S. Joakim), e
de S. José; e postel-iorule Ite o ~u Lapa {que naó.

o
 222' MEl\IORIAiI HISTORICAi

e muitãs vezes chamou á sua presençá os Sã-

cerdotes antigos, para lhes adverti r defeitos,
que a falta de estudo ~ ou a indolencia écca-
sionavam, constrangendo-os à pratica-las c'om
decencia, gravidad~, e mUltil perfekão. Pur
esses 'cuidados poude, com r:dsão sufl1ciente,
jactar-se de ter na Diecese MinistroR perfeitis-
simos em ,Ceremonias, e de ser a sua Cathé-
draI. o'esse tempo, a Mestra da~ Igrejas Ul-
tramarinas, por executora fiel das Ceremonias,
das Rubricas,' dos' Dec'retos da Sagrada Con-
gregação dos Ritos, c das Leis Estatutarias.
Como as Récolhidas na Casa Claustral de
Santa There~a estavam habilitadas para a Pro-
fissão Religiosa por Breve Pontificio, ;-í. que
a R~inha havia prestado o sel1 Real Placeto,
no dia 16 de Junho de 1780 acompanhou-as
solemnemente desde o Convento de N. S da
Aj uela , onde se hospedáram para esse Acto,
até a nova Casa Conventual, em que a!çei-
xou noviciando; e passados seis mezes, -effei-
tuou a Profissão das primeiras Freiras à 23
de Janeiro do anno seguinte. (12) .
Nomeado Visitàdor Geral, e Reformador
A postolico dos Religiosos Carmelitanllsda Pro-
vincia Fluminense, por Breve do R. N uncio
subsl>lte 1 como se verá no Li". 7. Cap. J5 onde refiro as
snas ·instituições. Os jovens educados nos duus primeiros
deram ·boas provas de preveito n'um, e n'outro estudo;
mas os de S. Joakim, porque serviam de moços nos Có;;
I"OS da Cidade, excede ram aos de S. Joze, e da Lapa,
na disci plina, e Ceremonias Ecclesiasticas, com assás
destreza, e aptidaõ.
(12) . V. no Liv. 7. Cap. IS. a inemoria d'esse Con-
vento,
 .D0 RIO -DE JANEIRO.

·Apost01ico Vi'cente Ranllzzi, datado 'em Lisboa

la lZ-7 de Julho de 1784, que Sua lV1~gestade'
~Foi Servida approvar pelo seu' Real Benepla.,.
cil.<>, em COD equeocia d'elJe, e da Ordem.
.Reoia de 3 de Agosto do mesmo anno, que'
o accoOlpanhou, se fez ~arg\) da Commissão
com a pol. e á 16 de Fe\'erf'iro de 1785, ( 3)
Quaes, e quantos foram os fructos provenien-
-tcs d'e~sa Hef6rma, trabalhada à preceito, e
dIlatada atp 3 de Maio de I 00, eru que (de-
pois de repetidas representa!;ões· ao Throno,
e 8upplicas da· Religião, Ha-uve Sua l'Ylage5-
tade por bem de Mandar, em A viso de <z8
de Março. de 1797, exfranhal' a falta de exe-
cução do Breve_ na parte' respectiva à Con-
'Vocação do Capitl'Jlo, e eleição dos Prd,ados"
e não bastando ainda outro Aviso de. '. .. de
Agosto de j 799 sobre o mesmo objecto) se
·finalis.ou, J'evivendo· o Provincialado no mui
dig(\(): .Padl'e Mestre- FI'. Antonio Gonçalves;
digam J e confessem €om verdade os mesmos,
---------------------
(13) No mesmo Liv. 7. Cap. 17. vede a memoria
d'essa Ca$a Con'ventual, de que era entaó Prelado maior
o P. M. FI'. Joaõ de Santa Thereza Costa, Relio-iuso
mui digno, e re peitavel pelas suas qualidades pf:sso~es:
mas, naó sendo elle dotado de aptidaó para executar o
plane da Refurma infulgtlre, et tempestale, cutn gladiis ét
Jl.Istzbus, como pareceu preoiso (na supposta) ~ preocu-
pada f!mtazia de quem a fermentou), à fim de domar
uma Corporaça5 composta de individuos pouco ajustados
as suas Leis, foi subsMuido o Cargo de Provincial LUla:
com titulo differeute) pelo P. M. FT. Thome da Madre
de Deos Couti?ho ~otafogo, Frade moço, tra"esso) e·
sonso ,. por maIs habll, e destro para pÔr em pratica o
'que elle mesmo taõ desarasoada, e indiscretamente for....
jára, ambicioso de gov-ernal' llntee de tempo.
 224 MEMORIAS J-hSTORICA!I

Religiosos, que por todo esse temp6 .recebe-

ram de tão saudaveis providencias bene~cios
communs, e a mesma Casa, àpezar da morte
de muitos individuos, emigração de varias rara
o Estado Secular, e de se reduzir o Corpo
Religioso à impossibilidade de cumprir os cn·
c~lI:gos 5!as li~sas diarias, Bem ter Frades,
com que ati fizesse as obrigações domesti-
cas. (li) E com tudo se pagàram muitas di-
vidas, à que estava obrigada. a Relig'ião, pe-
los seus bens, e r'edito , e t~mbel1l pelos
bem particulares dos Religiosos, cujos indi-
viduas 'sofi'l-eram constanteme.ote a indecorosa
violencia. de verem' desor.nadas de todas as
insignias de valor as Santas Imagens', que ti.
nham em suas Cellas, para se levarem 8C
commUl11' da Casa, e avultar o depgsito do
seu cofre, sob o tit&lo, e pretexto especio~o
de se reduzir tudo à inslituiçãú primen do
mesmo Convento.
Não constou ·ao Publico, se além nas es-
molas orllinal'ias, para que os RR. Bilipos re-
cebem da Fazenda Real a quantia de 80:000
reis em cada anno, distribuia em Slla vida al-
gumas outras aos indigentes, e miseraveis do
Bispado: mas não se nega' a sua caridade,
sabendo-se pelas contas dos Parochos, que
foram achatIas entre os seus papeis, quanto
occultamet;lte em cada mez havia applicado á
-----,--------
(14)
--
Numerando esta Provincia 180 Religiosos, COul
pouca dil'ferença de mais, ou menos, li GiHI reduzida à
um total mui diminuto; e' ainda hoje 'naõ excede a 50
individ~os. D'entaõ principiou a Prpvincia à sentir o gel..
pe irreparavel na sua disciplina, e Economia. •
 'ésset; soccorros, á' propor~ão dos POUCOI redi-
tos que teve. e da. pequenas COIigruas para
,() Feu tratamento. Com a Igreja Cathedral,
e·,sua Fabrica, Gil nada J ou muito pouco del-
pendeu; poilt nãõ se descobre. que por algum.
beneficio lhe aliviasse 0- peso tia sua indi.
gencia. à· excepção' das applica~ões modicai
por Dispenças matrimoniaes, e fruetos das Ví-
sitas, determinadas já pelo Direito, e Cona-
. tit"'JÍ~ã() dó Bispado. Reformou a Casa da slIa
resi.dencia Episcopal, fazendo·a· de novo de~de
meia frente ~ara a parte do' Campo de Sant&
Anna. e o lanço de pareqe. que por alJi fe-
chou o quadro, Com os seus [arentes propri08
f9i liberalissimo, cedendo·lhes os bens do 8ell
casal, e comprando outros. (1&) para lhes au-
gmentar os patrimonios. .
Tendo-o disposto a natureza por alguns
annos ~ antes para molestias' de apoplexia:, .OU
de paralisia, com ataques ffequentes de cabe-
ça, 110 principio do mez de Setembro de 180~
acconlmetteu-o um estupor, de que ficou gra.-
vemente enfermo: e antevendo o seu total im-
pedimento na continuação do governo. do Bis-
pado. cedeu d'esse cuidado, devolvendo a
J llrisdie~ão plena da Diecese ~ Provi~r e
Vigario Geral 'Francisco Gomes Villasboas. Cem
. ~uem se, conservou), até que munido: com 01
Santos Sacrameq-to. J passou à melhor! vida
no dia 28 de Janeiro de lSOil pelu duas horas da
. , \

•
. ' (15) à.:
A Fazenda do C""6,' q\Je uniu' lUa- anti.p
de Santa' Anna, e -G Eogenho; que fora ~e Braz de ruI.-
".~ sitUl,ld(l), DQ déitriçto ~F~u«,.zia .de lrajá.
.Tom. V:" ~'f '
noit~ -,. co~tando 73 annos,. 5 m,ezes, e 4 diM
d, idade, . .9 trint$",-annos.,·9 meZcs de Bis--,'
pndo. .. :.. :',
. Compl etos o~, Officios- devid69 de Fune--
Tal pelas ..Corpo.ra~ões . Ecc1esia~ticas , ·em coo....
fP!m~da.~e, 4.0 'Rito-, conduiu °
Cabido as Exe-
q.uias cIl9 4lia 30, ent)'ega-ndo- °
Cadayer ao
JaZlgiP ·preparado·pelo mesmo preladQ na COl:·
pena. dl1) Çasa d~ sua resloenci·a J ao lado ·da..
Epis\oJa, e fronteiro ao do. seu predec,won
D. F·rancisco de S. JeJ'onimo, sobre cuja cam..
pa. s~ ~. ° epitaphio seguinte

-Santa )laria·, Ora fJ'l'O noVts..

. '.. r - '.

,~w ,te§tamento determinou ~ ,q-ue nao al'

terassem seus testnrnell<teiros a dis-posi'Ção ·s().. "
\)~e. a siro.ljlli~idade<.lo [unera,] ta1'/:to por abor-
Tecer/, '19~(ural~le1J(~' o excesso, e v(,idade de se...
'me~hani.ts· pompa.1'J como por; não ter tido' outros
~~Cr.o!~f 210. RisVado,. sen,(Ü). (,) seu 1'cndimemo,' fi
~! pe_~~Lf!S Q<I7Jgr;nos, de ~',. .!J'lage,9tade pnm
..... ~ep'; dt'!:tflte ~"aJam~nt(), e da.s...8uai 'O&7'igltçQens,:
l1~nàa-u dizer va·nas ,i)1issas or. ·1lenções dif-
.feJ:en~&" e ,ftepal1tir: pelGs pobres a qountla d~ .
.128:000 leis.' Legou itl.distin~tamjenté,4. Mitra
t9ll0 me~(j)r.ám~nto· qu tizera na, CMa de'lie-
.aiden~ia da ,Cid~e·~. ..e n~ Quinta: <'ln) Hlií> .COl~}~ ,
,rido- ,~declaulJld'f) pertenc.er- HIP. tod@SI,. e r l1}lóaes:-'
,q,ue.f' m~is de ~bas as Cásas .COIlL os seus.
adjunt-os do uso'" á· excepção de alguns, oru
q'aq'uel1as pe~a's-, q~ aos -testam~n.telr.Q::;' pa...
~ecesse!Jl' nec~~aria! p~ra: ç;uJn.{?riP1~I}.tp de seu"
lpgados-.l. e ~'Ult1Sfa~~o~ de o~" deu-aiuus i?~'
..... iI.. ...
 !)O lbo DE J~·N·,Em8. !!'T
ftU irrimedialo antecessor. quando nomeott a
·Mitra por Administrado11l, e usofructuarra tia
80bredita Quinta, cujas disposições se achav,am.
por executar. Do remaIlecente de seus ben
-< se h.ovessem) instituiu herdeira a sua Igreja ~
-d~terminando, que se entregasse ao Sucoessor
do Bispado quan(o podesse sobejar, para des-
/
'-pende-lo em beneficio, e uÜlidade da mesma
Igreja, como lhe parecesse convenie'nte.
Succedendo o Cabido Sé Vacante na Ad- .
.ministraç~o da Diecese, procedotl á nomear
Vigario C.apitular, em conformidade do COll-
,cilio de Trento Se~s. 24. Cap. 16 de Heform. ,
·elegendo para esse cargo ..() Deão Francisco
Gomes Vil\asboas, que com firmeza, e assàs
',segurança occupava -a Vara de Vigario Geral
desde 80 de Dezemhró de 1765, e a de Pro-
·VillO.r, desde o anno de 1780: mas, por fal-
.J.ecimento d'este a 1.8 de Junho de 1806, real-
iiumiu o Cabido li Administra-ção , conservando-a
até a posse do Prelado, immediate Successor.
Ao sQbredito Diecesano foram devedor"
da sua origem, e fund!tção as Igrejas Matri·
zes seguintes.

8a~tissimo Saet'amento .de· Canta-gMo.

Por constaI" ao Vice-Rei Conde de CH"

·nha, qúe as terras álém da Cachoeira do Ri!}
~Iacacú, abundantes de ouro, ·e de outras pre-
ciosidades, eram furtivamente 'Cultivadas c9m
'8 iuoura mineral, inhibida no termo d~esta
Capitania; foram evacuadas por iSSG todas as
Fazendas aUi eitabelecidas., e ficou a situação
Ff ii .
\')
 228
.r
Ma.GRIAS HISTORICUS

fleserta. Intlrmado o Vice-Rei Luiz ele 'Vas-

concellos e Souza. das circunstancias preceden:"
tes., e instil{ado por algumãs representaçoens , ,
que da fertilidade aurifera d'esse·, paiz, e das
suas circunstancias proveitosas J lhe propose-
ram J fez examinar o terreno, par~ lhe per-
mittir O U80 de- cultura em utilidad-e publica,
, e do Estade; e sabendo, que pelo SerHio
confinante com os das Minas Geraes passa-
vam varios mineiros à aprovelt1:ir-se das pro·
duc~oeos auriferas, 5em o menor (mcontro,
deliberou patentear as terras, facultando pelo
Bando de 18' de Outubro de 1786, o trablho
mineral à novos Colonos, por quem as re-
paltiu. . ' .
Conoorrendo por ent~o muitos faminfos
dO'met~'1 aureo (que 'a todos.·he agrada\'el)
ambicionando a posse de um terreno fertilis-
simo em todo geRero de producç&o, prin,ci-
piou á avultar o. Povo ímmerosamente (romo'
a.ccontece n'outros lug'arell, onde ~e descobre
t) ouro), e romo o sit io de~igna(lo para a fl~nto

do novo Arraial distava mais de dous à trC'S

cliai de jornada da Fazenda do Tenente .FraH-
'cisco Ferreira da Silva, ond~ principia a 80'"
br-edita Cachoeira, de que se .nlonga 3 Fre-
guezi,a da Trindaue 4 J'egoas estensi~simas, ro'
necessaria ,a creação de- uma Parochia no nles-
1110 A.rraial, para adrninistror os Santos S\i-
cramentos aos habitantes d'el;se- distr:icto. de-'
Jlominado Canta-galo, como, crel>U a Portaria
de 9 de Outubro de 1786, dedjca\ldo a no~'3
Igreja Parochial ':G Santi~sil(l.). Sa_c:'a le ~o."
q~e com a fUI1daç2Q, da: Vl11n. ..la· J.~,OV, lil:l-
 »0 aIO n E J U,"E1JtO.

hurg, Foi consagrada p~r Orr!elTl 'P-eg'ia ~ S.

- ~jão . Baptista , como referiu a G~zeta de 19
Agosto fie 1~'lO N.o 67.
Sobre rnarleiras se levantou o Tt'mpJo rle!t-
tinado á serv·ir de Matriz. e o Padre J07é
Pires do'" S~mtol, que ~e acha\'8 habl1 para
ffea·la, por ter parochiado a Igreja de S. Joze
de Tocantin'l na Capitania de Goiàs, foi in•.
(umhirlo de administra·la com Provisão de
i~nAI ria ta ~ da crelção da Parochja. Em con- ,
~I~quencja da previdente Reso.Lução ,ae S !\l1.
c ubio. á r1a~~e da!! Igrejas perpetuAl!l, e he o .
f;CU l~o proprietario o Padre Francisco Dia,
da Silva. .
Lir}1~ta·~e }Tor hum dos lados com as Fre'-
gue'lias de Santo Antonio de Sá, e da Santilll-
~iina 'frindnde : peJe>s outros, com .as do!! Cam-
pos Goaitacazes, e das' MinRs Geraes, cnjos
enf:(\ntro~ nã(.l se conhecem ainda, pf'las di;.
h~al'ti!Ulimas di",tancias t!f' Sutoen!! incultos, que
varo· finati~ar n'es!'ell distrirtos. .
Em dias 00 Vice Reinado de D. MRr.
COi de N-llrnh h:1, Conde do!! "rco!!, se es:'
t~~ellf'('e" na!! margeris do Rio Pará·jba. aci-
Ola do lho da Pllmba, uma Aldea de Inrlios
Caternml"nns sob a dl'l!ominação de S Jozé
de D. Mar('(')!l, por diligf'nfia dn Reli~inso.
Capuchinho Italiano Fr. Ttlflmaz .de Ca@telli,
a Cj1Jf'm a Portaria de 24- de FevE'reiro de 1808,
{''''pediria pelo Cahido Sede Varante, commet-
teu a paro('hi!'l~ão' r!OR mesmos I f odios: e c n"-
ta; qne da ratheí!"jsHÇ~o dI' tão util Minis-
tro ect"1l'!=iastic(' tem rf'~ultl'ld(' ~r"ncff' prover-
to. . Igreja, e ao Estado; á pe'~ar d'o poucO'.,
 ~ e'scas~() -auxilio J . coril . que se pr6ffi@ve,·:Em
Visita Epis.copal de 24· de Novembro de i812
se' creí.Íràl.n l1'esse distrieto da Pomba dou~
.~u·l'atos; '1 d'<lquem. do Pani-iba J que com-
'. rPreb.en~ieu o~ A pplicados da Aldea. ou do Ora-
torio' :de S. J ol.é de- Leonissa (como se de-
. Ilomina. hnje), tiGOU à cargo do P. FI': ',fho-
.' maz de Caslelli, Missionario Capuc,hi,nho- Ita-
liano; e ,o d'ctlém do mesmo Rio, ao Padre
Antonio Martins Vieira, que principiop ~ Cu.-
rar em se·u pri ativo Oratorio no Rio da Pom-
'~a, sob o titulo de Santo Ant9uio de Padua.
As terra!! do ter~no, assás fertei8, e pro-
ductivas de quaesquer. vegetaes. sqm cultiva-
das com o.' ca fé. milho, .feijão', mantlióea,
arroz I cana d~)(:e para assucar, e aguardente, .
.e m que traba\hal~ alguns· Engenhos J á pou-
, ~QS annas leva.ntados. O gado vacu.m, e ov~­
Il~um se cria em abundante, e boa herva; a
,porcada m'ultip1ica. extellsamenle as suas '.. a-
ras·, dando lugal' ~ se 'p·repll.rar a carne, como
em S.. João M'arco$, e Campo Alegre. A ca-
.Ça fie i,mmensa, e mui saborosa:. as· aguaI'.
,dimanadas de altos montes, sam cristalinas;
e regando em copiosa abundaneia a!l situ~çoens •
por que c.orr~1ll , (ormam varios rios. onde se
.nutr'~. com fartura o saboroso peixe. O ar, em
.fim , qae g,ira. n'esse contorno J he purissimo.
'e mui saudavel •
. Para ii~calisar a. lavoura mineral fuodou
a.quelLe Vice-Rei um Tribunal, 'confiamlo a
5Ua. direcção das suffi.cientes luzes do Desem-
bargador Ma,noeI Pinto da qunha e Souza J
que occlJpaodo a lntenden.cit\ do Ouro, Da C~
 DO RIO DE JAN:Elno-. 291
pUa} dó Estado,. paSF01'l côm f) titnl0 ,lê Slt-
derintendente dus Minas Nc»"as de Canta-galo, " I

à estabelece-lo. FaJleceu alli no anno de 1801. '

TendlÍ-se eri?,'ido 80 lugé.'lf da Pltrocliia
mna Commarca Ecc1esiastica, creou 'famhcrn
o Alvárá com força de Lei, datado a 9 de'
Março de 1814, em Jlilla o Arraial antigo.
denomiuando-a de S. Pedro de Conta-gltlo)
c igtialmente os Officios respectivos éÍ el1a.
(>\1Jos termo~, e rendimentos, qBe lhe bam-·de
p€rtp.llcer,. foram determinados pelo mesm()
Alvarà. .
Van coJoniiar tão agradnvel, e aSlsás fertill
terreno, deliberou S. NIage~taile Maoilar vir de
:Roth.erdam algumas familias Suissas; e fazen-
,lo assenta-las na Sua Real' Fazenda do 1\'1 o'rro~
Queimado" deu à 'nova Povo~ção o nome d~.
Nova Fribol1rg, como havia dado o Ollandpz,.
Mouricio, ao soberbo Patacio, que edificàrai
em Parnambnco. De"de 4 at~ 30 de Novem-
bro de )819 chcgáram de Havre de Grace"
867: em Fevf'reiro do anDo ~e~llin~ viéram
358-; e o resto' de 119 aportou postPriormenté
á cORlpJetar B- numero de J 370 individuos,
t'ntre homens,. mulheres, e. crinnças, á flue
se uniram espo'ntanf'aTYu'nte 26 d'a mesmá Na~
~ão. Ne~Re' sitio do M@rI'o-Ql1úmal!o estahele-·
leceu o Decreto de f2 de .•"ulho de I 19, ai'
1l>f'fll da Cultura, e Pov@açáe) um lUeJ'cado
t'm os .1ias 1 e 15 de cada' mez, onde se
possam fazer toúas- as tran~~cçõc's rncrcwntis,.
q,ue licitas forem;' e uma Feira ar.mual, qu~
principiando· no dia Q4 de J unJ.o, por ser· o'
de S.. João'; ,Hugo da Non\ Fl'iu-ourg" .ae,á:r
'. .

I
")
23~ Me.\fORIAS HISTOIUCAS

bara a- 26 - do 'mesmo mez ,. com tod'o§ os ·Pri.

vilegios. e regaliás.l concedidas as Feiras fran- .
c:as. ·0 .Alvará de 3 de Janeiro ue 18~O eri-
giu em, Vilia ' ~;- Morro-Queimado co~ a iJeno-
minação· de Villa da Nova Fribourg, creanu"
as JU~tí~í:8,. e Officios re5pcctivoI á l mesma
Villa. '.,
, S. Sebastião de Iri,·uama. .,

Vivendo os moradores de·8 acachà. La.

goa d~ A;nta J Iguáb~ G ra~de, e os das Vi·
sinhançcl.s d'esses sitios' até o t.ermo rlivisorio
da Ald'ea -de S. Pedro, distantes da Freguezia
de N. S. da Aisumpção de Cabo Frio, á que
pertenciam. 7 à 1.6 legoas intermeiadas de
mar. e de rios. cuja navega~~ão, e longitude
difficultava aos vivos.o recurso dos Santo~ .Sa-
cramentos. e aos mortos o t:nterramellto de
~eus Cadaveres; requereram por isso ao R.
Bispo a creaç~,o d'uma: Freguezia.. em bene.
ficio de mais de 3:000 almas. comprehendidal
n'aquellas situaçoens. Existia entlo o Paroco
Col1ado Padre Narciso Freire de Jesus; e
parecendo ser [louco e.onveoiente deferil' a sup-
plic~. po ~vitar o ~ncontro .do proprietario da
IgreJa. (1) Re etfeltuou com'a sua morte em
1798, expedilldo o R. Bispe o Edital de 10
de .Ja~eiro do anno seguinte J por que foi eraa-
da 8.. nova Paroehia, e dema.rcado o territorio
da"S'Úa clJmpeiencia.
Havia junto à vasta, e formosa. Lag.a&

. (I)
--_.---_ ..- ------
V. anota' (2) na meriioria' pa Frel1'ue,;ia dG Se-
n!sfU BQm Jeiui elG Monte 4a Ilha Pl&lluata,.:
 DO RIO DE J ANEme. 23~

dse Triruama um pequeno rr-emplo dedicado i

S. Sebàdião. que com esmolas do p~)\·o fUR-
dáram os Padres Capuchos da Provincia da
COl1ceicão d'esta Cidade na Fazenda do Padre
Ji)aklln~ Ribeiro J onde conservavam um. Hos-
p~icio; e como J depois de muitos annos, lhes
pareceu mal J que pela jurisdicção Ordinaria ,
se tomas~e conhecimento d'elle I desistiram da
sua adminLtraçíio, vendendo 30 Senhor do
chão as bemfeltorias existentes I em que ti.
nham a re idencia. Costumado o PU\'o á sa-
tisfazer alli os preceito annuaes: da Igreja,
requereu o estabelecimento da nova Parorhia
na rne~ma Capella, e sob o titulo que tinha,
,como se designou J em quanto diligenciavam
aquelles fregueze,; a ~oo truq;io de outro Tem-
p10 mais apto, .e dig'no do u o parochial. Con.
currendo algumas csmola@, e legados, te\'e
principio a nova Casa pelos annos de ISl J no
s;~i(l de Mararuna, junto da praia do mes-
') nome: mas requerendo ao' Tribunal ea
. M('za da Con~ciencia, e Urdem; os freguezes
«rstao . d'esse local além de 6 legoas Va-
raque se realisasse a Matriz n'outra sitl\ação
.n ois commoda ao recurso do Povo, foi em-
,baraçado o progre"~o do 00'-0 'l'emplo.
{)ncupou o J." lugar de Paroco Encom-
mendado o Padre André Duarte Carneiro, que
servia a Vara da Com marca de Cabo Frio;
e levada a Igr~ja á classe das perpetuas , t(~\'e
por seu 1.0 proprietario o Padre João Mu-
noeJ d:1 Costa e Castro.
Limita·se a Pal'Ochia na ·testada , em COi1-
formidade do Edital sobredito, COul a de N. S.
~~'o'm. V. Gg
 234 l\Jb.~ORIAS HISrrOR1C-Ai!

ea A~sump'ção de Cabo Fri@: pelo. marcQ) da

Aldea de S. Pedro·, que divide a Fazenda d~
P.al'atii.: com a de Saquarema, pelo. marco. da.
Fa~enda' pertencente ao Convento do ·Cflr·mo. "
denominado Ipitanga., que a separa da Fa.·
zenda do Mestre de Campo Francisco, de Ma-
c~do Freire: no fillldo da banda .d'aquella Ali.
dea, ficou servindo de devisa. li- J:.ag@a de
J,€tl\l!l)aiba, ou Inhtl~runuayba, ~ontinuando.
pelo Rio. Racachá, até o da Domingas: da',.
parte ela Saquar-ema ,. as aguas vertenl es s6.
U)f.!'!te, que abrangem o marco da Fa·zenda·
<da Domingas ::da parte de Bacachà, as agrJa8
v~rten\tes da ~('rra de Saqu~v~ma, ~t6 o mareo-
da ·Fazenda da. Domingas : . e da parle de.Sa·
qllal'eflHl: ,. as. agllas vertentes S9mellte com-
p,J3ebendidas dentro do, m,al'CO da Fazenda. dita de
Í'pitanga-, qlle lhe fôrma 6 termo por esse· lado.
Contem o tcrritorio 525. Fógos, como
declarou uma Certidão do sobredito Paroco,
C.ollado ,. em 18·1,3, e (wlIsequentemente he a
sua povoação de 4:·200 almas. N'elte existem.
as" C;:lpellas I.a de N. S. do Cabo, erecta em..
Pa·r.a.tii POI: Martim Correa Vasq.ueanes, pos..
~uidOl' que fora d'~ssa Fazenda, e h~je p€r-
tel1('ente aos herdeiros do. .Padre Antonio Gon-.
çalves IVlarinho.;- cuja Capella-' teve o p{'çdica-
l"ll.ento. de Curada, por. providencia de 5 de-
M.arço de 1698-, sendo Provisor, e Governa-·
dçordo Hi-pado Thomé de Freitas, da Fon~eca ,.
e .d~ella foi. 1.0 Ca,peUão o Padre J'oão Ran-
gel Mnchad·o. 2: a -de N. da Conceição .. cons-
tr.ni'da cm Iguába pelo Padre Francisco Bor.··
ges,. COq) Pro\'.is~o de, 3; ue Junho de 176J..
\
 Do RIo 'DE J AWEIRO.
N~ lugar' de Malaruna. onde se priRci-
l'io~ á levantar a nova Igreja Matriz, e se
diz ser centro a sobredita'Lago'l, ha um port
mui bello, que frequentam canoas, barcos,
e lanchas, para o qual podem commodam(~nte
ir .quasi todos os freguezes, ou por cDIlAinl10
tle mar, ou de terra: por isso se acha ha-
bitado de muitos, moradores fixos, que tem
<construido casas alinhadas, e arruadas para
sua vivE'nua, para sustento da, _ercancia, e
.Qutros mister.es, em utiJ idade do Povo con-
-corrente; derrHJneil a ~ que ue Saquarerna, até
a AJdea -de 'Cabo Frio, he u.uica povoação
que se .encontra bem próv.ida ~ . e arr~njada.
A cana doce, uma nas p-roduc~oe~ da lavou-
.ta do paiE, sustenta o trabalho de li3 En-
,génhas de assucar.
S. L'ltna de Jíilla Mario de Guiabá.
Cam c;> pequenÇ), porém util estabeleci-
mento ue Vjlla Maria, sittlado em Latitude
de 16- 3 ou 6' na margem. Oriental 'de Para-
,guay, e morro chamal10 uas Pitas, distante
ii leg la á baixo' <.lo Rio Cahaçal, meio d~
·c'aminho ue Mat'0 Grosso para Cuiabá, que
<Q Governador e Capitão General Luiz de AI.
:buqu.erque Pereira e Cacer,es fundou á 6 de
·o,utlihro de J 778 para segurar a .Fronteira
:á1ém do presidio da Nova CGimbra, teve
'Principio, e origem a Parochia de S. Luia
tll'aqllelle lugar, em .consequencia d'urn Offi-
:.cio de 17 de Maio de 1779 do mesmo Ge-'
mmrl' ao Vigario da: Vara de Cuiabá, Padro'
jJ OM C9rr.ea Leitão, (YÓ1'q uem ',~ depois' de au-
Gg ii
 '~36 MEMORIAS HlSTOlU~AS

tuadas as desistencias do territorio me<1io" en·

tr'os lhos Jaun't, e Paraguay, pertenCente
à Igreja Parochial de Villa Bella, e a: parte
do districto desde o S";1ngradoul'o denom.inadO!
do MelJo, até a margem esquerda do- Par-cl.-
guay, que era tia Parocbia de Cuiaoá., foi
creaua a Frcguel.ia sobredita em 16 de. JulhG
do mesmo anno, na pe[suaç50. de. ser con,.
firmada pejo R. Bi<;po do Rio de Jan.eiro (sob
cuja ,administração se conservaria a Prelazia
respecti,,:t de Cuiabá), como. foi por Edital.
de 4 de Abri.!' de 1780: e por nomeação do
mesmo V igari.o da Vara entrou, á servi-la Q
Padre Jozé Ponce Diniz.· Proposta pelo R.
llispo de Ptlo.maida,. Prelado actual, par.a se
Collar, ac!:la-se esta Igreja nas circuustanciai.
de sei! pelas províd'encias. d.o. TL"ihunal. da. Meza.
da COBsciencia e Ol·dens .. (1)
N~ S. da Lapll de lnliutrunuoylicr.
'ReEiuerendQ os motador.es visinhos da La.-
goa. Illuuln1l1uayba,_ entre o Rio de Só João,..
~ o de Cf!lpivary,. e entre esle,. e o, de Ba·
cachá,. que pela dlsta,ncia. en.orme trum, e·
dois dias de viagem, e de jornada, sentiam
os lisos gravissimas. falIas de Sacramentos, e
lOuitos incommodos em procura-los ti Matriz
da Sacra Famili~ de lpuca,.. de' que eram pae.
rpchianos,. e pe·la m.esma. cauJ'a. se impossibi-
li.ta\am aos· mortos os meios de serem €on.du.-
~idos à sepullura eeclesi.astica-,. po.r cujo mo..
. tivo ficavam os cadaveres enterrados. nas maI--
------
 DO lho DE JANEIRO. !3'7

g~n$ dos Rios. e u'outros lugares igualmente

profanos; attende se o R. Bispo à essas cir·'
.cunstancias, para lhes dRr a provitlencia coma
POPl Pastor, e assás zeloso da felicidade e3-
piritual de suas ovelhai. ueando urna Par"chia
u'aquelle territot"io, abulldantc de pmo ~uffi­
ciente:' à vista da supplica, e das illforma-
~ões veridicas que precederam, deliberou o
mesmo Prelado crear em nove de Outubro
de 1801 a nova Freguezia, sob o titulo de
N. S. da Lapa, em conformidade do~ dezeJos
dos me8mos supplicantes ~ dando-lhe por limi-
tes o terreno comprehendiclo entre a Serra, e
o Rio Bacachá, que principia do Rio da Al-
dea Velha para cima. Por este -modo ficou di-
l'idida com a Freguezia de Ipuca ~ pelo mes.
mo Rio ela Aldea; (1) com a de Cabo Frio,
pelo Rio de S. João da Fregnezía de Irirua-
ma, e pelo Rio Bacachá. e limites antes
assinalados a esta mesma Freguezia. Com a
da SS. Trindade balisou nas cabeceiras do. Rio
de S João, e antigos termos; e ultimamente
pela parte da SNra, Iicárarn-lhe as vt"rlentcs.
d'el1a, eomprehendidas e'1ltre o Rio sobredito.·
da Aldea V{~lha, Olide }Hincipiam os limites
da Fregllezia da Trindadp. Como em touo o
territorio demarcado não havia Templo algum.
em que tivesse lugar o exerclcio p21fochial.
além da Capella levantada na Fazeuda de :Ma-
ria Rodri~ues; ahi prim:ipiou a parochiação.
em quanto se fabricava nova casa no lugar-

(I) V. a memoria da Fregueúa «ta Sagr~da Farol-

)i~ de Ipúca.
 ~38 MEMOEIAS HIST~lHCÂ:1
pouco di~taote d'esse. Não me consta... até
o fim do anno 1817, que esta Fteguezia tive»-
$e Confirmação Regia, .
Seus habitantes, além da cultura ordin',-
ria da terra, como o das Freguezias cQnfron~
taotes, trabalham lI0S córtes ue madeiras I que
S(} tra.ns'p0l'tam pelo Rio de ·S. João.

Santa .Anna da (Lha Gl'ande.

FicaI] referido na memoria da Fl'eguezia.

de _ T. S. lIa COllceição de Angra dos Reis
da Ilha G,'ancle ( Li". 2. Cap. 2.), que .sendo
t'Esás estenso o seu Lerrilor'io. e diTficil de pa-
rochiar, pelo t 'an~ito de mar dependente da
variedade uas estações) fora dividida pelo Edi-
tai de I ele FevereirG d.e 1802. Uma das par-
tes; de~llnjd,as deu copacidade à creação da
nova Parochja ,de Santa AlIoa, ~stabel~cida n~
lugar denomjllado .lv/m'ia Albarda, da ILha,
,de quem tomou aterrá.' firme, distante tres,
,e mais leg-oru (conforme as situações) o Dome
de GriJl?de lançada quasi Lesnordeste Oessu-
doeste, cuja p.osição he .11·2 htitudede 23°
] 9', e Jongitlldc- de 341 32. Seu comprjmen--
(o) di!ise Pimeiltel (Arte de, Navegar impres-
sa no anno de J746) q ue era' de "j. legoas ;
mas os praticas do paiz f.azem ter além de 6 :
nos Eitio~ mais amplQs não excede a largura
de 3 legoas ~ e n~· ('~.t(>nç~6 de I I á 13, in-
d u iJ as as Enseiacl-as, ClJntam a ci I'C Unferencia,
8egu1lldO-.a InformRçi'io dada no unng de 1799-
por Frant:i~co Matheos Chri!ltiane:;, homem
habilissimo pa ,abulice, e ral':lO~O cSIJuadriuhà,õ·
 tJo Rio DE JA EIRO. 239
·dor de antiguidades, e de titulos elas terras
dD districto da Villa de Angra unde habj.l;;va,
foi essa Ilha Grande doada por lVial'ti(;r) Alf\DSO
de Souza ao Doutor Vicente da Fonce",a e.m
Carta lavrada á 24 de Janeiro de 1559..
Desviada a Ilha. tã@· enúrrneri1'€nte· 00 1\fa-
triz, e' privados (IS seus habitantes de todo O>
soccorr0 espit'itual nos momentos l'dtiD10s da v.i.
d.a, muito poucos pa savatn éÍ etemid'ade mu-
n~dos com o Santos Sacramentos J por não
ha·ver SacE-rdote éllgum J nem Templ~),. ou~e
se pode e celebraF o Sacrificio da' Missa,
ei'lstill.do colitudo um Oralorio J sem exerci.·
€!o quasi J em que raras vez s celebrava um
particulai: Sacerdete residente ~a illa. Infor-
mado d"esse ,ueS:.lmpul:o J. e mai cir~:unstnncias
o R. :Bispo, pelo seu Visitador o Conego Jo.
z~ de Souza Az veclo Pizanro e Araojo, .creOI1
a,nova Parochia no anno s0bredito, e por Pro-
visão de 8 de Janei'l'o de 1~03 commetteu' a.
sua Adrninistra~ão ao Padre Ellgen{o Martins;
tIa Cunha~ Elevada ú nal ure7.a das Igrejas. per-
petuas, teve por 1,,0 Paroc(.) proprio o Padre,
Bernardo de SOtlza Guerr.a, Apresentado eu},
1815..
Com (.) mar· se limit·a' o districto parocbiat
por todos os lados,. compreh nàendo perto de.·
4:o.ÇO habitantes. De altas, e perebnefi, ca-
choeiras de ag'uas purissil1las diml'l,nam as q le·
fertiljzam as lerras do territorio J fazendo-as
produzir abundantes. fruelos, e com c!Cpe'cia-
lidade a, éami uoce J cuja cultlli'a su. tl'Bta O,
a~tual exercicio de 9 Fabri' 8 .le 'aSS\lcar ,e-
Q,utras tantas ue, aguarden e .. EOlbaraç,auJo aLé.~
 gora a braveza do mar, pela parte posterior
da Angra tia Ilha J a la vou ra das terras fron-
teiras ao Occeano, e voltadas ao Sul, nãG
se tem por isso aberto caminhos faceis d~
transportes pelo centro, como obrigará a"'ne-
nessidade de largueza para ar.commodar' opa.
vo jà erescido, e augmelltal' consequentemente
a agricultura, fazemlo lavrar ~s terras costei·
ras da Ilha, habitadas só por pescadores, a quem /
fuvorece a aplidão do lllgar para o trabalho
da salga de peixes saborosissimos, ramo prin-
cipal do seu ccmrnercio.
As ELl'Seiadas de Abraham, e da Estrclla,
,situauas na Ponta que 'denominam de Leste,
da mesma Ilhn ~ e a da P0l1l(1 oe Oeste, ser..
vem de abrigo às embarcaçoens, dando-lhes se-
guro fundo: Desviado iO de legoa ao mar para
o Sul, està o Ilhéo, conhecido com o nome
de Jorge Grego, onde ficham' -os na·vios bom
surgidouro, agua J' e lenha.

N. S. do Rosan:o de Ma7'ambocàba.

Outra pórção do territOl'io da sobredi.ta

Freglle7.ia de N. S. da Conceiç';o 'de Angra
dos Reis pel'rnittíll largueza S'lIfficiellte à se-
gunda Parochiu, errada na' Capella de N. S.
do Rosariu, pl'oxima aO Rio M .... ambodlba,
L~vantou -<:'ssa Ermida o CapItão Manoel Car-
valho (o mesmo que doou nos Padres Caru-
chiJS o !olítio para fundarem o C(lIlI'ento na Villa)
à foz do mar da Angra, distante da Fr~gue.
zia da Sua .competencía [) legoas. e da de Pa- .
ratii 6 à 7, indo l:rjela costa\. <.la terr.ll., e não
I
 ~o RIO DE JANEIRO.- 241.
]for ,ma'r alto, como contou o Santl1ar. Marian.
:Tit 10 Liv. 2. Tit, 5: e succcdendo Valerio
.oe Carvalho ua I~eranc;a do fundador, de quem
era Sobrinho, tambem lhe succedeu no zelo
da r('e~,ficaç50 do Templo, para ,servir de re- ,
curfiO ao!?, b~bitantes da circunvisinhança, pelo
que lhe t1eram os moradol'e ,antigos o titulo
de FunciaJ.>r.
EXl:>tÍndo a Ermida, faltava. Sacerdote,
q e lI'eJla cdebra:sse, ainda em dias' mais 80-
lemnt> : por cujo moti vo vivia o povo da sua
,applicação em circustancia ig e'8 da ,erda,:
deira"Ilha Grande, sem alg-um meio de re-
,correr aos Santos Sacramentos nas Jl~cessid<'ldes
ultimas; porque J além dI' não ha ver camillho
seguido de terra para a Villa 'he ql1asi sempre
arriscado o dr;t navegação, mUIto mais nos
tempos em que, embravecido o mar pelos
yentos, corre fu rioso da barra fronteira de
Cairoçu à arr(~ar-se nas praias vis,inhas. Pon-
,derados esses in,convenientes pelo Visitador Co
nego José de Souza Azevedo pjzarro e Arau-
jo J e propostos circw1. pectamente ao R, Die-
ce.ano J pareceram-lhe tanto dignos de provi.
dencia, que prlo Edital referido de J de Fe-
vereiro de HW2 deliberou crea!' alli uma Pa-
rochia, em benE.'ficio t!e suas o\'elhas.
Para administrar 'o pasto espiritnal foi
designado Q Padre Joz( Esteves Moreira, que
.,~esamparou a nova Paroeltia, por lhe faltat
O meio de su bsistencia fóra da sua Casa, e
fal1ccen proprietario da Igr~ja da Villa de A'n-
o gra. D'ahi se 'originou ficar a Igreja !lem Pas-
_J,01'; e como se n'el1a Dão se tivesse estabele-
',I'om.' f: Bh-
 ci'lo a Parochia, ('onfim~ar o Vigario ·de N. •
da ConceIção à SOCOl'f'>,Ia., até'l ue renovando
Os moradores. d'aq.uello districto as 8l pphcª á,
. S. J.\tI. ~ em 180~, foi cr~a~a a Fregu.ezia com
a natureza de perpetua: e o Pad'l't:' Francisco-
Antonio da Silva, que com Pro.visão de li
filé Março de 1812 principiou à rege-Ia de
EnCOnllfl€Dd'a , foi' proposto {'m ao dlf lN ovem-
bro de 1816 para seu proprietariG 1.°
Pelo Edital da creação 8e lhe df'u O com-
primento de 4- à 5 legoas para termo paro-o
{;hial, desde Piraquà,ra, até oHio Taquary"
confinando COIJI este an Sul, e com aquelle.
ao· Nort-e" en.tre cujo egpaço ficam as ilhas da.
sua proximidade: 'ma' por nova divi ão da,
parte do, Sul" ter.mina n.o sitio da Taributa,.
'ttm cOIi~e{Juencia da informação do Vigario de
Parati Padr.e Anronio J'0rge da €osta; e da-
papté d~, Norte em há-orna. Por terra dentro
"ai -enco·nt.rar 'com a _Fr~uez'ia de S, J'oão
'Marcos. Comprehendia: o· distrieto adjudicado,
H'aqllelle li'mpo" g armo de IS02,. perto de
600 alínas: e como d'ent'~(l, ao est.auo pre~
sente, tem ha.vido maior Goncurrencia ue po-
,"oad{)res, he natural·, que n numer<o ue in.
dú.idll.os aélultes chElgue qOMi' á: olltr~, tanto.
Em seu terriLor·iG, JHifa. o lado de Paratii ~
f?j(iste fabricado UHI El~~enho de aS'SUfar, e
cinco d aguardeNte; e para o lado. da Vitla.
da. Ilha Grande,. um de aS8ucar, e seis de
aguardente.,
S,. Domingos. de At'atrá, em Goiá'B.
Alongand'O-se da, Ca~Üania de Minas G&-
 ~o RIO I>E JANEUlO:: !ts
raes certa porção de ho·mens com o destin~
de estabelecer criaçoens de gado em Ara;"{á J
'Capitania de Goiás J e agricultar as suas tel'-
·ras, requereram 80 Diecesano do Rio de Ja-
.neiro, e~ quem se conservava a Administra.-
~ão da ·Prelá·zia J e estabelecimento d'uI.a Pél-
rochia n'aquelle' lugar, distante 100 leguas.
mais ou menos, ao Sul de Villlll. . Boa J 50 de
Paracatu J com pouco diffel'ença. e 30 à 40
.üe Sa()ta Anua do Rio das Velhas ~ e informado
o mesm'O Diecesano das -circunstancias, {11I~
~padrinhavam a supplica, fez crigir a pretendida
Igq::japarochial J dcdicando-aá S. Docning;os,
'Como fora reqacrido J em dia! qllasi ultimos
da sua existeuc-ia. Aos mesmos Colonos' nov
devem a sua fLU~dação as Capellas filiaes de
S. Pedro de Alcalltura, distante 8 le9'oas ao'
ao' Poente J e a de N. S. d.o Patrocinio J no
Salitre distante' 20 leg'oas ao Norte. No dis-
J

tcicto de A raxá se d·cseobrem tres manan€iaes

de aguas saliiradas, que os moradores do puiz
,chamam Bobulo'u1'os> para <>nde corre o gado J
oe ,QS animaes todos J por lhes serem uteis à
jiua nutrição. Por Alvará ele 4 de Abril de
1816 se separou da Ouvidona de Goiãs ~
Julgado de Araxá, para <tal' extenção á no-
va Commat'ea de Paracatú, desmembrada d'8.
de S!l.barà.
Pelo tempo em qne administrou o Bis-
pado o sobredito O. Jo~é Joaquim J u tiallDo J
I'ege-ram a Capitania os Vice-Reis, e Capitaef.ls
G'elleraes segt,lintelõ"

Hh ii
 24=4 MEM'ORIAS HISTORICAS

D. Luiz de .Almeida Portugal Soares, Mar:.

quez de Lam'odio, Luh de Vasco'flcellr;s e
8ldlsa, CUM/e de Rezellde, D. Fe1'nando Jo-
2é de pOl·tugal, Conde dos Af!cos.

Quando o novo Ri 'po· D. Jozé Joakim'

J llstinianno chegou ao Hio de Janeiro, S05~
tentava as redeas do Governo o Marque~
de Lavratli0, que cumprindo n'essa occa·
81ao com os cortejos publicos, não per-
doou aos da sua mui exacta polilica. Amigo·
extremoso do socego COlnmum, foi' tambem.
dos particulares habitantes da Capitania, á
favor dos quaes· se prestava sempre com offi-·
eios de medianeiro J concertando J e reduzindo·
cQntendas forenses 'aos termos de composição
firme, ou in terpondo os seus rogos ent I'e as·
partes litigantes, ou commettendo à arbitros-
a summaria decis-~o dos pleit s J cujos pro~
GeSS05 longos J fastidiosos J e pela maior parte'
formados sem justiça reconheeida, tendem só'
à ruilla total dos c0ntendores, estrago de suas
oasas, e bens, e muitas vezes à descredito
irrepara velo das- familias. (I)
Affavel às- pa~tes, ouv·ia sempre coro·ur-

---_._-------------
(1) ConlJeccndo no espaço de 11 para 12 annos ...
que governou as dU;ls Capitanias da Ameri('a, quanta
rúina causavam aos/Pgyos, os amontoados- pleitoii, euidôl.
dQsamel1te procurou obvia-los, em obsequio do socego,.
~ harmonia., e c nservaçaõ, de muitas casas. e fami.·
lias, que J'outro modo se teriam arruinado. Sobre este,
aS9umpto he mui digno de se ver o que' disse o mesm~
Vice-Rei. na lnforiDaçaõ do e~tafo da Capitania J ao seI/;
im mediato., S uccessor._

.,
 r DO RIO DE JANEIRO. 245.

banidade, e corteziá. 0$ seus reCJuerimentos"

assim nas audiencias publicas, à que nunca'
faltou, C(lmo 11l s paI'Licu\all's. à que não se
neg'ava nas occasioens e circnstancias preci-
J

SaS.' Prompto' no de~pacho das suppli<.:as nem J

foi 1 eza.d-o aos pretei1dentE:s, delongando-os,

nem sobre os negocias do Estado ou d"algum J

particular, que recorria ás.ua protecção, eID-

Fnittiu as prov iclencias mais acti \'a8. Tendo di-
rigido com acerto 05 neg'()ci~IS da Coroa. cu-
jas interesses zelosamente regulou J foram as.
!rua Ordens I'eslleiladus pek1, imn-H!diato ~uc­
cessor do GO\ erno, que em Portaria de 16
de Abril de J779 regi'~trada no Liv. L de
Portarias fi. 110) mandou con'tinup.,r na Pro-
vedoria da FazeflCla Rl'ul a ousen ancia de tu.do,.
qne se praticava até aHi em conformidade das
mesmas Ordens Os annos ultimos do seu Go-
verno assá!' criticas, e tI abalbosos, o obrig;à:'
ram à cuidados mui serios J pela de~graçada
guerra no Continente do Sul, em. cnja Scena
_tristissima (a pesai' das lnstrucçoens judicio-.
&as que acompanhàram as suas Ordens J dadas
nos Cornrnandimtes d'essa expedição J em con-
soequ'encia das que recebera da Corte) se apos-
sàram os Castelhanos da Ilha de Santa Ca-,
tharina, restituida posiúiorrnente á Coroa de
Portugal J e da Colonia do Sacramento, que
. ficou para sempre 110 Senhol:io do Hei Ca-
thol ico. (~2)
Tendo exactamente mostrado, sem hypo-
---------
(2) V. Liv. 9. Cap. 5 e 6 ondOe se referem as memo-
rias d' essas Pl'o,üacias" e dOll f.a:tos (wtaõ ac~outecid.o~.
enSIa, quanto sabia cumprir os deVe1'M., e
obl'iglil.çoens Christáas, no meio dos importrft~
Üssimos', e immensos trabalh@s do Cargo, nada
o impedia de apparecer nos Templos', e de
tributar à Casa do Senhol' os rendnneBtos do-
s,eu cora-ção. Alli era o espectaculo de devo-
ção, .e ele piedade, no acatamento ao SS.
SaCI\:mento, cujo culto promoveu; no affecto
à Pdixáo de Jems Christo, dando exemplol
de3mor, e de respeito; na particular ven.e-
raç"lü ;\ Santa Virgem, prestando diarias 'ho-
ra no grande 111iste-rio da soa Conceição lm-
macuhda, e não fahando às funcçoens Sagra.-
das. Pralicol1 muitél$ virtudes occultas, € exer-
cícios ()uoticiianos, r<:partindo tambem num€-
rosas esmolas, e sendo caridosocllln o proximo.
Soube Sel' de Oe os , e de Cesai'. Ctlnstante
na pieaaJe, nem as Leis o fizeram rig04'oSO,.
nem a espad:l' sanguitlOlento·; e sabiamente
uniu o poder com a tQrnura, e a justiça com
-a humanidade.
Se a apitaflia da B"a.hia se sentiu pela
aUQenc,ja do Marquez de Lavradio, que em
tempo Cio curto a governou, snbf'j-os motivos
c{)nsternàram excessivamente a do Hio de Ja-
neiro, vendo-se privada {\'am Bemf.eitor, que
lhe foi pl'o\citoso ~ d'um Pai ~ que tanto zc.lava
a felicidade de seus filhos; d'llm Protector.
que fa vorceia, e defel1ldia a causa de sens in-
tel'l'sses; e erum Amigo, em quem achava
,sempre 8inceros, e affeetuosos Officios de be-
nevolenc1a. Obriga~lo o· grato Povo Fluminen-
se por ·titul!ls t~o singl}hll'es, conlessarà eter-
·naroente. <O selA de 'idQ r~sp(;\ilo, a~j lllteslilQ.. Mcu·,··
 qnez Vice-Rei, que o rl'~'ell Com floçura • pru-
'denóa, ·e jU5tiça, tratou-o com diarios. 00-
zeq uios, e plomoveu com zelo efficacissimo a
tltilidade pllbJiea, de que proveio a dos par·
ticulares. ('on~l:'rvando a 11'emOna de tiío- dis-
tincf:o Commandamento nos pac1toens <::terno9
das obrai'! fltlblicas da Cida(.!e~.
l-~x("rcitando este Gov 1'00, teve a Patente-
de Tenente General dos ExerciLos: e re tituido'
à Corte, oecupoll' a- Pr€si(.\.encia do 'upremoJ
Tribunal do eino, até 'allecer rIo a11l:0 de 17YO~
Sahida a sua morte no H io de' Janeiro no- I

vas demohstraçoens de sentimento app'ureceram

por entr~ o Povo T q.lle (!e\'erl:l~ (IJ ~ 'nava :: -e.
es CidadaoRs, nas ExequiHs ce.lebrauas com,
pompa ua Igreja Cathedral, onde Orou o P.
M. FJ:. A,ntonio de Semta TJrsula Rodovalho,
deram a: prova ultima de reconhecimento aos
aos benefieios, que de tâ.o g.ellC!iOi>U mfo ha-·
v.iam re€ehido.
SUCCed€ll ao M'arql:lez' de I:.avrad·ro Lui~'
oe. Vasconcellos e Souz.a, de ('ennentf" da 11-
l<\JlItrissima familia <:10& Condes dt' t ~stello- Me-
lhor. que empreg-aào n'uma das Ma~j, trat·Ufas.
do Senado, passou com Pat~llte de 2.5 de Se-
-temllfO de 1778 ao lngar dO !reli no\'o €argo,
e aporffindo-o à· 23 de Março do anno se.
guinte, tomou posse da 8apitania no dia 5)
de Abri) immediato, com .a Patente ·de 4. 0
Vice Rei.. (3):

(3) POT" Ordem f\" \8 de JafH'lrO ·oe lii'- • 1t'g"I. tr•.

·no Liv. 3. dos Provim. lL 183. v. da Prov (I ; •. , se lhe'
mandou 'pil~llT III VrolJiuàlS -<1.., Rela?,õ,. t qu\: audal'>llll ew.
 ~48 MEMORIAS HISTOIUCAS

Poucos mezes depois da sua rerid·encia."

acconteceu arrebl!ltarem-se os aquedutos da.s
fontes publicas, pelo grande peso d'llma tor-
menta de ag'uas, deixando sequiosos os mora-
dores da Cidade, e sem recurso sufficienle à
tão necessario alimento, que com pre~teza foi
llTovidC'nciado pelo desvelo efficàz de quem d~­
rigia os interesses, e utilidades publicns. Se.
melhantemcnte pelas precauçoens activas em
obviar os damnos causados por urna <:qH'dl,';mia,
que grassou o'a Capital, e sellS slluuriJios, le-
sando à uns, deixandu defeituo'os a outros,
€ levando à sepultura g ande parte de scq.s
habitantes, se a1alhou Go funesto mal.
Em beneficio elo Commercio, e dos ne·
g'ociantes da Pl'llça levantou de no\"o a Casa
da ALfandega, insL1ffici~~1 te à esse tempo para
abrigar as faozendas, que por Ih~s faltar com-
modos proporcionado., padeciam c1.lmnos cou·
sidera veis : (4) e ut.il~sando Coom'essa obra tão
· -----,---- --"-----------
-900:000 reis) pela Fazenfla Real, ljuando 110 Cofre d/ls
De~pezHs da lJIesma Relaçaõ falti.l~ p dillhei roo Po r C. R.
· ele -J5 do mesn o Dlez, e anno. registro nu Li\". 4. dito
fi. 4., e Liv. L da Relaçaõ l Jicúraru vencendo em diatl-
te os Vice-11 is e Capitaens Gelíeraes d'~ste Estnrlo 11
Soldo de 20 mil cruzados per anDo, sem mais propilla ,
e emolumentos, que antes se lhes pàgavam, além do
OrdelJado de GovE'l"l.adores da R(J!açaõ, na quantia de
900:000 reis annualmente. .
(4) E,C! conf(lrlOidaele da C. R. ele 28 ele 1 ovem-
bro de 170 I , reformou es~a Casa com a~"cressentamenlo
o Governador D Alvaro da Silveira t Albuquerque; e
· tendo- e incendiado l~a imasaõ do inimigo em 1710, foi
réed ficada sem demora, approvando a obra a C. R. de
20 de Fevereiro de 1711. Talvez porque esse traba.lho
. fOSSe mal construido, ou porq u~a casa naõ tivesse t;x·
proficua aos mesmos negociantes, pela segu.
guran~a, e boa arrecadação de seus effeitos,
tambcm lhes ampliou a Casa, construiodo-a
com assei , decencia, e nobreza.
----------
tençaõ suffieiente pum accom0dar os efleitos do CommerG'
dio tr-tnsportados nas Frotas de Portugal, e d'outros portos,
l11lmdou a Ordem de 3Q de . .Jan"t"iro de 1721 fazer nova.
CH a, consignando lhe o rend ment-o da Dizima, e que
eotretan to se toma sem Al'luaZellS, onde as Frzendas se
reeolbesbt'm. Sendo porem etlrto o terreno, e precisando
o 001'0 edilicio de maior extenç"õ para as cnmmodidades.
que lhe eram indispensaveis; mandou a Ordem de 1 de
Julho de 17>13 eomlJl";l.r umas casas dos Padres Jesuitas,
e pagar-lhes pela avaliaçaõ, attendendo ao rendimento,
q'ue da' mesmas propriedades podia haver o Collegio.
como dee/arou outra Oi'dem dt· 21 de Fevereiro de 17':!4:
e naõ sendo, bastante essa largut'za para accomodar. li-
vremente as novus Casus da Auertura, 81'110, e Balança,
determinon.a Ordem de 4 de Novembro d~ 17,35 a com-
pra d'outras 'Cas3s, e· Chaons pertencentes '9q Collegio
da Villa de Santos. O Goveruarlor e Capitaõ General
Gome Freire de Audrada pretendeu construir de novo
outra Alfandega no lugar er;n. que estava a Casa da Junta
do Commerl'io ; e n'o da Alfand~ga, edificar novos Quar-
tei para os SoldndGs das guarniçoens .das N;iôs, e Fra-
~atas, . ele 'cujo projflcto mandou ~ Ordem de 11 de
No"embra de 1749 ao mesmo Governador, que reme.ttesile
ai! plantas, e poze-se as obrqs :í lanço, apontando a con-
signaçaõ necessaria parn ellas,. -e d'onde se devia tirar.
Naõ con"ta, que meios feram indlsebtdos para se effei-
tuar o desenno: llJas he certo,. qu~ por immediatll Re-
so\uçaõ Hegia de 16 de Maio de 1753 foi mandada fazei'
a Afafldega d'esta Ci'dade na sobredita Casa da Junta
'do Commercio, pnrle Ilaõ se executou a obra, por mo-
ivo da expedi(~aõ do Sul, que consumiu grosso cabedal.
e ficoll pllI' isso a Alfal,ldega no mesmo lugar do seu
principio. Bellol'aJa ultimam~nte· ne al1l10 de 1801, ficoll
muito hdbil para accomadar abundantes volumes', que
no e~tado pres~llte c.}\1COl'rem de ·pa.izes estl'augeiros, além
(los pÓl'tos nacionaeS: .,'
Tom. V. Ii
 Melhorou a Praça a tiga do Carmo, re-'
movendo o Chafa;riz magQifico, que coll-ocado·
no centro d'ella, impedia as man6bras. dos
Corpos militares, e humedecia o terreno clr-
CUfl visinho; e· f'.u bstituindo-o por olitvo', er·igi·.
do à face. do. mar, fez levar as agHas aos.
llave~ante-s por um c-o.nductOl', p-ara evitar-lhes.
Q trabalho de desemb.arcal; as pipas, -e o em-'
bal'aço, que causavam ao povo, DO receber
alli as suas prov.isoen.<;. Em seguimento d ~esse
edifidQ fabricou: tombem ao lauo. esquerdo da.
mesma f<iJnte uro recipiente das. aguas de' so-
bejo, por util'idade dos. an.ima.es empregados,
no· serviço, dos h-ab~tantes da Cidade, e re-
partindo em pai-lleís ~O(to o terreno da, Praça ,_
que aformoseou com. fios cl:e lagedo, fez con·
tinuar (;) mesmo. trabalho, at@ à foz do mar,
gnde" epigi:u um sciberbó Caes, á imitação dos,
de Lisboa, a.p aineumd O , e ~alçando. de pedras,
differentes do. commum·a- plani-ce fronteira ao,
Palacio, qtLe fina-!isou com uma rampa de:
extenç·ão proporóouad::l. para o mar;
No· sitio então- denominado Campo da
'/:'ampadosa J. deu principio, á levantaI" a casa des-
1Jinada par", preparar, e r~(;olhet· os passaros ,
(lue por Ordem da Corte se d~v.iam conduzir'
á Portugal para o Gabinete da hhstoria Na'·
tllraI:;. o rue nã.Q, poude conc.lu.j·r pela sua;
a.usencia. (1:» Ng l-ugar,,_ ou Campo proximo
ao Convento da AJuda, fundou o Passeio.

(5) Essa Casa se conoluiu com o destino de servir'

àe Erario , cor.lo serve desde o principio do anno de 1814,.
61 de Casa da. Moeda. I
 ts
Publico., por cnja c-oDstrucção desapareceu
() p"mano fOljado ~oro as ag-uas dai chuvas-:
e abrim~o li nova Rua J denominada das Bel-
l(l~ Noit.€s J entre a que do Convento das Frei..
l-a~' segA.e direita á ] greja da Lapa J e a dos
Harbnniús, no principio d"ella J em frente
ii Porta <.\0 Pds~eill J edificou a Fonte intitulada -
das Marrre.cas .. (6) 'lue fartando a sede dos;
moradores (ia "oa cil'cunvisi-nhança, ueu valaI"
á sitn8\àG, para onde correram muitos dos
morader.es da Cidad-e á leNanta,r Casas -de vi-
venda.
Em 'Conformidaoe dasCal'tas Reg'ias da.
20. e ~3 de Marro de 1688., relat~\'as a9
exces"o ele ca ligo: que os sé ~JI ores faziam
nos E8~raV()S J (.registradas nos Livros tlo.Se-
naIfa rl'esta Cidade J e no Livro Verde da Re-
lação da Bania fi. S7v. ·in fine), esta'h.eJeceu
,uma Cas-li publica no Calabouce para 'castig()
-dos escravos J Ctljos Senhores .llSsás .crueis J e
demasiadamente sev-e-ra J costuma'vam puni-r
'os crimes d.e -seus d()mesticas com ~ou,co acor·
<do. e exces I\la -paixãA dentro das proprias
-.casas J expondo ~e de ordinario cís p~nas das
Lei!i por esses factos. q.ue em <1iunt.e )le evi-
1.. ram (7)
------- ----.---.
"(6) V. Li\'. 7. 'Ca'p, 3.
(7) Pur Derrete de 16 de Novembl de 1693 f9Í
prohioHlo luuçar ferros, ou pôr em cadeills os escra\'~~.
For mandado SÓlllente de seus Senbores. Collt'ç. 2. da
Drd. L. 5. Tit. 95. ~" 4. n. 1. p. 2 2. Por outro De-
-('relU de 21 de .J li nho de 1702. se mandou julgar bre\·e.
~_ ... um llllriamcnte na RI'1:Jçaõ a queixa sobre II cr.úe!{!ade
ii'Ulll :puhor com uma slla eBcrava, authori~alldo os Juizes
'pl:Ua /;'u.uirelD o ~eslUO rt:o como julgassellJ dig1l0. e de
li li
I
 lVIEMoRús HISTORIÇ'U

Nos' ter·ritorios de. S. João Marcos, e da

Paráiba Nova, ou de Campo-Alegre, situados
·álém da Serra çIe Itág4ahy, creou J t Com~
· panhias de M'ilfcianos, di"idin(fo o .do l.1l' em
· ·5 Distt icl os J e: () do 2. o, em 9 8) -Fez eri:"
'. gir, em l\.lgaT dil"tante das margeu.. dó Rio
· .Parájba, 4 legoas por terra delltro 'para a
banda da Mantiql1eil'u, uma Aldea de lnuios
· sob o titulo de S. Ll1I"Z Beltrão, (9) .em que
paz um Sacerdote babil para catheljuisar .,
· Gentio já dOUlesticado, e angariar ao gremio
da Igreja outros muitos, que vagam dis fi sos
· ..por Sertoens dilatadissimos do C('H)tinente·. ' s~'
· se principio tão proveitose á Heligião,. e ao
.Estado, ·resultou o meio facil de povoar, e
,de se culti,'ar aquelle terreno mui fertil J e
..deliciosq,. de que s6 eram ScnhQre8'-. inuteis
· tOS Indios bravios. ,
Annuindo às I?retençeens diligentes da Ça-
mara de Angra dO,8 Reis cla Ilha Grande,
·por seu consentime.nto se abriu' na travessa
.de Capivary (lO) à nova estrada geral, o 'ca~
minha, que da. Villa de Guaratinguetá' ( per-
';tencente. à Ca·pitania, de S. Paulo), - vem pelo.
. ,
obrigarem a vender as Escravas, qll1e tinha ,. e declara-lo
inhabi I par:!!, ter nllÍcas. ,
(8) Esses Regimentos foram pov.amente regulados.
(9) A ,dem de 2i de D~zembro de 1693 man-
dou aos Go\~rn;~doreSl d'esta Capitania, que fizessem Po-
v.oac;oens nos clistrictos, ol~de .os julga&~em precisas, e
lhes désse regimento. Vede Liv. 8. Q
1 '(10) Assim. denominani o lúgar álem do alto da.
Serra do Mar, de Angra dos Reis. oa Ilha Grande, onde
o Padre Mapoel Antllnel' Proença, Vigario que foi da
li' reguezia. da. Villa)- estabelece~ \ u.m~. Fazenda) peJa '9. ua!:
 Ser'rote chamado do Frade (11) ao Rio de Ja·
',neiro, fazendo-se mais facil, e franco o com ..
mercio entre as duas Capitanias, por se ev:Í-
,tarem os inconvenientes de jornadas longas.,
mediando caminhos pessimos. Facilitou a Po-
v(la~;;9, e· cultura das terras de Cantagallq ~
ql1f> eu lnedeces 01' Co~de de Cunha inhibj-
. ra de habitar,' pelos motivos referidos no prin-
J cipio da memoria da Freguezia de Canta-gallo.,
:e repartindo-as por Colonos novos, fez utili-
-sal' tão exten a porç80 do tei-reno , sem com
tudo ljermittir a livre extréicção do ouro por
: Sertanejos extraviadores, nem' pelos mesmos-
povoadores, estabelec-endo alii um Tribunal
de Flscalisação da lavour:a mineral. (12)
. ..
-----------------.-
- segue o caminTlo I novo á encontrar~se com o de Gua~a~
1inguetá no districto da Freguezia de S. Joaõ' Marcos,
distante -da mesma Fatenda 4 legoas. V. Liv.. 2. Cap. 2.
a memoria da. Fr~guezia da. Couceic;uõ da Ilha Grande,
neta (16) . _
(11) V. Memorias para a Hi toria da Capitania de
S. "icente Liv. }. num. 26 sobre U origelD do nome Fra-
de ~ l'om que se fez conhecer a ponta mals alta da 0-
breditll Serra de mar. cuja extenc;aõ coutinÜa pela Ca.
pitauia de S. Paulo álem do Continente do Rio Grande
de S. Pedro. A diversidade do sitio , faz dJfferenc;ar a
.configurac;aõ da mencionada ponta, apropriaodo-se urnas
vezes ao capello d'um frade sobre a Cabeça, (e com se-
ulelhanc;a mais ingular); e representando outra a cabeça
d'uma mulher antiga coberta com grande ma ,to. Por detraz
da mesma S rra, e monte, corre a estrada geral, con-
'. tinuada do districto de S. Joaõ Marcos para o de Campo-
Alegre, em cujo IDeio se atra\'essa o famoso Rio Pirahy.
V. Liv. 2. Cap. 2. a· memoria da Fr,eguezia da Concei-
çaõ da Ilha Grande ota (16).
(12) V. a memoria da Freguezia do SS. Sacr,amento
'\. de Cautagallo. ' .
 Na Alllea de S. Barnabp., olllde o se"
1l tecc/S&or immediatn creOll uma Vil/cI, 80b •
titulo de S. Jose d'ElRei, sem as formaiidarleil.;a
e insígnias caracteristicas d'ella, mandou levan.
·tal· o pelourinho, construir Callas de Camara,
e de Canea, e fundar aCamara, nomeando-
Ibe os Officiaes competentes; (13) Em Magépe
-ereou ele novo ulT\a Vi~la, à beneficio dos po.
'Vos d'aquelle lug-ar, e Sll~!il redondezas. (14-)
N;;io perdendo de vistá os deveres à r~s­
ppitn da Heligião Catholica e augmento da J

CIJlto Divino, nenhum (~mharaçó () lHendia

<'Ie fl'eqllontar os Templos e de assistir I)'el-
J

les às solemnidarl't."S , para {]I.e era convidado. Ar..

fectuosH li: 19'reja, e à Casa do Recolhimento
de N. Sra. do Part.e, reparou as suas ruinas,
.e ,al'lg-mcntou-lhe o patrirOf<lllio, já decadente
p~!f jndolel~c~a de seus a·J'!Jilli8trac1ore!l (15)
Diligenciou com cfficacia as utiJiilades do
Estad-o, .e da CapiJlluia, prorno\'endo 'o,Com-
mercio, e a la,'oIHR; . e se as Sllas p.r·oviden-
çias relativas á p.ropagação da CõxQni'! ha , ,e
]~r.lhQ canamQ na. flha de Santa Catllari·1l a , e
Rio Grande. (W)' se executassem, como ha-
-~---~----~--
(1S) V. 110 G<\p. I. a-lItécedellte a menmiia da Fre..
guezl,t. de S. Ihll'llahé.
'(1/1) V. no L i1',. 3. Cllp. 1. a melnnria da .F·y"goe..
zia de i\ta g-é!
(l5) V. [({) Liv. 7. Cap. 19. a m€naorill d"~dge Re-
eolhiilõpnto.
\'1@) A' r~s!JeirQ (Li Coxonilha • ~er\e no Liv. ·2. Cap. 9,
a ;]}ernori:l da Frt';(tlczi:\ ele Cahl'l Frio: e sobre o LinhD
Can:tllH) • a 'lÓ\(;ru(),ia dli> Vicl'- Hei M'ál"l'U'E'Z de Ltl\ rdClio.
e da Ilha rtfericla- llll Liv. 9. Cap. 5. O Milli ·f.l'rio d.e
·Lisboa tehdoeUl vistCiS II çuLt~ ril;. de~te ,g'enero dUO .Bra:lil.
 DO RIO DE JANEIRO. 255
'fia determinado J em conformidade Ele' seus
dezejos, a cultura d'e ses generos ~ igualmen.l
te que d'outros apontados na sua reprcsellla J
çJO á f':orte), faria sem dm'ida urna g.ranoe
parte do co.mmercio ultramal'iB(5 J com provei-
to sllffici·eute· do Estado.
-----.----_.
()nde cilnfiav~ U slJa \JToducçaó em quantidude avultada, ..
por conhecer a notar~1 aptidaõ do terrello, que uaÕ se·
l'Iega ii criar sem ca.inheza toda, e qU"iquer semente,
eu. arvere exotica, e e tran~cim, remetlell pelit prilllcira.
vez no anno de 1747 ao GOlt:l'lllldor do Hio de Janeiro'
Gomes Freire de Andrada Ullla JlOl c;.aÕ de sementes do·
canhamo, para fôlze-Ias cultiVar pe\llS terras do Sul do·
Bra ii e com e~pecialidade pelas de Santa ClItharina, cujo..
L

clima parecia mai!> apropriado á ua vegetaçaõ: o qUE'

foi lo~o executado ,. ençalTegalldo-fle á Autoni;> Gor.ç.a!ves.
Perei.ra de Faria, lavradol' <.:onhecidll de boa nó ta , (). ama-
Dho d'ellas;· lromo \'l0rem as semcntf'& ehega sem defei-,
tuosas ~ todo' di'Svdn- ticou' entaõ f!-u ..tl'llc1o: e <wlltudo"
conseguindo esse l'avrlluor,. por dtlil!-'encia sua, que de
ChiJl.e· lhe- vi-essem trinta e doi:! alqueires de boa selllente,.
com elles se apresentou ao Yice-Rei Conde de Cunha ,.
p\lr quem foi recommendado ao G<.'''el'nHdor do Rio Gran,..
de Jozé Cn todio de Sá f' Faria p~ra lhe propor<úGuar
todos os l1'leio~ conducentes ao b lU exito do projecto•.
Feitas todas as tE>~llltivas pa,ra o conhecimento do lt'rrclIo.
maiR :Jllall'g'o á criaçaõ, foi o preductll d'ella em 1766
se senta alqueires dQ linhaça, oitema lIrrateis de ( topa,
e trinta e aito arroba de cana mo , que, um Escocez a:l-·
Iledou, e pr.~plll'ou. A' pltsat' de conhccidll a utilic1ade de
tal cultura, em que se del'criam empregar os prc('i~os.
esforços, sobre os pl'rtextos de g-rundes diffiCllltiades, e
despezas enormes á Real Fa/'l'nda, longe nfjuell Go,'er~
nadol' de animal' taõ fl:'liz começo, fez, pelo cont/ario,
de~acoraçoar o progr liSO do traualho, coarctando , e mes-
qUlOhalldo os soccorros, por cu.io mol'i\o foi {jonç;llves
l!emovi<lo da sua Commissaõ ,deix:lndo 1105 Arma7ens Ht!ae~
8@m proveito, avnltada porçaõ de semente. O Marquez
Cole, .Lavradio, a filiem nuõ faltavum eHicHzes de~l:j(ls de
utJlu-a.r as rClI,d<.\8 publicas, e de fazer progre~s.ar o I:lug':"
 !56 MEMORIAS I-hSTORICA9
;I'
Circunspeeto em suas acçoens. mereceu
do povo o lllaior aCatamellto: .agrada vel ii
qualltos recorriam á sua autoridade em assum-
ptos flublicos, ou particulares, nunca se mos-
trou fa.stidioso &0S pretendentes,. nem deixou
de ouvi-los com attenção ~ob('ja', além das
boras destinadas para as audiencias commun:l,
ou de dia '. ou denoite. Exped1l8 nos· despa-
chos, providenciava os negocios; da Capitania,
@iem se fazer pezado ás partes, obrigando-as
pela demora à m~l dissaborês. Grangeando-Ihe
~s obsequias, e attençQem repetidas, com que
sempre tratou os seus sl1bditos, o amor uni-

~ento do Brasil pelu ~ua cultura em todos os ramos de

operaçoens comwerciaes, esmeradamente diligenciou 1'('a-
lJimar no anno de 1772 o trabalho do callalllO , já abHn-
aonado, obtendo da~ Indias de Espanha lllgl1ma~ semen-
tes, que naõ prosp~r;jram por antigas, ou por defeituo-
sas; mas obtendo outr as de uma N io Franceza aportada
no Rio de Janeiro, com cHutelosa diligencia remdteu-as
para a Ilha de Sunta Catharina, onde um seu lavrador,
plantando-as na margem do Ria Taboraõ, colheu suffi-
ciente sement~, que replantada, se inutilisol>l, pel.a inva-
suõ dos Espnnhoe~ n'lI11uella Ilha..Como ai vistas do Go-
verno Portug-uez suhsistiam sobl:' a propag-açaõ d'esse li-
nho nas terras ao, Bill, pela Secretaria d' Estado do UI.
tranJar se enviàram no anno de 1782 ao Vice-Rei Luiz
de Vasconcellos e SOIlEa vinte e ti:.. s.<tlquli'ires de semen-
te, cuja semeadura foi distribuida pelos distritos da re-
ferida Ilha, e do Rio Grande, onde maouAu o nJesmo
\,icP,-Rei fundar uma Feitoria. do Linh.o Call/U1mo por con-
ta do Estado: e para a sua subsisteRcia, ou mallut~n­
-;aõ, se lhe adjlldicoll uma Estancia de ciar gado, ('om-
prehendida em duaa Jegllas de frente, e tres de largo,
á Leste do Rio dos Sinos, e junto á ella uma FlIzenda
de tres leguas oe frente! e ullla de fumlo, na qUld e;..is-
tem 05 Operarios destinuqos rara a pre.paruçaÕ, e traba-
lhos do mesmo linho.
 t.o Rl0 Dit JANEtltO

'versal, tambem motiv,ál'am no povo a sauda~

dade do seu governo. cuja lembrança dura-
r~, em qmu;1to existirem os monumentos, (17)
em que ficáram gTavailos, o seu nome, e a
lnemoria dos seus beneficias.
Restituído ã. Corte, OCCUPO\1 a Presid:en'-
cia do Desembarg'o do Paço; substituindo·a
immcdiatamenle ao Marquez de Lavradio; o
cargo d,: Ve:.'l.dor da Serenis~irna Princeza Viu-
va D. Maria Francisca Benedicta; a Presi-
dencia do Real Eral'io, e a Íl1specção Geral
das Obrai! publicas. Foi Grão ~Cfln da Ordem
de Saptia.go, e teve o Titulo de Con.de (le Fi-
gueiró, por Despacho de 17 de Deze~nbro
de 181S.
Das manns de tuiz de VRsconcel1os é
Souza, recebeu D. Jozé Luiz de Castro, 2.°
Conde de Rezendej (18) o Governo da Ca-
pitania OQ dia 9 de Julho de 17~O, cem a-
Patente do 5. 0 Vice- Rei.
, O principio do seu c~mmandamento pre-
sagiou futuros males, à pJ"(~vincia; pela fel tal
desgraça d'um incendio violent.o, que na noi·
te .de 20 d'aquelle mez abrazolJ todá a pro-
priedade, em que o Senado celebrava as Ve'-
;reanças, . e conSC1'vava o seu Archivo; por cu-

(17) Nô Liv. 7. se refer'iralO circunstanciadamente os

~ddicio!>, e obras pu blicas, q Il e deveram o seu estabele-_
cimento aos Go.vernadorcs d't' ta Capitania. _
(18) Este 1'j'tulo, e o Almirantado do Reino, foi
,-dado por EIR elO. JOL:é à O. J\ ntnnio dct Cll~tro, de
juro, e h!lrrlade "com cinco llli" Cruzados de renda, el~
troco da Capitailia dos lLheos da Bahia, ql1e pertencia
j!1)S ,sens asçendelltes, iu.corporando:a na Coroa. em 1-761"
, Tom."V. Kl,{
 258 M !MúRIASt HISTORICA~

jo fado cl_ésapareceram qLlasi todos os Livros,

_ e papeis circllnslanciad05, desde o começo da
Cidade, ficando salvas d'esse com:~mm() po~
feliz casualidade os que se adJavam em poder
do Escrivão do mesmo SenaJo, e -do Dou af
Juiz de Fóra.
Suas direcçoens economicas á beneficio da
Fazenda Rea I (19) fize.ra~ coal'ctar algumas
, despez1.\s do Erario, suprimindo o Regimen.to
chamadd Vctho, cujo Corpo, crcado na Cidá-
fie, occupa\'a o lugar primeiro entre os do
~eu guarnecimento, e defensa. Reparou pe-
quenos estragos, que haviam nat4 FOl'talezas
- ela bana, e angmelltou a de Santa Cruz, ac-
t:rc5cenlando-llJe o fogo com 29 pe~as de artipla..
tia, no nivel da bateria antiga; e ná h-ateria
b-aixa, que denovo levantou na ponta da
garganta da barra (por -meio -da qual passam
RS embarcaçoeos, offerecendo o costado em
distancia de 290 l]raças), assentou 10 bocas,
fortificando os lados para o mar, e pani ~en­
trõ da ensemda, com -14 canhoen!. (20) Pelà
(]9) Representado com esse pretexto à Co-rte a des--
llecessaria, 5t1 :lsistencia uo Regin~ento Velho, satisfez a
má vOlltau~, qne tinha, ue ~eu Chefe Joaõ Rodrigue~
Gago', pGr eti lLletus }1:uti('ulares, e rouÇo decorosas.
-' - !20) Como em todas, e q llaes oceasioen's, em que
há hecessidaue de serventes a4> trllbalho de obras manda..
das fflz~r por canta da Fazenda Real, concorre o Povo
êom os sen'içlls de S\la escravaria, tambem n'aquplla foi
ol,lrig-ado á mandar- quem de3Re as achegas 1I0S Otliciaes
trabalhadort's. Porem, que incommoda5 nlló soffreJ'arn as-
SenHores, faltaudo·lhes os jornaes dos escral'os (' lHadós-
11 farça) para alll"Jlentarern ,IS fiuas fami-lias, e q.ue c1am-
1I0s, pelas rn?Jestias graves dos meS1'11011 escra"i0g, 0\1-
Ye6tiiuidos qua'Si 1U0000~OS à b~1"d9adas-l' Ea-l!aõ pl'&rieára..
 'Do ~.lO !fE J A.NEfR.,: 259

marinha da' Cid ade, e seu interior, fez COfiSoc

truir varios fortes de fachina, q.\landú ore...
ceio dos assaltos inimigos paz em cautell61. a
segurança da Praça; mas cessancio a cal.. .. a do
susto, desapareceram todos, e só ficaram rara
memoria d'elles, os ha toeos de Capitão, Te-
nente', e Alferes, comprados por bQ<l13 moe·
das, cujos Postos momentaneo-s se sumi 'í5H~l
(;om a ausencia de quem os erigiu.
Pojectou continuar o Caes por toda P c!Í('f
conhecida pelo nome de D. Manoe.!, e D'es: ..
lugar conslruir um Dique- para vasos peque-
nos '; mas tendo principia~tQ a obra, que em
parte :se concluiu, obstál'am O Reli remate a!~
gumas implicllJ1Cias, origioadas por de.sacert0tS
d{) Engenheiro Joakim COfl'ea, qllC a uirio'ia , ou
por outros motivos, que se l'ecat,íram J e Ikou
sem effeito o projecto, à pe$al' da p~rda de
muita parte de cantaria jà proOlpta, que se
sepultou debaixo do entulho, e enterrou no
mar. Outro t~nto acconleceu com o lembra-
do aterro do -Campo de Sapta Anna, e da
J...amp.adoza, que ·não se eoncluiu, tend-<t con-
---- ~~....------------~-- --.----..-
.()JS Officiae~inferiores dos Regimento, e 0$ de Justiça,
-0utras tantas vi{)\encias, que haviam executado em tem-
llO do Conde de Cnnhll. os ellcarr~gados de emelhantes
di·! ig-encias, clIrnprinJIJ as O\"(I~lS do Vice-Rei com .de.
mílsiado ex'cesso, para lie utilis;:U"en~ dus I"grima- do Po-
vo, djspeu~ando à uns, porque lhe,.; contribuiu!)l COIU
daclivas" e molestando repetidas vezes à oulros, por'1ue
pouco, ou nadll quil!'!ram dar pela eSCll6U Ô{)8 t.:t'YaVOi.
D'e ta IllHfl\~IIÕ Ji$: ü !JlweheIlJ~ IJClll, que lIaõ procedeu
{) DIUI das pro\·ident.es, e b'01 dirigidas Ord~lIs do \' ice-
Rei ~ mas do ulnbiçios()s, e malfazeutes executores d'el-
'las, apad rrnhados pela .ignorancia dos ractos: que naé
chegf4faro á pr.GSell911. de quetn os' de.via castigar.
Kk ii
 260 MEMORIÁ' HISToRIeÁs

corrido os moradores mais abundantes da Ci-

dade. c.otn avultadas quantias de dinheiro (pe-
didas à titulo de Obras piflS), e Cl PO\o.
com os serriços dos seus e,cravos, de que
ficàram privado por todo o tempo do traba-
lho. Mamlou CObl ir os aqueductos da. Carioca,
·para evitar o desvio das agua , e impedir .a,
sua corrupção por corpo beterogeucos fre-
quentemente misturado , existindo sem res-
guardo os caROR. Fez sul.>sti,tuir por com.luc-
tores de pedra os ~nfigos. Cle f"rro, que,
desde a Fonte principal .da Cari6ca, levam
pela rua do Cano as aglHl.5, de que e sustenta
o Chafariz da Pr'aça n'outro tempo denomina-
da do Cm'mo: e sacadas as lages de cober- .
tura d'esse (aminho, ficou o meIO da rua cal-
~ado sobre abobedas (por onde correm os
canos) permiftindo passagem segu.ra à seges.,
e carros. A Tua travéssa da Valia, que por
providencia do Vil·e- Rei Conde d Cunha se
cobriu toda com {!;ro sas ·lages, principiou a
ter igual beneficio, desde o canto da Hua do
pjolho, em direitura ao seu desaguamento,
construindo-se novas abobedas, e calçanclo-se
a sua superficie; mas, estacada a obra pouco
adiante da Rua do Ouvidor para a do Rosario,
ficou por compor essa parte quasi toda, que
por isso be intransitavel de sege, concedeEldo
ápena,s o trilho mais frequente em tempo·
seco, eu quando as chuvas não a cobrem ;.
p.oisque a fâlta de expedição das aguas nega
o passo à individuos calçados.
Levando parte do sustento do Chafariz da
mencionada Praca
a·
do Carmo 1 fandQu outr~
 DO Rro DE JA'ElRD. 261

no sitio do Quartel do Reg.·imento de Moura

(hoje 3. 0 d'esta Praça), ri beneficio do povo.
habitante uas circurl\ isillbanças da M i:>ericor-
dia. Estabeleceu' a jlluOlinação das ruas, à
imitação das de Li boa, cuja providencia não
passou de algumas mais principaes, por faltar
o meio de sustenta-la Com permanencia. Ins-
tituiu uma Confelencia l\Iditar, promovendo
o estud9- d'a Tactica Elementar de Infantaria,
do rnethodo de COJl:,tluir, e delinear toda'3
qnahdade de reducto , fortes de Campanha,
e outras manobras de natureza sell!elhante,
sem auxilio de Engenheiros, nem dependen.
cia de instrumentos_, principalmente mathema.
ticos. Augmentoll a Casa de r sldencia, dos
Governadores .( habitada hoje por S. Magesta-
de, e 'Sua Augusta Familia), continuando
as accommodaçoens do andar superior, como
projectára o Vice-Hel prec dente Luiz .de Vas-
concellas , deixando promptos os materiaes pre-
ciso·s. No anno 4. o do s~u governo se fabricou
a Frag'ata Princeza do Brasil, que. em 1798,
unida à Esquadra, comboieu os nav.ios mer-
cantes à Li, boa.
Permittin<.!0 EIRei D. João V. no Alvará.
de 30 de S te.mbro de 1733, e 'por justos
motivos se mudasse ª Igreja Cathedral da an-
tiga, e. decadente Casa dedicada à S. Sebas-
tião, ordenou "tambem, que conservado-se o
Templo, para não se perder com elle a sua
memOJia, se estabelece se alli urna Capel1ania
perpetua, e se erigisse finalmente uma Ir-
mandade do mesmo Santo, para ~elar, e vi-
giar sobre o "trato da Igreja. Não, se cumprindo

o
 262 MEMORIAS HISTORICAS

por então o Alvará na p8rte relativa à essa.

erecção, foi executa(~() pelo Conde J á titul()
de Slja particular devoç~o ao Santo Seba!>tião J
pois que renovando 6 'l'emplo J e reedificando
as c.asas I'lonexas de Sacristia J á custa de es-
molas pedidas ao povo de novo fe~ erigir a
J

Irman,lade J que pelo Liv. 3 dos morto~ da

Fl'eguezia da S~ consta\'a durar n~ arll10 de
1716, mas n50 existia. Hevivandó' o··Ahrará
'de 2-1- de .Abril de 1801 o estabelecimento .do,
Papel Sellado ( ue que se fez mCllçiio nO Li\·-. 3.
Cap. 2. sob a 111elllCl['ia do Governador Pedro
de .Melll), n ta (30)) e mandando (§. 13)
usar d'ellc eil) todo o Bra -ii, principiou o seu
gasto, e ('Jl.ercicio em dias do 3ctual. Gover-
nador éll0qil<:' o Alvarà de Janeiro de 180'*
J

o exlingt:iu, allgm~ntanc1o os Direito~ ao Pa~

peI por elltrada, e ao A~su{:al' J na forma do
Alvará de 13 de Setembro de 1725 J e dando
outras provideneias·. (21} Viginu o as -ei.o da
Cidnde, não só fazendo evitar as imundícias
pebs raas ti'ella, ma's pelo interior das ca-
zas, ')fficitllH!O ·à· Camara em 28 de Junho
rle 17f) I, p~\raqileí':e!a~se este artigo da Po.-
licia com l\l'sic!uiuar!e, t~d7.t'ndo ao rn'(t~smo tem-
po obs~'n ar fi Cartas de Dnkío los "ice-
-r----- ~~ .,--
.
'('21) O 1/1)\'0çlo ~tio'cJ Jaueir.o oR't!rel.'cnclg \"Oll)iil~
t{lriarnentc à EiR.ei D. Jaz' T. ~ cOlJtribuiçuõ' de c1.eis
emcin por ceitln na~ fa'l,cndas erítracluô na AlfulJde~a, para
:J rt·c,!itirH.;aõ d'l Cidtlrle de Li 'boa, por' JI$Z • nnOl;, 111"0·.
TO'fOI! a rn{'~.' ta cOl1.tri buj ~a.ã à lieneficio d ii. rce;Jtlica.ça5
., -
~o Pal:.lClo djl. Ajud"l, :~JÕ só por dtll. <luno., cuaJQ Fe~
queria II Rninh", ',W5 por t~)rlQ ,~q~leJle tenlpo que ~
mesma. ,';e.l,hura jUI.!,·,'>bC \le~·.e.:l~<!rio. Termo de 22 de
Ag(lsto Je ! 7 5 ~I>l Cam;u'.l COliJlI"Uetli.
 DO RIO DE J ANIl.JlH> 263
Reis d'este Estado sobre um objecto dé que
tunto JepC'ncle a sUllde 8ub'ica, e a feliz eon..
servat;.ão dos hahitulltt?S da mesma CiJade. Re-
colheu-se à Corte com a Patellte de Tenente
General, e te, e a Graça de Grão Cruz da
Orqem de Aviz.
Ao Conde de Rezende sllccedell D. Fer-
nando J01.é d.e Portugal, desceód€'nte' tia mtii
IlIustre rama dos Marque'l.es Je Valença, q\le
tendo -lido de Jure aperto no Deseoiharg-o do
Paço, e occupado os Lugares de Agravista
na Relaç,ão do Porto , e na Sllp,plica'(i:\o de
tisboa, pas ou d'ahi à Gbvernar a Capitania
da Bahia, da qual tomou po~se á 19 de Ablil
de 1788, deixflnd\)-a em maons d'um Triunvi-
rato, para receber as rf.(l~as do Governo do
lho de Janeiro, e do Bastão de 6.° Vice· Rei
em J4 dle Outubro de ibOL
Accontecendo em dias cio anno de 1805
que por uma Sociedade de homen, dados ao
latrocínio se incendias~e a Ca a dos Cor-tos,
onde a Real .J nnla da Fazenda tinha o seu
a ~ento, à sua mui activa vig:llancin, c di -
posição de\,('Tam ~ Cofres ficar salvos, e li-
vres do menor de falque: anllillada porém a
Cazl\, e sendo por esse moti,'o feoovuda. para-
memoria do mesmo facto maI~dou a Junta im-
butir na parede, em frente d.a esca'da prin-
cipal, a Imcripç20 lapidar segllintt:
 MEMORIAS HIS'l'ORrCU

D. O. M.
Imperando o Muito Alto e Poderoso SenllOf
D. Joâ-o
Principe Regente de Portugal
A. PP. da P.
SendQ Vice-Rei, e Capitão General do
Mar e Terra
Do Estado do Brasil o Ill.mo e Ex mo Senhor
. D. Fernando Jozé de Portugal .
Varão Sabia, Prudente, e Jus to ,
Amador da Lei, do Rei, da Grey.
Se reedificou, e Decorou este Edificio do
Erario Regia, e Public(,l
Havendo-se arruinado por um lnceodio, e p.la
diuturnidade dg Tempo
CIO. Ia. CCCV.
Collrg. Quaest0l'. Ejusd. lErar. ad Mernor;
Hoe MonUlllr
P.
No cumprimento mui exacto dos seus de-
,>eres em amhos os Governos, souhe grangear
do Publico aquella boa estirna<;ão, amor, e
boa fama J de que se faz~m dignos os H0mens
lllustres por nascimento, e muito. mais por
ac:çoens proprias J accompanhadas de- virfmtes
pessoaes J como as que elle possuia. (22)

(2?)- Pm occasiaõ das Cl'ltlCUS, e urgentes necessi...

iludes de Portugal na contiuuaçaõ das Cil'CllostaDcia~ t'm
que actualmente se achava a Ruropa, e pOI' execlJçaó
da C. R. de 6 de Abril de')804, e seu cumpnmeuto
por este Vice-Rei em J'ynbo\ do mesmo anilO, concorreu
 1)0 RIO. DE J ANElll~, ~5

_ ltegressando à Lisboa no anno 1807 , teve

a ·Presidencia do Conselho Ultramarino: e n'es-
ta época de tanta tristeza para Portugal foi
nomeado Conselheiro d' Estado. Tomando cnt[:ct
S. A .. R. (hoje Augusto Soberano e Rei) a.
_delibera~ão de se retirar para o Brasil com a
Sua Real F.8.milia, acooRlpanho\1.o, e na Ba-
hia, onde apartou primeiro o mesmo Senhor,
SUii~entou os expediente dos negocios publicas.
Chegado novamente ao Rio de.. Janeiro,
e tendo. a satijfação de Gozar da confiança
do Augusto Mooarcha.. foi nomeado Mi-
nistre Secretario dos Negocias do Bra iI, As-
&istente ao Despacho. Prestdente dJ:> Real Era-
rio" ~ {)'elle Lug~r Tenente Immediata á Real
Pessoa, PresideIÍte tio Coaselho da Fazenda,
.e da Real Junta do Commercio, Pl'oveder
das ·obras da Caza Real, Encarregado dOlJ
Negocias Estrangeiros, Je da Guerra. Grão
Cruz das Ordens de S, Bento de Aviz, da
Torre e Espada, e da Hespanhola de Izahel
Catholica, Gentil Homem da Real Camara,
J. o Conde de Aguiar, por De~pacho de 17 de
Dezembro de j 808, e J. o Marqu·ez -no mes-
mo Titulo por outro Despacho de 17 de De-
zembro d€ 1813. Falleceu a 24 de Janeiro
de 1817 CQIll ü4 annos, 1 mez, e 19 dias
. de idade, e jaz na Jgreja de Sãe Francisco
de Paula,

-~----,;----------
-tambelD·. povo do Rio de Janeiro com olfertas \'Olulita.
rias para IIql1elle fim. •
10m, V LI
D. Marcos de Noronha 8.° Cl»zde dos Arcos.<
e 7: Via-Rei.
0

SubstitUIu a D. Fernando Jozé de Por-

tugal, D. Marcos de Noronha, ·~.o Cood~
dos Arcos, removido do Governa... do Par~.
e Rio' NegTo, pela nomeação de Ilj~ de Agesto
de 1805, (23) que cheg~ndo ao lugar'do seu
destino à 9 d€ 'Agostó do' aono seguinte (de-
pois de viajar 4 mezes e 4 dias) se empossou
do Cargo' de 7.- Vice-Rei á 2l do mesmo-·
mez. Foi acerrimo defensor dos Contrabandos,
imparcjal na administração da Justiça, e pelas
boas maneiras, éom que se comportou, mui-
to amado do Povó. Governou até o dia 7 de'
Março de 1898, em que entregou a Jurisdic,,:,
~ão a S. A. R. Prin'úpe Regente. Nomeado.
em 1810 para sübstittúr ao falleeido Cande da, .
Ponte João de Saldanha da Gama. de Mello;
e Torres ',. fiO Geverno da' Bahia:·,. d'eIle se·
encarregou a 30 de Setembro do mesnlO an-
no, até 26 de .Janeiro, de 1818,. em l]tl~
entreganf:1o-o ao seu Successor D. FraDcí!!>co de
Assis Mascarenhas, Conde Palma, regressou.
ao Rio de Janciro, para oecupar o emprego·
de Secretari6 d'Estado dos' Negocios· da Ma-
pinha, e D<i>minios Ultramarin0i ,. 0'0' q ua] o
nomeára o Decreto de 23: de Dezembro de 1817~
He Grão Cruz da Ordem 'de Avíz, Commen...
dador da nova· Ordem de N. S. da Conceição•.
--.---._-------_._-,----
.(~3)
Por nomeaçaó de de Dezembro de
27 de- 1804
vera succeder a D. Fllrnando Joze de Portugal D. Pedr&
de Almeida Portugal, 3. 9 Marquez de Alorna: mas obs:-
tando-Ihe c!el'tos motivos poli~icoli a sua partIda. foi Qo.
l:erllar a l'ro'rillcia do. Alentejo. .
. .
 .DO RIO DE JANtIJ\O.

'C A P I T Ú L, O in.

Do Bi,spo p. J~8é. C(leiano -da Silva. Coutinft-o '!

das Igl'ejLls Matrizes, que se engiram
- . nesta época.
:

NOmeado o' .Padré 'Jo~6

Caetàno 'dà Sil'V'à
Coutinho, n.ataral da Villa das Caldas dá.
Rainha, e Bacharel Fonnado em Canones;
para o Arcebispado de Cranga-nbr, (I) leve
a Eleição' d'esta Diecese á 4 de Novembro
de 1805, em que ó Confirmou ó SS. Pa-
'dre Pio VII. n6 aunO 1'806 , e no dia 15 dé
Março de 1807 recebeu a Sagração na Igre-
ja de S. Domingos de Lisbaa por maons do
~ispo d.o Algarve I e Inquisi?or G~ral D ..Joe
'zé Mana de Mello, com ass1stencla do B1~pO
o....-- ~_;..'_ ~ . - - : - _ ~ _
\(1) D. Tliómàs da Incàrnaqaõ (Ristor. Ecc1es. Lu:'
i1jt. T. 1. Prolegom~ Cap. 2. pago mi 43.) refe~iu que
'Clemente VIU. instituira em 1601 nova Sé Episcopal lia.
Cidadade Augamul, com sugeiçaõ, à Metropali de Goa;
e que paulo V. transferiu no ann@ de 1605 a Cadeira
'Jl~ra Cranganor, a quem do seio de Bengala para Ma.
1\\1:>ar, ~ugrhen'taDdo-à com a honrà de t\rcebispado, ch:l-
mado hoje de Cranganor. e da Serra. Morelli poreni
('Fasti Novi Orbis. Ordinat. 90. An. 1558 et Ordinàt.
]95. An. 1600.) disse, que fora creado Bispo de Cl'aR':'
ganor , .su(fragall'eo ao Arcebispo de Goa, em ] 600: e
l~vaqo à Arcebispado, sem suffragal'leos, em 1607. He si.
~uado no Reino de Calecut, é talBbem se denomina. Igl'e~
'd a de Àng.:\mal. ..
LI ii
 268 MeMORIAS HlsTon.rc'As
de S. Paulo D. Fr. Miguel da Madre de DeolJ;
e do de S Thomé D. Fr. Custodio de Santa
Anna. Surgindo n'este porto à 26 de Abril de
]808., tomou posse da Diecese em :28 se~uin~
te por seu proçurador o Conego ·Cura ' nato'·
da Sé Antonio Rodriguci de. ';Miranda', 'que
servia as' Varas de Provisor ""'e:Yig~:rlo Geral.
Foi nomeado Capellão .M·ôr· por :;'Carta :Regia
de 13 de Junho ·do. mestrio anno.···· Refo"rmou
a Casa da sua rêsideucia, e a Capella annexa,
levando~a à malOl' altura. Em conformidade da
BI!lHá « Venerabités '., de 15 de De~embro de
1750, declarou di:spensados os dias Santos,
paI'. ie poder n.'eIles trabalhar, à excepçãa-
dos inhibidos pela me~ma Bulla, e (.\'outr05,
que estavam nas cirru-nstancias de se com~er·
"Varem na observancia antiga.' Insti:tuiu na Fre~
gUP.Z];,\ de S. Jo·ão Marcc;)s Dia de preceito,
e Santo, o do Orago da Parochia, por Edi-~
tal de 15 de Julho de. 1808. Visitou todo Bis:-
pado desde o Nor'te, até o 'Continente do Rio-
Grande ao· Sul, por cujas Provincias creou no-
vas Capellas Curadas, F'reguezias, e Com.
marcas Ecc]csia~ticas.
Foi 1. a das Freguezi2s no~amente erec-
ias, a de
Siío Joao da LagfJa.

Ordenando o Decrêto de 13 de Junho de

]808 ao Concelho da F'azenda" que se incor~
pClI'assem JWS proprios da Real COfoa o En-
J

~;ellho, e Terras si tas na Lagoa de Rodrigo

de Freitas, por sua' competente avaliação, para.
() eslabelecimento d·'1I.1~a Fabrica de Polv.-
 -DO RIO DE JANEIRO: 269
la, (1). e todas as mais que fossem precis8i
para fund.içoens de l'eças de Artilheria, e
canos:,de espingarda, e realisada. a incorpo ...
çãó, em conformid~de d 'aquelle Decreto, a
que" se seglli.ram 0$ A visos de 2 de J u Ihp, e·
(), df' No,'~illbr.o .. ·do m~flmo annQ; '\":\'e c\'ahi
origem o. cstabeleeimcntQ d'uma nova Paro-
chia perpetu·8. C:OlIl: o· ti tulo da S. João da La-
goa, 'na: Capelta de N~ Sra. da Conceição,
que er~ do mesmo Engcnbo, e fora cono·trui.
da muito autes do anno de 173i, €1lI4uanto
se não edificava de novo. outra Igreja proprill;
Por etreito da Consulta da Mt'?a dg Conscicn-
cia, c Ordens de 21 de Ao bril de ] 809, e
Resoluç2o de 3 de Maiu seguinte., foi erecta

-----,----
. (1) O .Alvará de 24
----------
de Abril de 1801 §. 14. Au-
thorisou os Gonrn:.ldores, e Capitaen Gt'ntraes à prin-
cipiarem o estabdecimento de Fauricas Hl"lIes, em que
se manufatorasse Pohorll eOll1 o <alitr do paiz, cuja
venda fosse por conta da Real Fazenda. A te o anno 180s
!Iaõ se cuidau d'e~sa Casa Da Capitllnia do Rio de Ja-
neiro, nem o'outra do Brasil, que entaõ e erigiu no sitio
cia Lagoa, por Decreto dé 13 dI" Maifl, rom privilegio
exclusivo para li Real Fazenda. Por C. H. de 22 de
Julho de 1811 vende-se d'esta polvora sómeote para as
C<lpitanias do Rio de Janeiro, Bahia, :Pt:1'I1~1l1l ouro, S.
Paulo, Rio Grande de S. Pedro, e Portos da Cg ta
d'Africa; e a Fabrica' de Portu~al naã deve vendn pol-
vora senaõ para os Portos, e Capitalli>ls do PioU á, Ma-
ranhaõ, Ceará.. Ilhas dos 'Açores, Madeirll, PortÇl S,lnto •
Ilhas de Cabo Vl"rde, e par<l o Excrrito, e Marinha. O
Avizo de 19 de Junho de 180g mandou e tabeler.t'r lima
Nitreira na ViHa de Moura; e em 16 IDnes lI}Jroml>hlrllm_
se 822 arrobas da salitre bruto. l\J1I COmmlJfCa de Sa-
bará, Capitania de Minas Cernes, tem cresódo notavel.
mente as Nitreiras artificillell, cuja producto he ja Q
ceotenures de arrobai. '
 270 MEMORIAS HISTOltIeU

por Alvarà de 13 do mesmo anno, com os

limites desde a Praia do -ootaM>go, até o sitio
da TOJuca J termi,nando por ene com a Fre..
guezia de Jac~r~pàguá, e 'pela praia, .com
a de S. Jozé da Cidade, de quem se desu-
iliu o territorio. No ·me!mo dia )3 de 'Maio
de IS09. foi ilpresentado o Pàdre Mnnoel 'Go...
mes Pinto para occupar a 'prop'riedade ·da no-
. va Parochia. Comprehende' 324'F6gos J e 1:450
Almas, devendo aliás conter t aó menos, ): 944.
No seu' recinto se acham as Capellas 1."
de N. Sra. da Cabeça, cujo fundador e sna
antiguidade se ignora, 2.· de S. Clemente,
construida' no caminho para a Lagoa, pelo
Thesoureiro M6r. d'esta Sé do Rio de Janei.
ro, e Vigario Gerill .do Bispado Clemente
'Martins de Matos Jantes d.e 1702. Foi reedi-
ficada. l e benzida por faculdade. da Provisão
~e 13 de,. Abril de 1772 á. requerimento do
s~u· administrador Joaquim Pedro Correa dos
'Reis Alláo', conhecido mais. facilmente pela
à.ntonomasia ,..::;-Milagre::::. 3.a. de N. s.ra. da
C6pacabana, levafltada sobre o mar da Costa.
do mesmo nome, ,c.ujo fundador he desconheci-
do J constando aliás a sua existencia de annos' an-
teriores ao .de ] 746. O Bispo D, Fr. Antonio
do Desterro, depois de edificada de novo, e
construir abi casas de romaria, doou-a ao Con"
vento do Carmo por ~rna Escritura publica,
para. trata·la com decencia: mas alguns in-
convenientes, que sentiu aquelJa Religião J 'pela
:resid.encia d'alguns de seus individuos no sitio;
deram motivo á ce~são do posse J e adminis-
tração da Capella, em \13 de Julho de 1771..
~ntão 'commetteu 'O mesmo'· Bispo o cuidado·
do 'seu trato, da casa dos romeiros, c de
seus· pertences, ao ,Seminario de N. Sra. da
Lapa,' cem sub8titui~ão ao dos Orfaons. a
quem doou de ,nevo tudo pela, Portariá de 2*.
de MaiO' fie 1773, registrada no Liv. 2.° das
OrdensEp~scbpaes'fL 19,7. 4. a de N. Sra. da
Concei~ão" fund~a· por. Manoel Antunes Su-
zano em sua J acra~ sita á margem do. seio
oe Botafog'o, caminho da Praia Vermelha -,
co'm Provisão de 11 de J linho de 1751.
. ,Fa~ta de- bellissimas, .e .puras aguai, de
que se f6rmam o grllnde .Ri,o da Cabeça, e
outros menores, cujos despejos recolhe Q. - no-
ta veI, e piscosa Lagoa já men.cionàda, he
seu territorio repartido em J aeras, sitios, e
Fazendas cultivadas de cafá, nanazes,. diffe-
r~nteiil arvt>res de espinho, e productivas d~ou-.
tras· frutas i . todas saborosissimas, ~Jém d~
le~umes varios. Junto à ,Casa, ou Fabrica- d'a
Polvora: se fundou um Jardim, onde feliz-
mente' trem as arvores, e sementes exoti-
caso V. 'Liv. 7.° Cap" 6. n~ta (26).

s~ Bom Jesus do Monte ife Paquatá.

Na Ilha de Paquatá comprida meia le-

goa N. S., que' fora dada, em parte, à Ig-
nacio de Bnlhoens por Sesmaria de 10 de Se-
tembro de. 1565" e n'o.utra- metade, à 'Ferná(}
Baldez pOl" titulo' :semeth'ante' de í 1 . de N 0-
'Yembro de 1~66, existia uma Capella dedi-,
J

cada à S. Roq.ue pelo Padre Van9&l All~uDes'

.'
 27~ MElIroRIAS HISTOUlCAS

Espinha, que li. fundára com Provisão de

29 de Dezembro de 1697 passada em' Lisboa
por faculdade do Bispo D. Jozé q~ :.. ~arro9
de Alarcam. e fora benzida a 24 de', Npllem-
bro do anoo seguinte para· entrar em .ti:80~
Como distasse mais de dUlt8', à tre:5 legoa!' de
mar. da Parochia de Magépe (então creada
no curto Templo. da .Piedade Velha), à quem
pertencia, para ·fa"cilitar ao Povo alli: mora-
dor o recnrso dos Santo& Sacramentos, con~
cedl'u·lhe o Bispo D... Fr. Antonio de Gu~da­
Jupe o privilçgia ·de Pia Baptismal ~ e o de
conservar a Extrel1J.a-UnJr2.o, em Visita de 17
de N ovembrá· de 1728: e D. Fr. An~onio do
Desterro, au.g:úlentaudo-lhe aquellas graças #
p~rmiltju·lhe. tambem conservar perpetuamente
o SS. Sucramento da Eucharistia em Sacl'a ..it~,
crenndo-a Capella Curada, de que foi 1.0 Ca-
pellão O" Padre Al)tonio Ramos de Macedo,
provido a 26 de Fevereiro de 176 J.
Eriginuo Manoel Cardozo Ramos outra
Capella na mesma IIh~ sob a dedicação do
Senhor Bom Jesus do Monte, e constituindo-
lhe patrimonio em 20 oraças de terra de tes-
tada COIl\ 72 de fundo, em que estavam le..
vÍll1l.adas alg'umas casas, por Escritura de doa-
cao ('clebra<.Ja ii 29 deN ovembro de 17àS ;
~e .origino.u ll'ahi, (Iue o Povo, apet~cendo
,ver creada n'esse lugar Um) PlLrochiB cm ,PrQ-
veito seu, a requeresse establ~[ecida'na Capella
de novo fundada. para o que. doou o mesmo
Ramos outra porção ue terras, com todas as
de mais propriedades anLec~delltemente cQn~­
truidás, por Escl'ipt.Jr~ de 12 de J Ullho ~e
 Bo n.G DE JAKEtlUi" !7~

1169. (1) Conhecida por tanto a jlu9ta causa,

qüe ,a:bonava ã sup.plica dos moradores da Ilha"
deliberou o sobredito Bispo D. Fr. Antonio
do Desterro erigir a pretendida 'Freguezia, co-
mo' «::rigiu, por Edital de '21 ,de J unho de 1769,
em virtude das Provisoens de IS -de No\'em-
bi'ã de 1759" expedida l)e1o Conselho UItra-
marino. ',e de. 14 de Dez-ernltro do mesmo an-
ne'., en'\liada :pelô Tribunal da Mesa da Cons-
ciéncia ~ e Ordens, que permittirám aos Bispos
di\'idir as Igrejas Parocl1iaes., ainda que fos-,
Sell1' Colladas, e 'Clear outra~ novas, princi-
palmente nos Serioen~.,,', ',' ,.,,' '
, Não repugnou o Vigari&: da,', Matrii de'
l\Ia;:?;épe ao có.rle do seu tel'ljtorio, por co-
nhecer a necessidade, 'que Ira,.ja d'essa pró.. '
àencia em beneficio de tantas a,lhlas assás alon-
gadás,da sua vista, e cuidado::, mas o Viga rio
da Matriz de S. Gonçalo, Padre Bento Jozé
Caeta~o Barrozó Pereira, pouco iatisfeito' pe~
la diminui!;ão qas Ilhas' Jerobaibas, e de Itao-,
----------,---------
,(I) Em testamento, com que falleceu o fundadol"
da Cllpe\ia, foi declarlàdo, que te'nd>e, el{e comprado a'
P.edl'o Jooõ 40 braças de terra de testada com os fun-
dos competentes. livres ele foro, e qualquer lQutra peu-'
çaõ •. em parte d'ellas fizera algnmas moranas <de Cas3~; ,
e ·outra porçàõ se achava occttpada por certos' foreiros :
Que parte> Q'éssas Casas, sitas na estrllda 'para S. Roque
'da banda do mar .. da,va e'm patrimonio á Capella , ' e ra-
'Ülicava a doaç~õ anterior das outras. e das terras,' em
qile foram fundadas oa estrada para o már, e mistica$
á mesma Capelln. Como ~e1a Escriptura de I!! de JunhB' '
havia o ~obredito Ramos 'doildo outra porçaõ . de terras ...
e', casas para o Sertaõ, quando se verificou 'a erecçaõ di"
F.regnezia; naõ persistindo' esta, se distra-ctou a Escriptllra.
pox ,Despacho do .BispQ que a fUQt1àra, , .' '
: Tom, 'v. Mm
 ça ~ adjbt~i('8das' á p8r0chláç~o d.-1'ltWa ....
gl;1e:aia', e uão pndelltJo clarameBre -tlÓnttbfie-
la, .por haver (e'fi Juneiro de· t'Z6:1 ) IBssinackil
um Terrmo .. em que se obrigiLva.' à llã~'eA .A
liual<jUei' divisão da 19r1'ja·.. mandada fà'ser ..
todo _ o. tempo. por. S. Magf'.. tade; (2) por in
I . • ~ • • ~. , J': ... '.~
- (go).. No -Liv. do RegiStro. das o.rdoeos Ifeg.. ." its
'(-onll~r\ludo Oal S~('retarill d'l:llte Bisl'lA'IU do 1(10 de J.,,;.
liI11ir.o· •• 1Õe Yê o Heg4lo\ro c1'UIllB Certidlló de St'c:reblrio da,
Meu dJl (:011: ciem'"i.a. e Ordens. v~~arla t!m }2 de Ou':
tuhro de.' 'Z~4 >- por- 'IV'" ~oll.i. U:Iov'er S. MIl/!..tltlttle Re-
~~llido.u lo~ de ~gOlltQ da, mnmQ IInno, It. C.ruJUltll d~
"l·ribuUlll. dlA Mela '~a COIlU.jl(lI la .. e,Ol'fknll de 8 d_
Jalho IIntt'~d.éute.. ~eudo ~éniJ. Ordcnllr. que 01 pro-
"ltimCUhlil da.' l~rt'jall, wa»dlllbs JlÔr "III ,Cnnl'urso, ~
~l;'~Ul COlO II eJllll8uJa, ,,~"lltr puderem dividir, qlllm!fl),
III: j.lij~ll$e n«'~rio) •• m 'll.lt! 1111 providntl o. rode85el'Q.'
irupvilit.-; e, q~ t'~~ll- iullllU Termo na ·Secr,etari!l da Or~
Ó~II' d~e.t)T~to... I'II.'te8~ de'se~'lh"li exp..~ a. SUIl t~r'a
d.e 1I1I1'cl!el)fnçuõ. de nao se oppore. à. mVllis6 d.1 l:htall
~~jall. que, lIe julg,llSlle necelsari•• Nl!st.a (!OJl1Drmidad~
iq' )Jt.~~~'''' ,. Termo' que ~'.lIftbr~dito Yigario Bf>"i n9t1o
l UQ. Li ••. 3. ~'t'I~es) • e .R,:.tm se lhe,declllrou Da Provi81l8
de COllliÍ;n,açllô da Igrt!ja. D'eJl~) em diante, fil'oÍÍ!
IIJQ. 1!r.lttic:a lt~lliflllrelll fi6 PllrUl'tlS de novo prnvidoli 1'erm-o.-
Iillluellllllh'lUl>le de e~ttlr .\,or lodll, e'.qualquer dlvisaõ .. f'J 1te,
--Psr.. . o "0\10 1'0 !!.e ,tj.~'l de 8UIIS 1~~ja8, como sé fé tias:
('p~neteJlt~s l:..ivro:.•.,A me.'nu pnítíc& se ,ob,lerva na ,Ar.
,,~\:, pado da ~iltlia. seguo<.lo a LwAlrmllça& tio. ~r('elH5po.
" ,uvJt· r" Jozé- de ~lIta bCO'85titr.. ~ dada .-.. Trlbnl'lal < a&,.t
~~ da. c.:o'I/i.,:i.elJl'IO'" . e OrdlNl8. ,llobre' li &upplica dll'1
• ll&: I\, dti '~rg-Ipe d'EIHei·, para II.
';a.lllilr.a,· da ViHa. de Sa.nlll A R111,0 dali Grota& ..' na €nm...
8~idi" a' Freguezi..
ale ~" G,otlçillo .fl?, P.. ,de. Runco; 'e .eme1hllnttmtente ft-lI't
U"l'~l~.~ e IL Bisve d.e M3-l'irotnrnt D-~ Fr. M",nó..1 da Cruz .. '
t:(tfllO ~\~ 1({MUjO!). Ilá Contia. ~ ,2'6 Eh! NON~m,bró de ,175&:
.5l;J.l.>Iill:' ~ (·~·"Ilt·\\(.h.lt nu Provi~itõ' do l'~ihQnaL dl\ M, C. ~'''~
.i lt'''}'.-i,-,dlJ:$ Curatos. de5ItJlllluB ~1t6 farof.'h.ias-' ~em Au.'
'toril:ulI.~. Rf'g.;a , _~ st'.m ali r,rrulllil àdt'll ~lD~rtilO;o.!Ii) &
oblttu.lÚ e ~t:c L.!'ll41llt.Ç' a4,uellu' Olldem .it eg,ta.:,. tt~e::~ 1
{ "1 ' '.
 ;BO RoI~ lJE J ANEm"fJ.~ S'lã
~~p.~st!r pç"ss~ 'de .ManoeI R<tmos .de .Aze'~i.
. do, e 'dJoutros semelhantes, que figuf1Í!am. S\J.S-
t~tou rigoros~ rwstencitt àqu~lIa I parte dó'
tenitQrlo -divjdido, até cons~;;uir,.e'}l J'1"70.
fJela ",Meu da. Ooroa o Acord;jo,' qHe l1UOdllt
~stituir à-·F.regueua de'S, Gonçata O'S mora-
dores dM. !erobai"as ~ P~". n~o tfr:?fr slIbslS-
tir fi.. 1lova el/T.Q.~hi.a.' ~n cOltse(lueR"Cia' tia ~l.e~:'
-ma Resolução, oa ·A<:(M'd~6. ;ppaccce'tl em l Ulj
'1EO ·n~ anno seguinte uma p()r-ç~o d~;ftI'{nadores
.habilallt~l( na p,oota (ta. Jlha; 'e:U .t4lre esta à.
Capella de s..
ROq!lC.,. rel) ueretd~ 8. SlIll rt':s;-
.tituição à Fftglitezia de Magé[lé, l1e1os mesmÓ8
'fundame'Dto! ·temaf!l@s ã fàvór dos habitantek
..da~ Jerobalhu .. ~ ttaóêa. cOíu. a cOlll1iç~o d~
~8e c()nservar a posse de ter aflr·Sa<.rario, Pia
.ltaptismal, e. um Capellão Cu,'aAo: e assim
obLi-veram no" 2~o Accoraão,' á qtm iie 5egui-
t'al , raâi~ tres ~ pelareltu'gllaAcia -da Diecesa-
no. em oe inprir Q 2.~, e uHimamente "G i\ssento
.i-- _

.RR. Billp08, nell\ Pdrocos poriiam ignoTll-lôl, pouco

01
~ .po';lc.o foi eai/!do. ~~o desu,o; de -cujo def~ito tiveralu
prinCipIO as repugtlll,»eilt6 d,~Il1~un~ Pat'ocos quando M: fez
preciso di,vid-ir-Ihes Otl 'terútorlllS ll'tra .se criarem n'dtes
noval .Pnroc~ia8. e(Q benelicio d,='mlrneroso Puvo, que pe-
lai longitudes '9 ••~lIp!,!rez~ rle caminhos, &.e. requereralll
.a pr.vide9c~a .d~ lIova!' Igrejlls l\fatrile~ ... onde l'OIUl/loda- .
. .mente p4td~!~ ver .. oe .ser v.isto peio seu r.lstor f satisfa-
.ler os devS". ' Htbol~c~s., --e 'P.rocnrar os Santos Sacr<t-
mentos e1:9. ~uli •. ~s id~des. N'e~tas cireultlltancias para•
..U~ ~ l}.õr.dul·ldastie Itl~ll da ce~sa.Õ dos territoriaIS p.. n.
,ee ~rearelU r,Ofas ParochlóJs" lIUSCltou o Tribunal dd M.,
.-c. o. ~'Brll:lil aque!la Orden?, mal~dando dt:darur nae'
,Càrf!a ele Apreientac;aõ de taes Bent:licio~ a clausula 5000
~ta; .~ 4:0DforlJlidade.Ja R~solllc;aõ ReO'ill cibld...
Mm ii o
 1;JEIIORI.lS Ihs'l'OlUCMS

do Dés-emb:lFgo tomallo no tlia~ 21 de Julho

6le 177l. (3).

(3) C1D~1) foram os fundamentOs d'aquelles Acor-

daonl\': '1. Q a ineompctencill. d~1 Di~cesano' fie pod r à
seu arbitrio erigir Parot:~ia9, ise~ .attlbqridade- d8 Padroe~
yo.: 2. 0 8 flllta de ·consentim.ento da maior parte dos pa-
iochillD06: 3.° 8 falta de júilta ~1J\f.a- plica 11. desmembra-
~õ: 4. 0 11 falta de couseutlTneoto., e vonllrde dos Puro--
'E08: fi." e ultimo,. li tô\!ta d~ Q8senllO dã Padroeiro. NQte-
. se porem, qu~ o 1. Ô :funàalUelllo noo p6d'ia S1Jbloi~~iJ: •
.á \ ista das Provisocns de 13. de No\'embro., ~ de 14 de
DezerÍlbro de 1759" já' refeJ"idas-:· Que.o 'l.a ll~nhul1l \,j_
'gol" tinha, por naõ lemLrar. á Do.Jtor. algum Cllnonisra
'esse requ.esito t ·q.uE"aoponJÓu Manoel Alvares Ferrei"t 110
.Tract. No-vGr. Op!r -ae.difiratíonib. Liv. I. Dilocurs. 5.
D. ag.: mas 110" Ci!~c) .de 8~r necessario ao menos. • Il maior
parte dos parochi:mos " bastava· constar por um dooowen.
"'10 a fi. 1-7 dos. 1\otes, que 6& dellC6nt-ent~8 ehegavam 1
''penas 60 numero de 43, e pela infqrmuçap do Bispo.
appensa· fiOS . lfIe51U~S Autos.. COll6tUV:l 6' LodQ àos ha bi.
tantes da lha de. 1i:f.lOO aI mas de Comunnuó: Que o- 3. q
foi inteiramente insusteDtavel, sendo notoria , e bem ;vi-
sivel lA distancia de a'~ 4 It'g"olls d~ mar, que medelWl
entre a Ilha t e a Malriz de ,MagÉ'pe, cujo Illoti\'o só era
mui stlfficiente. para .fIe creur a nova P,nochia t!m bt'.lle-
ficio dos merudllrt"s da !lli" , que sem lllcorumodo nota-
'"el naõ 'poàialll recorrer ír Matriz,. accoh'let-eudo 1>01" isso
~ JllOrrer~m' nluifos sem Suuanié.ltoll. D'onde quer qnc pra..
: venha grande difficulclade no PO\'O em receber os Santlll!
" Sacramentos t se considera hnver causa -insta para' se ·~ri­
• ~ir nO"8 PllrodlÍu, prescindindo 'da' àistancia .10' lngar:
'nesta consi-deraçaõ disse ri Cone.· de Treto Se~s. 21 dli
"de Reform. Cap. 4. = la ris vero. in quibus ob 10t'6ru'm
· ~istautiam, 8Íve difficultutem' paro'chiuui !fine I!lagno "111-
· com modo od percipiellda Sacramend1l, et di,j'nu' offiáa
· áudiendlt accedere non possut. nevas pllrocl i-dS, ett ln
'lnvictis Redoribus .•• constittrere possillt. = Pará Provar,
que os Purochiau6s naõ rfodêm procurar a ']v lftri2' sem ~n.
· ?ommodo grande, nRó oe precise t que.'alg-Ilma '~:~e­
nham finalisudo sem -Sa«;':.8~êntos,~,. s~dj lI'lltill ato 'féOhio
obs·ervO"u Filgnano ao .(tap. Ad ~t1dteQhall1' ;). De- Ecdea.
 , '.0 Rio DI: J AN~RO.· fl7
Ãggr~~~J~. de' novo a· Ilha . Paquat~ j)t
_ ~Freguezia de Magépt, por n{ji) e,ristir a que
tlhijv1'n creada. perte!ldeu ó Padre Joak.im
Jozé da' Slha ser· Paroco d'ena; e c:onseguin.
· <10 sú. A presentado , 4.'~m o falso pretexto de
· ter' sido .n9vamCllte çruta::a p'llrocldal Igreja.
da Ilha ele lJ(l'ludá, dimiUiu a Vigararia- de
S. llaroahé, qHe 'orclIpa"a ;,:' cuja dimissáo se
.lhe aceitqu pelo' Real Âvizo' de 19 de J-unho
de 1806. segundo consta da Provisão de 15
------~--, ...----
Bt'diliclllld. lIum. 17.) nd . validitalenJ eredionis, ot. im-
rMineut peri<:ulum, ue sic' de<?t'rJanl; \leque hlljusmotli
eve\ltus. est expectuDdll!l, 'qui'l3 jJo.tius prllf!venilmdutn, De
coutillg'at, cum satius sit o{'currere','jll tf!mpore·, qUlIlU
'pust exitum vindicare t seu pÓb~ 'vuluerulD causam reme•
. dium quael'ere. " O'este sentimento foi tllrnbem ~ Sa.
~rllda Congreg'aC;l1õ , refe.. i~a pelo· me'!!mo Fovna.no•. Sobre
o 4. 0 fundamento seria hastllnte ler' o sohrecilndo eonci.
lio , ,pam uaõ hesitar á e~se respeito:' mos, além do que
alli se vê di!!posto, e ordenado ,_ existiam ja, BD tem·po.
da ql1ebtaõ, Ui. Pro"isoens á cima apoutadas, e 3 Rê-
olllçao da 'Oonsulta da Mela da COR!lciencia, t> Ordens.
'pub iCifda por. um .Editlll, cujos documentos naõ podilôm.
6~r itiuorunos, Dem conservar-se. em , eg-redo, sen'indo
pl!p,; de soccorro ao Bispo t - para defensa do seu ·prac.eui-
lJlellto. e de subsiflio aos J 1I1zes da Mez'! dll Coroa, pUl'a
jl1lg'Jrem a causa ~ si!cflJldl.m .ius· porem. despresado tudo
que patrocina"'l 'á subsibtel1'l:ill da nova Freguezia, foi
ele llel:es~i{Jade que êlla desar.nreres~e, teodo-II parol'llia.
, d.o dous Sacerdotes.~, 1. 0 o Pudr~ Jozà da Sihll Furtado.
(com l'ro\·isaõ de 26 de Júnlio de J 769; e o 2. 0 o Padre
Joaõ de Al'alljo de Macedo, com Provisaõ de ~ de No.
, vemhre:le 1770. l;:obre o 5. 0 e ultimo fundamento, Sf!rÍL
tambem .l.mswnte dizer, que tendo o Prdroeiro (o Sobe-
"ra:1O Graõ Mestre .:la Ordem de Christo) feito expedir
.par sellS' TribllDues. as duas Provisoeus citadlts ii êima.
· penoittincJo o facto da~ divisoew!! du~ IgrC'ja , ainda OB
.actullllllente Collada~, por ellas mesmo prê~tou o' S'II
!paeoliO, iadep(ndente de outra fo·rmalidadt.
 t.1J ;.Mi}l.QRFAi ~IS!8RIC !

\ ,A.e.· ~~11D.11o ~esmo,1lnn,o, expedida pe-la Me'"

p:a ,da .C~Dsciellcia I • ~ Ordeu:», que mandou pôr
à. '.col1eUfiO a 8uppoata Parochia: ma1, não
''Se ·.. re~lisà.ndo. ·esse graça pela ,caUsa, re(erid'â
,. de llão:, ~is~ir a t&eg~egia de Pa()uatâ, conti-
-nUQU a :l!ka na. "!a. .quali,dade antiga, e oPa.
,roco Apreselitado' ficou, na ,p0ltse do beneficio
que oecupava.
, .J N'este eslado permanecia. o terrltorio de
'Paquatá até ~equ.ererem de novo «;>9 seus rnq.
radóres ~ S.' M. que' ,se servisse dê aitendt:.r
as circunstancias', miindando crear alli nova
Paroehi 1; e tendp, o R. Bispo informado 80-
:~re a suppliea, 'por Aviso de I~ de Janeiro
de 1809, Consultou a' Meza da Conscicncia',
'e Ordens es"te negocio ,em, 2-i d~ J~neiro de
,1'810. Jlor, Decreto de 4 de A~oito do. mesmo
.foi Apresentallo u'esta Jlova ,Igreja Parochial
do Senhor Bom 'Jesus do Monte o Padre' Ma-
'noeI, Teixeira de pampos. ' . . ,
. Consta a nova Patochia de abundantes ,Fe>-
gos', e à proporção d 'elles he o numero dce AI·
mas. N-o seu d'istricto tt:m a 8~bredita. Capella
de 'S. Roque. .

N. S. da Con~eif;jo de Pi,.a~i,!,i/~.
~. reqúe,iim:ento dos habit~ntes do 'Ca-pi~l
Grande de Pir.atinim, districto 'assás long9 àa
Freguezia de S. Pedro do Rió' Grande. do Sul ~
~8e desuniu essa parte de terteno. J para dar
,espaço 8~fficient~ á. n~v~' ~al'oehiA de ~. 8.
dq.. . Concelção de Plr~tmlm, em conformldade
-dá Real Re!o}u~ão de 8 d'A~r~ de l~lQ ~
dftr~ltÍl. da MeSa dà ConsdcÍ) la e Ordens j

48-,;,1. de Fevereiro do, mesmo' at)llU. Ue d'el·'

b' 1. 0 Parocbo pTopriQ o Padre Ja.cint~ Jozél
Pinto Moreira .' por Apresentação -de 5 d'A b.nt.,
do me8mo anuo, que tambem occupa a Yata:.:",
da nova Commarca ahi· creada t'm 30 de No.. -
vembro de 18Úi, cuja Jul"i!!dicção abrange as'
floras Freguezias da Lagoa dó J'aguarão, de.-
nomiuadá boje. ido ES1)irito SUlto do Arroio.;
Uralll!e ~ c da 'Conceição' de Cilllg(IÇU. CORta-
l'á o -tolal de 3:673 allilas, no 'Dn~ 1814. .

Salltll ..4'l1fla de pr,.ah1J~

Com Pro~isão de 2 t de Fevêreirf) de 1772-

Je\ôlntnrum os moradores vi~itlhgs lIo Rio, "
sitio Pi..ahy, em teTFas rIa Fazenda de Do.. '
mingos Alvures l.ollsada, rertéllcente a~ Dj.s..:
tridu da I<'r"gtll'zia de S. Jo~o Marcos, llma
l

Cap"lla ~EJllre madeira~ , que bfDzida pelo DOli-

tór Visitador' João Pinto Rodrigues em 27 de
Otltubro de ~77~, principwu' à l;'ozar da ,re..
J't"lg,ativa 'de Corada~' for distar 8 legoa's da
Matriz, mediando t:aminh~s pessimos. e pus..
sagens de rjus vol\1D1o~os, ~lljQS nnbaluço8
(iffiruhavan1 o prompto reC'UT!'o (11.8 SaCffiwt:u.. :
tvs à Matriz. Sem palrimonio su·bsisti.. desde
a sua fundação,. at~que lhe' foi. cDaí5tituido
em IOo. braças' 4e terra.' e julgado ir ~B d~­
1\LJ·uço. ,de 1198 para fontintlar . }n~lepênfl~Rte:'
de ~rovisool1s annúàe's;. à que na obrigada'
J;a 'Jllalidáde de ,.tm'ples Oralorio. N'e'f\st> ('8-
1~d'o ,se eOBser\'Ua, 'ftualido o n, -':Bi~'po a Vi.
~itoQ em Outubro de hHl: e ~n'ãÓ ~. iwJtá..:ó·
I
 280 MEMORIAI HISTOmCAI

o .mesmo, Prelado pelo requerimento d~mai8

ee' 3:000 almas. de que con:;tava o numéio,
ele Applicadog, e pela répresentação dos Pg;
rOC03 de S. J080 Marcos. e da Villa de Re-
ientle, foi. obrigaqo à creà\' alli uma' n.ov~,
~reguezia pur Pro.visão de 15 do rnesmQ.:E®z ;.
e anno dilO, dando-Ibe os limit,e$ d~darádos
l!"3. mesma Provisão, .e ,que se dirninqiarn do~
«Jus Freguezias das Villas de Rezende.1 e de
S: João do Principe; . e .nomea,~o o ranre,
.Joié TI1f.~odozio ue ~o\l~a
~J. ~
pata seu {laroc'Q,
pn \',ltl\' o.
f ' .

.. .
..

I Pendendo po.re~ ~Ig"p.~ ~mbar~ços sohre

.essa crcação llova, por Consulta da Me~a da
C..onsciencja, e OrdenS'. de .1R· de .Junho de
1.~11, e nesohlçã~. J,legia ,de 19 ele Agosto
dq mesmo at:I~~ .. (of 'ApprqlJada, ~ Conlhma-
dá.,' por Alv~rà PC -' 7 de OutUUI'O ·immed.ia-
t?,',. e por "Decreto d~ 2,( de. Agosto de 181 S
c~nferiu ~ua Magestade <> novo Benoficio Pa-
r.Qchial aQ sobredito .Padre, pa;:ilall lo-se-lhe
(J.arta de 1pres-entJt.ç~o.,e~ 8 de 'e'.. erei o de·
]~20: cuj<;? .p,fov;ime.ntÇl fez cessar o uo .0 Con-
curso, m'~ndado re~lisjir pela ){esoll\ç,ão refe-
rida # e~n; cODseql)en'cia da núllidac,lc, a q\l(',l O,
.1l}esmo· ·R.'Bispo ha~ia procedido de motll p"r<?~
}).rio :' pondo incurialrnente' a Con.c.ur~9 a nO\';;l.
~arochia. sem lhe precedera ~ppro.v3:ção d'el!.·
~à põr :~. l\fagest~de, il)friDgin~o por esse,
~odo os direit,?s do PJ:e~~Q Soberat;lQ, e o~
~o' Grão MestradJ' das Qrdens, e s.~m posi-,
t~v'a '-()tdení 40
·COll1pete~lt~. e privátivo Tri·
'~~lD.al'· cl~.
Mesa 'q~ ConsCi~nc,~~',~ Ord~nf? pap~ .
':esse effelto
~',... .. . .
,:
I - .. . /. . .
 !SoO 'Íbo DE JAN'EUo-' ~ 1t8T~

, 'Em 'seu' ·:territorio se cultivam 08 mesmos

generos·,. que prod~z u da Freguezia Mãi
de S~' 'João Máreos, cuja nal'TR~ão se ~erá n6
Cap. 4,' onde 6cáram declarados tambe,m o
Rios J que banham, ·e fertilizàm iguatniente
as terras desta Parochia ·nova.
S. Sebastiáo dos Campos Goa/laca.ses•
. Havendo SebastiãD Rebello furrdado á lem
de 1710, em Fazenda pl'opl'ia, .mas distante
notavelmente da Matriz de S. Sah'a.dol'.. dos
(;ampos Goaitacazes J à qué perlencia; umit
Ca pella sob o· titulo de S.' Sebaiil1ãó, pOL'
beneficio da sua família; cl'ella se aproveitá..
ram os eircunYisinhos para satisfazer 09 pre-
ceitos aonuaes dR Ig-reja: e como,' d pois de
fallecido seu fundador, sentiu' o Templo gl'an..
de decadencia'; foi 'renovado por ~q uelles in"
. teres~ados tia 'S'1l3 subsistencia, correRdo Oil
annos mais, ou menos de 1953, e sustenta...
d'ó' em ~iante) á pesar de ter patrimonio cons.
titui~~ pejo mesmo Rebello em certa porçã()
de terra, e algumas cabeças de g-ado J tanto
vacum, . como cavallar,. 'cujo fundo augmen.
táram outros :fieis devotos. do Santó Titúlar·.
Porque, além da notàvel distancia da Paro-
-chia. de S, 'Gonçal<.J' (á qual se adjucJicou a
Capella em 1763 pela no\'à creação .d~ Fre.
guezia) concorriam o transito de l ....goa&, e
muitos passos !ntransitaveis de todo na es1a"
.Ção ilwernosa, privando muitas vezes aguelIe
povo de cumprir ,'os deveres de Christão, e
difficrJltando-lhe n'~tltras o reCIHS() dos Sanl~
To'm~ V. Nu
 !S2 . MEMQRIAS HIS'I'ORICAS

Sacramentos nos tempos da sua necessidade

extrema; supplicárarn os sobreditos morado-
're!! a:piedosa, e incomparavel Atten.ção .de S.
J\tlagestc.uc., paraque, Hlo'tido dos motivos pon-
derados, e tõo urg'cutes ,. como dign<?s.·da Sua
.Paterna) . Providencia, Fosse Servido crear a
sobreJita Capella em F.regl1e'lia. perpetua. An-
nuido o r€qIH~Timento, se desligou da Matriz
de S. Gonçalo essa parte de territorio, em
q~e foi estahelecida a nova Parochia de S. Se~
bastião, por Alvará de'5 de Fev~reiro de
1811., em conformidade do qual :o;e seguiu o-
Edital de 24· d~ .Abril ir,nmediato, dedarando-
os limites da sua- competencia: mas essa di-
.:visão foi alterada espf:mtaneamente, ~ sem
C-onselbo. e Consenso d@ S~nhor GrãO' M.estre-
.da Ordem. de Christo, çontra as.BulJas Apos~
tollcas, e 0. Alvará de 11 de Outubro de-
·1786. §. JO, pelo R. Bispo na Provisão de-
Setembro de 1812, expedida em Visi-ta actual -
eas Freguezias n~.e~cionadas.
He- 1. Paroco proprio ~ Padre- João Ro..
Q

-tlriglles ,de Agl1i-a r.

CAntem esta nova Parochia 480 Fogos"
~ .2:800- Almas !lO todo.,. devendo, quando me_o
~os, C{).fltar 2:91-0 .. Ao seu districto ficou· su-
geíla a Capella de- N. S. da Concei!?~o,- que-
)le fundada na Fazenda ..los Padres Bened·i-
ctIllOS.
Ai ".prodllcç-oeos da 5;eu- territo.rio sam as·
mesmas J. que ~. do,. dos Campos Goaitaeazes'
 S. Frafll.l!isc9 de Paula de Pelotas.

.' Crelldâ a nova Parocllia de N. Sra. da

Conceição' de Piratinim, que referi á cima,
requereram no rile~mo anno de 1810 <JS mo-
radores da par.te Septentrionrd d~ Sa.ngudouro
oEIe Mirim,. districto -da Freguezia' de·S. Ped.c.o~
outra providencia semelhante, expondo l\ ne;.
..cessidade·, que desde o anno .ue J784 havia.
d'essa divisão, como .reconner,era 'o p.ar-oco
então existente Padre Pedm Ferna;ldes de Mes-
<]uita, a quem parecl:u difficil administrar a
o .pa.sto espiritual ao numero. av,uItado. de ove-
lhas espalhadas pela. extençãa de mais de
! :200 legoas: Que para o mencionado sitia
ha\:iam concorrido desde aquelle anoo., e ahi
habitavam além de 150 familias, as mais abas-
tadas, da Fronteira, onde e"istiam {;ol1side-
raveis fabricas de carnes salgadas, em cuja
trabalho oecupava cacla uma mais de 100 pes-
soas, à exc~pção das ~mpl'egada~ no costeig
dos ,gados, e no exercicio da lavoura: Que
() luga!" do Sangradouro distava 10 legoas da
freg'uezia , .tendo de permeio o Ri.o, ou La-
.goa de Mirim., caudeltosa, e suas margell!t
-alagadiças -na extensão de mai~ de duas legfJlts:
o que tudo motivava graves, e nota veis in-
,comrnodos", prejUlzo, e atrazo no Commer 'o~
.q.llan.do . no tempo da QuareSnilót,' qll~ he: li;
-estação propria de fabricar as carnes salgadas,
·deviamconcorrer .à Matriz. Para evitar pois
<os referidos ill·coo·venientes, sU.J3'Pli(~ár:pn à S'e
M., que se dignasse attende-los, mandando
erigir I!lova Palochia t\Q sitio ehalllad-e Capã3
Nn ii
 284 MEMQ-RUS HISTORfCAiJ

do Leão, que he na Costa ua Lagoa dos Pa-

tos, onde se acha a Fazenda denominada· Pe-
rotas.; e
se erigiu· na CapelJa de S. -Frane.is~c().­
de Paula, que er.a Elial da Freguezia. d.e N~
Sra. da Oliveir~ da S.erra d? Vacaria. (I) Erec-
ta a su pplic~da F,reguezia, fo.i' se~ 1.0 Paro-
€o:o Padre Feliciano Joakim' da Co'sta Pe-
réira.

Espiti!o Santo dó A"rróin·· Gra.ude J e' N.· 81'(J>v

da Conceição do Cangussu..

Ao mesmo· tempo q~e os· flabitantes da'-

pa-rte SeptentrionaI. requereram a 'crea~ão de:
nova Parochia J reeorreram- os moradores do
Sul do . Arroie· Grande, distantes 20, 30, e-
mais legoas da.· :MatriZ' de S~ Pedro (cujw
Campanhavatlta o€euparum os- PtHtuguez'el>
n!l guerra··. de- 180 I· ), pedifJdv tambem J que
no lugar da·' Fáull'da de ManoeI Jeronim()
houvesse outra Parocma:' e finalmente os ha-
bitantes Applicados da CapeHa de N. Sra'..
tia Conceição de' CaDgussu, cujo Templo' de
p~ra e cal, gozava da preragativa -de Çapella
Curada. por providencia do R.: Visitador 'Ben~
to Cortez de Toledo, em Provisão ~e 1 ~e .
Janeiro de 1800, e se achava cercado de,'
ma111 de cincoenta morada-s de casas, constrt:l"í·
- das tedas de pedra e cal,' supplic'~am.outra
graça semelhante. At~endidas as cauSaS justas"
e yerdadeiras, que Pie fizerão ver, por doeu...·,
mentes, e precedendo as InformaçoeU:s' qe-.
-.--------- \ . ----:----
(1) V~ Cap. 1 a memoria .d'eesa Frt:g\Tezia.
 .
~ 'DO RIO' DE JANEnto. 285"

:cessar.iãs, foram Consultadas as referidas sup-

plié~s em 17 de Janeiro de 1812, e tendo :\
·seu. fávor . a Resolução· Regia de 31 do mefimo :.....
'me'z ';' e ·án.no,· se erigiu a Parochia no Artoio; .
. Grande.' ÇOn'l .Q titulo'-' do Espir!to Santo, e. a' .
-de Cangu~~u ':: conservando· por seu .O rago a
mesma 'Mãi de. Deos, sob, Ó fleu '. especioso...
Titulo d~ ~onceição.

N. Srd. ,da Lapa.

Em sitio junto-: á embocadura d'uma n·

beira, no ,fu'odo d'uma pequena' enseiava no
districto. do Ribeir.ão; havia 'Ievantad:e Manoel
de Varg'as Rodrigues a· Capella de N. Sra. da
Lapa com Provisão Epis.c'opal de ] 3 de Se~
tembro de 1763, que os moradores do mesmo
lugar, interessa( os na sua p@rmanencia, ree-
llificáram, faz~Ddo construir de pedra, e cal
as p~redes, e dando-lhe, livres da grossura
d'elJas , a extenção de I 25 p~lmos desde a
porta principal até a CapeIla m6r, com a lar-
-gura, e altura de preceito, em que se ae-
comedáram tres altares. Conduida essa obra,
é benzid~ o Templo no dia 2 de FeveJeiro
de 1806, eomo pela distancia de duas legoas
ao Sul da Matriz, e muito incommodo do
Povo em recorrer à ena, tende de mais' a
difficuldade na passagem de mar por bahias
desabridas, cujo tramito' he sempre de ,muito
risco '. e. na administra;ção do pasto espiritqal
sen.tia o Paroco os mesmos ouices; por esses
l#otivos, á instaricia d'aquel1~ porção de. Pieis.
Catholicos 1 por Proyisão' do Cabido 1 Sede
 2S6 MEl\IORT AS HIi1TORf~Á5

. Vacunte, de 24 de Janeiro de 1807 foi a

sobredita Capella elevada à Curato.
Paraque Iie effeituasse melhor, a, preten-
-ção do Povo não hesitou o ,Paroco (entã.o
actual) Padre Francisco das Chagas €eder
todos os emolumentos parochiae8,' que por
qualquer via lhe pudessem pertencer, ao Sa·
cerdote seu -Coadjutor, alli resi/lente, à cui·
dado de quem ficassem 0.5 ofliclos pastoraes,
em qnanto a mesma· .capella 'não se erigisse
em Frt"g;lIezla novlt ~ como premeditava o Po-
:vo' q ue ~e rf>a li~ass'e,. Seg~,rvn<.lo esta, cessão,
e perpetl1ando- a J ·cele.uroq 0': ffi€'smo Paroco
a E!ot ritu ra ele 12 de SetefII bro de 1803 J la·
nada na Villa de N: Sra. do Desterro pelo
'fabdlifto FI'a:ncisco Borges de Ca5tro., decla-
rnndo o terr.~~orio, por onde se havia de di-
vidir u nova Pawchia com a da Villa, como
j

se vê. « Que lan\'aJa lIma linha recta de Oes-

te' par~ Lest~,' da ponta de Cai~H'aflga-mirrm
ao pOlltal do mar gro~so em frente da Ilha
<10 Campexe, abrangeria da casa de Venancio
. Marlins, inclusive, para (} Norte, todos OB
moradores do Rio do Tavares, os quaes fi·
cJriam perNncendo à Freguf.Zia 00 Oesterro;
e tnt!ofol os moradores de Caiae;anga·miril ,
estrada do Riht>iráGr, e os mais povoadores,
ou já e~tabelecidos, ou que !oe bovessem de
estabelf!(·er des-de a linha di\'iMM'ia para' o Sul,
pertenceriam à no\'a Paro -hia da Lapa, " . t

Com .(JS ôocllme-lüos r feriuus recorreran~ os

morad0res do <iist.ricto do Ribeirão ao Th1'o·
no, parôqne se,verir(laS~0 it cre:;lção <Ia 11o\a
Parochia. como conseg'uir lU (por e.ifeit~. 'ga
 ~ lho DE JANEIR6. 287
\

ConSl: ta de ~ de pezernbro de 1808, e Re'sú-

lução Rl'gia de 19 de Janeiro de lS09;expeclin-
do-se o. Alvatá de Erecção em data ue I L'.Q.e
Julho ,do mesmo anno) , a qual ,ulgHrment~ 'se
conhece coi-l1 '0. nome :=< frl:gllezla da L~ pa..do .
Ribeirão == e assim fo,j declarado na referida
Consult.a. (1Y '. . ' . "
Seu actual Paroco Enc(lJl'I)1t'údado he (1
Padre Francisco Xa\ ier de Allur'a(le ~ Alrp.à:',
da, à favor de quem, supplicàram os Fr('gue-
zes 4 S. Ma-g'estade, em ll.Jcio do anno 1820 ~
a Collaçã-o da Jgreja', poisque de de o seu
ercgimento em Parochia, até Clit~(), se con-
servava com a natureza de arilOvi\"('), centra:
a providencia da Carta Reg'i'a de li de No-
vembl'O de 1797, que extranhando a . ub~is­
tencia das Parochias 'permanentes sem Parocos
CoBados, em cOJlformitlade d'a Disci plinll geral
da Igreja, OrdenO\l, se pozessem à concur-
so para o seu pro, imento, e fossem, Pr~pos­
tas pela Mesa da Cousciencia, e Ordens, 11a
fórma estabelecida em repetida!' Ordens Re-
gias, como telil'l sido os Alvar. s de Facl.llda-

, (I) Bem que us Igr.ejas Paro<.:hiaes do Ri~pado do

Rio de Janeiro tenham toOa. a COIl~rlla de dUZel!tos mil
r~is pele Alvará de.9 de Novel'lIbro de 1749; \las ('ir-
~ircunst\l'ftcias aetuaes, em que foi e'recta esta fi egm-z;a "
iI" lhe Coosultou a CORgrua de l'C~nt ll,il rei~, fil'llndo'
f) moradores abrigado!! ao pagamento dali cpnheceec;as,
na forma da Censtituiçnó do Arcebispado da Rahjll, além
(los mais benezes costumad(ls : e outro sim, que ~e con-
e desse à mesma nova Igreja farochitll um espaço de
terra de cem braças de frente, e outro tanto' de fl1 IH"I o ,
tjUI:: servisse de PassaI, com a ,natureza de bens da 01'-
eleJD ... ChrÍllto, e. a~ uaÕ" FQd~85em 08 Pa-rOL'OS llli.ellll.r..
/"
 2S~ MEMORIAS HISTORIC!!

des J ,exp~didos 808 Bispos J e ~~ Sé· ~aga ;

aos Cabidos. Ao tempo daquella 8upplica ,que ,-
põr Avizo do Secl'etario d' Estado do~ Ne!!Q-
cios do Brasil datado à 28 de Julho de 180;3 "
se wandou Consultar, constavél de 1:S72 aI·
mas o districto do Ribeirão, onde haviam já
estabeleci.das dllás Campanhias de I Milícias;
urna à pé e outra à ": vallo, e Uma seme-
I

J.hante de Ordenanças, 0 üaiz abul1da de man-

timentos pl'oprios d'eti , e d~ pescado.
.-
N. Sra. da Gloria d{e Aldea de Valença.
Costumados' os Iudios Coroados J indíge-
nas do Sertão entre os Rios -Pará-iba J e Pre-
_ to, álem da Serra dos Orgãos, à infestar com
diarios insultos os Territorios das Fregueziafi
da Sacra Familia, Conceição' do Alferes. e
Conceição da Pará-iba Velha, cujos males oe·
ces~;jtava.m de .reparo, para socego dos habi-
tantes 'd'esses districtos. e utilidade Commum'
de 'suas lavo'uras; por Ordem do Vice-Rei
Luiz de Vasconcellos e Souza passou, em 1789,
Ignacio de Souza Warnek, . Capitão que era
de Ordenan~as de termo do Alfere~.J e boje
Clerigo Secular J à rebate-los nas Ruas proprias'
Aldeas .. Conseguindo-se. então algum desvio
dos damnos, e o meio de communicar com'
segurança. a mesm!i Indiada, p!,ocE:'deu d'ahi;'
que recommendan'uo a Ordem Regia de. 7 de
Mal'ço de 1800 (entre auUos artigos) a ci· J

'Vilisação d'aquelle Povo, como 'principal ob-.

jeeto para os atrahir " incum}:>iu, o .meilmo:Yice-.
Rei essa dilig~Bci~ J \ eu} 1801 .• ,a Jozé. Rodrr...· .
 .. D6 ~IO DE JANElItO.. '289

gl1es da Cruz, por assàs h~bi~, e múito re~.

peitado da Na~áo, que dIarIamente recebia
de suas ma0ns grandes beneficios. em dadi\'~9
f .. eq~entes dos etft>itos de suai lavou~s (pOIS
possuia n'aquella \'isillhança a grande, FazeR--
da denelliioada o Pdo Grcmde, e outras p'or~
Toeos avultadas <le terras) álpl1l de ferrarr,en-
tas differentes r os seus usos. Dos des-
yelos pois de Joz .Rodrigues, 'e sua activi-
dade, unIdo o zero particulãr de Warnek ,
em angariar, e cultivar a turba bravia de
individuos criados à Lei tia Natureza., tudo
cooperou para o desejado' ~ fructo , que era
chamar ao gremio da Igreja taut.as almas per-
didas, e aggregar ao' E tado tão numeroso
povo, lan!rando-se mão das terras por elle
occupadas sem o menor beneficio da lavoura.
N'estas circuflstancias foi preciso, que. cm
conformidade da referida Ordem, ou Real Avi-
zo. se destinasse um Sacerdote idoneo para.
instruir 0'8 Indios neophitos na· Santa Religião J
·e administrar-lhes os devidos Sacramentos, co-
.mo exeClJtou o Vice-Rei D. Fefl'laodo J01.é-
de Portugal, nomeaoq.o no Cargo de CapeI..
Ião Curado, com a Congrua aOllual de 150:000
reis pela Portarill de 5 de Fevereiro de 1803,
.0 Padre Manoe] Gomes Leal, que tendo .pa-
rochiildo a Igr~ja de Sacra Familia, por En-
commenda J liavia\ accompaRhado as expediçoens
antecedentes contra os me-amos Indios, e feito
ali i serviços mu'lto uteis à Igreja, c ao Es~
tado. - .
A'-v,ista d'aquella DGmeaç.iio: conferiu o
• Bispo D. 'Jozé Joakim Justinianno por Des·
10m. "Y. , 00
 p:lC'he.·<k 2, de' Março' do annosobrtUÍito,
.qu.e ~se treg'úiu t3. Portaria de 3 -immedi-aio ta
.J II risd'ic~o lleces~aria a.{) mesmo Oapellão pltt
<:on,stl"uir ,-, edifiüaf', .{)u levantar AI lar em .!Iitio
,eo.n~.eniente , brnzer a CapeJla, ou 19reja, que
el·lgl~s~-,.p'1·eced~IH.lo,lhe Facultlade .Regia, papa
-adn110lstrar-: t@dos os Sac '.Dt""'- aos lndios •
''5 ln excepção. do de Mélt I aio. e ,fiual, el te
dE. construir, e be~lz j' CP mitt'rio. .
om o titulo .i Aldea de N. 1\... • Clo-
ria te Valt'nça ." ,{ em obzequio ao Vice- lei
actual ~ descendente da IHllstrissima Fami~ta
de' Valença) ~e, ~reou ~ Dova Po~ação, para
cujo augmentQ tem concorrido muitos Colonos;
e .segundo a noticia ,.' que ti ve do mesmo Pa-
~re GapeUóo, ··conta~am.8e t na Quaresma de
J8114" J.}9 F6gos, com '688 . indivlduos adul-
tos, ,,,,indo. o total das Almas· à ser muito >R\ai&
de 700, sem. entrar n'es&e numero os .Ind'los
aIdeados: pre~entemente numera mai& de \ mU
po,'oadores Portugl1ezes. ,
.A' faque-rimento dO'!TIesmo CapelIão, 'por
C<l-l1sl1lta da Mesa da M~sa 'da Consciencia e
o.rdens, '8 Resolução de·16.d-e:Agflst(l de. ~81{),
concedeu lhe a Pl'o",isáo <;le,23 ,de Janeir-o ~de
l812, :a faculdade competent~ 'para se levlIn-
tar. alli -um Tfemplo. á:.N Sra. ,da Gloria, onde
'Com ,decenoía-, ·e mais respeito· se celebrassem
()S .Officios Div·inos; e ·fossem ad·ministrado& os
-&ántos • Sa<"ramentos. :Visitando esse lug-a-r' ()
~ . ..Bispo D. Jo:zé -Caetano, ~ .conhece.ud~ Q
- 'Ilecessidade ,de uma Freguezill ~ em· beneficio
dos .no~os Colonos i(.nã9 Indios.) , ,d~pendf'ntP,!­
do's-~ P-a{OOOS >Fespectiv0S 4e <Sacra Famili-a,
Conceittãe do Alferes .~' QbJ;lC~ç.~o ~a. Partá•.
.v
100

iba elba , cujas M~tnze~ ~dis~qm enormemen.~

.te da situa.ção de Valen~a;. delibero:u créal'
uma 'nova Parochialidade, qi!lC ao' roemo tem'..
p~ serVlisse de promover a augme'nto da· pOl.
pulação em terreno a sàs habiI pará- todo,
e qualquer genero de cultura: ~ e' tiela Prov,i...
~ão de J5 de Agosto de 1813', dada n'aquella
Aldea, assitmlou·lh~ os limites desde o Rio
Párá-iba, até o Rio Preto. e desde a novar
Preguezia de Santa Anna de ?irahy) que
havia creado no anDO antec'edente " COll).o fica:
referido), até' a de N. Sra. da Conceição de
S. Pedro e S. Paulo da P·ará.iba Velhã.
Para dirigir, e serv.ir a nova· P-arochia ,.
foi nomeado o mesmo. CapeWio , Cur~do 'por
aqueUa Provisão de l5 de AgostQ, . com a
qual requereu á S· M. Ii sua Confirm~ão: e
tendo, por, Avizo de J5. de De-zembro de 1813.,
informado 'O R., Bispo, em 3·1 . Janeiro do an-
DO seguinte ·à fa,'or âa> perlletpidade da Igreja,
'e) do' pro~imento .d'etla no :seu CapcUão ac ..
tual1 , outro, A viso .de 21 de MarÇ& do. meRmo
anno-, . .foi mandado o. Tribunal.. da, ,MezQ( dil
'Consciencia, e Ordens: Con5ulta't esse negocio,
q1:le" a Real Resolu~ão de 1,9. de AgOlit.b de-
f

1817 confirmou, e autborisou,. dando à Pa,.

fochialidade· antIga ~ natureza.~ de Be.nencio
Collativo" e, per.p~tuo.· F'Oi iLll1 PropostaJ:pa:l'8!
BaOOQo pr.op.riO'r em J80!)'".O! Padre JOB!bm
Ola dia de, Meotionça.. p..BfJ ha;~erl fldte.eiclQ
{}U~!?- fun?àra t.ã~_ util p~~oa~ã?, _e COnl_ e)la
p,fQUlQNera, t3ijlQelQ; a. c.ç~ç,ão da Paro-cbi~õ'

00 11
(
 S. Joze da Serra.
, Contendo a Freguezia de N. Sra. da Pie~
onde dle Anhurn,mirim numeros,o povo em,seu
districlo sabre a Serra dos Orgãos, onde se
achão dilfel'eil lés "Fazendas bem estahelecidas,
e assás cultivadas, cuja parochiação era dif-
ficil' ao Paroco, e igualmente sensirel a sua
. falta aos parochiallos, que por não poderem
recorrer à Matriz, sem trabalho, e muito in-
commodo, se valiam dos socorros espirituaes,
administrados nas disp~r as Capellas do con·
tinente, das quaes viviam mui distantes os
novos Colonos domü~iliad08 no territorio do Rio
Preto; foi necessliri.o providenciar .e~sf'S incon-
venientes em benefiCio de tantas almas, corno
providenciou ri actual Ordinario em V isita de
20 de Setembro de 1813, à reqaerimento d'os
morad~res da Serra do Sumidouro, desunin..
do' o longo ~erreÁo parochial sc>bre a Serra,.
à que ajumúu parte do de Magépe, para
crear no districto do (tIO Preto um CuratO'.
D'elle f0i encarregado o Padre Manoel Mo-
Feira de Souza Firme, cujo Saeerdote prin-
cipiou a exercer as foncçoens parochiaes em
um Qratorio .am levan'tado, por não haver
Capella, alguma. 110 mesmo sitio, e serem as
lJuatro subsistentes tio térmo á cima da. so-
bredHa Serra mui remotas, e situadM em lu-
gJlres nfj(;) só menos aptos" por.em apartado,lI
,do centro do Curato,. (I) que po~ ilmnediata

(I} Na memeria dà> FT~guezia de Anhum-lDiriin' fi-

dr.am notadas as Caeellas subsistentes sobre a StlWl·"
 DO RIO DE J ANEJUO. 293

Resoluç~o de 25 de Novémbro de 1815 foi

elevado á: Categoria de Pi:1rocbia confirma~a
com o titulo de S. Jssé (Ia Serra Sobre ou-
tras· circunstancias relativas à esta nava Fre-
guezia •. veja.se no· Liv. ··3.... Cáp. 3. a d~s·cri.­
pção da Igreja Matriz de N.·. Sra. da ?iedade
de Anhum·mirim, de que foi desunida•

.N'. Sra. da Conceição de Po'Conção de. Villnna.

No Tomo 2.° destas Memorias pago 18.

referindo ó principio da Povoação de Vianna
na Capitania do . Espirito_ Santo, ficou dito,
que por Provisão da Meza da Consciencia 1
e Ordens, datada em ..4' ;de' .Marça de 18) 71
fera confirmada a ::e'recção d'um Templo de-
dicado alli à Conceição. da Santa Virgem, onde
por Provisão de I de Dezembro do mesmo
anno erigira o R. Bispo Diecesano um Cu-
rato J rlando·lhe limites; e que por abranger
o territorio dema.rcado 148 F6gos, com 949
almas, 8upplicáram por isso os nOJOS Colonos,
à Sua Magestade em 1819, a crea~ão de
Pal'Ochia na mesma Capella.. .
Conhecida por tanto a justa razão d'aquel.
le .Povo, e necessidade d) estabelecimento re-
qUé'rido, se di~nou EIRei, como Pai zeloso
da felicidade temporal, e espiritual de ~eus
Subditos, crear em Parocbia a referida Ca.

que hoje se encerraOl 'no districto. desta· nova Matriz, 'Â

de Matosinho teve accesso à Curato: -e no sitio Fagun-
deI, oode havia ápenas um Oratorio, foi tambelJl crea-
do eutre C u r a t o , . "
 2'+ MEMORIAI. HISTORIe;!!

pellà'J,' por Decreta' de 25 de" Maio_ de ·1820',

cuJo c-,onteudo be como se segue.·
,.~' S~do indespensavel para o mais' promp-
I I t'O soc.cmro' Espiritual dos Colonos, lJheosl )
" da P.ovoação de Vi:lJma ,. do Termo da Vil-~
" la da Vicrori~J ·Capitania do Espirito Santo;
" que. se: erija .em Matriz a: tJapella· Curadll
. Jf ,de N. Sra. da Conceição· alli estabelecida i

". Hey por hemo erigir .em Pa-rochia· ~ com Vi-

. " .gario CoHado I a sobredita Capella , desmem- .
,,' ·brando.. a, da 'Matriz·, -de N ..Sra.· da V.ictária J
H' da qual já'letfoctivamente se: achava in~e...
" _pendente, desde o. primeiro, de DezembrOí
" de' mil oitocentos e~ desete;. e trrà por limi-,
" tes: os trc8 . Rios 1taq\'!ary ,. J IleU I e San to!
,," Agostinho. A Me~a: da. Consciencia I -e 01'-
,,:den, o' tenha' :assim enl~ndido,. .e façal coce'"
". ciJtalr co.m os'· Desp.aches neoessRlioSI Pala-
f
•

" ciQí do Rio de 'JaReiro elD 25 der Maiol .d~

.t'.182G - Com a' .Rubrica. de Sua Mages-.
" tá:de-. r;t Reg. fi. 3. v.
, D08) Sertoeos -dar referida:. PovaaçiiQ . (e~·
v~ximidad~ da. qua:1J ficam ~t}la& .cluas. ~de
Pe'robas , . ~ Itap6oa.J" Jevantada . na margelll
Septenttiona.l- d~ RiQ' Sa.n.to· Agos,tinha, segue
um&.- aova: estrada::,. a~l\ quartel de ,Our.em..,. 'qu~
da"Cacb..o'eit& cM Rl& Sant-au Maria· Viii· t~) à.
Vina Rica ,.. 'ntl Gap.itania; das., Minas; Ger.es- ~
mediarulE}:; na .tehQ:ãoJ de 10; ~,Q<\s t gé aiOOQ
brl;l~as cada uma) muitos riós .de 20 à·o 45
pglmol' de- l~o', porem" PO'tteO'--a-ltos- {·it-ex-
éêP:ç~:o- 'de- alguns"
q'U~~. ~ó.rr~m.~ p-~1~ : 4~al I~";
qpaes. tendo a largJ.Ua d~· 25: Q. ~
gl.>a'l9 . 01,.
pa.lmos, seus fu~dos . atcan~aln. anWtQIAI'l dé ,
 25 'j' • 3~l J ~ ,/tO palmlls) 'muitoS, riaoho!!! ,. cor-
. reg'os, e algumas cachoeiras, como a ll)e.n.cio-·
da de Santa 'Mariá, do' Jacu J : da Rerfrige~,
e do Rio Claro. . .. '
,Cinco quar~is i 'a .saber, VI de ·Via~~a.;
2." dos' 0leos' J '3.°. de Borba" ,4;~' ~e' Mel-
gãço, e ,5;0 de 'Ourem, defendem $esta estra-
da das :in ~asoens' do Gentio., 'povoador :de tãil
dilatadas matas, que os novos Colonos .~m
cultiva.ndo com assàs utilidade 'propria J e p-ro-
veito do E5tado, CUjQ9 progressos afian.càm
a fer.tilidadE1 :das terras "mui 'prodigas) eOltra-
halho acti.vo de seus lavradofes.( I.} .

'Santl1 Amuz tia tllha dó Rio das Sirtll's•

. ','
, '
<Em ,consequeneia do requerimento j ,no aa.
1l'0 1813, dos moradores situados na' Hha do
Rio dos Si'nos,' Termo da. Freguezia dO"Se-
nnor. om .f zus do rr.r.iunfo da' Capitania.do
Rio G'rande do Sul se creou na Capena d~
J

la, ta Anna uma nova' P-al'ocrna, por effeito

da Real l'e oluçâo de '15 de Junho..de 1814
à Consult a IMe'lQ da ConscieaciÍl, e Or-
tlen14, de ue ·se st'goiu () JA~'lará .de ,9 de Jú.
." lho do m smo Imo, ·dando-Ihe .0 .territorio :
e para eu '1.~ JParoco perpetuo foo. tlesignado
'f) Padi"e ;lo.. o Igoacio ~e .MeUp J ..no anoo
~e~ui~té~ ,
--; • ..' JU4 l' , , • i ~ \ ,

, ,(1) N'!J ~ 8 ~aJ:e.t{), N.. 5~ 1:', de Julho de ,J.sJIl"

1J~t~ ,referiu o,t!~t~do; ~ as circuostancias na nova es.t,rad ~
dirigIda ~!esta,Povoa..a~ de Viallll8 at4 'illa Ricll, .'(;a-
. .pitanill ,das Minas -Gera'o!8. ' .
/'
 29~;' MEU!>ElAS BISTGttICAS

Sa"''! .A.nna do Oampo, ou da Cidade Nova•

•
. . Sendo ~ui consid~ravel a 'Fr~guezia da
t

. é d~eDtre as. esta~ecidàs na Cidade, tan-

to p~Ií1 s.ua exte.nção, no fundo ~~ perto,
ou' mais de'.!: meia'.. legoa, com que chegav~
ao.sitip· dÓ'\B~rro Vermelho,. caminho de. Ma-
ta-pórcos, abrangendo, cJesde a Rua dos Ou-
o rives, todo o tel'reflO comprehendido entre o
Aljube, e ,Mata cavallos, e n'e~se centro a
Cidade Nova, álem··do Campp de Santa Anna,
com~. pela sua, comprehen~ãoo, co.ntando nota-
velo ºurneto de Fó.gos ~ e de Almas, cuja Pa-.
rochiaçaõ· era. .muito· trabalhosa ao Paroco, e
pesada. tambem aos' ~reguez.es JDlli-s distantes;
e havendo motiv~s ,.justos". para os moradore,6
dos sitios do Valongo, Gamboa,- e Saco do
Alferes appetecer maisfacil odministraçaõ dos
Sacramentos, pela, . distancia naõ pequena da
Freguezia de Santa Rita, à que estavam su-
geitos; requereraõ. por isso, em 1811-, a crea-
çaõ ~e nov;a Paróchia na Capella de .Santa
ÂnDa do Campo.. . .
Foi esta Capella ere~ta por· Provisaõ Epill-
'copai datada à. 30 de Julho de 1735 à reque-
rimento dos Pretos Crioulos da Cidade, e d'Qu-
tros devotos da mesma Santa (. colll}da. entltÕ
no .Templo 'Ide S. Domingos) em tcr:reno da
Jacra do R. Arcediago da Sé Catbedral. Al!-
tonio Pereira da Cunha no Campo intitulado
de S.. Doming.os, que para esse fim lhes per-
mittiu. Sentindo, dep~is de alguns annos, o
estrago dos tempos, »or' naê ser coni,truidá
com firmeza, tevé' à selol favor o zelo piedoso
 ,~o Ri.O DZ JAlmmO, . 2~'

~ Vic.ente. J ozé de Velasco ~Iol i \la, Co~o.!!~I

do Regimento No\'o d't:sla Pra~~a, (qtle .. Rer .
p,ois' da guerrá ultima dá Colonia., e .~a: ~lh;'" . '
d!3 Santa Catharina, pas~ ' :1, àl\i9ntc V~d~o :(;I:a '
quahdade-de COiOlnijJs~rioda.,Ç~roa de, ~oft!l.~at:~
·e. OCCUPo.u por ulti-mo (} P'O.~to de -nrlg11:d~I~(1.' .
.cuja actividàde, lhe <.leu:. noV~;; e dUI'~"v~l l!lIÓ-
..si~tencia, cOf!lque' a,. reedificou,,, 'üiemlo' em
diante celebrar ·a1l·n.uà"lmellle· a' festivid'1de do
'seu Orago }lelo Córpo ,M ilitar do seu Com~
mando com devoç,aõ exemplarísslma., a quelo <

fir;olí. tnmbem o trato do"rre~nl'lo.,

'. Consultado o nCl{oçio. rr.~etendiJo pela ~Me-- _
~ da Conseiencia, e' O i'd~ls ,em 4- de ... N 0-
vembro do mesma, annç, z' '0 'Resolvido à 5 de
Dezern bro seguintê'~. em' .con,seq ltEmcia' da, R.
\~~c~oluçaõ se expe·rl"i.~:'o. ,'Alvará da creaçaõ da
nova ~'regtlezia dé,': Santa. An,na, . e .-foi No,-
':leado 'por S. M. o :l~adl~e, At!tQnio Ft!I-reira ;~,.
Riheiro, para .servi-Ia c'o lU o, 'seil ~.G, P.llroce' :
}:J;ropl'io.
Em Resoluçaõ de Consulta foram-lhe dA-
dos por terrilor,io em circl11'1fttencili a linha (1I1e
<c.orre do ditú Campo pE'lo ,me;o' da rJa áe S.
Joakim,' !i~Julndo pelo meio da rua de Valun-
go "at~ o mar, e d'alli ,ro ica II c! o Oi! Bairros da .
. <lamboa, e Saco do Alferes', at.é encontrál' a
1~'J'cg~ezia do Engenho Velho péi'os sitlos, dlt
Ponte . do CMtUl:le, 'Bairro "ermelho" Vale
.de Call.lm'f)y, ,até 1\1uta-Cllv~li~s. seguind'o pé!o .
1l1cio' da rlla dos Invalidos, incluindo todos os"
l~or.~dóre8 fl'esta 'f.l',~ d~\ parte esquerda J até
elltrqr no dito Càmpo de Santa Anna, c ~xar
np lu,gar onde principio'u J ficnndo preten~eDdQ
Tom • . ~ PJ?
;.:' :.
 ,à- esta, noya' Frrg.uetià todos os mo~adore9 qtte
''tt,'erfm. .po'rlà 'p'ara (). referIdo Çampo, E para.
&Jua ~ ;PaIoeo 'd~ Fi"egurzió\ àe Saut;:l" -Hita fos.
'-se, cOltlpensudo~ ,t.:!â" (-íil\i111ii~'aõ, que', com.' a
~r;eۍao d'esta 'nov~' L;-reglle1.m. :'Ihe."proviuha Ao
.fiç~~~Jhe 'pNtcl4-tcndu ('pela sobr<.·uitll Re~olu-'
g~:õ); (Ima·..ptJ;~'a: .p~rç;,\Õ ',d.é tc[r~n.()" desullido
~:l l>u'guecta '\Ia Sé), ''que começando des~e
,$~l.a Ftt>gu('úa ~Jo..meIQ da 'l'ua d~s Violas á'
,-una .. a.té- voltar' .neta" rlla da Valia .. ' c d'esta
P"1n lUlU cl'e S: ,J~;lhm; 'a(abaÚl fIlt)- [nrgo 'do>
SClllLll:úio do' mCt>nio: !lome~ ,
-:', :A'''pesâ!1! do. ,r.i1!o.~!-"ito,,!.1·otarel, qtlc d'este'
:r~{'.tes,Ci;l)~ p:llo~''lziQ aO,Paróco' da Freguezia de'
San'ta,' H:.th~, pc;'l~l nums-yo .ex~:essivo ~-e J1Qgos.·
e' de Almas). ~e"lf(\o contll~ba o dlstricto tle
lJig:ri;lhci. 'ue Y:1~oiig?" . .'e os men€Íon.atlos Bail'rOl!.'
~'l. Gumbcú ,'e"'Sa!<:(). do A ~feTes " ha bita.dos por'
).ndi.vi.u.llO'S l?~1>c~'d.,),~s -> ~ ,« l\ excepçnõ de, mut
r'{;}tN!0S 'no"toéPo, que pr€-sentcrnenle tem feito-
Cllli u~ sU,a vi, cnda ~' c su bsistcm ma·il florellt€ti}
'l-liaS]' miseravei.'l, com.prchelldí!'I"I~d'ent~o uma.
val'te l'l'aõ, }J('epl€ll<l do l?~'F;tro da Cidacle, Ol,lde-
reside Ii..:$ci~ufc" e 1il'1aiR a~stado povo ;,.ç,on-'
t~clo, porque J>-à pLllle' (lesmernb,rada' 'do seu"
~&'rr.itol;iQ se· i.nC'l:um o l'itio ~1e Valo~~o, em
,~..e se (lc-ha o Cem i tel io, dos Negros l.~o~'os da
f~a ÇO.&La ü'lHl:ira, ~C'H.i0 J>-cl?igo faz (i) ma,·
lbor dos I:ediuos (rC~~'l Paroc.hia, sem o mCRO~
.Í;;.balh~., 'alérú' da UE'ccs'sariar r~ne9tllnlenldaçáõ­
<tUII ('acta'veres sep'ul~ad'Gs j,á:.. di}.ls ant.es- .. c Iio€-
J~:lI'ada.'El:t'nte i;~ f:iervi.r. ~dQ" '~lI(dj) a um b9lJla'
Ut'nc:fi.cig;) im PUbIilQll com - i!equ€rimentBs ~ ac-
tual Vio'ario
c
JO·3é Caetano FCl"rt:ir.a de A!l:uialt'"
 ~o R~o DE JA'N'EI·no. 29)
divisão., 'que o l'ri\'ava d·e t~:fl(O ~em.· 1>cl~
motivo rflfeúd9 e~tevc suspensa. por.. estê\ :pa'fte
ii·ide~unifl-Õ. do. terri,torj'\).,~ e ~ouseq\)c!itemente
:'a"~posse" :'do no~() ..Pwro,co·, ;·.;como íàm~ern'. o ~
.exet·cido.. da nova J?.régllczüi., a~"é9ue. P?1" ·pe..
-creto de 6 de, Agosto' .<ie .l816 .. f9rulJ.l fi Gal.-
mente ~aesigl}ado8 ·os.i;e:us limitçs;i ·fà7.e.:l~(} .COI1-
~el"'i'ar no dist1·ic't.~·d~. Fl'egueii~,'de 'Sal1{a]lil/\
tod<l marinha. desd~ .'qo ~i~.o .fi~ .darua ijy
Valongo" -Q\,.t .la bot:u' da nO\'a .('lta do Prill-
.dre camiuhal1d6 ~i~... ;m"<lr:.' dç;Yaloilgo I e lJot
-elle até sahir aO Sáco" .~.;a. ·çampoa.. em c~jo
,meiQ: fica o suspirado l .... e : a~siÍs in~cr~ssaIit'e
Cemitcrict; . ' '.' . . . . ' ..
. 'A' nov~ Pur·ó·c:hja"~fi.cà;rirri p'ei'tcn~~hd~. :as
.Capellas Fl!iaes .,.•".. de-·~aJ~to Anforii~.p(tbre.
fllll~ada na rua .d;o~ Irt\'an~Q:s'}p;>~ A_~to.nio ~P#
de ~OUla e Oh"ell'a:com PrO\'lSilO do Tr"llHi·
Nal da J\JIeza da COQ,sciencia. "~ prdens .:' . da;
tada no auuo de 181 "',·2." de S.... Diogo·, si-
·tuada alem· do Campo referido , 'c'ujo pnpçip.io ,
. ·se iguora boje, salJeuuo-se a!Jàs com certeza:
.que existia antes do anno 1710. 3." de Santa.
'j'hereza, fundada tambem por 'a1luella' parte
. do Campo antes do nnno 1H'~' cm U de' Abril
. ·<lo qnal foi-lhe [,lcullado de .noro o uso. por
-uma Pro\'Ísão. ~l r('ql\erim~nto d~ Capitaõ Mór
,Antonio Ramos dos Reis. 4." de N.· S. da
.conceição 'em Culumby ~ edificqJa por' Joaõ
IFranc:isco da COiltn.' . .
Em 'Seus limites se nlll)leram muitàs: Ja-
.. cras bem cllltiv~d·â.s, e casíis hahiíissimlÍs de
.v.i~eDd~! ~onstroidas sob bons pro!\pe~tos, que
as coLoca:n na c1asse' d'as ·nobres• . He esta Fre.
Pp ii ..
 ., .
. gu~é·~~a...no· te~n.o presente '. a rndhor.da cíl!t'e
'd<\ ~ídãue; .peislfue. no 'anuo I S~..2 contGU pelo
nfapa. da Dedma 1.:8.11 llfopriedades J 'pem" e
Hol: 'ptu:ot~hial I~09.,}<'t'gos: (i) c talculllndo a"
.SU~ pl\-pIJlll\'ão po'!" ·.~.pes.solts (H~· .. ~L-fWS.) á ca•.~
'(la ..F figo ~ be o nU~l'O de ,·-almas. ücste distü..
elo. 'l~:072.

. Sfm/a: Chi': ele L illlúircs.

Exi:lindQ. sem .a:.. ln,ellor.cultura Dluilas te-:.
g:oa-s' de .lenas~ ,p(.rj~hn.as· ~ 'll~~p~'es j;.í PO\'og,- .
dos,. ':P"'" ~he~ fal.t~1ern .os.:'.bti.çó$ clIlli VUdOl'e9 "
e. ter.C.1l1· SLdo. ,~nUI'\lSOg ·os..·.tneio5 de fa'le·~lft'·
hab·tta, :;'. eBtr~ vf}·ni', ·n~('ssa. irf.sgra<;:a as da Ca-
lJitani-a . '~lCl Espirito' S~HltO:) .qt1e à pezar ~
cn:utmd:as pe)us··;1}llr:tt,lgilc:z.,es 110 principio de
6e~s c!:'tnbdet'í'mct'mc5"·na··Costl-l. lhnsilica, aio-
d~' . ~e ad~a. \~:i~l.i" 'il\t;i~t ~:~,iada:s de povoadores',
~ clJ~l~eq'uentt'men~e agre:"~es,. oJé o tempo doO ..
t1e·;.crnu do- t.:apitaõ de Frél~ala Antonio Pi-
le:; tIa Sihll' PU\ltes Leme, J)vNtOl' fm l\1l}o-
tu\:tllüt~eÓ;l, a quem se dt,\,c a naY('ga~ão 6'0
t\jo DOl'e. O} [)'eJlI~u ('nlrou esse continente
à ser pown,):.!o por homens amLieiosos de
8 timi IJt}\'{,N," l.\nde pOd"~Sf I'l,l fh-mar a sU,a ':-.
v,:uda> mu :to pún,;,ipa.lme~ite de-pois de conhe. .
dua a prodigalidnde' 'lu8 (erras llltS suas pro- .
titu:çoens atS~,Jll ablll'ldantes:, e' Joaõ FilqJ.pe··
l'~lhn(jo, ql:e prirnei!,o as PQ\IOOU, e com as su<!s ,
----------'--------
. ti) Vedll Tum, 1. pag. 1'48. . .
•i jV~J~ a discri I'~Uü, e 1l0tit:ill d ·PSIlP. R 10 no Li','. .
~.Q, Copo 1. :.011 a wl:U1oria"ilil :fÍ'~güeúa dll·N. Sfllo da:-.
Yil.1.ona. I '. . Ii 1
 possessocns a.iudou~ à' outrps' ~CQ.)?n$'j':íaze.ndo
abrir os densos matos ,. :desaS'8o~roli <?, 'téFre,"
nO, habil 'd.e cultura., para, ~~~iitar' a: :J?ovõ~:'
ção nov~' :00 luga,r de' Línhares (anti~mente'
dt'ootninado" Contl1\S L -:~o'rrio estabeleceu', na~
'margem Septentl"i{lnal d'~quell-e .Ri~, á baixo,'
tfes dias, de jon(ada, (~()m', funtf~~t~,tão es:',
casso. cn'! p~uç'os' ana~.8 cre5~eü o' nu'mei"O
de habi ta ntes. -à,.. "inAi,s, de 000' J' derramados, '_p~.,
lo Porto de Sqtiza" l2' c ~-h~J:::'o':àa Lagoa
do 0.unpo: (3)' . lUaS, .o~o .Ira v~nd~ alli um. ,só
Sacerdote J que ,~~ç"éories:se' J8lJiali almas com.
o palito eipiritllid';~;,-á' ,r~üc'ri-melttu:. - do ,Povo
prl~vid('nciolJ, o n.. ')li~po; as sua~ n~ce~sidades;~
erigindo (em con~ri(n':l1cj-a. .~Q '.A;,-izo da Se•
....).:~;( ... ~. . .,~ . ,"
." " . .
~--:----~.~~~. i .. '.-~.
Lug-ar lIlisirn d'ei-uY1uitiado nó {!Rio, Merirlioal dG
(2)
Ri~ Doce, dl'~rll' u telll\l~,t;ll q\i~~~õ;t.,~nóiJ a Capitani:l.
o menciona'do Ponte~ Leme ; ,e~tll,l,il'll'Ceiiil,o, o ',QI,mrtd dh
.-Destucamentr'_ ~. /::
(~) O Ri~tho, onele $(' acha o Quartel d()!- CQ.~­
boios. di~tll poncas IIMUM de jornada clã Lagos ci(l CallLpo~
â Oeste. 011 l;l'jU -por terra. ou p... !o Rio. que lá vaI 'ter.
cuja harra he inl:u-puz de 'receber 'CHlloas., À Alde.. do
ClllUPO' h~ Il~sátf grande. e pO"1ll1l1~ <lI' Indíos, Do !>it~
dt: Linhare!r. nl\õ, II' aLollg'lI muito o grande. e pi&l:oSO
Lago de J;JplWdn:i ~ diyidindo-se em IIOU5 ht.lços; desu:'
!i{U:l \110 à Leste da pClYoaçl\ô, P. ,Uli~turu 'o outro com o
Mar do EHlsil na praia de :S. M llll1l'us.' Sua cirCllllferel»-
4:ill mosV" 8er de lo á 12 legoall..~' e tem de fundo ca-
nh~cido 4 ~ 5 ltrllças. Sobre a, NúcgaçuÇi do Rio DOl.'e
Maodou ElRei D, JoàO V,I. expedir- \'arias prm·idericias.
t:uju Ttllloitad.constlt !ler feliz: 't! lia toda Cerh?1.8 •de
pro,eito ao Coromercio d" Millll8 Gerlles. à Ch'ilisurOl'Ô
dos Inoios 'hllbitalltes eÍ'e&se '\'as\issiruo Sertaõ. t: à C~I.
turá fIe ~IIUS tcrrHS, para nnoe ~oncorrem - mllitoll Co.lolIg~
JUI\Íoti. V~de JW.Lif, 8. P,:2 C"p, 4, a MemOrltl das .Mjtl~
Ger~4 - .", '
 • 'MEMOIlUS HlSTOlllCA..$

}'retal'iá d~"~s'{ado de 28 .de Agosto dê 18) ()

·no· ...sobfc<1itó·;·sitio ·uma .Fregl1e·1.ia ~ entre. as
ántigas de S..·. Matheus;; :ia, N. , 'e dos Reis
, Magos' da Villa '.'nova: de A.lmeida, ao S., em
"que ,.~cára.ui com'preliendidos .o Quartel- do Por-
to' .d~ Souzá, ,'t.odo, dislric.to ,da Lagoa, do
ltiaclto, e. tounlf os. Colonos mUl'adol'ea ,dentro
d'cllés , '·.dando·lhes 'fi Padr~: Pedro do Ho!'u-
:)'io' FCI~rcirá\ pará. -dI. parod~a'r, como decla-
rou . a ,p.1'o\·:'~o de ';23 de ,Ago&w de 1810.
- Porque não. se .cuidnu então no trabalho d'u-
ma .. Casa á~stíD:lda p,ara o Culto, Divino, à
.'pe~ar de haver., ji[ :',qU,en1 al:!tnini5.trasse C~ San-
,tos S:lcr~l1n~ntos
. ,,',. não, ,se resoheu esse novo .
'Putor á entra.r a: sua Pwrot:bia, acressendo à.
. esse moli,vo a' .pou·ca 'aptidão de sau,de, que
'o '0 l~llolA á sepuHl!ra nu, anno de 1813.
. Couti~atJdo ,0 po.\ro 11:) mesma nece<isi-
. ''dada, Q:um P.istor E~clesiastico, repeliu as
, su,as:stlrp"icns à .ElHci POl' maons do 'Govcr-
" 'ríaclOf. da Capitania Francisco Alberto fi ubim •
:que em 13 de Dezembro' de ,1814- as repre-
sentou,,: authori&alldo o requerimento com D.
sua informação, em que fazia ver, yUc da
falta .de providencias rclativas' ao Templo-, e
ao Pároco, se r~dlJzia o .LugaT de' Linhares
à tot~l de8poYoaç~0; e que sem povo suffiçien..
te para cult,ivar':"tl:s' terras' adjacentes; eram
elJas inute=s. Já por AVISO de 'la de 'No"em-
'obro de 1514 ha.via o' Augusto, e Heligioso
',. ~obera':l0.:Mandado ao n.- Bispo, que propo·
'zesse um Sacerdote' ~apaz" de dirigir QS'" mo-
'.. ;'radores de Linhares, e informassé com' <> seu'
parecer sobre o mais flue cOliviés5e-à, ber.n. d'a-
q'tiél1à povoação nascente; _qoe tod~~ os dia~
se ,-ia- crescer com- Os Colonos ~P\'Qs-- -de Minai-
Gel'ses, de Campol Goaitaca~es-, e alé cõrÍl
gente emigrada das- Ilhas :CalJ~rias. Sutisféft~
a sobredit;i- Ordt'm moi' dignamente, com - a
informação 'exigida. - p~r clla consta, que .Vi-
sitllndo -o mes:n0 H., ~ispo o~ .~l~r • ,-ou _.A!-
dca, e povoapore.f~rtda r--haptlzou aiH mUltos
rapazt"s de 6 à 7'" cQnos"('CmnquiJi~õu--cons-
ciencias ·remordida~.. e a flrttas' cdm Cg-nfiss()ens
ue 10 à II anll08, - dd~() . RB .. pat , fi"l::- leg~­
tima uniDo do matrimo~9 jn.tiitQS. p-e-ssoas qúe
"h,iam no vergonhosq es~.qdo: q~f ConcubinatQ.
Uellzeu um C-emiteriú - para.:-dtscanç;o. e- honra-
dos mortos ~ que. até_ ~llj. -se('n1~rm\'am' igno-
miniosamente lWS matOs. e- 'de ignou fin~lmen.
te o Jllgar onc1.: 'se- -i1e_Hria';congl'rgri.r o_:-páht
J'

para- o mo da!:' Oraço-tms public8:l!-:~ :e_ p.~úa· o

SilCáficio ~ (\}"\'cn:nldo uma-_-('.rrlz-~:- como sinal-
o'mais ~Uthc,llti-(6 rl<l n()5S~\ n-elit.áito, ('(W(:ma~-­
to se le\'~nta:'"se o 'Templo competente.; .-em
'fue-se haviam de ~dmiuir-;trltr San-tos Su-
rramentos, e satisfaUf o lho Divino.: Por
tardar a Prm'idencia req1.lerida, de -nm:o· a
suplicou o PO\'o t'm Fe\ert:lro' t'm 1815: e
(~{lnforma\ldo-se o 'Politico, e.. Religios,? So..
)reraoo c~m a Informação. --do.- -Pre~ado, ~on­
firmou. por Decreto de 24-· de Julho dO mes-
mo tlllno. a proposta de Fr. Jozé da Visita-
-, o (ju€l"leiro, U€ligiow ~a Or~rn'l de S. Fran-
t:" ,l'O da Bahia (-que -então ttata"a da 8ua ~e­
chla .. i~lJt,áo) para Paroco da nova Jgrt:ja, de-
Si:r"fll, ,(J-Ule a C"ngrua oldinaria de ~CO.lIlil
r is ~ e- ~5 :(,\{}O r- is. 'aDIluaes para'IA i_ua F ..
 . . ,~

364' MEilJonlAs HIST01UCAS.

,
.:hrica e ~uizamento·:. e por Aviso de·.l!: ~e
Selen1:fJ,ro segl-!lr.lt,:;· ~andó~ ,á Mezã :da Cons.
ci':::l~ia. e Ordelts CO!IsuJtar com .eO'iit~ o, que
pare'cesse sobre a er~cçã'~ <l'uma Fr~g!tezia na
.AI.dea de Ilin11§lres.. A~6lJn s.e é"ecu.lOu ~ e 8('n-
do á J~ da' Fazen~ ~a Capi.tania manda.
da ~ ~m,~ ~ .Dezelribro ,. Jaze1" um I)Ja~~ para
a obra da Igreja ~ s'e desenhóu o 'femplo com
o. comt>rimentu. de:' 80 palmos.' corpo mostra \'a
o, mapa 'ma.ndadi> ,elo Governador Rubim em
Conta de 13. 'de. Abril: de. 1816 ao sobredito
Tribunal da Meza..dá Consciellcia. e Ordens.
~or Dec reto de ~~ de A gos'to' de 1818 foi ~e.
c.etlida, e àrrll,nJadá! a 5l,JppJ.ica do Povo, crean~
dO'lie a no\'8o Po.rochia de &nLIl Cruz de Li-
·nha.r~s; c :p:or ouu:ó Qeereto de 27 (~O mesmo
p1t!'z, e., al~I}ot)": foi. p~l;)\~i~a de proprietario IIll
pessoa dó. P~dre .Manoel Alvares de Souza;
. C0l.11.· a Congrua' allDUàr de 300:000 r~i!r; el1l
...':onseqll~n.cia do que se expe~!iu peJo' Tribu-
nal . da' Me~a dá Consciellcia, e Ordens, a
c.oOll'etellte )Provisão <1iôltuda em ~7 'de No.
'fem~ro. d 'aquelle aRno.

,8. Joáo de ll.Jacallé.

. Huia na "Fazenda que foi dOI Pa<lr€SrJ~ ..r

fiuitas, situadas. em limites do. dislricto de .
MacalJé, I ma CapeJla dedicad:l à Santa AnDa,
e com .0 li i \( ilegio de Curada, ~ benefici-o 'tio-
.. Povo. da sua.. a (}piiçação " mas 8ug-eita á Fre-
gJJ~zia m1ii de N. Sra das Ncvés e Santa Rita:'
cr~ada porém aUi uma nova Vi1la coin o titu-
lo de S. J oão ~e Ma~ba!lé I por' Alvará 46 ~9
 to lho DE J AnmO~ ~
dé .TuJho~ de e.c-om· .os 'Lirni~es -po"r uma
1-81 S
parte o Rio "de S.. ·Jo,áô"..,
e pela outr~ ~o Ri6
do. Furado·. que' 'ficou jlertenceiltw á Ço_m.m.a~;.
.ta do Rio de .Janeiro; :'sup:plicou a Carp.:~r.~. ét"
EI Rei em:' ·16. -de .;.~arço . do ~OD ~fgll.n~te"
que em coti!i!eql-ú~.nciá d~essa a~o l"'U~se
Itambem Servido;..er.igir a:CapeHa eJlll -Par~c\na"
:sob a mesma ill~õêuçaõ de oS,:. ..~<r~ode Mac'.u.-
'llé, danclo-the P9T: sen,
_~áro~ .\l: glldr.~.:Jozé
'da' Costa. que a-ctualnt.ente ~r-cJlpa':a :a Ca~ o

pl'llania Curada, e o 'Cl.""g'o de.Vi.gart(). a~ Va~

i'"a do districoo. fl!l'r-~~tal:Je:te('i.m-e.n-~·pru'vlden-
-te do R. 1Bi-sllG, eni' PrQvl~;; .:6e 30: ·do ri~cz
de Agosto de '1-'8 i-'.!. li n'for-mallõo () ril€~nl'6 P·re-
~ado sobre essa -roo-ativa' ém favO'f da Cam'8.ra,
:á 13 de Julho .de\SJ..4'::; ..~e~]arou por 'jomites
da no\,'a 'Paro-c1iia o!Í...;meStpo~, '-ql'é·.já: eralll.,«U.
Capella, desmembran'dÓ -·U'm~: ·p.a-l'ie· <le ·te.l'ntG~.
rio da Fre.glieúa de'~. Joaõ da 13a'r:ra:, . e
outra parte êla de 'Capi:fary dos Cmll'pQs:~' p'e'kt,
'fumo do Sertaõ á extrema an1'iga da Freguezia
das Neves', ·e ao 1ongo do Occea-n·o a 'Fav;('uda
de Boassica ·ao Su1, (1') e -Gel'llbatiba :a-o Nor-
t~_ Foi erect-a em Paroc1lia perpet'tl'll 'Com o •
tit 110 de S João, por Coullu1ta de '23 de Re-
fe~bro de IB14, e imme-diata Resolução fie-
~ja de 6 de 'Üu-ful}ro do -mesmo (lnno, expe-
dindo-se o Al.var'á -da sua ~re.içI1Õ a 6 .de Ma-ia
.L 1815, Teve tlOl: - seu 1. 0 Pê)J'I.)('O. d<{',lide
J 11-8 o Padre 1VJàhoe1 -Jozé de Faria. -e lle
2. o o' Padre joa~ Lu~z . BCl'er~a, pOT Decreto
--....---------_.'-.
(I) -1. -.da
Y. C"p.. li. F.reo-ue.zia
~.-- .. ---
Sao-rada Família ele
:rA ' .lO O,
_'puni. . .
10m. Y . · Qq
 de 3 de Agosto de '1-821 , em confol'llida~e do
parecer do R. Bispo.. , 1
Nesse territorie ~e cUlttV3 a cana do~e pa-'
ra .,assncar. e ag'uardentc, a lIla.ndioca PUtal;.
, filrinha, Ilrij'ho, arroz, ~ legIUl1es~ Seus mo-
ra,(!01'e& tiram. maJeirJs para negocio, em que
" çoostit ~ern a sua. principal ,riqueza" e usam.
ta.n:lhem ·da 1?~sca. . ' ,
" O A1.v~ril. de..2~ ele Maw de 1'8l'5 que·
Cl1eO,Il . em . Câ'1Je Ift}"- ll;m Luga.r de Juiz de;
V-ora do'·Çi vel,; ~fÍ.{i:1e,:' e O ffaoos, sugeitou;
esta nova V'i!la..à su·'\jurisqicçãg:. e por Despa,-
c.ho de 'l:2'1I,e ·Outubro d-e 181~ foi dado o.
~ellhorió da mesma.· Villa ao Barão. do, Ri
Seco, hoj~ Visconde do Q.1€SmO 'Titu-Io., '. '

· . ", N.~~.$T-a.: ~. ÃsSwnp'f.ã·Q.. de. Co,Ç.0p'a'l.'.uõ,

"

. , . . f

",'" N'a" nie Ol;ia da' 'F'I:€glJezia, de· Noss~

,~~llhora" da €,Qoceição ,da Cachoeir,a,) r€feri,~
~a. no Cap.. ' I. desteI:..jv.r.o " faJJand@ das, Ca
R.ellas •. que lhe ~ram, _tlli61es" disse ,. quo &
4e 'N ..Sra" da- Assump~a() de Caçapava, crea·
da em Cura no mez d:e J ulbo, de ] 800 pela.
Visitador Plldr:e Bent~ ~ortez.. d~· Tolled(l.~.
tiJl',n' nH'J-.t~cl;jda IlaJ:.a Igreja. Matriz. eRl Bendi...
<Jio p'ublico:, dos moradores, seus Apuli.r:ados h
'Ror di"tar euor.ji1erncl)t~, 6P.aq.uella ParoGhia ..R
(lom dféit-o" s.eparZl-nde-se a ti:anella ... abi Slt-
<llreO\l noyu Fre,..;uez.ia,. qQe ficou sllg~ita 4-
"\l Qr~. d~.
. ijO~'.a.
' çomm~r.ca.
.
da.. Ca~boe.ira..

:. ....
 '1)9' :RIO . DtE JA ·l:IRO~ !ror
"';-eguizia de Sa13.ta BarJJa~6l' da Errcn.Jzilhadtt.
;.(lesunidq ,da.de N. Sr.a. do ROS01~io do Rio Par-
.d? ·na Capitam"a do Rio Grande do Sul.

Hà'Vent10 . 'erigido um Orator~o no s.itio

i1enomina.d;o da' Encruzilhada .da parte meri-
.dional <lo Rk> J acuy, dentr<> do term~ ·p?-ro-
~bial da M·atriz .d~ N. Sra. :(jo":Ro~~~i9 dI?, Rt&
'pardo da 'lual dl"Sta J3 li:'goas • ~ll1 . Frol ('s-
j)iritua-l ,do.. -abi habi1an"t~ ..~ foi -eS,1'-e. 'mesma
jOratocio ele'"ado ~à CapelJa. 'Curada. ·do.titulo
.de Santa Barba.ra .em' l-i' de Novembro d6
;anno '.799 .p~lo V~s-ita~or Ordina,:jt):Padre
"Bento ~Cortez ·de T-ol1e"do:,: ellJo f;acto. :oon.fir-
g,nou -o Bispo b. Jo~é Joakim.J ustinianna M.as":
7carenbas Castel·branco ~ <:lantl.o-J~~-um Capel-
}ãõ privativo, ·que o:. ~()"O ~()1}tràtou \'o.~un ..
ta !'iamente susten tal' ·com a non !loce~1-Ça de ·200
"'l'ei$ por cada pessoa -de ·CollGssão.:, dQ~de 'se
'.deduziriam 60 ou 64:000 Ifeis, 'Como Aitésto
',a Camara ua Villa ém 12 de Dezem1>ro de
.) 812, que o -Ca.pellão e.ra n&rigatlD' ,a p'~ga!r '
<annualme~lte ao Pal'.Oco do d·istricto. ':Sem que
'houve~se falta de :Saera.ment<Gs, mas p~lo ma·
:ti>o -de pretendo-erem -aquelles h<1bit.a~tes da
. -Encruzilhada -desonerar·se do excesso d08 160
'reis' de con-becença, (como he a taxfl' gerál
'-de costume em todas às jgl'~~'as ,do Rio Gran-
.de.) sUPRlicáran'l liO anoo '1814 a ere<:ç~o de
~]ma 'Parochia na .-mesma .CêlpeJIa de Santa.
aI'bara, com os l-iu.-úf:es já demar'(-a~.los na
'erecç'ão do Currulo : 'e sendo es.se requerimen-
to .Consultado com effeito pela M. C. Ord.
t(eru 'consequencia ,d'um A 'iso da Secretaüa
Qq ii.

I'
 ·~oS, )fE~f~Rl-AS iiI. úlU~kj

-eos, NegocÍós .·do. Brasil' de' 29 de Novemb~~

de 18.4-) em S de. Outubro de 1819 <Íepms
de se procedi\! ás diligerlcias dQ eshlo J. Fo.
Resolvido á favor cm 8 de Nov~(I1~ro do mes-
mo an'Oo... . .
08 limites àemallflados .pel@· sebredito Vi~
sitad'or J . sam. PelQ Leste com. o TeltEllite Igna-
..ia ·.Xa.. i~l1:Ml3-ria.H!:>,Q l?Q.r. u1iIl:,an~io J galho d&
Capivary, o quaL corre p~lp. melQ d·a.s Fazel.l-
.das de' SéàuiStVd-Q- Nunes, e .da- Capitão :Ma,;.
noeI F,r~neisco.. de Azambuja, pela Estalwia.
de l\'Iatf1.eus; Simoen-s Pires J cOf.l'endo o ltl().
€~pivfli'y 11<> Set!l Passo·GeraL NOl'le.' com a
Fazencla da Capitãp, l\'J,anoel J.u:t.é- Machado.
pela. Coxilha direita a~ :Pas:5o dI;: 1l:uhy,' atra.
-v~sa,fldQ a Fazenda· do '1 enente COI ol.d Pa~...
Úicio·:JoYie. ··Co'l:'t'ea.. ua::€aml:lra 'com Ó 1 no,al
: da p..d~ma" segunin!do a .mesma estrada até a
Gua-rda ,~elba dQ. Arroio P.iq.ucI'Y;· e conll_
" I
nuan d o o mesmo·A t.ItOJo- at~ e.1I~ootl:ar a \'( r.-
tente, que atra\(~ssa o €a'ml?o. UO talle_c.ido ;\11-
ton-í.o· Go~alNes ,. ftc.ando dentro d~sla démal·...
·cução Joáo Ferreira. Bu;a J Manoei- de, Vargas "-
Manoel ~1;~' de OIÜ:eÜ·,a." Jção JO.z.é do.&;
Santos·, e Maria Pint-a J <tue bu\'i;lln... ido f)e-
'g,uezes da: €a.ioeina. Oest.e" poa: 111)1 Anoio."
. que nasce da E. trada .... e desagua para a. part.,
do Norte cnn). um dos g~Jhos de Irapuá, 8r
ela me&ma Estrada sn,i Qulra. "erknte, 'llla
se vai pre<:t11i"-81'1 .JlO l'.IO Camacll.un. Sul., ~ec
G1vide com. ° dito ri.) €ama.cllaJ]., até, l'e ell-
ennlrar com. o, Arroip, q}JC IHl.ste lia. Fazel\:-
da do Tenente 19nacio Xavi; Marjanp~ pelo.
!llc-io ua Sena,~. fiuali audo, esta demi;\rlâ~!:j~
110 mesIl"O lugal', d'on.de teve princilliÇ)" fican..
do na sua maior estenção de Leste à Oes-te
com deseseis legoás, e '}uinze de' N "rte ao.
Sul. ' "~
~'PeJa Attestaçl'o referida da Ca'mara cons..
tava a Applica,;-ão' da Capella de mais,.' ~
}fl ;OUQ almas.' • ' :' ~ , ' '.
.' 0._ " .......... I ... ti· .•)

rUI tlQ. v. TolS.o~ ,

. ,
J
. . '_ o.
: .... -"

'. ,
 • l ;

ADV.ERTENCIA AO LEITO
-: 4 j

. N. B. Por um incidente na' Typografi

s~ transtornou a ordem tias Freguezias desdf'
a de S.' lozé da Serra pag. 2{)2 até a ultima,
cuja s.erie ". ~e reitabeJcce p6lo. modo seguinte.

N. Sra. aa'·Glóri/d~-.Áldea de V(jlençll. Pago 281

Santa' Anna dâ Ilha d<t -Rio dos Sinos. 295
Santa í\tlOll' do' ClIplpe, 9U da Cidade Nova. 296
'Santa Cruz de LinhaFt's. -300
S, Joae de Macahé. ' 30.4
N. Sra. d'AssullIpçaô de Ca~apav8. 30õ
S; .Jozé da S e r n " . . 2gZ
,N. Sra~ <la Coueeiç'~õ da ~ovo3çaõ de VíanRa. 393

. Por falta de ml'lhores noticias MÓ se uniu á estu

Memorjas a da Freg-uezia novamente erecta na Villa de
Fribol-.1fg , o que nae se omittirá, PO!' Additameoto, ie
o tempo der 1ugar ao llc~r.essiwo.
 .:.., .

INDICE DO ·V. TOMO•.

BispfM. .

C APITULO I. n. Fr. Aot(Jnio ero 'Desterr~.

CAP~ 11. D. Jo~é Joakim Justinianno' Mascare.'.
PIl""
~~.
nhus Castello-Branco... C~adjut()r., e Flit.IHO ~uc~ .'
('~ssor. ' . ' ". 211
D, Vicente da Gama Leal .. Coadjutor ~ e Fütur-e
: Huceessol'. . I :~O4.
Cap•. III.. 0.. J.o~ Caetano. da. Silv.a. COlltinho~ .. ~ó7

, 'F"eg'lleiâà~
Santo .A:mnl'O•. " . 1'2&
N.. 81'a~ do Ampll~o de· Hapémirim~ :-8'5
N. Sra. dos Ánjj)s <te Viamaõ. . .1-2& .
Santa ATUla. d/:)< Campo,. ou tl8 Cidade Nono. 296,
Santa A,nna. d' IJha. G-Fande:. ' . 238
anta Anna da Uha no, Rio d'Os Sino.. 295-
, Santa. Anna da. Laguna.. . 58
Santa Anua das. Lombas. ),f)6.
Santa A.nna do- Rio das Velhas_ 124
Santo Antonio.. da G>tIarda Velha. Jtl4.
1'S. Sra •. d:"Astmmpçaõ df.! 13enel'ente•. 96-
N •. Sra •. dl A.ssumVç.aõ de Ca-ça-pava... 380.
S B.erl"~bé •. ltl ()
S.. B.er·nul-do. de AJcobaqa~ 147'
Senbor B.olU Jel,us de Anta de "Goiá~ 81
BOUl-- Jezus de· Paq.\Ietà. 2.71
B.om JezilB. do. Triunfo. - 8S.
l!!l\. Sra. do Carmo. de Bdmonté.. lG2.
~ .. s.r.a•. d:l. Conceiçaõ' do Arroio; , J.SBr

* da Cachoeira.
Caool/o. AJegrflt.
].4s·
;p;
~"
 rN D I C E;

'!f~ Su .Ia çO,~ceiça~ ,~e.ç!lI1~\)'çú;···':'-- --..•• ,..... _~81

. ,do- EsueitO.. ' ..;.'.. ~-3!i
;4;Ia. Lago.a 4-.e .S.íl.9.~íl·Cathari na. ", 5ti
'" ~- , ~ . . ... .d~ Perlfifie..'
,de Piratinirn ·278
.da POV08Ç~Õ de Viann..
~.

29:1
.do Rio D.smito. ' 13!f
.Ç<1 Serra. 84
êle '\'ial.Daõ. 63
68Rta Cruz 'de Linhal'es.· , 300
~. Sra dI) pesten:o de Rio das 'Tl'lhas,. 144
S! .I??ming.Ós d.e A raxá elp Goiás, ,. ~~
:t:spmto ,8anto' do Arroio.. ' .... 284
'}. . : ele' Villa Ver(J~; , )24
,s:, Fr!1,!'Jcís~o Xay.i.er do Eng-enho Veltlo..
_ . -':,.. ' ... -:tle Itái}rahy.
'-9916'
S. Frapciséô de Paiil... t.le 'pelot!l~. {!.83,
N. 81'0.' da Gloria d~ Alde~" ~e Val\ençlll 281'3
~ .. Gonçalo nos C\li;nvós Goqit~c\lzes. . 127)
13,. Jozé da- .Ç,idade.. " ,-, . 6~
, . -,d,e Porto' Alegre. ,', ,'. " " ' 14$
.. ., .q a Serr~, .. $!9~
,. da Terra, F~~,n~... 83
, ·.e1e Ti@iqu'iry .. ou àe Taqual'Y, )'19
~. Joab 'Baptista àa 'Lag-oa. ~68
de MacatJe. .304
, de TrllnC07-o. 108
N. Sra .<la Lapa de' Santa Catbarina, 285
d.e Iuh\ltrl,lnuay~, ·235
S. Lourenço. 93
S,. Luiz da Norte. J57
de Vi 11ll. Mar.l\. .235
N. Sra. M:)dre de
Deos de Porto Alegre. 15~
S. Miguei de Te~ra Firme. 83
d-e Thez~>uras de Goiàs. -88
N. Sra. das N ec~sidjl.de", de ~al;ta Catha ri na•. 55
N ..Sra. liIas Nt>ves. e S.antll R;t~ de Mac.ahé 137
S. Pedro de Cabo FFi00 . . 9l
s.
N. do Pilar de Goi~s. . . '79
~. S. aa Pllrificaçilõ QQ. Prlldo. 130
.gnn~o~ Reis Mllg'011, _ IoA
s,anta Rita ria qq:1de.:" 73
'Jl:i~ S.r~ do Rosario da' Eoseiadà de ~rito. j~
 I N D I e lil. 31::
N. ·S. do Rosario de Marnrnbocába. :JJ()
.'do Rio Pai"do. 56
$acra Familia de TiR<rllà. . .', 6)
5S. " Uerôll1lento de Ca~tagalo.· .... 22'
S. S bastiaõ (ios Cam pos Gçmilacazes.· Ztill.
d~· I.riruamll. 2'H
N. Sra. da Oli~eirll·'da Vacarin. .tn
.,
-..
'., GOVffluMores.

D. Pr. Antonio ilo. De.<;terro., Illterin~.

D. Antoll;O At"llres da (;uol;a, COlld~ dó mes-
mo Titulo•. : ." . . 175
Íl. 'Antollio Hollirn d~ Mour~ Tllvare5. COlid:é'
c~. AZllmbuja. . '" . 186
n. F c;.. "unrio J\lze d~ PortnW.!l. . 2Õ:J'
Comes Freire de Anrlradtt I·CoriJe de Bobadella.
Joaõ' Alheno Ca ·tdlo-BraOt'o ,.-{~terillo•. . '. lí3
JoztÍ Afltouio For<:ire oe AiIHrida, Jnlerino. 165'-166.
Jlozé Ferualldc~ Pi~)to A~IJ:9i,~I~~ ··"({{terilltl. f27 Z
D. Jaz':: Luiz oe Castrt., Ci\Il.dp. de RezeDde. 25"1
D. Luiz de Ahueida Porrll~al Soares d' A.lar~a~
Silva Masc.m;l1hus. Marquez de LUlTlldio. 190 eH
LUlz de Va,L'ouc.cI.J.os e ~uza. 241
Mathi;ls Coelho de SOQZlI, l~ltffino. 164 l(jCi
jJat<ricio Munoel de F.igueiredo. lnter.iH~. i67
D. M.aocos de N ur.o.DJ14, C~ud.e dcs Arcos. 2{j(}

Tom. V, Rr

"
/'J
J
 ·E R R A TAS.
,.

.pag. Not. Ei/lo "Erros. E/1/.endas.

6 15 d'alli a compunhado d'-ulli UCOPlp nhado
( 8 34 resflcctil'a; maDdo~J, rcspectil'." (a). }oall-
i~uallllel1te dou 'i<Tuaimente\ . .
.;~.

lo n. 5 especilicaçoens , ne~ e pecincaçúen. ne~

ce:sarias .cêssarias.
,15 14 17,54. e de 1154., '(lJ) e'lle
-l~ D. 14 (13) po.r Pco.visaõ (13),' O Concilio To.
IctuDu JU .nóCàp'itu1a
23. 'de que he texto
o Cap. Heli'giosa de
.,collsecrllc. Oi'stillc.
3. ft:z c\eb'terrar da.>
Igrejas' as d~~1C;as', e
torpes "Ctllltilenàs.
°
com "ue SacriDciQ
-em mi~turado. Por
Hrovisaõ
4 (,t'iaUos creanos '
21 se rem'ltaram ~e arrcnlatm'l\m
a 1718, (22) te por 1718, (2'2) e 1t."IH'iam
jà os Pafl;L:OS do Di;o-
'Iludo' de S. Paulo, c()-
.mo declarou o mesmo
Álvarà: c pM
,
(a) Por ·uma 'Pastoral ordenou. que à custa da }ia.
iibrica se fizessem Livrus. onde se lanlfas'em os Roes dos
LConfessatlos de cada Fre~ueúa .do Bisp:ldo; °que foi
"sempre ob~ervado por ,estilo Geral. . .•
(b) Na Pastora~ eitltda manuou :lOS 'Parocos. qlile
-constando·lhes ii ·miseria. ·e pof:rreza das Senhores dos
, Escravos falltcidos, por Cl~jO mlrt.il"o. naó palless..m pagdr ..
e satisfazt:r 68 .emolumentos ·da encolUlUenôaçaõ. e se·
p"lturu., nem es sllfra~io3 da C0I1~titlliçIl5" l:ize:ssl'm ['01'
<oariclade, e serviço de Deos. lellooltlUlcnU._ ~ e _seplJ~~
lt;l.r de, gnu;a aLluelh:lI cadal'eres.
UI' ii
 E R R A TAS.

Pt11l: No.t. Lili. Erros. .Emmenrll!fs.

)I.
n- I Z' c"iaç:l- êH:U.ÇUÕ
1'1;)
27- Iplbili~~írnos
=e . halJilis.irnos: (c) ~
~3 3,.3 /3elõetlciildus,. e-"t- . Be::ne~ciarlos. expu&-.
t~dSIHI s.,s
3'3 32 a·"ilill as lsti li
34 D;.. 9 ilaiahll N. Senho.ra Rainha D. MiI1·i.a ~
36 !9 ni"ç,\) c:rea:;aâ
. 4l n• I Cri "da Cfe~da
'. 44 • }4,criaça13 Crellçi1ô
-'~5 . 9 ot: CO/lstal'lOlln e cO;<$tàram
-12' I'j.ue extsttú Ut que eXislL'm
27 çriada t'reuda
. 41" , 2!:) dis H1llha dispunham
I.
4.8. '. ." 28· çriar
o
:,.1 ('r(,!ar
'49'0: :.' ',:10 C,imla· nead:.t.
...• : . ~4 e 'l'l'i"u "e C'rcolI
083 sp \'jal1luõ, 50. fundol! Vi'l\lJaõ, (d).s~ í\J1}>r-
th.!u.
;~~------~----------
':I~~í: Ero nma COll~titu'iç>!(~,. refe:'i<la no COll~ilio Ro-
.'mrino', i'lirÍl)z l1eTIl"dicto X li 1.. M)~ P:'II"l.t"hos a ohl igaçuÕ'
.ele fa'zerem à sua l'lrsta as despt'zKs com os ~Jissio~IKl'io:l lI1an-
'darl",; às sllas Fre-g-lwzias p:ll'a lhes ~ulJstituir tiS faltad áo-
~xen'il"io d'a prern('a, à 'IIU .:110 ohrjga~(J~ para COIll cg.
H"U.~ f,.'gneze~, 4nandll 0:1 1'11"'11105 Pa,ro~.~ I U.Õ :laln p 'e)i:adr-
TE't> ; úudo nesta. parte os ~hs ionaLÍJJ:I à sI-r lIellS Coad-
o

'~ lttl.1re5.
(.I) PfW:~o. se erigir e;.~a C'apeH'a (I~tel'e o seu fon-
'dar1or f'rauci~có C:ll'l'alho da Conha u competente {""cul.,.
i>\'d(!e" que o Bi~ro D.· FI'. Joaõ ILl Cruz IJ+:t ~lOucedf'll'
(pnstt'que incompeteutemente) em 1)'nlisllÕ de 14 de
1"iclell,}Jrp' cte 1'741, cllja nora se r..ali"OlI no. ltio. d:u-
mado Plaancia grande, forllllllJdn-lhe patrim"llio. por Er:-_
orriptUTll fIe l)":l<;:là', ~. Dote, l-d\'flHJa lia "'illa da t.a-
gnlld .1\ 'l(j o'€ .' 6riJ".de 17-11 ú~ Ullla porçaõ cle ;lIliuI"6B
)'U('Uf;S, e CUl'al\-artiS, . E! d.'\lllI:l. legou d:e· f:utnpo· pu·m
r"~tll (restes. I'O,f" 1-lIol' pri'nl'ipio fOnJlll P:.l,j-<\! all~ l'onc~:­
l"-/ldo \'.ar.iello moradores.: " i::'lv:l'l.hd·(t a Yit.lôl do, Hio GnlH.-.

""I
de l,,!IAS E~p.lI'.Ihlles. em· 1 j{i3 , lmla p-.rtp, Ui' ~ell's disper~os,
it;.... te.;, lSe'~:aindo o GO\'érnudor I-g'HKeie Eloy .de-
Madllr..ira, f,~i ('o lU, elle, (IOm\ ~ Corpll dli €UUJ'iI'3>,. lt'
'9~ U ~oHedona <ln 1< ::z.eudll Real). fitt.UalJ o seu, a~selltp_ U(;~C'
 E R R- A T A-g~

Pago Nor. Lin. Erros. , E,IU;T/(ras.

b7 2 à rol. A' sna à rol. (to) A' !;ua
58 ~ em 1811 cm !lO de M ai ()I d'e
]SL1
7 ;Í ,'l~~ pertencera. à.que {'ra sllgeitOo.
Yelo o,{'snlO AI\'um
iie DlllnUCU destiu<Jil"
um terreJi~. ~IC ru~ia
lt:~oa I:'IlI !1l.1<1ur\? p~fa
a (>sil'llçuõ -dos' eàifi-
áUi .d~·' i'la, rerios,
.e 1;lgrlld(lUr6s de's~us
Illor~dores; e aonde.
bOIl\'~Sbe ,terrl:'110 de..
yoluto ~ ~e"lhe d;'es ~
vara ~u 1J1l.tl'il1JõJii~,
uma ~l'su!ariú de t1ma
\(.~I''' elll quadl't , ou
l!{'!JllI'õIGa, se~· a~!lim
,mais (-o,,,,i~~se,, fllllli'.
ttl ~e llW1a, lpgf'3 '~':8
quadro ,adii uma",
. para óI C'umtlTa po~er'
lIflorar em peq\lt'na~
pOrç(lenS :1., Ctlbivu-
cJ(1}'('~ • IlH forma ('on-
cedida á Villa de 'Ma":'
......htt. '
ltll5 1'J. !l cft' Cel'lSfTl"llf oe ~e COXúiel"\'Rf .
llCi r .. rrozo 1\ egql'TlIute TIaT\" '70 , I\ ~gEll'illnte
~o 1"1:1 tili~aõ Fntiba/ll
1tl7 !l : ugl'ito li àesta ~~~I'itll n desta
110 ] 1 n"t-tnJ:lllllçy. ,'i~inhlliça •
12 lt'gullS lt'g(;):i~
13 leguas 1t>;"C'las
III '28 hllhitaó Pll7Littnu

lIiti(), dt'IiOtlJiL:lIdc,
------'
t:liluõ = ("'L'tlla (,llJDflt' =, ate Sle'
)\ ndar a CUl'it>.1 p:Ha, F'.rto-AI~~T~, 1<1..- .24 rle Jnllw de-
l'J -3, I UI' dl'tile da lufornt> çaõ (ln (,oW'rlladflf .)Olé'
J,.':r"l'! lil'~ d~ l' ig:l~"iredll. h;'l'i(llil'~ ati di!ltril:lo da "il1~
Ôll Lugllla.
lI::} EUI 1814 l1U.Ul~I:l\:ll' O total de lO:44S ahr.aso.
 ·318
~ag, Not. Lin, irros. Emelldàs:
I I :2 19 fabricaõ (~.bricanl
] 14 1 competentas c'01;'petent~9
.llà 4 e pt:rto de ..!·ooo A\- e p~rt? d(~ ~;~.O .'\1...
m;l5 ~d!o\lt<l~" que IDlIS' adultas, exce-
d ndo ii 3: 100 o tota-l
tal Ja sua pO\'oa~aõ.
~n~
·3 ~hu"iaô :-haH~m
, ..11'7 !ll .le~a ")(~'I·oa
, ;,( 19 3:l .demolio .d~l1olia
'a',~o 19" DI tlIute :l ~ a:triz Distalltc da Matriz
20 no' Muraeo no i\lucáco
.~:,.; do TojuGll tla Tojuca
15 SeJ'tves' Sertoens
24 Anjos, que Anjos , coHocada ua
.n!àrô"cm do Cllrllglla-
ta y, rio -\'Í cima sete
l~oa8 de Popto Ale-
gre., e 'por terra q nu-
11'0, em situl\çaõ ame-
~'Ia, flue
- (26 6 JacuilY, que .J .. cuy, di tante lima
lp.goà ,la Vjlla do Hio
P tu'(.lo. flue
13 aJuUu~", qne aault<lS (constt\ndo
em 18\4 ser o to-
~aJ dll S.'o·(\ po\'.OUçll.Õ
-.2:653') qhé .
:2.$ de Ol\ariaa .de Ollarias. Aqu' se
di"e empregou em :ex-
'~rem<t o GOl'ernlldol'
.joze l\larcelino de
Fig:ueiredo, fomen-
,tlll~d() à instrncç;lõ , a
..c'0ltlJra. c a felicida-
·de dõ Inuio!, com.o
·se '\,er:1 Da sna par~
-:licu!ar nJemori!l dt;!i-
.criptll no Uivo 9 . 5~
2'8' ~s. "fl'egue~ios Dê_'F~e;llezias
3 I·
In')'lr el'lg'H
"
lo. Sacramentos f que- Sacramentoi! .( caos--.
 ~~ Dr R A T A.,S;..-

rogo N~t~ I:.ip~ Erro.s.. Emendas•.

tando no anno 1'814-
ser ° total da POV'i-u.-
"çaõ 1 :884 almas) que-
ls p"elllHef\'a~ pdo Merv81
p. 8 Tr\uufu. l?OI'. :De. Triunfo. N. B. A D,C'<>
.cé~'; tit:ia aceressentada
§obr' o Barooal0 de·
Santo Amaro nuõ te~.
. llGj\Ü. lagar, ,. Horr.
l'ertenccr á Yilla -da.
mesmo noriie nu Prlt..i
,'ineia da Bar})a, ondEs
fie.ou ~feri<la. Liv~.8 •..
P •. J. Erratas 'ti tr. 471'-
]3 arco - cuze.ire. III co ct'uzelro.
28 podill.Õ p'Qdi~ .•.
!!9 :Sontos bólntos,
.15 .... lllIj1.lllelltos ,.cpjo. SUl'1'umentos.(cm;·taa...
do no :.:nllo li.l~ (}
tatal de 1 :714) cujo,
13~ ] 7, af] U P.Jll
á peulIs
tqllem
, .
a p,tlUal>
134- n.. 6 ia 1- . ar á pt.'3Ilr. .
~n6. 23 AIII:<Is oLrigadas Almas (lontando no.
~1.I1no 1814 o total tie·
1:758) obri15..das
)3~ 8 fle J 00 na.õ de 100, não
14 coace~~u concedeu
19 trl.'llndo lIlli. cre.alldo.se abi:
2 G\lic;a,rnãa. Quiçamãa .
29 e~tllc;.f~es estal,oellll'
::lu. deligenciou tlilrgellciou, .
Ho 6 com eslabeljdade COlll . II estaBelidade-
11.. actua! cem . lI~tul.li (com
Is dt'o. dtlu
2 que foi do quI:.' tornou a ~er do
25 Heis •. A~0stiniano Rt'i~,.Ex~Ag:os.tiuiano'
24. 1'786: .ficou. 17.Râ ficou
(i Seco 'I corrida 8t:<:0" corrido
7 uescida ela dt~cide du
7. Cap!tllpia Rio Cal,itauia d'o RiQ>
1.5 .A.1U1llll. 8ug~itas.. Almll5· { numeran4.Q/
 ~ R R A TAS.

Pago Not. Li". Erros. Emendat.

em lS14 I) fatal áe
7:681)) 8ug<:itlts ~
15~ 25 fle 460 Fogo~ de 1:199 Fo;!,os
W. de 5:000 A.lm:ttl de'g:ã4'2 AI/l!as'
1.54 ~ Alesre, e de Ale-gore, ollde se le-
\'lrntou, o Pelourinh.
no dia) I de DczetU~
bro de ls10; e de
Hi '~lngar de lugar de o '11.;'ar de
1M D. 1 substituiu subsistiu
f57 8 ete' lYo Almall de '1:644 Alma&.
159. 21:000 Alm<ls de I :.()48 A IWIlJ
)7 11 Capinis II Capitania
ao COI.O fica referido como fil:"u referido.
no principio deste Ca-
piluh~
168, ·n. 6 fnnf1rtione fundatione
D. 15 Padroeiros Padroeiro
164 i3 eHi::ctLHu' effeituar
l..6,ô, 3 Lam~'Hloza, desllp- Lampudoza, que con ..
lUlrect:u conduzira da Ellr<>PlS
08 Astrouolllos, e os
Geogratos dertinarlos
para :l demare:aça5
de limites, em COM-
formilhde do Àrti b9
'H do Tratado ajusta ...
do com <> mals caute-
10lio 8egredo em J\'!u-.
slrid a 13 de Janell'o
de 1750, desappare-
ceu
h. 5 governo . governo. -
N. B. No fim dessa
nota ~c otnittiu a sua. •
conti 11IH.lção, que he
_ U IDa das fal:uldll-
des Ultl plí,,~i IDas. e
.... cOAcedidas lt Andra-
da por C. R. de-ZO de
'Jllneiro de 1755, foi
•.;& dl:l promover os PQj.
 3tl
"I' Not. Li"•.Err.o". Emendas.
tos i\J ilitares até o de
" Coronel. da qual fet
U80 pela pl'lmeira vez
nasCllbccéras do Ri~
Negro, junto ao cam-
po denominado ("'01"
isso) das Mercês. FlJi
tumhem authorisarlc)
para fa.zer Il~s.a Ex-
pecliçaõ tOd3S ';19; ~5~
pezas .que lhe pàrê-
(-t's!iern • jn~el'('lIrlen­
te de ~cllr obriolldo.à
coutllS, e s.em illter7
venC;lIõ, dlls (ormlllid .. -
de ordioari3s, ,Je'cn-
. ju permi~saõjáJnatsse
aproveitou, (pelo con-
trario) orgallisand.e
umu ProvedorIa pl'l-
vlItiva, por onde ',cor-
rell!!em • e eSl'r9plllo-
sumente recellieas-
sem as Cont.'\s d'essa
ExpediçHÕ.
167 22 Gemes de Andrada Gomes Freire de Ao..
drada
171 D. 2:t porque por que
173 D. 15 Brasil, ElRei Brllsil. por EIRei
170 n. .16 senuó se noó
181 11 Bahia J Pernarnbc- Bahia, e Pernambu..
co co
18' 11 anonimas, obri. ano~imas insinuar-111ft
gou-o Oll seu~ votos, obri-
!1:011~8
186. n. 6 Conde Cunha Cood de Cunha
, 8 depqis depois de depeis de corrigidas
corrigidas
20 de Junho de Junho de Junho de
de
192 n 5 pelo Alb. de p~lo Ah" de
194 ~1 mandabde o ..fazer nlllndundo-o faz@r
- T(ml,. J'~ . 55
/
J
-
32'2 E R R. A T A. S.

1!~g. NUI. Lir. Erras. Emenda·,t.

195 1 talvea' por por algll- talvez por algom!ll
;
ruas
1'97 11 popu IlIso , mais fie- popu losa .. e maia 80-
rellte rente
i lulimente ill'Jtilrnente
2 i lstau ocia!l iustuncia!l
,9 r1evl'rcres devercll
13 ,ubstiluido substitui.lo
3 d' aquelle atag-lIe d'aqut'l1e ataque CCHh
..tlIq ue. cencluiu cluiu
11 t-m ,(ua,llo emf1uanto
~il 19 18.1 ti 21
~ I Muooel Costa MlIDOt.lda Co5ta
~Ú n, 35 V,ul.E.!pun VUIl-Espen
, elU J3 d~s
~'4 '~ em 13 d" <.Ias
!i 16',:,: , ]é te.l i 1lll!1lhaudo tcstt,ri-J unhando
32 ~O( II l?ir 8<:1'11 I:. r
, 2li 'n. 7 Prd"rlo!l Prelados
219 ' JO EUl;('nclll:o t:J1-;ellho
~'1Q 5 ~'o,S~milla';o~q\l. N(Jh S'~,Ulinal;08, rl'~
J~ (·01l0CIOII I'CnUIlCIOU
4 dI' ~cus Len de "us bens
tJ ~r. hC'\'es~1.'1Il le hOl\VCllseru
,20 1\1.11'..,'1',1:' l\'la':II'una
10 "e cun~er\'ll. ':a ;l llc "ensen'uva a
17 .1., ,er 1!I'!<I11 rle ~er perp... t~all petas
~3 do-' ':141 :JZ ue 341 0 3Z'
2~Q 2.) :\1rr..l!llhl,c\'m : M:.rul/lhocàba.
3~~ 3 ",j':\'I'lt'llo d"l't nd1e
~-d _ 206 \)0:)l".]"'1 (OS Bd)t'doIHO&
!L5 I I t'il.l'l!l cuj, 5
~5~ . 1i ' tUlll h'JlIl h'lllbtm I ~.

20 a pla'li!"e II ['JUDi. ie
2::'8 ~1. } H",H "cilla.lo '}tepl'l~sel1tando
!2!)-} n. '). 'I'ue lIal11m como haV'iarn
~()(J, 3 ObriLs IIi",,) e o PO\:o Obras pias) -( f) e e
" PClVO

I [l" T~~ ong ~IO a prellta,;aõ para Obras piai no

iuvcDtO' d' E! Hei n, ~1:anoel, tirando lllll r.elll, qn dou,
6Ie ~ll:ti cento 119 tqll~ala,~o, \ Ill&ra QS estropiÍldos •
Alticil. p :ra ril1{a~ J~ ,p",ctuóue't::)".que .~iram.'.
d,
e
\ .
 E II B Á T A ~. 23
P;~ Net. lJu. Erro. Emendas.
9 tiUsteutou .. expi- su&tent u o expe.
dieDte diente
!6Ci t8 de A"iI Commen- de A\jz, tlCommen.__
duclor . dador .
t6s !9 CQocelbo Conselho
t69 D. 11 PeroaD,bufo Parnamhuco
i70 ~7 de edili<"ada de 110- d~ editicllJa de u<J'iQ

271
'o
.'!3 nota (26) nota (26) J e ('27)
31 VBlIo~1 Mllnoe1" ," . '.
176 n. 3:l Sacr\lIDt'nda S8(ramenfa
n. 34 1I0n p05sut IJOIl pouunt
i77 D. t4 o Prdoe;ro o PlIcroeiro .
180 • PrfIVi~aõ, Provisaõ J que le -di-
e que te
diminUJam Dlinniram ',.
~8S 11 admioistrareopasto adminislrdr e .~a8tu .
:t91 23 actual, eutro A \ izo lI<"tual, por&lutroÁ vjz~
29 I.~ Pr(lpo~tu p,.ra ).o Proposte pllra
193 13 de Marça de de l\'hirço de
296 11 c.ompreheuçai ~ompnbtllll~Q
!J9S 2 tiverem tiVt'5bt'm
16 o dist'ricto de' ma- o rlialricte da IIIni-
rinha Ilha
~7 Cellliterio deI; N e- Ct.miterio i10l N.e-
gr08. gn,s
301 D. 11 Japarallà, dividiu- J"p"rarã. que divi..
do.~e dindo-se
1J Da paz, Da legitima 118 p'1~, e na legitima
26 situada!; em aitullrla em
'~-""""--- ..........----_.-
""Fara oC<'lIiioen" de milH,ricorrlill fOrtl1itll~. Fita Ordil1f1ria J
c1eclulIda no Ca)~. 26 .10 J{tf[imento (lr~lInisado parll o
mesmo fim, ~ que ~e acha regi~trll<.io nO> Li ... 12 do Re-
gistro Gerul dR "proved(ll'ill t';tint.'tu do Hio de Jll -t'iro
Jol. 193 v.e ] 34, CUjH l;f\1 çaõ d(·,"am i' ti.fllzer 0& COI••
tructarlores, ou Rend ..ilos das rt'nl'l>t~ RtRell, naõ eslava
1m pratica no ~rllsil aOles de l;e eX!'t'dir ° .,Ah'lll'à d~
lo de A bril de )592, relo qual foi n.anc1lldo I-agllr O
etitallelecido \1m .por cento: e °
l\h'arà de I de AI'0lltQ
fie 17~:!.' que o ('onfirmou, à"'':UllS exreptuou lIql1(-ll~t I.arle
-do" Dlztmoll Repes da A{Il!'~Jca., ·Ilhus, '1'. 1l1'I,lki4u.
ara a IUllfnlaliáõ .~()I. Elc1c SlaslICO~ I
. . Ss ~
.
". " \

..
"
 I..IS~A GERAL

Das Pes80us que tem /tom'ado, Co'"" li, S';(1;

.')ulJ~c}"il)(f1o, as 'Jl1C1nm'ias Histtr/c(J,,'
A ;j ". ' . '. ~
du RIO de JallelTo. .

Os Srs. A Gostilll!o Corre~

ela S;lva Gou' ,
Alexandre da Costl.\ I a 'ros.
AlexaAdre Juakim do A·nalal Grugel.
AlI,ato V lho da Sil a.
Àn'lbi'oz)o M'l\chado da Cunha vVólnderl.lh
Americo Jaz~ Fe.... ~i;,u.
AnGré Alvares 'Pereira Ribeiro Cirue.
André Lope~ ue Can'alho.
A ntollio ,( ~r. ) dll Arrabida. '
Antonio Carlos da Silvll Hurta.
Antonio da Costa.
ntmlio lia Costa Barrora
Antonio da 'Costa Pinto \! Silvn.
Ex. mo Antonio ( D. ) Càutinho de Leu a' re.
Antnni@ Felicianp ela S;\va CUI'l.tir ,.
Ant.onio Ferreira Ribei:o. ,
Antonio Filippe Soares de Andr de Ifrederede.
Antonio da Foncecli Vi,S o,)Lello~.
Antonio F~ancisco Leal.
Alltoni@ Fl'lll1l:isco ,de hfl.ue'redr.
J\ntenio Garcez Pinto de' Mldu'eira
Antonio Gomes BarrQ,zo•
. ntonio HOlllelll do A mar. I.
AlItonif) J6akill1 da Silva. ,•
.Antonio oe'
Jn'zé lÚira~da.
Antollio .!ozé da Fran..a e Horta
",
.Anto!tio (O.) Jo?-t> Salustiall' daSill'eira.
*'
 II "

O. ~r8. Anto[)j() J021é R!>dri gU6.

Antohio Jezé Caetano da Sih-a:
Antonie Jozé Gonçalves Chaves.
An'toni6 Lepes Calhtiro de Menezes..
Antonio Luiz Pereira da Cunha.
Anteni,o No~ueira da Garria.
Antonió Peuro de 'SQuza,
Allhmio Pil'llentel do Vabo.
..Antonio RaimlJnd" de Mirandá.
Antonio Rodrigues Veloso de Oliveira. \
Antonio Sarlliva de Sampaio.
Antonio
Antonio
de Siqueir~. .
Thomás de FilZ'\ieiredo Nevés.
- --
Ant011io Vieira da ~?ledade•

.'Ex,mo Earaõ de Ahaiazerell.

Ex.mo Baraá de Ãnciaene.
Ex.mo :Baraõ de Bagé.
Ex,mo ,Baraó de Itanhahem.
Ex. mo Baraõ de S. Simaõ.
Ba.rtholomeu da Costa Almeida e Cruz.
Bento J.muario d~ Lima.
Bento Jozê Soares da Mota.
:Bento Pl1pe de Gouve.a.
Bento Rodrigés de Moura.
Bernardo Jozé· da Cuuha Gusmaõ e VtiConcen~
Bernardo J ozé Borges.
Bernardo J()zé de F:igueir~do.
Bernllrdl) Jezé da Si·lv:!" Ramalho':
Bernardo Jozé da Silva VeIga.
BllrnarJe jo7.é de Souza Lobato.
Bernardo Jozé Pinte Gaviaá.
Bernardo Teixei-ra Coutinho Alvateli,d~ C.ll~alhOi
Ex. mo Bispo --Cape\laó. Mór..
J:x. IDO BisfJo de Marianna.-·
'Ex. IDO Bispe. de S. Paulo.
Ex. IDO Bispo do Pjlrá'
Ex.~' Bisp6- Prelado de G~
 e -'•
Qs Srs. CMtallo da Fonc~ca Vasc3ncelfos.
CarlM dos Martires Neveli de Arauje;.
CamillQ de Lelili -Martins.
Ex. mo Camillo Mari:l T9nellet.
CamillG Martins Lage.
Ex.mo Cundido Lazaro de Moraes.
lll.mo ChoIllberlain (Comml lnglez).
Cluudio Jozé Pereira da Costá
Claudi<t Pedro Fernandes.
Cl'emente Ferreira França.
~x.mo Conde de Cavalleiros.
Ex. mo COI'Ide de Palma.
Cpsme Fr~ncisco Xavier Sobreira..._
Custodio Jozé da Cruz.
-Custodie de Souza G uiluaraeRs.

D ..

DiQgo Antonio Feijó.

,Diogo de T<tlLedo Lara Ordlmhes.
Domingos Francisco de Araujo R~ze..
Domi)lgos Jozé Ferreira.
DoiniBg'6S dos Sallto90

~ilgenio Martins da CltnRQ Zimblaõ,

Esrev8Gi Ribeiro Ele Rezende.

íi'austino Matia -de Lima Fonceca Guti-erre~

Feliciano Jozé Nev;é51 Gonzaga.
Fernando Cameir. Leaó.
Fernalld... Jaze de Almeida.
Flórencio AI\'~l'e8 de Macedo Pereira.
Francisco Ail'es da Gllma,.
FrimcillCo Alvares da Cunha l\Ienezes..
Francisco Alvares. Ferreira do Amaral.
Francisco Antonio Marques Giraldea Barha.
FI" cisco AntoRio de Paula Nogueita,' Gama-:
* ii
Os Srs. Francisco Antcmió r-e ''1andes.
Francisco BaJ.'tilita R'>à rigues"
-Frallcis('o de Bal-ros Cardozo Lima.
Franci.'>co rias Chagas Santos.
Fr,"wisl'o Cll~lldio de AnrJl'ade.
}'r.Hlcisco C. rrea Vicli~al.
Fr.llIcisL"o Ferreinl Léit,;;.
FI"i1l('i~co de Frallça "Miranda.
Francis"o 19n,\cio de Souza' Qlleirtls.
E},. ".10 Francis..:'> Juzé dI) Canto Castro' Mascareu1las.
F raucisco .r...z~ Vieira. '
Francisco Jo~ de ~à.
Frallcisco .Joaki ru de A7.erado.
Francisco •.ie Lemos de Faria Pereira Couti-
nho, ' ' Exempl 2
Francisco de Lima e ~ilva. •1
J;ranciseo Lopes de Souza FR'rill Lemfis.
Ex.-no Francisco Maria GordilhG Vellozo de Barbutlú.
Francillco Marianno ,de Oliveira.
Francisco de Moura Lima.
Ex. mo ,Francisc0 'tanoel ou Silvu e 1\leIlo.
_J:x. mo Fnll1ciseo de P~ula Ma<J"essi Tavares de CarvalhQl.
, Frlllocisco de Paula M~nso Sai-aó.
Ex. mo Francisco de Paula e asconcellos.
'Francisco de Panh: Téixeirlt.
Franci CH Pinto de Barroe.
Francisco dos Sant"fti Pinto.
,Frallt!isco Xavier Ferreira.'
-,

Gaspar Joze de Mat-of..

Guilherme Mid0i':Zi.

H.
HerClllei Octaviano Mll1zz}.
I-lip()lito Pinto Ribairo.
HQuorio Jo~e. Carpeiro..

\ -.
•r Jacinto de Mello MeJezes palhar4l.;
 JO'"
v
OsSn. .lacil-lto Manoo1 de Oliveira.
JscintGl PInte> Teixeira.
Janu<lrie da CUNha Ba~boza.
Januario Fr.tillrist'o Fagl1ndés.
'lgnacio Ant().lilio do~ ~:lOtOS.
19nacio Joakim oe Paiva.
19nacio Maria Olrer!. EXt'mpl. 2
I1defoll~o d~ Oliveira Caldeira.
innnceneiCl ('Fr.) A1Ho11l0 das Neves Portuaal
JoaÕ Alvares Cartlei.ro. b •
Joaõ A h'are;; ela Si ~a Porto.
J(lllÕ napti~ta Leite ~lIlgado.
Joaõ Bllrboza da Cruz.
JOllÕ B"rnardo Nogueira.
Joaõ ('u1'I1eiro de ('limpos.
Joaõ du Co>ta Barros.
Joaõ Chrisostomo de' Olil"elra Salgado Eueno
Jooõ Duarte de Ls(·erda.
JOllÕ E,'angelistu Leal Piriquito.'
Joaõ Fe\iciuHo de Audrade,
.10aõ Francisco de. Auàrade.
Joaõ Gabriel t'austil:o dos Reis.
Jllaõ Gomes de Campos.
Joaõ Jacoruo .de Bl1l1lmm.
Joaõ Ignacio da' ClInha.
Joaõ Jozé Guimaraens li !'ilva.
JfJaõ Jozé Roorigul's Vllrt:irtl.
Joaõ LlIiz .Pinto. .
Joaõ (Fr.) da Ma.dre de DfQS França•
Ex. mo •Joaõ 1\1arill da Gama e Freila~ Broch. • ".
JO<lÕ Malloel da Mata.
Joaõ Mllrqut's Guimaraens.
JOll(i Nepoflluceno Moreira de Piuho.
Joaõ Pereira R:lmos.
Jouõ P~nto Moreira.
Joaõ PreS'fS ,de Mello•
•1ouõ -Rodrigues Glo1ulberhl.
Jooõ R:odrigu s Pt'reira de Almeida.
Joaõ de S:lntu .BurLara. .
Joaõ SC\'eriuno Maciel da Costa,
.10aõ .so~res de Albergaria'.
Joaõ Soares. de Bulhoens.
JOIlÕ Valentim de Fllria Souza Lçbato.
 VI
Os Sri,' Joa:3 Vicente da Fonceca.
JO:l.kim de Almeida Soato.
Joakim Antonio Fernandes de SaldanlNt.-
Joakim da Fonceca Ferreira.
Joakim GOlPes Dromulldo.
Jookirn JOZ3 .d~ Almeida.
J oaki lY J oze de Ca tre
Joakim Joze d" C03ta Cllm!')ello•. ,-
Joakim Jozé de Magalhaell~·.Coutil1ha.,
Joakirn Joze da SJVà MMe~es.
Jeakim Joz.e de Siqueira.
Joakim Mllria da COSt.1 Ferreira.
Joakim MarianU() de Souza Guerra. .
Joakim Mal'iutl\10 da CIiI3ta Grugel do Amaral.
Joakim de O~i\'eira Alvares. .
'Joakirn Pa-:ira do~ Reis'
Joakim (Yr.) de S.> Joü.
Joakim de Sou:a Pereira fYato.
Joakim, e Lourenço da Souza Meirell~s!
Joakim Xavier Curado.
José Albano Fragozo.
Jos'é de Almeida
Jos~ Atfollso Lage.·
.lesá Antonio .de Ázevede.
José Antanio Lisbóa.
José Anto,l)io Plllllino. Exempll fi
José Antouio qa Silva Maia.
José Antonio de Souza. Lobo.
José Antonio da Sih'll Vali ente.
José de Araujt> Cunha.
José' de Araujo da Cu,nlla Alvarenga.
EX.IDO Jesé Arouche de. Tolledo Ord(\nhes.
José Bento Leite Fp.rreira. de Meli&.
José 13emardo de Ej~W1eh edo.
José da Co~ta (Je Araujo Barres.
José l Costa (la Fonceca.
, José da CllOha. e Souza.
Jose Domingues de Atade Moncot.vo. ,
José Dio~o de GuslUaõ••
J 6sé (E'r ) D a,u t~1 ~ ....
José F~liciaD.o Fernandes Pinhc'[-4),'
Jm;ú Felicialfo Pinto CoelHo.
José Felis Fem~ira.
 "

VII.

;,osé Fernandes .lá Siha Freire.

Os Srtl. Jo~é Fernandes Gamlh
José Fortunato d Brito Abreu Souza e Meneze!l..
José 19l1llCio do Couto Moreno. .
josé Joákim Carneiro de Campos.
JObé JO~lkilD Gomes da Costa e Silva.
José Joak.im GClmes de Castro e Souza.
José Joakim de Lima e Siha.
J03é Jt>a'kim db Silva e l1reita~.
José Jou\im de Matos Ferreira 'e Lücena.
José Joakim de Miranda Herta. E;xempl. 2
José Joukim de Mt'udonça.
~oié Jü~kim Xavier Sobreira.
José Libanio de 80uza•.
José Luiz Brusch,
José Luiz de S. Beaventura.
José Luiz Campos··.d·A~aTaI.
José Maria Raposo de Andrade Souz~
José' Maria de Mernes Garcez~ ,
José Maria da Fonceca Costa.
Jose Maria1100 de Azeredo Coutinhe.
l.sé Manoel Fermmdes Pereira.
Jos~ M~noel Placido de Moraes.
José Marcel1ino Gonçalves.
José Nu\'arro de Ap.c1rade.
José (Fr.) de N. Sra. do Monserrate.
José Pedl"O (la COlita Barradas.
José Pedro Vieira Ferraz.
José Pereira Vidal.
José da Rocha Ceutiuho Ribeiro.
mo José de Oliveira Barboza.
\ Ex. José c\e Oliveira Pinto Botelho e MQaqueira.
José Redrigues Gonçalves Vlll1e.
Jose: dos Santos Rodrigues Araujo.
José da Silva Lieboll.
José da Siva Magalhaens.
José Soares Diniz.
Jot;, de Souza Lima.
José Victorino Alvares Machado
L.
Lvandro JlJS~ Marquell Frence te Canal
Leonardo' Lino ~e~g~'.
 VIII
, Os "rs. Leonard!> Pinheiro de Vasconcel,os;
Livrúri'l do Convento d.e Santo Antoaia•.
'Luc,l!! A.,touio lY.b,lkir,)' de' Bdf"O~.
Luiz AfI,toaio ,,~ FUrlll S I;\W Lobato.
Luiz Anta.lio de Lima.
Luiz Autouio d.: SOI1Zd.
Lui'/: Blrb l AI'H 1 d.: MelJez .....
'r.!Ji~ Cone,l 'l . : BrUlJ'ltllfi· •
Lui:t. (~.lI"t:ez li' .H')ra,,~, o
Llliz G ;,lçalve,; dos S.'\llto .
L'liz Joa~,i II l).ll'S"tr,l \.1 l'\;rt:l(10 de Mendon,;1Io
Lui" José ,le Carvalhl) ~ ~Icllo. "
Llliz José Can·.llho Carneilo da C ~ta.

Luiz (Fr.) Jose fia Luz, .

Luiz Jo~ci' Viaana (,'I'I1",el do Amarúl.
" .
L'lii Mendes dt: V,lscoHet.lllls Pinto e :Menezes.
Luiz .vluut;nha L\ula Alv~r('.

M•.

},ibnoel A!vares .la F oncectl Costa.

Manoel Alv<lrer Teixeira.
·M.tnoel A ,tonio da Silv:o. .
Manoel Atltoll'in de A1.e"c ln.
Manoel Bp.rnardes 'Pereira da Veiga.
. Mlllloel C letano PllltO .
l\tJ:a ~ ot:I C'letano de iVI ')ra~~.
1\1:1 11. • II"lH~lrO de C 1I111'1l~.
1 )1\. Cu:óa ,herdo Coutinho SQl1za Chi.
('hon';).
Manuel Do·nin.~ues da Silva Maia.
Manod ,Ie Freitas Padjeco. .~

'l\Ianoel Fl!rhdu Leite.

1'1'1110<'1 Uon,; ,Ives Pinto.
l\Ianoel Jaci:,lo l\"~o"ln~il si", (jaola.· t
Ma.lOeI Jaónto ele "'Rezet;ôe-. .
M IlIlId (Fr,) de JeZlls ,Moutinho.
Mllnoel .JO\lk: ln (;onçlllres de Andrade.
J.lanoel J a klor Vieira Leaõ.
. 'Manoel li);é -,~ite de lViil·ullda.
'ill.lIJ(o)e!"vO ~ Plat:iln' ele -Atmei a,
Mauot'l Jo~~ Sanhu..lo. --
Manoel Jose Teixeira de 80m3.