Livro Eletrônico - Defensor Publico - Ad Verum - CERS PDF

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Estude inteligente, Estude Ad Verum!


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APRESENTAÇÃO

Caro (a) Aluno(a),

A preparação para concursos públicos exige profissionalismo, métrica e inteligência.


Cada minuto despendido deve ser bem gasto! Por isso, uma preparação direcionada,
focada nos pontos com maior probabilidade de cobrança no seu certame, pode
representar a diferença entre aprovação e reprovação.

Ciente disso, a Ad Verum Suporte Educacional, empresa do Grupo CERS ONLINE,


concebeu o livro eletrônico iPDF – Defensor Público, que tem por premissa
fundamental “atacar” os pontos nucleares de cada matéria, com vistas a antecipação
dos temas com maiores chances de cobrança em sua prova.

Hoje, contamos com um SETOR DE INTELIGÊNCIA, responsável por ampla coleta de


dados e informações das mais diferentes fontes relacionadas ao universo de cada
concurso e/ou exame profissional, de modo a, partir do processamento dos dados
coletados, oferecer aos seus alunos uma experiência diferenciada quando comparada
a tudo que ele conhece em matéria de preparação para carreiras públicas.

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uma obsessão.
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Racionalizar o estudo do aluno é mais que um objetivo para Ad Verum, trata-se de

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Estude inteligente, estude Ad Verum!
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Francisco Penante

S C 41- m u H 89
CEO Ad Verum Suporte Educacional

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SUMÁRIO

DIREITO ADMINISTRATIVO................................................................................01
DIREITO CIVIL .....................................................................................................02
DIREITO CONSTITUCIONAL ..............................................................................03
DIREITO DO CONSUMIDOR................................................................................04
DIREITO EMPRESARIAL .....................................................................................05
DIREITO PENAL ...................................................................................................06
DIREITOS DIFUSOS E COLETIVOS ...................................................................07
DIREITOS HUMANOS .........................................................................................08
ECA ......................................................................................................................09
PRINCÍPIOS INSTITUCIONAIS ...........................................................................10
PROCESSO CIVIL ...............................................................................................11

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APRESENTAÇÃO

Caro(a) Aluno(a),

A preparação para concursos públicos exige profissionalismo, métrica e estratégia.


Cada minuto despendido deve ser bem gasto! Por isso, uma preparação direcionada,
focada nos pontos com maior probabilidade de cobrança no seu certame, pode
representar a diferença entre aprovação e reprovação.

Ciente disso, a Ad Verum Suporte Educacional, empresa do Grupo CERS ONLINE,


concebeu o curso INTELIGÊNCIA PDF – Defensoria Pública Estadual, que tem por
premissa fundamental “atacar” os pontos nucleares de cada matéria, com vistas à
antecipação dos temas com maiores chances de cobrança em sua prova.

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Fazer isso não é tarefa fácil! É necessário um árduo esforço de pesquisa, levando-se
a
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em consideração fatores como banca examinadora e respectivos membros (sempre
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que possível), retrospecto do concurso, incidência temática de cada disciplina,
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momento da economia do país, dentre tantos outros, aliados a experiência de
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mais diferentes certames públicos. E M d IL
Professores de projeção nacional, com larguíssima experiência na análise do perfil dos

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Para tornar tudo isso uma realidade, a Ad Verum investiu muito em seu Método de
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Aceleração de Aprendizagem (MAVAA). Hoje, contamos com um SETOR DE
INTELIGÊNCIA, responsável por ampla coleta de dados e informações das mais
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diferentes fontes relacionadas ao universo de cada concurso, de modo a, a partir do
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processamento dos dados coletados, oferecer aos seus alunos uma experiência

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diferenciada quando comparada a tudo que ele conhece em matéria de preparação
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para carreiras públicas.
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uma obsessão. p lc
Racionalizar o estudo do aluno é mais que um objetivo para Ad Verum, trata-se de

Bom estudo!

Francisco Penante

CEO Ad Verum Suporte Educacional

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SUMÁRIO

1. DIREITO ADMINISTRATIVO: CONCEITO, SISTEMAS, TENDÊNCIAS E FONTES ......7


1.1 CONCEITO ..................................................................................................................... 7
1.2 SISTEMAS ADMINISTRATIVOS ..................................................................................... 8
1.3 TENDÊNCIAS DO DIREITO ADMINISTRATIVO ............................................................. 9
1.4 FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO ..................................................................... 9
2. PRINCÍPIOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO .....................................................12
3. ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA E CONCEITO DE ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA..... .................................................................................................................21
4. PODERES ADMINISTRATIVOS ...........................................................................32
5. ATOS ADMINISTRATIVOS .................................................................................39
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6.
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AGENTES PÚBLICOS ..........................................................................................47
7. CONTRATOS, CONSÓRCIOS E CONVÊNIOS .......................................................59
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LICITAÇÃO ........................................................................................................65
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SERVIÇO PÚBLICO ............................................................................................75
10. e
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RESPONSABILIDADE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ........................................79
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11.
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INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE .................................................83
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BIBLIOGRAFIA...............................................................................................85

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1. DIREITO ADMINISTRATIVO: CONCEITO, SISTEMAS, TENDÊNCIAS E FONTES

1.1 CONCEITO

O surgimento do Direito Administrativo está relacionado aos ideais da Revolução


Francesa de 1789 e ao nascimento do Estado de Direito. O poder estatal passa a ser
limitado, sendo o Direito Administrativo o ramo do direito responsável por limitar as
relações que envolvem o Estado e o exercício das atividades administrativas.
Cabe destacar que, em momento anterior, já existiam documentos de limitação ao
poder estatal, como, por exemplo, a Magna Carta de João Sem Terra de 1215. Sendo
que a sistematização do Direito administrativo vai ocorrer após a Revolução Francesa
e a Norte Americana.
Esse momento é marcado pela limitação do poder estatal e pelo surgimento de
meios de proteção ao cidadão em face do Estado. Algumas conquistas revolucionárias
podem exemplificar: a) a submissão do Estado à lei (princípio da legalidade); b) a não
concentração do poder nas mãos de um mesmo órgão (princípio da separação dos
a l
poderes); c) a declaração dos direitos do homem e do cidadão.
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Em momento anterior, não era possível encontrar um Direito Administrativo, pois
não havia limites a atuação do estado, também não havia proteção ao cidadão em face
dos atos do poder estatal.
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Tendo em vista estes apontamentos, passaremos a expor alguns conceitos
doutrinários de Direito Administrativo. Vejamos:
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“O Direito Administrativo é o ramo do Direito Público que tem por objeto as regras
e os princípios aplicáveis à atividade administrativa preordenada à satisfação dos
direitos fundamentais.” 1
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“O Direito Administrativo é o conjunto de normas e princípios que, visando sempre
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ao interesse público, regem as relações jurídicas entre as pessoas e órgãos do Estado e
4 ma4
entre estes e as coletividades a que devem servir.”2

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Porém, a definição do que é o Direito Administrativo não é unânime na doutrina e
4
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enseja algumas divergências entre os estudiosos da matéria. Por isso, é importante
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verificarmos os critérios adotados pela doutrina para delimitação do objeto e
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finalidades, bem como definição da área de atuação deste ramo do direito.
p
CRITÉRIOS DE DEFINIÇÃO:

1) CORRENTE LEGALISTA/ESCOLA EXEGÉTICA: para essa escola, o Direito


Administrativo é o conjunto da legislação administrativa existente no país,
desconsiderando o papel da doutrina e da jurisprudência.
2) CRITÉRIO DO PODER EXECUTIVO: identifica o Direito Administrativo como a
atuação apenas do Poder Executivo.
3) CRITÉRIO DAS RELAÇÕES JURÍDICAS: define o Direito Administrativo como o
ramo do direito responsável pelas relações da Administração com os
administrados (particular).

1
OLIVEIRA, Rafael Carvalho Rezande. CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO. São Paulo: MÉTODO, 2017.
p.3.
2
CARVALHO FILHO, José dos Santos. MANUAL DE DIREITO ADMINISTRATIVO. São Paulo: ATLAS, 2016.
p. 8.
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4) CRITÉRIO DO SERVIÇO PÚBLICO: surgiu na França com a criação da Escola do
Serviço Público que seguia as orientações de Leon Duguit. Conforme esse
critério, o Direito Administrativo tem por objeto a disciplina jurídica dos
serviços públicos.
5) CRITÉRIO TELEOLÓGICO OU FINALÍSTICO: considera que o Direito
Administrativo é o ramo do direito responsável por regular a atividade do
Estado na busca de seus fins.
6) CRITÉRIO NEGATIVISTA OU RESIDUAL: o Direito Administrativo é tudo que não
seja atividade política, jurídica ou legislativa.
7) CRITÉRIO FUNCIONAL: o Direito Administrativo é o ramo jurídico que estuda e
analisa a disciplina normativa da função administrativa, esteja ela sendo
exercida pelo Poder Executivo, Legislativo, Judiciário ou, até mesmo, por
particulares mediante delegação estatal.
8) ESCOLA DE PUISSANCE PUBLIQUE: conceitua o direito administrativo partindo
da distinção entre atividade de autoridade (império) e atividades de gestão.

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Modernamente, a doutrina majoritária tem apontado no
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sentido de se utilizar o critério funcional, como o mais eficiente
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na definição da matéria.
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1.2 SISTEMAS ADMINISTRATIVOS
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O sistema administrativo significa a forma de controle jurisdicional que é feito
l i
sobre atividade administrativa. Existem dois sistemas mais abordados pela doutrina:
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p lc Adotado na França. Existem dois tipos de
SISTEMA DE DUALIDADE DE JURISDIÇÃO jurisdição: a exercida pelo Poder
OU SISTEMA DO CONTENCIOSO Judiciário sobre os atos dos particulares
ADMINISTRATVO em geral e a administrativa, exercida pro
juízes e tribunais administrativos.
Adotado na Inglaterra e nos EUA. O
SISTEMA DE JURISDIÇÃO UNA Poder Judiciário decide de maneira
definitiva sobre atos praticados por
particulares e pela administração pública.

O Brasil adota o SISTEMA DA JURISDIÇÃO UNA, de origem inglesa. Isso decorre do


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princípio da inafastabilidade do controle do Poder Judiciário – art. 5º, XXXV, da
CF/88.

1.3 TENDÊNCIAS DO DIREITO ADMINISTRATIVO

O Direito administrativo, assim como todo o direito pátrio, tem passado por
profundas mudanças e seguido determinadas tendências. Podemos citar algumas
delas:
 Constitucionalização e o princípio da juridicidade: com a consequente
normatividade primária dos princípios constitucionais (juridicidade) e a
centralidade dos direitos fundamentais.
 Publicização do Direito Civil e privatização do Direito Administrativo:
tendência de transferir atividades do setor público para o setor privado.
 Relativização de formalidades e ênfase nos resultados: a efetivação de
direitos fundamentais tem relativizado formalidades desproporcionais.

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Em relação a relativização de formalidades é importante
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ATENÇÃO! saber que a Lei nº 13.726, de 8 de outubro de 2018,
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instituiu o Selo de Desburocratização e Simplificação, além
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em órgãos públicos de todos os entes da Federação. Em resumo, a nova Lei: d IL
de mecanismos para diminuir a burocracia e formalismo

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Dispensa o reconhecimento de firma,

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Permite autenticação de
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com a assinatura do documento ou 4
exigindo o mero confronto da firma
il Dispensa o título de eleitor, exceto
para votar ou para registrar
documentos diretamente na

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agente público;
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mediante a assinatura diante do
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candidatura;
repartição pública, dispensando a
autenticação em cartório;

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Dispensa a exigência de documentos
Instituiu o Selo de Desburocratização
e Simplificação, destinado a
reconhecer e a estimular projetos,
expedidos por outro órgão ou
programas e práticas que
entidade do mesmo Poder, exceto
simplifiquem o funcionamento da
situações específicas previstas na
administração pública e melhorem o
própria Lei;
atendimento aos usuários dos
serviços públicos.

1.4 FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO

São fontes do Direito Administrativo: lei, doutrina, jurisprudência,


costumes e precedentes administrativos.

É fonte primária e direta. Deve ser considerada em sentido


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LEI amplo, abrangendo normas constitucionais, legislação
infraconstitucional, os regulamentos administrativos (ex:
decretos) e os tratados internacionais. Esse conceito está
relacionado à ideia de juridicidade (o administrador deve
respeitar a lei e o direito como um todo).
É fonte secundária e indireta. A doutrina orienta a
DOUTRINA Administração Pública na interpretação do direito
positivado. Não tem força vinculante.
Decisões reiteradas dos tribunais. Tem importância se
levarmos em conta a judicialização do direito e nova
JURISPRUDÊNCIA tendência de vinculação dos precedentes.
São fontes secundárias e indiretas. Trata-se da repetição de
condutas com convicção de sua obrigatoriedade. Os
COSTUMES costumes, assim com a praxe administrativa (fonte
secundária) são consideradas fontes inorganizadas, ou seja,
não escritas.

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Os costumes e a praxe NÃO se confundem, pois os
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costumes carregam caráter de obrigatoriedade e na praxe
inexiste essa percepção.
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Norma jurídica retirada de decisão administrativa anterior.
e
Após decidir um caso concreto a norma será aplicada aos
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PRECEDENTES
ADMINISTRATIVOS p o OR
casos futuros semelhantes. Decorre da necessidade de
segurança jurídica e da vedação a arbitrariedades. O

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precedente pode ser afastado em caso de constatação de

um ilegalidade e quando houver, motivadamente, alteração no


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entendimento administrativo.
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São fontes secundárias e indiretas, eis que influenciam na

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PRINCÍPIOS GERAIS
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formação legislativa.
A PE D
DO DIREITO 0 er@
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O CESPE tem considerado o DECRETO (abrangido no conceito de lei em sentido


amplo) fonte PRIMÁRIA do Direito Administrativo.

“O Direito Administrativo é o ramo do Direito Público que


tem por objeto as regras e os princípios aplicáveis à atividade
Conceito de administrativa preordenada à satisfação dos direitos
Direito
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Administrativo fundamentais.” OLIVEIRA, RAFAEL CARVALHO REZANDE.
CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO. São Paulo, MÉTODO,
2017. p.3.
 Sistema de dualidade de jurisdição ou sistema do
contencioso administrativo: adotado na França. Existem
dois tipos de jurisdição: a exercida pelo Poder Judiciário
sobre os atos dos particulares em geral e a
administrativa, exercida pro juízes e tribunais
Sistemas
administrativos.
administrativos
 Sistema de jurisdição una: adotado na Inglaterra e nos
EUA. O Poder Judiciário decide de maneira definitiva
sobre atos praticados por particulares e pela
administração pública.
 O Brasil adota o sistema de JURISDIÇÃO UNA, de
origem inglesa.
 Constitucionalização e o princípio da juridicidade a l
io n
 Relativização de formalidades e ênfase nos resultados
Tendências do
a c
 Publicização do Direito Civil e privatização do Direito
Direito
Administrativo u c ER
Administrativo
E M d IL
 Lei em sentido amplo;e
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Fontes do Direito
 Doutrina;
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Administrativo

 S C 41- m
Costumes;
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Jurisprudência;


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Precedentes administrativos;
 U4 ma4 il
Princípios gerais do direito.

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ANO: 2016. BANCA: CESPE

O chefe do Poder Executivo federal expediu decreto criando


uma comissão nacional para estudar se o preço de
FONTES DO determinado serviço público delegado estaria dentro dos
DIREITO padrões internacionais, tendo, na ocasião, apontado os
ADMINISTRATIVO membros componentes da referida comissão e sua
respectiva autoridade superior. Nesse decreto, instituiu que
a comissão deveria elaborar seu regimento interno, efetuar
ao menos uma consulta pública e concluir a pesquisa no
prazo de cento e vinte dias e que não poderia gerar despesas
extraordinárias aos órgãos de origem de cada servidor
integrante da referida comissão.

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A partir dessa situação hipotética, assinale a opção correta
no que se refere a atos administrativos e seu controle
judicial.
a) O decreto federal é uma fonte primária do direito
administrativo, haja vista o seu caráter geral, abstrato e
impessoal.
b) Uma vez instituído o referido decreto, não poderá o
chefe do Poder Executivo revogá-lo de ofício.
c) O Poder Judiciário, em sede de controle judicial,
poderá revogar o referido decreto por motivos de
oportunidade e conveniência.
d) O referido ato presidencial é inconstitucional, pois é
vedado instituir comissões nacionais que visem à promoção
de estudo de preços públicos mediante decreto do chefe do
Poder Executivo federal.
e) a l
A expedição do decreto é ato vinculado do chefe do
Poder Executivo federal.
io n
a c
GABARITO: A
u c ER
E M d IL
COMENTÁRIOS:
e
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p o OR
a) CORRETO. O decreto está abrangido no conceito de lei em
S C 41- m u H 89
sentido amplo. A lei em sentido amplo é fonte primária do

um
Direito Administrativo. Portanto, o decreto é fonte primária
IZ .7 .co
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do Direito Administrativo.
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b) ERRADO. O Chefe do executivo possui a prerrogativa de

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instituir decretos para a fiel execução da lei. Em caso de
A PE D 0 er@
conveniência e oportunidade é possível revogá-lo.
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c) ERRADO. O Poder Judiciário não pode revogar atos
m
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administrativos. A revogação é feita por questões de
conveniência e oportunidade (mérito administrativo) só
podendo ser feita pela própria administração pública. o
Poder judiciário poderá anular o ato administrativo em caso
de ilegalidade.
d) ERRADO. Não existe qualquer previsão da referida
vedação.
e) ERRADO. A expedição de decretos é ato discricionário.

2. PRINCÍPIOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO

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As normas jurídicas podem ser divididas em duas categorias: as regras e os
princípios. No sistema jurídico brasileiro, os princípios constitucionais possuem
normatividade primária.
Todos os princípios do Direito Administrativo decorrem da CRFB/88 e se baseiam
em dois princípios basilares: a supremacia do interesse público e a indisponibilidade
do interesse público que definem prerrogativas e limitações impostas ao ente estatal,
sempre com a intenção de se perseguir e alcançar o interesse da coletividade.
Além da Constituição Federal, a legislação esparsa também elenca alguns princípios
administrativos, como faz a Lei 9.784/1999, em seu art. 2º, o qual cita os princípios da
legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade,
ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.
A doutrina não trata de maneira uniforme os princípios do Direito Administrativo.
Assim, abordaremos os princípios considerados mais importantes e os mais abordados
em provas de concurso público.

PRINCÍPIOS:

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1. SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO:
Havendo conflito entre o interesse público e o interesse particular, aquele deve io n
prevalecer. As prerrogativas devem ser vistas como instrumentos para que a
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Administração possa atingir seus objetivos.
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2. INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO:
e
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Os bens e interesses públicos não pertencem à Administração nem aos seus
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agentes, cabendo-lhes apenas geri-los e conservá-los.
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REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO:

SUPREMACIA DO INTERESSE
PÚBLICO SOBRE O PRIVADO
A doutrina mais moderna tem falado que inexiste uma supremacia abstrata do
interesse público sobre o privado, sendo necessária uma ponderação no caso
concreto. O fundamento seria a dignidade da pessoa humana, proporcionalidade,
INDISPONIBILIDADE DO
concordância prática dos princípios constitucionais
INTERESSEetc.
PÚBLICO

3. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE (JURIDICIDADE):


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O princípio da legalidade está expresso no art. 37 da CF/88. Possui dois
desdobramentos:
a) Supremacia da lei: a lei deve prevalecer sobre atos da administração. Ideia de
vinculação negativa: a lei representa uma limitação para a atuação do
administrador.
b) Reserva legal: doutrina da vinculação positiva. A atuação dos agentes públicos
está condicionada à prévia autorização legal.

Tem prevalecido na doutrina clássica e na prática jurídica brasileira a ideia da


vinculação positiva da administração à lei.
Uma doutrina mais moderna, como Rafael Oliveira, prega a reinterpretação do
princípio da legalidade a partir do fenômeno constitucionalização do Direito
a l
Administrativo, com a relativização da concepção de vinculação positiva do
io n
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administrador à lei. A atuação da administração deve se pautar não apenas na lei,
mas também nos princípios que decorrem diretamente da CF/88. Exige-se a
u c ER
adequação da atuação da administração pública não apenas a lei, mas a um “bloco

E M
de legalidade”. Daí surge a ideia de juridicidade. d IL
e
O princípio da juridicidade confere importância ao direito como um todo. O
rt RO
o OR
administrador ao agir deve respeitar a lei e o direito.
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4. PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE: u H 89
m Z .7 .co
O princípio da impessoalidade está consagrado de forma expressa no art. 37 da
u I
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CF/88. Possui três vertentes:
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a) Isonomia: a Administração Pública deve tratar os particulares de maneira
4
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impessoal e isonômica. Lembramos que a isonomia deve ser
l i
substancial/material, sendo vedada a discriminação desproporcional. Exemplo:
m
lc
concursos públicos, licitações;
p
b) Proibição da promoção pessoal dos agentes públicos: os atos da
Administração Pública não são atos pessoais dos agentes públicos, ao contrário,
são atos do Poder Público, não podendo ser atribuído a um ou a alguns agentes
públicos. O ato deve ser imputado ao ente público ou ao órgão que o praticou
(teoria do órgão). Essa é a interpretação que deve ser dada ao art.37, § 1º, da
CF/88, segundo o qual “a publicidade dos atos, programas, obras, serviços e
campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de
orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que
caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos;
c) Finalidade: impõe que o fim a ser buscado pelo administrador deve ser aquele
prescrito pela lei.

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PRINCÍPIO DA INTRANSCENDÊNCIA: relacionado ao princípio da impessoalidade. O
princípio da intranscendência subjetiva das sanções vem sendo consagrado pelo STF,
impedindo a aplicação de sanções aos entes federados por atos de gestões
anteriores.
Segundo o Min. Luiz Fux, do STF, “não se pode inviabilizar a administração de quem
foi eleito democraticamente e não foi responsável diretamente pelas dificuldades
financeiras que acarretaram a inscrição combatida”.

Ainda, é necessária a observância da garantia do devido processo legal, em especial,


do contraditório e da ampla defesa, relativamente à inscrição de entes públicos em
cadastros federais de inadimplência. Assim, a União, antes de incluir Estados-
membros ou Municípios nos cadastros federais de inadimplência (exs: CAUC, SIAF)
deverá assegurar o devido processo legal, o contraditório e a ampla defesa. STF.
a l
Plenário. ACO 1995/BA, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 26/3/2015 (Info 779).
io n
c
STF. 1ª Turma. ACO 732/AP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 10/5/2016 (Info
a
825).
u c ER
5. PRINCÍPIO DA MORALIDADE (art. 37 da CF/88):
E M d IL
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A atuação da Administração Pública deve, além de respeitar a lei, atender aos
p
S C 41- m u H 89
ditames da ética, da lealdade e ser séria. Tal princípio também está previsto na Lei
9.784/1999, em seu art. 2º, parágrafo único, IV o qual fala que “nos processos
m IZ .7 .co
administrativos serão observados, entre outros, os critérios de atuação segundo
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padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé.”
Exemplo: vedação ao nepotismo (Súmula Vinculante 13).
d R 4 3 g
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Súmula vinculante 13: A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha
m
p lc
reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade ou de
servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou
assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança, ou, ainda,
de função gratificada na Administração Pública direta e indireta em qualquer dos
poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios, compreendido
o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.

Podemos destacar como instrumentos de controle da moralidade administrativa:


a ação de improbidade administrativa, a ação popular, a ação civil pública, a Lei
12.846/2013 (Lei Anticorrupção).

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 A vedação ao nepotismo não alcança cargos providos por concurso público – STF,
ADI 524/ES, 2015.
 A Súmula Vinculante 13, que trata sobre o nepotismo, não se aplica aos cargos
políticos – STF, Rext 579.951/RN, informativo n. 516.
 Não há nepotismo na nomeação de servidor para ocupar o cargo de assessor de
controle externo do Tribunal de Contas mesmo que seu tio (parente em linha
colateral de 3º grau) já exerça o cargo de assessor-chefe de gabinete de
determinado Conselheiro, especialmente pelo fato de que o cargo do referido tio
não tem qualquer poder legal de nomeação do sobrinho. A incompatibilidade da
prática enunciada na SV 13 com o art. 37 da CF/88 não decorre diretamente da
existência de relação de parentesco entre pessoa designada e agente político ou
servidor público, mas de presunção de que a escolha para ocupar cargo de
direção, chefia ou assessoramento tenha sido direcionado à pessoa com relação
de parentesco com quem tenha potencial de interferir no processo de seleção.
STF. 2ª Turma. Rcl 18564/SP, rel. orig. Min. Gilmar Mendes, red. p/ o acórdão
Min. Dias Toffoli, julgado em 23/2/2016 (Info 815).
a l

n
É inconstitucional lei estadual que excepciona a vedação da prática do nepotismo,
io
permitindo que sejam nomeados para cargos em comissão ou funções
a c
gratificadas de até dois parentes das autoridades estaduais, além do cônjuge do
u c ER
Governador. STF. Plenário. ADI 3745/GO, rel. Min. Dias Toffoli, 15/5/2013 (Info
706).
E M d IL
e
rt RO
o OR
6. PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE (art. 37 da CF/88 e no art. Art. 2º da Lei
p
9784/1999):
S C 41- m u H 89
Estabelece o dever de a Administração Pública divulgar/exteriorizar seus atos,
m Z .7 .co
tendo em vista que a transparência dos atos administrativos está intimamente ligada
u I
V er L U
0
4
4 ma il
ao princípio democrático (art. 1º da CF/88). A publicidade dos atos do Poder Público
torna possível o controle social sobre os mesmos
O .
d R 4 3 g
A doutrina elenca alguns instrumentos que viabilizam a publicidade, tais como: o
A PE D 0 er@
direito de petição, o direito de obter certidões em repartições públicas, o mandado de
l
injunção e o habeas data.
mi
p lc
A transparência depende do direito à informação, sendo o sigilo exceção no
ordenamento jurídico brasileiro. O direito à informação foi regulamentado pela Lei
12.527/2013 – Lei de Acesso à Informação – LAI.

 A Lei 12.527/2013 estabelece que a divulgação de informações de interesse


público independe de solicitação.
 A Lei 12.527/2013 diz ainda que qualquer interessado, devidamente
identificado, independentemente de motivação, pode solicitar informações
de interesse público perante entidades públicas ou privadas.
 Exceções à publicidade: a) informações classificadas como sigilosas; b)
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informações pessoais relacionadas à intimidade, vida privada, honra e
imagem.
 É legítima a publicação, inclusive em sítio eletrônico mantido pela
Administração Pública, dos nomes de seus servidores e do valor dos
correspondentes vencimentos e vantagens pecuniárias. STF. Plenário. ARE
652777/SP, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 23/4/2015 (repercussão
geral) (Info 782).
 PUBLICAÇÃO NÃO SE CONFUNDE COM PUBLICIDADE: a publicação, em
regra, refere-se à divulgação em órgãos oficiais e imprensa escrita, sendo,
portanto, apenas uma das formas possíveis de dar publicidade aos atos
administrativos.

7. PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA:
Não constava no texto original da constituição. Tal princípio foi incluído na CF/88
através da EC 19/1988, tendo como objetivo substituir uma administração burocrática
(focada na formalidade) por uma administração gerencial (focada nos resultados).

a
Exemplos de previsões normativas que prestigiam o princípio da eficiência:l
n
duração razoável do processo, os contratos de gestão feitos pela administração pública
io
com seus órgãos ou com organizações sociais (OS).
a c
u c ER
A eficiência deve ser analisada em conjunto com outros princípios e valores
constitucionais, pois a eficiência não é o único princípio que a administração deve
E M d IL
observar. Deve ser analisada em conjunto com a legalidade, com a qualidade do
serviço etc.
e
rt RO
o OR
O princípio da eficiência está relacionado à ideia de “maior satisfação com os
p
menores custos possíveis”.
S C 41- m u H 89
um
8. PRINCÍPIOS DA RAZOABILIDADE E DA PROPORCIONALIDADE:
IZ .7 .co
V er L U
0
4
4 ma il
Decorrem da cláusula do devido processo legal, de sua vertente substantiva. Não
está previsto de forma expressa na CF/88, mas podem ser encontrados no art. 2º da
O .
d
Lei 9784/1999. R 4 3 g
A PE D 0 er@
Há divergência na doutrina sobre a existência ou não de diferença entre os dois
l i
princípios. Entretanto, tem prevalecido a tese da fungibilidade entre os mesmos.
m
p lc
O princípio da proporcionalidade pode ser divido em três subprincípios:
 Adequação
 Necessidade
 Proporcionalidade em sentido estrito (ponderação entre ônus e
benefícios)

9. PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE DO SERVIÇO PÚBLICO:


Está relacionado à prestação de serviço público e à necessidade permanente de
satisfação de direitos fundamentais. Como consequência da continuidade da prestação
dos serviços públicos, exige-se a sua prestação regular. Os serviços públicos devem ser
prestados na medida da necessidade da população, podendo a necessidade ser
relativa ou absoluta.

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 É possível a interrupção dos serviços em caso de inadimplemento dos
usuários e por razões de ordem técnica – art. 6º, parágrafo 3º, da Lei 8987/1995.
Esta regra é especial e prevalece sobre o art. 22 do CDC.
 É reconhecido o direito de greve aos servidores estatutários, com aplicação
análoga da Lei 7783/1989.
 Inviabilidade da exceptio non adimpleti contractus nos contratos de
concessão de serviço público, decorre do princípio da continuidade.
 Em regra, o serviço público deverá ser prestado de forma contínua, ou seja,
sem interrupções (princípio da continuidade do serviço público).
Excepcionalmente, será possível a interrupção do serviço público nas seguintes
hipóteses previstas no art. 6º, § 3º da Lei n.º 8.987/95: a) Em caso de emergência
(mesmo sem aviso prévio); b) Por razões de ordem técnica ou de segurança das
a l
io
instalações, desde que o usuário seja previamente avisado; c) Por causa de n
c
inadimplemento do usuário, desde que ele seja previamente avisado. A
a
c ER
divulgação da suspensão no fornecimento de serviço de energia elétrica por meio
u
E M d IL
de emissoras de rádio, dias antes da interrupção, satisfaz a exigência de aviso
prévio, prevista no art. 6º, § 3º, da Lei nº 8.987/95. STJ. 1ª Turma. REsp 1270339-
e
rt RO
SC, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 15/12/2016 (Info 598).

p o OR
S C 41- m u H 89
10. PRICÍPIO DA AUTOTUTELA OU SINDICABILIDADE:
A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de
um IZ .7 .co
er L
legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade,
U 4
4 ma il
respeitados os direitos adquiridos. A autotutela encontra limites na segurança jurídica
V O 3 . 0
e na boa-fé dos administrados.
d R 4 g
A PE D 0 er@
l
O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram
mi
efeitos favoráveis para os destinatários decai em 5 (cinco) anos, contados da data em
p lc
que foram praticados, salvo comprovada má-fé.

Súmula 473-STF: A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados
de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los,
por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e
ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.

Súmula 346-STF: A administração pública pode declarar a nulidade dos seus


próprios atos.

Súmula 6-STF: A revogação ou anulação, pelo Poder Executivo, de aposentadoria,


ou qualquer outro ato aprovado pelo Tribunal de Contas, não produz efeito não
produz efeitos antes de aprovada por aquele tribunal, ressalvada a competência
revisora do Judiciário.

11. PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA:


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É o direito de saber o que acontece no processo e o direito de se manifestar
através dos meios admitidos em direito.
No Direito Administrativo esses princípios abarcam: a defesa prévia (antes da
decisão administrativa ser proferida, o particular deve ter a oportunidade de se
manifestar para influenciar na decisão), salvo em situações emergenciais que pode
haver o contraditório diferido e o direito à defesa técnica.

SÚMULA VINCULANTE Nº 5: A falta de defesa técnica por


ATENÇÃO!
advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a
Constituição

l
Há também o direto ao recurso na administração, que é inerente á ampla defesa
a
io
arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso n
e segundo a Súmula Vinculante nº 21: É inconstitucional a exigência de depósito ou

administrativo.
a c
u c ER
d IL
A Administração Pública pode anular seus próprios atos quando estes forem
E M
e
ilegais. No entanto, se a invalidação do ato administrativo repercute no campo de
rt RO
interesses individuais, faz-se necessária a instauração de procedimento administrativo
p o OR
que assegure o devido processo legal e a ampla defesa. Assim, a prerrogativa de a

S C 41- m u H 89
Administração Pública controlar seus próprios atos não dispensa a observância do
contraditório e ampla defesa prévios em âmbito administrativo. Plenário. MS
um IZ .7 .co
er L
25399/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 15/10/2014 (Info 763).
U 4
4 ma il
d V R O
4 3 . 0 g
A PE D 0 er@
l
mi
p lc
ANO: 2017. BANCA: CESPE. ÓRGÃO: DPU

Jorge, servidor público federal ocupante de cargo de


determinada carreira, foi, por meio administrativo, transferido
para cargo de carreira diversa.

Com referência a essa situação hipotética, julgue o item


subsequente à luz do entendimento dos tribunais superiores.

A forma de provimento do cargo público na referida situação


— transferência para cargo de carreira diversa — foi
QUESTÃO:
inconstitucional, por violar o princípio do concurso público;
PRINCÍPIOS
cabe à administração pública, no exercício do poder de
autotutela, anular o ato ilegal, respeitado o direito ao
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contraditório e à ampla defesa.

CERTO
ERRADO

GABARITO: CERTO

COMENTÁRIOS:
SÚMULA VINCULANTE 43. É inconstitucional toda modalidade
de provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia
aprovação em concurso público destinado ao seu provimento,
em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente
investido.

ANO 2016. BANCA: CESPE

a l
Quando a União firma um convênio com um estado da
io
Federação, a relação jurídica envolve a União e o ente n
a c
federado e não a União e determinado governador ou outro

u c ER
agente. O governo se alterna periodicamente nos termos da
d IL
soberania popular, mas o estado federado é permanente. A
E M
e
mudança de comando político não exonera o estado das
rt RO
obrigações assumidas. Nesse sentido, o Supremo Tribunal
p o OR
Federal (STF) tem entendido que a inscrição do nome de

S C 41- m u H 89
estado-membro em cadastro federal de inadimplentes devido
a ações e(ou) omissões de gestões anteriores não configura
um IZ .7 .co
er L
ofensa ao princípio da administração pública denominado
QUESTÃO: U 4 il
4 ma
princípio do(a)
V
PRINCÍPIOS
d R O
4 3 . 0 g
A PE D 0 er@
a) intranscendência
l
b) contraditório e da ampla defesa
mi
c) continuidade do serviço público
p lc
d) confiança legítima
e) moralidade.
Justificativas:
a) CORRETO. O princípio da intranscendência subjetiva das
sanções vem sendo consagrado pelo STF. Por ele, impede-se a
aplicação de sanções aos entes federados por atos de gestões
anteriores.

b) ERRADO. Observar justificativa da alternativa A.


c) ERRADO. Observar justificativa da alternativa A.
d) ERRADO. Observar justificativa da alternativa A.
e) ERRADO. Observar justificativa da alternativa A.
Alternativa correta: A.

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3. ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA E CONCEITO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.

3.1 CONCEITO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA:

Quanto ao conceito de Administração Pública, em sentido amplo abrange os


órgãos superiores de governo u exercem função política e também os órgãos, agentes
e entidades que exercem função meramente administrativa.
Em sentido estrito, envolve todo o aparelhamento estatal voltado à execução
das políticas públicas e subdivide-se em:

Administração Pública: são as pessoas jurídicas, os


SENTIDO SUBJETIVO, órgãos e agentes públicos que exercem atividades
FORMAL OU ORGÂNICO administrativas. Pode ser dividida em Administração
Direta e Indireta.
Administração pública: é a própria função ou
SENTIDO OBJETIVO, atividade. Abrange quatro atividades: 1) Serviço
a l
MATERIAL OU FUNCIONAL
n
Público, 2) Polícia Administrativa; 3) Fomento
io
a c
(incentivo à iniciativa privada de utilidade/interesse
público) e 4) Intervenção (fiscalização da atividade
econômica).
u c ER
E M d IL
É o desempenho perene e sistemático, legal e técnico
SENTIDO
e
rt RO
dos serviços próprios do Estado ou por ele assumidos
OPERACIONAL
o OR
em benefício da coletividade.
p
S C 41- m u H 89
um IZ .7 .co
er L U4 ma4 il
3.2 ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA:
V O . 0
d R 3 g
Em relação à organização administrativa tem-se que toda a atividade
4
A PE D 0 er@
administrativa do Estado se desenvolve, direta ou indiretamente, por meio da atuação
l
mi
de órgão, entidades públicas e seus agentes, das seguintes formas:
 CENTRALIZAÇÃO: É o desempenho direto das atividades públicas pelo Estado, ou
p lc
seja, por uma das pessoas políticas. Essa execução ocorre mediante atuação da
Administração Direta;
 DESCONCENTRAÇÃO: A entidade se desmembra em órgãos para melhorar sua
organização estrutural. Trata-se de uma distribuição interna de competências
dentro de uma mesma pessoa jurídica. É uma técnica para aprimorar o
desempenho.
 DESCENTRALIZAÇÃO: O Estado distribui algumas de suas atribuições para outras
pessoas, físicas ou jurídicas. Pode ser de 2 tipos:
1) Descentralização política: ocorre na criação de entidades políticas para o
exercício de competências próprias, previstas na CF. Exemplo: criação de
Estados e Municípios;
2) Descentralização administrativa: ocorre quando determinadas atribuições
são exercidas por entidades descentralizadas, ou seja, tais atribuições não

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decorrem da CF e sim de leis infraconstitucionais. Divide-se em três
modalidades:
a) Descentralização por serviços ou por outorga: quando uma entidade
política, por meio de lei, cria uma pessoa jurídica e a ela atribui a
titularidade e a execução de determinado serviço.
b) Descentralização por colaboração ou delegação: o Estado transfere
apenas a execução do serviço a uma pessoa jurídica de direito privado,
previamente existente, conservando o Poder Público a titularidade.
c) Descentralização territorial ou geográfica: verifica-se quando uma
entidade local, geograficamente delimitada, dotada de personalidade
jurídica própria, possui capacidade administrativa genérica. No Brasil, só
pode ocorrer na hipótese de criação de território federal.

A organização administrativa também pode ser feita em setores:


1º SETOR É o Estado. Exemplo: administração pública direta e
a l
indireta.
io n
É o mercado. Exemplo: concessionárias e
a c
2º SETOR
c ER
permissionárias de serviços públicos.
u
E M d IL
É a sociedade civil. Exemplo: Serviços sociais
3º SETOR
t e
autônomos, organizações sociais.
r RR O
o
p O
Su CH 41-89 m
um IZ .7 co
3.2.1 ADMINISTRAÇÃO DIRETA:

e r LU 44 ail.
d V RO 43.0 gm
É o conjunto de órgãos que integram a pessoa política do Estado. O princípio da
centralização é inerente à Administração Direta.
A PED 0 ler@
Os órgãos públicos são repartições internas do Estado, ou seja, são feitas dentro
i
de uma mesma pessoa, seja ela pertencente à Administração Pública Direta ou
m
p lc
Indireta. São decorrência do fenômeno da desconcentração administrativa, ou seja, é
uma repartição interna de competências, dentro da estrutura de uma mesma pessoa.
A principal característica dos órgãos públicos é a ausência de personalidade
jurídica. São ligados aos outros órgãos integrantes da mesma pessoa por uma relação
de hierarquia.
Os agentes públicos, que atuam nos órgãos, ao manifestarem sua vontade,
estão a manifestar a vontade do próprio Estado (teoria do órgão ou da imputação
volitiva).
A criação e a extinção dos órgãos dependem de lei. Em regra, a iniciativa para o
projeto de lei é do chefe do Poder executivo. A simples organização e funcionamento
podem ser tratas por meio de decreto do chefe do Executivo.
Por não possuírem personalidade jurídica, em regra não possuem capacidade
processual. Entretanto, excepcionalmente, podem atuar em juízo quando autorizados
por lei ou quando se tratar de órgão de cúpula para a defesa de suas prerrogativas
institucionais.

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Um exemplo do referido entendimento está consagrado na SÚMULA 525 DO
STJ: “A Câmara de Vereadores não possui personalidade jurídica, apenas
personalidade judiciária, somente podendo demandar em juízo para defender os seus
direitos institucionais”.

Em regra, os órgãos não possuem capacidade contratual. O art. 37, parágrafo


8º, da CF/88, consagra, de maneira excepcional, a capacidade dos órgãos da
Administração Púbica para celebrarem contrato de gestão, com o objetivo de ampliar
a autonomia gerencial orçamentária e financeira.

São teorias para explicar a existência dos órgãos públicos:

O agente público seria considerado mandatário do Estado.


TEORIA DO Crítica: o Estado não disporia de vontade própria para
MANDATO constituir mandatário.

TEORIA DA O agente público seria representante do Estado. Crítica:


a l
REPRESENTAÇÃO Equipara o Estado ao incapaz.
io n
a c
Essa teoria faz uma analogia entre o Estado e o corpo humano.
u c ER
Os órgãos compõem o todo. A vontade do agente, integrante
TEORIA DO
E M d IL
do órgão, é imputada ao Estado. Essa teoria é atribuída ao
ÓRGÃO
e
alemão Otto Gierke. A TEORIA DO ÓRGÃO OU DA
rt RO
o OR
IMPUTAÇÃO VOLITIVA É A QUE PREVALECE!
p
S C 41- m u H 89
um
Classificação dos órgãos quanto à posição que ocupam:
IZ .7 .co
V O er L
. 0
U4 ma4 il
Previstos na CF/88 e representam os Poderes do Estado.
d R 4 3 g
Não estão subordinados a nenhum outro órgão e só estão
A PE D
INDEPENDETES 0 er@
l
sujeitos ao controle recíproco também previsto na CF/88.
i
(Ex.: Casas legislativas, Congresso Nacional, Câmaras de
m
p lc
vereadores). Têm capacidade processual.
Subordinados aos chefes dos órgãos independentes. Ampla
AUTÔNOMOS autonomia administrativa, financeira e técnica. Funções de
planejamento, supervisão, coordenação e controle. (ex.:
Ministérios e Secretarias Estaduais). Têm capacidade
processual.
Poder de direção e controle, mas não possuem autonomia
SUPERIORES financeira nem administrativa. (ex.: gabinetes)
Reduzido poder decisório e com atribuições de execução.
SUBALTERNOS (ex.: seções de expedientes).

Classificação dos órgãos quanto à estrutura:

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Não possuem subdivisões em sua estrutura interna. Podem
SIMPLES OU ser compostos por mais de um agente.
UNITÁRIO

Reúnem em sua estrutura diversos órgãos menores.


COMPOSTOS

Classificação dos órgãos quanto à esfera de ação:

Exercem atribuição em todo território nacional, estadual,


CENTRAIS municipal e distrital. Exemplo: Ministérios e secretárias.

Atuam em parte do território. Exemplo: Delegacias.


LOCAIS
a l
io n
a c
Classificação dos órgãos quanto à atuação funcional:
u c ER
E M d IL
SINGULARES OU e
As decisões dependem da atuação isolada de um único
rt RO
agente. Podem ser compostos por diversos agentes, mas as
UNIPESSOAIS
p o OR
decisões são tomadas apenas pelo Chefe. Exemplo:

S C 41- m u H 89
Presidência da República.

umAs decisões são tomadas pela manifestação conjunta dos


IZ .7 .co
er L
COLEGIADOS OU membros. Exemplo: Congresso Nacional, STF.
PLURIPESSOAIS U 4
4 ma il
d V R O
4 3 . 0 g
A PE D 0 er@
l
 mi
ADMINISTRAÇÃO INDIRETA:
p lc
É o conjunto de pessoas jurídicas que, vinculadas à Administração direta, têm a
competência para o exercício de atividades de forma descentralizada.
A descentralização administrativa está diretamente relacionada à busca pela
eficiência.
A nova pessoa criada é dotada de autonomia administrativa, gerencial e
financeira.

A vinculação entre administração direta e indireta


ATENÇÃO! caracteriza a SUPERVISÃO MINISTERIAL, também
denominada de TUTELA ADMINISTRATIVA. Não havendo
relação de hierarquia.

Compõem a Administração Indireta:

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1) AUTARQUIA:

É uma pessoa jurídica de direito público, criada por lei específica para executar
atividades típicas da Administração Pública.
Possui prerrogativas e sujeições típicas do regime jurídico administrativo, quais
sejam: a) prazo em dobro; b) pagamento por precatórios; c) execução fiscal; d)
imunidade tributária; e) impenhorabilidade, imprescritibilidade e inalienabilidade de
seus bens; f) não sujeição à falência.
A natureza dos bens das autarquias é de bens públicos.

 Classificação quanto à capacidade administrativa:

Tem capacidade administrativa genérica. Exemplo:


GEOGRAFICA/TERRITORIAL território federal.

Tem capacidade especifica, limitada a determinado


a l
DE SERVIÇO OU
INSTIUCIONAL
serviço que lhe é atribuído por lei.
io n
a c
u c ER
E M d IL

e
rt RO
Classificação quanto à estrutura:

p o OR
FUNDACIONAIS S C 41- m u H 89
Corresponde à figura da fundação de direito
público.

um IZ .7 .co
V O er L
. 0
U4 ma4 il
Constituídas por sujeitos unidos para a consecução

d R 3 g
COORPORATIVAS/ASSOCIATIVAS de um fim de interesse público, mas que diz
4
A PE D 0 er@
l
respeito aos próprios associados.

mi
p lc
A OAB é entidade “sui generes”, um serviço independente
ATENÇÃO! não integrante da Administração.

Agências Reguladoras: são autarquias com regime jurídico especial, dotada de


autonomia reforçada em relação ao Ente central. Possui poderes normativos,
administrativos e judicantes. Editam atos administrativos normativos de conteúdo
técnico.
As autarquias podem ser federais, estaduais, distritais e municipais, NÃO sendo

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admissíveis autarquias interestaduais ou intermunicipais.
As causas que envolvem as autarquias federais são processadas e julgadas pela
Justiça Federal. No caso das autarquias estaduais e municipais o foro é a Justiça
Estadual.

2) FUNDAÇÕES PÚBLICAS:

O entendimento majoritário partilhado, inclusive pelo STF, é de que é possível


que o Estado institua fundações com personalidade jurídica de direito público ou
privado.
O principal elemento de diferenciação entre as fundações de direito público e as
de direito privado é a origem os recursos. São de Direito público aquelas mantidas por
recursos previstos no orçamento da pessoa federativa ao passo que de direito privado
são as que não dependem do orçamento público, sobrevivendo com as rendas dos
serviços que prestam e de doações.

a l
ATENÇÃO! io n
As fundações públicas de direito público são consideradas

a c
uma modalidade de autarquia, sendo denominadas de
fundações autárquicas ou autarquias fundacionais.
u c ER
E M d IL
As fundações de Direito público são criadas por lei específica. Já as de direito
e
rt RO
privado são autorizadas por lei, necessitando de registo do ato constitutivo para
adquirir a personalidade.
p o OR
Essas entidades são constituídas para executar objetivos sociais que produzam
S C 41- m u H 89
benefícios à coletividade, sendo características essencial a ausência de fins lucrativos.

um
Acerca do regime jurídico, tem-se que as fundações de direito público se
IZ .7 .co
er L U il
sujeitam as mesmas restrições e possuem as mesmas prerrogativas das autarquias.
4
4 ma
Porém, as de direito privado possuem regime HÍBRIDO, ou seja, quanto à constituição

d V R O 3 . 0 g
e ao registro se sujeitam ao direito privado e no restante ao direito público.
4
A PE D 0 er@
l
mi
p lc
Os bens das fundações públicas de direito público são bens públicos. Já os bens das
fundações de direito privado são bens privados. Entretanto, é possível que alguns de
seus bens se sujeitem a regras de direito público. Isso ocorre com os bens
empregados diretamente na prestação de serviços públicos.
Foro Judicial: Tratando-se de direito público federal, os litígios serão dirimidos na
Justiça Federal. Sendo de direito público estadual ou municipal, o foro é a Justiça
Estadual. Caso se trate de fundação de direito privado, a doutrina entende que,
independentemente da esfera, o foro é a justiça estadual.

3) EMPRESAS ESTATAIS:

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A) EMPRESA PÚBLICA: Pessoa jurídica de direito privado, criada por
autorização legal, sob qualquer forma jurídica para que o governo exerça
atividades gerais de caráter econômico ou execute a prestação de
serviços públicos.
B) SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA: Pessoa jurídica de direito privado,
criada por autorização legal, sob a forma de SOCIEDADE ANONIMA, cujo
controle acionário pertença ao Poder Público, tendo por objetivo, como
regra, a exploração de atividade econômica e, às vezes, prestação de
serviços públicos.

 SUBSIDIÁRIAS:
São empresas controladas pelas empresas estatais. Têm personalidade jurídica
própria, sendo, portanto, uma pessoa jurídica diferente da pessoa controladora e não
um órgão desta.
A criação também depende de autorização legal.
a l
 COMPOSIÇÃO DE CAPITAL:
io n
a c
c ER
Nas SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA o capital é formado pela conjunção de
u
E M d IL
recursos de pessoas de direito público e de recursos da iniciativa privada. O Poder
público deve deter a maioria do capital votante, o que lhe garante o poder de decisão
sobre os destinos da companhia e
rt RO
p o OR
Nas EMPRESAS PÚBLICAS o capital é formado exclusivamente por recursos

S C 41- m u H 89
públicos, não sendo admitida a participação direta de recursos particulares. A
exigência é de que o capital seja 100% público, mas não necessariamente da mesma
pessoa política.
um IZ .7 .co
 V O er L
PESSOAL: .
U
0
4
4 ma il
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
O pessoal se submete ao regime trabalhista comum, ou seja, de emprego
mi
público. Não obstante, o ingresso deve ser precedido de concurso público.
p lc
Os empregados públicos não gozam de estabilidade, mas podem exigir
motivação e direito de defesa em eventual demissão.

 REGIME JURÍDICO:
Por terem personalidade jurídica de direito privado, submetem-se ao regime
jurídico de direito privado, mas com incidência de algumas normas de direito público,
tendo, assim, natureza híbrida.

É aplicável o regime dos precatórios às sociedades de economia mista prestadoras


de serviço público próprio do Estado e de natureza não concorrencial. STF.
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Plenário. ADPF 387/PI, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 23/3/2017 (Info 858).
FALÊNCIA: as empresas estatais NÃO se submetem ao processo de falimentar
independentemente da atividade que desempenham.
BENS: os bens são bens privados, porém os afetados diretamente à prestação do
serviço público são considerados bens públicos.
FORO JUDICIAL:
 Empresa pública federal: Justiça Federal;
 Empresa pública estadual/municipal: Justiça Estadual;
 Sociedade de Economia Mista: Justiça Estadual (SÚMULA 556, STF) salvo se a União
atuar, caso em que a competência será deslocada para a Justiça Federal.

JURISPRUDÊNCIA

PRECATÓRIOS: É aplicável o regime dos precatórios às sociedades de economia


mista prestadoras de serviço público próprio do Estado e de natureza não
concorrencial. STF. Plenário. ADPF 387/PI, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em
a l
23/3/2017 (Info 858).
io n
a c
CÓDIGO DE TRÂNSITO: Carros dos
registrados como veículos oficiais Os u c ER
conselhos profissionais não podem ser
conselhos de fiscalização profissional não
possuem autorização para registrar os
E M d IL
veículos de sua propriedade como oficiais.
STJ. 1ª Turma. AREsp 1.029.385-SP,
e
rt RO
Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em
05/12/2017 (Info 619).
p o OR
S C 41- m u H 89
um IZ .7 .co
V O er L
. 0
U4 ma4 il
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
Pública” mi
Há três acepções para a palavra “Administração

 p lc
Sentido subjetivo, formal ou orgânico (Administração
Conceito de Pública): são as pessoas jurídicas, os órgãos e agentes públicos
Administração que exercem atividades administrativas. Pode ser dividida em
Pública administração direta e indireta.
 Sentido objetivo, material ou funcional (administração
pública): é a própria função ou atividade.
 Sentido operacional: É o desempenho perene e
sistemático, legal e técnico dos serviços próprios do Estado ou
por ele assumidos em benefício da coletividade.
A Administração Pública se divide em Administração Direta e
Indireta.
Organização
administrativa Direta  Entes Federados

Indireta  autarquias, empresas públicas, sociedades de


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economia mista e fundações.

CESPE 2017 - Considerando as modernas ferramentas de controle do Estado e de


promoção da gestão pública eficiente, assinale a opção correta acerca do direito
administrativo e da administração pública.

a) Em função do dever de agir da administração, o agente público omisso poderá ser


responsabilizado nos âmbitos civil, penal e administrativo.
b) O princípio da razoável duração do processo, incluído na emenda constitucional
de reforma do Poder Judiciário, não se aplica aos processos administrativos.
c) Devido ao fato de regular toda a atividade estatal, o direito administrativo aplica-
se aos atos típicos dos Poderes Legislativo e Judiciário.
a l
d) Em sentido objetivo, a administração pública se identifica com as pessoas
io n
função administrativa desempenhada. a c
jurídicas, os órgãos e os agentes públicos e, em sentido subjetivo, com a natureza da

Justificativas: u c ER
E M d IL
a) CORRETO. O agente omisso poderá ser responsabilizado civil, penal ou
e
rt RO
administrativamente, conforme o tipo de inércia a ele atribuída (art. 37 § 6º, CF).
o OR
b) ERRADO. O princípio da razoável duração do processo é aplicável aos processos
p
judiciais e administrativos.
S C 41- m u H 89
c) ERRADO. Não se aplica aos atos típicos do Poder legislativo e do Poder Judiciário.
m Z .7 .co
Aplica-se apenas aos atos atípicos (função administrativa).
u I
er L U 4 il
d) ERRADO. Os conceitos de Administração Pública em sentido subjetivo e objetivo

V 0 4 ma
foram trocados. As bancas gostam baste de trocar os conceitos! Fiquem atentos!
O .
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
Alternativa correta: A
l
mi
lc
ANO: 2018. BANCA: CESPE. ÓRGÃO: DPE-PE. PROVA: DEFENSOR PÚBLICO
p
Considerando-se as novas formas de desestatização da prestação de serviços
públicos de caráter social, as pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos
que, atendidos os requisitos previstos em lei, firmam parceria com o poder público,
por instrumento de contrato de gestão, para a execução de atividades de interesse
público — especialmente ensino, pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico,
proteção e preservação do meio ambiente, cultura e saúde — recebem a
qualificação de

a) agência executiva.

b) fundação pública.

c) organização social.

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d) organização da sociedade civil de interesse público.

e) serviço social autônomo.

GABARITO: C.

Agência executiva: autarquia, fundação pública ou órgão da administração direta


que celebra contrato de gestão com o próprio ente político com o qual está
vinculado.

SERVIÇOS SOCIAIS AUTÔNOMOS: Parafiscalidade, delegação da capacidade


tributária
O TC pode controlar
Licitação pelo procedimento simplificado de licitação do Sistema S
Empregados – CLT
Criação mediante autorização legislativa. Objetivos. Não submissão à exigência do
concurso público para contratação de pessoal (STF). Processo seletivo simplificado.
Procedimentos licitatórios observando seus regulamentos próprios. Não integram a
a l
io
Administração Pública em sentido formal. Entes de cooperação governamental, n
c
recebem contribuições parafiscais e são sujeitos à fiscalização do Estado.
a
u c ER
ENTIDADE DE APOIO: Cursos de pós nas Universidades Públicas. Natureza de
fundação ou associação.
E M d IL
e
rt RO
p o OR
ORGANIZAÇÕES SOCIAIS (OS): Contrato de gestão: transfere bens públicos,

S C 41- m u H 89
servidores, recursos orçamentários. Nasce da extinção das estruturas da
Administração. Tem dispensa de licitação.
um IZ .7 .co
er L U4 ma4 il
ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE PÚBLICO: Termo de parceria:
V O . 0
projeto de modernização na Adm, levando computadores, servidores etc. A PJ
d R 4 3 g
A PE D
privada anterior deveria existir há pelo menos 3 anos.
0 er@
l
mi
p lc

Os órgãos públicos são repartições internas do Estado


(dentro de uma mesma pessoa, seja ela pertencente à
Conceito de Administração Pública Direta ou Indireta).
Órgão Público Os órgãos são decorrência do fenômeno da

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desconcentração administrativa.
Principal característica: ausência de personalidade jurídica.
São ligados aos outros órgãos integrantes da mesma pessoa
por uma relação de hierarquia.

Teoria do A TEORIA DO ÓRGÃO OU DA IMPUTAÇÃO VOLITIVA É A QUE


Órgão PREVALECE!

FCC – DPE SC – 2017 - A teoria do órgão foi inspirada na


Doutrina de Otto Gierke e tem grande aplicabilidade no direito
administrativo brasileiro. Com base nesta teoria, é correto
afirmar:
a l
io n
c
a) A estruturação dos órgãos da Administração se submete ao
a
princípio da reserva legal.
u c ER
QUESTÃO:
ORGANIZAÇÃO E M d IL
b) Segundo Celso Antonio Bandeira de Mello, os órgãos seriam
caracterizados pela teoria subjetiva, a qual corresponde às
DA e
rt RO
unidades funcionais da organização.
ADMIISTRAÇÃO o OR
c) A teoria tem aplicação concreta na hipótese da chamada
p
S C 41- m u H 89
função de fato. Desde que a atividade provenha de um órgão,
não tem relevância o fato de ter sido exercida por um agente

um IZ .7 .co
que não tenha a investidura legítima.

V er L
O
U
. 0
4 il
d) É com base nestes ensinamentos que se discute
4 ma
desconcentração e descentralização, sendo aquela a criação de
d R 4 3 g
novas pessoas jurídicas e esta a criação de novos órgãos.
A PE D 0 er@
e) A teoria do órgão se opõe ao princípio da imputação
l
objetiva.
mi
lc
GABARITO: C
p
COMENTÁRIOS:

a) ERRADO. Art. 84, VI, a, da CRFB: compete ao Presidente da


República dispor, mediante decreto, sobre: organização e
funcionamento da administração federal, quando não implicar
aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos
públicos.

b) ERRADO. A teoria é objetiva e não subjetiva.

c) CORRETO. A teoria do órgão é aplicada ao funcionário de fato


(aquele que não possui uma investidura regular). As atividades
desempenhadas pelo agente que atuam em órgãos são
imputadas aos Entes Públicos. Não imposta quem praticou o
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ato, pois a teoria do órgão diz que a vontade declarada foi do
Ente Público.
d) ERRADO. Os conceitos de desconcentração e de
descentralização estão invertidos.
e) ERRADO. A teoria do órgão consagra o princípio da
imputação objetiva.

4. PODERES ADMINISTRATIVOS

São prerrogativas que servem de instrumento para o desempenho das atividades


estatais pelos agentes públicos. Refere-se a um poder-dever.

O exercício das prerrogativas conferidas à Administração fora dos limites


configura abuso de poder.

a l
O abuso de poder pode aparecer em duas situações:
io n
 No excesso de poder: quando se extrapola a competência;
a c
c ER
 No desvio de poder (ou de finalidade): quando o agente pretende finalidade
u
diversa do interesse público.
E M d IL
e
rt RO
São poderes administrativos abordados pela doutrina:

p o OR
 Poder normativo ou regulamentar:
S C 41- m u H 89
um IZ .7 .co
É a prerrogativa de editar atos normativos gerais para a fiel execução da lei. É de
er L U4 ma4 il
competência exclusiva do chefe do Poder Executivo (art. 84, IV, da CF/88). Parcela da
V O . 0
doutrina chama essa função exclusiva de Poder regulamentar do Chefe do Executivo.
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
Isso não impede o exercício da função normativa por órgão da administração, como,
l
por exemplo, a expedição de resoluções e portarias, é o que se chama de Poder
Normativo da administração.
mi
p lc

Decretos autônomos: possuem fundamento diretamente na Constituição Federal.


Art. 84, VI, “a” e “b”, da CF/88 - Compete privativamente ao Presidente da República
dispor, mediante decreto, sobre: a) organização e funcionamento da administração
federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de
órgãos públicos; b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos.

 Poder de Polícia:

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É a prerrogativa da administração pública de restringir e condicionar, com
fundamento na lei, o exercício de direitos privados, com o objetivo de atender o
interesse público.
O art. 78 do CTN traz a definição de Poder de Polícia, qual seja “a atividade da
administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade,
regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público
concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e
do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou
autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e
aos direitos individuais ou coletivos.”
Tem como fundamento a supremacia do interesse público sobre o privado.

São atributos do Poder de Polícia:


1) Discricionariedade: a Administração, em regra, possui certa liberalidade de
atuação. Contudo, nada impede que lei vincule a prática de determinados
atos de polícia, como por exemplo a concessão de licença;
2) Coercibilidade: é a possibilidade de as medidas adotadas pela
a l
io
Administração serem impostas ao administrado, inclusive com o uso dan
força;
a c
u c ER
3) Autoxecutoriedade: possibilidade de certos atos serem executados de
d IL
forma direta e imediata, independente de ordem judicial.
E M
e
rt RO
ATENÇÃO! p o OR
Nem todos os atos de polícia ostentam os atributos da

S C 41- m u H 89
autoexecutoriedade e da coercibilidade. Os atos preventivos
e alguns repressivos, como a cobrança de multa não paga
um IZ .7 .co
espontaneamente e a desapropriação, não gozam dessas

V O er L
.
U
0
4
4 ma il características.

d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
mi
p lc
 O poder de polícia incide sobre bem e direitos e não sobre pessoas!
 O poder de polícia é atividade típica de pessoa jurídica de direito público, não
podendo ser delegado a particulares. As pessoas jurídicas de direito privado
da Administração Indireta, também não podem exercer esse poder. Mas, as
atividades materiais necessárias a esse poder podem ser delegadas.

Prescrição:

Ocorre a prescrição em cinco anos da ação punitiva da Administração Pública


Federal, direta e indireta, no exercício do poder de polícia, objetivando apurar

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infração à legislação em vigor, contados da data da prática do ato ou, no caso de
infração permanente ou continuada, do dia em que tiver cessado.

Quando o fato objeto da ação punitiva da Administração também constituir


crime, a prescrição reger-se-á pelo prazo previsto na lei penal.

Constituído definitivamente o crédito não tributário, após o término regular do


processo administrativo, prescreve em cinco anos a ação de execução da
administração pública federal relativa a crédito decorrente da aplicação de multa por
infração à legislação em vigor. Súmula 467 STJ: Prescreve em cinco anos, contados do
término do processo administrativo, a pretensão da Administração Pública de
promover a execução da multa por infração ambiental.

PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE: incide a prescrição no procedimento


administrativo paralisado por mais de três anos, pendente de
ATENÇÃO!
l
julgamento ou despacho, cujos autos serão arquivados de ofício ou
a
mediante requerimento da parte interessada, sem prejuízo da
io n
c
apuração da responsabilidade funcional decorrente da paralisação, se for o
a
caso.
u c ER
E M d IL
e
rt RO
p o OR
S C 41- m u H 89
um IZ .7 .co
 V O er L
.
U
0
4
4 ma il
CICLO DE POLÍCIA:

d R 4 3
Ordem: é a norma legal que estabelece as restrições e as condições para as
g

A PE D 0 er@
atividades dos particulares.
l
mi
Consentimento: anuência do Estado para que o particular desenvolva
determinada atividade. Pode ser por meio de uma licença (ato vinculado) ou
p lc
de uma autorização (ato discricionário). Pode ser delegado.
 Fiscalização: verificação do cumprimento das condições e restrições.
Também pode ser delegado.
 Sanção: é a medida coercitiva aplicada ao particular que descumpre a ordem
de polícia ou os limites impostos no consentimento.

As únicas fases que sempre estarão presentes em todo e qualquer ciclo de


polícia são: a fase de ordem/legislação e a fiscalização.

 Poder Disciplinar:

É a possibilidade de a Administração aplicar sanções àqueles que, submetidos à


sua ordem interna, cometem infrações. No exercício do poder disciplinar, a
Administração pode punir internamente as infrações funcionais dos servidores e

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punir infrações administrativas cometidas por particulares a ela ligados mediante
algum vínculo específico, como contrato ou convênio.

 Poder hierárquico:

É a prerrogativa dos superiores hierárquicos de dar ordens, fiscalizar, controlar e


aplicar sanções. É irrestrito, permanente e automático. Não depende de lei.

 Poder vinculado:

Relaciona-se com a prática de atos vinculados, ou seja, atos cuja forma de


execução está inteiramente definida na lei não permitindo juízo de conveniência e
oportunidade.

 Poder discricionário:

É a prerrogativa conferida à administração para a prática de atos


a l
io n
discricionários, ou seja, atos cuja execução admite certa margem de flexibilidade por
parte dos agentes, mas sempre dentro dos limites legais.
a c
u c ER
JURISPRUDÊNCIA E M d IL
e
rt RO
o OR
PODER DE POLÍCIA: Se a ANVISA classificou determinado produto importado como
p
S C 41- m u H 89
“cosmético”, a autoridade aduaneira não poderá alterar essa classificação para
defini-lo como “medicamento”. Incumbe à ANVISA regulamentar, controlar e
m IZ .7 .co
fiscalizar os produtos e serviços que envolvam risco à saúde pública (art. 8º da Lei nº
u
V O er L
. 0
U4 ma
é cosmético. STJ. (Info 577).
4 il
9.782/99). Assim, é da Agência a atribuição de definir o que é medicamento e o que

d R 4 3 g
A PE D 0 er@
PODER DE POLÍCIA. A Lei nº 7.102/83 estabelece normas para constituição e
l i
funcionamento das empresas particulares que exploram serviços de vigilância e de
m
p lc
transporte de valores. O art. 11 dessa Lei prevê que “a propriedade e a
administração das empresas especializadas que vierem a se constituir são vedadas a
estrangeiros.” Esse art. 11 deve ser interpretado segundo a Constituição Federal
que, desde a EC 6/95, proíbe, em regra, que a lei faça discriminação entre “empresa
brasileira de capital nacional” e “empresa brasileira de capital estrangeiro”. Em
outras palavras, para o texto constitucional atual, em regra, desde que uma empresa
seja brasileira (constituída no Brasil e sujeita às leis brasileiras), a origem do seu
capital é irrelevante. Diante disso, a interpretação atual do art. 11 deve ser a
seguinte: • Empresas constituídas no exterior são proibidas de atuar no setor de
segurança privada. • Todavia, empresas que sejam constituídas sob as leis brasileiras
e que tenham sua sede e administração no País são consideradas “empresas
brasileiras” (art. 1.126 do Código Civil), sendo irrelevante que tenham na sua
composição societária, direta ou indiretamente, participação ou controle pelo
capital estrangeiro. • Logo, “empresas brasileiras” poderão praticar atividades de
segurança privada no país ainda que tenham sócios estrangeiros. A restrição
veiculada pelo art. 11 da Lei nº 7.102/83, de acordo com a CF/88, não impede a

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participação de capital estrangeiro nas sociedades nacionais (empresas brasileiras)
que prestam serviço de segurança privada. STJ. (Info 596).

PODER DE POLÍCIA: Fiscalização prévia do camarão in natura É obrigatória a prévia


fiscalização do camarão in natura, ainda que na condição de matéria-prima, antes do
beneficiamento em outros Estados da Federação, podendo tal atividade ser
realizada no próprio estabelecimento rural onde se desenvolve a carcinicultura. STJ.
1ª Turma. REsp 1.536.399-PI, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 08/02/2018 (Info
620).

Abuso de poder  Excesso de poder  vício de competência


a l


Desvio de poder  vício de finalidade
io n
Poder normativo ou regulamentar
a c
Poderes da
 Poder de polícia
u c ER
Administração


Poder disciplinar
Poder hierárquico E M d IL
Pública
 Poder vinculado e
rt RO

p o OR
Poder discricionário

S C 41- m u H 89
um IZ .7 .co
V O er L
.
U
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4
4 ma il
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
m i
CESPE l–cDPE-RN – 2015 - Com relação aos poderes da
p
administração pública e aos poderes e deveres dos
administradores públicos, assinale a opção correta.
a) A cobrança de multa constitui exemplo de exceção à
autoexecutoriedade do poder de polícia, razão por que o
pagamento da multa cobrada não pode se configurar como
condição legal para que a administração pública pratique outro
ato em favor do interessado.
b) A autorização administrativa consiste em ato
administrativo vinculado e definitivo segundo o qual a
administração pública, no exercício do poder de polícia,
confere ao interessado consentimento para o desempenho de
Poderes da
certa atividade.
Administração
Pública c) O desvio de finalidade é a modalidade de abuso de
poder em que o agente público atua fora dos limites de sua
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competência, invadindo atribuições cometidas a outro agente.
d) No exercício do poder regulamentar, é conferida à
administração pública a prerrogativa de editar atos gerais para
complementar a lei, em conformidade com seu conteúdo e
limites, não podendo ela, portanto, criar direitos e impor
obrigações, salvo as excepcionais hipóteses autorizativas de
edição de decreto autônomo.
e) Decorre do sistema hierárquico existente na
administração pública o poder de delegação, segundo o qual
pode o superior hierárquico, de forma irrestrita, transferir
atribuições de um órgão a outro no aparelho administrativo.
Justificativas:
a) ERRADO. A multa não pode ser autoexutadada pela
Administração Pública.
b) ERRADO. A autorização é ato administrativo discricionário
que permite o exercício de determinada atividade pelo
a l
ato administrativo vinculado.
io n
particular ou o uso de bem público. Deferente da licença que é

a c
c) ERRADO. O abuso de poder pode aparecer em duas

u c ER
situações: a) excesso de poder: quando se extrapola a
d IL
competência; b) desvio de poder (ou de finalidade): quando o
E M
e
agente pretende finalidade diversa do interesse público.
rt RO
d) CORRETO. No exercício do poder regulamentar a
p o OR
administração pública não pode criar direitos e impor

S C 41- m u H 89
obrigações. Ressalvados os decretos autônomos, que são
normas primárias, derivadas diretamente da CRFB.
um IZ .7 .co
er L
e) ERRADO. Para haver delegação não é necessária a existência
U 4 il
4 ma
de hierarquia.

d V R O
4 3 . 0
Alternativa correta: D
g
A PE D 0 er@
Ano: 2018. Banca: FCC. Órgão: DPE-AM. Prova: Defensor
l
Público
mi
p lc
Suponha que um agente público da Secretaria de Estado da
Educação, após longo período de greve dos professores da
rede pública, objetivando desincentivar novas paralisações,
tenha transferido os grevistas para ministrarem aulas no
período noturno em outras escolas, mais distantes. Ato
contínuo, promoveu o fechamento de diversas classes do
período da manhã de estabelecimento de ensino no qual
estavam lotados a maioria dos docentes transferidos,
justificando o ato assim praticado em uma circular aos pais dos
alunos na qual afirmou ter ocorrido inesperada redução do
número de docentes, decorrente da necessidade de
transferência para outras unidades como forma de melhor
atender à demanda da sociedade. Nesse contexto,

a) os aspectos relacionados à finalidade e motivação dos

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atos administrativos em questão dizem respeito ao mérito,
ensejando, apenas, impugnação na esfera administrativa, com
base no princípio da tutela.

b) apenas os atos de transferência dos docentes são


passíveis de anulação, em face de abuso de poder, ostentado
vício de motivação passível de controle administrativo e
judicial.

c) descabe impugnação judicial dos atos em questão, eis


que praticados no âmbito da discricionariedade legitimamente
conferida à autoridade administrativa.

d) apenas o ato de fechamento de salas de aula poderá


ser questionado judicialmente, com base em vício de
motivação, sendo os demais legítimos no âmbito da gestão
administrativa.
a l
io n
c
e) o poder judiciário poderá anular as transferências dos
a
u c ER
docentes por desvio de finalidade, bem como o fechamento
das salas por vício de motivo com base na teoria dos motivos
determinantes.
E M d IL
GABARITO: E. e
rt RO
p o OR
a) u H 89
ERRADO. O mérito administrativo é composto pelo
S C 41- m
motivo e pelo objeto.

um IZ .7 .co
er L
b) ERRADO. O fechamento de classes também é passível de
U 4 il
4 ma
anulação, pois o motivo apresentado não foi verdadeiro.

d V R
c)O
4 3 . 0 g
ERRADO. São passíveis de anulação pelo Judiciário.
A PE Dd) 0 er@
l
ERRADO. Justificativas das letras B e C.
e) i
CERTO. 1) Desvio de finalidade: também é chamado
m
lc
de desvio de poder e ocorre quando o agente pratica fim
p
diverso do que deveria. É um dos tipos de abuso de poder.

2) Teoria dos motivos determinantes: são os motivos


apresentados como justificativa do ato administrativo,
vinculando este ato. Portanto, se os motivos forem falsos, o
ato será nulo, podendo ser anulado pelo Judiciário.

Ano: 2017. Banca: CESPE. Órgão: DPE-AC. Prova: Defensor


Público

A estrutura hierárquica da administração pública permite a

a) delegação da competência para aplicação de sanções


em sede de poder de polícia administrativa à pessoa jurídica de
direito privado.
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b) revisão por agente de nível hierárquico superior de ato
administrativo ou processo administrativo que contiver vício
de legalidade.

c) delegação de órgão superior a órgão inferior da


atribuição para a edição de atos administrativos de caráter
normativo.

d) delegação a órgão diverso da competência para a


decisão de recurso administrativo.

e) avocação por órgão superior, em caráter ordinário e por


tempo indeterminado, de competência atribuída a órgão
hierarquicamente inferior.

GABARITO: B

a l
a)
n
ERRADO. É vedada a delegação do poder de polícia a
io
c
pessoas jurídicas de direito privado, salvo a respeito de ato
a
materiais de fiscalização.
u c ER
b)
d IL
CERTO. É o poder de autotutela da Administração
Pública. E M
e
rt RO
C e d) Lei 9784: Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:
p o OR
S C 41- m u H 89
I - a edição de atos de caráter normativo;

um IZ .7 .co
II - a decisão de recursos administrativos;

V O er L
. 0
U4 ma4 il
III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou
d R 4 3 g
A PE D autoridade.
0 er@
l
mi
e) Lei 9784. Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e
p lc
por motivos relevantes devidamente justificados, a avocação
temporária de competência atribuída a órgão
hierarquicamente inferior.

5. ATOS ADMINISTRATIVOS

Conceito de ato administrativo: “é a manifestação de vontade unilateral da


Administração Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir,
resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigações aos
administrados ou a si própria.”(Hely Lopes de Meirelles)

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Conceito de atos da administração: atos praticados pela administração pública
quando ela está despida das prerrogativas que lhe são inerentes. São regidos
preponderantemente pelo direito privado.

Conceito de fatos administrativos: qualquer realização material decorrente do


exercício da função administrativa. Ex.: construção de um monumento. O silêncio ou a
omissão, não é ato administrativo, porém, pode ser considerado um fato
administrativo se produzir efeitos jurídicos.

ELEMENTOS DO ATO ADMINISTRATIVO:

São requisitos de validade dos atos. Podem ser divididos em:

a) Essenciais: aqueles elementos sem os quais o ato não existe.


b) Acidentais: podem ou não estar presente nos atos, são eles: o termo, a
condição e o modo/encargo.
Os elementos essenciais são:

 Competência: a l
io n
a c
É o poder legal conferido ao agente público para o desempenho específico das
u c ER
atribuições de seu cargo. É um elemento sempre vinculado. Quando o agente atua
d IL
fora da sua competência há excesso de poder (vício de competência). O vício de
E M
de competência exclusiva. e
competência pode ser convalidado, salvo se for competência em razão da matéria ou
rt RO
p o OR
 Finalidade: S C 41- m u H 89
um IZ .7 .co
er L U4 ma4 il
É elemento sempre vinculado. Os atos administrativos possuem uma
V O . 0
d R 3 g
finalidade geral, o interesse público, e uma finalidade específica, que é o objetivo
4
A PE D 0 er@
direto ou o resultado específico. É um vício insanável, com obrigatoriedade de
l i
anulação do ato. O vício de finalidade é o desvio de poder.
m
 Forma: p lc
É o modo de exteriorização do ato administrativo. Em regra, é passível de
convalidação. Entretanto, a convalidação não será possível se a lei estabelecer forma
determinada. É elemento vinculado.

 Motivo:

É a causa imediata do ato administrativo. São as razões de fato e de direito que


autorizam a prática do ato. O vício de motivo sempre acarreta a nulidade do ato.

 Objeto:

É o conteúdo do ato administrativo. Corresponde à alteração no mundo


jurídico que o ato provoca. É o efeito jurídico imediato.
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Motivação aliunde ou per relationem: a motivação do ato resume-se à
concordância com os fundamentos apresentados em manifestações ou atos
anteriores – art. 50, parágrafo 1º, da Lei 9784/1999. É admitida pela doutrina e
jurisprudência.

a l
n
Teoria dos Motivos Determinantes: nos atos administrativos, sejam vinculados ou
io
c
discricionários, se houver motivação, mesmo nos casos em que esta não fosse
a
u c ER
necessária, a administração fica vinculada à existência dos motivos – de fato e de
direito - para que o ato seja válido. No caso de não ocorrência do motivo ou de sua
inadequação, o ato será nulo.
E M d IL
e
rt RO
Se o ato prescinde de motivação, mas a Administração a faz indicando um motivo

p o OR
falso, o ato será nulo por vício no elemento motivo. Porém, se é a motivação é
imprescindível e a Administração não a faz, o ato será nulo por vício no elemento
forma.
S C 41- m u H 89
um
O STJ tem usado a teoria dos motivos determinantes na invalidação de atos
IZ .7 .co
er L U il
administrativos.
4
4 ma
d V R O
4 3 . 0 g
A PE D 0 er@
l
mi
p lc
Mérito administrativo: é o poder conferido pela lei ao agente público para que ele
decida sobre a oportunidade e conveniência de praticar determinado ato
discricionário, escolhendo seu conteúdo, sempre observado os limites impostos
pela lei.
São os elementos motivo e objeto que permitem verificar se um ato é vinculado ou
discricionário.
O mérito administrativo não está sujeito ao controle judicial. O controle do mérito
resulta em revogação do ato por questões de oportunidade e conveniência.

Delegação de competência: é a transferência, precária, total ou parcial, do exercício


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de determinadas atribuições de determinado agente para outro. Não é necessária a
existência de subordinação.
Avocação de competência: é o quando a autoridade superior chama para si
atribuições inicialmente outorgadas pela lei ao agente subordinado. É preciso haver
subordinação.
Lei 9784/1999:

Art. 13. Não podem ser objeto de delegação: I - a edição de atos de caráter
normativo; II - a decisão de recursos administrativos; III - as matérias de
competência exclusiva do órgão ou autoridade.

Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser publicados no meio
oficial.§ 1o O ato de delegação especificará as matérias e poderes transferidos, os
limites da atuação do delegado, a duração e os objetivos da delegação e o recurso
cabível, podendo conter ressalva de exercício da atribuição delegada.§ 2 o O ato de
delegação é revogável a qualquer tempo pela autoridade delegante.§ 3o As decisões
adotadas por delegação devem mencionar explicitamente esta qualidade e
a l
considerar-se-ão editadas pelo delegado.
io n
a c
Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes

u c ER
devidamente justificados, a avocação temporária de competência atribuída a órgão
hierarquicamente inferior.
E M d IL
e
rt RO
Súmula 510 STF: Praticado o ato por autoridade, no exercício de competência

p o OR
delegada, contra ela cabe o mandado de segurança ou a medida judicial.

S C 41- m
ATRIBUTOS DO ATO ADMINISTRATIVO:
u H 89
um IZ .7 .co
V O er L
.
U
0
4
4 ma il
 Presunção de legitimidade e de veracidade:
A presunção de legitimidade diz respeito à conformidade do ato com a lei. É
d R 4 3 g
uma presunção relativa (juris tantum), ou seja, admite prova em contrário. A
A PE D 0 er@
presunção de veracidade diz respeito aos fatos, em decorrência desse atributo
l i
presumem-se verdadeiros os fatos alegados pela Administração. Também é presunção
m
relativa (juris tantum).
p lc
 Imperatividade:

É o poder de unilateralmente criar obrigações ou impor restrições aos


administrados. Decorre do chamado Poder Extroverso. Os atos podem ser impostos
aos particulares logo após a sua edição, mesmo que estejam sendo questionados
administrativa ou judicialmente. Não está presente em todos os atos da administração,
mas apenas nos que impõem obrigações e restrições.

 Autoexecutoriedade:

É a prerrogativa de que os atos que podem ser executados de forma direta e


imediata pela Administração, inclusive mediante o uso de força, independentemente
de decisão judicial autorizadora. Não está presente em todos os atos, sendo possível
apenas quando a lei expressamente prever ou ainda que não previsto em lei, em
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medidas urgentes. Exemplo de ato que não pode ser implementado diretamente pela
administração pública é a cobrança de multas não pagas espontaneamente.

 Tipicidade:
É o atributo pelo qual o ato administrativo deve corresponder ao previamente
estipulado em lei, impedindo a prática de atos totalmente discricionários.

Extinção dos atos administrativos:

A extinção dos atos administrativos pode se dar das seguintes formas:

1) Extinção Natural: quando o ato já cumpriu os seus efeitos;


2) Extinção Subjetiva: quando há desaparecimento do sujeito;
3) Extinção Objetiva: quando há desaparecimento do objeto;
4) Retirada: que abrange:

a
4.1 Anulação: vício de legalidade. Efeito ex tunc. Pode ser feita pela l
io n
Administração, de ofício ou por provocação, ou pelo Poder Judiciário apenas

a c
por provocação. É de 5 anos o prazo de decadencial para a anulação de atos

u c ER
ilegais que causem efeitos favoráveis aos administrados, salvo comprovada
má-fé – art. 54 da Lei 9784/1999.
E M d IL
4.2 Revogação: retirada do mundo jurídico de um ato válido por razões de
e
rt RO
conveniência e oportunidade. Efeito ex nunc. Só pode ser feita por quem
p o OR
praticou o ato. O Poder Judiciário não faz revogação de atos da

S C 41- m u H 89
administração. Não podem ser revogados: os atos consumados, os atos

m Z .7 .co
vinculados, os atos que geram direitos adquiridos, os atos de um
u I
V O er L
.
U
0
4
4 ma il
procedimento e os meros atos administrativos (que simplesmente declaram
situações preexistentes).
d R 4 3 g
A PE D
4.3 Cassação: extinção do ato administrativo nos casos em que o
0 er@
l
beneficiário deixa de atender aos requisitos e exigências necessárias para a
manutenção do ato. mi
p lc
4.4 Caducidade: extinção do ato no caso de ilegalidade superveniente
decorrente de alteração legislativa.
4.5 Contraposição/derrubada: extinção por conta da edição posterior de
ato cujos efeitos se contrapõem ao emitido anteriormente.
4.6 Renúncia

 Convalidação do ato administrativo: em regra, os vícios de legalidade


e legitimidade acarretam nulidade do ato. Entretanto, em alguns casos é
possível a convalidação. Convalidar um ato é corrigi-lo desde a origem, com
efeito ex tunc.
O art. 55, da Lei 9784/1999 estabelece que “em decisão na qual se evidencie não

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acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que
apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria
Administração.”
São defeitos sanáveis: a competência quanto à pessoa, desde que não se trate de
competência exclusiva e o vício de forma, desde que a lei não considere a forma
elemento essencial para a validade do ato.
Pode recair sobre atos vinculados ou discricionários (é controle de legalidade).
Podem ser consideradas espécies de convalidação: a) a ratificação – quando a
autoridade que convalida o ato é a mesma que o praticou e b) a confirmação –
quando a convalidação é feita pela autoridade superior.
 Conversão: atinge o ato inválido, mudando-o para outra categoria, para que
os efeitos já produzidos sejam aproveitados.

Classificação dos atos administrativos:

a) Quanto ao grau de liberdade em sua prática:


a l

io n
Ato vinculado: não há margem de liberdade de decisão. A lei determina o único
comportamento possível;
a c
 u c ER
Atos discricionários: há certa margem de escolha, nos termos e limites da lei.
E M d IL
Existe discricionariedade quando a lei expressamente estabelece ou quando a
e
rt RO
lei emprega conceitos jurídicos indeterminados.

p o OR
b) Quanto à formação de vontade:
S C 41- m u H 89

um IZ .7 .co
Atos simples: vontade de um único órgão público seja unipessoal ou colegiado;
 er L U 4
4 ma il
Atos complexos: manifestações autônomas de órgãos diversos (dois ou mais),
V O . 0
d R 3 g
para a formação de um único ato;
4
 A PE D 0 er@
Atos compostos: manifestação de dois órgãos (um define o conteúdo e o outro
l i
verifica a legitimidade). A manifestação do segundo órgão tem caráter
m
lc
instrumental ou complementar.
p
c) Quanto á exequibilidade:

 Atos perfeitos: completaram seu ciclo de formação;


 Atos imperfeitos: não completaram seu ciclo de formação;
 Ato eficaz: é aquele que já está apto para produzir efeitos;
 Ato pendente: é o que depende de algum ato futuro para produzir efeitos;
 Ato consumado/exaurido: é o que já produziu todos os efeitos.

d) Quanto aos destinatários:

 Atos Gerais: são aqueles expedidos sem destinatários determinados;


 Atos Individuais: regulam situações concretas e têm destinatários certos.

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e) Quanto às prerrogativas:
 Atos de império: aqueles que a Administração pratica usando a supremacia;
 Atos de gestão: a Administração pratica na qualidade de gestora de seus bens e
serviços. Assemelha-se aos atos praticados pelos particulares;
 Atos de expediente: visam dar andamento aos processos administrativos. São
atos de rotina, não possuindo conteúdo decisório.

JURISPRUDÊNCIA:

ATOS ADMINISTRATIVOS: A portaria interministerial editada pelos Ministérios da


Educação e do Planejamento demanda a manifestação das duas Pastas para a sua
revogação. Ex: o art. 7º do Decreto 6.253/2007 determinou que os Ministérios da
Educação e da Fazenda deveriam editar um ato conjunto definindo os valores, por
aluno, para fins de aplicação dos recursos do FUNDEB. Atendendo a este comando,
em março de 2009, os Ministros da Educação e da Fazenda editaram a Portaria
a l
io n
interministerial 221/2009 estipulando tais valores. Ocorre que alguns meses depois,
o Ministro da Educação editou, sozinho, ou seja, sem o Ministro da Fazenda, a
a c
Portaria 788/2009 revogando a Portaria interministerial 221/2009 e definindo novos
u c ER
valores por aluno para recebimento dos recursos do FUNDEB. O STJ concluiu que
d IL
esta segunda portaria não teve o condão de revogar a primeira. A regulamentação
E M
e
do valor por aluno do FUNDEB exige um ato administrativo complexo que, para a
rt RO
sua formação, impõe a manifestação de dois ou mais órgãos para dar existência ao
p o OR
ato (no caso, portaria interministerial). Por simetria, somente seria possível a

S C 41- m u H 89
revogação do ato administrativo anterior por autoridade/órgão competente para
produzi-lo. Em suma, o primeiro ato somente poderia ser revogado por outra
um IZ .7 .co
er L
portaria interministerial das duas Pastas. STJ. (Info 597)
U4 ma4 il
d V R O
4 3 . 0 g
A PE D 0 er@
l
mi
p lc
Conceito de ato administrativo: “é a manifestação de vontade
unilateral da Administração Pública que, agindo nessa
Conceito de ato qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar,
administrativo transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor
obrigações aos administrados ou a si própria.” (Hely Lopes de
Meirelles)

Elementos Competência, Finalidade, Forma, motivo e objeto

Atributos Presunção de legitimidade e de veracidade, imperatividade e


autoexecutoriedade.

Extinção Anulação, revogação e cassação

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Classificação Atos vinculados X atos discricionários

Atos simples X atos complexos X atos compostos

Atos perfeitos X atos imperfeitos

ANO: 2018. BANCA: FCC. ÓTGÃO: DPE-AM

Pedro, proprietário de um pequeno comércio, teve seu


estabelecimento interditado por autoridade da vigilância
sanitária, que consignou, no auto lavrado, como razão
determinante para interdição, a existência de alimentos com
a l
io
comprovando sua situação de hipossuficiência, procurou a
n
prazo de validade vencido. Inconformado com a medida, Pedro,

a c
Defensoria Pública solicitando a adoção das medidas cabíveis
u c ER
para levantar a interdição de seu estabelecimento. Diante de tal
cenário,
E M d IL
e
rt RO
p o OR
A) é cabível solicitação de revogação judicial do referido ato,
desde que esgotadas as instâncias recursais administrativas,

S C 41- m u H 89
com decisão terminativa.

um
B) somente será possível a anulação judicial do ato de interdição
IZ .7 .co
er L
se comprovado desvio de finalidade na prática do ato ou vício
U 4
4 mail
de competência.

d V R O 3 . 0 g
C) apresenta-se juridicamente cabível a revogação do ato de
4
A PE D 0 er@
interdição pelo Poder Judiciário, se comprovado vício de
l
mi
legalidade ou ausência de motivação factível.
D) descabe o controle judicial do referido ato, de natureza
p lc
discricionária e fundado no exercício do poder de polícia,
QUESTÃO: somente sendo cabível o pedido de revisão administrativa.
ATOS E) afigura-se juridicamente cabível a anulação judicial do ato de
ADMINISTRATI interdição, caso demonstrada a inexistência ou falsidade do
VOS motivo declinado pela Administração para a interdição.

GABARITO: E

COMENTÁRIOS:
A interdição de estabelecimento é uma forma de exteriorização
do poder de polícia, já que limita o exercício de direitos por
particulares em benefício do interesse público. Esse poder, por
sua vez, é discricionário, de modo que pode ser objeto de
revogação ou de anulação. A revogação somente pode ser
realizada pela própria Administração Pública, com base em um
juízo de conveniência e oportunidade. Já a anulação pode ser
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efetuada tanto pela Administração Pública quanto pelo
Judiciário, no caso de vícios insanáveis.

ANO: 2017. BANCA: FCC. ÓRGÃO: DPE –SC

Os atos administrativos podem ser produzidos em desrespeito


às normas jurídicas e, nestes casos, é correto afirmar que

a) Existe, no direito brasileiro, apenas duas formas de


convalidação, a ratificação e a reforma.
b) Ainda que o ato tenha sido objeto de impugnação é
possível falar-se em convalidação, com o objetivo de aplicar o
princípio da eficiência.
d) À vícios que podem ser sanados e, nestes casos, a
convalidação terá efeitos ex nunc.
e)
l
A violação das normas jurídicas causa um vício que só
a
n
pode ser corrigido com a edição de novo ato, pelo poder
io
Judiciário.
a c
f)
c ER
É possível convalidar atos com vício no objeto, ou
u
d IL
conteúdo, mas apenas quando se tratar de conteúdo plúrimo.
E M
Justificativas:
e
rt RO
a) ERRADO. A convalidação pode ser voluntária (ratificação,
p o OR
reforma e conversão) ou involuntária (opera-se com o decurso

S C 41- m u H 89
do tempo e independe de manifestação da Administração
pública (ex: decadência).
um IZ .7 .co
er L
b) ERRADO. São limites à convalidação dos atos administrativos
U 4
4 mail
a preservação do interesse de terceiros de boa-fé, ou a

d V R O
4 3 . 0
impugnação por parte de terceiro interessado, administrativa
g
A PE D 0 er@
ou judicialmente, que obstam a convalidação por parte da
l
Administração.
mi
c) ERRADO. O efeito da convalidação é extunc.
p lc
d) ERRADO. Os atos administrativos com defeitos sanáveis
podem ser convalidados.
QUESTÃO: e) CORRETA. São vícios sanáveis: a competência, a forma e o
ATOS objeto (quando plúrimo, ou seja, possui vários objetos e apenas
ADMINISTRATI um ou alguns deles estão viciados. Neste caso, o ato poderá ter
VOS continuidade na parte não viciada). Por outro lado, são vícios
insanáveis: motivo, objeto (quando único), finalidade e a falta
de congruência entre o motivo e o resultado.
Alternativa correta: E

6. AGENTES PÚBLICOS

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Nas palavras de Rafael Carvalho Rezende Oliveira, a expressão “agentes
Públicos” possui conotação genérica e engloba todas as pessoas físicas que exercem
funções estatais.
Agente público não se confunde com servidor público. Agente público é todo
mundo que atua em nome do poder público, exercendo função pública, ainda que e
forma temporária ou sem remuneração. Divide-se em:

1) Agentes públicos de direito (vinculo jurídico formal e legítimo com o Estado):

a) Agentes políticos: ocupam local de destaque na estrutura estatal, são


responsáveis por decisões políticas fundamentais. Esse conceito é restritivo e é
adotado pela doutrina majoritária.
b) Servidores públicos (estatutários, celetistas ou temporários): são aqueles que
possuem vínculos profissionais variados com o Estado.
c) Particulares em colaboração: atuam em nome do poder público e classificam-se

l
em: I) designados: chamados de agentes honoríficos, são designados pelo poder
a
n
público para exercer atividades administrativas ex: mesários e jurados; II)
io
c
voluntários: podem atuar em situações de guerra, calamidade, ou em
a
c ER
programas de voluntariados previamente estabelecidos; III) delegados: são os
u
E M d IL
agentes de permissionárias e concessionárias, que atuam por delegação de
serviço; e IV) credenciados: atuam em razão de convênios firmados com o poder
público. e
rt RO
p o OR
S C 41- m u H 89
um
2) Agentes públicos de fato (não possuem vínculo formal e legítimo com o Estado):
IZ .7 .co
er L U 4
4 ma il
a) Putativos: possuem apenas aparência de servidor público, mas não estão
V O . 0
d R 3 g
regularmente investidos. Aplica-se a teoria da aparência, pois, nestes casos, os
4
A PE D 0 er@
atos do agente putativo devem ser convalidados perante os terceiros de boa-fé e
l i
o Estado será responsabilizado pelos danos causados.
m
p lc
Futuro Defensor, agora vamos aprofundar um pouco o conhecimento sobre os
servidores públicos:

Quanto à função podem ser: civis (arts. 39 a 41 da CF/88) ou militares (arts. 42


e 142, parágrafo 3º, da CF/88).

Quanto ao regime jurídico a que estão submetidos: estatutários (vinculo


jurídico-administrativo), celetistas (são os empregados públicos – submetidos à CLT) e
os temporários (art. 37, IX, da CF/88).

O art. 39 da CF/88 diz que a União, os Estados, o Distrito Federal e os


Municípios instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e planos
de carreira para os servidores da administração pública direta, das autarquias e das
fundações públicas. Essa é a redação original. O caput deste artigo tinha sido alterado
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pela EC 19/1988, ocorre que a referida mudança está suspensa em virtude da ADIN
2135-4, estando atualmente em vigor a redação originária que estabelece o regime
jurídico único no âmbito das pessoas jurídicas de direito público (administração direta,
autarquias e fundações).

A fixação dos padrões de vencimento e dos demais componentes do sistema


remuneratório observará a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos
cargos componentes de cada carreira, os requisitos para a investidura e as
peculiaridades dos cargos.

O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os


Secretários Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio
fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional,
abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória, obedecido,
em qualquer caso, o teto constitucional.

A remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos


a l
públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer

io
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos n
a c
detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões

u c ER
ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as

E M d IL
vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio
mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal – é o chamado teto
remuneratório. e
rt RO
p o OR
É vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando

S C 41- m u H 89
houver compatibilidade de horários, observado o teto, a de dois cargos de professor;
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; c) a de dois cargos ou

um IZ .7 .co
empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas. A
er L U4 ma4 il
proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias,
V O . 0
fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e
d R 4 3 g
A PE D
sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público.
0 er@
l
mi
p lc
Nos casos autorizados constitucionalmente de acumulação de cargos, empregos e
funções, a incidência do art. 37, XI, da Constituição Federal pressupõe consideração
de cada um dos vínculos formalizados, afastada a observância do teto remuneratório
quanto ao somatório dos ganhos do agente público. STF. Plenário. RE 612975/MT e RE
602043/MT, Rel. Min. Marco Aurélio, julgados em 26 e 27/4/2017 (repercussão geral)
(Info 862).

Os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que


preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma
da lei. Para a investidura em cargo ou emprego público, é necessária a aprovação
prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a
natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas

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as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e
exoneração.

E por falar em concurso público, o Presidente da República Jair Bolsonaro


publicou em 29 de março de 2019 o Decreto 9.739/19, que estabelece normas sobre
concursos públicos e cria o Sistema de Organização e Inovação Institucional do
Governo – SIORG.

O novo decreto Bolsonaro revoga o Decreto 6.944/09, diploma que regulava a


autorização de concursos públicos até então, introduzindo critérios mais objetivos para
a instrução dos processos de autorização e mais racionalidade na análise dos pedidos.
As mudanças começam a viger a partir de 1º de junho de 2019. Vamos juntos analisar
as principais regras?

 Pedido de autorização de concursos públicos:


A competência para a autorização de concursos públicos e provimento de cargos

a l
é agora do Ministro da Economia (que concentrou as funções do extinto Ministério do

io n
Planejamento), podendo subdelegá-la ao Secretário Especial de Desburocratização,
Gestão e Governo Digital do Ministério.
a c
u c ER
E M d IL
No caso das carreiras da Advocacia Geral da União, da Diplomacia e da Polícia
Federal, os chefes dos respectivos órgãos poderão receber a delegação para a
autorização de concurso e provimento de cargos. e
rt RO
p o OR
S C 41- m u H 89
O pedido para autorização de concurso deverá ser instruído de uma série de
documentos, elencados no art. 6º do decreto, como o perfil necessário dos
m Z .7 .co
candidatos, a descrição do trabalho a ser desenvolvido, a evolução do quadro de
u I
er L U 4 il
servidores nos últimos cinco anos, a descrição de resultados dos principais indicadores

V
do órgão, entre outros.
O . 0 4 ma
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
Caso a proposta acarrete aumento de despesa, ela deverá ser acompanhada de
l i
estudo de impacto orçamentário-financeiro, com o quantitativo de cargos a serem
m
p lc
criados ou providos, além de valores referentes à remuneração, aos encargos sociais,
férias, gratificação natalina e outros benefícios (art. 7º, §1º), como também a previsão
de ingresso dos novos servidores nos respectivos cargos.

 Prazos:

O novo decreto também estabelece que o edital deverá ser publicado em


até seis meses após ter sido autorizado. O intervalo entre a realização da primeira
prova e a publicação do edital deverá ser de no mínimo quatro meses.

 Nomeações e cadastro de reserva:

Durante o período de validade do concurso público, poderão ser nomeados os


candidatos aprovados e não convocados que ultrapassem até 25% do quantitativo
original de vagas ofertado. Também fica autorizada a realização de concurso para

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formação de cadastro de reserva, na qual a nomeação dos aprovados é faculdade da
Administração Pública.

Ainda segundo o decreto, o edital deverá prever a quantidade máxima de


candidatos aprovados.

 Etapas do concurso:

O decreto também disciplina as etapas possíveis dos concursos públicos do


Executivo Federal. De acordo com o artigo 30, os certamos poderão ser de provas ou
provas e títulos, podendo ser realizado em duas etapas.

No caso da existência de prova de títulos, ela deverá ocorrer após a realização


das provas escritas e convocar apenas os candidatos aprovados nas etapas anteriores.

Caso o edital preveja a aplicação de prova oral, esta deverá ser obrigatoriamente
l
gravada e realizada em sessão pública, a fim de garantir maior lisura ao processo. O
a
avaliação psicológica.
io n
decreto também disciplina a aplicação da prova de aptidão física, prova prática e

a c
u c ER
Na hipótese do edital prever realização de curso de formação, deverão ser

E M d IL
convocados os candidatos aprovados dentro das vagas, sendo possível autorização
prévia da autoridade competente para a convocação de excedentes.
e
rt RO
p o OR
O documento também estabelece regras para a fixação do valor da taxa de

S C 41- m u H 89
inscrição, que deve considerar os custos indispensáveis para a realização do concurso,
também sendo possibilitada a concessão de isenção.
um IZ .7 .co
V O er L
.
U
0
4
4 ma il
 Previsões obrigatórias no edital:

d R 4 3 g
A PE D 0 er@
Outra medida importante trazida no novo decreto sobre concursos públicos é a
l
listagem de tudo o que deve estar obrigatoriamente presente em um edital (art. 42),
mi
como quantitativo de cargos, reserva de vagas, descrição precisa das disciplinas das
p lc
provas, datas prováveis das provas, dentre outros.

As funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores de cargo


efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos
casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às
atribuições de direção, chefia e assessoramento.

O regime trabalhista (celetista) é próprio dos agentes públicos que ocupam


empregos públicos nas entidades com personalidade jurídica de direito privado,
integrantes da administração indireta. O regime não será exclusivamente o celetista,
haja vista a necessidade de submissão aos princípios e regras constitucionais relativas
aos agentes públicos em geral. Ex: necessidade de prestação de concurso público para
ingresso.
O regime especial de contratação temporária está previsto no art. 37, IX da
CF/88 ao determinar que a lei estabeleça os casos de contratação por tempo

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determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse
público.

SV 33 - Aplicam-se ao servidor público, no que couber, as regras do regime geral da


previdência social sobre aposentadoria especial de que trata o artigo 40, § 4º, inciso
III da Constituição Federal, até a edição de lei complementar específica.
SV 37 - Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar
vencimentos de servidores públicos sob o fundamento de isonomia.
SV 42 - É inconstitucional a vinculação do reajuste de vencimentos de servidores
estaduais ou municipais a índices federais de correção monetária.
SV 43 - É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor
investir-se, sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu

a
provimento, em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido. l
n
SV 44 - Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de candidato a
io
cargo público.
a c
c ER
SV 55- O direito ao auxílio-alimentação não se estende aos servidores inativos.
u
JURISPRUDÊNCIA
E M d IL
e
rt RO
p o OR
S C 41- m u H 89
DISPENSA DO EMPREGADO PÚBLICO: A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos
– ECT tem o dever jurídico de motivar, em ato formal, a demissão de seus

um
empregados. (RE 589.998).
IZ .7 .co
er L U4 ma4 il
MATRÍCULA EM INSTITUIÇÃO DE ENSINO E TRANSFERÊNCIA DE OFÍCIO DE
V O . 0
d 3 g
SERVIDOR: No julgamento do RE 601.580, em setembrode 2018, o STF fixou a
R 4
A PE D 0 er@
seguinte tese com repercussão geral: “É constitucional a previsão legal que
l
mi
assegure, na hipótese de transferência ex officio de servidor, a matrícula em
instituição pública, se inexistir instituição congênere à de origem”.
p lc
CONCURSO PÚBLICO: No julgamento do RE 1.058.333, em novembro deste ano,
com repercussão geral reconhecida, o STF fixou a seguinte tese:É constitucional a
remarcação do teste de aptidão física de candidata que esteja grávida à época de
sua realização, independentemente da previsão expressa em edital do concurso
público.

Vale lembrar que o STF tem posicionamento consolidado de que “Inexiste direito
dos candidatos em concurso público à prova de segunda chamada nos teste de
aptidão física, salvo contrária disposição editalícia, em razão de circunstâncias
pessoais, ainda que de caráter fisiológico ou de força maior” (RE 630.733, julgado
em 2013). Logo, o direito à remarcação, quando inexistente a previsão em edital, é
somente para a gestante, não se aplicando aos demais casos.

CONCURSO PÚBLICO: A posse ou o exercício em cargo público por força de decisão


judicial de caráter provisório não implica a manutenção, em definitivo, do candidato
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que não atende a exigência de prévia aprovação em concurso público (art. 37, II, da
CF/88), valor constitucional que prepondera sobre o interesse individual do
candidato, que não pode invocar, na hipótese, o princípio da proteção da confiança
legítima, pois conhece a precariedade da medida judicial. Em suma, não se aplica a
teoria do fato consumado para candidatos que assumiram o cargo público por força
de decisão judicial provisória posteriormente revista. STF. (Info 753).

TETO REMUNERATÓRIO: As vantagens pessoais do servidor também devem respei-


tar o teto, mesmo que sejam anteriores à EC 41/2003. STF. (Info 808).

RESSARCIMENTO AO ERÁRIO: Prazo prescricional da ação de ressarcimento ao


erário: É prescritível a ação de reparação de danos à Fazenda Pública decorrente de
ilícito civil. Dito de outro modo, se o Poder Público sofreu um dano ao erário
decorrente de um ilícito civil e deseja ser ressarcido, ele deverá ajuizar a ação no
prazo prescricional previsto em lei. Vale ressaltar, entretanto, que essa tese não
alcança prejuízos que decorram de ato de improbidade administrativa que, até o
a l
813).
io n
momento, continuam sendo considerados imprescritíveis (art. 37, § 5º). STF. (Info

a c
u c ER
IMPROBIDADE. A condenação pela Justiça Eleitoral ao pagamento de multa por
d IL
infringência às disposições contidas na Lei n. 9.504/1997 (Lei das Eleições) não
E M
e
impede a imposição de nenhuma das sanções previstas na Lei nº 8.429/1992 (Lei de
rt RO
Improbidade Administrativa), inclusive da multa civil, pelo ato de improbidade
p o OR
decorrente da mesma conduta. STJ. (Info 576).

S C 41- m u H 89
SERVIDORES. ACUMULAÇÃO. Não é possível a acumulação de dois cargos públicos
um IZ .7 .co
er L
quando a soma da carga horária referente aos dois cargos ultrapassar o limite
U4 ma4 il
máximo de 60 horas semanais. STJ. (Info 576).

d V R O
4 3 . 0 g
A PE D 0 er@
AGENTES PÚBLICOS. LICENÇA MATERNIDADE: O art. 210 da Lei nº 8.112/90, assim
l
como outras leis estaduais e municipais, prevê que o prazo para a servidora que
mi
adotar uma criança é inferior à licença que ela teria caso tivesse tido um filho
p lc
biológico. De igual forma, este dispositivo estabelece que, se a criança adotada for
maior que 1 ano de idade, o prazo será menor do que seria se ela tivesse até 1 ano.
Segundo o STF, tal previsão é inconstitucional. Foi fixada, portanto, a seguinte tese:
Os prazos da licença-adotante não podem ser inferiores ao prazo da licença-
gestante, o mesmo valendo para as respectivas prorrogações. Em relação à licença-
adotante, não é possível fixar prazos diversos em função da idade da criança
adotada. STF. (Info 817).
AGENTES PÚBLICOS. SERVIDORES TEMPORÁRIOS: Lei que prevê hipóteses
genéricas de contratação temporária é inconstitucional Lei que autoriza contratação
temporária para projetos educacionais ordinários é inconstitucional STF (Info 829).

AGENTES PÚBLICOS: Não constitui requisito legal para a concessão de pensão por
morte à companheira que a união estável seja declarada judicialmente, mesmo que
vigente formalmente o casamento STF. (Info 824).

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SERVIDOR PÚBLICO. GREVE. A administração pública deve proceder ao desconto
dos dias de paralisação decorrentes do exercício do direito de greve pelos servidores
públicos, em virtude da suspensão do vínculo funcional que dela decorre. É
permitida a compensação em caso de acordo. O desconto será, contudo, incabível se
ficar demonstrado que a greve foi provocada por conduta ilícita do Poder Público.
(Info 845).
PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR: Não é obrigatória a intimação do
interessado para apresentar alegações finais após o relatório final de processo
administrativo disciplinar. Inexiste previsão na Lei nº 8.112/1990. STF. 1ª Turma.
RMS 28774/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Roberto Barro-
so, julgado em 9/8/2016 (Info 834). STJ. (Info 523).

CONCURSO PÚBLICO: O mero surgimento de vagas ou a abertura de novo concurso


para o mesmo cargo não gera direito subjetivo à nomeação do candidato aprovado
fora do número de vagas, cabendo a ele demonstrar, de forma inequívoca, que
houve preterição arbitrária e imotivada por parte da administração pública. No caso
a
concreto, o STF entendeu que isso não ficou comprovado. Assim, para o Tribunal, al
io n
situação não se enquadra nas hipóteses previstas no RE 837311/PI. STF. 1ª Turma.
c
RMS 31478/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Edson Fachin,
a
julgado em 9/8/2016 (Info 834).
u c ER
E M d IL
PAD. COMPETÊNCIA INSTAURAÇÃO: A instauração de processo disciplinar contra
e
rt RO
servidor efetivo cedido deve ocorrer, preferencialmente, no órgão em que tenha
o OR
sido praticada a suposta irregularidade. Por outro lado, o julgamento e a eventual
p
S C 41- m u H 89
aplicação de sanção só podem ocorrer no órgão ao qual o servidor efetivo estiver
vinculado. Ex: João é servidor efetivo (técnico judiciário) do TJDFT e foi cedido para
m IZ .7 .co
um cargo em comissão no STJ. Quando ainda estava prestando serviços no STJ, João
u
V O er L
. 0
U4 ma4 il
praticou uma infração disciplinar. A Instauração do PAD deverá ser feita
preferencialmente pelo STJ. Por outro lado, o julgamento do servidor e aplicação da
d R 4 3 g
sanção deverão ser realizados obrigatoriamente pelo TJDFT. STJ. (Info 598).
A PE D 0 er@
l i
GREVE. POLICIAIS CIVIS. IMPOSSIBILIDADE: O exercício do direito de greve, sob
m
p lc
qualquer forma ou modalidade, é vedado aos policiais civis e a todos os servidores
públicos que atuem diretamente na área de segurança pública. É obrigatória a
participação do Poder Público em mediação instaurada pelos órgãos classistas das
carreiras de segurança pública, nos termos do art. 165 do CPC, para vocalização dos
interesses da categoria. STF. (Info 860).

SERVIDORES PÚBLICOS: Nos casos autorizados constitucionalmente de acumulação


de cargos, empregos e funções, a incidência do art. 37, XI, da Constituição Federal
pressupõe consideração de cada um dos vínculos formalizados, afastada a
observância do teto remuneratório quanto ao somatório dos ganhos do agente
público. (Info 862).

TEORIA DO FATO CONSUMADO: Se o candidato tomou posse por força de decisão


judicial precária e esta, posteriormente, é revogada, ele perderá o cargo, mesmo
que já o esteja ocupando há muitos anos. Não se aplica, ao caso, a teoria do fato
consumado. Nesse sentido: STF. Plenário. RE 608482/RN, Rel. Min. Teori Zavascki,

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julgado em 7/8/2014 (repercussão geral) (Info 753). A situação será diferente se ele
se aposentou antes do processo chegar ao fim. Imagine que o candidato tomou
posse no cargo por força de decisão judicial precária. Passaram-se vários anos e ele,
após cumprir todos os requisitos, aposentou neste cargo por tempo de contribuição.
Após a aposentadoria, a decisão que o amparou foi reformada. Neste caso, não
haverá a cassação de sua aposentadoria. Nas palavras do STJ: quando o exercício do
cargo foi amparado por decisões judiciais precárias e o servidor se aposentou, antes
do julgamento final de mandado de segurança, por tempo de contribuição durante
esse exercício e após legítima contribuição ao sistema, a denegação posterior da
segurança que inicialmente permitira ao servidor prosseguir no certame não pode
ocasionar a cassação da aposentadoria. STJ. (Info 600).

NOMEAÇÃO TARDIA: A nomeação tardia de candidatos aprovados em concurso


público, por meio de ato judicial, à qual atribuída eficácia retroativa, não gera direito
às promoções ou progressões funcionais que alcançariam se houvesse ocorrido, a
tempo e modo, a nomeação. STF. (Info 868).

a l
CONCURSOS PÚBLICOS: A banca examinadora do certame, por ocasião da
divulgação dos resultados das provas, deve demonstrar, de forma clara e
io n
a c
transparente, que os critérios de avaliação previstos no edital foram devidamente

u c ER
considerados, sob pena de nulidade da avaliação. As informações constantes dos
d IL
espelhos de provas subjetivas representam a motivação do ato administrativo,
E M
e
consistente na atribuição de nota ao candidato. Essa motivação deve ser
rt RO
apresentada anteriormente ou concomitante à prática do ato administrativo, pois
p o OR
caso se permita a motivação posterior, isso pode dar ensejo para que se fabriquem,

S C 41- m u H 89
forjem ou criem motivações. Não é legítima a conduta da banca examinadora de
divulgar o espelho de provas com a motivação das notas após ser contestada na via
um IZ .7 .co
er L
judicial ou administrativa. Destaque-se também que não há fundamentação válida
U4 ma4 il
se a banca apenas divulga critérios muito subjetivos e a nota global dos candidatos,
V O 3 . 0
desacompanhados do padrão de resposta e das notas atribuídas para cada um dos
d R 4 g
A PE D 0 er@
critérios adotados. STJ. 2ª Turma. RMS 49.896-RS, Rel. Min. Og Fernandes, julgado
l
em 20/4/2017 (Info 603)
m i
SERVIDORES TEMPORÁRIOS:lc
p No âmbito da administração pública federal, é vedada
a contratação temporária do mesmo servidor antes de decorridos 24 meses do
encerramento do contrato anterior. Tal regra está prevista no art. 9º, III, da Lei nº
8.745/93: Art. 9º O pessoal contratado nos termos desta Lei não poderá: III - ser
novamente contratado, com fundamento nesta Lei, antes de decorridos 24 (vinte e
quatro) meses do encerramento de seu contrato anterior, salvo nas hipóteses dos
incisos I e IX do art. 2º desta Lei, mediante prévia autorização, conforme determina
o art. 5º desta Lei. O STF, ao analisar um caso concreto envolvendo a contratação
temporária de professores, decidiu que essa regra é constitucional e fixou a seguinte
tese: “É compatível com a Constituição Federal a previsão legal que exija o
transcurso de 24 (vinte e quatro) meses, contados do término do contrato, antes de
nova admissão de professor temporário anteriormente contratado.” STF. (Info 869).

SERVIDORES PÚBLICOS: Acordo de divisão da pensão por morte não altera a ordem
legal de beneficiários, mas autoriza desconto pela entidade de previdência. O acordo
de partilha de pensão por morte, homologado judicialmente, não altera a ordem
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legal do pensionamento, podendo, todavia, impor ao órgão de previdência a
obrigação de depositar parcela do benefício em favor do acordante que não figura
como beneficiário perante a autarquia previdenciária. STJ. (Info 618).

IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA: ministro de estado e foro competente. Os


agentes políticos, com exceção do Presidente da República, encontram-se sujeitos a
duplo regime sancionatório, de modo que se submetem tanto à responsabilização
civil pelos atos de improbidade administrativa quanto à responsabilização político-
administrativa por crimes de responsabilidade.
O foro especial por prerrogativa de função previsto na Constituição Federal em
relação às infrações penais comuns não é extensível às ações de improbidade
administrativa. STF. Plenário. Pet 3240 AgR/DF, rel. Min. Teori Zavascki, red. p/ o ac.
Min. Roberto Barroso, julgado em 10/5/2018 (Info 901).

IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA: O STF firmou a seguinte tese com repercussão geral,


ao analisar o RE 852.475: “São imprescritíveis as ações de ressarcimento ao erário

l
fundadas na prática de ato doloso tipificado na Lei de Improbidade Administrativa”.
a
Conclui-se que o dano ao erário, decorrente de ato de improbidade, será
io n
a c
imprescritível se a conduta for dolosa, mas prescritível se for culposa.

u c ER
E M d IL
SÚMULAS e
rt RO
p o OR
S C 41- m u H 89
Súmula 266, STJ: O diploma ou habilitação para o exercício do cargo deve ser
exigido na posse e não na inscrição para o concurso público.
um IZ .7 .co
er L
Súmula 377, STJ: o portador de visão monocular tem direito de concorrer, em
U4 ma4 il
concurso público, às vagas reservadas aos deficientes.
V O 3 . 0
Súmula 552, STJ: o portador de surdez unilateral não se qualifica como pessoa com
d R 4 g
A PE D 0 er@
deficiência para o fim de disputar as vagas reservadas em concursos públicos.
l
Súmula 611, STJ: Desde que devidamente motivada e com amparo em investigação
mi
ou sindicância, é permitida a instauração de processo administrativo disciplinar com
p lc
base em denúncia anônima, em face do poder-dever de autotutela imposto à
Administração.
Súmula 680, STF: O direito ao auxílio-alimentação não se estende aos servidores
inativos.

 Agentes públicos de direito:


a) Agentes políticos
b) Servidores públicos (estatutários, celetistas ou
Agentes temporários)

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públicos c) Particulares em colaboração
 Agentes públicos de fato:
a) Putativos
b) Necessários

ANO: 2017. BANCA: FCC ÓRGÃO: DPE-SC

No tema da remuneração dos servidores públicos, o Supremo


Tribunal Federal, pela via dos RE 602.043 e RE 612.975, decidiu
que

a)
a l
a acumulação de cargos, desde que estes sejam
QUESTÃO:
io n
remunerados, isoladamente, em valor superior ao teto
AGENTES
a c
constitucional, permite ao servidor escolher a
PÚBLICOS
remuneração que lhe apetece.
u c ER
b)
E M d IL
nos casos autorizados, constitucionalmente, de

e
rt RO
acumulação de cargos, empregos e funções, a incidência

o OR
do art. 37, inciso XI, da Constituição Federal, pressupõe
p
S C 41- m u H 89
consideração de cada um dos vínculos formalizados,
afastada a observância do teto remuneratório quanto ao

um IZ .7 .co
somatório dos ganhos do agente público.

V er L
O
U
.
c)
0
4 il
4 ma ainda que se trate de vínculos provenientes de

d R 4 3 g
diferentes entes federados a incidência do teto será
A PE D 0 er@
l
calculada de maneira única.
d)
mi
o teto constitucional é aplicável a todos os

p lc
servidores públicos, sendo indiferente a acumulação ou
não de cargos, empregos ou funções.
e) somente com autorização judicial é possível a
acumulação de vencimentos, hipótese em que haverá a
incidência do teto constitucional de maneira global, ou
seja, cada indivíduo está submetido ao teto.
ALTERNATIVA CORRETA: B

COMENTÁRIOS:

a) ERRADO. Observar justificativa da alternativa B.


b) CORRETO. Há entendimento recente do Supremo sobre o
assunto. A conclusão adotada pelo STF parece contrariar a
literalidade do texto constitucional. Assim, fiquem atentos!
Nos casos autorizados constitucionalmente de acumulação
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de cargos, empregos e funções, a incidência do art. 37, XI,
da Constituição Federal pressupõe consideração de cada
um dos vínculos formalizados, afastada a observância do
teto remuneratório quanto ao somatório dos ganhos do
agente público. Ex.: se determinado Ministro do STF for
também professor da UnB, ele irá receber seu subsídio
integral como Ministro e mais a remuneração decorrente
do magistério. Nesse caso, o teto seria considerado
especificamente para cada cargo, sendo permitido que ele
receba acima do limite previsto no art. 37, XI da CF se
considerarmos seus ganhos globais. STF. Plenário. RE
612975/MT e RE 602043/MT, Rel. Min. Marco Aurélio,
julgados em 26 e 27/4/2017 (repercussão geral) (Info
862).
c) ERRADO. Observar justificativa da alternativa B.
a l
d) ERRADO. Observar justificativa da alternativa B.
io n
c
e) ERRADO. Observar justificativa da alternativa B.
a
c ER
Ano: 2017. Banca: CESPE. Órgão: DPE-AC. Prova: Defensor
u
Público
E M d IL
e
rt RO
Em razão da prática de infração disciplinar tipificada como
o OR
crime, foi instaurado procedimento administrativo disciplinar
p
S C 41- m u H 89
em desfavor de determinado servidor público, o qual já
responde à ação penal relacionada aos mesmos fatos.

um IZ .7 .co
V er L U 4
0
il
Acerca dessa situação hipotética, assinale a opção correta, de
4 ma
acordo com a jurisprudência dos tribunais superiores sobre o
O .
d R 3
assunto.
4 g
A PE D 0 er@
l
mi
a) A independência das esferas administrativa e criminal

p lc
não permite que a efetivação de penalidade de demissão
imposta em sede administrativa ocorra anteriormente ao
trânsito em julgado da ação penal.

b) É aceita a utilização de prova emprestada no


procedimento administrativo disciplinar em curso, desde que
autorizada pelo juiz criminal e respeitados o contraditório e a
ampla defesa.

c) A absolvição criminal fundada na inocorrência de crime


impede a imposição de penalidade em sede do procedimento
administrativo disciplinar.

d) A condenação criminal impõe a aplicação da penalidade


administrativa em sede de procedimento disciplinar,
independentemente da regularidade do procedimento
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administrativo instaurado.

e) A fim de serem evitadas decisões contraditórias nas


instâncias administrativa e penal, impõe-se o sobrestamento do
procedimento administrativo disciplinar até o julgamento final
da ação penal em tramitação.

GABARITO: B. Súmula 591-STJ: É permitida a “prova


emprestada” no processo administrativo disciplinar, desde que
devidamente autorizada pelo juízo competente e respeitados o
contraditório e a ampla defesa. STJ. 1ª Seção. Aprovada em
13/09/2017, DJe 18/09/2017.

a) ERRADO. Não há ilegalidade no cumprimento imediato


da penalidade imposta a servidor público logo após o
julgamento do PAD e antes do decurso do prazo para o recurso
administrativo, tendo em vista o atributo
a l de
n
autoexecutoriedade que rege os atos administrativos e que o
io
c
recurso administrativo, em regra, carece de efeito suspensivo
a
(ex vi
u c ER
do art.
d IL
109 da Lei 8.112/1990). Precedentes: MS 14.450/DF, Rel.
E M
e
Ministro Gurgel de Faria, Terceira Seção, julgado em
rt RO
o OR
26/11/2014, DJe 19/12/2014; MS 14.425/DF, Rel. Ministro Nefi
p
01/10/2014; u H 89
Cordeiro, Terceira Seção, julgado em 24/09/2014, DJe
S C 41- m MS 10.759/DF, Rel.
m IZ .7 .co
Ministro Arnaldo Esteves Lima, Terceira Seção, julgado em
u
V Oer L U
. 0
4
4 mail
10/05/2006, DJ 22/05/2006.
c) ERRADO. O fato pode não constituir crime, mas poderá ser
d R 4 3 g
A PE D um ilícito, que deve ser reparado. Lei 8112/90, Art. 126. A
0 er@
l
responsabilidade administrativa do servidor será afastada no
mi
caso de absolvição criminal que negue a existência do fato ou
p lc
sua autoria.

d) ERRADO. A condenação penal enseja a responsabilização


civil e administrativa pelo mesmo fato, porém o procedimento
administrativo instaurado deve ser regular, sob pena de
nulidade, devendo ser garantidos o contraditório e a ampla
defesa.

e) ERRADO. Não existe essa obrigação. Parte inferior do


formulário

7. CONTRATOS, CONSÓRCIOS E CONVÊNIOS

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A manifestação de vontade da administração pública pode ser unilateral (atos
administrativos), bilateral (contratos administrativos) ou plurilateral (consórcios e
convênios).
Os contratos administrativos são ajustes celebrados entre a Administração Pública
e o particular, regidos preponderantemente pelo direito público, para a execução de
atividades de interesse público. Nestes contratos há uma verticalização da relação
jurídica, um desequilíbrio contratual em favor da Administração, tendo em vista a
presença das cláusulas exorbitantes.
A Administração pública também pode firmar os chamados contratos privados da
administração, neste caso, será regido preponderantemente por normas de direito
privado, estando o Poder Público numa relação horizontal.

Características do contrato administrativo:

1) Formalismo moderado: a gestão da coisa pública exige algumas


formalidades não exigidas nos contratos privados. Ex.: exigência de
licitação prévia, forma escrita, cláusulas necessárias.
a l
io n
3) Bilateralidade: manifestação de vontade das partes contratantes.
c
4) Comutatividade: as partes possuem direitos e obrigações previamente
a
estabelecidas.
u c ER
d IL
5) Personalíssima (intuitu personae): o contrato é celebrado com o
E M
e
licitante que apresentou a melhor proposta. Não é uma característica
rt RO
o OR
absoluta. Nos casos previstos em lei é possível a alteração ou
p
subcontratação parcial.
S C 41- m u H 89
6) Adesão: é contrato que não admite a rediscussão de cláusulas.
m IZ .7 .co
7) Desequilíbrio: é consequência das cláusulas exorbitantes – art. 58 da
u
V O er L
.
U
0
4
4 ma il
Lei 8666/1993. São elas: alteração unilateral, rescisão unilateral,
fiscalização, aplicação de sanções e ocupação provisória. Entretanto, as
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratos
l i
administrativos não poderão ser alteradas sem prévia concordância do
m
contratado.
p lc
8) Prazo determinado: É vedado o contrato com prazo de vigência
indeterminado. Em regra, a duração dos contratos regidos pela Lei
8666/1993 fica adstrita à vigência dos respectivos créditos
orçamentários.

Em todos os casos o contrato tem que ser escrito. A princípio, é nulo e sem
efeito os contratos verbais celebrados com o poder público, SALVO nos casos de
pequenas compras até 5% do valor do convite com pronta entrega e pagamento.

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A inexecução total ou parcial do contrato enseja a sua rescisão, com as
consequências contratuais e as previstas em lei ou regulamento. Pela inexecução total
ou parcial do contrato a Administração poderá, garantida a prévia defesa, aplicar ao
contratado as seguintes sanções: advertência; multa; suspensão temporária de
participação em licitação e impedimento de contratar com a Administração, por prazo
não superior a 2 (dois) anos; e, declaração de inidoneidade para licitar ou contratar
com a Administração Pública.

É possível que ocorra a inexecução sem culpa das partes nos casos de
enquadramento na teoria da imprevisão, fato do príncipe e caso fortuito ou força
maior. Aqui, é possível a revisão do contrato ou a sua extinção, caso não haja a
possibilidade de prosseguimento no ajuste.

A arbitragem é compatível com os contratos administrativos.

a l
io n
a c
c ER
A doutrina majoritária entende que é possível a exceptio non adimplenti contractus
u
E M d IL
nos contratos administrativos. Mas, a exceptio NÃO poderá ser invocada, em
princípio, nos contratos de prestação de serviços púbicos ou atividades essenciais à
e
rt RO
coletividade, tendo em vista o princípio da continuidade da prestação dos serviços
públicos.
p o OR
S C 41- m u H 89
Art. 39 da Lei 8789/1995 - O contrato de concessão poderá ser rescindido por
m Z .7 .co
iniciativa da concessionária, no caso de descumprimento das normas contratuais
u I
V er L0
U4 ma4 il
pelo poder concedente, mediante ação judicial especialmente intentada para esse
fim. Parágrafo único. Na hipótese prevista no caput deste artigo, os serviços
O .
d R 4 3 g
prestados pela concessionária não poderão ser interrompidos ou paralisados, até a
A PE D 0 er@
decisão judicial transitada em julgado.
l
mi
p lc
O contratado é responsável pelos danos causados diretamente à Administração
ou a terceiros, decorrentes de sua culpa ou dolo na execução do contrato, não
excluindo ou reduzindo essa responsabilidade a fiscalização ou o acompanhamento
pelo órgão interessado. A responsabilidade do contratado, regra geral, é subjetiva.
Mas atenção, no caso específico de contrato de concessão de serviços públicos o
concessionário responde objetivamente!

O contratado é responsável pelos encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais e


comerciais resultantes da execução do contrato. A inadimplência do contratado, com
referência aos encargos trabalhistas, fiscais e comerciais não transfere à Administração
Pública a responsabilidade por seu pagamento, nem poderá onerar o objeto do
contrato ou restringir a regularização e o uso das obras e edificações, inclusive perante
o Registro de Imóveis.

A Administração Pública responde solidariamente com o contratado pelos


encargos previdenciários resultantes da execução do contrato.

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O inadimplemento dos encargos trabalhistas dos empregados do contratado não
transfere automaticamente ao Poder Público contratante a responsabilidade pelo
seu pagamento, seja em caráter solidário ou subsidiário, nos termos do art. 71, § 1º,
da Lei nº 8.666/93.
No entanto, é possível sim, excepcionalmente, que a Administração Pública
responda pelas dívidas trabalhistas contraídas pela empresa contratada e que não
foram pagas, desde que o ex-empregado reclamante comprove, com elementos
concretos de prova, que houve efetiva falha do Poder Público na fiscalização do
contrato. STF. Plenário. RE 760931/DF, rel. orig. Min. Rosa Weber, red. p/ o ac. Min.
Luiz Fux, julgado em 26/4/2017 (repercussão geral) (Info 862)

Convênios: são ajustes firmados entre entidades administrativas ou entre a

a l
Administração Pública e as entidades privadas sem fins lucrativos que tem por objetivo
a consecução de objetivos comuns e o atendimento do interesse público.
io n
a c
Consórcios públicos: previsto no art. 241 da CF/88 e regulamentado pela Lei
u c ER
11.107/2005. É definido como sendo o ajuste celebrado entre entes federados para a

E M d IL
gestão associada de serviços públicos, bem como a transferência parcial ou total de

e
encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade dos serviços transferidos.
rt RO
p o OR
O consórcio público constituirá associação pública ou pessoa jurídica de direito
privado. O consórcio público será constituído por contrato cuja celebração dependerá

S C 41- m u H 89
da prévia subscrição de protocolo de intenções. O contrato de consórcio público será

um
celebrado com a ratificação, mediante lei, do protocolo de intenções.
IZ .7 .co
V O er L
. 0
U4 ma4 il
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l i
NOVIDADES LEGISLATIVAS: Lei nº 8666/93
m
p
Art. 17. A alienação de bens ldac Administração Pública, subordinada à existência de
interesse público devidamente justificado, será precedida de avaliação e obedecerá
às seguintes normas:

I - quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos da


administração direta e entidades autárquicas e fundacionais, e, para todos, inclusive
as entidades paraestatais, dependerá de avaliação prévia e de licitação na
modalidade de concorrência, dispensada esta nos seguintes casos:

i) alienação e concessão de direito real de uso, gratuita ou onerosa, de terras


públicas rurais da União e do Incra, onde incidam ocupações até o limite de que trata
o § 1o do art. 6o da Lei no 11.952, de 25 de junho de 2009, para fins de regularização
fundiária, atendidos os requisitos legais; e (Redação dada pela Lei nº 13.465, 2017)

§ 2o A Administração também poderá conceder título de propriedade ou de direito


real de uso de imóveis, dispensada licitação, quando o uso destinar-se:
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II - a pessoa natural que, nos termos de lei, regulamento ou ato normativo do órgão
competente, haja implementado os requisitos mínimos de cultura, ocupação mansa
e pacífica e exploração direta sobre área rural, observado o limite de que trata o § 1o
do art. 6o da Lei no 11.952, de 25 de junho de 2009; (Redação dada pela Lei nº
13.465, 2017)

Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2o e 4o do art. 17 e no inciso III e seguintes do


art. 24, as situações de inexigibilidade referidas no art. 25, necessariamente
justificadas, e o retardamento previsto no final do parágrafo único do art. 8 o desta
Lei deverão ser comunicados, dentro de 3 (três) dias, à autoridade superior, para
ratificação e publicação na imprensa oficial, no prazo de 5 (cinco) dias, como
condição para a eficácia dos atos.

Parágrafo único. O processo de dispensa, de inexigibilidade ou de


retardamento, previsto neste artigo, será instruído, no que couber, com os seguintes
elementos:

a l
io n
I - caracterização da situação emergencial, calamitosa ou de grave e iminente
risco à segurança pública que justifique a dispensa, quando for o caso; (Redação
dada pela Lei nº 13.500, de 2017)
a c
u c ER
II - razão da escolha do fornecedor ou executante;
E M d IL
III - justificativa do preço. e
rt RO
p o OR
alocados. S C 41- m u H 89
IV - documento de aprovação dos projetos de pesquisa aos quais os bens serão

um IZ .7 .co
V O er L
. 0
U
4 ma 4 il
Art. 40. § 5º A Administração Pública poderá, nos editais de licitação para a
contratação de serviços, exigir da contratada que um percentual mínimo de sua mão
d R 4 3 g
de obra seja oriundo ou egresso do sistema prisional, com a finalidade de
A PE D
ressocialização 0 er@
do
l reeducando, na forma estabelecida em
regulamento. i
(Incluído pela Lei nº 13.500, de 2017)
m
p lc
JURISPRUDÊNCIA

CONSÓRCIO PÚBLICO: Se um consórcio público celebrou convênio com a União por


meio do qual estão previstos repasses federais, o fato de um dos entes integrantes
do consórcio possuir pendência inscrita no CAUC não pode impedir que o consórcio
receba os valores prometidos. Isso porque o consórcio público é uma pessoa jurídica
distinta dos entes federativos que o integram e, segundo o princípio da intrans-
cendência das sanções, as punições impostas não podem superar a dimensão
estritamente pessoal do infrator, ou seja, não podem prejudicar outras pessoas
jurídicas que não sejam aquelas que praticaram o ato. Assim, o fato de ente
integrante de consórcio público possuir pendência no Serviço Auxiliar de
Informações para Transferências Voluntárias (CAUC) não impede que o consórcio
faça jus, após a celebração de convênio, à transferência voluntária a que se refere o

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art. 25 da LC 101/2000. STJ. (Info 577).

LICITAÇÃO. É inconstitucional lei estadual que exija Certidão negativa de Violação


aos Direitos do Consumidor dos interessados em participar de licitações e em
celebrar contratos com órgãos e entidades estaduais. Esta lei é inconstitucional
porque compete privativamente à União legislar sobre normas gerais de licitação e
contratos (art. 22, XXVII, da CF/88). STF. (Info 838).

CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA. São inconstitucionais, por violarem o art. 37, IX, da


CF/88, a autorização legislativa genérica para contratação temporária e a permissão
de prorrogação indefinida do prazo de contratações temporárias. STF. (Info 858).

a l
io n
Os contratos administrativos são ajustes celebrados entre a
Administração Pública e o
a c
particular, regidos
Contratos
u c ER
preponderantemente pelo direito público, para a execução

E M
verticalização da relação jurídica.
d IL
de atividades de interesse público. Nestes contratos há uma

e
rt RO
p o OR
Convênios: são ajustes firmados entre entidades

Convênios S C 41- m u H 89
administrativas ou entre a Administração Pública e as entidades
privadas sem fins lucrativos que tem por objetivo a consecução

um IZ .7 .co
de objetivos comuns e o atendimento do interesse público.

V O er L0
U4 ma4 il
Consórcios públicos: é definido como sendo o ajuste
.
d R 4 3 g
celebrados entre entes federados para a gestão associada de
A PE
Consórcios D 0 er@
serviços públicos, bem como a transferência parcial ou total
l i
de encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à
m
lc
continuidade dos serviços transferidos.
p

ANO: 2017. BANCA: FCC. ÓRGÃO DPE-SC.

A respeito do contrato administrativo, é correto afirmar:

a) Sua celebração é intuitu personae porque o contratado é,


em tese, o que melhor comprovou condições de contratar
com a Administração, fato que limita a subcontratação.
QUESTÃO: b) O fato do príncipe, quando constatado, garante ao
contratante a rescisão contratual sem direito à indenização.
CONTRATO
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ADMINISTRATIVO c) O equilíbrio econômico e financeiro é uma garantia
exclusiva do contratado para com o contratante.
d) Em decorrência da posição privilegiada da
Administração não se aplica ao contrato administrativo a
comutatividade.
e) O contrato administrativo possui cláusulas
exorbitantes que concede à administração poderes
inerentes a um contrato civil.
Justificativas:

a) CORRETO. O contrato administrativo tem como uma


de suas características ser personalíssimo (intuitu personae),
ou seja, o contrato é celebrado com o licitante que
apresentou a melhor proposta. Não é uma característica

l
absoluta. Nos casos previstos em lei é possível a alteração ou
a
subcontratação parcial.
b)
io n
ERRADO. Nos casos de inexecução do contrato sem
a c
culpa do contratado (fato do príncipe, teoria da imprevisão e
u c ER
caso fortuito e força maior) é possível a revisão ou a extinção
E M d IL
do contrato. Em caso de danos comprovados é possível que
haja indenização. e
rt RO
c)
p o OR
ERRADO. O equilíbrio econômico-financeiro do

S C 41- m u H 89
contrato deve ser mantido para o contratante e para o

um
contratado.
IZ .7 .co
er L U il
d) ERRADO. A comutatividade é característica dos
4
4 ma
d V R O
4 3 .
e)
0
contratos administrativos.
g ERRADO. As cláusulas exorbitantes diferenciam os
A PE D 0 er@
lcontratos administrativos dos contratos civis, pois conferem à

mi
administração poderes não inerentes a esses.

p lc
Alternativa correta: A

8. LICITAÇÃO

Sobre licitações é imprescindível a leitura das leis que tratam sobre o tema. A
grande maioria das questões abordam de forma direta o texto legal. O tema licitação
será encontrado nas seguintes leis: 8.666/1993 (normas gerais sobre licitações e
contratos), 10.520/2002 (modalidade de licitação pregão), LC 123/2006 (tratamento
diferenciado para microempresas e empresas de pequeno porte), 8.987/1995
(concessão de serviço público), Lei 11.079/2004 (parcerias público-privadas – PPP),
12.462/2011 (Regime diferenciado de contratações públicas – RDC).

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As obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações, concessões,
permissões e locações da Administração Pública, quando contratadas com terceiros,
serão necessariamente precedidas de licitação.

 COMPETÊNCIA:

A competência para legislar sobre licitação e contratos é PRIVATIVA da União.


Porém, essa competência é restrita a editar normas gerais. Assim, é possível que os
Estados, o DF e os Municípios legislem sobre questões específicas.

 PRINCÍPIOS:

1) Isonomia: Impõe que seja dada oportunidade de participação nas licitações a


quaisquer interessados.
2) Competitividade: regra geral, a lei veda aos agentes diminuir o caráter
competitivo das licitações por meio de estabalecimento de tratamento
a l
diferenciado, salvo o tratamento diferenciado e favorecido às
microempresas e empresas de pequeno porte na forma da lei. io n
a c
c ER
3) Vinculação ao instrumento convocatório: O edital ou a carta-convite são
u
E M d IL
considerados a lei interna da licitação e vinculam ambas as partes.
4) Adjudicação compulsória: impede que a Administração assine contrato com
e
rt RO
o segundo colocado ou com terceiros estranhos ao procedimento licitatório.

p o OR
A adjudicação ao vencedor é obrigatória, salvo se este desistir ou não firmar

S C 41- m
o contrato no prazo legal. u H 89
um
5) Sigilo das propostas: o conteúdo das propostas apresentadas deve ser
IZ .7 .co
er L U il
sigiloso até a sua abertura;
4 ma4
d V R 4 3 0
6) Procedimento formal: a licitação é ato administrativo formal.
O . g
A PE D
 0 er@
FASES:
l
m i
l c ditas comuns, ou seja, concorrência, tomada de
É aplicável às modalidades
p
preços e convite.

1) Fase Interna: ocorre dentro do órgão ou entidade e vai até a elaboração do


edital ou carta-convite.

ELABORAÇÃO DESIGNAÇÃO
ABERTURA ORÇAMENTO
DO EDITAL DA COMISSÃO

2) Fase Externa:

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PUBLICAÇÃO ABERTURA DOS HOMOLOGAÇ ADJUDICAÇÃ
DO EDITAL ENVELOPES HABILITAÇÃO JULGAMENTO
ÃO O

 COMISSÃO:

A função da comissão é a de receber, examinar e julgar os documentos e


procedimentos relativos às licitações.
Composição: no mínimo três membros, sendo pelo menos dois deles servidores
pertencentes ao quadro permanente. A investidura dos membros não excederá 1 ano,
vedada a recondução de todos os seus membros para mesma comissão no período
subsequente.
Os membros respondem SOLIDARIAMENTE pelos atos praticados pela comissão,
salvo se registrar em ata a divergência.
EXCEÇÕES:
CONVITE: em pequenas unidades e quando houver
a l
exiguidade de pessoal: pode substituir a comissão por
io n
apenas 1 servidor. PREGÃO: não há comissão. É
a c
c ER
conduzido por um pregoeiro, auxiliado por uma equipe
u
de apoio.
E M d IL
e
rt RO
p o OR
S C 41- m u H 89
um IZ .7 .co
 V O er L
. 0
U
4 ma 4 il
d 3 g
A licitação, ao contrário do conteúdo das propostas, não será sigilosa;
R 4
A PE
 D 0 er@
Qualquer modificação no edital exige divulgação pela mesma forma
l
mi
que se deu o texto original, reabrindo-se o prazo inicialmente
estabelecido, SALVO quando não afetar a formulação das propostas;
 p lc
Regra geral, é VEDADA a imposição de marcas, saldo para fins de
padronização, nos casos em que for tecnicamente justificável.

 FINALIDADES:

Selecionar a proposta mais vantajosa para a administração;

Garantir a isonomia nos contratos do Estado;

Promover o desenvolvimento nacional sustentável.

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Nos processos de licitação, com o propósito de garantir o
desenvolvimento nacional, a lei autoriza o estabelecimento de margem
de preferência para produtos manufaturados e para serviços nacionais
que atendam a normas técnicas brasileiras, bem como para os bens e
serviços produzidos ou prestados por empresas que comprovem
cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para pessoa com
deficiência ou para reabilitado da Previdência Social e que atendam às
regras de acessibilidade previstas na legislação. Para os produtos
manufaturados e serviços nacionais resultantes de desenvolvimento e
 MODALIDADES:
inovação tecnológica realizados no País, poderá ser estabelecido
margem de preferência adicional. As margens de preferência por
produto, serviço, grupo
As modalidades de de produtos
licitação são:ouconcorrência,
grupo de serviços
tomadaserão
de definidas
preços, convite,
pelo Poder
concurso, Executivo
leilão, pregão efederal, nãoaplicável
a consulta, podendo a soma reguladoras.
às agências delas ultrapassar o
a l
montante de 25% (vinte e cinco por cento) sobre o preço dos produtos
manufaturados e serviços estrangeiros.
io n
a c
ATENÇÃO! u c ER
É proibida a criação de novas modalidades de licitação, bem

E M d IL
como a combinação das já existentes
e
rt RO
p o OR
S C 41- m u H 89
A Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, na

um
fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de
IZ .7 .co
er L
qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto. É, via de regra, definida
U4 ma4 il
em razão do valor mais alto, mas tem exceções. Serão precedidas de licitação na

d V O 3 . 0 g
modalidade concorrência independentemente do valor: a) Empreitada integral; b)
R 4
A PE D 0 er@
Contratos de concessão de direito real de uso; c) Contratos de concessão de serviços
l
mi
públicos; d) Licitações internacional; e) Compra e alienação de bem imóveis, exceto na
alienação de imóveis cuja aquisição por parte da Administração haja derivado de
p lc
procedimentos judiciais ou dação em pagamento, casos em que é possível também o
leilão; e f) Registro de preços (pode ser usado também o pregão).

A Tomada de preços é a modalidade de licitação entre interessados


devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para
cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas,
observada a necessária qualificação.

O Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao


seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de
três pela unidade administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do
instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente
especialidade que manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 (vinte e
quatro) horas da apresentação das propostas.

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A carta- convite prescinde de publicação, mas não de
publicidade.
ATENÇÃO!

O Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para


escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios
ou remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes de edital publicado na
imprensa oficial com antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias.

O Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda


de bens móveis inservíveis para a administração ou de produtos legalmente
apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis derivado de
procedimentos judiciais ou de dação em pagamento (também pode ser utilizada a

avaliação. a l
concorrência nesse caso), a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da

io n
a c
O Pregão é utilizado para aquisição de bens e serviços comuns (aqueles cujos
c ER
padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital,
u
d IL
por meio de especificações usuais de mercado), independentemente do valor.
E M
 TIPOS: e
rt RO
p o OR
S C 41- m u H 89
É o critério básico de julgamento das propostas. São eles: menor preço; melhor
técnica; técnica e preço; e, maior lance ou oferta-nos casos de alienação de bens ou
um IZ .7 .co
concessão de direito real de uso. A única modalidade que não utiliza esses tipos de
er L
julgamento é o concurso.
V O . 0
U4 ma4 il
 d R 4 3 g
A PE D
CONTRATAÇÃO DIRETA:
0 er@
l
mi
1) Inexigibilidade de licitação: é inexigível a licitação quando houver
p lc
inviabilidade de competição – art. 25 da Lei 8666/1993.
2) Dispensa: exige a viabilidade de competição, mas a lei dispensa ou autoriza a
dispensa do certame. Pode ser:

a) Licitação dispensável: apesar de ser viável a licitação, por existir a


possibilidade de competição, a lei autoriza a celebração direta do contrato.
Art. 24 da Lei 8666/1993.

b) Licitação dispensada: a própria lei já dispensou a licitação (diferente


dos casos do art. 24 em que a lei apenas autoriza que o agente público nos
casos e formas previstos em lei). Art. 17 da Lei 8666/1993.

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ALTERAÇÃO LEGISLATIVA - NOVOS VALORES DAS MODALIDADES DE LICITAÇÃO

O Decreto 9.412, de 18 de junho de 2018, alterou os valores das modalidades de


licitação, com base na competência prevista no art. 120 da Lei de Licitações.

A partir da agora, os novos limites são os seguintes:

I – para obras e serviços de engenharia:


a) na modalidade convite – até R$ 330.000,00 (trezentos e trinta mil reais);
b) na modalidade tomada de preços – até R$ 3.300.000,00 (três milhões e
trezentos mil reais); e
a l
c) na modalidade concorrência – acima de R$ 3.300.000,00 (três milhões e
trezentos mil reais); e io n
a c
II – para compras e serviços não incluídos no inciso I:
u c ER
E M d IL
a) na modalidade convite – até R$ 176.000,00 (cento e setenta e seis mil reais);
e
b) na modalidade tomada de preços – até R$ 1.430.000,00 (um milhão,
rt RO
quatrocentos e trinta mil reais); e
p o OR
c) na modalidade concorrência – acima de R$ 1.430.000,00 (um milhão,

S C 41- m
quatrocentos e trinta mil reais). u H 89
um IZ .7 .co
V O er L
. 0
U4 ma4 il
d R 4 3 g JURISPRUDÊNCIA
A PE D 0 er@
l
LICITAÇÃO. É inconstitucional lei estadual que exija Certidão negativa de Violação
mi
aos Direitos do Consumidor dos interessados em participar de licitações e em
p lc
celebrar contratos com órgãos e entidades estaduais. Esta lei é inconstitucional
porque compete privativamente à União legislar sobre normas gerais de licitação e
contratos (art. 22, XXVII, da CF/88). STF. (Info 838).

LICITAÇÃO. A divulgação do Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas –


CEIS pela CGU tem mero caráter informativo, não sendo determinante para que os
entes federativos impeçam a participação, em licitações, das empresas ali
constantes. MS 21.750-DF, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, por unanimidade,
julgado em 25/10/2017, DJe 07/11/2017. STJ.

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A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da
isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção
do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita
conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da
moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da
vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são
correlatos.

ANO: 2018. BANC: FCC. ÓRGÃO: DPE-MA


Segundo previsão da Lei n° 8.666/1993, a Administração não
pode descumprir as normas e condições do edital, ao qual se

a
acha estritamente vinculada. Nesse sentido, é correto afirmarl
que
io n
c
A) qualquer cidadão é parte legítima para impugnar edital de
a
c ER
licitação por irregularidade, devendo protocolar o pedido até 10
u
E M d IL
(dez) dias úteis antes da data fixada para a abertura dos
envelopes de habilitação, devendo a Administração julgar e
e
rt RO
responder à impugnação em até 05 (cinco) dias.

p o OR
B) a impugnação apresentada pelo licitante, feita

S C 41- m u H 89
tempestivamente, o impedirá de participar do processo

um
licitatório até o trânsito em julgado da decisão a ela pertinente,
IZ .7 .co
er L
haja vista que ele pugnar por participar de processo licitatório
U
regular. 4
4 ma il
d V R O
4 3 . 0 g
C)a inabilitação do licitante não importa preclusão do seu
A PE D 0 er@
direito de participar das fases subsequentes, haja vista que
l
QUESTÃO:
m i
ainda passível de obter-se decisão judicial que o reabilite.
LICITAÇÕES
p lc do direito de impugnar os termos do edital de
D) decairá
licitação perante a Administração o licitante que, tendo os
aceito sem objeção, venha a apontar, depois da abertura dos
envelopes de habilitação, falhas ou irregularidades que o
viciaram.
E) as garantias de pagamento ao licitante brasileiro serão
equivalentes àquelas oferecidas ao licitante estrangeiro.

GABARITO: E
COMENTÁRIOS:
a) Art. 41 § 1o Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar
edital de licitação por irregularidade na aplicação desta Lei,
devendo protocolar o pedido até 5 dias úteis antes da data
fixada para a abertura dos envelopes de habilitação, devendo a
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Administração julgar e responder à impugnação em até 3
(três) dias úteis, sem prejuízo da faculdade prevista no § 1o do
art. 113.
b) Art. 41 § 3o A impugnação feita tempestivamente pelo
licitante não o impedirá de participar do processo licitatório até
o trânsito em julgado da decisão a ela pertinente.
c) Art. 41 § 4o A inabilitação do licitante importa preclusão do
seu direito de participar das fases subsequentes.
d) Art. 41 § 2o Decairá do direito de impugnar os termos do
edital de licitação perante a administração o licitante que não o
fizer até o segundo dia útil que anteceder a abertura dos
envelopes de habilitação em concorrência, a abertura dos
envelopes com as propostas em convite, tomada de preços ou
concurso, ou a realização de leilão, as falhas ou irregularidades
que viciariam esse edital, hipótese em que tal comunicação não
terá efeito de recurso.
a l
io n
e) CERTO. Art. 42 § 3o As garantias de pagamento ao licitante
c
brasileiro serão equivalentes àquelas oferecidas ao licitante
a
estrangeiro.
u c ER
E M d IL
e
rt RO
ANO: 2018. BANCA: FCC. ÓRGÃO: DPE-AP:

p o OR
Considere que o Estado pretenda alienar alguns imóveis de sua

S C 41- m u H 89
propriedade que, de acordo com levantamento feito pelo órgão
responsável pelo controle do patrimônio público, excedem as
QUESTÃO:
um IZ .7 .co
necessidades da Administração, tendo em vista recente redução
er L U il
LICITAÇÕES
44 ma
de Secretarias de Estado e a possibilidade de acomodação de

d V R O
4 3 . 0
diferentes repartições em um mesmo conjunto de prédios.
g
A PE D Ocorre que, instaurados os procedimentos licitatórios para a
0 er@
l
alienação, todos na modalidade concorrência, alguns dos
mi
imóveis não foram passíveis de venda por não terem acorrido
p lc
interessados no certame correspondente. De acordo com os
ditames da Lei nº 8.666/1993, o Estado
A) poderá efetuar a venda direta de tais imóveis, se comprovar
que a instauração de novo certame causará prejuízos à
Administração, desde que mantidos o preço e demais condições
estabelecidos na licitação frustrada.
B) está obrigado a instaurar novo procedimento licitatório,
podendo, contudo, adotar a modalidade leilão,
independentemente da forma de aquisição do bem, mantido o
mesmo preço estabelecido na concorrência.
C) poderá aplicar desconto progressivo para a alienação do
imóveis nas licitações subsequentes, dispensando-se, neste
caso, a observância do preço mínimo fixado em avaliação.
D) poderá efetuar a venda direta dos imóveis, desde que a

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interessados previamente cadastrados, que já tenham
adquirido ao menos um imóvel da Administração em licitação
anterior.
E) somente poderá alienar tais imóveis mediante procedimento
licitatório na modalidade concorrência, independentemente da
forma de aquisição dos mesmos, devendo instaurar tantos
procedimentos quantos necessários para a efetivação da venda.

GABARITO: A
COMENTÁRIOS:
A) CERTA, licitação dispensável, com base no art. 24, Inciso V,
da CF/88;
Segundo Marinela (2015), considera-se deserta a licitação
quando há ausência de interessados.

a l
"Neste caso, a regra é uma nova licitação, todavia, é passível a

io
contratação direta quando presentes quatro elementos: a n
c
realização de uma licitação anterior concluída infrutiferamente;
a
QUESTÃO:
LICITAÇÕES c ER
a ausência de interessados em participar da licitação anterior, o
u
E M d IL
que provocou a frustração da disputa; os riscos de prejuízos se a
licitação vier a ser repetida; e, por fim, a contratação tem que
e
rt RO
ser efetivada em condições idênticas àquelas da licitação
anterior".
p o OR
S C 41- m u H 89
B) ERRADA, poderia adotar a modalidade leilão se o imóvel a
ser alienado tivesse sido adquirido por dação em pagamento ou
um IZ .7 .co
decisão judicial. A regra é uma nova licitação, contudo, há a

V er L U 4 il
4 ma
possibilidade de contratação direta, em razão da ausência de
O . 0
interessados;
d R 4 3 g
A PE D C) ERRADA, devem ser mantidas as condições preestabelecidas,
0 er@
nos
l termos do art. 24, V, da CF/88;
mi
D) ERRADA, não há necessidade que seja vendida a interessados
p lc
previamente cadastrados, que já tenham adquirido ao menos
um imóvel da Administração em licitação anterior;
E) ERRADA, se o imóvel a ser alienado tivesse sido adquirido por
dação em pagamento ou decisão judicial poderia adotar a
modalidade leilão.

ANO: 2017 BANCA: CESPE ÓRGÃO: DPE-AC


É hipótese de inexigibilidade de licitação
A) a contratação de profissional do setor artístico, consagrado
pela crítica especializada ou pela opinião pública, diretamente
ou mediante empresário exclusivo.
B) a venda direta de imóveis residenciais construídos,
destinados ou efetivamente utilizados no âmbito de programas
habitacionais ou de regularização fundiária de interesse social
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desenvolvidos por entidade da administração pública.
C) a contratação, para obras e serviços de engenharia, de valor
até 10% da importância limitadora da modalidade licitatória
convite.
D)a contratação de coleta, processamento e comercialização de
resíduos sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em áreas
com sistema de coleta seletiva de lixo, efetuados por
associações formadas por pessoas de baixa renda.
E) o não atendimento, por parte de interessados, à licitação
anterior, quando o procedimento não puder ser repetido sem
prejuízo da administração pública

GABARITO: A
COMENTÁRIOS:

a l
QUESTÃO: competição, em especial:
io n
Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de
LICITAÇÕES
a c
u c ER
III - para contratação de profissional de qualquer setor
artístico, diretamente ou através de empresário exclusivo,
E M d IL
desde que consagrado pela crítica especializada ou pela
opinião pública.
e
rt RO
p o OR
S C 41- m u H 89
ANO: 2017 BANCA: FCC ÓRGÃO: DPE-PR

m Z .7 .co
Sobre o tema licitações, é correto afirmar:
u I
V er L
O
U 4 il
4 ma
a) O sistema de registro de preços e a chamada “licitação
. 0
carona” são institutos que não decorrem expressamente da
d R 4 3 g
A PE D previsão na Lei de Licitações, mas derivam do princípio
0 er@
l
administrativo explícito da publicidade.
mi
p lc
b) As microempresas e empresas de pequeno porte
poderão participar do procedimento licitatório sem necessitar
comprovar previamente a qualificação técnica, por força da
finalidade relacionada ao desenvolvimento nacional, entretanto
uma vez declarada vencedora, deverá apresentar comprovar
sua qualificação em até 48 horas.
c) As microempresas e empresas de pequeno porte
poderão participar do procedimento licitatórios sem necessitar
comprovar previamente a qualificação técnica, por força da
finalidade relacionada ao desenvolvimento nacional, entretanto
uma vez declarada vencedora, deverá comprovar sua
qualificação em até 5 dias úteis.
d) É compatível com as finalidades licitatórias a preferência
para aquisição de produtos manufaturados e serviços nacionais
que obedeçam às normas técnicas brasileiras em detrimento de
produtos e serviços estrangeiros, desde que obedecidos os
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limites legais definidos pelo Poder Executivo Federal.
e) Conforme a Lei de Licitações, sempre que os candidatos
forem inabilitados ou desclassificados – instituto da licitação
fracassada – se autorizará a imediata contratação direta.
Justificativas:

a) ERRADO. Há previsão expressa no art. 15 da Lei 8.666/1993.


b) ERRADO. A comprovação de regularidade fiscal das
microempresas e empresas de pequeno porte somente será
exigida para efeito de assinatura do contrato. Para tanto, as ME
e EPP deverão apresentar normalmente os documentos
pertinentes, mesmo que existentes restrições, sendo-lhes
assegurado um prazo de 5 (cinco) dias úteis, prorrogáveis por
igual período, para a regularização da documentação,
pagamento ou parcelamento do débito, e emissão de eventuais
certidões negativas ou positivas com efeito de negativa. Ou
QUESTÃO:
LICITAÇÕES seja, na verdade há uma regularidade fiscal postergada e não
a l
técnica.
io n
c
c) ERRADO. O que se dispensa, de início, é a regularidade fiscal
a
c ER
e trabalhista, em nada se confundindo com a qualificação
u
E M d IL
técnica. De fato, uma vez declarada vencedora, deverá
comprovar sua regularidade fiscal e trabalhista em até5 dias
úteis. e
rt RO
o OR
d) CORRETA. Fundamento: art.3º, § 2o e § 5o , da Lei 8666/1993.
p
S C 41- m u H 89
e) ERRADO. Não é imediata a contratação direta. Apenas ocorre
se a licitação não puder ser repetida sem prejuízo para a
m IZ .7 .co
administração. Em relação à licitação fracassada, O art. 48, § 3º
u
V O er L
. 0
U4 ma4 il
dispõe que poderá ser concedido um prazo de 8 dias úteis (3
dias úteis no convite) para que sejam apresentados novos
d R 4 3 g
documentos ou novas propostas.
A PE D 0 er@
l i
Alternativa correta: D
m
p lc
9. SERVIÇO PÚBLICO

A Constituição Federal estabelece, em seu art. 175, que é incumbência do Poder


Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão,
sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos. A Lei 8987/1995
regulamenta o referido artigo.

A concessão de serviço público pode ser definida como a delegação de sua


prestação, feita pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade de
concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade
para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado.

Por sua vez, a permissão de serviço público é a delegação, a título precário,


mediante licitação, da prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente à

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pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua
conta e risco.

Toda concessão ou permissão pressupõe a prestação de serviço adequado ao


pleno atendimento dos usuários, conforme estabelecido nesta Lei, nas normas
pertinentes e no respectivo contrato. Assim, o serviço adequado, nos termos da lei, é
o que satisfaz as condições de regularidade, continuidade, eficiência, segurança,
atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas. A
atualidade compreende a modernidade das técnicas, do equipamento e das
instalações e a sua conservação, bem como a melhoria e expansão do serviço.

Cabe frisar que não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua


interrupção em situação de emergência ou após prévio aviso, quando motivada por
razões de ordem técnica ou de segurança das instalações ou por inadimplemento do
usuário, considerado o interesse da coletividade.

a l
As concessionárias de serviços públicos, de direito público e privado, nos Estados e
no Distrito Federal, são obrigadas a oferecer ao consumidor e ao usuário, dentro do

io n
mês de vencimento, o mínimo de seis datas opcionais para escolherem os dias de
vencimento de seus débitos.
a c
u c ER
E M d IL
No atendimento às peculiaridades de cada serviço público, poderá o poder
concedente prever, em favor da concessionária, no edital de licitação, a possibilidade
e
rt RO
de outras fontes provenientes de receitas alternativas, complementares, acessórias ou

p o OR
de projetos associados, com ou sem exclusividade, com vistas a favorecer a
modicidade das tarifas.
S C 41- m u H 89
um IZ .7 .co
As tarifas poderão ser diferenciadas em função das características técnicas e dos

V O er L
.
U
0
4
4 ma il
custos específicos provenientes do atendimento aos distintos segmentos de usuários.

d R 4 3 g
O contrato de concessão poderá prever o emprego de mecanismos privados para
A PE D 0 er@
resolução de disputas decorrentes ou relacionadas ao contrato, inclusive a arbitragem,
l i
a ser realizada no Brasil e em língua portuguesa
m
p lc
O poder concedente poderá intervir na concessão, com o fim de assegurar a
adequação na prestação do serviço, bem como o fiel cumprimento das normas
contratuais, regulamentares e legais pertinentes.

ALTERAÇÃO LEGISLATIVA

O Decreto 9.507, de 21 de setembro de 2018, regulamentou a execução indireta,


mediante contratação, de serviços da administração pública federal direta,
autárquica e fundacional e das empresas públicas e das sociedades de economia
mista controladas pela União.
Tal Decreto ficou conhecido como “a terceirização no serviço público”.

Em linhas gerais, podemos resumir o Decreto 9.507/2018 nos seguintes aspectos:

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(i) ele somente se aplica à União, não causando impacto nos estados, DF e
municípios;
(ii) o regulamento não alcança os demais poderes e órgãos não submetidos ao poder
regulamentar do Poder Executivo;
(iii) carreiras típicas de Estado, que exercem competências de planejamento, poder
de polícias, fiscalização e regulação não poderão ser afetadas;
(iv) as atividades meramente administrativas podem ser afetadas, mas dependem
de justificativa;
(v) no âmbito das empresas estatais, a tendência é a diminuição de concursos
públicos, mas não a total extinção

JURISPRUDÊNCIA
a l
io
SERVIÇOS PÚBLICOS: Em regra, o serviço público deverá ser prestado de forma n
a c
contínua, ou seja, sem interrupções (princípio da continuidade do serviço público).

u c ER
Excepcionalmente, será possível a interrupção do serviço público nas seguintes
d IL
hipóteses previstas no art. 6º, § 3º da Lei n.º 8.987/95: a) Em caso de emergência
E M
e
(mesmo sem aviso prévio); b) Por razões de ordem técnica ou de segurança das
rt RO
instalações, desde que o usuário seja previamente avisado; c) Por causa de
p o OR
inadimplemento do usuário, desde que ele seja previamente avisado. Se a

S C 41- m u H 89
concessionária de energia elétrica divulga, por meio de aviso nas emissoras de rádio
do Município, que haverá, daqui a alguns dias, a interrupção do fornecimento de
um IZ .7 .co
energia elétrica por algumas horas em virtude de razões de ordem técnica, este
er L U4 ma4 il
aviso atende a exigência da Lei nº 8.987/95? SIM. A divulgação da suspensão no
V O . 0
fornecimento de serviço de energia elétrica por meio de emissoras de rádio, dias
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
antes da interrupção, satisfaz a exigência de aviso prévio, prevista no art. 6º, § 3º, da
l
Lei nº 8.987/95. STJ. (Info 598).
m i
TARIFA. IMPOSSIBILIDADE lc
p DE INTERFERÊNCIA DO PODER JUDICIÁRIO: A
interferência judicial para invalidar a estipulação das tarifas de transporte público
urbano viola a ordem pública, mormente nos casos em que houver, por parte da
Fazenda estadual, esclarecimento de que a metodologia adotada para fixação dos
preços era técnica. Segundo a “doutrina Chenery”, o Poder Judiciário não pode
anular um ato político adotado pela Administração Pública sob o argumento de que
ele não se valeu de metodologia técnica. Isso porque, em temas envolvendo
questões técnicas e complexas, os Tribunais não gozam de expertise para concluir se
os critérios adotados pela Administração são corretos ou não. Assim, as escolhas
políticas dos órgãos governamentais, desde que não sejam revestidas de
reconhecida ilegalidade, não podem ser invalidadas pelo Poder Judiciário. STJ. (Info
605)

GREVE NO SERVIÇO PÚBLICO. COMPETÊNCIA: A justiça comum, federal ou estadual,


é competente para julgar a abusividade de greve de servidores públicos celetistas da
Administração pública direta, autarquias e fundações públicas. STF. Plenário. RE
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846854/SP, rel. orig. Min. Luiz Fux, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado
em 1º/8/2017 (repercussão geral) (Info 871). Vale fazer, contudo, uma importante
ressalva: se a greve for de empregados públicos de empresa pública ou sociedade de
economia mista, a competência será da Justiça do Trabalho.

Sobre o tema serviços públicos é imprescindível a leitura da


lei 8.987/1995. Geralmente as questões sobre este tema
trazem exatamente o texto da lei.

 concessão de serviço público pode ser definida como a


a
delegação de sua prestação, feita pelo poder concedente, l
io
mediante licitação, na modalidade de concorrência, à n
Concessão e
a c
pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre
permissão de
u c ER
capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e
serviços
públicos
por prazo determinado.
E M d IL
e
rt RO
 permissão de serviço público é a delegação, a título
o OR
precário, mediante licitação, da prestação de serviços
p
S C 41- m u H 89
públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou
jurídica que demonstre capacidade para seu desempenho,
um IZ .7 .co
er L
por sua conta e risco.
U 4
4 ma il
d V R O
4 3 . 0 g
A PE D 0 er@
l
mi
p lc

FCC – DPE-ES -2016 - A Lei Federal nº 8.987/1995, que dispõe sobre o regime de
concessão e permissão da prestação de serviços públicos (...)

a) obriga as concessionárias de serviços públicos, de direito público e privado,


nos Estados e no Distrito Federal, a oferecer ao consumidor e ao usuário, dentro do
mês de vencimento, o mínimo de seis datas opcionais para escolherem os dias de
vencimento de seus débitos.

b) não se aplica no âmbito estadual, visto que se trata de lei destinada apenas a
regular a concessão e permissão de serviços públicos pela União.

c) veda a prestação delegada de serviços públicos por pessoas físicas, admitindo


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seja feita somente por pessoas jurídicas e consórcios de empresas que demonstrem
capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco.

d) admite que seja utilizada a modalidade pregão para escolha do delegatário na


concessão de serviços públicos, bem como na concessão de serviços públicos
precedida da execução de obra pública.

e) estabelece como única fonte de receitas das concessões e permissões de


serviços públicos a tarifa fixada pelo preço da proposta vencedora da licitação e
preservada pelas regras de revisão previstas nessa lei, no edital e no contrato.

Justificativas:

a) CORRETO. Art. 7º-A da lei 8789/1995 - As concessionárias de serviços públicos, de


direito público e privado, nos Estados e no Distrito Federal, são obrigadas a oferecer
ao consumidor e ao usuário, dentro do mês de vencimento, o mínimo de seis datas
opcionais para escolherem os dias de vencimento de seus débitos.
a l
o

io n
b) ERRADO. Art. 2 da lei 8789/1995 - Para os fins do disposto nesta Lei, considera-
c
se: I - poder concedente: a União, o Estado, o Distrito Federal ou o Município, em
a
c ER
cuja competência se encontre o serviço público, precedido ou não da execução de
u
obra pública, objeto de concessão ou permissão.
E M d IL
e
rt RO
c) ERRADO. É possível a delegação por meio de permissão de serviço público que é a
o OR
delegação, a título precário, mediante licitação, da prestação de serviços públicos,
p
S C 41- m u H 89
feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade
para seu desempenho, por sua conta e risco.

um IZ .7 .co
er L U il
d) ERRADO. Na concessão de serviço público é utilizada a modalidade concorrência
4 ma4
na licitação.

d V R O
4 3 . 0 g
A PE D 0 er@
e) ERRADO. Art. 11 da lei 8789/1995 - No atendimento às peculiaridades de cada
l
serviço público, poderá o poder concedente prever, em favor da concessionária, no
mi
edital de licitação, a possibilidade de outras fontes provenientes de receitas
p lc
alternativas, complementares, acessórias ou de projetos associados, com ou sem
exclusividade, com vistas a favorecer a modicidade das tarifas.

Alternativa correta: A

10. RESPONSABILIDADE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

O Poder Público responde por danos causados aos direitos de terceiros


decorrentes de sua atuação, lícita ou ilícita. A responsabilidade civil extracontratual
está relacionada aos danos causados por atuações estatais voltadas aos cidadãos em
geral, possuindo fundamento constitucional no art. 37, parágrafo 6º.

Regra Geral, a responsabilidade do Estado é objetiva, ou seja, se baseia em três


elementos: a conduta, o dano causado e o nexo de causalidade. Assegura-se, todavia,
o direito de regresso nos casos de dolo o culpa do agente. Essa é a Teoria do risco
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administrativa que está consagrada no Art. 37, §6º da CF: as pessoas jurídicas de
direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão
pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o
direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

A teoria do risco administrativo admite excludentes de responsabilidade, como


ausência de nexo causal, caso fortuito, força maior e a culpa exclusiva da vítima.

A ATENÇÃO!
culpa concorrente atenua a responsabilidade civil.

Há outras teorias que são aplicadas dependendo do caso. Vejamos:

Teoria da Culpa Anônima/Culpa do serviço: a responsabilidade pela omissão do


Estado é subjetiva, mas não nos mesmo moldes da civilista, eis que não precisa
a l
demonstrar o dolo e nem a culpa do agente, e sim do serviço. É necessário
io n
demonstrar que o dano decorreu da má prestação do serviço, da não prestação do
serviço ou da prestação deficiente.
a c
u c ER
d IL
Entretanto, se o Estado possuía um dever legal e específico de cuidado, quando
E M
e
mantém alguém sob sua custódia, a responsabilidade será objetiva, mesmo diante da
rt RO
omissão deste. É a chamada Teoria do Risco Criado ou Teoria do Risco Suscitado.
p o OR
S C 41- m u H 89
Há ainda, a Teoria do Risco Integral que é considerada objetiva, mas não admite
nenhuma exclusão de responsabilidade. Adota-se essa teoria no caso de dano nuclear,
um IZ .7 .co
er L
dano ambiental, ataque terroristas e nos casos de DPVAT.
U 4
4 ma il
d V R O
4 3 . 0 g
A PE D 0 er@
l
m i
JURISPRUDÊNCIA
p lc
Considerando que é dever do Estado, imposto pelo sistema normativo, manter em
seus presídios os padrões mínimos de humanidade previstos no ordenamento
jurídico, é de sua responsabilidade, nos termos do art. 37, § 6º, da Constituição, a
obrigação de ressarcir os danos, inclusive morais, comprovadamente causados aos
detentos em decorrência da falta ou insuficiência das condições legais de
encarceramento.
STF. Plenário. RE 580252/MS, julgado em 16/2/2017 (repercussão geral) (Info 854).

Em caso de inobservância de seu dever específico de proteção previsto no art. 5º,


inciso XLIX, da CF/88, o Estado é responsável pela morte de detento. STF. Plenário.
RE 841526/RS, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 30/3/2016 (repercussão geral) (Info
819).

É prescritível a ação de reparação de danos à Fazenda Pública decorrente de ilícito


civil. STF. Plenário. RE 669069 ED/MG, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em
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16/6/2016 (Info 830).
É prescritível a ação de reparação de danos à Fazenda Pública decorrente de ilícito
civil.
Dito de outro modo, se o Poder Público sofreu um dano ao erário decorrente de um
ilícito civil e deseja ser ressarcido ele deverá ajuizar a ação no prazo prescricional
previsto em lei. STF. Plenário. RE 669069/MG, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em
03/02/2016 (repercussão geral).

RESPONSABILIDADE DO ESTADO: A fixação do prazo prescricional de 5 anos para os


pedidos de indenização por danos causados por agentes de pessoas jurídicas de
direito público e de pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços
públicos, constante do art. 1º-C da Lei 9.494/97, é constitucional. STF. (Info 824).

RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO: Considerando que é dever do Estado,


imposto pelo sistema normativo, manter em seus presídios os padrões mínimos de
humanidade previstos no ordenamento jurídico, é de sua responsabilidade, nos
l
termos do art. 37, § 6º, da Constituição, a obrigação de ressarcir os danos, inclusive
a
morais, comprovadamente causados aos detentos em decorrência da falta ou
insuficiência das condições legais de encarceramento. STF. (Info 854).
io n
a c
u c ER
RESPONSABILIDADE CIVIL: A pessoa jurídica de direito privado prestadora de
d IL
serviço público possui responsabilidade civil em razão de dano decorrente de crime
E M
e
de furto praticado em suas dependências, nos termos do art. 37, § 6º, da CF/88.
rt RO
Caso concreto: o caminhão de uma empresa transportadora foi parado na balança
p o OR
de pesagem na Rodovia Anhanguera (SP), quando se constatou excesso de peso. Os

S C 41- m u H 89
agentes da concessionária determinaram que o condutor estacionasse o veículo no
pátio da concessionária e, em seguida, conduziram-no até o escritório para ser
um IZ .7 .co
er L
autuado.
U4 ma4 il
Aproximadamente 10 minutos depois, ao retornar da autuação para o caminhão, o
V O 3 . 0
condutor observou que o veículo havia sido furtado.
d R 4 g
A PE D 0 er@
O STF condenou a Dersa – Desenvolvimento Rodoviário S/A, empresa concessionária
l
responsável pela rodovia a indenizar a transportadora.
mi
O Supremo reconheceu a responsabilidade civil da prestadora de serviço público, ao
p lc
considerar que houve omissão no dever de vigilância e falha na prestação e
organização do serviço.
STF. 1ª Turma. RE 598356/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 8/5/2018 (Info
901).

Por ação: objetiva

Responsabilidade Por omissão: subjetiva


civil
Nos casos de dever legal específico (seja o dano causado
Extracontratual por ação ou omissão): objetiva

Em regra, é adotada a teoria do risco administrativo


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(admite excludentes de ilicitude)

FCC – DPE-PR – 2017 - Conforme o estudo da responsabilidade civil do estado e dos


agentes públicos, na hipótese de dano causado a particular por agente público no
exercício de sua função, os tribunais superiores assentaram a possibilidade de
ajuizamento pelo lesado de ação de reparação de danos diretamente contra o autor
do fato, devendo nesse caso, ser perquirida apenas a conduta, nexo causal e os
prejuízos.
a) na hipótese de posse em cargo público determinada por decisão transitada
em julgado, em regra, não fará jus o servidor aos salários que deixou de
receber, mas apenas a equitativa compensação, sob o fundamento de que
a l
deveria ter sido investido em momento anterior.
io n
c
b) constitui caso de concorrência de culpa o suicídio de detento ocorrido dentro
a
c ER
de estabelecimento prisional do estado, devendo haver redução
u
proporcional do valor da indenização.
E M d IL
e
c) afastada a responsabilidade criminal do servidor por inexistência daquele
rt RO
o OR
fato ou de sua autoria, restará automaticamente repelida a responsabilidade
p
administrativa.
S C 41- m u H 89
d) aplica-se o prazo prescricional quinquenal previsto no Decreto n°

um IZ .7 .co
20.910/1932 às ações indenizatórias ajuizadas contra Fazenda Pública,

er L U 4
4 ma il
afastando-se a incidência do prazo trienal previsto no Código Civil em razão
V O . 0
do critério da especialidade normativa.
d R 4 3 g
A PE
Justificativas:
D 0 er@
l
mi
p
investido em momento anterior.lc
a) ERRADO. Não cabe indenização sob o fundamento de que deveria ter sido

b) ERRADO. A relação estabelecida entre o Estado e o Detento é decorrente de um


dever específico de cuidado. É cabível a responsabilidade objetiva do estado em caso
de suicídio de detento. É possível a utilização por parte do estado das excludentes
de ilicitude (teoria do risco administrativo).
c) ERRADO. É possível que haja alguma conduta punível administrativamente fora do
enquadramento penal. É preciso verificar se há alguma questão remanescente para
ser analisada na seara administrativa.
d) CORRETA. A jurisprudência do STJ firmou-se no sentido de que a prescrição
contra a Fazenda Pública é quinquenal, mesmo em ações indenizatórias, uma vez
que é regida pelo Decreto 20.910/32, norma especial que prevalece sobre lei geral.

ALTERNATIVA CORRETA:D

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11. INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE

O Estado possui a prerrogativa de impor restrições e condicionamentos razoáveis


à propriedade alheia para atender o interesse público. Essa intervenção é decorrência
do poder de polícia do Estado e tem como fundamentos o cumprimento da função
social da propriedade e a satisfação do interesse público.

 Servidão: é o direito real público que permite a utilização da propriedade alheia


pelo Estado ou por seus delegatários com o objetivo de atender o interesse
público. Gera uma obrigação de tolerância ou não fazer, eventualmente pode
acarretar obrigações positivas. Essencialmente tem os mesmos traços
característicos da servidão do Código Civil – art. 1378. Incide apenas sobre bens
imóveis. Fonte normativa: art. 40 do DL 3365/1941 entre outras.
 Requisição: é uma forma de intervenção auto executória em que o Estado
l
utiliza-se de bens imóveis, móveis ou serviços particulares no caso de iminente
a
n
perigo público. Fonte normativa: art. 5º, XXV, da CF/88. Todos os entes
io
c
federados podem se valer da requisição, mas apenas a União tem competência
a
c ER
para legislativa. Haverá indenização ulterior, se houver dano.
u

d IL
Ocupação temporária: o Estado ocupa, por prazo determinado e em situações
E M
e
de normalidade, a propriedade privada para a execução de obras públicas ou
rt RO
prestação de serviços públicos. Art. 36 do DL 3365/1941. Será indenizada por
ação própria. p o OR
 S C 41- m u H 89
Limitações administrativas: são limitações estatais à propriedade, impostas por
m IZ .7 .co
atos normativos, que acarretam obrigações positivas e negativas, com o objetivo
u
V O er L
.
U
0
4
4 ma il
de atender a função social da propriedade. Incide sobre bens móveis ou imóveis.
Pode ter fundamento em lei ou em ato administrativo normativo. Em regra, não
d R 4 3 g

A PE D 0 er@
gera direito à indenização.
l i
Tombamento: tem por objetivo proteger o patrimônio cultural brasileiro. Art.
m
p lc
216 da CF/88. O DL 25/1937 trata especificamente do tombamento, sendo este
constituído por meio de um processo administrativo. Não possui natureza real e
incide sobre qualquer bem que tenha valor cultural, artístico, histórico,
arqueológico ou paisagístico. Incide sobre bens móveis e imóveis. Os bens
imateriais são registrados e não tombados.

O art. 1.072, I, do CPC/2015 revogou o art. 22 do DL 25/1937. Assim, foi extinto o


direito de preferência para a aquisição de bens pelos dos entes federados nos casos
de alienação extrajudicial dos bens tombados. Todavia, o direito de preferência
permanece vigente para os caos de alienação judicial (arts. 889, VIII, e 892,
parágrafo 3º, do CPC/2015.

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 Desapropriação: é a forma de intervenção do Estado na propriedade que
transfere o bem, compulsoriamente e de maneira originária, para seu
patrimônio. A desapropriação é uma forma drástica de intervenção, é
supressiva. Deve se justificar no interesse público, sob pena de desvio de
finalidade (tredestinação). O DL 3365/1941 trata da desapropriação por
utilidade e necessidade pública. Já a Lei 4132/1962 regulamenta a
desapropriação por interesse social. A desapropriação urbana está prevista no
art. 182, parágrafo 4º, III, da CF/88, bem como na Lei 10257/2001 (Estatuto da
cidade). Por fim, o art. 184, parágrafo 5º, da CF/88 e a LC 76/1993 trata da
desapropriação rural para os casos de não atendimento da sua função social –
modalidade sancionatória.
 Desapropriação indireta: o Poder Público se apossa do bem, sem observar o
devido processo legal de desapropriação. Se o Poder Público se apossar, não há
como desfazer o ato, o que será resolvido apenas por uma indenização. Os
a l
n
juros compensatórios são contados a partir do esbulho, do apossamento.
io
Sendo desconhecido, no momento em que se torna conhecido.
a c
u c ER
E M d IL
e
rt RO
p o OR
S C 41- m u H 89
Desapropriação por zona (desapropriação extensiva): é a que está prevista no art.
m
4º, do Decreto 3365/1941.
u IZ .7 .co
V er L U
0
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4 ma il
Art. 4o A desapropriação poderá abranger a área contígua necessária ao
O .
d R 4 3 g
desenvolvimento da obra a que se destina, e as zonas que se valorizarem
A PE D 0 er@
extraordinariamente, em consequência da realização do serviço. Em qualquer caso,
l i
a declaração de utilidade pública deverá compreendê-las, mencionando-se quais as
m
lc
indispensáveis à continuação da obra e as que se destinam à revenda.
p
O que é o direito de extensão na desapropriação? Segundo Hely Lopes Meirelles, é
o direito do proprietário de exigir que se inclua na desapropriação a parte restante
do bem expropriado que se tornou inútil ou de difícil utilização. Pode ser alegado na
contestação.

Retrocessão, reversão ou reaquisição: é a devolução do bem expropriado ao antigo


titular do domínio, pelo mesmo preço da desapropriação. É o direito do expropriado
de exigir de volta o bem expropriado, quando este não teve a destinação que
motivou a desapropriação (quando não se dê destinação conforme o interesse
público).

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STJ Súmula 69 – Na DESAPROPRIAÇÃO DIRETA os juros compensatórios são devidos
desde a imissão na posse (1º) e na DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA, a partir da efetiva
ocupação do bem (2º).
STJ Súmula 113 – Os juros compensatórios, na DESAPROPRIAÇÃO DIRETA, incidem
a partir da imissão na posse, calculados sobre o valor da indenização, corrigido
monetariamente.
STJ Súmula 114 – Os juros compensatórios, na DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA,
incidem a partir da ocupação, calculados sobre o valor da indenização, corrigidos
monetariamente.
STJ Súmula 56 - Na desapropriação para instituir servidão administrativa são
devidos os juros compensatórios pela limitação do uso da propriedade.
STJ Súmula 112 - A incidência dos juros moratórios sobre os compensatórios, nas
ações expropriatórias, não constitui anatocismo.
STF Súmula 378 - Na indenização por desapropriação incluem-se os honorários do
advogado do expropriado.
STF Súmula 617 – A base de cálculo dos honorários de advogado em desapropriação
é a diferença entre a oferta e a indenização, corrigidas ambas monetariamente.
a l
JURISPRUDÊNCIA
io n
DESAPROPRIAÇÃO: É possível que o expropriante desista da ação de
a c
u c ER
desapropriação? SIM, é possível a desistência da desapropriação a qualquer tempo,
d IL
mesmo após o trânsito em julgado, desde que: a) ainda não tenha havido o
E M
e
pagamento integral do preço (pois nessa hipótese já terá se consolidado a
rt RO
transferência da propriedade do expropriado para o expropriante); e b) o imóvel
p o OR
possa ser devolvido sem que ele tenha sido alterado de forma substancial (que

S C 41- m u H 89
impeça sua utilização como antes era possível). É ônus do expropriado provar a
existência de fato impeditivo do direito de desistência da desapropriação. STJ. (Info
um IZ .7 .co
er L
596).
U 4
4 ma il
V O 3 . 0
CONFISCO DO ART. 243 DA CF: A expropriação prevista no art. 243 da Constituição
d R 4 g
A PE D 0 er@
Federal pode ser afastada, desde que o proprietário comprove que não incorreu em
l
culpa, ainda que in vigilando ou in eligendo. STF. (Info 851).
m i
p c
DESAPROPRIAÇÃO: O ente ldesapropriante não responde por tributos incidentes
sobre o imóvel desapropriado nas hipóteses em que o período de ocorrência dos
fatos geradores é anterior ao ato de aquisição originária da propriedade. STJ. 2ª
Turma. REsp 1.668.058-ES, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em
8/6/2017 (Info 606)

REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA. COMUNIDADE QUILOMBOLA: A Lei nº 11.952/2009


trata sobre a regularização fundiária das ocupações incidentes em terras situadas
em áreas da União, no âmbito da Amazônia Legal. O STF deu intepretação conforme
ao art. 4º, § 2º da Lei para dizer que é inconstitucional qualquer interpretação que
permita a regularização fundiária das terras ocupadas por quilombolas e outras
comunidades tradicionais da Amazônia Legal em nome de terceiros ou de forma a
descaracterizar o modo de apropriação da terra por esses grupos. Em outras
palavras, os quilombolas e outras comunidades tradicionais não podem perder suas
terras em caso de regularização fundiária. O STF também deu intepretação
conforme ao art. 13 da Lei para afastar quaisquer interpretações que concluam pela
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desnecessidade de fiscalização dos imóveis rurais até quatro módulos fiscais,
devendo o ente federal utilizar-se de todos os meios referidos em suas informações
para assegurar a devida proteção ambiental e a concretização dos propósitos da
norma para, somente então, ser possível a dispensa da vistoria prévia, como
condição para a inclusão da propriedade no programa de regularização fundiária de
imóveis rurais de domínio público na Amazônia Legal. Em outras palavras, a União
deve utilizar-se de todos os meios para assegurar a devida proteção ambiental e a
concretização dos propósitos da norma, para somente então ser possível a dispensa
da vistoria prévia como condição para inclusão da propriedade no programa de
regularização fundiária de imóveis rurais de domínio público na Amazônia Legal. STF.
(Info 882).

SERVIDÃO ADMINISTRATIVA: O compartilhamento de infraestrutura de estação


rádio base de telefonia celular por prestadoras de serviços de telecomunicações de
interesse coletivo caracteriza servidão administrativa, não ensejando direito à
indenização ao locador da área utilizada para instalação dos equipamentos. O direito
de uso previsto no art. 73 da Lei nº 9.472/97 constitui-se como servidão
a l
io n
administrativa instituída pela lei em benefício das prestadoras de serviços de
telecomunicações de interesse coletivo, constituindo-se direito real, de natureza
a c
pública, a ser exercido sobre bem de propriedade alheia, para fins de utilidade

u c ER
pública, instituído com base em lei específica. Ex: João possui um terreno na beira da
d IL
estrada. Ele celebrou contrato de locação com a Embratel permitindo que a empresa
E M
e
instalasse, em seu imóvel, uma torre e uma antena de telecomunicações. Alguns
rt RO
meses depois, a Embratel permitiu que a TIM compartilhasse de sua infraestrutura.
p o OR
João ajuizou ação de indenização alegando que o contrato de locação proíbe que a

S C 41- m u H 89
locatária faça a sublocação do imóvel para outra empresa. Ele não terá direito à
indenização. (Info 614).
um IZ .7 .co
er L U4 ma4 il
DESAPROPRIAÇÃO: Análise da constitucionalidade da MP 2.183-56/2001, que
V O . 0
d R 4 3
alterou o DL 3.365/41 O DL 3.365/41 dispõe sobre desapropriações por utilidade
g
A PE D 0 er@
pública. Veja o que diz o art. 15-A, que foi incluído pela MP 2.183-56/2001:
l
“Art. 15-A No caso de imissão prévia na posse, na desapropriação por necessidade
mi
ou utilidade pública e interesse social, inclusive para fins de reforma agrária,
p lc
havendo divergência entre o preço ofertado em juízo e o valor do bem, fixado na
sentença, expressos em termos reais, incidirão juros compensatórios de até seis por
cento ao ano sobre o valor da diferença eventualmente apurada, a contar da imissão
na posse, vedado o cálculo de juros compostos.
§ 1º Os juros compensatórios destinam-se, apenas, a compensar a perda de renda
comprovadamente sofrida pelo proprietário.
§ 2º Não serão devidos juros compensatórios quando o imóvel possuir graus de
utilização da terra e de eficiência na exploração iguais a zero.
§ 3º O disposto no caput deste artigo aplica-se também às ações ordinárias de
indenização por apossamento administrativo ou desapropriação indireta, bem assim
às ações que visem a indenização por restrições decorrentes de atos do Poder
Público, em especial aqueles destinados à proteção ambiental, incidindo os juros
sobre o valor fixado na sentença.
§ 4º Nas ações referidas no § 3º, não será o Poder Público onerado por juros
compensatórios relativos a período anterior à aquisição da propriedade ou posse
titulada pelo autor da ação.”
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O STF analisou a constitucionalidade do art. 15-A do DL 3.365/41 e chegou às
seguintes conclusões:
1) em relação ao “caput” do art. 15-A do DL 3.365/41:
1.a) reconheceu a constitucionalidade do percentual de juros compensatórios no
patamar fixo de 6% ao ano para remuneração do proprietário pela imissão
provisória do ente público na posse de seu bem;
1.b) declarou a inconstitucionalidade do vocábulo “até”;
1.c) deu interpretação conforme a Constituição ao “caput” do art. 15-A, de maneira
a incidir juros compensatórios sobre a diferença entre 80% do preço ofertado em
juízo pelo ente público e o valor do bem fixado na sentença;
2) declarou a constitucionalidade do § 1º do art. 15-A, que condiciona o pagamento
dos juros compensatórios à comprovação da “perda da renda comprovadamente
sofrida pelo proprietário”;
3) declarou a constitucionalidade do § 2º do art. 15-A, afastando o pagamento de
juros compensatórios quando o imóvel possuir graus de utilização da terra e de
eficiência iguais a zero;
4) declarou a constitucionalidade do § 3º do art. 15-A, estendendo as regras e
a l
5) declarou a inconstitucionalidade do § 4º do art. 15-A;
io n
restrições de pagamento dos juros compensatórios à desapropriação indireta.

a c
6) declarou a constitucionalidade da estipulação de parâmetros mínimo (0,5%) e

u c ER
máximo (5%) para a concessão de honorários advocatícios e a inconstitucionalidade
d IL
da expressão “não podendo os honorários ultrapassar R$ 151.000,00 (cento e
E M
e
cinquenta e um mil reais)” prevista no § 1º do art. 27. STF. Plenário. ADI 2332/DF,
rt RO
Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 17/5/2018 (Info 902).
p o OR
S C 41- m u H 89
um IZ .7 .co
V O er L
.
U
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4
4 ma il
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
 Servidão

mi Requisição

FORMAS DE p lc Ocupação temporária


INTERVENÇÃO  Limitação administrativa
DO ESTADO NA  Tombamento
PROPRIEDADE  Desapropriação
PRIVADA

ANO: 2018 BANCA: FCC ÓRGÃO: DPE-MA

A desapropriação para fins de reforma agrária:


A) pode ser realizada por qualquer dos entes federados, a fim
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QUESTÃO: de promover a justa distribuição de terras.
INTERVENÇÃO B) depende de prévia indenização em dinheiro em valores
DO ESTADO referente à área desapropriada e às benfeitorias úteis e
necessárias.
C) se destina aos imóveis urbanos ou rurais que não estejam
cumprindo com a sua função social.
D) pode incidir sobre a média ou a grande propriedade rural,
bastando que sejam improdutivas.
E) isenta as operações de transferência do imóvel
desapropriado de impostos federais, estaduais e municipais

GABARITO: E

COMENTÁRIOS:
a, b e c) Errado. CF, Art. 184. Compete à União desapropriar por
interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que
l
não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa
a
indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de
io n
preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte
a c
anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização

u c ER
será definida em lei. § 1º As benfeitorias úteis e necessárias
serão indenizadas em dinheiro.
E M d IL
e
d) Errado. CF, Art. 185. São insuscetíveis de desapropriação para
rt RO
fins de reforma agrária: I - a pequena e médiapropriedade rural,
p o OR
assim definida em lei, desde que seu proprietário não possua

S C 41- m
outra; u H 89
e) Correto. CF, Art. 184, § 5º São isentas de impostos federais,
um IZ .7 .co
er L
estaduais e municipais as operações de transferência de imóveis
U 4 il
4 ma
desapropriados para fins de reforma agrária.

d V R O
4 3 . 0 g
A PE D 0 er@
Apesar de constar o termo "isentas" na redação do artigo, trata-
l
se de hipótese de imunidade tributária, pois prevista na
mi
Constituição Federal.
p lc
Além do capítulo específico na CF, a desapropriação para fins de
reforma agrária foi regulamentada pela LC 76/93 e pela Lei nº
8.629/93.

FCC – DPE-SC – 2017 -O tombamento é um instituto do direito


administrativo brasileiro, sendo que a seu respeito é correto
concluir que

a) o Poder Judiciário é o que tem a missão de desfazer o


tombamento, quando for o caso.
b) o bem tombado é bem que pode ser livremente
transacionado, não aplicando-se ao Estado o direito de
preferência.
c) o tombamento será considerado provisório ou
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definitivo, conforme esteja o respectivo processo iniciado pela
notificação ou concluído pela inscrição dos bens.
d) o tombamento pode ser voluntário ou compulsório,
naquele o agente consente com o tombamento, neste o
instituto depende de intervenção judicial.
e) não há tombamento instituído pelo texto
constitucional.
Fundamento: art. 10 do DL 25/1937: O tombamento dos
bens, a que se refere o art. 6º desta lei, será considerado
provisório ou definitivo, conforme esteja o respectivo
processo iniciado pela notificação ou concluído pela inscrição
dos referidos bens no competente Livro do Tombo.

Alternativa correta: C

a l
io n
a c
u c ER
E M d IL
e
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p o OR
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l
mi
p lc

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ALEXANDRINO, Marcelo. RESUMO DE DIREITO ADMINISTRATIVO
DESCOMPLICADO. 7 ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2014.

CARVALHO FILHO, José dos Santos. MANUAL DE DIREITO ADMINSITRAVO. 30 Ed.


São Paulo: Atlas, 2016. a l
io n
a c
CARVALHO, Matheus. MANUAL DE DIREITO ADMINSITRAVO. 3 ed. Salvador:
JusPODIVM, 2016. u c ER
E M d IL
e
rt RO
OLIVEIRA, Rafael Carvalho Rezende. CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO. 5 ed.
o OR
Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2017.
p
S C 41- m u H 89
PIETRO, Maria Sylvia Zanella Di. DIREITO ADMINISTRATIVO. 31. ed. rev. atual e
um IZ .7 .co
er L
ampl. – Rio de Janeiro: Forense, 2018.
U4 ma4 il
d V R O
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APRESENTAÇÃO

Caro(a) Aluno(a),

A preparação para concursos públicos exige profissionalismo, métrica e estratégia.


Cada minuto despendido deve ser bem gasto! Por isso, uma preparação direcionada,
focada nos pontos com maior probabilidade de cobrança no seu certame, pode
representar a diferença entre aprovação e reprovação.

Ciente disso, a Ad Verum Suporte Educacional, empresa do Grupo CERS ONLINE,


concebeu o curso INTELIGÊNCIA PDF – Defensoria Pública Estadual, que tem por
premissa fundamental “atacar” os pontos nucleares de cada matéria, com vistas à
antecipação dos temas com maiores chances de cobrança em sua prova.

Fazer isso não é tarefa fácil! É necessário um árduo esforço de pesquisa, levando-se
em consideração fatores como banca examinadora e respectivos membros (sempre
a l
io n
que possível), retrospecto do concurso, incidência temática de cada disciplina,
momento da economia do país, dentre tantos outros, aliados a experiência de

a c
Professores de projeção nacional, com larguíssima experiência na análise do perfil dos
mais diferentes certames públicos.
u c ER
E M d IL
Para tornar tudo isso uma realidade, a Ad Verum investiu muito em seu Método de
e
rt RO
Aceleração de Aprendizagem (MAVAA). Hoje, contamos com um SETOR DE
o OR
INTELIGÊNCIA, responsável por ampla coleta de dados e informações das mais
p
S C 41- m u H 89
diferentes fontes relacionadas ao universo de cada concurso, de modo a, a partir do
processamento dos dados coletados, oferecer aos seus alunos uma experiência
m IZ .7 .co
diferenciada quando comparada a tudo que ele conhece em matéria de preparação
u
V O er L
para carreiras públicas.
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Racionalizar o estudo do aluno é mais que um objetivo para Ad Verum, trata-se de
4
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uma obsessão. 0 er@
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Bom estudo! p lc

Francisco Penante

CEO Ad Verum Suporte Educacional

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SÚMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 5
1.1 Princípios basilares do Código Civil de 2002 ...................................................... 5
2. LEI DE INTRODUÇÃO AO CÓDIGO CIVIL .................................................................. 9
3. DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE ...................................................................... 18
3.1 Formas de proteção dos direitos da personalidade ............................................. 20
3.2 Capacidade ............................................................................................................ 21
3.3 Direitos da Personalidade ..................................................................................... 26
3) AUSÊNCIA ............................................................................................................... 37
4) PESSOAS JURÍDICAS ............................................................................................... 39
5)
l
NEGÓCIO JURÍDICO ................................................................................................ 44
a
5.1.
n
Elementos acidentais do negócio jurídico ....................................................... 45
io
5.2.
a c
Manifestação de vontade ................................................................................ 46
5.3.
u c ER
Dos defeitos do negócio jurídico ..................................................................... 46
5.4. E M d IL
Da invalidade do negócio jurídico .................................................................... 49
e
rt RO
6.
o OR
PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA .................................................................................. 54
p
7. u H 89
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES .................................................................................... 65
S C 41- m
7.1.
um
Modalidades de obrigações ............................................................................. 65
IZ .7 .co
7.2.
er L U 4 il
Da transmissão das obrigações........................................................................ 68
V O . 0 4 ma
7.3.
d R 3 g
Pagamento e extinção das obrigações ............................................................ 69
4
7.4. A PE D 0 er@
Inadimplemento das obrigações ..................................................................... 70
l
8. mi
CONTRATOS............................................................................................................ 82
8.1. p lc
Disposições gerais ............................................................................................ 88
8.2. Contratos em espécie ...................................................................................... 89
8.3. Outros contratos e Jurisprudência................................................................... 92
9. RESPONSABILIDADE CIVIL .................................................................................... 109
9.1. Súmulas e jurisprudência sobre o tema ........................................................ 112
10. DIREITO DAS COISAS ......................................................................................... 124
10.1. Posse .............................................................................................................. 124
10.2. Propriedade ................................................................................................... 126
10.3. Direito real de laje (sobrelevação) ................................................................. 131
11. DIREITO DE FAMÍLIA ......................................................................................... 142

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11.1. Casamento ..................................................................................................... 143
11.2. Filiação ........................................................................................................... 148
12. ESTATUTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA E TOMADA DE DECISÃO APOIADA.....
...........................................................................................................................159
13. DIREITO DAS SUCESSÕES .................................................................................. 162
BIBLIOGRAFIA............................................................................................................... 178

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um IZ .7 .co
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1. INTRODUÇÃO

Ao fazer uma pesquisa das últimas provas objetivas de Direito Civil para o cargo
de Defensoria Pública, chega-se à conclusão de que normalmente a fórmula cobrada
pelas bancas é: texto da lei seca + jurisprudência. Não há um aprofundamento teórico
muito amplo. Sendo assim, iremos apresentar, neste trabalho, os principais assuntos
cobrados, para que o aluno tenha atenção especial a eles. Todavia, lembrem-se da
fórmula apresentada e, acompanhando constantemente os informativos do STF e STJ,
combinando com as súmulas e a leitura da lei, as chances de êxito nesta disciplina são
altas.

1.1 Princípios basilares do Código Civil de 2002

O Código Civil de 2002 foi criado com o objetivo de superar o modelo trazido pelo
Código de 1916, baseado na “Era dos Direitos” e que buscava um direito que pudesse
solucionar cada situação jurídica possível, com preocupação de viés individualista.
a l
io
Sendo assim, no sentido da constitucionalização do Direito Civil, com an
c
influência direta dos princípios expressos na CF/88, o Código de 2002 se baseou em
a
três pilares básicos (diretrizes):
u c ER
E M d IL
1) Eticidade: que tem como corolário o princípio da boa-fé objetiva, estabelece que
e
rt RO
as relações jurídicas devem ser pautadas pela ética e pela lealdade. As partes
o OR
devem atuar de boa-fé em todas as fases da relação, desde a negociação até a
p
S C 41- m u H 89
fase de execução. São 3 as funções desta diretriz: função de interpretação (art.
113, do CC)1, função de controle (art. 187, do CC)2, função de
m Z .7 .co
integração/prestação (art. 422, do CC)3.
u I
V er L
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U
4 ma 4 il
2) Sociabilidade: superação do modelo individualista nas relações, de modo que
O .
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todas elas devem ser voltadas aos pilares do convívio comum, prevalecendo os
A PE D 0 er@
valores coletivos aos individuais e respeitando-se os direitos fundamentais dos
l
seres humanos.
mi
p lc
3) Operabilidade: é a simplificação do Direito Civil. Todas as situações devem
possuir uma solução e as normas devem ser viáveis, de fácil operabilidade, como
as cláusulas abertas, que possibilitam uma ampliação do conteúdo da norma, a fim
de serem aplicadas aos casos apresentados. O direito, pois, não é mais a norma
fechada, aplicada exatamente ao caso descrito pela lei, mas disciplina de
interpretação, que concede ao aplicador da lei o poder de interpretar a norma
mais adequada à situação concreta, mantendo-se a completude do sistema.

1
Art. 113 do CC: “Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos
do lugar de sua celebração”.
2
Art. 187 do CC: “Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede
manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos
bons costumes”.
3
Art. 422 do CC: “Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato,
como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé”.

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Ano: 2012. Banca: FCC. Órgão: DPE-PR

Acerca das diretrizes regentes e estruturantes do processo


de codificação do Código Civil de 2002, fundadas no
QUESTÃO 1: pensamento culturalista de Miguel Reale, é INCORRETO
PRINCÍPIOS afirmar:
NORTEADORES DO
CÓDIGO CIVIL a) A sistematicidade norteou a concepção de
inseparabilidade do Código Civil com as demais normas do
ordenamento jurídico, o que se verifica na forma de
a l
definição dos juros legais.

io n
a c
b) A operabilidade determinou a adoção de soluções

u c ER
normativas para a facilitação da interpretação, aplicação e

E M d IL
adaptação do Direito, o que se verifica na adoção das
normas abertas como técnica legislativa.
e
rt RO
p o OR
c) A socialidade implicou na funcionalização dos modelos

S C 41- m u H 89
jurídicos, fazendo prevalecer os valores coletivos sobre os
individuais, sem que sejam desconsiderados os valores

um IZ .7 .co
inerentes à pessoa, o que se verifica na previsão do instituto

V O er L
.
U 4
4 ma il
do abuso de direito.
0
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
d) A eticidade provocou a opção antropocêntrica da
codificação civil, implicando na prevalência de critérios
mi
éticos sobre os de natureza formal, o que se verifica nos
p lc
institutos da lesão e do estado de perigo.

e) A igualdade formal determinou o tratamento igualitário


dos sujeitos de direitos e o afastamento de regimes
tutelares, o que se verifica no afastamento de um regime de
proteção dos incapazes, presentes na anterior codificação
civil.
_________________________________________________
GABARITO COMENTADO:

INCORRETA: Letra E - A alternativa não condiz com as


normas estabelecidas no Código Civil de 2002, notadamente
na época de sua elaboração. Isto porque o texto inicial dos
artigos 3º e 4º estabelecia os sujeitos que eram considerados
absoluta e relativamente incapazes. Com o advento do

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Estatuto da Pessoa com Deficiência, o rol foi alterado, para
diminuir a abrangência da incapacidade. Porém, não houve
uma equiparação dos sujeitos, em um sentido de
desproteger os incapazes.

Em diversos artigos do código, a proteção é presente,


notadamente quanto aos absolutamente incapazes, que
atualmente são apenas os menores de 16 anos. Talvez, hoje
a alternativa estivesse relativamente correta, se observados
os direitos da pessoa com deficiência, que, de fato, são
tratadas de forma isonômica aos demais indivíduos, porém,
em casos excepcionais, ainda existem normas que protegem
seus interesses, levando-se em consideração as suas
peculiaridades.

CORRETAS: A, B, C e D - As alternativas serão comentadas de

a l
forma conjunta, pois elas se relacionam ao que é chamado
n
pela doutrina como tridimensionalismo cultural de Miguel
io
c
Reale. Ao elaborar o Código Civil de 2002, o objetivo era a
a
c ER
superação do modelo de direito individual, prezando pela
u
E M d IL
ética, boa-fé e aplicação das normas fundamentais ao direito
civil, em uma verdadeira filtragem constitucional.
e
rt RO
o OR
O autor propôs então, três princípios para serem base ao
p
S C 41- m u H 89
novo projeto: eticidade (boa-fé nas relações), socialidade
(superação do modelo individual, prezando pelos valores

um Z .7 .co
coletivos) e operabilidade (valorização de cláusulas gerais
I
V er L U 4
da lei).
O . 0
il
como forma de dar margem de interpretação ao aplicador
4 ma
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
A sistematicidade, abordado pela letra A, é pouco estudada
l i
e normalmente não é citada como princípio norteador do
m
p lc
código civil, mas, com base no texto da questão, tendo em
vista o erro da alternativa E, a letra A poderia ser
considerada correta, por exclusão, caso o candidato não
conhecesse o princípio.

Ano: 2016 Banca: FCC Órgão: DPE-ES Prova: FCC - 2016 -


DPE-ES - Defensor Público

Direito Civil e Empresarial


Darei apenas um exemplo. Quem é que, no Direito Civil
brasileiro ou estrangeiro, até hoje, soube fazer uma
distinção, nítida e fora de dúvida, entre prescrição e
decadência? Há as teorias mais cerebrinas e bizantinas para
se distinguir uma coisa de outra. Devido a esse contraste de

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idéias, assisti, uma vez, perplexo, num mesmo mês, a um
Tribunal de São Paulo negar uma apelação interposta por
mim e outros advogados, porque entendia que o nosso
direito estava extinto por força de decadência; e, poucas
semanas depois, ganhávamos, numa outra Câmara, por
entender-se que o prazo era de prescrição, que havia sido
interrompido! Por isso, o homem comum olha o Tribunal e
fica perplexo. Ora, quisemos pôr termo a essa perplexidade,
de maneira prática, porque o simples é o sinal da verdade, e
não o bizantino e o complicado. Preferimos, por tais
motivos, reunir as normas prescricionais, todas elas,
enumerando-as na Parte Geral do Código. Não haverá
dúvida nenhuma: ou figura no artigo que rege as prescrições,
ou então se trata de decadência. Casos de decadência não
figuram na Parte Geral, a não ser em cinco ou seis hipóteses
em que cabia prevê-la, logo após, ou melhor, como
complemento do artigo em que era, especificamente,
a l
aplicável.
io n
a c
c ER
(REALE, Miguel. O projeto de Código Civil: situação atual e
u
11-12).
E M d IL
seus problemas fundamentais. São Paulo: Saraiva, 1986. p.

e
rt RO
o OR
Essa solução adotada no Código Civil de 2002 se vincula
p
S C 41- m u H 89
A) à diretriz fundamental da socialidade.

um Z .7 .co
B) à abolição da distinção entre prescrição e
I
V er L
O
U 4
0
il
decadência.
4 ma
C) à diretriz fundamental da eticidade, evitando
.
d R 4 3 g
soluções juridicamente conflitantes.
A PE D 0 er@
D) ao princípio da boa-fé objetiva, que garante a
l
mi
obtenção do julgamento esperado pelo

p lc
jurisdicionado.
E) à diretriz fundamental da operabilidade, evitando
dificuldades interpretativas.
GABARITO: E.

PARADIGMAS DO CC/2002

Operabilidade: estabelecer soluções normativas de modo a


facilitar sua aplicação e interpretação pelo operador do
Direito

Eticidade: tábua axiológica baseada em valores éticos, de


probidade e de boa-fé

Socialidade: superação do modelo individualista do CC/16;

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consagração da função social da posse, da propriedade, dos
contratos, da empresa, da família etc.

2. LEI DE INTRODUÇÃO AO CÓDIGO CIVIL

A Lei n.º 12.376/2010 (LINDB) é uma regra de superdireito ou sobredireito, ou


seja, contém normas que definem a aplicação de outras normas. A LINDB preocupa-se
com a própria norma jurídica, sendo essa o seu o objeto de estudo. Assim, dirige-se a
todos os ramos do direito, salvo naquilo que for regulado de forma diferente na
legislação específica. É, ainda, o Estatuto do Direito Internacional Privado (conjunto de
normas internas de um país, instituídas especialmente para definir se a determinado
caso se aplicará a lei local ou a lei de um Estado estrangeiro).

Aqui vamos abordar os principais dispositivos cobrados em provas sobre a


LINDB.

PRINCIPAIS DISPOSITIVOS COBRADOS SOBRE A LINDB


a l
io
A lei passa a vigorar no território n
c
brasileiro, quando não possui vacatio
a
c ER
legis determinada, no prazo de 45 dias
u
E M d IL
após a sua publicação. Nos Estados
estrangeiros, passa a vigorar após três
e
rt RO
meses depois de oficialmente publicada,

p o OR
quando admitida.
VIGÊNCIA DAS NORMAS
S C 41- m u H 89
Se após a publicação de uma lei, antes

um IZ .7 .co de esta entrar em vigor, acontecer uma

V O er L
. 0
U4 ma4 il nova publicação, para correção, o prazo
começará a correr a partir desta
d R 4 3 g publicação. Se a lei já estiver em vigor, a
A PE D 0 er@
l
correção será considerada como LEI

mi NOVA.

p lc
PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE DAS
A lei posterior revoga a anterior,
quando expressamente o declare,
NORMAS quando seja com ela incompatível, ou
quando regule inteiramente a matéria
que tratava a lei anterior.
Fenômeno legislativo, pelo qual há a
entrada novamente em vigor de uma
norma efetivamente revogada, pela
REPRISTINAÇÃO revogação da norma que a revogou. De
acordo com a LINDB, tal efeito apenas é
permitido se expressamente declarado.
Não há a incidência automática de
repristinação.
≠ EFEITO REPRISTINATÓRIO!
A lei será revogada por outra, valendo,

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no direito brasileiro, o princípio da
REVOGAÇÃO continuidade, salvo no caso de leis
temporárias, pois já são criadas para
vigorarem em certo período de tempo.
Ab-rogação: revogação total (absoluta)
da lei.
Derrogação: revogação parcial da lei.
Ninguém pode se escusar com
cumprimento da lei alegando o seu
desconhecimento., mas esta é uma
PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE DAS presunção relativa. A regra é a vedação
NORMAS à alegação do Erro de Direito, mais
comum no âmbito do Direito Penal.
No entanto, no Direito Civil, o art. 1561,
do CC/2002, previu o casamento
putativo. Outro exemplo é o art. 139, III,

a l
do CC/2002 , que prevê o erro de direito

io
como um vício de vontade. n
c
Analogia, costumes e princípios gerais
a
do direito.
u c ER
E M d IL
Integração = colmatação.
e
rt RO
p o OR Essa é uma ordem hierárquica,

Su H -89
TÉCNICAS DE INTEGRAÇÃO DA LEI preferencial.

m Z C 41 om 1) Analogia: colmatação de uma


r u U I 4 .7 il.c situação não prevista em lei, através
e
V RO 43. gm L 4 0 a de outra já prevista.
d
A ED 0 r@
a) Analogia legis: é a comparação
entre uma situação não tratada
P i le em lei com outra tratada em lei

p lcm específica.
b) Analogia juris: é a comparação
entre uma situação não prevista
em lei, com o sistema jurídico
como um todo.

2) Costumes: secundum legem (com


previsão na lei, por isso não é
integração), contra legem, praeter
legem (este é o mecanismo de
integração da norma).

3) Princípios gerais : não lesar a


ninguém, dar a cada um o que é
seu, viver honestamente.

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EQUIDADE Apenas nos casos previstos em lei .
INTERPRETAÇÃO DA NORMA Fins sociais e exigências do bem comum
A lei em vigor possui efeito imediato e
geral, respeitando o ato jurídico perfeito,
o direito adquirido e a coisa julgada.
Ato jurídico perfeito: já consumado
segundo a lei vigente ao tempo em que
se efetuou o ato.
Direito adquirido: consideram-se
PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DA adquiridos os direitos que o titular, ou
LEI alguém por ele, possa exercer
imediatamente.
Coisa julgada: decisão judicial de que já
não caiba recurso.

ATENÇÃO: Regra de Direito


a
Intertemporal (art. 2.035, do CC). l
io n
Existência e validade de um negócio
c
jurídico: lei em vigor à época da
a
celebração.
u c ER
E M d IL
Eficácia: norma atual.
Territorialidade é a regra geral, mas é
e
rt RO
mitigada, pois, em alguns casos, admite-

p o ORse a aplicação da legislação estrangeira,


APLICAÇÃO DA NORMA NO ESPAÇO
S C 41- m u H 89 ou a legislação brasileira em país
estrangeiro .

um IZ .7 .co
V Oer L U
. 0
4
4 il
ATENÇÃO: Estatuto Pessoal: Lei do
m a da pessoa (não é onde
domicílio
d R 4 3 gnasceu). Cuida da personalidade, nome,
A PE D 0 er@ capacidade e direito de família.
mil CASAMENTO: quando os nubentes

plc tiverem domicílios diversos, as normas


sobre impedimentos matrimoniais e
regime de bens, observarão a lei do
primeiro domicílio conjugal.
As obrigações se qualificam e regem pela
lei do país em que são constituídas.
É competente a autoridade judiciária
brasileira, quando o réu for domiciliado
no Brasil ou aqui tiver que ser cumprida
a obrigação.
Situações específicas:
ESTATUTO PESSOAL Bens imóveis: lei do lugar onde
estiverem situados.
Bens móveis e penhor: lei do domicílio
do titular.

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Contratos: o lugar do contrato é o de
residência do proponente.
Lei sucessória mais favorável: no caso
de falecimento de estrangeiro que deixa
herdeiro brasileiro, aplica-se a lei
sucessória mais favorável ao herdeiro
brasileiro.

Vamos resumir, rapidamente, a evolução do Direito Civil:

Code de France de 1804, Revolução Francesa, divisão entre Direito Público e

l
Privado, onde estava um, não poderia estar o outro. + O Código Civil da Alemanha o
a
sunt servanda). São as influências do Código Civil de 1916.
io n
BGB, em 1896. Ambos individualistas e patrimonilistas (propriedade privada e pacta

a c
u c ER
Direito Civil – Constitucional = Constitucionalização do Direito Civil. Não há mais

E M d IL
aquela separação rígida entre o público e o privado. O Direito Civil passou por uma
releitura, à luz dos princípios constitucionais, valores fundamentais, como a
e
rt RO
dignidade da pessoa humanda, a igualdade material (substancial), a solidariedade
p o OR
social, ou seja, trata-se de uma releitura axiológica. É o que chamamos de filtragem
constitucional.
S C 41- m u H 89
um IZ .7 .co
Constitucionalização do Direito Civil x Publicização do Direito Civil: a
er L U4 ma4 il
constitucionalização é o que falamos acima, isto é, a compreensão de qualquer
V O . 0
instituto do Direito Civil à luz da Constituição (eficácia irradiante). Já a Publicização
d R 4 3 g
A PE D
do Direito Civil, também chamada de Dirigismo Contratual, que é a presença do
0 er@
l
Poder Público na relação privada, quando há algum desequilíbrio entre as partes,
mi
como é o caso do Direito do Trabalho e das relações de consumo, para garantir a
isonomia na relação.
p lc
ATENÇÃO! ATUALIZAÇÃO LEGISLATIVA!
A Lei 13.655/2018 veio para adicionar alguns dispositivos legais à redação
original da LINDB, trazendo normas sobre segurança jurídica e eficiência na criação e
na aplicação do direito público.

A Lei nº 13.655/2018 incluiu na LINDB os arts. 20 a 30 prevendo regras sobre


segurança jurídica e eficiência na criação e na aplicação do direito público. Vale
ressaltar que o art. 25 foi vetado.

A interpretação dos arts. 20 a 30, portanto, deve ser a de que eles se aplicam
para temas de direito público, mais especificamente para matérias de Direito
Administrativo, Financeiro, Orçamentário e Tributário.

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Tais regras não se aplicam, portanto, para temas de direito privado. Apesar
disso, importante ficar atento à tal alteração para fins de prova, para não ser pego de
surpresa! ;)

Ano: 2017. Banca: FCC. Órgão: DPE-PR


QUESTÃO 2: LINDB
Com base no Decreto-Lei n° 4.657/1942 − Lei de Introdução às
normas do Direito Brasileiro − LINDB, é correto afirmar:

a) As correções de texto, de qualquer natureza, ocorridas após


a publicação da lei, não interferem no termo a quo de sua
a
vigência, na medida em que não se consideram lei nova porl
não alterar seu conteúdo.
io n
a c
c ER
b) A despeito de ser executada no Brasil, a lei brasileira não
u
E M d IL
será aplicada quando a obrigação for constituída fora do país,
pois, para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do
e
rt RO
país em que se constituírem.

p o OR
S C 41- m u H 89
c) Os direitos de família são determinados pela lei do país em
que domiciliada a pessoa. No caso de nubentes com domicílio

um IZ .7 .co
diverso, a lei do primeiro domicílio conjugal regerá tanto os

V O er L
.
U
0
4
4 ma il
casos de invalidade do matrimônio quanto o regime de bens.

d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
d) Quando a lei estrangeira for aplicada a demanda judicial no
Brasil, ter-se-á em vista somente os dispositivos invocados
mi
pelas partes, inclusive eventuais remissões a outras leis.

p lc
e) Compete exclusivamente à autoridade judiciária estrangeira
processar e julgar as ações cujo réu possua domicílio no
exterior ou cuja obrigação lá tenha de ser cumprida, ainda que
versadas sobre bens imóveis situados no Brasil.
__________________________________________________
GABARITO COMENTADO:
CORRETA: Letra C - A alternativa levou em consideração as
disposições do artigo 7º, §§ 3º e 4º, que tratam da aplicação da
lei em relação ao casamento e regime de bens. Assim, não há
muito o que se destacar, tendo em vista que a questão cobrou
o texto literal do artigo. O que o candidato deve ter atenção é
que, em caso de os cônjuges terem domicílios diversos, a lei
que se aplicará às questões matrimoniais é a do primeiro
domicílio do casal.

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INCORRETAS:
A) a alternativa está errada, tendo em vista que as correções a
texto de lei interferem no termo a quo para a sua vigência,
conforme dispõe o artigo 1º, §§ 3º e 4º, da LINDB. Assim, se a
correção ocorrer antes da entrada em vigor da lei nova, a
vacatio legis começa a correr da data da correção do texto. Se
a correção for feita após a publicação da lei, está será
considerada lei nova.

B) Mesmo que a obrigação seja constituída fora do Brasil,


aplica-se a lei brasileira quando no Brasil ela tiver que ser
cumprida, conforme artigo 9º, da LINDB. Errada, portanto, a
questão.

D) Nesta questão, o examinador buscou eliminar os candidatos

a
que não leem a alternativa até o final. Apenas o fim da l
n
alternativa está incorreto, já que não se consideram as
io
c
remissões feitas a outra lei, quando a parte invoca dispositivo
a
c ER
de lei estrangeira, artigo 16, da LINDB. Atenção aos termos
u
E M d IL
inclusive e salvo, pois recorrentemente são trocados em
alternativas relativamente fáceis, mas que na prova passam
desapercebidas. e
rt RO
p o OR
S C 41- m u H 89
E) É de competência absoluta da autoridade judiciária brasileira
o julgamento de ações relativas a bens imóveis situados no
m Z .7 .co
Brasil. Assim, errada a questão, pois contraria a norma
u I
V er L
O
U
.
4
0
il
expressa no artigo 12, § 1º, da LINDB.
4 ma
d R 3 g
Ano: 2017. Banca: CESPE. Órgão: DPE-AL. Prova: Defensor
4
A PE D 0 er@
Público
l
mi
p lc
Em 1.º/1/2017, Lúcio, que era brasileiro e casado sob o regime
legal com Maria, também brasileira, ambos residentes e
domiciliados em um país asiático, faleceu. Lúcio deixou dois
filhos como herdeiros, Vanessa e Robson, residentes e
domiciliados no Brasil, e os seguintes bens a inventariar: a casa
em que residia no exterior, uma casa no Brasil e dois
automóveis, localizados no exterior. O casamento de Lúcio e
Maria foi celebrado no Brasil. Antes do casamento, ele residia e
era domiciliado no Brasil, ao passo que ela residia e era
domiciliada em um país africano. O primeiro domicílio do casal
foi no exterior.

Considerando essa situação hipotética, assinale a opção


correta.

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a) A lei brasileira regulará a capacidade para suceder de
Vanessa e Robson.
b) Aplica-se a lei brasileira quanto ao regime de bens do
casal.
c) As regras sobre a morte de Lúcio são determinadas pela
lei brasileira.
d) Aplica-se a lei brasileira quanto à regulação das relações
concernentes a todos os bens de Lúcio.
e) A sucessão de Lúcio obedecerá à lei brasileira.
___________________________________________________
GABARITO: A. Questão de letra de lei. Vamos fazer uma
revisão que responde todas as alternativas.

BENS IMÓVEIS: Lei do local onde estiver situado.


a l
io n
BENS MÓVEIS QUE A PESSOA TRAZ CONSIGO ou se
a c
c ER
destinarem ao transporte para outros lugares: Lei do
u
domicílio do proprietário.
E M d IL
e
rt RO
PENHOR: regula-se pela lei do domicílio da pessoa que tiver a
o OR
posse da coisa empenhada.
p
S C 41- m u H 89
OBRIGAÇÕES: Para qualificar e reger as obrigações aplica-se a
m Z .7 .co
lei do país em que se constituírem.
u I
V er L U 4
0
il
4 ma
LUGAR DO CONTRATO: Reputa-se constituído no local em
O .
d R 3 g
residir o PROPONENTE.
4
A PE D 0 er@
l i
DIREITOS DAS SUCESSÕES: Por morte ou ausência, aplica-se a
m
p lc
lei em que era domiciliado o defunto ou o desaparecido,
qualquer que seja a natureza ou a situação dos bens. A
sucessão de estrangeiro de bens localizados no Brasil, será
regulada pela lei brasileira, sempre que não lhe seja mais
favorável a lei pessoal do de cujus.

CAPACIDADE PARA SUCEDER: A lei do domicílio do herdeiro ou


legatário.

Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-AM Prova: FCC - 2018 - DPE-
AM - Defensor Público - Reaplicação

Fátima Aparecida, brasileira, viaja a Las Vegas, a passeio. Vai a

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um cassino, no qual perde no jogo valor em dólares
equivalente a R$ 20.000,00. Volta ao Brasil sem pagar a dívida
e é acionada judicialmente. Considerada a legalidade da
cobrança no país estrangeiro, aplica-se a lei

A) brasileira, por ser a devedora aqui domiciliada, analisando-


se somente o conceito de obrigação natural da dívida de jogo
para ser ou não eficaz para a cobrança.

B) brasileira, pela inexistência de previsão de cabimento de leis


estrangeiras às obrigações, ainda que constituídas fora do país.

C) norte-americana, por se tratar de atividade legal naquele


país, examinando-se no Brasil somente os aspectos formais da
constituição da obrigação, para ser eficaz a cobrança judicial
em nosso país.

a l
D) norte-americana, no tocante ao direito material, uma vez
io n
que a obrigação foi constituída nos Estados Unidos,
a c
examinando-se sua compatibilidade ou não com a lei brasileira
u c ER
no exame dos conceitos de ordem pública, soberania e bons
costumes.
E M d IL
e
rt RO
p o OR
E) brasileira, porque aplicar-se a lei estrangeira para obrigações
contraídas por cidadã brasileira infringiria a soberania nacional
S C 41- m u H 89
e os bons costumes.

um IZ .7 .co
er L U il
GABARITO: D
4 4 ma
d V R O 3 . 0 g
COMENTÁRIO: A cobrança de dívida de jogo contraída por
4
A PE D 0 er@
brasileiro em cassino que funciona legalmente no exterior é
l i
juridicamente possível e não ofende a ordem pública, os bons
m
p lc
costumes e a soberania nacional. STJ. 3ª Turma. REsp
1.628.974-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em
13/6/2017 (Info 610).

É juridicamente possível, pois não foi contraída em cassino


ilegal no Brasil, logo não se aplica o art. 814 do CC:

Art. 814. As dívidas de jogo ou de aposta não obrigam a pagamento; mas


não se pode recobrar a quantia, que voluntariamente se pagou, salvo se foi
ganha por dolo, ou se o perdente é menor ou interdito.

Por se tratar de dívida contraída licitamente no exterior, deve-


se aplicar, quanto ao direito material, a legislação do país
respectivo, conforme art. 9º da LINDB:

LINDB, Art. 9º Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país

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em que se constituírem.

LINDB, Art. 17. As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer
declarações de vontade, não terão eficácia no Brasil, quando ofenderem a
soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes.

O STJ decidiu que dívida de jogo contraída licitamente no


exterior não ofende...

- a soberania nacional: porque não retira o poder do Brasil em


relação ao seu território nem cria nenhuma forma de
dependência ou subordinação a outros Estados soberanos

- a ordem pública: porque, não se tratando de uma noção


rígida, deve ser avaliado de forma sistemática e considerando a
evolução da sociedade. Assim, existem atualmente no Brasil
diversos jogos de azar legalizados, os quais em nada se
diferenciam dos jogos estimulados nos cassinos. Para o STJ,
a l
io
não há, portanto, uma absoluta incompatibilidade entre a lein
c
do Estado de Nevada, que autoriza os cassinos supervisionados
a
c ER
pelo Estado, com a ordem jurídica vigente no Brasil.
u
E M d IL
- os bons costumes: O meio social e o ordenamento jurídico
e
rt RO
brasileiros não consideram atentatórios aos bons costumes os
o OR
jogos de azar (tanto é que diversos deles são autorizados no
p
S C 41- m u H 89
Brasil, como loterias, raspadinhas, sorteios e corridas de
cavalo). Além disso, o próprio art. 814 do CC, em sua parte
m Z .7 .co
final, afirma que não se pode recobrar a quantia que
u I
V er L U 4
0
il
voluntariamente se pagou a título de dívida de jogo ou aposta.
4 ma
Ora, se fosse contrário aos bons costumes, não haveria essa
O .
d R 4 3 g
regra de irrepetibilidade.
A PE D 0 er@
l i
Fonte: https://www.dizerodireito.com.br/2017/12/e-possivel-
m
lc
que-o-cassino-cobre-no.html
p
Ano: 2017 Banca: CESPE Órgão: DPU Prova: CESPE - 2017 -
DPU - Defensor Público Federal

De acordo com a legislação de regência e o entendimento dos


tribunais superiores, julgue o próximo item.

Uma lei nova, ao revogar lei anterior que regulamentava


determinada relação jurídica, não poderá atingir o ato jurídico
perfeito, o direito adquirido nem a coisa julgada, salvo se
houver determinação expressa para tanto.

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GABARITO: ERRADO.

As garantias relacionadas ao ato jurídico perfeito, o direito


adquirido e a coisa julgada estão expressamente postas na
Constituição Federal (art.5º, inciso XXXVI), logo nenhuma
exceção poderá ser aceita nestes termos.

Exceção: Regime jurídico anterior (jurisprudência consolidada


do STF).

3. DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE

A personalidade é atributo conferido ao ser humano, pelo que se garante a


qualidade de sujeito de direitos, de onde provêm todos os direitos e obrigações a que
se submete o indivíduo. Essa é a perspectiva clássica sobre a personalidade. Contudo,
com o CC de 2002, houve uma releitura da personalidade, devido a essa

a l
constitucionalização do Direito Civil e da despatrimonialização deste, ou ainda o que
n
se chama de repersonificação do Direito Civil. Neste sentido, a personalidade jurídica
io
c
passou a ser considerada uma proteção fundamental, através dos direitos da
a
c ER
personalidade, que são irrenunciáveis, inalienáveis e intransmissíveis.
u
E M d IL
e
rt RO
p o OR
S C 41- m u H 89
Pessoa Jurídica e Personalidade: atributo da elasticidade.

um IZ .7 .co
V er L0
U4 ma4 il
Enunciado 286, Jornada de Direito Civil: “Os direitos da personalidade são direitos
inerentes e essenciais à pessoa humana, decorrentes de sua dignidade, não sendo as
O .
d R 3 g
pessoas jurídicas titulares de tais direitos”.
4
A PE D 0 er@
l
Art. 52, do CC: “Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos
mi
da personalidade”. Elas não têm direitos da personalidade, mas têm direito à
p lc
proteção cabível deles decorrente.
Súmula 227, STJ: A pessoa jurídica pode sofrer dano moral.
Enunciado 189 da III jornada de Direito Civil - Na responsabilidade civil por dano
moral causado à pessoa jurídica, o fato lesivo, como dano eventual, deve ser
devidamente demonstrado.
Direito ao Esquecimento:

Enunciado 531, Jornada de Direito Civil – A tutela da dignidade da pessoa humana


na sociedade da informação inclui o direito ao esquecimento. Artigo: 11 do Código
Civil

Limitação ao direito da personalidade.


Enunciado 4, Jornada de Direito Civil: o exercício dos direitos da personalidade pode

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sofrer limitação voluntária, desde que não seja permanente nem geral.
Enunciado 139 da Jornada de Direito Civil: Os direitos da personalidade podem
sofrer limitações, ainda que não especificamente previstas em lei, não podendo ser
exercidos com abuso de direito de seu titular, contrariamente à boa-fé objetiva e
aos bons costumes.
Outras características dos direitos da personalidade:
- Absolutos: oponíveis erga omnes;
- Inatos;
- Extrapatrimoniais;
- Impenhoráveis;
- Imprescritíveis: os direitos sim, mas a indenização prescreve em 3 anos.

A violação, algumas vezes, aos direitos da personalidade pode ocasionar um dano


a l
n
moral presumido (in re ipsa). Súmula 403 do STJ: Independe de prova do prejuízo a
io
econômicos ou comerciais.
a c
indenização pela publicação não autorizada de imagem de pessoa com fins

u c ER
E M d IL
Enunciado nº 400 da V Jornada de Direito Civil: Os parágrafos únicos dos arts. 12 e

e
20 asseguram legitimidade, por direito próprio, aos parentes, cônjuge ou
rt RO
ricochete) p o OR
companheiro para a tutela contra lesão perpetrada post mortem. (dano moral

S C 41- m u H 89
um
Enunciado nº 398 da V Jornada de Direito Civil: Art. 12, parágrafo único: As medidas
IZ .7 .co
er L
previstas no art. 12, parágrafo único, do Código Civil podem ser invocadas por
U
4 ma 4 il
qualquer uma das pessoas ali mencionadas de forma concorrente e autônoma.

d V O 3 . 0 g
(lesados indiretos agem em nome próprio, dano moral em ricochete),
R 4
A PE D 0 er@
l
mi
Art. 12, parágrafo único.
Direitos da personalidade em geral
Art. 20, parágrafo único.
Direito da imagem (regra especial)
p lc
Legitimidade: cônjuge, ascendentes, Legitimidade: cônjuge, descendentes e
descendentes e colaterais até 4º grau. A ascendentes. A doutrina inclui o
doutrina inclui o companheiro – companheiro – Enunciado nº 275 da IV
Enunciado nº 275 da IV Jornada de Jornada de Direito Civil.
Direito Civil.

A previsão de direitos da personalidade no Código Civil é apenas exempificativa, e


não taxativa, uma vez que, para o reconhecimento destes direitos, é desnecessária a
positivação. Há, pois, uma cláusula geral de proteção da personalidade: a dignidade da
pessoa humana (art. 1, III, da CF/88).

Quanto ao momento aquisitivo dos direitos da personalidade, há três correntes


que buscam estabelecer a teoria adotada pelo Código Civil:

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1) Natalista: defende que a personalidade tem início a partir do nascimento com
vida, que seria constatado com a primeira atividade cardiorespiratória do recém-
nascido (docimasia hidroestática de galeno).

Para seus defensores, se não houver o nascimento com vida, nenhum direito é
assegurado ao feto, nem mesmo os direitos fundamentais, como o
reconhecimento de paternidade, por exemplo. O nascituro não seria considerado
pessoa, tendo mera expectativa de direito.

2) Condicional: defende que o nascituro tem determinados direitos, sujeitos a uma


condição suspensiva: o nascimento com vida. O nascituro teria apenas uma
personalidade formal, o que lhe permitiria gozar de direitos personalíssimos,
enquanto os direitos patrimoniais só seriam adquiridos com o nascimento com
vida. Assim, a diferença quanto à teoria natalista, é que esta nega qualquer
direito ao nascituro, caso não haja nascimento com vida, sendo que a condicional
garante os direitos, mas desde que haja o nascimento com vida.

a l
n
3) Concepcionista: Teoria moderna. Defende que a concepção já confere ao
io
c
nascituro os direitos da personalidade, não se sujeitando a nenhuma outra
a
u c ER
condição para aferi-los. Enunciado n.º 1 da I Jornada de Direito Civil: “A
proteção que o Código defere ao nascituro alcança o natimorto no que concerne
E M d IL
aos direitos da personalidade, tais como nome, imagem e sepultura”.
e
rt RO
p o OR
S C 41- m u H 89
um IZ .7 .co
V O er L
.
U
0
4
4 ma il
Situações específicas sobre o nascituro:
- O nascituro tem direito à imagem;
d R 4 3 g
A PE D
- A morte culposa do nascituro (atropelamento da mãe) gera o direito à
0 er@
indenização para os pais;
l
mi
- No que tange a direitos existenciais, o nascituro já goza deles, mas as

p lc
relações patrimoniais ficam condicionadas;
- Os embriões de laboratório não têm direitos da personalidade, mas
têm direito à herança4.
- Nascituro – alimentos gravídicos.

3.1 Formas de proteção dos direitos da personalidade

a) Tutela preventiva por tutela específica: quando a proteção destes direitos não
é apenas patrimonial (DESPATRIMONIALIZAÇÃO5 DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE,
DO DANO MORAL).

4
Art. 1.798. Legitimam-se a suceder as pessoas nascidas ou já concebidas no momento da
abertura da sucessão.
5
ATENÇÃO: esse assunto foi cobrado na prova da 2ª fase da Defensoria do Paraná, em 2017.

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A tutela específica pode ser: inibitória, com a aplicação de uma pena de multa
no caso de descumprimento da tutela específica; sub-rogatória, quando o juiz manda
fazer uma coisa específica; remoção do ilícito, quando se determina a retirada de
alguma publicação pejorativa em site, por exemplo. A tutela específica pode ser
aplicada de ofício pelo juiz.

b) Tutela reparatória (compensatória): indenização por danos morais. Para o STJ,


basta a violação a um direito da personalidade, para que se configure o dano moral, ou
seja, caracterização objetiva, prova in re ipsa.

Súmula 37, do STJ: São cumuláveis as indenizações por dano moral e dano material
oriundos do mesmo fato.
Súmula 387, do STJ: É lícita a cumulação das indenizações de dano estético e dano
moral.

a l
io n
a c
6
u c ER
Dano moral contratual: o STJ vem afirmando que, apesar de a violação de um
d IL
contrato, por si só, não gerar dano moral, ela pode refletir uma violação da dignidade
E M
e
de uma das partes, como no caso do Plano de Saúde que nega cobertura.
rt RO
Dano moral coletivo: é a violação dos direitos da personalidade de um grupo
p o OR
massificado, sendo prescindível a demonstração de dor, sofrimento ou angústia,

S C 41- m u H 89
para restar caracterizado este tipo de dano. Ex.: violação de direito ambiental, de
direito do consumidor.
um IZ .7 .co
er L
Danos sociais: são violações à tranquilidade e ao nível de vida da sociedade, através
U
4 ma 4 il
de comportamentos exemplares negativos ou condutas socialmente reprováveis,

d V R O
4 3 . 0
causando o rebaixamento de seu patrimônio moral, da segurança e da qualidade de
g
A PE D 0 er@
vida. Ex.: pedestre que joga lixo no chão.
l
3.2 Capacidade mi
p lc
A Lei 13.146/15 (Estatuto da Pessoa com Deficiência) trouxe uma inegável evolução
para a promoção da dignidade humana em diversos aspectos. Com relação à
capacidade, promoveu expressiva alteração ao conferir plena capacidade aos sujeitos
com deficiência, para que exerçam todos os atos da vida civil. Assim, apenas são
considerados absolutamente incapazes os menores de 16 anos, conforme previsão do
artigo 3º. Com relação aos relativamente incapazes, o artigo 4º manteve as seguintes
hipóteses:

 Maiores de 16 e menores de 18 anos;


 Ébrios habituais e os viciados em tóxicos;
 Aqueles que, por causa transitória ou permanente não puderem exprimir
sua vontade;

6
Fonte: Dizer o Direito.

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 Pródigos.

ATENÇÃO ao que dispõe o Estatuto da Pessoa com Deficiência, em seu art. 6º:

Art. 6º. A deficiência não afeta a plena capacidade civil da pessoa, inclusive
para:
I – casar-se e constituir união estável;
II – exercer direitos sexuais e reprodutivos;
III – exercer o direito de decidir sobre o número de filhos e de ter acesso a
informações adequadas sobre reprodução e planejamento familiar;
IV – conservar sua fertilidade, sendo vedada a esterilização compulsória;
V – exercer o direito à família e à convivência familiar e comunitária; e
VI – exercer o direito à guarda, à tutela, à curatela e à adoção, como
adotante ou adotando, em igualdade de oportunidades com as demais
pessoas.

A capacidade subdivide-se em: capacidade de direito (capacidade de gozo), que é


a capacidade jurídica que qualquer pessoa tem, de forma genérica; capacidade de fato
(capacidade de exercício), que é a capacidade de exercer, pessoalmente, os atos da
a l
vida civil.
io n
a c
u c ER
E M d IL
e
rt RO
p o OR
CAPACIDADE DE DIREITO + CAPACIDADE DE FATO = CAPACIDADE PLENA.

S C 41- m u H 89
Os entes despersonalizados não têm direitos da personalidade, porque não têm
personalidade, mas gozam de capacidade jurídica, que é a possibilidade de defender
um IZ .7 .co
er L
seus direitos em juízo.
U 4
4 ma il
d V R O
4 3 . 0
Curatela x Tomada de decisão apoiada:
g
A PE D 0 er@
Art. 84, do Estatuto da PCD: A pessoa com deficiência tem assegurado o direito ao
l
exercício de sua capacidade legal em igualdade de condições com as demais
pessoas. mi
p lc
§ 1º Quando necessário, a pessoa com deficiência será submetida à curatela,
conforme a lei.
§ 2º É facultado à pessoa com deficiência a adoção de processo de tomada de
decisão apoiada.
§ 3º A definição de curatela de pessoa com deficiência constitui medida protetiva
extraordinária, proporcional às necessidades e às circunstâncias de cada caso, e
durará o menor tempo possível.
§ 4º Os curadores são obrigados a prestar, anualmente, contas de sua administração
ao Juiz, apresentando o balanço do respectivo ano.

Art. 1.783-A , do CC/02: A tomada de decisão apoiada é o processo pelo qual a


pessoa com deficiência elege pelo menos 2 (duas) pessoas idôneas, com as quais
mantenha vínculos e que gozem de sua confiança, para prestar-lhe apoio na tomada
de decisão sobre atos da vida civil, fornecendo-lhes os elementos e informações
necessários para que possa exercer sua capacidade.

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§ 1o Para formular pedido de tomada de decisão apoiada, a pessoa com deficiência
e os apoiadores devem apresentar termo em que constem os limites do apoio a ser
oferecido e os compromissos dos apoiadores, inclusive o prazo de vigência do
acordo e o respeito à vontade, aos direitos e aos interesses da pessoa que devem
apoiar.
§ 2o O pedido de tomada de decisão apoiada será requerido pela pessoa a ser
apoiada, com indicação expressa das pessoas aptas a prestarem o apoio previsto no
caput deste artigo.
§ 3o Antes de se pronunciar sobre o pedido de tomada de decisão apoiada, o juiz,
assistido por equipe multidisciplinar, após oitiva do Ministério Público, ouvirá
pessoalmente o requerente e as pessoas que lhe prestarão apoio.
§ 4o A decisão tomada por pessoa apoiada terá validade e efeitos sobre terceiros,
sem restrições, desde que esteja inserida nos limites do apoio acordado.
§ 5o Terceiro com quem a pessoa apoiada mantenha relação negocial pode solicitar
que os apoiadores contra-assinem o contrato ou acordo, especificando, por escrito,
sua função em relação ao apoiado.

a l
§ 6o Em caso de negócio jurídico que possa trazer risco ou prejuízo relevante,
n
havendo divergência de opiniões entre a pessoa apoiada e um dos apoiadores,
io
c
deverá o juiz, ouvido o Ministério Público, decidir sobre a questão.
a
c ER
§ 7o Se o apoiador agir com negligência, exercer pressão indevida ou não adimplir as
u
denúncia ao Ministério Público ou ao juiz.
E M d IL
obrigações assumidas, poderá a pessoa apoiada ou qualquer pessoa apresentar

e
rt RO
§ 8o Se procedente a denúncia, o juiz destituirá o apoiador e nomeará, ouvida a
o OR
pessoa apoiada e se for de seu interesse, outra pessoa para prestação de apoio.
p
S C 41- m u H 89
§ 9o A pessoa apoiada pode, a qualquer tempo, solicitar o término de acordo
firmado em processo de tomada de decisão apoiada.
m Z .7 .co
§ 10. O apoiador pode solicitar ao juiz a exclusão de sua participação do processo de
u I
V er L0
U
do juiz sobre a matéria.
O . 4 ma4 il
tomada de decisão apoiada, sendo seu desligamento condicionado à manifestação

d R 3 g
§ 11. Aplicam-se à tomada de decisão apoiada, no que couber, as disposições
4
A PE D 0 er@
referentes à prestação de contas na curatela.”
l
mi
3.2.1 Emancipação
p lc
A menoridade cessa aos dezoito anos, momento em que o sujeito fica habilitado
para praticar todos os atos da vida civil.
O instituto da emancipação permite que haja a antecipação dos efeitos da
maioridade, conferindo ao menor de 18 anos a plena capacidade civil, podendo
ocorrer nas seguintes hipóteses:

1) Voluntária/judicial: concedida por ambos os pais, ou de um deles, na falta do


outro, desde que o menor tenha 16 anos ou mais. Poderá ser autorizada por
escritura pública, que independe de homologação judicial. Também poderá ser
concedida pelo juiz, quando houver discordância dos pais acerca da autorização do
ato, que é irrevogável. Assim, o magistrado analisará, no caso concreto, qual é o
maior benefício ao infante.

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Quando o menor estiver sob tutela, a emancipação apenas poderá ser concedida
por autorização judicial. Na emancipação judicial, há um procedimento de
jurisdição voluntária.

Enunciado nº 397/CJF: Art. 5º. A emancipação por concessão dos pais ou por sentença
do juiz está sujeita a desconstituição por vício de vontade.

ATENÇÃO: a emancipação pelos pais não isenta da responsabilidade no caso de


eventual responsabilidade civil por ilícito do filho emancipado.

2) Pelo casamento: a idade núbil é de 16 anos, conforme artigo 1.517, do Código


Civil, salvo no caso de gravidez, hipótese excepcional em que o menor poderá
casar antes de atingir a idade núbil (ATENÇÃO! HOUVE ALTERAÇÃO LEGISLATIVA!
Mantivemos para fins de conhecimento em questões que exijam conhecimento
sobre a aplicação da lei no tempo.).
a l
io n
ALTERAÇÃO LEGISLATIVA7:
a c
u c ER
E M d IL
A Lei nº 1.318/2018 alterou o CC/02 neste ponto. De modo que, atualmente,
não existe mais possibilidade de casamento entre menos de 16 anos. Vamos analisar
e
rt RO
com calma: A redação anterior do art. 1.520 do CC era a seguinte:

p o OR
S C 41- m u H 89
Art. 1.520. Excepcionalmente, será permitido o casamento de quem ainda
não alcançou a idade núbil (art. 1517), para evitar imposição ou

um I
cumprimento de pena criminal ou em caso de gravidez.
Z .7 .co
er L U
4 ma 4 il
Veja que, pela literalidade da lei, havia duas hipóteses excepcionais em que
V O . 0
d R 4 3 g
seria permitido o casamento de pessoa menor de 16 anos:
A PE D 0 er@
l
2) “em caso de gravidez”. mi
1) “para evitar imposição ou cumprimento de pena criminal”; ou

p lc
Contudo, prevalece o entendimento de que, desde a Lei nº 11.106/2005, a
despeito da literalidade do art. 1.520 do CC, somente havia uma hipótese na qual era
permitido o casamento de pessoa menor de 16 anos (abaixo da idade núbil): em caso
de gravidez. Eis o novo dispositivo legal:

Art. 1.520. Não será permitido, em qualquer caso, o casamento de quem


não atingiu a idade núbil, observado o disposto no art. 1.517 deste Código.
(Redação dada pela Lei nº 1.318/2018)

Fica superado, portanto, o enunciado 329 da Jornada de Direito Civil.

7
https://www.dizerodireito.com.br/2019/03/lei-138112019-altera-o-codigo-civil.html

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Assim, importante fixar:

IDADE NÚBIL: 16 anos


Existe exceção? Existe alguma hipótese na qual se possa casar antes dos 16 anos
de idade?
Antes da Lei 13.811/2019: SIM (havia) Atualmente: NÃO
Excepcionalmente, era permitido o A Lei nº 13.811/2019 alterou o art. 1.520
casamento da pessoa que ainda não do CC e agora não é mais possível, em
havia alcançado a idade núbil (ou seja, o nenhuma hipótese, o casamento de
menor de 16 anos) em caso de gravidez. pessoa menor de 16 anos.

Dessa forma, o casamento produz efeitos emancipatórios ao menor, mesmo


depois do divórcio. Se o casamento for declarado nulo, não prevalece a emancipação,
a
pois esta também será invalidada, ressalvando-se a hipótese de casamento putativo,l
em que o menor estava de boa-fé.
io n
a c
3) Pelo exercício de emprego público efetivo;
u c ER
4) Pela colação de grau em curso de ensino superior;
E M d IL
5) Pelo estabelecimento comercial ou civil, ou pela relação de emprego: nestes
e
rt RO
casos, deve ser comprovado que o menor tem economia própria, que o possibilite
manter sua subsistência.
p o OR
S C 41- m u H 89
um IZ .7 .co
V O er L
.
U
0
4
4 ma il
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
ATENÇÃO! (Cai muito!!) O menor de 18 anos, ainda que emancipado, não pode ser
l
responsabilizado penalmente, não se antecipa a sua imputabilidade penal. No
mi
entanto, o menor emancipado pode ser preso por dívida de alimentos.
p lc
3.2.2 Fim da personalidade

A personalidade acaba com a morte da pessoa8, que ocorre com a paralisia do


sistema encefálico, ou seja, com o fim das atividades cerebrais. Porém, será presumida
a morte quando9:
 Aos ausentes, quando a lei autorizar a abertura da sucessão definitiva;
 For extremamente provável a morte, quando a pessoa estava em
situação de perigo;

8
Art. 6º do CC – “A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta,
quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva
9
art. 7º do CC – “Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência: (I) - se
for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida; (II) - se alguém,
desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até 2 Anos após o término
da guerra

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 No caso de desaparecido ou prisioneiro, se a pessoa não for encontrada
até dois anos, após o término da guerra.

A sentença que reconhecer a morte presumida deve declarar a data provável


do falecimento, para fins de direitos sucessórios.

Comoriência: ocorre quando duas pessoas falecem ao mesmo tempo e não é


possível constatar qual morte ocorreu primeiro (cronologia da morte). Neste caso,
entende-se que as pessoas foram simultaneamente mortas.

ATENÇÃO! Só há interesse na comoriência se forem da mesma família, para fins de


sucessão.

A morte tem que ocorrer no mesmo lugar?


Não. Apenas na mesma ocasião, não precisa nem que seja do mesmo modo. A
comoriência é compatível com a morte presumida, sem a decretação de ausência.
Presunção relativa!
a l
io n
3.3 Direitos da Personalidade
a c
u c ER
E M d IL
O direito da personalidade é o direito da pessoa de defender o que lhe é
próprio, como a vida, a identidade, a liberdade, a imagem, a privacidade, a honra, etc.
10 e
rt RO
p o OR
Os direitos da personalidade, nos termos do artigo 11, do CC, são

S C 41- m u H 89
intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação
involuntária. Neste sentido, sempre que houver violação a um direito da pessoa
um IZ .7 .co
humana, esta poderá exigir que cesse, respondendo a parte violadora por perdas e
danos.
V O er L
. 0
U4 ma4 il
O artigo 12 autorizou que a parte proteja seus direitos preventiva ou
d R 4 3 g
A PE D
repressivamente, sendo que, no caso de persistir a violação, mesmo após a morte do
0 er@
l
indivíduo, é autorizado ao cônjuge, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até
mi
quarto grau, exigir que sejam cessados os atos.
p lc
Integridade física: a integridade física é direito fundamental do cidadão, sendo vedada
a prática de qualquer ato de disposição do próprio corpo, exceto por recomendação
médica, quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar
os bons costumes, salvo no caso de transplante.

O candidato deve ter atenção ao termo permanente, pois já foi colocado em


prova um caso específico de disposição do corpo, que o examinador exigia a
compreensão do artigo, não o mero conhecimento do texto da lei, para saber se houve
ou não violação à integridade física. A questão será apresentada em tópico específico,
para que não reste dúvida quanto ao tema.

10
DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. Teoria Geral do Direito. V. 1. 2007, p.
119

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Ato de disposição do próprio corpo: desde que para fins científicos ou altruísticos, a
pessoa poderá dispor de seu corpo, no todo ou em parte, após a morte.

Consentimento informado: é dever dos médicos, quando do atendimento do


paciente, desde que não seja tratamento de urgência, informá-lo sobre sua situação de
saúde, bem como todos os tratamentos possíveis que poderão ser utilizados em sua
recuperação. Diante dessas informações, é assegurada ao paciente a livre escolha
quanto ao que irá se submeter, pois é vedado constranger alguém, com risco de vida, a
tratamento médico ou cirúrgico (artigo 15).

Nome: é o sinal que individualiza o ser humano, sendo direito integrante da


personalidade. Assim, é garantido a todo indivíduo o direito ao nome e sobrenome,
bem como o respeito ao pseudônimo, desde que utilizado para fins lícitos.

A utilização do nome de qualquer pessoa, em propagandas comerciais, deve


ser autorizada, sob pena de responsabilidade, sendo vedada a utilização deste em

a l
publicação que exponha o indivíduo ao desprezo público, ainda que não haja intenção
difamadora.
io n
a c
Atenção! Sobre a imutabilidade relativa do nome:
u c ER
E M d IL
Regra geral, o nome é imutável, mas a lei permite que, no primeiro ano
e
rt RO
depois de completada a maioridade, a pessoa troque o seu nome, sem necessidade de
o OR
justificar o motivo, desde que não prejudique os apelidos de família (artigo 56, Lei
p
6.015/73).
S C 41- m u H 89
m Z .7 .co
Neste sentido, o parágrafo único do artigo 58, da Lei 6.015/73, permite que
u I
er L U 4 il
seja requerida judicialmente a alteração de nome, a qualquer tempo, desde que o

V 0 4 ma
requerente comprove fundadas razões que justifiquem o pedido.
O .
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
A alteração de nome é tema de extrema importância em provas da
l i
Defensoria Pública, notadamente pela atualidade sobre a discussão de alteração do
m
decidiu que: p lc
nome de pessoas transexuais (direito das minorias SEMPRE!). Sobre o tema, o STJ

Independentemente da realização de cirurgia de


adequação sexual, é possível a alteração do sexo
constante no registro civil de transexual que comprove
judicialmente a mudança de gênero. Nesses casos, a
averbação deve ser realizada no assentamento de
nascimento original com a indicação da determinação
judicial, proibida a inclusão, ainda que sigilosa, da
expressão “transexual”, do sexo biológico ou dos motivos
das modificações registrais. 11

11
http://www.stj.jus.br/sites/STJ/default/pt_BR/Comunica%C3%A7%C3%A3o/noticias/Not%C3%
ADcias/Transexuais-t%C3%AAm-direito-%C3%A0-altera%C3%A7%C3%A3o-do-registro-civil-
sem-realiza%C3%A7%C3%A3o-de-cirurgia

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Ainda sobre o tema, preservando a filiação socioafetiva e reconhecendo o
nome com um elemento da personalidade que não pode remeter a pessoa a angústia,
o STJ autorizou que é possível a exclusão dos sobrenomes paternos em razão de
abandono pelo genitor. 12

Direito à imagem: também amparado pela legislação, a imagem é direito do indivíduo,


proibida a utilização sem seu consentimento, sendo que, se for para fins comerciais, a
vedação é plena, sem necessidade de outros requisitos. Para outros fins, poderá a
pessoa requerer que a utilização de sua imagem seja proibida, sempre que lhe atingir a
honra, a boa fama ou a respeitabilidade, devida indenização pelos danos causados.

Sobre o tema, o STJ reconheceu, na súmula 403, que “Independe da


comprovação do prejuízo a indenização pela publicação não autorizada da imagem de
pessoa com fins econômicos ou empresariais.” (Cai muito!)

a l
Com relação à publicação de obra bibliográfica, contudo, o STF entendeu, no
julgamento da ADIN 4.815, que é inexigível o consentimento da pessoa biografada
io n
c
relativamente a obras bibliográficas ou audiovisuais, o mesmo valendo para os
a
c ER
coadjuvantes, ou aos familiares, na eventualidade de a pessoa ser falecida.
u
E M d IL
No julgamento, a suprema corte reconheceu que prevalece o direito
e
rt RO
fundamental à liberdade de expressão, de maneira que, se as pessoas envolvidas na
o OR
obra se sentirem lesadas, poderão, posteriormente, requerer a indenização pelos
p
danos sofridos em sua honra.
S C 41- m u H 89
JURISPRUDÊNCIA
um IZ .7 .co
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. 0
U4 ma4 il
ALTERAÇÃO DE NOME. TRANSEXUAL: Transexual pode alterar seu prenome e
gênero no registro civil mesmo sem fazer a cirurgia de transgenitalização
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
NOME: O brasileiro que adquiriu dupla cidadania pode ter seu nome retificado no
l
mi
registro civil do Brasil, desde que isso não cause prejuízo a terceiros, quando vier a

p lc
sofrer transtornos no exercício da cidadania por força da apresentação de
documentos estrangeiros com sobrenome imposto por lei estrangeira e diferente do
que consta em seus documentos brasileiros. STJ. (Info 588).

INTERDIÇÃO. PRESTAÇÃO DE CONTAS: A morte do interditando no curso de ação de


interdição não implica, por si só, a extinção do processo sem resolução de mérito da
ação de exigir contas por ele ajuizada mediante seu curador provisório, tendo o
espólio legitimidade para prosseguir com a ação de exigir de contas. STJ, 2016.

DOMICÍLIO CONTRATUAL (DIREITOS DA PERSONALIDADE). O CPC15, por sua vez,


trouxe no art. 63, caput, a cláusula de eleição de foro. A mudança veio no §3º: o
caso passou a ser de ineficácia (escala pontiana) e não de nulidade, bem como se é
usado o termo “abusiva” em sentido amplo, que vale então para contrato tanto de

12
STJ. 3ª Turma. REsp 1.304.718 SP, Rel. Min. Paulo Tarso Severino, julgado em 18/12/2014.

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adesão como de consumo (lembrando que eles não se confundem).

DIREITOS AUTORAIS: Imagem da fachada do imóvel utilizada em propaganda


comercial com permissão do proprietário, mas sem autorização do autor do projeto.
O autor de projeto de obra arquitetônica, ainda que situada permanentemente em
logradouros públicos, integrando de modo indissociável o meio ambiente, a compor
a paisagem como um todo, faz jus ao ressarcimento por danos de ordem material e
moral em virtude da representação por terceiros de sua obra, com fins comerciais,
sem a devida autorização e indicação de autoria, ainda que tenha havido
aquiescência do proprietário da obra. STJ. (Info 594).

ALIMENTOS GRAVÍDICOS: A ação de alimentos gravídicos não se extingue ou perde


seu objeto com o nascimento da criança, pois os referidos alimentos ficam
convertidos em pensão alimentícia até eventual ação revisional em que se solicite a
exoneração, redução ou majoração de seu valor ou até mesmo eventual resultado
em ação de investigação ou negatória de paternidade. STJ. (Info 606).

a l
DIREITO À IMAGEM: A Súmula 403 do STJ é inaplicável para representação da
io n
c
imagem de pessoa como coadjuvante em documentário que tem por objeto a
a
c ER
história profissional de terceiro. Ação de indenização proposta por ex-goleiro do
u
E M d IL
Santos em virtude da veiculação indireta de sua imagem (por ator profissional
contratado), sem prévia autorização, em cenas do documentário “Pelé Eterno”. O
e
rt RO
autor alegou que a simples utilização não autorizada de sua imagem, ainda que de
o OR
forma indireta, geraria direito a indenização por danos morais, independentemente
p
de efetivo prejuízo.
S C 41- m u H 89
O STJ não concordou. A representação cênica de episódio histórico em obra
m Z .7 .co
audiovisual biográfica não depende da concessão de prévia autorização de terceiros
u I
V er L0
U4 ma4 il
ali representados como coadjuvantes.
O STF, no julgamento da ADI 4.815/DF, afirmou que é inexigível a autorização de
O .
d R 3 g
pessoa biografada relativamente a obras biográficas literárias ou audiovisuais bem
4
A PE D 0 er@
como desnecessária a autorização de pessoas nelas retratadas como coadjuvantes.
l i
A Súmula 403/STJ é inaplicável às hipóteses de representação da imagem de pessoa
m
p lc
como coadjuvante em obra biográfica audiovisual que tem por objeto a história
profissional de terceiro. STJ. 3ª Turma. REsp 1.454.016-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi,
Rel. Acd. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 12/12/2017 (Info 621).

Súmula 403-STJ: Independe de prova do prejuízo a indenização pela publicação não


autorizada da imagem de pessoa com fins econômicos ou comerciais.

NOME. É admissível o restabelecimento do nome de solteiro na hipótese de


dissolução do vínculo conjugal pelo falecimento do cônjuge. Ex: Maria Pimentel da
Costa casou-se com João Ferreira. Com o casamento, ela incorporou o patronímico
do marido e passou a chamar-se Maria da Costa Ferreira. Alguns anos mais tarde,
João faleceu. Maria poderá voltar a usar o nome de solteira (Maria Pimentel da
Costa), excluindo o patronímico do falecido marido? Sim. Vale ressaltar que não há
previsão legal para a retomada do nome de solteira em caso de morte do marido. A
lei somente prevê a possibilidade de o homem ou a mulher voltarem a usar o nome

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de solteiro (a) em caso de divórcio (art. 1.571, § 2º, do CC). Apesar disso, o STJ
entende que isso deve ser permitido. A viuvez e o divórcio são hipóteses muito
parecidas e envolvem uma
mesma razão de ser: a dissolução do vínculo conjugal. Logo, não há justificativa
plausível para que se trate de modo diferenciado as referidas situações. STJ. 3ª
Turma. REsp 1724718-MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 22/05/2018 (Info
627).

REGISTRO CIVIL. É inadmissível a homologação de acordo extrajudicial de retificação


de registro civil de menor em juízo sem a observância dos requisitos e procedimento
legalmente instituído para essa finalidade. Ex: Sandro namorava Letícia, que ficou
grávida. Ao nascer a criança, Sandro a registrou como sua filha. Alguns anos depois,
por meio de um exame de DNA feito em uma clínica particular, descobre-se que o
pai biológico da menor é, na verdade, João. Diante disso, o pai registral, o pai
biológico e a criança, representada por sua mãe, celebraram um acordo extrajudicial
de anulação de assento civil. Por intermédio deste instrumento, as referidas partes

a l
acordaram que haveria a retificação do registro civil da menor para que houvesse a
n
substituição do nome de seu pai registral pelo pai biológico. As partes ingressam
io
c
com pedido para que o juiz homologasse esse acordo. O pedido deverá ser negado.
a
c ER
STJ. 3ª Turma. REsp 1698717-MS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 05/06/2018
u
(Info 627).
E M d IL
e
rt RO
DIREITO AO ESQUECIMENTO. Determinada pessoa se envolveu em uma suspeita de
o OR
fraude há mais muitos anos, tendo sido inocentada das acusações. Ocorre que todas
p
S C 41- m u H 89
as vezes que digita seu nome completo no Google e demais provedores de busca, os
primeiros resultados que aparecem até hoje são de páginas na internet que trazem
m Z .7 .co
reportagens sobre seu suposto envolvimento com a fraude. Diante disso, ela
u I
V er L U
0
4
4 ma il
ingressou com ação de obrigação de fazer contra o Google pedindo a desindexação,
nos resultados das aplicações de busca mantida pela empresa, de notícias
O .
d R 3 g
relacionadas às suspeitas de fraude no referido concurso. Invocou, como
4
A PE D 0 er@
fundamento, o direito ao esquecimento. O STJ afirmou o seguinte: em regra, os
l i
provedores de busca da internet (ex: Google) não têm responsabilidade pelos
m
p lc
resultados de busca apresentados. Em outras palavras, não se pode atribuir a eles a
função de censor, obrigando que eles filtrem os resultados das buscas, considerado
que eles apenas espelham o conteúdo que existe na internet. A pessoa prejudicada
deverá direcionar sua pretensão contra os provedores de conteúdo (ex: sites de
notícia), responsáveis pela disponibilização do conteúdo indevido na internet. Há,
todavia, circunstâncias excepcionalíssimas em que é necessária a intervenção
pontual do Poder Judiciário para fazer cessar o vínculo criado, nos bancos de dados
dos provedores de busca, entre dados pessoais e resultados da busca, que não
guardam relevância para interesse público à informação, seja pelo conteúdo
eminentemente privado, seja pelo decurso do tempo. Nessas situações
excepcionais, o direito à intimidade e ao esquecimento, bem como a proteção aos
dados pessoais deverá preponderar, a fim de permitir que as pessoas envolvidas
sigam suas vidas com razoável anonimato, não sendo o fato desabonador
corriqueiramente rememorado e perenizado por sistemas automatizados de busca.
No caso concreto, o STJ determinou que deveria haver a desvinculação da pesquisa

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com base no nome completo da autora com resultados que levassem às notícias
sobre a fraude. Em outras palavras, o STJ afirmou o seguinte: o Google não precisa
retirar de seus resultados as notícias da autorarelacionadas com a suposta fraude no
concurso. Mas para que esses resultados apareçam será necessário que o usuário
faça uma pesquisa específica com palavras-chaves que remetam à fraude. Por outro
lado, se a pessoa digitar unicamente o nome completo da autora, sem qualquer
outro termo de pesquisa que remete à suspeita de fraude, não se deve mais
aparecer os resultados relacionados com este fato desabonador. Assim, podemos
dizer que é possível determinar o rompimento do vínculo estabelecido por
provedores de aplicação de busca na internet entre o nome de prejudicado,
utilizado como critério exclusivo de busca, e a notícia apontada nos resultados. O
rompimento do referido vínculo sem a exclusão da notícia compatibiliza também os
interesses individual do titular dos dados pessoais e coletivo de acesso à informação,
na medida em que viabiliza a localização das notícias àqueles que direcionem sua
pesquisa fornecendo argumentos de pesquisa relacionados ao fato noticiado, mas
não àqueles que buscam exclusivamente pelos dados pessoais do indivíduo

a l
protegido. STJ. 3ª Turma. REsp 1.660.168-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, Rel. Acd. Min.
Marco Aurélio Bellizze, julgado em 08/05/2018 (Info 628).
io n
a c
c ER
IMAGEM. Ação de indenização proposta por ex-goleiro do Santos em virtude da
u
E M d IL
veiculação indireta de sua imagem (por ator profissional contratado), sem prévia
autorização, em cenas do documentário “Pelé Eterno”. O autor alegou que a simples
e
rt RO
utilização não autorizada de sua imagem, ainda que de forma indireta, geraria
o OR
direito a indenização por danos morais, independentemente de efetivo prejuízo. O
p
S C 41- m u H 89
STJ não concordou. A representação cênica de episódio histórico em obra
audiovisual biográfica não depende da concessão de prévia autorização de terceiros
m Z .7 .co
ali representados como coadjuvantes. O STF, no julgamento da ADI 4.815/DF,
u I
V er L0
U4 ma4 il
afirmou que é inexigível a autorização de pessoa biografada relativamente a obras
biográficas literárias ou audiovisuais bem como desnecessária a autorização de
O .
d R 3 g
pessoas nelas retratadas como coadjuvantes. A Súmula 403/STJ é inaplicável às
4
A PE D 0 er@
hipóteses de representação da imagem de pessoa como coadjuvante em obra
l i
biográfica audiovisual que tem por objeto a história profissional de terceiro. STJ. 3ª
m
p lc
Turma. REsp 1.454.016-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, Rel. Acd. Min. Ricardo Villas
Bôas Cueva, julgado em 12/12/2017 (Info 621).

NOME. Os transgêneros, que assim o desejarem, independentemente da cirurgia de


transgenitalização, ou da realização de tratamentos hormonais ou patologizantes,
possuem o direito à alteração do prenome e do gênero (sexo) diretamente no
registro civil. STF. Plenário. ADI 4275/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o
acórdão Min. Edson Fachin, julgado em 28/2 e 1º/3/2018 (Info 892).

O transgênero tem direito fundamental subjetivo à alteração de seu prenome e de


sua classificação de gênero no registro civil, não se exigindo, para tanto, nada além
da manifestação de vontade do indivíduo, o qual poderá exercer tal faculdade tanto
pela via judicial como diretamente pela via administrativa. Essa alteração deve ser
averbada à margem do assento de nascimento, vedada a inclusão do termo
“transgênero”. Nas certidões do registro não constará nenhuma observação sobre a

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origem do ato, vedada a expedição de certidão de inteiro teor, salvo a requerimento
do próprio interessado ou por determinação judicial. Efetuando-se o procedimento
pela via judicial, caberá ao magistrado determinar de ofício ou a requerimento do
interessado a expedição de mandados específicos para a alteração dos demais
registros nos órgãos públicos ou privados pertinentes, os quais deverão preservar o
sigilo sobre a origem dos atos. STF. Plenário. RE 670422/RS, Rel. Min. Dias Toffoli,
julgado em 15/8/2018 (repercussão geral) (Info 911).

a l
io n
a c
u c ER
Ano: 2013. Banca: CESPE. Órgão: DPE-RR

E M d IL
QUESTÃO 3: opção correta. e
Acerca da capacidade para os atos da vida civil, assinale a
rt RO
DIREITOS DA
p o OR
PERSONALIDADE. u H 89
a) A personalidade civil da pessoa começa com o
S C 41- m
nascimento com vida. Assim, a proteção que o Código Civil
um IZ .7 .co
defere ao nascituro não alcança o natimorto no que

V O er L U 4
4 ma il
concerne aos direitos da personalidade, tais como nome,
. 0
imagem e sepultura.
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l b) A emancipação voluntária se dá por concessão conjunta e
mi
irrevogável dos pais, dependendo, ainda, de homologação
p lc
judicial.

c) Os pródigos são considerados pelo Código Civil como


absolutamente incapazes de exercer os atos da vida civil,
incapacidade esta que deve ser decretada judicialmente por
requisição do cônjuge ou familiar, já que o que se protege é
exatamente o patrimônio da família e não apenas o do
pródigo.

d) Segundo a jurisprudência do STJ, não será necessária a


interdição prévia para que seja anulado negócio jurídico a
ela anterior praticado por aquele que sofra de insanidade
mental, desde que esta já exista no momento em que tiver
sido realizado o negócio jurídico.

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e) De acordo com a regra do benefício da restituição,
expressamente prevista pelo Código Civil, é permitido ao
relativamente incapaz, ao adquirir capacidade civil, revogar
os negócios praticados em seu nome quando ele ainda era
incapaz.
________________________________________________
GABARITO COMENTADO:
CORRETA: Letra E. Esse é o entendimento atual do STJ
(RECURSO ESPECIAL Nº 578.856 - RN): I – A capacidade é,
além de elemento essencial, condição de validade do
negócio jurídico, pelo que comprovada a incapacidade do
agente no momento da realização do negócio jurídico, tem-
se por viciado o consentimento dado e, consequentemente,
nulo o ato jurídico realizado, mesmo que anterior a
sentença de interdição”.

INCORRETAS:
a l
n
A) A alternativa não é correta, pois o ordenamento jurídico
io
c
confere proteção ao natimorto. Neste sentido, o Enunciado
a
c ER
01 da I Jornada de Direito Civil do STJ: “A proteção que o
u
E M d IL
Código confere ao nascituro alcança o natimorto, no que
concerne aos direitos da personalidade, tais como o nome,
e
rt RO
imagem e sepultura”.

p o OR
S C 41- m u H 89
B) A emancipação voluntária é conferida por ambos os pais
ou, por um, na falta do outro, é feita por escritura pública

um Z .7 .co
e, regra geral, não demanda homologação judicial. Porém,
I
V er L
O
U 4
0
il
vale frisar que, havendo negativa dos pais ou discordância
4 ma
entre eles, o juiz poderá suprir a autorização. Por fim,
.
d R 3 g
quando a emancipação for de pessoa tutelada, deverá ser
4
A PE D 0 er@
concedida judicialmente.
l
mi
p lc
C) A alternativa é incorreta, pois, conforme as disposições
do artigo 4º, IV, do código civil, os pródigos são
considerados relativamente incapazes. Além disso, há que
se destacar que a dignidade humana é o fundamento de
proteção dos sujeitos, sendo o aspecto patrimonial
subsidiário, novamente errada a questão, portanto.

E) O “benefício de restituição” era um instrumento que


permitia ao incapaz de invalidar um negócio jurídico com a
simples alegação de que sofreu um prejuízo, ainda que o
ato tenha sido validamente praticado na ocasião. Esse
instituto não vigora mais no ordenamento jurídico
brasileiro, prezando pela boa-fé objetiva, principalmente
em relação a terceiro.

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Ano: 2018. Banca: FCC. Órgão: DPE-AP. Prova: Defensor
Público

Um adolescente de 15 anos recebe da mãe a notícia de que


aquele que como pai o criara, e assim consta de seu registro
de nascimento, falecido no ano anterior, não é seu pai
biológico. O pai biológico, a seu turno, embora reconheça o
fato, não tem a intenção de se aproximar do adolescente,
de modo a provê-lo de suporte emocional e material.
Diante do impasse, o adolescente pretende socorrer-se das
vias judiciais para ver comprovada e reconhecida
formalmente a paternidade biológica, mas gostaria que
fosse preservada em seu registro de nascimento a indicação
de filiação daquele que como pai o criou.

À luz da Constituição Federal e da jurisprudência do

a l
Supremo Tribunal Federal sobre a matéria, a pretensão do
adolescente é
io n
a c
a) ilegítima, pois, em conformidade com o princípio

u c ER
constitucional da paternidade responsável, a paternidade

E M d IL
biológica prevalece sobre a paternidade socioafetiva, para
fins de registro, embora não impeça o reconhecimento do
e
rt RO
vínculo de filiação baseado na socioafetividade, com os

p o OR
efeitos jurídicos próprios desta.
u H 89
S C 41- m
b) legítima, pois, em conformidade com o princípio

umconstitucional da dignidade da pessoa humana, a


IZ .7 .co
er L U il
paternidade socioafetiva prevalece sobre a paternidade
4 4 ma
d V R O
biológica, para fins de registro, embora não impeça o
3 . 0 g
reconhecimento do vínculo de filiação baseado na origem
4
A PE D 0 er@
biológica, com os efeitos jurídicos próprios desta.
l
m i
c) legítima, pois, conforme julgamento em sede de
lc
prepercussão geral, merecem tutela jurídica concomitante,
para todos os fins de direito, os vínculos parentais de
origem afetiva e biológica, a fim de prover a mais completa
e adequada tutela aos sujeitos envolvidos, ante os
princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana e
da paternidade responsável.
d) legítima, pois, em conformidade com súmula
vinculante, a paternidade socioafetiva, declarada ou não em
registro público, não impede o reconhecimento do vínculo
de filiação concomitante baseado na origem biológica, com
os efeitos jurídicos próprios desta.
e) ilegítima, pois não é consagrada, no ordenamento
brasileiro, a pluriparentalidade, não sendo dado ao
Judiciário, ainda que provocado, atuar de modo a permitir

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que a eleição individual dos objetivos de vida tenha
preferência em relação a formulações legais definidoras de
modelos destinados a produzir resultados eleitos a priori
pelo legislador, em caráter geral.
GABARITO: C

a) ERRADA. Não é ilegítima, nem o vínculo biológico


prevalece sobre o socioafetivo.
b) ERRADA. É legítima, mas a paternidade socioafetiva
não prevalece sobre a biológica.
c) CORRETA.
d) ERRADA. Não existe súmula vinculante sobre isso.
e) ERRADA. Embora não exista previsão legal expressa
sobre a pluriparentalidade, a jurisprudência já é
pacífica sobre esta possibilidade.

a l
n
Ano: 2017 Banca: FCC Órgão: DPE-PR Prova: FCC - 2017 -
io
DPE-PR - Defensor Público
a c
u c ER
E M
personalidade, considere:
d IL
A respeito dos direitos fundamentais e dos direitos da

e
rt RO
p o OR
I. A vida privada da pessoa natural é inviolável. Logo, a

S C 41- m u H 89
exposição da vida do homem público, ainda que se trate de
notícia verdadeira e útil vinculada a seu papel social,

um IZ .7 .co
representa violação do direito à privacidade, na medida em

V er L
O
U 4 il
4 ma
que os direitos da personalidade são irrenunciáveis.
. 0
d R 4 3 g
A PE D II. A imutabilidade do nome é princípio de ordem pública
0 er@
que visa garantir segurança nas relações jurídicas nas
l
mi
esferas pública e privada. Por esta razão, o STJ possui

p lc
jurisprudência dominante no sentido de que não é possível
o cônjuge acrescer o nome de família do outro após a
celebração do matrimônio.

III. Desde que gratuita e realizada por pessoa capaz, é lícita


a doação de tecidos, de órgãos e de partes do corpo vivo
para transplante em qualquer pessoa, desde que mediante
autorização judicial, ressalvado se o beneficiário for cônjuge
ou qualquer parente consanguíneo até o quarto grau,
quando, então, basta autorização, preferencialmente por
escrito e diante de testemunhas, indicando especificamente
o objeto de retirada, prescindindo de intervenção judicial.

IV. O Código Civil dispõe que ninguém poderá ser


constrangido a submeter-se, com risco de vida, a

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tratamento médico ou a intervenção cirúrgica. Logo, é
juridicamente inválido o termo de consentimento
informado, subscrito por paciente plenamente capaz,
quando o procedimento médico tiver risco de gerar seu
óbito, ainda que tenha havido efetivo compartilhamento de
informações e a corresponsabilidade na tomada de decisão.

Está correto o que se afirma APENAS em:

GABARITO: B (III).

I. ERRADA - Notícia verdadeira e útil vinculada a papel social


é de interesse público.

II. ERRADA - O nome é composto do prenome + sobrenome.


O prenome pode ser alterado, principalmente em casos de
ofensa à dignidade, quanto a troca de nomes pelos
a l
io n
cônjuges, é pacífico do marido para esposa e vice-versa,
c
muito embora seja tradicional apenas a mulher levar o
a
sobrenome do homem.
u c ER
E M d IL
III. CORRETO - Art. 9° da Lei 9.434/97 que dispõe sobre a
e
rt RO
remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano. "É
o OR
permitida à pessoa juridicamente capaz dispor
p
S C 41- m u H 89
gratuitamente de tecidos, órgãos e partes do próprio corpo
vivo, para fins terapêuticos ou para transplantes em

um IZ .7 .co
cônjuge ou parentes consangüíneos até o quarto grau,

V er L
O
U
.
4
0
il
inclusive, na forma do § 4o deste artigo, ou em qualquer
4 ma
outra pessoa, mediante autorização judicial, dispensada
d R 4 3 g
esta em relação à medula óssea." (ATENÇÃO!!! A CESPE
A PE D 0 er@
COBRA MUITO ESSA QUESTÃO DO TRANSPLANTE!)
l
mi
p lc
IV. ERRADO - Médico algum deve proceder para colocar a
vida do paciente em risco, mesmo este plenamente capaz e
autorizando o procedimento, da mesma forma que, caso o
paciente não aceite determinados tratamentos decorrente
de crença deverá o médico respeitar e não fazer o
procedimento, tal procedimento encontra amparo no art.
5º, VI, CF. Exceção: paciente está em risco de vida, mesmo a
religião/crença/doutrina proibindo, o médico deve fazer o
procedimento sem precisar aguardar a autorização do
paciente. O direito à vida na égipe da norma está acima que
a liberdade de escolha.

Ano: 2017 Banca: CESPE Órgão: DPU Prova: CESPE - 2017 -


DPU - Defensor Público Federal

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Se o indivíduo A publicar, com fins econômicos ou
comerciais, imagens do indivíduo B, sem autorização deste,
será devida indenização independentemente de
comprovação de prejuízo, entendimento que não será
aplicável caso a publicação seja relativa a propaganda
político-eleitoral.
GABARITO: ERRADO.

RESPONSABILIDADE CIVIL - Utilização indevida da imagem


da pessoa em propaganda político-eleitoral - Configura
dano moral indenizável a divulgação não autorizada da
imagem de alguém em material impresso de propaganda
político-eleitoral, independentemente da comprovação de
prejuízo. STJ. 3ª Turma. REsp 1.217.422-MG, Rel. Min.
Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 23/9/2014 (Info 549).
a l
io n
c
* Obs. Súmula 403 do STJ: Independe de prova do prejuízo a
a
c ER
indenização pela publicação não autorizada de imagem de
u
d IL
pessoa com fins econômicos ou comerciais. (In re ipsa)
E M
3) AUSÊNCIA e
rt RO
p o OR
u H 89
TÓPICOS SOBRE AUSÊNCIA
S C 41- m A ausência será declarada quando
um IZ .7 .co alguém desaparecer sem deixar notícias,

V O er L
.
U
0
4
4 ma il se não deixar representante ou
procurador para administrar seus bens.
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
Deixando mandatário, também será
decretada a ausência se este não quiser
mi ou não puder continuar exercendo as
p lc funções. A declaração será feita
judicialmente, ouvido o Ministério
NOÇÕES GERAIS Público, ato em que o juiz nomeará
curador.

São três as fases sobre os bens do


ausente.
1) 1ª: curadoria do ausente;
2) 2ª: sucessão provisória e
3) 3ª: sucessão definitiva.

A curadoria dos bens do ausente se


inicia a partir de uma petição inicial de
qualquer interessado ou do MP, na
situação acima explicada.

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Serão publicados, durante 1 ano, editais
a cada 2 meses.

Declarada após um ano da arrecadação


dos bens do ausente ou, se deixar
procurador, após três anos. A sentença
que autoriza a sucessão provisória só
produz efeitos 180 dias após sua
publicação, mas, com o seu trânsito em
julgado, abre-se o testamento e o
SUCESSÃO PROVISÓRIA inventário, como se o ausente fosse
falecido. Se, após 30 dias do trânsito em

a l
julgados, não aparecerem interessados
n
ou herdeiro, para requer a abertura do
io
c
inventário, os bens do ausente serão
a
u c ER
considerados herança jacente.
Garantia pignoratícia ou hipotecária:
E M d IL
deverão prestar os herdeiros que não
e
rt RO
foram cônjuge, ascendente ou descente

p o OR do ausente, para se imitirem na posse

S C 41- m u H 89 dos bens.

um IZ .7 .co O cônjuge, ascendente ou descente

er L U 4 il sucessor provisório do ausente fará seus

V O . 0 4 ma os frutos e rendimentos dos bens que lhe


d R 4 3 g cabe. Os demais sucessores deverão
A PE D 0 er@
l
capitalizar metade desses frutos e

mi rendimentos, de acordo com o MP e

p lc prestando contas anuais ao juiz.


Será declarada após o lapso de 10 anos
da abertura da sucessão provisória ou se
comprovado que o ausente tem oitenta
SUCESSÃO DEFINITIVA anos e que suas últimas notícias datam
mais de cinco anos.
Com o trânsito em julgado da sentença
da abertura da sucessão definitiva,
declara-se a morte presumida.

Ano: 2013. Banca: CESPE. Órgão: DPE-DF. Prova: Defensor

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Público

AUSÊNCIA No que se refere às pessoas naturais, julgue os itens que se


seguem.

Aqueles que, independentemente da existência de grau de


parentesco, tiverem sobre os bens do ausente direito
dependente de sua morte possuem legitimidade, como
interessados, em requerer que se declare a ausência e se abra
provisoriamente a sucessão. (CERTO)

Art. 26. Decorrido um ano da arrecadação dos bens do ausente,


ou, se ele deixou representante ou procurador, em se passando
três anos, poderão os interessados requerer que se declare a
ausência e se abra provisoriamente a sucessão.

a l
Art. 27. Para o efeito previsto no artigo anterior, somente se
consideram interessados:
io n
a c
c ER
I - o cônjuge não separado judicialmente;
u
E M d IL
II - os herdeiros presumidos, legítimos ou testamentários;
e
rt RO
de sua morte; p o OR
III - os que tiverem sobre os bens do ausente direito dependente

S C 41- m u H 89
um
IV - os credores de obrigações vencidas e não pagas.
IZ .7 .co
er L U
4) PESSOAS JURÍDICAS
V O . 0
4
4 ma il
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
TÓPICOS SOBRE PESSOA JURÍDICA

mi As pessoas jurídicas podem se constituir

p lc pelo agrupamento de pessoas


(universitas personarum) ou de um
patrimônio com destinação específica
(universitas bonorum).

NOÇÕES GERAIS ATENÇÃO! Teoria adotada pelo CC/02:


Teoria da realidade técnica (Saleilles): a
pessoa jurídica teria uma existência
objetiva e dimensão social, mas a sua
personificação seria fruto da técnica do
direito. Foi a teoria adotada pelo art. 45,
do CC.

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ENTES DESPERSONALIZADOS Sociedade de fato, condomínio edilício,
massa falida, herança jacente/vacante.

União, Estados, Distrito Federal e


PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO Municípios, bem como suas respectivas
PÚBLICO INTERNO autarquias, inclusive associações públicas
e as demais entidades de caráter público
criadas por lei.
Estados estrangeiros e todas as pessoas
PESSOAS DE DIREITO PÚBLICO EXTERNO que forem regidas pelo direito
internacional público.
Associações, fundações, organizações
religiosas, partidos políticos e empresa
individual de responsabilidade limitada.

a l
A existência da pessoa jurídica de direito

io n
privado começa com a sua inscrição no
c
PESSOAS DE DIREITO PÚBLICO PRIVADO respectivo registro (Cartório de Pessoas
a
c ER
Jurídicas ou Junta Comercial), precedida,
u
E M d IL
quando necessário, da autorização ou
aprovação do poder executivo.
e
rt RO
p o OR Decai em três anos o direito de anular

Su H -89
constituição de pessoa jurídica de direito
privado.
m Z C 41 om O Código Civil adota a teoria maior de
r u U I 4 .7 il.cdesconsideração da personalidade
e
V RO 43. gm L 4 0 a jurídica, sendo essencial o cumprimento
d DESCONSIDERAÇÃO DA
A ED 0 r@
PERSONALIDADE JURÍDICA
dos requisitos para que seja declarada.
Dessa maneira, será desconsiderada a
P i le personalidade jurídica no caso de abuso

p lcm da personalidade, sempre


caracterizar desvio de finalidade ou
que

confusão patrimonial.
Agrupamento de pessoas, cujo objetivo é
a realização de atividades sociais (fins
não econômicos), sem visar à distribuição
de lucros. A associação poderá ter lucro,
mas não será distribuído, e sim investido
na associação.
- Não há entre os associados
direitos e obrigações recíprocos;
(ATENÇÃO! Cai muito!)
- Os associados devem ter iguais
direitos, mas o estatuto pode
estabelecer categorias com vantagens

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especiais.
ASSOCIAÇÕES - A qualidade de associado é
intransmissível, salvo disposição
contrária do estatuto.
- Assembleia-Geral: destituição dos
administradores e alteração do
estatuto.
- Exclusão de associado: só
havendo justa causa. Eficácia horizontal
dos direitos fundamentais.
- Patrimônio residual: entidade de
fins não econômicos designada no
estatuto, ou à instituição municipal,
estadual ou federal de fins idênticos ou
semelhantes, por deliberação dos
associados, no caso de omissão do
estatuto.
a l
io n
Patrimônio afetado a uma finalidade.
a c
u c ER
O candidato deve atentar às hipóteses

E M d IL
previstas no rol do parágrafo único, do

e
artigo 62, que estabelece os fins pelo
rt RO
p o OR
qual poderão ser constituídas fundações,
pois é recorrentemente cobrado em

S C 41- m u H 89
prova.

um IZ .7 .co
er L
As hipóteses são para fins de:
U 4 il
4 ma 1) Assistência social;

d V O 3
FUNDAÇÕES
R 4
. 0 g 2) Cultura, defesa e conservação do
A PE D 0 er@
l
patrimônio histórico e artístico;

mi 3) Educação;
4) Saúde;
p lc 5) Segurança alimentar e nutricional;
6) Defesa preservação e
conservação do meio ambiente e
promoção do desenvolvimento
sustentável;
7) Pesquisa cientifica,
desenvolvimento tecnológico,
modernização de sistemas de
gestão, produção e divulgação de
informações e conhecimentos
técnicos e científicos;
8) Promoção da ética,
9) Da cidadania, da democracia, e
dos direitos humanos;
10) Atividades religiosas.

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São 4 as fases de constituição da
fundação:
a) instituição fundacional: por
instrumento público ou testamento;
b) elaboração do estatuto;
c) aprovação do estatuto; e
d) registro em cartório.

- Se o estatuto da fundação não for


elaborado no prazo descrito pelo
instituidor, ou, não havendo prazo,
caberá ao Ministério Público elaborá-lo,
em 180 dias.

- O quórum para alterar o estatuto da


fundação é de 2/3 das pessoas
a l
n
competentes para gerir e representa-la.
io
c
A alteração deverá ser aprovada pelo
a
c ER
Ministério Público, em um prazo de 45
u
E M d IL
dias, que, se não cumprido, ou, se
denegada a alteração, poderá o juiz
e
rt RO
supri-la, a requerimento dos

p o OR interessados.

S C 41- m u H 89
um IZ .7 .co
V O er L
.
U
0
4
4 ma il
d R 4 3 g
A PE D
TEORIA DA APARÊNCIA
0 er@
l i
Trata-se da juridicização de uma situação fática, em virtude da proteção da boa-fé.
m
p lc
Ex.: citação da pessoa jurídica na pessoa do gerente ou do empregado que aparente
ter poderes de receber a citação. Ex2.: representação aparente.

JURISPRUDÊNCIA
RESPONSABILIDADE PENAL DA PESSOA JURÍDICA: O STF entendeu que é admissível
a condenação de pessoa jurídica pela prática de crime ambiental, ainda que
absolvidas as pessoas físicas ocupantes de cargo de presidência ou de direção do
órgão responsável pela prática criminosa. (Info 714).

CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. ASSOCIAÇÃO CIVIL. PERSONALIDADE


JURÍDICA. DESCONSIDERAÇÃO. RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. ART. 1.023 DO
CC/02. NÃO APLICÁVEL.
1. Recurso especial interposto em 15/08/2012 e atribuído a este gabinete em
25/08/2016.
2. Associações civis são caracterizadas pela união de pessoas que se organizam para

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a execução de atividades sem fins lucrativos.
Sociedades simples são formas de execução de atividade empresária, com finalidade
lucrativa.
3. Art. 1.023 do CC/02 aplicável somente às sociedades simples.
4. Recurso especial a que se nega provimento.
(REsp 1398438/SC, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em
04/04/2017, DJe 11/04/2017)

A respeito de direitos da personalidade, pessoas jurídicas e


personalidade, julgue o item a seguir, de acordo com a
jurisprudência do STJ.

Pessoa Jurídica Caso determinada rede de rádio, por informações veiculadas


em sua programação, atinja a honra e a imagem do próprio
Estado, será admitida, nessa hipótese, ação indenizatória por
dano moral pelo ente federativo em desfavor da empresa de

a l
radiodifusão, devendo o locutor responder regressivamente se

io n
tiver agido com dolo ou culpa. Nesse caso, se o locutor for
c
economicamente hipossuficiente, deverá a DP atuar na defesa
a
dele.
u c ER
E M d IL
ERRADO: Pessoa Jurídica de direito público não pode pleitear
e
rt RO
indenização por dano moral contra particular, por violação ao
o OR
direito de imagem ou da honra.
p
S C 41- m u H 89
Ano: 2017 Banca: CESPE Órgão: DPU Prova: CESPE - 2017 -

um IZ .7 .co
DPU - Defensor Público Federal

V O er L
. 0
U4 ma4 il
Situação hipotética: B é sócio cotista da sociedade empresária
d R 4 3 g
A Ltda., que está encerrando suas atividades e,
A PE D 0 er@
l
consequentemente, dissolvendo a sociedade. Assertiva: Nessa
i
situação, em eventual demanda judicial envolvendo B e a
m
p lc
figura jurídica A Ltda., esta poderá requerer a desconsideração
da personalidade jurídica da sociedade empresária, tendo
como fundamento único o seu término.
GABARITO: ERRADO.

O encerramento das atividades ou dissolução da sociedade,


ainda que irregulares, não é causa, por si só, para a
desconsideração da personalidade jurídica prevista no Código
Civil. STJ. 2ª Seção. EREsp 1.306.553-SC, Rel. Min. Maria Isabel
Gallotti, julgado em 10/12/2014 (Info 554).

Enunciado da IV Jornada de Direito Civil do CJF: 282 – Art. 50:


O encerramento irregular das atividades da pessoa jurídica,
por si só, não basta para caracterizar abuso da personalidade
jurídica.

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Obs: O encerramento irregular das atividades da empresa
devedora autoriza, por si só, que se busque os bens dos sócios
para pagar a dívida?13

Código Civil: NÃO.

CDC: SIM.

Lei Ambiental: SIM.

CTN: SIM.

a l
io n
a c
u c ER
Fica a dica! Importantíssimo você, Futuro(a) Defensor(a) Público(a), dar uma lida

E M d IL
nos artigos referentes aos BENS.

e
De 2016 até agora só caiu 3 questões sobre o tema, mas melhor prevenir do que
rt RO
o OR
remediar, não é mesmo? ;)
p
5) NEGÓCIO JURÍDICO S C 41- m u H 89
um IZ .7 .co
er L U
4 ma 4 il
Trata-se de um dos assuntos mais cobrados em prova, devendo o candidato
V O . 0
d R 4 3
atentar para o texto da lei (artigos 104 a 184).
g
A PE D 0 er@
O negócio jurídico é a manifestação de vontade direcionada a produzir efeitos
l i
jurídicos favoráveis aos interesses dos sujeitos que o praticam. Tem como finalidade a
m
lc
aquisição, a modificação, a transferência ou extinção de direitos.
p
O negócio jurídico para ser válido requer (art. 104, do CC):
1) Manifestação de vontade livre e de boa-fé,
2) Agente capaz e legitimado,
3) Objeto lícito, possível,
4) Determinado ou determinável e
5) Observada a forma para o cumprimento do ato, nos termos da lei (forma
prescrita ou não defesa em lei).

ATENÇÃO! A parte não poderá se valer da incapacidade relativa do outro para se


beneficiar, salvo se for indivisível e se tratar de objeto do direito ou coisa comum.

13
* Fonte: Site Dizer o Direito.

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O art. 108, do CC, dispõe sobre a necessidade de escritura pública para a validade de
negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia
de direitos reais sobre imóveis de valor acima de 30 salários mínimos (maior salário
mínimo vigente).

Mas:
- A promessa de compra e venda não precisa de escritura pública, podendo ser
celebrada por instrumento particular.
- Os negócios garantidos por alienação fiduciária de imóveis também não
exigem escritura pública, nem a aquisição de imóveis pelo SFH.

5.1. Elementos acidentais do negócio jurídico


a l
io n
Os elementos acidentais fazem parte do plano da eficácia, podendo ou não
c
ocorrer. Os efeitos do negócio jurídico devem atender ao fim para o qual este foi
a
c ER
celebrado, devendo ser eficaz. Porém, caso as partes queiram que os efeitos sejam
u
E M d IL
aplicados em momento posterior, ou, que lhe sejam impostas limitações, poderão
estabelecer condição, termo ou encargo, que são reconhecidos como elementos
acidentais do negócio jurídico. e
rt RO
p o OR
S C 41- m u H 89
Condição: cláusula que, derivando exclusivamente da vontade das partes, subordina os
m Z .7 .co
efeitos do negócio jurídico a evento futuro e incerto. As condições invalidarão o
u I
V er L
.
U
0
4
4 ma il
negócio jurídico quando: forem impossíveis, quando suspensivas; forem ilícitas ou se
forem incompreensíveis ou contraditórias. A condição obsta a aquisição do direito e
O
d R
seu exercício.
4 3 g
A PE D 0 er@
l i
As condições podem ser: suspensivas, quando obstam a produção dos efeitos
m
p lc
do negócio jurídico até que sobrevenha o acontecimento predeterminado pelas
partes. Serão resolutivas quando o negócio jurídico nasce surtindo efeitos, mas deixa
de produzi-los quando ocorrer a condição que lhe foi imposta.

Termo: trata-se de evento futuro e certo, ao qual podem ser subordinados os efeitos
do negócio jurídico. O termo suspenderá o exercício do direito e não a sua aquisição,
já que se o termo é evento futuro e certo, os direitos já estão consolidados.

Encargo: é uma limitação que pode ser imposta pela parte aos atos não onerosos, para
restringir a vantagem criada, estabelecendo o fim a que ela deve ser dirigida ou
impondo uma obrigação ao favorecido. O encargo não suspende a aquisição do
direito nem o seu exercício, salvo quando expressamente imposto, como condição
suspensiva.

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5.2. Manifestação de vontade

Levando-se em conta a boa-fé que deve reger os negócios jurídicos, a


manifestação de vontade deve também ser interpretada observando a finalidade a
que se destina o negócio. Assim, ela subsistirá ainda que o autor haja feito reserva
mental de não querer o que manifestou, salvo se o destinatário do ato tinha
consciência disto.

O Código deixou claro que, quanto à manifestação de vontade, prevalecerá a


vontade real do agente, devendo a atenção ser voltada mais à intenção do agente, do
que às palavras literais expressas. No que diz respeito ao silêncio, ele será considerado
como anuência se, as circunstancias autorizarem e a anuência expressa não for
necessária.

Serão interpretados de forma restritiva os negócios jurídicos benéficos e a


renúncia.
a l
io n
5.3. Dos defeitos do negócio jurídico
a c
u c ER
d IL
A validade é elemento essencial dos negócios jurídicos, de maneira que, para
E M
e
produzirem os efeitos pretendidos, é essencial a manifestação livre, correspondente à
rt RO
intenção do agente, desde que não contrarie a lei. Neste sentido, são anuláveis os
p o OR
negócios jurídicos, quando a declaração de vontade emanar erro substancial, dolo,

S C 41- m u H 89
coação, lesão, estado de perigo ou fraude contra credores.

um IZ .7 .co
ATENÇÃO! O único que enseja NULIDADE é a SIMULAÇÃO!

V O er L
.
U
0
4
4 ma il
Erro substancial ou ignorância: poderia ser percebido por qualquer pessoa de
d R 4 3 g
A PE D
diligência normal. O erro é a falsa representação positiva da vontade, enquanto a
0 er@
ignorância é o desconhecimento, um estado negativo. O erro, para anular o negócio,
l
mi
deve ser essencial ou substancial, mas o Enunciado 12, da I Jornada de Direito Civil diz

da confiança”. p lc
que “é irrelevante ser ou não escusável o erro, porque o dispositivo adota o princípio

O falso motivo só vicia o negócio jurídico quando a declaração de vontade nele


expressa é determinante para a constituição do negócio.

Espécies de erro:
1) Sobre o objeto: erro sobre as características e qualidades essenciais do bem
objeto.
2) Sobre o negócio: a parte erra sobre a própria manifestação de vontade.
3) Sobre a pessoa: sobre a identidade ou qualidade essencial da pessoa.
4) Erro de direito: é possível a anulação, mas não pode implicar recusa à
aplicação da lei e deve ser o motivo único e principal do negócio.

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O erro na indicação da pessoa ou coisa só viciará o negócio jurídico se, pelas
circunstâncias do ato, não se puder identificar a coisa ou pessoa cogitada.

O erro não prejudicará a validade do ato se, a pessoa a quem a manifestação de


vontade se dirige, se oferecer para executar o ato em conformidade com a vontade
real do sujeito, ou seja, o erro pressupõe prejuízo.

Dolo: ocorre quando uma das partes (ou um terceiro) age com intenção prejudicial,
com manifesta intenção dolosa para obter vantagem em relação ao outro. No dolo,
aquele que manifesta a vontade é conduzido à prática do ato com intenção dolosa. É
um erro provocado.

Se o dolo for principal, anulará o negócio jurídico, pois, sem a manifestação de


vontade, este não existiria. Por outro lado, se acidental, ou seja, não é determinante
do negócio jurídico, não anula, mas a parte que agiu com dolo responderá pelo
pagamento das perdas e danos dele decorrentes.

a l
Se ambas as partes agem com dolo, nenhuma delas poderá invocá-lo para
io n
anular o negócio jurídico.
a c
u c ER
O dolo praticado por terceiro vicia o negócio jurídico em prejuízo do
E M d IL
beneficiário que tinha ciência do dolo empregado. Se o beneficiário não sabia, ou tinha
e
rt RO
condições de saber do dolo de terceiro, apenas responderá por perdas e danos,
subsistindo o negócio.
p o OR
S C 41- m u H 89
O dolo praticado pelo representante legal da parte só obriga o representado a
m Z .7 .co
responder civilmente até a importância do proveito que teve. Contudo, se o
u I
er L U 4 il
representante for convencional, o beneficiário responderá solidariamente pelos danos

V
causados por este.
O . 0 4 ma
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
Coação: deve ser moral (vis compulsiva), uma violência psicológica, que ocorre quando
l i
a declaração de vontade foi praticada após séria ameaça da parte contrária (ou de
m
p lc
terceiro), que incuta no paciente o temor de dano iminente à sua pessoa, sua família
ou a seus bens. Para apreciar a coação, o juiz levará em conta as condições da vítima e
das circunstâncias em que ocorreram o caso, isto é, deve-se analisar o caso concreto, e
não as condições do homem médio.

O negócio jurídico será viciado pela coação exercida por terceiro, se dela tivesse
conhecimento ou devesse ter a parte a quem lhe aproveita, respondendo
solidariamente por perdas e danos.

O negócio jurídico subsistirá se a coação decorrer de terceiro, sem que a parte


a que lhe aproveita tivesse ou devesse ter conhecimento. Porém, o autor da coação
responderá por todas as perdas e danos que houver causado ao coacto.

Estado de perigo: configura-se o estado de perigo, quando alguém, premido da


necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela

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outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa. É o estado de necessidade
aplicado ao Direito Civil. Exige-se o DOLO DE APROVEITAMENTO, ou seja, o
conhecimento da parte da situação da outra.

Lesão: ocorre lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por
inexperiência, assume prestação manifestamente desproporcional ao valor da
prestação oposta. Neste caso, serão considerados os valores vigentes ao tempo em
que foi celebrado o negócio jurídico. A lesão exsurge da necessidade econômica de
uma das partes ou de sua inexperiência. São, portanto, 2 os elementos da lesão:
objetivo, que é a desproporção entre as prestações; subjetivo: abuso da necessidade
ou inexperiência da outra parte.

ATENÇÃO: no CDC, a lesão não é causa de anulabilidade, e sim de NULIDADE.

Segundo o Enunciado 290, da IV Jornada de Direito Civil: A lesão acarretará a


anulação do negócio jurídico quando verificada, na formação deste, a desproporção

a l
manifesta entre as prestações assumidas pelas partes, não se presumindo a premente
necessidade ou a inexperiência do lesado.
io n
a c
u c ER
Não será decretada a anulação do negócio, se for oferecido suplemento
suficiente, ou se a parte favorecida concordar com a redução do proveito.
E M
São causas de anulabilidade do negócio jurídico:d IL
e
rt RO
 A celebração por pessoa relativamente incapaz;
o OR
 Por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou
p
u H 89
fraude contra credores.
S C 41- m
um
ATENÇÃO! O único que enseja NULIDADE é a SIMULAÇÃO!
IZ .7 .co
V O er L
. 0
U4 ma4 il
d R 4 3 g
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l
mi
plc já nasce desequilibrado, enquanto na Teoria da
Lesão x Teoria da Imprevisão
Na lesão, o negócio jurídico
Imprevisão, o negócio jurídico nasce válido e, depois, se desequilibra, pois ocorre em
contratos de execução continuada ou diferida. Ademais, a lesão invalida o negócio
jurídico, já pela referida teoria, revisa-se ou resolve-se o contrato.

Fraude contra credores: é um vício social que se dá com a transmissão gratuita de


bens ou remissão de dívidas, quando o devedor já for insolvente, ou for reduzido à
insolvência pela prática destes negócios. É um ato negocial que reduz o patrimônio do
devedor, prejudicando o credor anterior. Os atos fraudulentos gratuitos dispensam a
prova de má-fé, exigindo-se apenas o prejuízo do credor, já os onerosos exigem o
conluio fraudulento e o prejuízo do credor. O conluio fraudulento é presumido se a
insolvência for notória ou houvesse motivo para ser conhecida pelo outro contratante.

A ação anulatória, neste caso, é chamada de Ação Pauliana, ou Ação

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Revocatória, que deverá ser proposta contra o devedor, a pessoa que celebrou o
negócio jurídico com ele e o terceiro de má-fé. Trata-se de um litisconsórcio passivo
necessário.

O negócio jurídico anulável poderá ser convalidado pelas partes, desde que
respeitados os direitos de terceiros. Se não for o caso de convalidação, a anulação
poderá ser pleiteada no prazo de quatro anos.

Prezando pela boa-fé, que deve regular os atos da vida civil, se o menor, entre
dezesseis e dezoito anos invocou dolosamente sua idade para celebrar negócio
jurídico, não poderá utilizar-se de sua incapacidade relativa, como forma de eximir-se
de sua obrigação.

5.4. Da invalidade do negócio jurídico

O negócio jurídico será nulo quando:


 Celebrado por pessoa absolutamente incapaz;
a l
 For ilícito, impossível ou indeterminável seu objeto;
io n
 O motivo, comum a ambas as partes for ilícito;
a c
 Não revestir das formas prescritas em lei;
u c ER
validade; E M d IL
 For preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua

e
rt RO
 Tiver por objeto fraudar a lei imperativa;
o OR
 A lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar
p
sanção.
 Simulação S C 41- m u H 89
um IZ .7 .co
V O er L
.
U
0
4
4 ma il
Também é considerada causa de invalidade do negócio jurídico a sua
simulação. Porém, subsistirá o que se dissimulou, for válido em sua substância ou
d R 4 3 g
forma.
A PE D 0 er@
l
mi
O negócio jurídico nulo não está sujeito à confirmação e nem convalesce com

p lc
o decurso do tempo. Porém, poderá ser reconhecida a fungibilidade do negócio
jurídico, se este contiver requisitos essenciais a outro, quando o fim a que visavam as
partes permitir supor que teriam o querido, se houvessem previsto a nulidade.

FRAUDE CONTRA CREDORES FRAUDE À EXECUÇÃO


Direito Civil. Direito Processual Civil.

Já existe demanda contra o devedor que


Não existe ainda processo, só dívida.
aliena seu patrimônio

Ordem Privada: fraude contra a outra Ordem Pública: a fraude é contra o


parte, pessoa determinada. processo.

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Plano da validade: os atos são Plano da eficácia: os atos fraudulentos
anuláveis. são ineficazes.

JURISPRUDÊNCIA

ANULAÇÃO DE PARTILHA. PRAZO DECANDENCIAL: É de 4 anos o prazo de


decadência para anular partilha de bens em dissolução de união estável, por vício de
consentimento (coação), nos termos do art. 178 do Código Civil. Cuidado: Prazo
para anulação da partilha do direito sucessório (morte): 1 ano. Prazo para
anulação da partilha em caso de divórcio ou dissolução de união estável: 4 anos. STJ.
(Info 600).

FRAUDE à EXECUÇÃO: A fraude à execução só poderá ser reconhecida se o ato de


disposição do bem for posterior à citação válida do sócio devedor, quando
redirecionada a execução que fora originariamente proposta em face da pessoa
jurídica. STJ. (Info 594)
a l
io n
SÚMULAS
a c
u c ER
contra credores. E M d IL
Súmula 195 – STJ: Em embargos de terceiro não se anula ato jurídico, por fraude

e
rt RO
p o OR
S C 41- m u H 89
um IZ .7 .co
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. 0
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d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
Ano: 2012. Banca: CESPE. Órgão: DPE-SE

mi
Assinale a opção correta acerca dos negócios jurídicos.
p lc
QUESTÃO 4: a) Os negócios jurídicos podem ser praticados pelo titular do
NEGÓCIO JURÍDICO direito negociado ou por seu representante; assim, qualquer
manifestação de vontade do representante produz efeitos em
relação ao representado.

b) Na análise de um negócio jurídico bilateral, deve-se, em


atendimento ao princípio da autonomia da vontade, aplicar o
sentido literal da linguagem consubstanciado no negócio, e
não, o da intenção dos contratantes.

c) Ocorrerá defeito no negócio jurídico quando as declarações


de vontade emanarem de erro substancial que poderia ser
percebido por pessoa de diligência normal, em face das
circunstâncias do negócio; assim, considera-se substancial o

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erro quando, sendo de direito e não implicando recusa à
aplicação da lei, for ele o motivo único ou principal do negócio
jurídico.

d) O dolo provoca a nulidade dos negócios jurídicos, exceto


quando praticado por terceiro, e, se ambas as partes
procederem com dolo, nenhuma delas poderá alegá-lo para
anular o negócio ou reclamar indenização.

e) Não provoca vício ao negócio jurídico o fato de as suas


condições se sujeitarem ao puro arbítrio de uma das partes.

GABARITO COMENTADO:
CORRETA: Letra C - O examinador uniu as disposições dos
artigos 138 e 139 do Código Civil, que estabelecem as
hipóteses de erro ou ignorância do negócio jurídico.
a l
INCORRETAS:
io n
a c
c ER
A) O mandatário deve respeitar os limites conferidos ao
u
E M d IL
mandato, quanto as suas manifestações. Assim, a alternativa
está incorreta, pois determina que qualquer manifestação de
e
rt RO
vontade produzirá efeitos, contrariando a norma do artigo 116.

p o OR
S C 41- m u H 89
B) Com relação à manifestação de vontade, aplica-se o
princípio da vontade real do agente, logo, nos termos do artigo
m IZ .7 .co
112, esta prevalece ao sentido literal.
u
V er L
O
U
.
4
0
il
4 ma
D) O dolo praticado por terceiro também anula o negócio
d R 4 3 g
jurídico, se a parte que dele beneficia dele tivesse ou devesse
A PE D 0 er@
ter conhecimento. O dolo de terceiro não anulará o negócio
l i
jurídico quando a parte beneficiada não tinha ou não pudesse
m
p lc
ter conhecimento dele, mas, nesse caso, de acordo com o
artigo 148, subsistirá o dever de o terceiro pagar perdas e
danos ao prejudicado.

E) O artigo 122 é claro ao expor que serão ilícitas as condições


do contrato que sujeitam o negócio jurídico ao puro arbítrio de
uma das partes.

Ano: 2018. Banca: FCC. Órgão: DPE-AP. Prova: Defensor


Público

Mário adquiriu um pequeno sítio em área próxima ao


Município de Água Branca do Amapari, onde pretendia realizar
cultivo agrícola para o sustento de sua família. Entretanto,
após a conclusão do negócio, veio a descobrir que o imóvel se

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encontra em uma área de reserva permanente, de modo que
não poderá utilizar o imóvel da maneira como deseja. Neste
caso, existem elementos para afirmar que o negócio pode ser
anulado por
a) lesão.
b) erro acidental.
c) erro essencial.
d) estado de perigo.
e) onerosidade excessiva.

GABARITO: C. Trata-se de erro sobre o objeto, pois o


contratante ignorava (desconhecia) uma qualidade essencial
do bem objeto do negócio jurídico.

a l
io n
Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-RS Prova: FCC - 2018 - DPE-
RS - Defensor Público
a c
u c ER
E Md IL
Sobre os defeitos e invalidades do negócio jurídico, analise as
assertivas abaixo. e
rt RO
p o OR
S C 41- m u H 89
I. É anulável, pela configuração de estado de perigo, o negócio
jurídico praticado pelo agente que se encontra com fundado
m Z .7 .co
temor de dano iminente aos seus bens.
u I
V er L U 4
0
il
4 ma
II. Os negócios jurídicos nulos não podem ser confirmados,
O .
d R 3 g
ainda que contenham os requisitos de outro.
4
A PE D 0 er@
l i
III. A sentença que anular o negócio jurídico praticado com
m
lc
dolo alcançará credor solidário.
p
Está correto o que consta APENAS de:

GABARITO: B (II).

I – ERRADA: O estado de perigo configura-se quando há perigo


de dano à pessoa, não aos bens.

Art. 156. Configura-se o estado de perigo quando alguém,


premido da necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua
família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume
obrigação excessivamente onerosa.

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II – CORRETA: Confirmação é uma espécie de convalidação.
Apenas negócios jurídicos anuláveis podem ser convalidados. A
transformação de um negócio jurídico nulo em outro válido é
possível, mas essa operação é denominada de conversão (ou
conversão substancial), não de confirmação.

Art. 172. O negócio anulável pode ser confirmado pelas partes,


salvo direito de terceiro.

Art. 169. O negócio jurídico nulo não é suscetível de


confirmação, nem convalesce pelo decurso do tempo.

Art. 170. Se, porém, o negócio jurídico nulo contiver os


requisitos de outro, subsistirá este quando o fim a que visavam
as partes permitir supor que o teriam querido, se houvessem
previsto a nulidade.

a l
io n
c
III – ERRADA. Art. 273. A um dos credores solidários não pode
a
c ER
o devedor opor as exceções pessoais oponíveis aos outros.
u
E M d IL
e
rt RO
p o OR
S C 41- m u H 89
Ano: 2017 Banca: CESPE Órgão: DPE-AL Prova: CESPE - 2017 -
DPE-AL - Defensor Público
m Z .7 .co
Se, após uma tempestade, uma árvore cair sobre um veículo e
u I
V er L
O
U 4
0
il
causar danos a alguém, esse evento será classificado como:
4 ma
A) ato fato jurídico.
.
d R 4 3 g
B) ato unilateral.
A PE D 0 er@
C) negócio jurídico.
l i
D) fato jurídico em sentido estrito.
m
p lc
E) ato jurídico em sentido estrito.
__________________________________________________
GABARITO: D.

Alternativa A) Ato-fato jurídico – é todo aquele que considera


o ato produzido em si e não pela vontade humana, ou seja, o
ato terá maior relevância para a área jurídica do que o agente
que pode ser um incapaz. Ex.: um menor de idade achar um
tesouro. O agente não é importante no primeiro momento,
mas sim o ato, apesar de ser menor, este terá uma parte
daquilo que foi achado.

Alternativa B) Ato unilateral - Do jurídico, ato unilateral é


aquele que gera efeitos jurídicos apenas pela manifestação da

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vontade de uma pessoa só. O ato unilateral é quando eu dou
uma recompensa a quem achou meu cachorro.

Alternativa C) Negócio Jurídico – proveniente da relação entre


duas ou mais pessoas que ao se reunirem podem ocasionar em
efeitos jurídicos. Ex.: um contrato de aluguel.

Alternativa D) Fatos Naturais (Fatos Jurídicos Strictu Sensu): Os


fatos naturais são acontecimentos provenientes da natureza e
não precisam da vontade humana para que sejam
manifestados ou mesmo quando o homem colabora
indiretamente para a sua ocorrência. Eles podem ser divididos
em:

a l
Fatos Naturais Ordinários – quando são esperados, como por
exemplo, a morte, o nascimento, etc.;
io n
a c
c ER
Fatos Naturais Extraordinários – aqueles que são
u
E M d IL
imprevisíveis, como terremotos, enchentes, raios, etc., que
serão considerados apenas se gerarem consequências
e
rt RO
jurídicas. Ex.: Avião é atingido por um raio e todos os
o OR
passageiros morrem.
p
S C 41- m u H 89
Alternativa E) Ato jurídico em sentido estrito – podem ser

um Z .7 .co
chamados de atos meramente lícitos e são cometidos pelo
I
V O er L
.
U
0
4
4 ma il
homem sem o interesse de influenciar na esfera jurídica, pois
estão em conformidade com a lei. Ex.: teste de DNA para
d R 4 3 g
reconhecer a paternidade.
A PE D 0 er@
l
6. PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA
m i
p lc em prova, abaixo será apresentada uma tabela com
Por ser tema sempre cobrado
as principais diferenças entre os institutos, bem como com as informações essenciais
para responder adequadamente as questões.

PRESCRIÇÃO (Artigo 189 a 206) DECADÊNCIA (Artigo 207 a 211)


Consiste na pretensão conferida ao
indivíduo, que teve seu direito violado,
de exigir sua reparação, no lapso A decadência consiste na extinção de
temporal determinado pela lei. um direito por não ter sido exercido no
prazo legal. É a perda do direito pela
A prescrição atinge a pretensão, e não o inércia de seu titular.
direito de ação, pois este jamais
prescreverá. A pretensão nasce no dia

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da violação do direito.

É permitida a renúncia à prescrição, de Regra geral, a decadência não se sujeita


forma expressa ou tácita, mas desde às causas que interrompem,
sua manifestação ocorra após a sua suspendem ou impedem a prescrição.
consumação. Somente se aplicam se houver previsão
legal expressa autorizando.
Por ser matéria de ordem pública,
quando a decadência for estabelecida
por lei, pode ser reconhecida de ofício
Os prazos prescricionais não estão pelo juiz, e pode ser alegada em
sujeitos à convenção das partes; qualquer tempo e grau de jurisdição.
Por outro lado, se convencional, a parte
poderá alegá-la a qualquer tempo e
grau de jurisdição, mas o juiz não a
reconhecerá de ofício.
a l
Por se tratar de matéria de ordem
pública, poderá ser alegada a qualquer
io n
tempo e grau de jurisdição. Porém, se a
a c
parte beneficiária da prescrição cumprir
u c ER
d IL
o ato, mesmo após a sua consumação, Será nula a renúncia à decadência,
E M
não poderá exigir a devolução.
e
quando está é estipulada por lei.
rt RO
Isso porque o que se perde com a
p o OR
S C 41- m
consumação da prescrição é o direito à
pretensão, subsistindo a obrigação,
u H 89
um IZ .7 .co
mesmo que não possa ser exigida.
er L U4 ma4 il
Os artigos 197 a 201 listam as causas
V O . 0
em que não corre a prescrição, devendo
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
o candidato se atentar a elas. Porém, as
l
mais exigidas em provas são:
ₒ Entre os cônjuges na mi
p lc
pendência da sociedade conjugal;
ₒ Entre os ascendentes e
descendentes, durante o poder
familiar;
ₒ Contra os absolutamente
incapazes (menores de 16 anos);
ₒ Enquanto pendente ação de
fato que deva ser apurado no juízo
criminal;
Nas obrigações solidárias, a suspensão
da prescrição apenas vai beneficiar os
outros credores solidários, se a
obrigação for indivisível. Já a
interrupção da prescrição por um
credor não aproveita aos outros, da

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mesma forma que a interrupção contra
um codevedor, ou seu herdeiro, não
prejudica os demais coobrigados. E a
interrupção por um credor solidário
aproveita aos outros e a interrupção
contra um devedor solidário prejudica
os demais e seus herdeiros.
A prescrição só pode ser interrompida
uma única vez, sendo que, uma vez
interrompida, recomeça a correr da
data do ato que a interrompeu ou do
último ato do processo para
interrompê-la;
ATENÇÃO: caso não haja prazo
prescricional previsto em lei, a
prescrição ocorre no prazo de dez anos.

a l
Os prazos prescricionais estão dispostos
io n
no artigo 206 do CC, sendo essencial a
a c
leitura, pois são cobrados em quase
u c ER
todas as provas, sendo os mais pedidos
pelos examinadores: d IL
E M
e
rt RO
ₒ 1 ano: a pretensão do
p o OR
segurado contra a seguradora, ou
deste contra aquele.S C 41- m u H 89
m Z .7 .co
ₒ 2 anos: o direito de se exigir
u I
V er L U
0
data que se vencerem.
O .
4
4 ma il
prestações alimentares, a partir da

d R 3 g
ₒ 3 anos: a pretensão de
4
A PE D 0 er@
ressarcimento de enriquecimento
l i
sem causa; a pretensão à reparação
m
p
cobrança de seguro DPVAT;
lc
civil; a pretensão decorrente da

ₒ 4 anos: a pretensão referente


à tutela, a contar da data da
aprovação das contas;
ₒ 5 anos: a pretensão dos
profissionais liberais em geral e a
pretensão do vencedor para haver
do vencido o que despendeu em
juízo.

JURISPRUDÊNCIA

PRESCRIÇÃO: É de 1 ano o prazo de prescrição da pretensão do segurador, sub-

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rogado nos direitos do segurado, de indenização pela deterioração de carga em
navio por falha em contêiner. Aplica-se, neste caso, o art. 8º do Decreto-Lei
116/1967, que trata sobre o prazo prescricional envolvendo as ações por extravio,
perdas e avarias de carga. Não se aplica o art. 206, § 3º, V, do CC considerando que
se trata de norma geral e, por isso, não revogou o art. 8º do DL nº 116/1967, que é
considerado norma especial. Aplica-se à presente situação a Súmula 151 do STF que,
apesar de antiga, continua vigente: Súmula 151-STF: Prescreve em um ano a ação do
segurador sub-rogado para haver indenização por extravio ou perda de carga
transportada por navio. STJ. (Info 586).

PRESCRIÇÃO: É de 3 anos o prazo prescricional de ação proposta por entidade de


previdência privada complementar contra terceiro que se apropriou indevidamente
de verbas relativas a benefício previdenciário. Não há previsão específica para este
caso na LC 109/2001, razão pela qual se aplica o art. 206, § 3º, IV, do Código Civil
(pretensão de ressarcimento de enriquecimento sem causa). STJ. (Info 588).

PRESCRIÇÃO: Qual é o prazo prescricional da ação de repetição de indébito


a l
n
envolvendo contrato de cédula de crédito rural? • Se o fato ocorreu sob a vigência
io
c
do CC/1916: 20 anos. • Se o fato ocorreu sob a vigência do CC/2002: 3 anos. O
a
c ER
termo inicial do prazo prescricional é a data do pagamento (efetiva lesão). STJ. (Info
u
592).
E M d IL
e
rt RO
ANULAÇÃO DE PARTILHA. PRAZO DECANDENCIAL: É de 4 anos o prazo de
o OR
decadência para anular partilha de bens em dissolução de união estável, por vício de
p
S C 41- m u H 89
consentimento (coação), nos termos do art. 178 do Código Civil. Cuidado: Prazo
para anulação da partilha do direito sucessório (morte): 1 ano. Prazo para
m Z .7 .co
anulação da partilha em caso de divórcio ou dissolução de união estável: 4 anos. STJ.
u I
(Info 600).

V O er L
. 0
U4 ma4 il
d R 3 g
PRESCRIÇÃO. FIADOR. SUB-ROGAÇÃO: É trienal o prazo de prescrição para fiador
4
A PE D 0 er@
que pagou integralmente dívida objeto de contrato de locação pleitear o
l i
ressarcimento dos valores despendidos contra os locatários inadimplentes. O termo
m
p lc
inicial deste prazo é a data em que houve o pagamento do débito pelo fiador,
considerando que é a partir daí que ocorre a sub-rogação. STJ. (Info 605).

O termo inicial para que o herdeiro do cônjuge prejudicado anule a fiança firmada
sem a devida vênia conjugal é de dois anos, contados a partir do falecimento do
consorte que não concordou com a referida garantia. (Resp. 1.273.639- SP. 2016).
Prescreve em 10 anos (artigo 205 do CC) a pretensão de cobrar dívida decorrente de
conserto de automóvel por mecânico que não tenha conhecimento técnico e
formação intelectual suficiente para ser qualificado como profissional liberal. (Resp.
1.546.114 - ES. 2015).
A prescrição da pretensão de cobrança de dívida extingue o direito real de hipoteca
estipulado para garanti-la. (Resp. 1.408.861 – RJ. 2015).
É quinquenal o prazo para a propositura da ação indenizatória ajuizada por vítima
de acidente de trânsito contra concessionária de serviço público de transporte
coletivo. (Resp. 1.277.724-PR. 2015).

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O termo inicial do prazo de prescrição da pretensão de recebimento de honorários
advocatícios contratados sob a condição de êxito da demanda judicial, no caso em
que o mandato foi revogado por ato unilateral do mandante antes do término do
litígio judicial, é a data do êxito da demanda, e não da revogação do mandato. (Resp.
805.151 - SP. 2015)
Prescreve em um ano a pretensão de cobrar despesas de sobre-estadia de contêiner
(demurrage), quer se trate de transporte multimodal, quer se trate de transporte
unimodal. (Resp. 1.355.095 – SP. 2015).
Prescreve em dez anos a pretensão do advogado autônomo de cobrar de outro
advogado o valor correspondente à divisão de honorários advocatícios contratuais e
de sucumbência referentes à ação judicial na qual ambos trabalharam em parceria.
(Resp 1.504.969 – SP.2015).
O prazo decadencial de quatro anos estabelecido nos artigos 178, §9º, VI e 362 do
CC/02 (correspondente ao artigo 1.614 do CC/02) aplica-se apenas aos casos em que
se pretende, exclusivamente, desconstituir o reconhecimento da filiação, não tendo
incidência nas investigações de paternidade, nas quais a anulação do registro civil
constitui mera consequência lógica da procedência do pedido. (AgRg no Resp
a l
1.259.703-MS.2015).
io n
c
Quando um vício oculto, por sua natureza, só puder ser conhecido mais tarde (artigo
a
c ER
445, §1º, CC), o adquirente de bem móvel terá o prazo de trinta dias (artigo 445,
u
E M d IL
caput, do CC), a partir da ciência desse defeito, para exercer o direito de obter a
redibição ou abatimento no preço, desde que o conhecimento do vício ocorra
e
rt RO
dentro do prazo de cento e oitenta dias da aquisição do bem. (Resp. 1.095.882-SP.
2015).
p o OR
S C 41- m u H 89
Prescreve em um ano a pretensão da sociedade seguradora em face do
ressegurados baseada em contrato de resseguro. (Resp. 1.170.057 – MG. 2013)I
m Z .7 .co
Prescreve em cinco anos, contados do vencimento de cada parcela, a pretensão,
u I
V er L
1.306.175 – SP. 2013).
O . 0
U4 ma4 il
nascida sob a vigência do CC/02, de cobrança de cotas condominiais. (Resp.

d R 4 3 g
A PE D 0 er@
Prescreve em 3 anos a pretensão do promitente-comprador de restituição dos
l i
valores pagos a título de comissão de corretagem ou de serviço de assistência
m
p lc
técnico-imobiliária (SATI), ou atividade congênere (art. 206, § 3º, IV, CC). STJ. 2ª
Seção. REsp 1.551.956-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em
24/8/2016 (recurso repetitivo) (Info 589).

*Qual é o prazo prescricional da ação de repetição de indébito envolvendo contrato


de cédula de crédito rural? • Se o fato ocorreu sob a vigência do CC/1916: 20 anos. •
Se o fato ocorreu sob a vigência do CC/2002: 3 anos. O termo inicial do prazo
prescricional é a data do pagamento (efetiva lesão). STJ. 2ª Seção. REsp 1.361.730-
RS, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 10/8/2016 (recurso repetitivo) (Info 592).

É trienal o prazo de prescrição para fiador que pagou integralmente dívida objeto de
contrato de locação pleitear o ressarcimento dos valores despendidos contra os
locatários inadimplentes. O termo inicial deste prazo é a data em que houve o
pagamento do débito pelo fiador, considerando que é a partir daí que ocorre a sub-
rogação, e, via de consequência, inaugura-se ao fiador a possibilidade de demandar

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judicialmente a satisfação de seu direito. STJ. 3ª Turma. REsp 1.432.999-SP, Rel. Min.
Marco Aurélio Bellizze, julgado em 16/5/2017 (Info 605).

O termo inicial da pretensão de ressarcimento nas hipóteses de plágio se dá quando


o autor originário tem comprovada ciência da lesão a seu direito subjetivo e de sua
extensão, não servindo a data da publicação da obra plagiária, por si só, como
presunção de conhecimento do dano. STJ. 3ª Turma.REsp 1.645.746-BA, Rel. Min.
Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 6/6/2017 (Info 609).

Prazo prescricional para esta ação de indenização baseada na evicção? 3 anos. A


pretensão deduzida em demanda baseada na garantia da evicção submete-se ao
prazo prescricional de três anos (STJ. 3ª Turma. REsp 1.577.229-MG, Rel. Min. Nancy
Andrighi, julgado em 8/11/2016. Info 593).

Na vigência do Código Civil de 2002, é quinquenal o prazo prescricional para que o


condomínio geral ou edilício (vertical ou horizontal) exercite a pretensão de
cobrança de taxa condominial ordinária ou extraordinária, constante em
a l
n
instrumento público ou particular, a contar do dia seguinte ao vencimento da
io
c
prestação. STJ. 2ª Seção. REsp 1.483.930-DF, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado
a
em 23/11/2016 (recurso repetitivo) (Info 596).
u c ER
E M d IL
O exercício da pretensão de indenização do DPVAT, nos casos do absolutamente
e
rt RO
incapaz, fica postergado para o momento do suprimento da incapacidade, assim
o OR
reconhecido por sentença judicial de interdição e nomeação de curador transitada
p
S C 41- m u H 89
em julgado, contando-se a partir de então a prescrição. REsp 1595136, Relator
Ministro Luís Felipe Salomão, julgado em 01/12/2017.

um IZ .7 .co
V er L0
U4 ma4 il
Conserto de veículo por mecânico: 10 anos se não tiver conhecimento técnico e
formação intelectual suficiente para ser qualificado como profissional liberal. (Info
O .
d
574, STJ) R 4 3 g
A PE D 0 er@
l i
Seguradora em face de ressegurador baseada em contrato de resseguro: 1 ano. (Info
m
535, STJ)
p lc
Cobrança de anuidades pela OAB: 5 anos. (Info 513, STJ)

Honorários periciais em processo no qual a parte ré é beneficiária da gratuidade da


justiça: 5 anos. (Info 515, STJ)

Ressarcimento pelo paciente contra plano de saúde de valores pagos por


tratamento cobertos pelo contrato: 10 anos (Info 514, STJ)

Danos morais decorrentes de tortura no regime militar: IMPRESCRITÍVEL (STJ, 2013)

Ação de indenização contra concessionária de serviço público de transporte coletivo:


5 anos. (Info 563, STJ)

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Ação de indenização por dano de mercadoria em contêiner: 1 ano. (Info 586, STJ)

É decenal o prazo prescricional aplicável às hipóteses de pretensão fundamentadas


em inadimplemento contratual. É adequada a distinção dos prazos prescricionais da
pretensão de reparação civil advinda de responsabilidades contratual e
extracontratual. Nas controvérsias relacionadas à responsabilidade CONTRATUAL,
aplica-se a regra geral (art. 205 CC/2002) que prevê 10 anos de prazo prescricional e,
quando se tratar de responsabilidade extracontratual, aplica-se o disposto no art.
206, § 3º, V, do CC/2002, com prazo de 3 anos. Para fins de prazo prescricional, o
termo “reparação civil” deve ser interpretado de forma restritiva, abrangendo
apenas os casos de indenização decorrente de responsabilidade civil
extracontratual. Resumindo. O prazo prescricional é assim dividido: •
Responsabilidade civil extracontratual (reparação civil): 3 anos (art.206, § 3º, V, do
CC). • Responsabilidade contratual (inadimplemento contratual): 10 anos (art. 205
do CC). STJ. 2ª Seção. EREsp 1.280.825-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em
27/06/2018 (Info 632).

a l
SÚMULAS:
io n
a c
Súmula 106 STJ: Proposta a ação no prazo fixado para o seu exercício, a demora na
c ER
citação, por motivos inerentes ao mecanismo de justiça, não justifica o acolhimento
u
da arguição de prescrição ou decadência.
E M d IL
e
rt RO
Súmula 150 STF: Prescreve a execução no mesmo prazo de prescrição.

p o OR
S C 41- m u H 89
Súmula 547-STJ: Nas ações em que se pleiteia o ressarcimento dos valores pagos a
título de participação financeira do consumidor no custeio de construção de rede

um IZ .7 .co
elétrica, o prazo prescricional é de vinte anos na vigência do Código Civil de 1916. Na

V O er L
. 0
U4 ma4 il
vigência do Código Civil de 2002, o prazo é de cinco anos se houver previsão
contratual de ressarcimento e de três anos na ausência de cláusula nesse sentido,
d R 4 3 g
A PE D
observada a regra de transição disciplinada em seu art. 2.028.
0 er@
l
mi
Súmula 151-STF: Prescreve em um ano a ação do segurador sub-rogado para haver
lc
indenização por extravio ou perda de carga transportada por navio.
p
Súmula 383, do STF: A prescrição em favor da Fazenda Pública recomeça a correr,
por dois anos e meio, a partir do ato interruptivo, mas não fica reduzida aquém de
cinco anos, embora o titular do direito a interrompa durante a primeira metade do
prazo.

Súmula 154, do STF: Simples vistoria não interrompe a prescrição.

Súmula 229, do STJ: O pedido do pagamento de indenização à seguradora suspende


o prazo de prescrição até que o segurado tenha ciência da decisão.

Súmula 573-STJ: Nas ações de indenização decorrentes de seguro DPVAT, a ciência


inequívoca do caráter permanente da invalidez, para fins de contagem do prazo
prescricional, depende de laudo médico, exceto nos casos de invalidez permanente

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notória ou naqueles em que o conhecimento anterior resulte comprovado na fase
de instrução.

Ano: 2017. Banca: FCC. Órgão: DPE-PR

QUESTÃO 5: Sobre prescrição, é correto afirmar:


PRESCRIÇÃO E
DECADÊNCA a) Em se tratando de procedimento irregular de ligação direta de
energia elétrica, o famigerado “gato”, o prazo prescricional para
a cobrança de dívida do período de irregularidade é de cinco

l
anos, e não o prazo geral do Código Civil de dez anos, aplicando-
a
io n
se, em diálogo das fontes, aquele previsto no Código de Defesa
do Consumidor, por ser mais favorável ao consumidor.

a c
u c ER
b) Segundo o STJ, não há relação de consumo entre o
d IL
condomínio e seus condôminos. Como consequência, é de dez
E M
e
anos o prazo para o exercício da pretensão de cobrança de
rt RO
dívida de condomínio edilício em face do condômino, ante a
p o OR
inexistência de disposição normativa específica, não se

S C 41- m u H 89
aplicando, deste modo, o prazo de cinco anos previsto no Código
de Defesa do Consumidor.
um IZ .7 .co
V O er L
.
U 4
4 ma il
c) A hipoteca é garantia real sobre bem imóvel sujeita a prazo de
0
até trinta anos, contados da data do contrato. Com efeito, a
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
prescrição da pretensão de cobrança de dívida que lhe deu
origem não extingue a hipoteca, pois ela persiste até o advento
mi
do termo final previsto no instrumento contratual, tendo em
p lc
vista o princípio do pacta sunt servanda.

d) Na hipótese de reconhecimento de paternidade post mortem


em demanda ajuizada após o trânsito em julgado da sentença de
partilha de bens deixados pelo de cujus, o termo inicial do prazo
prescricional para o ajuizamento da ação de petição de herança
é a data do trânsito em julgado da sentença proferida na ação
de inventário.

e) Segundo jurisprudência do STJ, é de dez anos o prazo


prescricional para o reembolso de despesas alimentares do filho
assumidas pelo genitor em virtude do inadimplemento de
obrigação alimentar fixada judicialmente para o outro genitor.
Isto porque o pagamento é realizado por terceiro não
interessado, que intervém na gestão de negócio alheio.

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GABARITO COMENTADO:
CORRETA: Letra E. A alternativa expõe decisão do STJ e
considera a possibilidade que um dos genitores tem de cobrar
do outro os valores gastos com a manutenção do filho,
decorrentes do inadimplemento de prestação alimentícia.
Percebe-se que este caso se diferencia da cobrança de verbas
alimentares, que possui prazo prescricional de dois anos, e tem
como parte legítima o filho, se menor, representado ou assistido
por seus pais. O caso relatado é a cobrança realizada pelo
genitor em seu interesse próprio, pois, ao ter que arcar com o
valor das verbas do outro genitor, é terceiro interessado, que
arca com os valores de negócio alheio. Por não haver previsão
legal expressa neste sentido, o prazo prescricional se sujeita à
regra geral de 10 anos, conforme artigo 205 do CC.

INCORRETAS:
a l
n
A) No mesmo sentido apresentado na questão correta, é a
io
c
hipótese prevista na letra A. Não há previsão legal acerca do
a
c ER
prazo para a cobrança de período de ilegalidade decorrente de
u
E M d IL
ligação irregular de energia elétrica; sendo, portanto, 10 anos,
conforme artigo 205. De acordo com o STJ, essa cobrança não
e
rt RO
tem natureza tributária, por isso não se submete à regra da
o OR
cobrança feita pela Fazenda Pública.
p
S C 41- m u H 89
B) De fato, o STJ entende que não há relação de consumo entre
m Z .7 .co
condômino e condomínio. Porém, o erro da questão está no
u I
V er L U 4
0
il
prazo prescricional, já que o tribunal entende ser de 5 anos, pois
4 ma
caracteriza dívida líquida, enquadrando-se na hipótese do artigo
O .
d R 3 g
206, I, do CC.
4
A PE D 0 er@
l i
C) A questão está errada, pois os tribunais superiores entendem
m
p lc
que a prescrição da pretensão de cobrança da dívida extingue o
direito real de hipoteca estipulado para garanti-la. Ora, se não
há mais a pretensão para se cobrar a dívida, não tem objetivo
jurídico a manutenção da garantia real que assegura o
pagamento do crédito.

D) Neste caso, o erro da alternativa está no ato que confere


termo inicial à prescrição. O direito preservado com a petição de
herança é do herdeiro que foi preterido em seu direito
sucessório. Neste sentido, o termo inicial da ação anulatória é a
data do trânsito em julgado da decisão que reconheceu a
paternidade, tendo em vista que o herdeiro não pode ser
prejudicado pela demora processual ou, ainda, por não ter
conhecimento acerca do processo de inventário.

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Ano: 2018. Banca: FCC. Órgão: DPE-AP. Prova: Defensor Público
No Direito Civil brasileiro atual, a prescrição
a) se interrompe e é contada desde o seu início, no caso de
morte do credor.
b) admite renúncia tácita, quando se presume de fatos do
interessado, incompatíveis com a prescrição.
c) não pode ser reconhecida de ofício pelo juiz, salvo para
beneficiar incapaz.
d) não corre entre os cônjuges até o momento do divórcio
ou de outra causa extintiva do matrimônio.
e) se interrompe pela citação válida.
GABARITO: B. Letra da lei.

a)
l
ERRADA. Art. 196/CC. A prescrição iniciada contra uma
pessoa continua a correr contra o seu sucessor. a
b)
io n
CORRETA. Art. 191/CC. A renúncia da prescrição pode ser

a c
expressa ou tácita, e só valerá, sendo feita, sem prejuízo de
c ER
terceiro, depois que a prescrição se consumar; tácita é a
u
E M
incompatíveis com a prescrição.
d IL
renúncia quando se presume de fatos do interessado,

c) e
rt RO
ERRADA. Art. 203/CC. A prescrição pode ser interrompida

p o OR
por qualquer interessado.
d) u H 89
ERRADA. Art. 197/CC. Não corre a prescrição: I - entre os
S C 41- m
cônjuges, na constância da sociedade conjugal;

um
e) IZ .7 .co
ERRADA. Art. 202/CC. A interrupção da prescrição, que

V er L
O
U
.
4
0
il
somente poderá ocorrer uma vez, dar-se-á: I - por despacho do
4 ma
juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se o
d R 4 3 g
interessado a promover no prazo e na forma da lei processual;
A PE D 0 er@
l
mi
p lc
Ano: 2017 Banca: VUNESP Órgão: DPE-RO Prova: VUNESP
2017 - DPE-RO - Defensor Público Substituto
-

Há anos Fábio mantém apólice de seguros em que uma das


coberturas era a ocorrência de invalidez total e permanente por
doença. No início do ano de 2015, Fábio começou a enfrentar
diversos problemas de saúde, de índole psiquiátrica. Em 15 de
julho de 2015, uma junta médica avaliou o paciente e constatou
que a doença causou em Fábio consequências que o tornaram
total e permanentemente inválido para toda e qualquer
atividade laborativa. Do ponto de vista da capacidade civil, foi
considerado relativamente incapaz, por não conseguir exprimir
sua vontade de forma plena durante todo o tempo. Em 1º de
julho de 2016, Fábio reuniu e encaminhou à seguradora toda a
documentação exigida pela apó-lice. De acordo com as

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condições contratuais, o prazo da seguradora para avaliar a
documentação e efetuar o pagamento da indenização era de 30
(trinta) dias. Assim, no dia 29 de julho de 2016 a seguradora
confeccionou e entregou carta ao segurado, informando que
deixaria de pagar a indenização, na medida em que a pretensão
do segurado estaria prescrita. Nesse contexto, é correto que

A) a prescrição é ânua, a contar da data em que o segurado


teve ciência da negativa de indenização (29 de julho de
2016).
B) a prescrição é trienal, portanto a pretensão de Fábio não
está prescrita.
C) a prescrição é ânua e a pretensão de Fábio não está
prescrita, pois o pedido de indenização à seguradora
suspendeu o prazo prescricional.
D) a prescrição é ânua e a pretensão de Fábio está prescrita,
l
pois decorreu mais de um ano entre 15 de julho de 2015
a
e 29 de julho de 2016.
io n
E) não corre prazo prescricional em desfavor de Fábio, na
a c
medida em que foi constatada sua relativa incapacidade
u c ER
para exercer os atos da vida civil.

E M d IL
GABARITO: C. e
rt RO
p o OR
u H 89
Art. 206. Prescreve:
S C 41- m
um IZ .7 .co
§ 1o Em um ano:

V er L
O
U
.
4
0
il
4 ma
II - a pretensão do segurado contra o segurador, ou a deste
d R 4 3 g
A PE D contra aquele, contado o prazo: ( ...)
0 er@
l i
§ 3o Em três anos:
m
p lc
IX - a pretensão do beneficiário contra o segurador, e a do
terceiro prejudicado, no caso de seguro de responsabilidade civil
obrigatório.

O prazo prescricional no caso de ação de indenização do DPVAT


é de 3 anos (Súmula 405-STJ)

Súmula 101 do STJ, "a ação de indenização do segurado em


grupo contra seguradora prescreve em um ano."

Súmula 278 do STJ, que diz: "o termo inicial do prazo


prescricional, na ação de indenização, é a data em que o
segurado teve ciência inequívoca da incapacidade laboral."

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Súmula 229 do STJ determina que "o pedido do pagamento de
indenização à seguradora suspende o prazo de prescrição até
que o segurado tenha ciência da decisão".

7. DIREITO DAS OBRIGAÇÕES

Ramo do Direito Civil que trata do vínculo entre credor e devedor, cujo conteúdo é
uma prestação patrimonial, relacionada à ação ou omissão da parte que se vinculou
com a outra, de modo que o descumprimento faz surgir a pretensão de exigir a
obrigação.
a l
7.1. Modalidades de obrigações
io n
a c
c ER
Os contratantes poderão firmar vínculo para exigir obrigações de: dar (coisa
u
d IL
certa ou incerta), fazer, não fazer e obrigações alternativas.
E M
e
rt RO
Nas obrigações de dar coisa certa, que pode ser a transferência de
o OR
propriedade, de posse ou a restituição de uma coisa, o objeto é individualizado, sendo
p
S C 41- m u H 89
caracterizado pelo seu gênero, qualidade e quantidade. Nestes casos, o acessório
segue o principal (ATENÇÃO!), salvo disposição contratual em contrário.

um IZ .7 .co
er L U il
Por ser prestação específica, de conteúdo certo, o credor não se obriga a
4
4 ma
aceitar prestação diversa da que lhe é devida (Princípio da identidade física da

d V R O 3 . 0 g
prestação), ainda que de maior valor, sendo sua faculdade decidir se a aceita ou não.
4
A PE D 0 er@
l
O cumprimento da obrigação de dar coisa certa, por se tratar de direito
mi
pessoal, se consuma com a tradição do bem. Diante disso, no caso de haver perda ou
p lc
deterioração da coisa antes da tradição, são possíveis duas soluções:

 SEM CULPA DO DEVEDOR: não sendo culpado o devedor, poderá o credor


resolver a obrigação, ou aceitar a coisa, abatida do seu preço o valor que se
perdeu.
 COM CULPA DO DEVEDOR: se a coisa se perdeu por culpa do devedor,
poderá o credor exigir o equivalente, ou aceitar a coisa no estado em que
se acha, com direito de reclamar, indenização por perdas e danos.

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Sempre que houver o descumprimento de uma obrigação por culpa do devedor,
poderá ser exigida indenização por perdas e danos. LEMBREM-SE: CULPA → PERDAS
E DANOS

ATENÇÃO À TABELA ABAIXO!14

OBRIGAÇÃO DE DAR
SEM CULPA COM CULPA
RESOLVE A
PERDA VALOR EQUIVALENTE
OBRIGAÇÃO PARA AS
+
PARTES
PERDAS E DANOS
a l
io n
RESOLVE A c
VALOR EQUIVALENTE
a
OBRIGAÇÃO
u c ER +
DETERIORAÇÃO OU
E M
ACEITA A COISA COM d IL PERDAS E DANOS

e
rt RO
ABATIMENTO DO (Em qualquer dos

p o OR
PREÇO casos)

S C 41- m u H 89
OBRIGAÇÃO DE RESTITUIR
SEM CULPA COM CULPA

um IZ .7 .co
er L U il RESOLVE A
PERDA
4 ma4 OBRIGAÇÃO PARA AS
VALOR EQUIVALENTE

d V R O
4 3 . 0 g PARTES
+
PERDAS E DANOS
A PE D 0 er@
mil VALOR EQUIVALENTE

plc CREDOR RECEBE A COISA NO ESTADO


OU
ACEITAR A COISA COM
DETERIORAÇÃO O ABATIMENTO DO
EM QUE SE
PREÇO
ENCONTRAR
+
PERDAS E DANOS (em
qualquer dos casos)

No que tange às relações de dar coisa incerta, esta será indicada pelo seu
gênero e pela quantidade. A escolha, regra geral, pertence ao devedor, se outra forma
não foi estipulada pelo contrato. Neste caso, vigora a teoria da concentração, pois, na
escolha, deverá ser observada a coisa média, ou seja, não deverá ser escolhida a
melhor e nem a de pior qualidade.

14
TARTUCE, Flávio. Manual de Direito Civil, volume único. São Paulo: Método, 9ª ed, 2019.

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Por estar determinada apenas pelo gênero e quantidade, antes da escolha, não
poderá o devedor alegar perda ou deterioração, já que ainda não foi individualizado o
que será devido (o gênero não perece). Após a escolha, a coisa é individualizada,
convertendo a obrigação em dar coisa certa, observando o mesmo regramento.

Na obrigação de fazer, que é a prestação de um fato, deverá o devedor arcar


com as perdas e danos sofridos pelo credor, quando devia cumprir determinada
obrigação e se manteve inerte, podendo ainda se falar em tutela específica. O mesmo
ocorrerá nas obrigações de não fazer, mas levando-se em consideração que, neste
caso, o devedor age, quando deveria se omitir (prestação negativa).

SOLIDARIEDADE INDIVISIBILIDADE

A solidariedade se caracteriza quando, A obrigação é indivisível quando uma coisa


na mesma obrigação, concorrer mais de ou um fato não seja suscetível de divisão.
um credor ou mais de um devedor.
a l
Solidariedade não se presume, sendo
decorrente da lei ou da vontade das io n
Havendo mais de um devedor, se a
obrigação for indivisível, todos respondem
partes.
a
por sua integralidade. c
u c ER
E M d IL
Na solidariedade, cada um dos credores O devedor que paga a dívida sub-roga-se
e
solidários poderá exigir o cumprimento nos direitos do credor em relação aos
rt RO
da prestação por inteiro.
p o OR
outros coobrigados.

S C 41- m u H 89
Se um dos credores solidários falecer Havendo pluralidade de credores, cada um

um
deixando herdeiros, cada um destes só
IZ .7 .co destes poderá exigir a dívida toda, se

er L U
terá direito de exigir a quota do responsabilizado quanto ao ressarcimento
4
4 ma
quinhão correspondente ao seu il dos outros.

d V R O 3 . 0 g
quinhão hereditário, salvo se a
4
A PE D 0 er@
obrigação for indivisível.
l
mi
p lc
As exceções pessoais de um credor, não Se um dos credores extinguir a dívida, aos
podem ser opostas aos outros. outros remanesce o direito, mas deverá
ser abatida a quota do credor que
desobrigou o devedor.

Na solidariedade passiva, o credor A obrigação indivisível não se converte em


poderá exigir de qualquer dos perdas e danos. Assim, convertendo-se a
devedores o cumprimento da obrigação em perdas e danos ela perderá a
obrigação, não importando renúncia à qualidade de indivisível.
solidariedade o ajuizamento de ação em
face de apenas um ou alguns dos
devedores solidários.

No caso de falecimento do devedor A indivisibilidade decorre da natureza da


solidário, os herdeiros só respondem prestação, o que a distingue da

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pelo quinhão correspondente à dívida solidariedade, que apenas é resultante de
deste, nos limites da herança, salvo se a lei ou da vontade das partes.
obrigação for indivisível.

Todos os devedores solidários


respondem pelos prejuízos de mora,
mas o culpado será responsável pelo
acréscimo do aumento pago pelos
outros.

Convertendo-se a obrigação em perdas


e danos, subsiste para todos os efeitos
a solidariedade.

a l
io n
7.2. Da transmissão das obrigações
a c
u c ER
E M d IL
Cessão de crédito (artigo 286 a 298): o credor poderá ceder seu crédito a outro, se
isso não opuser à natureza da obrigação, à lei ou à convenção com o devedor. Por se
e
rt RO
tratar de transferência de crédito, não se sujeita à anuência do devedor para se

p o OR
consumar, mas este deverá ser comunicado, sob pena de adimplemento, pelo

particular. S C 41- m u H 89
pagamento putativo. O devedor poderá ser comunicado por escrito, público ou

um IZ .7 .co
V O er L.
U
0
4
4 ma il
Havendo diversas cessões de créditos, prevalecerá a que se consumar com a
entrega do título do crédito cedido.
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
O cedente será responsável pela existência e legalidade do crédito, mas não
l
mi
será responsável pela solvência do devedor (cessão pro soluto), salvo estipulação em

p lc
contrário (cessão pro solvendo). Caso decidam pela responsabilidade do cedente, na
hipótese de insolvência do devedor, a responsabilidade será auferida apenas pelo
quantum recebido no momento da cessão, acrescidos das despesas que o cessionário
houver feito com a cobrança.

Assunção de dívida (Artigos 299 a 303): a lei autoriza que terceiro assuma a obrigação
do devedor, desde que haja consentimento expresso do credor. Neste caso, o devedor
primitivo será extinto da obrigação, salvo se era insolvente à época da assunção e o
credor ignorava.

Por se tratar de débito, o silêncio do credor, caso não se manifeste no prazo


designado, não importará aceitação. O silêncio é interpretado como recusa.

Com relação às garantias concedidas pelo devedor originário, após a assunção


de dívida, estas se consideram extintas, exceto no caso de acordo distinto com o

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credor.

O novo devedor não poderá opor ao credor as exceções pessoais que


competiam ao devedor primitivo.

Enunciado 352 das Jornadas de Direito Civil: "352 – Art. 300: Salvo expressa
concordância dos terceiros, as garantias por eles prestadas se extinguem com a
assunção da dívida; já as garantias prestadas pelo devedor primitivo somente serão
mantidas se este concordar com a assunção."

7.3. Pagamento e extinção das obrigações

TÓPICOS SOBRE PAGAMENTO E EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES

Qualquer interessado na extinção da dívida poderá pagá-la. Ao terceiro não


interessado também é garantida a faculdade de realizar o pagamento, contudo, se
realizado, não se sub-rogará nos direitos do credor.
a l
io n
A dívida paga pelo terceiro, antes do vencimento da obrigação, só se torna exigível
após o seu vencimento.
a c
u c ER
E M d IL
Na eventualidade de terceiro realizar o pagamento de dívida, que o devedor tinha
possibilidade de elidir, não poderá cobrar deste pelo adimplemento que realizou.
e
rt RO
o OR
O pagamento feito a credor putativo é válido, mesmo que comprovado que depois
p
S C 41- m u H 89
que o sujeito que recebeu não era credor.
Teoria da imprevisão (artigo 317): se, por motivo imprevisível, sobrevier

um IZ .7 .co
desproporção manifesta entre o valor da prestação e do momento de sua execução,

V O er L
. 0
valor real da prestação.
U4 ma4 il
poderá o juiz corrigi-lo, a pedido da parte, assegurando, na medida do possível, o

d R 4 3 g
A PE D 0 er@
ATENÇÃO! A teoria da imprevisão prevista no Código Civil difere-se da autorização
l
mi
prevista no Código de Defesa do Consumidor sobre a revisão das cláusulas

p lc
contratuais. O CDC, pois, adotou a teoria da base objetiva do negócio jurídico. Assim,
não exige que o fato seja imprevisível para que haja a modificação do contrato.
O pagamento será feito no domicílio do devedor, salvo se outro local foi estabelecido
pelas partes ou se o contrário resultar da lei ou da natureza da obrigação.

Quando o pagamento é realizado reiteradamente em determinado lugar, diferente


do estabelecido pelas partes, presume-se a renúncia do credor relativamente ao local
estabelecido no contrato.

Neste caso, configuram-se dois institutos que são muito cobrados em prova:
surrectio amplia o negócio jurídico diante da expectativa criada na parte diante do
sentimento de direito expressamente não acordado. Assim, trata-se do surgimento
de um direito que não foi previamente acordado pelas partes. O instituto contrário é
a supressio, que consiste na perda de um direito pelo decurso do prazo.

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Dação em pagamento: ocorre quando o credor aceita receber prestação diversa da
anteriormente acordada.
Novação: ocorre quando:
1) Devedor contrai com credor nova obrigação para substituir a anteriormente
estabelecida;
2) Quando novo devedor sucede ao antigo ou quando há substituição do credor
por outro, decorrente de nova obrigação.

A novação é nova obrigação! Assim, extingue os acessórios e garantias da dívida


primitiva, salvo estipulação em sentido contrário. O mesmo ocorrerá com a fiança, na
hipótese de o fiador não ter concordado com a nova obrigação.

Não podem ser objeto de novação as dívidas extintas ou nulas.

7.4. Inadimplemento das obrigações

Não cumprida a obrigação, responderá o devedor pelas perdas e danos a l


io n
decorrentes do inadimplemento, cumulado com juros e honorários advocatícios.

a c
Quando os juros não forem estipulados pelas partes, serão estipulados segundo as
c ER
taxas estabelecidas para os pagamentos em mora de impostos devidos à Fazenda
u
Pública (1% ao mês, nos termos do artigo 161 do CTN).
E M d IL
e
rt RO
O devedor será considerado em mora quando não efetuar o pagamento. Por

p o OR
outro lado, se o credor se recusar a recebê-lo no tempo e forma estabelecidos no

S C 41- m u H 89
contrato, constituir-se-á este em mora. Se depois de constituída a mora, a prestação se
tornar inútil ao credor, este poderá exigir a satisfação por perdas e danos.

um IZ .7 .co
V O er L.
U
0
4
4 ma il
Os juros de mora são contados desde a citação inicial, devendo observar,
quanto às obrigações extracontratuais, a súmula 54 do STJ, que dispõe que “Os juros
d R 4 3 g
moratórios fluem a partir do evento danoso, em caso de responsabilidade
A PE D 0 er@
extracontratual. ”
l
m i
O devedor purgarálc
a mora quando oferecer a importância cumulada com os
prejuízos causados. Porpoutro lado, será purgada pelo credor quando se oferecer a
receber o pagamento e sujeitando-se aos efeitos da mora até a data.

As perdas e danos serão apuradas pelo valor que compreendem além o que já
era de direito da parte, os que efetivamente deixou de ganhar.

TEORIA DA PERDA DE UMA CHANCE: “Segundo esta teoria, se alguém, praticando um


ato ilícito, faz com que outra pessoa perca uma oportunidade de obter uma vantagem
ou de evitar um prejuízo, esta conduta enseja indenização pelos danos causados. Em

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outras palavras, o autor do ato ilícito, com a sua conduta, faz com que a vítima perca a
oportunidade de obter uma situação futura melhor.” 15

De acordo com o Superior Tribunal de Justiça, a teoria da perda de uma


chance, para ser reconhecida, deve fazer com que o sujeito perca um direito que
tinha chances atuais, sérias e reais de êxito na situação futura esperada. Logo, a
mera expectativa não possibilita o seu reconhecimento.

O quantum devido, quando do seu reconhecimento, será apurado levando-se em


conta não a integralidade do direito, mas a proporção de possíveis chances de ganho,
pois, como não ocorreu, por mais que as chances fossem reais e sérias, não há como
se garantir a certeza da obtenção.

Jurisprudência:
Tem direito a ser indenizada, com base na teoria da perda de uma chance, a
criança que, em razão da ausência do preposto da empresa contratada por seus pais
para coletar o material no momento do parto, não teve recolhidas as células-tronco
a l
embrionárias. 16
io n
a c
c ER
O simples fato de o advogado ter perdido o prazo para a contestação ou a
u
E M d IL
interposição de um recurso não enseja a aplicação da teoria da perda de uma chance.
É absolutamente necessária a ponderação acerca da probabilidade – que se supõe
e
rt RO
legal – que a parte teria de se sagrar vitoriosa. 17

p o OR
S C 41- m u H 89
Cláusula penal: obrigação acessória que as partes poderão estipular pena ou multa
destinada a evitar o inadimplemento da obrigação principal ou o retardamento do seu

um
cumprimento. Há duas funções, portanto, para a cláusula penal: intimidação ou
IZ .7 .co
er L U il
ressarcimento.
4 ma4
d V R O 3 . 0 g
Cláusula penal moratória: é estipulada para sancionar o devedor quando houver mora
4
A PE D 0 er@
no cumprimento da obrigação. Neste caso, o credor poderá exigir o cumprimento da
l i
obrigação e o adimplemento da obrigação e ainda, de acordo com o STJ, poderá
m
lc
requerer indenização correspondente às perdas e danos decorrentes da mora.
p
Cláusula penal compensatória: as partes acordam que, no caso de inadimplemento
total da obrigação, a parte devedora será responsabilizada pelo pagamento da cláusula
penal compensatória, que tem o intuito exatamente de compensar o inadimplemento
ou substituir o adimplemento quando descumprida parcialmente a obrigação.

Neste caso, a cláusula não poderá ser exigida com a cumulação de indenização
suplementar decorrente da mora, pois esta já é a sua natureza, sendo enriquecimento
ilícito a “dupla cobrança”.

Vamos aprofundar um pouco!

15
http://www.dizerodireito.com.br/2013/07/teoria-da-perda-de-uma-chance.html
16
Resp. 1.291.247-RJ. 2014
17
Resp. 1.190.180 - RS

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Em um contrato no qual foi estipulada uma CLÁUSULA PENAL, caso haja o
inadimplemento, é possível que o credor exija o valor desta cláusula penal e mais as
perdas e danos?18
- Se for cláusula penal MORATÓRIA: SIM.
- Se for cláusula penal COMPENSATÓRIA: NÃO.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.335.617-SP, Rel. Min. Sidnei Beneti, julgado em 27/3/2014.

A cláusula penal também pode ser chamada de multa convencional, multa contratual
ou pena convencional.

NATUREZA JURÍDICA
Trata-se de uma obrigação acessória, referente a uma obrigação principal. Pode estar
inserida dentro do contrato (como uma cláusula) ou prevista em instrumento
separado.

FINALIDADES DA CLÁUSULA PENAL


a l
A cláusula penal possui duas finalidades:
io n
a c
u c ER
- Função ressarcitória: serve de indenização para o credor no caso de inadimplemento
culposo do devedor. Ressalte-se que, para o recebimento da cláusula penal, o credor
E M d IL
não precisa comprovar qualquer prejuízo. Desse modo, a cláusula penal serve para
e
rt RO
evitar as dificuldades que o credor teria no momento de provar o valor do prejuízo
sofrido com a inadimplência do contrato.
p o OR
S C 41- m u H 89
- Função coercitiva ou compulsória (meio de coerção): intimida o devedor a cumprir a
m Z .7 .co
obrigação, considerando que este já sabe que, se for inadimplente, terá que pagar a
u I
er L U 4 il
multa convencional.

V O . 0 4 ma
d R 3 g
Multa moratória = obrigação principal + multa.
4
A PE D 0 er@
Multa compensatória = obrigação principal ou multa.
l
mi
p lc
Em um contrato no qual foi estipulada uma cláusula penal MORATÓRIA, caso haja o
inadimplemento, é possível que o credor exija o valor desta cláusula penal e mais as
perdas e danos?
SIM. A cláusula penal moratória não é estipulada para compensar o inadimplemento
nem para substituir o adimplemento.

Assim, a cominação contratual de uma multa para o caso de mora não interfere na
responsabilidade civil correlata que já deflui naturalmente do próprio sistema. Logo,
não há óbice a que se exija a cláusula penal moratória juntamente ao valor referente
aos danos emergentes e lucros cessantes (perdas e danos).

No caso de mora, existindo cláusula penal moratória, concede-se ao credor a faculdade


de requerer, cumulativamente:
- o cumprimento da obrigação;
18
https://www.dizerodireito.com.br/2017/12/informativo-comentado-613-stj.html

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- a multa contratualmente estipulada; e ainda
- indenização correspondente às perdas e danos decorrentes da mora.

Exemplo: o promitente comprador, no caso de atraso na entrega do imóvel adquirido,


tem direito a exigir, além do cumprimento da obrigação e do pagamento do valor da
cláusula penal moratória prevista no contrato, a indenização correspondente aos
lucros cessantes pela não fruição do imóvel durante o período da mora. Foi o que
decidiu a 3ª Turma do STJ no REsp 1.355.554-RJ, Rel. Min. Sidnei Beneti, julgado em
6/12/2012 (Info 513).

Em um contrato no qual foi estipulada uma cláusula penal COMPENSATÓRIA, caso


haja o inadimplemento, é possível que o credor exija o valor desta cláusula penal e
mais as perdas e danos?

NÃO. Não se pode cumular multa compensatória prevista em cláusula penal com
indenização por perdas e danos decorrentes do inadimplemento da obrigação.

a l
Enquanto a cláusula penal moratória manifesta, com mais evidência, a característica
n
de reforço do vínculo obrigacional, a cláusula penal compensatória prevê indenização
io
c
que serve não apenas como punição pelo inadimplemento, mas também como
a
prefixação de perdas e danos.
u c ER
E M d IL
A finalidade da cláusula penal compensatória é recompor a parte pelos prejuízos que
e
rt RO
eventualmente decorram do inadimplemento total ou parcial da obrigação. Não é
o OR
possível, pois, cumular cláusula penal compensatória com perdas e danos decorrentes
p
de inadimplemento contratual.
S C 41- m u H 89
m Z .7 .co
Com efeito, se as próprias partes já acordaram previamente o valor que entendem
u I
er L U 4 il
suficiente para recompor os prejuízos experimentados em caso de inadimplemento,

V 0 4 ma
não se pode admitir que, além desse valor, ainda seja acrescido outro, com
O .
d R 3 g
fundamento na mesma justificativa – a recomposição de prejuízos.
4
A PE D 0 er@
l
Assim, importante lembrar:
mi
p
MORATÓRIA lc COMPENSATÓRIA
(compulsória) (compensar o inadimplemento)
Estipulada para desestimular o devedor a
incorrer em mora ou para evitar que Estipulada para servir como indenização
deixe de cumprir determinada cláusula no caso de total inadimplemento da
especial da obrigação principal. É a obrigação principal (adimplemento
cominação contratual de uma multa para absoluto).
o caso de mora. (multa contratual)
Funciona como punição pelo
retardamento no cumprimento da Funciona como uma prefixação das
obrigação ou pelo inadimplemento de perdas e danos.
determinada cláusula.
Ex1: em uma promessa de compra e Ex: em um contrato para que um cantor
venda de um apartamento, é estipulada faça um show no réveillon, é estipulada

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multa para o caso de atraso na entrega. uma multa de 100 mil reais caso ele não
Ex2: multa para o caso de o produtor de se apresente.
soja fornecer uma safra de qualidade
inferior ao tipo “X”.
A cláusula penal moratória é cumulativa,
A cláusula penal compensatória não é
ou seja, o credor poderá exigir o
cumulativa. Assim, haverá uma
cumprimento da obrigação principal mais
alternativa para o credor: exigir o
o valor da cláusula penal (poderá exigir a
cumprimento da obrigação principal ou
substituição da soja inferior e ainda o
apenas o valor da cláusula penal.
valor da cláusula penal).
Art. 411. Quando se estipular a cláusula
penal para o caso de mora, ou em Art. 410. Quando se estipular a cláusula
segurança especial de outra cláusula penal para o caso de total
determinada, terá o credor o arbítrio de inadimplemento da obrigação, esta
exigir a satisfação da pena cominada, converter-se-á em alternativa a benefício
juntamente com o desempenho da do credor.
obrigação principal.
a l
io n
c
Arras: sinal que se dá por ocasião da celebração do contrato, quando uma das partes
a
c ER
oferecer, à título de arras, dinheiro ou outro bem móvel, com a finalidade de garantir
u
o cumprimento do contrato.
E M d IL
e
rt RO
Quando o contrato é cumprido integralmente, as arras poderão ser devolvidas
o OR
ou compensadas do valor a ser pago pela execução da prestação. Por outro lado, se
p
S C 41- m
poderá retê-la em seu benefício. u H 89
descumprido o contrato por parte de quem ofereceu as arras, a parte prejudicada

um IZ .7 .co
V er L U
0
4
4 ma il
Na eventualidade de o contrato ser descumprido por quem recebeu as arras, a
parte inadimplente deverá restituí-la, em dobro, a quem as pagou.
O .
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
STJ: Se a proporção entre a quantia paga inicialmente e o preço total ajustado
l i
evidenciar que o pagamento inicial englobava mais do que o sinal, não se pode
m
p lc
declarar a perda integral daquela quantia inicial como se arras confirmatórias fosse,
sendo legítima a redução equitativa do valor a ser retido. 19

JURISPRUDÊNCIA
ARRAS: Cálculo das arras confirmatórias e desproporção entre a quantia paga
inicialmente e o preço ajustado: se a proporção entre a quantia paga inicialmente e
o preço total ajustado evidenciar que o pagamento inicial englobava mais do que o
sinal, não se pode declarar a perda integral daquela quantia inicial como se arras
confirmatórias fosse, sendo legítima a redução equitativa do valor a ser retido. STJ.
(Info 577).

Na hipótese de inexecução do contrato, revela-se inadmissível a cumulação das


arras com a cláusula penal compensatória, sob pena de ofensa ao princípio do non
19
Resp. 1.1513.259 - MS

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bis in idem. Ex: João celebrou contrato de promessa de compra e venda com uma
incorporadora imobiliária para aquisição de um apartamento. João comprometeu-se
a pagar 80 parcelas de R$ 3 mil e, em troca, receberia um apartamento. No início do
contrato, João foi obrigado a pagar R$ 20 mil a título de arras. No contrato, havia
uma cláusula penal compensatória prevendo que, em caso de inadimplemento por
parte de João, a incorporadora poderia reter 10% das prestações que foram pagas
por ele. Trata-se de cláusula penal compensatória. Suponhamos que, após pagar 30
parcelas, João tenha parado de pagar as prestações. Neste caso, João perderá
apenas as arras, mas não será obrigado a pagar também a cláusula penal
compensatória. Não é possível a cumulação da perda das arras com a imposição da
cláusula penal compensatória. Logo, decretada a rescisão do contrato, fica a
incorporadora autorizada a apenas reter o valor das arras, sem direito à cláusula
penal. STJ. 3ª Turma. REsp 1.617.652-DF, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em
26/09/2017 (Info 613).

OBRIGAÇÕES: Pedido para analisar se existe mesmo o débito não pode ser

a l
considerado ato que interrompe a prescrição (art. 202, VI, do CC) O pedido de
n
concessão de prazo para analisar documentos com o fim de verificar a existência de
io
c
débito não tem o condão de interromper a prescrição. STJ. 3ª Turma. REsp
a
c ER
1.677.895-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 06/02/2018 (Info 619).
u
E M d IL
Constatado o caráter manifestamente excessivo da cláusula penal contratada, o
e
rt RO
magistrado deverá, independentemente de requerimento do devedor, proceder à
o OR
sua redução. Fundamento: CC/Art. 413. A penalidade deve ser reduzida
p
S C 41- m u H 89
equitativamente pelo juiz se a obrigação principal tiver sido cumprida em parte, ou
se o montante da penalidade for manifestamente excessivo, tendo-se em vista a
m Z .7 .co
natureza e a finalidade do negócio. STJ. 4ª Turma. REsp 1.447.247-SP, Rel. Min. Luis
u I
V O er L
.
U
0
4
4 ma il
Felipe Salomão, julgado em 19/04/2018 (Info 627).

d R 3 g
O pedido de concessão de prazo para analisar documentos com o fim de verificar a
4
A PE D 0 er@
existência de débito não tem o condão de interromper a prescrição. STJ. 3ª
l i
Turma.REsp 1677895-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 06/02/2018 (Info
m
619).
JUROS. p lc
A mera notícia de decisão judicial determinando a indisponibilidade forçada dos
bens do réu,no cerne de outro processo, com objeto e partes distintas, não possui o
condão de interromper a incidência dos juros moratórios. STJ. 3ª Turma. REsp
1.740.260-RS, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 26/06/2018 (Info 629).

SÚMULAS
SV 7: A norma do parágrafo 3º do artigo 192 da Constituição, revogada pela Emenda
Constitucional 40/2003, que limitava a taxa de juros reais a 12% ao ano, tenha sua
aplicabilidade condicionada à edição de Lei Complementar.

Súmula 539, STJ: É permitida a capitalização de juros com periodicidade inferior à


anual em contratos celebrados com instituições integrantes do Sistema Financeiro

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Nacional a partir de 31/3/2000 (MP 1.963-17/00, reeditada como MP 2.170-36/01),
desde que expressamente pactuada.

Súmula 541, STJ: A previsão no contrato bancário de taxa de juros anual superior ao
duodécuplo da mensal é suficiente para permitir a cobrança da efetiva anual
contratada.

Súmula 382, STJ: a estipulação de juros remuneratórios superiores a 12% ao ano,


por si só, não indica abusividade.

Súmula 121, STF: é vedada a capitalização de juros, ainda que expressamente


convencionada.

Súmula 30, STJ: a comissão de permanência e a correção monetária são


inacumuláveis.

a
Súmula 472, STJ: a cobrança de comissão de permanência – cujo valor não podel
n
ultrapassar a soma dos encargos remuneratórios e moratórios previstos no contrato
io
c
– exclui a exigibilidade dos juros remuneratórios, moratórios e da multa contratual.
a
u c ER
do bem alienado fiduciariamente.
E M d IL
Súmula 72, STJ: a comprovação da mora é imprescindível para a busca e apreensão

e
rt RO
o OR
Súmula 380, STJ: a simples propositura da ação de revisão de contrato não inibe a
p
caracterização da mora do autor.
S C 41- m u H 89
m Z .7 .co
Súmula 54, do STJ: Os juros moratórios fluem a partir do evento danoso, em caso de
u I
V O er L
.
U
0
4
4 ma il
responsabilidade extracontratual.

d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
mi
p lc
ATENÇÃO CANDIDATO À TEORIA DO ADIMPLEMENTO SUSBSTANCIAL,
IMPORTANTÍSSIMA PARA DEFENSORIA PÚBLICA!

Teoria do adimplemento substancial (substantial performance): a origem da teoria


está no direito anglo saxônico do Século XVIII. A doutrina do adimplemento substancial
sustenta que a atividade do devedor, embora não haja sido perfeita, aproximou-se
substancialmente do resultado final esperado (ver enunciado 361 da IV Jornada de
Direito Civil e o Noticiário STJ 09.09.2012). Aliás, este Superior Tribunal, à luz dos
princípios da função social e da boa-fé objetiva, tem aplicado a teoria (REsp 1051270-
RS). Acontece quando o descumprimento é ínfimo ou de menor monta, não cabendo a
extinção contratual. Em outras palavras, a mora do devedor, sendo de escassa

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importância, não autoriza a resolução do contrato, por atentar contra o princípio da
boa-fé objetiva. (Info 500, STJ)

Requisitos para a aplicação da teoria do adimplemento substancial (STJ. 4ª Turma.


REsp 1581505/SC, Rel. Min. Antonio Carlos Ferreira, julgado em 18/08/2016).
1) Existência de expectativas legítimas geradas pelo comportamento das partes;
2) O pagamento faltante há de ser ínfimo em se considerando o total do negócio;
3) Deve ser possível a conservação da eficácia do negócio sem prejuízo ao direito
do credor de pleitear a quantia devida pelos meios ordinários.

Enunciado 361 da IV Jornada de Direito Civil: Arts. 421, 422 e 475. O adimplemento
substancial decorre dos princípios gerais contratuais, de modo a fazer preponderar a
função social do contrato e o princípio da boa-fé objetiva, balizando a aplicação do art.
475.

Não se aplica a teoria do adimplemento substancial aos contratos de alienação

a l
fiduciária em garantia regidos pelo Decreto-Lei 911/69. STJ. 2ª Seção. REsp 1.622.555-
n
MG, Rel. Min. Marco Buzzi, Rel. para acórdão Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em
io
22/2/2017 (Info 599).
a c
u c ER
Veja como já foi cobrado!
E M d IL
e
rt RO
FCC – 2012 – DPE/PE: A caracterização do adimplemento substancial das obrigações
o OR
produz os seguintes efeitos, EXCETO: liberar o devedor da obrigação.
p
S C 41- m u H 89
COMENTÁRIO: a teoria do adimplemento substancial não libera o devedor da
m IZ .7 .co
obrigação, apenas garante que não haja a extinção do contrato por inadimplemento
u
do devedor.
V O er L
. 0
U4 ma4 il
d R 4 3 g
Então, são efeitos do adimplemento substancial:
A PE D 0 er@
l i
a) inaugurar ou ratificar a possibilidade de o credor perseguir o ressarcimento pelas
m
perdas e danos.
p lc
b) obstar a resolução unilateral do contrato.
c) impedir que o credor argua a exceção do contrato não cumprido.
e) descaracterizar a impossibilidade absoluta de cumprimento da obrigação.

Ano: 2016. Banca: FCC. Órgão: DPE-BA

Sobre a cessão de crédito e a assunção de dívida, é correto


afirmar:
QUESTÃO 6:

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OBRIGAÇÕES. a) a cessão de crédito não depende da anuência do devedor
para que seja válida.

b) o fiador do devedor originário segue responsável pela dívida


em caso de assunção por terceiro.

c) na cessão de crédito há novação subjetiva passiva em relação


à relação obrigacional originária.

d) com a cessão de crédito, cessam as garantias reais e pessoais


da dívida.

e) terceiro pode assumir a obrigação do devedor com o


consentimento expresso do credor, exonerando o devedor
primitivo, ainda que o credor ignorasse que o assunto fosse
insolvente ao tempo da assunção de dívida.

a l
GABARITO COMENTADO:
io n
c
CORRETA: Letra A. A cessão de crédito diz respeito à
a
c ER
possibilidade de o credor ceder à outra pessoa o direito ao
u
E M d IL
recebimento da dívida. No caso, não há nenhum prejuízo ao
devedor, desde que previamente comunicado, o que dispensa,
e
rt RO
portanto, seu consentimento, conforme artigo 286 do CC.

p o OR
INCORRETAS:
S C 41- mu H 89
B) O fiador só é responsável por aquilo que concordou, salvo se
m IZ .7 .co
no contrato houver previsão em sentido contrário. Assim, se
u
V O er L
.
U
0
4
4 ma il
houver assunção de dívida não autorizada pelo fiador, este não
se obriga a pagar, conforme dispõe o Enunciado 352 da CJF.
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
C) A cessão de crédito não constitui novação, pois não se trata
l i
de novo negócio jurídico que extingue o antigo. Trata-se de
m
lc
transmissão do negócio jurídico e não extinção deste.
p
D) Pelo princípio da gravitação jurídica, a cessão do crédito
importa na cessão dos acessórios, salvo estipulação contrária
(art. 187,CC). Logo, na condição de acessórios, as garantias
reais ou fidejussórias são mantidas com a cessão do crédito.

E) O final da alternativa está incorreta, já que o artigo 299


determina que é facultado a terceiro assumir a obrigação do
devedor, com o consentimento expresso do credor, ficando
exonerado o devedor primitivo, salvo se aquele, ao tempo da
assunção, era insolvente e o credor o ignorava.

Ano: 2018. Banca: FCC. Órgão: DPE-AM. Prova: Defensor


Público

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O banco Tubarão Monetário celebra contrato de mútuo com
três devedores: Roberto, Renato e Olavo. O dinheiro é para um
empreendimento comum e os três tornam-se devedores
solidários. Tendo havido a inadimplência, Tubarão Monetário
decide exigir somente de Olavo o valor total, por considerá-lo
com patrimônio suficiente para satisfação do crédito. Essa
atitude está
a) correta, pois o credor tem o direito de escolha para
cobrar de um ou alguns dos devedores, a dívida comum, total
ou parcialmente, sem que isso importe renúncia da
solidariedade em relação aos demais.
b) incorreta, uma vez que, em se tratando de
empreendimento comum, o débito necessariamente deve ser
exigido dos três devedores em uma única demanda.

a l
io n
c) correta quanto à possibilidade de o credor escolher

a c
qualquer um dos devedores para exigir o débito, mas o fato
c ER
implicará renúncia em relação aos demais devedores.
u
E M d IL
d) incorreta, porque inexiste solidariedade senão em
e
decorrência de lei e, no caso, a responsabilização solidária deu-
rt RO
onerosos. p o OR
se pela via convencional, o que é vedado em contratos

S C 41- m u H 89
e) incorreta, pois a escolha do devedor é possível, mas só

um IZ .7 .co
poderá ser exigido de Olavo um terço do débito, cobrando-se o

V er L
O
U
.
4
0
autônomas.
il
remanescente de Renato e Roberto por meio de ações
4 ma
d R 4 3 g
GABARITO: A. Letra da lei.
A PE D 0 er@
l
m i
pa)lcCERTA. Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber
de um ou de alguns dos devedores, parcial ou
totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido
parcial, todos os demais devedores continuam
obrigados solidariamente pelo resto. Parágrafo único.
Não importará renúncia da solidariedade a propositura
de ação pelo credor contra um ou alguns dos devedores.
b) ERRADA. Completamente errada desde o começo. Não
há esta exigência de cobrança do débito dos três de
uma vez.
c) ERRADA. A explicação da resposta correta serve aqui
também.
d) ERRADA. Art. 265. A solidariedade não se presume;
resulta da lei ou da vontade das partes.
e) ERRADA. Art. 265. A solidariedade não se presume;

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resulta da lei ou da vontade das partes.

Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-MA Prova: FCC - 2018 - DPE-
MA - Defensor Público

Lucas e Bruno realizaram um contrato de trato sucessivo em


que se estampava uma obrigação portável. Entretanto,
reiteradamente, o pagamento era feito de forma diversa da
que fora pactuada, sem que os envolvidos apresentassem
objeção.

Neste caso, os pagamentos realizados são:

A) inválidos, porque realizado de forma diversa daquela


constante do instrumento da avença, e o credor poderá exigir
l
que o pagamento passe a ser realizado da forma constante do
a
n
instrumento da avença, uma vez que não há fundamento para
io
circunstâncias. a c
se presumir a renúncia ao previsto no contrato nessas

u c ER
B) válidos, e o credor não poderá exigir que o pagamento passe

E M d IL
a ser realizado da forma constante do instrumento da avença,
e
rt RO
uma vez que se presume que o credor renunciou ao previsto no
contrato.
p o OR
C) inválidos, porque realizado de forma diversa daquela
S C 41- m u H 89
constante do instrumento da avença, mas o credor não poderá

um
exigir que o pagamento passe a ser realizado da forma
IZ .7 .co
er L U
constante do instrumento da avença, uma vez que se presume
4 il
4 ma
que o credor renunciou ao previsto no contrato.

d V R O 3 . 0 g
D) válidos, mas o credor poderá exigir que o pagamento passe a
4
A PE D 0 er@
ser realizado da forma constante do instrumento da avença,
l i
uma vez que não há fundamento para se presumir a renúncia
m
p lc
ao previsto no contrato nessas circunstâncias.
E) válidos, e o credor não poderá exigir que o pagamento passe
a ser realizado da forma constante do instrumento da avença,
uma vez que, apesar de não existir fundamento para a
renúncia, é caso de duty to mitigate the loss.

GABARITO: B. Trata-se do instituto do SUPRESSIO! (vide tóíco)

Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-MA Prova: FCC - 2018 - DPE-
MA - Defensor Público

No direito das obrigações, a novação:

A) exige a inequívoca intenção de novar, mas ela pode ser

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expressa ou tácita.
B) somente se configura caso se refira a todos os elementos da
obrigação anterior, pois inexiste novação parcial.
C) é presumida diante da modificação unilateral da forma de
cumprimento da obrigação originalmente estatuída.
D) pode ser utilizada licitamente como meio de validar
obrigações nulas ou extintas.
E) da obrigação principal não tem reflexos sobre as obrigações
acessórias, tal como a fiança.
GABARITO: A.

a) CORRETO: Art. 361. Não havendo ânimo de novar, expresso


ou tácito mas inequívoco, a segunda obrigação confirma
simplesmente a primeira.

b) ERRADO: Art. 364. A novação extingue os acessórios e


a l
garantias da dívida, sempre que não houver estipulação em

io n
contrário. Não aproveitará, contudo, ao credor ressalvar o
c
penhor, a hipoteca ou a anticrese, se os bens dados em
a
c ER
garantia pertencerem a terceiro que não foi parte na novação.
u
E M d IL
Havendo a referida previsão em contrário, autorizada pela
e
rt RO
própria lei, haverá novação parcial.

p o OR
S C 41- m u H 89
c) ERRADO: Art. 361. Não havendo ânimo de novar, expresso
ou tácito mas inequívoco, a segunda obrigação confirma
m IZ .7 .co
simplesmente a primeira.
u
V er L
O
U
.
4
0
il
4 ma
d) ERRADO: Art. 367. Salvo as obrigações simplesmente
d R 4 3 g
anuláveis, não podem ser objeto de novação obrigações nulas
A PE D 0 er@
ou extintas.
l
mi
p lc
e) ERRADO: Art. 364. A novação extingue os acessórios e
garantias da dívida, sempre que não houver estipulação em
contrário. Não aproveitará, contudo, ao credor ressalvar o
penhor, a hipoteca ou a anticrese, se os bens dados em
garantia pertencerem a terceiro que não foi parte na novação.

Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-AM Prova: FCC - 2018 - DPE-
AM - Defensor Público - Reaplicação

No tocante ao adimplemento e extinção das obrigações,


considere as afirmações a seguir:

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I. Nos débitos, cuja quitação consista na devolução do título,
perdido este, poderá o devedor exigir, retendo o pagamento,
declaração do credor que inutilize o título desaparecido.
II. A sub-rogação transfere ao novo credor todos os direitos,
ações, privilégios e garantias do primitivo, em relação à dívida,
contra o devedor principal, mas não contra os fiadores, por se
tratar a fiança de contrato acessório e benéfico.
III. Havendo capital e juros, o pagamento imputar-se-á primeiro
nos juros vencidos, e depois no capital, salvo estipulação em
contrário, ou se o credor passar a quitação por conta do capital;
essa regra não se aplica às hipóteses de compensação
tributária.
IV. A compensação efetua-se entre dívidas líquidas, vencidas ou
não, mas desde que fungíveis entre si. V. Salvo as obrigações
simplesmente anuláveis, não podem ser objeto de novação
obrigações nulas ou extintas.

a l
Está correto o que se afirma APENAS em:
io n
GABARITO: D (I, III, V).
a c
u c ER
E M d IL
I - Art. 321. Nos débitos, cuja quitação consista na devolução do
título, perdido este, poderá o devedor exigir, retendo o
e
rt RO
pagamento, declaração do credor que inutilize o título
desaparecido.
p o OR
S C 41- m u H 89
II - Art. 349. A sub-rogação transfere ao novo credor todos os

um IZ .7 .co
direitos, ações, privilégios e garantias do primitivo, em relação

V O er L
.
U
0
4
4 ma il
à dívida, contra o devedor principal e os fiadores.

d R 4 3 g
III - Art. 354. Havendo capital e juros, o pagamento imputar-
A PE D 0 er@
l
se-á primeiro nos juros vencidos, e depois no capital, salvo
i
estipulação em contrário, ou se o credor passar a quitação por
m
p lc
conta do capital. Súmula 464, STJ - A regra de imputação de
pagamentos estabelecida no art. 354 do Código Civil não se
aplica às hipóteses de compensação tributária

IV - Art. 369. A compensação efetua-se entre dívidas líquidas,


vencidas e de coisas fungíveis.

V - Art. 367. Salvo as obrigações simplesmente anuláveis, não


podem ser objeto de novação obrigações nulas ou extintas.

8. CONTRATOS

Artigos 421 a 853 CC


Os contratos têm previsão inicial no artigo 42, do Código Civil, que já traz em
sua primeira disposição a ideia de constitucionalização do Direito Civil. Isto porque,

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quando a lei determina que nos contratos sejam observadas as funções sociais, como
limite da autonomia da vontade, conclui-se que a celebração destes velará pela
aplicação dos direitos fundamentais das partes, observada mesmo na relação entre
particulares, de forma horizontal.

Havia, antigamente, uma concepção individualista sobre os contratos, que


eram regidos pelo pacta sunt servanda, decorrente do liberalismo. No entanto, com o
advento do neoconstitucionalismo, houve um redimensionamento da autonomia
provada e os princípios passaram a ser observados como regras jurídicas, de modo
que, nas relações contratuais, além da boa-fé objetiva, há a prevalência de suas figuras
parcelares, que assim são denominadas:

Boa-fé objetiva: é padrão de conduta esperado nas relações jurídicas que, agindo as
partes com ética e probidade, prezando pela confiança que é depositada pelo outro
quando da celebração do ato. Não se confunde com a boa-fé subjetiva, que se
relaciona com as crenças internas do sujeito e é irrelevante nas relações contratuais,

a l
pois, se respeitada a boa-fé objetiva, não há que se interferir na crença subjetiva da
parte.
io n
a c
Funções:
u c ER
E M d IL
a) Interpretativa: Os contratos devem ser interpretados de maneira mais
e
rt RO
favorável a quem está de boa-fé. Presume-se que o consumidor e o aderente estão de
o OR
boa-fé. Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os
p
usos do lugar de sua celebração.
S C 41- m u H 89
m Z .7 .co
b) De controle ou reativa: aquele que viola a boa-fé objetiva no exercício de
u I
er L U 4 il
um direito comete abuso de direito, ou seja, um ilícito. Art. 187. Também comete ato

V 0 4 ma
ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites
O .
d R 3 g
impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
4
A PE D 0 er@
l i
c) Integradora: a boa-fé objetiva deve integrar todas as fases contratuais –
m
p lc
pré-contratual, contratual e pós. . Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar,
assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e
boa-fé.

Enunciado 25 – Art. 422: o art. 422 do Código Civil não inviabiliza a aplicação pelo
julgador do princípio da boa-fé nas fases pré-contratual e pós -contratual.
Enunciado 170 – Art. 422: A boa-fé objetiva deve ser observada pelas partes na fase de
negociações preliminares e após a execução do contrato, quando tal exigência
decorrer da natureza do contrato.

1) Venire Contra Factum Proprium: dispõe sobre a vedação de a parte agir com
comportamento contraditório ao previamente combinado.
Requisitos:
1) comportamento anterior;
2) comportamento posterior;

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3) ausência de justa causa; e
4) dano ou receio de dano.

2) Supressio e Surrectio: são figuras correlacionadas, já que a supressio consiste


na perda de um direito pelo decurso do tempo, obstando o seu exercício, em
razão da boa-fé. Por outro lado, se uma parte perde o direito, a outra ganha, já
que depositou confiança na aceitação do outro quanto à forma de
cumprimento da obrigação, mesmo que diversa do que previamente
estabelecido.

3) Tu quoque: não se confunde com o venire contra factum propium e consiste na


vedação que a parte tem de exigir algo que ela também foi inadimplente. O
indivíduo não pode aplicar valoração distinta à obrigação decorrente do mesmo
ato. A aplicação deste princípio ocorre na exceptio non adimplementi (exceção
do contrato não cumprido), por exemplo.

a l
4) Duty to mitigaty the loss: conforme mencionado, a boa-fé deve ser observada
n
por todas as partes do contrato, mesmo pelo credor que se depara com uma
io
c
obrigação inadimplente. Neste caso, é necessário que o credor atue, levando-se
a
u c ER
em conta as circunstâncias, para tomar medidas que diminuam as perdas
decorrentes do inadimplemento. Assim, se tiver ciência do descumprimento de
E M d IL
um contrato e mesmo assim não tomar as medidas cabíveis, com o intuito de
e
rt RO
receber mais juros decorrentes da omissão, por exemplo, está agindo contra a
o OR
boa-fé essencial nas relações jurídicas.
p
S C 41- m u H 89
Desta forma, a autonomia privada não pode ignorar o princípio da
m Z .7 .co
solidariedade social, a eficácia horizontal dos direitos fundamentais. Daí, temos o
u I
er L U 4 il
princípio da função social do contrato, do equilíbrio econômico, pois o contrato deve

V 0 4 ma
ser visto como uma ordem de cooperação.
O .
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
A violação dos deveres anexos, colaterais decorrentes da violação da boa-fé
l i
objetiva, como o dever de sigilo, assistência, ou de informação, chama-se de violação
m
positiva do contrato.
p lc

Ano: 2018. Banca: FCC. Órgão: DPE-AM. Prova: Defensor


Público

No Código Civil, para que se dê a resolução contratual por


onerosidade excessiva, será preciso o preenchimento dos
requisitos seguintes:
a) os contratos devem ser de parcelas sucessivas, ou
CONTRATOS EM
diferidos no tempo, exigindo-se a onerosidade excessiva à parte
GERAL
prejudicada e vantagem extrema à outra, mas não a

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imprevisibilidade dos acontecimentos.
b) a natureza dos contratos é irrelevante, bem como a
vantagem a uma das partes, bastando a onerosidade excessiva à
parte prejudicada e os acontecimentos extraordinários e
imprevisíveis.
c) os contratos devem ser bilaterais e as prestações
sucessivas, bastando a onerosidade excessiva a uma das partes,
sem se cogitar de vantagem à outra parte mas exigindo-se a
imprevisibilidade dos acontecimentos.
d) na atual sistemática civil, basta a onerosidade excessiva,
não se cogitando seja de vantagem à outra parte, seja da
imprevisibilidade dos eventos.
e) os contratos devem ser de execução continuada ou
diferida; e à onerosidade excessiva a uma das partes deve
corresponder a extrema vantagem à outra, em virtude de
a l
acontecimentos extraordinários e imprevisíveis.
io n
a c
____________________________________________________
GABARITO: E. Pura letra de lei. A disposição do art. 478, do
CC/02 explica todas as alternativas.
u c ER
E M d IL
e
Art. 478. Nos contratos de execução CONTINUADA ou
rt RO
p o OR
DIFERIDA, se a prestação de uma das partes se tornar
excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra,

S C 41- m u H 89
em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis,

um
poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da
IZ .7 .co
er L
sentença que a decretar retroagirão à data da citação.
U 4 il
4 ma
d V R O
4 3 . 0 g
A PE D 0 er@
l
mi
Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-MA Prova: FCC - 2018 - DPE-
MA - Defensor Público
p lc
O vício redibitório e o erro substancial

A) geram a nulidade do negócio jurídico e, consequentemente,


impõem a declaração de nulidade e a indenização pelos danos
causados.

B) constituem espécies de vício da vontade, uma vez que o


negócio não teria sido realizado se não se verificasse o vício ou
erro.

C) são distintos uma vez que no primeiro o vício oculto pertence


ao objeto adquirido, ao passo que no segundo, o vício é da
manifestação da vontade.

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D) dizem respeito somente ao âmbito da eficácia do negócio
jurídico e apresentam como consequência o abatimento do
valor pago.

E) constituem vício do objeto do negócio jurídico contraído, pois


o objeto adquirido possui algum vício que torna a coisa inútil
para o fim a que se destina.

GABARITO: C.

Vício redibitório: É um instituto do direito civil que caracteriza o


vício oculto presente em alguma coisa que a torna imprestável
para sua utilidade ou que lhe cause uma depreciação em seu
valor financeiro.

Art. 441 CC. A coisa recebida em virtude de contrato comutativo

a l
pode ser enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a tornem
n
imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o valor.
io
a c
u c ER
Não há necessidade de culpa do alienante, basta, para que se
verifique a garantia, que ocorra o vício na coisa (art. 443 do CC).
E M d IL
Como consequência, o adquirente terá o direito de rejeitar a
e
rt RO
coisa e exigir a devolução dela e do valor pago ou pedir
o OR
abatimento no preço. Contudo, se o alienante agiu de má-fé o
p
u H 89
adquirente também fará jus perdas e danos.
S C 41- m
um
Erro substancial: O erro essencial ou substancial é aquele que
IZ .7 .co
er L U il
incide sobre a causa do negócio que se prática, sem o qual este
4 4 ma
d V R 3 0
não teria se realizado. Um exemplo: uma pessoa compra um
O . g
brinco achando que é de prata, mas na verdade é de bijuteria.
4
A PE D 0 er@
l i
Art. 139. O erro é substancial quando:
m
I -p lc à natureza do negócio, ao objeto principal da
interessa
declaração, ou a alguma das qualidades a ele essenciais;

II - concerne à identidade ou à qualidade essencial da pessoa a


quem se refira a declaração de vontade, desde que tenha
influído nesta de modo relevante;

III - sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei,


for o motivo único ou principal do negócio jurídico.

Joaquim fez com Norberto contrato de promessa de compra e


venda para adquirir deste um imóvel por R$ 200.000: Joaquim
deu R$ 150.000 de sinal e pretendia conseguir financiamento

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dos R$ 50.000 restantes em uma instituição bancária. Segundo
cláusula do contrato que regulava o negócio, em caso de
inexecução por culpa do comprador, este perderia o sinal em
favor do vendedor. Por desídia de Joaquim, que não apresentou
todos os documentos exigidos pela instituição bancária, o
financiamento não foi aprovado, de maneira que o contrato não
pôde ser cumprido. Joaquim buscou ajuda na justiça comum.

Ano: 2018 Banca: CESPE Órgão: DPE-PE Prova: CESPE - 2018 -


DPE-PE - Defensor Público

Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta


de acordo com a legislação pertinente e a posição dos tribunais
superiores.

a l
n
A) Joaquim deverá alegar prejuízo para exigir de Norberto a
io
c
devolução do sinal, mesmo existindo previsão contratual.
a
u c ER
B) Já que Norberto recebeu os R$ 150.000 adiantados e teve a
E M d IL
oportunidade de aplicá-los no mercado de capitais, Joaquim
e
rt RO
deverá ser restituído do valor dado de sinal acrescido de

o OR
correção com base no rendimento da caderneta de poupança.
p
S C 41- m u H 89
C) Mesmo que comprove perdas e danos pelo negócio não

um
concluído, Norberto não poderá exigir indenização suplementar.
IZ .7 .co
V er L U 4 il
4 ma
D) Joaquim perderá os R$ 150.000 para Norberto e não há, por
O . 0
d R 3 g
parte do juiz da causa, a possibilidade de se reduzir o montante
4
A PE D 0 er@
perdido.
l
mi
E) Conforme o STJ, é possível reduzir a perda de Joaquim, já
p lc
que, nesse caso, a diferença entre o valor inicial pago e o total
do negócio pode gerar enriquecimento sem causa para
Norberto.

GABARITO: E.

"O comprador que dá causa à rescisão do contrato perde o valor


do sinal em prol do vendedor. Esse entendimento, todavia,
pode ser flexibilizado se ficar evidenciado que a diferença entre
o valor inicial pago e o preço final do negócio é elevado,
hipótese em que deve ser autorizada a redução do valor a ser
retido pelo vendedor e determinada a devolução do restante
para evitar o enriquecimento sem causa. Aplicação do
Enunciado n. 165 das Jornadas de Direito Civil do CJF". (REsp

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1513259/MS, DJe 22/02/2016)

8.1. Disposições gerais

Quando houver estipulação de cláusula ambígua, esta será interpretada em


benefício do aderente.

Nos contratos de adesão, são nulas as cláusulas que estipulem renúncia


antecipada do aderente a direito resultante da natureza do negócio.

O contrato será desfeito (distrato) da mesma forma que ocorreu a sua


formação.

Exceção do contrato não cumprido: nos contratos bilaterais, nenhum dos


contraentes, antes de cumprida a sua obrigação, poderá exigir o implemento da do
outro.
a l
io n
Se, depois de concluído o contrato, sobrevier a uma das partes contratantes
c
diminuição em seu patrimônio capaz de comprometer ou tornar duvidosa a prestação
a
c ER
pela qual se obrigou, pode a outra recusar-se à prestação que lhe incumbe, até que
u
d IL
aquela satisfaça a que lhe compete ou dê garantia bastante de satisfazê-la.
E M
e
rt RO
ATENÇÃO! Importante, igualmente, conhecer os institutos do vício redibitório e da
evicção.
p o OR
S C 41- mu H 89
Defeitos ocultos sobre o objeto do contrato, que diminuem

um IZ .7 .co
seu valor ou tornem a coisa imprópria ao uso a que se destina.

V O .er L
0
U
4 ma 4 il
- O contrato deve ser oneroso, comutativo, doação
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
Vício redibitório
l
remuneratória ou doação contemplativa de casamento;

i
- O vício existe desde a entrega da coisa, mas é descoberto
m
lc
depois da tradição;
p
São 3 os tipos de ação edilícias: ação redibitória, para rejeição
da coisa; ação estimatória (quanti minoris), para abatimento
do preço; e ação ex empto, para complementação de área.

Prazos decadenciais das ações edilícias:


a) vício de fácil constatação (30 dias, para móvel e 1 ano se
imóvel);
b) vício de difícil constatação (180 dias se móvel e 1 ano se
imóvel).
É a perda, total ou parcial, da propriedade ou da posse de um
bem objeto de um contrato oneroso, ainda que adquirido em
Evicção hasta pública.

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Sujeitos da evicção: alienante, evicto ou evencido e o evictor
ou evincente (terceiro que venceu e obteve a
posse/propriedade).

8.2. Contratos em espécie

A disciplina dos contratos em espécie é bastante ampla, mas alguns que são
cobrados com maior frequência nas provas de Defensoria Pública. Diante disso, abaixo
serão apresentadas as informações relativas a estes contratos principais, com foco na
nossa carreira.

Compra e venda: trata-se de um contrato bilateral (com sinalagma perfeito), oneroso,


comutativo, não solene (regra geral é consensual), instantâneo ou de trato sucessivo.

São 3 seus elementos essenciais: o consentimento, a coisa e o preço. O


vendedor compromete-se a transmitir ao comprador o domínio de certa coisa,
mediante uma remuneração.
a l
io n
c
A compra e venda é contrato translativo, em que a parte se compromete a
a
propriedade, que se dará com o registro ou tradição. u c ER
transferir o bem. Logo, o contrato de compra e venda, por si só, não transmite a

E M d IL
e
rt RO
A fixação do preço poderá ser deixada ao arbítrio de terceiro, que os

o OR
contratantes logo designarem ou prometerem designar. Se o terceiro não aceitar a
p
S C 41- m
em designar outra pessoa. u H 89
incumbência, ficará sem efeito o contrato, salvo quando acordarem os contratantes

um IZ .7 .co
er L U il
É nulo o contrato de compra e venda quando se deixar o arbítrio do preço a
4
4 ma
d V
apenas uma das partes.
R O
4 3 . 0 g
A PE D 0 er@
Não sendo a venda a crédito, não é obrigado o credor a entregar a coisa antes
l
de receber o preço.
mi
p lc
ATENÇÃO! Não pode o condômino em coisa indivisível vender a sua parte a
estranhos, se outro consorte a quiser, tanto por tanto. O condômino, a quem não se
der conhecimento da venda, poderá, depositando o preço, haver para si a parte
vendida a estranho, se o requerer no prazo de 180 dias, sob pena de decadência.

Das cláusulas especiais da compra e venda:

1) Da retrovenda: o vendedor de imóvel pode reservar-se o direito de recobra-la


(propriedade resolúvel), no prazo decadencial máximo de 3 anos, restituindo o
valor recebido, mais as despesas do comprador autorizadas por escrito pelo
vendedor e as realizadas com as benfeitorias necessárias.

2) Do direito de preferência: estipulada a cláusula de preferência, ao comprador


compete oferecer ao vendedor a coisa, se decidir vendê-la, para que este,

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usando do se direito de preferência, decida se a quer. PRAZO: 180 dias, sendo a
coisa móvel; dois anos, se imóvel.

STJ: O direito de preferência previsto no artigo 504 do CC aplica-se ao contrato de


compra e venda celebrado entre condômino e terceiro, e não àquele ajustado entre
condôminos (Resp. 1.137.176 – PR). Neste sentido, se a coisa for oferecida à
condômino, o outro não poderá exercer seu direito de preferência, pois este só é
cabível se a venda é feita a terceiro.

3) Venda com reserva de domínio: na venda de coisa móvel, poderá o vendedor


reservar para si a propriedade, até que o preço seja integralmente pago.

4) Venda a contento e venda sujeita a prova: Art. 509. A venda feita a contento
do comprador entende-se realizada sob condição suspensiva, ainda que a coisa
lhe tenha sido entregue; e não se reputará perfeita, enquanto o adquirente não
manifestar seu agrado.

a l
io n
Venda a contento X Venda sujeita a prova: na venda a contento a coisa ainda
c
não é conhecida, na venda sujeita à prova a coisa já é conhecida. Os efeitos são
a
c ER
os mesmos (arts. 509, 510 e 511, CC). Antes da aprovação, o comprador
u
posse.
E M d IL
equivale ao comodatário. A ação cabível para reaver o bem é Reintegração de

e
rt RO
o OR
ATENÇÃO! TEMA MUITO RECORRENTE: Venda feita a ascendentes: é essencial a
p
S C 41- m u H 89
autorização dos demais descendentes e do cônjuge do vendedor, sob pena de
anulação, que poderá ser pleiteada no prazo de dois anos, a contar da data do ato.

um IZ .7 .co
V O er L
.
U
0
4
4 ma il
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
Informações adicionais sobre compra e venda:
- mi
Compra e venda entre cônjuges (art. 499, CC): é lícita, de que referente a
p
bens excluídos da comunhão. lc
- Alienação de bens imóveis por pessoas casadas (arts. 1647 e 1649, CC):
necessário o consentimento do cônjuge, exceto se o regime for o de separação
absoluta de bens20.

Doação: é benéfico, unilateral, gratuito (exceções: doação remuneratória e a


contemplativa de casamento) e solene21 (deve ser por escrito). Trata-se de contrato
em que o proprietário, no exercício da liberalidade que lhe é inerente, transfere a
propriedade de bem ou vantagem a outra pessoa, sem que, para tanto, esta tenha que
o remunerar.

20
Separação absoluta é a separação convencional, e não a obrigatória.
21
A doação, ao invés de solene, pode ser real, quando o bem for móvel e de pequeno valor.
Neste caso, basta a entrega da coisa.

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São 4 os elementos da doação: sujeitos (doador e donatário), objeto, mútuo
consentimento, forma.

Além da intenção do doador, de ceder o bem a outro, é necessária a aceitação


do donatário, podendo ser expressa ou tácita, no caso de doação pura, e expressa no
caso de doação onerosa. Por ser negócio jurídico benéfico, nos termos do artigo 114
do CC, a interpretação do contrato é feita de forma restritiva.

O ato será feito por meio de escrito público ou particular, mas será permitida a
doação verbal, quando a coisa a ser doada se tratar de bem móvel de pequeno valor.
A doação feita a descendente importa adiantamento de herança, devendo
este, no curso do inventário, colacionar o bem dado em doação, sob pena de
caracterizar sonegação (artigo 2.002 do CC/02).

1) Doação inoficiosa: doação de bens que atingem a legítima dos herdeiros


necessários.

a l
n
Nestes casos, será nula a parte da doação que ultrapasse a metade dos bens do
io
c
de cujos, sendo possível o ajuizamento de ação de redução, no prazo de 10 anos.
a
u c ER
Importante frisar que, de acordo com o STJ, a análise sobre o excesso da doação é
apurada levando-se em conta o patrimônio do doador ao tempo da doação, e não na
data da abertura da sucessão. 22
E M d IL
e
rt RO
p o OR
S C 41- m u H 89
um IZ .7 .co
er L U4 ma4 il
Enunciado 119, jornada de direito civil:
V O . 0
d R 4 3
119 – Art. 2.004: para evitar o enriquecimento sem causa, a colação será efetuada
g
A PE D 0 er@
com base no valor da época da doação, nos termos do caput do art. 2.004,
l
exclusivamente na hipótese em que o bem doado não mais pertença ao patrimônio
mi
do donatário. Se, ao contrário, o bem ainda integrar seu patrimônio, a colação se
p lc
fará com base no valor do bem na época da abertura da sucessão, nos termos do
art. 1.014 do CPC, de modo a preservar a quantia que efetivamente integrará a
legítima quando esta se constituiu, ou seja, na data do óbito (resultado da
interpretação sistemática do art. 2.004 e seus parágrafos, juntamente com os arts.
1.832 e 884 do Código Civil).

2) Doação à concubina (art. 550, CC): é causa de anulabilidade, contando-se o


prazo de 2 anos da data da dissolução do casamento, para o cônjuge ou os
herdeiros necessários.

3) Revogação da doação (art. 551, CC):

22
STJ. AR 3.493 - PE

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a) Inexecução do encargo: Legitimados: doador e herdeiros; prazo
prescricional: 10 anos;

b) Ingratidão do donatário: prazo decadencial de 1 ano. Os legitimados, no


caso de ingratidão, também são os herdeiros ou o doador. No entanto, não
cabe revogação por ingratidão, quando a doação for: onerosa com encargo
já cumprido, remuneratória, em cumprimento de obrigação natural e
contemplativa de casamento. Ingratidão23 seria:
1) Homicídio doloso (tentado ou consumado),
2) Ofensa física,
3) Injúria grave,
4) Abandono material.
5)
8.3. Outros contratos e Jurisprudência

Futuro(a) Defensor(a) Público(a), importantíssimo vocês recorrerem à leitura


de informativos do STF/STJ pois são inúmeras jurisprudências sobre os
a l
io
diversos tipos de contratos existentes. Então, fiquem ligados e acompanhem n
ao longo dos estudos!
a c
u c ER

d IL
É objetiva a responsabilidade decorrente do contrato de transporte (artigo 735
E M
CC), não podendo o transportador alegar culpa de terceiro para se eximir de
e
rt RO
sua responsabilidade (Súmula 187 do STF). A exceção a essa regra se aplica no

p o OR
transporte desinteressado, ou seja, oferecido como mera cortesia. Neste caso,

S C 41- m u H 89
se não houver cobrança de nenhum valor decorrente do transporte, a
responsabilidade pelos danos causados ao passageiro dependerá da

um IZ .7 .co
demonstração de culpa grave do motorista, nos termos da súmula 145 do STJ.

 V O er L
.
U
0
4
4 ma il
A fiança prestada sem a anuência de um dos cônjuges implica a ineficácia total
d R 4 3 g
da garantia, conforme Súmula 332 do STJ. (CAI MUITO!)
A PE D 0 er@
l

mi
Se houver transação ou moratória entre credor e devedor, sem a anuência do

p lc
fiador, este não responde pelas obrigações resultantes do pacto adicional (o
fiador ficará desobrigado). 24

 É válida a cláusula que estabeleça a prorrogação automática da fiança com a


renovação do contrato principal, cabendo ao fiador, acaso intente a sua
exoneração, efetuar, no período de prorrogação contratual, a notificação de
que reza o artigo 835 do CC. 25 Esse informativo estabelece exceção à previsão
da Súmula 214 do STJ, que diz não responder o fiador pelas obrigações

23
Enunciado 33 - Art. 557: o novo Código Civil estabeleceu um novo sistema para a revogação
da doação por ingratidão, pois o rol legal previsto no art. 557 deixou de ser taxativo, admitindo,
excepcionalmente, outras hipóteses. (Trata-se da tipicidade finalística)

24
Resp. 1.1013.436 - RS
25
REsp. 1.374.836 - MG

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resultantes de aditamento ao qual não anuiu. Assim, se expressamente prevista
a possibilidade de prorrogação automática no contrato, o fiador
responsabilizar-se-á, mesmo que não tenha concordado com a prorrogação
deste.

 As ações de despejo não se suspendem com o recesso forense (artigo 58, I Lei
8.245/91), desde que este seja o único pedido. Assim, nas ações de despejo
cumuladas com a cobrança de aluguéis não se aplica a regra, ficando suspensos
os prazos processuais durante o recesso forense. 26

 Súmula 268 STJ: fiador que não integrou a relação processual na ação de
despejo não responde pela execução do julgado.

 Nos contratos de segura de vida, ocorrido o suicídio nos dois primeiros anos
contados da assinatura do contrato, os beneficiados não terão direito à
indenização, mas poderão reaver de volta a reserva decorrente dos valores já

a l
pagos. Porém, se passados dois anos, mesmo que a morte ocorra por suicídio

io
os beneficiados terão direito a indenização. (MUITO IMPORTANTE) n
a c

c ER
A seguradora que não exige exame médico prévio à contratação não pode
u
E M d IL
descumprir da obrigação de indenizatória sob a alegação de que houve omissão
de informações pelo segurado quanto á doença preexistente, salvo se ficar
e
rt RO
provado que o contratante agiu de má-fé. 27

p o OR

u H 89
Súmula 465 STJ: ressalvada a hipótese de efetivo agravamento do risco, a
S C 41- m
seguradora não se exime do dever de indenizar em razão da transferência do
m IZ .7 .co
veículo sem a sua prévia comunicação.
u

V O er L.
U
0
4
4 ma il
No caso de contrato de seguro de automóvel, havendo perda total, a
d R 4 3 g
seguradora deverá indenizar o segurado com base na tabela vigente na data
A PE D 0 er@
do sinistro, e não da data do efetivo pagamento (liquidação do sinistro). 28
l
mi
 lc
É abusiva a cláusula de contrato de seguro de automóvel que, na ocorrência da
p
perda total do veículo, estabelece a data do efetivo pagamento (liquidação do
sinistro) como parâmetro do cálculo da indenização securitária a ser paga
conforme o valor médio de mercado do bem, em vez da data do sinistro. 29

 Regra geral, o segurado, para fazer jus ao pagamento dos valores da apólice do
seguro, deve comunicar o sinistro com o veículo imediatamente à seguradora.
Ocorre que, se a comunicação não foi feita de forma imediata, por
impossibilidade devidamente comprovada, não poderá a seguradora se eximir
de sua obrigação de pagar, sob o argumento da demora. 30

26
Resp, 1.414.092 - PR
27
AgRg no REsp 1.286.741 - SP
28
REsp. 1.546.163 - GO
29
REsp. 1.546.163 - GO
30
REsp. 1.404.908 - MG

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 Súmula 335 STJ: nos contratos de locação, é válida a cláusula de renúncia à
indenização das benfeitorias e ao direito de retenção.

 O locador de imóvel destinado à atividade comercial não tem a obrigação de


adaptar o imóvel às peculiaridades da atividade a ser explorada pelo locatário.
31

 No contrato de comodato, se o comodatário se negar a restituir o bem dado


em comodato, ficará sujeito ao pagamento de um ”aluguel-pena”, arbitrado
unilateralmente pelo comodante, que não precisa observar a média de
mercado. De acordo com o STJ, o valor poderá ser até o dobro do valor do
mercado, justamente pelo caráter sancionatório da medida. 32

ATUALIZAÇÃO DA JURISPRUDÊNCIA

ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA: Desnecessidade de registro do contrato de alienação


a l
io n
fiduciária de veículos no RTD. Quando for realizada a alienação fiduciária de um
c
veículo, o contrato deverá ser registrado no DETRAN e esta informação constará no
a
c ER
CRV do automóvel. É desnecessário o registro do contrato de alienação fiduciária de
u
E M
em 21/10/2015 (repercussão geral). STF. (Info 804). d IL
veículos em cartório. STF. Plenário. RE 611639/RJ, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado

e
rt RO
o OR
CONTRATOS EM ESPÉCIE: O fato de o beneficiário de seguro de vida ter sido
p
S C 41- m u H 89
reformado pelo Exército em razão de incapacidade total para sua atividade habitual
(serviço militar) não implica, por si só, o direito à percepção de indenização
m Z .7 .co
securitária em seu grau máximo quando a apólice de seguro estipula que esse grau
u I
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laboral. STJ. (Info 582).
O .
U
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4
4 ma il
máximo é devido no caso de invalidez total permanente para qualquer atividade

d R 4 3 g
A PE D 0 er@
ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA: Em alienação fiduciária de bem imóvel (Lei nº 9.514/1997),
l i
é nula a intimação do devedor para oportunizar a purgação de mora realizada por
m
p lc
meio de carta com aviso de recebimento quando esta for recebida por pessoa
desconhecida e alheia à relação jurídica. STJ. (Info 580)

LOCAÇÃO: É válida a chamada cláusula de “aluguel dúplice” (ou “13º aluguel”) nos
contratos de locação de espaço em shopping center. Fundamento: princípio da
autonomia privada. STJ. (Info 582).

LOCAÇÃO: O valor estabelecido em ação revisional de aluguel de imóvel não


residencial não tem sua incidência limitada ao período compreendido entre a
citação e o termo final do contrato original de locação, devendo incidir até a efetiva
entrega das chaves caso a locação venha a ser prorrogada por prazo indeterminado
em razão da permanência do locatário no imóvel (art. 56, parágrafo único, da Lei nº
8.245/91). STJ. (Info 578).

31
REsp. 1.317.731 - SP
32
REsp. 1.175.848 - PR

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LOCAÇÃO: A Lei nº 8.245/91 prevê que alguns processos envolvendo locações
urbanas tramitam mesmo durante as férias forenses e não se suspendem mesmo
neste período (art. 58, I). São eles: a) ações de despejo; b) ações de consignação em
pagamento de aluguel e acessório da locação; c) ações revisionais de aluguel; d)
ações renovatórias de locação. A ação de despejo cumulada com ação de cobrança
de alugueis irá tramitar durante as férias forenses? Não. A ação de despejo
enquadra-se no art. 58, I, mas a ação de cobrança não. Assim, a partir do momento
em que o autor ajuíza ambas, de forma cumulada, a situação não mais se amolda ao
dispositivo legal acima mencionado. Em suma, nos casos em que há cumulação da
ação de despejo com a cobrança de aluguéis, os prazos processuais (inclusive para
recursos) ficam suspensos durante o recesso forense. STJ. (Info 578).

DOAÇÃO: É inválida a doação realizada por meio de procurador se o instrumento


procuratório concedido pelo proprietário do bem não mencionar o donatário, sendo
insuficiente a declaração de poderes gerais na procuração. STJ. (Info 577).

a l
n
FIANÇA: A fiança limitada decorre da lei e do contrato, de modo que o fiador não
io
c
pode ser compelido a pagar valor superior ao que foi avençado, devendo responder
a
c ER
tão somente até o limite da garantia por ele assumida, o que afasta sua
u
E M d IL
responsabilização em relação aos acessórios da dívida principal e aos honorários
advocatícios, que deverão ser cobrados apenas do devedor afiançado. Por se tratar
e
rt RO
de contrato benéfico, as disposições relativas à fiança devem ser interpretadas de
o OR
forma restritiva (art. 819 do CC), razão pela qual, nos casos em que ela é limitada
p
STJ. (Info 595) S C 41- m u H 89
(art. 822), a responsabilidade do fiador não pode superar os limites nela indicados.

um IZ .7 .co
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TEORIA GERAL DOS CONTRATOS. EVICÇÃO: A pretensão deduzida em demanda
baseada na garantia da evicção submete-se ao prazo prescricional de 3 anos. Em
O .
d R 3 g
outras palavras, é de 3 anos o prazo prescricional para que o evicto (que perdeu o
4
A PE D 0 er@
bem por evicção) proponha ação de indenização contra o alienante. STJ. (Info 593).
l
mi
p lc
LOCAÇÃO: Na ação de despejo por falta de pagamento, o locatário ou o fiador
poderão evitar a rescisão da locação efetuando, no prazo de 15 dias, contado da
citação, o pagamento do débito atualizado mediante depósito judicial (art. 62, II, da
Lei nº 8.245/91). A partir de quando começa a ser contado este prazo que o
requerido possui para purgar a mora? O que o art. 62, II, da Lei quer dizer quando
fala "contado da citação"? O prazo de 15 dias para purgação da mora deve ser
contado a partir da juntada aos autos do mandado de citação ou aviso de
recebimento devidamente cumprido. Não cabimento de purgação complementar da
mora caso os valores tenham sido contestados pelo locatário A contestação de parte
do débito na ação de despejo por falta de pagamento é incompatível com a
intimação do locatário para fins de complementação do depósito em relação às
parcelas tidas por ele como indevidas. Não se deve intimar o locatário para efetuar a
purgação complementar da mora (art. 62, III, da Lei nº 8.245/91) se houve
manifestação contrária de sua parte, em contestação, quanto à intenção de efetuar
o pagamento das parcelas não depositadas. Em outras palavras, se o locatário,

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regularmente citado, contesta parte da dívida, não cabe a sua intimação para
complementar o depósito de emenda da mora e pagar tais parcelas. STJ. (Info 593).

ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA: Devedor que perdeu o veículo tem direito de retirar


aparelhos instalados no carro para permitir a direção por deficiente físico. Havendo
adaptação de veículo, em momento posterior à celebração do pacto fiduciário, com
aparelhos para direção por deficiente físico, o devedor fiduciante tem direito a
retirá-los quando houver o descumprimento do pacto e a consequente busca e
apreensão do bem. STJ. (Info 594).

FIANÇA: Em regra, o ato interruptivo da prescrição apresenta caráter pessoal e


somente aproveitará a quem o promover ou prejudicará aquele contra quem for
dirigido (persona ad personam non fit interruptio). Isso está previsto no art. 204 do
CC. Exceção a esta regra: interrompida a prescrição contra o devedor afiançado, por
via de consequência, estará interrompida a prescrição contra o fiador em razão do
princípio da gravitação jurídica (o acessório segue o principal), nos termos do art.

a l
204, § 3º, do CC: § 3º A interrupção produzida contra o principal devedor prejudica o
n
fiador. A interrupção do prazo prescricional operada contra o fiador não prejudica o
io
c
devedor afiançado, salvo nas hipóteses em que os devedores sejam solidários Como
a
c ER
regra, a interrupção operada contra o fiador não prejudica o devedor afiançado. Isso
u
E M d IL
porque o principal não segue a sorte do acessório. Existe, no entanto, uma exceção:
a interrupção em face do fiador poderá, sim, excepcionalmente, acabar
e
rt RO
prejudicando o devedor principal nas hipóteses em que a referida relação for
o OR
reconhecida como de devedores solidários, ou seja, caso o fiador tenha renunciado
p
Turma. STJ. (Info 602).S C 41- m u H 89
ao benefício ou se obrigue como principal pagador ou devedor solidário. STJ. 4ª

um IZ .7 .co
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COMPRA E VENDA: O reconhecimento de paternidade post mortem não invalida a
alteração de contrato social com a transferência de todas as cotas societárias
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realizada pelo genitor a outro descendente. STJ. (Info 611).
4
A PE D 0 er@
l i
CONTRATO DE SEGURO: Se houve reconhecimento da culpa do segurado e
m
p lc
pagamento de parte da indenização pela seguradora ao terceiro, não se aplica a
Súmula 529 do STJ. A vítima de acidente de trânsito pode ajuizar demanda direta e
exclusivamente contra a seguradora do causador do dano quando reconhecida, na
esfera administrativa, a responsabilidade deste pela ocorrência do sinistro e quando
parte da indenização securitária já tiver sido paga. Porque, mesmo não havendo
relação contratual entre a seguradora e o terceiro, a sucessão dos fatos (apuração
administrativa e pagamento de parte da indenização) faz com que surja uma relação
jurídica de direito material envolvendo a vítima e a seguradora. Súmula 529-STJ: No
seguro de responsabilidade civil facultativo, não cabe o ajuizamento de ação pelo
terceiro prejudicado direta e exclusivamente em face da seguradora do apontado
causador do dano. (Info 614).

LOCAÇÃO: Não é cabível a denúncia vazia quando o prazo de 30 (trinta) meses,


exigido pelo art. 46 da Lei n. 8.245/1991, é atingido com as sucessivas prorrogações
do contrato de locação de imóvel residencial urbano. STJ. (Info 615).

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EVICÇÃO: É dever do alienante transmitir ao adquirente o direito sem vícios, de
forma que se caracteriza a evicção se existir um gravame que impede a transferência
do bem. Caracteriza-se evicção a inclusão de gravame capaz de impedir a
transferência livre e desembaraçada de veículo objeto de negócio jurídico de
compra e venda.
Caso concreto: foi vendido um carro, mas, antes que pudesse ser transferido à
adquirente, houve um bloqueio judicial sobre o veículo. Foi necessário o
ajuizamento de embargos de terceiro para liberação do automóvel, sendo, em
seguida, desfeito o negócio. Neste caso, caracterizou-se a evicção, gerando o dever
do alienante de indenizar a adquirente pelos prejuízos sofridos. STJ. 3ª Turma. REsp
1.713.096-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 20/02/2018 (Info 621). A
pretensão deduzida em demanda baseada na garantia da evicção submete-se ao
prazo prescricional de três anos (STJ. 3ª Turma. REsp 1.577.229-MG, Rel. Min. Nancy
Andrighi, julgado em 8/11/2016. Info 593).

a l
SEGURO: O contratante do seguro de vida em grupo não tem direito à renovação da
n
apólice sem a concordância da seguradora nem pode exigir a restituição dos prêmios
io
c
pagos. Não é abusiva a cláusula contratual que prevê a possibilidade de não
a
c ER
renovação automática do seguro de vida em grupo por qualquer dos contratantes,
u
desde que haja prévia notificação da outra parte.
E M d IL
À exceção dos contratos de seguro de vida individuais, contratados em caráter
e
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vitalício ou plurianual, nos quais há a formação de reserva matemática de benefícios
o OR
a conceder, as demais modalidades são geridas sob o regime financeiro de
p
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repartição simples, de modo que os prêmios arrecadados do grupo de segurados ao
longo do período de vigência do contrato destinam-se ao pagamento dos sinistros
m
ocorridos naquele período.
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Dessa forma, nos contratos de seguro de vida em grupo não há direito à renovação
da apólice sem a concordância da seguradora ou à restituição dos prêmios pagos em
O .
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contraprestação à cobertura do risco no período delimitado no contrato.
4
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Vale ressaltar que a seguradora pode decidir não mais renovar o contrato de seguro
l i
de vida, mesmo que não comprove que houve desequilíbrio atuarial-financeiro.
m
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Trata-se de um verdadeiro direito potestativo. STJ. 2ª Seção. REsp 1.569.627-RS, Rel.
Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 22/02/2018 (Info 622).

SEGURO. É vedada a exclusão de cobertura do seguro de vida na hipótese de sinistro


ou acidente decorrente de atos praticados pelo segurado em estado de embriaguez.
Tal cláusula é abusiva, com base nos arts. 3º, § 2º, e 51, IV, do CDC. STJ. 2ª Seção.
EREsp 973.725-SP, Rel. Min. Lázaro Guimarães (Desembargador Convocado Do TRF
5ª Região), julgado em 25/04/2018 (Info 625).

COMPRA E VENDA. É juridicamente possível o pedido de alienação judicial de bem


imóvel objeto de compromisso de compra e venda. STJ. 3ª Turma. REsp 1.501.549-
Rs, Rel. Min. Nancy Andrighi, Julgado Em 08/05/2018 (Info 625).

CONSIGNAÇÃO. O falecimento do consignante não extingue a dívida decorrente de


contrato de crédito consignado em folha de pagamento. STJ. 3ª Turma. REsp

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1.498.200-PR, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 05/06/2018 (Info 627).

MÚTUO FENERATÍCIO. Pessoa celebrou contrato de mútuo feneratício com


instituição financeira. Por algum motivo (ex: nulidade, ato ilícito, abusividade etc.) o
mutuário ingressou com ação judicial pedindo a resolução do contrato e a
restituição das parcelas pagas. Se esta ação for julgada procedente, o mutuário terá
direito de receber os valores pagos acrescidos de juros remuneratórios no mesmo
percentual que era previsto no contrato para ser cobrado pelo banco mutuante?
NÃO. O mutuário que celebrar contrato de mútuo feneratício com a instituição
financeira mutuante, não tem direito de pedir repetição do indébito com os mesmos
índices e taxas de encargos previstos no contrato. Tese aplicável a todo contrato de
mútuo feneratício celebrado com instituição financeira mutuante: “Descabimento
da repetição do indébito com os mesmos encargos do contrato”. STJ. 2ª Seção. REsp
1.552.434-GO, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 13/06/2018
(recurso repetitivo) (Info 628).

CONTRATO DE SEGURO. A aposentadoria por invalidez permanente concedida pelo


a l
INSS não confere ao segurado o direito automático de receber indenização de
io n
c
seguro contratado com empresa privada, sendo imprescindível a realização de
a
c ER
perícia médica para atestar o grau de incapacidade e o correto enquadramento na
u
E M d IL
cobertura contratada. STJ. 2ª Seção. EREsp 1.508.190-SC, Rel. Min. Ricardo Villas
Bôas Cueva, julgado em 08/11/2017 (Info 616) JULGADO IMPORTANTE PARA DPE!
e
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o OR
PARCERIA RURAL. O falecimento do parceiro outorgante não extingue o contrato de
p
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parceria rural. Os herdeiros somente poderão exercer o direito de retomada ao
término do contrato e desde que obedeçam às regras do Decreto nº 59.566/1966
m Z .7 .co
quanto ao prazo para notificação e às causas para retomada. STJ. 3ª Turma. REsp
u I
618).
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1.459.668-MG, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 05/12/2017 (Info

d R 4 3 g
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CONTRATO DE LOCAÇÃO. A certidão de parcelamento fiscal é suficiente para suprir
l i
a exigência prevista no inciso III do art. 71 da Lei nº 8.245/91 (Lei de Locações) para
m
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efeito do ajuizamento de ação renovatória de locação empresarial. STJ. 3ª Turma.
REsp 1.698.814-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 26/06/2018
(Info 629).

PROMESSA DE COMPRA E VENDA. É devida a condenação ao pagamento de taxa de


ocupação (aluguéis) pelo período em que o comprador permanece na posse do bem
imóvel, no caso de rescisão do contrato de promessa de compra e venda,
independentemente de ter sido o vendedor quem deu causa ao desfazimento do
negócio. Ex: João e Pedro celebraram promessa de compra e venda de um
apartamento. Pedro (promitente comprador) estava morando no imóvel há 6 meses
e pagando regularmente as prestações. Ocorre que o contrato foi desfeito por culpa
de João. Todo o valor pago por Pedro deverá ser devolvido, assim como ele terá que
ser indenizado pelas benfeitorias que realizou. Por outro lado, Pedro terá que pagar
taxa de ocupação (aluguel) pelos meses em que morou no apartamento. O
fundamento para isso não está na culpa, mas sim na proibição do enriquecimento

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sem causa. STJ. 3ª Turma. REsp 1.613.613-RJ, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva,
julgado em 12/06/2018 (Info 629).

CONTRATO DE LOCAÇÃO. A averbação do contrato com cláusula de vigência no


registro de imóveis é imprescindível para que a locação possa ser oposta ao
adquirente. É o que prevê a Lei nº 8.245/91: Art. 8º Se o imóvel for alienado durante
a locação, o adquirente poderá denunciar o contrato, com o prazo de noventa dias
para a desocupação, salvo se a locação for por tempo determinado e o contrato
contiver cláusula de vigência em caso de alienação e estiver averbado junto à
matrícula do imóvel. STJ. 3ª Turma. REsp 1.669.612- RJ, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas
Cueva, julgado em 07/08/2018 (Info 632).

LEASING. É possível a descaracterização do contrato de arrendamento mercantil


(leasing) se o prazo de vigência do acordo celebrado não respeitar a vigência mínima
estabelecida de acordo com a vida útil do bem arrendado. Nos termos do art. 8º do

a l
anexo da Resolução nº 2.309/96 e art. 23 da Lei nº 6.099/74, o prazo mínimo de
n
vigência do contrato de arrendamento mercantil financeiro é de (i) dois anos,
io
c
quando se tratar de bem com vida útil igual ou inferior a cinco anos, e (ii) de três
a
c ER
anos, se o bem arrendado tiver vida útil superior a cinco anos. Caso concreto: o bem
u
E M d IL
arrendado (pá-escavadeira) possui vida útil superior a cinco anos. Apesar disso, o
ajuste previa o arrendamento pelo prazo de apenas dois anos. Logo, foi
desrespeitada a Resolução, e
rt RO
o OR
ficando descaracterizado o contrato de arrendamento mercantil. Ficando
p
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descaracterizado o leasing, é possível cobrar ICMS sobre esta operação. STJ. 2ª
Turma. REsp 1.569.840-MT, Rel. Min. Francisco Falcão, julgado em 16/08/2018 (Info
632)
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A abusividade de encargos acessórios do contrato não descaracteriza a mora. STJ. 2ª
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Seção. REsp 1.639.259-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em
4
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12/12/2018 (recurso repetitivo) (Info 639).
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ATENÇÃO! MUDANÇA DE ENTENDIMENTO! Ainda que contrato preveja a exclusão
da cobertura em caso de embriaguez do segurado e mesmo que o acidente tenha
sido causado por essa embriaguez, a seguradora será obrigada a indenizar a vítima,
já que essa cláusula é ineficaz perante terceiros.
No contrato de seguro de automóvel, é lícita a cláusula que exclui a cobertura
securitária para o caso de o acidente de trânsito (sinistro) ter sido causado em
decorrência da embriaguez do segurado. No entanto, esta cláusula é ineficaz
perante terceiros (garantia de responsabilidade civil). Isso significa que, mesmo que
contrato preveja a exclusão da cobertura em caso de embriaguez do segurado, a
seguradora será obrigada a indenizar a vítima (terceiro) caso o acidente tenha sido
causado pelo segurado embriagado. Em outras palavras, não se pode invocar essa
cláusula contra a vítima. Depois de indenizar a vítima, a seguradora poderá exigir
seu direito de regresso contra o segurado (causador do dano). A garantia de
responsabilidade civil não visa apenas proteger o interesse econômico do segurado
tendo, também como objetivo preservar o interesse dos terceiros prejudicados. O

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seguro de responsabilidade civil se transmudou após a edição do Código Civil de
2002, de forma que deixou de ser apenas uma forma de reembolsar as indenizações
pagas pelo segurado e passou a ser também um meio de proteção das vítimas,
prestigiando, assim, a sua função social. É inidônea a exclusão da cobertura de
responsabilidade civil no seguro de automóvel quando o motorista dirige em estado
de embriaguez, visto que somente prejudicaria a vítima já penalizada, o que
esvaziaria a finalidade e a função social dessa garantia, de proteção dos interesses
dos terceiros prejudicados à indenização, ao lado da proteção patrimonial do
segurado. STJ. 3ª Turma. REsp 1.738.247-SC, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva,
julgado em 27/11/2018 (Info 639).

PROPRIEDADE INTELECTUAL. O Escritório Central de Arrecadação e Distribuição -


ECAD pode definir critérios diferenciados para distribuição de valores de direitos
autorais de acordo com os diversos tipos de exibição de músicas inseridos no
contexto de obras audiovisuais, como nas chamadas músicas de fundo (background).
STJ. 3ª Turma. REsp 1331103/RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 23/04/2013.

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STJ. 4ª Turma. REsp 1.552.227-RJ, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em
27/11/2018 (Info 640).
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SEGURO. A seguradora não pode recusar a contratação de seguro a quem se
u
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disponha a pronto pagamento se a justificativa se basear unicamente na restrição
financeira do consumidor junto a órgãos de proteção ao crédito. STJ. 3ª Turma. REsp
e
rt RO
1.594.024-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 27/11/2018 (Info 640).

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hipóteses de: S C 41- m u H 89
É abusiva a exclusão do seguro de acidentes pessoais em contrato de adesão para as

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a) gravidez, parto ou aborto e suas consequências;
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b) perturbações e intoxicações alimentares de qualquer espécie; e
c) todas as intercorrências ou complicações consequentes da realização de exames,
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tratamentos clínicos ou cirúrgicos.
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STJ. 3ª Turma. REsp 1.635.238-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 11/12/2018
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(Info 640).
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CORRETAGEM. É devida a comissão de corretagem ainda que o resultado útil da
intermediação imobiliária seja negócio de natureza diversa da inicialmente
contratada. Ex: corretor foi contratado para procurar um interessado em comprar o
terreno; encontrou um interessado em fazer um contrato de parceria para
loteamento urbano; o contrato de parceria foi celebrado; mesmo o terreno não
tendo sido vendido, o corretor deverá receber a comissão por ter aproximado as
partes, gerando um ganho para o seu contratante. STJ. 3ª Turma. REsp 1.765.004-SP,
Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, Rel. Acd. Min. Paulo de Tarso Sanseverino,
julgado em 27/11/2018 (Info 640).

TRANSPORTE. A Lei nº 10.209/2001 estabelece que a empresa que contratar uma


empresa de transporte rodoviário deverá pagar, de forma antecipada e separada, os
valores que o transportador terá que arcar com os pedágios nas estradas. Esse
pagamento é chamado de Vale-Pedágio. O art. 8º da Lei prevê que o

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embarcador/contratante que não pagar ao transportador o valor do pedágio estará
sujeito a uma multa equivalente ao dobro do valor do frete. Essa multa é conhecida
como “dobra do frete”. A obrigação de pagamento antecipado do Vale-Pedágio
previsto pela Lei nº 10.209/2001 é norma cogente que não admite o instituto da
supressio. Isso significa que, mesmo que o transportador não tenha cobrado o
pagamento antecipado do pedágio durante longo período, ele não perde o direito
de exigir essa quantia. Além disso, a dobra do frete (art. 8º da Lei nº 10.209/2001) é
uma sanção legal, de caráter
especial, razão pela qual não é possível a convenção das partes para lhe alterar o
conteúdo e também não é possível a sua redução com base no art. 412 do CC. STJ.
3ª Turma. REsp 1.694.324-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, Rel. Acd. Min. Moura
Ribeiro, julgado em 27/11/2018 (Info 640).

SÚMULAS

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Súmula 564-STJ: No caso de reintegração de posse em arrendamento mercantil
io n
c
financeiro, quando a soma da importância antecipada a título de valor residual
a
c ER
garantido (VRG) com o valor da venda do bem ultrapassar o total do VRG previsto
u
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contratualmente, o arrendatário terá direito de receber a respectiva diferença,
cabendo, porém, se estipulado no contrato, o prévio desconto de outras despesas
ou encargos pactuados. e
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S C 41- m u H 89
Súmula 402, STJ: O contrato de seguro por danos pessoais compreende danos
morais, salvo cláusula expressa de exclusão.

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V er L0
U4 ma4 il
Súmula 529, STJ: No seguro de responsabilidade civil facultativo, não cabe o
ajuizamento de ação pelo terceiro prejudicado direta e exclusivamente em face da
O .
d R 3 g
seguradora do apontado causador do dano.
4
A PE D 0 er@
l i
Súmula n. 214/STJ: O fiador na locação não responde por obrigações resultantes de
m
lc
aditamento ao qual não anuiu.
p
Súmula 293, STJ: A cobrança antecipada de (VRG) não descaracteriza o contrato de
arrendamento mercantil.

Súmula 239-STJ: O direito à adjudicação compulsória não se condiciona ao registro


do compromisso de compra e venda no cartório de imóveis.

Enunciado 95 da I Jornada de Direito Civil: O direito à adjudicação compulsória (art.


1.418 do novo Código Civil), quando exercido em face do promitente vendedor, não
se condiciona ao registro da promessa de compra e venda no cartório de registro
imobiliário (Súmula n. 239 do STJ).

Súmula 283 do STJ: As empresas administradoras de cartão de crédito são


instituições financeiras e, por isso, os juros remuneratórios por elas cobrados não

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sofrem as limitações da lei de usura

Súmula 308 do STJ: a hipoteca firmada entre a construtora e o agente financeiro,


anterior ou posterior à celebração da promessa de compra e venda, não tem eficácia
perante os adquirentes do imóvel

Súmula 369, STJ: No contrato de arrendamento mercantil (leasing), ainda que haja
cláusula resolutiva expressa, é necessária a notificação prévia do arrendatário para
constituí-lo em mora.

Súmula 382 do STJ: A estipulação de juros remuneratórios superiores a 12% ao ano,


por si só, não indica abusividade.

Súmula n. 549/STJ: É válida a penhora de bem de família pertencente a fiador de


contrato de locação.

a l
n
Súmula 564, STJ: No caso de reintegração de posse em arrendamento mercantil
io
c
financeiro, quando a soma da importância antecipada a título de valor residual
a
c ER
garantido (VRG) com o valor da venda do bem ultrapassar o total do VRG previsto
u
E M d IL
contratualmente, o arrendatário terá direito de receber a respectiva diferença,
cabendo, porém, se estipulado no contrato, o prévio desconto de outras despesas
ou encargos pactuados. e
rt RO
p o OR
S C 41- m u H 89
Súmula 596 do STF: As disposições do Decreto 22.626 de 1933 não se aplicam às
taxas de juros e aos outros encargos cobrados nas operações realizadas por
m Z .7 .co
instituições públicas ou privadas, que integram o sistema financeiro nacional.
u I
V er L0
U4 ma4 il
Súmula 609-STJ: A recusa de cobertura securitária, sob a alegação de doença
O .
d R 3 g
preexistente, é ilícita se não houve a exigência de exames médicos prévios à
4
A PE D 0 er@
contratação ou a demonstração de má-fé do segurado.
l
mi
p lc
Súmula 610-STJ: o suicídio não é coberto nos dois primeiros anos de vigência do
contrato de seguro de vida, ressalvado o direito do beneficiário à devolução do
montante da reserva técnica formada.

Súmula 614 – STJ: O locatário não possui legitimidade ativa para discutir a relação
jurídico-tributária de IPTU e de taxas referentes ao imóvel alugado nem para repetir
indébito desses tributos.

Súmula 616 – STJ: A indenização securitária é devida quando ausente a comunicação


prévia do segurado acerca do atraso no pagamento do prêmio, por constituir
requisito essencial para a suspensão ou resolução do contrato de seguro.

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Ano: 2015. Banca: FMP Concursos. Órgão: DPE-PA
QUESTÃO 7:
CONTRATOS Assinale a alternativa CORRETA.

a) No sistema do Código Civil, a onerosidade excessiva é exceção


que impõe revisão do contrato, em atenção ao princípio da
conservação dos atos jurídicos, motivo pelo qual não está
autorizada a resolução da avença.

b) A exceção por onerosidade excessiva é aplicável a qualquer


espécie contratual.

c) A impossibilidade inicial do objeto do negócio jurídico pode ser


classificada em absoluta ou relativa. A classificação não tem valor
no que concerne aos efeitos, porque, em quaisquer dos casos, a
repercussão da eiva se dará no plano da eficácia dos negócios
jurídicos.
a l
io n
c
d) Exceptio non rite adimpleti contractus é a exceção do
a
cumprimento defeituoso do contrato.
u c ER
E M d IL
e) A cláusula resolutiva expressa exige interpelação judicial para
produzir efeitos. e
rt RO
p o OR
S C 41- m u H 89
GABARITO COMENTADO:
CORRETA: Letra D - A exceptio rite adimpleti contractus não se

um Z .7 .co
confunde com a exceptio non adimplemento, que consiste na
I
V er L
O
U
0
4 il
vedação de uma parte, em um contrato bilateral, exigir o
4 ma
cumprimento da obrigação do outro, se não cumpriu a sua. Por
.
d R 4 3 g
outro lado, a exceptio rite adimpleti contractus, também chamada
A PE D 0 er@
l
de exceção por insegurança, se refere à hipótese do artigo 477 do
i
CC, que permite à parte se recusar a cumprir a obrigação que se
m
p lc
comprometeu, em um contrato bilateral, se sobrevier à outra
parte diminuição de seu patrimônio capaz de comprometer ou
tornar duvidosa a prestação pela qual se comprometeu.

INCORRETAS:

A) É errada a questão, já que é permitido a parte requerer a


resolução do contrato, quando sobrevier onerosidade excessiva a
este. Vale lembrar, que o Código Civil adota a teoria da
imprevisão, de maneira que, para ser autorizada a resolução do
contrato, o acontecimento que provocou o excesso deve ser
extraordinário e imprevisível, conforme artigo 478 do CC.

B) A alternativa é incorreta, pois apenas nos contratos de


execução continuada ou diferida se permite a exceção por

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onerosidade excessiva, como expressa no artigo 478 do CC.

C) A impossibilidade inicial do objeto só invalida o negócio jurídico


se for absoluta. Assim, se a impossibilidade inicial do objeto for
relativa ou, sendo absoluta, cessa antes de realizada a condição a
que ela estiver subordinada, não haverá nulidade, assim é o texto
do artigo 106 do CC.

E) Cláusula resolutória é uma das formas de extinção dos


contratos, que prevê o término do contrato pela inexecução, por
parte de um dos contratantes, das obrigações que nele se
contraíram. A parte prejudicada pelo inadimplemento do contrato
pode pedir sua resolução ou exigir-lhe o cumprimento. Em
qualquer caso, porém haverá indenização por perdas e danos. Se
a cláusula resolutiva estiver expressa no contrato possui eficácia
plena, independente de interpelação judicial; já aquela implícita
depende de interpelação judicial.
a l
io n
c
Ano: 2016. Banca: FCC. Órgão: DPE-BA. Prova: Defensor Público
a
u c ER
E M d IL
Lauro é casado com Vânia. O casal teve um filho, já falecido, que
lhes deu dois netos, Roberto e Renato, todos maiores e capazes.
e
rt RO
Lauro deseja transferir um de seus imóveis ao seu neto Renato,
o OR
entretanto, Roberto e Vânia não concordam com referida
p
S C 41- m u H 89
transferência. Diante desses fatos, é correto afirmar que o
contrato de venda e compra entre Lauro e seu neto Renato sem o
m Z .7 .co
consentimento de Roberto é
u I
V er L
O
U 4 il
4 ma
a) anulável, mas a falta do consentimento de Vânia, pode
. 0
afetar ou não a validade do ato, a depender do regime de bens
d R 4 3 g
A PE Dadotado; ainda, o consentimento de Roberto é necessário para
0 er@
que Lauro faça doação em favor de Renato.
l
mi
p lc
b) anulável, assim como o é em razão da falta do
consentimento de Vânia, independentemente do regime de bens
adotado; ainda, o consentimento de Roberto não é necessário
para que Lauro faça doação em favor de Renato.
c) nulo, mas a falta do consentimento de Vânia pode afetar a
validade do ato ou não, a depender do regime de bens adotado;
por fim, ainda, o consentimento de Roberto não é necessário para
que Lauro faça doação em favor de Renato.
d) anulável, mas a falta do consentimento de Vânia pode
afetar a validade do ato ou não, a depender do regime de bens
adotado; ainda, o consentimento de Roberto não é necessário
para que Lauro faça a doação em favor de Renato.
e) válido, pois a lei apenas exige o consentimento nos
contratos de compra e venda entre pai e filhos, não se

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estendendo às hipóteses de contratos entre avôs e netos; ainda, o
consentimento de Roberto não é necessário para que Lauro faça
doação em favor de Renato.

GABARITO: D. Trata-se de letra da lei. A explicação da resposta


correta serve para as incorretas.

Art. 496. É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo


se os outros descendentes e o cônjuge do alienante
expressamente houverem consentido.

Parágrafo único. Em ambos os casos, dispensa-se o


consentimento do cônjuge se o regime de bens for o da separação
obrigatória.

[...]

a l
n
Art. 544. A doação de ascendentes a descendentes, ou de um
io
c
cônjuge a outro, importa adiantamento do que lhes cabe por
a
herança.
u c ER
E M d IL
e
rt RO
o OR
Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-MA Prova: FCC - 2018 - DPE-
p
u H 89
MA - Defensor Público
S C 41- m
m Z .7 .co
Alexandre trabalha como motorista de passageiros por meio de
u I
er L U il
aplicativo para aparelhos celulares, pelo qual os usuários solicitam
4 4 ma
d V R 3 0
a corrida e realizam o pagamento por meio eletrônico à
O . g
operadora do aplicativo. Em uma de suas corridas, Alexandre veio
4
A PE D 0 er@
a se envolver em um acidente, causando danos para o passageiro.
l i
Neste caso, Alexandre
m
p lc
A) somente terá responsabilidade pelos danos causados aos
passageiros caso seja provado o seu dolo ou culpa grave.

B) não tem qualquer responsabilidade pelos danos causados ao


passageiro, pois a responsabilidade é exclusiva da operadora do
aplicativo.

C) somente terá responsabilidade pelos danos causados ao


passageiro caso seja provado o seu dolo ou culpa, de qualquer
grau.

D) tem responsabilidade objetiva pelos danos causados ao


passageiro, salvo caso fortuito ou força maior.

E) tem responsabilidade objetiva pelos danos causados ao

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passageiro, mesmo diante de caso fortuito ou força maior.

GABARITO: D. Atenção ao contrato de transporte, pois a


responsabilidade será objetiva! Sempre cobram isso!

Art. 734. O transportador responde pelos danos causados às


pessoas transportadas e suas bagagens, salvo motivo de força
maior, sendo nula qualquer cláusula excludente da
responsabilidade.

Art. 736, CC. Não se subordina às normas do contrato de


transporte o feito gratuitamente, por amizade ou cortesia.

Parágrafo único. Não se considera gratuito o transporte quando,


embora feito sem remuneração, o transportador auferir
a l
vantagens indiretas.
io n
a c
Súmula 145 STJ. No transporte desinteressado, de simples
u c ER
cortesia, o transportador só será civilmente responsável por

E M d IL
danos causados ao transportado quando incorrer em dolo ou
culpa grave.
e
rt RO
p o OR
S C 41- m u H 89
um
Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-RS Prova: FCC - 2018 - DPE-RS -
IZ .7 .co
er L U
Defensor Público
4 il
4 ma
d V O 3 . 0 g
O contrato de fiança é o instrumento pelo qual uma pessoa
R 4
A PE D 0 er@
garante satisfazer ao credor uma obrigação assumida pelo
l
mi
devedor, caso este não a cumpra. Considerando as normas que
regulamentam o instituto da fiança, avalie as seguintes asserções
p lc
e a relação proposta por elas:

I. A estipulação da fiança é condicionada ao consentimento


expresso do devedor.

PORQUE

II. A fiança deve se dar por escrito e não admite interpretação


extensiva.

Nesse caso:

A) a asserção I é uma proposição falsa e a II é uma proposição


verdadeira.

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B) as asserções I e II são proposições verdadeiras e a II é uma
justificativa da I.

C) as asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é


uma justificativa da I.

D) a asserção I é uma proposição verdadeira e a II é uma


proposição falsa.

E) as asserções I e II são proposições falsas.

GABARITO: A.

Art. 819. A fiança dar-se-á por escrito, e não admite interpretação


extensiva.
a l
io n
Art. 820. Pode-se estipular a fiança, ainda que sem consentimento
do devedor ou contra a sua vontade.
a c
u c ER
E M d IL
e
rt RO
Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-AP Prova: FCC - 2018 - DPE-AP -
Defensor Públicop o OR
S C 41- m u H 89
um
Geraldo, que é solteiro e tem em seu patrimônio um único imóvel
IZ .7 .co
er L
onde reside sozinho, prestou fiança ao seu sobrinho Tiago, em
U 4 il
4 ma
contrato de locação de imóvel urbano com fins residenciais que

d V O 3 . 0 g
havia sido pactuado pelo prazo inicial de doze meses,
R 4
A PE D 0 er@
estabelecendo, ainda, que o fiador ficaria responsável até a
l
mi
entrega das chaves, além de constar renúncia ao benefício de
ordem. O contrato prorrogou-se por prazo indeterminado e, após
p lc
essa prorrogação, Tiago ficou sem pagar por seis prestações.
Diante deste caso e segundo entendimento do Superior Tribunal
de Justiça, Geraldo

A) pode ser cobrado diretamente pelo locador pelas parcelas


deixadas em aberto por Tiago, e não tem direito à proteção do
bem de família no caso, em razão de não estar dentro da
abrangência da proteção legal à família.

B) não poderá ser cobrado pela dívida, uma vez que o débito foi
posterior ao prazo determinado no contrato originário, de modo
que cessou a sua responsabilidade como fiador.

C) poderá ser cobrado pela dívida, mas não diretamente, pois o


credor precisará acionar primeiramente o devedor principal,

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diante da ilegalidade da renúncia ao benefício de ordem e, caso
Tiago não tenha patrimônio suficiente, Geraldo poderá valer-se da
proteção do bem de família por se tratar de seu único bem imóvel
com finalidade de moradia.

D) pode ser cobrado diretamente pelo locador pelas parcelas


deixadas em aberto por Tiago, mas tem direito à proteção do bem
de família por se tratar de seu único bem imóvel com finalidade
de moradia.

E) pode ser cobrado diretamente pelo locador pelas parcelas


deixadas em aberto por Tiago, e não tem direito à proteção do
bem de família no caso, em razão da origem da dívida.

GABARITO: E.
a l
io n
a c
A) INCORRETO - o erro está em dizer que o imóvel não é
abrangido pela proteção legal à família, conforme Súmula n.
u c ER
364/STJ: "O conceito de impenhorabilidade de bem de família

E M d IL
abrange também o imóvel pertencente a pessoas solteiras,
separadas e viúvas".
e
rt RO
p o OR
B) INCORRETO - a jurisprudência determina que o fiador continua

S C 41- m u H 89
responsável pela dívida do locatário constituída após a

um
prorrogação por prazo indeterminado do contrato de locação,
IZ .7 .co
er L
desde que haja cláusula prevendo sua responsabilidade até a
U 4 il
4 ma
entrega das chaves, consoante REsp 1.412.372.

d V R O
4 3 . 0 g
A PE D 0 er@
C) INCORRETO - o direito de preferência não aproveita ao fiador
l
mi
quando este a houver renunciado expressamente, conforme
artigos 827 e 828, inciso I, do Código Civil.
p lc
D) INCORRETO - está pacífico ser válida a penhora de bem de
família pertencente a fiador de contrato de locação, de acordo
com a Súmula nº 549/STJ.

E) CORRETA - LEI Nº 8.009/90: Art. 3º A impenhorabilidade é


oponível em qualquer processo de execução civil, fiscal,
previdenciária, trabalhista ou de outra natureza, salvo se movido:
VII - por obrigação decorrente de fiança concedida em contrato de
locação.

STJ, Súmula 549: É válida a penhora de bem de família


pertencente a fiador de contrato de locação

ATENÇÃO PARA O CONTRATO DE FIANÇA!


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9. RESPONSABILIDADE CIVIL

A responsabilidade civil consiste na obrigação que uma pessoa tem de reparar


o dano causado a outra, decorrente da violação de uma norma jurídica preexistente
contratual ou extracontratual. Neste sentido, os artigos 927 a 965 regulam as
hipóteses causadoras de responsabilidade civil, bem como a forma pela qual será feito
o pagamento da indenização.
Sempre que alguém, mediante a prática de ato ilícito, causar dano a outrem,
ficará obrigado a repará-lo. O ato ilícito resulta da ação ou omissão voluntária,
negligente ou imprudente, que viola direito e causa dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral. Aquele que se excede manifestamente em seus direitos
também pratica ato ilícito.

a l
Não constituem atos ilícitos os danos causados em virtude de: legítima defesa

io n
e exercício regular de um direito ou quando há destruição/deterioração de coisa ou
lesão à pessoa, com finalidade de remover perigo iminente.
a c
u c ER
E M d IL
Regra geral, a responsabilidade é subjetiva, ou seja, auferida mediante a
comprovação de culpa de quem praticou o ato. Porém, excepcionalmente, nos casos
e
rt RO
previstos em lei, a responsabilidade será objetiva, sendo desnecessária a comprovação
o OR
de culpa do agente para ser devida a indenização.
p
Requisitos: S C 41- m u H 89
um IZ .7 .co
V O er L
.
U
0
4
4 ma il
CONDUTA + DOLO OU CULPA + DANO + NEXO DE CAUSALIDADE = INDENIZAÇÃO.

d R 4 3 g
Responsabilidade do incapaz: no caso de prática de ato ilícito por incapaz, se os seus
A PE D 0 er@
pais não tiverem condições de arcar com os prejuízos causados pela atividade danosa,
l i
este responderá subsidiariamente (ATENÇÃO! TEMA MUITO COBRADO!), desde que
m
p lc
tenha condições financeiras para tanto. Assim, a indenização a ser paga pelo incapaz é
subsidiária e equitativa, em respeito à dignidade humano e ao mínimo existencial,
pois não pode privá-lo do essencial à sua subsistência.

Importante destacar que a norma prevista no artigo 932, I, determina que os


pais respondam objetivamente pelos danos causados pelos filhos. Atenção à questão,
pois, para chegar ao resultado que conduz à responsabilidade, são dois aspectos a se
analisar: comprovação da culpa do incapaz na prática do ato e responsabilidade
objetiva dos pais.

Assim, é correta a frase que diz: os pais respondem objetivamente pelos atos
ilícitos praticados por seus filhos menores, desde que comprovada a culpa no ato. A
culpa não está ligada à responsabilidade dos pais, que é objetiva, mas à comprovação
do ato ilícito. Comprovado este, os pais responderão independentemente de culpa.

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Ainda, com relação ao que determina o inciso I, do artigo 932, há jurisprudência
que busca identificar o termo “sob sua autoridade e em sua companhia”. Assim, nas
palavras de Márcio André, segundo o STJ:

A responsabilidade dos pais por filho menor (responsabilidade por


ato ou fato de terceiro) é objetiva, nos termos do artigo 932, I do CC,
devendo-se comprovar apenas a culpa na prática do ato ilícito daquele pelo
qual os pais são responsáveis legalmente.

Contudo, há uma exceção: os pais só respondem pelo filho incapaz


que esteja sob sua autoridade e em sua companhia; assim, os pais ou
responsáveis, que não exercem autoridade de fato sobre o filho, embora
ainda detenham o poder familiar, não respondem por ele.

Desse modo, a mãe que, à época de acidente provocado por seu


filho menor de idade, residia permanentemente em local distinto daquele
no qual morava o menor – sobre quem apenas o pai exercia autoridade de
fato – não pode ser responsabilizada pela reparação civil advinda do ato

l
ilícito, mesmo considerando que ela não deixou de deter o poder familiar.
a
n
33

c io
a
Diante do exposto, para que um dos pais compartilhe a responsabilidade com o
c ER
u
outro, não basta que detenha o poder familiar, sendo indispensável que tenha
d IL
condições permanentes de controle sob os atos do filho. O caso, todavia, merece
E M
atenção especial, para que o candidato não se confunda na prova. No caso julgado, a
e
rt RO
mãe residia permanentemente em município distinto do de seu filho, que morava com
o OR
o pai.
p
u H 89
Isto é importante, uma vez que a justificativa de não estar presente no
S C 41- m
momento do ato não exime os pais de responsabilidade, pois a autoridade permanece,
um IZ .7 .co
mesmo que o responsável não conviva constantemente com o filho.

V O er L
. 0
U4 ma4 il
Por fim, sobre o incapaz, ainda vale apresentar decisão interessante do STJ
d R 4 3 g
A PE D
sobre a possibilidade de o absolutamente incapaz sofrer dano moral. De acordo com a
0 er@
Corte Cidadã, é plenamente possível o dano moral praticado em face de incapaz, ainda
l
mi
que ele não tenha detrimento anímico de entender o caráter ilícito da conduta. O dano
p lc
moral é a ofensa ao direito de personalidade, sendo o sofrimento, a dor, consequência
deste ato, mas não essencial à sua caracterização. 34

Outros casos previstos no CC/02:

1) Por fato de outrem (art. 923): são pessoas responsáveis pelos atos de terceiros
(responsabilidade indireta), de modo que é necessário comprovar a culpa
daqueles pelos quais são responsáveis.

2) Por fato do animal (art. 936): o dono ou detentor do animal se responsabilizará


por ele, exceto em caso de culpa da vítima ou força maior. (Teoria da guarda);

33
CAVALCANTE, Márcio André Lopes – VADE MECUM DE JURISPRUDÊNCIA DIZER O
DIREITO. Juspodvim. 2017 - Página: 238.
34
REsp. 1.245.550 - MG

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3) Por danos causados por prédios em ruínas (art. 937): o dono do edifício ou da
construção responde pelos danos decorrentes da ruína, desde que provenha da
falta de reparos. (Dano infecto);

4) Por objetos jogados/coisas lançadas/defenestramento (art. 938): o morador


de uma casa é responsável pelos danos decorrentes dos objetos que de lá
forem lançados ou caírem, independentemente de líquidas ou sólidas. Em caso
de condomínio, se não for possível identificar de qual apartamento foi lançada,
a responsabilidade será subsidiária do condomínio (Teoria da pulverização dos
danos).

RESPONSABILIDADE CIVIL PELA PERDA DE UMA CHANCE:


a l
São os danos que tem origem francesa, segundo a qual são reparáveis os prejuízos
io n
a c
que decorrem da frustração de uma expectativa, que possivelmente se concretizaria

u c ER
em circunstâncias normais. Não é qualquer chance que é reparável. A chance tem
d IL
que ser séria e real. Segundo, Sérgio Savi ela é assim considerada quando tem mais
E M
de 50% de chance de acontecer.
e
rt RO
p o OR
Enunciado 444: Art. 927. A responsabilidade civil pela perda de chance não se limita

S C 41- m u H 89
à categoria de danos extrapatrimoniais (CATEGORIA AUTÔNOMA), pois, conforme
as circunstâncias do caso concreto, a chance perdida pode apresentar também a
um IZ .7 .co
er L
natureza jurídica de dano patrimonial. A chance deve ser séria e real, não ficando
U
4 ma 4 il
adstrita a percentuais apriorísticos.

d V R O
4 3 . 0 g
A PE D 0 er@
Assim, ela é aplicada pelo STJ35, que exige, no entanto, que o dano seja REAL, ATUAL
l
e CERTO, dentro de um juízo de probabilidade, e não mera possibilidade, porquanto
mi
o dano potencial ou incerto, no espectro da responsabilidade civil, em regra, não é
p lc
indenizável (REsp 1.104.665-RS, Rel. Min. Massami Uyeda, julgado em 9/6/2009).
Em outros julgados, fala-se que a chance perdida deve ser REAL e SÉRIA, que
proporcione ao lesado efetivas condições pessoais de concorrer à situação futura
esperada. (AgRg no REsp 1220911/RS, Segunda Turma, julgado em 17/03/2011).

Natureza do dano: Trata-se de uma terceira categoria. Com efeito, a teoria da perda
de uma chance visa à responsabilização do agente causador não de um dano
emergente, tampouco de lucros cessantes, mas de algo intermediário entre um e
outro, precisamente a perda da possibilidade de se buscar posição mais vantajosa
que muito provavelmente se alcançaria, não fosse o ato ilícito praticado. (STJ. 4ª
Turma, REsp 1190180/RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 16/11/2010)

Casos:

35
https://www.dizerodireito.com.br/2013/07/teoria-da-perda-de-uma-chance.html

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(1) A jurisprudência tem condenado advogados que perdem prazos de seus clientes
por perda da chance de uma vitória judicial. STJ. Crítica = isso transforma a
obrigação do advogado em obrigação de resultado.
(2) Atuação médica. STJ Resp. 1.254.141/PR
(3) Show do milhão. STJ Resp 788.459/BA.

Indenização: a indenização será medida pela extensão do dano causado, mas, se a


vítima tiver concorrido para o resultado causado, a medida de sua culpa será levada
em consideração para a fixação do quantum devido.

Se do ato ilícito resultar lesão que impeça a vítima de exercer seu ofício

a l
habitual, ou lhe diminua a capacidade para tanto, além da indenização, serão devidos
alimentos na proporção do prejuízo sofrido com a perda do ofício.
io n
a c
9.1. Súmulas e jurisprudência sobre o tema
u c ER
E M d IL
Súmula 132 STJ: A ausência de registro da transferência não implica a responsabilidade
e
rt RO
do antigo proprietário por dano resultante de acidente que envolva o veículo alienado.

p o OR
judicialmente fixada.
S C 41- m u H 89
Súmula 246 STJ: o valor do seguro obrigatório deve ser deduzido da indenização

um IZ .7 .co
er L
Súmula 562 STF: na indenização de danos materiais decorrentes de ato ilícito cabe a
U4 ma4 il
atualização de seu valor, utilizando-se, para esse fim, dentre outros critérios, os índices

d V O 3
de correção monetária.
R 4
. 0 g
A PE D 0 er@
l
Súmula 43 STJ: incide correção monetária sobre dívida por ato ilícito a partir da data
do efetivo prejuízo.
mi
p lc
Súmula 362 STJ: a correção monetária do valor da indenização do dano moral incide
desde a data do arbitramento.

Súmula 491 STF: é indenizável o acidente que cause morte do filho menor, ainda que
não exerça trabalho remunerado.

Nestes casos, de acordo com o STJ, os valores da pensão mensal indenizatória


devida aos pais pela morte do filho menor deve ser fixada em valor equivalente a 2/3
do salário mínimo, dos 14 até os 25 anos de idade da vítima, reduzindo, então, para
1/3 até a data em que o de cujos completaria 65 anos. 36

36
REsp. 1.279.173 - SP

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Súmula 37 STJ: são cumuláveis as indenizações por dano material e dano moral
oriundos do mesmo fato.

Súmula 387 STJ: é lícita a cumulação de indenizações de dano estético e dano moral.

É possível que alguém seja responsabilizado pelo pagamento de


indenização, mesmo que a prática do ato que gerou o dano tenha sido lícita. Porém,
neste caso, a licitude será levada em consideração para determinar o valor devido,
cabendo ação de regresso do condenado, em face do verdadeiro causador do dano.
Sobre o tema:

O ato praticado em estado de necessidade é lícito, conforme previsto no


artigo 188, II do CC. No entanto, mesmo sendo lícito, não afasta o dever do
autor do dano de indenizar a vítima quando esta não tiver sido responsável
pela criação do estado de perigo (artigo 929).

Desse modo, o causador do dano, mesmo tendo agido em estado de

a l
necessidade, deverá indenizar a vítima e, depois, se quiser, poderá cobrar
do autor do perigo aquilo que pagou (artigo 930).

io n
a c
Vale ressaltar, no entanto, que o valor desta indenização deverá ser fixado
c ER
com proporcionalidade, evitando-se a imposição de valores abusivos
u
d IL
(desproporcionais) para alguém que estava agindo de forma lícita. 37

E M
Importante colacionar as hipóteses e
rt RO
de responsabilidade trazido pela
jurisprudência38:
p o OR
S C 41- m
ESTACIONAMENTO PRIVADO u H 89 Responde pelo FURTO

um
ESTACIONAMENTO EM RELAÇAO DE
IZ .7 .co FURTO E ROUBO

er L U il
CONSUMO
4
4 ma
d V
VALLET PARKING EM VIA PÚBLICA
R O
4 3 . 0 g
FURTO

A PE D 0 er@
SITUAÇÃO
l
FORNECEDOR
EXPLICAÇÃO

mi
RESPONDE?

p lc O roubo ou furto praticado contra


instituição financeira e que atinge o
Furto ou roubo no cofre do cofre locado ao cliente constitui risco
banco que estava locado assumido pelo banco, sendo algo próprio
SIM
para guardar bens de da atividade empresarial, configurando,
cliente. assim, hipótese de fortuito interno, que
não exclui o dever de indenizar (REsp
1250997/SP, DJe 14/02/2013).
Há responsabilidade objetiva do banco
Cliente roubado no
em razão do risco inerente à atividade
interior da agência SIM
bancária (art. 927, p. ún., CC e art. 14,
bancária.
CDC) (REsp 1.093.617-PE, DJe

37
CAVALCANTE, Márcio André Lopes – VADE MECUM DE JURISPRUDÊNCIA DIZER O
DIREITO. Juspodvim. 2017 Página 938.
38
Ibidem.

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23/03/2009).
Se o roubo ocorre em via pública, é do
Cliente roubado na rua, Estado (e não do banco), o dever de
após sacar dinheiro na NÃO garantir a segurança dos cidadãos e de
agência. evitar a atuação dos criminosos (REsp
1.284.962-MG, DJe 04/02/2013).
O estacionamento pode ser considerado
Cliente roubado no
SIM como uma extensão da própria agência
estacionamento do banco.
(REsp 1.045.775-ES, DJe 04/08/2009).
Tanto o banco como a empresa de
estacionamento tem responsabilidade
civil, considerando que, ao oferecerem
tal serviço especificamente aos clientes
Roubo ocorrido no
do banco, assumiram o dever de
estacionamento privado
segurança em relação ao público em
que é oferecido pelo banco
SIM geral (Lei 7.102/1983), dever este que
aos seus clientes e
a l
não pode ser afastado por fato doloso de
administrado por uma
empresa privada.
io n
terceiro. Logo, não se admite a alegação
c
de caso fortuito ou força maior já que a
a
c ER
ocorrência de tais eventos são previsíveis
u
E M d IL
na atividade bancária (AgRg nos EDcl no
REsp 844.186/RS, DJe 29/06/2012).
e
rt RO
Não haverá responsabilidade civil nem
Cliente, após sacar
p o OR
do banco nem da empresa privada de
dinheiro na agência, é
S C 41- m
roubado à mão armada em
u H 89estacionamento.
A empresa de estacionamento se

um IZ .7 .co responsabiliza apenas pela guarda do

er L
um estacionamento NÃO
U 4
4 ma
privado que fica ao lado, il veículo, não sendo razoável lhe impor o
V O 3 . 0
mas que não tem qualquer
d R 4 g
dever de garantir a segurança e
integridade física do usuário e a
A PE D 0 er@
relação com o banco.
l
proteção dos bens portados por ele

mi (REsp 1.232.795-SP, DJe 10/04/2013).

p lc Constitui causa
responsabilidade
excludente
da
da
empresa
Passageiro roubado no
transportadora o fato inteiramente
interior
NÃO estranho ao transporte em si, como é o
do transporte coletivo
assalto ocorrido no interior do coletivo
(ex.: ônibus, trem, etc.).
(AgRg no Ag 1389181/SP, DJe
29/06/2012).
Tratando-se de postos de combustíveis,
a ocorrência de roubo praticado contra
clientes não pode ser enquadrado, em
Cliente roubado no posto
regra, como um evento que esteja no rol
de gasolina enquanto NÃO
de responsabilidades do empresário para
abastecia seu veículo.
com os clientes, sendo essa situação um
exemplo de caso fortuito externo,
ensejando-se, por conseguinte, a

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exclusão da responsabilidade (REsp
1243970/SE, DJe 10/05/2012).
No serviço de manobrista em via pública
não existe exploração de
estacionamento cercado com grades,
mas simples comodidade posta à
Roubo ocorrido em veículo
disposição do cliente. Logo, as exigências
sob a guarda de vallet
NÃO de garantia da segurança física e
parking que fica localizado
patrimonial do consumidor são menos
em via pública.
contundentes do que aquelas atinentes
aos estacionamentos de shopping
centers e hipermercados (REsp
1.321.739-SP, DJe 10/09/2013).
Nas hipóteses de furto, em que não há
Furto ocorrido em veículo violência, permanece a responsabilidade,
sob a guarda de vallet pois o serviço prestado mostra-se
parking que fica localizado
SIM
a
defeituoso, por não apresentar a l
em via pública.
io n
segurança legitimamente esperada pelo
consumidor.
a c
c ER
A ocorrência de roubo não constitui
u
Furto ou roubo ocorrido
E M d IL
causa excludente de responsabilidade
civil nos casos em que a garantia de
em veículo sob a guarda de
vallet parking localizado
SIM e
rt RO
segurança física e patrimonial do
dentro do shopping center.
p o OR consumidor é inerente ao serviço

S C 41- m u H 89 prestado
comercial.
pelo estabelecimento

um IZ .7 .co A ocorrência de roubo não constitui

Tentativa
V de
O er L
. 0
roubo
U4 ma4 il causa excludente de responsabilidade
civil nos casos em que a garantia de
d R 4 3
ocorrida na chancela do g segurança física e patrimonial do
A PE D
estacionamento 0 er@
l
do
SIM
consumidor é inerente ao serviço
shopping center.
mi prestado pelo estabelecimento

p lc comercial (REsp 1269691/PB, DJe


05/03/2014).

JURISPRUDÊNCIA

RESPONSABILIDADE CIVIL: A instituição financeira deverá restituir os valores


desviados por gerente que, conquanto tivesse autorização do correntista para
realizar aplicações financeiras, utilizou-se das facilidades de sua função para desviar,
em proveito próprio, valores constantes da conta bancária do cliente. STJ. (Info 578)

JUROS: Na responsabilidade civil extracontratual, se houver a fixação de


pensionamento mensal, os juros moratórios deverão ser contabilizados a partir do
vencimento de cada prestação, e não da data do evento danoso ou da citação. STJ.

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(Info 580).

RESPONSABILIDADE CIVIL: A omissão voluntária e injustificada do pai quanto ao


amparo MATERIAL do filho gera danos morais, passíveis de compensação pecuniária.
O descumprimento da obrigação pelo pai, que, apesar de dispor de recursos, deixa
de prestar assistência MATERIAL ao filho, não proporcionando a este condições
dignas de sobrevivência e causando danos à sua integridade física, moral, intelectual
e psicológica, configura ilícito civil, nos termos do art. 186 do Código Civil. STJ. (Info
609).

RESPONSABILIDADE CIVIL: A demora da pessoa em buscar a indenização por dano


moral é um fator que, em conjunto com as demais circunstâncias, pode influenciar
na fixação do quantum indenizatório. Esse entendimento, contudo, não se aplica
quando os autores eram menores de idade no momento do ato ilícito e somente
ajuizaram a ação quando completaram a maioridade. Assim, a demora na busca da
compensação por dano moral, quando justificada pela interrupção prescricional da
pretensão dos autores – menores à época do evento danoso – não configura desídia
a l
n
apta a influenciar a fixação do valor indenizatório. Ex: João foi atropelado por um
io
c
ônibus e faleceu, deixando dois filhos: Beatriz (4 meses) e Pedro (1 ano). 17 anos
a
c ER
após o acidente, Pedro e Beatriz ajuizaram ação de indenização por danos morais
u
E M d IL
contra a empresa de ônibus pela perda de seu pai. O fato de terem esperado
completar a maioridade para proporem a ação não é motivo para que a indenização
seja reduzida. STJ. (Info 611). e
rt RO
p o OR
S C 41- m u H 89
RESPONSABILIDADE CIVIL: A privação da liberdade por policial fora do exercício de
suas funções e com reconhecido excesso na conduta caracteriza dano moral in re
m Z .7 .co
ipsa. Durante uma discussão no condomínio, um morador, que é policial, algemou e
u I
V O er L
. 0
U
4 ma 4 il
prendeu seu vizinho, após ser por ele ofendido verbalmente. STJ. (Info 612)

d R 3 g
RESPONSABILIDADE CIVIL: A Súmula 403 do STJ é inaplicável às hipóteses de
4
A PE D 0 er@
divulgação de imagem vinculada a fato histórico de repercussão social. Súmula 403-
l i
STJ: Independe de prova do prejuízo a indenização pela publicação não autorizada
m
p lc
da imagem de pessoa com fins econômicos ou comerciais. Caso concreto: a TV
Record. assassinato da atriz Daniela Perez, entrevista com Guilherme de Pádua, sem
prévia autorização da família, fotos da vítima Daniela. (Info 614).

DANOS MORAIS: É possível que o juiz utilize presunções e regras de experiência


para a comprovação do dano moral da pessoa jurídica. Não se admite que o dano
moral de pessoa jurídica seja considerado como in re ipsa, sendo necessária a
comprovação nos autos do prejuízo sofrido.
Apesar disso, é possível a utilização de presunções e regras de experiência para a
configuração do dano, mesmo sem prova expressa do prejuízo, o que sempre
comportará a possibilidade de contraprova pela parte ou de reavaliação pelo
julgador. Ex: caso a pessoa jurídica tenha sido vítima de um protesto indevido de
cambial, há uma presunção de que ela sofreu danos morais. STJ. 3ª Turma. REsp
1.564.955-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 06/02/2018 (Info 619). Cuidado:
existem julgados em sentido contrário, ou seja, dizendo que pessoa jurídica pode

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sofrer dano moral in re ipsa. Nesse sentido: STJ. 4ª Turma. REsp 1327773/MG, Rel.
Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 28/11/2017 (Info 619).

Os danos decorrentes de acidentes de veículos automotores sem vítimas não


caracterizam dano moral in re ipsa. Vale ressaltar que é possível a condenação de
danos morais em casos de acidente de trânsito, no entanto, trata-se de situação
excepcional, sendo necessário que a parte demonstre circunstâncias peculiares que
indiquem o extrapolamento da esfera exclusivamente patrimonial. STJ. 3ª Turma.
REsp 1.653.413-RJ, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 05/06/2018 (Info
627).

Não se admite que o dano moral de pessoa jurídica seja considerado como in re
ipsa, sendo necessária a comprovação nos autos do prejuízo sofrido. Apesar disso é
possível a utilização de presunções e regras de experiência para a configuração do
dano, mesmo sem prova expressa do prejuízo o que sempre comportará a
possibilidade de contraprova pela parte ou de reavaliação pelo julgador. Ex: caso a

a
pessoa jurídica tenha sido vítima de um protesto indevido de cambial, há umal
n
presunção de que ela sofreu danos morais. STJ. 3ª Turma. REsp 1564955-SP, Rel.
io
c
Min. Nancy Andrighi, julgado em 06/02/2018 (Info 619). Cuidado: existem julgados
a
c ER
em sentido contrário, ou seja, dizendo que pessoa jurídica pode sofrer dano moral in
u
Salomão, julgado em 28/11/2017 (Info 619).
E M d IL
re ipsa. Nesse sentido: STJ. 4ª Turma. REsp 1327773/MG, Rel. Min. Luis Felipe

e
rt RO
o OR
Jornal divulgou a foto do cadáver de um indivíduo morto em tiroteio ocorrido em via
p
S C 41- m u H 89
pública. Os familiares do morto ajuizaram ação de indenização por danos morais
contra o jornal alegando que houve violação aos direitos de imagem. O STF julgou a
m Z .7 .co
ação improcedente argumentando que condenar o jornal seria uma forma de
u I
V er L U
0
4
4 ma il
censura, o que afronta a liberdade de informação jornalística. STF. 2ª Turma. ARE
892127 AgR/SP, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 23/10/2018 (Info 921).
O .
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
SÚMULAS
mi
p lc
Súmula 37 STJ: são cumuláveis as indenizações por dano material e dano moral
oriundos do mesmo fato.

Súmula, 227, STJ: A pessoa jurídica pode sofrer dano moral.

Súmula 370, STJ: Caracteriza dano moral a apresentação antecipada de cheque pré-
datado.

Súmula 385, STJ: Da anotação irregular em cadastro de proteção ao crédito, não


cabe
indenização por dano moral, quando preexistente legítima inscrição, ressalvado o
direito ao cancelamento.

Súmula 387, STJ: É lícita a cumulação das indenizações de dano estético e dano

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moral.

Súmula 388, STJ: A simples devolução indevida de cheque caracteriza dano moral.

Súmula 403, STJ: Independe de prova do prejuízo a indenização pela publicação não
autorizada de imagem de pessoa com fins econômicos ou comerciais.

Súmula 420, STJ: Incabível, em embargos de divergência, discutir o valor de


indenização por danos morais.

Súmula 132, STJ: A ausência de registro da transferência não implica a


responsabilidade do antigo proprietário por dano resultante de acidente que
envolva o veículo alienado.

Súmula 159-STF: Cobrança excessiva, mas de boa fé, não dá lugar às sanções do art.
1.531 do Código Civil (atual art. 940 do CC 2002).

a l
n
Súmula 246, STJ: O valor do seguro obrigatório deve ser deduzido da indenização
io
judicialmente fixada.
a c
u c ER
data do efetivo prejuízo. (danos materiais)
E M d IL
Súmula 43, STJ: Incide correção monetária sobre dívida por ato ilícito a partir da

e
rt RO
o OR
Súmula 362, STJ: A correção monetária do valor da indenização do dano moral
p
u H 89
incide desde a data do arbitramento. (danos morais)
S C 41- m
m Z .7 .co
Súmula 387 do STJ: “É lícita a cumulação das indenizações de dano estético e dano
u I
moral”).

V O er L
.
U
0
4
4 ma il
d R 3 g
Súmula 54, STJ: Os juros moratórios fluem a partir do evento danoso, em caso de
4
A PE D 0 er@
responsabilidade extracontratual.
l
mi
p lc
Súmula 491, STF: É indenizável o acidente que cause a morte de filho menor, ainda
que não exerça trabalho remunerado.

SÚMULA n. 479, STJ – As instituições financeiras respondem objetivamente pelos


danos gerados por fortuito interno relativo a fraudes e delitos praticados por
terceiros no âmbito de operações bancárias.

QUESTÃO 8: Ano: 2016. Banca: UFMT. Órgão: DPE-MT


RESPONSABILIDADE
CIVIL No que se refere à responsabilidade civil, assinale a

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afirmativa INCORRETA.

a) O incapaz não responde pelos prejuízos que causar, ainda


que as pessoas por ele responsáveis não tenham obrigação
de fazê-lo ou não disponham de meios suficientes.

b) A indenização mede-se pela extensão do dano, mas se


houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e
o dano, poderá o juiz reduzi-la equitativamente.

c) Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente


de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a
atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano
implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.

d) Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode

a l
reaver o que houver pago daquele por quem pagou, salvo se
n
o causador do dano for descendente seu, absoluta ou
io
relativamente incapaz.
a c
u c ER
E M d IL
e) O credor que demandar o devedor antes de vencida a
dívida, fora dos casos em que a lei o permita, ficará obrigado
e
rt RO
a esperar o tempo que faltava para o vencimento, a
o OR
descontar os juros correspondentes, embora estipulados, e a
p
u H 89
pagar as custas em dobro.
S C 41- m
um Z .7 .co
COMENTADO:
I
V er L U 4
0
il
4 ma
INCORRETA: Letra A. O incapaz, se tiver meios para tanto,
O .
d R 3 g
sem que seja comprometida a sua subsistência e de sua
4
A PE D 0 er@
família, será subsidiariamente responsável, em relação a
l i
seus pais, quando estes não tiverem condições, pelo
m
p lc
pagamento dos prejuízos que causou. Trata-se de
responsabilidade subsidiária e equitativa, pois não
comprometerá o necessário à vida do incapaz, artigo 928 do
CC.

CORRETAS:
B) É correta a afirmação, conforme idêntica previsão do
artigo 944 do CC. A boa-fé, conforme já mencionado, deve
ser observado por todas as partes de uma relação. Não é
plausível que uma pessoa que tem um fusca, por exemplo, e
cause um dano à uma Ferrari, seja condenada ao pagamento
integral referente ao conserto, pois é desproporcional à
realidade comum, podendo o juiz diminuir equitativamente
o valor.

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C) Regra geral, a responsabilidade é subjetiva, ou seja,
apurada mediante culpa do causador do dano. Assim, para
que a responsabilidade seja objetiva, independente de
culpa, deve haver previsão legal ou, pela natureza da
atividade, assim se puder apurar. (Artigo 927 CC).

D) O direito preza pela aplicação do princípio da


solidariedade nas relações familiares. Os pais respondem
objetivamente pelos danos causados por seus filhos (artigo
932, I), pois a eles compete o dever de educação e cuidado.
Neste sentido, não há possibilidade jurídica de o ascendente
exigir do descendente, absoluta ou relativamente incapaz, o
ressarcimento pelo que pagou pelos danos deste. (Artigo
934 CC).

E) A dívida deve ser exigível para que seja cobrada,

a l
entendendo se tratar de constrangimento exigi-la antes do
n
termo inicial ao pagamento. Dessa forma, como sanção ao
io
c
ato violador, aquele que cobrar dívida ainda não vencida,
a
c ER
será condenado ao pagamento do dobro das custas, nos
u
termos do artigo 939.
E M d IL
e
rt RO
Ano: 2018. Banca: FCC. Órgão: DPE-AP. Prova: Defensor
Público
p o OR
S C 41- m u H 89
Sobre responsabilidade civil, considere as assertivas a seguir:

um IZ .7 .co
er L U il
I. O incapaz que venha a causar dano tem responsabilidade
4 4 ma
d V R O
4 3 0
subsidiária e condicional para a reparação.
. g
A PE D 0 er@
II. A atualização monetária do valor da indenização por
l i
danos materiais deve incidir a partir da data do ajuizamento
m
lc
da ação.
pIII. A simples devolução indevida de cheque caracteriza dano
moral, independentemente de prova do prejuízo sofrido
pela vítima.

IV. O sujeito que, em estado de necessidade, causa prejuízo


a terceiro, é isento de responsabilidade pelo dano, em
virtude da excludente de ilicitude.

Diante da legislação em vigor e do entendimento


predominante no Superior Tribunal de Justiça, está correto o
que se afirma APENAS em

a) II e IV.

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b) I e IV.
c) I, II e III.
d) I e III.
e) III e IV.
GABARITO: D.

I. CERTO. Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos


que causar, se as pessoas por ele responsáveis não tiverem
obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios
suficientes.

II. ERRADO. Súmula 43, STJ - Incide correção monetária


sobre divida por ato ilícito a partir da data do efetivo
prejuízo. Súmula 362, STJ: A correção monetária do valor
da indenização do dano moral incide desde a data do
a l
fluem a partir do evento danoso, em caso de
io n
arbitramento. c/c Súmula 54, STJ: os juros moratórios

responsabilidade extracontratual.
a c
III.
u c ER
CERTO. Súmula 388, STJ: A simples devolução
d IL
indevida de cheque caracteriza dano moral.
E M
e
rt RO
IV. ERRADO. Art. 929. Se a pessoa lesada, ou o dono da
p o OR
coisa, no caso do inciso II do art. 188, não forem culpados do

S C 41- m u H 89
perigo, assistir-lhes-á direito à indenização do prejuízo que
sofreram.
um IZ .7 .co
V er L
O
U 4 il
4 ma
- Art. 930. No caso do inciso II do art. 188, se o perigo
. 0
ocorrer por culpa de terceiro, contra este terá o autor do
d R 4 3 g
A PE D dano ação regressiva para haver a importância que tiver
0 er@
l
ressarcido ao lesado.
m i
c 188. Não constituem atos ilícitos: II - a deterioração ou
lArt.
p-destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de
remover perigo iminente. Parágrafo único. No caso do inciso
II, o ato será legítimo somente quando as circunstâncias o
tornarem absolutamente necessário, não excedendo os
limites do indispensável para a remoção do perigo.

Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-MA Prova: FCC - 2018 -


DPE-MA - Defensor Público

Joaquim, desempregado e sem atividade remunerada, foi


aprovado nas etapas preliminares de concurso público e,
como requisito para a posse, precisava passar por avaliação

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médica de caráter eliminatório. Entretanto, quando estava
indo até o local da perícia, foi atropelado e hospitalizado,
perdendo o prazo para a realização dos exames. Por esse
motivo, foi eliminado do certame. Diante desta situação,
Joaquim faz jus

A) somente aos danos morais, mas não há falar-se em


danos materiais, uma vez que estava desempregado
e sem atividade remunerada, de modo que não há
falar-se em lucros cessantes.
B) aos danos morais e materiais decorrentes do
acidente, inclusive à integralidade dos vencimentos a
que faria jus se tivesse sido investido no cargo.
C) aos danos morais e materiais decorrentes do
acidente, mas a possibilidade de aprovação no
certame não deve ser valorada na quantificação dos

a l
danos, por se tratar de mera expectativa de direito.
n
D) somente aos danos materiais, mas não há falar-se
io
c
em danos morais à espécie, por se tratar de mero
a
u c ER
aborrecimento da vida em sociedade.
E) aos danos morais e materiais decorrentes do
E M d IL
acidente, inclusive a uma indenização proporcional à
e
rt RO
perda da chance de tomar posse no cargo.

p o OR
S C 41- mu H 89
_______________________________________________
GABARITO: E.

um IZ .7 .co
er L U il
Pessoal, questão um pouco controversa. Na prova, houve
4 4 ma
d V R O
candidatos que tentaram anular essa questão, mas o
3 . 0 g
gabarito oficial foi mantido. Em que pese a questão não
4
A PE D 0 er@
demonstrar explicitamente que o dano seria CERTO (ao
l i
contrário se informasse que só faltava tomar a posse, sem
m
lc
qualquer fase prévia ELIMINATÓRIA).
pPorém, a letra E foi considerada como correta. Realmente o
a indenização será proporcional e não total. (vide tópico
sobre perda de uma chance)

Aqui é importante o amplo conhecimento de jurisprudência,


portanto, fiquem atentos!!

Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-AM Prova: FCC - 2018 -


DPE-AM - Defensor Público - Reaplicação

Em relação à responsabilidade civil prevista no Código Civil,

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é correto afirmar:

A) Todas as situações de fato previstas podem implicar


responsabilidade subjetiva ou objetiva, dependendo
das circunstâncias a serem examinadas; a
indenização mede-se sempre pela extensão do dano,
somente.
B) Em regra, a responsabilidade é objetiva e a
indenização mede-se pela gravidade da culpa; as
atividades de risco conduzem à responsabilidade
objetiva integral.
C) Em regra, a responsabilidade é subjetiva e a
indenização mede-se pela extensão do dano; no
entanto, haverá obrigação de reparar o dano,
independentemente de culpa, nos casos
especificados em lei, ou quando a atividade
normalmente desenvolvida pelo autor do dano
a l
n
implicar, por sua natureza, risco para os direitos de
io
outrem.
a c
u c ER
D) Todas as situações de fato previstas no Código Civil
dependem da caracterização de culpa ou dolo,
E M d IL
presumindo-se a culpa quando a responsabilidade se
e
rt RO
der pelo risco atividade; a indenização será material
o OR
ou moral e mede-se pelas consequências causadas à
p
S C 41- m u H 89
vítima.
E) A reparação do dano material dependerá sempre de

um IZ .7 .co
apuração de culpa, enquanto a reparação do dano

er L U 4 il
moral dar-se-á pelo só fato da coisa; a indenização

V O . 0 4 ma
mede-se pela extensão do dano material ou pela
d R 4 3 g
gravidade da conduta do ofensor na apuração do
A PE D 0 er@
l
dano moral.

mi
lc
GABARITO: C.
p
A) Errada. Em regra a responsabilidade civil é subjetiva (art.
186 e 927 CC), podendo ser objetiva nos casos expressos em
lei.

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar
dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.

Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano,


independentemente de culpa, nos casos especificados em
lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo
autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os
direitos de outrem.

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B) Errada. A responsabilidade civil em regra é subjetiva.

Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano.

Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a


gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir,
eqüitativamente, a indenização.

C) Correta. Art. 927, p. ú. CC.

D) Errada. Na responsabilidade objetiva não se discute culpa.

E) Errada. O dano moral é considerado uma lesão a direitos


da personalidade. Não é devido somente pelo fato da coisa
como afirma a questão.

10. DIREITO DAS COISAS


a l
io n
c
Com relação ao direito das coisas, a atenção principal se volta ao tema de posse,
a
constantemente cobrado em prova. u c ER
sendo de muita relevância na atuação diária da Defensoria Pública e, por isso, é

E M d IL
10.1. Posse e
rt RO
p o OR
S C 41- m u H 89
A posse é exercida por todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de
um dos poderes inerentes à propriedade (usar, fruir, gozar e dispor, artigo 1.228 CC).

um
Duas teorias que buscam justificar a posse são cobradas pelos examinadores:
IZ .7 .co
V er L U 4
4 mail
Teoria subjetiva de Savigny: para haver posse, é necessária a apreensão física da
O . 0
d R 3 g
coisa e a vontade de ser dono (corpus + animus domini).
4
A PE D 0 er@
l i
Teoria Objetiva de Ihering: a posse se concretiza com a mera conduta do
m
propriedade (corpus). p lc
possuidor, de agir como se dono fosse, pouco importando a sua vontade em relação à

O nosso código adotou a teoria objetiva para configurar o possuidor, conforme


artigo 1.196, do CC. Porém, uma teoria que busca aplicar à posse os aspectos da
socialidade do direito vem ganhando força, denominada teoria da função social da
posse.

A função social da posse materializa-se na medida em que o possuidor utiliza a


sua posse levando em conta os fins sociais a que ela se destina, prezando pela posse-
trabalho ou posse-moradia. Neste sentido, se a propriedade não é utilizada com base
em sua função social, o proprietário está sujeito a perdê-la, para que seja destinada a
quem cumpra com as obrigações constitucionais decorrentes dos deveres inerentes à
propriedade.

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TÓPICOS SOBRE A POSSE
É a exercida por quem tem a coisa temporariamente em
seu poder, enquanto a indireta é exercida pelo
POSSE DIRETA proprietário. O possuidor direto pode, inclusive,
proteger a sua posse em detrimento do indireto.

Não se confunde com a posse, pois aquela se caracteriza


quando alguém, achando-se em relação de dependência
para com o outro, conserva a posse em nome deste e
A DETENÇÃO em cumprimento de ordens e instruções suas.
A detenção pode ser convertida em posse, desde que
rompida a subordinação, nas hipóteses de exercício em
nome próprio dos atos possessórios (Enunciado 301
CJF).
POSSE NOVA Exercida a menos de um ano e um dia.
a l
io n
POSSE VELHA Exercida a mais de um ano e um dia.
a c
u c ER
d IL
Exercida quando o possuidor ignora os vícios ou
E M
e
obstáculos que impedem a aquisição da coisa. Se o
rt RO
possuidor tiver justo título, será presumida a sua boa-
p o OR
fé, salvo prova em contrário ou quando a lei não admitir
POSSE DE BOA-FÉ
S C 41- m u H 89
expressamente esta previsão.

um IZ .7 .co
Perderá o caráter de boa-fé no momento em que as

V O er L.
U
0
4
4 ma il
circunstâncias façam presumir que o possuidor não
ignora que a posse é indevida.
d R 4 3
POSSE INJUSTA g Quando a posse é violenta, clandestina ou precária.
A PE D 0 er@
l
A posse transmite-se aos herdeiros ou legatários com as
i
mesmas características com que foi adquirida.
m
TRANSMISSBILIDADE
p lcO sucessor universal continua de direito a posse de seu
antecessor; e ao sucessor singular é facultado unir sua
posse à do antecessor, para os efeitos legais.

Não induzem à posse os atos de mera permissão ou


PERMISSÃO E tolerância assim como não autorizam a sua aquisição os
TOLERÂNCIA atos violentos ou clandestinos, senão depois que cessar
a violência ou clandestinidade (após o exercício por um
ano e um dia).
Reintegração de posse (no caso de esbulho),
manutenção de posse (no caso de turbação) e interdito
AÇÕES POSSESSÓRIAS proibitório (no caso de ameaça). Pela facilidade com
que um ato injusto pode se converter em outro, é
permitida a fungibilidade entre as ações possessórias

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O possuidor que sofrer algum ato injusto em sua posse,
é autorizado por lei a protegê-la, com sua própria força,
AUTOTUTELA desde que faça no momento atual da violência e que
não exceda o necessário para manter-se ou ter
restituída a sua posse.
Responde pelos frutos colhidos e percebidos, bem como
pelos que, por culpa sua, deixou de colher desde o
momento em que se constituiu a má-fé.
O POSSUIDOR DE MÁ-FÉ
Por outro lado, responderá o possuidor de má-fé pela
perda ou deterioração da coisa, ainda que não tenha
dado causa, salvo se comprovar que de igual modo teria
ocorrido o dano, ainda que não estivesse em sua posse.

Não responde pela perda ou deterioração que não


O POSSUIDOR DE BOA-FÉ tenha dado causa.

a l
io n
a c
Possuidor de boa-fé: tem direito à restituição pelas
u c ER
benfeitorias necessárias e úteis, com direito à retenção

E M d IL
do bem até o pagamento. Quanto às voluptuárias, se o

e
proprietário não pagar por elas, poderá o possuidor
rt RO
o OR
removê-las.
p
BENFEITORIAS
S C 41- m u H 89
Possuidor de má-fé: tem direito às benfeitorias

um I
necessárias, mas não lhe é concedido o direito de
Z .7 .co
er L
retenção.
U4 ma4 il
Com relação ao valor, no pagamento ao possuidor de

d V R O
4 3 . 0 g boa-fé a indenização será feita com base no valor atual.
A PE D 0 er@
l
Por outro lado, no caso de má-fé, ao proprietário é
i
permitido decidir se pagará com base no valor atual ou
m
p lco valor do seu custo.

Ainda, com relação aos direitos reais, as provas de Defensoria Pública costumam
cobrar essencialmente três dos incisos dispostos no artigo 1.225 do CC: propriedade
(inciso I), concessão de direito real de uso (inciso XII) e laje (XIII). Os dois últimos são
decorrentes da MP 759, que foi convertida na Lei 13.465/2017, que foi recentemente
convertida em lei (Lei 13.465/17), merecendo total atenção.

10.2. Propriedade

O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor, da coisa, podendo


reavê-la de quem quer que injustamente a possua ou detenha. A propriedade deve ser
exercida com base na função social e socioambiental a ela destinada.

Formas de privação da propriedade: desapropriação, por necessidade ou utilidade


pública ou interesse social, bem como por requisição, em caso de perigo público

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iminente.

Formas de aquisição da propriedade:

Usucapião por posse-trabalho (artigo 1228, §§ 4º e 5º do CC), requisitos:


º Extensa área;
º Posse ininterrupta e de boa-fé;
º cinco anos;
º considerável número de pessoas, que tenham realizado conjunta ou separadamente,
obras e serviços considerados pelo juiz de interesse social e econômico relevantes.

l
Com relação à usucapião por posse-trabalho, o candidato deve ter muita atenção a
a
dois aspectos:
io n
a c
Recentemente a Lei 13.465/17, alterou o texto do artigo 1.228, §º4, para

u c ER
retirar o antigo requisito que exigia que a população ocupante do imóvel fosse de
baixa renda.
E M d IL
e
rt RO
ATENÇÃO: se a prova trouxer os exatos elementos acima citados, mas acrescentar a
p o OR
baixa renda como caracterizadora da população que tem direito à usucapião, a
questão está errada.
S C 41- m u H 89
um IZ .7 .co
er L
Declarada a usucapião, os prejuízos serão ressarcidos ao proprietário, sendo
U4 ma4 il
que o juiz fixará justa indenização para tanto. No caso de população de baixa renda, a
V O 3 . 0
indenização deverá ser pago pelo Estado, em cumprimento ao direito social e
d R 4 g
A PE D 0 er@
fundamental à moradia (artigo 6º CF/88).
l
mi
p lc
Usucapião extraordinária (artigo 1.238 CC), requisitos:
º Posse ininterrupta e sem oposição;
º 15 anos;
º Se, na propriedade, o possuidor estabeleceu sua moradia habitual ou nela realizou
obras e serviços de caráter produtivo, o prazo é reduzido para 10 anos.
Usucapião ordinária (artigo 1.242 do CC), requisitos:
º Posse ininterrupta e incontestada;
º Prazo de 10 anos;
º O prazo será reduzido para 5 anos, se o possuidor estabeleceu sua moradia
habitual ou nele realizou obras e serviços de caráter produtivo.
Usucapião especial urbano (artigo 1.240) requisitos:

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º Imóvel urbano de até 250 m²;
º Posse ininterrupta e sem oposição;
º Prazo de 5 anos;
º Desde que o possuidor a utilize para a moradia e não seja proprietário de outro
imóvel urbano ou rural;
Usucapião por abandono de lar (artigo 1240-A), requisitos:
º Imóvel de até 205 m², cuja propriedade dividia com o ex-cônjuge, que abandonou
o lar;
º Prazo de 2 anos;
º Utilizar o imóvel para a sua moradia e desde que não seja proprietário de outro
imóvel urbano ou rural;

Vejamos uma tabela para fixar!


a l
ESPÉCIES DE USUCAPIÃO
io n

c
Animus domini;
a

c ER
Posse mansa, pacífica e
u
E M
 d IL
ininterrupta;
Prazo de 15 anos (posse
USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA
(Sem limite de metragem) e
rt RO simples);

p o OR  Prazo de 10 anos (posse

Su H -89
qualificada pelo cumprimento

m Z C 41 om da função social).

r u U I 4 .7 il.c
e
V RO 43.0 gm L 4 a  Animus domini;
d
A PED 0 ler@
 Posse contínua, mansa, pacífica
e ininterrupta;
USUCAPIÃO ORDINÁRIA
mi
(Sem limite de metragem)
 Justo título e boa-fé;

p lc 

10 anos se posse simples;
5 anos se posse qualificada.

 Área urbana de até 250m²;


 Posse por 5 anos ininterruptos;
USUCAPIÃO ESPECIAL URBANA
 Sem oposição;
ou
 Função social (moradia);
pro misero
 Não pode ser proprietário de
outro imóvel urbano ou rural;

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 Área rural não superior a 50
hectares;
 Posse por 5 anos ininterruptos;
USUCAPIÃO ESPECIAL RURAL
 Sem oposição;
ou
 Função social (trabalho e
pró-labore ou rústico
moradia);
 Não pode ser proprietário de
outro imóvel rural ou urbano.

 Não precisa ser população de


baixa renda;
 Pode ser alegada em Ação
Autônoma ou em Defesa;
 Não tem indenização;

l
Núcleos urbanos informais
a
io n
cuja área total dividida pelo
número de possuidores seja
USUCAPIÃO COLETIVA URBANA
a c
inferior a 250m² por possuidor;

u c ER
Prazo de mais de 5 anos;

E Md IL
Núcleos urbanos informais;

e

rt RO

Não exige boa-fé;

p o OR Não há usucapião de bem


público;
S C 41- m u H 89
 Representativo da Função

um IZ .7 .co Social da Posse;

V Oer L U
. 0
4
4 mail
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l  Abandono do lar pelo ex-
mi cônjuge/companheiro;
p lc  Imóvel urbano de até 250m²;
 2 anos ininterruptos;
USUCAPIÃO CONJUGAL
 Sem qualquer oposição.
 Função social (moradia);
 Não pode ser proprietário de
outro imóvel urbano ou rural.

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Lei 6.001/73, Art. 33. O índio,
integrado ou não, que ocupe como
próprio, por dez anos consecutivos,
trecho de terra inferior a cinquenta
hectares, adquirir-lhe-á a propriedade
plena.
USUCAPIÃO INDÍGENA
Parágrafo único. O disposto neste
artigo não se aplica às terras do
domínio da União, ocupadas por
grupos tribais, às áreas reservadas de
que trata esta Lei, nem às terras de
propriedade coletiva de grupo tribal.
A usucapião tabular nada mais é do
que a usucapião ordinária (com justo

l
título e boa-fé) com prazo reduzido (5
a
anos), exigindo-se,
io n
para
configuração (além dos requisitos
sua

a c
próprios à usucapião ordinária), que

u c ER
tenha havido aquisição onerosa com
USUCAPIÃO TABULAR
d IL
base no registro constante do Cartório
E M
e
de Registro de Imóveis, depois
rt RO
cancelada, e contanto que os
p o OR
possuidores tenham

S C 41- m u H 89
fixado moradia no imóvel ou realizado
investimentos de interesse social e
um IZ .7 .co econômico.

V er L
O
U
. 0
4 il
4 ma
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
mi
p lc

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A Lei nº 11.977/09, que disciplina o
Programa Minha Casa Minha Vida,
trouxe a possibilidade de usucapião,
sem a intervenção do Poder Judiciário,
de imóveis urbanos para fins de
regularização fundiária de interesse
social, cujos procedimentos seriam
feitos diretamente no Registro de
Imóveis.

Esta lei instituiu a conversão da


legitimação de posse em propriedade,
instituto conhecido doutrinariamente
como “usucapião administrativa”,
sendo um mecanismo ágil, eficiente e

a l
menos oneroso para a regularização
n
fundiária da ocupação do solo urbano,
io
c
visando o direito social à moradia (art.
a
6º da CF).
u c ER
USUCAPIÃO ADMINISTRATIVA
E M d IL
Com o advento da Lei 13.465/17 o
e
rt RO
instituto da usucapião administrativa

p o OR ganhou força e maior praticidade e


operabilidade.
S C 41- m u H 89
um IZ .7 .co A Lei nº 6.015, de 31 de dezembro de

er L
1973, passou a vigorar com as
U4 ma4 il seguintes alterações: Art. 216-A. Sem

d V R O
4 3 . 0 g prejuízo da via jurisdicional, é
A PE D 0 er@
l
admitido o pedido de reconhecimento

mi extrajudicial de usucapião
USUCAPIÃO ADMINISTRATIVA –, que

p lc será processado diretamente perante


o cartório do registro de imóveis da
comarca em que estiver situado o
imóvel usucapiendo, a requerimento
do interessado, representado por
advogado, instruído com: (Incluído
pela Lei nº 13.105, de
2015) (Vigência)

10.3. Direito real de laje (sobrelevação)

Pessoal, na doutrina, não é novidade, mas, na legislação, é novidade quentíssima, do


final de 2016, com a MP759, que, depois, virou a Lei nº 13.465, de 11.07.2017. Não
precisamos dizer que vai cair, não é?

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Em que consiste este novo direito real?39

O direito real de laje consiste na possibilidade de coexistência de unidades


imobiliárias autônomas de titularidades distintas situadas em uma mesma área, de
maneira a permitir que o proprietário ceda a superfície de sua construção a fim de
que terceiro edifique unidade distinta daquela originalmente construída sobre o solo
(novo art. 1.510-A do Código Civil).

Em outras palavras, o Código Civil passa a permitir algo que já existia na prática:
alguém tem um imóvel (uma casa, p. ex.) e cede a outra pessoa a parte de cima deste
imóvel (a "laje") para que lá ela construa outra edificação autônoma em relação à
construção existente na parte de baixo.

SUPERFÍCIE Artigo 1.510 – A a E, do Código Civil

Assim, o direito de superfície consiste na possibilidade de constituir um direito


a l
tendo por objeto construção ou plantação, separadamente do direito de propriedade
io n
c
sobre o solo. Desta forma, o proprietário de uma construção-base poderá ceder a
a
u c ER
superfície superior ou inferior de sua construção, a fim de que o titular da laje
mantenha unidade distinta daquela originalmente construída sobre o solo.
E M d IL
 e
rt RO
A superfície construída constitui unidade imobiliária autônoma, com matrícula
o OR
própria, podendo proprietário usar, gozar e dispor.
p

S C 41- m u H 89
É expressamente vedado ao titular da laje prejudicar com obras novas ou com

um
falta de reparação a segurança, a linha arquitetônica ou o arranjo estético do
IZ .7 .co
er L
edifício, observadas as posturas previstas em legislação local.
U4 ma4 il
 V O . 0
Sem prejuízo, no que couber, das normas aplicáveis aos condomínios edilícios,
d R 4 3 g
A PE D
para fins do direito real de laje, as despesas necessárias à conservação e fruição
0 er@
das partes, que sirvam a todo o edifício e ao pagamento de serviços de
l
mi
interesse comum serão partilhadas entre o proprietário da construção-base e o
lc
titular da laje, na proporção que venha a ser estipulada em contrato.
p
 Em caso de alienação de qualquer das unidades sobrepostas, terão direito de
preferência, em igualdade de condições com terceiros, os titulares da
construção-base e da laje, nessa ordem, que serão cientificados por escrito
para que se manifestem no prazo de trinta dias, salvo se o contrato dispuser de
modo diverso.

39
https://www.dizerodireito.com.br/2016/12/resumo-dos-principais-pontos-da-mp.html

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A Lei 13.465/17 modificou o texto do artigo 1510 – A e acrescentou os artigos 1.510
– B a E, ao Código Civil. Então, tenham atenção às modificações e disposições
introduzidas, pois provavelmente será objeto de prova.

JURISPRUDÊNCIA
 De acordo com o artigo 243, §3º do CPC, na ação de usucapião serão citados
pessoalmente os confinantes, exceto quando tiver por objeto unidade autônoma
de prédio em condomínio, caso em que tal citação é dispensada.

 É inválida a penhora de bem imóvel submetido ao regime de


multipropriedade (time-sharing) em decorrência de dívida de condomínio de
responsabilidade do organizador do compartilhamento. A multipropriedade
a l
io n
imobiliária, mesmo não efetivamente codificada, possui natureza jurídica de
direito real, harmonizando-se com os institutos constantes do rol previsto no art.
1.225 do CC.
a c
u c ER
d IL
 Na usucapião especial urbana, o limite de 250m² se constitui no limite
E M
e
máximo que será permitida a usucapião. Porém, nada impede o direito de
rt RO
aquisição da propriedade, se o bem objeto de declaração for menor que 250m².
40
p o OR
S C 41- m u H 89
POSSE: É cabível o ajuizamento de ações possessórias por parte de invasor de terra
um IZ .7 .co
er L
pública contra outros particulares. A ocupação de área pública, sem autorização
U 4
4 mail
expressa e legítima do titular do domínio, não pode ser confundida com a mera

d V R O
4 3 . 0
detenção. Aquele que invade terras e nela constrói sua moradia jamais exercerá a
g
A PE D 0 er@
posse em nome alheio. Não há entre ele e o proprietário uma relação de
l
dependência ou subordinação. Ainda que a posse não possa ser oposta ao ente
mi
público, senhor da propriedade do bem, ela pode ser oposta contra outros parti-
p lc
culares, tornando admissíveis as ações possessórias entre invasores. STJ. 3ª Turma.
REsp 1.484.304-DF, Rel. Min. Moura Ribeiro, julgado em 10/3/2016 (Info 579). -
Realmente, existem acórdãos do STJ no sentido de que a ocupação de área pública
sem autorização expressa e legítima do titular do domínio constitui mera detenção
(STJ. 3ª Turma. REsp 998.409-DF, DJe 3/11/2009). Contudo, neste julgado, a 3ª
Turma do STJ, mesmo reconhecendo a existência desses precedentes, decidiu
chegar a uma posição diferentes e entender que há sim posse. - Art. 1.198.
Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependência para com
outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções
suas. Ao ler esse artigo, percebe-se que o invasor de uma terra pública não pode ser
enquadrado neste conceito, ou seja, não pode ser considerado detentor. O art.
1.198 fala em “relação de dependência”, de forma que a posse deve ser exercida em
nome de outrem que ostenta o jus possidendi ou o jus possessionis. É o caso, por

40
STF. RE 422349 RS

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exemplo, de um “caseiro” que mora no sítio. Este, sim, é considerado “detentor”
porque possui uma relação de dependência com o possuidor e conserva a posse em
nome deste e em cumprimento de suas ordens. - Por outro lado, em sentido
contrário, não se pode dizer que a pessoa que invade terra pública e nela constrói
sua moradia esteja exercendo a posse em nome do Poder Público. Não está. Além
disso, não há entre ele e o ente público uma relação de dependência ou de subordi-
nação. Logo, não há que se falar que o invasor tenha mera detenção. - O invasor
possui animus domni, ou seja, age como se fosse o dono. Sabe-se que as terras
públicas não estão sujeitas à usucapião, no entanto, mesmo assim o invasor age
como se fosse o dono. Isso é indiscutível. Na prática, o invasor, na maioria das vezes,
nem sabe quem é o proprietário da terra e também desconhece que não poderá
adquiri-la. Ele simplesmente age como se fosse o dono, de forma que isso
caracteriza a posse. Diante desse contexto, é perfeitamente possível que o invasor
de terras públicas proponha interditos possessórios caso um outro particular tente
ou efetivamente consiga tomar-lhe a posse. - Vale ressaltar que o tema é polêmico
e, como se trata apenas de uma decisão da 3ª Turma, não se pode afirmar, com
convicção, que tenha havido uma mudança de entendimento do STJ sobre o
a l
assunto.
io n
a c
c ER
USUCAPIÃO: Não obsta o pedido declaratório de usucapião especial urbana o fato
u
E M d IL
de a área do imóvel ser inferior à correspondente ao “módulo urbano” (a área
mínima a ser observada no parcelamento de solo urbano por determinação
infraconstitucional). STJ. (Info 584). e
rt RO
p o OR
S C 41- m u H 89
DIREITOS REAIS. É inválida a penhora da integralidade de imóvel submetido ao
regime de multipropriedade (time-sharing) em decorrência de dívida de condomínio
m Z .7 .co
de responsabilidade do organizador do compartilhamento. A multipropriedade
u I
V er L0
U4 ma4 il
imobiliária, mesmo não efetivamente codificada, possui natureza jurídica de direito
real, harmonizando-se com os institutos constantes do rol previsto no art. 1.225 do
O .
d R 3 g
Código Civil. STJ. (Info 589).
4
A PE D 0 er@
l i
DIREITO DE VIZINHANÇA: O proprietário de imóvel tem direito de construir
m
p lc
aqueduto no terreno do seu vizinho, independentemente do consentimento deste,
para receber águas provenientes de outro imóvel, desde que não existam outros
meios de passagem de águas para a sua propriedade e haja o pagamento de prévia
indenização ao vizinho prejudicado. Trata-se de direito de vizinhança assegurado
pelo art. 1.293 do Código Civil. STJ. (Info 591).

AÇÕES POSSESSÓRIAS: Particulares podem ajuizar ação possessória para resguardar


o livre exercício do uso de via municipal (bem público de uso comum do povo)
instituída como servidão de passagem. Ex: a empresa começou a construir uma
indústria e a obra está invadindo a via de acesso (rua) que liga a avenida principal à
uma comunidade de moradores locais. Os moradores possuem legitimidade para
ajuizar ação de reintegração de posse contra a empresa alegando que a rua que está
sendo invadida representa uma servidão de passagem. STJ. (Info 590).

DIREITO DE VIZINHANÇA: A proibição prevista no art. 1.301, caput, do Código Civil –

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de não construir janelas a menos de 1,5m do terreno vizinho – possui caráter
objetivo e traduz verdadeira presunção de devassamento ("invasão"). Logo, esta
vedação não tem por objetivo limitar apenas a visão do imóvel sobre seu vizinho. Ela
também protege o vizinho de outras espécies de invasão, como a auditiva, olfativa e,
principalmente, física (ex: busca impedir que objetos caiam ou sejam arremessados
de uma propriedade a outra). Desse modo, a proibição é objetiva, bastando, para a
sua configuração, a presença do elemento objetivo estabelecido pela lei (construção
da janela a menos de 1,5m do terreno vizinho), não importando a aferição de
aspectos subjetivos relativos à eventual atenuação do devassamento visual. STJ.
(Info 592)

USUCAPIÃO. SISTEMA FINANCEIRO DE HABITAÇÃO: Imóveis vinculados ao SFH não


são suscetíveis de usucapião. O imóvel da Caixa Econômica Federal vinculado ao
Sistema Financeiro de Habitação, como está afetado à prestação de um serviço
público, deve ser tratado como bem público, sendo, pois, imprescritível (insuscetível
de usucapião). STJ. (Info 594).

a l
ESTATUTO DA CIDADE. USUCAPIÃO ESPECIAL URBANA: O Estatuto da Cidade, ao
io n
c
tratar sobre a ação de usucapião especial urbana, prevê que "o autor terá os
a
c ER
benefícios da justiça e da assistência judiciária gratuita, inclusive perante o cartório
u
E M d IL
de registro de imóveis." Isso significa que o autor da ação de usucapião especial
urbana gozará sempre da gratuidade da justiça? Há uma presunção absoluta de que
e
rt RO
este autor não tem recursos suficientes para pagar as custas? NÃO. O art. 12, § 2º da
o OR
Lei nº 10.257/2001 (Estatuto da Cidade) estabelece uma presunção relativa de que o
p
S C 41- m u H 89
autor da ação de usucapião especial urbana é hipossuficiente. Isso significa que essa
presunção pode ser ilidida (refutada) a partir da comprovação inequívoca de que o
m Z .7 .co
autor não é considerado "necessitado". STJ. (Info 599).
u I
V er L0
U4 ma4 il
USUCAPIÃO. Ao propor uma ação de usucapião, o autor deverá requerer a citação
O .
d R 3 g
dos confinantes, ou seja, dos vizinhos que fazem fronteira com o imóvel que ele
4
A PE D 0 er@
almeja. E o que acontece caso não haja a citação dos confinantes? Haverá nulidade
l i
absoluta do processo? Não. Apesar de amplamente recomendável, a falta de citação
m
p lc
dos confinantes não acarretará, por si, ou seja, obrigatoriamente, a nulidade da
sentença que declara a usucapião. Não há que se falar em nulidade absoluta, no
caso. A ausência de citação dos confinantes e respectivos cônjuges na ação de
usucapião é considerada hipótese de nulidade relativa, somente gerando a nulidade
do processo caso se constate o efetivo prejuízo. STJ. 4ª Turma. REsp 1.432.579-MG,
Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 24/10/2017 (Info 616).

Em ação possessória entre particulares é cabível o oferecimento de oposição pelo


ente público, alegando-se incidentalmente o domínio de bem imóvel como meio de
demonstração da posse. STJ. Corte Especial. EREsp 1.134.446-MT, Rel. Min. Benedito
Gonçalves, julgado em 21/03/2018 (Info 623)

A ação de cobrança de débitos condominiais pode ser proposta contra o


arrendatário do imóvel. STJ. 3ª Turma. REsp 1.704.498-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi,
julgado em 17/04/2018 (Info 624).

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USUCAPIÃO. É possível o reconhecimento da usucapião quando o prazo exigido por
lei se complete no curso do processo judicial, conforme a previsão do art. 493, do
CPC/2015, ainda que o réu tenha apresentado contestação. Em março de 2017, João
ajuizou ação pedindo o reconhecimento de usucapião especial urbana, nos termos
do art. 1.240 do CC (que exige posse ininterrupta e sem oposição por 5 anos). Em
abril de 2017, o proprietário apresentou contestação pedindo a improcedência da
demanda. As testemunhas e as provas documentais atestaram que João reside no
imóvel desde setembro de 2012, ou seja, quando o autor deu entrada na ação, ainda
não havia mais de 5 anos de posse. Em novembro de 2017, os autos foram conclusos
ao juiz para sentença. O magistrado deverá julgar o pedido procedente
considerando que o prazo exigido por lei para a usucapião se completou no curso do
processo. STJ. 3ª Turma. REsp 1.361.226-MG, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva,
julgado em 05/06/2018 (Info 630).

CONDOMÍNIO. É possível a penhora de bem de família de condômino, na proporção

a l
de sua fração ideal, se inexistente patrimônio próprio do condomínio para responder
n
por dívida oriunda de danos aterceiros. STJ. 4ª Turma. REsp 1.473.484-RS, Rel. Min.
io
Luis Felipe Salomão, julgado em 21/06/2018 (Info 631).
a c
u c ER
E M d IL
DIREITO REAL DE GARANTIA. O credor hipotecário tem interesse de agir para propor
ação em face do mutuário visando ao cumprimento de cláusula contratual que
e
rt RO
determina a observância dos padrões construtivos do loteamento. Ex: João celebrou
o OR
contrato de compra e venda de um imóvel (terreno) em um loteamento. O contrato
p
S C 41- m u H 89
de compra e venda foi celebrado entre João e a sociedade empresária Constrói Ltda.
Ocorre que neste contrato de compra e venda havia ainda um pacto adjeto
m Z .7 .co
(contrato acessório) de mútuo feneratício com garantia hipotecária, que foi firmado
u I
V er L0
U4 ma4 il
entre João e a sociedade empresária Habitac Crédito Imobiliário S.A. Por força deste
pacto adjeto, João recebeu da Habitac um empréstimo (mútuo) para adquirir o
O .
d R 3 g
imóvel e, como garantia de que iria pagar a dívida, deu o bem em hipoteca. A ideia
4
A PE D 0 er@
deste loteamento era a de que todas as casas ali construídas fossem parecidas e
l i
mantivessem uma qualidade mínima. Assim, no contrato havia cláusulas dizendo os
m
p lc
padrões que deveriam ser respeitados no momento da construção (ex: construção
toda em alvenaria, fachada com mármore ou granito etc). João construiu a sua casa
no loteamento, mas não respeitou os padrões previstos no contrato. O estilo da
fachada não estava igual ao que determinava o projeto e os materiais empregados
eram de menor qualidade que o exigido. Diante disso, a empresa Habitac Crédito
Imobiliário S.A. ajuizou ação de obrigação de fazer contra João pedindo que ele fosse
condenado a reformar a casa a fim de deixá-la dentro dos padrões previstos no
contrato. O STJ afirmou que a credora hipotecária tem interesse de agir para propor
esta ação. Isso porque ela tem interesse jurídico na valorização do bem dado em
garantia. Se o devedor não pagar a dívida, o bem dado em hipoteca será alienado.
Logo, o credor hipotecário tem interesse em que o imóvel seja construído de acordo
com os padrões estabelecidos para o loteamento a fim de que ele se mantenha
valioso e, em caso de inadimplemento, possa ser vendido por um bom preço,
pagando a dívida. STJ. 1ª Turma. REsp 1.400.607-RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão,
julgado em 17/05/2018 (Info 628).

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Em ação de execução hipotecária, o credor hipotecário pode requerer a adjudicação
do imóvel
penhorado pelo valor constante do laudo de avaliação, independentemente da
realização de hasta pública. STJ. 3ª Turma. REsp 1.721.731-SP, Rel. Min. Nancy
Andrighi, julgado em 27/11/2018 (Info 640).

USUCAPIÃO. Não cabe intervenção de terceiros na modalidade de oposição na ação


de usucapião. STJ. 3ª Turma. REsp 1.726.292-CE, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva,
julgado em 12/02/2019 (Info 642).

SÚMULAS
Súmula 308 STJ: A hipoteca firmada entre a construtora e o agente financeiro,
anterior ou posterior à celebração da promessa de compra e venda, não tem eficácia
perante os adquirentes.

Súmula 263-STF: O possuidor deve ser citado, pessoalmente, para a ação de a l


io n
usucapião. Por esse enunciado podemos concluir que mesmo que o indivíduo (autor

a c
da ação) não esteja mais na posse do imóvel, ainda assim ele poderá ter direito à
c ER
usucapião desde que, quando perdeu a posse, já tenha preenchido todos os
u
requisitos para a constituição do direito.
E M d IL
e
rt RO
Súmula 391-STF: O confinante certo deve ser citado pessoalmente para a ação de

p o OR
usucapião. CUIDADO: o CPC previu uma exceção a essa regra: art. 246, § 3º do

S C 41- m u H 89
CPC/2015: "§ 3º Na ação de usucapião de imóvel, os confinantes serão citados
pessoalmente, exceto quando tiver por objeto unidade autônoma de prédio em

um IZ .7 .co
condomínio, caso em que tal citação é dispensada."

V O er L
.
U
0
4
4 ma il
Súmula 11-STJ: A presença da União ou de qualquer de seus entes, na ação de
d R 4 3 g
A PE D
usucapião especial, não afasta a competência do foro da situação do imóvel.
0 er@
l
mi
Súmula 237-STF: A usucapião pode ser arguida em defesa.

p lc
Súmula 340-STF: Desde a vigência do Código Civil, os bens dominicais, como os
demais bens públicos, não podem ser adquiridos por usucapião. CC/02, Art. 102. Os
bens públicos não estão sujeitos a usucapião.

Súmula 193-STJ: “O direito de uso de linha telefônica pode ser adquirido por
usucapião”. Lembre-se que usucapião pressupõe posse e essa não cabe para bens
imateriais. Logo, essa súmula é uma exceção à impossibilidade de se usucapir bens
imateriais.

Enunciado 86 do CJF: A expressão “justo título”, contida nos arts. 1.242 e 1.260 do
CC, abrange todo e qualquer ato jurídico hábil, em tese, a transferir a propriedade
independentemente de registro.

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Ano: 2017. Banca: FCC. Órgão: DPE-PR

Sobre posse, é correto afirmar:

QUESTÃO 9: a) O locatário, em que pese possuidor direto, não pode invocar


POSSE E proteção possessória contra terceiro esbulhador do imóvel por
PROPRIEDADE ele locado, pois lhe falta o animus domini.

b) O defeito da posse injusta não pode ser invocado contra o


herdeiro que desconhecia essa característica da posse exercida
pelo falecido.

a
c) O fato de o esbulhador ter adquirido sua posse mediantel
io
violência física inquina vício em sua posse mesmo que,n
posteriormente, compre o bem do esbulhado.
a c
u c ER
E M d IL
d) O comodatário, devidamente notificado para sair do bem dado
em comodato, e que não o faz no prazo assinalado, passa a
exercer posse precária. e
rt RO
p o OR
S C 41- m u H 89
e) A posse ad usucapionem é aquela que, além dos elementos
essenciais à posse, deve sempre se revestir de boa-fé, decurso de

um IZ .7 .co
tempo suficiente, ser mansa e pacífica, fundar-se em justo título e

V O er L
.
U
0
4
4 ma il
ter o possuidor a coisa como sua.
__________________________________________________
d R 4 3 g
A PE D GABARITO COMENTADO:
0 er@
CORRETA: Letra D - O comodato é baseado no princípio da
l
mi
confiança, em que um comodante empresta gratuitamente ao

p lc
comodatário coisa infungível. Assim, se ao final do prazo o
comodatário não devolver o bem emprestado, terá violado a
confiança do comodante, caracterizando a posse precária, que é a
obtida por abuso de confiança. A posse violenta é a adquirida por
meio de violência física ou psíquica e a clandestina é aquela
obtida sem a oportunidade do direito de defesa do possuidor.

INCORRETAS:

A) O locatário é possuidor direto da coisa, pois a detém em sua


posse, sendo autorizada a defesa possessória contra terceiros e,
inclusive, contra o possuidor indireto, conforme artigo 1.210 §1º.

B) O herdeiro recebe a posse do bem, nos exatos termos em que


era exercida pelo possuidor anterior. Assim, incorreta a questão,

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pois o desconhecimento não retira o caráter injusto da posse,
artigo 1.206.

C) Conforme o art. 1.208 do CC, a posse violenta pode ser


convalidada. Para isso, é necessário que transcorra o prazo de ano
e dia ou, a qualquer tempo, que cesse a causa que lhe originou
(no caso, a violência). Depois do convalescimento, a posse
violenta pode produzir efeitos típicos da posse (ex: usucapião).
Sendo assim, não há razão para o vício de a violência persistir
caso o esbulhador compre a coisa.

E) A posse ad usucapionem é aquela que, além dos elementos


essenciais à posse, NEM sempre precisa se revestir de boa-fé. A
exemplo do que ocorre na Usucapião Extraordinária Comum (art.
1238, CC) e da Usucapião constitucional especial rural (art. 191,
CF; art. 1239, CC e Lei 6969/81).

a l
io n
c
Ano: 2018. Banca: CESPE. Órgão: DPE-PE. Prova: Defensor Público
a
u c ER
Francisco comprou, em janeiro de 2014, um lote de 240 m 2 de
E M d IL
Antônio, que se apresentou como proprietário do imóvel.
e
rt RO
Francisco construiu uma casa de alvenaria, instalando-se no local
o OR
com sua família. Depois de três anos de posse mansa e pacífica,
p
S C 41- m u H 89
Danilo, o verdadeiro proprietário, ajuizou ação para reaver a
posse do imóvel. Só então, Francisco descobriu que fora vítima de
m Z .7 .co
uma fraude, pois Antônio havia falsificado os documentos para
u I
er L U 4 il
induzi-lo a erro.

V O . 0 4 ma
d R 3 g
Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta.
4
A PE D 0 er@
l i
a) Francisco não poderá adquirir o terreno mediante
m
p lc
pagamento de indenização a Danilo, ainda que a construção
exceda consideravelmente o valor do terreno.
b) Não tendo observado a fraude no momento da
contratação, Francisco não poderá pleitear indenização em face
de Antônio.
c) Danilo perderá o terreno em favor de Francisco, cabendo-
lhe apenas o direito à indenização.
d) Francisco adquiriu, em 2017, a propriedade do imóvel pela
usucapião especial urbana, ficando, nesse caso, dispensado de
pagar indenização a Danilo.
e) Francisco, que agira de boa-fé, perderá em favor de Danilo
os direitos sobre as construções realizadas no terreno, devendo,
no entanto, ser indenizado.

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_____________________________________________________
GABARITO: E. Pessoal, novamente, a questão cobra a letra da lei.

Art. 1.255. Aquele que semeia, planta ou edifica em terreno alheio


perde, em proveito do proprietário, as sementes, plantas e
construções; se procedeu de boa-fé, terá direito a indenização.

Parágrafo único. Se a construção ou a plantação exceder


consideravelmente o valor do terreno, aquele que, de boa-fé,
plantou ou edificou, adquirirá a propriedade do solo, mediante
pagamento da indenização fixada judicialmente, se não houver
acordo.

a) ERRADA. A alternativa afirmou o contrário do que está


previsto no p.ú, do art. 1255, do CC.
b) ERRADA. Afirma o contrário do que está previsto no caput do
art. 1225.
a l
n
c) ERRADA. A questão não explica se o valor da cara era mais alto
io
do que o do terreno.
a c
c ER
d) ERRADA. O prazo da usucapião especial urbana é de 5 anos.
u
E M d IL
e
rt RO
Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-MA Prova: FCC - 2018 - DPE-
o OR
MA - Defensor Público
p
S C 41- m u H 89
Fernando recebeu por comodato a posse de uma casa.
m Z .7 .co
Entretanto, Flávio, proprietário do imóvel, após alguns meses,
u I
V er L U 4
0
il
notificou extrajudicialmente Fernando para que lhe devolvesse o
4 ma
bem. Caso Fernando recuse a restituição, em afronta à boa-fé
O .
d R 4 3 g
objetiva e à proteção da confiança legítima, estar-se-á diante da:
A PE D 0 er@
l i
A) legítima defesa da posse, tornando-a em posse de má-fé.
m
p lc
B) interversão da posse, tornando-a em posse injusta em
razão da violência.
C) interversão da posse, tornando-a em posse injusta em
razão da clandestinidade.
D) interversão da posse, tornando-a em posse injusta em
razão da precariedade.
E) legítima defesa da posse, por ser a posse de boa-fé
GABARITO: D.

Posse Violenta: a que se adquire por ato de força, seja ela natural
ou física, seja moral ou resultante de ameaças que incutam na
pessoa sério receio. A violência estigmatiza a posse,
independentemente de exercer-se sobre a pessoa do espoliado
ou preposto seu, como ainda do fato de emanar do próprio
espoliador ou de terceiro1.

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Posse Clandestina: clandestina é a posse que se adquire por via
de um processo de ocultamento. Contrapõe-se a que é tomada de
forma pública e aberta. Segundo Caio Mário é um defeito relativo
que só pode ser acusado pela vítima contra o esbulhador. Assim,
perante outras pessoas esta posse produz efeitos normais2.

Posse Precária: é, por exemplo, a do fâmulo da posse, isto é,


daquele que recebe a coisa com a obrigação de restituir e arroga-
se na qualidade de possuidor, abusando da confiança, ou
deixando de devolvê-la ao proprietário, ou ao legítimo possuidor.
Este vício inicia-se no momento em que o possuidor precarista
recusa atender à revogação da autorização anteriormente
concedida.

a l
io n
Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-AM Prova: FCC - 2018 - DPE-
AM - Defensor Público - Reaplicação
a c
u c ER
d IL
Em relação à posse, considere os enunciados seguintes:
E M
e
rt RO
I. O atual Código Civil adotou o conceito de posse de lhering,
p o OR
segundo o qual a posse e a detenção distinguem-se em razão da

S C 41- m u H 89
proteção jurídica conferida à primeira e expressamente excluída
para a segunda.
um IZ .7 .co
V er L U 4 il
4 ma
II. Mesmo nos bens do patrimônio disponível do Estado
O . 0
d R 4 3
(dominicais), despojados de destinação pública, não se permite a
g
A PE D 0 er@
proteção possessória aos ocupantes particulares que venham a
l
lhe dar função social, porque perdem a destinação mas não a
mi
natureza de terras públicas.
p lc
III. O critério para aferir se há posse ou detenção em um caso
concreto é o estrutural e não o funcional, ou seja, é a afetação do
bem a uma finalidade pública que dirá se pode ou não ser objeto
de atos possessórios por um particular. IV. É possível o manejo de
interditos possessórios em litígio entre particulares sobre bem
público dominical, pois entre ambos a disputa será relativa à
posse.

V. À luz do texto constitucional e da inteligência do novo Código


Civil, a função social é base normativa para a solução dos conflitos
atinentes à posse, dando-se efetividade ao bem comum, com
escopo nos princípios da igualdade e da dignidade humana.

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Está correto o que se afirma APENAS em
GABARITO: B.

ITEM I (CORRETO): "O CC/2002 realmente adotou os


ensinamentos de IHERING (TEORIA OBJETIVA), que dizia que a
posse é reconhecível externamente por sua destinação
econômica, independentemente de qualquer manifestação
volitiva do possuidor, sendo suficiente que ele proceda em
relação à coisa como se comportaria o proprietário em relação ao
que é seu, diferentemente de SAVIGNY (TEORIA SUBJETIVA) que
estabelece o corpus como apreensão da coisa. Todavia não se
trata esta apreensão de mero contato corporal com o bem, mas
de disponibilidade física, no sentido da possibilidade do indivíduo
agir imediatamente sobre a coisa e dela afastar toda a ação de
estranhos." (Cristiano Chaves e Nelson Rosenvald)

ITEM II (INCORRETO): "É possível o manejo de interditos


a l
io n
possessórios em litígio entre particulares sobre bem público
c
dominical, pois entre ambos a disputa será relativa à posse". REsp
a
c ER
1296964/DF, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA
u
E M d IL
TURMA, julgado em 18/10/2016, DJe 07/12/2016. (ATENÇÃO!
RECORRENTE EM PROVAS, PRINCIPALMENTE QUANDO ENVOLVE
DIREITO ADMINISTRATIVO) e
rt RO
p o OR
S C 41- m u H 89
ITEM III (INCORRETO): Não é afetação do bem a uma finalidade
pública que dirá se pode ou não ser objeto de atos possessórios
m IZ .7 .co
por um particular. Tendo em vista que pode ocorrer atos
u
V O er L
.
U
0
4
4 ma il
possessórios entre relações estritamente particulares.

d R 4 3 g
ITEM IV (CORRETO): Explicado no Item II
A PE D 0 er@
l i
ITEM V (CORRETO): "A função social da posse é uma abordagem
m
p lc
diferenciada da função social da propriedade, na qual não apenas
se sanciona a conduta ilegítima de um proprietário que não é
solidário perante a coletividade, mas se estimula o direito à
moradia como direito fundamental de índole existencial, à luz do
princípios da igualdade e da dignidade da pessoa humana."
(Cristiano Chaves e Nelson Rosenvald).

11. DIREITO DE FAMÍLIA

Com a Constituição de 1988 e a superação da perspectiva individualista do


Direito Civil, a família deixou de ser um fim em si mesma e passou a ser instrumental,
isto é, deve servir ao desenvolvimento da personalidade, felicidade e dignidade de
seus membros. Por isso, a família deixou de ser casamentária e passou a ser plural;
deixou de ser patriarcal e passou a ser igualitária. A família é baseada no afeto, na
ética, dignidade e solidariedade. A família é eudemonista.

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11.1. Casamento

Sobre o casamento, é importante que o candidato saiba informações sobre


suas causas impeditivas e suspensivas, regime de bens e sua relação com a união
estável.

O casamento é o ato que estabelece entre as partes comunhão plena de vida,


com base na igualdade de direitos e deveres dos cônjuges (teoria contratualista). Já a
união estável é a modalidade de família em que os indivíduos estabelecem
convivência pública, contínua e duradoura, com o objetivo de constituir família.

Desde a CR/88, a união estável foi reconhecida como entidade familiar, mas o
Poder Constituinte Originário não a equiparou com o casamento. Superando a omissão
dos legisladores, passados mais de 25 anos após a promulgação da constituição, em
2017, o STF reconheceu que à união estável são aplicados os mesmos direitos e
a l
deveres reconhecidos ao casamento, não havendo que se falar em discriminação,
inclusive para fins sucessórios.
io n
a c
c ER
Neste sentido, foi declarado inconstitucional o artigo 1.790 do CC, que
u
E M d IL
estabelecia a sucessão do companheiro (de forma prejudicial se comparada à do
cônjuge), para determinar a aplicação do artigo 1.829 do CC (sucessão do cônjuge)
e
rt RO
equiparando as duas instituições, no que tange ao reconhecimento de direitos.

p o OR
u H 89
TÓPICOS SOBRE CASAMENTO
S C 41- m
um IZ .7 .co São considerados nulo de pleno de

er L
CAUSAS IMPEDITIVAS E SUSPENSIVAS direito.
U 4
4 ma il
d V R O
4 3 . 0 g
Importante alteração, trazida com o
Estatuto da Pessoa com Deficiência,
A PE D 0 er@
l se refere ao direito de casar.

mi
p lc Não há qualquer impedimento de se
realizar casamento com pessoas com
deficiência, tendo em vista que são
absolutamente capazes de exercer os
atos da vida civil, salvo incapacidade
relativa, excepcionalmente
decretada, que também não impede
o casamento.
Embora anulável ou mesmo nulo, se
contraído de boa-fé por ambos os
cônjuges, em relação a estes como
CASAMENTO PUTATIVO aos filhos, produz todos os efeitos
até o dia da sentença anulatória.
Porém, se de má-fé os efeitos civis
estendem apenas aos filhos.

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Se não houver disposição em sentido
REGIME LEGAL DE BENS contrário, o casamento e a união
(Sem pacto antenupcial) estável serão realizados sobre o
regime de comunhão parcial de
bens.
O pacto antenupcial deve ser feito
PACTO ANTENUPCIAL por escritura pública, sob pena de
nulidade. Será ineficaz, se não lhe
seguir o casamento.
Nenhum cônjuge pode, sem o outro,
exceto no regime da separação
absoluta de bens:
1) alienar ou gravar de ônus real
bens imóveis;
ATOS 2) pleitear como autor ou réu,
acerca desses bens ou
direitos;
a l
io n
3) prestar fiança ou aval;
c
4) fazer doação, não sendo
a
u c ER
remuneratória, de bens

E M d IL
comuns, ou que possam
integrar futura meação.
REGIME LEGAL OBRIGATÓRIO e
rt RO
As pessoas maiores de 70 anos
(sanção)
p o OR
devem casar, obrigatoriamente, sob

S C 41- m u H 89o regime da separação de bens;


É possível a alteração do regime de

um IZ .7 .co
ALTERAÇÃO DO REGIME DE BENS bens, mediante alteração judicial,

V O er L.
U
0
4
4 ma il desde que não sejam prejudicados
direitos de terceiros.
d R 4 3 g Diante do divórcio, não deve ser
A PE D 0 er@
l
reconhecida a meação dos valores

mi depositadas em conta vinculada ao

p lc
COMUNICABILIDADE DOS BENS
FGTS em datas anteriores à
constância do casamento, se
realizado no regime de separação
parcial de bens, e que tenham sido
utilizados para a aquisição de imóvel
pelo casal durante a vigência da
relação conjugal.
FACULTATIVIDADE DA PARTILHA DE BENS NO O divórcio pode ser concedido sem
DIVÓRCIO que haja partilha de bens.
A extinção de medida protetiva de
urgência diante da homologação de
divórcio não afasta a competência da
MEDIDAS PROTETIVAS Vara Especializada de Violência
Doméstica ou Familiar contra a
Mulher para julgar ação de divórcio

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fundada na mesma situação
agressiva que justificou a medida
protetiva.

O fato de namorados projetarem


constituir família no futuro não
caracteriza união estável, ainda que
NAMORO QUALIFICADO haja coabitação, visto que a União
Estável exige a vontade de
constituição de família naquele
momento.
O contrato de União Estável não
EFEITOS EX-NUNC DA UNIÃO ESTÁVEL possui efeitos retroativos à data de
sua celebração, para prestigiar
a l
período anterior à sua assinatura.

io n
JURISPRUDÊNCIA
a c
u c ER
E M d IL
DIREITO DE FAMÍLIA: O companheiro faz jus à cobertura de cláusula de remissão
por morte de titular de plano de saúde na hipótese em que a referida disposição
e
rt RO
contratual faça referência a cônjuge, sendo omissa quanto a companheiro. STJ. (Info
581)
p o OR
S C 41- m u H 89
DIVISÃO DE BENS NA UNIÃO ESTÁVEL: Algumas vezes, uma empresa apura lucro,
m IZ .7 .co
mas decide que não irá distribuí-los aos acionistas, retendo esses lucros com o
u
V O er L
. 0
U4 ma4 il
objetivo de incrementar o seu capital social. O lucro destinado à conta de reserva,
ou seja, que não é distribuído aos sócios, continua pertencendo à sociedade
d R 4 3 g
empresária (e não ao sócio). Em razão disso, essa quantia não será partilhada caso
A PE D 0 er@
um dos sócios termine a união estável que mantinha. Em outras palavras, os lucros
l i
de sociedade empresária destinados a sua própria conta de reserva não são
m
588). p lc
partilháveis entre o casal no caso de dissolução de união estável de sócio. STJ. (Info

BEM DE FAMÍLIA: Segundo a redação literal da súmula 486-STJ, “é impenhorável o


único imóvel RESIDENCIAL do devedor que esteja locado a terceiros, desde que a
renda obtida com a locação seja revertida para a subsistência ou a moradia da sua
família.” A 2ª Turma do STJ, contudo, ampliou esta proteção e decidiu que também
é impenhorável o único imóvel COMERCIAL do devedor que esteja alugado quando o
valor do aluguel é destinado unicamente ao pagamento de locação residencial por
sua entidade familiar. STJ. (Info 591).

DIVÓRCIO: Cotas sociais que serão partilhadas após mancomunhão deverão ser
calculadas no momento efetivo da partilha. Verificada a existência de
mancomunhão, o pagamento da expressão patrimonial das cotas societárias à ex-
cônjuge, não sócia, deve corresponder ao momento efetivo da partilha, e não

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àquele em que estabelecido acordo prévio sobre os bens que fariam parte do acervo
patrimonial. STJ. (Info 594).

UNIÃO ESTÁVEL: Contrato de convivência não exige escritura pública. É válido,


desde que escrito, o pacto de convivência formulado pelo casal no qual se opta pela
adoção da regulação patrimonial da futura relação como símil (igual) ao regime de
comunhão universal, ainda que não tenha sido feito por meio de escritura pública.
Em outras palavras, um casal que vive (ou viverá) em união estável pode celebrar
contrato de convivência dizendo que aquela relação será regida por um regime de
bens igual ao regime da comunhão universal. Esse contrato, para ser válido, precisa
ser feito por escrito, mas não é necessário que seja realizado por escritura pública.
STJ. (Info 595).

CASAMENTO: É possível, em processo de dissolução de casamento em curso no


país, que se disponha sobre direitos patrimoniais decorrentes do regime de bens da
sociedade conjugal aqui estabelecida, ainda que a decisão tenha reflexos sobre bens
situados no exterior para efeitos da referida partilha. STJ. (Info 597).
a l
io n
c
SEPARAÇÃO JUDICIAL E DIVÓRCIO: A EC 66/2010 não revogou os artigos do Código
a
Civil que tratam da separação judicial. STJ. (Info 604).
u c ER
E M d IL
DIVÓRCIO. DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE. LEGITIMIDADE PASSIVA: A
e
rt RO
sócia da empresa, cuja personalidade jurídica se pretende desconsiderar, que teria
o OR
sido beneficiada por suposta transferência fraudulenta de cotas sociais por um dos
p
S C 41- m u H 89
cônjuges, tem legitimidade passiva para integrar a ação de divórcio cumulada com
partilha de bens, no bojo da qual se requereu a declaração de ineficácia do negócio
m Z .7 .co
jurídico que teve por propósito transferir a participação do sócio/ex-marido à sócia
u I
V O er L
. 0
U4 ma4 il
remanescente, dias antes da consecução da separação de fato. STJ. (Info 606)

d R 3 g
UNIÃO ESTÁVEL: O benefício de previdência privada fechada é excluído da partilha
4
A PE D 0 er@
em dissolução de união estável regida pela comunhão parcial de bens. STJ. (Info
l
606).
mi
p lc
UNIÃO ESTÁVEL: O STF fixou a seguinte tese: No sistema constitucional vigente, é
inconstitucional a diferenciação de regimes sucessórios entre cônjuges e
companheiros, devendo ser aplicado, em ambos os casos, o regime estabelecido no
art. 1.829 do Código Civil. STF. Plenário. RE 646721/RS, Rel. Min. Marco Aurélio, red.
p/ o ac. Min. Roberto Barroso e RE 878694/MG, Rel. Min. Roberto Barroso, julgados
em 10/5/2017 (repercussão geral) (Info 864). O STJ acompanhou o entendimento do
Supremo e também decidiu de forma similar: É inconstitucional a distinção de
regimes sucessórios entre cônjuges e companheiros, devendo ser aplicado, em
ambos os casos, o regime estabelecido no art. 1.829 do CC/2002. STJ. (Info 609).

UNIÃO ESTÁVEL: Partilha de prêmio da loteria mesmo que se trate de


relacionamento regulado pelo regime da separação obrigatória (art. 1.641, II, do CC).
Se a pessoa inicia uma união estável possuindo mais de 70 anos, o regime
patrimonial é o da separação obrigatória de bens (art. 1.641, II, do CC). Apesar disso,

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se um dos companheiros ganhar na loteria, o valor do prêmio integra a massa de
bens comuns do casal (art. 1.660, II, do CC). Assim, havendo dissolução da união
estável, o valor desse prêmio deverá ser partilhado igualmente entre os consortes.
(Info 616). Art. 1.660. Entram na comunhão: (...) II - os bens adquiridos por fato
eventual, com ou sem o concurso de trabalho ou despesa anterior;

Se a pessoa inicia uma união estável possuindo mais de 70 anos, o regime


patrimonial que irá regular essa relação é o da separação obrigatória de bens (art.
1.641, II, do CC). Apesar disso, se, durante essa relação, um dos companheiros
ganhar na loteria, o valor do prêmio integra a massa de bens comuns do casal (art.
1.660, II, do CC), de forma que pertence a ambos. Assim, havendo dissolução da
união estável, o valor desse prêmio deverá ser partilhado igualmente entre os
consortes. Em suma, o prêmio de loteria, recebido por excompanheiro
septuagenário durante a relação de união estável, deve ser objeto de meação entre
o casal em caso de dissolução do relacionamento. STJ. 4ª Turma. REsp 1.689.152-SC,
Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 24/10/2017 (Info 616).

a l
n
No regime de separação legal de bens, comunicam-se os adquiridos na constância
io
c
do casamento, desde que comprovado o esforço comum para sua aquisição. Esse
a
c ER
esforço comum não pode ser presumido. Deve ser comprovado. O regime de
u
E M d IL
separação legal de bens (também chamado de separação obrigatória de bens) é
aquele previsto no art. 1.641 do Código Civil. STJ. 2ª Seção. EREsp 1.623.858-MG,
e
rt RO
Rel. Min. Lázaro Guimarães (Desembargador Convocado do TRF 5ª Região), julgado
o OR
em 23/05/2018 (recurso repetitivo) (Info 628).
p
S C 41- m u H 89
DIVÓRCIO. A revelia em ação de divórcio na qual se pretende, também, a exclusão
m Z .7 .co
do patronímico adotado por ocasião do casamento não significa concordância tácita
u I
V er L0
U4 ma4 il
com a modificação do nome civil. Ex: João da Silva Maier casou-se com Gabriela
Ferreira. Gabriela adotou o patronímico de João e passou a se chamar Gabriela
O .
d R 3 g
Ferreira Maier. O relacionamento chegou ao fim e João ajuizou ação de divórcio
4
A PE D 0 er@
contra Gabriela pedindo: a) que fosse decretado o divórcio; b) que Gabriela fosse
l i
condenada a retirar o patronímico “Maier” de seu nome. Gabriela foi devidamente
m
p lc
citada, mas não respondeu a ação. Correta a decisão do juiz que julga o pedido
parcialmente procedente decretando o divórcio, mas mantendo o sobrenome da ré.
Principais argumentos: • o fato de o réu ter sido revel não significa,
necessariamente, que o juiz tenha que acolher o pedido do autor; • o nome é
considerado direito indisponível, tendo em vista ser direito da personalidade; • para
que houvesse a retirada do sobrenome, seria necessária a manifestação expressa da
vontade da mulher; • a utilização do sobrenome do ex-marido por mais de 30 trinta
anos pela ex-mulher demonstra que há tempo ele está incorporado ao nome dela,
de modo que não mais se pode retirá-lo, sem que cause evidente prejuízo para a sua
identificação. STJ. 3ª Turma. REsp 1.732.807-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado
em 14/08/2018 (Info 631).

SÚMULAS

Súmula 377, STF: No regime de separação legal de bens, comunicam-se os

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adquiridos na constância do casamento.

Súmula 197, STJ: O divórcio direto pode ser concedido sem que haja prévia partilha
dos bens.

11.2. Filiação

TÓPICOS SOBRE A FILIAÇÃO


A filiação pode decorrer de dois laços:
biológico e afetivo. O reconhecimento da
filiação socioafetiva vem ganhando
grande incentivo da doutrina e
NOÇÃO GERAL jurisprudência, tendo em vista a
a l
io n
preservação do princípio da felicidade e
c
da reciprocidade. Não há hierarquia entre
a
c ER
esses vínculos e a jurisprudência tem
u
reconhecido
E M d IL a
multiparentalidade.
possibilidade de

e
rt RO
O reconhecimento de filho não pode ser

p o OR
revogado, nem mesmo quando feito em

S C 41- m u H 89
testamento. Mas, importante destacar
que, excepcionalmente será permitida a

um IZ .7 .co
RECONHECIMENTO DE FILHOS revogação ao reconhecimento de filho se

V O er L
. 0
U
4 ma 4 il o registro resultou de erro, ou seja, o pai
registral de fato acreditava que registrava
d R 4 3 g seu filho.
A PE D 0 er@
l
mi Neste caso, de acordo com o STJ, será

p lc autorizada a desconstituição do registro,


desde que seja imediatamente após a
descoberta da fraude e que haja o
rompimento instantâneo do vínculo
afetivo com o filho putativo.
É possível o reconhecimento da
paternidade biológica e a anulação do
PLURIPARENTALIDADE registro de nascimento na hipótese em
que isso for pleiteado pelo filho que foi
registrado conforme prática conhecida
como “adoção à brasileira”. 41
A ação negatória de paternidade é
AÇÃO NEGATÓRIA DE PATERNIDADE personalíssima, sendo imprescritível o

41
STJ REsp. 1.167.933 RS

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direito.
É imprescritível o pedido de
reconhecimento de paternidade, mas não
o é o de petição de herança. Neste
PRESCRITIBILIDADE DO sentido, por não haver expressa previsão
RECONHECIMENTO DE PATERNIDADE E legal sobre o prazo prescricional, aplica-se
PETIÇÃO DE HERANÇA a regra geral de 10 anos, para a petição
de herança. O prazo de um ano para o
(CAI MUITO!) pedido de anulação de partilha, começa a
contar da data do trânsito em julgado da
decisão que reconheceu a filiação, e não
da decisão que resolveu a partilha.
O reconhecimento da paternidade
ALIMENTOS NA PLURIPARENTALIDADE socioafetiva não exime o pai biológico da
obrigação decorrente dos alimentos.

l
A paternidade socioafetiva, declarada ou
a
io n
não em registro público, não impede o
reconhecimento do vínculo de filiação
PLURIPARENTALIDADE
a c
concomitante baseado na origem

u c ER
biológica, com efeitos jurídicos próprios.
Neste
E M d IL
caso, materializa-se
reconhecimento da multiparentalidade.
o

PATERNIDADE SOCIOAFETIVA PÓS- e


rt RO
É possível o reconhecimento de
MORTEM
p o OR
paternidade socioafetiva pós-mortem.

S C 41- m u H 89
O direito ao reconhecimento de
paternidade é personalíssimo. Neste
um IZ .7 .co
DIREITO AO RECONHECIMENTO DE sentido, o filho não tem legitimidade para

V O er L.
U
PATERNIDADE
0
4
4 ma il pedir pessoalmente que seja reconhecida
a filiação de sua mãe. Porém, poderá, em
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
nome próprio, pedir o reconhecimento do
vínculo ascendente, em ação proposta em
mi face de seus avós.
p lc O abandono afetivo decorrente da
ABANDONO AFETIVO omissão do genitor no dever de cuidar da
prole constitui elemento suficiente para
caracterizar dano moral compensável.
ADOÇÃO A adoção por pessoa maior de idade não
(VER DISPOSITIVOS DO ECA!) precisa do consentimento do pai
biológico.
O fato de o alimentando ter completado
18 anos não caracteriza revogação
automática aos alimentos. Os alimentos
não se baseiam em marco temporal de
idade para serem devidos, sendo
decorrência do binômio: necessidade X
possibilidade.

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O espólio do genitor do autor de ação de
alimentos não possui legitimidade para
figurar no polo passivo da ação na
ALIMENTOS hipótese em que inexista obrigação
alimentar assumida pelo genitor por
acordo ou decisão judicial antes de sua
morte.
O falecimento do pai não implica
transferência automática do dever de
alimentar aos avós. A responsabilidade
pelo pagamento de alimentos, por parte
dos avós, só será constituída se
impossibilitados os pais e na medida de
suas possibilidades.
A obrigação de prestar alimentos
transmite-se aos herdeiros.

a l
O princípio base do direito de família é a

io n
cooperação. Sendo assim, são devidos
c
alimentos entre parentes, para que
a
c ER
consigam viver e manter a sua
u
E M
educação. d IL
subsistência, inclusive, para fins de

e
rt RO
JURISPRUDÊNCIA
p o OR
S C 41- m u H 89
FAMÍLIA: É possível o reconhecimento da paternidade socioafetiva post mortem, ou
m IZ .7 .co
seja, mesmo após a morte do suposto pai socioafetivo. STJ. 3ª Turma. REsp
u
V O er L
.
U
0
4
4 ma il
1.500.999-RJ, Rel. Min. Ricardo Villas BôasCueva, julgado em 12/4/2016 (Info 581).

d R 4 3 g
ALIMENTOS: Em execução de alimentos devidos a filho menor de idade, é possível o
A PE D 0 er@
protesto e a inscrição do nome do devedor em cadastros de proteção ao crédito.
l i
Mostra-se juridicamente possível o pedido do credor para que seja realizado
m
p lc
protesto e inclusão do nome do devedor de alimentos nos cadastros de proteção ao
crédito (SPC e Serasa), como medida executiva a ser adotada pelo magistrado para
garantir a efetivação dos direitos fundamentais da criança e do adolescente. No CPC
2015 existe previsão expressa nesse sentido (art. 528, § 1º e art. 782, §§ 3º e 4º).
STJ. 3ª Turma. REsp 1.469.102-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em
8/3/2016 (Info 579). STJ. 4ª Turma. REsp 1.533.206-MG, Rel. Min. Luis Felipe
Salomão, julgado em 17⁄11⁄2015.

INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE: Mesmo nas hipóteses em que não ostente a


condição de herdeira, a viúva poderá impugnar ação de investigação de paternidade
post mortem, devendo receber o processo no estado em que este se encontra. STJ.
4ª Turma. REsp 1.466.423- GO, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 23/2/2016
(Info 578).

FILIAÇÃO: O filho tem direito de desconstituir a denominada “adoção à brasileira”

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para fazer constar o nome de seu pai biológico em seu registro de nascimento, ainda
que preexista vínculo socioafetivo de filiação com o pai registral. STJ. 3ª Turma. REsp
1.417.598-CE, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 17/12/2015 (Info
577).

FILIAÇÃO SOCIOAFETIVA. AVÓS SOCIOAFETIVOS. O filho, em nome próprio, não


tem legitimidade para deduzir em juízo pretensão declaratória de filiação
socioafetiva entre sua mãe - que era maior, capaz e, ao tempo do ajuizamento da
ação, pré-morta (já falecida) - e os supostos pais socioafetivos dela. Obs: o filho teria
legitimidade para propor ação pedindo o reconhecimento de sua relação de paren-
tesco socioafetivo com os pretensos avós. Aí, contudo, seria outra ação, na qual se
buscaria um direito próprio (e não de sua mãe). STJ. 3ª Turma. REsp 1.492.861-RS,
Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 2/8/2016 (Info 588).

FILIAÇÃO. A paternidade socioafetiva, declarada ou não em registro público, não


impede o reconhecimento do vínculo de filiação concomitante baseado na origem

a l
biológica, com os efeitos jurídicos próprios. Ex: Lucas foi registrado e criado como
n
filho por João; vários anos depois, Lucas descobre que seu pai biológico é Pedro;
io
c
Lucas poderá buscar o reconhecimento da paternidade biológica de Pedro sem que
a
c ER
tenha que perder a filiação socioafetiva que construiu com João; ele terá dois pais;
u
E M d IL
será um caso de pluriparentalidade; o filho terá direitos decorrentes de ambos os
vínculos, inclusive no campo sucessório. STF. Plenário. RE 898060/SC, Rel. Min. Luiz
Fux, julgado em 21 e 22/09/2016 (Info 840). e
rt RO
p o OR
S C 41- m u H 89
FILIAÇÃO. O filho tem direito de ter reconhecida sua verdadeira filiação. Assim,
mesmo que ele tenha nascido durante a constância do casamento de sua mãe e de
m Z .7 .co
seu pai registrais, ele poderá ingressar com ação de investigação de paternidade
u I
V er L0
U4 ma4 il
contra o suposto pai biológico. A presunção legal de que os filhos nascidos durante o
casamento são filhos do marido não pode servir como obstáculo para impedir o
O .
d R 3 g
indivíduo de buscar a sua verdadeira paternidade. STF. Plenário. AR 1244 EI/MG, Rel.
4
A PE D 0 er@
Min. Cármen Lúcia, julgado em 22/09/2016 (Info 840).
l
mi
p lc
ALIMENTOS: A obrigação dos avós de prestar alimentos tem natureza
complementar e subsidiária e somente exsurge se ficar demonstrada a
impossibilidade de os dois genitores proverem os alimentos dos filhos, ou de os
proverem de forma suficiente. Assim, morrendo o pai que pagava os alimentos, só
se poderá cobrar alimentos dos avós se ficar demonstrado que nem a mãe nem o
espólio do falecido têm condições de sustentar o filho. Não tendo ficado
demonstrada a impossibilidade ou a insuficiência do cumprimento da obrigação
alimentar pela mãe, como também pelo espólio do pai falecido, não há como
reconhecer a obrigação do avô de prestar alimentos. O falecimento do pai do
alimentante não implica a automática transmissão do dever alimentar aos avós. STJ.
(Info 587).

ALIMENTOS. TERMO INICIAL. PRESCRIÇÃO: O prazo prescricional para o


cumprimento de sentença que condenou ao pagamento de verba alimentícia
retroativa se inicia tão somente com o trânsito em julgado da decisão que

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reconheceu a paternidade. STJ. (Info 607).

AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE: A coisa julgada estabelecida em ações


de investigação de paternidade deve ser relativizada nos casos em que, no processo,
não houve a realização de exame de DNA e, portanto, não foi possível ter-se certeza
sobre o vínculo genético (STF. Plenário. RE 363889, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em
02/06/2011. Repercussão geral). O STJ entendeu, contudo, que essa relativização da
coisa julgada não se aplica às hipóteses em que o magistrado reconheceu o vínculo
pelo fato de o investigado (ou seus herdeiros) terem se recusado a comparecer ao
laboratório para a coleta do material biológico. Ex: Lucas ajuizou ação de
investigação de paternidade contra João; este se recusou a fazer o DNA, razão pela
qual o juiz julgou a demanda procedente e reconheceu que Lucas é filho de João
(Súmula 301-STJ: Em ação investigatória, a recusa do suposto pai a submeter-se ao
exame de DNA induz presunção juris tantum de paternidade). Depois que esta
sentença transitou em julgado, João ingressou com ação negatória de paternidade
pedindo a relativização da coisa julgada e a realização de exame de DNA. Esta ação

a l
deverá ser extinta sem resolução do mérito pela coisa julgada (art. 485, V, do CPC).
n
Em suma, a relativização da coisa julgada estabelecida em ação de investigação de
io
c
paternidade – em que não foi possível determinar-se a efetiva existência de vínculo
a
c ER
genético a unir as partes – não se aplica às hipóteses em que o reconhecimento do
u
E M d IL
vínculo se deu, exclusivamente, pela recusa do investigado ou seus herdeiros em
comparecer ao laboratório para a coleta do material biológico. STJ. (Info 604).
e
rt RO
o OR
ALIMENTOS: O valor recebido pelo alimentante (devedor) a título de participação
p
S C 41- m u H 89
nos lucros e resultados deve ser incorporado à prestação alimentar devida? Os
valores recebidos a título de “participação nos lucros e resultados” são incluídos no
m Z .7 .co
percentual que é devido a título de pensão alimentícia? Em suma, toda vez que o
u I
V er L0
U4 ma4
automaticamente, pago a mais?
O .
il
devedor receber participação nos lucros e resultados, o valor da pensão deverá ser,

d R 3 g
1ª corrente: NÃO. Os valores recebidos a título de participação nos lucros e
4
A PE D 0 er@
resultados não se incorporam à verba alimentar devida ao menor. É a posição da 3ª
l i
Turma do STJ. REsp 1.465.679-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 09/11/2017
m
(Info 615).
p lc
2ª corrente: SIM. As parcelas percebidas a título de participação nos lucros
configuram rendimento, devendo integrar a base de cálculo da pensão fixada em
percentual, uma vez que o conceito de rendimentos é amplo, especialmente para
fins de cálculo de alimentos. É a corrente adotada pela 4ª Turma do STJ. AgInt no
AREsp 1070204/SE, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 19/09/2017. STJ. 4ª
Turma. REsp 1.561.097-RJ, Rel. Min. Lázaro Guimarães (Desembargador convocado
do TRF da 5ª Região), Rel. Acd. Min. Marco Buzzi, julgado em 06/02/2018 (Info
620). Lei 5.478/68, Art. 4º As despachar o pedido, o juiz fixará desde logo
alimentos provisórios a serem pagos pelo devedor, salvo se o credor
expressamente declarar que deles não necessita. (alimentos provisórios de ofício).

É possível a aplicação imediata do art. 528, § 7º, do CPC/2015 em execução de


alimentos iniciada e processada, em parte, na vigência do CPC/1973. A regra do art.
528, §7º, do CPC/2015, apenas incorpora ao direito positivo o conteúdo da pré-

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existente Súmula 309/STJ, editada na vigência do CPC/1973, tratando-se assim, de
pseudonovidade normativa que não impede a aplicação imediata da nova
legislação processual como determinam os arts. 14 e 1.046 do CPC/2015. STJ. 3ª
Turma. RHC 92.211-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi julgado em 27/02/2018 (Info 621).

PODER FAMILIAR: Discussão sobre a possibilidade de o filho ajuizar ação de exigir


contas em relação aos valores recebidos pelos pais em nome do menor O pai e a
mãe, enquanto no exercício do poder familiar, são usufrutuários dos bens dos
filhos (usufruto legal), bem como têm a administração dos bens dos filhos menores
sob sua autoridade, nos termos do art. 1.689, incisos I e II, do Código Civil.
Por essa razão, em regra, não existe o dever de prestar contas acerca dos valores
recebidos pelos pais em nome do menor, durante o exercício do poder familiar.
Isso porque há presunção de que as verbas recebidas tenham sido utilizadas para a

l
manutenção da comunidade familiar, abrangendo o custeio de alimentação, saúde,
a
vestuário, educação, lazer, entre outros.
io n
Excepcionalmente, admite-se o ajuizamento de ação de prestação de contas pelo

a c
filho, sempre que a causa de pedir estiver fundada na suspeita de abuso de direito
no exercício desse poder.
u c ER
E M d IL
Assim, a ação de prestação de contas ajuizada pelo filho em desfavor dos pais é
possível quando a causa de pedir estiver relacionada com suposto abuso do direito
e
rt RO
ao usufruto legal e à administração dos bens dos filhos. STJ. 3ª Turma. REsp
p o OR
1.623.098-MG, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 13/03/2018 (Info 622).

S C 41- m u H 89
Havendo meios executivos mais adequados e igualmente eficazes para a satisfação
um IZ .7 .co
da dívida alimentar dos avós, é admissível a conversão da execução para o rito da
er L U 4
4 ma il
penhora e da expropriação, a fim de afastar o decreto prisional em desfavor dos
V O . 0
executados. STJ. 3ª Turma. HC 416.886-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em
d R 4 3 g
A PE D
12/12/2017 (Info 617).
0 er@
l
mi
É imprescindível o consentimento de pessoa maior para o reconhecimento de
p lc
filiação post mortem. STJ. 3ª Turma. REsp 1.688.470-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi,
julgado em 10/04/2018 (Info 623)

É possível, em sede de execução de alimentos, a dedução na pensão alimentícia


fixada
exclusivamente em pecúnia das despesas pagas "in natura" com o consentimento do
credor, referentes a aluguel, condomínio e IPTU do imóvel onde residia o exequente.
Vale ressaltar que a regra geral é a incompensabilidade da dívida alimentar (art.
1.707 do CC e eventual compensação deve ser analisada caso a caso, devendo-se
examinar se houve o consentimento, ainda que tácito do credor, e se o pagamento
in natura
foi destinado, efetivamente, ao atendimento de necessidade essencial do
alimentado e não se configurou como mera liberalidade do alimentante. STJ. 3ª
Turma. REsp 1501992-RJ, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em
20/03/2018 (Info 624).

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A coisa julgada material formada em virtude de acordo celebrado por partes maiores
e capazes,versando sobre a partilha de bens imóveis privados e disponíveis e que
fora homologado judicialmente por ocasião de divórcio consensual, não impede que
haja um novo acordo sobre o destino dos referidos bens. STJ. 3ª Turma. REsp
1623475-PR, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 17/04/2018 (Info 624).

Em regra, não deverá haver diferença no valor ou no percentual dos alimentos


destinados a prole pois se presume que, em tese, os filhos - indistintamente -
possuem as mesmas demandas vitais, tenham as mesmas condições dignas de
sobrevivência e igual acesso às necessidades mais elementares da pessoa humana. A
igualdade entre os filhos, todavia, não tem natureza absoluta e inflexível, de modo
que é admissível a fixação de alimentos em valor ou percentual distinto entre os
filhos se demonstrada a existência de necessidades diferenciadas entre eles ou,
ainda, de capacidades contributivas diferenciadas dos genitores Exemplo: João
possui dois filhos, com mulheres diferentes. Para o filho 1, paga 20% de seu salário e

a l
para o filho 2, 15%. O STJ admitiu que essas pensões sejam em valores diferentes
n
porque a capacidade financeira da mãe do filho 2 é muito maior do que a genitora
io
c
do filho 1. STJ. 3ª Turma. REsp 1.624.050/MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em
a
19/06/2018 (Info 628).
u c ER
E M d IL
ALIMENTOS. A teoria do adimplemento substancial não tem incidência nos vínculos
e
rt RO
jurídicos amiliares, revelando-se inadequada para solver controvérsias relacionadas
o OR
a obrigações de natureza alimentar. STJ. 4ª Turma. HC 439.973-MG, Rel. Min. Luis
p
632). S C 41- m u H 89
Felipe Salomão, Rel. Acd. Min. Antonio Carlos Ferreira, julgado em 16/08/2018 (Info

um IZ .7 .co
V er L0
U4 ma4 il
É admissível o uso da técnica executiva de desconto em folha de dívida de natureza
alimentar ainda que haja anterior penhora de bens do devedor. STJ. 3ª Turma. REsp
O .
d R 3 g
1.733.697-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 11/12/2018 (Info 640).
4
A PE D 0 er@
l i
O acordo que estabelece a obrigação alimentar entre ex-cônjuges possui natureza
m
p lc
consensual e, portanto, a incidência de correção monetária para atualização da
obrigação ao longo do tempo deve estar expressamente prevista no contrato. Os
alimentos acordados voluntariamente entre ex-cônjuges, por se encontrarem na
esfera de sua estrita disponibilidade, devem ser considerados como verdadeiro
contrato, cuja validade e eficácia dependem exclusivamente da higidez da
manifestação de vontade das partes apostas no acordo.
Não confundir:
• acordo de alimentos entre ex-cônjuges não prevê atualização monetária da pensão
alimentícia ao longo do tempo: o valor da obrigação se mantém pelo valor histórico
(valor original).
• decisão judicial não prevê atualização monetária da pensão alimentícia: mesmo
assim a
prestação deverá ser corrigida, atualizando-se o valor historicamente fixado.
Observação: a correção monetária explicada acima diz respeito à atualização da
obrigação original fixada no contrato e paga na data do vencimento. Não se estava

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tratando sobre correção monetária de parcelas pagas em atraso. Mesmo que o
contrato não preveja, haveráincidência de correção monetária caso o alimentante
pague a pensão alimentícia após a data do vencimento. STJ. 3ª Turma. REsp
1.705.669-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 12/02/2019 (Info 642).

SÚMULAS

Súmula 596-STJ: A obrigação alimentar dos avós tem natureza complementar


esubsidiária, somente se configurando no caso de impossibilidade total ou parcial de
seu cumprimento pelos pais.

Súmula 277, STJ: Julgada procedente a investigação de paternidade, os alimentos


são devidos a partir da citação.

a l
io n
a c
u c ER
E M d IL
e
rt RO
QUESTÃO p o OR
10: Ano: 2015. Banca: FCC. Órgão: DPE-MA
DIREITO DE
S C 41- m u H 89
FAMÍLIA
um
João Roberto, que completou 18 anos no dia 1° de julho de
IZ .7 .co
er L
2015, comparece à Defensoria Pública na data de hoje, com
U 4
4 ma il
uma sentença que condenou o seu pai a pagar alimentos no

d V R O
4 3 . 0 g
valor de um salário mínimo ao mês, desde a citação, ocorrida
A PE D 0 er@
l
em 1° de julho de 1999. Os documentos apresentados pelo

mi
jovem revelam que o alimentante nunca pagou qualquer valor a
título de alimentos, desde que foram fixados até a presente
p lc
data, razão pela qual João Roberto deseja que seu pai pague
todas as prestações, sob pena de prisão. João nunca foi
emancipado e também não houve causa extintiva do poder
familiar antes do atingimento da maioridade. Diante deste
pedido do autor e considerando as informações constantes da
narrativa acima, o defensor deverá:

a) ajuizar uma ação de execução de alimentos cobrando os


últimos dois últimos anos, únicas parcelas que não foram
atingidas pela prescrição bienal, além de ajuizar ação revisional
de alimentos, para comprovar que, apesar de atingida a
maioridade, João ainda tem necessita dos alimentos.

b) informar João Roberto que não mais é possível a cobrança

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dos alimentos, uma vez que após atingida a maioridade, ocorre
a exoneração do encargo alimentar e, além disso, embora o
direito aos alimentos seja imprescritível, a cobrança das parcelas
já prescreve no prazo de dois anos a partir do momento em que
João Roberto atingiu os 16 anos e, portanto, passou a ser
relativamente incapaz.

c) ajuizar duas ações de execução de alimentos: uma cobrando


as três últimas parcelas vencidas e as que se vencerem no curso
do processo, sob pena de prisão, e a outra cobrando as demais
parcelas desde o mês de julho de 1999, requerendo que o
alimentante faça o pagamento das parcelas vencidas, sob pena
de penhora.

d) ajuizar uma única ação de execução de alimentos, pedindo


que o alimentante pague todas as prestações desde o mês de

a l
julho de 1999, sob pena de prisão civil, diante do caráter da
imprescritibilidade dos alimentos.
io n
a c
c ER
e) ajuizar duas ações de execução de alimentos, cobrando as
u
E M d IL
três últimas parcelas vencidas e as que se vencerem no curso do
processo, sob pena de prisão, e a outra cobrando as demais
e
rt RO
parcelas, mas somente as que não estejam prescritas,
o OR
respeitado o prazo prescricional de 02 anos em relação às
p
u H 89
parcelas vencidas.
S C 41- m
m Z .7 .co
GABARITO COMENTADO:
u I
V er L U 4
0
il
4 ma
CORRETA: Letra C. A questão é interessante, pois aborda
O .
d R 3 g
diversos assuntos do direito em uma única vez. A questão será
4
A PE D 0 er@
comentada de forma geral, pois o comentário demonstrará o
l i
erro das outras alternativas, pelos fundamentos apresentados.
m
p lc
O primeiro ponto a ser analisado é com relação à prescrição. A
prescrição não corre entre ascendentes e descendentes durante
o poder familiar (artigo 197, II do CC). Mesmo correndo
prescrição contra relativamente incapazes (artigo 198, I), no
caso de alimentos o prazo só começa a contar a partir dos 18
anos, que é quando se extingue o poder familiar (artigo 1.630
CC). Logo, todas as parcelas devidas pelo genitor de João
poderão ser cobradas, pois o prazo prescricional começou a
contar do dia em que fez 18 anos.

Ocorre que o pedido de prisão apenas pode ser feito com


relação às três últimas prestações devidas (artigo 528, §7º do
CPC), bem como as que se vencerem durante o processo de
execução (súmula 309 STJ). Isto porque a prisão tem caráter

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excepcional e se justifica, quanto aos pedidos de alimentos,
apenas para garantir que o alimentante tenha meios de suprir
sua subsistência, mas deve ser imediata. Então, se já viveu todo
o tempo sem receber os alimentos anteriores, apesar de
devidos, deverão ser cobrados pelo procedimento comum de
expropriação, portanto, correta a letra C.

Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-MA Prova: FCC - 2018 - DPE-
MA - Defensor Público

Os alimentos gravídicos:

A) dependem de prova da paternidade para a aferição da


legitimidade passiva do devedor dos alimentos.
B) devem ser automaticamente convertidos em pensão
a l
alimentícia em favor do recém-nascido, independentemente de
pedido expresso ou de pronunciamento judicial.
io n
c
C) por se tratar de alimentos deferidos com base em juízo de
a
c ER
probabilidade, não autorizam a prisão civil do devedor.
u
E M d IL
D) deve ser fixado diante de mero indício de gravidez.
E) geram efeitos imediatamente a partir da data em que foram
fixados. e
rt RO
GABARITO: B.
p o OR
S C 41- m u H 89
a) Lei 11804/08. Art. 6o: Convencido da existência de indícios da

um IZ .7 .co
paternidade, o juiz fixará alimentos gravídicos que perdurarão

V er L
O
U
.
4
0
il
até o nascimento da criança, sopesando as necessidades da
4 ma
parte autora e as possibilidades da parte ré.
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
b) Lei 11804/08. Art. 6o Parágrafo único. Após o nascimento
l i
com vida, os alimentos gravídicos ficam convertidos em pensão
m
p lc
alimentícia em favor do menor até que uma das partes solicite a
sua revisão.

c) Não há tal vedação em nenhum lugar. Com efeito, o art. 11 da


lei 11804/08 dispõe que aplica-se subsidiariamente as
disposições do CPC (a lei faz referência ao CPC/73, mas agora
deve-se interpretar como CPC/15). Assim, é perfeitamente
possível a prisão civil do devedor de alimentos, mesmo que
gravídicos.

d) Lei 11804/08. Art. 6o: Convencido da existência de indícios da


paternidade, o juiz fixará alimentos gravídicos que perdurarão
até o nascimento da criança, sopesando as necessidades da
parte autora e as possibilidades da parte ré.

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e) Para a doutrina, os efeitos são retroativos: Agora, com o
nome de gravídicos, os alimentos são garantidos desde a
concepção. A explicitação do termo inicial da obrigação acolhe a
doutrina que há muito reclamava a necessidade de se impor a
responsabilidade alimentar com efeito retroativo a partir do
momento em que são assegurados direitos ao nascituro (Maria
Berenice Dias, alimentos gravídicos, 2008)

Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-MA Prova: FCC - 2018 - DPE-
MA - Defensor Público

O reconhecimento voluntário da paternidade ou da


maternidade socioafetiva:

l
A) pode ser feita judicial ou extrajudicialmente e, neste caso,
a
io
no reconhecimento de mais de dois pais ou de duas mães.n
somente pode ser feito unilateralmente e não poderá implicar

a c
B) pode ser feito judicial ou extrajudicialmente, unilateral ou

u c ER
bilateralmente, sem qualquer restrição quanto ao número de
d IL
pais ou de mães reconhecidos no registro.
E M
e
C) se trata de processo de jurisdição necessária e, portanto,
rt RO
deve ser feito por meio de ação de judicial de investigação de
p o OR
paternidade ou de ação de adoção.

S C 41- m u H 89
D) pode ser feita judicial ou extrajudicialmente e, neste caso,
pode ser feito unilateral ou bilateralmente, desde que não
um IZ .7 .co
er L
implique no reconhecimento de mais de dois pais ou de duas
U
mães. 4 il
4 ma
d V R O 3 . 0
E) uma vez realizado judicialmente por meio de devido processo
4 g
A PE D 0 er@
legal, obsta a discussão judicial a respeito da realidade biológica.
l i
GABARITO: A. Pessoal, trata-se de uma questão com ALTO
m
lc
ÍNDICE DE ERROS (80%), então fiquem atentos!!
p
PROVIMENTO 63 DO CNJ (PRA NÃO ERRAR MAIS!)

O reconhecimento voluntário da paternidade ou da


maternidade socioafetiva pode ser feita judicial ou
extrajudicialmente e, neste caso, somente pode ser feito
unilateralmente e não poderá implicar no reconhecimento de
mais de 02 pais ou de 02 mães.

PROVIMENTO 63 CNJ:

Art. 14. O reconhecimento da paternidade ou maternidade


socioafetiva somente poderá ser realizado de forma unilateral e
não implicará o registro de mais de dois pais e de duas mães no

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campo FILIAÇÃO no assento de nascimento.

Art. 15. O reconhecimento espontâneo da paternidade ou


maternidade socioafetiva não obstaculizará a discussão judicial
sobre a verdade biológica.

-> O provimento unifica no território nacional a autorização do


reconhecimento voluntário da parentalidade socioafetiva
perante os oficiais de registro civil das pessoas naturais, ou seja,
extrajudicialmente, tornando desnecessária a provocação das
varas de família e da infância e juventude.

-> É expressamente, permitido a multiparentalidade, exigindo


apenas o respeito ao limite registral de dois pais e de duas mães
no campo da filiação. Reitera e solidifica a decisão do Supremo
Tribunal Federal proferida no julgamento do RE 898.060-SC: A

a l
paternidade socioafetiva, declarada ou não em registro público,
não impede o reconhecimento do vínculo de filiação
io n
c
concomitante baseado na origem biológica, com os efeitos
a
jurídicos próprios.
u c ER
E M d IL
12.
e
rt RO
ESTATUTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA E TOMADA DE DECISÃO APOIADA

p o OR
S C 41- m u H 89
O Estatuto da Pessoa com Deficiência, marco no Brasil por ter sido junto ao seu
protocolo facultativo, o primeiro tratado internacional de Direitos Humanos, a ter

um
status de Emenda Constitucional, trouxe uma inegável evolução para a promoção da
IZ .7 .co
er L U il
dignidade humana, inerente a todos os cidadãos, sem discriminação.
4 ma4
d V R O 3 . 0 g
Neste sentido, ao alterar os artigos 3º e 4º, do Código Civil, foi conferida plena
4
A PE D 0 er@
capacidade aos portadores de deficiência, para o desenvolvimento de todos os atos
l i
da vida civil. Assim, a deficiência não afeta a plena capacidade civil, tendo o indivíduo
m
p lc
direito de casar, exercer os direitos sexuais e reprodutivos, ter filhos e conservar sua
fertilidade, usufruir do convício familiar, bem como exercer guarda, tutela, curatela e
adoção.

Como medida de proteção e preservação dos direitos, foi criado o instituto da


tomada de decisão apoiada (artigo 1.783 – A CC), que consiste em ato unilateral de
vontade da pessoa com deficiência que nomeia, ao menos, duas outras pessoas
idôneas para apoiá-lo nas decisões sobre a vida civil.

O pedido será feito ao juiz, que, junto com medida multidisciplinar, após a
oitiva do Ministério Público, e das pessoas que serão apoiadoras, decidirá sobre a
pretensão.

Após a autorização, em caso de negócio jurídico que possa trazer risco ou


prejuízo relevante, havendo discordância de opiniões entre a pessoa apoiada e um dos

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apoiadores, deverá o juiz, ouvindo o Ministério Público, decidir sobre a questão.

A pessoa apoiada pode, a qualquer tempo, solicitar ao juiz sua exclusão de sua
participação em processo de tomada de decisão apoiada, sendo o desligamento
condicionado a autorização judicial.

Diante da evolução do ordenamento jurídico, o instituto da curatela (artigos


1.767 e seguintes do CC) passou a ser medida excepcional, aplicada em último caso,
porém, desvinculada da deficiência em si, sendo o procedimento hoje mais aplicado
aos idosos em idade avançada, que demandam apoio especial.

Em que pese o erro no termo trazido pelo novo Código de Processo Civil
(artigos 747 a 758), há entendimento é que o antigo instituto da interdição não existe
mais, sendo que o título deveria ser “curatela”, já que as limitações estão ligadas a
questões patrimoniais, de forma que o curatelado exerce todos os outros direitos de
forma livre. No entanto, existe forte corrente no sentido de ainda existir a interdição.

a l
INFORMATIVO
io n
a c
c ER
O motivo que levou o juiz a decretar a curatela pode deixar de existir. Neste caso,
u
E M d IL
deverá ser ajuizada uma ação para levantamento da curatela. É o que prevê o art. 756
do Código Civil: Art. 756. Levantar-se-á a curatela quando cessar a causa que a
e
rt RO
determinou. § 1º O pedido de levantamento da curatela poderá ser feito pelo
o OR
interdito, pelo curador ou pelo Ministério Público e será apensado aos autos da
p
S C 41- m u H 89
interdição. O rol de legitimados para propor a ação de levantamento de curatela,
previsto no art. 756, § 1º do CPC/2015, não é taxativo. Exemplo: João foi atropelado
m Z .7 .co
por um veículo conduzido por funcionário da empresa “X”. Em razão das sequelas
u I
V er L0
U4 ma4 il
sofridas, João foi interditado. Em ação de indenização movida por João contra a
empresa, a ré foi condenada a pagar pensão mensal vitalícia em virtude de,
O .
d R 3 g
supostamente, o autor não poder mais trabalhar. Passados alguns anos, a empresa “X”
4
A PE D 0 er@
ajuizou ação de levantamento da curatela em face de João ao fundamento de que há
l i
prova, posterior à sentença de interdição, que atestaria que o interdito não possui
m
p lc
mais a enfermidade que justificou a sua interdição. Por entender que existem
elementos probatórios suficientes para demonstrar que o interdito não possui mais a
patologia que resultou em sua interdição, o que poderia gerar também a cessação da
pensão vitalícia, o STJ concluiu que a empresa, mesmo não estando no rol do art. 756,
§ 1º do CPC/2015, possui legitimidade para o ajuizamento da ação de levantamento da
curatela. STJ. 3ª Turma. REsp 1.735.668-MT, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em
11/12/2018 (Info 640).

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Ano: 2016 Banca: FCC Órgão: DPE-BA Prova: FCC - 2016 - DPE-BA -
Defensor Público
QUESTÃO:
ESTATUTO DA A pessoa com deficiência recebeu um novo estatuto que, dentro
DEFICIÊNCIA dos limites legais, destina-se a assegurar e a promover, em
condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades
fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua inclusão
social e cidadania. Dentre as novidades introduzidas, destaca-se o
entendimento que:

A) a deficiência não afeta a plena capacidade civil da pessoa,


inclusive para casar-se, constituir união estável e exercer
direitos sexuais e reprodutivos.
B) para emissão de documentos oficiais será exigida a situação
de curatela da pessoa com deficiência.
C) a pessoa com deficiência está obrigada à fruição de
benefícios decorrentes de ação afirmativa.
a l
io n
D) a pessoa com deficiência poderá ser obrigada a se submeter
c
à intervenção clínica ou cirúrgica, a tratamento ou à
a
c ER
institucionalização forçada, sempre com recomendação
u
emergência. E M d IL
médica, independentemente de risco de morte ou

e
rt RO
E) a educação constitui direito da pessoa com deficiência, a ser
o OR
exercido em escola especial e direcionada, em um local que
p
S C 41- m
GABARITO: A.
u H 89
não se conviva deficientes e não-deficientes.

um IZ .7 .co
V O er L.
U
0
4
4 ma il
Lei 13.146/2015

d R 4 3 g
a) Art. 6o A deficiência não afeta a plena capacidade civil da
A PE D 0 er@
pessoa, inclusive para:
l
mi
lc
I - casar-se e constituir união estável;
p
II - exercer direitos sexuais e reprodutivos;

b) Art. 86. Para emissão de documentos oficiais, não será exigida a


situação de curatela da pessoa com deficiência.

c) Art. 4º. § 2o A pessoa com deficiência não está obrigada à


fruição de benefícios decorrentes de ação afirmativa.

d) Art. 11. A pessoa com deficiência não poderá ser obrigada a se


submeter a intervenção clínica ou cirúrgica, a tratamento ou a
institucionalização forçada.

e) Art. 27. A educação constitui direito da pessoa com deficiência,

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asseguradossistema educacional inclusivo em todos os níveis e
aprendizado ao longo de toda a vida, de forma a alcançar o máximo
desenvolvimento possível de seus talentos e habilidades físicas,
sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas características,
interesses e necessidades de aprendizagem.

13. DIREITO DAS SUCESSÕES


a l
io n
c
O direito das sucessões tem por objetivo regulamentar a transmissão do
a
c ER
patrimônio de uma pessoa que faleceu a seus herdeiros e legatários. À sucessão se
u
E M d IL
aplica o princípio do droit de saisine, segundo o qual os herdeiros entram na posse
imediata dos bens do de cujos, a partir do momento em que ocorreu a morte.
e
rt RO
o OR
A capacidade sucessória será analisada com base nas leis vigentes no momento
p
S C 41- m u H 89
da abertura da sucessão, ou seja, no momento da morte, conforme exposto acima. São
pressupostos para suceder: existência e vocação hereditária. Quanto aos herdeiros,
m IZ .7 .co
são considerados como herdeiros necessários os ascendentes, os descendentes e o
u
legítima:
V O er L
.
U
0
4
4 ma il
cônjuge/companheiro. O artigo 1829 do Código Civil estabelece a ordem de sucessão

d R 4 3 g
Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte:
A PE D 0 er@
l
I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo

mi
se casado este com o falecido no regime da comunhão universal, ou no da
separação obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo único); ou se, no

p lc
regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens
particulares;
II - aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge;
III - ao cônjuge sobrevivente;
IV - aos colaterais.

Somente é reconhecido direito sucessório ao cônjuge sobrevivente se, ao


tempo da morte do outro, não estavam separados judicialmente, nem separados de
fato há mais de dois anos, salvo prova, neste caso, de que essa convivência se tornara
impossível sem culpa do sobrevivente.

Observação nova abaixo!!!

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A sucessão testamentária decorre da disposição de última vontade (autonomia
privada). Nesse caso, teremos os herdeiros testamentários, também chamados
de herdeiros instituídos, que são indicados como beneficiários da herança por
disposição de última vontade. Não se pode confundir herdeiro com legatário. O
legatário é o sucessor instituído por testamento para receber um determinado
bem, certo e individualizado, a título singular. O legatário não é herdeiro!

Aceitação da herança: consiste na manifestação de vontade do herdeiro de perceber o


l
quinhão que lhe é de direito, podendo ser expressa ou tácita. Não se admite que seja
a
n
aceita a herança por partes, ou seja, ou o herdeiro aceita todo o quinhão que lhe é de
io
direito, ou renuncia à herança.
a c
u c ER
Não exprimem aceitação de herança os atos oficiosos, como o funeral do

E M d IL
finado, os meramente conservatórios, ou os de administração e guarda provisória. Não
e
importa igualmente aceitação a cessão gratuita, pura e simples, da herança, aos
rt RO
demais coerdeiros.
p o OR
S C 41- m u H 89
Renúncia: consiste no direito que o herdeiro tem de rechaçar a herança que lhe é de

um
direito, devendo ser pura e simples, não podendo comportar termo ou condições. É
IZ .7 .co
er L
ato jurídico formal, devendo constar de instrumento público ou de termo nos autos. A
U 4
4 ma il
renúncia apenas pode ocorrer após a abertura da sucessão. Uma vez formalizada

d V O 3 . 0 g
retroage à abertura da sucessão e o herdeiro é tratado como se nunca tivesse existido.
R 4
A PE D 0 er@
l
mi
Realizada a renúncia, a parte do renunciante passa aos outros herdeiros. Se o
renunciante falecer, seus sucessores nada recebem, a não ser que ele seja o único de
p lc
sua classe, sucedendo, neste ato, por direito próprio.

São irrevogáveis os atos de aceitação ou de renúncia da herança.

Sucessão do cônjuge e do companheiro: a união estável é reconhecida como entidade


familiar desde a promulgação da Constituição de 1988 (artigo 227, §3º), mas, mesmo
com amparo constitucional, quando da elaboração do Código Civil de 2002, não houve
a observância dos princípios da igualdade e da não discriminação.

Isto porque a sucessão do companheiro foi disposta no artigo 1790, do Código


Civil, em sessão distinta da sucessão do cônjuge, sendo tratada de maneira diferente e
prejudicial, já que, mesmo sendo considerado herdeiros necessários, nos termos do
artigo 1845, do Código Civil, eram conferidos quinhões menores aos companheiros se
comparados com os dos cônjuges.

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Buscando sanar tais inconstitucionalidades, o Supremo Tribunal Federal, em
julgamento de Ação Direta de Inconstitucionalidade, reconheceu pela
inconstitucionalidade do artigo 1790, do Código Civil, determinando que a sucessão
dos companheiros deva seguir as mesmas regras aplicadas às sucessões dos cônjuges.

 O juízo competente para a sucessão é o do local do último domicílio do


falecido.

 A sucessão pode ocorrer pela lei ou pela vontade do falecido, neste caso por
meio de testamento. Porém, havendo herdeiro necessário, deve ser garantida a
legítima, podendo haver disposição testamental apenas da metade (50%) dos
bens da herança.

 O direito à sucessão aberta, bem como o quinhão a que disponha o coerdeiro,


pode ser objeto de cessão por escritura pública. O coerdeiro não pode ceder a
sua quota a pessoa estranha à sucessão, se outro coerdeiro a quiser, tanto por
tanto.
a l

io n
O herdeiro pode, em ação de petição de herança, demandar o reconhecimento
c
de seu direito sucessório, para obter a restituição da herança, ou de parte dela,
a
c ER
contra quem na qualidade de herdeiro ou mesmo sem título, a possua.
u

E M d IL
Havendo descendentes e cônjuge, a sucessão será conferida: aos
e
rt RO
descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado

o OR
este com o falecido no regime da comunhão universal, ou no da separação
p
S C 41- m u H 89
obrigatória de bens, ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança
não houver deixado bens particulares;


um IZ .7 .co
er L
Não havendo descendentes, o cônjuge ou companheiro concorrerá com os
U 4
4 ma il
ascendentes, sendo que cada um receberá 1/3 da herança, cabendo-lhe a
V O 3 . 0
metade se houver apenas um ascendente, ou se maior for o grau.
d R 4 g
 A PE D 0 er@
Não havendo descendentes nem ascendentes o cônjuge ou companheiro
l i
sucederá sozinho e, na sua falta, serão chamados à sucessão os herdeiros
m
colaterais.
p lc
 Direito real de habitação: ao cônjuge e ao companheiro sobrevivente é
garantido o direito real de habitação relativamente ao imóvel destinado à
residência da família, desde que seja o único daquela natureza a inventariar.

O artigo 1831 do Código Civil apenas mencionou o cônjuge como detentor do direito
real de habitação no texto legal, mas tanto a doutrina quanto a jurisprudência
estendem os efeitos ao companheiro. Porém, em algumas provas já cobraram a
literalidade do artigo, não englobando o companheiro, devendo o candidato ter

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atenção ao texto da questão para respondê-la.

 Representação: Dá-se o direito de representação, quando a lei chama certos


parentes do falecido a suceder-lhe em todos os direitos, em que ele sucederia
se vivo fosse.

Sucessão por estirpe: ocorre quando a sucessão se dá por herdeiros que


tenham graus diferentes, de modo que determinado grupo representa o
herdeiro de mesmo grau aos outros herdeiros, porém já falecido. Neste caso,
os representantes terão direito a uma quota igual a dos outros herdeiros e,
dessa quota, será feita a partilha aos que representa. A sucessão por estirpe dá-
se em linha reta descendente, sendo exceção, na linha transversal, quanto aos
sobrinhos e tios.

Sucessão por cabeça: ocorre quando todos os herdeiros são do mesmo grau,
tendo cada herdeiro direito a uma quota igual na herança.

a l

io n
Quando o regime de bens for de comunhão total ou comunhão parcial, não
c
deixando o de cujos bens particulares, o cônjuge e companheiro não serão
a
c ER
herdeiros, mas apenas meeiros, pois terão direito à metade dos bens que
u
dividia com o falecido.
E M d IL

e
Toda pessoa capaz pode dispor, por testamento, da totalidade de seus bens, ou
rt RO
o OR
de parte deles, para depois da sua morte.
p
 u H 89
Em execução de dívida divisível do autor da herança ajuizada após a partilha,
S C 41- m
cada herdeiro beneficiado pela sucessão responde na proporção da parte que
um IZ .7 .co
lhe cabe na herança. 42


V O er L
. 0
U4 ma4 il
O espólio possui legitimidade para ajuizar ação de cobrança de indenização
d R 4 3 g
securitária decorrente de invalidez permanente ocorrida antes da morte do
A PE D 0 er@
segurado. Isto porque, o direito a indenização de seguro por invalidez é
l i
meramente patrimonial, ou seja, submete-se à sucessão aberta com a morte
m
lc
do segurado, mesmo sem ação ajuizada pelo de cujos. 43
p
 O filho de autor da herança tem direito de exigir de seus irmãos a colação dos
bens que receberam em via doação a título de adiantamento da legítima.

TÓPICOS SOBRE SUCESSÃO


É o princípio que define o momento em que o
patrimônio é transferido aos herdeiros. Assim,
de acordo com o 1.748, a transmissão
patrimonial dos bens do de cujos é automática,
ocorre no instante em que a morte se

42
STJ . REsp 1.367.942 - SP
43
STJ. REsp 1.335.407 - RS

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SAISINE consolida.

Visa evitar que o patrimônio do de cujus fique


sem titular por muito tempo, assim, estabelece
a imediata transferência ficta de pleno direito
dos bens do falecido, para seus herdeiros com
capacidade sucessória, quando da abertura da
sucessão. Nota-se, portanto, que dispensa
qualquer manifestação de vontade acerca da
aceitação da herança.

O Código Civil veda o Pacta de Corvina,


contrato realizado com objeto herança de
pessoa viva.

Para a sucessão é o do local do último domicílio


JUÍZO COMPETENTE do falecido.
a l
io n
Descendentes,
c
ascendentes,
a
cônjuge
sobrevivente
c ER
(cônjuge
u
supersiste),
SÃO HERDEIROS LEGÍTIMOS
d IL
companheiro sobrevivente, colaterais até o 4º
grau.
E M
e
rt RO
HERDEIROS NECESSÁRIOS, QUE p o OR
Descendentes, ascendentes e
S C 41- m
FAZEM JUS À LEGÍTIMA u H 89
cônjuge/companheiro.

um IZ .7 .co
er L
A meação é a divisão do patrimônio dos bens
U 4
4 mail comuns, que ocorrerá entre

d V R O
4 3 . 0 g cônjuges/companheiros em razão da
A PE D 0 er@
l
dissolução da sociedade conjugal, a depender
MEAÇÃO X SUCESSÃO
mi do regime de bens escolhido.
Ao contrário da meação, a sucessão é a
p lc transmissão de titularidade da parte disponível
e da metade da meação do falecido (legítima).
Assim, percebe-se que onde o cônjuge meia,
ele não sucede.
Será dividido por cabeça entre os
descendentes, podendo concorrer com o
SUCESSÃO DOS DESCENDENTES cônjuge. Os mais próximos excluem os mais
remotos, podendo haver direito de
representação.

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Receberão por linhas e podem concorrer com o
cônjuge. Só receberão se não houver
SUCESSÃO DOS ASCENDENTES descendentes e os mais próximos excluem os
mais remotos. Não cabe direito de
representação.

O cônjuge e companheiros, consoante


entendimento do STF, equiparam-se em
direitos sucessórios. Assim, podem suceder de
SUCESSÃO DO CÔNJUGE E forma isolada ou concorrente, havendo
COMPANHEIRO descendentes ou ascendentes, dependendo,
também, do regime de bens adotado ao tempo
da relação conjugal.

Os colaterais são a última classe da ordem de

a l
vocação hereditária, assim, ocorrerá apenas
quando não existirem os demais herdeiros e
SUCESSÃO DOS COLATERAIS
io n
nem cônjuge sobrevivente, pois não há

a c
concorrência entre cônjuge e colateral.
Ademais, pode
u c ERocorrer direito de
d IL
representação (exceção art. 1853, CC).
E M
e
rt RO
p o OR
Ato personalíssimo e revogável pelo qual

S C 41- m u H 89
alguém, em conformidade com a lei, não só
dispõe, para depois de sua morte, no todo ou

um IZ .7 .co
SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA em parte, do seu patrimônio, mas também faz

V Oer L U
. 0
4
4 mail outras estipulações”. Assim, poderá ter
disposições patrimoniais ou extrapatrimonais.
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l Ordinário: público, particular e cerrado.
ESPÉCIES DE TESTAMENTO
mi Especiais: marítimo, aeronáutico e militar

p lc A indignidade pode ser em relação a qualquer


sucessor, herdeiro ou legatário. Já a
deserdação só pode ser de herdeiros
necessários. O reconhecimento da indignidade
se dá através de uma ação ordinário de
indignidade, já a deserdação, por testamento
homologado pelo juiz.

Na deserdação, sobre o autor da herança é o


ofendido e não há prazo.

A ação de indignidade pode ser promovida por


qualquer interessado, no prazo decadencial de
INDIGNIDADE E DESERDAÇÃO 4 anos.

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Atenção para a Lei 13.532/2017, que modificou
o art. 1815, do CC.
Art. 1.814. São excluídos da sucessão os herdeiros
ou legatários:
I - que houverem sido autores, co-autores ou
partícipes de homicídio doloso, ou tentativa deste,
contra a pessoa de cuja sucessão se tratar, seu cônjuge,
companheiro, ascendente ou descendente;
II - que houverem acusado caluniosamente em
juízo o autor da herança ou incorrerem em crime contra
a sua honra, ou de seu cônjuge ou companheiro;
III - que, por violência ou meios fraudulentos,
inibirem ou obstarem o autor da herança de dispor
livremente de seus bens por ato de última vontade.
Art. 1.815. A exclusão do herdeiro ou legatário,
em qualquer desses casos de indignidade, será declarada
por sentença.
Parágrafo único. O direito de demandar a
a l
exclusão do herdeiro ou legatário extingue-se em quatro

io
anos, contados da abertura da sucessão. n
a c
§ 1o O direito de demandar a exclusão do
herdeiro ou legatário extingue-se em quatro anos,

u c ER
contados da abertura da sucessão. (Redação

E M d IL
dada pela Lei nº 13.532, de 2017)
§ 2o Na hipótese do inciso I do art. 1.814, o
e
rt RO
Ministério Público tem legitimidade para demandar a

p o OR
exclusão do herdeiro ou legatário.
Lei nº 13.532, de 2017)
(Incluído pela

S C 41- m u H 89 Art. 1.816. São pessoais os efeitos da exclusão; os


descendentes do herdeiro excluído sucedem, como se

um IZ .7 .co ele morto fosse antes da abertura da sucessão.

V O er L
. 0
U4 ma4 il Parágrafo único. O excluído da sucessão não terá
direito ao usufruto ou à administração dos bens que a

d R 4 3 g seus sucessores couberem na herança, nem à sucessão

A PE D 0 er@
l
eventual desses bens.

mi
TABELA NOVA!!!
p lc
INDIGNIDADE SUCESSÓRIA DESERDAÇÃO
Matéria de sucessão legítima e
Matéria de sucessão testamentária.
testamentária.
Somente atinge os herdeiros
Alcança qualquer classe de herdeiro. necessários (ascendentes,
descendentes e cônjuge).
Existem hipóteses de deserdação que
As hipóteses de indignidade servem
não alcançam a indignidade (arts. 1.962
para a deserdação.
e 1.963).
Há pedido de terceiros interessados ou Realizada por testamento, com
do MP, com confirmação em sentença declaração de causa e posterior
transitada em julgado. confirmação por sentença.

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NOVIDADE LEGISLATIVA: A Lei nº 13.532/2017 passou a conferir legitimidade
ao Ministério Público para promover ação visando a declaração de
indignidade de herdeiro ou legatário, incluindo o §2º no artigo 1.815: §2o
Na hipótese do inciso I do art. 1.814, o Ministério Público tem legitimidade
para demandar a exclusão do herdeiro ou legatário.

TABELA NOVA!!!

REGIMES EM QUE O CÔNJUGE HERDA EM REGIME EM QUE O CÔNJUGE NÃO


CONCORRÊNCIA SUCESSÓRIA
Comunhão parcial de bens, havendo bens
HERDA EM CONCORRÊNCIA SUCESSÓRIA
a l
Comunhão parcial de bens, não havendo
particulares.
io
bens particulares.n
Participação final nos aquestos
a c
Comunhão universal de bens
Separação convencional de bens (pacto
u c ER
Separação obrigatória de bens (art. 1.641,
antenupcial)
E M d IL CC)

e
rt RO
JURISPRUDÊNCIA
p o OR
S C 41- m u H 89
SUCESSÕES: A viúva meeira que não ostente a condição de herdeira é parte ilegítima
um IZ .7 .co
para figurar no polo passivo de ação de petição de herança na qual não tenha sido
er L U4 ma4 il
questionada a meação, ainda que os bens integrantes de sua fração se encontrem
V O . 0
em condomínio «pro indiviso» com os bens pertencentes ao quinhão hereditário.
d R 4 3 g
A PE D
STJ (Info 578).
0 er@
l
mi
NULIDADE DE PARTILHA: Ocorrido o falecimento do autor da ação de investigação
p lc
de paternidade cumulada com nulidade da partilha antes da prolação da sentença,
sem deixar herdeiros necessários, detém o herdeiro testamentário, que o sucedeu a
título universal, legitimidade e interesse para prosseguir com o feito, notadamente,
pela repercussão patrimonial advinda do potencial reconhecimento do vínculo
biológico do testador. STJ. (Info 592).

UNIÃO ESTÁVEL. DIREITO SUCESSÓRIO: No sistema constitucional vigente, é


inconstitucional a diferenciação de regimes sucessórios entre cônjuges e
companheiros, devendo ser aplicado, em ambos os casos, o regime estabelecido no
artigo 1.829 do Código Civil. STF. Assim, no art. 1.829 do CC, onde se lê: “cônjuge”,
deve-se agora ler: “cônjuge ou companheiro(a)” Como consequência dessa decisão,
o companheiro passa a ser considerado herdeiro necessário. Plenário. RE
646721/RS, Rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso e RE
878694/MG, Rel. Min. Roberto Barroso, julgados em 10/5/2017 (repercussão geral)
(Info 864).

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TESTAMENTO: O art. 1.867 do Código Civil traz as seguintes exigências adicionais no
caso de testamento feito por pessoa cega. Exige-se: a) que o testamento seja
público; a) que sejam realizadas duas leituras do testamento (se não for cego, basta
uma); b) que o tabelião declare expressamente no testamento que o testador é
cego. Em um caso concreto, indivíduo cego procurou o tabelionato de notas para
fazer um testamento público. O testamento foi produzido no cartório pelo tabelião.
Ocorre que houve apenas uma leitura em voz alta pelo tabelião na presença do
testador e de duas testemunhas. Além disso, não houve expressa menção no corpo
do documento da condição de cego do testador. Apesar disso, o STJ entendeu que
não houve nulidade. O descumprimento de exigência legal para a confecção de
testamento público – segunda leitura e expressa menção no corpo do documento da
condição de cego – não gera a sua nulidade se mantida a higidez da manifestação de
vontade do testador. STJ. (Info 610).

SUCESSÕES: Parentes colaterais (exs: irmão, tios, sobrinhos) não possuem

a l
legitimidade ativa para ajuizar ação pedindo que se anule a adoção realizada pelo
n
seu parente já falecido, no caso em que o de cujus deixou cônjuge ou companheira
io
c
viva. Isso porque tais parentes colaterais não terão direito à herança mesmo que se
a
c ER
exclua o filho adotivo. Não terão direito à herança porque o art. 1.790 do Código
u
E M d IL
Civil, que autoriza os colaterais a herdarem em conjunto com a companheira
sobrevivente, foi declarado inconstitucional pelo STF. Logo, em caso de sucessão
e
rt RO
causa mortis do companheiro, deverão ser aplicadas as mesmas regras da sucessão
o OR
causa mortis do cônjuge, regras essas que estão previstas no art. 1.829 do CC. Em
p
S C 41- m u H 89
outras palavras, se o indivíduo faleceu deixando uma companheira (união estável),
esta herdará exatamente como se fosse esposa (casamento). Pelas regras do art.
m Z .7 .co
1.829, se o falecido morreu sem deixar descendentes (filhos, netos etc.) ou
u I
V er L U
0
4
4 ma il
ascendentes (pais, avós etc.), a sua companheira terá direito à totalidade da
herança, sem ter que repartir nada com os demais parentes colaterais (como
O .
d R 3 g
irmãos, tios, sobrinhos etc.). Ex: João e Maria viviam em união estável. Decidiram
4
A PE D 0 er@
adotar uma criança (Lucas). Logo em seguida, João faleceu. Seus únicos herdeiros
l i
eram Maria e Lucas. Pedro, irmão de João, de olho nos bens deixados pelo falecido,
m
p lc
ingressou com ação pedindo a anulação da adoção de Lucas. Como o art. 1.790 do
CC não vale mais, para Pedro, nada muda juridicamente se conseguir anular a
adoção feita por seu irmão. Ele não terá nenhum ganho jurídico com essa decisão.
Dessa forma, se ele não possui interesse jurídico no resultado do processo, ele não
tem legitimidade para propor esta ação de anulação. STJ. 4ª Turma. REsp 1.337.420-
RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 22/8/2017 (Info 611).

INVENTÁRIO: Possibilidade de a parte já ingressar direto na via ordinária por


entender que o juízo do inventário não é competente para a demanda O art. 612
do CPC/2015 prevê o seguinte:
Art. 612. O juiz decidirá todas as questões de direito desde que os fatos relevantes
estejam provados por documento, só remetendo para as vias ordinárias as
questões que dependerem de outras provas.
A parte, antevendo que o pedido que será formulado não se enquadra na
competência do juízo do inventário, já pode ajuizar a ação autônoma no juízo

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competente, aplicando-se o art. 612.
Assim, é cabível o ajuizamento de ação autônoma perante o juízo cível quando se
constatar, desde logo, a necessidade de dilação probatória incompatível com o rito
especial do inventário. STJ. 3ª Turma. REsp 1.480.810-ES, Rel. Min. Nancy Andrighi,
julgado em 20/03/2018 (Info 622).

SUCESSÃO DE COMPANHEIRO: Se o falecido deixou apenas companheira (sem


ascendentes ou descendentes), ela herdará a totalidade da herança. Na falta de
descendentes e ascendentes, será deferida a sucessão por inteiro ao cônjuge ou
companheiro sobrevivente, não concorrendo com parentes colaterais do de cujus.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.357.117-MG, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em
13/03/2018 (Info 622).

Tendo sido declinados na petição inicial todos os dados pessoais indispensáveis à


correta identificação dos herdeiros, inclusive os seus respectivos endereços, devem
ser eles citados pessoalmente por carta com aviso de recebimento, vedada a
citação por oficial de justiça (porque comprometeria a duração razoável do
a l
n
processo). STJ. 3ª Turma. REsp 1.584.088-MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em
io
15/05/2018 (Info 626).
a c
u c ER
SÚMULA
E M d IL
e
rt RO
o OR
Súmula 112 do STF: o imposto de transmissão "causa mortis" é devido pela
p
u H 89
alíquota vigente ao tempo da abertura da sucessão.
S C 41- m
m Z .7 .co
Súmula 149 STF: É imprescritível a ação de investigação de paternidade, mas não o
u I
V O er L
.
U
é a de petição de herança.
0
4
4 ma il
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
mi
p lc

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Ano: 2016. Banca: FCC. Órgão: DPE-BA

QUESTÃO 11: No direito das sucessões, o droit de saisine:


SUCESSÃO
a) não foi incorporado ao direito brasileiro, uma vez que é
necessária a aceitação da herança para que seja transferida a
propriedade e a posse dos bens herdados.

b) se aplica ao Município quando ele é sucessor em razão da


vacância da herança, conforme entendimento do Superior Tribunal
de Justiça.

c) determina que a herança será transmitida, desde logo, tanto aos


herdeiros legítimos como aos testamentários, no exato momento
da morte, independentemente de quaisquer outros atos.

d) permite que o herdeiro ceda qualquer bem da herança


a l
considerado singularmente antes da ultimação da partilha.
io n
a c
c ER
e) estabelece que os herdeiros legítimos adquirem a posse da
u
do autor da herança.
E M d IL
herança no exato momento em que tomam ciência do falecimento

e
rt RO
_____________________________________________________
GABARITO COMENTADO:
p o OR
S C 41- m u H 89
CORRETA: Letra C - O princípio do droit de saisine estabelece que a
sucessão ocorra concomitante ao falecimento, com a transferência
m Z .7 .co
imediata do bem, nos mesmos termos expressos pela alternativa, e
u I
V Oer L U
. 0
4
4 mail
corroborando o que expõe o artigo 1.784 do CC.

d R 3 g
INCORRETAS:
4
A PE D 0 er@
l i
A) Incorreta, já que é a regra do direito brasileiro, conforme artigo
m
lc
1.784 do CC.
p
B) está incorreta, porque o Estado (em sentido amplo), não é
sucessor, tecnicamente falando, mas apenas toma os bens vagos.
Isso fica claro na parte final do art. 1.819: “Falecendo alguém sem
deixar testamento nem herdeiro legítimo notoriamente conhecido,
os bens da herança, depois de arrecadados, ficarão sob a guarda e
administração de um curador, até a sua entrega ao sucessor
devidamente habilitado ou à declaração de sua vacância”.

D) está incorreta, na forma do art. 1.793, § 2º: “É ineficaz a cessão,


pelo coerdeiro, de seu direito hereditário sobre qualquer bem da
herança considerado singularmente”.

E) está incorreta, mais uma vez, de acordo com o art. 1.784, porque

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independe a transmissão do conhecimento dos herdeiros.

Ano: 2018. Banca: FCC. Órgão: DPE-AP. Prova: Defensor Público

Ricardo viveu em união estável com Viviane, com quem teve quatro
filhos, Bruno, Cleber, Daiane e Flávia. Durante a união, que
perdurou por 35 anos, até a morte de Ricardo, Viviane se dedicava
aos cuidados da casa e dos filhos, enquanto Ricardo trabalhava
como motorista. Antes da união estável, Ricardo havia adquirido
um pequeno terreno em área rural. Na constância do
relacionamento, adquiriram a casa em que a família morava e um
automóvel. Com a morte de Ricardo, foi aberto inventário e a
família procura a Defensoria Pública para obter orientação quanto à
forma correta a ser realizada a partilha. Ricardo faleceu ab
intestatio e não tinha pacto de convivência com Viviane. Diante
desta situação e, em conformidade com o entendimento dos

a l
Tribunais Superiores, o Defensor deverá apresentar orientação
n
esclarecendo que, em relação aos bens adquiridos na constância da
io
união estável (casa e veículo), Viviane
a c
u c ER
a) tem direito à meação em relação a todos os bens a serem

E M d IL
inventariados, mas não concorrerá com os descendentes em
relação à herança, de modo que metade dos bens deixados por
e
rt RO
Ricardo serão destinados a Viviane, e a outra metade, aos

p o OR
descendentes, em partes iguais.

S C 41- m u H 89
b) não tem direito à meação por não ter contribuído

um
financeiramente para a aquisição dos bens, mas concorrerá com os
IZ .7 .co
er L U il
filhos em relação a todos os bens da herança de Ricardo, sendo-lhe
4 4 ma
d V reservado o quinhão mínimo de um quarto da herança, enquanto
R O 3 . 0 g
que os outros três quartos serão divididos pelos descendentes em
4
A PE D 0 er@
partes iguais.
l i
c) tem direito à meação, mesmo não tendo contribuído
m
p lc
financeiramente para a sua aquisição, ao passo que a outra metade
será dividida exclusivamente pelos filhos (um quarto para cada); já
quanto ao terreno adquirido antes da união estável, haverá
concorrência de Viviane com os descendentes do autor da herança,
sendo reservado a Viviane um quarto, enquanto os outros três
quartos serão divididos pelos descendentes em partes iguais.
d) tem direito à meação, mesmo não tendo contribuído
financeiramente para a sua aquisição, ao passo que a outra metade
será dividida exclusivamente pelos filhos (um quarto para cada); já
quanto ao terreno adquirido antes da união estável, haverá
concorrência de Viviane com os descendentes do autor da herança,
sendo a divisão por cabeça e em partes iguais.
e) tem direito à meação em relação a todos os bens a serem
inventariados e ainda concorrerá com os descendentes em relação

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à outra metade (herança), de modo que Viviane terá direito à
metade de todos os bens deixados por Ricardo, ao passo que a
outra metade deve ser dividida na seguinte proporção: um quarto
para Viviane, e os outros três quartos serão divididos pelos
descendentes, em partes iguais.

GABARITO: C. É preciso lembrar que, onde há meação, não há


herança. Então, na comunhão parcial de bens, a meeira só herda se
houver bens particulares do de cujus, o que, no caso da questão, é o
terreno adquirido antes da união estável.

Não existe mais diferença entre a sucessão do companheiro e a do


cônjuge. Por isso, Viviane tem direito à reserva de ¼ dos bens a
serem partilhados entre os herdeiros.

Não havia mais necessidade de provar o esforço comum, com maior


razão atualmente menos ainda.
a l
io n
c
Art. 1.832. Em concorrência com os descendentes (art. 1.829, inciso
a
c ER
I) caberá ao cônjuge quinhão igual ao dos que sucederem por
u
E M d IL
cabeça, não podendo a sua quota ser inferior à quarta parte da
herança, se for ascendente dos herdeiros com que concorrer.
e
rt RO
p o OR
S C 41- m u H 89
Em recente julgamento sobre a sucessão do companheiro (Recurso
Extraordinário 878/694/MG, Rel. Luís Roberto Barroso, j.
m Z .7 .co
10.05.2017), o Supremo Tribunal Federal:
u I
V er L U 4
0
il
4 ma
A) reconheceu a inconstitucionalidade do art. 1790, do Código Civil,
O .
d R 4 3 g
determinando a aplicação das regras sucessórias do casamento à
A PE D 0 er@
união estável, mas reconheceu expressamente que o companheiro
l i
não deve ser considerado herdeiro necessário
m
p lc
B) reconheceu a constitucionalidade do art. 1790, do Código Civil,
admitindo a aplicação de regime sucessório diverso para o
casamento e a união estável, além da distinção das espécies para a
configuração de herdeiro necessário.

C) reconheceu a inconstitucionalidade do art. 1790, do Código Civil,


determinando a aplicação das regras sucessórias do casamento à
união estável e reconheceu expressamente que o companheiro
deve ser considerado herdeiro necessário.

D) reconheceu a inconstitucionalidade do art. 1790, do Código Civil,


determinando a aplicação das regras sucessórias do casamento à
união estável, mas não se manifestou se o companheiro deve ou
não ser considerado herdeiro necessário.

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E) reconheceu a parcialmente inconstitucionalidade do art. 1790,
do Código Civil, determinando a aplicação das regras sucessórias do
casamento à união estável apenas quando mais favoráveis do que
aquelas previstas para a união estável, mas reconheceu
expressamente que o companheiro não deve ser considerado
herdeiro necessário.
GABARITO: D. (ATENÇÃO! QUESTÃO COM ALTO ÍNDICE DE ERROS!
72%)

Vamos com calma!

De fato, por ocasião do julgamento do RE 878/694/MG, o STF não


se manifestou se o companheiro deve ou não ser considerado
herdeiro necessário.

a l
Por isso, há duas posições acerca dos efeitos que a decisão do STF

io n
produziu ao tema. A primeira (doutrina majoritária) defende a
c
equiparação do companheiro ao cônjuge como herdeiro necessário.
a
c ER
A segunda, por sua vez, nega tal equiparação.
u
E M d IL
Uma das bases de sustentação da corrente interpretativa do (a)
e
rt RO
companheiro (a) como herdeiro necessário está na decisão do
o OR
julgamento de inconstitucionalidade do art. 1790 do Código Civil,
p
S C 41- m u H 89
que fazia diferenciação na herança legitima entre cônjuge e
companheiro e que teria atingido também o conteúdo do art. 1845
m IZ .7 .co
que estabelece quem é herdeiro necessário.
u
V er L
O
U
.
4
0
il
4 ma
Mas isto não seria possível, para a segunda corrente, pois o rol dos
d R 4 3 g
herdeiros necessários é taxativo e, portanto, não se pode dar
A PE D 0 er@
interpretação que amplie a norma restritiva. E além disto, o STF não
l i
disse isto. Ao contrário, como se depreende do voto do ministro
m
p lc
Edson Fachin, que bem traduziu o espirito da lei: “Na sucessão, a
liberdade patrimonial dos conviventes já e assegurada com o não
reconhecimento do companheiro como herdeiro necessário,
podendo-se afastar os efeitos sucessórios por testamento.
Prestigiar a maior liberdade na conjugalidade informal não é
atribuir, a priori, menos direitos ou direitos diferentes do
casamento, mas, sim, oferecer a possibilidade de, voluntariamente,
excluir os efeitos sucessórios”. (RE 646.724, Ministro Edson Fachin,
p. 57).

A equiparação feita pelo STF limitou-se às regras relativas à


concorrência sucessória e cálculo dos quinhões hereditários
facultativos para que os companheiros não fiquem em
desvantagem aos colaterais, como bem disse Mário Delgado: (...) o
art. 1845 é nítida norma restritiva de direitos, pois institui restrição

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ao livre exercício da autonomia privada e, conforme normas
ancestrais de hermenêutica, não se pode dar interpretação
ampliativa à norma restritiva. (In. Famílias e Sucessões – Polêmicas,
tendências e inovações, Ed. IBDFAM, 2018, P. 387).
Portanto, companheiros não necessariamente são herdeiros.
Apenas quando eles assim o desejarem.

Assim, é IMPORTANTÍSSIMO o acompanhamento semanal


da jurisprudência do STJ/STF através de informativos. Caso
queiram comentários elucidativos, recomendamos o Site
do Dizer o Direito, produzido pelo Juiz Federal Márcio
Cavalcanti. Contudo, em alguns informativos é importante
saber a literalidade de alguns votos, caso em que
recomendamos a leitura integral diretamente do site dos
referidos tribunais.

a l
io n
c
Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-AM Prova: FCC - 2018 - DPE-AM -
a
Defensor Público - Reaplicação
u c ER
E M
Em relação ao direito sucessório, d IL
e
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o OR
A) a sucessão abre-se no lugar do falecimento do autor da
p
herança.
S C 41- m u H 89
B) havendo herdeiros, de qualquer natureza, o testador só

um Z .7 .co
poderá dispor de metade da herança.
I
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O
U 4
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il
C) o herdeiro não responde por encargos superiores às forças
4 ma
da herança; incumbe-lhe, porém, a prova do excesso, salvo
.
d R 4 3 g
se houver inventário que a escuse, demostrando o valor dos
A PE D 0 er@
bens herdados.
l i
D) aberta a sucessão, a herança transmite-se com a propositura
m
p lc
do pedido de arrolamento ou de inventário, tanto dos
herdeiros legítimos como dos testamentários.
E) legitimam-se a suceder somente as pessoas já nascidas no
momento da abertura da sucessão, pela inexistência de
direito adquirido às que tenham sido apenas concebidas na
ocasião.
GABARITO: C.

Alternativa A) INCORRETA. Art. 1.785 do CC: A sucessão abe-se no


lugar do último DOMICÍLIO do falecido.

Alternativa B) INCORRETA. Art. 1.789. Havendo herdeiros


necessários, o testador só poderá dispor da metade da herança.

Alternativa C) CORRETA. Art. 1.792. O herdeiro não responde por

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encargos superiores às forças da herança; incumbe-lhe, porém, a
prova do excesso, salvo se houver inventário que a escuse,
demostrando o valor dos bens herdados.

Alternativa D) INCORRETA. Art. 1.784. Aberta a sucessão, a herança


transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e testamentários.
(princípio de saisine ou droit de saisine)

Alternativa E) INCORRETA. Art. 1.798. Legitimam-se a suceder as


pessoas nascidas ou já concebidas no momento da abertura da
sucessão.

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l
mi
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BIBLIOGRAFIA
DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. Teoria Geral do Direito. V. 1. 2007.
Saraiva: São Paulo.

Transexuais têm direito à alteração do registro civil sem realização de cirurgia.


SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Disponível em:
http://www.stj.jus.br/sites/STJ/default/pt_BR/Comunica%C3%A7%C3%A3o/noticias/N
ot%C3%ADcias/Transexuais-t%C3%AAm-direito-%C3%A0-altera%C3%A7%C3%A3o-do-
registro-civil-sem-realiza%C3%A7%C3%A3o-de-cirurgia.
a l
io n
STJ. 3ª Turma. REsp 1.304.718 SP, Rel. Min. Paulo Tarso Severino, julgado em
a c
18/12/2014.
u c ER
E M d IL
e
rt RO
Gouveia, Mila. INFORMATIVOS EM FRASE. Juspodvim. Salvador, 2017.

p o OR
S C 41- m u H 89
TEORIA DA PERDA DE UMA CHANCE – Dizer o Direito, disponível em:

um IZ .7 .co
er L
http://www.dizerodireito.com.br/2013/07/teoria-da-perda-de-uma-chance.html.
U4 ma4 il
d V R O
4 3 . 0 g
A PE D 0 er@
Perda de uma chance. RECURSO ESPECIAL Nº 1.291.247 - RJ (2011/0267279-8) Rel.:
l
Min. Paulo de Tarso Sanseverino.
mi
p lc
Responsabilidade dos profissionais de advocacia. REsp 1190180/RS, Rel. Ministro Luis
Felipe Salomão, DJ de 22-11-2010.

Desproporção entre a quantia paga inicialmente e o preço ajustado. REsp 1.513.259-


MS, Rel. Min. João Otávio de Noronha, julgado em 16/2/2016.

DOAÇÕES SUPOSTAMENTE INOFICIOSAS AÇAO RESCISÓRIA Nº 3.493 – PE – Rel. Min.


Ministro Massami Uyeda, julgada em 23/04/2004.

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Responsabilidade solidária da fiadora. Legitimidade passiva recurso especial nº.
1.483.567 - SP (2014/0246215-6) Rel.: Min. Antonio Carlos Ferreira, julgado em
11/09/12.

Fiança em Contrato Bancário – Resp. Nº. 1.374.836 - MG (2013/0054365-6) Rel.: Min.


Luis Felipe Salomão, Julgado em: 03/10/13.

Ação de despejo cumulada com cobrança de aluguéis no curso de recesso forense


REsp 1.414.092-PR, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 01/3/2016.

Indenização por invalidez. Doença preexistente. AgRg. no RECURSO ESPECIAL Nº.

a l
n
1.286.741 - SP (2011/0234217-8), Relator: Min. Ricardo Villas Boas Cueva, julgado em:

io
15/10/13.
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E M d IL
Indenização securitária pelo valor do automóvel no momento do sinistro REsp
e
rt RO
1.546.163-GO, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 5/5/2016.

p o OR
S C 41- m u H 89
Indenização securitária e atraso na comunicação do sinistro REsp 1.546.178-SP, Rel.

um IZ .7 .co
er L U 4 il
Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 13/9/2016.

V O . 0 4 ma
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
Obrigações do Locador. REsp. Nº. 1.317.731 - SP (2012⁄0068290-3) Rel.: Min. Ricardo
l
mi
Villas Boas Cueva, Julgado em: 26/04/16.
p lc
Comodatário que não restitui a coisa deve aluguel mesmo sem previsão em contrato.
RESP. Nº. 1.188.315 – Rel.: Min. Ricardo Villas Bôas Cueva.

CAVALCANTE, Márcio André Lopes – VADE MECUM DE JURISPRUDÊNCIA DIZER O


DIREITO. Juspodvim. 2017.

Dano moral. Absolutamente incapaz. Resp. Nº. 1.245.550 - MG (2011⁄0039145-4) Rel.:


MIN. Luis Felipe Salomão, julgado em: 17/03/2015.

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Indenização por morte de filho. AgRg no Ag 1.419.899-RJ, Segunda Turma, DJe
24/9/2012. REsp 1.279.173-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em
4/4/2013.

Usucapião Especial Urbana. RE 422.349 – RS – Rel.: Min. Dias Toffoli, julgado em:
29/04/2015.

Alteração do Registro Civil. Adoção à brasileira. REsp. Nº 878.954 - RS, Min. Rel.(a).:
Nancy Andrighi, julgado em: 07/05/2007.

Despesas de condomínio - Ação de cobrança, responsabilidade dos herdeiros. REsp.

a l
Nº 1.367.942 – SP, Min. Rel.: Luis Felipe Salomão, julgado em: 21/05/15.

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1
APRESENTAÇÃO

Caro(a) Aluno(a),

A preparação para concursos públicos exige profissionalismo, métrica e estratégia. Cada


minuto despendido deve ser bem gasto! Por isso, uma preparação direcionada, focada
nos pontos com maior probabilidade de cobrança no seu certame, pode representar a
diferença entre aprovação e reprovação.

Ciente disso, a Ad Verum Suporte Educacional, empresa do Grupo CERS ONLINE,


concebeu o curso INTELIGÊNCIA PDF – Defensoria Pública Estadual, que tem por premissa
fundamental “atacar” os pontos nucleares de cada matéria, com vistas à antecipação dos
temas com maiores chances de cobrança em sua prova.

l
Fazer isso não é tarefa fácil! É necessário um árduo esforço de pesquisa, levando-se em
a
io n
consideração fatores como banca examinadora e respectivos membros (sempre que
possível), retrospecto do concurso, incidência temática de cada disciplina, momento da
a c
economia do país, dentre tantos outros, aliados a experiência de Professores de projeção
u c ER
nacional, com larguíssima experiência na análise do perfil dos mais diferentes certames
públicos.
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Para tornar tudo isso uma realidade, a Ad Verum investiu muito em seu Método de

p o OR
Aceleração de Aprendizagem (MAVAA). Hoje, contamos com um SETOR DE

S C 41- m u H 89
INTELIGÊNCIA, responsável por ampla coleta de dados e informações das mais
diferentes fontes relacionadas ao universo de cada concurso, de modo a, a partir do

um IZ .7 .co
processamento dos dados coletados, oferecer aos seus alunos uma experiência

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carreiras públicas. er L
. 0
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4 ma 4 il
diferenciada quando comparada a tudo que ele conhece em matéria de preparação para

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Racionalizar o estudo do aluno é mais que um objetivo para Ad Verum, trata-se de uma
l
obsessão.
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Bom estudo!

Francisco Penante

CEO Ad Verum Suporte Educacional

2
SUMÁRIO

1. HISTÓRICO DAS CONSTITUIÇÕES DO BRASIL


...................................................................................................................................... 5
2. CONSTITUCIONALISMO, NEOCONSTITUCIONALISMO e CONSTITUIÇÃO .................. 7
1.1 Conceitos e histórico......................................................................................... 7
1.2 Sentidos de constituição ................................................................................. 13
1.3 Classificações da constituição: ........................................................................ 18
1.4 Histórico das Constituições brasileiras ............................................................ 21
3. HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL ....................................................................... 24
3.2 Princípios da interpretação constitucional ................................................. 27
a l
n
2.3 Estrutura da constituição .............................................................................. 30
io
4. EFICÁCIA E APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS.............................. 35
a c
5.
u c ER
PODER CONSTITUINTE .......................................................................................... 37

E M d IL
4.1 Conceito ......................................................................................................... 37
e
rt RO
o OR
4.2 Classificação do poder constituinte ............................................................... 39
p
u H 89
4.3 Vigência das normas constitucionais .............................................................. 41
S C 41- m
6.
um
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE ................................................................. 46
IZ .7 .co
V O . er L
0
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4 ma 4 il
5.1 Teoria geral do controle de constitucionalidade............................................. 46

d R 3 g
5.1.2 Breve evolução do sistema brasileiro de controle ......................................... 47
4
A PE D 0 er@
5.1.3 Espécies de inconstitucionalidade ................................................................ 48
l
mi
5.1.4 Momentos de controle ................................................................................. 48
p lc
5.1.5 Sistemas e vias de controle .......................................................................... 49
5.2 Controle difuso .............................................................................................. 50
5.3 Controle concentrado ..................................................................................... 52
5.3.1 Ação Direta De Inconstitucionalidade - ADI Genérica.................................... 52
5.3.2 Ação Direta De Constitucionalidade - ADC .................................................... 55
5.3.3 Arguição De Descumprimento De Preceito Fundamental – ADPF.................. 55
5.3.4 Ação Direta De Inconstitucionalidade Por Omissão - ADO ............................ 56
5.3.5 Ação interventiva – ADI Interventiva ............................................................ 57
5.4 Controle Abstrato De Constitucionalidade Pelos Estados-Membros ................ 57
7. ORGANIZAÇÃO DO ESTADO .................................................................................. 71

3
6.1 Intervenção .................................................................................................... 74
6.2 Repartição De Competências .......................................................................... 76
8. ORGANIZAÇÃO DOS PODERES ............................................................................... 81
7.1 Poder Legislativo ............................................................................................ 81
7.1.1 Comissões Parlamentares De Inquérito ........................................................ 81
7.1.2 Garantias Do Poder Legislativo ..................................................................... 82
7.2 Poder Executivo .............................................................................................. 90
7.3 Poder Judiciário............................................................................................... 96
9. FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA ..........................................................................106
10. TEORIA GERAL DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS ...........................109
12. l
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS ............................................................................123
a
io n
BIBLIOGRAFIA .............................................................................................................128

a c
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p o OR
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A PE D 0 er@
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4
1. HISTÓRICO DAS CONSTITUIÇÕES DO BRASIL

Até agora, tivemos 8 constituições, contando com a EC nº 1/69, mas não é pacífico na
doutrina que esta emenda seria uma constituição.

Constituição de 1824 - Ideal liberalista;


- Outorgada, semirrígida;
- Monárquica, com Poder Moderador;
- 1ª constituição que enumera direitos individuais;
- Não admitia a responsabilização do imperador;
- Estado unitário;
- Religião católica como oficial.
Constituição de 1891 - Federalismo;
a l
- Democracia como regime político;
io n
- Autonomia constitucional dos Estados-membros;

a c
- Separação dos poderes com a extinção do poder
moderador;
u c ER
d IL
- Presidente eleito por sufrágio direto e sendo
E M
responsável;
e
rt RO
- Previsão do habeas corpus, da justiça federal e da
p o OR
intervenção federal;

S C 41- m u H 89
- Coronelismo;
- Abolição da pena de morte;
um IZ .7 .co
- Fim da religião oficial.

V O er L
Constituição de 1934
.
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4 ma il
- Forte influência da Constituição de Weimar;
- Sistema eleitoral, com previsão do voto feminino e
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
instituição da Justiça Eleitoral e da Justiça Militar;
- Unicameralismo: Senado era órgão de apoio da
mi
Câmara;
p lc- Responsabilidade do presidente e dos ministros de
estado;
- Instituição do Mandado de Segurança e da
declaração de inconstitucionalidade de lei ou de ato
do poder público, pelo voto da maioria absoluta dos
membros dos tribunais;
- Vitaliciedade, irredutibilidade de vencimentos e
inamovibilidade;
- Não havia vice-presidente.
Constituição de 1937 - Constituição Polaca, Estado Novo, regime
autocrático;
- Descretos-leis do Presidente, que concentrava o
Poder Executivo e o Legislativo em suas mãos;
- Inspirada no fascismo e no totalitarismo;
- Seria uma constituição cesarista, mas o referendo

5
chamado de plebiscito nela mesma não foi realizado;
- Extinguiu a JF, ignorou o MS e a Justiça Eleitoral;
- Superação da declaração de inconstitucionalidade,
pela provocação do Presidente e votação por 2/3 do
Parlamento;
- Volta da pena de morte.

Constituição de 1946 - Fim da 2ª Guerra Mundial e do Estado Novo,


redemocratização do Brasil;
- Doutrina da segurança nacional;
- Volta do MS;
- Proibição das penas de morte, de banimento e de
confisco;
- Direito de greve;
- Volta parcial da JF (Tribunal Federal de Recursos;
- Criação da Justiça do Trabalho;
a l
n
- Divisão do Poder Legislativo entre Câmara dos
io
Deputados e Senado.
a c
Constituição de 1967
c ER
- Outorgada pelo Governo Militar;
u
E M
nas mãos do Presidente; d IL
- Centralização da União e concentração de poderes

e
rt RO
- Decretos-leis;
o OR
- Volta da JF na 1ª instância;
p
S C 41- m u H 89
- Desapropriação para reforma agrária;
- Censura como função da Polícia Federal.
EC nº 1 de 1969
um IZ .7 .co
- Crise política e medidas autocráticas;

V O er L
. 0
U4 ma4 il
- Doutrina da segurança nacional.

d R 4 3
Constituição de 1988 g - Abertura política e redemocratização;
A PE D 0 er@
l
- Convocação da Assembleia Nacional Constituinte
i
pela EC 26/85;
m
p lc- Constituição Cidadã;
- Social, promulgada, formal, escrita, dogmática,
rígida, analítica, prolixa, eclética.

QUESTÃO: HISTÓRICO Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-RS Prova: FCC - 2018 -
DA EVOLUÇÃO DAS DPE-RS - Defensor Público
CONSTITUIÇÕES
BRASILEIRAS Sobre a evolução histórica das constituições brasileiras,
considere:

I. A Constituição brasileira de 1824 reconhecia quatro


Poderes Políticos: o Poder Moderador, o Poder
Legislativo, o Poder Judicial e o Poder Federativo.

II. A Constituição brasileira de 1934, resultado dos

6
trabalhos de uma assembleia nacional constituinte,
previa a existência da Justiça Eleitoral.

III. Vedava-se, consoante a Constituição brasileira de


1946, o registro de qualquer partido político cujo
programa ou ação contrariasse o regime democrático.

Está correto o que consta APENAS de:

A) II.

B) III.

C) I e II.

D) I e III.
a l
E) II e III.
io n
a c
GABARITO: E.
u c ER
E M d IL
I.
e
Os poderes reconhecidos pela Constituição de
rt RO
1824 eram o Poder Legislativo, o Executivo, o
p o OR
Judiciário e o Moderador.

S C 41- m II. u H 89
Constituição de 1934: criação da Justiça
Militar e da Justiça Eleitoral.
um IZ .7 .co III. Com a Constituição de 1946, houve a

V O er L
.
U
0
4
4 ma il redemocratização do país, repudiando o
Estado Totalitário anterior.
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
m i
2.
plcNEOCONSTITUCIONALISMO e CONSTITUIÇÃO
CONSTITUCIONALISMO,

1.1 Conceitos e histórico

Constitucionalismo: técnica específica de limitação de poder com fins


garantísticos. Uma constituição possui regras de limitação ao poder autoritário e de
prevalência dos direitos fundamentais.

Evolução histórica do constitucionalismo:

MOMENTO
HISTÓRICO

Karl Loewenstein identificou entre os Hebreus o

7
ANTIGUIDADE surgimento do constitucionalismo. No Estado Teocrático, a
limitação do poder político era feita pela fiscalização dos
profetas dos atos governamentais que extrapolassem os
limites bíblicos.
O mesmo autor também aponta as Cidades-Estados gregas
como exemplo de democracia constitucional, democracia
direta, na qual o poder político estava distribuído entre
todos os cidadãos.

Magna Carta de 1215 – estabeleceu, formalmente, a


IDADE MÉDIA proteção de direitos individuais.

Documentos marcantes:
IDADE MODERNA O PetitionofRights, de 1628
O Habeas Corpus Act, de 1679
O Bill of Rights, de 1689
a l
O Atc of Settlement, de 1701
io n
c
Pactos, forais ou cartas de franquia (buscavam resguardar
a
direitos individuais).
u c ER
CONSTITUCIONALISM
A partir do século XVIII.
E M d IL
Predominam as constituições escritas, rígidas e formais,
O MODERNO e
rt RO
como instrumento para conter o arbítrio do poder.
o OR
Marcos histórico:
p
S C 41- m
1791. u H 89
Constituição Norte-Americana de 1787 e a francesa de

um Z .7 .co
O povo era o titular legítimo do poder.
I
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.
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4 ma
social.
il
Está dividido em duas fases: Fase clássica (liberal) e Fase

d R 4 3 g
As constituições escritas são o marco da passagem do
A PE D 0 er@
l
constitucionalismo antigo para o moderno.

mi
p lc
FASE LIBERAL DO Inicia-se com as Revoluções Liberais, no séc. XVIII, indo até
CONSTITUCIONALISM a 1ª Guerra Mundial, no séc. XX.
O MODERNO Surgem as primeiras constituições escritas, o Estado de
Direito, que depois passa a ser Estado Social, o Estado
Democrático de Direito ou Estado Constitucional
Democrático e, hoje, já se fala em Estado Socioambiental de
Direito.
Características do Estado de Direito:
- Abstencionista (Estado Mínimo, não intervém nas
relações sociais, econômicas e laborais);
- Direitos Fundamentais = especialmente os de 1ª
geração/dimensão;
- Limitação do Soberano.
- Princípio da Legalidade da Administração Pública.

8
Direitos de 1ª geração/dimensão: liberdades clássicas.
Direitos civis e políticos, direitos negativos, individuais
oponíveis ao Estado (eficácia vertical), embora hoje
entenda-se que possuem também eficácia horizontal
também (frente aos demais indivíduos, particulares, esfera
privada).

CONSTITUCIONALISMO NORTE-AMERICANO (ESTADISTA):

- 1ª Constituição escrita, rígida, formal e suprema é a norte-


americana de 1787;
- Principais documentos históricos:
- Pacto do Mayflower – disciplinava alguns direitos
sobre a nova fase da vida daqueles imigrantes do
navio Mayflower.

a
- Declaração da Virgínia de 12/06/1776 – primeira l
declaração de direitos humanos em sentido
io n
moderno.
a c
04/07/1776 u c ER
- Declaração de independência dos Estados Unidos de

E M
Constituição de 1787. d IL
e
rt RO
- Bill of Rights (10 primeiras emendas) de 1791.

p o OR
S C 41- m u H 89
- 1786: independência das colônias, que se uniram numa
Confederação (reunião de estados soberanos, não apenas

um Z .7 .co
autônomos como na federação).
I
er L U 4 il
- Controle de constitucionalidade judicial e difuso:

V 0 4 ma
limitação ao poder do parlamento de criar leis abusivas e
O .
d R 3 g
contrárias à Constituição.
4
A PE D 0 er@
- Democracia dualista: decisões do povo (momentos
l i
constituintes) e decisões do legislativo e do executivo
m
p lc
(cotidianas)
- check and balances: nenhum poder era absoluto. Freios e
contrapesos, limitação recíproca entre os poderes.
- Constituição Garantia: limitar poderes e garantir direitos.
- Sistema de governo presidencial: igualdade e liberdade.
- Forma Federativa de Estado.

CONSTITUCIONALISMO FRANCÊS (INDIVIDUALISTA):

- Revolução Francesa em 1789, Declaração dos Direitos do


Homem e do Cidadão. 1ª geração/dimensão de direitos.
- Constituição Francesa de 1791 foi a 2ª constituição escrita
da Europa.
- Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789
- Constituição Francesa de 1791

9
- Constituição Francesa de 1793
- Constituição Francesa de 1799
- Igualdade formal, nação como titular do Poder
Constituinte Originário.
- Características do Constitucionalismo Francês:
Constituições escritas prolixas;
Supremacia do Parlamento;
Garantia de Direitos e Separação dos Poderes;
Distinção entre Poder Constituinte Originário e
Derivado;

- Art. 16 da Declaração dos Direitos do Homem e do


Cidadão de 1789: “Toda sociedade na qual não está
assegurada a garantia dos direitos nem determinada a
separação de poderes, não tem Constituição”.
- Também era um Estado Liberal.
a l
n
FASE SOCIAL DO - Constituição Mexicana de 1917 e Constituição de Weimar
io
CONSTITUCIONALISM de 1919.
a c
O MODERNO
c ER
- Do fim da 1ª Guerra Mundial até o fim da 2ª Guerra
u
E M d IL
(Constitucionalismo entre guerras);
- Com o fim da 1ª Guerra, começa a crise econômica, falta
e
rt RO
de empregos, aumenta a desigualdade, gerando a crise do
liberalismo.
p o OR
S C 41- m u H 89
- Estado Social (Intervencionista, Welfare State, Estado do
Bem-estar Social).
m Z .7 .co
- Estado como prestador de serviços, intervindo no âmbito
u I
V O er L U
0
4
4 ma il
social, econômico e trabalhista. Produção e distribuição de
bens. Ligado à ideia de proteção do mínimo existencial.
.
d R 4 3 g
- Direitos Fundamentais de 2ª geração/dimensão: direitos
A PE D 0 er@
l
sociais, econômicos e culturais. Igualdade material, não
i
apenas formal. Direitos positivos.
m
p lc
- Garantias Institucionais: instituições fundamentais à
sociedade, como a família, a imprensa livre, o funcionalismo
público etc.
- Marco histórico: fim da 2ª Guerra Mundial. Marco
CONSTITUCIONALISM filosófico: pós-positivismo. Marco teórico: força normativa
O CONTEMPORÂNEO da Constituição, expansão da jurisdição constitucional e a
OU nova interpretação constitucional.
NEOCONSTITUCIONA - Dignidade da pessoa humana como valor central e
LISMO supremo, que legitima a própria constituição. Novo
fundamento do direito.
- Reaproximação entre Direito e Moral, flexibilização do
legalismo extremo do positivismo.
- Valorização dos princípios. Normas: regras e princípios.
- Centralidade do Poder Judiciário, que se torna mais ativo,
anulando atos administrativos, interferindo na política.

10
- Centralidade da Constituição: dignidade da pessoa
humana. Filtragem constitucional.
- Constitucionalização do direito.
- A constituição traz direitos fundamentais, opções políticas,
valores, diretrizes aos Poderes do Estado etc.
- Constituições prolixas, programáticas. Constituição Total.
Constituição Dirigente. Totalitarismo Constitucional.
- Nasce o Estado Democrático de Direito ou Estado
Constitucional Democrático.
- Direitos fundamentais de 3ª geração/dimensão:
solidariedade e fraternidade, direitos transindividuais.
Ideia de “totalitarismo constitucional”; importante
conteúdo social e normas programáticas (constituição
dirigente/compromissória). A concepção de dirigismo
estatal tende a evoluir para um dirigismo comunitário, que

a
busca difundir a perspectiva de proteção aos direitos l
humanos e de programação para todas as nações. Há
io n
c
também a preocupação com a proteção aos direitos de
a
c ER
fraternidade ou solidariedade (3ª dimensão).
u
CONSTITUCIONALISM
O DO FUTURO
E M d IL
Verdade: a Constituição não pode trazer promessas
impossíveis em seu texto, ou seja, não terá normas
e
rt RO
inalcançáveis (retiradas) e as normas que não são
o OR
cumpridas por falta de vontade política devem ser
p
S C 41- m u H 89
mantidas e o cumprimento, cobrado.
Solidariedade

um IZ .7 .co
Continuidade: vedação do retrocesso.

V O er L
.
U
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4
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Participação: do povo e da sociedade, mais ativa,
equilibrada. Democracia participativa.
d R 4 3 gIntegração: dos povos. Órgãos supranacionais e políticas
A PE D 0 er@
l
transnacionais.
i
Universalização: dignidade da pessoa humana como
m
p lc
tópico universal

Neoconstitucionalismo ou constitucionalismo contemporâneo (início do século


XXI): o constitucionalismo não deve servir apenas para limitar o poder o poder político,
busca-se a eficácia da Constituição e a concretização dos direitos fundamentais.

Mudanças trazidas pelo Neoconstitucionalismo:


- Teoria das Normas: 2 espécies de normas jurídicas: Regras e princípios;

- Força Normativa da Constituição (Konrad Hesse): a Constituição não é mais um


documento de natureza meramente política, e sim jurídica. Tudo o que está na Constituição é
obrigatório e vinculante. #ATENÇÃO: o preâmbulo não tem caráter normativo.

- Estado Constitucional de Direito: superioridade formal e material da Constituição;


Centralidade das constituições e dos direitos fundamentais. A Constituição é o centro do

11
sistema, com intensa carga valorativa. É norma jurídica dotada de imperatividade,
centralidade e superioridade. Tudo deve ser interpretado à luz da Constituição.

- Rematerialização das constituições: são prolixas, tratam de direitos fundamentais, de


diretrizes, programas políticos, opções políticas etc.

- Teoria das Fontes do Direito: substituição do legicentrismo, pela centralidade da


Constituição.

- Teoria da Interpretação: substituição do formalismo interpretativo e da subsunção, pela


argumentação e ponderação. Com a Nova Dogmática da Interpretação constitucional:
princípios com natureza instrumental, como pressupostos lógicos e metodológicos de
aplicação das normas constitucionais.

- Ativismo Judicial: o Poder Judiciário vira o protagonista, e não mais o Legislativo.


Judicialização das relações políticas e sociais.

a l
- Desenvolvimento da justiça distributiva: surgimento da ideia de que deve se tratar
igualmente os iguais e desigualmente os desiguais.
io n
a c
c ER
- Modelo normativo axiológico: incorporação de valores e opções políticas, principalmente
u
E M d IL
o respeito à promoção da dignidade humana e dos direitos fundamentais. O desafio do
neoconstitucionalismo passa a ser a efetivação desses direitos.
e
rt RO
- Positivação e concretização de um catálogo de direitos fundamentais. A preocupação do
p o OR
Estado Democrático de Direito é com a efetivação, com a concretização dos direitos

S C 41- m u H 89
fundamentais, com a eficácia da Constituição.

um IZ .7 .co
V O er L
.
U
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4 ma il
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l Constitucionalização do Direito
mi
- Positivação de normas de outros ramos do Direito na Constituição;

p lc
- Interpretação conforme a Constituição: filtragem constitucional;
- Eficácia horizontal dos direitos fundamentais: estes direitos não servem
apenas para proteger o indivíduo contra as ingerências do Estado, mas
também incide nas relações entre particulares.
Crossconstitucionalismo e Transconstitucionalismo (constitucionalismo
multinível):
O crossconstitucionalismo, ou o constitucionalismo cruzado consiste na
utilização de argumentos, teorias, decisões de outro Estado, aplicando-os
no contexto do Estado importador. Muito usado no STF. Lembrem-se da
recente ADPF 347, que reconheceu um Estado de Coisas Inconstitucional,
teoria que tem origem na Colômbia, em 1997, com a Sentencia de
Unificación nº 559.
Já o transconstitucionalismo, segundo Marcelo Neves, é a situação em que
um mesmo tema é discutido, ao mesmo tempo, tanto no âmbito interno,
quanto em foros internacionais e supranacionais. Por isso, o fenômeno é
também chamado de Pluralismo Político ou Constitucionalismo Multinível.
Aqui, lembrem-se da ADPF 153, que questionava a Lei de Anistia, e o Caso 12
Gomes Lund (Guerrilha do Araguia), julgado na Corte Interamericana de
Direitos Humanos.
O Ministro do Supremo tribunal Federal (STF), Luiz Roberto Barroso, aponta três
marcos fundamentais que identificam a trajetória do direito constitucional para o atual
estágio de “novo direito constitucional” ou neoconstitucionalismo: o histórico, o
filosófico e o teórico.

 Estado Constitucional de Direito


HISTÓRICO  Documentos a partir da 2ª guerra mundial
 Redemocratização

 Pós-positivismo
FILOSÓFICO  Direitos fundamentais
 Direito-Ética

 Força normativa (Konrad Hesse)


TEÓRICO 

Supremacia da Constituição
a l
Constitucionalização dos direitos fundamentais
 Nova dogmática de
io n
interpretação
constitucional.
a c
u c ER
E M
Finalmente, qual é o conceito de Constituição?
d IL
e
rt RO
o OR
Segundo José Afonso da Silva, a Constituição é um “Sistema de normas jurídicas,
p
S C 41- m u H 89
escritas ou costumeiras, que regula a forma do Estado, a forma de seu governo, o modo
de aquisição e o exercício do poder, o estabelecimento de seus órgãos, os limites de sua
m IZ .7 .co
ação, os direitos fundamentais do homem e as respectivas garantias. Em síntese, a
u
Estado”.
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.
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4 ma il
constituição é o conjunto de normas que organiza os elementos constitutivos do

d R 4 3 g
A PE D 0 er@
1.2 Sentidos de constituição
l
mi
constituição. Vejamos: p lc
Constituição: existem vários conceitos ou acepções para definir o que seja uma

No livro “Quées una Constitución?”, defendeu-se que


SENTIDO SOCIOLÓGICO uma constituição só seria legítima se representasse o
(Ferdinand Lassale) efetivo poder social. Caso contrário, seria uma simples
folha de papel.
A constituição, segundo Lassale, é a soma dos fatores
reais de poder dentro de uma sociedade.
Forte influência marxista.
De 1928, época do nazismo. Em “Teoria da
SENTIDO POLÍTICO Constituição”, distingue constituição de lei
(Carl Schmitt) constitucional.
A constituição é apenas a decisão política fundamental
do titular do poder constituinte: direitos fundamentais,

13
estrutura do Estado e organização dos Poderes.
As leis constitucionais são apenas formalmente
constitucionais.
Do ponto de vista material, o que importa para definir se
SENTIDO MATERIAL E determinada norma tem caráter constitucional é o seu
FORMAL conteúdo. É o que Schmitt chamou de constituição. Por
esse critério, é possível encontrar norma constitucional
fora do texto da constituição.
Do ponto de vista formal, a norma será considerada
constitucional a partir da análise da forma como ela foi
introduzida no ordenamento jurídico (processo
legislativo mais dificultoso). É o que Schmitt chamou de
“lei constitucional”.
A constituição está no mundo do dever-ser, e não do ser.
SENTIDO JURÍDICO É fruto da vontade racional do homem. O fundamento
(Hans Kelsen) da Constituição é o Direito.
a l
io
A constituição é considerada norma pura, puro dever- n
ser, sem qualquer pretensão a fundamentação
a c
sociológica, política ou filosófica.
u c ER
E M d IL
Para Kelsen, a constituição tem dois sentidos: o lógico-
jurídico (que representa a norma fundamental
e
rt RO
hipotética) e o jurídico-positivo (norma positiva
suprema).
p o OR
S C 41- m u H 89
A constituição é produto de um fato cultural, produzido

um
SENTIDO CULTURALISTA
IZ .7 .co
pela sociedade e que nela pode influir.

V O er L
.
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4 ma il
É uma formação objetiva da cultura, levando em conta
elementos históricos, sociais e racionais, intervindo aí,
d R 4 3 g portanto, não apenas fatores reais, mas também
A PE D 0 er@
l
espirituais ou ainda elementos puramente racionais e
i
elementos voluntaristas.
m
p lc
A concepção culturalista do direito conduz ao conceito
de uma constituição total, a qual apresenta uma
complexidade intrínseca, com aspectos econômicos,
sociológicos, jurídicos, filosófico etc.
Essa é uma forma de manter a constituição dentro do
CONSTITUIÇÃO ABERTA seu tempo. Relativiza-se a função material de tarefa da
constituição e justifica-se a “desconstitucionalização” de
elementos substantivadores da ordem constitucional
(constituição econômica, constituição do trabalho,
constituição social etc). Deve-se ater apenas aos fins
sociais mais significativos.

CONCEPÇÃO Difere tanto de Kelsen, quanto de Lassale.


NORMATIVA A Constituição, como norma jurídica, tem força
(Konrad Hesse, 1959) normativa e condiciona a realidade, sem negar que esta

14
também condiciona a Constituição, mas é um
condicionamento recíproco. É preciso que exista
VONTADE DE CONSTITUIÇÃO, para concretizá-la, uma
vez que ela possui força vinculante, inclusive quanto às
normas programáticas.
CONSTITUIÇÃO Predomínio da função simbólica (funções ideológicas,
SIMBÓLICA morais e culturais) sobre a função jurídico-instrumental
(Marcelo Neves) (força normativa). Déficit de concretização das normas
constitucionais.
Objetivos: a) prevalência dos valores de grupos, b)
Constituição álibi – confiança do cidadão no Governo.
Esvazia pressão política, manipulação ou ilusão. c) adiar
a solução de compromissos sociais para o futuro
(compromisso dilatório).
Modelo sistêmico de Niklas Luhmann. Constituição:

a l
seria mecanismo que permite a autonomia operacional
n
do direito e como “acoplamento estrutural” entre os
io
sistemas político e jurídico.
a c
c ER
- “alopoiese” do direito: reprodução do sistema jurídico,
u
E M d IL
com base em critérios, programas e códigos
provenientes de seu ambiente.
e
rt RO
o OR
Virgílio Afonso da Silva faz críticas à tipologia da constituição apresentada pela
p
S C 41- m u H 89
doutrina brasileira, pois considera que ela não possui utilidade prática ou a utilidade
teórica é limitada. Assim, propõe uma análise do papel da constituição no ordenamento
m Z .7 .co
jurídico e sua relação com a atividade legislativa ordinária. Dentro da análise do
u I
V O er L
. 0
U4 ma4 il
papel/função da constituição são apresentadas as seguintes concepções:

d R 4 3 g A constituição pouco se distingue da legislação ordinária,


A PE D 0 er@
CONSTITUIÇÃO-LEI
l
não estando acima do Poder Legislativo, mas à disposição
i
dele.
m
p lc
Os dispositivos constitucionais, inclusive os direitos
fundamentais, teriam função meramente indicativa.
Permite a supremacia do parlamento.

A constituição é a lei fundamental de toda a atividade


CONSTITUIÇÃO- estatal e da vida social. Resta uma pequena área para a
FUNDAMENTO atuação do legislador, dos cidadãos e da autonomia
(CONSTITUIÇÃO- privada.
TOTAL) Exemplo: teoria da constituição aberta – Haberle.
Há uma aproximação com a constituição dirigente.
As normas constitucionais não apenas irradiam seus
efeitos pelos outros ramos do direito: elas determinam o
conteúdo deles por completo.

Também chamada de constituição-quadro. Seria uma

15
CONSTITUIÇÃO- proposta intermediária. A metáfora da moldura é usada
MOLDURA para designar a constituição que apenas sirva de limite
para a atividade legislativa. É uma moldura sem
preenchimento.
À constituição cabe apenas a tarefa básica de assegurar as
CONSTITUIÇÃO DÚCTIL possibilidades de uma vida em comum, mas não lhe cabe
realizar diretamente os projetos. A constituição seria
apenas uma plataforma de partida para a realização das
políticas constitucionais. Numa sociedade complexa,
pluralista e democrática é preciso uma dogmática fluida
da identificação do modelo de constituição.

a l
io n
a c
c ER
CONSTITUCIONALISM Ano: 2017. Banca: CESPE. Órgão: DPE-AL. Prova: Defensor
u
O
NEOCONSTITUCIONA
E Público
E M d IL
LISMO e
rt RO
Acerca do movimento da constitucionalização do direito,
o OR
julgue os itens a seguir.
p
S C 41- m u H 89
I. Uma das consequências da constitucionalização do direito

um Z .7 .co
é a chamada eficácia horizontal dos direitos fundamentais.
I
V O er L
.
U
0
4
4 ma il
II. No contexto do Estado constitucional, são legítimos a
d R 4 3 g
atuação discricionária do juiz e o controle judicial dos
A PE D 0 er@
l
critérios de oportunidade e conveniência do gestor público.

mi
p lc
III. O aumento da importância das Constituições
democráticas, com a irradiação de suas normas para todo o
ordenamento jurídico, ampliou a liberdade de conformação
do legislador.

IV. A constitucionalização do direito engloba a


constitucionalização-inclusão e a constitucionalização-
releitura.

Estão certos apenas os itens

a) I e II.
b) I e III.
c) I e IV.
d) II e III.

16
e) III e IV.

GABARITO: C

CERTO. O fenômeno da constitucionalização do direito


representa a releitura de todo o direito à luz da
Constituição. Sendo assim, os princípios e normas
constitucionais se irradiam por todo o ordenamento, de
forma que uma das consequências é a eficácia horizontal
dos direitos fundamentais.
ERRADO. Não se fala em uma atuação discricionário do Juiz,
visto que ele deve julgar com base na lei e,
excepcionalmente, a partir do juízo de equidade. Ademais,
quanto ao controle judicial dos critérios de conveniência e
oportunidade, em provas objetivas, não se fala que isto é

a l
possível, pois o Poder Judiciário não pode controlar o
n
mérito administrativo. Esta é a regra. No entanto, em casos
io
c
excepcionais, quando o administrador é omisso, ou quando
a
u c ER
há violação da proporcionalidade e do Direto em sentido
amplo, é possível o controle pelo judiciário das políticas
públicas, por exemplo.
E M d IL
e
rt RO
ERRADO. É o contrário: com a centralidade da constituição,
o OR
no lugar no legicentrismo, a liberdade do legislador está
p
mais restrita.
S C 41- m u H 89
CERTO. Segundo Daniel Sarmento, a constitucionalização se

um Z .7 .co
divide em duas vertentes: a constitucionalização-inclusão e
I
er L U 4 il
a constitucionalização-releitura. A vertente da inclusão

V 0 4 ma
cuida do tratamento pela Constituição de temas que antes
O .
d R 3 g
eram tratados pela legislação ordinária. Já a vertente da
4
A PE D 0 er@
releitura é o mesmo que a força de irradiação da
l i
constituição condicionando a leitura e interpretação de
m
lc
todo o ordenamento jurídico.
p
Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-AM Prova: FCC - 2018 -
DPE-AM - Defensor Público

Sobre o controle de políticas públicas pelo Poder Judiciário,


é correto afirmar que a base teórica que privilegia os
princípios, tornando o juiz um agente das transformações
sociais, atuando não só na verificação da
constitucionalidade da lei formal, mas também na
observação das questões materiais relativas às próprias
políticas, é conhecida como

17
A) participação popular.

B) procedimentalismo.

C) separação dos Poderes.

D) judicialismo.

E) substancialismo.

GABARITO: E.

Gente, é importante não confundir o procedimentalismo


com o substancialismo, nem este com o judicialismo.
a l
Enquanto o procedimentalismo é o oposto do
io n
substancialismo, o judicialismo é uma consequência deste.
a c
O procedimentalismo está ligado ao apego à forma, é a
u c ER
primazia desta. Já o substancialismo está mais preocupado

E M d IL
com a substância, o conteúdo, gerando o ativismo judicial
(judicialismo).
e
rt RO
p o OR
S C 41- m u H 89
m Z .7 .co
1.3 Classificações da constituição:
u I
V O er L
. 0
U4 ma4 il
d R 4 3 g
 Outorgada: imposta, de maneira unilateral, pelo agente
A PE D
Quanto à origem0 er@
l
revolucionário, que não recebeu do povo legitimidade
i
para atuar em nome dele. Brasil: Constituições de 1824,
m
p lc
1937, 1967 e a EC 01/69.
Promulgada: democrática, votada ou popular. Fruto de
uma assembleia nacional constituinte. Brasil:
Constituições de 1891, 1934, 1946 e a de 1988.
 Cesarista: formada por plebiscito popular sobre um
projeto elaborado por um imperador ou um ditador. A
participação popular não é democrática, apenas ratifica
a vontade do detentor do poder.
 Pactuada (dualista): o poder constituinte originário se
concentra nas mãos de mais de um titular. A
constituição é feita através de pactos, exprimem um
compromisso de forças políticas rivais.

OBS: constituição (promulgada) X carta (outorgada)


 Escrita (instrumental): conjunto de regras

18
Quanto à forma sistematizadas e organizadas em um único documento.
Ex: CRFB 1988
 Costumeiras (não escritas ou consuetudinárias): não
traz as regras em um único documento solene e
codificado. É formada por textos esparsos.
 Sintética: enxutas, veiculam apenas os princípios
Quanto à extensão fundamentais.
 Analítica: abordam todos os assuntos que os
representantes do povo entenderem fundamentais.
 Material: contém normas fundamentais e estruturais do
Quanto ao conteúdo Estado.
 Formal: é a constituição que elege como critério o
processo de formação, e não o conteúdo nas normas. A
CRFB de 1988 é formal!
 Dogmática: sempre escrita. São elaboradas de um só
Quanto ao modo de jato, reflexivamente, racionalmente, por uma a l
elaboração
io
assembleia constituinte. Ex: CRFB de 1988 n
c
 Histórica: constitui-se através de um lento e contínuo
a
processo de formação.
u c ER
Quanto à
d IL
 Rígidas: exigem para a sua alteração um processo
E M
legislativo árduo, mais solene, mais dificultoso do que o
alterabilidade e
rt RO
processo de alteração das normas não constitucionais.

p o OR
 Flexíveis: não possuem um processo de alteração mais

S C 41- m u H 89
dificultoso. A dificuldade de alterar a constituição é a
mesma de alterar uma lei.
um IZ .7 .co
 Semirrígida: apenas algumas matérias precisam de um

V O er L
.
U
0
4
4 ma il
processo mais árduo para ser alterada.
 Fixas: somente podem ser alteradas por um poder de
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
competência igual àquele que as criou, isto é, pelo
poder constituinte originário.
mi
 Imutáveis: inalteráveis.
p lc
 Super-rígidas: para Alexandre de Moraes, a CRFB de
1988 seria super-rígida, já que é rígida, mas possui uma
parte imutável, as cláusulas pétreas (art. 60, §4º, da
CRFB).
 Reduzidas ou unitária: um só código básico e
Quanto à sistemática sistemático.
 Variadas: formada por vários textos e documentos.
Para Pinto Ferreira:
 Codificadas: um só texto
 Legais: escritas não formais.
A CRFB de 1988 é reduzida, codificada ou unitária.
Quanto à dogmática  Ortodoxa: uma só ideologia
 Eclética: ideologias conciliatórias, plural, como a CRFB
de 1988.

19
 Normativa: as relações políticas e os agentes do poder
Quanto à se subordinam às determinações do conteúdo e do
correspondência com controle da constituição.
a realidade (critério  Nominalista: a constituição estabelece limitações e
ontológico) controle, mas há uma insuficiente concretização
constitucional.
 Semânticas: são simples reflexos da realidade política,
servindo de mero instrumento dos detentores do poder.
Traem o sentido de constituição.
 Principiológica: predominam os princípios.
Quanto ao sistema  Preceitual: prevalecem as regras.
 Provisórias: apenas define o regime de elaboração e
Quanto à função aprovação da constituição formal
 Definitiva: duração indefinida para o futuro.
Quanto à origem de  Heterônomas ou heteroconstituições: constituições
sua decretação a
que foram decretadas de fora do Estado por outro(s)l
io
Estado(s) ou por Organização Internacional. n
c
 Autônomas ou homoconstituições: elaboradas e
a
u c ER
decretadas dentro do próprio Estado.

E M d IL
 Garantia: busca garantir a liberdade, limitando o poder.
Constituição garantia,  Balanço: reflete um degrau da evolução socialista.
balanço e dirigente e
rt RO
 Dirigente: estabelece um projeto de Estado.
p o OR
 Liberais (negativas): ideia de não intervenção do
Constituições liberais
e sociais S C 41- m u H 89
Estado, bem como de proteção das liberdades públicas.

um I
Absenteísmo Estatal.
Z .7 .co
 Sociais (dirigentes): necessidade de atuação estatal.

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4
4 ma il
Consagra a igualdade substancial, bem como direitos

d R 4 3 gsociais.
A PE D 0 er@
l
Consagra novos temas e amplia os temas permanentes.
Constituições
expansivas mi
p lc

A CRFB de 1988 é promulgada, escrita, analítica, formal, dogmática (sistemática),


rígida, reduzida (unitária), eclética, normativa, principiológica, definitiva,
autônoma, garantia, dirigentes, expansiva.

Elementos da constituição: a doutrina agrupa as normas constitucionais de


acordo com a finalidade de cada uma, surgindo o que se denominou de elementos da
constituição. São cinco categorias:

20
1. Elementos orgânicos: regulam a estrutura do Estado e do Poder. Ex: título III –
Da organização do Estado.
2. Elementos limitativos: normas que compõem os direitos e garantias
fundamentais, limitando a atuação do Poder estatal. Ex: Título II – Dos direitos
e garantias fundamentais.
3. Elementos socioideológicos: revelam o compromisso da constituição entre o
Estado individualista e o estado social, intervencionista. Título II – Dos direitos
sociais
4. Elementos de estabilização constitucional: asseguram a solução de conflitos
constitucionais, a defesa da constituição, do Estado e das instituições
democráticas. Ex: art. 102, I, a, (ADIN).
5. Elementos formais de aplicabilidade: regras de aplicação das constituições.
Ex: preâmbulo e ADTC.

1.4 Histórico das Constituições brasileiras


a l

io n
Constituição de 1824: foi outorgada. Marcada pelo centralismo administrativo e
a c
político, tendo em vista a figura do Poder Moderador, e também unitarismo e
u c ER
absolutismo. Por influência das Revoluções Americana (1776) e Francesa (1789),
d IL
pautado na ideia de constitucionalismo liberal, a constituição de 1824continha um
E M
 e
importante rol de Direitos civis e políticos.
rt RO
Constituição de 1891: foi promulgada, foi a primeira da República e teve por
p o OR
relator Rui Barbosa. Sistema presidencialista e a forma federativa de estado. Foi

S C 41- m u H 89
adotada a tripartição do poder, de Montesquieu. Pela primeira vez houve a

 um
previsão do habeas corpus.
IZ .7 .co
er L
Constituição de 1934: foi promulgada. Evidenciou os direitos fundamentais de 2ª
U 4
4 ma il
dimensão e a perspectiva de um Estado Social de Direito. Constituição rígida.

d V O 3 . 0 g
Previstos pela primeira vez do mandado de segurança e a ação popular.
R 4

A PE D 0 er@
Constituição de 1937: foi outorgada. Influenciada por ideais autoritários e
l
mi
fascistas, tendo sido instalada a ditadura. Foi apelidada de “Carta Polaca”. Houve
o enfraquecimento dos direitos fundamentais. Buscando atrair o apoio popular,
p lc
sua política foi intitulada de “populista”, tendo sido elaborada a CLT e importantes
direitos sociais como o salário mínimo. Não houve previsão do mandado de
segurança, nem da ação popular. O direito de manifestação do pensamento foi
restrito. A greve e o lock-out foram proibidos.
 Constituição de 1946: foi promulgada e restabeleceu a democracia. O mandado
de segurança e a ação popular foram contemplados no texto da constituição. Foi
reconhecido o direito de greve.
 Constituição de 1967: foi outorgada, com a concentração do poder no âmbito
federal, esvaziando os Estados e Municípios.
 Constituição de 1988: foi promulgada. Constituição rígida. Houve a consagração
dos direitos fundamentais. Os direitos dos trabalhadores foram ampliados. Pela
primeira vez se estabeleceu o controle de constitucionalidade por omissão
(mandado de injunção e ADO). Foi introduzida a ADPF. Pela primeira vez foi
previsto do mandado de segurança coletivo e o habeas data. Foi previsto de forma

21
específica, pela primeira vez, um capítulo sobre o meio ambiente. Importante
previsão da Defensoria Pública como instituição essencial à função jurisdicional do
Estado.

Representa uma técnica específica de limitação de


poder com fins garantísticos. Uma constituição possui
Constitucionalismo regras de limitação ao poder autoritário e de prevalência
dos direitos fundamentais.

a l
io n
Surge no início do século XXI. O constitucionalismo não
deve servir apenas para limitar o poder o poder político,
Neoconstitucionalism
a c
busca-se a eficácia da Constituição e a concretização dos
o direitos fundamentais.
u c ER
E M d IL
Características do neoconstitucionalismo:

e
a) Positivação e concretização de um catálogo de direitos
rt RO
fundamentais
p o OR
b) Onipresença dos princípios e regras

S C 41- m u H 89
c) Inovações hermenêuticas

um I
d) Densificação da força normativa do Estado
Z .7 .co
er L
e) Desenvolvimento da justiça distributiva
U 4
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f) Modelo normativo axiológico

d V R O
4 3 . 0 g g) Aproximação entre direito e ética, direito e moral.
A PE D 0 er@
l
mi
A CRFB de 1988 é: promulgada, escrita, analítica, formal,
dogmática (sistemática), rígida, reduzida (unitária),
Constituição
p lc
eclética, normativa, principiológica, definitiva, autônoma,
garantia, dirigentes, expansiva.

Constituições brasileiras: 1824, 1891, 1934, 1937, 1946,


1967, EC 01/69, 1988.

22
FCC – DPE-PR – 2017 - Quanto às classificações
das constituições, é correto afirmar que

a) as constituições-garantia se caracterizam por


Classificação conterem em seu corpo um conjunto de normas
que visam garantir aos cidadãos direitos
Das
econômicos, sociais e culturais, estabelecendo
Constituições metas de ações para o Estado.

b) a Constituição Brasileira de 1988 é

ortodoxa. a l
democrática, rígida (ou super rígida), prolixa e

io n
c
c) as constituições cesaristas, normalmente
a
c ER
autoritárias, partem de teorias preconcebidas,
u
E M
bem declaradas. d IL
de planos e sistemas prévios e de ideologias

e
rt RO
p o OR
d) as constituições escritas são caracterizadas
por um conjunto de normas de direito positivo.
u H 89
S C 41- m
e) as constituições históricas são concebidas a
um IZ .7 .co
partir de evento determinado no tempo,

V O er L.
U
0
4
4 ma il
esvaziando a influência dos demais períodos e
costumes de determinado povo.
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l Comentários:

mi a)
p lc ERRADO. A constituição garantia busca
garantir a liberdade, limitando o poder. Por
outro lado, a constituição dirigente é a que
estabelecendo metas de ações para o
Estado.
b) ERRADO. A CRFB realmente é democrática,
rígida (ou super-rígida, conforme Alexandre
de Moraes) e prolixa ou analítica.
Entretanto, não é ortodoxa. É eclética, pois
adota várias ideologias.
c) ERRADO. A constituição cesarista não é
propriamente autoritária, tampouco é
democrática. É formada por plebiscito
popularsobre um projetoelaborado pro um
imperador ou um ditador. A participação

23
popular não é democrática, apenas ratifica a
vontade do detentor do poder.
d) CORRETO. A constituição escrita
(instrumental): conjunto de regras
sistematizadas e organizadas em um único
documento. Ex: CRFB 1988
e) ERRADO. É justamente o contrário do que
foi dito. A constituição histórica constitui-se
através de um lento e contínuo processo de
formação.

ALTERNATIVA: D

FUNDATEC - 2018 - DPE-SC - Analista Técnico


a l
n
Em relação à classificação das constituições,
io
c
analise as seguintes assertivas:
a
u c ER
I. Quanto à forma, são materiais ou formais.

E M d IL
II. Quanto ao modo de elaboração, são
e
rt RO
dogmáticas, históricas ou sistemáticas.

p o OR
S C 41- m u H 89
III. Quanto à estabilidade, podem ser
superrrigidas, rígidas, flexíveis ou semirrígidas.

um IZ .7 .co
er L
Quais estão corretas?
U 4
4 ma il
d V R O
4 3 . 0 g
A PE D 0 er@
l
A) Apenas I.

mi B) Apenas II.

p lc C)
D)
Apenas III.
Apenas II e III.
E) I, II e III.

ALTERNATIVA: C

3. HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL

A constituição deve ser interpretada, porém, onde não houver dúvida, não caberá
ao exegeta interpretar. O sentido da constituição interpretada pode ser inadequado,
nesses casos, dentro dos limites estabelecidos pelo Poder Constituinte Originário, é
possível a alteração formal (reforma constitucional) ou informal (mutação
constitucional) da constituição.

24
O Ministro Luís Roberto Barroso, do STF, identificou mecanismos de mutação
constitucional:

 Interpretação (judicial ou administrativa): com as mudanças fáticas, históricas,


sociais, ideológicas, pode ocorrer a evolução da jurisprudência da Corte, como se
deu no caso da Resolução n.7 do CNJ que trata do nepotismo.
 Atuação do legislador: por meio de ato normativo primário altera o sentido de
alguma norma constitucional.
 Por via de costumes constitucionais: como, por exemplo, a possibilidade de o
Chefe do Executivo negar a aplicação de lei que considere inconstitucional.

Sendo assim, a partir de novas interpretações, em virtude da mudança do


contexto histórico, político, sociológico, das circunstâncias fáticas, pode haver a alteração
informal do sentido da norma, sem que haja mudança em seu texto. Ainda, pode partir
do Poder Legislativo, do Executivo, mas ocorre especialmente no Poder Judiciário.
a l
viva. Fenômeno relacionado à sociedade aberta de intérpretes.
io n
Linguagem constitucional aberta, polissêmica, indeterminada. A Constituição é

a c
Regras e princípios:
u c ER
d IL
As normas jurídicas podem ser regras ou princípios, não havendo hierarquia entre
E M
eles. Cada espécie normativa tem a sua função.
e
rt RO
A interpretação e aplicação das regras e dos princípios é feita com base nos
p o OR
postulados normativos inespecíficos (ponderação, concordância prática e a proibição de

S C 41- m u H 89
excesso) e específicos (destacando-se a igualdade, a razoabilidade e a proporcionalidade).

um IZ .7 .co
Critérios diferenciadores das regras e dos princípios:

V O er L
.
U
0
4
4 ma il
d R 4 3 g
REGRAS

A PE D 0 er@
l
PRINCÍPIOS
 Grau de abstração relevante e elevado.
 mi
Grau de abstração reduzido.
 São vagos e indeterminados, carecem de
 lc
Suscetíveis de aplicação direta.
p
Aplicável mediante a subsunção. mediações concretizadoras.
 Diante do conflito de regras, apenas São “Standards” juridicamente vinculantes.
uma prevalece (tudo ou nada).  Os princípios são fundamentos das regras –
 São mandamentos de função normogenética.
determinações.  Havendo conflito entre princípios, deve-se
aplicar a técnica da ponderação e do
balanceamento.
 São mandamentos de otimização.

25
ATENÇÃO!

Postulados normativos: não se confundem com regras e princípios. Segundo


Humberto Ávila, os postulados podem ser qualificados como metanormas ou
normas de segundo grau, os quais instituem critérios de aplicação de outras
normas situadas no plano do objeto da aplicação. São normas metódicas.
Postulados específicos: igualdade, razoabilidade e proporcionalidade.
Postulados inespecíficos: ponderação concordância prática e proibição do
excesso.
a l
io n
a c
u c ER
2.1 Métodos de interpretação
E M d IL
e
rt RO
A constituição deve ser encarada como uma lei e, assim,
MÉTODO
p o OR
JURÍDICO todos os métodos tradicionais de hermenêutica devem
(HERMENÊUTICO
CLASSICO) S C 41- m u H 89
ser utilizados.
São utilizados os elementos: genético, gramatical ou
um IZ .7 .co
filosófico, lógico, sistemático, histórico, teleológico ou

V O er L.
U 4
4 ma il
sociológico, popular, doutrinário, evolutivo.
0
Parte-se do problema concreto para a norma,
d R 4 3 g
MÉTODO
A PE D
PROBLEMÁTICO
TÓPICO- atribuindo-se à interpretação um caráter prático. A
0 er@
l constituição é um sistema aberto de regras e princípios.
(MÉTODO DA TÓPICA)
mi
Problema concreto  Norma
lc
p Parte-se da constituição para o problema, destacando-se
MÉTODO os seguintes pressupostos interpretativos:
HERMENEUTICO  Subjetivo: o intérprete vale-se de suas pré-
CONCRETIZADOR compreensões sobre o tema.
 Objetivo: o intérprete atua como mediador entre a
norma e a situação concreta, tendo a realidade social
como “plano de fundo”.
 Círculo hermenêutico: é o movimento de “ir e vir” do
subjetivo para o objetivo, até que se chegue a uma
compreensão da norma.

Norma  Problema concreto


(círculo hermenêutico)
A análise da norma parte da realidade social e dos

26
MÉTODO CIENTÍFICO- valores subjacentes ao texto da constituição. A
ESPIRITUAL constituição é algo dinâmico e que se renova
constantemente.
Inexistência de identidade entre texto e norma. A norma
MÉTODO NORMATIVO- deve ser concretizada não só pela atividade do
ESTRUTURANTE legislador, mas também pela atividade do judiciário, da
administração etc.
Muller: “o teor literal de qualquer prescrição de direito
positivo é apenas a ponta do iceberg.”
MÉTODO DA Estabelece uma comunicação entre várias constituições.
COMPARAÇÃO
CONSTITUCIONAL

3.2 Princípios da interpretação constitucional


a l
io n
São princípios instrumentais:
a c
u c ER
Princípio da unidade da
constituição E M d IL
- Deriva do elemento sistemático, devendo ser
interpretada como um todo integrado de normas
e
rt RO
relacionadas entre si.

p o OR
- Tem como corolário a inexistência de hierarquia

S C 41- m u H 89
entre as normas constitucionais originárias. Pode
haver hierarquia material, como a dignidade da
um IZ .7 .co
pessoa humana.

V O er L
. 0
U4 ma4 il
- A interpretação deve evitar conflitos e contradições.
d R 4 3 g - Princípio da unidade hierárquico-normativa.
A PE D 0 er@
l
Princípio
integrador
do efeito
i
- Relacionado ao princípio da unidade.
m
p lc
- A interpretação deve dar primazia às soluções que
promovam a integração política e social.
Princípio da - Hesse.
concordância prática ou Também relacionado ao princípio da unidade.
da harmonização - Ideia de coerência para evitar tensões internas,
devido ao pluralismo de valores.
- Coordenação e combinação dos bens jurídicos em
conflito, para evitar o sacrifício total de um deles,
procedendo-se a uma redução proporcional de cada
um.
Princípio da relatividade - Não existem direitos absolutos.
ou da convivência das - Deve haver uma coordenação entre os princípios e
liberdades públicas normas e sua relativização.

27
Princípio da força Konrad Hesse.
normativa da - A Constituição é autêntica norma jurídica.
constituição
- Deve-se preferir soluções que melhor concretizem
as normas, tornando-as mais eficazes e permanentes.
- Interpretações divergentes enfraquecem a força
normativa da Constituição.
Princípio da máxima - Ligado ao princípio da força normativa da constituição.
efetividade das normas - Princípio geralmente invocado em relação aos direitos
constitucionais fundamentais.
- Interpretação que confira a maior efetividade
possível aos direitos fundamentais.
Princípio da justeza, da - A interpretação constitucional não pode subverter o
conformidade funcional esquema organizatório-funcional previsto na
a l
ou da correção funcional constituição.
io n
c
- Cada poder deve agir em observância às suas funções.
a
u c ER
- É corolário do princípio da separação dos poderes.

E M d IL
Deve-se respeitar o espaço institucional de cada
poder.
e
rt RO
o OR
- Vem sendo flexibilizado, pois a atividade do
p
S C 41- m u H 89
Judiciário é criativa e, às vezes, normativa, como os
mandados de injunção, a súmula vinculante etc. Por

um IZ .7 .co
isso, hoje é preferível o diálogo entre as instituições.
Princípio
V
das
O er L U4 ma4 il
razões - Na esfera política, ao tratar de temas essenciais,
.
públicas (John Rawls) 0 como direitos humanos, devem ser usados
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
argumentos independentes de religião, concepção de
moral, usando as razões públicas.
mi
p lc
- O pluralismo de uma sociedade democrática tem
como consequência o desacordo moral, de forma
que, nas discussões públicas, os argumentos devem
ser públicos.

28
Princípio da interpretação - Texto constitucional aberto, polissêmico,
conforme a constituição plurissignificativo. O intérprete deve conferir
interpretação que torne a norma compatível com a
constituição.
- É um esforço para preservar a norma jurídica em
vigor.
- É princípio da hermenêutica constitucional, mas
também é técnica de decisão no controle de
constitucionalidade.
- Não pode inventar um sentido que o texto não
comporte.
Interpretação conforme x declaração de nulidade
sem redução de texto: o STF não diferencia, mas a
doutrina, sim. Então, vamos lá.
a l
n
Declaração de nulidade: técnica de decisão judicial,
io
c
que não pode ser utilizada por qualquer juiz ou
a
c ER
tribunal, mas apenas no controle abstrato. A norma,
u
E M d IL
em si, não é inconstitucional, e sim uma de suas
interpretações. O STF decide que uma norma é
e
rt RO
inconstitucional se for interpretada de determinada
o OR
forma. STF como legislador negativo.
p
S C 41- m u H 89
Interpretação conforme: atribui uma interpretação e
a norma é constitucional, desde que assim

um IZ .7 .co
interpretada.

V O er L
.
U
0
4
4 ma il
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
mi ATENÇÃO!!
p lc
O STF decidiu conferir uma interpretação mais restritiva ao foro por
prerrogativa de função, em ordem a evitar que este instituto se transforme em
um privilégio, violando os princípios republicano e de igualdade. Neste sentido,
o Ministro Luís Roberto Barroso propôs atribuir uma acepção mais restritiva ao
art. 102, I, “b” e “c”, da CF/88. Trata-se da redução teleológica de Karl Larenz,
ou da técnica na “dissociação”, de Ricardo Guastini. É, nas palavras do professor
Márcio André Lopes Cavalcanti, uma redução do campo de aplicação da norma
a somente uma ou algumas situações de fato previstas, segundo uma
interpretação mais literal, que se dá para se adequar melhor à finalidade da
norma.

29
Vamos aprofundar mais?
A doutrina ainda menciona o Princípio do Cosmopolitismo. Trata-se do
diálogo internacional na interpretação constitucional, da troca de experiências,
conceitos e teorias, entre as cortes nacionais e internacionais, segundo explica
Sarmento. É o caso da ADPF 347 sobre o Estado de Coisas Inconstitucional, ao
contrário do que ocorreu no caso Gomes Lund, em que o STF divergiu do
entendimento da Corte IDH.
Mais um pouquinho?
Princípio da presunção graduada de constitucionalidade dos atos
normativos: serve de parâmetro para a autocontenção judicial (contrário de
ativismo judicial). Seus principais fundamentos teóricos são a democracia e a
separação dos poderes. É uma presunção iuris tantum, mas que exige um ônus
a l
io n
maior de argumentação do intérprete, para afastar essa presunção. Hoje, se fala
c
em uma presunção gradual e heterogênea, pois pode ser mais intensa em relação a
a
c ER
certas normas, do que a outras. A doutrina cita alguns parâmetros para aferir esta
u
E M d IL
presunção: a) o grau de legitimidade democrática do ato normativo (dificuldade
contramajoritária do controle de constitucionalidade -> autocontenção do
e
rt RO
Judiciário); b) proporção inversa entre a democracia e a autocontenção; c)
o OR
proteção das minorias estigmatizadas; c) relevância material do direito
p
S C 41- m u H 89
fundamental; d) comparação entre as capacidades institucionais (do Judiciário e do
responsável pela edição do ato normativo); e) época de edição do ato.
m IZ .7 .co
Patriotismo Constitucional (Dirley): Harbemas – identidade política coletiva com
u
V O er L
.
U
0
4
4 ma il
uma perspectiva universalista comprometida com os princípios do Estado
Democrático de Direito. Visa à integração e à solidariedade, para superar o
d R 4 3 g
problema do nacionalismo étnico.
A PE D 0 er@
Constitucionalismo Intercultural: reconhecimento da diversidade de culturas e
l i
promoção da conciliação entre todas.
m
p lc
ATENÇÃO: novidade que pode ser cobrada em prova e foi mencionada
recentemente na questão de ordem suscitada na AP937, no STF.

2.3 Estrutura da constituição

Preâmbulo  Corpo (arts. 1º ao 250) ADCT

Preâmbulo: não se situa no âmbito do Direito, mas no domínio da política. Ele


apenas reflete a posição ideológica do constituinte. Desse modo, não possui relevância
jurídica. Vale ressaltar, ainda, que o preâmbulo não constitui norma central da
Constituição, não sendo de reprodução obrigatória nas Constituições dos Estados-

30
membros. O STF adota a tese da irrelevância jurídica do preâmbulo. Entretanto, é norte
interpretativo das normas constitucionais.

ADCT: estabelece regras de transição entre o antigo e o novo ordenamento


jurídico. No ADCT, podem ser encontradas normas exauridas, normas de duração
temporária expressa, normas de recepção, normas sobre benefícios e direitos e normas
com prazos constitucionais ultrapassados. As normas do ADCT podem ser modificadas por
emendas? Se a norma já tiver exaurida, não poderá ser modificada por emenda. Por
outro lado, se a norma ainda tiver produzindo efeitos, é possível a alteração. As normas
do ADCT possuem caráter constitucional e podem ser parâmetro no controle de
constitucionalidade.

a l
io n
a c
u c ER
E M d IL
Regras: o conflito entre regras se resolve com a invalidade

Regras e definição. e
de uma delas, aplica-se o “tudo ou nada”. São mandados de
rt RO
princípios
p o OR
S C 41- m u H 89
Princípios: a colisão entre princípios se resolve na
ponderação e balanceamento. São mandados de

um IZ .7 .co
otimização.

V O er L
.0
U
4 ma 4 il
Método jurídico ou hermenêutico clássico
d R 4 3  g Método tópico-problemático
A PE
Métodos D 0 er@
de
l  Método hermenêutico concretizador
interpretação 
mi
Método científico-espiritual
constitucional

p lc
Método normativo-estruturante
 Método da comparação constitucional

 Princípio da unidade da constituição


 Princípio do efeito integrador
Princípios da  Princípio da máxima efetividade
interpretação
 Princípio da justeza funcional
constitucional
 Princípio da concordância prática
 Princípio da força normativa
 Princípio da interpretação conforme a constituição
 Princípio da proporcionalidade e da razoabilidade

31
FCC – DPE-SC – 2017 - No âmbito da interpretação
constitucional, considere:

I. Os postulados normativos não se confundem com os


princípios e as regras, sendo qualificados como metanormas
ou normas de segundo grau voltadas a estabelecer critérios
para a aplicação de outras normas.

l
II. A mutação constitucional caracteriza-se, entre outros
a
io n
aspectos, pela alteração do significado de determinada norma
da Constituição sem que tenha ocorrido qualquer modificação
do seu texto.
a c
u c ER
d IL
III. O princípio da concordância prática objetiva, diante da
E M
e
hipótese de colisão entre direitos fundamentais, impedir o
rt RO
sacrifício total de um em relação ao outro, estabelecendo
p o OR
limites à restrição imposta ao direito fundamental subjugado,

S C 41- m u H 89
por meio, por exemplo, da proteção do núcleo essencial.

um IZ .7 .co
IV. O princípio da unidade da Constituição determina que a

V er L U 4 il
4 ma
norma constitucional deva ser interpretada à luz de todo o
O . 0
sistema constitucional vigente, ou seja, na sua globalidade e
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
de forma sistemática.
l
mi
Está correto o que se afirma em
p lc
a) III e IV, apenas.

b) I, II, III e IV.

c) I, II e III, apenas.

d) II, III e IV, apenas.

e) II e IV, apenas.

Todas as alternativas estão corretas.

ALTERNATIVA: B

FCC – DPE-ES – 2016 - A respeito da distinção entre princípios

32
e regras, é correto afirmar:

a) Diante da colisão entre princípios, tem-se o afastamento de


um dos princípios pelo princípio da especialidade ou ainda
pela declaração de invalidade.

b) As regras e os princípios são espécies de normas jurídicas,


ressalvando-se a maior hierarquia normativa atribuída aos
princípios.

c) Os princípios possuem um grau de abstração maior em


relação às regras, aplicando-se pela lógica do “tudo ou nada”.

d) Os princípios por serem vagos e indeterminados, carecem


de mediações concretizadoras (do legislador, do juiz),
enquanto as regras são suscetíveis de aplicação direta.

a l
e) Na hipótese de conflito entre regras, tem-se a ponderação
das regras polidentes.
io n
a c
c ER
ERRADO. Diante da colisão entre princípios, deve-se aplicar a
u
E M d IL
ponderação e o balanceamento. Por outro lado, no caso de
colisão entre regras, tem-se o afastamento de uma das regras,
e
rt RO
tendo em vista o princípio da especialidade, ou ainda pela
o OR
declaração de invalidade.
p
S C 41- m u H 89
a) ERRADO. As regras e os princípios são espécies de normas

um jurídicas, inexistindo hierarquia normativa entre elas.


IZ .7 .co
er L U il
b) ERRADO. Os princípios possuem um grau de abstração
4 4 ma
d V R O 3 0
maior em relação às regras. Na colisão entre princípios,
. g
aplica-se a ponderação e o balanceamento. Já na colisão
4
A PE D 0 er@
entre regras, aplicando-se pela lógica do “tudo ou nada”.
l i
c) CORRETO. Os princípios são vagos e indeterminados,
m
p lc
carecem de mediações concretizadoras (do legislador, do
juiz), enquanto as regras são suscetíveis de aplicação
direta.
d) ERRADO. No caso de colisão entre regras, tem-se o
afastamento de uma das regras, tendo em vista o princípio
da especialidade, ou ainda pela declaração de invalidade.
Aplica-se o “tudo ou nada”.

ALTERNATIVA: D

Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-AM Prova: FCC - 2018 -


DPE-AM - Defensor Público

33
Considere os seguintes excertos extraídos de votos proferidos
em acórdãos de lavra do Supremo Tribunal Federal, acerca de
princípios de hermenêutica constitucional:

I. Em consequência desse princípio, o Estado, após haver


reconhecido os direitos prestacionais, assume o dever não só
de torná-los efetivos, mas, também, se obriga, sob pena de
transgressão ao texto constitucional, a preservá-los, abstendo-
se de frustrar – mediante supressão total ou parcial – os
direitos sociais já concretizados.

II. É preciso (...) buscar uma harmonização entre princípios em


tensão, de modo a evitar o sacrifício de um em relação ao
outro.

III. Essa tese − a de que há hierarquia entre normas


a l
io
constitucionais originárias dando azo à declaração de n
c
inconstitucionalidade de umas em face de outras – se me
a
c ER
afigura incompossível com o sistema de Constituição rígida
u
E M d IL
(...). Na atual Carta Magna ‘compete ao Supremo Tribunal
Federal, precipuamente, a guarda da Constituição’ (artigo 102,
e
rt RO
‘caput’), o que implica dizer que essa jurisdição lhe é atribuída
o OR
para impedir que se desrespeite a Constituição como um todo,
p
S C 41- m u H 89
e não para, com relação a ela, exercer o papel de fiscal do
Poder Constituinte originário, a fim de verificar se este teria,
m Z .7 .co
ou não, violado os princípios de direito suprapositivo que ele
u I
V er L
O
U
.
4
0
il
próprio havia incluído no texto da mesma Constituição.
4 ma
d R 3 g
Os excertos acima transcritos referem-se, respectivamente,
4
A PE D 0 er@
aos princípios da
l
mi
p lc
A) concordância prática; máxima efetividade; unidade da
Constituição.

B) proibição do retrocesso; concordância prática; unidade da


Constituição.

C) unidade da Constituição; concordância prática; máxima


efetividade.

D) proibição do retrocesso; unidade da Constituição;


concordância prática.

E) concordância prática; unidade da Constituição; proibição do


retrocesso.

34
GABARITO: B.

Vide nosso quadro que explica todos estes princípios.

4. EFICÁCIA E APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS

Classificação de José Afonso da Silva: as normas podem ser de eficácia plena,


contida ou limitada.

Norma de eficácia plena e aplicabilidade direta, imediata e


NORMA DE EFICÁCIA integral é aquela que, no momento que entra em vigor,
PLENA está apta a produzir todos os seus efeitos, independente
de norma integrativa infraconstitucional.
a l
Na doutrina americana são chamadas de self-executing
(normas autoaplicáveis). io n
a c
u c ER
A norma de eficácia contida ou prospectiva tem

E M d IL
NORMA DE EFICÁCIA aplicabilidade direta e imediata, mas possivelmente não
CONTIDA
e
integral. Tem condição de produzir todos os seus efeitos
rt RO
p o OR
logo que entra em vigor, mas poderá haver redução de sua
abrangência. A restrição pode ser feita por lei ou por outras

S C 41- m u H 89
normas constitucionais.

um
Podem ser chamadas de normas de eficácia restringível ou
IZ .7 .co
er L
reduzível.
U 4
4 ma il
d V R O
4 3 . 0 g
No momento da sua entrada em vigor não estão aptas a
A PE D 0 er@
NORMA DE EFICÁCIA produzir todos os seus efeitos, precisando de uma lei
l
LIMITADA
i
integrativa infraconstitucional ou de emenda à constituição.
m
São divididas em dois grupos:
p lc
 Normas de princípio institutivo ou organizativo:
contêm esquemas gerais ou iniciais de estruturação de
instituições, órgãos ou entidades.
 Normas de princípios programáticos: veiculam
programas a serem implementados pelo Estado,
visando a realização de fins sociais.

35
Normas definidoras de direitos e garantias fundamentais, de acordo com o
art. 5º, §1º, da CRFB, têm aplicabilidade imediata. Para José Afonso da Silva,
significa que são dotadas de todos os meios e elementos necessários à sua
pronta incidência aos fatos, situações, condutas ou comportamentos que
regulam. A regra é que as normas definidoras de direitos e garantias individuais
sejam de aplicabilidade imediata. Mas as definidoras de direitos sociais,
culturais ou econômicos nem sempre o são, pois geralmente precisam de
complementação.

a l
io n
a c
u c ER
E M d IL
e
rt RO
Eficácia e aplicabilidade das normas
p o ORAs normas podem ser de eficácia plena,

S C 41- m
Normas definidoras de direitos e
u H 89 contida ou limitada.
Aplicabilidade imediata
um
garantias fundamentais IZ .7 .co
V O er L
. 0
U4 ma4 il
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
mi
p lc
VUNESP - DPE-MS – 2014:

No que se refere à eficácia e aplicabilidade das normas


constitucionais, é correto afirmar que

a) as normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais


têm aplicação mediata, vez que não há direito fundamental
absoluto.

b) os direitos e garantias expressos na Constituição excluem


outros dos Tratados Internacionais em que a República
Federativa do Brasil seja parte.

c) as normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais

36
têm aplicação imediata.

d) as normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais


têm aplicação mediata e direta.

Justificativas:

a) ERRADO. Art. 5º, § 1º, da CRFB: As normas definidoras


dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação
imediata.
b) ERRADO. O art. 5º, da CRFB, estabelece um rol mínimo
de direitos e garantias fundamentais. Não exclui outros
direitos. Estabelece o § 2º, do referido artigo, que os
direitos e garantias expressos nesta Constituição não
excluem outros decorrentes do regime e dos princípios
por ela adotados, ou dos tratados internacionais em
que a República Federativa do Brasil seja parte.
a l
io
c) CORRETO. Art. 5º, § 1º, da CRFB: As normas n
c
definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm
a
aplicação imediata.
u c ER
ALTERNATIVA: C E M d IL
d) ERRADO. Possuem aplicabilidade imediata e direta.

e
rt RO
p o OR
5. PODER CONSTITUINTE
S C 41- m u H 89
um IZ .7 .co
er L
4.1 Conceito
U 4
4 ma il
d V R O
4 3 . 0 g
É aquele que cria, garante ou elimina uma constituição.
A PE D 0 er@
A titularidade do poder constituinte é do povo. É importante saber que o teórico
l
Emmanuel Joseph Siyès, o abade de Chartres, por meio do panfleto “Que é o terceiro
mi
Estado?”, apontava como titular a nação.
p lc
Em que situação o poder constituinte se revela? Quando ocorre o chamado “Hiato
constitucional”. Isso acontece quando há um choque ou ruptura entre o conteúdo da
constituição política e a realidade social. Também chamada de revolução, é a quebra do
processo político e histórico normal da organização política. Caracteriza uma verdadeira
lacuna, intervalo ou interrupção de continuidade e pode dar enseja há vários fenômenos,
quais sejam:
 Convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte (ANC): momento
constituinte democrático, com a manifestação do poder constituinte originário
(PCO).
 Mutação constitucional: necessidade de mudança no sentido interpretativo do
texto.
 Reforma constitucional: manifestação formal do poder constituinte de reforma
(PCR), por meio de emendas constitucionais.
 Hiato autoritário: ilegítima outorga constitucional.

37
PODER CONSTITUINTE É aquele que instaura uma nova ordem jurídica,
ORIGINÁRIO rompendo por completo com a ordem jurídica
precedente. Cria um novo Estado.
(GENUÍNO, DE 1º GRAU,
INICIAL, INAUGURAL)
 Histórico ou fundacional: é o primeiro. O
SUBDIVISÃO estruturado pela primeira vez.
 Revolucionário: todos os posteriores ao histórico.
 Formal: complexo normativo
 Material: precede o formal dizendo o que é
constitucional. O formal vai sedimentar.
 Inicial: instaura uma nova ordem jurídica.
CARACTERÍSTICAS Inexistência de outro poder antes e acima dele
 Autônomo: estruturação da nova ordem jurídica
a l
autonomamente. ao lado dele, não há nenhum outro
poder de mesma hierarquia
io n
c
 Ilimitado juridicamente: não tem de respeitar os
a
c ER
limites impostos pelo direito anterior
u
E M d IL
 Incondicionado e soberano na tomada de suas
decisões: não se submete a qualquer forma prefixada
e
rt RO
de manifestação. Para o positivismo, não há nenhuma

p o OR
norma jurídica que o condicione. Esta última

S C 41- m u H 89
característica vem sendo relativizada, pois há
condicionamentos materiais, como os valores éticos, o

um IZ .7 .co
direito internacional, a vedação de retrocesso (efeito

V O er L
.
U
0
4
4 ma il
cliquet) etc.
 Poder de fato e poder político: é uma energia ou
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
força social. Natureza pré-jurídica.
 Permanente: não se esgota com a edição da nova
mi
constituição.
p lc
 Outorga: declaração unilateral do agente
FORMAS DE EXPRESSÃO revolucionário.
 Assembleia Nacional Constituinte: deliberação da
representação popular.

Para a corrente JUSNATURALISTA o PCO não seria totalmente autônomo, pois


deve respeito ao direito natural. O Brasil adotou a corrente POSITIVISTA, sendo o PCO
totalmente ilimitado do ponto de vista jurídico. Assim, para a corrente positivista, nem
mesmo o poder natural limita o PCO.
38
4.2 Classificação do poder constituinte

É criado e instituído pelo PCO. Deve obedecer às regras


PODER CONSTITUINTE impostas pelo PCO, sendo limitado e condicionado aos
DERIVADO (INSTITUÍDO, parâmetros por ele instituídos.
DE 2º GRAU) Derivam do PCO o poder reformador, o decorrente e o
revisor.
Tem a capacidade de modificar a constituição por meio
PODER CONSTITUINTE de emendas constitucionais. Tem natureza jurídica,
DERIVADO REFORMADOR sendo derivado e condicionado pelo PCO.
As regras para a alteração da constituição estão
a l
previstas no art. 60 da CRFB.
Limitações: io n
a c
 Quórum qualificado de 3/5 para a votação, em cada
u c ER
casa, em dois turnos de votação (limitação formal).
d IL
 Proibição de alteração da CRFB na vigência de
E M
e
rt RO
estado de sítio, defesa, ou intervenção federal

p o OR
(limitação circunstancial)
 Cláusulas pétreas (limitações materiais)
S C 41- m u H 89
 Limitações implícitas: ex.: impossibilidade de alterar

um I
o titular do PCO e do PCDR (povo), proibição de
Z .7 .co
er L U ilviolar as limitações expressas (o Brasil não adota a
4
4 ma
d V R O
4 3 . 0 g
teoria da dupla revisão).
É derivado e condicionado pelo PCO, possuindo
PODER A PE D 0 er@
CONSTITUINTE
l
natureza jurídica. Sua missão é estruturar ou modificar
DERIVADO DECORRENTE i
a constituição dos Estados-Membros. É decorrência da
m
p lc
capacidade de auto-organização dos Estados. Pode ser
inicial (elaboração da CE) ou de revisão estadual (visa a
modificar a CE). É exercido pela Assembleia legislativa.
O art. 25, da CRFB, estabelece que os Estados
organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que
adotarem, observados os princípios desta
Constituição.
Que princípios são esses? Segundo Uadi Lammêgo
Bulis, são:
 Princípios constitucionais sensíveis (art. 34, VII, a-
e, da CRFB).
 Princípios constitucionais estabelecidos
(organizatórios): são extraídos da interpretação do
conjunto de normas centrais dispersas na CRFB.
Ex.: repartição de competências, sistema

39
tributário, etc. pode ser de três tipos:
a) limites explícitos vedatórios (proíbem o Estado
de praticar determinados atos ou procedimentos)
ou limites explícitos mandatórios (são restrições à
liberdade de organização),
b) limites inerentes (vedam a invasão de
competência), e
c) limites decorrentes (decorrem de disposições
expressa).
 Princípios constitucionais extensíveis: são aqueles
que integram a estrutura da federação brasileira.
Ex.: forma de investidura em cargos públicos,
processo legislativo, orçamento, preceitos ligados
à administração pública.
É condicionado e limitado pelas regras do PCO. É um
poder jurídico de revisão para atualizar e adequar a
a l
PODER
io
CONSTITUINTE CRFB. O art. 3º, do ADTC, estabelece que a revisãon
DERIVADO REVISOR
c
constitucional será realizada após cinco anos, contados
a
c ER
da promulgação da Constituição, pelo voto da maioria
u
E M d IL
absoluta dos membros do Congresso Nacional, em
sessão unicameral. Foi estabelecido que deveria
e
rt RO
ocorrer apenas uma vez. Teve como limite material as
o OR
cláusulas pétreas do art. 60, parágrafo quarto, da CRFB.
p
S C 41- m u H 89
um IZ .7 .co
V O er L
.
U
0
4
4 ma il
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
m i
Distrito Federal:lc
p para
direta da CRFB, podendo
a elaboração da Lei Orgânica do DF, há derivação
ser verificada a manifestação do poder constituinte
derivado decorrente.
Municípios: para a elaboração da Lei Orgânica dos municípios, há uma
dupla barreira, dois graus de imposição legislativa constitucional. Devem
obediência à constituição do estado em que situados e à CRFB. Por isso, não
existe poder decorrente na orbita dos municípios.
Territórios: também não há poder decorrente. Os territórios integram
a União.

Por fim, podemos ainda falar de mais dois tipos de poder constituinte:

40
PODER CONSTITUINTE DIFUSO: É um poder de fato e tem fundamento na
mutação constitucional. É um processo informal e espontâneo de mudança, com a
alteração apenas no sentido interpretativo.
PODER CONSTITUINTE SUPRANACIONAL: Busca validade na cidadania universal,
no pluralismo de ordenamentos jurídicos, na vontade de integração e em um conceito
reformulado de soberania. Age de fora para dentro, reorganizando a estrutura de dos
Estados ou adere ao direito comunitário. É supranacional, pois se diferencia do direito
interno de cada Estado e do direito internacional.

4.3 Vigência das normas constitucionais

Depois de estudar o poder constituinte, é preciso analisar a relação entre a nova


constituição e a ordem jurídica anterior (direito intertemporal).

a l
ATENÇÃO!
io n
a c
O que acontece com as normas infraconstitucionais elaboradas antes do advento
da nova constituição?
u c ER

E M d IL
Normas incompatíveis com a nova constituição  serão revogadas
 e
rt RO
Normas compatíveis com a nova constituição serão recepcionadas,
o OR
podendo, inclusive, adquirir nova roupagem. Ex.: lei ordinária ser
p
S C 41- m u H 89
recepcionada com status de lei complementar.
Não se analisa a constitucionalidade de uma norma anterior com a nova
m Z .7 .co
constituição, não cabe ADI. Não é questão de constitucionalidade. É questão de recepção
u I
V er L
0
U
4 ma 4 il
ou não recepção (revogação). O STF não admite a teoria da inconstitucionalidade
superveniente1 de ato normativo produzido antes da nova constituição e perante o novo
O .
d R 4 3 g
paradigma. A constitucionalidade só é analisada entre uma norma e a constituição que
A PE D 0 er@
estava em vigor no momento em que ela foi editada (princípio da contemporaneidade).
l i
Entretanto, é cabível o controle concentrado por meio de ADPF para a análise de
m
lc
normas anteriores à constituição. É cabível do controle difuso.
p
Como vimos, o STF não admite a teoria da inconstitucionalidade superveniente
de ato normativo produzido antes da nova constituição e perante o novo
paradigma. Pedro Lenza afirma que também não se pode falar em
“constitucionalidade superveniente”.

Para que uma lei seja recepcionada deve preencher alguns requisitos:

 Estar em vigor no momento do surgimento da nova constituição.


 Não ter sido declarada inconstitucional na vigência do ordenamento
anterior.

1
Atenção, pois aqui há uma jurisprudência recente, na qual o Ministro Dias Toffoli usou a expressão
“inconstitucionalidade superveniente” de forma mais genérica, e não no sentido tradicional, que se
considera incabível no Brasil. Já Já, vamos lê-la.

41
 Ter compatibilidade formal e material perante a constituição sob cuja
regência foi editada.
 Ter compatibilidade apenas material com a nova constituição.
Com o advento da nova ordem jurídica, é possível:

 A mudança de competência federativa para legislar sobre determinadas


matérias.
 A recepção de apenas parte de uma lei.
 A recepção ou revogação acontece no momento da promulgação da nova
constituição. Entretanto, o STF pode modular os efeitos.

O que seria o fenômeno da repristinação?

Ocorre a repristinação quando uma lei, editada sob a égide da constituição 1, é


revogada por incompatibilidade com a nova constituição 02. Entretanto, diante de uma
l
constituição 3, a lei revogada volta a vigorar, pois teria compatibilidade com aquela.
a
Constituição 1 Constituição 2 Constituição 3
io n
a c
Editada a lei X
c ER
A lei X é revogada, pois é A lei X, que havia sido revogada,
u
ordenamento. E M d IL
incompatível com o novo volta a valer por ser em tese
compatível com a constituição 3.
e
rt RO É o fenômeno da Repristinação.

p o OR
S C 41- m u H 89
O Brasil adotou a impossibilidade do fenômeno da repristinação, salvo disposição
m Z .7 .co
expressa da nova ordem jurídica.
u I
er L U
4 ma 4 il
E o que seria a desconstitucionalização? É o fenômeno em que as normas da
V O . 0
d R 4 3 g
constituição anterior, compatíveis com a nova ordem, permanecem em vigor com o
A PE D 0 er@
status de lei infraconstitucional. Não é admitido no Brasil, salvo se a nova constituição
l i
dispuser expressamente, pois o poder constituinte originário é ilimitado juridicamente.
m
Por fim, o que é lacrecepção material de normas constitucionais? Segundo o
p é a persistência de normas constitucionais anteriores que
professor Jorge de Miranda,
guardam, se bem que a título secundário, a antiga qualidade de normas constitucionais.
Seriam normas constitucionais fora do texto da nova constituição. Não é admitido no
Brasil, salvo disposição expressa da nova constituição.

Para terminar este ponto, cabe estudar os graus de retroatividade da norma


constitucional.

GRAUS DE RETROATIVIDADE DA
NORMA CONSTITUCIONAL

A lei nova ataca fatos consumados ou prejudica a


MÁXIMO coisa julgada.

42
A lei nova atinge efeitos pendentes de atos
MÉDIO jurídicos passados; as prestações pendentes,
vencidas e não adimplidas.

Atinge apenas os efeitos futuros dos fatos


MÍNIMO anteriores. Ex.: prestações futuras de negócios
firmados na vigência da norma anterior. Adotada
pela jurisprudência do STF.

Segundo o STF, as normas constitucionais fruto da manifestação do poder


constituinte originário têm, em regra, efeito retroativo mínimo. Porém, nada impede que
tenha retroatividade média ou máxima, para tanto, deve constar expressamente na nova
constituição. Por tudo isso, a doutrina diz que não há direito adquirido contra a nova
a l
constituição. Mas atenção, as manifestações do poder constituinte derivado decorrente e

io n
reformador (constituições estaduais e emendas à constituição) e a legislação
c
infraconstitucional estão sujeitos ao princípio da irretroatividade da lei, salvo algumas
a
c ER
exceções, como a lei penal que poderá retroagir para beneficiar o réu.
u
E M d IL
e
rt RO
p o OR
S C 41- m u H 89
 Poder constituinte originário:

um IZ .7 .co Poder de fato ou político

er L U 4 il Energia ou força social

V O
PODER CONSTITUINTE . 0 4 ma Natureza pré-jurídica
d R 4 3 g Inicia uma nova ordem jurídica, um novo
A PE D 0 er@
l
Estado.

mi  Poder constituinte derivado: natureza

p lc jurídica. Pode ser: decorrente, reformador


e de revisão.

FCC - DPE-ES – 2016 - No tocante às cláusulas


pétreas, conforme disposição expressa da
Constituição Federal de 1988, não será objeto
de deliberação a proposta de emenda
constitucional tendente a abolir

43
a) a Separação dos Poderes.

b) o Estado Democrático de Direito.

c) as Funções Essenciais à Justiça.

d) os Direitos Sociais.

e) a Soberania Popular.

Justificativa: as cláusulas pétreas são


limitações materiais ao poder de reforma.
Conforme o art. 60, § 4º Não será objeto de
deliberação a proposta de emenda tendente a
abolir:I - a forma federativa de Estado;II - o voto
direto, secreto, universal e periódico;III - a
separação dos Poderes;IV - os direitos e
a l
garantias individuais.
io n
ALTERNATIVA: A
a c
u c ER
E M d IL
Ano: 2017. Banca: CESPE. Órgão: DPE-AL. Prova:
e
Defensor Público
rt RO
p o OR
A relação entre a Constituição e as normas

S C 41- m u H 89
jurídicas (constitucionais ou infraconstitucionais)

um I
anteriores não pode ser reduzida a um único
Z .7 .co
er L
fenômeno, além de implicar diferenciados
U 4 il
4 ma
efeitos. Há de se levar em conta o fato de se

d V R O
4 3 . 0 gtratar tanto de uma nova ordem constitucional
A PE D 0 er@
l
quanto de uma reforma constitucional que

mi venha a se manifestar em relação ao direito


constitucional originário ou mesmo em relação à
p lc legislação infraconstitucional.

Ingo Sarlet, et al. Curso de Direito Constitucional.


São Paulo: Revista dos Tribunais, 2012, p. 187
(com adaptações).

Entre as situações que podem ocorrer no


contexto descrito pelo texto, o Supremo
Tribunal Federal (STF) admite a

a) recepção de lei anterior, desde que


materialmente compatível com a nova
Constituição.

44
b) constitucionalidade superveniente de lei
ordinária originalmente inconstitucional, por
meio de emenda constitucional posterior.

c) manutenção de status constitucional de


norma constitucional anterior, ainda que a nova
Constituição seja omissa sobre o assunto.

d) inconstitucionalidade superveniente de lei


anterior em relação a Constituição posterior,
para fins de ajuizamento de ação direta de
inconstitucionalidade.

e) desconstitucionalização de norma
constitucional anterior, ainda que não haja

a
previsão expressa sobre o assunto na nova l
Constituição.
io n
a c
GABARITO: A
u c ER
E M d IL
a) CERTA. Para que ocorra a recepção, a
e
rt RO
norma infraconstitucional anterior deve

p o OR
ser materialmente compatível com a

S C 41- m u H 89atual Constituição.


b) ERRADO. Não se admite o fenômeno da

um IZ .7 .co constitucionalidade superveniente. A

er L U 4 il norma inconstitucional é nula, desde a

V O . 0 4 ma origem, não podendo ser salva por


d R 4 3 g emenda posterior.
A PE D 0 er@
l
c) ERRADO. Uma nova constituição inova

mi completamente a ordem jurídica.

p lc d) ERRADO. Não se fala


inconstitucionalidade superveniente, e
em

sem em não recepção. Ademais, não


cabe ADI contra norma
infraconstitucional vigente na
Constituição anterior. O que pode caber
é uma ADPF.
e) ERRADO. Só se admite o fenômeno da
desconstitucionalização, isto é, uma
norma constitucional da Constituição
anterior, passar a ser infraconstitucional
sob a vigência na nova constituição, se
houver disposição expressa desta neste
sentido.

45
FCC - 2018 - DPE-MA - Defensor Público

Constitui poder dos Estados, unidades da


federação, de elaborar as suas próprias
constituições, o poder constituinte derivado

A) reformador.
B) revisor.
C) decorrente.
D) regulamentar.
E) subsidiário.

GABARITO: C

a l
io n
a c
6. CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
u c ER
E M d IL
e
rt RO
5.1 Teoria geral do controle de constitucionalidade

p o OR
S C 41- m u H 89
São requisitos fundamentais para o controle: uma constituição rígida e a
atribuição de competência a um órgão para resolver problemas de constitucionalidade.

um IZ .7 .co
O controle decorre da noção de escalonamento normativo, sendo a constituição a norma
er L U4 ma4 il
máxima de validade do ordenamento jurídico (princípio da supremacia da constituição).
V O . 0
A doutrina brasileira acatou a teoria da nulidade, de origem norte-americana, de
d R 4 3 g
A PE D
forma que a inconstitucionalidade é vício congênito do ato normativo e será feita por ato
declaratório. 0 er@
l
mi
p lc
SISTEMA NORTE-AMERICANO SISTEMA AUSTRÍACO
 A decisão tem eficácia declaratória.  Decisão tem eficácia constitutiva.
 Atinge o plano da validade.  Atinge o plano da eficácia da norma.
 Em regra, possui efeito ex tunc.  Em regra, possui efeitos ex nunc.
 A lei inconstitucional é ato nulo.  O ato é anulável.

Cabe alertar que a nulidade absoluta da lei inconstitucional vem sendo


flexibilizada e afastada casuisticamente pela jurisprudência. Exemplo disso é a previsão
no art. 27, da lei 9868/99, e no art. 11, da lei 9882/99, da modulação dos efeitos decisão.
Tal técnica tem sido aplicada no controle concentrado e, por analogia, no controle difuso.

46
5.1.2 Breve evolução do sistema brasileiro de controle

Não estabeleceu nenhum sistema de controle, consagrando a


Constituição de soberania do parlamento, cabendo ao imperador exercer o Poder
1824 Moderador.

Consagra-se no direito brasileiro, mantida até a CRFB de 1988, a


Constituição de técnica de controle de constitucionalidade de lei ou ato
1891 normativo, por qualquer juiz ou tribunal, observadas as regras de
competência – controle difuso.
Manteve o sistema de controle difuso.
Constituição de Estabeleceu a ADI interventiva.
1934 Estabeleceu a cláusula de reserva de plenário.
Estabeleceu a competência do Senado Federal para suspender a
execução da lei ou ato normativo declarado inconstitucional por
decisão definitiva.
a l
Manteve o controle difuso.
io n
Constituição de
c
O Presidente da República tinha a possibilidade de influenciar as
a
1937 decisões do Poder Judiciário
u c ER
que declarassem a

E M d IL
inconstitucionalidade de lei, já que, de modo discricionário,
poderia submetê-la ao Parlamento para reexame.
e
rt RO
Por meio da EC 16/1965, criou-se no Brasil a Ação direta de
Constituição de o OR
inconstitucionalidade- ADI, de competência do STF, a ser
p
1946
u H 89
proposta exclusivamente pelo Procurador-Geral da República.
S C 41- m
Estabeleceu o controle concentrado em âmbito estadual.

um IZ .7 .co
Extinguiu o controle concentrado de âmbito estadual.
Constituição de
V
1967 e EC 1/69
O er L
. 0
U
4 ma
estadual.
4 il
Estabeleceu o controle de lei municipal em face da constituição

d R 4 3 g
A PE D 0 er@
Trouxe quatro principais novidades sobre o sistema de controle
l
Constituição i
de de constitucionalidade.
m
1988 lc
1. Ampliou a legitimação para a propositura da ADI
p
2. Estabeleceu a possibilidade de controle das omissões
legislativas (ação direta de inconstitucionalidade por
omissão e mandado de injunção).
3. Estabeleceu a representação de inconstitucionalidade nos
Estados em face da constituição estadual.
4. Pela primeira vez, é prevista a arguição de
descumprimento de preceito fundamental – ADPF.

A EC 3/93 estabeleceu a ação declaratória de


constitucionalidade – ADC.
A EC 45/2004 ampliou a legitimação ativa para o ajuizamento
da ADC, igualando aos legitimados da ADI e estendeu o efeito
vinculante, que era previsto apenas para a ADC, para a ADI.
Consagrou-se o efeito dúplice ou ambivalente das duas

47
ações.

5.1.3 Espécies de inconstitucionalidade

Decorre de incompatibilidade vertical de atos


INCONSTITUCIONALIDADE inferiores com a constituição. Pode ser:
POR AÇÃO
 Formal (nomodinâmica): lei ou ato normativo
infraconstitucional contém vício em seu
processo de formação (processo legislativo). A
inconstitucionalidade formal pode ser:
- orgânica (inobservância da competência
legislativa).
- Inconstitucionalidade formal propriamente
dita (inobservância do devido processo
a l
legislativo, podendo ser na fase de iniciativa

io n
(subjetiva) ou nas demais fases (objetiva).
c
- por violação a pressupostos objetivos do
a
c ER
ato: falta de elementos externos. Ex.: medida
u
d IL
provisória sem relevância e urgência.
E M
 e
rt RO
Material (nomoestática): relacionada ao

p o OR
conteúdo. Pode ser um confronto com uma

S C 41- m u H 89
regra ou um princípio constitucional.

um IZ .7 .co Decorre da inércia legislativa.

V
POR OMISSÃO
O er L
INCONSTITUCIONALIDADE
.
U
0
4
4 ma il
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
5.1.4 Momentos de controle
mi
p lc
 No legislativo:
CONTROLE PRÉVIO OU - O próprio parlamentar
PREVENTIVO - Comissão de constituição e justiça (CCJ)

 No Executivo:
- Veto jurídico: quando o Chefe do executivo
considera o projeto de lei inconstitucional.

 No judiciário: MS impetrado por parlamentar.


O parlamentar tem direito subjetivo de
participar de um processo legislativo hígido.
Para o Ministro Celso de Mello, do STF, a perda
superveniente do mandato do parlamentar
desqualifica a legitimação ativa do congressista,

48
tanto para a instauração, como para o
prosseguimento do MS.

Segundo o STF, em regra, não se deve admitir a


propositura de ação judicial para a realização do
controle de constitucionalidade prévio dos atos
normativos.
Há duas exceções em que é possível o controle de
constitucionalidade prévio realizado pelo Poder
Judiciário:
a) caso proposta de emenda à Constituição
manifestamente ofensiva a cláusula pétrea;
b) tramitação de projeto de lei ou de emenda à

l
Constituição que viola regra constitucional sobre o
a
processo legislativo.
io n
a c
O Brasil adotou o sistema jurisdicional misto,
CONTROLE POSTERIOR
u c ER
OU exercido pelo Poder Judiciário de forma difusa ou
REPRESSIVO concentrada.
E M d IL
Exceções:
e
rt RO
- Competência exclusiva do Congresso Nacional
p o OR
para sustar atos normativos do Poder Executivo

S C 41- m u H 89
que exorbitem do poder regulamentar ou dos
limites da delegação legislativa.
um IZ .7 .co- Possibilidade do descumprimento de lei

V O er L
. 0
U4 ma4 il considerada inconstitucional pelo Chefe do
Poder Executivo
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
- Controle de constitucionalidade feito pelo TCU
no caso concreto e de modo fundamentado.
mi Súmula 347/STF: O Tribunal de Contas, no
p lc exercício de suas atribuições, pode apreciar a
constitucionalidade das leis e dos atos do Poder
Público.
ATENÇÃO: quanto a esta súmula, há ressalvas,
pois o TCU não declara a inconstitucionalidade
da norma usurpando a competência do STF no
controle concentrado. O TCU pode afastar a
aplicação da norma em determinado caso.

5.1.5 Sistemas e vias de controle

 Sistema difuso: possibilidade de qualquer juiz ou

49
CRITÉRIO SUBJETIVO tribunal, observadas as regras de competência,
realizar o controle.
 Sistema concentrado: o controle se concentra em
um ou mais órgãos, porem em número limitado.

 Sistema pela via incidental ou de exceção ou


CRITÉRIO OBJETIVO defesa no caso concreto: o controle será exercido
como questão prejudicial e premissa lógica do
pedido.
 Sistema pela via principal ou em abstrato: a
inconstitucionalidade da lei é o objeto principal da
causa.

a l
io n
a c
u c ER
Em regra, o sistema difuso é exercido pela via incidental e o sistema concentrado
d IL
é exercido pela via principal.
E M
e
rt RO
p o OR
5.2 Controle difuso
S C 41- m u H 89
m Z .7 .co
Também chamado de controle pela via de exceção ou de defesa, é realizado por
u I
er L U il
qualquer juiz ou tribunal do Poder Judiciário. Verifica-se no caso concreto e a declaração
4
4 ma
d V R 3
será a causa de pedir.
4
0
da inconstitucionalidade ocorre de modo incidental. A alegação da inconstitucionalidade
O . g
A PE D 0 er@
l i
No caso do controle difuso nos tribunais, é necessária a observância da chamada
m
p lc
cláusula de reserva de plenário (fullbench), prevista no art. 97, da CRFB. Referido artigo
estabelece que somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos
membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público. O STF editou a súmula
vinculante 10 dizendo que viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão
de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público, afasta sua incidência, no
todo ou em parte.

ATENÇÃO!!

Exceções à clausula da reserva de plenário:

 Art. 949, parágrafo único do NCPC: Os órgãos fracionários dos tribunais não
submeterão ao plenário ou ao órgão especial a arguição de inconstitucionalidade,

50
quando já houver pronunciamento destes ou do plenário do Supremo Tribunal
Federal sobre a questão.
 Se o tribunal mantiver a constitucionalidade do ato normativo.
 No caso de normas pré-constitucionais (é caso de recepção ou revogação).
 Quando o tribunal usar a técnica da interpretação conforme a constituição, pois
não haverá declaração de inconstitucionalidade.
 Na hipótese de decisão em sede de medida cautelar, já que não se trata de
decisão definitiva.
 A cláusula de reserva de plenário não se aplica às turmas do STF no julgamento de
RE.
 Também não se aplica às turmas recursais dos Juizados Especiais (não é tribunal)
 Não é aplicável às decisões dos juízos monocráticos de primeira instância (só é
aplicável a tribunais).

Efeitos da decisão de inconstitucionalidade no controle difuso: inter partes e ex

a l
tunc (ato nulo, com efeitos retroativos). Atenção que, para o STF, é possível a
n
modulação dos efeitos da decisão no controle difuso, o que acarretará efeito ex
io
nunc ou pro futuro.
a c
u c ER
O art. 52, X, da CRFB2 estabelece a competência privativa do Senado federal para,

E M d IL
mediante resolução, suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada
e
rt RO
inconstitucional por decisão do STF, de modo incidental, no controle difuso. O Senado
não está obrigado a suspender.
p o OR
S C 41- m u H 89
um IZ .7 .co
V O er L
.
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4
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d R 4 3 g FIQUE ATENTO!
A PE D 0 er@
l MUDANÇA NA JURISPRUDÊNCIA NO FINAL DE 2017
mi
p lc
Durante muito tempo, a Teoria da Abstrativização do Controle Difuso não
era acolhida pela jurisprudência, mas, no informativo 886, do STF, agora, no final
de 2017, houve uma mudança que, COM CERTEZA, vai ser cobrada nas próximas
provas. Leiam o informativo inteiro, pois ele é muito importante. Se uma lei ou ato
normativo é declarado inconstitucional pelo STF, incidentalmente, ou seja, em
sede de controle difuso, essa decisão, assim como acontece no controle abstrato,
também produz eficácia erga omnes e efeitos vinculantes. O STF passou a acolher
a teoria da abstrativização do controle difuso. Assim, se o Plenário do STF decidir a
constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei ou ato normativo, ainda
que em controle difuso, essa decisão terá os mesmos efeitos do controle
concentrado, ou seja, eficácia erga omnes e vinculante. Houve mutação
constitucional do art. 52, X, da CF/88. A nova interpretação deve ser a seguinte:
quando o STF declara uma lei inconstitucional, mesmo em sede de controle difuso,
a decisão já tem efeito vinculante e erga omnes e o STF apenas comunica ao
Senado com o objetivo de que a referida Casa Legislativa dê publicidade daquilo
2
Aqui que
também
foi houve mudança
decidido. STF.naPlenário.
jurisprudência.
ADI 3406/RJ e ADI 3470/RJ, Rel. Min. Rosa Weber,
julgados em 29/11/2017 (Info 886).
51
O STF CONTINUA a não admitir a “teoria da transcendência dos motivos
determinantes”. Segundo a teoria restritiva, adotada pelo STF, somente o dispositivo da
decisão produz efeito vinculante. Os motivos invocados na decisão (fundamentação) não
são vinculantes.

5.3 Controle concentrado

É feito por um único tribunal, no caso do Brasil, pelo STF.

AÇÃO FUNDAMENTO REGULAMENTAÇÃO


CONSTITUCIONAL
ADI – ação direta de Art. 102, I, a Lei 9.868/99
inconstitucionalidade
a l
ADC – ação declaratória de Art. 102, I, a
io
Lei 9.868/99 n
constitucionalidade
a c
u c ER
ADPF – arguição de Art. 102, parágrafo 1º
E M d IL
Lei 9.882/99
descumprimento
preceito fundamental
de
r RR t e O
o
p O
Su CH 41-89 m
ADO – ação direta de Art. 103, parágrafo 2º Lei 12.063/2009

um IZ .7 co
inconstitucionalidade por
omissão
e r LU 44 ail.
d V RO 43.0 gm
ADI Interventiva Art.36, III, c/c art. 34, VII Lei 12.562/20111
A PED 0 ler@
mi
lc
5.3.1 Ação Direta De Inconstitucionalidade - ADI Genérica
p
A ADI genérica é o controle de constitucionalidade de ato normativo em tese,
marcado pela generalidade, impessoalidade e abstração. Tem por objeto principal a
declaração da inconstitucionalidade de lei ou ato normativo geral e abstrato.
Por lei, entendem-se todas as espécies normativas previstas no art. 59, da CRFB
(emendas à constituição, lei ordinária, lei complementar, lei delegada, medida provisória,
decretos legislativos e resoluções).

 Súmulas: não são objeto de controle


 Emendas à constituição: podem ser objeto de controle
 Medidas provisórias: podem ser objeto de controle. Se a MP for convertida em lei antes de
finalizado o processo de controle ou perder sua eficácia por decurso do prazo, a ação perderá o
objeto. No primeiro caso, o autor deve aditar o seu pedido à nova lei de conversão
 Regulamentos subordinados ou de execução: não podem ser objeto de controle. A crise é de
legalidade. Excepcionalmente, o STF admite o controle de decretos autônomos.
 52
Não se admite controle concentrado ou difuso de constitucionalidade de normas produzidas
pelo poder constituinte originário.

Ato normativo já revogado ou de eficácia exaurida: não cabe ADI. Mas o STF entende que cabe ADPF.
O controle de constitucionalidade é feito entre uma lei ou ato normativo e a
constituição que estava vigente na época em que foram editados (contemporaneidade).
Todo ato normativo anterior à constituição atual não pode ser objeto de controle. O que
se verifica é se ele foi ou não recepcionado pelo novo ordenamento jurídico.

Antes da constituição CRFB de 1988 Depois da constituição


______________________________I_________________________________

Recepção Controle de Constitucionalidade

Estando em curso a ação, se ocorrer revogação total ou parcial da lei ou ato


normativo, ocorrerá, em regra, a perda do objeto. Segundo o STF, nesse caso, se a ADI

a
não fosse prejudicada, se transformaria em instrumento de proteção de situações l
n
jurídicas pessoais e concretas. Ocorre, em regra, a prejudicialidade, independe da
io
existência de efeitos residuais.
a c
c ER
Atenção para algumas exceções em que o STF superou a preliminar de
u
E M d IL
prejudicialidade: em caso de fraude processual ou singularidade do caso concreto.
O bloco de constitucionalidade é o parâmetro para a aferição da
e
rt RO
constitucionalidade. No direito brasileiro, prevalece a restrição do controle, tendo em
o OR
vista a supremacia formal e a rigidez da constituição.
p
S C 41- m u H 89
De modo geral, o STF entende que a decisão que reconhece a
inconstitucionalidade de lei em processo objetivo de controle abstrato passa a valer a
m Z .7 .co
partir da publicação da ata de julgamento no Dje, sendo desnecessário aguardar o
u I
V O er L
trânsito em julgado.

. 0
U4 ma4 il
d R 3 g
As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas
4
A PE D 0 er@
ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade
l i
produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do
m
p lc
Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e
municipal. Não vincula o próprio STF, nem o Poder Legislativo.

A competência para processar e julgar a ADI será definida de acordo com o objeto
da ação (se a lei ou ato normativo é federal, estadual, municipal ou distrital).

 Lei ou ato normativo federal ou estadual em face da CRFBSTF


 Lei ou ato normativo estadual ou municipal em face da constituição estadual
 TJ local

Atenção!!
No caso de lei ou ato normativo municipal contrário a CRFB não cabe controle
concentrado por ADI. O que pode ocorrer é que no controle difuso a questão chegue ao
STF através de Recurso extraordinário. Há, contudo, a possibilidade de ajuizamento de
ADPF tendo por objeto lei municipal confrontada perante a CRFB.

53
Possuem legitimidade para a ADI genérica:

 Presidente da República (legitimado universal)


 Mesa do Senado Federal (legitimado universal)
 Mesa da Câmara dos Deputados (legitimado universal)
 Mesa de Assembleia Legislativa de Estado ou Mesa da Câmara Legislativa do DF
(precisa demonstrar pertinência temática com a matéria)
 Governador de Estado ou do DF (precisa demonstrar pertinência temática com a
matéria)
 Procurador-Geral da República (legitimado universal)
 Conselho Federal da OAB (legitimado universal)
 Partido político com representação no Congresso Nacional (legitimado universal)

a
Confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional (precisa l
demonstrar pertinência temática com a matéria)
io n
a c
c ER
A perda de representatividade de partido político no Congresso Nacional, após o
u
E M d IL
ajuizamento da ação, não descaracteriza a legitimidade ativa para o prosseguimento na
ação. A aferição da legitimidade é feita no momento da propositura da ação.
e
rt RO
Somente os partidos políticos e as confederações sindicais ou entidades de classe

p o OR
de âmbito nacional precisam de advogado para a propositura da ADI. Devendo este atuar

S C 41- m u H 89
com procuração com poderes específicos. Os demais legitimados possuem capacidade
processual plena, a qual inclui a capacidade postulatória.

um IZ .7 .co
V O er L
.
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4
4 ma il
Cabe destacar algumas características do processo objetivo:

 d R 4 3 g
 A PE
Inexistência de prazo prescricional ou decadencial.
D 0 er@
Não admissão de intervenção de terceiros, exceto o amicus curiae, o qual pode
l
mi
demandar sua intervenção até a data em que o relator liberar o processo para pauta.
lc
O amicus curiae tem natureza jurídica intervenção de terceiros, segundo o NCPC.
p
 É vedada a desistência da ação.
 Irrecorribilidade da decisão que declara a constitucionalidade ou
inconstitucionalidade da lei ou ato normativo, ressalvados os embargos declaratórios.
 Não cabimento de ação rescisória.
 Não vinculação à tese jurídica (causa de pedir): o STF não está condicionado pela
causa de pedir apresentada pelo autor. O Supremo fica vinculado apenas ao pedido.
 Princípio da parcelaridade: aplica-se ao controle concentrado. O STF pode julgar
parcialmente procedente o pedido de declaração de inconstitucionalidade, retirando
do texto legal apenas uma palavra, uma expressão, diferente do veto presidencial,
desde que não subverta o sentido original da norma, sob pena de o STF se tornar
legislador. Ex.: a retirada de um “não”.
 Pode ocorrer a declaração de inconstitucionalidade sem redução de texto
(interpretação conforme).

54
Quando ocorre a declaração da inconstitucionalidade, é reconhecida a nulidade dos
atos inconstitucionais. Por consequência da inexistência de eficácia jurídica de tais atos,
os que haviam sido revogados por eles são restabelecidos quando a decisão tiver efeito
retroativo. É o chamado efeito repristinatório. Dessa forma, se os atos anteriores ao ato
impugnado na ação direta também forem considerados inconstitucionais pelo autor, para
que não ocorra o efeito repristinatório, é preciso que seja impugnado todo o complexo
normativo anterior. A limitação da impugnação da cadeia normativa é o advento da nova
constituição. Os atos anteriores à atual constituição não precisam ser impugnados.

Caso haja coisa julgada em processo subjetivo e ocorra a posterior declaração de


inconstitucionalidade da norma que fundamentou tal decisão, é cabível o ajuizamento de
ação rescisória, para desconstituir a coisa julgada no processo subjetivo. Deve-se,
entretanto, respeitar o prazo decadencial de 2 anos, findo o qual se forma a coisa julgada
soberana. Nos termos do art. 525, §15, do NCPC, se a decisão fundada em norma ou
interpretação declarada inconstitucional pelo STF for proferida após o trânsito em

a l
julgado da decisão exequenda, caberá ação rescisória, cujo prazo será contado do
trânsito em julgado da decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal.
io n
a c
u c ER
Salvo no período de recesso, é cabível a concessão de medida cautelar, a qual
será decidida por maioria absoluta (6 ministros), observado o quórum de instalação da
E M d IL
sessão de julgamento que é de pelo menos 8 ministros. A medida cautelar tem efeitos
e
rt RO
erga omnes e ex nunc, tornando aplicável a legislação anterior acaso existente, salvo
o OR
expressa manifestação em sentido contrário.
p
S C 41- m u H 89
5.3.2 Ação Direta De Constitucionalidade - ADC

um IZ .7 .co
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A ADC foi introduzida no ordenamento jurídico brasileiro pela EC 3/93. O objeto
O .
d R 3 g
da ADC é transformar uma presunção relativa de constitucionalidade (que todas as leis e
4
A PE D 0 er@
atos normativos possuem) em presunção absoluta.
l i
O objeto da ADC é lei ou ato normativo federal.
m
p lc
A competência para o julgamento é do STF e tem como legitimados para a
propositura os mesmos da ADI.
Os efeitos da ADC são erga omnes, ex tunc e vinculante em relação aos órgãos do
Poder Judiciário e à Administração Pública federal, estadual e municipal.
É possível a concessão de medida cautelar por decisão da maioria absoluta do STF.
Requisito específico de admissibilidade da ADC: existência de controvérsia
judicial relevante sobre a aplicação da norma objeto do controle.

5.3.3 Arguição De Descumprimento De Preceito Fundamental – ADPF

Está regulamentada pela Lei 9.882/99 e terá por objeto evitar ou reparar lesão a
preceito fundamental, resultante de ato do Poder Público.
É cabível a ADPF na modalidade de arguição autônoma ou de forma incidental.
A lesão pode resultar de qualquer ato administrativo, inclusive de decretos
regulamentares.

55
Caberá também arguição de descumprimento de preceito fundamental quando
for relevante o fundamento da controvérsia constitucional sobre lei ou ato normativo
federal, estadual ou municipal, incluídos os anteriores à Constituição
A ADPF pode ser utilizada como instrumento de análise em abstrato de recepção
de lei ou ato normativo.
A competência para julgamento é do STF e os legitimados são os mesmos da ADI.
A decisão da ADPF é imediatamente autoaplicável, na medida em que o
presidente do STF determinar o imediato cumprimento da decisão, lavrando-se o acórdão
posteriormente. A decisão tem eficácia erga omnes e efeito vinculante em relação aos
demais órgãos do Poder Público, além dos efeitos retroativos. É possível a modulação
dos efeitos da decisão por maioria qualificada de 2/3 dos membros da corte.
A ADPF pode ser conhecida como Adi em virtude do princípio da fungibilidade.

a l
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u c ER
Princípio da subsidiariedade: Não será admitida arguição de descumprimento de

E M d IL
preceito fundamental quando houver qualquer outro meio eficaz de sanar a
e
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lesividade. Ainda, o princípio deve ser observado, de uma forma geral, em relação

o OR
aos processos de índole objetiva (ADI, ADC, ADO) a inexistência de outro meio
p
eficaz para sanar a lesão.
S C 41- m u H 89
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5.3.4 Ação Direta De Inconstitucionalidade Por Omissão - ADO
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l i
O que se busca com a ADO é sanar a chamada “síndrome da inefetividade das
m
p lc
normas constitucionais”. Assim, o objetivo é a declaração da inconstitucionalidade por
omissão de medida necessária para tornar efetiva norma constitucional. As normas
constitucionais destituídas de efetividade e que podem ser objeto da ADO são as normas
de eficácia limitada.

Espécies de omissão:

Não houve o cumprimento do dever


OMISSÃO NORMATIVA TOTAL constitucional de legislar.

Há lei, porém insuficiente. Pode ser:


OMISSÃO NORMATIVA PARCIAL  Omissão parcial propriamente dita: a lei
existe, mas regulamenta de forma
deficiente o texto.

 Omissão parcial relativa: a lei existe e

56
outorga determinado benefício a certa
categoria mas deixa de concedê-la a
outra, que deveria ter sido contemplada.

O objeto da ADO é a omissão de medida que torne efetiva norma constitucional


em razão de omissão de qualquer dos Poderes ou de órgão administrativo. A omissão de
cunho normativo é mais abrangente do que a omissão de cunho legislativo.
Ocorre a perda do objeto da ADO com a revogação da lei questionada ou pelo
encaminhamento de projeto de lei.
A competência para o julgamento é do STF e os legitimados ativos são os mesmos
da ADI.

5.3.5 Ação interventiva – ADI Interventiva

l
A decretação da intervenção é feita pelo Chefe do Poder Executivo. O Poder
a
n
Judiciário exerce um controle no caso concreto, verificando se estão presentes os
io
c
pressupostos para a futura decretação da intervenção pelo Chefe do executivo.
a
u c ER
d IL
5.4 Controle Abstrato De Constitucionalidade Pelos Estados-Membros
E M
e
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Conforme o art. 125, parágrafo 2º, da CRFB, cabe aos Estados a instituição de
p o OR
representação de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou

agir a um único órgão. S C 41- m u H 89


municipais, em face da Constituição Estadual, vedada a atribuição da legitimação para

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A competência para o julgamento é do TJ local.
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Os legitimados serão definidos nas constituições estaduais
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l
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p lc

Vejam que situação interessante!


As leis estaduais sofrem dupla fiscalização, tanto por ADI no STF, tendo como
parâmetro a CRFB, como nos casos de ADI estadual no TJ, com parâmetro na
constituição estadual. Se essas ações ocorrem simultaneamente, tendo o mesmo
objeto (norma de reprodução obrigatória), o controle estadual deverá ser suspenso
(suspensão prejudicial), aguardando o controle federal do STF, que é o interprete
máximo da CRFB.

 Se o STF declara a inconstitucionalidade da lei estadual perante a CF – a ADI


estadual perderá o objeto, não mais produzindo efeitos a lei no referido
Estado.
 Se o STF declara constitucional a lei estadual perante a CF – o TJ poderá
prosseguir no julgamento da ADI estadual diante da constituição estadual, 57
pois, perante a CE, a lei poderá ser incompatível, desde que por fundamento
diverso do usado pelo STF.
Em regra, da decisão do TJ em controle abstrato de lei estadual ou municipal
diante da CE, não cabe recurso para o STF. Excepcionalmente, caso a norma estadual seja
uma norma de reprodução obrigatória, abre-se a oportunidade de interposição de
Recurso extraordinário contra o acórdão do TJ.

JURISPRUDÊNCIA

ADPF: Não cabe arguição de descumprimento de preceito fundamental (ADPF)


contra decisão judicial transitada em julgado. Este instituto de controle concentrado
de constitucionalidade não tem como função desconstituir a coisa julgada. STF. (Info
810).
a l
io n
c
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE: Reclamação contra decisões proferidas em
a
u c ER
recurso extraordinário e RE 567.985/MT. Em regra, a decisão proferida pelo STF em
processos individuais (ex: recurso extraordinário, reclamação) possui eficácia inter
E M d IL
partes. No entanto, no caso do RE 567.985/MT, do RE 580963/ PR e do Rcl 4374/PE
e
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é diferente. Isso porque o Plenário da Corte Suprema, no julgamento desses
o OR
processos não apenas resolveu o conflito individual deduzido naquela causa, mas
p
S C 41- m u H 89
realizou, expressamente, a reinterpretação da decisão proferida pelo STF na ADI
1.232/DF. Em outras palavras, a decisão proferida no processo individual ganhou
m Z .7 .co
eficácia erga omnes e efeito vinculante porque reinterpretou e modificou uma
u I
er L U il
decisão proferida em ADI, que possui tais atributos, ganhando contornos de controle
4 ma4
d V R 3 0
abstrato. Dessa forma, se uma decisão proferida por outro órgão jurisdicional violar
O . g
o que foi decidido pelo STF no RE 567.985/MT, no RE 580963/PR e no Rcl 4374/ PE
4
A PE D 0 er@
caberá reclamação para o Supremo. Obs: apenas para esclarecer, em 1998, na ADI
l i
1.232/ DF, o STF havia decidido que o § 3º do art. 20 da Lei nº 8.742/93 era
m
p lc
constitucional. Em 2013, ao apreciar novamente o tema no RE 567.985/ MT, no RE
580963/PR e no Rcl 4374/PE, processos individuais julgados em conjunto, o STF
mudou de entendimento e afirmou que o referido § 3º é parcialmente
inconstitucional. STF. Decisão monocrática. Rcl 18636, Rel. Min. Celso de Mello,
julgado em 10/11/2015 (Info 813).

CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE: Associação que abranja apenas uma fração


da categoria profissional não possui legitimidade para ADI/ADPF de norma que
envolva outros representados. STF. Plenário. ADPF 254 AgR/DF, Rel. Min. Luiz Fux,
julgado em 18/5/2016 (Info 826).

CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE: O que acontece caso o ato normativo que


estava sendo impugnado na ADI seja revogado antes do julgamento da ação? Regra:
haverá perda superveniente do objeto e a ADI não deverá ser conhecida (STF ADI
1203). Exceção 1: não haverá perda do objeto e a ADI deverá ser conhecida e julgada

58
caso fique demonstrado que houve “fraude processual”, ou seja, que a norma foi
revogada de forma proposital a fim de evitar que o STF a declarasse inconstitucional
e anulasse os efeitos por ela produzidos (STF ADI 3306). Exceção 2: não haverá perda
do objeto se ficar demonstrado que o conteúdo do ato impugnado foi repetido, em
sua essência, em outro diploma normativo. Neste caso, como não houve
desatualização significativa no conteúdo do instituto, não há obstáculo para o
conhecimento da ação (ADI 2418/ DF). STF. Plenário. ADI 2418/DF, Rel. Min. Teoria
Zavascki, julgado em 4/5/2016 (Info 824).

CLÁUSULA DE RESERVA DE PLENÁRIO: Não viola o art. 97 da CF/88 nem a SV 10 a


decisão de órgão fracionário do Tribunal que declara inconstitucional decreto
legislativo que se refira a uma situação individual e concreta. Isso porque o que se
sujeita ao princípio da reserva de plenário é a lei ou o ato normativo. Se o decreto
legislativo tinha um destinatário específico e referia-se a uma dada situação indivi-
dual e concreta, exaurindo-se no momento de sua promulgação, ele não pode ser

a l
considerado como ato normativo, mas sim como ato de efeitos concretos. STF. (Info
844).
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CLÁUSULA DE RESERVA DE PLENÁRIO: Não viola a Súmula Vinculante 10, nem a
regra do art. 97 da CF/88, a decisão do órgão fracionário do Tribunal que deixa de
E M d IL
aplicar a norma infraconstitucional por entender não haver subsunção aos fatos ou,
e
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ainda, que a incidência normativa seja resolvida mediante a sua mesma
o OR
interpretação, sem potencial ofensa direta à Constituição. Além disso, a reclamação
p
S C 41- m u H 89
constitucional fundada em afronta à SV 10 não pode ser usada como sucedâneo
(substituto) de recurso ou de ação própria que analise a constitucionalidade de
m Z .7 .co
normas que foram objeto de interpretação idônea e legítima pelas autoridades
u I
er L U il
jurídicas competentes. STF. (Info 848).
4 ma4
d V R O 3 . 0 g
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE: Se é proposta ADI contra uma medida
4
A PE D 0 er@
provisória e, antes de a ação ser julgada, a MP é convertida em lei com o mesmo
l i
texto que foi atacado, esta ADI não perde o objeto e poderá ser conhecida e julgada.
m
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Como o texto da MP foi mantido, não cabe falar em prejudicialidade do pedido. Isso
porque não há a convalidação ("correção") de eventuais vícios existentes na norma,
razão pela qual permanece a possibilidade de o STF realizar o juízo de
constitucionalidade. Neste caso, ocorre a continuidade normativa entre o ato
legislativo provisório (MP) e a lei que resulta de sua
conversão. Ex: foi proposta uma ADI contra a MP 449/1994 e, antes de a ação ser
julgada, houve a conversão na Lei nº 8.866/94. Vale ressaltar, no entanto, que o
autor da ADI deverá peticionar informando esta situação ao STF e pedindo o
aditamento da ação. STF. (Info 851).

CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE: Tribunais de Justiça podem exercer


controle abstrato de constitucionalidade de leis municipais utilizando como
parâmetro normas da Constituição Federal, desde que se trate de normas de
reprodução obrigatória pelos estados. STF. Plenário. RE 650898/RS, rel. orig. Min.
Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em 1º/2/2017

59
Justiça exercem controle abstrato de constitucionalidade de leis municipais deverão

Tribunais de Justiça podem exercer controle abstrato de constitucionalidade de leis


municipais utilizando como parâmetro normas da Constituição Federal, desde que
se trate de normas de reprodução obrigatória pelos Estados. Obs: a tese acima fala
em "leis municipais", mas ela também pode ser aplicada para representações de
inconstitucionalidade propostas no TJ contra "leis estaduais". A tese falou apenas de
leis municipais porque foi o caso analisado no recurso extraordinário.

CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE: O STF, ao julgar as ações de controle


abstrato de constitucionalidade, não está vinculado aos fundamentos jurídicos
invocados pelo autor. Assim, pode-se dizer que na ADI, ADC e ADPF, a causa de pedir
(causa petendi) é aberta. Isso significa que todo e qualquer dispositivo da
Constituição Federal ou do restante do bloco de constitucionalidade poderá ser

a l
utilizado pelo STF como fundamento jurídico para declarar uma lei ou ato normativo
inconstitucional. STF. (Info 856).
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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE. MODULAÇÃO DE EFEITOS: É possível a
modulação dos efeitos da decisão proferida em sede de controle incidental de
constitucionalidade. STF. (Info 857)
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ADPF. CABIMENTO: O Estado do Rio de Janeiro vive uma grave crise econômica,
p
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estando em débito com o pagamento de fornecedores e atraso até mesmo no
pagamento da remuneração dos servidores públicos. Os órgãos e entidades também
m Z .7 .co
estão sem dinheiro para custear os serviços públicos. Diante disso, diversas ações
u I
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(individuais e coletivas) foram propostas, tanto na Justiça comum estadual como
4 ma4
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também na Justiça do Trabalho, pedindo a realização desses pagamentos. Os órgãos
O . g
judiciais estavam acolhendo os pedidos e determinando a apreensão de valores nas
4
A PE D 0 er@
contas do Estado para a concretização dos pagamentos. Neste cenário, o
l i
Governador do Estado ajuizou ADPF no STF com o objetivo de suspender os efeitos
m
p lc
de todas as decisões judiciais do TJRJ e do TRT da 1ª Região que tenham
determinado o arresto, o sequestro, o bloqueio, a penhora ou a liberação de valores
das contas administradas pelo Estado do Rio de Janeiro. O STF afirmou que a ADPF é
instrumento processual adequado para esse pedido e deferiu a medida liminar. O
conjunto de decisões questionadas são atos típicos do Poder Público passíveis de
impugnação por meio de ADPF. STF. (Info 869).

CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE: o autor da ADI deverá aditar a petição


inicial demonstrando que a nova redação do dispositivo impugnado apresenta o
mesmo vício de inconstitucionalidade que existia na redação original.
A revogação, ou substancial alteração, do complexo normativo impõe ao autor o
ônus de apresentar pedido de aditamento, caso considere subsistir a
inconstitucionalidade na norma que promoveu a alteração ou revogação. Se o autor
não fizer isso, o STF não irá conhecer da ADI, julgando prejudicado o pedido em
razão da perda superveniente do objeto. (Info 890).

60
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE: O Estado-membro não possui
legitimidade para recorrer contra decisões proferidas em sede de controle
concentrado de constitucionalidade. O Estado-membro não possui legitimidade
para recorrer contra decisões proferidas em sede de controle concentrado de
constitucionalidade, ainda que a ADI tenha sido ajuizada pelo respectivo
Governador. A legitimidade para recorrer, nestes casos, é do próprio Governador
(previsto como legitimado pelo art. 103 da CF/88).
Os Estados-membros não se incluem no rol dos legitimados a agir como sujeitos
processuais em sede de controle concentrado de constitucionalidade. STF.
Plenário. ADI 4420 ED-AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 05/04/2018.

CLÁUSULA DE RESERVA DE PLENÁRIO: Decisão que deixa de aplicar o art. 25, §


1º, da Lei 8.987/95. O art. 25, § 1º, da Lei nº 8.987/95 prevê o seguinte: “(...) a
concessionária poderá contratar com terceiros o desenvolvimento de atividades
inerentes, acessórias ou complementares ao serviço concedido, bem como a
a l
implementação de projetos associados.”
io n
c
Se o órgão fracionário de um Tribunal (ex: uma das Turmas do TRT) julga ilegal a
a
u c ER
terceirização contratada por uma concessionária do serviço público, afastando a
aplicação do art. 25, § 1º, da Lei nº 8.987/95, esta decisão viola a súmula
vinculante 10?
E M d IL
e
rt RO
• SIM. O art. 25, § 1º, da Lei nº 8.987/95 permite a terceirização da atividade-
o OR
fim das empresas concessionárias do serviço público. Logo, se um órgão
p
S C 41- m u H 89
fracionário do TRT afasta a aplicação deste dispositivo, haverá afronta à súmula
vinculante 10 por violação à cláusula da reserva de plenário.
m Z .7 .co
STF. 1ª Turma. Rcl 27.068/MG, rel. orig. Min. Rosa Weber, red. p/ o ac. Min. Luís
u I
er L U il
Roberto, julgado em 5/3/2018 (Info 896).
4 ma4
d V R 3 0
• NÃO. O ato reclamado, ao considerar ilegal a contratação de empregado, por
O . g
empresa interposta, para prestar serviços essenciais à atividade fim da
4
A PE D 0 er@
tomadora, nos termos da Súmula 331, I, do TST, não declarou expressamente,
l i
nem implicitamente, a inconstitucionalidade de qualquer norma especial de
m
p lc
regência aplicável ao caso. É firme a jurisprudência do STF no sentido de que
não se exige reserva de plenário para a mera interpretação e aplicação das
normas jurídicas que emerge do próprio exercício da jurisdição, sendo
necessário, para caracterizar violação à cláusula de reserva de plenário, que a
decisão de órgão fracionário fundamente-se na incompatibilidade entre a
norma legal e o Texto Constitucional. STF. 1ª Turma. Rcl 24284/SP, rel. Min.
Edson Fachin, julgado em 22/11/2016 (Info 848). STF. 2ª Turma. Rcl 26408 AgR,
Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 07/11/2017.

CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE: Cabe ADI contra Resolução do CNMP A


Resolução do CNMP consiste em ato normativo de caráter geral e abstrato,
editado pelo Conselho no exercício de sua competência constitucional, razão pela
qual constitui ato normativo primário, sujeito a controle de constitucionalidade,
por ação direta, no Supremo Tribunal Federal. STF. Plenário. ADI 4263/DF, Rel.
Min. Roberto Barroso, julgado em 25/4/2018 (Info 899).

61
GREVE: Constitucionalidade de Decreto estadual que regulamenta as providências a
serem adotadas em caso de greve. O Governador da Bahia editou um decreto
prevendo que, em caso de greve, deverão ser adotas as seguintes providências:
a) convocação dos grevistas a reassumirem seus cargos;
b) instauração de processo administrativo disciplinar;
c) desconto em folha de pagamento dos dias de greve;
d) contratação temporária de servidores;
e) exoneração dos ocupantes de cargo de provimento temporário e de função
gratificada que participarem da greve.
O STF decidiu que este Decreto é constitucional.
Trata-se de decreto autônomo que disciplina as consequências — estritamente
administrativas — do ato de greve dos servidores públicos e as providências a serem
adotadas pelos agentes públicos no sentido de dar continuidade aos serviços
públicos.

a
A norma impugnada apenas prevê a instauração de processo administrativo para sel
n
apurar a participação do servidor na greve e as condições em que ela se deu, bem
io
c
como o não pagamento dos dias de paralisação, o que está em consonância com a
a
orientação fixada pelo STF no julgamento do MI 708.
u c ER
É possível a contratação temporária excepcional (art. 37, IX, da CF/88) prevista no
E M d IL
decreto porque o Poder Público tem o dever constitucional de prestar serviços
e
rt RO
essenciais que não podem ser interrompidos, e que a contratação, no caso, é
o OR
limitada ao período de duração da greve e apenas para garantir a continuidade dos
p
(Info 906).
S C 41- m u H 89
serviços. STF. Plenário. ADI 1306/BA, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 13/6/2017

um IZ .7 .co
er L U il
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE: A alteração do parâmetro constitucional,
4 ma4
d V R 3 0
quando o processo ainda está em curso, não prejudica o conhecimento da ADI. Isso
O . g
para evitar situações em que uma lei que nasceu claramente inconstitucional volte a
4
A PE D 0 er@
produzir, em tese, seus efeitos. STF. Plenário. ADI 145/CE, Rel. Min. Dias Toffoli,
l
julgado em 20/6/2018 (Info 907)
mi
p lc
MINISTÉRIO PÚBLICO: O art. 127 da CF/88 assegura ao MP autonomia financeira. É
constitucional dispositivo da Constituição Estadual que assegura ao Ministério
Público autonomia financeira e a iniciativa ao Procurador-Geral de Justiça para
propor ao Poder Legislativo a criação e a extinção dos cargos e serviços auxiliares e a
fixação dos vencimentos dos membros e dos servidores de seus órgãos auxiliares.
Também é constitucional a previsão de que o Ministério Público elaborará a sua
proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos pela LDO. STF. Plenário. ADI
145/CE, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 20/6/2018 (Info 907).

DEFENSORIA PÚBLICA: Equiparação entre Defensoria Pública e MP. É


inconstitucional dispositivo da Constituição Estadual que concede aos Defensores
Públicos a aplicação do regime de garantias, vencimentos, vantagens e
impedimentos do Ministério Público e da Procuradoria-Geral do Estado. Os
estatutos jurídicos das carreiras do Ministério Público e da Defensoria Pública foram

62
tratados de forma diversa pelo texto constitucional originário. Ademais, a
equivalência remuneratória entre as carreiras encontra óbice no art. 37, XIII, da
CF/88, que veda a equiparação ou vinculação remuneratória.STF. Plenário. ADI
145/CE, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 20/6/2018 (Info 907). Obs: o tema foi
analisado tendo como parâmetro a redação originária da Constituição Federal de
1988, ou seja, antes das Emendas Constitucionais 45/2004 e 80/2014.

DIREITO À EDUCAÇÃO: Constitucionalidade das idades mínimas para ingresso na


educação infantil e no ensino fundamental São constitucionais a exigência de idade
mínima de quatro e seis anos para ingresso, respectivamente, na educação infantil e
no ensino fundamental, bem como a fixação da data limite de 31 de março para que
referidas idades estejam completas. STF. Plenário. ADPF 292/DF, Rel. Min. Luiz Fux,
julgado em 1º/8/2018 (Info 909). É constitucional a exigência de 6 (seis) anos de
idade para o ingresso no ensino fundamental, cabendo ao Ministério da Educação a
definição do momento em que o aluno deverá preencher o critério etário. STF.

a l
Plenário. ADC 17/DF, Rel. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso,
jugado em 1º/8/2018 (Info 909)
io n
c
As Resoluções nº 01/2010 e nº 06/2010, ambas emanadas da Câmara de Educação
a
u c ER
Básica do Conselho Nacional de Educação (CNE/CEB), ao estabelecerem corte etário
para ingresso de crianças na primeira série do ensino fundamental (6 anos
E M d IL
completos até 31 de março do correspondente ano letivo), não incorreram em
e
rt RO
contexto de ilegalidade (não violaram a lei). Ao contrário, tais Resoluções encontram
o OR
respaldo na interpretação conjunta dos arts. 29 e 32 da Lei nº 9.394/96 (LDB). O
p
S C 41- m u H 89
Poder Judiciário não pode substituir-se às autoridades públicas de educação para
fixar ou suprimir requisitos para o ingresso de crianças no ensino fundamental,
m Z .7 .co
quando os atos normativos de regência não revelem traços de ilegalidade,
u I
er L U il
abusividade ou ilegitimidade. STJ. 1ª Turma. REsp 1412704/PE, Rel. Min. Sérgio
4 ma4
d V R 4 3 0
Kukina, julgado em 16/12/2014.
O . g
A PE D 0 er@
Corte de Serviço Público: O Tribunal, por maioria, julgou improcedente pedido
l i
formulado em ação direta para declarar a constitucionalidade da Lei 14.040/2003 do
m
p lc
estado do Paraná (1), que veda o corte do fornecimento de água e luz, em
determinados dias, pelas empresas concessionárias, por falta de pagamento. ADI
5961/PR, rel. Min. Alexandre de Moraes, red. p/ o ac. Min. Marco Aurélio,
julgamento em 19.12.2018. (ADI-5961) (Informativo 928)

Opção retroativa e transmutação: O Plenário, por maioria, julgou improcedente


pedido formulado em duas ações diretas de inconstitucionalidade ajuizadas contra
os arts. 6º, parágrafo único, e 7º do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias
da Constituição (ADCT) do estado do Rio Grande do Sul e contra a Lei estadual
9.123/1990, que os regulamenta. O art. 6º do ADCT estadual assegura aos
empregados da ex-Companhia de Energia Elétrica RioGrandense (CEERG) o direito
de optar retroativamente pelo regime jurídico mais favorável, apenas para fins de
contagem de tempo de serviço para a aposentadoria. Já o art. 7º reconhece como
servidores autárquicos da então Comissão Estadual de Energia Elétrica (CEEE) todos
os empregados admitidos até 9 de janeiro de 1964 não detentores dessa condição.

63
O Colegiado entendeu que os dispositivos impugnados não modificaram de forma
retroativa o regime jurídico do pessoal de obras ou dos trabalhadores encampados
oriundos da CEERG, mas apenas revestiram de segurança jurídica situação regulada
pelo art. 12 da Lei estadual 4.136/1961 (1), preexistente à Constituição Federal de
1988 (CF/1988). ADI 807/RS, rel. orig. Min. Dias Toffoli, red. p/ o ac. Min. Rosa
Weber, julgamento em 7.2.2019. (ADI-807) ADI 3037/RS, rel. orig. Min. Dias Toffoli,
red. p/ o ac. Min. Rosa Weber, julgamento em 7.2.2019. (ADI-3037) (Informativo
929)

SÚMULAS

SV 10: Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, art. 97) a decisão de órgão
fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público, afasta a sua
incidência.
a l
n
Súmula 614, STF: Somente o Procurador-Geral de Justiça tem legitimidade para
io
c
propor ação direta interventiva por inconstitucionalidade de Lei Municipal.
a
u c ER
Súmula 455, STF: Da decisão que se seguir ao julgamento de constitucionalidade
E M d IL
pelo Tribunal Pleno, são inadmissíveis embargos infringentes quanto à matéria
constitucional.
e
rt RO
p o OR
S C 41- m u H 89
Súmula 642, STF: Não cabe ação direta de inconstitucionalidade de lei do Distrito
m Z .7 .co
Federal derivada da sua competência legislativa municipal.
u I
V O er L
.
U
0
4
4 ma il
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
mi
p lc  Sistema difuso
 Sistema concentrado (ADI, ADC, ADO,
Sistemas de controle ADPF, ADI Interventiva).
- Por ação:
Vício formal – orgânico, formal
Espécies de propriamente dito ou por violação a
inconstitucionalidade pressupostos objetivos do ato.
Vício material – conteúdo
- Por omissão

64
FCC – DPE-SC – 2017 - Sobre o tema do controle de
constitucionalidade, considere:

I. A cláusula de reserva de plenário estabelece que somente pelo


voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do
respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público.

II. Muito embora reconhecido em sede doutrinária e de direito


comparado, o instituto do “estado de coisas inconstitucional” não foi

a l
objeto de consideração por parte do Supremo Tribunal Federal até o
presente momento em nenhum dos seus julgados.
io n
a c
u c ER
III. Não é admitido o controle difuso de constitucionalidade no
âmbito de ação civil pública de quaisquer leis ou atos do Poder
E M d IL
Público, ainda que se trate de simples questão prejudicial
e
rt RO
indispensável à resolução do litígio principal.

p o OR
S C 41- m u H 89
IV. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo
Tribunal Federal, nas ações diretas de inconstitucionalidade e nas

um
ações declaratórias de constitucionalidade produzirão eficácia contra
IZ .7 .co
er L U il
todos e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder
4 4 ma
d V Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas
R O 3 . 0 g
federal, estadual e municipal.
4
A PE D 0 er@
l i
Está correto o que se afirma APENAS em
m
pelcIV.
a) III

b) I e IV.

c) I, II e III.

d) II, III e IV.

e) II e IV.

I – CORRETO. Art. 97 da CFRB.


II – ERRADO. O STF já reconheceu que o sistema penitenciário
brasileiro vive um "Estado de Coisas Inconstitucional", com uma
violação generalizada de direitos fundamentais dos presos. As penas
privativas de liberdade aplicadas nos presídios acabam sendo penas

65
cruéis e desumanas.

III – ERRADO. O Superior Tribunal de Justiça afirmou o entendimento


de que é cabível a ação civil pública como instrumento de controle
difuso de constitucionalidade quando a alegação de
inconstitucionalidade integra a causa de pedir, e não o pedido. Ou
seja, é possível na forma incidental.

IV – CORRETO. A eficácia da ADI e da ADC é contra todos e tem efeito


vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à
administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual
e municipal.

ALTERNATIVA: B

Ano: 2018. Banca: CESPE. Órgão: DPE-PE. Prova: Defensor Público

a l
io n
A respeito do procedimento da arguição de descumprimento de
preceito fundamental (ADPF), assinale a opção correta.
a c
a) A concessão de medida liminar em sede de ADPF será limitada à

u c ER
suspensão dos feitos e julgamentos que versem sobre a mesma
matéria.
E M d IL
e
b) A decisão final em sede de ADPF terá, em regra, efeito ex nunc,
rt RO
salvo decisão de dois terços do plenário do STF para a modulação dos
efeitos.
p o OR
S C 41- m u H 89
c) O ajuizamento da ADPF deve atender à subsidiariedade, sendo
proposta quando inexistir outro meio idôneo para
um IZ .7 .co
er L
instrumentalização da pretensão de sanar lesão a preceito
U 4
fundamental.il
4 ma
d V R O
4 3 . 0
d) O objeto da ADPF restringe-se às leis federais e estaduais.
g
A PE D 0 er@
e) O objeto da ADPF deve restringir-se à legislação posterior à
l
promulgação da Constituição Federal de 1988.
mi
p lc
GABARITO: C

a) ERRADA. A liminar poderá consistir na determinação de que


juízes e tribunais suspendam o andamento de processos ou
os efeitos de decisões judiciais, ou de qualquer outra medida
que apresente relação com a matéria objeto da arguição de
descumprimento de preceito fundamental, salvo se
decorrentes da coisa julgada.

b) ERRADO. A decisão tem, em regra, efeito ex tunc e, para


modular, é que precisa do citado quórum de 2/3.

c) CORRETA. A observância do princípio da subsidiariedade é


um dos requisitos da ADPF, como vimos acima.

66
d) ERRADA. O objeto da ADPF é o mais amplo, abrangendo lei
ou ato normativo federal, estadual, municipal e até lei não
recepcionada.

e) ERRADA. Explicado acima.

Ano: 2018. Banca: CESPE. Órgão: DPE-PE. Prova: Defensor Público

No procedimento da ação direta de inconstitucionalidade, é cabível

a) o objeto da ação ser um ato administrativo de efeito concreto


emanado da Presidência da República.

Federal de 1988. a l
b) o parâmetro da ação constituir-se do preâmbulo da Constituição

io n
c) a oposição de embargos de declaração, com o objetivo de obter a
modulação dos efeitos da decisão.
a c
c ER
d) a ação rescisória, por se tratar de controle difuso.
u
d IL
e) o objeto da ação ser um enunciado de súmula do STJ.
E M
GABARITO: C. e
rt RO
p o OR
a) ERRADO.
S C 41- m u H 89
O objeto do controle abstrato
constitucionalidade, como é o caso de uma ADI, deve ser uma
de

um IZ .7 .co
lei ou ato normativo de caráter geral e abstrato, não pode ser

V er L
O
U
.
4
0
il
um ato administrativo de efeitos concretos, porque este não
4 ma
goza de generalidade e abstração para sofrer este tipo de
d R 4 3 g
controle.
A PE D 0 er@
b) ERRADO. O STF adota a tese da irrelevância jurídica em
l i
relação ao preâmbulo, de forma que este não serve de
m
p lc
parâmetro no controle de constitucionalidade.
c) CERTO. Trata-se de jurisprudência recente do STF. É possível a
utilização de embargos de declaração para suscitar a
modulação de efeitos, tanto no controle concentrado, quanto
no controle abstrato.
d) ERRADO. A ADI é controle concentrado, e não difuso, e não
cabe ação rescisória.
e) ERRADO. Não cabe nenhuma ação do controle concentrado
contra enunciado de súmula.

Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-AM Prova: FCC - 2018 - DPE-AM -
Defensor Público - Reaplicação

Suponha que o Supremo Tribunal Federal (STF) tenha julgado

67
procedente ação direta de inconstitucionalidade para o fim de
declarar inconstitucional, sob o aspecto material, determinada lei
estadual e que, posteriormente, tenha sido promulgada emenda à
Constituição Federal, para o fim de introduzir no texto constitucional
dispositivo com o teor da norma estadual declarada inconstitucional.
Nessa hipótese, à luz da Constituição Federal e da jurisprudência do
STF, referida emenda constitucional

A) não poderia ter sido promulgada, uma vez que a decisão do STF
em sede de controle concentrado de constitucionalidade possui
eficácia erga omnes e efeito vinculante, sendo a norma decorrente
da referida emenda desprovida de validade e eficácia.

B) poderia ter sido promulgada, uma vez que o poder de reforma


constitucional não é alcançado pela eficácia erga omnes ou pelo
l
efeito vinculante da decisão do STF, embora não seja dado ao
a
n
legislativo estadual em face do qual foi proferida a decisão editar
io
c
nova lei com o mesmo conteúdo da anteriormente declarada
a
c ER
inconstitucional em sede de controle concentrado pelo STF.
u
E M d IL
C) poderia ter sido promulgada, assim como poderia ser editada nova
e
rt RO
lei estadual com o teor da declarada inconstitucional pelo STF, uma

p o OR
vez que os órgãos legislativos não são alcançados pela eficácia erga
omnes ou pelo efeito vinculante da decisão do STF, estando,
S C 41- m u H 89
contudo, apenas a lei estadual sujeita a novo controle de

um
constitucionalidade perante aquela Corte.
IZ .7 .co
V er L U 4 il
4 ma
D) não poderia ter sido promulgada, caso a decisão do STF em sede
O . 0
d R 3 g
de controle concentrado de constitucionalidade houvesse sido
4
A PE D 0 er@
proferida com fundamento em cláusula pétrea, hipótese em que a
l
eficácia. mi
norma decorrente da referida emenda seria desprovida de validade e

p lc
E) poderia ter sido promulgada, assim como poderia ser editada nova
lei estadual com o teor da declarada inconstitucional pelo STF, uma
vez que os órgãos legislativos não são alcançados pelos efeitos da
decisão proferida em sede de controle concentrado pelo STF,
embora ambas estejam sujeitas a novo controle de
constitucionalidade, em que caberá ao STF enfrentar mais uma vez a
questão anteriormente equacionada.

GABARITO: E. Trata-se de uma questão de jurisprudência, pessoal.


Lembram-se do caso da vaquejada? Da reversão jurisprudencial? Pois
bem, é isso.

Como não se pode engessar o Poder Legislativo, é que se fala em


reação legislativa, quando, mesmo depois de uma lei ter sido julgada

68
inconstitucional, for editada uma lei ou uma emenda constitucional
com o mesmo conteúdo. Existe uma diferença, no entanto, quando a
reação legislativa ocorre por emenda e quando se dá por lei.

Por emenda constitucional: só poderá ser invalidada em caso de


violação de alguma cláusula pétrea ou de do processo legislativo.

Por lei ordinária: nascerá com presunção relativa de


inconstitucionalidade, tendo o legislador o ônus de demonstrar que a
reversão jurisprudencial se afigura legítima.

Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-AM Prova: FCC - 2018 - DPE-AM -
Defensor Público - Reaplicação

a l
io n
A aplicação de determinada lei municipal tem sido objeto de
decisões contraditórias nos órgãos judiciais de primeira instância, em

a c
função de interpretações conflitantes quanto à sua

u c ER
constitucionalidade. O partido político ao qual é filiado o Prefeito do

E M d IL
Município respectivo pretende submeter a questão diretamente ao
Supremo Tribunal Federal (STF), por meio de Arguição de
e
rt RO
Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF), requerendo,

p o OR
inclusive, seja concedida medida liminar para que se determine a

S C 41- m u H 89
suspensão do andamento de processos ou os efeitos de decisões
judiciais, ou de qualquer outra medida que apresente relação com a
um IZ .7 .co
matéria, até julgamento final da ADPF.

V er L
O
STF
U
.
4
0
il
4 ma
Nessa hipótese, à luz das normas pertinentes e da jurisprudência do
sobre a matéria,
d R 4 3 g
A PE DI. a ADPF será admissível, desde que não seja cabível ação direta de
0 er@
l
inconstitucionalidade perante o Tribunal de Justiça estadual, tendo
mi
por objeto a lei municipal em questão.
p lc
II. o partido político somente estará legitimado para a propositura da
ADPF se possuir representação no Congresso Nacional, devendo
estar representado por seu Diretório Nacional, ainda que a lei
impugnada tenha amplitude normativa limitada ao Município de que
se originou.

III. a medida liminar, que poderá ser concedida nos termos


requeridos, inclusive por decisão do Relator, ad referendum do Pleno
do STF, não terá, no entanto, o condão de atingir a eficácia de
decisões judiciais anteriormente transitadas em julgado.
Está correto o que se afirma em

A) I, II e III.

69
B) I, apenas.

C) I e III, apenas.

D) II e III, apenas.

E) II, apenas.

GABARITO: A.

I. Art. 4, §1º da Lei 9882/99. Nao será admitida arguição de


descumprimento de preceito fundamental quando houver
outro meio eficaz de sanar a lesividade.
II.
l
ADIN 5697. A jurisprudência desta Corte se consolidou no
a
io n
sentido de que o partido político deve estar representado
por seu Diretório Nacional, exclusivamente, a fim de
a c
configurar a pertinência subjetiva para propositura das
u c ER
ações de controle concentrado diante o Supremo Tribunal

E M d IL
Federal, ainda que o objeto impugnado tenha sua

e
amplitude normativa limitada ao Estado ou Município do
rt RO
qual se originou. [...]. O Diretório Municipal de partido
p o OR
político não integra o rol exaustivo dos legitimados à

S C 41- m u H 89
propositura das ações de controle concentrado de

um I
constitucionalidade, logo, está desprovido de legitimidade
Z .7 .co
er L
ativa ad causam.
U
III. 4 il
4 ma
Art. 5, §3º da Lei 9882/99. A liminar pode consistir na

d V R O
4 3 . 0 g
determinação de que juízes e tribunais suspendam o
A PE D 0 er@
l
andamento do processo ou os efeitos de decisões

mi
judiciais, ou de qualquer outra medida que apresente
relação com a matéria objeto da arguição de
p lc descumprimento de preceito fundamental, salvo se
decorrentes da coisa julgada.

Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-AM Prova: FCC - 2018 - DPE-AM

Diante do elevado número de demandas judiciais questionando a


instituição de determinado tributo por lei estadual, em parte
acolhidas sob o fundamento da inconstitucionalidade da referida
lei, o Governador do Estado respectivo ajuíza ação declaratória de
constitucionalidade, perante o Supremo Tribunal Federal,
objetivando que seja a lei declarada constitucional. Nessa situação,
à luz da Constituição Federal, referida ação

A) é incabível, uma vez que lei estadual não pode ser objeto de

70
ação declaratória de constitucionalidade de competência originária
do Supremo Tribunal Federal, não sendo, ademais, o Governador
do Estado legitimado para a propositura de ação dessa espécie.

B) é incabível, uma vez que lei estadual não pode ser objeto de
ação declaratória de constitucionalidade de competência originária
do Supremo Tribunal Federal, embora o Governador do Estado
tenha, em tese, legitimidade para a propositura de ação dessa
espécie.

C) seria cabível, desde que houvesse sido proposta perante o


Tribunal de Justiça estadual.

D) é cabível, exigindo-se para a declaração de constitucionalidade


que a decisão seja tomada pela maioria absoluta dos membros do
Supremo Tribunal Federal.
a l
n
E) é cabível, e sua decisão produzirá eficácia contra todos e efeito
io
c
vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e
a
estadual e municipal. u c ER
à Administração pública direta e indireta, nas esferas federal,

E M d IL
e
rt RO
GABARITO: B
p o OR
S C 41- m u H 89
Art. 102, I, Constituição Federal: Cabe ao STF processar e julgar,
m IZ .7 .co
originalmente (Rol exaustivo):
u
V O er L U
0
4
4 ma il
- ADI: lei ou ato normativo FEDERAL ou ESTADUAL
.
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
- ADC: lei ou ato normativo FEDERAL.

mi
Assim, não cabe ADC em face de lei ESTADUAL.
p lc

7. ORGANIZAÇÃO DO ESTADO

Pessoal, aqui, teremos que memorizar mesmo, porque cai em prova, certo?!

Forma de Estado:

- Simples:
Unitário: Possui um único centro dotado de capacidade Legislativa, Administrativa,
Política e toda e qualquer competência constitucional. Te: França, Itália, Inglaterra,
Uriguai.

71
Federação: descentralização política, repartição de competências, constituição rígida,
inexistência do direito de secessão (intervenção federal, art. 34, I, da CF), soberania do
Estado Federal, intervenção, auto-organização dos Estado-membros, órgão
representativo do Estados (Senado), guardião da Constituição (STF), repartição das
receitas.

Requisitos para manutenção da Federação:

- Constituição rígida;

- Imutabilidade da forma federativa de estado;

- Controle de constitucionalidade.
CF: Art. 18. § 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se
ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos
Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população

a l
diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso
Nacional, por lei complementar.
io n
a c
§ 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento
de Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período
u c ER
determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão de consulta

E M d IL
prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos,

e
após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e
rt RO
publicados na forma da lei.

p o OR
"Segundo a jurisprudência do STF, a expressão "população diretamente

S C 41- m u H 89
interessada" constante do § 3, do art. 18, da CF, não deve ser entendida
como somente a população da área a ser destacada, mas, sim, como

um IZ .7 .co
toda a população do estado-membro, tanto da área desmembrada,

V O er L
.
U
0
4
4 ma il
quanto da área remanescente". ADI 2650/DF, REL. MIN. DIAS TOFFOLI,
24.08.2011.

d R 4 3 g
A PE D 0 er@
Federalismo por agregação (associação) ou centrípeto e federalismo por
l i
desagregação (segregação) ou centrífugo: o centrífugo é o federalismo impróprio, o que
m
p lc
aconteceu no Brasil em 1891, formando os Estados Unidos do Brasil, pela união das
antigas províncias. São Estados imperfeitos (segregação).

Federalismo de 3º grau (atípico, tridimensional, tripartite): federação que confere


autonomia aos Municípios. No Brasil, só se deu a partir de 1988. Interesses central,
regional e local.
Federalismo de 2º grau (típico, bidimensional, bipartite).

Federalismo simétrico e assimétrico:

- Simétrico: homogeneidade da língua, de cultura, desenvolvimento etc. Ex.: EUA.


- Assimétrico: diferença de língua, cultura, desenvolvimento. Ex.: suíça, com 4
grupos étnicos diferentes e o Canadá, bilíngue e multicultural.

72
o Características do federalismo simétrico:

- Intervenção Federal nos Estados;

- Poder Judiciário dual (Federal e Estadual);

- Poder Legislativo bicameral;

- Poder Constituinte Originário e Poder Constituinte Decorrente.

UNIÃO X REPÚBLICA: a União tem dupla personalidade (interna e externa).


Interna = pessoa jurídica de direito público interno, parte da Federação, autônoma.
Capacidade de auto-organização, autogoverno, autolegislação e autoadministração,
configurando autonomia financeira, administrativa e política (FAP). Internacionalmente: a
União é representada pela República, que tem a soberania.

Federalismo orgânico: Estado = organismo. Os estado-membros seriam simples reflexos

a l
do poder central. Séc. XX. Homogeneidade, centralista. Objetivos ditatoriais de governos
federais socialistas e da América Latina.
io n
a c
Federalismo de integração: sobreposição do governo central. Meramente formal.
u c ER
Forte assimetria,é quase um estado unitário descentralizado.

E M d IL
Federalismo de 2º grau: tríplice estrutura do Estado Brasileiro. 3 ordens: união,
e
rt RO
estados, municípios e DF. Poder de auto-organização dos Municípios observando 2 graus:
a CF e a CE.
p o OR
S C 41- m u H 89
Federalismo dual: separação rígida de competências, não havia cooperação.

um IZ .7 .co
er L
ATENÇÃO!!
U 4
4 ma il
d V R O
4 3 . 0
No séc. XX, com o Estado do bem-estar social (Estado providência), surge o
g
federalismo de cooperação, de equilíbrio entre forças contraditórias, a unidade e a
A PE D 0 er@
diversidade, o localismo e o centralismo, entre a União e os Estados-membros
l i
autônomos. Entes atuando em conjunto, de modo concorrente, harmonia, forte e ampla
m
dependência.
p lc
Características da Federação:

- Descentralização político-administrativa estabelecida na CF (competência);

- Participação das vontades parciais na formação da vontade nacional. Princípio da


participação – participação dos estados (Senador);

- Capacidade de auto-organização.

BRASIL: centrífugo, de dentro para fora, era um Estado Unitário se


descentralizando, por segregação ou desagregação. Com a proclamação da República, na
constituição de 1891.
- Composto:

73
Confederação: tem direito de secessão. É uma pessoa jurídica de direito público. Em
regra, são unidos por tratados internacionais. A nacionalidade dos cidadãos é a do Estado
ao qual pertencem.

Princípio da indissolubilidade do vínculo federativo. Forma federativa de Estado como


limite material ao poder de emenda (art. 60, §4º, I, CF).

Forma de governo: República ou monarquia.

BRASIL – República

Sistema de governo:

Parlamentarismo:

l
- Divisão do Poder Executivo. Chefe de Estado > Monarca ou Presidente da
a
República; Chefe de Governo: Primeiro Ministro.
io n
a c
- Não há prazo fixo para o exercício do cargo de Primeiro Ministro.

u c ER
d IL
- Responsabilidade do Primeiro Ministro frente ao Parlamento.
E M
Presidencialismo:
e
rt RO
p o OR
- Chefe de Estado e Chefe de Governo: mesma pessoa.

S C 41- m u H 89
- Independência em relação aos demais Poderes.

um IZ .7 .co
er L U
- Prazo de mandato fixo.
4
4 ma il
d V R O
4 3 . 0
Semipresidencialismo:
g
A PE D 0 er@
- Divisão do Poder Executivo: o Chefe de Estado é sempre o Presidente, que
l
escolhe o Primeiro Ministro.
mi
p lc
BRASIL – Presidencialismo

6.1 Intervenção

A competência para decretar intervenção é do Presidente da República e, por


simetria, do Governador de Estado.

A intervenção poderá ser espontânea (decretada de ofício)


ou provocada (depende de provocação). Por sua vez, a provocação poderá ser feita por
meio de solicitação ou requisição. Nesta (requisição), não há discricionariedade (é
obrigado a decretar); naquela (solicitação), há discricionariedade (não obrigado a
decretar).

INTERVENÇÃO PROVOCADA:

74
- Para garantir o livre exercício de qualquer dos poderes (Executivo, Legislativo e
Judiciário) nas unidades da federação, se a coação for ao EXECUTIVO ou LEGISLATIVO,
cabe ao próprio poder coacto requerer a intervenção, mediante SOLICITAÇÃO ao
Presidente da República. Por sua vez, se a coação for contra o JUDICIÁRIO, a provocação
será do STF, mediante REQUISIÇÃO ao Presidente;

- Para prover a execução de ordem ou decisão judicial, a provocação será sempre


mediante REQUISIÇÃO: a) se a ordem ou decisão for da Justiça Eleitoral, requisição do
TSE; b) se do STJ, caberá a ele a requisição; (c) se descumprimento de ordem ou decisão
judicial do STF, Justiça do Trabalho ou Justiça Militar, a requisição caberá ao STF; (d) se
da Justiça Federal ou Justiça Estadual, a requisição caberá ao STJ para questões
INFRACONSTITUCIONAIS e ao STF para matérias de índole CONSTITUCIONAIS;

- Para garantir a execução de lei federal e no caso de ofensas aos princípios sensíveis
(forma republicana, sistema representativo e regime democrático; direitos da pessoa
humana; autonomia municipal; prestação de contas da administração direta e indireta;
aplicação do mínimo em saúde e educação), nesses casos, o Procurador-Geral da
a l
io n
República deverá representar junto ao STF. Dado provimento, o Presidente terá até 15
dias para expedir o decreto interventivo.
a c
APRECIAÇÃO DO DECRETO INTERVENTIVO PELO CONGRESSO NACIONALu c ER
E M d IL
prazo de 24 horas. e
O decreto interventivo deverá ser submetido à apreciação do Congresso Nacional no
rt RO
p o OR
S C 41- m u H 89
Não há necessidade de submeter o decreto interventivo à apreciação do Congresso
seguintes casos, SE a medida bastar ao restabelecimento da normalidade:

um IZ .7 .co
V O er L
. 0
U4 ma4 il
- Prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;

d 3 g
- Assegurar a observância dos princípios sensíveis.
R 4
A PE D 0 er@
l CF: Art. 34. Intervenção da União nos Estados para:
i
I - manter a integridade nacional;
m
p lc
II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em
outra;
III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;
IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da
Federação;
V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que:
a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos
consecutivos, salvo motivo de força maior;
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta
Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei;
VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.

75
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos
estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na
manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços
públicos de saúde.
Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos
Municípios localizados em Território Federal, exceto quando:
I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos
consecutivos, a dívida fundada;
II - não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;
III – não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na
manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços
públicos de saúde; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de
2000)
IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar
a observância de princípios indicados na Constituição Estadual, ou para
prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial.

l
Art. 36 § 3º, CF. Nos casos do art. 34, VI e VII, ou do art. 35,
a
io n
IV, dispensada a apreciação pelo Congresso Nacional ou pela Assembléia
Legislativa, o decreto limitar-se-á a suspender a execução do ato

a c
impugnado, se essa medida bastar ao restabelecimento da normalidade.

u c ER
6.2 Repartição De Competências
E M d IL
e
rt RO
p o OR
A repartição de competência é orientada pelo princípio da predominância de
u H 89
interesses. São 4 os critérios para a distribuição de competências:
S C 41- m
um IZ .7 .co
Campos específicos de competências legislativas e administrativas:

V O er L
.
U
0
4
4 ma il
a) horizontais: quando não há hierarquia entre as competências, pois não há
concorrência entre os entes federados;
d R 4 3 g
b) vertical: quando há competência legislativa concorrente, pois cabe à União legislar de
A PE D 0 er@
maneira geral, enquanto os Estados e Municípios devem legislar de acordo com o
l i
interesse regional e o local, respeitando as normais gerais da União.
m
p lc
Possibilidade de delegação: art. 22, p.ú, da CF. Delegação da União
aos Estados, através de Lei Complementar.
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar
sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo.

c) Competências comuns (art. 23, da CF): é a competência administrativa, que compete a


todos os entes da Federação.
d) Competências concorrentes (art. 24, da CF): é a competência legislativa atribuída à
União, aos Estados e ao DF. Também é chamada de condomínio legislativo, competência
vertical, não cumulativa.
Art. 24. § 1º - No âmbito da legislação concorrente, a competência da
União limitar-se-á a estabelecer normas gerais.

76
§ 2º - A competência da União para legislar sobre normas gerais não
exclui a competência suplementar dos Estados.
§ 3º - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados
exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas
peculiaridades.
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a
eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.

SÚMULAS

SV 2: É inconstitucional a lei ou ato normativo estadual ou distrital que disponha sobre


sistemas de consórcios e sorteios, inclusive bingos e loterias.
SV 38: É competente o Município para fixar o horário de funcionamento de estabelecimento
comercial. (não confundir com a súmula 19 do STJ).
SV 39: Compete privativamente à União legislar sobre vencimentos dos membros das polícias
civil e militar e do corpo de bombeiros militar do Distrito Federal.
a l
SV 46: A definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas

io n
normas de processo e julgamento são da competência legislativa privativa da União.
c
Súmula 19, STJ: a fixação do horário bancário, para atendimento ao público, e da
a
competência da união.
u c ER
JURISPRUDÊNCIA E M d IL
e
rt RO
o OR
COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS: É constitucional lei estadual que preveja a possibilidade de
p
S C 41- m u H 89
empresas patrocinarem bolsas de estudo para professores em curso superior, tendo como
contrapartida a obrigação de que esses docentes ministrem aula de alfabetização ou

um IZ .7 .co
aperfeiçoamento para os empregados da empresa patrocinadora. Essa lei insere-se na

V O er L
. 0
U4 ma4 il
competência legislativa do Estado-Membro para dispor sobre educação e ensino, prevista no
art. 24, IX, da CF/88. STF. (Info 856).
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
COMPETÊNCIA LEGISLATIVA: É inconstitucional lei estadual que estabelece a obrigatoriedade
l i
de que os rótulos ou embalagens de todos os produtos alimentícios comercializados no
m
p lc
Estado contenham uma série de informações sobre a sua composição, que não são exigidas
pela legislação federal. STF. Plenário. ADI 750/RJ, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em
3/8/2017.

COMPETÊNCIA LEGISLATIVA: Os Municípios podem legislar sobre Direito Ambiental, desde


que o façam fundamentadamente. STF. (Info 857).

COMPETÊNCIA LEGISLATIVA: Lei estadual que impõe a prestação de serviço de segurança em


estacionamento a toda pessoa física ou jurídica que disponibilize local para estacionamento é
inconstitucional, quer por violar a competência privativa da União para legislar sobre direito
civil, quer porviolar a livre iniciativa. Lei estadual que impõe a utilização de empregados
próprios na entrada e saída de estacionamento, impedindo a terceirização, viola a
competência privativa da União para legislar sobre Direito do Trabalho. STF. (Info 871).

COMPETÊNCIA LEGISLATIVA: Lei estadual que torna obrigatória a prestação de serviços de

77
empacotamento nos supermercados é inconstitucional por afrontar o princípio constitucional
da livre inciativa. Lei estadual que exige que o serviço de empacotamento nos supermercados
seja prestado por funcionário do próprio estabelecimento é inconstitucional por violar a
competência privativa da União para legislar sobre Direito do Trabalho. STF. Plenário. ADI
907/RJ, Rel. Min. Alexandre de Moraes, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em
1º/8/2017 (Info 871).

ORGANIZAÇÃO DO ESTADO: Para que sejam alterados os limites territoriais de um


Município é necessária a realização de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações
dos Municípios envolvidos, nos termos do art. 18, § 4º da CF/88. STF. Plenário. ADI 2921/RJ,
rel. orig. Min. Ayres Britto, red. p/ o ac. Min. Dias Toffoli, julgado em 9/8/2017 (Info 872).

COMPETÊNCIA LEGISLATIVA: É constitucional lei estadual que obrigue os planos de saúde a


fornecerem aos consumidores informações e documentos justificando as razões pelas quais
houve recusa de algum procedimento, tratamento ou internação. O STF entendeu que essa
norma não viola competência privativa da União, pois ela trata sobre proteção ao
a l
n
consumidor, matéria inserida na competência concorrente (art. 24, V, da CF/88). (Info 890).
io
a c
u c ER
SAÚDE: É constitucional o ressarcimento previsto no art. 32 da Lei nº 9.656/98, aplicável aos
procedimentos médicos, hospitalares ou ambulatoriais custeados pelo SUS e posteriores a
E M d IL
4.6.1998, assegurados o contraditório e a ampla defesa, no âmbito administrativo, em todos
e
rt RO
os marcos jurídicos. O art. 32 da Lei nº 9.656/98 prevê que, se um cliente do plano de saúde
o OR
utilizar-se dos serviços do SUS, o Poder Público poderá cobrar do referido plano o
p
u H 89
ressarcimento que ele teve com essas despesas. (repercussão geral) (Info 890).
S C 41- m
um IZ .7 .co
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. 0
U4 ma4 il
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
ORGANIZAÇÃO DO Ano: 2017. Banca: VUNESP. Cargo: Defensor Público de Rondônia
l
ESTADO
mi
p lc
O Estado Federal é caracterizado, na sua versão clássica, que ainda
hoje corresponde à regra geral em muitos países, pela superposição
de ordens jurídicas, designadamente, a federal, representada pela
União, e a federada, representada pelos Estados-membros, cujas
respectivas esferas de atuação são determinadas:

a) pelos critérios de repartição de competências estabelecidos


constitucionalmente, que atuam também como limitação do poder.
b) pela proibição de secessão, que torna o vínculo federativo
indissolúvel e é assegurado por meio de cláusula pétrea.
c) pelo poder de auto-organização, assegurado por uma constituição
rígida, sem hierarquia entre os componentes da federação.
d) pela capacidade de autogoverno, consistente na existência de
órgãos próprios que não dependem dos órgãos federais.
e) pela participação dos Estados-membros na formação da vontade

78
federal, por meio da produção legislativa.

GABARITO: A.
Primeiro, aqui, devemos entender a pergunta.

a) CERTO. A Federação é a coexistência, de forma harmônica, de


unidades autônomas politicamente, dotadas de competências
constitucionais próprias. Todos os entes são autônomos, inclusive a
União, que é um ente federativo. A soberania é da República
Federativa do Brasil. Como a repartição de competência está prevista
e delimitada constitucionalmente, resta caracterizada a limitação do
poder de cada ente.

b) ERRADO. O vínculo federativo é, de fato indissolúvel e é proibida a


secessão, sendo o pacto federativo protegido como cláusula pétrea.

a l
No entanto, a questão é referente ao que caracteriza todos os entes
n
federados, em sua relação. Sendo assim, os Estados-membros, por
io
c
exemplo, podem se desmembrar e formar outro, ou se unir a outro,
a
sem que isso signifique secessão.
u c ER
E M d IL
c) ERRADO. nem todos os membros da federação possuem uma
e
rt RO
Constituição rígida. Os municípios, por exemplo, se auto organizam
o OR
através de uma lei orgânica.
p
S C 41- m u H 89
d) ERRADO. Esta não é uma característica da Federação e da relação
m Z .7 .co
entre seus membros, uma vez que a autonomia deles deve ser
u I
er L U 4 il
exercida de forma harmônica e equilibrada, e não independente dos

V 0 4 ma
órgãos federais, pois, do contrário, seria uma confederação.
O .
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
e) ERRADO. Os Estados-membros participam da formação da vontade
l i
federal através do Senado.
m
p lc
Ano: 2017. Banca: FCC. Cargo: Defensor Público de SC

A respeito da distribuição de competência legislativa na Constituição


Federal de 1988, compete

a) privativamente à União legislar sobre procedimentos em matéria


processual.
b) ao Município legislar concorrentemente sobre assistência jurídica e
Defensoria Pública.
c) privativamente à União legislar sobre produção e consumo.
d) à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar
concorrentemente sobre desapropriação.
e) à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar

79
concorrentemente sobre proteção à infância e à juventude.

GABARITO: E. Trata-se de letra da lei. Por isso, a leitura destes artigos


da Constituição é muito importante. Leiam os artigos 22 e 24, da
CF/88.

a) ERRADO. Trata-se de competência concorrente.


b) ERRADO. O município não se inclui na competência
concorrente.
c) ERRADO. Competência concorrente.
d) ERRADO. Desapropriação é competência privativa da União.
e) CERTO. Competência concorrente.

a l
io n
a c
INTERVENÇÃO
c ER
Vencido o prazo para pagamento de precatório expedido contra
u
E M d IL
determinado Município, pelo Tribunal de Justiça do Estado cujo
território integra, cabe, em tese, a decretação de intervenção,
mediante e
rt RO
p o OR
S C 41- m
República. u H 89
a) requisição do Superior Tribunal de Justiça ao Presidente da

m Z .7 .co
b) provimento de representação pelo próprio Tribunal de Justiça,
u I
V er L U 4
0
il
dispensada a apreciação da decretação pela Assembleia Legislativa do
4 ma
Estado respectivo.
O .
d R 4 3 g
c) provimento de representação pelo Supremo Tribunal Federal,
A PE D 0 er@
dispensada a apreciação da decretação pelo Congresso Nacional.
l i
d) requisição do Tribunal de Justiça ao Governador do Estado
m
p lc
respectivo.
e) requisição do Supremo Tribunal Federal ao Presidente da
República.

GABARITO: B. Novamente, letra da lei. Trata-se de intervenção


estadual no município.

Art. 35 da CF - O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a


União nos Municípios localizados em Território Federal, exceto
quando:

I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos
consecutivos, a dívida fundada;

80
II - não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;

III – não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na


manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços
públicos de saúde;

IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação para


assegurar a observância de princípios indicados na Constituição
Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão
judicial.

a) ERRADO. Só no caso de intervenção federal.


b) CORRETA. conforme explicado acima.
c) ERRADA. Também seria em caso de intervenção federal.
d) ERRADA. O TJ dá provimento a requerimento do PGJ.
e) ERRADA. Não se fala em STF ou Presidente, na intervenção
a l
estadual.
io n
a c
u c ER
8. ORGANIZAÇÃO DOS PODERES E M d IL
e
rt RO
p o OR
7.1 Poder Legislativo
S C 41- m u H 89
um IZ .7 .co
er L U 4 il
7.1.1 Comissões Parlamentares De Inquérito

V O . 0 4 ma
d R 4 3 g
A PE D
É um órgão do Congresso Nacional. É uma comissão temporária.
0 er@
Objetivo: auxiliar na função legiferante e investigar os parlamentares. Instrumento de
l
mi
controle do governo, além de servir de informação da opinião pública.

p lc
Investigados: o Poder Executivo, pessoas físicas ou jurídicas, órgãos ou instituições
responsáveis pela gestão da coisa pública.
Requisitos para criação de CPI:
a) 1/3 dos membros da Câmara dos Deputados ou Senado Federal;
b) investigar fato determinado;
c) prazo certo de duração.
É norma de observância obrigatória para os Estados e Municípios.
Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão comissões
permanentes e temporárias, constituídas na forma e com as atribuições
previstas no respectivo regimento ou no ato de que resultar sua criação.
§ 3º As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de
investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos
nos regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos
Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente,
mediante requerimento de um terço de seus membros, para a apuração
de fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o

81
caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a
responsabilidade civil ou criminal dos infratores.

Poderes da CPI: poderes de investigação próprios de autoridade judicial, além dos


previstos nos regimentos internos.

1. Quebra dos sigilos bancário, fiscal, telefônico e de dados.


2. Busca e apreensão de documentos e equipamentos, respeitada a inviolabilidade do
domicílio.
3. Determinar a condução coercitiva de testemunhas ou indiciados.
4. Determinar a realização de exames periciais.
Limites aos poderes da CPI:
1. Cláusula da reserva de jurisdição. Ex.: interceptação telefônica, prisão cautelar.
2. Direito de Não-Incriminação (art. 5°, LXIII, da CF)
3. Sigilo Profissional (art. 5°, LIV, da CF)
l
4. Não pode formular acusações, punir delitos e nem adotar medidas acautelatórias, tais
a
hipoteca judiciária.
io n
como indisponibilidade de bens, proibição de ausentar-se do país, arresto, sequestro e

a c
CPI ESTADUAL: tem poderes simétricos à CPI federal. Não têm competência para
u c ER
investigar autoridades submetidas a foro privilegiado federal.

E M d IL
CPI MUNICIPAL: deve haver previsão do Regimento Interno da Câmara de Vereadores ou
e
rt RO
na Lei Orgânica do Município. Seus poderes são mais restritos porque não há Poder
o OR
Judiciário no âmbito municipal. A CPI municipal pode até pedir que o juiz determine a
p
condução coercitiva.
S C 41- m u H 89
m Z .7 .co
7.1.2 Garantias Do Poder Legislativo
u I
V O er L
.
U
0
4
4 ma il
d 3 g
São as imunidades materiais (absolutas) e as relativas (ao processo, ao foro etc). Desde a
R 4
A PE D 0 er@
diplomação até o término do mandato.
l i
O STF tem entendido que o afastamento do parlamentar suspende as imunidades
m
p lc
material (por suas palavras e opiniões) e formal (em relação ao processo – prisão), mas
não suspende o foro por prerrogativa de função.

As garantias e imunidades não se estendem ao suplente.


Nos inquéritos em relação às autoridades com foro privilegiado no STF, estes inquéritos
devem tramitar no STF.
Art. 53, CF: Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e
penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. >
Imunidade material, absoluta. Proferidas dentro do CN, presumem-se
conexas à função. Fora, exige-se que a manifestação tenha relação com
a função. É excludente de tipicidade.
§ 1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão
submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal. Foro por
prerrogativa de função.
§ 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional
não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse

82
caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa
respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva
sobre a prisão. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de
2001)
§ 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime
ocorrido após a diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à
Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado
e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final,
sustar o andamento da ação. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 35, de 2001)
§ 8º As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão durante o
estado de sítio, só podendo ser suspensas mediante o voto de dois
terços dos membros da Casa respectiva, nos casos de atos praticados
fora do recinto do Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com a
execução da medida. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 35, de
2001)

a l
Deputados Estaduais: princípio constitucional extensível. A CF/88 não prevê regras
n
específicas aos deputados estaduais, mas estende a eles as regras previstas para os
io
c
Deputados Federais. Portanto, a prerrogativa de foro destes prevalece sobre a
a
competência do Tribunal do Júri (súmula 721, do STF)
u c ER
E M d IL
Art. 27, da CF - O número de Deputados à Assembléia Legislativa
corresponderá ao triplo da representação do Estado na Câmara dos
e
rt RO
Deputados e, atingido o número de trinta e seis, será acrescido de

o OR
tantos quantos forem os Deputados Federais acima de doze.
p
S C 41- m u H 89
§1º - Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais,
aplicando- se-lhes as regras desta Constituição sobre sistema eleitoral,

um inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato, licença,


IZ .7 .co
er L
impedimentos e incorporação às Forças Armadas.
U 4
4 ma il
d V R O
4 3 . 0
Vereadores: só têm imunidade material. Para o STF, as Constituições Estaduais e Leis
g
A PE D 0 er@
Orgânicas Municipais não podem estender a imunidade formal para os Vereadores (STF,
l
ADI 558). Porém, o STF considera que a prerrogativa de foro (para o TJ) poderá ser
mi
estabelecida pela Constituição Estadual (STF, RHC 80.477).
p lc
Art. 29, da CF - O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois
turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços
dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os
princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do
respectivo Estado e os seguintes preceitos:
VIII - inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votos
no exercício do mandato e na circunscrição do Município;

Senado: representação dos Estados-membros. 3 senadores por Estado, com mandato de


8 anos, sendo eleitos, pelo sistema majoritário, assim: primeiro 1/3 Senadores (27
senadores); depois de 4 anos, são eleitos 2/3 dos Senadores (54 senadores). Cada
senador é eleito com mais 2 suplentes.
Câmara dos Deputados: são representantes do povo. Cada Estado tem de 8 a 70
deputados, de acordo com a população, o que será estabelecido em lei complementar.

83
São eleitos pelo sistema proporcional, para um mandato de 4 anos, sendo de 21 anos a
idade mínima.

SÚMULAS
Súmula 245, STF: A imunidade parlamentar não se estende ao co-réu sem essa prerrogativa.
ATENÇÃO: esta súmula só se aplica à imunidade relativa, pois, quanto à absoluta, como ela
exclui à tipicidade, não pode existir um mesmo fato típico para uma pessoa e atípico para
outra.

Súmula 397, do STF: O poder de polícia da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, em
caso de crime cometido nas suas dependências, compreende, consoante o regimento, a
prisão em flagrante do acusado e a realização do inquérito.

Súmula 704, STF: não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo

a l
legal a atração por continência ou conexão do processo do corréu ao foro por prerrogativa de
função de um dos denunciados.
io n
a c
Súmula 721, STF: A competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por
u c ER
prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela Constituição Estadual.

E M d IL
Súmula 637, STF: Não cabe recurso extraordinário contra acórdão de tribunal de justiça que
e
rt RO
defere pedido de intervenção estadual em município.

p o OR
S C 41- m u H 89
JURISPRUDÊNCIA
um IZ .7 .co
er L U4 ma4 il
Petição 3825-QO STF: “a iniciativa do procedimento investigatório de autoridades com
V O . 0
prerrogativa de foro no STF deve ser confiada ao MPF com a supervisão do ministro
d R 4 3 g
A PE D
relator do STF. A Polícia Federal não está autorizada a abrir de ofício IPL para investigar
0 er@
l
condutas dessas autoridades”.
mi
p lc
A competência do STF tem início com a diplomação e se encerra com o fim do mandato.
Se o processo ainda não foi submetido a julgamento na ocasião do término do mandato,
deve o STF remeter os autos ao juiz de origem. Contudo, os atos praticados são válidos.
Existem dois casos em que o STF permanece competente para julgamento do processo
mesmo com o término do mandato: (i) quando o julgamento já tiver sido iniciado, (ii)
renúncia com abuso de direito (Ação Penal 396) – INFORMATIVO 741 DO STF.

PODER LEGISLATIVO, PERDA DO CARGO: Quando a condenação do Deputado Federal ou


Senador ultrapassar 120 dias em regime fechado, a perda do mandato é consequência lógica.
Se o STF condenar um parlamentar federal e decidir que ele deverá perder o cargo, isso
acontece imediatamente ou depende de uma deliberação da Câmara dos Deputados ou do
Senado Federal respectivamente?

• Se o Deputado ou Senador for condenado a mais de 120 dias em regime fechado: a perda
do cargo será uma consequência lógica da condenação. Caberá à Mesa da Câmara ou do
Senado apenas declarar que houve a perda (sem poder discordar da decisão do STF), nos

84
termos do art. 55, III e § 3 da CF/88.

• Se o Deputado ou Senador for condenado a uma pena em regime aberto ou semiaberto:


a condenação criminal não gera a perda automática do cargo. O Plenário da Câmara ou do
Senado irá deliberar, nos termos do art. 55, § 2º, se o condenado deverá ou não perder o
mandato. STF. 1ª Turma. AP 694/MT, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 2/5/2017 (Info
863). Obs.: existem decisões em sentido diverso (AP 565/RO-Info 714 e AP 470/MG-Info
692), mas penso que, para fins de concurso, deve-se adotar o entendimento acima
explicado (AP 694/MT).

MEDIDA PROVISÓRIA. CONTRABANDO LEGISLATIVO. Durante a tramitação de uma medida


provisória no Congresso Nacional, os parlamentares poderão apresentar emendas? SIM, no
entanto, tais emendas deverão ter relação de pertinência temática com a medida provisória
que está sendo apreciada. Assim, a emenda apresentada deverá ter relação com o assunto
tratado na medida provisória. Desse modo, é incompatível com a Constituição a
apresentação de emendas sem relação de pertinência temática com medida provisória
a
submetida à sua apreciação. A inserção, por meio de emenda parlamentar, de assuntol
io n
diferente do que é tratado na medida provisória que tramita no Congresso Nacional é
c
chamada de "contrabando legislativo", sendo uma prática vedada. Vale ressaltar, no entanto,
a
c ER
que a primeira vez que o STF declarou inconstitucional o contrabando legislativo foi no
u
E M d IL
julgamento da ADI 5127/DF, em 15/10/2015 (Info 803). Como antes desse julgamento, a
prática do contrabando legislativo era algo muito comum, o STF decidiu, por razões de
e
rt RO
segurança jurídica, modular os efeitos da decisão e afirmou o seguinte: todas as leis que

p o OR
foram aprovadas até 15/10/2015 serão mantidas como válidas (hígidas) mesmo que tenham

S C 41- m u H 89
sido fruto de contrabando legislativo. Os dispositivos legais aprovados após 15/10/2015 e
que tenham sido resultado de contrabando legislativo deverão ser julgados inconstitucionais.

um IZ .7 .co
Seguindo este raciocínio, o STF reconheceu que os arts. 113 a 126 da Lei nº 12.249/2010

V O er L
. 0
U4 ma4 il
foram fruto de contrabando legislativo (porque inseridos durante a tramitação de uma MP
que tratava sobre assunto diverso), no entanto, declarou que eles deverão ser mantidos
d R 4 3 g
como válidos porque aprovados antes de 15/10/2015. STF. Plenário. ADI 5012/DF, Rel. Min.
A PE D 0 er@
Rosa Weber, julgado em 16/3/2017 (Info 857).
l
m i
IMUNIDADE MATERIAL: Imunidade
(divulgar informação falsa p
lc material alcança o delito do art. 3º da Lei 7.492/86
ou prejudicialmente incompleta sobre instituição financeira).
Deputado Estadual que, ao defender a privatização de banco estadual, presta declarações
supostamente falsas sobre o montante das dívidas dessa instituição financeira não comete o
delito do art. 3º da Lei nº 7.492/86, estando acobertado pela imunidade material. STF. (Info
865).

MEDIDA PROVISÓRIA. TRANCAMENTO DE PAUTA: O art. 62, § 6º da CF/88 afirma que “se a
medida provisória não for apreciada em até quarenta e cinco dias contados de sua
publicação, entrará em regime de urgência, subsequentemente, em cada uma das Casas do
Congresso Nacional, ficando sobrestadas, até que se ultime a votação, todas as demais
deliberações legislativas da Casa em que estiver tramitando”. Apesar de o dispositivo falar
em “todas as demais deliberações”, o STF, ao interpretar esse §6º, não adotou uma exegese
literal e afirmou que ficarão sobrestadas (paralisadas) apenas as votações de projetos de leis
ordinárias que versem sobre temas que possam ser tratados por medida provisória. Assim,

85
por exemplo, mesmo havendo medida provisória trancando a pauta pelo fato de não ter sido
apreciada no prazo de 45 dias (art. 62, § 6º), ainda assim a Câmara ou o Senado poderão
votar normalmente propostas
de emenda constitucional, projetos de lei complementar, projetos de resolução, projetos de
decreto legislativo e até mesmo projetos de lei ordinária que tratem sobre um dos assuntos
do art. 62, § 1º, da CF/88. Isso porque a MP somente pode tratar sobre assuntos próprios de
lei ordinária e desde que não incida em nenhuma das proibições do art. 62, § 1º. STF. (Info
870).

IMUNIDADE PARLAMENTAR: O Poder Judiciário possui competência para impor aos


parlamentares, por autoridade própria, as medidas cautelares previstas no art. 319 do CPP,
seja em substituição de prisão em flagrante delito por crime inafiançável, por constituírem
medidas individuais e específicas menos gravosas; seja autonomamente, em circunstâncias
de excepcional gravidade. Obs.: no caso de Deputados Federais e Senadores, a competência
para impor tais medidas cautelares é do STF (art. 102, I, “b”, da CF/88). Importante, contudo,

a l
fazer uma ressalva: se a medida cautelar imposta pelo STF impossibilitar, direta ou
n
indiretamente, que o Deputado Federal ou Senador exerça o seu mandato, então, neste caso,
io
c
o Supremo deverá encaminhar a sua decisão, no prazo de 24 horas, à Câmara dos Deputados
a
u c ER
ou ao Senado Federal para que a respectiva Casa delibere se a medida cautelar imposta pela
Corte deverá ou não ser mantida. Assim, o STF pode impor a Deputado Federal ou Senador
E M d IL
qualquer das medidas cautelares previstas no art. 319 do CPP. No entanto, se a medida
e
rt RO
imposta impedir, direta ou indiretamente, que esse Deputado ou Senador exerça seu
o OR
mandato, então, neste caso, a Câmara ou o Senado poderá rejeitar (“derrubar”) a medida
p
S C 41- m u H 89
cautelar que havia sido determinada pelo Judiciário. Aplica-se, por analogia, a regra do §2º
do art. 53 da CF/88 também para as medidas cautelares diversas da prisão. STF. (Info 881)

um IZ .7 .co
er L U il
PODER LEGISLATIVO E IMPEDIMENTO PARA ADVOCACIA: O art. 30, II, da Lei nº 8.906/94,
4 ma4
d V R 3 0
prevê que os membros do Poder Legislativo (Vereadores, Deputados e Senadores) são
O . g
impedidos de exercer a advocacia contra ou a favor das pessoas jurídicas de direito público,
4
A PE D 0 er@
empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações públicas, entidades
l i
paraestatais ou empresas concessionárias ou permissionárias de serviço público. Essa
m
p lc
proibição abrange a advocacia envolvendo qualquer dos entes federativos (União, Estados,
DF e Municípios). Assim, o desempenho de mandato eletivo no Poder Legislativo impede o
exercício da advocacia a favor ou contra pessoa jurídica de direito público pertencente a
qualquer das esferas de governo – municipal, estadual ou federal. STJ. (Info 607).

ATENÇÃO PARA A ATUALIZAÇÃO

PODER LEGISLATIVO: Possibilidade de juiz afastar vereador da função que ocupa. É possível
que o Juiz de primeiro grau, fundamentadamente, imponha a parlamentares municipais as
medidas cautelares de afastamento de suas funções legislativas sem necessidade de remessa
à Casa respectiva para deliberação. STJ. (Info 617).

86
PODER LEGISLATIVO: Se o STF condenar criminalmente um Deputado Federal ou Senador,
haverá a perda automática do mandato ou isso ainda dependerá de uma deliberação
(decisão) da Câmara ou do Senado, respectivamente?
1ª Turma do STF: DEPENDE.
• Se o Deputado ou Senador for condenado a mais de 120 dias em regime fechado: a perda
do cargo será uma consequência lógica da condenação. Neste caso, caberá à Mesa da Câmara
ou do Senado apenas declarar que houve a perda (sem poder discordar da decisão do STF),
nos termos do art. 55, III e § 3º da CF/88.
• Se o Deputado ou Senador for condenado a uma pena em regime aberto ou semiaberto: a
condenação criminal não gera a perda automática do cargo. O Plenário da Câmara ou do
Senado irá deliberar, nos termos do art. 55, § 2º, da CF/88, se o condenado deverá ou não
perder o mandato.
STF. 1ª Turma. AP 694/MT, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 2/5/2017 (Info 863).
STF. 1ª Turma. AP 968/SP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 22/5/2018 (Info 903).
2ª Turma do STF: NÃO. A perda não é automática. A Casa é que irá deliberar.

a l
O STF apenas comunica, por meio de ofício, à Mesa da Câmara dos Deputados ou do Senado
Federal informando sobre a condenação do parlamentar.
io n
c
A Mesa da Câmara ou do Senado irá, então, deliberar (decidir) como entender de direito
a
55, VI, § 2º, da CF/88. u c ER
(como quiser) se o parlamentar irá perder ou não o mandato eletivo, conforme prevê o art.

E M d IL
Assim, mesmo com a condenação criminal, quem decide se haverá a perda do mandato é a
Câmara dos Deputados ou o Senado Federal.
e
rt RO
o OR
STF. 2ª Turma. AP 996/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 29/5/2018 (Info 904) (obs: o
p
S C 41- m u H 89
Relator Edson Fachin ficou vencido neste ponto).
Atenção: em caso de condenação criminal transitada em julgado, haverá a perda imediata do
m Z .7 .co
mandato eletivo no caso de Vereadores, Prefeitos, Governadores e Presidente da República.
u I
V er L U
0
4
4 ma il
SIGILO BANCÁRIO: Os dados obtidos por meio da quebra dos sigilos bancário, telefônico e
O .
d R 3 g
fiscal devem ser mantidos sob reserva.
4
A PE D 0 er@
Assim, a página do Senado Federal na internet não pode divulgar os dados obtidos por meio
l i
da quebra de sigilo determinada por comissão parlamentar de inquérito (CPI). STF. Plenário.
m
lc
MS 25940, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 26/4/2018 (Info 899).
p
FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO: Marco para o fim do foro: término da instrução. As
normas da Constituição de 1988 que estabelecem as hipóteses de foro por prerrogativa de
função devem ser interpretadas restritivamente, aplicando-se apenas aos crimes que
tenham sido praticados durante o exercício do cargo e em razão dele. Se o crime foi
praticado antes de o indivíduo ser diplomado como Deputado Federal, não se justifica a
competência do STF, devendo ele ser julgado pela 1ª instância mesmo ocupando o cargo de
parlamentar federal.
Além disso, mesmo que o crime tenha sido cometido após a investidura no mandato, se o
delito não apresentar relação direta com as funções exercidas, também não haverá foro
privilegiado.
Foi fixada, portanto, a seguinte tese:
O foro por prerrogativa de função aplica-se apenas aos crimes cometidos durante o exercício
do cargo e relacionados às funções desempenhadas.

87
Marco para o fim do foro: término da instrução
Após o final da instrução processual, com a publicação do despacho de intimação para
apresentação de alegações finais, a competência para processar e julgar ações penais não
será mais afetada em razão de o agente público vir a ocupar outro cargo ou deixar o cargo
que ocupava, qualquer que seja o motivo. STF. Plenário. AP 937 QO/RJ, Rel. Min. Roberto
Barroso, julgado em 03/05/2018 (Info 900).

a l
io n
PODER
a c
Ano: 2018. Banca: Cespe. Cargo: Defensor Público de Pernambuco.
LEGISLATIVO
u c ER
de inquérito E M d IL
No âmbito do Poder Legislativo Federal, as comissões parlamentares

e
rt RO
p o OR
a) podem investigar fatos referentes a questões de interesse de um

S C 41- m u H 89
estado-membro, ou seja, sem relevância nacional.
b) podem determinar medida de arresto e sequestro de bens de
um IZ .7 .co
investigados.

V O er L U 4
4 ma il
c) têm poderes para determinar medida de busca e apreensão
. 0
domiciliar e interceptação telefônica.
d R 4 3 g
A PE D d) podem determinar que um investigado não se ausente do país.
0 er@
e) têm poderes para quebrar sigilo de dados telefônicos.
l
m i
lc E. Atenção para o comentário abaixo que responde
GABARITO:
p
todas as alternativas. Retirado do site QCONCURSO:

Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI):


Principais pontos nos quais PODE e nos quais NÃO PODE atuar.

Pode:
a) Convocar investigados e testemunhas;
b) Investigar negócios realizados entre particulares;
c) Determinar condução coercitiva de testemunha, no caso de
recusa de comparecimento;
d) Determinar quebra de sigilos bancários, fiscal e telefônico;
e) Investigar fatos que já sejam objeto de inquéritos policiais ou
de processos judiciais;
f) Convocar indígena para depor, desde que na respectiva

88
comunidade e com a presença de representante da FUNAI e de
antropólogo;
g) Convocar magistrados para depor sobre a prática de atos
administrativos;
h) Convocar membros do Ministério Público para depor;
i) Determinar diligências que entender necessárias;
j) Utilizar da polícia judiciária para localizar testemunhas;
k) Requisitar de repartições públicas informações e documentos
de seu interesse.

Não Pode:
a) Desrespeitar o direito ao silêncio e ao sigilo profissional dos
depoentes;
b) Conferir publicidade irrestrita aos dados sigilosos obtidos em
razão de sua investigação;
c)
a l
Convocar magistrados para depor sobre a prática de ato de
natureza jurisdicional;
io n
c
d) Impedir acesso dos advogados dos depoentes em suas
a
reuniões;
u c ER
e) Decretar a busca e apreensão domiciliar de documentos;
f)
E M d IL
Decretar medidas cautelares de natureza patrimonial;
e
rt RO
g) Proibir o direito de ir e vir do investigado;
o OR
h) Decretar a prisão do depoente, salvo em situação de flagrante
p
i)
S C 41- m u H 89
(qualquer do povo pode);
Autorizar interceptação telefônica;
j)
um Z .7 .co
Oferecer denúncia ao Poder Judiciário;
I
er L U 4 il
k) Processar, julgar, condenar, apurar a responsabilidade civil ou

V 0 4 ma
penal do investigado
O .
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
mi
p lc
Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-MA Prova: FCC - 2018 - DPE-MA

A imunidade parlamentar que consiste na não obrigatoriedade do


parlamentar em testemunhar sobre informações recebidas ou
prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas
que lhes confiaram ou deles receberam informações, é conhecida
como imunidade

A. probatória.
B. testemunhal.
C. foro especial.
D. prisional.
E. processual.

89
GABARITO COMENTADO: A

CF, Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e


penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)

§ 6º Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar


sobre informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do
mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles
receberam informações.

7.2 Poder Executivo

l
Executivo monocrático/ unipessoal. Sistema de Governo Presidencialista, desde a
a
Constituição de 1891. Responsável pela aplicação da lei no caso concreto na
administração da coisa pública.
io n
a c
O Presidente acumula as funções de Chefe de Estado e de Chefe de Governo.

u c ER
Art. 76, da CF - O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da
d IL
República, auxiliado pelos Ministros de Estado.
E M
Requisitos para ser Presidente da República: e
rt RO
-
p o OR
Ser brasileiro nato (art. 12, §3º, da CF);
-
S C 41- m u H 89
Idade mínima de 35 anos (art. 14, §2º, da CF) – José Afonso da Silva: capacidade política
absoluta nesta idade. Essa capacidade política começa aos 16 anos.
- Alistamento eleitoral.
um IZ .7 .co
-
-
V O er L
.
U
0
4
4 ma il
Filiação partidária (art. 14, §3º, da CF).
Plenitude do exercício dos direitos políticos.
- d R 4 3 g
Não ser inelegível (inalistável, analfabeto, mais de uma reeleição para um 3º mandato
A PE D 0 er@
subsequente e inexigibilidade por parentesco, art. 14, §§ 4º, 5º e 7º)
l
mi
p lc
Da data fixada para a posse do Presidente e do Vice-Presidente, este terá 10 dias para
ocupar o cargo, sob pena de este ser declarado vago, salvo impossibilidade por motivo de
força maior (art. 78, parágrafo único).

Linha sucessória do Presidente3:


Vice-Presidente
Presidente da Câmara dos Deputados (pois a Câmara é representante do povo);
Presidente do Senado Federal;
Presidente do STF.
Art. 81, da CF - Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, far-se-á
eleição noventa dias depois de aberta a última vaga.

3
Mandato tampão: no caso de vacância do cargo de Presidente, o Vice ou os novos eleitos
apenas complementarão o período restante.

90
§ 1º - Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período presidencial, a eleição para
ambos os cargos será feita trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na
forma da lei. (Essa lei ainda não existe!)
§ 2º - Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o período de seus
antecessores.

Atribuições do Presidente: as que seguem são meramente exemplificativas.

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:


I - nomear e exonerar os Ministros de Estado;
II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção superior da
administração federal;
III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta
Constituição;
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir
decretos e regulamentos para sua fiel execução;
V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente;
a l
VI - dispor, mediante decreto, sobre
io n
c
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não
a
públicos
u c ER
implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos

E M d IL
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos

e
VII - manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus
rt RO
representantes diplomáticos;

p o OR
VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a

S C 41- m u H 89
referendo do Congresso Nacional;
IX - decretar o estado de defesa e o estado de sítio;

um IZ .7 .co
X - decretar e executar a intervenção federal;

V O er L
.
U
0
4
4 ma il
XI - remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Nacional por
ocasião da abertura da sessão legislativa, expondo a situação do País e
d R 4 3 g
solicitando as providências que julgar necessárias;
A PE D 0 er@
l
XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário,
i
dos órgãos instituídos em lei;
m
p lc
XIII - exercer o comando supremo das Forças Armadas, nomear os
Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, promover seus
oficiais-generais e nomeá-los para os cargos que lhes são
privativos;
XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros do
Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, os Governadores
de Territórios, o Procurador-Geral da República, o presidente e os
diretores do banco central e outros servidores, quando determinado em
lei;
XV - nomear, observado o disposto no art. 73, os Ministros do Tribunal
de Contas da União;
XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos nesta Constituição, e o
Advogado-Geral da União;
XVII - nomear membros do Conselho da República, nos termos do art.
89, VII;
XVIII - convocar e presidir o Conselho da República e o Conselho de
Defesa Nacional;

91
XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo
Congresso Nacional ou referendado por ele, quando ocorrida no
intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas condições, decretar,
total ou parcialmente, a mobilização nacional;
XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do Congresso
Nacional;
XXI - conferir condecorações e distinções honoríficas;
XXII - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças
estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam
temporariamente;
XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei
de diretrizes orçamentárias e as propostas de orçamento previstos nesta
Constituição;
XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta
dias após a abertura da sessão legislativa, as contas referentes ao
exercício anterior;

l
XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei;
a
io n
XXVI - editar medidas provisórias com força de lei, nos termos do art. 62;
XXVII - exercer outras atribuições previstas nesta Constituição.

a c
Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar as
c ER
atribuições mencionadas nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos
u
E M d IL
Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-
Geral da União, que observarão os limites traçados nas respectivas
delegações.
e
rt RO
p o OR
S C 41- m u H 89
Crimes Comuns e de Responsabilidade do Presidente: pelo princípio republicano, todos
m Z .7 .co
os que exercem poder são responsáveis por seus atos.
u I
er L U il
1ª fase: autorização de 2/3 da Câmara dos Deputados.
4 ma4
d V R 3 0
2ª fase: julgamento no Senado (crimes de responsabilidade) ou no STF (crimes comuns).
O . g
Responsabilidade política: infração com natureza jurídica político-administrativa. Esta
4
A PE D 0 er@
responsabilidade é também chamada de impedimento ou “impeachment” (art. 85, da CF
l
e Lei 1079/50).
mi
p lc
Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem
contra a Constituição Federal e, especialmente, contra:
I - a existência da União;
II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos
Poderes constitucionais das unidades da Federação;
III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;
IV - a segurança interna do País;
V - a probidade na administração;
VI - a lei orçamentária;
VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais.

Responsabilidade criminal: infração penal comum.


Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara
dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal,

92
nas infrações penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de
responsabilidade.
§ 1º O Presidente ficará suspenso de suas funções:
I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Supremo
Tribunal Federal;
II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo Senado Federal.
§ 2º Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento não estiver concluído,
cessará o afastamento do Presidente, sem prejuízo do regular prosseguimento do
processo.
§ 3º Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações comuns, o Presidente
da República não estará sujeito a prisão.
§ 4º O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser
responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções.

SÚMULAS

a l
n
Súmulas 6, STF: A revogação ou anulação, pelo Poder Executivo, de aposentadoria, ou
io
c
qualquer outro ato aprovado pelo Tribunal de Contas, não produz efeitos antes de aprovada
a
u c ER
por aquele Tribunal, ressalvada a competência revisora do Judiciário.
SV 13: A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por
E M d IL
afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma
e
rt RO
pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de
o OR
cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública
p
S C 41- m u H 89
direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição
Federal.
um IZ .7 .co
er L U il
SV 18: A dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do mandato, não afasta a
4
4 ma
d V R 3 0
inelegibilidade prevista no § 7º do artigo 14 da Constituição Federal.
O . g
Súmula 451, STF: A competência especial por prerrogativa de função não se estende ao
4
A PE D 0 er@
crime cometido após a cessação definitiva do exercício funcional.
l
mi
JURISPRUDÊNCIA
p lc
MEDIDA PROVISÓRIA: O art. 62 da CF/88 prevê que o Presidente da República somente
poderá editar medidas provisórias em caso de relevância e urgência. A definição do que seja
relevante e urgente para fins de edição de medidas provisórias consiste, em regra, em um
juízo político (escolha política/discricionária) de competência do Presidente da República,
controlado pelo Congresso Nacional. Desse modo, salvo em caso de notório abuso, o Poder
Judiciário não deve se imiscuir na análise dos requisitos da MP. No caso de MP que trate
sobre situação tipicamente financeira e tributária, deve prevalecer, em regra, o juízo do
administrador público, não devendo o STF declarar a norma inconstitucional por afronta ao
art. 62 da CF/88. STF. (Info 851).

PODER EXECUTIVO: Não há necessidade de prévia autorização da Assembleia Legislativa para


que o STJ receba denúncia ou queixa e instaure ação penal contra Governador de Estado, por
crime comum. Em outras palavras, não há necessidade de prévia autorização da ALE para que

93
o Governador do Estado seja processado por crime comum. Se a Constituição Estadual exigir
autorização da ALE para que o Governador seja processado criminalmente, essa previsão é
considerada inconstitucional. Assim, é vedado às unidades federativas instituir normas que
condicionem a instauração de ação penal contra Governador por crime comum à previa
autorização da Casa Legislativa. Se o STJ receber a denúncia ou queixa-crime contra o
Governador, ele ficará automaticamente suspenso de suas funções no Poder Executivo
estadual? NÃO. O afastamento do cargo não se dá de forma automática. O STJ, no ato de
recebimento da denúncia ou queixa, irá decidir, de forma fundamentada, se há necessidade
de o Governador do Estado ser ou não afastado do cargo. Vale ressaltar que, além do
afastamento do cargo, o STJ poderá aplicar qualquer uma das medidas cautelares penais
(exs.: prisão preventiva, proibição de ausentar-se da comarca, fiança, monitoração eletrônica
etc.). STF. (Info 863).

PRESIDENTE DA REPÚBLICA. PODER EXECUTIVO: denúncia contra o Presidente da República


por infrações penais comuns. O STF deverá encaminhar esta denúncia para a Câmara dos

a l
Deputados exercer o seu juízo político. É possível que, antes desse envio, o STF analise
n
questões jurídicas a respeito desta denúncia, como a validade dos elementos informativos
io
c
(provas) que a embasaram? NÃO. Não há possibilidade de o STF conhecer e julgar qualquer
a
u c ER
questão ou matéria defensiva suscitada pelo Presidente antes que a matéria seja examinada
pela Câmara dos Deputados. O juízo político de admissibilidade exercido pela Câmara dos
E M d IL
Deputados precede a análise jurídica pelo STF para conhecer e julgar qualquer questão ou
e
rt RO
matéria defensiva suscitada pelo denunciado. A discussão sobre o valor probatório dos
o OR
elementos de convicção (“provas”), ou mesmo a respeito da validade desses elementos que
p
S C 41- m u H 89
eventualmente embasarem a denúncia, constitui matéria relacionada com a chamada “justa
causa”, uma das condições da ação penal, cuja constatação ou não se dará por ocasião do
m Z .7 .co
juízo de admissibilidade, a ser levado a efeito pelo Plenário do STF após eventual autorização
u I
er L U il
da Câmara dos Deputados. STF. (Info 878).
4 ma4
d V R O 3 . 0
ATENÇÃO PARA A ATUALIZAÇÃO!
4 g
A PE D 0 er@
l i
PODER EXECUTIVO: Imunidade do art. 51, I, e art. 86 da CF/88 não se estende para
m
p lc
codenunciados que não sejam Presidente da República, Vice ou Ministro de Estado. A
finalidade dessa imunidade é proteger o exercício regular desses cargos, razão pela qual
não é extensível a codenunciados que não se encontrem ocupando tais funções. (Info 888).
O STF somente poderá decidir se aceita ou não a denúncia (ou queixa) se a Câmara dos
Deputados autorizar. Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados: I -
autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o Presidente e
o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado;
O art. 51, I, e o art. 86 da CF/88 conferem ao Presidente da República (ao Vice-Presidente e
aos Ministros de Estado), portanto, uma imunidade formal em relação ao processo.

94
PODER EXECUTIVO Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-RS Prova: FCC - 2018 - DPE-
RS

Sobre o Poder Executivo, é correto afirmar que

A) qualquer cidadão pode denunciar o Presidente da


República pela prática de crime de responsabilidade,
sendo ele submetido a julgamento perante o Senado
Federal caso a Câmara dos Deputados, por três quintos
dos seus membros, admita a acusação.
B) compete privativamente ao Presidente da República,
dentre outras atribuições previstas no artigo 84 da
Constituição Federal, cujo rol é taxativo, dispor,
mediante decreto, sobre organização e funcionamento
da administração federal, quando não implicar
a l
n
aumento de despesa nem criação ou extinção de
io
órgãos públicos.
a c
u c ER
C) ao contrário dos crimes de responsabilidade, somente
o Procurador-Geral da República possui legitimidade
E M d IL
para acusar o Presidente da República pela prática de
e
rt RO
infração penal comum, sendo ele submetido a

o OR
julgamento pelo Supremo Tribunal Federal caso a
p
u H 89
Câmara dos Deputados, por dois terços dos seus
S C 41- m
membros, admita a acusação.

um D) o Presidente e o Vice-Presidente da República não


IZ .7 .co
er L U il
poderão, sem licença do Senado Federal, ausentar-se
4 ma4
d V R O
4 3 . 0 g
do país por período superior a quinze dias, sob pena de
perda do cargo.
A PE D 0 er@
l
E) as prerrogativas extraordinárias de caráter processual

mi
penal, consistentes na imunidade à prisão cautelar e a

p lc qualquer processo penal por atos estranhos ao


exercício de suas funções, são inerentes ao Presidente
da República enquanto Chefe de Estado, não podendo
ser estendidas aos demais chefes do Poder Executivo
pelas constituições estaduais e leis orgânicas.

GABARITO COMENTADO: E

As prerrogativas extraordinárias de caráter processual penal


são inerentes ao Presidente da República, não podendo ser
estendidas aos demais chefes do Poder Executivo pelas
constituições estaduais e leis orgânicas.

95
7.3 Poder Judiciário

Em um Estado Democrático de Direito, o Poder Judiciário deve ser plenamente


independente. No Brasil, adota-se o sistema inglês, isto é, o sistema da unicidade de
jurisdição, que significa que só o Judiciário tem jurisdição.
Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário:
I - o Supremo Tribunal Federal;
I-A o Conselho Nacional de Justiça;
II - o Superior Tribunal de Justiça;
II-A - o Tribunal Superior do Trabalho;
III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;
IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho;
V - os Tribunais e Juízes Eleitorais;
VI - os Tribunais e Juízes Militares;

a l
VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.

io n
a c
Garante a força normativa da Constituição, através da resolução dos conflitos em
u c ER
substituição às partes, sendo esta decisão apta a se tornar definitiva. Garante também a

E M d IL
força normativa da Constituição pela realização do controle de constitucionalidade, pela
e
rt RO
proteção e promoção dos direitos fundamentais, das minorias em decisões
contramajoritárias.
p o OR
O Judiciário pode agir como um “legislador judicial”, nos casos de sentenças
S C 41- m u H 89
aditivas, súmulas vinculantes, do mandado de injunção etc.

um
O CNJ não exerce jurisdição, nem tem ingerência sobre a atividade jurisdicional
IZ .7 .co
er L U il
do Poder Judiciário. É órgão administrativo do Poder Judiciário. Ele está abaixo do STF e é
4
4 ma
d V
composto, em sua maioria, por membros do Poder Judiciário, sendo presidido pelo
R O 3 . 0 g
Presidente do STF. 15 membros, com mandato de 2 anos + 1 recondução. Exerce o
4
A PE D 0 er@
controle da atuação administrativa e financeira do Judiciário e controla o cumprimento
l i
dos deveres funcionais dos magistrados. Vejamos suas funções e poderes previstos no
m
art. 103-B, da CF/88:
p lc103-B. O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de 15 (quinze)
Art.
membros com mandato de 2 (dois) anos, admitida 1 (uma) recondução,
sendo: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 61,
de 2009)
§ 4º Compete ao Conselho o controle da atuação administrativa e
financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais
dos juízes, cabendo-lhe, além de outras atribuições que lhe forem
conferidas pelo Estatuto da Magistratura: (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
I - zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento do
Estatuto da Magistratura, podendo expedir atos regulamentares, no
âmbito de sua competência, ou recomendar
providências; (Incluído pela Emenda Constitucional nº
45, de 2004)
II - zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante
provocação, a legalidade dos atos administrativos praticados por

96
membros ou órgãos do Poder Judiciário, podendo desconstituí-los, revê-
los ou fixar prazo para que se adotem as providências necessárias ao
exato cumprimento da lei, sem prejuízo da competência do Tribunal de
Contas da União; (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 45, de 2004)
III - receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do
Poder Judiciário, inclusive contra seus serviços auxiliares, serventias e
órgãos prestadores de serviços notariais e de registro que atuem por
delegação do poder público ou oficializados, sem prejuízo da
competência disciplinar e correicional dos tribunais, podendo avocar
processos disciplinares em curso e determinar a remoção, a
disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou proventos
proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções
administrativas, assegurada ampla defesa; (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
IV - representar ao Ministério Público, no caso de crime contra a
administração pública ou de
l
abuso
a
de
autoridade;
45, de 2004) n
(Incluído pela Emenda Constitucional nº

io
a c
V - rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares
c ER
de juízes e membros de tribunais julgados há menos de um
u
ano;
2004) d IL
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
E M
e
rt RO
VI - elaborar semestralmente relatório estatístico sobre processos e

p o OR
sentenças prolatadas, por unidade da Federação, nos diferentes órgãos
do Poder Judiciário; (Incluído pela Emenda

S C 41- m u H 89
Constitucional nº 45, de 2004)
VII - elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar
um IZ .7 .co
er L
necessárias, sobre a situação do Poder Judiciário no País e as atividades
U 4 il
4 ma
do Conselho, o qual deve integrar mensagem do Presidente do Supremo

d V R O
4
. 0
Tribunal Federal a ser remetida ao Congresso Nacional, por ocasião da
3 g
abertura da sessão legislativa. (Incluído pela Emenda
A PE D 0 er@
Constitucional nº 45, de 2004)
l i
§ 5º O Ministro do Superior Tribunal de Justiça exercerá a função de
m
p lc
Ministro-Corregedor e ficará excluído da distribuição de processos no
Tribunal, competindo-lhe, além das atribuições que lhe forem conferidas
pelo Estatuto da Magistratura, as seguintes: (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
I receber as reclamações e denúncias, de qualquer interessado, relativas
aos magistrados e aos serviços judiciários; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
II exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e de correição
geral; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)
III requisitar e designar magistrados, delegando-lhes atribuições, e
requisitar servidores de juízos ou tribunais, inclusive nos Estados,
Distrito Federal e Territórios. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
§ 6º Junto ao Conselho oficiarão o Procurador-Geral da República e o
Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do

97
Brasil. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)

SÚMULAS

Súmula 628, STF: Integrante de lista de candidatos a determinada vaga da


composição de tribunal é parte legítima para impugnar a validade da nomeação de
concorrente.
Súmula 649, STF: É inconstitucional a criação, por Constituição estadual, de órgão de
controle administrativo do Poder Judiciário do qual participem representantes de
outros Poderes ou entidades.
Súmula 731, STF: Para fim da competência originária do Supremo Tribunal Federal, é
de interesse geral da magistratura a questão de saber se, em face da LOMAN, os
juízes têm direito à licença-prêmio.

JURISPRUDÊNCIA
a l
io n
a c
RECLAMAÇÃO: O art. 988, § 5º, II, do CPC/2015 prevê que é possível reclamação
u c ER
dirigida ao Supremo Tribunal Federal contra decisão judicial que tenha descumprido

E M d IL
tese fixada pelo STF em recurso extraordinário julgado sob o rito da repercussão

e
geral. O CPC exige, no entanto, que, antes de a parte apresentar a reclamação, ela
rt RO
tenha esgotado todos os recursos cabíveis nas “instâncias ordinárias”. O STF afirmou
p o OR
que essa hipótese de cabimento prevista no art. 988, § 5º, II, do CPC deve ser

S C 41- m u H 89
interpretada restritivamente, sob pena de o STF assumir, pela via da reclamação, a

um
competência de pelo menos três tribunais superiores (STJ, TST e TSE) para o
IZ .7 .co
er L
julgamento de recursos contra decisões de tribunais de 2º grau de jurisdição. Assim,
U 4
4 ma il
segundo entendeu o STF, quando o CPC exige que se esgotem as instâncias ordinárias,

d V O 3 . 0 g
significa que a parte só poderá apresentar reclamação ao STF depois de ter
R 4
A PE D 0 er@
apresentado todos os recursos cabíveis não apenas nos Tribunais de 2º grau, mas
l
mi
também nos Tribunais Superiores (STJ, TST e TSE). Se ainda tiver algum recurso
pendente no STJ ou no TSE, por exemplo, não caberá reclamação ao STF. Em suma,
p lc
nos casos em que se busca garantir a aplicação de decisão tomada em recurso
extraordinário com repercussão geral, somente é cabível reclamação ao STF quando
esgotados todos os recursos cabíveis nas instâncias antecedentes. STF. (Info 845).

DIREITO DE RESPOSTA: Não cabe reclamação para o STF contra sentença que julgou
improcedente pedido de direito de resposta sob o fundamento de que não houve, no
caso concreto, ofensa. Esta sentença não afronta a autoridade da decisão do STF no
julgamento da ADPF 130/DF. Como a sentença não violou nenhuma decisão do STF
proferida em sede de controle concentrado de constitucionalidade, o que se percebe
é que o autor, por meio da reclamação, deseja que o Supremo examine se a sentença
afrontou, ou não, o art. 5º, V, da CF/88. Para isso, seria necessário reexaminar matéria
de fato, o que não é possível em reclamação, que se presta unicamente a preservar a
autoridade de decisão do STF. Ademais, isso significaria o exame per saltum, ou seja,
"pulando-se" as instâncias recursais do ato impugnado diretamente à luz do art. 5º, V,
CF/88. STF. (Info 851).

98
PODER JUDICIÁRIO: É inconstitucional norma do Tribunal de Justiça que permite a
reeleição de desembargadores para cargos de direção após o intervalo de dois
mandatos. Esta previsão viola o art. 93, caput, da CF/88, segundo o qual a
regulamentação da matéria afeta à elegibilidade para os órgãos diretivos dos tribunais
está reservada a lei complementar de iniciativa do Supremo Tribunal Federal. Além
disso, esta norma afronta o tratamento que foi dado à matéria pelo art. 102 da
LOMAN (LC 35/79), que regulamenta o art. 93 da CF/88. STF. Plenário. ADI 5310/RJ,
Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 14/12/2016 (Info 851).

CNJ: CNJ pode determinar que Tribunal de Justiça exonere servidores nomeados sem
concurso público para cargos em comissão que não se amoldam às atribuições de
direção, chefia e assessoramento, contrariando o art. 37, V, da CF/88. Esta decisão do
CNJ não configura controle de constitucionalidade, sendo exercício de controle da
validade dos atos administrativos do Poder Judiciário. STF. Plenário. Pet 4656/PB, Rel.
Min. Cármen Lúcia, julgado em 19/12/2016 (Info 851).
a l
io n
c
COMPETÊNCIA: STF. O art. 102, I, ‘n’, da CF/88 determina que a ação em que todos os
a
u c ER
membros da magistratura sejam direta ou indiretamente interessados é de
competência originária do STF. Vale ressaltar, no entanto, que a causa não será da
E M d IL
competência originária do STF se a matéria discutida, além de ser do interesse de
e
rt RO
todos os membros da magistratura, for também do interesse de outras carreiras de
o OR
servidores públicos. Além disso, para incidir o dispositivo, o texto constitucional
p
S C 41- m u H 89
preconiza que a matéria discutida deverá interessar a todos os membros da
magistratura e não apenas a parte dela. Com base nesses argumentos, o STF decidiu
m Z .7 .co
que não é competente para julgar originariamente ação intentada por juiz federal
u I
er L U il
postulando a percepção de licença-prêmio com fundamento na simetria existente
4
4 ma
d V R 4 3 0
entre a magistratura e o Ministério Público. STF. (Info 855).
O . g
A PE D 0 er@
COMPETÊNCIA: O Superior Tribunal de Justiça é o tribunal competente para o
l i
julgamento nas hipóteses em que, não fosse a prerrogativa de foro (art. 105, I, da
m
p lc
Constituição Federal), o desembargador acusado houvesse de responder à ação penal
perante juiz de primeiro grau vinculado ao mesmo tribunal. QO na APn 878-DF, Rel.
Min. Benedito Gonçalves, por maioria, julgado em 21/11/2018. (Info 639)

COMPETÊNCIA: O Superior Tribunal de Justiça carece de competência constitucional


para ampliar os modais de transporte interestadual submetidos ao regime da
gratuidade, prevista na Lei n. 8.899/1994 e nos atos normativos secundários que a
regulamentam. REsp 1.155.590-DF, Rel. Min. Marco Buzzi, por unanimidade, julgado
em 27/11/2018. (Info 640)

COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DO CNJ: A CF conferiu competência originária e


concorrente ao CNJ para aplicação de medidas disciplinares. Assim, a competência do
CNJ é autônoma (e não subsidiária). Logo, o CNJ pode atuar mesmo que não tenha
sido dada oportunidade para que a corregedoria local pudesse investigar o caso.
Utilização no PAD de dados obtidos em descoberta fortuita na investigação criminal: É

99
possível a utilização de dados obtidos por descoberta fortuita em interceptações
telefônicas devidamente autorizadas como prova emprestada em processo
administrativo disciplinar. (Info 875).

CNJ: CNJ pode avocar PAD que tramita no Tribunal se não há quórum suficiente
para se atingir maioria absoluta. O TRF condenou juiz federal à pena de
aposentadoria compulsória. Ocorre que, em virtude de alguns Desembargadores
terem se averbado suspeitos, este juiz foi condenado com um quórum de maioria
simples.
O CNJ reconheceu a irregularidade da proclamação do resultado e anulou o
julgamento de mérito realizado pelo TRF. Isso porque o art. 93, VIII e X, da CF/88
exige quórum de maioria absoluta do tribunal.
Ocorre que o CNJ, após anular o julgamento de mérito realizado pelo TRF, decidiu
avocar o processo administrativo para que o magistrado fosse julgado diretamente
pelo Conselho.
O juiz impetrou MS contra essa avocação, mas o STF afirmou que o CNJ agiu
a l
corretamente.
io n
c
A Constituição, expressamente, confere ao CNJ competência para, a qualquer
a
u c ER
tempo, avocar processos de natureza disciplinar em curso contra membros do
Poder Judiciário. Assim, não há óbice para que o CNJ anule o julgamento do
Tribunal e inicie lá um outro procedimento.
E M d IL
e
rt RO
Uma das causas legítimas de avocação de procedimentos administrativos pelo CNJ é
o OR
justamente a falta do quórum para proferir decisão administrativa por maioria
p
S C 41- m u H 89
absoluta em razão de suspeição, impedimento ou falta de magistrados.
O CNJ poderia ter devolvido o processo ao TRF2, mas optou por exercer sua
m Z .7 .co
competência concorrente, dentro da discricionariedade conferida pela Constituição,
u I
er L U il
para julgar o processo e evitar novas questões de suspeição e impedimento.
4
4 ma
d V R 3 0
STF. 1ª Turma. MS 35100/DF, rel. orig. Min. Luiz Fux, red. p/ o acórdão Min.
O . g
Roberto Barroso, julgado em 8/5/2018 (Info 901).
4
A PE D 0 er@
PODER JUDICIÁRIO: Constitucionalidade da verba “auxílio-voto”, paga aos juízes
l i
convocados para atuar nos processos de 2ª instância do Tribunal. Foi instituído, no
m
p lc
Tribunal de Justiça de São Paulo, o pagamento de uma verba pela atuação em 2ª
instância de magistrados de 1ª instância. Em outras palavras, o juiz era convocado
para atuar nos processos do Tribunal e, em razão disso, recebia uma verba que ficou
conhecida como “auxílio-voto”. O CNJ, em procedimento de controle administrativo
(PCA), considerou a verba irregular, por suposta ofensa ao teto constitucional, e
determinou a devolução dos valores recebidos pelos juízes. O STF cassou a decisão do
CNJ.
Argumentos:
1) A decisão do CNJ violou o devido processo legal administrativo e os princípios do
contraditório e da ampla defesa. Isso porque os magistrados não foram notificados
para apresentação de defesa escrita, além de não terem participado da instrução
processual. A decisão proferida pelo Conselho surpreendeu a todos os envolvidos.
Além disso, o PCA no qual o CNJ decidiu p
ela irregularidade da verba foi instaurado para tratar sobre assunto completamente
diverso.

100
2) A verba paga aos magistrados de 1ª instância que atuaram nos processos do
Tribunal de Justiça foi regular, considerando que baseada no art. 124 da LC 35/79
(LOMAN). Essa convocação de juízes para atuar no Tribunal é válida e não viola a
CF/88. Como essa convocação de juízes é válida (compatível com a CF/88), é natural
que seja devido o pagamento de um valor como forma de “recomposição patrimonial
dos magistrados, dado o exercício extraordinário de atribuições transitórias
desempenhadas acumuladamente com a jurisdição ordinária”. De igual modo, como
se trata de uma verba prevista em lei, fica afastada qualquer alegação de má-fé.
Como a verba em questão servia para pagar os magistrados por um serviço
extraordinário, elas não estavam abrangidas pelo subsídio. STF. 2ª Turma. MS
29002/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 7/8/2018 (Info 910).

ATENÇÃO PARA UMA NÃO TÃO NOVIDADE LEGISLATIVA!

a l
n
Lei 13.367, de 5 de dezembro de 2016. Vamos destacar alguns pontos importantes:
io
a c
Art.2o O art.
seguinte redação:
2o
c ER
da Lei nº 1.579, de 18 de março de 1952, passa a vigorar com a
u
E M d IL
e
rt RO
“Art. 2o No exercício de suas atribuições, poderão as Comissões Parlamentares
o OR
de Inquérito determinar diligências que reputarem necessárias e requerer a
p
S C 41- m u H 89
convocação de Ministros de Estado, tomar o depoimento de quaisquer autoridades
federais, estaduais ou municipais, ouvir os indiciados, inquirir testemunhas sob
m Z .7 .co
compromisso, requisitar da administração pública direta, indireta ou fundacional
u I
er L U 4 il
informações e documentos, e transportar-se aos lugares onde se fizer mister a sua

V
presença.” (NR)
O . 0 4 ma
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
Art. 3o O § 1o do art. 3o da Lei nº 1.579, de 18 de março de 1952, passa a vigorar
l
com a seguinte redação:
mi
“Art. 3o (...) p lc
§ 1o Em caso de não comparecimento da testemunha sem motivo justificado, a
sua intimação será solicitada ao juiz criminal da localidade em que resida ou se
encontre, nos termos dos arts. 218 e 219 do Decreto-Lei no 3.689, de 3 de outubro de
1941 - Código de Processo Penal.

Art. 4o A Lei nº 1.579, de 18 de março de 1952, passa a vigorar acrescida do


seguinte art. 3o-A:

“Art. 3o-A. Caberá ao presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito, por


deliberação desta, solicitar, em qualquer fase da investigação, ao juízo criminal
competente medida cautelar necessária, quando se verificar a existência de indícios

101
veementes da proveniência ilícita de bens.”

Art. 5o A Lei nº 1.579, de 18 de março de 1952, passa a vigorar acrescida do


seguinte art. 6o-A:

“Art. 6o-A. A Comissão Parlamentar de Inquérito encaminhará relatório


circunstanciado, com suas conclusões, para as devidas providências, entre outros
órgãos, ao Ministério Público ou à Advocacia-Geral da União, com cópia da
documentação, para que promovam a responsabilidade civil ou criminal por infrações
apuradas e adotem outras medidas decorrentes de suas funções institucionais.”

a l
PODER n
Ano: 2017. Banca: CESPE. Cargo: Juiz de Direito do Paraná
io
JUDICIÁRIO
a c
c ER
Com referência à organização do Poder Judiciário, ao CNJ e às
u
d IL
funções essenciais à justiça, assinale a opção correta.
E M
e
rt RO
a) A competência do STF para processar e julgar demanda contra o
o OR
CNJ restringe-se às ações tipicamente constitucionais.
p
S C 41- m u H 89
b) É admitida a intervenção judicial no processo legislativo de
elaboração da lei orçamentária anual, desde que a decisão seja
m Z .7 .co
relativa à previsão orçamentária destinada ao Poder Judiciário.
u I
V O er L0
U4 ma4 il
c) Segundo o STF, incidirão juros de mora sobre as dívidas da
fazenda pública inscritas em precatórios apresentados até primeiro
.
d R 4 3 g
de julho e pagos até o final do exercício seguinte.
A PE D 0 er@
d) Segundo o STF, o MP tem competência para promover
l i
investigação criminal, hipótese em que seus atos estarão imunes ao
m
lc
controle jurisdicional.
p
GABARITO: A

a) CORRETA. A competência do STF para processar e julgar


ações contra o CNJ e o CNMP limita-se às ações tipicamente
constitucionais: MS, MI, HC e HD. No caso de ações
ordinárias, a competência será do juiz federal (1ª instância).
b) ERRADA. Salvo em situações graves e excepcionais, não cabe
ao Poder Judiciário, sob pena de violação ao princípio da
separação de Poderes, interferir na função do Poder
Legislativo de definir receitas e despesas da Administração
Pública, emendando projetos de leis orçamentárias, quando
atendidas as condições previstas no art. 166, §§ 3º e 4º, da

102
CF. (STF. Plenário. ADI 5468/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgado
em 29 e 30/6/2016 - Info 832)
c) ERRADA. Súmula vinculante 17: Durante o período previsto
no parágrafo 1º (obs: atual § 5º) do artigo 100 da
Constituição, não incidem juros de mora sobre os precatórios
que nele sejam pagos.
d) ERRADA. O Ministério Público dispõe de competência para
promover, por autoridade própria, e por prazo razoável,
investigações de natureza penal, desde que respeitados os
direitos e garantias que assistem a qualquer indiciado ou a
qualquer pessoa sob investigação do Estado, observadas,
sempre, por seus agentes, as hipóteses de reserva
constitucional de jurisdição e, também, as prerrogativas
profissionais de que se acham investidos, em nosso País, os
Advogados (Lei 8.906/94, artigo 7º, notadamente os incisos I,

a l
II, III, XI, XIII, XIV e XIX), sem prejuízo da possibilidade –

io n
sempre presente no Estado democrático de Direito – do
permanente controle
c
jurisdicional
a
dos atos,
c ER
necessariamente documentados (Súmula Vinculante 14),
u
E M d IL
praticados pelos membros dessa instituição”. (STF. Plenário.
RE 593727/MG, red. p/ o acórdão Min. Gilmar Mendes,
e
rt RO
julgado em 14/5/2015)

p o OR
S C 41- m u H 89
Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-AM Prova: FCC - 2018 - DPE-AM -
m Z .7 .co
Defensor Público - Reaplicação
u I
V er L U 4
0
il
4 ma
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) editou ato regulamentar por
O .
d R 4 3 g
meio do qual institui modelo único de certidão de nascimento a ser
A PE D 0 er@
adotada pelos ofícios de registro civil das pessoas naturais,
l i
estabelecendo procedimento para que se dê o reconhecimento
m
p lc
voluntário e a respectiva averbação da paternidade e maternidade
socioafetiva perante os oficiais de registro. Seguindo referido
procedimento, considere que um filho, em cuja certidão de
nascimento não consta o nome do pai, e sua mãe biológica,
juntamente com o atual marido, que foi e é o responsável desde o
nascimento pela criação do filho, obtêm o reconhecimento da
paternidade socioafetiva, sendo lançada a filiação na certidão
respectiva. Ocorre que o filho pretende, agora, discutir e ver
reconhecida, judicialmente, a paternidade biológica. Nessa hipótese,
à vista da Constituição Federal e da jurisprudência do Supremo
Tribunal Federal,

A) o reconhecimento da paternidade socioafetiva e respectivo


lançamento em certidão são nulos, ainda que não seja reconhecida a
paternidade biológica, uma vez que baseados em procedimento

103
estabelecido em ato do Conselho Nacional de Justiça, que não
possui competência para expedir atos regulamentares em relação
aos serviços notariais e de registro.

B) o reconhecimento da paternidade socioafetiva e respectivo


lançamento em certidão impedem o reconhecimento simultâneo de
paternidade biológica, devendo ser desconstituída aquela,
primeiramente, para então se pretender discutir judicialmente a
biológica.

C) é admissível a discussão judicial da paternidade biológica, para


produção dos efeitos jurídicos próprios, mantendo-se
concomitantemente à paternidade socioafetiva, ainda que esta
tenha sido declarada em registro público.

l
D) é admissível a discussão judicial da paternidade biológica, cujo
a
n
reconhecimento, contudo, provocará a desconstituição do
io
precedência. a c
reconhecimento da paternidade socioafetiva, sobre a qual tem

u c ER
E M d IL
E) não é admissível a discussão judicial da paternidade biológica,
e
sobre a qual tem precedência a paternidade socioafetiva,
rt RO
p o OR
reconhecida e lançada em certidão em conformidade com
procedimento estabelecido por órgão competente.
S C 41- m u H 89
um IZ .7 .co
V er L U 4
GABARITO: C
O . 0
il
4 ma
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
É pacífica na jurisprudência a possibilidade de multiparentalidade,
l
não havendo preponderância de uma sobre a outra. Ademais, ambas
mi
paternidades podem ser registradas em registro público.
p lc
Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-AM Prova: FCC - 2018 - DPE-AM

Determinado Estado criou, para funcionarem no âmbito da Justiça


estadual, juizados especiais, providos por juízes togados e leigos,
com competência para a conciliação, o julgamento e a execução de
causas cíveis de menor complexidade e infrações penais de menor
potencial ofensivo. Criou, ainda, justiça de paz, remunerada,
composta de cidadãos eleitos pelo voto direto, universal e secreto,
com mandato de quatro anos e competência para celebrar
casamentos, verificar, de ofício ou em face de impugnação
apresentada, o processo de habilitação e exercer atribuições

104
conciliatórias, sem caráter jurisdicional. Nesse caso, foram criados
em conformidade com a disciplina da matéria na Constituição
Federal

A) apenas os juizados especiais, já que a criação da justiça de paz é


de competência da União.
B) apenas a justiça de paz, já que a criação dos juizados especiais é
de competência da União.
C) os juizados especiais, em relação à matéria cível, apenas, e a
justiça de paz, em relação à sua competência, mas não quanto à sua
composição.
D) tanto os juizados especiais quanto a justiça de paz.
E) os juizados especiais, em relação à matéria penal, apenas, e a
justiça de paz, em relação à sua composição, mas não quanto à sua
competência.

a l
GABARITO COMENTADO: D
io n
a c
Estados criarão: u c ER
Art. 98, CF: A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os

E M d IL
I - juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e
e
rt RO
leigos, competentes para a conciliação, o julgamento e a execução
o OR
de causas cíveis de menor complexidade e infrações penais de
p
S C 41- m u H 89
menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral
e sumaríssimo, permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a
m Z .7 .co
transação e o julgamento de recursos por turmas de juízes de
u I
er L U 4 il
primeiro grau;

V 0 4 ma
II - justiça de paz, remunerada, composta de cidadãos eleitos pelo
O .
d R 3 g
voto direto, universal e secreto, com mandato de quatro anos e
4
A PE D 0 er@
competência para, na forma da lei, celebrar casamentos, verificar,
l i
de ofício ou em face de impugnação apresentada, o processo de
m
p lc
habilitação e exercer atribuições conciliatórias, sem caráter
jurisdicional, além de outras previstas na legislação.

Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-AM Prova: FCC - 2018 - DPE-AM

A fim de assegurar os princípios da celeridade processual e do


acesso à prestação jurisdicional, a Constituição Federal estabelece
que

A) a distribuição de processos aos juízes será imediata, ressalvadas


as hipóteses previstas em lei.
B) não será promovido o juiz que, injustificadamente, retiver autos
em seu poder além do prazo legal, não podendo devolvê-los ao
cartório sem o devido despacho ou decisão.

105
C) os servidores receberão delegação para a prática de atos de
administração e atos decisórios, salvo aqueles que põem fim ao
processo.
D) é vedado ao Tribunal autorizar o juiz titular a residir fora da
respectiva comarca.
E) o número de juízes na unidade jurisdicional será proporcional à
efetiva demanda judicial e ao respectivo número de eleitores.

GABARITO COMENTADO: B

Art. 93, CF: Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal


Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os
seguintes princípios:

II - promoção de entrância para entrância, alternadamente, por


antigüidade e merecimento, atendidas as seguintes normas:
a l
io n
c
e) não será promovido o juiz que, injustificadamente, retiver autos
a
u c ER
em seu poder além do prazo legal, não podendo devolvê-los ao
cartório sem o devido despacho ou decisão;
E M d IL
e
rt RO
p o OR
S C 41- m u H 89
um IZ .7 .co
V O er L
.
U
0
4
4 ma il
9. FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA

d R 4 3 g
A PE D
O capítulo da CRFB que trata das funções essenciais à justiça aborda o Ministério
0 er@
Público, a Advocacia Pública, a Advocacia Privada e a Defensoria Pública.
l
mi
No ordenamento jurídico brasileiro o Ministério Público passou pelas seguintes

-
fases:
p lc
Constituição de 1824: não houve referencia
- Constituição de 1891: apenas fez referência ao Procurador-Geral da República, sem se
preocupar diretamente com o Ministério Público.
- Constituição de 1934: institucionalizou o Ministério Público
- Constituição de 1937: o Ministério Público sofre um retrocesso, pois o texto se limita a
prever o PGR e no título do Poder Judiciário são abordados alguns temas sobre a
participação do Ministério Público.
- Constituição de 1946: está explícita a independência do Ministério Público em relação aos
Poderes.
- Constituição de 1967: recolocou o Ministério Público dentro do Poder Judiciário
- Constituição de 1988: autônomo e independente em relação aos Poderes da república. É
instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbido da defesa
da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais
indisponíveis.

106
O Ministério abrange:
a) Ministério Público da União: formado pelo Ministério Público da União, Ministério
Público do Trabalho, Ministério Público Militar, Ministério Público do Distrito Federal e
Territórios;
b) Ministério Público dos Estados.

A Defensoria Pública é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do


Estado, tendo a incumbência de a orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos e
a defesa, em todos os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, de
forma integral e gratuita, aos necessitados, na forma do art. 5º, LXXIV, da CRFB.
Na lógica da constituição a competência para legislar sobre a Defensoria Pública é
concorrente entre a União, Estados, DF e Municípios – art. 24, XIII, da CRFB.
São asseguradas a autonomia funcional e administrativa e a iniciativa de sua proposta
orçamentária.

a l
São princípios institucionais da Defensoria: a unidade, a indivisibilidade e a
independência funcional.
io n
a c
u c ER
E M d IL
e
rt RO
p o OR

S C 41- m
 u H 89
Ministério Público
Advocacia pública
Funções
um 
IZ .7 .co
Advocacia privada

er L U
essenciais à
Justiça

4 ma 4 il
Defensoria Pública

d V R O
4 3 . 0 g
A PE D 0 er@
l
mi
p lc
FCC – DPE-SC – 2017 - Ao decidir, o Supremo Tribunal Federal,
no julgamento da ADI n° 4.163, que qualquer política pública
que desvie pessoas ou verbas para outra entidade, com o
mesmo objetivo de prestar assistência jurídica gratuita, em
prejuízo da Defensoria, insulta a Constituição da República,
reforçou o modelo

a) público de assistência jurídica gratuita.


b) de custosvulnerabilis.
c)de prestação de assistência jurídica suplementar e
subsidiária.
d) da proteção à hipervulnerabilidade.
e) misto de assistência jurídica gratuita.

107
Justificativa: Decisão do STF: INCONSTITUCIONALIDADE. Ação
de descumprimento de preceito fundamental – ADPF. Art. 109
da Constituição do Estado de São Paulo e art. 234 da Lei
Complementar estadual nº 988/2006. Defensoria Pública.
Assistência jurídica integral e gratuita aos necessitados.
Previsões de obrigatoriedade de celebração de convênio
exclusivo com a seção local da Ordem dos Advogados do Brasil
– OABSP. Inadmissibilidade. Desnaturação do conceito de
convênio. Mutilação da autonomia funcional, administrativa e
financeira da Defensoria. Ofensa consequente ao art. 134, §
2º, cc. art. 5º, LXXIV, da CF. Inconstitucionalidade reconhecida
à norma da lei complementar, ulterior à EC nº 45/2004, que
introduziu o § 2º do art. 134 da CF, e interpretação conforme
atribuída ao dispositivo constitucional estadual, anterior à

a l
emenda. Ação direta de inconstitucionalidade conhecida como
n
ADPF e julgada, em parte, procedente, para esses fins. Voto
io
c
parcialmente vencido, que acolhia o pedido da ação direta. É
a
u c ER
inconstitucional toda norma que, impondo a Defensoria
Pública Estadual, para prestação de serviço jurídico integral e
E M d IL
gratuito aos necessitados, a obrigatoriedade de assinatura de
e
rt RO
convênio exclusivo com a Ordem dos Advogados do Brasil,
o OR
ou com qualquer outra entidade, viola, por conseguinte, a
p
S C 41- m
órgão público. u H 89
autonomia funcional, administrativa e financeira daquele

um IZ .7 .co
V er L
O
U
.
4
0
il
ALTERNATIVA: A
4 ma
d R 4 3 g
Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-MA Prova: FCC - 2018 -
A PE D 0 er@
DPE-MA
l
mi
p lc
A lotação de Defensores Públicos, de forma proporcional para
atender a efetiva demanda, ocorrerá prioritariamente
atendendo as regiões com maiores índices de exclusão social e
de adensamento populacional, por previsão contida na
A) Emenda Constitucional n° 45/2004.
B) Emenda Constitucional n° 80/2014.
C) Constituição Federal já no texto de 1988.
D) Lei Complementar n° 90/1994.
E) Emenda Constitucional n° 41/2003.

GABARITO B.

Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-AM Prova: FCC

O Presidente da República encaminhou projeto de lei

108
complementar ao Congresso Nacional dispondo sobre a
organização da Defensoria Pública da União e sobre normas
gerais para a organização da Defensoria Pública dos Estados e
do Distrito Federal. A propositura, todavia, sofreu emenda
parlamentar que atribuiu à Defensoria Pública da União a
defesa judicial de servidores públicos federais processados
civil ou criminalmente em razão do regular exercício da função
pública, tendo sido aprovada com essa redação. À luz da
Constituição Federal e da jurisprudência do Supremo Tribunal
Federal na matéria, referido projeto, caso venha a se tornar
lei, será

A) incompatível com a Constituição Federal, uma vez que


dispõe sobre matéria de iniciativa legislativa privativa dos
membros do Congresso Nacional.

a l
n
B)incompatível com a Constituição Federal no ponto que
io
c
atribui à Defensoria Pública da União a defesa dos servidores
a
públicos federais.
u c ER
E M d IL
C) incompatível com a Constituição Federal, uma vez que não
e
rt RO
poderia dispor sobre normas gerais para a organização da
o OR
Defensoria Pública dos Estados e do Distrito Federal.
p
S C 41- m u H 89
D) incompatível com a Constituição Federal, uma vez que
projeto de lei de iniciativa privativa do Presidente da

um Z .7 .co
República, como é o caso, não pode ser objeto de emenda
I
er L U 4 il
parlamentar.

V O 0 4 ma
E) compatível com a Constituição Federal.
.
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
GABARITO B.

mi
p lc
10. TEORIA GERAL DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

Os direitos humanos se relacionam com a pretensão normativa de universalidade,


abrangendo qualquer pessoa numa perspectiva extraestatal (internacional).
Já os direitos fundamentais são os direitos humanos que passam por um processo
de positivação, ou seja, existem no plano interno do estado. É produto da
constitucionalização dos direitos humanos.
Os direitos fundamentais, na sua dimensão subjetiva, são aqueles outorgados a
seus titulares como possibilidades jurídicas de impor seus interesses pessoais em face do
Estado. Por outro lado, a dimensão objetiva é a base do ordenamento jurídico de um
Estado Democrático de Direito.

109
Os direitos e garantias fundamentais são gênero e pode ser divido nos seguintes
grupos:

- Direitos e deveres individuais e coletivos;


- Direitos sociais;
- Direitos de nacionalidade;
- Direitos políticos
- Partidos políticos

A evolução dos direitos e garantias fundamentais é tratada pela doutrina na forma de


“gerações” ou “dimensões”.

Marca a passagem do estado autoritário para o Estado de


DIREITOS Direito. Traz a necessidade de respeito às liberdades
FUNDAMENTAIS DE 1ª individuais (absenteísmo estatal). Estabelecem direitos às
DIMENSÃO liberdades públicas e políticos. São os chamados direitos
a l
civis e políticos que traduzem o valor liberdade. São
io n
direitos de resistência e de oposição do Estado.
a c
Titular: indivíduo
Oponíveis: ao Estado u c ER
Revolução industrial europeia.
E M d IL
DIREITOS e
rt RO
Direitos sociais, culturais e econômicos.
o OR
FUNDAMENTAIS DE 2ª Direitos coletivos (valor igualdade).
p
DIMENSÃO
S C 41- m u H 89
m Z .7 .co
Alterações na comunidade internacional (desenvolvimento
u I
DIREITOS

V er L U
0
4
4 ma il
tecnológico e científico).
FUNDAMENTAIS DE 3ª Proteção do meio ambiente, dos consumidores.
O .
DIMENSÃO
d R 4 3 g
Direito de solidariedade e de fraternidade.
A PE D 0 er@
l i
Norberto Bobbio  engenharia genética.
m
DIREITOS
p lc
Paulo Bonavides  democracia, informação e pluralismo,
FUNDAMENTAIS DE 4ª como decorrência da globalização política.
DIMENSÃO

DIREITOS Karel Vasak direito à paz


FUNDAMENTAIS DE 5ª
DIMENSÃO

Qual a diferença entre direitos e garantias?

São bens e direitos prescritos na constituição


DIREITOS

São os instrumentos através dos quais se assegura o

110
GARANTIAS exercício dos direitos ou os repara, caso sejam violados.
OBS: os remédios constitucionais são espécie do gênero
garantias.

Características dos direitos e garantias fundamentais:

 Historicidade: caráter histórico. Nascem com o cristianismo.


 Universalidade: destinam-se a todos os seres humanos.
 Limitabilidade: não são absolutos (relatividade).
 Concorrência: podem ser exercidos cumulativamente.
 Irrenunciabilidade: pode até não ser exercido, mas não pode ser renunciado.
 Inalienabilidade: são indisponíveis. Não possuem conteúdo econômico-
patrimonial.
 Imprescritibilidade: são sempre exercíveis.

O rol de direitos do art. 5º, da CRFB, é meramente exemplificativo.


a l
io n
As normas definidoras de direitos e garantias fundamentais são de aplicação
imediata.
a c
c ER
Várias teorias explicam o papel desempenhado pelos direitos fundamentais. Cabe
u
século XIX, ainda se mostra atual. E M d IL
destacar a teoria dos quatro status de Jellinek, que, apesar de formulada no final do

e
rt RO
p o OR
TEORIA DOS QUATRO STATUS
DE JELLINEK S C 41- m u H 89
um IZ .7 .co
V O er L
.
U
0
4
4 ma il
O indivíduo está numa posição de subordinação em
d R 4 3 g
A PE
STATUS PASSIVO
D 0 er@
l
relação ao Estado. O indivíduo como detentor de
deveres perante o Estado.
m i
STATUS NEGATIVO p lc O indivíduo como detentor de personalidade, goza
de um espaço de liberdade diante das ingerências do
Estado.

O indivíduo tem o direito de exigir que o Estado atue


STATUS POSITIVO positivamente.

O indivíduo tem competência para influenciar a


STATUS ATIVO (DIREITOS formação da vontade do estado. Ex.: direito de voto.
POLÍTICOS)

111
Os direitos fundamentais podem ter eficácia horizontal ou vertical. A eficácia
horizontal (privada ou externa) é a aplicação nas relações entre particulares. Já a vertical
é a estabelecida na relação entre particulares e o Estado.
A eficácia irradiante dos direitos fundamentais estabelece a sua observância pelo
Poder Legislativo na elaboração das leis, pala Administração Pública ao governar e pelo
Judiciário ao resolver eventuais conflitos.

É possível que além dos direitos, seja feito um estudo dos deveres fundamentais.
Os autores Dimoulis e Martins esquematizam os deveres fundamentais da seguinte
forma:

 Dever do Estado de efetivação dos direitos fundamentais.


 Deveres específicos do Estado diante dos indivíduos. Ex.: dever de indenizar o
condenado por erro judiciário.
 Deveres de criminalização do Estado.

a l
Deveres dos cidadãos e da sociedade. Ex.: serviço militar obrigatório, educação.

io n
Dever de exercício do direito de forma solidária e levando em consideração os
interesses da sociedade. Ex: função social da propriedade.
a c

c ER
Deveres implícitos. O direito de uma pessoa pressupõe o dever de todas as demais e
u
do estado.
E M d IL
e
rt RO
p o OR
S C 41- m u H 89
um IZ .7 .co
V O er L
.
U
0
4
4 ma il
Ponto bastante cobrado em prova é o PRINCÍPIO DA PROIBIÇÃO DO RETROCESSO.
d R 4 3 g
A PE D
Também pode ser chamado de princípio da não reversibilidade dos direitos
0 er@
l
fundamentais ou efeito cliquet. É entendido como um limite material implícito, de
mi
forma que os direitos sociais já constitucionalmente assegurados e que alcançam
p lc
um grau de densidade normativa adequado não poderão ser suprimidos por
emendas constitucionais ou por leis infraconstitucionais, a não ser que se tenha
prestações alternativas para os direitos em questão.

JURISPRUDÊNCIA

LIBERDADE DE EXPRESSÃO: É inconstitucional o § 1º do art. 4º da Lei nº.612/98.


Esse dispositivo proíbe, no âmbito da programação das emissoras de
radiodifusão comunitária, a prática de proselitismo, ou seja, a transmissão de
conteúdo tendente a converter pessoas a uma doutrina, sistema, religião, seita
ou ideologia. O STF entendeu que essa proibição afronta os arts. 5º, IV, VI e IX, e
220, da Constituição Federal. A liberdade de pensamento inclui o discurso
persuasivo, o uso de argumentos críticos, o consenso e o debate público
informado e pressupõe a livre troca de ideias e não apenas a divulgação de

112
informações. STF. Plenário. ADI 2566/DF, rel. orig. Min. Alexandre de Moraes,
red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, julgado em 16/5/2018 (Info 902).

DIREITO DE RETRATAÇÃO: O direito à retratação e ao esclarecimento da verdade


possui previsão na Constituição da República e na Lei
Civil, não tendo sido afastado pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento da
ADPF n. 130/DF. REsp 1.771.866-DF, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, por
unanimidade, julgado em 12/02/2019. (Info 642)

a l
n
Direitos fundamentais são os direitos humanos que passam
io
CONCEITO
a c
por um processo de positivação, ou seja, existem no plano

c ER
interno do estado. São produto da constitucionalização dos
u
direitos humanos.
E M d IL


Historicidade
e
rt RO
características  p o OR
Universalidade


S C 41- m u H 89
Limitabilidade
Concorrência

um
IZ .7 .co
Irrenunciabilidade

V O er L
.


0
U4 ma4 il
Inalienabilidade
Imprescritibilidade
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
mi
p lc
FCC – DPE-SC – 2017 - A respeito do princípio da proibição de
retrocesso, considere:

I. É considerado pela doutrina um princípio constitucional


implícito.

II. A sua aplicação está restrita ao âmbito dos direitos sociais,


não alcançando outros direitos fundamentais.

III. A vinculação ao referido princípio é restrita à figura do

113
legislador, não alcançando outros poderes ou entes estatais.

IV. A sua fundamentação constitucional pode ser extraída,


entre outros, dos princípios da dignidade da pessoa humana e
da segurança jurídica, bem como das garantias constitucionais
da propriedade, do direito adquirido, do ato jurídico perfeito e
da coisa julgada.

Está correto o que se afirma APENAS em

a) I, III e IV.
b) II e III.

c) I, II e III.
d) II, III e IV.
a l
e) I e IV.
io n
Justificativas:
a c
c ER
I – CORRETO. É considerado pela doutrina um princípio
u
implícito.
E M d IL
II – ERRADO. Não é aplicável apenas aos direitos sociais. Para
e
rt RO
Marcelo Novelino, A vedação de retrocesso está diretamente
o OR
relacionada ao princípio da segurança jurídica, tendo em vista
p
S C 41- m u H 89
que os direitos sociais, econômicos e culturais devem implicar
uma certa garantia de estabilidade das situações ou posições
m Z .7 .co
jurídicas criadas pelo legislador ao concretizar as normas
u I
V er L U 4
0
il
respectivas. Pode ser utilizado em um sentido mais amplo,
4 ma
referindo-se a todo o rol de direitos fundamentais.
O .
d R 3 g
III – ERRADO. É destinado ao legislador para a elaboração das
4
A PE D 0 er@
leis. Mas também é destinado ao Poder Público para a
l i
implementação dos direitos sociais.
m
p lc
IV- CORRETO. No ordenamento jurídico brasileiro a proibição
do retrocesso pode ser abstraída, dentre outros, do princípio
da dignidade da pessoa humana (CF, art. 1°, III), do princípio
da máxima efetividade (CF, art. 5°, § 1°) e do princípio do
Estado democrático e social de direito (CF, art. 1°).

ALTERNATIVA: E

Ano: 2017. Banca: FCC. Órgão: DPE-PR. Prova: Defensor


Público

O preâmbulo da Constituição dispõe que um dos propósitos


da Assembleia Constituinte foi o de instituir um Estado
Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos
sociais e individuais, a liberdade e a segurança. Tal avanço se

114
deve, em certa medida, à afirmação dos direitos fundamentais
como núcleo de proteção da dignidade da pessoa humana.

Considere:

I. No campo das posições filosóficas justificadoras dos direitos


fundamentais, destaca-se a corrente jusnaturalista, para quem
os direitos do homem são imperativos do direito natural,
anteriores e superiores à vontade do Estado.

II. Uma das principais características dos direitos fundamentais


é a inalienabilidade. Diante disso, haveria nulidade absoluta
por ilicitude do objeto de um contrato em que uma das partes
se comprometesse a se submeter à esterilização irreversível.

l
III. A dimensão subjetiva dos direitos fundamentais resulta de
a
seu significado como princípios básicos da ordem
io n
a c
constitucional, fazendo com que os direitos fundamentais
influam sobre todo o ordenamento jurídico e servindo como
u c ER
norte de ação para os poderes constituídos.

E M d IL
e
IV. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal se vale do
rt RO
p o OR
preceito fundamental da liberdade de expressão para garantir
a manifestação que contenha discurso racista, desde que

S C 41- m u H 89
observada a vedação ao anonimato e não seja direcionado a

um
um indivíduo específico.
IZ .7 .co
V er L U 4 il
4 ma
V. O Supremo Tribunal Federal considera violadora do direito
O . 0
d 3 g
fundamental da intimidade ato normativo que permita que
R 4
A PE D 0 er@
bancos privados repassem informações sigilosas sobre a
l i
movimentação financeira de seus correntistas ao fisco.
m
plc o que se afirma APENAS em
Está correto

a) I, III e IV.
b) II e V.
c) IV e V.
d) I, II e III.
e) I e II.

GABARITO: E

I. CERTO. Parte da doutrina considera que a


corrente jurisnaturalista justifica os direitos
fundamentais, como fruto da racionalidade e
anterior ao Estado. Trata-se de um direito

115
natural, preexiste a qualquer ordem normativa
posta.
II. CERTO. De fato, a inalienabilidade é uma das
características dos direitos fundamentais, de
forma que a referida cláusula contratual está
eivada de nulidade absoluta.
III. ERRADO. O item descreveu a dimensão objetiva
dos direitos fundamentais, e não a subjetiva.
IV. ERRADO. O STF veda o hate speech.
V. ERRADO. Informativo 815, STF: As autoridades e
os agentes fiscais tributários da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
podem requisitar diretamente das instituições
financeiras informações sobre as movimentações
bancárias dos contribuintes. Esta possibilidade

a
encontra-se prevista no art. 6º da LC 105/2001,l
n
que foi considerada constitucional pelo STF. Isso
io
c
porque esta previsão não se caracteriza como
a
u c ER
"quebra" de sigilo bancário, ocorrendo apenas a
“transferência de sigilo” dos bancos ao Fisco.
E M d IL
e
rt RO
p o OR
Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-AM Prova: FCC - 2018 -
DPE-AM - Defensor Público - Reaplicação

S C 41- m u H 89
Há muitos anos, circula em edição única, de pequena tiragem

um IZ .7 .co
própria, um livro de autoria de líder de denominação religiosa

V er L
O
U
.
4
0
il
atualmente com poucos praticantes, no qual o autor conclama
4 ma
os que professem da mesma crença a promoverem, por meio
d R 4 3 g
A PE Dda prática de certos atos, o resgate espiritual de adeptos de
0 er@
religiões outras que especifica, por ele consideradas inferiores,
l
mi
de modo a assegurar aos não crentes a expiação de pecados e

p lc
a salvação final. Por considerar que a publicação é
discriminatória, ao incitar os leitores à prática de atos contra
indivíduos determinados, em função de sua religião, o
Ministério Público oferece denúncia contra o autor, pela
prática de crime de racismo. Nesse caso, à luz da Constituição
Federal e da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, a
ação penal

A) é admissível, em tese, e procedente no mérito, uma vez que


o discurso religioso discriminatório configura prática de
racismo, estando sua propositura sujeita, contudo, a prazo
prescricional.

B) é admissível, em tese, não estando sua propositura sujeita a


prazo prescricional, cabendo ao magistrado aferir, no caso, se

116
as liberdades religiosa e de expressão foram exercidas
abusivamente, de modo a configurar conduta discriminatória
passível de sanção penal ou, diversamente, com observância
dos demais direitos e garantias fundamentais.

C) não é admissível, sob circunstância alguma, sob pena de


esvaziamento do conteúdo essencial da garantia
constitucional da liberdade de crença e culto religioso, em que
pese a prática de racismo não se restringir a atos de
discriminação por motivo de origem racial ou étnica.

D) não é admissível, uma vez que a eventual discriminação por


motivo de ordem religiosa não configura prática de racismo,
restrita a atos de discriminação por motivo de origem racial ou
étnica.

a l
E) não é admissível, uma vez que, embora os atos de
io n
a c
discriminação religiosa possam ser considerados prática de
racismo para fins de responsabilização civil e administrativa,
u c ER
sua persecução penal depende de tipificação em lei específica
ainda não editada.
E M d IL
e
rt RO
p o OR
S C 41- m
GABARITO: B. u H 89
um IZ .7 .co
er L
A incitação ao ódio público contra quaisquer denominações
U 4
4 ma il
religiosas e seus seguidores não está protegida pela cláusula

d V R O
4 3 . 0 g
constitucional que assegura a liberdade de expressão.
A PE D 0 er@
l
Assim, é possível, a depender do caso concreto, que um líder

mi
religioso seja condenado pelo crime de racismo (art. 20, §2º,
da Lei nº 7.716/81) por ter proferido discursos de ódio público
p lc
contra outras denominações religiosas e seus seguidores. STF.
2ª Turma. RHC 146303/RJ, rel. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac.
Min. Dias Toffoli, Julgado em 6/3/2018 (Info 893).

11. DIREITOS SOCIAIS. NACIONALIDADE. DIREITOS POLÍTICOS.

Direitos sociais

Estão previstos no art. 6º da CRFB: “são direitos sociais a educação, a saúde, a


alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência

117
social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma
desta Constituição”.
Os direitos sociais são desdobramento de um Estado Social de Direito. Segundo
José Afonso da Silva, esses direitos disciplinam situações subjetivas pessoais ou grupais de
caráter concreto, sendo que os direitos econômicos são pressupostos dos direitos sociais,
pois sem uma política econômica orientada para a participação e intervenção do Estado
na economia não se comporão as premissas necessárias para sua instalação.
São direitos de segunda dimensão, manifestando por prestações positivas do
estado, com vistas a concretizar a isonomia substancial e social.

ATENÇÃO! NOVIDADES LEGISLATIVAS!


Lei 13.714/2018, modificando a Lei 8.742/93 (LOAS).
a l
Em algumas situações, exigiam-se documentos de identificação e comprovante de

io n
residência, para que o indivíduo fosse atendido em postos de saúde ou hospitais
públicos.
a c
c ER
Mas o que acontece com as pessoas que não possuíssem documentos?
u
E M d IL
Agora, pessoas em situação de vulnerabilidade ou de risco social ou pessoal devem
ser atendidas, mesmo que não tenham documentos ou inscrição no SUS.
Art. 19 (...) e
rt RO
o OR
Parágrafo único. A atenção integral à saúde, inclusive a dispensação de
p
S C 41- m u H 89
medicamentos e produtos de interesse para a saúde, às famílias e indivíduos em
situações de vulnerabilidade ou risco social e pessoal, nos termos desta Lei, dar-se-á
m Z .7 .co
independentemente da apresentação de documentos que comprovem domicílio ou
u I
V er L
. 0
U4 ma4 il
inscrição no cadastro no Sistema Único de Saúde (SUS), em consonância com a
diretriz de articulação das ações de assistência social e de saúde a que se refere o
O
d R 4 3 g
inciso XII deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.714/2018)
A PE D 0 er@
Lei 13.716/2018, alterando a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB).
l i
Art. 4º-A. É assegurado atendimento educacional, durante o período de internação,
m
p lc
ao aluno da educação básica internado para tratamento de saúde em regime
hospitalar ou domiciliar por tempo prolongado, conforme dispuser o Poder Público
em regulamento, na esfera de sua competência federativa.

Nacionalidade

Conceito: a nacionalidade é o vínculo jurídico-político que liga um indivíduo a


determinado Estado, fazendo que o indivíduo passe a integrar o povo desse estado,
podendo assim desfrutar de direitos e submeter-se a obrigações.

É imposta de maneira unilateral, independentemente da


NACIONALIDADE vontade do indivíduo, pelo estado, no momento do

118
PRIMÁRIA nascimento. Alguns Estados adotam o critério ius
sanguinis (sangue, filiação, ascendência) outros adotam
o critério do iussolis ou da territorialidade (local do
nascimento).
É a que se adquire por vontade própria, depois do
NACIONALIDADE nascimento, normalmente pela naturalização, a qual
SECUNDÁRIA poderá ser requerida por estrangeiros ou por apátridas.

Quem são os brasileiros natos?

Regra gral, o Brasil adotou o critério do iussolisart. 12, I, a, da CRFB: “os nascidos na
República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não
estejam a serviço de seu país”.

Ius sanguinis+ serviço do Brasil art. 12, I, b, da CRFB: “os nascidos na República
a l
Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a
serviço de seu país”.
io n
a c
c ER
Ius sanguinis+ registro art. 12, I, c, 1ª parte, da CRFB: “os nascidos no estrangeiro
u
brasileira competente”. E M d IL
de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição

e
rt RO
o OR
Ius sanguinis+ opção confirmatória art. 12, I, c, 2ª parte, da CRFB: “os nascidos no
p
S C 41- m u H 89
estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que venham a residir na
República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a
m IZ .7 .co
maioridade, pela nacionalidade brasileira”.
u
V O er L
. 0
U4 ma4 il
d R 4 3 g
A CRFB estabeleceu como forma de aquisição da nacionalidade secundária a
A PE D 0 er@
naturalização, a qual pode ser de dois tipos:
l
mi
NATURALIZAÇÃO p lc
Art. 12, II, a: “os que, na forma da lei (Estatuto do
Estrangeiro), adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas
ORDINÁRIA aos originários de países de língua portuguesa apenas
residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral”.
Art. 12, II, b: “os estrangeiros de qualquer nacionalidade,
NATURALIZAÇÃO residentes na República Federativa do Brasil há mais de
EXTRAORDINÁRIA quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde
que requeiram a nacionalidade brasileira”.

Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em


favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos
previstos nesta Constituição– é o que se chama de quase nacionalidade.

A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo
os casos previstos na própria Constituição. Assim, no art. 12,§ 3º, a CRFB diz que são

119
privativos de brasileiro nato os cargos:I - de Presidente e Vice-Presidente da República;II -
de Presidente da Câmara dos Deputados;III - de Presidente do Senado Federal;IV - de
Ministro do Supremo Tribunal Federal;V - da carreira diplomática;VI - de oficial das Forças
Armadas.VII - de Ministro de Estado da Defesa.

São hipóteses de perda da nacionalidade: o cancelamento da naturalização, por


sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional e a aquisição outra
nacionalidade, salvo nos casos: a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei
estrangeira; e b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro
residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou
para o exercício de direitos civis.

Direitos políticos

Os direitos políticos são os instrumentos por meio dos quais a CRFB garante o
exercício da soberania popular. A constituição adotou a democracia semidireta ou
a l
n
participativa, caracterizada pela participação popular no poder por meio de um processo
io
c
(plebiscito, referendo, iniciativa popular e por meio da ação popular).
a
eleitoral ativa (direito de votar) e passiva (ser votado).
u c ER
O núcleo dos direitos políticos é o direito de sufrágio, ou seja, pela capacidade

E M d IL
e
rt RO
O alistamento eleitoral e o voto são obrigatórios para os maiores de 18 (dezoito)

p o OR
anos e facultativos para os analfabetos, os maiores de 70 (setenta) anos e para os
maiores de 16 (dezesseis) e menores de 18 (dezoito) anos.
S C 41- m u H 89
um
Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do
IZ .7 .co
er L
serviço militar obrigatório, os conscritos.
U
4 ma 4 il
d V O 3 . 0 g
São condições de elegibilidade a nacionalidade brasileira, o pleno exercício dos
R 4
A PE D 0 er@
direitos políticos, o alistamento eleitoral, o domicílio eleitoral na circunscrição e a filiação
l
condição de elegibilidade: mi
partidária. Além disso, a constituição estabelece as seguintes idades mínimas como

p lc
 35 (trinta e cinco) anos para Presidente e Vice-Presidente da República e
Senador.
 30 (trinta) anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do
Distrito Federal.
 21 (vinte e um) anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou
Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz.
 18 (dezoito) anos para Vereador.

São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.

O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os


Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser
reeleitos para um único período subseqüente.

120
Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de
Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até
seis meses antes do pleito.

São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes


consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República,
de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os
haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato
eletivo e candidato à reeleição.

O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:se contar menos de


dez anos de serviço deverá afastar-se da atividade.Porém, se contar mais de dez anos de
serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no
ato da diplomação, para a inatividade.

l
Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua
a
n
cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de
io
a c
mandato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das
eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo
ou emprego na administração direta ou indireta.
u c ER
E M d IL
e
O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze
rt RO
p o OR
dias contados da diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder econômico,
corrupção ou fraude. A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de justiça,
S C 41- m u H 89
respondendo o autor, na forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé.

um IZ .7 .co
V O er L
. 0
U4 ma4 il
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
mi
p lc
São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o
trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a
DIREITOS previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a
SOCIAIS assistência aos desamparados, na forma desta
Constituição.

Pode ser primária (estabelecida pelo Estado no qual


ocorreu o nascimento) ou secundária (naturalização).
NACIONALIDADE

DIREITOS O Brasil adora a democracia semidireta ou participativa,


POLÍTICOS exercida através de plebiscito, referendo, iniciativa popular
e ação popular.

121
FCC – DPE-SC – 2017 -Sobre o tema da nacionalidade na
Constituição Federal de 1988, é correto afirmar:

a) Aos portugueses com residência permanente no País,


NACIONALIDADE
ainda que não houver reciprocidade em favor de
brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao
brasileiro, salvo os casos previstos na Constituição.
b) São brasileiros naturalizados os estrangeiros de
qualquer nacionalidade, residentes na República
Federativa do Brasil há mais de cinco anos ininterruptos e
sem condenação penal, desde que requeiram a
a l
nacionalidade brasileira.
io n
c
c) É privativo de brasileiro nato o cargo de Ministro do
a
Superior Tribunal de Justiça.
u c ER
E M d IL
d) Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro
que tiver cancelada sua naturalização, por sentença
e
rt RO
judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse
nacional.
p o OR
u H 89
e) São brasileiros natos nascidos na República Federativa
S C 41- m
do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, mesmo que
m Z .7 .co
estes estejam a serviço de seu país.
u I
V O er L
. 0
U4 ma4 il
Justificativas:
d R 4 3 g
a) ERRADO. É preciso que haja reciprocidade.
A PE D 0 er@
l b) ERRADO. É necessária a residência há mais de 15
i
anos.
m
p lc
c) ERRADO. São privativos de brasileiro nato os cargos:I -
de Presidente e Vice-Presidente da República;II - de
Presidente da Câmara dos Deputados;II - de
Presidente do Senado Federal;IV - de Ministro do
Supremo Tribunal Federal;V - da carreira
diplomática;VI - de oficial das Forças Armadas.VII - de
Ministro de Estado da Defesa.
d) CORRETO. Art. 12, parágrafo 4º, I, da CRFB.
e) ERRADO. É preciso que não estejam a serviço do seu
país.

ALTERNATIVA: D

Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-MA Prova: FCC -

122
2018 - DPE-MA

Segundo a Constituição Federal, é vedada a cassação


dos direitos políticos, admitindo-se a perda ou
suspensão no caso de

A) procedimento declarado incompatível com o decoro


parlamentar.

B) condenação criminal não transitada em julgado,


mas com decisão condenatória proferida em segundo
grau de jurisdição.

C) cancelamento de naturalização por decisão


administrativa.

l
D) ausência de prestação de contas à Justiça Eleitoral.
a
E) incapacidade civil absoluta.
io n
a c
u c ER
GABARITO COMENTADO: E
E M d IL
e
rt RO
p o OR
Art. 15, CF: É vedada a cassação de direitos políticos,
cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de:

S C 41- m u H 89
II - incapacidade civil absoluta;
um IZ .7 .co
V O er L
.
U
0
4
4 ma il
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
12. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAISmi
p lc
Os princípios fundamentais encontram-se no início da CRFB, entre os artigos 1º e o
4º. São normas jurídicas dotadas de vinculação. Os princípios estruturantes podem ser
divididos da seguinte forma:
 Art. 1º: definem a forma, a estrutura e o fundamento do estado brasileiro;
 Art. 2º: princípio da separação dos poderes;
 Art. 3º: fixa os objetivos primordiais a serem perseguidos;
 Art. 4º: estabelece os princípios a serem observados nas relações
internacionais

Princípio Republicano: forma de governo. O povo é o titular do poder político. Há


igualdade formal entre as pessoas. Deve haver eleição dos detentores do poder político. É
cabível a prestação de constas e a responsabilização política do Chefe de governo/ de
Estado.

123
Estado Democrático de Direito: conexão interna entre direito e democracia. A CRFB de
1988 articulou tanto a democracia direta como a indireta, estabelecendo o que a doutrina
chama de semidireta ou de cunho participativo.

Princípio da Federação: forma de Estado. A federação brasileira é formada pela união


indissolúvel de organizações políticas dotadas de autonomia. O Estado federado RFB é
dotado de soberania.

Princípio da Separação dos poderes: teoria dos freios e contrapesos (Checksand


balances). Visa ordenar e organizar os poderes, bem como impor limites e controle.

Fundamentos da República Federativa do Brasil:


 Soberania
 Cidadania
 Dignidade da pessoa humana
a l
 Valores sociais do trabalho e da livre iniciativa
io n
 Pluralismo político
a c
u c ER
Objetivos primordiais:
E M d IL
 e
rt RO
Construir uma sociedade livre, justa e solidária;
 o OR
Garantir o desenvolvimento nacional;
p

u H 89
Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e
regionais; S C 41- m

um IZ .7 .co
Promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e

V O er L.
U
0
4
4 ma il
quaisquer outras formas de discriminação.

d R 4 3 g
Princípios a serem observados pelo Brasil nas suas relações internacionais:
A PE D 0 er@
l
 Independência nacional;
mi

 p lc
Prevalência dos direitos humanos;
Autodeterminação dos povos;
 Não-intervenção;
 Igualdade entre os Estados;
 Defesa da paz;
 Solução pacífica dos conflitos;
 Repúdio ao terrorismo e ao racismo;
 Cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
 Concessão de asilo político.

124
ATENÇÃO! NOVIDADE LEGISLATIVA!

No dia 09.10.2018, foi publicado o Decreto 9.522.2018, promulgando o Tratado


de Marraqueche.
JURISPRUDÊNCIA

a l
ORDEM ECONÔMICA: É constitucional lei estadual que concede o desconto de
io n
50% no valor dos ingressos em casas de diversões, praças desportivas e similares
a c
aos jovens de até 21 anos de idade. STF. Plenário. ADI 2163/RJ, rel. orig. Min.

u c ER
Eros Grau, red. p/ o ac. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 12/4/2018 (Info
897).
E M d IL
e
rt RO
p o OR
S C 41- m u H 89
um IZ .7 .co
er L
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela
U 4
4 ma il
união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito

d V
Princípios
R O
4 3 . 0 g
Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem
A PE D
fundamentais
0 er@
l
como fundamentos:
Arts. 1º ao 4º
mi
I - a soberania;
da CRFB lc
pII - a cidadania
III - a dignidade da pessoa humana;

IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;

V - o pluralismo político.

Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o


exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente,
nos termos desta Constituição.

Art. 2º São Poderes da União, independentes e

125
harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República


Federativa do Brasil:

I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;

II - garantir o desenvolvimento nacional;

III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as


desigualdades sociais e regionais;

IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de


origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de
discriminação.

a l
io
relações internacionais pelos seguintes princípios: n
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas

a c
I - independência nacional;
u c ER
E M d IL
e
II - prevalência dos direitos humanos;
rt RO
p o OR
III - autodeterminação dos povos;

S C 41- m u H 89
IV - não-intervenção;
um IZ .7 .co
V er L
O
U 4 il
4 ma
V - igualdade entre os Estados;
. 0
d R 4 3 g
A PE D VI - defesa da paz;
0 er@
l
mi
VII - solução pacífica dos conflitos;
lc
pVIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX - cooperação entre os povos para o progresso da
humanidade;

X - concessão de asilo político.

Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará


a integração econômica, política, social e cultural dos povos da
América Latina, visando à formação de uma comunidade
latino-americana de nações.

126
FCC – DPE-BA – 2016 - De acordo com disposição expressa da
Constituição Federal, a República Federativa do Brasil tem
como fundamento

a) desenvolvimento nacional.
b) estado social de direito.
c) defesa da paz.
d) soberania.
e) prevalência dos direitos humanos.

a l
io n
Justificativa: Art. 1º,I, da CRFB: “A República Federativa
do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e
a c
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado
u c ER
Democrático de Direito e tem como fundamentos a soberania.

E M d IL
ALTERNATIVA: D
e
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p o OR
S C 41- m u H 89
um IZ .7 .co
V er L
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U
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4
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d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
mi
p lc

127
LENZA, PEDRO. Direito constitucional esquematizado. 19. Ed. rev., atual. e ampl. São
Paulo: Saraiva, 2015.

FERNANDES, BERNARDO GONÇALVES. Curso de direito constitucional. 7. Ed. Salvador:


JusPodivm, 2016.

a l
io n
a c
u c ER
E M d IL
e
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p o OR
S C 41- m u H 89
um IZ .7 .co
V O er L.
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A PE D 0 er@
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128
a l
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a c
u c ER
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E M
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S C 41- m u H 89
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A PE D 0 er@
l
mi
p lc

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A preparação para concursos públicos exige profissionalismo, métrica e estratégia. Cada


minuto despendido deve ser bem gasto! Por isso, uma preparação direcionada, focada
nos pontos com maior probabilidade de cobrança no seu certame, pode representar a
diferença entre aprovação e reprovação.

Ciente disso, a Ad Verum Suporte Educacional, empresa do Grupo CERS ONLINE,


concebeu o curso INTELIGÊNCIA PDF – Defensoria Pública Estadual, que tem por
premissa fundamental “atacar” os pontos nucleares de cada matéria, com vistas à
antecipação dos temas com maiores chances de cobrança em sua prova.

l
Fazer isso não é tarefa fácil! É necessário um árduo esforço de pesquisa, levando-se em
a
n
consideração fatores como banca examinadora e respectivos membros (sempre que
io
c
possível), retrospecto do concurso, incidência temática de cada disciplina, momento da
a
c ER
economia do país, dentre tantos outros, aliados a experiência de Professores de
u
certames públicos. E M d IL
projeção nacional, com larguíssima experiência na análise do perfil dos mais diferentes

e
rt RO
o OR
Para tornar tudo isso uma realidade, a Ad Verum investiu muito em seu Método de
p
S C 41- m u H 89
Aceleração de Aprendizagem (MAVAA). Hoje, contamos com um SETOR DE
INTELIGÊNCIA, responsável por ampla coleta de dados e informações das mais
um IZ .7 .co
er L
diferentes fontes relacionadas ao universo de cada concurso, de modo a, a partir do
U 4
4 ma il
processamento dos dados coletados, oferecer aos seus alunos uma experiência

d V R O 3 . 0 g
diferenciada quando comparada a tudo que ele conhece em matéria de preparação para
4
A PE D 0 er@
carreiras públicas.
l
mi
obsessão. p lc
Racionalizar o estudo do aluno é mais que um objetivo para Ad Verum, trata-se de uma

Bom estudo!

Francisco Penante

CEO Ad Verum Suporte Educacional

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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................4
2 PRINCÍPIOS .........................................................................................................5
2.1 VULNERABILIDADE:............................................................................................. 6
2.2 EQUILÍBRIO NAS PRESTAÇÕES: ........................................................................... 6
2.3 REPARAÇÃO INTEGRAL ....................................................................................... 6
2.4 INTERPRETAÇÃO MAIS FAVORÁVEL AO CONSUMIDOR (Artigo 47 do CDC) ...... 6
2.5 TRANSPARÊNCIA E INFORMAÇÃO ...................................................................... 6
2.6 DA VINCULAÇÃO CONTRATUAL DA PUBLICIDADE..............................................7
2.7 PRINCÍPIO DA VERACIDADE DA PUBLICIDADE....................................................7
2.8 PRINCÍPIO DA NÃO ABUSIVIDADE DA PUBLICIDADE..........................................7
3 RELAÇÃO DE CONSUMO .....................................................................................9

l
3.1 ELEMENTO SUBJETIVO .........................................................................................9
a
io n
3.2 ELEMENTO OBJETIVO...........................................................................................10
4. APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR .....................................14
a c
u c ER
4.1 SERVIÇO PÚBLICO .................................................................................................. 14
5. E M d IL
RESPONSABILIDADE (arts. 12 a 23, do CDC) ......................................................23
6. e
rt RO
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA ..........................................33
p o OR
7.
8. S C 41- m u H 89
OFERTA E PUBLICIDADE ....................................................................................37
CADASTRO EM BANCO DE DADOS ....................................................................44
um IZ .7 .co
er L U il
9. PROTEÇÃO CONTRATUAL .................................................................................49
4 ma 4
9.1 V O . 0
CLÁUSULAS ABUSIVAS ...................................................................................... 52
d R 4 3 g
10.
A PE D 0 er@
DEFESA DO CONSUMIDOR EM JUÍZO .............................................................54
l i
11. JURISPRUDÊNCIAS............................................................................................55
m
lc
12. BIBLIOGRAFIA....................................................................................................66
p

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1. INTRODUÇÃO

O marco para a disciplina do Direito do Consumidor é a Constituição da


República de 1988, tendo em vista a determinação do artigo 48 do ADCT, sobre a
criação do Código de Defesa do Consumidor. Com o capitalismo, as relações de
consumo tornaram-se massivas, diante da elevada produção e industrialização,
formando uma sociedade de consumo. Neste sentido, o consumo se torna uma projeção
social da dignidade humana, já que garante o suprimento de diversos elementos que
proporcionam uma vida com dignidade (artigo 1º, III CF/88).

O Poder Constituinte Originário considerou o direito do consumidor como norma


de direito fundamental, expressa no artigo 5º, XXXII. Neste sentido, por se tratar de
cláusula pétrea, é vedada qualquer disposição que diminua os direitos orientadores das
relações de consumo, garantidoras do mínimo existencial, projetando, portanto, a
vedação ao retrocesso.

a l
Por fim, o artigo 170 da CF/88 também expõe que o direito do consumidor é um
princípio da ordem econômica, tendo em vista que busca harmonizar as relações entre
consumidor e fornecedor, evitando desgastes e danos desnecessários.
io n
a c
c ER
O CDC é norma de ordem pública e de interesse social, que forma o
u
E M d IL
microssistema legislativo de proteção aos direitos coletivos, tendo aplicabilidade em
todas as normas que tratam sobre o tema, em um verdadeiro diálogo de fontes.
e
rt RO
O STJ já reconheceu a aplicação da teoria do “diálogo de fontes”: o
p o OR
microssistema introduzido pelo CDC não pode ser desvinculado dos demais princípios e

S C 41- m u H 89
normas que orientam o direito pátrio, notadamente o CC (EREsp 702524).

um IZ .7 .co
V O er L
.
U
0
4
4 ma il
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
m i
plc2018. BANCA: FCC. ÓRGÃO: DPE-RS
ANO:

A respeito do microssistema consumerista e da proteção ao


consumidor no ordenamento jurídico, considere:

I. A Lei n° 8.078, de 11 de setembro de 1990, dispõe de


cláusulas abertas e de conceitos legais indeterminados, que
QUESTÃO: permitem melhor adequação ao caso concreto.
MICROSSITEMA II. Em consonância com a Constituição Federal de 1988, a
LEGISLATIVO defesa do consumidor constitui um direito fundamental de
proteção à pessoa em situação de vulnerabilidade.

III. Consoante teoria do diálogo das fontes e o próprio


Código de Defesa do Consumidor, admite-se a aplicação da
norma mais favorável ao consumidor, mesmo que esta se
encontre externamente ao microssistema consumerista.

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IV. O consumidor é vulnerável e hipossuficiente no mercado
de consumo consoante presunção jure et de jure.

É correto o que consta APENAS de:

A)I e III.

B)II e IV.

C)III e IV.

D)I, II e III.

E)I, II e IV.

GABARITO: D

COMENTÁRIOS:
a l
io n
I. CERTO Na técnica dos conceitos legais indeterminados e

a c
das cláusulas gerais, a lei traz normas mais abertas (sistema
QUESTÃO:
u c ER
aberto e flexível), permitindo maiores duração da lei e
MICROSSITEMA justiça no caso concreto.
E M d IL
LEGISLATIVO
e
rt RO
II. CERTO O legislador constituinte originário erigiu o

p o OR
direito do consumidor ao altiplano dos direitos

S C 41- m u H 89
constitucionais fundamentais, ao fazer inserir, de forma
incisiva, no Título II da Constituição Federal (Direitos e

um IZ .7 .co
Garantias Fundamentais), a obrigação de o Estado

V O er L U4 ma4 il
promover a defesa do consumidor.
. 0
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
III. CERTO Para a aplicação da teoria do diálogo das fontes
as leis surgem para ser aplicadas e não excluídas umas
mi
pelas outras, mormente quando possuem campos de
p lc
aplicação convergentes. Não é possível que as relações
jurídicas de consumo sejam regidas unicamente pelo
Código de Defesa do Consumidor com a exclusão da
aplicação do Código Civil. Segundo a lição de Flávio Tartuce,
pela tese do diálogo das fontes, “supera-se a ideia de que o
Código Consumerista seria um microssistema
jurídico,totalmente isolado do Código Civil de 2002”.

IV. ERRADO A hipossuficiência prevista no


art. 6.º, VIII do CDC não é presumida jure et de jure,
somente a vulnerabilidade.

2. PRINCÍPIOS

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2.1 VULNERABILIDADE:

É norma de caráter material, com presunção absoluta, pelo desequilíbrio das


partes da relação. Proteção especial do consumidor, para garantir a igualdade material
entre as partes.

A vulnerabilidade não se confunde com a


ATENÇÃO!
hipossuficiência, que é regra de direito processual. A
hipossuficiência será aferida pelo juiz e, se presente na relação,
poderá fundamentar a inversão do ônus da prova. É regra de procedimento, logo deve
ser definida até a decisão de saneamento.

2.2 EQUILÍBRIO NAS PRESTAÇÕES:

Deve haver sempre a busca pela relação equilibrada. Para alcançar esse
objetivo, são vedadas obrigações abusivas.
a l
io n
Segundo o STJ: “Se a economia globalizada não tem mais fronteiras rígidas e
a c
estimula e favorece a livre concorrência, imprescindível que as leis de proteção ao
u c ER
consumidor ganhem maior expressão em sua exegese, na busca do equilíbrio que deve
reger as relações de consumo.” 1 d IL
E M
e
rt RO
p o OR
2.3 REPARAÇÃO INTEGRAL
S C 41- m u H 89
m Z .7 .co
Conforme disposição do Código Civil, todo aquele que causa um dano é obrigado
u I
V er L
0
U
4 ma 4 il
a repará-lo. Causado um dano ao consumidor, a reparação deve englobar todo o
prejuízo, abrangendo todas as espécies de dano: material, moral, estético, coletivos (em
O .
d R
sentido amplo), social.
4 3 g
A PE D 0 er@
l
2.4
i
INTERPRETAÇÃO MAIS FAVORÁVEL AO CONSUMIDOR (Artigo 47 do CDC)
m
p
Todos os contratos lcserão interpretados de maneira mais favorável ao
consumidor. No mesmo sentido, se houver cláusula ambígua nos contratos de adesão,
devem ser interpretadas de forma mais favorável ao aderente.

2.5 TRANSPARÊNCIA E INFORMAÇÃO

É dever do fornecedor assegurar transparência nas relações de consumo, dando


todas as informações essenciais do contrato, com observância da boa-fé objetiva.

Conforme o STJ no REsp 1073595, o aumento abrupto das mensalidades do seguro de


vida ofende a boa-fé objetiva.

1
REsp. 63.981, Rel. Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira.
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O princípio da informação tem duas projeções: a primeira diz respeito ao acesso
à informação e a segunda à compreensão da informação, pois de nada adianta cumprir
o requisito inicial, se o consumidor não dispõe de conhecimentos técnicos para
compreender o que buscou esclarecer o fornecedor.

Novidade legislativa de outubro de 2017. Segundo o art. 8º, §1º, do CDC:

Em se tratando de produto industrial, ao fabricante cabe prestar


as informações a que se refere este artigo, através de impressos
apropriados que devam acompanhar o produto.

a l
Foi acrescentado, ainda, ao mesmo artigo, o §2º, segundo o qual:
io n
a c
O fornecedor deverá higienizar os equipamentos e utensílios no

u c ER
fornecimento de produtos ou serviços, ou colocados à disposição
d IL
do consumidor, e informar de maneira ostensiva e adequada,
E M
e
quando for o caso, sobre o risco de contaminação.
rt RO
p o OR
S C 41- m u H 89
2.6 DA VINCULAÇÃO CONTRATUAL DA PUBLICIDADE

um IZ .7 .co
er L U il
A publicidade é uma oferta, assim como a informação. Sendo elas precisas,
4 ma4
d V R 3 0
vinculam o fornecedor. Elas integram o contrato de consumo, bastando que o
O . g
consumidor aceite. Este princípio está previsto no Art. 30 do CDC.
4
A PE D 0 er@
l
mi
2.7
lc
PRINCÍPIO DA VERACIDADE DA PUBLICIDADE
p
É a vedação à publicidade falsa ou enganosa (art. 37, §1º).

2.8 PRINCÍPIO DA NÃO ABUSIVIDADE DA PUBLICIDADE

Previsão no art. 37, §2º, do CDC. Veda a publicidade discriminatória, ou que incite
a violência.

ANO: 2017. BANCA: FCC. ÓRGÃO: DPE-PR

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Prevê o artigo 6° , VIII, do CDC, como direito básico do
consumidor: VIII – a facilitação da defesa de seus direitos,
inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no
processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a
alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as
QUESTÃO: regras ordinárias de experiências (...)
VULNERABILIDADE E
HIPOSSUFICIÊNCIA Nesse sentido, é correto afirmar:

a) A hipossuficiência a que alude o dispositivo é apenas a de


ordem econômica.

b) O dispositivo expressa caso de inversão do ônus da prova


ope legis.

c) Trata-se de norma de caráter geral, aplicável a priori a


todo e qualquer litígio civil que envolva consumidor e
fornecedor, independentemente de seu conteúdo.
a l
n
d) O dispositivo aplica-se somente aos casos em que o
io
consumidor figure como autor da demanda.
a c
u c ER
e) Verificada a hipossuficiência do consumidor em um dos

E M d IL
fatos probandos, o ônus probatório em relação a todos os

benefício. e
outros fatos será invertido automaticamente em seu
rt RO
p o OR
u H 89
GABARITO COMENTADO:
S C 41- m
um Z .7 .co
CORRETA: Letra C. Não há restrição quanto à matéria em
I
V O er L.
U
0
4
4 ma il
que é permitida a inversão do ônus da prova. Se refere à
norma de conteúdo processual, analisada com base na
d R 4 3 g
capacidade de a parte produzir a prova, não se relacionando
A PE D 0 er@
l
ao direito material, que está ligados a vulnerabilidade,
i
inerente a todo consumidor.
m
plc
INCORRETAS:

a) Hipossuficiência técnica do consumidor não se confunde,


no entanto, com a hipossuficiência econômica. A
hipossuficiência técnica do consumidor, como causa de
inversão do ônus da prova, visa preservar o incauto, o
incidente, aquele que por falta de cultura ou de experiência
ordinária, se deixa ludibriar em um contrato de consumo.

b) Inversão do ônus da prova é possível em duas situações,


que não são cumulativas, ou seja, ocorrerá quando a
alegação do consumidor for verossímil ou quando o
consumidor for hipossuficiente (segundo as regras
ordinárias de experiência). É ope iudicis (a critério do juiz),
ou seja, não se trata de inversão automática por força de lei
(ope legis). Obs: no CDC, existem outros casos de inversão

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do ônus da prova e que são ope legis (exs: art. 12, § 3º, II;
art. 14, § 3º, I e art. 38).

d) A inversão do ônus da prova pode ocorrer tanto nos


casos em que consumidor figure no polo passivo da
demanda, quanto no polo ativo.

e) A inversão do ônus da prova será verificada em cada fato


a ser provado, havendo entendimento doutrinário que
entende que a hipossuficiência não tem caráter absoluto,
demandando de fundamentação em cada fato apresentado,
para justificar a exceção ao sistema estático de ônus da
prova.

3. RELAÇÃO DE CONSUMO
a l
io n
Para que uma relação jurídica seja identificada como de consumo, devem estar presentes
os seguintes elementos: 2
a c
 u c ER
subjetivo: são os sujeitos da relação, isto é, consumidor e fornecedor;

E M d IL
objetivo: diz respeito ao objeto sobre o qual recai a relação jurídica, isto é,
produto ou serviço; e
rt RO
 o OR
finalístico: refere-se à finalidade com a qual o consumidor adquire produto ou
p
u H 89
contrata serviço, isto é, como destinatário final.
S C 41- m
um IZ .7 .co
V O er L
3.1 ELEMENTO SUBJETIVO:
. 0
U
4 ma 4 il
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
CONSUMIDOR é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou
mi
serviço como destinatário final (artigo 2º do CDC). Inicialmente, o Código limitou a figura
p lc
do consumidor à última pessoa na cadeia de consumo, a destinatária final,
caracterizando a teoria finalista de consumidor.
A expressão destinatário final trouxe uma severa dúvida na interpretação do CDC.
Diante disso, a doutrina desenvolve três teorias explicativas sobre o tema:

 Teoria maximalista: de acordo com esta teoria basta a condição econômica de


destinatário final para a caracterização de consumidor final. É uma teoria ampla:
todo destinatário final é consumidor, mas que não se aplica diante da própria
norma expressa na lei que limita o consumidor.

 Teoria finalista: de acordo com o finalista apenas o destinatário não econômico,


ou seja, que não é empresário serão tratados como consumidor para a aplicação
do CDC.

2
GOMES, Nathália Stivalle. Direito do Consumidor. Juspodvum: 2019.
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 Teoria finalista aprofundada (mista/híbrida): adotada pelo STJ e consiste na
possibilidade de se admitir que, em determinadas situações, a pessoa, mesmo
sem ter adquirido o produto ou serviço como destinatária final, possa ser
equiparada a consumidora, por apresentar, frente ao fornecedor alguma
vulnerabilidade, seja ela técnica, jurídica ou econômica3.

Foi nesse sentido que o STJ considerou existir relação de consumo quando uma
empresa imobiliária adquiriu um avião para ser utilizado como meio de transporte dos
seus funcionários. A Corte entendeu que o avião não seria utilizado na atividade fim da
empresa, mas como facilitadora do deslocamento dos funcionários, havendo
vulnerabilidade técnica do comprador, que, mesmo sendo uma grande empresa, não
tinha conhecimentos sobre aviação. 4

Além do sujeito que participa da relação de consumo, também são considerados


consumidores toda a coletividade de pessoas, ainda que indeterminadas, que haja
intervindo nas relações de consumo e todas as vítimas do evento danoso, chamados de
l
consumidores bystanders ou consumidores por equiparação (artigo 2º, parágrafo único,
a
17 e 29 do CDC).
io n
a c
FORNECEDOR (artigo 3º do CDC) é toda pessoa física ou jurídica, pública ou
c ER
privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que
u
E M d IL
desenvolvem atividades de produção, montagem, criação, construção, transformação,
importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de
serviços. e
rt RO
p o OR
3.2 ELEMENTO OBJETIVO: S C 41- m u H 89
um IZ .7 .co
V er L
0
U
4 ma 4 il
Com relação aos produtos e serviços, o Código usou termos amplos, para não limitar a
O .
d R 3 g
incidência da legislação consumerista, deixando a possibilidade de interpretação a
4
A PE D 0 er@
depender da situação concreta.
l
mi
PRODUTO: é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial.
p lc

SERVIÇO: toda atividade fornecida no mercado de consumo, mediante


remuneração, inclusive de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo
as decorrentes de relações trabalhistas.

A remuneração, a que se refere o §2º do artigo 3º, de acordo com o STJ, pode
ser tanto direta ou indireta, em espécie ou in natura.

3 STJ, AgRg no Ag 1316667


4
AgRg no REsp 1.321.083 - PR
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ANO: 2018. BANCA: FCC. ÓRGÃO: DPE-AM. PROVA: DEFENSOR
PÚBLICO

De acordo com a jurisprudência consolidada do Superior Tribunal de


Justiça em matéria de Direito do Consumidor:

I. O STJ admite a mitigação da teoria finalista para autorizar a


incidência do Código de Defesa do Consumidor − CDC nas hipóteses
em que a parte (pessoa física ou jurídica), apesar de não ser
destinatária final do produto ou serviço, apresenta-se em situação
de vulnerabilidade.

II. A devolução em dobro dos valores pagos pelo consumidor,


a l
io n
prevista no art. 42, parágrafo único, do CDC, pressupõe tão-somente
c
a existência de pagamento indevido, não se exigindo a má-fé do
a
QUESTÃO: credor.
u c ER
RELAÇÃO DE
CONSUMO E M d IL
III. A inversão do ônus da prova, nos termos do art. 6° , VIII, do CDC,
e
rt RO
não ocorre ope judicis, mas ope legis, vale dizer, é o juiz que, de
o OR
forma prudente e fundamentada, aprecia os aspectos de
p
S C 41- m
hipossuficiência.
u H 89
verossimilhança das alegações do consumidor ou de sua

um IZ .7 .co
V O er L.
U
0
4
4 ma il
IV. O início da contagem do prazo de decadência para a reclamação
de vícios do produto (art. 26 do CDC) se dá após o encerramento da
d R 4 3 g
garantia contratual.
A PE D 0 er@
l i
Está correto o que se afirma em
m
p lc
a) I, III e IV, apenas.
b) I e IV, apenas.
c) I e II, apenas.
d) II, III e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.

GABARITO: B.

I. CERTO. São duas as teorias sobre o conceito de


consumidor: a maximalista e a finalista. A maximalista
amplia o conceito, sendo consumidor quem adquire
produto ou serviço no mercado de consumo e interrompe
a cadeia de circulação de bens e serviços. A definição é
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puramente objetiva e considera o destinatário final como
o destinatário fático. A teoria finalista, ao contrário, é
bem restrita, sendo consumidor o destinatário final
econômico, não podendo ser o profissional que adquire o
produto ou serviço para inseri-lo em sua produção. O
consumidor, aqui, interrompe a cadeia de consumo, para
usufruir ele mesmo do produto ou serviço. O STJ adota a
teoria mitigada finalista ou aprofundada, que leva em
consideração a destinação do produto e o poder
econômico do consumidor.
II. ERRADO. Deve haver má-fé ou, pelo menos, culpa,
segundo o STJ.
III. ERRADO. O item apenas trocou ope judicis por ope legis.
Inversão do art. 6º, VIII, do CDC, é ope judicis.
IV. CERTO. Art. 26, do CDC.

a l
QUESTÃO:
io n
RELAÇÃO DE ANO: 2017. BANCA: 2017. ÓRGÃO: DPE-AL
a c
CONSUMO
u c ER
d IL
A necessidade de proteção dos destinatários finais dos produtos e
E M
e
serviços ofertados no mercado de consumo abarca as pessoas
rt RO
humana e jurídica, com o objetivo de tutelar a vulnerabilidade e a
p o OR
hipossuficiência dos consumidores. A partir dessa informação,

S C 41- m u H 89
assinale a opção correta, a respeito dos integrantes e do objeto da
relação de consumo.
um IZ .7 .co
V er L U 4
4 ma il
A)Aplica-se o CDC para a relação entre condômino e condomínio no
O . 0
que diz respeito à cobrança de taxas, em decorrência da
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
vulnerabilidade do condômino em relação ao condomínio.
l
mi
B)Em circunstâncias específicas, pessoas que não firmaram qualquer
p lc
contrato de consumo podem ser equiparadas a consumidores, para
fins de proteção.

C)O conceito de fornecedor não abarca as pessoas jurídicas que


atuam sem fins lucrativos, com caráter beneficente ou filantrópico,
ainda que elas desenvolvam, mediante remuneração, atividades no
mercado de consumo.

D)Com base na teoria finalista, a condição de destinatário final do


produto não é requisito essencial para a classificação da pessoa física
ou jurídica como consumidora.

E)A teoria maximalista amplia sobremaneira o alcance da relação de


consumo, mas não abarca as pessoas jurídicas, devido ao fato de
considerar que estas jamais se encontrarão em situação de
vulnerabilidade frente ao fornecedor.
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GABARITO: B

COMENTÁRIOS:
A)Ementa: AGRAVO REGIMENTAL. AUSÊNCIA DE
PREQUESTIONAMENTO. SÚMULA 211 /STJ. RECURSO ESPECIAL
FUNDADO NA ALÍNEA A DO PERMISSIVO CONSTITUCIONAL.
INDICAÇÃO DE DISPOSITIVO SUPOSTAMENTE VIOLADO. AUSÊNCIA.
SÚMULA 284 /STF. RELAÇÃO ENTRE CONDOMÍNIO E CONDÔMINOS.
INAPLICABILIDADE DO CDC . 1. "Inadmissível recurso especial quanto
à questão que, a despeito da oposição de embargos declaratórios,
QUESTÃO: não foi apreciada pelo Tribunal a quo". Súmula 211 /STJ. 2. O recurso
RELAÇÃO DE especial é apelo de fundamentação vinculada e, por não se aplicar
CONSUMO nesse instância o brocardo iura novit curia, não cabe ao Relator, por
esforço hermenêutico, identificar o dispositivo supostamente
violado para suprir deficiência na fundamentação do recurso.
l
Incidência da Súmula n.º 284 /STF. 3. Não se aplicam as normas do
a
io n
Código de Defesa do Consumidor às relações jurídicas estabelecidas
entre condomínio e condôminos. 4. Agravo regimental improvido.
a c
STJ - AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO AgRg no

u c ER
Ag 1122191 SP 2008/0253112-9 (STJ) 01/07/2010

E M d IL
e
B) CORRETA - CDC, Art. 17. Para os efeitos desta Seção, equiparam-
rt RO
se aos consumidores todas as vítimas do evento.
p o OR
S C 41- m u H 89
C) CDC, Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou
privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes
um IZ .7 .co
er L
despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção,
U 4
4 ma il
montagem, criação, construção, transformação, importação,

d V R O
4 3 . 0
exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou
g
A PE D 0 er@
prestação de serviços,§ 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no
l
mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de
mi
natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as
p lc
decorrentes das relações de caráter trabalhista.

D) TEORIA FINALISTA APROFUNDADA OU MITIGADA: Destinatário


final é o destinatário fático e econômico do produto ou serviço,
contudo, em caráter excepcional, permite-se que o destinatário final
do objeto reinsira o produto ou serviço no mercado de consumo ou
o utilize em atividade negocial, desde que demonstrada a
vulnerabilidade (técnica, jurídica ou econômica) do consumidor no
caso concreto. Esta corrente conta com adesão do STJ, que inclusive
já permitiu a incidência do CDC sobre contrato de financiamento
celebrado entre a instituição financeira e um taxista, para aquisição
de seu veículo de trabalho (RESP 1.080.719/MG).

E) TEORIA MAXIMALISTA (OBJETIVA): Destinatário final é o


destinatário fático do produto ou serviço, isso é, basta a retirada do
produto do mercado de consumo, pouco importando sua ulterior
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destinação ou utilização econômica;

ANO: 2017. BANC: CESPE. ÓRGÃO: DPU

Com referência à proteção contratual e ao contrato de adesão,


julgue o seguinte item:
QUESTÃO:
RELAÇÃO DE Aplicam-se as disposições do CDC às relações de consumo
CONSUMO estabelecidas pela compra de produtos de camelôs, haja vista o
vendedor ser considerado fornecedor.

Certo
Errado

GABARITO: CERTO

a l
COMENTÁRIOS:
io n
a c
O Camelô é considerado ente despersonalizado, estando

u c ER
enquadrado no conceito de Fornecedor previsto no art. 3º do CDC:

E M d IL
e
“Art. 3°. Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou
rt RO
privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes
p o OR
despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção,

S C 41- m u H 89
montagem, criação, construção, transformação, importação,
exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou
um IZ .7 .co
er L
prestação de serviços.”
U 4
4 ma il
d V R O
4 3 . 0 g
A PE D 0 er@
l
mi
p lc
4. APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

4.1 – SERVIÇO PÚBLICO

O serviço público está sujeito a uma regra bifronte, pois o usuário, a depender na
natureza do serviço, pode ser considerado consumidor ou estar sujeito ao regime
administrativo.

Aplica-se do CDC aos serviços públicos sempre que o Estado estiver exercendo
atividade econômica no mercado de consumo e seja pago por tarifa ou preço público,
pois, se remunerado por tributo, não aplica o CDC.

Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas empresas,


concessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra forma
de empreendimento, são obrigados a fornecer serviços

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adequados, eficientes, seguros e, quanto aos essenciais,
contínuos.
Parágrafo único. Nos casos de descumprimento, total ou
parcial, das obrigações referidas neste artigo, serão as pessoas
jurídicas compelidas a cumpri-las e a reparar os danos causados,
na forma prevista neste código.

O artigo 22 do CDC determina a obrigação de os órgãos públicos prestarem os


serviços públicos essenciais de forma contínua, mas não define o que sejam serviços
essenciais. Para tanto, a doutrina e jurisprudência adotam a lei de greve como
parâmetro, que assim dispõe:

Art. 10 São considerados serviços ou atividades essenciais:


I - tratamento e abastecimento de água; produção e distribuição
de energia elétrica, gás e combustíveis;
II - assistência médica e hospitalar;
III - distribuição e comercialização de medicamentos e
alimentos;
a l
IV - funerários;
io n
V - transporte coletivo;
a c
c ER
VI - captação e tratamento de esgoto e lixo;
u
VII - telecomunicações;
E M d IL
VIII - guarda, uso e controle de substâncias radioativas,
e
rt RO
equipamentos e materiais nucleares;
o OR
IX - processamento de dados ligados a serviços essenciais;
p
S C 41- m u H 89
X - controle de tráfego aéreo;
XI compensação bancária.

um IZ .7 .co
V O er L
.
U
0
4
4 ma il
Porém, excepcionalmente, é admitida a interrupção dos serviços públicos
essenciais, nos termos do artigo 6º, § 3º, da Lei 8.987/95, que não considera
d R 4 3 g
descontinuidade do serviço público, a interrupção:
A PE D 0 er@
l
 i
Motivada por razões de ordem técnica ou de segurança;
m
 p lc
Por inadimplemento do usuário, considerando o interesse da coletividade.

O STJ tem considerado legítima a interrupção do fornecimento de energia elétrica


em situações de emergência ou após aviso prévio desde que nos limites do disposto no
artigo 6º, 3º da Lei 8987/95, e que sejam preservadas as unidades e serviços públicos
cuja paralisação é inadmissível como, por exemplo, posto de saúde, hospitais e escolas.

Quando a interrupção for relativa a débito, é essencial, de acordo com a Corte


Cidadã, que o débito seja atual:

Esta Corte Superior pacificou o entendimento de que não é lícito à


concessionária interromper o fornecimento do serviço em razão
de débito pretérito; o corte de água ou energia pressupõe o
inadimplemento de dívida atual, relativa ao mês do consumo,

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sendo inviável a suspensão do abastecimento em razão de débitos
antigos. 5

Nos casos em que é comprovada a miserabilidade do consumidor, o STJ já


entendeu pela impossibilidade da interrupção dos serviços públicos essenciais, por
inadimplemento, já que direitos de fins econômicos não podem se sobrepor à dignidade
humana, sendo essencial a garantia do mínimo existencial.

OUTRAS SITUAÇÕES EM QUE INCIDE O CDC:

Súmula 297 do STJ: O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às instituições


financeiras.

Súmula 563 do STJ: O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às entidades


ABERTAS de previdência complementar, não incidindo nos contratos previdenciários
celebrados com entidades fechadas.

l
Súmula 469 do STJ: aplica-se o Código de Defesa do Consumidor aos contratos de plano
a
de saúde.
io n
a c
Súmula 356 do STJ: é permitida a cobrança de tarifa básica pelos serviços de telefonia.

u c ER
acordo com a categoria de usuário. E M d IL
Súmula 407 do STJ: é possível a cobrança de tarifa de água de maneira progressiva, de

e
rt RO
p o OR
S C 41- m u H 89
um IZ .7 .co
V O er L
. 0
U4 ma4 il
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
Apesar de ser norma de ordem pública, o CDC não se aplica aos contratos celebrados
l
mi
antes de sua vigência (ato jurídico perfeito). EXCEÇÃO: contratos de execução
lc
diferida e prazo indeterminado. (REsp 331860 STJ)
p

ATENÇÃO! SÚMULAS RECENTES:

Súmula 602-STJ: O Código de Defesa do Consumidor é aplicável aos empreendimentos


habitacionais promovidos pelas sociedades cooperativas. STJ. 2ª Seção. Aprovada em
22/2/2018, DJe 26/2/2018.

5AgRg no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 484.166 – RS. Min. Rel. Napoleão Nunes
Maia Filho

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Súmula 603-STJ: É vedado ao banco mutuante reter, em qualquer extensão, os salários,
vencimentos e/ou proventos de correntista para adimplir o mútuo (comum) contraído,
ainda que haja cláusula contratual autorizativa, excluído o empréstimo garantido por
margem salarial consignável, com desconto em folha de pagamento, que possui
regramento legal específico e admite a retenção de percentual. STJ. 2ª Seção. Aprovada
em 22/2/2018, DJe 26/2/2018.

Súmula 608-STJ: Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor aos contratos de plano de


saúde, salvo os administrados por entidades de autogestão. STJ. 2ª Seção. Aprovada em
11/04/2018, DJe 17/04/2018.

a l
io
O STJ entende que, se os contratos de plano de saúde forem constituídos sob an
c
modalidade de autogestão, não há incidência do CDC. O plano de saúde sob
a
c ER
autogestão é assim caracterizado: “A operadora de plano privado de assistência à
u
E M d IL
saúde na modalidade de autogestão é pessoa jurídica de direito privado sem
finalidades lucrativas que, vinculada ou não à entidade pública ou privada, opera
e
rt RO
plano de assistência à saúde com exclusividade para um público determinado de
beneficiários.”. 6
p o OR
S C 41- m u H 89
Por ser restrito a um público específico e não visar ao lucro, o STJ entendeu pela

um
inaplicabilidade da legislação do consumidor.
IZ .7 .co

V er L0
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O CDC é aplicável aos contratos de aplicação em fundos de investimento
O .
d R 4 3 g
firmados entre as instituições financeiras e seus clientes, pessoas físicas e
A PE D 0 er@
destinatárias finais, que contratam o serviço público da instituição financeira
l i
para investir economias amealhadas ao longo da vida. 7
m
 p lc
É possível aplicar o CDC à relação entre proprietário de imóvel e a imobiliária
contratada por ele para administrar o bem. 8

 A aquisição de veículo para utilização como táxi, por si só, não afasta a
possibilidade de aplicação das normas protetivas do CDC. 9

 Aplica-se o CDC nas relações entre correios e usuários.

 Aplica-se o CDC ao condomínio de adquirentes de edifício em construção, nas


hipóteses em que atua na defesa dos interesses dos seus condôminos frente à
construtora ou incorporadora. 10

6
http://www.dizerodireito.com.br/2017/01/retrospectiva-10-principais-julgados-de_15.html
7
REsp. 656.932 - SP
8
REsp. 509.304 - PR
9
REsp. 611. 872 - RJ
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ATENÇÃO! O CDC NÃO se aplica nas relações de condomínio e condôminos, porém, a
situação descrita no informativo é entre condôminos e terceiros; diferindo, portanto,
da relação interna de condomínio.

 No caso de transporte aéreo, há de se observar se é transporte nacional ou


internacional, para aplicação do CDC. De acordo com o STJ, em transporte
internacional, aplica-se a legislação internacional (Convenção de Varsóvia e
Convenção de Montreal), tendo em vista que o Brasil se comprometeu a
observar as regras internacionais no transporte aéreo (artigo 178 CR/88). Por
outro lado, se o voo for nacional, haverá a incidência do CDC.
a l

n
Os contratos firmados no âmbito do Programa de Financiamento Estudantil -
io
FIES não se subsumem as regras encartadas no CDC.
a c
u c ER
E M d IL
e
rt RO
o OR
JURISPRUDÊNCIA:
p
S C 41- m u H 89
INAPLICABILIDADE DO CDC PARA O TRANSPORTE AÉREO INTERNACIONAL:
m Z .7 .co
Limitação do direito à indenização em viagens internacionais. É possível a
u I
V O er L
.
U
0
4
4 ma il
limitação, por legislação internacional especial, do direito do passageiro à
indenização por danos materiais decorrentes de extravio de bagagem. STJ. 3ª Turma.
d R 4 3 g
REsp 673.048-RS, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 08/05/2018 (Info
626). A PE D 0 er@
l i
Nos termos do art. 178 da Constituição da República, as normas e os tratados
m
p lc
internacionais limitadores da responsabilidade das transportadoras aéreas de
passageiros, especialmente as Convenções de Varsóvia e Montreal, têm prevalência
em relação ao Código de Defesa do Consumidor. STF. Plenário. RE 636331/RJ, Rel.
Min. Gilmar Mendes e ARE 766618/SP, Rel. Min. Roberto Barroso, julgados em
25/05/2017 (repercussão geral) (Info 866).

10
REsp. 1.560.728 - MG
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ANO: 2018. BANCA: CESPE. ÓRGÃO: DPE-PE

Conforme o entendimento do STJ, o CDC aplica-se a:

A)relação contratual entre cliente e advogado.

B)contrato de plano de saúde administrado por entidade de


autogestão.

C)contratos de previdência complementar celebrados com


entidades abertas.
QUESTÃO : D)litígio entre condômino e condomínio edilício referente à
INCIDÊNCIA DO CDC. cobrança de taxa de condomínio.

E)contrato de aquisição de equipamento médico por entidade


privada proprietária de rede de hospitais.

GABARITO: C
a l
COMENTÁRIOS:
io n
APLICA-SE O CDC:
a c
u c ER
563, STJ) E M d IL
-Entidades ABERTAS de previdência complementar (súmula

e
rt RO
o OR
- Contratos de plano de saúde (EXCETO de autogestão)
p
u H 89
(súmula 469, STJ)
S C 41- m
um
- Sistema Financeiro de Habitação (EXCETO se tiver cláusula
IZ .7 .co
er L U
de FCVS)
4
4 ma il
d V R O
4 3 . 0
- Pessoa natural x Sociedades que prestam de forma habitual
g
A PE D 0 er@
l
e profissional serviço de corretagem de valores e títulos
mobiliários (info 600, STJ)
mi
lc
- Instituições financeiras (súmula 297, STJ)
p
- relação jurídica entre a entidade de previdência privada e
seus participantes (súmula 321, STJ)

NÃO SE APLICA O CDC:

- Entidades FECHADAS de previdência complementar (súmula


563, STJ)

- Contrato de franquia

- Relação tributária

- Contrato de transporte de mercadoria vinculado a contrato


de compra e venda de insumos (info 600, STJ)

- Crédito educativo

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- Condômino x condomínio

ANO: 2017 BANCA: CESPE. ÓRGÃO: DPU

Com base em informações do sistema de escore de crédito,


método estatístico de avaliação de risco, determinada
instituição financeira recusou pedido de empréstimo em
QUESTÃO: dinheiro feito por João. Em razão da recusa, João ajuizou ação
INCIDÊNCIA DO CDC. contra a instituição financeira, alegando prática comercial
ilegal por parte dela, e requereu a aplicação do CDC.

Considerando essa situação hipotética, julgue o item a seguir


à luz do entendimento do STJ.

Dadas as partes envolvidas na referida situação, o CDC não


poderá ser aplicado ao caso, que deverá ser tratado com base
nas disposições contratuais do Código Civil.
a l
Certo io n
a c
Errado
u c ER
GABATIRO: ERRADO
E M d IL
e
rt RO
COMENTÁRIOS:
p o OR
S C 41- m u H 89
Súmula 550/STJ. A utilização de escore de crédito, método
estatístico de avaliação de risco que não constitui banco de

um IZ .7 .co
dados, dispensa o consentimento do consumidor, que terá o

V O er L U 4
4 ma il
direito de solicitar esclarecimentos sobre informações
. 0
pessoais valoradas e as fontes dos dados considerados no
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
respectivo cálculo.

i
Súmula 297/STJ. O Código de Defesa do Consumidor é
m
lc
aplicável às instituições financeiras.
p
ANO: 2016. BANCA: FCC. ÓRGÃO: DPE-BA

De acordo com as disposições legais e jurisprudência dos


Tribunais Superiores, o Código de Defesa do Consumidor se
aplica

a) às entidades abertas de previdência complementar e aos


serviços públicos uti universi et singuli; mas não se aplica às
entidades fechadas de previdência complementar.

b) às entidades abertas de previdência complementar e aos


serviços públicos remunerados prestados uti universi, mas
não se aplica às entidades fechadas de previdência

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complementar e nem aos serviços públicos uti singuli.

c) às entidades abertas ou fechadas de previdência


complementar e aos serviços públicos uti universi et singuli.

d) às entidades abertas ou fechadas de previdência


complementar e aos serviços públicos remunerados
prestados uti singuli, mas não aos contratos de administração
imobiliária firmados entre locador (proprietário do imóvel) e
a imobiliária e aos serviços públicos uti universi.

e) às entidades abertas de previdência complementar e aos


serviços remunerados prestados uti singuli, mas não se aplica
às entidades fechadas de previdência complementar e nem
aos serviços públicos uti universi.
QUESTÃO 1:
INCIDÊNCIA DO CDC. GABARITO COMENTADO:

a l
CORRETA: Letra E. O comentário será feito de forma ampla,
n
tendo em vista que a questão apenas mistura os mesmos
io
c
conceitos, com o objetivo de saber se o candidato conhece
a
todos eles.
u c ER
E M d IL
A questão se refere à cumulação dos entendimentos

e
expressos na Súmula 563 do STJ e a hipótese em que é
rt RO
permitida a aplicação do CDC. Com relação às entidades de
p o OR
previdência complementar, o STJ entende que é aplicado o

S C 41- m u H 89
CDC às entidades abertas de previdência, conforme Súmula

um
563:
IZ .7 .co
V Oer L U
. 0
4
4 mail
“O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às entidades
abertas de previdência complementar, não incidindo nos
d R 4 3 g
A PE D contratos previdenciários celebrados com entidades
0 er@
fechadas.”
l
mi
p lc
Por outro lado, a Corte Cidadã entende inaplicável o CDC às
entidades de previdência complementar fechadas, já que são
utilizadas como forma de regular interesse de um grupo
específico, sem objetivo de lucro.

Quanto aos serviços públicos, a aplicação do CDC é permitida


quando possível a identificação do consumidor, serviço
específico e divisível remunerados por preço público ou tarifa.
Dessa forma, quando remunerados por meio de tributo, não
há a incidência do CDC. Estes, pois, são serviços públicos uti
universi, não havendo remuneração específica (tributos em
geral).

Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-RS Prova: FCC - 2018 -


DPE-RS - Defensor Público

Joana, que paga pontualmente todas as suas contas de água,


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luz e telefone, mudou-se para sua nova casa em 1° de julho
de 2017. Em janeiro de 2018, foi surpreendida pelo corte do
abastecimento de energia nessa residência. Ao buscar
explicações perante a concessionária do serviço público, essa
lhe informou que existiam débitos de consumo do período de
dezembro de 2015 a maio de 2017, o que totalizava dívida de
mais de R$ 5.000,00. Além do corte, houve inclusão do nome
de Joana nos órgãos restritivos de crédito.

Tomando por base exclusivamente as informações contidas


na relação de consumo acima narrada, é correto afirmar:

A) A prestação de serviço de abastecimento de energia


elétrica tem natureza propter rem, motivo pelo qual a
QUESTÃO:
cobrança pela dívida anterior a 1° de julho de 2017 e o corte
INCIDÊNCIA DO CDC.
são lícitos.

a l
io
pagos, autorizam a suspensão do serviço, sob pena den
B) Débitos pretéritos, ainda que os mais recentes estejam

locupletamento indevido do consumidor.


a c
u c ER
E M d IL
C) O fornecimento de energia elétrica é considerado um
serviço público uti singuli, porque tem utilização individual e
e
rt RO
não compulsória, remunerada por taxa ao fornecedor, sendo

p o OR
obrigação de Joana quitar os débitos pretéritos.

S C 41- m u H 89
D) A suspensão do fornecimento de energia elétrica por

um IZ .7 .co
débitos pretéritos é ilícita, porém é juridicamente admissível

V O er L
.
U
0
4
4 ma il
a cobrança judicial e extrajudicial da integralidade do débito
contra Joana.
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l E) A suspensão do abastecimento e a cobrança do período
i
anterior a julho de 2017 constituem práticas ilícitas, que
m
lc
ensejam indenização por dano moral in re ipsa.
p
GABARITO: E.

ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM


RECURSO ESPECIAL. IMPOSSIBILIDADE DE CORTE POR
DÉBITOS PRETÉRITOS. SUSPENSÃO ILEGAL DO
FORNECIMENTO. DANO IN RE IPSA. AGRAVO REGIMENTAL
DESPROVIDO. 1. Esta Corte Superior pacificou o
entendimento de que não é lícito à concessionária
interromper o fornecimento do serviço em razão de débito
pretérito; o corte de água ou energia pressupõe o
inadimplemento de dívida atual, relativa ao mês do consumo,
sendo inviável a suspensão do abastecimento em razão de
débitos antigos. 2. A suspensão ilegal do fornecimento do
serviço dispensa a comprovação de efetivo prejuízo, uma vez

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que o dano moral nesses casos opera-se in re ipsa, em
decorrência da ilicitude do ato praticado. 3. Agravo
Regimental da AES Sul Distribuidora Gaúcha de Energia S/A
QUESTÃO: desprovido. (STJ - AgRg no AREsp: 239749 RS 2012/0213074-
INCIDÊNCIA DO CDC. 5, Relator: Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, Data de
Julgamento: 21/08/2014, T1 - PRIMEIRA TURMA, Data de
Publicação: DJe 01/09/2014)

E M E N T A – REEXAME NECESSÁRIO – MANDADO DE


SEGURANÇA – SERVIÇO DE FORNECIMENTO DE ENERGIA
ELÉTRICA – IMPOSSIBILIDADE DE CORTE POR DÉBITOS
PRETÉRITOS – SUSPENSÃO ILÍCITA DO FORNECIMENTO –
CORTE QUE PRESSUPÕE O INADIMPLEMENTO DA DÍVIDA
ATUAL – PRECEDENTES DO STJ – REEXAME NECESSÁRIO
DESPROVIDO.

l
Não é lícito à concessionária interromper o fornecimento do
a
serviço de fornecimento de água pressupõe o
io n
serviço em razão de débito pretérito; de modo que o corte do

a c
inadimplemento de dívida atual, relativa ao mês do consumo,

u c ER
sendo inviável a suspensão do abastecimento em razão de

E M d IL
débitos antigos. Entendimento pacificado no STJ.
Precedentes. Reexame necessário desprovido. (TJ-MS -
e
rt RO
Remessa Necessária: 08001636020128120019 MS 0800163-
p o OR
60.2012.8.12.0019, Relator: Des. Vladimir Abreu da Silva,

S C 41- m u H 89
Data de Julgamento: 07/02/2017, 5ª Câmara Cível, Data de
Publicação: 08/02/2017)
um IZ .7 .co
V O er L
.
U
0
4
4 ma il
d R 4 3 g
5.
A PE D
RESPONSABILIDADE (arts. 12 a 23, do CDC)
0 er@
l
mi
p lc
É direito básico do consumidor a prevenção e a reparação dos danos causados,
sejam eles patrimoniais, morais, individuais, difusos ou coletivos. A responsabilidade
prevista no Código de Defesa do Consumidor é OBJETIVA (art. 14 do CDC), salvo no caso
de prestação de serviço por profissional liberal, pois será necessário demonstrar a culpa
para aferir a responsabilidade (artigo 14, §4º). Além de objetiva, a responsabilidade nas
relações de consumo é SOLIDÁRIA, englobando todos os sujeitos que integraram a
cadeia de consumo.

Deve-se diferenciar as modalidades de vício, para determinar as normas


aplicáveis.

VÍCIO DO PRODUTO: descompasso entre o produto e as expectativas do


consumidor. Trata-se de inadequação, ligada à qualidade do produto ou serviço. Por ser
vício ligado ao fim a que o bem se destina, o objetivo da responsabilidade é a proteção
econômica do consumidor.

Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou


não duráveis respondem solidariamente pelos vícios de
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qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou
inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o
valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade, com
a indicações constantes do recipiente, da embalagem,
rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas as variações
decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor exigir a
substituição das partes viciadas.

Diante do vício no produto, o consumidor terá um prazo decadencial para


reclamá-lo, observando as seguintes regras:

Produto não durável: prazo decadencial de 30 dias;

Produto durável: prazo decadencial de 90 dias.

No caso de vício aparente ou de fácil constatação, o prazo começará a correr da


data da efetiva entrega do produto ou término da execução dos serviços. Contudo, se o
vício do produto ou serviço for oculto, o prazo começa a correr do momento em que
ficar evidenciado o direito.
a l
io n
c
Formulada a reclamação, o responsável terá o prazo de 30 DIAS para sanar o
a
u c ER
vício. Se não o fizer, o consumidor poderá exigir: a substituição do produto; a restituição
imediata da quantia paga ou o abatimento proporcional do preço.
E M d IL
e
O consumidor poderá fazer o uso imediato das alternativas acima descritas
rt RO
sempre que, em razão da extensão do vício, a substituição das partes viciadas puder
p o OR
comprometer a qualidade ou a característica do produto, diminuindo-lhe o valor, ou,

S C 41- m
quando se tratar de produto essencial. u H 89
um IZ .7 .co
Suspendem a decadência: a reclamação comprovadamente formulada pelo

V O er L
. 0
U4 ma4 il
consumidor perante o fornecedor, até a data da negativa correspondente; a instauração
de inquérito civil, até o seu encerramento.
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
mi
p lc

 A reclamação feita ao responsável obsta o prazo decadencial. Contudo,


A reclamação feita ao PROCON NÃO obsta a decadência. A reclamação deve ser
feita aos responsáveis pela reparação do dano.

 O prazo decadencial de 30 dias para sanar o vício não se renova a cada


reclamação. Uma vez formulada a reclamação, está preenchido o requisito, não
podendo ser renovado pelo mesmo motivo.

 Súmula 573 STJ: não tem direito à reparação de perdas e danos


decorrentes de vício do produto o consumidor que, no prazo decadencial, não

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provocou o fornecedor para que este pudesse sanar o vício.

 O prazo decadencial está relacionado apenas à parte da pretensão


estritamente vinculada ao vício apresentado no bem, em nada interferindo na
reparação de possíveis danos materiais e morais pretendidos.

 O desgaste natural do bem não é considerado defeito do produto.


Inclusive, é legalmente permitida a prática da obsolescência programada, que
consiste na permissão de os fornecedores reduzirem o tempo de vida do
produto, com o objetivo de estimular o mercado, fazendo com que, de tempo
em tempo, os consumidores tenham que comprar o produto. Porém, é vedada a
obsolescência acelerada, pois prejudicial ao consumidor. O prazo de vida útil do
bem deve ser proporcional à finalidade de uso do produto.

 Súmula 477 do STJ: A decadência do artigo 26 do CDC não é aplicável à

l
prestação de contas para obter esclarecimento sobre cobrança de taxas, tarifas
a
e encargos bancários.
io n
a c
u c ER
E M d IL
e
rt RO
O §2º, do artigo 18 do CDC, estabelece que o prazo o prazo de 30 dias,
o OR
inicialmente estabelecido para a reparação dos danos, poderá ser aumentado ou
p
nem superior a 180 dias.
S C 41- m u H 89
diminuído em convenção específica das partes, desde que não seja inferior a sete dias

um IZ .7 .co
er L
FATO DO PRODUTO (acidente de consumo): defeitos ligados à segurança do
U4 ma4 il
produto ou serviço, causando dano à saúde do consumidor. O fato do serviço ocorre
V O 3 . 0
sempre que este é prestado com defeitos ou informações insuficientes.
d R 4 g
A PE D 0 er@
l Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou
mi
estrangeiro, e o importador respondem, independentemente da
p lc
existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos
consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação,
construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação
ou acondicionamento de seus produtos, bem como por

informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e


riscos.

A informação insuficiente ou inadequada é defeito e, como tal, acarreta a


responsabilidade, independente de culpa, do fornecedor. Porém, o serviço não é
considerado defeituoso pela adoção de novas técnicas.
Tem-se o prazo prescricional de 5 anos, para pleitear a reparação dos danos,
ainda que não sejam consumidoras em sentido estrito.

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DICA!
- Fato do produto ou serviço: acidente, dano, questões de
segurança.
- Vício do produto ou serviço: “defeito", qualidade, quantidade,
não causa dano

São causas excludentes de responsabilidade do fornecedor:


- Prova de que não colocou o produto no mercado;
- Prova de que o defeito inexiste.

Esta é uma das hipóteses de inversão do ônus da prova ope legis, prevista no
CDC. Assim, a comprovação da inexistência de defeito é ônus do fornecedor, cabendo
a l
ao consumidor a prova do dano sofrido e do nexo causal entre dano e produto.
io n
a c
- Comprovação de culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
u c ER
E M d IL
e
rt RO
p o OR
S C 41- m u H 89
um IZ .7 .co
er L U 4
4 ma il
A instituição financeira é responsável pelos danos ou fraudes sofridas por seus
V O . 0
correntistas ou delitos praticados por terceiros, por se tratar de fortuito interno. É
d R 4 3 g
A PE D
dever de o banco estabelecer um sistema de segurança que assegure a integridade
0 er@
dos valores depositados, não podendo, portanto, ser alegada a culpa exclusiva de
l
mi
terceiro, como forma de exclusão da responsabilidade.
p lc

JURISPRUDÊNCIA SOBRE RESPONSABILIDADE:

 O comerciante pode ser responsabilizado pelo desgaste sofrido pelo consumidor,


na tentativa de obter solução para o vício apresentado pelo produto ou serviço junto
ao fabricante.11

 O comerciante não tem o dever de receber e encaminhar produto viciado à


assistência técnica, a não ser que esta não esteja localizada no mesmo município do
estabelecimento comercial. 12

11
REsp 1.634.851
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 O aparecimento de grave vício em revestimento (piso e azulejos), quando já se
encontrava devidamente instalado na residência do consumidor, configura fato do
produto; sendo, portanto, de cinco anos o prazo prescricional da pretensão reparatória
(artigo 27 CDC). 13

 Prescreve em cinco anos a pretensão do correntista de obter reparação dos


danos causados por instituição financeira decorrente de entrega, sem autorização, de
talonário de cheque a terceiros que, em nome do correntista, passa a emitir cártulas
sem provisão de fundos, gerando inscrição indevida em órgãos de proteção ao crédito.
14

 Decai em noventa dias, a contar do dia da entrega do produto, o direito do


consumidor de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil constatação presentes em
vestido de noiva. O vestido de noiva é considerado bem durável, por isso o prazo de 90
dias. 15

a l

n
O restaurante que ofereça serviço de manobrista (valet parking) prestado em via
io
c
pública não poderá ser civilmente responsabilizado na hipótese de roubo de veículo de
a
c ER
cliente deixado sob a sua responsabilidade, caso não tenha concorrido para o evento
u
danoso. 16
E M d IL
 e
rt RO
Ainda que haja abatimento no preço do produto, o fornecedor responderá por
o OR
vício de quantidade na hipótese em que reduzir o volume da mercadoria para
p
S C 41- m u H 89
quantidade diversa da que habitualmente fornecia no mercado, sem informar na
embalagem, de forma clara, precisa e ostensiva, a diminuição do conteúdo. 17
um IZ .7 .co

V O er L
. 0
U4 ma4 il
O correntista tem direito subjetivo a informações acerca de lançamentos
realizados unilateralmente pelo banco em sua conta. O STJ entende que o CDC não se
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
aplica à ação de exigir contas, ajuizada pelo correntista. Sendo assim, no que tange a
l
mi
informações sobre os lançamentos, por não haver previsão específica, aplica-se o prazo
p lc
geral de prescrição do CC, qual seja: 10 anos.

12
REsp. 1.411.136
13
REsp. 1.176.323 - SP
14
REsp. 1.254.883 - PR
15
REsp. 1.161.941 - DF
16
REsp. 1.321.739 - SP
17
REsp. 1.364.915 - MG
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ANO: 2018 BANCA: FCC. ÓRGÃO: DPE-AM

No ano de 2017, no julgamento do REsp 1.634.851, foi


abordada a tese de que o comerciante pode ser
responsabilizado pelo desgaste sofrido pelo consumidor, na
tentativa de obter solução para o vício apresentado pelo
produto ou serviço junto ao fabricante. Em outros julgados,
acompanhando a tese esposada no aresto acima, em especial,
os AREsp 1.241.259/SP e AREsp 1.132.385/SP, duas Turmas do
QUESTÃO: Superior Tribunal de Justiça também se pautaram pelo
RESPONSABILIDAD cabimento de dano moral indenizável pela falta de pronta
E solução pelo fornecedor para reparos dos vícios apresentados
pelo produto e serviço, e pelo tempo gasto pelo consumidor
a l
io n
para tentar, sem conhecimento técnico, solucioná-los. Tal tese
denomina-se de:
a c
A) desvio produtivo do consumidor.
u c ER
B) teoria do risco integral. E M d IL
e
rt RO
o OR
C) inversão do ônus probatório nas relações de consumo.
p
S C 41- m u H 89
D) dano moral in re ipsa.

um IZ .7 .co
E) desconsideração maior da pessoa jurídica.

V O er L.
U
0
4
4 ma
GABARITO: A
il
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
COMENTÁRIOS:
l
mi
A - TEORIA DO DESVIO PRODUTIVO DO CONSUMIDOR = A
p lc
teoria do Desvio Produtivo do Consumidor, criada pelo
advogado Marcos Dessaune, defende que todo tempo
desperdiçado pelo consumidor para a solução de problemas
gerados por maus fornecedores constitui dano indenizável. O
livro está na 2ª edição, revista e ampliada em 2017, e agora é
intitulado Teoria ‘aprofundada’ do Desvio Produtivo do
Consumidor.

“Especialmente no Brasil é notório que incontáveis


profissionais, empresas e o próprio Estado, em vez de atender
ao cidadão consumidor em observância à sua missão, acabam
fornecendo-lhe cotidianamente produtos e serviços
defeituosos, ou exercendo práticas abusivas no mercado,
contrariando a lei", diz o ministro Marco Aurélio Bellizze.
"Para evitar maiores prejuízos, o consumidor se vê então
compelido a desperdiçar o seu valioso tempo e a desviar as
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suas custosas competências – de atividades como o trabalho, o
estudo, o descanso, o lazer – para tentar resolver esses
problemas de consumo, que o fornecedor tem o dever de não
causar”, votou Bellize, em decisão monocrática.
https://www.conjur.com.br/2018-mai-01/stj-reconhece-
aplicacao-teoria-desvio-produtivo-consumidor

B - TEORIA DO RISCO INTEGRAL = Segundo essa doutrina do


Risco Integral, qualquer fato culposo ou não culposo, impõe ao
agente a reparação, desde que cause um dano." ... A
responsabilidade objetiva pela teoria do risco administrativo
exige a ocorrência do nexo de causalidade entre a atividade do
Estado e o dano causado como consequência.

QUESTÃO: C - INVERSÃO DO ÔNUS DA PROBATÓRIO NAS RELAÇÕES DE


RESPONSABILIDAD CONSUMO = Conforme preceitua o art. 6º, VIII do Código de
E Defesa do Consumidor, configura-se como direito básico do

a l
consumidor a “facilitação da defesa de seus direitos, inclusive
n
com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil,
io
c
quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando
a
experiências”. u c ER
for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de

E M d IL
e
D - DANO MORAL IN RE IPSA = No caso do dano in re ipsa, não
rt RO
é necessária a apresentação de provas que demonstrem a
p o OR
ofensa moral da pessoa. O próprio fato já configura o dano.

S C 41- m u H 89
Uma das hipóteses é o dano provocado pela inserção de nome
de forma indevida em cadastro de inadimplentes.
um IZ .7 .co
V O er L
.
U
0
4
4 ma il
No STJ, é consolidado o entendimento de que "a própria
inclusão ou manutenção equivocada configura o dano moral in
d R 4 3 g
re ipsa, ou seja, dano vinculado à própria existência do fato
A PE D 0 er@
ilícito, cujos resultados são presumidos" (Ag 1.379.761).
l
mi
p lc
E - DESCONSIDERAÇÃO MAIOR DA PESSOA JURÍDICA = Art.
50, CC. Em caso de abuso da personalidade jurídica,
caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão
patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do
Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que
os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações
sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou
sócios da pessoa jurídica.

ANO: 2018. BANCA: CESPE. ÓRGÃO: DPE-PE

Acerca da responsabilidade do fornecedor de produtos e


serviços, assinale a opção correta de acordo com as regras e os
princípios previstos no CDC.

A) O comerciante responde pelo vício do produto que


comercializa, mesmo que não tenha conhecimento da

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existência de falha de adequação que tenha surgido no
momento de sua fabricação.

B) O CDC veda que o fornecedor provoque, nas ações propostas


pelo consumidor, a intervenção de terceiro por intermédio da
denunciação da lide ou do chamamento ao processo.

C) O consumidor pode pleitear a nulidade do contrato quando,


por fato superveniente, determinada cláusula contratual se
tornar excessivamente onerosa.

D) A informação ou a comunicação publicitária parcialmente


falsa, apta a induzir o consumidor a erro, deve ser considerada
publicidade abusiva e caracteriza ato ilícito do fornecedor.

E) Independentemente de o consumidor ser pessoa física ou


jurídica, será considerada nula de pleno direito a cláusula que
atenue a responsabilidade do fornecedor, mesmo diante de
situação justificável. a l
io n
GABARITO: A
a c
QUESTÃO: COMENTÁRIOS:
u c ER
RESPONSABILIDAD
E M d IL
B) Art. 101. Na ação de responsabilidade civil do fornecedor de
E
e
rt RO
produtos e serviços... serão observadas as seguintes normas:

p o OR
S C 41- m u H 89
II - o réu que houver contratado seguro de responsabilidade
poderá chamar ao processo o segurador... vedada a
m Z .7 .co
denunciação da lide ao Instituto de Resseguros do Brasil e
u I
V O er L
.
U
0
4
4 ma il
dispensado o litisconsórcio obrigatório com este.

d R 4 3 g
O art. 88 apenas veda a denunciação da lide no caso de
A PE D 0 er@
indenização por fato do produto.
l
mi
C) Art. 6º São direitos básicos do consumidor: V - a modificação

p lc
das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações
desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos
supervenientes que as tornem excessivamente onerosas;

Aplica-se aqui o princípio da conservação dos negócios


jurídicos. O CDC adotou a teoria da base objetiva do contrato,
não a teoria da imprevisão do Código Civil (art. 478).

D) Art. 37, § 1° É enganosa qualquer modalidade de informação


ou comunicação de caráter publicitário, inteira ou parcialmente
falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz
de induzir em erro o consumidor a respeito da natureza,
características, qualidade, quantidade, propriedades, origem,
preço e quaisquer outros dados sobre produtos e serviços.

Publicidade abusiva é aquela discriminatória, que incita o medo


e a violência, se aproveita da criança, desrespeita o meio
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ambiente, a saúde e segurança (§ 2°).

E) Art. 51, I - Nas relações de consumo entre o fornecedor e o


consumidor pessoa jurídica, a indenização poderá ser limitada,
em situações justificáveis.

ANO: 2016. BANCA: FCC. ÓRGÃO: DPE-BA

De acordo com a jurisprudência dominante no Superior


Tribunal de Justiça,

a) o Estado tem responsabilidade civil nos casos de morte de


custodiado em unidade prisional, desde que se prove a culpa in
vigilando.

b) a operadora de saúde não é responsável por eventuais falhas


na prestação de serviços pelo profissional credenciado.

l
c) a inclusão indevida do nome de consumidor em cadastro de
a
comprove efetivo prejuízo extrapatrimonial. io n
proteção ao crédito gera dano moral indenizável, desde que se

a c
QUESTÃO:
u c ER
d) as instituições financeiras respondem objetivamente pelos
RESPONSABILIDAD
E M d IL
danos gerados por fortuito interno relativo a fraudes e delitos
praticados por terceiros no âmbito de operações bancárias.
E
e
rt RO
o OR
e) a falta de pagamento do prêmio do seguro obrigatório de
p
S C 41- m u H 89
Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias
Terrestres (DPVAT) justifica a recusa do pagamento da
m Z .7 .co
indenização.
u I
V O er L U 4
4 ma il
GABARITO COMENTADO:
. 0
d R 4 3 g
A PE D CORRETA: D. S. 479 do STJ: As instituições financeiras
0 er@
respondem objetivamente pelos danos gerados por fortuito
l
mi
interno relativo a fraudes e delitos praticados por terceiros no
lc
âmbito de operações bancárias.
p
INCORRETAS:

A) Contraria o entendimento do STJ, tendo em vista que há


responsabilidade objetiva na morte de detento em
estabelecimento prisional, diante do dever objetivo de cuidado
do poder público. Excepcionalmente, será excluída a
responsabilidade que a morte era imprevisível.

B) O STJ entende que a operadora de plano da saúde responde


por falhas nos serviços prestados por profissional médico
credenciado.

C) A inclusão indevida do nome de cliente em cadastro de


proteção ao crédito constitui dano moral in re ipsa, sendo
desnecessária a comprovação de dano, para a responsabilidade

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de quem indevidamente o cadastrou.

QUESTÃO: E) S. 257 do STJ: "A falta de pagamento do prêmio do seguro


RESPONSABILIDAD obrigatório de Danos Pessoais Causados por Veículos
E Automotores de Vias Terrestres (DPVAT) não é motivo para a
recusa do pagamento da indenização.".

Ano: 2016. Banca: FCC. Órgão: DPE-ES

Para as ações fundadas no Código de Defesa do Consumidor,


aplica-se a seguinte regra:

a) os prazos prescricionais não se sujeitam a interrupção, nem a

mas não se sujeitam a interrupção. a l


suspensão, enquanto os decadenciais se sujeitam a suspensão,

io n
c
b) sujeita-se a prescrição a pretensão por danos causados por
a
c ER
fato do produto ou do serviço e a decadência somente a
u
d IL
reclamação por vício oculto de serviço ou de produto.
E M
e
c) sujeita-se a decadência a pretensão à reparação por danos
rt RO
p o OR
causados por fato do produto ou do serviço e a prescrição o
direito de reclamar por vícios aparentes ou de fácil constatação
S C 41- m u H 89
no fornecimento de serviços e produtos.

um IZ .7 .co
d) sujeita-se à prescrição a pretensão à reparação pelos danos
er L U il
QUESTÃO :
4
4 ma
causados por fato do produto ou do serviço e a decadência o

d V
PRESCRIÇÃO E
DECADÊNCIA
R O
4 3 . 0
direito de reclamar por vícios aparentes ou de fácil
g
A PE D constatação, no fornecimento de serviços e de produtos.
0 er@
l i
e) os prazos prescricionais e decadenciais se identificam quanto
m
lc
à incidência de causas suspensivas e interruptivas.
p
GABARITO COMENTADO:

CORRETAS: D, O art. 26 define a decadência quanto aos vícios


aparentes e de fácil constatação, sendo caracterizada pelo
termo "caduca". O art. 27 define as regras quanto ao prazo
prescricional das pretensões à reparação de danos causados
pelo fato do serviço, que são os defeitos relacionados à
segurança do produto ou serviço.

INCORRETAS:

A e E) Os prazos prescricionais estão sujeitos a interrupção,


suspensão ou impedimento, conforme artigos 197 a 202 do
Código Civil. Quanto aos prazos decadenciais, as regras
relacionadas à suspensão, interrupção e impedimentos da
prescrição não se aplicam aos prazos decadenciais, salvo
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disposição expressa em sentido contrário.

QUESTÃO : B) As regras de decadência se aplicam tanto aos vícios ocultos,


PRESCRIÇÃO E quanto aos aparentes e de fácil constatação. A diferença entre
DECADÊNCIA eles está no termo inicial do prazo, já que, nos vícios aparentes,
o prazo decadencial começa a contar da data da entrega do
produto ou do término do serviço, enquanto nos ocultos o
termo é a data do conhecimento do vício (art. 26 do CDC).

C) A alternativa inverteu os institutos, tendo em vista que a


pretensão à reparação de danos por fato do serviço se sujeita a
prazo prescricional, enquanto o direito de reclamar vícios
aparentes ou de fácil constatação se sujeitam aos prazos
decadenciais.

a l
io n
a c
6. DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA
u c ER
E M d IL
e
Diferente do Direito Civil (teoria maior), ao CDC, é aplicada a TEORIA MENOR
rt RO
acerca da desconsideração da personalidade jurídica. Neste sentido, a personalidade
p o OR
jurídica será afastada, para atingir o patrimônio do sócio, sempre que for constatado

S C 41- m u H 89
abuso de direito, excesso de poder, infração a lei, fato ou ato ilícito ou violação a
estatutos ou contrato social (art. 28 do CDC). Também, sempre que houver falência,
um IZ .7 .co
er L
estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica, provocados por
má administração. U 4
4 ma il
d V R O
4 3 . 0 g
Por fim, como forma de maximizar a proteção ao consumidor, será autorizada a
A PE D 0 er@
desconsideração, sempre que a personalidade jurídica for, de alguma forma, obstáculo
l i
ao ressarcimento de prejuízos causados ao consumidor.
m
p lc

ANO: 2018 BANCA: FCC ÓRGÃO:DPE-AM

De acordo com disposição expressa do Código de Defesa do


QUESTÃO: Consumidor:
DESCONSIDERAÇÃO
DA PERSONALIDADE I. É abusiva qualquer modalidade de informação ou
JURÍDICA comunicação de caráter publicitário, inteira ou parcialmente
falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão,
capaz de induzir em erro o consumidor a respeito da
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natureza, características, qualidade, quantidade,
propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados sobre
produtos e serviços.

II. O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de 15


dias a contar de sua assinatura ou do ato de recebimento do
produto ou serviço, sempre que a contratação de
fornecimento de produtos e serviços ocorrer fora do
estabelecimento comercial, especialmente por telefone ou
em domicílio.

III. O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da


sociedade quando, em detrimento do consumidor, houver
abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou
ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social.

IV. São nulas de pleno direito as cláusulas contratuais


relativas ao fornecimento de produtos e serviços que
a l
n
possibilitem a renúncia do direito de indenização por
io
benfeitorias necessárias.
a c
u c ER
d IL
Está correto o que se afirma APENAS em:
E M
A) III e IV. e
rt RO
p o OR
B) II, III e IV.
S C 41- m u H 89
QUESTÃO:
um IZ .7 .co
C) I e II.
DESCONSIDERAÇÃO
V O
DA PERSONALIDADE
er L
.
U
0
D) I e IV.
4
4 ma il
d R 4 3 g
A PE D
JURÍDICA
0 er@
E) I, II e III.
l
mi
lc
GABARITO: A
p
COMENTÁRIOS:

I - INCORRETO. Trata-se do conceito de Publicidade


Enganosa. Art. 37 CDC. É proibida toda publicidade
enganosa ou abusiva. §1º É enganosa qualquer modalidade
de informação ou comunicação de caráter publicitário,
inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo,
mesmo por omissão, capaz de induzir em erro o consumidor
a respeito da natureza, caracterí-sticas, qualidade,
quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros
dados sobre produtos e serviços. §2º É abusiva, dentre
outras a publicidade discriminatória de qualquer natureza, a
que incite à violência, explore o medo ou a superstição, se
aproveite da deficiência de julgamento e experiência da

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criança, desrespeita valores ambientais, ou que seja capaz
de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial
ou perigosa à sua saúde ou segurança.

II - INCORRETO. Trata-se do Direito de Arrependimento.


Artigo 49 do CDC: O consumidor pode desistir do contrato,
no prazo de 7 dias a contar de sua assinatura ou do ato de
recebimento do produto ou serviço, sempre que a
contratação de fornecimento de produtos e serviços ocorrer
fora do estabelecimento comercial, especialmente por
telefone ou a domicílio.

III - CORRETO. Art. 28 CDC. O juiz poderá desconsiderar a


personalidade jurídica da sociedade quando, em detrimento
do consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder,
QUESTÃO: infração da lei, fato ou ato ilí-cito ou violação dos estatutos
DESCONSIDERAÇÃO ou contrato social. A desconsideração também será
a l
JURÍDICA io n
DA PERSONALIDADE efetivada quando houver falência, estado de insolvência,
encerramento ou inatividade da pessoa jurí-dica provocados
por má administração.
a c
u c ER
E M d IL
Lembrando que o CDC adotou a Teoria menor de

e
desconsideração da personalidade jurídica, e o Código Civil
rt RO
adotou a teoria Maior. Segundo a teoria maior, adotada
p o OR
pelo art. 50, do CC, para efeito de desconsideração, exige-se

S C 41- m u H 89
o requisito especí-fico do abuso caracterizado pelo desvio
de finalidade ou confusão patrimonial. Já a teoria menor,
um IZ .7 .co
er L
mais fácil de ser aplicada, adotada pelo CDC e pela legislação
U 4
4 ma il
ambiental, não exige a demonstração de tal requisito

d V R O
4 3 . 0 g
(Confira: REsp. 279273 SP).
A PE D 0 er@
l
mi
IV - CORRETO. Art. 51 CDC. São nulas de pleno direito, entre
outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de
p lc
produtos e serviços que: XVI - possibilitem a renúncia do
direito de indenização por benfeitorias necessárias.

ANO: 2018. BANCA: CESPE. ÓRGÃO: DPE-PE

Julgue os seguintes itens, referentes aos direitos do


consumidor.

I O Sistema Nacional de Defesa do Consumidor é composto


apenas por entes públicos que tenham entre suas
finalidades a defesa do consumidor.

II Associação legalmente constituída há pelo menos um ano


e que inclua entre seus fins institucionais a defesa dos
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interesses e direitos do consumidor pode intervir, como
assistente do Ministério Público, em processo penal
referente a crime previsto no CDC.

III O consumidor cobrado de forma indevida pelo fornecedor


fará jus à repetição em dobro, independentemente do
efetivo pagamento do valor cobrado em excesso.

IV A desconsideração inversa da personalidade é aplicável às


relações de consumo.

Estão certos apenas os itens:

QUESTÃO: A) I e II.
DESCONSIDERAÇÃO
DA PERSONALIDADE B) I e III.
JURÍDICA
a l
C) II e IV.
io n
D) I, III e IV.
a c
u c ER
E) II, III e IV.
E M d IL
e
rt RO
GABARITO: C
p o OR
S C 41- m
COMENTÁRIOS: u H 89
um IZ .7 .co
er L U il
I) ERRADO - Art. 105, CDC. Integram o Sistema Nacional de
4
4 ma
d V R O
4 3 .
Defesa do Consumidor (SNDC), os órgãos federais,
0 g
estaduais, do Distrito Federal e municipais e as entidades
A PE D 0 er@
l
privadas de defesa do consumidor.

mi
p lc
II) CERTO - Art. 80, CDC. No processo penal atinente aos
crimes previstos neste código, bem como a outros crimes e
contravenções que envolvam relações de consumo, poderão
intervir, como assistentes do Ministério Público, os
legitimados indicados no art. 82, inciso III e IV, aos quais
também é facultado propor ação penal subsidiária, se a
denúncia não for oferecida no prazo legal.

III) ERRADO - Art. 42, Parágrafo único, CDC. O consumidor


cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do
indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso,
acrescido de correção monetária e juros legais, salvo
hipótese de engano justificável.

Desta feita, para a repetição do indébito no âmbito


consumerista é exigido a cobrança de quantia indevida, o
efetivo pagamento deste valor e a não ocorrência de engano
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justificável por parte do cobrador.

IV) CERTO - Art. 28, CDC. O juiz poderá desconsiderar a


personalidade jurídica da sociedade quando, em detrimento
do consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder,
infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos
ou contrato social. A desconsideração também será
efetivada quando houver falência, estado de insolvência,
encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados
por má administração.
QUESTÃO:
DESCONSIDERAÇÃO Art. 133, CPC. O incidente de desconsideração da
DA PERSONALIDADE personalidade jurídica será instaurado a pedido da parte ou
JURÍDICA do Ministério Público, quando lhe couber intervir no
processo.

§ 2o Aplica-se o disposto neste Capítulo à hipótese de


a l
desconsideração inversa da personalidade jurídica.
io n
a c
Com o advento do NCPC, o instituto da desconsideração
u c ER
inversa da personalidade jurídica passou a ter previsão legal.

E M d IL
Antes, tratava-se de instituto já amplamente aceito pela

e
doutrina e jurisprudência, que estendia sua abrangência não
rt RO
apenas às relações cíveis, mas, também, ao âmbito
consumerista.
p o OR
S C 41- m u H 89
um IZ .7 .co
er L
7. OFERTA E PUBLICIDADE
V O .
U
0
4
4 ma il
d R 4 3 g
A PE D
A oferta (art. 30 do CDC), correspondente a um conjunto de informações sobre
0 er@
l
produtos e serviços, com o fim de angariar clientes, abrange também a publicidade.
mi
Possui força vinculante, de maneira que, realizada a oferta, ela deverá cumprida.
p lc
Os instrumentos de tutela da oferta estão previstos no artigo 35 do CDC, que
determina quem se o fornecedor de produtos ou serviços recusar cumprimento à
oferta, apresentação ou publicidade, o consumidor poderá, alternativamente e à sua
livre escolha:

I - exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da oferta,


apresentação ou publicidade;
II - aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente;
III - rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia
eventualmente antecipada, monetariamente atualizada, e a perdas e danos.

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 Oferta de preços e componentes de reposição (art. 32 CDC): dever imposto ao
fabricante de assegurar a oferta dos componentes e peças de reposição dos bens
oferecidos, enquanto o fabricante não cessar a fabricação ou importação do
produto, e, mesmo quando cessada, por um período determinado, observando a
média de vida útil do produto.

 Oferta telefônica: modalidade de oferta lícita, porém é vedado que a ligação


seja cobrada do consumidor. O orçamento apresentado por telefone corresponde à
oferta do serviço; tendo, portanto, força vinculante, não podendo ser modificada
depois da aceitação (art. 40 CDC).

 O prazo de vinculação da oferta é de 10 dias, podendo ser livremente


alterado pelas partes, desde que haja cláusula específica sobre a redução ou
ampliação no contrato.

a l
PUBLICIDADE (artigos 36 a 38 CDC) é elemento estrutural da oferta, sendo uma

io
técnica informatizada de caráter econômico, cujo objetivo é a veiculação de n
a c
características objetivas e subjetivas sobre os produtos ou serviços, sendo irrelevante o

u
meio de informação utilizado para caracterizar a publicidade.c ER
E M
Algumas formas publicitárias são proibidas pelo CDC: d IL

e
rt RO
o OR
PUBLICIDADE CLANDESTINA (art. 36): aquela em que o consumidor não
p
u H 89
identifica e, portanto, interfere de maneira ilícita no seu poder de decisão.
S C 41- m
um IZ .7 .co
er L U 4
4 ma il
 PUBLICIDADE ENGANOSA (art. 37, §2º): viola os princípios e valores tutelados
V O . 0
d R 3 g
pelo CDC, como valores ambientais ou publicidade que explora a fragilidade de
4
A PE D 0 er@
julgamento das crianças.
l
mi
lc
Existem três sanções aplicadas ao uso indevido da publicidade:
p
 Civis: obrigação de indenizar e tutela inibitória, aplicada tanto no prisma
individual, quanto no coletivo.

 Administrativas: contrapropaganda (mesma mídia utilizada para fazer o material


publicitário deve ser usada para desfazer).

 Penais: publicidade enganosa e publicidade abusiva são crimes de menor


potencial ofensivo, previstos no CDC.

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 Inversão ope legis do ônus da prova quanto à publicidade. Assim, a prova da
veracidade acerca da publicidade compete a quem as patrocina (art. 38).

 É enganosa a publicidade televisiva que omite o preço e a forma de pagamento do


produto, condicionando a obtenção dessas informações à realização de ligação
telefônica tarifada. 18

 Em contrato de promessa de compra e venda de imóvel submetido ao CDC, é


abusiva a cláusula contratual que determine, no caso de resolução, a restituição
dos valores devidos somente ao término da obra ou de forma parcelada,
independentemente de qual das partes tenha dado causa ao fim do negócio. 19

 É abusiva a cláusula contratual que atribua exclusivamente ao consumidor em


mora a obrigação de arcar com os honorários advocatícios referentes à cobrança
extrajudicial da dívida, sem exigir do fornecedor a demonstração de que a
contratação de advogado fora efetivamente necessária e de que os serviços
a l
prestados pelo profissional contratado sejam privativos da advocacia. 20
io n
a c
u c ER
PRÁTICAS COMERCIAIS ABUSIVAS E M d IL
e
rt RO
p o OR
O art. 39 do CDC traz o rol exemplificativo das práticas comerciais abusivas
u H 89
vedadas. A abusividade se caracteriza em condutas desleais ou antiéticas inseridas no
S C 41- m
m Z .7 .co
O mercado de consumo, podendo ser pré-contratual, contratual ou pós-
u I
V O er L
.
U
0
4
4 ma il
contratual. São práticas abusivas mais cobradas em prova:


d R 3 g
Venda casada: o fornecedor vincula a compra de um produto a outro. Não
4
A PE D 0 er@
confundir com coligação contratual, que ocorre quando contratos distintos são
l i
agrupados para facilitar o consumidor, mas é permitida a compra separada.
m
 p lc
O envio de produtos e serviços não solicitados.

 Cobrança de dívida quando extrapola os limites do direito subjetivo ao crédito,


expondo o consumidor a constrangimento, ridicularizando ou ameaçando.
Além disso, para que seja possível a cobrança, a dívida deve ser exigível, sendo
indispensável o inadimplemento do consumidor.

ATENÇÃO! NOVIDADE LEGISLATIVA:

18
REsp. 1.428.801 - RJ
19
REsp. 1.300.418 - SC
20
REsp. 1.274.629 - AP
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A Lei nº 13.425/2017 acrescentou o inciso XIV ao art. 39, do CDC, trazendo como
mais um exemplo de prática abusiva o seguinte:

XIV – permitir o ingresso em estabelecimentos comerciais ou de


serviços de um número maior de consumidores que o fixado pela
autoridade administrativa como máximo.

Ainda, através da Lei nº 13.421/2017, foram acrescentados os §§ 1º e 2º, ao art.


65, do CDC, que assim dispõem:
Art. 65. Executar serviço de alto grau de periculosidade, contrariando
determinação de autoridade competente:
Pena – detenção de seis meses a dois anos e multa.
§1º As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das
correspondentes à lesão corporal e à morte.
§2º A prática do disposto no inciso XIV do art. 39 desta Lei também
caracteriza crime previsto no caput deste artigo.
a l
io n
a c
u c ER
E M d IL
e
rt RO
p o OR
 S C 41- m u H 89
A cobrança abusiva resulta em uma violação à dignidade do consumidor, sendo
m IZ .7 .co
sancionada nas três esferas: civil, administrativa e penal.
u

V er L U
0
4
4 ma il
Repetição de indébito (artigo 71 do CDC): O consumidor cobrado em quantia
O .
d R 4 3 g
indevida tem direito à repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que
A PE D 0 er@
pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais, salvo hipótese
l
de engano justificável.
mi
 p lc
O envio de produtos e serviços não solicitados pelo consumidor é considerado
como amostra grátis.

 Súmula 532 do STJ: constitui prática comercial abusiva o envio de cartão de


crédito sem previa e expressa autorização do consumidor, configurando-se ato
ilícito indenizável e sujeito à aplicação de multa administrativa.

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ANO: 2017. BANCA: CESPE ÓRGÃO: DPE-AC

Julgue os itens a seguir, acerca de práticas comerciais nas relações


de consumo.

I. As práticas abusivas vedadas ao fornecedor de produtos ou


serviços são dispostas, no CDC, de modo exemplificativo.
II. É vedado ao comerciante enviar ao consumidor qualquer produto sem
que haja prévia solicitação.

III. A cobrança de tarifa básica pelo uso dos serviços de telefonia


fixa caracteriza venda casada, sendo considerada ilegítima.

IV. Conforme o CDC, rejeitar cheque como forma de pagamento


pela compra de um produto é prática abusiva.

Estão certos apenas os itens

a l
A) I e II.
io n
QUESTÃO:
B) I e III.
a c
PRÁTICAS C) II e III.
u c ER
COMERCIAIS
E M d IL
ABUSIVAS D) II e IV.
e
rt RO
E) III e IV.
p o OR
S C 41- m
GABARITO: A u H 89
um IZ .7 .co
er L
COMENTÁRIOS:
U 4
4 ma il
d V R O
4 3 . 0
I) CERTO - "O Código de Defesa do Consumidor traz rol
g
meramente exemplificativo de práticas abusivas (art. 39), cabendo
A PE D 0 er@
ao juiz identificar, no caso concreto, hipóteses de violação dos
l i
princípios que orientam o microssistema".(REsp 1539165/MG, Rel.
m
lc
Ministro HUMBERTO MARTINS,DJe 16/11/2016)
p
II) CERTO - Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou
serviços, dentre outras práticas abusivas: III - enviar ou entregar
ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer produto, ou
fornecer qualquer serviço;

III) ERRADO - Súmula 356 STJ: "É legítima a cobrança da tarifa


básica pelo uso dos serviços de telefonia fixa”.

IV) ERRADO - Art. 39. (...) práticas abusivas:

IX - recusar a venda de bens ou a prestação de serviços,


diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto
pagamento, ressalvados os casos de intermediação regulados em
leis especiais;

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ANO: 2017. BANCA: CESPE. ÓRGÃO: DPU

A instituição financeira que enviar cartão de crédito para


correntista sem a sua solicitação prévia e expressa cometerá
prática comercial abusiva, configuradora de ato ilícito indenizável.

Certo

Errado

GABARITO: CERTO

COMENTÁRIOS:

Súmula 532 – STJ: Constitui prática comercial abusiva o envio de


cartão de crédito sem prévia e expressa solicitação do
consumidor, configurando-se ato ilícito indenizável e sujeito à
aplicação de multa administrativa.

a l
APROFUNDANDO...
io n
a c
u c ER
Haverá prática abusiva mesmo se o cartão de crédito que for
enviado estiver bloqueado?
E M d IL
e
rt RO
SIM. Não importa que o cartão de crédito esteja bloqueado. Se ele

p o OR
foi enviado ao consumidor sem que este tenha feito pedido
QUESTÃO:
S C 41- m u H 89
pretérito e expresso isso já caracteriza prática comercial abusiva,
violando frontalmente o disposto no art. 39, III, do CDC (STJ REsp
PRÁTICAS
um IZ .7 .co
1199117/SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em
er L U il
COMERCIAIS
4
4 ma
18/12/2012).

d V
ABUSIVAS
R O
4 3 . 0 g
A PE D 0 er@
l i
ANO: 2017. BANCA: CESPE. ÓRGÃO: DPU
m
Com baselcem informações do sistema de escore de crédito,
métodopestatístico de avaliação de risco, determinada instituição
financeira recusou pedido de empréstimo em dinheiro feito por
João. Em razão da recusa, João ajuizou ação contra a instituição
financeira, alegando prática comercial ilegal por parte dela, e
requereu a aplicação do CDC.

Considerando essa situação hipotética, julgue o item a seguir à luz


do entendimento do STJ.

A utilização do escore de crédito é considerada prática comercial


ilícita, na medida em que esse sistema constitui banco de dados
indevido, por dispensar o consentimento do consumidor para que
seus dados sejam nele incluídos.

Certo

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Errado

GABARITO: ERRADO

COMENTÁRIOS:

Súmula 550-STJ: A utilização de escore de crédito, método


estatístico de avaliação de risco que não constitui banco de dados,
dispensa o consentimento do consumidor, que terá o direito de
solicitar esclarecimentos sobre as informações pessoais valoradas
e as fontes dos dados considerados no respectivo cálculo.

O que não é permitido? A utilização de informações SENSÍVEIS do


consumidor (religião, orientação sexual, origem étnica) para a
concessão de crédito, medida que violaria a intimidade do
indivíduo, não se considerando razoável medir o seu escore com
base em elementos dessa natureza. Sobre a temática, vejamos o
a l
teor do Enunciado n° 405 do CJF:
io n
a c
V Jornada de Direito Civil - Enunciado 405 - As informações
u c ER
genéticas são parte da vida privada e não podem ser utilizadas

E M d IL
para fins diversos daqueles que motivaram seu armazenamento,
e
rt RO
registro ou uso, salvo com autorização do titular

p o OR
QUESTÃO:
S C 41- m u H 89
ANO: 2016. BANCA: FCC. ÓRGÃO: DPNE-ES
PRÁTICAS
um IZ .7 .co
er L U il
COMERCIAIS
4
O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à
4 ma
d V
ABUSIVAS
R O . 0
repetição
4 3 g
A PE D 0 er@
a) do valor indevidamente pago, independentemente da prova de
l i
erro, mas o valor será devolvido em dobro, se provar lesão.
m
p lc por valor igual ao dobro do que pagou em excesso,
b) do indébito,
acrescido de correção monetária e juros, salvo hipótese de engano
justificado.

c) do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso,


acrescido de correção monetária e juros, não se admitindo
exceção de engano, ainda que justificável, do fornecedor.

d) somente do valor indevidamente pago, com correção monetária


e juros.

e) do valor indevidamente pago, se provar erro, acrescido de juros


e correção monetária.

GABARITO COMENTADO:

CORRETA: Letra B, nos termos do parágrafo único do artigo 42 do

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CDC - " Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia
indevida tem direito à repetição do indébito, por valor igual ao
dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção monetária
e juros legais, salvo hipótese de engano justificável."

REPETIÇÃO DE INDÉBITO NO CDC:

a) Consumidor ter sido cobrado por quantia indevida;

b) Consumidor ter pago essa quantia indevida (o CDC exige que a


pessoa tenha efetivamente pago e não apenas que tenha sido
cobrada);

c) Não ocorrência de engano justificável por parte do cobrador


(existência de má-fé do cobrador).

(...) A jurisprudência do STJ é firme no sentido de que a repetição


em dobro do indébito, sanção prevista no art. 42, parágrafo único,
do CDC, pressupõe tanto a existência de pagamento indevido
a l
quanto a má-fé do credor. (...)
io n
a c
STJ. 4ª Turma. AgRg no AREsp 196.530/SP, Rel. Min. Raul Araújo,
julgado em 23/06/2015.
u c ER
E M d IL
(...) A jurisprudência desta Corte Superior possui entendimento no
e
rt RO
sentido da obrigatoriedade da restituição em dobro do valor

p o OR
cobrado indevidamente do consumidor, salvo no caso de engano

S C 41- m u H 89
justificável (...) STJ. 4ª Turma. AgRg no REsp 1427535/RS, Rel. Min.
Luis Felipe Salomão, julgado em 03/02/2015.

um IZ .7 .co
V er L U
0
4
4 ma il
8. CADASTRO EM BANCO DE DADOS ( Artigos 43 e 44 do CDC)
O .
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
Arquivos de consumo é o gênero, do qual são espécies o banco de dados e o
l i
cadastro de consumidores (feitos pela própria empresa).
m
p lc por entidades de caráter público, que têm como
O banco de dados é constituído
objetivo a coleta, a armazenagem e a organização de informações, de comportamentos
e de atos e negócios praticados por consumidores e fornecedores.

É direito do consumidor o acesso a todas as informações existentes em


cadastros, fichas, registros e dados pessoais e de consumo sobre ele, bem como as suas
respectivas fontes.

O prazo máximo de duração de uma informação, no bando de cadastro de dados


é de cinco anos, contados do vencimento da dívida, sendo irrelevante a data da
inscrição no cadastro.

Qualquer informação inserida em cadastro de proteção ao crédito deve ser


previamente informada ao consumidor, sendo que a obrigação é do órgão mantenedor
do banco de dados.

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É conferido ao consumidor o direito de solicitar a imediata correção do cadastro,
sempre que verificar inexatidão, devendo o arquivista realizá-la em CINCO DIAS ÚTEIS,
comunicando a alteração aos destinatários da informação.

Súmula 404 do STJ: é dispensável o aviso de recebimento


(AR) na carta de comunicação ao consumidor sobre a
negativação de seu nome em bando de dados e cadastro.

Súmula 359 do STJ: cabe ao órgão mantenedor do


cadastro de proteção ao crédito a notificação do devedor
antes de proceder à inscrição.

A ausência de prévia informação do consumidor acerca de inscrição de seu


nome, regra geral, configura dano moral indenizável. Porém, excepcionalmente não
haverá indenização se: o devedor já possuía inscrição negativa no bando de dados ou se
o órgão estiver apenas reproduzindo informação negativa que conste em registros
públicos.
a l
io
Se a informação não chegou ao consumidor por erro no endereço, duas n
a c
situações serão analisadas para apurar de quem é a responsabilidade. Se o erro foi
c ER
praticado por culpa do órgão responsável pelo banco de dados, ele continua
u
responsável. Porém, se o
E M d IL
e
rt RO
p o OR
erro decorreu da instituição que pediu a negativação do nome, será sua a

S C 41- m u H 89
responsabilidade pelos danos causados ao consumidor.

um IZ .7 .co
Por fim, se o próprio consumidor teve a cautela de informar ao recorrente o

V O er L
.
U
0
4
4 ma il
endereço ao qual deveriam ser enviadas as futuras notificações, não há que se constatar
dano, pois não é plausível exigir que o órgão mantenha pesquisa de todos os endereços
d R 4 3 g
A PE
informados.
D 0 er@
l
mi
Súmula 385 do STJ: da anotação irregular em cadastro
p lc
de proteção ao crédito, não cabe indenização por dano
moral quando preexistente legítima inscrição, ressalvado
o direito de cancelamento.

Súmula 323 do STJ: a inscrição do nome do devedor


pode ser mantida nos serviços de proteção ao crédito
por até o prazo máximo de cinco anos, independente da
prescrição da execução.

Súmula 548 do STJ: incumbe ao credor a exclusão do


registro da dívida em nome do devedor no cadastro de
inadimplente no prazo de CINCO DIAS ÚTEIS, a partir do
integral e efetivo pagamento do débito.

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O artigo 73 do CDC prevê que é crime contra as relações de consumo deixar de corrigir
imediatamente a informação sobre consumidor constante em banco de cadastro de
crédito, punível com pena de detenção e multa.

Súmula 550 do STJ: a utilização de escore de crédito, método estático


de avaliação de risco que não constitui banco de dados, dispensa o
consentimento do consumidor, que terá o direito de solicitar
esclarecimento sobre as informações pessoais valoradas e as fontes dos
dados considerados no respectivo cálculo.

Súmula 572 do STJ: O Banco do Brasil, na condição de gestor do


Cadastro de Emitentes de Cheque sem Fundos (CCF), não tem a
a l
io
responsabilidade de notificar previamente o devedor acerca de sua n
c
inscrição no aludido cadastro, tampouco legitimidade passiva para as
a
c ER
ações de reparação de danos fundadas na ausência de prévia
u
notificação.
E M d IL
e
rt RO
p o OR
Quanto ao prazo prescricional da ação de indenização por danos morais

S C 41- m u H 89
decorrentes de inscrição indevida em cadastro de inadimplentes, promovida por
instituição financeira ou assemelhada, por se tratar de responsabilidade extracontratual,
um IZ .7 .co
er L
incide o prazo de três anos previsto no artigo 206, §3º do CC, contados da data em que
U 4
4 ma il
o indivíduo toma conhecimento da inscrição incorreta.

d V R O
4 3 . 0 g
A PE D 0 er@
l
mi
p lc
ANO: 2018. BANCA: FCC. ÓRGÃO: DPE-AM

A respeito dos bancos de dados e cadastros de consumidores,


NÃO está expresso no Código de Defesa do Consumidor:

A) Consumada a prescrição relativa à cobrança de débitos do


consumidor, não serão fornecidas, pelos respectivos Sistemas
de Proteção ao Crédito, quaisquer informações que possam
impedir ou dificultar novo acesso ao crédito junto aos
fornecedores.
QUESTÃO: BANCO B) O consumidor, sempre que encontrar inexatidão nos seus
DE DADOS dados e cadastros, poderá exigir sua imediata correção,
devendo o arquivista, no prazo de cinco dias úteis, comunicar a
alteração aos eventuais destinatários das informações

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incorretas.

C) Os bancos de dados e cadastros relativos a consumidores, os


serviços de proteção ao crédito e congêneres são considerados
entidades de caráter público.

D) Os cadastros e dados de consumidores devem ser objetivos,


claros, verdadeiros e em linguagem de fácil compreensão, não
podendo conter informações negativas referentes a período
superior a dez anos.

E) Os órgãos públicos de defesa do consumidor manterão


cadastros atualizados de reclamações fundamentadas contra
fornecedores de produtos e serviços, devendo divulgá-los
pública e anualmente.

GABARITO: D

COMENTÁRIOS:
a l
io n
A) Art.43 § 5°. Consumada a prescrição relativa à cobrança de
a c
débitos do consumidor, não serão fornecidas, pelos respectivos
u c ER
Sistemas de Proteção ao Crédito, quaisquer informações que

E M d IL
possam impedir ou dificultar novo acesso ao crédito junto aos
fornecedores.
e
rt RO
p o OR
B) Art.43, § 3° O consumidor, sempre que encontrar inexatidão

S C 41- m u H 89
nos seus dados e cadastros, poderá exigir sua imediata
correção, devendo o arquivista, no prazo de cinco dias úteis,

um IZ .7 .co
comunicar a alteração aos eventuais destinatários das

V O er L.
U
0
4
4 ma il
informações incorretas.

d R 4 3 g
C) Art.43, § 4° Os bancos de dados e cadastros relativos a
A PE D 0 er@
consumidores, os serviços de proteção ao crédito e congêneres
l i
são considerados entidades de caráter público.
m
p lc § 1° Os cadastros e dados de consumidores devem
D) Art.43,
ser objetivos, claros, verdadeiros e em linguagem de fácil
compreensão, não podendo conter informações negativas
referentes a período superior a cinco anos.
QUESTÃO: BANCO
DE DADOS E) Art. 44. Os órgãos públicos de defesa do consumidor
manterão cadastros atualizados de reclamações
fundamentadas contra fornecedores de produtos e serviços,
devendo divulgá-lo pública e anualmente. A divulgação indicará
se a reclamação foi atendida ou não pelo fornecedor.

ANO: 2015. BANCA: FCC. ÓRGÃO: DPE-MA

Sobre bancos de dados e cadastros de consumidores, é correto

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afirmar:

a) É indispensável o aviso de recebimento (AR) na carta de


comunicação ao consumidor sobre a negativação de seu nome
em bancos de dados e cadastros, sob pena de
responsabilização por danos morais.

b) O direito brasileiro não admite o cadastro positivo de


consumidores que permita a avaliação do risco na concessão de
crédito, por ferir as normas protetivas do CDC.

c) Os bancos de dados, a fonte e o consulente são responsáveis


objetiva e solidariamente pelos danos materiais e morais que
causarem ao cadastrado.

d) Cabe indenização por danos morais sempre que inserida


anotação irregular no cadastro de proteção de crédito.

a l
e) Os bancos de dados de órgão de proteção ao crédito não
n
podem manter informações dos cartórios de distribuição
io
judicial sem o consentimento do consumidor.
a c
GABARITO COMENTADO:
u c ER
E M d IL
CORRETA: C. Fundamento: Lei 12.414, art. 16: " O banco de
e
rt RO
dados, a fonte e o consulente são responsáveis objetiva e

p o OR
solidariamente pelos danos materiais e morais que causarem
u H 89
ao cadastrado. ".
S C 41- m
m Z .7 .co
INCORRETAS:
u I
V O er L U 4
4 ma il
A) Súmula 404 do STJ: "é dispensável o Aviso de Recebimento
. 0
d R 4 3 g
(AR) na carta de comunicação ao consumidor sobre a
A PE D 0 er@
negativação de seu nome em bancos de dados e cadastros ".
l
mi
B) O STJ entendeu que essa prática comercial o “credit scoring”
QUESTÃO: BANCO p lc
pode ser utilizado no Brasil como sistema de avaliação do risco
de concessão de crédito.
DE DADOS
D) Não é sempre cabível a indenização por danos morais
quando inserida anotação irregular indevida, tendo em vista
que se preexistente outra anotação, o cliente tem direito
apenas à correção da informação incorreta.

E) O STJ entendeu, diante da presunção legal de veracidade e


publicidade inerente aos registros de cartório de protesto, a
reprodução objetiva, fiel, atualizada e clara desses dados na
base de órgão de proteção ao crédito, ainda que sem a ciência
do consumidor, não tem o condão de ensejar obrigação de
reparação de danos.

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9. PROTEÇÃO CONTRATUAL

A todos os contratos regidos no sistema jurídico aplica-se o princípio da função


social do contrato, devendo ser fundado em cláusulas que observem os direitos
fundamentais que possuem, nesse caso, aplicação transversal, tendo em vista a
presença de vulnerabilidade entre umas das partes da relação.

Assim, os contratos de consumo devem ser firmados possibilitando ao


consumidor o prévio conhecimento do conteúdo contratual, com redação clara e
compreensível, sendo que qualquer cláusula ambígua ou duvidosa será interpretada em
favor do consumidor.

a l
É possível que haja limitação a direitos do consumidor, desde que previamente

io n
combinado entre as partes e que seja razoável, sob pena de serem consideradas
c
abusivas. Se as restrições forem previstas em contrato de adesão, é essencial que haja
a
destaque com adesão específica à cláusula restritiva.
u c ER
E M d IL
As declarações de vontade decorrentes de escritos particulares, recibos e pré-
e
rt RO
contratos relativos às relações de consumo vinculam o fornecedor, ensejando inclusive
o OR
execução específica, conforme artigo 84 do CDC.
p
S C 41- m u H 89
Quando os contratos forem firmados fora do estabelecimento comercial, é
m Z .7 .co
assegurado ao consumidor o direito de desistência, independente de motivação, no
u I
er L U 4 il
prazo de sete dias, contados da assinatura do contrato ou do ato de recebimento do

V O . 0 4 ma
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l i
produto (art. 49). Manifestado o direito de arrependimento, devem ser imediatamente
m
lc
devolvidos todos os valores pagos pelo consumidor.
p

ANO: 2018. BANCA: FCC. ÓRGÃO: DPE-RS

Aureliano procurou a Defensoria Pública para orientação jurídica


acerca de um contrato de crédito pessoal à pessoa física,
modalidade por adesão, que firmou com o Banco Cred-Mais.
Sustentou que o pactuado lhe era excessivamente oneroso, razão
QUESTÃO: pela qual não conseguia mais adimplir as prestações mensais do
PROTEÇÃO financiamento.

Com foco na proteção contratual ao consumidor e no


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CONTRATUAL entendimento preponderante do Superior Tribunal de Justiça,
mostra-se possível a modificação judicial com o argumento da
abusividade na cláusula que

A) estipula juros remuneratórios com taxa superior a um por cento


ao mês, porém inferior à taxa média de mercado divulgada pelo
Banco Central do Brasil, em relação ao mesmo período.

B) prevê taxa anual dos juros remuneratórios superior ao


duodécuplo da taxa mensal contratada.

C) prevê cobrança de comissão de permanência, para o caso de


inadimplência, de forma alternativa à multa de mora e aos juros,
sendo o índice expressamente limitado ao somatório destes.

D) estipula o seguro prestamista no corpo do próprio contrato de


empréstimo.

a l
E)estipula os juros de mora, cumulativos aos juros remuneratórios,
no patamar de um por cento ao mês.
io n
GABARITO: D
a c
u c ER
COMENTÁRIOS: E M d IL
e
rt RO
o OR
Como funciona o Seguro Prestamista?
p
S C 41- m u H 89
O seguro prestamista é uma modalidade de seguro de vida em

um
grupo. Isso quer dizer que um grupo de pessoas está exposto a
IZ .7 .co
er L
uma série de riscos, mas nem todo risco se concretizará para todas
U 4
4 ma il
elas. Por isso, elas contribuem para uma espécie de fundo comum,

d V R O 3 . 0 g
de onde as indenizações são pagas em caso de um sinistro.
4
A PE D 0 er@
No entanto, diferente de um seguro de vida, além da vida do
l
mi
segurado, também é considerado a sua impossibilidade de

p lc
continuar a realizar os pagamentos. Por isso, além da cobertura
contra morte, essa modalidade costuma incluir também cobertura
QUESTÃO: contra desemprego involuntário, perda de renda e invalidez que
PROTEÇÃO impossibilite de trabalhar.
CONTRATUAL Segundo a jurisprudência dos Tribunais:

[...] A contratação de seguro prestamista, conforme jurisprudência


desta Corte de Justiça, não constitui ilegalidade ou abusividade
desde que o consumidor tenha a exata ciência dos termos da
contratação antes de firmar o contrato. [...] TJDFT,
07069055520178070020, DJ 18/06/2018.

[...] quando a cláusula prevendo a cobrança de seguro prestamista


evidenciar que sua contratação não constitui mera faculdade
assegurada ao consumidor, estando seu valor embutido nos
custos do financiamento e havendo direcionamento para
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companhia de seguro que integra o mesmo grupo empresarial da
instituição financeira ré, fica caracterizada a prática de venda
casada, devendo o valor pago sob tal rubrica ser restituído ao
consumidor. [...] TJDFT, 07021909720178070010, DJ 20/06/2018.

Ano: 2017. BANCA: CESPE. ÓRGÃO: DPU

Com referência à proteção contratual e ao contrato de adesão,


julgue o seguinte item.

Nas relações de consumo, não se admite cláusula resolutória nos


contratos de adesão.

Certo

Errado

GABARITO: ERRADO a l
io n
COMENTÁRIOS:
a c
u c ER
Art. 54, § 2° Nos contratos de adesão admite-se cláusula

E M d IL
resolutória, desde que a alternativa, cabendo a escolha ao
e
consumidor, ressalvando-se o disposto no § 2° do artigo anterior.
rt RO
p o OR
S C 41- m u H 89
ANO: 2016. BANCA: UFMT. ÓRGÃO: DPE-MT

um IZ .7 .co
er L U
Quanto à defesa do consumidor em juízo, assinale a afirmativa
correta. 4
4 ma il
d V R O
4 3 . 0 g
A PE D a) Em contraposição a princípios de direito civil, as cláusulas
0 er@
l
contratuais de contratos levados a juízo serão interpretadas da
mi
maneira mais favorável ao consumidor.
p lc
b) As cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos
e serviços que estabeleçam inversão do ônus da prova são nulas.
QUESTÃO:
PROTEÇÃO c) As cláusulas contratuais que possibilitem a renúncia do direito
CONTRATUAL de indenização por benfeitorias devem ser rediscutidas em juízo
quando estas forem o objeto de ajuizamento.

d) O juiz pode, inaudita altera pars, desconsiderar a personalidade


jurídica de uma sociedade em favor do consumidor.

e) O chamado contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham


sido aprovadas pelo fornecedor do produto ou serviço, em que o
consumidor possa efetivamente discutir seu conteúdo.

GABARITO COMENTADO:

CORRETA: A. Artigo 47 do CDC: "Art. 47. As cláusulas contratuais


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serão interpretadas de maneira mais favorável ao consumidor.".

INCORRETAS:

B) Apenas são nulas as cláusulas acerca da inversão do ônus da


prova que sejam prejudiciais ao consumidor, conforme artigo 51,
VI do CDC: "São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas
contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que:
VI - estabeleçam inversão do ônus da prova em prejuízo do
consumidor;".

C) São nulas de pleno direito as cláusulas que possibilitem a


renúncia de direito a indenização por benfeitorias, sendo
permitido ao juiz reconhecê-las de ofício. "Art. 51. São nulas de
pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao
fornecimento de produtos e serviços que: XVI - possibilitem a
renúncia do direito de indenização por benfeitorias necessárias.".

a l
D) Tendo em vista a essência do CPC em respeito ao contraditório

io
antes de qualquer decisão, salvo exceções legais, a n
c
desconsideração da personalidade jurídica (art. 133 a 137 do
a
c ER
CPC/15) não mais poderá se dar de ofício pelo juiz.
u
E M d IL
E) O conceito de contrato de adesão foi apresentado de forma
e
rt RO
equivocada, tendo em vista que não se permite a discussão acerca
o OR
do conteúdo, as cláusulas são previamente estabelecidas, de
p
S C 41- m u H 89
forma unilateral. "Art. 54. Contrato de adesão é aquele cujas
cláusulas tenham sido aprovadas pela autoridade competente ou
m Z .7 .co
estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou
u I
V O er L0
U4 ma4 il
serviços, sem que o consumidor possa discutir ou modificar
substancialmente seu conteúdo."
.
d
QUESTÃO:
R 4 3 g
A PE
PROTEÇÃO D 0 er@
l
CONTRATUAL
mi
p lc

9.1 CLÁUSULAS ABUSIVAS

O artigo 51 do CDC traz um rol exemplificativo de cláusulas que são


consideradas abusivas, que serão nulas de pleno direito, podendo ser reconhecidas pelo
juiz, salvo de decorrentes de contratos bancários.

SÚMULA 381 do STJ: Nos contratos bancários, é


vedado ao julgador conhecer, de ofício, da
abusividade das cláusulas.
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As principais cláusulas abusivas cobradas em prova são as: que limitem a
responsabilidade do fornecedor; que atenuem a obrigação de indenizar; que neguem ao
consumidor o direito de ser restituído pelo que pagou, no caso de rescisão do contrato;
que determinem a utilização compulsória da arbitragem; que estabeleçam a inversão do
ônus da prova em prejuízo do consumidor.

Teoria da base objetiva do negócio jurídico: disposição diversa do Código Civil acerca
da possibilidade de modificação ou resolução do contrato. Adotada pelo CDC, à teoria
da base objetiva permite que haja a modificação das cláusulas contratuais, sempre que
determinada situação alterar de maneira objetiva as bases nas quais as partes

a l
contrataram, de maneira a modificar o ambiente econômico inicialmente existente,

io
independentemente de ser imprevisível ou não. Neste sentido, dispõe o CDC: n
a c
u c ER
(...) E M d IL
Art. 6º São direitos básicos do consumidor:

e
rt RO
V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam
o OR
prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos
p
u H 89
supervenientes que as tornem excessivamente onerosas;
S C 41- m
um IZ .7 .co
V O er L
.
U
0
4
4 ma il
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
mi
ANO: 2018 BANCA: FCC ÓRGÃO: DPE-AM PROVA: FCC - 2018 -
p lc
DPE-AM - DEFENSOR PÚBLICO - REAPLICAÇÃO

Por se tratarem de normas cogentes de ordem pública e de


inegável interesse social, os contratos firmados sob o pálio do
Código de Defesa do Consumidor ocasionam a

A) impossibilidade de modulação dos efeitos das cláusulas


contratuais, na fase de execução do contrato, quando verificada a
QUESTÃO: aplicação da teoria da quebra da base objetiva.
CLÁUSULAS
B) inversão do ônus da prova, benefício que não pode ser
ABUSIVAS estendido às pessoas jurídicas consumidoras, ainda quando
reconhecida sua vulnerabilidade no caso concreto.

C) possibilidade, pelo julgador, de ofício, em reconhecer a


nulidade de cláusulas abusivas, com exceção daquelas previstas
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em contratos bancários.

D) declaração de nulidade de cláusula compromissória


compulsória, salvo quando o consumidor pessoa física não for
hipossuficiente econômico.

E) responsabilidade objetiva do fabricante, distribuidor,


montador, prestadores de serviços, profissionais liberais e demais
fornecedores de produto e/ou serviço, no descumprimento
contratual por vício do produto ou serviço.

GABARITO: C. Súmula nº 381 do STJ: Nos contratos bancários, é


vedado ao julgador conhecer, de ofício, da abusividade das
cláusulas.

a l
10. DEFESA DO CONSUMIDOR EM JUÍZO
io n
a c
c ER
O CPC/2015 prevê que compete ao juiz, quando se deparar com diversas
u
d IL
demandas individuais repetidas, oficiar o Ministério Público e a Defensoria Pública, para
E M
e
rt RO
que proponham as ações coletivas. Tal norma visa a efetivar o acesso à justiça, sendo

p o OR
que as demandas coletivas proporcionam maior abrangência nos sujeitos protegidos e,

S C 41- m u H 89
ao mesmo tempo, um desafogamento do judiciário.

um IZ .7 .co
dispondo: V O er L
. 0
U4 ma4 il
O artigo 81 do CDC cuida de caracterizar as espécies de direitos coletivos, assim

d R 4 3 g
A PE

D 0 er@
l i
Direitos difusos: são direitos transindividuais, de natureza indivisível, de
m
lc
que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas entre si por uma
p
circunstância de fato;

 Direitos coletivos em sentido estrito: são direitos transindividuais de


natureza indivisível, de que sejam titular grupo, categoria ou classe de
pessoas ligadas entre si por uma relação jurídica base.

 Direitos individuais homogêneos (acidentalmente coletivos): são os


decorrentes de origem comum. Neste tipo temos direitos
individualizados, mas, como são inúmeros os titulares, é conveniente
para a ordem jurídica que a defesa nos processos seja efetivada nos
moldes coletivos.

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INTERVENÇÃO DE TERCEIROS:
No processo em que haja aplicação do CDC, não há possibilidade de haver
qualquer tipo de discussão estranha que não seja aquela entre consumidor e fornecedor
responsável solidário. Assim, é incabível a denunciação da lide nas ações indenizatórias
decorrentes da relação de consumo.

Segundo o STJ:

“AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. AGRAVO DE


INSTRUMENTO. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. AGÊNCIA BANCÁRIA. ASSALTO
COM MORTE. DENUNCIAÇÃO DA LIDE. DESCABIMENTO. ART. 88 DO CDC.
ACÓRDÃO RECORRIDO MANTIDO. RECURSO DESPROVIDO.
a l
1. Agravo de instrumento contra decisão que, nos autos de ação de
io
indenização fundada em assalto a agência bancária, indeferiu pedido n
de denunciação à lide do Estado.
a c
u c ER
2. Em se tratando de relação de consumo, descabe a denunciação da
d IL
lide, nos termos do artigo 88 do Código de Defesa do Consumidor. 3.
E M
e
O Superior Tribunal de Justiça entende que a vedação à denunciação
rt RO
da lide estabelecida no artigo 88 do CDC não se limita à
p o OR
responsabilidade por fato do produto (art. 13 do CDC), sendo

S C 41- m u H 89
aplicável também nas demais hipóteses de responsabilidade por
acidentes de consumo (arts. 12 e 14 do CDC). Precedentes.
um IZ .7 .co
er L U 4
4 ma il
4. Agravo interno não provido. (STJ - Acórdão Agint no Aresp 997269 / Ba,
V O . 0
Relator(a): Min. Lázaro Guimarães, data de julgamento: 23/08/2018, data de
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
publicação: 29/08/2018, 4ª Turma)” grifos acrescidos.
l
mi
p lc
O Chamamento ao Processo é cabível nas ações consumeristas, conforme
preceitua o Art. 101, II, da Lei 8.078/90. O STJ, no REsp 925130 consagrou que “a
seguradora denunciada pode ser condenada direta e solidariamente com o causador do
dano”.

11. JURISPRUDÊNCIAS:

VENDA CASADA. É possível impor ao consumidor sua prévia filiação à entidade


aberta de previdência complementar como condição para contratar com ela
empréstimo financeiro. STJ. (Info 581).

DANO MORAL: Não configura dano moral in re ipsa a simples remessa de fatura de
cartão de crédito para a residência do consumidor com cobrança indevida. Para
configurar a existência do dano extrapatrimonial, é necessário que se demonstre
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que a operadora de cartão de crédito, além de ter incluído a cobrança na fatura,
praticou outras condutas que configurem dano moral, como por exemplo: a)
reiteração da cobrança indevida mesmo após o consumidor ter reclamado; b)
inscrição do cliente em cadastro de inadimplentes; c) protesto da dívida; d)
publicidade negativa do nome do suposto devedor; ou e) cobrança que exponha o
consumidor, o submeta à ameaça, coação ou constrangimento. STJ. (Info 579).

CREDIT SCORING: Em relação ao sistema credit scoring, o interesse de agir para a


propositura da ação cautelar de exibição de documentos exige, no mínimo, a prova
de: i) requerimento para obtenção dos dados ou, ao menos, a tentativa de fazê-lo à
instituição responsável pelo sistema de pontuação, com a fixação de prazo razoável
para atendimento; e ii) que a recusa do crédito almejado ocorreu em razão da
pontuação que lhe foi atribuída pelo sistema Scoring. Assim, o consumidor só
poderá ingressar com ação cautelar de exibição de documentos pedindo o extrato
de sua pontuação no sistema Crediscore se provar esses dois requisitos acima. STJ.
(Info 579).

a l
PLANO DE SAÚDE: É nula a cláusula inserta por operadora de plano privado de
assistência à saúde em formulário de Declaração de Doenças ou Lesões
io n
a c
Preexistentes (Declaração de Saúde) prevendo a renúncia pelo consumidor contra-

u c ER
tante à entrevista qualificada orientada por um médico, seguida apenas de espaço
d IL
para aposição de assinatura, sem qualquer menção ao fato de tal entrevista se
E M
e
tratar de faculdade do beneficiário. A inserção de cláusula de renúncia em
rt RO
declaração de saúde é abusiva por induzir o segurado a abrir mão do direito ao
p o OR
exercício livre da opção de ser orientado por um médico por ocasião do

S C 41- m u H 89
preenchimento daquela declaração, notadamente porque se trata de documento
que tem o condão de viabilizar futura negativa de cobertura de procedimento ou
um IZ .7 .co
er L
tratamento. STJ. (Info 578).
U 4
4 ma il
d V R O
4 3 . 0
PLANO DE SAÚDE: A migração de beneficiário de plano de saúde coletivo
g
A PE D 0 er@
empresarial extinto para plano individual ou familiar não enseja a manutenção dos
l
valores das mensalidades previstos no plano primitivo. STJ. (Info 578).
m i
p lcde saúde deve reembolsar o segurado pelas despesas
PLANO DE SAÚDE O plano
que pagou com tratamento médico realizado em situação de urgência ou
emergência por hospital não credenciado, ainda que o referido hospital integre
expressamente tabela contratual que exclui da cobertura os hospitais de alto custo,
limitando-se o reembolso, no mínimo, ao valor da tabela de referência de preços
de serviços médicos e hospitalares praticados pelo plano de saúde. STJ. (Info 580).

PLANO DE SAÚDE: Quando o contrato de plano de saúde incluir atendimento


obstétrico, a operadora tem o dever de prestar assistência ao recém-nascido
durante os primeiros trinta dias após o parto (art. 12, III, “a”, da Lei no 9.656/98),
independentemente de a operadora ter autorizado a efetivação da cobertura, ter
ou não custeado o parto, tampouco de inscrição do neonato como dependente nos
trinta dias seguintes ao nascimento. STJ. (Info 584).

PROTEÇÃO EM JUÍZO: Como regra, para que uma associação possa propor ACP, ela
deverá estar constituída há pelo menos 1 ano. Exceção. Este requisito da pré-
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constituição poderá ser dispensado pelo juiz, quando haja manifesto interesse
social evidenciado pela dimensão ou característica do dano, ou pela relevância do
bem jurídico a ser protegido (§ 4º do art. 5º da Lei nº 7.347/85). Neste caso, a ACP,
mesmo tendo sido proposta por uma associação com menos de 1 ano, poderá ser
conhecida e julgada. Como exemplo da situação descrita no § 4º do art. 5º, o STJ
decidiu que: É dispensável o requisito temporal (pré-constituição há mais de um
ano) para associação ajuizar ação civil pública quando o bem jurídico tutelado for a
prestação de informações ao consumidor sobre a existência de glúten em
alimentos. STJ. (Info 591).

PRÁTICA ABUSIVA: Instituição de ensino superior não pode recusar a matrícula de


aluno aprovado em vestibular em razão de inadimplência em curso diverso
anteriormente frequentado por ele na mesma instituição. STJ. (Info 591).

CONCEITO DE CONSUMIDOR: A franquia é um contrato empresarial e, em razão de


sua natureza, não está sujeito às regras protetivas previstas no CDC. A relação
entre o franqueador e o franqueado não é uma relação de consumo, mas sim de
a l
franqueado. O franqueado não é consumidor de produtos ou serviços da
io n
fomento econômico com o objetivo de estimular as atividades empresariais do

a c
franqueadora, mas sim a pessoa que os comercializa junto a terceiros, estes sim, os
destinatários finais. STJ. (Info 591).
u c ER
E M d IL
e
PLANO DE SAÚDE. Não é abusiva cláusula contratual de plano privado de
rt RO
assistência à saúde que estabeleça a coparticipação do usuário nas despesas
p o OR
médico-hospitalares em percentual sobre o custo de tratamento médico realizado

S C 41- m u H 89
sem internação, desde que a coparticipação não caracterize financiamento integral
do procedimento por parte do usuário, ou fator restritor severo ao acesso aos
um IZ .7 .co
er L
serviços. STJ. (Info 586).
U4 ma4 il
d V R O
4 3 . 0
PLANO DE SAÚDE. Não se aplica o CDC às relações entre as operadoras de planos
g
A PE D 0 er@
de saúde constituídas sob a modalidade de autogestão e seus filiados. Assim, os
l
planos de saúde de autogestão podem ser considerados como uma exceção à
mi
Súmula 469 do STJ: “Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor aos contratos de
p lc
plano de saúde.” A operadora de plano privado de assistência à saúde na
modalidade de autogestão é pessoa jurídica de direito privado sem finalidades
lucrativas que, vinculada ou não à entidade pública ou privada, opera plano de
assistência à saúde com exclusividade para um público determinado de
beneficiários. A constituição dos planos sob a modalidade de autogestão diferencia,
sensivelmente, essas pessoas jurídicas quanto à administração, forma de
associação, obtenção e repartição de receitas, dos contratos firmados com
empresas que exploram essa atividade no mercado e visam ao lucro. Em razão
disso, não se aplica o CDC ao contrato de plano de saúde administrado por
entidade de autogestão, por inexistência de relação de consumo. STJ. (Info 588).

PLANO DE SAÚDE: O plano de saúde não pode se recusar a custear exames,


internações e tratamentos hospitalares usando como único argumento o fato de
que tais procedimentos foram solicitados por médico não integrante da rede de
atendimento do plano. A cláusula contratual que prevê o indeferimento de
quaisquer procedimentos médico-hospitalares, se estes forem solicitados por
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médicos não cooperados, deve ser reconhecida como cláusula abusiva, nos termos
do art. 51, IV, do CDC. STJ. (Info 588).

PLANO DE SAÚDE: É assegurado ao trabalhador demitido sem justa causa ou ao


aposentado que contribuiu para o plano de saúde em decorrência do vínculo
empregatício o direito de continuar no plano durante certo período com as
mesmas condições de cobertura assistencial de que gozava quando da vigência do
contrato de trabalho, desde que assuma o seu pagamento integral (arts. 30 e 31 da
Lei nº 9.656/98). Para isso, no entanto, é necessário que, durante o vínculo
empregatício, ele contribuísse para o pagamento do plano. Quando se fala em
“contribuição” para o plano, isso significa pagamento de mensalidade. Assim, se
apenas a empresa contribuía para o plano, o ex-empregado não terá direito de
continuar nele mesmo que este plano fosse sob a modalidade de coparticipação
(quando o usuário, apesar de não pagar contribuição mensal, paga uma parte do
tratamento/ consulta). Resumindo: o empregado que for aposentado ou demitido
sem justa causa não terá direito de ser mantido em plano de saúde coletivo
empresarial custeado exclusivamente pelo empregador - sendo irrelevante se
a l
io n
houver coparticipação no pagamento de procedimentos de assistência médica,
hospitalar e odontológica -, salvo disposição contrária expressa em contrato ou em
convenção coletiva de trabalho. STJ. (Info 588).
a c
u c ER
d IL
CADASTRO DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO: Importante!!! O termo inicial do prazo de
E M
e
permanência de registro de nome de consumidor em cadastro de proteção ao
rt RO
crédito (art. 43, § 1º, do CDC) inicia-se no dia subsequente ao vencimento da
p o OR
obrigação não paga, independentemente da data da inscrição no cadastro. Assim,

S C 41- m u H 89
vencida e não paga a obrigação, inicia-se no dia seguinte a contagem do prazo de 5
anos previsto no §1º do art. 43, do CDC, não importando a data em que o nome do
um IZ .7 .co
er L
consumidor foi negativado. STJ. (Info 588).
U4 ma4 il
d V R O
4 3 . 0
PLANO DE SAÚDE: No caso em que, nas informações divulgadas por plano de
g
A PE D 0 er@
saúde aos seus usuários, determinado hospital particular figure como instituição
l
credenciada sem ressalvas, se o usuário optar pela realização de tratamento
mi
contratado e disponibilizado pelo aludido hospital, a operadora do plano será
p lc
obrigada a custeá-lo, ainda que o serviço seja prestado em parceria com instituição
não credenciada, cuja unidade de atendimento funcione nas dependências do
hospital, sendo irrelevante o fato de haver, na mesma localidade, outras
instituições credenciadas para o mesmo tipo de tratamento de saúde. Ex: João,
cliente do plano de saúde, precisava fazer quimioterapia. Na página do plano na
internet consta que o Hospital São Carlos integra a rede credenciada. Dentro deste
hospital, no setor de oncologia, funciona o Instituto Santa Marta. Diante disso, ele
pediu as guias de serviço para fazer a quimioterapia lá. O plano de saúde não
autorizou alegando que o Instituto Santa Marta, apesar de funcionar dentro do
Hospital São Carlos, é uma instituição diferente e que apenas o Hospital é
credenciado. João terá direito de fazer o tratamento lá. Quando um hospital
credenciado não prestar determinados serviços para os usuários do plano, este
deverá informar ao consumidor, de forma clara, qual é a restrição existente e quais
as especialidades oferecidas pela entidade que não estão cobertas, sob pena de
todas elas estarem incluídas no credenciamento. STJ. (Info 590)

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DENUNCIAÇÃO DA LIDE. CONSUMIDOR: O art. 88 do CDC proíbe que o fornecedor
que foi acionado judicialmente pelo consumidor faça a denunciação da lide,
chamando para o processo outros corresponsáveis pelo evento. Esta norma é uma
regra prevista em benefício do consumidor, atuando em prol da brevidade do
processo de ressarcimento de seus prejuízos devendo, por esse motivo, ser arguida
pelo próprio consumidor, em seu próprio benefício. Assim, se o fornecedor/réu faz
a denunciação da lide ao corresponsável e o consumidor não se insurge contra isso,
haverá preclusão, sendo descabido ao denunciado invocar em seu benefício a regra
do art. 88. Em outras palavras, não pode o denunciado à lide invocar em seu
benefício a regra de afastamento da denunciação (art. 88) para eximir-se de suas
responsabilidades perante o denunciante. STJ. (Info 592).

PROCESSO COLETIVO: Não se admite o cabimento da remessa necessária, tal como


prevista no art. 19 da Lei nº 4.717/6512, nas ações coletivas que versem sobre
direitos individuais homogêneos. Ex: ação proposta pelo MP tutelando direitos
individuais homogêneos de consumidores. STJ. 3ª Turma. REsp 1.374.232-ES, Rel.
l
Min. Nancy Andrighi, julgado em 26/09/2017 (Info 612). É possível aplicar esse art.
a
19 da Lei nº 4.717/65 para as ações de IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA? SIM. É
io n
possível aplicar esse art. 19 da Lei nº 4.717/65 para as AÇÕES CIVIS PÚBLICAS? Em
a c
regra, sim. Existe, contudo, uma exceção: Não se admite o cabimento da remessa

u c ER
necessária, tal como prevista no art. 19 da Lei nº 4.717/65, nas ações coletivas que
versem sobre direitos individuais homogêneos.
E M d IL
e
rt RO
CONCEITO DE CONSUMIDOR: Aplica-se o CDC ao condomínio de adquirentes de
p o OR
edifício em construção, nas hipóteses em que atua na defesa dos interesses dos

S C 41- m u H 89
seus condôminos frente a construtora ou incorporadora. STJ. (Info 592).

um IZ .7 .co
er L
VÍCIO DO PRODUTO: Não existe obrigação legal de se inserir nos rótulos dos vinhos
U4 ma4 il
informações acerca da quantidade de sódio e de calorias (valor energético)

d V R O
4 3 . 0
existentes no produto. STJ. (Info 592).
g
A PE D 0 er@
l
PLANO DE SAÚDE: É ilícita a exigência de cumprimento de carência de ex-
mi
dependente de plano coletivo empresarial, extinto em razão da demissão sem justa
p lc
causa do titular, ao contratar novo plano de saúde, na mesma operadora, mas em
categoria diversa (plano coletivo por adesão). Nos termos do art. 7º- C da RN nº
186/2009 da ANS, o ex-empregado demitido ou exonerado sem justa causa ou
aposentado ou seus dependentes ficam dispensados do cumprimento de novos
períodos de carência na contratação de novo plano individual ou familiar ou
coletivo por adesão, seja na mesma operadora, seja em outra, desde que peçam a
transferência durante o período de manutenção da condição de beneficiário
garantida pelos arts. 30 e 31 da Lei nº 9.656/98. STJ. (Info 592).

VÍCIO DO PRODUTO. RESPONSABILIDADE: O provedor de buscas de produtos à


venda on-line que não realiza qualquer intermediação entre consumidor e
vendedor não pode ser responsabilizado por qualquer vício da mercadoria ou
inadimplemento contratual. Exemplos de provedores de buscas de produtos:
Shopping UOL, Buscapé, Bondfaro. STJ. (Info 593).

CONTRATOS BANCÁRIOS: O cliente paga alguma tarifa bancária quando ele saca
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dinheiro de sua conta? Os bancos adotam a seguinte prática contratual: o cliente
pode fazer até quatro saques por mês sem pagar nada. A partir do quinto saque, é
cobrada uma tarifa bancária. Esta prática bancária é válida? SIM. É legítima a
cobrança, pelas instituições financeiras, de tarifas relativas a saques quando estes
excederem o quantitativo de quatro realizações por mês. STJ. (Info 596).

CONTRATOS BANCÁRIOS: Nos contratos de arrendamento mercantil, é permitido


que a instituição cobre do consumidor tarifa bancária pela liquidação antecipada
(parcial ou total) do saldo devedor? • Contratos celebrados antes da Resolução
CMN nº 3.516/2007 (antes de 10/12/2007): SIM • Contratos firmados depois da
Resolução CMN nº 3.516/2007 (de 10/12/2007 para frente): NÃO Assim, para as
operações de crédito e arrendamento mercantil contratadas antes de 10/12/2007
(data de publicação da referida Resolução), podem ser cobradas tarifas pela
liquidação antecipada no momento em que for efetivada a liquidação, desde que a
cobrança dessa tarifa esteja claramente identificada no extrato de conferência. STJ.
(Info 597).

a l
PLANO DE SAÚDE: Em 1999, João aposentou-se pelo INSS. Em 2000, voltou a
io
trabalhar para uma empresa e passou a usufruir do plano de saúde coletivon
a c
empresarial no qual a empregadora pagava metade e ele a outra metade das

u c ER
mensalidades. Em 2009, João foi demitido sem justa causa, mas continuou no
d IL
plano, assumindo o pagamento integral das mensalidades. Em 2015, João faleceu e
E M
e
Maria continuou no plano, não mais na condição de dependente, mas sim na de
rt RO
beneficiária principal. Em 2017, contudo, o plano enviou uma carta para Maria
p o OR
comunicando que havia cessado a sua condição de segurada no plano de saúde

S C 41- m u H 89
coletivo. O argumento utilizado pelo plano de saúde para cessar a condição de
segurada de Maria foi o de que a sua situação se enquadrava no art. 30 da Lei nº
um IZ .7 .co
er L
9.656/98. Maria não concordou e afirmou que, quando João faleceu, ele estava
U4 ma4 il
aposentado, de forma que deveria incidir a regra do art. 31 da Lei nº 9.656/98. A

d V R O
4 3 . 0
manutenção de Maria no plano ocorreu com base no art. 30 ou no art. 31 da Lei nº
g
A PE D 0 er@
9.656/98? Aplica-se o disposto no art. 31 da Lei nº 9.656/98 ao aposentado – e ao
l
grupo familiar inscrito, na hipótese de seu falecimento – que é contratado por
mi
empresa e, posteriormente, demitido sem justa causa. No caso concreto, Maria
p lc
terá direito de continuar no plano por tempo indeterminado (regra do caput do art.
31) ou por prazo determinado (regra do § 1º do art. 31)? Por prazo determinado. A
lei somente assegura ao aposentado a sua manutenção como beneficiário, sem
qualquer restrição temporal, quando houver contribuído para os planos de
assistência à saúde pelo prazo mínimo de 10 anos (regra do caput do art. 31). A
vigência do contrato de seguro saúde iniciou-se em 2000, quando João foi
contratado pela empresa X. Em 2009 João foi demitido sem justa causa e continuou
como beneficiário do plano de saúde, assumindo oônus integral do pagamento das
mensalidades, o que fez até a data de seu óbito, em 2015. Desta feita, tem-se que
o tempo de filiação original ao plano foi de 9 anos (2000 a 2009), mostrando-se,
impossível, portanto, a aplicação do art. 31, caput, da Lei, que exige tempo de
contribuição mínimo de 10 anos. Maria alegou que, com a morte de João, ela o
teria sucedido no plano de saúde, devendo, portanto, somar o tempo que João
contribuiu (9 anos) com o tempo que ela também pagou o plano (2 anos, ou seja,
de 2015 a 2017). Logo, somando esses dois períodos, haveria mais que 10 anos de
contribuição ao plano. Essa tese foi aceita pelo STJ? NÃO. O art. 31 da Lei
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expressamente exige que o APOSENTADO tenha contribuído por prazo mínimo de
10 anos, não prevendo a possibilidade de haver a soma do período de contribuição
do aposentado com seus eventuais sucessores. João contribuiu por 9 anos para o
plano coletivo de assistência à saúde. Logo, a manutenção do contrato em favor de
Maria deve se dar por 9 anos. O termo inicial para a contagem desses 9 anos de
manutenção do contrato não pode ser considerado a data do óbito de João (2015)
mas sim a data em que ocorreu a cessação do vínculo empregatício (2009),
considerando que foi neste momento que nasceu o direito à manutenção do
titular, bem como de sua dependente no plano de saúde. STJ. (Info 597).

NÃO APLICAÇÃO CDC: Não se aplica o Código de Defesa do Consumidor - CDC ao


contrato de transporte de mercadorias vinculado a contrato de compra e venda de
insumos. STJ. (Info 600)

RESPONSABILIDADE CIVIL E TRANSPORTE AÉREO: Em caso de extravio de bagagem


ocorrido em transporte internacional envolvendo consumidor, aplica-se o CDC ou a
indenização tarifada prevista nas Convenções de Varsóvia e de Montreal? As
a l
io
normas e os tratados internacionais limitadores da responsabilidade das n
Convenções internacionais. Nos termos do art. 178 da Constituição da República, as

a c
transportadoras aéreas de passageiros, especialmente as Convenções de Varsóvia e

u c ER
Montreal, têm prevalência em relação ao Código de Defesa do Consumidor. Art.
d IL
178. A lei disporá sobre a ordenação dos transportes aéreo, aquático e terrestre,
E M
e
devendo, quanto à ordenação do transporte internacional, observar os acordos
rt RO
firmados pela União, atendido o princípio da reciprocidade. STF. Plenário. RE
p o OR
636331/RJ, Rel. Min. Gilmar Mendes e ARE 766618/SP, Rel. Min. Roberto Barroso,

S C 41- m u H 89
julgados em 25/05/2017 (repercussão geral) (Info 866). Três importantes
observações: 1) as Convenções de Varsóvia e de Montreal regulam apenas o
um IZ .7 .co
er L
transporte internacional (art. 178 da CF/88). Em caso de transporte nacional,
U4 ma4 il
aplica-se o CDC; 2) a limitação indenizatória prevista nas Convenções de Varsóvia e

d V R O
4 3 . 0
de Montreal abrange apenas a reparação por danos materiais, não se aplicando
g
A PE D 0 er@
para indenizações por danos morais. 3) as Convenções de Varsóvia e de Montreal
l
devem ser aplicadas não apenas na hipótese de extravio de bagagem, mas também
mi
em outras questões envolvendo o transporte aéreo internacional.
p lc
RESPONSABILIDADE CIVIL E TRANSPORTE AÉREO: Qual é o prazo prescricional da
ação de responsabilidade civil no caso de acidente aéreo em voo doméstico? 5
anos, segundo entendimento do STJ, aplicando-se o CDC. Qual é o prazo
prescricional da ação de responsabilidade civil no caso de acidente aéreo em voo
internacional? 2 anos, com base no art. 29 da Convenção de Varsóvia. Nos termos
do art. 178 da Constituição da República, as normas e os tratados internacionais
limitadores da responsabilidade das transportadoras aéreas de passageiros,
especialmente as Convenções de Varsóvia e Montreal, têm prevalência em relação
ao Código de Defesa do Consumidor. STF. (repercussão geral) (Info 866).

BANCO DE DADOS E CADASTROS. DANO MATERIAL. DANO EMERGENTE. NÃO


CONFIGURAÇÃO: O valor que seria objeto de mútuo, negado por força de inscrição
indevida em cadastro de inadimplentes, não pode ser ressarcido a título de dano
emergente. Não há perda material efetiva pelo fato de ter sido negado crédito ao
consumidor. Dessa forma, o ressarcimento por dano emergente, neste caso, seria
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destituído de suporte fático, consistindo a condenação, nessas condições, em
verdadeira hipótese de enriquecimento ilícito. STJ. (Info 602).

RESPONSABILIDADE PELO VÍCIO DE PRODUTO: O fornecimento de bem durável ao


seu destinatário final, por removê-lo do mercado de consumo, põe termo à cadeia
de seus fornecedores originais. A posterior revenda desse mesmo bem por seu
adquirente constitui nova relação jurídica obrigacional com o eventual comprador.
Assim, os eventuais prejuízos decorrentes dessa segunda relação não podem ser
cobrados do fornecedor original. Não se pode estender ao integrante daquela
primeira cadeia de fornecimento a responsabilidade solidária de que trata o art. 18
do CDC por eventuais vícios que o adquirente da segunda relação jurídica venha a
detectar no produto. Ex: a empresa “Via Autos” alienou um carro para João que,
depois de dois anos utilizando o veículo, vendeu o automóvel para Pedro. Em
seguida, Pedro percebeu que o hodômetro do carro havia sido adulterado para
reduzir a quilometragem. Pedro não poderá exigir a responsabilização da “Via
Autos” pelo vício do produto. STJ. (Info 603).

a l
CONCESSIONÁRIAS DE SERVIÇOS PÚBLICO. AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO.
io n
PRAZO PRESCRICIONAL: Súmula 412-STJ: A ação de repetição de indébito de tarifas
a c
de água e esgoto sujeita-se ao prazo prescricional estabelecido no Código Civil. O

u c ER
prazo prescricional para as ações de repetição de indébito relativo às tarifas de
d IL
serviços de água e esgoto cobradas indevidamente é de: a) 20 (vinte) anos, na
E M
e
forma do art. 177 do Código Civil de 1916; ou b) 10 (dez) anos, tal como previsto no
rt RO
art. 205 do Código Civil de 2002, observando-se a regra de direito intertemporal,
p o OR
estabelecida no art. 2.028 do Código Civil de 2002. STJ. (recurso repetitivo) (Info
603).
S C 41- m u H 89
um IZ .7 .co
er L
PLANO DE SAÚDE: Não é abusiva a exigência de indicação da CID (Classificação
U4 ma4 il
Internacional de Doenças), como condição de deferimento, nas requisições de

d V R O
4 3 . 0
exames e serviços oferecidos pelas prestadoras de plano de saúde, bem como para
g
A PE D 0 er@
o pagamento de honorários médicos. A exigência de menção da CID nas requisições
l
de exames e demais serviços de saúde decorre do fato de que as operadoras de
mi
planos de saúde estão obrigadas a prestar apenas os serviços previstos no contrato.
p lc
Logo, é importante essa informação para que os pagamentos e as requisições de
exames não se voltem para tratamentos que ultrapassem as obrigações contratuais
do plano de saúde. STJ. (Info 610).

CLÁUSULAS ABUSIVAS: Não há abusividade na cláusula contratual que estabeleça


o repasse dos custos administrativos da instituição financeira com as ligações
telefônicas dirigidas ao consumidor inadimplente. Ex: João resolveu tomar um
empréstimo junto ao banco. No contrato, há uma cláusula prevendo que se o
contratante atrasar o pagamento das parcelas do empréstimo e, em razão disso, a
instituição financeira tiver que fazer ligações telefônicas ao devedor para cobrar o
débito, o consumidor deverá pagar, além dos juros e da multa, os custos com as
ligações telefônicas. Tal cláusula, em princípio, é válida. STJ. (Info 611)

PLANO DE SAÚDE: É abusiva a cláusula contratual ou o ato da operadora de plano


de saúde que limite ou interrompa o tratamento psicoterápico oferecido ao usuário
sob o argumento de que já se esgotou o número máximo de sessões anuais
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asseguradas no Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde da ANS. Depois que
terminarem as sessões obrigatórias que o plano tem o dever de custear
integralmente, deverão continuar sendo oferecidas as sessões necessárias para o
tratamento, no entanto, a partir daí, o custo delas será dividido, em regime de
coparticipação, entre o plano de saúde e o usuário. Ex: o médico solicitou para João
40 sessões de psicoterapia. Contudo, a ANS prevê que os planos de saúde são
obrigados a custear apenas 18; para o STJ, isso significa que essas 18 o plano irá
pagar sozinho e as 22 a mais deverão ser custeadas, de forma dividida, entre o
plano e o usuário (João). STJ. (Info 612).

DIREITO À INFORMAÇÃO: O fornecedor de alimentos deve complementar a


informação-conteúdo "contém glúten" com a informação-advertência de que o
glúten é prejudicial à saúde dos consumidores com doença celíaca. STJ. (Info 612)

LEGITIMIDADE. PLANO DE SAÚDE: O beneficiário de plano de saúde coletivo por


adesão possui legitimidade ativa para se insurgir contra rescisão contratual
unilateral realizada pela operadora. (Info 615).
a l
io n
DANO MORAL: O saque indevido de numerário em conta corrente, reconhecido e
a c
devolvido pela instituição financeira dias após a prática do ilícito, não configura,
por si só, dano moral in re ipsa. STJ. (Info 615).
u c ER
E M d IL
e
AÇÃO REDIBITÓRIA. RECLAMAÇÃO. DECADÊNCIA. A reclamação obstativa da
rt RO
decadência, prevista no art. 26, § 2º, I, do CDC pode ser feita documentalmente ou
verbalmente. STJ. (Info 614).
p o OR
S C 41- m u H 89
FATO DO PRODUTO: Para ocorrer indenização por danos morais em função do
um IZ .7 .co
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encontro de corpo estranho em alimento industrializado, é necessária a sua
ingestão? U4 ma4 il
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4 3 . 0 g
A PE D 0 er@
A jurisprudência é dividida sobre o tema:
l
• Ausente a ingestão do produto considerado impróprio para o consumo em
mi
virtude da presença de corpo estranho, não se configura o dano moral
p lc
indenizável. Nesse sentido: STJ 16/04/2015.

• A aquisição de produto de gênero alimentício contendo em seu interior corpo


estranho, expondo o consumidor à risco concreto de lesão à sua saúde e
segurança, ainda que não ocorra a ingestão de seu conteúdo, dá direito à
compensação por dano moral, dada a ofensa ao direito fundamental à
alimentação adequada, corolário do princípio da dignidade da pessoa humana. O
simples ato de “levar à boca” gera dano moral in re ipsa, independentemente de
sua ingestão. (Info 616).

STJ. 3ª Turma. REsp 1.644.405-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em


09/11/2017 (Info 616).
Ao observar o inteiro teor dos julgados e os casos examinados, percebe-se a
seguinte distinção:
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• Se o consumidor encontra o corpo estranho sem ter comido nada do produto:
não cabe danos morais.
• Se o consumidor encontra o corpo estranho após ter comido parte do produto:
cabe danos morais, mesmo que ele não tenha ingerido o corpo estranho.
Vale ressaltar, contudo, que essa diferenciação não consta de forma expressa nos
julgados. Trata-se de uma constatação pessoal, razão pela qual deve-se ter cautela
em afirmar isso nos concursos públicos. Para fins de prova, é importante ficar com
a redação literal das ementas, conforme exposto acima.

VÍCIO DO PRODUTO: Dever do comerciante de receber e enviar os aparelhos


viciados para a assistência técnica ou para o fabricante. Atualize o Info 557-STJ! Se
o produto que o consumidor comprou apresenta um vício, ele tem o direito de ter
esse vício sanado no prazo de 30 dias (art. 18, § 1º do CDC).
Para tanto, o consumidor pode escolher para quem levará o produto a fim de ser
consertado:
a) para o comerciante;
b) para a assistência técnica ou
a l
c) para o fabricante.
io n
Em outras palavras, cabe ao consumidor a escolha para exercer seu direito de ter
a c
sanado o vício do produto em 30 dias: levar o produto ao comerciante, à
assistência técnica ou diretamente ao fabricante.
u c ER
d IL
STJ. 3ª Turma. REsp 1.634.851-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 12/09/2017
E M
(Info 619).
e
rt RO
p o OR
VÍCIO DO PRODUTO: Prazo prescricional em caso de vício de qualidade e de

S C 41- m u H 89
quantidade em imóvel adquirido por consumidor A ação de indenização por danos
materiais proposta por consumidor contra construtora em virtude de vícios de
um IZ .7 .co
er L
qualidade e de quantidade do imóvel adquirido tem prazo prescricional de 10 anos,
U4 ma4 il
com fundamento no art. 205 do CC/2002.

d V R O
4 3 . 0
Não se aplica o prazo decadencial do art. 26 do CDC. O art. 26 trata do prazo que o
g
A PE D 0 er@
consumidor possui para exigir uma das alternativas previstas no art. 20 do CDC.
l
Não se trata de prazo prescricional.
mi
Não se aplica o prazo do art. 27 do CDC porque este se refere apenas a fato do
p lc
produto. STJ. 3ª Turma. REsp 1.534.831-DF, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, Rel.
Acd. Min. Nancy Andrighi, julgado em 20/02/2018 (Info 620).

FATO DO SERVIÇO: Bancorbrás responde por acidente de consumo ocorrido em


hotel conveniado A Bancorbrás é parte legítima para figurar no polo passivo de
ação indenizatória de dano moral decorrente de defeito do serviço prestado por
hotel integrante de sua rede conveniada. STJ. 4ª Turma. REsp 1.378.284-PB, Rel.
Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 08/02/2018 (Info 620).

PLANO DE SAÚDE: Plano de saúde coletivo que mais se assemelha a um contrato


individual e impossibilidade de rescisão unilateral imotivada. Não é válida a
rescisão unilateral imotivada de plano de saúde coletivo empresarial por parte da
operadora em face de microempresa com apenas dois beneficiários.
No caso concreto, havia um contrato coletivo atípico e que, portanto, merecia
receber tratamento como se fosse um contrato de plano de saúde individual. Isso
porque a pessoa jurídica contratante é uma microempresa e são apenas dois os
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beneficiários do contrato, sendo eles hipossuficientes frente à operadora do plano
de saúde. No contrato de plano de saúde individual é vedada a rescisão unilateral,
salvo por fraude ou não-pagamento da mensalidade. STJ. 3ª Turma. REsp
1.701.600-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 06/03/2018 (Info 621).

COMPRA E VENDA DE IMÓVEL: Atraso na entrega do imóvel e lucros cessantes. O


atraso na entrega do imóvel enseja pagamento de indenização por lucros cessantes
durante o período de mora do promitente vendedor, sendo presumido o prejuízo
do promitente comprador. Os lucros cessantes serão devidos ainda que não fique
demonstrado que o promitente comprador tinha finalidade negocial na transação.
STJ. 2ª Seção. EREsp 1.341.138-SP, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em
09/05/2018 (Info 626).

DEFESA DOS CONSUMIDORES EM JUÍZO: Legitimidade do Município para defesa


dos consumidores. Município tem legitimidade ad causam para ajuizar ação civil
pública em defesa de direitos consumeristas questionando a cobrança de tarifas
bancárias.
a l
io n
Em relação ao Ministério Público e aos entes políticos, que têm como finalidades
institucionais a proteção de valores fundamentais, como a defesa coletiva dos
a c
consumidores, não se exige pertinência temática e representatividade adequada.

u c ER
STJ. 3ª Turma. REsp 1.509.586-SC, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em
15/05/2018 (Info 626).
E M d IL
e
rt RO
RESPONSABILIDADE PELO FATO DO SERVIÇO: Alteração do transporte aéreo para
p o OR
terrestre e ocorrência de roubo: dever de indenizar. A alteração substancial e

S C 41- m u H 89
unilateral do contrato firmado de transporte aéreo para terrestre impede a
utilização da excludente de fortuito externo para eximir a empresa de transporte
um IZ .7 .co
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aéreo da responsabilidade civil por danos causados por roubo ao ônibus. STJ. 3ª
U4 ma4 il
Turma. REsp 1.728.068-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 05/06/2018

d V
(Info 627).
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l
RESPONSABILIDADE PELO FATO DO SERVIÇO: Concessionária de transporte
mi
ferroviário deve pagar indenização à passageira que sofreu assédio sexual
p lc
praticado por outro usuário no interior do trem. A concessionária de transporte
ferroviário pode responder por dano moral sofrido por passageira, vítima de
assédio sexual, praticado por outro usuário no interior do trem. STJ. 1ª Turma. REsp
1.662.551-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 15/05/2018 (Info 628).

PROTEÇÃO CONTRATUAL: O consumidor paga uma multa para a operadora do


cartão de crédito caso atrase as parcelas, não se podendo querer aplicar essa
mesma multa, com base no equilíbrio contratual, para a empresa que vende os
produtos pela internet Em compras realizadas na internet, o fato de o consumidor
ser penalizado com a obrigação de arcar com multa moratória, prevista no contrato
com a financeira, quando atrasa o pagamento de suas faturas de cartão de crédito
não autoriza a imposição, por sentença coletiva, de cláusula penal ao fornecedor de
bens móveis, nos casos de atraso na entrega da mercadoria e na demora de
restituição do valor pago quando do exercício do direito do arrependimento. STJ. 4ª
Turma. REsp 1.412.993-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, Rel. Acd. Min. Maria
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Isabel Gallotti, julgado em 08/05/2018 (Info 628).

MINISTÉRIO PÚBLICO: Ministério Público tem legitimidade para ajuizar ação civil
pública na defesa de consumidores que adquiriram imóvel com cláusulas abusivas
O Ministério Público possui legitimidade ativa para postular em juízo a defesa de
direitos transindividuais de consumidores que celebram contratos de compra e
venda de imóveis com cláusulas pretensamente abusivas. STJ. Corte Especial. EREsp
1.378.938-SP, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 20/06/2018 (Info 629).
Vale a pena relembrar: Súmula 601-STJ: O Ministério Público tem legitimidade ativa
para atuar na defesa de direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos dos
consumidores, ainda que decorrentes da prestação de serviço público.

SÚMULAS NOVAS:

Súmula 595-STJ: As instituições de ensino superior respondem objetivamente pelos


danos suportados pelo aluno/consumidor pela realização de curso não reconhecido
pelo Ministério da Educação, sobre o qual não lhe tenha sido dada prévia e
a l
adequada informação.
io n
Súmula 597-STJ: A cláusula contratual de plano de saúde que prevê carência para
a c
utilização dos serviços de assistência médica nas situações de emergência ou de

u c ER
urgência é considerada abusiva se ultrapassado o prazo máximo de 24 horas
contado da data da contratação.
E M d IL
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CAVALCANTI, Márcio André Lopes. Vade Mecum de jurisprudência. DIZER O DIREITO.
Juspodivm: Salvador, 2017.

GOMES, Nathália Stivalle. Direito do Consumidor. Juspodvum: 2019.

GOUVEIA, Mlia. Informativos em frase. Juspodivm: Salvador, 2017.

NETO, Felipe Peixoto Braga. Manual de direito do consumidor. Juspodvim: Salvador,


2015.

a l
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a c
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E M d IL
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APRESENTAÇÃO

Caro(a) Aluno(a),

A preparação para concursos públicos exige profissionalismo, métrica e estratégia.


Cada minuto despendido deve ser bem gasto! Por isso, uma preparação direcionada,
focada nos pontos com maior probabilidade de cobrança no seu certame, pode
representar a diferença entre aprovação e reprovação.

Ciente disso, a Ad Verum Suporte Educacional, empresa do Grupo CERS ONLINE,


concebeu o curso INTELIGÊNCIA PDF – Defensoria Pública Estadual, que tem por
premissa fundamental “atacar” os pontos nucleares de cada matéria, com vistas à
antecipação dos temas com maiores chances de cobrança em sua prova.

Fazer isso não é tarefa fácil! É necessário um árduo esforço de pesquisa, levando-se
em consideração fatores como banca examinadora e respectivos membros (sempre
a l
io n
que possível), retrospecto do concurso, incidência temática de cada disciplina,
momento da economia do país, dentre tantos outros, aliados a experiência de

a c
Professores de projeção nacional, com larguíssima experiência na análise do perfil dos
mais diferentes certames públicos.
u c ER
E M d IL
Para tornar tudo isso uma realidade, a Ad Verum investiu muito em seu Método de
e
rt RO
Aceleração de Aprendizagem (MAVAA). Hoje, contamos com um SETOR DE
o OR
INTELIGÊNCIA, responsável por ampla coleta de dados e informações das mais
p
S C 41- m u H 89
diferentes fontes relacionadas ao universo de cada concurso, de modo a, a partir do
processamento dos dados coletados, oferecer aos seus alunos uma experiência
m IZ .7 .co
diferenciada quando comparada a tudo que ele conhece em matéria de preparação
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para carreiras públicas.
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U
4 ma 4 il
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Racionalizar o estudo do aluno é mais que um objetivo para Ad Verum, trata-se de
4
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uma obsessão. 0 er@
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Bom estudo! p lc

Francisco Penante

CEO Ad Verum Suporte Educacional

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 4
2. EVOLUÇÃO DO DIREITO EMPRESARIAL (FASES) .................................................. 4
3. OBJETO DO DIREITO EMPRESARIAL......................................................................2

4. EMPRESÁRIO E EMPRESA ................................................................................... 6


5. EXCEÇÕES À CARACTERIZAÇÃO COMO EMPRESÁRIO .......................................... 6
6. EMPRESÁRIO INDIVIDUAL .................................................................................. 7
7. EMPRESÁRIO CASADO E SÓCIOS CASADOS ......................................................... 8
8. EMPRESA INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE LIMITADA .................................. 9
9. REGISTRO NA JUNTA COMERCIAL ....................................................................... 9
10. ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL.................................................................... 11

a l
11. PREPOSTOS ...................................................................................................... 13

io n
12. ESCRITURAÇÃO ................................................................................................ 14
a c
c ER
13. NOME EMPRESARIAL ....................................................................................... 15
u
d IL
14. MARCA..............................................................................................................16
E M
e
rt RO
15. DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA (teoria da penetração, teoria
o OR
da superação e disregard of legal entity doctrine).................................................. 207
p
1. u H 89
INTRODUÇÃO ................................................................................................... 21
S C 41- m
2.
um
SOCIEDADES EMPRESÁRIAS E SOCIEDADES SIMPLES ........................................ 21
IZ .7 .co
3.
4. V O . er L
0
U
4 ma 4 il
TIPOS SOCIETÁRIOS EMPRESÁRIOS .................................................................. 22
SOCIEDADES NÃO PERSONIFICADAS ................................................................. 30
d R 4 3 g
5. A PE D 0 er@
DA CLASSIFICAÇÃO DAS SOCIEDADES ............................................................... 32
l
1. i
INTRODUÇÃO ................................................................................................... 34
m
p lc DE CRÉDITO ........................................................... 34
2. CLASSIFICAÇÃO DOS TÍTULOS
3 TÍTULOS DE CRÉDITO EM ESPÉCIE ..................................................................... 36
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 43
2. DISPOSIÇÕES COMUNS..................................................................................... 44
3. DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL ............................................................................. 47
4. RECUPERAÇÃO JUDICIAL ESPECIAL ................................................................... 49
5. RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL ........................................................................ 50
6. FALÊNCIA ......................................................................................................... 51
7. JURISPRUDÊNCIA ................................................................................................. 62
BIBLIOGRAFIA .......................................................................................................... 62

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I - TEORIA GERAL DO DIREITO EMPRESARIAL

1. INTRODUÇÃO

A disciplina jurídica da exploração de atividade econômica é objeto de dois


níveis de abordagem: a primeira sobre as relações de direito público (princípios da
supremacia e da indisponibilidade do interesse público), como no Direito
Administrativo; e a segunda, regulando as relações da atividade empresarial (direito
privado, Direito Empresarial), nas quais vigem os princípios da autonomia da vontade
e da igualdade.

2. EVOLUÇÃO DO DIREITO EMPRESARIAL (FASES)

2.1. a l
io n
Fase das corporações de ofício: Antes da fase das corporações de ofício
(entidades de classe dos comerciantes), não era feita divisão entre o direito
a c
empresarial e o direito civil.1 Esta fase, na idade média (segunda metade do século
u c ER
XII), é o marco inicial do direito comercial, em decorrência da expansão marítima. As
E M d IL
corporações de ofício regulamentavam a atuação comercial com base nos seus usos e
e
rt RO
costumes.2 Vislumbra-se, aqui, três subfases/características: a) Sistema subjetivo:

p o OR
para ser comerciante, era necessário o registro nas corporações de ofício, de natureza
u H 89
constitutiva. Sistema fechado e protetivo do registrado.3b) Ascensão da burguesia:
S C 41- m
um
as leis comerciais eram aplicadas a outras pessoas, ainda que não registrados. c)
IZ .7 .co
er L U il
Início da idade moderna: surgiram leis estatais e Tribunais próprios a incidir sobre as
44 ma
d V
relações de comércio.
R O
4 3 . 0 g
A2.2. PE D 0 er@
Fase da teoria dos atos de comércio ou sistema francês: início na
l i
Revolução Francesa; Código Comercial Francês de 1808 (Código Comercial
m
p lc
Napoleônico). Sistema objetivo, o indivíduo era comerciante não em razão de seu
registro, mas da atividade exercida (se exercer ato de comércio, a pessoa será
comerciante, independentemente de ser registrado em determinada corporação).4
Por se basear em um rol de atividades distintas que a lei quis considerar como atos
de comércio, REQUIÃO diz que a teoria dos atos de comércio não se reveste de
consistência científica.

1
COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito comercial, volume 1: direito de empresa. São Paulo:
Editora Revista dos Tribunais, 2016. pp. 33.
2
PENANTE JR, Francisco. Resumos para concursos, vol. 37, Direito Empresarial, 2ª edição. São
Paulo: Editora jus podivm, 2017. p.14.
3
COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito comercial, volume 1: direito de empresa. São Paulo:
Editora Revista dos Tribunais, 2016. pp. 33.
4
MAMEDE, Gladston. Manual de direito empresarial. São Paulo: Atlas, 2017. pp. 2-3.

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O Direito Brasileiro, incialmente, utilizou a teoria dos atos de comércio. O
Código Comercial de 1850 foi baseado no Code de Commerce de 1808 e também nos
Códigos Espanhol e Português. Atualmente, ainda está em vigor o Código Comercial
em relação ao Direito Marítimo. O Código Comercial Brasileiro destoou do Código
Comercial Francês ao não elencar o rol de atos de comércio no próprio diploma,
ficando a cargo do Regulamento 737 de 1850 estabelecer a abrangência destes atos
no Brasil. O marco inicial do Direito Comercial Brasileiro é a Lei de Abertura dos
Portos às Nações Amigas de 1808.
A teoria dos atos de comércio sempre foi criticada ao deixar de fora
importantes atividades econômicas. Nisso, importantes atividades econômicas não
teriam os benefícios dados aos comerciantes, como a possibilidade de requere
concordata preventiva (hoje substituída pela recuperação judicial).

2.3. Fase da teoria da empresa ou sistema italiano: Códice Civile (Código


Civil Italiano) de 1942. Ampliação da abrangência do Direito Comercial (agora Direito

l
Empresarial). Código Civil de 2002. Surgem as ideias de empresa e de empresário.
a
io n
Contam com a proteção das normas de direito empresarial aqueles que praticarem
empresa (atividade econômica, exercida profissionalmente e organizada para a
a c
produção ou circulação de bens ou de serviços), mediante a organização dos fatores
u c ER
de produção (força de trabalho/mão de obra, matéria-prima, capital e tecnologia).
E M d IL
3. OBJETO DO DIREITO EMPRESARIAL e
rt RO
p o OR
S C 41- m u H 89
Essencialmente, o objeto do Direito Empresarial é disciplinar as relações entre
empresários e regular as sociedades empresariais. Enquanto antes o objeto do Direito

um IZ .7 .co
Empresarial era tido a partir da teoria dos atos de comércio, com o Código Civil de
er L U 4
4 ma il
2002 o objeto foi ampliado, abrangendo toda e qualquer atividade econômica (cf. art.
V O .
966 do Código Civil). 0
d R 4 3 g
A PE D
O Direito Empresarial chegou à atualidade promovendo o desenvolvimento dos
0 er@
negócios, em virtude dos diversos instrumentos que coloca à disposição para as
l
mi
operações, com suas normas e diversos tipos de contratos, atendendo às necessidades
dos empresários.
p lc
3.1. Comércio e atividade negocial: o comércio é a atividade com fins
lucrativos, sendo de grande importância para o movimento de mercadorias, e cada
elemento pertencente ao comércio é chamado de matéria de comércio. Já a
atividade negocial pode ser entendida como qualquer atividade que tenha por
finalidade o lucro, ou seja, desde a atividade extrativa de matéria-prima, a indústria,
o comércio e a prestação de serviços. Assim, a atividade negocial é mais ampla do
que comércio, visto que inclui qualquer atividade de prestação de serviços, que
também faz parte do escopo do Direito Empresarial.
3.2. Comércio eletrônico: o comércio chegou ao final do século XX
impulsionado pelo sistema eletrônico denominado internet. A prática de comércio
por esse meio foi denominada por “comércio eletrônico” ou e-commerce,

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representando o futuro, podendo ser definido como negociações realizadas pela
internet ou outro recurso da tecnologia da informação.

4. EMPRESÁRIO E EMPRESA

O CC/2002, no art. 966, caput, traz o conceito de empresário como sendo


aquele que exerce, profissionalmente, atividade econômica organizada para a
produção ou a circulação de bens ou de serviços. A essa atividade exercida se dá o
nome de “empresa”. Assim, a empresa (ou atividade empresarial), para o direito
brasileiro, é entendida como aquela atividade econômica (busca o lucro) exercida de
forma profissional (com habitualidade) e organizada (mediante organização dos
fatores de produção) e direcionada à produção ou à circulação de bens ou serviços.
Os fatores de produção que acarretam a organização da atividade empresária são
capital, insumos/matéria-prima, mão de obra e tecnologia. A ausência de qualquer
um desses fatores implica dizer que a atividade não é organizada e, por
l
consequência, não pode ser considerada empresa (será, pois, atividade civil).5
a
io n
Evidente, pois, desse somatório de elementos exsurge a ideia de habitualidade
na prática desta função, podendo-se afirmar que somente a atividade praticada com
a c
certa constância pode ser reconhecida como de natureza profissional. (REsp
1.539.154 de 25/11/2015)
u c ER
d IL
A expressão “empresário” pode abarcar o empresário pessoa física
E M
e
(empresário individual) e o empresário pessoa jurídica (sociedade empresária ou
rt RO
empresa individual de responsabilidade limitada - EIRELI). Em sentido estrito,
p o OR
empresário é a pessoa física que exerce empresa. Importante salientar que a própria

S C 41- m u H 89
sociedade é empresária, e não os seus sócios. Sócio de sociedade empresária não é
considerado empresário.
um IZ .7 .co
er L
Certas pessoas, como membros do MP e magistrados, não podem ser
U 4
4 ma il
empresários individuais, mas podem ser sócias de sociedade empresária, desde que
V O 3 . 0
não exerçam administração. Se exercerem, apesar da proibição, serão
d R 4 g
A PE D 0 er@
responsabilizados pelas obrigações. No mesmo sentido, as pessoas impedidas de ser
l
empresários podem ser titulares de EIRELI, desde que não a administrem.
mi
p lc
5. EXCEÇÕES À CARACTERIZAÇÃO COMO EMPRESÁRIO

Pode-se resumir os principais sujeitos que não são empresários. São eles:

5.1. Exercentes de atividade civil: sem os elementos da atividade


empresária, a atividade exercida será civil.

5.2. Cooperativas: Apesar de registradas na Junta Comercial (art. 18 da Lei


nº 5.764/71), são sempre sociedades simples, exercendo atividade civil por força de
lei (art. 982 do CC/02).

5
PENANTE JR, Francisco. Resumos para concursos, vol. 37, Direito Empresarial, 2ª edição. São
Paulo: Editora jus podivm, 2017. pp. 18-19.

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5.3. Empresário Rural: tem a faculdade de se registrar ou não perante o
Registro Público de Empresas Mercantis. Se não for registrado, não é considerado
empresário. Se optar pelo registro na Junta Comercial, equiparar-se-á a empresário
para todos os fins (art. 971 do CC/02). Este registro terá natureza jurídica
constitutiva, sendo exceção à regra de que o registro do empresário na Junta
Comercial tem natureza meramente declaratória. O empresário rural só pode pedir
recuperação e falir se for registrado, já que são institutos restritos aos exercentes de
empresa.

5.4. Profissão intelectual: A atividade intelectual pode ser uma atividade de


natureza: científica (relacionada com quem é pesquisador ou cientista), literária
(relacionada com a expressão da linguagem, ideias, sentidos e símbolos,
especialmente por meio da escrita) ou artística (relacionada com a arte, que é a

a l
produção de algo extraordinário com a utilização de habilidades e certos métodos). O

io n
p.ú., do art. 966 do CC/02 afirma que, em regra, não são empresários os que exercem
atividade intelectual, ainda que com o concurso de auxiliares.
a c
u c ER
E M d IL
e
rt RO
p o OR
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um
A profissão intelectual será considerada empresária se o seu exercício constituir
IZ .7 .co
er L U
elemento de empresa (quando a atividade intelectual for absorvida pela organização
4
4 ma il
dos fatores de produção, sendo apenas mais um dos elementos da empresa). Essa

d V R O 3 . 0 g
ideia não se aplica, contudo, à advocacia, que será sempre atividade civil por força
4
A PE D 0 er@
do art. 15 do Estatuto da OAB, sendo a sociedade de advogados sempre simples.
l
mi
p lc
6. EMPRESÁRIO INDIVIDUAL

Trata-se de pessoa natural que exerce empresa, tendo responsabilidade


ilimitada (todo o seu patrimônio responde por todas as obrigações, tenha ou não
relação com o exercício da atividade). Tem Cadastro Nacional das Pessoas Jurídicas -
CNPJ para fins tributários. Apesar de ter responsabilidade ilimitada, tem direito ao
benefício de ordem, isto é, deve responder primeiro com os bens afetados à
exploração da empresa.
Há idade mínima para iniciar a atividade como empresário individual (16 anos,
sendo o exercício da empresa causa de emancipação nos termos do art. 5º, parágrafo
único, inciso V, do Código Civil). Não há, contudo, idade mínima para dar continuidade
a uma empresa anteriormente iniciada por seus pais (que faleceram) ou pelo autor da
herança, devendo o menor ser representado ou assistido (princípio da preservação da

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empresa). No mesmo sentido, pode o empresário continuar a empresa por ele
exercida enquanto capaz no caso de incapacidade superveniente.
Em tais hipóteses, será necessária AUTORIZAÇÃO JUDICIAL, após exame das
circunstâncias e dos riscos da empresa, bem como da conveniência em continuá-la,
podendo a autorização ser revogada pelo juiz, ouvidos os pais, tutores ou
representantes legais do menor ou do interdito, sem prejuízo dos direitos adquiridos
por terceiros. Contudo, não ficam sujeitos ao resultado da empresa os bens que ele já
possuía, ao tempo da sucessão ou da interdição, desde que estranhos ao acervo da
empresa, devendo tais fatos constar do alvará que conceder a autorização.
Não se exige idade mínima para ser sócio ou titular de EIRELI (por analogia às
sociedades limitadas), mas este sócio menor deverá integralizar todo o capital, não
poderá ser administrador e deve estar assistido ou representado.

IDADE MÍNIMA
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 16 anos para iniciar (causa de emancipação). Não há
idade mínima para continuar. Deve estar representado
ou assistido
a l
Não há idade mínima. O menor deve estar
io n
SÓCIO OU TITULAR DE
c
representado ou assistido, não pode ser administrador,
a
EIRELI
c ER
todo o capital da sociedade deve ser integralizado. Se o
u
sócio.
E M d IL
menor for emancipado, tem plena capacidade de ser

e
rt RO
o OR
Podem exercer a atividade de empresário os que estiverem em pleno gozo da
p
S C 41- m u H 89
capacidade civil [os que não forem incapazes] e não forem legalmente impedidos
[falido não reabilitado, magistrados, membros do MP, etc.]. A pessoa legalmente
m Z .7 .co
impedida de exercer atividade própria de empresário, se a exercer, responderá pelas
u I
V er L
obrigações contraídas.U
0
4
4 ma il
Se o representante ou assistente do incapaz for pessoa que, por disposição de
O .
d R 4 3 g
lei, não puder exercer atividade de empresário, nomeará, com a aprovação do juiz, um
A PE D 0 er@
ou mais gerentes. Por exemplo, caso um menor de 16 anos herde a empresa antes
l i
exercida por seus pais e o seu tutor seja impedido de exercer empresa (por ser ele um
m
p lc
Promotor de Justiça, por exemplo), ele deverá, com aprovação do juiz, nomear
gerente. Do mesmo modo, será nomeado gerente em todos os casos em que o juiz
entender ser conveniente. Contudo, a aprovação do juiz não exime o representante ou
assistente do menor ou do interdito da responsabilidade pelos atos dos gerentes
nomeados. A prova da emancipação e da autorização do incapaz e a de eventual
revogação desta serão INSCRITAS OU AVERBADAS NO REGISTRO PÚBLICO DE
EMPRESAS MERCANTIS.
O uso da nova firma caberá, conforme o caso, ao gerente; ou ao representante
do incapaz; ou a este, quando puder ser autorizado.

7. EMPRESÁRIO CASADO E SÓCIOS CASADOS

Corrente majoritária entende que o art. 978 é especial em relação ao art. 1.647,
I, do CC/02, podendo o empresário individual casado, sem necessidade de outorga

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conjugal, em qualquer que seja o regime de bens, alienar os imóveis que integrem o
patrimônio da empresa ou gravá-los de ônus real. Segunda corrente entende que
deveria ser feita uma averbação no Cartório de Registro de Imóveis e na Junta
Comercial afetando o bem ao exercício da atividade, autorizando a sua alienação ou
que seja posto ônus real.
É possível que marido e mulher figurem como sócios na mesma sociedade,
desde que não sejam casados na comunhão universal ou separação obrigatória de
bens. Há dispensa de outorga conjugal para alienar ou gravar de ônus reais os imóveis
da empresa.
Além de no Registro Civil, serão arquivados e averbados, no Registro Público de
Empresas Mercantis, os pactos e declarações antenupciais do empresário, o título de
doação, herança, ou legado, de bens clausulados de incomunicabilidade ou
inalienabilidade.
A sentença que decretar ou homologar a separação judicial do empresário e o
ato de reconciliação não podem ser opostos a terceiros, antes de arquivados e
averbados no Registro Público de Empresas Mercantis.

a l
8. EMPRESA INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE LIMITADA
io n
a c
c ER
A EIRELI não é uma sociedade, mas sim pessoa jurídica de direito privado
u
E M d IL
diversa (art. 44, VI, do CC/02). No Direito Brasileiro, as únicas sociedades unipessoais
existentes são a Sociedade Unipessoal de Advogado e a Subsidiária Integral da
Sociedade Anônima. A EIRELI não é sociedade. e
rt RO
p o OR
A EIRELI será constituída por uma única pessoa, física ou jurídica, titular da

S C 41- m u H 89
totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não será inferior a 100
(cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no País. A pessoa natural que constituir

um IZ .7 .co
EIRELI, contudo, somente poderá figurar em uma única empresa dessa modalidade.

V O er L
. 0
U4 ma4 il
O nome empresarial deverá ser formado pela inclusão da expressão "EIRELI"
após a firma ou a denominação social
d R 4 3 g
A empresa individual de responsabilidade limitada também poderá resultar da
A PE D 0 er@
concentração das quotas de outra modalidade societária num único sócio,
l i
independentemente das razões que motivaram tal concentração. Em regra, uma
m
p lc
sociedade se dissolve quando ocorrer a falta de pluralidade de sócios, não
reconstituída no prazo de 180 dias. Não ocorrerá a dissolução, contudo, se o sócio
remanescente requerer a transformação para empresário individual ou para EIRELI.
Poderá ser atribuída à empresa individual de responsabilidade limitada
constituída para a prestação de serviços de qualquer natureza a remuneração
decorrente da cessão de direitos patrimoniais de autor ou de imagem, nome, marca ou
voz de que seja detentor o titular da pessoa jurídica, vinculados à atividade
profissional.
Aplicam-se à empresa individual de responsabilidade limitada, no que couber,
as regras previstas para as sociedades limitadas.

9. REGISTRO NA JUNTA COMERCIAL

O empresário individual deve se registrar no Registro Público de Empresas


Mercantis, a cargo da Junta Comercial da sua sede, antes do início da sua atividade. Ele

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preenche a firma de declaração de empresário individual e deve indicar seu nome,
nacionalidade, domicílio, estado civil e regime de bens se casado, bem como a firma
individual (nome empresarial) que adotará, o objeto, a sede da empresa e o capital.
Igualmente, as sociedades empresárias e a EIRELI devem ter seus atos constitutivos
levados a registro na Junta Comercial. As sociedades simples devem se registrar no
Registro Civil das Pessoas Jurídicas, a cargo do Cartório de Registro de Pessoas
Jurídicas. As cooperativas, apesar de simples, têm seu registro na Junta Comercial por
expressa previsão legal.
O registro é elemento que atribui regularidade à atividade empresária, não se
confundindo com os seus elementos caracterizadores. Se presentes os requisitos do
art. 966 do CC/02, a ausência do registro não lhe retira a condição de empresário. Se
registrada, estaremos diante de atividade empresária exercida de modo regular, ao
passo que, quando não, de atividade empresária irregular. A ausência do registro
implica irregularidade, o que leva a inúmeras limitações, exceto em relação ao
empresário rural, conforme tópico 4.3.6
São três as principais espécies de registro, regulamentadas no art. 32 da Lei

a l
8.934/94. 1. Matrícula: os auxiliares do comércio (leiloeiros, trapicheiros) devem ser
matriculados para que possam exercer a sua atividade.
io n
c
2. Arquivamento: nome dado ao registro requerimento do empresário individual e do
a
u c ER
ato constitutivo da sociedade empresária, da EIRELI e da cooperativa nas Juntas
Comerciais, bem como as posteriores alterações, dissoluções ou mesmo extinção
E M d IL
destes. Averbação: espécie de arquivamento das alterações anotadas à margem do
registro do empresário. e
rt RO
o OR
Somente serão arquivados os atos constitutivos visados por um advogado,
p
S C 41- m u H 89
conforme art. 1º, §2º, da Lei 8.906/94 – Estatuto da OAB. Não se aplica às
microempresas e às empresas de pequeno porte o §2º do art. 1º da Lei nº 8.906/94. O
m Z .7 .co
requerimento do empresário individual e os atos constitutivos das pessoas jurídicas
u I
er L U 4 il
devem ser arquivados no órgão competente dentro do prazo de 30 dias, a contar de

V 0 4 ma
sua lavratura (elaboração e assinatura). Se apresentado tempestivamente, o registro
O .
d R 3 g
retroage à data da sua lavratura (efeitos ex tunc); se apresentado fora do prazo, o
4
A PE D 0 er@
registro não retroagirá (efeitos ex nunc). Há sociedade desde o momento em que os
l i
sócios assinam o ato constitutivo, mas a personalidade jurídica será adquirida apenas
m
com o registro.
p lc
3. Autenticação, que é o registro dos instrumentos de escrituração contábil da
empresa, como livros empresariais e cópias de documentos.
Algumas sociedades dependem de autorização do Poder Público para
funcionar. Assim, as Juntas Comerciais só poderão registrá-las uma vez apresentada a
respectiva autorização (sobre o tema, vale analisar os arts. 1.123 a 1.141 do CC/02).

O “ato constitutivo” é um gênero do qual são espécies: o requerimento (por exemplo,

6
PENANTE JR, Francisco. Resumos para concursos, vol. 37, Direito Empresarial, 2ª edição. São
Paulo: Editora jus podivm, 2017. p.31.

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o do empresário individual e da EIRELI); o contrato social (como o da sociedade
limitada ou da sociedade simples); e o estatuto social (por exemplo, o da sociedade
anônima ou da sociedade cooperativa).

10. ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL

Segundo o CC/2002, estabelecimento empresarial é o complexo de bens


corpóreos e incorpóreos organizado, para exercício da empresa, por empresário, ou
sociedade empresária. A alienação do estabelecimento empresarial ocorre pelo
contrato de trespasse. O trespasse não se confunde com a cessão de cotas sociais, já
que a cessão de cotas não tem o condão de alterar o titular do estabelecimento
empresarial (que continua sendo a mesma sociedade empresária, só que passa a ser
constituída por outros sócios). Com relação a terceiros, o trespasse só produzirá

de publicado na imprensa oficial. a l


efeitos depois de averbado à margem da inscrição do empresário na Junta Comercial e

io n
a c
u c ER
E M d IL
e
rt RO
p o OR
A microempresa e a empresa de pequeno porte, nos termos do art. 71 da Lei

societário. S C 41- m u H 89
Complementar nº 123/06, ficam dispensadas da publicação de qualquer ato

um IZ .7 .co
er L U
4 ma 4 il
No trespasse, se não restarem bens suficientes para solver o passivo do
V O . 0
empresário, só terá eficácia com o consentimento dos credores, de modo expresso ou
d R 4 3 g
A PE D
tácito (credores permanecem em silêncio por 30 dias depois de notificados). A falência
0 er@
l
pode ser decretada se o empresário transfere o estabelecimento a terceiro, credor ou
mi
não, sem o consentimento de todos os credores e sem bens suficientes para solver seu
p lc
passivo (art. 94, III, c, Lei de Falências). A referida conduta se constitui, pois, em ato de
falência.
Quanto à sucessão das obrigações do alienante, o adquirente do
estabelecimento responde pelo pagamento dos débitos anteriores à transferência,
desde que regularmente contabilizados, continuando o devedor primitivo
solidariamente obrigado pelo prazo de um ano, a partir, quanto aos créditos
vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, da data do vencimento. A mudança na
propriedade ou na estrutura jurídica da empresa não afetará os contratos de trabalho
dos respectivos empregados (art. 448 da CLT). No caso de trespasse na falência, o
objeto da alienação estará livre de qualquer ônus e não haverá sucessão do
arrematante nas obrigações do devedor, inclusive as de natureza tributária.

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10.1. Aviamento: estimação da importância da organização do complexo de
bens e à forma como é empregada na busca do lucro 7. Aviamento (fundo de comércio)
é a aptidão do estabelecimento de gerar lucros, seu valor organizacional, capital
intelectual. O estabelecimento empresarial e o seu aviamento são institutos atávicos,
ou seja, são elementos indissociáveis.8

10.2. Ponto empresarial, clientela e freguesia: o ponto empresarial é um dos


bens incorpóreos que compõem o estabelecimento empresarial. É o local no qual o
empresário desenvolve a sua atividade. O efetivo exercício da empresa dota
determinado imóvel de um atributo que antes não possuía, acrescentando-lhe valor
imaterial de ponto empresarial9. Protege-se o ponto empresarial para garantir o
exercício da empresa com a facilitação de transações entre o empresário e os clientes
e fregueses. Cliente é quem adquire um produto ou contrata um serviço pela
qualidade. Freguês é quem adquire um produto ou contrata um serviço em razão de
sua localização, por facilidade no momento10.
a l
io n
c
A importância de proteção ao ponto empresarial se destaca em razão da
a
c ER
freguesia e da clientela que o empresário possui, mas não apenas em razão disto. É
u
E M d IL
igualmente importante para garantir acesso a fornecedores, mão-de-obra, etc. O
empresário pode exercer sua atividade em imóvel próprio ou não. Ainda que seja
e
rt RO
locado, o imóvel é seu ponto empresarial, merecendo proteção jurídica. Nesse sentido,
o OR
a Lei de Locações (Lei nº 8.245/91), nos arts. 51 a 57 e 71 a 75, estabelece a
p
S C 41- m u H 89
possibilidade de renovação compulsória do contrato de locação de imóvel não
residencial, através da chamada “ação renovatória”.

um IZ .7 .co
maneira:
V O er L
. 0
U4 ma4 il
Em síntese, pode-se diferenciar os conceitos trabalhados acima da seguinte

d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l Complexo de bens corpóreos
ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL mi (mercadorias, instalações, etc.) e

p lc incorpóreos (marcas, patentes, etc.)


organizado para exercício da empresa.
Valor organizacional do estabelecimento.
AVIAMENTO Aptidão do estabelecimento de gerar
lucros.
Local onde o empresário exerce sua
PONTO EMPRESARIAL
atividade.
Quem adquire um produto ou contrata
CLIENTE
um serviço em razão de sua qualidade
Quem adquire um produto ou contrata
FREGUÊS
um serviço em razão de sua localização,

7
MAMEDE, Gladston. Manual de direito empresarial. São Paulo: Atlas, 2017. p. 240.
8
PENANTE JR, Francisco. LAURINDO, Felipe. Prática empresarial. Recife: Armador, 2016. p.54.
9
PENANTE JR, Francisco. LAURINDO, Felipe. Prática empresarial. Recife: Armador, 2016. p.55.
10
MAMEDE, Gladston. Manual de direito empresarial. São Paulo: Atlas, 2017. p. 242.

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por facilidade no momento

Cláusula de não concorrência: O art. 1.147 do Código Civil positivou no direito


empresarial brasileiro a chamada cláusula de não concorrência: “não havendo
autorização expressa, o alienante do estabelecimento não pode fazer concorrência
ao adquirente, nos cinco anos subsequentes à transferência”.

11. PREPOSTOS
a l
io
Dirige ou pratica negócio empresarial por incumbência de outrem, que é o n
a c
preponente.11 Não pode, sem autorização escrita, fazer-se substituir no desempenho

u c ER
da preposição, sob pena de responder pessoalmente pelos atos do substituto e pelas

E M d IL
obrigações por ele contraídas. O preposto, salvo autorização expressa, não pode
negociar por conta própria ou de terceiros, nem participar, embora indiretamente, de
e
rt RO
OPERAÇÃO DO MESMO GÊNERO DA QUE LHE FOI COMETIDA, sob pena de responder
p o OR
por perdas e danos e de serem retidos pelo preponente os lucros da operação.

S C 41- m u H 89
Considera-se perfeita a entrega de papéis, bens ou valores ao preposto,
encarregado pelo preponente, se os recebeu sem protesto, salvo nos casos em que
um
haja prazo para reclamação. IZ .7 .co
er L U4 ma4 il
Os assentos lançados nos livros ou fichas do preponente, por qualquer dos
V O . 0
prepostos encarregados de sua escrituração, produzem, salvo se houver má-fé, os
d R 4 3 g
A PE D
mesmos efeitos como se o fossem por aquele. No exercício de suas funções, os
0 er@
l
prepostos são pessoalmente responsáveis, perante os preponentes, pelos atos
mi
culposos; e, perante terceiros, solidariamente com o preponente, pelos atos dolosos.
p lc
Os preponentes são responsáveis pelos atos de quaisquer prepostos,
praticados NOS SEUS ESTABELECIMENTOS E RELATIVOS À ATIVIDADE DA EMPRESA,
ainda que não autorizados por escrito. Quando tais atos forem praticados fora do
estabelecimento, somente obrigarão o preponente nos limites dos poderes conferidos
por escrito, cujo instrumento pode ser suprido pela certidão ou cópia autêntica do seu
teor.
Considera-se gerente o preposto permanente no exercício da empresa, na sede
ou em sucursal, filial ou agência. O gerente pode estar em juízo em nome do
preponente, pelas obrigações resultantes do exercício da sua função.
Quando a lei não exigir poderes especiais, considera-se o gerente autorizado a
praticar todos os atos necessários ao exercício dos poderes que lhe foram outorgados.
Na falta de estipulação diversa, consideram-se solidários os poderes conferidos
a dois ou mais gerentes. As limitações contidas na outorga de poderes, para serem

11
MAMEDE, Gladston. Manual de direito empresarial. São Paulo: Atlas, 2017. p. 289.

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opostas a terceiros, dependem do arquivamento e averbação do instrumento no
Registro Público de Empresas Mercantis, salvo se provado serem conhecidas da pessoa
que tratou com o gerente.
Para o mesmo efeito e com idêntica ressalva, deve a modificação ou revogação
do mandato ser arquivada e averbada no Registro Público de Empresas Mercantis. O
preponente responde com o gerente pelos atos que este pratique em seu próprio
nome, mas à conta daquele.

12. ESCRITURAÇÃO

O Código Civil trata da escrituração do empresário, da EIRELI e da sociedade


empresária entre os seus artigos 1.179 e 1.195.
Escrituração nada mais é do que é o processo pelo qual se lançam
cronologicamente, em livros próprios, conjunto de fichas, conjunto de folhas contínuas
ou microfilms, todas as operações do empresário, fazendo um balanço geral de seu
a l
ativo e passivo.12
io n
c
Os agentes fiscais e previdenciários têm livre acesso aos livros empresariais,
a
c ER
limitado o exame aos pontos objeto da investigação (súmula 439 do Supremo Tribunal
u
Federal).
E M d IL
O empresário deve seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou não,
e
rt RO
com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a

p o OR
documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de
resultado econômico.
S C 41- m u H 89
Os livros empresariais podem ser facultativos ou obrigatórios. Os livros

um IZ .7 .co
obrigatórios podem ser comuns (obrigatórios a todos os empresários, sendo que

V O er L
. 0
U4 ma4 il
atualmente o único livro obrigatório comum é o livro diário) ou especiais (obrigatórios
apenas para determinada atividade ou tipo societário.
d R 4 3 g
O empresário não sofrerá sanção pela não escrituração dos livros facultativos,
A PE D 0 er@
uma vez que funcionam apenas como instrumentos para auxílio daqueles que exercem
l i
atividade empresária. Os livros empresariais autenticados servem como instrumento
m
p lc
de defesa do empresário, servindo como meio de prova. Nesse sentido, o art. 418 do
Código de Processo Civil, ao prever que os livros empresariais que preencham os
requisitos exigidos por lei provam a favor de seu autor no litígio entre empresários.
Contudo, o CPC prevê, no art. 487, que os livros empresariais também provam
contra seu autor, sendo lícito ao empresário, todavia, demonstrar, por todos os meios
permitidos em direito, que os lançamentos não correspondem à verdade. Apesar da
importância, os livros empresariais não foram considerados pelo art. 784 do CPC como
títulos executivos.

12
MAMEDE, Gladston. Manual de direito empresarial. São Paulo: Atlas, 2017. p. 209.

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A Lei de Recuperação de Empresas e Falência considera deixar de elaborar, escriturar
ou autenticar, antes ou depois da sentença que decretar a falência, conceder a
recuperação judicial ou homologar o plano de recuperação extrajudicial, os
documentos de escrituração contábil obrigatórios como crime falimentar punível com
detenção de 1 a 2 anos e multa.

13. NOME EMPRESARIAL

O nome empresarial serve para identificar o empresário, a sociedade


empresária e a EIRELI no desenvolvimento da empresa.
Princípios: da novidade (o nome empresarial a ser registrado deve ser um
nome novo) e da veracidade (o nome empresarial deve retratar a veracidade acerca
dos sócios e do objeto da empresa).
Se o empresário tiver nome idêntico ao de outros já inscritos (homonímia),
deverá acrescentar designação que o distinga. O mesmo deve ocorrer em relação a a l
io n
nomes cuja pronúncia soe similar a outro já registrado (homofonia).13 O nome de sócio

a c
que vier a falecer, for excluído ou se retirar, não pode ser conservado na firma social,
c ER
devendo esta ser alterada, sob pena de o espólio ou o ex-sócio continuar a ter a
u
E M d IL
mesma responsabilidade pelas obrigações sociais que tinha quando era membro do
quadro social. Se a sociedade for formada por irmãos ou parentes com o mesmo
e
rt RO
sobrenome, e a forma social contiver tal patronímico (sobrenome), o óbito de um

p o OR
deles não obriga a sua modificação, salvo se o de cujus deixou manifestação expressa
em contrário.
S C 41- m u H 89
Nas hipóteses de óbito, exclusão ou retirada do fundador de uma sociedade

um IZ .7 .co
anônima, seu nome não precisará ser suprimido da firma social, desde que ele não

denominação.14V er L
O
U
. 0
4 il
tenha oferecido oposição e que a sociedade resolva manter inalterada a
4 ma
d R 4 3 g
A PE D
A proteção do nome empresarial decorre do registro do ato constitutivo na
0 er@
Junta Comercial, pelo que fica restrita ao respectivo Estado-membro. Para se conferir
l
mi
proteção do nome a nível nacional, é preciso fazer o registro nas demais Juntas

p lc
Comerciais. Diferentemente, a proteção à marca para determinado ramo de atividade,
a nível nacional, se dá com o seu registro no Instituto Nacional da Propriedade
Industrial - INPI.
O art. 1.166, p.ú., do CC/02, prevê a proteção nacional ao nome empresarial se
registrado nos termos da lei especial. Esta lei ainda não foi editada, razão pela qual o
empresário que desejar ter proteção a nível nacional do seu nome empresarial deve
registrá-lo em todas as Juntas Comerciais do país.
O nome empresarial não se confunde com o título do estabelecimento/nome
fantasia. Por exemplo, Banco Santander S.A. é o nome empresarial, ao passo que
“Banco Santander” é o título do estabelecimento/nome fantasia. Equipara-se ao nome
empresarial, para os efeitos da proteção da lei, a denominação das sociedades simples,
associações e fundações.
13
PENANTE JR, Francisco. LAURINDO, Felipe. Prática empresarial. Recife: Armador, 2016. p.70.
14
PENANTE JR, Francisco. Resumos para concursos, vol. 37, Direito Empresarial, 2ª edição. São
Paulo: Editora jus podivm, 2017. p. 68.

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Cabe ao prejudicado, a qualquer tempo, ação para anular a inscrição do nome
empresarial feita com violação da lei ou do contrato. Assim, é imprescritível a
pretensão de anulação de inscrição do nome empresarial. A inscrição do nome
empresarial será cancelada, a requerimento de qualquer interessado, a) quando cessar
o exercício da atividade para que foi adotado ou b) quando ultimar-se a liquidação da
sociedade que o inscreveu.

São duas as espécies de nome empresarial: firma ou denominação.


13.1. Firma ou razão: nome empresarial constituído a partir de nome civil de
um, alguns ou todos os sócios, em sua forma completa ou abreviada (desde que não
comprometa a identificação). Ex.: a sociedade formada por Pedro Torres, Carlos
Almeida e Francisco Terrão, que pode ter como nome empresarial “Pedro Torres,
Carlos Almeida e Francisco Terrão” ou “Torres, Almeida e Terrão”.
A firma poderá, facultativamente, ser seguida da designação mais precisa de
sua pessoa ou do gênero da atividade empresarial exercida, como “Torres, Almeida e
l
Terrão Materiais de Construção”. Se na firma não possuir o nome de todos os sócios,
a
adita-se ao final a expressão “& Companhia” ou a sua abreviação “& Cia.”, como
io n
a c
“Torres & Cia. Materiais de Construção”. A expressão deve constar ao final (só se
admite no começo ou no meio do nome empresarial se estivermos diante de
sociedade anônima).
u c ER
E M d IL
Na formatação do nome empresarial não é admissível a adoção exclusiva de
e
alcunhas, tais como Lica, Poca e Dico, ou de hipocorísticos, como Zé, Tonho, Tião.
rt RO
p o OR
Em regra, ficam solidária e ilimitadamente responsáveis pelas obrigações
contraídas sob a firma social, todos aqueles cujos nomes civis figurarem no nome
S C 41- m u H 89
empresarial e, no que concerne à identificação o administrador assina o nome da

um
firma, e não seu nome civil.15
IZ .7 .co
er L U
4 ma 4 il
13.2. Denominação: nome empresarial construído a partir de elemento
V O . 0
d R 3 g
fantasia, podendo formar-se por qualquer palavra ou expressão fantasia, desde que
4
A PE D 0 er@
atenda ao princípio da novidade, não contrarie ordem pública ou gere confusão.
l i
Diferentemente da firma, a denominação tem obrigatoriamente que vir acompanhada
m
lc
do gênero ou ramo da atividade desenvolvida, como “Valmed Cosméticos” e o
p
administrador deve assinar utilizando o seu nome civil.

13.3. Nome e tipo empresarial


Para o empresário, EIRELI e cada um dos tipos societários há regras específicas
no que se refere ao nome empresarial que poderá ser adotado.

a) Empresário individual: Deve usar firma, obrigatoriamente.


Exemplo: “Francisco Penante” ou “Francisco Penante Confecções”.

15
PENANTE JR, Francisco. Resumos para concursos, vol. 37, Direito Empresarial, 2ª edição. São
Paulo: Editora jus podivm, 2017. pp. 56-58.

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b) Empresa individual de responsabilidade limitada: Pode usar firma ou
denominação, devendo ser acrescido ao final a expressão “EIRELI”.
Exemplo (firma): “Francisco Penante EIRELI” ou “Francisco Penante
Confecções EIRELI”. Exemplo (denominação): “Confecções Astral EIRELI”.

c) Sociedade em nome coletivo: Deve usar firma, obrigatoriamente.


Exemplo: “Francisco Penante, Bruno Viana e Matheus Carvalho” ou
“Penante, Viana e Carvalho Confecções” ou “Penante & Cia.”.

d) Sociedade em comandita simples: formada por duas categorias de sócios,


os comanditados (que respondem ilimitadamente) e os comanditários (que
respondem limitadamente), deve operar sob firma na qual conste apenas o
nome de sócios comanditados com a expressão “& Cia.” ao final para se
referir aos sócios comanditários, cujos nomes civis ficaram de fora da firma.
Exemplo: “Francisco Penante [sócio comanditado] & Cia [sócios
a l
comanditários].”
io n
a c
c ER
Se um sócio comanditário tiver seu nome civil expresso na firma social,
u
d IL
responderá ele ilimitada e solidariamente, como se fosse sócio comanditado.
E M
e
rt RO
e) Sociedade limitada: Pode adotar firma ou denominação, acrescida ao final
o OR
da expressão “limitada” ou da sua abreviatura “LTDA”. Exemplo (firma):
p
S C 41- m u H 89
“Francisco Penante, Bruno Viana e Matheus Carvalho LTDA” ou “Penante,
Viana e Carvalho Confecções LTDA” ou “Penante & Companhia Limitada”.
um IZ .7 .co
er L
Exemplo (denominação): “Astral Confecções LTDA”.
U 4
4 ma il
d V R O
4 3 . 0 g
A PE D
f) Sociedade em comandita por ações: Pode adotar firma ou denominação,
0 er@
l
acrescidas ao final da expressão “em comandita por ações” ou de sua
mi
abreviatura “C/A”. Como é formada por duas categorias de sócios, os sócios
p lc
diretores (que respondem ilimitadamente) e os sócios comuns (que
respondem limitadamente), ao operar sob firma deve fazer constar apenas
o nome de sócios diretores com a expressão “& Cia.” ao final para se referir
aos sócios comuns, cujos nomes civis ficaram de fora da firma, acrescido da
expressão “em comandita por ações” ou de sua abreviatura “C/A”.

Exemplo (firma): “Francisco Penante [sócio diretor] & Cia [sócios comuns] em
comandita por ações” ou “Penante & Companhia C/A”. Exemplo (denominação):
“Astral Confecções em comandita por ações”.

g) Sociedade anônima: Deve adotar, necessariamente, denominação,


integrada pela locução “sociedade anônima” ou sua abreviatura “S.A.” em
qualquer parte do nome empresarial, ou ainda expressão “Companhia” ou

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sua abreviatura “Cia.” no começo ou no meio do nome empresarial,
trazendo obrigatoriamente o gênero da atividade.

Exemplo: “Companhia Astral de Confecções” ou “Astral Confecções S.A.”.


Eventualmente, a denominação também poderá utilizar um nome civil, que
nesse caso, será considerado como elemento fantasia (art. 3º da Lei 6.404/76), como
“Barbosa Cosméticos S.A.”.16
Nos atos e publicações referentes à companhia em constituição, sua
denominação deverá ser aditada da cláusula "em organização" (art. 91, Lei 6.404/76).

h) Cooperativas: As cooperativas adotam denominação integrada da palavra


“cooperativa” antes da especificação de sua atividade ou objeto (art. 5º,
caput, Lei 5.764/71), sendo vedado o uso da expressão “Banco”.
Exemplo: “Cooperativa Agropecuária de Barretos”.
i) Microempresa e empresa de pequeno porte: As microempresas
a l
(faturamento anual até R$360.000,00) e as empresas de pequeno porte
io n
c
(até R$3.6000,00) acrescentarão à sua firma ou denominação as expressões
a
c ER
“Microempresa” ou “Empresa de Pequeno Porte”, ou suas respectivas
u
sociedade. E M d IL
abreviações “ME” ou “EPP”, sendo facultativa a inclusão do objeto da

e
rt RO
j) Sociedades em conta de participação: diante de sua natureza secreta, está

p o OR
proibida de adotar nome empresarial. A atividade desenvolvida pela

S C 41- m u H 89
sociedade em conta de participação é realizada pelo sócio ostensivo, em

um
seu nome próprio e sob sua própria e exclusiva responsabilidade (art. 1.162,
IZ .7 .co
V
CC/02).

O er L
. 0
U
4 ma 4 il
d R 4 3 g
A PE
TIPOS D 0 er@
l
RESPONSABILIDADE NOME EMPRESARIAL

m i
Empresário
Individual p c
lIlimitada Firma

EIRELI Limitada Denominação / Firma


Nome
Ilimitada Firma
Coletivo
Comandita Limitada
Firma
Simples Ilimitada
LTDA Limitada Denominação / Firma
Comandita Limitada
Firma / Denominação
por ações Ilimitada

16
PENANTE JR, Francisco. LAURINDO, Felipe. Prática empresarial. Recife: Armador, 2016. p.68.

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S.A. Limitada Denominação

13.4. Inalienabilidade do nome empresarial: direito integrado à


personalidade do empresário, não poderá ser objeto de alienação (art. 1.164, caput,
CC/02). Na hipótese de trespasse (alienação do estabelecimento empresarial), aliena-
se o estabelecimento, mas não o nome empresarial. Contudo, o adquirente do
estabelecimento empresarial poderá utilizar o nome do alienante, precedido do seu
próprio com a qualificação de sucessor, desde que haja autorização contratual para
tanto (art. 1.164, parágrafo único, CC), por exemplo “Penante, Ferreira & Cia.,
sucessores de Albuquerque Silva & Companhia.”17

13.5. Perda automática do nome empresarial


Se a sociedade foi celebrada por tempo determinado, a expiração do lapso
temporal gera a perda automática da proteção ao nome empresarial (art. 59 da Lei nº

a
8.934/94). Para que isso não ocorra, a sociedade deve averbar a prorrogação do atol
constitutivo na junta comercial antes do término do prazo anteriormente
io n
convencionado.
a c
c ER
A ausência de qualquer arquivamento pelo período de 10 anos consecutivos,
u
E M d IL
sem qualquer comunicação à Junta Comercial do interesse de continuidade da
empresa, levará à presunção de sua inatividade. Nesses casos, deve a junta promover
e
rt RO
o cancelamento do registro, o que implicará na perda da proteção do nome
o OR
empresarial, conforme prevê o art. 60, §3º, da Lei nº 8;934/94.
p
S C 41- m u H 89
um IZ .7 .co
14. Marca
V O er L
. 0
U4 ma4 il
d R 4 3 g
A PE D
Marca é o meio pelo qual as pessoas identificam e diferenciam o produto ou
0 er@
serviço, sendo um dos bens mais relevantes para uma empresa, principalmente
l
mi
quanto ao aspecto financeiro. A marca deve ser registrada no INPI – Instituto
p lc
Nacional da Propriedade Industrial, valendo, em regra, para determinado ramo de
atividade (princípio da especialidade). Assim, uma mesma palavra ou expressão pode
ser registrada mais de uma vez por pessoas diferentes, desde que seja para utilização
em atividades econômicas diversas.

17
PENANTE JR, Francisco. Resumos para concursos, vol. 37, Direito Empresarial, 2ª edição. São
Paulo: Editora jus podivm, 2017. p. 67.

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Nome empresarial Marca
 Proteção a partir do registro na  Proteção a partir do registro no
Junta Comercial; INPI;
 Abrangência estadual  Abrangência em todo território
correspondente à circunscrição da Nacional;
Junta Comercial respectiva;  Limitação à classe que a marca foi
 Sem limitação legal expressa registrada, em regra.
quanto ao âmbito da atividade,
embora muitas decisões apliquem
tal restrição.

15. DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA (teoria da penetração,


a l
teoria da superação e disregard of legal entity doctrine)

io n
a c
Busca afastar, temporariamente, a personalidade da pessoa jurídica para atingir
u c ER
o patrimônio das pessoas físicas que a integram. Existem duas teorias para sua
aplicação: a teoria maior e a teoria menor.
E M d IL
e
A Teoria Maior (art. 50 do CC), dispõe ser possível a desconsideração quando
rt RO
houver abuso da personalidade jurídica, seja pelo desvio de finalidade (teoria maior
p o OR
subjetiva, como quando a personalidade jurídica tem sido utilizada para fins diversos,

S C 41- m u H 89
como para esconder patrimônio dos sócios), seja pela confusão patrimonial (teoria

um
maior objetiva, como quando os sócios utilizam os bens sociais como se seus fossem).
IZ .7 .co
er L
A Teoria Menor (art. 28 do CDC), pelo art. 4º da Lei nº 9.605/98 (Lei dos Crimes
U 4
4 ma il
Ambientais) e pelo art. 34 da Lei nº 12.529/2011 (Lei de Defesa da Concorrência e da

d V O 3 . 0 g
Ordem Econômica), prevê que a desconsideração pode ocorrer bastando a simples
R 4
A PE D 0 er@
inexistência de ativos.
l
mi
Fala-se, ainda, em desconsideração inversa, que ocorre quando a pessoa física
passa os seus bens para a pessoa jurídica para se livrar de dívidas particulares, sendo
p lc
possível desconsiderar a personalidade da pessoa jurídica de forma inversa, para
buscar os bens integrantes da pessoa jurídica.

TEORIA MAIOR (REGRA) TEORIA MENOR (EXCEPCIONAL)


Admite a desconsideração apenas em Admite a desconsideração em caso de
caso de abuso de personalidade jurídica, simples inexistência de ativos.
que pode ocorrer pelo desvio de
finalidade ou pela confusão patrimonial.

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II – DIREITO SOCIETÁRIO

1. INTRODUÇÃO

As sociedades são pessoas jurídicas de direito privado, nos termos do art. 44, II,
do CC/02. Conforme o art. 981 do CC/02, celebram contrato de sociedade as pessoas
que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de
atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados.
As sociedades podem ter ou não personalidade jurídica. As sociedades dotadas
de personalidade jurídica (sociedades personificadas) são aquelas cujos atos
constitutivos foram objeto de registro nos órgãos competentes e, por força de lei, são
consideradas pessoas jurídicas. A sociedade existe desde o momento em que há o
acordo de vontades, mas a personalidade jurídica é adquirida apenas com o registro
dos atos constitutivos da sociedade no respectivo órgão.
Às sociedades, com personalidade jurídica, são atribuídas as autonomias
negocial (capacidade da sociedade para, em nome próprio, celebrar os negócios
a l
io n
jurídicos necessários ao desenvolvimento de seu objeto social), processual (capacidade
c
da sociedade para, em nome próprio, defender seus interesses em juízo) e patrimonial
a
c ER
(capacidade da sociedade para, em nome próprio, ser titular de patrimônio. Permite a
u
d IL
separação entre o patrimônio da sociedade e o patrimônio pessoal dos sócios.).
E M
e
rt RO
p o OR
S C 41- m u H 89
A sociedade em conta de participação, ainda que tenha seu ato constitutivo levado a
um IZ .7 .co
er L
registro, não terá personalidade jurídica (art. 993 do Código Civil).
U 4
4 mail
1.
d V R O 3 . 0 g
SOCIEDADES EMPRESÁRIAS E SOCIEDADES SIMPLES
4
A PE D 0 er@
l i
Sociedade empresária: desenvolve empresa (atividade empresária). As
m
p lc
sociedades simples são personificadas para o exercício de atividades civis (não
empresárias), como no caso, por exemplo, de uma sociedade de advogados.
As sociedades simples têm como ato constitutivo um contrato social (art. 997
do CC) e têm a sua inscrição requerida ao Registro Civil de Pessoas Jurídicas (RCPJ) nos
trinta dias subsequentes a sua celebração (art. 998 do CC), com vistas ao nascimento
de sua personalidade jurídica. Embora contem com regime próprio (arts. 997-1.038, do
CC), as sociedades simples podem adotar tipos societários empresários, exceto os tipos
por ações (conforme arts. 983 e 982, p.ú., do CC). As sociedades simples, regidas por
suas normas próprias, são doutrinariamente conhecidas como sociedades simples
puras, ao passo que aquelas que optam por um dos tipos societários empresários
possíveis (nome coletivo, em comandita simples ou limitada), são nominadas
sociedades simples impuras e serão regidas pelas regras do tipo societário adotado,
havendo a aplicação subsidiária das normas da sociedade simples. 18 Ressalta-se que a

18
PENANTE JR, Francisco. Resumos para concursos, vol. 37, Direito Empresarial, 2ª edição. São
Paulo: Editora jus podivm, 2017. p. 80.

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adoção de um tipo societário por uma sociedade simples não a converte em sociedade
empresária.
Nas sociedades simples, pode haver a contribuição de sócio apenas a partir de
prestação de serviço, devendo o sócio dedicar-se exclusivamente à atividade exercida
pela sociedade, sob pena de ser privado de seus lucros e dela excluído (art. 1.006, CC).
A diferença básica entre as sociedades simples e as empresárias está no modo
de exploração do seu objeto social, ou seja, na qualificação ou não da atividade
exercida como empresária. Se essa exploração for feita com organização profissional
dos fatores de produção, será empresária, se não, será simples.

As cooperativas, por previsão em lei específica, são registradas nas juntas comerciais,

a l
mas são consideradas sociedades simples. As sociedades por ações (sociedade anônima
e sociedade em comandita por ações) são consideradas sempre empresárias, conforme
art. 982, parágrafo único, do Código Civil.
io n
2. TIPOS SOCIETÁRIOS EMPRESÁRIOS
a c
u c ER
2.1.
E M d IL
Sociedade em nome coletivo (art. 1.039 ao 1.044): aplica-se
e
rt RO
subsidiariamente as normas da sociedade simples (art. 997 ao 1.038). Sociedade de
o OR
pessoas físicas, que tem como ato constitutivo um contrato social. Conta com o
p
S C 41- m u H 89
benefício de ordem (art. 1.024, do CC), respondendo primeira e ilimitadamente o
patrimônio social. Depois, poderá ser acionado o patrimônio pessoal dos sócios, que

um IZ .7 .co
responderá subsidiária e ilimitadamente. Sua administração pode ser exercida apenas
er L
por quem for sócio.
V O . 0
U4 ma4 il
d R 3 g
No caso de falecimento de sócio, se o contrato social da sociedade não dispuser
4
A PE D 0 er@
a respeito, opera-se a liquidação das quotas do de cujus. Para que os sucessores do
l i
sócio falecido possam ingressar na sociedade, ainda que contra a vontade dos
m
lc
sobreviventes, será indispensável expressa previsão no contrato social.
p
2.2. Sociedade em comandita simples (art. 1.045 ao 1.051): aplica-se
subsidiariamente as normas da sociedade em nome coletivo (1.039 ao 1.044).
Sociedade de pessoas, que tem como ato constitutivo um contrato social, sendo
formada por duas classes de sócios: a dos sócios comanditados (respondem
ilimitadamente pelas obrigações sociais) e a dos sócios comanditários (respondem
limitadamente pelas obrigações sociais).
Os sócios comanditados devem ser pessoas físicas, entrando com trabalho e
capital, assumindo a administração da sociedade e, portanto, respondendo de forma
ilimitada pelas obrigações sociais. Os sócios comanditários podem ser pessoas físicas
ou jurídicas, não exercendo função de administração e, portanto, respondendo apenas
pela integralização das quotas adquiridas (ou seja, de forma limitada). Apenas os
sócios comanditados podem ser administradores das sociedades em comandita
simples. Não obstante, os sócios comanditários poderão receber poderes especiais por

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meio de procuração para a realização de negócios determinados. Conta com o
benefício de ordem (art. 1.024, CC). Os sócios comanditários são responsáveis apenas
pelo valor das suas quotas.
Da mesma forma que os sócios comanditados, os sócios comanditários têm o
direito de participar da distribuição dos lucros da sociedade, na medida de suas
respectivas quotas. Têm, ainda, o direito de participar das deliberações da sociedade,
assim como o direito de fiscalizar a sua administração.
No caso de falecimento de um sócio comanditado, dar-se-á a dissolução parcial
da sociedade, salvo previsão no contrato social que autorize o ingresso de sucessores.
No caso de falecimento de um sócio comanditário, em princípio, não haverá dissolução
(art. 1.050, CC).
2.3. Sociedade Limitada (art. 1.052 – 1.087): aplica-se subsidiariamente as
normas da sociedade simples (art. 997 – 1.038) ou, se o contrato tiver previsão
expressa, as disposições da Lei 6.404/76 (Lei das Sociedades Anônimas), conforme art.
1.053, CC. Sociedade contratual personificada, podendo assumir a forma de sociedade

l
de pessoas ou de capital (natureza híbrida), circunstância que deverá ser aclarada por
a
n
seu contrato social. Na ausência de qualquer indicativo no contrato social que permita
io
c
qualificá-la como sociedade de pessoas ou de capital, deve considerar-se a limitada
a
c ER
como sociedade de pessoas, afinal, trata-se de sociedade contratual e é da essência
u
E M d IL
das sociedades contratuais a forma das sociedades de pessoas.
Na sociedade limitada, via de regra, apenas o patrimônio social responde pelas
e
rt RO
dívidas da pessoa jurídica. O patrimônio dos sócios poderá ser atingido nos casos de

p o OR
desconsideração da personalidade jurídica e pela integralização do capital restante.

S C 41- m u H 89
Ainda, deliberando de modo contrário ao disposto em lei ou no contrato, responderão
de forma ilimitada os sócios que a aprovaram (os sócios dissidentes ou ausentes,

um IZ .7 .co
apenas vincular-se-ão às decisões tomadas de acordo com a lei e o contrato social).

V O er L
. 0
U4 ma4 il
Cada sócio responde pelo capital que subscrever. Entretanto, haverá
solidariedade entre os sócios até o limite do capital total subscrito e não integralizado.
d R 4 3 g
Sendo assim, caso o total subscrito já tenha sido integralizado, a princípio, o
A PE D 0 er@
patrimônio pessoal dos sócios da sociedade limitada não poderá ser alcançado.
l i
O capital social da sociedade limitada é dividido em quotas, iguais ou
m
p lc
desiguais, devendo todos os sócios contribuir para a sua formação com bens,
dinheiro ou crédito, não sendo admitida a contribuição que consista exclusivamente
em prestação de serviços.
Havendo contribuição com bens, será necessária uma avaliação dos sócios ou
de terceiros, para que possam ser valorados. Nesse caso, pela exata estimação
atribuída aos bens entregues para a formação do capital social, responderão
solidariamente todos os sócios, pelo prazo de 5 anos, a contar da data do registro da
sociedade.
Como os sócios respondem solidariamente pela integralização do capital
social, não integralizada a quota por um sócio (sócio remisso), os outros podem, sem
prejuízo da responsabilização pelo dano emergente da mora e da possibilidade de
optar a maioria dos demais sócios pela redução da quota ao montante integralizado,
tomá-la para si ou transferi-la a terceiros, excluindo o primitivo titular e devolvendo-
lhe o que houver pago, deduzidos os juros da mora, as prestações estabelecidas no
contrato mais as despesas.

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A quota é indivisível em relação à sociedade, salvo para efeito de transferência,
quando, sendo omisso o contrato social, o sócio pode ceder sua quota, total ou
parcialmente, a quem seja sócio, independentemente de audiência dos outros, ou a
estranho, se não houver oposição de titulares de mais de 1/4 (um quarto) do capital
social, tendo eficácia a cessão a partir da averbação do respectivo instrumento,
subscrito pelos sócios anuentes.
Ao se tratar do capital social, embora não se possa ignorar o princípio da
intangibilidade do capital social (ou princípio da integridade do capital social), pelo
qual se protege os interesses dos credores da sociedade ao impedir a distribuição de
lucros fictícios, com o desfalque do capital social, para concessão de benefício aos
sócios, mostra-se importante destacar a possibilidade de aumento ou redução do
capital social, conforme ensinam os arts. 1.081 a 1.084 do CC. Sendo assim, o princípio
em comento não visa a impedir a redução do capital social, mas sim garantir que só
poderão ser distribuídos entre os sócios valores que correspondam a lucros reais.
O aumento do capital social pode ocorrer, com a respectiva alteração no
contrato social aprovada por assembleia, desde que todas as quotas já tenham sido

a l
integralizadas. Até trinta dias após a deliberação pelo aumento do capital, terão os
n
sócios preferência para participar do aumento, na proporção das quotas de que sejam
io
c
titulares. A redução do capital social restringe-se às hipóteses de perdas irreparáveis
a
u c ER
uma vez integralizado o capital social ou se excessivo em relação ao objeto social.
Na sociedade limitada, o controle ou poder de decisão da sociedade é daquele
E M d IL
que detiver o maior número de quotas. No empate, a definição se dará a partir da
e
rt RO
quantidade de sócios. Persistindo o empate, caberá ao juiz resolver.
o OR
A sociedade limitada pode ser administrada por uma ou mais pessoas, sócios
p
S C 41- m u H 89
ou não sócios, constantes do contrato social ou de ato em separado. O
administrador, nomeado por instrumento em separado, deve averbá-lo à margem da
m Z .7 .co
inscrição da sociedade, e, pelos atos que praticar, antes de requerer a averbação,
u I
er L U 4 il
responde pessoal e solidariamente com a sociedade. Os poderes conferidos a

V 0 4 ma
administrador sócio são irrevogáveis (desde que previstos no contrato social,
O .
d R 3 g
excetuada a justa causa); mas os atribuídos a administrador não sócio, são revogáveis
4
A PE D 0 er@
(art. 1.019, CC).
l i
A designação de administradores não sócios dependerá de aprovação de
m
p lc
todos os sócios (enquanto o capital não estiver integralizado) e de, no mínimo, 2/3 dos
sócios após a integralização. Importante destacar que, se a administração da sociedade
limitada for atribuída no contrato social a todos os sócios, a condição de administrador
não se estenderá aos que posteriormente adquirirem essa qualidade (quem ingressar
depois na sociedade).
No silêncio do contrato, os administradores podem praticar todos os atos
pertinentes à gestão da sociedade; não constituindo objeto social, a oneração ou a
venda de bens imóveis depende do que a maioria dos sócios decidir.
O administrador deve atuar na medida dos interesses da sociedade, pautando
a sua conduta no cuidado e diligência que todo homem ativo e probo costuma
empregar na administração de seus próprios negócios (art. 1.011, CC). Nesse sentido,
ao respeitar o limite dos poderes que lhe foram regularmente conferidos, os atos do
administrador obrigam a pessoa jurídica (art. 47, CC). No entanto, se contrariamente,
ao praticar atos de gestão, o administrador vier a violar os poderes a ele conferidos
pelo contrato social, tais atos não poderão ser imputados à sociedade. É a “teoria ultra

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vires societatis” (além do conteúdo da sociedade), que visa à proteção da pessoa
jurídica. Desse modo, a sociedade ficará isenta de qualquer responsabilidade frente a
terceiros pelos atos ultra vires, a menos que tenha se beneficiado com a prática deles.
O excesso por parte dos administradores somente pode ser oposto a terceiros
se ocorrer pelo menos uma das seguintes hipóteses:
I – se a limitação de poderes do administrador estiver inscrita ou
averbada no registro próprio da sociedade;
II – provando-se que a limitação dos poderes do administrador era
conhecida do terceiro;
III – tratando-se de operação evidentemente estranha aos negócios da
sociedade.

Segundo o Enunciado 219 da III Jornada de Direito Civil do Conselho de Justiça


a l
Federal, não se aplica a teoria ultra vires societatis às sociedades por ações, em

io n
razão da existência de regra específica traçada pelo art. 158, II da Lei 6.404/76.

a c
u c ER
Não podem ser administradores, além das pessoas impedidas por lei especial,

E M d IL
os condenados à pena que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos
públicos; ou por crime falimentar, de prevaricação, peita ou suborno, concussão,
e
rt RO
peculato; ou contra a economia popular, contra o sistema financeiro nacional, contra

p o OR
as normas de defesa da concorrência, contra as relações de consumo, a fé pública ou a

S C 41- m u H 89
propriedade, enquanto perdurarem os efeitos da condenação.
Se o contrato for silente quanto ao administrador da sociedade limitada, suas

um IZ .7 .co
funções serão exercidas por cada um dos sócios separadamente. Sem embargo, o
er L U4 ma4 il
administrador que realizar operações, sabendo ou devendo saber que estava agindo
V O . 0
em desacordo com a maioria, responderá por perdas e danos perante a sociedade. As
d R 4 3 g
A PE D
decisões em uma sociedade limitada serão tomadas em reunião ou em assembleia, as
0 er@
quais serão convocadas pelos administradores nos casos previstos em lei ou no
l
mi
contrato. Nas sociedades limitadas compostas por mais de dez sócios, as deliberações

p lc
deverão ocorrer obrigatoriamente através de assembleia. Quando os administradores
retardarem a convocação por mais de sessenta dias, a reunião ou assembleia poderá
também ser convocada por sócio, ou por titulares de mais de 20% do capital social,
quando não atendido, no prazo de oito dias, pedido de convocação fundamentado.
Ordinariamente, nas sociedades limitadas, as decisões devem ser tomadas a
partir da maioria de votos considerado o capital social do qual detém cada sócio.
Contudo, só poderão ser tomadas havendo unanimidade (1) a decisão sobre a
dissolução da sociedade com prazo determinado e (2) a decisão sobre a designação de
administrador não sócio, enquanto o capital social não estiver integralizado.
Será necessária a aceitação de 3/4 do capital social para (1) a alteração do
contrato social e (2) a aprovação de fusão, incorporação e dissolução.
Será necessária a concordância de 2/3 do capital social para (1) a destituição de
sócio administrador designado pelo contrato social e (2) para designação de
administrador não sócio se o capital social estiver totalmente integralizado.

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Será necessária a concordância da maioria absoluta do capital social (mais da
metade do total do capital) para (1) a designação de sócio administrador realizada em
ato separado, (2) definir a remuneração de administradores e (3) determinar a
exclusão de sócio por justa causa.
Será necessária a concordância de maioria simples do capital social (mais da
metade do capital considerando os sócios presentes) para (1) a aprovação da
prestação de contas dos administradores e (2) nos demais casos previstos na lei ou no
contrato, se não exigir quórum maior.
1. Decisão sobre a dissolução da sociedade por prazo
UNANIMIDADE determinado; 2. Designação de administrador não sócio se
o capital não estiver integralizado.
3/4 1. Alteração do contrato social; 2. Aprovação de fusão,
incorporação e dissolução.
2/3 1. Destituição de sócio administrador designado pelo
contrato social; 2. Designação de administrador não sócio
se o capital estiver integralizado.
Maioria Absoluta (mais 1. Designação de administrador sócio realizada em ato
a l
io
da metade do capital separado; 2. Definir a remuneração de administrador; 3. n
social)
c
Determinar a exclusão de sócio por justa causa.
a
c ER
Maioria Simples (mais 1. Aprovação da prestação de contas de administrador; 2.
u
dos sócios presentes) E M d IL
da metade do capital Demais casos previstos em lei ou contrato.

e
rt RO
o OR
Aos sócios da sociedade limitada é garantido o direito de fiscalizar a sua
p
S C 41- m u H 89
administração. Nesse sentido, o conselho fiscal, órgão de formação facultativa,
composto de três ou mais membros e respectivos suplentes, sócios ou não, residentes
m IZ .7 .co
no país e eleitos em assembleia, uma vez constituído, tem como atribuições as
u
V O er L
. 0
U
4 ma 4 il
previstas no art. 1.069 do Código Civil, que se indica uma leitura atenta e minuciosa.
A dissolução da sociedade pode ser total ou parcial. A total implica a
d R 4 3 g
desconstituição da sociedade, culminando na desvinculação de todos os sócios. Já na
A PE D 0 er@
parcial, há desvinculação de algum sócio do quadro social, sem desconstituição da
l i
sociedade, que prossegue com suas atividades. Assim, na dissolução parcial, a
m
lc
sociedade não se extingue, nem mesmo perde a sua personalidade.19
p
DISSOLUÇÃO TOTAL DISSOLUÇÃO PARCIAL
Consenso unânime dos sócios; Morte de sócio;
Fim do prazo de duração; Exclusão de sócio;
Deliberação dos sócios, por maioria Retirada de sócio.
absoluta, se de prazo indeterminado;
Falência;
Impossibilidade de execução do objeto
social;
Falta de pluralidade de sócios, não
reconstituída no prazo legal de 180 dias;
Extinção da autorização para funcionar;
19
PENANTE JR, Francisco. Resumos para concursos, vol. 37, Direito Empresarial, 2ª edição. São
Paulo: Editora jus podivm, 2017. p. 91.

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Por determinação judicial;
A requerimento de qualquer dos sócios;
Anulação de sua constituição;
Exaurimento do fim social;
Outras causas previstas no contrato.

Restando demonstrado que um ou mais sócios estão pondo em risco a


sobrevivência da empresa, pela prática de atos que vão de encontro à lei ou aos
objetivos sociais, estes poderão ser excluídos da sociedade pela vontade da maioria
dos sócios, representativa de mais da metade do capital social, desde que cumpridos
os requisitos legais do art. 1.085 do CC/02). Trata-se de hipótese de exclusão
extrajudicial, que não pode ser confundida com a exclusão judicial prevista no art.
1.030, CC. Nesta, a exclusão poderá operar-se mediante iniciativa da maioria dos
sócios, não se levando em consideração o volume da participação deles no capital
social.
Não é possível a exclusão de sócio majoritário de forma extrajudicial (art. 1.085

a l
do CC/02), mas é possível que ela ocorra judicialmente uma vez demonstrada a prática

io n
de ato de inegável gravidade de que fala o art. 1.030 do CC/02. O simples rompimento
c
da affectio societatis (vontade de permanecer em sociedade) não é razão capaz de
a
ensejar a exclusão de sócio.
u c ER
2.4.
d IL
Sociedade em Comandita por Ações (Lei 6.404/76, arts. 280 a 284 e
E M
arts. 1.090 a 1.092 do CC). Trata-se de uma sociedade empresária personificada, com
e
rt RO
capital social dividido em ações. É uma sociedade de capital, sendo livre o ingresso de

p o OR
terceiros estranhos ao seu quadro social (livre circulação de ações).

S C 41- m u H 89
Tem como ato constitutivo um estatuto social, sendo formada por duas classes
de sócios. Os sócios diretores exercem cargo de administração, respondendo de forma
um IZ .7 .co
er L
subsidiária (benefício de ordem) e ilimitada. Os sócios comuns não exercem cargo de
U4 ma4 il
administração e respondem de forma limitada pelas obrigações sociais.

d V O 3 . 0
Somente sócio ou acionista podem ocupar cargo de administração nas
R 4 g
A PE D 0 er@
sociedades em comandita por ações. Os diretores serão nomeados no ato constitutivo
l
da sociedade, sem limitação de tempo e somente poderão ser destituídos por
mi
deliberação dos acionistas que representem no mínimo 2/3 do capital social. O diretor
p lc
destituído ou exonerado continua, durante dois anos, responsável pelas obrigações
sociais contraídas sob sua administração.
Os acionistas, reunidos em Assembleia geral, não podem (mesmo com
aprovação assemblear), sem o consentimento dos diretores da sociedade, mudar o
objeto social, prorrogar o prazo de duração da sociedade, aumentar ou diminuir o
capital social nem criar debêntures ou partes beneficiárias.
Em que pese as sociedades em comandita por ações seguirem as disposições
concernentes às sociedades anônimas, a elas não se aplicam as regras sobre o
Conselho de Administração, a autorização estatutária de aumento de capital, e a
emissão de bônus de subscrição.

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2.5. Sociedade Anônima (ou companhia) Lei nº 6.404/76. Aplica-se
subsidiariamente as disposições do Código Civil. Trata-se de uma sociedade
personificada, sempre empresária (art. 982, p.ú., do CC e art. 2º, § 1º da Lei nº
6.404/76).
É uma sociedade de capital, que tem como ato constitutivo um estatuto social
e capital social dividido em ações. É livre o ingresso de estranhos ao quadro social, com
livre circulação de ações. Nenhuma companhia poderá funcionar sem que seja
arquivado e publicado o seu estatuto social (art. 94 e 98, Lei 6.404/76).
Os seus sócios respondem de forma limitada, inexistindo solidariedade entre
eles em razão do capital subscrito e não integralizado. Desse modo, cada sócio ou
acionista obriga-se exclusivamente pelo preço de emissão das ações que subscrever ou
adquirir, não respondendo assim pelos valores não integralizados por sócio remisso.
A sociedade anônima deverá contar com, no mínimo, dois sócios, salvo nos
casos de subsidiária integral (sociedade anônima formada por um único sócio, sendo
este uma pessoa jurídica) ou de pluralidade não reconstituída no prazo legal.
l
Valores mobiliários são títulos de investimento, emitidos pela sociedade
a
io
obter recursos financeiros, a companhia devidamente autorizada, pode emitirn
anônima para captação de recursos no mercado. Ou seja, diante da necessidade de

a c
debêntures, bônus de subscrição, comercial papper, etc. Desse modo, ela atrai os

u c ER
recursos necessários à realização do seu objeto social. São os principais valores
mobiliários:
E M d IL
e
rt RO
Título que confere ao seu titular direito a
DEBÊNTURES
p o OR
crédito contra a S.A. Debenturista não é

S C 41- m u H 89
sócio, mas sim credor da S.A. Operação a
médio e longo prazo.
um IZ .7 .co
er L
Títulos negociáveis, sem valor nominal e
U4 ma
PARTES BENEFICIÁRIAS 4 il estranhos ao capital social. Assegura ao seu

d V R O
4 3 . 0 g titular direito de crédito contra a S.A., pela
A PE D 0 er@
l
participação nos lucros anuais.

BÔNUS DE SUBSCRIÇÃO mi Atribui ao seu titular o direito de preferência


para subscrever novas ações da companhia
p lc emissora, nas condições constantes do
certificado.
Espécie de nota promissória, servindo como
COMMERCIAL PAPER meio de captação de recursos a curto prazo.

Nesse sentido, sociedades anônimas abertas são aquelas autorizadas pela


Comissão de Valores Mobiliários (CVM) a negociar os seus valores mobiliários no
mercado de capitais (bolsa de valores ou mercado de balcão), ao passo que sociedades
anônimas fechadas são aquelas que não estão autorizadas a negociar os seus valores
mobiliários no mercado de capitais.
No que diz respeito a sua constituição, a companhia depende (1) da subscrição,
por pelo menos 2 pessoas, de todas as ações em que se divide o capital social fixado no
seu estatuto, (2) da prévia realização, como entrada, de 10%, no mínimo, do preço de
emissão das ações subscritas em dinheiro, exceto para as companhias para as quais a
lei exigir maior percentual, como a exigência de prévia realização de 50% para as

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instituições financeiras, (3) do depósito, no Banco do Brasil ou em outro
estabelecimento bancário autorizado pela CVM, da parte do capital realizado em
dinheiro.
As sociedades anônimas podem ser constituídas através de subscrição pública
ou particular. A subscrição particular, também conhecida como constituição
simultânea, se dá quando o total do capital necessário à sociedade já houver sido
obtido pelos próprios fundadores da S/A, seja por deliberação dos subscritores em
assembleia geral, ou por escritura pública, considerando-se fundadores todos os
subscritores.
Se a companhia houver sido constituída por deliberação em assembleia geral,
deverão ser arquivados no registro de comércio um exemplar do estatuto social, assim
como os demais documentos relacionados no art. 95 da Lei 6.404/76. Por outro lado,
se houver sido constituída por escritura pública, bastará o arquivamento da certidão
do instrumento (art. 96, Lei 6.404/76).
A constituição por subscrição pública (constituição sucessiva) se dá quando,
para completar o montante do capital social, se fizer necessária a captação de recursos

a l
no mercado. A constituição da S/A por subscrição pública depende do prévio registro
n
da emissão na CVM e a subscrição somente poderá ser efetuada com a intermediação
io
de instituição financeira.
a c
u c ER
Quanto ao capital social das sociedades anônimas, este é dividido em ações, as
quais também correspondem a valores mobiliários. Ou seja, as ações representam
E M d IL
parcelas do capital social da companhia, que conferem ao seu titular a condição de
acionista. e
rt RO
o OR
O valor das ações pode ser conferido das seguintes formas: valor nominal,
p
S C 41- m u H 89
valor de negociação, ou valor patrimonial.
Quanto à natureza dos direitos ou vantagens que conferem a seus titulares, as
m Z .7 .co
ações podem ser classificadas como: ações ordinárias ou comuns, ações preferenciais
u I
er L U 4 il
ações de gozo ou fruição. As ações são conversíveis em um ou outro tipo, a depender

V 0 4 ma
do que estipular o estatuto social da companhia.
O .
d R 3 g
No que concerne à forma de circulação, as ações podem ser: ações
4
A PE D 0 er@
nominativas, ou ações escriturais.
l i
Quantos aos órgãos de administração, as sociedades anônimas ou companhias
m
lc
possuem, como regra geral, quatro órgãos principais. São eles:
p
Órgão máximo da companhia, com poderes
para decidir todos os negócios relativos ao
ASSEMBLEIA GERAL objeto da companhia e tomar as resoluções
que julgar convenientes à sua defesa e
desenvolvimento.
Órgão colegiado, de formação facultativa, que
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO responde pela orientação geral dos negócios,
selecionando as matérias que serão objeto de
deliberação pela assembleia geral.
Órgão executivo das companhias (executa as
DIRETORIA deliberações da Assembleia Geral e do
Conselho de Administração), responsável pela
representação legal da companhia.

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CONSELHO FISCAL Órgão incumbido da fiscalização e controle da
administração da S.A.

A dissolução das companhias (arts. 206 e 207 da Lei nº 6.404/76) pode ser total
ou parcial. A total pode ocorrer nos casos de fim do prazo de duração, por decisão
judicial (na falência) ou por decisão de autoridade administrativa. Na cisão total, na
incorporação (em relação à empresa incorporada) e na fusão (em relação às duas
empresas fundidas).
A parcial nas sociedades anônimas, a priori, ocorreria apenas na hipótese de
reembolso de acionista dissidente. Entretanto, a jurisprudência do STJ tem entendido
possível a dissolução parcial de sociedades de capital, uma vez presentes nestes
atributos próprios das sociedades de pessoas. É o que ocorre com as sociedades
anônimas de capital fechado de cunho familiar. A companhia dissolvida conserva a sua
personalidade jurídica até a sua extinção, com fim de proceder à liquidação (art. 207,
Lei 6.404/76).
Finalmente, importante destacar a possibilidade de realização de operações

a l
societárias envolvendo a sociedade anônima (arts. 220 e 227 – 229, Lei 6.404/76). São
elas:
io n
a c
c ER
Uma sociedade é absorvida pela outra, restando apenas a
u
INCORPORAÇÃO
d IL
primeira, que assume o passivo e o ativo da que foi extinta.
E M
Duas ou mais sociedades se fundem para formar uma
FUSÃO e
rt RO
terceira sociedade, que as sucederá em direitos e
obrigações.
p o OR
CISÃO S C 41- m u H 89
Uma sociedade transfere parcela do seu capital para outra
sociedade, se extinguindo (se a cisão for total) ou dividindo

um IZ .7 .co
o capital (se a cisão for parcial).

V O er L.
U
0
4
4 ma il
A mudança de um tipo societário para outro,
independentemente de dissolução e liquidação (art. 220,
d R
TRANSFORMAÇÃO
4 3 g
Lei 6.404/76). Ex.: A S/A pode transformar-se em LTDA.
A PE D 0 er@
l
Depende do consentimento unânime dos sócios ou
i
acionistas, salvo se prevista no estatuto ou no contrato
m
p lc
social.

3. SOCIEDADES NÃO PERSONIFICADAS

As sociedades sem personalidade jurídica, que podem ser sociedade em


comum ou sociedade em conta de participação, são representadas em juízo pela
pessoa a que couber a administração de seus bens (art. 75, inciso IX, do Código de
Processo Civil).

4.1. Sociedade em comum: não possui ato constitutivo devidamente


registrado. Será em comum enquanto o ato constitutivo não for arquivado, exceto em
relação às sociedades por ações que estão em fase de organização (que são sempre
sociedades empresárias, mesmo que o ato constitutivo ainda não tenha sido
arquivado). Aplicam-se às sociedades em comum, de modo subsidiário, a disciplina das
sociedades simples. A doutrina considera sociedade em comum irregular aquela que o

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ato constitutivo não foi levado a registro e sociedade em comum de fato a que sequer
conta com ato constitutivo.
A prova da existência da sociedade por terceiros, se dá de qualquer modo, mas
entre os sócios entre si ou com os terceiros se dá apenas por meio documental.
O patrimônio especial da sociedade em comum é o conjunto de bens afetados
ao exercício da atividade, do qual são titulares todos os sócios.
Os bens sociais respondem pelos atos de gestão praticados por qualquer dos
sócios, salvo pacto expresso limitativo de poderes, que somente terá eficácia contra o
terceiro que o conheça ou deva conhecer.
Todos os sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais,
excluído do benefício de ordem, previsto no art. 1.024, aquele que contratou pela
sociedade.

4.2. Sociedade em conta de participação: ainda que registrada, permanece


sem personalidade jurídica. Diante de sua natureza secreta, nunca possuirá nome
empresarial. Aplicam-se subsidiariamente as regras das sociedades simples.

a l
Sócio ostensivo aporta capital e administra. O Sócio participante somente
n
aporta capital, permanecendo oculto. Responderão frente a terceiros apenas os sócios
io
c
ostensivos, respondendo os sócios participantes se praticarem ato de gestão.
a
u
embargo, os sócios ostensivos e participantes podem falir.c ER
A sociedade em conta de participação não pode ser declarada falida, sem

E M d IL
A sociedade em conta de participação não possui autonomia patrimonial.
e
rt RO
Interessante notar que, ainda que conte com um ato constitutivo e este seja levado a
o OR
registro, ainda assim não irá contar com personalidade jurídica. O registro da
p
S C 41- m u H 89
sociedade em conta de participação terá o condão de, unicamente, formalizar a sua
constituição e dirimir eventuais dúvidas em relação ao conteúdo da convenção social.
m Z .7 .co
Ademais, a existência de um contrato social da sociedade em conta de participação
u I
er L U 4 il
produzirá efeitos unicamente entre os seus signatários.

V 0 4 ma
A sociedade em conta de participação independe de qualquer formalidade para
O .
d R 3 g
sua constituição, bastando a existência da affectio societatis (vontade de formar
4
A PE D 0 er@
sociedade), podendo provar-se por todos os meios de direito.
l i
A sociedade em conta de participação é integrada por duas classes de sócios: a
m
por pessoa jurídica. p lc
dos sócios ostensivos e dos sócios participantes (ou ocultos), podendo ser constituída

Na conta de participação, o sócio ostensivo é o empreendedor que entra com


capital e capacidade laboral, enquanto o sócio participante tem atuação restrita à
entrega do capital para a consecução do fim social, participando ao final dos resultados
correspondentes.
Desse modo, a partir da contribuição das duas classes de sócios, forma-se o
patrimônio especial da sociedade, que é exatamente o fundo social constituído para o
desenvolvimento da atividade.
Em matéria de responsabilidade pelos negócios jurídicos da sociedade, obriga-
se perante terceiros tão somente o sócio ostensivo e, exclusivamente perante este, o
sócio participante (limitada ou ilimitadamente, dependendo do que dispuser a
convenção). Isto porque, considerando não estarem dotadas de personalidade jurídica,
as sociedades em conta de participação não podem assumir obrigações em nome
próprio, exercendo unicamente o sócio ostensivo (em seu nome individual), a

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atividade constitutiva do objeto social, respondendo direta e ilimitadamente pelas
obrigações sociais (apenas os sócios ostensivos podem exercer a atividade constitutiva
do objeto social).
Sem embargo, se porventura houver participação conjunta de sócios ostensivos
e participantes na celebração de negócios, todos serão solidariamente responsáveis
perante o terceiro com quem efetivaram contrato em nome da sociedade.
Ainda que investido de poder para condução da sociedade, ao sócio ostensivo é
vedado admitir novo sócio sem o consentimento expresso dos demais, salvo
disposição em contrário. Enquanto a sua liquidação rege-se sociedade em conta de
participação pelas normas relativas à prestação de contas.
No que concerne à falência, cumpre destacar que, uma vez decretada a falência
de sócio ostensivo, haverá a dissolução da sociedade e a liquidação da respectiva
conta, cujo saldo constituirá crédito quirografário.
Por outro lado, na hipótese de falência de sócio participante, o contrato social
ficará sujeito às normas que regulem os efeitos da falência nos contratos bilaterais do
falido.

a l
4. DA CLASSIFICAÇÃO DAS SOCIEDADES
io n
a c
c ER
5.1. Quanto ao ato constitutivo: As sociedades podem ser contratuais ou
u
E M d IL
estatutárias (também conhecidas como institucionais). São contratuais as sociedades
constituídas por contrato social, o qual se caracteriza pela existência de um duplo
e
rt RO
vínculo (um vínculo dos sócios entre si e outro vínculo dos sócios para com a

p o OR
sociedade). Seu capital social é dividido em quotas, sendo os titulares cotistas. São

S C 41- m u H 89
sociedades contratuais as sociedades em nome coletivo, em comandita simples e
limitada. São estatutárias as sociedades constituídas por estatuto social, que se

um IZ .7 .co
caracteriza pela existência de um único vínculo (dos sócios para com a sociedade), não

V O er L
. 0
U4 ma4 il
havendo vínculos dos sócios entre si. Seu capital social está dividido em ações, sendo
os titulares denominados acionistas. São sociedades estatutárias as sociedades
d R 4 3 g
anônimas e as em comandita simples.
A PE D 0 er@
l i
5.2. Quanto às condições para alienação da participação societária:
m
p lc
SOCIEDADES DE PESSOAS SOCIEDADES DE CAPITAL

Foco nos atributos pessoais dos sócios Foco na contribuição financeira dos sócios
(Foco nas pessoas) (Foco no capital)

Como regra, o ingresso de terceiros Basta à subscrição para o ingresso de


no quadro social depende de terceiros no quadro social.
autorização unânime dos sócios. Acionistas não podem opor-se a entrada de
Atenção: Na sociedade limitada, não outros sócios (prevalece princípio da livre
dispondo o contrato social sobre a circulação de ações)
possibilidade de cessão de quotas,
será possível cedê-las a terceiros
estranhos, desde que não haja
oposição por parte de sócios que

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representem mais de ¼ do capital
social, nos termos do art. 1.057, CC.
Dado seu caráter pessoal, não há livre
circulação de quotas.

Reunião de pessoas Reunião de bens e valores

São sociedades de pessoas: N/C e C/S São sociedades de capital: C/A e S/A

A doutrina admite apenas a penhora dos direitos patrimoniais resultantes das


quotas, como lucros e haveres, mas não a transferência da cota em si.
Com a morte de um sócio, na sociedade de pessoas haverá a dissolução das
quotas correspondentes entre os sócios, no caso dos sócios sobreviventes não
concordarem com o ingresso do sucessor. Na sociedade de capital a sucessão ocorrerá
normalmente, independentemente da aquiescência dos demais sócios.

a forma de sociedade de pessoas, como a de sociedade de capital, devendo tal opção a l


A sociedade limitada é um tipo societário híbrido, ou seja, poderá assumir tanto

io n
estar refletida no contrato social. Sem embargo, na ausência de cláusula contratual

a c
expressa indicando tratar-se de uma sociedade de pessoas ou de capital, algumas

u c ER
cláusulas poderão indicar se a LTDA assumiu uma ou outra forma. Na hipótese de

E M d IL
silêncio do contrato sobre a questão, a limitada deverá ser tratada como uma
sociedade de pessoas, afinal, é da essência das sociedades contratuais a condição de
sociedade de pessoas. e
rt RO
p o OR
Embora, como regra geral, o ingresso de terceiro estranho nas sociedades de

S C 41- m u H 89
pessoas dependa de autorização unânime dos sócios, nas sociedades limitadas, diante
da omissão do contrato, poderá o sócio ceder sua quota a outro sócio sem a anuência

um IZ .7 .co
dos demais ou a terceiro estranho, se não houver oposição de titulares de mais de ¼

V O er L
. 0
U
4 ma 4 il
(ou seja, de mais de 25%) do capital social (art. 1.057, caput do CC). 20

d R 4 3 g
A PE D
5.3. Quanto à responsabilidade dos sócios: os sócios podem responder de
0 er@
forma limitada ou ilimitada, a depender do tipo societário empresário adotado. É de
l
mi
destacar-se também que, em relação às sociedades personificadas, como regra, o

p lc
patrimônio pessoal será alcançado apenas diante da impossibilidade do patrimônio
social solver as obrigações sociais, respondendo de forma subsidiária, respeitados os
parâmetros legais. Sendo ilimitada a responsabilidade, o patrimônio pessoal dos sócios
responde subsidiária. Sendo limitada a responsabilidade, o patrimônio pessoal dos
sócios não será atingido, salvo hipótese excepcional de desconsideração da
personalidade jurídica e na integralização das quotas do sócio remisso na sociedade
limitada.

Há ainda sociedades nas quais parte dos sócios responde LIMITADAMENTE pelas

20
FAZZIO JUNIOR, WALDO. Manual de direito comercial. São Paulo: Atlas, 2017. p. 147.

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obrigações sociais e parte ILIMITADAMENTE (responsabilidade mista), nos casos das
sociedades em comandita.
III – DIREITO CAMBIÁRIO

1. INTRODUÇÃO

Ramo do Direito Empresarial que disciplina os títulos de crédito (cártula), que


constituem documentos representativos de uma obrigação pecuniária, necessários ao
exercício de um direito literal e autônomo, cuja principal função é a circulação de
riquezas.
O rol dos títulos de crédito é taxativo (numerus clausus) e está definido em lei
(princípio da tipicidade), embora haja a possibilidade de criação de títulos de crédito
atípicos e inominados. As principais características dos títulos de crédito são a
negociabilidade (capacidade de circulação) e executividade (constituem título
executivo). Títulos de crédito têm natureza jurídica de coisas móveis.
l
Os requisitos fundamentais dos títulos de crédito são cartularidade (ou
a
io n
incorporação, significando que o direito de crédito dependerá da apresentação do
título, via de regra), literalidade (os títulos de crédito são documentos escritos e
a c
literais) e autonomia (o portador do título tem um direito autônomo em relação à
relação de que se originou).
u c ER
E M d IL
e
rt RO
p o OR
S C 41- m u H 89
um IZ .7 .co
Do requisito da autonomia advêm os da abstração (o título de crédito passa a

V O er L.
U
0
4
4 ma il
circular sem qualquer vinculação com a causa que lhe deu origem) e da
Inoponibilidade de exceções pessoais aos terceiros de boa-fé (eventual vício que
d R 4 3 g
tenha atingido a relação jurídica que deu causa ao título não pode ser oposta a
A PE D 0 er@
terceiro de boa-fé, como um endossatário de um cheque, já que exerce direito
l i
próprio, embora a ele possam ser opostos vícios formais).
m
p lc
2. CLASSIFICAÇÃO DOS TÍTULOS DE CRÉDITO
2.1 Quanto ao modelo
 Livre – sem padrão predefinido. Ex.: letra de câmbio e a nota promissória.
 Vinculado – tem padrão previamente fixado em lei, do que depende a sua
válida produção de efeitos, como o cheque.

2.2 Quanto à estrutura


 Ordem de pagamento – três posições jurídicas: sacador (emitente do título),
sacado (contra quem se emite o título) e tomador (favorecido do título). Ex.:
letra de câmbio e cheque. Mas podem formar também duas posições jurídicas:
a do sacador (emitente/credor) e a do sacado (contra quem se emite o
título/devedor). A letra, o cheque e a duplicata.

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 Promessa de pagamento – duas posições jurídicas: promitente-sacador
(emitente do título que promete pagar valor determinado) e tomador
(beneficiário do título). É o caso da nota promissória.

2.3 Quanto à circulação

 Ao portador: não indica a pessoa a quem se transfere, sendo transmitido pela


simples tradição. A Lei 8.021/90 e o Código Civil proibiram a emissão de títulos
ao portador. No entanto, a regra está excepcionada pela Lei 9.069/95, ao
permitir a emissão de cheques ao portador, desde que com valor igual ou
inferior a R$ 100,00 (cem reais).
 Nominativo: indica ou nomina a pessoa do credor, operando-se a transferência
mediante a escrituração do nome daquele em livro próprio do devedor, que só
terá a obrigação de pagar o título à pessoa nominada.
 À ordem: emitidos em favor de pessoa determinada, mas podem ser
a l
transferidos por endosso. Não se confundem com os nominativos, uma vez que

io n
sua transferência não está subordinada a escrituração, dependendo apenas do
endosso.
a c

c ER
Não à ordem: embora emitidos em favor de pessoa determinada, em razão da
u
E M d IL
existência de cláusula “não à ordem”, não podem ser endossados, sendo
transferidos apenas através de cessão civil de crédito.
e
rt RO
2.4 Quanto à emissão
p o OR
S C 41- m u H 89

m Z .7 .co
Causais: só podem ser emitidos quando da ocorrência de fatos determinados
u I
V er L U
0
4
4 ma il
por lei como causas à emissão. Ex.: a duplicata, que se trata de título causal,
uma vez que só pode ser emitida a partir de uma compra e venda mercantil ou
O .
d R 3 g
prestação de serviço.
4
 A PE D 0 er@
Não causais: podem ser emitidos a partir de qualquer evento, considerando
l i
que a lei não determina causas específicas ensejadoras de sua emissão. É o
m
lc
caso da letra de câmbio, da nota promissória e do cheque.
p
QUANTO AO LIVRE Não tem um padrão definido em lei.
MODELO VINCULADO Deve seguir um padrão definido em lei.
AO PORTADOR Não indica a pessoa a quem se transfere.
QUANTO À NOMINATIVO Indica o credor. Transfere-se por escrituração.
CIRCULAÇÃO À ORDEM Indica a quem se transfere. Cabe endosso.
NÃO À ORDEM Indica a quem se transfere. Não cabe endosso.
QUANTO À ORDEM Dá uma ordem para que outrem pague.
ESTRUTURA PROMESSA Caracteriza uma promessa de pagamento.
QUANTO À CAUSAL Só pode ser emitido em determinada hipótese.
EMISSÃO NÃO CAUSAL Pode ser emitido a partir de qualquer evento.

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3 TÍTULOS DE CRÉDITO EM ESPÉCIE

3.1 Letra de câmbio

Ou simplesmente letra, é título de crédito “à ordem”, criado mediante “saque”


(emissão), formando de três posições jurídicas: sacador (emitente do título), sacado
(aquele contra quem se emite o título) e tomador (o beneficiário do título).
O sacador dá uma ordem ao sacado para que pague o valor constante do título
ao tomador. Nada obsta, entretanto, que uma mesma pessoa ocupe duas posições
nessa relação, sendo, assim, sacador e sacado ou sacador e tomador simultaneamente.
A letra transfere-se por endosso, completa-se pelo aceite (facultativo na letra de
câmbio) e garante-se pelo aval.

3.1.1. Requisitos formais da letra de câmbio: previstos no art. 1º do Decreto-


Lei nº 57.663/66 (Lei Uniforme de Genebra). Se a indicação da quantia a satisfazer se
achar feita por extenso e em algarismos, havendo divergência entre uma e outra,
a l
prevalece a que estiver feita por extenso. Se a indicação da quantia se achar feita por

io n
mais de uma vez, quer por extenso, quer por algarismo, e houver divergência entre as
c
diversas indicações, prevalecerá a que se achar feita pela quantia inferior.
a
c ER
Segundo a Súmula 387 do STF que “A cambial emitida ou aceita com omissões,
u
E M
protesto”. No mesmo sentido o art. 891 do Código Civil.d IL
ou em branco, pode ser completada pelo credor de boa-fé antes da cobrança ou do

e
rt RO
o OR
3.1.2. Aceite: Ao receber das mãos do sacador a letra de câmbio, o tomador
p
S C 41- m u H 89
deve procurar o sacado para apresentar-lhe o título e consultá-lo sobre a aceitação da
ordem. Aceitando a letra, o sacado se compromete a pagar o valor constante do título
m Z .7 .co
ao seu beneficiário na data do vencimento. Assim, a declaração do aceite torna o
u I
V O er L
.
U
0
4
4 ma il
sacado/aceitante devedor principal. O sacado não se encontra obrigado a pagar o
título contra a sua vontade. Ao contrário, enquanto aquele (sacado) não manifestar a
d R 4 3 g
sua concordância por meio do aceite, não terá qualquer obrigação cambial. Sendo
A PE D 0 er@
assim, a letra de câmbio é passível de aceite, mas é um ato facultativo. A recusa do
l i
aceite na letra de câmbio pode ensejar o vencimento antecipado do título contra o
m
sacador (emitente).
p lc

O vencimento antecipado da letra de câmbio contra o sacador depende do protesto,


que deverá ser promovido pelo tomador no primeiro dia útil subsequente à recusa de
aceite por parte do sacado. Logo, se o sacado não aceitar o título, haverá o seu
vencimento antecipado apenas se observado tempestivamente o protesto, podendo o
tomador cobrar do sacador e dos demais coobrigados cambiários (endossantes e
respectivos avalistas), se houverem, o valor constante da letra. Não promovido o
protesto tempestivo, perderá o tomador o direito de acionar, antecipadamente, o
sacador e demais coobrigados cambiários. Se a letra de câmbio contiver a cláusula
“sem protesto” ou “sem despesas”, ficará o portador do título dispensado do protesto

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para que possa cobrar o seu valor dos coobrigados cambiários.

Em termos práticos, o aceite decorre da simples assinatura do sacado no


anverso (frente) da letra de câmbio. O aceite deve ser puro e simples, ou seja,
incondicionado, mas pode ser parcial. Nesse caso, o sacado fica obrigado nos termos
do seu aceite (até o limite e no prazo que aceitou), não estando impedido, todavia,
que o tomador proceda ao protesto pela parte não aceita, uma vez que o aceite parcial
equivale à recusa do aceite (embora vincule o aceitante parcialmente), como forma de
garantir seu direito de acionar os demais coobrigados cambiários pela totalidade do
débito. Se, como visto, na letra de câmbio o aceite é facultativo, ou seja, se o sacado
pode recusar-se a aceitar o pagamento do valor total da letra, ele também poderá
recusar-se de forma parcial. Assim, o aceite pode ser:

•Aceite limitativo: O sacado reduz o valor da obrigação que assume.

•Aceite modificativo: O sacado introduz mudança nas condições de pagamento


da letra, postergando o seu vencimento, por exemplo.
a l
io n
c
Considerando que nas duas espécies de recusa parcial do aceite está
a
c ER
caracterizada a negativa do sacado (ainda que parcial), poderá operar-se o vencimento
u
E M d IL
antecipado da cártula (desde que promovido o seu protesto tempestivo), fato que irá
gerar no tomador o direito de executá-la, de imediato e pela totalidade, contra o
sacador. e
rt RO
o OR
Para evitar a antecipação provocada pela recusa do aceite, a lei possibilita ao
p
S C 41- m u H 89
sacador a introdução da cláusula “não aceitável” ou expressão equivalente. Inserida a
cláusula “não aceitável", o tomador somente poderá apresentar o título ao sacado na
m Z .7 .co
data designada para o seu vencimento, protegendo assim o sacador e demais
u I
V er L0
U4 ma4 il
coobrigados cambiários contra o risco de vencimento antecipado do título. Contudo,
ainda que presente a cláusula “não aceitável”, caso o sacado aceite a letra antes do
O .
d R 3 g
seu vencimento, este será válido.
4
A PE D 0 er@
A cláusula “não aceitável” não exonera a responsabilidade do sacador, que
l i
responderá sempre pela ordem, evitando apenas o vencimento antecipado da cártula.
m
p lc
3.1.3. Aval: o pagamento de título de crédito pode ser garantido por aval, que é
uma garantia cambial firmada por um avalista (que pode ser um terceiro estranho ao
título ou mesmo alguém a este já atrelado) ao avalizado (pessoa cuja obrigação é
garantida), garantindo o pagamento do título.
O aval será escrito na própria letra ou em uma folha anexa e, se não indicada a
pessoa por quem se dá, ou seja, em prol de quem se presta o aval (aval em branco),
entende-se que foi dado a favor do sacador (aval em branco = aval em favor do
sacador). Chama-se aval em preto o que indica o favorecido.

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Admite-se o aval parcial em relação à letra de câmbio, nota promissória e cheque,
dada a previsão legal específica, mas não se permite em relação à duplicata e demais
títulos, aplicando-se a regra geral que o veda.

AVAL FIANÇA

Garante títulos de crédito Garante contratos


(garantia cambial) (garantia civil)

Constitui-se pela simples assinatura no Constituição depende de cláusula


título contratual

Obrigação autônoma Obrigação acessória


a l
io n
Responsabilidade solidária
c
Responsabilidade subsidiária
a
Não admite exceções pessoais u c ER
Admite exceções pessoais
E M d IL
e
rt RO
O aval pode ser aposto antes ou após o vencimento do título, produzindo em

p o OR
ambos os casos o mesmo efeito. A simples assinatura do dador aposta na face anterior

aval. S C 41- m u H 89
da letra, salvo se se trata das assinaturas do sacado ou do sacador, considera-se como

um IZ .7 .co
A menos que o regime matrimonial seja o de separação total de bens, a

V O er L
. 0
U
4 ma 4 il
constituição do aval dependerá de outorga conjugal.

d R 4 3 g
3.1.4. Endosso: forma de transferência do direito ao valor constante do título, a
A PE D 0 er@
partir da assinatura do seu possuidor no próprio título (embora na letra de câmbio o
l
mi
endosso possa ser lançado no próprio título ou em uma declaração anexa, quando
p lc
falte espaço na cártula). O endosso responde pela formação de duas posições jurídicas:
a do endossante (pessoa que transfere o título) e a do endossatário (pessoa para a
qual o título é transferido).
É vedado o endosso parcial, ou seja, aquele que diga respeito apenas a uma
parte do valor constante do título. Se lançada cláusula nesse sentido, será nula. Com o
endosso, ocorre a transferência integral do crédito contido no título.
Toda letra de câmbio, ainda que não traga expressa a cláusula “à ordem”, é
endossável, uma vez que é da própria natureza da letra a capacidade de circulação. Se
houver a intenção de impedir o endosso, deve ser lançada no título a cláusula “não à
ordem”. Nesta hipótese, a letra só será transmissível pela forma e com os efeitos de
uma cessão civil de créditos, não estando sua circulação sujeita ao regime jurídico-
cambial, mas sim ao Direito Civil.21
21
PENANTE JR, Francisco. Resumos para concursos, vol. 37, Direito Empresarial, 2ª edição. São
Paulo: Editora jus podivm, 2017. p. 155.

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ENDOSSO CESSÃO CIVIL

Confere direito autônomo ao Confere direito derivado ao cessionário


endossatário

Endossante é codevedor solidário do Cedente não é codevedor solidário do


título (salvo cláusula “sem garantia”) título

Da mesma forma, o endosso realizado após o protesto do título produz apenas


efeitos de uma cessão civil de crédito. É o chamado endosso tardio ou póstumo. O
endosso pode ser em preto (completo) ou em branco (incompleto). Será em preto
quando trouxer a indicação do beneficiário (endossatário) do crédito que se transfere,
ou em branco quando trouxer a simples assinatura do endossante, sem a indicação do
beneficiário do crédito, hipótese na qual se cria a possibilidade de livre circulação do
título (o converte em título ao portador).
Outra forma de endosso é o endosso impróprio, do qual são espécies o a l
io n
endosso-mandato e o endosso-caução (ou endosso-garantia ou endosso-pignoratício).

a c
O endosso-mandato é aquele através do qual o credor do título pode constituir um

u c ER
representante (endossatário-mandatário) para o exercício dos direitos que dele

E M d IL
emanam, ou seja, para que este possa realizar a cobrança do título em nome do
endossante (credor). O endosso-caução, por sua vez, é aquele no qual o título é usado
e
rt RO
como garantia de uma obrigação assumida pelo endossante.22

p o OR
u H 89
3.1.5. Prescrição: Os prazos prescricionais na letra de câmbio são:
S C 41- m

um IZ .7 .co
As ações contra o aceitante da letra de câmbio prescrevem em 3 (três) anos, a

 V O er L.
U
0
4 il
contar do seu vencimento;
4 ma
As ações contra os endossantes e contra o sacador prescrevem em 1 (um) ano,
d R 4 3 g
a contar da data do protesto tempestivo ou da data do vencimento (letra com
A PE D 0 er@
cláusula “sem protesto”).
l

mi
As ações dos endossantes uns contra os outros e contra o sacador prescrevem

p lc
em 6 (seis) meses, a contar do dia em que o endossante pagou a letra ou em
que ele próprio foi acionado (ação de regresso).

A interrupção da prescrição só produz efeito em relação à pessoa para quem a


interrupção foi feita.

1.1.2. Protesto extrajudicial: ato formal e solene através do qual se apresenta


publicamente o título ao devedor, para que este promova o seu pagamento ou o
22
PENANTE JR, Francisco. Resumos para concursos, vol. 37, Direito Empresarial, 2ª edição. São
Paulo: Editora jus podivm, 2017. p. 156.

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aceite, servindo como prova da inadimplência o descumprimento de obrigação
originada em títulos (como uma letra de câmbio) ou outros documentos de dívida
(como um contrato de aluguel), (art. 1º da Lei 9.492/1997 – Lei de Protesto de Títulos e
outros documentos de dívida).
O protesto é realizado pelo tabelião de protesto de títulos, a requerimento do
portador do título, do seu credor ou respectivo procurador. O protesto por falta de
aceite somente poderá ser efetuado antes do vencimento da obrigação e após o
decurso do prazo legal para o aceite ou a devolução. Após o vencimento, o protesto
sempre será efetuado por falta de pagamento.
Já o protesto por falta de devolução se dará quando o sacado retiver a letra de
câmbio ou a duplicata enviada para aceite, não procedendo a sua devolução no prazo
legal. Nesse caso, o protesto poderá operar-se com base na segunda via da letra ou nas
indicações da duplicata.
Os títulos poderão ser protestados a qualquer tempo, haja vista não constituir
obrigação do tabelião de protesto examinar os prazos prescricionais dos títulos. Nos
termos do art. 202, III, do CC, o protesto interrompe a prescrição.
a l
io n
3.2 Nota promissória
a c
u c ER
pagar quantia determinada a outra. E M d IL
É a promessa de pagamento, a partir da qual uma pessoa se compromete a

e
rt RO
Seu saque gera duas posições jurídicas: a do sacador (emitente, subscritor,
p o OR
promitente), que se compromete a pagar quantia determinada ao tomador

S C 41- m u H 89
(beneficiário, favorecido do título, também chamado “sacado”).
Não é passível de aceite, afinal, não se emite a nota promissória para o
um IZ .7 .co
pagamento por um terceiro. No que concerne ao endosso, direito de ação por falta de
er L U4 ma4 il
pagamento, aval, prescrição, e demais elementos apontados pelo art. 77 da Lei
V O . 0
Uniforme, são aplicáveis à nota promissória, desde que compatíveis com sua natureza,
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
às disposições relativas às letras de câmbio.
l
Prescrição da nota promissória: do portador contra emitente e avalista
mi
prescreve em 3 anos a contar do vencimento; do portador contra endossantes e
p lc
respectivos avalistas prescreve em 1 ano, a contar da data do protesto tempestivo ou
da data do vencimento (nota com cláusula “sem protesto”); e dos endossantes, uns
contra os outros, ou seus avalistas prescreve em 6 meses, a contar do dia em que o
endossante pagou o título ou em que ele foi acionado.

3.3 Cheque

Ordem de pagamento em dinheiro e à vista (natureza do cheque), sacada


contra um banco ou instituição financeira.
Título padronizado, válido apenas quando emitido por um banco ou instituição
financeira com a forma determinada.
Tem como vantagem de sua utilização a possibilidade de substituição de moeda
(dinheiro “vivo”) pelo papel representativo do cheque, possibilitando assim o
pagamento à distância sem a necessidade de transporte de numerário.

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O saque do cheque, tal como na letra de câmbio, dá origem a três posições
jurídicas distintas: a do sacador (emitente, subscritor), que dá uma ordem de
pagamento à vista contra o sacado (que será sempre um banco ou instituição
financeira), para que este pague a quantia referida no cheque ao beneficiário ou
tomador do título, que pode ser um terceiro ou o próprio sacador.
No cheque, o banco ou instituição financeira (sacado) não possui qualquer
obrigação cambial, visto que não garante o pagamento da cártula, não podendo ser
responsabilizado ou mesmo executado pelo credor em razão da falta ou insuficiência
de fundos, atuando como mero intermediador na relação. O cheque possui seus
requisitos formais previstos no art. 1º da Lei 7.357/85, cuja leitura se aconselha.
Considera-se como não escrita a cláusula inserida no cheque para pagamento
em forma que não seja à vista. A espécie cheque pós-datado, muito utilizado na
prática comercial brasileira, não encontra respaldo na Lei do Cheque. Assim, se um
cheque é apresentado em data anterior à indicada como “boa para pagamento”, ele
deverá ser pago imediatamente pelo banco ou instituição financeira, afinal, tem a
natureza de uma ordem de pagamento à vista.

a l
Portanto, fica patente que a apresentação futura do cheque, decorrente de
n
acordo neste sentido (cheque pós-datado), dependerá sempre do cumprimento do
io
acordo pelo portador do cheque.
a c
u c ER
A Súmula 370 do STJ reconhece a ocorrência de dano moral quando da
apresentação de cheque em data anterior a data convencionada pelas partes. A
E M d IL
Súmula 388 do STJ aduz que a simples devolução indevida de cheque caracteriza dano
e
rt RO
moral, independentemente de prova do prejuízo sofrido pela vítima (dano in re ipsa).
o OR
- Cheque cruzado: o emitente, mediante a colocação de dois traços paralelos e
p
S C 41- m
mediante crédito em conta. u H 89
transversais no anverso (frente) do título, faz com que o cheque só possa ser pago

m Z .7 .co
- Cheque visado é aquele cuja suficiência de fundos para cobertura foi atestada
u I
er L U 4 il
pelo banco sacado.

V 0 4 ma
- Cheque administrativo é o emitido e liquidado pelo próprio banco sacado.
O .
d R 3 g
Os cheques são transmitidos por endosso, que pode ser feito pelo próprio
4
A PE D 0 er@
sacador (emitente) ou por terceiro. Poderá ser feito em preto ou em branco. O cheque
l i
também poderá ser garantido, no todo ou em parte, por aval. O único que não pode
m
p lc
ser avalista é o sacado. O aval poderá ser em branco ou em preto. O aval em preto
indica o avalizado. O aval em branco não o indica e, neste caso, considerar-se-á
avalizado o emitente.
A execução fundada em cheque prescreve no prazo de 6 meses, do portador
contra o sacador, endossantes e respectivos avalistas, contados da expiração do seu
prazo de apresentação, que poderá ser de 30 dias (quando o cheque houver de ser
pago na mesma cidade em que foi emitido) ou 60 dias (quando o cheque houver de ser
pago em cidade diferente daquela de emissão).
A ação de enriquecimento ilícito contra o emitente ou outros obrigados, que se
locupletaram injustamente com o não pagamento do cheque prescreve em 2 anos,
contados do dia em que se consumar o prazo prescricional da execução fundada em
cheque.
Prescritas a ação executiva e de enriquecimento ilícito, é possível ainda o
oferecimento de ação monitória, cabível para cobrança de documentos que perderam
a sua força executiva. Nesse sentido, a Súmula 299 do STJ estabelece que caberá ação

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monitória nos casos de cheque prescrito.
Segundo a súmula 531 do STJ, “Em ação monitória fundada em cheque
prescrito ajuizada contra o emitente, é dispensável a menção ao negócio jurídico
subjacente à emissão da cártula.”

3.4 Duplicata

Título de crédito causal (diferentemente da letra de câmbio, da nota


promissória e do cheque), pois só pode ser emitida na compra e venda mercantil ou
na prestação de serviços.
Em todo o contrato de compra e venda mercantil, entre partes domiciliadas no
Brasil, com prazo não inferior a 30 dias, contado da data de entrega ou despacho das
mercadorias, emitirá o vendedor a respectiva fatura para apresentação ao comprador.
No ato de emissão da fatura, dela poderá ser extraída duplicata para circulação
(duplicata mercantil) (arts. 1º e 2º, Lei 5.474/68).
a l
n
As empresas, individuais ou coletivas, fundações ou sociedades civis, que se
io
c
dediquem à prestação de serviços, poderão, também, emitir fatura e duplicata
a
c ER
(duplicata de serviços) (art. 20, Lei 5.474/68). A duplicata responde pela formação de 2
u
E M
sacado (devedor, comprador ou tomador do serviço).
d IL
posições jurídicas, o sacador (emitente, credor, vendedor ou prestador de serviço) e o

e
rt RO
Extraída a duplicata, esta deverá ser apresentada ao devedor no prazo de 30
p o OR
dias a contar de sua emissão, devendo o devedor, quando a duplicata não for à vista,

S C 41- m u H 89
devolvê-la ao apresentante no interregno de 10 dias, contados da data de sua
apresentação, devidamente assinada ou acompanhada de declaração, por escrito,
um IZ .7 .co
er L
contendo as razões da falta do aceite (art. 7º, Lei 5.474/68).
U
4 ma 4 il
Na grande maioria dos casos, o sacador negocia suas duplicatas com

d V R O
4 3 . 0
instituições financeiras, recebendo adiantado uma quantia um pouco menor. Na data
g
A PE D 0 er@
do vencimento das duplicatas, as instituições financeiras recebem o valor do sacado
l
(considerando a pontualidade no pagamento).
mi
A duplicata está submetida às disciplinas do endosso, aceite e aval, na medida
p lc
em que se transmite pelo endosso, completa-se pelo aceite e garante-se pelo aval.
Como regra, o aceite na duplicata é obrigatório, de modo que a sua falta sem justo
motivo enseja no credor o direito de protestá-la (art. 2º, §1º, VIII, Lei das Duplicatas).
Neste sentido, para que seja possível a sua execução, deverá estar acompanhada do
comprovante de entrega das mercadorias ou da prestação dos serviços (art. 15, Lei
5.474/68).
Não obstante a regra da obrigatoriedade do aceite, o comprador pode deixar
de aceitar a duplicata por motivo de (art. 8º, Lei 5.474/68) avaria ou não recebimento
das mercadorias, quando não expedidas ou não entregues por sua conta e risco; vícios,
defeitos, e diferenças na qualidade ou na quantidade das mercadorias, devidamente
comprovados; ou divergências nos prazos ou nos preços ajustados.
Súmula 248 do STJ “Comprovada a prestação dos serviços, a duplicata não
aceita, mas protestada, é título hábil para instruir pedido de falência”.
A duplicata é protestável por falta de aceite, de devolução ou de pagamento. A
falta de devolução do título pelo devedor permite que o credor emita triplicata e

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realize o protesto por simples indicações. O portador que não tirar o protesto da
duplicata, em forma regular e dentro do prazo de 30 dias, contado da data de seu
vencimento, perderá o direito de regresso contra os coobrigados (endossantes e
avalistas). Os requisitos formais da duplicata estão no art. 2º, §1º, da Lei nº 5.474/68,
cuja leitura se indica.
A pretensão à execução da duplicata prescreve contra o sacado e respectivos
avalistas, em 3 anos, contados da data do vencimento do título; contra endossante e
seus avalistas, em 1 ano, contado da data do protesto; e de qualquer dos coobrigados
contra os demais, em 1 ano, contado da data em que haja sido efetuado o pagamento
do título.

TÓPICO-SÍNTESE

LETRA DE NOTA
CHEQUE DUPLICATA
CÂMBIO PROMISSÓRIA

ACEITE X - -
a
X l
io n
ENDOSSO X X X
a c X

AVAL X X
u c ER
X X

TÍTULO À E M d IL
ORDEM
X X
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- X

p o OR
ORDEM
PAGAMENT S C 41- m
X
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O
um IZ .7 .co
ABSTRAÇÃ
V O er L.
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X0
4
4 ma il
X X -
O
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
mi
IV – DIREITO RECUPERACIONAL E FALIMENTAR
p lc
1. INTRODUÇÃO

A lei nº 11.101/05 (Lei de Recuperação Judicial e Falência – LREF) trata da


recuperação judicial (substituta da concordata preventiva, embora os processos de
concordata já iniciados continuem regidos pela legislação anterior), da recuperação
extrajudicial (inovação da nova lei, já que na legislação anterior a chamada
“concordata branca” era considerado ato falimentar) e da falência.
A LREF está fundada na teoria da empresa, aplicando-se apenas a quem exerça
atividade empresária (empresário individual, sociedade empresarial e EIRELI).
Sociedade Simples, por exemplo, não pode recorrer à recuperação judicial. A Lei nº
11.101/05 não se aplica à empresa pública e à sociedade de economia mista
(inaplicabilidade absoluta). Também não se aplica à instituição financeira pública ou
privada, cooperativa de crédito, consórcio, entidade de previdência complementar,

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sociedade operadora de plano de assistência à saúde, sociedade seguradora,
sociedade de capitalização e outras entidades legalmente equiparadas às anteriores
(inaplicabilidade relativa, podendo acontecer se houve previsão na legislação
específica).
Uma sociedade não registrada (Sociedade em Comum) também não poderá
requerer a falência dos seus devedores ou mesmo requerer o benefício da
recuperação judicial, embora possa figurar no polo passivo de uma ação falimentar,
visto que, como ensina o brocardo jurídico: “a aquisição de direitos depende da
observância da norma, mas a imposição de deveres existirá sempre”. Ora, não seria
razoável que, pelo fato de não haver cumprido a obrigação do registro, a sociedade em
comum ficasse protegida contra pedidos de decretação de falência. De tal modo, as
sociedades irregulares poderão sim figurar no polo passivo de pedidos de falência. 23
O juízo competente na recuperação e na falência é o do local do principal
estabelecimento do devedor ou da filial de empresa que tenha sede fora do Brasil
(aquele estabelecimento economicamente mais importante, embora parte da doutrina
entenda ser o estabelecimento onde se encontra a administração do empresário).

a l
2. DISPOSIÇÕES COMUNS
io n
a c
c ER
O Ministério Público pode atuar como parte em legitimação extraordinária
u
E M d IL
(substituto processual, defendendo interesse de terceiro em nome próprio) ou como
fiscal da lei (custos legis). Não há vedação à inclusão do crédito alimentício nos
e
rt RO
processos falimentares (se eram descontados em folha, por exemplo).

p o OR
São 3 os órgãos auxiliares do Juízo: o Administrador Judicial, a Assembleia Geral
de Credores e o Comitê de Credores.
S C 41- m u H 89
um IZ .7 .co
2.1. Administrador Judicial: a antiga figura do síndico foi substituída pelo

V O er L
. 0
U
4 ma 4 il
administrador judicial. Função eminentemente executória, servindo como elo entre o
juízo e a massa falida (na falência) e o juízo e a empresa em recuperação (na
d R 4 3 g
recuperação judicial), zelando pelo cumprimento da LREF e apoiando o juízo na prática
A PE D 0 er@
de uma série de procedimentos administrativos, tais como os previstos no art. 22 da
l
LREF.
mi
p lc
Decretada a falência, todas as ações sobre bens, interesses ou negócios do
falido prosseguirão com o administrador judicial, que será intimado para representar a
massa. Nomeado pelo juiz, o administrador judicial pode ser pessoa física idônea,
preferencialmente, advogado, economista, administrador ou contador, ou pessoa
jurídica especializada, devendo ser informado o nome do profissional por ela
responsável, que não poderá ser substituído senão por autorização judicial.
Na recuperação judicial, o administrador judicial é nomeado no despacho de
processamento, mas na falência a nomeação se dá na sentença que a decretar. Uma
vez nomeado, o administrador será intimado pessoalmente para, em 48h, assinar, na
sede do juízo, termo de compromisso para o bom e fiel desempenho da função,
assumindo todas as responsabilidades a ela inerentes. A função de administrador é

23
PENANTE JR, Francisco. Resumos para concursos, vol. 37, Direito Empresarial, 2ª edição. São
Paulo: Editora jus podivm, 2017. p. 192.

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indelegável, vedando a lei qualquer espécie de substituição, salvo a hipótese de
autorização legal.

Não poderá exercer a função de administrador judicial a pessoa que, nos últimos 5
anos, no exercício do cargo de administrador judicial em Falência ou Recuperação
Judicial anterior, houver sido destituída, deixado de prestar contas dentro dos
prazos legais ou tido a prestação de contas desaprovada. Também estarão
impedidos de serem de administrador judicial aqueles que tiverem relação de
parentesco ou afinidade até o terceiro grau com o devedor, seus administradores,
controladores ou representantes legais, ou deles for amigo, inimigo ou dependente.

a l
Qualquer interessado, qualquer credor ou mesmo o MP poderão requerer ao
juiz a sua substituição se a nomeação foi contrária à lei, o qual deverá decidir a

io n
questão no prazo de 24h do recebimento do requerimento. Por outro lado, a lei não
define prazo para apresentação do pedido de substituição.
a c
u c ER
A substituição do administrador judicial, uma vez não possuir caráter

E M d IL
sancionatório, não impede que aquele receba a remuneração correspondente ao
período anterior à substituição, assim como não implica impedimento ao exercício da
e
rt RO
função em outro processo. Não obstante, o administrador que for substituído em

p o OR
razão de renúncia injustificada da função, não terá direito a remuneração.

S C 41- m u H 89
A destituição poderá ser requerida por qualquer interessado, qualquer credor
ou pelo Ministério Público. O juiz poderá destituir o administrador que descumprir os

um IZ .7 .co
seus deveres, for omisso ou negligente, ou praticar atos lesivos ao devedor ou a
er L U 4
4 ma il
terceiros, como na hipótese da não apresentação, dentro do prazo legal, das contas ou
V O . 0
relatórios a que está obrigado. Logo, diferentemente da substituição, a destituição
d R 4 3 g
A PE D
possui caráter sancionatório, aplicando-se àqueles administradores que não agirem de
0 er@
forma diligente. Em razão de seu caráter, traz como consequências a vedação para
l
mi
novo exercício da função de administrador judicial pelo período de 5 anos e a perda do

p lc
direito a remuneração. A lei também não define prazo para o pedido de destituição.
O administrador também pode renunciar, ainda que sem motivo, mas neste
caso não terá direito a remuneração. Responderá pelos prejuízos eventualmente
causados ao devedor, à massa falida ou aos credores sempre que atuar com dolo ou
culpa. A remuneração do administrador levará em conta a capacidade de pagamento
do devedor, o grau de complexidade do trabalho e os valores praticados no mercado
para atividades afins. Na recuperação judicial, o valor da remuneração do
administrador judicial fixada pelo juiz não poderá ultrapassar a 5% do montante
devido aos credores, pago a critério do juiz. Na falência, o valor da remuneração do
administrador judicial fixada pelo juiz não poderá ultrapassar a 5% do valor dos bens
vendidos, pago 60% da remuneração fixada pelo juiz por ocasião da venda dos bens do
falido e os 40% restantes deverão ser pagos ao final, após a prestação de contas pelo
administrador judicial e a sua aprovação (não fará jus à remuneração o administrador
judicial que tiver as suas contas desaprovadas. Tratando-se de microempresa ou
empresa de pequeno porte, a remuneração fica restrita a 2%.

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2.2. Assembleia geral de credores: órgão que agrega todos aqueles que têm
crédito contra o empresário individual, sociedade empresária ou EIRELI, constituindo-
se em uma instância auxiliar. Titulares de créditos derivados da legislação do trabalho
ou de acidente do trabalho, de créditos com garantia real, de créditos quirografários,
com privilégio especial, com privilégio geral ou subordinados e de créditos
enquadrados como microempresa ou empresa de pequeno porte. Desse modo, os
titulares de créditos de outra natureza (tributários e decorrentes de multas e penas
pecuniárias) não integrarão a assembleia.
A assembleia geral conspira a favor da esperada celeridade dos procedimentos
falimentares, haja vista que, uma vez considerados isoladamente, cada credor
defenderia seu próprio interesse, o que certamente inviabilizaria o processo.
Dentre as atribuições da assembleia geral, destacam-se deliberar sobre a
aprovação, rejeição ou modificação do plano de recuperação judicial apresentado pelo
devedor, deliberar sobre a possível adoção de outras modalidades de liquidação do
a l
ativo na falência e - deliberar sobre a conveniência da constituição do comitê de

io
credores, assim como sobre qualquer matéria de interesse dos credores. n
c
Presidida pelo administrador judicial e convocada pelo juiz, será instalada, em
a
c ER
primeira convocação, a partir da presença de credores que sejam titulares de mais da
u
qualquer número. E M d IL
metade dos valores dos créditos de cada classe, e em segunda convocação, com

e
rt RO
Via de regra, o voto do credor será proporcional ao valor de seu crédito, mas
o OR
em relação à classe dos titulares de créditos trabalhistas e decorrentes de acidente do
p
S C 41- m u H 89
trabalho a proposta deverá ser aprovada por maioria simples dos credores presentes,
independentemente do valor de seus créditos. Nas deliberações sobre o plano de
m IZ .7 .co
recuperação judicial, todas as classes da assembleia geral de credores deverão aprovar
u
V Oer L U
. 0
4
4 mail
a proposta, sob pena de inviabilizar a recuperação.

d
2.3. R 4 3 g
Comitê de Credores: órgão facultativo que atua no dia a dia do
A PE D 0 er@
processo, na proteção dos interesses da assembleia geral de credores, sendo dotado
l
mi
de natureza fiscalizatória. É composto por apenas quatro membros, cada qual com
p lc
direito a dois suplentes, sendo um membro indicado pela classe dos credores
trabalhistas, um membro indicado pela classe dos credores com garantia real ou
privilégios especiais e um membro indicado pela classe de credores quirografários e
com privilégios gerais e um membro indicado pela classe de credores representantes
de microempresas e empresas de pequeno porte. São atribuições do comitê de
credores, entre outras, fiscalizar as atividades e examinar as contas do administrador
judicial, zelar pelo bom andamento do processo e pelo cumprimento da lei, requerer
ao juiz a convocação da assembleia geral de credores e fiscalizar a execução do plano
de recuperação judicial.
A falta de indicação de representante por qualquer classe não prejudicará a
constituição do Comitê, o qual poderá funcionar mesmo com número inferior.
Se o Comitê não for formado, suas funções serão exercidas pelo administrador
judicial ou pelo juiz, em caso de incompatibilidade daquele. Os membros do comitê de

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credores não têm direito a remuneração, mas apenas o ressarcimento das despesas
comprovadas, após autorização judicial e havendo disponibilidade em caixa.
Os membros do comitê de credores responderão pelos prejuízos
eventualmente causados ao devedor, a massa falida ou aos credores por atuarem com
dolo ou culpa.
Da mesma forma que em relação ao administrador judicial, não poderá ser
membro do comitê de credores a pessoa que, nos últimos 5 anos, no exercício do
cargo de administrador judicial anterior, houver sido destituída, deixado de prestar
contas dentro dos prazos legais ou tido a prestação de contas desaprovada. No mesmo
sentido, também não poderá ser membro do comitê de credores a pessoa que tiver
relação de parentesco ou afinidade até o terceiro grau com o devedor, seus
administradores, controladores ou representantes legais, ou deles for amigo, inimigo
ou dependente.

3. DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL
a l
io n
c
Trata-se de medida excepcional, que tem por objetivo viabilizar a superação da
a
c ER
crise econômico-financeira do empresário individual, da sociedade empresária e da
u
E M d IL
EIRELI ao prever um verdadeiro plano de reestruturação, com diversas medidas de
ordem financeira, jurídica e econômica, conferindo assim efetivas chances de
superação do quadro de crise. e
rt RO
p o OR
A recuperação judicial tem por objetivos a manutenção da fonte produtora, a

S C 41- m u H 89
manutenção do emprego dos trabalhadores e a garantia dos interesses dos credores.
Têm legitimidade ad causam ativa ordinária o empresário individual, a sociedade

um IZ .7 .co
empresária e a EIRELI. Têm legitimidade ativa extraordinária o cônjuge supérstite,

V
empresária.
O er L
.
U
0
4
4 ma il
herdeiros do devedor, inventariante, ou ainda pelo sócio remanescente da sociedade

d R 4 3 g
A recuperação judicial poderá ser pedida diretamente, diante de quadro de
A PE D 0 er@
crise econômico-financeira do devedor, ou ainda no prazo da defesa/contestação
l
contra pedido de falência.
mi
p lc
O art. 48 da LREF traz os requisitos para a recuperação judicial, cuja leitura
atenta deve ser realizada, uma vez que tende a ser bastante cobrado.
Estão sujeitos à recuperação judicial todos os créditos existentes na data do
pedido, tanto vencidos quanto vincendos (a vencer). Como exceção à regra geral, não
são exigível do devedor as obrigações a título gratuito, as despesas com habilitação ou
impugnação do crédito (salvo as custas judiciais decorrentes de litígio do qual o
devedor saiu vencido) e também não se submetem aos efeitos da recuperação judicial
os credores titulares de posição de proprietários fiduciários de bens móveis ou
imóveis, arrendadores mercantis (credores no contrato de leasing), proprietários ou
promitentes vendedores de bens imóveis, cujos contratos contenham cláusula de
irrevogabilidade ou irretratabilidade (inclusive em incorporações imobiliárias),
proprietários em contrato de venda com reserva de domínio, credor no adiantamento
de contrato de câmbio para exportação (ACC), desde que o prazo total da operação,
inclusive eventuais prorrogações, não exceda o previsto nas normas específicas da
autoridade responsável.

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Os créditos não incluídos no plano de recuperação serão recebidos pelos
credores segundo a forma originalmente contratada. Os credores de empresa em
recuperação conservam seus direitos e privilégios contra coobrigados,
independentemente do que foi planificado pelo devedor. Portanto, o credor com
garantia de terceiro, ainda que sujeito aos efeitos da recuperação judicial, poderá
executar o garantidor.
O empresário individual, a sociedade empresária e a EIRELI, que atendendo aos
requisitos do art. 48 da LREF, enfrentem crise econômico-financeira, estarão
legitimados a pedir a recuperação judicial, demonstrando a realidade econômica,
financeira e patrimonial da empresa, bem como sua importância no contexto local,
regional ou nacional, deixando patente a sua efetiva capacidade de reestruturação e
observando os demais elementos que devem instruir a petição inicial constantes do
art. 51 da LREF, que deve ser lido com atenção.
Após a distribuição do pedido de RJ, o devedor não poderá alienar ou onerar
bens ou direitos de seu ativo permanente, salvo se houver evidente utilidade
reconhecida pelo juiz, com exceção dos atos previamente relacionados no plano.

a l
Estando tudo certo na petição inicial, restará ao juiz deferir o processamento.
n
O despacho de processamento é um despacho de mero prosseguimento, que
io
c
permite que as demais fases sejam realizadas. No despacho, o juiz também nomeará o
a
u c ER
administrador judicial, determinará a dispensa da apresentação das certidões
negativas para que o devedor exerça as suas atividades (exceto para a contratação
E M d IL
com o Poder Público ou para o recebimento de benefícios fiscais ou creditícios),
e
rt RO
ordenará a suspensão de todas as ações e execuções contra o devedor, pelo prazo
o OR
improrrogável de 180 dias, contado do deferimento do processamento, ressalvadas as
p
S C 41- m u H 89
ações que demandarem quantia ilíquida, de natureza trabalhista, de execuções fiscais
e as promovidas por credores não sujeitos à recuperação. Determinará ao devedor a
m Z .7 .co
apresentação de contas demonstrativas mensais enquanto perdurar a recuperação e
u I
er L U 4 il
ordenará a intimação do MP e comunicação por cartas às Fazendas.

V 0 4 ma
Ainda que não sujeitos à recuperação, se os bens objeto da constrição forem
O .
d R 3 g
essenciais à atividade empresarial do devedor, não poderão ser retirados ou vendidos
4
A PE D 0 er@
no prazo de 180 dias a contar do deferimento do processamento.
l i
O devedor não poderá desistir do pedido após o deferimento do seu
m
p lc
processamento, salvo se obtiver a aprovação da desistência na assembleia geral de
credores. O plano de recuperação judicial é o projeto desenvolvido pelo devedor para
superação da crise econômico-financeira. Poderá ser baseado em uma ou várias das
medidas previstas no rol do art. 50 da LREF, que se aconselha a leitura atenta.
O plano deve ser apresentado pelo devedor ao juízo no prazo improrrogável de
60 dias, a contar da publicação da decisão que deferiu o seu processamento, sob pena
de convolação em falência. O plano não poderá prever prazo superior a 1(um) ano
para pagamento dos créditos derivados da legislação trabalhista ou decorrentes de
acidente de trabalho, vencidos até a data do pedido. Não poderá prever, ainda, prazo
superior a 30 dias para pagamento, até o limite de 5 salários mínimos por trabalhador,
dos créditos de natureza estritamente salarial, vencidos nos 3 meses anteriores ao
pedido.
Aprovado o plano pela assembleia geral de credores (anuência expressa ao
plano), ou não tendo havido votação em razão da ausência de objeções por parte dos

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credores (anuência tácita ao plano), o juiz proferirá decisão concedendo a
recuperação, decisão contra a qual caberá agravo de instrumento.
Com a decisão concessiva, deverá o juiz determinar ao registro público de
empresas mercantis a anotação da recuperação judicial no registro correspondente,
sendo assim acrescida ao seu nome empresarial a expressão “em Recuperação
Judicial”. A decisão que concede a RJ constitui título executivo judicial. Deferida a
recuperação, permanecerá o devedor em recuperação até que se cumpram todas as
obrigações previstas no plano para os primeiros 2 anos. Ressalvadas as hipóteses
elencadas no art. 64 da LREF, permanecerá o devedor (ou seus administradores) à
frente da empresa. Após o período de 2 anos, ocorrerá o encerramento da
recuperação desde que todas a obrigações previstas para esse período tenham sido
cumpridas, presumindo-se que conseguirá cumprir as demais.
A recuperação judicial poderá ser convertida em falência, dando-se de
imediato prosseguimento ao feito nos próprios autos. São hipóteses de convolação: a)
por deliberação da assembleia geral de credores, b) pela não apresentação tempestiva,
pelo devedor, do plano de recuperação, c) pela rejeição da assembleia geral de

a
credores ao plano apresentado pelo devedor e d) pelo descumprimento de qualquerl
obrigação assumida no plano durante o período de 2 anos.
io n
a c
u c ER
4. RECUPERAÇÃO JUDICIAL ESPECIAL
E M d IL
e
rt RO
As microempresas e as empresas de pequeno porte têm tratamento favorecido

p o OR
através do plano especial de recuperação judicial da ME e da EPP. Estão legitimados a

S C 41- m u H 89
requerer a recuperação judicial com base no plano especial empresário individual, a
sociedade empresária e a EIRELI que se encaixem na definição de ME e EPP e estejam

um IZ .7 .co
devidamente registrados como tal. Trata-se de faculdade, podendo a ME ou EPP optar

V O er L
. 0
U4 ma
escolhido o plano especial.
4 il
pelo procedimento comum, devendo haver a opção expressa, na petição inicial, se

d R 4 3 g
A decisão que defere o processamento da recuperação especial estabiliza o
A PE D 0 er@
processo, não podendo, a partir daquele momento, haver a desistência do pedido ou
l i
mesmo a alteração do pedido da forma comum para a forma especial ou vice-versa.
m
p lc
Portanto, antes do despacho de processamento, poderá haver a desistência. O plano
especial deve ser apresentado pelo devedor, informando os meios através dos quais
pretende suplantar a crise. O prazo para a apresentação do plano especial é de 60 dias
a contar da publicação da decisão que deferir o processamento.
A inicial deverá ser instruída com os documentos arrolados pelo art. 51 da LRE,
com a exceção daqueles apontados pelo inciso II (balanço patrimonial, relatório de
fluxo de caixa, etc.), podendo assim apresentar livros e escrituração contábil
simplificados, nos termos da legislação específica. Os requisitos são os da recuperação
ordinária, previstos no art. 48 da LREF.
Estão sujeitos à recuperação judicial com base no plano especial todos os
créditos existentes na data do pedido, ainda que não vencidos, excetuados os
decorrentes de repasse de recursos oficiais, os fiscais, e os previstos nos §§ 3º e 4º do
art. 49 (crédito do proprietário fiduciário de bens móveis ou imóveis; o crédito do
arrendador mercantil; o crédito do proprietário ou promitente vendedor de bem
imóvel cujo contrato esteja gravado com cláusula de irrevogabilidade ou

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irretratabilidade, inclusive em incorporações imobiliárias; de proprietário em contrato
de venda com reserva de domínio e do credor no adiantamento de contrato de
câmbio).
O plano especial preverá parcelamento em até 36 parcelas mensais, iguais e
sucessivas, acrescidas de juros equivalentes à taxa Sistema Especial de Liquidação e de
Custódia – SELIC, podendo conter ainda a proposta de abatimento do valor das dívidas.
Preverá o pagamento da 1ª parcela no prazo máximo de 180 dias, contado da
distribuição do pedido, e estabelecerá a necessidade de autorização judicial para o
aumento de despesas ou contratação de empregados. O plano não acarreta a
suspensão do curso da prescrição, nem das ações e execuções por créditos não
abrangidos pelo plano.
A recuperação com base no plano especial é concedida pelo juiz se atendidas às
exigências legais, independentemente de convocação da assembleia geral de
credores para deliberação sobre o plano.
Apesar de não haver convocação específica para tal fim, é possível que os
credores tomem a iniciativa de se reunir e, caso haja objeção de mais da metade dos

a l
credores titulares de créditos quirografários, o juiz julgará improcedente o pedido e
decretará a falência.
io n
a c
5. RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL
u c ER
E M d IL
Possibilidade de o devedor convocar os seus credores para apresentar proposta
e
rt RO
de renegociação. Os credores são chamados para acordar, podendo o Estado ser

p o OR
chamado apenas acessoriamente para aferir se estão presentes os requisitos legais

S C 41- m u H 89
para a concessão do benefício e para chancelar a posição a que chegaram as partes,
garantindo assim a executividade do que foi deliberado (com a homologação).

um IZ .7 .co
As regras pertinentes à recuperação extrajudicial não impedem a realização de

V O er L
.
U
0
4
4 ma il
outras formas de acordos privados entre o devedor e os seus credores, fato que
representa um importante diferencial. A legitimidade é a mesma.
d R 4 3 g
Os requisitos para homologação são os mesmos da recuperação judicial,
A PE D 0 er@
acrescidos de o devedor não poder ter pendente pedido de recuperação judicial, ou
l i
haver obtido a concessão de recuperação judicial ou a homologação de outro plano de
m
p lc
recuperação extrajudicial há menos de 2 anos (art. 161, §3º, LRE). A sentença de
homologação do plano de recuperação extrajudicial constitui título executivo judicial.
Não estão sujeitos à recuperação extrajudicial os titulares de créditos
tributários, trabalhistas ou decorrentes de acidente do trabalho, assim como aqueles
relacionados no art. 49, parágrafos 3º e 4º da LRE (proprietários fiduciários de bens
móveis ou imóveis; arrendadores mercantis; proprietários ou promitentes vendedores
de bens imóveis, cujos contratos contenham cláusula de irrevogabilidade ou
irretratabilidade, inclusive em incorporações imobiliárias; proprietários nos contratos
de venda com reserva de domínio, assim como os credores em contrato de
adiantamento de câmbio – ACC). Podem, contudo, voluntariamente aderir a ele.
O pedido de homologação não acarreta a suspensão de direitos, ações ou
execuções em face do devedor, nem a impossibilidade do pedido de decretação da
falência para os credores que não estejam sujeitos à recuperação extrajudicial
Quanto à adesão dos credores ao plano, a RE pode apresentar-se por duas
perspectivas diferentes. A recuperação extrajudicial ordinária (REO) traduz a adesão

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voluntária de todos os credores elencados no plano, produzindo efeitos unicamente
entre os seus signatários. A recuperação extrajudicial extraordinária (REE) faculta ao
devedor requerer a homologação de plano de RE assinado por credores que
representem mais de 3/5 de todos os créditos de cada espécie por ele abrangidos,
hipótese na qual dita homologação, atendidos os requisitos legais, obrigará a todos os
credores abrangidos pelo plano, mesmo aqueles que não tenham aderido ao acordo.
Uma vez distribuído o pedido de homologação, veda a lei que os credores
desistam da adesão ao plano. Assim, a menos que haja a anuência expressa dos
demais signatários, incluído o devedor e todos os demais credores, não será possível a
desistência após a distribuição do pedido de homologação.
Recebido o pedido de homologação do plano, o juiz ordenará a publicação de
edital convocando todos os credores para eventual apresentação de impugnações, no
prazo de 30 dias, a contar da publicação do edital. A lei restringe as matérias que
podem ser objeto de impugnação. São elas o não preenchimento do percentual
mínimo de mais de 3/5 dos créditos de cada espécie pelo plano abrangidos, a prática
de ato de falência nos termos do art. 94, III da LRE, ou ato revogável nos termos do art.
130 da LRE, ou o descumprimento de qualquer requisito ou exigência legal.
a l
n
Apresentada a impugnação, abre-se prazo de 5 dias para que o devedor se
io
c
manifeste sobre ela. Em seguida, os autos serão imediatamente conclusos ao juiz para
a
u c ER
apreciação, o qual decidirá, também em 5 dias, acerca do plano, homologando-o por
sentença se entender não haver irregularidades ou indeferindo o pedido se houver
E M d IL
prova de irregularidade. Rejeitado o plano, os créditos mantêm as condições
originalmente contratadas. e
rt RO
o OR
A sentença de homologação do plano constitui título executivo judicial. Assim,
p
S C 41- m u H 89
não sendo cumpridas as suas disposições, poderão os credores buscar a sua execução
específica ou pedir a falência do devedor.

um IZ .7 .co
V O er L
. 0
U4 ma4 il
Não estão sujeitos à recuperação extrajudicial os seguintes créditos:
d R 4 3 g
 Trabalhistas e acidentários;
A PE D 0 er@
 Tributários;
l
mi
 Do arrendador mercantil (contrato de leasing), do proprietário fiduciário, do
p lc
promitente vendedor de imóvel cujos contratos contenham cláusula de
irrevogabilidade ou irretratabilidade, do proprietário em contrato de venda
com reserva de domínio;
 Decorrentes de importâncias entregues ao devedor como; adiantamento em
contrato de câmbio para exportação.

6. FALÊNCIA

Trata-se de um processo de execução coletiva contra devedor insolvente


empresário. Nela se congregam todos os credores, através da chamada vis attractiva
do juízo falimentar (poder de atração exercido pelo juízo universal da falência sobre
todas as ações que versem sobre bens e direitos do devedor), de modo a permitir a

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centralização das discussões no juízo uno e indivisível da falência. A simples condição
de credor não é suficiente para que seja acolhido o pedido de decretação da falência
contra o devedor inadimplente. São 3 as justificativas para a falência:
a. Impontualidade injustificada: quando o devedor, sem relevante razão,
não pagar, no vencimento, obrigação líquida materializada em título executivo
protestado, cuja soma ultrapasse o equivalente a 40 salários mínimos, na data do
pedido de falência.
b. Execução frustrada: quando o devedor, executado por qualquer quantia
líquida, não paga, não deposita e não nomeia penhora, bens suficientes dentro do
prazo legal. Ainda que o devedor não nomeie bens à penhora dentro do prazo legal,
mas se tais bens forem efetivamente constritos (seja por indicação do exequente, seja
por indicação do oficial de justiça), não há de falar-se em frustração da execução.
Frustrada a execução, o exequente deve munir-se de certidão judicial expedida
pelo juízo em que se processou o feito, demonstrando que o executado não pagou,

dentro do prazo legal.


a l
nem depositou os valores devidos e tampouco nomeou bens suficientes a penhora,

c.
io n
Prática de atos de falência: normalmente praticados por devedor

a c
insolvente e deverão ser demonstrados por aqueles que requerem a decretação da

u c ER
falência durante a instrução do processo. Assim, comete ato de falência o devedor que

E M d IL
cometer qualquer dos atos constantes do art. 94, inciso III, da LREF. Na hipótese de
e
rt RO
pedido com base na prática de atos de falência, a petição inicial deve descrever os

o OR
fatos que o caracterizam, juntando-se as provas que houver e especificando-se as que
p
serão produzidas.
S C 41- m u H 89
Na impontualidade injustificada e na execução frustrada, as provas são pré-

um IZ .7 .co
constituídas, bastando juntar os documentos comprobatórios do alegado, ou seja, os

V O er L
.
U
0
4
4 ma il
títulos executivos acompanhados dos respectivos instrumentos de protesto, no caso
da impontualidade; e os títulos executivos, assim como as certidões do juízo da
d R 4 3 g
A PE
execução, na execução frustrada. Já na hipótese de decretação da falência com base
D 0 er@
na prática de ato falimentar, a situação modifica-se profundamente, haja vista que,
l i
nela, o pedido de falência é apresentado a partir de fatos que dependem da dilação
m
p lc
probatória regular, ou seja, a petição inicial deverá estar instruída com todos os
documentos necessários a comprovação do fato que está sendo alegado.

IMPONTUALIDADE Sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento,


INJUSTIFICADA obrigação líquida materializada em título ou títulos executivos
protestados, cuja soma ultrapasse 40 salários mínimos na data
do pedido de falência.
EXECUÇÃO Quando o devedor, executado por qualquer quantia líquida,
FRUSTRADA não paga, não deposita e não nomeia penhora, bens
suficientes dentro do prazo legal.
ATOS DE Prática de qualquer dos atos constantes do art. 94, inciso III, da
FALÊNCIA LREF.

Em matéria falimentar, têm legitimidade para o requerimento da falência


qualquer credor, o próprio devedor (autofalência), o cônjuge sobrevivente, qualquer

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herdeiro do devedor ou ainda o inventariante (sucessores causa mortis), o cotista ou
acionista do devedor, na forma da lei ou do ato constitutivo da sociedade (sócio).
Decretada a falência, o juiz ordenará a publicação de edital contendo a íntegra
da decisão que a decretou e a relação de credores. Publicado o edital, os credores
terão prazo de 15 dias para apresentar ao administrador judicial suas habilitações ou
divergências quanto aos créditos relacionados. Findo este prazo e com base nas
informações e documentos colhidos, o administrador judicial terá o prazo de 45 dias
para fazer publicar novo edital contendo a relação de credores que servirá de base
para o quadro-geral de credores. No prazo de 10 dias, contado da publicação do novo
edital contendo a relação de credores, o Comitê, qualquer credor, o devedor ou seus
sócios ou ainda o Ministério Público, podem apresentar ao juiz impugnação contra a
relação de credores, apontando a ausência de qualquer crédito ou se manifestando
contra a legitimidade, importância ou classificação do crédito relacionado. Da decisão
judicial sobre a impugnação caberá agravo de instrumento.
Não observado o prazo de 15 dias para apresentação pelos credores ao
administrador judicial de suas habilitações ou divergências quanto aos créditos

a l
relacionados, as habilitações de crédito serão recebidas como retardatárias. Incumbirá
ao administrador judicial a consolidação do quadro-geral de credores, a ser
io n
c
homologado pelo juiz, com base na relação de credores do novo edital e nas decisões
a
proferidas nas impugnações oferecidas.
u c ER
Requerida a falência, o devedor será citado para apresentar a sua defesa
E M d IL
(contestação no prazo de 10 dias a contar da citação, podendo, nos casos de pedido
e
rt RO
fundamentado na impontualidade injustificada e na execução frustrada, depositar a
o OR
quantia devida atualizada (é o chamado depósito elisivo).
p
S C 41- m u H 89
A sentença que decretar a falência responderá também, dentre outros, pela
fixação do termo legal da falência (período de até 90 dias, contados do pedido ou do
m Z .7 .co
primeiro protesto por falta de pagamento, excluindo-se, para esta finalidade, os
u I
er L U 4 il
protestos que tenham sido cancelados), nomeação do administrador judicial, ordem

V 0 4 ma
para que o falido apresente, dentro de 5 dias, a relação dos credores, explicitação do
O .
d R 3 g
prazo para habilitação dos credores, determinação da suspensão de todas as ações
4
A PE D 0 er@
execuções contra o falido e determinação para a convocação da assembleia geral de
l i
credores, quando conveniente, a fim de formar o Comitê de Credores.
m
p lc
Da decisão que decreta a falência (chamada sentença) cabe agravo de
instrumento, e da sentença que julga a improcedência do pedido cabe apelação.
Através da ação revocatória, pode-se pleitear a ineficácia de certas transações.
São ineficazes em relação à massa falida (ineficácia objetiva), tenha ou não o
contratante conhecimento do estado de crise econômico-financeira do devedor, seja
ou não intenção deste fraudar credores, as condutas descritas no art. 129 da LREF, cuja
leitura se remete.
São revogáveis os atos praticados com a intenção de prejudicar credores,
provando-se o conluio fraudulento entre o devedor e o terceiro que com ele contratar
e o efetivo prejuízo sofrido pela massa falida (revocatória por fraude ou subjetiva).
As classes na falência são as seguintes I. Dos créditos trabalhistas e decorrentes
de acidente do trabalho; II. Dos créditos com garantia real; III. Dos créditos tributários;
IV. Dos créditos com privilégio especial; V. Dos créditos com privilégio geral; VI. Dos
créditos quirografários; VII. Dos créditos decorrentes de multas contratuais e penas
pecuniárias; e VIII. Dos créditos subordinados.

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Aconselha-se a leitura atenta dos artigos 83 e 84 da LREF sobre a classificação
dos créditos e quais fazem parte de cada espécie.
As dívidas feitas pela massa, após a declaração de falência têm preferência em
relação às dívidas anteriores (primazia dos créditos extra concursais), nos termos do
art. 84 da LREF, cuja leitura se aconselha.
O art. 140 da LRE estabelece a ordem de preferência nas formas de alienação
dos bens do devedor. A leitura atenta desde dispositivo é aconselhada.
Concluída a realização de todo o ativo, e distribuído o produto entre os
credores, o administrador judicial apresentará as suas contas ao juiz no prazo de 30
dias. Julgadas as contas do administrador judicial, ele apresentará relatório final da
falência no prazo de 10 dias, indicando o valor do ativo e o do produto de sua
realização, o valor do passivo e o dos pagamentos feitos aos credores, e especificará
justificadamente as responsabilidades com que continuará o falido. Apresentado o
relatório final, o juiz encerrará a falência por sentença, a qual reveste-se de caráter
meramente processual, subsistindo a ela, portanto, todas as obrigações ainda não
adimplidas pelo devedor.RE
ND
a l
io n
a c
u c ER
E M d IL
e
rt RO
Teoria Geral do
p o OR
FCC - DPE-ES – 2016: O registro nas Juntas Comerciais de
Direito
Empresarial S C 41- m u H 89
contratos ou alterações contratuais de sociedade que
envolva sócio incapaz

um IZ .7 .co
a) exige apenas autorização judicial, após a concordância do

V O er L
. 0
U4 ma4 il
Ministério Público, mas em nenhuma hipótese seus bens
ficarão sujeitos ao resultado da empresa.
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
b) não é permitido, mesmo que esteja representado ou
assistido, salvo se adquirir cotas, em razão de sucessão
mi
hereditária.
p lc
c) exige que o capital social esteja totalmente integralizado.
d) é permitido, bastando que esteja representado ou
assistido.
e) é permitido, desde que o respectivo instrumento seja
firmado por quem o represente ou assista, devendo apenas
constar a vedação do exercício da administração da
sociedade por ele.

GABARITO COMENTADO:

A resposta correta é a alternativa C, dada a redação


constante do art. 974, § 3º, CC/02, que permite excluir as
demais. Veja-se: O Registro Público de Empresas Mercantis a
cargo das Juntas Comerciais deverá registrar contratos ou
alterações contratuais de sociedade que envolva sócio

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incapaz, desde que atendidos, de forma conjunta, os
seguintes pressupostos: I – o sócio incapaz não pode exercer
a administração da sociedade; II – o capital social deve ser
totalmente integralizado; III – o sócio relativamente incapaz
deve ser assistido e o absolutamente incapaz deve ser
representado por seus representantes legais.

FCC - 2018 - DPE-AP: Cleber e Maurício estabelecem uma


sociedade, mas os atos constitutivos dessa sociedade,
embora elaborados e subscritos pelos interessados, não
foram levados a registro. Maurício realizou contrato com
terceiro em nome da sociedade, sem que Cleber tenha
participado da negociação. Nesta situação,
a) somente Maurício tem responsabilidade pelas
obrigações contraídas e não tem direito ao benefício de
Direito
ordem.
Societário
b) somente Maurício tem responsabilidade pelas
a l
io n
obrigações contraídas, mas é lhe assegurado o benefício
de ordem.
a c
u c ER
c) ambos os sócios respondem solidária e ilimitadamente

E M d IL
pelas obrigações contraídas, mas somente Maurício está
e
rt RO
excluído do benefício de ordem.
o OR
d) ambos os sócios respondem solidária e ilimitadamente
p
S C 41- mu H 89
pelas obrigações sociais e ambos têm assegurado o
benefício de ordem.
um IZ .7 .co
er L
e) ambos os sócios respondem solidária e ilimitadamente
U 4
4 ma il
pelas obrigações sociais, mas nenhum deles tem

d V R O
4 3 . 0 g
assegurado o benefício de ordem.
A PE D 0 er@
l i
GABARITO COMENTADO:
m
p lc correta é a letra C, conforme Art. 990 do CC:
A alternativa
todos respondem solidária e ilimitadamente pelas
obrigações sociais, excluído do benefício de ordem aquele
que contratou pela sociedade.

CESPE – DPE-RN – 2015: Em relação ao direito de empresa,


assinale a opção correta à luz do Código Civil de 2002.
a) Na sociedade em comum, os sócios, nas relações entre si,
podem comprovar a existência da sociedade por qualquer
meio.
b) Na sociedade simples, o cedente responde solidariamente
com o cessionário, perante terceiros, pelas obrigações que
tinha como sócio, até dois anos depois de averbada a
modificação do contrato social.

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c) Na sociedade limitada, permite-se a contribuição em
serviços para o contrato social.
d) Os cônjuges podem contratar sociedade entre si, seja qual
for o regime de bens do casamento.
e) A cooperativa poderá ser sociedade simples ou
empresária, a depender do seu objeto.

GABARITO COMENTADO:

A alternativa A está incorreta dada a contrariedade ao art.


987 do Código Civil (Art. 987. Os sócios, nas relações entre si
ou com terceiros, somente por escrito podem provar a
existência da sociedade, mas os terceiros podem prová-la de
qualquer modo.).
A alternativa B está correta, conforme previsto
expressamente no art. 1.003, parágrafo único, do Código
Civil.
a l
n
A alternativa C está incorreta, uma vez que o art. 1.055, §2º,
io
c
do Código Civil, estabelece que na sociedade limitada é
a
c ER
vedada contribuição que consista em prestação de serviços.
u
E M d IL
A alternativa D está incorreta, uma vez que os cônjuges
casados no regime da separação obrigatória ou da
e
rt RO
comunhão universal não podem contratar sociedade entre si
o OR
(art. 977 do Código Civil).
p
S C 41- mu H 89
A alternativa E está incorreta uma vez que a sociedade
cooperativa, por expressa previsão no art. 982, parágrafo
m Z .7 .co
único, do Código Civil.
u I
V O er L U 4
4 ma il
FCC - 2018 - DPE-MA: De acordo com a jurisprudência
. 0
d R 4 3 g
consolidada do STJ a respeito do cheque:
A PE D 0 er@
a) não caracteriza dano moral a apresentação antecipada de
l i
cheque pré-datado
m
emlc
b) p ação monitória fundada em cheque prescrito ajuizada
contra o emitente, é indispensável a menção ao negócio
jurídico subjacente à emissão da cártula
c) a simples devolução indevida de cheque não caracteriza
dano moral.
Direito d) o prazo para ajuizamento de ação monitória em face do
Cambiário emitente de cheque sem força executiva é quinquenal, a
contar do dia seguinte à data de emissão estampada na
cártula.
e) é inadmissível a ação monitória fundada em cheque
prescrito.

GABARITO COMENTADO:

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A alternativa correta é letra D, conforme a súmula 503/STJ:
O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do
emitente de cheque sem força executiva é quinquenal, a
contar do dia seguinte à data de emissão estampada na
cártula.

FCC - 2018 - DPE-AM: Em relação aos títulos de crédito, é


correto afirmar:
a) O título de crédito, enquanto documento necessário ao
exercício do direito literal e autônomo nele contido, produz
efeitos se preenchidos ou não os requisitos legais.
b) Consideram-se não escritas no título a cláusula de juros, a

l
proibitiva de endosso, a excludente de responsabilidade pelo
a
io n
pagamento ou por despesas, a que dispense a observância
de termos e formalidades prescritas, e a que, além dos

a c
limites fixados em lei, exclua ou restrinja direitos e
obrigações.
u c ER
E M d IL
c) A omissão de qualquer requisito legal, que tire ao escrito a
e
rt RO
sua validade como título de crédito, implica a invalidade do

o OR
negócio jurídico que lhe deu origem.
p
S C 41- m u H 89
d) Enquanto o título de crédito estiver em circulação, tanto
ele poderá ser dado em garantia e ser objeto de medidas

um IZ .7 .co
judiciais, como também, em conjunto, os direitos ou

V er L
O
U
.
4
0
il
mercadorias que representa.
4 ma
d R 3 g
e) O pagamento de título de crédito, que contenha
4
A PE D 0 er@
obrigação de pagar soma determinada, não admite garantia
l i
por aval, embora possa ser concedido aval parcial.
m
p lc
GABARITO COMENTADO:

A alternativa correta é a letra B, conforme Art. 890, CC:


Consideram-se não escritas no título a cláusula de juros, a
proibitiva de endosso, a excludente de responsabilidade pelo
pagamento ou por despesas, a que dispense a observância
de termos e formalidade prescritas, e a que, além dos limites
fixados em lei, exclua ou restrinja direitos e obrigações

Acerca do cheque, é correto afirmar:


a) Admite cláusula proibitiva do endosso, enquanto forma
de transmissão cambiária.
b) É válida a estipulação de juros inserida na cártula, desde

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que fixados em taxa que não ultrapasse 12% (doze por
cento) ao ano.
c) Admite aceite, como tal considerada a assinatura aposta
no anverso do título, abaixo do nome do emitente.
d) O sacado é obrigado a verificar a regularidade da série de
endossos, bem como a autenticidade das assinaturas dos
endossantes.
e) É nulo o endosso do título ao próprio emitente.

GABARITO COMENTADO:

A alternativa A está correta. Conforme art. 21, parágrafo


único, da Lei nº 7.357/85, pode o endossante proibir novo
endosso.
A alternativa B está incorreta, uma vez que considera-se não
escrita a estipulação de juros inserida no cheque, conforme
art. 10 da Lei nº 7.357/85.
a l
n
A alternativa C está incorreta, haja vista que o cheque não
io
c
admite aceite considerando-se não escrita qualquer
a
c ER
declaração com esse sentido (conforme art. 6º da Lei nº
u
7.357/85)
E M d IL
A alternativa D está incorreta, uma vez que, conforme art.
e
rt RO
39 da Lei nº 7.357/85, o sacado é obrigado a verificar a
o OR
regularidade da série de endossos, mas não a autenticidade
p
S C 41- m u H 89
das assinaturas dos endossantes;
A alternativa E está incorreta, uma vez que o endosso pode
m Z .7 .co
ser feito ao próprio emitente (art. 17, §2º, da Lei nº
u I
V O er L
. 0
U4 ma4
7.357/85).
il
FCC - 2018 - DPE-MA: A convolação da recuperação judicial
d R 4 3 g
A PE D em falência:
0 er@
l
mi
Direito
Recuperacional p lc
a) decorre do inadimplemento de obrigação não sujeita à
recuperação judicial.
e Falimentar
b) implica na invalidação de atos de administração,
endividamento, oneração e de alienação praticados durante
a recuperação judicial.
c) ocorre pelo descumprimento de qualquer obrigação
assumida no plano de recuperação.
d) decorre da apresentação do plano de recuperação.
e) decorre da aceitação do plano de recuperação.

GABARITO COMENTADO:
A alternativa correta é a letra C, conforme Art. 73, Lei
11.101/05: O juiz decretará a falência durante o processo de

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recuperação judicial:
I - por deliberação da assembléia-geral de credores, na
forma do art. 42 desta Lei;
II - pela não apresentação, pelo devedor, do plano de
recuperação no prazo do art. 53 desta Lei;
III - quando houver sido rejeitado o plano de recuperação,
nos termos do § 4o do art. 56 desta Lei;
IV - por descumprimento de qualquer obrigação assumida no
plano de recuperação, na forma do § 1o do art. 61 desta Lei.

FCC – DPE-CE – 2014: Antônio é microempresário individual


regularmente inscrito no Registro de Empresas há 03 (três)
anos, durante os quais vem explorando pequena loja
a l
especializada na venda de artigos esportivos. Por
io n
c
dificuldades de fluxo de caixa, Antônio não conseguiu pagar
a
u c ER
certo fornecedor no prazo ajustado. Então, esse fornecedor,
provando ser empresário inscrito no Registro de Empresas

E M d IL
há apenas 90 (noventa) dias, propôs contra Antônio ação de
falência. Nesse caso,
e
rt RO
o OR
a) no prazo de contestação, Antônio poderá formular pedido
p
S C 41- m u H 89
de recuperação judicial fundado no plano especial para
microempresas, que deverá prever parcelamento da dívida

um
em até 36 (trinta e seis) parcelas mensais, podendo incluir
IZ .7 .co
er L U il
proposta de abatimento do valor das dívidas.
4 4 ma
d V R
b) Antônio não tem direito de requerer recuperação judicial,
O 3 . 0 g
benefício somente deferido a empresas em atividade há
4
A PE D 0 er@
pelo menos 05 (cinco) anos.
l i
c) não é admissível pedido de falência contra empresário
m
p
civil.lc
individual, que se sujeita apenas à declaração da insolvência

d) é vedado ao fornecedor desistir da ação de falência


depois da citação de Antônio, ainda que obtenha a sua
concordância.
e) o fornecedor não tem direito de requerer a falência de
Antônio sem ter completado pelo menos 02 (dois) anos de
exercício regular de atividade empresarial.

GABARITO COMENTADO:

A alternativa A está correta, nos termos do art. 71, inciso II,


da Lei nº 11.101/05.
A alternativa B está incorreta, uma vez que o art. 48, caput,
da Lei nº 11.101/05 exige apenas 2 (dois) anos de exercício.

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A alternativa C está incorreta, haja vista que é possível o
pedido de falência contra empresário individual, sociedade
empresária e EIRELI.
A alternativa D está incorreta, uma vez que não há tal
vedação.
A alternativa E está incorreta, uma vez que se exige tempo
mínimo de exercício da atividade empresária apenas para
requerer recuperação judicial, e não falência.

Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-AM Prova: FCC - 2018 - DPE-
AM - Defensor Público - Reaplicação

Os preponentes são responsáveis pelos atos de quaisquer


prepostos, praticados nos seus estabelecimentos

a l
A) e relativos à atividade da empresa, desde que autorizados
por escrito.
io n
a c
c ER
B) mesmo que não sejam relativos à atividade da empresa ou
u
d IL
que não tenham sido autorizados por escrito.
E M
e
rt RO
C) e relativos à atividade da empresa, ainda que não
o OR
autorizados por escrito.
p
S C 41- m u H 89
D) ou fora deles, desde que relativos à atividade da empresa,

um
ainda que não autorizados por escrito.
IZ .7 .co
V er L U 4 il
4 ma
E) ou fora deles, ainda que não relativos à atividade da
O . 0
d R 3 g
empresa ou que não autorizados por escrito.
4
A PE D 0 er@
l
GABARITO: C.
m i
p
Art. c Os preponentes são responsáveis pelos atos de
l1.178.
quaisquer prepostos, praticados nos seus estabelecimentos e
relativos à atividade da empresa, ainda que não autorizados
por escrito.

Parágrafo único. Quando tais atos forem praticados fora do


estabelecimento, somente obrigarão o preponente nos limites
dos poderes conferidos por escrito, cujo instrumento pode ser
suprido pela certidão ou cópia autêntica do seu teor.

Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-AP Prova: FCC - 2018 - DPE-
AP - Defensor Público

Quanto ao estabelecimento:

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A) Não havendo autorização expressa, o alienante do
estabelecimento não pode fazer concorrência ao adquirente
nos cinco anos subsequentes à transferência; no caso de
arrendamento ou usufruto do estabelecimento essa proibição
persistirá durante o prazo do contrato.

B) Os contratos que tenham por objeto a alienação, o usufruto


ou o arrendamento do estabelecimento produzirão efeitos
imediatos em relação a terceiros, pela presunção de
publicidade deles decorrente.

C) Seja qual for a situação patrimonial do passivo do alienante,


a eficácia da alienação do estabelecimento depende do
pagamento de todos os credores, ou do consentimento destes,
necessariamente expresso, em trinta dias a partir de sua
notificação.
a l
io n
D) O adquirente do estabelecimento responde pelo pagamento
c
dos débitos anteriores à transferência, contabilizados ou não,
a
c ER
continuando o devedor primitivo solidariamente obrigado pelo
u
prazo de um ano.
E M d IL
e
rt RO
E) A transferência do estabelecimento sempre importará a sub-
o OR
rogação do adquirente nos contratos estipulados para
p
S C 41- m u H 89
exploração do estabelecimento tendo ou não caráter pessoal,
facultado aos terceiros rescindir o contrato em noventa dias a
m Z .7 .co
contar da publicação da transferência.
u I
V er L U 4
0
il
4 ma
GABARITO: A.
O .
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
A)
l
CERTO. Art. 1.147. Não havendo autorização expressa,
i
o alienante do estabelecimento não pode fazer concorrência
m
lc
ao adquirente, nos cinco anos subseqüentes à transferência.
p
Parágrafo único. No caso de arrendamento ou usufruto do
estabelecimento, a proibição prevista neste artigo persistirá
durante o prazo do contrato.

B) ERRADO. Art. 1.144. O contrato que tenha por objeto a


alienação, o usufruto ou arrendamento do estabelecimento,
só produzirá efeitos quanto a terceiros depois de averbado à
margem da inscrição do empresário, ou da sociedade
empresária, no Registro Público de Empresas Mercantis, e de
publicado na imprensa oficial.

C) ERRADO. Art. 1.145. Se ao alienante não restarem bens

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suficientes para solver o seu passivo, a eficácia da alienação
do estabelecimento depende do pagamento de todos os
credores, ou do consentimento destes, de modo expresso ou
tácito, em trinta dias a partir de sua notificação.

D) ERRADO. Art. 1.146. O adquirente do estabelecimento


responde pelo pagamento dos débitos anteriores à
transferência, desde que regularmente contabilizados,
continuando o devedor primitivo solidariamente obrigado
pelo prazo de um ano, a partir, quanto aos créditos vencidos,
da publicação, e, quanto aos outros, da data do vencimento.

E) ERRADO. Art. 1.148. Salvo disposição em contrário, a


transferência importa a sub-rogação do adquirente nos
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contratos estipulados para exploração do estabelecimento, se
a
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não tiverem caráter pessoal, podendo os terceiros rescindir o
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contrato em noventa dias a contar da publicação da
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transferência, se ocorrer justa causa, ressalvada, neste caso, a
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responsabilidade do alienante.
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7. JURISPRUDÊNCIA FALÊNCIA
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TÍTULOS DE CRÉDITO: O aceite lançado em separado da duplicata mercantil não
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imprime eficácia cambiária ao título. O aceite é ato formal e deve se aperfeiçoar na
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própria cártula (assinatura do sacado no próprio título), incidindo o princípio da
literalidade (art. 25 da LUG). Não pode, portanto, ser dado verbalmente ou em
documento em separado. O aceite lançado em separado à duplicata não possui
nenhuma eficácia cambiária, mas o documento que o contém poderá servir como
prova da existência do vínculo contratual subjacente ao título, amparando eventual
ação monitória ou ordinária. STJ. (Info 580).

TÍTULOS DE CRÉDITO NOTA PROMISSÓRIA Ação de locupletamento do art. 48 do


Decreto 2.044/1908 envolvendo notas promissórias. A simples apresentação de nota
promissória prescrita é suficiente para embasar a ação de locupletamento pautada
no art. 48 do Decreto nº 2.044/1908, não sendo necessário comprovar a relação
jurídica subjacente. A pretensão de ressarcimento veiculada em ação de locu-
pletamento pautada no art. 48 do Decreto nº 2.044/1908 prescreve em 3 anos,
contados do dia em que se consumar a prescrição da ação executiva. STJ. (Info 580).

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TÍTULOS DE CRÉDITO: Uma só duplicata pode corresponder à soma de diversas
notas fiscais parciais. Em outras palavras, uma única duplicata poderá abranger mais
de uma nota fiscal. Não há proibição legal para que se somem vendas parceladas
procedidas no curso de um determinado período (ex: um mês), e do montante se
formule uma fatura única ao seu final. STJ. (Info 581).

O cheque pós-datado amplia o prazo de apresentação? Em suma, no caso de cheque


pós-datado (pré-datado), a partir de quando é contado o prazo de apresentação? 1)
Pós-datação regular (efetivada no campo referente à data de emissão): SIM. A
pactuação da pós-datação de cheque, para que seja hábil a ampliar o prazo de
apresentação à instituição financeira sacada, deve espelhar a data de emissão
estampada no campo específico da cártula. O ordenamento jurídico confere
segurança e eficácia à pós-datação regular (efetivada no campo referente à data de
emissão). Ex: no dia 20/05, João emitiu (preencheu) um cheque e o entregou para
Pedro (beneficiário). No entanto, no campo reservado para a data de emissão, ele,
em vez de colocar 20/05, escreveu 20/07 (data que ficou combinada para que Pedro

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sacasse o cheque). O termo inicial do prazo de apresentação do cheque é o dia
n
20/07. STJ. 2a Seção. REsp 1.423.464-SC, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em
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27/4/2016 (recurso repetitivo) (Info 584). 2) Pós-datação extracartular (feita em
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campo diverso do campo específico): NÃO. A pós-datação extracartular do cheque
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não modifica o prazo de apresentação nem o prazo de prescrição do título. A pós-
datação extracartular tem existência jurídica, mas apenas com natureza obrigacional
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entre as partes (Súmula 370). Esta pactuação extracartular, contudo, é ineficaz em
o OR
relação à contagem do prazo de apresentação e, por conseguinte, não tem o condão
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de operar o efeito de ampliar o prazo de presentação do cheque. Ex: João emitiu o
cheque no dia 20/05 e o entregou a Pedro. No campo reservado para a data de
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emissão, ele colocou 20/05 (dia atual). No entanto, no verso do cheque escreveu o
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seguinte: “bom para o dia 20/07” (que foi a data combinada para que Pedro sacasse
o dinheiro). O termo inicial do prazo de apresentação do cheque continua sendo o
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dia 20/05. STJ. (Info 528).
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FRANQUIA: A franquia não é um contrato de consumo (regido pelo CDC), mas,
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mesmo assim, é um contrato de adesão. Segundo o art. 4º, § 2º da Lei nº 9.307/96,
nos contratos de adesão, a cláusula compromissória só terá eficácia se o aderente: •
tomar a iniciativa de instituir a arbitragem; ou • concordar, expressamente, com a
sua instituição, por escrito, em documento anexo ou em negrito, com a assinatura
ou visto especialmente para essa cláusula. Todos os contratos de adesão, mesmo
aqueles que não consubstanciam relações de consumo, como os contratos de
franquia, devem observar o disposto no art. 4º, § 2º, da Lei nº 9.307/96. Assim, é
possível a instituição de cláusula compromissória em contrato de franquia, desde
que observados os requisitos do art. 4º, § 2º, da Lei nº 9.307/96. STJ. (Info 591).

CONTRATOS EMPRESARIAIS. É de 1 ano o prazo de prescrição da pretensão do


segurador, sub-rogado nos direitos do segurado, de indenização pela deterioração
de carga em navio por falha em contêiner. Aplica-se, neste caso, o art. 8º do
Decreto-Lei 116/1967, que trata sobre o prazo prescricional envolvendo as ações por
extravio, perdas e avarias de carga. Não se aplica o art. 206, § 3º, V, do CC

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considerando que se trata de norma geral e, por isso, não revogou o art. 8º do DL nº
116/1967, que é considerado norma especial. Aplica-se à presente situação a
Súmula 151 do STF que, apesar de antiga, continua vigente: Súmula 151-STF: Pres-
creve em um ano a ação do segurador sub-rogado para haver indenização por
extravio ou perda de carga transportada por navio. STJ. (Info 586).

TÍTULO DE CRÉDITO. CHEQUE. Em qualquer ação utilizada pelo portador para


cobrança de cheque, a correção monetária incide a partir da data de emissão
estampada na cártula, e os juros de mora a contar da primeira apresentação à
instituição financeira sacada ou câmara de compensação. STJ. (Info 587).

RECUPERAÇÃO JUDICIAL. Súmula 581, STJ: A recuperação judicial do devedor


principal não impede o prosseguimento das ações e execuções ajuizadas contra
terceiros devedores solidários ou coobrigados em geral, por garantia cambial, real
ou fidejussória.

SOCIEDADE ANÔNIMA: Dissolução parcial da sociedade anônima que não está


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gerando lucros. É possível que sociedade anônima de capital fechado, ainda que não
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formada por grupos familiares, seja dissolvida parcialmente quando, a despeito de
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não atingir seu fim – consubstanciado no auferimento de lucros e na distribuição de
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negócios da companhia. STJ. (Info 595)
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dividendos aos acionistas –, restar configurada a viabilidade da continuação dos

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DISSOLUÇÃO PARCIAL DA SOCIEDADE: Momento em que se considera dissolvida a
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sociedade empresária para fins de apuração de haveres. Na hipótese em que o sócio
de sociedade limitada constituída por tempo indeterminado exerce o direito de
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retirada por meio de inequívoca e incontroversa notificação
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aos demais sócios, a data-base para apuração de haveres é o termo final do prazo de
60 dias, estabelecido pelo art. 1.029 do CC/02. STJ. (Info 595).
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REPRESENTAÇÃO COMERCIAL: É possível presumir a existência de exclusividade em
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zona de atuação de representante comercial quando: a) não houver previsão
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expressa em sentido contrário; e b) houver demonstração por outros meios da
existência da exclusividade. STJ. (Info 601).

TÍTULOS DE CRÉDITO: O art. 1.647, III, do Código Civil de 2002 previu que uma
pessoa casada somente pode prestar aval se houver autorização do seu cônjuge
(exceção: se o regime de bens for da separação absoluta). Essa norma exige uma
interpretação razoável e restritiva, sob pena de descaracterizar o aval como instituto
cambiário. Diante disso, o STJ afirmou que esse art. 1.647, III, do CC somente é
aplicado para os títulos de créditos inominados, considerando que eles são regidos
pelo Código Civil. Por outro lado, os títulos de créditos nominados (típicos), que são
regidos por leis especiais, não precisam obedecer essa regra do art. 1.647, III, do CC.
Em suma, o aval dado aos títulos de créditos nominados (típicos) prescinde de
outorga uxória ou marital. Exemplos de títulos de créditos nominados: letra de
câmbio, nota promissória, cheque, duplicata, cédulas e notas de crédito. STJ. 3ª
Turma.REsp 1.526.560-MG, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em

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16/3/2017 (Info 604). STJ. 4ª Turma. REsp 1.633.399-SP, Rel. Min. Luis Felipe
Salomão, julgado em 10/11/2016.

CONTRATOS BANCÁRIOS: A instituição pode cobrar tarifa bancária pela liquidação


antecipada do saldo devedor?• Contratos celebrados antes da Resolução CMN nº
3.516/2007 (antes de 10/12/2007): SIM. • Contratos firmados depois da Resolução
CMN nº 3.516/2007 (de 10/12/2007 para frente): NÃO Assim, para as operações de
crédito e arrendamento mercantil contratadas antes de 10/12/2007, podem ser
cobradas tarifas pela liquidação antecipada no momento em que for efetivada a
liquidação, desde que a cobrança dessa tarifa esteja claramente identificada no
extrato de conferência. É permitida, desde que expressamente pactuada, a cobrança
da tarifa de liquidação antecipada de mútuos e contratos de arrendamento
mercantil até a data da entrada em vigor da Resolução nº 3.501/2007 (10/12/2007).
STJ. 3ª Turma. REsp 1.370.144-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em
7/2/2017 (Info 597). STJ. 2ª Seção. REsp 1.392.449-DF, Rel. Min. Marco Buzzi,
julgado em 24/5/2017 (Info 605).

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PLÁGIO: O termo inicial da pretensão de ressarcimento nas hipóteses de plágio se dá
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quando o autor originário tem comprovada ciência da lesão a seu direito subjetivo e
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de sua extensão, não servindo a data da publicação da obra plagiária, por si só, como
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presunção de conhecimento do dano. STJ. (Info 609).
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PROTESTO: Não cabem danos morais se houve protesto de cheque prescrito, mas
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cuja dívida ainda poderia ser cobrada por outros meios. (Info 616)
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SOCIEDADES Quórum para exclusão judicial do sócio majoritário não inclui as suas
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quotas. Art. 1.030. Ressalvado o disposto no art. 1.004 e seu parágrafo único, pode
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o sócio ser excluído judicialmente, mediante iniciativa da maioria dos demais sócios,
por falta grave no cumprimento de suas obrigações, ou, ainda, por incapacidade
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superveniente. Consideram-se apenas as quotas dos demais sócios, excluídas
4
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aquelas pertencentes ao sócio que se pretende excluir. (616)
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FALÊNCIA: A competência para processar e julgar demandas cíveis com pedidos
ilíquidos contra massa falida, quando em litisconsórcio passivo com pessoa jurídica
de direito público, é do juízo cível no qual for proposta a ação de conhecimento,
competente para julgar ações contra a Fazenda Pública, de acordo as respectivas
normas de organização judiciária. (Info 617).

COMPETÊNCIA: Ações envolvendo trade dress e nulidade de registro de marca. As


questões acerca do trade dress (conjunto-imagem) dos produtos, concorrência
desleal e outras demandas afins, por não envolver registro no INPI e cuidando de
ação judicial entre particulares, é inequivocamente de competência da Justiça
estadual, já que não afeta interesse institucional da autarquia federal. No entanto,
compete à Justiça Federal, em ação de nulidade de registro de marca, com a
participação do INPI, impor ao titular a abstenção do uso, inclusive no tocante à
tutela provisória. STJ. (Info 618).

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FALÊNCIA: Contribuição previdenciária reconhecida por juiz trabalhista pode ser
habilitada na falência sem CDA É desnecessária a apresentação de Certidão de Dívida
Ativa (CDA) para habilitação, em processo de falência, de crédito previdenciário
resultante de decisão judicial trabalhista. STJ. (Info 618). STJ. (Info 530).

RECUPERAÇÃO JUDICIAL: Crédito derivado de fato ocorrido antes da recuperação


judicial. O crédito derivado de fato ocorrido em momento anterior àquele em que
requerida a recuperação judicial deve sujeitar-se ao plano de soerguimento da
sociedade devedora. STJ. 3ª Turma. REsp 1.727.771-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi,
julgado em 15/05/2018 (Info 626).

SOCIEDADES ANÔNIMAS: Prescrição em caso de ação de exigir contas pelo


pagamento de dividendos e outros rendimentos. A pretensão do titular de ações de
exigir contas da sociedade anônima referente ao pagamento de dividendos, juros
sobre capital próprio e demais rendimentos inerentes às respectivrespectivas ações
prescreve em três anos. Fundamento: art. 287, II, “a”, da Lei nº 6.404/76. STJ. 3ª

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Turma. REsp 1.608.048-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 22/05/2018
(Info 627).
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RECUPERAÇÃO JUDICIAL: Ação de indenização por danos morais contra empresa em
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recuperação judicial A ação de compensação por danos morais movida contra
empresa em recuperação judicial não deve permanecer suspensa até o trânsito em
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julgado da decisão final proferida no processo de soerguimento. STJ. 3ª Turma. REsp
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1.710.750-DF, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 15/05/2018 (Info 627).
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RECUPERAÇÃO JUDICIAL: No intuito de dar maior concretude às finalidades da Lei
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de Falência e Recuperação, a Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ)
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decidiu que a contagem dos prazos de suspensão das execuções e para
apresentação do plano de recuperação judicial deve ser feita em dias corridos e
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ininterruptos. STJ. 4º Turma. REsp. 1.699.528, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado
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em 13/06/2018. 0 er@
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RECUPERAÇÃO JUDICIAL: Sociedade empresária em recuperação judicial pode
participar de licitação, desde que demonstre, na fase de habilitação, a sua
viabilidade econômica. A apresentação de certidão positiva de recuperação não
implica a imediata inabilitação, cabendo ao pregoeiro ou à comissão de licitação
diligenciar a fim de avaliar a real situação de capacidade econômico-financeira da
empresa licitante. STJ. 1º Turma. AREsp 309.867-ES, Rel. Min. Gurgel de Faria, por
unanimidade, julgado em 26/06/2018.. (Info 631)

FALÊNCIA: Para efeito de aplicação do final do § 3º do artigo 49 da Lei n.


11.101/2005, "bem de capital" é o bem corpóreo (móvel ou imóvel) utilizado no
processo produtivo da empresa recuperanda e que não seja perecível nem
consumível. REsp 1.758.746-GO, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, por unanimidade,
julgado em 25/09/2018. (Info 634.)

PROTESTO: Não há como impor tacitamente ao credor o dever de enviar, sem

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provocação, o documento hábil ao cancelamento do legítimo protesto. É
inequívoco dever do credor o fornecimento do documento hábil ao cancelamento
do protesto, mas apenas tão logo seja provocado. REsp 1.346.584-PR, Rel. Min. Luis
Felipe Salomão, por unanimidade, julgado em 09/10/2018. (Info 638)

FALÊNCIA: Os encargos da massa não preferem os créditos tributários nas falências


processadas sob a égide do DecretoLei n. 7.661/1945. EREsp 1.162.964-RJ, Rel. Min.
Humberto Martins, por unanimidade, julgado em 07/03/2018. (Info 637)

FALÊNCIA: É cabível a interposição de agravo de instrumento contra decisões


interlocutórias em processo falimentar e recuperacional, ainda que não haja
previsão específica de recurso na Lei n. 11.101/2005 (LREF). REsp 1.722.866-MT, Rel.
Min. Luis Felipe Salomão, por unanimidade, julgado em 25/09/2018. (Info 635)

RECUPERAÇÃO JUDICIAL: Empresas em processo de recuperação judicial podem


celebrar contratos de factoring sem prévia autorização judicial. REsp 1.783.068-SP,

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Rel. Min. Nancy Andrighi, por unanimidade, julgado em 05/02/2019, (Info 641)l
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ANDRÉ SANTA CRUZ. Direito empresarial. 8 ed. [S.L.]: METODO, 2018.

COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito comercial, volume 1: direito de empresa. São
Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016.

FAZZIO JUNIOR, WALDO. Manual de direito comercial. São Paulo: Atlas, 2017.

MAMEDE, Gladston. Manual de direito empresarial. São Paulo: Atlas, 2017.

PENANTE JR, Francisco. Resumos para concursos, vol. 37, Direito Empresarial, 2ª
edição. São Paulo: Editora jus podivm, 2017.

a l
PENANTE JR, Francisco. LAURINDO, Felipe. Prática empresarial. Recife: Armador, 2016.

io n
c
TEIXEIRA, TARCISIO. Direito empresarial sistematizado: DOUTRINA, JURISPRUDÊNCIA
a
E PRÁTICA. 7ª ed. [S.L.]: SARAIVA, 2018.
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APRESENTAÇÃO

Caro(a) Aluno(a),

A preparação para concursos públicos exige profissionalismo, métrica e estratégia.


Cada minuto despendido deve ser bem gasto! Por isso, uma preparação direcionada,
focada nos pontos com maior probabilidade de cobrança no seu certame, pode
representar a diferença entre aprovação e reprovação.

Ciente disso, a Ad Verum Suporte Educacional, empresa do Grupo CERS ONLINE,


concebeu o curso INTELIGÊNCIA PDF – Defensoria Pública Estadual, que tem por
premissa fundamental “atacar” os pontos nucleares de cada matéria, com vistas à
antecipação dos temas com maiores chances de cobrança em sua prova.

Fazer isso não é tarefa fácil! É necessário um árduo esforço de pesquisa, levando-se
em consideração fatores como banca examinadora e respectivos membros (sempre
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que possível), retrospecto do concurso, incidência temática de cada disciplina,
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momento da economia do país, dentre tantos outros, aliados a experiência de
Professores de projeção nacional, com larguíssima experiência na análise do perfil
dos mais diferentes certames públicos.
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Para tornar tudo isso uma realidade, a Ad Verum investiu muito em seu Método de
Aceleração de Aprendizagem (MAVAA). Hoje, contamos com um SETOR DE
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INTELIGÊNCIA, responsável por ampla coleta de dados e informações das mais

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diferentes fontes relacionadas ao universo de cada concurso, de modo a, a partir do

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processamento dos dados coletados, oferecer aos seus alunos uma experiência
diferenciada quando comparada a tudo que ele conhece em matéria de preparação

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para carreiras públicas. IZ .7 .co
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Racionalizar o estudo do aluno é mais que um objetivo para Ad Verum, trata-se de
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uma obsessão.
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Bom estudo!
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Francisco Penante

CEO Ad Verum Suporte Educacional

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SUMÁRIO

1. CONCEITOS INICIAIS ............................................................................................... 4


2. TEORIA GERAL DO CRIME ..................................................................................... 34
2.1 CONCEITOS ............................................................................................................... 34
2.2 SUJEITOS DO CRIME.................................................................................................. 36
2.3 CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMES.................................................................................37
3. ERRO DE TIPO. TENTATIVA. DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA, ARREPENDIMENTO
EFICAZ E ARREPENDIMENTO POSTERIOR. CRIME IMPOSSÍVEL ................................. 59
4. ILICITUDE E CUPABILIDADE .................................................................................. 69
5. PUNIBILIDADE ...................................................................................................... 77
6. CRIMES CONTRA À PESSOA ................................................................................ 100

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6.1 HOMICÍDIO ............................................................................................................. 100
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6.2 ABORTO .................................................................................................................... 70

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7. LESÃO CORPORAL ................................................................................................ 73

u c ER
8. CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO ......................................................................... 80

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8.1. Furto ........................................................................................................................ 80
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9.ROUBO ................................................................................................................. 88

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10.EXTORSÃO .......................................................................................................... 95

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11. EXTORSÃO MEDIANTE EQUESTRO....................................................................96
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12.LEI DE DROGAS ................................................................................................... 98
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1. CONCEITOS INICIAIS

1.1. Conceito e características do direito penal

Conjunto de normas destinadas a combater o crime e a contravenção penal


por meio da aplicação de penas.

DIREITO PENAL X DIREITO CRIMINAL:

Direito penal enfatiza a pena. Direito Penal: atualmente o Decreto-Lei 2.848 é


o Código Penal.

Direito criminal enfatiza o crime, sendo conceito mais amplo do que o direito
penal. Direito Criminal: Código Criminal do Império de 1830.

RAMO DE DIREITO PÚBLICO:


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a) normas de DP são indisponíveis;
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b) Estado é titular do Poder de Punir;
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c) Estado sempre é sujeito passivo mediato dos crimes, e também pode ser o
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imediato.
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CARACTERÍSTICAS: e
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É um ramo do direito finalista: não cria bens, protege os já criados. É
fragmentário, pois protege todos os valores, só os mais importantes.

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FUNÇÕES DO DIREITO PENAL: diversas são as funções expressas ao direito penal.
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Entre elas, destacamos algumas como:
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a) proteção de Bens Jurídicos: Para Roxin, é a função exclusiva do DP, não
sendo valorativo, ético ou moralista.

b) Instrumento de controle Social: paz e ordem social.

c) Garantia: já que o “Código Penal é a Magna Carta do delinquente” (Franz Von


Liszt), ou seja, limita o poder de punir do estado.

d) Função Ético-Social: função criadora dos costumes.

e) Educativa: ex. Crimes ambientais

f) A função simbólica possui uma perspectiva mais crítica, indicando que é uma
função sem efeitos externos. Há, apenas, uma falsa percepção de ação dos
governantes e segurança. Em curto prazo essa função simbólica dá ao DP um

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papel educativo e a médio e longo prazo essa função simbólica retira a
credibilidade do DP.

Neste último caso, temos por consequência a Inflação legislativa: Direito


Penal de Emergência, também chamado de Hipertrofia do Direito Penal
(criminalização de fatos irrelevantes/polêmicos).

g) Redução da Violência Estatal

h) Função promocional - DP como um instrumento de transformação da


sociedade. Não é só proteger, é produzir uma evolução.

ENCICLOPÉDIA PENAL
Seleção de bens tutelados pelo Direito
Penal e as penas.
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Determina a missão, conteúdo e alcance
POLÍTICA CRIMINAL
a c
dos institutos jurídicos-penais, e a
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aplicação ao caso concreto.
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Decide sobre criminalização ou não de
e
rt RO
determinadas condutas, considerando a

p o ORvantagem social da tipificação.

S C 41- m u H 89
um IZ .7 .co
V O er L.
U
0
4
4 ma il Questão criminal do ponto de vista
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
biopsicossocial, ou seja, integra-se com
as ciências da conduta aplicadas às
mi condutas criminais (Zaffaroni).
p lc Estuda os fenômenos e as causas da
CRIMINOLOGIA criminalidade, a personalidade do
delinquente e sua conduta delituosa e a
maneira de ressocializá-lo.

Direito Penal é dogmático e criminologia,


empírica.

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A Criminologia não deve ter por objeto
apenas o crime e o criminoso, e sim uma
visão mais completa.
CRIMINOLOGIA CRÍTICA
O direito penal estuda as consequências
jurídicas do crime. Por outro lado, a
criminologia se ocupa das causas do
crime, dos fatores determinantes.

Von Henting e Benjamin Mendelson.


Trata-se do estudo do papel da vítima no
delito. Classifica-se em:

a) primária: decorrente
a l das

io n
consequências do próprio crime;

a c
VITIMOLOGIA
c ER
b) secundária ou sobrevitimização:
u
causada
E M d IL
pelos órgãos oficiais
responsáveis pela persecução criminal. É
e
rt RO
uma das causas das cifras negras;

p o OR
S C 41- m u H 89 c) terciária: causada pelo próprio meio
social ou familiar. Trata-se da

um IZ .7 .co estigmatização pelo preconceito,

V O er L
. 0
U4 ma4 il machismo, discriminação, da própria
sociedade. Também é uma das causas das
d R 4 3 g cifras negras.
A PE D 0 er@
l
CRIMINALIZAÇÃO:
mi
a) Primária: legal;
p lc
b) Secundária: real – persecução do indivíduo.
c) Seletividade e Vulnerabilidade: tende a ser aplicado aos vulneráveis.

FONTES:
a) Material/substanciais/de produção: é aquele órgão com competência para
crimar a norma penal.

1) União: art. 22, I, CF/88 (competência privativa, porém, passível de


delegação)
2) Estados: Art. 22, §único: autorização por lei complementar (requisito
formal) + questão específica (requisito material)

b) Formal/cognitivas/de conhecimento:

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a. Imediata: somente Lei. MP vetada (CP foi por Decreto-lei por decurso).
b. Mediata: costumes (somente se secundem ou praeter, e não
incriminatório), princípios gerais do direito e atos administrativos.

A doutrina não tem força cogente.


A jurisprudência, em regra, não é obrigatória
Os tratados internacionais são fontes desde que tenham sido incorporados
Ato administrativo: quando funcionam como complemento das normas
penais em branco heterogêneas. Ex.: Decretos

1.2. Princípios penais


a l
io n
PRINCÍPIO DA RESERVA LEGAL OU ESTRITA LEGALIDADE
a c
u c ER
 Cláusula Pétrea (art. 1º CP e no art. 5º, XXXIX, CF).
 Nullum crimen nulla pena sine lege E M d IL
e
rt RO
 a lei penal tem o monopólio, a exclusividade na criação de crimes e

p o OR
cominação de penas, veda-se, portanto, Medidas Provisórias

S C 41- m u H 89
Art. 62 § 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: I -

um Z .7 .co
relativa a: b) direito penal, processual penal e processual civil;
I
V O er L.
U
0
4
4 ma il
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
mi
p lc
Código Penal foi criado por Decreto-Lei por Decurso de Prazo, mas entende-se que
não se admite alegação de inconstitucionalidade formal superveniente, já que foi
recepcionado como Lei.

ATENÇÃO! Apesar da vedação legal, o STF já admitiu (corrente minoritária) MP sobre


direito penal, desde que favoráveis ao réu. Ex.: Estatuto do Desarmamento teve MP
417 que prorrogou “atipicidade temporária”

 Fundamentos:
a) Jurídico: taxatividade – lei prescreve o conteúdo mínimo da conduta. Não
exige conteúdo total, caso contrário, não seria possível admitir lei penal
em branco e crime culposo;
b) Político: proteção do indivíduo contra o arbítrio do Estado, exigindo Lei;
c) Democrático: Povo, pelos representantes, determina o que é crime/pena
(STF);

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d) Filosófico: Teoria da Coação Psicológica (Feuerbach) – somente a
“ameaça legal” fundamenta uma pena.

 Mandados de Criminalização Constitucional: São ordens emitidas pela CF ao


legislador ordinário, para que o mesmo, de forma vinculada, criminalize
determinados comportamentos. O legislador estaria, portanto, obrigado, não
havendo qualquer discricionariedade. Eles podem ser expressos ou tácitos.
Ex.: Racismo, TTT, Hediondos, Ação de Grupos Armados contra Estado,
Tratados de DH, retenção do dolosa de salário dos trabalhadores, violência
sexual contra criança e adolescente, condutas lesivas ao meio ambiente,
corrupção (STF falou em mandados no Mensalão).

a l
ATENÇÃO! AXIOMAS DO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
io n
1) c
Não há crime sem lei (lei formal/reserva legal): estrita legalidade,
a
c ER
decorrentes da função típica do Poder Legislativo (lei ordinária/complementar).
u
OBS.: NÃO é cabível MP/Lei Delegada!
2) E M d IL
Não há crime sem lei anterior (anterioridade): a lei penal deve ser anterior
ao fato e
rt RO
3) o OR
Não há crime sem lei escrita: no Brasil, veda-se o costume criador e
p
S C 41- m
(costume praeter legem).
u H 89
abolicionista (desuetudo), assim, o costume terá caráter meramente interpretativo

um IZ .7 .co
OBS.: O STF não admite a analogia para caracterizar crime o “furto de TV à cabo”,

4)
V O er L
.
U
pois não é uma energia.
0
4
4 ma il
Não há crime sem lei estrita: no Brasil, a analogia tem caráter integrativo,
d R 4 3 g
sendo admitido apenas a analogia in bonam partem. Ex.: art. 182, CPC → isenção de
A PE D 0 er@
pena ao cônjuge na constância da sociedade conjugal, que é aplicável, também, à
l
União Estável.
mi
5)
penal.
lc
Não há crime sem lei certa (taxatividade): determinação específica pelo tipo
p
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE

 Vedada a irretroatividade da Lei Penal, salvo mais benéfica.


 ATENÇÃO! Não há crime se em Vacatio Legis.

PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA

 Causa supralegal de exclusão da tipicidade material: Postulado


hermenêutico voltado à descriminalização de condutas formalmente típicas
(Min. Gilmar Mendes). Deve ser analisado em conexão com os postulados da

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fragmentariedade e da intervenção mínima do Estado em matéria penal –
tem o sentido de excluir ou de afastar a própria tipicidade penal, examinada
na perspectiva de seu caráter material. (Min. Celso de Mello).

é um juízo de adequação entre o fato e


Tipicidade formal a norma (analisa se o fato praticado na
vida real, se amolda, se encaixa ao
modelo de crime descrito na lei penal).
é a lesão ou perigo de lesão ao bem
jurídico. É a lesão (a subtração do copo
de água tem tipicidade formal, mas não
Tipicidade material tem tipicidade material, porque não
coloca em risco o patrimônio da pessoa,
não provoca grande lesão a ninguém. É,
portanto, causa de exclusão da
tipicidade, porque falta a tipicidade
material).
a l
io n
c
 Tem origem no Direito Romano, do brocado de minimus non curat praetor: os
a
c ER
pretores não cuidam do que é mínimo. Era do Direito Civil. No DP surge em
u
E M d IL
1970- Klaus Roxin – o DP não deve se ocupar de condutas insignificantes,
incapazes de lesar ou pelo menos de colocar em perigo o bem jurídico
e
rt RO
protegido pela lei penal. Este princípio guarda uma estreita relação com o
o OR
funcionalismo penal de Roxin é um dos grandes nomes do funcionalismo.
p
u H 89
Roxin diz que mais que um princípio, é uma medida de política criminal.
S C 41- m
m Z .7 .co
 O Brasil adota o princípio da insignificância próprio.
u I
V er L0
U4 ma4 il
Princípio da insignificância próprio
O .
d R 4 3
(BRASIL)g Princípio da insignificância impróprio
A PE D 0 er@
Fato é atípico (material)
l
Fato é típico e ilícito. O agente é culpável.

mi
Não há crime e não se instaura ação
Há crime e instauração da ação penal
penal
p lc
- Desnecessidade de pena.

 Requisitos Objetivos: em relação ao fato. (BIZU: MARI)


a) Mínima ofensividade da conduta do agente;
b) Ausência de periculosidade social da ação;
c) Reduzido grau de reprovabilidade do comportamento;
d) Inexpressividade da lesão jurídica provocada

 Requisitos Subjetivos: em relação à vítima e ao agente.


e) Importância do bem para a vítima: STF admite.
f) Condições do agente: nem a reincidência, nem a reiteração criminosa,

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tampouco a habitualidade delitiva, são suficientes, por si sós e
isoladamente, para afastar a aplicação do denominado princípio da
insignificância. STF, 6ª Turma, Info 548/2014. (tese institucional de
defensorias!)
g) Argumento: exclui a tipicidade material. Reincidência é fato apurado na
segunda fase da dosimetria da pena. STJ possui entendimento de que
afasta (6ª Turma: reincidência em descaminho afastou, ainda que o valor
total tenha ficado abaixo do piso)

 Aplicabilidade: qualquer bem jurídico, e não somente os patrimoniais.

CRIMES TRIBUTÁRIOS:

Descaminho: apesar de estar previsto no CP, é crime tributário. Aplica quando


o valor do tributo devido não ultrapassa R$ 20.000,00.

a l
Art. 20 da Lei 10.522/2001: Serão arquivados, sem baixa na distribuição

io n
(significa que essa dívida não é excluída. Se passar de dez mil ele ajuíza a
ação), mediante requerimento do Procurador da Fazenda Nacional, os

a c
autos das execuções fiscais de débitos inscritos como Dívida Ativa da
c ER
União pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional ou por ela cobrados,
u
d IL
de valor consolidado igual ou inferior a R$ 10.000,00.

E M
e
Atenção! Apesar de a lei prever que o valor é igual ou inferior a R$ 10.000,00,
rt RO
esse valor não permanece mais hoje.
p o OR
S C 41- m u H 89
Esse valor de 10 mil reais permanece ainda hoje? 1

um
NÃO. Recentemente, foi publicada a Portaria MF nº 75, de 29/03/2012, na
IZ .7 .co
er L U il
qual o Ministro da Fazenda determinou, em seu art. 1º, inciso II, “o não ajuizamento
4 ma 4
d V
de execuções fiscais de débitos com a Fazenda Nacional, cujo valor consolidado seja
R O 3 . 0 g
igual ou inferior a R$ 20.000,00 (vinte mil reais). ”
4
A PE D 0 er@
l i
Desse modo, o Poder Executivo “atualizou” o valor previsto no art. 20 da Lei
m
até 20 mil reais. p lc
n.º 10.522/2002 e passou a dizer que não mais deveriam ser executadas as dívidas de

Em outras palavras, a Portaria MF 75/2012 “aumentou” o valor considerado


insignificante para fins de execução fiscal. Agora, abaixo de 20 mil reais, não interessa
à Fazenda Nacional executar (antes esse valor era 10 mil reais).

Diante desse aumento produzido pela Portaria, começou a ser defendida a


tese de que o novo parâmetro para análise da insignificância penal nos crimes
tributários passou de 10 mil reais (de acordo com o art. 20 da Lei n.°10.522/2002)
para 20 mil reais (com base na Portaria MF 75).

Esse valor tem como base o custo de uma execução fiscal para os cofres
públicos. O STF usou esse parâmetro para aplicar o princípio da insignificância aos
1
https://www.dizerodireito.com.br/2018/04/principio-da-insignificancia-nos-crimes.html

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crimes tributários.

Para se verificar a insignificância da conduta, deve-se levar em consideração o


valor do crédito tributário apurado originalmente no procedimento de lançamento.

Assim, os juros, a correção monetária e eventuais multas de ofício que


incidem sobre o crédito tributário quando ele é cobrado em execução fiscal não
devem ser considerados para fins de cálculo do princípio da insignificância. STJ. 5ª
Turma. RHC 74.756/PR, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 13/12/2016.

#Descaminho: admite insignificância, mas dispensa lançamento definitivo do crédito


tributário para configurar.

Contrabando: não admite insignificância. Embora previsto junto com o


Descaminho, no contrabando também se viola a proibição de ingresso de
determinado produto no território nacional, seja proibição absoluta ou relativa. (Não
incide em contrabando de gasolina, arma de pressão).
a l
io n
c
E o contrabando? Podemos aplicar esse entendimento acima explicado para o
a
contrabando?
u c ER
E M d IL
NÃO. Não se aplica o princípio da insignificância ao crime de contrabando, uma vez
e
rt RO
que o bem juridicamente tutelado vai além do mero valor pecuniário do imposto
o OR
elidido, alcançando também o interesse estatal de impedir a entrada e a
p
S C 41- m u H 89
comercialização de produtos proibidos em território nacional. Trata-se, assim, de um
delito pluriofensivo. Nesse sentido: STJ. 6ª Turma. AgRg no REsp 1472745/PR, Rel.
m Z .7 .co
Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 01/09/2015.
u I
V O er L
. 0
U4 ma4 il
Crime Tributário de competência diversa da União: não pode aplicar por
d R 4 3 g
analogia o art. 20 da Lei 10.522/2002 que fixa o piso de R$ 10.000,00. Precisaria de
A PE D 0 er@
legislação estadual/municipal própria.
l
mi
p lc
Crimes patrimoniais: a jurisprudência admite quando o valor for girado em
torno de 20% do salário mínimo.

Furto insignificante (fato atípico) x Furto privilegiado (há crime art. 155,
§2º): se o criminoso é primário, e é de pequeno valor (até um salário mínimo –
jurisprudência) a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de
detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa.

Pequeno valor do bem subtraído (art.


Valor insignificante do bem subtraído
155, §2ª)
Não há um parâmetro objetivo, mas, por
Até um salário mínimo. óbvio, deve ser menor que um salário
mínimo.

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Se a coisa furtada é de pequeno valor e o
condenado é primário, o juiz pode Se o valor da coisa furtada é
substituir a pena de reclusão pela de insignificante, o juiz irá absolver o réu por
detenção, diminuí-la de 1/3 a 2/3, ou falta de tipicidade material
aplicar somente a pena de multa.
Ex.: furto de um relógio que custa 500 Ex.: furto de um relógio que custa 90
reais. reais.

ATENÇÃO! Não se aplica ao: Furto durante o repouso noturno; furto de água potável
mediante ligação clandestina; furto de coisas para trocá-las por drogas; a restituição
do bem à vítima não afasta o crime; Furto qualificado.

Crimes ambientais: O STF tem admitido em casos excepcionais. Em caso de


pesca proibida, é importante verificar o caso concreto. Porém, em provas de
Defensoria, verificar, em questões objetivas, exatamente o que se pede no
a l
n
enunciado, e, nas questões subjetivas, sempre defender a aplicabilidade do referido
io
princípios aos crimes ambientais.
a c
u c ER
Pessoa encontrada em uma unidade de conservação onde a pesca é proibida, com
E M d IL
vara de pescar, linha e anzol, conduzindo uma pequena embarcação na qual não
e
rt RO
havia peixes. STF. 2ª Turma. Inq 3788/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em
1°/3/2016 (Info 816).
p o OR
S C 41- m u H 89
Quinta-feira, 22 de junho de 2017: O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo
m Z .7 .co
Tribunal Federal (STF), negou seguimento (julgou inviável) a Habeas Corpus (HC
u I
er L U 4 il
137652) no qual a Defensoria Pública da União pedia a absolvição de um condenado

V 0 4 ma
por crime ambiental, consistente na prática de pesca em local proibido. O ministro
O .
d R 3 g
rejeitou a aplicação do princípio insignificância ao caso: “o uso de rede de arrasto
4
A PE D 0 er@
pode causar impactos ambientais relevantes na medida em que implica a captura de
l i
grandes quantidades de espécies – visadas e não visadas pelo agente –, bem como na
m
p lc
destruição de vegetação aquática submersa, principalmente em se tratando de leitos
de águas rasas, como é o caso do Estuário Lagoa dos Patos”, avaliou”.

Crimes contra a Administração Pública: DIVERGÊNCIA!

o STJ: não admite. Súmula 599-STJ: O princípio da insignificância é


inaplicável aos crimes contra a Administração Pública.
o STF: admite.

Então é importante verificar exatamente qual entendimento a questão exige e


sempre trazer essa divergência em provas de segunda fase!

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NÃO ADMITE:
1) crimes contra a vida;
2) roubo ou crimes praticados com violência ou grava ameaça à pessoa;
3) crimes sexuais;
4) crimes contra a fé pública – falsificação de moeda coloca em risco o próprio
sistema financeiro;
5) crimes militares- hoje o STF não admite mais o princípio da insignificância, em
razão da hierarquia da disciplina;
6) crimes das leis de drogas – pois são crimes de perigo abstrato e o bem jurídico
protegido é a saúde pública. (obs.: STF, HC 110.475/SC, admitiu em 2012 uma
vez a insignificância para o art. 28);
7) Crimes de Prefeitos;
8) Apropriação indébita previdenciária;
9) Improbidade Administrativa;
10) Seguro desemprego.

 Reconhecimento: STJ não admite que autoridade policial reconheça.


a l
 Admite-se ainda que após o Trânsito em Julgado, por HC.
io n
c
 Assemelha-se ao perdão judicial, sendo causa extintiva da punibilidade.
a
PRINCÍPIO DA ALTERIDADE u c ER
E M d IL
 Não se pune a autolesão: O crime exige intersubjetividade.
e
rt RO
 ATENÇÃO! Drogas: art. 28, há proteção à “saúde coletiva”. Assim, o usuário
o OR
de drogas não é incriminado. O que é crime é o porte da droga, ainda que
p
para uso próprio.
S C 41- m u H 89
m Z .7 .co
PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO MÍNIMA
u I
er L U 4
4 ma il
 Origem: Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão (1979)
V O . 0
d R 4 3 g
 Conceito: Direito Penal é subsidiário e só deve atuar em casos excepcionais,
A PE D 0 er@
quando os outros ramos não forem suficientes para tutelar aquelas situações.
l i
(ultima ratio – Direito Penal Mínimo)
m
 plc IMPORTANTE)
Subprincípios (ATENÇÃO!

1) Princípio da Fragmentariedade/caráter fragmentário: DP é a última etapa


de proteção, atua apenas quando os demais ramos do direito não mais
tutelarem com eficácia determinado bem. Incide no Plano abstrato, ou
seja, vincula o legislador;

Ex.: diminuição de pena em caso de tentativa;

Fragmentariedade às avessas: conduta perde seu caráter penal, deixando


o crime de existir (ex.: adultério).

2) Princípio da Subsidiariedade: Direito Penal é um Executor de Reserva, de


modo que só pode agir no caso concreto quando o problema não puder ser

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solucionado por outros meios. Neste caso, incide no Plano concreto:
aplicador do direito.

Ex.: o não lançamento definitivo do crédito tributário pelo parcelamento


prejudica a Ação Penal.

PARA LEMBRAR
CARÁTER FRAGMENTÁRIO ABSTRATO = LEGISLADOR
CARÁTER SUBSIDIÁRIO CONCRETO = APLICADOR DO
DIREITO

PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE

 É também chamado pelo Direito Americado de Princípio da convivência das


liberdades públicas e apresenta uma dupla face:
l
o Proteção contra excesso (Garantismo Negativo): pelo qual não se pode
a
n
punir mais do que o necessário para a proteção do bem jurídico. A
io
c
limitação da liberdade individual só se justifica em razão da proteção de
a
interesses coletivos superiores.
u c ER
E M d IL
o Vedação da proibição insuficiente (Garantismo Positivo): pelo qual não
e
rt RO
se pode proteger menos que o necessário para a proteção do bem
jurídico.
p o OR
S C 41- m u H 89
Ex.: STF: Lesão corporal leve contra mulher (violência doméstica) a Ação

um
Penal é Pública Incondicionada.
IZ .7 .co
er L
 Manifestação:
V O .
U
0
4
4 ma il
d R 3 g
1) Legislativo: proporcionalidade abstrata – cominação da pena;
4
A PE D 0 er@
2) Jurisdicional: proporcionalidade concreta – dosimetria;
l i
3) Administrativa: proporcionalidade executória – cumprimento da pena.
m
p lc

ADI 4424 – Lei Maria da Penha

No julgamento desta ADI, o STF não reconheceu a inconstitucionalidade da


referida lei, deu-se, na verdade, interpretação conforme à CF/88.

O que é interpretação conforme? É controle concreto ou abstrato – em razão


da presunção de constitucionalidade, admite-se uma interpretação como mais
adequada do que as demais.

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Houve, ainda, declaração parcial sem redução de texto: exclusivo do controle
abstrato. Respeita o full bench. É excluída determinada interpretação.

Assim, “entendeu-se não ser aplicável aos crimes glosados pela lei discutida o
que disposto na Lei 9.099/95, de maneira que, em se tratando de lesões corporais,
mesmo que de natureza leve ou culposa, praticadas contra a mulher em âmbito
doméstico, a ação penal cabível seria pública incondicionada. Acentuou-se,
entretanto, permanecer a necessidade de representação para crimes dispostos em
leis diversas da 9.099/95, como o de ameaça e os cometidos contra a dignidade
sexual. Consignou-se que o Tribunal, ao julgar o HC 106212/MS (DJe de 13.6.2011),
declarara, em processo subjetivo, a constitucionalidade do art. 41 da Lei
11.340/2006, no que afastaria a aplicação da Lei dos Juizados Especiais relativamente
aos crimes cometidos com violência doméstica e familiar contra a mulher,
independentemente da pena prevista. ADI 4424/DF, rel. Min. Marco Aurélio,
9.2.2012. (ADI-4424)”.

Importante relembrar que o crime de ameaça e estupro continuam Públicas


a l
n
Condicionadas à representação. Ainda se aplicaria, nesses casos, a Súmula 608, STF
io
(estupro com violência real a ação é pública incondicionada).
a c
u c ER
E M d IL
Em processos julgados durante a ADI cabe Reclamação ao STF, se a Ação Penal
foi julgada extinta por carência de causa objetiva de procedibilidade (representação).
e
rt RO
ADI proposta pelo PGR contra artigo que determina que estupro qualificado por
o OR
morte é de Ação Penal Pública Condicionada.
p
S C 41- m u H 89
PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE: entre os meios e fins.

um IZ .7 .co
V O er L
. 0
U4 ma4 il
PRINCÍPIO DA EXCLUSIVA PROTEÇÃO DO BEM JURÍDICO

d 3 g
 Possui a função de proteção dos bens jurídicos constitucionais (Teoria
R 4
A PE D 0 er@
Constitucional do Direito Penal): O DP só é legítimo quando protege valores
l
consagrados na CF.
mi
 Espiritualização, desmaterialização ou liquefação de bens jurídicos:
p lc
antecipação da tutela com tipificação de crimes de perigo.

ATENÇÃO! PARA NÃO ESQUECER!


CRIMES DE DANO Bem efetivamente lesionado
Concreto → perigos reais de dano.
Ex.: art. 309, CTB

Art. 309. Dirigir veículo automotor, em via


CRIMES DE PERIGO pública, sem a devida Permissão para
Dirigir ou Habilitação ou, ainda, se cassado
o direito de dirigir, gerando perigo de
dano:
Penas - detenção, de seis meses a um
ano, ou multa.

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Abstrato → presume-se o perigo
pela lei. Ex.: art. 306, CTB, porte
ilegal (STF)

Art. 306. Conduzir veículo automotor


com capacidade psicomotora alterada em
razão da influência de álcool ou de outra
substância psicoativa que determine
dependência:
Penas - detenção, de seis meses a três
anos, multa e suspensão ou proibição de se
obter a permissão ou a habilitação para
dirigir veículo automotor.
§ 1o As condutas previstas no caput serão
constatadas por:
I - concentração igual ou superior a 6
decigramas de álcool por litro de sangue
ou igual ou superior a 0,3 miligrama de
álcool por litro de ar alveolar; ou
a l
II - sinais que indiquem, na forma

io n
disciplinada pelo Contran, alteração da
capacidade psicomotora.
a c
u c ER
§ 2o A verificação do disposto neste artigo
poderá ser obtida mediante teste de

E M d IL
alcoolemia ou toxicológico, exame clínico,
perícia, vídeo, prova testemunhal ou
e
rt RO
outros meios de prova em direito

p o OR admitidos, observado o direito à

S C 41- m u H 89 contraprova.
§ 3o O Contran disporá sobre a
equivalência entre os distintos testes de

um IZ .7 .co alcoolemia ou toxicológicos para efeito de

V O er L
.
U
0
4
4 ma il caracterização do crime tipificado neste
artigo.

d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
PRINCÍPIOS DIVERSOS
mi
p lc
1) Princípio da Individualização da pena: incide nas 03 fases (legal, judicial e
execução);

2) Princípio da Confiança: entende-se que, pelo Direito Penal, há uma confiança


na sociedade pois, quem respeita as regras da vida em sociedade, tem o direito
de confiar que as demais pessoas também respeitarão tais regras;

3) Princípio da Adequação Social: entende-se que não é crime se “não afronta o


sentimento social de justiça”. Trata-se de causa supralegal de exclusão da
tipicidade material, porém, o STF/STJ NÃO aceitam a aplicação desse princípio.
(Vide Súmula 502, STJ: presentes a materialidade e autoria, afigura-se típica...)

4) Princípio da Ofensividade ou Lesividade: Só há crime quando a conduta é


capaz e lesionar, ou ao menos de colocar em perigo de lesão, o bem jurídico
penalmente protegido;

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5) Princípio da Responsabilidade Penal pelo Fato (Direito Penal do Fato): O
direito penal do fato se ocupa do fato praticado pelo agente, pouco
importando suas condições sociais, o que interessa é o que ele fez ou deixou de
fazer. Diferentemente do que ocorre no direito penal do autor e do inimigo que
serão oportunamente vistos neste material.

Assim, há uma responsabilidade considerando a figura do“Homem médio”.

ATENÇÃO! RE 453.000/RS (Informativo 700, STF). Questiona-se se a reincidência


não seria um resquício do Direito Penal do autor? O STF decidiu por unanimidade
que é constitucional, pois seria compatível com o Direito Penal do fato, pois praticou
um fato e foi condenado, e, agora, praticou outro fato, o que justifica uma punição
mais severa.

6) Princípio da proibição do bis in idem: Veda a dupla punição pelo mesmo fato.
Súmula 241 do STJ: A reincidência penal não pode ser considerada como
a l
n
circunstância agravante e, simultaneamente, como circunstância judicial.
io
a c
7) Princípio da Responsabilidade Subjetiva (Direito Penal da Culpa/princípio da
imputação pessoal – nulla poena
u c ER
sine culpa/princípio da
d IL
culpabilidad/princípio da personalidade ou intranscendência): em Direito
E M
e
Penal, proíbe-se a responsabilidade objetiva. Assim, não há presunção de culpa.
rt RO
É necessário comprovar a conduta do agente, seja ela dolo ou culpa, se prevista
em lei.
p o OR
S C 41- m u H 89
A doutrina explica alguns resquícios da responsabilidade objetiva:
um IZ .7 .co
er L
a) rixa qualificada;
U4 ma4 il
V O 3 . 0
b) crime em estado de embriaguez voluntária ou culposa (actio libera in causa):
d R 4 g
A PE D 0 er@
A teoria da actio libera in causa é aquela em que o agente, conscientemente, põe-se
l
em estado de inimputabilidade, sendo desejável ou previsível o cometimento de uma
mi
ação ou omissão punível em nosso ordenamento jurídico, não se podendo alegar
p lc
inconsciência do ilícito no momento fatídico, visto que a consciência do agente
existia antes de se colocar em estado de inimputabilidade.

Incide o art. 28, II - Não excluem a imputabilidade penal: II. a embriaguez,


voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos. A pessoa não
tinha nem consciência do que fazia, mas responde pelos fatos;

c) responsabilidade penal “em cascata” que era prevista na lei de imprensa


(ADPF 130-7);

JURISPRUDÊNCIA

PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA: Crimes tributários e o limite de 20 mil reais. Qual


é o valor máximo considerado insignificante no caso de crimes tributários e
descaminho? 20 mil reais (tanto para o STF como para o STJ) . Incide o princípio da

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insignificância aos crimes tributários federais e de descaminho quando o débito
tributário verificado não ultrapassar o limite de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), a teor
do disposto no art. 20 da Lei n. 10.522/2002, com as atualizações efetivadas pelas
Portarias n. 75 e 130, ambas do Ministério da Fazenda. STJ. 3ª Seção. REsp
1.688.878-SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 28/02/2018 (recurso
repetitivo). STF. 1ª Turma. HC 137595 AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em
07/05/2018. STF. 2ª Turma. HC 155347/PR, Rel. Min. Dias Tóffoli, julgado em
17/4/2018 (Info 898).

Não se aplica o princípio da insignificância ao furto de bem de inexpressivo valor


pecuniário de associação sem fins lucrativos com o induzimento de filho menor a
participar do ato. STJ. 6ª Turma. RHC 93.472-MS, Rel. Min. Maria Thereza de Assis
Moura, julgado em 15/03/2018 (Info 622)

O princípio da bagatela não se aplica ao crime previsto no art. 34, caput c/c
parágrafo único, II, da L 9.605/98: Art. 34. Pescar em período no qual a pesca seja
proibida ou em lugares interditados por órgã competente: Pena - detenção de um
a l
ano a três anos ou multa, ou ambas as penas cumulativamente. Parágra único.
io n
c
Incorre nas mesmas penas quem: II - pesca quantidades superiores às permitidas, ou
a
c ER
mediante utilização de aparelhos, petrechos, técnicas e métodos não permitidos;
u
E M d IL
Caso concreto: realização de pesca d 7kg de camarão em período de defeso com o
uso de método não permitido. STF. 1ª Turma. HC 122560/SC, Re Min. Marco Aurélio,
julgado em 8/5/2018 (Info 891). e
rt RO
p o OR
S C 41- m u H 89
Em regra, a habitualidade delitiva específica (ou seja, o fato de o réu já responder a
outra ação pena pelo mesmo delito) é um parâmetro (critério) que afasta o princípio
m Z .7 .co
da insignificância mesmo em se tratando de bem de reduzido valor.
u I
V er L0
U4 ma4 il
Excepcionalmente, no entanto, as peculiaridades do caso concreto podem justificaro
afastamento dessa regra e a aplicação do princípio, com base na ideia da
O .
d R 3 g
proporcionalidade. É o caso, por exemplo, do furto de um galo, quatro galinhas
4
A PE D 0 er@
caipiras, uma galinha garnizé e três quilos de feijão, bens avaliados em pouco mais
l i
de cem reais. O valor dos bens é inexpressivo e não houve emprego de violência
m
p lc
Enfim, é caso de mínima ofensividade, ausência de periculosidade social, reduzido
grau de reprovabilidade e inexpressividade da lesão jurídica. Mesmo que conste em
desfavor do réu outra ação penal instaurada por igual conduta, ainda em trâmite, a
hipótese é de típico crime famélico. A excepcionalidade também se justificapor se
tratar de hipossuficiente. Não é razoável que o Direito Penal e todo o aparelho do
Estado-polícia e do Estado-juiz movimente-se no sentido de atribuir relevância a
estas situações. STF. 2ª Turma. HC 141440 AgR/MG, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado
em 14/8/2018 (Info 911).

Em regra, o reconhecimento do princípio da insignificância gera a absolvição do réu


pela atipicidade material. Em outras palavras, o agente não responde por nada. Em
um caso concreto, contudo, o STF reconheceu o princípio da insignificância, mas,
como o réu era reincidente, em vez de absolvê-lo, o Tribunal utilizou esse
reconhecimento para conceder a substituição da pena privativa de liberdade por
restritiva de direitos, afastando o óbice do art. 44, II, do CP: Art. 44. As penas

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restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade,
quando: (...) II – o réu não for reincidente em crime doloso; Situação concreta:
Antônio foi denunciado por tentar furtar quatro frascos de xampu de um
supermercado, bens avaliados em R$ 31,20. O réu foi condenado pelo art. 155 c/c
art. 14, II, do CP a uma pena de 8 meses de reclusão. Foi aplicado o regime inicial
semiaberto e negada a substituição por pena restritiva de direitos em virtude de ele
ser reincidente (já possuía uma condenação anterior por furto), atraindo a vedação
do art. 44, II do CP. Em razão da reincidência, o STF entendeu que não era o caso de
absolver o condenado, mas, em compensação, determinou que a pena privativa de
liberdade fosse substituída por restritiva de direitos afastando a proibição do art. 44,
II, do CP. STF. 1ª Turma. HC 137217/MG, Rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ ac Min.
Alexandre de Moraes, julgado em 28/8/2018 (Info 913)

ATENÇÃO: NOVA SÚMULA

Súmula 606-STJ: Não se aplica o princípio da insignificância a casos de transmissão

a l
clandestina de sinal de internet via radiofrequência, que caracteriza o fato típico
n
previsto no art. 183 da Lei n. 9.472/1997. STJ. 3ª Seção. Aprovada em 11/04/2018,
io
DJe 17/04/2018.
a c
u c ER
E M d IL
Apesar de existir um recente julgado em sentido contrário (STF. 1ª Turma. HC
127978, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 24/10/2017. Info 883), o entendimento
e
rt RO
que prevalece no STF é o mesmo do STJ. Veja: O desenvolvimento clandestino de
o OR
atividade de transmissão de sinal de internet, via rádio, comunicação multimídia,
p
S C 41- m u H 89
sem a autorização do órgão regulador, caracteriza, por si só, o tipo descrito no artigo
183 da Lei nº 9.472/97, pois se trata de crime formal, inexigindo, destarte, a
m Z .7 .co
necessidade de comprovação de efetivo prejuízo. STF. 1ª Turma. HC 152118 AgR,
u I
V O er L
.
U
0
4
4 ma il
Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 07/05/2018.

d R 4 3 g
1.3. A PE D 0 er@
Escolas do direito penal
l
mi
p lc Influência Jusnaturalista
Conceito de crime: crime é um conceito
meramente jurídico
Responsabidade em razão do Livre
CLÁSSICA Arbítrio
Pena possui caráter de retribuição
(retributivo, castigo)
Influências: em decorrência do
iluminismo, reduziu as penas corporais e
permitiu a passagem do caráter de
vingança real/religiosa para a resposta
estatal.
Fase Antropológica: Lombroso – homem
POSITIVISTA não é livre na vontade (criminoso nato)
Fase Sociológica: Enrico Ferri –

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determinismo biológico-social:
Responsabilização penal decorre da
Responsabilidade Social (Defesa Social)
Fase Jurídica: Rafael Garofalo –
Criminologia. Teoria da seleção natural
– eliminar os criminosos
Pena: preventiva (proteção do Estado
interna. Externa são as forças militares).
Roeder
Pena tem caráter de correção do
criminoso: não pode ser fixa e
determinada (individual)
“Não há criminosos incorrigíveis, e sim
CORRECIONALISMO
incorrigidos”
Pena preventiva especial, apenas
CP “natimorto” de 1969 previa penas
a l
indeterminadas para
io
habituais ou por tendência n
criminosos

a c
Origem da ressocialização como
u c ER
finalidade da pena.
RoccoE M d IL
e
rt RO
Método Positivista
TECNICISMO JURÍDICO-PENAL p o OR
Conteúdo dogmático

S C 41- m u H 89
Princípio da legalidade estrita
Influenciou o CP de 1940

um IZ .7 .co Responsabilização pelo livre arbítrio e

V Oer L U
. 0
4
4 mail pena com índole retributiva.
Influência do Positivismo e contra a
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
Escola Clássica
Direito Penal combate a Periculosidade
mi Uso de Penas Indeterminadas e

p lc Medidas de Segurança
Profilaxia Criminal: assistência educativa
DEFESA SOCIAL Eclosão de regimes ditatoriais: nova fase
da Escola da Defesa Social
Prevenção do Crime e tratamento do
Menor Delinquente
Reforma Penitenciária
Função da pena é “melhorar o
indivíduo” (antissocialidade).
Binding
Cientificidade: conceito jurídico de
DOUTRINA DO POSITIVISMO JURÍDICO
crime
Surge o conceito clássico de delito: a
conduta é meramente objetiva

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(movimento corporal) vinculada ao
resultado pela relação de causalidade
Uso de métodos das ciências
experimentais
Apego ao Princípio da Legalidade e
Segurança Jurídica

Stammler e Radbruch
Introduz elementos axiológicos e
materiais (dever ser)
Possível graduar o injusto de acordo
DOUTRINA DO NEOKANTISMO PENAL com a lesão produzida
Conduta: passou a ter um significado
social
Ilicitude passa a ter uma concepção
material (lesividade social) e proteção
ao bem jurídico
a l
Teoria
io n
psicológico-normativa:
culpabilidade é
a c o juízo de
c ER
reprovabilidade.
u
Ferrajoli
E M d IL
e
Modelo Universal: meta a ser alcançada
rt RO
– “modelo-limite”
p o OR
10 regras

S C 41- m u H 89
P. Retributividade: pena em razão de
crime
um IZ .7 .co
er L
P. Reserva Legal: crime previsto em Lei
U 4
4 mail P. Necessidade: Lei se necessário (P. da

d V R O
4 3 . 0 g economia do direito penal)
A PE D 0 er@
GARANTISMO PENAL (COGNITIVO)
l
P. Lesividade: necessidade se lesão

mi P. Materialidade:
exterioridade da ação
Lesão se

p lc P. Culpabilidade: ação sem culpa


(Responsabilidade Pessoal)
P. Jurisdicionalidade: culpa em juízo
P. Acusatório: sistema acusatório
P. Ônus da Prova: acusação precisa de
prova (verificação)
P. Contraditório: possibilidade de
falseabilidade
Movimento que estuda a verdadeira
função do Direito Penal.
Duas Linhas de Funcionalismo.
Elementos Comuns:
FUNCIONALISMO
Teoria da Imputação Objetiva
Proteção do Bem Jurídico: Direito Penal

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só pode servir à tal proteção
Desapego ao tecnicismo exagerado e
formalismo (ex.: P. Insignificância)
Prevalência da Interpretação sobre a
Legislação.
Moderado: o direito penal tem limites
impostos pelo próprio direito penal e
demais ramos do direito
Dualista: Direito Penal em harmonia
com os demais ramos
De política Criminal: aplica-se a lei de
ESCOLA DE MONIQUE (ROXIN): acordo com os anseios da Sociedade
Racional Teleológico: razão em busca
da finalidade.
Teoria da Imputação Objetiva da
Tipicidade: criação de um risco não
permitido.
a l
io n
Ilicitude: elemento negativo do tipo.
c
Culpabilidade: pena é preventiva.
a
c ER
Conceito Bipartido: Injusto Penal (fato
u
E M d IL
típico + Ilicitude) + Responsabilidade.
Radical: Direito Penal só reconhece os
e
rt RO
limites impostos pelo próprio Direito

p o OR
Penal

S C 41- m u H 89
Monista: Direito Penal é um sistema
próprio de regras e valores, autônomo

um IZ .7 .co
ESCOLA DE BONN (JAKOBS): Sistêmico: Direito Penal é autônomo,

V O er L.
U
0
4
4 ma il autorreferente e autopoiético (renova
sozinho)
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
Função do Direito Penal é aplicar a
norma punitivista. Sociedade que deve
mi se ajustar ao Direito Penal
p lc Teoria da Imputação Normativa: norma
é o objeto de proteção.
Redução do Direito Penal ao seu núcleo:
Bens jurídicos individuais e sua
colocação concreta em perigo
Bens jurídicos “universais”: outro
tratamento – direito intervencionista
Menos garantias
DIREITO INTERVENCIONISTA Sanções menos “graves” e mais eficazes
(HASSAMER) Próximo ao Direito Administrativo
Sancionador
Critério é o bem jurídico protegido
Crítica: Retira do DP justamente as
infrações que mais ofendem a

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sociedade.
Oposto ao Direito Penal
Intervencionista;
DIREITO PENAL COMO PROTEÇÃO DE Proteção dos bens jurídicos difusos em
CONTEXTOS DA VIDA EM SOCIEDADE primeiro lugar;
(STRATERNWETH)
Crimes de perigo abstrato;

Critério é do bem jurídico protegido,


mas oposto ao intervencionista.

Vamos aprofundar um pouco a escola do Funcionalismo, pois é cobrado em


provas. a l
io n
a c
CLAUS ROXIN
FUNCIONALISMO
u c ER
GUNTHER JAKOBS
ESCOLA DE MUNIQUE
E M d IL
ESCOLA DE BONN
FUNÇÃO: proteção de bens jurídicos e
rt RO
FUNÇÃO: aplicação da norma, pouco

p o OR importa os bens jurídicos.

S C 41- m u H 89
Moderado: o direito penal tem limites Radical: o DP só reconhece os limites

um IZ .7 .co
impostos pelo próprio direito penal e impostos pelo próprio DP

V O er L
. 0
U4 ma4
demais ramos do direito.
il
d R 3 g
Dualista: o DP convive em harmonia com
4 Monista: o DP é um sistema próprio de
A PE D 0 er@
os demais ramos do Direito. Reconhece
l
regras e de valores que independe dos

mi
o sistema jurídico em geral. demais.

p lc Sistêmico: o DP é autônomo
(independe dos demais ramos),
Racional teleológico: movido pela razão autorreferente (todas as referências e
e em busca de sua finalidade. conceitos que precisa busca do próprio
direito penal) e autopoético (o DP se
renova sozinho).

De política criminal: política criminal é A sociedade se ajusta ao Direito Penal


aplicar a lei de acordo com os anseios da
sociedade.
O Direito Penal vai se adaptar à
sociedade em que ele se insere.

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VELOCIDADES DO DIREITO PENAL (SILVA SANCHES)
a) 1ª Velocidade: penas privativas de liberdade com amplas garantias;
b) 2ª Velocidade: penas alternativas, com relativização das garantias;
c) 3ª Velocidade (direito penal do inimigo): pena privativa com redução de
garantias (terrorismo etc).
d) 4ª Velocidade: Direito Internacional. Para os Chefes de Estado que violaram
direitos humanos. Neopunitivismo (panpenalismo) – Direito Penal Total,
aplicado pelos Tribunais Internacionais.
e) 5ª Velocidade: Direito Penal de Risco. Acidentes e tragédias na cidade
causados por condutas humanas.

Direito Penal do Inimigo:


 Direito Penal de 3ª Velocidade
 Inimigo não é o criminoso habitual, mas sim aquele em organização criminosa
contra Estado
 Direito Penal Comum: crimes e criminosos comuns
 Direito Penal do Inimigo: a l
 Autoritário
io n
 Suspensão de Direitos e Garantias
a c
o Direito Penal de Guerra
u c ER
E M d IL
o Se o Inimigo não reconhece as regras do Estado, o Estado não o trata
como cidadão para respeitar seus direitos
o Direito Penal do Autor e
rt RO
o Penas Desproporcionais
p o OR
S C 41- m u H 89
o Uso de métodos probatórios ilegais
o Antecipação da tutela penal

um IZ .7 .co
er L U
Vdo Cidadão
4 il
Direito Penal do Cidadão
4
.0 gO m
O é Garantista, a Direito Penal do Inimigo

d R 4 3
A
O Direito Penal
D 0 @ Direito Penal do Inimigo é Autoritário,

lerdo porque
porque respeitaEos Direitos e Garantias
P Este Direito Penal suprime e ignora direitos e
do ser humano.
m i garantias do ser humano (o Inimigo não
Cidadão é Retrospectivo,
p l c porque se tem direito à ampla defesa, ao duplo grau
baseia na Culpabilidade do Agente. de jurisdição, e pode ficar
incomunicável).
É aquele que olha para o Passado: o
agente é punido por aquilo que fez ou O Direito Penal do Inimigo é Prospectivo,
deixou de fazer. porque olha para o Futuro, amparando-
se na Periculosidade, de modo que o
O Direito Penal do Cidadão é, também, Inimigo é Punido não somente por aquilo
“Do Fato”, porque julga o Fato Típico e que Fez, mas, inclusive, por aquilo que
Ilícito praticado pelo agente. As pode Vir a Fazer.
condições do agente vão interferir na
dosimetria da pena, mas não Por essa razão, é um Direito Penal do
caracterizarão o crime. Autor, que vai estereotipar determinadas
pessoas como indesejáveis para o
convívio social. O que importa, na

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verdade, é o que o Inimigo pode vir a
fazer. O Inimigo terá uma defesa
meramente formal, no lugar de uma
ampla defesa; não terá acesso ao duplo
grau de jurisdição; pode ficar
incomunicável; para ele se admitem
penas indeterminadas. Se o Inimigo não
respeita as regras do Estado, o Estado
não precisa respeitar as regras, então, as
regras postas para os cidadãos (Direito
Penal do Cidadão), havendo, assim 2
Direitos Penais, merecendo o Inimigo as
durezas do Direito Penal do Inimigo.

O Direito Penal do Inimigo é um Direito


Penal de Guerra (Bélico), e numa Guerra
o importante é vencer.
a l
io n
a c
1.4. LEI PENAL
u c ER
CARACTERÍSTICAS E M d IL
e
rt RO
o OR
 Natureza Descritiva: não proibitiva.
p
 Karl Binding: teoria das normas.
S C 41- m u H 89
m Z .7 .co
a) Exclusividade: só a lei pode criar crimes e cominar penas.
u I
V er L
0
U
4 ma 4 il
b) Anterioridade: a lei penal deve ser anterior ao fato que se pretende punir.
c) Generalidade: a lei dirige-se indistintamente a todas as pessoas, inclusive aos
O .
d R 3
inimputáveis.
4 g
A PE D 0 er@
d) Imperatividade: seu descumprimento acarreta a imposição de pena ou
l
medida de segurança.
mi
p lc
e) Impessoalidade: a lei penal projeta seus efeitos para fatos futuros, visando
qualquer pessoa que venha a praticá-los.

Tem duas exceções: (1) abolitio criminis (2) anistia. Pois alcança fatos pretéritos
e concretos.

LEI PENAL EM BRANCO (CEGA/ABERTA):


 Preceito Primário Incompleto
 Espécies:
a) Homogênea (lato): Complemento tem a mesma natureza e mesmo órgão
b) Heterogênea (stricto): Natureza e órgão diverso
c) Inversa (Avesso): preceito secundário incompleto – exige lei em sentido
estrito (ex.: Genocídio)
d) De Fundo Constitucional: complemento na CF.

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INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL
Autêntica: retroage, ainda que mais
gravosa
QUANTO AO SUJEITO Doutrinária: exposição de motivos tem
esse valor
Judicial
Declarativa: a letra da lei corresponde
exatamente aquilo que o legislador quis
dizer.
Extensiva: amplia-se o alcance das
palavras da lei para corresponder ao
QUANTO AO RESULTADO alcance/vontade do texto. A lei disse
menos do que desejava.
Restritiva: reduz-se o alcance das
palavras da lei para corresponder ao
alcance/vontade do texto. A lei disse
mais do que desejava.
a l
Progressiva/adaptativa/evolutiva:
io n
busca amoldar a lei à realidade atual.
a c
u c ER
INTERPRETAÇÃO INTERPRETAÇÃO ANALÓGICA
E M d IL ANALOGIA (integração)
EXTENSIVA
r RR t e O
Existe norma para o
o
Existe norma para o caso
p O
Não existe norma para o

Su CH 41-89 m
caso concreto concreto caso concreto
Amplia-se o alcance O legislador previu uma Juiz aplica a lei prevista

um IZ .7 co
na palavra “arma” – fórmula genérica, permitindo para outro caso no caso

e r LU 44 ail.
art. 157, § 2° do CP ao juiz encontrar outros em que há lacuna.

d V RO 43.0 gm
A PED 0 ler@
DIREITO PENAL INTERTEMPORAL (APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO TEMPO)

m
 Exceções: extra-atividade.
i
 Define qual a norma será aplicada – Regra: tempus regit acto.

p lc
o retroatividade benéfica – ates da vigência da norma
o ultra-atividade – mesmo após a cessação de efeitos da norma

 Teoria da Atividade: tempo da conduta.

Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão,


ainda que outro seja o momento do resultado.

BIZU: LUTA = Lugar do crime, Ubiquidade/Tempo do crime, Atividade

 Efeitos:
o Análise da imputabilidade no momento da conduta;
o Análise das condições da vítima no momento da conduta;

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SUCESSÃO DE LEIS PENAIS NO TEMPO:
IRRETROATIVIDADE, SALVO MAIS BENÉFICA
Novatio Legis Incriminadora neocriminalização não retroage
Lex Gravior não retroage
Abolitio Criminis e Lex Mitior retroatividade por ser mais benéfica
alcança execução e efeitos penais da
sentença (ex.: não gera reincidência).
→ matéria de ordem pública, devendo
ser declarado de ofício e deve incidir em
qualquer fase do processo penal, não
respeita o Trânsito em Julgado;

→ extingue todos os efeitos penais,


mantém-se os extrapenais.

Natureza Jurídica da Abolitio:


a l
Abolitio Criminis
io n
a) Causa extintiva da punibilidade
(CP)
a c
c ER
b) Causa extintiva da tipicidade:
u
E M
Estado d IL
extingue o direito de punir do

e
rt RO
c) Continuidade normativo típica:

p o OR revogação formal do tipo, mas

S C 41- m u H 89 passa a ser previsto em outro


dispositivo legal.

um IZ .7 .co Ex.: art. 214. Atentado violento

V O er L
. 0
U4 ma4 il ao pudor – não houve abolitio. O
que antes era atentado violento
d R 4 3 g ao pudor agora é estupro.
A PE D 0 er@
l
mi Nesse caso ocorreu a revogação

p lc formal do tipo penal, mas não


houve a supressão material do
fato criminoso. O que ocorreu,
nas palavras do STF, foi uma
transmudação geográfica do
crime. É o princípio da
continuidade normativa ou da
continuidade típico-normativa.

CONTINUIDADE NORMATIVO-TÍPICA
Formal + material
Abolitio criminis Revogação do tipo penal (o Estado deixa de
considerar como
criminosa)

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Revogação formal do tipo Retirada do CP
Normativo-típica penal (o Estado ainda considera
com criminosa a conduta)

VACACIO LEGIS
 Não se aplica a lei, ainda que mais favorável (sem retroatividade) –
(Majoritário);
 Retroage, mas não automaticamente (é preciso pedido nesse sentido).

CONTINUIDADE DELITIVA:
ATENÇÃO! CAI MUITO! Súmula 711, STF: A lei penal mais grave aplica-se ao crime
continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da
continuidade ou da permanência.

LEI PENAL TEMPORÁRIA E EXCEPCIONAL


 Temporária: prazo certo
a l
 Excepcional: fato certo, situações de anormalidade
io n
 Intermitentes: autorrevogáveis
a c
 Incide a Ultratividade (art. 3º).
u c ER
E M d IL
LEX TERTIA (COMBINAÇÃO DE LEIS PENAIS): Há uma divergência doutrinária quanto
e
rt RO
a aplicação da combinação de leis no direito penal. Ex.: uma lei antiga favorecia o réu
o OR
em um determinado ponto e a nova, em outro. Discute-se se é possível a combinação
p
u H 89
das duas leis para aproveitar o que nelas for mais benéfico ao réu.
S C 41- m
um
 STJ: Já foi avorável a aplicação, adotando a Teoria da ponderação
IZ .7 .co
V er L0
U4 ma4 il
diferenciada, desde que a combinação seja em benefício do réu;
 STF: Contrário. Afirma que o juiz iria atuar na função de legislador, violando o
O .
d R 3 g
Princípio da Separação dos Poderes, adotando, assim, a Teoria da ponderação
4
A PE D
unitária; 0 er@
l
mi
lc
 ATENÇÃO! O CPM: veda expressamente.
p
 Súmula 501 STJ: É cabível a aplicação retroativa da Lei n. 11.343/2006, desde
que o resultado da incidência das suas disposições, na íntegra, seja mais
favorável ao réu do que o advindo da aplicação da Lei n. 6.368/1976, sendo
vedada a combinação de leis.

CONFLITO APARENTE DE LEIS PENAIS (ANTINOMIA)

Ocorre quando, em relação à mesma conduta delituosa, aparentemente


existem duas ou mais normas penais incidentes. Contudo, o próprio ordenamento
esclarece quais os diretrizes a serem usadas.

A solução do conflito aparente é dada pela aplicação dos princípios da

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ESPECIALIDADE, SUBSIDIARIEDADE, CONSUNÇÃO e ALTERNATIVIDADE.

Norma especial afasta a aplicação da norma geral (Lex


PRINCÍPIO DA specialis derrogat generali.)
ESPECIALIDADE
Ex.: Homicídio e Infanticídio.
Na impossibilidade de aplicação da norma principal mais
PRINCÍPIO DA grave, aplica-se a norma subsidiária menos grave. (Lex
SUBSIDIARIEDADE primaria derrogat legi subsidiariae).
Pode-se aplicar o princípio da consunção:

I) Crime é meio necessário ou fase normal de preparação ou


PRINCÍPIO DA de execução de outro crime (progressão criminosa e crime
CONSUNÇÃO progressivo) – a consumação absorve a tentativa e esta
absorve o incriminado ato preparatório; o crime de lesão
absorve o correspondente crime de perigo; o homicídio, a

a l
lesão corporal; o furto em casa habitada, a violação de
domicílio.
io n
a c
c ER
II) Casos de antefato e pós-fato impuníveis.
u
E M d IL
Aplica-se nos casos de crimes de ação múltipla ou de
e
rt RO
conteúdo variado. Aqui o tipo penal prevê mais de uma
PRINCÍPIO DA
o OR
conduta em seus vários núcleos.
p
ALTERNATIVIDADE
S C 41- m u H 89
Ex.: Receptação: Art. 180 - Adquirir, receber, transportar,

um Z .7 .co
conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa
I
V O er L
. 0
U4 ma4 il
que sabe ser produto de crime, ou influir para que terceiro,
de boa-fé, a adquira, receba ou oculte:
d R 4 3 g
A PE D
JURISPRUDÊNCIA 0 er@
l
mi
p lc
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA: STF INF 756: o STF concluiu que poderia ser
aplicado o princípio da insignificância, considerando a chamada “teoria da reiteração
não cumulativa de condutas de gêneros distintos”. É possível aplicar o princípio da
insignificância mesmo havendo condenação anterior, porque a contumácia de
infrações penais que não têm o mesmo patrimônio como bem jurídico tutelado pela
norma penal não pode ser valorada como fator impeditivo à aplicação do princípio
da insignificância.

PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA: É possível aplicar o princípio da insignificância para


crimes ambientais. Ex: pessoa encontrada em uma unidade de conservação onde a
pesca é proibida, com vara de pescar, linha e anzol, conduzindo uma pequena
embarcação na qual não havia peixes. STF. 2ª Turma. Inq 3788/DF, Rel. Min. Cármen
Lúcia, julgado em 1°/3/2016 (Info 816)

LEI MARIA DA PENHA. Não se aplica o princípio da insignificância aos delitos

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praticados em violência doméstica.

PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA: O réu que disponibiliza provedor de internet sem


fio pratica atividade clandestina de telecomunicação (art. 183 da Lei nº 9.472/97),
de modo que a tipicidade da conduta está presente, devendo ser afastada a
aplicação do princípio da insignificância mesmo que, no caso concreto, a potência
fosse inferior a 25 watts, o que é considerado baixa potência, nos termos do art. 1º,
§ 1º, da Lei nº 9.612/98. STF. 1ª Turma. HC 118400/RO, Rel. Min. Marco Aurélio,
julgado em 04/10/2016 (Info 842).

PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA: É possível aplicar o princípio da insignificância para


a conduta de manter rádio clandestina? É possível aplicar o princípio da
insignificância para a conduta de manter rádio comunitária clandestina? STJ: NÃO. É
inaplicável o princípio da insignificância ao delito previsto no art. 183 da Lei nº
9.472/97, nas hipóteses de exploração irregular ou clandestina de rádio comunitária,
mesmo que ela seja de baixa potência, uma vez que se trata de delito formal de
perigo abstrato, que dispensa a comprovação de qualquer dano (resultado) ou do
a l
n
perigo, presumindo-se este absolutamente pela lei. Nesse sentido: STJ. 6ª Turma.
io
c
AgRg no AREsp 740.434/BA, Rel. Min. Antonio Saldanha Palheiro, julgado em
a
c ER
14/02/2017. STF: SIM, é possível, em situações excepcionais, o reconhecimento do
u
E M d IL
princípio da insignificância desde que a rádio clandestina opere em baixa frequência,
em localidades afastadas dos grandes centros e em situações nas quais ficou
e
rt RO
demonstrada a inexistência de lesividade. STF. 2ª Turma. HC 138134/BA, Rel. Min.
o OR
Ricardo Lewandowski, julgado em 7/2/2017 (Info 853).
p
S C 41- m u H 89
ATIVIDADE CLANDESTINA DE TELECOMUNICAÇÕES: A conduta de transmitir sinal
m Z .7 .co
de internet, via rádio, como se fosse um provedor de internet, sem autorização da
u I
V er L0
U4 ma4 il
ANATEL, configura o crime do art. 183 da Lei nº 9.472/97? STJ: SIM. A transmissão
clandestina de sinal de internet, via radiofrequência, sem autorização da ANATEL,
O .
d R 3 g
caracteriza, em tese, o delito previsto no art. 183 da Lei nº 9.472/97. Nesse sentido:
4
A PE D 0 er@
STJ. 5ª Turma. AgRg no AREsp 1077499/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca,
l i
julgado em 26/09/2017. STF: NÃO. A oferta de serviço de internet é concebida como
m
p lc
serviço de valor adicionado e, portanto, não pode ser considerada como atividade
clandestina de telecomunicações, não caracterizando o crime do art. 183 da Lei nº
9.472/97. Foi o que decidiu a 1ª Turma do STF no HC 127978, Rel. Min. Marco
Aurélio, julgado em 24/10/2017 (Info 883). STF. 1ª Turma. HC 127978, Rel. Min.
Marco Aurélio, julgado em 24/10/2017 (Info 883). Houve uma mudança de posição
do STF que, anteriormente, também entendia ser crime.

PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA: Incide o princípio da insignificância aos crimes


tributários federais e de descaminho quando o débito tributário verificado não
ultrapassar o limite de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), a teor do disposto no art. 20 da
Lei n. 10.522/2002, com as atualizações efetivadas pelas Portarias n. 75 e 130,
ambas do Ministério da Fazenda. STJ. 3ª Seção. REsp 1.688.878-SP, Rel. Min.
Sebastião Reis Júnior, julgado em 28/02/2018 (recurso repetitivo) (Info 622). STF. 2ª
Turma. HC 155347, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 17/04/2018.
Não se aplica o princípio da insignificância ao crime de contrabando, uma vez que o

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bem juridicamente tutelado vai além do mero valor pecuniário do imposto elidido,
alcançando também o interesse estatal de impedir a entrada e a comercialização de
produtos proibidos em território nacional. Trata-se, assim, de um delito
pluriofensivo. Nesse sentido: STJ. 6ª Turma. AgRg no REsp 1472745/PR, Rel. Min.
Sebastião Reis Júnior, julgado em 01/09/2015.

PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA: Furto de “cofrinho” contendo R$ 4,80 de uma


instituição de combate ao câncer, mediante induzimento de filho de 9 anos. Não se
aplica o princípio da insignificância ao furto de bem de inexpressivo valor pecuniário
de associação sem fins lucrativos com o induzimento de filho menor a participar do
ato. STJ. 6ª Turma. RHC 93.472-MS, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado
em 15/03/2018 (Info 622).

SÚMULAS

ATENÇÃO: NOVA SÚMULA: Súmula 599-STJ: O princípio da insignificância é


inaplicável aos crimes contra a administração pública.
a l
io n
c
Súmula 542-STJ: A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de
a
c ER
violência doméstica contra a mulher é pública incondicionada.
u
ATENÇÃO: NOVA SÚMULA
E M d IL
e
rt RO
Súmula 606-STJ: Não se aplica o princípio da insignificância a casos de transmissão
o OR
clandestina de sinal de internet via radiofrequência, que caracteriza o fato típico
p
DJe 17/04/2018. S C 41- m u H 89
previsto no art. 183 da Lei n. 9.472/1997. STJ. 3ª Seção. Aprovada em 11/04/2018,

um IZ .7 .co
V er L0
U4 ma4 il
Apesar de existir um recente julgado em sentido contrário (STF. 1ª Turma. HC
127978, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 24/10/2017. Info 883), o entendimento
O .
d R 3 g
que prevalece no STF é o mesmo do STJ. Veja: O desenvolvimento clandestino de
4
A PE D 0 er@
atividade de transmissão de sinal de internet, via rádio, comunicação multimídia,
l i
sem a autorização do órgão regulador, caracteriza, por si só, o tipo descrito no artigo
m
p lc
183 da Lei nº 9.472/97, pois se trata de crime formal, inexigindo, destarte, a
necessidade de comprovação de efetivo prejuízo. STF. 1ª Turma. HC 152118 AgR,
Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 07/05/2018.

FCC – DPE-SP - O princípio da intervenção mínima no Direito


Penal encontra reflexo
a) no princípio da fragmentariedade e na teoria da imputação
objetiva.
b) no princípio da subsidiariedade e na teoria da imputação
objetiva.
c) nos princípios da subsidiariedade e da fragmentariedade.

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Questões: d) no princípio da fragmentariedade e na proposta
teoria do crime, funcionalista sistêmica.
da pena. e) na teoria da imputação objetiva e na proposta funcionalista
sistêmica
__________________________________________________
Comentários:
a) e b) ERRADAS. O erro das alternativas está em considerar a
teoria da imputação objetiva como parte do princípio da
intervenção mínima. A teoria da imputação objetiva se
relaciona com a tipicidade penal, atuando como elemento de
configuração ou não do nexo causal entre a conduta e o
resultado.
c) CORRETO. O princípio da intervenção mínima se subdivide
em outros dois princípios: fragmentariedade e da
subsidiariedade. O primeiro condiciona a atuação do direito
penal antes condutas mais graves e ofensivas aos bens jurídicos

a l
de maior valor. Já o princípio da subsidiariedade leva em conta
n
que o direito penal só atua quando os outros ramos do direito
io
não colocaram fim ao conflito.
a c
c ER
d) e e) ERRADAS. O erro das alternativas está em considerar o
u
E M d IL
funcionalismo sistêmico de Jakobs como algo correlacionado
com a intervenção mínima. Pelo contrário, o funcionalismo
e
rt RO
sistêmico tem como função, não a proteção de bens jurídicos,
o OR
mas a proteção da Norma. Neste sentido, a proteção da norma
p
u H 89
é fator estabilização social.
S C 41- m
um IZ .7 .co
V O er L
0
U
4 ma 4
O princípio
.
il
Ano: 2018. Banca: FCC. Órgão: DPE-AP. Prova: Defensor Público

d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
a) da proporcionalidade é garantido pela Lei de Execução
Penal ao punir da mesma forma a falta disciplinar tentada e
consumada.
mi
p lc
b) da taxatividade é observado na previsão legal das faltas
disciplinares de natureza grave, uma vez que a Lei de Execução
Penal não prevê tipos de faltas abertas.
c) da anterioridade da lei penal é aplicado se sobrevier lei
que agrave o lapso temporal para a progressão de regime, que
só passa a valer para os crimes cometidos a partir de sua
vigência.
d) da humanidade das penas é plenamente cumprido na
execução das penas no Brasil, a despeito da superlotação das
unidades prisionais.
e) da ampla defesa é garantido pela Lei de Execução Penal
ao prever a possibilidade de indicação de testemunhas e todos
os meios de prova em juízo na apuração de falta disciplinar.

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GABARITO: C. Essa questão é quase uma ironia do examinador
nas alternativas consideradas incorretas, pois há uma crítica
muito forte à Lei de Execução Penal por parte dos defensores
públicos. A primeira crítica se dá à visão da execução como um
processo administrativo, quando deve ser tratado como
judicial, observando-se todas as garantias constitucionais e
legais, bem como os princípios da legalidade e da taxatividade,
que, atualmente, são violados na LEP, uma vez que esta não
prevê exatamente as faltas graves e a jurisprudência cria outras
hipóteses, a despeito dos princípios mencionados.
Outra crítica é a violação à proporcionalidade, pois a LEP
realmente pune, com a mesma pena, as faltas tentadas ou
consumadas.
No entanto, de pronto, já podemos descartar a letra D, pois não
há humanidade na execução das penas no Brasil. Lembrem da
ADPF 347, sobre o Estado de Coisas Inconstitucional.
a l
Relativamente à ampla defesa, esta não é, igualmente,
io n
c
respeitada no processo de execução penal, pois, segundo a LEP,
a
c ER
a falta disciplinar é apurada em um processo administrativo.
u
E M d IL
Portanto, a resposta correta é a alternativa C, pois a lei que
agrava as regras da progressão de regime só poderá ser
e
rt RO
aplicada aos crimes cometidos após sua vigência.

p o OR
S C 41- m u H 89
Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-RS Prova: FCC - 2018 - DPE-
m Z .7 .co
RS - Defensor Público
u I
V er L U 4
0
il
4 ma
O afastamento da tipicidade, quando verificada lesão
O .
d R 4 3 g
penalmente irrelevante decorrente de conduta formalmente
A PE D 0 er@
incriminada, dá-se por:
l i
A) princípio da adequação social.
m
p lc
B) princípio da intervenção mínima.
C) princípio da humanidade das sanções.
D) princípio da insignificância.
E) ineficácia absoluta do meio ou absoluta impropriedade do
objeto (crime impossível).
GABARITO: D.

A questão praticamente conceituou o Princípio da


insignificância no enunciado.

Ano: 2017 Banca: VUNESP Órgão: DPE-RO Prova: VUNESP -


2017 - DPE-RO - Defensor Público Substituto

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O Código Penal estabelece que é crime “praticar ato obsceno
em lugar público, ou aberto ou exposto ao público” (CP, art.
233). Para interpretar o exato significado da expressão “ato
obsceno”, deve o operador do Direito valer-se de elementos
A) analógicos.
B) autênticos.
C) sociológicos.
D) gramaticais.
E) sintáticos.
GABARITO: C.

O objetivo da interpretação é buscar a “exposição do


verdadeiro sentido da lei”. Essa é a interpretação em sentido
estrito (a interpretação em sentido amplo busca determinar a
regra aplicável, num sentido mais de integração). Deve-se
buscar a vontade da lei (mens legis), isto é, o sentido normativo
contido, e não de quem a fez (mens legislatoris).
a l
io n
c
INTERPRETAÇÃO SOCIOLÓGICA (é o inverso da interpretação
a
c ER
histórica) é aquela que desconsidera o contexto no qual a
u
E M d IL
norma foi produzida para se considerar a significação que ela
tem contemporaneamente, isto é, coadunar a norma aos
e
rt RO
valores atuais da sociedade. Assim, a adaptação de lei, por um
o OR
intérprete, às exigências atuais e concretas da sociedade
p
u H 89
configura interpretação sociológica.
S C 41- m
um
2. TEORIA GERAL DO CRIME
IZ .7 .co
2.1. V O
Conceitos er L
. 0
U4 ma4 il
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
a) MATERIAL/SUBSTANCIAL: conduta que lesa, ou põe em perigo, bens
l i
jurídicos penalmente tutelados;
m
p lc
b) LEGAL: decorrente da classificação legal.

Art. 1º Considera-se crime a infração penal que a lei comina pena de


reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou
cumulativamente com a pena de multa; contravenção, a infração penal a
que a lei comina, isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, ou
ambas, alternativa ou cumulativamente.

Assim, há a o gênero INFRAÇÃO PENAL que se divide em crime e


contravenção. Crime é infração com preceito secundário de reclusão ou detenção e
contravenção apenas com prisão simples ou multa.

SISTEMA DICOTÔMICO: CRIME ≠ CONTRAVENÇÃO


CRIME CONTRAVENÇÃO
Ação Penal de qualquer espécie Ação Penal Pública Incondicionada

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Territorialidade e Extraterritorialidade Apenas Territorialidade
Elemento Subjetivo (dolo ou culpa) Basta ação/omissão voluntária
Tentativa admitida Não cabe tentativa
Cabe erro (tipo ou proibição) Somente ignorância ou errada
compreensão da lei, se escusáveis
Pena inferior a 30 anos Pena inferior a 05 anos
Sursis: 02 a 04 anos/ 04 a 06 anos Sursis: 01 a 03 anos
Medida de Segurança: de 01 a 03 Medida de Segurança: 06 meses
anos
Direito Penal Constitucional Questionada a recepção do Decreto-Lei
3.688/1941 – sobretudo a ausência de
responsabilidade subjetiva (dolo ou culpa)

a l
io n
c
ATENÇÃO! Artigo 28 da Lei 11.343/06: apesar de não prever pena de reclusão,
a
c ER
detenção, prisão simples ou multa (apenas sanções administrativas), é pacífico
u
E M d IL
para o STF que esse artigo é crime. Na verdade, não houve a descriminalização
da conduta pela nova Lei De Drogas, ocorrendo apenas a despenalização no
e
rt RO
tocante à pena privativa de liberdade.

p o OR
S C 41- m u H 89
ATENÇÃO! JULGADO RECENTÍSSIMO! ART. 28 DA LEI DE DROGAS NÃO GERA
um IZ .7 .co
er L
REINCIDÊNCIA. O porte de droga para consumo próprio, previsto no art. 28 da Lei nº
U4 ma4 il
11.343/2006, possui natureza jurídica de crime. O porte de droga para consumo

d V R O
4 3 . 0
próprio foi somente despenalizado pela Lei nº 11.343/2006, mas não
g
A PE D 0 er@
descriminalizado. Obs: despenalizar é a medida que tem por objetivo afastar a pena
l
como tradicionalmente conhecemos, em especial a privativa de liberdade.
mi
Descriminalizar significa deixar de considerar uma conduta como crime.
p lc
Mesmo sendo crime, o STJ entende que a condenação anterior pelo art. 28 da Lei nº
11.343/2006 (porte de droga para uso próprio) NÃO configura reincidência.
Argumento principal: se a contravenção penal, que é punível com pena de prisão
simples, não configura reincidência, mostra-se desproporcional utilizar o art. 28 da LD
para fins de reincidência considerando que este delito é punida apenas com
“advertência”, “prestação de serviços à comunidade” e “medida educativa”, ou, seja,
sanções menos graves e nas quais não há qualquer possibilidade de conversão em
pena privativa de liberdade pelo descumprimento.

Há de se considerar, ainda, que a própria constitucionalidade do art. 28 da LD está


sendo fortemente questionada. STJ. 5ª Turma. HC 453.437/SP, Rel. Min. Reynaldo
Soares da Fonseca, julgado em 04/10/2018. STJ. 6ª Turma. REsp 1672654/SP, Rel.
Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 21/08/2018.

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c) ANALÍTICO/FORMAL: leva em conta os elementos estruturais do crime.

O Código Penal adotou a Teoria Tripartida do Crime (fato Típico, ilícito e


culpável), adotando um viés clássico e finalista. A Reforma do Código Penal (Lei
7.209/84) alterou a parte das penas, porém, não alterou os demais artigos da parte
dogmática (Teoria Geral).

Apesar de o Código Penal adotar a teoria tripartida, existem ainda outras


teorias que tentam explicar o conceito analítico do crime: Teoria Quadripartida e
Bipartida. Vamos, em linhas gerais, analisá-las.

 Teoria Quadripartida (Basileu Garcia, Giulio Battaglini): fato típico, ilicitude,


culpabilidade e punibilidade. A grande crítica é feita à punibilidade, que não
seria elemento do crime e sim consequência do crime.
 Teoria bipartida: fato típico e ilicitude. A culpabilidade seria pressuposto para
aplicação da pena. É finalista. Esse finalismo bipartido é criação brasileira.

a l
io n
Contudo, Claus Roxin adota uma teoria bipartida diferente = injusto penal
(fato típico + ilicitude) + responsabilidade penal (entra no lugar da
a c
culpabilidade. É a o grau de reprovabilidade + necessidade de pena).

u c ER
Resquícios dessa teoria no CP: Título II: Do Crime. Título III: Da imputabilidade
d IL
penal. Art. 24, excludente de ilicitude afirma que “não há crime”, enquanto no art.
E M
e
26, por exemplo, quando exclui a culpabilidade afirma que “é isento de pena”.
rt RO
p o OR
Crime acessório: ainda que o fato principal tenha autor desconhecido ou “isento de

S C 41- m u H 89
pena” (excludente de culpabilidade), não há prejuízo. Mas, se houver excludente de
tipicidade/ilicitude, em regra, prejudica o crime acessório.
um IZ .7 .co
V O er L
.
U
0
4
4 ma il
RESUMO: Divisão e Corrente

d R 4 3
Tripatite g Clássico: dolo ou culpa na culpabilidade
A PE D 0 er@
l Finalista: dolo ou culpa no fato típico
mi Finalista: dolo e culpa no fato típico.
p lc Caso fosse clássico, o dolo e a culpa
Bipartite estariam na culpabilidade, que não
integra o crime. Assim, seria admitir a
responsabilidade objetiva.

2.2. Sujeitos do crime

a) Sujeito ativo: autor ou coautor são aqueles que realizam o crime de forma
direta (ação). Partícipe ou autor mediato é aquele que atua de forma
indireta.

Pessoa Jurídica: Teoria da Realidade (Orgânica – Otto Gierke), oposta à


teoria da ficção jurídica (Savigny), permitindo a imputação penal da Pessoa Jurídica.

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Na CF/88 é previsto que caberá a responsabilização da Pessoa Jurídica nos crimes
contra a ordem econômica e financeira; economia popular, meio ambiente.
STJ: Teoria da Dupla Imputação: Ente Moral e Pessoa Física. De acordo com
essa teoria, a condenação da Pessoa Jurídica não depende da condenação da Pessoa
Física.

b) Sujeito passivo: o mediato é sempre o Estado. O imediato pode ser


indeterminado.

c) Objeto do Crime: o objeto jurídico é sempre o bem jurídico tutelado.

d) Objeto material: é o físico, que pode ser dispensado.

2.3. Classificação dos crimes

CLASSIFICAÇÃO LEGAL: NOMEN JURIS, RUBRICA MARGINAL


Puros: excluída a qualidade especial, é
a l
CRIMES PRÓPRIOS
fato atípico
io n
c
Impuros: permanece como fato típico.
a
u c ER
COM ESTRUTURA INVERSA
(FUNCIONAIS) E M d IL
Precisa verificar o fato antes da
qualidade do sujeito
e
rt RO
BIPRÓPRIO
p o OR
infanticídio, crimes contra o

S C 41- m u H 89consumidor.

um IZ .7 .co Sentido estrito: dois ou mais crimes

V er L U
0
CRIMES COMPLEXOS
O .
4
4 ma il (famulativos).

d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
Sentido lato: Crime + irrelevante penal.

CRIME MATERIAL
mi Prevê e exige o resultado para

p lc consumar
Prevê o resultado, mas dispensa este
CRIME FORMAL (CONSUMAÇÃO para a consumação
ANTECIPADA/ RESULTADO CORTADO):

Não prevê o resultado (ex.: violação de


CRIME DE MERA CONDUTA (SIMPLES domicílio, crimes omissivos próprios).
ATIVIDADE)

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Consumação exige prazo (ex.: lesão
corporal grave por incapacidade para
CRIME A PRAZO ocupações habituais por mais de 30
dias).

Pode ser um só agente, mas precisa da


participação de certa pessoa, que
configurará como sujeito passivo não
CRIMES DE PARTICIPAÇÃO NECESSÁRIA punível (ex.: rufianismo).

CRIME EVENTUALMENTE COLETIVO Concurso é causa de majoração da


pena.
CRIME UNISSUBSISTENTE Não admitem tentativa.
a l
io
Próprio: tipo prevê a omissão n
a c
c ER
Qualquer Pessoa (não só o “garante”)
u
E M d IL
Unissubsistente
e
rt RO
Mera-conduta
p o OR
CRIME OMISSIVO
S C 41- m u H 89
Impróprio (espúrios):

um IZ .7 .co Dever Jurídico de Agir (norma de

V O er L.
U
0
4
4 ma il extensão)

d R 4 3 g Materiais
A PE D 0 er@
l
mi Admitem tentativa (plurisubsistentes)

p lc Motivo desconhecido.

CRIME GRATUITO ATENÇÃO! Diferente de motivo


fútil/torpe. Nesse caso do crime
gratuito, não há qualquer motivo para
o cometimento do crime.

Forma tentada é punida igual a


consumada.
CRIME DE ATENTADO ATENÇÃO! Muitos entendem que se
(EMPREENDIMENTO) trata de um resquício do direito penal
do autor. Em prova de defensorias,
defender a sua ilegalidade.
CRIME FALHO Tentativa perfeita/acabada.

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CRIME DE OBSTÁCULO Ato preparatório tipificado.

Bilateral (encontro): dois agentes com


condutas a se encontrar (bigamia)

CRIME PLURISUBJETIVO
Coletivos (convergência): 03 ou mais
agentes -
Condutas contrapostas (ex.: rixa)

Condutas paralelas (ex.: quadrilha)

Ante ou pós-falimentar -

CRIMES FALIMENTARES Próprio: falido


Impróprio: outra pessoa a l
io n
a c
u c ER
2.4. Fato típico
E M d IL
e
rt RO
O fato típico, conforme já estudado, tem natureza jurídica de elemento
o OR
estrutural do crime. É a conduta humana, e também da pessoa jurídica nos crimes
p
u H 89
ambientais, que encontra correspondência em uma norma penal incriminadora.
S C 41- m
um
Elementos: em regra, são 04 elementos, todos presentes somente nos crimes
IZ .7 .co
er L U il
materiais : conduta, tipicidade, nexo causal e resultado. Assim, nos crimes de Mera
4 ma 4
Conduta, Formal, Tentativa apenas se extrai o resultado naturalístico e o nexo causal

d V R O 3 . 0 g
(apenas conduta e tipicidade).
4
A PE D 0 er@
l
2.4.1 Conduta mi
p lc
TEORIAS DA CONDUTA

Conduta é todo movimento capaz de


produzir resultado (“Fotografia do
TEORIA CLÁSSICA/NATURALÍSTICA Resultado”).
MECANICISTA/CAUSAL
Sistema Penal: clássico
(LISZT. BELING. RAD BRUCH, ANIBAL
BRUNO, NORONHA, BASILEU GARCIA, Independe de dolo/culpa: verificado na
HUNGRIA) culpabilidade (Teoria da culpabilidade).

Dolo normativo

Tripartide: manter o dolo ou culpa no

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elemento do crime, ainda que seja a
culpabilidade.

Críticas: crimes omissivos próprios,


formais ou mera conduta, e tentado,
não seriam possíveis – ausência de
resultado.
Conduta é o movimento consciente +
voluntário (clássica) + dirigido a um fim.

Sistema Penal: finalista penal

Culpabilidade vazia: dolo e culpa


migraram do resultado para a conduta
(Teoria normativa pura – potencial
consciência da ilicitude)
TEORIA FINALISTA
a l
(WELZEL, FRAGOSO, DAMÁSIO, Dolo natural
io n
MIRABETE)
a c
Pode ou não integrar o crime: bipartite

u
ou tripartite. c ER
E M d IL
Código Penal: Art. 20 - O erro sobre
e
rt RO
elemento constitutivo do tipo legal de

p o OR
crime exclui o dolo, mas permite a

S C 41- m u H 89
punição por crime culposo, se previsto
em lei.
um IZ .7 .co
V O er L U
. 0
4
4 il a
O erro de tipo exclui o dolo. A ausência
de m
dolo exclui o fato típico.
d R 4 3 g
A PE D 0 er@Crítica: crimes culposos – resultado
mil involuntário.
pl c Conduta afeta o relacionamento do
agente com o meio social.
TEORIA SOCIAL (WESSELS)
Conduta finalista + relevância social com
intenção do agente
Comportamento humano
(ação/omissão)

TEORIA JURÍDICO PENAL Vontade


(FRANCISCO DE ASSIS TOLEDO) “Poder de outro modo”: possibilidade
de outra conduta

Domínio da vontade

Aspecto Causal-teleológico (finalidade)

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Lesão ou perigo à bem Jurídico

OMISSÃO
TEORIA NATURALÍSTICA Omissão é forma de ação
Norma impõe o dever jurídico de agir –
TEORIA NORMATIVA Relação de Impedimento (adotada no
Brasil)
Omissão é descrita no próprio tipo penal

Em regra, Crimes de Mera Conduta

Não admitem tentativa (crimes


unissubisistentes)
PRÓPRIOS (PUROS)
Dever de agir no tipo penal (norma
a l
preceptiva)
io n
Omissão é
a c
sempre penalmente
relevante
u c ER
E M d IL
e
Sempre dolosos
rt RO
p o OR
Ex.: omissão de socorro

S C 41- m u H 89
O tipo penal descreve uma ação, mas a
inércia do agente, que descumpre o seu
um IZ .7 .co
er L
dever de agir (art. 13, §2º, CP), leva à
U 4 il
4 ma produção do resultado naturalístico.

d V R O
4 3 . 0 g
A PE D 0 er@
l
Omissão é irrelevante, salvo presente o
dever de agir
mi
p lc Agente atinge o resultado naturalístico
por uma omissão

Usa uma Norma de Extensão para


obrigar a agir: cria a Relação de
Impedimento

Dever de Agir: critério legal (art. 13, §2º,


CP) – crime próprio ou com sujeito
especial

Admitem tentativa (plurissubsistentes)


IMPRÓPRIOS (ESPÚRIOS)
Crimes Materiais: Dever de Agir

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Inclui o poder de agir (possibilidade)

Dever Legal: tenha por lei a obrigação


de cuidado, proteção ou vigilância:

1) Lei em sentido Lato Sensu

2) Garante: de outra forma assumiu


a responsabilidade de impedir o
resultado

3) Ingerência (situação
precedente): comportamento
anterior gerou a situação de
perigo, deve impedir o resultado

a l
Crime ambiental (art. 2º, Lei 9.605/98):
n
Pessoa com relativo “poder” na empresa
io
c
sabe da conduta criminosa e deixa de
a
c ER
impedir quando podia evita-la.
u
E M
CAUSAS EXCLUDENTES DA CONDUTA d IL
e
rt RO
CASO FORTUITO (HUMANO) OU FORÇA São acontecimentos imprevisíveis e
MAIOR (FENÔMENO)
o OR
inevitáveis, que escapam ao controle da
p
S C 41- m
ATOS REFLEXOS
u H 89
vontade
São reações fisiológicas, decorrentes da

um IZ .7 .co provocação dos sentidos. Falta vontade.

V O er L.
U
0
4
4 ma il É uma força física externa que
impossibilita determinar movimentos de
d R 4 3 g acordo com sua vontade
A PE D 0 er@
l
mi
COAÇÃO FÍSICA IRRESISTÍVEL ATENÇÃO! COAÇÃO MORAL
(VIS ABSOLUTA)
p lc IRRESISTÍVEL/VIS COMPULSIVA (PARA
NÃO CONFUNDIR): é uma situação de
inexigibilidade de conduta diversa. Há
vontade (o agente pode escolher se
obedece ou não), porém, viciada.
Exclui a culpabilidade.
SONAMBULISMO/HIPNOSE São atos praticados em estado de
inconsciência
≠ ATENÇÃO PARA AS AS AÇÕES EM CURTO-CIRCUITO E AÇÕES HABITUAIS!
É o impulso por emoção: explosão
AÇÕES EM CURTO CIRCUITO emocional repentina, portanto, existe
conduta e crime (voluntariedade)
São aqueles realizados pela pessoa em
AÇÕES HABITUAIS razão de um vício qualquer. Os atos
habituais são dominados pela vontade.

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2.5. Tipicidade

A tipicidade é formada por tipicidade formal + tipicidade material.

a) Tipicidade Formal: Subsunção do fato à norma.

b) Tipicidade Material: lesão ou risco ao bem jurídico penalmente protegio.


Relaciona-se com o Princípio da Ofensividade (lesividade) e Princípio da
Insignificância.

REVISÃO: REQUISITOS OBJETIVOS DO P. DA INSIGNIFICÂNCIA


M Mínima ofensividade da conduta
do agente
A Ausência de periculosidade social
da ação
a l
R Reduzido grau de reprovabilidade
io n
I
do comportamento
a c
Inexpressividade da lesão jurídica
provocada
u c ER
E M d IL
e
rt RO
p o OR
TEORIA SOBRE TIPICIDADE

S C 41- m u H 89 Autoriza a presunção relativa da

um IZ .7 .co ilicitude

V O er L
. 0
U
DA ILICITUDE (MAYER)
4
TEORIA DA TIPICIDADE COMO INDÍCIO
4 ma il Cede com a prova em contrário: provar
d R 4 3 g a causa excludente da ilicitude
A PE D 0 er@
l
mi Ratio cognoscendi (majoritária)

p lc Ratio essendi: ilicitude tipificada. O


injusto penal é o fato típico + ilícito
Tipo total de injusto: os pressupostos
das causas de exclusão da ilicitude
passam a compor o tipo penal, como
elementos negativos do tipo
TEORIA DOS ELEMENTOS NEGATIVOS
DO TIPO (WEBER) Mistura tipicidade e ilicitude:
confirmada a tipicidade, também está a
ilicitude.

Afastada a ilicitude, também se afasta a


tipicidade.
Fato típico tem antinormatividade:

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ofensa a todo o ordenamento jurídico

Tipicidade penal + antinormatividade

Estrito Cumprimento do Dever Legal,


Práticas Esportivas, Alguns exercícios
TEORIA DA TIPICIDADE CONGLOBANTE regulares do direito, de fato, excluem a
(ZAFFARONI) tipicidade
Regras:
- Norma A ordena o que Norma B
parece proibir;
- Norma A proíbe o que Norma B parece
fomentar;
- Norma A proíbe o que Norma B parece
excluir da proibição;
- Norma A proíbe conduta que B

a l
garante, proibindo as condutas que a
perturbam
io n
a c
u c ER
ADEQUAÇÃO TÍPICA
E M d IL
e
rt RO
A adequação típica é a tipicidade formal colocada em prática. Essa adequação
o OR
pode ser de duas espécies: imediata ou mediata.
p
penal S C 41- m u H 89
a. Imediata: perfeita, ou seja, o fato se encaixa perfeitamente no tipo

m Z .7 .co
b. Mediata (ampliada; por extensão; tipo incongruente): não há o
u I
V er L U
0
4
4 ma il
encaixe perfeito da norma, sendo necessário uma outra norma,
chamada de extensão.
O .
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
Ex.: Tentativa: art. 14, II (ampliação temporal)
l i
Participação: art. 29 (ampliação espacial, pessoal)
m
lc
Omissivo Impróprio: art. 13, §2º (ampliação da conduta)
p
2.6. Nexo causal (relação de causalidade)

É o vínculo entre a conduta e o resultado naturalístico. Apenas é relevante


para os crimes materiais, assim, não se relaciona com os crimes de atividade (formal
ou mera conduta)
(tranformei em tabela)
TEORIAS DA RELAÇÃO DE CAUSALIDADE
Regra (art. 13, CP): Art. 13 - O resultado,
de que depende a existência do crime,
somente é imputável a quem lhe deu
causa.

Considera-se causa a ação ou omissão

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sem a qual o resultado não teria
ocorrido.
TEORIA DA EQUIVALÊNCIA DOS
ANTECEDENTES Para saber se é causa usa o “processo
(GLASER, BURI,MILL) hipotético de eliminação” (Thyren): se
eliminarmos o acontecimento, e o crime
continua ali, é porque não era causa
dele. Tudo que concorre, será causa.

Crítica: Regressus ad infinitum: não


mera dependência física, mas a
causalidade psíquica (imputatio delicti):
dolo e culpa
Exceção (art. 13, §1º): § 1º - A
superveniência de causa relativamente
independente exclui a imputação

a l
quando, por si só, produziu o resultado,

io n
os fatos anteriores, entretanto,
TEORIA DA CAUSALIDADE ADEQUADA
c
imputam-se a quem os praticou.
a
u c ER
E M d IL
Regulação das Concausas exige que a
conduta seja idônea ao resultado.
e
rt RO
p o OR Concausas: causa externa que influi na

Su H -89
produção do resultado (vide tabela
abaixo)
m Z C 41 om Na teoria finalista, verifica-se na
r u U I 4 .7 il.c
conduta o tipo subjetivo (dolo/culpa) e
e
V RO 43. gm L 4 a
0 o objetivo (relação de causalidade),
d
A ED 0 r@
sendo seu único componente a
causalidade natural.
TEORIA DAPIMPUTAÇÃO OBJETIVA
i le
l m
(KARL LARENZ, HORIG,cROXIN) Imputação Objetiva: aumenta 02
p elementares no tipo objetivo: criação do
risco + realização do risco no resultado
(juntos: causalidade normativa).

Busca limitar a responsabilidade penal


nos crimes materiais.

RESUMO SOBRE CONCAUSAS


1) Absolutamente independente RESULTADO
Preexistente
Concomitante Tentativa
Superveniente
2) Relativamente independente

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Preexistente
Concomitante
Superveniente
2.1) Por si só não causou o Consumado
resultado (o resultado final se
deu na mesma linha de
desdobramento natural da
conduta do sujeito da questão –
previsível)
2.2) Por si só causou o
resultado (o resultado final
fugiu da linha de Tentado
desdobramento natural da (responde pelos atos praticados)
conduta do sujeito da questão – Teoria da Causalidade Adequada
imprevisível)

RELAÇÃO DE CAUSALIDADE:
a l
io n
- 1º Teoria da Equivalência dos Antecedentes (relação de causalidade natural);
- 2º Imputação Objetiva (relação de causalidade normativa);
a c
- 3º Dolo ou Culpa (tipo subjetivo).
u c ER
(tranformei em tabela)
E M d IL
ATENÇÃO!
e
rt RO
p o OR EXCLUI:
CRIAÇÃO OU AUMENTO DE UM RISCO:
VERIFICADO POR PROGNOSE Su H -89
C 41 om
Risco Juridicamente Irrelevante

um
PÓSTUMA OBJETIVA
r U IZ .7 il.c
Diminuição do Risco antes da Ação do

e L 44 a
Agente.

d V RO 43.0 gm EXCLUI:

A PED 0 ler@ Princípio da Confiança: não há fato


típico daquele que age nas regras, e
mi terceiro que não permite o resultado

p lc Comportamento exclusivo da vítima


RISCO CRIADO DEVE SER PROIBIDO
PELO DIREITO (EX. BOXE) Contribuição socialmente neutra

Princípio da Adequação Social

Proibição de Regresso: ação não dolosa


de alguém que antecede a ação dolosa
de outro não pode ser responsabilizado
(ex.: esquecer arma).
EXCLUI
Lesão sem relação com risco proibido

Danos Tardios

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RISCO REALIZADO NO RESULTADO Danos resultantes de choque (ex.:
(OU AUMENTO) ataque cardíaco em sequestro)

Ações perigosas de salvamento

Comportamento indevido posterior de


terceiro (ex.: erro médico grosseiro)
Concretizar a finalidade da norma.

TEORIA DA IMPUTAÇÃO OBJETIVA EM Tipo Objetivo: autor cria o risco não


ROXIN: pretendido + risco se realiza no
resultado + resultado está dentro do
alcance do tipo.
TEORIA DA IMPUTAÇÃO OBJETIVA EM Apenas exclui: risco permitido, princípio
JAKOBS: da confiança, proibição de regresso e
capacidade da vítima.
a l
Imputação objetiva
io n
antecede a
c
subjetiva, mas depois da sine qua non
a
u c ER
CONCLUSÕES DA TEORIA DA
E M d IL
Pode se relacionar ao resultado ou
comportamento do agente
IMPUTAÇÃO OBJETIVA: e
rt RO
p o OR Busca evitar a responsabilidade

Su H -89
objetiva- Se não houver imputação
objetiva, afasta o fato típico
m Z C 41 om
r u U I 4 .7 il.c
Princípio da Adequação Social: passa a
e
V RO 43. gm L 40 a excluir o fato típico
d
A ED 0 r@ Direito Penal Quântico: não se limita à
P i le ação e reação (causa e efeito)

p lcm Origem: medicina – má formação fetal


por uso de medicamentos.

Objetivo: imputação de Pessoas


Jurídicas em Crimes Culposos
(previsibilidade objetiva do resultado)

2.7. Resultado

É o desdobramento da conduta.

1) Jurídico/ normativo: é a mera violação da norma penal

2) Naturalístico/ Material: é a modificação no mundo exterior, nem todo

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crime possui. Assim, é possível afirmar que é dispensável. Importante
lembrar que todo crime possui resultado jurídico, mas apenas os crimes
materiais consumados que possuem o resultado naturalístico.

2.8. Teoria do tipo


Tipo é o modelo genérico e abstrato formulado pela
CONCEITO norma penal, descritivo da conduta criminosa (tipos
incriminadores ou legais) ou da conduta permitida
NORMAS Legais
INCRIMINADORAS (parte especial do CP ou legislação extravagante)
NORMAS PERMISSIVAS
(JUSTIFICADORAS) Autorizam uma conduta típica.

Núcleo + elementos + circunstâncias (nos tipos


qualificados ou privilegiados)
a l
io n
a c
u c ER
E M d IL
e
rt RO
Objetivas (descritivos): trazem um juízo de certeza e
o OR
que podem ser compreendidos por qualquer pessoa
p
S C 41- m u H 89
TIPO PENAL
um IZ .7 .co
V O er L.
U
0
4
4 ma il
Subjetivas (dolo): dizem respeito ao aspecto anímico
do agente, se referindo a uma especial finalidade
d R 4 3 g buscada pelo agente
A PE D 0 er@
l
mi
p lc Jurídicos (impróprios)

Normativos:

Extrajurídicos

Elementos modais (tempo ou lugar do crime e modo


de execução)

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Tipo anormal: outros (finalista sempre é o dolo)

Tipo incongruente: vontade é diferente do fato-


resultado (ex.: tentativa, culposo, preterdoloso).

Tipo normal: elementos objetivos

CLASSIFICAÇÃO DO TIPO PENAL


TIPO INCRIMINADOR X TIPO PERMISSIVO a l
O incriminador é previsto em lei e

io n
o permissivo, permite condutas.
TIPO FUNDAMENTAL
a
Derivado é autônomo c
(SIMPLES)
u c ER
X
TIPO DERIVADO E M d IL
(EX.: QUALIFICADO) e
rt RO
p o OR Tipo normal é o que contém

S C 41- m u H 89 somente elementos objetivos


(matar – núcleo alguém –
um IZ .7 .co elemento objetivo).

V O er L
.
U
0
4
4 ma
TIPO NORMAL il
(NEUTRO, ACROMÁTICO OU AVALORADO) Tipo anormal é o que contém
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
X
TIPO ANORMAL:
elementos subjetivos
normativos: No finalismo penal,
e/ou

mi todo tipo é anormal porque o dolo


p lc (elemento subjetivo) e a culpa
(elemento normativo) estão no
fato típico e fazem parte do tipo.
Tipo fechado é aquele que
apresenta uma descrição
minuciosa e detalhada da conduta
criminosa.

Tipo aberto não apresenta uma


descrição completa,
pormenorizada da conduta
criminosa. Precisam de
complemento por um juízo de
valor no caso concreto (exemplo:
TIPO FECHADO ato obsceno).

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(CERRADO)
X A norma penal em branco é
TIPO ABERTO complementada por lei ou ato
administrativo, enquanto o tipo
aberto é complementado por um
juízo de valor do operador do
Direito.

Tipo preventivo: essa


nomenclatura foi recentemente
usada pelo STJ no HC 211.823
(Informativo 493). No crime
obstáculo, o legislador antecipa a
tutela penal, incriminando de
forma autônoma atos
preparatórios de outro crime. O

a l
STJ ao falar de tipo preventivo se
n
referia ao porte ilegal de arma de
io
c
fogo (o legislador antecipa a tutela
a
penal).
u c ER
E Md IL
Tipo simples é aquele que contém
somente um núcleo.
e
rt RO
p o ORTipo misto é aquele que contém

Su H -89
dois ou mais verbos, dois ou mais
núcleos.
m Z C 41 om
r u U I 4 .7 il.c
Tipo misto alternativo são os
e L
V RO 43. gm 4 0 a crimes de ação múltipla ou de
d
A ED 0 r@
conteúdo variado. Se o agente
praticar dois ou mais deles contra
P i le o mesmo objeto material, só vai
l c
TIPO SIMPLES m responder por um crime. São
Xp ações sucessivas. Ex.: adquirir
TIPO MISTO veículo roubado e levar para sua
casa (art. 33, caput, da Lei nº
11.343/2006).

Tipo misto cumulativo é aquele


em que existe dois ou mais
núcleos e se o sujeito praticar dois
ou mais deles, responderá por
todos os crimes em concurso
material (art. 244, CP). Art. 244.
Deixar, sem justa causa, de prover
a subsistência do cônjuge, ou de
filho menor de 18 (dezoito) anos

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ou inapto para o trabalho, ou de
ascendente inválido ou maior de
60 (sessenta) anos, não lhes
proporcionando os recursos
necessários ou faltando ao
pagamento de pensão alimentícia
judicialmente acordada, fixada ou
majorada, deixar, sem justa causa,
de socorrer descendente ou
ascendente, gravemente enfermo.

Obs.: não confundir com crimes de condutas conjugada. Só há um núcleo e


a l
várias condutas relacionadas a ele. Se cometer mais de um ocorre o concurso
io n
de crimes.
a c
u c ER
E M d IL
Art. 247 - Permitir alguém que menor de dezoito anos, sujeito a seu poder
e
rt RO
ou confiado à sua guarda ou vigilância:

ou de má vida;
p o OR
I - frequente casa de jogo ou mal-afamada, ou conviva com pessoa viciosa

S C 41- m u H 89
II - frequente espetáculo capaz de pervertê-lo ou de ofender-lhe o pudor,
ou participe de representação de igual natureza;

um IZ .7 .co
III - resida ou trabalhe em casa de prostituição;

er L U 4 il
IV - mendigue ou sirva a mendigo para excitar a comiseração pública

V O . 0 4 ma
2.9.
d R 3 g
Dolo, culpa e preterdolo
4
A PE D 0 er@
l
CONCEITO DE DOLO
mi
p lc
É a vontade consciente, dirigida a realizar a conduta prevista no tipo penal (ou
aceitar realizar). Pelo art.18, I, CP, diz-se crime doloso quando o agente quis o
resultado ou assumiu o risco de produzi-lo.

ELEMENTOS DO DOLO

Elemento intelectivo (consciência da conduta e do resultado) + elemento


volitivo (vontade de praticar a conduta típica).

TEORIAS DO DOLO o CP adota tanto a teoria da vontade, quanto a teoria do


assentimento. Portanto, preste atenção no enunciado da questão!
1) Teoria da vontade: vontade consciente de querer praticar a infração penal
(dolo direto).
2) Teoria da representação: previsão pelo agente do resultado como possível,

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sendo que este, mesmo com a previsão, decide continuar agindo (sua
amplitude abrangeria a culpa).
3) Teoria do consentimento ou do assentimento: previsão do resultado como
possível, sendo que, mesmo com a previsão, o agente aceita possibilidade do
resultado e decide continuar, assumindo o risco. (dolo eventual).

PRINCIPAIS ESPÉCIES DE DOLO


Teoria psicológica normativa da culpabilidade (base
DOLO NORMATIVO neokantista). Este dolo faz parte da culpabilidade e tem
por requisitos: a consciência, a vontade e a consciência
atual da ilicitude (que é o elemento normativo do dolo).
Teoria finalista. Integra o fato típico e tem como
DOLO NATURAL requisitos: a consciência e a vontade. Não há elemento
normativo (consciência da ilicitude), que será analisado
na culpabilidade.
DOLO DIRETO Quando o agente dirige sua conduta na busca de um
(DETERMINADO) determinado resultado previsto.
a l
io n
O agente não busca resultado certo e determinado.
Duas espécies:
a c
a)
c ER
Dolo alternativo: O agente prevê uma
u
DOLO INDIRETO
(INDETERMINADO) E M d IL
pluralidade de resultados, mas quer UM OU OUTRO,
não se importando qual seja.
b) e
rt RO
Dolo eventual: O agente prevê uma pluralidade
o OR
de resultados, no entanto o agente quer um resultado
p
S C 41- m u H 89
apenas, aceitando produzir o outro.
O agente pretende praticar um fato típico e o faz,
DOLO CUMULATIVO
um IZ .7 .co
depois resolve praticar ofensa maior, na mesma linha

V O er L
.
U
0
4
4 ma il
de desdobramento. Ex.: primeiro quer lesionar e depois
resolve matar a vítima.
d R
DOLO DE DANO
4 3 g Vontade consciente de causar um dano a um bem
A PE D 0 er@
l
jurídico tutelado.
DOLO DE PERIGO i
Vontade consciente de causar um perigo de dano a um
m
DOLO DE PRIMEIRO p lc
bem jurídico tutelado.
Sinônimo de dolo direto.
GRAU
O agente aceita a produção de outro resultado, que é
consequência inevitável da conduta que se pratica para
DOLO DE SEGUNDO alcançar o resultado principal. Refere-se a um resultado
GRAU não diretamente querido, mas tido como certo e
necessário. Ex.: João deseja matar sua esposa grávida e
aceita o aborto do bebê como consequência natural da
morte da mãe.

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Diferença entre dolo eventual e dolo de 2º grau
No dolo de segundo grau, o agente não assume o risco do resultado tido como
consequência do seu intento principal, mas o tem como inevitável, certo e
necessário. O dolo de segundo grau se aproxima do dolo direto, pois o agente prevê
o resultado e o entende como necessário para atingir o objetivo pretendido, com o
resultado principal. Assim como no dolo eventual, o agente não quer diretamente o
resultado, porém, ele é indiferente à sua produção no dolo eventual, resultado este
que pode ocorrer ou não, no de segundo grau o resultado é inafastável.

CRIME CULPOSO (art. 18, II, do CP)

Ocorre quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência


ou imperícia. Trate-se, portanto, de uma conduta voluntária, que realiza um fato
ilícito não querido pelo agente, mas que foi por ele previsto (culpa consciente) ou lhe
era previsível (culpa inconsciente) e que podia ser evitado se o agente atuasse com o
devido cuidado.
a l
io n
 Elementos característicos do delito culposo:
a c
a) conduta voluntária, comissiva ou omissiva;
u c ER
ou imperícia);
E M d IL
b) inobservância de um dever objetivo de cuidado (negligência, imprudência

e
rt RO
c) o resultado lesivo não querido, nem assumido;
o OR
d) nexo de causalidade entre a conduta do agente que deixa de observar o
p
S C 41- m
e) previsibilidade; u H 89
seu dever de cuidado e o resultado lesivo dela advindo;

f) tipicidade.
um IZ .7 .co

V er L
0
U
4 ma
Espécies da culpa2:
O .
4 il
d R 4 3 g
a) Culpa consciente, com previsão ou ex lascivia: o agente prevê o resultado,
A PE D 0 er@
mas espera que ele não ocorra, supondo poder evitá-lo com a sua
l i
habilidade (há previsão).
m
p lc
b) Culpa inconsciente, sem previsão ou ex ignorantia: o agente não prevê o
resultado, que, era previsível. Qualquer outra pessoa, naquelas
circunstâncias, poderia prever a ocorrência daquele resultado.

c) Culpa própria ou culpa propriamente dita: o agente não quer e não


assume o risco de produzir o resultado, mas acaba lhe dando causa por
negligência, imprudência ou imperícia.

d) Culpa imprópria ou culpa por equiparação, por assimilação, ou por


extensão: o agente, por erro evitável, imagina certa situação de fato que,
se presente, excluiria a ilicitude do seu comportamento (discriminante
putativa). Provoca intencionalmente determinado resultado típico, mas

2
SANCHES, Rogério – Manual de Direito Penal – Parte Geral (2015)

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responde por culpa por razões de política criminal.

Art. 20, § 1º, do CP: “Discriminantes putativas: É isento de pena quem, por
erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato
que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena quando
o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo”.

ATENÇÃO!
COMPENSAÇÃO DE CULPAS: Não há compensação de culpas no Direito Penal, de
modo que pouco importa se a vítima teve culpa. A culpa da vítima somente poderá
ser utilizada na dosimetria da pena base, conforme o art. 59, caput, do CP. Assim, só
há compensação no âmbito privado. Contudo, a culpa é exclusiva da vítima, o
agente não responderá por crime algum.

CONCORRÊNCIA DE CULPAS: É perfeitamente possível a concorrência de culpas no


direito penal, hipótese em que duas ou mais pessoas concorrem, culposamente, para
a produção do resultado naturalístico. Na hipótese, não se pode falar em concurso de
pessoas, porque o vínculo subjetivo não se faz presente.
a l
io n
c
Inclusive, importante destacar que a corrente majoritária (doutrina tradicional
a
c ER
e a jurisprudência brasileira) admitem a concorrência em coautoria, mas não
u
E M d IL
participação. Qualquer causação culposa importa em violação do dever objetivo de
cuidado, fazendo do agente autor e não partícipe. Ex: o passageiro está sendo tão
negligente quanto o motorista, sendo coautor. e
rt RO
p o OR
S C 41- m u H 89
EXCLUSÃO DA CULPA

um IZ .7 .co acontecimentos imprevisíveis e

V O er L
. 0
U4 ma4
CASO FORTUITO E FORÇA MAIOR
il inevitáveis, que escapam ao controle da
vontade
d R 4 3 g a culpa não é do agente, mas da própria
A PE D 0 er@
ERRO PROFISSIONAL
l
ciência, dizendo respeito à falibilidade

mi das regras científicas. Assim, não há

p lc culpa
quem respeita as regras jurídicas e da
PRINCÍPIO DA CONFIANÇA vida em coletividade pode confiar que
os outros também respeitarão.
RISCO TOLERADO atividades perigosas imprescindíveis
para o desenvolvimento da sociedade.

CRIME PRETERDOLOSO

Ocorre quando o agente pratica um crime diverso do que havia planejado


realizar, advindo de sua conduta resultado mais grave, decorrente de negligência,
imprudência ou imperícia (culpa). Há dolo na conduta e culpa no resultado (crime
híbrido). Ex.: lesão corporal qualificada pelo resultado aborto.

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Se o resultado mais grave advém de caso fortuito ou força maior não poderá ser
imputado ao agente (sob pena de responsabilidade objetiva).

UFMT – DPE-MT – 2016 - Existe algum ponto de semelhança


entre as condutas praticadas com culpa consciente e com dolo
Questões: eventual?
teoria do a) Sim, pois, tanto na culpa consciente quanto no dolo eventual,
crime. há aceitação do resultado.
a l
Classificação
dos crimes. questão.
io n
b) Não, pois não há ponto de semelhança nas condutas em

a c
c) Sim, pois em ambas o elemento subjetivo da conduta é o
dolo.
u c ER
d IL
d) Não, pois a aceitação do resultado na culpa consciente é
E M
e
elemento normativo da conduta.
rt RO
e) Sim, pois, tanto na culpa consciente quanto no dolo eventual,
p o OR
o agente prevê o resultado.

S C 41- m
Comentários: u H 89
O dolo eventual se aproxima da culpa consciente e vice-versa no
um IZ .7 .co
er L
ponto em que o agente prevê o resultado, todavia, o
U 4
4 ma il
distanciamento ocorre na reação a esta previsão. No primeiro o

d V R O
4 3 . 0
agente prevendo o resultado o aceita, assumindo o risco de
g
A PE D 0 er@
produzi-lo, dando prosseguimento na realização da conduta. Já
l
na culpa consciente, o agente prevê o resultado, mas acredita
mi
que pode evitar sua ocorrência, não aceita a sua realização.
p lc
GABARITO: E.

Ano: 2017. Banca: VUNESP. Órgão: DPE-RO. Prova: Defensor


Público.

Doutrinadores nacionais admitem que a reforma de 1984 da


Parte Geral do Código Penal, especialmente no que concerne ao
“conceito de crime”, aderiu ao “finalismo”. Quem é considerado
o criador de tal sistema jurídico-penal?
a) Hans Welzel.
b) Claus Roxim.
c) Von Liszt.
d) Günther Jakobs.

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e) Cesare Beccaria.

GABARITO: A. Inacreditável este tipo de questão, mas devemos


estar preparados para tudo.

Wezel: finalismo.
Roxin: funcionalismo teleológico/dualista.
Liszt: causalista.
Jakobs: funcionalismo sistêmico.
Beccaria: tratado em criminologia escreveu “Dos delitos e das
penas”.

Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-RS Prova: FCC - 2018 - DPE-
RS - Defensor Público

a l
Arquimedes dirigia seu caminhão à noite, por uma estrada de

io n
serra, com muitas curvas, péssima sinalização e sob forte chuva.
c
Ele estava sonolento e apenas aguardava o próximo posto de
a
c ER
combustíveis para estacionar e dormir. Motorista experiente
u
E M d IL
que era, observava as regras de tráfego no local, imprimindo ao
veículo a velocidade permitida no trecho.
e
rt RO
o OR
Entretanto, a 50 Km do posto de combustíveis mais próximo,
p
S C 41- m u H 89
após uma curva, Arquimedes assustou-se com um vulto que de
súbito adentrou a via, imediatamente acionando os freios, sem,
m IZ .7 .co
contudo, evitar o choque.
u
V er L
O
U
.
4
0
il
4 ma
Inicialmente, pensou tratar-se de um animal, mas quando
d R 4 3 g
desembarcou do veículo, pôde constatar que se tratava de um
A PE D 0 er@
homem. Desesperado ao vê-lo perdendo muito sangue,
l i
Arquimedes logo acionou o serviço de socorro e emergências
m
p lc
médicas, que chegou rapidamente ao local, constatando o óbito
do homem em cujo bolso foi encontrado um bilhete de
despedida. Era um suicida.

Da leitura do enunciado, pode-se afirmar que:

A) Arquimedes não praticou crime, tendo em vista a incidência


na hipótese da inexigibilidade de conduta diversa − excludente
de culpabilidade.
B) a Arquimedes deve ser imputada a prática de homicídio
culposo na direção de veículo automotor, em razão de sua
conduta negligente.
C) a conduta de Arquimedes não reúne os elementos
necessários à configuração do fato como crime.
D) Arquimedes não praticou crime, uma vez que agiu em

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exercício regular de direito − excludente de ilicitude.
E) a Arquimedes deve ser imputada a prática de homicídio
doloso (dolo eventual), tendo em vista que, ao dirigir à noite,
sonolento e sob chuva intensa, assumiu o risco de matar
alguém.
GABARITO: C. Não há qualquer dolo ou culpa na conduta de
Arquimedes.

Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-AP Prova: FCC - 2018 - DPE-
AP - Defensor Público
A imputação como ferramenta da teoria do delito,

A) tem aplicação apenas aos delitos culposos, já que nos tipos


dolosos seu papel é satisfatoriamente ocupado pela teoria do
dolo.
a l
B) a referência a ela corresponde a uma terminologia recente,

io n
atravessando importantes altos e baixos em seu uso, ou no
c
espaço ocupado como centro das diferentes doutrinas.
a
c ER
C) tem por pressuposto a menor relevância do nexo de
u
ou o resultado como típicos.E M d IL
causalidade natural em relação a quem se deve atribuir a ação

e
rt RO
D) ainda é vista majoritariamente como nebulosa, e constitui

p o OR
uma categoria na qual se procuram reunir todos aqueles

S C 41- m u H 89
problemas que carecem de uma posição sistemática clara.
E) possui aplicação nos delitos denominados pela doutrina

um IZ .7 .co
brasileira como de mera conduta, nos moldes desenvolvidos por

V er L
O
U
.
4
0
il
Claus Roxin, por configurar uma teoria funcional sem vinculação
4 ma
ao aspecto subjetivo.
d R 4 3 g
A PE DGABARITO: C.
0 er@
l
mi
a) A imputação objetiva não se restringe ao estudo dos delitos
p lc
culposos, porque abrange quaisquer delitos.

b) Pois é. Trata-se de uma assertiva muito vaga! Infelizmente,


nas questões de concurso público os candidatos estão sujeitos a
essas abstrações pelo examinador. Vejamos as demais
assertivas.

c) Apesar de ter sido o gabarito, é criticável, porque a teoria da


imputação objetiva não afasta e nem torna o resultado
naturalístico menos relevante: não é esse propriamente o
debate em que a teoria se coloca. A teoria da imputação parte
da causalidade natural para fazer outro tipo de análise -
totalmente distinta . Isso porque analisa a imputação juridica
aferindo a existência de risco criado (ou incrementado) e a
verificação desse risco no resultado segundo o nexo de risco.

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Amenor relevância da causalidade naturalística é mera
consequência e não pressuposto da teoria da imputação
objetiva.

d) Errada porque acaba ampliando demais a incidência da


teoria.

e) A teoria da imputação objetiva repele qualquer


responsabilidade penal objetiva.

Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-AP Prova: FCC - 2018 - DPE-
AP - Defensor Público

Nos crimes comissivos por omissão,


A) pelo critério nomológico, violam-se normas mandamentais.
a l
B) a tipicidade é a do tipo comissivo, mas pode também,
excepcionalmente, ser a do tipo omissivo.
io n
a c
C) a falta do poder de agir gera atipicidade da conduta.

u c ER
D) são delitos de mera atividade, que se consumam com a
simples inatividade.
E M d IL
do dano ou lesão. e
E) o caso de ingerência, a conduta anterior deve ser a produtora
rt RO
GABARITO: C. p o OR
S C 41- m u H 89
um
É o que se exsurge da leitura do art. 13, §2, do Código Penal: “A
IZ .7 .co
er L U
omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e
4 il
4 ma
podia agir para evitar o resultado”. Sobre o poder de agir como

d V R O 3 . 0 g
pressuposto fundamental para a caracterização de omissão
4
A PE D 0 er@
imprópria, Cezar Roberto Bitencourt doutrina que “o poder de
l i
agir é um pressuposto básico de todo comportamento humano.
m
p lc
Também na omissão, evidentemente, é necessário que o sujeito
tenha a possibilidade física de agir, para que se possa afirmar
que não agiu voluntariamente. É insuficiente, pois, o dever de
agir. É necessário que, além do dever, haja também a
possibilidade física de agir, ainda que com risco pessoal”
(BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal, Parte
Geral 1. 14ª edição. São Paulo: Editora Saraiva, 2009. p. 251).
(Comentários do Profº Maiko Cristhyan).

Crimes “comissivos por omissão”, denominados crimes


omissivos impróprios, são aqueles em que o legislador ordinário
atribui responsabilidade penal mais significativa à conduta
omissiva quando o agente está imbuído de posição jurídica que,
mais do que uma possibilidade, possui o dever de evitar o
resultado gravoso. Assim dispõe o art. 13, §2º, do Código Penal:

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§2º – A omissão é penalmente relevante quando o omitente
devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir
incumbe a quem:

a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;

b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o


resultado;

c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência


do resultado.

a l
3. ERRO DE TIPO. TENTATIVA. DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA, ARREPENDIMENTO
io n
EFICAZ E ARREPENDIMENTO POSTERIOR. CRIME IMPOSSÍVEL
a c
u c ER
3.1. Erro de tipo
E M d IL
e
rt RO
o OR
É a falsa percepção da realidade, ignorância ou erro que recai sobre uma
p
u H 89
elementar, circunstância ou qualquer dado agregado ao tipo penal.
S C 41- m
 um IZ .7 .co
er L
Erro de tipo inevitável/escusável
U 4
4 ma il
a) Exclui o dolo – pois o agente não tem consciência do que faz (a

d V O 3 . 0 g
consciência é um dos elementos do dolo; sem consciência não há dolo);
R 4
A PE D 0 er@
b) Exclui culpa – pois o resultado é imprevisível (a previsibilidade é elemento
l
da culpa).
m i
 p lc inescusável
Erro de tipo evitável/
a) Exclui o dolo – pois o agente ainda não tem consciência do que faz
b) NÃO exclui culpa – se prevista em lei. Isto porque o resultado era
previsível, caso em que se pode punir a culpa.

 Erro de tipo essencial x Erro de tipo acidental: o primeiro é o erro que recai
sobre dados relevantes do tipo penal, já o segundo é o erro dados
irrelevantes do tipo. Somente o erro de tipo essencial pode afastar o dolo e a
culpa.

O erro de tipo acidental se divide entre:


a) erro de tipo acidental sobre o objeto;
b) erro de tipo acidental sobre a pessoa;
c) erro na execução;

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d) resultado diverso do pretendido;
e) erro sobre o nexo causal.

ERRO DE TIPO ACIDENTAL

O agente representa equivocadamente a coisa que


busca atingir com a conduta criminosa. Destarte, o
agente se confunde quanto ao objeto material (coisa)
SOBRE O OBJETO a que ele visa, atingindo objeto diverso.

Ex.: João que furtar um quilo de açúcar e acaba


levando um quilo de massa de bolo.
O agente representa equivocadamente a pessoa que
busca atacar com a conduta criminosa, atingindo
pessoa diversa.
ERRO SOBRE A PESSOA
a l
io n
ATENÇÃO! O agente não comete o erro nos meios de
execução, mas sim na representação/identidade da
a c
vítima. Consequência: o autor responde pelo crime,
u c ER
considerando as qualidades da vítima pretendida.

E M d IL
O agente, por acidente ou erro nos meios de
e
execução, atinge pessoa diversa da pretendida.
rt RO
p o OR
ATENÇÃO! O agente não comete o erro
ERRO NA EXECUÇÃO
S C 41- m u H 89
representação/identidade da vítima, mas sim executa

um
(aberratio ictus)
I
mal a ação e ao invés de atingir determinada pessoa
Z .7 .co
er L U acaba atingindo outra. Consequência: o agente
4
4 ma il
responde pelo crime considerando as qualidades da

d V R O
4 3 . 0 g vítima pretendida. Caso atinja a vítima pretendida e
A PE D 0 er@
l
a pessoa diversa se aplica a regra do concurso formal
i
(art. 71, do CP).
m
p lcFora dos casos de erro de tipo acidental sobre a
pessoa e erro na execução, ocorre quando o agente,
por acidente ou erro no uso dos meios de execução,
RESULTADO DIVERSO DO provoca lesão jurídica em bem jurídico diverso do
PRETENDIDO pretendido.
(aberratio criminis) O agente será responsabilizado pelo resultado
produzido (diverso do pretendido), a título de culpa,
desde que o resultado atingido seja menos grave, do
contrário responderá pela tentativa do resultado
pretendido.
ERRO SOBRE O NEXO O agente produz o resultado desejado, mas com nexo
CAUSAL causal diverso do pretendido (não exclui dolo nem
(aberratio causae) culpa).

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O erro de tipo pode ser causado por terceiro, sendo certo que o terceiro pode
responder a título de dolo ou culpa dependendo do caso concreto.

Art.20, §2º, CP - Responde pelo crime o terceiro que determina o erro.

3.2. Iter criminis:

É o caminho percorrido pelo crime. É o conjunto de fases que se sucedem


cronologicamente no desenvolvimento do delito (doloso).

 Macrofases do inter criminis: fase interna e fase externa.


1) fase interna:
a) cogitação: é a ideação do crime;
a l
io n
b) atos preparatórios (conatus remotus): o agente procura criar condições
para a realização da conduta delituosa.
a c
2) fase externa: inaugurada por atos executórios.
u c ER
E M d IL
a) consumação: é o instante da composição plena do fato criminoso, é o
previsto no art. 14, I, do CP, ou seja, é aquele que reúne todos os
e
rt RO
elementos de sua definição legal.

p o OR
(consumação). S C 41- m u H 89
CRIME EXAURIDO: são acontecimentos posteriores ao término do iter criminis

um IZ .7 .co
V O er L
. 0
U
4 ma
com o comportamento do agente.
4 il
CRIME PERMANENTE: protrai-se no tempo a consumação, cessando conjuntamente

d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
mi
p lc
Segundo o STF há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, ainda que
não realize o agente a subtração de bens da vítima (Súmula 610).

3.3. Tentativa:

Ocorre quando iniciada a execução, o crime não se consuma por


circunstâncias alheias à vontade do agente. Tem natureza jurídica de norma de
extensão.

 Elementos do crime tentado:


a) Execução iniciada;
b) A consumação não ocorre por circunstâncias alheias à vontade do agente;

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c) Dolo de consumação (não se admite tentativa de crime culposo);

 Pena: salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena


correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços.

 Classificação doutrinária da tentativa:


a) Tentativa imperfeita ou inacabada: o agente é impedido de prosseguir no
seu intento, deixando de praticar todos os atos executórios à sua
disposição.
b) Tentativa perfeita ou acabada: apesar de esgotar todos os atos
executórios à sua disposição, o agente não consegue consumar o crime
por circunstâncias alheias à sua vontade (crime falho).
c) Tentativa incruenta ou branca: ocorre quando a vítima não chega a ser
fisicamente atingida, ficando incólume.
d) Tentativa vermelha ou cruenta: a vítima sofre lesões, porém o crime não
chega a ser consumado.
e) Tentativa Idônea: aquela na qual o resultado era possível de ser
a l
alcançado.
io n
c
f) Tentativa Inidônea: o resultado era absolutamente impossível de ser
a
c ER
alcançado. A tentativa inidônea é o mesmo que crime impossível (artigo
u
17 do CP).
NÃO ADMITEM TENTATIVA
E M d IL
e
rt RO
(BIZU: 2CHOUP)
o OR
Contravenção Penal
p
S C 41- m u H 89
Culposos

um IZ .7 .co Habituais

V O er L.
U
0
4
4 ma il
Omissivos próprios/puros
Unissubistente
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
Preterdolosos

mi
3.4. p lc
Desistência voluntária e o arrependimento eficaz

São também chamados de tentativa qualificada ou abandonada, estão


previstos no Art. 15, CP.

Art. 15, CP: O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na


execução (desistência voluntária) ou impede que o resultado se produza
(arrependimento eficaz), só responde pelos atos já praticados.

A desistência voluntária e o arrependimento devem ser voluntários, não


necessariamente espontâneos. Possuem natureza jurídica de CAUSA DE EXTINÇÃO
DA PUNIBILIDADE da tentativa, respondendo o agente pelos atos já praticados.

ARREPENDIMENTO POSTERIOR:

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Art. 16, CP - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à
pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da
denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida
de um a dois terços.

Tem natureza jurídica de causa de diminuição de pena.

 Requisitos do Arrependimento Posterior:


a) Crime sem violência ou grave ameaça à pessoa. (Crimes culposos,
mesmo que violentos admitem o benefício).
b) Reparação do dano ou restituição da coisa até o recebimento da
inicial acusatória;
c) Por ato voluntário do agente;

 Consequências do Arrependimento Posterior: a pena será reduzida de 1/3 a


2/3.

a l
io n
a c
u c ER
E M d IL
O artigo 16 do Código Penal não elencou como requisito para o reconhecimento do

e
arrependimento posterior a aceitação da vítima. Entende-se, desta maneira, que se
rt RO
houver voluntariedade na reparação deverá ser reconhecido o benefício. Neste caso,
p o OR
o infrator deverá restituir o bem à autoridade policial ou, em último caso, depositá-lo
em juízo.3
S C 41- m u H 89
um IZ .7 .co
V O er L
. 0
U4 ma4 il
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l i
Dispositivos especiais acerca da reparação do dano:
m
p lc
a) estelionato mediante emissão de cheque sem fundos: extingue a punibilidade,
nos termos da Súmula 554 STF.
b) peculato culposo: extingue a pena e a punibilidade.
c) crimes contra a ordem tributária, o pagamento integral do débito tributário:
extingue a punibilidade.
d) crimes de menor potencial ofensivo: extingue a punibilidade, a composição dos
danos civis entre o autor do fato e o ofendido, em se tratando de crimes de ação
penal privada ou ação penal pública condicionada à representação, acarreta na
renúncia ao direito de queixa ou de representação, com a consequente extinção da
punibilidade, nos termos do art. 74, parágrafo único, da Lei 9.099/95.

3
http://meusitejuridico.com.br/2017/09/22/se-vitima-nao-aceita-reparacao-dano-impede-se-o-
arrependimento-posterior/

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CRIME IMPOSSÍVEL (TENTATIVA INIDÔNEA):

Não se pune a tentativa quando, por ineficácia do meio ou por absoluta


impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime.

 Crime impossível por ineficácia absoluta do meio: a inidoneidade absoluta do


meio se verifica quando falta capacidade causal, pois os instrumentos postos
a serviço da conduta não são eficazes para a produção do resultado.
Ex.: Querer matar alguém com uma bolinha de papel.

 Crime impossível por impropriedade absoluta do objeto: quando este não


existir (objeto inexistente) ou, nas circunstâncias em que se encontrar, tornar
impossível a produção de algum ato lesivo (objeto impróprio).
Ex.: assassinar o cadáver.

JURISPRUDÊNCIA

a l
io n
HOMICÍDIO. DOLO EVENTUAL: A qualificadora do motivo fútil (art. 121, § 2º, II, do
c
CP) é compatível com o homicídio praticado com dolo eventual? A pessoa que
a
c ER
cometeu homicídio com dolo eventual pode responder pela qualificadora de
u
E M d IL
motivo fútil? 1ª corrente: SIM. O fato de o réu ter assumido o risco de produzir o
resultado morte, aspecto caracterizador do dolo eventual, não exclui a
e
rt RO
possibilidade de o crime ter sido praticado por motivo fútil, uma vez que o dolo do
o OR
agente, direto ou indireto, não se confunde com o motivo que ensejou a conduta,
p
u H 89
mostrando-se, em princípio, compatíveis entre si. STJ.
S C 41- m
m Z .7 .co
HOMICÍDIO CULPOSO: O fato de o autor de homicídio culposo na direção de
u I
V er L U
0
4
4 ma il
veículo automotor estar com a CNH vencida não justifica a aplicação da causa
especial de aumento de pena descrita no inciso I do § 1º do art. 302 do CTB. O
O .
d R 4 3 g
inciso I do § 1º do art. 302 pune o condutor que “não possuir Permissão para
A PE D 0 er@
Dirigir ou Carteira de Habilitação”. O fato de o condutor estar com a CNH vencida
l i
não se amolda a essa previsão não se podendo aplicá-lo por analogia in malam
m
partem. STJ. (Info 581).
p lc
O réu ingressou clandestinamente em uma Usina Hidrelétrica e alterou a posição
da chave da bomba de alta pressão de óleo. O MPF denunciou o agente pela
prática do delito de sabotagem, previsto no art. 15 da Lei de Segurança Nacional
(Lei nº 7.170/83), que consiste em crime político. O STF entendeu que não houve
crime político considerando que: • não houve lesão real ou potencial a um dos
bens jurídicos listados no art. 1º da Lei nº 7.170/83 (requisito objetivo); e • o
agente não tinha motivação política (requisito subjetivo). Além disso, o Tribunal
entendeu que se tratava de crime impossível, considerando que essa alteração da
posição da chave não tinha condão de provocar qualquer embaraço ao
funcionamento da Usina. STF. 1ª Turma. RC 1473/SP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em
14/11/2017 (Info 885).

SÚMULAS

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Súmula 567, STJ: Sistema de vigilância realizado por monitoramento eletrônico ou
por existência de segurança no interior de estabelecimento comercial, por si só,
não torna impossível a configuração do crime de furto.

Súmulas 145, STF: Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia
torna impossível a sua consumação.

Súmulas 711, STF: A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao
crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da
permanência.

a l
io n
CESPE – DPE- ES – 2012 - Os efeitos da desistência voluntária e

a c
do arrependimento eficaz ficam condicionados à presença dos
c ER
requisitos objetivos e subjetivos, aliados à espontaneidade do
u
Questões
delito. E M d IL
comportamento do agente, evitando-se a consumação do

Certo ou errado? e
rt RO
p o OR
Explicação: A desistência voluntária e o arrependimento eficaz

S C 41- m u H 89
estão condicionados a requisitos objetivos e subjetivos, porém a
espontaneidade do comportamento do agente não é uma

um IZ .7 .co
condição, bastando apenas que sua conduta seja voluntária.

V O er L
.
U
0
4
4 ma il
Admite-se que a ideia de desistência ou de arrependimento seja
incutida por terceiro.
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
Afirmação ERRADA.
FCC – DPE- RS – 2016 - Miro, em mera discussão com Geraldo a
mi
respeito de um terreno disputado por ambos, com a intenção

p lc
de matá-lo, efetuou três golpes de martelo que atingiram seu
desafeto. Imediatamente após o ocorrido, no entanto, quando
encerrados os atos executórios do delito, Miro, ao ver Geraldo
desmaiado e perdendo sangue, com remorso, passou a socorrer
o agredido, levando-o ao hospital, sendo que sua postura foi
fundamental para que a morte do ofendido fosse evitada, pois
foi providenciada a devida transfusão de sangue. Geraldo sofreu
lesões graves, uma vez que correu perigo de vida, segundo auto
de exame de corpo de delito. Nesse caso, é correto afirmar:
a) Miro responderá pelo crime de lesão corporal gravíssima
previsto no art.129, § 2º, do Código Penal, em vista da sua
vontade inicial de matar a vítima e da quantidade de golpes,
circunstâncias que afastam a validade do auto de exame de
corpo de delito.
b) Incidirá a figura do arrependimento eficaz e Miro responderá

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por lesões corporais graves.
c) Incidirá a figura do arrependimento posterior, com redução
de eventual pena aplicada.
d) Incidirá a figura da desistência voluntária e Miro responderá
por lesões corporais graves.
e) Miro responderá por tentativa de homicídio simples, já que o
objetivo inicial era a morte da vítima..
Justificativa: note que Miro tinha dolo de matar e efetuou
todos atos executórios para atingir tal fim, porém se
arrependeu de sua ação e evitou que a vítima viesse a falecer a
levando ao Hospital. Sem a conduta de Miro o resultado morte
ocorreria, neste caso há um exemplo clássico de
arrependimento eficaz nos termos art. 15 do CP, Miro só irá
responder pelas lesões corporais praticadas.
“O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na
execução ou impede que o resultado se produza, só responde
pelos atos já praticados.
a l
ALTERNATIVA: B
io n
a c
u c ER
E M d IL
Jonas descobriu, na mesma semana, que era portador de
doença venérea grave e que sua esposa, Priscila, planejava
e
rt RO
pedir o divórcio. Inconformado com a intenção da companheira,
o OR
Jonas manteve relações sexuais com ela, com o objetivo de lhe
p
S C 41- m u H 89
transmitir a doença. Ao descobrir o propósito de Jonas, Priscila
foi à delegacia e relatou o ocorrido. No curso da apuração
m IZ .7 .co
preliminar, constatou-se que ela já estava contaminada da
u
V er L
O
U
.
4
0
desconhecia.
il
mesma moléstia desde antes da conduta de Jonas, fato que ela
4 ma
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
Ano: 2017 Banca: CESPE Órgão: DPE-AL Prova: CESPE - 2017 -
l i
DPE-AL - Defensor Público
m
p lc
Nessa situação hipotética, considerando-se as normas relativas
a crimes contra a pessoa, a conduta perpetrada por Jonas
constitui

A) tentativa de perigo de contágio venéreo.


B) crime impossível, em razão do contágio anterior.
C) delito putativo de contágio por moléstia grave.
D) perigo de contágio por moléstia grave consumado.
E) tentativa de lesão corporal, devido ao perigo de contágio
venéreo.
GABARITO: B.

Art. 130 - Expor alguém, por meio de relações sexuais ou

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qualquer ato libidinoso, a contágio de moléstia venérea, de que
sabe ou deve saber que está contaminado:

Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.

§ 1º - Se é intenção do agente transmitir a moléstia:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

§ 2º - Somente se procede mediante representação.

Crime Impossível: Admite-se a figura do crime impossível


quando a vítima já se apresentava infectada pela doença
venérea portada pelo autor.

Crime Putativo: Ocorre quando o autor não é portador da


doença que intenta transmitir, embora acredite estar
a l
contaminado.
io n
a c
u c ER
Público
E M d IL
Ano: 2018. Banca: CESPE. Órgão: DPE-PE. Prova: Defensor

e
rt RO
Com relação à tentativa, à desistência voluntária e ao
o OR
arrependimento, assinale a opção correta.
p
S C 41- m u H 89
a) No arrependimento eficaz, o agente interrompe a
execução do crime; na desistência voluntária, o resultado é

um IZ .7 .co
impedido após o agente ter praticado todos os atos.

V er L
O
U 4 il
4 ma
b) O arrependimento posterior pode ser aplicado aos
. 0
d R 3 g
crimes cometidos com violência ou grave ameaça.
4
A PE D 0 er@
c) Em se tratando de tentativa branca ou incruenta, a vítima
l i
não é atingida e não sofre ferimentos; se tratar-se de tentativa
m
lc
cruenta, a vítima é atingida e é lesionada.
pd) A diferença entre a tentativa e a tentativa abandonada é
que, no primeiro caso, o agente diz “eu consigo, mas não
quero” e, no segundo, o agente diz “eu quero, mas não
consigo”.
e) A desistência voluntária e a tentativa abandonada são
espécies de arrependimento eficaz.
GABARITO: C.

a) ERRADO. É o contrário.
b) ERRADO. Art. 16 – Nos crimes cometidos sem violência
ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou
restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da
queixa, por ato voluntário do agente, a pena será

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reduzida de um a dois terços.

c) CERTO.

Imperfeita/ inacabada/ propriamente dita: Interrupção do


processo executório. O agente não consegue praticar todos os
atos de execução do crime.

Perfeita ou acabada (Crime falho): O agente pratica todos os


atos de execução do crime, mas não o consuma por
circunstâncias alheias à sua vontade.

Branca ou incruenta: a vítima não é atingida e não sofre


nenhum ferimento.

Vermelha ou cruenta: É o contrário da tentativa incruenta. A

l
vítima é atingida e sofre lesão. A tentativa cruenta, assim como
a
a branca, pode ser perfeita ou imperfeita.
io n
a c
d) ERRADO. Tentativa abandonada é a desistência

u c ER
voluntária (eu consigo, mas não quero).

E M d IL
e) ERRADO: tentativa abandonada e desistência voluntária
são sinônimos e são diferentes do arrependimento
e
rt RO
eficaz, vez que, neste último, o agente consegue impedir

p o OR
o resultado, depois de ter praticado os atos executórios.

S C 41- m u H 89
ATENÇÃO: não confundam com o arrependimento
posterior, que é outra causa de diminuição de pena.
um IZ .7 .co
V er L
O
U
.
4
0
il
4 ma
Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-AM Prova: FCC - 2018 - DPE-
d R 4 3 g
AM - Defensor Público
A PE D 0 er@
No Direito Penal brasileiro, o erro
l i
A) sobre os elementos do tipo impede a punição do agente, pois
m
p lc
exclui a tipicidade subjetiva em todas as suas formas
B) determinado por terceiro faz com que este responda pelo
crime.
C) sobre a pessoa leva em consideração as condições e
qualidades da vítima para fins de aplicação da pena.
D) de proibição exclui o dolo, tornando a conduta atípica.
E) sobre a ilicitude do fato isenta o agente de pena quando
evitável.
GABARITO: B.

A) ERRADO. O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de


crime exclui o dolo. Quando o erro é inescusável/evitável
responde o agente por crime culposo, se previsto em lei

B) GABARITO. art. § 2º - Responde pelo crime o terceiro que

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determina o erro.

C) ERRADO. O erro sobre a pessoa leva em consideração as


condições e qualidades da vítima virtual (pretendida), e não da
vítima "atingida".

D) ERRADO. O erro de proibição isenta de pena quando


escusável e, quando inescusável, é causa de diminuição de pena
-1/6 a -1/3

E) ERRADO. O erro de proibição (sobre a ilicitude do fato) isenta


de pena quando escusável e, quando inescusável, é causa de
diminuição de pena -1/6 a -1/3

4. ILICITUDE E CUPABILIDADE

a l
4.1. Ilicitude
io n
a c
c ER
É relação de contrariedade entre o fato típico penal e o ordenamento jurídico
u
permitindo a conduta típica também será ILÍCITA. E M d IL
como um todo, inexistindo qualquer exceção determinando, incentivando ou

e
rt RO

p o OR
Causas de Exclusão da Ilicitude (Descriminantes ou Justificantes): as causas

S C 41- m u H 89
podem ser legais (previstas em lei) ou supralegal (não prevista em lei).
a) Causas legais de exclusão da ilicitude estão na parte geral do Código

um IZ .7 .co
Penal, mais especificamente no art. 23, do CP, ou na parte especial, bem

V O er L
. 0
U4 ma4 il
como na legislação penal extravagante.

d R 4 3 g
Art. 23, CP - Não há crime quando o agente pratica o fato:
A PE D 0 er@
l
I - em estado de necessidade;

mi
II - em legítima defesa;
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de

p lc
direito.

b) Como causa supralegal de exclusão da ilicitude, a doutrina admite o


consentimento do ofendido.

Art.23, I, CP e art.24, do CP.

Conceito: Considera-se em estado de necessidade


quem pratica um fato típico, sacrificando um bem
jurídico, para salvar de perigo atual direito próprio ou
de terceiro, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era
razoável exigir-se.

Requisitos Objetivos:
ESTADO DE NECESSIDADE a) perigo atual;

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b) a situação de perigo não pode ter sido causada
voluntariamente pelo agente;
c) salvar direito próprio ou alheio (estado de
necessidade próprio e estado de necessidade de
terceiro);
d) inexigibilidade de sacrifício do interesse ameaçado;
e) Inexistência de dever legal de enfrentar o perigo;
f) inevitabilidade da conduta lesiva.

Requisito Subjetivo: conhecimento da situação de fato


justificante.
Art.23, II e art.25, do CP.

Conceito: Entende-se em legítima defesa quem,


usando moderadamente dos meios necessários, repele
LEGÍTIMA DEFESA injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de
outrem
a l
io n
Requisitos Objetivos:
a c
a) agressão injusta;
u c ER
b) atual e iminente;
E M d IL
c) reação moderada, usando os meios necessários;
e
rt RO
d) salvar direito próprio ou de terceiro;

p o OR
S C 41- m u H 89
Requisito Subjetivo: conhecimento da situação de fato
justificante.

um IZ .7 .co
V O er L
. 0
U
4 ma 4 il
ATENÇÃO! Não é possível legítima defesa presumida,
real contra culposa (putativa), contra estado de
d R 4 3 g necessidade ou outra excludente de ilicitude real.
A PE D 0 er@
l
Art.23, III, CP

mi
ESTRITO CUMPRIMENTO p lc
Os agentes públicos, no desempenho de suas
atividades, não raras vezes, devem agir interferindo na
DO DEVER LEGAL esfera privada dos cidadãos, exatamente para
assegurar o cumprimento da lei. Essa intervenção
redunda em agressão a bens jurídicos como a
liberdade, a integridade física ou a própria vida. Dentro
de limites aceitáveis, tal intervenção é justificada pelo
estrito cumprimento de um dever legal4.

ATENÇÃO! Não existe direito/dever de matar!! Assim,


o policial não é respaldado no estrito cumprimento do
dever legal quando mata um bandido. É necessário
analisar o caso trazido na questão para verificar se

4
Rogério Sanches

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pode se caracterizar legítima defesa, p. ex.
Compreende as ações da pessoa comum autorizadas
pela existência de direito definido em lei e
condicionadas a regularidade do exercício desse
EXERCÍCIO REGULAR DE direito.
DIREITO
Ex.: o possuidor de boa-fé que retém coisa alheia para
ressarcir-se das benfeitorias necessárias e úteis não
pagas (Art. 1.219 C.C).
É apontado pela doutrina como uma causa supralegal
de exclusão da ilicitude, que não tendo previsão legal.
Requisitos:
a) O não consentimento (dissentimento) do
ofendido não integre o tipo penal, pois neste caso seria
caso de atipicidade;
b) O ofendido deve ser pessoa capaz.
c)
a l
O consentimento deve ser válido. Se obtido
CONSENTIMENTO DO
io n
mediante violência, grave ameaça ou fraude, ou até
OFENDIDO
c
mesmo mediante erro, não incide essa excludente.
a
d)
c ER
O consentimento deve versar sobre bem
u
jurídico disponível.
e)
E M d IL
O consentimento deve versar sobre bem
próprio. e
rt RO
f)
o OR
O consentimento deve ser dado antes ou
p
S C 41- m u H 89
durante a lesão ao bem jurídico pelo agente.
g) Conhecimento da situação de fato justificante.

um IZ .7 .co
h) o consentimento deve ser expresso (há doutrina que

V O er L.
U
0
4
4 ma il
admite o consentimento tácito).

d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
mi
p lc
O agente, em qualquer das hipóteses de excludentes de ilicitude, responderá pelo
excesso doloso ou culposo.

DISCRIMINANTES PUTATIVAS

São excludentes de ilicitude que aparentam estar presentes em uma


determinada situação, quando, na realidade, não estão, isto é, são causas de
exclusão da ilicitude imaginárias.

 Espécies de Discriminantes Putativas:

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a) ERRO PROBIÇÃO INDIRETO: O agente supõe agir sob uma justificante em
razão de erro quanto à sua existência ou seus limites.
b) ERRO DE TIPO PERMISSIVO (TEORIA LIMITADA DA CULPABILIDADE): O
agente engana-se quanto aos pressupostos fáticos do evento, isto é,
supõe estar diante de uma situação de fato que, na realidade, não existe
(“fantasia a injusta agressão”).

4.2. Culpabilidade:

Segundo a teoria tripartite, é o terceiro elemento do crime, consistindo no


juízo de reprovação sobre autor do fato típico e ilícito.

Requisitos normativos: a) imputabilidade; b) potencial consciência da ilicitude


e c) exigibilidade de conduta diversa.

 Imputabilidade: é a capacidade de imputação. É o conjunto de condições


pessoais que conferem ao sujeito ativo a capacidade de discernimento e
a l
compreensão para entender seus atos e determinar-se conforme esse
io n
entendimento.
a c
u c ER
E M d IL
A legislação penal brasileira adotou o Sistema Biopsicológico de
determinação da imputabilidade, levando em consideração desenvolvimento mental
e
rt RO
do agente e sua capacidade de entendimento e autodeterminação no momento da
conduta.
p o OR
S C 41- m
Hipóteses de Inimputabilidade:
u H 89
m Z .7 .co
a) em razão de anomalia psíquica (art. 26, caput, do CP);
u I
V er L
dezoito anos;
O .
U
0
4
4 ma il
b) em razão da menoridade (art. 27, do CP e art. 228, da CF): Menores de

d R 4 3 g
c) em razão de embriaguez proveniente de caso fortuito ou força maior (art.
A PE D 0 er@
28, §1º, do CP).
l
mi

lc
Potencial Consciência da Ilicitude: possibilidade de o agente conhecer o
p
caráter ilícito da sua conduta. Em resumo, a capacidade de o agente saber
que age de forma contrária ao ordenamento jurídico.

Erro de proibição: O agente sabe exatamente o que faz, mas desconhece sua
ilicitude. Ex.: Holandês que fuma maconha no Brasil pensando que aqui sua
conduta também não é ilícita.

Art. 21, CP - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a


ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá
diminuí-la de um sexto a um terço.
Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite
sem a consciência da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas
circunstâncias, ter ou atingir essa consciência.

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 Exigibilidade de Conduta Diversa: consiste na exigência de que, dadas as
circunstâncias de fato, o agente tivesse possibilidade de realizar outra
conduta, de acordo com o ordenamento jurídico.

São causas de exclusão da exigibilidade de conduta diversa: a coação moral


irresistível e obediência hierárquica.

Art. 22, CP - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita


obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico,
só é punível o autor da coação ou da ordem.

Para haver caracterização da obediência hierárquica, é imprescindível ordem


do superior hierárquico, ou seja, a manifestação de vontade do titular de uma função
pública, a um funcionário que lhe é subordinado, no sentido de que realize uma
conduta positiva ou negativa.

Assim, só se fala em obediência hierárquica na relação pública (não há


subordinação na relação, privada, familiar, etc.). a l
io n
Se a ordem é claramente ilegal o superior e subordinado serão
a c
responsabilizados penalmente.
u c ER
E M d IL
e
rt RO
p o OR
S C 41- m u H 89
De acordo com Eugenio Raul Zaffaroni, coculpabilidade é a corresponsabilidade do
um IZ .7 .co
er L
Estado e da sociedade no cometimento de determinados delitos, praticados por
U 4
4 ma il
cidadãos que possuem menor âmbito de autodeterminação diante das circunstâncias
V O 3 . 0
do caso concreto, principalmente no que se refere a condições sociais e econômicas
d R 4 g
A PE D 0 er@
do agente, o que enseja menor reprovação social.
l
Nesse sentido, ainda que cometessem o mesmo crime, a pena de uma pessoa
mi
de alto nível social e econômico, portadora de ensino superior, seria maior do que a
p lc
sanção imposta a uma pessoa de baixo nível cultural e econômico. Zaffaroni defende
que, neste último caso, o Estado seria corresponsável pelo delito, pois não ofereceu
condições de aprimoramento cultural e econômico ao agente.
Em suma, com previsão legal no artigo 66, do Código Penal, significa repartir a
reprovabilidade da conduta entre o criminoso e a sociedade. Ademais, é reconhecer
que a coletividade teve uma parcela de responsabilidade na conduta daquele
sujeito.

FCC - DPE-CE – 2014: Segundo entendimento doutrinário, o


consentimento do ofendido (quando não integra a própria

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descrição típica), a adequação social e a inexigibilidade de
conduta diversa constituem causas supralegais de exclusão,
respectivamente, da
a) tipicidade, da culpabilidade e da ilicitude.
b) culpabilidade, da tipicidade e da ilicitude.
Questões c) ilicitude, da tipicidade e da culpabilidade.
d) ilicitude, da culpabilidade e da tipicidade.
e) culpabilidade, da ilicitude e da tipicidade.
Justificativas: o consentimento do ofendido é apresentado pela
doutrina majoritária como uma causa supralegal de exclusão da
antijuridicidade da conduta. Por sua vez a adequação social
configura um elemento de afastamento da tipicidade, visto que
não cabe ao ordenamento penal proibir condutas as quais a
sociedade não entende como ilícitas ou as aceita como
toleráveis. Por fim, a inexigibilidade de conduta diversa recai
sobre a culpabilidade.
ALTERNATIVA: C
a l
io n
c
Ano: 2017. Banca: CESPE. Órgão: DPE-AL. Prova: Defensor
a
Público
u c ER
E M d IL
Com relação à ilicitude e às causas de exclusão, julgue os itens a
seguir. e
rt RO
p o OR
S C 41- m
taxativas. u H 89
I. As causas de exclusão de antijuridicidade previstas no CP são

um IZ .7 .co
V Oer L U
0
4
4 mail
II. As fontes das causas de justificação são a lei, a necessidade e
a falta de interesse.
.
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
III. Os efeitos das causas excludentes de antijuridicidade se
l i
estendem à esfera extrapenal.
m
p lc
IV. O consentimento do ofendido é causa de exclusão de
ilicitude expressa no CP.

Estão certos apenas os itens

a) I e III.
b) I e IV
c) II e III.
d) II e IV.
e) III e IV.

GABARITO: C

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I. ERRADO: existem causas de excludente de ilicitude
que estão fora do art. 23, do CP, como a permissão
para o aborto em certos casos. Ainda, existem as
causas supralegais de excludentes de ilicitude, como
o consentimento do ofendido.
II. CORRETO: as causas de justificação (sinônimo de
excludente de ilicitude) podem ser a lei, como o
estrito cumprimento de um dever legal; a
necessidade, como o estado de necessidade; e a falta
de interesse, como o consentimento do ofendido.
III. CORRETO: art. 65. Faz coisa julgada no cível a
sentença penal que reconhecer ter sido o ato
praticado em estado de necessidade, em legítima
defesa, em estrito cumprimento de dever legal ou no
exercício regular de direito.
IV. ERRADO: não é expressa.

a l
io n
a c
Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-MA Prova: FCC - 2018 - DPE-
MA - Defensor Público
u c ER
E M d IL
A legítima defesa: e
rt RO
p o OR
S C 41- m u H 89
A) é meio de exclusão da ilicitude em face de qualquer injusta
agressão, desde que os bens jurídicos atacados sejam o

um IZ .7 .co
patrimônio, a vida ou a integridade corporal.

V er L
O
U
.
4
0
il
B) é cabível ainda que o bem agredido esteja submetido a outra
4 ma
forma de especial proteção, como o proprietário que ameaça o
d R 4 3 g
inquilino para que preserve o imóvel.
A PE D 0 er@
C) se legitima como forma de exclusão da antijuridicidade diante
l i
de agressão injusta, entendida como aquela realizada mediante
m
p lc
comportamento do agressor que implique em crime doloso.
D) quando praticada em excesso, após cessada a agressão,
implica em punição na modalidade culposa.
E) exclui a antijuridicidade da conduta quando repele agressão
injusta que esteja ocorrendo ou em vias de ocorrer, desde que a
ação defensiva seja moderada e utilize os meios necessários.
GABARITO: E.

a) Errada. Não há rol taxativo de quais serão os bens jurídicos


sujeitos a legítima defesa.

b) Errada. O exemplo apresentado não caracteriza legítima


defesa visto que não se trata de agressão injusta. Caberia, no
caso concreto, ação civel de reintegração de posse ou até um
multa prevista no contrato de locação. Lembremos que o direito

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penal é a ultima racio, logo não se justificaria qualquer uso da
força.

c) Errada. Não é requisito que o a agressão se qualifique como


crime doloso ou não, desde que seja injusta, atual ou iminente.

d) Errada. Eventual excesso na legítima defesa importa em


resonhecimento de crime doloso.

Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-RS Prova: FCC - 2018 - DPE-
RS - Defensor Público

Na madrugada de um sábado, Jorge, cabo da Polícia Militar,


retornava para casa, em um bairro bastante violento da capital.
Policial experiente, que já havia sido ameaçado por algumas
a l
io n
lideranças do tráfico na região, ciente das constantes disputas
entre grupos rivais que ocorriam na comunidade, Jorge era
a c
cuidadoso e sempre caminhava pelo bairro em trajes civis. A

u c ER
cerca de 5 metros da esquina de sua casa, Jorge assustou-se
d IL
com dois homens que dobraram a esquina correndo, os quais,
E M
e
ao vê-lo, apontaram-lhe as armas que portavam. Diante da
rt RO
situação sinistra em que se via, Jorge não titubeou e agiu
p o OR
conforme seus treinamentos: sacou seu revólver com extrema

S C 41- m u H 89
rapidez e habilidade e, com disparos certeiros, atingiu
letalmente os dois homens que lhe apontavam as armas.
um IZ .7 .co
V er L U 4 il
4 ma
Jorge, então, acionou a Polícia Militar e o serviço de socorro
O . 0
d R 4 3
médico de emergência, que compareceram ao local, tendo os
g
A PE D 0 er@
agentes militares constatado que os homens atingidos eram
l
dois policiais civis que participavam de uma operação contra o
mi
tráfico no bairro e se preparavam para prender alguns suspeitos
p lc
em flagrante.

Da leitura do enunciado, é correto afirmar:

A) Apesar de sua conduta típica e ilícita, a Jorge não deve ser


aplicada qualquer pena, sendo-lhe inexigível conduta diversa
diante das circunstâncias que compunham o contexto em que
se viu envolvido, que o levaram a supor situação de fato que, se
existisse, tornaria sua ação legítima.
B) A Jorge deve ser imputada a prática de dois homicídios
dolosos, em concurso material, qualificados por terem como
vítimas policiais civis (art. 121, § 2° , VII − por duas vezes −, c/c
art. 69, ambos do CP).
C) A Jorge deve ser imputada a prática de dois homicídios

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dolosos, em concurso material, sem possibilidade de
qualificação pela condição das vítimas, uma vez que o autor
desconhecia essa circunstância (art. 121, caput − por duas vezes
−, c/c art. 69, ambos do CP).
D) A Jorge deve ser imputada a prática de dois homicídios
culposos, em concurso formal, tendo em vista sua conduta
imprudente, uma vez que efetuou os disparos sem prévia
identificação e ordem de parada (art. 121, § 3° − por duas vezes
−, c/c art. 70, ambos do CP).
E) A Jorge não deve ser imputada a prática de crime, uma vez
que agiu sob o pálio da legítima defesa enquanto excludente da
ilicitude, estando sua ação especialmente justificada pelas
circunstâncias da situação em que se viu envolvido − a chamada
legítima defesa putativa.

GABARITO: A. (ATENÇÃO! Questão com alto índice de erros!)


a l
O caso relata uma situação de erro de tipo permissivo
io n
c
(percepção fática equivocada pelo agente que se existisse
a
c ER
tornaria a ação legítima), diante da legítima defesa putativa por
u
erro invencível, logo será isento de pena.
E M d IL
e
rt RO
Obs. lembrase que as descriminantes putativas não excluem a
o OR
ilicitude, que é, justamente, o erro da alternativa "e".
p
S C 41- m u H 89
Descriminantes putativas: Art. 20, § 1º, CP- É isento de pena
m IZ .7 .co
quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias,
u
V O er L.
U
0
4
4 ma il
supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação
legítima. Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa
d R 4 3 g
e o fato é punível como crime culposo.
A PE D 0 er@
l
mi
5. PUNIBILIDADE p lc
Sanção penal é a resposta estatal, no exercício do ius puniendi e após o
devido processo legal, ao responsável pela prática de um crime ou de uma
contravenção penal. Divide-se em duas espécies: penas e medidas de segurança5. Por
pena, pode-se entender como a consequência jurídica do fato típico, ilícito e
culposo, porém não elemento constitutivo do crime segundo doutrina majoritária.

5.1. Teorias da Finalidade da Pena

A pena objetiva retribuir o mal causado.


5
MASSON, Cléber Rogério. Direito Penal esquematizado – Parte Geral. v.1. 5.ed. Rio de Janeiro:
Forense; São Paulo: Método, 2016.

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Pune-se alguém pelo simples fato de
haver delinquido.
TEORIA ABSOLUTA OU
RETRIBUCIONISTA A pena deverá ser proporcional ao fato
praticado.

Não tem finalidade prática, pois não se


preocupa com a readaptação social do
infrator da lei penal.
A pena atua como instrumento de
prevenção.

A pena passa a ser algo instrumental,


um meio de combate à ocorrência e
reincidência de crimes.
TEORIA PREVENTIVA OU TEORIA
a l
UTILITARISTA
io n
A pena deixa de ser proporcional à
c
gravidade do crime praticado, podendo
a
ADOTADO PELO CP redundar em
u c ER penas indefinidas

E M d IL
(enquanto não se tiver certeza que a
pena vai evitar a reincidência, essa pena
e
rt RO
continuará a sendo executada).

p o OR
S C 41- m u H 89 Essa teoria trabalha mais com o agente
do que com o fato.

um IZ .7 .co A pena objetiva retribuição e

V O er L
.
U
0
4
4 ma il prevenção.

d R 3 g
TEORIA ECLÉTICA OU UNIFICADORA OU A pena é retribuição proporcional ao
4
A PE D 0 er@
MISTA
l
mal culpável do delito, mas também

mi orienta-se à realização de outros fins

p lc (de prevenção geral e prevenção


especial), sem ignorar a ressocialização
(Código Penal (artigo 59).

A prevenção de novas infrações penais atende a um aspecto dúplice: geral e especial.


A prevenção geral é destinada ao controle da violência, na medida em que busca
diminuí-la e evitá-la. Pode ser negativa ou positiva.
A prevenção geral negativa, idealizada por J. P. Anselm Feuerbach com arrimo em
sua teoria da coação psicológica, tem o propósito de criar no espírito dos potenciais
criminosos um contra estímulo suficientemente forte para afastá-los da prática do

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crime.
Prevenção geral positiva, de outro lado, consiste em demonstrar e reafirmar a
existência, a validade e a eficiência do Direito Penal.
Para a prevenção especial negativa, o importante é intimidar o condenado para que
ele não torne a ofender a lei penal. Busca, portanto, evitar a reincidência.
Já, a prevenção especial positiva preocupa-se com a ressocialização do condenado,
para que no futuro possa ele, com o integral cumprimento da pena, ou, se presentes
os requisitos legais, com a obtenção do livramento condicional, retornar ao convívio
social preparado para respeitar as regras a todos impostas pelo Direito 6.

TEORIA NEGATIVA/AGNÓSTICA DA PENA

Preconizada por Nilo Batista e Eugenio Raúl Zaffaroni, parte da confrontação entre a l
os modelos ideais de estado de polícia e de direito para melhor compreender a
io n
a
função política do Direito Penal e precisar o conceito e as implicações da pena.c
u c ER
E M d IL
A teoria negativa/ agnóstica da pena refuta as funções positivas declaradas ou
manifestas da pena (retribuição e prevenção geral e especial), asseverando que as
e
rt RO
teorias positivas da pena são legitimantes do estado de polícia, sociologicamente

p o OR
falsas por serem baseadas em generalizações arbitrárias e carentes de comprovação
u H 89
empírica e acobertadoras do real exercício do poder punitivo.
S C 41- m
um IZ .7 .co
A teoria agnóstica estabelece um conceito de pena que é negativo por duas razões:

V O er L.
U
0
4
4 ma il
a) não concede qualquer função positiva a pena; b) é obtido por exclusão (trata-se
de coerção estatal que não entra no modelo reparador nem no administrativo
d R 4 3 g
direto). E agnóstico quanto a sua função, pois confessa não a conhecer 7.
A PE D 0 er@
l
mi
p lc
5.2. Espécies de Pena:

Art. 5º, XLVI, C.F/88 - a lei regulará a individualização da pena e adotará,


entre outras (rol exemplificativo), as seguintes: a) privação ou restrição da
liberdade; b) perda de bens; c) multa; d) prestação social alternativa; e)
suspensão ou interdição de direitos;

São vedadas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada; b) de caráter


perpétuo; c) de trabalhos forçados; d) de banimento; e) cruéis.

A Transação Penal (e suspensão condicional do processo) não configura pena,

6
Masson. Cléber Rogério. Op. Cit.
7
Roig, Rodrigo Duque Estrada. Aplicação da pena: limites, princípios e novos parâmetros - 2. ed.
- São Paulo : Saraiva, 2015.

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mas medida despenalizadora.

5.3. Critérios de fixação da Pena Privativa de Liberdade:

O CP adotou o Sistema Trifásico (Nelson Hungria):

Art. 68, CP. - A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59


deste Código; em seguida serão consideradas as circunstâncias atenuantes
e agravantes; por último, as causas de diminuição e de aumento.

1ª FASE: o juiz fixa a Pena Base (circunstâncias judiciais do art. 59, CP) sobre a pena
simples ou qualificada.

Art. 59. O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta


social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e
consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima,
estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e
prevenção do crime:
a l
BASE)
io n
II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos; (PENA-

a c
c ER
2ª FASE: Pena Intermediária / Provisória – o juiz considera agravantes (arts. 61 e 62,
u
CP) e atenuantes (arts. 65 e 66, CP).
E M d IL
e
rt RO
3ª FASE: Pena Definitiva – causas de aumento e diminuição da pena.

p o OR
S C 41- m u H 89
Calculada a pena privativa de liberdade, o juiz, em seguida, deve anunciar o
Regime Inicial de cumprimento de pena.

um IZ .7 .co
V O er L
.
U
0
4
4 ma il
Depois de fixado o regime inicial, o magistrado deve analisar a possibilidade
de Substituição da Pena Privativa de Liberdade por Penas Alternativas ou conceder
d
o “Sursis”. R 4 3 g
A PE D 0 er@
l i
 Agravantes: em regra, as agravantes sempre agravam a pena, SALVO:
m
idem”. p lc
a) Quando constituem ou qualificam o crime. Isso se dá para evitar “bis in

b) Quando a circunstância atenuante for preponderante (art. 67, do CP –


Quando, no concurso de agravante e atenuante, a atenuante for
preponderante, não incide a agravante).
c) Quando a pena-base for fixada no máximo.

 Atenuantes: são circunstâncias que sempre atenuam a pena, SALVO:


a) Quando constituem ou privilegiam o crime.
b) Quando a agravante concorrente for preponderante.
c) Quando a pena-base for fixada no mínimo (Súmula 231 do STJ).

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Segundo a súmula 231 do STJ, “a incidência da circunstância atenuante não pode
conduzir à redução da pena abaixo do mínimo legal”. Tal súmula deve ser criticada
em concurso para Defensoria, sendo os principais argumentos:

a) Não havendo previsão legal, há violação ao princípio da legalidade. Na primeira


fase, existe determinação legal (art. 59, II). Na segunda fase, a determinação é
jurisprudencial.

b) Essa súmula ignora o princípio da individualização da pena.

c) Essa súmula pode violar o princípio da isonomia.

a l
io n
a c
u c ER
d IL
Na terceira fase, o juiz não está adstrito aos limites mínimos e máximos previstos
E M
e
no preceito secundário, isto é, ao aplicar as causas de aumento ou de diminuição de
rt RO
pena, o juiz pode ultrapassar o limite máximo da pena em abstrato ou reduzir aquém
do mínimo.
p o OR
S C 41- m u H 89
 Concurso de atenuantes e agravantes:
um IZ .7 .co
V O er L.
U 4
4 ma il
Art. 67, CP - No concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve
0
aproximar-se do limite indicado pelas circunstâncias preponderantes,
d R 4 3 g
entendendo-se como tais as que resultam dos motivos determinantes do
A PE D 0 er@
l
crime, da personalidade do agente e da reincidência.

mi
p lc
ATENÇÃO! A jurisprudência estabeleceu uma ordem de preponderância:
1) 1ª Atenuantes da MENORIDADE /SENILIDADE;
2) 2ª Agravante da REINCIDÊNCIA;
3) 3ª ATENUANTES / AGRAVANTES SUBJETIVAS;
4) 4ª ATENUANTES / AGRAVANTES OBJETIVAS.

 Agravante da Reincidência:
Art. 63, CP - Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo
crime, depois de transitar em julgado a sentença que, no País ou no
estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior.

 Requisitos da Reincidência:
a) Trânsito em julgado de sentença penal condenatória por crime anterior;
+
b) Cometimento de novo crime: Basta o cometimento de novo crime para a
reincidência. Assim, a sentença que condena nesse novo crime apenas

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declara a reincidência, pois o agente passa a ser reincidente desde o
momento em que comete nova infração penal após ter contra si
condenação criminal anterior transitada em julgado.

Art. 7º, LCP – Verifica-se a reincidência quando o agente pratica uma


contravenção depois de passar em julgado a sentença que o tenha
condenado, no Brasil ou no estrangeiro, por qualquer crime, ou, no Brasil,
por motivo de contravenção.

Em síntese:
SENTENÇA COMETIMENTO DE NOVA RESULTADO
CONDENATÓRIA INFRAÇÃO
DEFINITIVA
Crime Crime Reincidência
(praticado no Brasil ou no (art. 63, do CP)
estrangeiro)
Crime Contravenção Penal
a l
Reincidência
(praticado no Brasil ou no n
(art. 7º, do LCP)
io
estrangeiro)
a c
Contravenção Penal Contravenção Penal
u c ER Reincidência
(no Brasil)
Contravenção Penal Crime
E M d IL (art. 7º, do LCP)
Não configura
(no Brasil) e
rt RO Reincidência

p o OR
Contravenção Penal
(estrangeiro) S C 41- m u H 89
Contravenção Penal (Brasil)
Não configura
Reincidência

um IZ .7 .co
V er L
. 0
U
4 ma 4 il
Art. 120, do CP - A sentença que conceder perdão judicial não será considerada para
O
d R 4 3
efeitos de reincidência. g
A PE D 0 er@
l
 i
Para efeito de reincidência:
m
p lc
a) não prevalece a condenação anterior, se entre a data do cumprimento ou
extinção da pena e a infração posterior tiver decorrido período de tempo
superior a 5 (cinco) anos, computado o período de prova da suspensão ou
do livramento condicional, se não ocorrer revogação (prazo depurador). É
o sistema da temporariedade
b) não se consideram os crimes militares próprios e políticos. (CAI MUITO!!)
c) prova-se com a certidão cartorária (Entendimento pacificado no STJ)

ATENÇÃO! DIVERGÊNCIA
STF Basta a folha de
antecedentes
STJ Indispensável a certidão
cartorária

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 Concursos de causas de aumento e diminuição na 3ª fase:

Art. 68, p.ú., do CP - No concurso de causas de aumento ou de diminuição


previstas na parte especial, pode o juiz limitar-se a um só aumento ou a
uma só diminuição, prevalecendo, todavia, a causa que mais aumente ou
diminua.

CONCURSO DE CAUSAS DE AUMENTO


Aplicação dos dois aumentos.
CONCURSO DE 02 CAUSAS DE
AUMENTO PREVISTAS NA PARTE Obs.: o segundo aumento recai sobre a
GERAL DO CP pena precedente / originária, e não
sobre a pena já aumentada (p. da
incidência isolada).
Aplicação dos dois aumentos.
CONCURSO DE 02 CAUSAS DE
AUMENTO, UMA PREVISTA NA PARTE Obs.: o segundo aumento recai sobre a
ESPECIAL E OUTRA NA PARTE GERAL pena precedente / originária, e não
a l
DO CP sobre a pena já aumentada (p. da
io n
incidência isolada).
a c
c ER
O magistrado escolhe se aplica as 2
u
CONCURSO DE 02 CAUSAS DE
AUMENTO PREVISTAS NA PARTE E M d IL
causas de aumento (observando o
princípio da incidência isolada) ou se
ESPECIAL DO CP e
rt RO
aplica somente a que mais aumenta a
o OR
pena, incide o art. 68, parágrafo único,
p
S C 41- m u H 89
do CP.
CONCURSO DE CAUSAS DE DIMINUIÇÃO

um IZ .7 .co Aplicação de ambas.

V O er L
.
U
0
4
CONCURSO DE 02 CAUSAS DE
4 ma il
DIMINUIÇÃO PREVISTAS NA PARTE Obs.: a segunda diminuição recai sobre
d R 4 3
GERAL DO CPg a pena já diminuída (p. da incidência
A PE D 0 er@
l cumulativa).
CONCURSO DE 02 CAUSAS DE
mi Aplicação de ambas.

p lc
DIMINUIÇÃO, UMA PREVISTA NA
PARTE GERAL E OUTRA NA PARTE Obs.: a segunda diminuição recai sobre
ESPECIAL DO CP a pena já diminuída (p. da incidência
cumulativa).
o magistrado escolhe se aplica as 2
CONCURSO DE 02 CAUSAS DE causas de diminuição (observando o
DIMINUIÇÃO PREVISTAS NA PARTE princípio da incidência cumulativa) ou
ESPECIAL DO CP se aplica somente a que mais diminui
a pena, incide o art. 68, parágrafo
único, do CP.

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Já no caso do concurso heterogêneo, há 1 aumento e 1 diminuição. O juiz deve
aplicar ambas (princípio da incidência cumulativa). Neste caso, prevalece na doutrina
e jurisprudência que o magistrado deve primeiro aumentar e depois diminuir, pois é
mais favorável ao réu.

JURISPRUDÊNCIA: A existência de condenação anterior, ocorrida em prazo superior


a 5 anos, contado da extinção da pena, poderá ser considerada como maus
antecedentes?
1a corrente: SIM. Posição pacífica do STJ. Incide o princípio da temporariedade para a
reincidência e da perpetuidade para os maus antecedentes, desde que transitada em
julgado.
2a corrente: NÃO. Últimos julgados do STF. Incide o princípio da temporariedade
a l
Min. Dias Toffoli, j. em 11/2/104. Info 735. Info 799.
io n
para a reincidência e para os maus antecedentes. STF. 1a turma. HC 119200/PR, Rel.

a c
5.4. Fixação do Regime Inicial de Cumprimento de Pena:
u c ER
E M d IL
e
rt RO
Após fixar o quantum da pena, o magistrado deve estabelecer o regime inicial

o OR
e posterior analisar se é caso se substituição da pena privativa de liberdade por
p
S C 41- m u H 89
restritivas de direito ou de SURSIS da pena.
Art. 33, do CP - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado,

um Z .7 .co
semiaberto ou aberto. A de detenção, em regime semiaberto, ou aberto,
I
er L U il
salvo necessidade de transferência a regime fechado.
4
4 ma
§ 1º - Considera-se:

d V R O
4 3 . 0
a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança
g
A PE D 0 er@
l
máxima ou média;
b) regime semiaberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial
i
ou estabelecimento similar;
m
p lc
c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou
estabelecimento adequado.
§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma
progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os seguintes
critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais
rigoroso:
a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la
em regime fechado;
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos
e não exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime
semi-aberto;
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4
(quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto.
§3º - A determinação do regime inicial de cumprimento da pena far-se-á
com observância dos critérios previstos no art. 59 deste Código.
(CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS)

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A prisão simples (pena privativa de liberdade para as contravenções) não admite
regime fechado, nem mesmo por regressão de regime.

5.5. Penas Restritivas de Direitos:

São sanções penais fixadas em substituição à pena privativa de liberdade e


consistem na supressão ou diminuição de um ou mais direitos do apenado.

 Espécies:
a) Prestação de Serviços à Comunidade;
b) Limitação de Fim de Semana;
c) Interdição Temporária de Direitos;
a l
d)
e)
Prestação Pecuniária;
Perda de Bens e Valores.
io n
a c

u c ER
Características: há autonomia e substutividade em relação as penas privativas
d IL
de liberdade, todavia há exceções. Ex.: O Art. 28 da Lei de Drogas prevê
E M
principal. e
sanções restritivas de direito não em substituição, mas sim como medida
rt RO
p o OR
S C 41- m u H 89
As restritivas de direitos têm, em regra, a mesma duração das penas
privativas de liberdade substituídas, conforme o art. 55, do CP. Excepcionalmente, há
um IZ .7 .co
er L
restritivas de direitos (de natureza real) com duração diferente da pena privativa de
U 4
4 ma il
liberdade substituída. (Perda de Bens e Valores e Prestação Pecuniária). Ademais, a

d V R O
4 3 . 0
Prestação de Serviços à Comunidade pode ser cumprida em menor tempo do que a
g
A PE D 0 er@
pena privativa de liberdade substituída, conforme art. 46, §4º, do CP.
l
mi
Art. 46, CP - A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas é

(...) p lc
aplicável às condenações superiores a seis meses de privação da liberdade.

§ 4o Se a pena substituída for superior a um ano, é facultado ao condenado


cumprir a pena substitutiva em menor tempo (art. 55), nunca inferior à metade
da pena privativa de liberdade fixada.

 Requisitos das Penas Restritivas de Direitos (cumulativos):


a) aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime
não for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer
que seja a pena aplicada, se o crime for culposo;
b) o réu não for reincidente em crime doloso;
c) a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do
condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa
substituição seja suficiente.

 Critérios para a substituição:

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a) Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser feita
por multa ou por uma pena restritiva de direitos;
b) se superior a um ano, a pena privativa de liberdade pode ser substituída
por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de
direitos (Art. 44, §2o, CP).

 Conversão em Pena Privativa de Liberdade:


a) Descumprimento Injustificado da Restrição imposta – a pena restritiva de
direitos converte-se em privativa de liberdade quando ocorrer o
descumprimento injustificado da restrição imposta. No cálculo da pena
privativa de liberdade a executar será deduzido o tempo cumprido da
pena restritiva de direitos, respeitado o saldo mínimo de trinta dias de
detenção ou reclusão. (Art. 44, §4o, do CP).
b) Superveniência de condenação a pena privativa de liberdade por outro
crime. Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade, por outro
crime, o juiz da execução penal decidirá sobre a conversão, podendo
deixar de aplicá-la se for possível ao condenado cumprir a pena
a l
substitutiva anterior (Art. 44, §5o, CP)
io n
a c
5.6. Suspensão Condicional da Pena:
u c ER
E M d IL
Verdadeira medida descarcerizadora, a suspensão condicional da pena tem
e
rt RO
por finalidade evitar o aprisionamento daqueles que foram condenados a penas de
curta duração.8
p o OR
 Requisitos: S C 41- m u H 89
um IZ .7 .co
a) condenação a pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos;

V O er L
. 0
U
4 ma 4 il
b) o condenado não seja reincidente em crime doloso;
c) a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do
d R 4 3 g
agente, bem como os motivos e as circunstâncias autorizem a concessão
A PE D 0 er@
do benefício;
l i
d) não seja indicada ou cabível a substituição por restritivas de direito.
m
 p lc
Sursis etário e humanitário: cabível na execução de penas privativas de
liberdade não superior a 4 ANOS poderá ser suspensa, por um período
QUATRO A SEIS ANOS, desde que o condenado seja maior de setenta anos de
idade (ETÁRIO), ou razões de saúde justifiquem a suspensão (HUMANITÁRIO).

Imposições:
Art. 78, do CP - Durante o prazo da suspensão, o condenado ficará sujeito
à observação e ao cumprimento das condições estabelecidas pelo juiz.
§ 1º - No primeiro ano do prazo, deverá o condenado prestar serviços à
comunidade (art. 46) ou submeter-se à limitação de fim de semana (art.
48).
§ 2° Se o condenado houver reparado o dano, salvo impossibilidade de
fazê-lo, e se as circunstâncias do art. 59 deste Código lhe forem
inteiramente favoráveis, o juiz poderá substituir a exigência do parágrafo

8
GRECO, Rogério. Curso de direito penal: parte geral - v. 1. 17. ed. Niterói: Impetus, 2016.

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anterior pelas seguintes condições, aplicadas cumulativamente:
a) proibição de freqüentar determinados lugares;
b) proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do
juiz;
c) comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para
informar e justificar suas atividades.

 O magistrado pode especificar outras condições a que fica subordinada a


suspensão, desde que adequadas ao fato e à situação pessoal do condenado.
 A suspensão não se estende às penas restritivas de direitos nem à multa.
 A condenação anterior a pena de multa não impede a concessão do
benefício.
(tranformei em tabela)
a l
CAUSAS DE REVOGAÇÃO DO SURSIS
io n
Art. 81, I, CP - Condenação irrecorrível
por crime doloso.
a c
u c ER
E M d IL
Art. 81, II, 1ª parte, CP - Condenado que
frustra o pagamento da multa.
e
rt RO
ATENÇÃO! Essa causa foi tacitamente
p o OR revogada pela Lei 9.268/96. Se a multa

S C 41- m u H 89 não paga não pode ser convertida em


prisão, ela também não pode dar ensejo
um
OBRIGATÓRIAIZ .7 .co à revogação do sursis (pois a revogação

V O er L.
U
0
4
4 ma il do sursis significa converter o benefício
em prisão).
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l Art. 81, II, 2ª parte, CP - Não efetuar,
mi sem motivo justificado, a reparação do
p lc dano. Se a reparação do dano ocorre
antes da sentença, deve ser concedido
sursis especial para o agente.

Art. 81, III, CP - Descumprimento


injustificado das condições do art. 78,
§1º, do CP (condições estabelecidas
pelo juiz).
Art. 81, §1º, 1ª parte, do CP -
Descumprimento injustificado de
qualquer outra condição (art. 78, §2º e
art. 79, do CP). O beneficiário deve ser
ouvido antes da revogação nesse caso.

Art. 81, §1º, 2ª parte, do CP -

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Condenação irrecorrível por crime
FACULTATIVA culposo ou contravenção penal a pena
privativa de liberdade ou restritiva de
direitos.
Nos casos de revogação facultativa pode
o juiz:
(i) revogar o benefício;
(ii) advertir novamente o
beneficiário;
(iii) prorrogar o período de prova até
o máximo; ou, ainda,
(iv) exacerbar as condições impostas.

a l
io n
a c
c ER
Obs: O não pagamento da pena de multa não admite revogação, sequer facultativa.
u
E M d IL
 e
rt RO
Prorrogação do Sursis (art. 81, §2º, do CP):
p o OR
Prorrogação do período de prova
S C 41- m u H 89
Art. 81, do CP – (...)

um IZ .7 .co
§2º - Se o beneficiário está sendo processado por outro crime ou

V O er L
.
U
0
4
4 ma il
contravenção, considera-se prorrogado o prazo da suspensão até o
julgamento definitivo.

d R 4 3 g
§ 3º - Quando facultativa a revogação, o juiz pode, ao invés de decretá-la,

A PE D 0 er@
l
prorrogar o período de prova até o máximo, se este não foi o fixado.

5.7. Extinção da punibilidademi


p lc
São causas de extinção da punibilidade:
a) morte do agente;
b) pela anistia, graça ou indulto;
c) pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como
criminoso;
d) pela prescrição, decadência ou perempção;
e) pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes
de ação privada;
f) pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite;
g) pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei.

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TEORIA DAS JANELAS QUEBRADAS (BROKEN WINDOWS THEORY)

Trata-se de uma teoria que surgiu em 1969 na Universidade de Stanford. Um


pesquisador deixou um carro em uma região pobre e outro num local rico. O do local
pobre foi saqueado, destruído e o da região rica ficou intacto. Com isso, ele quebrou
um vidro do carro da região rica. Neste momento, com a janela quebrada o carro foi
todo destruído e saqueado. No campo da psicologia social, chegou-se à conclusão
que o fator decisivo da criminalizada não é a pobreza, é sim a sensação de
impunidade.

No Brasil, essa teoria foi aplicada na Lei 11.340/06 (o legislador quis evitar as
lesões mais graves) – Lei Maria da Penha: combate com rigor todo e qualquer tipo de
violência doméstica contra a mulher.
a l
io n
Ex. lesão corporal leve contra a mulher: não cabe transação, suspensão condicional.
Etc.
a c
u c ER
JURISPRUDÊNCIA E M d IL
e
rt RO
p o OR
LEI DE DROGAS: O grau de pureza da droga é irrelevante para fins de dosimetria da

S C 41- m u H 89
pena. De acordo com a Lei nº 11.343/2006, preponderam apenas a natureza e a
quantidade da droga apreendida para o cálculo da dosimetria da pena. STF. (Info
818).
um IZ .7 .co
V O er L
. 0
U4 ma4 il
TEORIA GERAL DA PENA: É legítima a fixação de regime inicial semiaberto, tendo em
d R 4 3 g
A PE D
conta a quantidade e a natureza do entorpecente, na hipótese em que ao
0 er@
condenado por tráfico de entorpecentes tenha sido aplicada pena inferior a 4 anos
l
de reclusão. STF (Info 819).
mi
p lc
LEI DE DROGAS. MAUS ANTECEDENTES: Possibilidade de, no caso concreto,
desconsiderar condenações anteriores datadas há mais de 5 anos para fins de maus
antecedentes. Para o entendimento pacificado no STJ, mesmo ultrapassado o lapso
temporal de cinco anos, a condenação anterior transitada em julgado é considerada
como maus antecedentes. Apesar disso, em um caso concreto, o STJ decidiu rela-
tivizar esse entendimento e afirmou que era possível a aplicação da minorante
prevista no § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343/2006 em relação a réu que, apesar de ser
tecnicamente primário ao praticar o crime de tráfico, ostentava duas condenações (a
primeira por receptação culposa e a segunda em razão de furto qualificado pelo
concurso de pessoas) cujas penas foram aplicadas no mínimo legal para ambos os
delitos anteriores (respectivamente, 1 mês em regime fechado e 2 anos em regime
aberto, havendo sido concedido sursis por 2 anos), os quais foram perpetrados sem
violência ou grave ameaça contra pessoa, considerando-se ainda, para afastar os
maus antecedentes, o fato de que, até a data da prática do crime de tráfico de

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drogas, passaram mais de 8 anos da extinção da punibilidade do primeiro crime e da
baixa dos autos do segundo crime, sem que tenha havido a notícia de condenação
do réu por qualquer outro delito, de que ele se dedicava a atividades delituosas ou
de que integrava organização criminosa. Vale ressaltar que o STJ não mudou seu
entendimento acima explicado. A decisão foi tomada com base nas circunstâncias do
caso concreto. STJ. (Info 580)

TEORIA GERAL DA PENA: Se o réu, não reincidente, for condenado, por tráfico de
drogas, a pena de até 4 anos, e se as circunstâncias judiciais do art. 59 do CP forem
positivas (favoráveis), o juiz deverá fixar o regime aberto e deverá conceder a
substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos, preenchidos os
requisitos do art. 44 do CP. A gravidade em abstrato do crime não constitui
motivação idônea para justificar a fixação do regime mais gravoso. STF. (Info 821).

TEORIA GERAL DA PENA. CONDUTA SOCIAL: Condenações anteriores transitadas


em julgado não podem ser utilizadas como conduta social desfavorável STF. (Info
825).
a l
io n
c
DOSIMETRIA DA PENA Caso o Tribunal, na análise de apelação exclusiva da defesa,
a
c ER
afaste uma das circunstâncias judiciais (art. 59 do CP) valoradas de maneira negativa
u
E M d IL
na sentença, a pena base imposta ao réu deverá, como consectário lógico, ser
reduzida, e não mantida inalterada. STJ. 6a turma. HC 251/417-MG, Rel. Min.
e
rt RO
Rodrigo Schietti Cruz, j. em 3/11/2015. Info 573.

p o OR
S C 41- m u H 89
DOSIMETRIA DA PENA: É possível compensar a atenuante da confissão espontânea
(art. 65, III, “d”, do CP) com a agravante da promessa de recompensa (art. 62, IV).
m Z .7 .co
STJ. 5ª Turma. HC 318.594-SP, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 16/2/2016 (Info
u I
V O er L
. 0
U4 ma4 il
577). ATENÇÃO! TESE IMPORTANTE PARA DEFENSORIAS!!

d R 3 g
O réu praticou o crime com violência contra a mulher. Isso configura uma agravante
4
A PE D 0 er@
(art. 61, I, "f", do CP). No entanto, ele confessou a prática do crime, o que é uma
l i
atenuante (art. 65, III, "d"). Diante disso, qual dessas circunstâncias irá prevalecer?
m
p lc
Nenhuma delas. Elas irão se compensar. Segundo decidiu o STJ, compensa-se a
atenuante da confissão espontânea (art. 65, III, "d", do CP) com a agravante de ter
sido o crime praticado com violência contra a mulher (art. 61, II, "f", do CP). STJ. 6ª
Turma. AgRg no AREsp 689.064-RJ, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado
em 6/8/2015 (Info 568). ATENÇÃO! TESE IMPORTANTE PARA DEFENSORIAS!!

O STJ tem firme entendimento de que a atenuante da confissão espontânea, por


envolver a personalidade do agente, deve ser utilizada como circunstância
preponderante quando do concurso entre agravantes e atenuantes, nos termos
consignados pelo art. 67 do CP. Nessa linha intelectiva, o STJ, por ocasião do
julgamento do REsp 1.341.370-MT, Terceira Seção, DJe 17/4/2013, submetido ao
rito do art. 543-C do CPC, pacificou a compreensão de que a agravante da
reincidência e a atenuante da confissão espontânea, por serem igualmente
preponderantes, devem ser compensadas entre si. Nessa senda, o referido
entendimento deve ser estendido, por interpretação analógica, à hipótese em

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análise, dada sua similitude, por também versar sobre a possibilidade de
compensação entre circunstâncias preponderantes. ATENÇÃO! TESE IMPORTANTE
PARA DEFENSORIAS!!

Caso o réu tenha confessado a prática do crime (o que é uma atenuante), mas seja
reincidente (o que configura uma agravante), qual dessas circunstâncias irá
prevalecer?
1ª) Posição do STJ: em regra, reincidência e confissão se COMPENSAM. Exceção: se o
réu for multirreincidente, prevalece a reincidência.
2ª) Posição do STF: a agravante da REINCIDÊNCIA prevalece.
STJ. 6ª Turma. AgRg no REsp 1.424.247-DF, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em
3/2/2015 (Info 555). ATENÇÃO! TESE IMPORTANTE PARA DEFENSORIAS!!

PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS: O condenado que recebeu pena restritiva de


direitos e ainda nem sequer iniciou seu cumprimento não tem o direito de escolher
cumprir a pena privativa de liberdade que foi originalmente imposta. A reconversão

a l
da pena restritiva de direitos em pena privativa de liberdade depende da ocorrência
n
dos requisitos legais (descumprimento das condições impostas pelo juiz da conde-
io
c
nação), não cabendo ao condenado, que nem sequer iniciou o cumprimento da
a
c ER
pena, escolher ou decidir a forma como pretende cumprir a sanção, pleiteando
u
d IL
aquela que lhe parece mais cômoda ou conveniente. STJ. (Info 584).
E M
e
rt RO
DOSIMETRIA. CUSTO DA INVESTIGAÇÃO: Os elevados custos da atuação estatal
o OR
para apuração da conduta criminosa e o enriquecimento ilícito obtido pelo agente
p
S C 41- m u H 89
não constituem motivação idônea para a valoração negativa do vetor
“consequências do crime” na 1ª fase da dosimetria da pena. Em outras palavras, o
m Z .7 .co
fato de o Estado ter gasto muitos recursos para investigar os crimes (no caso, era
u I
V er L0
U4 ma4 il
uma grande operação policial) e de o réu ter obtido enriquecimento ilícito com as
práticas delituosas não servem como motivo para aumentar a pena-base. STF. (Info
O .
845)
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l i
LEI DE DROGAS. Se o réu, não reincidente, for condenado, por tráfico de drogas, a
m
p lc
pena de até 4 anos, e se as circunstâncias judiciais do art. 59 do CP forem positivas
(favoráveis), o juiz deverá fixar o regime aberto e deverá conceder a substituição da
pena privativa de liberdade por restritiva de direitos, preenchidos os requisitos do
art. 44 do CP. A gravidade em abstrato do crime não constitui motivação idônea para
justificar a fixação do regime mais gravoso. STF. 1ª Turma. HC 129714/SP, Rel. Min.
Marco Aurélio, julgado em 11/10/2016 (Info 843). STF. 1ª Turma. HC 130411/SP, red.
p/ o acórdão Min. Edson Fachin, julgado em 12/4/2016 (Info 821). STF. 2ª Turma. HC
133028/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 12/4/2016 (Info 821).

LEI MARIA DA PENHA: Cabe substituição da pena privativa de liberdade por


restritiva de direitos em caso de contravenção penal envolvendo violência doméstica
contra a mulher? NÃO. Posição majoritária do STF e Súmula 588 do STJ. SIM. Existe
um precedente da 2ª Turma do STF (HC 131160, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em
18/10/2016). STF. (Info 884).

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CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA: O pagamento integral do débito tributário,
a qualquer tempo, até mesmo após o trânsito em julgado da condenação, é causa de
extinção da punibilidade do agente, nos termos do art. 9º, § 2º, da Lei nº
10.684/2003. STJ. 5ª Turma. HC 362.478-SP, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em
14/9/2017 (Info 611). STF. 2ª Turma. RHC 128245, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em
23/08/2016.

PRESCRIÇÃO. PUBLICAÇÃO DA SENTENÇA: Cartório que não certificou o dia do


recebimento da sentença Havendo dúvida resultante da omissão cartorária em
certificar a data de recebimento da sentença conforme o art. 389 do CPP, não se
pode presumir a data de publicação com o mero lançamento de movimentação dos
autos na internet, a fim de se verificar a ocorrência de prescrição da pretensão
punitiva. STJ. 6ª Turma. HC 408.736-ES, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura,
julgado em 06/02/2018 (Info 619).

a l
FURTO: O pagamento do débito oriundo de furto de energia elétrica (art. 155, § 3º
n
do CP) antes do oferecimento da denúncia é causa de extinção da punibilidade, nos
io
termos do art. 9º da Lei nº 10.684/2003?
a c
6ª Turma do STJ: SIM
u c ER
E M d IL
O valor fixado como contraprestação de serviços públicos essenciais como a energia
elétrica e a água, conquanto não seja tributo, possui natureza jurídica de preço
e
rt RO
público, aplicando-se, por analogia, as causas extintivas da punibilidade previstas
para os crimes tributários.
p o OR
26/09/2017. S C 41- m u H 89
STJ. 6ª Turma. AgRg no AREsp 796.250/RJ, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em

5ª Turma do STJ: NÃO


um IZ .7 .co
V er L0
U4 ma4 il
O furto de energia elétrica não pode receber o mesmo tratamento dado aos crimes
tributários, considerando serem diversos os bens jurídicos tutelados e, ainda, tendo
O .
d R 3 g
em vista que a natureza jurídica da remuneração pela prestação de serviço público,
4
A PE D 0 er@
no caso de fornecimento de energia elétrica, é de tarifa ou preço público, não possui
l i
caráter tributário, em relação ao qual a legislação é expressa e taxativa. Nos crimes
m
p lc
patrimoniais existe previsão legal específica de causa de diminuição da pena, qual
seja, o instituto do arrependimento posterior, previsto no art. 16 do CP. STJ. 5ª
Turma. HC 412.208-SP, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 20/03/2018 (Info 622).

Prefeito que, ao sancionar lei aprovada pela Câmara dos Vereadores, inclui artigo
que não constava originalmente no projeto votado pratica o crime de falsificação de
documento público (art. 297, § 1º do CP). No momento da dosimetria, o fato de o
réu ser Prefeito não pode ser utilizado como circunstância desfavorável para
aumentar a pena-base na primeira fase e, em seguida, ser empregado como causa
de aumento do § 1º do art. 297 do CP. Se ele for utilizado duas vezes, haverá bis in
idem. Assim, essa circunstância (condição de Prefeito) deve ser considerada apenas
uma vez, na terceira fase da pena, como majorante (causa de aumento). STF. 1a
turma. AP 971/RJ, Rel. Min. Edson Fachin, j. em 18/6/2016.

Aumento de pena pelo fato de a corrupção ter sido praticada por Promotor ou

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policial: há um maior grau de reprovabilidade. (Info 522, STJ c/c 722 e 835, STF)

A existência de inquéritos policiais ou de ações penais sem trânsito em julgado não


podem ser considerados como maus antecedentes para fins de dosimetria da pena.
STF. Plenário. HC 94620/MS e HC 94680/SP, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgados
em 24/6/2015 (Info 791).

No caso de crime de tortura perpetrado contra criança em que há prevalência de


relações domésticas e de coabitação, não configura bis in idem a aplicação conjunta
da causa de aumento de pena prevista no art. 1º, § 4º, II, da Lei nº 9.455/1997 (Lei
de Tortura) e da agravante genérica estatuída no art. 61, II, "f", do Código Penal. STJ.
6ª Turma. HC 362.634-RJ, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em
16/8/2016 (Info 589).

O fato de o réu ter bons antecedentes pode ser considerado como uma atenuante
inominada do art. 66 do CP? NÃO. Não caracteriza circunstância relevante anterior

a l
ao crime (art. 66 do CP) o fato de o condenado possuir bons antecedentes criminais.
n
Isso porque os antecedentes criminais são analisados na 1ª fase da dosimetria da
io
c
pena, na fixação da pena-base, considerando que se trata de uma circunstância
a
c ER
judicial do art. 59 do CP. STJ. 6ª Turma. REsp 1405989/SP, Rel. Min. Sebastião Reis
u
d IL
Júnior, Rel. p/ Acórdão Min. Nefi Cordeiro, julgado em 18/08/2015 (Info 569).
E M
e
rt RO
João, reincidente, foi condenado a uma pena de 1 ano e 4 meses de reclusão, em
o OR
regime inicial fechado, pela prática do crime de furto simples (art. 155, caput, do
p
S C 41- m u H 89
CP). A defesa postulou a aplicação do regime aberto com base no princípio da
insignificância, considerado o objeto furtado ter sido apenas uma garrafa de licor. O
m Z .7 .co
STF decidiu impor o regime semiaberto. Entendeu-se que, de um lado, o regime
u I
V er L0
U4 ma4 il
fechado deve ser afastado. Por outro, não se pode conferir o regime aberto para um
condenado reincidente, uma vez que isso poderia se tornar um incentivo à
O .
d R 3 g
criminalidade, ainda mais em cidades menores, onde o furto é, via de regra,
4
A PE D 0 er@
perpetrado no mesmo estabelecimento. A reincidência delitiva do paciente, que
l i
praticou o quinto furto em pequeno município, eleva a gravidade subjetiva de sua
m
p lc
conduta. STF. 1ª Turma. HC 136385/SC, Rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ ac. Min.
Alexandre de Moraes, julgado em 7/8/2018 (Info 910).

Em caso de descumprimento injustificado da pena restritiva de direitos (ex:


prestação pecuniária), o CP prevê, como consequência, a reconversão da pena
restritiva de direitos em privativa de liberdade. Logo, o juiz não deve decretar o
arresto dos bens do condenado como forma de cumprimento forçado da pena
substitutiva. A possibilidade de reconversão da pena já é a medida que, por força
normativa, atribui coercividade à pena restritiva de direitos. Ex: João foi condenado
a pena de 3 anos de reclusão, tendo o juiz substituído a pena privativa de liberdade
por duas restritivas de direitos. Uma delas foi o pagamento de prestação pecuniária
no valor total de R$ 100 mil, parceladamente em 36 prestações mensais. O
Ministério Público afirmou que o prazo para cumprimento da prestação pecuniária é
muito longo e que haveria o risco de o condenado não pagar. Diante disso, pediu ao
juiz que decretasse o arresto dos bens do sentenciado. Este requerimento deverá

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ser indeferido. STJ. 6ª Turma. REsp 1.699.665-PR, Rel. Min. Maria Thereza de Assis
Moura, julgado em 07/08/2018 (Info 631)

A falta de estabelecimento penal adequado não autoriza a manutenção do


condenado em regime prisional mais gravoso; b. Os juízes da execução penal
poderão avaliar os estabelecimentos destinados aos regimes semiaberto e aberto,
para qualificação como adequados a tais regimes. São aceitáveis estabelecimentos
que não se qualifiquem como “colônia agrícola, industrial” (regime semiaberto) ou
“casa de albergado ou estabelecimento adequado” (regime aberto) (art. 33, §1º,
alíneas “b” e “c”, do CP); c) Havendo déficit de vagas, deverá determinar-se: (i) a
saída antecipada de sentenciado no regime com falta de vagas; (ii) a liberdade
eletronicamente monitorada ao sentenciado que sai antecipadamente ou é posto
em prisão domiciliar por falta de vagas; (iii) o cumprimento de penas restritivas de
direito e/ou estudo ao sentenciado que progride ao regime aberto; d) Até que sejam
estruturadas as medidas alternativas propostas, poderá ser deferida a prisão
domiciliar ao sentenciado. STF. Plenário. RE 641320/RS, Rel. Min. Gilmar Mendes,
julgado em 11/5/2016 (repercussão geral ) (Info 825).
a l
io n
c
O cumprimento de pena em penitenciária federal de segurança máxima por motivo
a
c ER
de segurança pública não é compatível com a progressão de regime prisional. STF. 2ª
u
julgado em 6/9/2016 (Info 838).
E M d IL
Turma. HC 131.649/RJ, rel. orig. Min. Cármen Lúcia, rel. p/ac. Min. Dias Toffoli,

e
rt RO
SÚMULAS
p o OR
S C 41- m u H 89
um
SV 56: A falta de estabelecimento penal adequado não autoriza a manutenção do
IZ .7 .co
er L U il
condenado em regime prisional mais gravoso, devendo-se observar, nessa hipótese,
4
4 ma
os parâmetros fixados no RE 641.320/RS

d V R O
4 3 . 0 g
Súmula 171 do STJ: Cominadas cumulativamente, em lei especial, penas privativas
A PE D 0 er@
de liberdade e pecuniária, é defeso a substituição da prisão por multa.
l
mi
Súmula 231 STJ – a incidência da circunstância atenuante não pode conduzir à
p lc
redução da pena abaixo do mínimo legal.
Súmula 241 STJ: a reincidência penal não pode ser considerada como circunstância
agravante e, simultaneamente, como circunstância judicial.
Súmula 269, STJ: É admissível a adoção do regime prisional semiaberto aos
reincidentes condenados a pena igual ou inferior a quatro anos se favoráveis as
circunstâncias judiciais (CAI MUITO!!!)
Súmula 440, do STJ: Fixada a pena-base no mínimo legal, é vedado o
estabelecimento de regime prisional mais gravoso do que o cabível em razão da
sanção imposta, com base apenas na gravidade abstrata do delito.
Súmula 443, STJ - O aumento na terceira fase de aplicação da pena no crime de
roubo circunstanciado exige fundamentação concreta, não sendo suficiente para a
sua exasperação a mera indicação do número de majorantes.
Súmula 444, STJ – é vedada a utilização de inquéritos policias e ações penais em

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curso para agravar a pena base.
Súmula 491/STJ: É inadmissível a chamada progressão per saltum de regime
prisional.
Súmula 527 – STJ: O tempo de duração da medida de segurança não deve
ultrapassar o limite máximo da pena abstratamente cominada ao delito praticado.
Súmula 536-STJ: A suspensão condicional do processo e a transação penal não se
aplicam na hipótese de delitos sujeitos ao rito da Lei Maria da Penha.
Súmula 562-STJ: É possível a remição de parte do tempo de execução da pena
quando o condenado, em regime fechado ou semiaberto, desempenha atividade
laborativa, ainda que extramuros
Súmula 545, do STJ: Quando a confissão for utilizada para a formação do
convencimento do julgador, o réu fará jus à atenuante prevista no artigo 65, III, d, do
Código Penal.
Súmula 534-STJ: A prática de falta grave interrompe a contagem do prazo para a
a l
progressão de regime de cumprimento de pena, o qual se reinicia a partir do
cometimento dessa infração.
io n
a c
comutação de pena ou indulto. u c ER
Súmula 535-STJ: A prática de falta grave não interrompe o prazo para fim de

E M d IL
Súmula 526-STJ: O reconhecimento de falta grave decorrente do cometimento de
e
rt RO
fato definido como crime doloso no cumprimento da pena prescinde – DISPENSA –

p o OR
do trânsito em julgado de sentença penal condenatória no processo penal
instaurado para apuração do fato.
S C 41- m u H 89
um
Súmula 587, do STJ: Para a incidência da majorante prevista no artigo 40, V, da Lei
IZ .7 .co
er L
11.343/06, é desnecessária a efetiva transposição de fronteiras entre estados da
U4 ma4 il
federação, sendo suficiente a demonstração inequívoca da intenção de realizar o

d V O 3 .
tráfico interestadual.
R 4
0 g
A PE D 0 er@
Súmula 588, do STJ: A prática de crime ou contravenção penal contra a mulher com
l i
violência ou grave ameaça no ambiente doméstico impossibilita a substituição da
m
p lc
pena privativa de liberdade por restritiva de direitos
Súmula 698, STF: Não se estende aos demais crimes hediondos a admissibilidade de
progressão no regime de execução da pena aplicada ao crime de tortura.
Súmula 715/STF: a pena unificada para atender ao limite de trinta anos de
cumprimento, determinado pelo art. 75 do código penal, não é considerada para a
concessão de outros benefícios, como o livramento condicional ou regime mais
favorável de execução.
Súmula 718, do STJ: A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime
não constitui motivação idônea para a imposição de regime mais severo do que o
permitido segundo a pena aplicada.
Súmula 716, STF: Admite-se a progressão de regime de cumprimento de pena ou a
aplicação imediata de regime menos severo nela determinada, antes do trânsito em
julgado da sentença condenatória.
Súmula 717, STF: Não impede a progressão de regime de execução da pena, fixada

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em sentença não transitada em julgado, o fato de o réu se encontrar em prisão
especial.
Súmula 718 do STF :A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime
não constitui motivação idônea para a imposição de regime mais severo do que o
permitido segundo a pena aplicada.
Súmula 719, do STF: A imposição do regime de cumprimento mais severo do que a
pena aplicada permitir exige motivação idônea. (A motivação idônea é a gravidade
em concreto).

FCC - DPE-SP– 2009 - Considere as seguintes afirmações:


I. É com base na teoria da prevenção geral negativa que o legislador
aumenta penas na crença de conter a criminalidade com a ajuda do
Código Penal.
a l
io n
II. Além de atribuir à pena privativa de liberdade a inalcançável
finalidade reeducadora, atrás das ideias utilitárias da prevenção
Questões
a c
especial sempre há uma confusão entre direito e moral e entre crime
e pecado.
u c ER
d IL
III. A teoria retributiva parte da ideia da compensação da culpa, do
E M
e
pressuposto de que a justa retribuição ao fato cometido se dá
rt RO
através da individualização e diferenciação da pena.
p o OR
Está correto o que se afirma SOMENTE em
a) I.
b) II.S C 41- m u H 89
um
c) III. IZ .7 .co
V O er L U
d) I e II.
. 0
4
4 ma
e) II e III.
il
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
mi
Justificativa: inicialmente, note que o examinador busca uma visão
crítica sobre as funções da pena, inclusive com uma abordagem a
p lc
partir da Teoria Agnóstica da Pena.

I. CERTA. A prevenção geral negativa acredita na IDEIA que aplicação


da pena visa desestimular a prática de crimes por outros membros
da sociedade, efeito psicológico.

II. CERTA. A Teoria Agnostica/Negativa da pena nega, em regra, a


função ressocializadora da pena, isto é, seu caráter preventivo
especial positivo, bem como aponta que tal tentativa vise imprimir
condicionantes morais da sociedade ao indivíduo.

III. ERRADA. A teoria retributiva parte a ideia que a pena é uma


resposta ao injusto provocado, nesse sentido a pena deve ser
aplicada na proporção da ofensa gerada pelo crime. A preocupação
não é a individualização da pena ou a compensação de culpa, mas

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sim a resposta a violação da norma, a sanção tem caráter
instrumental.

ALTERNATIVA: D

Ano: 2018. Banca: FCC. Órgão: DPE-AP. Prova: Defensor Público


Sobre a finalidade da pena e sua aplicação, é correto afirmar que
a) a prevenção especial positiva pressupõe que, na sociedade
moderna e plural, desenvolvem-se múltiplos subsistemas culturais,
que possuem distintos códigos de conduta, muitas vezes
contrapostos. O Estado, transformado em um órgão secular desde o
Iluminismo, decide qual deve ser o modo de vida mais correto, para
em seguida impô-lo por meio do cárcere.
b) as teorias absolutas da pena tiveram aspectos positivos, como
no idealismo alemão, no qual serviram para defender o cidadão da
arbitrariedade do poder do monarca. Mas, mesmo atualmente
a l
n
gozando de baixa reputação, por não levarem em consideração o
io
homem como um ser social, possuem previsão legal.
a c
c ER
c) a escola finalista introduz o pensamento de prevenção geral
u
E M d IL
positiva, de que a pena deveria assumir uma missão de proteção de
bens jurídicos sem observar os valores ético-sociais, que pressupõe,
e
rt RO
entre outros objetivos, a conformação dos valores morais da
comunidade.
p o OR
S C 41- m u H 89
d) a individualização da pena, prevista no texto constitucional e

um
reconhecida pela jurisprudência, tem como fundamento maior a
IZ .7 .co
er L
prevenção geral e especial, afastado o caráter retributivo por
U 4 il
4 ma
expressa definição legal, e permite ao juiz, em qualquer fase da

d V O 3 . 0 g
dosimetria, aumentar ou diminuir a pena aquém e além dos marcos
R 4
A PE D 0 er@
da pena prevista no tipo.
l i
e) a base da teoria unificadora dialética da pena é a de que o
m
p lc
direito penal enfrenta o indivíduo de três maneiras: ameaçando com
penas, impondo-as e executando-as, e que cada uma dessas três
esferas de atividade necessita de justificação em separado, sempre
alternando entre retribuição, prevenção geral e especial.

GABARITO: B
Teoria Absoluta da Pena: a seria teria caráter utilitário de retribuição
do mal causado.
Teoria Relativa: a pena teria um objetivo, o de prevenir a ocorrência
de novos crimes.
- prevenção geral: é um controle geral da violência, destinando-se a
toda a sociedade. Pode ser negativa ou positiva: a) negativa: a pena
serve para desestimular a prática criminosa; b) positiva: demonstra a
possibilidade de incidência da norma penal.
- prevenção especial: destinada diretamente ao apenado. Também

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pode ser positiva ou negativa: a) positiva: ressocialização,
modificação do condenado; b) negativa: evitar a reincidência.
Teoria mista, eclética, ou unificadora: mistura as teorias anteriores.
É o que está previsto na LEP. Os objetivos não são alternativos, e sim
concomitantes.
a) ERRADA. A prevenção especial positiva é bastante criticada
por tentar “normalizar” os condenados, modificando sua
personalidade e, portanto, desrespeitando a multiplicidade
cultural, as particulares dos seres que compõem uma
sociedade plural.
b) CERTA. A importância da teoria absoluta foi justamente a
existência de uma previsão legal que limitasse o arbítrio do
poder absoluto. Hoje, ela é criticada porque a retribuição não
resolve os problemas da criminalidade, mas existem
previsões legais neste sentido.
c) ERRADA. O finalismo não é estudado nas teorias da pena. A
missão de proteção dos bens jurídicos importantes é
a l
fundamento da teoria funcionalista de Roxim.
io n
c
d) ERRADA. Não se afasta o caráter retributivo da pena, nem é
a
c ER
possível, na primeira fase da pena, a redução desta abaixo do
u
E M d IL
mínimo legal, nem a superação de seu máximo.
e) ERRADA. Não existe alternância. Os objetivos da pena são
e
rt RO
visado ao mesmo tempo.

p o OR
S C 41- m u H 89
um
Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-MA Prova: FCC - 2018 - DPE-MA -
IZ .7 .co
er L U
Defensor Público
4 il
4 ma
d V R O
4 3 . 0 g
Sobre a prescrição é correto afirmar que:
A PE D 0 er@
l
m i
plc penal que absolve o réu é causa de interrupção da
A) a sentença
prescrição.
B) ainda que seja causa que interrompe a prescrição, o início do
cumprimento da pena não faz com que o prazo volte a correr da
data dessa interrupção.
C) com a concessão do livramento condicional volta a correr o prazo
para a prescrição da pretensão executória.
D) o acórdão meramente confirmatório da decisão de pronúncia não
interrompe a prescrição da pretensão punitiva.
E) entre a data do fato e o recebimento da denúncia a prescrição
pode ocorrer de forma retroativa com base na pena aplicada na
sentença.
GABARITO: B ATENÇÃO! QUESTÃO COM ALTO NÍVEL DE ERROS!

A - ERRADA, uma vez que se o réu foi absolvido, não faz sentido

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haver interrupção da prescrição, que vai ocorrer se ele for
condenado, conforme o Código Penal (CP): Art. 117 - O curso da
prescrição interrompe-se: (...)

IV - pela publicação da sentença ou acórdão condenatórios


recorríveis;

B - CERTA, pois o início do cumprimento da pena é uma expressa


exceção à regra de que todo o prazo prescricional começa a correr
novamente, do dia da interrupção, sendo contado desta data:

CP: Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se: (...)

V - pelo início ou continuação do cumprimento da pena; (...)

§ 2º - Interrompida a prescrição, salvo a hipótese do inciso V deste


artigo, todo o prazo começa a correr, novamente, do dia da
a l
interrupção.
io n
a c
c ER
C - ERRADA, já que a concessão do livramento condicional faz parte
u
E M d IL
do cumprimento da pena, não interrompendo e nem muito menos
suspende o prazo da prescrição executória. Esta só será
e
rt RO
interrompida se o condenado deixar de cumprir as condições e
o OR
restrições impostas no livramento.
p
S C 41- m u H 89
D - ERRADA, já que o CP prevê a pronúncia (Art. 117, II) ou a sua
m Z .7 .co
mera decisão confirmatória como causa interruptiva:
u I
V er L U 4
0
il
4 ma
Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se: (...)
O .
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
III - pela decisão confirmatória da pronúncia;
l
mi
p lc
E - ERRADA. A prescrição que acontece entre a data do fato e o
recebimento da denúncia é chamada de prescrição da pretensão
punitiva abstrata e regula-se pelo tempo máximo da pena privativa
de liberdade para o crime cometido em abstrato, ou seja, sem levar
em conta as circunstâncias concretas do ocorrido.

Como exemplo: o prazo máximo da pena de furto é de 4 anos (art.


155, CP), tendo prazo prescricional (art. 109, IV, CP) de 8 anos. Se o
crime ocorreu em 2008 e em 2018 ainda não houve o recebimento
da denúncia, ele está prescrito, não podendo de forma nenhuma se
dar com base na pena aplicada na sentença, pois a denúncia sequer
pode ser recebida.

Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-MA Prova: FCC - 2018 - DPE-MA -

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Defensor Público

Sobre o regime inicial de cumprimento de pena é correto afirmar


que:

A) as causas de aumento só interferem na determinação do regime


inicial na medida em que alterem a quantidade de pena imposta na
sentença.
B) os crimes hediondos ou equiparados devem ser cumpridos em
regime inicial fechado.
C) se utilizados para majoração da pena na primeira fase, os maus
antecedentes não podem influenciar na determinação do regime
inicial.
D) o regime aberto deve ser aplicado sempre que se verifique a
situação de vulnerabilidade do réu diante do sistema penal.

l
E) se a pena aplicada for superior a oito anos o regime inicial será
a
obrigatoriamente o fechado.
io
GABARITO: A ATENÇÃO! QUESTÃO COM ALTO NÍVEL DE ERROS! n
a c
u c ER
B - Previsão é inconstitucional (Recurso Extraordinário com Agravo

E Md IL
(ARE) 1052700, de relatoria do ministro Edson Fachin).

e
rt RO
C - Art. 33 § 3º - A determinação do regime inicial de cumprimento
p o OR
da pena far-se-á com observância dos critérios previstos no art. 59

S C 41- m u H 89
deste Código. Cód Penal

um IZ .7 .co
V O er L U
4 ma 4 il
D - Não existe tal previsão.
. 0
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
E - A pena superior a 8 anos somente inicirará no regime fechado se
l i
for de reclusão, se for detenção será regime semi-aberto.
m
plccrimes.
Agora, vamos estudar alguns

6. CRIMES CONTRA À PESSOA

6.1 Homicídio

HOMICÍDIO SIMPLES (art. 121, do CP): Matar alguém: Pena – reclusão, de seis a vinte
anos.
Só é hediondo quando praticado por grupo de extermínio (art. 1º, I, Lei
8.092/90).
TRANSFORMEI EM TABELA

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TOPOGRAFIA
Art. 121, caput, do CP homicídio doloso simples
Art. 121, §1º, do CP homicídio doloso privilegiado
Art. 121, §2º, do CP homicídio doloso qualificado
Art. 121, §3º, do CP homicídio culposo
Art. 121, §4º, do CP homicídio agravado ou majorado
Art. 121, §5º, do CP perdão judicial.
Art. 121,§ 6º, do CP majorante do grupo de extermínio
ou milícia armada (Lei nº 12.720/12)

HOMICÍDIO PRETERDOLOSO E LESÃO CORPORAL SEGUIDA DE MORTE: são


sinônimos, portanto homicídio preterdoloso não é crime contra a vida, ou seja, não é a l
io
da competência do Tribunal do Júri, e sim do juiz singular. Ademais, encontra-se n
previsto como lesão corporal seguida de morte.
a c
u c ER
E M
culposo, admite-se a suspensão condicional do processo.
d IL
ATENÇÃO: embora não haja homicídio de menor potencial ofensivo, quando

e
rt RO
p
HOMICÍDIO PRIVILEGIADO (art. 121, §1º): o OR
S C 41- m u H 89
Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou

um IZ .7 .co
moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação
er L U 4
4 ma il
da vítima, ou juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.
V O . 0
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
m i
Causa de diminuição dap lc precisa ser reconhecida pelos jurados (Júri);
pena:
Sob o domínio de violenta emoção x sob influência de emoção: a 1ª é
privilegiadora, já a 2ª é mera atuante.
Art. 30, do CP - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter
pessoal, salvo quando elementares do crime. Como o privilégio só altera a pena, e
não o crime, trata-se de mera circunstância, e não de elementar. Logo, não se
comunica.

HOMICÍDIO QUALIFICADO (art. 121, §2º): Art. 121, §2°, do CP - Se o homicídio é


cometido:
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;
II - por motivo fútil;
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura (exemplos) ou
outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum
(encerramento genérico);

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IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso
que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido;
V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de
outro crime;

Feminicídio
VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino:
(...)
§ 2o-A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o
crime envolve:
I - violência doméstica e familiar;
II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher.

(...)

Aumento de pena

§ 7o A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade


se o crime for praticado:

l
I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto;
a
ou com deficiência;
io n
II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos

c
III - na presença de descendente ou de ascendente da vítima.” (NR)
a
com a seguinte alteração:
u c ER
Art. 2o O art. 1o da Lei no 8.072, de 25 de julho de 1990, passa a vigorar

“Art. 1o (...)
E M d IL
e
I - homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de

rt RO
extermínio, ainda que cometido por um só agente, e homicídio qualificado
o OR
(art. 121, § 2o, I, II, III, IV, V e VI);
p
S C 41- m u H 89
Homicídio e lesão corporal qualificados: VII – contra autoridade ou agente

um descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do


IZ .7 .co
sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da

V O er L.
U
0
4
4 ma il
função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou
parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição: Pena -

d R 4 3 g
reclusão, de doze a trinta anos.
A PE D 0 er@
l i
RESUMO: QUALIFICADORAS
m
p lc “Paga recompensa”: o recebimento é
prévio. Ele recebe a recompensa e,
após, comete o crime.

“Promessa de recompensa”: o
pagamento é convencionado a um
momento posterior ao crime. Deve ter
natureza econômica.

I - mediante paga ou promessa de Motivo do crime.


recompensa, ou por outro motivo
torpe Qualificadora de caráter subjetivo, e se
aplica apenas ao executor.

“Outro motivo torpe”: um motivo vil,

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abjeto, moralmente reprovável, que
causa “repugnância”, “nojo”.

ATENÇÃO!
Informativo 452, STJ: Depende do que
fundamenta essa vingança. Se você se
vinga de algo torpe, a vingança será
torpe. Se você se vinga de algo que não
é torpe, a vingança não será torpe.

O ciúme é motivo torpe? A doutrina diz


que não!
É o motivo insignificante,
desproporcional frente ao resultado
produzido

II - por motivo fútil Motivo do crime.


a l
io n
c
Qualificadora de caráter subjetivo.
a
u c ER
E M d IL
Ausência de motivo equivale a motivo
fútil? Não! HC 152.548 , STF.
e
rt RO
p o OR E o ciúme? STF, HC 90.744. Também

Su H -89
não é motivo fútil.
Atenção! Um motivo não pode ao
m Z C 41 om mesmo tempo ser torpe e fútil.
r u U I 4 .7 il.c São meios de execução
e
V RO 43. gm L 4 0a
d
III - com emprego de veneno
A ED 0 r@
(veneficídio – a vítima deve desconhecer
Qualificadora de caráter objetivo

P i le
que está sendo envenenado), fogo, “Meio insidioso”: é meio fraudulento.

p lcm
explosivo, asfixia (mecânia/tóxica),
tortura (exemplos) ou outro meio “Meio cruel”: é aquele que causa à
insidioso ou cruel, ou de que possa vítima um intenso e desnecessário
resultar perigo comum (encerramento sofrimento físico e/ou moral.
genérico)
“Meio de que possa resultar perigo
comum”: Perigo comum é a
probabilidade de dano a um número
indeterminado de pessoas. Basta a
possibilidade de ocorrer o perigo
comum.
IV - à traição (física/moral: aproveita de São modos de execução.
uma confiança preexistente), de
emboscada (tocaia), ou mediante Qualificadora de caráter objetivo
dissimulação (o agente faz surgir uma

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situação da falsa confiança) ou outro Pelo STJ ocorre somente quando o
recurso que dificulte ou torne agente planeja. Forma preordenada.
impossível a defesa do ofendido
Premeditação não qualifica o crime de
homicídio, por si só
V - para assegurar a execução Qualificadora de caráter subjetivo
(teleológica), a ocultação, a impunidade
ou vantagem de outro crime Conexão ocasional
(consequencial)

Homicídio híbrido = privilegiado e qualificado. Só é possível o homicídio híbrido


quando a qualificadora for objetiva.
a l
io n
c
STF (HC 98.265) – depende da natureza jurídica da qualificadora:
a
Privilégio
c ER
Qualificadoras
u
Natureza subjetiva – sempre diz respeito
à motivação do agente.
E M d IL
Subjetiva – I, II, V Objetiva – III, IV

e
rt RO
p o OR
S C 41- m u H 89
um IZ .7 .co
V O er L
. 0
U4 ma4 il
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l i
ATENÇÃO PARA A NOVIDADE LEGISLATIVA:
m
Lei 13.681/181,
lc
que altera a Lei Maria da Penha e torna crime o
p
descumprimento das medidas protetivas de urgência impostas pelo juiz.

No entanto, não se trata de responder por crime de desobediência, e sim


pelo novo tipo penal especial criado. Vejamos:

Art. 24-A. Descumprir decisão judicial que defere medidas protetivas de


urgência previstas nesta Lei:
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos.

Ademais, esta lei criou uma exceção à possibilidade de arbitramento de


fiança pela autoridade policial (art. 322, do CPP), pois proíbe essa
concessão por esta autoridade, mesmo tendo este delito pena máxima de
2 anos.

Lei 13.771/2018: altera as majorantes do feminicídio. Outra importante


novidade legislativa deste fim de ano foi a Lei nº 13.771/2018, que alterou
três causas de aumento de pena do feminicídio (art. 121, § 7º do Código
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Penal).
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HOMICÍDIO DOLOSO MAJORADO (art. 121, §§ 2º e 6º)

Art. 121, §4o, do CP - No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3


(um terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de
profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro
à vítima, não procura diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge para
evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada
de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14
(quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos.

§6º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for
praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de
segurança, ou por grupo de extermínio.

a l
HOMICÍDIO CULPOSO (art. 121, §3º):
io n
a c
c ER
Se o homicídio é culposo: Pena – detenção, de um a três anos.
u
E M d IL
e
rt RO
p o OR
S C 41- m u H 89
Homicídio culposo: infração de médio potencial ofensivo, admitindo a suspensão
m
condicional do processo.
u IZ .7 .co
V er L0
U4 ma4 il
Art. 302, Lei 9.503/97 - Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor
O .
d R 3 g
(especializante): Penas - detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proibição
4
A PE D 0 er@
de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
l
mi
p lc Homicídio culposo
Art. 121, §3º, do CP Art. 302, do CTB
Pena de 1 a 3 anos Pena de 2 a 4 anos
Admite-se suspro Não se admite suspro

HOMICÍDIO CULPOSO MAJORADO (art. 121, §4º):

No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime


resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente
deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as consequências
do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante.

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Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é
praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos.

Não admite a suspensão condicional do processo (suspro).

PERDÃO JUDICIAL (art. 121, §5º):

Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena,


se as conseqüências da infração atingirem o próprio agente de forma tão
grave que a sanção penal se torne desnecessária.

ATENÇÃO: apenas no homicídio culposo.

a l
io n
a c
Bagatela própria x bagatela imprópria: a própria é sinônimo de princípio da

u c ER
insignificância, ou seja, o fato já nasce insignificante, atingindo a tipicidade material.
d IL
Já na imprópria, há relevante lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico, mas a pena
E M
e
será desnecessária. Trata-se de um ato unilateral, que extingue a punibilidade.
rt RO
o OR
Súmula 18 do STJ: a sentença concessiva do perdão judicial é declaratória da
p
u H 89
extinção da punibilidade, não subsistindo qualquer efeito condenatório.
S C 41- m
m Z .7 .co
Art. 120, do CP - A sentença que conceder perdão judicial não será considerada para
u I
V O er L
efeitos de reincidência.

. 0
U
4 ma 4 il
d R
JURISPRUDÊNCIA
4 3 g
A PE D 0 er@
l i
HOMICÍDIO CULPOSO: O fato de o autor de homicídio culposo na direção de veículo
m
p lc
automotor estar com a CNH vencida não justifica a aplicação da causa especial de
aumento de pena descrita no inciso I do § 1º do art. 302 do CTB. O inciso I do § 1º do
art. 302 pune o condutor que “não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de
Habilitação”. O fato de o condutor estar com a CNH vencida não se amolda a essa
previsão não se podendo aplicá-lo por analogia in malam partem. STJ. (Info 581).

HOMICÍDIO. DOLO EVENTUAL. A qualificadora do motivo fútil (art. 121, § 2º, II, do
CP) é compatível com o homicídio praticado com dolo eventual? 1ª corrente: SIM. O
fato de o réu ter assumido o risco de produzir o resultado morte, aspecto
caracterizador do dolo eventual, não exclui a possibilidade de o crime ter sido
praticado por motivo fútil, uma vez que o dolo do agente, direto ou indireto, não se
confunde com o motivo que ensejou a conduta, mostrando-se, em princípio, compa-
tíveis entre si. STJ. 5ª Turma. REsp 912.904/SP, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em
06/03/2012. 2ª corrente: NÃO. A qualificadora de motivo fútil é incompatível com o
dolo, tendo em vista a ausência do elemento volitivo. STJ. 6ª Turma. HC 307.617-SP,

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Rel. Min. Nefi Cordeiro, Rel. para acórdão Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em
19/4/2016 (Info 583). STJ. 6ª Turma. HC 307.617-SP, Rel. Min. Nefi Cordeiro, Rel.
para acórdão Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 19/4/2016 (Info 583).

HOMICÍDIO. MOTIVO FÚTIL: Não incide a qualificadora de motivo fútil (art. 121, §
2º, II, do CP), na hipótese de homicídio supostamente praticado por agente que
disputava “racha”, quando o veículo por ele conduzido - em razão de choque com
outro automóvel também participante do “racha” - tenha atingido o veículo da
vítima, terceiro estranho à disputa automobilística. STJ. (Info 583).

PERDÃO JUDICIAL: O fato de os delitos terem sido cometidos em concurso formal


não autoriza a extensão dos efeitos do perdão judicial concedido para um dos
crimes, se não restou comprovada, quanto ao outro, a existência do liame subjetivo
entre o infrator e a outra vítima fatal. Ex: o réu, dirigindo seu veículo
imprudentemente, causa a morte de sua noiva e de um amigo; o fato de ter sido
concedido perdão judicial para a morte da noiva não significará a extinção da
punibilidade no que tange ao homicídio culposo do amigo. STJ. (Info 606)
a l
io n
c
HOMICÍDIO: Verifica-se a existência de dolo eventual no ato de dirigir veículo
a
c ER
automotor sob a influência de álcool, além de fazê-lo na contramão. Esse é,
u
E M d IL
portanto, um caso específico que evidencia a diferença entre a culpa consciente e o
dolo eventual. O condutor assumiu o risco ou, no mínimo, não se preocupou com o
e
rt RO
risco de, eventualmente, causar lesões ou mesmo a morte de outrem. STF. 1ª
o OR
Turma. HC 124687/MS, rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso,
p
julgado em 29/5/2018 (Info 904).
S C 41- m u H 89
m Z .7 .co
HOMICÍDIO. O simples fato do condutor do veículo estar embriagado não gera a
u I
V er L0
U4 ma4 il
presunção de que tenha havido dolo eventual: A embriaguez do agente condutor do
automóvel, por si só, não pode servir de premissa bastante para a afirmação do dolo
O .
d R 3 g
eventual em acidente de trânsito com resultado morte. A embriaguez do agente
4
A PE D 0 er@
condutor do automóvel, sem o acréscimo de outras peculiaridades, não pode servir
l i
como presunção de que houve dolo eventual. Juiz da 1ª fase do Júri deve examinar
m
p lc
se o agente que conduzia o veículo embriagado praticou homicídio doloso ou
culposo: na primeira fase do Tribunal do Júri, ao juiz togado cabe apreciar a
existência de dolo eventual ou culpa consciente do condutor do veículo que, após a
ingestão de bebida alcoólica, ocasiona acidente de trânsito com resultado morte.
STJ. 6ª Turma. REsp 1.689.173-SC, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, julgado em
21/11/2017 (Info 623).

FEMINICÍDIO. Não caracteriza bis in idem o reconhecimento das qualificadoras de


motivo torpe e de feminicídio no crime de homicídio praticado contra mulher em
situação de violência doméstica e familiar. Isso se dá porque o feminicídio é uma
qualificadora de ordem OBJETIVA - vai incidir sempre que o crime estiver atrelado à
violência doméstica e familiar propriamente dita, enquanto que a torpeza é de
cunho subjetivo, ou seja, continuará adstrita aos motivos (razões) que levaram um
indivíduo a praticar o delito. STJ. 6ª Turma. HC 433.898-RS, Rel. Min. Nefi Cordeiro,
julgado em 24/04/2018 (Info 625).

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Ano: 2015. Banca: Cespe. Órgão: DPE-PE
A respeito do conflito aparente de normas penais, dos crimes
tentados e consumados, da tipicidade penal, dos tipos de
imprudência e do arrependimento posterior, julgue o item
seguinte.
QUESTÕES: Caso um dependente químico de longa data morra após abusar de
HOMICÍDIO substância entorpecente vendida por um narcotraficante, este
responderá por homicídio culposo, devido à previsibilidade do
resultado morte nessa hipótese.
R: ERRADO.
a l
Trata-se de causa
io n
Ano: 2009. Banca: Cespe. Órgão: DPE-AL.
a c
u c ER
A premeditação, apesar de não ser considerada qualificadora do

E M d IL
delito de homicídio, pode ser levada em consideração para agravar

e
a pena, funcionando como circunstância judicial.
rt RO
No tocante ao crime de homicídio, é correto afirmar que
p o OR
S C 41- m u H 89
a) inadmissível a continuidade delitiva, por ser a vida um bem
m Z .7 .co
personalíssimo.
u I
V er L
O
U
. 0
4 il
b) possível o reconhecimento da chamada figura privilegiada
4 ma
do delito na decisão de pronúncia.
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
c) a ausência de motivos e a embriaguez completa são
l i
incompatíveis com a qualificadora do motivo fútil, consoante
m
p lc
entendimento jurisprudencial.
d) possível a coexistência entre as qualificadoras dos motivos
torpe e fútil, segundo entendimento sumulado.
e) a chamada figura privilegiada é incompatível com as
qualificadoras do emprego de meio cruel e do motivo torpe.

GABARITO: C.

Ano: 2018. Banca: CESPE. Órgão: DPE-PE. Prova: Defensor Público

No que se refere aos crimes contra a pessoa, assinale a opção


correta.
a) Ocorre o feminicídio quando o homicídio é praticado contra
a mulher por razões da condição de sexo feminino, como quando o

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crime envolve a violência doméstica e familiar ou o menosprezo ou
a discriminação à condição de mulher.
b) A pena pela prática do homicídio doloso simples será
aumentada de um terço se o agente deixar de prestar imediato
socorro à vítima, não procurar diminuir as consequências do seu
ato ou fugir para evitar a prisão em flagrante.
c) Em se tratando de homicídio doloso simples, o juiz poderá
deixar de aplicar a pena caso as consequências da infração atinjam
o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne
desnecessária.
d) A pena do feminicídio poderá ser aumentada se o crime for
praticado durante a gestação ou nos seis meses posteriores ao
parto.
e) Se o agente cometer o crime de homicídio qualificado sob
violenta emoção, logo após injusta provocação da vítima, o juiz
a l
n
deve considerar essa circunstância como atenuante genérica na
io
aplicação da pena.
a c
GABARITO: A. Letra da lei.
u c ER
E M d IL
Basta a leitura dos dispositivos acima expostos, que a questão
estará explicada. e
rt RO
p o OR
S C 41- m u H 89
um IZ .7 .co
V er L U 4
0
il
Inconformado com o fim do casamento que mantinha com Marisa,
4 ma
João passa a persegui-la todos os dias. Certo dia, sabendo que a ex-
O .
d R 4 3 g
mulher iria a uma festa na casa de amigos, João invade o local e, ao
A PE D 0 er@
avistar Marisa, nos fundos da casa, atira com seu revólver calibre
l i
38. O disparo fere Marisa no braço esquerdo, de raspão, mas
m
p lc
atinge letalmente Leonardo, que estava logo atrás da mulher no
momento do disparo e não havia sido visto pelo atirador.

Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-RS Prova: FCC - 2018 - DPE-RS -
Defensor Público
Nesse caso, é correto afirmar:

A) A ação se amolda ao que a lei prevê como concurso formal (art.


70 do CP) e João estará sujeito às penas previstas para o homicídio
qualificado como se praticado contra a mulher por razões da
condição de sexo feminino (art. 121, § 2° , VI, c/c art. 121, § 2° -A, I,
do CP), aumentada de um sexto até metade, nos termos do art. 70
c/c art. 73 do CP.
B) Se está diante de uma tentativa de homicídio e um homicídio

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consumado praticados em concurso material, aplicando-se ao
autor, cumulativamente, as penas privativas de liberdade
aplicáveis a cada um dos crimes, conforme art. 69 do CP.
C) Se está diante de conduta que se amolda ao conceito de crime
continuado, podendo-se aplicar a pena conforme disposto no art.
71, parágrafo único, do CP − a mais grave, aumentada até o triplo.
D) Se está diante de conduta que se amolda ao conceito de crime
continuado, aplicando-se a pena conforme disposto no art. 71,
caput, do CP − a mais grave, aumentada de um sexto a dois terços.
E) A ação se amolda ao que a lei prevê como concurso formal (art.
70 do CP) e a João será aplicada pena em virtude da prática de
homicídio tentado contra a mulher, qualificado por razões da
condição de sexo feminino (art. 121, § 2° , VI, c/c art. 121, § 2° -A, I,
do CP), somada àquela aplicada em razão do homicídio consumado
contra o homem, nos termos do art. 70 (parte final) c/c art. 73 do
CP.
GABARITO: A.
a l
io n
c
João responderá pelo feminicídio consumado em decorrência do
a
c ER
erro na execução (aberratio ictus - art. 73, CP), uma vez que o CP
u
E M d IL
determina que o agente deve responder como se tivesse praticado
o crime contra a pessoa visada, no caso, a Marisa. Apenas ressalto
e
rt RO
que a fixação da pena não deverá seguir a regra da primeira parte

p o OR
do art. 70 (acréscimo de 1/6 até metade), já que excederia a

S C 41- m u H 89
determinação do § único mesmo artigo, no sentido da
impossibilidade das penas ultrapssarem aquelas que seriam

um IZ .7 .co
aplicadas pelo concurso material.

V er L
O
U
.
4
0
il
4 ma
d R 4 3 g
A PE D
Ano: 2016 Banca: FCC Órgão: DPE-ES Prova: FCC - 2016 - DPE-ES -
0 er@
l
Defensor Público
mi
p lc
No tocante ao crime de homicídio, é correto afirmar que
A) inadmissível a continuidade delitiva, por ser a vida um bem
personalíssimo.
B) possível o reconhecimento da chamada figura privilegiada do
delito na decisão de pronúncia.
C) a ausência de motivos e a embriaguez completa são
incompatíveis com a qualificadora do motivo fútil, consoante
entendimento jurisprudencial.
D) possível a coexistência entre as qualificadoras dos motivos torpe
e fútil, segundo entendimento sumulado.
E) a chamada figura privilegiada é incompatível com as
qualificadoras do emprego de meio cruel e do motivo torpe.
GABARITO: C.

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Letra A) Inadmissível a continuidade delitiva, por ser a vida um
bem personalíssimo. A Súmula 605 do STF, está superada, motivo
pelo qual se admite a continuidade delitiva nos crimes contra a
vida.

"Aplica-se continuidade delitiva em crimes contra a vida?

A Súmula n° 605 do Pretória Excelso anuncia que "não se aplica


continuidade delitiva aos crimes contra a vida".

Ocorre que a referida Súmula é anterior à reforma de 1984, que


alterou o artigo em

comento (art. 71), autorizando a continuidade delitiva, mesmo nos


crimes cometidos com violência ou grave ameaça. Parece-nos,
portanto, que o entendimento sumulado está superado."

a l
io n
a c
c ER
Letra B) É impossível tal reconhecimento na decisão de pronúncia,
u
d IL
porque esse reconhecimento será feito pelo Júri.
E M
e
rt RO
Letra C) (CORRETA, consoante entendimento jurisprudencial.
o OR
Motivos já expostos acima.
p
S C 41- m u H 89
m Z .7 .co
Letra D) Possível a coexistência entre as qualificadoras dos motivos
u I
V Oer L U
0
4
4 mail
torpe e fútil, segundo entendimento sumulado. Além de não haver
entendimento sumulado sobre o assunto, alguns tribunais de
.
d R 3 g
Justiça entendem que "Tratando-se de homicídio supostamente
4
A PE D 0 er@
cometido contra uma só vítima, é incompatível a incidência
l i
concomitante das qualificadoras do motivo fútil e torpe, porquanto
m
p lc
são antagônicas e de caráter subjetivo." obs: não encontrei nada
sobre tribunias superiores, se alguém puder complementar.

Letra E) A figura privilegiada é incompatível sim com a


qualificadora do motivo torpe, uma vez que, a qualificadora do
motivo torpe tem natureza subjetiva; no entanto, é possível a
compatibilidade da figura privilegiada com a qualificadora do
emprego de meio cruel, por ser esta qualificadora de natureza
OBJETIVA, portanto, como entendimento jurisprudencial,
plenamente possível a figura do homicídio privilegiado qualificado,
desde que as qualificadoras tenham natureza objetiva, que dizem
respeito ao MODO DE EXECUÇÃO DO CRIME.

6.2 Aborto

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O art. 128, do CP, define o caso de aborto legal (permitido).

Aborto eugenésico ou eugênico: feto com risco de nascer com alguma anomalia
física ou psíquica (anencéfalo).

Crime material, admitindo tentativa.

Só é punível a título de dolo.

Ação penal pública incondicionada.

a) Aborto provocado pela gestante (autoaborto) ou com seu consentimento


a l
(art. 124): Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho
io n
provoque: Pena - detenção, de um a três anos.
a c
u c ER
E M d IL
Há divergência sobre se seria crime de mão própria ou crime próprio. Rogério
Sanches entende que é crime próprio, admitindo coautoria e participação, sendo
e
rt RO
ainda tipo especial, uma vez que o coautor responderá pelo art. 126, com pena
o OR
independente (exceção pluralista à teoria monista sobre concurso de pessoas).
p
b) S C 41- m u H 89
Aborto provocado por terceiro (art. 125): Provocar aborto, sem o
m IZ .7 .co
consentimento da gestante: Pena - reclusão, de três a dez anos.
u
V er L
0
U
4 ma 4 il
Qualquer pessoa poderá ser sujeito ativo. Trata-se de crime de dupla
O .
d R 4 3 g
subjetividade passiva (gestante e o feto).
A PE D 0 er@
l
c) i
Aborto provocado por terceiro com o consentimento da gestante (art. 126):
m
p lc
Provocar aborto com o consentimento da gestante: (Vide ADPF 54): Pena - reclusão,
de um a quatro anos. Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a
gestante não é maior de quatorze anos, ou é alienada ou débil mental, ou se o
consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência.

ATENÇÃO: este é o artigo aplicável ao terceiro. O 124 refere-se à gestante.

Pena mínima de 1 ano – é cabível a suspensão condicional do processo (art. 89, da


Lei 9.099/95)

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- Qualquer pessoa pode praticar o delito. Admite-se coautoria e participação.

- Dissenso presumido (art. 126, p.ú): a vontade das pessoas elencadas no dispositivo
é desconsiderada, uma vez que que a lei presumiu que elas não poderiam consentir,
sendo irresponsáveis. Neste caso, aplica-se o art. 125 ao terceiro e a gestante fica
isenta de sanção.

d) Forma qualificada (aborto majorado pelo resultado): art. 127 - As penas


cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, se, em
consequência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre
lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas,
lhe sobrevém a morte.

Segundo Sanches (2016, p. 102), “em qualquer dos casos, está presente a
figura do preterdolo”. No entanto, se o agente quis ou assumiu o risco quanto ao
resultado mais grave, responderá pelos dois crimes, em concurso formal (art. 70, CP).

a l
e)
n
Aborto legal: exclusão do crime (art. 128): Não se pune o aborto praticado
io
por médico: (Vide ADPF 54)
a c
u c ER
1) Aborto necessário: I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante.

E M d IL
e
Aborto necessário ou terapêutico. É necessário o preenchimento de 3
rt RO
meio capaz de salvar a gestante. p o OR
condições: a) ser praticado por médico; b) perigo de vida da gestante; c) ser o único

S C 41- m u H 89
um
2) Aborto no caso de gravidez resultante de estupro: II - se a gravidez
IZ .7 .co
er L
resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante
U 4
4 ma il
ou, quando incapaz, de seu representante legal.

d V R O
4 3 . 0 g
A PE D 0 er@
Aborto sentimental, humanitário ou ético. Igualmente, exige 3 condições:
l
mi
a) ser praticado por médico; b) gravidez decorrente de estupro; c) prévio
consentimento da gestante ou de seu representante legal.
p lc

Para a maioria da doutrina, estes incisos são causas especiais de exclusão da


ilicitude.

f) Aborto de anencéfalo.

ADPF 54: não existe crime de aborto de fetos anencéfalos. Decisão com
eficácia erga omnes e efeito vinculante, devendo retroagir. Decidiu-se que a conduta

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é atípica. As decisões condenatórias anteriores poderiam ser desconstituídas através
de habeas corpus ou revisão criminal.

INTERRUPÇÃO DA GRAVIDEZ NO PRIMEIRO TRIMESTRE DA GESTAÇÃO 9:


A 1ª Turma do STF, no julgamento do HC 124306, mencionou a possibilidade de se
admitir uma quarta exceção: a interrupção da gravidez no primeiro trimestre da
gestação provocado pela própria gestante (art. 124) ou com o seu consentimento
(art. 126) também não seria crime (HC 124306/RJ, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red.
p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em 29/11/2016. Info 849).
Pessoal, a Cespe vai cobrar!

a l
io n
a c
Ano: 2015. Banca: CESPE. Órgão: DPE-RN.
u c ER
E M d IL
Dalva, em período gestacional, foi informada de que seu bebê
QUESTÃO: e
rt RO
sofria de anencefalia, diagnóstico confirmado por laudos médicos.
ABORTO
p o OR
Após ter certeza da irreversibilidade da situação, Dalva, mesmo

S C 41- m u H 89
sem estar correndo risco de morte, pediu aos médicos que
interrompessem sua gravidez, o que foi feito logo em seguida.

um IZ .7 .co
er L U il
Nessa situação hipotética, de acordo com a jurisprudência do STF,
4 ma 4
d V R O
4 3 0
a interrupção da gravidez
. g
A PE D 0 er@
l a) deve ser interpretada como conduta atípica e, portanto, não
criminosa.
m i
b)p lc ter sido autorizada pela justiça para não configurar
deveria
crime.
c) é isenta de punição por ter ocorrido em situação de aborto
necessário.
d) configurou crime de aborto praticado por Dalva.
e) configurou crime de aborto praticado pelos médicos com
consentimento da gestante.

GABARITO COMENTADO:

a) Correta. ADPF 54: O plenário, por maioria, julgou

9
http://www.dizerodireito.com.br/2016/12/a-interrupcao-da-gravidez-no-primeiro.html

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procedente o pedido (…), a fim de declarar a
inconstitucionalidade da interpretação segundo a qual a
interrupção da gravidez de feto anencéfalo seria conduta
tipificada nos artigos 124, 126 e 128, I e II, do CP”.
b) Errado. A própria ADPF 54 já afastou esta necessidade.
c) Errado. O aborto necessário é aquele para salvar a
gestante, quando não há outro meio.
d) Não é crime.
e) Não é crime.

8. LESÃO CORPORAL

art. 129, CP: Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem.

 Bem jurídico tutelado: incolumidade pessoal do indivíduo, ou seja, a saúde


a l
corporal, mental e fisiológica.
io n
 a c
Sujeito ativo: qualquer pessoa. Crime comum.
u c ER
 Sujeito passivo: qualquer pessoa. Crime comum.
E M d IL
e
rt RO
o Exceção: mulher grávida (art. 129, §1º, IV e §2º, V), sujeito passivo
próprio.
p o OR
 S C 41- m u H 89
Ação Penal: em regra, é pública incondicionada

um IZ .7 .co
V O er L
.
U
0
4
4 ma il
Lesão dolosa leve (Art. 129, caput, do CP):

d R 4 3 g
Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:
A PE D 0 er@
l
Pena - detenção, de três meses a um ano.

mi
p lc
Infração penal de menor potencial ofensivo (Lei 9.099/95).

Ação penal será pública condicionada à representação da vítima (art. 88, da Lei
9.099/95).

Art. 88, Lei 9.099/95 - Além das hipóteses do Código Penal e da legislação especial,
dependerá de representação a ação penal relativa aos crimes de lesões corporais
leves e lesões culposas. (NÃO SE APLICA NO CASO DA LEI MARIA DA PENHA)

Segundo Sanches (2016, p. 114), há doutrinadores que defendem a aplicação do


princípio da insignificância a lesões corporais levíssimas, como os beliscões, a

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pequena arranhadura e a dor de cabeça passageira.

Futuro(a) Defensor(a) Público, a seguir, serão tratadas as qualificadoras,


majorantes e a forma privilegiada de lesão corporal. As lesões corporais graves
ou gravíssimas são lesões qualificadas pelo resultado, que podem ser provocadas
a título de dolo (direto ou eventual) ou o resultado culposamente provocado
(preterdolo).

COEXISTÊNCIA DE QUALIFICADORA
a l
O crime permanece único, aplicando-se as penas do parágrafo mais grave
io n
(SANCHES, 2016), sendo consideradas as demais como circunstâncias a serem
a c
c ER
valoradas quando da fixação da pena-base (1ª fase da dosimetria).
u
E M d IL
Art. 129, §1º, do CP – Lesão dolosa grave (ou lesão preterdolosa grave);
e
rt RO
p o OR
Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem

S C 41- m u H 89
§1º Se resulta:
I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias;

um II - perigo de vida;
IZ .7 .co
er L
III - debilidade permanente de membro, sentido ou função;
U 4
4 ma il
IV - aceleração de parto:

d V R O
4 3 . 0
Pena - reclusão, de um a cinco anos.
g
A PE D 0 er@
Admite a suspensão condicional do processo e a ação é pública
l
incondicionada.
mi
p lc
Art. 129, §2º, do CP – Lesão dolosa gravíssima (ou lesão preterdolosa gravíssima):

Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem


§ 2° Se resulta:
I - Incapacidade permanente para o trabalho;
II - enfermidade incurável;
III - perda ou inutilização do membro, sentido ou função;
IV - deformidade permanente; #ATENÇÃO: ainda que a vítima se submeta
a uma cirurgia plástica, restará configurada a lesão de natureza
gravíssima (STJ).
V - aborto:
Pena - reclusão, de dois a oito anos.

Art. 1º, Lei 9.455/97 - Constitui crime de tortura: §3º Se resulta lesão
corporal de natureza grave ou gravíssima, a pena é de reclusão de quatro
a dez anos; se resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos.

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Não admite medidas despenalizadoras da Lei 9.099/95. A ação penal é
pública incondicionada.

Art. 129, §3º, do CP – Lesão seguida de morte (homicídio preterdoloso);

A morte, aqui, é culposa. O autor não tem a intenção de matar, mas apenas
de ofender a integridade corporal ou a saúde da vítima.

Elementos da conduta:
a) conduta dolosa para ofender a integridade corporal ou a saúde da vítima;
b) morte culposa;
c) nexo causal entre a conduta e o resultado.

O caso fortuito, ou a imprevisibilidade do resultado eliminam o preterdolo e o


agente responde apenas por lesão corporal, evitando-se a imputação objetiva. O
preterdolo não admite tentativa.

a l
Art. 129, §§4º e 5º, do CP – Privilégio e benefícios
io n
 Diminuição de pena a c
u c ER
d IL
Art. 129, do CP - Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:
E M
e
rt RO
§4° Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor

p o OR
social ou moral ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a
injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um
terço.
S C 41- m u H 89
 m IZ .7 .co
Substituição da pena
u
V O er L
.
U
0
4
4 ma il
Art. 129, do CP - Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:

d R 4 3 g
§5° O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a pena de
A PE D 0 er@
l
detenção pela de multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis:

mi
I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior;
II - se as lesões são recíprocas.

p lc
Art. 129, §6º, do CP – Lesão corporal culposa:

Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:


§ 6° Se a lesão é culposa:
Pena - detenção, de dois meses a um ano.

Infração penal de menor potencial ofensivo e a ação penal pública é


condicionada à representação. Art. 129, 8º, do CP – Perdão Judicial (só para lesão
culposa);

Lesão corporal culposa majorada (art. 129, §7º):

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mesma sistemática do homicídio culposo. Aumenta a pena de 1/3, ocorrendo
as hipóteses do art. 121, §4º: o crime resulta de inobservância de regra técnica de
profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima,
não procura diminuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em
flagrante.

Lesão corporal dolosa, ou preterdolosa, majorada: art. 129, §7º, do CP –


Majorantes (alterada pela Lei 12.720/2012)

Aumenta-se a pena de um 1/3, se o delito for praticado contra pessoa


menor de catorze anos, ou maior de sessenta anos (art. 121, §4º, 2ª
parte), ou se o crime for praticado por milícia privada, sob o pretexto de
prestação de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio (art. 121,
§6º)

 Substituição da pena: requisitos:


a) que as lesões não sejam graves;
a l
b) presença das hipóteses do §4º: agente impelido por motivo de relevante
io n
c
valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida
a
c ER
a injusta provocação da vítima), ou ainda quando as lesões foram recíprocas.
u
Substitui-se a detenção por multa.
E M d IL
e
rt RO
necessariamente contra a mulher: p o OR
Violência doméstica e familiar (art. 129, §§9º, 10º e 11º, do CP), não

1) S C 41- m u H 89
contra ascendente, descendente ou irmão;
2) m IZ .7 .co
contra cônjuge ou companheiro;
u
3)
4)
V O er L
. 0
U 4 il
contra quem conviva ou tenha convivido;
4 ma
prevalecendo-se das relações domésticas, de coabitação ou de
d R 4 3
hospitalidade.g
A PE D 0 er@
l i
§9o Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão,
m
p lc
cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou,
ainda, prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de coabitação
ou de hospitalidade: Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos.

§10. Nos casos previstos nos §§ 1o a 3o deste artigo, se as circunstâncias


são as indicadas no § 9o deste artigo, aumenta-se a pena em 1/3 (um
terço).

Lesão corporal leve em ambiente doméstico e familiar contra pessoa portadora de


deficiência:

§11. Na hipótese do § 9o deste artigo, a pena será aumentada de um terço


se o crime for cometido contra pessoa portadora de deficiência.

Segundo a Lei de Inclusão (Lei 13.146/2015):

Art. 2o Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de
natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras,
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pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as
demais pessoas. www.adverum.com.br

§ 1o A avaliação da deficiência, quando necessária, será biopsicossocial, realizada por equipe


ATENÇÃO: é imprescindível o conhecimento da deficiência da vítima pelo agente,
para evitar a responsabilidade objetiva.

a l
io n
a c
Ação Penal na violência doméstica e familiar do CP:
u c ER
E M d IL
Vítima homem: ação penal pública condicionada à representação, nos casos dos §§
e
rt RO
9º e 11º. Não é crime de menor potencial ofensivo, mas sua natureza é leve. No caso
o OR
de lesão corporal grave ou seguida de morte (§10º), a ação será pública
p
incondicionada.
S C 41- m u H 89
um IZ .7 .co
Vítima mulher: no §10, a ação será incondicionada. Mas há discussão nos casos dos

V O er L
§§ 9º e 11º (leves):
. 0
U4 ma4 il
d R 4 3 g
A Lei 9.0099/95 modificou o tipo de ação penal nos casos de lesões leves e culposas,
A PE D 0 er@
que agora devem ser processadas por ação penal pública condicionada. No entanto,
l i
a Lei 11.340/06 proíbe a aplicação daquela lei aos crimes domésticos e em ambiente
m
lc
familiar, contra a mulher, sendo a ação pública incondicionada, nestes casos.
p
O STF, na ADI 4424, pacificou a questão e decidiu pela constitucionalidade do art. 41
da Lei 11.340, afirmando que a ação deverá ser pública incondicionada, ainda que a
lesão seja leve ou culposa.

Súmula 540, do STJ: A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de
violência doméstica contra a mulher é pública incondicionada.

Princípio da Especialidade: CP x CTB (Lei 9.503/97): lesão corporal culposa, na


direção de veículo automotor, não mais se aplica o art. 129, §6º, do CP, e sim o art.
303, do CTB (pena de 6 meses a 2 anos de detenção).

ATENÇÃO: Lesão corporal culposa e homicídio contra integrantes dos órgãos de


segurança pública e seus familiares. Todas as informações seguintes foram retiradas

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do Blog Dizer o Direito10:

REQUISITO 1: VÍTIMA DO CRIME


Autoridades ou agentes do art. 142 da CF/88
O art. 142 da CF/88 trata sobre as Forças Armadas (Marinha, Exército ou
Aeronáutica).
Autoridades ou agentes do art. 144 da CF/88
O art. 144, por sua vez, elenca os órgãos que exercem atividades de segurança
pública. O caput desse dispositivo tem a seguinte redação:

Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade


de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da
incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:
I - polícia federal;
II - polícia rodoviária federal;
III - polícia ferroviária federal;
IV - polícias civis;
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.
a l
io n
JURISPRUDÊNCIA
a c
u c ER
E M d IL
LESÃO CORPORAL: A lesão corporal que provoca na vítima a perda de dois dentes
tem natureza grave (art. 129, § 1º, III, do CP), e não gravíssima (art. 129, § 2º, IV, do
e
rt RO
CP). A perda de dois dentes pode até gerar uma debilidade permanente (§ 1º, III), ou

p o OR
seja, uma dificuldade maior da mastigação, mas não configura deformidade

S C 41- m u H 89
permanente (§ 2º, IV). § 1º Se resulta: III - debilidade permanente de membro, senti-
do ou função; § 2º Se resulta: IV - deformidade permanente; STJ. (Info 590)

um IZ .7 .co
V O er L
. 0
U4 ma4 il
LESÃO CORPORAL: Não é inepta a denúncia que se fundamenta no art. 129, § 9º, do
CP – lesão corporal leve –, qualificada pela violência doméstica, tão somente em
d R 4 3 g
razão de o crime não ter ocorrido no ambiente familiar. Ex: João agrediu fisicamente
A PE D 0 er@
seu irmão na sede da empresa onde trabalham, causando-lhe lesão corporal leve. O
l i
agente deverá responder pelo art. 129, § 9º do CP. Sendo a lesão corporal praticada
m
p lc
contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, deverá incidir a
qualificadora do § 9º não importando onde a agressão tenha ocorrido. STJ. (Info
609).

LEI MARIA DA PENHA: Fixação do valor mínimo para reparação dos danos prevista
no art. 387, IV, do CPP. Nos casos de violência contra a mulher praticados no âmbito
doméstico e familiar, é possível a fixação de valor mínimo indenizatório a título de
dano moral, desde que haja pedido expresso da acusação ou da parte ofendida,
ainda que não especificada a quantia, e independentemente de instrução
probatória. CPP/Art. 387. O juiz, ao proferir sentença condenatória: IV - fixará valor
mínimo para reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos
sofridos pelo ofendido. STJ. 3ª Seção. REsp 1.643.051-MS, Rel. Min. Rogerio Schietti
Cruz, julgado em 28/02/2018 (recurso repetitivo) (Info 621).

10
http://www.dizerodireito.com.br/2015/07/comentarios-sobre-lei-131422015-que.html

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Ano: 2016. Banca: FCC. Órgão: DPE-BA

Sobre os crimes contra a pessoa,


a) o comportamento da vítima é incapaz de influenciar a pena
no crime de lesão corporal.
b) o princípio da insignificância não se aplica ao crime de lesão
corporal, pois sua desclassificação incide na contravenção de vias
QUESTÕES: de fato.
LESÃO
CORPORAL
a l
c) a ofensa à saúde de outrem, por ser crime de perigo, não
depende da produção do resultado para a configuração da
tipicidade.
io n
a c
c ER
d) a lesão corporal culposa na direção de veículo automotor
u
restritiva de direitos.
E M d IL
impede a substituição da pena privativa de liberdade por pena

e
rt RO
e) a prática de lesão corporal leve em situação de lesões
p o OR
recíprocas pode ensejar a substituição da pena de detenção pela
de multa.
S C 41- m u H 89
um IZ .7 .co
er L
R: E.
U 4 il
4 ma
d V R O 3 . 0
GABARITO COMENTADO:
4 g
A PE D 0 er@
l
a) 129,§ 4° Se o agente comete o crime impelido por motivo de
mi
relevante valor social ou moral ou sob o domínio de violenta
p lc
emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz
pode reduzir a pena de um sexto a um terço.
b) o princípio da insignificância é aplicado às lesões levíssimas
(beliscões, arranhões etc)
c) ofensa à saúde é crime de lesão corporal, crime material;
necessitando, portanto, de resultado.

d) Art. 303. Praticar lesão corporal culposa na direção de veículo


automotor: Penas - detenção, de seis meses a dois anos e
suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação
para dirigir veículo automotor.

Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e


substituem as privativas de liberdade, quando: I – aplicada pena
privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for

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cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer
que seja a pena aplicada, se o crime for culposo;

e) Art. 129, § 5° O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda


substituir a pena de detenção pela de multa: II - se as lesões são
recíprocas.

Ano: 2012. Banca: CESPE. Órgão: DPE-AC

O médico que, em procedimento cirúrgico, tiver esterilizado uma


paciente devido à inobservância de regra técnica, impossibilitando-
a de engravidar, responderá por lesão corporal
a) culposa, porque agiu contrariamente à regra técnica da
profissão.
b) dolosa leve, pois não era possível prever a perda da função
reprodutora da paciente.
a l
io n
c) dolosa leve, uma vez que não era possível prever a
c
debilidade permanente da função reprodutora da paciente.
a
u c ER
d) dolosa grave, visto que causou debilidade permanente da

E M
função reprodutora da paciente. d IL
e
rt RO
e) dolosa gravíssima, já que causou a perda da função
o OR
reprodutora da paciente.
p
R: A
S C 41- m u H 89
Lesão corporal culposa majorada (art. 129, §7º): mesma

um IZ .7 .co
sistemática do homicídio culposo. Aumenta a pena de 1/3,

V O er L.
U
0
4
4 ma il
ocorrendo as hipóteses do art. 121, §4º: o crime resulta de
inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o
d R 4 3 g
agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura
A PE D 0 er@
diminuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão
l
em flagrante.
mi
p lc
8. CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO

8.1. Furto
 Bem jurídico tutelado: propriedade/posse.

 Sujeitos do crime: crime comum. Qualquer pessoa, salvo o proprietário. Se o


proprietário subtrair coisa sua da legítima posse de terceiro, trata-se de
exercício arbitrário das próprias razões (art. 354 e 346, do CP).

O funcionário público que que subtrai ou facilita a subtração de bem público


ou partículas que se encontra na posse da Administração, valendo-se de seu
cargo, pratica o peculato de furto (art. 312, §1º, do CP).

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 Sujeito passivo: qualquer pessoa.

Só é punível a título de dolo. É a intenção de não devolver, por isso o furto de


uso é conduta atípica (indiferente penal), mas a restituição deve ser integral e
imediata e a coisa deve ser não consumível.

 Ação Penal: pública incondicionada, salvo as exceções do art. 182, do CP.

 Teorias sobre a consumação11: prevalece no STF e no STJ a AMOTIO


(apprehensio).

Contrectatio Amotio (apprehensio) Ablatio Ilatio


Para que o crime O crime se consuma Consuma-se Para que o crime
se consuma quando a coisa subtraída quando o agente se consuma, é
basta o agente passa para o poder do consegue levar a necessário que a
tocar na coisa. agente, mesmo que não coisa, tirando-a da
a l
coisa seja levada
haja posse mansa e esfera patrimonial
io n
para o local
pacífica e mesmo que a do proprietário.
a c desejado pelo
posse dure curto espaço
u c ER agente e
de tempo.
Não é necessário que o E M d IL mantida a salvo.

bem saia da esfera e


rt RO
patrimonial da vítima.
p o OR
S C 41- m u H 89
um IZ .7 .co
er L U il TOPOGRAFIA
4 ma 4
d V R O
4 3 . 0 g
Art. 155, caput, do CP Furto simples
A PE D 0 er@
Art. 155, §1º, do CP
l
Furto majorado pelo repouso

Art. 155, §2º, do CPmi noturno


Furto privilegiado ou mínimo
p lc
Art. 155, §3º, do CP Cláusula de equiparação
Art. 155, §§4º e 5º, do CP Furto qualificado

FURTO FAMÉLICO12
Jurisprudência: estado de necessidade (art. 24, do CP), desde que:
a) praticado para saciar a fome;
b) único recurso capaz de saciá-la;

11
http://www.dizerodireito.com.br/2015/02/consumacao-do-furto.html
12
CUNHA, Rogério Sanches. Manual de Direito Penal: parte especial (arts. 121 a 361).

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c) a coisa deve ser diretamente capaz de saciá-la, não pode ser meio.

Ex.: não se considera furto famélico a subtração de uma televisão, um botijão de


gás, um liquidificador (STJ)

a. Furto simples (art. 155):

Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: Pena - reclusão, de


um a quatro anos, e multa.

Crime de médio potencial ofensivo. Admite a suspensão condicional do


processo. Como a pena máxima não passa de 4 anos, não cabe prisão preventiva,
para o agente primário.

b. Furto majorado pelo repouso noturno:

repouso noturno.
a l
§ 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o

io n
A definição de repouso noturno depende do caso concreto.
a c
u c ER
E M d IL
De acordo com o STJ, é possível a aplicação da majorante tanto no furto
simples, quanto no furto qualificado. Ainda, é possível aplicar o privilégio do §2º ao
furto qualificado. e
rt RO
p o OR
c. Furto privilegiado ou mínimo:
S C 41- m u H 89
um Z .7 .co
§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o
I
er L U
juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um
4 ma4 il
a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa.

d V R O
4 3 . 0 g
A PE D
Requisitos: a) primariedade do agente e b) coisa de pequeno valor (se for
0 er@
insignificante, é atípico).
l
mi
p lc

PRIMARIEDADE: para a maioria, trata-se do não reincidente, ainda que tenha várias
condenações no passado.

COISA DE PEQUENO VALOR: segundo a jurisprudência, não ultrapassa o valor do


salário mínimo, considerando-se o valor do objeto no momento da subtração. Não
esqueçam que o pequeno valor é diferente do valor insignificante.

d. Cláusula de Equiparação:

§ 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que


tenha valor econômico.

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O STJ, em 2013, analogicamente aos delitos tributários, considerou extinta a
punibilidade no furto de energia elétrica, quando o autor, no inquérito policial, tenha
pagado o preço público, sob pena de violação da isonomia. 13

e. Furto qualificado: grande potencial ofensivo, não admite suspro e é possível a


prisão preventiva para o primário.

§ 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é


cometido:
I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa;
II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza;
III - com emprego de chave falsa;
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.

Rompimento de obstáculo:
 O obstáculo deve ser externo à coisa subtraída. A violência contra o próprio
objeto não qualifica o furto. Assim, a jurisprudência considera que o
rompimento do quebra-vento dos veículos é violência contra a própria coisa,
a l
quando se busca furtar o aparelho de som do carro, por exemplo;
io n
 A violência deve ser empregada antes da consumação, senão haverá
a c
concurso material de furto com dano;
u c ER
E M d IL
 A “ligação direta” de veículo é considerada qualificadora pelo rompimento de
obstáculo. (CRÍTICA: Este entendimento absurdo deve ser criticado numa 2ª
e
rt RO
fase, ou numa oral, visto que viola o princípio da legalidade, da taxatividade)
o OR
 Princípio da insignificância: apesar de o STF ter decisões nos dois sentidos,
p
S C 41- m
rompimento de obstáculo.
u H 89
prevalece que não cabe sua incidência no caso de furto qualificado pelo

um IZ .7 .co
V O er L
. 0
U
4 ma 4 il
Abuso de confiança: circunstância subjetiva.
 Exige-se especial vínculo de lealdade ou fidelidade, sendo irrelevante a
d R 4 3 g
simples relação de emprego ou hospitalidade (RT 571/391) 14;
A PE D 0 er@
 O agente deve se aproveitar desta relação;
l i
 Também não se aplica o princípio da insignificância.
m
p
Furto qualificado pelo abuso de
lc Apropriação indébita
confiança
O dolo é anterior à posse. O dolo é posterior à posse.
Agente tem mero contato com a O agente tem a posse da coisa - posse
coisa, mas não a posse. A posse, nesse desvigiada.
caso, demanda a subtração.

Fraude: é diferente de estelionato.

Furto mediante fraude Estelionato


A fraude visa a diminuir a vigilância da A fraude visa a fazer com que a vítima

13
Julgado citado por Rogério Sanches.
14
CUNHA, Rogério Sanches.

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vítima sobre a coisa e facilitar a incida em erro e entregue a posse
subtração. desvigiada do objeto.
Há subtração.
A fraude é um mero facilitador da Não há subtração.
subtração.
A vontade de alterar a posse é A vontade de alterar a posse é bilateral
unilateral
Pena de 2 a 8 anos Pena de 1 a 5 anos
Não cabe suspensão do processo Cabe suspensão do processo

Configura furto fraudulento:


 Fingindo que vai auxiliar a vítima em caixa eletrônico, furta seu cartão
magnético, trocando-o por outro;
 O agente simula interesse na compra de uma motocicleta, com pretexto de
testá-la e de ir buscar dinheiro em outro lugar, para em seguida se apossar
dela (RT 736/640);
a l
io n
Escalada: não precisa ser obrigatoriamente uma subida, basta ser um meio incomum,

a c
anormal. Exige-se, para sua configuração, que o esforço do agente seja fora do

u c ER
comum para ele. Sendo assim, em provas da Defensoria especialmente, ainda que

E M d IL
existam posicionamentos contrários, devemos defender a imprescindibilidade da
perícia, para atestar a dificuldade superada pelo agente15.
e
rt RO
p o OR
Destreza: peculiar habilidade física ou manual para que a vítima não perceba o furto

S C 41- m u H 89
(ex.: batedores de carteira). A jurisprudência exige, para que se configure esta
qualificadora, que a vítima leve o bem junto ao seu corpo. Destarte, se a vítima sente
um IZ .7 .co
o furto, haverá apenas tentativa de furto simples, mas, se o agente for impedido por
er L U
4 ma 4 il
terceiro, haverá furto qualificado (Criticar este entendimento numa 2ª fase, ou oral.
V O . 0
Sangue verde sempre). Segundo o STJ, trata-se de excepcional habilidade.
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
Chave falsa: todo instrumento, ainda que sem forma de chave, que seja apto a abrir
l
mi
fechaduras (grampos, pregos, arames etc).
p lc

ATENÇÃO! A ligação direta não foi prevista como chave falsa, nem como
rompimento de obstáculo, de forma que, como, no Direito Penal, é vedada a
aplicação da analogia in malam partem, ela não poderia ser equiparada à chave
falsa, nem ao rompimento de obstáculo.

15
CUNHA, Rogério Sanches.

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Concurso de pessoas: requisitos16:

a) Pluralidade de participantes e de condutas;


b) Relevância causal da conduta;
c) Vínculo subjetivo entre os agentes; e
d) Identidade de fato17.

A circunstância de um dos agentes ser inimputável não afasta a qualificadora


(RT 545/402). Ademais, para o STJ, ainda que o crime tenha sido cometido por
associação criminosa, não há falar em bis in idem na consideração da qualificadora do
concurso de agentes, “ante a autonomia e independência dos delitos”.

f) Furto de Veículo Automotor (§ 5º): A pena é de reclusão de três a oito anos, se a


subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado
ou para o exterior.

g) Furto de semovente domesticável de produção (§ 6o ): A pena é de reclusão de 2


a l
(dois) a 5 (cinco) anos se a subtração for de semovente domesticável de produção,
io n
ainda que abatido ou dividido em partes no local da subtração.
a c
u c ER
E M d IL
SÚMULAS
e
rt RO
p o OR
S. 511, STJ: É possível o reconhecimento do privilégio previsto no §2º do art. 155 do

S C 41- m u H 89
CP nos casos de crime de furto qualificado, se estiverem presentes a primariedade

um
do agente, o pequeno valor da coisa e a qualificadora for de ordem objetiva.
IZ .7 .co
er L U
4 ma 4 il
S. 567, STJ: Sistema de vigilância realizado por monitoramento eletrônico ou por
V O . 0
d R 4 3
existência de segurança no interior do estabelecimento comercial, por si só, não
g
A PE D 0 er@
torna impossível a configuração do crime de furto.
l
mi
S. 442, STJ: É inadmissível aplicar, no furto qualificado, pelo concurso de agentes, a
majorante do roubo.
p lc
JURISPRUDÊNCIA
Se o valor do bem é acima de 10% do salário mínimo vigente na época, o STJ tem
negado a aplicação do princípio da insignificância. STJ. 6ª Turma. AgRg no REsp
1558547/MG, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 19/11/2015.
Como regra, a aplicação do princípio da insignificância tem sido rechaçada nas
hipóteses de furto qualificado, tendo em vista que tal circunstância denota, em tese,
maior ofensividade e reprovabilidade da conduta. Deve-se, todavia, considerar as

16
Além destes, Rogério Sanches, através da citação de Hungria, condiciona a configuração do concurso
de agentes a presença in loco dos concorrentes.
17
Teoria Monista adotada pelo CP: a infração praticada pelos concorrentes é única, mas o CP tempera
essa teoria, considerando algumas exceções, como a participação através de conduta menos grave,
desde que não se preveja o resultado lesivo mais grave.

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circunstâncias peculiares de cada caso concreto, de maneira a verificar se, diante do
quadro completo do delito, a conduta do agente representa maior reprovabilidade a
desautorizar a aplicação do princípio da insignificância. STJ. 5ª Turma. AgRg no
AREsp 785755/MT, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 22/11/2016.
STJ. 6ª Turma. AgRg no AREsp 746011/MT, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado
em 05/11/2015.

Consuma-se o crime de furto com a posse de fato da res furtiva, ainda que por breve
espaço de tempo e seguida de perseguição ao agente, sendo prescindível a posse
mansa e pacífica ou desvigiada. STJ. (Info 572).

Na hipótese de o juiz da causa considerar penal ou socialmente indesejável a


aplicação do princípio da insignificância por furto, em situações em que tal
enquadramento seja cogitável, eventual sanção privativa de liberdade deverá ser
fixada, como regra geral, em regime inicial aberto, paralisando-se a incidência do art.
33, § 2º, c, do CP no caso concreto, com base no princípio da proporcionalidade. STF.
(Info 793).
a l
io n
c
Se o funcionário do banco recebe o cartão e a senha da idosa para auxiliá-la a sacar
a
u c ER
um dinheiro do caixa eletrônico e, aproveitando a oportunidade, transfere quantias
para a sua conta pessoal, tal conduta configura o crime previsto no art. 102 do

E M d IL
Estatuto do Idoso. STJ. 6ª Turma. REsp 1358865-RS, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior,
julgado em ...
e
rt RO
p o OR
Nos delitos patrimoniais, como é o caso do furto, não é válido o juiz aumentar a
S C 41- m u H 89
pena alegando que o motivo do crime era a obtenção de "ganho fácil" ("lucro fácil")

um
uma vez que esta circunstância é inerente ao aos crimes patrimoniais. STJ. 6ª Turma.
IZ .7 .co
er L U il
AgRg no REsp 1413263/MG, Rel. p/ Acórdão Min. Assusete Magalhães, julgado em
06/02/2014. 4 ma4
d V R O
4 3 . 0 g
A PE D 0 er@
A conduta de violar o automóvel, mediante a destruição do vidro para que seja
l
mi
subtraído bem que se encontre em seu interior — no caso, um aparelho de som
automotivo — configura o tipo penal de furto qualificado pelo rompimento de
p lc
obstáculo à subtração da coisa, previsto no art. 155, § 4º, inciso I, do CP. STJ. 5ª
Turma. AgRg no REsp ... (ATENÇÃO: há controvérsia, defensores, e vocês vão
explorar nas fases subjetiva e oral)

FURTO QUALIFICADO POR ROMPIMENTO DE OBSTÁCULO. QUEBRA DO VIDRO DA


JANELA DO CARRO PARA FURTAR APARELHO DE SOM: Por questão de equidade, há
importante jurisprudência inclinando-se no sentido de que o rompimento de
quebra-ventos de veículo para subtração de objetos existentes no seu interior NÃO
caracteriza a qualificadora.

FURTO: É legítima a incidência da causa de aumento de pena por crime cometido


durante o repouso noturno (art. 155, § 1º) no caso de furto praticado na forma
qualificada (art. 155, § 4º). Não existe nenhuma incompatibilidade entre a majorante
prevista no § 1º e as qualificadoras do § 4º. São circunstâncias diversas, que incidem
em momentos diferentes da aplicação da pena. Assim, é possível que o agente seja

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condenado por furto qualificado (§ 4º) e, na terceira fase da dosimetria, o juiz
aumente a pena em 1/3 se a subtração ocorreu durante o repouso noturno. A
posição topográfica do § 1º (vem antes do § 4º) não é fator que impede a sua
aplicação para as situações de furto qualificado (§ 4º). STF. 2ª Turma. HC
130952/MG, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 13/12/2016 (Info 851). STJ. 6ª Turma.
HC 306.450-SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 4/12/2014 (Info
554).

FURTO. A existência de sistema de vigilância em estabelecimento comercial não


constitui óbice para a tipificação do crime de furto. STF. 1ª Turma. HC 111278/MG,
rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Luiz Roberto Barroso, julgado em
10/4/2018 (Info 897).

a l
io n
a c
Ano: 2016. Banca: FCC. Órgão: DPE-ES
u c ER
E M d IL
No que concerne aos crimes contra o patrimônio, é correto afirmar
que e
rt RO
p o OR
a) há pluralidade de latrocínios, se diversas as vítimas fatais,

S C 41- m u H 89
ainda que único o patrimônio visado e lesado, conforme
entendimento pacificado dos tribunais superiores.

um IZ .7 .co
er L U il
b) possível o reconhecimento da figura privilegiada do delito
4
4 ma
d V R O
4
nos casos de furto qualificado, se primário o agente e de pequeno
3 . 0 g
valor a coisa subtraída, independentemente da natureza da
A PE D 0 er@
qualificadora, segundo entendimento sumulado do Superior
l
QUESTÕES:
FURTO
i
Tribunal de Justiça.
m
c) a lc
indispensabilidade do comportamento da vítima não
p critério
constitui de diferenciação entre o roubo e a extorsão.
d) a receptação própria não prevê modalidade de crime
permanente.
e) não constitui furto de energia a subtração de sinal de TV a
cabo, consoante já decidido pelo Supremo Tribunal Federal.
R: E.

GABARITO COMENTADO:
a) a pluralidade de vítimas no latrocínio é crime único, pois se
trata de crime contra o patrimônio. As mortes serão consideradas
na dosimetria da pena.

STF: Caracterizada a prática de latrocínio consumado, em razão do

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atingimento de patrimônio único. 8. O número de vítimas deve ser
sopesado por ocasião da fixação da pena-base, na fase do art. 59
do CP. (...). STF. 2ª Turma. HC 109539, Rel. Min. Gilmar Mendes,
julgado em 07/05/2013.

b) STJ SÚMULA 511: É possível o reconhecimento do privilégio


previsto no § 2º do art. 155 do CP nos casos de crime de furto
qualificado, se estiverem presentes a primariedade do agente, o
pequeno valor da coisa e a qualificadora for de ordem objetiva.

c) no roubo, assim como no furto, a vítima não precisa participar,


já na extorsão o ato é bilateral.

d) O crime de receptação própria é, em parte, instantâneo, salvo


nas modalidades "expor à venda" e "ter em depósito", que
configuram crime permanente.

a l
e) vedação de analogia in mallam partem.
io n
Ano: 2015. Banca: CESPE. Órgão: DPE-RN
a c
u c ER
E M d IL
João, imputável, foi preso em flagrante no momento em que

e
subtraía para si, com a ajuda de um adolescente de dezesseis anos
rt RO
p o OR
de idade, cabos de telefonia avaliados em cem reais. Ao ser
interrogado na delegacia, João, apesar de ser primário, disse ser

S C 41- m u H 89
Pedro, seu irmão, para tentar ocultar seus maus antecedentes

um
criminais. Por sua vez, o adolescente foi ouvido na delegacia
IZ .7 .co
er L
especializada, continuou sua participação nos fatos e afirmou que
U 4 il
4 ma
já havia sido internado anteriormente pela prática de ato

d V O 3 . 0 g
infracional análogo ao furto.
R 4
A PE D 0 er@
l
mi
Nessa situação hipotética, conforme a jurisprudência dominante
dos tribunais superiores, em tese, João praticou os crimes de
p lc
a) furto qualificado privilegiado, corrupção de menores e falsa
identidade.
b) corrupção de menores e falsidade ideológica.
c) furto simples, falsa identidade e corrupção de menores.
d) furto qualificado e falsidade ideológica.
e) furto simples e corrupção de menores.
R: A
GABARITO COMENTADO:

Furto qualificado privilegiado: art. 155, §2º e §4º, IV: "Se o


criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz

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pode substituir a pena de reclusão por detenção, diminuí-la de 1 a
2/3, ou aplicar somemte a pena de multa" qualificado: "IV -
concurso de duas ou mais pessoas"

Súmula 511 – É possível o reconhecimento do privilégio previsto


no § 2º do art. 155 do CP nos casos de crime de furto qualificado,
se estiverem presentes a primariedade do agente, o pequeno valor
da coisa e a qualificadora for de ordem objetiva

Corrupção de menores (ECA, art. 244-A): Submeter criança ou


adolescente, como tais definidos no caput do art. 2o desta Lei, à
prostituição ou à exploração sexual.

Súmula 500 STJ - A configuração do crime do art. 244-B do ECA


independe da prova da efetiva corrupção do menor, por se tratar
de delito formal.”

a l
n
Falsa identidade: art. 307 - Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa
io
para causar dano a outrem. a c
identidade para obter vantagem, em proveito próprio ou alheio, ou

u c ER
E M d IL
Súmula 546 STJ - A conduta de atribuir-se falsa identidade perante
e
autoridade policial é típica, ainda que em situação de alegada
rt RO
autodefesa.
p o OR
S C 41- m u H 89
falsidade ideológica” se encontra tipificado no art. 299 do Código

um
Penal, que assim determina:
IZ .7 .co
V er L U 4 il
4 ma
Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular, declaração
O . 0
d 3 g
que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração
R 4
A PE D 0 er@
falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar
l
mi
direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato
juridicamente relevante
p lc
Ano: 2015. Banca: CESPE. Órgão: DPE-PE

Aquele que vender a terceiro de boa-fé coisa que tenha furtado


praticará os crimes de furto e estelionato, já que lesionará bens
jurídico-penais de pessoas distintas. (ERRADO)

Fato posterior impunível, mero exaurimento.

Ano: 2017 Banca: CESPE Órgão: DPU Prova: CESPE - 2017 - DPU -
Defensor Público Federal
O item a seguir, a respeito de crimes contra o patrimônio,
apresenta uma situação hipotética seguida de uma assertiva a ser
julgada à luz da doutrina e da jurisprudência pertinentes.

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Caio, com dezoito anos de idade, reside com seu pai, de cinquenta
e oito anos de idade, e com seu tio, de sessenta e um anos de
idade. Sem dinheiro para sair com os amigos, Caio subtraiu
dinheiro de seu pai e, ainda, o aparelho celular do tio. Nessa
situação, Caio será processado, mediante ação penal pública, por
apenas um crime de furto.

GABARITO: CORRETO.

8.2. Roubo
 Bem jurídico tutelado: patrimônio e a liberdade individual da vítima.

 Não se aplica nenhum benefício da Lei 9.099/95.

 O latrocínio é tipificado como crime hediondo (art. 1º, II, Lei 8.072/90).
a l
io n

c
A violência do roubo são as lesões leves ou as vias de fato, por a lesão grave e
a
a morte qualificam o roubo.
u c ER
 E M
A simulação do uso de arma configura grave ameaça. d IL
e
rt RO
 o OR
A superioridade numérica de agentes não caracteriza grave ameaça, tratando
p
de furto qualificado.
S C 41- m u H 89
um IZ .7 .co

V er L U
0
4
4 ma il
Violência imprópria: qualquer outro meio, que não a violência ou a grave
ameaça, que limite ou impeça a defesa da vítima (boa noite cinderela).
O .
d R 4 3 g
 A PE D 0 er@
Roubo impróprio ou roubo por aproximação: a violência ou a grave ameaça
l i
não são usadas para subtrair a coisa, e sim para assegurar o sucesso do crime.
m
lc
Deve ser empregada após a efetiva subtração patrimonial.
p
 Não se aplica o princípio da insignificância.

a. Roubo Simples (próprio):

Art. 157: Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante
grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer
meio, reduzido à impossibilidade de resistência: Pena - reclusão, de
quatro a dez anos, e multa.

b. Roubo Impróprio (por aproximação):

§ 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa,


emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a
impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro.

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c. Majorantes:

§ 2º A pena aumenta-se de um terço até metade:

I - se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma;


II - se há o concurso de duas ou mais pessoas;
III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente
conhece tal circunstância.
IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado
para outro Estado ou para o exterior; (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996)
V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade.
(Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996)

 Aplicáveis ao roubo próprio e ao impróprio.

a l
io n
a c
ARMA: há muita controvérsia na doutrina sobre o que seja arma. No entanto,
u c ER
prevalece, tanto na doutrina, quanto na jurisprudência, o sentido amplo do conceito,
d IL
abrangendo qualquer material, com ou sem finalidade bélica, desde que capaz de
E M
ferir alguém.
e
rt RO
p o OR
Sendo assim, para configurar a grave ameaça e, consequentemente, o crime de

S C 41- m u H 89
roubo, qualquer arma, ou simulacro de arma (de brinquedo), ainda que ineficiente,
serve. No entanto, para caracterizar a majorante do uso de arma, esta deve ser
um IZ .7 .co
er L
verdadeira, sendo dispensável a apreensão da arma para realização de perícia, desde
U 4
4 ma il
que sua utilização seja demonstrada por outros meios de prova. (outro ponto
criticável)
d V R O
4 3 . 0 g
A PE D 0 er@
l
ATENÇÃO, DEFENSORES: numa peça ou numa questão da 2ª fase, importante que
mi
vocês demonstrem o conhecimento da corrente majoritária e da jurisprudência dos
p lc
tribunais superiores, mas sejam combativos e críticos. Neste caso, defendam o
sentido restrito, depois de demonstrarem conhecimento.

ALERTA 1ª FASE: aqui, marquem o que o enunciado pede: conhecimento da lei ou da


jurisprudência. Nada de filosofar.

JURIS RECENTE: O emprego de arma branca deixou de ser majorante do crime de


roubo, com a modificação operada pela Lei nº 13.654/2018, que revogou o inciso I
do § 2º do art. 157 do Código Penal. Diante disso, constata-se que houve abolitio
criminis devendo a Lei nº 13.654/2018 ser aplicada retroativamente para excluir a
referida causa de aumento da pena imposto aos réus condenados por roubo
majorado pelo emprego de arma branca. Trata-se da aplicação da novatio legis in
mellius prevista no art. 5º, XL, da Constituição Federal. STJ. 5ª Turma. REsp
1519860/RJ, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 17/05/2018.

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 Concurso de agentes: no cálculo de agentes, são considerados tanto os
inimputáveis, quanto os agentes não identificados18.

d. Roubo qualificado pelo resultado

§ 3º: Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de


sete a quinze anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte
a trinta anos, sem prejuízo da multa.

 A violência deve ter sido empregada durante e em razão do assalto,


mantendo-se o nexo causal. Ausente o nexo causal, o agente responderá por
lesão corporal ou homicídio doloso e roubo, em concurso material.

 As majorantes do §2º não se aplicam aqui.

Latrocínio: roubo qualificado pelo resultado


a l
io n
(§ 3º): Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão,

c
de sete a quinze anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de
a
c ER
vinte a trinta anos, sem prejuízo da multa.

u

E M
Crime contra o patrimônio qualificado pela morte. d IL

e
rt RO
p o OR
Deve-se avaliar o dolo do agente. Se sua intenção era apenas violar o
patrimônio da vítima e a morte era um meio, tem-se o latrocínio. No entanto,
S C 41- m u H 89
se a intenção inicial era a morte e, depois da consumação, o agente decidiu

um
subtrair os bens da vítima, haverá homicídio em concurso com furto.
IZ .7 .co
V O er L
. 0
U
4 ma 4 il
d
Subtração
R 4 3 g Morte Latrocínio
A PE D
Consumada0 er@
l
Consumada Consumado
Tentada
mi Tentada Tentado
Consumada
Tentada p lc Tentada
Consumada
Tentado (Prevalece)
Consumado (Súmula 610, STF)

SÚMULAS SOBRE LATROCÍNIO

Súmula 603, STF: A competência para o processo e julgamento de latrocínio é do juiz


singular e não do Tribunal do Júri.

Súmula 610, STF - Há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, ainda

18
ATENÇÃO, DEFENSORES: agentes não identificados? Isso deve ter feito ferver o sangue verde de
vocês. Numa 2ª fase e na oral, critiquem, mas demonstrem o conhecimento do que prevalece. Se não
se identificaram os agentes e eles são computados, deve haver, no mínimo, prova incontestável da
atuação destes, cujo ônus é exclusivo do Ministério Público. Sendo assim, não se desincumbindo deste
ônus, deve prevalecer o princípio da presunção de inocência, o in dubio pro reo, senão qualquer fofoca
é capaz de fundamentar uma condenação, o que não se admite num Estado Democrático de Direito.

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que não se realize o agente a subtração de bens da vítima.

JURISPRUDÊNCIA SOBRE LATROCÍNIO


SUBTRAÇÃO DE UM ÚNICO PATRIMÔNIO E MORTE DE DUAS VÍTIMAS.
IMPOSSIBILIDADE DE RECONHECIMENTO DE CRIME ÚNICO. DELITO
COMPLEXO.PROTEÇÃO AO PATRIMÔNIO E À VIDA. EXISTÊNCIA DE CONCURSO
FORMAL IMPRÓPRIO. ILEGALIDADE NÃO CONFIGURADA.
1. Pacificou-se na jurisprudência desta Corte Superior de Justiça o entendimento de
que há concurso formal impróprio no latrocínio quando ocorre uma única
subtração e mais de um resultado morte, uma vez que se trata de delito complexo,
cujos bens jurídicos tutelados são o patrimônio e a vida. (HC 336.680/PR, Rel.
Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 17/11/2015, DJe 26/11/2015)
7. Caracterizada a prática de latrocínio consumado, em razão do atingimento de
patrimônio único. 8. O número de vítimas deve ser sopesado por ocasião da fixação
da pena-base, na fase do art. 59 do CP. (...) STF. 2ª Turma. HC 109539, Rel. Min.
Gilmar Mendes, julgado em 07/05/2013.

a
• STJ: ocorrendo uma única subtração, porém com duas ou mais mortes, haverá l
concurso formal impróprio de latrocínios.
io n
c
• STF: sendo atingido um único patrimônio, haverá apenas um crime de latrocínio,
a
c ER
independentemente do número de pessoas mortas. O número de vítimas deve ser
u
também da doutrina majoritária.
E M d IL
levado em consideração na fixação da pena-base (art. 59 do CP). É a posição

e
rt RO
A prostituta maior de idade e não vulnerável que, considerando estar exercendo
o OR
pretensão legítima, arranca cordão do pescoço de seu cliente pelo fato de ele não
p
S C 41- m u H 89
ter pago pelo serviço sexual combinado e praticado consensualmente, pratica o
crime de exercício arbitrário das próprias razões (art. 345 do CP) e não roubo (art.
m Z .7 .co
157 do CP). STJ. (Info 584).
u I
V er L
SÚMULAS SOBRE ROUBO
O .
U
0
4
4 ma il
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
Súmula 582, STJ: Consuma-se o crime de roubo com a inversão da posse do bem
l i
mediante emprego de violência ou grave ameaça, ainda que por breve tempo e em
m
p lc
seguida à perseguição imediata ao agente e recuperação da coisa roubada, sendo
prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada. STJ. 3ª Seção. Aprovada em
14/09/2016, DJe 19/09/2016 (Info 590).

Súmula 443, STJ: O aumento na terceira fase de aplicação da pena no crime de


roubo circunstanciado exige fundamentação concreta, não sendo suficiente para a
sua exasperação a mera indicação do número de majorantes.

Súmula 610, STF: Há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, ainda que
não se realize o agente a subtração de bens da vítima.

JURISPRUDÊNCIA SOBRE O ROUBO


O delito de estelionato não será absorvido pelo de roubo na hipótese em que o
agente, dias após roubar um veículo e os objetos pessoais dos seus ocupantes, entre
eles um talonário de cheques, visando obter vantagem ilícita, preenche uma de suas

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folhas e, diretamente na agência bancária, tenta sacar a quantia nela lançada. A
falsificação da cártula não é mero exaurimento do crime antecedente. Isso porque
há diversidade de desígnios e de bens jurídicos lesados. Dessa forma, inaplicável o
princípio da consunção. STJ. 5ª Turma. HC 309939-SP, Rel. Min. Newton Trisotto
(Desembargador convocado do TJ-SC), julgado em 28/4/2015 (Info 562).
Não há continuidade delitiva entre os crimes de roubo e extorsão, ainda que
praticados em conjunto. Isso porque, nos termos da pacífica jurisprudência do STJ,
os referidos crimes, conquanto de mesma natureza, são de espécies diversas, o que
impossibilita a aplicação da regra do crime continuado, ainda quando praticados em
conjunto. STJ. 6ª ...
PENAL E PROCESSUAL. HABEAS CORPUS SUBSTITUTO DE RECURSO ESPECIAL. NÃO
CABIMENTO. ROUBO. CONFISSÃO ESPONTÂNEA. INAPLICABILIDADE. RÉU QUE NÃO
ADMITE A OCORRÊNCIA DE VIOLÊNCIA OU DE GRAVE AMEAÇA.
1. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, acompanhando a orientação da
Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, firmou-se no sentido de que o habeas
corpus não pode ser utilizado como substituto de recurso próprio, sob pena de

a l
desvirtuar a finalidade dessa garantia constitucional, exceto quando a ilegalidade é
flagrante, hipótese em que se concede a ordem de ofício.
io n
c
2. A aplicação da atenuante da confissão espontânea (art. 65, III, "d", do Código
a
c ER
Penal) pressupõe que o réu reconheça a autoria do fato típico que lhe é imputado.
u
E M d IL
3. Hipótese em que o réu não admitiu a prática do roubo denunciado, pois negou o
emprego de violência ou de grave ameaça para subtrair o bem da vítima, numa clara
e
rt RO
tentativa de desclassificar a sua conduta para o crime de furto.
4. Habeas
o OR
corpus
p
não conhecido.

S C 41- m
03/09/2015, DJe 18/09/2015) u H 89
(HC 301.063/SP, Rel. Ministro GURGEL DE FARIA, QUINTA TURMA, julgado em

m Z .7 .co
As causas de aumento de pena do § 2º do art. 157 do CP não se aplicam para o
u I
V er L0
U4 ma4 il
roubo qualificado pela lesão corporal grave nem para o latrocínio, previstos no § 3º
do art. 157. STJ. 6ª Turma. HC 330.831/RO, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura,
O .
d R 3
julgado em 03/09/2015.
4 g
A PE D 0 er@
No delito de roubo, se a intenção do agente é direcionada à subtração de um único
l i
patrimônio, estará configurado apenas um crime, ainda que, no modus operandi
m
p lc
(modo de execução), seja utilizada violência ou grave ameaça contra mais de uma
pessoa para a obtenção do resultado pretendido. Ex: Maria estava saindo do banco,
acompanhada de seu segurança. João, de arma em punho, deu uma coronhada no
segurança, causando lesão leve, e subtraiu a mala que pertencia a Maria. O agente
praticou um único roubo majorado pelo emprego de arma de fogo (art. 157, § 2º, I
do CP), considerando que somente um patrimônio foi atingido. STJ. 6ª Turma. AgRg
no REsp 1490894-DF, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 10/2/2015 (Info
556).
O sujeito entra no ônibus e, com arma em punho, subtrai apenas os bens que
estavam na posse do cobrador de ônibus: R$ 30,00 e um aparelho celular,
pertencentes ao funcionário, e R$ 70,00 que eram da empresa de transporte
coletivo. Quantos crimes ele terá praticado? Um único crime (art. 157, § 2º, I, do CP).
Em caso de roubo praticado no interior de ônibus, o fato de a conduta ter
ocasionado violação de patrimônios distintos (o da empresa de transporte coletivo e
o do cobrador) não descaracteriza a ocorrência de crime único se todos os bens

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subtraídos estavam na posse do cobrador. No voto, o Ministro relembrou que a
jurisprudência do STJ e do STF entende que o roubo perpetrado com violação de
patrimônios de diferentes vítimas, ainda que em um único evento, configura
concurso formal de crimes, e não crime único (vimos isso acima). Todavia, para ele,
esse mesmo entendimento não pode ser aplicado ao caso em que os bens
subtraídos, embora pertençam a pessoas distintas, estavam sob os cuidados de uma
única pessoa, que sofreu a grave ameaça ou violência. STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp
1396144-DF, Rel. Min. Walter de Almeida Guilherme (Desembargador Convocado do
TJ/SP), julgado em 23/10/2014 (Info 551).
STJ: NÃO. O emprego de arma de fogo desmuniciada tem o condão de configurar a
grave ameaça e tipificar o crime de roubo, no entanto NÃO É suficiente para
caracterizar a majorante do emprego de arma, pela ausência de potencialidade
lesiva no momento da prática do crime (STJ. 6ª Turma. AgRg no REsp 1536939/SC ,
Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 15/10/2015). STF: SIM. É irrelevante o
fato de estar ou não municiada para que se configure a majorante do roubo (STF. 2ª
Turma. RHC 115077 , Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 06/08/2013).

a l
n
CONTINUIDADE DELITIVA: Inexistência de continuidade delitiva entre roubo e
io
c
extorsão Não há continuidade delitiva entre os crimes de roubo e extorsão, ainda
a
c ER
que praticados em conjunto. Isso porque, os referidos crimes, apesar de serem da
u
E M d IL
mesma natureza, são de espécies diversas. STJ. 5ª Turma. HC 435.792/SP, Rel. Min.
Ribeiro Dantas, julgado em 24/05/2018. STF. 1ª Turma. HC 114667/SP, rel. org. Min.
e
rt RO
Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em 24/4/2018 (Info 899).
o OR
Não há como reconhecer a continuidade delitiva entre os crimes de roubo e o de
p
diferentes. S C 41- m u H 89
latrocínio porquanto são delitos de espécies diversas, já que tutelam bens jurídicos

m Z .7 .co
STJ. 5ª Turma. AgInt no AREsp 908.786/PB, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em
u I
06/12/2016.

V O er L
.
U
0
4
4 ma il
d R 3 g
ROUBO. O emprego de arma branca deixou de ser majorante do crime de roubo
4
A PE D 0 er@
com a modificação operada pela Lei nº 13.654/2018, que revogou o inciso I do § 2º
l i
do art. 157 do Código Penal. Diante disso, constata-se que houve abolitio criminis,
m
p lc
devendo a Lei nº 13.654/2018 ser aplicada retroativamente para excluir a referida
causa de aumento da pena imposta aos réus condenados por roubo majorado pelo
emprego de arma branca. Trata-se da aplicação da novatio legis in mellius, prevista
no art. 5º, XL, da Constituição Federal. STJ. 5ª Turma. REsp 1519860/RJ, Rel. Min.
Jorge Mussi, julgado em 17/05/2018 (Info 626). STJ. 6ª Turma. AgRg no AREsp
1.249.427/SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 19/06/2018.

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Ano: 2016. Banca: UFMT. Órgão: DPE-MT

Mévio, mediante grave ameaça, subtraiu um telefone celular de


Maria Rosa, avaliado em R$ 2.000,00 (dois mil reais), mantendo-a
em seu poder, restringindo sua liberdade por duas horas, com o
propósito de garantir o êxito da empreitada criminosa. Mévio
responderá por
a) roubo circunstanciado.
b) roubo e sequestro, em concurso formal.
c) sequestro, já que este absorve o roubo.
QUESTÕES: d) roubo e sequestro, em concurso material.
a l
ROUBO
e) Roubo impróprio.
io n
R: A
a c
u c ER
GABARITO COMENTADO:
E M d IL
a) e
rt RO
roubo majorado = circunstanciado:
p o OR
S C 41- m u H 89
§2º - A pena aumenta-se de um terço até metade:

um IZ .7 .co
V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo

V er L U 4 il
4 ma
sua liberdade.
O . 0
d R 4 3 g
A PE D Ano: 2014. Banca: UFMG. Órgão: DPE-MG
0 er@
l
mi
Após terem subtraído significativa quantia de dinheiro de um
p lc
estabelecimento comercial, mediante grave ameaça, objetivando
a detenção da res furtiva e a impunidade do crime, os agentes
efetuaram disparos de arma de fogo contra policiais militares que
os aguardavam na porta do estabelecimento. Embora não
tenham conseguido fugir da ação policial e nem atingir nenhum
dos milicianos, os agentes atuaram com evidente animus necandi
em relação aos policiais militares.

Conforme o atual entendimento do Superior Tribunal de Justiça,


nesse caso, ocorreu
a) roubo consumado em concurso material com homicídio
tentado.
b) roubo tentado em concurso material com resistência.

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c) latrocínio consumado.
d) latrocínio tentado.
R: C
Nesta Corte, prevalece o entendimento de que o crime de
latrocínio tentado está caracterizado quando, independente da
natureza das lesões sofridas pela(s) vítima(s), há dolo de roubar e
dolo de matar, e o resultado agravador somente não ocorre por
circunstâncias alheias à vontade do agente. (REsp 1414303/RS,
Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, julgado em
05/06/2014, DJe 25/06/2014)
Roubo Roubo em concurso com sequestro
majorado pelo
§2º, V, do art.
157, do CP
A restrição da O agente restringe desnecessariamente a liberdade de locomoção
liberdade é da vítima.
a l
necessária para
io n
o sucesso do
a c
delito.
u c ER
Ex. Pessoa entra
na casa, prende E M d IL
Ex. Pessoa rouba a casa da vítima, coloca ela no porta-malas do
carro e fica andando pela cidade com a vítima presa no porta-
a vítima dentro malas. e
rt RO
de um quarto,
p o OR
rouba vários
bens da casa da S C 41- m u H 89
pessoa e deixa a
um IZ .7 .co
pessoa lá presa,
V
para sair da
O er L
. 0
U
4 ma 4 il
casa.
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l i
Ano: 2016 Banca: FCC Órgão: DPE-ES Prova: FCC - 2016 - DPE-ES -
m
lc
Defensor Público
p
No que concerne aos crimes contra o patrimônio, é correto
afirmar que:

A) há pluralidade de latrocínios, se diversas as vítimas


fatais, ainda que único o patrimônio visado e lesado, conforme
entendimento pacificado dos tribunais superiores.
B) possível o reconhecimento da figura privilegiada do
delito nos casos de furto qualificado, se primário o agente e de
pequeno valor a coisa subtraída, independentemente da natureza
da qualificadora, segundo entendimento sumulado do Superior
Tribunal de Justiça.
C) a indispensabilidade do comportamento da vítima não
constitui critério de diferenciação entre o roubo e a extorsão.

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D) a receptação própria não prevê modalidade de crime
permanente.
E) não constitui furto de energia a subtração de sinal de TV
a cabo, consoante já decidido pelo Supremo Tribunal Federal.
GABARITO: E.

a) Falsa. Entendemos que haverá crime único, sendo o


restante das mortes utilizado como circunstância judicial do art.
59 do Código Penal para a definição da pena-base. Essa é a
corrente majoritária.

b) Falso, STJ diz que é possível o privilégio com


qualificadoras desde que elas não sejam subjetivas. Logo, como o
privilégio é de ordem subjetiva, a qualificadora deverá ser
necessariamente de natureza objetiva.

a l
c) Falso, critério mais explícito e preciso na diferenciação

io n
entre a extorsão e o roubo é o da prescindibilidade ou não do
c
comportamento da vítima. Isto significa que, à medida que possa
a
c ER
o agente obter a vantagem patrimonial independentemente da
u
E M d IL
participação da vítima ameaçada, o que se tem é o crime de
roubo. Ao contrário, será extorsão o ato de se exigir que saque a
e
rt RO
vítima determinada importância de sua conta bancária, para
o OR
entregá-la ao agente, sob promessa de violência para o caso de
p
S C 41- m u H 89
não atendimento, já que, aqui, a participação daquela era
pormenor indispensável à obtenção da vantagem econômica pelo
m IZ .7 .co
delinqüente, que nada conseguiria sem a adesão e a colaboração
u
V O er L.
U
0
80/269)
4
4 ma il
do ofendido” (TACRIM-SP AC Rel. Canguçu de Almeida JUTACRIM

d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
d) Falso, pois o crime de receptação própria é um crime
i
permanente, pois os efeitos dele se protraem no tempo.
m
8.3. Extorsão p lc
 Protege-se o patrimônio e a inviolabilidade pessoal da vítima.

 Não se aplica a Lei 9.099/95.

 Sujeitos do crime: qualquer pessoa, tanto o agente, quanto a vítima.

 Ação penal pública incondicionada.

 Conduta: constranger = obrigar, coagir, mediante violência ou grave ameaça.


Enquanto a violência é o constrangimento físico, a grave ameaça é a coação
psicológica, isto é, trata-se de uma promessa de um mal.

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 Na extorsão, a indevida vantagem é econômica. Se a vantagem indevida for
moral, há constrangimento ilegal; se sexual, estupro; se a vantagem for
devida, haverá exercício arbitrário das próprias razões.

 Crime formal: basta o constrangimento, independente da obtenção da


vantagem, que, se ocorrer, é mero exaurimento do crime.

Extorsão simples

art. 158: Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com


o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a
fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa: Pena - reclusão,
de quatro a dez anos, e multa.

Majorantes da pena:

§ 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego


de arma, aumenta-se a pena de um terço até metade.
a l
io n
Qualificadoras:
a c
u c ER
§ 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o disposto no § 3º
do artigo anterior.
E M d IL
 e
rt RO
Trata-se da lesão corporal de natureza grave e do resultado morte. Ressalte-

p o OR
se que o resultado deve ter sido causado ao menos culposamente.

Sequestro Relâmpago: S C 41- m u H 89


um IZ .7 .co
V O er L
. 0
U4 ma4 il
§ 3o Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima,
e essa condição é necessária para a obtenção da vantagem econômica, a

d R 4 3 g
pena é de reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da multa; se
A PE D 0 er@
l
resulta lesão corporal grave ou morte, aplicam-se as penas previstas no
art. 159, §§ 2o e 3o, respectivamente.

m i

p c a restrição da liberdade da vítima é condição
Qualifica o crime lquando
necessária à obtenção da vantagem econômica.

 Se ocorre lesão corporal grave ou morte, aplicam-se os §§2º e 3º, do art. 159,
do CP.

Discute-se na doutrina se o art. 158, §3º seria hediondo ou não. Nucci defende que
não, uma vez que não há previsão no rol taxativo do art. 1º, da Lei 8.072/90.

8.4. Extorsão mediante sequestro

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 Não se aplica a Lei 9.099/95;
 TODAS as suas formas, simples ou qualificada, são crimes hediondos;
 Também é crime formal.
 Crime permanente. Flagrância a qualquer tempo. Prescrição só começa a
correr, depois de cessada a permanência.
 Ação penal pública incondicionada.

Simples:

Art. 159: Seqüestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem,
qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate: Pena - reclusão,
de oito a quinze anos.

Qualificadoras:

§ 1o Se o seqüestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o

a l
seqüestrado é menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou
se o crime é cometido por bando ou quadrilha. Pena - reclusão, de doze a
vinte anos.
io n
 a c
Quando se fala em quadrilha ou bando, leia-se associação criminosa (art. 288,
do CP).
u c ER
E M d IL
e
§ 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Pena - reclusão,
rt RO
de dezesseis a vinte e quatro anos.

p o OR
u H 89
§ 3º - Se resulta a morte: Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos.
S C 41- m
Delação premiada:
um IZ .7 .co
V O er L
.
U
0
4
4 ma il
§ 4º - Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o denunciar

d R 4 3 g
à autoridade, facilitando a libertação do seqüestrado, terá sua pena
A PE D 0 er@
l
reduzida de um a dois terços.

 mi
Causa obrigatória de redução de pena: direito subjetivo do réu.
p lc
SÚMULA SOBRE EXTORSÃO

Súmula 196, STJ: O crime de extorsão consuma-se independentemente da obtenção


da vantagem indevida.

JURISPRUDÊNCIA DE EXTORSÃO

O crime de extorsão consiste em "Constranger alguém, mediante violência ou grave


ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem
econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar fazer alguma coisa" A ameaça de
causar um "mal espiritual" contra a vítima pode ser considerada como "grave
ameaça" para fins de configuração do crime de extorsão? SIM. Configura o delito de
extorsão (art. 158 do CP) a conduta do agente que submete vítima à grave ameaça
espiritual que se revelou idônea a atemorizá-la e compeli-la a realizar o pagamento

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de vantagem econômica indevida. STJ. 6ª Turma. REsp 1299021-SP, Rel. Min.
Rogerio Schietti Cruz, julgado em 14/2/2017 (Info 598).

O § 1º do art. 158 do CP prevê que se a extorsão é cometida por duas ou mais


pessoas, ou com emprego de arma, a pena deverá ser aumentada de um terço até
metade. Essa causa de aumento prevista no § 1º do art. 158 do CP pode ser aplicada
tanto para a extorsão simples (caput do art. 158) como também para o caso de
extorsão qualificada pela restrição da liberdade da vítima (§ 3º). Assim, é possível
que o agente seja condenado por extorsão pela restrição da liberdade da vítima (§
3º) e, na terceira fase da dosimetria, o juiz aumente a pena de 1/3 até 1/2 se o crime
foi cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego de arma (§ 1º). STJ. 5ª
Turma. REsp 1353693-RS, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em
13/9/2016 (Info 590).

Não se consuma o crime de extorsão quando, apesar de ameaçada, a vítima não se


submete à vontade do criminoso, ou seja, não assume o comportamento exigido

a l
pelo agente. Nesse caso, haverá tentativa de extorsão. STJ. 6ª Turma. REsp 1094888-
SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 21/8/2012 (Info 502).
io n
a c
u c ER
E M d IL
e
rt RO
p o OR
S C 41- m u H 89
Ano: 2012. Banca: CESPE. Órgão: DPE-ES

um IZ .7 .co
er L U il
Para a configuração do denominado crime de sequestro-relâmpago, a restrição da
4 ma4
d V
liberdade da vítima é condição necessária para a obtenção da vantagem econômica,
R O 3 . 0 g
independentemente da ocorrência desta. (CORRETO).
4
A PE D 0 er@
l
ATENÇÃO: SEMPRE será hediondo.
mi
9. LEI DE DROGAS p lc
A Lei 11.343/06 sucedeu a Lei. 6.368/76, sendo mais benéfica em algumas
partes e mais prejudicial ao réu em outras. Neste sentido, algumas discussões
surgiram, por isso vejamos:

Princípio da ponderação unitária:

STF. Os tribunais superiores vedam a criação da lex tertia, ou seja, os juízes


não podem combinar as partes de duas leis, transformando-se num legislador,
devendo-se ponderar cada lei, separadamente.

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Súmula 501, STJ: É cabível a aplicação retroativa da Lei n. 11.343/2006, desde que o
resultado da incidência das suas disposições, na íntegra, seja mais favorável ao réu do
que o advindo da aplicação da Lei n. 6.368/1976, sendo vedada a combinação de leis.

P.ú, art. 1º: consideram-se como drogas as substâncias ou os produtos


capazes de causar dependência, assim especificados em lei ou
relacionados em listas atualizadas periodicamente pelo Poder Executivo da
União. (norma penal em branco em sentido estrito, ou heterogênea);

Consumo pessoal:

art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer


consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo
com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes
penas: I - advertência sobre os efeitos das drogas; II - prestação de
serviços à comunidade; III - medida educativa de comparecimento a
programa ou curso educativo.

§ 1o Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo a l


io n
pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas destinadas à preparação de

c
pequena quantidade de substância ou produto capaz de causar
a
dependência física ou psíquica.

u c ER
§ 2o Para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, o

E M d IL
juiz atenderá à natureza e à quantidade da substância apreendida, ao local
e às condições em que se desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e
e
rt RO
pessoais, bem como à conduta e aos antecedentes do agente.
o OR
§ 3o As penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo
p
S C 41- m u H 89
serão aplicadas pelo prazo máximo de 5 (cinco) meses.
§ 4o Em caso de reincidência, as penas previstas nos incisos II e III
do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 10 (dez)

um IZ .7 .co
meses.

V O er L
. 0
U
4 ma 4 il§ 5o A prestação de serviços à comunidade será cumprida em
programas comunitários, entidades educacionais ou assistenciais,

d R 4 3 ghospitais, estabelecimentos congêneres, públicos ou privados sem fins


A PE D 0 er@
l
lucrativos, que se ocupem, preferencialmente, da prevenção do consumo
ou da recuperação de usuários e dependentes de drogas.

mi
§ 6o Para garantia do cumprimento das medidas educativas a que

p lc
se refere o caput, nos incisos I, II e III, a que injustificadamente se recuse o
agente, poderá o juiz submetê-lo, sucessivamente a: I - admoestação
verbal; II - multa.
§ 7o O juiz determinará ao Poder Público que coloque à disposição
do infrator, gratuitamente, estabelecimento de saúde, preferencialmente
ambulatorial, para tratamento especializado.

Para facilitar, vejamos as tabelas19:

MEDIDA EDUCATIVA DE
ADVERTÊNCIA SOBRE OS PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS COMPARECIMENTO A
EFEITOS DAS DROGAS À COMUNIDADE PROGRAMA OU CURSO
EDUCATIVO
Exaure-se em si mesma. Prazo máximo: 5 meses Prazo máximo: 5 meses

19
Tabelas retiradas do Foca no Resumo, sobre a Lei de Drogas.

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Reincidência específica: 10 Reincidência específica:
meses 10 meses
As sanções podem ser APLICADAS DE FORMA ISOLADA OU CUMULADA, BEM
COMO SUBSTITUÍDAS A QUALQUER TEMPO, ouvido o MP e o defensor.
Se o agente se recusar injustificadamente a cumprir as medidas educativas acima,
o juiz poderá submetê-lo, sucessivamente a...

(MEDIDAS EDUCATIVAS DE COERÇÃO)


ADMOESTAÇÃO VERBAL MULTA
Não se confunde com a advertência Só pode ser aplicada após a admoestação
sobre os efeitos das drogas. A verbal.
advertência é uma pena para orientar o Critério bifásico (=CP). A aplicação
sujeito sobre os efeitos nocivos das considera a reprovabilidade da conduta.
drogas. A admoestação é medida 40 A 100 DIAS MULTA
coercitiva para estimular o 1/30 A 3X O VALOR DO SALÁRIO
cumprimento das penas. MÍNIMO
PRESCRIÇÃO: 2 ANOS
a l
io n
a c
u c ER
E M d IL
e
rt RO
 p o OR

S C 41- m u H 89
Crime de menor potencial ofensivo;
não houve descriminalização, se sim despenalização.

m Z .7 .co
não se aplica o princípio da insignificância à Lei de Drogas, nem ao art. 28;
u I

er L U 4 il
vedação absoluta de prisão em flagrante no caso do art. 28;

V O . 0 4 ma
d R 4 3 g
A PE D
TRÁFICO DE DROGAS: 0 er@
l
mi
p lc
Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir,
vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer
consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer
drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com
determinação legal ou regulamentar: Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15
(quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos)
dias-multa.

 EQUIPARADO a hediondo
 Competência: da Justiça Estadual, salvo se o tráfico for internacional (Justiça
Federal).

Causa de diminuição da pena (direito subjetivo do réu) – TRÁFICO PRIVILEGIADO


(CAI MUITO!):

art. 33, § 4o Nos delitos definidos no caput e no § 1o deste artigo, as penas


poderão ser reduzidas de um sexto a dois terços, vedada a conversão em

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penas restritivas de direitos, desde que o agente seja primário, de bons
antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre
organização criminosa.

 4 requisitos CUMULATIVOS:

a) Primário
b) Bons antecedentes
c) Não se dedicar a atividades criminosas
d) Não integrar organização criminosa

 NÃO é crime hediondo

JURISPRUDÊNCIA CORRELATA

A grande quantidade de drogas, a depender das peculiaridades do caso concreto,


pode servir para impedir a redução do art. 33, §4º da LD. (STJ, 2016)
a l
io
A natureza e a quantidade da droga NÃO podem ser utilizadas para aumentar a pena- n
a c
base do réu e também para afastar o tráfico privilegiado (art. 33, § 4º) ou para,
c ER
reconhecendo-se o direito ao benefício, conceder ao réu uma menor redução de
u
Mendes, julgado em 03/04/2014 (repercussão geral). E M d IL
pena. Haveria, nesse caso, bis in idem. STF. Plenário. ARE 666334 RG, Rel. Min. Gilmar

e
rt RO
p o OR
Esta Corte Superior, na esteira do entendimento firmado pelo Supremo Tribunal

S C 41- m u H 89
Federal em sede de repercussão geral (ARE 666.334/MG, Rel. Min. GILMAR MENDES,
DJ 6/5/2014), pacificou entendimento de que a natureza e a quantidade da droga

um IZ .7 .co
não podem ser utilizadas, concomitantemente, na primeira e na terceira fase da

V O er L
. 0
U4 ma4 il
dosimetria da pena, sob pena de bis in idem. STJ. HABEAS CORPUS Nº 305.627

d R 4 3 g
A PE D
Causa de diminuição da pena 2 (delação premiada):
0 er@
l i
art. 41. O indiciado ou acusado que colaborar voluntariamente com a
m
p lc
investigação policial e o processo criminal na identificação dos demais co-
autores ou partícipes do crime e na recuperação total ou parcial do
produto do crime, no caso de condenação, terá pena reduzida de um terço
a dois terços.

 É cabível a liberdade provisória;


 O flagrante prorrogado requer autorização judicial;
 Defesa preliminar em 10 dias, depois da notificação sobre o oferecimento da
denúncia;

SÚMULAS DE DROGAS

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Súmula 501, STJ: É cabível a aplicação retroativa da Lei 11.343/06, desde que o
resultado da incidência das suas disposições, na íntegra, seja mais favorável ao réu
do que o advindo da aplicação da Lei 6.368/76, sendo vedada a combinação de leis.
Súmula 587-STJ: Para a incidência da majorante prevista no artigo 40, V, da Lei
11.343/06, é desnecessária a efetiva transposição de fronteiras entre estados da
federação, sendo suficiente a demonstração inequívoca da intenção de realizar o
tráfico interestadual.

JURISPRUDÊNCIA DE DROGAS20

PENAL. PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE ENTORPECENTES. 1.


MOMENTO DO INTERROGATÓRIO. ÚLTIMO ATO DA INSTRUÇÃO. NOVO
ENTENDIMENTO FIRMADO PELO PRETÓRIO EXCELSO NO BOJO DO HC 127.900/AM.

(...)

a l
REGIME FECHADO FIXADO COM BASE NA HEDIONDEZ E GRAVIDADE ABSTRATA DO
DELITO. TRÁFICO PRIVILEGIADO. DELITO NÃO HEDIONDO. NOVO ENTENDIMENTO
io n
DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. HC Nº 118.533/MS. MUDANÇA DE
a c
u c ER
POSICIONAMENTO DA QUINTA E SEXTA TURMAS. REVISÃO DO ENTENDIMENTO

E M d IL
ANTERIORMENTE CONSOLIDADO PELA TERCEIRA SEÇÃO. CANCELAMENTO DO

PARCIAL CONCESSÃO e
ENUNCIADO SUMULAR Nº 512/STJ. CONSTRANGIMENTO ILEGAL. OCORRÊNCIA. 6.
rt RO DA ORDEM.
p o OR
1. O Supremo Tribunal Federal, no julgamento do HC n. 127.900/AM, deu nova

S C 41- m u H 89
conformidade à norma contida no art. 400 do CPP (com redação dada pela Lei n.

um
11.719/08), à luz do sistema constitucional acusatório e dos princípios do
IZ .7 .co
er L
contraditório e da ampla defesa. O interrogatório passa a ser sempre o último ato da
U
4 ma 4 il
instrução, mesmo nos procedimentos regidos por lei especial, caindo por terra a

d V O 3 . 0 g
solução de antinomias com arrimo no princípio da especialidade.
R 4
A PE D 0 er@
l
Segundo o entendimento que prevalece no STF é possível aplicar o § 4º do art. 33 da
mi
LD às “mulas”. STF. 1ª Turma. RHC 118008/SP, rel. Min. Rosa Weber, julgado em
p lc
24/9/2013 (Info 721). STF. 1ª Turma. HC 124107/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado
em 4/11/2014 (Info 766). STJ. 5ª Turma. AgRg no AREsp 606431/SP, Rel. Min. Ribeiro
Dantas, julgado em 01/06/2017.

Se o réu é primário e possui bons antecedentes, o juiz pode, mesmo assim, negar o
benefício do art. 33, § 4º da LD argumentando que a quantidade de drogas
encontrada com ele foi muito elevada? O tema é polêmico. 1ª Turma do STF:
encontramos precedentes afirmando que a grande quantidade de droga pode ser
utilizada como circunstância para afastar o benefício. Nesse sentido: não é crível que
o réu, surpreendido com mais de 500 kg de maconha, não esteja integrado, de
alguma forma, a organização criminosa, circunstância que justifica o afastamento da
causa de diminuição prevista no art. 33, §4º, da Lei de Drogas (HC 130981/MS, Rel.
Min. Marco Aurélio, julgado em 18/10/2016. Info 844). 2ª Turma do STF: a

20
Buscador do Dizer o Direito

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quantidade de drogas encontrada não constitui, isoladamente, fundamento idôneo
para negar o benefício da redução da pena previsto no art. 33, § 4º, da Lei nº
11.343/2006 (HC 138138/SP, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em
29/11/2016. Info 849). STF. 2ª Turma. HC 138138/SP, Rel. Min. Ricardo
Lewandowski, julgado em 29/11/2016 (Info 849). STF. 2ª Turma. RHC 138715/MS,
Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 23/5/2017 (Info 866).

É possível o confisco de todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em


decorrência do tráfico de drogas, sem a necessidade de se perquirir a habitualidade,
reiteração do uso do bem para tal finalidade, a sua modificação para dificultar a
descoberta do local do acondicionamento da droga ou qualquer outro requisito
além daqueles previstos expressamente no art. 243, parágrafo único, da
Constituição Federal. STF. Plenário. RE 638491/PR, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em
17/5/2017 (repercussão geral) (Info 865).

O condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 anos e não exceda a 8

a l
anos, tem o direito de cumprir a pena corporal em regime semiaberto (art. 33, § 2°,
n
b, do CP), caso as circunstâncias judiciais do art. 59 lhe forem favoráveis. Obs: não
io
c
importa que a condenação tenha sido por tráfico de drogas. A imposição de regime
a
u c ER
de cumprimento de pena mais gravoso deve ser fundamentada, atendendo à
culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos
E M d IL
motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento
e
rt RO
da vítima (art. 33, § 3°, do CP) A gravidade em abstrato do crime não constitui

o OR
motivação idônea para justificar a fixação do regime mais gravoso. STF. 2ª Turma.
p
u H 89
HC 140441/MG, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 28/3/2017 (Info 859).
S C 41- m
um
Se o agente vende a droga nas imediações de um presídio, mas o comprador não era
IZ .7 .co
er L U il
um dos detentos nem qualquer pessoa que estava frequentando o presídio, ainda
4 ma4
d V
assim deverá incidir a causa de aumento do art. 40, III, da Lei nº 11.343/2006? SIM.
R O 3 . 0 g
A aplicação da causa de aumento prevista no art. 40, III, da Lei nº 11.343/2006 se
4
A PE D 0 er@
justifica quando constatada a comercialização de drogas nas dependências ou
l i
imediações de estabelecimentos prisionais, sendo irrelevante se o agente infrator
m
p lc
visa ou não aos frequentadores daquele local. Assim, se o tráfico de drogas ocorrer
nas imediações de um estabelecimento prisional, incidirá a causa de aumento, não
importando quem seja o comprador do entorpecente. STF. 2ª Turma. HC 138944/SC,
Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 21/3/2017 (Info 858).

É possível a utilização de inquéritos policiais e/ou ações penais em curso para


formação da convicção de que o réu se dedica a atividades criminosas, de modo a
afastar o benefício legal previsto no art. 33, § 4º, da Lei n.º 11.343/2006. STJ. 3ª
Seção. EREsp 1431091-SP, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 14/12/2016 (Info 596).

O chamado "tráfico privilegiado", previsto no § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343/2006


(Lei de Drogas), não deve ser considerado crime equiparado a hediondo. STF.
Plenário. HC 118533/MS, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 23/6/2016 (Info 831).
O tráfico ilícito de drogas na sua forma privilegiada (art. 33, § 4º, da Lei nº
11.343/2006) não é crime equiparado a hediondo e, por conseguinte, deve ser

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cancelado o Enunciado 512 da Súmula do Superior Tribunal de Justiça. STJ. 3ª Seção.
Pet 11796-DF, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 23/11/2016
(recurso repetitivo) (Info 595). O que dizia a Súmula 512-STJ: "A aplicação da causa
de diminuição de pena prevista no art. 33, § 4º, da Lei n. 11.343/2006 não afasta a
hediondez do crime de tráfico de drogas."

LEI DE DROGAS: O grau de pureza da droga é irrelevante para fins de dosimetria da


pena. De acordo com a Lei nº 11.343/2006, preponderam apenas a natureza e a
quantidade da droga apreendida para o cálculo da dosimetria da pena. STF (Info
818).

LEI DE DROGAS: Ainda que o réu comprove o exercício de atividade profissional


lícita, se, de forma concomitante, ele se dedicava a atividades criminosas, não terá
direito à causa especial de diminuição de pena prevista no art. 33, § 4º, da Lei nº
11.343/2006 (Lei de Drogas). STJ. 6ª Turma. REsp 1.380.741-MG, Rel. Min. Rogerio
Schietti Cruz, julgado em 12/4/2016 (Info 582).

a l
n
LEI DE DROGAS: Decisão que reconhece detração penal analógica virtual não serve
io
c
para fins de reincidência. É inviável o reconhecimento de reincidência com base em
a
u c ER
único processo anterior em desfavor do réu, no qual - após desclassificar o delito de
tráfico para porte de substância entorpecente para consumo próprio - o juízo
E M d IL
extinguiu a punibilidade por considerar que o tempo da prisão provisória seria mais
e
rt RO
que suficiente para compensar eventual condenação.
o OR
Situação concreta: João foi preso em flagrante por tráfico de drogas (art. 33 da LD).
p
S C 41- m u H 89
Após 6 meses preso cautelarmente, ele foi julgado. O juiz proferiu sentença
desclassificando o delito de tráfico para o art. 28 da LD. Na própria sentença, o
m Z .7 .co
magistrado declarou a extinção da punibilidade do réu alegando que o art. 28 não
u I
er L U 4 il
prevê pena privativa de liberdade e que o condenado já ficou 6 meses preso. Logo,

V 0 4 ma
na visão do juiz, deve ser aplicada a detração penal analógica virtual, pois qualquer
O .
d R 3 g
pena que seria aplicável ao caso em tela estaria fatalmente cumprida, nem havendo
4
A PE D 0 er@
justa causa ou interesse processual para o prosseguimento do feito. Essa sentença
l i
não vale para fins de reincidência. Isso significa que, se João cometer um segundo
m
p lc
delito, esse primeiro processo não poderá ser considerado para caracterização de
reincidência. STJ. 6ª Turma. HC 390.038-SP, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado
em 06/02/2018 (Info 619).

LEI DE DROGAS: Não incide a causa de aumento de pena do art. 40, III, da LD se o
crime foi praticado em dia e horário no qual a escola estava fechada e não havia
pessoas lá. A prática do delito de tráfico de drogas nas proximidades de
estabelecimentos de ensino (art. 40, III, da Lei 11.343/06) enseja a aplicação da
majorante, sendo desnecessária a prova de que o ilícito visava atingir os
frequentadores desse local.
Para a incidência da majorante prevista no art. 40, inciso III, da Lei nº 11.343/2006 é
desnecessária a efetiva comprovação de que a mercancia tinha por objetivo atingir
os estudantes, sendo suficiente que a prática ilícita tenha ocorrido em locais
próximos, ou seja, nas imediações de tais estabelecimentos, diante da exposição de
pessoas ao risco inerente à atividade criminosa da narcotraficância.

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STJ. 6ª Turma. AgRg no REsp 1558551/MG, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em
12/09/2017.
STJ. 6ª Turma. HC 359.088/SP. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em
04/10/2016.
Não incide a causa de aumento de pena prevista no art. 40, inciso III, da Lei nº
11.343/2006, se a prática de narcotraficância ocorrer em dia e horário em que não
facilite a prática criminosa e a disseminação de drogas em área de maior
aglomeração de pessoas.
Ex: se o tráfico de drogas é praticado no domingo de madrugada, dia e horário em
que o estabelecimento de ensino não estava funcionando, não deve incidir a
majorante.
STJ. 6ª Turma. REsp 1.719.792-MG, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado
em 13/03/2018 (Info 622).

A prática do delito de tráfico de drogas nas proximidades de estabelecimentos de


ensino (art. 40, III, da Lei 11.343/06) enseja a aplicação da majorante, sendo

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desnecessária a prova de que o ilícito visava atingir os frequentadores desse local.
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Para a incidência da majorante prevista no art. 40, inciso III, da Lei nº 11.343/2006 é
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desnecessária a efetiva comprovação de que a mercancia tinha por objetivo atingir
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os estudantes, sendo suficiente que a prática ilícita tenha ocorrido em locais
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próximos, ou seja, nas imediações de tais estabelecimentos, diante da exposição de
pessoas ao risco inerente à atividade criminosa danarcotraficância. STJ. 6ª Turma.
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AgRg no REsp 1558551/MG, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 12/09/2017. STJ. 6ª
o OR
Turma. HC 359.088/SP. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 04/10/2016. Não
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incide a causa de aumento de pena prevista no art. 40, inciso III, da Lei nº
11.343/2006, se a prática de narcotraficância ocorrer em dia e horário em que não
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facilite a prática criminosa e a disseminação de drogas em área de maior
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aglomeração de pessoas. Ex: se o tráfico de drogas é praticado no domingo de
madrugada, dia e horário em que o estabelecimento de ensino não estava
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funcionando, não deve incidir a majorante. STJ. 6ª Turma. REsp1.719.792-MG, Rel.
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Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 13/03/2018 (Info 622).
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Não configura crime a importação de pequena quantidade de sementes de
maconha. STF. 2ª Turma. HC 144161/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em
11/9/2018 (Info 915).

O porte de droga para consumo próprio, previsto no art. 28 da Lei nº 11.343/2006,


possui natureza jurídica de crime. O porte de droga para consumo próprio foi
somente despenalizado pela Lei nº 11.343/2006, mas não descriminalizado. Obs:
despenalizar é a medida que tem por objetivo afastar a pena como tradicionalmente
conhecemos, em especial a privativa de liberdade. Descriminalizar significa deixar de
considerar uma conduta como crime. Mesmo sendo crime, o STJ entende que a
condenação anterior pelo art. 28 da Lei nº 11.343/2006 (porte de droga para uso
próprio) NÃO configura reincidência. Argumento principal: se a contravenção penal,
que é punível com pena de prisão simples, não configura reincidência, mostra-se
desproporcional utilizar o art. 28 da LD para fins de reincidência, considerando que
este delito é punido apenas com “advertência”, “prestação de serviços à

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comunidade” e “medida educativa”, ou, seja, sanções menos graves e nas quais não
há qualquer possibilidade de conversão em pena privativa de liberdade pelo
descumprimento. Há de se considerar, ainda, que a própria constitucionalidade do
art. 28 da LD está sendo fortemente questionada. STJ. 5ª Turma. HC 453.437/SP, Rel.
Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 04/10/2018. STJ. 6ª Turma. REsp
1672654/SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 21/08/2018 (Info
632).

O crime de associação para o tráfico de drogas, previsto no art. 35 da Lei


11.343/2006, não é hediondo nem equiparado. NO ENTANTO, MESMO ASSIM, O
PRAZO PARA SE OBTER O LIVRAMENTO CONDICIONAL É DE 2/3 PORQUE ESTE
REQUISITO É EXIGIDO PELO PARÁGRAFO ÚNICO DO ART. 44 DA LEI DE DROGAS. STJ.
(Info 568).

SÚMULAS
Súmula 528-STJ: Compete ao juiz federal do local da apreensão da droga remetida

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do exterior pela via postal processar e julgar o crime de tráfico internacional.

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ATENÇÃO: NOVA SÚMULA. Súmula 607-STJ: A majorante do tráfico transnacional de
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drogas (art. 40, I, da Lei nº 11.343/2006) configura-se com a prova da destinação
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STJ. 3ª Seção. Aprovada em 11/04/2018, DJe 17/04/2018. d IL
internacional das drogas, ainda que não consumada a transposição de fronteiras.

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Sabemos que o estudo de informativos é importantíssimo para aprovação em
concurso público. Portanto, abaixo, colacionamos todas as jurisprudências

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recentes (2018-2019) já publicadas em forma de Informativo. Importante

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você se atualizar constantemente!

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CRIMES AMBIENTAIS
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O delito previsto na primeira parte do art. 54 da Lei nº 9.605/98 possui natureza
formal, sendo suficiente a potencialidade de dano à saúde humana para configuração
da conduta delitiva, não se exigindo portanto, a realização de perícia. Art. 54. Causar
poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em
danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição
significativa da flora. Pena — reclusão, de um a quatro anos, e multa. STJ. 3ª Seção.
EREsp 1.417.279-SC, Rel Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 11/04/2018 (Info 624).

A assinatura do termo de ajustamento de conduta com órgão ambiental não impede


a instauração de ação penal. Isso porque vigora em nosso ordenamento jurídico o
princípio da independência das instância penal e administrativa. STJ. Corte Especial.
APn 888-DF, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 02/05/2018 (Info 625).

CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA. Para o início da ação penal, basta a prova
da constituição definitiva do crédito tributário (Súmula Vinculante 24), sendo

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desnecessária a juntada integral do Procedimento Administrativo Fiscal
correspondente. STJ. 5ª Turma. RHC 94.288-RJ, Rel. Min. Reynaldo Soares da
Fonseca, julgado em 22/05/2018 (Info 627).

CORRUPÇÃO PASSIVA. Determinado Deputado Federal integrava a cúpula de um


partido de sustentação do governo federal. Como importante figura partidária, ele
exercia pressão política junto à Presidência da República a fim de que Paulo Roberto
Costa fosse mantido como Diretor de Abastecimento da Petrobrás. Como
“contraprestação” por esse apoio, o Deputado recebia dinheiro do referido Diretor,
quantia essa oriunda de contratos ilegais celebrados pela Petrobrás. O STF entendeu
que esta conduta se enquadra no crime de corrupção passiva (art. 317 do CP). Obs.:
foi a primeira condenação do STF envolvendo a chamada “operação Lava Jato”. STF.
2ª Turma. AP 996/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 29/5/2018 (Info 904)

DESCAMINHO. O descaminho é crime tributário FORMAL. Logo, para que seja

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proposta ação penal por descaminho não é necessária a prévia constituição definitiva
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do crédito tributário. Não se aplica a Súmula Vinculante 24 do STF. O crime se
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consuma com a simples conduta de iludir o Estado quanto ao pagamento dos tributos
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1.343.463-BA, Rel. u c ER
devidos quando da importação ou exportação de mercadorias. STJ. 6ª Turma. REsp

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para acórdão Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 20/3/2014 (Info 548). STF. 2ª
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Turma. HC 122325, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 27/05/2014. É dispensada a
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existência de procedimento administrativo fiscal com a posterior constituição do
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crédito tributário para a configuração do crime de descaminho (art. 334 do CP),
tendo em conta sua natureza formal. STF. 1ª Turma. HC 121798/BA, Rel. Min. Marco
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Aurélio, julgado em 29/5/2018 (Info 904).
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LAVAGEM DE DINHEIRO. Simples fato de ter recebido a propina em espécie não
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configura lavagem de dinheiro: O mero recebimento de valores em dinheiro não
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tipifica o delito de lavagem, seja quando recebido pelo próprio agente público, seja
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quando recebido por interposta pessoa. STF. 2ª Turma. AP 996/DF, Rel. Min. Edson
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Fachin, julgado em 29/5/2018 (Info 904). Recebimento de propina em depósitos
bancários fracionados pode configurar lavagem: Pratica lavagem de dinheiro o sujeito
que recebe propina por meio de depósitos bancários fracionados, em valores que
não atingem os limites estabelecidos pelas autoridades monetárias à comunicação
compulsória dessas operações. Ex: suponhamos que, na época, a autoridade bancária
dizia que todo depósito acima de R$ 20 mil deveria ser comunicado ao COAF; diante
disso, um Deputado recebia depósitos periódicos de R$ 19 mil para burlar essa regra.
Para o STF, isso configura o crime de lavagem. Tratase de uma forma de ocultação da
origem e da localização da vantagem pecuniária recebida pela prática do crime
antecedente. STF. 2ª Turma. AP 996/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em
29/5/2018 (Info 904).

PECULATO. O depositário judicial que vende os bens sob sua guarda não comete o
crime de peculato (art. 312 do CP). O crime de peculato exige, para a sua
consumação, que o funcionário público se aproprie de dinheiro, valor ou outro bem

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móvel em virtude do “cargo”. Depositário judicial não é funcionário público para fins
penais, porque não ocupa cargo público, mas a ele é atribuído um munus, pelo juízo,
em razão do fato de que determinados bens ficam sob sua guarda e zelo. STJ. 6ª
Turma.HC 402.949-SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em
13/03/2018 (Info 623).

ESTUPRO. A Súmula 608 do STF prevê que “no crime de estupro, praticado mediante
violência real, a ação penal é pública incondicionada.” O entendimento dessa súmula
pode ser aplicado independentemente da existência da ocorrência de lesões
corporais nas vítimas de estupro. A violência real se caracteriza não apenas nas
situações em que se verificam lesões corporais, mas sempre que é empregada força
física contra a vítima, cerceando-lhe a liberdade de agir segundo a sua vontade.
Assim, se os atos foram praticados sob grave ameaça, com imobilização de vítimas,
uso de força física e, em alguns casos, com mulheres sedadas, trata-se de crime de
estupro que se enquadra na Súmula 608 do STF e que, portanto, a ação é pública
incondicionada. STF. 2ª Turma. RHC 117978, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em
05/06/2018 (Info 905). A Súmula 608 do STF permanece válida mesmo após o
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advento da Lei nº 12.015/2009. Assim, em caso de estupro praticado mediante
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violência real, a ação penal é pública incondicionada mesmo após a Lei nº
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Min. Alexandre de Moraes, julgado em 27/2/2018 (Info 892). c ER
12.015/2009. STF. 1ª Turma. HC 125360/RJ, rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac.

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CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL. A Súmula 608 do STF permanece válida
o OR
mesmo após o advento da Lei nº 12.015/2009. Assim, em caso de estupro praticado
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S C 41- m u H 89
mediante violência real, a ação penal é pública incondicionada mesmo após a Lei nº
12.015/2009. STF. 1ª Turma. HC 125360/RJ, rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac.
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Min. Alexandre de Moraes, julgado em 27/2/2018 (Info 892).
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RACISMO. A incitação ao ódio público contra quaisquer denominações religiosas e
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seus seguidores não está protegida pela cláusula constitucional que assegura a
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liberdade de expressão. Assim, é possível, a depender do caso concreto, que um líder
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religioso seja condenado pelo crime de racismo (art. 20, §2º, da Lei nº 7.716/81) por
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ter proferido discursos de ódio público contra outras denominações religiosas e seus
seguidores. STF. 2ª Turma. RHC 146303/RJ, rel. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min.
Dias Toffoli, julgado em 6/3/2018 (Info 893).

CRIMES DA LEI 8.666/93. Elemento subjetivo Para a configuração da tipicidade


subjetiva do crime previsto no art. 89 da Lei 8.666/93, exigese o especial fim de agir,
consistente na intenção específica de lesar o erário ou obter vantagem indevida.
Exige-se descumprimento de formalidades mais violação aos princípios da
Administração Pública O tipo penal previsto no art. 89 não criminaliza o mero fato de
o administrador público ter descumprido formalidades. Para que haja o crime, é
necessário que, além do descumprimento das formalidades, também se verifique que
ocorreu, no caso concreto, a violação de princípios cardeais (fundamentais) da
Administração Pública. Se houve apenas irregularidades pontuais relacionadas com a
burocracia estatal, isso não deve, por si só, gerar a criminalização da conduta. Assim,
para que ocorra o crime, é necessária uma ofensa ao bem jurídico tutelado, que é o

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procedimento licitatório. Sem isso, não há tipicidade material. Decisão amparada em
pareceres técnicos e jurídicos Não haverá crime se a decisão do administrador de
deixar de instaurar licitação para a contratação de determinado serviço foi amparada
por argumentos previstos em pareceres (técnicos e jurídicos) que atenderam aos
requisitos legais, fornecendo justificativas plausíveis sobre a escolha do executante e
do preço cobrado e não houver indícios de conluio entre o gestor e os pareceristas
com o objetivo de fraudar o procedimento de contratação direta. STF. 1ª Turma. Inq
3962/DF, Rel. Min Rosa Weber, julgado em 20/2/2018 (Info 891)

DESACATO. O crime de desacato é compatível com a Constituição Federal e com o


Pacto de São José da Costa Rica. A figura penal do desacato não tolhe o direito à
liberdade de expressão, não retirando da cidadania o direito à livre manifestação,
desde que exercida nos limites de marcos civilizatórios bem definidos, punindo-se os
excessos. STF. 2ª Turma. HC 141949/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em
13/3/2018 (Info 894).

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CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA. O que acontece se o réu de um crime contra a
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ordem tributária aderir ao parcelamento da dívida? Haverá a suspensão do processo
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penal. Nos crimes contra a ordem tributária, quando o agente ingressa no regime de
parcelamento dos débitos tributários, fica suspensa a pretensão punitiva penal do
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Estado (o processo criminal fica suspenso). Durante o parcelamento o que ocorre
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com o prazo prescricional? Também fica suspenso. O prazo prescricional não corre
o OR
enquanto estiverem sendo cumpridas as condições do parcelamento do débito fiscal.
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É o que prevê o art. 9º, § 1º da Lei nº 10.684/2003. Se, ao final, o réu pagar
integralmente os débitos, haverá a extinção da punibilidade. STF. 2ª Turma. ARE
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1037087 AgR/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 14/8/2018 (Info 911).
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CRIMES FUNCIONAIS. O diretor de organização social pode ser considerado
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funcionário público por equiparação para fins penais (art. 327, § 1º do CP). Isso
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porque as organizações sociais que celebram contratos de gestão com o Poder
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Público devem ser consideradas “entidades paraestatais”, nos termos do art. 327, §
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11/9/2018 (Info 915). p lc
1º do CP. STF. 1ª Turma. HC 138484/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em

CASA DE PROSTITUIÇÃO. Não se tratando de estabelecimento voltado


exclusivamente para a prática de mercancia sexual, tampouco havendo notícia de
envolvimento de menores de idade, nem comprovação de que o réu tirava proveito,
auferindo lucros da atividade sexual alheia mediante ameaça, coerção, violência ou
qualquer outra forma de violação ou tolhimento à liberdade das pessoas, não há falar
em fato típico a ser punido na seara penal. Não se trata do crime do art. 229 do CP.
Mesmo após as alterações legislativas introduzidas pela Lei nº 12.015/2009, a
conduta consistente em manter “Casa de Prostituição” segue sendo crime tipificado
no art. 229 do Código Penal. Todavia, com a novel legislação, passou-se a exigir a
“exploração sexual” como elemento normativo do tipo, de modo que a conduta
consistente em manter casa para fins libidinosos, por si só, não mais caracteriza
crime, sendo necessário, para a configuração do delito, que haja exploração sexual,

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assim entendida como a violação à liberdade das pessoas que ali exercem a
mercancia carnal. STJ. 6ª Turma. REsp 1.683.375-SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis
Moura, julgado em 14/08/2018 (Info 631)

CONTRABANDO/DESCAMINHO. Compete à Justiça Federal a condução do inquérito


que investiga o cometimento do delito previsto no art. 334, § 1º, IV, do Código Penal,
na hipótese de venda de mercadoria estrangeira, permitida pela ANVISA,
desacompanhada de nota fiscal e sem comprovação de pagamento de imposto de
importação. STJ. Plenário. CC 159.680-MG, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca,
julgado em 08/08/2018 (Info 631). Compete à Justiça Federal o julgamento dos
crimes de contrabando e de descaminho, ainda que inexistentes indícios de
transnacionalidade na conduta. STJ. 3ª Seção. CC 160.748-SP, Rel. Min. Sebastião Reis
Júnior, julgado em 26/09/2018 (Info 635).

CORRUPÇÃO ATIVA. O pagamento da diferença do imposto devido, antes do


recebimento da denúncia, não extingue a punibilidade pelo crime de corrupção ativa

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atrelado ao de sonegação fiscal. Ex: João, sócio de uma empresa, ofereceu e pagou
n
propina ao fiscal para que pudesse recolher um valor menor de imposto. Assim, em
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vez de pagar R$ 400 mil de imposto, João pagou apenas R$ 100 mil. Os fatos foram
a
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descobertos. João praticou, em tese, corrupção ativa (art. 333 do CP) e sonegação
fiscal (art. 1º, I, da Lei nº 8.137/90). Antes que a denúncia fosse oferecida, João pagou
E M d IL
a diferença do imposto devido acrescido de multa, juros e correção monetária. Esse
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pagamento irá gerar a extinção do crime de sonegação fiscal, mas não da corrução
o OR
ativa que deverá ser julgada normalmente. STJ. 6ª Turma. RHC 95.557-GO, Rel. Min.
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Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 21/06/2018 (Info 631).
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INJÚRIA. A esposa tem legitimidade para propor queixa-crime contra autor de
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mensagem que insinua que o seu marido tem uma relação extraconjugal com outro

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homem. Se alguém alega que um indivíduo casado mantém relação homossexual
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extraconjugal com outro homem, a esposa deste indivíduo tem legitimidade para
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ajuizar queixa-crime por injúria, alegando que também é ofendida. Caso concreto:
l i
Roberto insinuou que Weverton teria um relacionamento homossexual extraconjugal
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com outro homem. A mulher de Weverton tem legitimidade para ajuizar queixacrime
contra Roberto pela prática do crime de injúria. STF. 1ª Turma. Pet 7417 AgR/DF, Rel.
Min. Luiz Fux, red. p/ o ac. Min. Marco Aurélio, julgado em 9/10/2018 (Info 919).

CALÚNIA ELEITORAL. O comitê de campanha do candidato Ronaldo foi arrombado e


de lá furtados dois computadores. Em entrevista concedida a um jornal, Ronaldo
teria afirmado que o maior suspeito do crime era o governo. Em razão das
declarações, o Ministério Público eleitoral ofereceu denúncia contra Ronaldo pela
prática de calúnia eleitoral (art. 324 do CE), figurando como suposta vítima Teotônio,
Governador e candidato a reeleição. O réu se defendeu alegando que apenas emitiu
opinião sobre o ocorrido e que não citou o nome do Governador. Vale ressaltar que
Teotônio (suposta vítima) afirmou que não se sentiu pessoalmente ofendido. Diante
disso, o STF absolveu o réu afirmando que, para configurar o delito de calúnia é
necessária a comprovação da lesividade da conduta e que, como o suposto atingido
afirma não ter se ofendido com as declarações, não há prova da materialidade da

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conduta delituosa. STF. Plenário. AP 929 ED-2 julg-EI/AL, Rel. Min. Luiz Fux, julgado
em 17/10/2018 (Info 920)
CONTINUIDADE DELITIVA Não há continuidade delitiva entre os crimes de roubo e
extorsão, ainda que praticados em conjunto. Isso porque, os referidos crimes, apesar
de serem da mesma natureza, são de espécies diversas. STJ. 5ª Turma. HC
435.792/SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 24/05/2018. STF. 1ª Turma. HC
114667/SP, rel. org. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado
em 24/4/2018 (Info 899).

LEI MARIA DA PENHA. Nos casos de violência contra a mulher praticados no âmbito
doméstico e familiar, é possível a fixação de valor mínimo indenizatório a título de
dano moral, desde que haja pedido expresso da acusação ou da parte ofendida,
ainda que não especificada a quantia, e independentemente de instrução probatória.
CPP/Art. 387. O juiz, ao proferir sentença condenatória: IV - fixará valor mínimo para
reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos pelo
ofendido. STJ. 3ª Seção. REsp 1.643.051-MS, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado

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em 28/02/2018 (recurso repetitivo) (Info 621). A prática de contravenção penal, no
n
âmbito de violência doméstica, não é motivo idôneo para justificar a prisão
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preventiva do réu. O inciso III do art. 313 do CPP prevê que será admitida a
a
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decretação da prisão preventiva “se o CRIME envolver violência doméstica e familiar
contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência,
E M d IL
para garantir a execução das medidas protetivas de urgência”. Assim, a redação do
e
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inciso III do art. 313 do CPP fala em CRIME (não abarcando contravenção penal).
o OR
Logo, não há previsão legal que autorize a prisão preventiva contra o autor de uma
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contravenção penal. Decretar a prisão preventiva nesta hipótese representa ofensa
ao princípio da legalidade estrita. STJ. 6ª Turma. HC 437.535-SP, Rel. Min. Maria
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Thereza de Assis Moura, Rel. Acd. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 26/06/2018
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(Info 632).

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PRESCRIÇÃO. Se o Ministério Público não recorreu contra a sentença condenatória,
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tendo havido apenas recurso da defesa, qual deverá ser o termo inicial da prescrição
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da pretensão executiva? O início do prazo da prescrição executória deve ser o
m
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momento em que ocorre o trânsito em julgado para o MP? Ou o início do prazo
deverá ser o instante em que se dá o trânsito em julgado para ambas as partes, ou
seja, tanto para aacusação como para a defesa?
• Posicionamento pacífico do STJ: o termo inicial da prescrição da
pretensãoexecutória é a data do trânsito em julgado da sentença condenatória para
a acusação, ainda que a defesa tenha recorrido e que se esteja aguardando o
julgamento desse recurso. Aplica-se a interpretação literal do art. 112, I, do CP,
considerando que ela é mais benéfica ao condenado.
• Entendimento da 1ª Turma do STF: o início da contagem do prazo de prescrição
somente se dá quando a pretensão executória pode ser exercida. Se o Estado não
pode executar a pena, não se pode dizer que o prazo prescricional já está correndo.
Assim,
mesmo que tenha havido trânsito em julgado para a acusação, se o Estado ainda não
pode executar a pena (ex: está pendente uma apelação da defesa), não teve ainda
início a contagem do prazo para a prescrição executória. É preciso fazer uma

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interpretação sistemática do art. 112, I, do CP. Vale ressaltar que, com o novo
entendimento do STF admitindo a execução provisória da pena, para essa segunda
corrente (Min. Roberto Barroso) o termo inicial da prescrição executória será a data
do julgamento do processo em 2ª instância. Isso porque se estiver pendente apenas
recurso especial ou extraordinário, será possível a execução provisória da pena. Logo,
já poderia ser iniciada a contagem do prazo prescricional. STF. 1ª Turma. RE
696533/SC, Rel. Min Luiz Fux, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em
6/2/2018 (Info 890).

RACISMO. O então Deputado Federal Jair Bolsonaro proferiu palestra no auditório de


determinado clube e ali fez críticas e comentários negativos a respeito dos
quilombolas e de povos estrangeiros. No trecho mais questionado de sua palestra,
ele afirmou: “Eu fui em um quilombola em El Dourado Paulista. Olha, o
afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas. Não fazem nada! Eu acho que nem
para procriador eles servem mais. Mais de um bilhão de reais por ano gastado com
eles. Recebem cesta básica e mais material em implementos agrícolas. Você vai em El

a l
Dourado Paulista, você compra arame farpado, você compra enxada pá, picareta por
n
metade do preço vendido em outra cidade vizinha. Por que? Porque eles revendem
io
c
tudo baratinho lá. Não querem nada com nada.” O STF entendeu que a conduta de
a
u c ER
Bolsonaro não configurou o crime de racismo (art. 20 da Lei nº 7.716/89). As palavras
por ele proferidas estão dentro da liberdade de expressão prevista no art. 5º, IV, da
E M d IL
CF/88, além de também estarem cobertas pela imunidade parlamentar (art. 53 da
e
rt RO
CF/88). O objetivo de seu discurso não foi o de repressão, dominação, supressão ou
o OR
eliminação dos quilombolas ou dos estrangeiros. O pronunciamento do parlamentar
p
S C 41- m u H 89
estava vinculado ao contexto de demarcação e proveito econômico das terras e
configuram manifestação política que não extrapola os limites da liberdade de
m Z .7 .co
expressão. Além disso, as manifestações de Bolsonaro estavam relacionadas com a
u I
er L U 4 il
sua função de parlamentar. Inclusive, o convite para a palestra se deu em razão do

V 0 4 ma
exercício do cargo de Deputado Federal a fim de dar a sua visão geopolítica e
O .
d R 3 g
econômica do País. Assim, havia uma vinculação das manifestações apresentadas na
4
A PE D 0 er@
palestra com os seu pronunciamentos na Câmara dos Deputados, de sorte que incide
l i
a imunidade parlamentar. STF. 1ª Turma. Inq 4694/DF, Rel. Min. Marco Aurélio,
m
lc
julgado em 11/9/2018 (Info 915).
p
A circunstância judicial “conduta social”, prevista no art. 59 do Código Penal,
representa o comportamento do agente no meio familiar, no ambiente de trabalho e
no relacionamento com outros indivíduos. Os antecedentes sociais do réu não se
confundem com os seus antecedentes criminais. São circunstâncias distintas, com
regramentos próprios. Assim, não se mostra correto o magistrado utilizar as
condenações anteriores transitadas em julgado como “conduta social desfavorável”.
Não é possível a utilização de condenações anteriores com trânsito em julgado como
fundamento para negativar a conduta social. STF. 2ª Turma. RHC 130132, Rel. Min.
Teori Zavascki, julgado em 10/5/2016 (Info 825). STJ. 5ª Turma. HC 475.436/PE, Rel.
Min. Ribeiro Dantas, julgado em 13/12/2018. STJ. 6ª Turma. REsp 1.760.972-MG, Rel.
Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 08/11/2018 (Info 639).

É atípica a conduta de agente público que procede à prévia correção quanto aos

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aspectos gramatical, estilístico e técnico das impugnações administrativas, não
configurando o crime de advocacia administrativa perante a Administração
Fazendária. STJ. 6ª Turma. REsp 1.770.444-DF, Rel. Min. Antonio Saldanha Palheiro,
julgado em 08/11/2018 (Info 639)

A Súmula Vinculante 24 tem aplicação aos fatos ocorridos anteriormente à sua


edição.
Como a SV 24 representa a mera consolidação da interpretação judicial que já era
adotada pelo STF e pelo STJ mesmo antes da sua edição, entende-se que é possível a
aplicação do enunciado para fatos ocorridos anteriormente à sua publicação. STF. 1ª
Turma. RHC 122774/RJ, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 19/5/2015 (Info 786). STJ.
3ª Seção. EREsp 1.318.662-PR, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 28/11/2018 (Info
639).

A decisão proferida em processo penal que fixa alimentos provisórios ou provisionais


em favor da companheira e da filha, em razão da prática de violência doméstica,

a l
constitui título hábil para imediata cobrança e, em caso de inadimplemento, passível
n
de decretação de prisão civil. STJ. 3ª Turma. RHC 100.446-MG, Rel. Min. Marco
io
Aurélio Bellizze, julgado em 27/11/2018 (Info 640).
a c
u c ER
É atípica a conduta contida no art. 307 do CTB quando a suspensão ou a proibição de
E M d IL
se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor advém de
restrição e
rt RO
o OR
administrativa. A conduta de violar decisão administrativa que suspendeu a
p
S C 41- m u H 89
habilitação para dirigir veículo automotor não configura o crime do art. 307, caput,
do CTB, embora possa constituir outra espécie de infração administrativa, a depender
m Z .7 .co
do caso concreto. STJ. 6ª Turma.HC 427.472-SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis
u I
er L U 4 il
Moura, julgado em 23/08/2018 (Info 641).

V O . 0 4 ma
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
mi
p lc
Ano: 2016. Banca: FCC. Órgão: DPE-ES

Quanto aos crimes previstos na Lei de Drogas, é correto


afirmar que
a) a pena de multa pode ser aumentada até o limite do
triplo se, em virtude da condição econômica do acusado, o juiz
considerá-la ineficaz, ainda que aplicada no máximo.
b) não se tipifica o delito de associação para o tráfico se
ausentes os requisitos de estabilidade e permanência,
configurando-se apenas a causa de aumento da pena do
QUESTÕES: concurso de pessoas.

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DROGAS
c) constitui causa de aumento da pena a promoção do
tráfico de drogas nas imediações de estabelecimento de
ensino e, consoante expressa previsão legal, a circunstância
independe de comprovação de se destinar aos respectivos
estudantes.
d) o condenado por tráfico privilegiado poderá ser
promovido de regime prisional após o cumprimento de um
sexto da pena, segundo entendimento do Supremo Tribunal
Federal.
e) cabível a aplicação retroativa da figura do tráfico
privilegiado, desde que o redutor incida sobre a pena prevista
na lei anterior, pois vedada a combinação de leis.

GABARITO COMENTADO

a
a) Errado. Art. 43, Parágrafo único. As multas, que em l
io
caso de concurso de crimes serão impostas sempren
a c
cumulativamente, podem ser aumentadas até o
c ER
décuplo se, em virtude da situação econômica do
u
aplicadas no máximo. E M d IL
acusado, considerá-las o juiz ineficazes, ainda que

e
rt RO
b) Errado. Art. 35, Parágrafo único. Nas mesmas penas do

p o OR
caput deste artigo incorre quem se associa para a

S C 41- m u H 89
prática reiterada do crime definido no art. 36 desta Lei.
c) Errado. Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37

um IZ .7 .co
desta Lei são aumentadas de um sexto a dois terços, se:

V er L
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.
4
0
il
III - a infração tiver sido cometida nas dependências ou
4 ma
imediações de estabelecimentos prisionais, de ensino
d R 4 3 g
ou hospitalares, de sedes de entidades estudantis,
A PE D 0 er@
sociais, culturais, recreativas, esportivas, ou
l i
beneficentes, de locais de trabalho coletivo, de recintos
m
p lc
onde se realizem espetáculos ou diversões de qualquer
natureza, de serviços de tratamento de dependentes
de drogas ou de reinserção social, de unidades militares
ou policiais ou em transportes públicos;
d) Correto. Julgado recente, consoante quadro abaixo.
e) Errado. Súmula 501, do STJ.
f)

Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-RS Prova: FCC - 2018 - DPE-
RS - Defensor Público

Mévio, primário, foi condenado pela prática do delito de


associação ao tráfico, tipificado no artigo 35, caput, da Lei n°
11.343/2006, a expiar a pena privativa de liberdade de 04 anos
e 02 meses de reclusão, em regime inicial semiaberto. De

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acordo com a Lei de Drogas e a atual jurisprudência do
Superior Tribunal de Justiça, Mévio deverá cumprir para obter
a progressão de regime e o livramento condicional,
respectivamente:

A) 1/6 e 1/3 da pena.


B) 3/5 e 1/2 da pena.
C) 1/6 e 2/3 da pena.
D) 3/5 e 2/3 da pena.
E) 2/5 e 1/3 da pena.
GABARITO: C.

Tal crime não é equiparado a Hediondo e gravar os quóruns da


Progressão de Regime e Livramento Condicional.

Vamos por parte:


a l
io n
1) Progressão de Regime: Será de 1/6 (Art. 112 LEP). Obs: Se tal
c
crime fosse equiparado a Hediondo, seria 2/5 (primário) ou 3/5
a
c ER
(reincidente) - (art. 2, § 2o da 8.072/90);
u
E M d IL
2) Livramento Condicional: Será de 2/3 (Art. 83. V CP-
e
rt RO
cumpridos mais de dois terços da pena, nos casos de
o OR
condenação por crime hediondo, prática de tortura, tráfico
p
S C 41- m u H 89
ilícito de entorpecentes e drogas afins, tráfico de pessoas e
terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em
m IZ .7 .co
crimes dessa natureza).
u
V er L
O
U
.
4
0
il
4 ma
Atenção: Destaca-se que tal crime não é hediondo nem
d R 4 3
equiparado. g Entretanto, conforme entendimento
A PE D 0 er@
jurisprudencial do STJ (5ª Turma. HC 311.656-RJ, Rel. Min. Felix
l i
Fischer, julgado em 25/8/2015 - Informativo 568), ainda que o
m
p lc
crime de associação para o tráfico (art. 35 da Lei de Drogas)
não seja crime hediondo ou equiparado, o prazo para se obter
o livramento condicional é de 2/3 porque este requisito é
exigido pelo parágrafo único do art. 44 da Lei
supramencionada.

Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-AM Prova: FCC - 2018 - DPE-
AM - Defensor Público

Segundo a Lei de Drogas,

A) a natureza e a quantidade da droga apreendida impedem o


reconhecimento da causa de diminuição que caracteriza o
tráfico privilegiado.

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B) a natureza e a quantidade da droga são valoradas na
primeira fase de aplicação da pena (pena-base).
C) a tipicidade do crime de associação para o tráfico se
completa com a prática dolosa da venda de drogas por duas ou
mais pessoas.
D) o tráfico internacional configura tipo autônomo, enquanto o
tráfico interestadual é causa de aumento de pena.
E) o crime de oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de
lucro, a pessoa de seu relacionamento, para juntos a
consumirem, submete-se às mesmas penas da posse de drogas
para uso pessoal.
GABARITO: B.

Letra A: ERRADO: Art. 33, § 4º Nos delitos definidos no caput e


no § 1º deste artigo, as penas poderão ser reduzidas de um
sexto a dois terços, (parte inconstitucional omitida), desde que
a
o agente seja primário, de bons antecedentes, não se dediquel
io n
às atividades criminosas nem integre organização criminosa.

a c
c ER
Portanto, a “natureza e a quantidade da droga apreendida”
u
E M d IL
não pode impedir o reconhecimento, mas pode ser valorada
pelo Juiz para definir o patamar da redução (que varia de 1/6 a
e
rt RO
2/3). Nesse sentido: RHC 122684, j. 16/09/2014, DJe 30-09-
2014.
p o OR
S C 41- m u H 89
Nesse mesmo julgado, o STF, visando compatibilizar os arts.
m IZ .7 .co
33, § 4º (tráfico privilegiado) e 42 (fixação da pena-base),
u
V er L
O
U
.
4
0
il
entendeu que o Juízo só poderá valorar a “natureza e a
4 ma
quantidade da droga apreendida” ou na fixação da pena base
d R 4 3 g
(art. 42) ou na valoração do patamar de redução do art. 33, §
A PE D 0 er@
4º, nunca nos dois ao mesmo tempo, sob pena de configurar
l i
bis in idem.
m
p lc
Letra B: CERTO: Art. 42. O juiz, na fixação das penas,
considerará, com preponderância sobre o previsto no art. 59
do Código Penal, a natureza e a quantidade da substância ou
do produto, a personalidade e a conduta social do agente.

NOTA: alguns colegas citaram o art. 28, porém a “natureza e a


quantidade da droga” desse artigo é considerada para a
fixação da própria tipicidade do crime e não da pena, como
posto no enunciado;

Letra C: ERRADO: Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas


para o fim de praticar, reiteradamente ou não, qualquer dos
crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 desta Lei: (...).

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Requisitos do crime de associação para o tráfico:

a) Reunião de 02 ou mais pessoas;

b) Intenção de cometer qualquer dos crimes previstos nos arts.


33, caput e § 1º, e 34 da Lei 11343/2006, ou seja, a mera
intenção é suficiente, sendo, portanto, crime formal, de modo
que a posterior consumação do crime de tráfico configura
concurso material com o crime de associação para o tráfico;

c) Vontade de praticar reiteradamente ou não (se se


associarem com estabilidade e permanência para praticarem
um único crime de tráfico, ainda assim estará configurada a
associação para o tráfico);

d) Dolo de se associar com estabilidade e permanência (deve


ser concretamente demonstrado), não se confundindo com a
a l
reunião ocasional de pessoas (STJ — HC 212.000/SP, j.
io n
05/11/2013, DJe 19/11/2013).
a c
u c ER
previstas no art. 40:
E M d IL
Letra D: ERRADO: Ambos são causas de aumento de pena

e
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o OR
Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são
p
S C 41- m u H 89
aumentadas de um sexto a dois terços, se: I - a natureza, a
procedência da substância ou do produto apreendido e as
m Z .7 .co
circunstâncias do fato evidenciarem a transnacionalidade do
u I
V O er L U
0
4
4 ma il
delito; (...) V - caracterizado o tráfico entre Estados da
Federação ou entre estes e o Distrito Federal;
.
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
Letra E: ERRADO: é um tipo penal autônomo, previsto no art.
i
33, § 3º, embora também sejam aplicadas as penas do art. 28:
m
p lc
detenção 6 meses a 1 ano + multa 700 a 1500 dias-multa +
penas do art 28.

CUNHA, Rogério Sanches. Manual de Direito Penal: Parte Geral. 5ª Edição. Editora
Jus Podivm: Salvador, 2017.

CUNHA, Rogério Sanches. Manual de Direito Penal: Parte Especial (arts. 121 ao 361).

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8ª Edição. Editora Jus Podivm: Salvador, 2016.

SHECAIRA. Sérgio Salomão. Criminologia. 6ª Edição. Editora Revista dos Tribunais:


São Paulo, 2014.

ZAFFARONI, Eugenio Raúl. PIERANGELI, José Henrique. Manual de direito penal


brasileiro. Parte geral. 4ª Edição. Revista dos Tribunais: São Paulo, 2011.

a l
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a c
u c ER
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p o OR
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APRESENTAÇÃO

Caro(a) Aluno(a),

A preparação para concursos públicos exige profissionalismo, métrica e estratégia. Cada


minuto despendido deve ser bem gasto! Por isso, uma preparação direcionada, focada
nos pontos com maior probabilidade de cobrança no seu certame, pode representar a
diferença entre aprovação e reprovação.

Ciente disso, a Ad Verum Suporte Educacional, empresa do Grupo CERS ONLINE,


concebeu o curso INTELIGÊNCIA PDF – Defensoria Pública Estadual, que tem por premissa
fundamental “atacar” os pontos nucleares de cada matéria, com vistas à antecipação dos
temas com maiores chances de cobrança em sua prova.

Fazer isso não é tarefa fácil! É necessário um árduo esforço de pesquisa, levando-se em
consideração fatores como banca examinadora e respectivos membros (sempre que

a l
possível), retrospecto do concurso, incidência temática de cada disciplina, momento da
economia do país, dentre tantos outros, aliados a experiência de Professores de projeção

io n
nacional, com larguíssima experiência na análise do perfil dos mais diferentes certames
públicos.
a c
u c ER
E M d IL
Para tornar tudo isso uma realidade, a Ad Verum investiu muito em seu Método de
Aceleração de Aprendizagem (MAVAA). Hoje, contamos com um SETOR DE
e
rt RO
INTELIGÊNCIA, responsável por ampla coleta de dados e informações das mais
o OR
diferentes fontes relacionadas ao universo de cada concurso, de modo a, a partir do
p
S C 41- m u H 89
processamento dos dados coletados, oferecer aos seus alunos uma experiência
diferenciada quando comparada a tudo que ele conhece em matéria de preparação para
carreiras públicas.
um IZ .7 .co
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Racionalizar o estudo do aluno é mais que um objetivo para Ad Verum, trata-se de uma
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obsessão.
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Bom estudo!
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Francisco Penante

CEO Ad Verum Suporte Educacional

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SUMÁRIO

DIREITOS DIFUSOS E COLETIVOS .......................................................................................... 4


1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 4
1. PRINCÍPIOS DO PROCESSO COLETIVO ........................................................................... 7
2.1 PRINCÍPIOS DO MICROSSISTEMA................................................................. 7
PRINCÍPIO DA PRIMAZIA DO CONHECIMENTO DO MÉRITO .................................... 8
PRINCÍPIO DO ACESSO À JUSTIÇA ............................................................................. 8
PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE DA DEMANDA COLETIVA ............................... 8
PRINCÍPIO DO ATIVISMO JUDICIAL ............................................................................. 9
2. LEGITIMIDADE........................................................................................................... 10
4. COMPETÊNCIA .......................................................................................................... 16
4.1 Prevenção e litispendência ........................................................................... 17
a l
4.2
n
Inversão do ônus da prova............................................................................ 20

io
5.
a c
TUTELA ANTECIPADA ................................................................................................. 20
6.
u c ER
SENTENÇA E COISA JULGADA ..................................................................................... 21
6.1 ALCANCE DA COISA JULGADA EM PROCESSO COLETIVO................... 26
E M d IL
6.2
e
LIQUIDAÇÃO DA SENTENÇA COLETIVA .................................................... 29
rt RO
o OR
BIBLIOGRAFIA ............................................................................ Erro! Indicador não definido.
p
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DIREITOS DIFUSOS E COLETIVOS

1. INTRODUÇÃO

A maioria dos editais de provas para a Defensoria Pública tem a disciplina


específica dos direitos difusos e coletivos, mas o conteúdo programático varia de prova
para prova, de forma que, no presente material, iremos trabalhar os aspectos gerais, que
abrangem todas as disciplinas normalmente cobradas, bem como as matérias que,
independente do edital, sempre estão presentes.
Para que não haja prejuízo ao aluno, abaixo listaremos as principais leis
que compõem o Direito Coletivo, devendo-se ter conhecimento das disposições de cada
uma, pois a cobrança normalmente se volta à literalidade da lei.

DIREITOS DIFUSOS E COLETIVOS

 Ação Popular – Lei 4717/65

 a l
Ação Civil Pública - Lei 7347/85
io n
 Lei de Improbidade Administrativa – Lei 8.429/92
a c
 u c ER
d IL
Código de Defesa do Consumidor – Lei 8.078/90: artigos 81 e seguintes
E M

e
Estatuto da Criança e Adolescente – Lei 8.069/90: normalmente, é disciplina
rt RO
p o OR
isolada no edital, mas compete ao candidato saber que os artigos 208 a 224
tratam da proteção judicial dos direitos e interesses individuais, difusos e

S C 41- m u H 89
coletivos da criança e do adolescente;


um IZ .7 .co
Sistema Único de Saúde – Lei 8.080/90


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Habeas Data – Lei 9.507/97
il
d R 4 3 g
 A PE D 0 er@
Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei 9.394/96
l
 mi
Transtornos mentais – Lei 10.216/01

 p lc
Estatuto da Cidade – Lei 10.257/01

 Estatuto do Idoso – Lei 10.741/03: atenção especial aos artigos 78 a 92, por
tratarem especificamente sobre o processo coletivo.

 Política Nacional de Resíduos Sólidos – Lei 11.445/07

 Mandado de Segurança individual e Coletivo – Lei 12.016/09

 Estatuto da Igualdade Racial - Lei 12.288/2010

 Estatuto da Pessoa com Deficiência - Lei 13.146/15

 Mandado de Injunção Individual e Coletivo - Lei 13.300/16

 Regularização Fundiária – Lei 13.465/17

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 Meio Ambiente – Leis 6.938/81; 12.305/10;

Por isso, pessoal, é bom vocês estudarem também as leis acimas, porque elas vêm
previstas em todos os editais de Defensoria, podendo ser cobradas tanto na parte de
difusos e coletivos, quanto em direitos humanos. Não vamos perder pontos bobos.
Vamos lá.

Formalmente, o processo coletivo é uma sistematização de normas e princípios


espalhados em leis esparsas, gerando o policentrismo, formado por um sistema de vasos
comunicantes e normas de reenvio. Esse microssistema ainda se subdivide processo
coletivo especial e processo coletivo comum. Vale lembrar que estes dois sistemas não se
comunicam.

Materialmente, o processo coletivo pode ser abstrato, que cuida da proteção do


Estado Democrático de Direito, visando à higidez do direito objetivo (processo coletivo

a l
especial), através das ações de controle, como ADI, ADPF, ADO. Pode, ainda, ser concreto,
n
cujo objetivo é efetivar materialmente o Estado Democrático de Direito, os direitos
io
c
transindividuais1, metaindividuais e coletivos em sentido estrito, através do processo
a
coletivo comum (ACP, MS coletivo, AP, Habeas Data etc).
u c ER
E M d IL
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um IZ .7 .co
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Pessoal, atenção às ondas renovatórias de acesso à justiça, de Mauro
U4 ma
Cappelletti e Bryant Garth: 4 il
d V R O
4 3 . 0 g
A PE
pobres.
D
1ª onda: tutela dos necessitados. Possibilidade de acesso à justiça pelos
0 er@
l
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2ª onda: coletivização (molecularização) do processo. Necessidade diante
de direitos e interesses de titularidade indeterminada, como o meio
ambiente e o patrimônio público.

3ª onda: efetividade do processo. Era preciso julgar e executar, dar


resultado

Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-RS Prova: FCC - 2018 - DPE-RS - Defensor Público

1
Os interesses transindividuais podem ser essencialmente coletivos, ou acidentalmente coletivos.
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Com relação à defesa do consumidor em juízo, é correto afirmar:

A) É incabível ação civil pública para veicular pretensões que envolvam tributos.

B) A estipulação de multa diária pelo juiz depende de pedido expresso do autor, sob
pena de nulidade por configurar decisão ultra petita.

C) A Defensoria Pública tem legitimação extraordinária para defesa coletiva em


matéria consumerista, salvo no caso de proteção a direitos individuais homogêneos.

D) É vedado, em se tratando de direitos coletivos lato sensu, que a liquidação e a


execução da sentença sejam propostas por substituto processual diverso do autor
da ação de conhecimento.

E) É imprescindível à Defensoria Pública a demonstração de pertinência temática ou


de hipossuficiência econômica do grupo de eventuais beneficiados individuais.

GABARITO: A. a l
io n
c
a) CERTO. Art. 1º da LACP. Parágrafo único. Não será cabível ação civil pública
a
c ER
para veicular pretensões que envolvam tributos, contribuições
u
E M d IL
previdenciárias, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS ou outros
fundos de natureza institucional cujos beneficiários podem ser
individualmente determinados. e
rt RO
p o OR
b) ERRADO. Art. 84 do CDC. Na ação que tenha por objeto o cumprimento da

S C 41- m u H 89
obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da
obrigação ou determinará providências que assegurem o resultado prático

um IZ .7 .co
equivalente ao do adimplemento.

V O er L
. 0
U4 ma4 il
c) ERRADO. Art. 4º, VII da LC 80/94– promover ação civil pública e todas as
espécies de ações capazes de propiciar a adequada tutela dos direitos
d R 4 3 g
difusos, coletivos ou individuais homogêneos quando o resultado da
A PE D 0 er@
demanda puder beneficiar grupo de pessoas hipossuficientes;
l i
d) ERRADO. Art. 97 do CDC. A liquidação e a execução de sentença poderão ser
m
que trata o art. 82.p lc
promovidas pela vítima e seus sucessores, assim como pelos legitimados de

e) ERRADO. O Superior Tribunal de Justiça, ao interpretar os requisitos legais


para a atuação coletiva da Defensoria Pública, encampa exegese ampliativa
da condição jurídica de "necessitado", de modo a possibilitar sua atuação em
relação aos necessitados jurídicos em geral, não apenas aos hipossuficientes
sob o aspecto econômico. (AgInt no REsp 1694547/ES, Rel. Ministra REGINA
HELENA COSTA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 17/05/2018, DJe 23/05/2018)

PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL.


CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL DE 2015. APLICABILIDADE.SERVIDORES PÚBLICOS
MILITARES. CONCESSÃO DE AUXÍLIO TRANSPORTE. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. INTERESSES
DIFUSOS, COLETIVOS OU INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS. LEGITIMIDADE ATIVA DA
DEFENSORIA PÚBLICA. EXISTÊNCIA. PRECEDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.
CONCEITO DE NECESSITADO.CONCEPÇÃO AMPLIATIVA PARA ABRANGER OS
HIPOSSUFICIENTES JURÍDICOS. PRECEDENTE DESTA CORTE. ARGUMENTOS

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INSUFICIENTES PARA DESCONSTITUIR A DECISÃO ATACADA. (AgInt no REsp
1510999/RS, Rel. Ministra REGINA HELENA COSTA, PRIMEIRA TURMA, julgado em
08/06/2017, DJe 19/06/2017)

1. PRINCÍPIOS DO PROCESSO COLETIVO

2.1 PRINCÍPIOS DO MICROSSISTEMA

Ainda não foi aprovado um código de processo coletivo que abranja toda a
normatividade processual desta disciplina. Um dos principais examinadores da banca
Fundação Carlos Chagas para provas de Defensoria Pública, Leonardo Scofano, dissertou,
em seu doutorado, sobre a importância de um código de processo coletivo como forma
de ampliar a maximização da garantia dos direitos humanos e fundamentais 2.

Assim, mesmo que a legislação coletiva esteja em diversas leis esparsas, entende-
se que há um microssistema que promove um diálogo entre as diversas fontes legais,
a l
quando da aplicação do direito.
io n
a c
u c ER
Neste sentido, quando há lacuna em determinada norma, compete ao aplicador
da lei a análise de todo o microssistema, que é autoreferencial ao processo coletivo,
E M d IL
sendo o Direito Processual Civil subsidiário a todas as normas, aplicando-se, apenas, se
e
rt RO
não houver dispositivo que trate sobre o tema no microssistema.

p o OR
PRINCÍPIO DA NÃO-TAXATIVIDADE OU DA ATIPICIDADE3

S C 41- m u H 89
É também chamado de princípio da atipicidade da ação e consiste na proteção de
m Z .7 .co
todo e qualquer direito difuso ou coletivo, independente de previsão expressa na norma.
u I
V er L U
0
4
4 ma il
Há, neste caso, a prevalência do conteúdo do direito protegido, e não somente do direito
formal, avaliando-se a natureza da tutela para a adequada efetivação.
O .
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
Tal princípio está garantido no art. 5, XXXV, da Constituição Federal, no art. 83 do
l i
Código de Defesa do Consumidor e no art. 21 da Lei da Ação Civil Pública.
m
l
Art. 5º,
p c XXXV, da Constituição Federal: A lei não excluirá da
apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito.
Art. 83 do Código de Defesa do Consumidor: Para a defesa dos
direitos e interesses protegidos por este código são admissíveis
todas as espécies de ações capazes de propiciar sua adequada e
efetiva tutela.
Art. 21 da Lei da Ação Civil Pública: Aplicam-se à defesa dos
direitos e interesses difusos, coletivos e individuais, no que for
cabível, os dispositivos do Título III da lei que instituiu o Código de
Defesa do Consumidor.

2
PEIXOTO, Leonardo Scofano DAMASCENO – O DIREITO PROCESSUAL E A EFETIVIDADE
DOS DIREITOS HUMANOS. Lúmen Júris: Rio de Janeiro, 2017
3 Art. 83, CDC: Para a defesa dos direitos e interesses protegidos por este código são admissíveis
todas as espécies de ações capazes de propiciar sua adequada e efetiva tutela.

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PRINCÍPIO DA PRIMAZIA DO CONHECIMENTO DO MÉRITO
Tendo em vista a amplitude de possíveis beneficiários em uma demanda coletiva,
bem como em observância ao acesso à justiça, entende-se que deve haver uma
superação do formalismo exacerbado quando da análise deste tipo de demanda. O que
se pretende é o conhecimento da matéria objeto do litígio, portanto, em observância à
instrumentalidade das formas, havendo vício formal superável, este deve ser
desconsiderado em proveito da análise do mérito.

PRINCÍPIO DO ACESSO À JUSTIÇA


A demanda coletiva foi apresentada por Mauro Cappelletti como a segunda onda
renovatória do acesso à justiça, pela abrangência que possui, maximizando os efeitos da
decisão. Atualmente, busca-se superar a proteção individualizada do processo, pois o
benefício de uma decisão coletiva se reflete em inúmeras dimensões. Isto porque, além
da solução que atinja a coletividade de pessoas, há um desafogamento do poder
judiciário, que pode se dedicar de forma mais específica às demandas que não
possibilitam uma apreciação difusa.

a l
PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE DA DEMANDA COLETIVA
io n
Quando proposta uma demanda coletiva, o direito não se refere a uma vontade
a c
individual, há um interesse social na apreciação do que se discute. Assim, independente
u c ER
da vontade das partes será dado prosseguimento ao processo, cabendo a qualquer dos

E M d IL
legitimados darem continuidade à ação, quando da desistência do autor originário.

Fase de conhecimento: e
rt RO
p o OR
S C 41- m u H 89
Art. 5º. §3°, LACP: Em caso de desistência infundada ou abandono
da ação por associação legitimada, o Ministério Público ou outro
m Z .7 .co
legitimado assumirá a titularidade ativa.
u I
V O er L U 4
4 ma il
Art. 9º, LAP: Se o autor desistir da ação ou der motivo à absolvição
. 0
d R 4 3 g
da instância, serão publicados editais nos prazos e condições
A PE D 0 er@
l
previstos no art. 7º, inciso II, ficando assegurado a qualquer
i
cidadão, bem como ao representante do Ministério Público,
m
p lc
dentro do prazo de 90 (noventa) dias da última publicação feita,
promover o prosseguimento da ação.

Fase de execução:

Art. 16, LAP: Caso decorridos 60 (sessenta) dias da publicação da


sentença condenatória de segunda instância, sem que o autor ou
terceiro promova a respectiva execução, o representante do
Ministério Público a PROMOVERÁ nos 30 (trinta) dias seguintes,
sob pena de falta grave.

Art. 15, LACP: Decorridos sessenta dias do trânsito em julgado da


sentença condenatória, sem que a associação autora lhe promova
a execução, deverá fazê-lo o Ministério Público, facultada igual
iniciativa aos demais legitimados.

PRINCÍPIO DA ADEQUADA REPRESENTAÇÃO

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Há dois sistemas possíveis de análise da legitimidade ativa para a promoção de
ações coletivas: ope legis ou ope judicis. Nos Estados Unidos da América, por exemplo, a
análise da legitimidade se dá caso a caso, a depender do objeto da demanda,
materializando o sistema ope judice de legitimidade, pois caberá ao juiz decidir se a parte
é competente para tanto.

Já no sistema ope legis, o rol de legitimados é taxativo, com previsão específica na


legislação, como é o caso do Brasil, pois a competência dos órgãos está previamente
prevista em lei. No entanto, aqui, a jurisprudência4 admite que, excepcionalmente, o juiz
controle a representatividade dos legitimados.

PRINCÍPIO DO ATIVISMO JUDICIAL


Inspirado nas decisões da corte americana, notadamente no não interpretativiso, o
ativismo judicial é referência ao substancialismo de Gadamer, que entende caber ao
aplicador da lei a interpretação do direito, avaliando o fundamento motivador da norma,
independente do decurso de tempo.

Assim, após o advento do neoconstitucionalismo, o poder judiciário ganhou uma


a l
io n
função ativa na efetivação dos direitos fundamentais, podendo incentivar a promoção de
c
demandas coletivas (como expressamente previsto no artigo 139, X do CPC), suprindo as
a
c ER
omissões dos outros poderes, quando inobservadas os deveres de garantia da dignidade
u
humana.
E M d IL
PRINCÍPIO DA INFORMAÇÃO ADEQUADA
e
rt RO
Art. 104, do CDC:
p o OR
1.
2. S C 41- m u H 89
O legitimado coletivo deve dar ciência aos autores das ações individuais;
Deve-se intimar pessoalmente, nos autos da ação individual, seu autor, para que,

um IZ .7 .co
no prazo de 30 dias, exerça seu direito de optar (right to opt) pela suspensão de sua ação
individual;
3. V O er L
. 0
U
4 ma 4 il
Optando pela demanda coletiva, o resultado desta só poderá beneficiar o autor
d R 4 3 g
A PE D
da individual suspensa. É o transporte in utilibus da coisa julgada;
0 er@
l
Art. 94, do CDC:
mi
4. lc
Fair notice: necessidade de publicação de edital para possibilitar a intervenção
p
dos interessados nas ações acidentalmente coletivas;
5. O entendimento majoritário é o de que esta intervenção só pode acontecer nas
ações acidentalmente coletivas (interesses individuais homogêneos).
6. Trata-se de litisconsórcio assistencial superveniente;
7. A intervenção deverá se dar até a sentença.

4
É possível ao juízo, de ofício, reconhecer a inidoneidade de associação regularmente constituída
para propositura de ação coletiva? SIM. Quando houver sintomas de que a legitimação coletiva
vem sendo utilizada de forma indevida ou abusiva, o magistrado poderá, de ofício, afastar a
presunção legal de legitimação de associação regularmente constituída para propositura de ação
coletiva. A legitimidade de uma associação para a propositura de ACP pode ser afastada pelo fato
de o estatuto da associação ser exageradamente genérico? SIM. O argumento de que o estatuto
da associação é desmesuradamente genérico tem respaldo na jurisprudência do STJ. Embora a
finalidade da associação, prevista no estatuto, possa ser razoavelmente genérica, não pode ser,
entretanto, desarrazoada, sob pena de admitirmos a criação de uma associação civil para a
defesa de qualquer interesse, o que desnaturaria a exigência de representatividade adequada do
grupo lesado. STJ. 4ª Turma. REsp 1213614-RJ, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em
1º/10/2015 (Info 572).
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2. LEGITIMIDADE
Conforme expressado no tópico anterior, o Brasil adotou o sistema ope legis para
estabelecer quais órgãos são legítimos para a propositura de ações coletivas, que é
previsto no artigo 5º da Lei 7347/85, que são:

 Ministério Público;

 Defensoria Pública;

 União, Estados, Distrito Federal e Municípios;

 Autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia mista;

 Associações que: incluam entre as suas finalidades institucionais a proteção do


direito objeto da demanda e esteja constituída, há ao menos um ano, nos
termos da lei civil.

a. LEGITIMIDADE CONCORRENTE E DISJUNTIVA


a l
io n
A legitimidade na promoção da tutela coletiva é concorrente, pois há vários

a c
órgãos legalmente autorizados para tanto. Além disso, é considerada disjuntiva, já não há

u c ER
necessidade de atuação conjunta dos órgãos na composição do polo ativo. Assim, cada

E M d IL
legitimado poderá propor individualmente a ação coletiva, independente do outro, sem
prevalência entre si, o que não impede que figurem juntos no polo ativo, para a defesa da
coletividade. e
rt RO
p o OR
b. LEGITIMIDADE DOS ENTES FEDERADOS
S C 41- m u H 89
A União, os Estados, os Municípios ou o Distrito Federal podem ser tanto
um IZ .7 .co
er L
legitimados ativos, quanto passivos nas tutelas coletivas. A legitimação passiva se justifica
U 4
4 ma il
pelo fato de que ou os entes públicos são causadores do ato lesivo ou, muitas vezes,

d V R O
4 3 . 0
concorrem com a responsabilidade.
g
A PE D 0 er@
Isto porque, como são competentes para a concessão de licença, fiscalização,
l i
sanção, a omissão em algum dos deveres pode ter como consequência o dano. Dessa
m
p lc
forma, a depender do objeto da demanda, poderão figurar em qualquer dos polos na
defesa do que consideram adequado.

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Uma das questões mais importantes para a prova de Defensoria
Pública, diz respeito à legitimidade da instituição para a propositura
de ação civil pública. Atualmente, não há mais discussão acerca da
legitimidade o referido órgão, já que há expressa previsão legal que o
autoriza a promover Ação Civil Pública para proteger os direitos
coletivos dos sujeitos hipervulneráveis.

Em que pese referida determinação, a Associação Nacional


dos Membros do Ministério Público, ajuizou ação direta de
inconstitucionalidade (ADI 3943) com o objetivo de ser declarada a
inconstitucionalidade da Lei 11.448/07, que incluiu a Defensoria
a l
io n
Pública no rol do artigo 5º da Lei 7347/85, o que foi rejeitado pelo
Supremo Tribunal Federal.
a c
u c ER
Deve-se saber que o pretório Excelso reconheceu que a

E M d IL
legitimidade da instituição advém da Constituição da República de
e
1988, quando foi criada. Isto porque já havia previsão na Lei de Ação
rt RO
Civil Pública reconhecendo aos órgãos dos Estados e da União, a
p o OR
competência para tanto; incluindo, portanto, a Defensoria Pública.

S C 41- m u H 89
O STF entendeu que é de extrema relevância a ampliação do

um IZ .7 .co
rol de legitimados, para a defesa da coletividade, já que vivemos em

V O er L
. 0
U4 ma4 il
um país extremamente desigual e violador dos direitos e garantias
fundamentais, de forma que - a estes órgãos - compete a
d R 3 g
materialização do princípio da dignidade humana, não fazendo
4
A PE D 0 er@
nenhum sentido a alegação a restrição de legitimidade.
l
mi
p lc
MARCOS IMPORTANTES SOBRE A LEGITIMIDADE DA DEFENSORIA PÚBLICA:

- Constituição da República de 1988: defender que a legitimidade advém do


poder constituinte originário de 1988.

- Lei 11.448/07 – Incluiu a Defensoria Pública no rol do artigo 5º da Lei


7347/85. Já foi objeto de questão de prova se a legitimidade da instituição
para a propositura de ACP, decorreu desta lei. Conforme mencionado,
deve-se defender que não, pois surgiu da constituição, assim o item que
afirmava ser a Lei 11.448/07 foi considerado errado.

- Lei Complementar 132/09: alterou o artigo 4º, da Lei Complementar


80/94, incluindo os incisos X e XI, que seguindo a referência da Lei

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11.448/07, previu como função institucional da Defensoria Pública a
promoção de demandas coletivas.

- Emenda Constitucional 80/14: alterou o artigo 134 da Constituição


Federal, prevendo expressamente a proteção de direitos coletivos, como
função da Defensoria Pública;

- Artigo 185 do CPC: trouxe capítulo específico sobre a Defensoria Pública


no Código de Processo Civil e dispôs, mais uma vez, sobre a competência
para a defesa dos direitos difusos e coletivos.

- Lei 13.300/16: trouxe a Defensoria Pública como parte legítima a


promover o mandado de injunção, nos termos do inciso IV do artigo 12.

TÓPICOS SOBRE LEGITIMIDADE:


 O STF reconheceu que o sindicato atua como substituto processual na defesa dos

a l
direitos coletivos de seus associados. O fundamento do tribunal foi de que o
artigo 8º, III da CR, conferiu aos sindicatos esta qualidade; sendo desnecessária,

io n
portanto, a autorização de seus membros para sua atuação. A Súmula 629 do STF
corrobora o entendimento.
a c
 u c ER
E M d IL
As associações são consideradas representantes processuais dos associados e,
regra geral, precisam de autorização expressa de seus membros para a proteção
e
rt RO
dos seus direitos, salvo no caso de mandado de segurança coletivo, pois a
o OR
legitimidade decorre do artigo 5º, LXX, b, que é hipótese de substituição
p
S C 41- m
aplica ao Mandado de Injunção.
u H 89
processual, não exigindo o requisito para tanto. Entende-se que o mesmo se

um IZ .7 .co
er L

U il
A autorização conferida à associação para a defesa dos direitos coletivos não
4
4 ma
d V
pode ser genérica. Assim, deverá ser específica para a ação a ser ajuizada, de
R O 3 . 0 g
forma individual ou em assembleia geral.
4
 A PE D 0 er@
l
Só serão beneficiários da decisão coletiva promovida pela associação, os
mi
membros que já eram associados a época da propositura da ação, não se
p lc
estendendo, portanto, aos que se filiaram após.

 Para ser beneficiada pela sentença favorável é necessário que a pessoa esteja
filiada no momento da propositura e seja residente no âmbito da jurisdição do
órgão julgador. (associação civil e associados).

 Caso haja a dissolução da associação que ajuizou a ação civil pública, não é
possível sua substituição no polo ativo por outra associação, ainda que os
interesses discutidos na ação coletiva sejam comum a ambas.

 Em decisão extremamente importante para a Defensoria Pública, a ministra do


STJ Laurita Vaz, defendeu a legitimidade da Defensoria Pública para a promoção
de ação civil pública em benefício de sujeitos necessitados, independente de
condições financeiras. No informativo 573 do STJ, a ministra destacou que o
termo “necessitados”, expresso no artigo 134 da CF, deve ser interpretado de
forma ampla, abrangendo todos aqueles que são hipervulneráveis organizacionais.
Concluiu, portanto, que cabe à instituição a defesa de interesses individuais
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homogêneos de idosos que tiveram o plano de saúde abusivamente reajustado,
em razão da faixa etária, independente da insuficiência de recursos econômicos.

É possível que haja a atuação conjunta entre órgão estadual e federal da mesma carreira.
No julgamento, o STJ entendeu possível a atuação conjunta entre o Ministério Público
Estadual e o Ministério Público Federal, mas destacou ser necessária a demonstração de
razões específicas que justifiquem a atuação de ambos na lide.

Ano: 2015. Banca: CESPE. Órgão: DPE-PE

A DP e o MP de determinado estado da Federação ajuizaram


l
ação coletiva, em face de empresa privada, em que pleiteiam a
a
consumidores economicamente n
tutela de direitos individuais indisponíveis e homogêneos de
io
necessitados.
a c
QUESTÃO 1:
u c ER
Com base nessa situação hipotética, nas regras que regem a
LEGITIMIDADE
E M d IL
defesa do consumidor em juízo e na jurisprudência do STJ, julgue
o item
e
rt RO
a seguir.

p o OR
No caso em análise, as duas instituições possuem legitimidade

S C 41- m u H 89
ativa para a propositura da ação, sendo permitido, nessa ação
coletiva, o litisconsórcio ativo entre DP e MP.
um IZ .7 .co
V O er L
.
U
0
4
4 ma il
GABARITO COMENTADO: ALTERNATIVA CORRETA. O rol de
legitimados para a propositura de demanda coletiva é
d R 4 3 g
concorrente e disjuntivo, o que permite que todos os legitimados
A PE D 0 er@
possam sozinhos ou conjuntamente propor as ações em defesa
l i
dos direitos coletivos. Importante destacar, que mesmo o rol de
m
p lc
legitimados sendo amplo, há restrição aos legitimados quanto ao
conteúdo material a ser defendido.

Dessa forma, na propositura da ação, o órgão competente


deverá demonstrar em juízo que defende os direitos pelo qual a
lei lhe confere competência, sendo que no caso da Defensoria
Pública, a defesa se da pelos direitos dos necessitados
econômicos e organizacionais.

Ano: 2018. Banca: CESPE. Órgão: DPE-PE. Prova: Defensor


Público

A respeito do ajuizamento de ação civil pública pela Defensoria


Pública para tutela de defesa de interesses individuais
homogêneos de consumidores, assinale a opção correta de
acordo com o entendimento jurisprudencial do STJ.

a) Na hipótese de tutela de direitos individuais homogêneos, a


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Defensoria Pública somente pode atuar em nome dos indivíduos
que expressa e previamente autorizaram propositura de ação
coletiva.

b) A Defensoria Pública tem legitimidade para instaurar inquérito


civil para reunir elementos de fato e de direito necessários para o
ajuizamento de ação civil pública.

c) A Defensoria Pública apenas tem legitimidade para tomar


medida individual, e não coletiva, para representar consumidores
hipossuficientes ou carentes de recursos financeiros.

d) A legitimidade da Defensoria Pública abrange diversas formas


de vulnerabilidades sociais, não se limitando à atuação em nome
de carente de recursos econômicos.

e) É vedado à Defensoria Pública firmar compromisso de


ajustamento de conduta com entidade responsável por aumento
abusivo em mensalidades de plano de saúde em razão de a l
mudança de faixa etária.
io n
a c
GABARITO: D.
u c ER
a) ERRADA. A
E M d IL
Defensoria tem legitimidade

e
extraordinária, é substituta processual, e não
rt RO
representante, como as associações, não necessitando
p o OR
de autorização para atuar em nome dos titulares do

S C 41- m
direito.u H 89
um b) ERRADA. O único legitimado a instaurar o inquérito
IZ .7 .co
er L
civil é o Ministério Público.
U 4 il
4 ma
c) ERRADA. Completamente errada. A Defensoria é

d V R O
4 3 . 0 g
legitimada nesses casos e é uma legitimidade
A PE D 0 er@
l
chamada de típica, pela doutrina tradicional.

mi
d) CERTA. Foi o que a Ministra Laurita Vaz chamou de
hipervulneráveis.
p lc
e) ERRADA. A Defensoria tem legitimidade para firmar
TAC.

Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-AM Prova: FCC - 2018 - DPE-
AM - Defensor Público - Reaplicação

Em decorrência de obras de ampliação da malha viária de


determinado Município, foram ocasionados danos à rede de
tratamento de água e coleta de esgoto que atende conjunto
habitacional destinado à população de baixa renda, bem como a
moradias populares instaladas nas proximidades,
comprometendo ali a prestação dos serviços de saneamento
básico e provocando poluição ambiental no local em questão.
Diante da morosidade do poder público em adotar as medidas
necessárias para equacionar esses problemas, a Defensoria
Pública pretende ajuizar ação civil pública para compelir os
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órgãos competentes a regularizarem a prestação dos serviços,
bem como para obter indenização pelos danos materiais e morais
causados ao meio ambiente e à coletividade de moradores
prejudicados. Nessa hipótese, à luz da Constituição Federal e da
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, a Defensoria Pública

A) está legitimada para a propositura da ação civil pública, em


que a tutela de interesses transindividuais beneficiará os
economicamente necessitados, restando evidenciada a
pertinência temática entre o objeto da ação e a função
institucional do órgão.

B) não está legitimada para a propositura da ação civil pública,


que tem por objeto a tutela de direitos transindividuais, que não
são passíveis de individualização, nem de titularidade exclusiva
dos economicamente necessitados, cabendo ao Ministério
Público fazê-lo.
a l
io n
C) está legitimada para a propositura da ação civil pública, apenas

a c
no que se refere ao restabelecimento dos serviços de

u c ER
saneamento básico, que estão relacionados ao direito à

necessitados. E M d IL
habitação, no caso de titularidade dos economicamente

e
rt RO
p o OR
D) não está legitimada para a propositura da ação civil pública,

S C 41- m u H 89
apenas no que se refere aos prejuízos causados ao meio
ambiente e correspondente indenização, por se tratar de direito

um IZ .7 .co
transindividual cuja titularidade é difusa, não estando sua defesa

V er L
O
U
.
4
0
il
abrangida pela missão institucional do órgão.
4 ma
d R 4 3 g
A PE D
E) não está legitimada para a propositura da ação civil pública,
0 er@
apenas no que se refere ao pedido de indenização por danos
l
mi
materiais e morais causados aos moradores, que devem ser

p lc
demonstrados e defendidos em juízo individualmente, por quem
efetivamente prejudicado.

GABARITO: A.

É constitucional a Lei nº 11.448/2007, que alterou a Lei


n.° 7.347/85, prevendo a Defensoria Pública como um dos
legitimados para propor ação civil pública. Vale ressaltar que,
segundo o STF, a Defensoria Pública pode propor ação civil
pública na defesa de direitos difusos, coletivos e individuais
homogêneos. STF. Plenário. ADI 3943/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia,
julgado em 6 e 7/5/2015 (Info 784).

Importa lembrar que a Defensoria, como qualquer legitimado,

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não tem legitimidade plena. Pode beneficiar pessoas não
necessitadas economicamente, desde que beneficie os chamados
hipervulneráveis, que são os necessitados jurídicos,
organizacionais. É o que se chama de pertinência temática.

Ano: 2018. Banca: CESPE. Órgão: DPE-PE. Prova: Defensor


Público

Conforme previsão expressa no CDC, possuem legitimidade para


firmar convenção coletiva de consumo apenas as

a) associações de fornecedores ou sindicato de categoria


econômica e as entidades e os órgãos da administração pública
destinados à defesa dos direitos dos consumidores.

a l
b) entidades públicas ou privadas destinadas à defesa dos direitos

io n
dos consumidores, as associações de fornecedores e os sindicatos
de categoria econômica.
a c
u c ER
d IL
c) entidades civis de consumidores e seus respectivos filiados.
E M
e
rt RO
d) entidades civis representativas de consumidores e as

p o OR
associações de fornecedores ou sindicatos de categoria
econômica.
S C 41- m u H 89
um IZ .7 .co
e) associações de fornecedores ou sindicatos de categoria

V O er L
.
U
0
4
4 ma il
econômica, o Ministério Público e a Defensoria Pública.

d R 4 3 g
GABARITO COMENTADO: ALTERNATIVA CORRETA D
A PE D 0 er@
l i
Art. 107, CDC: As entidades civis de consumidores e as
m
p lc
associações de fornecedores ou sindicatos de categoria
econômica podem regular, por convenção escrita, relações de
consumo que tenham por objeto estabelecer condições relativas
ao preço, à qualidade, à quantidade, à garantia e características
de produtos e serviços, bem como à reclamação e composição do
conflito de consumo.

4. COMPETÊNCIA

O juízo competente para o julgamento das ações coletivas é o do local do dano,


conforme expressão dos artigos 2º da Lei de Ação Civil Pública e 93 do CDC, de maneira
que o Superior Tribunal de Justiça entende se tratar de competência absoluta.
Porém, nas hipóteses de o dano alcançar mais de uma cidade ou mais de um Estado
da federação, a competência será definida pela seguinte regra:

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Dano local: é definido quando o dano atinge o limite territorial de apenas um foro.
Neste caso, a competência será o do juízo do local do dano, seguindo a regra geral (artigo
93, I do CDC). ATEÇÃO: se, no local do dano não houver vara federal, a ação NÃO será
proposta na Justiça Estadual.

Dano regional: ocorre quando há dano em comarcas distintas, mas que pertencem
ao mesmo Estado da federação. A competência será, portanto, da capital do Estado
(Artigo 93, II do CDC).
Dano nacional: é aquele que atinge mais de um Estado da federação, sendo
competente, portanto, a capital do Estado ou o Distrito Federal (artigo 93, II do CDC).
No que se refere à concorrência entre justiça estadual e federal, o STJ, por meio da
súmula 489 assim expõe: “Reconhecida a continência, devem ser reunidas na Justiça
Federal as ações civis públicas propostas nesta e na Justiça Estadual.”

a l
io n
a c
u c ER
Na eventualidade de haver continência entre ações coletivas que

E M d IL
tenham sido propostas em juízos distintos, com o mesmo objeto e em
e
face do mesmo réu, o juízo competente para o julgamento da ação
rt RO
de objeto mais amplo deverá julgar as duas demandas, ainda que
p o OR
tenham sido propostas por entidades distintas.

S C 41- m u H 89
ATENÇÃO: A prevenção ocorre com o registro ou com a distribuição
da ação, conforme o CPC/2015. NO ENTANTO, nos processos
um IZ .7 .co
coletivos, a prevenção se dá com a propositura da ação (LAP, LACP,
LIA).
V O er L
.
U
0
4
4 ma il
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
No entanto, é preciso ter atenção às leis específicas que preveem outros juízos
l
mi
como competente, como o Estatuto do Idoso e o Estatuto da Criança e do Adolescente,
vejamos:
p lc
Art. 209, ECA: As ações previstas neste capítulo serão propostas
no foro do local onde ocorreu ou deva ocorrer a ação ou omissão,
cujo juízo terá competência absoluta para processar a causa,
ressalvadas a competência da Justiça Federal e a competência
originária dos Tribunais Superiores.

Art. 80 do EI: As ações previstas neste Capítulo serão propostas no


foro do domicílio do idoso, cujo juízo terá competência absoluta
para processar a causa, ressalvadas a competência da Justiça
Federal e a competência originária dos Tribunais Superiores.

4.1 Prevenção e litispendência

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Nas ações coletivas, a regra de prevenção é distinta da regra do processo civil.
Assim, nos termos do artigo 5º, §3º da Lei 4717/65; 2º, §único da Lei 7347/85, o que
torna prevento o juízo é a propositura da ação.

No mesmo sentido que a prevenção, para a configuração da litispendência, o


momento processual analisado é a data da propositura da ação, sendo que o instituto
ainda se difere do processo civil, pois a análise dos elementos que configuram a
litispendência é mais genérica à proposta pela legislação comum.

Dessa forma, será configurada a litispendência em um processo coletivo, ainda que


distintos os elementos internos (partes, pedido e causa de pedir), caso haja a
correspondência entre as pretensões de direito deduzidas.

A análise se dá, portanto, no conteúdo da demanda, quando a mesma situação


jurídica controvertida é posta em mais de um processo com a provocação do poder
judiciário.

Há divergência sobre a consequência da existência de litispendência em processo


a l
coletivo, mas a corrente majoritária entende que deverá haver a reunião dos processos

io n
para o julgamento conjunto e, não sendo possível, deverá ser determinada a suspensão
de uma delas.
a c
u c ER
A corrente minoritária defende a extinção da última demanda proposta, mas com a
E M d IL
possibilidade de a parte prejudicada pela extinção ingressas no processo como
e
rt RO
litisconsorte facultativo na ação que continua tramitando.

Identidade TOTAL
p o OR Identidade PARCIAL (conexão ou

S C 41- m
(litispendência)u H 89 continência)
Ação coletiva
um
NUNCA haverá litispendência
IZ .7 .co SUSPENSÃO da individual

er L
x individual
Ação coletiva U 4
4 ma il
Discussão (prevalece a REUNIÃO, se possível.

d
x coletivaV R O
4 3 . 0 g
REUNIÃO)
A PE D 0 er@
l
mi
p lc
Ano: 2017. Banca: CESPE. Órgão: DPE-AL. Prova: Defensor
Público

No que diz respeito à tutela em juízo dos interesses


individuais homogêneos, difusos e coletivos, julgue os itens a
seguir.

I. A Defensoria Pública tem legitimidade para a propositura da


ação civil pública que vise promover a tutela judicial de
direitos coletivos de que sejam titulares quaisquer grupo de
pessoas ligadas por uma relação jurídica com a parte
contrária.
PREVENÇÃO E
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LITISPENDÊNCIA II. A sentença de improcedência proferida em ação civil
pública que tenha por objeto a defesa de interesses coletivos
formará coisa julgada secundum eventum probationis.

III. Inexiste litispendência entre ações individuais e ação civil


pública coletiva que tenham objetos idênticos.

IV. A sentença prolatada em ação civil pública proposta por


entidade associativa na defesa dos interesses dos seus
associados abrangerá apenas os substituídos que tenham, na
data da propositura da ação, domicílio no âmbito da
competência territorial do órgão prolator.

Estão certos apenas os itens

a) I e II.

b) I e III.
a l
io n
c) II e III.
a c
d) II e IV.
u c ER
e) III e IV. E M d IL
e
rt RO
p o OR
GABARITO: E.
S C 41- m u H 89
um IZ .7 .co
V O er L
.
U
0 I.4
4 ma ilERRADO. Nenhum legitimado é universal, nem

d R 4 3 g o MP. A DP só terá legitimidade quando o


A PE D 0 er@
l
resultado da ação puder beneficiar pessoas

mi hipossuficientes (não só no sentido econômico),

lc
p II.
ainda que beneficie quem não o seja.
ERRADO. Este item pode confundir, porque, se
estivesse se referindo às ações coletivas em
sentido estrito, estaria correto, mas, ao falar
em interesses coletivos, de forma genérica, está
errado, uma vez que, nos casos de direitos
individuais homogêneos, a coisa julgada se
forma secundum eventum litis.
III. CERTO. Art. 104, do CDC. As ações coletivas,
previstas nos incisos I e II e do parágrafo único
do art. 81, não induzem litispendência para as
ações individuais, mas os efeitos da coisa
julgada erga omnes ou ultra partes a que
aludem os incisos II e III do artigo anterior não
beneficiarão os autores das ações individuais,
se não for requerida sua suspensão no prazo de
trinta dias, a contar da ciência nos autos do
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ajuizamento da ação coletiva.
IV. CERTO. Art. 2º- A - Lei 9.494/97: A sentença
civil prolatada em ação de caráter coletivo
proposta por entidade associativa, na defesa
dos interesses e direitos dos seus associados,
abrangerá apenas os substituídos que tenham,
na data da propositura da ação, domicílio no
âmbito da competência territorial do órgão
prolator.

4.2 Inversão do ônus da prova

Em demandas coletivas, é autorizada a inversão do ônus da prova,


independentemente de sua natureza, já que a previsão expressa do referido instituto no

l
inciso VIII, do artigo 6º do CDC, que compõe o microssistema de direitos coletivos.
a
io n
5. TUTELA ANTECIPADA a c
u c ER
E M d IL
e
O regramento das tutelas provisórias previsto no CPC/2015 aplica-se às ações
rt RO
coletivas.
p o OR
ATENÇÃO!!
S C 41- m u H 89
um IZ .7 .co
O Defensor Público do Estado de São Paulo Tiago Fensterseifer, que já foi

V O er L
.
U
0
4
4 ma il
examinador de provas da defensoria pública em diversas oportunidades, defende que,
em demandas coletivas que protegem os direitos ambientais, além do Código de Defesa
d R 4 3 g
A PE
do Consumidor, a inversão do ônus da prova se justifica pelo princípio da precaução.
D 0 er@
l i
O fundamento do autor é de que, na dúvida quanto à possibilidade do dano, diante
m
p lc
da preservação do indubio pro natura, o possível causador possui mais possibilidades
técnicas de comprovar sua atividade não é danosa. Referido princípio, portanto, tem um
papel de manter o equilíbrio nos pólos litigantes, protegendo a posição de
vulnerabilidade da parte, assegurando a preservação do estado de direito socioambiental.
5

Art. 12, LACP: Poderá o juiz conceder mandado liminar, com ou


sem justificação prévia, em decisão sujeita a agravo.

§ 1º A requerimento de pessoa jurídica de direito público


interessada, e para evitar grave lesão à ordem, à saúde, à
segurança e à economia pública, poderá o Presidente do Tribunal
a que competir o conhecimento do respectivo recurso suspender a

5
FENSTERSEIFER, Tiago. SARLET, Ingo Wolfgang: DEMOCRACIA PARTICIPATIVA E
PARTICIPAÇÃO COMO PRINCÍPIOS DO ESTADO SOCIOAMBIENTAL DE DIREITO. Revista de
Direito Ambiental – Volume 73/2014.
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execução da liminar, em decisão fundamentada, da qual caberá
agravo para uma das turmas julgadoras, no prazo de 5 (cinco) dias
a partir da publicação do ato.

§ 2º A multa cominada liminarmente só será exigível do réu após o


trânsito em julgado da decisão favorável ao autor, mas será devida
desde o dia em que se houver configurado o descumprimento.

No caso de liminar inaudita altera pars, em demanda coletiva, contra a


Fazenda Pública, segundo a Lei 8.437/92, deve haver a oitiva prévia, em 72h,
a l
do representante da FP. Esta determinação só se aplica ao MS coletivo e à
io n
Administrativa. a c
ACP, pois, nos casos de Ação Popular e na Ação coletiva de Improbidade

u c ER
E M d IL
Para o STJ, o caráter de bem de família de imóvel não tem a força de obstar a
determinação de sua indisponibilidade nos autos de ação civil pública, pois tal
e
rt RO
medida não implica em expropriação do bem (REsp 1204794/SP).

p o OR
S C 41- m u H 89
6. m IZ .7 .co
SENTENÇA E COISA JULGADA
u
V er L U
0
4
4 ma il
Trata-se de um dos principais temas abordados em prova, devendo o candidato
O .
d R 4 3 g
ficar atento tanto ao conteúdo de direito quanto à jurisprudência, diante das constantes
A PE D 0 er@
alterações de entendimento dos Tribunais Superiores, acerca da matéria.
l i
O Código de Defesa do Consumidor estabelece a base sobre a sentença e os seus
m
p
artigo 103 do referido código.
lc
efeitos quando se trata de direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos, conforme

a. Direitos difusos (artigo 81, I c/c 103, I do CDC): são direitos difusos os
indivisíveis de natureza transindividual, de que sejam titulares pessoas
indeterminadas e ligadas por uma situação de fato. Neste caso, a sentença
será erga omnes, salvo se julgada improcedente por insuficiência de provas,
quando poderá ser novamente proposta, desde que fundamentada em novas
provas.
b. Direitos coletivos strictu sensu (artigo 81, II c/c artigo 103, II do CDC): são
coletivos os direitos transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam
titulares grupo, categoria ou classe de pessoas, ligadas entre si, por uma
relação jurídica base. A sentença terá efeitos ultra partes, mas limitada ao
grupo, categoria ou classe, observando as mesmas regras do direito coletivo
quanto à sentença. Assim, se improcedente por insuficiência de provas,
poderá ser proposta nova demanda, desde que fundamentada em prova
diversa.
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c. Direitos individuais homogêneos (artigo 81, III do CDC c/c 103, III): os direitos
individuais homogêneos são considerados como direitos acidentalmente
coletivos. Isto porque se trata de direito que tem plena possibilidade de ser
objeto de ação individual, mas, pela qualidade do objeto da demanda, há mais
eficiência em sua proteção coletiva. Dessa forma, são caracterizados como
direitos ou interesses individuais ou homogêneos, os decorrentes de origem
comum, em que são titulares sujeitos determinados unidos por uma situação
de fato comum.

Com relação aos direitos individuais homogêneos, a sentença procedente


beneficiará todas as vítimas e seus sucessores. Diferente dos outros direitos
coletivos, em sentido amplo, quando é proferida sentença de improcedência
por insuficiência de provas em ações de direitos individuais homogêneos, é
vedada a propositura de nova ação coletiva, mesmo que baseada em novas
provas, ainda que em outro Estado da federação.

Neste caso, poderá o interessado propor ação individual para garantir a efetivação
de seu direito.
a l
n
Nas ações que envolvem direitos difusos e coletivos, entende-se que a coisa julgada
io
c
possui efeito secundum eventum probationes. Isto porque, tanto na hipótese de
a
u c ER
procedência, quanto na de improcedência da demanda, haverá formação de coisa julgada
material, excepcionada no caso de improcedência por insuficiência de provas, em que há
E M d IL
permissão para que se proponha nova ação, com base em prova diversa.
e
rt RO
Por outro lado, nas decisões sobre direitos individuais homogêneos, o efeito da
o OR
coisa julgada é secundum eventus litis, já que não haverá prejuízo da demanda individual,
p
S C 41- m u H 89
quando julgado improcedente o pedido coletivo. O efeito material da sentença será erga
omnes apenas na hipótese de decisão procedente ao direito.

um IZ .7 .co
V O er L
.
U
0
4
4 ma il
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
mi
Ano:lc
p 2016. Banca: FCC. Órgão: DPE-ES
No que diz respeito aos Direitos Difusos e Coletivos, a
doutrina especializada criou uma nova terminologia,
chamada coisa julgada secundum eventum litis, erga omnes
ou ultra partes. Neste sentido, a sentença fará coisa julgada

a) e seus efeitos indeferem do direito tratado, seja ele


difuso, coletivo ou individual homogêneo.

b) ultra partes, mas limitadamente ao grupo, categoria ou


classe, salvo improcedência por insuficiência de provas
quando se tratar de direitos difusos e coletivos.

c) erga omnes, exceto se o pedido for julgado improcedente


QUESTÃO: EFEITOS por insuficiência de provas, hipótese em que qualquer
DA SENTENÇA legitimado poderá intentar outra ação, com idêntico

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fundamento valendo-se de nova prova, no caso dos direitos
difusos.

d) erga omnes, em todos os casos em que houver análise de


mérito.

e) somente se os titulares dos direitos difusos forem


individualmente chamados a compor a lide.

GABARITO COMENTADO:

CORRETA: Letra C. O enunciado apresenta a combinação dos


artigos 81, I e 103, I do CDC. Desta forma, a sentença
proferida em processo coletivo que protege direitos difusos,
terá efeitos erga omnes. Na eventualidade de ser julgada
improcedente por falta de provas, poderá ser ajuiazada nova
demanda coletiva por qualquer legitimado, desde que
fundada em prova distinta.
a l
INCORRETAS:
io n
a c
A) O texto da questão busca confundir o candidato ao expor
u c ER
que há equidade de tratamento da sentença produzida em

E M d IL
processo coletivo, independente de sua natureza, o que não

e
é correto. A abrangência de cada uma das decisões é distinta
rt RO
(erga omnes e ultra partes), além do que há tratamento
p o OR
diferenciado à sentença de improcedência de direitos

S C 41- m u H 89
individuais homogêneos, quando é fundamentada em falta

um
de provas. Isto porque, o entendimento é de que neste caso
IZ .7 .co
er L
não será possível a propositura de nova ação coletiva,
U 4 il
4 ma
preservando, apenas, o direito individual.

d V R O
4 3 . 0 g
A PE D B) A alternativa está incorreta, pois efeitos ultra partes da
0 er@
decisão são aplicados aos direitos coletivos em sentido
l
mi
estrito. Com relação aos direitos difusos, conforme artigo
lc
103, I do CDC, a decisão faz coisa julgada erga omnes.
p
D) Nas decisões proferidas em processo coletivo, a decisão
tem eficácia ultra partes, abrangendo o grupo, categoria ou
classe de pessoas protegidas. Assim, terão eficácia erga
omnes as sentenças proferidas em âmbito de ação que
protege direitos difusos e individuais homogêneos,
lembrando que, no último caso, o benefício apenas se dará
aos sujeitos que optaram pela demanda coletiva em
detrimento da individual.

Ano: 2017. Banca: CESPE. Órgão: DPE-AL. Prova: Defensor


Público

A Defensoria Pública moveu ação civil pública, com base no


Estatuto da Criança e do Adolescente, contra determinado
município e em favor dos interesses de uma criança de
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quatro anos de idade, que não havia sido matriculada na
educação infantil por falta de vagas. O réu alegou em
contestação que a ação civil pública não pode ser utilizada
para demandas individuais, que as vagas na educação
infantil, em razão da demanda expressiva, não podem ser
destinadas para casos específicos, devendo ser observada
uma ordem de inscrição, sob pena de violação ao princípio
da igualdade perante a lei.

Considerando essa situação hipotética, assinale a opção


correta.

a) A ação civil pública é inviável na medida em que no


Estatuto da Criança e do Adolescente não há previsão
expressa de ações de responsabilidade por ofensa aos
direitos assegurados à criança e ao adolescente referente ao
não oferecimento ou oferta irregular do atendimento em
a l
idade.
io n
creche e pré-escola às crianças de zero a cinco anos de

a c
c ER
b) A ação civil pública seria viável se o autor fosse o
u
E M d IL
Ministério Público, na medida em que a Defensoria Pública
não é legitimada para ações previstas no Estatuto da Criança
e
rt RO
e do Adolescente para responsabilização por ofensa aos
o OR
direitos assegurados à criança e ao adolescente referentes
p
S C 41- m u H 89
ao não oferecimento ou oferta irregular do ensino
obrigatório e de atendimento em creche e pré-escola às
m IZ .7 .co
crianças de zero a cinco anos de idade.
u
V er L U 4 il
4 ma
c) A medida intentada pela Defensoria Pública é descabida: a
O . 0
d R 3 g
ação civil pública destina-se a tutelar interesses difusos ou
4
A PE D 0 er@
coletivos, não sendo instrumento jurídico-processual hábil a
l i
tutelar interesses individuais indisponíveis de apenas uma
m
p lc
criança, de modo que o processo deve ser extinto sem
resolução de mérito.

d) A ação civil pública é viável na medida em que no Estatuto


da Criança e do Adolescente há previsão expressa de ações
de responsabilidade por ofensa aos direitos assegurados à
criança e ao adolescente referente ao não oferecimento ou
oferta irregular do ensino obrigatório e de atendimento em
creche e pré-escola às crianças de zero a cinco anos de
idade.

e) A causa terá seguimento, visto que é cabível a ação civil


pública na hipótese, mas, no julgamento do mérito, os
argumentos do réu deverão ser acolhidos, já que conferir
tratamento desigual à criança implica violação ao princípio
da igualdade, o que não encontra amparo na norma especial
do Estatuto da Criança e do Adolescente.

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GABARITO: D.

a) ERRADA. Art. 208. Regem-se pelas disposições desta


Lei as ações de responsabilidade por ofensa aos
direitos assegurados à criança e ao adolescente,
referentes ao não oferecimento ou oferta irregular:
III – de atendimento em creche e pré-escola às
crianças de zero a cinco anos de
idade; (Redação dada pela Lei nº 13.306, de
2016)
b) ERRADA. Embora não haja previsão expressa no ECA
sobre a legitimidade ativa da Defensoria Pública para
as ações coletivas sobre os direitos das crianças e
adolescentes, como falamos logo no começo deste
estudo, há um microssistema de vasos comunicantes,
e a previsão da LACP se aplica aqui. Logo, a DP é sim
legitimada.
c) ERRADA. As ACPs tutelam os direitos e interesses
a l
io n
difusos, coletivos em sentido estrito e individuais
c
homogêneos, sendo sim uma medida cabível.
a
c ER
d) CERTA. Vide explicação da alternativa A.
u
E M d IL
e) ERRADA. Este argumento de tratamento desigual
não prospera, não existe, nem a doutrina, nem a
e
rt RO
jurisprudência aceitam.

p o OR
S C 41- m u H 89
Ano: 2017 Banca: CESPE Órgão: DPE-AC Prova: CESPE - 2017
m Z .7 .co
- DPE-AC - Defensor Público
u I
V er L U 4 il
4 ma
Se a DPE/AC propuser ação coletiva em defesa de interesses
O . 0
d R 4 3
individuais homogêneos, a sentença que deverá ser
g
A PE D 0 er@
proferida fará coisa julgada
l i
a) ultra partes, se a ação for julgada improcedente por falta
m
lc
de provas, sendo vedada nova ação por outro legitimado.
p
b) erga omnes, se a ação for julgada improcedente por falta
de provas, sendo vedada nova ação por outro legitimado.

c) erga omnes, somente se a ação for julgada procedente.

d) erga omnes, se a ação for julgada improcedente por falta


de provas, sendo vedada nova ação pelo mesmo legitimado.

e) ultra partes, se a ação for julgada improcedente por falta


de provas, podendo ser proposta nova ação por outro
legitimado.

GABARITO COMENTADO: C

Art. 103, CDC: Nas ações coletivas de que trata este código,

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a sentença fará coisa julgada:

III - erga omnes, apenas no caso de procedência do pedido,


para beneficiar todas as vítimas e seus sucessores, na
hipótese do inciso III do parágrafo único do art. 81.

6.1 ALCANCE DA COISA JULGADA EM PROCESSO COLETIVO

Determina o artigo 16 da Lei de Ação Civil Pública que a sentença fará coisa julgada
nos limites da competência territorial do órgão que a prolatou. Neste sentido, muito se
discute acerca da amplitude dos efeitos formados pela decisão sobre direitos coletivos.
O Superior Tribunal de Justiça reconhece que não se pode caracterizar a coisa
julgada como efeito da sentença judicial, já que esta é qualidade agregada a decisão, a
tornando imutável.
Dessa forma, entende o STJ que a limitação a que se refere o artigo 16 diz respeito à
jurisdição do órgão julgador, nada tendo relação com os efeitos decorrentes da decisão. 6
a l
O entendimento do STJ, portanto, é que a eficácia das decisões proferidas em ações

io n
civis públicas coletivas não deve ficar limitada ao território da competência do órgão
c
jurisdicional que prolatou a decisão, tendo abrangência em todo o território nacional.
a
c ER
O tema merece atenção especial, já que diversos doutrinadores entendem de forma
u
E M d IL
contrária à decisão do STJ. Em que pese ainda não ter se manifestado especificamente
sobre o tema, em recente decisão o STF pode ter demonstrado tendência a se opor ao
e
rt RO
entendimento do STJ. Isto porque, decidiu que nas hipóteses de tutela antecipada contra
o OR
a Fazenda Pública (Artigo 2º-A da Lei 9494/97) para a parte ser beneficiada com os efeitos
p
u H 89
da decisão deverá ser residente no âmbito de jurisdição do órgão prolator.
S C 41- m
um IZ .7 .co
er L U4 ma
TÓPICOS SOBRE SENTENÇA COLETIVA:
V O . 0
4 il
 d R 4 3 g
A PE D
FAIR NOTICE: trata-se da obrigação que os polos passivos possuem de divulgar a
0 er@
existência de demanda coletiva, com o intuito de notificar os grupos possíveis de
l
mi
serem atingidos pela decisão para que, querendo, participem. Caso a parte seja

p lc
omissa no dever previsto no artigo 94 do CDC, todos os atingidos pela decisão,
mesmo que não tenham participado do processo, serão beneficiados.

 RIGHT TO OPT OUT: Possui origem no class action do direito norte americano e
consiste no direito de a parte decidir por não participar da demanda coletiva,
também chamado de direito à auto-exclusão. Exercendo o referido direito, a
parte não é prejudicada nem tampouco beneficiada com os efeitos da decisão
coletiva, que também não interferem em sua ação individual. Porém, se a parte
não se manifestar no prazo adequado, entende-se pela presunção de aceite, de
forma que será atingida pelo resultado da demanda coletiva.

 RIGHT TO OPT: neste caso, ao tomar conhecimento da ação coletiva, os


interessados decidem se beneficiarem dos efeitos do resultado do processo

6
STJ. Corte Especial. EREsp 1134957/SP, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 24/10/2016 (não
divulgado em Informativo).
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coletivo, materializando o princípio do transporte in utilibus da sentença coletiva (
utilizar o resultado da sentença coletiva em processos individuais).

Assim, há de se observar que tanto a Lei de Ação Civil Pública, quanto o CDC
determinam que o sujeito faça o pedido de suspensão ação individual, em um prazo de
30 dias do conhecimento. Por outro lado, a lei do Mandado de Segurança e a Lei do
Mandado de Injunção exigem a desistência da ação individual, para que o interessado se
beneficie com a decisão coletiva.

Aprofundando o tema:

Há vários tipos de class actions nos Estados Unidos. Um deles é especificamente


voltado à defesa de interesses individuais homogêneos: as class actions for damages.
Particularmente nessa espécie de class action existe o direito de opt-out (direito de

a
optar por ficar de fora do raio de ação do julgado), por força do qual é possível al
n
qualquer interessado requerer, tempestivamente, não ser atingido pelos efeitos da
io
c
futura sentença. Funciona da seguinte maneira: caso a ação seja admitida na forma de
a
notificados sobre a existência do processo. u c ER
uma class action, ou seja, obtenha a certificação (certification), os interessados devem ser

E M d IL
e
Essa notificação é denominada fair notice. Uma vez cientificados, se não se opuserem
rt RO
expressamente, estarão sujeitos aos efeitos da futura sentença e de sua coisa julgada,
p o OR
tendo adotado, tacitamente, uma postura de opt-in. Poderão, em vez disso,

S C 41- m u H 89
tempestivamente requerer sua exclusão desses efeitos, exercendo o direito de opt-out,
ou, ainda, integrar a lide como litisconsortes. Outra oportunidade de opt-out deve ser
um IZ .7 .co
er L
concedida aos interessados na hipótese de ser celebrado um acordo durante o processo,
U 4
4 ma il
mas antes de sua homologação judicial.7

d V R O
4 3 . 0 g
A PE D 0 er@
l
mi
p lc
Ano: 2017. Banca: FCC. Órgão: DPE-PR
Considere:
I. Em termos de direitos individuais homogêneos, representa
maior abrangência da tutela o sistema de exclusão (opt-out), em
que os interessados são automaticamente atrelados à decisão
coletiva, se não houver manifestação.

II. No Brasil, com a redemocratização e o fortalecimento dos


órgãos judiciários, o legislador adotou medidas de cunho restritivo
QUESTÃO: do direito de ação e previsão de mecanismos de autocomposição.
PROCESSO Contudo, não se verificou a edição de nenhuma lei a tratar do

7
MASSON, ANDRADE e ANDRADE. Ed. 2015.
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COLETIVO processo coletivo, por se entender o processo individual mais
célere.
III. Atualmente, com o recrudescimento das relações de massa,
multiplicando-se as lesões sofridas pelas pessoas, as ações
coletivas cumprem o papel de propiciar que a totalidade, ou, pelo
menos, uma quantidade significativa da população, alcance seus
direitos.
IV. Ainda hoje, no ordenamento jurídico brasileiro, as ações
coletivas permanecem sendo tratadas apenas por leis
extravagantes desprovidas de unidade orgânica.

Acerca da tutela coletiva, está correto o que se afirma APENAS em

a) III e IV.

b) II e III.

c) I e II.
a l
io n
d) I e IV.
a c
e) I, III e IV.
u c ER
GABARITO COMENTADO: E M d IL
e
rt RO
o OR
CORRETA: Letra E, intens I, III e IV -
p
S C 41- m u H 89
I - O sistema do rigth to opt out possui base o class action do
direito norte americano. Neste sistema, após a notificação sobre a
um IZ .7 .co
existência da demanda coletiva o sujeito se manifesta, sendo que

V er L U 4
4 ma il
se decidir por sua autoexclusão não se beneficiará do resultado
O . 0
coletivo. Porém, se mantiver inerte à notificação, entende-se pela
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
presunção do aceite, ou seja, que pretende ser beneficiado pelo
l
processo coletivo. Neste sentido, o sistema do Rigth to opt out se
mi
torna mais abrangente, já que a regra é a prevalência do processo
coletivo.
p lc
III - O processo coletivo, como expressão da segunda onda dos
direitos fundamentais, são a forma de superação do modelo
individual de processo, como prmoção da maximização da
proteção e preservação dos direitos fundamentais. Neste sentido,
correta a alternativa que epôs justamente o sentido que se busca
com o processo coletivo.
IV - Conforme descrito no tópico sobre os princípios, não há,
ainda, um código de processo coletivo. Dessa forma, a previsão
legal se encontra em legislações esparsas que juntas materializam
o microssistema de direitos coletivos.

INCORRETA:

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II - O item dois é incorreto em sua partefinal, pois inobserva a
ampla existência de leis que tratam sobre o processo coletivo.
Conforme estudado no item III, de fato não existe atualmente um
código de processo coletivo, mas o tema é incentivado e previsto
em inúmeras legislações esparsas.

6.2 LIQUIDAÇÃO DA SENTENÇA COLETIVA

A sentença coletiva será liquidada pelos titulares dos direitos individuais, devendo
ser observado o prazo de 01 ano, sob pena de decadência do direito. No direito coletivo,
a liquidação é denominada imprópria, já que o objeto do procedimento é mais amplo.
Isto porque, antes de se apurar o quantum debeatur caberá ao interessado demonstrar
que é detentor da qualidade de beneficiário do resultado obtido.

A execução da sentença poderá ser coletiva ou individual. A execução coletiva será

a l
feita por um legitimado coletivo (processo sincrético, mero incidente), enquanto a

io n
execução individual cabe à vítima ou ao seu sucessor, através de um processo autônomo
c
de execução. Nas ações essencialmente coletivas, a execução será uma fase processual, e
a
c ER
não um mero incidente, ocorrendo dentro de um processo já existente, uma vez que os
u
direitos transindividuais são insuscetíveis de divisão.
E M d IL
e
- Vítimas e sucessores;
rt RO
p o OR
- Legitimação ordinária;

S C 41- m u H 89
- Na liquidação por legitimado coletivo, trata-se de uma

um Z .7 .co
legitimação extraordinária e subsidiária (art. 97, do CDC);
I
er L U il
Liquidação individual
4
4 ma
- Liquidação imprópria: deve-se comprovar a causa de

d V R O
4 3 . 0 g
pedir comum, bem como o dano individual suportado, o
A PE D 0 er@
l
quantum debeatur e o nexo causal;

mi
Interesses individuais homogêneos: preferencialmente
p lc
individual e, subsidiariamente, pelos legitimados
coletivos.

Condenação genérica -> identificação dos titulares dos


direitos individuais homogêneos -> liquidação imprópria
-> execução.
Execução da sentença
coletiva Passado um (01) ano (prazo prescricional), sem que
nenhum interessado promova a execução individual ou
não havendo número compatível de interessados
habilitados, o MP ou os demais legitimados poderão
executar a sentença, recolhendo-se os valores ao Fundo
de Direitos difusos e coletivos (fluidy recovery).

A indenização individual tem preferência sobre o


pagamento ao Fundo de direitos difusos e coletivos (art.

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99, CDC).

Interesses coletivos em sentido estrito: divergências. Há


quem sustente que o direito é indivisível e, portanto, a
execução só poderia se dar por legitimado coletivo;
enquanto, há quem defenda que essa tutela é divisível,
podendo ser executada, de preferência, individualmente,
ou, subsidiariamente, coletivamente.

Interesses difusos: somente pode ser executada pelos


legitimados coletivos.

O instituto do fluidy recovery é utilizado quando nenhum beneficiário se habilita para


liquidar o seu resultado ou quando não se manifestam os interessados na integralidade
do resultado auferido. Nestes casos, o Ministério Público ou os demais legitimados
promoverão a execução da sentença, sendo os valores apurados destinados ao fundo do
direito coletivo protegido.
a l
io n
a c
u c ER
E M d IL
e
rt RO
p o OR
S C 41- m u H 89
A Defensoria Pública tem legitimidade ampla na promoção de ações civis
m IZ .7 .co
públicas que proponham a defesa dos direitos difusos dos sujeitos
u
V O er L
.
U
0
4
4 ma il
hipervulneráveis. Quanto aos direitos coletivos em sentido estrito e
individuais homogêneos, é necessário que haja no grupo beneficiado,
d R 4 3 g
sujeitos necessitados, mesmo que não sejam todos.
A PE D 0 er@
l i
Dessa forma, há situações em que a instituição defenderá direitos coletivos
m
p lc
ou individuais homogêneos de indivíduos que não são necessitados
organizacionais, por também serem vítimas, junto aos necessitados, da
situação objeto do litígio.

Porém, a legitimidade se limita apenas ao processo, já que os tribunais


superiores entendem que, para a liquidação, a instituição só pode ser
representante dos sujeitos hipervulneráveis. ATENÇÃO A ESTA DIFERENÇA!!

JURISPRUDÊNCIA

IMPROBIDADE: A condenação pela Justiça Eleitoral ao pagamento de multa por


infringência às disposições contidas na Lei n. 9.504/1997 (Lei das Eleições) não
impede a imposição de nenhuma das sanções previstas na Lei nº 8.429/1992 (Lei de
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Improbidade Administrativa), inclusive da multa civil, pelo ato de improbidade
decorrente da mesma conduta. STJ. (Info 576).

IMPROBIDADE. No caso de condenação pela prática de ato de improbidade


administrativa que atenta contra os princípios da administração pública, as
penalidades de suspensão dos direitos políticos e de proibição de contratar com o
Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios não podem
ser fixadas abaixo de 3 anos, considerando que este é o mínimo previsto no art. 12,
III, da Lei nº 8.429/92. Não existe autorização na lei para estipular sanções abaixo
desse patamar. STJ. (Info 581).

IMPROBIDADE: Não configura bis in idem a coexistência de título executivo


extrajudicial (acórdão do TCU) e sentença condenatória em ação civil pública de
improbidade administrativa que determinam o ressarcimento ao erário e se referem
ao mesmo fato, desde que seja observada a dedução do valor da obrigação que
a l
(Info 584).
io n
primeiramente foi executada no momento da execução do título remanescente. STJ.

a c
u c ER
IMPROBIDADE: A sentença que concluir pela carência ou pela improcedência de
d IL
ação de improbidade administrativa está sujeita ao reexame necessário, com base
E M
e
na aplicação subsidiária do CPC e por aplicação analógica da primeira parte do art.
rt RO
19 da Lei nº 4.717/65. Assim, quando a sentença da ação popular for procedente,
p o OR
não haverá reexame necessário. Perceba, portanto, que o art. 19 inverte a lógica da

S C 41- m u H 89
remessa necessária do CPC. Pelo CPC, se a Fazenda “perde”, haverá reexame. Na
ação popular, o reexame necessário ocorre se o cidadão perde. Em virtude disso,
um IZ .7 .co
er L
podemos dizer que esse art. 19 traz uma hipótese de duplo grau de jurisdição
U 4
4 ma il
invertido, ou seja, um duplo grau que ocorre em favor do cidadão (e não
V O 3 . 0
necessariamente da Fazenda Pública). STJ. (Info 607).
d R 4 g
A PE D 0 er@
l
mi
p lc
IMPROBIDADE: É possível a abertura de inquérito civil pelo Ministério Público
objetivando a apuração de ato ímprobo atribuído a magistrado mesmo que já exista
concomitante procedimento disciplinar na Corregedoria do Tribunal acerca dos
mesmos fatos, não havendo usurpação das atribuições da Corregedoria pelo órgão
ministerial investigante. A mera solicitação para que o juiz preste depoimento
pessoal nos autos de inquérito civil instaurado pelo Ministério Público para apuração
de suposta conduta ímproba não viola o disposto no art. 33, IV, da LC nº 35/79
(LOMAN). STJ. (Info 609).

LEGITIMIDADE EM PROCESSO COLETIVO. DEFENSORIA: A Defensoria Pública tem


legitimidade para a propositura de ação civil pública em ordem a promover a tutela
judicial de direitos difusos e coletivos de que sejam titulares, em tese, as pessoas
necessitadas. STF. Plenário. RE 733433/MG, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em
4/11/2015 (repercussão geral) (Info 806).

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PROCESSO COLETIVO: O prazo prescricional para a execução individual é contado do
trânsito em julgado da sentença coletiva, sendo desnecessária a providência de que
trata o art. 94 da Lei nº 8.078/90 (CDC), ou seja, a publicação de editais convocando
eventuais beneficiários. STJ. (recurso repetitivo) (Info 580).

PROCESSO COLETIVO: A associação não tem legitimidade ativa para defender os


interesses dos associados que vierem a se agregar somente após o ajuizamento da
ação de conhecimento. STJ. (Info 579)

HABEAS CORPUS: É possível a impetração de habeas corpus coletivo. O STF admitiu


a possibilidade de habeas corpus coletivo. A ideia de admitir a existência de habeas
corpus coletivo está de acordo com a tradição jurídica nacional de conferir a maior
amplitude possível ao remédio heroico (doutrina brasileira do habeas corpus).
a l
n
Apesar de não haver uma previsão expressa no ordenamento jurídico, existem dois
io
c
dispositivos legais que, indiretamente, revelam a possibilidade de habeas corpus
a
c ER
coletivo. Trata-se do art. 654, § 2º e do art. 580, ambos do CPP.
u
E M d IL
O art. 654, § 2º estabelece que compete aos juízes e tribunais expedir ordem de

e
habeas corpus de ofício. O art. 580 do CPP, por sua vez, permite que a ordem
rt RO
concedida em determinado habeas corpus seja estendida para todos que se
encontram na mesma situação.
p o OR
S C 41- m u H 89
Assim, conclui-se que os juízes ou Tribunais podem estender para todos que se

um IZ .7 .co
encontrem na mesma situação a ordem de habeas corpus concedida

V O er L
. 0
U4 ma4 il
individualmente em favor de uma pessoa.

d R 3 g
Existem mais de 100 milhões de processos no Poder Judiciário, a cargo de pouco
4
A PE D 0 er@
mais de 16 mil juízes, exigindo do STF que prestigie remédios processuais de
l i
natureza coletiva com o objetivo de emprestar a máxima eficácia ao mandamento
m
p lc
constitucional da razoável duração do processo e ao princípio universal da
efetividade da prestação jurisdicional.

Diante da inexistência de regramento legal, o STF entendeu que se deve aplicar, por
analogia, o art. 12 da Lei nº 13.300/2016, que trata sobre os legitimados para propor
mandado de injunção coletivo.

Assim, possuem legitimidade para impetrar habeas corpus coletivo:

1) o Ministério Público;

2) o partido político com representação no Congresso Nacional;

3) a organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e


em funcionamento há pelo menos 1 (um) ano;

4) a Defensoria Pública.

STF. 2ª Turma. HC 143641/SP. Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em


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20/2/2018 (Info 891).

AÇÃO CIVIL PÚBLICA: É possível que as associações privadas façam transação em


ação civil pública. A associação privada autora de uma ação civil pública pode fazer
transação com o réu e pedir a extinção do processo, nos termos do art. 487, III, “b”,
do CPC. O art. 5º, § 6º da Lei nº 7.347/85 (Lei da Ação Civil Pública) prevê que os
órgãos públicos podem fazer acordos nas ações civis públicas em curso, não
mencionando as associações privadas. Apesar disso, a ausência de disposição
normativa expressa no que concerne a associações privadas não afasta a viabilidade
do acordo. Isso porque a existência de previsão explícita unicamente quanto aos
entes públicos diz respeito ao fato de que somente podem fazer o que a lei
determina, ao passo que os entes privados são dado fazer tudo que a lei não proíbe.
STF. Plenário. ADPF 165/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 1º/3/2018
(Info 892).

a l
AÇÃO CIVIL PÚBLICA: legitimidade do MP para pleitear tratamento médico ou
io n
c
entrega de medicamentos. O Ministério Público é parte legítima para pleitear
a
c ER
tratamento médico ou entrega de medicamentos nas demandas de saúde propostas
u
E M d IL
contra os entes federativos, mesmo quando se tratar de feitos contendo
beneficiários individualizados, porque se refere a direitos individuais indisponíveis,
e
rt RO
na forma do art. 1º da Lei n. 8.625/1993 (Lei Orgânica Nacional do Ministério

p o OR
Público). STJ. 1ª Seção. REsp 1.682.836-SP, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em
u H 89
25/04/2018 (recurso repetitivo) (Info 624).
S C 41- m
um IZ .7 .co
er L U4 ma4 il
AÇÃO CIVIL PÚBLICA: Legitimidade do MP para ajuizar ação pedindo o fornecimento
V O . 0
d 3 g
de medicamento O Ministério Público é parte legítima para ajuizamento de ação civil
R 4
A PE D 0 er@
pública que vise o fornecimento de remédios a portadores de certa doença. STF.
l
(repercussão geral) (Info 911). mi
Plenário. RE 605533/MG, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 15/8/2018

p lc
O Ministério Público é parte legítima para pleitear tratamento médico ou entrega de
medicamentos nas demandas de saúde propostas contra os entes federativos,
mesmo quando se tratar de feitos contendo beneficiários individualizados, porque
se refere a direitos individuais indisponíveis, na forma do art. 1º da Lei n. 8.625/1993
(Lei Orgânica Nacional do Ministério Público). STJ. 1ª Seção. REsp 1.682.836-SP, Rel.
Min. Og Fernandes, julgado em 25/04/2018 (recurso repetitivo) (Info 624).

AÇÃO CIVIL PÚBLICA: A Segunda Seção, por maioria, vencido o relator, ministro
Marco Buzzi, entendeu que a associação com fins específicos de proteção ao
consumidor não possui legitimidade para o ajuizamento de ação civil pública com a
finalidade de tutelar interesses coletivos de beneficiários do seguro DPVAT.

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INFRAÇÃO AMBIENTAL: Apreensão de veículo utilizado no carregamento de
madeira sem autorização O art. 2º, § 6º, inc. VIII, do Decreto nº 3.179/1999 (redação
original), quando permite a liberação de veículos e embarcações mediante
pagamento de multa, não é compatível com o que dispõe o art. 25, § 4º, da Lei n.
9.605/1998; entretanto, não há ilegalidade quando o referido dispositivo
regulamentar admite a instituição do depositário fiel na figura do proprietário do
bem apreendido por ocasião de infração nos casos em que é apresentada defesa
administrativa - anote-se que não se está defendendo a simplória liberação do
veículo, mas a devolução com a instituição de depósito (e os consectários legais que
daí advêm), observado, entretanto, que a liberação só poderá ocorrer caso o veículo
ou a embarcação estejam regulares na forma das legislações de regência (Código de
Trânsito Brasileiro, p. ex.). STJ. 1ª Seção. REsp 1.133.965-BA, Rel. Min. Mauro
Campbell Marques, julgado em 25/04/2018 (recurso repetitivo) (Info 625).

PROCESSO COLETIVO: Legitimidade do Município para defesa dos consumidores.

a l
Município tem legitimidade ad causam para ajuizar ação civil pública em defesa de
direitos consumeristas questionando a cobrança de tarifas bancárias.
io n
a c
Em relação ao Ministério Público e aos entes políticos, que têm como finalidades
u c ER
institucionais a proteção de valores fundamentais, como a defesa coletiva dos
d IL
consumidores, não se exige pertinência temática e representatividade adequada.
E M
(Info 626). e
STJ. 3ª Turma. REsp 1.509.586-SC, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 15/05/2018
rt RO
p o OR
S C 41- m u H 89
SÚMULAS NOVAS
um IZ .7 .co
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4 ma il
d 3 g
Súmula 601-STJ: O Ministério Público tem legitimidade ativa para atuar na defesa
R 4
A PE D 0 er@
de direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos dos consumidores, ainda
l i
que decorrentes da prestação de serviço público.
m
p
Súmula 602-STJ: O Código lc de Defesa do Consumidor é aplicável aos
empreendimentos habitacionais promovidos pelas sociedades cooperativas.

Súmula 608 – STJ: Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor aos contratos de


plano de saúde, salvo os administrados por entidades de autogestão.

Súmula 613 – STJ: Não se admite a aplicação da teoria do fato consumado em tema
de Direito Ambiental.

Súmula 618 - STJ: A inversão do ônus da prova aplica-se às ações de degradação


ambiental.

Súmula 629 – STJ: Quanto ao dano ambiental, é admitida a condenação do réu à


obrigação de fazer ou à de não fazer cumulada com a de indenizar.

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PEIXOTO, Leonardo Scofano DAMASCENO – O Direito Processual e a Efetividade dos
Direitos Humanos. Lúmen Júris: Rio de Janeiro, 2017.

FENSTERSEIFER, Tiago. SARLET, Ingo Wolfgang: Democracia Participativa e Participação


como Princípios do Estado Socioambiental de Direito. Revista de Direito Ambiental –
Volume 73/2014.

MASSON, ANDRADE e ANDRADE. Interesses Difusos e Coletivos. MÉTODO: São Paulo,


2015.

a l
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APRESENTAÇÃO

Caro(a) Aluno(a),

A preparação para concursos públicos exige profissionalismo, métrica e estratégia.


Cada minuto despendido deve ser bem gasto! Por isso, uma preparação direcionada,
focada nos pontos com maior probabilidade de cobrança no seu certame, pode
representar a diferença entre aprovação e reprovação.

Ciente disso, a Ad Verum Suporte Educacional, empresa do Grupo CERS ONLINE,


concebeu o curso INTELIGÊNCIA PDF – Defensoria Pública Estadual, que tem por
premissa fundamental “atacar” os pontos nucleares de cada matéria, com vistas à
antecipação dos temas com maiores chances de cobrança em sua prova.

em consideração fatores como banca examinadora e respectivos membros (sempre a l


Fazer isso não é tarefa fácil! É necessário um árduo esforço de pesquisa, levando-se

io n
que possível), retrospecto do concurso, incidência temática de cada disciplina,

a c
momento da economia do país, dentre tantos outros, aliados a experiência de
c ER
Professores de projeção nacional, com larguíssima experiência na análise do perfil dos
u
mais diferentes certames públicos.
E M d IL
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rt RO
Para tornar tudo isso uma realidade, a Ad Verum investiu muito em seu Método de
o OR
Aceleração de Aprendizagem (MAVAA). Hoje, contamos com um SETOR DE
p
S C 41- m u H 89
INTELIGÊNCIA, responsável por ampla coleta de dados e informações das mais
diferentes fontes relacionadas ao universo de cada concurso, de modo a, a partir do
m Z .7 .co
processamento dos dados coletados, oferecer aos seus alunos uma experiência
u I
V er L
para carreiras públicas.
O .
U
0
4
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diferenciada quando comparada a tudo que ele conhece em matéria de preparação

d R 4 3 g
A PE D 0 er@
Racionalizar o estudo do aluno é mais que um objetivo para Ad Verum, trata-se de
l
uma obsessão.
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Bom estudo!

Francisco Penante

CEO Ad Verum Suporte Educacional

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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .....................................................................................................4
2. CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS HUMANOS ......................................................5
3. EVOLUÇÃO HISTÓRICA ......................................................................................11
4. SISTEMAS DE DIREITOS HUMANOS ...................................................................13
5. DIMENSÕES/GERAÇÕES DE DIREITOS HUMANOS .............................................13
6. INCIDENTE DE DESLOCAMENTO DE COMPETÊNCIA – FEDERALIZAÇÃO DOS ATOS
VIOLADORES DE DIREITOS HUMANOS ......................................................................16
7. INCORPORAÇÃO DOS TRATADOS INTERNACIONAIS SOBRE DIREITOS HUMANOS
21
8. TRATADOS INTERNACIONAIS ............................................................................27
8.1 CARTA DAS NAÇÕES UNIDAS (carta de São Francisco) - 1945 ......................... 27
8.2 DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS ...................................... 29
8.3 PACTOS INTERNACIONAIS – 1966 .................................................................... 30
a l
8.4 CONVENÇÃO INTERNACIONAL SOBRE A ELIMINAÇÃO DE TODAS AS FORMAS
io n
c
DE DISCRIMINAÇÃO RACIAL ........................................................................................ 34
a
8.5 CONVENÇÃO SOBRE A ELIMINAÇÃO DE TODAS AS FORMAS DE
u c ER
d IL
DISCRIMINAÇÃO CONTRA A MULHER ......................................................................... 35
E M
8.6 CONVENÇÃO CONTRA A TORTURA E OUTROS TRATAMENTOS OU PENAS e
rt RO
o OR
CRUÉIS, DESUMANAS OU DEGRADANTES. .................................................................. 37
p
S C 41- m u H 89
8.7 CONVENÇÃO INTERNACIONAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA E PROTOCOLOS
FACULTATIVOS ............................................................................................................. 39

um IZ .7 .co
er L
8.8 CONVENÇÃO INTERNACIONAL DOS DIREITOS DOS DEFICIENTES FÍSICOS E SEU
4 maU 4 il
PROTOCOLO FACULTATIVO ......................................................................................... 40
8.9
d V R O 3 . 0 g
CONVENÇÃO INTERNACIONAL SOBRE DESAPARECIMENTO FORÇADO ........... 41
4
A PE D 0 er@
8.10 CONVENÇÃO PARA PREVENÇÃO E REPRESSÃO DO CRIME DE GENOCÍDIO ..... 42
l
mi
8.11 CONVENÇÃO RELATIVA AO ESTUTO DOS REFUGIADOS E SEU PROTOCOLO
p lc
FACULTATIVO............................................................................................................... 42
8.12 ESTATUTO DE ROMA ........................................................................................ 45
9 SISTEMA REGIONAL AMERICANO DE DIREITOS HUMANOS ...............................51
9.1 CONVENÇÃO AMERICANA SOBRE OS DIREITOS HUMANOS (PACTO DE SÃO
JOSÉ DA COSTA RICA) .................................................................................................. 52
9.2 PROTOCOLO DE SÃO SALVADOR ...................................................................... 69
10 PROTEÇÃO AOS REFUGIADOS ...........................................................................70
11. DEFENSOR PÚBLICO INTERAMERICANO ..............................................................70
12. CONFLITOS ENTRE OS DIREITOS HUMANOS ........................................................70
13. PROTEÇÃO DO CONTEÚDO ESSENCIAL E A DUPLA GARANTIA .............................71
14. JURISPRUDÊNCIA INTERNACIONAL .....................................................................72
BIBLIOGRAFIA..........................................................................................................80

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1. INTRODUÇÃO

Trata-se de ramo de Direito Internacional Público, que tem como base o direito
natural, protegendo a espécie humana e aquilo que a cerca em suas liberdades
clássicas. Leva-se em conta a dignidade da pessoa humana que é o mais importante
dos Direitos Humanos, pois ela só será integralmente garantida se preenchidas as três
dimensões de direitos fundamentais: liberais, sociais e de solidariedade. Os Direitos
Humanos consistem nos direitos essenciais para que o ser humano seja tratado com
dignidade, e é inerente a toda espécie humana, sem distinção.
O princípio basilar dos Direitos Humanos é o in dubio pro homine, que se aplica
quando há dúvida sobre qual direito prevalecerá em determinada situação. Assim,
sempre que houver conflito entre direitos, prevalecerá o que traz maiores benefícios
ao ser humano.
Onde não há democracia não há Direitos Humanos e, sendo alcançado algum
direito, é vedada a sua revogação. A vedação ao retrocesso garante que um direito
adquirido apenas será ampliado, como forma de melhorar o que está garantido.
a l
Identidade: No Brasil os direitos humanos são referenciados como direito dos
io n
c
presos, limitação essa incompleta, pois já se fala em direitos humanos além dos
a
c ER
humanos, garantidos, por exemplo, aos animais. Tal equívoco pode ter sido fruto do
u
E M d IL
período ditatorial, do golpe militar onde o governo sustentou que os direitos humanos
eram os direitos dos comunistas, fazendo com que os ativistas fossem perseguidos
como infratores da lei. e
rt RO
o OR
Há uma pequena distinção entre Direitos Humanos e Diretos Fundamentais.
p
S C 41- m u H 89
Isto porque os Direitos Fundamentais ficam reservados ao plano de positivação do
direito interno, enquanto os Direitos Humanos se estabelecem em uma ordem
internacional.
um IZ .7 .co
V er L U
0
4
4 ma il
Em âmbito interno, os Direitos Fundamentais têm ênfase aos artigos 1º a 6º da
Constituição da República, bem como a legislação protetivas dos vulneráveis clássicos,
O .
d R 3 g
que são: crianças, idosos, mulheres, negros, índios, deficientes físicos e LGBTs, entre
4
A PE D 0 er@
outros grupos que, diante de suas características, demandam proteção especial do
l
Estado.
m i
c no artigo 1º, da CR, é um dos cinco fundamentos
A Dignidade Humana,lprevista
p
da República Federativa do Brasil e por isso mesmo, seu alcance se dá por todo o
ordenamento jurídico brasileiro. Talvez, por causa dessa amplitude, parte da doutrina
referenciou a dignidade da pessoa humana com o chamado piso mínimo existencial,
que por sua vez corresponderia aos direitos sociais elencados no artigo 6º da CR. Cita-
se:

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel


dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado
Democrático de Direito e tem como fundamentos:
III - a dignidade da pessoa humana;

Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a


moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção
à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta
Constituição.

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Assim, o Poder Público fica obrigado a satisfazer o rol dos direitos sociais.
Entretanto, começou diante da falta de planejamento, o Estado passou a invocar, para
justificar a omissão à prestação dos direitos fundamentais, a chamada reserva do
possível1, que nada mais é que uma burla para descumprir o piso do mínimo
existencial, ou seja, o poder público alega que não tem valores suficientes para
cumprir com sua própria obrigação.

Porém, tendo em vista que os direitos fundamentais no Brasil possuem


aplicabilidade imediata, tal manifestação não prevalece. Assim, cabe ao poder
judiciário, como garantidor da ordem jurídica, por meio da função contramajoritária de
proteção aos direitos fundamentais, garantir que os direitos sejam efetivados, quando
omisso o Estado.
2. CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS HUMANOS

 Centralidade2: os direitos humanos são o centro tanto do direito


constitucional, quanto do direito internacional. André de Carvalho Ramos (ACR)
fala em uma jusfundamentalização do Direito, bem como na filtragem pro
a l
homine, pela qual “todas as normas do ordenamento jurídico devem ser
io n
compatíveis com os direitos humanos”.
a c

u c ER
Inerência: os direitos humanos pertencem à família humana, não podendo

E M d IL
haver discriminação e nem preterição ao assegurar o direito a determinado
indivíduo. O ser humano deve ser tratado de forma igualitária e a inerência só
e
rt RO
será efetivada se toda a população mundial dispuser das garantias que
proporcionem uma vida digna.
p o OR

S C 41- m u H 89
Universalidade: pode ser considerada em dois sentidos: o primeiro é no
m Z .7 .co
sentido de que os Direitos Humanos se destinam a todas as pessoas sem
u I
er L U 4 il
qualquer tipo de discriminação. O outro sentido se refere a abrangência

V 0 4 ma
territorial universal, pois são válidos em todos os lugares do mundo. Está ligada
O .
d R 3 g
ao processo de internacionalização dos direitos humanos e com a barbárie do
4
A PE D 0 er@
nazismo na II Guerra. A Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, é
l i
o marco da internacionalização.
m
 l c importa o local em que esteja o ser humano, o seu
Transnacionalidade: não
p
direito sempre estará assegurado no território de qualquer Estado. O
reconhecimento dos direitos humanos não depende mais de um vínculo de
nacionalidade.

 Indivisibilidade, interdependência e unidade: os direitos humanos caminham


em uma horizontalidade, não há hierarquia entre eles. Devem ser
compreendidos como um conjunto, como um bloco único, indivisível e

1
Trata-se de uma teoria importada do Tribunal Constitucional Alemão, segundo o qual, baseando-se na
proporcionalidade, ultrapassadas as prestações razoavelmente exigíveis do Estado, bem como não
havendo orçamento, ele não estaria obrigado a atender o pleito social além de suas forças e
responsabilidade. No entanto, no Brasil, não há sequer a prestação do mínimo, de forma que a reserva do
possível é inoponível ao mínimo existencial, podendo o Poder Judiciário obrigar a Administração cumprir
suas obrigações, sem que isso signifique violação à separação dos poderes (ADPF 45). A Administração,
para usar este argumento defensivo, deve provar objetivamente a falta de orçamento e desde que esta não
tenha de alguma irresponsabilidade do Poder Público.
2
RAMOS, André de Carvalho. Curso de Direitos Humanos.
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interdependente. – o direito protegido é uma unidade incindível em suas
dimensões (individual, social, ambiental etc), bem como a proteção de um
direito colabora com a promoção de outro.

 Relatividade (relativismo cultural): os direitos humanos podem sofrer


limitações, já que não há regra geral, nenhum direito absoluto, já que a
depender da situação deverá haver adequação dos valores que coexistem na
ordem jurídica. Porém, alguns direitos são tipos como absolutos, sendo
proibida a relativização: proibição à tortura e proibição à escravidão.

 Inalienabilidade: os direitos humanos não são objetos de comércio e, portanto,


não podem ser alienados.

 Imprescritibilidade: não se sujeitam à perda com o decurso do tempo.

 Irrenunciablidade: não há faculdade de dispor sobre a proteção á dignidade


humana.


a l
Historicidade: é a evolução histórica que traz novos direitos humanos, não

io n
surgem ao mesmo tempo, mas, sim, gradativamente, em diferentes momentos
históricos.
a c
 u c ER
Abertura dos direitos humanos, não exaustividade e fundamentalidade:
E M d IL
constante expansão do rol de direitos humanos. Art. 5º, §2º, da CF/88 consagra
a não exaustividade.
e
rt RO

p o OR
Proibição de retrocesso social: entrincheiramento, efeito cliquet, princípio do

S C 41- m u H 89
não retorno da concretização. O retrocesso pode ser realizado pela supressão
normativa, amesquinhamento ou diminuição das prestações à coletividade.
um IZ .7 .co
V O er L
. 0
U4 ma4 il
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
mi
Fundamentos da vedação do retrocesso:
p lc
- Estado Democrático de Direito;

- Dignidade da pessoa humana;

- Aplicabilidade imediata das normas definidoras de direitos fundamentais;

- Proteção da confiança e segurança jurídica;

- Cláusula pétrea (art. 60, §4º, IV)

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Fundamentos dos Direitos Humanos: positivista, jusnaturalista (ordem superior,
universal, imutável e inderrogável), teoria moral.
- Prevalece o fundamento jusnaturalista.

ANO: 2017. BANCA: FCC. ÓRGÃO: DPE-PR


a l
io n
c
No plano da teoria geral, certos atributos seriam inerentes aos
a
direitos humanos, é correto afirmar: u c ER
direitos humanos. Acerca das características principais dos

E M d IL
e
A) A irrenunciabilidade dos direitos humanos deve ser
rt RO
harmonizada com a autonomia da vontade, donde se conclui
QUESTÕES:
p o OR
que a pessoa civilmente capaz pode se despojar da proteção
PRINCÍPIOS E
CARACTERÍSTICAS
S C 41- m u H 89
de faceta de sua dignidade, a exemplo do famoso caso francês
do “arremesso de anões”.
um IZ .7 .co
V O er L
. 0
U4 ma4 il
B) Admite-se a relatividade dos direitos humanos, pois estes
colidem entre si e podem sofrer restrições por ato estatal ou
d R 4 3 g
de seu próprio titular, a exemplo da vedação de associação
A PE D 0 er@
para fins paramilitares previsto pelo poder constituinte
l
originário.
mi
p lc
C) Tendo em vista que as normas de proteção aos direitos
humanos não integram o chamado jus cogens, a universalidade
dos direitos humanos é relativizada, prevalecendo uma forte
ideia de respeito ao relativismo cultural, ainda que o Estado
seja parte formal da comunidade internacional.

D) A imprescritibilidade dos direitos humanos não alcança a


pretensão à reparação econômica decorrente de sua violação.
Portanto, inexiste direito à indenização por violação a direitos
humanos ocorridos durante o regime militar.

E) Em razão do caráter histórico dos direitos humanos, existe


consenso doutrinário acerca de sua divisibilidade,
estabelecendo-se independência entre os direitos humanos e
priorização de sua exigibilidade a partir do espaço geográfico

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em que seu titular esteja inserido.

GABARITO: B

COMENTÁRIOS:

A)A dignidade humana deverá ser observada e respeitada pela


simples condição humana. Se é humano, deverá ter dignidade!
Logo, pela característica da irrenunciabilidade, devemos
entender que a pessoa não pode dispor sobre a proteção à sua
dignidade. Assim, eventual renúncia a direito humano é nula,
não possuindo qualquer validade jurídica.

B) Pelo princípio da relatividade ou da limitabilidade, devemos


compreender que os Direitos Humanos podem sofrer
QUESTÕES: limitações para adequá-los a outros valores coexistentes na
PRINCÍPIOS E ordem jurídica. Segundo Norberto Bobbio há dois direitos
CARACTERÍSTICAS humanos absolutos: Vedação à tortura e à escravidão;
a l
n
C) Há normas de direitos humanos que são super importantes
io
c
"jus cogens" - são hierarquicamente superiores no
a
c ER
ordenamento internacional. Fala-se, que determinadas regras
u
E M d IL
internacionais de direitos humanos são tão importantes que,
se instrumentalizadas num documento internacional, possuem
e
rt RO
maior hierarquia em relação às demais normas internacionais.
o OR
São as denominadas normas jus cogens. As normas jus cogens
p
S C 41- m u H 89
de Direitos Humanos, em razão da essencialidade da matéria
que tratam, se impõem sobre qualquer outro regramento
m Z .7 .co
internacional.
u I
V O er L U 4
4 ma il
A relativização da universalidade dos direitos humanos é um
. 0
d R 4 3 g
dos efeitos causados pela pretensão de se universalizar os
A PE D 0 er@
Direitos Humanos, que por via de consequência tornam
l
mi
homogêneos concepções muito distintas, hábitos e culturas
totalmente opostas.
p lc
Em face disso, o efeito gerado é inverso. Ao invés de se
conseguir a proteção dos Direitos Humanos, há uma cisão na
sociedade, com a discriminação de minorias. Formam-se as
dicotomias, que podem levar à formação de estigmas. Essa
dicotomização estigmatizante leva à exclusão e segregação
sociais.

D) A doutrina faz um alerta importante: não podemos


confundir a imprescritibilidade dos Direitos Humanos com
reparação civil desses direitos. A intimidade é um direito de
todo ser humano durante toda a sua existência, inclusive para
depois da morte (post mortem).

Contudo, violado esse direito, nasce a pretensão do


prejudicado buscar reparação civil, para indenização material e
moral. Essa pretensão, em que pese decorrente de violação de
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um Direito Humano, está sujeita a prazos prescricionais, que
deverão ser observados nos termos da legislação civil.

E) A indivisibilidade tem o sentido de que os direitos humanos


constituem um corpo único, a ser interpretado e aplicado em
conjunto.

ANO: 2011. BANCA: CESPE. ÓRGÃO: DPE-MA

Considerando a teoria geral dos direitos humanos, assinale a


opção correta.

a) Consoante a teoria da margem de apreciação, nenhuma


QUESTÕES:
norma de direitos humanos pode ser invocada para limitar o
PRINCÍPIOS E exercício de qualquer direito.
CARACTERÍSTICAS

a l
io n
b) A característica da indivisibilidade dos direitos humanos
decorre da constatação de que a condição de pessoa é o único
a c
requisito para a sua titularidade de direitos e das necessidades
humanas universais.
u c ER
E M d IL
e
c) A superioridade das normas de direitos humanos
rt RO
p o OR
caracteriza-se pela aferição de idoneidade, necessidade e
equilíbrio da intervenção do Estado em determinado direito

S C 41- m
fundamental. u H 89
um IZ .7 .co
er L U il
d) O princípio da proibição do retrocesso social é uma
4
4 ma
d V R O
4
cláusula de defesa do cidadão em face de possíveis arbítrios
3 . 0 g
impostos pelo legislador no sentido de desconstituir as normas
A PE D 0 er@
de direitos fundamentais.
l
mi
p lc
e) Com a inclusão dos direitos sociais no rol dos direitos do
homem, antes composto apenas de direitos de liberdade, os
direitos do homem passaram a constituir uma categoria
homogênea.

R: D. A vedação do retrocesso, uma vez que proíbe o


amesquinhamento da proteção já conquistada, consiste numa
defesa do cidadão contra as arbitrariedades do legislador e
também do administrador.
a) a teoria da margem de apreciação, admitida na Corte
Europeia, não é permitida na Corte Interamericana de Direitos
Humanos. Esta teoria consiste na possibilidade de cada Estado
interpretar as normas dos tratados e convenções
internacionais de acordo com o direito interno. No entanto, a
Corte IDH afirma que, se fosse possível, haveria uma norma
internacional para cada Estado.

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b) esta seria a característica da inerência.

c) a superioridade da norma de DH se dá pelo seu conteúdo,


seja civil, político, social, cultural, econômico etc.

e) não existe essa divisão peremptória na história dos direitos


humanos, nem a antecedência temporal de uns em relação a
outros.

Ano: 2013. Banca: Cespe. Órgão: DPE-RR

O conceito de universalismo de chegada

QUESTÕES: a) contrapõe-se, no que se refere à definição dos direitos


PRINCÍPIOS E humanos, às considerações sobre o contexto cultural de cada
CARACTERÍSTICAS sociedade.

l
b) sintetiza as garantias universais aptas a sustentar uma
a
teoria dos direitos humanos intercultural.
io n
a c
c) opõe-se às ideias do relativismo cultural e aproxima-se
das do universalismo de partida.
u c ER
E M d IL
e
rt RO
d) associa-se à ideia de humanidade em sua indistinta

o OR
integralidade cultural e social.
p
S C 41- m u H 89
e) está associado ao desenvolvimento de uma teoria de
m Z .7 .co
direitos humanos alheia às peculiaridades culturais de cada
u I
er L U 4 il
sociedade.

V O . 0 4 ma
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
R: B. Boaventura de Souza Santos e Herrera Flores são dois
l
mi
nomes importantes em Direitos Humanos. Este último,
professor espanhol, explica que não deve acreditar num
p lc
universalismo de partida, uma vez que este desconsidera todas
as particularidades das diferentes culturas. Neste sentido,
defende o universalismo de chegada, isto é, consideradas e
dialogadas, os direitos humanos são concebidos à luz das
diferenças e particularidades de todos os povos.

(CESPE, 2012. DPE-ES) A hermenêutica diatópica constitui


proposta de superação do debate sobre universalismo e
relativismo cultural. (CORRETA)

A hermenêutica diatópica, conforme, Boaventura de Souza


Santos, professor português, trata-se de uma proposta para
superação do universalismo x relativismo. Não se pode
compreender facilmente as construções de uma cultura a
partir do topos de outra. Assim, através da hermenêutica
diatópica, Boaventura procura traçar um caminho para superar

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as dificuldades que surgem do diálogo intercultural. Ele propõe
o reconhecimento da incompletude das culturas e,
consequentemente, da incompletude da noção sobre os
direitos humanos.

QUESTÕES: (CESPE, 2012. DPE-ES) A universalidade e a indivisibilidade são


PRINCÍPIOS E características próprias da concepção contemporânea dos
CARACTERÍSTICAS direitos humanos. (CORRETA)

(CESPE, 2012. DPE-ES) A concepção contemporânea dos


direitos humanos surgiu com o término da Primeira Grande
Guerra Mundial. (CORRETA)

3. EVOLUÇÃO HISTÓRICA
a l
io n
c
● 1945: criação da ONU (foi criada em junho e começou a funcionar em outubro).
a
EUA, Rússia, França, China e Reino Unido.
u c ER
d IL
● 1948: (10 de dezembro): Declaração Universal dos Direitos Humanos.
E M
●1950: convenção Européia de Direitos Humanos. e
rt RO
p o OR
S C 41- m
Direitos Civis e Políticos u H 89
●1966: Pactos Internacionais de Direitos Humanos: Pactos Internacionais de

um IZ .7 .co
er L
● 1966: Pactos internacionais dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais.
U 4
4 ma il
Rica d V R O
4 3 . 0
●1969: Convenção Americana sobre Direitos Humanos - Pacto de São José da Costa
g
A PE D 0 er@
l i
● 1981: Convenção Africana de Direitos Humanos e carta dos povos.
m
p lc

São 3 as vertentes dos Direitos Humanos:

- Direitos Humanos: mais abrangente; proteção do ser humano em todos os


aspectos: civis, políticos, sociais, econômicos, culturais etc.
- Direitos dos Refugiados: proteção do ser humano desde a saída de seu território,
concessão do refúgio, até seu término.

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- Direito humanitário: proteção do ser humano em situação de conflito armado.
As três vertentes da proteção internacional da pessoa humana, a saber, os direitos
humanos, o direito humanitário e o direito dos refugiados, foram consagradas nas
conferências mundiais da última década de 90. Não obstante, a implementação
dessas vertentes deve atender às demandas de cada região, mesmo que não haja
sistemas regionais de proteção. (CORRETA. CESPE, 2015, DPE-PE)

Ano: 2018. BANCA: FCC. ÓRGÃO: DPE-AP. PROVA:


DEFENSOR PÚBLICO

a l
Humanos − International Bill of Rights:
io n
Integram a denominada Carta Internacional dos Direitos

a c
DOCUMENTOS
INTERNACIONAIS u c ER
d IL
E M
I. Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e
Culturais.
e
rt RO
p o OR
S C 41- m u H 89
II. Carta da Organização das Nações Unidas − ONU.

um IZ .7 .co
V O er L
.
U
0
4
4 ma il
d R 4 3 III. Declaração Universal de Direitos Humanos.
g
A PE D 0 er@
l
mi
lc
IV. Convenção Americana de Direitos Humanos.
p
Está correto o que se afirma em

a) II e IV, apenas.

b) I e II, apenas.

c) I e III, apenas.

d) III e IV, apenas.

e) I, II, III e IV.

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GABARITO: C.

Carta Internacional De Direitos Humanos: Declaração


Universal dos Direitos Humanos + Pacto Internacional dos
Direitos Civis e Políticos + Pacto Internacional dos Direitos
Econômicos, Sociais e Culturais.

4. SISTEMAS DE DIREITOS HUMANOS

a l
▪ Sistema universal: também conhecido como sistema global ou internacional.
io n
Carta da ONU (1945); Declaração Universal (1948) e pactos internacionais (1966);
-

a c
- Principal órgão: Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos
Humanos;
u c ER
d IL
- Princípios da Declaração Universal de Direitos Humanos: universalidade,
E M
igualdade e não-discriminação.
e
rt RO
▪ Sistemas regionais: Europeu (1950), Americano (1969) e Africano (1981);
p o OR
S C 41- m u H 89
Não há nenhuma hierarquia entre os sistemas, qualquer tratado que decorra das
nações unidas faz parte do sistema universal. A ideia é sempre de complementação
dos sistemas.
um IZ .7 .co
V er L0
U4 ma4 il
5. DIMENSÕES/GERAÇÕES DE DIREITOS HUMANOS
O .
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
A Teoria das Geração foi proposta por Karel Vasak, com base nos princípios da
l
mi
Revolução Francesa: liberdade, igualdade e fraternidade. Nesta senda, entende-se que
os direitos foram apresentados de forma fragmentada, em clara ofensa à característica
p lc
da indivisibilidade. Na prática, segundo ACR, esta divisão serve de justificativa para a
“diferenciação no regime de implementação”.

A doutrina fala que a ideia geracional seria algo linear, estanque e não
contínuo, enquanto a dimensão é algo que tem parte comum, sendo contínua. Por
esse motivo, é que atualmente se fala em dimensões e não em gerações de direitos
humanos.
Logo, o termo geração foi abolido pela doutrina moderna por entender que o
mesmo induzia a intervalos inexistentes na evolução histórica dos direitos humanos.
Diante da inexauribilidade, unidade e interdependência, portanto, esta teoria consiste
apenas em instrumento didático.
Norberto Bobbio, tendo como base os ideais da revolução francesa afirmou
existir trem gerações de direitos humanos:
▪ Primeira: Liberdade, alcançando os direitos civis e políticos;

▪ Segunda: Igualdade, alcançando os direitos sociais, econômicos e culturais;

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▪ Terceira: Fraternidade, também conhecida como princípio da solidariedade,
alcançando direitos difusos com destaque ao meio ambiente e a paz.

Estes direitos também são classificados de acordo com suas funções: direitos de
defesa (civis), direitos à prestação (sociais) e direitos a procedimentos e organizações
(indispensáveis à efetivação dos DH, como a Defensoria Pública.

Bobbio também visualizou uma quarta geração, ainda em evolução,


alcançando a globalização dos Direitos Humanos. Com o passar do tempo a doutrina
apontou a existência de outras gerações cujo destaque é a quinta geração com o
direito a paz, assim este direito se deslocaria da terceira dimensão para contemplar a
quinta.

a l
io n
a c
u c ER
E M d IL
e
rt RO
o OR
ANO: 2018 BANCA: FCC. ÓRGÃO: DPE-MA
p
S C 41- m u H 89
Podem ser considerados exemplos de direitos humanos de

um
terceira geração o direito
IZ .7 .co
V O er L
. 0
U4 ma4 il
A) à imigração e refúgio, à participação na economia
globalizada e à segurança.
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
B) ao trabalho, à paz mundial e à indivisibilidade entre os
l
direitos.
m i
DIMENSÕES E plc imaterial, à privacidade e ao pluralismo.
C) à propriedade
CARACTERÍSTICA D) à bioética, o direito do consumidor e os direitos culturais
S DOS DIREITOS
HUMANOS E) ao meio ambiente, ao desenvolvimento e à
autodeterminação dos povos

GABARITO: E

COMENTÁRIOS:

Os direitos fundamentais de primeira dimensão são os ligados


ao valor liberdade, são os direitos civis e políticos. São direitos
individuais com caráter negativo por exigirem diretamente uma
abstenção do Estado, seu principal destinatário.

Ligados ao valor igualdade, os direitos fundamentais de segunda


dimensão são os direitos sociais, econômicos e culturais. São
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direitos de titularidade coletiva e com caráter positivo, pois
exigem atuações do Estado.

Os direitos fundamentais de terceira geração, ligados ao valor


fraternidade ou solidariedade, são os relacionados ao
desenvolvimento ou progresso, ao meio ambiente, à
autodeterminação dos povos, bem como ao direito de
propriedade sobre o patrimônio comum da humanidade e ao
direito de comunicação. São direitos transindividuais, em rol
exemplificativo, destinados à proteção do gênero humano.

Por fim, introduzidos no âmbito jurídico pela globalização


política, os direitos de quarta geração compreendem os direitos
à democracia, informação e pluralismo.

Fonte: NOVELINO, Marcelo. Direito Constitucional. São Paulo:


Editora Método, 2009, 3 ed., 362/364.

a l
io n
ANO: 2018. BANCA: CESPE. ÓRGÃO: DPE-PE. PROVA:
a c
DEFENSOR PÚBLICO
u c ER
E M d IL
Os direitos humanos são concebidos como indivisíveis e
e
rt RO
universais: basta ser pessoa para ser titular de direitos e dotado
o OR
de dignidade. Por sua vez, o conceito de cidadania representa
p
S C 41- m u H 89
ponto fulcral na realização da democracia e na titularidade dos
direitos humanos. Na evolução dos direitos humanos, observa-
m Z .7 .co
se o desenvolvimento de, pelo menos, três dimensões da
u I
er L U 4 il
cidadania, assim como três gerações de direitos humanos, todos

V 0 4 ma
interconectados.
O .
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
Acerca desse assunto, assinale a opção correta.
l
m i
cBrasil, a garantia das três primeiras gerações de
plhumanos
a) No
direitos deu-se na seguinte ordem sequencial e
sucessiva: direitos civis, direitos políticos e direitos sociais.

b) Os direitos civis referem-se à possibilidade de


participação do indivíduo no processo eleitoral de sua
sociedade.

c) A participação do cidadão no governo é característica dos


direitos políticos e o seu exercício consiste na capacidade de
fazer demonstrações políticas, de organizar partidos, de votar e
de ser votado.

d) Os direitos sociais garantem a liberdade e independem


da participação do Estado para sua consecução.

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e) Incorporado ao direito ao desenvolvimento e aos bens
comuns da humanidade, o direito ao ambiente sadio integra a
segunda geração de direitos humanos.

GABARITO: C

a) ERRADO. A crítica a teoria das gerações de direitos


humanos é justamente a impossibilidade de se falar em
uma ordem sequencial de surgimento destes direitos.
Não se pode afirmar, pois, que os direitos civis vieram
antes dos sociais, tendo a OIT sido criada em 1919, por
exemplo.
b) ERRADO. Estes são os direitos políticos. Os direitos civis
estão relacionados à liberdade individual, são as
a l
n
liberdades clássicas, direito à vida, à segurança, à
io
propriedade, à liberdade, etc.
a c
c) CERTA. Os direitos políticos estão relacionados à
u c ER
possibilidade de o indivíduo interferir na vida política do
Estado.
E M d IL
e
d) ERRADO. Não são os direitos sociais que garantem a
rt RO
p o OR
liberdade, e sim os individuais, além de os sociais
dependerem do Estado para a sua concretização.
S C 41- m u H 89
e) ERRADO. O direito ao meio ambiente não faz parte da 2ª

um geração, e sim da 3ª, havendo ainda divergência quanto a


IZ .7 .co
er L U
isso.
4
4 ma il
d V R O
4 3 . 0 g
A PE D 0 er@
l
6. INCIDENTE DE DESLOCAMENTO DE COMPETÊNCIA – FEDERALIZAÇÃO DOS ATOS
VIOLADORES DE DIREITOS HUMANOS mi
p lc
Toda vez que for constatada grave violação a Direitos Humanos, o Procurador
Geral da República (somente ele), por ato discricionário, após analisar grave
descumprimento dos direitos humanos, poderá acionar o STJ, para que a competência
seja deslocada, da Justiça Estadual, para a Justiça Federal. Poderá ser suscitado em
qualquer fase, seja de inquérito ou processual.
A finalidade é assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados
internacionais que o Brasil seja parte, preservando o compromisso assumido com a
efetivação dos Direitos Humanos.
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:

(...)

V-A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o §


5º deste artigo;

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(...)

§ 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o


Procurador-Geral da República, com a finalidade de assegurar o
cumprimento de obrigações decorrentes de tratados
internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja
parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça,
em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de
deslocamento de competência para a Justiça
Federal.

São requisitos do IDC, segundo o STJ: a) grave violação de direitos humanos; b) o


risco de responsabilização internacional pelo descumprimento de obrigações jurídicas
assumidas em tratados internacionais; c) incapacidades, falta de vontade política das
instâncias ou autoridades locais em solucionar o caso.
É a União que responde no plano internacional, não podendo invocar a cláusula
l
federativa, isto é, ainda que a violação aos direitos humanos ocorra em algum estado
a
da federação, é a União a responsável. Vejamos os 4 IDCs julgados até agora:
io
IDC 1/PA: assassinato de Dorothy Stang. Foi indeferido o pedido de n
a c
deslocamento, pois não houve inércia ou omissão das autoridades locais.

u c ER
IDC 2/DF: assassinato de Manoel Bezerra de Mattos Neto. Advogado, vereador e
d IL
defensor dos direitos humanos, ele foi assassinado depois de várias ameaças e
E M
e
atentados, por um grupo de extermínio que atuava na divisa entre os estados de
rt RO
Pernambuco e da Paraíba. O STJ determinou o deslocamento para a Justiça Federal,
vez que preenchidos os requisitos.
p o OR
S C 41- m u H 89
IDC 3/GO: atuação de grupo de extermínio em Goiânia com a participação de
policiais militares, praticando os crimes de homicídio e tortura. O STJ determinou o
deslocamento.
um IZ .7 .co
er L U 4
4 ma il
IDC 5/PE: assassinato do promotor Thiago Faria Soares. Havia indícios da atuação
V O . 0
de grupos de extermínio. A falta de entendimento entre a polícia militar e o MP causou
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
um conflito institucional e um conjunto de falhas na investigação criminal, o que levou
l
ao deslocamento da competência.
mi
p lc

ANO: 2018. BANCA: FCC. ÓRGÃO: DPE-AM

Acerca do Incidente de Deslocamento de Competência, nas


hipóteses de grave violação de direitos humanos,

QUESTÕES: IDC A) o Superior Tribunal de Justiça concedeu a primeira


federalização de grave violação de direitos humanos no caso
do defensor de direitos humanos Manoel Mattos, assassinado
após ter denunciado a atuação de grupos de extermínio nos
Estados de Pernambuco e Paraíba.

B) o Incidente de Deslocamento de Competência para a Justiça


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Federal somente poderá ser suscitado ante a existência prévia
de processo judicial em trâmite perante a Justiça Estadual.

C) o primeiro Incidente de Deslocamento de Competência


suscitado perante o STJ refere-se ao caso envolvendo o
homicídio de Dorothy Stang, religiosa norte-americana
naturalizada brasileira, ocorrido no Estado do Pará, tendo o
mesmo sido julgado improcedente na ocasião sob o argumento
da inconstitucionalidade do instituto.

D) segundo entendimento do Superior Tribunal de Justiça, o


deslocamento da competência para a Justiça Federal deverá
ser deferido ante a verificação de situação de grave violação
aos direitos humanos, dispensando-se a demonstração
QUESTÕES: IDC concreta da inércia, negligência, falta de vontade política ou de
condições reais do Estado-membro, por suas instituições, em
proceder à devida persecução penal.

a l
io
Justiça, com a finalidade de assegurar o cumprimento de n
E) cabe ao Procurador-Geral da República e ao Ministro da

a c
obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos
u c ER
humanos dos quais o Brasil seja parte, suscitar, perante o
d IL
Superior Tribunal de Justiça, incidente de deslocamento de
E M
e
competência para a Justiça Federal.
rt RO
GABARITO: A
p o OR
S C 41- m
COMENTÁRIO: u H 89
um IZ .7 .co
er L
Por unanimidade, a Terceira Turma do Tribunal Regional
U 4
4 ma il
Federal da 5ª Região – TRF5 negou provimento, nesta quinta-

d V
QUESTÕES: IDC
R O
4 3 . 0 g
feira (10/08/2017), às apelações do Ministério Público Federal
A PE D 0 er@
(MPF) e da defesa dos acusados pelo assassinato do advogado
l
mi
e ativista dos direitos humanos Manoel Mattos. A vítima foi
executada em janeiro de 2009, na praia de Pitimbu/PB. As
p lc
partes apelaram contra sentença da 36ª Vara Federal de
Pernambuco, após Júri Popular realizado no Recife/PE, em
2015, que condenou José da Silva Martins e Flávio Inácio
Pereira pelo crime, e absolveu outros três réus.

Pela primeira vez no Brasil, foi concedida a aplicação do


“incidente de deslocamento da competência” (IDC),
mecanismo criado pela Emenda Constitucional nº 45, de 30 de
dezembro de 2004, presente no art. 109, §5º da CF/88. O IDC é
apresentado pelo Procurador-Geral da República ao Superior
Tribunal de Justiça (STJ) que, se julgado procedente, desloca a
competência do caso da Justiça Estadual para a Justiça Federal.

QUESTÕES: IDC Artigo 109 CF § 5º - Nas hipóteses de grave violação de direitos


humanos, o Procurador-Geral da República, com a finalidade
de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de

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tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil
seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de
Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente
de deslocamento de competência para a Justiça Federal.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004).

ANO: 2017. BANCA: FCC. ÓRGÃO: DPE-SC

A federalização dos crimes contra os direitos humanos é uma


QUESTÕES: IDC ferramenta introduzida em nossa Constituição pelo poder
constituinte reformador. Sobre esta moderna ferramenta, é
correto afirmar:

a) Para que o incidente seja proposto há a necessidade de


prévio esgotamento das vias ordinárias.

b) O incidente de federalização só pode ser manuseado na


fase processual, após a denúncia.
a l
io n
a
c) O caso Manoel Mattos foi federalizado sob oc
c ER
fundamento de existência de grave violação a direitos
u
d IL
humanos − é o primeiro caso do tipo no Brasil.
E M
e
rt RO
d) O incidente de federalização pode ser proposto pelo

p o OR
interessado, pelo Procurador Geral da República e por
u H 89
qualquer Procurador Geral de Justiça.
S C 41- m
um IZ .7 .co
er L
e) O incidente de federalização será processado perante o
U 4
4 ma il
Supremo Tribunal Federal e terá cabimento em caso de grave

d V R O
4 3 . 0
violação de direitos humanos.
g
A PE D
QUESTÕES: IDC 0 er@
R: C. Previsão legal: Art. 109. V-A, § 5º, da CF/88.
l
mi
p lc
IDC 1: Caso Dorothy Stang. Missionária norte-america
assassinada no Pará. Não houve o deslocamento da
competência, pois as autoridades desempenharam suas
funções, demonstrando que não havia justificativa com base na
morosidade intencional do sistema, ou na falta de vontade de
resolver o caso, nem havia fraqueza das instituições
responsáveis.
IDC 2: Caso Manoel Mattos. Defensor de direitos humanos,
que denunciava a atuação de grupos de extermínio na divisa
entre Pernambuco e Paraíba. Este foi o 1º caso a ser
federalizado, em virtude de condutas irregulares pelas
autoridades locais.
Requisitos para o IDC:
- grave violação de direitos humanos; finalidade de assegurar o
cumprimento de obrigações previstas em tratados
internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja

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QUESTÕES: IDC parte; risco de condenação internacional do Brasil; morosidade
decorrente da falta de interesse das autoridades responsáveis
em resolver o caso. “(...) incapacidade oriunda de inércia,
omissão, ineficácia, negligência, falta de vontade política, de
condições pessoais e/ou materiais (...)”3
- seja suscitado pelo PGR e analisado pelo STJ.
ANO: 2018. BANCA: FCC. ÓRGÃO: DPE-AM. PROVA:
DEFENSOR PÚBLICO

Acerca do Incidente de Deslocamento de Competência, nas


hipóteses de grave violação de direitos humanos,
QUESTÕES: IDC
a) o Superior Tribunal de Justiça concedeu a primeira
federalização de grave violação de direitos humanos no caso
do defensor de direitos humanos Manoel Mattos, assassinado
após ter denunciado a atuação de grupos de extermínio nos
Estados de Pernambuco e Paraíba.
a l
io n
a c
b) o Incidente de Deslocamento de Competência para a
c ER
Justiça Federal somente poderá ser suscitado ante a existência
u
Estadual. E M d IL
prévia de processo judicial em trâmite perante a Justiça

e
rt RO
p o OR
c) o primeiro Incidente de Deslocamento de Competência

S C 41- m u H 89
suscitado perante o STJ refere-se ao caso envolvendo o
homicídio de Dorothy Stang, religiosa norte-americana
um IZ .7 .co
naturalizada brasileira, ocorrido no Estado do Pará, tendo o

V O er L U 4
4 ma il
mesmo sido julgado improcedente na ocasião sob o argumento
. 0
da inconstitucionalidade do instituto.
d R 4 3 g
A PE
QUESTÕES: IDCD 0 er@
l d) segundo entendimento do Superior Tribunal de Justiça,
mi
o deslocamento da competência para a Justiça Federal deverá
p lc
ser deferido ante a verificação de situação de grave violação
aos direitos humanos, dispensando-se a demonstração
concreta da inércia, negligência, falta de vontade política ou de
condições reais do Estado-membro, por suas instituições, em
proceder à devida persecução penal.

e) cabe ao Procurador-Geral da República e ao Ministro da


Justiça, com a finalidade de assegurar o cumprimento de
obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos
humanos dos quais o Brasil seja parte, suscitar, perante o
Superior Tribunal de Justiça, incidente de deslocamento de
competência para a Justiça Federal.

GABARITO: A. O primeiro caso federalizado foi o IDC 2,

3
STF no IDC n. 2.
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referente ao assassinato de Manoel Bezerra de Mattos Neto.

b) ERRADO. O deslocamento da competência pode acontecer


tanto na fase de investigações, quanto na fase processual, não
havendo necessidade de processo.

c) ERRADO. Foi, de fato, julgado improcedente, mas não em


razão da inconstitucionalidade do instituto, e sim pelo não
preenchimento dos requisitos.

d) ERRADO. Não há dispensa da verificação da inércia,


negligência ou falta de vontade política.

e) ERRADO. SÓ o PGR é legitimado.

7. INCORPORAÇÃO DOS TRATADOS INTERNACIONAIS SOBRE DIREITOS HUMANOS

a l
io n
(CESPE, 2013. DPE-DF) Considerando as disposições constitucionais relativas aos
a c
direitos humanos e aos tratados que versam sobre o tema, julgue os itens
subsequentes.
u c ER
E M d IL
O procurador-geral da República poderá, ouvido o Conselho Nacional do Ministério

e
Público, suscitar, perante o STF, incidente de deslocamento de competência para a
rt RO
p o OR
justiça federal quando julgar que o processo envolve grave violação de direitos
humanos e exige o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados

S C 41- m u H 89
internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte. (ERRADA)

m Z .7 .co
- O IDC é analisado pelo STJ, sendo prescindível (dispensável) a oitiva do CNMP
u I
V O er L
. 0
U4 ma4 il
(Conselho Nacional do Ministério Público).

d R 3 g
(CESPE, 2007. DPU) Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o
4
A PE D 0 er@
Procurador-Geral da República, com a finalidade de assegurar cumprimento de
l i
obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o
m
p lc
Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o STJ, em qualquer fase do inquérito ou
processo, incidente de deslocamento de competência para a justiça federal.
(CORRETA)

É competência da União decidir sobre a participação do Brasil


no Direito Internacional, através de um procedimento
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baseado na teoria da junção das vontades ou teoria dos atos
complexos (Poder Executivo + Poder Legislativo).

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Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:

VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do


Congresso Nacional;

Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:

I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que


acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional;

As 4 fases da formação de vontade à incorporação4:

1) Assinatura: iniciada com a negociações, que é atribuição do Chefe de Estado,


que encaminha o futuro tratado ao Congresso, através de uma mensagem
presidencial. O prazo de envio é discricionário. A exposição de motivos da
mensagem é feita pelo Ministro das Relações Exteriores.
2) Aprovação Congressual (ou fase do Decreto Legislativo): como a iniciativa é
presidencial, o processo começa pela Câmara dos Deputados. Depois de
a l
io
passar pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, pela n
c
Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania e, eventualmente, por alguma
a
c ER
comissão temática, o Plenário da Câmara votará, aprovando-se por maioria
u
d IL
simples, estando presenta a maioria absoluta (art. 47, CF/88). Depois, é a vez
E M
do Senado, no qual o projeto é encaminhado à Comissão de Relações
e
rt RO
Exteriores e Defesa Nacional, que, após parecer desta, é votado pelo
o OR
Plenário. Aprovado, o Presidente do Senado promulga e publica o Decreto
p
S C 41- m u H 89
Legislativo. Se houver emenda do Senado, o projeto retorna à Câmara, que,
rejeitando, envia o projeto para o Presidente do Senado. Não há prazo para
esta tramitação.
um IZ .7 .co
V er L
0
U
4 ma 4 il
Havendo rejeição pela Câmara, ou Senado, envia-se mensagem ao
O .
d R
Presidente.
4 3 g
A PE D 0 er@
l i
3) Fase da Ratificação: aprovado o Decreto Legislativo, o Presidente celebra
m
p
Presidente da República.
lc
definitivamente o tratado. Igualmente, não há prazo. É ato discricionário do

4) Fase da incorporação (fase do Decreto Presidencial ou Decreto de


Promulgação): após a ratificação, para que a norma seja válida, tanto
internacionalmente, quanto internamente, é necessária a edição do Decreto
de Promulgação, que inova na ordem jurídica interna.

Segundo o STF, para recepção e aplicação interna do tratado, é indispensável


o decreto de promulgação.

Até dezembro de 2004; antes, portanto, da EC/45, os tratados internacionais,


quando incorporados ao ordenamento jurídico brasileiro, alçavam o status de norma
infraconstitucional, pois a incorporação seguia o rito de elaboração da lei ordinária, ou
seja, votação em um só turno com exigência de aprovação da maioria simples.

4
RAMOS, André de Carvalho. Curso de Direitos Humanos.
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Como exemplo, temos o Pacto de São José da Costa Rica de 1969, incorporado
ao ordenamento jurídico brasileiro, em 1992, cuja proibição tácita da prisão civil do
depositário infiel nunca prevaleceu em relação à previsão expressa no inciso LXVII,
artigo quinto da CR.

Após a EC/45, criou-se o parágrafo 3º, do artigo 5 º, que nada mais é do que
uma cópia do parágrafo segundo do artigo 60 da CR/88. Assim, terão status de
Emenda à Constituição, os tratados internacionais de direitos humanos que sejam
incorporados pelo Brasil, pelo procedimento definido para a aprovação de emendas.
Vejamos:
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos
humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso
Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos
respectivos membros, serão equivalentes às emendas
constitucionais.

Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante


a l
proposta:
io n
c
I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos
a
Deputados ou do Senado Federal;
u c ER
II - do Presidente da República;
E M d IL
III - de mais da metade das Assembléias Legislativas das
e
rt RO
unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela
o OR
maioria relativa de seus membros.
p
S C 41- m u H 89
§ 1º A Constituição não poderá ser emendada na vigência de
intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio.

um IZ .7 .co
§ 2º A proposta será discutida e votada em cada Casa do

V O er L
.
U
0
4
4 ma il
Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se
aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos
d R 4 3 g
respectivos membros.
A PE D 0 er@
l i
Atualmente, temos três tratados internacionais de Direitos Humanos
m
p lc
incorporados pelo Brasil com status de Emenda à Constituição: a convenção
internacional dos deficientes físicos - março de 2007, convenção de Nova York e o seu
protocolo facultativo e, o mais recente, o Tratado de Mahakesh, que trata sobre
normas para facilitar o acesso às pessoas cegas de obras publicadas.
O STF, através de sua jurisprudência inovou ao criar a chamada posição
supralegal, ou seja, os tratados internacionais sobre direitos humanos incorporados
antes da regra nova ocuparão posição superior às demais normas infraconstitucionais.
Assim, possuem posição mais relevante às normas infraconstitucionais, porém não
possuem status de emenda à constituição.

STF: os tratados de direitos humanos e os tratados


comuns seriam equivalentes e teriam a mesma
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De 1988 a 2008 hierarquia das leis ordinárias.

Art, 5º, § 3º: aprovação dos tratados de direitos


humanos pelo rito especial das emendas
constitucionais;

- Cada casa do Congresso;

- 2 turnos;
A partir da EC 45/2004 - Quórum de 3/5.

Conferiu hierarquia constitucional a certos tratados.


Seriam cláusula pétrea.

Teoria do duplo estatuto dos tratados de direitos


humanos: constitucional e supralegal.

Os tratados internacionais de direitos humanos que


a
não fossem aprovados pelo rito das EC teriam status del
io
supralegalidade. Os demais tratados internacionaisn
Depois de 2008
seriam equivalentes às leis ordinárias.
a c
u c ER
E M d IL
e
rt RO
p o OR
S C 41- m u H 89
Ano: 2017. Banca: FCC. Órgão: DPE-PR

um IZ .7 .co
er L U 4 il
Segundo jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, os

V O 0 4 ma
tratados de direitos humanos serão incorporados pela ordem
.
QUESTÕES:
d R 3 g
jurídica brasileira a partir da
4
A PE
INCORPORAÇÃO
DOS TRATADOS.
D 0 er@
l i
a) ratificação e depósito do tratado pelo Presidente da
m
República
p lc
b) publicação de decreto legislativo, de forma conjunta, pelo
Presidente da República e pelo Presidente do Congresso
Nacional.

c) promulgação, por um decreto executivo do Presidente da


República.

d) assinatura do tratado pelo Presidente da República.

e) aprovação do Congresso Nacional, mediante decreto


legislativo.

R: C. Consoante visto na última observação.


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Ano: 2017. Banca: FCC. Órgão: DPE-PR
De acordo com o posicionamento do Supremo Tribunal Federal
sobre a hierarquia dos tratados internacionais de direitos
humanos, consideram-se como tratados de hierarquia
constitucional:
I. Regras Mínimas das Nações Unidas para a Administração da
Justiça da Infância e Juventude − Regras de Beijing.
II. Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com
Deficiência e seu respectivo Protocolo Facultativo − Convenção
de Nova Iorque.
III. Convenção Americana Sobre Direitos Humanos − Pacto de
San José da Costa Rica.
IV. Tratado de Marraqueche para facilitar o acesso a obras
publicadas às pessoas cegas, com deficiência visual ou com
outras dificuldades para aceder ao texto impresso
Está correto o que se afirma em
a l
a) I, II, III e IV.
io n
b) II e III, apenas.
a c
c) II e IV, apenas. u c ER
d) I e II, apenas. E M d IL
e
rt RO
e) III e IV, apenas.
p o OR
R: C.
S C 41- m u H 89
m Z .7 .co
ANO: 2018. BANCA: CESPE. ÓRGÃO: DPE-PE. PROVA: DEFENSOR
u I
er L U 4 il
PÚBLICO

V O . 0 4 ma
Considerando o entendimento do Supremo Tribunal Federal
d R 4 3 g
A PE (STF) acerca dos tratados internacionais de direitos humanos,
D 0 er@
julgue os seguintes itens.
l
mi
I Os tratados e as convenções sobre direitos humanos aprovados
p lc
em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três
quintos dos votos, são equivalentes às emendas constitucionais
e não podem ser ulteriormente declarados inconstitucionais.
II O STF entende que a subscrição, pelo Brasil, do Pacto de São
José da Costa Rica conduziu à inexistência de balizas a
determinados comandos constitucionais, tendo, por isso,
indicado a derrogação das normas legais definidoras da custódia
de depositário infiel, tornando-se ilegal a sua prisão.
III Tratados de direitos humanos firmados antes da Emenda
Constitucional n.º 45/2004 continuam a valer como normas
infraconstitucionais e não poderão passar por novo processo
legislativo para alterar seu status no ordenamento jurídico.

Assinale a opção correta.

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a) Apenas o item I está certo.

b) Apenas o item II está certo.

c) Apenas o item III está certo.

d) Apenas os itens I e II estão certos.

e) Apenas os itens II e III estão certos.

GABARITO: B.

I. Emenda Constitucional pode ser declarada


inconstitucional.
II. Não houve derrogação das normas constitucionais, e
sim das legais (infraconstitucionais). Como a norma

a l
constitucional referente à prisão do depositário infiel
n
precisava de regulamentação e a CADH tem status
io
c
supralegal, as normas meramente legais foram
a
III. u c ER
derrogadas. Portanto, correta a afirmativa.
Os tratados de direitos humanos têm caráter de
E M d IL
supralegalidade, ainda que anteriores à EC 45/2004.
e
rt RO
o OR
ANO: 2018 BANCA: FCC ÓRGÃO: DPE-AM PROVA: FCC - 2018 -
p
u H 89
DPE-AM - DEFENSOR PÚBLICO - REAPLICAÇÃO
S C 41- m
m Z .7 .co
Sobre o Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações
u I
V er L
O
U
.
4
0
il
Unidas, é correto afirmar:
4 ma
A) Foi criado pelo Pacto Internacional dos Direitos Econômicos,
d R 4 3 g
A PE D
Sociais e Culturais (PIDESC).
0 er@
l i
B) É composto de oito membros, os quais deverão ser pessoas
m
p lc
de elevada reputação moral e reconhecida competência em
matéria de direitos humanos.
C) Seus membros serão eleitos para um mandato de dois anos.
D) Seus membros não poderão ser reeleitos.

E) Cada Estado-Parte poderá indicar duas pessoas como


candidatas a membro do comitê, as quais deverão ser nacionais
do Estado que as indicou.

GABARITO: E.

A) ERRADO. O Comitê dos Direitos Humanos é o órgão


criado pelo art.º 28.º do Pacto Internacional sobre os
Direitos Civis e Políticos.
B) ERRADO. É composto por 18 membros.
C) ERRADO. O mandato de 4 anos.
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D) ERRADO. Podem ser reeleitos.
E) CERTO.
8. TRATADOS INTERNACIONAIS

8.1 CARTA DAS NAÇÕES UNIDAS (carta de São Francisco) - 1945

Propósitos: manter a paz e a segurança internacional; desenvolver relações


amistosas entre as nações; realizar a cooperação internacional; ser um centro
destinado a harmonizar a ação dos povos a consecução.

PRINCÍPIOS:

▪ Igualdade soberana de todos os seus membros;

▪Todos os membros se obrigam a cumprir de boa-fé os compromissos da carta;

▪ Todos deverão resolver suas controvérsias internacionais por meios pacíficos,


de modo que não sejam ameaçadas a paz, a segurança e a justiça nacional.
a l
n
▪ Todos deverão abster-se em suas relações internacionais de recorrer à
io
ameaça ou emprego de força contra os outros Estados.
a c
u c ER
▪ Todos deverão dar assistência às nações unidas em qualquer medida que a
d IL
organização tomar em conformidade com os preceitos da carta, abstendo-se de
E M
de modo preventivo ou coercitivo; e
prestar auxílio a qualquer outro Estado contra o qual as nações unidas agirem
rt RO
p o OR
S C 41- m u H 89
▪ Fazer com que os Estados que não são membros da organização atuem de
acordo com esses princípios em tudo o que for necessário para a manutenção

um IZ .7 .co
da paz e da segurança internacional;

V er L U
0
4
4 ma il
▪ Nenhum preceito da carta autoriza as nações unidas a intervir em assuntos
O .
d R 3 g
que são essencialmente da alçada nacional de cada país. Há a preservação da
4
A PE D 0 er@
autodeterminação dos povos, pois é considerado um sistema subsidiário.
l
mi
p
MEMBROS DAS NAÇÕES UNIDAS
lc
As Nações Unidas são abertas a todos os Estados amantes da paz, que
aceitarem as obrigações contidas na carta. A admissão será efetuada por decisão da
assembleia geral, depois da indicação do Conselho de Segurança.

 A Assembleia Geral é a reunião de todos os membros para discutir questões


de ordem genérica. É o principal órgão deliberativo das Nações Unidas e há
total Igualdade nos votos entre os membros.
 Secretariado: é o órgão que trabalha no dia a dia das nações unidas. O maior
cargo das nações unidas é o de secretário geral.
 Conselho de tutela: tinha a função de administrar países tutelados pelas
nações unidas. O êxito desse órgão foi tão grande que após 1994 não precisou
mais de sua atuação, assim continua sendo um órgão, mas não tem mais
deliberação.
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 Conselho econômico e social: cuida de tudo que não for questão de
funcionamento interno (secretariado) e que não seja de segurança.
 Corte internacional de Justiça: é o órgão judiciário das nações unidas. Vai
julgar o país violador de tratados internacionais que eles mesmos assinaram.
 Conselho de segurança: tem 15 membros, sendo cinco fixos e 10 rotativos,
com mandato de dois anos.

Tribunal Penal Internacional: situado em Haia, na Holanda, é o primeiro tribunal penal


internacional permanente. Julga competência para julgar pessoas, e não Estados. Não
faz parte das Nações Unidas. Tem competência para julgar quatro tipos de crimes:

 Contra a humanidade: são os crimes cometidos como parte de um ataque


generalizado ou sistemático a qualquer população civil.

 De guerra: os crimes de guerra são definidos por acordo internacional, com o


objetivo de extinguir as violações a Direitos Humanos.

 Genocídio: são cometidos com o objetivo de exterminar os indivíduos dea l


determinado grupo humano, por motivos de discriminação.
io n
a c
c ER
 Agressão: são praticados por uma ou mais pessoas que, estando em
u
E M d IL
condições de controlar ou dirigir efetivamente a ação política ou militar de um
Estado, planejam, preparam, iniciam ou praticam ato de agressão que, por suas
e
rt RO
características, gravidade e dimensão, venham a constituir violação manifesta
da Carta das Nações Unidas.
p o OR
S C 41- m u H 89
O TPI não é instituto de extradição, é instituto de remessa. Dessa forma, o Brasil
m Z .7 .co
não viola a vedação à extradição, ao cumprir determinação do TPI para encaminhar
u I
V O er L
. 0
U4 ma4 il
brasileiro nato a julgamento no tribunal.

d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
ATENÇÃO! mi
É possível que uma pessoa cumpra no Brasil pena de

p lc
caráter perpétuo, se assim foi condenado pelo Tribunal
Penal Internacional.
Isto porque a vedação à prisão perpétua é norma de direito interno do
ordenamento jurídico brasileiro. Porém, ao assinar um tratado, o Brasil se
compromete a cumprir suas determinações, neste caso, possibilitando que a pena
perpétua aqui seja cumprida, se a condenação vier do TPI.

Não existe pena de morte no TPI.

 Não confundir Tribunal Penal Internacional com corte

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internacional de justiça.

8.2 DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS

▪ 1948, 10 de dezembro (dia Internacional dos direitos humanos).

A natureza jurídica originária era de mera recomendação, pois foi materializada


por uma resolução da Assembleia Geral, porém atualmente não é mais. Com a edição
do Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos e do Pacto Internacional de Direitos
Econômicos, Sociais e Culturais, ambos de 1996, e com a incorporação da Declaração
Universal às constituições dos países ocidentais, a doutrina jurídica começou a relevar
sua natureza jurídica de recomendação, considerando-a norma vinculante. Ademais, as
disposições da DUDH são também consideradas princípios gerais de direito, ou normas
costumeiras.
a l
io n
Atualmente, tem caráter cogente, ou seja, é norma de direito internacional
obrigatória. O Brasil, através do Senado, traduziu a DUDH como Declaração Universal

a c
dos direitos do homem o que não é um termo adequado, levando-se em consideração
que caracteriza um gênero, sendo correto o termo "humanos".
u c ER
E M d IL
Tem por base a Carta de São Francisco, sendo que dispõe que as nações unidas
favorecerão: e
rt RO
p o OR
▪Níveis mais altos de vida, trabalho efetivo e condição de progresso e
S C 41- m u H 89
Desenvolvimento Econômico e Social.

um IZ .7 .co
▪A solução dos problemas internacionais econômicos, sociais, sanitários,
er L U4 ma4 il
conexos à cooperação internacional de caráter cultural educacional.
V O . 0
d R 4 3 g
▪ O respeito universal e efetiva dos direitos humanos e das liberdades
A PE D 0 er@
fundamentais para todos, sem distinção de raça, sexo, língua ou religião.
l
mi
PRINCÍPIOS:
p lc
▪ Fundamento da Liberdade, da justiça e da paz no mundo.

▪ Preservar a liberdade de expressão e crença.

▪ Respeito universal efetivo dos direitos da pessoa humana e das liberdades


fundamentais.

▪ Ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações: vai
ocorrer mediante a propagação do ensino e da educação.

▪Princípio da vida a liberdade e segurança.

▪ Proibição da escravidão e do tráfico de escravos.

▪ Proibição da tortura.

▪Princípio da igualdade;
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▪Princípio supremo dos direitos humanos: direito de ter direito.

▪ Liberdades públicas e individuais;

▪ Direito a ter uma nacionalidade;

▪ Regime democrático;

▪ Direito à seguridade social;

▪ Direito ao repouso e lazer;

▪ Direito à educação;

▪ Direito da busca da felicidade: vai ser feliz quem tiver retorno ao que foi
explícito nos artigos anteriores.

8.3 PACTOS INTERNACIONAIS – 1966

- PACTO INTERNACIONAL DOS DIREITOS CIVIS E POLÍTICOS (PIDCP)


a l
io n
O Pacto Internacional dos Direitos Civis e políticos foi adotado pela ONU em 19
a c
de dezembro de 1966, tendo sido incorporado ao Brasil em 1992, pelo Decreto 592, de

u c ER
06 de julho de 1995, ou seja, menos de quatro anos após a instauração da nova ordem
constitucional brasileira.
E M d IL
e
rt RO
O pacto impõe aos Estados o dever de respeitar e garantir os direitos nele

p o OR
enunciados a todos os indivíduos que estejam em seu território e sujeitos à sua

S C 41- m u H 89
jurisdição. É vedada qualquer forma de discriminação por motivo de raça, cor, sexo,
religião, opinião política ou outra natureza, origem nacional ou social, situação

um IZ .7 .co
econômica, nascimento ou qualquer outra condição.

V er L0
U4 ma4 il
O Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos POSSUI APLICAÇÃO
O .
d R 3 g
IMEDIATA, o que significa dizer que os direitos nele previstos podem ser exigidos
4
A PE D 0 er@
imediatamente. São eles:
l
mi
• Igualdade entre homens e mulheres;

• Vida; p lc
• Proibição de tortura ou de penas ou tratamentos cruéis, desumanos ou
degradantes;

• Proibição da escravidão, de servidão e de submissão a trabalho forçado;

• Liberdade e segurança pessoal;

• Integridade do preso;

• Não prisão por descumprimento de obrigação contratual;

• Direito de circulação;

• Juízo natural;

• Presunção de inocência;
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• Tipicidade penal, princípios da legalidade, anterioridade e irretroatividade;

• Personalidade jurídica;

• Vida privada;

• Liberdades de pensamento, consciência e religião;

• Liberdade de expressão;

• Direito de reunião;

• Direito de associação, inclusive constituir sindicatos;

• Proteção à família;

• Proteção à criança;

• Direito de participação política;

• Igualdade perante a lei e igual proteção da lei; a l


io n
•Proteção às minorias;
a c
u c ER
Cabe acrescentar algumas considerações sobre o direito à vida e sobre o

E M d IL
trabalho forçado, por serem pontos que exigem uma atenção especial para as provas.

DIREITO À VIDA E PENA DE MORTE: e


rt RO
p o OR
mas lhe impôs restrições: S C 41- m u H 89
Ao tratar do direito à vida, no artigo 6º, o pacto não aboliu a pena de morte,

um IZ .7 .co
er L

U il
Apenas para os crimes mais graves;
4 ma4

d V O . 0
direito de solicitar o perdão ou a comutação da pena;
R 4 3 g
 A PE D 0 er@
vedação aos menores 18 anos e às mulheres grávidas.
l
mi
p lc
Posteriormente, convictos de que a abolição da pena de morte contribuiu para
a promoção da dignidade humana e para o desenvolvimento progressivo dos direitos
do homem, os Estados instituíram o “Segundo Protocolo Facultativo ao Pacto
Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos, com vistas à abolição da pena de
morte, em 15 de dezembro de 1989”.
O protocolo dispõe que nenhum indivíduo sujeito à jurisdição de um Estado
signatário será executado. Porém, de outro modo, admite que os Estados reservem a
aplicação da pena de morte, em tempo de guerra, em virtude de condenação por
infração penal de natureza militar de gravidade extrema cometida em tempos de
guerra. O Brasil aderiu ao protocolo em 25 de setembro de 2009 e fez a reserva
mencionada, admitindo a pena de morte em caso de guerra declarada, em sintonia
com o artigo 5º, XLII, “a” da CR.

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O PIDCP não aboliu a pena de morte! Ele vedou à aplicação da
ATENÇÃO! pena de capital, ressalvando apenas a possibilidade de aplicar
a pena em tempo de guerra, observadas as exigências acima
descritas.

TRABALHO FORÇADO:

Ao proibir a escravidão e a servidão, o Pacto dispôs que ninguém pode ser


obrigado a executar trabalhos forçados ou obrigatórios.

O Pacto não considera trabalho forçado as seguintes situações:

 Qualquer trabalho ou serviço exigido de um indivíduo que tenha sido


a l
encerrado em cumprimento de decisão judicial ou que, tendo sido objeto de
tal decisão, acha-se em liberdade condicional;
io n
a c

c ER
Qualquer serviço de caráter militar e, nos países em que se admite a isenção
u
E M d IL
por motivos de consciência, qualquer serviço nacional que a lei venha a
exigir daquele que se oponha ao serviço militar por motivo de consciência;


e
rt RO
p o OR
Qualquer serviço exigido em casos de emergência ou de calamidade que
ameacem o bem-estar da comunidade;

 S C 41- m u H 89
Qualquer trabalho ou serviço que faça parte das obrigações cívicas normais.
um IZ .7 .co
V O er L.
U
0
4
4 ma il
Suspensão das obrigações decorrentes do pacto
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
O artigo 4º do Pacto autoriza os Estados a, ante situações excepcionais que
l i
ameacem a existência da nação e sejam proclamadas oficialmente, adotar medidas
m
p lc
que suspendam as obrigações decorrentes do instrumento internacional. Porém, as
medidas não podem ser incompatíveis com as demais obrigações que lhe sejam
impostas pelo Direito Internacional.
Ainda, mesmo ante tal hipótese, não será possível suspender os seguintes
direitos: vida; proibição de tortura; proibição de escravidão e de servidão; proibição de
prisão por descumprimento de obrigação contratual; tipicidade penal; personalidade
jurídica; liberdade de pensamento, de consciência e de religião.

Monitoramento

 Comitê dos Direitos do Homem e previu dois sistemas de monitoramento:


relatórios e comunicações interestatais, esta última com natureza facultativa.

 O Protocolo Facultativo do PDCP ampliou o sistema de fiscalização, para


acrescentar a possibilidade petições individuais, admitindo que indivíduos e
organizações oferecessem denúncias no caso de violação aos direitos humanos.

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As comunicações interestatais e as petições individuais foram instituídas com
natureza facultativa, ou seja, o Comitê somente poderá atuar em relação a Estados
que tenham declarado que reconhecem a competência dele para esses mecanismos.

Requisitos de admissibilidade das comunicações:

 O caso não estiver sob apreciação de outra instância internacional;

 Deve ter havido o esgotamento dos recursos internos, salvo se comprovado


que a atuação dos órgãos nacionais excedeu aos prazos razoáveis;

 As petições individuais não podem ser anônimas.

– PACTO INTERNACIONAL DOS DIREITOS ECONÔMICOS, SOCIAIS E CULTURAIS


(PIDESC)

O Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais foi editado

a
pela ONU juntamente com o Pacto dos Direitos Civis e Políticos, em 19 de dezembro l
n
de 1966. O Brasil o incorporou pelo Decreto 591 em de 6 de julho de 1992, ou seja,
io
c
menos de 4 anos após a instauração da nova ordem constitucional brasileira.
a
u c ER
O Pacto impõe aos Estados partes o dever de garantir o exercício dos direitos
nele enunciados, sem discriminação alguma por motivo de raça, cor, sexo, idioma,
E M d IL
religião, opinião política ou de qualquer outra índole, origem nacional ou social,
e
rt RO
posição econômica, nascimento ou qualquer outra condição social.
o OR
Aspecto muito importante é que a aplicação desse pacto deve ser feita de
p
recursos de que disponha.
S C 41- m u H 89
maneira progressiva, na medida das possibilidades de cada Estado, até o máximo de

um IZ .7 .co
er L
Art. 2.1 do Pacto, os Estados signatários se comprometem a
U 4
4 ma il
adotar medidas, “até o máximo dos recursos de que disponha,

d V R O
4 3 . 0
para progressividade obter, por todos os meios apropriados,
g
A PE D 0 er@
l
inclusive a adoção de medidas legislativas em particular, plena
efetivamente dos direitos aqui reconhecidos”.
mi
p lc
O que se pode exigir de imediato é o comprometimento do Estado no sentido
de adotar medidas que, gradativamente, procriassem a efetivação dos direitos ali
enunciados.
Ilustra bem o tema a previsão sobre o direito à educação, segundo a qual todo
Estado que, no momento em que se tornar parte, não tiver condições de instituir o
ensino primário obrigatório e gratuito, deve apresentar, num prazo de dois anos, um
plano detalhando as medidas que pretende adotar num prazo razoável de anos.
Em sentido mais favorável aos direitos fundamentais, o Brasil se diferenciou do
pacto, ao estabelecer, no artigo 5º, §1º, que as normas relativas aos direitos
fundamentais, incluídos os sociais, possuem aplicabilidade imediata.

Direitos reconhecidos

• Igualdade entre homens e mulheres

• Direito ao trabalho

• Direito a condições de trabalho justas e favoráveis


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• Liberdade sindical, compreendendo o direito de fundar sindicatos, filiar-se a
sindicatos e o direito de greve.

• Segurança social, incluindo os seguros sociais.

• Proteção e assistência à família

• Direito a um nível de vida adequado para si e sua família, inclusive


alimentação, vestimentas e moradia.

• Direito a desfrutar do melhor estado de saúde física e mental possível

• Direito à educação

• Direito a participar na vida cultural

• Direito a gozar dos benefícios científicos

Monitoramento

a l
 O Pacto previu apenas os relatórios como mecanismo de monitoramento.
io n
Mas, em 10 de dezembro de 2008, foi aprovado o Protocolo Facultativo, que
a c
ampliou o sistema de fiscalização para permitir as comunicações individuais,
u c ER
as comunicações interestatais e um procedimento de investigação das
graves violações aos direitos humanos.
E M d IL
 e
rt RO
O pacto não previu nenhum Comitê como forma de monitoramento, mas o
o OR
Conselho Econômico, Social, Cultural e Educacional da ONU, que criou o
p
S C 41- m u H 89
Comitê de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, atribuindo-lhes
competência para fiscalizar a aplicação do pacto.

um IZ .7 .co
er L
Pelas comunicações interestatais, um Estado poderá apresentar comunicação
U4 ma4 il
perante o comitê denunciando outro Estado por descumprir as obrigações decorrentes
do Pacto.
d V R O
4 3 . 0 g
A PE D 0 er@
Pelo procedimento de investigação, o Comitê pode deflagrar uma
l
investigação quando receber informação fidedigna indicando a existência de violações
mi
graves ou sistemáticas dos direitos estabelecidos no Pacto.
p lc
O mecanismo de comunicações individuais foi adotado de maneira
obrigatória e os outros dois de maneira facultativa, o que significa dizer que o comitê
somente poderá atuar quanto a eles em relação a Estados que tenham declarado
aceitar da competência do Comitê para tais mecanismos.
Originariamente, o mecanismo de monitoramento comum aos dois grandes
Pactos da ONU é o mecanismo dos relatórios; mas, atualmente, considerando os
Protocolos Facultativos, ambos os pactos apresentam em comum também as
comunicações individuais e as comunicações interestatais.

8.4 CONVENÇÃO INTERNACIONAL SOBRE A ELIMINAÇÃO DE TODAS AS FORMAS DE


DISCRIMINAÇÃO RACIAL

 Adotada na Assembleia Geral da ONU, em 1966, e ratificada pelo Brasil


em 1968, entrando vigor no ordenamento jurídico em 1969.

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 Discriminação racial: qualquer distinção, exclusão, restrição ou
preferência, fundadas na raça, cor, descendência ou origem nacional ou ética que
tenha por fim ou efeito acumular ou comprometer o reconhecimento, o gozo ou o
exercício, em igualdade de direitos, dos direitos humanos e das liberdades
fundamentais, no domicílio econômico, político, social, cultural ou qualquer domínio
da vida pública.

 O Estado tem o dever de efetivar e fiscalizar o cumprimento do tratado,


adotando as medidas internas que visam evitar a discriminação:

 Há mandado de criminalização das condutas, devendo a legislação


interna criar tipos penais para reprimir as práticas ilícitas.

a l
O fato de a mesma questão ser repetida em diversos tratados internacionais tem

io n
como objetivo fazer com que o maior número de países ratifique a questão, de
c
uma forma ou de outra. Sendo assim, se não ratificou determinado tratado que
a
c ER
continha norma importante, mas ratificou outro que continha a mesma regra, no
u
humanos. E M d IL
fim ele acaba incluindo ao seu direito interno a obrigação visada pelos direitos

e
rt RO
p o OR
Discriminação positiva: possibilidade da edição de medidas especiais para

S C 41- m u H 89
assegurar o progresso adequado de grupos étnicos ou raciais, a fim de criar as
condições para o pleno exercício, em situação de igualdade dos direitos humanos.
um IZ .7 .co
V O er L
.
U
0
4
4 ma il
As discriminações positivas devem ser temporárias, devendo ser suspensas
quando alcançarem seu fim, qual seja: a igualdade ao grupo “discriminado”. Isso
d R 4 3 g
porque, caso não sejam temporárias pode desequilibrar de maneira que seja
A PE D 0 er@
necessário fazer uma discriminação positiva para o outro grupo.
l
mi
 Comitê: deve ser criado um comitê para fiscalizar a discriminação. Sempre quando
p lc
for ter a escolha dos membros que serão eleitos será levada em consideração uma
equidade geográfica. O comitê é o órgão que fiscaliza o cumprimento do tratado

 Os Estados partes podem a qualquer momento se manifestar acerca do


reconhecimento da competência do comitê, recebendo a partir daí comunicações para
que seja alcançado o fim proposto.

 Os Estados podem criar um comitê interno para filtrar as comunicações que serão
passadas ao comitê internacional.

8.5 CONVENÇÃO SOBRE A ELIMINAÇÃO DE TODAS AS FORMAS DE DISCRIMINAÇÃO


CONTRA A MULHER

 Pela Assembleia Geral da ONU em 1979, entrou em vigor em 1981. O Brasil a


assinou em 1981, ratificou em 1984 e foi promulgada em 2002.

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 O artigo 29 da convenção estabelece que qualquer controvérsia entre países
sobre a declaração será decidida por meio de arbitragem. Se, em 06 meses, não for
escolhido o modo de solução o outro país poderá levar o caso a julgamento na Corte
Internacional. Ocorre que tal determinação não é obrigatória, sendo que o Brasil fez
reserva pelo não cumprimento desta norma, logo não reconhece a arbitragem como
forma de dirimir os conflitos relativos ao tratado.

 Discriminação contra a mulher: toda a distinção, exclusão ou restrição


baseada no sexo e que tenha por objeto ou resultado prejudicar ou anular o
reconhecimento, gozo ou exercício pela mulher, independente do seu estado civil, com
base na igualdade do homem e da mulher, dos direitos humanos e liberdades
fundamentais, nos campos político, econômico, social, cultural e civil ou demais
campos.

 Os direitos das mulheres são universais e internacionais e não têm fronteiras.


Também devem ser adotadas medidas de discriminação positiva temporárias, por
prazo determinado, para que seja efetivada a igualdade das mulheres.

a l

n
Os Estados devem buscar eliminar todas as formas de tráfico de mulheres e de
io
prostituição.
a c

u c ER
Comitê: Sobre a eliminação da discriminação contra a mulher. Trata-se de um
d IL
órgão de fiscalização com competência para receber as queixas e as denúncias que se
E M
e
referem ao descumprimento do tratado, sendo Protocolo de natureza facultativa. O
rt RO
comitê entrou em vigor em 2000 e o Brasil ratificou em 2002.
p o OR

u H 89
Relatórios, Comitê e petições individuais (facultativas).
S C 41- m

m Z .7 .co
Protocolo Facultativo: princípios da não seletividade, imparcialidade e
u I
er L U 4 il
objetividade. – Competência do Comitê para receber petições individuais.

V O . 0 4 ma
d R 4 3
O Comitê declarará inadmissível toda comunicação que:
g
A PE D 0 er@
(a) assunto já examinado pelo Comitê ou tiver sido ou estiver sendo examinado sob
l
outro procedimento internacional de investigação ou solução de controvérsias;
mi
(b) for incompatível com as disposições da Convenção;
p lc
(c) manifestamente mal fundamentada ou não suficientemente consubstanciada;
(d) abuso do direito de submeter comunicação;
(c) fatos ocorridos antes da entrada em vigor do presente Protocolo para o Estado
Parte, a não ser no caso de tais fatos terem tido continuidade após aquela data.

Caso Alyne da Silva Pimentel Teixeira. 1ª condenação do Brasil no Sistema Global


de Proteção dos DH. Mulher grávida que perdeu o bebê e morreu, por omissão do
sistema público de saúde.

- violações: à saúde, à igualdade, à vida. Violência de gênero e discriminação.

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8.6 CONVENÇÃO CONTRA A TORTURA E OUTROS TRATAMENTOS OU PENAS CRUÉIS,
DESUMANAS OU DEGRADANTES.

 Pela assembleia geral da ONU em 1985. Foi ratificada pelo Brasil em 1989 e
promulgada em 1991.
 Tortura: é qualquer ato pelo qual dores ou sofrimentos agudos, físicos ou
mentais são infligidos intencionalmente a uma pessoa a fim de se obter, dela ou de
terceira pessoa, informações ou confissões; de castigá-las por ato que ela ou uma
terceira pessoa tenha cometido ou seja suspeita de ter cometido; de intimidar ou
coagir esta ou outras pessoas.

 É possível a criação de um subcomitê de visitação, em regra, nos


estabelecimentos penais. O Brasil fez uma ressalva no que tange ao direito de visita do
Comitê Interamericano, afirmando que toda visita deve ser previamente comunicada,
evitando a surpresa.
 Não pode a pessoa se valer do argumento de estar cumprindo ordem
a l
hierárquica, para justificar a prática de tortura, tendo em vista que apenas ordens
legais justificam a obediência hierárquica.
io n

a c
Não será considerada tortura as dores ou sofrimentos que sejam consequência
u c ER
unicamente de sanções legítimas ou que sejam inerentes a tais sanções ou delas
decorram.
E M d IL
 e
rt RO
Em nenhum caso, poderão invocar-se circunstâncias excepcionais, como ameaça
o OR
ou estado de guerra, instabilidade política interna ou qualquer outra emergência
p
S C 41- m
nenhuma hipótese, no sistema onuziano.
u H 89
pública, como justificativa para a tortura. Não existe justificação para a tortura, em


um IZ .7 .co
er L
Preenchidos os requisitos da extradição, deportação ou expulsão e visando que
U 4
4 ma il
com a concretização desse ato há uma possibilidade real de a pessoa que o sofrerá ser
V O 3 . 0
torturada no país a que serão encaminhados, não deve ser tomada a medida. Tal
d R 4 g
A PE D 0 er@
atitude visa o princípio da reciprocidade.
l
 i
Comitê: o comitê contra a tortura é órgão de fiscalização e destinado a receber
m
p lc
as queixas sobre o descumprimento do tratado. O Protocolo Facultativo é relativo às
visitas regulares, em sistema penitenciário, bem como prevê o Subcomitê de
Prevenção da Tortura.
Princípios do Protocolo Facultativo: confidencialidade, imparcialidade, não
seletividade, universalidade e objetividade.

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NÃO DEIXEM DE LER AS REGRAS DE MANDELA E AS DE BANGKOK, SOBRE OS
DIREITOS DOS PRESOS E DAS MULHERES PRESAS, RESPECTIVAMENTE.

a l
io n
a c
u c ER
E M d IL
TORTURA NA CONVENÇÃO DAS NAÇÕES e
rt RO
TORTURA NA CONVENÇÃO

UNIDAS
p o OR INTERAMERICANA DE DIREITOS

S C 41- m u H 89 HUMANOS


um
Conceito mais amplo, possui o
IZ .7 .co Tem conceito mais restrito que a

V er L0
U4 ma4 il
elemento dolo como essencial ao
crime. Logo, a tortura culposa não
O .
Convenção das Nações Unidas e
também constitui o dolo como elemento
d R
é punível.
4 3 g essencial ao crime.


A PE D 0 er@
l
A finalidade específica do ato é
mi Não estabelece finalidade específica

praticar o p
ato lc
obter a confissão, a informação ou
com fim
para caracterizar o ato, sendo que
qualquer ato que cause
discriminatório. intencionalmente sofrimento físico ou
mental a outro, como forma de castigo,
 Pode ser praticada por qualquer intimidação ou medida preventiva, é
agente público ou particular que considerado tortura.
esteja prestando serviço público
ou que tenha sido influenciado Pode ser praticada tanto por servidor
por um agente público a cometer público, prevendo a omissão como
o ato. forma de tipicidade, quanto por
particulares.
 Não prevê a figura culposa ao
crime.

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8.7 CONVENÇÃO INTERNACIONAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA E PROTOCOLOS
FACULTATIVOS

 Adotada pela assembleia geral da ONU em novembro de 1989. Brasil assinou e


ratificou em 1990, é a convenção que tem o maior número de aderentes no
momento.
 No âmbito do direito internacional, a criança é considerada todo menor de 18
anos. Difere-se do ECA, já que, de acordo com o estatuto, criança é todo aquele
que tem até 12 anos incompletos e adolescente é aquele entre 12 e 18 anos.
 Todas as ações relativas à criança, levadas a efeito por autoridade administrativa
ou órgãos legislativos, devem considerar primordialmente o interesse da criança.
 A criança será registrada imediatamente após o seu nascimento, tendo direito a
l
um nome e a nacionalidade e, na medida do possível, conhecer seus pais e serem
a
n
cuidados por eles. A responsabilidade dos pais é primordial. Nenhuma criança
io
a c
deve ser separada dos pais, salvo em casos de maus tratos, descuido ou
separação deles. Direito à proteção estatal às crianças privadas de ambiente
u c ER
familiar. Liberdade de expressão, pensamento, consciência, crença, associação,

E M d IL
reunião. Saúde e educação (educação primária obrigatória). Combate ao tráfico
e
rt RO
de crianças, maus tratos e exploração sexual, pornográfica e econômica. Jornada

p o OR
e condições de trabalho compatíveis com a idade, vedando-se o trabalho
perigoso ou que coloque em risco a saúde e seu desenvolvimento educacional
 S C 41- m u H 89
Comitê: o comitê para os direitos da criança e do adolescente é órgão de

um IZ .7 .co
fiscalização e recebimento de comunicações.
 er L U4 ma4 il
Protocolo Facultativo: é relativo ao envolvimento de crianças em conflitos
V O . 0
d 3 g
armados – 25 de maio de 2000. O Brasil assina em 2000 e ratifica em 2004.
R 4
 A PE D 0 er@
Os Estados-partes adotarão todas as medidas possíveis para assegurar que
l i
membros de suas forças armadas menores de 18 anos não participem
m
p lc
diretamente de hostilidade. Menores de 18 anos não serão recrutados de
maneira compulsória para as forças armadas. Os menores de 15 anos não
poderão se envolver diretamente em hostilidades armadas.

Protocolo Facultativo à Convenção sobre os Direitos da Criança referente à venda, à


prostituição infantil e à pornografia infantil.

Não deixem de lei:

- Regras Mínimas da ONU para Administração da Justiça da Infância e da Juventude


(Regras de Beijin).

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- Regras Mínimas da ONU para Proteção dos Jovens Privados de Liberdade.

Diretrizes das Nações Unidas para prevenção da delinquência juvenil.

8.8 CONVENÇÃO INTERNACIONAL DOS DIREITOS DOS DEFICIENTES FÍSICOS E SEU


PROTOCOLO FACULTATIVO

 Assinada em Nova York em março de 2007. Brasil promulga a Convenção e o


Protocolo em 2009. Convenção de Nova Iorque.
 É o primeiro tratado de direitos humanos que foi incluído em nosso ordenamento
jurídico por meio do procedimento de Emenda à Constituição, junto de seu
protocolo facultativo.
 O propósito da convenção é promover, proteger e assegurar o gozo pleno e
equitativo de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais por parte de
pessoas com deficiência. Também visa a promover o respeito pela sua dignidade
inerente.
a l
 io n
Pessoas com deficiência são aquelas que padecem de uma diminuição permanente
a c
da capacidade física, mental, intelectual ou sensorial que, diante de vários tipos de
u c ER
barreiras, pode impedir uma plena e efetiva participação na sociedade, em base de

E M d IL
igualdade com os demais. A ideia é sempre a inclusão da pessoa com deficiência.

 e
rt RO
Discriminação por motivos de deficiência: significa qualquer diferenciação,

p o OR
exclusão ou restrição baseada em deficiência, com o fim de impedir ou

S C 41- m u H 89
efetivamente impossibilitar o reconhecimento, gozo ou exercício, em base de
igualdade com as demais pessoas, de todos os direitos humanos e liberdades

um IZ .7 .co
fundamentais na esfera política, econômica, social, cultural, civil ou em qualquer
er L U4 ma4 il
outra esfera. Abrange todas as formas de discriminação, inclusive a recusa de
V O
adaptação razoável.. 0
d R 4 3 g
 A PE D 0 er@
Adaptação razoável: significa uma adaptação necessária, adequada a ajustes que
l i
não acarretem ônus desproporcional ou indevido, a fim de assegurar o gozo e
m
p lc
acesso às pessoas com deficiência, em base de igualdade com os demais. É feita na
medida do possível, de forma proporcional e adequada. Logo, caso a adaptação
não seja viável devido a pouca utilidade o Estado pode buscar alternativas para o
pleno acesso do deficiente, sem que tenha que realizar obras para tanto.

Exemplo: prédio público que comparecem pouquíssimos deficientes. Nesse caso, pode
o poder público colocar um segurança que ajude o deficiente a se locomover. Dessa
forma, supre a necessidade sem ter que fazer obras desnecessárias.

 Comitê: o comitê das pessoas com deficiência. A cada dois anos o comitê
apresenta a assembleia geral um relatório com suas atividades.

 Protocolo Facultativo: permite que o Comitê receba petições de pessoas, grupos


de pessoal.
O Comitê considerará inadmissível a comunicação quando:

a. A comunicação for anônima;


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b. A comunicação constituir abuso do direito de submeter tais
comunicações ou for incompatível com as disposições da Convenção;

c. A mesma matéria já tenha sido examinada pelo Comitê ou tenha sido


ou estiver sendo examinada sob outro procedimento de investigação ou
resolução internacional;
d. Não tenham sido esgotados todos os recursos internos disponíveis,
salvo no caso em que a tramitação desses recursos se prolongue
injustificadamente, ou seja improvável que se obtenha com eles solução
efetiva;
e. A comunicação estiver precariamente fundamentada ou não for
suficientemente substanciada; ou
f. Os fatos que motivaram a comunicação tenham ocorrido antes da
entrada em vigor do presente Protocolo para o Estado Parte em apreço,
salvo se os fatos continuaram ocorrendo após aquela data.

a l
io n
a c
u c ER
E M
ATENÇÃO! NOVIDADE LEGISLATIVA! d IL
e
rt RO
o OR
No dia 09.10.2018, foi publicado o Decreto 9.522.2018, promulgando o Tratado de
p
Marraqueche.
S C 41- m u H 89
m Z .7 .co
Trata-se de mais um tratado aprovado conforme o rito do art. 5º, §3º da
u I
V O er L
.
U
0
4
4 ma il
Constituição Federal, isto é, foi incorporado como norma constitucional.

d R 3 g
Além deste tratado, temos a Convenção de Nova Iorque e seu Protocolo Facultativo,
4
A PE D 0 er@
que foram também incorporados como normas constitucionais.
l
mi
Princípios e Direitos previstos: dignidade da pessoa com deficiência, autonomia,
p lc
liberdade, independência, não discriminação, plena e efetiva participação e inclusão na
sociedade, respeito pela diferença, aceitação da pessoa com deficiência como parte da
diversidade humana, igualdade, acessibilidade, desenvolvimento das capacidades das
crianças com deficiência, identidade. Mobilidade, habilitação e reabilitação. Educação,
saúde e trabalho.

8.9 CONVENÇÃO INTERNACIONAL SOBRE DESAPARECIMENTO FORÇADO

Comitê contra o desaparecimento forçado. Comunicações individuais


facultativas, mas existe um pedido de busca e localização, em regime de urgência, que
pode ser submetido por familiares, representantes legais, advogados, outro
interessado, pessoa autorizada. Prevê também comunicações interestatais
facultativas.

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Nenhuma circunstância excepcional, seja estado de guerra ou ameaça de
guerra, instabilidade política interna ou qualquer outra emergência pública, poderá ser
invocada como justificativa para o desaparecimento forçado.
Para os efeitos desta Convenção, entende-se por “desaparecimento forçado”
a prisão, a detenção, o sequestro ou qualquer outra forma de privação de liberdade
que seja perpetrada por agentes do Estado ou por pessoas ou grupos de pessoas
agindo com a autorização, apoio ou aquiescência do Estado, e a subsequente recusa
em admitir a privação de liberdade ou a ocultação do destino ou do paradeiro da
pessoa desaparecida, privando-a assim da proteção da lei.

8.10 CONVENÇÃO PARA PREVENÇÃO E REPRESSÃO DO CRIME DE GENOCÍDIO

Conceito de genocídio na Convenção:

Art. II genocídio qualquer dos seguintes atos, cometidos com a intenção de destruir, no
todo ou em parte, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso, tal como:
a l
(a) assassinato de membros do grupo;
io n
a c
c ER
(b) dano grave à integridade física ou mental de membros do grupo;
u
E M d IL
(c) submissão intencional do grupo a condições de existência que lhe ocasionem a
destruição física total ou parcial;
e
rt RO
p o OR
(d) medidas destinadas a impedir os nascimentos no seio do grupo;

S C 41- m u H 89
(e) transferência forçada de menores do grupo para outro grupo;

um IZ .7 .co
er L
(a) o genocídio;
U4 ma4 il
d V R O
4 3 . 0
(b) o conluio para cometer o genocídio;
g
A PE D 0 er@
(c) a incitação direta e pública a cometer o genocídio;
l
(d) a tentativa de genocídio; mi
p lc
(e) a cumplicidade no genocídio;

serão punidas, sejam governantes, funcionários ou particulares

Não são considerados crimes políticos para efeito de extradição.

8.11 CONVENÇÃO RELATIVA AO ESTUTO DOS REFUGIADOS E SEU PROTOCOLO


FACULTATIVO

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Consideram-se refugiados os indivíduos que:

I. devido a fundados temores de perseguição por motivos de raça, religião,


nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas encontre-se fora de seu país
de nacionalidade e não possa ou não queira acolher-se à proteção de tal país;
II. não tendo nacionalidade e estando fora do país onde antes teve sua residência
habitual, não possa ou não queira regressar a ele, em função das circunstâncias
descritas no inciso anterior;
III. devido a grave e generalizada violação de direitos humanos, é obrigado a
deixar seu país de nacionalidade para buscar refúgio em outro país.

Vejamos, ainda, outros dispositivos importantes:

Art. 2º Os efeitos da condição dos refugiados serão extensivos ao cônjuge, aos


ascendentes e descendentes, assim como aos demais membros do grupo familiar
que do refugiado dependerem economicamente, desde que se encontrem em
território nacional.
a l
io n
Art. 3º Não se beneficiarão da condição de refugiado os indivíduos que:

a c
c ER
I - já desfrutem de proteção ou assistência por parte de organismo ou instituição
u
- ACNUR;
E M d IL
das Nações Unidas que não o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados

e
rt RO
II - sejam residentes no território nacional e tenham direitos e obrigações
o OR
relacionados com a condição de nacional brasileiro;
p
S C 41- m u H 89
III - tenham cometido crime contra a paz, crime de guerra, crime contra a
humanidade, crime hediondo, participado de atos terroristas ou tráfico de drogas;
m Z .7 .co
IV - sejam considerados culpados de atos contrários aos fins e princípios das
u I
Nações Unidas.
V er L0
U4 ma4 il
Art. 6º § 1º Em hipótese alguma será efetuada sua deportação para fronteira de
O .
d R 3 g
território em que sua vida ou liberdade esteja ameaçada, em virtude de raça, religião,
4
A PE D 0 er@
nacionalidade, grupo social ou opinião política.
l i
§ 2º O benefício previsto neste artigo não poderá ser invocado por refugiado
m
p lc
considerado perigoso para a segurança do Brasil.
Art. 8º O ingresso irregular no território nacional não constitui impedimento para
o estrangeiro solicitar refúgio às autoridades competentes.
Art. 10. A solicitação, apresentada nas condições previstas nos artigos anteriores,
suspenderá qualquer procedimento administrativo ou criminal pela entrada irregular,
instaurado contra o peticionário e pessoas de seu grupo familiar que o acompanhem.
Art. 12. Compete ao CONARE, em consonância com a Convenção sobre o Estatuto
dos Refugiados de 1951, com o Protocolo sobre o Estatuto dos Refugiados de 1967 e
com as demais fontes de direito internacional dos refugiados:
I - analisar o pedido e declarar o reconhecimento, em primeira instância, da
condição de refugiado;
II - decidir a cessação, em primeira instância, ex officio ou mediante
requerimento das autoridades competentes, da condição de refugiado;
III - determinar a perda, em primeira instância, da condição de refugiado;
IV - orientar e coordenar as ações necessárias à eficácia da proteção, assistência e
apoio jurídico aos refugiados;

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V - aprovar instruções normativas esclarecedoras à execução desta Lei.

Quanto ao procedimento:

Art. 21. Recebida a solicitação de refúgio, o Departamento de Polícia Federal


emitirá protocolo em favor do solicitante e de seu grupo familiar que se encontre no
território nacional, o qual autorizará a estada até a decisão final do processo.
§ 1º O protocolo permitirá ao Ministério do Trabalho expedir carteira de trabalho
provisória, para o exercício de atividade remunerada no País.
§ 2º No protocolo do solicitante de refúgio serão mencionados, por
averbamento, os menores de quatorze anos.
Art. 22. Enquanto estiver pendente o processo relativo à solicitação de refúgio,
ao peticionário será aplicável a legislação sobre estrangeiros, respeitadas as
disposições específicas contidas nesta Lei.
Art. 26. A decisão pelo reconhecimento da condição de refugiado será
considerada ato declaratório e deverá estar devidamente fundamentada.
Art. 29. No caso de decisão negativa, esta deverá ser fundamentada na
a l
notificação ao solicitante, cabendo direito de recurso ao Ministro de Estado da Justiça,
no prazo de quinze dias, contados do recebimento da notificação.
io n
c
Art. 30. Durante a avaliação do recurso, será permitido ao solicitante de refúgio e
a
c ER
aos seus familiares permanecer no território nacional, sendo observado o disposto nos
u
§§ 1º e 2º do art. 21 desta Lei.
E M d IL
Art. 31. A decisão do Ministro de Estado da Justiça não será passível de recurso,
e
rt RO
devendo ser notificada ao CONARE, para ciência do solicitante, e ao Departamento de
o OR
Polícia Federal, para as providências devidas.
p
S C 41- m u H 89
Art. 32. No caso de recusa definitiva de refúgio, ficará o solicitante sujeito à
legislação de estrangeiros, não devendo ocorrer sua transferência para o seu país de

um IZ .7 .co
nacionalidade ou de residência habitual, enquanto permanecerem as circunstâncias

V O er L
. 0
U4 ma4 il
que põem em risco sua vida, integridade física e liberdade, salvo nas situações
determinadas nos incisos III e IV do art. 3º desta Lei.
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
Cessação e perda da condição de refugiado:
l
mi
lc
Art. 38. Cessará a condição de refugiado nas hipóteses em que o estrangeiro:
p
I - voltar a valer-se da proteção do país de que é nacional;
II - recuperar voluntariamente a nacionalidade outrora perdida;
III - adquirir nova nacionalidade e gozar da proteção do país cuja nacionalidade
adquiriu;
IV - estabelecer-se novamente, de maneira voluntária, no país que abandonou ou
fora do qual permaneceu por medo de ser perseguido;
V - não puder mais continuar a recusar a proteção do país de que é nacional por
terem deixado de existir as circunstâncias em consequência das quais foi reconhecido
como refugiado;
VI - sendo apátrida, estiver em condições de voltar ao país no qual tinha sua
residência habitual, uma vez que tenham deixado de existir as circunstâncias em
consequência das quais foi reconhecido como refugiado.

Art. 39. Implicará perda da condição de refugiado:

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I - a renúncia;
II - a prova da falsidade dos fundamentos invocados para o reconhecimento da
condição de refugiado ou a existência de fatos que, se fossem conhecidos quando do
reconhecimento, teriam ensejado uma decisão negativa;
III - o exercício de atividades contrárias à segurança nacional ou à ordem pública;
IV - a saída do território nacional sem prévia autorização do Governo brasileiro.

CONARE: Conselho Nacional das Nações Unidas para Refugiados;

ACNUR: Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados.

8.12 ESTATUTO DE ROMA a l


io n
c
Ignora a imunidade de jurisdição, ou seja, a funções oficial exercida pelo réu
a
não o eximirá de sua reponsabilidade.
u c ER
d IL
Crimes julgados pelo Tribunal Penal Internacional (TPI):
E M
a) O crime de genocídio; e
rt RO
p o OR
b) Crimes contra a humanidade;
S C 41- m u H 89
c) Crimes de guerra;
um IZ .7 .co
d) O crime de agressão.
V O er L
. 0
U
4 ma 4 il
d R 3 g
O Estatuto explica o que se entende por qualquer desses crimes, assim:
4

A PE D 0 er@
l i
Genocídio: qualquer dos atos enumerados praticados com o objetivo de
m
enquanto tal: p lc
destruir, no todo ou em parte, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso,

a) Homicídio de membros do grupo;

b) Ofensas graves à integridade física ou mental de membros do grupo;

c) Sujeição intencional do grupo a condições de vida com vista a provocar a sua


destruição física, total ou parcial;

d) Imposição de medidas destinadas a impedir nascimentos no seio do grupo;

e) Transferência, à força, de crianças do grupo para outro grupo.

 Crimes contra a humanidade: um ataque, generalizado ou sistemático, contra


qualquer população civil, havendo conhecimento desse ataque:

a. Homicídio;

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b. Extermínio;

c. Escravidão;

d. Deportação ou transferência forçada de uma população;

e. Prisão ou outra forma de privação da liberdade física grave, em violação


das normas fundamentais de direito internacional;

f. Tortura;
g. Agressão sexual, escravatura sexual, prostituição forçada, gravidez
forçada, esterilização forçada ou qualquer outra forma de violência no
campo sexual de gravidade comparável;
h. Perseguição de um grupo ou coletividade que possa ser identificado, por
motivos políticos, raciais, nacionais, étnicos, culturais, religiosos ou de
gênero, tal como definido no parágrafo 3o, ou em função de outros
critérios universalmente reconhecidos como inaceitáveis no direito
a l
internacional, relacionados com qualquer ato referido neste parágrafo ou
com qualquer crime da competência do Tribunal;
io n
i. Desaparecimento forçado de pessoas;
a c
u c ER
j. Crime de apartheid;
E M d IL
e
rt RO
k. Outros atos desumanos de caráter semelhante, que causem

o OR
intencionalmente grande sofrimento, ou afetem gravemente a
p
 S C 41- m u H 89
integridade física ou a saúde física ou mental.
Crime de guerra: recrutar menor de 15 anos.

um IZ .7 .co
V O er L
. 0
U4 ma4 il
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
m i
 lc sobre os menores de 18 anos.
O tribunal não tem jurisdição
p
 Os crimes de competência do Tribunal não prescrevem.

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ANO: 2017. BANCA: FCC. ÓRGÃO: DPE-SC
A Lei n° 12.986/2014 criou o Conselho Nacional dos Direitos
Humanos − CNDH, a qual afirma que
a) o conselho pode suspender o repasse de verbas, auxílios ou
subvenções a entidades comprovadamente responsáveis por
condutas ou situações contrárias aos direitos humanos.
b) o conselho tem atribuição de realizar ou determinar
diligências investigatórias, inclusive inspeções, e tomar depoimentos
de autoridades e agentes federais, estaduais e municipais.
c) o conselho não terá poder de Requisição e, sempre que
QUESTÕES: necessário, solicitará a requisição ao Ministro da Justiça.
a l
SISTEMA
d) o CONDEGE terá assento permanente no CNDH.
io n
GLOBAL
a c
c ER
e) as Defensorias Públicas estarão presentes através de um
u
membro da Defensoria Pública da União.
E M d IL
R: E. Art. 3o O Conselho Nacional dos Direitos Humanos - CNDH é
e
rt RO
integrado pelos seguintes membros: (...)
i)
o OR
1 (um) da Defensoria Pública da União;
p
S C 41- m u H 89
Em 1991, em Paris, houve o encontro internacional das instituições

um
nacionais para promoção e proteção dos direitos humanos. Nela,
IZ .7 .co
er L
foram estabelecidos os princípios das instituições nacionais, que são:
U 4
4 ma il
- deve ser órgão público, de alcance nacional;

d V O 3 . 0 g
- com previsão na Constituição ou em Lei;
R 4
A PE D 0 er@
- independência e orçamento próprio, não podendo ser comandado
l
pelo governo;
mi
- representação pluralista;
p lc
- prevenção e repressão das violações;
Cumpridos os requisitos, o órgão poderá se credenciar no Alto
Comissariado da ONU, no Comitê Internacional de Coordenação das
Instituições Nacionais de Direitos Humanos. No Brasil, há divergência
quanto à possibilidade de enquadramento da instituição brasileira,
uma vez que ela não cumpre todos os requisitos simultaneamente.
Art. 5o Para a realização de procedimentos apuratórios de
situações ou condutas contrárias aos direitos humanos, o CNDH goza
das seguintes prerrogativas:
II - requisitar informações, documentos e provas necessárias às
suas atividades;
III - requisitar o auxílio da Polícia Federal ou de força policial,
quando necessário ao exercício de suas atribuições;
V - requerer aos órgãos públicos os serviços necessários ao
cumprimento de diligências ou à realização de vistorias, exames ou
inspeções e ter acesso a bancos de dados de caráter público ou
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relativo a serviços de relevância pública.
Ano: 2015. Banca: FMP. Órgão: DPE-PA
Sobre a evolução do reconhecimento de direitos ao grupo vulnerável
constituído por pessoas lésbicas, gays, bissexuais, transexuais,
travestis e transgêneros (LGBT), é CORRETO afirmar que:
a) considerando o âmbito dos sistemas global e regional de
proteção aos direitos humanos de que o Brasil é parte, ainda não
existe qualquer espécie de instrumento que contemple
especificamente princípios sobre a aplicação da legislação
internacional de direitos humanos em relação à orientação sexual e
identidade de gênero.
b) o Supremo Tribunal Federal brasileiro reconhece como válida
e com os efeitos de entidade familiar a união estável entre pessoas
do mesmo sexo, diante do que os cartórios do Brasil não poderão
recusar a celebração de casamentos civis de casais do mesmo sexo,
ou deixar de converter em casamento união estável homoafetiva.
a l
c) no caso Atala Riffo y ninas versus Chile, a Corte
io n
c
Interamericana de Direitos Humanos, declarou que, na ponderação
a
u c ER
entre direitos dos guardiões e das crianças, a orientação sexual é
fator determinante para avaliação do direito à guarda, considerando
E M d IL
que a exposição à discriminação afeta o crescimento e o
e
rt RO
desenvolvimento emocional das crianças filhas de casais
homossexuais.
p o OR
S C 41- m u H 89
d) ainda não é possível a apresentação de reclamações
individuais perante o sistema de proteção aos direitos humanos da

um IZ .7 .co
ONU sobre violações a direitos humanos desse grupo, havendo, no

V er L
O
U
.
4
0
il
entanto, tratativas em andamento junto ao Comitê de Direitos
4 ma
Humanos, vinculado ao Pacto Internacional dos Direitos Civis e
d R 4 3 g
A PE D
Políticos.
0 er@
l i
e) segundo a jurisprudência dominante, o reconhecimento do
m
p lc
princípio constitucional da igualdade impede a expedição de
documentos oficiais às pessoas transexuais contemplando prenome
que esteja em desacordo com seu sexo biológico.
R: B
a) Os Princípios de Yogyakarta proíbem a discriminação de gênero ou
preferência sexual;
b) Com a Resolução n. 175 de 2013, do CNJ, dispõe exatamente o
que consta da alternativa.
c) é justamente o contrário. No caso Atala Riffo vs Chile, a Corte IDH
entendeu que a orientação sexual não poderia ser justificativa para
afastar as filhas da mãe, tendo inclusive condenado o Chile pelo
dano ao projeto de vida, por ter frustrado o direito do
desenvolvimento regular, individual e livre da personalidade da mãe.
d) Errada, pois as petições individuais são meios de monitoramento
do Pacto, consoante o 1º Protocolo Facultativo ao PIDCP.
Art. 1º. Os Estados partes no Pacto que se tornem partes no
Presente Protocolo reconhecem que o Comitê tem competência para
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receber e examinar comunicações provenientes de particulares
sujeitos à sua jurisdição que aleguem ser vítimas de uma violação,
por esses Estados Partes de qualquer dos direitos enunciados no
Pacto.
e) Está muito errada esta alternativa, pois já é entendimento
pacífico a possibilidade de mudança do nome,
independentemente da mudança de sexo.
Ano: 2018. Banca: FCC. Órgão: DPE-AM. Prova: Defensor Público
O dever ou obrigação dos Estados-Partes de realização progressiva
dos direitos humanos foi consagrado expressamente nos seguintes
tratados internacionais:
I. Convenção Americana sobre Direitos Humanos.
II. Protocolo de São Salvador.
III. Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais.
IV. Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos.
Está correto o que se afirma APENAS em
a l
io n
a) I, III e IV.
a c
b) II e III.
u c ER
c) I, II e III.
E M d IL
d) I e IV. e
rt RO
e) II, III e IV.
p o OR
S C 41- m u H 89
GABARITO: C. Estes tratados preveem a obrigação de concretização
um IZ .7 .co
er L
progressiva dos direitos sociais neles previstos. Como o Pacto
U 4 il
4 ma
Internacional de Direitos Políticos não tem muita preocupação com

d V R O
4 3 . 0 g
estes direitos, não traz essa determinação.
A PE D 0 er@
l
PÚBLICO mi
ANO: 2018. BANCA: FCC. ÓRGÃO: DPE-AM. PROVA: DEFENSOR

p lc
A respeito do Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos −
PIDCP, é correto afirmar:

a) Possui como mecanismo de monitoramento os relatórios


elaborados pelos Estados-Partes sobre as medidas adotadas para
tornar efetivos os direitos civis e políticos submetidos ao Conselho
Econômico e Social.

b) O Protocolo Facultativo ao PIDCP institui mecanismo de


análise de petições de particulares que se considerem vítimas
diretamente ao Comitê de Direitos Humanos por violações de
direitos civis e políticos.

c) O Segundo Protocolo Facultativo ao PIDCP com vistas à


Abolição da Pena de Morte foi ratificado pelo Estado brasileiro sem
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ter este estabelecido qualquer reserva ao mesmo.

d) O Estado brasileiro, até o presente momento, não ratificou o


Protocolo Facultativo ao PIDCP para instituir o mecanismo de petição
individual das vítimas.

e) O Protocolo Facultativo ao PIDCP também estabelece


expressamente, além do sistema de petições, procedimento de
investigação, procedimento interestatal e medidas provisionais ou
cautelares.
GABARITO: B.

a) ERRADO. O mecanismo de monitoramento dos relatórios não é


submetido ao Conselho Econômico e Social da ONU, e sim ao
Comitê de Direitos Humanos.
b) CERTO. 1º Protocolo facultativo: petições de vítimas ao Comitê de
Direitos Humanos; 2º Protocolo facultativo: abolição da pena de
a l
io n
morte, restringindo a pena de morte aos crimes mais graves, apenas
nos países nos quais ela ainda não tiver sido abolida. Os Estados

a c
adotar todas as medidas adequadas para abolir a pena de morte no

u c ER
âmbito de sua jurisdição. Ainda, o Protocolo somente admite esta
d IL
pena em tempo de guerra e em virtude de condenação por infração
E M
e
de natureza militar de extrema gravidade.
rt RO
o OR
c) ERRADO. O Brasil estabeleceu a reserva sobre a possibilidade de
p
S C 41- m
d) ERRADO.
u H 89
aplicação da pena de morte em caso de guerra.

um IZ .7 .co
er L U
e) ERRADO.
4
4 mail
d V R O
4 3 . 0 g
A PE D 0 er@
ANO: 2018 BANCA: FCC ÓRGÃO: DPE-AM PROVA: FCC - 2018 - DPE-
l i
AM - DEFENSOR PÚBLICO - REAPLICAÇÃO
m
p lc
A respeito do Tribunal Penal Internacional, considere:

I. O Tribunal terá competência relativamente aos crimes cometidos


antes e após a entrada em vigor do Estatuto de Roma, desde que
manifestada expressamente a concordância do Estado-Parte. II. A
sede do Tribunal será em Haia, nos Países Baixos, podendo, no
entanto, sempre que entender conveniente, funcionar em outro
local. III. O Tribunal não possui personalidade jurídica internacional.
IV. O Tribunal poderá exercer os seus poderes e funções no território
de qualquer Estado-Parte e, por acordo especial, no território de
qualquer outro Estado.

Está correto o que se afirma APENAS em:

A) I, III e IV.

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B) III e IV.
C) I e II.
D) II e IV.
E) I, II e III.

GABARITO:D.
I. ERRADO. Artigo 11: Competência Ratione Temporis: O
Tribunal só terá competência relativamente aos crimes
cometidos após a entrada em vigor do presente Estatuto.

II. CERTO. Artigo 3º: Sede do Tribunal: 1. A sede do Tribunal


será na Haia, Países Baixos (o Estado anfitrião). 2. O
Tribunal estabelecerá um acordo de sede com o Estado
anfitrião, a ser aprovado pela Assembleia dos Estados
Partes e em seguida concluído pelo Presidente do
Tribunal em nome deste. 3. Sempre que entender
conveniente, o Tribunal poderá funcionar em outro local,
nos termos do presente Estatuto.
a l
io n
III.
a c
ERRADO. Artigo 4º: Regime Jurídico e Poderes do

u c ER
Tribunal: 1. O Tribunal terá personalidade jurídica
internacional. Possuirá, igualmente, a capacidade jurídica
E M d IL
necessária ao desempenho das suas funções e à
e
rt RO
prossecução dos seus objetivos.
IV.
p o OR
CERTO. Artigo 4º: Regime Jurídico e Poderes do Tribunal.

S C 41- m u H 89
1. O Tribunal terá personalidade jurídica internacional.
Possuirá, igualmente, a capacidade jurídica necessária ao

um IZ .7 .co
desempenho das suas funções e à prossecução dos seus

er L U 4 il
objetivos. 2. O Tribunal poderá exercer os seus poderes e

V O . 0 4 ma funções nos termos do presente Estatuto, no território de


d R 4 3 g qualquer Estado Parte e, por acordo especial, no
A PE D 0 er@
l
território de qualquer outro Estado.

m i
9
plc DE DIREITOS HUMANOS
SISTEMA REGIONAL AMERICANO

A identidade da Organização dos Estados da América foi criada pela Carta da


OEA, que proclamou, de um modo genérico, o dever de os Estados americanos
respeitarem os Direitos Humanos de todo cidadão. Depois, foram aprovados diversos
tratados, que estabeleceram detalhadamente os direitos objeto de proteção dos
Estados.

▪ Organização dos Estados americanos (OEA): fundada em 1948 em Bogotá, e


entrou em vigor em 1951.

▪ O primeiro documento criado pós a criação da OEA foi a Declaração


Americana dos Direitos Humanos e do cidadão.

▪ O ponto forte da declaração é sobre a escravidão.

▪ A comissão interamericana antecede o texto do pacto.

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Principais órgãos da OEA:

 Comissão Interamericana de Direitos Humanos; e

 Conselho Interamericano para o Desenvolvimento Integral;

Seu principal documento é a Convenção Americana de Direitos Humanos (Pacto São


José da Costa Rica, de 1969).

Um dos primeiros documentos foi a Carta da OEA, em 1948, mas esta não consagra
expressamente a promoção de direitos humanos, abordando o tema apenas de forma
genérica.

Declaração Americana de Direitos e Deveres do Homem, de 1948. É anterior à


a l
Declaração Universal de Direitos Humanos. Trata-se do marco inicial do Sistema
Interamericano.
io n
a c
c ER
Os membros da OEA estão vinculados à Declaração Americana de Direitos e Deveres,
u
d IL
pois esta é considerada interpretação autêntica da Carta da OEA.
E M
e
Embora a Comissão já existisse, a Convenção Americana conferiu-lhe novas
rt RO
o OR
atribuições, criando a Corte, como um segundo órgão de supervisão.
p
S C 41- m u H 89
um IZ .7 .co
er L
9.1 CONVENÇÃO AMERICANA SOBRE OS DIREITOS HUMANOS (PACTO DE SÃO JOSÉ
DA COSTA RICA) U4 ma4 il
d V R O
4 3 . 0 g
A PE D
 Os pactos de 1966 são referência à Convenção Americana, que foi
0 er@
l i
adotada em São José da Costa Rica, em 22 de novembro de 1969.
m
l c entrou em vigor em julho de 1978, pois, só neste
 Internacionalmente,
p
ano, foi cumprida a exigência de depósito mínimo de instrumentos de 11 Estados.

 Quando um Estado faz uma retificação em seu país de forma interna,


poderá fazer reserva com relação a interpretações do texto.

 O governo brasileiro não autoriza o direito automático de visitas e


inspeções “in loco” da Comissão Internacional de Direitos Humanos, a qual
dependerá de anuência do Estado.

 Traz um regime de liberdade pessoas e de justiça social, fundado no


respeito dos direitos essenciais do homem.

 Os direitos essenciais do homem derivam do fundamento dos atributos


da pessoa humana, razão porque justificam uma proteção internacional, de
natureza convencional, coadjuvante ou complementar da que oferece o direito
interno dos Estados americanos.
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O próprio direito interno já deve obrigatoriamente trazer a proteção.

 O ideal do ser humano livre é aquele isento do temor e da miséria, se


forem criadas condições que permitam às pessoas gozarem de seus direitos
sociais, políticos, econômicos, culturais e civis.

Segundo ACR, a Convenção Americana criou um procedimento bifásico na proteção


dos direitos nela consagrados:

A 1ª indispensável perante a Comissão e a 2ª eventual, perante a Corte IDH.

Parte I - Deveres dos Estados e direitos protegidos:

a l
▪ Promover a universalização dos direitos humanos;

io n
▪ Pessoa é todo ser humano e aquilo que o cerca;
a c
u c ER
▪ Caso os direitos e liberdades não estejam no ordenamento jurídico, devem

E M d IL
os Estados parte adotá-los de acordo com suas normas constitucionais. Deve estar no
maior patamar do ordenamento jurídico;
e
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p o OR
▪ Reconhecimento da personalidade jurídica.

▪ Direito à vida.S C 41- m u H 89


um IZ .7 .co
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. 0
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l i
A pena de morte, nos países que não houver sido abolida, só pode ser imposta pelos
m
p lc
delitos mais graves, em cumprimento de sentença final de tribunal competente e em
conformidade com lei que estabeleça tal pena, promulgada antes de haver o delito
sido cometido. Tampouco se estenderá sua aplicação aos delitos pelos quais não se
aplique atualmente.

Tal previsão diz respeito ao princípio da anterioridade legal.

▪ Não se pode restabelecer pena de morte nos estados que a aboliram;

▪ Nunca será aplicada pena de morte por delito político;

▪ Não pode executar pena de morte em: gestantes, menores de 18 anos e maiores de
70 anos. Vale lembrar que a maioridade é apurada no momento da prática do ato.

O pacto de São José amplia a proteção à vida em relação ao sistema


universal, pois proíbe a execução da pena de morte aos maiores de 70 anos;

Toda pessoa condenada à morte pode pedir indulto ou anistia ou, ainda,
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comutação da pena, não se pode executar a pena enquanto pendente o pedido;

▪ Direito a integridade pessoal (física, psíquica e moral);


▪ Proibição da escravidão, da servidão, do tráfico de escravos e de mulheres.
Qualquer transporte ilegal de ser humano é proibido;

▪ Trabalho forçado ou obrigatório é vedado.

Não constituem trabalhos forçados:

• o das pessoas reclusas em cumprimento de sentença;

• o serviço militar e, nos países onde se admite a isenção por motivos de


consciência, o serviço nacional que a lei estabelecer em lugar daquele;

• os serviços em perigo ou calamidade pública;

• obrigações cívicas normais;


a l
▪ Direito à liberdade pessoal;
io n
a c
▪ Garantias judiciais;
u c ER
▪ Razoabilidade dos prazos;
E M d IL
e
rt RO
▪ Juiz ou tribunal competente independente;

p o OR
u H 89
▪ Presunção de inocência ou não culpabilidade;
S C 41- m
um
▪ Direito de ser assistido gratuitamente por intérprete ou tradutor;
IZ .7 .co
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▪ Comunicação prévia da acusação;

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▪ Concessão do tempo e meios para preparar sua defesa;
A PE D 0 er@
l
mi
▪ Defender-se pessoalmente ou ser assistido por defensor público e de
comunicar-se em particular com seu defensor;
p lc
▪ Direito irrenunciável de ser assistido por um defensor proporcionado pelo
Estado;

▪ não ser obrigado a depor contra si mesmo, nem se declarar culpado;

▪ Direito de recorrer da sentença para juiz ou Tribunal Superior, duplo grau de


jurisdição;

OBS: A CONFISSÃO SÓ É VALIDA SE FEITA SEM COAÇÃO.

▪ Princípio da legalidade e da irretroatividade;

▪ Direito à indenização, caso seja condenada por sentença transitada em


julgado por erro;

▪ Proteção da honra e da dignidade;

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▪ Liberdade de consciência e de religião;

▪ Liberdade de pensamento e de expressão;

▪A pessoa não pode ser censurada, ela apenas poderá ser responsabilizada por suas
manifestações.

▪Os espetáculos públicos podem ter censura relativa à idade, com o objetivo prévio de
proteção à criança e ao adolescente;

▪ Direito à ratificação ou resposta: toda pessoa atingida por informações inexatas ou


ofensivas emitidas em seu prejuízo por meios de difusão legalmente regulamentados
e que se dirijam ao público em geral, têm direito a fazer, pelo mesmo órgão de
l
difusão, sua retificação ou resposta, nas condições que estabeleça a lei, sob pena de
a
se responsabilidade legal.
io n
▪ Direito de reunião: pacífica e sem armas;
a c
u c ER
▪ Liberdade de associação;
E M d IL
▪ Proteção da família;
e
rt RO
▪ Direito ao nome;
p o OR
S C 41- m
▪Direitos da criança;
u H 89
um IZ .7 .co
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▪ Direito a nacionalidade;

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▪ Direito a propriedade privada;
R 4
A PE D 0 er@
▪ Direito de circulação e residência;
l
mi
lc
Comissão interamericana de direitos humanos (CIDH):
p
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos é uma das entidades do
Sistema Interamericano, sendo também o principal órgão da OEA, encarregado por
zelar pelos Direitos Humanos. É órgão AUTÔNOMO, uma vez que seus membros
atuam com independência e imparcialidade, sem influência do Estado de origem.
Foi criada com a promulgação da Carta da OEA, com o objetivo inicial de
desenvolvimento e promoção dos Direitos Humanos. Após a Convenção Americana
de Direitos Humanos, a Comissão passou papel dúplice, pois, além da competência
inicial, foi-lhe conferido o papel de processar as petições individuais e realizar
recomendações aos Estados.
É composta por sete membros, que são eleitos para um mandato de quatro
anos, admitida apenas uma reeleição. Para se candidatar ao cargo, é essencial que a
pessoa tenha alta autoridade moral e conhecimento acerca das matérias de Direitos
Humanos. Consoante explica André de Carvalho Ramos, os membros da Comissão:

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(...) são eleitos a título pessoal, pela Assembleia Geral da OEA,
de uma lista de candidatos proposta pelo Governo dos Estados-
membros. Cada Governo pode propor até três candidatos (ou
seja, pode propor apenas um nome), nacionais do Estado que
os proponha ou de qualquer outro Estado-membro. Quando for
proposta uma lista tríplice de candidatos, pelo menos um deles
deverá ser nacional de Estado diferente do proponente.
(RAMOS, 2015, p. 307)

Os sujeitos podem ser nacionais de qualquer Estado integrante da OEA, mas


apenas um representante de cada Estado é permitido por mandato.
Além da competência de zelar pela aplicação dos direitos humanos, cabe à
Comissão enviar recomendações aos Estados, e, ainda, receber petições individuais,
de adesão obrigatória, e comunicações interestatais, que é um sistema de
monitoramento de adesão facultativa. Assim, para que um Estado alegue que outro
violou os direitos humanos, deverá aderir ao sistema de comunicações.

a l
io n
a c
u c ER
E M d IL
Qualquer pessoa - não só a vítima - pode peticionar à Comissão, alegando violação de
direitos humanos de terceiro. e
rt RO
p o OR
JUS STANDI: trata-se do acesso direto à Corte. Perante a Corte IDH, só os

S C 41- m u H 89
Estados e a Comissão possuem, pois só eles podem acioná-la. A Comissão exerce
papel analógico ao do Ministério Público na Corte.
um IZ .7 .co
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4
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As vítimas ou seus representantes possuem apenas legitimidade para peticionar
perante a Comissão, que analisa tanto a admissibilidade, quanto o mérito.
O .
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A PE D
ATENÇÃO: Segundo Cançado Trindade, desde o Regulamento de 24/10/2000, a Corte
0 er@
permite a participação direta dos demandantes em todas as etapas do procedimento.
l
mi
p lc
LOCUS STANDI: permissão às partes, familiares, representantes ou organizações não
governamentais de participarem do processo perante a Corte, após peticionamento
na Comissão, apresentando argumentos, provas etc.
- Se a Comissão arquivar o processo, não há recurso.

ACTIO POPULARIS: é a ação por meio da qual um Estado demanda, perante a Corte,
contra outro. Este processo também se inicia perante a Comissão.

O processo na Comissão é bifásico, pois inicialmente ela admite a petição e


comunica ao Estado a acusação que sofre, requerendo que sejam prestadas
informações em um prazo razoável. Se não for o caso de arquivamento, a Corte busca
estabelecer uma solução amistosa, recomendando que o Estado promova
determinadas atividades para cessar com as violações.

Se o Estado descumprir as recomendações, inicia a segunda fase, e a comissão


formula um relatório e submeterá o caso à Corte Interamericana.
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Procedimento das Petições Individuais na Comissão

 Condições de admissibilidade da petição individual5:

o o esgotamento dos recursos locais;

o ausência do decurso do prazo de seis meses, contados do esgotamento


dos recursos internos, para a apresentação da petição;

o ausência de litispendência internacional, o que impede o uso


simultâneo de dois mecanismos internacionais de proteção de direitos
humanos; e

o ausência de coisa julgada internacional, o que impede o uso sucessivo


de dois mecanismos internacionais de proteção de direitos humanos.

a l
io n
a c
u c ER
No entanto, no caso da exigência de esgotamento dos meios internos, como o Estado

E M d IL
tem a obrigação de prover todos os meios para reparação dos danos e acesso à
e
justiça, os Estado poderá ser responsabilizado tanto pela violação do Direito, quanto
rt RO
p o OR
pela não disponibilização dos recursos internos suficientes, ou pela má (ou falta de)
vontade política para resolver o caso. É a doutrina VELÁSQUEZ RODRIGUEZ X
S C 41- m u H 89
HONDURAS. Trata-se da obrigação do Estado de reprimir penalmente as violações de

um
direitos humanos, respondendo também pela impunidade. Estas obrigações são
IZ .7 .co
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normas de jus cogens.
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 Casos de dispensa da exigência do prévio esgotamento6:
g
A PE D 0 er@
o não existir o devido processo legal para a proteção do direito violado;
l
mi
p lc
o não se houver permitido à vítima o acesso aos recursos da jurisdição
interna, ou houver sido ele impedido de esgotá-los;

o houver demora injustificada na decisão sobre os mencionados recursos


(artigo 46.2);

o o recurso disponível for inidôneo (por exemplo, o recurso não é apto a


reparar o dano);

o o recurso for inútil (por exemplo, já há decisão da Suprema Corte local


em sentido diverso) ou

o faltam defensores ou há barreiras de acesso à justiça.

5
RAMOS, André de Carvalho. Curso de Direitos Humanos.
6
RAMOS, André de Carvalho Ramos. Curso de Direitos Humanos.
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A Corte entende que a defesa consistente no não esgotamento deverá ser alegada
ainda no procedimento perante a Comissão, pois, superada esta etapa do processo,
resta configurada a preclusão.
Trata do princípio do stoppel, isto é, proibição de se comportar de forma
contraditória.

Possibilidade de conciliação perante a Comissão: depois da fase de admissibilidade,


segue a de conciliação. Caso dos Meninos Emasculados do Maranhão (1º caso
brasileiro que conciliou).

a l
 Medidas Cautelares da Comissão: io n
a c
c ER
o Novo Regulamento, de 2013: necessidade de prévia oitiva do Estado. No
u
ouvir o Estado, adotar cautelares. E M d IL
entanto, verificadas a urgência e a gravidade, a Comissão poderá, sem

e
rt RO
o Medida Cautelar no Caso Belo Monte x Brasil: a Comissão, através de
p o OR
cautelar, requereu a suspensão a construção da Usina Hidrelétrica de

S C 41- m u H 89
Belo Monte. O Brasil, contudo, descumpriu. E a Comissão mudou seu
posicionamento, determinando apenas que fossem tomadas as devidas
um IZ .7 .co
medidas para preservar os direitos da comunidade indígena.

V er L U 4
4 ma il
o Primeiro Informe ou Primeiro Relatório: recebida, admitida e analisada
O . 0
d R 3 g
a petição, a Comissão enviará, ao Estado acusado, o Primeiro Informe
4
A PE D 0 er@
(confidencial), devendo o Estado cumprir suas recomendações e,
l i
solucionar o caso, terá o prazo de 3 meses, inclusive para reparar o
m
p lc
dano. Não tendo solucionado, a Comissão tem duas opções: submeter à
Corte (se o Estado tiver se submetido a sua jurisdição obrigatória e a
Comissão achar conveniente) ou, com anuência do Estado e da
Comissão, o prazo poderá ser prorrogado por mais 3 meses.
o Caso o Estado não tenha reconhecido a jurisdição da Corte, ou ainda se
o fato e suas repercussões tiverem ocorrido em momento anterior a
este reconhecimento, a Comissão pode elaborar um 2º Informe, sendo
este público, contendo novas recomendações ao Estado infrator, como
novo prazo para solução do caso. Descumprido o 2º Informe, a
Comissão, em seu relatório anual encaminha à Assembleia Geral da OEA
o descumprimento do Estado.

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ANO: 2017. BANCA: FCC. ÓRGÃO: DPE-SC.
No processo perante a Comissão Interamericana de Direitos
Humanos,

a) todas as fases serão públicas com o objetivo de


constranger o Estado violador a respeitar os direitos
humanos.

b) em todo caso, é possível a edição de medidas


QUESTÕES: CADH E cautelares contra o Estado violador, desde que este seja
COMISSÃO previamente ouvido.

c) se o Estado não reconhecer a competência da Corte


Interamericana será o caso de acionar, diretamente, o
sistema global de proteção aos Direitos Humanos.

a l
n
d) se não houver conciliação o caso será submetido, em
io
até 3 meses, à Corte interamericana.
a c
u c ER
E M d IL
e) superada a fase de admissibilidade, terá início a fase
conciliatória em que se buscará a solução amigável ao litígio,
e
rt RO
sendo um exemplo concreto o caso Emasculados do
Maranhão.
p o OR
S C 41- m u H 89
R: E. Conforme vimos, depois da admissibilidade, é possível a

um
conciliação, o que se verificou no mencionado caso.
IZ .7 .co
er L U il
a) o 1º informe é confidencial.
4 ma4
d V R O
4
b) as medidas cautelares só dispensam a oitiva do Estado
3 . 0 g
quando em casos de gravidade e urgência.
A PE D 0 er@
c) não. Primeiro, tem o 1º informe, depois o 2º, depois
l i
relatório à Assembleia Geral da OEA.
m
lc
d) não existe esse prazo de 3 meses.
p
Ano: 2016. Banca: FCC. Órgão: DPE-ES.

QUESTÕES: CADH E O sistema Regional Americano tem suas peculiaridades e,


COMISSÃO dentre elas, pode-se mencionar a existência da Comissão
Interamericana de Direitos Humanos e a Corte
interamericana de Direitos Humanos. A respeito destes
órgãos, é correto afirmar:

a) As medidas cautelares, adotadas pela Comissão,


possuem natureza vinculante, citando-se como exemplo o
caso da Usina Belo Monte.

b) A Comissão Interamericana é composta por sete


membros eleitos por quatro anos, permitida só uma

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reeleição.

c) A Corte Interamericana é composta por sete membros


por um mandato de quatro anos, permitida a reeleição.

d) O indivíduo pode acessar ambos os órgãos


mencionados, bastando, para tanto, preencher o requisito do
prévio esgotamento das vias ordinárias.

e) A Comissão Interamericana tem a competência de


emitir opiniões consultivas vinculantes aos Estados Membros.

R: B.

a) No caso Belo Monte (Comunidades Indígenas da Bacia do


Rio Xingu x Brasil), a preocupação da Comissão era garantir o
mínimo existencial das comunidades indígenas, o que,
indiretamente, permitiu a ocorrência do efeito greening a l
QUESTÕES: CADH E
COMISSÃO
io
(esverdeamento), uma vez que, no sistema de proteção de n
a c
direitos civis, políticos, sociais, protegeu-se também o meio
c ER
ambiente. No entanto, o Brasil avisou à Comissão que não
u
E M d IL
cumpriria a medida cautelar de suspensão da construção da
Usina Hidrelétrica, de forma que ela mudou sua
e
rt RO
recomendação no sentido apenas de serem tomadas as

p o OR
devidas cautelas em relação ao povo indígena. Em claro

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descumprimento do Diálogo das Cortes, pois a Corte IDH, com
base na Convenção 169, da OIT, determina a obrigação de

um IZ .7 .co
consulta às comunidades.

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c) os membros da Corte são 7, mas para um mandato de 6
.
d R 4 3 g
anos, admitida apenas uma reeleição.
A PE D 0 er@
l
QUESTÕES: CADH E mi
d) o indivíduo possui apenas o locus standi e só pode

COMISSÃO
p lc
peticionar à Comissão.
e) a competência consultiva é da Corte.

Ano: 2016. Banca: FCC. Órgão: DPE-BA

A Comissão Interamericana de Direitos Humanos, em 16 de


março de 2016, submeteu à Corte Interamericana o caso
nº12.728 que trata do Povo Xurucu e seus membros. Nesse
caso houve violação prioritária

a) do direito à nacionalidade do povo indígena.

b) do direito à propriedade coletiva do povo indígena.

c) do direito à integridade física do povo indígena.

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d) do direito do povo indígena contra o trabalho escravo
e a servidão.

e) da liberdade de pensamento e de expressão do povo


indígena.
QUESTÕES: CADH E
COMISSÃO R: B.
Este caso trata da violação ao direito de propriedade coletiva,
tendo a Comissão determinado a desintrusão efetiva do
território ancestral dos índios Xucuru.

ANO: 2018. BANCA: FCC. ÓRGÃO: DPE-AP. PROVA:


DEFENSOR PÚBLICO

A Comissão Interamericana de Direitos Humanos,

a) em caso de violação a direitos humanos pode ser


a l
io n
acionada por petição da própria vítima ou de terceiros,
c
incluindo as organizações não governamentais, não sendo
a
QUESTÕES: CADH E
COMISSÃO c ER
admitida, no entanto, a provocação feita por outro Estado
u
(demanda interestatal).
E M d IL
e
rt RO
b) na hipótese de verificação de violação de direitos

p o OR
humanos, elabora o denominado Primeiro Informe (ou

S C 41- m u H 89
Primeiro Relatório), que possui natureza pública,
oportunizando ao Estado Parte cumprir as recomendações

um IZ .7 .co
expedidas (por exemplo, reparação dos danos à vítima) e

V O er L
. 0
U4 ma
Humanos.
4 il
evitar o acionamento da Corte Interamericana de Direitos

d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l c) em situações de gravidade e urgência, poderá, por
mi
iniciativa própria ou a pedido da parte, solicitar que um
p lc
Estado Parte adote medidas cautelares para prevenir danos
irreparáveis às pessoas ou ao objeto do processo relativo a
uma petição ou caso pendente, sendo sempre obrigatório,
QUESTÕES: CADH E em tais situações, a oitiva prévia do Estado Parte.
COMISSÃO
d) na hipótese de decidir pelo arquivamento de
determinado caso por ausência das condições de
admissibilidade, não há recurso disponibilizado à vítima.

e) é formada por sete membros, denominados


Comissários, eleitos para o exercício do cargo pelo período de
quatro anos, não sendo admitida a sua reeleição.

GABARITO: D.

a) ERRADO. Os Estados podem acionar a Comissão.

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b) ERRADO. O primeiro relatório é confidencial, e não
público.
c) ERRADO. Não é sempre obrigatória a oitiva da parte
contrária (urgência da situação).
d) CERTO.
e) ERRADO. Art. 37 da CADH - Os membros da Comissão
QUESTÕES: CADH E serão eleitos por quatro anos e só poderão ser
COMISSÃO reeleitos uma vez, porém o mandato de três dos
membros designados na primeira eleição expirará ao
cabo de dois anos. Logo depois da referida eleição,
serão determinados por sorteio, na Assembleia Geral,
os nomes desses três membros.

ANO: 2018 BANCA: FCC ÓRGÃO: DPE-AM PROVA: FCC - 2018


- DPE-AM - DEFENSOR PÚBLICO - REAPLICAÇÃO

A Corte Interamericana de Direitos Humanos decidiu a


a l
respeito do direito à vida e do direito à saúde das pessoas

io n
privadas de liberdade, inclusive em relação àquelas com
c
enfermidades graves e com deficiências, no caso
a
u c ER
E M d IL
A) Comunidades Afrodescendentes deslocadas da Bacia do
Rio Cacarica (Operação Gênesis) vs. Colômbia.
e
rt RO
o OR
B) Chinchilla Sandoval vs. Guatemala.
p
S C 41- m u H 89
C) Ruano Torres e Outros vs. El Salvador.

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. 0
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D) Velásquez Paiz e Outros vs. Guatemala.

d R 4 3 g
E) Palamara Iribarne vs. Chile.
A PE D 0 er@
l i
GABARITO: B.
m
p lc
a) Comunidades Afrodescendentes deslocadas da Bacia
do Rio Cacarica (Operação Gênesis) vs. Colômbia:
morte e deslocamento forçado e arbitrário das
comunidades quilombolas; violação da propriedade
comunal (território ancestral).
b) Chinchilla Sandoval vs. Guatemala: a senhora María
Inés Chinchilla foi condenada em 1995 a 30 anos de
prisão pelos delitos de assassinato e furto qualificado.
Enquanto esteve presa, a senhora Chinchilla
QUESTÕES: CADH E
sofreu diversas enfermidades, cardíacas e
COMISSÃO
ginecológicas, além de diabetes, utilizando cadeira de
rodas, para se locomover, pois teve suas pernas
amputadas. Entre 2002 e 2004, o defensor público que
acompanhava a execução da pena promoveu diversos
incidentes de liberdade antecipada, demonstrando
que as enfermidades (terminais) impossibilitavam a
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permanência dela no estabelecimento penal. Todos os
incidentes foram julgados improcedentes pelo
Judiciário guatemalteco. Após o processamento do
caso, a Corte IDH concluiu que a Guatemala foi
responsável pela violação dos direitos humanos da
Sra. Chinchilla, em relação à integridade pessoal, à
vida e à proteção judicial.
c) Ruano Torres e Outros vs. El Salvador: violação da
presunção de inocência e do direito de defesa. A
persecução penal contra Ruano Torres teve início com
base na declaração de um corréu, que celebrou com o
MP, um acordo de colaboração premiada.
d) Velásquez Paiz e Outros vs. Guatemala: A jovem
Claudina Velásquez Paiz foi para uma festa e não
voltou para casa. Os pais dela entraram em contato
com a polícia local que informou que somente
poderiam reportar como desaparecimento, 24 horas
a l
com sinais de violência e agressão sexual.
io n
após o ocorrido. O corpo foi encontrado após um dia,

a c
e) Palamara Iribarne vs. Chile: violação da liberdade de

u c ER
expressão e de pensamento; dupla dimensão do
QUESTÕES: CADH E
E M d IL
direito à informação (individual e social);
COMISSÃO
e
inconvencionalidade do crime de desacato.
rt RO
p o OR
ANO: 2018 BANCA: FCC ÓRGÃO: DPE-AM PROVA: FCC - 2018

S C 41- m u H 89
- DPE-AM - DEFENSOR PÚBLICO - REAPLICAÇÃO

um IZ .7 .co
Acerca da Corte Interamericana de Direitos Humanos, é

V O er L
. 0
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correto afirmar:

d R 4 3 g
A) A Corte é composta por sete juízes, nacionais dos Estados
A PE D 0 er@
membros da Organização, os quais são eleitos, em votação
l i
aberta e pelo voto da maioria absoluta dos Estados-Partes na
m
QUESTÕES: CADH E p lc
Convenção, na Assembleia Geral da Organização, a partir de
lista de candidatos sugeridos pelos mesmos Estados.
COMISSÃO
B) A sentença da Corte é definitiva e inapelável.

C) A Corte configura-se como órgão da Organização dos


Estados Americanos (OEA).

D) O quórum para as deliberações da Corte é constituído por


três juízes.

E) Em caso de divergência sobre o sentido ou alcance da sua


sentença, a Corte interpretá-la-á, a pedido de qualquer das
partes, desde que o pedido seja apresentado dentro de 120
dias a partir da data da notificação da sentença.

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GABARITO: B.

a) ERRADO. Artigo 53. 1. Os juízes da Corte serão eleitos, em


votação secreta e pelo voto da maioria absoluta dos estados
QUESTÕES: CADH E partes na convenção, na Assembleia Geral da Organização, de
COMISSÃO uma lista de candidatos propostos pelos mesmos Estados.

2. Cada um dos Estados Partes pode propor até três


candidatos, nacionais do Estado que os propuser ou de
qualquer outro Estado membro da Organização dos Estados
Americanos. Quando se propuser uma lista de três
candidatos, pelo menos um deles deverá ser nacional de
Estado diferente do proponente.

b) CERTO. Art. 67 da CADH.

c) ERRADO. A Corte não pertence à OEA, mas à Convenção


Americana, tendo a natureza de órgão judiciário a l
internacional.
io n
a c
c ER
d) ERRADO. Art. 67. 2. Em caso de divergência sobre o sentido
u
E M d IL
ou o alcance da sentença, a Corte interpretá-la-á, a pedido de
qualquer das partes, desde que o pedido seja apresentado
e
rt RO
dento de 90 (noventa) dias a partir da data da notificação da
sentença.
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(CESPE, 2015, DPE-PE) Instâncias internacionais, como a Comissão Interamericana de
Direitos Humanos e a Corte Interamericana de Direitos Humanos, poderão apreciar
o caso de João mesmo antes do término da ação judicial em apreço, em razão da
demora excessiva para a conclusão do julgamento no Brasil. (CORRETO). Esta é uma
das hipóteses de dispensa da exigência do prévio esgotamento.
(CESPE, 2013. DPE-RR) A respeito da Comissão Interamericana de Direitos Humanos,
assinale a opção correta.

a) Essa comissão não está autorizada a aceitar petições de caráter individual.

b) Apenas dois membros eleitos dessa comissão podem ter a mesma


nacionalidade.

c) Os membros dessa comissão serão eleitos a título pessoal, pela Assembleia


Geral da OEA, a partir de nomes propostos pela própria OEA, não podendo os
Estados-partes indicar candidatos a membros da comissão.
a l
io
d) Essa comissão representa todos os Estados-partes que integram a OEA, n
a c
mesmo aqueles que não reconhecem a jurisdição da Corte Interamericana de
Direitos Humanos.
u c ER
E M d IL
e
e) O mandato dos membros dessa comissão é vitalício.
rt RO
R: D.
p o OR
u H 89
a) Só a Comissão recebe petição individual.
S C 41- m
m Z .7 .co
b) Não pode haver membros com a mesma nacionalidade.
u I
er L U4 ma4 il
c) Os membros da OEA podem indicar candidatos para a Comissão.
V O . 0
d R 4 3 g
A PE D
d) O mandato é de 4 anos, permitida apenas uma reeleição.
0 er@
l
mi
p lc

Corte interamericana de Direitos Humanos (CORTE IDH)

É o órgão jurisdicional do Sistema Americano, mas autônomo, ou seja, não pertence


à Organização dos Estados da América, mas à Convenção Americana. Composta por sete
juízes, cuja escolha é feita pelos Estados-membros da Convenção, em uma lista proposta
por eles mesmos, eleitos para um mandado de seis anos. Só podem ser reeleitos uma
vez. A convenção atribuiu à Corte um caráter dúplice: CONTENCIOSO E CONSULTIVO.

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Com a Opinião Consultiva nº 20, em 2009, a Corte restringiu a possibilidade de
atuação do juiz ad hoc, nos casos em que o processo tenha se iniciado na Comissão a
pedido da vítima (petição individual). Igualmente, esta mesma OC n. 20, a Corte
eliminou a possibilidade de um juiz da mesma nacionalidade do Estado atuar no caso.

Sendo assim, os juízes ad hoc atuam apenas nos processos decorrentes de denúncias
estatais.

Sua jurisdição não é permanente, devendo ser convocada pelo seu Presidente, ou
pela maioria dos juízes. O quórum para deliberação é de 5 juízes, sendo as decisões
tomadas pela maioria dos juízes presentes. O Presidente tem voto de qualidade em
caso de empate.
Como visto anteriormente, somente os Estados podem processar outros
a l
io n
Estados na Corte (jus standi + actio popularis). Só os Estados possuem legitimidade
c
passiva, pois a Corte não julga pessoas, por meio da Ação de responsabilidade
a
internacional do Estado por violação de direitos humanos.
u c ER
E M d IL
O objetivo da Corte é fazer uma interpretação da Convenção Interamericana de
Direitos Humanos e dos outros tratados interamericanos, sendo que não se trata de uma
quarta instância recursal. e
rt RO
o OR
A Corte não tem a competência de revisar as decisões dos países que
p
S C 41- m u H 89
justificaram o encaminhamento do caso à jurisdição internacional. A sua função é
apenas de analisar se, no caso, foram observadas as normas internacionais a que o
Estado se obrigou.
um IZ .7 .co
V O er L
.
U
0
4
4 ma il
As medidas provisórias são também instrumentos através dos quais a Corte
protege os direitos humanos. Estas podem ser tomadas nos casos de extrema
d R 4 3 g
gravidade e urgência. Nos casos em que já atua, a Corte pode tomar medidas
A PE D 0 er@
provisórias de ofício, ou por provocação. Se o caso ainda está na Comissão, a Corte só
l
atua por provocação desta.
mi
p lc
As sentenças proferidas pela Corte não se sujeitam a recurso, salvo um
pedido de esclarecimento (similar aos embargos de declaração), que deverá ser
formulado em um prazo de 90 dias, a contar da data da notificação da sentença.

O reconhecimento da jurisdição contenciosa não é obrigatório. Esta é uma cláusula


facultativa na Convenção (art. 62).

O Brasil ratificou e incorporou a Convenção em 1992, mas só reconheceu a


jurisdição contenciosa e obrigatória da Corte em 1998. O Decreto de promulgado
Presidente só se deu em 2002.

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Controle de convencionalidade: trata-se do método utilizado para o
exame da compatibilidade das normas internas dos Estados, com as convenções
internacionais. Pode ser realizado, em âmbito interno, por qualquer dos poderes e, no
internacional, pelos tribunais internacionais de direitos humanos.
Sobre o reconhecimento da inconvencionalidade das normas, portanto, existem
duas categorias: a inconvencionalidade fraca ocorre quando o próprio Estado, em
âmbito doméstico, reconhece a violação aos tratados internacionais. O termo fraco é
assim definido porque, embora competente para o controle, a decisão ainda é sujeita à
revisão em âmbito internacional. Sendo assim, a inconvencionalidade é considerada
forte, quando realizada pelo tribunal internacional de direitos humanos, tendo em
vista que é o órgão de última instância sobre a matéria, sendo sua decisão permanente
e não sujeita a reforma. 7
Ainda, neste sentido, o controle de convencionalidade pode ser classificado em
provisório (de matriz nacional) e definitivo ou autêntico (internacional).

a l
io n
a c 8

u c ER
O controle de convencionalidade, ainda, pode ser de dois tipos: construtivo ou

E M d IL
destrutivo (saneador). O primeiro visa a compatibilizar a norma interna com as
internacionais, através da interpretação, enquanto o segundo invalida a norma
e
rt RO
interna contrária aos tratados e convenções internacionais.

p o OR
Chile). S C 41- m u H 89
Para o ius gentium, as normas internas são meros fatos (Caso Olmedo Bustos x

um IZ .7 .co
er L U il
Bloco de convencionalidade: tratados internacionais de DH, costumes
4 ma4
internacionais, princípios gerais de Direitos, atos unilaterais e resoluções

d
vinculantes.V R O
4 3 . 0 g
A PE D 0 er@
l
Na análise dos casos submetidos à Corte, observa-se não só a CADH, mas também
mi
todos os tratados internacionais aplicáveis ao continente americano (caso Furlán x
Argentina).
p lc
Dois efeitos do controle: paralisante e de afastamento. Como a norma não pode ser
retirada do ordenamento jurídico por esse controle, ela é afastada, mas permanece
viva, com a eficácia paralisada.

Relativamente à execução das decisões da Corte, quando da procedência da ação


de responsabilização internacional, é o próprio Estado que escolhe seu meio de
execução (art. 68.1). Quanto à sentença condenatória de indenização, o art. 68.2, da
CADH, determina que a execução se dê de acordo com o processo interno de execução
contra o Estado.

7
PAIVA, Caio. HEEMANN, Aragon Thimotie – JURISPRUDÊNCIA INTERNACIONAL DE DIREITOS HUMANOS
– CEI: São Paulo, 2017. Página: 331
8
Idem.
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Caso não cumprida a decisão da Corte IDH, o art. 65, da CADH, a inclusão do
descumprimento no relatório anual da OEA. Ademais, a Corte exige a apresentação de
relatórios do Estado, relativos ao cumprimento da sentença.

ANO: 2017. BANCA: FCC. ÓRGÃO: DPE-SC

A aplicação de medidas provisórias pela Corte Interamericana de


Direitos Humanos exige os seguintes requisitos:

a) a plausibilidade do direito alegado e a indicação da Comissão


Interamericana.

l
b) a gravidade, a plausibilidade e o pedido da parte interessada.
a
io n
c) o perigo da demora e a fumaça do bom direito.
a c
u c ER
QUESTÃO: E M d IL
d) extrema gravidade, urgência e irreparabilidade do dano.

CORTE IDH e
rt RO
e) a reversibilidade da decisão tomada e a urgência.

p o OR
S C 41- m u H 89
R: D. Art. 25, do Regulamento da Corte IDH
Em qualquer fase do processo, sempre que se tratar de casos de
m Z .7 .co
extrema gravidade e urgência e quando for necessário para evitar
u I
er L U 4 il
prejuízos irreparáveis às pessoas, a Corte, ex officio ou a pedido de

V 0 4 ma
qualquer das partes, poderá ordenar as medidas provisórias que
O .
d R 3 g
considerar pertinentes, nos termos do artigo 63.2, da Convenção.
4
A PE D 0 er@
l
Ano: 2018. Banca: FCC. Órgão: DPE-AP. Prova: Defensor Público
mi
Sobre a figuralc
p do Defensor Interamericano, é correto afirmar:
a) O Regulamento da Corte Interamericana de Direitos Humanos
autoriza o seu acionamento diretamente pelo Defensor
Interamericano nas hipóteses de grave violação a direitos humanos
em que a vítima encontra-se impossibilitada de fazê-lo.

b) Não obstante a ausência de previsão expressa da figura do


Defensor Interamericano no Regulamento da Corte Interamericana de
Direitos Humanos, o reconhecimento da sua atuação se dá no âmbito
da jurisprudência da Corte.

c) Muito embora reconhecida a possibilidade da sua atuação pela


Corte Interamericana de Direitos Humanos, por se tratar de inovação
recente do Sistema Interamericano de Direitos Humanos, não se
verificou, até o presente momento, nenhuma atuação concreta da
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figura do Defensor Interamericano.

d) Em casos de supostas vítimas sem representação legal


devidamente credenciada, a Corte Interamericana de Direitos
Humanos poderá designar um Defensor Interamericano de ofício que
as represente durante a tramitação do caso.

e) No caso de o Brasil ser acionado perante a Corte


Interamericana de Direitos Humanos e esta solicitar Defensor
Interamericano para assistir a vítima, a indicação é feita pelo Ministro
da Justiça, entre os quadros da Defensoria Pública Federal com
especialização na matéria.

GABARITO: D.

a) ERRADO. A Corte Interamericana só pode ser acionada por


algum Estado-membro, ou pela Comissão.
b) ERRADO. Existe previsão sobre o Defensor Interamericano.
a l
io n
c) ERRADO. Já houve atuação de Defensor Interamericano, como
no caso Damião Ximenes x Brasil.
a c
d) CERTO.
u c ER
E M d IL
e) ERRADO. Não é competência do Brasil a escolha do Defensor
que irá atuar em seu caso na Corte, por vários motivos,
e
rt RO
especialmente, porque ele é réu.

p o OR
S C 41- m u H 89
um
9.2 PROTOCOLO DE SÃO SALVADOR IZ .7 .co
V O er L
.
U
0
4
4 ma il
O Protocolo de São Salvador foi criado com o objetivo de proteção aos direitos
d R 4 3 g
econômicos, sociais e culturais, tendo em vista que, no Pacto de São José da Costa
A PE D 0 er@
Rica, eles foram abordados apenas superficialmente.
l i
No mesmo sentido do Pacto dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, o
m
de forma progressiva. p lc
protocolo de São Salvador previu que a aplicação dos direitos nele previstos será feita

Direitos protegidos: trabalho; sindicais; previdência social; saúde; meio


ambiente; alimentação; educação; cultura; família; proteção aos idosos, às crianças e aos
deficientes;

Como forma de monitoramento, instituiu: relatórios periódicos e petições


individuais, para o caso de violação aos direitos sindicais e à educação.
Finalmente, assim como no Sistema Global, o Sistema Interamericano também
conta com diversos outros tratados e convenções, como o Protocolo à Convenção
Americana de Direitos Humanos referente à Abolição da Pena de Morte, a Convenção
Interamericana para Prevenir e Punir a Tortura, a Convenção Interamericana para
Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher, a Convenção Interamericana
para a Eliminação de todas as formas de Discriminação contra as pessoas portadoras
de deficiências, a Convenção Interamericana contra o Terrorismo etc.

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10 PROTEÇÃO AOS REFUGIADOS

Refugiado é todo indivíduo que, com fundados temores de perseguição, por


motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas, sendo
nacional de outro país, encontra-se fora dele por não querer ou não poder receber
proteção deste, ou, quando apátrida, pelos mesmos motivos, esteja longe de seu
domicílio habitual. Também são considerados refugiados, todos os que, por grave e
generalizada violação a direitos humanos, é obrigado a deixar seu país de origem.
OS REFUGIADOS NÃO SE CONFUNDEM COM OS IMIGRANTES, pois estes são
considerados pessoas naturais de outro país ou apátridas que trabalham ou
estabelecem residência em outro território. Assim, a diferença se caracteriza na
motivação que justifica a mudança do território nacional, de maneira que os
a l
refugiados não possuem autonomia de vontade para tanto, como ocorre com os
imigrantes.
io n
a c
Buscando preservar a proteção necessária aos refugiados, há a previsão do
u c ER
instituto do non-refoulement, também conhecido como vedação ao rechaço,
d IL
consistente na proibição de os países acolhedores enviarem os indivíduos refugiados a
E M
e
um país em que seja possível a ameaça à sua vida ou à sua liberdade.
rt RO
Ao assinar um tratado, o Estado se compromete a proteger o indivíduo,
p o OR
preservando sua dignidade. Sendo assim, a vedação subsiste quando for possível que o

S C 41- m u H 89
país de acolhida, após receber o refugiado, entregue-o a outro Estado e este venha a
violar os direitos protegidos do indivíduo. Trata-se do non-refoulement indireto.
um IZ .7 .co
er L
No que tange à possibilidade de controle judicial das decisões sobre refúgio,
U 4
4 ma il
tanto o Supremo Tribunal Federal, quando o Superior Tribunal de Justiça, entendem
V O 3 . 0
que, em que pese ser do órgão do poder executivo, é possível controle judicial acerca
d R 4 g
A PE D 0 er@
da legalidade do ato que concedeu o refúgio. Entendem não violar a separação dos
l
poderes, pois os direitos estabelecidos na Constituição não excluem os previstos nas
mi
Convenções Internacionais, de forma que, pela vulnerabilidade inerente aos
p lc
refugiados, é essencial a garantia da legalidade do procedimento.

11. DEFENSOR PÚBLICO INTERAMERICANO

Representa judicialmente as vítimas sem recursos, ou sem defensor. Neste


sentido, a OEA fez um convênio com a Associação Interamericana de Defensorias
Públicas, que conta com uma lista de defensores públicos nacionais aptos a atuarem
no sistema interamericano. Desta lista, é escolhido o defensor que irá atuar no caso.

12. CONFLITOS ENTRE OS DIREITOS HUMANOS

Para superação do conflito aparente entre direitos


humanos, por esta teoria defende-se uma

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TEORIA INTERNA interpretação sistemática e finalística, para
verificação do verdadeiro conteúdo dos direitos
envolvidos e a adequação à realidade.

Os limites dos direitos são internos, imanentes,


inerentes.
Aqui, os limites são determinados por outros direitos.

Separação entre o conteúdo do direito e seus limites


externos.

1º delimita-se o direito prima facie.


TEORIA EXTERNA
2º identifica-se o direito definitivo, pela apreciação
do caso concreto.

Aplicável nos hard cases.

a l
io n
a c
u c ER
E M d IL
e
rt RO
p o OR
S C 41- m u H 89
PROPORCIONALIDADE:
m Z .7 .co
Princípio que se subdivide em outros princípios, a adequação, necessidade e
u I
V O er L
.
U
0
4
4 ma il
proporcionalidade em sentido estrito. Segundo ACR é uma ferramenta de aplicação
dos direitos humanos.
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
Também era chamada de limite dos limites ou proibição de excesso, uma que vez
l i
que muito usada para limitar o excesso de restrição dos direitos.
m
p lc Fundamentos:
- Estado Democrático de Direito;
- Devido processo legal;
- Dignidade humana e direitos fundamentais;
- Princípio da Isonomia;
- Direitos e princípios decorrentes do Regime e dos Princípios da

13. PROTEÇÃO DO CONTEÚDO ESSENCIAL E A DUPLA GARANTIA

O núcleo essencial é o conteúdo do direito fundamental que não pode ser


atingido por qualquer restrição, só podendo ser ampliado (limite do limite).
Ingo Sarlet defende que as cláusulas pétreas compõem o núcleo essencial. Neste
sentido, existe um núcleo essencial relativo e outro absoluto.

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ABSOLUTO Definição em abstrato do núcleo essencial.

Não há uma previsão fixa e imutável deste, devendo


RELATIVO ser identificado em cada caso concreto, a partir da
proporcionalidade.

14. JURISPRUDÊNCIA INTERNACIONAL

Juízo de Convencionalidade. Razoável


1. Caso Suárez Roseros vs. Equador: duração do processo (art. 2º da CADH x do CP
do Equador). Tráfico de drogas.
Responsabilidade do Estado por ato do
legislador (dever de prevenção, previsto nos
arts. 1º e 2º da CADH).
a l
io
Liberdade de expressão, pensamento, n
a c
consciência e religião. Condenação do Chile

u c ER
pela censura prévia ao filme. Determinada a
d IL
adequação da legislação doméstica do Chile
E M
2. Caso La Ultima Tentacion de e
(reforma da Constituição).
rt RO
Cristo (Olmedo Bustos y otros x
p o OR
- Dupla dimensão da liberdade de
Chile)
S C 41- m u H 89
pensamento e expressão:

um IZ .7 .co * individual: liberdade de se expressar (Teoria

V O er L
. 0
U4 ma4 il Democrática, livre competição no mercado de
ideias)
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
* social: liberdade de buscar e disseminar

mi informação.

p lc Efeito resfriador, chilling effect: silenciador,


inibidor da liberdade.

- Inconvencionalidade do crime de desacato,


por violação ao art. 13, da CADH.

Direito à verdade, o direito de acesso à


justiça, o direito ao devido processo legal.
3. Caso Loayza Tamayo, Caso Condenação pela edição de leis de anistia.
Barrios Altos, Caso Bámaca Para o direito internacional o direito interno é
Velázquez, Caso Gomes Lund: um mero fato. Loayza Tamayo, ilegalmente
detida, foi libertada e reinserida no meio
social, através do seu retorno às atividades de
docente, com a anulação de qualquer
antecedente penal da vítima.

- Caso Gomez Lund x Brasil: Júlia Gomes Lund.


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Guerrilha do Araguaia.

Detenção tortura e desaparecimento de


pessoas.

As leis de anistia são incompatíveis com a


CADH. ADPF 153

Justiça de Transição: comissão da verdade.

Direito Internacional: ato judicial é fato como


qualquer outro fato.Responsabilização
internacional por violação de direitos
4. Responsabilidade Internacional humanos pela conduta do Poder Judiciário em
pela Conduta do PODER duas hipóteses: decisão judicial tardia ou
JUDICIÁRIO (Impunidade) inexistente(ausência de remédio judicial)
ou decisão judicial violadora de direito
protegido.”
a l
io n
Responsabilidade internacional da Nicarágua
c
pela conduta do Poder Judiciário. Delonga
a
c ER
injustificada na prolação de sentenças contra
u
5. Caso Genie Lacayo:
E M d IL
os responsáveis pelo desaparecimento e
morte de Genie Lacayo.
e
rt RO
p o OR
S C 41- m
6. Caso Niños de la Calle (Villagrán u H 89
Guatemala condenada à adoção de ações
sociais e da garantia do mínimo existencial e a
Morales):
um IZ .7 .co restauração do “projeto de vida” (perda de

er L U il uma chance). Direito à vida: direito civil e


4 ma4
d V R O
4 3 . 0 g
político, um direito econômico e social
(indivisibilidade dos direitos humanos).
A PE D 0 er@
l
Decidiu a Corte que não se poderia invocar a

mi tese de que a violação teria sido ocasionada

p lc pelo Poder
independente,
Judiciário,
uma vez
que
que
seria
a
responsabilidade é do Estado como um todo.

Corte IDH: obrigação de investigar e punir é


uma obrigação de meio, e não de resultado.
Não compete à Corte de Direitos Humanos
7. Caso Gilson Carvalho: substituir a jurisdição interna e fixar as
modalidades específicas de investigação e
julgamento no caso concreto.

Parâmetros da Corte Europeia para aferir se


um Estado cumpriu as obrigações
procedimentais de investigar e punir os
8. Doutrina Jordan: violadores do direito à vida: independência
dos investigadores, efetividade na
investigação, investigação imediata, ônus do
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Estado e não do indivíduo, proibição de leis
de autoanistia.

A omissão na investigação e a ausência de


punição aos agressores gera danos morais à
9. Caso Blake vs Guatemala: vítima ou aos seus familiares.

O Brasil reconheceu perante a Comissão IDH


sua responsabilidade por ter-se omitido em
prevenir o trabalho escravo e por não ter
conseguido punir os responsáveis pelo
assassinato de um trabalhador (e tentativa de
10. Caso José Pereira: homicídio de José Pereira).

A omissão na investigação e a ausência de


punição aos agressores gera danos morais à
vítima ou aos seus familiares.

a
Retirada da declaração de reconhecimento dal
io
competência contenciosa da Corte, com n
a c
efeitos imediatos pelo Estado peruano é
inadmissível.
u c ER
Caráter facultativo da

11. Caso Ivcher vs Peru: posteriormente o


d IL
declaração não autoriza o Estado a mudar
E M seu conteúdo e
e
rt RO
abrangência como bem entender. A exigência

p o OR
da boa-fé parece impor o tratamento previsto

S C 41- m u H 89
pelo direito dos tratados, que requer um
prazo razoável para a retirada ou denúncia de

um IZ .7 .co tratados.

V O er L
. 0
U4 ma4 il Condenação do México por violação dos
d R 4 3 g direitos de liberdade pessoal, integridade
A PE D 0 er@
l
física e garantias judiciais dos senhores Garcia

mi
12. Caso Garcia e Flores vs México: e Flores, assim como por ter descumprido sua

p lc obrigação de investigar os atos de tortura e


por ter estendido indevidamente a
competência da justiça castrense a delitos
que não tinham estrita relação com a
disciplina militar ou com bens jurídicos
próprios do âmbito castrense.

Doença mental. Assassinado dentro de clínica


de repouso (no caso de tratamento assumido
13. Caso Damião Ximenes: por entes privados, há o dever do Estado de
regular e fiscalizar). 1ª condenação do Brasil
na Corte.

Corte Europeia. Impossibilidade de extradição


de alemão do Reino Unido para os EUA.
14. Caso Söering vs Reino Unido: Alemão no “corredor da morte” e demora na
execução da pena de morte (sem que este
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país prometa comutar a pena).

Vedada a adoção obrigatória da pena de


morte, sem individualização penal e sem
15. Caso Hilaire vs Trinidad e possibilidade de indulto, graça ou anistia.
Tobago: Trinidad e Tobago previa a pena de morte
para todos os casos de homicídio doloso.

Asilo diplomático necessita da existência de


uma norma de direito internacional. Corte: há
um costume internacional de concessão de
16. Caso Haya de la asilo diplomático. A concessão de salvo
Torre (Colombia vs Peru): conduto é obrigatória para crime político.
Para crime comum, não. E a qualificação
sobre a natureza do crime deve ser de
comum acordo entre os Estados. Obs.:
Convenções de Caracas de 1984 e 1985 sobre

a
asilo territorial e asilo diplomático: na l
io n
América Latina, cabe ao Estado asilante a
c
determinação da natureza do delito.
a
u c ER
No entanto, a CIJ decidiu que apesar, de o

17. Caso Haya de la Torre II E M d IL


asilo ter sido oferecido indevidamente, a

(Colombia vs Peru): e
Colômbia não estava obrigada a entregar a
rt RO
p o OR
pessoa asilada ao país territorial: o Estado em
cuja embaixada a pessoa se encontra pode

S C 41- m u H 89
por fim ao asilo sem a entrega (obtendo, por

um IZ .7 .co exemplo, salvo conduto para levar a pessoa a

er L
outro país).
U4 ma4 il
d V R O
4 3 . 0 g Extraterritorialidade da lei penal. Colisão em

A PE D 0 er@
l
alto-mar entre uma embarcação francesa
(Lótus) e um navio turco. A França alegou
mi que os fatos teriam ocorrido em alto-mar, em
p lc embarcação francesa, havendo norma
18. Caso Lótus: costumeira pela qual o Estado da
nacionalidade do acusado (França) teria
competência exclusiva, aduzindo que não há
ações semelhantes. CPJI: não havia costume,
pois a abstenção teria que ser baseada na
consciência dos Estados do dever de abster-
se (faltou a opinio juris). A lei penal turca
alcançava os fatos, pois a Turquia possui
extraterritorialidade em sua legislação penal
para aquela hipótese, e a embarcação não
era militar.

19. Caso Yerodia (Bélgica vs. Imunidade diplomática. Crimes contra os


Congo): direitos humanos. Princípio da jurisdição
universal. CIJ: Ministro das Relações

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Exteriores goza de imunidade. A jurisdição
universal não poderia ser ilimitada.

mexicanos condenados a morte nos EUA


(violação ao artigo 36 da Convenção de Viena
sobre Relações Consulares e ao artigo 4º da
20. Caso Avena: México X EUA. ConvADH). O Méximo não foi notificado. A CIJ
condenou os EUA a adotarem medidas
adequadas de impugnação ou revisão das
condenações para cada um dos mexicanos
condenados (mesmo com trânsito em
julgado).

A Polônia expropriou ativos alemães na Alta


Silésia por simples alteração de registro (sem
desapropriação e sem indenização). A
Alemanha entendeu que houve o chamado

a l
“endosso”, o ato transcendeu a esfera do dos
21. Caso da Fábrica de
io n
interesses de seus nacionais e foi para a
Chorzov (CPJI, 1928):
a c
responsabilidade internacional. CPJI: o direito

c ER
interno é mero fato, o DIP não reconhece
u
E M d IL
caráter jurídico ao direito interno; os alemães
proprietários da fábrica de Chorzov possuíam
e
rt RO
direito adquirido da propriedade, oponíveis
o OR
mesmo em caso de sucessão de Estados; toda
p
S C 41- m u H 89
violação de um compromisso envolve a
obrigação de reparar = uma concepção geral

um IZ .7 .co do direito (o que retratou o princípio geral do

V O er L
. 0
U4 ma4 il direito, como fonte do direito internacional).

d R 4 3 g a Bélgica, com base no instituto da proteção


A PE D 0 er@
22. Caso Barcelona Traction (CIJ,
l
diplomática, pedia reparação por danos

1970):
mi sofridos por seus nacionais acionistas da Cia
Barcelona Traction, uma empresa canadense
p lc prestadora de serviços na Espanha. O
governo espanhol criou dificuldades para
operações internacionais de captação de
recursos, o que gerou falência à Cia,
decretada na Espanha, tendo seus ativos
expropriados para que os serviços de
iluminação pudessem ser desenvolvidos pelo
Estado espanhol. A CIJ entendeu que a
Bélgica não possuía jus standi para propor a
ação pleiteando em defesa dos interesses dos
acionistas. O Canadá é quem poderia pleitear
proteção diplomática da empresa canadense.
Somente se o Canadá não tivesse capacidade
de prestar proteção diplomática à empresa é
que seria possível considerar a legitimidade
da Bélgica. A CIJ decidiu também que um
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Estado poderia prestar proteção diplomática
a investimentos estrangeiros que se
encontrassem em seu território desde que
haja um acordo de proteção de
investimentos.

Interceptações telefônicas ilegais contra


associações de trabalhadores rurais ligadas ao
23. Caso Escher vs Brasil: MST. Violando a CRFB e as leis domésticas,
porque não fundamentou sua decisão, não
notificou o Ministério Público e ignorou o fato
de não competir à PM fazer investigação
criminal contra civis.

Morte de um defensor dos direitos humanos


e estabeleceu algumas pautas sobre a
24. Caso Valle Jaramillo vs proteção especial que este grupo merece,
Colombia: dada a importância que tem na defesa e
a l
promoção dos direitos humanos.
io n
a c
A França, ao não informar ao Djibouti as
u c ER
razões da sua recusa de executar a carta

E M d IL
rogatória, descumpriu sua obrigação
e
internacional contida no artigo 17 da
rt RO
25. Caso Djibuti vs França: p o OR
Convenção de 1986 relativa ao Auxílio
Judiciário Mútuo em Matéria Penal. O

S C 41- m u H 89
Tribunal também observa que não foram os

um IZ .7 .co tribunais franceses informados pelo

er L
Governo de Djibuti de que os atos imputados
U4 ma4 il pela França foram seus “próprios atos" e

d V R O
4 3 . 0 g que os dois funcionários "eram seus órgãos,
A PE D 0 er@
l
organismos ou instrumentos na execução dos

mi mesmos para fora”, por isso não há falar em


imunidade pessoais:
p lc imunidades doprocurador da República e do
chefe da Segurança Nacional do Djibouti.

Atentado de Lockerbie. EUA e Grã-Bretanha


acusam agentes líbios pelo crime e pedem a
extradição por entenderem que a Líbia seria
ineficaz na persecução dos acusados. A Líbia
recusou o pedido. As Resoluções aprovadas
no CS proibiam voos entre a Líbia e o resto do
mundo, a venda de armas e de tecnologia
petrolífera para a Líbia. A Líbia se defendeu
dizendo que não houve devido processo legal
26. Caso Pan Am 103 (Líbia vs EUA):
e por não ser o fórum adequado para tratar a
questão. Segundo a Líbia, o caso deveria ser
tratado com base na Convenção de Montreal
sobre Aviação Civil que estabelecia que em
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casos desta natureza, a Líbia não estava
obrigada a entregar os acusados, poderia ela
mesma fazer a acusação e dar sequência ao
processo legal. A CIJ valida este argumento da
Líbia. O acordo estabeleceu que os acusados
líbios seriam entregues para as Nações
Unidas para serem julgados por juízes
escoceses com base na lei escocesa, sem júri,
e caso condenados, a pena seria cumprida na
Escócia. O julgamento ocorreria em uma base
militar americana desativada na Holanda, que
seria transformada em território de soberania
escocesa durante o julgamento. EUA,
Inglaterra e a Líbia disputavam a competência
para julgar o caso, e acordaram que seria na
justiça escocesa. Agora um grupo de
senadores americanos enviou uma carta à
a l
io n
justiça escocesa argumentando que ela não
teria competência para liberar Abdelbaset al
a c
Megrahi por razões humanitárias, porque o

u c ER
seu papel seria apenas o definido no acordo,
d IL
que dizia que a pena seria cumprida na
E M
e
Escócia e nada estabelecia sobre a
rt RO
possibilidade da pena ser reduzida, comutada
p o OR
a partir de decisões da própria justiça

S C 41- m u H 89
escocesa.

um IZ .7 .co Responsabilidade internacional do Equador

V O er L
.
U
0
4
4 ma il em face de sua conduta omissiva. Transfusão
de sangue, por meio da qual a menina Talia
d R 4 3 g Gonzales LLUY (3 anos) contraiu HIV. A
A PE D 0 er@
27. CASO GONZALES LLUY E
l transfusão foi proveniente de um banco de
OUTROS X EQUADOR:
mi sangue da Cruz Vermelha e efetuada em uma

p lc clínica privada. Aos cinco anos, um professor


a impediu de entrar em sala de aula por isso.

a Corte reconheceu incidentalmente que a


criminalização do desacato é incompatível
com a Convenção Americana de Direitos
Humanos. Também afirmou a incompetência
da Justiça Militar para julgar civis. Além disso,
28. Palamara Iribarne x Chile: garantiu a publicação e distribuição do livro
do senhor Palamara, que trata sobre a ética
nos serviços de inteligência da Marinha
Chilena. Violação ao direito de liberdade de
expressão e pensamento e julgamento de
civil por tribunal militar em tempo de paz.

a Corte condena veementemente o juízo de


periculosidade em legislações penais
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29. Fermín Ramirez x Guatemala: nacionais, como é o caso da circunstância
agravante da reincidência no Brasil. Sustentar
Zaffaroni foi amicus curiae. a inconvencionalidade em prova discursiva.
Ele foi condenado à pena de morte Violou o devido processo legal, a ampla
por estupro, mas a corte afastou. defesa, o princípio da congruência entre a
acusação e a sentença.

1ª vez que o brasil celebrou uma solução


amistosa com a Comissão, após a
30. Caso dos meninos emasculados admissibilidade do caso e antes da
do MA. vs BRA deliberação final.
comissão interamericana. Impossibilidade de o Estado alegar que o fato
foi praticado por ente federado para eximir-
se da responsabilidade.

dano ao projeto de vida e defensor


interamericano. O menino de 14 brincou
a l
io
se machucou, tendo sequelas físicas, n
numa propriedade abandonada do Estado e
31. Sebastian Furlan vs Argentina
a c
cognitivas e o Estado foi condenado a repará-
u c ER
las. 1º caso com a Defensoria Pública

E M d IL
Interamericana, que foi designada porque o

e
pai do menino chegou à Comissão sem
rt RO
o OR
assistência técnica.
p
S C 41- m u H 89
Respeito à identidade cultural e específica de
uma comunidade tradicional.
m Z .7 .co
32. Caso Moiwana vs Suriname
u I
V O er L
.
U
0
4
4 ma il Teoria do Indigenato: ocupação de terras
ancestrais. A posse da terá deveria bastar
d R 4 3 g para o reconhecimento oficial e o registro.
A PE D 0 er@
l
mi Direitos comunais à propriedade: nexo com o

p lc território ancestral. Elemento imaterial e


espiritual. Preservação do legado cultural.

Direito a um projeto de pós-vida: dano


espiritual em decorrência da interferência
indevida na relação dos vivos com os mortos.
Trata-se de uma forma agravada de dano
moral.

1ª vez que a Corte cuida de matéria eleitoral.

Violação dos direitos políticos, da igualdade e


da não discriminação (normas de jus cogens).

Princípio da igualdade material: discriminação


indireta (invisível), teoria do impacto
33. Caso Yatama vs Nicarágua desproporcional. Critério aparentemente
neutro de exigir que o indígena se filiasse a
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um partido político para ser eleito, que
causou um impacto negativo e
desproporcional na comunidade.

Mãe de 3 filhas que, depois do divórcio,


começou uma relação homoafetiva e o pai
conseguiu tirar a guarda das meninas por
34. Caso Atala Riffo vs Chile esse motivo.

Diversidade sexual. Direito à igualdade e não


discriminação.

Proteção da vida privada, da família, da


maternidade responsável.

Dano ao projeto de vida: o Estado impediu o


desenvolvimento normal e livre da
personalidade da vítima.
a l
io n
A condição social não define o processo de
guarda.
a c
u c ER
Morte e deslocamento forçado e arbitrário.

E M d IL
35. Comunidades afrodescendentes Violação à propriedade comunal.
deslocadas da Bacia do Rio Cacarica e
rt RO
vs Colômbia (Operação Gênesis)
p o OR
Para capturar membros das Forças Armadas

S C 41- m u H 89
Revolucionárias da Colômbia (FARC), muitos
quilombolas foram mortos.

um IZ .7 .co
er L U il Convenção 169, da OIT.
4 ma4
d V R O
4 3 . 0 g Violação ao direito de propriedade coletiva

A PE D 0 er@
l
do povo indígena Xucuru, devido à demora do
processo de demarcação de suas terras
mi (território ancestral). Ocorreram também
do Brasil. p lc
36. Caso Povo Xucuru. Condenação
ameaças, assassinatos e prisões arbitrárias.

Em 2016, a Comissão IDH enviou o caso para


a Corte, que reconheceu o direito coletivo e
originário do povo Xucuru, condenando o
Brasil a pagar uma indenização de 1 milhão
de dólares.

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Ano: 2016. Banca: FCC. Órgão: DPE-ES.
O Caso Cosme Rosa Genoveva e outros, submetido à Corte
Interamericana de Direitos Humanos, em resumo, trata-se de
um caso em que

a) um grupo de Afrodescendentes foram deslocados


forçadamente.
b) visa apurar a prática de trabalho escravo em fazendas
no interior do Brasil.
c) agentes da polícia supostamente praticaram a execução
QUESTÃO: de vinte e seis pessoas, alguns adolescentes e foram,
JURISRPUDÊNCIA hipoteticamente, submetidos a práticas sexuais e tortura antes
de serem executados.
d) policiais realizaram o despejo forçado de famílias que

a
ocupavam uma fazenda no município de Querência do Norte, l
no Paraná.
io n
a c
e) um indivíduo faleceu após maus tratos recebidos em
c ER
uma clínica de tratamento em Sobral, no Ceará.
u
R: C
E M d IL
a) Caso das Comunidades Afrodescendentes deslocadas da
e
rt RO
bacia do Rio Cacarica x Colômbia.

p o OR
S C 41- m u H 89
b) Fazenda Brasil Verde x Brasil.
c) Caso Cosme Rosa Genoveva x Brasil (Favela Nova Brasil)

um IZ .7 .co
er L
d) Caso Guaribaldi x Brasil
U 4
4 ma il
d V R O
4 3 0
e) Caso Damião Ximenes Lopes x Brasil.
. g
A PE D 0 er@
l
mi
p lc

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NOVELINO, Marcelo. Direito Constitucional. São Paulo: Editora Método, 2009, 3 ed.,
362/364.

PAIVA, Caio Cesar. HEEMANN, Thimotie Aragon. Jurisprudência Internacional de


Direitos Humanos. 2ª ed. Belo Horizonte: Editora Cei, 2017.
a l
io n
RAMOS, André de Carvalho. Curso de Direitos Humanos. São Paulo: Saravia, 2014.
a c
u c ER
E M d IL
e
rt RO
p o OR
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.
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APRESENTAÇÃO

Caro(a) Aluno(a),

A preparação para concursos públicos exige profissionalismo, métrica e estratégia.


Cada minuto despendido deve ser bem gasto! Por isso, uma preparação direcionada,
focada nos pontos com maior probabilidade de cobrança no seu certame, pode
representar a diferença entre aprovação e reprovação.

Ciente disso, a Ad Verum Suporte Educacional, empresa do Grupo CERS ONLINE,


concebeu o curso INTELIGÊNCIA PDF – Defensoria Pública Estadual, que tem por
premissa fundamental “atacar” os pontos nucleares de cada matéria, com vistas à
antecipação dos temas com maiores chances de cobrança em sua prova.

Fazer isso não é tarefa fácil! É necessário um árduo esforço de pesquisa, levando-se
em consideração fatores como banca examinadora e respectivos membros (sempre
a l
io n
que possível), retrospecto do concurso, incidência temática de cada disciplina,
momento da economia do país, dentre tantos outros, aliados a experiência de

a c
Professores de projeção nacional, com larguíssima experiência na análise do perfil dos
mais diferentes certames públicos.
u c ER
E M d IL
Para tornar tudo isso uma realidade, a Ad Verum investiu muito em seu Método de
e
rt RO
Aceleração de Aprendizagem (MAVAA). Hoje, contamos com um SETOR DE
o OR
INTELIGÊNCIA, responsável por ampla coleta de dados e informações das mais
p
S C 41- m u H 89
diferentes fontes relacionadas ao universo de cada concurso, de modo a, a partir do
processamento dos dados coletados, oferecer aos seus alunos uma experiência
m IZ .7 .co
diferenciada quando comparada a tudo que ele conhece em matéria de preparação
u
V O er L
para carreiras públicas.
. 0
U
4 ma 4 il
d R 3 g
Racionalizar o estudo do aluno é mais que um objetivo para Ad Verum, trata-se de
4
A PE D
uma obsessão. 0 er@
l
mi
Bom estudo! p lc

Francisco Penante

CEO Ad Verum Suporte Educacional

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SUMÁRIO

1. PARADIGMAS DA EVOLUÇÃO DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE .. 4


2. NORMAS INTERNACIONAIS ................................................................................... 10
3. PRINCÍPIOS E DIREITOS .......................................................................................... 12
3.1 PRINCÍPIOS ...................................................................................................... 12
3.2 DIREITOS .......................................................................................................... 13
4. COLOCAÇÃO EM FAMÍLIA SUBSTITUTA: GUARDA, TUTELA E ADOÇÃO .............. 26
5. PERDA E SUSPENSÃO DO PODER FAMILIAR ......................................................... 31
6. MEDIDAS DE PROTEÇÃO ........................................................................................ 44
7. MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS .....................................Erro! Indicador não definido.
8. PURAÇÃO DE ATOS INFRACIONAIS, RECURSOS, IMPUGNAÇÕES E EXECUÇÃO .. 63
a l
9.
n
CONSLEHO TUTELAR .............................................................................................. 68
io
c
10. LEI 12.594/12 - SINASE .......................................................................................... 71
a
u c ER
E M d IL
e
rt RO
p o OR
S C 41- m u H 89
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. 0
U
4 ma 4 il
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
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mi
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1. PARADIGMAS DA EVOLUÇÃO DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO
ADOLESCENTE

A base do estudo ligado à criança e ao adolescente é a absoluta prioridade e a


proteção integral, que é dever do Estado e de todos os cidadãos. Atualmente, há
diversos diplomas legais, em âmbito interno e internacional, relativos a esses direitos.
Porém, nem sempre foi assim, já que, para alcançar o padrão de proteção atual, houve
uma evolução no sistema, que ocorre da seguinte forma:

EVOLUÇÃO DOS DIREITOS DA CRIANÇA

 FASE DA ABSOLUTA INDIFERENÇA (Séc. XVIII): não havia nenhuma norma


específica sobre o direito da criança e do adolescente. Era indiferente a idade do
sujeito, tanto para fins de direitos, quanto para responsabilização penal.

 FASE DA MERA IMPUTAÇÃO CRIMINAL (final do século XVIII e início do século


a l
XIX): preocupação com a necessidade de se estabelecer regras acerca da prevenção

io n
ou repressão de ilícitos causados pelos sujeitos menores de idade. Não havia um
a c
viés protetivo como objetivo legislativo, mas apenas sancionatório.
u c ER
Marcos: ordenações filipinas e afonsinas.
E M d IL
e
rt RO
 DOUTRINA DA SITUAÇÃO IRREGULAR/ DOUTRINA DO DIREITO DO MENOR: o

p o OR
Estado começou a perceber que a proteção dos menores deveria ser valorizada.

S C 41- m u H 89
- Código Mello de Matos (1927): 1º Código Sistemático de Menores do País e da
m Z .7 .co
América Latina. O Estado assume a responsabilidade legal pela tutela da criança órfã
u I
V er L0
U4 ma4 il
e abandonada. A criança desamparada fica institucionalizada e recebe orientação e
oportunidade para trabalhar. Marco referencial e papel histórico. Apesar de
O .
d R 3 g
apresentar certa evolução, por buscar proteger o menor, mostrou-se insuficiente;
4
A PE D 0 er@
sendo criado, portanto, o Código de Menores de 1979.
l
mi
- Código de Menores (1979): baseada no mesmo paradigma do menor em situação
p lc
irregular da legislação anterior. As crianças eram objeto de tutela/proteção, voltado
à assistência, proteção e vigilância. Porém, a preocupação era restrita aos menores
que se encontravam em situação irregular, incentivando a internação como
“solução”, tanto para os problemas de menores carentes, quanto para os de
menores delinquentes. A segregação era vista como única forma de proteção.

Doutrina da Situação Irregular:


- Buscava proteger o menor, mesmo que suprimisse seus direitos;
- As crianças eram objeto de proteção ou de tutela;
- Falava-se em judicialização ou institucionalização do menor;
- Trabalhava apenas com medidas de recuperação, aplicáveis a situações
consideradas irregulares, ainda que não fossem crimes;

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- Não cuidava de todas as crianças, mas apenas daquelas em situação irregular, ou
seja, as crianças pobres. Eram medidas de higienização;
- Discriminatória: as políticas desta doutrina não atingiam crianças de famílias em
melhores condições econômicas;
- Binômio carência/delinquência: criminalização da infância pobre;
- Os juízes de menores tinham amplos poderes (alguns hoje ainda acham que têm):
além da função judicial, eles tinham função normativa, editando até portarias com
toque de recolher.
- Afastamento da criança de sua família por questões meramente financeiras: hoje,
isto é vedado, segundo o ECA, que garante do direito de convivência familiar e
comunitárias;
- Os adultos tinham direitos mais amplos do que os das crianças: hoje, é o contrário.
As crianças gozam de todos os direitos dos adultos, mais os que concernem à sua
peculiar condição de pessoa em desenvolvimento;
a l
io n
Tendo em vista o objetivo de segregar, ao invés de proteger, o termo menor tomou
c
uma conotação discriminatória. Isto porque, perante a sociedade, o menor é
a
c ER
automaticamente relacionado às crianças e aos adolescentes que se encontram em
u
situação desfavorável, o que tem de ser superado.
E M d IL
e
rt RO
Assim, em provas da Defensoria Pública, nunca devemos nos referir às crianças e aos
o OR
adolescentes como menores, e sim utilizando os termos inicialmente citados, ou
p
infantes.
 S C 41- m u H 89
CR/88: “Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à

um IZ .7 .co
criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à
er L U4 ma4 il
vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à
V O . 0
d R 3 g
cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e
4
A PE D 0 er@
comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência,
l i
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.”.
m
p
 Estatuto da Criançalc e do Adolescente (1990): modelo da proteção integral e
princípio da prioridade absoluta. É superada a ideia de crianças como objeto de
tutela, sendo consideradas sujeitos de direitos, com previsão de direitos e
deveres, conferidos ao Estado e a toda a sociedade.

Paradigma da proteção integral:


- Consagrada na Convenção sobre os Direitos da Criança, de 1989. No Brasil,
consta do art. 227, da CF/88;
- Interesse maior/superior da criança;
- Proteção integral;
- As crianças têm todos os direitos dos adultos, além daqueles referentes à sua

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peculiar condição de pessoa em desenvolvimento;
- Desjudicialização da criança;
- Os juízes têm, agora, menos poderes;
- Responsabilidade primária e solidária do Poder Público, intervenção precoce,
intervenção mínima, responsabilidade parental, prevalência da família;
- Absoluta prioridade;
- Sem discriminação, abandono da expressão menor.

a l
io n
Devemos tomar muito cuidado quanto ao princípio do maior interesse, pois, no
código de menores, a proteção integral era fundamento para a institucionalização e
a c
segregação dos infantes desamparados. Assim, o maior interesse dos infantes deve

u c ER
prevalecer, mas de forma a proteger os direitos, e não para justificar sua restrição.
d IL
Sempre cumular a aplicação do princípio ao direito de convivência familiar e
E M
comunitária.
e
rt RO
p o OR
S C 41- m u H 89
um IZ .7 .co
V O er L
. 0
U4 ma4 il
d R 4 3 g
Ano: 2013. Banca: FCC. Órgão: DPE-SP
A PE D 0 er@
l Analisando-se os paradigmas legislativos em matéria de infância
mi
e juventude, pode-se afirmar que antes da edição do Código de
p lc
Mello Mattos, em 1927, vigorava o modelo.
QUESTÃO 1: a) higienista
PARADIGMAS
DO DIREITO DA b) da situação irregular.
CRIANÇA E DO
ADOLESCENTE. c) penal indiferenciado.

d) da proteção integral.

e) da institucionalização para a proteção.

GABARITO COMENTADO

A alternativa correta é a letra C.

Pessoal, a resposta exigia certo conhecimento doutrinário sobre

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as fases do direito da criança e do adolescente. Este é o
comecinho do estudo da matéria e, como vocês veem, não
podemos negligenciar.

FASES

1) Absoluta Indiferença – não havia previsão dos direitos da


criança e do adolescente!

2) Imputação Criminal - Ordenações (Filipenas/ Afonsinas);


Código Criminal do Império (1930) e Código Penal.

3) Tutela (menor em situação irregular)- Código Melo Matos


(1927) e Código de Menores (1979).

4) Proteção Integral - CF/88 e ECA (1990).

Embora a questão tenha tratado da fase criminal, isto é,

a l
quando não havia diferença de tratamento entre os adultos e as

io n
crianças, as fases mais mencionadas em provas são as do menor
em situação irregular e a proteção integral.
a c
u c ER
a e b)A característica higienista não é bem um modelo do

E M d IL
direito da criança, e sim como se dava tutela do menor em
e
situação irregular, pois, à época, a criança era vista como objeto
rt RO
p o OR
de intervenção do Estado e, sob a desculpa de proteção, era
possível prender a criança, para interna-la, retirá-la do poder
S C 41- m u H 89
familiar, dando amplo poder ao juiz. No entanto, havia um

um
tratamento para as crianças mais pobres (em situação irregular)
IZ .7 .co
er L
e outro para mais abastadas. Estas últimas não eram internadas
U 4 il
4 ma
junto com outros, promíscuos, prostitutas, pessoas em situação

d V R O 3
de rua.
4
. 0 g
A PE D 0 er@
d) o modelo da proteção integral começou com a Convenção de
l
mi
Direitos da Criança e do Adolescente, de 1989. No entanto, as
lc
sementes deste novo modelo foram lançadas desde a
p
Declaração dos Direitos da Criança, em 1959. No Brasil, este
modelo foi adotado pela CF/88 e pelo ECA.
e) quanto à institucionalização para a proteção, este era um dos
instrumentos do paradigma do menor em situação irregular e
consiste na internação e acolhimento institucional das crianças
e adolescentes. No entanto, o ECA visa a romper com a
institucionalização, prevendo o direito à convivência familiar e
seu desenvolvimento no seio de sua comunidade.

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QUESTÃO 2:
PARADIGMAS Ano: 2012. Banca: Cespe. Órgão: DPE-ES
DO DIREITO DA
CRIANÇA E DO Foi a partir da Proclamação da República que os menores
ADOLESCENTE. passaram a ser detentores dos direitos fundamentais de
liberdade.
GABARITO COMENTADO

A alternativa correta é a letra errado.


Na proclamação da República, em 1889, vigorava a absoluta
indiferença.

Ano: 2012. Banca: Cespe. Órgão: DPE-SE

QUESTÃO 3: Com relação aos direitos fundamentais da criança e do


PARADIGMAS adolescente, assinale a opção correta.
a l
DO DIREITO DA
io n
CRIANÇA E DO
a c
a) O conceito de família extensa não abrange a figura da
ADOLESCENTE madrasta ou do padrasto.
u c ER
d IL
b) A doutrina da situação irregular vigorou no ordenamento
E M
e
pátrio até a promulgação do ECA.
rt RO
o OR
c) É assegurado à gestante, por meio do Sistema Único de
p
S C 41- m u H 89
Saúde, o atendimento pré-natal, devendo a parturiente ser
obrigatoriamente atendida pelo médico que a tenha
m Z .7 .co
acompanhado durante o período pré-natal.
u I
V O er L U
4 ma 4 il
d) O direito à liberdade conferido à criança e ao adolescente
. 0
pelo ECA compreende o de buscar refúgio, sendo a eles
d R 4 3 g
A PE D garantido o acesso às diversões e espetáculos públicos
0 er@
lclassificados como adequados à sua faixa etária; crianças
mi
menores de dez anos somente poderão ingressar e permanecer
p lc
nos locais de apresentação ou exibição de espetáculos quando
acompanhadas dos pais ou responsáveis.
e) Em face da aprovação do novo Código Civil, segundo o qual a
maioridade civil é obtida aos dezoito anos de idade, não se
aplica mais, no ordenamento brasileiro, a denominação jovem
adulto, presente no ECA, sendo considerada criança a pessoa
com até catorze anos de idade e adolescente, a que tenha entre
quinze e dezoito anos de idade.

GABARITO COMENTADO

A alternativa correta é a letra D.

As crianças e adolescentes gozam, no mínimo, de todos os


direitos conferidos aos adultos, acrescentando-se os direitos

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decorrentes de sua situação peculiar de pessoa em
desenvolvimento e de sua prioridade absoluta.

Art. 3º do ECA: A criança e o adolescente gozam de todos os


direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo
da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes,
por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e
facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico,
mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e
de dignidade.

Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em


geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a
efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à
liberdade e à convivência familiar e comunitária.
a l
io n
Art. 16 do ECA: O direito à liberdade compreende os seguintes
c
aspectos:II - buscar refúgio, auxílio e orientação.
a
u c ER
Art. 75 do ECA. Toda criança ou adolescente terá acesso às

E M d IL
diversões e espetáculos públicos classificados como adequados
à sua
e
rt RO
faixa etária.

p o OR
Parágrafo único. As crianças menores de dez anos somente
poderão ingressar e permanecer nos locais de apresentação ou

S C 41- m u H 89
exibição quando acompanhadas dos pais ou responsável.

um IZ .7 .co
a) família extensa inclui todas as pessoas ligadas por um vínculo

V er L
O
U
.
4
0
il
de afeto, com as quais as crianças convivam.
4 ma
d R 4 3 g
Art. 25. Entende-se por família natural a comunidade formada
A PE D 0 er@
pelos pais ou qualquer deles e seus descendentes. Parágrafo
l i
único. Entende-se por família extensa ou ampliada aquela que
m
p lc
se estende para além da unidade pais e filhos ou da unidade do
casal, formada por parentes próximos com os quais a criança ou
adolescente convive e mantém vínculos de afinidade e
afetividade.

b)O ECA é de 1990 e foi a CF/88 que instituiu o novo paradigma


da proteção integral.

c) Art. 8o do ECA: É assegurado a todas as mulheres o acesso


aos programas e às políticas de saúde da mulher e de
planejamento reprodutivo e, às gestantes, nutrição adequada,
atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério e
atendimento pré-natal, perinatal e pós-natal integral no âmbito
do Sistema Único de Saúde. (Redação dada pela Lei nº
13.257, de 2016)

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e) excepcionalmente, aplica-se o ECA até os 21 anos.

2. NORMAS INTERNACIONAIS
Em âmbito internacional, diversos tratados e convenções, apresentam
normas de proteção às crianças. A Convenção sobre os Direitos da Criança e do
adolescente é o tratado internacional com maior número de ratificações no mundo. Os
principais diplomas internacionais sobre os direitos da criança são:
 Convenções da OIT – 1919: quanto à utilização de mão de obra infantil. Criada no
auge da revolução industrial, as indústrias se valiam do menor preço para justificar a
contratação de crianças, que eram tratadas da mesma forma que os adultos, com
mesma jornada de trabalho, sem análise das peculiaridades limitativas de idade.
Assim, a Convenção da Organização Internacional do Trabalho, criou convenções sobre
a regulação de jornada de trabalho, limite de idade e proibições sobre a contratação
a l
de trabalho infantil.
io n

a c
Declaração de Genebra de 1924: soft law. Proteção das crianças órfãs da guerra.

u c ER
E M d IL
 Declaração dos Direitos da Criança de 1959: foi com este documento que a criança
deixou de ser objeto de tutela, para se tornar sujeito de direitos. Com forte influência
na Declaração Universal dos Direitos do Homem. e
rt RO
p o OR
S C 41- m u H 89
 Convenção sobre os direitos da criança da ONU (Convenção de NY - 1989):
documento internacional com maior aderência no mundo. Traz diversas regras e
um IZ .7 .co
er L
compromissos a serem adotados pelos países que a ratificarem. Levam em conta a
U4 ma4 il
d V R 3 0
dignidade da criança, o direito a um ambiente familiar saudável como essencial ao seu
O . g
desenvolvimento, humano e intelectual. Não fez distinção entre criança e adolescente,
4
A PE D 0 er@
sendo criança toda pessoa até os 18 anos, salvo se, pela lei do país, a maioridade seja
l
alcançada antes.
mi
p lc
 Protocolo facultativo sobre os direitos da criança referente à venda de criança, à
prostituição infantil e à propaganda infantil (2000): compromisso dos Estados em
garantir a proteção contra a venda de crianças, a prostituição infantil e a pornografia
infantil e a exploração econômica de trabalhos infantis que possam comprometer o
desenvolvimento digno e saudável da criança.

 Protocolo facultativo à convenção sobre os direitos da criança relativos ao


envolvimento de crianças em conflitos armados: compromisso de os Estados lutarem
pela promoção e proteção dos direitos da criança, pelo reconhecimento de que os
conflitos armados geram consequências prejudiciais e duradouras à personalidade da
criança. Para tanto, os Estados deverão assegurar que nenhum menor de 18 anos seja
admitido de forma involuntária nas forças armadas e, se manifestado o interesse, que
seja impedido de participar diretamente de hostilidades.

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 Convenção sobre os aspectos civis do sequestro internacional de crianças (1980):
regras a serem adotadas no caso de sequestro internacional e trata da transferência
irregular de crianças, mesmo que efetivada por um dos genitores.
 Regras de Beijing: trata das regras mínimas das nações unidas para a
administração da justiça da infância e juventude. Possui caráter soft law, de mera
recomendação.
 Diretrizes de Riad: diretrizes das nações unidas para a prevenção da delinquência
juvenil. Também possui caráter de mera recomendação, soft law.
 Convenção relativa à proteção das crianças e cooperação em matéria de adoção
internacional;
 Resolução 113, do CONANDA.

a l
io n
a c
u c ER
E M
Ano: 2017. Banca: FCC. Órgão: DPE-PR
d IL
e
rt RO
o OR
Dentre diversas novidades, o Estatuto da Criança e do
p
S C 41- m u H 89
Adolescente passou a prever a possibilidade de remissão ao
adolescente que viesse a praticar ato infracional. Esta previsão
m Z .7 .co
decorreu de compromissos assumidos pelo Brasil no âmbito
u I
V O er L U
0
4
4 ma
remissão
.
il
internacional, havendo expressa recomendação para adoção da

d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
a) no Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos.

QUESTÃO 1:
mi
b) na Declaração dos Direitos da Criança − Assembleia das
NORMAS
INTERNACIONAIS p lc
Nações Unidas, 1959.

c) nas Regras Mínimas das Nações Unidas para a Administração


da Justiça, da Infância e da Juventude − Regras de Beijing.

d) nas Diretrizes das Nações Unidas para Prevenção da


Delinquência Juvenil − Diretrizes de Riad.

e) no Pacto de San José da Costa Rica.

GABARITO COMENTADO

A alternativa correta é a letra C

Pessoal, sobre as normas internacionais acerca de direitos da


criança e do adolescente, são importantes três documentos:

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1) Diretrizes de Riad - prevenção do crime

2) Regras de Beijing/Pequim - processo e julgamento

3) Regras de Toquio - penas alternativas

A remissão é um instituto recomendado pelas Nações Unidas


em um documento internacional chamado de "Regras mínimas
das Nações Unidas para administração da Justiça da Infância e
da Juventude" (Regras de Beijing).
Essa recomendação existe porque se entende que, sempre que
possível, deve-se evitar que o adolescente seja submetido a
uma ação socioeducativa na qual ele passaria pelo estigma de
ter sido submetido a um processo judicial infracional.
Na versão original das Regras de Beijing, escrita em inglês, a
expressão utilizada para o instituto foi "diversion" que acabou
l
sendo traduzido como "remissão". A doutrina especializada, no
a
io n
entanto, critica esta tradução e afirma que remissão é chamada
no inglês de "remission" (perdão). Logo, a tradução mais correta
a c
de "diversion" seria algo como "encaminhamento diferente do
u c ER
original". (ROSSATO, Luciano Alves; LÉPORE, Paulo Eduardo;

E M d IL
CUNHA, Rogério Sanches. Estatuto da Criança e do Adolescente.

e
Comentado artigo por artigo. 6. ed. São Paulo: RT, 2014, p. 385).
rt RO
p o OR
3. PRINCÍPIOS E DIREITOS
S C 41- m u H 89
um IZ .7 .co
3.1 PRINCÍPIOS
V O er L
.
U
0
4
4 ma il
d R 4 3 g
A PE D
PROTEÇÃO INTEGRAL (artigos 1 e 3 do ECA, art. 3º, 2 da Convenção sobre os Direitos
0 er@
l
da Criança e art. 227 da CF/88): com a CR/88 e o Estatuto da Criança e do
mi
Adolescente, o infante passou a ser sujeito de direitos, superando qualquer conotação
p lc
de interpretação legislativa que limita os direitos à esfera penal. A proteção integral,
portanto, abrange, sem discriminação, todas as normas protetivas de âmbito interno e
internacional.

Assim, é dever de todos garantir à criança e ao adolescente a proteção em todas as


esferas de sua vida, havendo previsão expressa sobre os direitos à: vida, saúde,
liberdade e ao respeito à dignidade, convivência familiar, educação, cultura, esporte e
lazer. Trata-se de rol exemplificativo.

SUPERIOR INTERESSE DA CRIANÇA: toda norma ou situação deve ser interpretada a


fim dar primazia às necessidades da criança e do adolescente, sendo que, havendo
conflito de normas, mesmo que em hard cases, prevalecerá a que for mais benéfica
aos interesses dos infantes. Entendem haver três acepções sobre este princípio:

 base de interpretação para aplicação das normas;

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 solucionar conflitos entre direitos;
 guiar os legisladores na elaboração de normas abstratas sobre criança e
adolescente. 1
PRIORIDADE ABSOLUTA: dever da família e do Estado de priorizar o atendimento dos
direitos da criança e adolescente, sobre qualquer outro. Neste sentido, o artigo 4º do
ECA, dispõe que a garantia da prioridade compreende:
 Primazia no recebimento de proteção e socorro;
 Precedência no atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública;
 Preferência na formulação e execução de políticas públicas;
 Destinação privilegiada de recursos públicos.
RECONHECIMENTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE COMO PESSOAS EM
DESENVOLVIMENTO: a pouca idade influencia no desenvolvimento dos jovens, já que
com o tempo vão adquirindo conhecimento e experiências capazes de formar suas
convicções e caráter. As Regras de Beijing trazem, em seu artigo 4.1, interessante
disposição que confirma este princípio, pois estabelece que os sistemas de justiça dos
a l
países que reconheçam a responsabilidade penal para jovens, não coloquem a idade

io n
muito precoce, levando em conta as circunstâncias que acompanham a maturidade
emocional, mental e intelectual.
a c
u c ER
As crianças e adolescentes são sujeitos hipervulneráveis, devendo receber de
E M d IL
uma especial tutela do Estado em consideração ao seu sistema evolutivo (artigo 2º,
100 Regras de Brasília).
e
rt RO
p o OR
3.2 DIREITOS S C 41- m u H 89
um IZ .7 .co
er L U4 ma4 il
Do direito à vida e à saúde (artigos 7 a 14 do ECA): recente alteração legislativa
V O . 0
modificou diversos dispositivos dos referidos artigos, incluindo novos parágrafos que
d R 4 3 g
A PE D
merecem atenção especial, pela possibilidade de serem cobrados em prova. Quanto à
0 er@
l
vida e à saúde, os principais direitos são:
mi
 lc
Proteção desde a concepção, sendo garantido à gestante o acesso a
p
programas de políticas públicas de saúde e planejamento reprodutivo,
com atendimento pré-natal, perinatal e pós-natal.

 É direito das gestantes receber orientação sobre aleitamento materno,


alimentação complementar saudável e crescimento e desenvolvimento
infantil. Além disso, é dever dos hospitais e demais estabelecimentos de
atenção à saúde de gestantes, públicos e particulares acompanhar a
prática do processo de amamentação, ensinando a técnica adequada
enquanto a mãe permanecer na unidade hospitalar.

1
GOMES, Marcos Vinícius Manso Lopes – PONTO A PONTO – Direitos da Criança e
Adolescente. Saraiva: São Paulo, página:26

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 É direito da gestante, no último trimestre de gravidez, à garantia de sua
vinculação aos profissionais de saúde que a acompanharão no parto.

 Assistência psicológica: garantida a todas as gestantes, como forma de


prevenir ou minorar o estado puerperal, mesmo que haja interesse em
encaminhar o filho para adoção, bem como às mulheres privadas de
liberdade.

 A gestante tem direito a um acompanhante durante o período pré-


natal, durante o parto e do pós-parto imediato.

 O parto natural é a regra, sendo a cesariana ou qualquer outra


intervenção cirúrgica só será autorizada se houver motivos
fundamentados que as justifique. Qualquer interferência cirúrgica
desnecessária é considerada como violência obstétrica, sujeitando o
causador do dano à responsabilidade.
a l
 io n
c
É direito das mulheres privadas de liberdade, que tenham filho na
a
c ER
primeira infância, o usufruto de ambiente com condições sanitárias
u
E M
desenvolvimento integral da criança.
d IL
adequadas e assistência do SUS, como forma de prover o

e
rt RO
 o OR
Toda criança com deficiência tem direito à garantia, pelo Poder Público,
p
S C 41- m u H 89
dos medicamentos, órteses, próteses e tratamentos, que possibilitem
sua recuperação, vedada qualquer forma de discriminação ou
um IZ .7 .co
er L
segregação.
U 4
4 mail
d
V O . 0
Quando houver necessidade de internação de criança ou adolescente, é
R 4 3 g
A PE D 0 er@
direito que ela seja acompanhada por um dos pais ou responsável, em
l
tempo integral.
m i
 As mães p c manifestem
lque interesse em entregar o filho para
adoção,serão encaminhadas ao juízo da infância e juventude, vedado
qualquer constrangimento.

 É direito das mães ter a sua disposição banco de leite humano ou


unidade de coleta de leite humano nas unidades de terapia intensiva
neonatal.

 É obrigatória a vacinação das crianças quando recomendadas pela


autoridade sanitária.

 É garantido o acesso à saúde bucal e serviços odontológicos.

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NOVIDADE LEGISLATIVA

Art. 8º-A. Fica instituída a Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência,


a ser realizada anualmente na semana que incluir o dia 1º de fevereiro, com o objetivo
de disseminar informações sobre medidas preventivas e educativas que contribuam
para a redução da incidência da gravidez na adolescência. (Incluído pela Lei nº
13.798, de 2019)
Parágrafo único. As ações destinadas a efetivar o disposto no caput deste artigo
ficarão a cargo do poder público, em conjunto com organizações da sociedade civil, e
serão dirigidas prioritariamente ao público adolescente. (Incluído pela Lei nº 13.798,
de 2019)

a l
io n
c
Direito à liberdade e respeito à dignidade (artigos 15 a 18-B do ECA): garante às
a
não contrarie as normas sociais. É permitido: u c ER
crianças e adolescentes a faculdade de agir da forma como melhor entenda, desde que

 E M d IL
e
Direito de ir e vir nos logradouros públicos, ressalvadas as restrições
rt RO
legais.
p o OR

S C 41- m u H 89
Direito de expressão e opinião;


um IZ .7 .co
er L
Direito de crença e culto religioso;
U
4 ma 4 il
d V 
R O
4 3 . 0
Direito de brincar, praticar esporte e divertir-se;
g
A PE D 0 er@
lDireito de participar da vida política, na forma da lei;

mi
 lc
Direito de buscar refúgio, auxílio e orientação.
p
A dignidade humana está ligada ao respeito aos direitos fundamentais. Assim, é
vedada qualquer forma de educação que utilize de castigos cruéis, seja de caráter físico
ou moral. A proteção, como já mencionada, se dá também em âmbito externo, quando
os atos cruéis são praticados por quem deva fornecer cuidado e amparo. Para tanto,
caracteriza:

 Castigo físico (artigo 18-A, parágrafo único, inciso I do ECA ): toda ação de
natureza disciplinar ou punitiva com o uso da força física, que resulte em
sofrimento físico ou lesão;
 Tratamento cruel ou degradante (artigo 18-A, parágrafo único, inciso II do
ECA): conduta ou forma de tratamento em relação à criança ou
adolescente que: a humilhe, a ameace gravemente ou a ridicularize.

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Toque de recolher

O STJ entendeu ser proibida a atuação judicial que limita a permanência em ambientes
públicos de crianças e adolescentes a determinado horário. A Corte entendeu que o
ECA vedou a atuação judicial para editar portarias de caráter geral e abstrato, cabendo
aos pais, detentores do poder familiar, decidir a forma como vão educar os filhos,
estabelecendo as restrições que entenderem necessárias à educação, desde que não
violem a lei.
Conforme autoriza o artigo 149, do ECA, o juiz pode disciplinar, por portaria, a entrada
e permanência de crianças ou adolescentes desacompanhados dos pais ou

a l
responsáveis, em estádios, bailes, boates, teatros etc. No entanto, essa portaria deverá
ser fundamentada caso a caso, sendo vedadas determinações de caráter geral (artigo
149, §2º, do ECA). 2
io n
a c
u c ER
E M d IL
Direito à convivência familiar ou comunitária (artigos 19 a 24 do ECA): É direito da
criança e do adolescente ser criado e educado no seio de sua família e,
e
rt RO
excepcionalmente, em família substituta, assegurada a convivência familiar e

p o OR
comunitária, em ambiente que garanta seu desenvolvimento integral.

 S C 41- m u H 89
O poder familiar será exercido em igualdade de condições pelos pais, salvo

um IZ .7 .co
decisão judicial em contrário.

V O er L
.
U
0
4
4 ma il
d R 4 3 g NOVIDADE LEGISLATIVA
A PE D 0 er@
A permanência da criança ou do adolescente em programa de acolhimento
l i
institucional não se prolongará por mais de 18 (dezoito meses), salvo comprovada
m
autoridade judiciária. p lc
necessidade que atenda ao seu superior interesse, devidamente fundamentada pela

 É garantido às crianças ou adolescentes sujeitos a programa de acolhimento


institucional o direito a ter sua situação reavaliada no prazo máximo de TRÊS
meses.

 A manutenção ou a reintegração de criança ou adolescente à sua família terá


preferência em relação a qualquer outra providência.

 É garantida a convivência da criança ou adolescente com os pais que,


eventualmente, estejam privados de liberdade, independente de autorização

2
REsp. 1.292.146 - SP

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judicial. Nestes casos, as visitas serão promovidas pelo responsável ou, na
hipótese de acolhimento, pela entidade responsável.

NOVIDADE LEGISLATIVA

Garantia de convivência integral com a mãe adolescente que estiver em


acolhimento institucional; a busca à família extensa respeitará o prazo máximo
de 90 dias, prorrogável por igual período; os detentores da guarda possuem o
prazo máximo de 15 dias para propor a ação de adoção, contado do dia seguinte
à data do término do estágio de convivência; acompanhamento familiar pelo
prazo de 180 dias, caso os genitores desistam da entrega da criança após o
nascimento; direito da mãe ao sigilo sobre o nascimento; programa de
apadrinhamento para crianças e adolescentes em programa de acolhimento
institucional ou familiar.


a l
A condenação criminal do pai ou da mãe não implicará a destituição do poder

io n
familiar, exceto na hipótese de condenação por crime doloso sujeito à pena de
c
reclusão contra outrem igualmente titular do mesmo poder familiar ou contra
a
filho, filha ou outro descendente.
u c ER
 E M d IL
A falta ou carência de recursos materiais não é motivo suficiente para a perda ou
e
rt RO
suspensão do poder familiar. Assim, não existindo outro motivo para justificar a

p o OR
medida, a família deverá ser incluída em programas oficiais de proteção, apoio e
promoção.
S C 41- m u H 89
um IZ .7 .co
V O er L
. 0
U4 ma4 il
d R 4 3 g NOVIDADE LEGISLATIVA
A PE D 0 er@
l
Art. 19. É direito da criança e do adolescente ser criado e educado no seio de sua
mi
família e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada a convivência
p lc
familiar e comunitária, em ambiente que garanta seu desenvolvimento
integral. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)

§ 1o Toda criança ou adolescente que estiver inserido em programa de acolhimento


familiar ou institucional terá sua situação reavaliada, no máximo, a cada 3 (três)
meses, devendo a autoridade judiciária competente, com base em relatório
elaborado por equipe interprofissional ou multidisciplinar, decidir de forma
fundamentada pela possibilidade de reintegração familiar ou pela colocação em
família substituta, em quaisquer das modalidades previstas no art. 28 desta
Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)

§ 2o A permanência da criança e do adolescente em programa de acolhimento


institucional não se prolongará por mais de 18 (dezoito meses), salvo comprovada
necessidade que atenda ao seu superior interesse, devidamente fundamentada pela

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autoridade judiciária. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)

§ 3o A manutenção ou a reintegração de criança ou adolescente à sua família terá


preferência em relação a qualquer outra providência, caso em que será esta incluída
em serviços e programas de proteção, apoio e promoção, nos termos do § 1o do art.
23, dos incisos I e IV do caput do art. 101 e dos incisos I a IV do caput do art. 129
desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)

§ 4o Será garantida a convivência da criança e do adolescente com a mãe ou o pai privado


de liberdade, por meio de visitas periódicas promovidas pelo responsável ou, nas
hipóteses de acolhimento institucional, pela entidade responsável, independentemente
de autorização judicial. (Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014)

§ 5o Será garantida a convivência integral da criança com a mãe adolescente que


estiver em acolhimento institucional. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)

§ 6o A mãe adolescente será assistida por equipe


a l
especializada
multidisciplinar. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
io n
a c
u c ER
Art. 19-A. A gestante ou mãe que manifeste interesse em entregar seu filho para
adoção, antes ou logo após o nascimento, será encaminhada à Justiça da Infância e
da Juventude.
E M d IL
(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
e
rt RO
o OR
§ 1o A gestante ou mãe será ouvida pela equipe interprofissional da Justiça da
p
S C 41- m u H 89
Infância e da Juventude, que apresentará relatório à autoridade judiciária,
considerando inclusive os eventuais efeitos do estado gestacional e
puerperal.
m Z .7 .co
(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
u I
V er L U4 ma4 il
§ 2o De posse do relatório, a autoridade judiciária poderá determinar o
O . 0
d R 3 g
encaminhamento da gestante ou mãe, mediante sua expressa concordância, à rede
4
A PE
pública Dde 0 er@
saúde
l
e assistência social para atendimento
especializado. i
(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
m
p lc
§ 3o A busca à família extensa, conforme definida nos termos do parágrafo único do
art. 25 desta Lei, respeitará o prazo máximo de 90 (noventa) dias, prorrogável por
igual período. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)

§ 4o Na hipótese de não haver a indicação do genitor e de não existir outro


representante da família extensa apto a receber a guarda, a autoridade judiciária
competente deverá decretar a extinção do poder familiar e determinar a colocação
da criança sob a guarda provisória de quem estiver habilitado a adotá-la ou de
entidade que desenvolva programa de acolhimento familiar ou
institucional. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)

§ 5o Após o nascimento da criança, a vontade da mãe ou de ambos os genitores, se


houver pai registral ou pai indicado, deve ser manifestada na audiência a que se
refere o § 1o do art. 166 desta Lei, garantido o sigilo sobre a entrega. (Incluído

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pela Lei nº 13.509, de 2017)

§ 6º Na hipótese de não comparecerem à audiência nem o genitor nem


representante da família extensa para confirmar a intenção de exercer o poder
familiar ou a guarda, a autoridade judiciária suspenderá o poder familiar da mãe, e a
criança será colocada sob a guarda provisória de quem esteja habilitado a adotá-
la. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)

§ 7o Os detentores da guarda possuem o prazo de 15 (quinze) dias para propor a


ação de adoção, contado do dia seguinte à data do término do estágio de
convivência. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)

§ 8o Na hipótese de desistência pelos genitores - manifestada em audiência ou


perante a equipe interprofissional - da entrega da criança após o nascimento, a
criança será mantida com os genitores, e será determinado pela Justiça da Infância e
da Juventude o acompanhamento familiar pelo prazo de 180 (cento e oitenta)
dias. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
a l
io n
c
§ 9o É garantido à mãe o direito ao sigilo sobre o nascimento, respeitado o disposto
a
no art. 48 desta Lei.
c ER
(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
u
E M d IL
§ 10º Serão cadastrados para adoção recém-nascidos e crianças acolhidas não
e
rt RO
procuradas por suas famílias no prazo de 30 (trinta) dias, contado a partir do dia do
o OR
acolhimento. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
p
S C 41- m u H 89
Art.19-B. A criança e o adolescente em programa de acolhimento institucional ou

um IZ .7 .co
familiar poderão participar de programa de apadrinhamento. (Incluído pela

V O er L
Lei nº 13.509, de 2017)
.
U
0
4
4 ma il
§ 1o d R 4 3 g
O apadrinhamento consiste em estabelecer e proporcionar à criança e ao
A PE D 0 er@
adolescente vínculos externos à instituição para fins de convivência familiar e
l i
comunitária e colaboração com o seu desenvolvimento nos aspectos social, moral,
m
2017) p lc
físico, cognitivo, educacional e financeiro. (Incluído pela Lei nº 13.509, de

§ 2º Podem ser padrinhos ou madrinhas pessoas maiores de 18 (dezoito) anos não


inscritas nos cadastros de adoção, desde que cumpram os requisitos exigidos pelo
programa de apadrinhamento de que fazem parte. (Incluído pela Lei nº 13.509, de
2017)

§ 3o Pessoas jurídicas podem apadrinhar criança ou adolescente a fim de colaborar


para o seu desenvolvimento. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)

§ 4o O perfil da criança ou do adolescente a ser apadrinhado será definido no âmbito


de cada programa de apadrinhamento, com prioridade para crianças ou
adolescentes com remota possibilidade de reinserção familiar ou colocação em

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família adotiva. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)

§ 5o Os programas ou serviços de apadrinhamento apoiados pela Justiça da Infância


e da Juventude poderão ser executados por órgãos públicos ou por organizações da
sociedade civil. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)

§ 6o Se ocorrer violação das regras de apadrinhamento, os responsáveis pelo


programa e pelos serviços de acolhimento deverão imediatamente notificar a
autoridade judiciária competente. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)

Direito à educação, à cultura, ao esporte e ao lazer (artigos 53 a 69 do ECA).

 É dever do Estado assegurar o atendimento em creche e pré-escola às crianças


de zero a cinco anos de idade.

 l
O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo. De acordo
a
n
com o Supremo Tribunal Federal, o poder judiciário pode obrigar Município a
io
fornecer vaga em creche.
a c
 u c ER
infante. E M d IL
É direito o acesso à escola pública e gratuita mais próxima à residência do

e
rt RO
p o OR
u H 89
Direito à profissionalização e à proteção ao trabalho (artigo 60 a 69 do ECA).
S C 41- m
 É proibido qualquer trabalho a menor de quatorze anos de idade, salvo
um IZ .7 .co
er L U il
na condição de aprendiz.
4 ma4
d V R O
4 3 . 0 g
A PE D 0 er@
l
JURISPRUDÊNCIA

mi
DIREITO À EDUCAÇÃO: Constitucionalidade das idades mínimas para ingresso na
p lc
educação infantil e no ensino fundamental. É constitucional a exigência de idade
mínima de quatro e seis anos para ingresso, respectivamente, na educação infantil e
no ensino fundamental, bem como a fixação da data limite de 31 de março para que
referidas idades estejam completas. STF. Plenário. ADPF 292/DF, Rel. Min. Luiz Fux,
julgado em 1º/8/2018 (Info 909).
É constitucional a exigência de 6 (seis) anos de idade para o ingresso no ensino
fundamental, cabendo ao Ministério da Educação a definição do momento em que o
aluno deverá preencher o critério etário. STF. Plenário. ADC 17/DF, Rel. Min. Edson
Fachin, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, jugado em 1º/8/2018 (Info 909).

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Ano: 2012. Banca: Cespe. Órgão: DPE-AC

QUESTÃO 1: A respeito dos direitos fundamentais das crianças e dos


DIREITOS adolescentes, assinale a opção correta.
FUNDAMENTAIS
DA CRIANÇA E DO a) A prioridade no atendimento de crianças e adolescentes
ADOLESCENTE tem caráter relativo, dependendo a garantia dessa prioridade
da emissão, pelo poder público, de normas secundárias, tais
como resoluções e portarias.

b) De acordo com a CF, devem ser estabelecidos por lei, além


do ECA, o Estatuto da Juventude, destinado a regular os

a l
direitos dos jovens, e o Plano Nacional de Juventude, que deve
articular as várias esferas do poder público para a execução de
políticas públicas.
io n
a c
c ER
c) O poder público é obrigado a proporcionar assistência
u
E M d IL
psicológica à gestante e à mãe nos períodos pré-natal e pós-
parto exceto se houver manifestação expressa em entregar o
e
rt RO
filho para adoção, caso em que a proteção estatal recai sobre
os adotantes.
p o OR
S C 41- m u H 89
d) Enumerados taxativamente no ECA, os direitos

umfundamentais das crianças e dos adolescentes constituem um


IZ .7 .co
er L U
sistema fechado.
4
4 ma il
d V R O
4 3 . 0
e) A garantia dos direitos fundamentais do público
g
A PE D 0 er@
l
infantojuvenil constitui obrigação direta do poder público e da
família e obrigação indireta da sociedade e da comunidade.
mi
lc
GABARITO COMENTADO
p
A alternativa correta é a letra B.

a) A prioridade da criança é absoluta, tanto segundo a CF/88,


quando para o ECA. Jamais, dependeria de resolução ou
portaria. Se o Poder Público não observa este princípio, ele o
viola, podendo ser responsabilizado e obrigado a observar.

Art. 227 da CF: É dever da família, da sociedade e do Estado


assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta
prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à
educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade,
ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária,
além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência,

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discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.

c) Art. 8o É assegurado a todas as mulheres o acesso aos


programas e às políticas de saúde da mulher e de
planejamento reprodutivo e, às gestantes, nutrição adequada,
atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério e
atendimento pré-natal, perinatal e pós-natal integral no
âmbito do Sistema Único de Saúde. (Redação dada pela
Lei nº 13.257, de 2016)

§ 5o A assistência referida no § 4o deste artigo deverá ser


prestada também a gestantes e mães que manifestem
interesse em entregar seus filhos para adoção, bem como a
gestantes e mães que se encontrem em situação de privação
de liberdade. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)

d) são direitos exemplificativos.

a l
n
e) é obrigação de todos, vide novamente o art. 22, CF/88.
io
Ano: 2013. Banca: FCC. Órgão: DPE-SP
a c
u c ER
E M d IL
Na linha da Política do Ministério da Saúde para a atenção
integral a usuários de álcool e drogas, incluindo o atendimento
e
rt RO
a crianças e adolescentes, o serviço CAPS AD III (Centro de
QUESTÃO 2:
p o OR
Atenção Psicossocial de Álcool e Outras Drogas)
DIREITOS E
PRINCÍPIOS DA S C 41- m u H 89
a) garante visitas e atendimentos domiciliares a seus usuários,

CRIANÇA E DO
um
após o comparecimento espontâneo a três agendamentos.
IZ .7 .co
ADOLESCENTE
V O er L U
4 ma 4 il
b) oferece atividade de oficinas terapêuticas executadas por
. 0
profissionais de nível universitário ou de nível médio
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
c) não presta atendimento a crianças e adolescentes, que
i
serão sempre acolhidos em CAPS Infantil.
m
p lc
d) tem disponibilidade para atender somente casos já
vinculados, mediante agendamento prévio, em razão da
especialidade do serviço

e) não oferece serviço de abrigamento ou acolhimento


noturno a seus usuários.

GABARITO COMENTADO

A alternativa correta é a letra B.

Portaria n. 130/2012

a) Art. 6° A atenção integral ao usuário no CAPS AD III inclui as


seguintes atividades: VI - visitas e atendimentos domiciliares;
(a Portaria não traz condições para essas visitas e

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atendimentos domiciliares)

b) Art. 6° A atenção integral ao usuário no CAPS AD III inclui as


seguintes atividades: V - oficinas terapêuticas executadas por
profissional de nível universitário ou de nível médio, nos
termos desta Portaria;

c) Art. 3º O CAPS AD III poderá se destinar a atender adultos


ou crianças e adolescentes, conjunta ou separadamente.
d) Art. 5º O CAPS AD III observará as seguintes características
de funcionamento: III - ter disponibilidade para acolher casos
novos e já vinculados, sem agendamento prévio e sem
qualquer outra barreira de acesso, em todos os dias da
semana, inclusive finais de semana e feriados, das 07 às 19
horas;
e) Os seguintes dispositivos versam sobre o acolhimento
noturno:
a l
io n
Art. 5º O CAPS AD III observará as seguintes características de
c
funcionamento: IV - condicionar o recebimento de usuários
a
c ER
transferidos de outro Ponto de Atenção, para abrigamento
u
E M d IL
noturno, ao prévio contato com a equipe que receberá o
caso; VI - regular o acesso aos leitos de acolhimento noturno,
e
rt RO
com base em critérios clínicos, em especial desintoxicação,
o OR
e/ou em critérios psicossociais, como a necessidade de
p
S C 41- m
outros; u H 89
observação, repouso e proteção, manejo de conflito, dentre

m Z .7 .co
Art. 8º O CAPS AD III terá a seguinte estrutura física mínima: VI
u I
V er L U 4
0
il
- no mínimo 8 (oito) e no máximo 12 (doze) leitos de
4 ma
acolhimento noturno.
O .
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
mi
p lc

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Ano: 2016. Banca: FCC. Órgão: DPE-ES. Prova: Defensor
Público

Em março de 2016, o texto do Estatuto da Criança e do


Adolescente sofreu modificações destinadas a incorporar ou
reforçar regras voltadas à proteção da primeira infância, entre
as quais podemos citar:
QUESTÃO 3:
DIREITOS a) Responsabilização criminal de pais ou responsável que,
FUNDAMENTAIS injustificadamente, deixem de promover vacinação de crianças
DA CRIANÇA E DO sob sua guarda.
ADOLESCENTE
b) Direito da parturiente, junto ao Sistema Único de Saúde, de
contar com um acompanhante de sua preferência no pré-
natal, e o pós-parto e dois acompanhantes durante o trabalho
de parto.

a l
n
c) Isenção de multas, custas e emolumentos nos registros e
io
c
certidões necessários à inclusão, a qualquer tempo, do nome
a
c ER
do pai no assento de nascimento da criança.
u
E M d IL
d) Possibilidade de destituição sumária do poder familiar em
e
rt RO
caso de abuso sexual praticado ou facilitado pelos genitores
o OR
contra criança de até 6 anos de idade.
p
S C 41- m u H 89
e) Criação de serviços de acolhimento institucional

um Z .7 .co
especializados para a faixa etária da primeira infância, sem
I
V Oer L U
0
4
4 ma
maiores.
.
il
prejuízo da preservação de eventuais vínculos com irmãos

d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
GABARITO COMENTADO
i
A alternativa correta é a letra C.
m
p lc
a) ERRADO. NÃO é crime. Art. 14. O Sistema Único de Saúde
promoverá programas de assistência médica e odontológica
para a prevenção das enfermidades que ordinariamente
afetam a população infantil, e campanhas de educação
sanitária para pais, educadores e alunos.

§ 1º É obrigatória a vacinação das crianças nos casos


recomendados pelas autoridades sanitárias."

b) ERRADO. 1 acompanhante no pré-natal, trabalho de parto e


pós-parto imediato. Art. 8º É assegurado a todas as mulheres o
acesso aos programas e às políticas de saúde da mulher e de
planejamento reprodutivo e, às gestantes, nutrição adequada,
atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério e

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atendimento pré-natal, perinatal e pós-natal integral no
âmbito do Sistema Único de Saúde.

§ 6º A gestante e a parturiente têm direito a 1 (um)


acompanhante de sua preferência durante o período do pré-
natal, do trabalho de parto e do pós-parto imediato.

c) CORRETO. Art. 102. § 5º Os registros e certidões necessários


à inclusão, a qualquer tempo, do nome do pai no assento de
nascimento são isentos de multas, custas e emolumentos,
gozando de absoluta prioridade.

d) ERRADO. NÃO há afastamento sumário. Art. 101. § 2º Sem


prejuízo da tomada de medidas emergenciais para proteção de
vítimas de violência ou abuso sexual e das providências a que
alude o art. 130 desta Lei, o afastamento da criança ou
l
adolescente do convívio familiar é de competência exclusiva
a
n
da autoridade judiciária e importará na deflagração, a pedido
io
c
do Ministério Público ou de quem tenha legítimo interesse, de
a
u c ER
procedimento judicial contencioso, no qual se garanta aos pais
ou ao responsável legal o exercício do contraditório e da ampla
defesa.
E M d IL
e
rt RO
o OR
e) ERRADO. Não há previsão nesse sentido.
p
S C 41- m u H 89
umVUNESP - 2017 - DPE-RO
IZ .7 .co
er L U il
No tocante aos direitos fundamentais, nos termos do Estatuto
QUESTÃO 4:
4
4 ma
d V
DIREITOS
R
FUNDAMENTAIS O
4 3 . 0
da Criança e do Adolescente, é correto afirmar que
g
a) se entende por família extensa ou ampliada aquela formada
A PE D 0 er@
DA CRIANÇA E DO
l
pelos pais ou qualquer deles e seus descendentes.
ADOLESCENTE
mi
b) a atenção primária à saúde deverá prestar apoio à gestante,

p lc
exceção feita àquelas que abandonarem as consultas de pré-
natal.
c) será garantida a convivência da criança e do adolescente
com a mãe ou o pai privado de liberdade, por meio de visitas
periódicas, promovidas pelo responsável ou, nas hipóteses de
acolhimento institucional, pela entidade responsável, que
dependerá de autorização judicial.
d) o Conselho Tutelar poderá aplicar a medida de
encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico aos
agentes públicos executores de medidas socioeducativas que
utilizarem tratamento degradante como formas de educação.
e) a gestante tem direito a acompanhamento saudável
durante toda a gestação e a parto natural cuidadoso,
estabelecendo-se a aplicação de cesariana quando desejar.

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GABARITO COMENTADO:
A alternativa correta é a letra D, conforme Art. 18-B, do ECA:
Os pais, os integrantes da família ampliada, os responsáveis, os
agentes públicos executores de medidas socioeducativas ou
qualquer pessoa encarregada de cuidar de crianças e de
adolescentes, tratá-los, educá-los ou protegê-los que
utilizarem castigo físico ou tratamento cruel ou degradante
como formas de correção, disciplina, educação ou qualquer
outro pretexto estarão sujeitos, sem prejuízo de outras
sanções cabíveis, às seguintes medidas, que serão aplicadas de
acordo com a gravidade do caso:
II - encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico.

a l
io n
a c
u c ER
E M d IL
e
rt RO
4. COLOCAÇÃO EM FAMÍLIA SUBSTITUTA: GUARDA, TUTELA E ADOÇÃO

p o OR
S C 41- m u H 89
A colocação em família substituta é medida excepcional, apenas permitida
quando superadas as tentativas de manutenção da criança ou adolescente no seio da
m IZ .7 .co
família natural e será feita por meio de guarda, tutela ou adoção.
u
er L U 4
4 ma il
Sempre que possível, será garantido o direito à criança ou adolescente de ser
V O . 0
d R 4 3
previamente ouvido sobre a medida, sendo levado em consideração o seu grau de
g
A PE D 0 er@
desenvolvimento. Nos casos de maiores de 12 anos, será essencial o seu
l
consentimento, colhido em audiência, para que seja aplicada a medida.
m i
plc deediminuir
A afinidade, afetividade
conta pelo juiz, como maneira
o grau de parentesco serão critérios levados em
as consequências decorrentes da medida.

Os grupos de irmãos devem permanecer juntos, salvo se houver comprovada


existência de risco, abuso ou outra situação que excepcione a medida.

Quando a colocação em família substituta for de criança ou adolescente


pertencente à comunidade indígena ou quilombola, serão preferencialmente mantidas
no seio de sua comunidade, devendo ser respeitada a sua cultura e identidade social,
os seus costumes e tradições. Deverá haver participação do órgão federal responsável
pela política indigenista ou antropológica.

A colocação em família substituta estrangeira, apenas será autorizada na


modalidade adoção e como forma excepcional. É aquela conferida à pessoa não
residente no Brasil. Logo, o critério não é a nacionalidade do adotante, mas sim o país
de residência.

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Modalidades de família:

Família natural: pais ou qualquer um deles e seus filhos;

Família extensa ou família ampliada: conceito trazido pela Lei 12.010/09 – vai além da
unidade de pais e filhos para englobar também outros parentes com quem a criança
tenha um vínculo de afinidade ou afetividade (avó, tio, primo);

Família substituta de preferência, deve ser composta por parentes. A família


substituta comporta 03 modalidades: guarda, tutela e adoção.

GUARDA (artigos 33 a 35 do ECA)

 É a forma mais corriqueira de colocação em família substitua e consiste na


regularização de uma situação de fato, podendo ser deferida liminarmente nos
processos de tutela ou adoção. Consiste no dever de quem possui a guarda prestar
assistência material, moral e educacional.
a l
n
 A guarda não é incompatível com o poder familiar, mas pode impor restrições aos
io
direitos dos pais.
a c
u c ER
 A guarda também poderá ser deferida, de forma excepcional, fora dos casos de
E M d IL
tutela ou adoção, para suprir eventual falta dos pais, autorizando o direito de
representação para determinadas situações. e
rt RO
p o OR
S C 41- m u H 89
 Ponto importante, que recentemente foi solucionado, se refere aos direitos
previdenciários do menor sujeito a guarda. Isto porque o artigo 33, §4º do ECA,

um IZ .7 .co
confere à criança ou adolescente a proteção previdenciária, como dependentes do
er L U4 ma4 il
guardião. Porém, a redação do § 2º do art. 16, da Lei nº 8.213/91, excluiu o menor
V O . 0
d R 3 g
sob guarda do rol de dependentes.
4
A PE D 0 er@
l
Para solucionar a controvérsia, o STJ assim decidiu que: “Ao menor sob guarda deve
mi
ser assegurado o direito ao benefício da pensão por morte mesmo se o falecimento
p lc
se deu após a modificação legislativa promovida pela Lei nº. 9.528/97 na Lei nº.
8.213/91. O artigo 33, § 3º do ECA deve prevalecer sobre a modificação legislativa
promovida na lei geral da previdência, em homenagem ao princípio da proteção
integral e preferência da criança e do adolescente (artigo 227 da CF/88).”.

Dessa forma, atualmente não há mais discussão: a guarda confere à criança a


condição de dependente para todos os fins, inclusive previdenciários.

 O detentor da guarda pode opor-se a terceiros, inclusive aos pais. Porém, regra
geral, o fato de a criança ou o adolescente estar sob guarda não impede o convívio
com os pais. Este será vedado toda vez que houver expressa determinação judicial o
proibindo ou quando a medida for aplicada como preparação para a adoção.

 A guarda não retira dos pais o dever de prestar alimentos.

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 A União apoiará a implementação de serviços de acolhimento em família
acolhedora como política pública

 A união apoiará a implementação de serviços de acolhimento em família


acolhedora, como política pública.

TUTELA (artigos 36 a 38 do ECA)

 Caracteriza-se quando uma pessoa, maior de idade, assume o dever de


prestar assistência material, moral, educacional e de administração de bens, a
criança ou ao adolescente, que não esteja sob o poder familiar de seus pais.

 Diferente da guarda, a tutela é incompatível com o poder familiar, implica


necessariamente o dever de guarda.

a l
 Aos pais, é conferido o direito de dispor em testamento sobre quem
io n
c
gostariam que fosse o tutor de seus filhos, na eventualidade de morte. Nesses
a
c ER
casos, o tutor indicado deverá, no prazo de 30 dias, ingressar com o pedido de
u
E M d IL
formalização. O juiz irá avaliar o ato e, se restar comprovado que a nomeação é
mais vantajosa ao menor, não existindo outra pessoa em melhores condições,
formalizará a tutela. e
rt RO
p o OR
S C 41- m u H 89
um IZ .7 .co
V O er L.
U
0
4
4 ma il
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
ADOÇÃO (artigos 39 a 52 – D)

 mi
Adoção é um ato jurídico solene e que importará no rompimento dos vínculos
p lc
familiares existentes, salvo impedimentos matrimoniais, com a inserção do
adotado em família substituta. Tem natureza jurídica de medida de proteção
e ato jurídico em sentido estrito.

 É ato excepcional, personalíssimo, sendo vedada a adoção por procuração.

 É essencial o consentimento dos pais biológicos, salvo nos casos de pais


desconhecidos ou que tenham sido destituídos do poder familiar.

 Prevalência dos direitos e interesses do adotando em caso de conflito entre


estes e os de outras pessoas, inclusive seus pais biológicos.

 O adotando deve ter, no máximo, 18 anos na data do pedido, salvo se já


estiver sob a guarda dos adotantes. O Código Civil dispõe sobre as regras de

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adoção de pessoas maiores de idade, porém, as regras do ECA acabam se
aplicando, pois a lei civil o utiliza como norma de reenvio.

 A diferença entre adotante de adotado é de, no mínimo, 16 anos, com o


objetivo de estabelecer uma relação de maturidade e respeito, característica
das relações entre pais e filhos.

 O ECA proíbe a adoção por irmãos e ascendentes. Porém, de maneira


excepcional e levando em conta o absoluto interesse do menor, já foi
autorizada a adoção entre ascendentes e seu neto, na seguinte situação: o
casal adotou uma criança de oito anos de idade que estava grávida, em
decorrência de abusos sofridos. Desde que a criança nasceu, mesmo sabendo
que sua mãe era a filha do casal, ela sempre a tratou como irmã e aos avós
como pais.

a l
Esta vedação serve para preservar as crianças de eventual confusão mental e
n
material. Porém, no caso relatado, não havia risco de confusão, pois por toda
io
a vida o tratamento foi de filha e irmãs. 3
a c
NOVIDADES LEGISLATIVAS
u c ER
 E M d IL
Estágio de convivência pelo prazo máximo de 90 dias, podendo ser
prorrogado por até igual período; e
rt RO

p o OR
Estágio de convivência em adoção internacional: prazo mínimo de 30 dias e

S C 41- m u H 89
máximo de 45, prorrogável por até igual período apenas uma vez;

m Z .7 .co
O estágio de convivência deverá ser cumprido no território nacional, de
u I
V O er L.
U
0
4
4 ma il
preferência, na comarca de residência da criança ou adolescente, ou em
cidade limítrofe, respeitada a competência do juízo da comarca de residência
d R 4 3 g

A PE D
da criança;
0 er@
l i
Prazo máximo de 120 dias para a conclusão da ação de adoção, prorrogável
m
 p lc
uma única vez por igual período;
Prioridade no cadastro a pessoas interessadas em adotar criança ou
adolescente com deficiência, doença crônica ou com necessidades específicas
de saúde, além de grupos de irmãos.
Modalidades de adoção:

 Conjunta: é indispensável (regra geral) que seja realizada por pessoas casadas
ou em união estável, independente de se tratar de casal hétero ou
homossexual4. Porém, excepcionando a regra do art. 42, o STJ já autorizou
que dois irmãos adotassem conjuntamente uma criança, levando em conta as
peculiaridades do caso e o melhor interesse da criança. 5

3
REsp 1.421.409 - DF
4
REsp. 1.540.814 - PR
5
REsp. 1.217.415 -RS

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 Unilateral: quando o cônjuge ou companheiro decide adotar o filho de seu
parceiro. É unilateral, pois o poder familiar permanece com um dos pais e
altera em relação ao outro.
Importante destacar, que nesta modalidade é essencial a autorização do
genitor que irá perder o poder familiar, salvo nos casos de falta, quando não é
possível consentir. Consiste em uma das formas em que pode ser
desconsiderado o cadastro de adotantes.

Outra exceção foi quanto ao maior de idade, que sofreu abandono afetivo e
assim entendeu o STJ: Ante o abandono do adotando pelo pai biológico e o
estabelecimento de relação paterno-filial (vínculo afetivo) entre adotante e
adotando, a adoção de pessoa maior de idade não pode ser refutada sem
apresentação de justa causa por parte do pai biológico.

Post mortem: quando, no curso do processo de adoção, o adotante vem a


falecer, porém já havia manifestado de forma inequívoca o desejo de adotar.
Há decisão do STJ que deferiu a adoção mesmo tendo o adotante falecido
a l
antes de iniciado o procedimento, mas havia manifestação de forma
io n
inequívoca no sentido da adoção.
a c

u c ER
Adoção nacional: caracterizada pelo domicílio dos adotantes. Assim, sempre

E M d IL
que forem domiciliados no Brasil, a adoção será nacional. O estágio é

e
rt RO
obrigatório pelo prazo máximo de 90 dias, prorrogável por até igual período.

o OR
O estágio poderá ser dispensado se o adotando já estiver sob a tutela ou
p
S C 41- m u H 89
guarda legal por tempo suficiente para que seja possível avaliar a existência
de laços de afinidade e afetividade. A guarda de fato não dispensa o estágio

um
de convivência. IZ .7 .co
 er L U4 ma4 il
Adoção internacional: quando os adotantes são domiciliados no exterior. O
V O . 0
d R 3 g
estágio não pode ser dispensado pelo juiz. O seu prazo mínimo será de 30 dias
4
A PE D 0 er@
e máximo de 45. O estágio necessariamente deve ser cumprido em território
l
nacional.
mi
p lc NOVIDADE LEGISLATIVA

Art. 51, do ECA, sobre a definição de adoção internacional e seu §1º, sobre
seus requisitos, que são:
I - que a colocação em família adotiva é a solução adequada ao caso
concreto; (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)

II - que foram esgotadas todas as possibilidades de colocação da criança ou


adolescente em família adotiva brasileira, com a comprovação, certificada nos
autos, da inexistência de adotantes habilitados residentes no Brasil com perfil
compatível com a criança ou adolescente, após consulta aos cadastros
mencionados nesta Lei; (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)

III - que, em se tratando de adoção de adolescente, este foi consultado,

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por meios adequados ao seu estágio de desenvolvimento, e que se encontra
preparado para a medida, mediante parecer elaborado por equipe
interprofissional, observado o disposto nos §§ 1 o e 2o do art. 28 desta
Lei. (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009)

 Adoção à brasileira: quando a pessoa registra filho que não é seu, como se o
fosse, tendo plana consciência do ato. Normalmente, era utilizada como
forma de proteção, diante das peculiaridades da gravidez. Sobre o tema,
decidiu o STJ que: É possível o reconhecimento da paternidade biológica e a
anulação do registro de nascimento na hipótese em que isso for pleiteado
pelo filho que foi registrado conforme prática conhecida como “adoção a
brasileira”. Caracteriza violação da dignidade humana cercear o direito de
conhecimento da origem genética, respeitando-se, por conseguinte, a
necessidade psicológica de se conhecer a verdade biológica. 6
a l
io n
a c
5. PERDA E SUSPENSÃO DO PODER FAMILIAR
u c ER
E M d IL
 e
rt RO
Início do procedimento para a perda ou a suspensão: provocação do MP ou de
p o OR
 S C 41- m u H 89
quem tenha legítimo interesse;
Suspensão: havendo motivo grave, poderá ser decretada liminar ou
m IZ .7 .co
incidentalmente, pela autoridade judiciária, ouvido o MP, até o julgamento
u
V O er L.
U
0
4
4 ma il
definitivo da causa, ficando a criança ou o adolescente com pessoa idônea,
mediante termo de responsabilidade;
d R 4 3 g

A PE D 0 er@
A sentença que decretar a perda ou a suspensão do poder familiar será
l i
averbada à margem do registro de nascimento da criança ou do adolescente.
m
p lc
Novidades legislativas quanto ao procedimento

Art. 157 do ECA:


§ 1o Recebida a petição inicial, a autoridade judiciária determinará,
concomitantemente ao despacho de citação e independentemente de requerimento
do interessado, a realização de estudo social ou perícia por equipe interprofissional ou
multidisciplinar para comprovar a presença de uma das causas de suspensão ou
destituição do poder familiar, ressalvado o disposto no § 10 do art. 101 desta Lei, e
observada a Lei no 13.431, de 4 de abril de 2017. (Incluído pela Lei nº 13.509,
de 2017)
§ 2o Em sendo os pais oriundos de comunidades indígenas, é ainda obrigatória a
intervenção, junto à equipe interprofissional ou multidisciplinar referida no § 1o deste
artigo, de representantes do órgão federal responsável pela política indigenista,
6
REsp. 1.167.993 - RS

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observado o disposto no § 6o do art. 28 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.509,
de 2017)
Art. 158 do ECA:
§ 3o Quando, por 2 (duas) vezes, o oficial de justiça houver procurado o citando em
seu domicílio ou residência sem o encontrar, deverá, havendo suspeita de ocultação,
informar qualquer pessoa da família ou, em sua falta, qualquer vizinho do dia útil em
que voltará a fim de efetuar a citação, na hora que designar, nos termos do art. 252 e
seguintes da Lei no 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil).
(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
4o Na hipótese de os genitores encontrarem-se em local incerto ou não sabido, serão
citados por edital no prazo de 10 (dez) dias, em publicação única, dispensado o envio
de ofícios para a localização. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)

Art. 161 do ECA. Se não for contestado o pedido e tiver sido concluído o estudo social
ou a perícia realizada por equipe interprofissional ou multidisciplinar, a autoridade
judiciária dará vista dos autos ao Ministério Público, por 5 (cinco) dias, salvo quando
este for o requerente, e decidirá em igual prazo.
a l
(Redação dada pela Lei nº
13.509, de 2017)
io n
a c
o
c ER
§ 2 Na audiência, presentes as partes e o Ministério Público, serão ouvidas as
u
E M d IL
testemunhas, colhendo-se oralmente o parecer técnico, salvo quando apresentado
por escrito, manifestando-se sucessivamente o requerente, o requerido e o Ministério
e
rt RO
Público, pelo tempo de 20 (vinte) minutos cada um, prorrogável por mais 10 (dez)
minutos.
o OR
(Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
p
S C 41- m u H 89
§ 4º É obrigatória a oitiva dos pais sempre que eles forem identificados e estiverem
m Z .7 .co
em local conhecido, ressalvados os casos de não comparecimento perante a Justiça
u I
V O er L
.
U
quando devidamente citados.
0
4
4 ma il (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)

d R 3 g
Art. 163 do ECA. O prazo máximo para conclusão do procedimento será de 120 (cento
4
A PE D 0 er@
e vinte) dias, e caberá ao juiz, no caso de notória inviabilidade de manutenção do
l i
poder familiar, dirigir esforços para preparar a criança ou o adolescente com vistas à
m
2017) p lc
colocação em família substituta. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de

JURISPRUDÊNCIA

Adoção à brasileira e realização de perícia para constatar situação de risco Para que
haja a decretação da perda do poder familiar da mãe biológica em razão da suposta
entrega da filha para adoção irregular (“adoção à brasileira”), é indispensável a
realização do estudo social e avaliação psicológica das partes litigantes. Por envolver
interesse de criança, a questão deve ser solucionada com observância dos princípios
da proteção integral e do melhor interesse dela e do adolescente, previstos na CF e
no ECA. Para constatação da “adoção à brasileira”, em princípio, o estudo

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psicossocial da criança, do pai registral e da mãe biológica não se mostra necessário.
Contudo, como o reconhecimento de sua ocorrência (“adoção à brasileira”) foi fator
preponderante para a destituição do poder familiar, a realização da perícia se
mostra imprescindível para aferição da presença de causa para a excepcional
medida de destituição e para constatação de existência de uma situação de risco
para a infante, caracterizando cerceamento de defesa o seu indeferimento. STJ. 3ª
Turma. REsp 1.674.207-PR, Rel. Min. Moura Ribeiro, julgado em 17/04/2018 (Info
624).

Ano: 2014. Banca: Cespe. Órgão: DPE-RR

QUESTÕES: A respeito da guarda e adoção de criança ou adolescente,


(Guarda, tutela e assinale a opção correta.
adoção)
a) A condição de dependente, como decorrência da guarda,
para todos os fins e efeitos de direito, inclusive
a l
previdenciários, somente terá eficácia com a guarda definitiva

io
e após o trânsito em julgado da decisão que a tenha n
concedido.
a c
u c ER
b) A guarda obriga a prestação de assistência material, moral e

E M d IL
educacional à criança ou ao adolescente, podendo ser
e
deferida, de forma excepcional, fora dos casos de tutela e
rt RO
p o OR
adoção, para atender a situações peculiares ou suprir a falta
eventual dos pais ou responsável.
S C 41- m u H 89
c) A guarda, quando deferida como medida preparatória para
um IZ .7 .co
adoção, confere a seu detentor o direito de opor-se a

V O er L
.
U4 ma4 il
terceiros, inclusive aos pais, e obsta o direito de visita destes.
0
d R 4 3 g
d) É vedada a efetivação da guarda por meio de procuração,
A PE D 0 er@
l
ante a necessidade de convivência prévia para a concessão da
i
medida, conforme preceito expresso da norma de regência.
m
p lc
e) A guarda destina-se a regularizar a posse de fato, podendo
ser deferida, liminar ou incidentalmente, nos procedimentos
de tutela e adoção, incluindo-se os realizados por estrangeiros.

R: B. Art. 33. A guarda obriga a prestação de assistência


material, moral e educacional à criança ou adolescente,
conferindo a seu detentor o direito de opor-se a terceiros,
inclusive aos pais.

§ 1º A guarda destina-se a regularizar a posse de fato,


podendo ser deferida, liminar ou incidentalmente, nos
procedimentos de tutela e adoção, exceto no de adoção por
estrangeiros.

§ 2º Excepcionalmente, deferir-se-á a guarda, fora dos casos

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de tutela e adoção, para atender a situações peculiares ou
suprir a falta eventual dos pais ou responsável, podendo ser
deferido o direito de representação para a prática de atos
determinados.

ATENÇÃO: pessoal, a letra A sempre foi objeto de divergência,


tanto na doutrina, quanto na jurisprudência. No entanto, no
final 2016,o STJ pacificou a questão:

Ao menor sob guarda deve ser assegurado o direito ao


benefício da pensão por morte mesmo se o falecimento se deu
após a modificação legislativa promovida pela Lei nº 9.528/97
na Lei nº 8.213/91.

O art. 33, § 3º do ECA deve prevalecer sobre a modificação


legislativa promovida na lei geral da Previdência Social, em
homenagem ao princípio da proteção integral e preferência da

a l
criança e do adolescente (art. 227 da CF/88). STJ. Corte

io n
Especial. EREsp 1141788/RS, Min. Rel. João Otávio de
Noronha, julgado em 07/12/2016.
a c
u c ER
d) não se defere a guarda por procuração, visto que se exige

E M d IL
decisão judicial para colocação de criança em família

e
substituta, e não pela exigência de convivência prévia.
rt RO
p o OR
e) § 1º A guarda destina-se a regularizar a posse de fato,

S C 41- m u H 89
podendo ser deferida, liminar ou incidentalmente, nos
procedimentos de tutela e adoção, exceto no de adoção por

um IZ .7 .co
estrangeiros

V er L
O
U
.
4
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il
4 ma
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
Ano: 2012. Banca: Cespe. Órgão: DPE-RO
l
mi
Em relação a guarda, tutela e adoção, previstas no ECA,
lc
assinale a opção correta.
p
a) A pessoa ou o casal que recebe criança ou adolescente em
programa de acolhimento familiar torna-se automaticamente
tutor do infante.

b) A tutela será deferida, nos termos da lei civil, quando a


criança ou o adolescente, por enfermidade ou deficiência
mental, não tiver o necessário discernimento para os atos da
vida civil ou que, por outra causa duradoura, não puder
exprimir a sua vontade.

c) Os divorciados, os judicialmente separados e os ex-


companheiros podem adotar conjuntamente, contanto que
acordem sobre a guarda e o regime de visitas e desde que o
estágio de convivência com o adotando tenha sido iniciado na

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constância do período de convivência do casal e que seja
comprovada a existência de vínculos de afinidade e afetividade
com o não detentor da guarda que justifiquem a
excepcionalidade da concessão.

d) A adoção de menores por casal homossexual, autorizada


pelo STJ após julgado do STF que reconheceu a união estável
formada por pessoas do mesmo sexo, condiciona-se à
instrução do processo de adoção com cópia de sentença
judicial transitada em julgado, reconhecendo a existência da
união homoafetiva.

e) Em regra, o deferimento da guarda de criança ou


adolescente a terceiros impede o exercício do direito de visitas
pelos pais, assim como os libera do dever de prestar
alimentos, que serão objeto de regulamentação específica, a
pedido do interessado ou do MP.
a l
io n
R: C. Art. 42. Podem adotar os maiores de 18 (dezoito) anos,
independentemente do estado civil.
a c
u c ER
§ 2o Para adoção conjunta, é indispensável que os adotantes

E M d IL
sejam casados civilmente ou mantenham união estável,

e
comprovada a estabilidade da família;
rt RO
p o OR
a) art. 34. § 2o Na hipótese do § 1o deste artigo a pessoa ou

S C 41- m u H 89
casal cadastrado no programa de acolhimento familiar poderá
receber a criança ou adolescente mediante guarda, observado

um IZ .7 .co
o disposto nos arts. 28 a 33 desta Lei.

V er L U 4
0
il
4 ma
b) Art. 36. A tutela será deferida, nos termos da lei civil, a
O .
d R 4 3 g
pessoa de até 18 (dezoito) anos incompletos.
A PE D 0 er@
Parágrafo único. O deferimento da tutela pressupõe a prévia
l
mi
decretação da perda ou suspensão do poder familiar e implica
lc
necessariamente o dever de guarda.
p
d) talvez, à época ainda não se autorizasse adoção por casal
homossexual, pois, durante muito tempo, isto gerou muita
polêmica.
e) § 4o Salvo expressa e fundamentada determinação em
contrário, da autoridade judiciária competente, ou quando a
medida for aplicada em preparação para adoção, o
deferimento da guarda de criança ou adolescente a terceiros
não impede o exercício do direito de visitas pelos pais, assim
como o dever de prestar alimentos, que serão objeto de
regulamentação específica, a pedido do interessado ou do
Ministério Público.

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Ano: 2015. Banca: Cespe. Órgão: DPE-RN

Assinale a opção correta com referência a família substituta e


adoção.

a) De acordo com o ECA, a condenação do pai ou da mãe por


crime constitui causa ensejadora da perda do poder familiar.

b) Segundo o STJ, no tocante ao ambiente em que se deve


desenvolver o convívio familiar, em regra, não há primazia da
família natural estendida em relação à família substituta.

c) O STJ, com base no princípio do interesse superior da


criança e do adolescente, entende ser necessária a idade de
doze anos para que o menor possa ser adotado por pessoa
homoafetiva, pois é preciso que esse menor se manifeste
previamente a respeito da pretensa adoção.

d) Como a adoção rompe o vínculo de parentesco com a a l


io n
família biológica da criança e do adolescente, é imprescindível

a c
que os pais biológicos concordem com a adoção, o que torna

u c ER
necessária a propositura de ação de destituição do poder

desconhecidos. E M d IL
familiar caso os pais biológicos do adotante sejam

e
rt RO
o OR
e) Apesar de a lei exigir o cadastro e a habilitação para a
p
S C 41- m u H 89
adoção, é possível que pessoas não cadastradas tenham
preferência para a adoção de determinada criança ou
m Z .7 .co
adolescente, a exemplo do que ocorre no caso de adoção
u I
V er L
O
U
.
4
0
il
intuitu personae.
4 ma
d R 3 g
GABARITO COMENTADO
4
A PE D 0 er@
A alternativa correta é a letra E.
l
mi
p lc
§ 13. Somente poderá ser deferida adoção em favor de
candidato domiciliado no Brasil não cadastrado previamente
nos termos desta Lei quando:

I - se tratar de pedido de adoção unilateral;

II - for formulada por parente com o qual a criança ou


adolescente mantenha vínculos de afinidade e afetividade;

III - oriundo o pedido de quem detém a tutela ou guarda


legal de criança maior de 3 (três) anos ou adolescente, desde
que o lapso de tempo de convivência comprove a fixação de
laços de afinidade e afetividade, e não seja constatada a
ocorrência de má-fé ou qualquer das situações previstas nos
arts. 237 ou 238 desta Lei.

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A adoção por parente (art. 50, §13, I, do ECA) é também
chamada de intuitu personae. Trata-se da adoção por alguém
que já conviva com a criança. Neste caso, o pedido de adoção
já pode ser formulado junto com pedido de destituição do
poder familiar.

a) Art. 23. A falta ou a carência de recursos materiais não


constitui motivo suficiente para a perda ou a suspensão do
poder familiar. (...) § 2o A condenação criminal do pai ou da
mãe não implicará a destituição do poder familiar, exceto na
hipótese de condenação por crime doloso, sujeito à pena de
reclusão, contra o próprio filho ou filha.

b) a colocação em família substituta é medida excepcional,


quando impossível a manutenção da criança na família natural,
ou extensa.

a l
É possível a inscrição de pessoa homoafetiva no registro de

io
pessoas interessadas na adoção art. 50 do ECA), n
c
independentemente da idade da criança a ser adotada. STJ. 3ª
a
c ER
Turma. REsp 1.540.814- PR, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas
u
d IL
Cueva, julgado em 18/8/2015 (Info 567)
E M
e
d) Art. 45. A adoção depende do consentimento dos pais ou do
rt RO
p o OR
representante legal do adotando. § 1º. O consentimento será
dispensado em relação à criança ou adolescente cujos pais

S C 41- m u H 89
sejam desconhecidos ou tenham sido destituídos do poder

um
familiar.
IZ .7 .co
V er L
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.
4
0
il
4 ma
d R 4 3 g
Ano: 2015. Banca: Cespe. Órgão: DPE-PE
A PE D 0 er@
l
mi
Considere que João e Lúcia, após o ajuizamento do pedido de
adoção de uma criança, tenham deixado de viver em união
p lc
estável. Nesse caso, João e Lúcia ainda podem adotar
conjuntamente, se comprovado o vínculo de afinidade e
afetividade de ambos com a criança, desde que em regime de
guarda compartilhada e que o estágio de convivência da
criança com ambos os adotantes tenham sido iniciado no
período em que estavam juntos.

ERRADO. Art.42. § 4o Os divorciados, os judicialmente


separados e os ex-companheiros podem adotar
conjuntamente, contanto que acordem sobre a guarda e o
regime de visitas e desde que o estágio de convivência tenha
sido iniciado na constância do período de convivência e que
seja comprovada a existência de vínculos de afinidade e
afetividade com aquele não detentor da guarda, que

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justifiquem a excepcionalidade da concessão.

Ano: 2017. Banca: FCC. Órgão: DPE-SC

Sem considerar a interpretação mais flexível eventualmente


dada pela jurisprudência aos dispositivos que regem o instituto
da adoção, é regra hoje prevista no Estatuto da Criança e do
Adolescente que

a) a adoção poderá ser deferida ao adotante que, após


inequívoca manifestação de vontade, vier a falecer antes do
início do procedimento.

b) para adoção conjunta, é indispensável, no mínimo, que os


adotantes sejam ou tenham sido casados civilmente ou que
mantenham ou tenham mantido união estável.
a l
io n
c) se um dos cônjuges ou concubinos adota o filho do outro,
c
rompem-se os vínculos de filiação entre o adotado e o cônjuge
a
c ER
ou concubino do adotante e os respectivos parentes.
u
E M d IL
d) a adoção internacional pressupõe a intervenção de
organismos nacionais e
e
rt RO
estrangeiros, devidamente

p o OR
credenciados, encarregados de intermediar pedidos de
habilitação à adoção internacional.
S C 41- m u H 89
e) a guarda de fato autoriza, por si só, a dispensa do estágio de
um IZ .7 .co
convivência.

V er L
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.
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il
4 ma
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
GABARITO COMENTADO
l
mi
A alternativa correta é a letra B.
p lc
ART. 42. § 2º Para adoção conjunta, é indispensável que os
adotantes sejam casados civilmente ou mantenham união
estável, comprovada a estabilidade da família. (...)
§ 4º Os divorciados, os judicialmente separados e os ex-
companheiros podem adotar conjuntamente, contanto que
acordem sobre a guarda e o regime de visitas e desde que o
estágio de convivência tenha sido iniciado na constância do
período de convivência e que seja comprovada a existência de
vínculos de afinidade e afetividade com aquele não detentor
da guarda, que justifiquem a excepcionalidade da concessão.
a) art. 42, § 6º, ECA. A adoção poderá ser deferida ao
adotante que, após inequívoca manifestação de vontade, vier
a falecer no curso do procedimento, antes de prolatada a

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sentença.
c) art. 41 § 1º Se um dos cônjuges ou concubinos adota o filho
do outro, mantêm-se os vínculos de filiação entre o adotado e
o cônjuge ou concubino do adotante e os respectivos
parentes. (Aqui, leiam companheiros, no lugar de concubinos).
d) art. 51, § 3º A adoção internacional pressupõe a
intervenção das Autoridades Centrais Estaduais e Federal em
matéria de adoção internacional.
e) art. 46, § 2o A simples guarda de fato não autoriza, por si
só, a dispensa da realização do estágio de convivência.

VUNESP - 2017 - DPE-RO


Assinale a alternativa correta em relação à guarda, tutela e
adoção de criança ou adolescente.

a
a) O deferimento da tutela deve anteceder a decretação dal
perda ou suspensão do poder familiar e implica
io n
necessariamente o dever de guarda.
a c
u c ER
b) É vedada a adoção por procuração de criança ou
adolescente.
E M d IL
e
rt RO
c) O adotante de criança ou adolescente há de ser, pelo
o OR
menos, dez anos mais velho do que o adotando.
p
S C 41- m u H 89
d) A adoção internacional de criança ou adolescente brasileiro
ou domiciliado no Brasil somente terá lugar quando restar

um IZ .7 .co
comprovado se tratar de pedido de adoção unilateral.

V er L U 4 il
4 ma
e) A guarda obriga a prestação de assistência material, moral e
O . 0
d R 3 g
educacional à criança ou adolescente, conferindo a seu
4
A PE D 0 er@
detentor o direito de opor-se a terceiros, inclusive aos pais,
l
mi
não podendo ser revogada, sob pena de prejuízo à criança ou
ao adolescente.
p lc
GABARITO COMENTADO

A alternativa correta é a letra B.

Art. 39, §2º do ECA: É vedada a adoção por procuração.

Ano: 2018. Banca: CESPE. Órgão: DPE-PE.

Acerca dos institutos guarda, tutela e adoção, previstos no


ECA, assinale a opção correta.

a) A morte dos adotantes restabelece o poder familiar dos pais


naturais se estes ainda estiverem vivos e não lhes tiver sido
destituído o poder familiar.

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b) O tutor nomeado por testamento deverá, no prazo de trinta
dias após a abertura da sucessão, registrar no cartório
competente a sua anuência, sendo dispensada a análise
judicial.

c) Em caso de adoção por pessoa ou casal residente fora do


Brasil, o estágio de convivência cumprido no território nacional
poderá ser dispensado, desde que comprovado o exercício de
guarda de fato.

d) O deferimento da guarda de criança ou adolescente a


terceiros impossibilita o exercício do direito de visita dos pais e
extingue o dever de prestar alimentos.

e) Divorciados podem adotar conjuntamente, desde que haja


acordo sobre a guarda e o regime de visitas e desde que o
estágio de convivência tenha sido iniciado na constância do
casamento e seja comprovada a existência de vínculos de
a l
io n
afinidade e afetividade com aquele não detentor da guarda.

GABARITO COMENTADO
a c
u c ER
A alternativa correta é a letra E.
E M d IL
e
rt RO
a) Art. 49 do ECA A morte dos adotantes não restabelece
o OR
o poder familiar dos pais naturais.
p
S C 41- m u H 89
b) Art. 37 do ECA O tutor nomeado por testamento ou

um
qualquer documento autêntico, conforme previsto no
IZ .7 .co
er L U
parágrafo único do art. 1.729 da Lei no 10.406, de 10 de
4 il
4 ma
janeiro de 2002 - Código Civil, deverá, no prazo de 30 (trinta)

d V R O 3 . 0 g
dias após a abertura da sucessão, ingressar com pedido
4
A PE D 0 er@
destinado ao controle judicial do ato, observando o
l i
procedimento previsto nos arts. 165 a 170 desta Lei.
m
lc 46 do ECA A adoção será precedida de estágio de
c) Art.
p
convivência com a criança ou adolescente, pelo prazo máximo
de 90 (noventa) dias, observadas a idade da criança ou
adolescente e as peculiaridades do caso.§ 3º Em caso de
adoção por pessoa ou casal residente ou domiciliado fora do
País, o estágio de convivência será de, no mínimo, 30 (trinta)
dias e, no máximo, 45 (quarenta e cinco) dias, prorrogável por
até igual período, uma única vez, mediante decisão
fundamentada da autoridade judiciária.

d) Art. 33, § 4º do ECA Salvo expressa e fundamentada


determinação em contrário, da autoridade judiciária
competente, ou quando a medida for aplicada em preparação
para adoção, o deferimento da guarda de criança ou
adolescente a terceiros não impede o exercício do direito de

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visitas pelos pais, assim como o dever de prestar alimentos,
que serão objeto de regulamentação específica, a pedido do
interessado ou do Ministério Público.

e) Art. 42, § 4º do ECA Os divorciados, os judicialmente


separados e os ex-companheiros podem adotar
conjuntamente, contanto que acordem sobre a guarda e o
regime de visitas e desde que o estágio de convivência tenha
sido iniciado na constância do período de convivência e que
seja comprovada a existência de vínculos de afinidade e
afetividade com aquele não detentor da guarda, que
justifiquem a excepcionalidade da concessão.

Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-AM Prova: FCC - 2018 -


DPE-AM

Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente, no


Procedimento de Perda ou Suspensão do Poder Familiar,
a l
io n
A) na hipótese de estar o requerido privado de liberdade, o
a c
oficial de justiça deverá perguntar a ele, no momento da
u c ER
citação pessoal, se concorda ou não com o pedido.

E M d IL
B) é dispensada a oitiva dos pais sempre que eles forem
e
rt RO
identificados e estiverem em local conhecido, ressalvados os

p o OR
casos de comparecimento espontâneo perante a Justiça.

S C 41- m u H 89
C) se o pedido resultar em colocação em família substituta, a
m Z .7 .co
criança poderá e o adolescente deverá, desde que possível e
u I
V er L
O
U
.
4
0
il
razoável, ser ouvido em juízo.
4 ma
d R 3 g
D) quando o procedimento de destituição de poder familiar for
4
A PE D 0 er@
iniciado pelo Ministério Público, haverá necessidade de
l
mi
nomeação de curador especial em favor da criança ou
adolescente.
p lc
E) na hipótese de os genitores encontrarem-se em local
incerto ou não sabido, serão citados por edital no prazo de 10
dias, em publicação única, dispensado o envio de ofícios para a
localização.

GABARITO COMENTADO

A alternativa correta é a letra E.

a) ERRADO. ECA, Art. 159, Parágrafo único. Na hipótese de


requerido privado de liberdade, o oficial de justiça deverá
perguntar, no momento da citação pessoal, se deseja que lhe

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seja nomeado defensor.

b) ERRADO. ECA, Art. 161, § 4º É obrigatória a oitiva dos pais


sempre que eles forem identificados e estiverem em local
conhecido, ressalvados os casos de não comparecimento
perante a Justiça quando devidamente citados.

c) ERRADO. ECA, Art. 161 § 3º Se o pedido importar em


modificação de guarda, será obrigatória, desde que possível e
razoável, a oitiva da criança ou adolescente, respeitado seu
estágio de desenvolvimento e grau de compreensão sobre as
implicações da medida.

d) ERRADO. ECA, Art. 162, § 4º Quando o procedimento de


destituição de poder familiar for iniciado pelo Ministério
Público, não haverá necessidade de nomeação de curador
especial em favor da criança ou adolescente.

a l
io n
e) CERTO. ECA, Art. 158, § 4º Na hipótese de os genitores
encontrarem-se em local incerto ou não sabido, serão citados
a c
por edital no prazo de 10 (dez) dias, em publicação única,
u c ER
dispensado o envio de ofícios para a localização.

FCC - 2018 - DPE-AP E M d IL


e
rt RO
o OR
O estágio de convivência, conforme regulamentado no
p
u H 89
Estatuto da Criança e do Adolescente,
S C 41- m
um
a) deve preceder a adoção, pelo prazo máximo de noventa
IZ .7 .co
er L U
dias, observadas a idade da criança ou adolescente e as
4 il
4 ma
peculiaridades do caso.

d V R O
4 3 . 0 g
A PE D b) fica dispensado nas hipóteses em que o adotante já detenha
0 er@
a guarda de fato do adotando.
l
mi
p lc
c) em caso de adoção por pessoa domiciliada fora do Brasil,
terá duração de no mínimo quarenta e cinco dias, facultado,
em casos excepcionais, seu término no país de domicílio do
adotante.

d) será exigido, no caso de criança acolhida, sempre que a


criança não tiver história de convívio anterior com o pretende
à guarda, tutela, adoção ou apadrinhamento.

e) é a última etapa do processo de habilitação para a adoção,


precedendo necessariamente a sentença judicial.

GABARITO COMENTADO

A alternativa correta é a letra A.

Art. 46 do ECA: A adoção será precedida de estágio de

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convivência com a criança ou adolescente, pelo prazo máximo
de 90 (noventa) dias, observadas a idade da criança ou
adolescente e as peculiaridades do caso.

CESPE - 2018 - DPE-PE

Acerca dos institutos guarda, tutela e adoção, previstos no


ECA, assinale a opção correta.

a) A morte dos adotantes restabelece o poder familiar dos pais


naturais se estes ainda estiverem vivos e não lhes tiver sido
destituído o poder familiar.

b) O tutor nomeado por testamento deverá, no prazo de trinta


dias após a abertura da sucessão, registrar no cartório
competente a sua anuência, sendo dispensada a análise
judicial. a l
io n
c
c) Em caso de adoção por pessoa ou casal residente fora do
a
c ER
Brasil, o estágio de convivência cumprido no território nacional
u
guarda de fato.
E M d IL
poderá ser dispensado, desde que comprovado o exercício de

e
rt RO
p o OR
d) O deferimento da guarda de criança ou adolescente a
terceiros impossibilita o exercício do direito de visita dos pais e
S C 41- m u H 89
extingue o dever de prestar alimentos.

um IZ .7 .co
e) Divorciados podem adotar conjuntamente, desde que haja

V er L U 4 il
4 ma
acordo sobre a guarda e o regime de visitas e desde que o
O . 0
estágio de convivência tenha sido iniciado na constância do
d R 4 3 g
A PE D casamento e seja comprovada a existência de vínculos de
0 er@
afinidade e afetividade com aquele não detentor da guarda.
l
mi
lc
GABARITO COMENTADO
p
A alternativa correta é a letra E.

Art. 2, §4º do ECA: § 4o Os divorciados, os judicialmente


separados e os ex-companheiros podem adotar
conjuntamente, contanto que acordem sobre a guarda e o
regime de visitas e desde que o estágio de convivência tenha
sido iniciado na constância do período de convivência e que
seja comprovada a existência de vínculos de afinidade e
afetividade com aquele não detentor da guarda, que
justifiquem a excepcionalidade da concessão.

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6. MEDIDAS DE PROTEÇÃO

São materializações dos objetivos do princípio da proteção integral. Assim, os


artigos 70 a 85 do ECA, estabelecem as medidas que devam ser aplicadas, sendo dever
de todos prevenir a ocorrência de ameaça ou violação dos direitos da criança e do
adolescente. Como forma de prevenção especial, a lei assim dispõe:
Prevenção referente à informação, cultura, lazer, esportes, diversão e
espetáculos: tudo o que for apresentado às crianças e aos adolescentes,

a l
deve levar em conta a maturidade deles para assimilar as informações.

io n
Assim, cabe ao Poder Público qualificar a natureza dos eventos de
entretenimento, bem como a faixa etária, os locais e horários de
exibição.
a c
u c ER
E M d IL
Porém, não cabe ao Estado impedir a exibição dos programas, pois a indicação
e a qualificação da faixa etária possuem natureza de recomendação. Neste sentido, foi
e
rt RO
considerada inconstitucional a expressão “em horário diverso do autorizado”, do artigo
254 do ECA:
p o OR
S C 41- m u H 89
O Estado não pode determinar que os programas somente possam ser
exibidos em determinado horário. Isso seria uma imposição, o que é

um IZ .7 .co
vedado pelo texto constitucional por configurar censura. O poder público

V Oer L U
. 0
4
4 mail
apenas pode recomendar os horários adequados. A classificação dos
programas é indicativa (e não obrigatória). 7

d R 4 3 g
 A PE D 0 er@
l
É dever do responsável pelo espetáculo ou evento exibir de forma clara na
mi
entrada do evento a informação sobre a natureza e a faixa etária indicada
p lc
(artigo 74, p.ú do ECA).

 É vedada a entrada e permanência de menor de idade em casas de bilhar e de


jogos de azar (artigo 80 do ECA).

Prevenção à venda de produtos e serviços (art. 81 e 82 do ECA): regras sobre os


produtos proibidos à venda a crianças e adolescentes: armas, munições e explosivos;
bebidas alcoólicas (a venda constitui crime); produtos cujos componentes possam
causar dependência física ou psíquica; fogos de estampido ou artifício, salvo aqueles
que pela sua natureza, são incapazes de provocar qualquer dano físico; revistas e
publicações com conteúdos não indicados aos infantes e, por fim, bilhetes lotéricos e
equivalentes.

7
ADI 2404/DF

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Com relação à proteção a serviços, o estatuto determina ser vedada a hospedagem
de criança ou adolescente em hotel, motel, pensão ou estabelecimento congênere,
salvo se houver autorização ou acompanhamento pelos pais ou responsáveis.

NOVIDADE LEGISLATIVA:
A Lei 13.509/17 acrescentou o inciso X, ao parágrafo único, do art. 100, do ECA,
que dispõe sobre os princípios que regem a aplicação das medidas de proteção.
Vejamos:
X - prevalência da família: na promoção de direitos e na proteção da criança e do
adolescente deve ser dada prevalência às medidas que os mantenham ou reintegrem
na sua família natural ou extensa ou, se- isso não for possível, que promovam a sua
integração em família adotiva; (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)

a l
io n
Autorização para viagem (artigo 83 a 85 do ECA):
a c
u c ER

d IL
Crianças e adolescentes menores de 16 anos: é vedada a viagem para fora
E M
e
da comarca onde residem, sem estarem acompanhadas dos pais ou
rt RO
o OR
responsável, sem expressa autorização judicial. A regra é excepcionada
p
quando:
S C 41- m u H 89
-
um
tratar-se de comarca contígua à da residência da criança ou do
IZ .7 .co
er L U il
adolescente menor de 16 (dezesseis) anos, se na mesma unidade da
4 ma4
d V R O
-
4 3 . 0
Federação, ou incluída na mesma região metropolitana;
g
a criança ou o adolescente menor de 16 (dezesseis) anos estiver
A PE D 0 er@
acompanhado de ascendente ou colateral maior, até o terceiro grau,
l
mi
comprovado documentalmente o parentesco; ou de pessoa maior,
p lc
expressamente autorizada pelo pai, mãe ou responsável.

NOVIDADE LEGISLATIVA
Art. 83 do ECA:
Nenhuma criança ou adolescente menor de 16 (dezesseis) anos poderá viajar para fora
da comarca onde reside desacompanhado dos pais ou dos responsáveis sem expressa
autorização judicial. (Redação dada pela Lei nº 13.812, de 2019)
§ 1º A autorização não será exigida quando:
a) tratar-se de comarca contígua à da residência da criança ou do adolescente menor
de 16 (dezesseis) anos, se na mesma unidade da Federação, ou incluída na mesma
região metropolitana; (Redação dada pela Lei nº 13.812, de 2019)
b) a criança ou o adolescente menor de 16 (dezesseis) anos estiver
acompanhado: (Redação dada pela Lei nº 13.812, de 2019)
1) de ascendente ou colateral maior, até o terceiro grau, comprovado

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documentalmente o parentesco;
2) de pessoa maior, expressamente autorizada pelo pai, mãe ou responsável.

 Viagem internacional: tanto a criança quanto o adolescente, devem estar


acompanhados de ambos os pais ou responsável ou de um deles, desde que
expressamente autorizado pelo outro, por meio de documento com firma
reconhecida. Sem a companhia de, ao menos um dos pais, o infante só
poderá viajar para o exterior, mediante autorização judicial.

Porém, o CNJ, por meio da Resolução 131/2011, autorizou que os menores


viajem sem a companhia dos pais e sem a necessidade de autorização
judicial, desde que autorizado por ambos os genitores, com documento de
firma reconhecida. A medida visou a evitar a burocratização da autorização
judicial, em casos que não causam efetivos danos, como viagens em grupo
acompanhadas de empresa de turismo, com amplo reconhecimento no
a l
mercado.
io n
a c
Por fim, nenhuma criança ou adolescente sairá do território nacional, sem a
u c ER
companhia dos pais ou sem autorização judicial, quando estiver

E M d IL
acompanhado de estrangeiro, residente ou domiciliada no exterior.
e
rt RO
p o OR
u H 89
NOVIDADE LEGISLATIVA
S C 41- m
m IZ .7 .co
Destituição do poder familiar, art. 101, §10º, do ECA:
u
V O er L
. 0
U4 ma4 il
§ 10. Recebido o relatório, o Ministério Público terá o prazo de 15 (quinze) dias para o
ingresso com a ação de destituição do poder familiar, salvo se entender necessária a
d R 4 3 g
realização de estudos complementares ou de outras providências indispensáveis ao
A PE D 0 er@
ajuizamento da demanda. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
l
mi
p lc

Ano: 2017. Banca: FCC. Órgão: DPE-SC


Sobre as audiências concentradas nas Varas da Infância e
QUESTÕES: Juventude, conforme disciplinadas no Provimento 32 da
MEDIDAS DE Corregedoria Nacional de Justiça, é correto afirmar que
PROTEÇÃO a) delas devem participar pais e/ou parentes da criança ou
adolescente acolhido ou, na sua ausência, pretendentes à

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adoção desde que devidamente habilitados e cadastrados.
b) visam concentrar, num único ato processual, as fases
postulatória e instrutória do procedimento de afastamento da
criança e do adolescente do convívio familiar.
c) devem ser realizadas semestralmente para reavaliar a
necessidade de manutenção de todos os casos de crianças e
adolescentes privados de liberdade ou do convívio familiar e
comunitário.
d) são realizadas para reavaliação das medidas protetivas de
acolhimento e tomada de medidas efetivas que visem abreviar
o período de institucionalização.
e) destinam-se à homologação judicial do plano individual de
atendimento elaborado no curso da execução das medidas de
acolhimento institucional, acolhimento familiar, internação e
semiliberdade.

a l
GABARITO COMENTADO
io n
A alternativa correta é a letra D.
a c
u c ER
d IL
Provimento 32 da Corregedoria Nacional de Justiça:
E M
e
Art. 1º. O Juiz da Infância e Juventude, sem prejuízo do
rt RO
p o OR
andamento regular, permanente e prioritário dos processos
sob sua condução, deverá realizar, em cada semestre,

S C 41- m u H 89
preferencialmente nos meses de abril e outubro, os eventos

um
denominados "Audiências Concentradas", a se realizarem,
IZ .7 .co
er L
sempre que possível, nas dependências das entidades de
U 4 il
4 ma
acolhimento, com a presença dos atores do sistema de

d V R O 3 . 0 g
garantia dos direitos da criança e do adolescente, para
4
A PE D 0 er@
reavaliação de cada uma das medidas protetivas de
l
mi
acolhimento, diante de seu caráter excepcional e provisório,
com a subsequente confecção de atas individualizadas para
p lc
juntada em cada um dos processos.

Ano: 2016. Banca: FCC. Órgão: DPE-BA

Sobre os princípios que regem a aplicação das medidas


específicas de proteção, conforme expressamente previstos no
Estatuto da Criança e do Adolescente, é correto afirmar que,
pelo(s) princípio(s) da

a) discricionariedade, as decisões que apliquem medidas


devem ser baseadas no prudente arbítrio das autoridades
administrativas e/ou judiciais.

b) proporcionalidade e da atualidade, a intervenção deve

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considerar as condições fáticas vigentes ao tempo em que a
situação de risco e perigo teve início.

c) Obrigatoriedade da informação e da participação, crianças e


adolescentes devem ser formalmente cientificados, por
mandado ou meio equivalente, de todas as decisões judiciais
que apliquem, em face deles, medidas de promoção de
direitos e de proteção.

d) intervenção mínima, a intervenção deve ser exercida


exclusivamente pelas autoridades e instituições cuja ação seja
indispensável à efetiva promoção dos direitos e à proteção da
criança e do adolescente.

e) presunção de responsabilidade, a criança ou adolescente em


situação de risco deve ter sua situação analisada e decidida pela
autoridade protetiva que primeiro tiver notícia da ameaça ou
violação dos direitos.
a l
GABARITO COMENTADO io n
a c
A alternativa correta é a letra D.
u c ER
E M d IL
O único destes princípios que está previsto no ECA.
e
rt RO
p o OR
a) Esta discricionariedade nos remete ao modelo do menor em
situação irregular, que é ultrapassado, violador dos direitos da
S C 41- m u H 89
criança e era ele que dava amplos poderes ao Estado para

um
intervir indevidamente na vida da criança.
IZ .7 .co
V er L U 4 il
4 ma
b) art. 100, p. ú, VIII - proporcionalidade e atualidade: a
O . 0
intervenção deve ser a necessária e adequada à situação de
d R 4 3 g
A PE D perigo em que a criança ou o adolescente se encontram no
0 er@
momento em que a decisão é tomada;
l
mi
p lc
c) art. 100, XI - obrigatoriedade da informação: a criança e o
adolescente, respeitado seu estágio de desenvolvimento e
capacidade de compreensão, seus pais ou responsável devem
ser informados dos seus direitos, dos motivos que
determinaram a intervenção e da forma como esta se
processa.

d) art.100, IX - responsabilidade parental: a intervenção deve


ser efetuada de modo que os pais assumam os seus deveres
para com a criança e o adolescente;

e) art. 100, IX - responsabilidade parental: a intervenção deve


ser efetuada de modo que os pais assumam os seus deveres
para com a criança e o adolescente;

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Ano: 2015. Banca: Cespe. Órgão: DPE-RN

No que se refere às medidas específicas de proteção da criança


e do adolescente, assinale a opção correta.

a) É improrrogável o prazo estabelecido pela legislação em


vigor para a permanência da criança ou do adolescente em
programa de acolhimento institucional.

b) Em regra, é da competência exclusiva da autoridade


judiciária a colocação de criança ou adolescente em programa
de acolhimento familiar ou em família substituta mediante a
concessão de guarda, tutela ou adoção.

c) A medida de acolhimento institucional pode ser utilizada


como punição aplicada a adolescente em conflito com a lei,
hipótese em que se assemelha à medida socioeducativa de
internação.
a l
io
d) Na hipótese de ameaça ou violação de direitos, o ECAn
a c
estabeleceu, em rol taxativo, as medidas específicas de

u c ER
proteção que podem ser aplicadas pela autoridade
competente.
E M d IL
e
rt RO
e) Ao contrário do acolhimento institucional, a provisoriedade
o OR
não configura critério a ser observado no tocante à medida de
p
u H 89
acolhimento familiar.
S C 41- m
um
GABARITO COMENTADO
IZ .7 .co
V er L U 4 il
4 ma
A alternativa correta é a letra B.
O . 0
d R 4 3 g
Art. 101 do ECA: Verificada qualquer das hipóteses previstas
A PE D 0 er@
no art. 98, a autoridade competente poderá determinar,
l i
dentre outras, as seguintes medidas: (...)
m
c em programa de acolhimento familiar;
p-linclusão
VIII

IX - colocação em família substituta. (...)

§ 2o Sem prejuízo da tomada de medidas emergenciais para


proteção de vítimas de violência ou abuso sexual e das
providências a que alude o art. 130 desta Lei, o afastamento
da criança ou adolescente do convívio familiar é de
competência exclusiva da autoridade judiciária e importará na
deflagração, a pedido do Ministério Público ou de quem tenha
legítimo interesse, de procedimento judicial contencioso, no
qual se garanta aos pais ou ao responsável legal o exercício do
contraditório e da ampla defesa.

EXCEÇÃO: Art. 93 do ECA As entidades que mantenham

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programa de acolhimento institucional poderão, em caráter
excepcional e de urgência, acolher crianças e adolescentes
sem prévia determinação da autoridade competente, fazendo
comunicação do fato em até 24 (vinte e quatro) horas ao Juiz
da Infância e da Juventude, sob pena de responsabilidade.

a) Art. 19, § 2º do ECA: "A permanência da criança e do


adolescente em programa de acolhimento institucional não se
prolongará por mais de 2 (dois) anos, salvo comprovada
necessidade que atenda ao seu superior interesse,
devidamente fundamentada pela autoridade judiciária".

c) art. 112 c/c 101 do ECA: Verificada a prática de ato


infracional, a autoridade competente poderá aplicar ao
adolescente as seguintes medidas: (...)

VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.

a l
io n
A medida de acolhimento institucional está prevista no inciso
VII do art. 101, ou seja, fora das hipóteses previstas no artigo
112.
a c
u c ER
E M d IL
Art.101, do ECA: Verificada qualquer das hipóteses previstas
no art. 98, a autoridade competente poderá determinar,
e
rt RO
dentre outras, as seguintes medidas: (...).

p o OR
S C 41- m u H 89
e) art. 101, § 1º do ECA: O acolhimento institucional e o
acolhimento familiar são medidas provisórias e excepcionais,
m Z .7 .co
utilizáveis como forma de transição para reintegração familiar
u I
V er L U 4
0
il
ou, não sendo esta possível, para colocação em família
4 ma
substituta, não implicando privação de liberdade.
O .
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
Ano: 2018. Banca: FCC. Órgão: DPE-AM. Prova: Defensor
l
Público
m i
lc do que vem definido em lei, o princípio da oitiva
Dentro
p
obrigatória e participação, que rege a aplicação de medidas de
proteção a crianças e adolescentes, refere-se à ideia de que

a) os pais são obrigados a participar e opinar em todo processo


decisório no qual a autoridade judiciária ou o Conselho Tutelar
aplique medida destinada a proteção de seus filhos, podendo
ser responsabilizados em caso de omissão.

b) nenhuma decisão judicial pode ser proferida sem a prévia e


necessária participação e oitiva do representante do Ministério
Público, sob pena de nulidade.

c) a criança e o adolescente têm direito a ser ouvidos e a


participar nos atos e na definição da medida de promoção dos
direitos e de proteção, sendo sua opinião devidamente

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considerada pela autoridade judiciária competente.

d) as autoridades estão obrigadas a ouvir os pais antes de


qualquer decisão que vise resguardar os direitos dos filhos,
exceto nas hipóteses em que a situação de risco decorra de
comportamento abusivo ou omisso dos pais.

e) adolescentes a partir de 16 anos não mais podem ter seu


interesse e vontade manifestados por terceiros, razão pela
qual devem ser necessariamente ouvidos pessoalmente,
garantida a participação no processo de forma autônoma caso
sua posição divirja da de seus pais ou responsável.

GABARITO COMENTADO

A alternativa correta é a letra C.

a) ERRADO. Não existe esta previsão legal, mesmo porque


algumas medidas podem ser aplicadas aos pais. a l
io n
c
b) ERRADO. Algumas medidas de proteção podem ser
a
c ER
aplicadas até pelo Conselho Tutelar, sem necessidade de
u
E M d IL
intervenção do Judiciário, nem participação do MP. E, quando
a participação do MP é necessária, só haverá nulidade no caso
e
rt RO
de não participação deste, se este demonstrar o prejuízo.

p o OR
c) CERTO. Art. 100. Na aplicação das medidas levar-se-ão em
S C 41- m u H 89
conta as necessidades pedagógicas, preferindo-se aquelas que

um
visem ao fortalecimento dos vínculos familiares e
IZ .7 .co
er L U
comunitários. Parágrafo único. São também princípios que
4 il
4 ma
regem a aplicação das medidas: XII - oitiva obrigatória e

d V R O 3 . 0 g
participação: a criança e o adolescente, em separado ou na
4
A PE D 0 er@
companhia dos pais, de responsável ou de pessoa por si
l
mi
indicada, bem como os seus pais ou responsável, têm direito a
ser ouvidos e a participar nos atos e na definição da medida de
p lc
promoção dos direitos e de proteção, sendo sua opinião
devidamente considerada pela autoridade judiciária
competente, observado o disposto nos §§ 1o e 2o do art. 28
desta Lei.

d) ERRADO. Não há esta previsão na lei e algumas medidas são


aplicadas a estes.

e) ERRADO. A partir de 12 anos, os adolescentes devem ser


obrigatoriamente ouvidos. Eles, no entanto, ainda precisam
ser assistidos por seus pais ou representantes legais. Ainda, em
caso de divergência entre eles, será dado curador especial ao
menor. Ademais, na falta dos pais ou responsável, será dada
guarda do menor, para suprir eventual falta destes (art. 33,

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§2º, do ECA).

FCC - 2018 - DPE-MA

Por disposição expressa do Estatuto da Criança e do


Adolescente, a autoridade judiciária, manterá, em cada
comarca ou foro regional um cadastro

a) contendo informações atualizadas sobre as crianças e


adolescentes em regime de acolhimento familiar e
institucional sob sua responsabilidade.

b) de crianças e adolescentes em condições de serem


apadrinhadas e outro de pessoas interessadas no
apadrinhamento.

c) das pessoas declaradas como habilitadas a receber crianças


em regime de acolhimento familiar.
a l
io
d) para controle e fiscalização de entidades não- n
c
governamentais, sem registro no órgão competente, que
a
c ER
executem programas de acolhimento institucional e/ou
u
familiar.
E M d IL
e
e) dos casos de adoção concluídos na respectiva comarca, o
rt RO
p o OR
qual conterá os dados qualificativos dos adotados, de sua
família de origem, inclusive extensa, e dos respectivos
S C 41- m
adotantes. u H 89
um IZ .7 .co
V O er L.
U
0
4
4 ma il
GABARITO COMENTADO
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
A alternativa correta é a letra A.

mi
Art. 101, §11º do ECA:
p lc
§ 11. A autoridade judiciária manterá, em cada comarca ou
foro regional, um cadastro contendo informações atualizadas
sobre as crianças e adolescentes em regime de acolhimento
familiar e institucional sob sua responsabilidade, com
informações pormenorizadas sobre a situação jurídica de cada
um, bem como as providências tomadas para sua reintegração
familiar ou colocação em família substituta, em qualquer das
modalidades previstas no art. 28 desta Lei.

As medidas socioeducativas são (artigo 112 ECA):

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 Advertência: casos de menor abrangência e consiste em uma admoestação
verbal aplicada pelo juiz ao adolescente. Possui requisitos mais brandos do que
os exigidos para as outras medidas: comprovação da materialidade e indícios
suficientes de autoria.

 Obrigação de reparar o dano: ressarcimento da vítima e é aplicado quando


o ato praticado gerar reflexos patrimoniais. Deverá ser devolvido o bem, se
apreendido, ou ocorrer o ressarcimento por meio de compensação do prejuízo.
Na impossibilidade de o adolescente não cumprir a medida, não é possível, com
base apenas na decisão da infância e juventude, a execução contra os pais.
Caso tenha interesse, a parte interessada deverá acioná-los judicialmente, para
obter a reparação causada pelo filho.

 Prestação de serviço à comunidade: realização de tarefas gratuitas, com


período máximo de 6 meses, devendo ser cumprida em jornada máxima de
a l
oito horas semanais, aos sábados, domingos ou feriados, ou, em dias úteis,

io n
desde que não prejudique a frequência à escola ou jornada de trabalho.
a c
c ER
 Liberdade assistida: sempre que for a melhor medida aplicável, oferecendo
u
d IL
ao adolescente liberdade, mas acompanhada de orientação, apoio e auxílio,
E M
e
pelo prazo mínimo de 6 meses. Sua essência promover a evolução e
rt RO
o OR
desenvolvimento do adolescente, sem que, para tanto, ele precise ser
p
u H 89
submetido a regras limitadoras de direitos.
S C 41- m
um
 Semiliberdade: poderá ser determinada desde o início da medida ou como
IZ .7 .co
V O er L.
U
0
4
4 ma il
forma de transição para o meio aberto. É conferido o direito a atividades em
ambiente externo, sem necessidade de autorização judicial. É indispensável a
d R 4 3 g
escolarização e a profissionalização do adolescente.
A PE D 0 er@
l i
Não há prazo para o cumprimento da medida, mas deverá ser reavaliada no
m
p lc
máximo a cada seis meses, devendo o magistrado justificar a continuidade da
medida, se assim entender necessário.

 Internação: restrição total da liberdade. As atividades externas precisam ser


vedadas pelo juiz, senão são permitidas. Medida excepcional, somente sendo
aplicada se outra medida socioeducativa não for suficiente. Temos duas
modalidades de internação:

Internação com prazo indeterminado: é aplicada em casos excepcionais, desde


que o ato tenha sido praticado por meio de violência ou grave ameaça à pessoa
ou o adolescente tenha reiteração no cometimento de atos infracionais.

A decisão que determina a internação não vem acompanhada de prazo


específico, devendo obrigatoriamente ser reavaliada a cada 6 meses, com limite
máximo de cumprimento de três anos de internação.

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 O STJ firmou entendimento de que, quando o art. 122, II, do ECA prevê que o
adolescente deverá ser internado em caso "reiteração no cometimento de outras
infrações graves", não se exige um número mínimo.
 Súmula 492 do STJ: o ato infracional análogo ao tráfico de drogas, por si só,
não conduz obrigatoriamente à imposição de medida socioeducativa de
internação do adolescente.

 Súmula 108 do STJ: a aplicação de medida socioeducativa ao adolescente,


pela prática de ato infracional, é da competência exclusiva do juiz.

 É possível aplicar o princípio da insignificância aos atos infracionais.


a l
 É vedada a imposição de medida de privação de liberdade ao menor pela
io n
c
prática de ato do artigo 28 da lei de drogas. Isso porque, se para os adultos não se
a
c ER
aplica medida de privação de liberdade, por ser vedado tratamento mais gravoso
u
ao menor, a proibição se justifica.
E M d IL
e
rt RO
p o OR
Internação sanção: aplicada quando há descumprimento injustificável de medida

S C 41- m u H 89
anteriormente imposta. O prazo máximo da medida é de 3 meses.

um IZ .7 .co
V O er L
.
U
0
4
4 ma il
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
mi
p lc
Ano: 2017. Banca: FCC. Orgão: DPE-PR

Com a vigência do Novo Código de Processo Civil, Lei n° 13.105


de março de 2015, e considerando as disposições do Estatuto
da Criança e do Adolescente, a contagem de prazo para
oferecimento de alegações finais por memoriais no processo
de apuração de ato infracional

a) Continua a ser contado em dias corridos, porque nos


processos de apuração de ato infracional aplica-se,
subsidiariamente, o Código de Processo Penal, que tem
QUESTÃO 1: ATO previsão própria de contagem de prazos.
INFRACIONAL
b) passou a ser contado em dias úteis, pois, embora ao

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processo de apuração de ato infracional se deva aplicar, a
princípio, o Código de Processo Penal de forma subsidiária,
este diploma não prevê forma própria de contagem de prazos,
devendo-se, no caso, utilizar o Código de Processo Civil.

c) continua a ser contado em dias corridos, pois a vigência do


Novo Código de Processo Civil em nada altera os processos de
competência das varas da Infância e Juventude, considerando
que o próprio Estatuto da Criança e do Adolescente disciplina
de forma exaustiva o processo, não sendo aplicáveis nem o
Código de Processo Civil, nem o Código de Processo Penal.

d) passou a ser contado em dias úteis, pois há previsão no


Estatuto da Criança e do Adolescente da aplicação subsidiária
do Código de Processo Civil a todos os processos de
competência da Vara da Infância e Juventude.

a l
e) continua a ser contado em dias corridos, pois o Estatuto da

io n
Criança e do Adolescente possui previsão própria de contagem
c
de prazos e, pela antinomia com o Novo Código de Processo
a
c ER
Civil, deverá prevalecer a previsão do Estatuto, uma vez que o
u
d IL
critério da especialidade prevalece sobre o cronológico.
E M
GABARITO COMENTADO
e
rt RO
p o OR
A alternativa correta é a letra A

S C 41- m u H 89
Art. 152 do ECA: Aos procedimentos regulados nesta Lei
m Z .7 .co
aplicam-se subsidiariamente as normas gerais previstas na
u I
V er L
O
U
.
4
0
il
legislação processual pertinente.
4 ma
d R 3 g
Art. 798 do CPP: Todos os prazos correrão em cartório e serão
4
A PE D 0 er@
contínuos e peremptórios, não se interrompendo por férias,
l i
domingo ou dia feriado.
m
c do ECA: Nos procedimentos afetos à Justiça da
art. l198
p
Infância e juventude, inclusive os relativos à execução das
medidas socioeducativas, adotar-se-á o sistema recursal da Lei
nº 5.869/73 - Código de Processo Civil -, com as seguintes
adaptações: (...)

Ano: 2013. Banca: Cespe. Órgão: DPE-TO

A respeito das normas previstas no ECA acerca da prática de


ato infracional, assinale a opção correta.

a) A internação constitui medida privativa da liberdade, sujeita


aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à
condição peculiar de pessoa em desenvolvimento, sendo
expressamente vedada pelo ECA qualquer atividade laboral ou

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educacional fora da entidade.

b) À criança — pessoa até doze anos de idade incompletos —


que cometa ato infracional somente podem ser aplicadas as
medidas socioeducativas de advertência e obrigação de
reparar o dano.

c) É vedada expressamente no ECA a apreensão do


adolescente em razão de flagrante de ato infracional, sendo
permitida a restrição da liberdade do adolescente por ordem
escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente.

d) Ao adolescente que responde por ato infracional é


assegurada a garantia processual de, a qualquer momento,
quando solicitar, ser ouvido pelo juiz, pelo promotor de justiça
e pelo seu defensor, em audiência designada no prazo máximo
de vinte e quatro horas.

a l
io n
e) Para a imposição judicial, ao adolescente, da medida
socioeducativa de advertência e da medida de proteção de
a c
matrícula e frequência obrigatórias em estabelecimento oficial
u c ER
de ensino, não se exige a existência de prova suficiente da

E M
autoria do ato infracional. d IL
e
rt RO
R: E Art. 114. A imposição das medidas previstas nos incisos II a

p o OR
VI do art. 112 pressupõe a existência de provas suficientes da

S C 41- m u H 89
autoria e da materialidade da infração, ressalvada a hipótese
de remissão, nos termos do art. 127. Parágrafo único. A

um IZ .7 .co
advertência poderá ser aplicada sempre que houver prova da

V er L
O
U
.
4
0
il
materialidade e indícios suficientes da autoria.
4 ma
d R 3 g
a) Art. 121. A internação constitui medida privativa da
4
A PE D 0 er@
liberdade,
l
sujeita aos princípios de brevidade,

mi
excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em
desenvolvimento. § 1º Será permitida a realização de
p lc
atividades externas, a critério da equipe técnica da entidade,
salvo expressa determinação judicial em contrário.
b) Art. 105. Ao ato infracional praticado por criança
corresponderão as medidas previstas no art. 101.

c) Art. 106. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade


senão em flagrante de ato infracional ou por ordem escrita e
fundamentada da autoridade judiciária competente. Parágrafo
único. O adolescente tem direito à identificação dos
responsáveis pela sua apreensão, devendo ser informado
acerca de seus direitos.
d) Art. 111. São asseguradas ao adolescente, entre outras, as
seguintes garantias:

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I - pleno e formal conhecimento da atribuição de ato
infracional, mediante citação ou meio equivalente;

II - igualdade na relação processual, podendo confrontar-


se com vítimas e testemunhas e produzir todas as provas
necessárias à sua defesa;

III - defesa técnica por advogado;

IV - assistência judiciária gratuita e integral aos


necessitados, na forma da lei;

V - direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade


competente;

VI - direito de solicitar a presença de seus pais ou


responsável em qualquer fase do procedimento.

CESPE - 2017 - DPE-AC


a l
io n
a c
João, aos dezessete anos de idade, foi apreendido em
flagrante de ato infracional descrito como crime de homicídio,
u c ER
razão pela qual lhe foi aplicada medida de internação

E M d IL
provisória e, depois, medida socioeducativa de internação em
e
estabelecimento educacional. Ambas as medidas devem ser
rt RO
o OR
reavaliadas, no máximo, a cada seis meses.
p
u H 89
Nessa situação hipotética,
S C 41- m
m Z .7 .co
a) a internação, antes da sentença, pode ser determinada pelo
u I
V er L U 4
0
il
prazo máximo de quarenta e cinco dias, contados a partir da
4 ma
data da decisão judicial e, no caso de liberação e posterior
O .
d R 4 3 g
renovação da internação provisória, será iniciada nova
A PE D 0 er@
contagem por igual período.
l
mi
p lc
b) a realização da entrevista pessoal feita pela defesa técnica
com o socioeducando para o exercício das suas garantias
individuais e processuais será assegurada apenas durante o
processo de execução das medidas socioeducativas privativas
de liberdade.

c) para a reavaliação da medida aplicada, a autoridade


judiciária poderá designar audiência, sendo a gravidade do ato
infracional fator que isoladamente justifica a não substituição
da medida por outra menos grave.

d) o prazo para a reavaliação das medidas aplicadas deve ser


contado a partir da data da apreensão de João, podendo a
reavaliação ser processada logo após o recebimento do
relatório enviado pela unidade de internação,

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independentemente do escoamento do prazo.

e) a autoridade judiciária não poderá determinar reinício de


cumprimento de medida socioeducativa, mesmo na hipótese
de a medida ter sido aplicada por ato infracional praticado
durante a execução.

GABARITO COMENTADO

A alternativa correta é a letra D

Resolução 165/12 do CNJ:

Art. 14. Para efeito da reavaliação prevista no art. 42 da Lei nº


12.594, de 18 de janeiro de 2012, a contagem do prazo será
feita a partir da data da apreensão do adolescente,

a l
considerando-se, ainda, eventual tempo de prisão cautelar que

io n
não se tenha convertido em pena privativa de liberdade (§ 2º
c
do art. 46 da Lei nº 12.594, de 18 de janeiro de 2012).
a
u c ER
Parágrafo único. Independentemente do escoamento do prazo

E M d IL
previsto no caput, a reavaliação pode ser processada
e
imediatamente após a remessa do relatório enviado pela
rt RO
p o OR
unidade de internação ou semiliberdade, ou serviço que
execute a medida socioeducativa de liberdade assistida.
S C 41- m u H 89
um IZ .7 .co
V
QUESTÕES:
Oer L U
. 0
4
4 mail
Ano: 2015. Banca: Cespe. Órgão: DPE-RN

d
MEDIDAR 4 3 g
À luz da Lei n.º 10.216/2001, que dispõe sobre a proteção e os
A PE D 0 er@
SOCIOEDUCATIVA
l
direitos das crianças e adolescentes portadores de transtornos
i
mentais, assinale a opção correta.
m
p lc a realização de pesquisas científicas para fins
a) Para
diagnósticos ou terapêuticos com a participação de criança
portadora de distúrbio psiquiátrico, exige-se o consentimento
expresso do representante legal da criança, o qual torna
dispensável a comunicação aos conselhos profissionais
competentes.

b) Para a internação compulsória de adolescente, basta a


autorização por médico devidamente registrado no CRM
competente.

c) A exigência legal de que sejam esgotados os recursos extra-


hospitalares antes da internação não se aplica quando se trata
de internação na modalidade voluntária.

d) O adolescente que apresenta distúrbio psiquiátrico não

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pode, segundo o STJ, ser submetido a medida socioeducativa,
uma vez que é inapto para cumpri-la.

e) Caso uma criança seja internada involuntariamente em


estabelecimento de saúde mental em razão de distúrbio
psiquiátrico, o responsável técnico pelo estabelecimento deve
comunicar o MP estadual do ocorrido, comunicação esta que é
dispensada no momento da alta da criança.

GABARITO COMENTADO

A alternativa correta é a letra D.

Pessoal, há entendimento em sentido contrário, mas é bom


atentar para o que a Cespe quer, não é?

Lei 10.216/2011:

a l
a) Art. 11. Pesquisas científicas para fins diagnósticos ou

io n
terapêuticos não poderão ser realizadas sem o consentimento
c
expresso do paciente, ou de seu representante legal, e sem a
a
c ER
devida comunicação aos conselhos profissionais competentes
u
e ao Conselho Nacional de Saúde.
E M d IL
e
b) O médico registrado deverá autorizar a internação, que é
rt RO
o OR
determinada pelo juiz. (arts. 8º e 9º).
p
S C 41- m u H 89
c) Art. 4o A internação, em qualquer de suas modalidades, só
será indicada quando os recursos extra-hospitalares se

um IZ .7 .co
mostrarem insuficientes.

V er L U 4
0
il
4 ma
d) art. 8º. § 1o A internação psiquiátrica involuntária deverá,
O .
d R 4 3 g
no prazo de setenta e duas horas, ser comunicada ao
A PE D 0 er@
Ministério Público Estadual pelo responsável técnico do
l i
estabelecimento no qual tenha ocorrido, devendo esse mesmo
m
lc
procedimento ser adotado quando da respectiva alta.
p
Ano: 2017. Banca: FCC. Órgão: DPE-SC

Sobre as medidas socioeducativas, conforme expressamente


regulamentadas em lei, é correto afirmar que a:

a) liberdade assistida será adotada sempre que se afigurar a


medida mais adequada para proteger adolescentes cujos
direitos se encontram violados ou ameaçados em razão da
própria conduta.

b) semiliberdade é fixada por tempo indeterminado,


reavaliada no máximo a cada seis meses e implica
profissionalização obrigatória do adolescente.

c) advertência não implica, em qualquer hipótese, o

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reconhecimento ou comprovação da responsabilidade, nem
prevalece para efeito de antecedente.

d) obrigação de reparar o dano consiste na realização de


tarefas gratuitas de interesse geral atribuídas, conforme suas
aptidões, ao adolescente autor de ato infracional com reflexos
patrimoniais.

e) prestação de serviços à comunidade deve ser fixada por um


prazo mínimo de seis meses e com jornada semanal não
inferior a oito horas.

GABARITO COMENTADO

A alternativa correta é a letra B.

Art. 120. O regime de semi-liberdade pode ser determinado


desde o início, ou como forma de transição para o meio
a l
aberto, possibilitada a realização de atividades externas,

io
independentemente de autorização judicial. § 1º São n
a c
obrigatórias a escolarização e a profissionalização, devendo,
c ER
sempre que possível, ser utilizados os recursos existentes na
u
E M d IL
comunidade. § 2º A medida não comporta prazo determinado
aplicando-se, no que couber, as disposições relativas à
e
rt RO
internação. Art. 121, § 2º - A medida não comporta prazo

p o OR
determinado, devendo sua manutenção ser reavaliada,

S C 41- m
meses.
u H 89
mediante decisão fundamentada, no máximo, a cada seis

um IZ .7 .co
V er L U 4
0
il
a) Art. 118. A liberdade assistida será adotada sempre que se
4 ma
afigurar a medida mais adequada para o fim de acompanhar,
O .
d R 4 3 g
auxiliar e orientar o adolescente.
A PE D 0 er@
l
mi
c) Art. 127. A remissão não implica necessariamente o
reconhecimento ou comprovação da responsabilidade, nem
p lc
prevalece para efeito de antecedentes, podendo incluir
eventualmente a aplicação de qualquer das medidas previstas
em lei, exceto a colocação em regime de semiliberdade e a
internação.

d) Art. 116. Em se tratando de ato infracional com reflexos


patrimoniais, a autoridade poderá determinar, se for o caso,
que o adolescente restitua a coisa, promova o ressarcimento
do dano, ou, por outra forma, compense o prejuízo da vítima.
Parágrafo único. Havendo manifesta impossibilidade, a medida
poderá ser substituída por outra adequada.

e) Art. 117. A prestação de serviços comunitários consiste na


realização de tarefas gratuitas de interesse geral, por período
não excedente a seis meses, junto a entidades assistenciais,

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hospitais, escolas e outros estabelecimentos congêneres, bem
como em programas comunitários ou governamentais.
Parágrafo único. As tarefas serão atribuídas conforme as
aptidões do adolescente, devendo ser cumpridas durante
jornada máxima de oito horas semanais, aos sábados,
domingos e feriados ou em dias úteis, de modo a não
prejudicar a frequência à escola ou à jornada normal de
trabalho.

Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-AM Prova: FCC - 2018 -


DPE-AM - Defensor Público - Reaplicação

Carlos cumpre medida socioeducativa de internação aplicada


por sentença e tem 19 anos. Dentro da unidade de internação
é acusado de tentar matar um funcionário. Segundo regra
prevista expressamente em lei, Carlos, caso

A) seja preso em flagrante, deverá ser removido para o


a l
io
sistema prisional adulto e ter extinta sua medida n
socioeducativa.
a c
u c ER
E M d IL
B) seja preso em flagrante, deverá ser removido para o sistema
prisional de adulto e ter suspensa sua medida socioeducativa
e
rt RO
até o trânsito em julgado da decisão do processo criminal.

p o OR
S C 41- m u H 89
C) fique em prisão cautelar e seja absolvido, deverá ter o
tempo de privação de liberdade descontado do prazo de
m IZ .7 .co
cumprimento da medida socioeducativa.
u
V er L
O
U
.
4
0
il
4 ma
D) seja condenado à pena privativa de liberdade, a ser
d R 4 3 g
executada, provisória ou definitivamente, em regime fechado,
A PE D 0 er@
semiaberto ou aberto, deverá ter a medida socioeducativa
l i
declarada extinta.
m
p lc
E) haja flagrante ou não, deverá aguardar o julgamento no
sistema socioeducativo, onde já se encontra privado de
liberdade por força de sentença.

GABARITO COMENTADO

A alternativa correta é a letra C.

ECA, Art. 46. A medida socioeducativa será declarada extinta:


I - pela morte do adolescente;
II - pela realização de sua finalidade;
III - pela aplicação de pena privativa de liberdade, a ser
cumprida em regime fechado ou semiaberto, em execução
provisória ou definitiva;
IV - pela condição de doença grave, que torne o adolescente

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incapaz de submeter-se ao cumprimento da medida; e
V - nas demais hipóteses previstas em lei.
§ 1o No caso de o maior de 18 (dezoito) anos, em
cumprimento de medida socioeducativa, responder a
processo-crime, caberá à autoridade judiciária decidir sobre
eventual extinção da execução, cientificando da decisão o juízo
criminal competente.
§ 2o Em qualquer caso, o tempo de prisão cautelar não
convertida em pena privativa de liberdade deve ser
descontado do prazo de cumprimento da medida
socioeducativa.

FCC - 2018 - DPE-MA

Os Planos Municipais de Atendimento Socioeducativo,


segundo dispõe a Lei n° 12.594/12,
a l
io n
a c
c ER
a) serão elaborados pelo Conselho Municipal dos Direitos da
u
E M
integrantes do Sistema de Justiça. d IL
Criança e do Adolescente em parceria com os órgãos

e
rt RO
o OR
b) terão sua execução acompanhada pelas comissões
p
u H 89
temáticas pertinentes da Câmara Municipal.
S C 41- m
m Z .7 .co
c) serão submetidos à deliberação do poder legislativo
u I
V er L
O
U
.
4
0
il
municipal, por iniciativa do poder executivo municipal.
4 ma
d R 3 g
d) conterão as normas gerais de funcionamento do Sistema
4
A PE D 0 er@
Municipal de Atendimento Socioeducativo para os cinco anos
l i
seguintes.
m
p lc
e) incluirão as diretrizes, os objetivos, as metas, as prioridades
e as formas de financiamento dos programas socioeducativos
de internação e semiliberdade.

GABARITO COMENTADO

A alternativa correta é a letra B

Lei 12.594/12, Art. 8, paragrafo único: Os Poderes Legislativos


federal, estaduais, distrital e municipais, por meio de suas
comissões temáticas pertinentes, acompanharão a execução
dos Planos de Atendimento Socioeducativo dos respectivos
entes federados.

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7. PURAÇÃO DE ATOS INFRACIONAIS, RECURSOS, IMPUGNAÇÕES E EXECUÇÃO

O princípio do juiz imediato vem estabelecido no art. 147, I e II, do ECA,


segundo o qual o foro competente para apreciar e julgar as medidas, ações e
procedimentos que tutelam interesses, direitos e garantias positivados no ECA, é
determinado pelo lugar onde a criança ou o adolescente exerce, com regularidade, seu
direito à convivência familiar e comunitária.

Embora seja compreendido como regra de competência territorial, o art. 147, I


e II, do ECA apresenta natureza de competência absoluta, porque expressa norma
cogente que, em certa medida, não admite prorrogação.

A apreensão do adolescente poderá ocorrer por flagrante ou por determinação


l
judicial. Se determinada pelo juiz, deverá ser encaminhado à autoridade judiciária. Por
a
n
outro lado, se a apreensão se deu em flagrante, o adolescente será encaminhado à
io
autoridade policial.
a c
u c ER
Se o ato foi cometido sem violência ou grave ameaça à pessoa, será feito um
d IL
boletim circunstanciado, porém, se cometido com violência ou grave ameaça à pessoa,
E M
e
será lavrado auto de apreensão, com a oitiva de testemunhas e do adolescente.
rt RO
p o OR
Comparecendo qualquer dos pais ou responsável, o adolescente será

S C 41- m u H 89
prontamente liberado pela autoridade policial, sob termo de compromisso e
responsabilidade de sua apresentação ao representante do Ministério Público, no
um IZ .7 .co
mesmo dia ou, sendo impossível, no primeiro dia útil imediato, exceto quando, pela
er L U 4
4 ma il
gravidade do ato infracional e sua repercussão social, deva o adolescente permanecer
V O . 0
sob internação para garantia de sua segurança pessoal ou manutenção da ordem
d R 4 3 g
A PE
pública.
D 0 er@
l i
Em caso de não liberação, a autoridade policial encaminhará, desde logo, o
m
p lc
adolescente ao representante do Ministério Público, juntamente com cópia do auto
de apreensão ou boletim de ocorrência.

Na eventualidade de não ser possível a apresentação imediata ao Ministério


Público, o adolescente será encaminhado a entidade de atendimento, que deverá
apresentá-lo ao órgão ministerial em 24 horas.

Se não houver entidade de atendimento na localidade é permitido que o


adolescente aguarde na repartição policial, desde que separada dos maiores, sendo o
prazo máximo de permanência de 24 horas.

Recebidos os autos, o Ministério Público poderá: determinar o arquivamento


do feito, conceder remissão ou representar à autoridade judiciária para a aplicação de
medida socioeducativa.

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Oferecida a representação, a autoridade judiciária designará audiência de
apresentação do adolescente, decidindo, desde logo, sobre a decretação ou
manutenção da internação.

a) Internação provisória: ocorre antes da sentença. Nessa internação, o que


temos é uma medida cautelar, como se fosse uma prisão cautelar, determinada
pelo juiz, com prazo máximo de 45 dias de duração.

b) Remissão (artigo 126 do ECA): consiste no ato de perdoar o ato infracional


praticado pelo adolescente e pode consistir em:

o Exclusão: quando concedida pelo Ministério Público

o Extinção ou suspensão: concedida pelo juiz, após o início do


procedimento de apuração do ato infracional.

l
A remissão não significa o reconhecimento de que o adolescente praticou aquela
a
conduta nem serve para efeito de antecedentes.
io n
a c
Poderá ser concedida cumulada com qualquer outra medida socioeducativa,
c ER
exceto colocação em regime de semiliberdade e internação.
u
E M d IL
c) O prazo máximo de conclusão do procedimento de apuração de medida
socioeducativa é de 45 dias. e
rt RO
p o OR
S C 41- m u H 89
d) Ao adolescente é garantido o direito de peticionar diretamente a qualquer
autoridade e de se reunir, reservadamente, com seu advogado.

um IZ .7 .co
V O er L
. 0
U4 ma4 il
e) Súmula 342 do STJ: No procedimento para aplicação de medida
socioeducativa, é nula a desistência de outras provas em face da confissão do
d R
adolescente. 4 3 g
A PE D 0 er@
l i
A autoridade judiciária não aplicará qualquer medida, desde que reconheça na
m
p lc
sentença: estar provada a inexistência do fato; não haver prova da existência do fato;
não constituir o fato ato infracional; não existir prova de ter o adolescente concorrido
para o ato infracional.

A intimação da sentença que aplicar medida de internação ou regime de semi-


liberdade será feita: ao adolescente e ao seu defensor; quando não for encontrado o
adolescente, a seus pais ou responsável, sem prejuízo do defensor.

Sendo outra a medida aplicada, a intimação far-se-á unicamente na pessoa do


defensor. Recaindo a intimação na pessoa do adolescente, deverá este manifestar se
deseja ou não recorrer da sentença.

f) Aos procedimentos afetos à Justiça da Infância e Juventude, inclusive os


relativos à execução das medidas socioeducativas, quanto ao sistema recursal,
adotam-se o CPC, e, quanto ao procedimento comum, adota-se o CPP. Porém,

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quando o ECA estabelecer prazo especial, este será observado. Assim, todos os
recursos serão interpostos em um prazo de 10 dias (artigo 198, II).

g) O prazo máximo de julgamento de recursos afetos à Justiça da Infância e


Juventude é de 60 dias.

h) Os procedimentos da infância e juventude possuem prioridade de tramitação


(artigo 198, III). Pessoal, na 2ª fase, é essencial mencionar isto.

i) A sentença que deferir a adoção produz efeito desde logo, embora sujeita à
apelação, que será recebida exclusivamente no efeito devolutivo, salvo se tratar de
adoção internacional ou se houver perigo de dano irreparável ou de difícil
reparação ao adotando.

a l
io n
Ano: 2018. Banca: FCC. Órgão: DPE-AP
a c
u c ER
E M d IL
Célio tem 17 anos e, na companhia de outro adolescente, foi
apreendido em flagrante por suposta prática de ato infracional
e
rt RO
equiparado a roubo qualificado por concurso de agentes e uso de
QUESTÕES: p o OR
arma. Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente,
APURAÇÃO DE
S C 41- m u H 89
a) se não houver entidade destinada à custódia de adolescentes
ATO
um IZ .7 .co
na comarca, Célio pode, excepcionalmente, aguardar a sentença
er L U il
INFRACIONAL
4 ma4
em estabelecimento prisional, desde que em cela isolada dos

d V R O
4 3 . 0
adultos e observado o prazo máximo de 45 dias.
g
A PE D 0 er@
lb) tendo em vista a gravidade do ato infracional, provadas
mi
autoria e materialidade da infração, Célio deverá receber medida
p lc
socioeducativa de internação pelo prazo mínimo de 6 meses.

c) caso fique caracterizada tentativa de roubo, não tendo Célio


antecedentes infracionais, deve ser inserido em medida de
semiliberdade ou liberdade assistida.

d) Célio pode ser entregue a seus pais caso a autoridade policial


entenda desnecessária sua apreensão para garantia da ordem
pública ou da própria segurança do adolescente.

e) Célio deve ser apresentado ao Promotor de Justiça no prazo


máximo de 5 dias, após o que cabe ao juiz, em igual prazo, decidir
sobre sua liberação ou decretação da internação provisória.

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GABARITO COMENTADO

A alternativa correta é a letra D.

Art. 172 do ECA: O adolescente apreendido em flagrante de ato


infracional será, desde logo, encaminhado à autoridade policial
competente.
Parágrafo único. Havendo repartição policial especializada para
atendimento de adolescente e em se tratando de ato infracional
praticado em co-autoria com maior, prevalecerá a atribuição da
repartição especializada, que, após as providências necessárias e
conforme o caso, encaminhará o adulto à repartição policial
própria.
Art. 173 do ECA. Em caso de flagrante de ato infracional
cometido mediante violência ou grave ameaça a pessoa, a

l
autoridade policial, sem prejuízo do disposto nos arts. 106,
a
parágrafo único, e 107, deverá:
io n
c
I - lavrar auto de apreensão, ouvidos as testemunhas e o
a
adolescente;
u c ER
d IL
II - apreender o produto e os instrumentos da infração;
E M
e
III - requisitar os exames ou perícias necessários à
rt RO
o OR
comprovação da materialidade e autoria da infração.
p
S C 41- m u H 89
Parágrafo único. Nas demais hipóteses de flagrante, a
lavratura do auto poderá ser substituída por boletim de
m Z .7 .co
ocorrência circunstanciada.
u I
V er L U 4 il
4 ma
Art. 174 do ECA. Comparecendo qualquer dos pais ou
O . 0
responsável, o adolescente será prontamente liberado pela
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
autoridade policial, sob termo de compromisso e
l
responsabilidade de sua apresentação ao representante do
mi
Ministério Público, no mesmo dia ou, sendo impossível, no
p lc
primeiro dia útil imediato, exceto quando, pela gravidade do ato
infracional e sua repercussão social, deva o adolescente
permanecer sob internação para garantia de sua segurança
pessoal ou manutenção da ordem pública.

CESPE - 2017 - DPE-AL

Considerando que determinado adolescente de dezessete anos


de idade tenha sido apreendido em flagrante de ato infracional
análogo ao crime de furto, assinale a opção correta.

a) Em caso de não liberação, e sendo impossível a sua

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apresentação imediata ao Ministério Público, o adolescente será
encaminhado pela autoridade policial a entidade de
atendimento, que o apresentará ao Ministério Público no prazo
de vinte e quatro horas, ou, não havendo na localidade entidade
de atendimento e na falta de repartição policial especializada, o
adolescente aguardará a apresentação em dependência prisional,
ainda que junto a maiores.

b) Apresentado o adolescente, o Ministério Público, no mesmo


dia e à vista do auto de apreensão, boletim de ocorrência ou
relatório policial, devidamente autuados pelo cartório judicial e
com informação sobre os antecedentes do adolescente, dará
início a imediata e informal audiência de custódia com a
participação dos pais do adolescente ou de seu responsável, da
vítima e de testemunhas.

a l
io
c) O Ministério Público poderá oferecer representação à n
a c
autoridade judiciária propondo a instauração de procedimento
u c ER
para a aplicação da medida socioeducativa que se afigurar a mais
d IL
adequada, devendo a representação ser oferecida por petição,
E M
e
que conterá obrigatoriamente breve resumo dos fatos, a
rt RO
classificação do ato infracional, prova pré-constituída da autoria e
p o OR
materialidade e, quando necessário, o rol de testemunhas.

S C 41- m u H 89
um IZ .7 .co
d) Oferecida a representação, a autoridade judiciária designará

V er L U 4 il
4 ma
audiência de apresentação do adolescente e o adolescente e seus
O . 0
pais ou responsável serão cientificados do teor da representação,
d R 4 3 g
A PE De notificados a comparecer à audiência, acompanhados de
0 er@
advogado, devendo a autoridade judiciária determinar a
l
mi
condução coercitiva dos pais ou do responsável se eles não forem
lc
localizados.
p
e) Com o comparecimento de qualquer dos pais ou do
responsável, o adolescente será prontamente liberado pela
autoridade policial, sob termo de compromisso e
responsabilidade de sua apresentação ao Ministério Público, no
mesmo dia ou, sendo impossível, no primeiro dia útil imediato,
exceto quando, pela gravidade do ato infracional e sua
repercussão social, deva o adolescente permanecer sob
internação para a garantia de sua segurança pessoal ou da
manutenção da ordem pública.

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GABARITO COMENTADO

A alternativa correta é a letra E.

Art. 174 do ECA: Comparecendo qualquer dos pais ou


responsável, o adolescente será prontamente liberado pela
autoridade policial, sob termo de compromisso e
responsabilidade de sua apresentação ao representante do
Ministério Público, no mesmo dia ou, sendo impossível, no
primeiro dia útil imediato, exceto quando, pela gravidade do ato
infracional e sua repercussão social, deva o adolescente
permanecer sob internação para garantia de sua segurança
pessoal ou manutenção da ordem pública.

a l
8. CONSLEHO TUTELAR (artigos 131 a 140 do ECA)
io n
a c
u c ER
É órgão integrante do Poder Executivo municipal, não possui natureza
jurisdicional, e tem como função a proteção integral das crianças e adolescentes. Não
E M d IL
se confunde com o Conselho de Direitos da Criança e adolescente, pois este tem
e
rt RO
função principal deliberar, e não promover, as ações protetivas.

p o OR
O Conselho Tutelar é composto por cinco membros, escolhidos pela sociedade

S C 41- m u H 89
civil, com mandato de quatro anos, sendo permitida uma recondução, mediante novo
processo de escolha. São requisitos para ser conselheiro tutelar:
um IZ .7 .co
V

 O er L
.
U
0
4
4 ma il
Idade mínima de 21 anos;
Residir no município;
d R 4 3 g
A PED 0 er@
Possuir idoneidade moral.
l
mi
Importante!
p lc
 Não podem funcionar no mesmo conselho tutelar: marido e mulher;
ascendente e descendente; sogro e genro ou nora; irmãos; cunhados,
durante o cunhadio; tio e sobrinho; padrasto, madrasta e enteado.
 Cada município deve ter, ao menos, um Conselho Tutelar.
 Aos conselheiros tutelares são garantidos direito a: cobertura
previdenciária, férias anuais remuneradas, acrescidas de 1/3; licença
maternidade; gratificação natalina.
 As decisões proferidas pelo Conselho Tutelar poderão ser revistas pela
autoridade judiciária, sendo cabível apelação.

São atribuições do Conselho Tutelar:

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 Atender as crianças e adolescentes nas hipóteses previstas nos arts. 98
e 105, aplicando as medidas previstas no art. 101, I a VII;
 Atender e aconselhar os pais ou responsável, aplicando as medidas
previstas no art. 129, I a VII;
 Promover a execução de suas decisões
 Encaminhar ao Ministério Público notícia de fato que constitua
infração administrativa ou penal contra os direitos da criança ou
adolescente;
 Encaminhar à autoridade judiciária os casos de sua competência;
 Providenciar a medida estabelecida pela autoridade judiciária, dentre
as previstas no art. 101, de I a VI, para o adolescente autor de ato
infracional;
 Expedir notificações;
 Requisitar certidões de nascimento e de óbito de criança ou
adolescente quando necessário; a l

io n
Assessorar o Poder Executivo local na elaboração da proposta
a c
orçamentária para planos e programas de atendimento dos direitos da
criança e do adolescente; u c ER

E M d IL
Representar, em nome da pessoa e da família, contra a violação dos
direitos; e
rt RO

p o OR
Representar ao Ministério Público para efeito das ações de perda ou

S C 41- m u H 89
suspensão do poder familiar, após esgotadas as possibilidades de

um
manutenção da criança ou do adolescente junto à família natural.
IZ .7 .co
er L

U il
Promover e incentivar, na comunidade e nos grupos profissionais,
4
4 ma
d V R 4 3 0
ações de divulgação e treinamento para o reconhecimento de sintomas
O . g
de maus-tratos em crianças e adolescentes.
A PE D 0 er@
l
mi
p lc
Ano: 2018. Banca: CESPE. Órgão: DPE-PE. Prova: Defensor
Público
QUESTÕES:
CONSELHO TUTELAR A respeito do conselho tutelar, assinale a opção correta.

a) O exercício efetivo da função de conselheiro tutelar


constitui serviço público relevante e presume idoneidade
moral.

b) Em cada comarca haverá, no mínimo, um conselho tutelar


como órgão integrante do Poder Judiciário estadual.

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c) O candidato a membro do conselho tutelar deve ser
pessoa idônea, com idade mínima de dezoito anos
completos, e residir na sede da comarca.

d) Lei estadual disporá sobre o local, o dia e o horário de


funcionamento do conselho tutelar.

e) Ao tribunal de justiça local caberá encaminhar ao Poder


Executivo proposta orçamentária anual com previsão dos
recursos necessários ao funcionamento do conselho tutelar.

GABARITO COMENTADO

A alternativa correta é a letra A.

a l
io
conselheiro constituirá serviço público relevante e n
A) CERTO. Art. 135 do ECA: O exercício efetivo da função de

estabelecerá presunção de idoneidade moral.


a c
u c ER
d IL
B) ERRADO. Art. 132 do ECA: Em cada Município e em cada
E M
e
Região Administrativa do Distrito Federal haverá, no
rt RO
mínimo, 1 (um) Conselho Tutelar como órgão integrante da
p o OR
administração pública local, composto de 5 (cinco)

S C 41- m u H 89
membros, escolhidos pela população local para mandato de
4 (quatro) anos, permitida 1 (uma) recondução, mediante
um IZ .7 .co
er L
novo processo de escolha.
U 4 il
4 ma
d V R O
4 3 . 0
C) ERRADO. Art. 133 do ECA. Para a candidatura a membro
g
A PE D 0 er@
do Conselho Tutelar, serão exigidos os seguintes requisitos:
l
mi
I - reconhecida idoneidade moral;
p lc
II - idade superior a vinte e um anos;

III - residir no município.

D) ERRADO - Art. 134 do ECA. Lei municipal ou distrital


disporá sobre o local, dia e horário de funcionamento do
Conselho Tutelar, inclusive quanto à remuneração dos
respectivos membros, aos quais é assegurado o direito a (...).

E) ERRADO - Art. 134 do ECA (...) Parágrafo único. Constará


da lei orçamentária municipal e da do Distrito Federal
previsão dos recursos necessários ao funcionamento do
Conselho Tutelar e à remuneração e formação continuada

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dos conselheiros tutelares.

CESPE - 2018 - DPE-PE

No caso de criança de seis anos de idade ser encontrada


sozinha na rua, a primeira medida específica de proteção a
ser aplicada pelo conselho tutelar será:

a) o encaminhamento da criança a entidade que mantenha


programa de acolhimento institucional, em decorrência
natural da caracterização do abandono.

b) a inclusão da criança em serviço e programa oficial ou


comunitário de proteção, apoio e promoção da família e da
criança.

c) a orientação, o apoio e o acompanhamento temporários.


a l
io
d) a inclusão em programa de acolhimento familiar.
n
a c
u c ER
e) o encaminhamento da criança aos pais ou ao responsável,

E M
mediante termo de responsabilidade. d IL
e
rt RO
p o OR
u H 89
GABARITO COMENTADO
S C 41- m
um Z .7 .co
A alternativa correta é a letra E
I
V O er L.
U
0
4
4 ma il
Art. 136 do ECA: São atribuições do Conselho Tutelar:
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
I - atender as crianças e adolescentes nas hipóteses previstas
i
nos arts. 98 e 105, aplicando as medidas previstas no art.
m
lc
101, I a VII;
pArt. 101 do ECA. Verificada qualquer das hipóteses previstas
no art. 98, a autoridade competente poderá determinar,
dentre outras, as seguintes medidas:

I - encaminhamento aos pais ou responsável, mediante


termo de responsabilidade;

9. LEI 12.594/12 - SINASE

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PRINCIPAIS TÓPICOS SOBRE SINASE –LEI 12.594/12

SINASE é o conjunto de regras, princípios e critérios ligados à execução de


medidas socioeducativos, incluindo-se, por adesão, os sistemas estaduais,
distritais e municipais, bem como todos os planos, políticas e programas que
visam a atender adolescentes em conflito com a lei.
 Programa: é a organização e o funcionamento, por unidade, das condições
para o cumprimento da medida.

 Unidade: é a base física para a organização e o funcionamento de programa


de atendimento.

 Entidade de atendimento: pessoa jurídica de direito público ou privado que


instala e mantém as unidades de atendimento e os recursos.


a l
É vedada a instituição de unidades socioeducativas em espaços contíguos,

io n
anexos ou de qualquer forma integrados a estabelecimentos penais.

a c

c ER
O SINASE será organizado pela União e integrado pelos sistemas estaduais,
u
d IL
distritais e municipais, que serão responsáveis pela implementação dos
E M
programas de atendimento.
e
rt RO

p o OR
É vedado o desenvolvimento e a oferta de programas próprios de
atendimento.
S C 41- m u H 89
um IZ .7 .co
 V O er L.
U
0
4 il
EXECUÇÃO DAS MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS:
4 ma
Será regida pelo princípio da legalidade. Não poderá o adolescente receber
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
tratamento mais gravoso que o conferido ao adulto.
l

mi
É obrigatória a atuação da defesa e do Ministério Público em todo o
p lc
procedimento de execução de medida socioeducativa, sob pena de nulidade.

 Compete ao Estado criar, desenvolver e manter programas para a execução


das medidas socioeducativas de semiliberdade e internação;

 Compete ao município criar e manter programas de atendimento para a


execução das medidas socioeducativas em meio aberto;

 Serão executadas nos próprios autos do processo de conhecimento as


medidas de proteção, de advertência e de reparação de danos;

 Para aplicar medida de prestação de serviços à comunidade, liberdade


assistida, semiliberdade ou internação será constituído processo de execução
para cada adolescente. O mesmo ocorrerá na remissão, aplicada como forma

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de suspensão do processo.

 A reavaliação da medida pode ser solicitada, a qualquer tempo, a pedido da


direção do estabelecimento, do Ministério Público, do defensor, do
adolescente ou seus pais e responsáveis.

 Para a execução de medida socioeducativa, é essencial a constituição de um


Plano Individual de Atendimento, que será a base de composição das metas
e objetivos a serem seguidos pelo adolescente.

 Se tratando de medida de semiliberdade ou internação, o PIA será elaborado


em um prazo máximo de 45 dias do início da medida. Se prestação de serviço
à comunidade ou liberdade assistida, o prazo será de 15 dias.

 No PIA, haverá a participação dos pais, que têm o dever de contribuir com o

l
processo de ressocialização do adolescente. O plano é elaborado com a
a
n
participação do adolescente e de sua família, representados por seus pais ou
io
responsáveis.
a c

u c ER
É vedado à autoridade judiciária determinar o reinício de cumprimento de

E M d IL
medida socioeducativa ou deixar de considerar os prazos máximos e de
e
rt RO
liberdade compulsória. Excepcionalmente, será admitido o reinício da medida
o OR
se aplicada a ato infracional praticado no curso da execução de outra já em
p
andamento.
S C 41- m u H 89
 m IZ .7 .co
Em se tratando de ato infracional praticado antes do início da execução do
u
V O er L.
U
0
4
4 ma il
procedimento que está em curso, a autoridade judiciária não poderá aplicar
nova medida de internação. Entende-se que os atos anteriores foram
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
absolvidos pelo já em curso.
l
m i
plc Banca: FCC. Órgão: DPE-AM. Prova: Defensor Público
Ano: 2018.

Dentre aqueles previstos na Lei n° 12.594/2012 (Lei do Sinase), é


princípio que rege a execução das medidas socioeducativas

a) a prioridade a práticas ou medidas que sejam ressocializadoras


em detrimento daquelas que atendam às necessidades das
QUESTÃO: vítimas.
SINASE
b) proporcionalidade em relação à ofensa cometida.

c) legalidade e especialidade, vedada a aplicação, aos


adolescentes, de quaisquer dispositivos da legislação penal ou
processual dos adultos.

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d) definição do grau de controle e vigilância conforme avaliação
de periculosidade do adolescente.

e) atendimento das necessidades socioassistenciais do


adolescente e sua família conforme parâmetros fixados na
sentença.

GABARITO COMENTADO

A alternativa correta é a letra B.

Art. 35, SINASE. A execução das medidas socioeducativas reger-


se-á pelos seguintes princípios:

I - legalidade, não podendo o adolescente receber tratamento


mais gravoso do que o conferido ao adulto; (Alternativa C)
a l
io n
a c
II - excepcionalidade da intervenção judicial e da imposição de
medidas, favorecendo-se meios de autocomposição de conflitos;
u c ER
E M d IL
III - prioridade a práticas ou medidas que sejam restaurativas e,
e
sempre que possível, atendam às necessidades das vítimas;
rt RO
p o OR
IV - proporcionalidade em relação à ofensa cometida;

S C 41- m u H 89
um
V - brevidade da medida em resposta ao ato cometido, em
IZ .7 .co
er L
especial o respeito ao que dispõe o art. 122 da Lei no 8.069, de 13
U4 ma4 il
de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente);

d V R O
4 3 . 0 g
A PE D 0 er@
VI - individualização, considerando-se a idade, capacidades e
l
circunstâncias pessoais do adolescente;
m i
p lc intervenção, restrita ao necessário para a realização
VII - mínima
dos objetivos da medida;

VIII - não discriminação do adolescente, notadamente em razão


de etnia, gênero, nacionalidade, classe social, orientação
religiosa, política ou sexual, ou associação ou pertencimento a
qualquer minoria ou status; e

IX - fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários no


processo socioeducativo.

JURISPRUDÊNCIA

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ATO INFRACIONAL. A superveniência da maioridade penal não interfere na
apuração de ato infracional nem na aplicabilidade de medida socioeducativa em
curso, inclusive na liberdade assistida, enquanto não atingida a idade de 21 anos.
REsp 1.705.149-RJ, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, Terceira Seção, por unanimidade,
julgado em 13/06/2018. (Info 630)

ATO INFRACIONAL. É possível que o adolescente infrator inicie o imediato


cumprimento da medida socioeducativa de internação que lhe foi imposta na
sentença, mesmo que ele tenha interposto recurso de apelação e esteja aguardando
seu julgamento. O adolescente infrator, em regra, não tem direito de aguardar em
liberdade o julgamento da apelação interposta contra a sentença que lhe impôs a
medida de internação. STJ. (Info 583).

INTERNAÇÃO: O ECA não estipulou um número mínimo de atos infracionais graves


para justificar a internação do menor infrator com fulcro no art. 122, II, do ECA

a l
(reiteração no cometimento de outras infrações graves). Logo, cabe ao magistrado
n
analisar as peculiaridades de cada caso e as condições específicas do adolescente a
io
c
fim de aplicar ou não a internação. A depender das particularidades e circunstâncias
a
c ER
do caso concreto, pode ser aplicada, com fundamento no art. 122, II, do ECA,
u
E M d IL
medida de internação ao adolescente infrator que antes tenha cometido apenas
uma outra infração grave. Está superado o entendimento de que a internação com
e
rt RO
base nesse dispositivo somente seria permitida com a prática de no mínimo 3
o OR
infrações. STF. 1ª Turma. HC 94447, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 12/04/2011. STJ.
p
S C 41- m
24/11/2015. STJ. (Info 591). u H 89
5ª Turma. HC 332.440/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em

um IZ .7 .co
V er L U
0
4
4 ma il
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA. É inconstitucional a expressão “em horário diverso do
autorizado” contida no art. 254 do ECA. “Art. 254. Transmitir, através de rádio ou
O .
d R 3 g
televisão, espetáculo em horário diverso do autorizado ou sem aviso de sua
4
A PE D 0 er@
classificação: Pena - multa de vinte a cem salários de referência; duplicada em caso
l i
de reincidência a autoridade judiciária poderá determinar a suspensão da progra-
m
p lc
mação da emissora por até dois dias.” O Estado não pode determinar que os
programas somente possam ser exibidos em determinados horários. Isso seria uma
imposição, o que é vedado pelo texto constitucional por configurar censura. O Poder
Público pode apenas recomendar os horários adequados. A classificação dos
programas é indicativa (e não obrigatória). STF. (Info 837).

ADOÇÃO. Na hipótese em que o reconhecimento de "adoção à brasileira" foi fator


preponderante para a destituição do poder familiar, à época em que a entrega de
forma irregular do filho para fins de adoção não era hipótese legal
de destituição do poder familiar, a realização da perícia se mostra imprescindível
para aferição da presença de causa para a excepcional medida de destituição e para
constatação de existência de uma situação de risco para a infante. REsp 1.674.207-
PR, Rel. Min. Moura Ribeiro, por unanimidade, julgado em 17/04/2018. (Info 624)

MEDIDA SOCIOEDUCATIVA. A Defensoria Pública pode ter acesso aos autos de

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procedimento verificatório instaurado para inspeção judicial e atividade correicional
de unidade de execução de medidas socioeducativas. RMS 52.271-SP, Rel. Min. Nefi
Cordeiro, por unanimidade, julgado em 19/06/2018. (Info 629)

LEI 13.436/2017: Altera o art. 10, IV, da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990
(Estatuto da Criança e do Adolescente), para garantir o direito a acompanhamento e
orientação à mãe com relação à amamentação (VI - acompanhar a prática do
processo de amamentação, prestando orientações quanto à técnica adequada,
enquanto a mãe permanecer na unidade hospitalar, utilizando o corpo técnico já
existente).

LEI 13.438/2017: Altera o ECA e prevê que: Nas consultas pediátricas de crianças até
os primeiros 18 meses de vida é obrigatório que os profissionais de saúde adotem
protocolos clínicos para investigar e identificar se existe risco para o
desenvolvimento psíquico da criança (art. 14 (...) § 5º É obrigatória a aplicação a
todas as crianças, nos seus primeiros dezoito meses de vida, de protocolo ou outro

a
instrumento construído com a finalidade de facilitar a detecção, em consulta l
n
pediátrica de acompanhamento da criança, de risco para o seu desenvolvimento
io
psíquico).
a c
u c ER
E M d IL
LEI 13.441/2017: Altera o ECA (acrescentando art. 190-A e seguintes), prevendo a
infiltração de agentes de polícia na internet com o fim de investigar crimes contra a
e
rt RO
dignidade sexual de criança e de adolescente.

p o OR
S C 41- m u H 89
CONTROLE DOS ATOS ADMINISTRATIVOS: A decisão judicial que impõe à
Administração Pública o restabelecimento do plantão de 24 horas em Delegacia
m Z .7 .co
Especializada de Atendimento à Infância e à Juventude não constitui abuso de
u I
V er L0
U4 ma4 il
poder, tampouco extrapola o controle do mérito administrativo pelo Poder
Judiciário. STJ. 1ª Turma. REsp 1.612.931-MS, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho,
O .
d R 3 g
julgado em 20/6/2017 (Info 609). Assim, o STJ considerou que, ao não se oferecer
4
A PE D 0 er@
plantão 24 horas na Delegacia especializada de apuração dos atos infracionais,
l i
houve violação à CF/88, ao art. 172 do ECA e também ao item 12.1 das Regras de
m
p lc
Beijing considerando que, fora do horário de funcionamento da Delegacia, os jovens
infratores serão submetidos às unidades policiais comuns, onde estarão expostos ao
contato com presos maiores de idade. A decisão governamental de encerrar o
plantão na Delegacia não é uma escolha aceitável do Estado sob os aspectos moral e
ético, representando induvidosa preterição de uma prioridade imposta pela
Constituição Federal, além de conduta contrária à lei e ao tratado internacional,
constituindo, portanto, hipótese na qual se admite que o Poder Judiciário intervenha
legitimamente no caso mesmo em se tratando de um ato discricionário.

RECURSOS: (In)aplicabilidade do art. 942 do CPC/2015. A técnica de julgamento do


art. 942 é aplicada no caso de apelação não unânime em processo no qual se apura
a prática de ato infracional por adolescente?
5ª Turma do STJ: SIM
Admite-se a incidência do art. 942 do CPC/2015 para complementar o julgamento da
apelação julgada por maioria nos procedimentos relativos ao estatuto do menor.

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STJ. 5ª turma. AgRg no REsp 1.673.215-RJ, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca,
julgado em 17/05/2018 (Info 627).
6ª Turma do STJ: DEPENDE
• Se a decisão não unânime foi favorável ao adolescente infrator: não se deve
aplicar o art. 942 do CPC/2015.
• Se a decisão não unânime foi contrária ao adolescente infrator: deve-se aplicar o
art. 942.
É inaplicável a técnica de julgamento prevista no artigo 942 do CPC/2015 nos
procedimentos afetos à Justiça da Infância e da Juventude quando a decisão não
unânime for favorável ao adolescente. A aplicação da técnica de julgamento prevista
no art. 942 do CPC, quando a decisão não unânime for favorável ao adolescente,
implicaria em conferir ao menor tratamento mais gravoso que o atribuído ao réu
penalmente imputável, já que os embargos infringentes e de nulidade previstos no
art. 609 do CPP somente são cabíveis se o julgamento tomado por maioria for
contrário ao réu. Ora, se não cabem embargos infringentes do art. 609 do CPP
quando o acórdão não unânime foi favorável ao réu, com maior razão também não

a l
se pode admitir a técnica do art. 942 do CPC se o acórdão não unânime foi favorável
n
ao adolescente infrator. STJ. 6ª Turma. 6ª Turma. REsp 1.694.248-RJ, Rel. Min. Maria
io
Thereza de Assis Moura, julgado em 03/05/2018 (Info 626).
a c
u c ER
E M d IL
EXECUÇÃO DE MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS: Defensoria pode ter acesso a
procedimento instaurado pela Justiça para apurar irregularidades em unidade de
e
rt RO
internação. A Defensoria Pública pode ter acesso aos autos de procedimento
o OR
verificatório instaurado para inspeção judicial e atividade correicional de unidade de
p
S C 41- m u H 89
execução de medidas socioeducativas. STJ. 6ª Turma. RMS 52.271-SP, Rel. Min. Nefi
Cordeiro, julgado em 19/06/2018 (Info 629).

um IZ .7 .co
SÚMULAS

V O er L
. 0
U4 ma4 il
d R 3 g
Súmula 594-STJ: O Ministério Público tem legitimidade ativa para ajuizar ação de
4
A PE D 0 er@
alimentos em proveito de criança ou adolescente independentemente do exercício
l i
do poder familiar dos pais, ou do fato de o menor se encontrar nas situações de
m
p lc
risco descritas no art. 98 do Estatuto da Criança e do Adolescente, ou de quaisquer
outros questionamentos acerca da existência ou eficiência da Defensoria Pública na
comarca.
Súmula 383, STJ: A competência para processar e julgar as ações conexas de
interesse do menor é, em princípio, do foro do domicílio do detentor de sua guarda.
Súmula 265, STJ: É necessária a oitiva do menor infrator antes de decretar-se a
regressão da medida socioeducativa.
Súmula 338, STJ: A prescrição penal é aplicável nas medidas socioeducativas.
Súmula 605, STJ: A superveniência da maioridade penal não interfere na apuração
de ato infracional nem na aplicabilidade de medida socioeducativa em curso,
inclusive na liberdade assistida, enquanto não atingida a idade de 21 anos.
Súmula 342, STJ: No procedimento para aplicação de medida sócio-educativa, é nula
a desistência de outras provas em face da confissão do adolescente.
Súmula 492, STJ:
O ato infracional análogo ao tráfico de drogas, por si só, não conduz

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obrigatoriamente à imposição de medida socioeducativa de internação do
adolescente.

a l
io n
a c
u c ER
E M d IL
e
rt RO
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GOUVEIA, Mlia - Informativos em Frase. Juspodivm: Salvador, 2017.

CAVALCANTI, Márcio André Lopes – Vade Mecum de Jurisprudência – Dizer o Direito.


Juspodivm: Salvador, 2017.

BARROS, Guilherme Freire de Melo – Direito da Criança e do Adolescente –


Juspodvim: Salvador, 2015.

GOMES, Marcos Vinícius Manso Lopes – Ponto a Ponto – Direitos da Criança e


Adolescente. Saraiva: São Paulo, 2015.

a l
io n
a c
u c ER
E M d IL
e
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p o OR
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APRESENTAÇÃO

Caro(a) Aluno(a),

A preparação para concursos públicos exige profissionalismo, métrica e estratégia.


Cada minuto despendido deve ser bem gasto! Por isso, uma preparação direcionada,
focada nos pontos com maior probabilidade de cobrança no seu certame, pode
representar a diferença entre aprovação e reprovação.

Ciente disso, a Ad Verum Suporte Educacional, empresa do Grupo CERS ONLINE,


concebeu o curso INTELIGÊNCIA PDF – Defensoria Pública Estadual, que tem por
premissa fundamental “atacar” os pontos nucleares de cada matéria, com vistas à
antecipação dos temas com maiores chances de cobrança em sua prova.

Fazer isso não é tarefa fácil! É necessário um árduo esforço de pesquisa, levando-se
em consideração fatores como banca examinadora e respectivos membros (sempre
a l
io n
que possível), retrospecto do concurso, incidência temática de cada disciplina,
c
momento da economia do país, dentre tantos outros, aliados a experiência de
a
c ER
Professores de projeção nacional, com larguíssima experiência na análise do perfil dos
u
mais diferentes certames públicos.
E M d IL
e
Para tornar tudo isso uma realidade, a Ad Verum investiu muito em seu Método de
rt RO
p o OR
Aceleração de Aprendizagem (MAVAA). Hoje, contamos com um SETOR DE
INTELIGÊNCIA, responsável por ampla coleta de dados e informações das mais
S C 41- m u H 89
diferentes fontes relacionadas ao universo de cada concurso, de modo a, a partir do

um
processamento dos dados coletados, oferecer aos seus alunos uma experiência
IZ .7 .co
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diferenciada quando comparada a tudo que ele conhece em matéria de preparação
para carreiras públicas. 4
4 ma il
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4 3 . 0 g
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uma obsessão.
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Racionalizar o estudo do aluno é mais que um objetivo para Ad Verum, trata-se de
0 er@
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Bom estudo!

Francisco Penante

CEO Ad Verum Suporte Educacional

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Sumário

1. INTRODUÇÃO .....................................................................................................4
2. DO ACESSO À JUSTIÇA ........................................................................................4
2.1 GRATUIDADE DE JUSTIÇA, ASSISTÊNCIA JURÍDICA E ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA ...4
2.2 INSTRUMENTOS DE ACESSO À JUSTIÇA .............................................................5
3. MODELOS DE PRESTAÇÃO DE ASSISTÊNCIA JURÍDICA GRATUITA ............................8
4. HISTÓRICO DA ASSISTÊNCIA JURÍDICA NO BRASIL ................................................10
5. FORTALECIMENTO DA DEFENSORIA PÚBLICA NO BRASIL ......................................11
6. PRINCÍPIOS INSTITUCIONAIS ................................................................................18
7. GARANTIAS E PRERROGATIVAS DOS MEMBROS DA DEFENSORIA PÚBLICA ..........20
a l
8. ORGANIZAÇÃO DAS DEFENSORIAS PÚBLICAS .......................................................22
io n
a c
8.1 DAS DEFENSORIAS PÚBLICAS DOS ESTADOS....................................................22
u c ER
E M d IL
8.2 DA DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO...............................................................25
9. DAS FORMAS DE ATUAÇÃO DA DEFENSORIA PÚBLICA ..........................................26
e
rt RO
o OR
10. JURISPRUDÊNCIA SOBRE A DEFENSORIA PÚBLICA ..............................................29
p
u H 89
BIBLOGRAFIA..........................................................................................................32
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1. INTRODUÇÃO

A Defensoria Pública é órgão Público autônomo e independente, que tem como


função primordial a proteção aos direitos individuais e coletivos da parcela
esquecida da população: os hipervulneráveis. Entende-se, portanto, que a sua missão
institucional é, muitas vezes, contramajoritária1, pois normalmente é quem garante a
observância dos direitos contrários à vontade da maioria da população.

Dessa forma, talvez seja -de todas as instituições, a que mais precisa de agentes
vocacionados, dispostos a lutar pela promoção da alteridade dos sujeitos que,
conforme definição da ministra do STJ Laurita Vaz, precisam da mão protetora do
Estado. 2

Neste ponto, é que se destaca a importância do estudo aprofundado da disciplina


dos Princípios Institucionais da Defensoria Pública que, cada vez mais, é a que
seleciona aqueles que estão aptos ao exercício dessa função essencial à promoção dos
direitos fundamentais do cidadão.
a l
io
O presente material será formulado para estabelecer os principais temas que n
a c
levarão vocês, futuros defensores públicos, a aprimorar o conhecimento acerca da
u c ER
matéria e promover na prática o exercício das atribuições para ampliar a garantia dos
Direitos Humanos dos seus assistidos.
E M d IL
e
rt RO
2. DO ACESSO À JUSTIÇA
p o OR
S C 41- m u H 89
O acesso à justiça é considerado a forma com que o indivíduo busca amparo estatal
para que possa tutelar seus direitos humanos básicos, garantidores da dignidade
um IZ .7 .co
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humana.
U
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d V R 3 0
A conotação do direito ao acesso à justiça deve ser rompida do sentido único de
O . g
acesso ao judiciário, principalmente pela ampla divulgação, no ordenamento jurídico,
4
A PE D 0 er@
da prioridade da solução extrajudicial dos conflitos.
l
mi
p lc
Neste sentido, pode-se concluir que o direito ao acesso à justiça é, na verdade, o
direito à ordem jurídica justa3, tendo papel de destaque na atual sociedade. A
Defensoria Pública é o órgão escolhido pelo poder constituinte originário de 1988,
para a garantia do referido direito aos sujeitos necessitados.

2.1 GRATUIDADE DE JUSTIÇA, ASSISTÊNCIA JURÍDICA E ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA

A gratuidade de justiça, inicialmente regulamentada pela Lei 1.060/50, foi


parcialmente revogada com o advento do novo Código de Processo Civil (artigos 98 a
102), que trouxe ampla previsão sobre o tema. Sendo assim, consiste no direito que a

1
PASSADORE, Bruno de Almeida - A DEFENSORIA PÚBLICA ENQUANTO CUSTUS VULNERABILIS.
Disponível em: http://adepar.com.br/a-defensoria-publica-enquanto-custus-vulnerabilis-por-bruno-de-
almeida-passadore/
2
REsp 1.192.577 RS, Relatoria da Ministra Laurita Vaz
3
MEDEIROS, Isabela – ACESSO À JUSTIÇA COM ALTERIDADE? O direito à assistência jurídica integral e
gratuita entre o assistencialismo e a emancipação.
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parte economicamente necessitada tem de ser isenta do pagamento das custas e
despesas processuais, bem como das decorrentes desta atuação, como por exemplo,
as

despesas notariais de atos essenciais à efetivação da decisão judicial.

A assistência jurídica, função primordial da Defensoria Pública, consiste na


prestação de serviços que abrangem atos extrajudiciais, judiciais, informativos e
consultivos para possibilitar ao cidadão o conhecimento de seus direitos. Ademais, sua
atuação visa à solução dos conflitos, buscando não necessariamente provocar a
jurisdição estatal.

Por outro lado, a assistência judiciária é o ato de assistir alguém em âmbito


judicial, prestando serviços que são ligados à capacidade postulatória da parte. Trata-
se de dever do Estado, que conferiu a titularidade do seu exercício à Defensoria
a l
Pública, quando decorrer da proteção de direitos de pessoas necessitadas, em sentido
amplo.
io n
a c
2.2 INSTRUMENTOS DE ACESSO À JUSTIÇA
u c ER
E M d IL
O acesso à justiça é o mais básico dos Direitos Humanos. Isto porque, sem ele, os
e
rt RO
outros não podem ser requeridos. Depreende-se do art. 5º, XXXV, da CF/1988, que
o OR
esse direito se configura como o garantidor de todos os demais, ou seja, é o direito
p
u H 89
sem o qual nenhum outro pode se concretizar.
S C 41- m
m IZ .7 .co
A efetivação do acesso à justiça deve ser encarada por duas dimensões: uma
u
V O er L
positiva e outra negativa.
. 0
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d R 4 3 g
A negativa baseia-se na abstenção do Estado, ou seja, não é permitida a criação de
A PE D 0 er@
qualquer barreira que inviabilize o direito de ação; já a positiva, baseia-se na obrigação
l i
de fazer, na obrigação de assegurar que todos posam postular em juízo, e tem como
m
lc
base o Princípio da Inafastabilidade de jurisdição considerado como cláusula pétrea.
p
Diante disso, estudando as formas de promover referida garantia, Mauro
Cappelletti e Bryant Garth, coordenadores do chamado Projeto de Florença,
elaboraram a obra “Acesso à Justiça” e constataram que havia, no mínimo, três
mudanças importantes para romper a barreira que impedia a efetividade deste direito.
As três ondas renovatórias de acesso à justiça assim dispõem:

 Primeira onda renovatória:

A primeira onda diz respeito à assistência judiciária aos pobres e está


relacionada ao obstáculo econômico do acesso à justiça.

“O Tribunal está fechado para os pobres.” Olvides.

A Defensoria Pública é o instrumento jurídico institucional, concebido pelo

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Estado, para promover o acesso à justiça. Assim, deve o Estado abrir as suas portas,
superando o obstáculo econômico ao efetivar a igualdade substancial às pessoas que
serão recebidas. Não há, pois, possibilidade de o acesso à justiça desconsiderar a
realidade social.

O direito ganhou força no Brasil com a edição da Lei 1.060/50, seguido da LC 80/94,
que estabeleceu as regras gerais sobre a atuação da Defensoria Pública e, atualmente,
após a edição do novo Código de Processo Civil, houve uma preocupação em
intensificar o direito, com previsões específicas sobre a forma de garanti-lo.

 Segunda onda renovatória:

A segunda onda refere-se à representação dos interesses difusos em juízo e


visa a contornar o obstáculo organizacional do acesso à justiça.

Foram constatadas diversas mudanças na legislação dos países para a


a l
io n
finalidade de tutela dos direitos difusos e coletivos, sendo que, no Brasil, em 1985, foi
promulgada a Lei de Ação Civil Pública, visando à finalidade prevista nos ideais da
segunda onda.
a c
u c ER
d IL
Tais objetivos vêm atrelados não somente à legitimidade da Defensoria Pública
E M
e
em propor Ação Civil Pública, mas também à ideia de uma Defensoria transformadora
rt RO
que diz respeito, por exemplo, à proposição de audiências públicas ou participação em
conselho.
p o OR
 S C 41- m
Terceira onda renovatória:
u H 89
um IZ .7 .co
er L U4 ma4 il
A terceira onda, denominada de “o enfoque do acesso à justiça”, detém a
V O . 0
d R 4 3
concepção mais ampla de acesso à justiça e tem como escopo instituir técnicas
g
A PE D 0 er@
processuais adequadas.
l
mi
Devem ser prestigiados os métodos de solução extrajudicial dos conflitos,
p lc
primando pela autocomposição, fomentando a compreensão das partes em conflito,
para que juntas possam buscar a solução adequada ao caso, sem que, para tanto,
precisem acionar a jurisdição do Estado.

Por ser o direito uma disciplina sempre em evolução, para complementar a


importante obra dos autores acima citados, falam-se hoje em quarta e quinta ondas de
acesso à justiça.

A quarta onda é ligada à ética e política do direito e relaciona-se à capacitação


dos sujeitos que são escolhidos pelo Estado como operadores jurídicos. Assim, devem
promover a especialização de todos os que garantem a efetivação do acesso à justiça,
bem como o direcionamento para que estas pessoas tenham trato para o cuidado com
o outro, prezando pelos valores éticos, morais e políticos essenciais aos operadores do
direito.

Por fim, a quinta onda renovatória defende a internacionalização da proteção


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de direitos humanos, com a efetiva observância dos tratados internacionais assinados
pelo Brasil, como forma de maximizar a dignidade humana.

ANO: 2015. BANCA: CESPE. ÓRGÃO: DPE-RN

No processo histórico que caracterizou a passagem da


prestação de assistência judiciária para a prestação de
assistência jurídica, a discussão em torno do acesso à justiça nos
países do mundo ocidental levou ao desenvolvimento de três
posições básicas, que surgiram uma após a outra e foram a l
denominadas ondas.
io n
a c
Considerando essas informações, assinale a opção correta.
c ER
a) Um dos objetivos principais do método empregado pela
u
QUESTÃO 1:
ONDAS E M d IL
terceira onda é a prestação de assistência jurídica de forma a
prevenir disputas sociais, com foco na solução extrajudicial de
RENOVATÓRIAS DE conflitos. e
rt RO
p o OR
ACESSO À JUSTIÇA. b) A primeira onda tinha entre seus modelos o sistema judicare,

S C 41- m u H 89
que consistia na indicação, pelo Estado, de advogados
particulares que atuavam sem receber remuneração para

um IZ .7 .co
representar judicialmente as pessoas mais pobres.

V O er L
.
U
0
4
4 ma il
c) O sistema judicare incentivava e permitia que o advogado
particular auxiliasse os pobres a compreender seus direitos e a
d R 4 3 g
A PE D identificar áreas em que podiam valer-se de remédios jurídicos.
0 er@
d) A segunda onda estava fundamentada em uma visão
l
mi
individualista, que buscava promover um aumento da qualidade

p lc
da representação dos interesses individuais dos mais pobres.
e) Na terceira onda, buscou-se um novo paradigma de
assistência jurídica, com base em um modelo misto de
assistência que abandonava as técnicas utilizadas nas duas
primeiras ondas de reformas, agora consideradas obsoletas.

GABARITO COMENTADO:
CORRETA: Letra A. A terceira onda é denominada como "O
enfoque no acesso à justiça" e prioriza instituir técnicas
processuais adequadas e melhor preparar estudantes e
aplicadores do direito, para a promoção de métodos que
possibilitem a resolução extrajudicial dos litígios.

INCORRETAS:
B - A primeira onda diz respeito à assistência judiciária aos
pobres e está relacionada ao obstáculo econômico do acesso à
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justiça.
C - O sistema judicare consiste na prestação de assistência
jurídica por advogados liberais remunerados pelo Estado para
tanto. Neste sentido, o conceito apresentado na alternativa não
diz respeito ao modelo citado, estando, portanto, errada.
D - Contradizendo o texto da alternativa, o enfoque da segunda
onda foi justamente promover a representação de direitos
difusos, coletivos e individuais homogêneos, como forma de
minorar a grande massa processual do judiciário.
E - A alternativa correta já apresenta o erro da letra E, pois a
terceira onda buscava prevenir disputas sociais, com a
implementação de métodos de autocomposição dos conflitos.

3. MODELOS DE PRESTAÇÃO DE ASSISTÊNCIA JURÍDICA GRATUITA

l
Ao garantir a gratuidade judiciária aos pobres, o Estado está efetivando o acesso
a
n
à justiça. Dessa maneira, o necessitado, que não teria condições de arcar com os
io
c
custos de um procedimento judicial, têm seu direito constitucional ao acesso à justiça
a
garantido por meios que o proporcionem exercê-lo.
u c ER
E M d IL
Porém, não basta que haja a gratuidade judiciária, deve, ainda, ser
e
rt RO
proporcionado um agente que tenha capacidade postulatória para executar o ato. São
quatro modelos de assistência pelo mundo:
p o OR

S C 41- m u H 89
PRO BONO: se materializa na prestação da assistência judiciária caritativa, sendo

um
que advogados prestam referido serviço com fins filantrópicos, humanitários, sem
IZ .7 .co
er L U il
nenhuma espécie de contraprestação do Estado.
4
4 ma
d V R O 3 . 0 g
Neste modelo, há três subdivisões:
4
A PE D 0 er@
l i
1) Pro Bono Liberal: advogados e profissionais liberais atuam em regime
m
p lc
assistencial de caridade, sem receber contraprestação estatal ou do cliente no
conhecido sistema de “contingency fee” ou “condicional fee”;

2) Pro Bono Universitário: é prestada por universidades particulares


possibilitando aos seus estudantes uma prática jurídica; e

3) Pro Bono Associativo: é prestada por advogados vinculados às associações


governamentais, sem fins lucrativos.

 JUDICARE : neste modelo, a assistência jurídica é prestada por advogados privados,


que são remunerados pelo Estado, na modalidade casuística ou case-by-case
basis, ou seja, de acordo com o caso concreto. No modelo judicare, o advogado
não é um servidor público, é um advogado particular que também presta serviços
ao Estado. Exemplo: dativo.

Este modelo divide-se em dois tipos:

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1) Judicare Direto: o gerenciamento dos recursos públicos é realizado diretamente
por organismos estatais, que mantém um cadastro de advogados habilitados;

2) Judicare Indireto: o gerenciamento dos recursos é realizado por entidades não


governamentais, geralmente sem fins lucrativa.

 SALARIED STAFF (PÚBLICO): modelo em vigor no Brasil, que consiste na


remuneração fixa, independente de número de processos, de um agente estatal
para que preste a assistência jurídica gratuita aos necessitados. Nesse modelo o
Estado, cria órgãos públicos para prestar o serviço, como no caso da Defensoria
Pública, que foi criada pelo Poder Constituinte Originário de 1988, com a função de
ser este órgão estatal.
Já neste modelo, observa-se três divisões:

1) Salaried Staff Model direto: o poder público cria organismos estatais que irão
prestar os serviços de forma direta, auxiliados por profissionais que farão parte
da própria estrutura do poder público. Ex: Defensoria Pública.
a l
io n
2) Salaried Staff Model indireto: a assistência será realizada por entidades não
a c
estatais, geralmente, sem fins lucrativos, que recebem subsídios do poder

u c ER
público para o custeio de suas despesas. O vínculo empregatício dos
profissionais não será estabelecido com o Estado.
E M d IL
e
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3) Salaried Staff Model universitário: o serviço é prestado por advogados
p o OR
vinculados a universidades públicas.

 S C 41- m u H 89
MODELO MISTO: combina as fórmulas trazidas no sistema público e judicare. Há
um IZ .7 .co
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quem entenda que, embora o nosso sistema seja exclusivamente público, na
U4 ma4 il
prática há a incidência deste modelo, pois diante da insuficiência de defensores
V O 3 . 0
público capaz de atender toda a parcela da população necessitada, ainda existe a
d R 4 g
A PE D 0 er@
figura do advogado dativo.
l
mi
p lc

ANO: 2018. BANCA: FCC. ÓRGÃO: DPE-AM


QUESTÃO:
MODELO DE O modelo de assistência judiciária gratuita adotado pela
PRESTAÇÃO DE Constituição Federal vigente no país denomina-se:
ASSISTÊNCIA A) pro bono.
JURÍDICA B) salaried staff model.
GRATUITA C) misto.
D) judicare.
E) não governamental.

GABARITO: B

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4. HISTÓRICO DA ASSISTÊNCIA JURÍDICA NO BRASIL

Instituto dos advogados do Brasil passa a se posicionar sobre a


função do Estado de prestador da assistência jurídica de forma
gratuita. A preocupação se deu por dois motivos: o primeiro e
ANO DE 1870: essencial é o de promover o acesso à justiça às pessoas
carentes, mas o instituto também visava à proteção dos
interesses da carreira dos advogados.
Isto porque, todas as vezes que um advogado prestava um
a l
serviço de forma PRO BONO, outro acabava perdendo um
io n
c
cliente em potencial, enfraquecendo a atuação da classe.
a
u c ER
E M d IL
e
rt RO
É o grande marco da assistência jurídica no direito brasileiro, já

p o OR
que foi a primeira vez em que uma Constituição do Brasil
CONSTITUIÇÃO
DE 1934: S C 41- m u H 89
consagrou a assistência judiciária como obrigação do Estado.
Não havia distinção precisa entre assistência judiciária e

um IZ .7 .co
gratuidade judiciária, mas os dois estavam expressos na

V O er L
.
U
0
4
4 ma il
Constituição de 1934.

d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
mi
ANO DE 1935: lc
O Estado de São Paulo, de forma pioneira, cria um sistema
p
público de assistência judiciária, por meio de advogados
assalariados pelo Estado.

Previu que o poder público, na forma que a lei estabelecesse,


CONSTITUIÇÃO concederia a assistência judiciária aos necessitados
DE 1946: As constituições de 1967 e 1969 repetiram o mesmo texto
expresso na constituição de 1946 sobre o tema.

Prevê, em seu artigo 5º, LXXIV, que: o Estado prestará


CONSTITUIÇÃO assistência judiciária integral e gratuita aos que comprovarem
DA REPÚBLICA DE insuficiência de recursos.
1988: Cria a Defensoria Pública e estabelece em seu artigo 134 suas
funções, classificando-a como Função Essencial à Justiça.

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Quatro aspectos inovadores surgiram com a CR/88:

- Assistência jurídica: elimina o termo assistência judiciária,


usada desde 1934, e passa a falar em assistência jurídica,
ampliando a atuação estatal à esfera além do judiciário;
- Assistência integral: dispõe sobre a assistência integral e
amplia a atuação estatal, que deve promover não só a prestação
judicial, mas a extrajudicial, o direito de consulta e informação,
bem como todos os outros decorrentes da gama de
necessidades que surgem da violação de direitos e garantias
fundamentais.
- Comprovação de insuficiência de recursos: nenhuma
Constituição tinha antes exigido esse requisito.
CONSTITUIÇÃO - Previsão de um órgão público: até 1988, não havia certeza de
DA REPÚBLICA DE como o Estado devia prestar assistência jurídica. Com a criação
1988: da Defensoria Pública, o Poder Constituinte Originário optou
pelo sistema público de assistência jurídica, sendo de
a l
titularidade exclusiva da Defensoria Pública.
io
Em 2004, com o advento da Emenda Constitucional n. n
a c
45/04, conhecida como a Reforma do Judiciário, assegurou

u c ER
expressamente às Defensorias Públicas Estaduais:
1) Autonomia Institucional;
E M d IL
2) Autonomia Financeira;
e
rt RO
3) Autonomia Administrativa; e
p o OR
4) Autonomia Financeiro-Orçamentária.

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um IZ .7 .co
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. 0
U4 ma4 il
d R 3 g
Após a Constituição de 1934, a única constituição que não consagrou o direito à
4
A PE D 0 er@
assistência judiciária foi a Constituição de 1937.
l i
Lembrem dessa informação: A CONSTITUIÇÃO DE 1937 FOI OMISSA QUANTO AO
m
TEMA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA.
p lc
Mesmo sendo custeada por recursos públicos, a Defensoria Pública não se
encontra vinculada a nenhum Poder.

5. FORTALECIMENTO DA DEFENSORIA PÚBLICA NO BRASIL

O fato de a Defensoria Pública exercer função contramajoritária de


implementação dos direitos e garantias fundamentais dos necessitados, fez com que,
por muitos anos, as normas constitucionais que determinavam a exclusividade do
sistema público de assistência judiciária fossem desrespeitadas.
Um dos objetivos da instituição é promover a emancipação daqueles que são
atendidos. Trata-se, pois, de superar o modelo assistencialista, promovendo a
equidade entre toda a população. Porém, isto reflete no interesse de parcela da

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população que não se interessa pelo outro, já que emancipar significa ter informação,
conhecimento, consciência de seus direitos, para poder debater de forma isonômica
com aqueles que os descumprem.

Dessa forma, não havia, no entendimento de quem tem competência para


tanto, benefício para que a Defensoria Pública ganhasse força, autonomia. Contudo,
graças à força da instituição e dos cidadãos que que têm preocupação social, diversas
alterações no ordenamento jurídico ocorreram desde sua criação em 1988, com a
finalidade de

fazer com que seja, se não a mais importante, uma das maiores instituições do Brasil.

CAI EM MARCOS LEGISLATIVOS SOBRE A DEFENSORIA PÚBLICA


PROVA

a l
 Constituição de 1988: criação da instituição;
io n
a c

u c ER
Lei Complementar 80/94: institui a Defensoria Pública da União, estabelecendo as
d IL
normas que a organizam, bem como prescreve as normas gerais que devem ser
E M
e
observadas pelas defensorias públicas dos Estados e do Distrito Federal;
rt RO

p o OR
Emenda Constitucional 45/04: confere autônima funcional e administrativa às

S C 41- m u H 89
Defensorias Públicas Estaduais, bem como a iniciativa de proposta orçamentária.

 um IZ .7 .co
er L
Lei 11.448/07: inclui a Defensoria Pública no rol das instituições com legitimidade
U4 ma4 il
para propor ação civil pública, conforme inciso II do artigo 5º da Lei 7347/85.

d V R O
4 3 . 0 g

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Lei Complementar 132/09: trouxe diversas inovações à LC 80/94, dando redação
l
mi
aos incisos I a XI do artigo 4º, prevendo expressamente a competência da
instituição para promover a defesa dos direitos coletivos dos sujeitos assistidos
p lc
pela instituição. Deu mais importância, portanto, à previsão da Lei 11.448/07. A LC
132/09 ainda teve destaque ao conferir a qualidade de título executivo
extrajudicial aos instrumentos de transação referendados pelos Defensores
Públicos.As previsões da LC 132/09, também cuidaram dos assistidos, já que incluiu
ao corpo da lei o artigo 4º-A, que traz rol com os direitos garantidos aos assistidos
pela instituição.

 Emenda Constitucional 69/12: transferiu da União para o Distrito Federal a tarefa


de organizar a Defensoria Pública do DF, determinando a aplicação a esta
instituição das mesmas normas aplicáveis às Defensorias Públicas Estaduais,
observadas as distinções estabelecidas na lei.

 Emenda Constitucional 74/13: acrescentou o parágrafo 3º ao artigo 134 da


Constituição Federal, conferindo autonomia financeira e administrativa, bem
como proposta de lei orçamentária à Defensoria Pública da União e à Defensoria

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Pública do Distrito Federal, observando as mesmas regras já estabelecidas para as
Defensorias Públicas Estaduais, nos termos do parágrafo 2º do artigo 134 da CF.

 Emenda Constitucional 80/14: trouxe novo perfil à Defensoria Pública, projetando


a instituição ao patamar que deveria ter sido observado desde a sua criação em
1988. A Emenda obriga que o Poder Público promova a universalização do acesso
à justiça, garantindo defensores públicos em todas as unidades jurisdicionais em
um prazo máximo de oito anos. 4 Determina a aplicação à Defensoria Pública dos
artigos 93 e

96, II, da CF, conferindo competência à instituição para a iniciativa de Lei


Complementar sobre a carreira, bem como autonomia para organizar e criar
cargos e serviços auxiliares e, por fim, a de fixar o subsídio de seus membros. No
§4º, do artigo 134, previu expressamente no texto constitucional os princípios
institucionais da Defensoria Pública, quais sejam: unidade, indivisibilidade e
independência funcional. Alterou a redação do artigo 134, prevendo
expressamente a função de defesa também dos direitos coletivos dos
a l
citadas.
io n
necessitados, corroborando o que já era previsto nas diversas legislações já

a c
u c ER
 Artigo 98 do ADCT: estabelece as regras para a instituição da Defensoria Pública nas
d IL
unidades jurisdicionais, que deve ser proporcional à demanda do serviço e à
E M
contados da promulgação da EC 80/14. e
respectiva população. O prazo para a efetivação do determinado é de oito anos,
rt RO
p o OR
u H 89
 Lei 13.105/15 (Código de Processo Civil): o NCPC deixa claro o objetivo de
S C 41- m
um
fortalecer a Defensoria Pública, havendo capítulo específico acerca da instituição
IZ .7 .co
er L
(artigos 185 a 187), bem como a previsão em diversos artigos no corpo do código que
U4 ma4 il
preservam a competência e as prerrogativas da Defensoria Pública. Vale a pena a
leitura:
d V R O
4 3 . 0 g
A PE D 0 er@
l
mi
“Art. 185. A Defensoria Pública exercerá a orientação jurídica, a promoção dos
direitos humanos e a defesa dos direitos individuais e coletivos dos necessitados,
p lc
em todos os graus, de forma integral e gratuita.
Art. 186. A Defensoria Pública gozará de prazo em dobro para todas as suas
manifestações processuais.
§ 1º O prazo tem início com a intimação pessoal do defensor público, nos termos do
art. 183, § 1º.
§ 2º A requerimento da Defensoria Pública, o juiz determinará a intimação pessoal
da parte patrocinada quando o ato processual depender de providência ou
informação que somente por ela possa ser realizada ou prestada.
§ 3º O disposto no caput aplica-se aos escritórios de prática jurídica das faculdades
de Direito reconhecidas na forma da lei e às entidades que prestam assistência
jurídica gratuita em razão de convênios firmados com a Defensoria Pública.
§ 4º Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de
forma expressa, prazo próprio para a Defensoria Pública.

4
PAIVA, Caio – EC 80/14 DÁ NOVO PERFIL CONSTITUCIONAL À DEFENSORIA PÚBLICA- Tribuna da
Defensoria pública
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Art. 187. O membro da Defensoria Pública será civil e regressivamente responsável
quando agir com dolo ou fraude no exercício de suas funções.

 Lei 13.300/16 (Mandado de Injunção): confere à Defensoria Pública legitimidade


para a impetração de mandado de injunção coletivo, nos termos do artigo 12, IV.
Determina a aplicação à Defensoria Pública dos artigos 93 e 96, II, da CF, conferindo
competência à instituição para a iniciativa de Lei Complementar sobre a carreira, bem
como autonomia para organizar e criar cargos e serviços auxiliares e, por fim, a de
fixar o subsídio de seus membros. No §4º, do artigo 134, previu expressamente no
texto constitucional os princípios institucionais da Defensoria Pública, quais sejam:
unidade, indivisibilidade e independência funcional. Alterou a redação do artigo 134,
prevendo expressamente a função de defesa também dos direitos coletivos dos
necessitados, corroborando o que já era previsto nas diversas legislações já citadas.

 Artigo 98 do ADCT: estabelece as regras para a instituição da Defensoria Pública nas


unidades jurisdicionais, que deve ser proporcional à demanda do serviço e à
a l
contados da promulgação da EC 80/14.
io n
respectiva população. O prazo para a efetivação do determinado é de oito anos,

a c
u c ER
 Lei 13.105/15 (Código de Processo Civil): o NCPC deixa claro o objetivo de

E M d IL
fortalecer a Defensoria Pública, havendo capítulo específico acerca da instituição

e
(artigos 185 a 187), bem como a previsão em diversos artigos no corpo do código que
rt RO
preservam a competência e as prerrogativas da Defensoria Pública.
p o OR
S C 41- m u H 89
 Lei 13.300/16 (Mandado de Injunção): confere à Defensoria Pública legitimidade

um
para a impetração de mandado de injunção coletivo, nos termos do artigo 12, IV.
IZ .7 .co
V O er L
.
U
0
4
4 ma il
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
mi
p lc

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ANO: 2016. BANCA: FCC. ÓRGÃO: DPE-ES

Em relação ao regime constitucional delineado para o direito


fundamental à assistência jurídica e a Defensoria Pública na
Constituição Federal de 1988, considere:

I. A Emenda Constitucional nº 80/2014 estabeleceu o dever


constitucional a cargo do Estado, nos planos federativos federal,
QUESTÃO: estadual, distrital e municipal, de ampliar progressivamente o
ALTERAÇÕES serviço público de assistência jurídica prestado às pessoas
LEGISLATIVAS necessitadas.
SOBRE A
DEFENSORIA II. A Emenda Constitucional nº 80/2014 fixou o prazo de dez
PÚBLICA anos para o Estado brasileiro assegurar a presença de
Defensores Públicos em todas as unidades jurisdicionais, em
número proporcional à efetiva demanda pelo serviço
a l da
Defensoria Pública e à respectiva população.
io n
a c
III. Além de consagrada em sede infraconstitucional, a

u c ER
legitimidade da Defensoria Pública para a defesa de direitos
d IL
coletivos das pessoas necessitadas também se encontra
E M
e
positivada em sede constitucional.
rt RO
p o OR
IV. A Emenda Constitucional nº 45/2004 − Reforma do Poder

S C 41- m u H 89
Judiciário, entre outros aspectos inovadores incorporados ao
regime constitucional da Defensoria Pública, tratou de separar a
um IZ .7 .co
Advocacia e a Defensoria Pública em seções distintas no Capítulo

V O er L U 4
4 ma il
IV − Das Funções Essenciais à Justiça.
. 0
d R 4 3 g
A PE D V. O direito fundamental à assistência jurídica é reconhecido,
0 er@
l
por parte da doutrina, como integrante do direito ao mínimo
mi
existencial, tornando-o passível de controle judicial na hipótese
p lc
de omissão ou atuação insuficiente do Estado para efetivar o seu
pleno exercício por parte das pessoas necessitadas.
Está correto o que se afirma APENAS em:

a) II, III e IV.


b) I e III.
c) III e V.
d) I, II e IV.
e) I, IV e V.

GABARITO COMENTADO:

CORRETA: Letra C, itens III e V.

INCORRETAS:
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QUESTÃO: I - Incorreta, pois não há previsão de Defensorias Públicas
ALTERAÇÕES municipais. O entendimento é de é que não faz sentido a criação
LEGISLATIVAS de um Estado-defesa municipal, se não há estado-juiz e estado-
SOBRE A acusador no mesmo âmbito. Assim, não há previsão
DEFENSORIA constitucional que autorize a criação da instituição em âmbito
PÚBLICA municipal, motivo pelo qual é errada a alternativa.

II - O prazo previsto pela EC 80/14, previsto no artigo 98 do


ADCT não é de dez anos, mas de oito anos. Assim, neste período,
deverá ser implementada Defensoria Pública em todas as
unidades jurisdicionais, ampliando o direito ao cesso à justiça.
IV - O erro do item está na Emenda Constitucional criada, já que
foi com a EC 80/94, que a Defensoria Pública foi realocada em
seção específica das funções essenciais à justiça.

a l
ANO: 2018. BANCA: FCC. ÓRGÃO: DPE-AM
io n
a c
u c ER
Com a promulgação da Emenda Constitucional nº 45, a
d IL
Constituição Federal passou a prever a autonomia funcional,
E M
e
administrativa e a iniciativa de proposta orçamentária dentro
rt RO
dos limites estabelecidos na Lei de Diretrizes Orçamentárias:
p o OR
S C 41- m u H 89
A) apenas para a Defensoria Pública da União.

um IZ .7 .co
B) apenas para as Defensorias Públicas Estaduais.

V O er L.
U
0
4
4 ma il
C) apenas para as Defensorias Públicas Estaduais e do Distrito
d R 4 3 g
A PE D Federal.
0 er@
l
mi
D) para as Defensorias Públicas Estaduais, do Distrito Federal e
p
da União.lc
E) apenas para as Defensorias Públicas Estaduais e da União.

GABARITO: B

COMENTÁRIOS:
Conforme se extrai da leitura do §2° do art. 134 da CRFB/88,
transcrito abaixo, a autonomia funcional, administrativa e a
iniciativa de proposta orçamentária somente foram deferidas a
priori, pela EC n° 45/2004, às Defensorias Públicas Estaduais. Até
a EC 45/2004, as Defensorias Públicas Estaduais não tinham
qualquer autonomia. Eram tratadas como órgãos integrantes do
UESTÃO: Poder Executivo.
ALTERAÇÕES A Defensoria Pública do Distrito Federal e a DPU ganharam
LEGISLATIVAS autonomia constitucional, respectivamente, com as Emendas
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SOBRE A Constitucionais n° 69/2012 e 74/2013.
DEFENSORIA Art. 134, CF/88:
PÚBLICA § 2º Às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas
autonomia funcional e administrativa e a iniciativa de sua
proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de
diretrizes orçamentárias e subordinação ao disposto no art. 99, §
2º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 3º Aplica-se o disposto no § 2º às Defensorias Públicas da
União e do Distrito Federal. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 74, de 2013).

ANO: 2018. BANCA: FCC. ÓRGÃO: DPE-AM

Considerando as disposições da Constituição Federal, bem como


de suas emendas, relacionadas ao funcionamento das
a l
Defensorias Públicas, é correto afirmar:
io n
a c
A) A Emenda Constitucional n° 45/2014 possibilitou à Defensoria

u c ER
Pública a iniciativa legislativa para temas de sua organização e
funcionamento.
E M d IL
e
rt RO
B) A Emenda Constitucional n° 80/2014 tornou a Defensoria
p o OR
Pública instituição autônoma em termos funcionais e
administrativos.
S C 41- m u H 89
um IZ .7 .co
C) A Defensoria Pública não se sujeita aos Poderes Legislativo e

V Oer L U 4
4 mail
Judiciário, mas ao Executivo, em alguns aspectos, haja vista ser
. 0
órgão público de prestação de serviço público essencial.
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
D) A Defensoria Pública passou a contar com Seção própria na
mi
Constituição Federal a partir da Emenda Constitucional n°
p
80/2014. lc
E) A lei complementar organizará as Defensorias Públicas dos
Estados, segundo previsão do art. 134 da Constituição Federal.

GABARITO: D

COMENTÁRIOS:
A) EC 45/2004: Autonomia funcional e administrativa às
Defensorias Públicas ESTADUAIS apenas.
B) EC 80/2014 Trouxe iniciativa de lei e extensão das garantias
dos magistrados, Art. 93 CF.
C) A Defensoria pública é uma instituição independente, não se
sujeita ao legislativa, ao executivo e ao judiciário
E) Art. 134, § 1º Lei complementar organizará a Defensoria
Pública da União e do Distrito Federal e dos Territórios e
prescreverá normas gerais para sua organização nos Estados, em
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cargos de carreira.

a l
io n
a c
u c ER
E M d IL
6. PRINCÍPIOS INSTITUCIONAIS
e
rt RO
p o OR
Com previsão constitucional (artigo 134, §4º), bem como na Lei Complementar
u H 89
80/94 (artigo 3º), são princípios institucionais que regem a Defensoria Pública:
S C 41- m

m Z .7 .co
Unidade: a Defensoria Pública funciona como um todo orgânico, sob uma
u I
er L U 4 il
mesma direção, mesmos fundamentos e mesmas finalidades. Permite aos

V 0 4 ma
membros da defensoria substituírem um ao outro, pois cada um deles é parte
O .
d R 3 g
de um todo, sob mesma direção, atuando com base nos mesmos fundamentos.
4
A PE D 0 er@
 Indivisibilidade: os membros da Defensoria Pública podem substituir uns aos
l i
outros sem que haja prejuízo ao exercício das funções do órgão. A instituição
m
p lc
não está sujeita a ruptura ou fracionamentos. Assim, na impossibilidade de o
defensor natural atuar, é garantido ao assistido a continuidade da prestação,
por meio da atuação de outro defensor.
 Independência funcional: a independência funcional assegura aos defensores a
plena liberdade de ação perante todos os órgãos da administração pública,
especialmente o judiciário. Dessa forma, eliminam qualquer tipo de hierarquia
diante dos demais agentes políticos.
O princípio pode ser analisado sob dois aspectos: em âmbito externo não se
sujeita à interferência de outros poderes em sua atuação, sendo vedada a
vinculação da Defensoria Pública a qualquer outro órgão, mesmo que do poder
executivo. 5 Por outro lado, também compete ao defensor público
independência funcional em âmbito interno, já que tem autonomia para decidir
as teses que fundamentarão sua decisão, não se obrigando a seguir
entendimento de qualquer outro defensor, mesmo que seja seu superior.
A subordinação da Defensoria Pública apenas se materializa no aspecto

5
ADI 3569
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administrativo, com respeito à organização, hierarquia e normas do órgão.

ANO: 2017. BANCA: FCC. ÓRGÃO: DPE-PR.

Constitui exercício da autonomia administrativa da Defensoria


Pública:
a) a decisão acerca da abertura de concurso público, bem
como do provimento de seus cargos e progressão funcional.
b) a exigência de regular inscrição na Ordem dos Advogados do
Brasil para o exercício da função de assistência jurídica integral
e gratuita.
a l
n
c) a elaboração da proposta orçamentária dentro dos limites
io
c
estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias e
a
u c ER
subordinação ao disposto no art. 99, § 2°, da CRFB.
d) a condução de suas atividades na forma da lei, sem

E M d IL
subordinação a quaisquer poderes estatais.
e
rt RO
e) o preenchimento de seus órgãos de administração superior
QUESTÃO:
o OR
e de atuação, definindo a respectiva contraprestação.
p
PRINCÍPIOS E
AUTONOMIA
S C 41- m u H 89
GABARITO COMENTADO:
INSTITUCIONAL.
um IZ .7 .co
er L U il
CORRETA: Letra A. A questão exigiu do candidato atenção e
4 ma4
d V R O
4 3
conhecimentos sob as distinções dos aspectos relativos à
. 0 g
autonomia da Defensoria Pública. Nenhuma das alternativas
A PE D 0 er@
l
apresenta erro, quando analisada a autonomia em um sentido
i
amplo, mas a questão exigia o exercício da autonomia
m
p lc
administrativa, correta, portanto a letra A, pois a abertura de
concurso público e provimento de cargos é ato administrativo,
sobre o preenchimento de vagas na carreira.

INCORRETAS:
B e D: As alternativas referem-se à independência funcional da
Defensoria Pública, já que o órgão não se subordina a nenhum
outro, sendo vedada a sua vinculação a qualquer outro órgão.
C) Trata-se da autonomia financeira, que consiste na
possibilidade de elaboração da proposta orçamentária da
instituição, desde que dentro dos limites da Lei de Diretrizes
orçamentárias.
E) A autonomia administrativa não se confunde com a
independência administrativa. Assim, nas palavras de Caio
Paiva: "(...)os defensores estão vinculados a uma estrutura
hierárquica administrativa, sujeitos, portanto, de uma divisão
de tarefa, fixação de atribuições, expedientes organizações
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internos (...)" Paiva, Caio - Pratica Penal para a Defensoria
Pública.

ANO: 2017. BANCA: VUNESP. ÓRGÃO: DPE-RO. PROVA:


DEFENSOR PÚBLICO SUBSTITUTO

A independência funcional assegurada aos defensores públicos


determina
a) qualificar como defeituoso o trabalho realizado pelo
membro da Defensoria Pública em defesa criminal.
b) que o Poder Judiciário poderá fixar a necessária opção
de critérios de atuação.
c) aos defensores, ao se substituírem no processo, estejam
QUESTÃO: vinculados às manifestações anteriormente apresentadas
a l
PRINCÍPIOS E
AUTONOMIA
pelos seus antecessores.
io n
INSTITUCIONAL.
a c
d) ao defensor adotar a estratégia de defesa que entender
c ER
mais adequada em benefício do assistido, sem que isso
u
importe em nulidade.
E M d IL
e
rt RO
e) que a independência funcional se confunda com a

p o OR
autonomia funcional, protegendo a consciência profissional
contra ingerências externas.
S C 41- m u H 89
um
GABARITO: D.
IZ .7 .co
V O er L U 4
4 ma il
a) ERRADO. Alternativa sem qualquer fundamento, a primeira
. 0
d R 4 3a
g ser excluída.
A PE D 0 er@
l
b) ERRADO. O próprio nome do princípio já indica o erro da
questão.
mi
p lc
c)ERRADO. Os defensores são independentes no exercício de
suas funções institucionais, não estando vinculado à atuação
de nenhum outro defensor.
d) CERTO. Segundo o princípio da independência funcional, o
defensor atua exclusivamente de acordo com sua consciência
e seu próprio conhecimento técnico, obedecendo, é claro, a
proporcionalidade e sempre visando ao melhor interesse do
assistido.

7. GARANTIAS E PRERROGATIVAS DOS MEMBROS DA DEFENSORIA PÚBLICA

As prerrogativas da Defensoria Pública possuem previsão no artigo 128, da LC


80/94, sendo que algumas foram repetidas no artigo 186, do CPC, pois, longe de ser
uma vantagem conferida ao membro da instituição, consistem meios que possibilitam
o cumprimento efetivo de suas funções institucionais, como também ocorre no caso
de garantias (artigo 43).

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Para tanto, são prerrogativas e garantias da Defensoria Pública, nos termos da LC
80/94:
PRERROGATIVAS (ligadas ao cargo): GARANTIAS (ligadas à pessoa):

- Prazo em dobro para todas as - Independência funcional no


manifestações; desempenho de suas funções: além de
- Intimação pessoal e recebimento princípio institucional, também se trata
mediante entrega dos autos com vista; de garantia que confere ao defensor, no
- Não ser preso sem ordem judicial desempenho de suas funções, a vedação
escrita, salvo no caso de prisão em à intromissão em seu trabalho. O
flagrante. Nesta hipótese o Defensor Defensor tem autonomia para decidir e
Público Geral será imediatamente de acordo com o fundamento jurídico que
comunicado do ato; entenda cabível ao caso;
- No caso de prisão, ser recolhido em sala
a l
- Inamovibilidade: também prevista na CF
especial e, na hipótese de condenação,
io n
(artigo 134, §1º), protege o Defensor
cumprir pena em dependência separada
c
Público para que atue livre de
a
dos demais;
c ER
interferências externas. Representa o
u
- Comunicação pessoal com os assistidos,
ainda que presos, com livre acesso a E M d IL
direito de que o agente político não seja
afastado de suas funções regulares. Não
qualquer estabelecimento penitenciário, e
rt RO
se confunde com o afastamento da
independente de agendamento;
p o ORcomarca, pois a inamovibilidade é ainda
- Vista pessoal dos processos, salvo
restrições legais; S C 41- m u H 89 mais restrita, vez que, permitindo-se o
afastamento dentro da comarca, poderia

um IZ .7 .co
- Manifestação por meio de cotas; haver influência pessoal na transferência

V er L U
0
4
4 ma il
- Requisitar de autoridades públicas atos
que garantam o cumprimento de suas
O .
do Defensor Público, para núcleo diverso
do que normalmente atua, o que também
funções;
d R 4 3 g é violador.
A PE D 0 er@
- Representar a parte, independente de
l
- Estabilidade: característica pessoal do

mi
mandado, salvo hipóteses que a lei exija Defensor Público que permite sua
de poderes especiais;
p lc
- Autonomia para deixar de patrocinar
manutenção no exercício de suas
funções. É adquirida após o prazo de três
ação, quando entender que é anos e, depois de adquirida, a perda do
manifestamente incabível ou contrária cargo somente se dará por:
aos interesses da parte. Neste caso, deve *Sentença judicial transitada em julgado;
comunicar imediatamente a decisão ao * processo administrativo em que seja
Defensor Público Geral; garantido o contraditório;
- Ter o mesmo tratamento destinado aos * procedimento de avaliação periódica de
magistrados e demais titulares dos cargos desempenho, na forma da Lei
de função essencial à justiça; Complementar, assegurada a ampla
- Ser ouvido como testemunha em dia, defesa.
hora e local previamente ajustado; -Irredutibilidade de vencimentos: deve
- Usar vestes talares. haver a preservação do valor real do
subsídio do Defensor Público, sendo
vedada sua redução;

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8. ORGANIZAÇÃO DAS DEFENSORIAS PÚBLICAS

A Lei Complementar 80/94 apresenta a organização da Defensoria Pública da


União e estabelece as normas gerais de organização das Defensorias Públicas
Estaduais.

De acordo com a mencionada LC, a Defensoria Pública da União atua junto à


Justiça Federal, Justiça do Trabalho, Justiça Eleitoral e Justiça Militar. E Defensoria
Pública do Distrito Federal e Territórios e a Defensoria Pública dos Estados atuam
perante a Justiça Comum.

Quando o aluno for prestar prova de Defensoria Pública


Estadual, é essencial a leitura detalhada da organização
e composição dos órgãos da instituição, já que diferem
umas das outras e, normalmente, é assunto cobrado na prova.
a l
io n
a c
8.1 DAS DEFENSORIAS PÚBLICAS DOS ESTADOS u c ER
E M d IL
e
rt RO
As defensorias dos Estados possuem competência para elaborar sua proposta

o OR
orçamentária, que será encaminhada ao chefe do Poder Executivo, para a
p
S C 41- m u H 89
consolidação e encaminhamento ao chefe do legislativo. A fiscalização contábil,
financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da DP será exercida pelo poder

um
legislativo, mediante controle externo.
IZ .7 .co
V O er L
. 0
U4 ma4 il
A composição da Defensoria Pública Estadual tem regras gerais estabelecidas
pela LC 80/94, que possuem a base dos órgãos que devem necessariamente compor a
d R 4 3 g
instituição, mas é permitido que, com base na autonomia administrativa, sejam
A PE D 0 er@
incluídos novos órgãos. Assim, devem ser órgãos das Defensorias Públicas Estaduais:
l
m i
 Defensoria pública p
lc
Órgãos superiores de administração:
geral do Estado;
 Subdefensoria pública geral dos Estados;
 Conselho superior da Defensoria Pública do Estado;
 Corregedoria geral da defensoria pública do Estado.

Órgãos de atuação:
 Defensorias públicas dos Estados;
 Núcleos da Defensoria Pública dos Estados.

Órgãos de execução:
 Os defensores públicos estaduais.

Órgão auxiliar:

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 Ouvidoria geral da Defensoria Pública do Estado.

TÓPICOS SOBRE A DEFENSORIA PÚBLICA ESTADUAL


• O chefe da Defensoria Pública do Estado é o Defensor Público Geral, que será
eleito entre os membros estáveis da carreira, com mais de 35 anos, nomeado pelo
Governador, após a escolha por lista tríplice, para mandato de dois anos permitida uma
recondução.
Ao encaminhar a lista tríplice ao governador, a escolha deve ocorrer em um prazo de
quinze dias que, se descumprido, importará na investidura automática do Defensor
Público mais votado na lista tríplice.
• O Defensor Público Geral será substituído, em suas faltas, pelo subdefensor
público geral, que será nomeado pelo próprio DPG, dentre os integrantes estáveis da
carreira, conforme lei estadual. De acordo com a necessidade, os Estados poderão ter
mais de um subdefensor público Geral.
a l
n
• São membros natos do Conselho Superior da Defensoria Pública: o Defensor
io
c
Público Geral, o subdefensor público geral, o corregedor geral e o ouvidor geral. O
a
representantes estáveis da carreira. u c ER
restante da composição será de membros eleitos, que devem ser a maioria, de

E M d IL
O Presidente da entidade de classe de maior representatividade será membro do
conselho e terá somente direito a voz.
e
rt RO
o OR
•A corregedoria Geral é órgão de fiscalização da atividade funcional e da conduta
p
S C 41- m u H 89
dos membros. O Corregedor Geral será eleito entre os membros da mais elevada carreira
em lista tríplice formada pelo Conselho Superior, e nomeado pelo Defensor Público-Geral

um
para mandato de dois anos, permitida uma recondução.
IZ .7 .co
er L U il
A lei estadual poderá criar um ou mais cargos de subcorregedor.
4 ma4
d V R 3 0
• A ouvidoria geral é órgão auxiliar, de promoção da qualidade dos serviços
O . g
prestados pela instituição. O ouvidor é escolhido pelo Conselho Superior, dentre
4
A PE D 0 er@
cidadãos de reputação ilibada, não integrantes da carreira, em lista tríplice formada pela
l i
sociedade civil, para mandato de dois anos, permitida uma recondução.
m
p lc
• O Ouvidor-Geral será escolhido pelo Conselho Superior, dentre cidadãos de
reputação ilibada, não integrante da Carreira, indicados em lista tríplice formada pela
sociedade civil, para mandato de dois anos, permitida uma recondução.
•A Defensoria estadual poderá atuar por intermédio de núcleo ou núcleos
especializados, dando prioridade às regiões com maiores índices de exclusão social e
adensamento populacional.
• O ingresso nos cargos iniciais da carreira ocorrerá mediante aprovação prévia em
concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do
Brasil.

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ANO: 2017. BANCA: CESPE. ÓRGÃO: DPE-AL. PROVA:
DEFENSOR PÚBLICO

À luz do entendimento dos tribunais superiores, julgue os itens


a seguir, no que se refere ao papel institucional da Defensoria
Pública dos estados.

I. A Defensoria Pública pode firmar convênio com a Ordem dos


Advogados do Brasil, mediante lei autorizativa da assembleia
legislativa do estado, para a defesa dos necessitados.
a l
io n
II. Cabe ao defensor público patrocinar a ação penal privada e
a ação penal subsidiária da pública.
a c
u c ER
E M d IL
III. A Defensoria Pública tem legitimidade para propor ação

e
civil pública postulatória de direitos difusos e coletivos de
rt RO
interesse das pessoas necessitadas.
p o OR
S C 41- m u H 89
IV. A substituição de defensor público em atuação no processo
QUESTÃO SOBRE A por defensor dativo na realização de ato processual gera
um IZ .7 .co
er L
nulidade absoluta.
DEFENSORIA
U 4
4 ma il
PÚBLICA
ESTADUAL
d V R O
4 3 . 0
Estão certos apenas os itens
g
A PE D 0 er@
l a) I e III.
m i
b) lI c
e IV.
p
c) II e III.
d) I, II e IV.
e) II, III e IV.

GABARITO: C.

I) ERRADO. A Defensoria pode firmar convênio com a


OAB e com outros organismo capazes de atuar , mas não
depende de autorização da Assembleia Legislativa.
II) CERTO. Art. 4º LC 80/94 - São funções institucionais da
Defensoria Pública, dentre outras:

XV – patrocinar ação penal privada e a subsidiária da pública

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(Incluído pela Lei Complementar nº 132, de 2009).

III) CERTO. Art. 4º LC 80/94 –- São funções institucionais


da Defensoria Pública, dentre outras:

VII - promover ação civil pública e todas as espécies de ações


capazes de propiciar a adequada tutela dos direitos difusos,
coletivos ou individuais homogêneos quando o resultado da
demanda puder beneficiar grupo de pessoas hipossuficientes;
(Incluído pela Lei Complementar nº 132, de 2009).

IV) ERRADO. Jurisprudência do STF.

8.2 DA DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO

l
As Defensorias Públicas da União possuem campo de atuação definido pelo artigo
a
io n
14 da LC 80/94, que também define a composição nos Estados, no Distrito Federal e
nos Territórios, exercendo as funções junto à Justiça Federal, do Trabalho, Eleitoral,

a
Militar, Tribunais Superiores e instâncias administrativas da União. c
u c ER
Órgãos de administração superior:
E M d IL
 Defensoria Público-Geral da União; e
rt RO

p o OR
Subdefensoria Público-Geral da União;

 S C 41- m u H 89
Conselho Superior da Defensoria Pública da União;
Corregedoria-Geral da Defensoria Pública da União;
um IZ .7 .co
Órgãos de atuação:
V O er L
. 0
U4 ma4 il
 d R 4 3 g
A PE D 0 er@
Defensorias Públicas da União nos Estados, no Distrito Federal e nos
Territórios;
l
 mi
Núcleos da Defensoria Pública da União;
p lc
Órgãos de execução:

 Defensores Públicos Federais nos Estados, no Distrito Federal e nos Territórios.

TÓPICOS SOBRE A DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO


• A Defensoria Pública da União tem por chefe o Defensor Público-Geral Federal,
nomeado pelo Presidente da República, dentre membros estáveis da Carreira e
maiores de 35 (trinta e cinco) anos, escolhidos em lista tríplice formada pelo voto
direto, secreto, plurinominal e obrigatório de seus membros, após a aprovação de
seu nome pela maioria absoluta dos membros do Senado Federal, para mandato de
2 (dois) anos, permitida uma recondução, precedida de nova aprovação do Senado
Federal
•O Defensor Público-Geral Federal será substituído, em suas faltas, impedimentos,
licenças e férias, pelo Subdefensor Público-Geral Federal, nomeado pelo Presidente
da República, dentre os integrantes da Categoria Especial da Carreira, escolhidos
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pelo Conselho Superior, para mandato de dois anos.
• São membros natos do conselho superior: Defensor Público-Geral Federal, o
Subdefensor Público-Geral Federal e o Corregedor-Geral Federal, como membros
natos, e, em sua maioria, representantes estáveis da Carreira, dois por categoria,
eleitos pelo voto direto, plurinominal, obrigatório e secreto de todos integrantes da
Carreira.
• A Corregedoria-Geral da Defensoria Pública da União é exercida pelo Corregedor-
Geral, indicado dentre os integrantes da classe mais elevada da carreira pelo
Conselho Superior e nomeado pelo Presidente da República para mandato de dois
anos.
• A Defensoria Pública da União nos Estados, no Distrito Federal e nos Territórios
poderá atuar por meio de Núcleos.
• O ingresso na Carreira da Defensoria Pública da União far-se-á mediante aprovação
prévia em concurso público, de âmbito nacional, de provas e títulos, com a
participação da Ordem dos Advogados do Brasil, no cargo inicial de Defensor Público
Federal de 2ª Categoria.
A Defensoria Pública da União não possui ouvidoria.
a l
io n
9. DAS FORMAS DE ATUAÇÃO DA DEFENSORIA PÚBLICA
a c
u c ER
d IL
A Defensoria Pública foi escolhida como o órgão responsável pela garantia da
E M
e
dignidade humana dos cidadãos hipervulnaeráveis, tendo em vista que o acesso à
rt RO
justiça talvez seja o direito fundamental mais importante, pois é ele que garante o
cumprimento dos outros.
p o OR
S C 41- m u H 89
Com a necessidade de desvincular o acesso à justiça do acesso ao judiciário,
um IZ .7 .co
diversas normas motivam a instituição a promover, preferencialmente, a solução
er L U4 ma4 il
extrajudicial dos conflitos, utilizando todos os meios disponíveis em direito para tanto.
V O . 0
Diante disso, há criação doutrinária que busca distinguir cada atuação da Defensoria
d R 4 3 g
A PE D
Pública, a depender do caso, sendo as principais:
0 er@
l
mi
A DEFENSORIA PÚBLICA COMO OBUDSMAN: o termo obudsman é utilizado
p lc
para designar órgãos que promovam a proteção dos direitos do cidadão, a partir da
oitiva dos pleitos da população, com posterior concretização, em atuação extrajudicial.
Neste sentido, a Defensoria Pública tem função de obudsman quando promove
atividades de participação da população, por meio de audiências públicas, por
exemplo, ou da efetivação da ouvidoria, assinatura de instrumentos de transação,
dentre outros.
Todavia, referida atuação tem papel essencial, pois garante o
compartilhamento de informações, fazendo com que o cidadão tenha conhecimento
de seus direitos, passando de assistido a emancipado, aumentando a possibilidade de
diálogo entre as partes, evitando litígios.

A DEFENSORIA PÚBLICA COMO CUSTUS VULNERÁBILIS: é dever da instituição


garantir a guarda dos sujeitos vulneráveis, sendo que atuará em defesa da ordem
jurídica. Assim, todas as vezes que um membro da instituição se deparar com algum
procedimento que desrespeita o ordenamento jurídico, violando direitos humanos e
fundamentais dos necessitados, deverá intervir no feito, de ofício, para prezar pela
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garantia da ordem jurídica.

A DEFENSORIA PÚBLICA COMO CURADORA ESPECIAL: O Código de Processo


Civil dispõe, no parágrafo único, do artigo 72, que compete à Defensoria Pública, a

função de curador especial. Assim, sempre que se deparar com alguma das
hipóteses de curadoria especial, o juiz deverá intimar a instituição, para que
intervenha no litígio.

O TERMO NECESSITADOS DO ARTIGO 134 DA CF/88: no tópico de


jurisprudência, foi apresentado o julgamento proferido em âmbito do STJ, que é
extremamente didático e de leitura indispensável a quem almeja um cargo de
defensor público. Muito se discutia sobre o termo “necessitados” que caracteriza o
sujeito assistido pela instituição, expresso no artigo 134.

Conforme bem demonstrado pela ministra, em nenhum momento, houve


restrição ao aspecto econômico no sentido do termo, devendo ser analisado em
a l
sentido amplo.
io n
a c
O necessitado, assistido pela Defensoria Pública, é todo sujeito que não possui

u c ER
recursos econômicos ou aquele que, diante das características do grupo que se
d IL
enquadra, possui vulnerabilidade organizacional, como idosos, crianças, LGBT´S,
E M
outros. e
membros de comunidades indígenas e quilombolas, presos, mulheres, dentre tantos
rt RO
p o OR
S C 41- m u H 89
O princípio da alteridade tem conotação mais ampla que a solidariedade, já que
esta diz respeito ao cuidado com o outro, englobando toda a sociedade. Por outro
um IZ .7 .co
lado, a alteridade se preocupa com o sujeito vulnerável, que, por algum contexto
er L U4 ma4 il
social, é excluído da proteção social. Neste sentido, fica claro o papel que você, futuro
V O . 0
Defensor Público, terá para que a cada dia possa promover a garantida do respeito aos
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
direitos humanos e fundamentais dos necessitados, garantindo a inclusão destes no
l
centro da população, em equidade, dirimindo as distâncias que separam cada dia mais
a nossa sociedade.
mi
p lc

ANO: 2017. BANCA: CESPE. ÓRGÃO: DPE-AL

No que se refere à função institucional da Defensoria Pública no


exercício da curadoria especial, assinale a opção correta.

A) A atuação do curador especial em favor do incapaz em juízo


dispensa a participação do órgão ministerial.
B) A curadoria especial não incide em favor de réus revéis
incertos e citados fictamente.
C) A Defensoria Pública assume o múnus de receber a citação
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em casos de curatela especial em favor de citando que se
QUESTÃO: encontre impossibilitado de recebê-la.
FORMAS DE D) No exercício da curadoria em favor de incapaz, o defensor
ATUAÇÃO. público depende de autorização judicial expressa para litigar
contra o curatelado.
E) O exercício da curadoria especial para réu preso revel será
desempenhado até que ele restabeleça a capacidade
processual.

GABARITO: B
COMENTÁRIOS:
A curadoria especial atua quando o réu for preso, ou, citado por
edital ou hora certa, não constitua advogado nem apresente
defesa. Nos dois últimos casos, a citação é ficta.
Contudo, doutrina e jurisprudência entendem que se o réu for
pessoa incerta, indeterminada não há necessidade de atuação
l
do curador especial. Só há curador especial se o réu for pessoa
a
determinada.
io n
Assim, se o réu for pessoa indeterminada, não há atuação da
curadoria especial.
a c
Segundo o CPC/15:
u c ER
d IL
Art. 72. O juiz nomeará curador especial ao:
E M
e
I - incapaz, se não tiver representante legal ou se os interesses
rt RO
deste colidirem com os daquele, enquanto durar a
incapacidade;
p o OR
S C 41- m u H 89
II - réu preso revel, bem como ao réu revel citado por edital ou
com hora certa, enquanto não for constituído advogado.
um IZ .7 .co
er L
Parágrafo único. A curatela especial será exercida pela
U 4
4 mail
Defensoria Pública, nos termos da lei.

d V R O
4 3 . 0 g
A PE D
QUESTÃO:
0 er@
ANO: 2016. BANCA: FCC. ÓRGÃO: DPE-ES
l
FORMAS DE mi
No que tange à amplitude do conceito de necessitado:
ATUAÇÃO.
p lc
a) A Lei nº 1.060/1950, LAJ − Lei de Assistência Judiciária,
revogada parcialmente pelo Novo Código de Processo Civil (Lei
nº 13.105/2015), está assentada em um conceito amplo de
necessitado, para além do aspecto econômico.
b) A Lei Complementar nº 80/1994 apresenta rol taxativo
acerca dos grupos sociais vulneráveis beneficiários da
assistência jurídica prestada pela Defensoria Pública.
c) Em que pese entendimento doutrinário favorável ao conceito
amplo de necessitado, tem prevalecido na jurisprudência do
Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça o
conceito limitado de necessitado, restringindo-o ao aspecto
econômico.
d) A Lei “Maria da Penha” de Proteção à Mulher Vítima de
Violência Doméstica e Familiar (Lei nº 11.340/2006), muito
embora reconheça o direito à assistência jurídica da mulher em
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situação de violência doméstica e familiar, exige expressamente
a comprovação da condição econômica de necessitado da
mesma para ter acesso aos serviços da Defensoria Pública.
e) De acordo com a doutrina, existem os necessitados no plano
econômico e também os necessitados do ponto de vista
organizacional, ou seja, todos aqueles que são socialmente
vulneráveis, como os consumidores, os usuários de serviços
públicos, entre outros grupos sociais.

GABARITO COMENTADO:
CORRETA: Letra E. A alternativa traz os exatos termos
apresentados pela ministra Laurita Vaz para definir os sujeitos
hipervulneráveis, que abrange o conceito de necessitados,
expresso no artigo 134 da CF/88. Assim, deve-se superar o
entendimento de que necessitado se limita ao aspecto
econômico, já que a instituição promove a defesa de todos os
l
sujeitos que possuam alguma vulnerabilidade organizacional.
a
INCORRETAS:
io n
a c
A - A Lei 1.060/50 é um marco no que tange à preocupação com

u c ER
a promoção do acesso à justiça. Porém, quando de sua
d IL
promulgação, a preocupação se deu de forma restritiva,
E M
QUESTÃO: e
abrangendo necessitados apenas no aspecto econômico.
rt RO
B - A vulnerabilidade não pode ser concebida em um rol
FORMAS DE
p o OR
taxativo, diante da impossibilidade de se restringir o grupo
ATUAÇÃO.
S C 41- m u H 89
protegido, pois a violação pode se dar em caso específico não
abrangido pela lei. Neste sentido, a própria LC80/94 cita os
um IZ .7 .co
er L
grupos protegidos pela instituição, mas deixa claro que a função
U 4
4 mail
abrange "outros grupos vulneráveis", que merecem proteção

d V R O
4 3 . 0
do Estado (artigo 4, º, XI).
g
A PE D 0 er@
C - A alternativa é incorreta, pois tanto o Superior Tribunal de
l
Justiça, quanto o Supremo Tribunal Federal, defendem a
mi
concepção ampla do conceito de necessitados, previsto no
p lc
artigo 134 da CF/88, para abranger todo e qualquer grupo
vulnerável, independente da situação econômica.
D - A mulher pertence a grupo vulnerável, em razão de gênero,
conforme artigo 8 das 100 Regras de Brasília, item 17. De
acordo com referida norma, a mulher sofre em determinados
âmbitos discriminação, que pressupõe um obstáculo ao acesso
à justiça, sendo, portanto, vulnerável. Neste sentido, está
abrangida no âmbito de proteção da Defensoria Pública,
independente das condições financeiras que possui,
notadamente no que se refere à violência doméstica, pois é
demonstração clara de vitimização em todos os seus aspectos.

10. JURISPRUDÊNCIA SOBRE A DEFENSORIA PÚBLICA

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 É constitucional a Lei 11.448/07, que alterou a Lei 7.347/85, prevendo a
Defensoria Pública como um dos legitimados para propor ação civil pública.
Vale ressaltar que, segundo o STF, a Defensoria Pública pode propor ação civil
pública na defesa de direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos. STF.
Plenário. ADI 3943/DF, Rel. Min. Carmem Lúcia, julgado em 6 e 7/05/15 (inf.
784).

 Após as EC 45/2004, 74/2013 e 80/2014, passou a ser permitida a condenação


do ente federativo em honorários advocatícios em demandas patrocinadas pela
Defensoria Pública, diante de autonomia funcional, administrativa e
orçamentária da Instituição.

 STF. Plenário. AR 1937 AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em


30/06/2017

 A EC 45/04 outorgou expressamente autonomia funcional e administrativa às


defensorias públicas estaduais, além da iniciativa para a propositura de seus
a
orçamentos (art. 134, § 2º): donde ser inconstitucional a norma local quel
io n
estabelece a vinculação da Defensoria Pública a Secretaria de Estado. (...) STF.
c
Plenário. ADI 3569, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgado em 02/04/2007.
a
 u c ER
E M d IL
A Defensoria Pública dos Estados tem autonomia funcional e administrativa,
incabível relação de subordinação a qualquer Secretaria de Estado. Precedente.
e
rt RO
(STF, ADI 3965/MG, Relator Min. Cármen Lúcia, Tribunal Pleno, Julgamento em
07.03.2012).
p o OR

S C 41- m u H 89
A previsão de obrigatoriedade de celebração de convênio exclusivo e

um
obrigatório entre a defensoria pública do Estado de São Paulo e a seccional
IZ .7 .co
er L U il
local da Ordem dos Advogados do Brasil - OAB-SP ofende a autonomia
4 ma4
d V R 3 0
funcional, administrativa e financeira daquela. Essa a conclusão do Plenário ao,
O . g
por maioria, conhecer, em parte, de ação direta de inconstitucionalidade como
4
A PE D 0 er@
arguição de descumprimento de preceito fundamental - ADPF e julgar o pleito
l i
parcialmente procedente, a fim de declarar a ilegitimidade ou não recepção do
m
p lc
art. 234, e seus parágrafos, da Lei Complementar paulista 988/2006, assim
como assentar a constitucionalidade do art. 109 da Constituição desse mesmo
ente federativo, desde que interpretado conforme a Constituição Federal, no
sentido de apenas autorizar, sem obrigatoriedade nem exclusividade, a
defensoria a celebrar convênio com a OAB-SP. Tratava-se, na espécie, de ação
direta ajuizada pelo Procurador-Geral da República contra o art. 109 da referida
Constituição estadual e o art. 234 e parágrafos da LC paulista 988/2006, que
tratam da instituição de convênio entre a defensoria pública paulista e a OAB-
SP, para a prestação de assistência judiciária a necessitados, a cargo da
primeira.
ADI 4163/SP, rel. Min. Cezar Peluso, 29.2.2012. (ADI-4163)

 A EC 45/04 reforçou a autonomia funcional e administrativa das defensorias


públicas estaduais, ao assegurar-lhes a iniciativa para a propositura de seus
orçamentos (art. 134, § 2º). II – Qualquer medida normativa que suprima essa
autonomia da Defensoria Pública, vinculando-a a outros Poderes, em especial

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ao Executivo, implicará violação à Constituição Federal. Precedentes. (...) STF.
Plenário. ADI 4056, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 07/03/2012.

 Governador do Estado não pode reduzir proposta orçamentária da Defensoria


Pública elaborada de acordo com a LDO. O plenário do STF referendou medida
liminar concedida pelo Relator, determinando que o Governador do Estado da
Paraíba e o Secretário de Planejamento façam a imediata complementação do
Projeto de Lei Orçamentária para nele incluir a Proposta Orçamentária da
Defensoria Pública como órgão autônomo e nos valores por ela aprovados. STF.
Plenário. ADPF 307 Referendo – MC/DF, rel. Min. Dias Toffoli, julgado

 O STF entendeu que o art. 104 da Constituição de SC e a integralidade da LC


155/97 são inconstitucionais, não sendo possível substituir o modelo de
Defensoria Pública, previsto no art. 134 da CF/88, por um sistema de
Defensoria Dativa, que não protege efetivamente os direitos fundamentais dos
hipossuficientes nem cumpre, na plenitude, as importantes atribuições da
Defensoria Pública.
a l
io n
a c
Efeitos da decisão
u c ER
E M d IL
O STF, conforme autoriza o art. 27 da Lei n.° 9.868/99, conferiu efeitos
e
prospectivos (pro futuro) para a decisão. Como assim?
rt RO
p o OR
A Corte decidiu que este sistema de “Defensoria Dativa e Assistência Judiciária

S C 41- m u H 89
Gratuita” de Santa Catarina deve durar, no máximo, por mais um ano, quando
então os dispositivos contestados [artigo 104 da Constituição de Santa Catarina
um IZ .7 .co
e Lei Complementar Estadual 155/97] perderão eficácia no ordenamento
er L U4 ma4 il
jurídico. Em suma, como efeito prático, o Estado de Santa Catarina tem o prazo
V O . 0
máximo de um ano para organizar e estruturar a Defensoria Pública, nos
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
moldes do art. 134 da CF/88.
l

mi
A Defensoria Pública tem legitimidade para propor Ação Civil Pública em defesa

p lc
de interesses individuais homogêneos de consumidores idosos que tiveram
plano de saúde reajustado em razão da mudança da faixa etária, ainda que os
titulares não sejam carentes de recursos econômicos. A atuação primordial da
Defensoria Pública, sem dúvida, é a assistência jurídica e a defesa dos
necessitados econômicos. Entretanto, também exerce sua atividade em auxílio
a necessitados jurídicos, não necessariamente carentes de recursos
econômicos.

 A expressão “necessitados” prevista no artigo 134 da CF/88, que qualifica e


orienta a atuação da Defensoria Pública, deve ser entendida, no campo da Ação
Civil Pública, em sentido amplo. Assim, a Defensoria pode atuar tanto em favor
do carente de recursos financeiros, como também em prol do necessitado
organizacional (que são os hipervulneráveis). STJ. Corte Especial. EResp
1.192.577-RS, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 21/10/15. (Inf. 573).

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 Não configura crime de desobediência o não atendimento, pelo Defensor
Público-Geral de Santa Catarina, da requisição judicial de nomeação de
Defensor Público para atuar em processo, destacando que “a Defensoria
Pública tem autonomia administrativa e independência funcional asseguradas
constitucionalmente, as quais não permitem a ingerência do Poder Judiciário
acerca da necessária opção de critérios de atuação pelo Defensor Público-
Geral.” SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, proferida no Habeas Corpus nº
310.901-SC, que entendeu.

 É inconstitucional lei estadual que atribui ao chefe do Poder Executivo estadual


competências administrativas no âmbito da Defensoria Pública. Assim, viola o
art. 134, § 2º da CF/88 a lei estadual que preveja que compete ao Governador:
a) a nomeação do Subdefensor Público-Geral, do Corregedor-Geral, dos
Defensores Chefes e do Ouvidor da Defensoria Pública estadual; b) autorizar o
afastamento de Defensores Públicos para estudos ou missão; c) propor, por
meio de lei de sua iniciativa, o subsídio dos membros da Defensoria Pública.
Obs: tais competências pertencem ao Defensor Público-Geral do Estado. STF.
a l
(Info 826).
io n

a c
É inconstitucional a Lei de Diretrizes Orçamentárias que seja elaborada sem
c ER
contar com a participação da Defensoria Pública para elaborar as respectivas
u
E M d IL
propostas orçamentárias. Assim, a LDO enviada pelo Governador do Estado à
Assembleia Legislativa deve contar com a participação prévia da Defensoria
e
rt RO
Pública. Isso porque a LDO fixa limites do orçamento anual que será destinado

p o OR
à Instituição. Aplica-se às Defensorias Públicas o disposto no § 2º do art. 99 da
CF/88. STF. (Info 826).
S C 41- m u H 89
 m IZ .7 .co
O STF e o STJ entendem que a defesa prejudicada pela ausência de intimação
u
V O er L
.
U
0
4
4 ma il
pessoal deverá manifestar sua irresignação na primeira oportunidade que falar
nos autos. “Postergar tal irresignação processual, mesmo estando
d R 4 3 g
compreendida dentre as matérias de ordem pública, implica verdadeira
A PE D 0 er@
contradição ao próprio interesse da parte em exercer sua defesa de forma
l i
efetiva e em momento oportuno”. STF. (Info 830).
m
 p lc
A Defensoria Pública Estadual pode atuar no STJ, no entanto, para isso, é
necessário que possua escritório de representação em Brasília. Se a Defensoria
Pública estadual não tiver representação na capital federal, as intimações das
decisões do STJ nos processos de interesse da DPE serão feitas para a DPU.
Assim, enquanto os Estados, mediante lei específica, não organizarem suas
Defensorias Públicas para atuarem continuamente nesta Capital Federal,
inclusive com sede própria, o acompanhamento dos processos no STJ constitui
prerrogativa da DPU. A DPU foi estruturada sob o pálio dos princípios da
unidade e da indivisibilidade para dar suporte às Defensorias Públicas estaduais
e fazer as vezes daquelas de Estados-Membros longínquos, que não podem
exercer o múnus a cada recurso endereçado aos tribunais superiores. STJ. (Info
856).

 A LC 80/94 (Lei Orgânica da Defensoria Pública) prevê, como uma das


prerrogativas dos Defensores Públicos, que eles devem receber intimação
pessoal (arts. 44, I, 89, I e 128, I). Se uma decisão ou sentença é proferida pelo
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juiz na própria audiência, estando o Defensor Público presente, pode-se dizer
que ele foi intimado pessoalmente naquele ato ou será necessário ainda o
envio dos autos à Defensoria para que a intimação se torne perfeita? Para que
a intimação pessoal do Defensor Público se concretize, será necessária ainda a
remessa dos autos à Defensoria Pública. A intimação da Defensoria Pública, a
despeito da presença do defensor na audiência de leitura da sentença
condenatória, somente se aperfeiçoa com sua intimação pessoal, mediante a
remessa dos autos. Assim, a data da entrega dos autos na repartição
administrativa da Defensoria Pública é o termo inicial da contagem do prazo
para impugnação de decisão judicial pela instituição, independentemente de
intimação do ato em audiência. STJ. (Info 791).

 O art. 93, I, da CF/88 exige três anos de atividade jurídica para os candidatos
nos concursos da Magistratura. Essa exigência pode ser estendida para os
concursos da Defensoria Pública. No entanto, é indispensável a edição de uma
lei complementar prevendo isso (art. 37, I e art. 134, § 1º, da CF/88). Enquanto

a l
não for editada lei complementar estendendo a exigência dos três anos para a
Defensoria Pública, continua válida a regra do art. 26 da LC 80/94, que exige do

io n
candidato ao cargo de Defensor Público apenas dois anos de prática forense,

a c
computadas, inclusive as atividades realizadas antes da graduação em Direito.

u c ER
Desse modo, não é possível que Resolução do Conselho Superior da Defensoria

E M d IL
e
rt RO
o OR
Pública (ato infralegal) exija três anos de atividade jurídica depois da graduação
p
u H 89
para os concursos de Defensor Público. STJ. (Info 611)
S C 41- m
um IZ .7 .co
V O er L
.
U
0
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4 ma il
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l i
Todas as decisões citadas foram extraídas do site DIZER O DIREITO
m
p lc
(http://www.dizerodireito.com.br/), que é uma importante fonte de conhecimento
para quem deseja prestar concurso público. O juiz federal Márcio André, faz um
trabalho detalhado e extremamente didático sobre os informativos do STF e do STJ,
bem como das inovações legislativas sobre o tema. Vale a pena o acompanhamento
periódico do site.

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1. PASSADORE, Bruno de Almeida - A DEFENSORIA PÚBLICA ENQUANTO CUSTUS
VULNERABILIS. Disponível em: http://adepar.com.br/a-defensoria-publica-
enquanto-custus-vulnerabilis-por-bruno-de-almeida-passadore/.

a l
n
2. MEDEIROS, Isabela – ACESSO À JUSTIÇA COM ALTERIDADE? O direito à
io
c
assistência jurídica integral e gratuita entre o assistencialismo e a
a
emancipação. Disponível
u c ER em:

d IL
http://www.publicadireito.com.br/artigos/?cod=479b4864e55e12e0.
E M
e
rt RO
3. PAIVA, Caio – EC 80/14 DÁ NOVO PERFIL CONSTITUCIONAL À DEFENSORIA
PÚBLICA- Tribuna da
p o OR
Defensoria pública. Disponível em:

S C 41- m u H 89
http://www.conjur.com.br/2015-out-06/tribuna-defensoria-ec-802014-perfil-
constitucional-defensoria-publica.

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V O er L.
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d R 4 3 g
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S C 41- m u H 89
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APRESENTAÇÃO

Caro(a) Aluno(a),

A preparação para concursos públicos exige profissionalismo, métrica e estratégia. Cada


minuto despendido deve ser bem gasto! Por isso, uma preparação direcionada, focada
nos pontos com maior probabilidade de cobrança no seu certame, pode representar a
diferença entre aprovação e reprovação.

Ciente disso, a Ad Verum Suporte Educacional, empresa do Grupo CERS ONLINE,


concebeu o curso INTELIGÊNCIA PDF – Defensoria Pública Estadual, que tem por premissa
fundamental “atacar” os pontos nucleares de cada matéria, com vistas à antecipação dos
temas com maiores chances de cobrança em sua prova.

Fazer isso não é tarefa fácil! É necessário um árduo esforço de pesquisa, levando-se em
consideração fatores como banca examinadora e respectivos membros (sempre que
l
possível), retrospecto do concurso, incidência temática de cada disciplina, momento da
a
io n
economia do país, dentre tantos outros, aliados a experiência de Professores de projeção
nacional, com larguíssima experiência na análise do perfil dos mais diferentes certames
públicos.
a c
u c ER
E M d IL
Para tornar tudo isso uma realidade, a Ad Verum investiu muito em seu Método de
Aceleração de Aprendizagem (MAVAA). Hoje, contamos com um SETOR DE
e
rt RO
INTELIGÊNCIA, responsável por ampla coleta de dados e informações das mais

p o OR
diferentes fontes relacionadas ao universo de cada concurso, de modo a, a partir do

S C 41- m u H 89
processamento dos dados coletados, oferecer aos seus alunos uma experiência
diferenciada quando comparada a tudo que ele conhece em matéria de preparação para
carreiras públicas.
um IZ .7 .co
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4 ma il
Racionalizar o estudo do aluno é mais que um objetivo para Ad Verum, trata-se de uma
O .
obsessão.
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Bom estudo!
p lc

Francisco Penante

CEO Ad Verum Suporte Educacional

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SUMÁRIO

1. DIREITO INTERTEMPORAL...................................................................................5
2. PRINCÍPIOS .........................................................................................................7
2.1 Princípio da Efetividade..........................................................................................8
2.2 Princípio da Boa-fé e da Cooperação.....................................................................8
2.3 Princípio da Isonomia e do Contraditório..............................................................8
2.4 Princípio da Não-Surpresa ou das Decisões de terceira via...................................9
2.5 Princípio das decisões fundamentadas..................................................................9
3. COMPETÊNCIA............................................................................................................ 14
3.1 Competência territorial ........................................................................................ 14
3.2 Derrogação de competência e declaração de incompetência ............................. 20
4. DEVERES DAS PARTES E LITIGANTES DE MÁ-FÉ .................................................25
a l
5. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS ..........................................................................28
io n
c
5.1 Condenações contra a fazenda pública ................................................................ 29
a
6. c ER
GRATUIDADE DE JUSTIÇA .................................................................................32
u
7. d IL
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS ...........................................................................35
E M
e
rt RO
7.1 Litisconsórcio (artigos 113 e seguintes do CPC) .................................................... 35

p o OR
7.2 Assistência (artigo 119 a 124 do CPC) ................................................................... 36

S C 41- m u H 89
7.3 Denunciação da lide............................................................................................... 37

m Z .7 .co
7.4 Chamamento ao processo....................................................................................37
u I
V 0 er L
4 ma U 4 il
7.5 Incidente de desconsideração da personalidade jurídica (Artigos 133 a 137
CPC)............................................................................................................................ 37
O .
d R 4 3 g
7.6 Amicus Curiae (art. 138) ........................................................................................ 38
A PE D 0 er@
l
8.
i
NEGÓCIO JURÍDICO PROCESSUAL (artigo 190) ..................................................43
m
9.
10. p lc
PRAZOS (arts. 218 a 235) ..................................................................................45
DOS JUÍZES E DOS AUXILIARES DA JUSTIÇA ....................................................49
10.1 Do Juiz...................................................................................................................... 50
10.2 Dos conciliadores e mediadores ............................................................................. 51
11. DA DEFENSORIA PÚBLICA ..............................................................................52
12. DA CITAÇÃO (artigo 283 a 259 do CPC) ...........................................................57
13. TUTELA PROVISÓRIA.......................................................................................59
13.1 Da tutela provisória de urgência ............................................................................. 60
13.2 Tutela provisória antecipada antecedente e sua estabilização ....................... 60
13.3 Tutela provisória cautelar ................................................................................. 61
14. PROCEDIMENTO COMUM ..............................................................................66
15. IMPROCEDÊNCIA LIMINAR DO PEDIDO ..........................................................67

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16. DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO (artigo 334 do
CPC).................................................................................................................. ....... 69
17. CONTESTAÇÃO ...............................................................................................72
17.1 Revelia ............................................................................................................7474
18. JULGAMENTO ANTECIPADO DO MÉRITO .......................................................79
19. DECISÃO DE SANEAMENTO ............................................................................81
20. DA PROVA .....................................................................................................82
20.1 Ônus da prova....................................................................................................82
21. SENTENÇA......................................................................................................86
21.1 Reexame necessário ........................................................................................... 89
21.2 Coisa julgada e questões prejudiciais ................................................................. 90
21.3 Liquidação e cumprimento de sentença .......................................................... 91
21.4 Cumprimento de sentença................................................................................92
22. PROCESSO DE EXECUÇÃO (Artigos 771 e seguintes) .......................................97
a l
23.
io n
DOS RECURSOS ............................................................................................ 104

a c
23. 1 Teoria geral dos recursos ............................................................................... 105
u c ER
E M d IL
23.2 Da técnica de julgamento em acórdão não unânime .................................... 106
23.3 Recursos em espécie ...................................................................................... 108
24. e
rt RO
AÇÃO RESCISÓRIA (artigos 966 a 975 do CPC) .............................................. 125
p o OR
S C 41- m u H 89
25. INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS (artigo 976 e seguintes
do CPC). ................................................................................................................. 130
26.
um IZ .7 .co
RECLAMAÇÃO (Artigos 988 a 993) ................................................................ 135
27. er L
4 ma U 4 il
DOS PROCEDIMENTOS ESPECIAIS ................................................................. 138
V O . 0
d R 3 g
BIBLIOGRAFIA...............................................................................................144
4
A PE D 0 er@
l
mi
p lc

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INTRODUÇÃO

Após a vigência do Novo Código de Processo Civil (Lei 13.105/15), por se tratar de
inovação legislativa recente, sem amparo jurisprudencial com grandes enfoques, a
maioria das provas, incluídas as de Defensoria Pública, limitavam-se a cobrar o texto da
lei. Ocorre que, como será demonstrado no decorrer do material, passados mais de dois
anos da entrada em vigor da Lei 13.105/15, as bancas já estão mudando o perfil.
Neste sentido, foi feito um estudo das últimas provas de Defensoria Pública, de
forma que serão expostos os principais temas cobrados, bem como a profundidade das
demandas na prova.

1. DIREITO INTERTEMPORAL

O começo do estudo de um novo código deve ser feito sempre de trás para frente,
pois é essencial saber as disposições finais e transitórias. Sendo assim, abaixo serão
expostos os principais artigos marcos à aplicação do Novo Código.
a l
Atualmente, não há mais divisão entre procedimento sumário e ordinário, sendo

io
o procedimento do CPC/15 denominado de comum. Porém, de acordo com o §1º, don
a c
artigo 1.046, as ações que foram distribuídas antes da vigência do novo código, sob o rito
c ER
sumário ou dos procedimentos especiais, tramitarão sob esses procedimentos, até que
u
seja proferida da sentença.
E M d IL
e
rt RO
Porém, quando da abertura do prazo para a interposição de recurso, surge
o OR
um novo direito para a parte – o direito subjetivo ao recurso-, e por isso é
p
S C 41- m u H 89
perfeitamente possível, a partir daí, sejam impostas as regras do CPC sobre
recursos e seu processamento.

um IZ .7 .co
V er L
procedimentos cautelares:
O .
U
0
4
4 ma il
O Fórum de Processualistas Civis entende que o mesmo se aplica aos

d R 4 3 g
A PE D 0 er@
En. 568 FPPC – Também se proposta cautelar antes da vigência do novo
l
do artigo 1046. mi
código esta ação também se enquadra na hipótese do parágrafo primeiro

p lc
Artigo 1046. A norma processual quando entra em vigor atinge todos os atos
vigentes.
§ 1º - Nas ações de procedimento sumário e procedimentos especiais que
forem revogadas, serão aplicadas ás ações propostas e não sentenciadas
até o início da vigência do novo código, as regras dos procedimentos
previstas no antigo CPC.

No que tange às provas, o marco será a data do requerimento da prova, de


maneira que, se requerida na vigência do CPC/73, este será aplicado mesmo que a
decisão que a defira tenha sido proferida após a vigência do CPC/15.
Art. 1.047. As disposições de direito probatório adotadas neste
Código aplicam-se apenas às provas requeridas ou determinadas
de ofício a partir da data de início de sua vigência.

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Com relação aos recursos, de acordo com o STJ, a lei vigente à época da prolação
da decisão que se pretende reformar é que rege o cabimento e a admissibilidade do
recurso.

Publicar a sentença é torná-la pública, de forma que não se confunde publicação


com intimação. Neste sentido, a publicação ocorrerá em audiência, quando a
decisão é proferida neste ato. No processo físico, a publicação ocorre quando a
decisão é juntada aos autos e, no caso de processo eletrônico, a decisão é
considerada publicada quando disponibilizada na plataforma do PJE. Por fim, com
relação ao acórdão, sua publicação se dá na sessão de julgamento.

a l
io n
a c
u c ER
E M d IL
e
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ANO: 2016. BANCA: FCC. ÓRGÃO: DPE-BA

p o OR
S C 41- m
Processo Civil: u H 89
Sobre o direito processual intertemporal, o novo Código de

um IZ .7 .co
a) retroage porque a norma processual é de natureza cogente.

V O er L U 4
4 ma il
b) torna aplicáveis a todas as provas as disposições de direito
. 0
d R 3 g
probatório adotadas, ainda que requeridas antes do início de sua
4
A PE D 0 er@
vigência.
l i
c) vige desde o dia de sua publicação, porque a lei processual é
m
lc
de natureza cogente e possui efeito imediato.
p
QUESTÃO: d) extinguiu o procedimento sumário, impondo a extinção de
DIREITO todas as ações ajuizadas sob este procedimento, incluindo as
INTERTEMPORA anteriores à sua entrada em vigor.
L e) não possui efeito retroativo e se aplica, em regra, aos
processos em curso, respeitados os atos processuais praticados e
as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma
revogada.
GABARITO: E
COMENTÁRIOS:
Correta: letra e, nos termos do artigo 14 do CPC/15.
Incorretas:
a) Art. 14. A norma processual não retroagirá e será
aplicável imediatamente aos processos em curso, respeitados
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os atos processuais praticados e as situações jurídicas
consolidadas sob a vigência da norma revogada.
b) Incorreta, pois nos termos do artigo 1047, às provas
requeridas antes da entrada em vigor do NCPC, será aplicado o
CPC/73.
c) Nos termos do artigo 1045, houve vacatio legis de um ano, a
QUESTÃO: partir da publicação da Lei 13.105/15. Neste sentido, o novo
DIREITO código entrou em vigor no dia 18 de março de 2016.
INTERTEMPORA
d) Conforme o §1º, do artigo 1.046, houve a extinção do
L
procedimento sumário e ordinário, porém, às ações distribuídas
antes da entrada em vigor da Lei 13.105/15, aplica-se o
procedimento sumário até a prolação da sentença.

2. PRINCÍPIOS

a l
io n
O NCPC foi estruturado para ser aplicado à luz da Constituição da República de
1988, em uma verdadeira filtragem constitucional. Sendo assim, os artigos iniciais tratam

a c
sobre os direitos fundamentais processuais, a serem observados por todas as partes do

u c ER
processo, sendo muito cobrados em prova, notadamente, por haver previsão expressa
d IL
sobre a Defensoria Pública, sendo essencial a leitura dos artigos 1 a 12 do NCPC.
E M
e
rt RO
Da autocomposição: No artigo 3º, o código deixa claro que deve ser reavaliado o

o OR
conceito de resolução de conflito, sendo objetivo a superação do modelo de processo
p
S C 41- m u H 89
como litígio. Para tanto, foi dada às partes plena autonomia para conciliar a qualquer
momento, sendo o juiz incentivado a promovê-la (artigo 139). Corroborando tal objetivo,

um
aos mediadores e conciliadores foi conferido o status de auxiliares da justiça (artigo 165 a
IZ .7 .co
er L U il
175), bem como foi permitida a autocomposição em qualquer grau de jurisdição.
4 ma4
d V R O 3 . 0 g
ARTIGOS QUE INCENTIVAM A AUTOCOMPOSIÇÃO DOS CONFLITOS
4
A PE D 0 er@
l
Art. 3o Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito.
mi
p lc
§ 1o É permitida a arbitragem, na forma da lei.
§ 2o O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos.
§ 3o A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos
deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do
Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial.
Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código,
incumbindo-lhe: V - promover, a qualquer tempo, a autocomposição,
preferencialmente com auxílio de conciliadores e mediadores judiciais;

Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de
improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de conciliação ou de
mediação com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu
com pelo menos 20 (vinte) dias de antecedência.
§ 1o O conciliador ou mediador, onde houver, atuará necessariamente na audiência
de conciliação ou de mediação, observando o disposto neste Código, bem como as
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disposições da lei de organização judiciária.

Art. 381. A produção antecipada da prova será admitida nos casos em que:
I - haja fundado receio de que venha a tornar-se impossível ou muito difícil a
verificação de certos fatos na pendência da ação;
II - a prova a ser produzida seja suscetível de viabilizar a autocomposição ou outro
meio adequado de solução de conflito;
III - o prévio conhecimento dos fatos possa justificar ou evitar o ajuizamento de
ação.

Art. 694. Nas ações de família, todos os esforços serão empreendidos para a
solução consensual da controvérsia, devendo o juiz dispor do auxílio de
profissionais de outras áreas de conhecimento para a mediação e conciliação.
Parágrafo único. A requerimento das partes, o juiz pode determinar a suspensão do
processo enquanto os litigantes se submetem a mediação extrajudicial ou a
atendimento multidisciplinar.
a l
io n
Art. 90, §3º: se a transação ocorrer antes da sentença, as partes ficam dispensadas
do pagamento das custas processuais remanescentes, se houver.
a c
u c ER
§4º: se o réu reconhecer a procedência do pedido e, simultaneamente, cumprir
d IL
integralmente a prestação reconhecida, os honorários serão reduzidos pela metade.
E M
e
rt RO
2.1
p o OR
Princípio da efetividade (artigo 4º):

S C 41- m u H 89
Dá-se tanto na fase de conhecimento, quanto na execução. Uma das formas pela
qual o NCPC busca dar essa efetividade é por meio da jurisprudencialização. De acordo
um IZ .7 .co
er L
com o referido princípio, as partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução
U 4
4 ma il
integral do mérito, de maneira satisfativa.

d V R O
4 3 . 0 g
Sobre o tema, assunto interessante é a disciplina judiciária do magistrado: o
A PE D 0 er@
magistrado deve aplicar a jurisprudência dos tribunais superiores, de maneira que o juiz
l i
que não cumpre tal determinação é institucionalmente indisciplinado.
m
p lc
Dessa forma, de acordo com esse novo sentido de jurisprudencialização trazido
pelo novo código, o nosso sistema passa a ser um hibridismo entre o civil law e o common
law.

2.2 Princípio da boa-fé e cooperação (artigos 5º e 6º):


A boa-fé objetiva deve ser observada por todo aquele que participa do processo,
incluídos os magistrados e agentes políticos que, eventualmente, atuem no
procedimento.
Além disso, todos os sujeitos devem cooperar entre si, para que se obtenha, em
tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva.

2.3 Princípio da isonomia e contraditório (artigo 7º):


Às partes é assegurada a paridade de tratamento em relação ao exercício dos
direitos e faculdades processuais, devendo haver a observância da isonomia em seu
aspecto substancial.

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De acordo com o artigo 9º, passa a ser regra o contraditório prévio, logo a decisão
inaudita altera parte é proibida, salvo exceções legais, sendo permitida a decisão
surpresa nas hipóteses de:
 Tutela provisória de urgência;

 Tutela de evidência, expressas no artigo 311, II e III:

II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas


documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos
repetitivos ou em súmula vinculante;
III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova
documental adequada do contrato de depósito, caso em que será
decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob
cominação de multa;

a l

io
Decisão prevista no artigo 701 do CPC (trata de ação monitória). n
a c
Na eventualidade de o ato beneficiar a parte que ainda não se manifestou, há
u c ER
dispensa do contraditório, por ser inútil. Neste sentido, quando houver indeferimento da

E M d IL
petição inicial ou improcedência liminar do pedido, o juiz extinguirá o processo sem a
e
oitiva da parte beneficiada, que será posteriormente comunicada por ato pelo escrivão
rt RO
o OR
ou pelo chefe da secretaria, conforme artigos 239 e 241.
p
S C 41- m u H 89
2.4 Princípio da não surpresa ou da decisão de terceira via (artigo 10):
Na exposição de motivos, o legislador deixou claro que, mesmo em decisões de

um IZ .7 .co
ordem pública, o juiz não as pode proferir sem que seja conferido à parte o direito ao
er L U 4
4 ma il
contraditório. Esse contraditório deve ser substancial, ou seja, capaz de influir no
V O
conhecimento do juiz. . 0
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
mi
ATENÇÃO! p lc
Importante distinguir duas modalidades de decisão: a decisão
surpresa é aquela proferida sem a observância do contraditório.
Por outro lado, é chamada de decisão de terceira via a proferida
com base em fundamento não discutido pelas partes.

Dever de consulta: o juiz tem o dever de ouvir as partes antes de uma decisão.

2.5 Princípio da fundamentação das decisões (artigo 11):


De acordo com o artigo 11, do CPC, todos os julgamentos do judiciário serão
públicos e fundamentados, sob pena de nulidade, havendo reprodução da norma
constitucional do artigo 93, XI.
O grande problema está na fundamentação. O artigo 11 deve ser lido junto ao
artigo 489, pois este especifica as hipóteses em que a fundamentação não é observada:
§ 1o Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial,
seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que:

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I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato
normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão
decidida;
II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o
motivo concreto de sua incidência no caso;
III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra
decisão;
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo
capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador;
V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem
identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar
que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos;
VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou
precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de
distinção no caso em julgamento ou a superação do
entendimento.

a l
capaz de infirmar a conclusão adotada pelo órgão julgador.
io n
En. 40 EFAM: incumbe ao recorrente demonstrar que o argumento reputado omitido é

a c
u c ER
En. 7 EJEF: considera-se suficientemente fundamentada a decisão em que o juiz se
manifesta sobre os argumentos relevantes e pertinentes alegados pelas partes.
E M d IL
En. 306 FPPC: o precedente vinculante não será seguido quando o juiz ou tribunal
e
rt RO
distinguir no caso concreto sob julgamento, demonstrando fundamentadamente, trata-se

p o OR
de situação particularizada por hipótese fática distinta, a impor a solução jurídica diversa.
Distinguishing
S C 41- m u H 89
um IZ .7 .co
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. 0
U4 ma4 il
d R 4 3 g
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l
mi
p lc
O artigo 12, do CPC, foi alterado após a edição da Lei 13.256/16, pois, na
resolução original, os juízes deveriam obedecer a ordem cronológica para proferir
decisão. No que tange à alteração, o que se expõe é que os juízes e tribunais
obedecerão preferencialmente à ordem cronológica, sendo essencial que o aluno
saiba, para as provas de primeira fase, todas as hipóteses incluídas na ordem
cronológica do artigo 12.
Art. 12. Os juízes e os tribunais atenderão, preferencialmente,
à ordem cronológica de conclusão para proferir sentença ou
acórdão.
§ 1o A lista de processos aptos a julgamento deverá estar
permanentemente à disposição para consulta pública em
cartório e na rede mundial de computadores.

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CAI EM
PROVA!

Segundo Paulo Cezar Pinheiro Carneiro1, o acesso à justiça pressupõe a vivência de


quatro princípios básicos:

a) Acessibilidade;
b) Operosidade;
c) Proporcionalidade;
d) Utilidade.

Acessibilidade significa a capacidade de estar em juízo, sem obstáculos de natureza


financeira. Já o princípio da operosidade significa que o desempenho dos sujeitos
a l
processuais deve buscar a forma mais produtiva possível para garantir o real acesso à
io n
justiça. Temos ainda o princípio da proporcionalidade que afirma que, havendo conflitos
a c
de interesses, o juiz deve escolher o mais importante no caso específico. Por fim, o
u c ER
princípio da utilidade que visa assegurar a quem for de direito, de forma rápida e não
sacrificante, a prestação jurisdicional.
E M d IL
e
rt RO
O termo utilidade é sinônimo de efetividade, pois se sabe que o maior inimigo desta
p o OR
nos dias de hoje é o tempo. A proteção jurídica deve ocorrer em tempo útil, pois justiça

S C 41- m
tardia transforma-se em injustiça. u H 89
um IZ .7 .co
V O er L
. 0
U
4 ma 4 il
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
mi
p lc
ANO: 2018. BANCA: FCC. ÓRGÃO: DPE-AP. PROVA: DEFENSOR
PÚBLICO

Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a


direito.

QUESTÃO: Esse é o princípio da


PRINCÍPIOS
a) inclusão obrigatória, decorrente da dignidade humana e do
mínimo existencial, tratando-se de princípio constitucional e,
simultaneamente, infraconstitucional do processo civil.
b) vedação a tribunais de exceção ou do juiz natural, tratando-

1
CARNEIRO, Paulo Cezar Pinheiro Carneiro. Acesso à justiça: juizados especiais cíveis e ação cível
pública: uma nova sistematização da teoria geral do processo. Rio de Janeiro : Forense, 2000.
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se apenas de princípio constitucional do processo civil.
c) legalidade ou obrigatoriedade da jurisdição, tratando-se
apenas de princípio infraconstitucional do processo civil.
d) reparação integral do prejuízo, tratando-se de princípio
constitucional e também infraconstitucional do processo civil.
e) inafastabilidade ou obrigatoriedade da jurisdição e é, a um
só tempo, princípio constitucional e infraconstitucional do
processo civil.

GABARITO: E. Bastava o conhecimento da letra pura da lei e saber


que a previsão consta tanto da Constituição, quanto do CPC.
QUESTÃO: CF: Art. 5º XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder
PRINCÍPIOS Judiciário lesão ou ameaça a direito;

a l
CPC: Art. 1o O processo civil será ordenado, disciplinado e
io n
c
interpretado conforme os valores e as normas fundamentais
a
observando-se as disposições deste Código. u c ER
estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil,

E M d IL
e
rt RO
Art. 3o Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou
lesão a direito.
p o OR
S C 41- m u H 89
um IZ .7 .co
er L U
ANO: 2018. BANCA: FCC ÓRGÃO: DPE-MA
4
4 ma il
d V R O 3 . 0 g
São considerados subprincípios do acesso à justiça, dentre outros:
4
A PE D 0 er@
l i
A) a publicidade e a proporcionalidade
m
QUESTÃO:
PRINCÍPIOS
plc e a utilidade
B) a operosidade

C) a operosidade e a publicidade.

D) a acessibilidade e a razoabilidade.

E) a proporcionalidade e a pacificação social.

GABARITO: B

COMENTÁRIOS:

"Paulo Cezar Pinheiro Carneiro propõe um re-estudo da garantia


constitucional do acesso à justiça, a partir de quatro grandes
subprincípios do acesso à justiça, a saber:

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a) acessibilidade, significa a existência de sujeitos de direito,
capazes de estar em juízo, sem obstáculos de qualquer natureza,
utilizando adequadamente o instrumental jurídico, e possibilitando
a efetivação de direitos individuais e coletivos.

b) operosidade, a seu turno, significa que todos os envolvidos na


atividade jurisdicional devem atuar de forma a obter o máximo de
sua produção, para que se atinja o efetivo acesso à justiça.

c) utilidade, entende-se que o processo deve assegurar ao


QUESTÃO: vencedor tudo aquilo que ele tem direito a receber, da forma mais
PRINCÍPIOS rápida e proveitosa, garantindo-se, contudo, o menor sacrifício
para o vencido.

d) proporcionalidade, que se traduz pela escolha a ser feita pelo


julgador quando existem dois interesses em conflito. Deve ele se

l
orientar por privilegiar aquele mais valioso, ou seja, o que satisfaz
a
um maior número de pessoas. Outro método atinente á
io n
proporcionalidade, é aplicar aquele direito que menos restringe o

a c
outro direito conflitante, assim como no método hermenêutico
constitucional".
u c ER
ANO:2017 BANCA: CESPE. ÓRGÃO: DPU.E M d IL
e
rt RO
p o OR
Voltado para a concepção democrática atual do processo justo, o

S C 41- m u H 89
CPC promoveu a evolução do contraditório, que passou a ser
considerado efetivo apenas quando vai além da simples

um IZ .7 .co
possibilidade formal de oitiva das partes.

V O er L
Certo
.
U
0
4
4 ma il
d R 4 3
Errado g
A PE D 0 er@
l
QUESTÃO: GABARITO: CERTO
mi
PRINCÍPIOS
p
COMENTÁRIOS:
lc
Art. 7º É assegurada às partes paridade de tratamento em relação
ao exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios de
defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções
processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório.
(Contraditório efetivo ou substancial)

Art. 9º Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela
seja previamente ouvida. (Contraditório prévio)

Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com
base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às
partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de
matéria sobre a qual deva decidir de ofício. (Contraditório real e

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Proibição de decisões-surpresa).
QUESTÃO:
PRINCÍPIOS

3. COMPETÊNCIA

3.1 COMPETÊNCIA TERRITORIAL

PERPETUATIO JURISDICIONES: sendo proposta uma ação, a competência para


processá-la será do juízo ao qual foi distribuída, alterada apenas no caso de suprimento
do órgão judicial ou na hipótese de alteração da competência absoluta, conforme artigo
43.
O NCPC manteve as regras gerais de competência em razão do território, sendo
competente:
• Foro do domicílio do réu para as ações pessoais e de direito
reais mobiliários;
a l
io n
• As ações que versem sobre direitos reais imobiliários, poderão
c
tramitar em três foros: do lugar da coisa; Do domicílio do réu;
a
pelo foro de eleição.
u c ER
E M d IL
Importante destacar que terão competência absoluta (artigo 47, § 1o), definidas
e
rt RO
pelo local da coisa, as ações de direitos reais imobiliários quando versarem sobre: Divisão;
o OR
Vizinhança; Demarcação; Servidão; Propriedade; Nunciação de Obra Nova; Posse;
p
S C 41- m u H 89
um IZ .7 .co
V O er L
. 0
U4 ma4 il
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
MNEMÔNICO: DVD´S POP;
l i
 O NCPC não traz mais de forma expressa a ação de nunciação de obra nova,
m
p lc
porém, por um erro do legislador esqueceram retirá-la das hipóteses do artigo 47.
Sendo assim, fiquem atentos ao texto da questão, pois se for cobrada a
literalidade da lei deve-se observar a nunciação de obra nova.

REGRAS DE COMPETÊNCIA TERRITORIAL


• Domicílio do autor;

UNIÃO (Artigo 51): • Ocorrência do ato;

• Situação da coisa;

• Distrito Federal.

• Domicílio do autor;

ESTADOS E DISTRITO FEDERAL


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(Artigo 52): • Ocorrência do ato;

• Situação da coisa;

• Capital do ente federado.

AÇÕES DE DIVÓRCIO SEPARAÇÃO, 1. De domicílio do guardião de filho


ANULAÇÃO DE CASAMENTO E incapaz;
RECONHECIMENTO OU
DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL 2. Do último domicílio do casal, caso não
(Artigo 53): haja filho incapaz;
3. De domicílio do réu, se nenhuma das
partes residir no antigo domicílio do casal;
Do domicílio do alimentando, nos termos da
súmula 1 do STJ: O foro do domicílio ou da
AÇÃO DE ALIMENTOS (Artigo 53, II): residência do alimentando é o competente
para a ação de investigação de paternidade,
quando cumulada com a de alimentos.
a l
io n
c
a) onde está a sede, para a ação em que
a
for ré pessoa jurídica;
u c ER
DO LUGAR (ARTIGO 53, III):
E M d IL
b) onde se acha agência ou sucursal,
quanto às obrigações que a pessoa jurídica
contraiu; e
rt RO
p o OR
c) onde exerce suas atividades, para a
S C 41- m u H 89
ação em que for ré sociedade ou associação

um IZ .7 .co sem personalidade jurídica;

V O er L
. 0
U4 ma4 il d) onde a obrigação deve ser satisfeita,
para a ação em que se lhe exigir o
d R 4 3 g cumprimento;
A PE D 0 er@
l e) de residência do idoso, para a causa
mi que verse sobre direito previsto no respectivo
p lc estatuto;
f) da sede da serventia notarial ou de
registro, para a ação de reparação de dano
por ato praticado em razão do ofício;

a) de reparação de dano;
Do lugar do ato ou fato para a ação
( Artigo 53, IV): b) em que for réu administrador ou
gestor de negócios alheios.
De domicílio do autor ou do local do fato,
para a ação de reparação de dano sofrido em
ARTIGO 53, V: razão de delito ou acidente de veículos,
inclusive aeronaves.

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Competência e foro especial para a mulher: o STF tinha entendimento de que a
regra de competência e foro para a mulher, prevista no artigo 100 do CPC/73, não
ofendia a isonomia trazida pela Constituição aos homens e mulheres (artigo 5º, I).
Em que pese referido entendimento, o NCPC inovou ao não trazer prerrogativa em
razão de gênero. Neste sentido, atualmente, a legislação processual da preferência
ao guardião do incapaz, regra geral.

a l
io n
ANO: 2018. BANCA: FCC. ÓRGÃO: DPE-AM
a c
u c ER
Carlos e Vitória se casaram na cidade de Tabatinga (AM), onde
d IL
residiram por cerca de três anos e tiveram dois filhos. Há
E M
e
cerca de dois anos se mudaram para Tefé (AM). Em razão de
rt RO
desentendimentos entre o casal, acabaram rompendo o
p o OR
relacionamento e, após a separação de fato, Vitória se mudou

S C 41- m u H 89
para Parintins (AM), enquanto Carlos voltou com as crianças
para a sua cidade natal, Eurunepé (AM). O único imóvel do
um IZ .7 .co
er L
casal está situado na cidade de Manaus (AM). Caso Carlos
U 4
4 ma il
venha a ajuizar ação de divórcio, a competência territorial

d V R O
4 3 . 0
neste caso será da Comarca de
g
A PE D 0 er@
l
A) Tabatinga.
QUESTÃO:
mi
B) Parintins.
COMPETÊNCIA
p lc
C) Manaus.
D) Eurunepé.
E) Tefé.

GABARITO: E
COMENTÁRIOS:
CPC, Art. 53. É competente o foro:
I - para a ação de divórcio, separação, anulação de casamento
e reconhecimento ou dissolução de união estável:
a) de domicílio do guardião de filho incapaz;
b) do último domicílio do casal, caso não haja filho incapaz;
c) de domicílio do réu, se nenhuma das partes residir no
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antigo domicílio do casal;

ANO: 2016. BANCA: FCC. ÓRGÃO: DPE-ES


A respeito da competência, o novo Código de Processo Civil
dispõe que:

a) a ação em que se pleiteia somente o reconhecimento da


paternidade, deve ser proposta no foro do domicílio do autor.

b) a incompetência relativa do juízo deve ser alegada em


exceção de competência, no prazo para a resposta.

c) o inventário deve ser proposto, em regra, ao foro de


situação dos bens imóveis do autor da herança.

QUESTÃO: d) como regra, nas ações de divórcio, é competente o foro do


COMPETÊNCIA
a l
guardião do filho incapaz e, caso não haja filho incapaz, o foro
do último domicílio do casal.
io n
c
e) a ação possessória imobiliária deve ser proposta no foro de
a
c ER
situação da coisa, mas por se tratar de competência
u
momento oportuno. E M d IL
territorial, se prorroga caso não venha a ser alegada no

e
rt RO
o OR
GABARITO COMENTADO:
p
S C 41- m u H 89
CORRETA: D, conforme artigo 53, I.

um IZ .7 .co
INCORRETAS:

V O er L U
0
4
4 ma il
A) A ação de reconhecimento de paternidade segue a regra
.
d R 3 g
geral e deve ser proposta no foro do domicílio do réu (art. 46,
4
A PE D 0 er@
caput,
l
CPC/15).
i
B) A exceção de incompetência foi revogada pelo CPC/15, que
m
p lc
passou a prever que tanto a incompetência relativa quanto a
absoluta devem ser arguidas em preliminar de contestação
(art. 64, caput, CPC/15).
C) Dispõe o art. 48, caput, do CPC/15, que "o foro de domicílio
QUESTÃO: do autor da herança, no Brasil, é o competente para o
COMPETÊNCIA inventário, a partilha, a arrecadação, o cumprimento de
disposições de última vontade, a impugnação ou anulação de
partilha extrajudicial e para todas as ações em que o espólio
for réu, ainda que o óbito tenha ocorrido no estrangeiro".
E) Dispõe o art. 47, §2º, do CPC/15, que "a ação possessória
imobiliária será proposta no foro de situação da coisa, cujo
juízo tem competência absoluta". Tratando-se de
competência absoluta, não há que se falar em prorrogação,
ainda que não suscitada no momento oportuno. Ela poderá
ser alegada ou declara de ofício a qualquer tempo e em
qualquer grau de jurisdição.

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QUESTÃO:
COMPETÊNCIA

ANO: 2016. BANCA: FCC. ÓRGÃO: DPE-BA


Sobre a competência,

a) a ação fundada em direito real sobre bem móvel será


proposta, em regra, no foro da situação da coisa.

b) a ação possessória imobiliária será proposta no foro da


QUESTÕES:
COMPETÊNCIA.
situação da coisa, cujo juízo tem competência absoluta.
a l
io n
c) são irrelevantes as modificações do estado de fato ou de
c
direito ocorridas posteriormente ao registro ou à distribuição
a
c ER
da petição inicial, ainda que alterem competência absoluta.
u
E M d IL
d) serão remetidos à Justiça Federal os processos nos quais
e
rt RO
intervier a União, incluindo as ações de recuperação judicial e
falência.
p o OR
S C 41- mu H 89
e) uma vez remetidos os autos à Justiça Federal, em razão de
intervenção da União, o juízo federal suscitará conflito de
um IZ .7 .co
er L
competência se, posteriormente, esta for excluída do
U 4
4 ma
processo. il
d V R O
4 3 . 0 g
GABARITO COMENTADO:
A PE D 0 er@
l i
CORRETADO: B, nos termos do artigo Art. 47. § 2o do CPC.
m
plc
INCORRETAS:

a) Art. 47. Para as ações fundadas em direito real sobre


imóveis é competente o foro de situação da coisa.
QUESTÃO: c) A questão trata do princípio da perpetuatio jurisdictionis,
COMPETÊNCIA que, expresso no art. 43 do NCPC, fixa a competência do juízo
de propositura da ação, a partir do momento do registro ou
distribuição da petição inicial. Ou seja, modificações do
estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente não
teriam o poder de alterar a competência já fixada. Ocorre que
a perpetuatio jurisdictionis não tem o poder de perpetuar
incompetência absoluta: se as modificações de fato ou de
direito ocorridas posteriormente influenciarem nos critérios
de competência em razão de pessoa, matéria ou função, essas
modificações serão relevantes para fins de fixação da

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competência.
d) A Constituição excepciona a competência da Justiça Federal
para as causas relativas à recuperação judicial e
falência: artigo 109, I.

QUESTÃO: e)Art. 45 § 3o O juízo federal restituirá os autos ao juízo


COMPETÊNCIA estadual, sem suscitar conflito se o ente federal, cuja
presença ensejou a remessa, for excluído do processo.
Ano: 2016. Banca: UFMT. Órgão: DPE-MT

Sobre a competência no Código de Processo Civil (CPC/2015),


assinale a afirmativa INCORRETA:

a) A ação possessória imobiliária será proposta no foro de


situação da coisa, cujo juízo tem competência absoluta.

b) A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como


questão preliminar de contestação.
a l
io n
c) O registro ou a distribuição da petição inicial torna
prevento o juízo.
a c
u c ER
E M d IL
d) Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva,
pode ser reputada ineficaz de ofício pelo juiz; após a citação,
e
rt RO
incumbe ao réu alegar a abusividade da cláusula de eleição
o OR
de foro na contestação, sob pena de preclusão.
p
S C 41- m u H 89
e) É competente o foro de domicílio da mulher, para a ação

um
de divórcio, anulação de casamento e reconhecimento ou
IZ .7 .co
er L
dissolução de união estável.
U 4
4 ma il
d V R O
4 3 . 0
GABARITO COMENTADO:
g
A PE D 0 er@
INCORRETA: E, nos termos do artigo 53, I.
l
mi
a) Art. 47, § 2o A ação possessória imobiliária será proposta
p lc
no foro de situação da coisa, cujo juízo tem competência
absoluta.
b) Art. 64. A incompetência, absoluta ou relativa, será
QUESTÃO: alegada como questão preliminar de contestação.
COMPETÊNCIA
c) Art. 59. O registro ou a distribuição da petição inicial torna
prevento o juízo.
d) Art. 63. § 3o Antes da citação, a cláusula de eleição de
foro, se abusiva, pode ser reputada ineficaz de ofício pelo juiz,
que determinará a remessa dos autos ao juízo do foro de
domicílio do réu. § 4o Citado, incumbe ao réu alegar a
abusividade da cláusula de eleição de foro na contestação,
sob pena de preclusão.

3.2 CONEXÃO E CONTINÊNCIA

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A conexão e a continência são hipóteses de alteração de competência, sendo que
são conexas duas ações quando lhes for comum o pedido ou a causa de pedir. Por outro
lado, haverá continência quando entre duas ou mais ações houver identidade quanto às
partes e a causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser mais amplo, abrange os
demais.
O artigo 55, do CPC, trouxe expressa a previsão contida na súmula 235, do STJ, de
maneira que não será determinada a reunião dos processos, mesmo havendo conexão, se
um deles já tiver sido sentenciado.

SÚMULA 235:
A conexão não determina a reunião dos
processos, se um deles já foi julgado.

l
Novidade trazida pela Lei 13.105/15 se refere à possibilidade de aplicação das
a
quando forem relativas ao mesmo título.
io n
regras de conexão entre execução de título extrajudicial e ação de conhecimentos,

a c
Outra inovação importante é possibilidade de reunião para julgamento conjunto de

u c ER
processos que possam gerar risco de prolação de decisões conflitantes ou contraditórias,
d IL
caso decididas separadamente, mesmo que não haja conexão entre elas, é a conexão por
E M
prejudicialidade.
e
rt RO
No artigo 57, há uma novidade sem correspondente com o antigo CPC, pois, de
p o OR
acordo com referido artigo, quando houver continência e a ação continente (mais ampla)

S C 41- m u H 89
tiver sido proposta anteriormente, no processo relativo à ação contida (menos ampla),
será proferida sentença sem resolução do mérito. Por outro lado, se a ação contida tiver
um IZ .7 .co
sido primeiramente distribuída, as ações serão necessariamente reunidas.
er L U 4
4 ma il
A lógica de tal regra é o fato de que, se a ação contida foi proposta após a
V O . 0
continente, seu objeto principal já está sendo discutido na continente, motivo porque
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
poderá ser extinta sem o julgamento do mérito.
l
Aplica-se a regra da prevenção (artigo 58), devendo as ações serem reunidas no
mi
juízo prevento que, conforme as regras trazidas pela nova legislação processual, será
p lc
aquele em que houve o primeiro registro ou distribuição da ação.

3.3 Derrogação de competência e declaração de incompetência


É inderrogável a competência em razão:

Competência absoluta a) da matéria;


(artigo 62):
b) da pessoa;

c) da função.

Pode ser modificada pelas partes, a competência em


razão:
Competência relativa
(artigo 63): a) do valor;

b) do território.

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 As partes podem convencionar acerca da competência relativa. Tal
convenção deve ser feita de forma escrita, deve dizer respeito a negócio
jurídico determinado e obrigará aos herdeiros e aos sucessores.

 Norma que tem sido cobrada em prova com bastante frequência é a


contida no artigo §3º, do artigo 63 do CPC. Isto porque, é facultado ao juiz
rejeitar a cláusula de eleição de foro, desde que antes da citação, sempre
que entender que esta é abusiva. Declarando-a, portanto, ineficaz e
remetendo os autos ao foro de domicílio do réu. É EXCEÇÃO, EIS QUE A
COMPETÊNCIA RELATIVA NÃO É ALEGADA DE OFÍCIO.

Importante destacar que, inovando ao antigo código, referida norma não se


aplica apenas aos casos de contrato de adesão, sendo que em qualquer
a l
contrato, se verificada referida abusividade, poderá o juiz observar a
norma.
io n
a c

c ER
Outro artigo que recorrentemente vem sendo cobrado em prova é o 64,
u
E M d IL
tendo em vista que trouxe importante alteração no que diz respeito à
forma em que será alegada a incompetência. Neste sentido, tanto a
e
rt RO
incompetência absoluta, quanto a relativa serão alegadas como matérias
o OR
preliminares à contestação, conforme inciso II, do artigo 337 do CPC.
p

S C 41- m u H 89
O parágrafo 4º do artigo 64 também traz uma inovação importante, pois,

um
de acordo com o artigo, salvo decisão judicial em contrário, serão
IZ .7 .co
er L U il
conservadas as decisões proferidas pelo juízo incompetente até que outra
4 ma4
d V R 4 3 0
seja proferida, se for o caso, pelo juízo competente.
O . g
A PE D 0 er@
l
Enunciado recente da II Jornada de Processo Civil do CJF/STJ:
ATENÇÃO! mi
Enunciado 108: A competência prevista nas alíneas do art. 53, I, do
p lc
CPC não é de foros concorrentes, mas de foros subsidiários.

JURISPRUDÊNCIA:

COMPETÊNCIA: A Justiça brasileira é absolutamente incompetente para processar e


julgar demanda indenizatória fundada em serviço fornecido de forma viciada por
sociedade empresária estrangeira a brasileiro que possuía domicílio no mesmo
Estado estrangeiro em que situada a fornecedora, quando o contrato de consumo
houver sido celebrado e executado nesse local, ainda que o conhecimento do vício
ocorra após o retorno do consumidor ao território nacional. A vulneralidade do
consumidor, ainda que amplamente reconhecida em foro internacional, não é
suficiente, por si só, para alargar a competência da justiça nacional prevista nos arts.
21 a 23 do CPC 2015. Nas hipóteses em que a relação jurídica é firmada nos estritos
limites territoriais nacionais, ou seja, sem intuito de extrapolação territorial, o foro
competente, aferido a partir das regras processuais vigentes no momento da
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propositura da demanda, não sofre influências em razão da nacionalidade ou do
domicílio dos contratantes, ainda que se trate de relação de consumo. STJ. 3ª
Turma. REsp 1.571.616-MT, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 5/4/2016
(Info 580).

COMPETÊNCIA: Se o juízo reconhece a sua incompetência absoluta para conhecer


da causa, ele deverá determinar a remessa dos autos ao juízo competente e não
extinguir o processo sem exame do mérito. O argumento de impossibilidade técnica
do Poder Judiciário em remeter os autos para o juízo competente, ante as
dificuldades inerentes ao processamento eletrônico, não pode ser utilizado para
prejudicar o jurisdicionado, sob pena de configurar-se indevido obstáculo ao acesso
à tutela jurisdicional. Assim, implica indevido obstáculo ao acesso à tutela
jurisdicional a decisão que, após o reconhecimento da incompetência absoluta do
juízo, em vez de determinar a remessa dos autos ao juízo competente, extingue o
feito sem exame do mérito, sob o argumento de impossibilidade técnica do
Judiciário em remeter os autos para o órgão julgador competente, ante as
l
dificuldades inerentes ao processamento eletrônico. STJ. 2ª Turma. REsp 1.526.914-
a
PE, Rel. Min. Diva Malerbi (Desembargadora convocada do TRF da 3ª Região),
julgado em 21/6/2016 (Info 586).
io n
a c
u c ER
COMPETÊNCIA. OAB: Compete à justiça federal processar e julgar ações em que a
d IL
Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), quer mediante o conselho federal, quer
E M
e
seccional, figure na relação processual. STF. Plenário. RE 595332/PR, Rel. Min. Marco
rt RO
Aurélio, julgado em 31/8/2016 (repercussão geral) (Info 837).
p o OR
S C 41- m u H 89
COMPETÊNCIA: É da Justiça do Trabalho (e não da Justiça Comum) a competência
para processar e julgar a ação de indenização movida por atleta de futebol em face
um IZ .7 .co
er L
de editora pelo suposto uso indevido de imagem em álbum de figurinhas quando,
U 4
4 ma il
após denunciação da lide ao clube de futebol (exempregador), este alegar que

d V R O
4 3 . 0
recebeu autorização expressa do jogador para ceder o direito de uso de sua imagem
g
A PE D 0 er@
no período de vigência do contrato de trabalho. Na ementa oficial do julgado, restou
l
assim consignado: Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar ação
mi
indenizatória movida contra editora, por suposto uso indevido de imagem de atleta
p lc
de futebol, caracterizado por publicação, sem autorização, do autor de sua
fotografia em álbum de figurinhas, na hipótese de denunciação da lide pela ré ao
clube empregador. STJ. (Info 587).

COMPETÊNCIA: É do TRF da 1º Região (e não do TJDFT) a competência para


processar e julgar mandado de segurança impetrado contra ato do Procurador-Geral
de Justiça do Distrito Federal que determinou a retenção de Imposto de Renda (IR) e
de contribuição ao Plano de Seguridade Social (PSS) sobre valores decorrentes da
conversão em pecúnia de licenças-prêmio. O Procurador-Geral de Justiça do Distrito
Federal, ao determinar a retenção de tributos federais por ocasião do pagamento de
parcelas remuneratórias (conversão de licençasprêmio em pecúnia), está no
exercício de função administrativa federal, razão pela qual não se pode reconhecer a
competência do Tribunal de Justiça do Distrito Federal para o julgamento de
mandado de segurança impetrado contra tal ato. Obs: quando o MS é impetrado
contra atos praticados pelo PGJ-DF sob jurisdição administrativa local, a
competência será do Tribunal de Justiça do Distrito Federal. STJ. 1ª Turma. REsp
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1.303.154-DF, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 16/6/2016 (Info 587).

COMPETÊNCIA: De quem é a competência para julgar demandas contra o CNJ e o


CNMP: • Ações ordinárias: Juiz federal (1ª instância) • Ações tipicamente
constitucionais (MS, MI, HC e HD): STF. No entanto, houve um caso concreto no qual
o STF conheceu e julgou uma ação ordinária proposta por sindicato de servidores
públicos contra uma decisão do CNJ. Foram invocados dois argumentos para fixar a
competência no STF: 1) O caso concreto discutia os poderes do CNJ para afastar lei
inconstitucional. Se o STF não julgasse a causa, isso significaria conferir à Justiça
Federal de 1ª instância a possibilidade de definir os poderes atribuídos ao CNJ para o
cumprimento de sua missão, subvertendo, assim, a relação hierárquica
constitucionalmente estabelecida. 2) Além da ação ordinária proposta pelo
Sindicato, diversos servidores impetraram mandados de segurança contra a decisão
do CNJ. Assim, mesmo que a ação ordinária fosse remetida para a Justiça Federal de
1ª instância, continuariam no STF os mandados de segurança individuais. Desse
modo, o mais recomendável seria a reunião dessas ações a fim de garantir, com a
tramitação e o julgamento conjuntos, a prolação de decisões harmônicas sobre a
a l
io n
legitimidade da situação jurídica afetada pelo CNJ. Obs: em concursos públicos, é
provável que seja indagada apenas a regra geral considerando que este julgado foi
a c
muito específico e baseado no caso concreto; contudo, é importante que você

u c ER
conheça a existência deste precedente para a eventualidade de ele ser cobrado; vale
d IL
ressaltar que você somente deverá adotar o entendimento excepcional se isso for
E M
expressamente perguntado. STF. (Info 851).
e
rt RO
p o OR
COMPETÊNCIA: O pedido cumulado de indenização, quando mediato e dependente

S C 41- m u H 89
do reconhecimento do pedido antecedente de declaração da autoria da obra, não
afasta a regra geral de competência do foro do domicílio do réu. Ex: João lançou um
um IZ .7 .co
er L
livro. Pedro, alegando que o conteúdo da obra é uma cópia de um livro escrito por
U4 ma4 il
ele anos atrás, ajuíza ação de indenização contra João. A competência, neste caso,

d V R O
4 3 . 0
será do domicílio do réu, nos termos do art. 46 do CPC. A análise do pedido de
g
A PE D 0 er@
reparação de danos pressupõe o anterior acolhimento do pedido declaratório de
l
reconhecimento de autoria da obra. Este é o objeto principal da lide. Em outras
mi
palavras, não se pode condenar o réu a indenizar o autor por violação a direito
p lc
autoral se, antes, não for demonstrado que o requerente é o verdadeiro autor da
obra. Nesse contexto, a competência deve ser definida levando-se em conta o
pedido principal, de índole declaratória, de modo que deve incidir a regra geral do
art. 46 do CPC. STJ. (Info 599).

COMPETÊNCIA: STF. Não compete originariamente ao STF processar e julgar


execução individual de sentenças genéricas de perfil coletivo, inclusive aquelas
proferidas em sede mandamental. Tal atribuição cabe aos órgãos judiciários
competentes de primeira instância. STF. (Info 862)

COMPETÊNCIA. JUSTIÇA ESTADUAL: Não há, em regra, interesse jurídico da ANEEL –


Agência Nacional de Energia Elétrica – para figurar como ré ou assistente simples de
ação de repetição de indébito relativa a valores cobrados por força de contrato de
fornecimento de energia elétrica celebrado entre usuário do serviço e
concessionária do serviço público. Em razão disso, essa ação é de competência da
Justiça Estadual. STJ. (Info 601).
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COMPETÊNCIA: A competência para julgar ação de reparação de dano sofrido em
razão de acidente de veículos é do foro do domicílio do autor ou do local do fato
(art. 53, V, do CPC/2015). Contudo, essa prerrogativa de escolha do foro não
beneficia a pessoa jurídica locadora de frota de veículos, em ação de reparação dos
danos advindos de acidente de trânsito com o envolvimento do locatário. STJ. (Info
604).

RECURSOS. COMPETÊNCIA: É cabível agravo de instrumento contra decisão


interlocutória relacionada à definição de competência, a despeito de não previsto
expressamente no rol do art. 1.015 do CPC/2015. A decisão interlocutória que
acolhe ou rejeita a alegação de incompetência desafia recurso de agravo de
instrumento, por uma interpretação analógica ou extensiva da norma contida no
inciso III do art. 1.015 do CPC/2015, já que ambas possuem a mesma ratio -, qual
seja, afastar o juízo incompetente para a causa, permitindo que o juízo natural e
adequado julgue a demanda. STJ. (Info 618).

a l
io n
COMPETÊNCIA: Compete à Justiça Estadual julgar ação proposta por ex-empregado
para continuar no plano de saúde de autogestão que era oferecido pela empresa.
a c
Compete à Justiça Comum Estadual o exame e o julgamento de feito que discute

u c ER
direitos de ex-empregado aposentado ou demitido sem justa causa de permanecer
d IL
em plano de saúde coletivo oferecido pela própria empresa empregadora aos
E M
e
trabalhadores ativos, na modalidade de autogestão. STJ. 3ª Turma. REsp 1.695.986-
rt RO
SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 27/02/2018 (Info 620).
p o OR
S C 41- m u H 89
COMPETÊNCIA: Demanda contra as operadoras de plano de saúde de autogestão:
Justiça comum Compete à Justiça Comum Estadual o julgamento de demanda com
um IZ .7 .co
er L
natureza predominantemente civil entre ex-empregado aposentado ou demitido
U 4
4 ma il
sem justa causa e operadoras de plano de saúde na modalidade autogestão

d V R O
4 3 .
vinculadas ao empregador.0 g
A PE D 0 er@
STJ. 2ª Seção. CC 157.664-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 23/05/2018 (Info
627).
l
mi
Compete à Justiça Comum Estadual o exame e o julgamento de feito que discute
p lc
direitos de ex-empregado aposentado ou demitido sem justa causa de permanecer
em plano de saúde coletivo oferecido pela própria empresa empregadora aos
trabalhadores ativos, na modalidade de autogestão.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.695.986-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em
27/02/2018 (Info 620).

JUIZADOS ESPECIAIS: Ação proposta por associação de moradores cobrando taxa de


manutenção do loteamento O Juizado Especial Cível é competente para o
processamento e o julgamento de ação proposta por associação de moradores
visando à cobrança de taxas de manutenção de loteamento em face de morador não
associado. STJ. 3ª Turma. RMS 53.602-AL, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em
05/06/2018 (Info 627).

CUMPRIMENTO DE SENTENÇA: A Súmula 345 do STJ continua válida mesmo com o


art. 85, § 7º, do CPC/2015. O art. 85, § 7º, do CPC/2015 não afasta a aplicação do
entendimento consolidado na Súmula 345 do STJ, de modo que são devidos
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honorários advocatícios nos procedimentos individuais de cumprimento de sentença
decorrente de ação coletiva, ainda que não impugnados e promovidos em
litisconsórcio.
O art. 85, § 7º, do CPC/2015 não se aplica para as execuções individuais, ainda que
promovidas em litisconsórcio, pedindo o cumprimento de julgado proferido em sede
de ação coletiva lato sensu, ação civil pública ou ação de classe.
Em resumo, a Súmula 345 do STJ continua válida mesmo com o art. 85, § 7º, do
CPC/2015.
Súmula 345-STJ: São devidos honorários advocatícios pela Fazenda Pública nas
execuções individuais de sentença proferida em ações coletivas, ainda que não
embargadas.
Art. 85. (...) § 7º Não serão devidos honorários no cumprimento de sentença contra
a Fazenda Pública que enseje expedição de precatório, desde que não tenha sido
impugnada. STJ. Corte Especial. REsp 1.648.238-RS, Rel. Min. Gurgel de Faria,
julgado em 20/06/2018 (recurso repetitivo) (Info 628).

SÚMULAS
a l
io n
Súmula 33, STJ: A incompetência relativa não pode ser declarada de ofício. (Atenção
a c
para a exceção trazida pelo CPC/15 no art. 63, §3º, do CPC, que diz que, antes da

u c ER
citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser reputada ineficaz de
d IL
ofício pelo juiz, que determinará a remessa dos autos ao juízo do foro de domicílio
E M
do réu).
e
rt RO
p o OR
Súmula 206, STJ: A existência de vara privativa, instituída por lei estadual, não altera

S C 41- m u H 89
a competência territorial resultante das leis de processo.

um IZ .7 .co
er L
Súmula 11, STJ: A presença da União ou de qualquer de seus entes, na ação de
U4 ma4 il
usucapião especial, não afasta a competência do foro da situação do imóvel.

d V R O
4 3 . 0 g
A PE D 0 er@
Súmula 376, STJ: Compete à turma recursal processar e julgar o mandado de
l
segurança contra ato de juizado especial.
m i
p lc a Justiça Comum para julgar as causas em que é
Súmula 556, STF: É competente
parte sociedade de economia mista.

Súmula 570, STJ: Compete à Justiça Federal o processo e julgamento de demanda


em que se discute a ausência de ou o obstáculo ao credenciamento de instituição
particular de ensino superior no Ministério da Educação como condição de
expedição de diploma de ensino a distância aos estudantes.

4. DEVERES DAS PARTES E SEUS PROCURADORES

Com relação a este tema, é importante que o candidato conheça o texto legal,
notadamente, os artigos que tratam sobre a litigância de má-fé, bem como do ato

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atentatório à dignidade da justiça. Atenção especial ao percentual de multa cabível em
cada um dos institutos e, ainda, a quem é destinado o pagamento. Abaixo será exposta
uma tabela com as informações essenciais.

O Art. 77 do CPC/15 apresenta um rol exemplificativo dos deveres das parte e de


seu procuradores:

Art. 77. Além de outros previstos neste Código, são deveres das partes, de
seus procuradores e de todos aqueles que de qualquer forma participem do
processo:
I - expor os fatos em juízo conforme a verdade;
II - não formular pretensão ou de apresentar defesa quando cientes de que
são destituídas de fundamento;
III - não produzir provas e não praticar atos inúteis ou desnecessários à
declaração ou à defesa do direito;
IV - cumprir com exatidão as decisões jurisdicionais, de natureza provisória ou
final, e não criar embaraços à sua efetivação;
V - declinar, no primeiro momento que lhes couber falar nos autos, o
a l
io n
endereço residencial ou profissional onde receberão intimações, atualizando
c
essa informação sempre que ocorrer qualquer modificação temporária ou
a
definitiva;
u c ER
d IL
VI - não praticar inovação ilegal no estado de fato de bem ou direito litigioso.
E M
e
rt RO
O artigo supra pode ser reunnido em três deveres básicos:

p o OR
S C 41- m u H 89
DEVER DE VERACIDADE;

um IZ .7 .co DEVER DE PROBIDADE;

V O er L
.
U
0
4
4 ma il DEVER DE BOA-FÉ

d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
Enunciado recente da II Jornada de Processo Civil do CJF/STJ:
ATENÇÃO! mi
Enunciado 121: Não cabe aplicar multa a quem, comparecendo à
p lc
audiência do art. 334 do CPC, apenas manifesta desinteresse na
realização de acordo, salvo se a sessão foi designada unicamente por
requerimento seu e não houver justificativa para a alteração de posição.

Praticado ato atentatório à dignidade da justiça, a parte


responsável pelo ato será condenada ao pagamento de multa de
até vinte por cento sobre o valor da causa, de acordo com a
Ato atentatório à gravidade da conduta.
dignidade da Pode ser aplicada á parte independente de ter vencido ou perdido
justiça: a demanda.
Nesta hipótese, a multa é devida ao Estado ou à União e a
execução observará o procedimento de execução fiscal, conforme
artigo 77, §3º, do CPC.
O principal dispositivo cobrado em prova é o artigo 77, incisos IV e
VI, cita-se:
Art. 77. Além de outros previstos neste Código, são deveres das
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partes, de seus procuradores e de todos aqueles que de qualquer
forma participem do processo:
IV – cumprir com exatidão as decisões jurisdicionais, de natureza
provisória ou final, e não criar embaraços à sua efetivação;
VI – não praticar inovação ilegal no estado de fato de bem ou
direito litigioso.
Outros dispositivos que preveem ato atentatório à dignidade da
justiça: artigos 77, IV e VI e § 8o; 722 II; 777;
A condenação será fixada em razão dos prejuízos que a parte
contrária possa ter sofrido. Justamente por ser um dano da parte,
Litigância de má- a condenação não será recolhida para os cofres públicos, mas sim
fé: para a parte que sofreu o dano.
As hipóteses de litigância de má-fé estão previstas no artigo 80,
do CPC, com a respectiva sanção de um a dez por cento do valor
da causa a ser paga à parte prejudicada, nos termos do artigo 81.
Outros dispositivos que preveem a litigância de má-fé: 142;
a l
artigos 536, § 3º; artigo 777;
io n
a c
u c ER
E M d IL
A MULTA POR ATO ATENTATÓRIO À DIGNIDADE DA JUSTIÇA NÃO É
APLICÁVEL AOS ADVOGADOS, AOS MEMBROS DO MP E À
ATENÇÃO!
e
rt RO
DENFENSORIA PÚBLICA. PARA ESSES CARGOS TEM-SE APLICAÇÃO DE
o OR
REGRAS DISCIPLINARES PRÓPRIAS.
p
S C 41- m u H 89
um IZ .7 .co
V O er L
.
U
0
4
4 ma il
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
mi
p lc
A audiência de conciliação será objeto de tópico abaixo, porém vale destacar que o
não comparecimento das partes à audiência, sem motivo justificado, também
constitui ato atentatório à dignidade da justiça. Porém, neste caso a multa aplicada
é de dois por cento sobre o valor da causa, diferente, portanto, das outras
hipóteses, conforme exposto no § 8o do artigo 77.
São cumuláveis as multas por litigância de má-fé e ato
atentatório à dignidade da justiça, e o pagamento obriga, inclusive,
aqueles que são beneficiários da assistência judiciária gratuita.
O STJ entende que é presumido o prejuízo resultante da
litigância de má-fé ou do ato atentatório à dignidade da justiça, sendo
irrelevante sua comprovação para a aplicação da sanção cabível.

Ainda, sobre os deveres das partes, há de se ter atenção à hipótese do artigo 77,
IV, que determina a obrigação de a parte comunicar - na primeira oportunidade em que
lhe couber falar nos autos, sobre o endereço residencial ou profissional, onde receberá
intimações, atualizando essa informação sempre que ocorrer qualquer modificação
temporária ou definitiva.

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Isto porque, em cumprimento ao objetivo do novo código de celeridade e duração

razoável do processo, os advogados poderão intimar o patrono da outra parte por meio
de carta com aviso de recebimento. O objetivo é minorar o “período morto” em que o
processo fica parado em secretaria para realização de atos oficiais, nos termos do artigo
269, §1º do CPC.

JURISPRUDÊNCIA

ATO ATENTATÓRIO À DIGNIDADE DA JUSTIÇA: Aplicação da multa do art. 774, IV,


do CPC 2015 é restrita ao processo de execução. A multa por ato atentatório à
dignidade da Justiça, prevista no art. 774, IV, do CPC 2015, somente pode ser
aplicada no processo de execução, em caso de conduta de deslealdade processual
praticada pelo executado. STJ. (Info 578).

a l
5. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS (Artigos 85 a 97 )
io n
a c
c ER
A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao advogado do vencedor, no
u
juízo. E M d IL
montante de dez a vinte por cento sobre o valor da condenação, a ser arbitrado pelo

e
rt RO
Se não houver condenação em dinheiro, será levado em conta o proveito
p o OR
econômico auferido, de maneira que, quando não houver proveito econômico, os

S C 41- m u H 89
honorários serão fixados por apreciação equitativa do juiz.

um IZ .7 .co
er L
São devidos honorários na reconvenção, no cumprimento de sentença (provisório
U 4
4 ma il
ou definitivo), na execução (resistida ou não) e nos recursos.

d V R O
4 3 . 0 g
A PE D 0 er@
l
Súmula 517 STJ: São devidos honorários
advocatícios no cumprimento de
mi
sentença, haja ou não impugnação,

p lc
depois de escoado o prazo para
pagamento voluntário, que se inicia
após a intimação do advogado da
parte executada.

Enunciado recente da II Jornada de Processo Civil do CJF/STJ:


ATENÇÃO!
Enunciado 118: É cabível a fixação de honorários advocatícios
na ação de produção antecipada de provas na hipótese de
resistência da parte requerida na produção da prova.

5.1 CONDENAÇÕES CONTRA A FAZENDA PÚBLICA

Nas condenações contra a Fazenda Pública, os honorários serão estabelecidos por


meio de um escalonamento, observados os limites máximos expostos em cada inciso.
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Ultrapassado o limite máximo, o restante será calculado com base no inciso subsequente,
havendo uma transposição quando alcançado cada limite, até que se chegue ao valor
final, que resultará na soma obtida em cada faixa.

§ 3o Nas causas em que a Fazenda Pública for parte, a fixação dos


honorários observará os critérios estabelecidos nos incisos I a IV
do § 2o e os seguintes percentuais:
I – mínimo de dez e máximo de vinte por cento sobre o valor da
condenação ou do proveito econômico obtido até 200 (duzentos)
salários-mínimos;
II – mínimo de oito e máximo de dez por cento sobre o valor da
condenação ou do proveito econômico obtido acima de 200
(duzentos) salários-mínimos até 2.000 (dois mil) salários-mínimos;
III – mínimo de cinco e máximo de oito por cento sobre o valor da
condenação ou do proveito econômico obtido acima de 2.000
(dois mil) salários-mínimos até 20.000 (vinte mil) salários-
mínimos;
a l
IV – mínimo de três e máximo de cinco por cento sobre o valor da

io n
condenação ou do proveito econômico obtido acima de 20.000
c
(vinte mil) salários-mínimos até 100.000 (cem mil) salários-
a
mínimos;
u c ER
E M d IL
V – mínimo de um e máximo de três por cento sobre o valor da
condenação ou do proveito econômico obtido acima de 100.000
e
rt RO
(cem mil) salários-mínimos.

p o OR
S C 41- m u H 89
Cálculo escalonado por fatias: § 5º do artigo 85 CPC:

um IZ .7 .co
er L U il
§ 5o Quando, conforme o caso, a condenação contra a Fazenda
4
4 ma
d V R O
4 3 0
Pública ou o benefício econômico obtido pelo vencedor ou o
. g
valor da causa for superior ao valor previsto no inciso I do § 3 o, a
A PE D 0 er@
l
fixação do percentual de honorários deve observar a faixa inicial
i
e, naquilo que a exceder, a faixa subsequente, e assim
m
lc
sucessivamente.
p
Ação contra a Fazenda Pública

Condenação em R$ 270 mil (aproximadamente 300 SM)

A: (inciso I, do §3º do artigo 85): 200 B: (inciso II, do §3º do artigo 85): Com
salários mínimos (aproximadamente 180 relação ao restante do valor calculado
mil reais) X 10% = 18 mil. acima será feito novo cálculo:

90 mil X 8% (mínimo previsto no


escalonamento II) = R$ 7.200,00;

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SOMA: 18 MIL + 7200 MIL = 25.200 – O valor apurado, com base no escalonamento
dos percentuais mínimos permitidos em lei, será o valor da condenação em
honorários sucumbenciais contra a Fazenda Pública.

• Honorários contra a Fazenda Pública na fase de cumprimento de sentença

§ 7o Não serão devidos honorários no cumprimento de sentença


contra a Fazenda Pública que enseje expedição de precatório,
desde que não tenha sido impugnada.

O cumprimento de sentença contra a Fazenda Pública pode ensejar a expedição


de RPV (requisição de pequeno valor) ou precatório. Quando ensejar a expedição de RPV,
a Fazenda Pública pode cumprir voluntariamente a obrigação, todavia o mesmo não
ocorre quando da expedição de precatório.

l
Se a execução contra a Fazenda Pública ensejar a expedição de precatório, não
a
io n
haverá fixação de honorários de sucumbência, pois o reexame necessário decorre da lei.
Contudo, se a execução enseja a expedição de RPV e a Fazenda Pública não se apresenta

a c
para o pagamento voluntário, será cabível a condenação em honorários sucumbenciais.

u c ER
E M d IL
A distinção se explica pelo fato de que, quando há condenação em valor sujeito a
precatório, não há possibilidade do cumprimento voluntário. Logo, o não pagamento não
e
rt RO
é feito com base em inércia, mas sim por necessidade do reexame necessário, conforme
determinação legal.
p o OR
S C 41- m u H 89
STJ: a corte especial do STJ entende ser possível cumular os

um
honorários da fase de execução, bem como os fixados na
IZ .7 .co
er L U il
impugnação ao cumprimento de sentença. Todavia, entende que
4
4 ma
d V R O
4 3
a soma das duas verbas não poderá ultrapassar o teto máximo de
. 0
20%.
g
A PE D 0 er@
l i
Em função do princípio da causalidade, nas hipóteses de extinção do processo sem
m
p lc
resolução de mérito, decorrente da perda do objeto superveniente ao ajuizamento da
ação, a parte que deu causa à instauração deverá suportar o pagamento de honorários.
STJ: O princípio da sucumbência deve ser tomado apenas como
um primeiro parâmetro para a distribuição das despesas do
processo, sendo necessária a sua articulação com o princípio da
causalidade.

HONORÁRIOS RECURSAIS: O tribunal poderá, em grau de recurso, majorar os honorários


arbitrados em sentença no caso de haver sucumbência também no Tribunal, sendo que o
patamar não pode ultrapassar o limite máximo de 20% total de honorários.

A EC 99, de 14 de dezembro de 2017, altera o art. 101 do Ato das


Disposições Constitucionais Transitórias, para instituir novo
ATENÇÃO! regime especial de pagamentos de precatórios, e os arts. 102,
103 e 105 do ADCT.
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- Os honorários são direito do advogado, possuem natureza alimentar, com os
mesmos privilégios dos créditos oriundos da legislação do trabalho.

- É vedada a compensação de honorários no caso de sucumbência parcial, sendo


obrigatório o depósito de cada parte, referente ao valor de sua condenação. A
norma visa a proteger os direitos dos advogados, que muitas vezes eram
desrespeitados, por acordo entre as partes litigantes.

- O advogado pode requerer que os honorários sejam pagos diretamente à


sociedade de advogados de que faz parte.

- Os juros de mora somente serão contados a partir do trânsito em julgado, embora


a correção seja contada da data em que foi fixado.

a l
Não confundir essa situação com a situação da ação de arbitramento de
io n
honorários, que ocorre quando a parte revoga, no curso do processo, o mandato
a c
conferido ao advogado e se recusa a fazer o pagamento dos honorários. Nessa
u c ER
situação, os juros serão contados da data da citação na ação de arbitramento de
honorários.
E M d IL
e
rt RO
- O parágrafo 18, do artigo 85, do Código de Processo Civil, trouxe uma alteração

p o OR
importante. Caso a decisão transitada em julgado seja omissa quanto ao direito aos
u H 89
honorários ou ao seu valor, é cabível ação autônoma para sua definição e cobrança.
S C 41- m
m Z .7 .co
Dessa forma, encontra-se superado o enunciado da Súmula 453 do STJ: Os
u I
V er L U
0
4
4 ma il
honorários sucumbenciais, quando omitidos em decisão transitada em julgado, não
podem ser cobrados em execução ou em ação própria
O .
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l i
JURISPRUDÊNCIA
m
p lc
RECURSOS. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS: É
possível condenar a parte sucumbente em honorários advocatícios na hipótese de o
recurso de embargos de declaração, interposto perante Tribunal, não atender os
requisitos previstos no art. 1.022 e tampouco se enquadrar em situações
excepcionais que autorizem a concessão de efeitos infringentes. Obs: a doutrina
entende que, mesmo com o novo CPC, não cabem honorários advocatícios no
julgamento de embargos de declaração, seja em 1ª instância, seja nos Tribunais STF.
(Info 829).

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS: Não cabe a fixação de honorários recursais (art. 85, §


11, do CPC/2015) em caso de recurso interposto no curso de processo cujo rito
exclua a possibilidade de condenação em honorários. Em outras palavras, não é
possível fixar honorários recursais quando o processo originário não preveja
condenação em honorários. Assim, suponha que foi proposta uma ação que não
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admite fixação de honorários advocatícios. Imagine que uma das partes, no bojo
deste processo, interponha recurso extraordinário. O STF, ao julgar este RE, não
fixará honorários recursais, considerando que o rito aplicável ao processo originário
não comporta condenação em honorários advocatícios. Como exemplo desta
situação, podemos citar o mandado de segurança, que não admite condenação em
honorários advocatícios (art. 25 da Lei nº 12.016/2009, súmula 105-STJ e súmula
512-STF). Logo, se for interposto um recurso extraordinário neste processo, o
Tribunal não fixará honorários recursais. STF. (Info 831).

HONORÁRIOS RECURSAIS: É cabível a fixação de honorários recursais, prevista no


art. 85, § 11, do CPC/2015, mesmo quando não apresentadas contrarrazões ou
contraminuta pelo advogado da parte recorrida. STF (Info 841).
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS: Advogado recebeu honorários de sucumbência
decorrentes de sua atuação em um processo que transitou em julgado.
Posteriormente, esta sentença é rescindida em ação rescisória. O advogado poderá
ser obrigado a devolver os valores que recebeu a título de honorários. Em um caso
a l
concreto, o STJ entendeu que, se a decisão judicial que ensejou a fixação de
io n
a c
honorários de sucumbência for parcialmente rescindida, é possível que o autor da
rescisória, em posterior ação de cobrança, pleiteie a restituição da parte indevida da
u c ER
verba advocatícia, ainda que o causídico, de boa-fé, já a tenha levantado. Os

E M d IL
honorários são verbas alimentares. O princípio da irrepetibilidade das verbas de
e
rt RO
natureza alimentar não proíbe, neste caso, a devolução? NÃO. O princípio da

p o OR
irrepetibilidade das verbas de natureza alimentar não é absoluto e, no caso, deve ser
flexibilizado para viabilizar a restituição dos honorários de sucumbência já
S C 41- m u H 89
levantados, tendo em vista que, com o provimento parcial da ação rescisória, não

um
mais subsiste a decisão que lhes deu causa. Devem ser aplicados os princípios da
IZ .7 .co
er L U il
vedação ao enriquecimento sem causa, da razoabilidade e da máxima efetividade
4 ma4
das decisões judiciais. STJ. (Info 589).

d V R O
4 3 . 0 g
SÚMULAS A PE D 0 er@
l
mi
p lc
SV 27: Os honorários advocatícios incluídos na condenação ou destacados do
montante principal devido ao credor consubstanciam verba de natureza alimentar
cuja satisfação ocorrerá com a expedição de precatório ou requisição de pequeno
valor, observada ordem especial restrita aos créditos dessa natureza.
Súmula 201, STJ: Os honorários advocatícios não podem ser fixados em salários-
mínimos.
Súmula 14, STJ: Arbitrados os honorários advocatícios em percentual sobre o valor
da causa, a correção monetária incide a partir do respectivo ajuizamento.

6. GRATUIDADE DE JUSTIÇA (Artigos 98 a 102 do CPC)

O tema é de extrema relevância ao estudo para as provas de Defensoria Pública,


diante da qualidade de hipossuficientes econômicos da maioria dos assistidos pela
instituição. Assim, essencial o conhecimento das normas que disciplinam o assunto, tanto

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para o estudo de primeira fase, quanto para o de segunda. Recomenda-se, portanto, a
leitura da literalidade dos artigos 98 a 102 do CPC, sendo abaixo serão listadas as
principais novidades sobre o tema:

TÓPICOS SOBRE A GRATUIDADE DE JUSTIÇA


 A gratuidade judiciária era regulamentada pela Lei 1050/60. O NCPC não
revogou integralmente essa lei, mas trouxe regramento específico quanto ao
assunto, revogando expressamente vários artigos da Lei 1060/50.
 A gratuidade de justiça poderá ser concedida em relação a algum ou a todos
os atos processuais. Poderá também resultar na redução das despesas
processuais que o beneficiário tiver que adiantar para dar prosseguimento à
ação.
 O requerimento de gratuidade pode ser feito de forma sucessiva. Dessa
a l
maneira, caso a gratuidade não seja concedida de forma total no
io n
c
requerimento inicial ou se a parte inicialmente não a requereu, mas depois
a
c ER
passou a necessitar poderá pedi-la de uma forma total ou para a prática de
u

determinado ato.
E M d IL
e
A hipótese prevista no artigo 98, inciso VIII engloba, inclusive, as hipóteses de
rt RO
pagamento de multas necessárias para recorrer. Exemplo: aplicação de multa
p o OR
por Embargos de Declaração protelatórios.

S C 41- m u H 89
A gratuidade poderá ser requerida a qualquer tempo, inclusive em grau de
m Z .7 .co
recurso. Se o requerimento for feito em momento superveniente à primeira
u I
er L U 4 il
manifestação da parte, deverá ser feito por petição simples nos próprios

V 0 4 ma
autos do processo e não suspenderá o seu curso normal.
O .
 d R 4 3 g
No caso da hipótese do artigo 98, inciso IX, se houver dúvida do notário, ele,
A PE D 0 er@
após praticar o ato, poderá requerer ao juízo a revogação total ou parcial do
l i
benefício ou a substituição pelo parcelamento.
m
 p lc indeferir o pedido da parte se nos próprios autos
O juiz somente poderá
houver elementos que evidenciem a falta de pressupostos legais. Porém,
importante frisar que, de acordo com o parágrafo terceiro do artigo 99,
presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida exclusivamente
por pessoa natural.
 A assistência do requerente por advogado particular não impede a
concessão da gratuidade judiciária.
 O direito à gratuidade de justiça é pessoal, não se estende ao litisconsorte
ou a sucessor do beneficiário, salvo se a parte interessada fizer requerimento
e houver deferimento expresso em benefício dela.
 O recurso que verse exclusivamente sobre o valor dos honorários de
sucumbência fixado em favor de advogado do beneficiário estará sujeito ao
preparo, salvo se o próprio advogado demonstrar que tem direito à
gratuidade.

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 O artigo 100 do CPC trata da impugnação à gratuidade concedida, que
deverá ser feita na primeira oportunidade que a parte tiver de falar nos
autos.
 Se o pedido for feito de forma incidental, a parte apresentará impugnação
nos próprios autos, no prazo de 15 dias.
 Da decisão que indefere ou da decisão que acolhe o pedido de revogação da
gratuidade de justiça cabe agravo de instrumento. A exceção ao cabimento
desse recurso será no caso em que a questão seja resolvida em sentença,
hipótese que será impugnada por apelação. O recorrente estará dispensado
do preparo até a decisão do relator. Se for indeferido o pedido de
gratuidade, a parte será intimada para recolher o preparo no prazo de cinco
dias.
 O beneficiário da justiça gratuita, se sucumbente no processo, ficará
responsável pelas obrigações decorrentes de sua sucumbência, sob condição
suspensiva, por um prazo de cinco anos, contados após o trânsito em
julgado. Se neste prazo for comprovada que foi vencida a condição de
a l
n
hipossuficiente, este será responsável pelo adimplemento das parcelas que
io
eventualmente deixou de pagar.
a c
u c ER
E M d IL
e
rt RO
p o OR
S C 41- m u H 89
um IZ .7 .co
V O er L
. 0
U4 ma4 il
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
mi
p lc
Súmula 483 do STJ: faz jus ao benefício da justiça gratuita a pessoa jurídica com ou
sem fins lucrativos, desde que comprovada a situação de hipossuficiência.

Logo, diante da análise conjunta do parágrafo terceiro, bem como da súmula 483 do
STJ, a conclusão a que se chega é que, quanto à pessoa física, a mera declaração faz
presumir o direito ao benefício. No entanto, no que concerne à Pessoa Jurídica, para
que faça jus, deverá comprovar a necessidade.

BENEFÍCIO DE JUSTIÇA GRATUITA: O Estatuto da Cidade, ao tratar sobre a ação de


usucapião especial urbana, prevê que "o autor terá os benefícios da justiça e da
assistência judiciária gratuita, inclusive perante o cartório de registro de imóveis." Há
uma presunção absoluta de que este autor não tem recursos suficientes para pagar
as custas? NÃO. O art. 12, § 2º, da Lei nº 10.257/2001 (Estatuto da Cidade)
estabelece uma presunção relativa de que o autor da ação de usucapião especial
urbana é hipossuficiente. Isso significa que essa presunção pode ser ilidida (refutada)

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a partir da comprovação inequívoca de que o autor não é considerado
"necessitado". STJ. (Info 599)

JUSTIÇA GRATUITA: Qual é o recurso cabível contra a decisão que acolhe ou rejeita a
impugnação à gratuidade de justiça? • Antes do CPC/2015: apelação. • Depois do
CPC/2015: agravo de instrumento.
Se a parte ingressou com a impugnação antes do CPC/2015, mas esta somente foi
julgada após a vigência do novo Código, qual é o recurso que deverá ser interposto
contra essa decisão que rejeitou ou acolheu a impugnação? Agravo de instrumento.
Princípio do tempus regit actum, no qual se fundamenta a teoria do isolamento dos
atos processuais. (Info 615). É vedada a concessão “ex officio” do benefício de
assistência judiciária gratuita pelo magistrado. Assim, é indispensável que haja
pedido expresso da parte (AgRg nos EDcl no AREsp 167.623/SP, Rel. Min. Luis Felipe
Salomão, Quarta Turma, julgado em 05/02/2013).

GRATUIDADE DA JUSTIÇA: Possibilidade de concessão de gratuidade da justiça a


l
estrangeiros não residentes no Brasil. O estrangeiro residente no Brasil possui direito
a
Lei nº 1.060/50.
io n
à gratuidade da justiça. Isso é previsto no CPC/2015 e também já era garantido na

E o estrangeiro não residente no Brasil?


a c
u c ER
Lei 1.060/50: Não tinha direito. Só poderia ser deferida a gratuidade da justiça para
estrangeiros residentes no Brasil (art. 2º).
E M d IL
e
CPC/2015: possui o direito. Atualmente, pode ser deferida a gratuidade da justiça
rt RO
para estrangeiros residentes ou não-residentes no Brasil (art. 98). STJ. Corte
p o OR
Especial. Pet 9.815-DF, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 29/11/2017 (Info
622).
S C 41- m u H 89
um IZ .7 .co
V O er L
. 0
U4 ma4 il
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
mi
p lc

ANO: 2017. BANCA: FCC. ÓRGÃO: DPE-SC

Na hipótese de ser concedida gratuidade da justiça quando do


recebimento da petição inicial, o réu poderá impugnar esta
decisão:

A) em preliminar de contestação, sem a instauração de


incidente apartado.

B) por agravo de instrumento, sob pena de preclusão.

GRATUIDADE DE C) mediante petição própria que instaura incidente apartado


JUSTIÇA. de impugnação à concessão da gratuidade da justiça.

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D) por simples petição, no prazo de quinze dias a partir da
data da citação, sob pena de preclusão.

E) por simples petição e a qualquer tempo do processo, uma


vez que o deferimento da gratuidade não gera preclusão.

GABARITO COMENTADO:

CORRETA: A. Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o


mérito, alegar: XIII – indevida concessão do benefício de
gratuidade de justiça.

7. INTERVENÇÃO DE TERCEIROS

7.1 LITISCONSÓRCIO (ARTIGOS 113 E SEGUINTES DO CPC)

a l
io n
O artigo 113 aborda as hipóteses de litisconsortes facultativos. Assim, duas ou
mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, em conjunto, ativa ou passivamente
quando:
a c
u c ER
a) Entre eles houver comunhão de direitos e de obrigações relativos à LIDE;
E M d IL
e
b) Entre elas houver conexão pelo pedido ou pela causa de pedir;
rt RO
p o OR
c) Houver afinidade de questões por ponto comum de fato ou de direito.

S C 41- m u H 89
• Litisconsórcio facultativo multitudinário (plúrimo): número excessivo de
m Z .7 .co
litisconsórcios. Assim, o juiz pode determinar o desmembramento de ofício ou a
u I
V er L0
U4 ma4 il
requerimento das partes. Caso seja requerido, poderá ser suscitado tanto na fase de
conhecimento, quanto na liquidação de sentença ou, ainda, na execução, sendo que o
O .
d R 3 g
requerimento interrompe o prazo para manifestação ou resposta.
4
A PE D 0 er@
l
mi
Enunciado. 10 FPPC: Em caso de desmembramento do
litisconsórcio multitudinário, a interrupção da prescrição
p lc
retroagirá à data de propositura da demanda original.

• Litisconsórcio necessário: será necessário por disposição de lei ou quando, pela


natureza da relação jurídica controvertida, a eficácia da sentença depende da citação de
todos que devam ser litisconsórcio (artigo 114 NCPC).

Se há litisconsórcio necessário unitário, uma sentença proferida sem a


participação de todos será nula, caberá, inclusive, ação rescisória.
No caso de litisconsórcio necessário simples, a decisão proferida sem a citação de
todos será ineficaz em relação ao que não participa do processo.
O litisconsórcio será unitário quando, pela natureza da ação, o juiz deve decidir o
mérito de maneira uniforme para todos os litisconsortes.
Os litisconsortes serão considerados litigantes distintos, salvo no caso de
litisconsorte unitário, caso em que os atos e as omissões de um não prejudicarão os
outros, mas poderão beneficiá-los.

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Importante alteração foi quanto a não haver mais prazo em dobro por litisconsortes
representados por procuradores diferentes quando os autos
forem eletrônicos, conforme § 2o, do artigo 229. O STJ já vinha
ATENÇÃO!
se manifestando nesse sentido, de forma que, se colocarem na
prova que tal dispositivo vem em contradição com antigo
entendimento do STJ, estará errado.

7.2 ASSISTÊNCIA (ARTIGO 119 A 124 DO CPC)

Ocorre quando um terceiro intervém de forma voluntária no procedimento


quando possui interesse jurídico no julgamento da causa.

- Assistência simples: atua, por não estar defendendo direito próprio, como um
simples assistente da parte. Se o assistido for revel ou de qualquer modo omisso, o
assistente será considerado seu substituto processual.

l
- Assistente litisconsorcial: está em juízo defendendo direito próprio. Será
a
jurídica entre ele e o adversário do assistido.
io n
considerado assistente litisconsorcial sempre que a sentença puder inferir na relação

a c
7.3 DENUNCIAÇÃO DA LIDE
u c ER
E M d IL
A denunciação da lide deixa de ser obrigatória, sendo admissível nas hipóteses
previstas no artigo 125, quais sejam: e
rt RO
 p o OR
S C 41- m u H 89
Ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi
transferido ao denunciante, a fim de que possa exercer os direitos que da
m Z .7 .co
evicção lhe resulta.
u I
 er L U 4
4 mail
Aquele que estiver obrigado por lei ou por contrato a indenizar em ação
V O . 0
d R 4 3 g
regressiva o prejuízo.
A PE D 0 er@
A alteração quanto à desnecessidade da denunciação fica mais clara no parágrafo
l i
primeiro do artigo 125, que expõe que o direito regressivo será exercido em ação
m
p lc
autônoma quando a denunciação for indeferida.
Outra modificação expressiva é quanto à proibição da denunciação sucessiva,
permitida apenas uma denunciação da lide quanto ao sucessor imediato; proibida,
portanto, a denunciação “per saltum”.

Súmula 537 STJ: em ação de reparação de danos, a seguradora


denunciada, se aceitar a denunciação ou contestar o pedido do
autor, pode ser condenada, direta e solidariamente junto com o
segurado, ao pagamento da indenização devida à vítima, nos
limites contratados na apólice.

Se o pedido for procedente, pode o autor, se for o caso, requerer o cumprimento de


sentença também contra o denunciado, nos próprios autos da demanda principal. Se o
denunciante for vencido o juiz passará a julgar a denunciação da lide.
No que tange às verbas de sucumbência, se o denunciante for vencedor a
denunciação da lide fica prejudicada, não haverá prejuízo da sucumbência em favor do

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advogado do denunciado. Se o denunciante for vencido e a denunciação da LIDE for
acolhida quem arca com a sucumbência é o denunciado.

7.4 CHAMAMENTO AO PROCESSO

Quanto ao tema, não houve mudança significativa, devendo-se observar o cabimento


quando o réu é devedor solidário e citado, chama ao processo os outros devedores. É
permitida também, quando o réu for fiador e chama o devedor principal ou outro fiador
para que componha a relação de coobrigados.

7.5 INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA (ARTIGOS


133 A 137 CPC)
Pode ser instaurado a pedido da parte ou do MP, quando lhe couber intervir no
processo, de maneira que, para desconsiderar a personalidade jurídica, é necessária a
citação do sócio para se manifestar em 15 dias, suspendendo-se o processo quando
instaurado o incidente.
a l
io n
Pode ser apresentado em qualquer fase do processo, conforme menciona o artigo

a c
134, do CPC, e é cabível, inclusive, nos juizados especiais (artigo 1.062); sendo, portanto,

u c ER
exceção à regra de impossibilidade de intervenção de terceiros nos procedimentos
previstos na lei 9099/95.
E M d IL
e
O pedido de desconsideração da personalidade jurídica deve observar os
rt RO
requisitos previstos em lei, levando-se em conta as regras do Código Civil, notadamente o
p o OR
artigo 50, bem como as regras consumeristas, que, segundo estas últimas, nessas

S C 41- m u H 89
relações, a mera situação de insolvência autoriza a desconsideração.
É autorizada a desconsideração inversa da personalidade jurídica, conforme o
um IZ .7 .co
parágrafo segundo do artigo 133, do CPC. Nesses casos, uma pessoa transfere bens
er L U4 ma4 il
particulares à pessoa jurídica a fim de fraudar uma relação pessoal.
V O . 0
Ao decidir o incidente, será proferida decisão interlocutória, sujeita a agravo de
d R 4 3 g
A PE D
instrumento (artigo 1.015, IV). Porém, se decidido por relator, o recurso cabível é o
agravo interno. 0 er@
l
mi
p lc
O CPC passou a prever expressamente a desconsideração inversa e
indireta. E o Enunciado 11 da CJF permite a aplicação do
ATENÇÃO! procedimento também para as modalidades indireta e expansiva.
ENUNCIADO 11, da I Jornada de Direito Processual Civil: Aplica-se o
disposto nos arts. 133 a 137 do CPC às hipóteses de
desconsideração indireta e expansiva da personalidade jurídica.

Acolhida a desconsideração da personalidade jurídica, a oneração ou a alienação


que foi havida em fraude à execução, será ineficaz em relação ao adquirente. Neste
sentido, para preservar os direitos da parte requerente, a fraude à execução é
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verificada a partir da citação da personalidade a que se pretende desconsiderar, ou
seja, do réu originário.
Isto porque, caso fosse do segundo interessado, não haveria tanta eficácia, tendo em
vista que o patrimônio poderia ser transferido a outra pessoa no curso da primeira
citação. Assim dispõe o Enunciado 52 da EFAN: A citação a que se refere o artigo 792,
parágrafo terceiro é a do executado originário, e não aquela prevista para o incidente
de desconsideração da personalidade jurídica.

ATENÇÃO! Enunciado recente da II Jornada de Processo Civil do CJF/STJ: Enunciado


110: A instauração do incidente de desconsideração da personalidade jurídica não
suspenderá a tramitação do processo de execução e do cumprimento de sentença em
face dos executados originários.
Enunciado 111: O incidente de desconsideração da personalidade jurídica pode ser
aplicado ao processo falimentar.

7.6 AMICUS CURIAE (ART. 138)


a l
io n
c
O juiz ou o relator, considerando a relevância da matéria, a especificidade do tema
a
u c ER
objeto da demanda ou a repercussão social da controvérsia, poderá, por decisão
irrecorrível, de ofício ou a requerimento das partes ou de quem pretenda manifestar-se,

E M d IL
solicitar ou admitir a participação de pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade
e
rt RO
especializada, com representatividade adequada, no prazo de 15 (quinze) dias de sua
intimação.
p o OR
S C 41- m u H 89
Ao amicus curiae é permitido a oposição de embargos de declaração e a
interposição de recurso de decisão que julgar o incidente de resolução de demandas
repetitivas.
um IZ .7 .co
V O er L
. 0
U4 ma4 il
STF: a admissão de terceiro, na condição de “amicus curiae”, no
d R 4 3 g
processo objetivo de controle normativo abstrato, qualifica-se
A PE D 0 er@
l
como fator de legitimação social das decisões da suprema corte,
i
enquanto tribunal constitucional, pois viabiliza, em obsequio ao
m
p lc
postulado democrático a abertura do processo de fiscalização
concentrada de constitucionalidade, em ordem a permitir que
nele se realiza, sempre sob uma perspectiva eminentemente
pluralista, a possibilidade de participação formal de entidades e
de instituições que efetivamente representam os interesses
gerais da coletividade ou que expressem os valores essenciais e
relevantes de grupos, classes ou extratos sociais.

A atuação do amicus curiae pode ser entendida como um viés do princípio da


cooperação. Em qualquer causa, se houver relevância da matéria, repercussão social da
demanda ou a especificidade do tema requerer, será autorizado o amicus curiae, sendo
alternativos os referidos requisitos.

Segundo o Enunciado 12 da I Jornada de Direito Processual Civil: É cabível a


intervenção de amicus curiae (art. 138 do CPC) no procedimento do Mandado de
Injunção (Lei n. 13.300/2016).

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ATENÇÃO! A intervenção do amicus curiae não altera a competência do feito.

 Não há mais possibilidade de nomeação à autoria, como intervenção de terceiros.


Porém, os artigos 338 e 339 do CPC estabeleceram procedimento semelhante, ao
possibilitar que a parte alegue sua ilegitimidade, quando da resposta à petição
inicial.

 No que tange à oposição, esta deixou de ser intervenção de terceiros e passa a ser
uma ação de procedimento especial, corroborando entendimento antigo da
doutrina e jurisprudência, que sempre a reconheceram como ação autônoma.
a l
io n
a c
u c ER
JURISPRUDÊNCIA
E M d IL
e
rt RO
DENUNCIAÇÃO DA LIDE. CAUSA DE CONSUMIDOR:O art. 88 do CDC proíbe que o
o OR
fornecedor que foi acionado judicialmente pelo consumidor faça a denunciação da
p
S C 41- m u H 89
lide, chamando para o processo outros corresponsáveis pelo evento. Esta norma é
uma regra prevista em benefício do consumidor, atuando em prol da brevidade do
m Z .7 .co
processo de ressarcimento de seus prejuízos devendo, por esse motivo, ser arguida
u I
er L U 4 il
pelo próprio consumidor, em seu próprio benefício. Assim, se o fornecedor/réu faz a

V 0 4 ma
denunciação da lide ao corresponsável e o consumidor não se insurge contra isso,
O .
d R 3 g
haverá preclusão, sendo descabido ao denunciado invocar em seu benefício a regra
4
A PE D 0 er@
do art. 88. Em outras palavras, não pode o denunciado à lide invocar em seu benefício
l i
a regra de afastamento da denunciação (art. 88) para eximir-se de suas
m
lc
responsabilidades perante o denunciante. STJ. (Info 592).
p
DENUNCIAÇÃO DA LIDE. MOMENTO POSTERIOR. POSSIBILIDADE: Não é extinta a
denunciação da lide apresentada intempestivamente pelo réu nas hipóteses em que o
denunciado contesta apenas a pretensão de mérito da demanda principal. STJ. (Info
606).

ANO: 2016. BANCA: UFMT. ÓRGÃO: DPE-MT


Sobre as intervenções de terceiros no Código de Processo Civil
(CPC/2015), assinale a afirmativa INCORRETA.

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a) O incidente de desconsideração da personalidade jurídica
aplica-se ao processo de competência dos juizados especiais.
INTERVENÇÃO DE
TERCEIROS b) O ingresso da Ordem dos Advogados do Brasil, na
qualidade de amicus curiae, em processo em trâmite perante
a Justiça Estadual, desloca a competência para a Justiça
Federal.

c) Formulada denunciação da lide pelo réu e procedente o


pedido da ação principal, pode o autor, se for o caso, requerer
o cumprimento da sentença também contra o denunciado,
nos limites da condenação deste na ação regressiva.

d) É admissível a denunciação da lide, promovida por


qualquer das partes.

e) O amicus curiae pode recorrer da decisão que julgar o


incidente de resolução de demandas repetitivas.
a l
GABARITO COMENTADO:
io n
a c
INCORRETA: Letra B, pois, conforme previsão do artigo 138,
u c ER
§1º, a intervenção de amicus curiae, não implica alteração de
competência.
E M d IL
CORRETAS: e
rt RO
p o OR
S C 41- m u H 89
A) Exceção à regra de que, no âmbito dos Juizados Especiais,
não é permitida a intervenção de terceiros, o NCPC traz
INTERVENÇÃO DE
um Z .7 .co
expressa autorização da utilização do instituto da
I
er L U il
TERCEIROS
4
desconsideração
4 ma
da personalidade jurídica, nos

d V R O
4 3 0
procedimentos dos Juizados Especiais, nos termos do artigo
.
1.062.g
A PE D 0 er@
l
mi
C) Trata-se da exata previsão do artigo 128, parágrafo único,
do CPC, buscando a maior efetividade do processo, pois já
p lc
garante ao autor a satisfação de seu direito e evita,
eventualmente, uma ação de regresso.

D) A denunciação da LIDE continua sendo autorizada tanto ao


autor, na petição inicial, quanto ao réu na contestação, sendo
verdadeira, portanto, a assertiva, nos termos do artigo 125 do
CPC.

E) Regra gera,l não é permitido que o amicus curiae


interponha recurso das decisões do processo em que
participa. Porém, referida regra é excepcionada em duas
situações: quando da interposição de embargos de declaração
ou para interpor recurso de decisão que julga o incidente de
resolução de demandas repetitivas, vide artigo 138 §§ 1º e 3º.

ANO: 2018. BANCA: FCC. ÓRGÃO: DPE-AP. PROVA:

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INTERVENÇÃO DE DEFENSOR PÚBLICO
TERCEIROS

A chamada desconsideração inversa ou invertida da


personalidade jurídica
a) não encontra previsão no ordenamento jurídico
brasileiro.
b) diz respeito à situação em que o sócio responde com
seu patrimônio pessoal quanto a dívidas contraídas pela
empresa.
c) diz respeito à situação em que o devedor se coloca em
situação de inadimplência, se desfazendo de seu patrimônio
em favor de terceiros.
d) diz respeito à situação em que o executado aliena bem
gravado com ônus real no curso do processo de execução.

a l
io n
e) diz respeito à situação em que um sócio da pessoa
jurídica dela se utiliza para ocultar ou desviar bens
particulares.
a c
u c ER
GABARITO: E.
E M d IL
e
rt RO
a) ERRADO. Há previsão expressa no NCPC.
p o OR
b) ERRADO. Esta é a desconsideração direta.

S C 41- m u H 89
c) ERRADO. Trata-se de hipótese de fraude contra
credores.
INTERVENÇÃO DE
um IZ .7 .co
er L
d) ERRADO. É o caso de fraude à execução.
TERCEIROS
U 4
4 mail
d V R O
4 3 . 0 g
ANO: 2018 BANCA: FCC ÓRGÃO: DPE-RS PROVA: FCC - 2018 -
A PE D 0 er@
l
DPE-RS - DEFENSOR PÚBLICO

mi
No que se refere ao instituto do litisconsórcio é correto
lc
afirmar:
p
A) A vontade de duas ou mais pessoas é elemento suficiente
para que figurem juntos no mesmo polo processual, caso em
que se tem litisconsórcio facultativo.

B) Nos casos de litisconsórcio necessário o regime de


tratamento é sempre também de litisconsórcio unitário, pois
o juiz não poderá decidir o mérito de modo não uniforme
entre os litisconsortes.

C) A limitação ao litisconsórcio multitudinário pode ser feita


pelo juiz de ofício ou a requerimento da parte e é viável tanto
no litisconsórcio facultativo quanto no necessário.

D) O CPC vigente consagra o princípio da independência entre

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INTERVENÇÃO DE os litisconsortes, mas abre exceção em caso de litisconsórcio
TERCEIROS unitário, ao permitir que os atos de um dos litisconsortes
aproveitem aos demais.

E) A sentença de mérito proferida em processo no qual não


tenham sido citados todos os litisconsortes necessários será
sempre nula.

GABARITO: D.

a) ERRADO. Art. 113. Duas ou mais pessoas podem


litigar, no mesmo processo, em conjunto, ativa ou
passivamente, quando:
I - entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações
relativamente à lide;
II - entre as causas houver conexão pelo pedido ou pela causa
de pedir;
a l
ou de direito.
io n
III - ocorrer afinidade de questões por ponto comum de fato

a c
b) ERRADO. Art. 114. O litisconsórcio será necessário por

u c ER
disposição de lei ou quando, pela natureza da relação

E M d IL
jurídica controvertida, a eficácia da sentença depender
da citação de todos que devam ser litisconsortes.
e
rt RO
Art. 116. O litisconsórcio será unitário quando, pela natureza

p o OR
da relação jurídica, o juiz tiver de decidir o mérito de modo
u H 89
uniforme para todos os litisconsortes.
S C 41- m
um IZ .7 .co
c) ERRADO. Art. 113, § 1o O juiz poderá limitar o

V O er L.
U
0
4
4 ma il
litisconsórcio facultativo quanto ao número de
litigantes na fase de conhecimento, na liquidação de
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
sentença ou na execução, quando este comprometer a
rápida solução do litígio ou dificultar a defesa ou o
mi
cumprimento da sentença.

p lc
d) CERTO. Art. 117. Os litisconsortes serão considerados,
em suas relações com a parte adversa, como litigantes
INTERVENÇÃO DE distintos, exceto no litisconsórcio unitário, caso em
TERCEIROS que os atos e as omissões de um não prejudicarão os
outros, mas os poderão beneficiar.
e) ERRADO. Art. 115. A sentença de mérito, quando
proferida sem a integração do contraditório, será:
I - nula, se a decisão deveria ser uniforme em relação a todos
que deveriam ter integrado o processo;
II - ineficaz, nos outros casos, apenas para os que não foram
citados.

8. NEGÓCIO JURÍDICO PROCESSUAL (ARTIGO 190)

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O CPC permite às partes estipular, de um modo geral, mudanças no procedimento
para ajustá-lo às especificidades da causa, podendo haver convenção sobre o ônus da
prova, os poderes, as faculdades e deveres processuais.

Para que isto ocorra basta que o direito admita


ATENÇÃO!
AUTOCOMPOSIÇÃO e as partes sejam PLENAMENTE CAPAZES.

Em caso de nulidade ou de inserção abusiva e contrato de adesão ou ainda, nos


casos em que alguma das partes se encontre em caso de vulnerabilidade, poderá o juiz
reconhecer a nulidade dessas cláusulas.

Enunciado 18 FPPC – há indícios de vulnerabilidade, quando a parte celebra acordo de


procedimento sem assistência técnico-jurídica.
a l
io n
Enunciado recente da II Jornada de Processo Civil do CJF/STJ:
ATENÇÃO! a c
Enunciado 112: A intervenção do Ministério Público como fiscal
c ER
da ordem jurídica não inviabiliza a celebração de negócios
u
processuais.
E M d IL
e
rt RO
p o OR
Enunciado 114: Os entes despersonalizados podem celebrar negócios jurídicos
processuais.
S C 41- m u H 89
um IZ .7 .co
Enunciado 115: O negócio jurídico processual somente se submeterá à homologação

V er L
O
U
. 0
4 il
quando expressamente exigido em norma jurídica, admitindo-se, em todo caso, o
4 ma
controle de validade da convenção.
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
Enunciado 127: O juiz pode homologar parcialmente a delimitação consensual das
l i
questões de fato e de direito, após consulta às partes, na forma do art. 10 do CPC.
m
p lc dos bens, observados os critérios do art. 190 do CPC,
Enunciado 153: A penhorabilidade
pode ser objeto de convenção processual das partes.

Calendário processual:
Trata-se de inovação absoluta no novo código, podendo as partes e o juiz
estabelecer um calendário próprio para a prática de atos processuais (artigo 191).
Formalizado o calendário, será desnecessária a intimação das partes para o cumprimento
do ato, evitando, assim, o tempo morto que o processo fica na secretaria no decorrer dos
atos processuais.

Enunciado recente da II Jornada de Processo Civil do CJF/STJ:


ATENÇÃO! Enunciado 113: As disposições previstas nos arts. 190 e 191 do
CPC poderão ser aplicadas ao procedimento de recuperação
judicial.

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ANO: 2017. BANCA: FCC. ÓRGÃO: DPE-PR
Vulnerabilidade processual é a suscetibilidade do litigante que o
impede de praticar atos processuais em razão de uma limitação
pessoal involuntária. Deste modo,
a) para dirimir a suscetibilidade daquele que foi vulnerável na
relação de direito material, o magistrado poderá em qualquer
QUESTÃO:
momento processual afastar de ofício a cláusula de eleição de
NEGÓCIO
foro.
JURÍDICO
PROCESSUAL b) reconhecendo a vulnerabilidade da mulher em face do homem
a
na relação conjugal, sendo ainda uma realidade brasileira a sual
io n
submissão a práticas familiares patriarcais, o novo CPC manteve a
c
prerrogativa do foro da esposa para ações de divórcio.
a
u c ER
c) apesar de o novo CPC não conceituar o termo vulnerabilidade,

E M d IL
tal vocábulo aparece no diploma em dispositivo que versa sobre

e
a possibilidade de o juiz controlar a convenção das partes acerca
rt RO
o OR
de alteração em procedimento.
p
S C 41- m u H 89
d) verificada a suscetibilidade de umas das partes em face da
outra, não poderá o magistrado dilatar os prazos processuais em
m Z .7 .co
benefício dela, pois deve assegurar às partes igualdade de
u I
V Oer L U
. 0
4
tratamento.
4 mail
e) há regra específica para a superação da vulnerabilidade
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
geográfica a qual prevê que na comarca, seção ou subseção
l
judiciária, onde for difícil o transporte, o juiz poderá prorrogar os
mi
prazos por até um mês.
p lc
GABARITO COMENTADO:
CORRETA: Letra C, conforme expressa previsão do artigo 190, que
permite ao juiz controlar a validade das convenções, recusando a
sua aplicação quando entender que há abusividade no acordo,
QUESTÃO: respeitando a vulnerabilidade da parte.
NEGÓCIO
JURÍDICO INCORRETAS:
PROCESSUAL
A) A cláusula de eleição de foro somente poderá ser afastada pelo
magistrado, quando abusiva, antes da citação. Após, a
competência somente será alterada se houver preliminar de
incompetência relativa na contestação, conforme artigo 63, §3º.

B) O NCPC retirou o foro especial por razões de gênero.


Atualmente, as regras a serem observadas estão expressas no
artigo 53, I, prevalecendo, como regra geral, o foro de domicílio do
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guardião do filho incapaz.
D) De acordo com o inciso I, do artigo 139, às partes é assegurada
a igualdade de tratamento, sendo reflexo da expressão da
isonomia material. Neste sentido, o inciso VI do mesmo artigo
permite que o juiz dilate os prazos processuais, adequando-os à
necessidade do conflito, de maneira a conferir maior efetividade à
tutela do direito.
E) O erro está em afirmar que o prazo poderá ser prorrogado em
até um mês, já que o artigo 22 autoriza a prorrogação dos prazos
em até dois meses.

9. PRAZOS (arts. 218 a 235)

Uma das mais importantes inovações trazidas pelo NCPC diz respeito à contagem
de prazos processuais. De acordo com o artigo 219, os prazos serão contados em dias
a l
úteis, permanecendo a contagem em dias corridos apenas quando se tratar de prazo

io n
material, como, por exemplo, o prazo para interposição de mandado de segurança.
c
Superando jurisprudência anterior, atualmente é permitida a interposição de
a
c ER
peças antes do início do prazo legal. Assim, não é extemporâneo o recurso apresentado
u
antes do início do prazo.
E M d IL
As intimações dos processos físicos, bem como as dos processos eletrônicos serão
e
rt RO
disponibilizados no Diário da Justiça Eletrônica. Porém, importante destacar que o DJE
não
p o OR
S C 41- m u H 89
faz a intimação do processo judicial eletrônico, ele apenas comunica ao advogado uma
m IZ .7 .co
movimentação eletrônica. A partir dessa notícia, o advogado tem o prazo de 10 dias para
u
V O er L
.
U
0
4
4 ma il
acessar o sistema e, caso não acesse nesse período, será considerado intimado,
começando o prazo a fluir a partir deste momento.
d R 4 3 g
O artigo 229 mantém a dobra do prazo para litisconsortes com diferentes
A PE D 0 er@
procuradores, porém, essa contagem só será em dobro se os advogados dos litisconsortes
l i
forem de escritórios diferentes. Importante é que essa regra só se aplica aos processos
m
lc
físicos, em processos eletrônicos não há prazo em dobro para litisconsortes.
p

São mantidos os prazos diferenciados para a Defensoria Pública, para o Ministério


Público e para a Fazenda Pública, que, atualmente, são contados em dobro para
todos os órgãos, bem como para todas as manifestações.

Caso haja em evento alheio à vontade dos sujeitos, a parte poderá ser justificar o
descumprimento do prazo e provar que não o realizou por justa causa.

Atenção! Enunciado recente da II Jornada de Processo Civil do CJF/STJ: Enunciado


116: Aplica-se o art. 219 do CPC na contagem dos prazos processuais previstos na Lei
n. 6.830/1980.

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ANO: 2018 BANCA: FCC. ÓRGÃO: DPE-AM
João, por meio da Defensoria Pública, ajuizou por meio eletrônico
demanda que corre pelo procedimento comum contra Pedro e Tiago,
salientando em sua petição inicial o desinteresse na audiência de
tentativa de conciliação. O juiz recebeu a inicial, designou a audiência
prévia de tentativa de conciliação para o dia 29 de junho de 2018 e
determinou a citação dos demandados. Citado, Pedro, peticionou por
meio de advogado nos autos informando seu desinteresse na
audiência de tentativa de conciliação, em 02 de maio de 2018 (quarta-
QUESTÃO: feira). Tiago constituiu outro advogado e também apresentou petição
PRAZOS informando o seu desinteresse nesta audiência no dia 04 de maio.
a l
n
Considerando como feriado somente os dias 31 de maio e 1º de junho,
io
petição: a c
o prazo para a contestação de Pedro se inicia na data do protocolo de

u c ER
d IL
A) de Pedro e se encerra no dia 22 de maio de 2018.
E M
e
B) de Pedro e se encerra no dia 25 de maio de 2018.
rt RO
o OR
C) de Pedro e se encerra no dia 14 de junho de 2018, em razão da
p
S C 41- m
advogados diferentes. u H 89
dobra do prazo por serem litisconsortes passivos representados por

um IZ .7 .co
D) de Tiago e se encerra no dia 20 de junho de 2018, em razão da

V er L U 4
4 ma il
dobra do prazo por serem litisconsortes passivos representados por
O . 0
advogados diferentes.
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
E) de Pedro e se encerra no dia 23 de maio de 2018.
l
GABARITO: E
mi
plc
COMENTÁRIOS:
Art. 335. O réu poderá oferecer contestação, por petição, no prazo de
15 (quinze) dias, cujo termo inicial será a data:
QUESTÃO: I - da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão de
PRAZOS conciliação, quando qualquer parte não comparecer ou,
comparecendo, não houver autocomposição;
II - do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de
conciliação ou de mediação apresentado pelo réu, quando ocorrer a
hipótese do art. 334, § 4o, inciso I;
III - prevista no art. 231, de acordo com o modo como foi feita a
citação, nos demais casos.
§ 1o No caso de litisconsórcio passivo, ocorrendo a hipótese do art.
334, § 6o, o termo inicial previsto no inciso II será, para cada um dos
réus, a data de apresentação de seu respectivo pedido de
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cancelamento da audiência.
Art. 334. § 6o Havendo litisconsórcio, o desinteresse na realização da
audiência deve ser manifestado por todos os litisconsortes.

Ano: 2017. Banca: FCC. Órgão: DPE-PR


Sobre os prazos no Código de Processo Civil, é correto afirmar: a) O
cumprimento definitivo da sentença, no caso de condenação em
quantia certa, far-se-á mediante requerimento do exequente, sendo o
executado intimado a pagar o débito em quinze dias úteis.
b) Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, desde que de
escritórios distintos, terão prazos contados em dobro para todas as
QUESTÃO:
suas manifestações, tratando-se de autos físicos.
PRAZOS
c) O prazo para resposta, em caso de citação por edital, inicia-se
quando finda a dilação assinalada pelo juiz, ainda que em dia não útil.

a
d) Considera-se dia do começo do prazo o dia subsequente à data eml
io n
que efetivamente o oficial de justiça realizou a citação com hora certa.

a c
u c ER
e) O prazo para cada um dos executados embargar, quando houver
mais de um, conta-se a partir da juntada do respectivo comprovante
E M d IL
de citação, ainda que cônjuges ou companheiros.

GABARITO COMENTADO: e
rt RO
p o OR
S C 41- m u H 89
CORRETA: Letra B, conforme artigo 229 do CPC. O prazo em dobro
conferido aos litisconsortes que possuem diferentes procuradores, visa

um IZ .7 .co
a oportunizar o efetivo contraditório, garantindo que os

V O er L
.
U
0
4
4 ma il
representantes das partes tenham acesso aos autos em tempo
razoável para defesa. Dessa forma, quando os autos são eletrônicos, a
d R 4 3 g
prerrogativa se mostra desnecessária, já que o acesso é amplo e
A PE D 0 er@
disponibilizado a todos ao mesmo tempo.
l
mi
INCORRETAS:
p lc
A) Esta questão foi extremamente detalhista e buscou o conhecimento
QUESTÃO: do candidato, não apenas sobre o texto da lei, mas sobre a capacidade
PRAZOS de distinguir quando o prazo é material ou processual. O único erro da
afirmativa está no termo “útil”, já que o artigo 523 afirma que o
pagamento deverá ser feito em 15 dias, apenas.

Conforme expressão do parágrafo único do artigo 219, a contagem em


dias úteis ocorrerá tão somente para prazos processuais. A melhor
doutrina entende que, por ser um dever da parte e não do advogado,
o prazo para pagamento voluntário é considerado material.

C) O erro da alternativa está em afirmar que o termo inicial do prazo


para contestar, quando o réu é citado por edital, inicia-se mesmo em
dia que não seja útil. O inciso IV, do artigo 231, é claro ao afirmar que
o prazo inicia no primeiro dia útil seguinte ao fim da dilação assinalada

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pelo juiz.

D) O prazo para contestar, quando a citação é promovida por oficial de


justiça, começa a correr da data da juntada do mandado cumprido aos
autos, nos termos do inciso II, artigo 231.

E) O erro está no final da alternativa, já que, no caso de cônjuges ou


companheiros, o prazo para embargar começa a correr da data da
juntada do último mandado aos autos, nos termos do artigo 915, §1º.
QUESTÃO:
PRAZOS Ano: 2018. Banca: CESPE. Órgão: DPE-PE. Prova: Defensor Público

Regra geral prevista no Código de Processo Civil determina que os atos


processuais sejam realizados em dias úteis, das seis às vinte horas.
Com relação aos tempos dos atos processuais, assinale a opção
correta, conforme a legislação pertinente.
a) A prática eletrônica de ato processual poderá ocorrer até as
vinte e quatro horas do último dia do prazo.
a l
io n
b) Em se tratando de prática eletrônica de ato processual, o
c
horário a ser considerado será aquele vigente no juízo que emitiu o
a
ato.
u c ER
E M d IL
c) Durante as férias forenses, atos processuais de tutela de
evidência podem ser praticados.
e
rt RO
o OR
d) Ato processual iniciado antes das vinte horas não poderá ser
p
S C 41- m u H 89
concluído após esse horário, independentemente de o adiamento
causar grave dano aos envolvidos no processo.

um IZ .7 .co
e) Apenas com autorização judicial as citações poderão ser

V er L U 4
4 ma il
realizadas durante as férias forenses.
O . 0
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
GABARITO: A. Apesar de a banca ser CESPE, cobrou-se a letra pura da
lei.
l
mi
p lc
a) CERTO. Art. 213. A prática eletrônica de ato processual pode
ocorrer em qualquer horário até as 24 (vinte e quatro) horas do
último dia do prazo.
b) ERRADO. Art. 213. Parágrafo único. O horário vigente no juízo
QUESTÃO: perante o qual o ato deve ser praticado será considerado para
PRAZOS fins de atendimento do prazo.
c) ERRADO. Não é a tutela de evidência, e sim a de urgência (art.
214, II)
d) ERRADO. Art. 212, § 1o Serão concluídos após as 20 (vinte)
horas os atos iniciados antes, quando o adiamento prejudicar a
diligência ou causar grave dano.
e) ERRADO. Não há esta previsão legal.

10. DOS JUÍZES E DOS AUXILIARES DA JUSTIÇA (Artigos 139 a 187)

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Além do juiz, auxiliam a justiça: o Escrivão, o Chefe de Secretaria e o Oficial de
Justiça, Do Perito, o Depositário e o Administrador, o Intérprete e do Tradutor, os
Conciliadores e Mediadores Judiciais. Além disso, ainda compõem o aparato judicial o
Ministério Público, a Advocacia Pública e a Defensoria Pública.
Abaixo serão destacados os principais pontos cobrados em prova, acerca dos
órgãos que recorrentemente aparecem nas questões.

10.1 DO JUIZ

Com relação ao juiz, é essencial saber as diferenças entre impedimento e


suspeição, pois este tipo de questão recorrentemente é cobrado em prova. Para que não
reste mais dúvida, basta lembrar que a suspeição é ligada à pessoa do juiz, ao passo que
o impedimento está ligado ao processo.

SUSPEIÇÃO (artigo 145) IMPEDIMENTO (artigo 144)


 Amigo íntimo ou inimigo de  Em que interveio como mandatário da
a l
qualquer das partes ou de seus
n
parte, oficiou como perito, funcionou
io
advogados;
c
como membro do Ministério Público ou
a
 Que receber presentes de pessoas
u c ER
prestou depoimento como testemunha;

que tiverem interesse na causa antes


E M d IL
 Quando nele estiver postulando,
ou depois de iniciado o processo, que
aconselhar alguma das partes acerca e
como defensor público, advogado ou
rt RO
membro do Ministério Público, seu
do objeto da causa ou que
p o OR
cônjuge ou companheiro, ou qualquer

despesas do litígio; S C 41- m


subministrar meios para atender às u H 89parente, consanguíneo ou afim, em linha
reta ou colateral, até o terceiro grau,
um IZ .7 .co inclusive;

V O er L
. 0
U 4
 Quando qualquer das partes for
4 ma
sua credora ou devedora, de seu
il  Quando for parte no processo ele
d R 4 3 g
cônjuge ou companheiro ou de próprio, seu cônjuge ou companheiro, ou
A PE D 0 er@
parentes destes, em linha reta até o
l parente, consanguíneo ou afim, em linha
terceiro grau, inclusive;
mi reta ou colateral, até o terceiro grau,

p lc
 Interessado no julgamento do
inclusive;

processo em favor de qualquer das  De que conheceu em outro grau de


partes. jurisdição, tendo proferido decisão;

 Quando for sócio ou membro de


direção ou de administração de pessoa
jurídica parte no processo;

 Quando for herdeiro presuntivo,


donatário ou empregador de qualquer das
partes;

 Em que figure como parte instituição


de ensino com a qual tenha relação de
emprego ou decorrente de contrato de
prestação de serviços;

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 Em que figure como parte cliente do
escritório de advocacia de seu cônjuge,
companheiro ou parente, consanguíneo
ou afim, em linha reta ou colateral, até o
terceiro grau, inclusive, mesmo que
patrocinado por advogado de outro
escritório;

Quando promover ação contra a parte ou


seu advogado.

l
O pedido de suspeição será negado se a parte que a alegar provocou o motivo de
a
forma consciente, a fim de burlar o sistema de distribuição do juízo.
io n
a c
10.2 DOS CONCILIADORES E MEDIADORES
u c ER
E M d IL
e
rt RO
É importante que o candidato saiba qual o método de autocomposição será
o OR
usado, diante de cada demanda apresentada em juízo, devendo saber diferenciar a forma
p
S C 41- m u H 89
de atuação de cada um dos auxiliares da justiça.
A conciliação e a mediação são informadas pelos princípios da independência, da
m Z .7 .co
imparcialidade, da autonomia da vontade, da confidencialidade, da oralidade, da
u I
V er L U
0
4
4 ma il
informalidade e da decisão informada.
Na conciliação (artigo 165, §2º), há uma atuação mais presente do conciliador
O .
d R 3 g
junto às partes, sendo autorizado que este proponha soluções para o litígio; vedado,
4
A PE D 0 er@
porém, qualquer tipo de constrangimento ou intimidação para conciliar. Por envolver
l i
uma dinâmica entre partes e conciliador, entende-se que deve ser usada,
m
anterior. p lc
preferencialmente, quando o litígio envolver sujeitos que não possuam um vínculo

No que tange à mediação (artigo 165, §3º), a técnica utilizada se aplica,


preferencialmente, aos litígios em que há vínculo anterior entre as partes. Para tanto, o
mediador auxiliará os interessados a compreender o conflito, para que possam, de forma
conjunta, buscar a melhor solução a ambos, sem que, para tanto, haja influência de
soluções sugeridas pelo mediador. Conforme mencionado, seu papel é informativo,
dirigindo as partes ao caminho que melhor as atende.

JURISPRUDÊNCIA

SUSPEIÇÃO. A declaração pelo magistrado (autodeclaração) de suspeição por motivo


superveniente não tem efeitos retroativos, não importando em nulidade dos atos
processuais praticados em momento anterior ao fato ensejador da suspeição. STJ.
(Info 587).

ARBITRAGEM: É válida a cláusula compromissória que excepcione do juízo arbitral


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certas situações especiais a serem submetidas ao Poder Judiciário. STJ. (Info 577).

ARBITRAGEM: A instituição arbitral, por ser simples administradora do procedimento


arbitral, não possui interesse processual nem legitimidade para integrar o polo
passivo da ação que busca a sua anulação. STJ. (Info 613).

ARBITRAGEM. ÁRBITRO PARCIAL. COMPETÊNCIA DO STJ. NÃO HOMOLOGAÇÃO.


OFENSA À ORDEM PÚBLICA: A prerrogativa de imparcialidade do julgador aplica-se à
arbitragem e sua inobservância resulta em ofensa direta à ordem pública nacional – o
que legitima o exame da matéria pelo Superior Tribunal de Justiça,
independentemente de decisão proferida pela Justiça estrangeira acerca do tema.
STJ. (Info 605).

ARBITRAGEM: Se a parte quiser arguir a nulidade da cláusula arbitral, deverá formular


esse pedido, em primeiro lugar, ao próprio árbitro, não sendo possível que proponha
diretamente ação judicial A previsão contratual de convenção de arbitragem enseja o
reconhecimento da competência do Juízo arbitral para decidir com primazia sobre o
l
Poder Judiciário as questões acerca da existência, validade e eficácia da convenção de
a
arbitragem e do contrato que contenha a cláusula compromissória.
io n
c
Ex: a empresa 1 celebrou contrato com a empresa 2; neste contrato há uma cláusula
a
c ER
arbitral; a empresa 2 notificou extrajudicialmente a empresa 1 cobrando o
u
E M d IL
cumprimento do ajuste; a empresa 1 ajuizou ação declaratória de falsidade alegando
que a assinatura constante no contrato é falsa e, portanto, o pacto seria nulo; esta
e
rt RO
ação deverá ser extinta sem resolução do mérito (art. 485, VII, do CPC/2015); isso

p o OR
porque, nos termos do art. 8º, parágrafo único, da Lei nº 9.307/96, a alegação de

S C 41- m u H 89
nulidade da cláusula arbitral, bem como do contrato que a contém, deve ser
submetida, em primeiro lugar, à decisão do próprio árbitro, sendo prematura a

um IZ .7 .co
apreciação pelo Poder Judiciário. Trata-se da aplicação do princípio da kompetenz-

V O er L
. 0
U4 ma4 il
kompetenz, que confere ao árbitro o poder de decidir sobre a própria competência.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.550.260-RS, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, Rel. Acd. Min.
d R 4 3 g
Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 12/12/2017 (Info 622).
A PE D 0 er@
l i
O Poder Judiciário pode, nos casos em que prima facie é identificado um
m
p lc
compromisso arbitral "patológico", isto é, claramente ilegal, declarar a nulidade dessa
cláusula, independentemente do estado em que se encontre o procedimento arbitral.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.602.076-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 15/9/2016
(Info 591).

11. DA DEFENSORIA PÚBLICA

Houve um trabalho intenso de fortalecimento da Defensoria Pública na legislação


processual civil, de maneira que a instituição é citada em diversos artigos do código,
inclusive, em capítulo próprio. Assim, é indispensável (para todas as fases do concurso)
que o candidato saiba claramente as disposições dos artigos 185 a 187 do CPC, bem como
todos os outros em que o órgão é citado.

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A Defensoria Pública exercerá a orientação jurídica, a promoção dos direitos
humanos e a defesa dos direitos individuais e coletivos dos necessitados, em todos os
graus, de forma integral e gratuita, tendo prazo em dobro para todas as suas
manifestações, salvo quando houver outro prazo expresso em lei.

O Código de Processo Civil de 2015 trouxe inovação reservando à Defensoria


Pública um título próprio (artigos 185 a 187), afirmando a importância da
Instituição na efetivação da assistência jurídica integral dos necessitados.

Principais artigos cobrados em prova que tratam sobre a Defensoria pública no


NCPC:

 Artigo 72, parágrafo único: determina que a curadoria especial seja exercida pela
Defensoria Pública;
 Artigos 185 a 187;
a l

io n
Artigo 230: início da contagem do prazo, lembrando que a defensoria pública tem a
prerrogativa de intimação pessoal;
a c
u c ER
Artigo 287, parágrafo único, inciso II: desnecessidade de juntada de mandado para
d IL
atuação em juízo (prerrogativa da Defensoria Pública, conforme artigo 128, XI da
E M
LC80/94).
e
rt RO
 o OR
Artigo 455, §4º, IV – O novo CPC prevê que compete ao procurador da parte a
p
S C 41- m u H 89
intimação das testemunhas para o comparecimento em audiência. Tal regra não se
aplica quando a parte é representada pela Defensoria Pública, sendo a intimação,

um IZ .7 .co
neste caso, realizada pelo juízo;
 er L U4 ma4 il
Artigo 513, §2º, II – Quando a parte for representada pela Defensoria Pública, a
V O . 0
d 3 g
intimação para o cumprimento de sentença será feita na pessoa do devedor, por
R 4
A PE D 0 er@
carta com aviso de recebimento.
l

mi
Artigo 554, § 1º: atuação da defensoria pública, como custus vulnerabilis, na

p lc
hipótese de conflito possessório em que envolva grande número de pessoas, que
sejam hipossuficientes econômicas.

 Artigo 565, §2º: muita atenção a este artigo! Isto porque, por um equívoco do
legislador, este trouxe a previsão de que nas ações possessórias a defensoria
pública será intimada sempre que houver beneficiário da justiça gratuita. Referido
termo é equivocado, tendo em vista que a atuação da instituição se volta à defesa
dos sujeitos hipervulneráveis. Assim, pode haver situação em que determinada
pessoa é beneficiária da gratuidade de justiça, porém não se enquadra nas
hipóteses em que se confere legitimidade de atuação à defensoria. Portanto, muita
atenção à prova, pois, se cobrar a literalidade do texto legal, o termo será justiça
gratuita. No entanto, saibam ter uma visão crítica, já que o examinador pode
querer justamente saber se o candidato tem conhecimento acerca do erro citado.
 Artigo 784, IV – confere a qualidade de título executivo extrajudicial ao
instrumento de transação referendado pela defensoria pública.

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 Artigo 947, § 1º: confere legitimidade à instituição para a apresentação de
incidente de assunção de competência;
 Artigo 977, III: confere legitimidade à defensoria para a apresentação de incidente
de resolução de demandas repetitivas;

I Jornada de Prevenção e Solução Extrajudicial de Litígios -


Enunciado 61: Os gestores, defensores e advogados públicos
que, nesta qualidade, venham a celebrar transações judiciais ou
ATENÇÃO!
extrajudiciais, no âmbito de procedimento de conciliação,
mediação ou arbitragem, não responderão civil, administrativa
ou criminalmente, exceto se agirem mediante dolo ou fraude.

a l
io n
a c
u c ER
E M d IL
e
rt RO
Ano: 2016. Banca: UFMT. Órgão: DPE-MT

p o OR
Sobre o curador especial, assinale a afirmativa INCORRETA.

S C 41- m u H 89
a) Nas ações em que réu preso for revel, caberá à Defensoria
m Z .7 .co
Pública exercer o múnus de curador especial, enquanto não for
u I
V O er L
. 0
U4 ma4 il
constituído advogado.

d R 3 g
b) Nos casos em que o réu revel foi citado por edital ou com hora
4
A PE D 0 er@
certa, caberá à Defensoria Pública exercer o múnus de curador
l i
especial, enquanto não for constituído advogado.
m
DEFENSORIA p lc a intervenção da Defensoria Pública como curadora
c) É necessária
especial do menor na ação de destituição de poder familiar ajuizada
PÚBLICA pelo Ministério Público.

d) O Defensor Público não faz jus ao recebimento de honorários


pelo múnus de curador especial, por estar no exercício das suas
funções institucionais, para o que já é remunerado mediante o
subsídio em parcela única.

e) O juiz nomeará curador especial ao incapaz, se concorrer na


partilha com o seu representante, desde que exista colisão de
interesses.

GABARITO COMENTADO:

INCORRETA: Letra C, O STJ firmou entendimento de que é


desnecessária a intervenção da Defensoria Pública como

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curadora especial do menor na ação de destituição de poder
familiar ajuizada pelo Ministério Público. Na espécie, considerou-se
inexistir prejuízo aos menores apto a justificar a nomeação
de curador especial. Segundo se observou, a proteção dos direitos
da criança e do adolescente é uma das funções
institucionais do MP.

CORRETAS: Todas as alternativas são expressões da previsão do


artigo 72 do CPC, que dispõe acerca da curadoria especial, que foi
conferida à defensoria pública, como forma de preservação dos
direitos fundamentais dos sujeitos hipervulneráveis que dependem
de sua proteção.

Ano: 2018. Banca: FCC. Órgão: DPE-AP. Prova: Defensor Público

Relativamente à Defensoria Pública, considere:

l
I. A Defensoria Pública gozará de prazo em dobro para todas as suas
a
n
manifestações processuais, não se aplicando esse benefício quando
io
c
a lei estabelecer, de forma expressa, prazo próprio para ela.
a
u c ER
II. De ofício ou a requerimento da Defensoria Pública, o juiz

E M d IL
determinará a intimação pessoal da parte patrocinada quando o
e
rt RO
ato processual depender de providência ou informação que

o OR
somente por ela ou pelo Juízo possa ser realizada ou prestada.
p
S C 41- m u H 89
III. O prazo em dobro para as manifestações processuais aplica-se

um
aos escritórios de prática jurídica das Faculdades de Direito
IZ .7 .co
er L U
reconhecidos na forma da lei e às entidades que prestam
4 il
4 ma
assistência jurídica gratuita em razão de convênios firmados com a

d V R O 3 . 0 g
Defensoria Pública.
4
A PE D 0 er@
l
mi
IV. O membro da Defensoria Pública será civil e diretamente
responsável quando agir com dolo ou culpa no exercício de suas
funções.p lc
V. A Defensoria Pública exercerá a orientação jurídica, a promoção
dos direitos humanos e a defesa dos direitos individuais e coletivos
dos necessitados, em todos os graus, de forma integral e gratuita.

Está correto o que se afirma APENAS em

a) I, III e V.

b) I, II, IV e V.

c) II, IV e V.

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d) I e III.

e) II, III e IV

GABARITO: A

I. CERTO. Art. 186. A Defensoria Pública gozará de prazo em dobro


para todas as suas manifestações processuais.

§ 4o Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei


estabelecer, de forma expressa, prazo próprio para a Defensoria
Pública.

II. ERRADO. Art. 186, § 2o A requerimento da Defensoria Pública, o


l
juiz determinará a intimação pessoal da parte patrocinada quando
a
o ato processual depender de providência ou informação que
somente por ela possa ser realizada ou prestada. io n
a c
III.
u c ER
CERTO. Art. 186. A Defensoria Pública gozará de prazo em dobro

E M d IL
para todas as suas manifestações processuais. § 3o O disposto no

e
caput aplica-se aos escritórios de prática jurídica das faculdades de
rt RO
Direito reconhecidas na forma da lei e às entidades que prestam
p o OR
assistência jurídica gratuita em razão de convênios firmados com a

S C 41- m
Defensoria Pública. u H 89
um IZ .7 .co
er L
IV. ERRADO. Art. 187. O membro da Defensoria Pública será civil e
U 4
4 mail
regressivamente responsável quando agir com dolo ou fraude no

d V R O 3 . 0 g
exercício de suas funções.
4
A PE D 0 er@
l
V.
i
CERTO. Art. 185. A Defensoria Pública exercerá a orientação
m
jurídica, a promoção dos direitos humanos e a defesa dos direitos
p lc
individuais e coletivos dos necessitados, em todos os graus, de
forma integral e gratuita.

VI. ANO: 2018. BANCA: FCC. ÓRGÃO: DPE-RS

Defensor Público no exercício da função, em ação de guarda,


representando judicialmente a parte autora, não consegue
estabelecer contato com esta, mesmo após ter enviado
correspondência para comparecimento na Defensoria Pública, para
dar-lhe ciência de que deverá atender determinação do juiz no
sentido de comprovar, no prazo de 30 dias, o início do tratamento
recomendado na avaliação psicológica realizada nos autos. Nesse
caso, o Defensor Público deverá requerer ao juiz:
A) que seja expedido ofício ao Conselho Tutelar para que este
diligencie junto ao endereço da parte autora, a fim de verificar a
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situação familiar.
B) a suspensão do processo para que se aguarde o comparecimento
espontâneo da parte assistida.
C) a intimação pessoal, sob pena de extinção, porque o não
atendimento à carta expedida faz presumir o desinteresse no
prosseguimento da ação.
D) que seja dada vista ao Ministério Público.
E) a intimação pessoal da parte porque a providência somente por
ela pode ser realizada ou prestada.

GABARITTO: E

COMENTÁRIOS:
"Art. 186. A Defensoria Pública gozará de prazo em dobro para
todas as suas manifestações processuais.

§ 1º O prazo tem início com a intimação pessoal do defensor


a l
público, nos termos do art. 183, § 1º.
io n
a c
§ 2º A requerimento da Defensoria Pública, o juiz determinará a

u c ER
intimação pessoal da parte patrocinada quando o ato processual
d IL
depender de providência ou informação que somente por ela possa
E M
ser realizada ou prestada.
e
rt RO
p o OR
§ 3º O disposto no caput aplica-se aos escritórios de prática jurídica

S C 41- m u H 89
das faculdades de Direito reconhecidas na forma da lei e às
entidades que prestam assistência jurídica gratuita em razão de
um IZ .7 .co
er L
convênios firmados com a Defensoria Pública.
U4 ma4 il
d V R O
4 3 . 0
§ 4º Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei
g
A PE D 0 er@
estabelecer, de forma expressa, prazo próprio para a Defensoria
l
Pública."
mi
p lc
12. DA CITAÇÃO (artigo 283 a 259 do CPC)

A citação é o ato pelo qual é convocado o réu, o executado ou o interessado para


integrar a relação processual. Referido ato é indispensável ao regular andamento do
processo, sendo desnecessária apenas quando houver indeferimento da petição inicial ou
rejeição liminar do pedido, conforme já abordado em tópico anterior.
Na eventualidade de ausência da citação, esta pode ser suprida pelo
comparecimento espontâneo da parte, sendo que o STJ entende que a juntada aos autos
de procuração com poderes específicos para receber citação configura o comparecimento
espontâneo.

A citação produz dois tipos de efeitos: o efeito processual induz à litispendência e


torna litigiosa a coisa, ao passo que o material constitui em mora o devedor.

ATENÇÃO! Estude inteligente, Estude Ad Verum!


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Importante lembrar que não é mais um efeito material da citação a interrupção da
prescrição, pois, atualmente, a prescrição é interrompida com o despacho que ordena a
citação, retroagindo à data da propositura da ação, configurando, inclusive, se
determinada por juízo incompetente (artigo 240, §1º).

A interrupção da prescrição somente ocorrerá se o autor realizar, no prazo de dez


dias, as providências necessárias para viabilizar a citação.

O candidato deve ter atenção especial à alteração trazida pelo artigo 252, pois
houve uma mudança quanto ao número de tentativas que o oficial de justiça deve fazer
para que promova a citação por hora certa, de forma que, quando por duas vezes, houver
a tentativa de citação, com suspeita de ocultação, poderá o oficial de justiça informá-la.

TÓPICOS SOBRE CITAÇÃO


Modalidades: pelo correio, por oficial de justiça, pelo escrivão ou chefe de secretaria,
por edital e por meio eletrônico.
a l
A citação da pessoa jurídica passou a ser permitida na pessoa com poderes de gerência
ou a funcionário responsável pelo recebimento de correspondência;
io n
a c
Nos condomínios edilícios e nos loteamentos com controle de acesso, será válida a

u c ER
entrega do mandado ao funcionário da portaria responsável pelo recebimento de

E M d IL
correspondência. O porteiro poderá recusar ao recebimento do mandado se, por
escrito, declarar, sob as penas da lei, que o destinatário da correspondência está
ausente. e
rt RO
p o OR
Realizada a citação por hora certa, cabe ao escrivão encaminhar, no prazo de dez dias,

S C 41- m
por carta, telegrama ou e-mail.
u H 89
uma comunicação ao citando para informá-lo do ato. A comunicação poderá ser feita

um IZ .7 .co
De acordo com o STJ, é indispensável o esgotamento de todos os meios de localização
er L U4 ma4 il
do réu, para que seja realizada a citação por edital, sendo que, se não for observado tal
V O . 0
procedimento, a citação será considerada nula.
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
A publicação dos editais será feita exclusivamente pela internet, com prazo de 20 a 60
l
dias, que, depois de transcorrido, inicia o prazo para o cumprimento do ato.
mi
p lc
CAI EM
PROVA!

JURISPRUDÊNCIA:

CITAÇÃO/INTIMAÇÃO: Nos casos de intimação/citação realizadas por correio, oficial


de justiça, ou por carta de ordem, precatória ou rogatória, o prazo recursal inicia-se
com a juntada aos autos do aviso de recebimento, do mandado cumprido, ou da
juntada da carta. STJ. (recurso repetitivo) (Info 604)

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ANO: 2018. BANCA: FCC. ÓRGÃO: DPE-PE
Em determinado processo, o réu não foi citado nem apresentou
contestação. O magistrado, além de não declarar o processo nulo,
julgou-o, no mérito, favoravelmente ao réu.
QUESTÃO: Nessa situação hipotética, a conduta do magistrado foi correta porque:
A) ele aproveitou atos que não dependem da citação.
CITAÇÃO
B) ele julgou favoravelmente o mérito da causa para a parte que seria
beneficiada caso a nulidade fosse decretada.
C) o autor não requereu a nulidade do processo.
D) o autor foi o causador da nulidade.
E) a declaração de nulidade processual depende de requerimento da
parte.
a l
GABARITO: B
io n
a c
COMENTÁRIOS:
u c ER
E M d IL
Art. 282. § 2o Quando puder decidir o mérito a favor da parte a quem
e
rt RO
aproveite a decretação da nulidade, o juiz não a pronunciará nem
o OR
mandará repetir o ato ou suprir-lhe a falta.
p
S C 41- m u H 89
Art. 488. Desde que possível, o juiz resolverá o mérito sempre que a
decisão for favorável à parte a quem aproveitaria eventual
m IZ .7 .co
pronunciamento nos termos do art. 485.
u
V O er L
.
U
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4
4 ma il
Prevalece assim o princípio da primazia do julgamento do mérito.

d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
mi
p lc
13. TUTELA PROVISÓRIA

Este assunto é um dos mais cobrados em provas objetivas, sendo indispensável que
o candidato saiba todas as modalidades de tutelas provisórias, bem como tenha
conhecimento sobre o direito comparado, levando em conta as mudanças trazidas pelo
NCPC.
A tutela provisória é gênero, da qual são espécies as tutelas de evidência e as
tutelas de urgência, sendo que estas últimas se dividem em tutelas de urgência
antecipada (de caráter antecedente ou incidental) e tutela de urgência cautelar (de
caráter antecedente ou incidental).

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ANTECIPADA
ATECEDENTE OU
INCIDENTAL
URGÊNCIA
TUTELA CAUTELAR
ATECEDENTE OU
PROVSÓRIA INCIDENTAL
EVIDÊNCIA

13.1 DA TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA

Com o advento do NCPC, houve uma unificação entre o antigo procedimento


cautelar e antecipado, sendo ambas, atualmente, espécies de tutela de urgência. Neste
sentido, no requerimento de qualquer das espécies, deverá a parte comprovar os seguintes
requisitos: probabilidade do direito e perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo
(fumus boni iuris e periculum in mora).
a l
io n
a c
c ER
A concessão poderá ser feita de forma liminar ou após justificação prévia, tendo o
u
E M d IL
juiz a faculdade, a depender do caso concreto, de exigir caução para ressarcir os danos que
a parte contrária puder vir a sofrer. Importante destacar, que, neste caso, poderá o juiz
e
rt RO
dispensar a caução quando a parte for pessoa economicamente hipossuficiente (artigo 300,
§1º).
p o OR
S C 41- m u H 89
Regra geral, a tutela provisória somente será concedida no caso de possibilidade
de reversibilidade (artigo 300, §3º). Ocorre que, quando o direito envolver dupla
m Z .7 .co
irreversibilidade, o juiz deverá analisar, com base no caso concreto, a proporção do
u I
V O er L
.
U
0
4
4 ma il
direito que, se irreversível, causará menos dano.

d R 3 g
Sobre o tema, expõe o enunciado 25 da EFAM: “A vedação de tutela de urgência cujos
4
A PE D 0 er@
efeitos possam ser irreversíveis (artigo 300, §3º) pode ser afastada no caso concreto, com
l i
base na garantia do acesso à justiça.”
m
lc a tutela de urgência é objetivamente responsável
A parte a quem for concedida
p
pelos danos que, porventura, vier a causar com a sua efetivação, de forma que a
indenização será liquidada nos autos em que a medida tiver sido concedida.

13.2 TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA ANTECIPADA ANTECEDENTE E SUA


ESTABILIZAÇÃO

A lei 13.105/15 repetiu o procedimento de requerimento de tutela antecipada,


previsto no CPC/73, porém inovou ao trazer a possibilidade de a tutela ser requerida em
caráter antecedente, bem como a possibilidade de estabilização da tutela, quando
requerida em momento anterior à propositura da ação.

Antes da propositura da ação principal, poderá a parte fazer o pedido de tutela


antecipada antecedente, demonstrando o direito a que se busca e comprovando o

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preenchimento dos requisitos do artigo 300, sendo que, quanto ao pedido principal, deve
a parte apenas indicar qual a tutela final pretendida.

Concedida a tutela, será conferido ao autor o prazo de 15 dias (ou outro maior que
o juiz determinar), para que adite sua petição (não incidindo novas custas) com a
complementação de sua argumentação e a juntada dos documentos que acompanharão
o processo. O descumprimento acarretará a extinção do processo sem apreciação do
mérito.
Feita a complementação, o réu é citado para comparecer à audiência de conciliação
e é intimado da decisão interlocutória que concedeu a tutela, para que, caso queira,
interponha o agravo de instrumento.
Na eventualidade de o juízo entender que não é hipótese de concessão da tutela
antecipada antecedente, será o autor intimado, no prazo de cinco dias, para
complementar sua petição com a tutela final requerida, sob pena de extinção do
processo.

• ESTABILIZAÇÃO: no caso de tutela antecipada antecedente, se a parte


a l
io n
requerida, ao ser intimada da decisão que concedeu a tutela, não interpuser recurso no
prazo legal, haverá a estabilização do direito. Nesta hipótese, a decisão extingue o
processo, porém não há julgamento de mérito.
a c
u c ER
E M d IL
ATENÇÃO!
e
A decisão estabilizada não faz coisa julgada.
rt RO
p o OR
S C 41- m u H 89
A estabilização representa uma generalização da técnica monitória para situações
um IZ .7 .co
de urgência e para a tutela satisfativa, na medida em que viabiliza a obtenção de
er L U4 ma4 il
resultados práticos a partir da inércia do réu.
V O . 0
As partes terão um prazo de até dois anos para requerer a revisão, a reforma ou a
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
invalidação da tutela estabilizadora, havendo preclusão do direito, após o decurso desse
l
prazo, mantendo, portanto, os efeitos da decisão.
mi
Fazenda Pública. p lc
Enunciado 130: É possível a estabilização de tutela antecipada antecedente em face da

IMPORTANTE: O procedimento previsto no §5º, do artigo 304, não se confunde com a


ação rescisória.

13.3 TUTELA PROVISÓRIA CAUTELAR

Para abordar o presente tema, é importante que o candidato atente que o presente
tópico não se confunde com o processo cautelar que era previsto no CPC/73. A nova
legislação extinguiu a divisão em espécie dos procedimentos cautelares, prevendo ainda
como novidade a possibilidade do requerimento de tutela antecipada cautelar
antecedente.
Dessa forma, são formas de efetivação da tutela cautelar, o arresto, o sequestro, o
arrolamento de bens, o registro de protesto contra alienação de bem e qualquer outra
medida idônea para asseguração do direito (artigo 301).

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O pedido cautelar antecedente deve ser formulado com o preenchimento dos
requisitos do artigo 300 e com a exposição sumária dos motivos pelo qual se objetiva o
direito. Feito o requerimento, o réu será citado para que apresente contestação em um
prazo de cinco dias (artigo 306).
Após a efetivação da cautelar (se atentem ao termo efetivação, já que os
examinadores costumam trocá-lo pelo “deferimento”), o autor formulará, nos mesmos
autos, o pedido principal em um prazo de trinta dias, sob pena de cessação da cautelar.

13.4 TUTELA DE EVIDÊNCIA

A tutela de evidência é uma modalidade de tutela provisória, sendo que, para sua
concessão, não é dever da parte a comprovação do perigo de dano ou risco ao resultado
útil do processo. A tutela de evidência é cabível nas seguintes hipóteses, previstas no
artigo 311, do CPC:

 Ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito


protelatório da parte;
a l

io n
As alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente
c
e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula
a
vinculante;
u c ER

E M d IL
Se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental
e
rt RO
adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem
o OR
de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa;
p

S C 41- m u H 89
A petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos
constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de
um IZ .7 .co
er L
gerar dúvida razoável.
U 4
4 ma il
d V R O
4 3 . 0
Conforme já mencionado em tópico anterior, nas hipóteses previstas nos incisos II
g
A PE D
e III, do artigo 311, o juiz poderá conceder a tutela de evidência liminarmente, sendo a
0 er@
l
materialização do contraditório diferida, ou seja, em momento posterior à concessão do
direito.
mi
p lc

É importante ter muita atenção ao texto da questão, já que em diversas alternativas o


examinador, buscando confundir o candidato, informa que para a efetivação da tutela
de evidência é necessária a demonstração do periculum in mora, desnecessário como
demonstrado acima.

Enunciado 135: É admissível a concessão de tutela da evidência fundada em tese


firmada em incidente de assunção de competência.

JURISPRUDÊNCIA:
Em ação para fornecimento de medicamentos, o juiz pode determinar o bloqueio e
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sequestro de verbas públicas em caso de descumprimento da decisão. Tratando-se de
fornecimento de medicamentos, cabe ao Juiz adotar medidas eficazes à efetivação de
suas decisões, podendo, se necessário, determinar, até mesmo, o sequestro de
valores do devedor (bloqueio), segundo o seu prudente arbítrio, e sempre com
adequada fundamentação. STJ. 1ª Seção. REsp 1069810-RS, Rel. Min. Napoleão Nunes
Maia Filho, julgado em 23/10/2013 (recurso repetitivo) (Info 532).
O autor ingressa com uma ação e pede a tutela de urgência. O juiz defere. Na
sentença, o juiz julga improcedente a demanda e revoga a tutela de urgência. Ocorre
que a tutela de urgência causou danos morais e materiais ao réu. O autor da ação tem
a responsabilidade objetiva de indenizar o réu quanto a esses prejuízos,
independentemente de pronunciamento judicial e pedido específico da parte
interessada. STJ. 4ª Turma. REsp 1191262-DF, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado
em 25/9/2012.

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ANO: 2018. BANCA: FCC. ÓRGÃO: DPE-RS
E M d IL
e
rt RO
Acerca da tutela provisória no Código de Processo Civil, é
INCORRETO:
p o OR
S C 41- m u H 89
A) A tutela antecipada, concedida nos termos do art. 303 do Código
m IZ .7 .co
de Processo Civil, torna-se estável se da decisão que a conceder não
u
V O er L
.
U
0
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4 ma il
for interposto o respectivo recurso, mas qualquer das partes poderá
demandar a outra com o intuito de rever, reformar ou invalidar a
d R 4 3 g
tutela antecipada estabilizada.
A PE D 0 er@
B) A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que
l i
evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco
m
p lc
ao resultado útil do processo.
C) A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após
justificação prévia.
D) A tutela provisória conserva sua eficácia na pendência do
processo, mas pode, a qualquer tempo, ser revogada ou modificada.
QUESTÃO: E) Durante as férias forenses e nos feriados, não se praticarão atos
TUTELA processuais, excetuando-se, dentre outros, as tutelas provisórias.

PROVISÓRIA GABARITO: E

COMENTÁRIOS:

a) CORRETA. Art. 304. A tutela antecipada, concedida nos termos


do art. 303, torna-se estável se da decisão que a conceder não for
interposto o respectivo recurso. § 2o Qualquer das partes poderá
demandar a outra com o intuito de rever, reformar ou invalidar a

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tutela antecipada estabilizada nos termos do caput.

b) CORRETA. Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando


houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o
perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.

c) CORRETA. Art. 300. § 2o A tutela de urgência pode ser concedida


liminarmente ou após justificação prévia.

d) CORRETA. Art. 296. A tutela provisória conserva sua eficácia na


pendência do processo, mas pode, a qualquer tempo, ser revogada ou
modificada.

e) INCORRETA. Art. 214. Durante as férias forenses e nos feriados, não


se praticarão atos processuais, excetuando-se: I - os atos previstos
no art. 212, § 2o; II - a tutela de urgência. (A alternativa está incorreta,
l
pois citou o gênero "Tutelas Provisórias", sendo que ela se fundamenta
a
em "Urgência" ou "Evidência").
io n
ANO: 2018. BANCA: FCC. ÓRGÃO: DPE-AP
a c
u c ER
d IL
Em relação ao procedimento da tutela cautelar requerida em caráter
E M
antecedente,
e
rt RO
p o OR
A) o indeferimento da tutela cautelar não obsta a que a parte formule

S C 41- m u H 89
o pedido principal, nem influi em seu julgamento, qualquer que seja o
motivo do indeferimento.
um IZ .7 .co
er L U 4 il
4 ma
B)o réu será citado para, no prazo de quinze dias, contestar o pedido e
V O . 0
indicar as provas a serem produzidas; se não contestar, presumir-se-ão
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
os fatos alegados pelo autor como ocorridos.
l
mi
C) cessada a eficácia da tutela cautelar, poderá a parte renovar o
p lc
pedido, mesmo sob igual fundamento, pois na hipótese não haverá a
formação de coisa julgada.

D) efetivada a tutela cautelar, o pedido principal terá de ser formulado


pelo autor no prazo de trinta dias, caso em que será apresentado nos
mesmos autos em que deduzido o pedido de tutela cautelar, não
dependendo do adiantamento de novas custas processuais.

E) o pedido de tutela cautelar é autônomo, motivo pelo qual o pedido


principal deve ser sempre formulado separadamente.

GABARITO: D

COMENTÁRIOS:

A) Dispõe o art. 310, do CPC/15, que "o indeferimento da tutela


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cautelar não obsta a que a parte formule o pedido principal, nem influi
no julgamento desse, salvo se o motivo do indeferimento for o
reconhecimento de decadência ou de prescrição". Afirmativa
incorreta.

B) O prazo para o réu contestar o pedido é de 5 (cinco) dias e não


quinze, senão vejamos: "Art. 306, CPC/15. O réu será citado para, no
prazo de 5 (cinco) dias, contestar o pedido e indicar as provas que
pretende produzir. Art. 307, caput, CPC/15. Não sendo contestado o
pedido, os fatos alegados pelo autor presumir-se-ão aceitos pelo réu
como ocorridos, caso em que o juiz decidirá dentro de 5 (cinco) dias".
Afirmativa incorreta.

C) Dispõe o art. 309, parágrafo único, do CPC/15, que "se por qualquer
motivo cessar a eficácia da tutela cautelar, é vedado à parte renovar o
pedido, salvo sob novo fundamento". Afirmativa incorreta.

l
Alternativa D) É o que dispõe, expressamente, o art. 308, caput, do
a
io n
CPC/15, senão vejamos: "Efetivada a tutela cautelar, o pedido principal
terá de ser formulado pelo autor no prazo de 30 (trinta) dias, caso em

a c
que será apresentado nos mesmos autos em que deduzido o pedido

u c ER
de tutela cautelar, não dependendo do adiantamento de novas custas
processuais". Afirmativa correta.
E M d IL
e
rt RO
E) Ao contrário do que se afirma, dispõe o art. 308, §1º, do CPC/15,
p o OR
que "o pedido principal pode ser formulado conjuntamente com o
u H 89
pedido de tutela cautelar". Afirmativa incorreta.
S C 41- m
um IZ .7 .co
ANO: 2017. BANCA CESPE. ÓRGÃO: DPE-AL

V er L
O
U
. 0
4 il
4 ma
De acordo com o Código de Processo Civil (CPC), é passível de
d R 4 3 g
A PE D
estabilização a tutela:
0 er@
l
mi
A) cautelar de urgência requerida em caráter antecedente, mediante a
lc
negociação expressa entre as partes.
p
B) antecipada concedida em caráter antecedente, se da decisão
houver interposição de recurso por assistente simples e o réu não se
manifestar.

C) cautelar concedida em caráter antecedente, se da decisão não


houver interposição de recurso cabível.

D) antecipada de urgência requerida em caráter antecedente,


mediante negociação expressa entre as partes.

E) provisória concedida em caráter incidental, se da decisão não


houver interposição tempestiva de recurso.

GABARITO: D
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COMENTÁRIOS:

a) Não cabe em cautelar.

b) Se for interposto o recurso, não há estabilidade, conforme o Art.


304, do NCPC: "A tutela antecipada, concedida nos termos do art.
303, torna-se estável se da decisão que a conceder não for interposto
o respectivo recurso."

c) Não cabe de cautelar.

d)Conforme o EN 32 do Fórum Permanente de Processualistas Civis:


"as partes poderão, negociar a estabilização, mediante acordo
expresso e em seus devidos termos".

e) Não cabe de todas as provisórias, mas tão


l
somente
a
da antecipada antecedente.
io n
a c
14. PROCEDIMENTO COMUM
u c ER
E M d IL
e
TÓPICOS SOBRE O PROCEDIMENTO COMUM
rt RO
p o OR
O NCPC extinguiu a divisão entre procedimento sumário e ordinário, sendo todos os
atos, atualmente, praticados segundo procedimento comum, salvo legislação especial.

S C 41- m u H 89
Na petição inicial, o autor deverá informar se deseja ou não que seja realizada
um IZ .7 .co
audiência de conciliação ou de mediação (artigo 334).

V O er L
. 0
U4 ma4 il
Quando não preenchidos os requisitos da petição inicial, ou apresentando
d R 4 3 g
irregularidades capazes de dificultar o julgamento do mérito, o juiz intimará o autor
A PE D 0 er@
para que emende a petição inicial, em um prazo de 15 dias, conforme artigo 321,
l i
sendo o descumprimento causa de indeferimento da inicial. É dever do juiz, ao proferir
m
lc
o despacho de intimação, especificar o que deve ser emendado.
p
Nas ações que tenham por objeto revisão de obrigação decorrente de empréstimo de
financiamento ou de alienação do bem, é dever do autor, sob pena de inépcia da
petição inicial, quantificar o valor incontroverso.

A petição inicial será indeferida quando: for inepta; faltar-lhe pedido ou causa de pedir;
quando o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se permite
pedido genérico; quando da narração dos fatos não decorrer conclusão lógica; quando
tiver pedidos incompatíveis entre si.

A impossibilidade jurídica do pedido deixou de ser condição da ação; não sendo


mais, portanto, hipótese de inépcia da petição inicial.

Do indeferimento da petição inicial, é cabível o recurso de apelação, podendo o juiz se


retratar no prazo de cinco dias.

ATENÇÃO! Enunciado recente da II Jornada de Processo Civil do CJF/STJ: Enunciado


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109: Na hipótese de cumulação alternativa, acolhido integralmente um dos pedidos, a
sucumbência deve ser suportada pelo réu.

Enunciado 119: É admissível o ajuizamento de ação de exibição de documentos, de


forma autônoma, inclusive pelo procedimento comum do CPC (art. 318 e seguintes).

15. IMPROCEDÊNCIA LIMINAR DO PEDIDO

Com a jurisprudencialização do processo civil, houve um efeito muito claro com


relação ao pedido, sendo este liminarmente rejeitado quando:
 Contrariar enunciado de súmula do STF ou do STJ;

 Contrariar acórdão proferido pelo STF ou STJ em julgamento de recurso repetitivo;


 Contrariar entendimento firmado em incidente de resolução de demanda
repetitiva ou de assunção de competência;
a l
 Contrariar enunciado de súmula de tribunal de justiça local.
io n
a c
liminar do pedido. u c ER
O reconhecimento da prescrição ou decadência também é causa de rejeição

E M d IL
Da decisão de rejeição liminar do pedido é cabível apelação, no prazo de 15 dias,
e
rt RO
com efeito regressivo. Sendo assim, poderá o juiz em cinco dias retratar-se da decisão
proferida.
p o OR
S C 41- m u H 89
um IZ .7 .co
V O er L
.
U
0
4
4 ma il
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l i
ANO: 2016. BANCA: FCC. ÓRGÃO: DPE-BA
m
p lc a petição inicial e seu indeferimento
Sobre e a
improcedência liminar do pedido é correto:

a) Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz,


QUESTÃO: independentemente da citação do réu, julgará liminarmente
IMPROCEDÊNCIA improcedente o pedido que contrariar enunciado de súmula
LIMINAR DO PEDIDO do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de
Justiça.

b) Depois da citação, o autor não poderá aditar ou alterar o


pedido, ainda que haja consentimento do réu.

c) Se o juiz verificar que a petição inicial não preenche os


requisitos legais, deverá determinar a intimação do autor
para que, no prazo de dez dias, a emende ou a complete,
não cabendo ao Magistrado apontar qual o erro.

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d) O pedido deve ser certo, nele estando compreendidos os
juros legais, a correção monetária e as verbas de
sucumbência, mas a fixação de honorários advocatícios
depende de pedido expresso.

e) Indeferida a petição inicial, o autor poderá interpor agravo


de instrumento, facultado ao juiz, no prazo de cinco dias,
retratar-se.

GABARITO COMENTADO:

CORRETA: Letra A, conforme expressa previsão do artigo


332, I do CPC;

INCORRETAS:

B) Após a citação, desde que haja consentimento do réu,


poderá o autor aditar ou alterar o seu pedido, até a decisão

a l
de saneamento, conforme menciona o artigo 329, II do CPC;

io n
C) De fato, não preenchidos os requisitos da petição inicial, o
a c
juiz intimará o autor para que a emende ou complete. O erro
u c ER
da questão foi informar que o prazo para o aditamento será

E M d IL
de 10 dias, já que, conforme o artigo 321 do CPC, o prazo é
de 15 dias.
e
rt RO
p o OR
D) A fixação dos honorários será determinada, independente

S C 41- m u H 89
de pedido expresso na petição inicial, nos termos do §1º, do
artigo 322, do CPC.

um IZ .7 .co
V er L U 4
0
il
E) Do indeferimento da petição inicial é cabível o recurso de
4 ma
apelação, por se tratar de sentença terminativa, expressa no
O .
d R 3 g
inciso I, do artigo 485 do CPC, que deve ser lido
4
A PE D 0 er@
conjuntamente com o artigo 331, do mesmo código.
l
mi
ANO: 2018. BANCA: FCC. ÓRGÃO:DPE-MA
p lc
A improcedência liminar do pedido:

A) é a medida a ser imposta quando for constatada, de


plano, a prescrição ou a decadência.

B) deve ser precedida, via de regra, da regular citação do


demandado.

C) é permitida diante da existência de precedente firmado


pelo Superior Tribunal de Justiça ou pelo Supremo Tribunal
Federal, mas não de Tribunal de Justiça.

D) pode ser decretada com fundamento na inépcia da


petição inicial.

E) caso não seja impugnada por recurso no prazo legal,

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produz coisa julgada meramente formal.

GABARITO: A

COMENTÁRIOS:

A) Correta. Art. 332, § 1o CPC, O juiz também poderá julgar


liminarmente improcedente o pedido se verificar, desde
logo, a ocorrência de decadência ou de prescrição.

B) Errada. Art. 332. Nas causas que dispensem a fase


instrutória, o juiz, independentemente da citação do
réu,julgará liminarmente improcedente o pedido que
contrariar:

C) Errada. Art. 332, IV, CPC - IV - enunciado de súmula


de tribunal de justiça sobre direito local.

D) Errada. Trata-se do Princípio da Não Surpresa, onde


a l
io n
deverá a parte ser intimada para apresentar emenda à
petição inicial, não podendo ser indeferido preliminarmente
a c
o pedido, ademais, a ação será extinta sem resolução do
mérito em caso de não aditamento.
u c ER
E M d IL
E) Errada. Faz coisa julgada material, tendo em vista que
e
rt RO
o pronunciamento de rejeição liminar do pedido é sentença

p o OR
(art. 203, § 1º), passível de apelação, com base no arts.332,
u H 89
§§ 2º e 3º, e 1.009 do CPC.
S C 41- m
um IZ .7 .co
V O er L
.
U
0
4
4 ma il
d R 4 3 g
16. DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO (artigo 334 do CPC)
A PE D 0 er@
l i
Seguindo o objetivo primordial de promover a resolução extrajudicial dos
m
p lc
conflitos, a audiência de conciliação ou mediação surge como instrumento de efetivação
da autocomposição. Recebida a petição inicial, será designada audiência de conciliação ou
mediação, com antecedência mínima de trinta dias, devendo o réu ser citado em, no
máximo, vinte dias antes do ato.
Conforme exposto em tópico anterior, ao instruir a petição inicial o autor
informará se tem interesse na realização da audiência. Isto ocorre porque, na
eventualidade de o réu também manifestar o desinteresse na audiência, ela não se
realizará. Neste caso, com antecedência de dez dias da realização da audiência, deverá o
réu se manifestar sobre o seu desinteresse, contando, a partir do protocolo desta
manifestação, o início do prazo para a contestação.

Neste sentido, o artigo 334, parágrafo 4º, descreve as hipóteses em que a


audiência não será realizada, sendo estas: quando ambas as partes manifestarem o
desinteresse e quando o direito pleiteado não permitir a autocomposição.

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Havendo litisconsórcio, a audiência só não será realizada se a manifestação pelo
desinteresse for dada por todos, ou seja, basta que um dos litisconsórcios manifeste
interesse pelo ato, que ele ocorrerá.

Na hipótese de não ser realizada a audiência, o prazo de contestação começará a


correr para cada um dos réus, da data do respectivo pedido de cancelamento.
As partes devem comparecer obrigatoriamente acompanhadas de seus
advogados, de maneira que o não comparecimento constitui ato atentatório à dignidade
da justiça, com a aplicação de multa de até 2% da vantagem econômica pretendida ou do
valor da causa.
Realizada a audiência, o prazo para contestar começará a correr da data de sua
realização. Fiquem atentos, pois se trata de assunto recorrentemente cobrado em prova!

a l
io n
ANO: 2016. BANCA: FCC. ÓRGÃO: DPE-ES
a c
u c ER
Sobre conciliação e mediação, diante dos conceitos e regras do
novo Código de Processo Civil:
E M d IL
e
rt RO
a) No procedimento comum, o não comparecimento injustificado
o OR
do réu à audiência de conciliação ou mediação gera a sua revelia e
p
QUESTÃO 11:
AUDIÊNCIA DE u H 89
impõe o pagamento de multa.
S C 41- m
CONCILIAÇÃO OU
um
b) A audiência prévia de conciliação ou mediação somente não
IZ .7 .co
er L U il
será realizada se o autor ou o réu manifestarem, expressamente,
MEDIAÇÃO
4
4 ma
desinteresse na composição.

d V R O
4 3 . 0 g
A PE D c) A conciliação seria o método mais adequado para a solução
0 er@
l
consensual para uma ação ajuizada como divórcio litigioso.
mi
p lc
d) Na sua atuação, o mediador deverá sugerir soluções para o
litígio, sendo vedada a utilização de qualquer tipo de
constrangimento ou intimidação para que as partes conciliem.

e) O conciliador e o mediador, assim como os membros de suas


equipes, não poderão depor acerca de fatos ou elementos
oriundos da conciliação ou da mediação.

GABARITO COMENTADO:

CORRETA: Letra E, nos termos do artigo 166, §2º, em preservação


ao princípio da confidencialidade, exposto no caput do referido
artigo, devendo os mediadores e conciliadores manter sigilo
acerca dos atos realizados.

INCORRETAS:

a) O não comparecimento do réu à audiência de conciliação não


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importa na aplicação dos efeitos da revelia, tendo em vista que o
prazo para contestar apenas começa a contar após a realização da
audiência ou do protocolo da petição de desistência do ato. Neste
sentido, o não comparecimento à audiência, importa em ato
atentatório à dignidade da justiça, sancionado com multa de até
2%, nos termos do §8º do artigo 334 do CPC.

b) As hipóteses em que não será realizada a audiência de


conciliação estão previstas no §4º, do artigo 334, havendo dois
erros na alternativa. O primeiro se refere ao termo “ou”, que
muitas vezes é colocado na questão para confundir o candidato
desatento. Conforme comentado acima, a audiência não será
realizada se ambas as partes manifestarem o desinteresse. Além
disso, o mesmo parágrafo complementa as hipóteses de não
realização da audiência, ao afirmar que não será possível quando
se tratar de direito que não permite a autocomposição.

a l
c) A conciliação é o método usado, preferencialmente, quando as
n
partes não possuam um vínculo afetivo anterior ao litígio,
io
c
podendo o conciliador buscar, junto a elas, a melhor solução ao
a
u c ER
caso. Assim, tendo em vista que nas ações de divórcio há vínculo
afetivo anterior entre as partes, o método adequado é o da
E M
mediação (artigos 165, §§ 2º e 3º). d IL
e
rt RO
d) A alternativa trouxe as atribuições conferidas ao conciliador, já
p o OR
que, conforme §3º do artigo 165, ao mediador compete o auxílio

S C 41- m u H 89
às partes para que estas compreendam as questões litigiosas e
busquem juntas uma solução satisfativa. O mediador não propõe
um IZ .7 .co
er L
solução à LIDE.
U 4 il
4 ma
d V R O
4
PÚBLICO3 . 0
ANO: 2018. BANCA: FCC. ÓRGÃO: DPE-AP. PROVA: DEFENSOR
g
A PE D 0 er@
l i
Em relação à conciliação e à mediação,
m
p lc
a) as partes podem escolher, de comum acordo o conciliador e
o mediador, desde que estejam cadastrados no registro do
tribunal competente.

b) o conciliador atuará somente nos casos em que não houver


vínculo anterior entre as partes, podendo sugerir soluções para o
litígio, mas não impor a conciliação.

c) em razão do dever de sigilo inerente às suas funções, o


conciliador e o mediador não poderão divulgar os fatos ou
elementos oriundos da conciliação ou da mediação, mas deverão
depor se notados pelo juiz, pelo dever de colaboração para com o
judiciário.

d) o mediador, que atuará preferencialmente nos casos em


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que houver vínculo anterior entre as partes, auxiliará aos
interessados a compreender as questões e os interesses em
conflito, de modo que eles possam, pelo restabelecimento da
comunicação, identificar, por si próprios, soluções consensuais
que gerem benefícios mútuos.

e) os conciliadores e mediadores judiciais devidamente


registrados no cadastro do Tribunal de Justiça, se advogados, não
terão qualquer restrição ou impedimento para o exercício de suas
atividades, uma vez que as atividades de solução consensual dos
conflitos caracterizam múnus público e de interesse social.

GABARITO: D. Letra da lei pura.

A) ERRADO. Art. 168. As partes podem escolher, de comum


acordo, o conciliador, o mediador ou a câmara privada de
conciliação e de mediação.
a l
io n
§ 1o O conciliador ou mediador escolhido pelas partes poderá ou
não estar cadastrado no tribunal.
a c
u c ER
E M d IL
B) ERRADO. § 2o O conciliador, que atuará preferencialmente nos
casos em que não houver vínculo anterior entre as partes, poderá
e
rt RO
sugerir soluções para o litígio, sendo vedada a utilização de

p o OR
qualquer tipo de constrangimento ou intimidação para que as
partes conciliem.
S C 41- m u H 89
um IZ .7 .co
C) ERRADO. Art 166. § 2o Em razão do dever de sigilo, inerente às

V O er L
.
U
0
4
4 ma il
suas funções, o conciliador e o mediador, assim como os membros
de suas equipes, não poderão divulgar ou depor acerca de fatos
d R 4 3 g
ou elementos oriundos da conciliação ou da mediação.
A PE D 0 er@
l i
D) CERTO. ART. 165 § 3o O mediador, que atuará
m
p lc
preferencialmente nos casos em que houver vínculo anterior entre
as partes, auxiliará aos interessados a compreender as questões e
os interesses em conflito, de modo que eles possam, pelo
restabelecimento da comunicação, identificar, por si próprios,
soluções consensuais que gerem benefícios mútuos.

E) ERRADO. Art. 172. O conciliador e o mediador ficam impedidos,


pelo prazo de 1 (um) ano, contado do término da última audiência
em que atuaram, de assessorar, representar ou patrocinar
qualquer das partes.

17. CONTESTAÇÃO

A contestação será oferecida em um prazo de 15 dias, incumbindo ao réu alegar


toda a sua matéria de defesa (Princípio da Eventualidade ou Concentração de defesa),

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expondo as razões de fato ou de direito com que impugna o pedido do autor e
especificando as provas que serão produzidas.

Enunciado 122: O prazo de contestação é contado a partir do primeiro dia útil


seguinte à realização da audiência de conciliação ou mediação, ou da última sessão de
conciliação ou mediação, na hipótese de incidência do art. 335, inc. I, do CPC.

Quando o réu apresentar qualquer fato que possa modificar, impedir ou extinguir
o direito do autor, este será intimado para apresentar impugnação à contestação, no
prazo também de 15 dias.
O artigo 337, do CPC, prevê as hipóteses de alegações preliminares à contestação,
sendo que, por ter incluído diversas novas hipóteses, que antes eram alegadas por meio
de

exceção, é um assunto recorrentemente cobrado em prova. Assim, o candidato deve ter


conhecimento claro sobre todo o rol de preliminares, de maneira que abaixo serão
a l
n
expostas as inovações, por se tratar dos incisos mais cobrados pelos examinadores:
io
II - Incompetência absoluta ou relativa;
a c
III - Incorreção ao valor da causa; u c ER
E M d IL
e
XI - Ausência de legitimidade ou de interesse processual.
rt RO
p o OR
A cobrança se volta ao fato de o inciso ter sido alterado para a

S C 41- m u H 89
retirada da impossibilidade jurídica do pedido, já que não se trata
mais de condição da ação.

um IZ .7 .co
er L U 4 il
XIII - Indevida concessão do benefício da justiça gratuita.

V O . 0 4 ma
d R 4 3 g
As matérias preliminares são de ordem pública, devendo ser
A PE D 0 er@
l
reconhecidas de ofício pelo juiz, salvo as hipóteses de convenção
i
de arbitragem e incompetência relativa.
m
lc consumativa do direito de apresentar contestação, se o
Enunciado 124: Não há preclusão
réu se manifesta, antes dapdata da audiência de conciliação ou de mediação, quanto à
incompetência do juízo.

RECONVENÇÃO:

A reconvenção será alegada em um tópico específico da própria contestação,


intimando-se, da alegação, o advogado do autor para apresentar resposta em quinze dias.

Com o advento da Lei 13.105/15, não há mais necessidade da apresentação de


contestação para reconvir, podendo a reconvenção ser proposta:

 Contra o autor e um terceiro, chamada de ampliação subjetiva


da reconvenção.

 Pelo réu em litisconsórcio com um terceiro;

 Independente de contestação.
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Ei futuro defensor, se liga: se o autor for substituto processual, o reconvinte
deverá afirmar ser titular de direito em face do substituído, e a reconvenção
deverá ser proposta em face do autor, também na qualidade de substituto
processual.

Enunciado recente da II Jornada de Processo Civil do CJF/STJ:


ATENÇÃO! Enunciado 120: Deve o juiz determinar a emenda também na
reconvenção, possibilitando ao reconvinte, a fim de evitar a sua
rejeição prematura, corrigir defeitos e/ou irregularidades.

Enunciado 133: É admissível a formulação de reconvenção em resposta aos

a l
embargos de terceiro, inclusive para o propósito de veicular pedido típico de ação
pauliana, nas hipóteses de fraude contra credores.
io n
a c
17.1 REVELIA
u c ER
E M d IL
Não apresentada a resposta do réu, este será considerado revel, possuindo o
referido instituto dois efeitos: e
rt RO
p o OR
1) Processual: que consiste na não intimação do réu para os atos seguintes do processo
S C 41- m u H 89
e na preclusão em desfavor do réu do poder de alegar algumas matérias de defesa;

um
2) Material: os prazos contra o réu revel que não tenha advogado fluem a partir da
IZ .7 .co
er L U
publicação da decisão, possibilidade de julgamento antecipado do mérito da causa e
4
4 ma il
a presunção de veracidade aos fatos alegados na inicial.

d V R O
4 3 . 0 g
A PE D 0 er@
É importante sabe que o efeito da presunção de veracidade dos fatos alegados não
l
ocorrerá quando:
mi
p lc
Houver pluralidade de
A petição inicial não
estiver acompanhada de
réus e um deles contestar instrumento que a lei
a ação; considera indispensável à
prova do ato;

As alegações formuladas
pelo autor forem
litígio versar sobre direito inverossímeis ou
indisponível; estiverem em
contradição com a prova
por ele produzida.

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ANO: 2016. BANCA: FCC. ÓRGÃO: DPE-BA

Sobre as respostas do réu, é correto afirmar:

a) Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para


manifestar pretensão própria, ainda que não conexa com a ação
principal nem com o fundamento da defesa.
QUESTÃO 12:
CONTESTAÇÃO b) Para o réu propor reconvenção é necessário que apresente
contestação.

c) Se o réu, na contestação, deixar de alegar incompetência


absoluta ou relativa, o juiz conhecerá de tais matérias de ofício.
a l
n
d) Havendo alegação de incompetência relativa ou absoluta, a
io
c
contestação poderá ser protocolada no foro de domicílio do réu.
a
u c ER
e) A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que

processo quanto à reconvenção.E M d IL


impeça o exame de seu mérito obsta o prosseguimento do

e
rt RO
GABARITO COMENTADO:
p o OR
S C 41- m u H 89
CORRETA: Letra d, por previsão expressa do artigo 340. Após o

um
protocolo da petição, o fato será comunicado ao juiz da causa, de
IZ .7 .co
er L U il
forma eletrônica, preferencialmente.
4
4 ma
d V R O
4 3 . 0
INCORRETAS:
g
A PE D 0 er@
1.
l Ao réu é dada a possibilidade de apresentar
i
reconvenção, em tópico específico da contestação, porém a
m
p lc
matéria deve, necessariamente, ter conexão com a ação principal
ou com a matéria de defesa, conforme exposto no artigo 343.

2. Uma das novidades trazidas pelo NCPC é a


possibilidade de a parte ré apresentar reconvenção,
independente de apresentar contestação; estando, portanto,
errada a alternativa, nos termos do artigo 343, §6º.

3. A incompetência relativa não pode ser reconhecida de


ofício pelo juiz. Assim, caso não seja alegada em preliminar de
contestação, haverá prorrogação da competência (artigo 65). Por
outro lado, por se tratar de matéria de ordem pública, a
incompetência absoluta poderá ser alegada a qualquer tempo e
grau de jurisdição, inclusive de ofício pelo juiz (artigo 64, §1º).

4. Mesmo que haja desistência da ação ou que ocorra


causa extintiva sem julgamento de mérito, se o réu apresentou
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reconvenção, está será analisada, vide previsão do artigo 343, §2º.

5.

ANO: 2018. BANCA: FCC. ÓRGÃO: DPE-AM. PROVA: DEFENSOR


PÚBLICO

Considere as seguintes situações abaixo, retratando decisões


havidas em três processos diferentes:

I. Antes da citação do demandando, o juiz julga liminarmente


improcedente o único pedido feito pelo autor, em razão de
contrariar súmula do Superior Tribunal de Justiça.

II. Após a apresentação de contestação, o juiz julga parcialmente o


mérito, para o fim de acolher um dos pedidos feitos pelo autor em
razão de sua incontrovérsia.

a l
n
III. O juiz não acolhe a contradita de uma testemunha arrolada
io
testemunha. a c
pela parte adversa, toma o compromisso e colhe o depoimento da

u c ER
d IL
E M
IV. O juiz decide antecipadamente o mérito, julgando
e
parcialmente procedente o único pedido feito pelo autor,
rt RO
inicial. p o OR
concedendo a pretensão em menor medida daquela postulada na

S C 41- m u H 89
um
Considere as sistemáticas recursais abaixo:
IZ .7 .co
V er L U 4 il
4 ma
1. Não há recorribilidade imediata, devendo a questão ser objeto
O . 0
d R 4 3 g
de preliminar de apelação.
A PE D 0 er@
l
2. Cabe apelação, com a possibilidade de juízo de retratação.
m i
plc sem a possibilidade de juízo de retratação.
3. Cabe apelação,

4. Cabe agravo de instrumento.

A correta correspondência entre as decisões e o sistema recursal


aplicável está APENAS em

a) I-2; II-4; III-1; IV-3.

b) I-3; II-4; III-1; IV-2.

c) I-2; II-1; III-4; IV-3.

d) I-4; II-4; III-1; IV-4.

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e) I-2; II-3; III-4; IV-4.

GABARITO: A.

I. 2. Cabe apelação, com a possibilidade de juízo de retratação.

Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz,


independentemente da citação do réu, julgará liminarmente
improcedente o pedido que contrariar:

I - enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do


Superior Tribunal de Justiça;

(...)

§ 3o Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em 5 (cinco)


dias.
a l
II 4. Cabe agravo de instrumento
io n
a c
u c ER
Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou
d IL
mais dos pedidos formulados ou parcela deles:
E M
I - mostrar-se incontroverso; e
rt RO
p o OR
(...)
S C 41- m u H 89
um IZ .7 .co
§ 5o A decisão proferida com base neste artigo é impugnável por

V er L
O
U
.
4
0
il
agravo de instrumento.
4 ma
d R 4 3 g
III 1. Não há recorribilidade imediata, devendo a questão ser
A PE D 0 er@
objeto de preliminar de apelação.
l
mi
p lc
Trata-se de uma decisão de natureza interlocutória, conforme
disposição dos seguintes artigos artigos:

Art. 203. Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças,


decisões interlocutórias e despachos.

§ 1o Ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos


especiais, sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz,
com fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do
procedimento comum, bem como extingue a execução.

§ 2o Decisão interlocutória é todo pronunciamento judicial de


natureza decisória que não se enquadre no § 1o.

Art. 1.009. Da sentença cabe apelação.

§ 1o As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a


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decisão a seu respeito não comportar agravo de instrumento,
não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em
preliminar de apelação, eventualmente interposta contra a
decisão final, ou nas contrarrazões.

IV. 3. Cabe apelação, sem a possibilidade de juízo de retratação.

Trata-se de uma decisão de mérito a respeito de um único pedido,


por isso, não sendo uma decisão parcial, o recurso cabível é uma
apelação, caindo na regra geral mesmo.

Art. 1.009. Da sentença cabe apelação.

Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-AM Prova: FCC - 2018 - DPE-
AM - Defensor Público - Reaplicação

João, por meio da Defensoria Pública, ajuizou por meio eletrônico


demanda que corre pelo procedimento comum contra Pedro e
a l
io n
Tiago, salientando em sua petição inicial o desinteresse na
c
audiência de tentativa de conciliação. O juiz recebeu a inicial,
a
c ER
designou a audiência prévia de tentativa de conciliação para o dia
u
E M d IL
29 de junho de 2018 e determinou a citação dos demandados.
Citado, Pedro, peticionou por meio de advogado nos autos
e
rt RO
informando seu desinteresse na audiência de tentativa de
o OR
conciliação, em 02 de maio de 2018 (quarta-feira). Tiago
p
S C 41- m u H 89
constituiu outro advogado e também apresentou petição
informando o seu desinteresse nesta audiência no dia 04 de maio.
m Z .7 .co
Considerando como feriado somente os dias 31 de maio e 1º de
u I
V er L U 4
0
il
junho, o prazo para a contestação de Pedro se inicia na data do
4 ma
protocolo de petição
O .
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
A) de Pedro e se encerra no dia 22 de maio de 2018.
l
mi
lc
B) de Pedro e se encerra no dia 25 de maio de 2018.
p
C) de Pedro e se encerra no dia 14 de junho de 2018, em razão da
dobra do prazo por serem litisconsortes passivos representados
por advogados diferentes.

D) de Tiago e se encerra no dia 20 de junho de 2018, em razão da


dobra do prazo por serem litisconsortes passivos representados
por advogados diferentes.

E) de Pedro e se encerra no dia 23 de maio de 2018.

GABARITO: E.

Art. 219. Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou


pelo juiz, computar-se-ão somente os dias úteis.

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Art. 224. Salvo disposição em contrário, os prazos serão contados
excluindo o dia do começo e incluindo o dia do vencimento.

Art. 229. Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de


escritórios de advocacia distintos, terão prazos contados em
dobro para todas as suas manifestações, em qualquer juízo ou
tribunal, independentemente de requerimento.

§ 2o Não se aplica o disposto no caput aos processos em autos


eletrônicos.

Art. 335. O réu poderá oferecer contestação, por petição, no prazo


de 15 (quinze) dias, cujo termo inicial será a data:
I - da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última
sessão de conciliação, quando qualquer parte não comparecer ou,
comparecendo, não houver autocomposição;
II - do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de
a l
a hipótese do art. 334, § 4o, inciso I;
io n
conciliação ou de mediação apresentado pelo réu, quando ocorrer

a c
III - prevista no art. 231, de acordo com o modo como foi feita a
citação, nos demais casos.
u c ER
E M d IL
§ 1o No caso de litisconsórcio passivo, ocorrendo a hipótese
do art. 334, § 6o, o termo inicial previsto no inciso II será, para
e
rt RO
cada um dos réus, a data de apresentação de seu respectivo

p o OR
pedido de cancelamento da audiência.

S C 41- m u H 89
m Z .7 .co
18. JULGAMENTO ANTECIPADO DO MÉRITO
u I
V O er L
.
U
0
4
4 ma il
O juiz julgará antecipadamente o mérito quando não houver necessidade de
d R 4 3 g
A PE D
produção de outras provas ou quando reconhecer os efeitos da revelia ao réu revel e não
0 er@
l
houver requerimento de provas.
mi
Novidade interessante e muito cobrada é a possibilidade de julgamento
p lc
antecipado parcial do mérito. Assim, quando o pedido se mostrar incontroverso ou
quando parcela da decisão estiver em condições de imediato julgamento, o juiz poderá
julgar parcialmente o mérito.
Referida decisão será líquida ou ilíquida, sendo permitida a execução imediata,
podendo ocorrer em autos apartados, independente de caução, por se tratar de decisão
de mérito, ainda que haja recurso. Transitada em julgada a decisão, a execução passa a
ser definitiva.
Da decisão que julga parcialmente o mérito, caberá o recurso de agravo de
instrumento, nos termos do parágrafo 5º, do artigo 356, do CPC, cumulado com o artigo
1.015, II, do mesmo código.

Enunciado recente da II Jornada de Processo Civil do CJF/STJ: Enunciado


117: O art. 356 do CPC pode ser aplicado nos julgamentos dos
ATENÇÃO! tribunais.

Enunciado 125: A decisão parcial de mérito não pode ser


modificada senão em decorrência do recurso que a impugna.
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Enunciado 126: O juiz pode resolver parcialmente o mérito, em relação à matéria
não afetada para julgamento, nos processos suspensos em razão de recursos repetitivos,
repercussão geral, incidente de resolução de demandas repetitivas ou incidente de
assunção de competência.

Fique atento ao esquema abaixo para ajudar na memorização dos casos de


julgamento antecipado do mérito e do julgamento antecipado parcial do mérito:

JULGAMENTO ANTECIPADO JULGAMENTO ANTECIPADO


DO MÉRITO PARCIAL DO MÉRITO

Quando não houver Quando um ou mais


a l
necessidade de
io
pedidos ou parcelasn
produção de outras
provas; e a c
deles se mostrar
incontroverso; e
u c ER
E M d IL
Quando o réu for revel, e
rt RO Quando um ou mais
ocorrer o efeito
p o OR pedidos ou parcelas
previsto no art. 344 e
S C 41- m
não houver u H 89 deles estiver em
condições de imediato

um IZ .7 .co
requerimento de prova. julgamento.

V O er L
.
U
0
4
4 ma il
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
mi
p lc
ANO: 2016. BANCA: FCC. ÓRGÃO: DPE-ES. PROVA: DEFENSOR
PÚBLICO

Em uma ação proposta com pedido de condenação a indenização


por danos materiais e danos morais, após a apresentação de
contestação, o magistrado entende que o primeiro pedido restou
QUESTÃO: incontroverso, e, por isso, condenou o réu ao pagamento dos
JULGAMENTO danos materiais comprovados e, no mesmo ato, determinou o
ANTECIPADO prosseguimento da ação somente em relação aos danos morais.
DO MÉRITO Esta decisão tem natureza jurídica de

a) sentença final de mérito e, portanto, desafia recurso de


apelação.
b) julgamento antecipado parcial de mérito e, portanto,
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desafia recurso de agravo de instrumento.
c) julgamento antecipado parcial de mérito e, portanto,
desafia recurso de apelação.
d) tutela provisória incidental de urgência e, portanto, desafia
recurso de agravo de instrumento.
e) tutela provisória incidental da evidência, mas não
apresenta recorribilidade imediata, pois não comporta recurso de
agravo de instrumento, mas apenas apelação após a sentença
final.

GABARITO: B

Art. 355. O juiz julgará antecipadamente o pedido,


proferindo sentença com resolução de mérito, quando:.
I - não houver necessidade de produção de outras provas;
II - o réu for revel, ocorrer o efeito previsto no art. 344 e
a l
não houver requerimento de prova, na forma do art. 349.
io n
a c
u c ER
Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um
ou mais dos pedidos formulados ou parcela deles:
I -
E M
mostrar-se d IL incontroverso;
e
rt RO
II - estiver em condições de imediato julgamento, nos
termos do art. 355.
p o OR
S C 41- m u H 89
Art.356 § 5o A decisão proferida com base neste artigo é
m Z .7 .co
impugnável por agravo de instrumento.
u I
19. V O er L
.
U
0
DECISÃO DE SANEAMENTO
4
4 ma il
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
mi
A decisão de saneamento consiste no ato de organização do processo, em que o
juiz resolve questões preliminares pendentes, delimita as questões fáticas,
p lc
especificando os meios de prova permitidos, define o ônus da prova, delimita as
questões de direitos relevantes à decisão e, se necessário, designa audiência de
instrução e julgamento.

A decisão de saneamento é uma decisão interlocutória, que desafia agravo de


instrumento. Esta decisão pode ser proferida pelo juiz sozinho, ou em conjunto com as
partes, como se verá adiante.
Se, na decisão de saneamento, o juiz determinar a produção de prova oral, da
data de intimação da decisão, inicia-se o prazo de quinze dias, para que as partes
apresentem o rol de testemunhas.
O número de testemunhas não poderá ser superior a dez, sendo, no máximo, três
para a prova de cada fato. Levando-se em consideração o grau de complexidade da
demanda, o magistrado tem a faculdade de limitar o número de testemunhas a serem
ouvidas.
Determinada a produção de prova pericial, o juiz nomeará perito especializado e
fixará de imediato o prazo para a entrega do laudo, tendo as partes quinze dias, a contar
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da intimação da decisão, para arguir suspeição e impedimento do perito, apresentar
quesitos e indicar assistente técnico.
Relativamente ao saneamento do processo, o NCPC trouxe algumas novidades
que podem ser cobradas em prova, como o saneamento consensual, aquele derivado de
iniciativa das partes, ao qual venha o juiz aderir e o saneamento compartilhado/em
cooperação, o qual ocorre em audiência designada para esse fim, na qual juiz e partes,
em colaboração, realizarão o saneamento do processo.
Nesta decisão, o juiz resolverá as questões processuais pendentes, delimitar as
questões de fato sobre as quais deverão recair a atividade probatória e os meios de prova
admitidos, poderá também distribuir o ônus da prova, delimitar as questões de direito
relevantes e designar audiência de instrução e julgamento.
Quanto às questões de fato e de direito, as partes podem delimitar
consensualmente (art. 357, §2º), devendo esse acordo ser homologado. No entanto,
havendo complexidade sobre a matéria de fato ou de direito, o juiz pode designar uma
audiência para realizar o saneamento com a cooperação das partes (art. 357, §3º).

a
Enunciado 127: O juiz pode homologar parcialmente al
ATENÇÃO!
io n
delimitação consensual das questões de fato e de direito, após
c
consulta às partes, na forma do art. 10 do CPC.
a
u c ER
E M d IL
20. DA PROVA
e
rt RO
p o OR
20.1 ÔNUS DA PROVA
S C 41- m u H 89
um IZ .7 .co
O ônus da prova será delimitado na decisão de saneamento, mas, ao fixá-lo, o juiz

V O er L
. 0
U4 ma4 il
deve observar uma peculiaridade trazida no artigo 373. Isto porque, apesar de mantido o
sistema estático de ônus da prova como regra (incumbe ao autor a prova do fato
d R 4 3 g
constitutivo de seu direito e ao réu, a existência de fato impeditivo, modificativo ou
A PE D 0 er@
extintivo do direito do autor), o parágrafo primeiro inovou ao possibilitar a distribuição
l
dinâmica do ônus da prova.
mi
p lc
A exceção (distribuição dinâmica da prova) ocorrerá quando as peculiaridades da
causa impossibilitem ou dificultem excessivamente a produção da prova por aquele quem
em regra deveria fazê-la. Também será possível quando a parte contrária tiver maior
facilidade na obtenção da prova.
O juiz irá avaliar qual parte está em melhores condições de produzir a prova e, por
decisão fundamentada, decidirá o ônus.
Outra possibilidade é a inversão convencional da prova, que será admitida quando
o direito recair sobre direito disponível e que não gere à outra parte uma prova diabólica,
ou seja, excessivamente difícil de ser produzida.

TÓPICOS SOBRE A PRODUÇÃO DE PROVA

 A produção antecipada de prova, que não mais consiste em uma ação


cautelar, será admitida não apenas para fundamentar pedido em ação

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principal, quando há fundado receio em seu perecimento (inciso I), de maneira
que, o artigo 381 também autoriza a prova antecipada quando: seu resultado
puder viabilizar a autocomposição do conflito ou outro meio adequado de
solução de conflito (inciso II) ou, quando do prévio conhecimento dos fatos,
possa justificar ou evitar o ajuizamento da ação (inciso III).

 Na produção antecipada de provas serão citados todos os interessados em sua


produção, porém é inadmissível a apresentação de defesa ou recurso, salvo se
houver indeferimento total do pedido. Isto porque o procedimento visa
apenas à produção de prova, que será instrumentalizada no processo
principal, momento em que se possibilitará o contraditório.

 A produção antecipada da prova é da competência do foro onde esta deve ser


produzida ou do foro de domicílio do réu, porém o ato não previne o juízo
para o julgamento da ação que será posteriormente proposta.

 É vedado ao juiz se manifestar sobre a produção de provas, devendo, ao fim


l
do procedimento, dar fim ao processo, que ficará disponível em secretaria por
a
um mês, para a providência das partes.
io n

a c
A ata notarial (artigo 384) consiste na manifestação do tabelião sobre a

u c ER
existência e o modo de existir de algum fato, a requerimento do interessado.

E M d IL
Não se confunde com a escritura pública e tem ampla utilidade nos dias atuais,
notadamente, para atestar questões expostas na rede mundial de
e
rt RO
computadores, pela efemeridade de sua existência.
p o OR

u H 89
Ao advogado compete a intimação da testemunha para a audiência de
S C 41- m
instrução e julgamento, por meio de carta com aviso de recebimento. A carta
m IZ .7 .co
deverá ser juntada aos autos, em um prazo máximo de três dias antes da
u
V O er L
. 0
U4 ma4 il
audiência. A juntada é importante, pois a intimação da testemunha poderá ser
feita judicialmente quando ela tiver sido intimada nos moldes acima descritos,
d R 4 3 g
mas não compareceu ao ato.
A PE D 0 er@
l
 i
O primeiro ato da audiência de instrução e julgamento será a tentativa do
m
p lc
magistrado de promover a conciliação entre as partes, tentativa esta que pode
ser renovada a qualquer tempo.

 Finalizada a AIJ, caso não sejam apresentados memoriais de forma oral em


audiência, o autor e, após, sucessivamente, o réu, terão o prazo de 15 dias
para apresentar as alegações finais.

 Enunciado 128: Exceto quando reconhecida sua nulidade, a convenção das


partes sobre o ônus da prova afasta a redistribuição por parte do juiz.

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Ano: 2017. Banca: FCC. Órgão: DPE-PR

O Novo Código de Processo Civil

a) exige do juiz, sempre que inverter o ônus da prova, que dê


oportunidade à parte para se desincumbir do ônus que lhe tenha
atribuído.

b) prevê que a distribuição diversa do ônus da prova também


pode ocorrer por convenção das partes, desde que celebrada
durante o processo.
PROVAS
c) extingue a ação cautelar de produção antecipada de provas, não
l
sendo mais possível a dilação probatória em caráter antecedente.
a
io n
d) adota com exclusividade a distribuição dinâmica do ônus da
prova.
a c
u c ER
e) admite a utilização de prova produzida em outro processo,

E M d IL
devendo o juiz, contudo, atribuir a ela o mesmo valor dado no
processo originário.
e
rt RO
GABARITO COMENTADO:
p o OR
S C 41- m u H 89
CORRETA: Letra A, nos termos do §1º, do artigo 373, que
m IZ .7 .co
determina ao juiz a obrigação de possibilitar a parte de se
u
V er L
O
U
. 0
4 il
desincumbir do ônus da prova que lhe foi conferido, sempre que
4 ma
este for atribuído de modo diverso.
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
INCORRETAS:
l
mi
B) A distribuição do ônus da prova por convenção das partes não
p lc
possui a obrigatoriedade de ser realizada durante o processo, pois,
de acordo com o artigo 373, §§ 3º e 4º, a convenção poderá ser
realizada tanto antes, quanto durante o processo.

C) De fato, houve a extinção da ação cautelar de produção


antecipada de provas, mas ainda há a possibilidade de as provas
serem produzidas em caráter antecedente ao processo principal,
por procedimento expresso nos artigos 381 a 383, do CPC.

D) Por mais que o NCPC tenha trazido a possibilidade de


distribuição dinâmica do ônus da prova, esta não foi a regra
exclusiva trazida pela legislação processual. É importante que o
candidato saiba que a distribuição estática do ônus da prova ainda
é a regra no processo civil, sendo a dinâmica possibilitada, em
determinados casos, por decisão fundamentada do juiz ou por
convenção das partes.

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E) A utilização de prova emprestada é ato expressamente
autorizado pelo NCPC, conforme previsão do artigo 372. O erro da
alternativa foi em afirmar que o juiz deve conferir à prova
emprestada o mesmo valor conferido ao processo original. Isto
porque, a prova emprestada apenas se torna possível se garantido
a parte o direito ao contraditório, sendo que o juiz deverá dar a
ela o valor que considerar adequado, não se vinculando ao
processo original.

ANO: 2018 BANCA: FCC ÓRGÃO: DPE-AM PROVA: FCC - 2018 -


DPE-AM - DEFENSOR PÚBLICO - REAPLICAÇÃO

Considere as assertivas abaixo.


I. O depoimento pessoal da parte não pode ser determinado de
ofício pelo juiz. II. Em ações de estado e de família, a parte não é
obrigada a prestar depoimento sobre fatos, ainda que venham a
resultar em desonra própria. III. Haverá confissão ficta quando a
parte, pessoalmente intimada para prestar depoimento pessoal e
a l
advertida da pena de confesso, não comparece em juízo. IV. É
io n
c
vedado a quem ainda não depôs assistir ao interrogatório da outra
a
depoimento u c ER
parte. V. A parte não tem legitimidade para requerer o seu próprio
pessoal.
E M d IL
Em consonância com as disposições do Código de Processo Civil,
e
rt RO
está correto o que se afirma APENAS em

p o OR
A) II e IV.
S C 41- m u H 89
um
B) II, III e V.
IZ .7 .co
V er L U 4
C) I, II e V.
O . 0
il
4 ma
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
D) III, IV e V.
l
E) I, III e IV. mi
p lc
GABARITO: D.

I. ERRADO. Art. 385. Cabe à parte requerer o


depoimento pessoal da outra parte, a fim de que esta
seja interrogada na audiência de instrução e
julgamento, sem prejuízo do poder do juiz de ordená-
lo de ofício.
II. ERRADO. Art. 388. A parte não é obrigada a depor
sobre fatos: III - acerca dos quais não possa responder
sem desonra própria, de seu cônjuge, de seu
companheiro ou de parente em grau sucessível;

Parágrafo único. Esta disposição não se aplica às ações de estado


e de família.

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III. CERTO. Art. 386. § 1o Se a parte, pessoalmente
intimada para prestar depoimento pessoal e advertida
da pena de confesso, não comparecer ou,
comparecendo, se recusar a depor, o juiz aplicar-lhe-á a
pena.
IV. CERTO. Art. 385. § 2o É vedado a quem ainda não
depôs assistir ao interrogatório da outra parte.
V. CERTO. Art. 385. Cabe à parte requerer o depoimento
pessoal da outra parte, a fim de que esta seja
interrogada na audiência de instrução e julgamento,
sem prejuízo do poder do juiz de ordená-lo de ofício.

21. SENTENÇA

A sentença consiste no pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento


nos artigos 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como
a l
extingue a execução.
io n
a c
Com relação à sentença, o candidato deve ter atenção às hipóteses previstas no
u c ER
artigo 485, que dizem respeito à sentença que não resolve o mérito (sentenças

E M d IL
terminativas). Atenção à previsão dos incisos II e III, já que, nas hipóteses de abandono da
e
causa, antes da extinção do processo sem resolução de mérito, as partes serão intimadas
rt RO
o OR
pessoalmente para suprir a falta, em um prazo de cinco dias.
p
S C 41- m u H 89
Somente após o decurso deste prazo, se mantida a inércia, haverá a extinção do

um
processo sem resolução de mérito.
IZ .7 .co
er L U 4
4 ma il
A apelação da sentença que extingue o processo sem resolução de mérito é dotada
V O . 0
d 3 g
de efeito regressivo; podendo, portanto, o juiz em um prazo de cinco dias retratar-se de
R 4
A PE
sua decisão. D 0 er@
l
mi
No que tange à sentença que resolve o mérito, os examinadores costumam cobrar a
p lc
literalidade do artigo 487, devendo o candidato ter conhecimento de todas as hipóteses.
Atenção especial ao inciso II, pois, para que se reconheça a prescrição ou decadência,
salvo nas hipóteses de rejeição liminar do pedido, deve o juiz conceder à parte
prejudicada o direito ao contraditório, antes de proferir a decisão.

Necessário saber as hipóteses de sentenças ilíquidas, pois a regra é a sentença


líquida (art. 491). Atentar, igualmente, para o art. 495, que dispõe sobre a sentença
condenatória vale como título constitutivo de hipoteca judiciária, quando a condenação
consistir em prestação em dinheiro, ou que tenha convertido as obrigações de fazer, não
fazer ou de dar coisa, em prestação pecuniária.

Ao sentenciar o juiz deve obedecer ao PRINCÍPIO DA


CONGRUÊNCIA (ou da ADSTRIÇÃO). Tal princípio encontra-se
ATENÇÃO! previsto no art. 492 do cpc/15 e traz uma proibição ao
magistrado, qual seja: não poderá o juiz conceder nada a mais
(ultra petita) ou diferente do que foi pedido (extra petita) e
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nem julgar menos do que foi pedido (citra petita).

Ainda, o candidato deve ter atenção aos elementos da fundamentação e,


consequentemente, quando a sentença não é considerada fundamentada (art. 489, §1º).
Atenção ao enunciado 10, do ENFAM:

A fundamentação sucinta não se confunde com a ausência de


fundamentação e não acarreta a nulidade da decisão se forem
enfrentadas todas as questões cuja resolução, em tese, influencie
a decisão da causa.

Enunciado 149: A falta de averbação da pendência de processo ou da existência de


hipoteca judiciária ou de constrição judicial sobre bem no registro de imóveis não impede
que o exequente comprove a má-fé do terceiro que tenha adquirido a propriedade ou
qualquer outro direito real sobre o bem.

a l
io n
a c
u c ER
ANO: 2017. BANCA: FCC. ÓRGÃO: DPE-SC
E M d IL
e
A respeito da sentença, da fundamentação das decisões judiciais
rt RO
e da coisa julgada na sistemática do atual Código de Processo
Civil,
p o OR
S C 41- m u H 89
A) o atual conceito de sentença é finalístico, pois leva em
QUESTÃO:
m Z .7 .co
consideração exclusivamente o efeito do ato, ou seja, somente
u I
er L
SENTENÇA
U 4 il
pode ser sentença o ato do juiz que coloca fim ao processo ou à
4 ma
d V R O
4 3 0
fase cognitiva do procedimento comum.
. g
A PE D B) denomina-se coisa julgada material a eficácia, que torna
0 er@
imutável e indiscutível a sentença, não mais sujeita a recurso
l
m i
ordinário ou extraordinário.
lc
C) apautoridade da coisa julgada somente se estende às
questões decididas no dispositivo de uma decisão de mérito,
não alcançando os motivos que determinaram o julgamento.
D) a decisão que concede tutela de urgência concedida em
caráter antecedente, caso não seja impugnada
tempestivamente, produz coisa julgada e só pode ser afastada
por meio de ação rescisória, no prazo de dois anos.
E) a fundamentação referenciada (per relationem) é autorizada
expressamente pelo novo Código de Processo Civil, desde que
emanada da mesma autoridade julgadora.
QUESTÃO:
SENTENÇA
GABARITO: C
COMENTÁRIOS:

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a) No CPC/15 houve a manutenção do critério conteudístico,
previsto no CPC/73 (conteúdo do ato), e o restabelecimento do
critério topográfico, pois a sentença é o pronunciamento que,
além de implicar nas hipóteses 6 dos arts. 485 ou 487, do
CPC/15, também estará no fim do processo, extinguindo a
execução ou colocando fim à fase de conhecimento. Professor
Barbosa Moreira chamou de critério topográfico aquele no qual
o pronunciamento está situado dentro do rito procedimental,
colocando ou não fim ao processo.
QUESTÃO:
SENTENÇA b) Art. 502. Denomina-se coisa julgada material
a autoridade que torna imutável e indiscutível a decisão de
mérito não mais sujeita a recurso.
Eficácia da sentença não se confunde com a autoridade da coisa
julgada/imutabilidade da sentença. A sentença é um ato jurídico
que pode produzir efeitos perante terceiros, sem que se fale em
uma imutabilidade para eles.
a l
io n
c) Art. 504. Não fazem coisa julgada: I - os motivos, ainda que
c
importantes para determinar o alcance da parte dispositiva da
a
c ER
sentença; II - a verdade dos fatos, estabelecida como
u
fundamento da sentença.
E M d IL
e
d) Art. 304, §6º - § 6o A decisão que concede a tutela não fará
rt RO
coisa julgada, mas a estabilidade dos respectivos efeitos só será
p o OR
afastada por decisão que a revir, reformar ou invalidar,

S C 41- m u H 89
proferida em ação ajuizada por uma das partes, nos termos do §
2o deste artigo.
um IZ .7 .co
V er L U
0
4 il
e) Não foi expressamente autorizada. Inclusive, há controvérsia
4 ma
doutrinária sobre a manutenção do entendimento anterior ao
O .
d R 3 g
NCPC do STF e STJ sobre a possibilidade desse tipo de
4
A PE D 0 er@
manifestação, em razão da suposta vedação trazida no novo
l i
código, face ao disposto no art. 1021, §3º É vedado ao relator
m
p lc
limitar-se à reprodução dos fundamentos da decisão agravada
para julgar improcedente o agravo interno e art. 489, p. 1, V e
VI.

QUESTÃO:
SENTENÇA
Ano: 2017. Banca: CESPE. Órgão: DPE-AC. Prova: Defensor
Público

Por determinação legal, o juiz não pode proferir decisão de teor


diverso daquele do pedido feito pelo autor, tampouco condenar
em quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe foi
demandado. A partir desse entendimento, assinale a opção
correta.

a) É licito ao juiz proferir sentença condicional.


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b) A sentença extra petita é aquela em que há majoração
ilícita de algo requerido na inicial.
c) A sentença ultra petita é aquela em que é conferido
direito não requerido na inicial.
d) Sentença fundamentada em razões diversas daquelas
presentes no recurso não é considerada extra petita.
e) Se o pedido de correção monetária não for formulado
pelo autor, o juiz não poderá se pronunciar sobre a questão.

GABARITO: D.
QUESTÃO:
SENTENÇA Vamos, primeiramente, estudar os conceitos de sentença
abordados na questão.

Sentença citra petita: julga menos do que foi pedido.


a l
Sentença ultra petita: julga a mais do que foi pedido.
io n
Sentença extra petita: julga diferente do que foi pedido.

a c
u c ER
a) ERRADO. Art. 492, Parágrafo único. A decisão deve ser
d IL
certa, ainda que resolva relação jurídica condicional.
E M
e
b) ERRADO. A alternativa definiu a sentença ultra petita.
rt RO
c) ERRADO. A alternativa definiu a extra petita.
p o OR
d) CERTO. O juiz não está vinculado aos fundamentos

S C 41- m u H 89
usados pelo autor.
e) ERRADO. Hipóteses de pedido implícito:
um IZ .7 .co
V O er L U 4
4 ma il
(1) despesas e custas processuais (art. 322, § 1º, CPC);
. 0
(2) honorários advocatícios (art. 322, § 1º, CPC);
d R 4 3 g
A PE D (3) correção monetária (art. 404 do CC e art. 322, § 1º, CPC);
0 er@
l
(3) prestações vincendas e inadimplidas na constância do
mi
processo em caso de contratos de trato sucessivo (art. 323,
CPC);
p lc
(4) os juros legais/moratórios (arts. 404 e 406, CC) – não sendo
considerados pedidos implícitos os juros convencionais ou
compensatórios.

21.1 REEXAME NECESSÁRIO

Trata-se de prerrogativa da Fazenda Pública que, com a Lei 13.105/15, foi atenuada,
havendo a modificação dos valores bases para que haja a remessa necessária.

É uma CONDIÇÃO DE EFICÁCIA da sentença proferida contra o Poder Público. Para


fins de prova, deve o candidato atentar aos valores determinados para cada ente
federativo, de forma que não haverá reexame necessário quando a decisão condenar:

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A UNIÃO e suas respectivas
autarquias e fundações ao • 1.000 SALÁRIOS MÍNIMOS;
pagamento de ATÉ:

Os ESTADOS, AO DISTRITO
FEDERAL, suas autarquias e
fundações de direito público ao
• 500 SALÁRIOS MÍNIMOS;
pagamento de ATÉ:

MUNICÍPIOS QUE
CONSTITUAM CAPITAL DE • 500 SALÁRIOS MÍNIMOS;
ESTADO ao pagamento de ATÉ :

Os DEMAIS MUNICÍPIOS e suas


respectivas autarquias e fundações • 100 SALÁRIOS MÍNIMOS.
públicas, ao pagamento de ATÉ:
a l
io n
a c
u c ER
E M d IL
e
rt RO
p o OR
S C 41- m
em parte, os embargos à execução fiscal;u H 89
- Também caberá a remessa necessária à decisão que julgar procedente, no todo ou

um IZ .7 .co
er L
- A hipótese prevista no artigo 496, §3º, somente dispensará o reexame necessário se a
U4 ma4 il
decisão tiver valor certo e líquido. Se a questão informar que a decisão foi ilíquida,

d V O 3 . 0 g
necessariamente haverá a remessa.
R 4
A PE D 0 er@
- Também não estará sujeita ao duplo grau de jurisdição, independentemente do
l
mi
valor, se a decisão condenatória estiver em consonância com súmula de tribunal

p lc
superior; acórdão proferido pelo STF ou STJ em julgamento de recursos repetitivos;
entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou
assunção de competência; entendimento coincidente com orientação vinculante
firmada no âmbito administrativo do próprio ente público, consolidada em
manifestação, parecer ou súmula administrativa.

- É proibida a reformatio in pejus em reexame necessário.

21.2 COISA JULGADA E QUESTÕES PREJUDICIAIS

A coisa julgada material é a autoridade que torna imutável e indiscutível a decisão de


mérito que não está mais sujeita a recurso. A decisão que julga total ou parcialmente o
mérito tem força de lei, nos limites da questão principal expressamente decidida.

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Apreciação das questões prejudiciais: As questões prévias podem ser:
preliminares, que são questões processuais que o juiz tem que apreciar para saber se vai
analisar o

mérito. Também podem ser prejudiciais, que se materializam quando o réu contesta o
fundamento jurídico do pedido. Neste caso, compete ao juiz apreciá-las e decidir, com
base nestas alegações, como deverá julgar o mérito.

EXEMPLO: Em uma ação de cobrança, a questão prejudicial será o fundamento jurídico


apresentado em contestação que diz respeito especificamente à ação. Já a preliminar
seria o caso da alegação de nulidade do contrato que fundamentou o pedido.

Sobre a questão prejudicial, o candidato deve saber que, mesmo que ela seja
decidida de forma incidental à sentença, haverá a aplicação do artigo 503, do CPC, de
maneira que será julgado o mérito da prejudicial, se:

- Da resolução da questão prejudicial depender o julgamento do mérito;


a l
io n
- A seu respeito estiver havido o contraditório prévio e efetivo, não se aplicando em
caso de revelia;
a c
u c ER
questão principal. E M d IL
- Se o juiz tiver competência, em razão da matéria e da pessoa para resolvê-la como

e
rt RO
o OR
21.3 LIQUIDAÇÃO E CUMPRIMENTO DE SENTENÇA
p

S C 41- m
Liquidação da sentença:u H 89
um IZ .7 .co
er L
A liquidação será feita quando a sentença condenar a parte sucumbente ao
U 4
4 ma il
pagamento de quantia ilíquida, podendo ser requerida tanto pelo credor quanto pelo
devedor.
d V R O
4 3 . 0 g
A PE D 0 er@
l i
MODALIDADES DE LIQUIDAÇÃO
m
p lc
LIQUIDAÇÃO POR SIMPLES CÁLCULO: quando a apuração depender apenas de cálculo
aritmético, poderá o credor promover, desde logo o cumprimento de sentença, não
sendo necessário um pedido específico de liquidação. O CNJ deverá disponibilizar um
programa de atualização de cálculos, a fim de auxiliar as partes (artigo 509, §3º). Não
consiste mais em uma forma específica de liquidação, sendo simples ato contínuo ao
cumprimento de sentença.

LIQUIDAÇÃO POR ARBITRAMENTO (Artigo, 509, I e 510): será utilizada quando for
necessário conhecimento técnico para elaborar a memória de cálculo, se, após a
intimação das partes para apresentação de pareceres ou documentos elucidativos,
persistir a necessidade de nomeação de perito especializado para a quantificação do
valor.

LIQUIDAÇÃO POR PROCEDIMENTO COMUM (Artigo 509, II e 511): Substituiu a antiga


liquidação “por artigos” e é utilizada quando para a apuração do quantum debeatur for
necessária à análise de fatos novos. Nesta modalidade, será iniciado um novo
procedimento comum, sendo intimado o devedor para, no prazo de 15 dias, contestar a
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liquidação.

21.4 CUMPRIMENTO DE SENTENÇA (ARTIGOS 513 A 538)

PRINCIPAIS TEMAS SOBRE CUMPRIMENTO DE SENTENÇA


Regra geral, a intimação do devedor para o cumprimento de sentença será feita pelo
diário de justiça eletrônico, na pessoa de seu advogado. Com relação aos devedores
que são assistidos pela defensoria pública ou quando não tiver procurador constituído
nos autos, a intimação será pessoal, por meio de carta com aviso de recebimento.

Se o requerimento de cumprimento de sentença ocorrer após um ano do trânsito em


julgado da decisão, a intimação será pessoal, por meio de carta com aviso de
recebimento, sendo vedada que seja feita na pessoa do advogado.
O cumprimento de sentença não poderá ser promovido em face do fiador, do a l
io n
coobrigado ou corresponsável que não tiver participado da fase de conhecimento.

a c
c ER
Quando o juiz decidir relação sujeita a condição ou termo, o cumprimento de
u
condição.
E M d IL
sentença dependerá da demonstração da ocorrência do termo ou do cumprimento da

e
rt RO
p o OR
No artigo 515, há a descrição dos títulos executivos judiciais, trazendo duas
importantes novidades, considerando títulos executivos judiciais: os créditos de
S C 41- m u H 89
auxiliar de justiça, quando as custas, emolumentos ou honorários tiverem sido

um
aprovados por decisão judicial, bem como a decisão interlocutória estrangeira, após a
IZ .7 .co
er L U
concessão de exequatur à carta rogatória, conferido pelo STJ.
4
4 ma il
d V R O
4 3 . 0
No cumprimento de sentença, poderá o exequente optar pelo juízo do executado ou
g
A PE D
pelo juízo onde se encontram os bens sujeitos a execução, solicitando a remessa dos
0 er@
l
autos ao juízo de origem.
mi
p lc
Transcorrido o prazo de 15 dias para o pagamento voluntário, poderá o exequente
apresentar em cartório certidão com o teor da decisão e protestar o título. Também
há a possibilidade da inclusão do nome do devedor no cadastro de restrição ao
crédito, que pode ser feito, inclusive, pelo próprio juiz por meio do sistema
SERASAJUD.

O artigo 518 trata do tema da normatização das exceções de pré-executividade. Todas


as questões relativas à validade do procedimento de cumprimento de sentença e dos
atos executivos subsequentes, poderão ser alegadas nos próprios autos. Trata-se de
uma defesa atípica, sendo possível a alegação de matérias conhecíveis de ofício e que
não demandam dilação probatória.

No cumprimento provisório de sentença, são devidas as multas e honorários


advocatícios.

No cumprimento provisório de sentença, poderá ser dispensada a caução, quando se


tratar de créditos de natureza alimentar ou quando se tratar de parte hipossuficiente
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econômica, garantindo o direito ao acesso à justiça (artigo 521).

No cumprimento definitivo da sentença, o devedor será intimado para pagar o débito


no prazo de 15 dias. Não ocorrendo o pagamento voluntário, haverá o acréscimo de
multa no valor de 10%, bem como de honorários advocatícios, também em 10%.

O mandado de penhora e avaliação independe do requerimento da parte, podendo o


juiz determinar o ato de ofício.

Passados os 15 dias para o pagamento voluntário inicia-se o prazo, independente de


nova intimação, também de 15 dias, para que o executado apresente impugnação ao
cumprimento de sentença.

O artigo 525 lista o rol de matérias que podem ser arguidas em impugnação ao
cumprimento de sentença, rol bastante amplo que deve ser conhecido pelo
candidato.

Desde que haja garantia do juízo, poderá o juiz conceder efeito suspensivo à
impugnação, desde que o executado demonstre a presença dos requisitos do artigo
a l
300 do CPC (fumus boni iuris e periculum in mora).
io n
a c
u c ER
No cumprimento de decisão que condena o réu ao pagamento de alimentos, é
permitido o protesto do título, de ofício pelo juiz, bem como a inscrição do nome do

E M d IL
devedor no cadastro de restrição ao crédito. Neste caso, a requerimento do
e
rt RO
exequente, o juiz intimará o executado para, no prazo de três dias, pagar o débito,

o OR
provar que o fez ou justificar a impossibilidade.
p
S C 41- m u H 89
O credor poderá optar pelo procedimento do artigo 528, que possibilita a prisão do
devedor, pelo prazo de um a três meses, pelo inadimplemento das três últimas
um IZ .7 .co
parcelas executadas, bem como pelas vincendas durante o procedimento (súmula 309
STJ).
V O er L
. 0
U4 ma4 il
d R 4 3 g
Caso não tenha interesse no pedido de prisão, poderá ser requerido o cumprimento
A PE D 0 er@
de sentença pelo procedimento comum de expropriação.
l
mi
p lc
Enunciado 146: O prazo de 3 (três) dias previsto pelo art. 528 do CPC conta-se em dias
úteis e na forma dos incisos do art. 231 do CPC, não se aplicando seu § 3º.

Enunciado 147: Basta o inadimplemento de uma parcela, no todo ou em parte, para


decretação da prisão civil prevista no art. 528, § 7º, do CPC.

É permitido o pedido de desconto do pagamento de verba alimentar diretamente da


folha de pagamento do executado ou dos seus rendimentos, sendo que este desconto
não pode ser superior a 50% dos ganhos líquidos do devedor (artigo 529, §3º).

No cumprimento de sentença em face da fazenda pública, o credor deverá apresentar


a memória do cálculo atualizado do valor devido, não sendo devida a multa de 10%
pela involuntariedade do pagamento. Isto porque a Fazenda Pública não é intimada
para pagar o crédito, mas sim para, querendo, apresentar defesa.

No cumprimento de sentença de obrigação de fazer, não fazer e entregar, poderá o


juiz converter a obrigação em perdas e danos, a requerimento do autor, se houver
impossibilidade do cumprimento específico ou quando o juiz conceder o resultado
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prático equivalente.

A decisão que fixa astreintes é passível de cumprimento provisório, todavia o


levantamento dos valores apenas será possível após o trânsito em julgado da decisão
favorável à parte.

Enunciado 136: A caução exigível em cumprimento provisório de sentença poderá ser


dispensada se o julgado a ser cumprido estiver em consonância com tese firmada em
incidente de assunção de competência.

JURISPRUDÊNCIA:

LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA: É possível ao julgador, na fase de liquidação de sentença


por arbitramento, acolher as conclusões periciais fundadas em presunções e
deduções para a quantificação do prejuízo sofrido pelo credor a título de lucros
cessantes. A utilização de presunções não pode ser afastada de plano, uma vez que
a
esta espécie de prova é utilizada pelo direito processual nacional como forma de l
io n
facilitação de provas difíceis, desde que razoáveis. Na apreciação de lucros cessantes,
c
o julgador não pode se afastar de forma absoluta de presunções e deduções,
a
c ER
porquanto deverá perquirir acerca dos benefícios legítimos que não foram realizados
u
E M d IL
por culpa da parte ex adversa. Exigir prova absoluta do lucro que não ocorreu, seria
impor ao lesado o ônus de prova impossível (prova diabólica). STJ. (Info 590).
e
rt RO
o OR
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA: Na fase de cumprimento de sentença, é incabível a
p
S C 41- m u H 89
rejeição do seguro garantia judicial pelo exequente, salvo por insuficiência, defeito
formal ou inidoneidade da salvaguarda oferecida. (Info 615, STF).

um IZ .7 .co
V O er L
. 0
U
4 ma 4 il
CUMPRIMENTO DA SENTENÇA: Se o devedor for assistido da Defensoria, o prazo do
art. 475-J do CPC/1973 deverá ser contado em dobro. Se o devedor for assistido da
d R 4 3 g
Defensoria Pública, o prazo do art. 475-J do CPC/1973 deverá ser contado em dobro,
A PE D 0 er@
ou seja, o executado terá 30 dias para o débito. A prerrogativa da contagem em dobro
l i
dos prazos tem por objetivo compensar as peculiares condições enfrentadas pelos
m
p lc
profissionais que atuam nos serviços de assistência judiciária do Estado, que
enfrentam deficiências de material, pessoal e grande volume de processos. A
intimação para o cumprimento da sentença gera ônus para o representante da parte
vencida, que deverá comunicá-la do desfecho
desfavorável da demanda e alertá-la de que a ausência de cumprimento voluntário
implica imposição de sanção processual. Logo, deve ser aplicado o prazo em dobro
nesta situação. STJ. (Info 594).

CUMPRIMENTO DE SENTENÇA: Na execução, a fiança bancária e o seguro garantia


judicial produzem os mesmos efeitos jurídicos que o dinheiro para fins de garantir o
juízo, não podendo o exequente rejeitar a indicação, salvo por insuficiência, defeito
formal ou inidoneidade. (Info 615).

EXECUÇÃO: O prazo para cumprimento voluntário de sentença deverá ser computado


em dobro no caso de litisconsortes com procuradores distintos (art. 229 do CPC). Em
regra, o prazo para cumprimento voluntário da sentença é de 15 dias úteis (art. 523

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do CPC). Se os devedores forem litisconsortes com diferentes procuradores, de
escritórios de advocacia distintos, este prazo de pagamento deverá ser contado em
dobro, nos termos do art. 229 do CPC/2015, desde que o processo seja físico. Assim, o
prazo comum para cumprimento voluntário de sentença deverá ser computado em
dobro (ou seja, em 30 dias úteis) no caso de litisconsortes com procuradores distintos,
em autos físicos. STJ. 4ª Turma. REsp 1.693.784-DF, Rel. Min. Luis Felipe Salomão,
julgado em 28/11/2017 (Info 619).

EXECUÇÃO DE ALIMENTOS: É possível a aplicação do art. 528, § 7º do CPC/2015 para


execuções iniciadas na vigência do antigo CPC. É possível a aplicação imediata do art.
528, § 7º, do CPC/2015 em execução de alimentos iniciada e processada, em parte, na
vigência do CPC/1973.
A regra do art. 528, §7º, do CPC/2015, apenas incorpora ao direito positivo o
conteúdo da pré-existente Súmula 309/STJ, editada na vigência do CPC/1973,
tratando-se, assim, de pseudonovidade normativa que não impede a aplicação
imediata da nova legislação processual, como determinam os arts. 14 e 1.046 do
CPC/2015. STJ. 3ª Turma. RHC 92.211-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em
a l
27/02/2018 (Info 621).
io n
a c
IMPENHORABILIDADE: Pacto de impenhorabilidade não pode ser oposto a terceiros.

u c ER
O pacto de impenhorabilidade de título patrimonial contido explicitamente em
d IL
estatuto social de clube desportivo não pode ser oposto contra exequente/credor não
E M
e
sócio. O pacto de impenhorabilidade previsto no art. 833, I, do CPC/2015 está
rt RO
limitado às partes que o convencionaram, não podendo envolver terceiros que não
p o OR
anuíram, salvo exceções previstas em lei. STJ. 3ª Turma. REsp 1.475.745-RJ, Rel. Min.

S C 41- m u H 89
Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 24/04/2018 (Info 625).

um IZ .7 .co
er L
TÍTULOS EXECUTIVOS: Contrato eletrônico de mútuo com assinatura digital é título
U4 ma4 il
executivo extrajudicial. O contrato eletrônico de mútuo com assinatura digital pode

d V R O
4 3 . 0
ser considerado título executivo extrajudicial. Neste caso, não será necessária a
g
A PE D 0 er@
assinatura de 2 testemunhas, conforme exige o art. 784, III, do CPC/2015. Na
l
assinatura digital de contrato eletrônico, uma autoridade certificadora (terceiro
mi
desinteressado) atesta que aquele determinado usuário realmente utilizou aquela
p lc
assinatura no documento eletrônico. Como existe esse instrumento de verificação de
autenticidade e presencialidade do contratante, é possível reconhecer esse contrato
como título executivo extrajudicial. STJ. 3ª Turma. REsp 1.495.920-DF, Rel. Min. Paulo
de Tarso Sanseverino, julgado em 15/05/2018 (Info 627).

IMPENHORABILIDADE: Os valores recebidos pelo beneficiário como indenização do


seguro de vida são impenhoráveis, mas até o limite de 40 salários mínimos. A
impenhorabilidade dos valores recebidos pelo beneficiário do seguro de vida limita-se
ao montante de 40 (quarenta) salários mínimos, por aplicação analógica do art. 833,
X, do CPC/2015, cabendo a constrição judicial da quantia que a exceder.
Cuidado com a redação literal do art. 833, VI, do CPC/2015: “São impenhoráveis: (...)
VI - o seguro de vida”. STJ. 3ª Turma. REsp 1.361.354-RS, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas
Cueva, julgado em 22/05/2018 (Info 628).

SÚMULAS

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Súmula 318, STJ: Formulado pedido certo e determinado, somente o autor tem
interesse recursal em arguir o vício da sentença ilíquida.
Súmula 344, STJ: A liquidação por forma diversa da estabelecida na sentença não
ofende a coisa julgada.

Ano: 2018. Banca: FCC. Órgão: DPE-AP. Prova: Defensor Público

No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de


obrigação de fazer ou de não fazer,
a) o executado incidirá nas penas de litigância de má-fé
quando injustificadamente descumprir a ordem judicial,
a l
io n
prejudicada a responsabilização por crime de desobediência.
SENTENÇA
a c
b) o mandado de busca e apreensão de pessoas e coisas será

u c ER
cumprido por dois oficiais de justiça, defeso o arrombamento.

E M d IL
c) o juiz poderá, de ofício ou a requerimento, modificar o valor
e
rt RO
ou a periodicidade da multa vincenda, ou excluí-la, caso verifique
o OR
que se tornou insuficiente ou excessiva e que o obrigado
p
S C 41- m u H 89
demonstrou cumprimento parcial superveniente.
d) a multa depende de requerimento da parte e poderá ser
um IZ .7 .co
aplicada em qualquer fase do processo, de conhecimento, em

V O er L U 4
4 ma il
tutela provisória ou em fase de execução.
. 0
d R 4 3 g
e) a decisão que fixa a multa não é passível de cumprimento
A PE D 0 er@
provisório, só se permitindo sua execução com o trânsito em
l i
julgado da sentença favorável à parte.
m
p lc
GABARITO: C. Letra da lei. A seguir, vocês devem ler os artigos do
CPC que explicam todas as alternativas.

Art. 536. No cumprimento de sentença que reconheça a


exigibilidade de obrigação de fazer ou de não fazer, o juiz poderá,
de ofício ou a requerimento, para a efetivação da tutela específica
ou a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente,
determinar as medidas necessárias à satisfação do exequente.

§ 1o Para atender ao disposto no caput, o juiz poderá determinar,


entre outras medidas, a imposição de multa, a busca e apreensão,
a remoção de pessoas e coisas, o desfazimento de obras e o
impedimento de atividade nociva, podendo, caso necessário,
requisitar o auxílio de força policial.

§ 2o O mandado de busca e apreensão de pessoas e coisas será


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cumprido por 2 (dois) oficiais de justiça, observando-se o disposto
no art. 846, §§ 1o a 4o, se houver necessidade de arrombamento.

§ 3o O executado incidirá nas penas de litigância de má-fé quando


injustificadamente descumprir a ordem judicial, sem prejuízo de
sua responsabilização por crime de desobediência.

Art. 537. A multa independe de requerimento da parte e poderá


ser aplicada na fase de conhecimento, em tutela provisória ou na
sentença, ou na fase de execução, desde que seja suficiente e
compatível com a obrigação e que se determine prazo razoável
para cumprimento do preceito.

§ 1o O juiz poderá, de ofício ou a requerimento, modificar o valor


ou a periodicidade da multa vincenda ou excluí-la, caso verifique
que:

I - se tornou insuficiente ou excessiva; a l


io n
a c
II - o obrigado demonstrou cumprimento parcial superveniente da
c ER
obrigação ou justa causa para o descumprimento.
u
E M d IL
§ 2o O valor da multa será devido ao exequente.
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p o OR
§ 3º A decisão que fixa a multa é passível de cumprimento

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provisório, devendo ser depositada em juízo, permitido o
levantamento do valor após o trânsito em julgado da sentença

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favorável à parte.

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.
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22.
d R 3 g
PROCESSO DE EXECUÇÃO (Artigos 771 e seguintes)
4
A PE D 0 er@
l
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PRINCIPAIS TEMAS SOBRE A EXECUÇÃO
O artigo 784 lista o rol de títulos executivos extrajudiciais, sendo novidades os incisos
X e XI, devendo o candidato ter atenção especial a eles. Neste sentido, também são
considerados títulos executivos extrajudiciais: os créditos referentes às contribuições
ordinárias ou extraordinárias de condomínio edilício e a certidão expedida por
serventia notarial ou de registro relativa a valores de emolumentos e demais
despesas.

A existência de título executivo extrajudicial não impede que a parte obtenha, por
meio de processo de conhecimento, o título judicial (artigo 785).

Para o reconhecimento de fraude à execução, a parte interessada deverá averbar a


execução no registro do bem objeto, constituindo a chamada averbação
premonitória. Isto porque, com o NCPC, a responsabilidade de pesquisa relativa à
constrição de bens, passa a ser da parte adquirente, de maneira que, havendo
averbação, há presunção relativa de fraude à execução, sendo ônus do adquirente do
bem a comprovação de que não agiu de má-fé.
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No processo de execução, instruindo o exequente a petição inicial com os
documentos exigidos pelo artigo 798, ao despachar a inicial o juiz determinará, desde
logo, o pagamento de honorários advocatícios em um montante de 10%. Porém, caso
o devedor pague integralmente o valor da dívida, em um prazo de três dias, o valor
dos honorários será reduzido pela metade (artigo 827).

Averbação premonitória: distribuída a execução poderá o exequente obter certidão


para a averbação premonitória de bens suficientes para cobrir a execução.
Formalizada a penhora, compete ao exequente cancelar a averbação quanto aos bens
excedentes ao valor devido, no prazo de 10 dias. Na eventualidade de não ser
cumprida referida determinação, o devedor terá direito à indenização, que será
apurada em autos apartados.

Na execução por quantia certa, o executado será citado para pagar a dívida no prazo
de três dias, contados da citação. Do próprio mandado de citação, já constará a ordem
de penhora e avaliação, a ser efetivada se não cumprido o pagamento no prazo legal,
conforme artigo 829.

a l
io n
Arresto executivo: ocorrerá quando o oficial de justiça não encontrar o executado
para que seja promovida a citação, podendo arrestar tantos bens, tantos quanto
a c
forem necessários à garantia da execução. Formalizado o arresto, nos 10 dias
u c ER
subsequentes o oficial procurará o executado por duas vezes e, havendo suspeita de

E M d IL
ocultação, realizará a citação com hora certa. Aperfeiçoada a citação e transcorrido o
e
prazo para pagamento, o arresto converter-se-á em penhora, independente de termo.
rt RO
p o OR
Nas execuções para a entrega de coisa, o executado será citado, para em 15 dias,

S C 41- m u H 89
satisfazer a obrigação, podendo o juiz fixar multa por dia de descumprimento.
É exceção à impenhorabilidade de verbas salariais (artigo 833) quando a dívida é
um IZ .7 .co
decorrente de natureza alimentar ou quando o montante recebido pelo devedor é
er L U 4
4 ma il
superior a 50 salários mínimos, podendo ser penhorada a importância excedente a
esta. V O . 0
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
Uma importante alteração no NCPC ocorreu sobre a ordem de penhora, pois o §1º, do
l i
artigo 835, estabelece a prioridade da penhora em dinheiro. Neste sentido, havendo
m
p lc
dinheiro a ser penhorado o juiz deve necessariamente formalizá-la, de maneira que
poderá alterar a ordem de preferência apenas com relação às demais espécies de
penhora.

De acordo com o artigo 854, será permitido que o juiz, a requerimento do exequente,
sem dar ciência prévia do ato ao executado, determine que as instituições financeiras
tornem os valores indisponíveis. Trata-se de ato anterior a penhora, que visa à
eficiência da medida, sendo o executado ouvido posteriormente.

O executado, independente da garantia do juízo, poderá propor embargos à


execução, no prazo de 15 dias contados da data da juntada do mandado de citação
aos autos, sendo expresso no artigo 917 as matérias passíveis de serem alegadas. Nos
termos do §1º, artigo 919, poderá a parte requerer ao juízo o efeito suspensivo aos
embargos, desde que comprovada o preenchimento dos requisitos previstos no artigo
300, do CPC, bem como efetivada a garantia do juízo.

Moratória legal: no prazo dos embargos, poderá o executado depositar 30% do valor
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da execução, acrescidos de custas e honorários advocatícios, e requerer que o
restante seja pago em até seis prestações, acrescido de juros de 1% ao mês, bem
como correção monetária. A informação mais importante, com relação ao artigo 916,
é de que a moratória legal apenas é cabível ao processo de execução, de maneira que
não é situação possível quando se tratar de cumprimento de sentença.

Enunciado 148: A reiteração pelo exequente ou executado de matérias já preclusas


pode ensejar a aplicação de multa por conduta contrária à boa-fé.

Enunciado 150: Aplicam-se ao direito de laje os arts. 791, 804 e 889, III, do CPC.

Enunciado 151: O legitimado pode remir a execução até a lavratura do auto de


adjudicação ou de alienação (CPC, art. 826).

Enunciado 152: O pacto de impenhorabilidade (arts. 190, 200 e 833, I) produz efeitos
entre as partes, não alcançando terceiros.

Enunciado 154: O exequente deve providenciar a intimação do coproprietário no caso


da penhora de bem indivisível ou de direito real sobre bem indivisível.
a l
io n
c
Enunciado 155: A penhora a que alude o art. 860 do CPC poderá recair sobre direito
a
c ER
litigioso ainda não reconhecido por decisão transitada em julgado.
u
d IL
Enunciado 156: O decurso de tempo entre a avaliação do bem penhorado e a sua
E M
e
alienação não importa, por si só, nova avaliação, a qual deve ser realizada se houver,
rt RO
nos autos, indícios de que houve majoração ou diminuição no valor.
p o OR
S C 41- m u H 89
Enunciado 157: No leilão eletrônico, a proposta de pagamento parcelado (art. 895 do
CPC), observado o valor mínimo fixado pelo juiz, deverá ser apresentada até o início

um IZ .7 .co
do leilão, nos termos do art. 886, IV, do CPC.

V er L0
U4 ma4 il
Enunciado 158: A sentença de rejeição dos embargos à execução opostos pela
O .
d R 3 g
Fazenda Pública não está sujeita à remessa necessária.
4
A PE D 0 er@
l
mi
p lc JURISPRUDÊNCIA

EXECUÇÃO: Em execução de título extrajudicial, o credor deve ser intimado para opor
fato impeditivo à incidência da prescrição intercorrente antes de sua decretação de
ofício. Esse dever de prévia intimação do credor para decretação da prescrição
intercorrente não era previsto expressamente no CPC/1973, sendo aplicado pelo STJ
com base na incidência analógica do art. 40, §§ 4º e 5º, da Lei no 6.830/80 (Lei de
Execução Fiscal). O CPC/2015, contudo, resolve a questão e prevê expressamente a
prévia oitiva das partes: Art. 921 (...) § 5º O juiz, depois de ouvidas as partes, no prazo
de 15 (quinze) dias, poderá, de ofício, reconhecer a prescrição de que trata o § 4º e
extinguir o processo. STJ. (Info 584)

EXECUÇÃO. PENHORA. É inválida a penhora da integralidade de imóvel submetido ao


regime de multipropriedade (time-sharing) em decorrência de dívida de condomínio
de responsabilidade do organizador do compartilhamento. A multipropriedade
imobiliária, mesmo não efetivamente codificada, possui natureza jurídica de direito
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real, harmonizando-se com os institutos constantes do rol previsto no art. 1.225 do
Código Civil. STJ. (Info 589).

EXECUÇÃO. A cota de fundo de investimento não se subsume à ordem de preferência


legal disposta no inciso I do art. 835 do CPC/2015 (art. 655 do CPC/1973). Em outras
palavras, as cotas de fundo de investimento não podem ser consideradas como
dinheiro aplicado em instituição financeira. STJ. (recurso repetitivo) (Info 589).

EXECUÇÃO. Em uma execução contra um banco, o magistrado determinou a penhora


de dinheiro constante de suas agências bancárias para pagamento do credor e negou
a nomeação que havia sido feita pelo banco para que a penhora recaísse sobre cotas
de fundo de investimento. O STJ decidiu que: A recusa da nomeação à penhora de
cotas de fundo de investimento, reputada legítima a partir das particularidades de
cada caso concreto, não encerra, em si, excessiva onerosidade ao devedor, violação
do recolhimento dos depósitos compulsórios e voluntários do Banco Central do Brasil
ou afronta à impenhorabilidade das reservas obrigatórias. STJ. (recurso repetitivo)
(Info 589).
a l
io n
EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA: É válida a penhora realizada sobre bens de
a c
sociedade de economia mista que posteriormente foi sucedida pela União É válida a

u c ER
penhora em bens de pessoa jurídica de direito privado, realizada anteriormente à
d IL
sucessão desta pela União, não devendo a execução prosseguir mediante precatório
E M
(Info 853). e
(art. 100, caput e § 1º, da Constituição Federal). STF. Plenário. (repercussão geral)
rt RO
p o OR
S C 41- m u H 89
EXECUÇÃO: O art. 5º, XXVI, da CF/88 e o art. 833, VIII, do CPC preveem que é
impenhorável a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que
um IZ .7 .co
er L
trabalhada pela família. Assim, para que o imóvel rural seja impenhorável, são
U 4
4 ma il
necessários dois requisitos: 1) que seja enquadrado como pequena propriedade rural,

d V R O
4 3 . 0
nos termos definidos pela lei; e 2) que seja trabalhado pela família. Quem tem o
g
A PE D 0 er@
encargo de provar esses requisitos? Requisito 1 (pequena propriedade rural): trata-
l
se de ônus do executado (devedor). Requisito 2 (propriedade trabalhada pela
mi
família): não é necessário que o executado faça prova disso. Existe uma presunção
p lc
juris tantum (relativa) de que a pequena propriedade rural é trabalhada pela família.
Tal presunção é relativa e admite prova em sentido contrário. O ônus dessa prova, no
entanto, é do exequente (credor). Resumindo: no que concerne à proteção da
pequena propriedade rural, incumbe ao executado comprovar que a área é
qualificada como pequena, nos termos legais; e ao exequente demonstrar que não há
exploração familiar da terra. STJ. (Info 596).

TÍTULO EXECUTIVO: O ato de composição entre denunciado e vítima visando à


reparação civil do dano, embutido na decisão concessiva de suspensão condicional do
processo (art. 89 da Lei nº 9.099/95), é título judicial apto a lastrear eventual
execução. Ex: João foi denunciado pelo crime do art. 129, § 1º, do CP por ter
praticado lesão corporal contra Pedro. Na audiência, o Promotor ofereceu ao réu
proposta de suspensão condicional do processo, exigindo, no entanto, como uma das
condições, que ele pagasse, no prazo de um mês, R$ 20 mil a título de reparação pelos
danos sofridos pela vítima (art. 89, § 1º, I). O réu e seu advogado concordaram com a
proposta. A vítima e seu advogado, que também estavam presentes, igualmente
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aceitaram o acordo. Diante disso, o juiz homologou a suspensão condicional do
processo e esse acordo que aconteceu no bojo da proposta. Esse acordo cível de
reparação dos danos é título executivo judicial e poderá ser executado caso o agente
não cumpra o que foi combinado. STJ. (Info 599)

EXECUÇÃO: A indisponibilidade de bens do executado deferida em ação civil pública


não impede a adjudicação de um determinado bem ao credor que executa o devedor
comum com substrato em título executivo judicial. Ex: o MP ajuizou ACP contra a
empresa “X”. O juiz determinou a indisponibilidade de todos os bens da requerida.
Alguns meses depois, João ajuizou ação de indenização contra a mesma empresa. A
sentença julgou o pedido procedente, condenando a requerida ao pagamento de R$
100 mil. O juiz determinou a penhora de um imóvel pertencente à devedora. João
gostou do bem penhorado e requereu a sua adjudicação, nos termos do art. 876 do
CPC. O fato de este bem estar indisponível não impede a adjudicação. STJ. (Info 600).

EXECUÇÃO PROVISÓRIA. FAZENDA PÚBLICA: A execução provisória de obrigação de


l
fazer em face da Fazenda Pública não atrai o regime constitucional dos precatórios.
a
io n
Assim, em caso de “obrigação de fazer”, é possível a execução provisória contra a
Fazenda Pública, não havendo incompatibilidade com a Constituição Federal. Ex:
a c
sentença determinando que a Administração institua pensão por morte para

u c ER
dependente de ex-servidor. STF. (repercussão geral) (Info 866).

E M d IL
e
EXECUÇÃO: É possível a conversão do procedimento de execução para entrega de
rt RO
coisa incerta para execução por quantia certa na hipótese em que o produto
p o OR
perseguido for entregue com atraso, gerando danos ao credor da obrigação. STJ. (Info
614).
S C 41- m u H 89
um IZ .7 .co
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EXECUÇÃO. HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS. PENHORA: Não é possível a penhora do
U 4
4 ma il
saldo do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço - FGTS para o pagamento de

d V R O
4 3 . 0
honorários de sucumbência. STJ. (Info 614).
g
A PE D 0 er@
l
EXECUÇÃO: Requisitos para a impenhorabilidade da pequena propriedade rural. A
mi
pequena propriedade rural é impenhorável (art. 5º, XXVI, da CF/88 e o art. 833, VIII,
p lc
do CPC) mesmo que a dívida executada não seja oriunda da atividade produtiva do
imóvel. De igual modo, a pequena propriedade rural é impenhorável mesmo que o
imóvel não sirva de moradia ao executado e à sua família.
Apenas dois requisitos cumulativos:
1) seja enquadrado como pequena propriedade rural, nos termos definidos pela lei;
e
2) seja trabalhado pela família. (Info 616).

EXECUÇÃO: Possibilidade de requerer a alienação em leilão judicial em vez de fazer a


alienação por iniciativa particular. Se a parte exequente manifestar desinteresse na
adjudicação e na alienação particular do imóvel penhorado, ela poderá, desde logo,
requerer sua alienação em leilão judicial, pois o CPC confere ao credor a faculdade de
se valer da alienação por iniciativa particular, mas não impede que o credor opte,
desde logo, pela alienação judicial (alienação em hasta pública). (Info 617).

TÍTULOS EXECUTIVOS: Contrato eletrônico de mútuo com assinatura digital é título


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executivo extrajudicial. O contrato eletrônico de mútuo com assinatura digital pode
ser considerado título executivo extrajudicial.
Neste caso, não será necessária a assinatura de 2 testemunhas, conforme exige o art.
784, III, do CPC/2015.
Na assinatura digital de contrato eletrônico, uma autoridade certificadora (terceiro
desinteressado) atesta que aquele determinado usuário realmente utilizou aquela
assinatura no documento eletrônico. Como existe esse instrumento de verificação de
autenticidade e presencialidade do contratante, é possível reconhecer esse contrato
como título executivo extrajudicial. STJ. 3ª Turma. REsp 1.495.920-DF, Rel. Min. Paulo
de Tarso Sanseverino, julgado em 15/05/2018 (Info 627).

SÚMULAS

Súmula 196, STJ: Ao executado que, citado por edital ou por hora certa, permanecer
revel, será nomeado curador especial, com legitimidade para apresentação de
embargos.
Súmula 375, STJ: O reconhecimento da fraude à execução depende do registro da
a l
penhora do bem alienado ou da prova de má-fé do terceiro adquirente.
io n
Súmula 417, STJ: Na execução civil, a penhora de dinheiro na ordem de nomeação de
bens não tem caráter absoluto.
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p o OR
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Ano: 2017. Banca: CESPE. Órgão: DPE-AC. Prova: Defensor Público
U 4
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Um juiz, nos autos da execução de sentença de determinado processo
A PE D 0 er@
cível, proferiu despacho determinando que os devedores fossem
l
EXECUÇÃO
mi
intimados a efetuar o pagamento do débito, bem como a adimplir as
custas recolhidas pelo credor para essa fase do processo.
p lc
Foi dado aos executados o prazo de quinze dias úteis, sob pena de
multa de 10% e de honorários advocatícios de 10% sobre o valor do
débito, para que pagassem o débito. Transcorrido esse prazo, caso
não houvesse sido realizado o pagamento voluntário, teria início o
prazo de quinze dias para que, independentemente de penhora ou de
nova intimação, os executados apresentassem, nos próprios autos,
sua impugnação, instrumentalizada com o demonstrativo dos
cálculos.

Considerando-se as informações apresentadas na situação hipotética,


conclui-se que a decisão em questão reconhece a exigibilidade de
obrigação de

a) pagar quantia certa pela fazenda pública.

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b) entregar coisa.
c) fazer.
d) pagar quantia certa.
e) prestar alimentos.

GABARITO: D.

Art. 523. No caso de condenação em quantia certa, ou já fixada em


liquidação, e no caso de decisão sobre parcela incontroversa, o
cumprimento definitivo da sentença far-se-á a requerimento do
exequente, sendo o executado intimado para pagar o débito, no
prazo de 15 (quinze) dias, acrescido de custas, se houver.
§ 1 Não ocorrendo pagamento voluntário no prazo do caput, o débito
será acrescido de multa de dez por cento e, também, de honorários
de advogado de dez por cento.
a l
io n
Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-AM Prova: FCC - 2018 - DPE-AM -
Defensor Público - Reaplicação
a c
u c ER
Nas demandas contra a Fazenda Pública, à luz das disposições do
Código de Processo Civil,
E M d IL
e
rt RO
A) a execução de sentença condenatória deve ser feita em

p o OR
procedimento autônomo, citando a Fazenda para a oposição de
embargos.
S C 41- m u H 89
um IZ .7 .co
B) embora o trânsito em julgado não seja requisito legal para início do
er L U 4 il
4 ma
cumprimento de sentença, por força da Constituição antes dele não é
V O . 0
possível expedir ordem de precatório ou requisição de pagamento de
d R 4 3 g
A PE D
pequeno valor mesmo que se trate de verba de natureza alimentar.
0 er@
l
mi
C) caso a Fazenda seja intimada para pagar o débito, no prazo de

p lc
quinze dias, e não realize pagamento voluntário no prazo, o débito
será acrescido de multa de dez por cento e, também, de honorários
de advogado de dez por cento.

D) não impugnada a execução ou rejeitadas as arguições da


executada, o próprio juiz da causa expedirá precatório em favor do
exequente.

E) no processo de conhecimento pelo procedimento comum, o prazo


para resposta da Fazenda Pública deve ser contado em quádruplo,
razão pela qual o prazo para contestação é de sessenta dias.

GABARITO: B.

a) ERRADO. Art. 534. No cumprimento de sentença que impuser


à Fazenda Pública o dever de pagar quantia certa, o
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exequente apresentará demonstrativo discriminado e
atualizado do crédito contendo:
b) CERTO. Art. 534, § 3º do CPC Não impugnada a execução ou
rejeitadas as arguições da executada: I - expedir-se-á, por
intermédio do presidente do tribunal competente, precatório
em favor do exequente, observando-se o disposto
na Constituição Federal;

Art. 100, § 5º da CF: É obrigatória a inclusão, no orçamento


das entidades de direito público, de verba necessária ao
pagamento de seus débitos, oriundos de sentenças
transitadas em julgado, constantes de precatórios judiciários
apresentados até 1º de julho, fazendo-se o pagamento até o
final do exercício seguinte, quando terão seus valores
atualizados monetariamente.

c) ERRADO. Art. 534. § 2º. A multa prevista no § 1o do art.


a l
523 não se aplica à Fazenda Pública.
io n
a c
Art. 523. § 1º. Não ocorrendo pagamento voluntário no prazo

u c ER
do caput, o débito será acrescido de multa de dez por cento e,
d IL
também, de honorários de advogado de dez por cento.
E M
e
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d) ERRADO. Art. 534, § 3º do CPC. Não impugnada a execução ou

p o OR
rejeitadas as arguições da executada: I - expedir-se-á, por

S C 41- m u H 89
intermédio do presidente do tribunal competente, precatório
em favor do exequente, observando-se o disposto

um IZ .7 .co
na Constituição Federal;

V O er L
.
U
0
4
4 ma il
e) ERRADO. Art. 183. A União, os Estados, o Distrito Federal, os
Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de
d R 4 3 g
A PE D direito público gozarão de prazo em dobro para todas as suas
0 er@
lmanifestações processuais, cuja contagem terá início a partir
mi
da intimação pessoal.

p lc
§ 2º Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei
estabelecer, de forma expressa, prazo próprio para o ente público.

Art. 535. A Fazenda Pública será intimada na pessoa de seu


representante judicial, por carga, remessa ou meio eletrônico, para,
querendo, no prazo de 30 (trinta) dias e nos próprios autos, impugnar
a execução, podendo arguir:

23. DOS RECURSOS

Sobre os recursos, o candidato deve saber que, em todas as provas, ao menos uma
questão sobre o tema será cobrada. Para tanto, abaixo serão listadas as informações mais
relevantes e recorrentemente cobradas em concursos da Defensoria Pública pelos
examinadores. Não há muito aprofundamento sobre o tema nas questões objetivas, de

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maneira que normalmente o objeto da pergunta se refere a texto literal de lei, reitera-se,
assim, a importância sobre a leitura e conhecimento da lei seca para as provas objetivas.
São cabíveis os seguintes recursos:

1) Apelação;

2) Agravo de instrumento;

3) Agravo interno;

4) Embargos de declaração;

5) Recurso ordinário constitucional;

6) Recurso especial;

7) Recurso ordinário;

8) Agravo em recurso especial ou extraordinário;


a l
9) Embargos de divergência
io n
a c
Enunciado 139: A ausência de retratação do órgão julgador, na hipótese prevista no art.
u c ER
1030, II, do CPC, dispensa a ratificação expressa para que haja o juízo de admissibilidade e

E M d IL
a eventual remessa do recurso extraordinário ou especial ao tribunal superior
e
competente, na forma dos arts. 1.030, V, “c”, e 1.041 do CPC. 2
rt RO
23. 1 TEORIA GERAL DOS RECURSOS
p o OR
S C 41- m
• Artigos 995 e seguintes do CPC.
u H 89
um IZ .7 .co
Os recursos não têm efeito suspensivo, como regra geral, salvo disposição legal

V O er L
. 0
U
4 ma 4 il
(ope legis) ou judicial (ope judices) em sentido contrário. Sendo requisitos para a
concessão do efeito suspensivo: o risco de dano grave ou de difícil reparação e a
d R 4 3 g
A PE
probabilidade de provimento do recurso.
D 0 er@
l
mi
2 p lc
Art. 1.030. Recebida a petição do recurso pela secretaria do tribunal, o recorrido será intimado para
apresentar contrarrazões no prazo de 15 (quinze) dias, findo o qual os autos serão conclusos ao presidente
ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, que deverá:
(...)
V – realizar o juízo de admissibilidade e, se positivo, remeter o feito ao Supremo Tribunal Federal ou ao
Superior Tribunal de Justiça, desde que:
(...)
c) o tribunal recorrido tenha refutado o juízo de retratação.

Art. 1.041. Mantido o acórdão divergente pelo tribunal de origem, o recurso especial ou extraordinário
será remetido ao respectivo tribunal superior, na forma do art. 1.036, § 1o.
§ 1o Realizado o juízo de retratação, com alteração do acórdão divergente, o tribunal de origem, se for o
caso, decidirá as demais questões ainda não decididas cujo enfrentamento se tornou necessário em
decorrência da alteração.
§ 2º Quando ocorrer a hipótese do inciso II do caput do art. 1.040 e o recurso versar sobre outras questões,
caberá ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, depois do reexame pelo órgão de origem
e independentemente de ratificação do recurso, sendo positivo o juízo de admissibilidade, determinar a
remessa do recurso ao tribunal superior para julgamento das demais questões.

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RECURSO ADESIVO: quando houver sucumbência recíproca – vencidos autor e réu
– é possível que seja interposto recurso adesivo na hipótese de uma das partes não ter
recorrido.

Será cabível na Apelação, no Recurso Extraordinário e no Recurso Especial.

O recorrente poderá desistir do recurso a qualquer tempo, independente da


anuência da parte contrária ou dos litisconsortes.

De acordo com o parágrafo único, do artigo 998, a desistência do recurso não


impede a análise de recurso que tenha repercussão geral conhecida ou daquele objeto de
recurso extraordinário ou especial repetitivos.

Tempestividade: com exceção dos Embargos de Declaração, que será interposto no


prazo de cinco dias, todos os outros recursos serão interpostos no prazo de 15 dias.

a
Compete ao recorrente comprovar a ocorrência de feriado local, no ato del
interposição do recurso.
io n
a c
u c ER
Preparo: A parte deverá comprovar o recolhimento do preparo no momento da
interposição do recurso. Será dispensável o recolhimento de remessa e retorno dos autos
de processo eletrônico.
E M d IL
e
rt RO
o OR
O recorrente que não comprovar o recolhimento do preparo no momento da
p
S C 41- m u H 89
interposição do recurso será intimado para pagá-lo, que, neste caso, será feito em dobro,
sob pena de deserção. Na hipótese de recolhimento insuficiente, a parte será intimada
m Z .7 .co
para completar o preparo, no prazo de 05 dias.
u I
V er L U
0
4
4 ma il
É vedada a complementação se houver insuficiência parcial do preparo, inclusive
O .
d R 3 g
de porte de remessa e retorno, no recolhimento realizado após a aplicação da sanção em
4
A PE D 0 er@
dobro pelo não recolhimento do preparo no momento da interposição do recurso.
l
mi
p lc
Há a possibilidade de se provar que o preparo não foi recolhido no momento
oportuno, desde que por motivo justo. Nesse caso, a parte terá que comprovar o preparo
no prazo de 05 dias.

O equívoco do preenchimento de guia de custas não implica deserção. Dessa forma,


deverá o relator, no caso de dúvida, intimar o recorrente para sanar o vício no prazo de
05 dias.

23.2 DA TÉCNICA DE JULGAMENTO EM ACÓRDÃO NÃO UNÂNIME

Os embargos infringentes não existem mais no NCPC. Porém, a técnica de


julgamento em acórdão não unânime é situação parecida e prevista no novo código.
De acordo com o artigo 942, quando o resultado da apelação for não unânime, o
julgamento terá continuidade em outra sessão a ser designada. Serão indicados novos
desembargadores em número suficiente a possibilitar a reversão do julgamento.

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Basta o acórdão ser não unânime. É indiferente se a decisão é
ATENÇÃO!
para reformar ou manter a antes prolatada.

A técnica é automática, independe de pedido, podendo, na sessão de julgamento,


as partes sustentar oralmente suas razões.

De acordo com o CPC, caso seja possível, poderá, na mesma sessão, ser dado
prosseguimento ao julgamento.

Essa técnica de julgamento se aplica também em:

1. Ação rescisória, quando o resultado for a rescisão da sentença;

2. Agravo de instrumento, quando houver reforma da decisão que julgar


a l
parcialmente o mérito.
io n
a c
Para o agravo de instrumento só vai ser aplicada essa técnica se o acórdão reformar
a decisão e se a decisão julgar o mérito da demanda.
u c ER
E M d IL
O parágrafo 4º do artigo 942 estabelece hipóteses em que não cabe essa técnica:
e
rt RO
1.
o OR
Do incidente de assunção de competência e ao de resolução de
p
demandas repetitivas;
S C 41- m u H 89
2.
um
Da remessa necessária;
IZ .7 .co
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3.
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4 ma il
Ao julgamento não unânime proferido pelo pleno ou pela corte
especial.. 0
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l i
Enunciado 137: Se o recurso do qual se originou a decisão embargada comportou a
m
p lc
aplicação da técnica do art. 942 do CPC, os declaratórios eventualmente opostos serão
julgados com a composição ampliada.

JURISPRUDÊNCIA

A técnica de julgamento do art. 942 é aplicada no caso de apelação não unânime em


processo no qual se apura a prática de ato infracional por adolescente?
5ª Turma do STJ: SIM
Admite-se a incidência do art. 942 do CPC/2015 para complementar o julgamento da
apelação julgada por maioria nos procedimentos relativos ao estatuto do menor. STJ.
5ª turma. AgRg no REsp 1.673.215-RJ, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado
em 17/05/2018 (Info 627).
6ª Turma do STJ: DEPENDE
• Se a decisão não unânime foi favorável ao adolescente infrator: não se deve aplicar
o art. 942 do CPC/2015.
• Se a decisão não unânime foi contrária ao adolescente infrator: deve-se aplicar o
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art. 942.
É inaplicável a técnica de julgamento prevista no artigo 942 do CPC/2015 nos
procedimentos afetos à Justiça da Infância e da Juventude quando a decisão não
unânime for favorável ao adolescente. A aplicação da técnica de julgamento prevista
no art. 942 do CPC, quando a decisão não unânime for favorável ao adolescente,
implicaria em conferir ao menor tratamento mais gravoso que o atribuído ao réu
penalmente imputável, já que os embargos infringentes e de nulidade previstos no
art. 609 do CPP somente são cabíveis se o julgamento tomado por maioria for
contrário ao réu. Ora, se não cabem embargos infringentes do art. 609 do CPP quando
o acórdão não unânime foi favorável ao réu, com maior razão também não se pode
admitir a técnica do art. 942 do CPC se o acórdão não unânime foi favorável ao
adolescente infrator. STJ. 6ª Turma. 6ª Turma. REsp 1.694.248-RJ, Rel. Min. Maria
Thereza de Assis Moura, julgado em 03/05/2018 (Info 626).

Admite-se a incidência do art. 942 do CPC/2015 para complementar o julgamento


da apelação julgada por maioria nos procedimentos relativos ao estatuto do
menor. STJ. 5ª turma. AgRg no REsp 1.673.215-RJ, Rel. Min. Reynaldo Soares da
a l
Fonseca, julgado em 17/05/2018 (Info 627).
io n
a c
A tempestividade do recurso em virtude de feriado local ou de suspensão dos prazos

u c ER
processuais pelo Tribunal a quo que não sejam de conhecimento obrigatório da
d IL
instância ad quem deve ser comprovada no momento de sua interposição. STF. 1ª
E M
e
Turma. ARE 1109500 AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 20/04/2018.
rt RO
p o OR
A falta de assinatura nos recursos interpostos nas instâncias ordinárias configura vício

S C 41- m u H 89
sanável, devendo ser concedido prazo razoável para o suprimento dessa
irregularidade. STJ. 3ª Turma. REsp 1746047/PA, Rel. Min. Moura Ribeiro, julgado em
um IZ .7 .co
er L
21/08/2018. STJ. 4ª Turma. AgInt no AREsp 980.664/MG, Rel. Min. Maria Isabel
U4 ma
Gallotti, julgado em 23/5/2017.4 il
d V R O
4 3 . 0 g
A PE D 0 er@
Não é possível conhecer do recurso especial subscrito por advogado sem procuração
l
nos autos caso a parte, depois de intimada para regularizar sua representação
mi
processual, nos termos do art. 932, parágrafo único, do CPC/2015, deixa transcorrer in
p lc
albis o prazo concedido para o saneamento do vício, nos termos do art. 76, § 2º, I, do
CPC/2015.
Isso significa que detectado o vício na representação processual, mesmo que se trate
de recurso especial, deverá ser dado um prazo de 5 dias para que a parte regularize a
situação. Somente se a parte não regularizar, o recurso não será conhecido. STJ. 4ª
Turma. AgInt no AREsp 1219271/SP, Rel. Min. Marco Buzzi, julgado em 23/08/2018.

Intimada a regularizar a sua representação processual, nos termos do art. 932,


parágrafo único, do CPC vigente, a parte que deixa de proceder à juntada no prazo de
5 (cinco) dias, faz incidir ao caso a Súmula 115/STJ. STJ. 3ª Turma. AgInt no AgInt no
AREsp 1053466/MS, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 07/08/2018.

23.3 RECURSOS EM ESPÉCIE

- APELAÇÃO:
• Previsão legal: artigo 1009 a 1014 do CPC.
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• Prazo de interposição: 15 dias.
• Cabimento: da sentença cabe apelação.

• Efeito: suspensivo ope legis, salvo as hipóteses previstas no §1º do artigo 1.012, sendo a
mais cobrada em prova a decisão que condena ao pagamento de alimentos (inciso II).

 Será concedido efeito suspensivo à apelação, nas hipóteses do §1º, do


artigo 1.012, desde que demonstrada a probabilidade de provimento do recurso ou
se, sendo relevante a fundamentação, houver risco de dano grave ou de difícil
reparação.
• Com o fim do agravo retido, as questões resolvidas no curso do procedimento que
não comportam agravo de instrumento, não serão cobertas de preclusão, devendo
ser suscitadas em preliminar de apelação ou em contrarrazões;
a l
n
• A petição será dirigida ao juiz de primeiro grau. Porém, importante alteração é no
io
c
que tange ao juízo de admissibilidade do recurso. Isto porque, o juízo a quo não faz
a
u c ER
mais juízo de admissibilidade, sendo que recebido encaminhará ao juízo ad quem. O
relator poderá decidir monocraticamente, indeferindo ou dando provimento, quando:
E M d IL
 Não conhecer do recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha
e
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impugnado especificamente os fundamentos da decisão recorrida.
o OR
 Negará provimento ao recurso quando for contrário a:
p
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- Súmula do STF, súmula do STJ ou do próprio tribunal local.
- Quando o recurso for contrário a acórdão do STF ou STJ em sede de recurso
repetitivo;
um IZ .7 .co
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- Quando houver entendimento firmado em incidente de resolução de demanda
repetitiva ou incidente de assunção de competência.
O .
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A teoria da causa madura (artigo 1013, §3º) permite que o tribunal julgue o mérito
4
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do processo, se este estiver em condições de imediato julgamento quando:
l i
 Reformar sentença fundamentada no artigo 485, do CPC;
m
p lc
 Decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com o
pedido ou a causa de pedir;
 Constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que
poderá julgá-lo;
 Decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação;

Enunciado 134: A apelação contra a sentença que julga improcedentes os embargos


ao mandado monitório não são dotada de efeito suspensivo automático (art. 702, §
4º, e 1.012, § 1º, V, CPC).
Enunciado 144: No caso de apelação, o deferimento de tutela provisória em sentença
retira-lhe o efeito suspensivo referente ao capítulo atingido pela tutela.

No NCPC, decretada a nulidade por sentença citra ou extra petita, poderá o


tribunal, desde logo, julgá-la, não necessitando que seja devolvido ao juízo de origem
para nova decisão.

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Na hipótese de se reconhecer que há decadência ou prescrição e for interposta
apelação, o Tribunal julgará as outras parcelas do mérito, se estiver em condições de
imediato julgamento, no caso de o tribunal afastar a prescrição ou a decadência.

II – AGRAVO DE INSTRUMENTO:

• Previsão legal: artigo 1.015 A 1.020 do CPC.

• Prazo de interposição: 15 dias.

• Cabimento: cabe agravo de instrumento das decisões interlocutórias que versarem


sobre as matérias previstas no rol do artigo 1.015, do CPC, que é um dos artigos mais
exigidos em prova, quanto se trata de recurso. É indispensável o conhecimento de todas,
quais sejam: tutelas provisórias, mérito do processo, rejeição da alegação de convenção
l
de arbitragem, incidente de desconsideração de personalidade jurídica; rejeição do
a
io n
pedido de gratuidade de justiça ou acolhimento do pedido de sua revogação; exibição ou
posse de documento ou coisa; exclusão de litisconsortes; admissão ou inadmissão de
a c
intervenção de terceiros; concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos
u c ER
embargos à execução; redistribuição do ônus da prova e outros casos previstos em lei e,
d IL
por fim, das decisões interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença, no
E M
processo de execução e no processo de inventário.
e
rt RO
p o OR
• Efeito: devolutivo, podendo ser atribuído o efeito suspensivo, conforme artigo 1.019.

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O agravo de instrumento será interposto diretamente ao tribunal, com as peças que
l i
formarão o instrumento, nos termos do artigo 1.017, do CPC, salvo no caso de autos
m
p lc
de processo eletrônico, pois já acompanham o ato.
Interposto o recurso, se não for o caso de processo eletrônico, o agravante deverá
comunicar ao juízo a quo a prática do ato, em um prazo de três dias. Por ser dotado
de efeito regressivo, o juiz poderá rever sua decisão para reforma-la e, reformando,
se tornará prejudicado o agravo.

Enunciado 145: O recurso cabível contra a decisão que julga a liquidação de sentença
é o Agravo de Instrumento.

III – AGRAVO INTERNO:

• Previsão legal: artigo 1.021 do CPC.

• Prazo de interposição: 15 dias.

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• Cabimento: Contra decisão proferida pelo relator, caberá agravo interno para o
respectivo órgão colegiado, observadas, quanto ao processamento, as regras do
regimento interno do tribunal.

Por ser recurso cabível contra decisão proferida por relator, alguns artigos passam a
ser muito importantes para a análise do cabimento do referido recurso. Um deles é o
artigo 932, pois especifica os poderes do relator, sendo também relevante o incido I,
do artigo 1.019, diante da competência conferida ao relator de atribuir efeito ao
agravo de instrumento.
• Na decisão de agravo, o recorrente deverá impugnar especificamente os
fundamentos do agravo, materializando o princípio da dialeticidade.
Súmula 181 STJ. Não basta reiterar manifestações anteriores,
a
é indispensável que demonstre o motivo pelo qual está sendol
agravada a decisão.
io n
c
• O agravo interno, a partir de agora, é um recurso que tem o contraditório, devendo
a
c ER
o agravado ser intimado para se manifestar, no prazo de 15 dias, sobre o recurso
u
interposto.
E M d IL
• É vedado ao relator limitar-se à reprodução dos fundamentos da decisão agravada
e
rt RO
para rejeitar o agravo interno. Com a proibição da fundamentação referencial (per
o OR
relatione), há entendimento superado do STJ, que antes defendia a utilização de tal
p
método de decisão.
S C 41- m u H 89
• Quando o agravo interno for manifestamente inadmissível ou manifestamente
m IZ .7 .co
improcedente, o que será reconhecido em votação unânime da câmara, poderá ser
u
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.
U
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4
4 ma il
aplicada multa, no valor de 1% a 5% do valor da causa, sendo o depósito da multa
indispensável para a interposição de outros recursos
d R 4 3 g
• De acordo com o STJ, não será aplicável a multa do agravo interno, se esse recurso
A PE D 0 er@
foi utilizado com o objetivo de exaurir a instância ordinária, para fins de interposição
l
de RE e RESP.
mi
p lc
IV – EMBARGOS DE DECLARAÇÃO:
•Previsão legal: artigo 1.022 A 1.026 do CPC.

• Prazo de interposição: 5 dias.

• Cabimento: Os embargos de declaração serão cabíveis contra qualquer decisão. São


vícios que desafiam Embargos de Declaração: obscuridade, contradição, omissão ou erro
material.

• Efeitos: os embargos não possuem efeito suspensivo, porém interrompem o prazo para
a interposição de outros recursos, inclusive, em âmbito dos juizados especiais.

• Embargos de declaração com efeitos infringentes: o juiz intimará os embargos, para,


querendo, manifestarem-se em 05 dias sobre os embargos opostos, caso a decisão
proferida nos embargos interpostos possa alterar o conteúdo da decisão recorrida.

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•Fungibilidade: o órgão julgador poderá conhecer dos embargos de declaração como
agravo interno, se entender ser esse o recurso cabível. Já se tratava de um
entendimento do STJ e agora o NCPC traz a hipótese expressa. Esse ato poderá ocorrer,
desde que se intime o recorrente para, no prazo de 05 dias, complementar suas razões
recursais.

•Princípio da complementaridade: caso o acolhimento dos embargos de declaração


implique modificação da decisão embargada, o embargado que já tiver interposto outro
recurso contra a decisão originária tem o direito de complementar ou alterar suas razões
recursais, no prazo de 15 dias. Importante destacar que a complementação será feita nos
exatos limites da modificação. Não poderá o recorrente se aproveitar da situação para
abordar outros temas omissos ou alterar fundamentos que não estão ligados à decisão
modificada.

Se, na mesma situação descrita acima, os embargos de declaração forem rejeitados ou


l
não alterarem os fundamentos da decisão anterior, o recurso interposto pela outra parte,
a
julgado independentemente de ratificação.
io n
antes da publicação do julgamento dos embargos de declaração, será processado e

a c
c ER
• Prequestionamento: o prequestionamento é extraído da Constituição da República. Os
u
E M d IL
Embargos de declaração, para fins de prequestionamento, têm por objetivo suprir a
omissão de órgão ordinário no que diz respeito a alguma matéria alegada pela parte. Isto
e
rt RO
porque, para fins de interposição de RE e RESP, é necessário que a matéria tenha sido
analisada pela instância ordinária.
p o OR
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• Multa: quando manifestamente protelatórios os embargos de declaração, o juiz ou
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tribunal, por decisão fundamentada, condenará o embargante a pagar multa não
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er L U 4 il
excedente a 2% por cento sobre o valor atualizado da causa. Na reiteração de

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interposição de embargos de declaração protelatórios, a multa poderá ser elevada até
O .
d R 3 g
10% sobre o valor atualizado da causa e a interposição de qualquer outro recurso ficará
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condicionada ao pagamento da multa.
l
V – EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA:mi
p lc
Previsão legal: ARTIGOS 1.043 e 1.044 do CPC

• Prazo de interposição: 15 dias.

• Cabimento: É embargável o acórdão de órgão fracionário do tribunal que:

Em recurso extraordinário ou especial, divergir do julgamento de qualquer outro


órgão do mesmo tribunal, sendo os acórdãos embargados e paradigmas ser de
mérito.

Em recurso extraordinário ou em recurso especial, divergir do julgamento de


qualquer outro órgão do mesmo tribunal, sendo um acórdão de mérito e outro que
não tenha conhecido do recurso, embora tenha apreciado a controvérsia.

Poderão ser confrontadas teses jurídicas contidas em julgamento de recursos e de


ações em competência originária.

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• A divergência que autoriza a interposição dos embargos de divergência pode ser
analisada tanto no que diz respeito ao direito material quanto ao direito processual.
• Excepcionalmente, caberão embargos de divergência quando o embargo paradigma
foi proferido na mesma turma que julga o da parte interessada, porém houve uma
alteração na composição em mais da metade de seus membros.
• A interposição de embargos de divergência no STJ interrompe o prazo para a
interposição de recurso extraordinário por qualquer das partes.

VI – RECURSO ORDINÁRIO:
a l
Previsão legal: Artigo 1.027 e 1.028 do CPC,
io n
a c
É chamado de recurso ordinário constitucional, pois tem sua previsão expressa na

u c ER
Constituição da República, nos artigos 102, II e 105, II, da CR.

ROC para STF: E M d IL


e
rt RO
o OR
É cabível quando temos Mandado de Segurança, Habeas Data e Mandado de Injunção,
p
denegatória a decisão.
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que tenham sido decididos pelos em única instância pelos tribunais superiores, quando

ROC para STJ:


um IZ .7 .co
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U
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I – É cabível quando o Mandado de Segurança for decidido em única instancia pelos
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tribunais regionais federais ou tribunais estaduais quando a decisão for denegatória.
A PE D 0 er@
l i
II – Em processos nos quais forem partes, de um lado estado estrangeiro ou organismo
m
p lc
internacional e da outra parte município ou pessoa residente no país. A competência
para o processo e julgamento desse conflito é da JF, artigo 109, II, da CR. O juiz federal
profere nesse caso uma sentença. Dessa sentença, caberá recurso ordinário para o STJ.

Na hipótese do julgamento desse caso, para as decisões interlocutórias caberá agravo de


instrumento, que será dirigida ao STJ, conforme §1º, do artigo 1.028.

Os recursos serão interpostos perante o tribunal de origem, excluída a hipótese da


alínea b, do inciso II, do artigo 1.027, cabendo ao presidente ou vice-presidente
determinar a intimação do recorrido para, em 15 dias, apresentar contrarrazões.
Importante lembrar que também no ROC não há mais juízo de admissibilidade.
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VII – RECURSO EXTRAORDINÁRIO E RECURSO ESPECIAL:

Previsão legal: Artigos 1.029 e seguintes do CPC.

• Prazo de interposição: 15 dias.

• Efeito: devolutivo, podendo ser requerido o efeito suspensivo, observado o §5º do


artigo 1.029.

• Cabimento: hipóteses previstas na Constituição, artigos 102, III e 105, III.

Compete ao STF julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou


última instância, quando a decisão recorrida:

a) contrariar dispositivo desta Constituição;

a l
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;

io n
c
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face
a
desta Constituição.
u c ER
E M d IL
d) julgar válida lei local contestada em face de lei
federal. e
rt RO
p o OR
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Compete ao STJ, - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última
instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito
m Z .7 .co
Federal e Territórios, quando a decisão recorrida:
u I
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a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;
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l
b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei
federal;
mi
p lc
c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja
atribuído outro tribunal.

• O recurso será recebido pela secretaria do Tribunal, que intimará o recorrido para
apresentar contrarrazões, no prazo de 15 dias. Percebe-se que houve mitigação à
regra do NCPC acerca da extinção do juízo de admissibilidade pelo órgão a quo,
sendo que, no caso de RESP e RE, permanece a necessidade de duplo juízo de
admissibilidade.
• Recebido o recurso, o presidente ou vice-presidente do tribunal poderá selecionar
o recurso como representativo de controvérsia constitucional ou infraconstitucional,
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nos termos do parágrafo 6º, do artigo 1.036, na hipótese de multiplicidade de ações
sobre o mesmo tema. Nesse caso, o tribunal selecionará um ou dois recursos para
servirem de paradigma representativo e encaminhará para o STF ou STJ para
julgamento do incidente.
O recurso selecionado como paradigma tem que ser admissível e deve conter
abrangente argumentação para apreciação e análise da matéria, ou seja, devem ser
escolhidos os melhores recursos.
• Se interposto Recurso Especial para o STJ e o tribunal entende que a questão é
constitucional, deve ser concedido o prazo de 15 dias ao recorrente para que ajuste
seu recurso às características do recurso extraordinário, abordando as questões da
repercussão geral e, ainda, manifestando-se sobre a questão constitucional que o
STJ entendeu existir, e após, remeterá ao STF.
•Repercussão geral em Recurso Extraordinário: trata-se de requisito específico de
interposição do Recurso Extraordinário, conforme artigo 1.035.

Para reconhecimento de repercussão geral, é necessário que a parte demonstre a

l
transcendência das questões do processo. Deve-se demonstrar a relevância da questão
a
de amicus curiae para a análise da repercussão.
io n
do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico, sendo permitida a participação

a c
O novo código não exige mais a preliminar formal para suscitar a repercussão

u c ER
geral, podendo a repercussão geral ser deduzida no teor do recurso, sendo dispensável

E M d IL
tópico específico. A repercussão geral é presumida: quando o acórdão impugnado
contrariar súmula ou jurisprudência dominante do STF ou quando o acórdão reconhecer
e
rt RO
a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;

p o OR
Reconhecida a repercussão geral, o STF determinará a suspensão de todos os
u H 89
processos pendentes no território nacional que tratam sobre a matéria a ser julgada.
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RE E RESP REPETITIVOS (artigos 1.036 a 1.041): Existindo no Tribunal de Justiça
er L U 4
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multiplicidade de recursos com fundamentos em uma mesma questão de direito esses
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recursos serão julgados com base nos recursos repetitivos.
d R 4 3 g
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O Tribunal Local irá selecionar dois ou mais recursos, que serão os recursos
l i
representativos da controvérsia ou paradigmas, para que sejam encaminhados ao STF
m
região. p lc
ou ao STJ, suspendendo todos os processos correspondentes ao tema, no Estado ou na

Selecionados os recursos e encaminhado à Brasília o relator irá proferir a decisão de


afetação, que determinará:

 Identificará com precisão a questão a ser submetida a julgamento;

 Determinar a suspensão do processamento de todos os processos no


território nacional que tenham fundamento na mesma questão de direito;

 Poderá requisitar aos presidentes ou vice dos tribunais de justiça ou TRF´s


de outros Estados e regiões recurso representativo da matéria discutida.
Serão pedidos para subsidiar o julgamento.

Contra a decisão de suspensão, havendo no entendimento da parte distinção do seu


caso quanto aos recursos suspensos, caberá requerimento de prosseguimento, que será
dirigido ao:
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 Juiz, se o processo estiver em primeiro grau; (desafia agravo de
instrumento);

 Ao relator, se o processo sobrestado estiver no tribunal de origem;


(desafia agravo interno);

 Ao relator de acórdão recorrido, se for sobrestado recurso especial ou


recurso extraordinário no tribunal de origem; (desafia agravo interno);

 Ao relator no tribunal superior, de recurso especial ou de recurso


extraordinário cujo processamento houver sido sobrestado; (desafia
agravo interno).

O relator, no tribunal superior, poderá ouvir amicus curiae, designar audiência


pública, requisitar informações aos tribunais inferiores, ouvir o Ministério Público.

A decisão deverá ser proferida em 01 ano, com preferência de julgamento,


ressalvados os casos de réu preso e pedido de habeas corpus.
a l
Após a decisão e a publicação do acórdão paradigma deverá:
io n

a c
O presidente ou vice-presidente do tribunal de origem negará seguimento

u c ER
aos recursos especiais ou extraordinários sobrestados na origem, se o
d IL
acórdão recorrido coincidir com a orientação do tribunal superior.
E M
 e
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o órgão que proferiu o acórdão recorrido, na origem, reexaminará o processo

p o OR
de competência originária, a remessa necessária ou o recurso anteriormente
u H 89
julgado, se o acórdão recorrido contrariar a orientação do Tribunal Superior.
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Suspensos em primeiro grau de jurisdição, o processo retomará o seu curso
u I
 V O er L.
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para julgamento e aplicação da tese firmada pelo tribunal superior.

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Se os recursos paradigmas versarem sobre questão relativa à prestação de
R 4
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serviços públicos, a decisão deverá ser comunicada ao órgão competente que
l i
fiscalize o cumprimento dessa decisão.
m
p lc
AGRAVO EM RE E RESP (artigo 1.042 do CPC)

Quando o juízo de admissibilidade for negativo, caberá o agravo em RE e RESP,


salvo quando a decisão é fundada na aplicação de precedente de repercussão geral e
de recurso especial repetitivo.
O recurso será dirigido ao presidente ou vice do tribunal local, independe do
pagamento de custas e despesas postais, e, ainda na origem, será permitido o
contraditório, de forma que será o recorrido será intimado para, em 15 dias,
apresentar contrarrazões.
Será interposto um agravo para cada recurso inadmitido e, havendo interposição
conjunta, o recurso será encaminhado primeiramente ao STJ e, após a conclusão do
julgamento, independente de pedido, os autos serão remetidos ao STF para apreciação
do agravo a ele dirigido, salvo se estiver prejudicado.

JURISPRUDÊNCIA:

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RECURSOS: Admite-se a aplicação da teoria da causa madura (art. 515, § 3º, do
CPC/1973 / art. 1.013, § 3º do CPC/2015) em julgamento de agravo de instrumento.
Ex: o MP ingressou com ação de improbidade contra João, Paulo e Pedro pedindo a
indisponibilidade dos bens dos requeridos. O juiz deferiu a medida em relação a todos
eles, no entanto, na decisão não houve fundamentação quanto à autoria de Pedro.
Diante disso, ele interpôs agravo de instrumento. O Tribunal, analisando o agravo,
entendeu que a decisão realmente é nula quanto a Pedro por ausência de
fundamentação. No entanto, em vez de mandar o juiz exarar nova decisão, o Tribunal
decidiu desde lodo o mérito do pedido e deferiu a medida cautelar de indisponibilida-
de dos bens de Pedro, apontando os argumentos pelos quais este requerido também
praticou, em tese, ato de improbidade. STJ. (Info 590).

AGRAVO. MULTA DO ART. 557, §2º: O § 2º do art. 557 do CPC 1973 (§ 4º do art.
1.021 do CPC 2015) prevê que, quando manifestamente inadmissível ou
improcedente o agravo, o tribunal condenará o agravante a pagar ao agravado multa
l
de 1% a 10% do valor corrigido da causa (CPC 1973)• 1% a 5% do valor atualizado da
a
io n
causa (CPC 2015).• Essa multa é aplicada também para o beneficiário da justiça
gratuita? SIM. No entanto, há uma diferença de tratamento no caso: • CPC 1973: a
a c
parte beneficiária da justiça gratuita não está isenta do pagamento da multa do art.
557, § 2º do CPC 1973.
u c ER
d IL
Porém, o recolhimento da multa ficará suspenso por 5 anos para ver se a parte
E M
e
conseguirá melhorar sua condição econômica e auferir recursos para pagar a sanção,
rt RO
conforme prevê o art. 12 da Lei nº 1.060/50. Nesse sentido, decidiu o STF, 1ª Turma.
p o OR
RE 775685 AgR-ED/BA, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 17/11/2015 (Info 808). Na

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prática, ela quase nunca irá pagar. • CPC 2015: o novo CPC prevê no art. 98, § 4º que a
concessão de gratuidade não afasta o dever de o beneficiário pagar, ao final, as
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multas processuais que lhe sejam impostas. STF. (Info 808).
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RECURSOS. JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE. NOVO CPC: O prazo de 5 dias previsto no
g
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parágrafo único do art. 932 do CPC/2015 só se aplica aos casos em que seja
l
necessário sanar vícios formais, como ausência de procuração ou de assinatura, e não
mi
à complementação da fundamentação. Assim, esse dispositivo não incide nos casos
p lc
em que o recorrente não ataca todos os fundamentos da decisão recorrida. Isso
porque, nesta hipótese, seria necessária a complementação das razões do recurso, o
que não é permitido. STF. (Info 829).

RECURSOS. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS: É possível


condenar a parte sucumbente em honorários advocatícios na hipótese de o recurso
de embargos de declaração, interposto perante Tribunal, não atender os requisitos
previstos no art. 1.022 e tampouco se enquadrar em situações excepcionais que
autorizem a concessão de efeitos infringentes. Obs: a doutrina entende que, mesmo
com o novo CPC, não cabem honorários advocatícios no julgamento de embargos de
declaração, seja em 1ª instância, seja nos Tribunais STF. (Info 829).

HONORÁRIOS RECURSAIS. É cabível a fixação de honorários recursais, prevista no art.


85, § 11, do CPC/2015, mesmo quando não apresentadas contrarrazões ou
contraminuta pelo advogado da parte recorrida. STF. (Info 841).

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RECURSOS: Admite-se a aplicação da teoria da causa madura (art. 515, § 3º, do
CPC/1973 / art. 1.013, § 3º do CPC/2015) em julgamento de agravo de instrumento.
Ex: o MP ingressou com ação de improbidade contra João, Paulo e Pedro pedindo a
indisponibilidade dos bens dos requeridos. O juiz deferiu a medida em relação a todos
eles, no entanto, na decisão não houve fundamentação quanto à autoria de Pedro.
Diante disso, ele interpôs agravo de instrumento. O Tribunal, analisando o agravo,
entendeu que a decisão realmente é nula quanto a Pedro por ausência de
fundamentação. No entanto, em vez de mandar o juiz exarar nova decisão, o Tribunal
decidiu desde lodo o mérito do pedido e deferiu a medida cautelar de indisponibilida-
de dos bens de Pedro, apontando os argumentos pelos quais este requerido também
praticou, em tese, ato de improbidade. STJ. 6 (Info 590).

RECURSOS. FUNDAMENTAÇÃO: É vedado ao relator limitar-se a reproduzir a decisão


agravada para julgar improcedente o agravo interno. O novo CPC proibiu
expressamente esta forma de decidir o agravo interno (art. 1.021, § 3º). STJ. (Info
592).

a l
de sustentação oral. STJ. (Info 608).
io n
RECURSOS: É possível o requerimento de antecipação dos efeitos da tutela em sede

a c
u c ER
RECURSO EXTRAORDINÁRIO: Determinado indivíduo ingressou com pedido de
d IL
registro para concorrer às eleições de Prefeito sem estar filiado a partido político
E M
e
(candidatura avulsa). O pedido foi indeferido em todas as instâncias e a questão
rt RO
chegou até o STF por meio de recurso extraordinário. Ocorre que, quando o STF foi
p o OR
apreciar o tema, já haviam sido realizadas as eleições municipais. Diante disso,

S C 41- m u H 89
suscitou-se que o recurso estava prejudicado. O STF reconheceu que, na prática,
realmente havia uma prejudicialidade do recurso tendo em vista que as eleições se
um IZ .7 .co
er L
encerraram. No entanto, o Tribunal decidiu superar a rejudicialidade e atribuir
U4 ma4 il
repercussão geral à questão constitucional discutida dos autos. Isso significa que o STF

d V R O
4 3 . 0
admitiu o processamento do recurso e em uma data futura irá examinar o mérito do
g
A PE D 0 er@
pedido, ou seja, se podem ou não existir candidaturas avulsas no Brasil. Entendeu-se
l
que o mérito do recurso deveria ser apreciado tendo em vista sua relevância social e
mi
política. STF. Plenário. ARE 1054490 QO/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em
5/10/2017 (Info 880)
p lc
EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA: Cabem embargos de divergência no âmbito de agravo
que não admite recurso especial com base na Súmula 83/STJ para dizer que, no
mérito, o acórdão impugnado estaria em sintonia com o entendimento firmado por
esta Corte Superior. STJ. (Info 610).

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO: Não cabem embargos de declaração contra a decisão


de presidente do tribunal que não admite recurso extraordinário. Por serem
incabíveis, caso a parte oponha os embargos, estes não irão suspender ou
interromper o prazo para a interposição do agravo do art. 1.042 do CPC/2015. Como
consequência, a parte perderá o prazo para o agravo. Nas palavras do STF: os
embargos de declaração opostos contra a decisão de presidente do tribunal que não
admite recurso extraordinário não suspendem ou interrompem o prazo para
interposição de agravo, por serem incabíveis. STF. (Info 886).

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RECURSOS: É possível interpor agravo de instrumento contra decisão que não
concede efeito suspensivo aos embargos à execução. Importante!!!
As hipóteses em que cabe agravo de instrumento estão previstas art. 1.015 do
CPC/2015, que traz um rol taxativo, mas é possível que sejam lidas de forma ampla,
interpretação extensiva.
Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que
versarem sobre:
X - concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à
execução; (Info 617).
Art. 919. Os embargos à execução não terão efeito suspensivo.
§ 1º O juiz poderá, a requerimento do embargante, atribuir efeito suspensivo aos
embargos quando verificados os requisitos para a concessão da tutela provisória e
desde que a execução já esteja garantida por penhora, depósito ou caução
suficientes.
Apesar de não previsto expressamente no rol do art. 1.015 do CPC/2015, cabe agravo
de instrumento contra a decisão interlocutória relacionada à definição de
competência. Isso com base em uma interpretação analógica ou extensiva da norma
a l
io n
contida no inciso III do art. 1.015 do CPC/2015, já que ambas possuem a mesma ratio
-, qual seja, afastar o juízo incompetente para a causa, permitindo que o juízo natural
e adequado julgue a demanda.
a c
u c ER
STJ. 4ª Turma. REsp 1679909/RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em
14/11/2017.
E M d IL
e
rt RO
RECURSOS. COMPETÊNCIA: É cabível agravo de instrumento contra decisão
p o OR
interlocutória relacionada à definição de competência, a despeito de não previsto

S C 41- m u H 89
expressamente no rol do art. 1.015 do CPC/2015. A decisão interlocutória que acolhe
ou rejeita a alegação de incompetência desafia recurso de agravo de instrumento, por
um IZ .7 .co
er L
uma interpretação analógica ou extensiva da norma contida no inciso III do art. 1.015
U4 ma4 il
do CPC/2015, já que ambas possuem a mesma ratio -, qual seja, afastar o juízo

d V R O
4 3 . 0
incompetente para a causa, permitindo que o juízo natural e adequado julgue a
g
A PE D 0 er@
demanda. STJ. (Info 618)
l
SÚMULAS mi
p lc
SÚMULA 579-STJ: Não é necessário ratificar o recurso especial interposto na pendên-
cia do julgamento dos embargos de declaração, quando inalterado o resultado
anterior. (CORTE ESPECIAL, julgado em 01/07/2016, DJe 01/08/2016)

Súmula 641, STJ: Não se conta em dobro o prazo para recorrer, quando só um dos
litisconsortes haja sucumbido.

Súmula 484, STJ: Admite-se que o preparo seja efetuado no primeiro dia útil
subsequente, quando a interposição do recurso ocorrer após o encerramento do
expediente bancário.

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ANO: 2017. BANCA: FCC. ÓRGÃO: DPE-PR

A respeito da disciplina do agravo de instrumento, segundo o


Código de Processo Civil,

a) não caberá agravo de instrumento contra decisão terminativa


RECURSOS. que diminui objetivamente a demanda.

b) caberá agravo de instrumento da decisão sobre a competência


absoluta ou relativa.

c) as decisões interlocutórias não impugnáveis por agravo de


instrumento tornam-se irrecorríveis, não podendo ser
impugnadas em nenhum outro momento processual.
a l
io
d) caberá agravo de instrumento da decisão que indefere a n
produção de prova pericial.
a c
u c ER
da prova.
E M d IL
e) caberá agravo de instrumento da decisão que redistribui o ônus

e
rt RO
GABARITO COMENTADO
p o OR
S C 41- m u H 89
CORRETA: Letra E, nos termos do artigo 1.015, XI. Conforme
exposto, quando do estudo do Agravo de Instrumento, é
um IZ .7 .co
recorrente a cobrança de questões sobre a literalidade do rol de

V er L U 4 il
4 ma
cabimento do recurso, sendo indispensável o conhecimento da
O . 0
integralidade do artigo.
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
INCORRETAS:
l
mi
p lc
A) Nesta alternativa, o examinador tentou confundir o candidato,
pois dispôs da hipótese do artigo 1.015, II, contudo, utilizando
termos que demandam uma interpretação mais ampla. Isto
porque deve o candidato saber que a decisão que diminui
objetivamente a demanda é parcial de mérito, pois, se fosse
integral, haveria a extinção do processo por sentença terminativa,
ou seja, sem resolução de mérito.

B e D: Em que pese entendimentos contrários, a maior parte da


doutrina e jurisprudência entende ser o rol do artigo 1.015
taxativo, informação que deve ser levada pelo candidato, ao
menos, em provas objetivas. Assim, como não há previsão
expressa sobre o cabimento de Agravo de Instrumento de decisão
sobre a competência absoluta ou relativa, bem como sobre a
decisão que rejeita a prova pericial, as alternativas são incorretas.

C) Quando as decisões interlocutórias proferidas no processo não

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são impugnáveis por meio de Agravo de Instrumento, não haverá
preclusão sobre a discussão da matéria, que deverá ser
apresentada como preliminar de apelação, na eventualidade de
ser interposto o recurso ou, em contrarrazões, se prejudicial à
parte que não recorreu, conforme artigo 1.009, §1º do CPC.

ANO: 2018. BANCA: FCC. ÓRGÃO: DPE-AP. PROVA: DEFENSOR


PÚBLICO

A sustentação oral nos agravos de instrumento,

a) será cabível nas decisões interlocutórias que versem sobre


tutelas provisórias de urgência, bem como nas decisões sobre o
mérito da causa.

b) passou a ser cabível de qualquer decisão interlocutória,


desde que tenha causado gravame à parte recorrente.
a l
io
c) não é cabível em nenhuma situação, por não caber n
sustentação oral de decisões interlocutórias.
a c
u c ER
somente sobre o mérito da causa. E M d IL
d) passou a ser cabível de decisões interlocutórias que versem

e
rt RO
p o OR
e) só é cabível nas decisões interlocutórias que versem sobre

S C 41- m u H 89
tutelas provisórias de urgência ou da evidência.

um IZ .7 .co
GABARITO: E

V er L
O
U
.
4
0
il
4 ma
CPC Art. 937. Na sessão de julgamento, depois da exposição da
d R 4 3 g
causa pelo relator, o presidente dará a palavra, sucessivamente,
A PE D 0 er@
ao recorrente, ao recorrido e, nos casos de sua intervenção, ao
l i
membro do Ministério Público, pelo prazo improrrogável de 15
m
p lc
(quinze) minutos para cada um, a fim de sustentarem suas razões,
nas seguintes hipóteses, nos termos da parte final do caput do art.
1.021:

I - no recurso de apelação;

II - no recurso ordinário;

III - no recurso especial;

IV - no recurso extraordinário;

V - nos embargos de divergência;

VI - na ação rescisória, no mandado de segurança e na


reclamação;

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VII - (VETADO);

VIII - no agravo de instrumento interposto contra decisões


interlocutórias que versem sobre tutelas provisórias de urgência
ou da evidência;

IX - em outras hipóteses previstas em lei ou no regimento interno


do tribunal.

Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-AM Prova: FCC - 2018 - DPE-AM
- Defensor Público - Reaplicação

O Ministro Relator de Recurso Especial nega seguimento à


impugnação recursal. Neste caso,

A) é cabível agravo interno.

B) é cabível agravo de instrumento.


a l
io n
C) é cabível agravo de admissibilidade.
a c
D) é irrecorrível, a decisão. u c ER
E M d IL
e
rt RO
E) são cabíveis somente embargos de declaração.

p o OR
GABARITO: A.
S C 41- m u H 89
um
Art. 1.042. Cabe agravo contra decisão do presidente ou do vice-
IZ .7 .co
er L U il
presidente do tribunal recorrido que inadmitir recurso
4 4 ma
d V extraordinário ou recurso especial, salvo quando fundada na
R O 3 . 0 g
aplicação de entendimento firmado em regime de repercussão
4
A PE D 0 er@
geral ou em julgamento de recursos repetitivos.
l
mi
p lc
ANO: 2018 BANCA: FCC ÓRGÃO: DPE-RS PROVA: FCC - 2018 -
DPE-RS - DEFENSOR PÚBLICO

Sobre os recursos no Código de Processo Civil, é correto afirmar:

A) Se os recursos de agravo de instrumento e apelação houverem


de ser julgados na mesma sessão, será declarada a perda do
objeto do recurso de agravo de instrumento.

B) Quando o resultado da apelação for não unânime, o


julgamento terá prosseguimento em sessão a ser designada com a
presença de outros julgadores, em número suficiente para
garantir a possibilidade de inversão do resultado inicial, aplicando-
se a mesma regra ao julgamento não unânime proferido em
agravo de instrumento, quando houver reforma da decisão que
julgar parcialmente o mérito.

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C) Os embargos de declaração possuem efeito suspensivo e
interrompem o prazo para a interposição de recurso.

D) O recorrente comprovará a ocorrência de feriado local, se


intimado pelo relator para tanto.

E) A parte recorrente pode desistir unilateralmente do recurso,


mas essa desistência não afeta a apreciação de eventual recurso
adesivo da contraparte, nem impede a análise de questão cuja
repercussão geral já tenha sido reconhecida e daquele objeto de
julgamento de recursos especiais ou extraordinários repetitivos.

GABARITO: B.

a) ERRADO. Art. 946. O agravo de instrumento será julgado


antes da apelação interposta no mesmo processo.

Parágrafo único. Se ambos os recursos de que trata o caputa l


io n
houverem de ser julgados na mesma sessão, terá precedência o
agravo de instrumento.
a c
u c ER
b)
d IL
CERTO. Art. 942. Quando o resultado da apelação for não
E M
unânime, o julgamento terá prosseguimento em sessão a ser
e
rt RO
designada com a presença de outros julgadores, que serão

p o OR
convocados nos termos previamente definidos no regimento

S C 41- m u H 89
interno, em número suficiente para garantir a possibilidade de
inversão do resultado inicial, assegurado às partes e a eventuais

um IZ .7 .co
terceiros o direito de sustentar oralmente suas razões perante os

V er L
c)
O
U
.
4
0
il
novos julgadores.
4 ma
ERRADO. Art. 1.026. Os embargos de declaração não
d R 4 3 g
possuem efeito suspensivo e interrompem o prazo para a
A PE D 0 er@
interposição de recurso.
l
d) i
ERRADO. Art. 1.003, § 6o O recorrente comprovará a
m
e) p lc
ocorrência de feriado local no ato de interposição do recurso.
ERRADO. Art. 998. O recorrente poderá, a qualquer
tempo, sem a anuência do recorrido ou dos litisconsortes, desistir
do recurso.
Parágrafo único. A desistência do recurso não impede a análise
de questão cuja repercussão geral já tenha sido reconhecida e
daquele objeto de julgamento de recursos extraordinários ou
especiais repetitivos.
art. 997, § 2o O recurso adesivo fica subordinado ao recurso
independente, sendo-lhe aplicáveis as mesmas regras deste
quanto aos requisitos de admissibilidade e julgamento no tribunal,
salvo disposição legal diversa, observado, ainda, o seguinte:
I - será dirigido ao órgão perante o qual o recurso independente
fora interposto, no prazo de que a parte dispõe para responder;
II - será admissível na apelação, no recurso extraordinário e no
recurso especial;
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III - não será conhecido, se houver desistência do recurso principal
ou se for ele considerado inadmissível.

ANO: 2018. BANCA: FCC. ÓRGÃO: DPE-AM

Paulo ajuizou ação indenizatória em face de Umberto, postulando


a condenação ao valor de 30 mil reais a título de danos materiais e
15 mil a título de danos morais. Ao final da instrução, o juiz de
primeiro grau julgou parcialmente procedente o pedido de Paulo
e condenou Umberto ao pagamento de 25 mil reais a título de
danos materiais e 10 mil reais a título de danos morais, fixando
em 15% do valor da condenação os honorários sucumbenciais.
Irresignado, somente Umberto recorreu da sentença. Neste caso,
ao julgar o recurso interposto, o Tribunal competente

A) poderá majorar o valor da condenação e o valor dos honorários


de sucumbência em percentual superior a 20% do valor da
a l
condenação.
io n
a c
B) não poderá majorar o valor da condenação e nem aumentar o
valor dos honorários de sucumbência.
u c ER
d IL
C) poderá majorar o valor da condenação e o valor dos honorários
E M
e
de sucumbência até o máximo de 20% do valor da condenação.
rt RO
p o OR
D)não poderá majorar o valor da condenação, mas poderá

S C 41- m u H 89
aumentar o valor dos honorários de sucumbência em percentual
superior a 20% do valor da condenação.
um IZ .7 .co
V er L U 4 il
4 ma
E) não poderá majorar o valor da condenação, mas poderá
O . 0
aumentar o valor dos honorários de sucumbência até o máximo
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
de 20% do valor da condenação.
l
GABARITO: E mi
p lc
COMENTÁRIOS:

Sobre o valor da condenação:


Como apenas o réu recorreu, o Tribunal não pode majorar o valor
da condenação, por causa do princípio da proibição da reformatio
in pejus. Por meio desse princípio proíbe-se agravar a situação do
réu, quando do julgamento do recurso, frente a inércia da parte
contrária em apresentar o seu recurso. Dessa forma, o valor
apenas poderá ser mantido ou reduzido.

Sobre os honorários de sucumbência:


CPC, Art. 85: A sentença condenará o vencido a pagar honorários
ao advogado venceder.
§11: O tribunal, ao jugar recurso, majorará os honorários fixados
anteriormente levando em conta o trabalho adicional realizado
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em grau recursal, observando, conforme o caso, o disposto nos §§
2º e 6º, sendo vedado ao tribunal, no cômputo geral da fixação de
honorários devidos ao advogado vencedor, ultrapassar os
respectivos limites estabelecidos nos §§ 2º e 3º da fase de
conhecimento.
§2° Os honorários serão fixados entre o mínimo de dez e o
máximo de vinte por cento sobre o valor da condenação, do
proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo,
sobre o valor atualizado da causa, atendidos: (...)

ANO: 2018. BANCA: FCC. ÓRGÃO: DPE-AM

O Ministro Relator de Recurso Especial nega seguimento à


impugnação recursal. Neste caso,

A) é cabível agravo interno.


B) é cabível agravo de instrumento.
a l
C) é cabível agravo de admissibilidade.
D) é irrecorrível, a decisão.
io n
a
E) são cabíveis somente embargos de declaração c
u c ER
GABARITO: A
E M d IL
COMENTÁRIOS: e
rt RO
p o OR
S C 41- m u H 89
Se a decisão de inadimissibilidade for do Presidente/Vice do
Tribunal Recorrido = Cabível Agravo em REsp/RExt (art. 1042);
um IZ .7 .co
V er L U 4 il
4 ma
Se a decisão de inadmissibilidade for do Ministro Relator do
O . 0
REsp/RExt do Tribunal a que se recorre = Cabível Agravo Interno
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
(art. 1.021).
l
m i
plc
ATENÇÃO! Atenção para o não
embargos de declaração:
cabimento de

Não cabem embargos de declaração contra a decisão de


presidente do tribunal que não admite recurso extraordinário.
Por serem incabíveis, caso a parte oponha os embargos, estes não
irão suspender ou interromper o prazo para a interposição do
agravo do art. 1.042 do CPC/2015. Como consequência, a parte
perderá o prazo para o agravo. Nas palavras do STF: os embargos
de declaração opostos contra a decisão de presidente do tribunal
que não admite recurso extraordinário não suspendem ou
interrompem o prazo para interposição de agravo, por serem
incabíveis. STF. 1ª Turma. ARE 688776 ED/RS e ARE 685997 ED/RS,
Rel. Min. Dias Toffoli, julgados em 28/11/2017 (Info 886).

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24 AÇÃO RESCISÓRIA (artigos 966 a 975 do CPC)

A ação rescisória será cabível contra decisão de mérito, transitada em julgados se:

1. Se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção


do juiz;

2. For proferida por juiz impedido ou absolutamente incompetente;


3. Quando a decisão resultar de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento
da parte vencida ou, ainda, de simulação ou colusão entre as partes a fim de fraudar a lei.

4. Ofender a coisa julgada.


5. Violar manifestamente norma jurídica.

Também cabe a rescisória, se a decisão transitada em julgado é


a l
baseada no em enunciado de súmula, precedente e, embora baseada
ATENÇÃO!
io n
nesse precedente, não considerou a existência de distinção entre a

a c
situação concreta e o padrão decisório que lhe deu fundamento.

u c ER
E M d IL
e
rt RO
Nesses casos, caberá ao autor, sob pena de inépcia, demonstrar, de forma

p o OR
fundamentada e particularizada, que a situação concreta é distinta ou que a questão
jurídica não examinada precisa que seja imposta outra situação jurídica.

6. Falsidade de prova; S C 41- m u H 89


um IZ .7 .co
er L U il
7. Quando o autor obtiver, posteriormente ao transito em julgado, prova nova, cuja
4 ma4
d V
existência ignorava ou de que não pode fazer uso capaz, por si só, de lhe assegurar
R O 3 .
pronunciamento favorável.
4
0 g
A PE D 0 er@
8. For fundado em erro de fato verificável no exame dos autos.
l
mi
9. O parágrafo 2º do artigo 966 traz uma importante novidade, pois também será
p lc
cabível ação rescisória contra decisões que não sejam de mérito, desde que estas
decisões impeçam:
a. Nova propositura da demanda;
b. Admissibilidade do recurso correspondente.

A ação rescisória é de competência originária dos tribunais e a eles será dirigida,


sendo que a inicial deverá seguir o que determina o artigo 319, e, ainda:

 Cumular o pedido da rescisão e, se for o caso, o de novo julgamento do processo;

 Depositar a importância de 5% sobre o valor da causa, que se converta em multa


caso a ação seja, por unanimidade de votos, declarada inadmissível ou
improcedente.

Não será recolhido o valor de 5% às pessoas jurídicas de direito público, ao MP, à


Defensoria Pública e aos que tenham obtido o benefício da gratuidade judiciária, de

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maneira que o depósito não ultrapassará mil salários mínimos, ou seja, os 5% estarão
limitados a esse valor.

O ajuizamento de ação rescisória não impede o cumprimento da decisão


rescindenda, ao menos que seja obtida uma tutela provisória na ação rescisória.
O relator ordenará a citação do réu, designando-lhe prazo nunca inferior a 15 dias
e nem superior a 30 dias para, querendo, apresente resposta. Se os fatos alegados pelas
partes demandarem a produção de prova, serão os autos remetidos ao juízo que proferiu
a decisão rescindenda, fixando o prazo de 01 a 03 meses para a devolução dos autos.

O prazo para interpor a Ação Rescisória é decadencial de 02 anos e será contado


do trânsito em julgado da última decisão proferida no processo, havendo prorrogação
para o primeiro dia útil subsequente à data do término, na eventualidade de o termo final
do prazo ocorrer em dia que não haja expediente forense.

Essa disposição traz a superação da súmula 401 do STJ, que dizia: o prazo
l
decadencial da ação rescisória só se inicia quando não for cabível qualquer recurso do
a
último pronunciamento judicial.
io n
a c
u c ER
d IL
Se a ação for fundada em prova nova o termo inicial do prazo será o da descoberta
E M
e
da prova nova, porém, deve-se observar o prazo máximo de 05 anos contados do trânsito
rt RO
em julgado da última decisão proferida no processo, para que se inicie o prazo de dois
anos.
p o OR
S C 41- m u H 89
um IZ .7 .co
Se a ação rescisória se der em virtude de simulação ou colusão das partes, o prazo

V O er L
. 0
U4 ma4 il
começará a contar para o terceiro interessado e ao MP a partir do momento em que têm
ciência da simulação ou da colusão. Nesse caso, não há limite temporal, mas deverá ser
d R 4 3 g
proposta no prazo de 02 anos do descobrimento.
A PE D 0 er@
l
m i
plc
Dica final, mas não menos importante, hein?!

Vocês lembram que o CPC/15 admite decisões parciais de mérito?


Pois bem, a rescisória pode ter por objeto apenas um capítulo da
ATENÇÃO!
decisão. Releia o §3º do art. 966: “ A ação rescisória pode ter por
objeto apenas 1 (um) capítulo da decisão”

JURISPRUDÊNCIA
AÇÃO RESCISÓRIA: Ainda existe a figura do revisor na ação rescisória? • Nas
rescisórias julgadas pelo TJ e TRF: NÃO. O CPC/2015 eliminou, como regra geral, a
figura do revisor em caso de ação rescisória. • Nas rescisórias julgadas pelo STJ: SIM.
Nas ações rescisórias processadas e julgadas originariamente no STJ, mesmo após o
advento do CPC/2015, continua existindo a figura do revisor. Isso porque existe
previsão específica no art. 40, I da Lei nº 8.038/90, que continua em vigor. STJ. (Info

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603).

LEGITIMIDADE PASSIVA. RESCISÓRIA: A ação rescisória, quando busca desconstituir


sentença condenatória que fixou honorários advocatícios sucumbenciais, deve ser
proposta não apenas contra o titular do crédito principal formado em juízo, mas
também contra o advogado em favor de quem foi fixada a verba honorária. STJ. (Info
605).

SÚMULAS

Súmula 515, STF: Admite-se ação rescisória contra sentença transitada em julgado,
ainda que contra ela não se tenham esgotado todos os recursos.
Súmula 252, STF: Na ação rescisória, não estão impedidos os juízes que participaram
do julgamento rescindendo.

a l
io n
a c
u c ER
E M d IL
e
rt RO
p o OR
S C 41- m u H 89
ANO: 2018: BANCA: FCC. ÓRGÃO DPE- MA

um IZ .7 .co
A ação rescisória:

V O er L
. 0
U4 ma4 il
A) não é admitida contra sentença terminativa, pois é necessário
d R 4 3 g
que a decisão seja de mérito para que seja possível a sua rescisão.
A PE D 0 er@
l
AÇÃO
mi
B) é cabível, em tese, contra decisão interlocutória e contra
RESCIRÓRIA
p lc
decisão monocrática do relator, desde que referentes ao mérito e
que tenham transitado em julgado.

C) é o meio correto para a impugnação de sentença


homologatória de acordo entre as partes com trânsito em julgado.

D) que tenha por fundamento a existência de prova nova, cuja


existência era ignorada pelo autor da rescisória, somente é
admitida quando a prova for documental.

E) é o único meio de impugnação para decisões transitadas em


julgado que não apresentem pressupostos processuais de
existência.

GABARITO: B

COMENTÁRIOS:

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A. ERRADA. Art. 966, § 2º, cpc: Nas hipóteses previstas nos incisos
do caput, será rescindível a decisão transitada em julgado que,
embora não seja de mérito, impeça:

I - nova propositura da demanda; ou

II - admissibilidade do recurso correspondente.

C: ERRADA. Info. 916/STF. A decisão judicial homologatória de


acordo entre as partes é impugnável mediante ação anulatória.
Não cabe ação rescisória neste caso.

D. ERRADA. 966, CPC, VII - obtiver o autor, posteriormente ao


trânsito em julgado, prova nova cuja existência ignorava ou de que
não pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar
pronunciamento favorável;

E. ERRADA. querela nullitatis insanabilis instrumento que possui a


finalidade de sanar vícios que são considerados insanáveis,
a l
fazendo a sentença inexistente em razão de um defeito pré-
io n
c
concebido, e que por isso, contaminou todos os demais atos
a
c ER
processuais do rito. Para tal ação não há previsão legal, porem
u
E M d IL
somente com tais error in procedendo, ou seja, erro na
constituição do processo legal tais quais o vício na citação, o
e
rt RO
surgimento de uma nova prova após o prazo decadencial da
o OR
rescisória, a afronta direta a princípios constitucionais, etc., são
p
S C 41- m u H 89
capazes por si só, de tornar a sentença que foi dada a uma ação
ceivada por um desses vícios que seja, inexistente.
m Z .7 .co
(https://iversonkfadv.jusbrasil.com.br/artigos/458253428/sabe-o-
u I
V er L
O
U
.
4
0
il
que-e-a-querela-nullitatis).
4 ma
d 3 g
ANO: 2016. BANCA: FCC. ÓRGÃO: DPE-ES
R 4
A PE D 0 er@
De acordo com o novo CPC, a ação rescisória:
l
mi
p lc
a) é cabível contra decisão fundada em interpretação de ato
normativo tido pelo Supremo Tribunal Federal como incompatível
com a Constituição Federal, em controle de constitucionalidade
concentrado ou difuso, contado o prazo decadencial a partir do
trânsito em julgado da decisão proferida pelo Supremo Tribunal
Federal.

b) impede o cumprimento da decisão rescindenda enquanto não


ultimado o seu julgamento.

c) é cabível somente contra decisão de mérito transitada em


julgado, sendo inadmissível ação rescisória de sentença
terminativa.

d) deve ser proposta no prazo 02 anos, contados sempre do


trânsito em julgado da decisão rescindenda.

e) proposta com base em prova nova, deverá ser proposta em até


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05 anos da data da descoberta desta nova prova.

GABARITO COMENTADO:

CORRETA: Letra A, nos termos da previsão do artigo 535, §8º do


CPC.

INCORRETAS:

B) A propositura de ação rescisória não impede o cumprimento da


decisão a que se visa desconstituir, salvo se a parte comprovar
estarem presentes os requisitos que autorizam a concessão de
tutela provisória (artigo 300 do CPC), conforme determina o artigo
969.

C) A alternativa é incorreta, pois contraria a autorização do §2º do


artigo 966 sobre a propositura de ação rescisória de decisão que
não julgou o mérito, quando esta possa impedir a nova
propositura da demanda ou a interposição do recurso cabível.
a l
io
D) Em provas objetivas, quando a questão trouxer termos n
a c
extremos, como, por exemplo, sempre, nunca, única, a atenção
u c ER
deve ser redobrada, pois provavelmente há um erro. No presente

E M d IL
caso, a alternativa trouxe a regra trazida pelo artigo 975 do CPC,

e
mas não mencionou as hipóteses dos parágrafos 2º e 3º, que
rt RO
trazem limitação temporal distinta.
p o OR
S C 41- m u H 89
Quando a ação rescisória tiver por objeto a descoberta de prova
nova, o limite temporal de dois anos é contado a partir do dia em

um IZ .7 .co
que a prova foi descoberta, porém há de se observar o limite

V O er L
. 0
U4 ma4 il
temporal máximo permitido em lei para que seja possível a
rescisão, qual seja: 5 anos. Assim, se, dentro de cinco anos, for
d R 4 3 g
A PE D descoberta nova prova, poderá ser proposta ação rescisória, em
0 er@
um prazo de dois anos.
l
mi
p lc
Por fim, vale lembrar que, quando a ação rescisória for baseada
em simulação ou colusão das partes (artigo 966, III), não há limite
temporal para a descoberta das provas que demonstram o ato
fraudulento. Assim, o prazo decadencial de dois anos para a
propositura de ação rescisória, começa a contar da data em que se
teve ciência da simulação ou da colusão.

25. INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS (ARTIGO 976 E


SEGUINTES DO CPC).

O instituto advém de uma preocupação do legislador no que se refere às causas


de massa, demandas repetitivas.
Instaurado esse incidente, os processos que versarem sobre aquela questão,
ficarão suspensos até que o tribunal competente analise a matéria, sendo que todos os
processos que estavam suspensos ficarão vinculados à decisão do tribunal.

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É cabível quando houver simultaneamente:

 Efetiva repetição de processos que contenham controvérsias sobre a mesma


questão de direito;

 Risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica.

A desistência da ação não impede o exame do mérito, já que o


ATENÇÃO! IRDR tem motivação pública, havendo interesse na apreciação
do mérito sobre a matéria.

O Ministério Público será sempre intimado para atuar como fiscal da lei, devendo
assumir a ação em caso de desistência ou abandono.

Não será cabível IRDR, quando o STF ou o STJ já estiver afetado o recurso para
l
definição de tese de direito material ou processual repetitiva. Ou seja, se já houver REsp
a
n
ou RE repetitivo sobre o assunto no tribunal superior, NÃO poderá ser instaurado o IRDR!
io
A interposição de IRDR dispensa o pagamento de custas.
a c
u c ER
para tanto: E M d IL
O pedido é instaurado perante o presidente do tribunal, sendo partes legítimas

 Juiz ou relator, de ofício; e


rt RO
p o OR

u H 89
Pelas partes, por petição;
S C 41- m

m Z .7 .co
Ministério Público e Defensoria Pública, por petição.
u I
er L U4 ma4 il
O julgamento do IRDR será de competência do órgão responsável pela
V O . 0
uniformização de jurisprudência no tribunal, conforme norma de organização judiciária.
d R 4 3 g
A PE D
Instaurado o IRDR, o CNJ terá a competência de promover a publicidade e a ampla
0 er@
divulgação do incidente, com o objetivo de publicidade aos eventuais interessados em
l
decisão sobre o tema.
mi
p lc
O julgamento do IRDR deverá ser feito no prazo máximo de um ano.

No julgamento do incidente, o relator exporá qual será o objeto do incidente e


permitirá a sustentação oral, ao autor e réu do processo originário e MP, pelo prazo de 30
minutos. Também será permitido aos demais interessados sustentarem oralmente suas
razões, pelo prazo de 30 minutos. Se forem muitos interessados, poderá ser ampliado o
prazo.

São poderes do relator:

 Suspender os processos pendentes que tramitam no estado, se corre na


justiça estadual ou na região, se corre na justiça federal;

 Requisitar informações a órgãos em cujo juízo tramita o processo no qual


discute o objeto do incidente;

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 Ouvir partes e interessados – inclusive amicus curiae e MP -, todos em 15
dias, admissível a realização de audiência pública, tendo em vista a grande repercussão
que esse processo vai trazer a todos.

Julgado o IRDR, a tese será aplicada a todos os processos, individuais ou coletivos,


que versem sobre idêntica questão, inclusive os processos que tramitam no âmbito dos
juizados especiais que tramitam no território de competência do tribunal.

Também será aplicada a tese aos casos futuros que versarem sobre idêntica
questão de direito e que venham a tramitar no território de competência do tribunal,
salvo se houver revisão da tese firmada, conforme artigo 986 do CPC. Se a tese não for
observada caberá reclamação.

FIQUE LIGADO:

Da decisão que julga o IRDR caberá


recurso especial ou extraordinário. Esse
recurso tem, EXCEPCIONALMENTE, efeito
suspensivo e ainda tem repercussão a l
geral presumida!
io n
a c
u c ER
E M d IL
e
rt RO
p o OR
Enunciado 140: A suspensão de processos pendentes, individuais ou coletivos, que

S C 41- m u H 89
tramitam no Estado ou na região prevista no art. 982, I, do CPC não é decorrência
automática e necessária da admissão do IRDR, competindo ao relator ou ao colegiado

um IZ .7 .co
decidir acerca da sua conveniência.

V er L0
U4 ma4 il
Enunciado 141: É possível a conversão de Incidente de Assunção de Competência
O .
d R 4 3 g
em Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas, se demonstrada a efetiva repetição
A PE D 0 er@
de processos em que se discute a mesma questão de direito.
l
mi
p lc
Enunciado 142: Determinada a suspensão decorrente da admissão do IRDR (art.
982, I), a alegação de distinção entre a questão jurídica versada em uma demanda em
curso e aquela a ser julgada no incidente será veiculada por meio do requerimento
previsto no art. 1.037, §10.

Enunciado 143: A revisão da tese jurídica firmada no incidente de resolução de


demandas repetitivas pode ser feita pelas partes, nos termos do art. 977, II, do CPC/2015.

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ANO: 2017. BANCA: FCC. ÓRGÃO: DPE-PR. PROVA: DEFENSOR
PÚBLICO

Acerca do incidente de resolução de demandas repetitivas e


dos recursos, considere:

II. É admitida a revisão de tese jurídica firmada em incidente de


DEMANDAS resolução de demandas repetitivas – IRDR, cuja legitimidade
REPETITIVAS de deflagrá-la é outorgada somente ao mesmo Tribunal, de
ofício, ou ao Ministério Público e à Defensoria Pública.

III. Segundo a doutrina, o terceiro prejudicado pode interpor


apelação em face da sentença deduzindo fatos novos e
apresentando provas tendentes a comprová-los, inclusive com
a possibilidade de pleitear outras provas em grau recursal.

a l
IIII. Assim como a parte que sucumbiu parcialmente, o terceiro
prejudicado e o Ministério Público podem interpor recurso

io n
adesivo quando intimados para apresentar contrarrazões de
apelação.
a c
u c ER
E M d IL
IIV. O legislador permite o exercício do juízo de retratação no
recurso de apelação somente nos casos de sentença de
e
rt RO
indeferimento da inicial, de improcedência liminar do pedido e

p o OR
da que reconhecer a existência de perempção, de
u H 89
litispendência ou de coisa julgada.
S C 41- m
um IZ .7 .co
V. Representa violação ao princípio do juízo natural a

V O er L.
U
0
4
4 ma il
alteração da qualificação jurídica sobre os contornos fáticos
informados na sentença, cuja apelação, se assim interposta,
d R 4 3 g
não deverá ser conhecida.
A PE D 0 er@
l i
Está correto o que se afirma APENAS em
m
p lc
a) III e IV.
b) II e V.
c) I e II.
d) I, II, III e IV.
e) I.

GABARITO: C

ITEM I - CORRETO

Art. 986. A revisão da tese jurídica firmada no incidente far-se-


á pelo mesmo tribunal, de ofício ou mediante requerimento

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dos legitimados mencionados no art. 977, inciso III.

Art. 977. O pedido de instauração do incidente será dirigido


ao presidente de tribunal:

III - pelo Ministério Público ou pela Defensoria Pública, por


petição.

ITEM II - CORRETO

Art. 996. O recurso pode ser interposto pela parte vencida,


pelo terceiro prejudicado e pelo Ministério Público, como
parte ou como fiscal da ordem jurídica.

Parágrafo único. Cumpre ao terceiro demonstrar a


possibilidade de a decisão sobre a relação jurídica submetida à

que possa discutir em juízo como substituto processual. a l


apreciação judicial atingir direito de que se afirme titular ou

io n
a c
Art. 1.014. As questões de fato não propostas no juízo
c ER
inferior poderão ser suscitadas na apelação, se a parte provar
u
d IL
que deixou de fazê-lo por motivo de força maior.
E M
ITEM III - FALSO - e
rt RO
p o OR
S C 41- m u H 89
Somente a parte adversa que não recorreu pode interpor
recurso adesivo. Igualmente, a parte não pode apresentar

um IZ .7 .co
recurso adesivo ao recurso principal de terceiro interessado e

V er L
O
U
.
4
0
il
do MP como fiscal da lei.
4 ma
d R 4 3 g
ITEM IV - FALSO - existem outras hipóteses, seguem abaixo:
A PE D 0 er@
l i
Art. 331. Indeferida a petição inicial, o autor poderá apelar,
m
lc
facultado ao juiz, no prazo de 5 (cinco) dias, retratar-se.
p
Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz,
independentemente da citação do réu, julgará liminarmente
improcedente o pedido que contrariar:

I - enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do


Superior Tribunal de Justiça;

II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo


Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos
repetitivos;

III - entendimento firmado em incidente de resolução de


demandas repetitivas ou de assunção de competência;

IV - enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito


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local.

§ 1o O juiz também poderá julgar liminarmente


improcedente o pedido se verificar, desde logo, a ocorrência
de decadência ou de prescrição.

§ 3o Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em 5


(cinco) dias.

Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando: (...) §


7o Interposta a apelação em qualquer dos casos de que tratam
os incisos deste artigo, o juiz terá 5 (cinco) dias para retratar-
se.

ITEM V - FALSO

a l
io n
a c
u c ER
E M d IL
e
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p o OR
S C 41- m u H 89
um IZ .7 .co
V O er L
.
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4 ma il
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
mi
p lc

O IAC (Incidente de assunção de competência) será instaurado quando a


questão de direito for relevante, mas NÃO repetitiva. Pois se for repetitiva o
tribunal deverá instaurar o IRDR.

26. RECLAMAÇÃO (ARTIGOS 988 A 993)

Caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério Público, para preservar a


competência do tribunal; garantir a autoridade das decisões do tribunal; garantir a
observância de enunciado de súmula vinculante e de decisões do STF em controle
concentrado de constitucionalidade e garantir a observância de acórdão proferido em
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incidente de resolução de demanda repetitiva ou em incidente de assunção de
competência.

É inadmissível a reclamação: após o trânsito em julgado da decisão reclamada ou quando


proposta para garantir a observância de acórdão de recurso extraordinário com
repercussão geral reconhecida ou de acórdão proferido em julgamento de recurso
extraordinário ou especial repetitivos, quando não esgotadas as instâncias ordinárias.

A inadmissibilidade ou o julgamento de recurso interposto contra a decisão proferida


pelo órgão reclamado não prejudica a reclamação, ou seja, o uso da reclamação não está
condicionado ao recurso eventualmente interposto contra a decisão.

É cabível reclamação no âmbito dos Juizados Especiais, competentes os Tribunais de


Justiça para o julgamento de reclamações contra decisões de Turmas Recursais dos JESPS,
aplicando-se, no que couber, os termos do artigo 988 a 993 do CPC.

Enunciado 138: É cabível reclamação contra acórdão que aplicou indevidamente tese

l
jurídica firmada em acórdão proferido em julgamento de recursos extraordinário ou
a
quanto previsto no art. 988, § 4º, do CPC.
io n
especial repetitivos, após o esgotamento das instâncias ordinárias, por analogia ao

a c
u c ER
JURISPRUDÊNCIA E M d IL
e
rt RO
RECLAMAÇÃO: Necessidade de esgotamento das instâncias para alegar violação à
o OR
decisão do STF que decidiu pela constitucionalidade do art. 71, § 1º, da Lei 8.666/93.
p
S C 41- m u H 89
Em 2017, o STF reafirmou o entendimento de que o art. 71, § 1º, da Lei nº 8.666/93 é
constitucional e deve ser aplicado. Isso foi no julgamento do RE 760931/DF,
m IZ .7 .co
submetido à sistemática da repercussão geral.
u
V O er L
.
U
0
4
4 ma il
O STF afirmou que a sua decisão no RE 760931/DF “substituiu” a eficácia da tese
fixada na ADC 16. Isso significa que agora o Poder Público, se quiser ajuizar
d R 4 3 g
reclamação discutindo o tema, deverá fazê-lo alegando violação ao RE 760931/DF (e
A PE D 0 er@
não mais à ADC 16).
l i
Qual a desvantagem disso para o Poder Público:
m
p lc
• descumprimento de decisão do STF em ADI, ADC, ADPF: reclamação mesmo que a
decisão “rebelde” seja de 1ª instância. Não se exige o esgotamento de instâncias.
• Descumprimento de decisão do STF em recurso extraordinário sob a sistemática da
repercussão geral: reclamação, esgotamento das instâncias ordinárias (art. 988, § 5º,
II, do CPC/2015). (Info 888).
Art. 988 (...) § 5º É inadmissível a reclamação: (...) II – proposta para garantir a
observância de acórdão de recurso extraordinário com repercussão geral reconhecida
ou de acórdão proferido em julgamento de recursos extraordinário ou especial
repetitivos, quando não esgotadas as instâncias ordinárias.
SÚMULAS
Súmula 734, STF: Não cabe reclamação quando já houver transitado em julgado o
ato judicial que se alega tenha desrespeitado decisão do Supremo Tribunal Federal.

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FIQUE LIGADO AO PROCEDIMENTO:

IFORMAÇÕES CONTESTAÇÃO
PETIÇÃO INICIAL VISTAS AO MP
AUTORIDADE BENEFICIÁRIO
DA RECLAMAÇÃO (5 DIAS)
(10 DIAS) (15 DIAS)

a l
io n
a c
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d IL
E M
e
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p o OR
u H 89
S C 41- m
um IZ .7 .co
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ANO: 2017. BANCA: FCC. ÓRGÃO: DPE-PR. PROVA: DEFENSOR
PÚBLICO

A Defensoria Pública patrocina demanda em que o assistido vem a


sucumbir em primeira instância, motivando a interposição de
recurso. No Tribunal, este recurso vem a ser improvido, cujo
acórdão viola diretamente a Constituição Federal. Por esta razão, é
interposto recurso extraordinário dentro do prazo processual e com
RECLAMAÇÃO a observância de todos os pressupostos recursais. Ocorre que,
passado mais de um ano da sua interposição, o aludido recurso
sequer teve seu juízo de admissibilidade apreciado pelo Presidente
do Tribunal local.

Em face desta situação hipotética, a medida cabível e mais


adequada para o seguimento do recurso interposto é a

a) interposição de agravo regimental. a l


io n
b) interposição de agravo.
a c
c) interposição de agravo interno.
u c ER
E M
d) propositura de reclamação. d IL
e) correição parcial. e
rt RO
p o OR
GABARITO: D
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m Z .7 .co
A excessiva e injustificada demora na remessa do recurso
u I
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4 ma il
extraordinário ao STF pode ensejar a reclamação fundada na
usurpação de competência.
.
d R 4 3 g
A PE D 0 er@
l
mi
p lc

27. DOS PROCEDIMENTOS ESPECIAIS

AÇÃO MONITÓRIA (Artigo 700 a 702 do CPC)


A ação monitória pode ser proposta por aquele que afirmar, com base em prova
escrita sem eficácia de título executivo, ter direito de exigir do devedor capaz: o
pagamento de quantia em dinheiro; a entrega de coisa fungível ou infungível ou de
bem móvel ou imóvel; o adimplemento de obrigação de fazer ou de não fazer.
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É plenamente possível a ação monitória quando seja parte a fazenda pública, sendo
permitida a citação por todos os meios autorizados pelo procedimento comum.
Na eventualidade de o magistrado entender como duvidosa a prova juntada aos
autos, intimará o autor para que emende a petição inicial, adaptando-a ao
procedimento comum.

Conforme estudado no início do presente estudo, a previsão do artigo 701 do CPC é


uma das exceções à regra do contraditório prévio. Assim, entendendo ser evidente
o direito do autor, o juiz expedirá mandado para que o réu cumpra a determinação
em um prazo de 15 dias, pagando o valor de 5% a título de honorários advocatícios.
Cumprida a determinação no prazo, estará o réu isento do pagamento de custas
processuais.

Independente de segurança do juízo, poderá o réu opor embargos à monitória, nos


próprios autos, observado o prazo de 15 dias, sendo que a oposição dos embargos
a
suspende a eficácia da decisão que determinou o cumprimento da obrigação, até ol
julgamento em primeiro grau.
io n
a c
u c ER
reconvenção.
E M d IL
Na ação monitória, é permitida a reconvenção, vedando, também, a reconvenção da

e
rt RO
Da decisão que decidir os embargos é cabível apelação, sendo que, caso o juiz

p o OR
entenda que o autor propôs indevidamente a ação monitória, o condenará ao

S C 41- m u H 89
pagamento de multa de até 10% sobre o valor da causa, a título de litigância de má-
fé, ocorrendo o mesmo com o réu, na eventualidade de serem interpostos embargos
indevidos.
um IZ .7 .co
V O er L
. 0
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A PE D 0 er@
l
mi
p lc Há 3 hipóteses procedimentais da ação
ATENÇÃO!
monitória que são super importantes para a sua prova. Se liga:

1) QUANDO O RÉU CUMPRE A OBRIGAÇÃO:

PRAZO DE 15 ISENÇÃO DO
PETIÇÃO DECISÃO DIAS PARA O RÉU CUMPRE A PAGAMANTO
INICIAL POSITIVA RÉU CUMPRIR OBRIGAÇÃO DE CUSTAS
OU EMBARGAR PROCESSUAIS

2) QUANDO O RÉU PERMANCE INERTE (NÃO EMBARGA E NÃO CUMPRE A


OBRIGAÇÃO):

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PRAZO DE 15
PETIÇÃO DECISÃO DIAS PARA O RÉU FICA CONVERSÃO DA
DECISÃO EM TÍTULO
INICIAL POSITIVA RÉU CUMPRIR INERTE EXECUTIVO JUDICIAL
OU EMBARGAR

3) QUANDO O RÉU OFERECE EMBARGOS À MONITÓRIA:

PRAZO DE 15 JUIZ JULGARÁ OS


PETIÇÃO DECISÃO RÉU OFERECE
DIAS PAA O EMBARGOS,
EMBARGOS À CABENDO APELAÇÃO
INICIAL POSITIVA RÉU CUMPRIR
MONITÓRIA DESSA SENTENÇA
OU EMBARGAR

SUMÚLAS SOBRE AÇÃO MONITÓRIA:

a l
io
Súmula 247 STJ: O contrato de abertura de crédito em conta-corrente, n
c
acompanhado do demonstrativo de débito, constitui documento hábil para o ajuizamento
a
da ação monitória.
u c ER
E M d IL
Súmula 299 STJ: É admissível a ação monitória fundada em cheque prescrito.
e
rt RO
p o OR
Súmula 384 STJ: Cabe ação monitória para haver saldo remanescente oriundo de

S C 41- m u H 89
venda extrajudicial de bem alienado fiduciariamente em garantia.

um IZ .7 .co
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Súmula 503-STJ: O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do emitente
4 ma 4
d V R
estampada na cártula.
4 3 0
de cheque sem força executiva é quinquenal, a contar do dia seguinte à data de emissão
O . g
A PE D 0 er@
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Súmula 504-STJ: O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do emitente
m
vencimento do título. p lc
de nota promissória sem força executiva é quinquenal, a contar do dia seguinte ao

NÃO CONFUNDIR AS SÚMULAS 503 E 504 DO STJ! Uma fala sobre cheque e outra
sobre nota promissória. O que é trazido de diferença entre as duas é o termo inicial da
contagem do prazo prescricional. O do cheque prescrito é contado da data da emissão do
cheque e a da nota promissória é contado do dia seguinte ao vencimento do título.

Súmula 531 do STJ: Em ação monitória fundada em cheque prescrito, ajuizada


contra o emitente, é dispensável a menção ao negócio jurídico subjacente à emissão da
cártula.

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ASSUNTOS IMPORTANTES SOBRE PROCEDIMENTOS ESPECIAIS:

 Nas ações de família, o NCPC permite que se chegue à conclusão de que a


audiência é obrigatória, independentemente de vontade das partes. O mandado de
citação conterá apenas os dados necessários à audiência de conciliação e mediação e
deverá estar desacompanhado de copia da petição inicial, sendo concedida ao réu a
possibilidade de ter vista da petição a qualquer momento.

 No novo CPC, os embargos de terceiros mantêm a sua concepção principal:


poderão ser intentados por todo aquele que sofrer constrição ou ameaça de
constrição sobre bens que possua ou sobre os quais tenha direito incompatível com
o ato constritivo. Nesse caso, poderá requerer seu desfazimento ou sua inibição por
meio de embargos de terceiros. A grande novidade é que a tão só ameaça de
constrição dos bens já é motivo para a interposição de embargos de terceiros.

 Com relação às ações possessórias, o parágrafo primeiro, do artigo 554 traz


l
uma importante modificação. Se a ação possessória tiver um pólo passivo contendo
a
um número excessivo de litisconsortes, poderá ser feita citação pessoal dos
io n
a c
ocupantes que forem encontrados no local e a citação por edital dos demais. Deverá
ser intimado o Ministério Público e a Defensoria Pública, mas, no caso desta última,
se a situação envolver hipossuficientes econômicos.
u c ER
E M d IL
 Ainda sobre as ações possessórias, se concedida a liminar, caso não seja executada
e
rt RO
no prazo de 01 ano, deverá ser realizada nova audiência de conciliação para tentar de
p o OR
forma autocompositiva solucionar o conflito.

S C 41- m u H 89
 Na ação de exigir contas (artigo 550 a 553), o procedimento se divide em duas
m IZ .7 .co
fases, sendo que na primeira o juiz proferirá uma primeira decisão que irá condenar o
u
V O er L
.
U
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4 ma il
réu a prestar as contas; desafiando, portanto, agravo de instrumento.

d R 3 g
Na segunda fase, o autor será intimado para se manifestar sobre as contas prestadas
4
A PE D 0 er@
e, no prazo de 15 dias, a impugnação das contas deverá ser fundamentada e
l i
específica, manifestando-se exatamente sobre o valor que se contesta. Após, o réu
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esta, sujeita a apelação. p lc
será intimado para apresentar documentos e será proferida uma segunda decisão,

JURISPRUDÊNCIA

AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE: Conversão da ação reintegratória em


indenizatória. O terreno do proprietário foi invadido por inúmeras pessoas de baixa
renda. O proprietário ingressou com ação de reintegração de posse, tendo sido
concedida a medida liminar, mas nunca cumprida mesmo após vários anos.
Vale ressaltar que o Município e o Estado fizeram toda a infraestrutura para a
permanência das pessoas no local.
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Diante disso, o juiz, de ofício, converteu a ação reintegratória em indenizatória
(desapropriação indireta), determinando a emenda da inicial, a fim de promover a
citação do Município e do Estado para apresentar contestação e, em consequência,
incluí-los no polo passivo da demanda.
O STJ afirmou que isso estava correto e que a ação possessória pode ser convertida
em indenizatória (desapropriação indireta) - ainda que ausente pedido explícito nesse
sentido - a fim de assegurar tutela alternativa equivalente (indenização) ao particular
que teve suas térreas invadidas. STJ. 1ª Turma. REsp 1.442.440-AC, Rel. Min. Gurgel
de Faria, julgado em 07/12/2017 (Info 619).

EMBARGOS DE TERCEIRO: Não é cabível a reconvenção apresentada em embargos de


terceiro, sob a égide do CPC/1973 Não é cabível a reconvenção apresentada em
embargos de terceiro, sob a égide do Código de Processo Civil de 1973. STJ. 3ª Turma.
REsp 1.578.848-RS, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 19/06/2018 (Info
628).
E sob a égide do CPC/2015? Na vigência do CPC/2015, é possível a apresentação de
reconvenção em embargos de terceiro? O Min. Relator Ricardo Villas Bôas Cueva
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afirmou o seguinte em seu voto: (...) anote-se que o Código de Processo Civil de 2015,
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alterando profundamente a sistemática anterior, passou a prever, além da
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possibilidade de reconvenção e contestação em peça única (artigo 343), a adoção do
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procedimento comum após a fase de contestação nos embargos de terceiro (artigo
679), o que certamente reascenderá a discussão em torno do cabimento da
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reconvenção nas demandas ajuizadas sob a égide do novo diploma.”

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ANO: 2018. BANCA: FCC. ÓRGÃO: DPE-AM

Uma instituição bancária detém um contrato de abertura de


crédito juntamente com os extratos e demonstrativos. Para a
cobrança dos débitos apurados, o banco
A) poderá valer-se de ação executiva de título extrajudicial,
desde que o contrato seja assinado com duas testemunhas.
QUESTÃO B) poderá utilizar-se da ação monitória e, após a citação do
devedor, caso não pague e não apresente embargos à
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PROCEDIMENTOS monitória, é constituído de pleno direito o título executivo
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ESPECIAS judicial.
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deverá se valer de ação de cobrança, pelo rito comum.
D)
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poderá valer-se de ação executiva de título extrajudicial,

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ainda que o contrato não conte com duas testemunhas.
E)
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poderá utilizar-se da ação monitória e, após a citação do
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devedor, caso não pague e não apresente embargos à
monitória, o processo segue pelo rito comum.
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GABARITO: B
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1) Contrato de abertura de crédito juntamente com os extratos
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e demonstrativos não é título extrajudicial. Súmula 233 do STJ:
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O contrato de abertura de crédito, ainda que acompanhado de
extrato da conta-corrente, não é título executivo.

2) Tal contrato pode ser utilizado para ajuizamento de ação


monitória: Súmula 247 do STJ: O contrato de abertura de
crédito em conta-corrente, acompanhado do demonstrativo de
débito, constitui documento hábil para o ajuizamento da ação
monitória.
3) Ação Monitória constitui título executivo judicial, caso não
haja pagamento ou embargos: Art. 701, § 2o Constituir-se-á de
pleno direito o título executivo judicial, independentemente de
qualquer formalidade, se não realizado o pagamento e não
apresentados os embargos previstos no art. 702, observando-se,
no que couber, o Título II do Livro I da Parte Especial.
4) O erro da alternativa C é dizer que o banco DEVERÁ se valer
da ação de cobrança. Note que não há um dever, mas uma
faculdade, cabendo ao banco escolher se ingressa com a ação
de cobrança ou a ação monitória. Estude inteligente, Estude Ad Verum!
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BASTOS, Fabrício. MACEDO, Daniel. FLEXA, Alexandre. novo código de processo civil:
TEMAS INEDITOS, MUDANÇAS E SUPRESSOES. Salvador: Juspodivm, 2016.

BORBA, Mozart. Diálogos sobre o Novo CPC. Recife: Editora Armador, 2016.

CARNEIRO, Paulo Cezar Pinheiro Carneiro. Acesso à Justiça: juizados especiais cíveis e
ação cível pública: uma nova sistematização da teoria geral do processo. Rio de Janeiro
Forense, 2000.

JÚNIOR, Humberto Theodoro. Curso de Direito Processual Civil. Rio de Janeiro: Forense.

NEVES, Daniel de Amorim Assumpção. Manual de Direito Processual Civil . Salvador:


Juspodvim, 2016.

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