07 Extinção Da Punibilidade

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Bernardo Bustani
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Sumário
SUMÁRIO 2

APRESENTAÇÃO 3

EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE 4

1) CAUSAS DE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE 6


1.1)Morte do agente 6
1.2)Anistia, graça ou indulto 7
1.3)Abolitio criminis 10
1.4)Decadência 11
1.5)Perempção 12
1.6)Renúncia e perdão do ofendido 13
1.7)Retratação do agente 16
1.8)Perdão Judicial 17
2) PRESCRIÇÃO 20
2.1)O prazo prescricional → prazo penal ou processual penal? 20
2.2)Crimes imprescritíveis 22
2.3)PPP 23
2.4)PPE 32
2.5)Prescrição na pena de multa 34
2.6)Prescrição nas penas restritivas de direito 35
2.7)Posse de drogas para consumo pessoal 35
2.8)As medidas socioeducativas 35
2.9)A prescrição virtual 35
2.10)O artigo 108 do CP 36

QUESTÕES COMENTADAS PELO PROFESSOR 39

LISTA DE QUESTÕES COMENTADAS 60

GABARITO 62

RESUMO DIRECIONADO 69

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Apresentação
Olá, tudo bem? Eu sou o Professor Bernardo Bustani Louzada. Atualmente, atuo como Assessor Adjunto
de gabinete de Desembargador Federal, no Tribunal Regional Federal da 1º Região.
Vou contar um pouco da minha história: Fui aprovado em 1º lugar nacional para o cargo de Técnico
Judiciário/Área Administrativa do TRF da 1ª Região (2017) e também consegui aprovação para o cargo de
Analista Processual da Defensoria Pública do Rio Grande do Sul (2017).

Sou ex-Advogado, graduado em Direito pelo IBMEC – Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais - e pós-
graduado em Direito Público pela Universidade Cândido Mendes – UCAM.

Posso dizer que eu tenho uma grande afinidade com o Direito Penal, tendo sido a matéria escolhida para os
meus Trabalhos de Conclusão de Curso e para a segunda fase da OAB.

Na minha trajetória, não é exagero dizer que poucas pessoas me ajudaram e acreditaram na minha
capacidade, mas as que acreditaram foram suficientes para que eu confiasse no meu trabalho. Pretendo ajudar e
confiar em cada um de vocês, pois eu, como concurseiro, sei o que significam as palavras “cobrança”,
“frustração” e “pressão”.

Meu conselho é: estude, tenha paciência e trabalhe a sua confiança, pois o sentimento de aprovação é
capaz de apagar tudo de ruim. Não é impossível, basta acreditar.

E é com muito prazer que, junto com o Professor Alexandre Salim, direcionarei vocês na disciplina de
Direito Penal. Minha meta é a sua aprovação. Para isso, abordaremos o que realmente cai e como cai.

Não hesitem em entrar em contato para tirar dúvidas:

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Extinção da Punibilidade
O tema extinção da punibilidade é o último tema da parte geral do Código Penal. Trata-se da parte da
matéria responsável por explicar quando a punibilidade do crime é extinta.
Vamos relembrar o que é crime sob o prisma do conceito analítico?

O conceito analítico analisa o crime sob uma ótica dogmática, ou seja, sob uma ótica acadêmica.

Primeiramente, é necessário dizer que o conceito analítico de crime varia conforme a teoria adotada.
Vamos vê-las?

Teoria tripartite/tripartido → crime é fato típico + ilícito (antijurídico) + culpável.

Teoria bipartite/bipartido → crime é fato típico + ilícito (antijurídico).

Teoria quadripartite/quadripartida → crime é fato típico + ilícito (antijurídico) + punível (punibilidade).

O Código Penal adotou a teoria tripartite, sendo também a teoria majoritária na doutrina. Ou seja, para fins
de prova, você precisa saber que crime é fato típico, ilícito e culpável.

Ilícito

Fato Típico Culpável

Crime

Não me recordo de nenhuma questão de concurso (pertinente ao cargo para o qual você está estudando)
que tenha cobrado os demais conceitos.

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Professor, e a punibilidade? Se ela extingue o crime, por que não a estudamos dentro da Teoria do Crime?

Excelente pergunta!!!

Na Teoria do Crime, estudamos os elementos do crime, ou seja, fato típico, ilicitude e culpabilidade. Para a teoria
tripartite, a punibilidade não está dentro do conceito de crime.

Por esse motivo, ela é estudada de forma separada.

A punibilidade é simplesmente um poder-dever de aplicar a sanção penal.

Em certos casos, ela estará extinta. Vamos vê-los?

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1) Causas de extinção da punibilidade


As causas extintivas da punibilidade estão dispostas de forma exemplificativa no artigo 107 do Código
Penal.

Exemplificativa? O que isso quer dizer?

Quer dizer que há outras causas de extinção da punibilidade fora do artigo 107 do CP.

Quer ver?

Exemplo: Nos crime de apropriação indébita previdenciária (artigo 168-A do CP), se o agente declara, confessa e
efetua o pagamento da contribuição, antes do início da ação fiscal, sua punibilidade é extinta.

Art. 168-A § 2º É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara, confessa e efetua o


pagamento das contribuições, importâncias ou valores e presta as informações devidas à previdência
social, na forma definida em lei ou regulamento, antes do início da ação fiscal

Portanto, o rol do artigo 107 do CP não é taxativo!!!!

Causas de extinção da punibilidade Rol exemplificativo

Feita essa introdução, vamos analisar as hipóteses previstas no artigo 107 do CP?

1.1)Morte do agente
Se o agente morre, obviamente, ele não poderá ser punido.

Art. 107 - Extingue-se a punibilidade:

I - pela morte do agente;

Exemplo: Tício comete um crime e é condenado. A sentença transita em julgado (não cabe mais recurso).

Antes de iniciar o cumprimento da pena, Tício falece.

A pena de Tício pode passar para seus herdeiros?

NÃO!!!!! Nenhuma pena pode passar da pessoa do condenado (princípio da intranscendência da pena).

Sendo assim, como não pode mais haver a punição do autor do crime, a punibilidade é extinta.

Vamos relembrar o artigo 5º, XLV da Constituição?

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Art. 5º XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano
e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles
executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;

Interessante, professor....e se alguém fingir um óbito para escapar da aplicação da lei penal?

Para evitar fraudes, só haverá extinção da punibilidade se a morte for provada através de uma certidão de
óbito e depois de ouvido o Ministério Público.

É o que diz o artigo 62 do Código de Processo Penal (CPP):

Art. 62. No caso de morte do acusado, o juiz somente à vista da certidão de óbito, e depois de
ouvido o Ministério Público, declarará extinta a punibilidade.

OBS: No caso de revisão criminal (ação para rever uma condenação transitada em julgado), após a morte do
agente, é permitido que cônjuge, ascendente, descendente ou irmão (CADI) ajuízem tal ação.

Isso está no artigo 623 do Código de Processo Penal.

Art. 623 do CPP. A revisão poderá ser pedida pelo próprio réu ou por procurador legalmente habilitado
ou, no caso de morte do réu, pelo cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.

1.2)Anistia, graça ou indulto


Anistia, graça e indulto são institutos diferentes e que geram consequências diferentes.

Vamos analisá-los?

Art. 107 - Extingue-se a punibilidade:

II - pela anistia, graça ou indulto;

• Anistia → É um benefício concedido pelo Congresso Nacional, através de Lei Federal. Na prática,
é uma Lei que diz que não vai punir determinado fato criminoso.

Ou seja, na anistia, deixa-se de punir um fato!

Além disso, os efeitos penais (principais e secundários – artigos 91 e 92 do CP) da condenação são
extintos.

Os efeitos civis permanecem.

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Art. 48 da Constituição Federal - Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da


República, não exigida esta para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de
competência da União, especialmente sobre:
VIII - concessão de anistia;

Exemplo: Caio e mais 95 pessoas cometeram um determinado crime.

No curso do processo, o Congresso Nacional edita uma lei para deixar de punir o fato.

Somente Caio será beneficiado?

Não! Como a anistia incide sobre fatos, todos os autores do crime se beneficiarão dela.

• A graça e o indulto, por sua vez, são concedidos por Decreto do Presidente da República, não por
meio de Lei Federal.

Além disso, só há extinção dos efeitos primários (artigo 91 do CP) da pena. Os efeitos penais secundários
e os efeitos civis permanecem.

Art. 84 da Constituição Federal. Compete privativamente ao Presidente da República:


XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei;

Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar as atribuições mencionadas nos incisos
VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao
Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados nas respectivas delegações.

Professor, qual a diferença entre graça e indulto?

O indulto é coletivo e a graça é individual. Simples assim.

Exemplo: Anualmente, há o “indulto natalino”. Em outras palavras, no final do ano, o Presidente da República
edita um decreto extinguindo a punibilidade de alguns autores de crimes, em virtude de situações peculiares no
caso concreto.

É como se fosse um edital de requisitos. Quem preencher os requisitos, será beneficiado.

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Anistia Indulto Graça (indulto individual)

Concedida pelo Congresso Concedida pelo Presidente da Concedida pelo Presidente da


Nacional, através de Lei Federal República, mediante Decreto. República, mediante Decreto.

Extingue a punibilidade do fato, Extingue a punibilidade, excluindo Extingue a punibilidade, excluindo


excluindo efeitos primários e os efeitos primários do crime. os efeitos primários do crime.
secundários do crime.
Os efeitos civis permanecem. Os efeitos civis permanecem.
Os efeitos civis permanecem.

Professor, no artigo 84, XII da CF está “comutar penas”. O que é isso?

A comutação de penas é o indulto parcial, ou seja, é o indulto que não extingue a punibilidade, apenas
diminui a pena.

COMO CAI: CESPE/2013 – TJDFT - No que se refere a ação penal e extinção da punibilidade, julgue os itens
seguintes.

A anistia representa o esquecimento do crime, afastando a punição por fatos considerados delituosos, e constitui
ato privativo do presidente da República.

GABARITO: ERRADO.

COMENTÁRIOS: Errado, pois a anistia é concedida através de Lei Federal, a cargo do Congresso Nacional.

Art. 48 da Constituição Federal - Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República,
não exigida esta para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da
União, especialmente sobre:

VIII - concessão de anistia;

Professor, o Congresso Nacional e o Presidente da República podem editar Leis e Decretos extinguindo a
punibilidade de qualquer crime?

Não. Há crimes que são insuscetíveis de anistia, graça e indulto.

Quer ver?

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Crimes que inadmitem anistia, graça e indulto

• Crimes hediondos (Lei 8.072/90) e os equiparados.

Art. 2º da Lei 8.072 - Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e
drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de:
I - anistia, graça e indulto;

1.3)Abolitio criminis
Já vimos o instituto da abolitio criminis, lembra?

Trata-se de lei posterior que não mais considera o fato como criminoso. Se o fato não é mais criminoso,
consequentemente, há extinção da punibilidade.

Art. 107 - Extingue-se a punibilidade:

III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso;

Exemplo: Mévia comete um crime com Tício e é condenada.

No entanto, após a sentença transitar em julgado, o Congresso Nacional edita um lei que descriminaliza a
conduta perpetrada (cometida) por Mévia.

Nesse caso, haverá extinção da punibilidade.

Professor, eu lembro que você falou no começo do nosso curso que a abolitio criminis extingue apenas os
efeitos penais da sentença condenatória......

Muito bem! Isso está no artigo 2º do CP, veja:

Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em
virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.

Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores,
ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.

Isso quer dizer que os efeitos civis permanecem intactos.

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COMO CAI: CESPE/2015 – TCE/RN - Julgue o item a seguir, referentes à lei penal no tempo e no espaço e aos
princípios aplicáveis ao direito penal.

A revogação de um tipo penal pela superveniência de lei descriminalizadora alcança também os efeitos
extrapenais de sentença condenatória penal.

GABARITO: ERRADO.

COMENTÁRIOS: A questão traz hipótese de abolitio criminis.

Como vimos, apenas são afastados os efeitos penais da sentença condenatória. Os efeitos civis
permanecem intactos.

Isso está no artigo 2º do CP, veja:

Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em
virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.

1.4)Decadência
O instituto da decadência é a perda de um direito pelo seu não exercício dentro do prazo previsto em lei.

Art. 107 - Extingue-se a punibilidade:

IV - pela prescrição, decadência ou perempção

No Direito Penal, ela pode ocorrer em duas situações:

Nas ações penais de iniciativa privada, quando o ofendido não oferecer queixa-crime no prazo de 06
meses.

Nas ações penais públicas condicionadas à representação do ofendido, se esta (a representação) não for
exercida no prazo de 06 meses.

Em ambos os casos, o prazo de 06 meses é contato do dia em que vier a saber quem é o autor do crime.

Isso está no artigo 103 do CP.

Art. 103 - Salvo disposição expressa em contrário, o ofendido decai do direito de queixa ou de
representação se não o exerce dentro do prazo de 6 (seis) meses, contado do dia em que veio a saber
quem é o autor do crime, ou, no caso do § 3º do art. 100 deste Código, do dia em que se esgota o prazo
para oferecimento da denúncia.

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OBS: A decadência não se suspende, não se interrompe e não se prorroga.

Vou explicar, ok?

▪ Suspender é paralisar o prazo. E quando este for retomado, conta-se o que restava.

Exemplo: Prazo de 10 dias.

No 5º dia, o prazo foi suspenso. Quando for retomado, contar-se-á mais 05 dias.

▪ Interromper também é paralisar o prazo. No entanto, quando este for retomado, conta-se tudo
novamente.

Exemplo: Prazo de 10 dias.

No 5º dia, o prazo foi interrompido. Quando for retomado, contar-se-á 10 dias.

▪ Prorrogar é “esticar” o prazo, ou seja, aumentar o prazo.

Exemplo: Prazo de 10 dias. No 10º dia, o dia não é útil (é um sábado). Sendo assim, ele é prorrogado para o
primeiro dia útil subsequente (segunda, no cas0).

Como os prazos decadenciais não se prorrogam, se o prazo for terminar em um sábado (dia não útil), o
indivíduo deve exercer o direito no dia útil anterior (sexta-feira).

1.5)Perempção
O instituto da perempção também leva à extinção da punibilidade. Veja:

Art. 107 - Extingue-se a punibilidade:

IV - pela prescrição, decadência ou perempção

Mas o que é perempção?!?!

A perempção, no Processo Penal, consiste na inércia (omissão) do legitimado (chamado de querelante),


nas hipóteses de ação penal de iniciativa privada.

Exemplo: Tício oferece queixa-crime contra Mévio.

Acontece que Tício só queria causar um atrito com o desafeto. Sendo assim, fica “empurrando o processo com a
barriga”.

Dependendo do caso, poderá ficar configurada a perempção.

As hipóteses estão no artigo 60 do CPP. Quando isso cai em prova, é cobrado simplesmente o texto legal.

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Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se-á perempta a ação
penal:
I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo durante 30 dias
seguidos;
II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em juízo, para
prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-
lo, ressalvado o disposto no art. 36;
III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo a que
deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais;
IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor.

1.6)Renúncia e perdão do ofendido


A renúncia ao direito de queixa é simplesmente o ato da vítima em dizer que não tem interesse na
persecução penal. Trata-se de um ato unilateral do ofendido e que não precisa ser aceito pelo autor do crime.

Veja:

Art. 104 do CP - O direito de queixa não pode ser exercido quando renunciado expressa ou tacitamente.

Parágrafo único - Importa renúncia tácita ao direito de queixa a prática de ato incompatível com a vontade
de exercê-lo; não a implica, todavia, o fato de receber o ofendido a indenização do dano causado pelo crime.

Exemplo: Tício comete um crime de ação penal de iniciativa privada contra Mévio

Mévio, com pena de Tício, diz que não deseja oferecer queixa-crime.

Nesse caso, houve renúncia a tal direito.


A renúncia ao direito de queixa, portanto, é uma causa extintiva da punibilidade, conforme prevê o Código
Penal:

Art. 107 - Extingue-se a punibilidade:

V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada;

Como vimos, tal renúncia pode ser expressa ou tácita.

Professor, o ato de a vítima receber indenização pelo dano causado é considerado renúncia tácita?

Depende!!! Muito, mas muito cuidado aqui.

✓ Para o Código Penal, não.


Veja:

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Art. 104, Parágrafo único do CP- Importa renúncia tácita ao direito de queixa a prática de ato incompatível
com a vontade de exercê-lo; não a implica, todavia, o fato de receber o ofendido a indenização do dano
causado pelo crime.

✓ Para a lei 9.099/90 (Juizados Especiais Criminais – JECRIM – Infrações penais de menor potencial
ofensivo), sim.

Art. 74, Parágrafo único. Tratando-se de ação penal de iniciativa privada ou de ação penal pública
condicionada à representação, o acordo homologado acarreta a renúncia ao direito de queixa ou
representação.

Já o perdão do ofendido incide quando o querelante, durante a ação penal de iniciativa privada, perdoa o
autor do crime.

Art. 107 - Extingue-se a punibilidade:

V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada;

Art. 105 - O perdão do ofendido, nos crimes em que somente se procede mediante queixa, obsta ao
prosseguimento da ação

Exemplo: Tício oferece queixa-crime contra Mévio.

Acontece que Tício, no meio do processo, fica com pena de Mévio e resolve perdoá-lo.

Mévio dá um abraço em Tício e fica tudo bem.

Nesse caso, houve extinção da punibilidade.

Exemplo 2: Tício oferece queixa-crime contra Mévio.

Acontece que Tício, no meio do processo, fica com pena de Mévio e resolve perdoá-lo.

Mévio diz que jamais irá aceitar qualquer coisa vinda de Tício.

Nesse caso, não houve extinção da punibilidade.

Ao contrário da renúncia, o perdão é ato bilateral e tem de ser aceito para que produza efeito. É o que diz o
artigo 51 do CPP:

Art. 51 do CPP. O perdão concedido a um dos querelados aproveitará a todos, sem que produza,
todavia, efeito em relação ao que o recusar.

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COMO CAI: CESPE/203 – MPU - Maria, vítima de estupro, comunicou o fato à autoridade policial na delegacia de
polícia. Chamada, seis meses depois, para fazer o reconhecimento de um suspeito, Maria o identificou com
segurança.

A partir dessa situação hipotética, julgue os itens subsequentes.

Caso Maria resolva perdoar o autor do estupro, deverá fazê-lo antes do recebimento da denúncia pelo juiz, o que
garantirá a extinção da punibilidade.

GABARITO: ERRADO.

COMENTÁRIOS: A assertiva está errada, pois o perdão do ofendido somente exclui a punibilidade nos
crimes de ação penal privada, o que não é o caso do crime de estupro.

Art. 107 - Extingue-se a punibilidade:

V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada;

Portanto, incorreta a questão.

Peculiaridades do perdão do ofendido.

Em relação ao perdão do ofendido, é importante citar o artigo 106 do CP. Veja que o instituto do
perdão pode ser tático ou expresso:

Art. 106 - O perdão, no processo ou fora dele, expresso ou tácito:

I - se concedido a qualquer dos querelados, a todos aproveita;

Se o ofendido perdoa um autor do crime (querelado), o perdão a todos aproveita. Em outras palavras, a
vítima não pode perdoar apenas um autor.

II - se concedido por um dos ofendidos, não prejudica o direito dos outros;

Pelo inciso II, se uma vítima (ofendido) perdoa o autor do crime, a outra vítima continua tendo o direito de
prosseguir na ação penal.

III - se o querelado o recusa, não produz efeito.

Acabamos de ver essa hipótese. Para o perdão conduzir à extinção da punibilidade, ele precisa ser aceito.

§ 1º - Perdão tácito é o que resulta da prática de ato incompatível com a vontade de prosseguir na
ação.

O perdão tácito pode ser exemplificado pela situação na qual a vítima retoma a amizade de alguém que a
injuriou.

§ 2º - Não é admissível o perdão depois que passa em julgado a sentença condenatória

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Em síntese, se houve trânsito em julgado (não cabe mais recurso), não cabe mais o perdão do ofendido.

1.7)Retratação do agente
A retratação nada mais é do que dar uma declaração contrária a que foi dada anteriormente. Em outras
palavras, é mudar de opinião.

Art. 107 - Extingue-se a punibilidade:

VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite;

Exemplo: Tício comete o crime de calúnia contra Semprônio, que oferece queixa-crime (ação penal privada).

Antes da sentença, Tício se retrata.

Nesse caso, estará isento de pena, conforme artigo 143 do CP.

Olhe:

Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia ou da difamação,
fica isento de pena.

Exemplo 2: Tício comete o crime de injúria contra Semprônio, que oferece queixa-crime (ação penal privada).

Antes da sentença, Tício se retrata.

Nesse caso, estará isento de pena?

NÃO!!! O artigo 143 fala apenas em calúnia e difamação!!!! Cuidado!

No Código Penal, há dois casos de retratação.

Um deles é o do artigo 143 (exemplo dado).

O outro está no artigo 342, parágrafo 2º → trata-se da retratação do agente no crime de falso testemunho
ou falsa perícia.

Art. 342, § 2º O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que ocorreu o ilícito, o
agente se retrata ou declara a verdade.

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1.8)Perdão Judicial
O perdão judicial é instituto por meio do qual o Juiz, na sentença, declara que a punibilidade está
extinta, em virtude de peculiaridades previstas em lei e no caso concreto.

Veja:

Art. 107 - Extingue-se a punibilidade:

IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei.

O perdão judicial é aplicável quando “as consequências do crime são tão graves que a sanção se torna
desnecessária”. Em outras palavras, o autor do fato está sofrendo de tal forma que impor uma sanção penal é
totalmente desnecessário.

Vamos exemplificar? (Há alguns casos em que o perdão judicial foi concedido a pessoas famosas. Não vou
citar nomes, mas você pode achar facilmente na internet).

Exemplo: Uma mãe está limpando a casa e deixa o filho pequeno dormindo no quarto. Acontece que o filho
acorda, sobe em um móvel e consegue pular da janela, vindo a falecer.

Nesse caso, se for reconhecida a culpa da mãe (negligência), é necessário que o Direito Penal incida?

O próprio fato já não vai deixar marcas eternas nela?

Veja a previsão do artigo 121, parágrafo 5º do CP:

Art. 121, § 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as
conseqüências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se
torne desnecessária.

A previsão do perdão judicial para o homicídio culposo é aplicada também para a lesão corporal culposa
(artigo 129, parágrafo 8º).

Art. 129, § 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121

OBS: MUITA ATENÇÃO AGORA → Só cabe Perdão Judicial em homicídio e lesão corporal, se estes forem
culposos!!!!!! Não cabe se houver dolo.

Professor, se alguém for beneficiado com o perdão judicial e cometer um crime posterior, será reincidente?

Não!!!! Isso porque o artigo 120 do CP diz que a sentença que conceder o perdão judicial não será
considerada para efeitos de reincidência.

Art. 120 - A sentença que conceder perdão judicial não será considerada para efeitos de reincidência

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Qual o motivo?

Você se lembra que eu acabei de falar que o Juiz “declara” o perdão judicial na sentença? Eu usei essa
palavra de propósito.

Isso porque a natureza jurídica de tal sentença é declaratória extintiva da punibilidade. É o que diz a
Súmula 18 do STJ, olhe:

Súmula 18 do STJ - A sentença concessiva do perdão judicial é declaratoria da extinção da punibilidade,


não subsistindo qualquer efeito condenatorio.

Outras hipóteses de Perdão Judicial

Podemos citar outras hipóteses de Perdão Judicial no CP.

• Crime de Injúria:

Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro


§ 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena:
I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria;
II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria.

Exemplo: Mévio injuria Caio, que há anos cometia bullying contra ele.

Trata- da previsão do inciso I.

Exemplo 2: Mévio injuria Caio, que, imediatamente, devolve a ofensa.

Trata- da previsão do inciso II.

• Crime de Apropriação indébita previdenciária:

Art. 168-A, § 3º É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se o
agente for primário e de bons antecedentes, desde que:
I – tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes de oferecida a denúncia, o pagamento da
contribuição social previdenciária, inclusive acessórios; ou
II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido
pela previdência social, administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas
execuções fiscais.

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Exemplo: Mévio, primário e de bons antecedentes, pagou a contribuição social da qual tinha se apropriado,
antes do oferecimento da denúncia.

Nesse caso, poderá haver perdão judicial.

• Crime de sonegação de contribuição previdenciária:

Art. 337-A, § 2º É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se o agente for
primário e de bons antecedentes, desde que
II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido
pela previdência social, administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas
execuções fiscais.

Exemplo: Mévio, primário e de bons antecedentes, sonegou contribuição social com valor inferior àquele
estabelecido pela previdência como sendo o mínimo para o ajuizamento da ação fiscal.

Nesse caso, poderá haver perdão judicial.

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2) Prescrição
A prescrição é, sem dúvidas, a campeã de audiência nos editais que cobram o tema extinção da
punibilidade. (Por isso, coloquei um subtítulo autônomo para ela).

Isso é facilmente explicado pelas inúmeras peculiaridades que essa parte da matéria nos traz. Eu costumo
falar que onde há prazos, há pegadinhas.

Art. 107 - Extingue-se a punibilidade:

IV - pela prescrição, decadência ou perempção;

Mas o que é prescrição?

A prescrição é a perda da pretensão de exercer um direito, em virtude do esgotamento de um prazo


previsto em lei.

Exemplo: Mévio cometeu um crime de homicídio.

Depois de 50 anos, o Estado resolve punir a conduta.

Isso é possível?

Não. O crime está prescrito.

Vemos, portanto, que o jus puniendi (direito de punir do Estado) deve observar um limite temporal, ou seja,
deve ser exercido em um prazo previsto em lei.

Isso é facilmente explicado porque o autor do fato não pode ficar, para sempre, à mercê da vontade do
Estado em puni-lo. Trata-se do que chamamos de princípio da segurança jurídica, ou seja, um princípio que tem
por objetivo assegurar a estabilidade das relações já consolidadas.

Em outras palavras, se o Estado não quis punir no momento oportuno, o autor não pode ser prejudicado
por essa inércia (omissão) estatal.

2.1)O prazo prescricional → prazo penal ou processual penal?


O prazo prescricional é um prazo penal. Mas o que isso quer dizer?

Isso quer dizer que o prazo é contado conforme o artigo 10 do CP.

Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo
calendário comum

Em resumo: O dia do começo é incluído e o dia do fim é excluído. Além disso, os dias são contados pelo
calendário comum.

Exemplifica aí, professor....

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Exemplo: Se alguém tem de cumprir uma pena privativa de liberdade de 01 mês e começa a cumpri-la no dia 25
de Fevereiro, que dia terminará a execução da pena?

Começo → Dia 25/02

Fim → Dia 24/03

Como o dia do começo é incluído, conta-se o dia 25/02. Como o dia do fim é excluído, não se conta o dia 25/03.
Portanto, a pena termina no dia 24/03.

Professor, fevereiro não tem menos dias?

Sim, mas isso é irrelevante. É isso que quer dizer o “contados pelo calendário comum”. Pouco importa a
quantidade de dias que o mês tem ou que o ano tem. Se começa no dia 25, conta-se 1 mês e exclui o dia do final.

Ou seja: 25/02 + 1 mês = 25/03. 25/03 – 1 dia = 24/03.

No caso dos prazos processuais penais, eles são contados conforme o artigo 798, parágrafo 1º do CPP, veja:

Art. 798. § 1ª Não se computará no prazo o dia do começo, incluindo-se, porém, o do vencimento.

O artigo quer dizer que o dia do começo é excluído e o dia do vencimento é incluído. É o contrário dos
prazos penais.

Exemplo: Se alguém tem um prazo processual penal de 10 dias, tendo sido intimado no dia 10/08, ele terminará
quando?

Começo → Dia 11/08

Fim → Dia 20/08

Como o dia do começo é excluído, conta-se a partir do dia 11/08. Como o dia do fim é incluído, conta-se o dia
20/08.

OBS: O prazo processual penal começa no primeiro dia útil seguinte, mas o prazo como um todo, ao contrário do
que acontece no Processo Civil, NÃO É CONTADO EM DIAS ÚTEIS!

Exemplo: Se alguém tem um prazo processual penal de 10 dias, tendo sido intimado no dia 10/08 (sábado), ele
terminará quando?

Começo → Dia 12/08 (segunda)


Fim → Dia 21/08

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2.2)Crimes imprescritíveis
Professor, sempre haverá prescrição?

Não!!!

Há casos de crimes imprescritíveis. Vamos vê-los?

• Racismo → artigo 5º, XLII da Constituição.

Art. 5º, XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de
reclusão, nos termos da lei;

• Ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado


Democrático→ artigo 5º, XLIV da Constituição.

Art. 5º, XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou
militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;

COMO CAI: CESPE/2013 – DEPEN - Com base nas disposições constitucionais aplicáveis ao direito penal, julgue
os itens a seguir.

A ação de grupos armados civis contra o Estado democrático constitui crime insuscetível de graça ou anistia.

GABARITO: ERRADO.

COMENTÁRIOS: Essa é uma questão que pode induzir o candidato ao erro. Na verdade, a Constituição
Federal diz que a ação de grupos armados civis contra o Estado democrático é crime imprescritível e inafiançável.
Não há qualquer previsão no sentido de vedar a anistia ou a graça.

Art. 5º, XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares,
contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;

Portanto, questão incorreta.

Preciso fazer uma observação em relação à injúria racial. Vamos lá?

O Supremo Tribunal Federal e o Superior Tribunal de Justiça já decidiram que o crime de injúria racial é
imprescritível, pois se equipara ao racismo.

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O candidato deverá ficar atento ao enunciado da questão e responder de acordo com o que foi pedido: “De
acordo com a Constituição....” ou “De acordo com o STF....”.

É necessário falar que grande parte da doutrina critica esse entendimento dos Tribunais Superiores.

Feita essa longa introdução, vamos ver os tipos de prescrição no Direito Penal?

Peço atenção redobrada agora, pois esse é um tema que gera algumas dúvidas.

❖ Prescrição da Pretensão Punitiva (PPP) → É a prescrição antes do trânsito em julgado do


processo.

Tem incidência antes ou durante o processo penal.

❖ Prescrição da Pretensão Executória (PPE) → É a prescrição depois do trânsito em julgado do


processo.

Tem incidência no cumprimento de pena (execução penal) (“executória”).

Vamos trabalhar as espécie separadamente, ok?

2.3)PPP
Como falamos, a Prescrição da Pretensão Punitiva incide antes ou durante o processo penal. Se for anterior
a ele, impede o início da ação penal. Se for posterior, impede seu prosseguimento.

Configurado esse tipo de prescrição, não há sequer os efeitos penais da condenação. Em outras palavras, se
o indivíduo cometer um novo crime, não será reincidente.

Antes de desenvolvermos a PPP, preciso dizer que tal espécie de prescrição se divide em propriamente
dita, intercorrente e retroativa.

• PPP propriamente dita: Aqui, não há trânsito em julgado para nenhuma das partes. Ou seja, o
processo não foi iniciado ou está em curso.

Como não há transito em julgado (sentença imutável), o prazo prescricional é contado levando-se em
consideração a pena máxima prevista para o delito praticado, de acordo com a tabela do artigo 109 do CP.

Art. 109. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto no § 1o do art. 110
deste Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se:

Exemplo: Mévio cometeu o crime de corrupção passiva. No entanto, ainda não há sentença. A pena máxima
para este crime é de 12 anos.

Portanto, se pega 12 anos e enquadra-se essa pena na tabela do artigo 109 do CP.

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No exemplo, a pena enquadra-se no inciso II.

Art. 109. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto no § 1o do art. 110
deste Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se:

II - em dezesseis anos, se o máximo da pena é superior a oito anos e não excede a doze;

Portanto, a prescrição é de 16 anos para o crime de corrupção passiva.

Como falei, se ainda não há pena (sentença), é usada a pena máxima prevista para o crime.

OBS: Na contagem da PPP propriamente dita, são levadas em consideração as causas de aumento (majorantes)
e diminuição (minorantes).

Isso porque elas influenciarão na sanção penal. Na prática, são percentuais que aumentam ou diminuem a
pena.
Pega-se a maior causa de aumento (o objetivo é ter a maior pena possível) e a menor causa de diminuição
(o objetivo é ter a maior pena possível).

Lembre-sede que a tentativa é uma causa de diminuição e por isso é levada em consideração.

OBS: Na contagem da PPP propriamente dita, não são levadas em consideração as agravantes e as atenuantes
(artigos 61 e 65 do CP).

Isso porque não há percentual estabelecido para agravar ou atenuar a pena. Sendo assim, não há o que
considerar de forma abstrata. Apenas o Juiz no caso concreto é que irá fazer juízo de valor.

OBS: Concurso de crimes → A extinção da punibilidade incide sobre cada um dos crimes, não sobre o
somatório/aumento das penas.

Concurso Material → artigo 69 do CP → pena somadas

Concurso Formal → artigo 70 do CP → penas somadas (concurso formal imperfeito) ou pena aumentada
(concurso formal perfeito)

Crime Continuado → artigo 71 do CP → pena aumentada

Em se tratando de concurso de crimes, despreza-se o somatório das penas (ou o aumento). A pena de cada
crime é contada de forma isolada, para fins de prescrição.

É o que dizem o artigo 119 do CP e a Súmula 497 do STF:

Art. 119 - No caso de concurso de crimes, a extinção da punibilidade incidirá sobre a pena de cada um,
isoladamente.

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Súmula 497 do STF: Quando se tratar de crime continuado, a prescrição regula-se pela pena imposta na
sentença, não se computando o acréscimo decorrente da continuação.

Exemplo: Caio cometeu dois homicídios em concurso material. Portanto, a pena dos dois homicídios será
somada.
No entanto, a prescrição incide sobre a pena de cada um dos homicídios, não sobre o somatório das penas.

OBS: Data de nascimento/idade do réu → O prazo prescricional é reduzido pela metade em duas situações:

o Se o criminoso era, ao tempo do crime, menos de 21 anos.


o Se o criminoso era, na data da sentença, maior de 70 anos.

Art. 115 - São reduzidos de metade os prazos de prescrição quando o criminoso era, ao tempo do crime,
menor de 21 (vinte e um) anos, ou, na data da sentença, maior de 70 (setenta) anos.

• PPP superveniente/subsequente/intercorrente: Aqui, há trânsito em julgado da sentença para a


acusação. Ou seja, há uma sentença da qual o Ministério Público ou o querelante não podem
recorrer.

Como há o trânsito em julgado (sentença imutável) para a acusação, a pena não pode subir. Ela até pode
ser reduzida, pois a defesa pode recorrer.

Se a pena não pode subir, esse tipo de prescrição se regula pela pena aplicada na sentença. Em outras
palavras, o prazo prescricional é contado levando em consideração a pena da sentença, de acordo com a tabela
do artigo 109 do CP.

É o que diz o artigo 110, parágrafo 1º do CP.

Art. 110, § 1º A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em julgado para a acusação
ou depois de improvido seu recurso, regula-se pela pena aplicada, não podendo, em nenhuma hipótese,
ter por termo inicial data anterior à da denúncia ou queixa.

Exemplo: Mévio cometeu o crime de corrupção passiva. A sentença aplicou a pena de 08 anos e houve trânsito
em julgado para a acusação.

Portanto, se pega a pena da sentença (08 anos) e enquadra-se na tabela do artigo 109.

No exemplo, a pena enquadra-se no inciso III.

Art. 109. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto no § 1o do art. 110
deste Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se:

III - em doze anos, se o máximo da pena é superior a quatro anos e não excede a oito;

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Portanto, prescreve em 12 anos.

OBS: Na contagem da PPP intercorrente, são levadas em consideração as causas de aumento (majorantes) e
diminuição (minorantes)?

Não. Isso se explica porque já há sentença. Na prática, elas já foram incluídas na pena aplicada.

Essa é uma das diferenças para a PPP propriamente dita.

Vamos resumir?

PPP intercorrente: vai da publicação da sentença condenatória até o trânsito em julgado da condenação.
Se durante esse lapso temporal (publicação da sentença – trânsito em julgado) ficar configurado o prazo
prescricional, haverá reconhecimento da prescrição intercorrente.

• PPP retroativa: A PPP retroativa nada mais é do que a PPP intercorrente em data anterior.

O lapso temporal, aqui, é do recebimento da denúncia/queixa até a publicação da sentença condenatória.

Art. 110, § 1º A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em julgado para a acusação
ou depois de improvido seu recurso, regula-se pela pena aplicada, não podendo, em nenhuma hipótese,
ter por termo inicial data anterior à da denúncia ou queixa.

Em resumo:

PPP intercorrente → o lapso temporal em que a prescrição incide é da publicação da sentença até o
trânsito em julgado dela.

PPP retroativa → o lapso temporal em que a prescrição incide é a data do recebimento da denúncia/queixa
até a publicação da sentença.

Vamos esquematizar?

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Recebimento da
denúncia/queixa Trânsito em julgado

1 2 3
Publicação da sentença
condenatória recorrível

No momento 1, incide a PPP retroativa.

No momento 2, incide a PPP intercorrente.

No momento 3, começa a PPE

Professor, e se tiver como data inicial o momento anterior ao recebimento da denúncia?

Isso não é possível, por expressa vedação legal.

Art. 110, § 1º A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em julgado para a acusação ou
depois de improvido seu recurso, regula-se pela pena aplicada, não podendo, em nenhuma hipótese, ter
por termo inicial data anterior à da denúncia ou queixa.

COMO CAI: FCC/2019 – TRF da 4ª Região - Considere as seguintes situações hipotéticas:

Reginaldo, com 19 anos de idade, cometeu um crime de apropriação indébita, com pena prevista de 1 a 4 anos de
reclusão e multa;

Manoel, com 22 anos de idade, cometeu crime de desacato contra um policial rodoviário federal, com pena
prevista de 6 meses a 2 anos de detenção;

Moisés, com 70 anos de idade, cometeu crime de contrabando, com pena prevista de 1 a 5 anos de reclusão.

Nos casos acima apontados, a prescrição da pretensão punitiva estatal, antes do trânsito em julgado da sentença
final, verifica-se, respectivamente, no prazo de

(A) 8 anos, 4 anos e 6 anos


(B) 8 anos, 4 anos e 12 anos.

(C) 4 anos, 3 anos e 12 anos.

(D) 8 anos, 3 anos e 12 anos.


(E) 4 anos, 4 anos e 6 anos.

GABARITO: LETRA E.

COMENTÁRIOS: Vamos analisar a questão como um todo, ok?

Crime 1: Pena máxima de 04 anos. Prescreveria em 08 anos. No entanto, o autor é menor de 21 anos na
data do fato, o que reduz o prazo pela metade (04 anos).

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Art. 109. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto no § 1o do art. 110
deste Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se:

IV – em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois anos e não excede a quatro;

Art. 115 – São reduzidos de metade os prazos de prescrição quando o criminoso era, ao tempo do
crime, menor de 21 (vinte e um) anos, ou, na data da sentença, maior de 70 (setenta) anos

Crime 2: Pena máxima de 02 anos. Prescreve em 04 anos.

Art. 109. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto no § 1o do art. 110
deste Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se:

V – em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo superior, não excede a dois;

Crime 3: Pena máxima de 05 anos. Prescreveria em 12 anos. No entanto, na data da sentença, o autor terá
mais de 70 anos, o que reduz o prazo pela metade.

Art. 109. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto no § 1o do art. 110
deste Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se:

III – em doze anos, se o máximo da pena é superior a quatro anos e não excede a oito;

Art. 115 – São reduzidos de metade os prazos de prescrição quando o criminoso era, ao tempo do crime,
menor de 21 (vinte e um) anos, ou, na data da sentença, maior de 70 (setenta) anos

Portanto, 04, 04 e 06 anos.

Professor, a reincidência influencia na contagem do prazo da PPP?

Não!!!! A reincidência só influencia no prazo da PPE (já veremos isso). É o que diz a Súmula do STJ:

Súmula 220 do STJ: A reincidência não influi no prazo da prescrição da pretensão punitiva

Professor, a partir de que dia a PPP começa a ser contada (termo inicial)?

São várias hipóteses. Isso está no artigo 111 do CP, veja:

Art. 111 - A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, começa a correr:

I - do dia em que o crime se consumou;

II - no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa;

III - nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanência

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IV - nos de bigamia e nos de falsificação ou alteração de assentamento do registro civil, da data em que o
fato se tornou conhecido.

V - nos crimes contra a dignidade sexual de crianças e adolescentes, previstos neste Código ou em
legislação especial, da data em que a vítima completar 18 (dezoito) anos, salvo se a esse tempo já houver
sido proposta a ação penal.

Vamos esquematizar?

❖ Regra → Dia em que o crime se consumou


❖ Exceção 1 → Tentativa → Dia em que cessou (acabou) a atividade criminosa
❖ Exceção 2 → Crimes permanentes → Dia em que cessar (acabar) a permanência
❖ Exceção 3 → Bigamia e falsificação/alteração de assentamento de registro civil → Dia em que o
fato se tornou conhecido
❖ Exceção 4 → Crimes contra a Dignidade Sexual → Dia em que a vítima completar 18 anos, salvo se
já houver ação penal em curso.

Suspensão da Prescrição (causas impeditivas) X Interrupção da Prescrição (causas interruptivas)

Já vimos a diferença entre suspensão e interrupção, lembra?

✓ Suspender é paralisar o prazo. E quando este for retomado, conta-se o que restava.

Exemplo: Prazo de 10 dias. No 5º dia, o prazo foi suspenso.

Quando for retomado, contar-se-á mais 05 dias.

✓ Interromper também é paralisar o prazo. No entanto, quando este for retomado, conta-se tudo
novamente.

Exemplo: Prazo de 10 dias. No 5º dia, o prazo foi interrompido.


Quando for retomado, contar-se-á 10 dias.

Isso está no artigo 117, parágrafo 2º do CP.

(veremos a exceção no final desta aula)

Art. 117, § 2º - Interrompida a prescrição, salvo a hipótese do inciso V deste artigo, todo o prazo começa a
correr, novamente, do dia da interrupção

As causas suspensivas estão no artigo 116 do CP, olhe:

(O rol aqui é exemplificativo, ou seja, há causas suspensivas que não estão no artigo 116).

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Art. 116 - Antes de passar em julgado a sentença final, a prescrição não corre:

I - enquanto não resolvida, em outro processo, questão de que dependa o reconhecimento da


existência do crime;

II - enquanto o agente cumpre pena no exterior.

III - na pendência de embargos de declaração ou de recursos aos Tribunais Superiores, quando


inadmissíveis; e

IV – enquanto não cumprido ou não rescindido o acordo de não persecução penal.

Parágrafo único - Depois de passada em julgado a sentença condenatória, a prescrição não corre
durante o tempo em que o condenado está preso por outro motivo

Em resumo, se o agente cumpre pena no estrangeiro ou se a questão penal (existência de crime) depende
da decisão de outro processo, a prescrição fica suspensa.

OBS: No final do ano de 2019, houve uma inovação legislativa (Lei 13.964/2019), a qual introduziu os incisos III e
IV no artigo 116 do CP.

O inciso III estabelece que a prescrição também fica suspensa quando pendentes (não julgados) os
embargos de declaração (espécie de recurso), bem como no caso de interposição de algum recurso aos Tribunais
Superiores, se estes forem inadmissíveis.

O inciso IV, por sua vez, nos diz que a prescrição também é suspensa enquanto o acordo de não persecução
penal não for cumprido ou não tiver sido rescindido. Tal acordo, que antes estava em uma Resolução do
Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), agora está no Código de Processo Penal e é lá estudado.

OBS: Essas duas novas causas que suspendem a prescrição são prejudiciais ao réu (prescrição tem natureza
penal). Sendo assim, só podem ser aplicadas para os crimes cometidos após o início da vigência da Lei, que
começou no dia 23/01/2020, segundo posição defendida pelo professor Alexandre Salim.

O parágrafo único traz um caso aplicável à PPE. Trata-se da suspensão da Prescrição da Pretensão
executória, se o condenado está preso por outro motivo.

Professor, a suspensão da PPP pode ser para sempre? Não!

Segundo Súmula 415 do STJ, tal suspensão é regulada pelo prazo máximo de pena prevista para o crime.

Súmula 415 do STJ: O período de suspensão do prazo prescricional é regulado pelo máximo da pena
cominada.

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As causas interruptivas da prescrição estão no artigo 117 do CP. Olhe:

Ao contrário das causas suspensivas, as causas interruptivas são taxativas, ou seja, estão apenas no artigo
117.

Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se:

I - pelo recebimento da denúncia ou da queixa;

O artigo fala “recebimento”. Algumas questões colocam “oferecimento”. Cuidado.

II - pela pronúncia;

O inciso II diz respeito à fase de pronúncia do júri (primeira fase). Neste momento, não é necessário
conhecer o instituto neste momento.

III - pela decisão confirmatória da pronúncia;

Trata-se de uma decisão que confirma a pronúncia feita anteriormente.

IV - pela publicação da sentença ou acórdão condenatórios recorríveis;

O inciso IV fala em “publicação” da sentença (Juiz) ou acórdão (Tribunal) condenatórios recorríveis (antes
de transitar em julgado).

Note que é o acórdão condenatório que interrompe a prescrição. Ou seja, o próprio acórdão tem que
condenar o réu. Se o acórdão simplesmente confirmou uma sentença (já tinha havido condenação), não haverá
interrupção.

V - pelo início ou continuação do cumprimento da pena;

Se o condenado inicia ou continua o cumprimento de uma pena, a PPE é interrompida. PPE, professor?

Sim. Isso se explica porque só poderá haver início ou continuação de cumprimento de pena se já houver
trânsito em julgado (o que atrai a incidência da PPE).

VI - pela reincidência.

Por exemplo, se o condenado foragido pratica algum crime, a PPE será interrompida. Portanto,
condenados foragidos que cometem crimes têm a PPE interrompida a todo momento.

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Como falamos, as quatro primeiras (I a IV) interrompem a PPP e as duas últimas (V e VI) interrompem a
PPE.

É o que diz o parágrafo 1º.

Art. 117, § 1º - Excetuados os casos dos incisos V e VI deste artigo, a interrupção da prescrição produz efeitos
relativamente a todos os autores do crime. Nos crimes conexos, que sejam objeto do mesmo processo,
estende-se aos demais a interrupção relativa a qualquer deles

2.4)PPE
A Prescrição da Pretensão Executória incide após o trânsito em julgado da sentença condenatória (para
ambas as partes), ou seja, na fase de execução penal (execução da pena).

Configurado esse tipo de prescrição, somente o cumprimento de pena é afastado. Em outras palavras, os
outros efeitos da condenação se conservam, ou seja, se o indivíduo cometer um novo crime, será reincidente.

Isso se explica porque aqui houve condenação válida. Apenas é excluída a pretensão do Estado de obrigar o
condenado a cumprir uma pena.

É importante dizer que como já há sentença, o prazo regula-se pela pena aplicada.

Além disso, o prazo é aumentado de 1/3 se o condenado é reincidente.

Essa previsão é apenas para a PPE!!! A reincidência não influencia na PPP!

Isso tudo é dito pelo artigo 110 do CP, veja:

Art. 110 - A prescrição depois de transitar em julgado a sentença condenatória regula-se pela pena
aplicada e verifica-se nos prazos fixados no artigo anterior, os quais se aumentam de um terço, se o
condenado é reincidente.

Termo inicial da PPE (quando começa a contar)

Professor, você falou que a partir do trânsito em julgado começa a contar a PPE, certo?

Sim!!

Há alguma exceção?

Sim!!

Observe o que diz o artigo 112 do CP:

(para nosso estudo, basta saber a previsão legal).

Art. 112 - No caso do art. 110 deste Código, a prescrição começa a correr:

I - do dia em que transita em julgado a sentença condenatória, para a acusação, ou a que revoga a
suspensão condicional da pena ou o livramento condicional;

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II - do dia em que se interrompe a execução, salvo quando o tempo da interrupção deva computar-se na
pena.

Professor, o inciso I fala em “trânsito em julgado para a condenação”, mas a PPE não pressupõe trânsito
em julgado para ambas as partes (acusação e defesa)?

Sim. Vou explicar.

Para se ter a PPE, é necessário o trânsito em julgado para as duas partes. No entanto, ela começa a ser
contada a partir do trânsito em julgado para a acusação, pois nesse momento não poderá mais haver aumento
da pena.

É estranho, mas é assim mesmo.

Professor, e se o condenado fugir do presídio?

Se isso acontecer, a pena que ele cumpriu será extinta. Ou seja, a prescrição é regulada pelo tempo de pena
que resta.

Exemplo: Caio foi condenado a 12 anos de reclusão. Após cumprir 8 anos, ele foge do presídio.

Dessa forma, a prescrição de sua pretensão executória será regulada pelo prazo de 04 anos, pois é o que falta
para ele cumprir.

Veja o artigo 113 do CP:

Art. 113 - No caso de evadir-se o condenado ou de revogar-se o livramento condicional, a prescrição é


regulada pelo tempo que resta da pena.

Você se lembra que o citei o artigo 117, parágrafo 2º e disse que falaria da exceção no final da aula?

Vamos lá!!!

Art. 117, § 2º - Interrompida a prescrição, salvo a hipótese do inciso V deste artigo, todo o prazo começa
a correr, novamente, do dia da interrupção

Então... O inciso V do artigo 117 diz respeito à causa interruptiva da prescrição pela “continuação do
cumprimento de pena”.

Se houve “continuação” é porque o cumprimento, em algum momento, foi interrompido. Dessa forma,
conta-se não “todo o prazo”, mas sim o prazo que resta, de acordo com a pena que foi cumprida.

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Prescrição

PPP PPE

Propriamente
dita

Intercorrente

Retroativa

Prescrição da Pretensão Punitiva (PPP) Prescrição da Pretensão Executória (PPE)

Incide antes ou durante o Processo Penal Incide depois do trânsito em julgado da sentença
penal condenatória

Os efeitos penais de uma eventual condenação são O único efeito afastado é o cumprimento de pena
afastados

O sujeito não será considerado reincidente se praticar O sujeito será considerado reincidente se praticar
outro crime outro crime

Vistas as hipóteses de prescrição das penas privativas de liberdade, precisamos abordar a prescrição nas
penas restritivas de direito e nas penas de multa.

Vamos lá?

2.5)Prescrição na pena de multa


Trata-se de um tema muito simples.

Se a multa for a única pena prevista (cominada) ou a única pena aplicada no caso concreto, ela prescreverá
em 02 anos.

Se, no entanto, a multa for prevista de forma cumulativa (“e”) ou alternativa (“ou”) com a pena privativa de
liberdade, ela prescreverá no mesmo tempo desta. No mesmo sentido, se a pena de multa for aplicada no caso
concreto de forma cumulativa (“e”), obedecerá à prescrição da pena de privativa de liberdade.

É o que diz o artigo 114 do CP.

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Art. 114 - A prescrição da pena de multa ocorrerá

I - em 2 (dois) anos, quando a multa for a única cominada ou aplicada;

II - no mesmo prazo estabelecido para prescrição da pena privativa de liberdade, quando a multa
for alternativa ou cumulativamente cominada ou cumulativamente aplicada.

Isso se explica porque as penas mais “leves” (multa) prescrevem com as mais graves (pena privativa de
liberdade).

Art. 118 - As penas mais leves prescrevem com as mais graves.

2.6)Prescrição nas penas restritivas de direito


Trata-se de outro ponto bem simples. Tais penas prescrevem junto com as penas privativas de liberdade.

Veja:

Art. 109, Parágrafo único - Aplicam-se às penas restritivas de direito os mesmos prazos previstos para as
privativas de liberdade.

2.7)Posse de drogas para consumo pessoal


De acordo com a Lei de Drogas (Lei 11.343/06), o crime do artigo 28 (posse de drogas para consumo
pessoal) prescreve em 02 anos.

Art. 30. Prescrevem em 2 (dois) anos a imposição e a execução das penas, observado, no tocante à
interrupção do prazo, o disposto nos arts. 107 e seguintes do Código Penal.

2.8)As medidas socioeducativas


As medidas socioeducativas são aplicáveis aos menores de 18 anos (inimputáveis), os quais cometem atos
infracionais (e não crime).

Tais medidas, por terem natureza de sanção, também são alvo de prazos prescricionais, conforme posição
do STJ:

Súmula 338 do STJ: A prescrição penal é aplicável nas medidas sócio-educativas

2.9)A prescrição virtual


Professor, o que é prescrição virtual?

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A prescrição virtual, chamada de prescrição por pena hipotética/presumida, é a prescrição que incide sobre
uma pena que sequer foi dada pelo Juiz do caso.

Em outras palavras, a defesa do réu faz um cálculo hipotético de uma pena que poderá ser aplicada e com
base nessa pena pede o reconhecimento da prescrição.
A prescrição virtual não é admitida no Direito Penal brasileiro, conforme entendimento sumulado pelo STJ:

Súmula 438 do STJ: É inadmissível a extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão punitiva com
fundamento em pena hipotética, independentemente da existência ou sorte do processo penal.

A pena que será aplicada pelo Juiz é calculada por ele, sendo inadmissível a defesa prever a “sorte” que o
réu terá no momento da sentença.

Morte do agente

Anistia, graça e
indulto

Abolitio criminis

Precrição,
Extinção da
decadência e
punibilidade
perempção

Renúncia e
perdãoa ceito

Retratação do
agente

Perdão Judicial

2.10)O artigo 108 do CP


Devemos, ainda, analisar o artigo 108 do Código Penal. Ele é o responsável por explicar algumas
peculiaridades que podem surgir no caso concreto.

Imagine a seguinte situação:

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Exemplo: Um crime de furto “ligado” a um crime de receptação.

O furto é subtrair coisa alheia móvel. A receptação, por sua vez, em uma de suas formas, é adquirir coisa que
sabe ser produto de crime.
Portanto, se alguém adquirir objeto de furto, praticará receptação.

Agora imagine que o crime de furto tenha a punibilidade extinta. Essa extinção da punibilidade interfere na
existência do crime de receptação?

Não! É o que diz a primeira parte do artigo 108 do CP.

Art. 108 - A extinção da punibilidade de crime que é pressuposto, elemento constitutivo ou


circunstância agravante de outro não se estende a este. Nos crimes conexos, a extinção da punibilidade
de um deles não impede, quanto aos outros, a agravação da pena resultante da conexão.

A segunda parte do artigo, por sua vez, nos ensina que, em caso de conexão, a extinção da punibilidade
de um dos crimes conexos não impede a agravação da pena em relação aos outros.

Art. 108 - A extinção da punibilidade de crime que é pressuposto, elemento constitutivo ou circunstância
agravante de outro não se estende a este. Nos crimes conexos, a extinção da punibilidade de um deles
não impede, quanto aos outros, a agravação da pena resultante da conexão.

COMO CAI: FCC/2019 – TRF da 4ª Região - Sobre a extinção da punibilidade, nos termos preconizados pelo
Código Penal, é correto afirmar:

(A) A prescrição da pena de multa ocorrerá no prazo de 2 anos quando ela for cumulativamente cominada com a
pena privativa de liberdade.

(B) Nos crimes conexos, a extinção da punibilidade de um deles não impede, quanto aos outros, a agravação da
pena resultante da conexão.

(C) A sentença que conceder o perdão judicial será considerada para fins de reincidência.

(D) São reduzidos pela metade os prazos de prescrição quando o criminoso era, ao tempo do crime, menor de 21
(vinte e um) anos ou, na data da sentença, maior de 60 (sessenta) anos.

(E) A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em julgado para a acusação, regula-se pela pena
aplicada, e poderá ter por termo inicial data anterior à da denúncia ou queixa.

GABARITO: LETRA B.

COMENTÁRIOS: A letra B está correta, pois reproduz o artigo 108 do CP.

Art. 108 – A extinção da punibilidade de crime que é pressuposto, elemento constitutivo ou circunstância
agravante de outro não se estende a este. Nos crimes conexos, a extinção da punibilidade de um deles não
impede, quanto aos outros, a agravação da pena resultante da conexão.

LETRA A: Errado, pois a pena de multa, se for cumulada com pena privativa de liberdade, prescreve no
prazo desta.

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Art. 114 - A prescrição da pena de multa ocorrerá

II - no mesmo prazo estabelecido para prescrição da pena privativa de liberdade, quando a multa for
alternativa ou cumulativamente cominada ou cumulativamente aplicada.

LETRA C: É exatamente o contrário.

Art. 120 - A sentença que conceder perdão judicial não será considerada para efeitos de reincidência.

LETRA D: Incorreto. Para fazer jus à redução do prazo pela metade, o criminoso deve ter mais de 70 anos
na data da sentença.

Art. 115 - São reduzidos de metade os prazos de prescrição quando o criminoso era, ao tempo do crime,
menor de 21 (vinte e um) anos, ou, na data da sentença, maior de 70 (setenta) anos

LETRA E: Errado, pois não poderá ter por termo inicial data anterior à denúncia ou queixa.

Art. 110, § 1º A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em julgado para a acusação
ou depois de improvido seu recurso, regula-se pela pena aplicada, não podendo, em nenhuma hipótese, ter
por termo inicial data anterior à da denúncia ou queixa.

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Questões comentadas pelo professor


1)CESPE/2018 – MPE/PI - Considerando a jurisprudência dos tribunais superiores no que se refere a ação penal
pública e privada, a crimes contra a fé pública e a crimes contra a ordem tributária, julgue o item seguinte.
A renúncia, o perdão e a perempção extinguem a punibilidade na ação penal privada e na ação pública
condicionada a representação.
GABARITO: ERRADO.

COMENTÁRIOS: A assertiva está incorreta, pois tais institutos (perempção, renúncia e perdão) só
extinguem a punibilidade nos crimes de ação penal privada, conforme artigo 107 do CP e 60 do CPP.

Art. 107 - Extingue-se a punibilidade:

IV - pela prescrição, decadência ou perempção;

V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada;
Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se-á perempta a ação
penal:

2)CESPE/2018 – STJ - No que diz respeito à extinção da punibilidade, julgue o item seguinte.

Situação hipotética: Jorge foi condenado a treze anos de reclusão, cujo prazo prescricional para execução da
pena é de vinte anos. Após cumprir seis anos de pena, ele fugiu. Assertiva: Nessa situação, o prazo prescricional
da execução da pena de Jorge deverá ser contado com base nos anos que faltavam ser cumpridos.
GABARITO: CERTO.

COMENTÁRIOS: A questão cobra o artigo 113 do CP e por isso está correta. Veja:

Art. 113 - No caso de evadir-se o condenado ou de revogar-se o livramento condicional, a prescrição é


regulada pelo tempo que resta da pena.

Ou seja, se o condenado fugir, o prazo prescricional será regulado pelo tempo que resta da pena, uma vez
que pena cumprida é pena extinta.

3)CESPE/2018 – STJ - No que diz respeito à extinção da punibilidade, julgue o item seguinte.

A contagem do prazo prescricional se inicia no dia em que transita em julgado definitivamente a sentença
condenatória.

GABARITO: ERRADO.

COMENTÁRIOS: A questão generalizou ao dizer que o prazo prescricional se inicia no dia em que transita
em julgado a sentença. Qual prazo prescricional? PPP ou PPE?

A PPP se inicia, em regra, no dia em que o crime se consumar. Veja:

Art. 111 - A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, começa a correr:

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I - do dia em que o crime se consumou;

A PPE, por outro lado, se inicia, em regra, no dia em que a sentença transita em julgado para a acusação.

Art. 112 - No caso do art. 110 deste Código, a prescrição começa a correr:

I - do dia em que transita em julgado a sentença condenatória, para a acusação, ou a que revoga a
suspensão condicional da pena ou o livramento condicional;

Art. 110 - A prescrição depois de transitar em julgado a sentença condenatória regula-se pela pena
aplicada e verifica-se nos prazos fixados no artigo anterior, os quais se aumentam de um terço, se o condenado é
reincidente.

Portanto, assertiva incorreta.

OBS: Esse é o tipo de questão que contraria os que falam “incompleto para o CESPE não é errado.”.

4)CESPE/2018 – STJ - Julgue o item que se segue, acerca de extinção da punibilidade no direito penal brasileiro.

Perempção e renúncia ao direito de queixa são causas de extinção da punibilidade relacionadas à ação penal
privada.

GABARITO: CERTO.

COMENTÁRIOS: Perfeito. É exatamente o que dizem os artigos 107 do CP e 60 do CPP.

Art. 107 - Extingue-se a punibilidade:

IV - pela prescrição, decadência ou perempção;

V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada;

Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se-á perempta a ação
penal:

5)CESPE/2018 – STJ - Tendo como referência a jurisprudência sumulada dos tribunais superiores, julgue o item a
seguir, acerca de crimes, penas, imputabilidade penal, aplicação da lei penal e institutos.

Tratando-se de crimes continuados, a prescrição é regulada pela pena imposta na sentença, não se computando
o acréscimo decorrente da continuação.
GABARITO: CERTO.

COMENTÁRIOS: A questão cobra a Súmula 497 do STF e por isso está correta.

Súmula 497 do STF: Quando se tratar de crime continuado, a prescrição regula-se pela pena imposta na
sentença, não se computando o acréscimo decorrente da continuação.

6)CESPE/2017 –TRF 1ª Região - Julgue o próximo item, acerca da ação penal e da extinção de punibilidade.

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O cumprimento de pena no estrangeiro é causa interruptiva de prescrição, assim como a reincidência.

GABARITO: ERRADO.

COMENTÁRIOS: Essa é a famosa questão casca de banana. A reincidência, de fato, é causa interruptiva da
prescrição da pretensão executória (PPE). No entanto, o cumprimento de pena no estrangeiro é causa
suspensiva da prescrição.

Veja:

Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se:

VI - pela reincidência

Art. 116 - Antes de passar em julgado a sentença final, a prescrição não corre:

I - enquanto o agente cumpre pena no estrangeiro.

7)CESPE/2017 –TRF 1ª Região - Julgue o próximo item, acerca da ação penal e da extinção de punibilidade.

Em caso de morte do agente, extingue-se a punibilidade, não podendo a pena alcançar os herdeiros do agente,
salvo quanto à obrigação de reparação de dano, no limite do patrimônio herdado.
GABARITO: CERTO.

COMENTÁRIOS: Como abordado na parte da teoria, nenhuma pena pode passar da pessoa do condenado.
No entanto, a obrigação de reparar o dano pode alcançar os herdeiros, no limite do patrimônio transferido. É o
que diz o artigo 5º, XLV da CF:

Art. 5º. XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano
e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles
executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;

8)CESPE/2015 – TJDFT - Em relação à improbidade administrativa, ao concurso de pessoas e às hipóteses de


extinção da punibilidade, julgue o item subsecutivo.

Sendo a punibilidade requisito do crime sob o aspecto formal, excluída a pretensão punitiva, não estará
caracterizado o crime.
GABARITO: ERRADO.

COMENTÁRIOS: A punibilidade não é requisito do crime sob o aspecto formal. Crime é fato típico, ilícito e
culpável. Presentes estes três elementos, haverá crime.

Portanto, incorreta a assertiva.

9)CESPE/2013 – Polícia Federal - Julgue o item subsequente, relativo à aplicação da lei penal e seus princípios.

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A contagem do prazo para efeito da decadência, causa extintiva da punibilidade, obedece aos critérios
processuais penais, computando-se o dia do começo. Todavia, se este recair em domingos ou feriados, o início
do prazo será o dia útil imediatamente subsequente.
GABARITO: ERRADO.

COMENTÁRIOS: A questão está errada, pois os prazos extintivos da punibilidade são prazos penais (não
processuais penais), ou seja, computa-se o dia do início e exclui-se o do final, conforme artigo 10 do CP.

Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo
calendário comum.

10)CESPE/2014 – Câmara dos Deputados - Julgue os itens que se seguem, relativos à pena e à extinção da
punibilidade.

A prescrição regula-se, antes do trânsito em julgado, pelo máximo de pena privativa de liberdade cominada ao
crime, e, após o trânsito em julgado, pela pena aplicada na sentença condenatória. Em ambos os casos, o prazo
prescricional é aumentado de um terço se o condenado for reincidente.
GABARITO: ERRADO.

COMENTÁRIOS: Na verdade, o prazo prescricional só é aumentado de 1/3 em caso de reincidência se se


tratar de prescrição da pretensão executória (PPE).

Art. 110 - A prescrição depois de transitar em julgado a sentença condenatória regula-se pela pena
aplicada e verifica-se nos prazos fixados no artigo anterior, os quais se aumentam de um terço, se o condenado
é reincidente.

No caso da PPP, a reincidência não influencia no prazo prescricional.

Portanto, a assertiva está errada.

11)CESPE/2015 – DPE/PE - Com relação ao concurso de crimes, julgue o seguinte item.

O cálculo da prescrição da pretensão punitiva no concurso de crimes é feito isoladamente para cada um dos
crimes praticados, desconsiderando-se o acréscimo decorrente do concurso formal ou material ou da
continuidade delitiva.

GABARITO: CERTO.

COMENTÁRIOS: A questão está perfeita e reproduz os entendimentos do artigo 119 do CP e da Súmula


497 do STF.

Veja:

Art. 119 - No caso de concurso de crimes, a extinção da punibilidade incidirá sobre a pena de cada um,
isoladamente.

Súmula 497 STF: Quando se tratar de crime continuado, a prescrição regula-se pela pena imposta na
sentença, não se computando o acréscimo decorrente da continuação.

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12)CESPE/2014 – Câmara dos Deputados - Julgue o item a seguir, referente ao crime organizado e à ação penal.

Por ser um ato unilateral, o perdão do ofendido não pode ser recusado pelo ofensor.
GABARITO: ERRADO.

COMENTÁRIOS: Como falado na parte da teoria, o perdão do ofendido é um ato bilateral. Em outras
palavras, para extinguir a punibilidade é necessário que seja aceito.

Art. 107 - Extingue-se a punibilidade:

V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada;

Dessa forma, o ofensor pode sim recusá-lo.

Incorreta a assertiva.

13)CESPE/2014 – Câmara dos Deputados - Com relação a antijuridicidade, culpabilidade, concurso de pessoas,
pena e causas de extinção da punibilidade, julgue o item a seguir.

A anistia, causa de extinção da punibilidade, consiste em ato de clemência cuja concessão cabe ao presidente da
República, por meio de decreto.
GABARITO: ERRADO.

COMENTÁRIOS: Na verdade, a anistia é causa de extinção da punibilidade e consiste em uma Lei Federal
editada pelo Congresso Nacional. Tal causa não é materializada por um Decreto do Presidente da República.

Assertiva errada.

Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não exigida esta para o
especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da União, especialmente sobre:

VIII - concessão de anistia;

14)CESPE/2014 – TJ/SE - No que se refere à punibilidade e às causas de sua extinção, bem como ao concurso de
pessoas, julgue os itens a seguir.

O juiz, ao analisar a ocorrência de prescrição depois da sentença transitada em julgado para a acusação ou
depois de improvido o seu recurso, deve considerar a pena aplicada, não podendo, em nenhuma hipótese, ter
por termo inicial data anterior à da denúncia ou queixa.

GABARITO: CERTO.

COMENTÁRIOS: De fato, é o que diz o artigo 110, parágrafo 1º do CP.

Art. 110, § 1º A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em julgado para a acusação ou
depois de improvido seu recurso, regula-se pela pena aplicada, não podendo, em nenhuma hipótese, ter por
termo inicial data anterior à da denúncia ou queixa.

Portanto, questão correta.

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15)CESPE/2013 - PC/DF - Na contagem dos prazos de prescrição e decadência, e assim também na contagem do
prazo de cumprimento da pena privativa de liberdade, deve-se incluir o dia do começo.
GABARITO: CERTO.

COMENTÁRIOS: É verdade que os prazos prescricionais e decadenciais são prazos penais, assim como
prazo de cumprimento de pena. Portanto, inclui-se o dia do começo, conforme artigo 10 do CP.

Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo
calendário comum.

Assertiva correta.

16)FCC/2018 – DPE/MA - Sobre a prescrição é correto afirmar que

A)a sentença penal que absolve o réu é causa de interrupção da prescrição.

B)ainda que seja causa que interrompe a prescrição, o início do cumprimento da pena não faz com que o prazo
volte a correr da data dessa interrupção.

C)com a concessão do livramento condicional volta a correr o prazo para a prescrição da pretensão executória.

D)o acórdão meramente confirmatório da decisão de pronúncia não interrompe a prescrição da pretensão
punitiva.

E)entre a data do fato e o recebimento da denúncia a prescrição pode ocorrer de forma retroativa com base na
pena aplicada na sentença.
GABARITO: LETRA B.

COMENTÁRIOS: Na minha opinião, trata-se de uma questão nível hard e que demanda muita atenção do
aluno.

O artigo 117, parágrafo 2º nos diz que quando a prescrição for interrompida, todo o prazo volta a correr da
data da interrupção. No entanto, excepciona o inciso V do próprio artigo 117. Neste inciso está exatamente o
início do cumprimento da pena.

Art. 117, § 2º - Interrompida a prescrição, salvo a hipótese do inciso V deste artigo, todo o prazo começa
a correr, novamente, do dia da interrupção.

Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se:

V - pelo início ou continuação do cumprimento da pena;

LETRA A: Errado, pois a sentença que absolve o réu não interrompe a prescrição. Na verdade, se houve
absolvição, não há que se falar em jus puniendi.

LETRA C: Errado, pois é com a revogação do livramento condicional.

Art. 112 - No caso do art. 110 deste Código, a prescrição começa a correr:

I - do dia em que transita em julgado a sentença condenatória, para a acusação, ou a que revoga a
suspensão condicional da pena ou o livramento condicional;

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Art. 113 - No caso de evadir-se o condenado ou de revogar-se o livramento condicional, a prescrição é


regulada pelo tempo que resta da pena.

LETRA D: Incorreto. O acórdão que confirma a pronúncia interrompe a prescrição.

Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se:

III - pela decisão confirmatória da pronúncia;

LETRA E: Conforme prevê o CP, não pode ocorrer prescrição retroativa entre a data do fato e o
recebimento da denúncia.

Art. 110, § 1º A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em julgado para a acusação
ou depois de improvido seu recurso, regula-se pela pena aplicada, não podendo, em nenhuma hipótese, ter
por termo inicial data anterior à da denúncia ou queixa.

17)FCC/2018 – Câmara Legislativa do Distrito Federal - A prescrição

A)da pretensão punitiva não corre enquanto o agente cumpre pena no estrangeiro.

B)tem seu prazo reduzido em um terço quando o criminoso era menor de 21 anos na data do fato.

C)tem seu curso interrompido pelo oferecimento da denúncia ou queixa.

D)no concurso de crimes incide sobre a pena somada de todos eles.

E)da pena de multa ocorrerá em 3 anos quando for a única aplicada ou cominada.

GABARITO: LETRA A.

COMENTÁRIOS: A questão cobra o entendimento do artigo 116, II do CP.

Art. 116 - Antes de passar em julgado a sentença final, a prescrição não corre:

II - enquanto o agente cumpre pena no estrangeiro

Portanto, é verdade que a prescrição, antes de passar em julgado a sentença (PPP), não corre enquanto o
agente cumpre pena no estrangeiro.

LETRA B: Na verdade, nesse caso o prazo é reduzido pela metade.

Art. 115 - São reduzidos de metade os prazos de prescrição quando o criminoso era, ao tempo do crime,
menor de 21 (vinte e um) anos, ou, na data da sentença, maior de 70 (setenta) anos.

LETRA C: Incorreto. É o recebimento da denúncia ou da queixa que interrompe a prescrição.

Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se

I - pelo recebimento da denúncia ou da queixa;

LETRA D: No caso de concurso de crimes, a prescrição incide sobre cada um deles, isoladamente.

Art. 119 - No caso de concurso de crimes, a extinção da punibilidade incidirá sobre a pena de cada um,
isoladamente.

LETRA E: Nesse caso, a pena de multa prescreve em 02 anos.

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Art. 114 - A prescrição da pena de multa ocorrerá:

I - em 2 (dois) anos, quando a multa for a única cominada ou aplicada;

18)FCC/2018 – Prefeitura de São Luís/MA - Extingue-se a punibilidade do agente

A)pela retroatividade da lei que diminui a pena do crime.

B)pela superveniência de doença mental do autor do ilícito.

C)pela reparação do dano ou restituição da coisa objeto do ilícito, em qualquer crime.

D)pelo perdão do ofendido, em qualquer crime.

E)pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei.


GABARITO: LETRA E.

COMENTÁRIOS: Em síntese, a questão cobra o rol do artigo 107 do CP.


Art. 107 - Extingue-se a punibilidade:

IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei.

De fato, o perdão judicial, nos casos previstos em lei, extingue a punibilidade.


LETRA A: Errado, pois é a abolitio criminis (retroatividade de lei que não mais considera o fato criminoso)
que extingue a punibilidade.

Art. 107 - Extingue-se a punibilidade:

III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso;

LETRA B: Incorreto. No caso de superveniência de doença mental, não há extinção da punibilidade. O


efeito é outro e é tratado na matéria Teoria da Pena.

LETRA C: Na verdade, não se trata de causa que extingue a punibilidade. Dependendo do caso concreto,
pode configurar arrependimento posterior.

Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a
coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a
dois terços.

LETRA D: O perdão do ofendido só pode ser concedido nos crimes de ação penal privada. Além disso, para
extinguir a punibilidade, ele deve ser aceito.

Art. 107 - Extingue-se a punibilidade:

V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada;

19)FCC/2018 – DPE/AM - Sobre a prescrição, é correto afirmar que

A)em caso de revogação do livramento condicional, a prescrição é regulada pelo resto de pena a cumprir.

B)o prazo mínimo de prescrição na legislação penal brasileira é de 3 anos.

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C)a decisão confirmatória de pronúncia nos crimes submetidos ao Tribunal do Júri é causa suspensiva da
prescrição.

D)em caso de concurso material de crimes, o cálculo prescricional incide sobre a soma das penas.

E)o crime de tráfico de drogas por ser equiparado a hediondo é imprescritível.


GABARITO: LETRA A.

COMENTÁRIOS: É exatamente o que diz o artigo 113 do CP:

Art. 113 - No caso de evadir-se o condenado ou de revogar-se o livramento condicional, a prescrição é


regulada pelo tempo que resta da pena.

LETRA B: Errado. O prazo mínimo é de 02 anos. Trata-se do crime de posse de drogas para consumo
pessoal e da multa, se for a única pena prevista (cominada) ou a única pena aplicada no caso concreto.

Art. 114 - A prescrição da pena de multa ocorrerá

I - em 2 (dois) anos, quando a multa for a única cominada ou aplicada;

Art. 30. Da Lei 11.343/06 - Prescrevem em 2 (dois) anos a imposição e a execução das penas, observado, no
tocante à interrupção do prazo, o disposto nos arts. 107 e seguintes do Código Penal.

LETRA C: Incorreto, pois se trata de causa interruptiva.

Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se:

III - pela decisão confirmatória da pronúncia;

LETRA D: No caso de concurso de crimes, a prescrição incide sobre cada um deles, isoladamente.

Art. 119 - No caso de concurso de crimes, a extinção da punibilidade incidirá sobre a pena de cada um,
isoladamente.

LETRA E: O tráfico de drogas, apesar de ser equiparado a crime hediondo, não é imprescritível.

Incorreta a assertiva.

20)FCC/2018 – DPE/AM - Sobre a extinção da punibilidade:

A)O perdão judicial independe de lei, pois é realizado por meio de Decreto Presidencial.

B)No caso de concurso de crimes, o cálculo da prescrição incide sobre a somatória das penas.

C)Ao contrário da renúncia ao direito de queixa, a decadência é causa de extinção da punibilidade.

D)O prazo de prescrição é reduzido pela metade quando o agente for maior de setenta anos na data da sentença.

E)Em caso de revogação do livramento condicional, a prescrição da pretensão executória é regulada pelo total da
pena imposta.
GABARITO: LETRA D.

COMENTÁRIOS: É exatamente o que diz o artigo 115 do CP:

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Art. 115 - São reduzidos de metade os prazos de prescrição quando o criminoso era, ao tempo do crime,
menor de 21 (vinte e um) anos, ou, na data da sentença, maior de 70 (setenta) anos.

LETRA A: Errado, pois o perdão judicial é concedido por sentença, que tem natureza declaratória extintiva
da punibilidade.
Art. 107 - Extingue-se a punibilidade:

IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei.

Art. 120 - A sentença que conceder perdão judicial não será considerada para efeitos de reincidência

Súmula 18 do STJ - A sentença concessiva do perdão judicial é declaratoria da extinção da punibilidade,


não subsistindo qualquer efeito condenatorio.

LETRA B: No caso de concurso de crimes, a prescrição incide sobre cada um deles, isoladamente.

Art. 119 - No caso de concurso de crimes, a extinção da punibilidade incidirá sobre a pena de cada um,
isoladamente.

LETRA C: Na verdade, a renúncia ao direito de queixa também é causa extintiva da punibilidade.

Art. 107 - Extingue-se a punibilidade:

V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada;

LETRA E: Errado. Nesse caso, a prescrição regula-se pelo tempo que resta de pena.

Art. 113 - No caso de evadir-se o condenado ou de revogar-se o livramento condicional, a prescrição é


regulada pelo tempo que resta da pena.

21)FCC/2017 – DPE/SC - Sobre a prescrição, é correto afirmar:

A)O prazo prescricional das contravenções penais é diminuído da metade.

B)O prazo da prescrição da pretensão punitiva aumenta de um terço em caso de réu reincidente.

C)O menor prazo prescricional do direito brasileiro é de três anos.

D)A pronúncia e o acórdão confirmatório da pronúncia interrompem a prescrição.

E)No estupro de vulnerável o termo inicial da prescrição da executória punitiva começa a correr da data em que a
vítima completar dezoito anos.

GABARITO: LETRA D.

COMENTÁRIOS: É verdade que são causas interruptivas. Elas estão previstas no artigo 117, II e III do CP.

Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se:

II - pela pronúncia;

III - pela decisão confirmatória da pronúncia;

LETRA A: Não há essa previsão legal. Portanto, assertiva incorreta.

LETRA B: Na verdade, é o prazo da PPE que é aumentado em 1/3, no caso de o réu ser reincidente.

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Art. 110 - A prescrição depois de transitar em julgado a sentença condenatória regula-se pela pena
aplicada e verifica-se nos prazos fixados no artigo anterior, os quais se aumentam de um terço, se o condenado
é reincidente.

LETRA C: Errado. O prazo mínimo é de 02 anos. Trata-se do crime de posse de drogas para consumo
pessoal e da multa, se for a única pena prevista (cominada) ou a única pena aplicada no caso concreto.

Art. 114 - A prescrição da pena de multa ocorrerá

I - em 2 (dois) anos, quando a multa for a única cominada ou aplicada;

Art. 30. Da Lei 11.343/06 - Prescrevem em 2 (dois) anos a imposição e a execução das penas, observado, no
tocante à interrupção do prazo, o disposto nos arts. 107 e seguintes do Código Penal.

LETRA E: Incorreto, pois esse caso é de PPP (prescrição da pretensão punitiva).

Veja:

Art. 111 - A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, começa a correr:

V - nos crimes contra a dignidade sexual de crianças e adolescentes, previstos neste Código ou em
legislação especial, da data em que a vítima completar 18 (dezoito) anos, salvo se a esse tempo já houver
sido proposta a ação penal.

Além disso, como visto, há a exceção sublinhada.

22)FCC/2017 – TRE/SP - Paulo, quando tinha 20 anos de idade, após ser abordado em uma blitz da polícia
rodoviária federal na Rodovia Presidente Dutra, no dia 1º de Junho de 2010, oferece R$ 1.000,00, em dinheiro,
para o policial responsável pela abordagem para não ser autuado por excesso de velocidade. Paulo é conduzido
ao Distrito Policial, preso em flagrante, e acaba beneficiado pela Justiça sendo colocado em liberdade após
pagamento de fiança. Encerrado o inquérito Policial, a denúncia em desfavor de Paulo, pelo crime de corrupção
ativa, é recebida no dia 15 de Julho de 2014. O processo tramita regularmente e Paulo é condenado a cumprir
pena de 2 anos de reclusão, em regime inicial aberto, por sentença publicada em 14 de Agosto de 2016. A
sentença transita em julgado. Ricardo, advogado de Paulo, postula ao Magistrado competente para a execução
da sentença o reconhecimento da prescrição. Neste caso, de acordo com o Código Penal, a prescrição da
pretensão punitiva estatal ocorre em

A)8 anos e a pena cominada ao réu, Paulo, não está prescrita, cabendo a ele cumprir regularmente sua pena.

B)4 anos e a pena cominada ao réu, Paulo, não está prescrita, cabendo a ele cumprir regularmente sua pena.

C)3 anos e a pena cominada ao réu, Paulo, está prescrita em decorrência do decurso do prazo superior a 3 anos
entre a data do crime e do recebimento da denúncia.

D)4 anos e a pena cominada ao réu, Paulo, está prescrita em decorrência do decurso do prazo entre a data do
crime e do recebimento da denúncia.

E)2 anos e a pena cominada ao réu, Paulo, está prescrita em decorrência do decurso do prazo entre a data do
recebimento da denúncia e a publicação da sentença condenatória.

GABARITO: LETRA E.

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COMENTÁRIOS: Achou que eu não fosse colocar uma questão que calculasse os prazos de prescrição,

né?!?!

Vamos analisá-la como um todo?


Primeiramente, é necessário dizer que Paulo, aos 20 anos de idade, cometeu crime. Nesse caso, o prazo
prescricional é reduzido pela metade.

Art. 115 - São reduzidos de metade os prazos de prescrição quando o criminoso era, ao tempo do crime,
menor de 21 (vinte e um) anos, ou, na data da sentença, maior de 70 (setenta) anos

Fixada essa premissa, vemos que o recebimento da denúncia se deu em 15/07/14, data em que a prescrição
foi interrompida.

Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se:

I - pelo recebimento da denúncia ou da queixa

Vemos, também, que a publicação da sentença condenatória, que fixou pena de 02 anos, se deu em
14/08/16. Temos outro marco interruptivo da prescrição.

Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se:

IV - pela publicação da sentença ou acórdão condenatórios recorríveis;

Como o processo transitou em julgado, a prescrição é regulada pela pena aplicada.

Art. 110, § 1º A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em julgado para a acusação
ou depois de improvido seu recurso, regula-se pela pena aplicada, não podendo, em nenhuma hipótese, ter por
termo inicial data anterior à da denúncia ou queixa.

Como a pena fixada foi de 02 anos, ela prescreveria em 04 anos, de acordo com o artigo 109, V do CP, veja:

Art. 109. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto no § 1º do art.
110 deste Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se:

V - em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo superior, não excede a dois;

No entanto, o prazo de 04 anos é reduzido pela metade, sendo, portanto, de 02 anos.

Note que o crime está prescrito pela aplicação da prescrição retroativa (entre o recebimento da denúncia e
a publicação da sentença).

Art. 110, § 1º A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em julgado para a acusação
ou depois de improvido seu recurso, regula-se pela pena aplicada, não podendo, em nenhuma hipótese, ter
por termo inicial data anterior à da denúncia ou queixa.

Dessa forma, a única assertiva correta é a letra E.

Questão fenomenal e que cobra diversos aspectos da matéria em um só enunciado.

23)FCC/2017 – TRE/SP - Moisés respondeu processo por crime de corrupção ativa cometido no dia 30 de
Setembro de 2010, quando tinha 66 anos de idade. A denúncia oferecida pelo Ministério Público em 16 de
Outubro de 2014 é recebida pelo Magistrado competente no dia 18 de Outubro do mesmo ano de 2014. O

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processo tramita regularmente e Moisés é condenado a cumprir pena de 2 anos de reclusão, em regime inicial
semiaberto, e ao pagamento de 10 dias-multa por sentença proferida em 25 de Abril de 2016 e publicada no dia
27 do mesmo mês e ano. Não houve interposição de recurso pelas partes e é certificado o trânsito em julgado.
No caso hipotético apresentado, a prescrição da pretensão punitiva estatal regula-se pela pena aplicada ao réu
Moisés e verifica-se em

A)02 anos, devendo ser extinta a punibilidade do réu diante do decurso deste prazo entre a data do crime e do
recebimento da denúncia.

B)04 anos, devendo ser extinta a punibilidade do réu diante do decurso deste prazo entre a data do crime e do
recebimento da denúncia.

C)01 ano e 06 meses, devendo ser extinta a punibilidade do réu diante do decurso deste prazo entre a data do
crime e do recebimento da denúncia e entre a data do recebimento da denúncia e da publicação da sentença.

D)03 anos, devendo ser extinta a punibilidade do réu diante do decurso deste prazo entre a data do crime e do
recebimento da denúncia.
E)02 anos e o réu deverá cumprir integralmente a sua pena, não sendo o caso de extinção da sua punibilidade.

GABARITO: LETRA E.

COMENTÁRIOS: Ok, só mais essa.

Moisés, com 66 anos, cometeu crime, em 2010. A denúncia foi recebida no dia 18/10/14. Temos a primeira
causa interruptiva da prescrição.

Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se:

I - pelo recebimento da denúncia ou da queixa

A sentença, que fixou pena de 02 anos, foi proferida no dia 25/04/2016 e publicada no dia 27/04/16. Temos
outra causa interruptiva.

Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se:

IV - pela publicação da sentença ou acórdão condenatórios recorríveis;

Note que Moisés, na data da sentença, possui mais de 70 anos. Sendo assim, o prazo prescricional é
reduzido pela metade.

Art. 115 - São reduzidos de metade os prazos de prescrição quando o criminoso era, ao tempo do crime,
menor de 21 (vinte e um) anos, ou, na data da sentença, maior de 70 (setenta) anos

A pena fixada (02 anos) prescreveria em 04 anos, de acordo com o artigo 109, V do CP, veja:

Art. 109. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto no § 1º do art.
110 deste Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se:

V - em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo superior, não excede a dois;

No entanto, o prazo de 04 anos é reduzido pela metade, sendo, portanto, de 02 anos.

Por fim, é necessário dizer que não há 02 anos entre o recebimento da denúncia (18/10/14) e a publicação
da sentença (27/04/16).

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Sendo assim, o crime não está prescrito.

24)FCC/2015 – TER/PB - No que refere à extinção da punibilidade, de acordo com o Código de Processo Penal,
interrompida a prescrição, todo o prazo começa a correr, novamente, do dia da interrupção, salvo no caso de:

A)pronúncia.

B)recebimento da denúncia.

C)início ou continuação do cumprimento da pena.

D)decisão confirmatória da pronúncia.

E)publicação da sentença ou acórdão condenatórios recorríveis.


GABARITO: LETRA C.

COMENTÁRIOS: O artigo 117, parágrafo 2º nos diz que quando a prescrição for interrompida, todo o prazo
volta a correr da data da interrupção. No entanto, excepciona o inciso V do próprio artigo 117. Neste inciso está
exatamente o início do cumprimento da pena.

Art. 117, § 2º - Interrompida a prescrição, salvo a hipótese do inciso V deste artigo, todo o prazo começa
a correr, novamente, do dia da interrupção.

Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se:

V - pelo início ou continuação do cumprimento da pena;

Portanto, a única assertiva correta é a C.

25)FGV/2019 – DPE/RJ - Reconhecida a prática de um fato típico, ilícito e culpável, o Estado tem o poder/dever
de punir o seu infrator.

Todavia, há situações que fazem desaparecer o poder punitivo estatal, sendo correto afirmar, de acordo com o
Código Penal, que:

A)os prazos das prescrições da pretensão punitiva e da pretensão executória serão reduzidos pela metade nos
casos em que o agente era, ao tempo do crime, menor de 21 anos, ou maior de 60 na data da sentença;

B)a sentença que conceder o perdão judicial, após reconhecimento da materialidade e autoria, não será
considerada para efeitos de reincidência;

C)a anistia, concedida através de decreto presidencial, afasta os efeitos penais, primários e secundários, e
extrapenais da condenação;

D)a prescrição, a decadência e a perempção são causas de extinção da punibilidade do agente nos crimes de
ação penal pública;

E)o curso do prazo prescricional interrompe-se com o oferecimento da denúncia..


GABARITO: LETRA B.

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COMENTÁRIOS: Realmente, a sentença que concede o perdão judicial não é considerada para efeitos de
reincidência.

Art. 120 do CP - A sentença que conceder perdão judicial não será considerada para efeitos de
reincidência.
Isso porque a natureza jurídica de tal sentença é declaratória extintiva da punibilidade. É o que diz a Súmula
18 do STJ, veja:

Súmula 18 do STJ - A sentença concessiva do perdão judicial é declaratória da extinção da punibilidade,


não subsistindo qualquer efeito condenatório.

LETRA A: Incorreto, pois os prazos são reduzidos pela metade nos casos em que o agente era, ao tempo do
crime, menor de 21 anos e, na data da sentença, maior de 70 anos.

Art. 115 do CP - São reduzidos de metade os prazos de prescrição quando o criminoso era, ao tempo do
crime, menor de 21 (vinte e um) anos, ou, na data da sentença, maior de 70 (setenta) anos.

LETRA C: Na verdade, a anistia é concedida através de Lei Federal, não através de Decreto. Além disso, os
efeitos extrapenais permanecem.

LETRA D: Errado, pois a perempção é causa de extinção da punibilidade nas ações penais privadas.

Art. 60 do CP. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se-á perempta a ação
penal:

LETRA E: Errado. A prescrição se interrompe com o recebimento da denúncia.

Art. 117 do CP - O curso da prescrição interrompe-se:

I - pelo recebimento da denúncia ou da queixa;

26)FGV/2018 – TJ/SC - A prescrição, causa de extinção da punibilidade prevista no art. 107, inciso IV, do Código
Penal, pode ser definida como a perda do direito de punir ou executar a pena em razão da inércia do Estado
durante o tempo fixado em lei.

Sobre o tema, de acordo com as previsões do Código Penal, é correto afirmar que:

A)a extinção da punibilidade pela prescrição, no concurso de crimes, considerará a pena total aplicada, com as
causas de aumento, em detrimento da pena de cada um isoladamente;

B)o prazo prescricional da pretensão executória, no caso de evasão, será computado pelo total de pena aplicada,
não sendo descartado o período de pena cumprido;

C)a interrupção do prazo prescricional ocorrida com o oferecimento da denúncia produz efeitos em relação a
todos os autores do crime;

D)a reincidência do acusado impõe aumento de 1/3 do prazo prescricional da pretensão punitiva e da executória;

E)o reconhecimento de prescrição da pretensão punitiva pela pena em concreto não gera reincidência.

GABARITO: LETRA E.

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COMENTÁRIOS: Realmente, se houver reconhecimento de prescrição da pretensão punitiva, não haverá


reincidência. Isso porque sequer houve condenação transitada em julgado.

LETRA A: Errado. No caso de concurso de crimes, a prescrição incide sobre cada um deles, isoladamente.

Art. 119 - No caso de concurso de crimes, a extinção da punibilidade incidirá sobre a pena de cada um,
isoladamente.

LETRA B: Nesse caso, o prazo será contado levando-se em consideração o restante da pena, ou seja,
descartando-se o tempo já cumprido.

Art. 113 - No caso de evadir-se o condenado ou de revogar-se o livramento condicional, a prescrição é


regulada pelo tempo que resta da pena.

LETRA C: Incorreto, pois o que interrompe a prescrição é o recebimento da denúncia.

Art. 117 do CP - O curso da prescrição interrompe-se:

I - pelo recebimento da denúncia ou da queixa;

LETRA D: Na verdade, a reincidência só interfere no prazo da prescrição da pretensão executória.

Súmula 220 do STJ: A reincidência não influi no prazo da prescrição da pretensão punitiva

Art. 110 do CP - A prescrição depois de transitar em julgado a sentença condenatória regula-se pela pena
aplicada e verifica-se nos prazos fixados no artigo anterior, os quais se aumentam de um terço, se o condenado
é reincidente.

27)FGV/2018 – TJ/SC - O perdão judicial poderá ser aplicado quando, devidamente previsto em lei, as
consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a própria sanção se torne
desnecessária.

Sobre o tema, é correto afirmar que:

A)o perdão judicial poderá ser aplicado no homicídio culposo, quando as consequências atingirem o agente de
forma grave o suficiente para tornar a pena desnecessária, mas não na lesão corporal culposa;

B)a sentença que aplica perdão judicial não será considerada para efeitos de reincidência, em que pese haja
reconhecimento da prova da materialidade e da autoria;

C)o perdão judicial é previsto no Código Penal como causa de exclusão da culpabilidade, em que pese haja
tipicidade e ilicitude, gerando absolvição própria;

D)a sentença que reconhece perdão judicial impõe absolvição imprópria, gerando aplicação de medida de
segurança;

E)o perdão judicial é causa de exclusão da tipicidade, gerando absolvição própria.

GABARITO: LETRA B.

COMENTÁRIOS: É exatamente o que diz o artigo 120 do CP.

Art. 120 do CP - A sentença que conceder perdão judicial não será considerada para efeitos de
reincidência.

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Isso porque a natureza jurídica de tal sentença é declaratória extintiva da punibilidade. É o que diz a Súmula
18 do STJ, veja:

Súmula 18 do STJ - A sentença concessiva do perdão judicial é declaratória da extinção da punibilidade,


não subsistindo qualquer efeito condenatório.
LETRA A: Errado, pois o perdão judicial é admissível na lesão corporal culposa.

Art. 121, § 5º do CP - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as
conseqüências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne
desnecessária.

Art. 129, § 8º do CP - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121

LETRAS C e E: Incorreto. O perdão judicial é causa de extinção da punibilidade.

Art. 107 - Extingue-se a punibilidade:

IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei.

LETRA D: Errado. Não há absolvição imprópria e muito menos aplicação de medida de segurança.

28)FGV/2018 – TJ/AL - O indulto, a graça e a anistia são trazidos pelo Código Penal, em seu artigo 107, inciso II,
como causas de extinção da punibilidade. Apesar disso, são institutos que não se confundem.

Sobre tais causas de extinção da punibilidade, é correto afirmar que:

A)a anistia, o indulto e a graça geram a extinção dos efeitos penais primários e secundários da condenação,
permanecendo íntegros, apenas, os seus efeitos civis;

B)o indulto, diante de sua natureza coletiva, depende de provocação e requerimento do beneficiado, não
podendo ser declarada a extinção da pena de ofício pelo juiz;

C)o indulto gera a extinção dos efeitos penais primários, mas não os secundários, permanecendo íntegros,
também, os efeitos civis da condenação;

D)a anistia gera a extinção dos efeitos penais primários, mas não os secundários, permanecendo íntegros,
também, os efeitos civis da condenação;

E)o indulto é concedido através de Decreto do Presidente da República, enquanto a anistia e a graça são
previstos em lei federal.
GABARITO: LETRA C.

COMENTÁRIOS: Perfeito. O indulto, que é concedido através de Decreto do Presidente da República,


extingue somente os efeitos primários do crime. Em outras palavras, os efeitos secundários e os extrapenais
(civis, por exemplo) permanecem íntegros.

LETRA A: Errado, pois o indulto e a graça não extinguem os efeitos penais secundários da condenação.

LETRA B: Na verdade, o indulto não depende de provocação/requerimento, até porque é coletivo.

LETRA D: Incorreto, pois a anistia gera exclusão dos efeitos penais (primários e secundários).

LETRA E: Errado. A graça é concedida mediante Decreto do Presidente da República.

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29)FGV/2017 – ALERJ - O Código Penal, em seu artigo 107, prevê uma relação de causas de extinção de
punibilidade, dentre as quais se destaca a prescrição. A doutrina tradicionalmente define prescrição como a
perda pelo Estado do direito de aplicar sanção penal adequada ou de executá-la em razão do decurso do tempo.
Sobre o tema, de acordo com as previsões do Código Penal e a jurisprudência majoritária do Superior Tribunal de
Justiça, é correto afirmar que:

A)o oferecimento da denúncia é causa interruptiva da prescrição;

B)o maior de 60 anos terá o prazo prescricional computado pela metade;

C)o início do cumprimento da pena interrompe o prazo da prescrição da pretensão punitiva;

D)a pronúncia é causa interruptiva da prescrição, ainda que o Tribunal do Júri venha a desclassificar o crime em
sessão plenária;

E)a prescrição pela pena aplicada, depois do trânsito em julgado para a acusação, independentemente da data
do crime, não poderá ter por base período anterior ao recebimento da denúncia.
GABARITO: LETRA D.

COMENTÁRIOS: É o que podemos extrair do artigo 117, II do CP c/c com a Súmula 191 do STJ.

Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se:

II - pela pronúncia;

Súmula 191 do STJ: A pronúncia é causa interruptiva da prescrição, ainda que o Tribunal do Júri venha a
desclassificar o crime.

LETRA A: Errado. A prescrição se interrompe com o recebimento da denúncia.

Art. 117 do CP - O curso da prescrição interrompe-se:

I - pelo recebimento da denúncia ou da queixa;

LETRA B: Incorreto, pois os prazos são reduzidos pela metade nos casos em que o agente era, ao tempo do
crime, menor de 21 anos e, na data da sentença, maior de 70 anos.

Art. 115 do CP - São reduzidos de metade os prazos de prescrição quando o criminoso era, ao tempo do
crime, menor de 21 (vinte e um) anos, ou, na data da sentença, maior de 70 (setenta) anos.

LETRA C: Na verdade, o início do cumprimento da pena interrompe o prazo da prescrição da pretensão


executória.

Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se:

V - pelo início ou continuação do cumprimento da pena;

Isso se explica porque só poderá haver início ou continuação de cumprimento de pena se já houver trânsito
em julgado (o que atrai a incidência da PPE).

LETRA E: A questão está errada pela parte em que diz “independentemente da data do crime”.

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A Lei 12.234/2010, que proíbe que a prescrição da pretensão punitiva (PPP) tenha como termo inicial data
anterior à denúncia ou queixa, é lei penal mais gravosa e, por isso, não se aplica a fatos ocorridos antes de sua
vigência (não retroage).

Art. 110, § 1º A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em julgado para a acusação ou
depois de improvido seu recurso, regula-se pela pena aplicada, não podendo, em nenhuma hipótese, ter por
termo inicial data anterior à da denúncia ou queixa. (Redação dada pela Lei nº 12.234, de 2010).

30)FGV/2016 – MPE/RJ - Marco, 40 anos, foi denunciado pela prática do crime de lesão corporal culposa
praticada na direção de veículo automotor, cuja pena privativa de liberdade prevista é de detenção de 06 meses a
02 anos. Os fatos ocorreram em 02.02.2011, e, considerando que não houve interesse em aceitar transação
penal, composição dos danos ou suspensão condicional do processo, foi oferecida denúncia em 27.02.2014 e
recebida a inicial acusatória em 11.03.2014. Após a instrução, foi Marco condenado à pena mínima de 06 meses
em sentença publicada em 29.02.2016, tendo a mesma transitado em julgado.

Considerando os fatos narrados e a atual previsão do Código Penal, é correto afirmar que:

A)deverá ser reconhecida a extinção da punibilidade de Marco em razão da prescrição da pretensão punitiva pela
pena em abstrato;

B)deverá ser reconhecida a extinção da punibilidade de Marco em razão da prescrição da pretensão punitiva pela
pena em concreto;

C)deverá ser reconhecida a extinção da punibilidade de Marco em razão da prescrição da pretensão executória;

D)não deverá ser reconhecida a extinção da punibilidade de Marco, pois não ocorreu prescrição;

E)o oferecimento da denúncia funciona como marco interruptivo do prazo prescricional.

GABARITO: LETRA D.

COMENTÁRIOS: Vamos analisar a questão como um todo?

O fato ocorreu em 02/02/2011. Em 11/03/2014, houve o recebimento da denúncia, que interrompeu a


prescrição.

Art. 117 do CP - O curso da prescrição interrompe-se:

I - pelo recebimento da denúncia ou da queixa;

Como o crime tem pena abstrata de 06 meses a 02 anos, a prescrição tem prazo de 04 anos. Portanto, não
ocorreu no período entre a data do fato e o recebimento da denúncia.

Art. 109. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto no § 1o do art. 110
deste Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se:

V - em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo superior, não excede a dois;

Após o processo, Marco foi condenado a uma pena de 06 meses (pena em concreto), em sentença que foi
publicada no dia 29/02/2016. Temos mais uma causa que interrompe a prescrição.

Art. 117 do CP - O curso da prescrição interrompe-se:

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IV - pela publicação da sentença ou acórdão condenatórios recorríveis

Como a pena concreta é de 06 meses, a prescrição tem prazo de 03 anos.

Art. 109. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto no § 1o do art. 110
deste Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se:

VI - em 3 (três) anos, se o máximo da pena é inferior a 1 (um) ano.

Sendo assim, como não se passaram 03 anos do recebimento da denúncia (11/03/2014) até a publicação da
sentença condenatória (29/02/2016) não se fala em prescrição.

LETRAS A, B e C: Erradas, pois não houve prescrição.

LETRA E: Incorreto, pois o que interrompe a prescrição é o recebimento da denúncia.

31)FGV/2016 – CODEBA - No dia 11/01/2010, Jean, nascido em 11/01/1992, praticou um crime de furto simples,
razão pela qual foi denunciado como incurso nas sanções do Art. 155, caput, do Código Penal. Em 25/01/2010, foi
a inicial acusatória recebida, não sendo cabível a suspensão condicional do processo. Após o regular
processamento do feito, diante da confissão de Jean, foi o mesmo condenado à pena mínima de um ano de
reclusão, sendo a sentença condenatória publicada em 01/03/2012 e transitando em julgado. Jean dá início ao
cumprimento da pena em 02/01/2014.

Considerando a situação exposta, assinale a afirmativa correta.

A)Ocorreu a prescrição da pretensão punitiva do Estado, devendo ser reconhecida a extinção da punibilidade.

B)A condenação foi indevida, pois Jean não era imputável na data dos fatos.

C)Ocorreu a prescrição da pretensão executória do Estado, devendo ser reconhecida a extinção da punibilidade.

D)Não ocorreu a extinção da punibilidade, pois não foi ultrapassado o prazo de quatro anos entre os marcos
interruptivos da prescrição.

E)Não ocorreu a extinção da punibilidade, pois não foi ultrapassado o prazo de três anos entre os marcos
interruptivos da prescrição.
GABARITO: LETRA A.

COMENTÁRIOS: Vou analisar a questão como um todo, ok?

O fato foi praticado no dia 11/01/2010 e a denúncia foi recebida em 25/01/2010 (momento em que houve
interrupção da prescrição).

Art. 117 do CP - O curso da prescrição interrompe-se:

I - pelo recebimento da denúncia ou da queixa;

Houve condenação de 01 ano, em sentença publicada no dia 01/03/2012 (outro momento de interrupção).

Art. 117 do CP - O curso da prescrição interrompe-se:

IV - pela publicação da sentença ou acórdão condenatórios recorríveis

A pena de 01 ano prescreve em 04 anos, conforme artigo 109, V do CP.

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Art. 109. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto no § 1o do art. 110
deste Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se:

V - em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo superior, não excede a dois;

No entanto, no caso de Jean, ela prescreve em 02 anos, pois era menor de 21 anos na data do fato.

Art. 115 - São reduzidos de metade os prazos de prescrição quando o criminoso era, ao tempo do crime,
menor de 21 (vinte e um) anos, ou, na data da sentença, maior de 70 (setenta) anos

Sendo assim, o crime está prescrito (ocorreu lapso temporal maior que 02 anos entre o recebimento da
denúncia e publicação da sentença condenatória).

LETRA B: Errado, pois era imputável (maior de 18 anos).

LETRA C: Na verdade, ocorreu prescrição da pretensão punitiva.

LETRAS D e E: Erradas, pois o crime está prescrito.

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Lista de questões comentadas


1)CESPE/2018 – MPE/PI - Considerando a jurisprudência dos tribunais superiores no que se refere a ação penal
pública e privada, a crimes contra a fé pública e a crimes contra a ordem tributária, julgue o item seguinte.
A renúncia, o perdão e a perempção extinguem a punibilidade na ação penal privada e na ação pública
condicionada a representação.

2)CESPE/2018 – STJ - No que diz respeito à extinção da punibilidade, julgue o item seguinte.

Situação hipotética: Jorge foi condenado a treze anos de reclusão, cujo prazo prescricional para execução da
pena é de vinte anos. Após cumprir seis anos de pena, ele fugiu. Assertiva: Nessa situação, o prazo prescricional
da execução da pena de Jorge deverá ser contado com base nos anos que faltavam ser cumpridos.

3)CESPE/2018 – STJ - No que diz respeito à extinção da punibilidade, julgue o item seguinte.

A contagem do prazo prescricional se inicia no dia em que transita em julgado definitivamente a sentença
condenatória.

4)CESPE/2018 – STJ - Julgue o item que se segue, acerca de extinção da punibilidade no direito penal brasileiro.

Perempção e renúncia ao direito de queixa são causas de extinção da punibilidade relacionadas à ação penal
privada.

5)CESPE/2018 – STJ - Tendo como referência a jurisprudência sumulada dos tribunais superiores, julgue o item a
seguir, acerca de crimes, penas, imputabilidade penal, aplicação da lei penal e institutos.

Tratando-se de crimes continuados, a prescrição é regulada pela pena imposta na sentença, não se computando
o acréscimo decorrente da continuação.

6)CESPE/2017 –TRF 1ª Região - Julgue o próximo item, acerca da ação penal e da extinção de punibilidade.

O cumprimento de pena no estrangeiro é causa interruptiva de prescrição, assim como a reincidência.

7)CESPE/2017 –TRF 1ª Região - Julgue o próximo item, acerca da ação penal e da extinção de punibilidade.

Em caso de morte do agente, extingue-se a punibilidade, não podendo a pena alcançar os herdeiros do agente,
salvo quanto à obrigação de reparação de dano, no limite do patrimônio herdado.

8)CESPE/2015 – TJDFT - Em relação à improbidade administrativa, ao concurso de pessoas e às hipóteses de


extinção da punibilidade, julgue o item subsecutivo.

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Sendo a punibilidade requisito do crime sob o aspecto formal, excluída a pretensão punitiva, não estará
caracterizado o crime.

9)CESPE/2013 – Polícia Federal - Julgue o item subsequente, relativo à aplicação da lei penal e seus princípios.

A contagem do prazo para efeito da decadência, causa extintiva da punibilidade, obedece aos critérios
processuais penais, computando-se o dia do começo. Todavia, se este recair em domingos ou feriados, o início
do prazo será o dia útil imediatamente subsequente.

10)CESPE/2014 – Câmara dos Deputados - Julgue os itens que se seguem, relativos à pena e à extinção da
punibilidade.

A prescrição regula-se, antes do trânsito em julgado, pelo máximo de pena privativa de liberdade cominada ao
crime, e, após o trânsito em julgado, pela pena aplicada na sentença condenatória. Em ambos os casos, o prazo
prescricional é aumentado de um terço se o condenado for reincidente.

11)CESPE/2015 – DPE/PE - Com relação ao concurso de crimes, julgue o seguinte item.

O cálculo da prescrição da pretensão punitiva no concurso de crimes é feito isoladamente para cada um dos
crimes praticados, desconsiderando-se o acréscimo decorrente do concurso formal ou material ou da
continuidade delitiva.

12)CESPE/2014 – Câmara dos Deputados - Julgue o item a seguir, referente ao crime organizado e à ação penal.

Por ser um ato unilateral, o perdão do ofendido não pode ser recusado pelo ofensor.

13)CESPE/2014 – Câmara dos Deputados - Com relação a antijuridicidade, culpabilidade, concurso de pessoas,
pena e causas de extinção da punibilidade, julgue o item a seguir.

A anistia, causa de extinção da punibilidade, consiste em ato de clemência cuja concessão cabe ao presidente da
República, por meio de decreto.

14)CESPE/2014 – TJ/SE - No que se refere à punibilidade e às causas de sua extinção, bem como ao concurso de
pessoas, julgue os itens a seguir.

O juiz, ao analisar a ocorrência de prescrição depois da sentença transitada em julgado para a acusação ou
depois de improvido o seu recurso, deve considerar a pena aplicada, não podendo, em nenhuma hipótese, ter
por termo inicial data anterior à da denúncia ou queixa.

15)CESPE/2013 - PC/DF - Na contagem dos prazos de prescrição e decadência, e assim também na contagem do
prazo de cumprimento da pena privativa de liberdade, deve-se incluir o dia do começo.

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16)FCC/2018 – DPE/MA - Sobre a prescrição é correto afirmar que

A)a sentença penal que absolve o réu é causa de interrupção da prescrição.

B)ainda que seja causa que interrompe a prescrição, o início do cumprimento da pena não faz com que o prazo
volte a correr da data dessa interrupção.

C)com a concessão do livramento condicional volta a correr o prazo para a prescrição da pretensão executória.

D)o acórdão meramente confirmatório da decisão de pronúncia não interrompe a prescrição da pretensão
punitiva.

E)entre a data do fato e o recebimento da denúncia a prescrição pode ocorrer de forma retroativa com base na
pena aplicada na sentença.

17)FCC/2018 – Câmara Legislativa do Distrito Federal - A prescrição

A)da pretensão punitiva não corre enquanto o agente cumpre pena no estrangeiro.

B)tem seu prazo reduzido em um terço quando o criminoso era menor de 21 anos na data do fato.

C)tem seu curso interrompido pelo oferecimento da denúncia ou queixa.

D)no concurso de crimes incide sobre a pena somada de todos eles.

18)FCC/2018 – Prefeitura de São Luís/MA - Extingue-se a punibilidade do agente

A)pela retroatividade da lei que diminui a pena do crime.

B)pela superveniência de doença mental do autor do ilícito.

C)pela reparação do dano ou restituição da coisa objeto do ilícito, em qualquer crime.

D)pelo perdão do ofendido, em qualquer crime.

E)pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei.

19)FCC/2018 – DPE/AM - Sobre a prescrição, é correto afirmar que

A)em caso de revogação do livramento condicional, a prescrição é regulada pelo resto de pena a cumprir.

B)o prazo mínimo de prescrição na legislação penal brasileira é de 3 anos.

C)a decisão confirmatória de pronúncia nos crimes submetidos ao Tribunal do Júri é causa suspensiva da
prescrição.

D)em caso de concurso material de crimes, o cálculo prescricional incide sobre a soma das penas.

E)o crime de tráfico de drogas por ser equiparado a hediondo é imprescritível.

20)FCC/2018 – DPE/AM - Sobre a extinção da punibilidade:

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A)O perdão judicial independe de lei, pois é realizado por meio de Decreto Presidencial.

B)No caso de concurso de crimes, o cálculo da prescrição incide sobre a somatória das penas.

C)Ao contrário da renúncia ao direito de queixa, a decadência é causa de extinção da punibilidade.

D)O prazo de prescrição é reduzido pela metade quando o agente for maior de setenta anos na data da sentença.

E)Em caso de revogação do livramento condicional, a prescrição da pretensão executória é regulada pelo total da
pena imposta.

21)FCC/2017 – DPE/SC - Sobre a prescrição, é correto afirmar:

A)O prazo prescricional das contravenções penais é diminuído da metade.

B)O prazo da prescrição da pretensão punitiva aumenta de um terço em caso de réu reincidente.

C)O menor prazo prescricional do direito brasileiro é de três anos.

D)A pronúncia e o acórdão confirmatório da pronúncia interrompem a prescrição.

E)No estupro de vulnerável o termo inicial da prescrição da executória punitiva começa a correr da data em que a
vítima completar dezoito anos.

22)FCC/2017 – TRE/SP - Paulo, quando tinha 20 anos de idade, após ser abordado em uma blitz da polícia
rodoviária federal na Rodovia Presidente Dutra, no dia 1º de Junho de 2010, oferece R$ 1.000,00, em dinheiro,
para o policial responsável pela abordagem para não ser autuado por excesso de velocidade. Paulo é conduzido
ao Distrito Policial, preso em flagrante, e acaba beneficiado pela Justiça sendo colocado em liberdade após
pagamento de fiança. Encerrado o inquérito Policial, a denúncia em desfavor de Paulo, pelo crime de corrupção
ativa, é recebida no dia 15 de Julho de 2014. O processo tramita regularmente e Paulo é condenado a cumprir
pena de 2 anos de reclusão, em regime inicial aberto, por sentença publicada em 14 de Agosto de 2016. A
sentença transita em julgado. Ricardo, advogado de Paulo, postula ao Magistrado competente para a execução
da sentença o reconhecimento da prescrição. Neste caso, de acordo com o Código Penal, a prescrição da
pretensão punitiva estatal ocorre em

A)8 anos e a pena cominada ao réu, Paulo, não está prescrita, cabendo a ele cumprir regularmente sua pena.

B)4 anos e a pena cominada ao réu, Paulo, não está prescrita, cabendo a ele cumprir regularmente sua pena.

C)3 anos e a pena cominada ao réu, Paulo, está prescrita em decorrência do decurso do prazo superior a 3 anos
entre a data do crime e do recebimento da denúncia.

D)4 anos e a pena cominada ao réu, Paulo, está prescrita em decorrência do decurso do prazo entre a data do
crime e do recebimento da denúncia.

E)2 anos e a pena cominada ao réu, Paulo, está prescrita em decorrência do decurso do prazo entre a data do
recebimento da denúncia e a publicação da sentença condenatória.

23)FCC/2017 – TRE/SP - Moisés respondeu processo por crime de corrupção ativa cometido no dia 30 de
Setembro de 2010, quando tinha 66 anos de idade. A denúncia oferecida pelo Ministério Público em 16 de

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Outubro de 2014 é recebida pelo Magistrado competente no dia 18 de Outubro do mesmo ano de 2014. O
processo tramita regularmente e Moisés é condenado a cumprir pena de 2 anos de reclusão, em regime inicial
semiaberto, e ao pagamento de 10 dias-multa por sentença proferida em 25 de Abril de 2016 e publicada no dia
27 do mesmo mês e ano. Não houve interposição de recurso pelas partes e é certificado o trânsito em julgado.
No caso hipotético apresentado, a prescrição da pretensão punitiva estatal regula-se pela pena aplicada ao réu
Moisés e verifica-se em

A)02 anos, devendo ser extinta a punibilidade do réu diante do decurso deste prazo entre a data do crime e do
recebimento da denúncia.

B)04 anos, devendo ser extinta a punibilidade do réu diante do decurso deste prazo entre a data do crime e do
recebimento da denúncia.

C)01 ano e 06 meses, devendo ser extinta a punibilidade do réu diante do decurso deste prazo entre a data do
crime e do recebimento da denúncia e entre a data do recebimento da denúncia e da publicação da sentença.

D)03 anos, devendo ser extinta a punibilidade do réu diante do decurso deste prazo entre a data do crime e do
recebimento da denúncia.

E)02 anos e o réu deverá cumprir integralmente a sua pena, não sendo o caso de extinção da sua punibilidade.

24)FCC/2015 – TER/PB - No que refere à extinção da punibilidade, de acordo com o Código de Processo Penal,
interrompida a prescrição, todo o prazo começa a correr, novamente, do dia da interrupção, salvo no caso de:

A)pronúncia.

B)recebimento da denúncia.

C)início ou continuação do cumprimento da pena.

D)decisão confirmatória da pronúncia.

E)publicação da sentença ou acórdão condenatórios recorríveis.

25)FGV/2019 – DPE/RJ - Reconhecida a prática de um fato típico, ilícito e culpável, o Estado tem o poder/dever
de punir o seu infrator.

Todavia, há situações que fazem desaparecer o poder punitivo estatal, sendo correto afirmar, de acordo com o
Código Penal, que:

A)os prazos das prescrições da pretensão punitiva e da pretensão executória serão reduzidos pela metade nos
casos em que o agente era, ao tempo do crime, menor de 21 anos, ou maior de 60 na data da sentença;

B)a sentença que conceder o perdão judicial, após reconhecimento da materialidade e autoria, não será
considerada para efeitos de reincidência;

C)a anistia, concedida através de decreto presidencial, afasta os efeitos penais, primários e secundários, e
extrapenais da condenação;

D)a prescrição, a decadência e a perempção são causas de extinção da punibilidade do agente nos crimes de
ação penal pública;

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E)o curso do prazo prescricional interrompe-se com o oferecimento da denúncia..

26)FGV/2018 – TJ/SC - A prescrição, causa de extinção da punibilidade prevista no art. 107, inciso IV, do Código
Penal, pode ser definida como a perda do direito de punir ou executar a pena em razão da inércia do Estado
durante o tempo fixado em lei.

Sobre o tema, de acordo com as previsões do Código Penal, é correto afirmar que:

A)a extinção da punibilidade pela prescrição, no concurso de crimes, considerará a pena total aplicada, com as
causas de aumento, em detrimento da pena de cada um isoladamente;

B)o prazo prescricional da pretensão executória, no caso de evasão, será computado pelo total de pena aplicada,
não sendo descartado o período de pena cumprido;

C)a interrupção do prazo prescricional ocorrida com o oferecimento da denúncia produz efeitos em relação a
todos os autores do crime;

D)a reincidência do acusado impõe aumento de 1/3 do prazo prescricional da pretensão punitiva e da executória;

E)o reconhecimento de prescrição da pretensão punitiva pela pena em concreto não gera reincidência.

27)FGV/2018 – TJ/SC - O perdão judicial poderá ser aplicado quando, devidamente previsto em lei, as
consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a própria sanção se torne
desnecessária.

Sobre o tema, é correto afirmar que:

A)o perdão judicial poderá ser aplicado no homicídio culposo, quando as consequências atingirem o agente de
forma grave o suficiente para tornar a pena desnecessária, mas não na lesão corporal culposa;

B)a sentença que aplica perdão judicial não será considerada para efeitos de reincidência, em que pese haja
reconhecimento da prova da materialidade e da autoria;

C)o perdão judicial é previsto no Código Penal como causa de exclusão da culpabilidade, em que pese haja
tipicidade e ilicitude, gerando absolvição própria;

D)a sentença que reconhece perdão judicial impõe absolvição imprópria, gerando aplicação de medida de
segurança;

E)o perdão judicial é causa de exclusão da tipicidade, gerando absolvição própria.

28)FGV/2018 – TJ/AL - O indulto, a graça e a anistia são trazidos pelo Código Penal, em seu artigo 107, inciso II,
como causas de extinção da punibilidade. Apesar disso, são institutos que não se confundem.

Sobre tais causas de extinção da punibilidade, é correto afirmar que:

A)a anistia, o indulto e a graça geram a extinção dos efeitos penais primários e secundários da condenação,
permanecendo íntegros, apenas, os seus efeitos civis;

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B)o indulto, diante de sua natureza coletiva, depende de provocação e requerimento do beneficiado, não
podendo ser declarada a extinção da pena de ofício pelo juiz;

C)o indulto gera a extinção dos efeitos penais primários, mas não os secundários, permanecendo íntegros,
também, os efeitos civis da condenação;
D)a anistia gera a extinção dos efeitos penais primários, mas não os secundários, permanecendo íntegros,
também, os efeitos civis da condenação;

E)o indulto é concedido através de Decreto do Presidente da República, enquanto a anistia e a graça são
previstos em lei federal.

29)FGV/2017 – ALERJ - O Código Penal, em seu artigo 107, prevê uma relação de causas de extinção de
punibilidade, dentre as quais se destaca a prescrição. A doutrina tradicionalmente define prescrição como a
perda pelo Estado do direito de aplicar sanção penal adequada ou de executá-la em razão do decurso do tempo.

Sobre o tema, de acordo com as previsões do Código Penal e a jurisprudência majoritária do Superior Tribunal de
Justiça, é correto afirmar que:

A)o oferecimento da denúncia é causa interruptiva da prescrição;

B)o maior de 60 anos terá o prazo prescricional computado pela metade;

C)o início do cumprimento da pena interrompe o prazo da prescrição da pretensão punitiva;

D)a pronúncia é causa interruptiva da prescrição, ainda que o Tribunal do Júri venha a desclassificar o crime em
sessão plenária;

E)a prescrição pela pena aplicada, depois do trânsito em julgado para a acusação, independentemente da data
do crime, não poderá ter por base período anterior ao recebimento da denúncia.

30)FGV/2016 – MPE/RJ - Marco, 40 anos, foi denunciado pela prática do crime de lesão corporal culposa
praticada na direção de veículo automotor, cuja pena privativa de liberdade prevista é de detenção de 06 meses a
02 anos. Os fatos ocorreram em 02.02.2011, e, considerando que não houve interesse em aceitar transação
penal, composição dos danos ou suspensão condicional do processo, foi oferecida denúncia em 27.02.2014 e
recebida a inicial acusatória em 11.03.2014. Após a instrução, foi Marco condenado à pena mínima de 06 meses
em sentença publicada em 29.02.2016, tendo a mesma transitado em julgado.

Considerando os fatos narrados e a atual previsão do Código Penal, é correto afirmar que:

A)deverá ser reconhecida a extinção da punibilidade de Marco em razão da prescrição da pretensão punitiva pela
pena em abstrato;

B)deverá ser reconhecida a extinção da punibilidade de Marco em razão da prescrição da pretensão punitiva pela
pena em concreto;

C)deverá ser reconhecida a extinção da punibilidade de Marco em razão da prescrição da pretensão executória;

D)não deverá ser reconhecida a extinção da punibilidade de Marco, pois não ocorreu prescrição;

E)o oferecimento da denúncia funciona como marco interruptivo do prazo prescricional.

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31)FGV/2016 – CODEBA - No dia 11/01/2010, Jean, nascido em 11/01/1992, praticou um crime de furto simples,
razão pela qual foi denunciado como incurso nas sanções do Art. 155, caput, do Código Penal. Em 25/01/2010, foi
a inicial acusatória recebida, não sendo cabível a suspensão condicional do processo. Após o regular
processamento do feito, diante da confissão de Jean, foi o mesmo condenado à pena mínima de um ano de
reclusão, sendo a sentença condenatória publicada em 01/03/2012 e transitando em julgado. Jean dá início ao
cumprimento da pena em 02/01/2014.

Considerando a situação exposta, assinale a afirmativa correta.

A)Ocorreu a prescrição da pretensão punitiva do Estado, devendo ser reconhecida a extinção da punibilidade.

B)A condenação foi indevida, pois Jean não era imputável na data dos fatos.

C)Ocorreu a prescrição da pretensão executória do Estado, devendo ser reconhecida a extinção da punibilidade.

D)Não ocorreu a extinção da punibilidade, pois não foi ultrapassado o prazo de quatro anos entre os marcos
interruptivos da prescrição.

E)Não ocorreu a extinção da punibilidade, pois não foi ultrapassado o prazo de três anos entre os marcos
interruptivos da prescrição.

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Gabarito
1. ERRADO 12. ERRADO 23. E
2. CERTO 13. ERRADO 24. C
3. ERRADO 14. CERTO 25. B
4. CERTO 15. CERTO 26. E
5. CERTO 16. B 27. B
6. ERRADO 17. A 28. C
7. CERTO 18. E 29. D
8. ERRADO 19. A 30. D
9. ERRADO 20. D 31. A
10. ERRADO 21. D
11. CERTO 22. E

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Resumo direcionado
1) O Crime

Ilícito

Fato Típico Culpável

Crime

2) Causas de Extinção da Punibilidade

Morte do agente

Anistia, graça e
indulto

Abolitio criminis

Precrição,
Extinção da
decadência e
punibilidade
perempção

Renúncia e
perdãoa ceito

Retratação do
agente

Perdão Judicial

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Direito Penal – Cargo e órgão
Aula 05

Anistia Indulto Graça (indulto individual)

Concedida pelo Congresso Concedida pelo Presidente da Concedida pelo Presidente da


Nacional, através de Lei Federal República, mediante Decreto. República, mediante Decreto.

Extingue a punibilidade do fato, Extingue a punibilidade, excluindo Extingue a punibilidade, excluindo


excluindo efeitos primários e os efeitos primários do crime. os efeitos primários do crime.
secundários do crime.
Os efeitos civis permanecem. Os efeitos civis permanecem.
Os efeitos civis permanecem.

Prescrição

PPP PPE

Propriamente
dita

Intercorrente

Retroativa

Prescrição da Pretensão Punitiva (PPP) Prescrição da Pretensão Executória (PPE)

Incide antes ou durante o Processo Penal Incide depois do trânsito em julgado da sentença
penal condenatória

Os efeitos penais de uma eventual condenação são O único efeito afastado é o cumprimento de pena
afastados

O sujeito não será considerado reincidente se praticar O sujeito será considerado reincidente se praticar
outro crime outro crime

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Recebimento da
denúncia/queixa Trânsito em julgado

1 2 3
Publicação da sentença
condenatória recorrível

No momento 1, incide a PPP retroativa.

No momento 2, incide a PPP intercorrente.

No momento 3, começa a PPE

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