Modelo - Ação - Repetição de Indébito - IRPF Retido Na Fonte PDF
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I - DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
10. A Autora é pessoa jurídica de direito privado que se dedica exclusivamente na atividade de
representação comercial, conforme contrato social e alterações, regulamentada pela Lei
4.886/1965, alterada pelas Leis 8.420/1992 e 12.246/2010.
11. A empresa está registrada no CORE __ – Conselho Regional dos Representantes Comerciais
do Estado _________ sob o n° _____.
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MÉRITO
18. A legislação que disciplina a atividade dos representantes comerciais autônomos pessoas
jurídicas ou físicas é a Lei 4.886/65, que foi alterada pelas Leis 8.420/92 e 12.246/2010,
prevê de forma específica o exercício da atividade.
19. A relação jurídica contratual da representação comercial possui suas particularidades
delineadas em sua regulamentação, prescrevendo em seu art. 27 os requisitos do contrato de
representação comercial, vejamos:
“Art. 27. Do contrato de representação comercial, além dos elementos comuns e outros
a juízo dos interessados, constarão obrigatoriamente: (Redação dada pela Lei nº 8.420,
de 8.5.1992)
a) condições e requisitos gerais da representação;
b) indicação genérica ou específica dos produtos ou artigos objeto da representação;
c) prazo certo ou indeterminado da representação
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20. O art. 34 da Lei 4.866/65 estabelece que sem causa justificada o representante terá direito ao
pré-aviso ou ao pagamento de 1/3 das comissões auferidas, nos casos de contratos por
prazos indeterminados, que tenham vigorado por mais de seis meses, conforme a presente
ação:
“Art . 34. A denúncia, por qualquer das partes, sem causa justificada, do contrato de
representação, ajustado por tempo indeterminado e que haja vigorado por mais de seis
meses, obriga o denunciante, salvo outra garantia prevista no contrato, à concessão de
pré-aviso, com antecedência mínima de trinta dias, ou ao pagamento de
importância igual a um têrço (1/3) das comissões auferidas pelo representante, nos
três meses anteriores”. (grifamos)
21. Verificamos a disciplina dos representantes comerciais em razão da relação jurídica desta
representação, onde a Lei 4.886/65, alterada pela Lei 8.420/92 é cristalina ao determinar o
dever de indenizar do representado em relação ao representante, em função das rescisões
unilaterais e imotivadas dos contratos de representação comercial.
22. Estabelece o inciso “j” do art. 27 da Lei 4.866/65, quando da rescisão imotivada do
contrato de representação comercial, o representante terá direito a receber as verbas à
título de indenização pelas perdas sofridas, com o fim da relação jurídica de
representação comercial. Possibilitando ainda, nos contratos por prazo indeterminado,
e que vigoraram mais de seis meses, conforme o presente caso, no art. 34 o pagamento
de pré-aviso ou pagamento de 1/3 das comissões auferidas. Todas caracterizadas como
verbas indenizatórias pagas pelas empresas representadas.
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32. Neste contexto, resta clarividente a natureza jurídica indenizatória das verbas
recebidas pela Autora, diante das rescisões imotivadas e unilaterais dos contratos de
representação comercial, que possuem o papel de recompor as perdas pela extinção da
relação contratual, previstas na legislação apresentada.
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“Art. 70. A multa ou qualquer outra vantagem paga ou creditada por pessoa jurídica,
ainda que a título de indenização, a beneficiária pessoa física ou jurídica, inclusive
isenta, em virtude de rescisão de contrato, sujeitam-se à incidência do imposto de renda
na fonte à alíquota de quinze por cento.
§ 5º O disposto neste artigo não se aplica às indenizações pagas ou creditadas em
conformidade com a legislação trabalhista e àquelas destinadas a reparar danos
patrimoniais”. (grifamos).
38. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça - STJ é pacifica ao reconhecer que não
incide Imposto de Renda nas indenizações recebidas pelos representantes comerciais,
quando da rescisão contratual unilateral e imotivada, in verbis:
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39. Sendo assim, não se admite que os valores recebidos pela Autora, a título de verbas
indenizatórias com o fim de recomposição das perdas decorrentes das rescisões contratuais
unilaterais e imotivadas, sejam considerados rendas e proventos de qualquer natureza. As
verbas recebidas não geraram acréscimo patrimonial, pelo contrário, foram recebidas em
razão da indenização, prevista na legislação, que gerou para a Autora a redução
significativa do seu faturamento, tais valores foram destinados a recomposição das
perdas, de representações tais como a Color Visão do Brasil Ind. Acrílica Ltda. de
cerca de 28 (vinte e oito) anos, possuindo, portanto, natureza indenizatória.
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IV - REPETIÇÃO DO INDÉBITO:
44. Assim, por todo o exposto, as indenizações recebidas pela Autora não se sujeitam a
incidência do Imposto de Renda Retido na Fonte, dos contratos de representação comercial.
45. As retenções realizadas pelas representadas/contratantes foram indevidamente e ilegalmente
realizadas, surgindo para a Autora, que teve o prejuízo dos valores recolhidos a maior o
direito à repetição do indébito tributário, com fundamento nos artigos 165 e 168 do Código
Tributário Nacional, que tratam sobre o pagamento indevido:
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V - DOS PEDIDOS:
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c. Requer a aplicação a este caso dos precedentes do Superior Tribunal de Justiça -STJ,
cujo inteiro teor dos acórdãos seguem anexos, que deixam claro que não devem ser retidos
Imposto de Renda sobre as verbas indenizatórias recebidas das rescisões unilaterais e
imotivadas dos contratos de representação comercial, onde a PGFN possui a orientação
sobre a dispensa de contestar e recorrer em relação ao presente assunto, diante da
jurisprudência pacificada.
A Autora pretende provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos,
requerendo, desde já a juntada dos documentos anexos, sem prejuízo de outros que vierem a
ser necessários para o deslinde da questão:
Doc. 01 – Contrato social e CNPJ
Doc. 02 - Procuração;
Doc. 03 - Deferimento da Opção do Simples Nacional;
Doc. 04 - Declaração de Hipossuficiência Econômica;
Doc. 05 - Contrato de rescisão unilateral e imotivada da representação comercial;
Doc. 06 – Comprovante de recolhimento do IRRF sobre as verbas indenizatórias;
Doc. 07 - Inteiro Teor do REsp n° 1.317.641/RS;
Doc. 08 - Inteiro Teor do REsp n° 1.133.101/SP;
Doc. 09 - Nota PGFN/CRJ/Nº 46/2018.
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