Uso de Vídeos Nas Aulas de História - Um Relato de Prática
Uso de Vídeos Nas Aulas de História - Um Relato de Prática
Uso de Vídeos Nas Aulas de História - Um Relato de Prática
PALAVRAS-CHAVE
ABSTRACT
This article is north advisor, experience with use of videos produced for incorporation in
history classes in elementary school, more precisely in the 7th year. With the popularization
of Internet, multimedia and the spread of social networks, the educator sees the use of videos
in the form of tele classroom a rich source to be imaged in this age group. As important as
producing your material, the teacher also needs to assess their content through the pupil, with
their participation and interaction in this perspective. There is a great need to produce
knowledge, the student becomes the protagonist, and through the aid of the teacher, it is
proposed that these students not only attend a material produced by their teacher (not just
playing), but can also opine on this for that knowledge is transient peer and teacher. This
experience proved to be valid not only for the production of the material from the teacher, but
also in contributing to the knowledge of the student. Students were open to this tool, which,
2
according to pointed the responses of the questionnaire yielded an increase in relation to the
understanding of the topic worked through the video lesson.
KEYWORDS
CTIs. Elementary school. Video lessons. History.
______
1
Artigo apresentado ao Curso de Mídias na Educação da Universidade Federal de Santa Maria, como requisito
parcial à obtenção do título de Especialista em Mídias na Educação.
2
Aluno do Curso de Especialização em Mídias na Educação da Universidade Federal de Santa Maria.
3
Orientadora – Especialista em Tecnologias da Informação e da Comunicação Aplicadas à Educação e Mestre
em Computação pela Universidade Federal de Santa Maria.
1 INTRODUÇÃO
Há décadas atrás – e não tão numerosas assim – não se imaginava que a TV teria
tanta importância na vida das pessoas, quanto menos a popularização da internet, dos vídeos
caseiros, das redes sociais. A humanidade caminhou de forma com que tudo estivesse a um
clique de distância, simultaneamente.
Para que o uso das tecnologias da informação sejam realmente proveitosas para
professores e alunos, é essencial que ambas as partes tenham participação direta nesse
contexto educacional. A utilização das ferramentas de mídia tem como base essa interação
entre conteúdo e o seu público e na sala de aula, onde os grupos são diversos, encontra-se o
ambiente perfeito para a utilização de vídeo aulas e seu impacto nos estudantes.
(NAPOLITANO, 2004).
Segundo o autor Marcos Napolitano, em sua obra intitulada “Como usar o cinema
na sala de aula” (2004) é necessário que todos os fatores sejam levados em conta para ter
sucesso no uso de vídeos na sala de aula. Sendo assim, é necessário analisar o público a ser
atingido, o que se pretende com tal forma de trabalho, se ele realmente cabe no assunto que
será abordado e até mesmo as condições estruturais físicas do ambiente em que se reproduzirá
a aula.
Este artigo tem como finalidade orientar professores, a partir da prática em sala de
aula, que realmente tenham conotação com o trabalho desenvolvido e que possam enriquecer
a prática. A partir da experiência que o professor consegue assimilar alguns conceitos e
perceber que pode colocá-los em prática também.
Para que realmente os professores consigam entender e praticar o uso dos vídeos,
o relato de experiência é muito importante. Nesse caso, a comprovação desta atividade é a
partir do trabalho com vídeo em sala de aula, no 7° ano do ensino fundamental, abordando a
questão da Escravidão no Período Colonial Brasileiro, nas aulas de História.
Assim, também se pode perceber que a própria formação docente pode acontecer
de forma mais fácil e acessível por meio da comunicação virtual. Nesse sentido, o professor
que trabalha o dia todo também pode se atualizar, adquirir novos conhecimentos e se
qualificar profissionalmente usando as tecnologias. Os alunos também ganham, pois recebem
professores melhores preparados tanto no conteúdo de sua disciplina quanto na própria
utilização das ferramentas midiáticas.
da forma como achar melhor, mas sempre com foco no aprendizado do aluno, culminando
com seus questionamentos e suas próprias conclusões acerca do tema.
aos alunos a melhor opção e para que estes aproveitem de forma plena esta forma de
aprendizado.
Napolitano narra que:
Esta observação do autor nos diz muito sobre as condições das salas usadas nas
escolas com esta finalidade, como se esta metodologia fosse apenas mero detalhe sem grande
importância, deixando assim este ambiente de lado.
A autora Liz Motta Ferraz (2006), em texto publicado na Revista O Olho da
História, também nos faz refletir sobre o papel do professor quando assume o uso do vídeo em
suas aulas, deixando o método de reprodutor para mediador construtor do conhecimento:
Levar o cinema para a sala de aula atenua o antigo método de só conhecer História
através da leitura de textos escritos, do conjunto de textos que formam livros
didáticos que, comumente, são os instrumentos de trabalho indispensáveis na visão
docente. Embora a redação e apresentação desses manuais estejam mudando
gradativa e lentamente, suas leituras continuam sendo enfadonhas se não forem
acompanhadas de outros subsídios para a compreensão da disciplina histórica. A
transposição didática aliada a uma metodologia que utiliza diversas linguagens
amplia a visão do professor e lhe fornece subsídios reflexivos ativos sobre um
trabalho interdisciplinar e desalienante envolvendo as representações culturais que
adquirem significados e importância para a caracterização de povos e sociedades.
(Ferraz, 2006, p.7).
Assim, pode-se dizer que o filme deve ser trabalhado sim em aulas de História,
mas com um objetivo muito claro firmado pelo professor e expresso aos alunos. Não se pode
deixar que a ideia de uma aula agradável a esvazie de conteúdo. Temos a necessidade de aulas
de história que sejam agradáveis aos alunos, onde o exercício do saber seja algo prazeroso,
mas que esteja ao mesmo tempo carregada destes conteúdos básicos que precisam ser
trabalhados e o cinema pode contribuir de maneira generosa para essa tarefa.
3 METODOLOGIA
Com o momento certo em sala de aula, em local apropriado (Sala de Vídeo com
Projetor de Áudio e Vídeo) em sala escura, com assentos para todos os alunos, projeta-se o
documento para os alunos, de forma com que eles assistam, já com um conhecimento prévio
trabalhado em aulas passadas sobre o tema.
preconceitos, conhecedores da realidade em que estão inseridos e lutando por uma sociedade
mais igualitária.
Com o tema definido, foi preciso introduzi-lo em sala de aula anteriormente à
apresentação do vídeo, pois é um tema complexo e demasiadamente importante. Para que
vídeo aulas funcione com alunos dessa faixa etária, é necessária orientação prévia do
professor, tanto pela imaturidade intelectual acerca do tema quanto pela própria proposta do
vídeo, que é inserido de forma a culminar o término do conteúdo.
Na preparação do vídeo, a seleção do material é primordial. Por se tratar de um
elo de encerramento de conteúdo, é muito importante ter nesta ferramenta um auxílio para
sanar dúvidas e abrir espaço para a opinião do aluno sobre o tema. Pesquisas na internet, em
sites específicos de História, em sites de Movimentos da História dos Negros no Brasil, são
essenciais para embasar o trabalho do professor, de forma com que sejam abordados temas
não somente históricos, mas também da realidade em que o negro vive atualmente.
Após a análise e busca do material que se utilizou, a forma com que eles serão
inseridos no vídeo também são importantes, pois faz parte do processo de aprendizado dos
alunos, tentar fazer uma análise linear, para facilitar a compreensão dos alunos, que estão em
fase de construção de seu próprio processo mnemônico. Inicialmente, a utilização de imagens
ilustradas, fotos ou pinturas e gravuras é uma forma bastante interessante, pois começa a
ilustrar o tema, resgatando o que já foi trabalhado anteriormente. Após, o uso de alguma fonte
histórica mais recente, como entrevistas e reportagens, para trazer o tema á tona para o tempo
presente e mostrar como a História é presente e importante no desenvolvimento da sociedade.
Sempre que necessário o professor pode fazer pausas na exibição, para
complementar o assunto ou mesmo instigar debates e formação de opiniões nos alunos. Essa
intervenção deve ser feita com cautela, somente quando realmente necessária, onde não cabe
uma retomada do assunto posteriormente, pois o aluno pode dispersar-se e terminar por perder
alguma informação já observada.
Após o uso de recursos visuais mais atuais, o professor faz sua intervenção no
próprio vídeo gravado. Com o auxílio de mapas, imagens ou mesmo sua própria explicação,
não somente como forma autoral, mas também para incitar a produção do conhecimento por
parte do aluno.
Nessa parte de gravação multimídia do professor, é necessário estar atento aos
detalhes, tanto da forma com que se fala, para que seja pausada e clara, onde se possa
compreender da melhor forma possível, quanto às vestimentas do mesmo, com cores claras ou
neutras, de modo com que não interfira visualmente e acabe por desviar o foco do tema que é
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o mais importante. Estes pequenos ajustes e detalhes são importantes, pois demonstram não
somente uma preocupação do professor com a qualidade do material que está produzindo,
mas também em focar totalmente a atenção do aluno para o conteúdo da aula.
Após a explicação do professor, culminando o encerramento do tema, podemos
utilizar vídeos ou fotos/imagens do tema. Estes recursos visuais são importantes, pois
geralmente é o que o aluno registra com mais facilidade, assim também podendo disseminar
tal informação e desenvolver sua própria opinião sobre o tema.
Músicas são desnecessárias neste momento, pois além de desviarem a atenção, faz
com que se perca um pouco da seriedade do tema. Apesar de não ser a intenção criar nenhum
tipo de defesa de movimentos sociais, ou até mesmo incitar a formação da opinião do aluno, o
conteúdo em si é suficientemente importante e rico, tornando sons, além dos definidos nos
materiais que serão usados, sem funcionalidade. O recurso visual de fundo, com imagens do
tema, já é suficiente para tornar o vídeo mais atrativo para os alunos, e também como forma
de ilustrar o assunto em questão. Este tipo de imagens (gravuras, fotos) são facilmente
encontradas em sites de vídeos, como o Youtube.
Após a visualização do vídeo experimental, os alunos realizam um curto debate,
para que possam socializar suas impressões e opiniões. Encerrada esta parte de debate, troca
de ideias e construção coletiva do conhecimento, faz-se necessário analisar a opinião dos
alunos acerca da ferramenta utilizada e do quanto foi produtivo para estes no seu processo de
aprendizagem.
De volta à sala de aula, os alunos são orientados a responder um questionário
trazido pelo professor, para que escrevam suas impressões sobre a nova experiência midiática.
Os alunos podem fazê-lo da forma como acharem melhor, se identificando ou anonimamente.
O levantamento é feito por meio de perguntas discursivas e também com marcação de
respostas dentre opções pré-estabelecidas.
5 RESULTADOS
O trabalho com vídeos com adolescentes sempre têm uma expectativa muito
grande por parte dos mesmos, já que faz parte do universo dessa geração. O professor é
acostumado em sala de aula, a ser o protagonista, no sentido de levar a discussão e ser o
mediador destes conflitos e apontamentos levantados em sala, mas quando se trata de assuntos
mais atuais, como o uso de vídeos nas aulas, os estudantes tem um conhecimento maior,
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... Professor deve estar atento a essa questão para que o aluno não tome a projeção
como uma verdade absoluta, esquecendo-se de relativizar tempo, espaço e sujeito
histórico. Os alunos podem estudar o filme/vídeo como um testemunho da história e
das representações do passado, mas não limitar sua análise a esse documento, pois
os enredos articulam mais sobre presente ainda que seu discurso esteja situado no
passado. (Ferraz, 2014, p.5).
jovens. Neste gráfico, tem-se que levar em conta que os alunos do grupo de 21% já
encontravam dificuldades no conteúdo antes da exibição do vídeo, e que, mais uma vez,
percebe-se que somente o vídeo não pode ser considerado como ferramenta única de trabalho.
63%
que não permitem que os vídeos sejam um pouco mais longos, porque realmente se torna
complicado de permanecer concentrado.
A Figura 5 abordou o trabalho do professor antecedendo o uso do vídeo, para usar
o vídeo como forma de culminar o assunto. Nesta questão, os alunos foram unânimes quanto à
importância da explicação do professor, do uso de outras formas de conhecimento para o
aluno realmente compreender o tema que está sendo trabalhado.
Nesse sentido, entende-se que é fundamental que o professor trabalhe o conteúdo
em sala, explique aos alunos, traga diferentes materiais para a construção coletiva deste saber,
para que o vídeo se torne uma das opções e não a única forma de se trabalhar, pois o fracasso
será de grande percentual.
Figura 6 – Aprendizagem
A Figura 7 abordou o tema deste artigo, com a finalidade de buscar junto aos
alunos as suas percepções por meio da experiência das vídeo-aulas, de como receberam esta
proposta e de como conseguiram ou não, auxiliar na construção do saber individual e coletivo
da turma.
0%
16%
0% Ótima
Boa
84% Regular
Ruim
6 CONCLUSÃO
15
REFERÊNCIAS
FERRAZ, Liz Motta. História e Cinema: Luz, Câmera, Transposição Didática. 2014.
Disponível em: http://oolhodahistoria.org/artigos/IMAGEM-
cinema%20na%20sala%20de%20aula-liz%20motta.pdf. Último acesso em: 18 de Setembro
de 2014.
NAPOLITANO, Marcos. Como usar o Cinema na Sala de Aula. 2004. 2ª edição. São
Paulo. Editora Contexto.
http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/communication-and-information/access-to-
knowledge/ict-in-education/. Último acesso em: 19 de Setembro de 2014.
APÊNDICE A
Link da vídeo-aula repassada aos alunos, como forma de trabalhar a História do Brasil
por meio de mídias:
APÊNDICE B
APÊNDICE C
Questionário repassado aos alunos, para que respondessem ao final da exibição da
vídeo-aula:
Questionário Aplicado aos Alunos do 7° Ano do Ensino Fundamental, da Escola Estadual de Ensino Médio Emil
Glitz, sobre o uso de vídeos na aula de História sobre o tema Escravidão no Período Colonial, sob a orientação
do professor Ângelo Tiago Pretto
19 alunos responderam o Questionário
1. Após assistir o vídeo, você considera que sua compreensão acerca do tema trabalhado:
A- ( ) Melhorou muito B- ( ) Melhorou um pouco C- ( ) Não mudou
D- ( ) Confundiu o conteúdo
2. O ambiente que usamos para assistir a vídeo aula, de acordo com a luz, o som, as cadeiras, o formato da
tela, era, em sua opinião:
A- ( ) Ótimo B- ( ) Bom C- ( ) Regular D- ( ) Ruim
Se preferir, aponte qual a principal dificuldade da sala que usamos: ____________________________.
3. O fato do professor já ter iniciado o trabalho com este conteúdo, tendo o vídeo apenas como forma de
mostrar uma visão geral do tema e concluir o assunto é:
A- ( ) Bom para o aprendizado B- ( ) Ruim para o aprendizado
C- ( ) Não alterou minhas compreensões sobre o tema
4. Com o uso das imagens para retratar o tema, a fala do professor durante o vídeo e os pequenos textos
explicativos, você:
A- ( ) Aprendeu mais B- ( ) Aprendeu um pouco C- ( ) Não entendi nada
5. O uso de vídeos nas aulas de História, em sua opinião foi uma experiência:
A- ( ) Ótima B- ( ) Boa C- ( ) Regular D- ( ) Ruim