TCC Formatado 02-12-2020

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Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Centro de Ciências e Tecnologia


Faculdade de Tecnologia
Departamento de Engenharia de Produção

Estela Teixeira Passos


Nathalie Alvarenga de Macedo Machado
Rodrigo Whately de Carvalho

Análise ergonômica de carga e descarga do setor de


construção civil de um comércio da cidade de Resende

Resende, RJ
2020.
Estela Teixeira Passos
Nathalie Alvarenga de Macedo Machado
Rodrigo Whately de Carvalho

Análise ergonômica de carga e descarga do setor de


construção civil de um comércio da cidade de Resende

Projeto de Graduação apresentado ao


Departamento de Engenharia de
Produção da Faculdade de Tecnologia,
Universidade do Estado do Rio de
Janeiro, como parte dos requisitos para
obtenção do diploma de graduação pelo
curso de Engenharia de Produção.
Ênfase do curso: Mecânica e Química

Orientador: Prof. Dr. Nelson Tavares Matias

Resende, RJ
2020.
Autorizo, apenas, para fins acadêmicos e científicos a reprodução total ou parcial
deste projeto final de graduação, desde que citada a fonte.

_____________________________________________ ___________________
Assinatura Data

_____________________________________________ ___________________
Assinatura Data

_____________________________________________ ___________________
Assinatura Data
Estela Teixeira Passos
Nathalie Alvarenga de Macedo Machado
Rodrigo Whately de Carvalho

Análise ergonômica de carga e descarga do setor de


construção civil de um comércio da cidade de Resende

Projeto de Graduação apresentado ao


Departamento de Engenharia de
Produção da Faculdade de Tecnologia,
Universidade do Estado do Rio de
Janeiro, como parte dos requisitos para
obtenção do diploma de graduação pelo
curso de Engenharia de Produção.
Ênfase do curso: Mecânica e Química

Aprovado em: ___/___/2020.


Banca examinadora:
_________________________________
Prof. Dr. Nelson Tavares Matias
UERJ/Faculdade de Tecnologia

_________________________________
Prof. Dr. José Glênio Medeiros de Barros
UERJ/Faculdade de Tecnologia

_________________________________
Prof. Dr. Bernardo Bastos da Fonseca
UERJ/Faculdade de Tecnologia

Resende, RJ
2020.
RESUMO

PASSOS, Estela Teixeira; MACHADO, Nathalie Alvarenga de Macedo; CARVALHO,


Rodrigo Whately. Análise ergonômica de carga e descarga do setor de
construção civil de um comércio da cidade de Resende. 2020. 68f. Projeto Final
de Graduação – Faculdade de Tecnologia, Universidade do Estado do Rio de
Janeiro, Resende, 2020.

O comércio de material de construção é uma atividade que exige muito esforço físico
no setor de carga e descarga. Por isso, gera muitas penalizações em relação as más
condições de segurança e saúde ocupacional. Com o decorrer do tempo, podem
aparecer lesões, sendo reversíveis ou não, podendo ocasionar o afastamento do
funcionário, afetando sua capacidade de continuar trabalhando. O objetivo desta
pesquisa foi realizar uma análise ergonômica do posto de trabalho de carga e
descarga de um comércio a do segmento de material da construção civil, localizado
na cidade de Resende, RJ. As ferramentas ergonômicas aplicadas para a análise
desse caso foram RULA, REBA, OCRA, NIOSH e Checklist de Couto. Como
consequência do estudo, alguns pontos e situações não conformes foram observados,
de acordo com o estabelecido pela norma regulamentadora NR-17. Desta maneira,
foram criadas recomendações de melhorias, reduzindo o esforço físico, demanda
cognitiva, riscos acidentários e subsequentes lesões, visando o aumento da
produtividade da empresa.

Palavras-chave: materiais de construção; qualidade de vida; produtividade;


ferramentas ergonômicas.
ABSTRACT

PASSOS, Estela Teixeira; MACHADO, Nathalie Alvarenga de Macedo; CARVALHO,


Rodrigo Whately. Ergonomic analysis of loading and unloading of the civil
construction sector of a retailer in the city of Resende. 2020. 68f. Projeto Final
de Graduação – Faculdade de Tecnologia, Universidade do Estado do Rio de
Janeiro, Resende, 2020.

The construction material market is an activity that requires a lot of physical effort in
the loading and unloading sector. Therefore, it generates many penalties in relation to
poor conditions of occupational health and safety. Over time, injuries can appear,
whether reversible or not, which can cause the employee to leave, affecting his ability
to continue working. The objective of this research is to carry out an ergonomic analysis
of the loading and unloading workstation of a market in the civil construction material
segment, located in the city of Resende, RJ. The appropriate ergonomic tools for the
analysis of this case were RULA, REBA, OCRA, NIOSH and Checklist do Couto. As
consequence of the study, some non-compliant points and situations were observed,
in accordance with the established by the regulatory standard NR-17. In this way,
recommendations for improvements were created, reducing physical and cognitive
effort, reducing the risks of accidents and subsequent injuries and, finally, aiming at
increasing the company's productivity.

Keywords: construction materials; quality of life; productivity; ergonomic tools.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 p. 16 – Fluxograma da realização de uma AET.


Figura 2 p.24 – Esquema Gráfico das Etapas de Elaboração do Trabalho de
Conclusão de Curso.
Figura 3 p.29 – Situação A: Pegar o saco de cimento do pallet.
Figura 4 p.29 – Situação B: Colocando o saco na carroceria.
Figura 5 p.30 – Situação C: Carregando os sacos de argamassa até o caminhão.
Figura 6 p.30 – Situação D: Amarrando os vergalhões.
Figura 7 p.31 – Situação E: Carregando a caixa de pisos.
Figura 8 p.31 – Situação F: Finalizando o carregamento.
Figura 9 p.34 – RULA aplicado para a situação A (Pegar o saco de cimento do
pallet).
Figura 10 p.33 – RULA aplicado para a situação B (Colocando o saco na
carroceria).
Figura 11 p.34 – RULA aplicado para a situação C (Carregando os sacos de
argamassa até o caminhão).
Figura 12 p.35 – RULA aplicado para a situação D (Amarrando os vergalhões).
Figura 13 p.36 – RULA aplicado para a situação E (Carregando a caixa de pisos).
Figura 14 p.37 – RULA aplicado para a situação F (Finalizando o carregamento).
Figura 15 p.39 – REBA aplicado para a situação A (Pegar o saco de cimento do
pallet).
Figura 16 p.40 – REBA aplicado para a situação B (Colocando o saco na
carroceria).
Figura 17 p.41 – REBA aplicado para a situação C (Carregando os sacos de
argamassa até o caminhão).
Figura 18 p.42 – REBA aplicado para a situação D (Amarrando os vergalhões).
Figura 19 p.43 – REBA aplicado para a situação E (Carregando a caixa de pisos).
Figura 20 p.44 – REBA aplicado para a situação F (Finalizando o carregamento).
Figura 21 p.45 – Conceitos relativos a diversos parâmetros envolvidos.
Figura 22 p.46 – NIOSH aplicado para a situação A (Pegar o saco de cimento do
pallet).
Figura 23 p.47 – NIOSH aplicado para a situação C (Carregando os sacos de
argamassa até o caminhão).
Figura 24 p.48 – NIOSH aplicado para a situação E (Carregando a caixa de pisos).
Figura 25 p.52 – Tipos de pegadas de mão.
Figura 26 p.57 – Itens de desqualificação.
Figura 27 p.58 – Checklist Parte 1.
Figura 28 p.59 – Checklist Parte 2.
Figura 29 p.60 – Análise do resultado.
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 p. 18/19 – Método e Ferramentas Ergonômicas para avaliação de riscos


posturais.
Quadro 2 p. 38 – Resumo do método RULA para as seis situações.
Quadro 3 p. 44 – Resumo do método REBA para as seis situações.
Quadro 4 p. 49 – Classificação do índice de exposição (IE) ou índice OCRA.
Quadro 5 p. 56 – Cálculo das Ações Técnicas Recomendadas.
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 p.48/49 – Fatores relacionados a ações técnicas recomendadas.


Tabela 2 p.50 – Determinação do multiplicador de força.
Tabela 3 p.51 – Multiplicador para estereotipia.
Tabela 4 p.51 – Pontuação para as articulações dos membros superiores.
Tabela 5 p.52 – Pontuação para o tipo de pegada.
Tabela 6 p.52 – Relação da determinação do multiplicador para postura.
Tabela 7 p.53 – Fator do risco ocupacional e o tempo de duração no ciclo.
Tabela 8 p.53 – Determinação do multiplicador de fatores complementares.
Tabela 9 p.54 – Determinação do multiplicador para o fator de período de
recuperação.
Tabela 10 p.54 – Determinação do multiplicador para duração total do trabalho
repetitivo no turno.
LISTA DE SIGLAS

RULA – Rapid Upper Limb Assessment


REBA – Rapid Entire Body Assessment
OCRA – Occupational Repetitive Action
NIOSH – National Institute for Occupation Safety and Health
NR – Norma Regulamentadora
EPI – Equipamentos de Proteção Individual
AET – Análise Ergonômica do Trabalho
ABNT – Associação Brasileira de Normas e Terminologias
LPR – Limite de Peso Recomendável
IR – Índice de Levantamento
IE – Índice de Exposição
ATO – Ações Técnicas Observadas
ATR – Ações Técnicas Recomendadas
F – Frequência
MF – Multiplicador de Forças
MCV – Máxima Contratação Voluntária
MR – Multiplicador de Repetitividade
MP – Multiplicador de Postura
MPR – Multiplicador de Período de Recuperação
MFC – Multiplicador de Fatores Complementares
MDR – Multiplicador de Duração da Repetição
DTR – Duração da Tarefa Repetitiva
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .............................................................................................. 12
1. Natureza do Problema ................................................................................. 13
2. Objetivos ...................................................................................................... 13
2.1. Objetivo Geral ......................................................................................... 13
2.2. Objetivo Específico ................................................................................. 13
3. Delimitação do Estudo ................................................................................. 14
4. Relevância do Estudo .................................................................................. 14
5. Organização do Trabalho ............................................................................. 14
2. REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................. 15
2.1. Ergonomia ............................................................................................... 15
2.2. Análise Ergonômica do Trabalho (AET) .................................................. 16
2.3. Métodos e Ferramentas de Avaliação Ergonômica ................................. 17
2.4. Norma Regulamentadora – NR ............................................................... 19
2.5. Transporte de carga ................................................................................ 20
2.6. Estudo de Caso ....................................................................................... 20
2.7. Definições Relacionadas à Acidentes de Trabalho ................................. 21
2.8. Problemas de Saúde que Afetam aos Trabalhadores ............................. 22
3. MÉTODO ........................................................................................................ 23
3.1. Etapas do Estudo ....................................................................................... 25
3.1.1. Introdução .................................................................................................. 25
3.1.2. Revisão Bibliográfica .................................................................................. 25
3.1.3. Método ....................................................................................................... 25
3.1.4. Aplicação.................................................................................................... 25
3.1.5. Discussão dos Resultados ......................................................................... 26
3.1.6. Conclusão .................................................................................................. 26
3.1.7. Referência Bibliográfica ............................................................................. 26
4. APLICAÇÕES.................................................................................................. 27
4.1. Problematização Geral ............................................................................... 27
4.2. Aplicação do Método RULA........................................................................ 32
4.3. Aplicação do Método REBA ....................................................................... 39
4.4. Aplicação do Método NIOSH ...................................................................... 45
4.5. Aplicação do Método OCRA ....................................................................... 48
4.5.1. Frenquência de Ações Técnicas (F) .......................................................... 50
4.5.2. Multiplicador para Força (MF) .................................................................... 50
4.5.3. Multiplicador de Repetitividade (MR) ......................................................... 50
4.5.4. Multiplicador para Postura (MP) ................................................................. 51
4.5.5. Multiplicador de Fatores Complementares (MFC)...................................... 53
4.5.6. Multiplicador para Fatores de Período de Recuperação (MPR) ................. 54
4.5.7. Multiplicador para Duração Total do Trabalho Repetitivo no Turno (MDR) 54
4.5.8. Cálculo de Ferramenta OCRA ................................................................... 54
4.6. Aplicação do Método Checklist de Couto ................................................... 56
5. DISCUSSÃO E RESULTADOS ...................................................................... 61
6. CONCLUSÃO ................................................................................................. 63
Referências ............................................................................................................... 64
12

1. INTRODUÇÃO

O conceito da ergonomia vem sendo ampliada e implantada com sucesso nas


empresas, promove melhores condições de segurança, conforto e bem-estar para os
trabalhadores, o que reflete em ganhos de produtividade para as empresas.
(OLIVEIRA, 2020). O objetivo de atingir metas demandadas de planos de ações ou
análises de causas para um maior aumento da produtividade é tão impactante que
muitas empresas no decorrer do processo não dão a devida relevância à forma
humanizada de trabalho, ou seja, se os projetos são realizáveis, suportáveis e
pertinentes em relação à saúde ocupacional e ergonômica do funcionário.
É comum encontrar pessoas em seus postos de trabalhos com: posturas
inadequadas, pontos de perigos sem a devida sinalização ou sem a utilização de
Equipamentos Proteção Individual (EPI), e irregularidade no carregamento e
descarregamento de materiais.
A fim de resolver tais problemas, aplica-se a Análise Ergonômica do Trabalho
no ambiente de trabalho. A Ergonomia determina a adequação positiva aos meios de
trabalho, visando à integridade física, cognitiva e psicológica do colaborador. Sabe-se
que ao melhorar a performance do trabalhador, consequentemente, auxiliará na
produtividade da empresa, pois o mesmo irá desempenhar suas funções com menor
incidência de riscos, esforços físicos e por consequência, oferecerá melhores
resultados para o sistema.
Este trabalho de conclusão de curso tem por interesse elaborar um estudo
ergonômico em um posto de carga e descarga de diversos materiais empregados pela
construção civil. A atividade, em estudo, demanda de esforço físico e cognitivo do
colaborador, o qual está sujeito a eventuais riscos de saúde, tendo em vista os atuais
procedimentos operacionais realizados.
13

1. Natureza do Problema

Para transportar os materiais que estão no depósito e levá-los para os


caminhões, o funcionário responsável necessita realizar esforços físicos quando
deposita no assoalho do caminhão ou transfere a carga para outro empregado
posicionando no caminhão. Como são materiais pesados e alguns propícios a
provocarem cortes e lesões musculoesqueléticas, verifica-se uma inadequação do
ponto de vista ergonômico e produtivo, podendo assim causar prejuízos generalizados
ao trabalhador e à empresa. Então, ao analisar a situação, encontramos como fatores
negativos a ausência de equipamentos que permitam o manuseio e transporte dos
materiais até a carroceria do caminhão, o que pode ser o motivo das más posturas
durante a execução da tarefa e a ausência de mais EPI para prevenir possíveis lesões
ou até mesmo o afastamento do funcionário.

2. Objetivos

2.1. Objetivo Geral

Identificar problemas ergonômicos associados a perda de produtividade no


setor de carga e descarga de materiais de construção em uma empresa do segmento
do comércio de materiais de construção, na cidade de Resende, no estado do Rio de
Janeiro.

2.2. Objetivos Específicos

Análise da postura dos funcionários que realizam a tarefa de carga e descarga


através de métodos científicos, análise do material a ser carregado em relação ao seu
peso e embalagem, realização de estudo das condições físicas e ambientais do local
que ocorre a carga e descarga e identificação de falhas na atividade que podem gerar
prejuízos ao sistema.

3. Delimitação do Estudo

O ambiente escolhido do estudo é uma empresa de comércio de materiais de


construção, limitando-se ao setor de carga e descarga de diferentes materiais. Este
Trabalho de Graduação realizará a Análise Ergonômica do Trabalho (AET), visando
compreender os riscos que envolvem todo o sistema.
14

4. Relevância do Estudo

O intuito é de minimizar os custos humanos e financeiros, melhorando a


performance operacional durante a realização da atividade específica de
descarregamento e carregamento de materiais. Evidenciar as questões críticas que
devem ser melhoradas por meio da AET e das ferramentas que a compõem.

5. Organização do Trabalho

O projeto tem a Introdução como Capítulo 1, em que ficou definido o tema e foi
apresentado o contexto que será abordado ao decorrer do estudo. A descrição da
natureza do problema visa entender o trabalho do início ao fim de forma que fique
claro os objetivos principais e específicos, delimitações e relevância.
No Capítulo 2.1 e 2.2 foi apresentado todo o embasamento teórico usado como
referência sobre os assuntos de ergonomia do trabalho para melhor compreensão dos
autores desse projeto na execução do mesmo.
No Capítulo 3 explicou-se a metodologia utilizada para obtenção das
informações a serem analisadas por determinadas ferramentas de adequadas em
relação ao contexto.
No Capítulo 4 foi realizada a descrição do posto de trabalho, quantidade de
funcionários envolvidos, condições de trabalho. Em cima dessas informações foram
aplicadas ferramentas ergonômicas, tais como: REBA, NIOSH, OCRA, RULA e
Checklist do Couto.
No Capítulo 5 discutimos os resultados e identificamos os pontos a serem
melhorados devido a problemas encontrados.
No Capítulo 6 foram feitas recomendações ao estabelecimento como o objetivo
de impor melhorias no processo para uma maior segurança e melhores condições no
trabalho.
15

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1. Ergonomia

De acordo com Abrantes (2004), a palavra ergonomia vem de origem grega, o


termo ego representa trabalho e o nomos representa regras. Na etimologia ergonomia
significa o estudo das normas do trabalho, porém há diversas definições deste
vocábulo.
Segundo a Associação Internacional de Ergonomia (2000):
Ergonomia é a disciplina científica que trata da compreensão das interações
entre os seres humanos e outros elementos de um sistema, e aplicações de
teorias, princípios, dados e métodos ao design a fim de otimizar o bem-estar
humano e o desempenho global dos sistemas.

Existem três métodos de ergonomia nas empresas: correção, concepção e de


conscientização. A etapa da correção visa buscar melhorias de condições de
trabalhos já existentes agindo parcialmente. Já na concepção, ocorre a inclusão de
conhecimentos sobre o homem em diferentes partes que compõem o posto de
trabalho, dentre eles, equipamentos, ferramentas, sistema de produção, entre outros.
Por fim, no último tipo de ergonomia, relaciona-se com a conscientização, através de
treinamentos e procedimentos internos sobre riscos e modos corretos de realizar certo
trabalho (ABRANTES, 2004).
A ergonomia tende a estudar vários aspectos, dentre eles: os fatores do
ambiente (vibrações, iluminação, agentes físicos, agentes químicos e ruídos),
movimentos do corpo (postura, sentado, em pé, puxando, levantando materiais) e
informações capturadas (informações por sentidos, como visão, audição, tato). Se
estes fatores estiverem de forma correta, o ambiente de trabalho poderá se tornar
mais saudável, seguro e confortável (DUL; WEERDMEESTER, 2004, p.2).
De acordo com a Associação Brasileira de Ergonomia – ABERGO (2010), os
domínios de especialização de ergonomia são:
A Ergonomia Física: tem relação com características da anatomia humana,
antropometria, fisiologia e biomecânica.
A Ergonomia organizacional: refere-se à otimização dos sistemas sóciotécnicos,
incluindo suas estruturas organizacionais, políticas e de processos.
A Ergonomia cognitiva: define-se como os processos mentais que prejudiquem
interações entre seres humanos, tais como percepção, memória, raciocínio e resposta
motora e outros elementos de um sistema.
16

2.2. Análise Ergonômica do Trabalho (AET)

A análise do trabalho de Faverge e Ombredane desenvolvida em 1995, fez com


que a ergonomia centrada na análise da atividade se desenvolvesse com o passar
dos anos, tendo os fundamentos teóricos aprofundados, metodologia aprimoradas e
aplicações de reestruturação das condições de trabalho melhor elaboradas (GÜÉRIN
et al., 2001; MONTMOLLIN, 2007; LAVILLE, 2007).
Com a ergonomia em busca pelo bem da saúde do trabalhador contra as lesões
ou acidentes sofridos e pela melhor condição de trabalho, colaborou com valores
significativos para a adequação do sistema técnico, resultando em vantagens
econômicas e financeiras com a implementação das novas tecnologias. Em execução,
um plano baseado em conhecimentos de ergonomia é construído para responder a
necessidades distintas (WISNER, Alain).
A Análise Ergonômica do Trabalho (AET) é a ferramenta que permite a
avaliação das condições reais dos postos de trabalho, tendo por foco a análise das
atividades e ferramentas utilizadas, tornando possível a identificação de problemas
que podem ser as causas determinadas falhas do processo de produção. Desta forma,
a NBR xx da Associação Brasileira das Normas Tecnicas – ABNT (2018) recomenda
que é possível montar um plano de correção e aplicar nos ambientes de trabalho
melhorando as condições e evitando que o problema se repita.
Sendo assim, são averiguados os riscos ergonômicos que os equipamentos
utilizados e a forma de utilização durante as atividades desempenhadas podem
oferecer. Avalia-se também todos os aspectos apresentados pelo ambiente, como a
iluminação, ventilação, temperatura, ruídos e odores que podem prejudicar e causar
problemas de saúde aos funcionários.
Para uma concepção viável da AET é preciso identificar análises e demandas.
São divididas em quatro etapas e demonstradas no fluxograma abaixo:

Figura 1 – Fluxograma da realização de uma AET.

Demanda Tarefa Atividade Diagnóstico

Fonte: O autor, 2020.


17

Segundo Mendes, 2015, a análise de demanda é a principal causa da AET que


permite a análise. A demanda é o motivo que permeia a realização de uma ação
ergonômica. Pode ser originada de diferentes formas e busca pelo entendimento da
natureza e dimensão de problemas (IIDA, 2005).
Para descrever o desempenho e o papel do funcionário na empresa, é
apresentada a análise da tarefa. Segundo IIDA, 2005: “Tarefa é um conjunto de
objetivos prescritos, que os trabalhadores devem cumprir. Corresponde a um
planejamento do trabalho de pode estar contida em documentos formais, como a
descrição de cargos. ”
A análise da atividade representa o agrupamento de ações que o colaborador
realiza a fim de terminar as atividades demandadas. “Atividade refere-se ao
comportamento do trabalhador, na realização de uma tarefa. Ela resulta de um
processo de adaptação e regulação entre os vários fatores envolvidos no trabalho”
(IIDA, 2005).
O último passo para a elaboração de uma AET é o diagnóstico que tem como
objetivo demonstrar os itens não conformes no posto de trabalho e sugerir melhorias.

2.3. Métodos e Ferramentas de Avaliação Ergonômica

É necessário identificar a relação entre causa e efeito proveniente de métodos


de avaliação. As ferramentas da análise ergonômica do trabalho geram uma espécie
de condição de trabalho determinando uma ênfase.
No Quadro 1 é apresentado ferramentas que auxiliam na análise ergonômica
do trabalho, de acordo com suas especificações fundamentais e síntese de como
funcionam.
18

Quadro 1 – Método e Ferramentas Ergonômicas para avaliação de riscos posturais (Continua).


FERRAMENTAS PARA AVALIAÇÃO DE RISCOS POSTURAIS E POSTO DE TRABALHO

FERRAMENTAS DEFINIÇÕES PROCEDIMENTOS

O Índice OCRA define-se na


Esta ferramenta foi elaborada pela Dra. relação entre Ações Reais
Daniela Colombini e Dr. Enrico Occhipinti Técnicas (ATA) e número de
na clinica Del Lavoro, na cidade de Milão ações de Referência Técnica
em 2000. Utiliza-se o checklist para avaliar (RTA) para o mesmo turno
OCRA – fatores de riscos ocupacionais, análise de analisado (COLOMBINI et al.,
Occupational aspectos físico-mecânicos e 2008). No valor RTA, a
Repetitive Action organizacionais, indentificação de frequência, repetividade de
movimentos repetitivos de membros membros superiores, forma de
superiores. O resultado apresenta a postura inadequada, uso abusivo
condição o trabalho analisada e de trabalho de força corpórea são levados em
ideal (SILVA, 2014). conta (LAPERUTA, OLIVEIRA,
PESSA, LUZ, 2018).

Inicialmente, a atividade é
observada durante diversos ciclos
de trabalho. Utiliza-se tabelas de
pontuação e diagramas de
A ferramenta foi elaborada por Lynn
posturas a fim de auxiliar na
McAtamney e E. Nigel Corlett da
avaliação de como o trabalhador
Universidade de Ohio e seu objetivo era
está em relação aos riscos. Tais
determinar uma avaliação da exposição de
fatores são: Força, trabalho
funcionáros a fatores de riscos que
muscular estático, posturas de
pudessem gerar lesões
trabalho, trabalhos repetitivos e
RULA - Rapid musculoesqueléticas nas atividades. Tem
quantidade de movimentos
Upper Limb como objetivo a avaliação geral para
(MATEUS JUNIOR, 2009; SHIDA,
Assessment ênfase de membros superiores (MATEUS
BENTO, 2012).
JUNIOR, 2009; SHIDA, BENTO, 2012).
De acordo com
Esta ferramenta também considera a
MCATAMNEY e CORLETT
análise do posto de trabalho para
(1993, apud PAIM, PERAÇA,
verificação de maior desenvolvimento de
SAPPER, MOREIRA, 2016, p.3),
lesões e de movimentos repetitivos
a ferramenta não necessita de
(DOCKRELL, 2012).
equipamentos diferentes ou
especiais e consegue identificar
de forma eficaz e ágil, como
pescoço, tronco e membros
superiores.

Aplica-se em análises de posturas


forçadas. Avaliação de risco é
Segundo Colombini (2005, apud
feita de acordo com identificação
QUELHAS, 2006), o REBA foi
de períodos de trabalho,
desenvolvido por Hignett e McAtamney
pontuando posturas do tronco,
(2000) a fim de identificar o risco de
perna, pescoço, braços, cargas e
desordem corpórea. As técnicas de análise
punhos. (PAVANI, QUELHAS,
são a sensibilidade e a generalidade, ou
REBA - Rapid 2006).
seja, eles podem ser aplicáveis em
Entire Boby O nível do risco é analisado em
diversos casos porém não possuem
Assessment uma escala de muito baixo até
riquezas em detalhes ou podem ter
muito alto, através de pontuações.
parâmetros específicos limitados.
Determina também se é
É uma ferramenta similar ao RULA, em
necessário investigar o caso em
relação a análise dos membros superiores
baixa ou alta urgência e quais
e está relacionado com a repetitividade de
consequências serão tomadas
movimentos.
(LAPERUTA; OLIVEIRA; PESSA;
LUZ, 2018, p. 7).
19

Quadro 1 – Método e Ferramentas Ergonômicas para avaliação de riscos posturais (Conclusão).


A equação determina um valor de
referência e o mesmo é
multiplicado por seis fatores de
Segundo Ilda (2005), a equação de redução, dentre eles: Limite de
NIOSH foi elaborada com a finalidade de peso recomendo (LPR), que
NIOSH - National calcular o peso limite em tarefas de determina o peso da carga em
Institute for levantamento de cargas realizadas trabalhadores saudáveis em um
Occupational diversas vezes. O objetivo é a prevenção período de tempo. Há também o
Safety and Health – de ocorrência de desconforto gerado Índice de Levantamento (IL) que
EUA pelo levantamento de peso. Tem foco na estipula o nível do estresse físico
tarefa de pegar uma carga e deslocá-la, ao levantar a carga manualmente.
utilizando ambas as mãos. Sabe-se que o valor de IL abaixo
de 1, é considerado seguro.
(TEIXEIRA, OKIMOTO,
GONTIJO, 2011, p. 2)
Segundo Soares e Silva (2012
O Checklist do Couto foi desenvolvido apud LAPERUTA; OLIVEIRA;
por Hudson Couto em 1995 com PESSA; LUZ, 2018, p 5), A
questionamentos relacionados às Ferramenta constitui-se de
sobrecargas físicas, níveis de forças, perguntas que são avaliadas
Checklist do Couto
posto de trabalhos, entre outros (VOLAN, percentualmente em intervalos,
COSTA, NEUMEISTER, SOUZA, 2018). indicando resultados de péssimo –
É um estudo relacionado à biomecânica alto risco (abaixo de 31%) à
de risco para distúrbios. excelente – ausência de risco
(próximo a 100%).

Fonte: O autor, 2020.

2.4. Norma Regulamentadora – NR

As Normas Regulamentadoras (NR) são documentos elaborados pelo


Ministério do Trabalho e Emprego e que servem de guia acerca de procedimentos e
obrigações para as empresas, de modo a promover a saúde e a segurança
(PALUMBO; GONÇALVES, 2014).
A Norma Regulamentadora que aborda assuntos ergonômicos é a NR-17,
sendo um conjunto de normas que regulamenta a utilização de materiais e mobiliário
ergonômico, condições ambientais, jornada de trabalho, pausas, folgas e normas de
produção no Brasil.
A NR-17 foi estabelecida com base na saúde e bem-estar do ser humano,
dentro do ambiente de trabalho. A NR-17 possui vários tópicos diferenciados, nos
quais a empresa tem de se adaptar, para melhor cuidar de seus funcionários. Esta
norma aborda diferentes temas, tais como: iluminação, mobiliário, ruídos, condições
sanitárias, condições ambientais e a própria organização do trabalho.
20

Seu objetivo central é definir parâmetros e procedimentos que assegurem as


melhores condições de ambiente aos trabalhadores, preservando a segurança,
conforto e favorecendo os melhores níveis de desempenho nas tarefas cotidianas.

2.5. Transporte de Carga

O manuseio de cargas que é feito por meio de levantamento, puxando-as e


empurrando-as, é o principal responsável por grande parte das lesões musculares nos
trabalhadores. Vários fatores influenciam nisso, como a variação das capacidades
físicas, número de repetições, treinamentos insuficientes, o sexo dos trabalhadores.
Isso trouxe uma grande necessidade em compreender a capacidade de cada
empregado no processo de transportar as cargas de um local para o outro, com o
objetivo de definir corretamente as atividades, ferramentas, máquinas e metodologia
adequadas para cumprir com a função (IIDA, 2003).

2.6. Estudo de Caso

O estudo de caso busca determinar ou testar uma teoria, e tem como uma das
fontes de informações mais importantes, as entrevistas. Através delas o entrevistado
vai expressar sua opinião sobre determinado assunto, utilizando suas próprias
interpretações. A tendência do Estudo de Caso é tentar esclarecer decisões a serem
tomadas.
“O estudo de caso é caracterizado pelo aprofundamento exaustivo de um ou
de poucos objetos, de maneira a permitir o seu conhecimento amplo e detalhado,
tarefa praticamente impossível mediante os outros tipos de delineamentos
considerados. ” (GIL, 2008, p. 58).
De acordo com Yin (2005, p. 32), o estudo de caso é um estudo empírico que
investiga um fenômeno atual dentro do seu contexto de realidade, quando as
fronteiras entre o fenômeno e o contexto não são claramente definidas e no qual são
utilizadas várias fontes de evidência.
Segundo Moreno, (2006, apud Dias, 2008, p. 51) “A utilização do estudo de
caso justifica-se, ainda, tendo em vista a necessidade de uma análise mais profunda
dos dados a serem pesquisados”.
21

2.7. Definições Relacionadas à Acidentes de Trabalho

De acordo com o Instituto Nacional de Serviço Social (2016), capítulo I –


Aspectos Conceituais de Acidentes do Trabalho: “O acidente do trabalho é aquele
que ocorre pelo exercício do trabalho, resultando em dano para o trabalhador. Para
sua caracterização é necessário que se estabeleça a relação entre o dano e o agente
que o provocou, estabelecendo-se, assim, um nexo. ”
Então é possível interpretar que acidente de trabalho é relacionado ao
imprevisto e pode acarretar danos de patrimônio, físico e até mesmo psicológico ao
acidentado.
Um ponto importante de ressaltar é a consideração da “concausa”. Determina-
se “concausa” como o um conjunto de fatores que altera o curso natural do resultado
de uma lesão. Considera-se modificações em questões anatômicas, fisiológicas ou
patológicas (INSS, 2016).
Segundo a legislação previdenciária que define o acidente de trabalho dos
artigos 19 a 23 da Lei nº 8.213, de 1991, determina-se que os elementos para
configurar acidentes de trabalho são:
“a) o exercício do trabalho a serviço da empresa ou do empregador doméstico, ou
trabalho na condição de segurado especial ou avulso; b) a existência de lesão corporal
ou perturbação funcional; e c) morte, perda ou redução da capacidade para o
trabalho.”
De acordo com Instituto Nacional de Serviço Social (2016), capitulo 2- O
Acidente Do Trabalho Na Previdência Social, o artigo 20 da Lei mencionada acima,
considera acidente de trabalho, nos termos do artigo anterior, as seguintes entidades
mórbidas:
I - Doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo
exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva
relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social;
II - Doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em
função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione
diretamente, constante da relação mencionada no inciso I.
22

2.8. Problemas de Saúde que Afetam aos Trabalhadores

Há diversas consequências que afetam diretamente e indiretamente os


colaboradores de uma empresa que não pratica a cultura e o uso da ergonomia em
postos de trabalhos. Dentre elas, distúrbios músculo-esqueléticos, LER/DORT e
problemas na coluna, como a lombalgia.
A lombalgia é uma dor que ocorre na região abaixo na coluna, pode ser
considerado um problema comum, porém acarretar o impedimento no posto de
trabalho. É mais frequente em pessoas acima de 40 anos, mas pode apresentar em
pessoas de idades variadas (ALENCAR, 2001).
De acordo com Iguti e Moraes (2003, apud FURLETTI, 2011, p.13), “A
lombalgia ocupacional, é a maior causa isolada de transtorno de saúde relacionada
com o trabalho e de absenteísmo, a causa mais comum de incapacidade em
trabalhadores com menos de 45 anos de idade, tem predileção por adultos jovens e
é responsável por aproximadamente ¼ dos casos de invalidez prematura. ”
Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia – SBR (2015), “a LER
(Lesões por Esforços Repetitivos) representa grupo de afecções do sistema
musculoesquelético. São diversas afecções que apresentam manifestações clínicas
distintas e que variam em intensidade. ”
A DORT (Doença Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho) foi a atual
substituta do termo LER e dentre os motivos da substituição foram a identificação de
que nem todos os trabalhadores não tinham evidências de lesão, porém possuíam
sintomas no sistema musculoesquelético e havia diversos tipos de sobrecargas no
trabalho que prejudicavam os colaboradores, descartando a particularidade de que
apenas o esforço repetitivo afetava eles. A DORT engloba o excesso de força na
realização de tarefas, utilização de equipamentos que causam riscos físicos, entre
outros (SBR, 2015).
Os distúrbios osteomusculares mais habituais são: lombalgias, mialgias (dores
nos músculos) e tendinites, em diferentes partes do corpo. Estes distúrbios são
relacionados ao trabalho quando o posto de trabalho não é adequado (piso, barulho,
umidade, etc), falta de treinamentos e intervalos de repouso, posturas inapropriadas,
falta de limite ao fator biomecânico, entre outros fatores (SBR, 2015).
23

3. MÉTODO

Neste capítulo do projeto será demonstrado o método de abordagem aos


procedimentos e ferramentas de pesquisa relacionados ao mesmo.
Segundo Gerhardt e Silveira (2009), a pesquisa é uma ação que pode ser
definida quanto à abordagem, natureza, objetivos e procedimentos.
Segundo Miguel (2007), a escolha do estudo de caso como abordagem
metodológica tem como encargo corresponder aos tópicos da pesquisa, promovendo
uma forma de se obter as respostas desejadas. Desta forma, o projeto deve ser
direcionado corretamente para que se defina como uma pesquisa, tornando
necessário um planejamento previamente definido para a gestão do mesmo.
A determinação dos objetivos, delimitações, relevância e procedimentos a
serem seguidos em uma sequência lógica foi estabelecida para a elaboração de um
plano que se constitui em compreender o que deve ser feito, quando deve ser feito e
como deve ser feito.
Logo, a pesquisa deverá justificar a implementação das sugestões de
melhorias no posto de trabalho estudado, tendo como base a avaliação dos resultados
obtidos através das análises feitas com cada uma das ferramentas escolhidas pelos
autores desse projeto.
24

Figura 2 – Esquema Gráfico das Etapas de Elaboração do Trabalho de Conclusão de Curso.

PARTE 1

Natureza do Delimitação
Introdução problema
Objetivos
do estudo

Definição RULA, REBA,


Revisão dos Estudo de OCRA, NIOSH,
Bibliográfica Conceitos caso Checklist do
Abordados Couto

Fluxo das
Método Atividades

PARTE 2

Aplicação
Aplicações dos Métodos
e
Ferramentas

Discussão Análise dos


dos Resultados
Resultados Obtidos

Sugestões de
Conclusão Melhorias

Referências
Referências aos Livros,
Bibliográficas Artigos e
Sites

Fonte: O autor, 2020.


25

3.1. Etapas do Estudo


De acordo com o esquema gráfico das etapas, a elaboração do estudo foi
dividida da seguinte forma: a primeira apresentando a introdução, revisão bibliográfica
e o método e a segunda apresentando a aplicação, discussão sobre resultados,
conclusão e referência bibliográfica. A divisão do estudo teve como finalidade auxiliar
e organizar a aplicação do trabalho.

3.1.1. Introdução
Identificar a situação a ser analisada no setor de carga e descarga de materiais
de uma empresa de serviços e vendas de construção civil. Definir os objetivos gerais
e específicos e fazer a delimitação do caso a ser estudado.

3.1.2. Revisão Bibliográfica


Após a identificação da natureza do problema, é necessário definir quais os
conceitos abordados para a realização do posterior estudo de caso. Esta definição
tem base em pesquisas e estudos do tema já existentes que estabelecem ferramentas
apropriadas para o caso.

3.1.3. Método
O fluxo de atividades foi gerado a partir da detecção da necessidade de
aplicação de uma Análise Ergonômica do Trabalho (AET), visto que foram utilizadas
ferramentas ergonômicas para a validação das análises. Este projeto foi abordado
como um estudo de caso, pois houve uma visita ao local para coleta das informações
usadas como base de dados para a aplicação das ferramentas, obtendo as respostas
desejada, para enfim elaborar um plano determinando o que deve ser feito, quando e
como.

3.1.4. Aplicação
Nesta etapa, as ferramentas e os métodos ergonômicos identificados e
explorados na revisão literária são aplicados à atividade em estudo.
26

3.1.5. Discussão dos Resultados


Após as aplicações das ferramentas e métodos ergonômicos, os resultados
encontrados são debatidos e analisados a fim de gerar as categorias ergonômicas
para o estudo.

3.1.6. Conclusão
A conclusão de acordo com o desenvolvimento é realizada. Elabora-se também
sugestão de melhoria para a atividade estudada.

3.1.7. Referência Bibliográfica


Destacam-se os autores e as obras que foram citados na revisão literária e em
outras etapas de estudo.
27

4. APLICAÇÕES

Os métodos ergonômicos foram aplicados, após apuração de postura e


movimentação dos funcionários relacionadas à atividade de carga e descarga de
materiais específicos da construção civil.
O estudo foi dividido em três partes, dentre elas:
 Coleta do material: Visita ao local, entrevista aos funcionários, coleta de
informações e fotografias no momento que as atividades foram
realizadas;
 Utilização do software Kinovea para a captação e seleção de detalhes
na operação, por exemplo, marcação de distâncias e ângulos nas partes
do corpo do colaborador estudado.
 Aplicação do software Ergolândia para utilizar os métodos RULA, REBA,
OCRA, NIOSH e CHECKLIST DE COUTO, este software nos auxilia na
pontuação de cada método ergonômico estudado e avalia a criticidade
de cada atividade.

4.1. Problematização Geral

Ao realizar a primeira etapa do estudo, foi feita uma visita ao local para coletar
todas informações sobre o funcionamento das atividades realizadas pelos
colaboradores, no setor de carga e descarga de materiais.
Pode-se concluir que o locar apresenta condições inseguras quanto aos
aspectos ergonômicos e físico-ambientais. Como o objetivo deste estudo de caso é
analisar somente a ergonomia dos colaboradores, as condições físico-ambientais não
serão abordadas, embora sejam existentes, tais como os ruídos de outros caminhões
e máquinas presentes no ambiente, e estarem expostos ao tempo durante o
carregamento da carga. Foi observado que não há paleteira, apesar de ter
empilhadeiras, e quando acabam os produtos que estão em cada pallet, os mesmos
são guardados em um lugar específico onde não atrapalhe o fluxo de passagem, até
que a empresa fornecedora os recolham.
As atividades de manuseio e transporte de cargas identificadas no setor de
armazenamento do comércio de materiais de construção, alvo desta pesquisa, serão
apresentadas passo-a-passo.
28

Passo 1: O funcionário ao chegar no local de trabalho se dirige até o


responsável pelas notas fiscais e retira o seu romaneio. Cada motorista tem a sua rota
já programada para aquele dia.
Passo 2: O motorista, com o auxílio de um ajudante e do operador de máquinas,
começa o transporte das cargas, seja carregando de forma manual ou utilizando uma
empilhadeira. O carregamento é feito de acordo com a ordem de descarga e, além
disso, visa a segurança da carga, como por exemplo: produtos que são de vidros,
recebem um cuidado especial.
Passo 3: Após finalizar a carga e certificar que todos os produtos estão bem
amarrados e seguros, o motorista avisa o responsável pela conferência do caminhão
para que o mesmo a execute. Após toda a carga conferida, o motorista e o seu
ajudante são liberados para começar a entrega das mercadorias para os clientes.
As entregas são divididas em dois turnos, portanto esses 3 passos são
repetidos duas vezes ao dia: logo no início da manhã e após o almoço.
De forma mais específica, será mostrado como é feito o carregamento do
caminhão:

Situação A: retirar o material do pallet: o operador sem o uso apropriado


de EPI, tais como, luvas e cinta ergonômica, retira do pallet o material a
ser carregado, nesse caso um saco de 50kg de cimento. Para conseguir
pegar o saco o funcionário agachou flexionando a coluna de forma
errada, esticou os braços em um ângulo não apropriado, tirou e apoiou
um dos pés em cima de outro saco, deixando-os em diferentes níveis e
com isso sobrecarregando a lombar.
29

Figura 3 – Situação A: Pegar o saco de cimento do pallet.

Fonte: O autor, 2020.

Situação B: o funcionário carrega o cimento apoiando todo o peso na


sua própria cabeça até o caminhão por um percurso de 2 metros e, em
seguida, inclina o pescoço para descer o saco e com o auxílio dos braços
o coloca na carroceria.
Figura 4 – Situação B: Colocando o saco na carroceria.

Fonte: O autor, 2020.


30

Situação C: os funcionários carregam dois sacos de argamassa,


totalizando 40 kg em cima da sua cabeça, levantando os dois braços
para segurar e equilibrar a mercadoria em angulações não favoráveis a
saúde do corpo.
Figura 5 – Situação C: Carregando os sacos de argamassa
até o caminhão.

Fonte: O autor, 2020.

Situação D: o funcionário flexiona a sua coluna e os joelhos para


agachar e amarrar os vergalhões sem a utilização de EPI.
Figura 6 – Situação D: Amarrando os vergalhões.

Fonte: O autor, 2020.


31

Situação E: o funcionário carrega no ombro uma caixa de pisos, com


aproximadamente 27 kg, por uma distância de 4 metros até o caminhão,
deixando o pescoço inclinado. Observa-se que além dos braços
posicionados de forma distinta para segurar a caixa, o pulso de uma
mão, e o cotovelo do outro braço se encontram em ângulos
inapropriados.
Figura 7 – Situação E: Carregando caixa de piso.

Fonte: O autor, 2020.

Situação F: o funcionário está finalizando o carregamento das cargas


na carroceria do caminhão e, para isso, ele precisa subir e se equilibrar
em cima da própria carga para amarrar as cargas que podem se
movimentar durante o trajeto até o cliente final.
Figura 8 – Situação F: Finalizando o carregamento.

Fonte: O autor, 2020.


32

4.2. Aplicação do Método RULA:

As Figuras de 9 a 7 indicam o uso do método RULA por meio do auxílio do


software Ergolândia, de acordo com a subdivisão das atividades nas 6 situações
descritas anteriormente. Para cada uma das situações identificamos um ângulo
específico nos membros observados.
Figura 9 – RULA aplicado para a situação A (Pegar o saco de cimento do pallet).

Fonte: O autor, 2020.


33

Figura 10 – RULA aplicado para a situação B (Colocando o saco na carroceria).

Fonte: O autor, 2020.


34

Figura 11 – RULA aplicado para a situação C (Carregando os sacos de argamassa até o


caminhão).

Fonte: O autor, 2020.


35

Figura 12 – RULA aplicado para a situação D (Amarrando os vergalhões).

Fonte: O autor, 2020.


36

Figura 13 – RULA aplicado para a situação E (Carregando caixa de piso).

Fonte: O autor, 2020.


37

Figura 14 – RULA aplicado para a situação F (Finalizando o carregamento).

Fonte: O autor, 2020.


38

Quadro 2 – Resumo do método RULA para as seis situações.

Situação Descrição Pontuação Significado

Devem ser
Pegar o saco de
A 7 introduzidas mudanças
cimento do pallet
imediatamente

Devem ser
Colocando o saco na
B 7 introduzidas mudanças
carroceria
imediatamente
Carregando os sacos Devem ser
C de argamassa até o 7 introduzidas mudanças
caminhão imediatamente

Deve-se realizar uma


Amarrando os investigação. Devem
D 5
vergalhões ser introduzidas
mudanças

Devem ser
Carregando caixa de
E 7 introduzidas mudanças
piso
imediatamente

Deve-se realizar uma


Finalizando o observação. Podem
F 3
carregamento ser necessárias
mudanças

Fonte: O autor, 2020.

4.3. Aplicação do Método REBA:


As figuras de 2 a 7 foram avaliadas de acordo com o método REBA com o
auxílio do software Ergolândia, de acordo com a subdivisão das atividades nas 6
situações escolhidas para avaliação. Em cada uma foram definidos ângulos de acordo
com o aplicativo Kinovea.
39

Figura 15 – REBA aplicado para a situação A (Pegar o saco de cimento do pallet).

Fonte: O autor, 2020.


40

Figura 16 – REBA aplicado para a situação B (Colocando o saco na carroceria).

Fonte: O autor, 2020.


41

Figura 17 – REBA aplicado para a situação C (Carregando os sacos de argamassa até o caminhão).

Fonte: O autor, 2020.


42

Figura 18 – REBA aplicado para a situação D (Amarrando os vergalhões).

Fonte: O autor, 2020.


43

Figura 19 – REBA aplicado para a situação E (Carregando caixa de piso).

Fonte: O autor, 2020.


44

Figura 20 – REBA aplicado para a situação F (Finalizando o carregamento).

Fonte: O autor, 2020.

Quadro 3 – Resumo do método REBA para as seis situações.

Situação Descrição Pontuação Significado

Pegar o saco de Necessária intervenção


A 10
cimento do pallet o quanto antes

Colocando o saco na
B 6 Necessária intervenção
carroceria

Carregando os sacos
C de argamassa até o 5 Necessária intervenção
caminhão

Amarrando os Necessária intervenção


D 9
vergalhões o quanto antes

Carregando caixa de Necessária intervenção


E 11
piso imediatamente

Finalizando o
F 5 Necessária intervenção
carregamento

Fonte: O autor, 2020.


45

4.4. Aplicação do Método NIOSH:

O método é calculado através das seguintes equações 1 e 2:

25 4,5
LPR = 23 x x (1 – 0,003 x |V-75|) x [0,82 + ] x (1 – 0,0032 x A) x F x C (1)
𝐻 𝐷
𝑃𝑒𝑠𝑜𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎
IL = (2)
𝐿𝑃𝑅

As medidas são coletadas da seguinte forma para, posteriormente, serem


inseridas no aplicativo Ergolândia e, assim, calcular os valores por meio do método
NIOSH.
Figura 21 – Conceitos relativos a diversos parâmetros envolvidos.

Fonte: SANTOS, 2020.

Assim:
LPR = Limite de Peso Recomendável;
H = Distância Horizontal entre o Indivíduo e a Carga (em cm);
V = Distância Vertical na Origem da Carga (em cm);
D = Deslocamento Vertical, entre a Origem e o Destino (em cm);
A = Ângulo de Assimetria, medido a partir do Plano Sagital, em graus;
F = Frequência Média de Levantamento, em levantamentos / minuto;
46

C = Qualidade da Pega;
IL = Índice de Levantamento.
Em seguida, apresentamos as aplicações do método NIOSH em cima das
situações selecionadas:

Figura 22 – NIOSH aplicado para a situação A (Pegar o saco de cimento do pallet).

Fonte: O autor, 2020.


47

Figura 23 – NIOSH aplicado para a situação C (Carregando os sacos de argamassa até o


caminhão).

Fonte: Autores, 2020.


48

Figura 24 – NIOSH aplicado para a situação E (Carregando caixa de piso).

Fonte: O autor, 2020.

4.5. Aplicação do Método OCRA:


A aplicação do OCRA é gerada do índice de exposição (IE). O IE é o resultado
da relação entre as Ações Técnicas Observadas (ATO) e as Ações Técnicas
Recomendadas (ATR).
As Ações Técnicas Recomendadas têm seu valor gerado de acordo com os
seguintes fatores da Tabela 1:

Tabela 1 – Fatores relacionados a ações técnicas recomendadas (Continua).

ABREVIAÇÃO NOME DO FATOR


F Frequência
MF Multiplicador de Força
MR Multiplicador de Repetitividade
MP Multiplicador de Postura
MPR Multiplicador de Período de Recuperação
49

Tabela 1 – Fatores relacionados a ações técnicas recomendadas (Conclusão).

MFC Multiplicador de Fatores Complementares


MDR Multiplicador de Duração da Repetição
Duração da Tarefa Repetitiva (horas no turno,
DTR
em minutos)

Fonte: O autor, 2020.

De acordo com os resultados gerados para cada fator, é necessário substituir


nas equações 3,4 e 5 a fim de que seja calculado o valor do Índice de Exposição (IE):
ATR = F × MF× MP × MR × MFC × MPR × MDR × DTR (3)
ATO = F × DTR (4)
𝐴𝑇𝑂
IE = (5)
𝐴𝑇𝑅
O valor encontrado do índice OCRA ou índice de exposição (IE) deve ser
comparado de acordo com o Quadro 4 para verificar o nível do risco. A partir do
resultado, o grupo deve analisar se haverá sugestão de melhoria para este posto de
trabalho.
Quadro 4 – Classificação do índice de exposição (IE) ou índice OCRA.

Área Valores OCRA Nível de Risco Ações

Verde Até 2,2 Aceitável Nenhuma

Verificar a situação e
Amarelo Entre 2,3 e 3,5 Risco muito baixo
implementar
Redesenhar o posto de
Vermelho Maior 3,5 Risco Presente trabalho e avaliar a
saúde do pessoal

Fonte: COLOMBINI, 2006.

Conforme o Quadro 4, os níveis são divididos em aceitável, risco muito baixo e


risco presente e a coloração separada em verde, amarelo e vermelho.
 O índice verde é relacionado ao valor OCRA de até 2,2. Possui o nível
aceitável, o que representa que não há vidência de problemas ergonômicos
relacionado ao grupo de trabalho, portanto, não há necessidade de tomar
ações;
 O índice amarelo está entre 2,2 e 3,5 no valor OCRA e já necessita de maior
cautela, mesmo o risco sendo muito baixo. A ação tomada é apenas de
verificação e implementação;
50

 O índice vermelho já apresenta um risco muito alto e é indicado pelo valor


OCRA maior que 3,5. Representa a necessidade de redesenhar o posto de
trabalho e fazer uma avaliação mais detalhada da saúde dos funcionários, visto
que, esta situação pode causar patologias.

4.5.1. Frequência de Ações Técnicas (F)

Este é o principal fator de alegação da exposição do risco na ferramenta OCRA.


A frequência de ações técnicas possui a referência de 30 ações por minuto e ela é
constante neste índice, segundo estudos (COLOMBINI; OCCHIPINT; FANTI, 2005).

4.5.2. Multiplicador para Força (MF)

No OCRA aplica-se a Escala Psicofísica de Borg, ela quantifica a força de forma


subjetiva e a máxima contração voluntária. Esta relação auxilia na aplicação de um
fator multiplicador.
A Máxima Contração Voluntária (MCV) proporciona o percentual que relaciona
a frequência de ações técnicas e a força média. Deve ser inversamente proporcional:
Quanto maior a força aplicada, menor deve ser a frequência de atividade (Tabela 2).

Tabela 2 – Determinação do multiplicador de força.

Nível de Força 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40% 45% ≥50%
em MCV %

Escala Borg
0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0
Multiplicador
1 0,85 0,75 0,65 0,55 0,45 0,35 0,20 0,1 0,01

Fonte: COMBINI, 2006.

4.5.3. Multiplicador de Repetitividade (MR)

A metodologia sobre repetitividade mais reconhecida e utilizada determina que


o ciclo de trabalho que dura menos que 30 segundos teria um alto nível de repetição.
Contudo, o método sugere também que ciclo com duração maior que 30 segundos
seria muito repetitiva na condição de que uma mesma tarefa ocupe mais de 50% do
ciclo (COUTO; NICOLETTI; LECHO, 2007).
51

No OCRA, o conceito de estereotipia é uma denominação de repetitividade. Ele


é definido como a escassez de variação de execução de uma determinada atividade.
O fator multiplicador está relacionado à estereotipia e demonstra a quantidade de
movimentações presentes e seu tempo de duração, como é observado na Tabela 3.
Tabela 3 – Multiplicador para a estereotipia.

Características Ausente Presente com gestos Presente com gestos


mecânicos iguais a si mecânicos iguais a si
mesmo durante 51 a mesmo durante ≥80%
80% do tempo ou do tempo ou duração
duração do ciclo de 8 a do ciclo de 1 a 7
15 segundos segundos
Multiplicador 1 0,85 0,70

Fonte: COLOMBINI et al, 2008.

4.5.4. Multiplicador para Postura (MP)

De acordo com modelos estudados por alguns pesquisadores, observa-se a


presença de risco em articulações acima de 50% da amplitude total (COLOMBINI,
2006).
A Tabela 4 apresenta as principais articulações dos membros superiores,
pontuações e faixas de risco.
Tabela 4 – Pontuação para as articulações dos membros superiores.

Articulações Movimentos Amplitude articular Pontuação


dosmembros Corporais
superiores

Articulação do Abdução 45° a 80° 4


escápulo-
umeral Flexão/Abdução mais de 80° (10-20% do 4
(ombro) tempo)
Extensão mais de 20° 4

Supinação mais de 60° 4


Articulação do
cotovelo Pronação mais de 60° 2
Flexo-extensão mais de 60° 2

Flexão/Abdução mais de 45° 3


Articulação
punho Desvio Radial mais de 15° 2

Desvio Ulnar mais de 20° 2

Extensão mais de 45° 4

Fonte: COLOMBINI, 2006.


52

Para compor o cálculo da pontuação de posturas, existe também o fator de


tipo de pega do objeto. Considera-se que o tipo de pegada pode ser mais fácil de
manusear do que outras, como é possível observar na Figura 27 e os valores de
pontuação da Tabela 5.

Figura 25 – Tipos de pegada de mão.

Fonte: Adaptado de COLOMBINI et al, 2006.

Tabela 5 – Pontuação para o tipo de pegada.

Tipo de pegada Pontuação

Prensão ampla (4 a 5 cm) 1

Prensão estreita (1,5 cm) 2

Movimento dos dedos 3

Pinça pulpar 3

Pinça palmar 4
Pegada em gancho 4

Fonte: Adaptado de COLOMBINI et al, 2006.

Para a obtenção do multiplicador de postura, é necessário somar a pontuação


gerada nas tabelas 4 e 5 e correlacionar a Tabela 6.
Tabela 6 – Relação da determinação do multiplicador para postura.

Valor da
pontuação
0-3 4-7 8-11 12-15 16-19 20-23 24-27 ≥28
do Empenho
Postural
Multiplicador 1,00 0,70 0,60 0,50 0,33 0,10 0,07 0,03

Fonte: Adaptado de COLOMBINI et al, 2006.


53

4.5.5. Multiplicador de Fatores Complementares (MFC)

Os fatores complementares são divididos em fatores complementares


mecânicos, físicos e organizacionais. Segundo a NR-17, as questões relacionadas ao
ruído, temperatura, iluminação são exigidas somente para trabalho intelectual. Na
ferramenta OCRA, esses índices são inseridos no cálculo em todos postos de
trabalho.
De acordo com Pavani, 2015, os fatores complementares são:
 Instrumentos Vibrantes
 Exigência de Extrema Precisão no posicionamento de objetos
 Compressões localizadas sobre estrutura anatômica da mão ou do antebraço
por parte de instrumentos, objetos ou áreas de trabalho
 Exposição a temperaturas ambientais ou de contato muito frias
 Uso de luvas que interferem na habilidade manual
 Natureza escorregadia das superfícies dos objetos manipulados
 Execução de movimentos bruscos ou “puxões”
 Execução de gestos com contragolpes ou impactos repetidos
Para quantificar e aplicar o multiplicador, é necessário analisar o tempo de
exposição por ciclo em cada risco encontrado. Como encontrado na Tabela 7.

Tabela 7 – Fator do risco ocupacional e o tempo de duração no ciclo.

Risco ocupacional
Tempo de duração no ciclo
Vibração Demais Riscos

Valor 8 Valor 4 do ciclo

Valor 12 Valor 8 do ciclo

Valor 16 Valor 12 Todo o ciclo


Fonte: PAVANI, 2015.

A determinação do multiplicador de fatores complementares é a soma das


pontuações para os fatores complementares, como é visto na Tabela 8.
Tabela 8 – Determinação do multiplicador de fatores complementares.

Valor
“pontuação”
0-3 4-7 8-11 12-15 ≥16
fatores
complementares

Multiplicador 1,0 0,95 0,90 0,85 0,80


Fonte: Adaptado de COLOMBINI et al, 2006.
54

4.5.6. Multiplicador para o Fator de Período de Recuperação (MPR)

O Fator de período de recuperação considera o turno de trabalho inteiro, ou


seja, não quantifica as horas em intervalos de tempo que o funcionário possui. Este
fator é diferente dos outros, já que relaciona ao ciclo inteiro do trabalho.
Segundo Colombini et al. (2006), o padrão correto em um turno de trabalho é o
colaborador ter um intervalo para descanso fisiológico a cada 60 minutos de trabalho.
De acordo com a Tabela 9.

Tabela 9 – Determinação do multiplicador para o fator de período de recuperação.

Número de
horas sem
0 1 2 3 4 5 6 7 8
recuperação
adequada

Multiplicador 1 0,9 0,8 0,7 0,6 0,45 0,25 0,1 0

Fonte: COLOMBINI, 2006.

4.5.7. Multiplicador para a Duração Total do Trabalho Repetitivo no


Turno (MDR)

Este fator multiplicador é relacionado à duração total do trabalho repetitivo,


contabilizado em minutos, conforme é demonstrado na Tabela 10.

Tabela 10 – Determinação do multiplicador para duração total do trabalho repetitivo no turno.

Minutos
gastos no
turno om ≤120 121-180 181-240 241-300 301-360 361-420 421-480 ›481
tarefas
repetitivas

Multiplicador 2 1,7 1,5 1,3 1,2 1,1 1 0,5

Fonte: COLOMBINI et al, 2006.

4.5.8. Cálculo da Ferramenta OCRA


O valor atribuído ao Multiplicador de Força (MF) foi 0,35, já que o operador faz
o uso de uma quantidade normal de força e possui o nível de 35%, segundo a Tabela
2, que relaciona o percentual de força à escala de Borg para gerar o Multiplicador.
Quanto ao Multiplicador de Repetitividade (MR), a estereotipia foi no valor de
0,85, visto que o colaborador pode repetir ou não a atividade e pode-se relacionar a
55

repetição de acordo com cada colaborador. De acordo com a Tabela 3, a


característica escolhida para a atividade específica é a presença de gestos mecânicos
iguais a si mesmo durante 51% a 80% do tempo ou duração do ciclo de 8 a 15
segundos. Diante da escolha, foi gerado o valor do multiplicador de repetitividade.
Em relação ao Multiplicador de Postura (MP), o nível encontrado na ação dos
movimentos durante as atividades foi baixo de acordo com as análises e pontuações
somadas. Observou-se um pequeno grau que corresponde à movimentos posturais
sem grandes dificuldades. De acordo com a Tabela 6, o intervalo foi entre quatro a
sete, neste caso, o multiplicador de postura tem o valor de 0,70.
O Multiplicador de Período de Recuperação (MPR) relaciona-se com as
paradas obrigatórias que o funcionário tem o direito de fazer durante o período de
trabalho, como refeição e descanso. A pausa tem a duração de uma hora (1h), além
disso, o mesmo operador pode fazer pequenas pausas para necessidades fisiológicas
e ser substituído por outro colaborador no período em que estiver fora do posto de
trabalho. Neste estudo, o operador tem a pausa totalizada em duas horas (2h), sendo
utilizada para refeição. De acordo com a Tabela 9, o valor do multiplicador de período
de recuperação (MPR) é de 0,8.
No Multiplicador Fatores Complementares, os itens que complementam o posto
de trabalho são:
 Compressões localizadas sobre estrutura anatômica da mão ou do
antebraço por parte de instrumentos, objetos ou áreas de trabalho: De
acordo com a análise, por ser uma atividade de movimentação de material e
ela ocorre em todo o ciclo. O Valor da Tabela 7 para esta situação é doze (12)
para demais riscos.
 Execução de movimentos bruscos ou puxões: Por ser uma atividade de
carga e descarga, os movimentos de retirada são bem intensos e ocorre em
um terço do ciclo (1/3). O valor para demais riscos nessa condição é quatro (4).
O produto entre o tempo de ciclo e o valor de risco é quatro terços (4/3).

Para determinar este multiplicador, a pontuação de cada item foi somada


apresentando o valor treze (13). Na Tabela 8, o mesmo encontra-se no intervalo entre
12 e 15, o multiplicador de fatores complementares é 0,85.
A Duração da Tarefa Repetitiva (DTR) é o tempo do turno de trabalho, em
minutos, sem interrupções. Refere-se ao horário que o operador realiza sua atividade
56

no posto de trabalho por um período de 8 horas. Como o DTR é considerado em


minutos, o valor convertido é de 480 minutos. Segundo a Tabela 10, o Multiplicador
para duração total do trabalho repetitivo (MDR) é igual a 1.

Quadro 5 – Cálculo das Ações Técnicas recomendadas.

Posto de Trabalho

Frequência (F) 30

Multiplicador de Força (MF) 0,35

Multiplicador de Repetitividade (MR) 0,85

Multiplicador de Postura (MP) 0,70

Multiplicador de Período de Recuperação (MPR) 0,8


Multiplicador de Fatores Complementares (MFC) 0,85

Multiplicador de Duração da Repetição (MDR) 1

Duração da Tarefa Repetitiva (horas no turno, 480 minutos


em minutos – DTR)

Fonte: O autor, 2020.

ATR = 30 x 0,35 x 0,70 x 0,85 x 0,85 x 0,8 x 1 x 480 = 2039,184 (6)


ATO = 30 x 480 = 14400 (7)
IE = ATO/ ATR = 14400/2039,184 = 7,06 (8)

Segundo os cálculos e análises realizadas no método OCRA, o valor


encontrado de 7,06 é ≥ 3,5 e apresenta um risco alto. Necessita de medidas corretivas
no posto de trabalho estudado.

4.6. Aplicação do Método Checklist de Couto:

O Checklist de Couto conforme já explicado na revisão bibliográfica consiste


em realizar uma avaliação simplificada do fator biomecânico no risco para distúrbios
musculoesqueléticos de membros superiores relacionados ao trabalho. As imagens a
seguir apresentam como o Checklist (versão 2014) foi aplicado e qual o resultado
encontrado, trata-se de uma série de perguntas sobre o posto de trabalho analisado.
As respostas são, em sua grande maioria, sim ou não é cada resposta está associada
ao número 0 (zero) onde percebe-se que não há risco ou ao número 1 (hum) que
significa risco associado ao item respondido.
57

Figura 26 – Itens de desqualificação.

Fonte: Adaptado de ERGOLÂNDIA, 2020.


58

Figura 27 – Checklist Parte 1.

Fonte: Adaptado de ERGOLÂNDIA, 2020.


59

Figura 28 – Checklist Parte 2.

Fonte: Adaptado de ERGOLÂNDIA, 2020.


60

Figura 29 – Análise do resultado.

Fonte: Adaptado de ERGOLÂNDIA, 2020.

Pode-se perceber que o posto analisado adquiriu pontuação total de 7 pontos


o que significa, segundo Couto (1996), uma condição biomecânica razoável no fator
biomecânico para membros superiores. Isso ocorreu devido ao número de respostas,
associada ao número 1 (hum), terem sido respondidas. Porém como tem itens de
desqualificação, o software considera uma condição ergonômica ruim. O checklist é
autoexplicativo, uma vez que se lê o mesmo é possível identificar o motivo do risco.
Fica claro que o uso da ergonomia será fundamental para melhorar o posto em
questão analisado.
61

5. DISCUSSÃO E RESULTADOS

Após a realização do estudo de caso e de uma análise ergonômica (AET) com


o auxílio das ferramentas RULA, REBA, NIOSH, OCRA e Checklist de Couto, para o
comércio de material de construção civil, especificamente no setor de carga e
descarga, foi constatado que existem algumas inadequações que devem ser
corrigidas.
De acordo com cada método ergonômico, pôde-se identificar problemas que
atingem os colaboradores momentaneamente, e também, problemas futuros que irão
surgir ao longo do tempo devido a repetição das posturas inadequada, ocasionando
em seu afastamento. Ainda, somando-se a isso, haverá a necessidade de gastos por
parte da empresa, enquanto seu empregado estiver ausente.
Objetivando amenizar os efeitos das condições que atualmente agridem a
saúde do operador, como proposta de intervenção podemos citar o uso de paleteiras
que visam reduzir o número de passos com peso efetuados pelo colaborador para
desempenhar as mesmas funções, no caso carregar os produtos para dentro do
caminhão. A paleteira por ser de pequeno porte comparado a uma empilhadeira,
consegue entrar entre os vãos de paletes presentes no depósito e carregar item a item
os produtos, ou seja, carregar apenas uma unidade se for preciso, reduzindo o esforço
físico por parte do operador. A vantagem dessa proposta, além da possibilidade de
aplicação imediata, consiste no baixo custo necessário para a sua implementação.
Uma sugestão de melhoria é que a empresa pode dar preferência para comprar
os sacos de cimento de 25 kg ao invés dos de 50 kg, para facilitar no carregamento e
manuseio por parte dos operários. Isso inclusive é uma lei que já foi aprovada pelo
Ministério Público do Trabalho, que entrará em vigor em 2029.
Uma outra proposta, que agrega ao posto problemático em questão, consiste
na mudança do layout do posto. Como o depósito não é cimentado, quando chove, os
colaboradores ficam sujeitos a trabalhar em um ambiente com barro, dificultando
ainda mais o acesso a determinados locais, piorando seu o desenvolvimento em
termos de agilidade e, principalmente, correndo o risco de possíveis acidentes ao
caminhar pelo pátio com o chão escorregadio, além de estarem expostos as
intempéries e aos riscos inerentes a chuva, como raios.
Dessa forma, alterando o modelo da superfície do chão para uma mais
apropriada, como por exemplo, um concreto resistente que aguente o alto tráfego de
62

caminhões pesados, os colaboradores teriam mais facilidade e segurança de


locomoção, agilizando o carregamento, melhorando sua performance e reduzindo as
chances de acidentes que podem resultar em um possível afastamento por lesão.
Além disso, caso a proposta citada anteriormente seja realizada, deixando o
terreno regular, a empresa poderia investir em novos equipamentos, como por um
exemplo uma empilhadeira elétrica, a qual é muito mais versátil do que uma
empilhadeira a combustão. Com esse investimento a empresa se beneficiaria em
relação ao custo mensal com o combustível, visto que a empilhadeira elétrica é
movida a bateria.
Por fim, como uma alternativa que requer investimento alto para sua
implementação, mas também tem aplicação instantânea, podemos citar o uso de uma
esteira transportadora elevatória para carga e descarga. Ela possui elevação e
ajustamento de altura para carga e descarga de sacarias. Trata-se de um
equipamento fácil de manusear e locomover. Com isso, os riscos de lesões por parte
do colaborador seriam minimizados.
63

6. CONCLUSÃO

Umas das principais funções do Ergonomista é proporcionar ao trabalhador um


ambiente agradável e confortável para que o mesmo desempenhe sua função. À
medida que melhoramos o ambiente de trabalho, melhoramos também o
desenvolvimento operacional. Um ambiente de trabalho cada vez melhor
ergonomicamente, evitará o afastamento do funcionário, não trazendo mais custos
para a empresa.
A análise ergonômica realizada no posto de trabalho descrito neste estudo
envolveu os métodos RULA, REBA, Checklist de Couto, NIOSH e OCRA. Cada
método usado permitiu analisar a postura dos trabalhadores e avaliar os problemas
envolvidos na execução da atividade de carga e descarga, no comércio de material
de construção.
Após a aplicação dos métodos, foi identificado que o posto apresenta um nível
de risco alto, sendo importante a realização de ações que visam o combate a má
postura e excesso de peso da carga a ser transportada.
Apesar da finalidade didática, o projeto levantou pontos importantes para a
empresa, como a percepção da necessidade de melhoria imediata.
Os fatos analisados juntamente com o emprego de ferramentas ergonômicas,
ajudaram a propor soluções de melhoria que possuem impactos significativamente
positivos nos resultados da empresa.
Portanto, este trabalho de conclusão de curso de Engenharia de Produção, teve
como motivação o interesse por parte dos autores em aplicar conhecimentos
adquiridos durante a graduação em ambientes reais de trabalho, como neste caso, o
ambiente comercial. Dessa forma, o mesmo possibilitou uma melhor compreensão
acerca da disciplina Ergonomia, pertencente à grade curricular, no que diz respeito à
aplicação dos métodos ergonômicos RULA, REBA, Checklist de Couto, NIOSH e
OCRA.
64

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INDÚSTRIA DO RAMO MOVELEIRO - XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE
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