Negros nos EUA sofreram exploração e discriminação desde 1619, com escravidão, leis de segregação e violência de grupos supremacistas brancos. Apesar de avanços desde os anos 1960, o racismo sistêmico persiste, como evidenciado pelas mortes de George Floyd e outros, motivando as atuais manifestações antirracistas.
Negros nos EUA sofreram exploração e discriminação desde 1619, com escravidão, leis de segregação e violência de grupos supremacistas brancos. Apesar de avanços desde os anos 1960, o racismo sistêmico persiste, como evidenciado pelas mortes de George Floyd e outros, motivando as atuais manifestações antirracistas.
Negros nos EUA sofreram exploração e discriminação desde 1619, com escravidão, leis de segregação e violência de grupos supremacistas brancos. Apesar de avanços desde os anos 1960, o racismo sistêmico persiste, como evidenciado pelas mortes de George Floyd e outros, motivando as atuais manifestações antirracistas.
Negros nos EUA sofreram exploração e discriminação desde 1619, com escravidão, leis de segregação e violência de grupos supremacistas brancos. Apesar de avanços desde os anos 1960, o racismo sistêmico persiste, como evidenciado pelas mortes de George Floyd e outros, motivando as atuais manifestações antirracistas.
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1) Que aspectos podemos destacar na história do racismo e da exploração a
que foram submetidos negros e negras na sociedade estadunidense?
Se a história da América é a história do negro, como diz o documentário
baseado na obra de James Baldwin, a história do negro na América é a história da exploração, opressão e discriminação. Desde 1619, quando os primeiros escravos negros trazidos da África chegaram na Virginia - à época uma das treze colônias britânicas - mulheres e homens negros têm sido vítimas de abusos e violência pelo fato de serem negros. Foram quase duzentos e cinquenta anos de servidão, e necessária uma guerra civil, para que a escravidão finalmente acabasse em 1865. Contudo, a exploração da mão de obra barata negra não acabou com o fim da guerra, mas estende-se até os dias de hoje. Também não teve fim com a guerra a discriminação e o racismo. Após o breve período da Reconstrução, em que os negros viram sua situação começar a melhorar, as forças reacionárias escravocratas voltaram a exercer seu domínio sobre o Sul. A partir da barganha corrupta que resolveu o impasse sobre o resultado das disputadas eleições presidenciais de 1876, as últimas tropas do governo federal saíram do Sul, deixando o caminho aberto para a volta da opressão dos negros. É esse o contexto do surgimento das leis de segregação, como Jim Crow, e de grupos supremacistas brancos como a Ku Kux Klan, que promoveu ações terroristas contra a população negra. Durante as décadas que se seguiram após o fim da reconstrução, milhares de negros e negras foram perseguidos, linchados, torturados, tiveram seus bens expropriados, suas casas queimadas e suas vidas ameaçadas. Esse período de terror se estendeu do final do século XIX até a metade do século XX. Por conta deste ambiente de opressão, um deslocamento em massa se deu de negros que deixaram o Sul com destino às então crescentes cidades industriais do Nordeste e Meio-Oeste, como Detroit, Chicago e Nova Iorque. Se mesmo no Norte os negros ainda enfrentavam o racismo, no Sul milhões de negros e negras continuavam a sofrer com políticas e leis racistas e segregacionistas. Entre as mais perversas, a supressão do voto. Tal realidade somente iria mudar após o surgimento do movimento pelos direitos civis. Organizações foram criadas. Líderes surgiram, como Malcolm X e Martin Luther King Jr. Foram anos de mobilização e protestos até que finalmente foi promulgada a Lei dos Direitos Civis de 1964, que tornou ilegais práticas discriminatórias baseadas na raça ou cor das pessoas. Se por um lado a Segregação passava a ser ilegal, por outro ela continuou a existir na prática por muitos anos, todavia. Foi necessária muita luta para que a Integração passasse a ser realidade, principalmente no Sul profundo, onde negros e negras por muitos anos após declarada ilegal a Segregação continuaram a sofrer discriminação e atos de violência, incluindo ataques terroristas de supremacistas brancos. Desde a década de 60 até hoje ocorreram avanços. Negros e negras passaram a ter maior participação política, tanto votando quanto sendo eleitos, alterando a composição do Congresso Americano, tornando-o mais representativo. Um retrato mais próximo da realidade do país. Se por um lado houve progresso, por outro ainda há muito que ser feito. A larga distância que separa a América branca da América negra continua a existir. Negros ainda sofrem exploração e discriminação, desigualdade de renda e riqueza e toda sorte de injustiças no sistema judicial. A verdade é que ainda persiste um racismo estrutural e sistêmico nos Estados Unidos até hoje, e isso é algo que a simples eleição de um presidente negro, por mais significativa que seja, não pode mudar.
2) Como podemos relacioná-los com as manifestações contemporâneas
antirracistas nos Estados Unidos?
Em um dado momento de seu texto, James Baldwin conta a história de
quando ele e sua amiga, Lorraine Hansberry, foram se encontrar com Bobby Kennedy. Baldwin narra como na ocasião, Lorraine havia dito ao então procurador geral como ela havia se impressionado com as imagens que vira de policiais ajoelhando brutalmente sobre o pescoço de uma mulher negra, o que teria feito com que ela se preocupasse com o estado da civilização humana. Quase sessenta anos depois a história se repete, no entanto não como farsa, mas ainda como tragédia. O caso de George Floyd tornou evidente como apesar de todos os avanços, negros e negras continuam a sofrer desproporcionalmente com a violência e brutalidade policial, respaldadas por um sistema judicial injusto e discriminatório. Baldwin conta também como ele percebeu que comportamentos e ações iguais de negros e brancos são tratados de formas distintas nos Estados Unidos. O branco, para ele, pode pegar em armas, e buscar o que compreende ser justa vingança. Pode exclamar para todos: dê-me liberdade ou dê-me a morte!. E isso será interpretado como coragem. Mas se um negro agir como agia John Wayne, não será visto como herói, mas como um psicopata. Pode ser feita uma analogia entre tal diferença e as diferenças de tratamento que existem até hoje entre negros e brancos. As taxas de uso e venda de maconha por negros e brancos nos Estados Unidos são similares, por exemplo. Contudo, são os negros que são desproporcionalmente julgados e presos. Tal situação se repete com outros crimes, de modo que apesar de negros serem minoria na população geral, são a maioria, juntamente com os Latinos, da população carcerária. Assim como nos anos 60, a percepção de que injustiças contra os negros continuam a existir, motivam hoje as manifestações antirracistas. Vivemos novamente um momento em que um movimento antirracista organizado expõe as divisões e força o encontro das duas Américas citadas por Baldwin. A América branca que vive sob uma inocência grotesca, e a negra que enfrenta a realidade brutal. Para Baldwin, a realidade mesmo sendo encarada por vezes não é alterada, porém nunca será alterada se não for encarada. As manifestações atuais nos Estados Unidos mostram que esse é o momento de a sociedade americana encarar a realidade, e ter uma conversa nacional a respeito do racismo que ainda existe no país. James Baldwin disse que a história não é o passado, mas o presente. Talvez este momento seja um em que se fará história. Um momento em que mais um passo importante será dado na direção da superação do racismo nos Estados Unidos, e talvez no mundo!