Boletim Folclore SC 4
Boletim Folclore SC 4
Boletim Folclore SC 4
Séde provísõría:
REDAÇÃO DO BOLETIM:
OSWALDO R. CABRAL -
Diretor
Distribuição gratuita
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R
BOLETIM TRIMESTRAL
DA
I. B. E. C. C.
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EDITORIAL
As de Renato de' Almeida
Ç).��.�:.·.·1��.:9..·6��,9��· .. -
recomendações ,..... 5
OTHON D'EÇA -
Arte é emoção -
(discurso) 7
NO'.rICIARIO : . .. .. .
11
TRABALHOS ORIGINllIS:
SOCIOLOGIA DO FOLCLORE -
Walter Spalding .. 20
O MONGE Euclides José Felipe
-
22
OS SANTOS NO CALENDÁRIO NÉOTRENTINO -
.�.
Plácido Gomes 37
VOCABULARIO DE CONSULTóRIO MÉDICO -
Oswaldo Cabral 38
INQUÉRITOS:
Pelos Municípios catarinenses CRENDICES E SU -
tatística ..
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
40
FLAGRANTES FOLCLóRICOS:
ALEGRIA TRISTE E TRISTEZA ALEGRE -
lIde·
fonso Juvenal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . 42
UMA SIMPATIA QUE TEM DADO CERTO -
Zec!ar
P. da Silva 44
NOTAS E FATOS:
Redação 48
MEMBROS DA SUB·COMISSÃO CAT ARINENSE DE
FOLCLORE """"""
50
CORRESPONDENTES MUNICIPAIS DA SUB·COMISSÃO 51
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" *
REUNE a Sub-Comissão Catarínense deFolclore, neste mo-
NOTA: -
"
Folclore não é simples estudo recreativo. É método de-
mopsicológico de análise do inconsciente das massas".
ARTUR RAMOS
(Folclore N egro no Brasil
;
Arte e Errloção
(Discurso pronunciado pelo sr. Othon
d'Eça apresentando o Ministro Renato de Al
meida em nome da Academia Catarmense de
Letras por ocasião da conferência realisada na
Soidade -
sino dobrando
Em tardes de procissão!
Cantiga morta que vive,
N o búzio do coração!
. _
._.__ __.._._......._...�..._..._ ._..._._.._._.,,__..._..._ .......__._....._. ...._._m..._.. .........
ATIVIDADES DA SUB-COMISS.íiO
pos, Pedro José Bosco, Walter Piazza, Vitor A. Peluso Jr., José Cordeiro, Ildefonso
Juvo,,-al, Doralécio Soares, Bento Aguedo Vieira, Ruben Ulisséa e Pedro Taulois,
êste representante do CAM. -
lho comunicou ter viajada com o sr. Giovani P. Faraco, por determinação do
D. E. E. para o norte da Ilha de Santa Catarina, afim de coletar elementos in
TEHNOS DE REIS. -
ODes.
Henrique Fontes, por enfermo, não compareceu, tendo feito uma comunicação
telefônica em que soücttava fosse votada moção de congratulações pelo retorno
das Estados Unidos do confrade Vitor Peluso Jr. e pelo resultado dos seus esfor
ços em procurar adquirir um aparelho de gravação. -
O sr. José Cordeiro propôs
e foram aceitos unanimemente correspondentes: em Brusque, o sr. Lauro Müller
e ern são Bento a sra. Alda Moeller. O sr. Ildefonso Juvenal propôs para corres
pondente e foi aceito por unanimidade, em Urussanga o sr. João Caruso Mac
Donald.
Reunião de 10 de abril: Presentes: Oswaldo R. Cabral, secretário geral, AI
-
Balancete
acusando um saldo em caixa de 645 cruzeiros. -
Eleição para o
cargo de tesoureiro, tendo sido aclamado, por proposta de j\!miro Caldeira o con
DESAFIO", enviado pelo correspondente sr. Euclides José Felipe, cuja trabalho de
pesquisa e coleta é elogiado pelo Secretário Geral e destacada, a sua attva cota-
-
12 -
seu trabalho "UMA SIMPATIA QUE DEU CERTO". Custódio de Campos sugere
uma colheita geral de vocabulos regionais para que se possa compor futuramente
GENTILEZA
didas para a sistematização do seu estudo, tendo o sr.· Renato de Almeida, Secre
tário Geral da CNF sido autorizado a tomar todas as providências para a realiza
ção do Congresso.
CURSO DE FOLCLORE
TEATRO FOLCLÓRICO
BOLETIM DE FOLCLORE
sívarnen te aos professcres prtmáríos e alunos das escolas e grupos daquêle Estado.
O Boletim é orientado pela dr. Veríssimo de Melo, da Sub-Comissão Norte-riogran
dense de Folclore.
..
APLAUSOS
e agradecendo, mais uma vez, a gentileza da oferta, bem como o envio do inte
ressante estudo sôbre o "BOI DE MAMA0 NO FOLCLORE CATARlNENSE" -
Atenciosamente,
(a.) Guilherme dos Santos Neves
-14-
HOMENAGEM
"Foi precisamente nas vésperas do Natal de 1949 que recebi das mãos do
sr. dr. Lúcio de Miranda, ilustre professor liceal desta cídade e meu antigo mes
tre, a valiosa oferta com que V. Excia. quis honrar-me do N. 1 do Boletim Tri
mestral da Sub-Comissão Catarinense de Folclore. Como menino que recebe Um
brinquedo de seus Pais, assim recebí a sua excelente Lembrança: Bem haja !
por sabermosque ai, em Santa Catarina, as notícias açóricas enchem por modo
notável tradições e o folclore dessa formosa e famosa região.
as
das Cirandas infantis. Não conheço aqui nos Açores, sobretudo em S. Miguel,
onde resido, nenhuma coisa parecida ao que V. Excla. revela, servido peio estudo
de Martinz de Aguiar. Aqui em São Miguel -
e mesmo assim
já desvanecidíssimo
pelo tempo -
encontro as expressões seranda e ciranda ligadas à idéia de serão
quer em casa quer ao ar livre, especialmente por ocasião dos antigos serões de
Ó seranda, ó serandinha,
Toca, toca a serandar;
Vamos dar a meia volta,
Meia volta vamos dar.
Anda a ciranda no ar
Há aqui em São Miguel muitas rodas infantís mas nenhuma eu conheço com
mirador.
Carreiro da Costa".
dEi incluir' tudo o que diga respeito ao folclore do Brasil: música e canções típicas,
etc.
E como a sua. discoteca é pobre, lança por nosso intermédio um apêlo aos bra
Florianópolis hospedou até hoje cedo, desde sábado, o llustre Sr. Professor
NObrega' da Cunha, educador emérito, folclorista e naturalista, que atualmente é
Vice Diretor do Serviço de Cooperação intelectual da ONU em nosso pais.
O Dr. Nobrega da Cunha já exerceu importantes cargos no aparelhamento
educativo do pais, tendo sido Diretor Geral da Instrução Primária, da Instrução
Secundária e do Serviço Nacional de Teatro.
Educação Dias Velho, os Srs. Jurací Camargo e Halkel Tavares, deputado Antônio
Nunes Varela, membros da Sub-Comissão de Folclore, professores e alunos do
VISITANDO A FAMíLIA
Em em visita a Santa
abrll passado estiveram Catarina, a serviço da campa
nha alfabetização de adultos, tendo realizado na Capital, em Joinvlle, niume
de
nau, Laguna, Tubarão 'e Criciuma, noitadas de arte de raro sabôr, os Srs. Joracy
Camargo, notável teatrologo. Haeckel Tavares, Insígrie compositor, e Edson Lopes,
famoso baixo-cantante brasileiro.
ções de Haeckel Tavares, que foram executadas pelo próprio compositor, e voca
17
BOLETIM TRIMESTRAL
tes estudos do nosso populárto, como: "A setra, a funda e o bodoque", comuni
cação do folclorista Oswaldo R. Cabral, Secretário Geral da Sub-comissão cata
rinense; "Temas Açorianos" Formas infantís de contar
- -
Jorge Lacerda.
dos: -
"A setra, a funda e o bodoque, "Temas açoreanos", "Cirandas Infantis",
"Remlniscencias açoreanas", "As superstições pelos municípios catarinenses", "A
Pesca com o- Boto", "Sobre o Folclore .rotnvnense".. "AsVerrugas l!.0 Folclore Ca
Repara Joaquim Nabuco, em seu livro mais famoso, que o espírito Inglês ofe
rece dois aspectos essenciais: a responsabilidade do homem para com Deus e o ar
raigado tradicionalismo nacional.
"A Inspiração da vida publica na Inglaterra observa com a dupla autoridade
-
de escritor e diplomata -
vem em grande parte da Bíblia. A politica e a religião
sentem que terão sempre muito que fazer em comum, que uma e outra têm O
Quanto ao outro aspecto, regista que "ao lado dessa quase superstição de cos
tumes", há o espirita de aperfeiçoamento e de progresso." Explica-no depois como <,
a gente britãnica ás maravilhas concilia essas duas tendências que parecem con r
trastantes. A vida nacional não se desenvolve aos arrancos, mas corre naturalmen
te como um rio em seu leito. Na Inglaterra seriam ímpossíveís as reformas vio
lentas, radicais, que a lei viesse a impor aos cidatlãos. Lá, o costume é que man
tar a Inovação.
Lembramo-nos agora dessas observações do grande mestre pernambucano ao
recebermos mais um "Boletim Trimestral" da Sub-Comissão Catarinense de Fol
clore. E diremos por que, o brasileiro é um povo que escarnece as tradições, quan
do não as despreza, fulminando-as com uma frase cortante, que o retrata bem:
�
"Não vou perder tempo com essas velharias mofientas, no século XX".
E O sécuío-Xx., a era da energia nuclear, há-de ser a tola justificativa a que o
brasileiro usa para legitimar O louco desacêrto com que pretende fazer medrar uma
árvore sem raizes que a alimente, cravadas nas entranhas da terra. E, então, é nos
so vezo atribuirmos a mil causas cada mal que nos aflinge, sem atinarmos com o
que realmente falta, como povo, nação e como estado: o espirita religioso de que
emana a moral e o amor á tradição que fomenta a órdem e o respeito às leis.
Eis porque o trabalho da Sub-Comissão Catarinense de Folclore, silencioso
mas perseverante, está a reclamar um apóia mais eficiente. de nosso povo que com
PEGOU DE GALHO
"Peço permissão
para transcrever no proxímo numero do nosso BOLETIM O trabalho de Maria de
Lourdes Henriques, sobre O Boi de Mamão em S. Francisco, que vem publtcado no
INQUERITO DEMOLOGICO
�;,
O Departamento Estadual de Estafistica de Sta. Catarina, lançou um "Inquerl
to demológico", para conhecer o "Adagiaria" bem assim as "Rezas e benzeduras"
[.
do Estado, em estreito intercambio com a Sub-Comissão Catarinense de Folclore.
Os modelos do inquerito publicaremos em documento especial.
f" Notícias do "Correio Paulistano" (Correio Folclorico).
-
,I
i
TRABALHOS ORIG IN AIS
Sociologia do Folclore
Walter Spalding
(Da Sub-Comissão do Rio Grande do Sul)
I
/
-
21-
o folelo
rólogo, e o que pratica a ciência, que realiza o folclore
- -
o fol
clorista.
'I
Os acontecimentos ou fatos folclóricos possuem certo conjunto
-'
NOTA PRÉVIA
verdades eternas e a palavra divina. Não gado à cruenta luta que roí a éampanha
acedeu o Monge ao convite de Frei Rogé- do Contestado. Não iremos aqui hlsto-
rio que viu nêle, apenas, um espírito do ríá-Ia. Os que desejarem conhecê-la en
cujo voto êle mesmo dizia estar prestes Euclides José Felipe, nosso correspon
a terminar? Teria perecido, nalguma gra dente em Curitibanos, colheu o "poenla"
ta desconhecida, refúgio das suas noites que abaixo transcrevemos. É um depoi
e descanso das suas caminhadas? Igno- mento. Confirma a visita de Frei Rogé-
Dizem que o seu verdadeiro nome era respeito do santo homem sertanejo.
Miguel Lucena da Boaventura, ex-solda O poeta é ignorado. Não importa. O
do e- desertor. que importa é saber que o povo conser
Dizia-se irmão de- João Maria e dispôs va os seus versos, recita-os e os transmi
colher fruto da semente lançada te de geração em geração.
'I
se a o
pelo seu antecessor, na alma do serta Euclides José Felipe prestou um exce
I
Muito d'antes tinha um monge
Por nome João Maria
Que andava neste mundo
Quar um facho que alumia;
Ensinando nosso povo,
Isso é que Deus queria,
N os caminho abençoado
De Jesus, o grande Guia.
II
Êste home abençoado
Sem vaidade e preterição
Punha a gente no caminho
Da verdade e retidão.
I
Mar visto embora fôsse
D'otras seita e religião,
Sempre o povo nêle via
Mais que um santo eremitão.
III
Humirdade éra a senha
Dêste servo do Senhor.
Pobreza desprendida
Só servia por puro amor:
Não queria chegá em Deus
Pelas via d'argum temor
IV
Os ensinamentos dêle
Eram puro os de Jesus;
Como Êle, acompanhado
Por quem queria a luz
Do grande Iluminado
Que foi morto ·numa cruz!
................................. .
................................. .
VI
VU
"Irmãos,
o exempro é
tudo,
Não deixem engambelá
se
Mas se o lobo vem di
aveia,
Não se deixem embasbacá
E si o bicho mostra os dente
Não se deixem amendrontá
VIII
IX
XI
XII
-
"Tôdo mundo é nosso irmão
Seja ou não seja crente ...
O egoista é suicida,
Já de si está robando
Quem aos ôtro o mal pratica
A sua alma tá enterrando.
.
-2�-
:XIII
XIV
xv
XVI
• f·
XVII
XVIII
XIX
Se ensinava as verdades
Do Eterno Construtor,
Só o Mundo era a igreja
Qu'era digna do Senhor:
As encosta e colina
O artá do grande Amor,
O sór era luzêro
Do grande Redentor
As estrelas eram velas
E as nuve eram flor ...
XX
XXI
q
Mas isso é impossive, 7
Está mal, no interpretá.
a
O Deus sendo perfeito
v Não podia mal pranejá ...
Vi
XXII
e:
XXIII
.
Encontrando João Maria
Logo foi cumprimentá,
Desejando boa saude
P'ra todos do lugá.
Foi dizendo: "Meus amigo,
-
XXIV
'(
"Meu irmão, meu Frei Rogero.
Você queira discurpá ...
Eu também sô cristão
Mas é ôtro o meu pensá ...
xxv
XXVI
-
"Pois meu freio, seu Rogero,
É munto diferente:
Eu não trago nada ocurto,
Alumeio toda gente.
Sendo facil de segui
Os caminho aurifurgente.
Deus qué que o povo O ame,
Pro valô que nêle sente,
Não por medo, nem obrigado
Com clareza alegremente ...
XXVII
XXVIII
XXIX
XXX
/. , E os ano viajandinho
.
gru-j
.
das que, às vezes, representa, tam- voção. E o nicho fica vasio, mas,
bérn, uma autoridade e então deixa Santo Antônio volta mais limpo ...
de ser folclore. _ .
Estas são as usanças antonianas.
Vem o domingo gordo Domin- A 24 de junho celebre o agioló-
-
.
pulares, dos santos "cotados". É São Pedro e São Paulo a 29 da
Santo Antônio, iniciando a lista, quêle mesmo mês não tem os atra
depois São João, São Pedro e São I tivos que têm os três santos ante
Paulo. e entre eles se ajeita São. riores.
Vir-gllío, padroeiro do lugar. Depois as festividades se espar-
Santo Antônio, o santo casamen- sam e só. prõoríamente. Finados
teíro, o santo das mocoilas e das e Natal é que se tornam festas fol
I
suas promessas, é, também, o san- clóricas.
Como tradição de Finados que Cristo Natal, a maior festa da
-
apesar
gação com Nova-Trento. de ser ver, também, árvores de
Em Nova-Trento é costume se Natal.
dirigirem à noite ao cemitério lo São estas -
em síntese -
as
cal e alí acenderem velas e passa persistências religiosas na tradi
rem a noite em orações... e con ção da população do meu céspede
versas. natal -
o município de Nova
Enfim, a festa da Natividade de Trento.
Superstições e Crendices
o presente trabalho de autoria do ilustrado conterrâneo
Com te. Lucas Alexandr-e Boiteux, é parte de uma sua contrfbuí- r
Lucas A. Boíteux
pobreza
Varrer a casa à noite doença -
vio, em casa -
atrazo
Ter búzios e caramujos em casa
-
molestias
Dar dinheiro pela janela -
po
breza
Construir casa em chão em que
outra existiu -
infelicidade
Limpar a casa de negócio das
teias de aranha e paranhos
maus negócios
Entrar em casa qualquer cão
desconhecido -
moléstia.
Beber água no escuro -
o diabo
entra na gente.
Desprender-se um quadro da pa
rede morte de parente.
-
o diabo mete-se
r
vida.
i na conversa.
As crianças brincarem de bata-, Dar à criança o nome do pai -
é a badalada do diabo.
A mãe assistir ao batizado do fi Chamar pelo diabo em frente ao
lho infelicidade.
-
sombra moléstia.
-
Vestir ou usar roupas do avêsso
A criança brincar com pente - -
é-se falado
defeca na cama. Vaca berrar depois do sol pôsto
O rato roer o umbigo da criança -
morte. I
-
fica
Roupa de criança exposta ao luar '
se tuberculoso.
-
dor de barriga Virar as cadeiras -
atrazo para
Criança não chorar ao ser batiza a casa.
da não se cria.
-
morte.
conhos gera gêmeos.
-
desgraça.
so comida não satisfaz.
-
Usar fósforos de cêra infeli -
juizo virado.
Andar de costas -
-
carados elegantes. Com o tempo desmereceram de
A "Bandeira do Divino", ainda importância as Bandeiras, reprt
ha uma quarentena, se via peram-] midas pelos parocos e cairam de
bular, zabumbando, nas cercanias prestígio pelos sacrilegios que ás
I
da zona sul de J oinvile, ás véspe- vezes cometiam.
Vocabulário de Consultório Médico
Oswaldo R. Cabral
ADUELA Costela. -
AR -
Paralisia. "Deu o ar" -
gastro.
CADEIRAS -
Região lombar.
COBREIRO -
CONSTIPAÇÃO Resfriado. -
COROTO Testículo. -
DESMANCHO Aborto. -
ACIDENTE -
Desmaio. -
Fre- I testino. "O doente despachou bem"
quentemente, ao referir-se o paci-
-
evacuou convenientemente.
mado) -
menstruada. I EMBUCHO
EMP ALAMADO
Engasgo.
Anêmico.
-
-
-
39-
ENCANAR -
Reduzir. "Enca- MÃE DO CORPO -
útero, ma-
nar o osso" -
órgãos genitais.
ENCARANGADO -
....:.._
FAZER SERVIÇO Evacuar, cicolo.
exonerar os "Êle
intestinos. não OCUP ADA Grávida "Eu
- -
Omoplata.
usam: "ir aos pés" e "operar). PARTES -
órgão genitais.
FERIDA Ulcera. "Fulano PONT ADA Pneumonia. "Fu-
-
PISADURA Ferimento. -
noutras regiões).
FRACO Tuberculoso. "Fulano
-
SOLTURA Diarréa. -
estô�ago. Dispepsia.
I
no
. SUJIDADE -
Excremento. Fé-
GARRAO Tendão de
A9UlI�s.
-
zes.
HEMORROIDA Constipação -
A
..
• TRIZ _'>-
�
-
I C t enCla.
de ventre.
INCHUME Edema. - UNHEIRO Panaricío sub-un- -
LAMBEDOR Xarope. -
turas.
"
Erisipela.
INQUÉRITOS
tições também não são encontra- b) Ver dois urubus no telhado É'
f
das. É, entretanto, necessário sa- sinal de desgosto.
lientar o fato importante de que, I c) 'I'res urubús juntos significam
falando grande parte da população sorte.
o idioma alemão os lares e mesmo
em outros lugares, talvez existam No que diz respeito às crendices,
anedotas e expressões outras, cu registam-se no município fatos in
jas traduções são desconhecidas. teressantes e mesmo curas notá
veis. Há na cidade de Criciuma cé
Cr-iciúma lebre curandeira, cuja alcunha a
caracterizou dentre o povo a Jo
-
o
P?VO crícíumense mantém nas. Apesar de muitos rirem das
bem viva uma série de supersti suas benzeduras, sua casa está di á
ções e crendices, das quais enume riam ente cheia de curiosos, que
ramos algumas. junto a mesma, buscam cura mila
a) Acender tres cigarros, com grosa.
uma só chama, fará com que o pos Seguem-se algumas das rezas co
suidor do terceiro morra em prt mumente usadas no município, pa
meiro lugar. ra combate de diversos males.
ANIMAIS"
"PARA CURAR-SE DE
�,
Ildefonso Juvenal
.
alemã ou polaca. Tanto o alemão do o vigário ainda dormia, quem
como o polaco, festejam ruidosa- olhasse para o adro da igreja ma
mente o casamento: Carretas en- triz da cidade, verificaria que alí
feita das, cheias de convidados, se encontrava uma moça, toda de
por vezes antecipadamente encer- branco vestida, tendo à cabeça um
vejados, formando extenso véo de alvinítente alvura, prendi
jo, seguem em demanda da igreja,
ao espoucar dos foguetes e ao som
elas sanfonas. Os noivos vão alí,
corte-I do por
ranjeira
corôa de flores de la
uma
e mãos
nas
um ramo de brancas rosas.
enluvadas,
em que todos cantam sem harrno- É que existe ainda viva e forte
nizar o canto. . no coração do povo, a crença de
fOI-I
guedos, tornando o acontecimento
.
so, festeja-se a subida de mais um
memoravel. anjo para os céus! ...
Os
convida�os para participa- I
E mãe daquela criancinha?
a
rem das solemdades, sao obrigados I
Teria ficado em casa com o cora
a._abandonar. a tristeza, como o fo- ção embandeirado como o daque-
lião nos meios carnavalescos. Ies pequeninos que lhe acompa-
* nhavam o filho morto?
* *
Não; a pode ser 'mui forte,
crença
No dia seguinte, rumámos para a tradição, habito, o costume do
o
'i
gou-o ao rio para evitar maior pre contrava em baixo da carga, vibra
juizo. A verdade é que saiu do oa va quando algum saco era pescado. "
NOTAS E FATOS
Comunicação à
CNFL POR FLORIVAL SERAINE (da Sub-Comissão cearense)
deira, funda, schloida. Seria destarte, curiosa uma carta foI elo rica
do citado objeto ou arma infantil, em nosso vasto território. Aí fica
a sugestão, que poderá ser aproveitada com relação a diversos ob
Versinhos de coração
E, agora, a quadrinha:
Me quisiste -
y te queria.
Nomes Endereço
Nomes Muuicipais
NO PRóXIMO NuMERO: