Unidade 2 Ficha A

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FICHA DE AVALIAÇÃO DE LÍNGUA PORTUGUESA – 5.

° ANO · UNIDADE 2 · FICHA A

ISMAEL E O VELHO CASTANHEIRO

… No caminho da casa para a minha toca, eu passava sempre ao pé de uma grande


árvore, que era a mais alta e a mais antiga de um grupo de árvores em cuja sombra
nós, coelhos, vínhamos muitas vezes descansar durante o Verão. Era um velho casta-
nheiro a que chamavam Eternidade e que me tinha visto nascer – a mim, aos meus pais,
avós e bisavós. Às vezes, quando tinha tempo e não ia a correr para fugir de algum
perigo, eu parava para falar com a árvore e aprendia sempre muito com as nossas con-
versas. Porque ela já tinha vivido tantos anos e visto tantas coisas acontecerem naque-
la floresta, que eu tinha sempre curiosidade no que dizia. E um dia, em que eu volta-
va da casa, depois de ouvir mais uma vez a música do Sr. Chopin, ela chamou-me, ia eu
distraído, até me esquecendo de lhe dar as boas-tardes.
– Ó Ismael, vais muito pensativo!
Assustei-me, de repente, com a sua grossa voz de madeira.
– Ah! Eternidade! Assustaste-me! Desculpa, estava a pensar noutras coisas…
– Pois, aposto que era na música desse pianista.
– Era, sim. Como é que adivinhaste?
– Porque todos os dias, ao fim da
tarde, quando ele toca, eu vejo-te pas-
sar para a casa a toda a pressa, e só te
vejo voltar quando a música acabou.
– É verdade, Eternidade, estou mes-
mo apaixonado pela música do Sr. Cho-
pin!
Eternidade suspirou. E, quando ela
suspirava, parecia que estava a passar
um sopro de vento através dos seus
ramos.
– Mas tens razão para isso, Ismael. Eu
também já não passo sem essa música
ao final do dia.
– Ah, pois tu também escutas?
– Claro que sim! Ou achas que as
árvores também não gostam de música?
Fiquei a pensar na resposta dela e
atrevi-me a fazer-lhe uma pergunta:
– Diz-me, Eternidade: vocês, as árvo-
res, ouvem e vêem tudo, não é verda-
de?
– É, vemos e ouvimos tudo à nossa
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volta, há muitos e muitos anos. Um castanheiro, como eu, é capaz de viver mais de cem
anos. Sempre a escutar e a ver.
– Sabem tudo, então?
– Não, não sabemos: porque, ao contrário dos animais, nós nunca saímos do mesmo
lugar. Só sabemos do que está próximo, até onde a nossa vista alcança.

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De repente, fiquei triste por ela.
– Oh, Eternidade, nunca deste sequer um passo na tua vida, pois não?
– Não – suspirou ela outra vez, e o mesmo sopro voltou a atravessar os seus ramos e
folhas.
– Oh, que pena que eu tenho de ti!
– Deixa lá, agora já me habituei. Foi difícil quando era criança como tu e percebi que
nunca iria ver nada mais do que este bosque em toda a minha vida.
– E se…
Hesitei se poderia fazer-lhe esta pergunta.
– Diz lá, Ismael!
– Se… Imagina que, por uma vez, por uma vez só, um dia, tu podias ir ver outra
coisa: o que escolhias ver?
– O mar.
– O mar? O que é isso, o mar?
– Ah, não sabes? O teu pai nunca te contou o que é o mar?
– Não: ele só me contou das coisas da floresta e dos campos aqui à roda.
– É um coelho muito inteligente, o teu pai! Ele sabe bem o que importa que tu sai-
bas.
– Pois… Mas então o que é o mar?
– Eu só sei pelas conversas que foram passando entre nós, árvores, desde aqui até
esse tal lugar chamado mar e onde vivem outras árvores diferentes de mim.
– E o que contam entre vocês sobre o mar?
– Parece que o mar fica muito longe daqui e que é uma espécie de lago, mas salga-
do, e tão grande, tão grande, que tu, quando lá chegas, não consegues ver o fim dele.
Dizem que é uma coisa mágica e misteriosa, que tanto pode ser uma companhia tran-
quila, como, de repente, tornar-se uma coisa selvagem, que arrasta tudo à frente.
– Ah, também gostava de ver o mar! Achas que ia gostar mais do mar do que da
música?
Eternidade riu-se. Quando ria, abanava ligeiramente o seu longo e largo tronco e
sacudia a sua copa de folhas.
– Ismael, tu fazes perguntas de mais! Eu não sei de qual ias gostar mais, mas devem
ser coisas bem diferentes, a música e o mar: é como se comparasses a lua com o vento.
De qual gostas mais?
– Eu acho que, mais do que tudo, gosto da música. Mas não me perguntes porquê!
Ela riu-se outra vez e eu cumprimentei-a e fui andando para a toca, porque já era
quase noite.

Miguel Sousa Tavares, Ismael e Chopin,


Oficina do Livro (adaptado)
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FICHA DE AVALIAÇÃO DE LÍNGUA PORTUGUESA – 5.° ANO · UNIDADE 2 · FICHA A
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A PREENCHER PELO ALUNO

Nome _______________________________________________________________ Turma _____ N.°_____


Escola _______________________________________________________________ Data ___ / ___ / _____
_________________________________________________________________________________________
A PREENCHER PELO PROFESSOR

Apreciação _______________________________________________________________________________________
Rubrica __________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
A PREENCHER PELO ENCARREGADO DE EDUCAÇÃO

Rubrica __________________________________________________________________________________________

PARTE I

1. Responde ao que te é pedido, segundo as orientações que te são dadas.


1. Assinala as afirmações verdadeiras (V) e as falsas (F) de acordo com o sentido do
texto.
1. O narrador é um coelho chamado Ismael.
2. Ismael dialoga com um plátano chamado Eternidade.
3. Ismael chamou a árvore, que estava muito pensativa.
4. Ismael estava maravilhado com a música de Chopin.
5. A árvore queixava-se por não poder sair do mesmo lugar.
6. A árvore tinha o desejo de conhecer o mar.
7. Ismael já vira o mar.
8. A música, entre todas as outras coisas, era o que Ismael preferia.

2. Assinala com X a opção correcta e completa a frase iniciada por «porque».

1. O narrador deste texto é: a. participante


b. não participante
porque ______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________

3. Assinala com X a opção correcta.


As personagens são um coelho e uma árvore que conversam.
Que nome dás a este recurso expressivo que atribui, a seres não humanos, caracte-
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rísticas dos humanos?


a. Personificação
b. Repetição
c. Comparação

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4. «– Ó Ismael, vais muito pensativo!»

1. Identifica o emissor desta frase.


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2. Como justifica Ismael a sua distracção?
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________

5. «Oh! Que pena que eu tenho de ti!»

1. Esta frase exclamativa de Ismael refere-se a quem?


_______________________________________________________________________________________
2. Que situação provoca este sentimento de pena?
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3. Escreve uma frase em que empregues a palavra pena com um sentido diferente.
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6. Ao caracterizar o mar, a árvore usa alguns adjectivos. Transcreve dois.


_________________________________________ _________________________________________

7. E tu, como descreves o mar?


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_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________

8. Assinala com X a opção correcta.


Ao longo do texto, Ismael refere-se a Chopin, uma personagem que não se encon-
tra presente. Que sabes sobre ele?
a. Foi um músico famoso.
b. Foi um pintor famoso.
c. Foi um escritor famoso.

9. Transcreve do texto a frase de que mais gostaste e justifica a tua escolha.


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PARTE II

1. Responde às questões sobre o Funcionamento da Língua Portuguesa.


Relê o excerto.

“No caminho da casa para a minha toca eu passava sempre ao pé de uma


grande árvore, que era a mais alta e a mais antiga de um grupo de árvores em
cuja sombra nós, coelhos, vínhamos muitas vezes descansar durante o Verão.”

1. Classifica, morfologicamente, as palavras seguintes:


casa
a
minha
nós

2. Indica o grau em que se encontram os adjectivos alta e antiga.


____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________

3. Escreve três palavras da família de caminho.


__________________________ __________________________ __________________________

4. A palavra toca, no excerto acima, pertence à classe do nome. Escreve uma frase
em que toca pertença à classe do verbo.
____________________________________________________________________________________
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2. Identifica o conjunto em que todas as palavras são da família da palavra música.

música músico musicar musicologia


A museu B musa C musical D museologia
musicalidade musicólogo musiqueta museólogo

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3. “… nós […] vínhamos muitas vezes descansar…”

1. Indica o tempo e o modo da forma verbal assinalada.


_______________________________________________________________________________________

2. Reescreve a frase no futuro do indicativo.


_______________________________________________________________________________________

4. Completa o quadro, de acordo com o modelo.

Grupo de Nome colectivo


castanheiros castanhal
árvores de fruto
casas
pássaros

5. Classifica cada uma das frases, quanto ao tipo e à forma.

Frase Tipo Forma


1. “– Ó Ismael, vais muito pensativo!”
2. “– Era, sim.”
3. “– Deixa lá, …”
4. “– Ah, não sabes?”

6. O coelho fez várias perguntas ao castanheiro.

Indica a função sintáctica de cada um dos constituintes da frase.

1. O coelho: ____________________________________________________________________________

2. fez várias perguntas ao castanheiro: ________________________________________________

3. várias perguntas: ____________________________________________________________________

4. ao castanheiro: ______________________________________________________________________
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PARTE III

Imagina que, mais tarde, o castanheiro da nossa história recebe a visita de uma gai-
vota que andava perdida.
Narra esse encontro num texto de 15 a 20 linhas. Inclui um diálogo entre o casta-
nheiro e a gaivota em que esta responde às perguntas dele sobre aquilo que ele tanto
desejava conhecer – o mar. Dá um título ao teu texto. Não te esqueças!
1. Faz um rascunho.
_____________________________________________ 2. Faz a revisão.
(título) 3. Passa a limpo.

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5 ____________________________________________________________________________________________
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10 ____________________________________________________________________________________________
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15 ____________________________________________________________________________________________
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