Manual FCT 25
Manual FCT 25
Página 1 de 15
Formadora: Tatiana Silva
Introdução
Âmbito do manual
O presente manual foi concebido como instrumento de apoio à unidade de formação de curta
duração nº 6584– Manutenção preventiva de equipamentos e reposição de materiais comuns
às diferentes unidades e serviços da Rede Nacional de Cuidados de Saúde de acordo com o
Catálogo Nacional de Qualificações, integrado no 2º ano do Curso Profissional Técnico Auxiliar de
Saúde.
Objetivos
Explicar que as tarefas que se integram no âmbito de intervenção do/a Técnico/a Auxiliar de
Saúde terão de ser sempre executadas com orientação e supervisão de um profissional de
saúde.
Identificar as tarefas que têm de ser executadas sob supervisão direta do profissional de
saúde e aquelas que podem ser executadas sozinho.
Página 2 de 15
Formadora: Tatiana Silva
Explicar a importância de se atualizar e adaptar a novos produtos, materiais, equipamentos
e tecnologias no âmbito das suas atividades.
Conteúdos programáticos
Os materiais: tipologia, logística e reposição
Conceito de material
- Os materiais reutilizáveis
A reposição de material
Tipologia de equipamentos
O manual do fabricante
Carga horária
• 25 horas
Página 4 de 15
Formadora: Tatiana Silva
1. MATERIAIS HOSPITALARES
Estes materiais podem ser classificados como materiais de uso único ou materiais
reutilizáveis.
Os materiais de uso único só podem ser utilizados uma vez (usar e deitar fora). No entanto,
existem materiais que podem ser usados mais do que uma vez no mesmo doente, sendo depois
eliminados. Se o dispositivo médico for destinado, pelo fabricante, a uma única utilização
(descartável), esta menção tem que constar na rotulagem e no folheto de instruções, em
conformidade com o disposto no ponto 13 do anexo I da Diretiva 93/42/CEE.
Os materiais reutilizáveis podem ser usados mais do que uma vez. São materiais que
suportam a desinfeção e esterilização mecânica / química para nova utilização.
Página 5 de 15
Formadora: Tatiana Silva
produto em causa. Isto implica a realização de estudos microbiológicos e estudos físico-químicos
que permitam garantir a manutenção das suas características e estudos de toxicidade e
resíduos.
LOGÍSTICA HOSPITALAR
Pode considerar-se que existem materiais que se distinguem uns dos outros pela pequena ou
elevada importância de compra. Deste modo, os vários tipos de materiais são classificados de
acordo com as seguintes características: complexidade da cadeia de abastecimento do
fornecedor; produtos sem problemas de abastecimento, normalmente com muitos fornecedores
e sem qualquer escassez; produtos com elevados problemas de abastecimento, podendo estes
ser suscetíveis de escassez no mercado.
A gestão de stocks é uma área da administração das empresas, pois o desempenho nesta área
tem reflexos imediatos nos resultados comerciais e financeiros de qualquer entidade/empresa.
Há fatores centrais que devem sempre ser levados em consideração no que respeita à gestão
de abastecimento, tais como: o prazo de validade, a possibilidade de troca ou devolução, as
dimensões e formas físicas do produto, volumetrias e peso do produto.
Na gestão de stocks existem quatro categorias de inventário que devem ser consideradas na
cadeia de abastecimento de um hospital, a saber:
Página 6 de 15
Formadora: Tatiana Silva
1. Cíclica - produtos com uma maior procura contínua e que necessitam de uma presença
permanente em armazém;
2. Sazonal - equivale a uma quantia fixa de inventário como antecipação à procura ou a futuros
eventos que podem ser previsíveis ao longo do tempo;
3. Stock de segurança - quantidade de produtos que se deve manter para que cada produto
assegure a procura antecipada;
4. Contingência - produtos especializados que podem ser precisos fora do âmbito da rotina.
quanto encomendar
quando encomendar
Estas decisões assumem uma dinâmica repetitiva ao longo do tempo e torna-se complexa, uma vez
que envolve vários fatores. Para facilitar o processo criaram-se vários procedimentos matemáticos
e estatísticos, disponíveis em “software” próprio para o efeito. Assim, com esta ferramenta pode-se
classificar os itens armazenados, fazer estimativas de encomendas, estimativas como stock
máximo, stock de segurança e ponto de encomenda.
De uma forma geral, a gestão de stocks é fazer com um produto esteja constantemente pronto a
dar resposta a uma necessidade. Desta forma, uma boa gestão satisfaz a exigência, satisfazendo
também a componente económica.
“Quanto” stock;
Gerir custos.
Página 7 de 15
Formadora: Tatiana Silva
1.3. Formas de tratamento, eliminação e acondicionamento dos materiais
utilizados
Materiais reutilizáveis: entram num ciclo específico, com normas rigorosas de esterilização
e embalagem, para posterior utilização.
Os resíduos hospitalares são classificados em quatro grupos diferentes (I, II, III e IV), tendo em
conta o grau de contaminação e o risco para a saúde pública e para o ambiente.
Resíduos hospitalares do grupo I: são aqueles que não apresentam exigências especiais no
seu tratamento e são equiparados a urbanos. Estão incluídos neste grupo os resíduos
provenientes de: serviços gerais (gabinetes, salas de reunião, salas de convívio, instalações
sanitárias, etc.); serviços de apoio (oficinas, jardins, armazéns, etc.); embalagens e invólucros
comuns (papel, cartão e outros de natureza idêntica); serviços de hotelaria, resultantes da
confeção e restos de alimentos servidos a doentes não incluídos no grupo III. Estes resíduos são
colocados em sacos de cor preta e podem ser encaminhados para aterro sanitário.
Resíduos hospitalares do grupo II: são aqueles que não estão sujeitos a tratamento
específico, podendo ser equiparados a urbanos. São resíduos hospitalares não perigosos. Estão
incluídos neste grupo: material ortopédico, como talas, gesso e ligaduras gessadas não
contaminados e sem vestígios de sangue; fraldas e resguardos descartáveis não contaminados
e sem vestígios de sangue; material de proteção individual utilizado nos serviços gerais e de
apoio, com exceção no utilizado na recolha de resíduos; embalagens vazias de medicamentos e
outros produtos de uso clínico, com exceção dos incluídos nos grupos III e IV; frascos de soro
não contaminado. Estes resíduos são colocados em sacos de cor preta e podem ser
encaminhados para aterro sanitário.
Resíduos hospitalares do grupo III: são aqueles que apresentam risco biológico. São resíduos
contaminados ou suspeitos de contaminação, suscetíveis de incineração ou de outro pré-
tratamento eficaz (como o tratamento em autoclave ou esterilização química), permitindo
posterior eliminação como resíduo urbano (em aterro sanitário). Estão incluídos neste grupo:
Página 8 de 15
Formadora: Tatiana Silva
todos os resíduos provenientes de quartos ou enfermarias de doentes infeciosos ou suspeitos,
de unidades de hemodiálise, de blocos operatórios, de salas de tratamento, de salas de autópsia
e de anatomia patológica, de patologia clínica e de laboratórios de investigação, com exceção
dos do grupo IV; todo o material usado em diálise; peças anatómicas não identificáveis; resíduos
que resultam da administração de sangue e derivados; sistemas utilizados na administração de
soros e medicamentos, com exceção dos do grupo IV; sacos coletores de fluídos orgânicos e
respetivos sistemas; material ortopédico, como talas, gesso e ligaduras gessadas contaminados
ou com vestígios de sangue; material de proteção individual utilizado em cuidados de saúde e
serviços de apoio geral em que haja contato com produtos contaminado. São colocados em
sacos/contentores de cor branca.
Resíduos hospitalares do grupo IV: são resíduos hospitalares específicos, que têm que ser
obrigatoriamente incinerados. Estão incluídos neste grupo: peças anatómicas identificáveis, fetos
e placentas, até publicação de legislação específica; cadáveres de animais de experiência
hospitalar; materiais cortantes e perfurantes, como agulhas, cateteres e todo o material invasivo;
produtos químicos e fármacos rejeitados, quando não sujeitos a legislação específica;
citostáticos e todo o material utilizado na sua manipulação e administração. São colocados em
sacos/contentores de cor vermelha.
ao preço;
Página 9 de 15
Formadora: Tatiana Silva
A adequação dos recursos internos respeita a:
a capacidade técnica;
rapidez de resposta;
A manutenção é importante visto que permite a preservação ambiental através do controlo dos
gastos de matérias-primas que, em muitos casos, são escassas. A deterioração cada vez maior
dos equipamentos leva ao aumento de custos de manutenção pelo que é necessária uma atenção
constante ao estado dos equipamentos. Por outro lado, um bom processo de manutenção oferece
maior segurança às pessoas, equipamentos e património, o que possibilita uma melhor qualidade
de vida. O rápido crescimento tecnológico e a aplicação de processos emergentes conduzem a
Página 10 de 15
Formadora: Tatiana Silva
uma manutenção mais acompanhada e estruturada. A manutenção tornou-se vital numa instituição
sendo um dos vetores fundamentais da sua economia. Existe a necessidade de garantir a
disponibilidade dos equipamentos por um determinado tempo para cumprir a sua função, de um
modo fiável, sabendo-se que, a sua manutibilidade (tempo médio de reparação) e a eficiência de
suporte (tempo médio de espera para reparação) têm de ser levados em conta, pois apenas assim
se consegue uma elevada capabilidade (produção de material de qualidade) e uma elevada
disponibilidade através da não existência de avarias.
Equipamentos que devem suportar manutenções são todos aqueles em que uma falha possa
afetar: a segurança de pessoas e instalações, prejudicar a operacionalidade da empresa e elevar
os custos para níveis inaceitáveis de reparação.
Do ponto de vista económico, a não manutenção dos equipamentos ou bens, pode resultar em
perda de produtividade, pois origina mau rendimento dos equipamentos, exige paragens com maior
frequência dos equipamentos e maior possibilidade de acidentes ou avarias graves, podendo dar
origem a produtos com defeito o que poderá levar à perda de encomendas e uma má imagem
comercial.
A gestão da manutenção pode adotar diferentes critérios para intervir nos equipamentos.
Considera-se que existem os seguintes tipos de manutenção:
Página 11 de 15
Formadora: Tatiana Silva
Manutenção preventiva
Sistemática
Condicionada
Manutenção corretiva
Manutenção preventiva é a manutenção que se baseia em tomada de ações com vista a evitar
alguma avaria antes de ela vir a acontecer. Esta prevenção é feita baseada em estudos
estatísticos, estado do equipamento, local de instalação, condições elétricas, dados fornecidos pelo
fabricante (condições ótimas de funcionamento, pontos e periodicidade de lubrificação, limpeza,
afinação), entre outros. Pressupõe um vasto conhecimento dos equipamentos ou peças alvos de
manutenção e disponibilidade de mão-de-obra para a sua execução.
corretiva;
Manutenções corretivas são reparações que ocorrem de modo não programado, que ocorreram
por algum motivo, surgindo um ou vários problemas que impedem o funcionamento do
equipamento. Este tipo de manutenção, consiste em reparar os materiais, bem como em analisar o
estado geral do equipamento, estudar as avarias repetitivas, quando for o caso, estudar os pontos
críticos e as avarias por causa. Neste tipo de avaria, impõe-se a paragem do equipamento. Implica
um conhecimento profundo das instalações e equipamentos, que é obtido através dos manuais e
desenhos fornecidos pelo fabricante, do histórico das intervenções e da experiência acumulada.
Estes parâmetros associados aos recursos internos, pessoal, peças de reserva e ferramentas,
permitem ao hospital decidir sobre o tipo de intervenção a implantar.
Uma biblioteca organizada deve ainda conter ficheiros com as seguintes informações:
Fichas com o histórico dos equipamentos, contendo registo das manutenções efetuadas e
avarias/anomalias encontradas;
Página 13 de 15
Formadora: Tatiana Silva
Fichas de planeamento prévio, normalizado, dos trabalhos repetitivos de manutenção.
Nestas fichas devem constar a composição das equipas de manutenção, materiais, peças
de reposição e ferramentas;
equipa especializada;
fiabilidade e à produção;
periódicas;
Página 14 de 15
Formadora: Tatiana Silva
Bibliografia
Página 15 de 15
Formadora: Tatiana Silva