Química Analítica II Autor Rafael de Queiroz Ferreira e Josimar Ribeiro
Química Analítica II Autor Rafael de Queiroz Ferreira e Josimar Ribeiro
Química Analítica II Autor Rafael de Queiroz Ferreira e Josimar Ribeiro
Química Analítica 2
Vitória
2011
U NI V E R S I D A D E F E D E RA L D O E S P Í RI TO S A N TO
29 3.1. Introdução
33 3.2. Agentes de precipitação
29 3.3. Combustão e o método gravimétrico
33 3.4. Construindo e fixando o conhecimento
29 Referências bibliográficas
Módulo 4 Análise Volumétrica
35 4.1. Introdução
36 4.2. Volumetria de neutralização
37 Indicadores ácido/base
39 Curvas de neutralização
37 4.3. Construindo e fixando o conhecimento
39 Referências bibliográficas
Módulo 5 Volumetria de precipitação
Módulo 1
Química analítica quantitativa
1.1 Conceitos e definições
8 Módulo 1
II. Medidas elétricas apropriadas (ex.: potenciometria);
III. Medida de certas propriedades espectroscópicas (ex.: es-
pectros de absorção);
IV. Deslocamento característico, sob condições controladas,
de uma substância em meio definido.
Atividade 1
Sugira uma análise química completa de um componente específico em uma amostra nativa
e apresente detalhadamente todas as etapas envolvidas nesse processo.
Módulo 2
Tratamento de dados analíticos
A Química Analítica Quantitativa é baseada em resultados nu-
méricos oriundos de medidas físicas. Tais medidas possuem um grau
de incerteza imposto pelos materiais, vidrarias e equipamentos usa-
dos nos ensaios químicos. Portanto, todo o valor numérico prove-
niente de medidas experimentais possui uma incerteza associada a
ele. Essa incerteza ou intervalo de confiabilidade é denominado erro
experimental.
O nível de confiança que os analistas associam a seus resulta-
dos experimentais é diretamente proporcional a acurácia e precisão
do método analítico empregado, conseqüentemente, o desconheci-
mento das fontes de erros envolvidos no ensaio pode afetar seus
resultados. Na prática, quando fazemos uma medida experimental
procuramos manter as incertezas em níveis baixos e toleráveis, para
que os resultados obtidos apresentem uma confiabilidade aceitável.
O nível de aceitação desses resultados dependerá, diretamente, do
tratamento estatístico dado a eles.
Uma das etapas preliminares envolvida no tratamento estatís-
tico de um resultado experimental é dimensioná-lo obedecendo ao
seu número de algarismos significativos.
Exemplo 2.1
Exemplo 2.2
1,4550 g
zero significativo 5 algarismos significativos
1,02 mL zero significativo 3 algarismos significativos
0,001 L zero não significativo 1 algarismo significativo
0,0059 kg zero não significativo 2 algarismos significativos
Exemplo 2.3
12 Módulo 2
Nas operações de soma e subtração o
Exemplo 2.4
fator predominante na determinação do
resultado experimental final é o número
0,3356 4 casas decimais 1.000,0 1 casa decimal de casas decimais e não o número de
+ 2,6 1 casa decimal - 3,93 2 casas decimais algarismos significativos dos resulta-
2,9356 996,07 dos parciais envolvidos na operação.
2,9 996,1
Nas operações de divisão e multipli-
cação o fator predominante na determi-
Por outro lado, nas operações de divisão e multiplicação o re- nação do resultado experimental final é o
número de algarismos significativos e não
sultado final deverá conter tantos algarismos significativos quantas o número de casas decimais dos resul-
existirem no componente com menor número deles. tados parciais envolvidos na operação.
Exemplo 2.5
Exemplo 2.6
Exemplo 2.7
14 Módulo 2
2.2 Erros experimentais
Exemplo 2.8
σ 2π
Figura 1
Representação gráfica de
uma distribuição Gaussiana.
x1 + x2 + x3 + + xn−1 + xn
equação 2 x=
n
Já o desvio padrão ou dispersão dos valores da amostra é dado por
equação 3 s=
∑ (x − x ) 2
n −1
16 Módulo 2
onde n ‑1 são os graus de liberdade do sistema. Normalmente
expressamos resultados experimentais na forma de média ± desvio
padrão, ou seja, x ± s.
O quadrado do desvio padrão, s, é chamado de variância. O
desvio padrão é expresso como uma porcentagem do valor médio
e, portanto, é chamado de desvio padrão relativo (do inglês, relative
standard deviation, RSD) ou coeficiente de variação (CV).
s
RSD ou CV = ×100 equação 4
x
σ
µ= x±z equação 5
n
s
µ= x ± t equação 6
n
Graus de
Probabilidade (%)
Liberdade
(n – 1) 60,00 75,00 90,00 95,00 97,50 99,00 99,50 99,95
18 Módulo 2
2.3 Construindo e fixando o conhecimento
1. Explique a diferença entre um erro aleatório e um erro sistemático e cite três tipos de erros sistemáticos.
3. Numa caixa com uma dúzia de ovos, a massa média de um ovo é de 45,79. Qual é a massa total desta dúzia de
ovos? Expresse sua resposta com o número correto de algarismos significativos.
Referências bibliográficas
RIBEIRO, J. Química Analítica I, 1a Edição, Ed. Núcleo de Educação Aberta e a Distância, Vitória, 2010, 83p.
HARRIS, D. C. Análise Química Quantitativa, 6a edição, Ed. Livros Técnicos e Científicos Ltda., Rio de Janeiro: 2005, 876p.
SKOOG, D. A.; WEST, D. M.; HOLLER, F. J.; CROUCH, S. R. Fundamentos de Química Analítica, trad. da 8a edição, Ed.
Cengage Learning: São Paulo, 2008, 999p.
MENDHAM, J.; DENNEY, R. C.; BARNES, J. D.; THOMAS, M. J. K. Análise química quantitativa / Vogel. 6a edição, Ed.
LTC: Rio de Janeiro, 2002, 488p.
ALEXÉEV, V. Análise Quantitativa. 3a edição, Ed. Livraria Lopes da Silva: Porto, 1983, 574p.
Módulo 3
Análise gravimétrica
20 Módulo 3
3.1 Introdução
Análise gravimétrica 21
a massa do óxido conhecido formado. Certas substâncias também
podem ser separadas em virtude de sua fácil conversão em compos-
tos gasosos. Por exemplo, na determinação de carbonatos em com-
postos minerais, esses podem ser tratados com ácido e identificados
Qualitativamente pela evolução de gás (CO2) e, posteriormente o gás
pode ser absorvido e seu peso pode ser determinado Quantitativa-
mente pelo ganho de peso do material absorvente.
Outro método usado para separar substâncias é a eletrodeposi-
ção, que geralmente é usada na separação de metais pela deposição
eletroquímica via corrente elétrica através de uma solução contendo
os metais dissolvidos. Por exemplo, cobre presentes em certos tipos
de ligas pode ser determinado usando o método eletroquímico livre
de outros metais sobre mesmas condições de deposição
A escolha do método deve levar em consideração a forma do
precipitado do elemento ou íon a ser determinado, pois se o preci-
pitado formado for muito solúvel, ou ocorram perdas significativas
durante a separação (filtração) e pesagem do precipitado pode levar
a erros grosseiros no final da análise.
São três os fatores que influenciam o sucesso de uma análise
por precipitação:
22 Módulo 3
Exemplo 3.1
Determinando a quantidade de Cl- presente em uma solução.
RESOLUÇÃO:
Ag (+aq ) + Cl(−aq ) AgCl( s )
1 mol de Cl - 35, 5 g
2, 0×10−3
[Cl ] =
−
= 0, 040mol ⋅ L−1
0, 050
Análise gravimétrica 23
Tabela 2. Dados referentes a diversas análises gravimétricas
3.2 Agentes de precipitação
24 Módulo 3
6,8 e tem sua precipitação completada em pH = 9,2-12,7. Já os íons
do metal W tem o início da precipitação em pH = 3,5 e a sua preci-
pitação é completada no intervalo de pH de 5,0-5,7.
H
O O
H3C N N CH3
C C
Ni
C C
H3C N N CH3
O O Figura 2
H Complexo de Níquel com dimetilglioxima.
Análise gravimétrica 25
3.3
Combustão e o método gravimétrico
O uso da combustão como meio de determinar a composição de
compostos orgânicos e a quantidade de matéria em termos de C e
H foi bastante usada em décadas passadas. Geralmente, o composto
em questão era queimado na presença de um excesso de O2 e o teor
de carbono e hidrogênio era determinado forçando o gás a passar
por um meio que continha um material absorvente de água, por
exemplo, pentóxido de fósforo. Em seguida, o gás passava por um
recipiente que absorvia CO2, ou seja, um frasco contendo hidróxido
de sódio em amianto, comumente denominado de Ascarita. No final
do processo a massa do material era pesada e a diferença observada
correspondia à quantidade de carbono e hidrogênio adsorvido na
forma de CO2 e água.
Atualmente, o processo é mais simples e a determinação
ocorre via análise da condutividade térmica, absorção do infraver-
melho, etc. Neste caso, o equipamento utiliza um catalisador para
aumentar a eficiência do processo de oxidação (geralmente, WO3)
e além de carbono e hidrogênio é também analisado nitrogênio e
enxofre. O enxofre pode oxidar formando SO3 e SO2, o SO3 não pode
ser analisado via condutividade térmica, portanto, para a determina-
ção quantitativa do enxofre o SO3 e convertido a SO2 via reação com
Cu metálico a 850 ºC. Finalmente, os produtos formados durante a
calcinação são arrastados utilizando um gás inerte, por exemplo, He
para um cromatógrafo a gás, sendo separados e identificados via um
detector de condutividade térmica. Em alguns casos, o equipamento
pode usar também um detector de infravermelho para quantificar C,
H e S, na forma de CO2, H2O e SO2.
Atividade 2
0,200 g de uma amostra contendo KCl e NaCl, resultante de um processo de limpeza de
um tanque numa indústria, gerou um precipitado de cloreto de prata seco de 0,450 g. De-
termine o percentual de cada composto halogenado presente nessa amostra. Dados: Mm
NaCl = 58,4 g·mol-1; Mm KCl = 74,5 g·mol-1.
26 Módulo 3
3.4 Construindo e fixando o conhecimento
2. Um químico analisando uma amostra de água do mar de 3,00 g via o processo de oxidação da matéria orgânica
dissolvida obteve uma massa 1,25 g de produto de combustão na forma de CO2. Calcule o teor de carbono em
mg·L-1. Dados: Mm CO2 = 44 g·mol-1. Densidade da água do mar= 1,025g/mL
3. A reação entre íons de Ni2+ com o reagente de precipitação dimetilglioxima produz o bis(dimetilglioximato) de
níquel II (composto vermelho). Uma amostra de 0,50 g contendo íons níquel II foi analisada via reação com dime-
tilglioxima, produzindo 1,25 g de um composto vermelho característico do complexo de níquel II. Calcule o teor
de íons Níquel presente na amostra analisada, considerando que o produto formado seja o bis(dimetilglioximato)
de níquel II. Dados: Mm complexo = 288,9 g·mol-1, Mm Ni = 58,7 g·mol-1.
4. Quantos miligramas de dióxido de carbono são liberados durante a queima de uma amostra contendo 3,00 g de
uma mistura de carbonato de magnésio e carbonato de potássio? Sabe-se que inicialmente estão presentes 40 %
de carbonato de magnésio e 45 % de carbonato de potássio.
5. Faça a equação balanceada para a combustão do seguinte composto C8H7NO2SFI durante uma análise elementar
de Carbono, Hidrogênio, Nitrogênio e Enxofre.
Referências bibliográficas
RIBEIRO, J. Química Analítica I, 1a Edição, Ed. Núcleo de Educação Aberta e a Distância, Vitória, 2010, 83p.
BRADY, J. & HUMISTON, G. E. Química Geral, 2a Edição, vol. I, Ed. Livros Técnicos e Científicos Editora S.A., Rio de
Janeiro, 1986, 410p.
MENDHAM, J.; DENNEY, R. C.; BARNES, J. D.; THOMAS, M. J. K. Análise química quantitativa / Vogel. 6a edição, Ed.
LTC: Rio de Janeiro, 2002, 488p.
JEFFERY, G. H.; BASSET, J.; MENDHAM, J.; DENNEY, R. C. Química Analítica Quantitativa/VOGEL: 5ª edição, Ed. Livros
Técnicos e Científicos Ltda., Rio de Janeiro, 1992, 712p.
HARRIS, D. C. Análise Química Quantitativa, 6a edição, Ed. Livros Técnicos e Científicos Ltda., Rio de Janeiro: 2005, 876p.
SKOOG, D. A.; WEST, D. M.; HOLLER, F. J.; CROUCH, S. R. Fundamentos de Química Analítica, trad. da 8a edição, Ed.
Cengage Learning: São Paulo, 2008, 999p.
Análise gravimétrica 27
Superrnova E0102
Módulo 4
Análise volumétrica
4.1 Introdução
Figura 3
Esquema típico para uma titulação
volumétrica composto por bureta, garra,
suporte universal e erlenmeyer. O titulante
está contido dentro da bureta e o analito
ou titulado está contido no erlenmeyer.
Análise volumétrica 29
As soluções padrões ou soluções de referência são formadas por
substâncias conhecidos como padrões primários e padrões secundá-
rios. Tais substâncias dão origem às chamadas soluções padrões pri-
mário e soluções padrões secundários.
Um padrão primário é formado por uma substância tão pura (≥
99,9% pureza) de forma que sua solução possa ser preparar por pesa-
gem direta e diluição até o volume adequado. Além da elevada pure-
za um padrão primário deve ser estável quando seco por aquecimento
ou por vácuo, não deve se decompor quando estocado em estado
puro, não deve ser higroscópico, deve possuir massa molecular rela-
tivamente alta para minimizar os erros de pesagem e deve apresentar
elevada solubilidade nas condições de trabalho. Porém, poucos com-
postos preenchem ou mesmo aproximam-se de todos esses requisi-
tos, conseqüentemente, somente um número limitado de substâncias
padrões primário está disponível comercialmente (Ex: carbonato de
sódio / Na2CO3, hidrogenoftalato de potássio / KH(C8H4O4) e oxalato
de sódio / Na2C2O4). Dentro deste contexto, compostos menos puros
podem ser utilizados no lugar de um padrão primário desde que te-
nham sua pureza cuidadosamente estabelecida por análise química
ou por comparação por titulação contra um padrão primário. Esses
compostos são conhecidos como padrões secundários e são bastante
empregados como material de referência na análise volumétrica.
Para que uma reação de titulação possa ocorrer dentro de um
alto grau de confiança, é necessário que ela possua elevadas constan-
tes de velocidade e equilíbrio. Ou seja, cada adição de titulante deve
ser consumida rapidamente e completamente pelo analito até o seu
completo consumo. Além disso, a reação deve possuir uma estequio-
metria conhecida e reprodutível.
O completo consumo do analito ou ponto de equivalência da
titulação ocorre quando a quantidade de titulante adicionado é qui-
micamente equivalente ao titulado, ou seja, quando a quantidade
necessária para a reação estequiométrica entre o reagente padrão e o
analito é exatamente alcançada.
No entanto, o ponto de equivalência em uma titulação é um
resultado ideal (teórico), ou seja, não podemos determiná-lo experi-
mentalmente em uma titulação. O que realmente medimos é o ponto
final da titulação, que é indicado pela mudança súbita em uma pro-
priedade física da solução (Ex: mudança de cor, formação de preci-
pitado, pH, diferença de potencial, entre outras). Para isso podemos
empregar equipamentos específicos ou um indicador.
30 Módulo 4
Um indicador é um composto com uma propriedade física (nor-
malmente a cor) que muda abruptamente nas proximidades do pon-
to de equivalência. Essa mudança é causada pelo consumo ou pelo
aparecimento de um excesso de titulante e ocorrem na região do
ponto de equivalência. Portanto, essas perturbações podem causar
alterações na aparência do indicador, tais como: aparecimento ou
desaparecimento de cor, alteração de cor, aparecimento ou desapa-
recimento de turbidez.
A diferença entre o ponto final e o ponto de equivalência é re-
presentada pelo erro de titulação e depende dentre outras coisas do
indicador escolhido em cada titulação.
A análise volumétrica envolve uma vasta gama de procedimentos
analíticos quantitativos, dentre eles podemos destacar a volumetria
de precipitação ou titulometria gravimétrica, a volumetria de neutra-
lização ou titulometria ácido/base, a volumetria de complexação ou
titulometria complexométrica e a volumetria de oxidação-redução ou
titulometria redox. Nos próximos capítulos, serão apresentados em
detalhes cada uma dessas técnicas volumétricas.
Atividade 3
Apresente de forma sucinta e dissertativa todos os conceitos inicialmente utilizados para
descrever a análise volumétrica. Como sugestão construa o corpo de seu texto empregan-
do as palavras que foram destacadas em negrito nesse texto introdutório.
Análise volumétrica 31
4.2
Volumetria de neutralização
Como vimos no primeiro volume desse trabalho, os equilíbrios
ácidos/bases sempre estão presentes na química e em outras ciências
tais como a bioquímica, a química ambiental, as ciências biológicas,
dentre outras. Esses equilíbrios são normalmente descritos por rea-
ções em soluções aquosas e ocorrem devido à reação de neutraliza-
ção decorrente da titulação de íons hidrogênio hidratado (H3O+) com
íons hidroxila (OH-) ou vice-versa. Tais íons podem estar presentes
em titulações com ácidos fortes e fracos, bases fortes e fracas e sais
de ácidos fracos e bases fracas. Eles são descritos pela seguinte rea-
ção de neutralização:
Para solventes não aquosos (Ex. etanol, ácido acético glacial) o íon
hidrogênio também sofre solvatação em pequenas extensões.
32 Módulo 4
Indicadores Ácido/Base
Em uma titulação de neutralização, o ponto de equivalência quí-
mica é, normalmente, determinado por um indicador químico mais
conhecido como indicador ácido/base. Esses indicadores são ácidos ou
bases orgânicas (fracos) que apresentam colorações diferentes, depen-
dendo da forma que se encontram na solução (forma não dissociada
difere da cor de sua base ou ácido conjugado). Nesse caso, pode-se
empregar o conceito de ácido e base de Brönsted e Lowry que designa
a forma ácida como HIn e a forma básica ou base conjugada como
In-. Tem-se , então, o seguinte equilíbrio para um indicador do tipo
ácido (HIn):
[ H 3O + ][ In− ]
Ka = equação 7
[ HIn]
[ HIn]
[ H 3O + ] = K a equação 8
[ In− ]
Análise volumétrica 33
Na prática, se a relação entre as concentrações da forma ácida
e da forma básica for igual ou superior a 10 (≥10), a cor ácida será
predominante em solução, como se todo o indicador estivesse na
forma ácida.
[ HIn]
equação 9 ≥10
[ In− ]
[ In− ] [ HIn] 1
equação 10 ≥ 10 ou ≤
[ HIn] [ In− ] 10
equação 11 [ H 3O + ] = 10 K a
equação 12 [ H 3O + ] = 0,1K a
34 Módulo 4
Na prática, os limites do intervalo de pH no qual o indicador
sofre alteração de cor não são descritos com rigor pela equação 15,
pois além de dependerem do próprio indicador, também dependem
do observador. A equação 15 é limitada pelo fato de que algumas
mudanças de cores são mais fáceis de serem observadas do que ou-
tras, e desse modo as aproximações geralmente feitas nas derivações
desta expressão nem sempre são aceitas. No entanto, os limites in-
dicados por esta equação são considerados uma boa aproximação
do que realmente ocorre. A Tabela 4 apresenta os valores de pK e
os intervalos de pH de viragem para alguns indicadores ácido/base.
De acordo com sua estrutura química, os indicadores formam
três grupos principais formados pelas:
Figura 4
Estruturas envolvidas no equilíbrio de
neutralização da fenolftaleína.
Análise volumétrica 35
Tabela 4. Principais indicadores Ácido/Base.
a
Em força iônica de 0,1 e para reação InH+(aq) + H2O(l) H3O+(aq) + In(aq);
b
Az = azul; I = incolor; L = laranja; P = púrpura; V = vermelho; A = amarelo;
c
(1) Tipo ácido: HIn(aq) + H2O(l) In-(aq) + H3O+(aq); (2) Tipo básico: In(aq) + H2O(l) InH+(aq) + OH-(aq).
36 Módulo 4
Curvas de neutralização
O equilíbrio químico dos processos de neutralização pode ser vi-
sualizado pelo estudo das mudanças de concentração do íon hidro-
gênio durante a titulação. O gráfico de pH contra a porcentagem de
ácido neutralizado ou mililitros (mL) da base adicionada é conhecido
como curva de neutralização ou, usualmente, como curva de titula-
ção. A partir dessa curva é possível determinar as quantidades dos
componentes ácidos e básicos em uma mistura e os seus valores de
pK. As curvas de titulação podem ser levantadas experimentalmente
pela determinação do pH durante a titulação por um método poten-
ciométrico ou calculada a partir de princípios teóricos.
A seguir serão apresentadas as curvas de titulação para neu-
tralizações envolvendo ácido forte com base forte, ácido fraco com
base forte, base fraca com ácido forte e ácido fraco com base fraca.
Nosso objetivo é construir, a partir de princípios teóricos, um gráfico
que mostre como o pH varia com a adição do titulante para que pos-
samos entender o que está ocorrendo durante a titulação e sermos
capazes de interpretar uma curva de titulação experimental.
Análise volumétrica 37
em que [OH-] representa a contribuição dos íons hidrônio da disso-
ciação da água. Analogamente, para uma solução de base forte (B)
temos, além da reação 7, a seguinte reação:
equação 17 [OH − ] = cB + [ H 3O + ] ≈ cB
Antes da titulação ser iniciada, o pH da solução de HCl 1,00 x 10-1 mol·L-1 é obtido a
partir da equação 16, ou seja
equação 18 [ H 3O + ] = [ HCl ]
como
[ HCl ] = 1, 00×10−1 mol ⋅ L−1
temos que:
[ H 3O + ] = 1, 00×10−1 mol ⋅ L−1
logo
pH =1, 00 (Ponto A)
38
VNaOH = 25,00 mL (antes do ponto de equivalência)
Para calcular o pH da solução após a adição de 25,00 mL de NaOH admite-se que o sistema encontra-se
antes do ponto de equivalência. Neste caso a solução resultante (50,00 mL de HCl + 25,00 mL de NaOH)
apresenta um excesso de ácido (HClexc) e um sal formado segundo a reação:
Como o sal formado (NaCl) não possui efeito sobre o pH do meio, o pH do meio será uma função direta
da concentração de HClexc, ou seja
nHClexc
[ H 3O + ] = [ HClexc ] = equação 19
VT
onde nHClexc é o número de moles ou quantidade de matéria de HCl que restaram após a reação de neu-
[ H 3O + ] = [ HClexc ] =
VT incompleta com NaOH e VT é o volume total da solução.
tralização
Logo,
nHCl − nNaOH
[ H 3O + ] = [ HClexc ] = equação 21
VT
39
Substituindo-se as Equação 22, 23 e 24 na Equação 21, tem-se que
logo
pH =1, 48 (Ponto B)
Ao adicionar-se 50,00 mL de solução de NaOH em 50,00 mL de solução de HCl, ambos na mesma concen-
tração, atingi-se o ponto de equivalência do sistema. Neste ponto da titulação tem-se a seguinte equação
ou seja
Neste caso, a solução resultante é composta apenas pelo sal (NaCl) e a água (H2O) oriundos da reação de
neutralização.
nNa+ ou nCl−
equação 28 [ Na + ] = [Cl − ] =
VT
40
Paralelamente, tem-se que
VNa+ [ Na + ]
[ Na + ] = [Cl − ] = equação 31
VHCl + VNaOH
No entanto, o pH do meio é dado única e exclusivamente pela concentração de íons hidrônio em solução.
Como todo íon hidrônio e todo o íon hidroxila desta solução provêm da dissociação da água, tem-se que
[ H 3O + ] = [OH − ] equação 32
tem-se
[ H 3O + ]2 = 1, 00×10−14
[ H 3O + ] = 1, 00×10−7
logo
pH = 7, 00 (Ponto C)
Análise volumétrica 41
VNaOH = 100,00 mL (após o ponto de equivalência)
Para calcular o pH da solução após a adição de 100,00 mL de NaOH admite-se que o sistema encontra-se
após o ponto de equivalência. Neste caso a solução resultante (50,00 mL de HCl + 100,00 mL de NaOH)
apresenta um excesso de base (NaOHexc) e um sal formado segundo a reação:
Como o sal formado (NaCl) não possui efeito sobre o pH do meio, o pH do meio será calculado indireta-
mente a partir da concentração de NaOHexc, ou seja
nNaOH exc
equação 34 [OH − ] = [ NaOH exc ] =
VT
onde é o número de moles ou quantidade de matéria de NaOH que restaram após a reação de
neutralização incompleta com HCl e VT é o volume total da solução.
Logo,
nNaOH − nHCl
equação 36 [OH − ] = [ NaOH exc ] =
VT
42
Substituindo-se as Equações 22, 23 e 24 na Equação 36, tem-se que
portanto
pOH =1, 48
tem-se que
pH =12, 52 (Ponto D)
Análise volumétrica 43
Tabela 5. Variação do pH durante a titulação de um ácido forte (HCl)
com uma base forte (NaOH).
Volume do pH Volume do pH
Titulante (VNaOH) Titulante (VNaOH)
0,00 1,00 50,00 7,00
14
12
D
10
8
C
pH
pH
4
Figura 5 B
2 A
Curva de titulação ácido/base de 50,00 mL
de solução 1,00 x 10-1 mol·L-1 de HCl com
NaOH na mesma concentração. 0
0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0
VVNaOH
NaOH
(mL)
(mL)
44 Módulo 4
A primeira derivada (dpH/dV) nos dá a inclinação da curva de
titulação. Como podemos ver na Figura 6a, ela parte de próximo de
zero antes do ponto de equivalência até atingir o máximo no ponto
de equivalência, voltando a quase zero após o ponto de equivalên-
cia. Uma segunda diferenciação pode ser realizada para localizar o
máximo da primeira derivada, uma vez que a inclinação da primeira
derivada vai de positivo a negativo quando passamos pelo máximo.
Tal procedimento consiste na determinação do ponto de equivalên-
cia a partir do cálculo da segunda derivada da curva de titulação
(d2pH/dV2), uma vez que ela apresenta um valor igual a zero no
ponto de equivalência.
(a) (b)
30 90
60
20 30
d²pH/dV²
d²pH/dV²
0
Figura 6
10 -30
(a) Primeira e (b) segunda derivada da
-60 curva de titulação ácido/base de 50,00 mL
0 -90 de solução 1,00 x 10-1 mol·L-1 de HCl com
0 20 40 60 80 100 0 20 40 60 80 100 NaOH na mesma concentração.
V NaOH (mL) V NaOH (mL)
Análise volumétrica 45
Para exemplificar a construção de uma curva de titulação de um
ácido fraco com uma base forte consideraremos a titulação de 50,00
mL de ácido acético (CH3COOH ou HAc) 1,00 x 10-1 mol·L-1 com uma
solução padrão de hidróxido de sódio (NaOH) 1,00 x 10-1 mol·L-1,
após a adição de 25,00 mL, 50,00 mL e 100 mL da base.
Antes da titulação ser iniciada o pH da solução de HAc 1,00 x 10-1 mol∙L-1 pode ser calculado a partir da
contabilização das seguintes espécies presentes em solução:
H 3O + , Ac− , HAc, OH −
Devido à reação
equação 33 [ H 3O + ][OH − ] = K w
A equação 40 representa o balanceamento de material na forma de ácido acético. Assim, CHAc representa a
concentração analítica de HAc. Já a equação 41 representa o balanceamento de carga da solução. Devido
à baixa dissociação em meio aquoso sofrido por um ácido fraco e pela água, as seguintes aproximações
podem se realizadas para essas duas equações:
equação 43 [ H 3O + ] = [ Ac− ]
equação 44 [ H 3O + ]2 = K a CHAc
46
como
logo
[ H 3O + ] = 1, 34×10−3
pH = 2, 87 (Ponto A)
Para calcular o pH da solução após a adição de 25,00 mL de NaOH admite-se que o sistema encontra-se
antes do ponto de equivalência. Neste caso a solução resultante (50,00 mL de HAc + 25,00 mL de NaOH)
apresenta um excesso de ácido (HAcexc) que restou sem reagir e um sal (NaAc) formado segundo a reação:
Portanto, o problema se resume em calcular o pH de uma solução tampão formada pela mistura de um
ácido fraco (HAc) e seu sal (NaAc), ou seja
nHAcexc
CHAc = equação 45
VT
onde é o número de moles ou quantidade de matéria de HAc que restaram após a reação de neu-
tralização incompleta com NaOH e VT é o volume total da solução.
Logo,
47
Substituindo-se a Equação 46 na Equação 45, tem-se que
nHAc − nNaOH
equação 47 CHAc =
VT
A concentração analítica de acetato (Ac-), que é igual à concentração de íons Na+, é calculada pela equação:
VNaOH [ NaOH ]
equação 51 C Ac− = [ Na + ] =
VHAc + VNaOH
48
Para essa situação temos as seguintes espécies presentes em solução:
HAc, H 3O + , Ac− , OH − e Na +
[ H 3O + ][OH − ] = K w equação 33
[ Na + ] = [C Ac− ]
Tem-se que
Devido à baixa dissociação sofrida pela água, pode-se considerar a seguinte aproximação:
49
Substituindo as equações 42 e 55 na equação 39 tem-se que:
[ H 3O + ]C Ac− = K a CHAc
K a CHAc
equação 56 [ H 3O + ] =
C Ac−
3, 33×10−2
[ H 3O + ] = 1, 80×10−5 ×
3, 33×10−2
[ H 3O + ] = 1, 80×10−5
pH = 4, 75 (Ponto B)
A equação 56 é usada para calcular os valores de pH antes do ponto de equivalência, pois em todos
esses pontos temos a formação de um sistema tampão (exceto quando VNaOH=0,00 mL). Porém, essa
equação não é valida para regiões próximo ao ponto de equivalência, uma vez que neste caso o equi-
líbrio da água não pode ser desprezado.
Ao adicionar-se 50,00 mL de solução de NaOH em 50,00 mL de solução de HAc, tem-se uma solução 5,00
x 10-2 mol·L-1 de NaAc, uma vez que
VNaOH [ NaOH ]
equação 51 C Ac− = [ Na + ] =
VHAc + VNaOH
O cálculo do pH neste ponto da titulação consiste na determinação do pH de um sal de ácido fraco e base
forte conforme a reação:
50
onde
[ HAc][OH − ]
Kh = equação 52
[ Ac− ]
Kw
Kh = equação 57
Ka
1, 00×10−14
Kh =
1, 00×10−5
K h = 5, 56×10−10
HAc, H 3O + , Ac− , OH − e Na +
[ HAc][OH − ]
Kh = equação 52
[ Ac− ]
[ H 3O + ][OH − ] = K w equação 33
Sabe-se que:
[ Na + ] = C Ac− equação 56
51
Essa equação pode ser aproximada para
[OH − ]2 = 2, 78×10−11
[OH − ] = 5, 27 ×10−6
pOH = 5, 28
logo
pH = 14 − 5, 28 = 8, 72 (Ponto C)
Para calcular o pH da solução após a adição de 100,00 mL de NaOH admite-se que o sistema encontra-se
após do ponto de equivalência. Neste caso a solução resultante (50,00 mL de HAc + 100,00 mL de NaOH)
apresenta um excesso de base (NaOHexc) e um sal formado segundo a reação:
Como o sal formado (NaAc) não possui efeito sobre o pH do meio, o pH do meio será calculado indireta-
mente a partir da concentração de NaOHexc, ou seja
nNaOH exc
equação 34 [OH − ] = [ NaOH exc ] =
VT
52
onde é o número de moles ou quantidade de matéria de NaOH que restaram após a reação de
neutralização incompleta com HAc e VT é o volume total da solução.
Logo,
nNaOH − nHAc
[OH − ] = [ NaOH exc ] = equação 63
VT
pOH =1, 48
logo
pH = 14, 00 −1, 88 = 12, 52 (Ponto D)
Análise volumétrica 53
A Tabela 6 apresenta pontos adicionais de pH calculados para
outros volumes de titulante. Da mesma forma como apresentado
anteriormente na Figura 6, à disposição de todos esses dados em um
gráfico dão origem a Figura 7. Essa figura apresenta a curva de titu-
lação completa para a titulação de neutralização de um ácido fraco
com uma base forte e seu ponto de inflexão (Ponto C) usada para
obtenção gráfica do ponto de equivalência.
Tabela 6. Variação do pH durante a titulação de um ácido fraco (HAc)
com uma base forte (NaOH).
Volume do pH Volume do pH
Titulante (VNaOH) Titulante (VNaOH)
0,00 2,87 50,00 8,72
14
12
D
10
C
8
pH
pH
6
B
Figura 7
4 A
Curva de titulação ácido/base de 50,00 mL
de solução 1,00 x 10-1 mol·L-1 de HAc com
NaOH na mesma concentração. 2
0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0
VVNaOH
NaOH
(mL)
(mL)
54 Módulo 4
A seguir apresentamos a primeira derivada (Figura 8a) e a se-
gunda derivada (Figura 8b) da curva de titulação, também utilizados
na determinação gráfica do ponto de equivalência.
(a) (b)
30 90
60
20 30
d²pH/dV²
d²pH/dV²
0
Figura 8
10 -30
(a) Primeira e (b) segunda derivada da
-60 curva de titulação ácido/base de 50,00 mL
0 -90 de solução 1,00 x 10-1 mol·L-1 de HAc com
0 20 40 60 80 100 0 20 40 60 80 100 NaOH na mesma concentração.
V NaOH (mL) V NaOH (mL)
Análise volumétrica 55
VNaOH = 0,00 mL (antes do início da titulação)
Antes da titulação ser iniciada o pH da solução de NH3 1,00 x 10-1 mol·L-1 pode ser calculado a partir da
contabilização das seguintes espécies presentes em solução:
H 3O + , NH 3 , NH 4+ , OH −
Devido à reação
equação 65 [ NH 4+ ][OH − ] = K b [ NH 3 ]
equação 33 [ H 3O + ][OH − ] = K w
equação 66 [ NH 3 ] + [ NH 4+ ] = CNH3
equação 67 [ NH 4+ ] + [ H 3O + ] = [OH − ]
equação 68 [ NH 3 ] = CNH3
equação 69 [ NH 4+ ] = [OH − ]
como
K b = 1, 80×10−5 ( para o NH 3 )
56
logo
[OH − ] = 1, 34×10−3
pOH = 2, 87
logo
pH = 14 − 2, 87
pH =11,13 (Ponto A)
Para calcular o pH da solução após a adição de 25,00 mL de HCl admite-se que o sistema encontra-se
antes do ponto de equivalência. Neste caso a solução resultante (50,00 mL de NH3 + 25,00 mL de HCl)
apresenta um excesso de base (NH3exc) que restou sem reagir e um sal (NH4Cl) formado segundo a reação:
Portanto, o problema se resume em calcular o pH de uma solução tampão formada pela mistura de uma
base fraca (NH3) e seu sal (NH4Cl), ou seja
nNH3 exc
CNH3 = equação 71
VT
onde é o número de moles ou quantidade de matéria de NH3 que restaram após a reação de neu-
tralização incompleta com HCl e VT é o volume total da solução.
Logo,
nNH3exc = nNH3 − nHCl equação 72
57
nNH3 − nHCl
equação 73 CNH3 =
VT
A concentração analítica do íon amônio (NH ), que é igual à concentração de íons Cl-, é calculada pela equação:
VHCl [ HCl ]
equação 79 CNH + = [Cl − ] =
4
VNH3 + VHCl
NH 3 , NH 4+ , H 3O + , OH − e Cl −
58
Para equacionar todas essas variáveis é preciso desenvolver quatro equações.
[ NH 4+ ][OH − ] = K b [ NH 3 ] equação 65
[ H 3O + ][OH − ] = K w equação 33
Cl − = CNH + equação 82
4
Tem-se que
[ NH 4+ ] + [ H 3O + ] = [ NH 3 ] + [ NH 4+ ] − CNH3 + [OH − ]
Devido à baixa dissociação sofrida pela água, pode-se considerar a seguinte aproximação:
CNH3 = [ NH 3 ] equação 84
[ NH 4+ ] = CNH + equação 85
4
[ NH 4+ ][OH − ] = K b [ NH 3 ] equação 65
CNH
[OH − ] = K b 3
equação 86
CNH +
4
59
Substituindo-se os termos pelos valores numéricos apresentados no exemplo, obtém-se
3, 33×10−2
[OH − ] = 1, 80×10−5 ×
3, 33×10−2
[OH − ] = 1, 80×10−5
pOH = 4, 75
logo
pH = 14, 00 − 4, 75
pH = 9, 25 (Ponto B)
Ao adicionar-se 50,00 mL de solução de HCl em 50,00 mL de solução de NH3, tem-se uma solução 5,00 x
10-2 mol·L-1 de NH4Cl, uma vez que
VHCl [ HCl ]
equação 78 CNH + = [Cl − ] =
4
VNH3 + VHCl
O cálculo do pH neste pondo da titulação consiste na determinação do pH de um sal de base fraca e ácido
forte conforme a reação:
onde
[ NH 3 ][ H 3O + ]
equação 87 Kh =
[ NH 4+ ]
60
A constate de hidrólise (Kh) é calculada pela equação:
Kw
Kh = equação 88
Kb
1, 00×10−14
Kh =
1, 80×10−5
K h = 5, 56×10−10
NH 3 , NH 4+ , H 3O + , OH − e Cl −
[ NH 4+ ]K h = [ NH 3 ][ H 3O + ] equação 87
[ H 3O + ][OH − ] = K w equação 33
[ NH 3 ] + [ NH 4+ ] = CNH + equação 89
4
Sabe-se que:
[Cl − ] = CNH +
4
[ NH 4+ ] + [ H 3O + ] = [ NH 3 ] + [ NH 4+ ] + [OH − ]
[ H 3O + ] = [ NH 3 ] + [OH − ] equação 90
[ H 3O + ] = [ NH 3 ] equação 91
61
Já a equação 89 pode ser aproximada para
equação 85 [ NH 4+ ] = CNH +
4
equação 92 CNH + K h = [ H 3O + ]2
4
[ H 3O + ]2 = 2, 78×10−11
[ H 3O + ] = 5, 27 ×10−6
pH = 5, 28 (Ponto C)
Para calcular o pH da solução após a adição de 100,00 mL de HCl admite-se que o sistema encontra-se após
do ponto de equivalência. Neste caso a solução resultante (50,00 mL de NH3 + 100,00 mL de HCl) apresenta
um excesso de ácido (HClexc) e um sal formado segundo a reação:
Como o sal formado (NH4Cl) não possui efeito sobre o pH do meio, o pH do meio será calculado indireta-
mente a partir da concentração de HClexc, ou seja
nHClexc
equação 93 [ H 3O + ] = [ HClexc ] =
VT
onde é o número de moles ou quantidade de matéria de HCl que restaram após a reação de neu-
tralização incompleta com NH3 e VT é o volume total da solução.
Logo,
62
onde corresponde à quantidade de matéria do NH3 presente inicialmente na solução e cor-
responde à quantidade de matéria de HCl adicionada por titulação.
nHCl − nNH3
[ H 3O + ] = [ HClexc ] = equação 95
VT
(50, 00 + 100, )× −3
pH =1, 48 (Ponto D)
0 00 10
Análise volumétrica 63
Tabela 7. Variação do pH durante a titulação de uma base fraca (NH3) com um ácido forte (HCl).
Volume do pH Volume do pH
Titulante (VNaOH) Titulante (VNaOH)
0,00 11,13 50,00 5,28
12
A B
10
8
pH
6
pH
C
4
Figura 9
2 D
Curva de titulação ácido/base de 50,00 mL
de solução 1,00 x 10-1 mol·L-1 de NH3 com
HCl na mesma concentração. 0
0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0
VNaOH(mL)
VHCl (mL)
64 Módulo 4
Titulação de um ácido fraco com uma base fraca (ou vice-versa)
Neste caso, a parte da curva de titulação correspondente ao áci-
do (ou seja, antes do ponto de equivalência) é análoga à curva de
titulação de um ácido fraco com uma base forte. Já a parte alcalina
da curva de titulação (ou seja, depois do ponto de equivalência) coin-
cide com a curva de titulação de uma base fraca com um ácido forte.
Portanto, o único ponto pendente em uma titulação de um ácido
fraco com uma base fraca é o pH no ponto de equivalência que será
determinado a partir da equação da constante de hidrólise do sal.
Para tanto, consideraremos a titulação de 50,00 mL de ácido
acético (CH3COOH ou HAc) 1,00 x 10-1 mol·L-1 com 50,00 mL de so-
lução padrão de hidróxido de amônio (NH4OH) 1,00 x 10-1 mol·L-1,
de acordo com as reações:
[ NH 4OH ][ HAc]
Kh = equação 97
[ NH 4+ ][ Ac− ]
[ NH 4+ ][OH − ][ H 3O + ][ Ac− ]
Kh =
K b K a [ NH 4+ ][ Ac− ]
[OH − ][ H 3O + ] Kw
Kh = = equação 98
Kb K a Kb K a
tem-se que:
[ HAc]2 Kw
=
CNH 4 Ac
2
Kb K a
Análise volumétrica 65
equação 99
[ H 3O + ]CNH 4 Ac CNH
2
4 Ac
Kw
=
Ka Kb K a
Kw Ka
equação 100 [ H 3O + ] =
Kb
1 1
equação 101 pH = 7 + pK a − pK b
2 2
pH = 7 + 2, 37 − 2, 38 = 6, 99
66 Módulo 4
carbônico (H2CO3) onde é possível titular separadamente o primeiro
hidrogênio ionizável, porque a relação Ka1/Ka2 é cerca de 104 (8,2 x
103), mas o segundo átomo de hidrogênio da molécula não pode ser
titulado porque Ka2 é muito pequeno (5,6 x 10-11).
No caso do ácido maléico (HOOHCH=CHOOH), é possível titular
separadamente os dois átomos de hidrogênio ionizáveis da molécu-
la, já que a relação Ka1/Ka2 é de 5,8 x 104 e Ka2=2,6 × 10-7. Já para
o ácido oxálico (HOOC-COOH), sendo a relação Ka1/Ka2 =1,1 x 103,
a pequena variação de pH nas proximidades do primeiro ponto de
equivalência faz com que somente o segundo ponto de equivalência
tenha importância analítica (veja a Figura 10).
14
12
(a)
10
8
pH
(b)
pH
6
(c)
4
Figura 10
2
Curva de titulação dos ácidos dipróticos
(a) ácido carbônico, (b) ácido maléico e (c)
ácido oxálico com base forte (NaOH).
0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0
VHCL(mL)
VHCl (mL)
Análise volumétrica 67
4.3 Construindo e fixando o conhecimento
2. Esboce de forma detalhada uma curva de titulação ácido/base para as seguintes situações: ácido forte/base forte,
ácido forte/base fraca e ácido fraco/base forte. Em seguida, descreva por que tais curvas possuem uma mudança
abrupta no ponto de equivalência.
3. Usando os dados da Tabela 7, determine graficamente o ponto de equivalência para a titulação de 50,00 mL de
amônia (NH3) 1,00 x 10-1 mol∙L-1 com uma solução padrão de ácido clorídrico (HCl) 1,00 x 10-1 mol∙L-1 empregando
a primeira e a segunda derivada da curva de titulação de um ácido forte/base fraca.
4. Explique por que titulações envolvendo ácidos fracos com bases fracas (e vice-versa) são pouco empregadas.
5. Esboce de forma detalhada uma curva de um ácido diprótico fraco com NaOH e exemplifique, com suas palavras,
quais aspectos químicos controlam a variação do pH em cada região distinta da curva.
Referências bibliográficas
RIBEIRO, J. Química Analítica I, 1a Edição, Ed. Núcleo de Educação Aberta e a Distância, Vitória, 2010, 83p.
HARRIS, D. C. Análise Química Quantitativa, 6a edição, Ed. Livros Técnicos e Científicos Ltda., Rio de Janeiro: 2005, 876p.
SKOOG, D. A.; WEST, D. M.; HOLLER, F. J.; CROUCH, S. R. Fundamentos de Química Analítica, trad. da 8a edição, Ed.
Cengage Learning: São Paulo, 2008, 999p.
MENDHAM, J.; DENNEY, R. C.; BARNES, J. D.; THOMAS, M. J. K. Análise química quantitativa / Vogel. 6a edição, Ed.
LTC: Rio de Janeiro, 2002, 488p.
ALEXÉEV, V. Análise Quantitativa. 3a edição, Ed. Livraria Lopes da Silva: Porto, 1983, 574p.
68 Módulo 4
Nebulosa Ômega
Análise volumétrica 69
Estrela Pismis 24-1 e Nebulosa NGC 635
Volumetria de precipitação
Módulo 5
5.1 Obtendo a curva na análise titrimétrica
por precipitação
Numa titulação por precipitação precisamos investigar o que
ocorre durante a titulação, ou seja, como está variando a concentra-
ção dos reagentes e produtos, assim pode-se utilizar essas informa-
ções para deduzir uma expressão algébrica que descreva de forma
matemática o comportamento químico observado. A construção da
curva de titulação é um passo extremamente importante, pois fa-
vorece o entendimento dos princípios que regem a análise titrimé-
trica, além de contribuir com o controle experimental da titulação
aumentando a qualidade da titulação analítica. Esses fatores devem
ser considerados, pois em uma análise por titulação de neutraliza-
ção (como mencionado anteriormente) é imprescindível a escolha
do melhor indicador para a verificação do ponto final da titulação,
desta forma, os cálculos teóricos iniciais são necessários, sem o qual
seria impossível determinar o pH do meio reacional no final da titu-
lação. No caso, de uma titulação por precipitação, o Kps (produto de
solubilidade, para maiores detalhes veja a teoria no livro de Química
Analítica I, seção 4) e a concentração do titulante e do titulado in-
fluenciam o ponto final da determinação.
Vamos estudar como é o comportamento da curva de titula-
ção por precipitação da seguinte análise: Um químico quer verificar
a concentração dos íons Cl- em uma amostra de solução de soro
fisiológico, para tal análise ele vai utilizar a titulação por precipi-
tação com Ag+. Inicialmente, ele utiliza uma alíquota de 50,00 mL
de amostra, o fabricante do produto específica que a concentração
de Cl- é 0,9 %, isto significa que para cada 100 g de solução existe
0,9 g de NaCl ou ~ 0,15 mol L-1. A equação química que representa
a reação durante o procedimento experimental é mostrada abaixo:
Volumetria de precipitação 71
está no béquer ou erlenmeyer. Pode-se observar três regiões distintas
na Tabela 8, nas primeiras adições a concentração do Ag+ sofre pe-
quena alteração no seu valor devido ao fato que a reação encontra-
se deslocada para a completa formação do AgCl o que é indicado
pelo valor baixo da constante de equilíbrio para essa reação. Em
outras palavras, a cada alíquota de titulante adicionado o Ag+ reage
completamente com os íons cloreto presente em solução. Para calcu-
lar o valor exato da concentração remanescente de [Ag+]rem é preciso
levar em consideração o fator de diluição e a concentração dos íons
cloretos que ainda não foram titulados, assim temos:
Onde:
72 Módulo 5
Tabela 8. Parâmetros experimentais obtidos para a titulação de uma solução de soro fisiológico com nitrato de prata (0,10 mol·L-1).
80 - - 0,0615 1,211
85 - - 0,0629 1,201
90 - - 0,0643 1,192
95 - - 0,0655 1,184
Volumetria de precipitação 73
10
9
8
7
-log[Ag +]
6
5
4 0,15 mol·L–1
3 0,015 mol·L–1
Figura 11 0,0015 mol·L–1
Curvas de titulação de precipitação de 2
íons cloretos com íons prata mostrando o
1
efeito da concentração.
0 20 40 60 80 100
V Ag + (mL)
Exemplo 5.1
Fazendo cálculos durante uma análise titrimétrica.
Durante uma análise titrimétrica uma amostra (25,00 mL) de uma solução de NaCl
com concentração de 0,150 mol·L-1 é titulada com uma solução de nitrato de prata
0,0500 mol·L-1. Determine o ponto de equivalência para essa análise, em termos de
volume do titulante e pAg+. Dados: Kps (AgCl) = 1,80 x 10-10.
RESOLUÇÃO:
Ag (+aq ) + Cl(−aq ) AgCl( s )
Para calcular o volume (V) que deve ser adicionado a solução contendo os íons
cloretos é preciso olhar para a reação de precipitação. Assim temos que 1 mol de
Ag+ reage com 1 mol de Cl-, portanto:
74
é igual a quantidade de cloreto presente (formando o precipitado de AgCl). Desta
forma, podemos dizer que todo Cl- foi consumido pela Ag+ adicionado. Contudo,
para resolver o problema precisamos levar em consideração a redissolução do
AgCl formado, para isso, devemos igualar as concentrações de [Ag+] e [Cl-] e subs-
tituir na expressão do produto de solubilidade do AgCl, assim temos:
Portanto, o pAg+ é:
I. Método Fajans;
II. Método Volhard.
Volumetria de precipitação 75
lado para se determinar a concentração que esta em excesso, assim é
possível saber qual era a concentração do titulado. Na titulação de Br
e I não é preciso retirar o precipitado formado, mas no caso de titular
íons cloreto faz-se necessário retirar o precipitado por filtração, pois
o mesmo pode interferir na análise do excesso de íons prata devido
ao processo de redissolução do precipitado (AgCl), pois o método uti-
liza a precipitação dos íons prata com solução padrão de tiocianato
de potássio, KSCN na presença de íons Fe (III). Primeiramente, forma
o AgSCN e depois, quando não tem mais íons prata em solução, o
ferro reage com SCN- para formar o complexo de cor vermelha de
FeSCN2+, assim é possível determinar o ponto final da titulação.
Exemplo 5.2
Fazendo cálculos durante uma análise titrimétrica.
Quantos mililitros de AgNO3 0,350 mol·L-1 são necessário para titular 50,0 mL de
uma amostra de Brometo de Sódio (NaBr) 0,2500 mol·L-1.
Dados: Kps (AgBr) = 7,70 x10-13.
RESOLUÇÃO:
Ag (+aq ) + Br(−aq ) AgBr( s )
Para calcular o volume (V) que deve ser adicionado a solução contendo os íons
brometos é preciso olhar para a reação de precipitação. Assim temos que 1 mol de
Ag+ reage com 1 mol de Br-, portanto:
Atividade 4
0,400 mL de uma amostra desconhecida contendo KCl, gerou um precipitado de cloreto de
prata seco de 0,500 g após diluição em 100 mL de água deionizada e posterior titulação
com uma solução de Nitrato de Prata 0,075 mol·L-1.
76 Módulo 5
5.2 Construindo e fixando o conhecimento
1. 25,00 mL de uma solução contendo NaCl e NaBr dissolvidos foi titulada usando AgNO3 0,02500 mol∙L-1. Sabendo
que foram feitas três titulações obtendo os seguintes valores em volume de titulante: 50,20 mL; 49,70 mL e 51,50
mL. Determine a porcentagem em massa de cloreto na amostra. Dado: m mistura=0,0980g.
2. Determine no ponto de equivalência o pAg+ para os íons cloretos e brometos do exercício anterior.
Dados: Kps (AgCl) = 1,80 x 10-10; Kps (AgBr) = 5,00 x 10-13.
4. Quantos mililitros de AgNO3 0,0500 mol·L-1 são necessário para titular 30,00 mL de uma amostra de KBr 0,05 mol·L-1?
Referências bibliográficas
http://www.ebah.com.br/content/ABAAAASmYAE/relatorio-quimica-analitica-volumetria-precipitacao-metodo-
mohr-metodo-direto, visualizado em 21/06/2011.
RIBEIRO, J. Química Analítica I, 1a Edição, Ed. Núcleo de Educação Aberta e a Distância, Vitória, 2010, 83p.
MENDHAM, J.; DENNEY, R. C.; BARNES, J. D.; THOMAS, M. J. K. Análise química quantitativa / Vogel. 6a edição, Ed.
LTC: Rio de Janeiro, 2002, 488p.
HARRIS, D. C. Análise Química Quantitativa, 6a edição, Ed. Livros Técnicos e Científicos Ltda., Rio de Janeiro: 2005, 876p.
SKOOG, D. A.; WEST, D. M.; HOLLER, F. J.; CROUCH, S. R. Fundamentos de Química Analítica, trad. da 8a edição, Ed.
Cengage Learning: São Paulo, 2008, 999p.
Volumetria de precipitação 77
Centro Galáctico
Módulo 6
Volumetria de oxirredução
6.1 Conceitos Fundamentais sobre
Eletroquímica
Antes de começar propriamente o tema titulação redox é preciso
definir e apresentar algumas características e propriedades dos pro-
cessos eletroquímicos. Toda reação química que ocorre com trans-
ferência de elétrons de uma substância para outra é definida como
reação eletroquímica, ou seja, um processo eletroquímico. No entan-
to, é comum o estudante fazer o seguinte questionamento: Por que
ocorre essa transferência de elétrons durante esse processo?
Resumindo:
Oxidação é a perda de elétrons.
Redução é o ganho de elétrons.
Reação de oxirredução é quando há transferência de elétrons.
Volumetria de oxirredução 79
Nos exemplos anteriores, o cloro e o oxigênio são chamados
oxidantes porque provocaram as oxidações do sódio e do ferro, res-
pectivamente. Ao contrário, o sódio e o ferro são chamados reduto-
res porque provocaram as reduções do cloro e do oxigênio, respec-
tivamente.
Generalizando:
Oxidante é o elemento (ou substância) que provoca oxida-
ções (ele próprio se reduzindo).
Redutor é o elemento (ou substância) que provoca reduções
(ele próprio se oxidando).
reação 23 H • Br ⇒ [ H ]+ [ Br ]−
80 Módulo 6
Em virtude dessa possibilidade dizemos, então, que:
oxidação
-7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 +1 +2 +3 +4 +5 +6 +7 Nox
redução
Volumetria de oxirredução 81
6.4 Célula eletroquímica
Uma célula eletroquímica pode ser representada pela seguinte
reação de oxirredução:
ou, abreviadamente:
Figura 12
Montagem de uma célula galvânica simples
chamada comumente de pilha de Daniell. Na Figura 12 é possível observar que existem dois comparti-
mentos que são denominados de meias-células, os quais são conec-
tados através de uma ponte salina ou uma membrana semipermeável
que pode ser, por exemplo, uma porcelana porosa:
82 Módulo 6
2. no compartimento da direita (meia-célula do cobre), existe uma placa de
cobre mergulhada em solução aquosa de sulfato cúprico; por sua vez, o Cu2+
apresenta uma tendência espontânea para receber elétrons (Cu2+ + 2e- → Cu é a
semi-reação de redução); Assim temos, que o Cu “captura” elétrons do circuito
externo, através da placa metálica de cobre, que fica carregada positivamente e
conseqüentemente dizemos que a placa de cobre é o eletrodo positivo ou cátodo);
observa que a soma das duas equações anteriores nos fornece a equação total da
célula galvânica.
3. a ponte salina e a membrana separadora de porcelana porosa devem impe-
dir a mistura das duas soluções, contudo, devem permitir a passagem dos íons que
estão sendo atraídos ou repelidos pelas forças elétricas.
Volumetria de oxirredução 83
oxidante e o redutor separados em compartimentos diferentes, de
modo que o redutor seja obrigado a ceder seus elétrons ao oxidante
através de um circuito externo (fio).
Durante a passagem de corrente, ou seja, do fluxo de elétrons
no circuito externo, medidas elétricas podem ser feitas para entender
os fenômenos que estão ocorrendo durante a reação redox. Isso só
é possível porque o potencial elétrico da célula galvânica é direta-
mente proporcional à variação da energia livre da reação redox e,
por outro lado, a corrente elétrica é proporcional à velocidade de
reação redox.
Por definição, a corrente elétrica é a medida da quantidade de
carga que flui por segundo em um circuito e sua unidade de medi-
da é o ampère, A. A carga elétrica, q, de um elétron é 1,602 x 10-19
(definida em coulombs, C). A relação matemática que representa a
carga e o número de moles é:
equação 107 q = n× F
84 Módulo 6
E
I= equação 111
R
Exemplo 6.1
Fazendo cálculos de potencial numa célula galvânica.
Calcule a diferença de potencial da célula galvânica apresentada na Figura 12 sabendo que a energia
livre para a reação global é -212 kJ·mol-1.
Dados: F = 9,649 x 104 C·mol-1.
RESOLUÇÃO:
Para calcular a diferença de potencial (E) devemos utilizar a equação 110. Esta equação relaciona a
energia livre com a diferença de potencial da célula galvânica, assim temos:
ΔG = -n x F x E
E = -ΔG / n x F = -(-212000) / 2 x 9,649 x 104) = 1,10 J·C-1
E = + 1,10 V
Volumetria de oxirredução 85
A meia-célula pode ser escrita da seguinte maneira:
86 Módulo 6
∆G = ∆G + R ×T × ln Q equação 112
−(n × F × E ) = −(n × F × E ) + R ×T × ln Q
R ×T × ln Q
E = E − equação 113
n× F
Volumetria de oxirredução 87
Exemplo 6.2
Fazendo cálculos com a equação de Nernst.
O2(g, 1,0 atm) + 4H+(aq, pH = 1,5) + 4Br-(aq, 0,40 mol·L-1) 2H2O(l) + 2Br2(l)
Em seguida verifique qual é o Eº para a reação quando a célula esta operando a 40 ºC e o potencial
observado é 0,045 V. Dados: R x T / F = 0,0257 V; Eº O2 = 1,229 V e EºBr- = 1,077 V.
RESOLUÇÃO:
Para calcular o potencial (E) devemos primeiro determinar Q (quociente reacional) e o número de
elétrons, n, e substituir os valores na equação 113.
Q = 3,73 x 107
O número de elétrons pode ser facilmente visualizado na reação, ou seja, na primeira meia-reação
(O2(g) + 4H+(aq) + 4e- 2H2O(l)) fornece 4 elétrons e na segunda meia-reação (4Br-(aq) 4e- + 2Br2(l))
também, portanto, o n é igual a 4.
Para determinar o Eº é preciso levar em consideração quem está oxidando e quem está reduzindo.
Usando a meia-reação é possível ver que o oxigênio está ganhando elétrons, se reduzindo e o brometo
está perdendo elétrons e se oxidando, portanto, devemos inverter o sinal do EºBr-, assim temos:
Finalmente, podemos substituir os valores obtidos na equação 113 (equação de Nernst) e, assim obter
o potencial da célula:
E = + 0,040 V
88
Para determinar o Eo para a reação ocorrendo a 40 ºC é preciso substituir os valores na equação de
Nernst levando em consideração os seguintes valores para as constantes R = 8,31 J·mol-1·K-1, T(K)
= 273 + 40 = 313 K e F = 9,648 x 104 J·mol-1·V-1 , assim temos:
I. Eletrodo de Hidrogênio;
II. Eletrodo de calomelano;
III. Eletrodo de prata-cloreto de prata;
IV. Eletrodo combinado.
Volumetria de oxirredução 89
Figura 13
Representação esquemática de um
eletrodo de hidrogênio.
Figura 14
Representação esquemática de um
eletrodo de calomelano. Adaptado de
HARRIS, 2006.
90 Módulo 6
A Figura 15 representa o eletrodo de prata-cloreto de prata.
Como podemos ver esse eletrodo é formado por um tubo de vidro
contendo um fio de prata no qual está depositado cloreto de prata.
O fio esta submerso em uma solução saturada de cloreto de potássio.
A reação química que atua no eletrodo de prata-cloreto de prata é:
Contudo, o potencial observado é diferente do esperado, pois a Uma Ponte Salina é constituída por um
atividade dos íons cloreto não é unitária, assim, o potencial observa- tubo na forma de U preenchido com
do do Ag/AgCl(KCl,sat.) em relação E.P.H. é + 0,197 V a 25 ºC. um gel contendo KNO3 concentrado
e suas extremidades são cobertas por
vidro poroso, que permite a difusão
dos íons e tem como objetivo principal
manter a eletroneutralidade em qualquer
região da célula eletroquímica.
Figura 15
Representação esquemática de um
eletrodo de prata-cloreto de prata.
Adaptado de HARRIS, 2006.
Atividade 5
Utilizando um fio de prata com deposito de AgCl, béquer, sal de cloreto de potássio e uma
ponte salina, desenhe esquematicamente um eletrodo de prata-cloreto de prata.
Volumetria de oxirredução 91
O eletrodo combinado mostrado na Figura 16 é um sistema
compacto, no qual um eletrodo de vidro acha-se envolvido pelo ele-
trodo de referência de prata/cloreto de prata. O eletrodo de vidro é
um eletrodo de membrana (ou eletrodo indicador) onde o potencial
entre a superfície de uma membrana de vidro e a solução é direta-
mente proporcional ao pH do meio e assim, esse eletrodo pode ser
usado para determinar a concentração dos íons hidrogênio presente
em uma solução. Como o pH é sensível a temperatura, os eletrodos
combinados atuais apresentam um sensor de temperatura acoplado
ao sistema para compensar automaticamente as leituras de pH em
diferentes amostras.
O diagrama de barras para este eletrodo é:
92 Módulo 6
Figura 16
Representação esquemática de um
eletrodo combinado. Adaptado de
HARRIS, 2006.
Volumetria de oxirredução 93
Assim, temos que durante a titulação de ferro(II) com cério(IV)
ocorre uma variação do potencial em função da adição da solução
de cério e isso pode ser determinado utilizando a equação de Nernst
e a diferença de potencial da célula eletroquímica. Antes do ponto
de equivalência existe um excesso de íons ferro em solução que não
reagiu, portanto, temos:
0, 0257 × ln Q
equação 115 Ex = EFe
3+
Fe2+
−
n
94 Módulo 6
Como as atividades dos íons Ferro são iguais aos dos íons cério,
o logaritmo é zero, assim temos:
Ex = 2, 467 / 2 = 1, 23V
E = 1, 23 − 0, 241 = 0, 990V
0,200 V
E / V vs ECS
Figura 17
Curva de titulação Redox dos íons ferro(II)
com íons cério(IV) em meio ácido.
0 20 40 60 80 100
Volume de Ce 4+ (mL)
Volumetria de oxirredução 95
6.7 Construindo e fixando o conhecimento
2. Explique como uma pilha pode gerar energia elétrica utilizando uma reação química.
O2(g, 2,0 atm) + 4H+(aq, pH = 0,5) + 4Br-(aq, 0,50 mol·L-1) 2H2O + 2Br2(l)
Em seguida verifique qual é o Eº para a reação quando a célula esta operando a 60 oC e o potencial observado é
0,105 V. Dados: R x T / F = 0,0257 V; EºO2 = 1,229 V e EºBr- = 1,077 V.
4. Defina E e Eº para uma reação do tipo oxirredução. Por que o E se torna zero quando a célula eletroquímica atinge
o equilíbrio?
5. Escreva a equação de Nernst para a meia-reação: Sb(s) + 3H+(aq) + 3e- SbH3(g) Eº = - 0,456 V. Se o pH da solução
for 2,0 e a pressão do SbH3 for de 2,0 mbar, qual será o potencial da célula eletroquímica hipotética?
6. Faça o desenho esquemático de um eletrodo combinado de vidro e escreva as meias-reações para o eletrodo de
vidro e de referência.
Referências bibliográficas
RIBEIRO, J. Química Analítica I, 1a Edição, Ed. Núcleo de Educação Aberta e a Distância, Vitória, 2010, 83p.
MENDHAM, J.; DENNEY, R. C.; BARNES, J. D.; THOMAS, M. J. K. Análise química quantitativa / Vogel. 6a edição, Ed.
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HARRIS, D. C. Análise Química Quantitativa, 6a edição, Ed. Livros Técnicos e Científicos Ltda., Rio de Janeiro: 2005, 876p.
SKOOG, D. A.; WEST, D. M.; HOLLER, F. J.; CROUCH, S. R. Fundamentos de Química Analítica, trad. da 8a edição, Ed.
Cengage Learning: São Paulo, 2008, 999p.
SAWYER, C. N.; McCARTHY, P. L. Chemistry for Environmental Engineering, 3a edição, McGraw Hill, Singapore,
Philippines, 1978, 532p.
MASTERTON, W. L.; HURLEY, C. N. Química – Princípios e Reações. 6a edição, Ed. Livros Técnicos e Científicos Ltda.,
Rio de Janeiro, 2010, 663p.
96 Módulo 6
Supernova Cassiopeia A
Volumetria de oxirredução 97
Nebulosa Carina
Módulo 7
Volumetria de complexação
7.1 Introduzindo o conceito de titulação por
complexação
No estudo da titulação complexamétrica é importante relembrar
alguns conceitos sobre formação de complexo (reação de complexa-
ção). Esse tópico já foi abordando na disciplina Química Analítica I,
portanto, para uma melhor interpretação dos resultados mostrados
ao longo deste capítulo é interessante reler o capítulo 7 seções 7.2 e
7.3 do livro de Química Analítica I.
Nas titulações complexométricas os íons metálicos reagem com
um ligante apropriado formando um complexo que pode ser deter-
minado utilizando um método adequado para identificar o ponto
final da titulação. Geralmente, o ponto de equivalência é determi-
nando com o auxílio de uma substância indicadora. No caso do uso
de um método instrumental, por exemplo, espectrofotométricas de
íons metálicos o ponto final é determinando varrendo a coloração
da solução em função da concentração ou volume do titulante (o
complexo é colorido). Nas titulações usando o EDTA (ácido etileno-
diaminotetracético) como titulante o ponto final pode ser verificado
com o auxílio de um eletrodo indicador, por exemplo, o eletrodo
combinado de vidro (eletrodo de pH).
Existem vários tipos de agentes complexantes inorgânicos e or-
gânicos que podem ser usados em diferentes situações e substância
analisada, a Tabela 10 mostra alguns agentes amplamente utilizados
em análise titrimétrica por complexação.
Geralmente, os ligantes podem ser classificados em termos dos O processo de formação de anéis
que ocorre pela formação de várias
números de ligações que fazem com os íons metálicos, ou seja, mo-
ligações nos ligantes bidentado,
nodentado (coordena-se com um íon metálico); bidentado (coorde- multidentado é chamado de quelação.
na-se com um íon metálico utilizando dois pares de elétrons) e nos
casos onde a molécula ligante tem múltiplos pontos de coordenação
o ligante é chamado de multidentado.
Volumetria de complexação 99
Tabela 10. Agentes de complexação.
100 Módulo 7
Os ligantes inorgânicos tais como Ag+ são considerados ligan-
tes simples e por formarem complexos monodentados eles podem
apresentam baixa estabilidade e, em função disto um ponto final
durante a titulação de difícil identificação. Em virtude disso, é pre-
ferível trabalhar com compostos que formam complexos com ligan-
tes multidentados (quatro ou seis grupos doadores), pois esses tipos
de ligantes formam complexos mais estáveis e com ponto final de
titulação mais nítido, além é claro, de reagirem com os íons metáli-
cos em uma única etapa.
O agente de complexação orgânico mais usando em titulação
complexométrica é o EDTA. O EDTA é um ligante hexadentado, pos-
suindo seis sítios potenciais para a ligação de íons metálicos: dois
grupos aminos e quatro grupos carboxílicos. O EDTA é largamente
usado como agente quelante, ou seja, são reagentes orgânicos que
geram os compostos de coordenação muito pouco solúveis contendo
pelo menos dois grupos funcionais.
O EDTA possui 6 pKs, um para cada dissociação de próton que
são: pK1 = 0,0 (CO2H); pK2 = 1,5 (CO2H); pK3 = 2,00 (CO2H); pK4 =
2,69 (CO2H); pK5 = 6,13 (NH+) e pK6 = 10,37 (NH+). Na prática uti-
liza-se o símbolo Y para representar a molécula de EDTA e para os
prótons, H+, assim, podemos escrever o EDTA da seguinte maneira
H6Y2+. A porção de EDTA na forma Y4-, αY4- e dada pela seguinte
expressão matemática:
[Y 4− ]
aY 4− = equação 116
[ H 6Y 2+ ] + [ H 5Y + ] + [ H 4Y ] + [ H 3Y − ] + [ H 2Y 2− ] + [ HY 3− ] + [Y 4− ]
[Y 4− ]
aY 4− = equação 117
[ EDTA]
Calcule pMg2+ para três regiões distintas de uma titulação de 100,00 mL de uma solução de Mg2+,
0,0200 mol·L-1 com solução de EDTA de concentração 0,040 mol·L-1, sabendo que o meio foi tamponado
a pH = 11,0:
RESOLUÇÃO:
Para calcular o pMg2+ para as três regiões distintas primeiramente devemos determinar a constante
de formação condicional, Kf´, para a reação entre os íons Mg2+ e o EDTA (Mg2+(aq) + Y4-(aq) MgY2-(aq)),
assim:
Como a constante de formação condicional tem um valor grande a reação será completa para cada
alíquota de EDTA adicionada.
Antes do ponto de equivalência, por exemplo, após a adição de 5,00 mL do titulante o pMg2+ pode ser
calculado da seguinte maneira:
Para saber a porção restante devemos determinar o ponto de equivalência, isso é facilmente obtido
levando em consideração a reação de 1 para 1 do metal e EDTA, assim, temos que:
100,00 mL de Mg2+ x 0,020 mol L-1 de Mg2+/ 0,040 mol L-1 de EDTA = 50,00 mL de EDTA
102
[Mg2+] = (50,00 – 5,00)/50,00 x 0,020 x 100,00/105,00
Para construir uma curva de titulação, você pode usar o mesmo cálculo para determinar pMg2+ para
qualquer adição de EDTA até o ponto de equivalência. No ponto de equivalência devemos assumir
que todo o Mg2+ foi consumido para formar MgY2-, ou seja, [MgY2-] = 0,020 x 100,00/150,00 = 0,0133
mol∙L-1.
[final] z z 0,0133 – z
Portanto, temos:
e portanto, pMg2+ é ;
Após o ponto de equivalência, as concentrações do complexo e do EDTA podem ser calculadas levando
em consideração o fator de diluição, lembre-se que podemos desprezar a [Mg2+] que não reagiu, pois
a [ ] é muito pequena, assim temos:
e para o [Y4-]:
103
[Y4-] = 0,040 x 2,00/152,00 = 0,0005263 mol∙L-1 = 5,26 x10-4 mol∙L-1
Para construir a curva de titulação o aluno deve levar em consideração as três regiões distintas e
utilizar as expressões destinadas a cada parte da curva, assim é possível montar a curva de titulação
com EDTA.
104 Módulo 7
7.2 Construindo e fixando o conhecimento
2. Um aluno de mestrado está titulando uma solução de Ca2+ 0,0200 mol·L-1 com solução EDTA 0,010 mol·L-1 em pH
= 10,0. Dados: log KfCaY2- = 10,65; αY4- = 0,30 em pH = 10,0
3. Faça a curva de titulação (pCa2+ versus volume de EDTA) do exercício anterior sabendo que a titulação foi feita
adicionando EDTA em alíquota de 1,00 mL, ou seja, faça os cálculos para cada adição de EDTA até passar 10 mL
do ponto final.
Referências bibliográficas
http://www.ebah.com.br/content/ABAAAASmYAE/relatorio-quimica-analitica-volumetria-precipitacao-metodo-
mohr-metodo-direto, visualizado em 21/06/2011.
RIBEIRO, J. Química Analítica I, 1a Edição, Ed. Núcleo de Educação Aberta e a Distância, Vitória, 2010, 83p.
MENDHAM, J.; DENNEY, R. C.; BARNES, J. D.; THOMAS, M. J. K. Análise química quantitativa / Vogel. 6a edição, Ed.
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HARRIS, D. C. Análise Química Quantitativa, 6a edição, Ed. Livros Técnicos e Científicos Ltda., Rio de Janeiro: 2005, 876p.
SKOOG, D. A.; WEST, D. M.; HOLLER, F. J.; CROUCH, S. R. Fundamentos de Química Analítica, trad. da 8a edição, Ed.
Cengage Learning: São Paulo, 2008, 999p.
1 Novo 18
IA Original VIIIA
Metais alcalinos Actinídeos C Sólidos
1 2 K
1 2
2 Líquidos 13 14 15 16 17
1 H Metais alcalinos-terrosos Outros metais Br He
Hidrogênio IIIA VA VIA VIIA Hélio
1.00794
IIA IVA
4.002802
Metais de transição Não-Metais H Gases
2 2 2 2 2 2 2 2 K
3 1
4 2
5 3
6 4 7 5
8 6 9 7 10 8 L
2 2 2 2 2 2 2 2 K
11 8
12 8 13 8 14 8
15 8
16 8 17 8 18 8 L
1 2 3 4 5 6 7 8 M
3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
3 Na Mg Al Si P S Cl Ar
Sódio Magnésio IIIB IVB VB VIB VIIB VIIIB IB IIB Alumínio Silício Fósforo Enxofre Cloro Argon
22.989770 24.3050 26981538 28.0855 30.973761 32.066 35.453 39.948
2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 K
19 8 20 8
21 8 22 8 23 8 24 8 25 8
26 8
27 8
28 8 29 8
30 8 31 8 32 8
33 8
34 8
35 8 36 8 L
8 8 9 10 11 13 18 14 15 16 18 18 18 18 18 18 18 18 M
4 K 1 Ca 2 Sc 2 Ti 2 V 2 Cr 1 Mn 2 Fe 2 Co 2 Ni 2 Cu 1 Zn 2 Ga 3 Ge 4 As 5 Se 6 Br 7 Kr 8 N
Potássio Cálcio Escândio Titânio Vanádio Cromo Manganês Ferro Cobalto Níquel Cobre Zinco Gálio Germânio Arsênio Selênio Bromo Criptônio
39.0983 40.078 44.955910 47.867 50.9415 51.9961 54.938049 55.8457 58.933200 58.6934 63.546 65.409 89.723 72.64 74.92160 78.96 79.904 83.798
2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 K
37 8 38 8 39 8 40 8 41 8 42 8 43 8 44 8 45 8 46 8 47 8 48 8 49 8 50 8
51 8 52 8
53 8 54 8 L
18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 M
8 8 9 10 Nb 12 13 13 15 16 18 18 18 18 18 18 18 18 18 N
5 Rb 1
Sr 2
Y 2
Zr 2 1
Mo 1 2
Ru 1
Rh 1
Pd 0
Ag 1
Cd 2
In 3
Sn 4
Sb 5
Te 6
I 7
Xe 8 O
Rubídio Estrôncio Itrio Zircônio Nióbio Molibdênio Tecnécio Rutênio Ródio Paládio Prata Cádmio Índio Estanho Antimônio Telúrio Iodo Xenônio
35.4678 87.82 88.90585 91.224 92.90638 95.94 (98) 101.07 102.90550 106.42 107.8682 112.411 114.818 118.710 121.780 127.80 128.90447 131.293
2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 K
55 8 56 8 72 8 73 8 74 8 75 8 76 8 77 8 78 8 79 8 80 8 81 8 82 8 83 8 84 8 85 8 86 8 L
18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 M
18 Ba 18 57 a 71 32 32 32 32 32 32 32 32 32 32 32 32 32 32 32 N
6 Cs 8 8
Hf 10
Ta 11
W 12
Re 13
Os 14
Ir 15
Pt 17
Au 18
Hg Tl 18
Pb 18
Bi 18
Po 18
At 18
Rn 18 O
Césio 1 Bário 2 Háfnio 2 Tantálio 2 Tungstênio 2 Rênio 2 Ósmio 2 Irídio 2 Platina 1 Ouro 1 Mercúrio Tálio 3 Chumbo 4 Bismuto 5 Polônio 6 Astato 7 Radônio 8 P
132.90545 137.327 178.49 180.9479 183.84 186.207 190.23 192.217 195.078 196.96655 200.59 204.3833 207.2 208.98038 (209) (210) (222)
2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 K
87 8
88 8
104 8
105 8 106 8 107 8 108 8 109 8 110 8 111 8 112 8 113 114 115 116 117 118 L
18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 M
32 32 32 32 32 32 32 32 32 32 32 N
7 Fr 18
Ra 18
89 a 103 Rf 32
Db 32
Sg 32
Bh 32
Hs 32
Mt 32
Ds 32
Rg 32
Uub 32
Uut Uuq Uup Uuh Uus Uuo O
Frâncio 8 Rádio 8 Ruterfórdio 10 Dúbnio 11 Seabórgio 12 Bóhrio 13 Hássio 14 Meitnério 16 Darmstádio 17 Roentgenium 18 Ununbium 18 Ununtrium Ununquadrum Ununpentium Ununhexium Ununseptium Ununoctium P
(223) 1 (226) 2 (261) 2 (262) 2 2 (264) 2 (269) 2 (268) 2 1 1 2 (284) (289) (288) Q
(266) (271) (272) (285) (292)
Massas atômicas entre parênteses são aquelas do isótopo mais estável ou comum.
2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2
57 8 58 8 59 8 60 8 61 8 62 8
63 8 64 8 65 8
66 8
67 8
68 8 69 8
70 8 71 8
18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18
La 18 Ce 19 Pr 21 Nd 22 Pm 23 Sm 24 Eu 25 Gd 25 Tb 27 Dy 28 Ho 29 Er 30 Tm 31 Yb 32 Lu 32
9 9 8 8 8 8 8 9 8 8 8 8 8 8 9
Lantânio 2 Cério 2 Praseodímio 2 Neodímio 2 Promécio 2 Samário 2 Európio 2 Gadolínio 2 Térbio 2 Disprósio 2 Hólmio 2 Érbio 2 Túlio 2 Itérbio 2 Lutécio 2
138.9055 140.116 140.90765 144.24 (145) 150.36 151.964 157.25 158.92534 162.500 164.93032 167.259 168.93421 173.04 174.967
89 2 90 2 91 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 101 2 2 2
8 8 8
92 8 93 8
94 8
95 8 96 8 97 8
98 8 99 8 100 8 8
102 8
103 8
18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18
Ac 32 Th 32 Pa 32 U 32 Np 32 Pu 32 Am 32 Cm 32 Bk 32 Cf 32 Es 32 Fm 32 Md 32 No 32 Lr 32
18 18 20 21 22 24 25 25 27 28 29 30 31 32 32
Actínio 9 Tório 10 Protactínio 9 Urânio 9 Netúnio 9 Plutônio 8 Amerício 8 Cúrio 9 Berquélio 8 Califórnio 8 Einstênio 8 Férmio 8 Mendelévio 8 Nobélio 8 Laurêncio 9
(227) 2 232.0381 2 231.03588 2 238.02891 2 (237) 2 (244) 2 (243) 2 (247) 2 (247) 2 (251) 2 (252) 2 (257) 2 (258) 2 (259) 2 (262) 2
Nota: Os números de subgrupo 1-18 foram adotados em 1984 pela International Union of Pure and
Applied Chemistry (União Internacional de Química Pura e Aplicada). Os nomes dos elementos 112-
118 são os equivalentes latinos desses números.
Centro Galáctico. Créditos: NASA, ESA, N. Smith, Hubble Heritage Team
Prof. Dr. Rafael de Queiroz
Ferreira
Possui curso técnico em Química Industrial
pelo Centro Federal de Educação Tecnoló-
gica (1996-1999), graduação em Química
Industrial pela Universidade Federal do
Ceará (2000-2003), doutorado-direto em
Química (Química Analítica) pela Univer-
sidade de São Paulo (2004-2009) e pós-
doutorado pela Universidade Federal do
ABC (2009-2010). Atualmente, trabalha
como Professor Adjunto 1 em regime de-
dedicação exclusiva na Universidade Fe-
deral do Espírito Santo, possuindo experi-
ência na área de Química Analítica, com
ênfase em Eletroquímica e atuando princi-
palmente com os seguintes temas: ensaios
antioxidantes, eletrodo de diamante dopa-
do com boro, eletroquímica de interface,
biodiesel e biossensores.
www.neaad.ufes.br
(27) 4009 2208