Ementa, Literatura Brasileira Comparada

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Universidade Federal do Ceará

Centro de Humanidades
Programa de Pós-Graduação em Letras

PROGRAMA DE DISCIPLINA
1. Semestre:
2021.1
2. Modalidade:
Mestrado ( X ) Doutorado ( X )
3 Identificação da Disciplina:
Nome: LITERATURA BRASILEIRA COMPARADA

Código: HGP7811
Carga Horária: 64h
N0 de Créditos: 4
4. Professor(a) Responsável:
Atilio Bergamini
5. Data/Horário:
Segundas, das 14h às 17h
6. Ementa:

Aula 1. Nosso percurso iniciará com uma reflexão panorâmica sobre o campo de estudos sobre o
genocídio, fixando o conceito e pensando as possibilidades críticas de interpelar as culturas brasileiras
a partir dele.
Aula 2. Depois, faremos uma especulação a partir de dois textos clássicos que ligam o conceito de
genocídio à reflexão sobre arte: O genocídio do negro brasileiro, de Abdias Nascimento, e Uma
poética do genocídio, de Antonio Paulo Graça.
Aulas 3 e 4. Nestas aulas vamos pensar o extermínio dos povos tal como apresentado nas
interpretações do Brasil, principalmente em Gilberto Freyre, Florestan Fernandes e Darcy Ribeiro.
Aulas 5 e 6. Na sequência tentaremos aprender com o livro Poemas da recordação e outros
movimentos formas para pensar por meio da arte a atualidade da escravidão (e do antiescravismo) nas
culturas brasileiras.
Aulas 7 e 8. A partir de um estudo da série Boitempo, de Carlos Drummond de Andrade, daremos
prosseguimento à análise das formas como a escravidão é também um complexo movimento de
subjetivação. A proposta é ler Drummond à luz de Conceição. O livro Quinze poemas contra o
genocídio, de Dinha, também nos ajudará nestas reflexões.
Aulas 9 e 10. A partir de uma aproximação entre Metade cara, metade máscara, de Eliane Potiguara,
e A queda do céu, de Davi Kopenawa e Bruce Albert, tentaremos entender as formas de simbolizar, no
período da assim chamada democratização, a colonização. Nestas aulas, o professor fará uma breve
análise dos seguintes documentos, lidos à luz das teorias de Potiguara e Kopenawa: Autos da Devassa
contra os índios Mura; “Relatório Figueiredo”; e a “denúncia dos antropólogos anônimos”.

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Aula 11. Como forma de sintetizar as discussões anteriores, faremos uma atenta leitura da “Carta dos
Guarani-Kaiowá da comunidade de Pyelito”, buscando apoio no documentário Martírio, de Vincent
Carelli.
Aulas 12, 13 e 14. Analisaremos o livro A queda do céu, de Davi Kopenawa e Bruce Albert,
enfatizando, nele, a construção de um xamanismo político que resiste ao genocídio. Palavra versus
barbárie.

7. Forma de avaliação:

1) Cada participante escreverá reflexões de uma a três páginas a partir das leituras feitas para cada
aula. Como sugestão, pode-se estruturar as reflexões do seguinte modo:
- paráfrase do argumento como um todo dos textos comentados (considerando forma e conteúdo);
- estabelecimento de relações com outros trabalhos ou pesquisas, reflexões próprias etc.
No que se refere à mera nota, é preciso escrever pelo menos uma reflexão; no que se refere ao
processo da disciplina, espera-se que cada qual escreva muitos textos ao longo do semestre. Textos
elaboradas em forma poética ou outras são bem-vindos. (Peso 10,0)
2) A presença também será um elemento de avaliação, conjugada com a participação bem preparada
nas aulas (10,0).
3) Fica o convite de escrita de uma carta de autoavaliação ao final do semestre. Sugestão: reflexões
sobre como a disciplina pode ser usada nas dissertações e teses; construção literária; coletivos e
movimentos; sala de aula etc.
4) Qualquer problema em atender os requisitos expostos neste item precisam ser imediatamente
comunicados ao professor, para que, em diálogo, alguma providência possa ser tomada.

8. Bibliografia

Leituras sugeridas: O genocídio do negro brasileiro, de Abdias Nascimento; Casa-grande e senzala


(capítulos 1 e 2), de Gilberto Freyre; Poemas da recordação e outros movimentos, de Conceição
Evaristo; Boitempo, de Carlos Drummond de Andrade; A queda do céu, de Davi Kopenawa e Bruce
Albert; “Carta dos Guarani-Kaiowá da comunidade de Pyelito”.

Leituras complementares: Genocídio: escritos, de Raphael Lemkin; Uma poética do genocídio, de


Antonio Paulo Graça; Quinze poemas contra o genocídio, de Dinha; Metade cara, metade máscara,
de Eliane Potiguara; “Relatório Figueiredo”; Autos da devassa contra os índios Mura; “Denúncia dos
Antropólogos Anônimos”; e os documentários Corumbiara e Martírio, de Vincent Carelli.

9. Observações:

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