5grupo DR Passi

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Introdução

A Política de Turismo de Moçambique pretende promover um turismo sustentável e responsável,


priorizando áreas de desenvolvimento do turismo direccionadas para uma linha de mercados
diversificados, contribuindo para a reabilitação, conservação e protecção de eco- sistemas e a
herança natural do país.

A Política do Turismo resulta de um diálogo interactivo entre vários intervenientes, com impacto
na indústria do turismo e no desenvolvimento a longo prazo do turismo no país.

Institucionalmente, o Governo através do Ministério do Turismo é a entidade responsável pela


coordenação, dinamização e controlo da actividade de marketing, seja na vertente de aplicação
de medidas para facilitação e incremento do fluxo de turistas assim como na promoção de
investimentos e eventos turísticos.

Paralealmente, o Governo através do Fundo Nacional do Turismo(FUTUR) responsabiliza-se


pela busca de recursos financeiros para que tanto o sector público assim como o privado possam
realizar acções de promoção e outras que concorram para a consolidação do bom nome e
prestígio do País como destino turístico. Ao FUTUR também lhe é atribuida a função de
organizar a participação de Moçambique nas feiras de especialidade e produzir material
promocional.

O Sector Privado no seu todo seria a força motriz da promoção turística, através de programas
específicos ou corporativos dos estabelecimentos, zonas ou regiões turísticas. O Sector Privado,
em parceria com os orgãos do Estado, participa activamente nas acções do marketing do País.

Moçambique actualmente faz a promoção nos seguintes países: África do Sul, Grã-Bretanha,
Estados Unidos da América (EUA), Portugal, Itália, Espanha, Holanda, Alemanha, Zimbabwe, e
localmente.
TURISMO SUSTENTAVEL

A Organização Mundial do Turismo (1998), citado por Careto e Rosário (2006, p. 51) define o
turismo sustentável como “aquele que satisfaz as necessidades dos turistas e das regiões
receptoras no presente, ao mesmo tempo que protege e assegura a mesma oportunidade para o
futuro, através da gestão de recursos, na medida em que possam ser satisfeitas as necessidades
económicas, sociais e estéticas, preservando de igual modo a integridade cultural, os processos
ecológicos, a biodiversidade e os sistemas de suporte à vida”.

Assim, de acordo com a OMT, citado por Cunha (2006), a sustentabilidade do turismo deve ser
entendida tendo em conta três princípios fundamentais:

 A Sustentabilidade ecológica: procura assegurar a compatibilidade entre o


desenvolvimento económico, a manutenção dos processos biológicos essenciais, a
biodiversidade e os recursos biológicos (princípio da precaução).
 Sustentabilidade social e cultural: procura assegurar que o desenvolvimento seja compatível
com a cultura e os valores das comunidades afectadas, que mantenha e fortaleça a identidade
destas (princípio da participação).
 Sustentabilidade económica: assegura que o desenvolvimento seja economicamente
eficiente e que os recursos são geridos de tal forma que garantam a sua utilização pelas
gerações futuras (princípio da solidariedade).

Políticas Públicas e do Turismo

As políticas públicas, no geral, e as do sector do turismo, em particular, têm importância no


desenvolvimento local porque regulam, administram, monitoram e permitem distinguir as ações
que determinado governo, independentemente da escala territorial, pretende realizar e o que
realmente executa num dado período de tempo. No sector do turismo, estas políticas facilitam o
desenvolvimento do sector através da definição de diretrizes e estratégias traçadas para garantir
a melhoria e promoção da atividade.

Através da Resolução nº 14 de 4 de Abril 2003 o Governo aprovou a “Política do Tu- rismo e


Estratégia da sua Implementação” que estabelece a perspectiva orientadora do crescimento e
desenvolvimento do turismo no futuro. A Política do Turismo identifica os Princípios Gerais, os
Objectivos do Turismo e as Áreas Prioritárias de Intervenção e Actuação. A Política inclui a
estratégia para a sua implementação que consiste numa série de

directrizes cuja finalidade é de orientar a implementação das acções com vista ao al- cance dos
objectivos e princípios estabe- lecidos na Política do Turismo, através de medidas estratégicas
essenciais. Um aspecto fundamental da política é a abordagem orientada para o envolvimento
das estruturas distritais e das comunidades locais.

Tal situação tem implicações enormes nos processos de administração pública e


desenvolvimento da capacidade de recursos humanos. Outras novas direcções fundamentais na
nova política são o reconhecimento do valor real das Áreas de Conservação no desenvolvimento
do sector, a ênfase colocada no papel que o sector do turismo pode ter no alívio à pobreza e o
desenvolvimento de novas linhas de produto na perspectiva dos vários segmentos de mercado As
praias em Moçambique têm uma nota elevada e são classificadas como sendo “muito boas.

No desenvolvimento de qualquer atividade, num determinando espaço geográfico, faz-se


necessária a existência de políticas públicas, pois elas ajudam a regular os conflitos entre os
diversos intervenientes sociais, que têm, por natureza, contradições de interesses que não se
resolvem por si (TEIXEIRA, 2002). Para Araújo (2010, p. 14), política pública são leis e
estratégias criadas para beneficiar uma população, onde são feitos planos de novos projectos em
prol de melhorias que venham a beneficiar economicamente uma sociedade, criando novas
infraestruturas, serviços, e contribuindo, sobretudo, na geração de emprego e na melhoria na
vida social. De acordo com Teixeira (2002, p. 2), políticas públicas “são diretrizes, princípios
norteadores de acção do poder público; regras e procedimentos para as relações entre poder
público e sociedade, mediações entre atores da sociedade e do Estado”.

O Serviço Brasileiro de Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE, 2008) conceitua políticas


públicas como “a totalidade de ações, metas e planos que os governos traçam para alcançar o
bem-estar da sociedade e o interesse público”. Esta organização, o SEBRAE, define ainda que
políticas públicas podem ser entendidas, em sentido simples, como sendo a intervenção do poder
público na tentativa de destinar os recursos públicos para atendimento da população em um
determinado campo social.
Na perspectiva de Beni (2002, p. 110) citando Edgell (1987), “o êxito futuro da atividade
turística dependerá enormemente das políticas formuladas pelo Estado para administrar seu
desenvolvimento, crescimento e maturidade”, observando-se, desta forma, a relevância das
políticas públicas no desenvolvimento dos territórios turísticos. Teixeira (2002, p. 3), aborda que
as políticas públicas têm os seguintes objetivos:

Maximizar os benefícios socioculturais do turismo (tais como:

 intercâmbio cultural,
 revitalização de artesanato tradicional e cerimónias,
 desenvolvimento rural,
 proteger o bem-estar social dos indivíduos, minimizando os efeitos socioculturais adversos
do turismo (tais como: deterioração da importância histórica e sítios arqueológicos,
degradação social, a superlotação de turistas, perda de conveniência para os moradores
locais.

PRINCÍPIOS DA POLÍTICA DO TURISMO

A Política do Turismo preconiza os seguintes princípios:

 Integração do turismo na política, planificação e estratégia de desenvolvimento do país;


 Planificação e coordenação do desenvolvimento dos mercados, produtos e infra-estruturas
turísticas no país;
 Criação de mecanismos de planificação e controlo da participação activa no
desenvolvimento do turismo;
 Reconhecimento do sector privado como força motriz do desenvolvimento do turismo;
 Consciencialização sobre a importância do turismo e sobre o valor do património natural e
cultural;
 Acções de formação dos recursos humanos como forma de aumentar a qualidade do
turismo;
 Promover o envolvimento efectivo da comunidade nos programas de desenvolvimento.
OBJECTIVOS ESTRATÉGICOS

Para o desenvolvimento do turismo em Moçambique, é necessário partir da interpretação da


“visão do futuro” contida na Política do Turismo e no Plano Estratégico de Desenvolvimento
Turístico de Moçambique aprovados pelo Governo que perconizam os seguintes objectivos:

 Posicionar Moçambique definitivamente como um “destino turístico de classe mundial”.


 Eliminar as principais fraquezas do produto turístico e alcançar elevados níveis de
competitividade nos principais mercados emissores de turismo;
 Alcançar uma taxa média de crescimento anual de 6% do turismo doméstico, regional e
internacional;
 Elevar o impacto económico, social e ambiental do sector turístico.

ESTRATÉGIAS PARA O TURISMO SUSTENTÁVEL

Diante do exposto, torna-se necessário apresentar algumas estratégias para que o turismo possa
ser desenvolvido de forma sustentável. A princípio, deve-se ressaltar o que seria uma
“estratégia” propriamente dita. Estratégias, em linhas gerais, podem ser reveladas como ações
planeadas através de estudos e pesquisas preliminares para que se consiga alcançar, da melhor
maneira possível, os objetivos que foram traçados. Esses objetivos podem ser traçados, de acordo
com as convicções e resultados dessas pesquisas, para alcance a curto, médio ou longo prazos.

Em relação ao turismo, algumas simples estratégias podem ser destacadas, segundo Petrocchi
(1998):

 preservação do meio ambiente que, por si só já se configura como um grande atrativo


turístico;

 preservação e recuperação do meio urbano, uma vez que a ocupação desenfreada e


desestruturada pode acarretar sérios danos aos atrativos turísticos locais, além de diminuir
de forma direta a qualidade de vida local. Além disso, a ocupação desorganizada pode fazer
com que alguns atrativos sejam agredidos e, nesse caso, há a necessidade de se realizar uma
recuperação dos mesmos;
 formação profissional para que a mão de obra se torne cada vez mais qualificada. Os
atrativos turísticos por si só não satisfazem os clientes. É necessário que o atendimento e a
cortesia dos profissionais locais superem as expectativas dos turistas, ao contrário de se
desenvolver uma propaganda negativa sobre a localidade;

 conscientização da população sobre o turismo uma vez que o setor turístico ainda é visto
apenas como uma exploração de áreas e recursos e não como uma atividade organizada e
planeada que pode render frutos para a comunidade local.

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