Repintura Automotiva - Colorimetria

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Motores | Automação | Energia | Transmissão & Distribuição | Tintas

DT-15
Repintura Automotiva - Colorimetria
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PREFÁCIO
No Brasil, atualmente possuímos tintas, resinas e diversas formulações que possuem
tecnologia a nível internacional e de acordo com as mais modernas técnicas para repintura
automotiva utilizadas neste segmento.

O ponto relevante apesar do avanço tecnológico das tintas, é que cada vez mais,
precisamos preparar mais pessoas, mais profissionais para as diversas atividades de
seleção de esquemas de pintura, aplicação, controle de qualidade da aplicação, não só
durante a aplicação, mas também durante toda a vida útil à que foi projetado o esquema de
pintura.

Esta apostila contém informações atualizadas necessárias para a reprodução, com maior
fidelidade possível, das mais diversas cores (e suas variações) disponíveis no mercado.

É importante lembrar que este material é uma referência “inicial” para um universo de
conhecimentos que está à disposição de qualquer pessoa que se motivar e se dedicar na
busca novos aprendizados no universo químico, despertando assim para uma “curiosidade
cientifica”.

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Sumário
4

1. SEGURANÇA 4

1.1. Manuseio de Tintas e Solventes 4

1.2. Cuidados no manuseio de Tintas e Solventes 8

2. AS TINTAS E SEUS COMPONENTES 10

3. COR – CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS 12

4. FORMULAÇÃO DE COR 13

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Autor: Andrei Marcelo Neves Kusz, Departamento de Serviço ao Cliente da WEG Tintas Ltda.
Revisão: 00 – Fevereiro/2016

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1. SEGURANÇA
Até meados de 1972, poucas eram as empresas que ou de solvente, já se constitui em um risco na atividade de
conheciam e praticavam a prevenção de acidentes. O Pintura Industrial, pois, é a partir deste instante que os vapores
que se via aquela época era a ação de algumas Comissões (Inflamáveis, tóxicos, ou corrosivos) começam a entrar em
Internas de Prevenção de Acidentes – CIPAs – que a rigor, contato com o ambiente e, consequentemente contaminá-lo.
se inspiravam nos modelos americanos para esboçarem os Alguns recipientes podem vir a constituir-se em risco de
primeiros passos em direção à instituição de programas acidentes. Por sua forma, peso, ou mesmo características
de prevenção de acidentes que viessem a satisfazer as da forma de abrir, podem dotar-se de arrestas cortantes
suas necessidades, contemplando a elaboração de Normas podendo ferir o trabalhador.
e Regulamentos que viessem a anular os crescentes riscos
impostos pelo avanço tecnológico. 1.2. Cuidados no manuseio
Dentro deste contexto, a partir de 1972 surgiram as de Tintas e Solventes
primeiras Legislações acerca da segurança industrial.
Sendo assim já se tinha um órgão especializado EM CASO DE FOGO ENVOLVENDO TINTAS
e constituído, também de profissionais igualmente • Usar extintor de pó químico, espuma ou CO2.
especializados. Surgiram os Engenheiros de Segurança, • Proteja-se dos gases com equipamentos de respiração
Médicos do Trabalho, Enfermeiros do Trabalho, Auxiliares • Não apague o fogo com água, já que os solventes
de Enfermagem do Trabalho e os Inspetores de Segurança (e resinas) flutuam na água, e isto ajuda a
do Trabalho. Posteriormente classificados como propagação do fogo.
Supervisores de Segurança e atualmente chamados de
Técnicos de Segurança do Trabalho. FOGO E EXPLOSÃO
Atualmente, toda a sistemática de Prevenção de A maioria das tintas contém solventes orgânicos
acidentes esta fundamentada na atuação destes dois inflamáveis. Os fatores básicos na prevenção são:
órgãos: os serviços especializados em Segurança e ventilação adequada e eliminação de chamas expostas,
Medicina do Trabalho e as CIPAs. faíscas ou quaisquer outras fontes de ignição.
Aos órgãos de segurança cabe a missão de implantar
e desenvolver o programa de Previdência de Acidentes, DERRAMAMENTOS
de acordo com as Políticas e Diretrizes traçadas pelas Ventilar a área para remover os vapores.
empresas. As CIPAs cabem o papel não menos importante Enxugar o produto com material absorvente
de transformar-se no braço forte do Programa de “sem solvente”. Os materiais de limpeza deverão
Prevenção de Acidentes, com sua Ação de inspeção e ser colocados em recipientes metálicos e fechados.
fiscalização.
Como se pode verificar, a atividade está centralizada Problemas quanto à aspiração, ou quanto ao
na participação. E é tal Participação que promove a contato exagerado do produto:
descentralização da responsabilidade, a qual passa a ser Os vapores de solventes, e as poeiras de tintas são
de TODOS. altamente tóxicas. Durante as atividades de pintura eles
podem ser absorvidos: vias respiratórias, intoxicação e
1.1. Manuseio de Tintas e Solventes através da pele (Dermatites).

Tintas, Vernizes e Solventes por sua constituição A EXPOSIÇÃO EXAGERADA


básica - são elementos altamente inflamáveis, tóxicos A TAIS PRODUTOS CONDUZ A:
ou corrosivos, capaz de provocar desde uma simples • Problemas respiratórios, os mais diversos.
reação superficial, por exemplo, uma alergia, distúrbios • Intoxicações diversas que podem conduzir inclusive,
passageiros, ou até mesmo danos irreversíveis a saúde ou à morte, dependendo do grau de intoxicação.
a integridade física do Trabalhador. • Problemas nos rins, fígado, cérebro e outros
A simples atividade de abrir uma embalagem de tinta, órgãos vitais.

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• Dermatites, as mais diversas. que podem provocar a ignição dos vapores de


solventes.
CONTATO COM OLHOS E PELE • Use somente equipamentos a prova de faíscas e
• Usar sempre proteção para os olhos e luvas assegure-se de que o mínimo de equipamentos
para as mãos. elétricos seja usado na área de trabalho.
• Utilizar roupas de trabalho adequadas, que cubram • Nunca fume na área de trabalho.
o máximo possível do corpo. • Use sapatos a prova de faíscas.
• Áreas do corpo que sejam difíceis de proteger
(pescoço e pulso) devem ter proteção adicional, 1.3. Armazenamento
como, uso de creme não oleoso.
• No caso de contato com os olhos As instalações elétricas devem obedecer às normas
banhe-os imediatamente com água NEC (National Electric Code) ou IEC (International
potável, durante pelo menos 10 minutos, Electric Comission) e/ou ABNT (Associação Brasileira de
em seguida consulte o médico. Normas Técnicas). O piso do local deve ser impermeável,
• No caso de contato com a pele, limpe-a com um não combustível e que contenha valas que permitam
produto de limpeza adequado ou lave-a com água o escoamento para os reservatórios de contenção.
e sabão. Nunca use solvente. Tanques de estocagem devem ser circundados por
INALAÇÃO diques de contenção e ter drenos para o caso de
• A inalação de vapores de solventes vazamento.
e poeiras de tintas deve ser evitada.
• Espaços ventilados = máscaras contra pó. 1.3.1. Condições de Armazenamento
• Espaços com pouca ventilação = máscara com a) Estocar o material em locais secos, cobertos,
alimentação de ar externo. bem ventilados e identificados;
• Nunca use pano envolto sobre a boca. b) Manter o produto longe das fontes de calor,
afastado de alimentos e agentes oxidante;
SOLVENTES DE TINTAS PODEM PROVOCAR c) Evitar expor o produto a temperaturas
• Dor de cabeça, tonturas, perda da consciência elevadas, sol e chuva.
(podendo ser fatal), irritabilidade e atitudes não
espontâneas. 1.4. Sugestão de Roteiro
para consciência prevencionista.
INGESTÃO
• Sempre armazenar a tinta longe de gêneros 1) O Local de trabalho deve ser Isolado, Bloqueado,
alimentícios e fora do alcance das crianças. Limpo e Arrumado.
• Nunca fume, coma ou beba em depósitos Isto minimiza os perigos vindos do exterior,
de tinta, ou áreas de trabalho. e alerta o pessoal para os riscos potenciais da área.
• Se a tinta ou solvente for ingerido Por outro lado, a arrumação e a limpeza dos locais
acidentalmente, deve-se providenciar conduz a um clima de satisfação do pessoal que
assistência médica urgente. chega a facilitar o aprendizado.

HIGIENE PESSOAL 2) Separar, Inspecionar e levar para o local de


• Remova anéis e relógios de pulso, antes de iniciar trabalho somente o que será utilizado no dia.
o trabalho, eles podem reter tinta junto à pele. Facilita a arrumação, reduz os custos de transporte,
• Escolha roupa de trabalho com fibras naturais, as minimiza a quantidade de vapores inflamáveis no ambiente
fibras sintéticas quando friccionadas, produzem e permite um melhor controle, além de não permitir a
faíscas, devido à formação de eletricidade estática, acumulação de latas de tintas e solventes no local de pintura.

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3) Manter todas as latas fechadas e distantes das mesmas ocorrer, um extintor deverá ser utilizado para evitar
fontes de ignição. a propagação e maiores danos. O extintor poderá ser portátil
Os recipientes devem permanecer fechados até o do tipo CO2 ou pó Químico e estar localizado a cerca de 10
momento exato da utilização, para minimizar a evaporação metros do local ou área de manuseio das Tintas.
de vapores de solvente. Importante, manter as
embalagens a pelo menos 6 metros do compressor de ar Máscaras descartáveis: Protege a respiração naso-
ou de outras fontes de Ignição. oral, tendo adaptador para o nariz e é presa na cabeça por
elásticos.
4) Para misturar as tintas só se deve utilizar Máscaras de cartucho: Com filtro de carvão ativo
equipamentos pneumáticos. cambiável. Respiração naso-oral.
Jamais se deverá usar misturadores elétricos, ou Máscara com traquéia ou ar mandado: Protege toda
equipamentos semelhantes devido produzirem centelhas e, a face. A traquéia é conectada com elementos filtrantes a
assim sendo, eleva-se o risco de incêndios ou explosões. cintura do trabalhador, o qual recebe o ar do exterior com
pressão positiva regulável.
5) Ao adicionar o conteúdo de uma lata dentro da
outra, em quantidade igual ou superior a um galão, as 1.5. Equipamentos de Proteção Individual - EPI´s
duas latas deverão estar aterradas.
Durante o manuseio de tintas, vernizes e solventes Torna-se importante salientar que todas as medidas
deve-se tomar cuidados específicos, levando em de segurança evidenciadas até o presente momento
consideração a produção de energia estática suficiente dizem respeito à Proteção Coletiva, quase que
para provocar a ignição dos vapores inflamáveis, exclusivamente. Entretanto, e via de regra, nem sempre
principalmente quando o produto é armazenado em elas são suficientes para dar ao trabalhador toda a
grandes recipientes. proteção que ele necessita.
É nesse ponto que a engenharia de segurança volta
6) Todas as latas de tintas e outros recipientes a sua atenção, para a proteção individual. É nesse que
vazios deveram ser removidos do local de trabalho ao enfatizamos, também, a responsabilidade inerente a cada
final de cada dia. trabalhador em particular: zelar pela sua própria segurança.
As latas vazias também representam fontes de perigo, Conforme se espera ter ficado evidenciado, a principal
devido aos restos de tintas. Retornar com elas ao canteiro preocupação deve ser a proteção coletiva: as máquinas em
e deixar secar bem antes de colocá-las no armazenamento bom estado; os andaimes bem posicionados e amarrados;
de sucatas. a ventilação e a iluminação adequadas; enfim, todos os
aparatos relativos ao espaço físico no qual o trabalho é
7) Todas as latas vazias devem ir para a sucata. realizado.
Não é permitido que as latas vazias sejam Como, apesar de todas essas providencias, poderá
queimadas. Geralmente, cada empresa monta um persistir o risco de acidentes, passa-se a adotar o uso
procedimento, orientando para remover o máximo de Equipamentos de Proteção Individual – EPI. Pode-se
possível das tintas das embalagens e quando adiantar a existência de um equipamento especifico, para
possível usar o solvente de diluição para lavar a sobra cada atividade também especifica. No caso dos serviços
adicionando após a própria tinta. de pintura, são vários os equipamentos a serem usados, as
operações fundamentais de jateamento, passando-se pelo
8) Usar os EPI’s adequados, quando da mistura ou manuseio de tintas e, finalmente, chegando-se à pintura
homogeneização da tinta. propriamente dita.
Utilizar máscaras de acordo com o tipo de pintura e Passamos a expor alguns desses equipamentos,
ambiente. Proteger as mãos com luvas adequadas, mesmo fornecendo as informações acerca da sua utilização:
que somente para manusear as embalagens. Luvas em PVC, para uso do pessoal envolvido no
9) O extintor de incêndio deverá estar próximo. manuseio e preparação de tintas. As luvas de plástico são
Para evitar-se a propagação de chamas no caso de as mais conhecidas, porém, isso não altera as características.

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Além dos equipamentos acima, uma ênfase especial


deve ser dada ao macacão. Ele deverá ser usado tanto
Figura ilustrativa pelo pintor ou por quaisquer outros trabalhadores
nº 1 – luvas de PVC que estejam envolvidos nas atividades de pintura ou
preparação.
As toucas também fazem parte da indumentária do
pintor, elas servem para dar proteção a cabeça e ao pescoço
Máscara do tipo descartável, para utilização nos do pintor, evitando possíveis irritações e infecções.
locais onde haja a presença de poeira em suspensão, quer
seja de aplicação de tintas em espaço a céu aberto. RECOMENDAÇÕES QUANTO AO USO DE EPI

Em relação aos equipamentos, em particular as


máscaras e roupas deve ser tomado alguns cuidados em
Figura ilustrativa nº 2 – relação a cada um deles. Jamais se deve permitir que
Máscara contra poeira vários trabalhadores utilizem a mesma máscara sem que,
antes, ela tenha sido devidamente higienizada após ter sido
utilizada pelo trabalhador precedente. Isso poderia conduzir
à transmissão de várias doenças apesar de - supostamente
Máscara de cartucho duplo, com fixação por tirantes. – todos estarem em boas condições de saúde.
Para utilização no manuseio de tintas ou na aplicação das As roupas de trabalho devem receber um tratamento
mesmas, sendo à céu aberto ou em espaços semiabertos também criterioso, mantendo-se sempre limpas. Não
onde a ventilação seja relativamente boa. Os cartuchos esquecer que os resíduos de tinta vão se acumulando nas
deverão ser trocados periodicamente. mesmas e que, em conseqüência disso, elas passam a ser
– quase – tão tóxicas quanto as tintas sendo manuseadas.
Aconselha-se que sejam lavadas “em separado”,
principalmente quando levadas para casa. Nesse caso, lavar
Figura ilustrativa nº 3 as roupas de trabalho juntamente com as da família, seria o
– Máscara contra solventes mesmo que estar levando para casa os males que atingem o
trabalhador no local de trabalho. Só que, nesse caso, crianças
poderão estar sendo afetadas, o que agravaria a situação.
Enfatizamos que o uso do EPI é uma necessidade.
Óculos com proteção lateral deverá ser usado nas Entretanto, não deve transformar-se em um meio exclusivo
operações em que ocorra a presença de abrasivos. de imagem promocional descabida. Deve-se usar somente
o estritamente necessário.

Figura ilustrativa nº 4 –
Óculos de segurança

Botina de couro, vulcanizada, com cadarços e com


solado antiderrapante. Para uso geral.

Figura ilustrativa nº 5 –
Sapato de segurança

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2. AS TINTAS E SEUS COMPONENTES


As tintas são produtos obtidos a partir da dispersão b) Primer: é a segunda demão do sistema de repintura
de pigmentos, aditivos, solventes e resinas e, ao serem automotiva e tem como função principal a correção das
aplicadas, formam uma película aderente à superfície ao irregularidades da superfície;
qual são aplicadas, proporcionando cor, brilho e proteção c) Base Coat (Tinta): Tem como função fornecer cor ao
ao substrato. sistema de pintura;
d) Verniz: É a última demão do sistema e tem como
As tintas para o mercado de repintura e suas função assegurar proteção ao sistema e oferecer brilho ao
funções básicas mesmo.
Obs: A utilização do sistema base coat + verniz pode
a) Wash Primer: é a primeira demão (camada) de ser substituído pela aplicação de uma tinta de acabamento
tinta que tem como principal função proteger o substrato que possui características específicas para garantir cor,
evitando a corrosão. brilho e proteção ao sistema.

VERNIZ
BASE COAT (TINTA)
PRIMER
WASH PRIMER

SUBSTRATO

2.1. Componentes das Tintas

RESINA SOLVENTE ADITIVO


Matérias-primas utilizadas para
fornecer ao produto características
É o veículo responsável pela
específicas:
formação do filme (aglomerar
É a parte volátil da tinta e com isso - Escorrimento;
as matérias-primas).
controlam/auxiliam na secagem do - Flexibilidade;
Responsável pela resistência química,
produto. - Sedimentação;
aderência, dureza, flexibilidade e bril-
- Bolhas;
ho, entre outras características.
- Crateras
- etc.
Utilizado em pequenas quantidades
e sempre de acordo com dosagem
Forma uma película contínua que Auxilia na formação e no alastramento
recomendada pelo fabricante, respeit-
adere ao substrato. da película de tinta
ando a compatibilidade e estabilidade
do produto.
Divididos em dois grupos, de acordo
com a secagem:
a) Termoplásticas:
A secagem é feita pela evaporação do
solvente. Não há reação química após
a formação da película (ex: Nitrocelu-
lose);
b) Termofixas: secam pela reação
química, ação da luz e calor ou por
meio de catalisadores.

2.2. Pigmentos

Matéria-prima, na forma de pó, dispersa na resina com característica para fornecer cor ao produto. Além disso,
também são responsáveis pela opacidade e pela cobertura da tinta. Para utilização nos primers existem pigmentos
específicos para garantir proteção anti-corrosiva.

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PIGMENTOS DE EFEITO
PIGMENTOS COLORIDOS
Alumínio e Pérolas
Inorgânicos Orgânicos Alumínio Leafing Alumínio Não Leafing
Os pigmentos inorgânicos são todos Este tipo de pigmento possui
aqueles de classe química de compostos estrutura mais complexa e são
inorgânicos. São todos os pigmentos gerados a partir de sínteses Utilizadas Utilizadas na indústria
brancos ou coloridos naturais ou orgânicas complexas. principalmente automotiva e podem
sintéticos de classe química inorgânica. em cores para ser encontradas em
Principais características: botijão de gás, tamanhos diversos
Principais características: - Alto poder de tingimento; tubulações devido (fino, médio e grosso).
- Baixo poder de tingimento; - Cores vivas e limpas; a sua qualidade
- Cores sujas e apagadas; - partículas menores; inferior e suas A característica pode
- Maiores partículas; - Baixa resistência química. características afetar diretamente o
- Alta resistência química (tamanho, formas, efeito visual da cor.
Exemplos: Exemplos: etc).
- Dióxido de Titânio: Branco; Quinacridona - laranja e violeta;
- Óxido de Ferro: Amarelo ou Vermelho. - Ftalocianina: verde e azul.

2.2.1. Pigmentos de Efeito Outra característica é o tamanho da partícula. A


Estes tipos de pigmentos são utilizados na pintura utilização de pigmentos com tamanhos diferentes gera
automotiva pelas suas características que podem trazer efeitos diversos quando aplicado.
diversos efeitos de acordo com a integração que ocorre
entre molécula/estrutura. Tamanho Tamanho Tamanho
Os pigmentos de efeito também possuem Fino Médio Grosso
características importantes como: boa resistência ao (25mm) (35mm) (60mm)
intemperismo, boa solidez à luz e elevada resistência Clareia e deixa o Clareia de frente
Clareia em todos
química. São classificados como “Alumínios” e “Pérolas”. ângulo limpo e a e escurece no
os ângulos.
frente suja. ângulo.
2.2.1.1. Pigmentos de Efeito – Alumínio
Existem dois tipos de pigmentos alumínio, conhecidos
como: Corn Flake e Silver Dollar (ou “Coin”).
A principal diferença entre ambas é a forma em que é
encontrada e o tipo da superfície.
Os pigmentos alumínios devem ser utilizados somente
em cores metálicas.

Corn Flake Coin


Forma Ângulos irregulares Ângulos arredondados
Superfície Imperfeita Lisa
Silver Dollar (ou “Coin”)

2.2.1.2. Pigmentos de Efeito – Pérolas


Os pigmentos perolizados são produzidos por
deposição de óxidos (titânio, óxido de ferro, entre outros)
numa fina e lisa camada sobre uma superfície (natural: mica
ou sintético: alumina).
O que determina a cor da pérola é a espessura e a cor
do óxido utilizado.
Este pigmentos devem ser utilizados somente em cores
metalizadas.

Corn Flake Mica Alumina


(Natural) (Sintético)
Forma Pouco nítida Distinto
Superfície Arredondada Lisa
Opacidade Semi transparente Opaco

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3. COR – CONCEITOS
E CARACTERÍSTICAS
De acordo com a definição no dicionário, 3.1. Componentes da Cor
temos que a cor é uma “propriedade de uma
radiação eletromagnética, com comprimento de onda A luz se propaga no espaço por meio de ondas que
pertencente ao espectro visível, capaz de produzir interagem com o objeto quando o encontra.
no olho uma sensação característica”. Uma parte desta luz é absorvida e outra é refletida.
A cor é uma percepção visual provocada pela ação de A parte da luz que é refletida é a cor que conseguimos
um feixe de fótons sobre células especializadas da retina, enxergar (espectro visível).
que transmitem, através de informação pré-processada no Por fim, a luz refletida, ao ser analisada, é identificada
nervo óptico, impressões para o sistema nervoso. pelo cérebro do observador.

FONTE
DE LUZ OBSERVADOR

OBJETO

3.2. A luz e o espectro de luz visível 10-2


ONDAS DE RÁDIO / TV
Isaac Newton, após uma experiência utilizando
um prisma, em 1966 demonstrou que a luz pode ser 700
decomposta em sete feixes principais: púrpura, violeta,
INFRAVERMELHO
azul, verde, amarelo, laranja e vermelho. Isto é, nesta 10-4
experiência descobriu-se que a luz visível era constituída
por todas as cores encontradas no arco-íris e quanto todas
600
estas cores estão misturadas tem-se a luz branca.
A luz, – na forma que conhecemos hoje - nada mais
ESPECTRO DE LUZ VISÍVEL
é que um intervalo de comprimentos de onda ao qual o
olho humano é sensível. Este intervalo, entre a radiação 10-6
infravermelha e a radiação ultravioleta, é conhecido ULTRAVIOLETA
500
como espectro visível de luz. O intervalo de 400 à 700
nanômetros (nm) é perceptível ao olho humano.

RAIO X
400
10-8
ʎ (m)

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3.3. Fenômenos da luz

Sobre o objeto a luz pode sofrer três tipos de fenômenos: FONTE


DE LUZ
a) Reflexão: a luz incide no objeto e é refletida;
b) Absorção: a luz permanece no objeto; REFLEXÃO
c) Transmissão: a luz atravessa o objeto
SUBSTRATO

ABSORÇÃO

TRANSMISSÃO

A composição do material
vai definir se haverá absorção,
reflexão ou transmissão da luz.

3.4. Fontes de Luz

Como a luz é um dos componentes que originam a cor, a alteração da fonte altera a cor percebida pelo observador.
a) Luz do sol: é composto de todas as cores disponíveis para reflexão. É a melhor luz para igualar e ver cores;
b) Luz incandescente: é formado, em maior quantidade, pela luz vermelha e amarela;
c) Luz fluorescente: é formado, em maior quantidade, de luz azul, amarelo e vermelho;
d) Luz de mercúrio: contém maior quantidade de amarelo e laranja.

Lâmpada incandescente Lâmpada D65

Contém maior quantidade de luz amarela A lâmpada D65 simula a luz do dia.

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3.5. Metameria

A metameria é um fenômeno na qual há troca de tonalidade de acordo com a fonte de luz na qual o objeto é exposto.
Ou seja, sob uma fonte de luz (luz solar, por exemplo) visualiza-se o objeto com uma tonalidade e ao expor este mesmo
objeto a outra fonte de luz (fluorescente, por exemplo) visualiza-se uma tonalidade totalmente diferente.
Isto ocorre pela má seleção de pigmentos utilizado na formulação das tintas, ou pelo acerto da cor em fonte luminosa não ideal.
Por este motivo deve-se haver fidelidade à formula de cor, haja vista que já foram testados em laboratório em relação à Metameria.
A

A
LARANJ

LARANJ

LARANJ

LARANJ
AM

AM

AM

AM
AR

AR

AR

AR
V HO V HO V HO V HO
E

E
AM ERD EL AM ERD EL AM ERD EL AM ERD EL
LO

LO

LO

LO
AR E / RM AR E / RM AR E / RM AR E / RM
EL
O VE EL
O VE EL
O VE EL
O VE

VERMELHO / VERMELHO / VERMELHO / VERMELHO /


VERDE VIOLETA VERDE VIOLETA VERDE VIOLETA VERDE VIOLETA

E E E E
RD VI
OL RD VI
OL RD VI
OL RD VI
OL
VIO

VIO

VIO

VIO
E E E E
/V ET
A /V ET
A /V ET
A /V ET
A
L

L
UL UL UL UL
ET

ET

ET

ET
AZ AZ AZ AZ
A/

A/

A/

A/
AZ

AZ

AZ

AZ
L

L
AZU

AZU

AZU

AZU
UL

UL

UL

UL
INTENSIDADE ou MISTURA COR MISTURA COR MISTURA COR
CROMA COMPLEMENTAR ADJACENTE DISTANTE

AUMENTA QUANDO COR SITUADA LEVE ACENTUADO


SE AFASTA DO NO CENTRO DESLOCAMENTO DESLOCAMENTO
CENTRO DO CÍRCULO PARA O CENTRO PARA O CENTRO

CORES LIMPAS COR CINZA COR LEVEMENTE COR SUJA


SUJA

3.6. Círculo Cromático


LARANJA
AM

O círculo cromático, também conhecido como círculo


AR

V HO
EL

das cores, é uma representação simplificada das cores AM ERD EL


O

AR E / RM
EL VE
visíveis pelo olho humano. O

VERMELHO /
VERDE VIOLETA

DE VI
ER OL
VIO

/V ET
A
LE

L
ZU
TA

A
/ AZ
L
AZU

UL

3.7. Cores complementares


LARANJA
AM

Chamamos de cores complementares aquelas que,


AR

V HO
EL

quando misturadas se anulam, conforme descrito no AM ERD EL


O

AR E / RM
EL VE
círculo das cores. O

Obs: Não podem ser misturados por serem pares de VERMELHO /


VERDE
cores complementares: VIOLETA

- Amarelo e violeta; DE VI
ER OL
VIO

- Laranja e azul; /V ET
A
LE

L
ZU
TA

A
- Vermelho e verde.
/
AZ
L
AZU

UL

12 DT-15 Repintura Automotiva - Colorimetria


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4. FORMULAÇÃO DE COR
As cores podem ser classificadas de três maneiras:

Luminosidade Tonalidade ou Matiz Intensidade ou Saturação


Descreve a cor como mais Descreve a cor É a descrição da cor
escura ou mais clara. por seu tom básico. por sua pureza.
Ex: amarelo, azul, verde. Ex: amarelo, azul, verde. Ex: Amarelo limpo ou sujo.

BRANCO BRANCO BRANCO


VERMELHO

VERMELHO

VERMELHO
VER ETA

VER ETA

VER ETA
VIO

VIO

VIO
A

A
LARANJ

LARANJ

LARANJ
MEL

MEL

MEL
L

L
HO

HO

HO
/

/
O O O
VIO EL VIO EL VIO EL
LET AR LET AR LET AR
A AM A AM A AM

VE VE VE
/ / /
TA AM RDE TA AM RDE TA AM RDE
LE AR / LE AR / LE AR /
VIO UL EL
O VIO UL EL
O VIO UL EL
O
AZ AZ AZ
L

L
VERDE

VERDE

VERDE
AZU

AZU

AZU
AZUL / VERDE

AZUL / VERDE

AZUL / VERDE
PRETO PRETO PRETO

AJUSTAR AJUSTAR TOM AJUSTAR


LUMINOSIDADE SATURAÇÃO

DUAS CORES
BRANCO / PRETO LIMPAS BRANCO

A percepção visual das cores é afetada por diversas condições. Isto é, estas condições interferem na percepção da cor:
a) Fonte de Luz;

b) Tamanho do objeto;

c) Observadores diferentes;

d) Cor de fundo;

e) Fadiga visual: Observar uma cor por um longo período.

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4.1. Mistura de cores


AMARELO AMARELO

+ = + =
AMARELO AZUL VERDE LARANJA AZUL MARROM

+ = + =
AMARELO BRANCO AMARELO CLARO LARANJA BRANCO LARANJA CLARO

+ = + =
AMARELO LARANJA LARANJA CLARO LARANJA PRETO LARANJA ESCURO

+ = + =
AMARELO PRETO AMARELO ESCURO ESVERDEADO LARANJA VERDE CASTANHO

+ = + =
AMARELO VERDE AMARELO ESVERDEADO LARANJA VERMELHO ABÓBORA

+ = + =
AMARELO VIOLETA MARROM LARANJA VIOLETA MARROM

VERMELHO VERMELHO

+ = + =
VERMELHO AZUL VIOLETA VIOLTA AZUL ANIL

+ = + =
VERMELHO BRANCO ROSA VIOLTA BRANCO LILÁS

+ = + =
VERMELHO PRETO MARROM ESCURO VIOLTA PRETO VIOLETA ESCURO

+ = + =
VERMELHO VERDE PRETO VIOLTA VERMELHO VINHO

AZUL AZUL

+ = + =
AZUL BRANCO AZUL CLARO VERDE BRANCO VERDE CLARO

+ = + =
AZUL PRETO AZUL ESCURO VERDE PRETO VERDE ESCURO

+ = + =
AZUL VERDE TURQUESA VERDE VIOLETA PRETO

14 DT-15 Repintura Automotiva - Colorimetria


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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SENAI Conde José Vicente de Azevedo – COLORIMETRIA NA PINTURA AUTOMOTIVA, São Paulo, 2012.

SITIVESP, Comissão de Repintura e Complementos Automotivos, São Paulo, 2014.

DT-15 Repintura Automotiva - Colorimetria 15


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Mod: XXXXXXXX | Rev:00 | Data(m/a)02/2016

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