Repintura Automotiva - Colorimetria
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DT-15
Repintura Automotiva - Colorimetria
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PREFÁCIO
No Brasil, atualmente possuímos tintas, resinas e diversas formulações que possuem
tecnologia a nível internacional e de acordo com as mais modernas técnicas para repintura
automotiva utilizadas neste segmento.
O ponto relevante apesar do avanço tecnológico das tintas, é que cada vez mais,
precisamos preparar mais pessoas, mais profissionais para as diversas atividades de
seleção de esquemas de pintura, aplicação, controle de qualidade da aplicação, não só
durante a aplicação, mas também durante toda a vida útil à que foi projetado o esquema de
pintura.
Esta apostila contém informações atualizadas necessárias para a reprodução, com maior
fidelidade possível, das mais diversas cores (e suas variações) disponíveis no mercado.
É importante lembrar que este material é uma referência “inicial” para um universo de
conhecimentos que está à disposição de qualquer pessoa que se motivar e se dedicar na
busca novos aprendizados no universo químico, despertando assim para uma “curiosidade
cientifica”.
Sumário
4
1. SEGURANÇA 4
4. FORMULAÇÃO DE COR 13
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Autor: Andrei Marcelo Neves Kusz, Departamento de Serviço ao Cliente da WEG Tintas Ltda.
Revisão: 00 – Fevereiro/2016
1. SEGURANÇA
Até meados de 1972, poucas eram as empresas que ou de solvente, já se constitui em um risco na atividade de
conheciam e praticavam a prevenção de acidentes. O Pintura Industrial, pois, é a partir deste instante que os vapores
que se via aquela época era a ação de algumas Comissões (Inflamáveis, tóxicos, ou corrosivos) começam a entrar em
Internas de Prevenção de Acidentes – CIPAs – que a rigor, contato com o ambiente e, consequentemente contaminá-lo.
se inspiravam nos modelos americanos para esboçarem os Alguns recipientes podem vir a constituir-se em risco de
primeiros passos em direção à instituição de programas acidentes. Por sua forma, peso, ou mesmo características
de prevenção de acidentes que viessem a satisfazer as da forma de abrir, podem dotar-se de arrestas cortantes
suas necessidades, contemplando a elaboração de Normas podendo ferir o trabalhador.
e Regulamentos que viessem a anular os crescentes riscos
impostos pelo avanço tecnológico. 1.2. Cuidados no manuseio
Dentro deste contexto, a partir de 1972 surgiram as de Tintas e Solventes
primeiras Legislações acerca da segurança industrial.
Sendo assim já se tinha um órgão especializado EM CASO DE FOGO ENVOLVENDO TINTAS
e constituído, também de profissionais igualmente • Usar extintor de pó químico, espuma ou CO2.
especializados. Surgiram os Engenheiros de Segurança, • Proteja-se dos gases com equipamentos de respiração
Médicos do Trabalho, Enfermeiros do Trabalho, Auxiliares • Não apague o fogo com água, já que os solventes
de Enfermagem do Trabalho e os Inspetores de Segurança (e resinas) flutuam na água, e isto ajuda a
do Trabalho. Posteriormente classificados como propagação do fogo.
Supervisores de Segurança e atualmente chamados de
Técnicos de Segurança do Trabalho. FOGO E EXPLOSÃO
Atualmente, toda a sistemática de Prevenção de A maioria das tintas contém solventes orgânicos
acidentes esta fundamentada na atuação destes dois inflamáveis. Os fatores básicos na prevenção são:
órgãos: os serviços especializados em Segurança e ventilação adequada e eliminação de chamas expostas,
Medicina do Trabalho e as CIPAs. faíscas ou quaisquer outras fontes de ignição.
Aos órgãos de segurança cabe a missão de implantar
e desenvolver o programa de Previdência de Acidentes, DERRAMAMENTOS
de acordo com as Políticas e Diretrizes traçadas pelas Ventilar a área para remover os vapores.
empresas. As CIPAs cabem o papel não menos importante Enxugar o produto com material absorvente
de transformar-se no braço forte do Programa de “sem solvente”. Os materiais de limpeza deverão
Prevenção de Acidentes, com sua Ação de inspeção e ser colocados em recipientes metálicos e fechados.
fiscalização.
Como se pode verificar, a atividade está centralizada Problemas quanto à aspiração, ou quanto ao
na participação. E é tal Participação que promove a contato exagerado do produto:
descentralização da responsabilidade, a qual passa a ser Os vapores de solventes, e as poeiras de tintas são
de TODOS. altamente tóxicas. Durante as atividades de pintura eles
podem ser absorvidos: vias respiratórias, intoxicação e
1.1. Manuseio de Tintas e Solventes através da pele (Dermatites).
3) Manter todas as latas fechadas e distantes das mesmas ocorrer, um extintor deverá ser utilizado para evitar
fontes de ignição. a propagação e maiores danos. O extintor poderá ser portátil
Os recipientes devem permanecer fechados até o do tipo CO2 ou pó Químico e estar localizado a cerca de 10
momento exato da utilização, para minimizar a evaporação metros do local ou área de manuseio das Tintas.
de vapores de solvente. Importante, manter as
embalagens a pelo menos 6 metros do compressor de ar Máscaras descartáveis: Protege a respiração naso-
ou de outras fontes de Ignição. oral, tendo adaptador para o nariz e é presa na cabeça por
elásticos.
4) Para misturar as tintas só se deve utilizar Máscaras de cartucho: Com filtro de carvão ativo
equipamentos pneumáticos. cambiável. Respiração naso-oral.
Jamais se deverá usar misturadores elétricos, ou Máscara com traquéia ou ar mandado: Protege toda
equipamentos semelhantes devido produzirem centelhas e, a face. A traquéia é conectada com elementos filtrantes a
assim sendo, eleva-se o risco de incêndios ou explosões. cintura do trabalhador, o qual recebe o ar do exterior com
pressão positiva regulável.
5) Ao adicionar o conteúdo de uma lata dentro da
outra, em quantidade igual ou superior a um galão, as 1.5. Equipamentos de Proteção Individual - EPI´s
duas latas deverão estar aterradas.
Durante o manuseio de tintas, vernizes e solventes Torna-se importante salientar que todas as medidas
deve-se tomar cuidados específicos, levando em de segurança evidenciadas até o presente momento
consideração a produção de energia estática suficiente dizem respeito à Proteção Coletiva, quase que
para provocar a ignição dos vapores inflamáveis, exclusivamente. Entretanto, e via de regra, nem sempre
principalmente quando o produto é armazenado em elas são suficientes para dar ao trabalhador toda a
grandes recipientes. proteção que ele necessita.
É nesse ponto que a engenharia de segurança volta
6) Todas as latas de tintas e outros recipientes a sua atenção, para a proteção individual. É nesse que
vazios deveram ser removidos do local de trabalho ao enfatizamos, também, a responsabilidade inerente a cada
final de cada dia. trabalhador em particular: zelar pela sua própria segurança.
As latas vazias também representam fontes de perigo, Conforme se espera ter ficado evidenciado, a principal
devido aos restos de tintas. Retornar com elas ao canteiro preocupação deve ser a proteção coletiva: as máquinas em
e deixar secar bem antes de colocá-las no armazenamento bom estado; os andaimes bem posicionados e amarrados;
de sucatas. a ventilação e a iluminação adequadas; enfim, todos os
aparatos relativos ao espaço físico no qual o trabalho é
7) Todas as latas vazias devem ir para a sucata. realizado.
Não é permitido que as latas vazias sejam Como, apesar de todas essas providencias, poderá
queimadas. Geralmente, cada empresa monta um persistir o risco de acidentes, passa-se a adotar o uso
procedimento, orientando para remover o máximo de Equipamentos de Proteção Individual – EPI. Pode-se
possível das tintas das embalagens e quando adiantar a existência de um equipamento especifico, para
possível usar o solvente de diluição para lavar a sobra cada atividade também especifica. No caso dos serviços
adicionando após a própria tinta. de pintura, são vários os equipamentos a serem usados, as
operações fundamentais de jateamento, passando-se pelo
8) Usar os EPI’s adequados, quando da mistura ou manuseio de tintas e, finalmente, chegando-se à pintura
homogeneização da tinta. propriamente dita.
Utilizar máscaras de acordo com o tipo de pintura e Passamos a expor alguns desses equipamentos,
ambiente. Proteger as mãos com luvas adequadas, mesmo fornecendo as informações acerca da sua utilização:
que somente para manusear as embalagens. Luvas em PVC, para uso do pessoal envolvido no
9) O extintor de incêndio deverá estar próximo. manuseio e preparação de tintas. As luvas de plástico são
Para evitar-se a propagação de chamas no caso de as mais conhecidas, porém, isso não altera as características.
Figura ilustrativa nº 4 –
Óculos de segurança
Figura ilustrativa nº 5 –
Sapato de segurança
VERNIZ
BASE COAT (TINTA)
PRIMER
WASH PRIMER
SUBSTRATO
2.2. Pigmentos
Matéria-prima, na forma de pó, dispersa na resina com característica para fornecer cor ao produto. Além disso,
também são responsáveis pela opacidade e pela cobertura da tinta. Para utilização nos primers existem pigmentos
específicos para garantir proteção anti-corrosiva.
PIGMENTOS DE EFEITO
PIGMENTOS COLORIDOS
Alumínio e Pérolas
Inorgânicos Orgânicos Alumínio Leafing Alumínio Não Leafing
Os pigmentos inorgânicos são todos Este tipo de pigmento possui
aqueles de classe química de compostos estrutura mais complexa e são
inorgânicos. São todos os pigmentos gerados a partir de sínteses Utilizadas Utilizadas na indústria
brancos ou coloridos naturais ou orgânicas complexas. principalmente automotiva e podem
sintéticos de classe química inorgânica. em cores para ser encontradas em
Principais características: botijão de gás, tamanhos diversos
Principais características: - Alto poder de tingimento; tubulações devido (fino, médio e grosso).
- Baixo poder de tingimento; - Cores vivas e limpas; a sua qualidade
- Cores sujas e apagadas; - partículas menores; inferior e suas A característica pode
- Maiores partículas; - Baixa resistência química. características afetar diretamente o
- Alta resistência química (tamanho, formas, efeito visual da cor.
Exemplos: Exemplos: etc).
- Dióxido de Titânio: Branco; Quinacridona - laranja e violeta;
- Óxido de Ferro: Amarelo ou Vermelho. - Ftalocianina: verde e azul.
3. COR – CONCEITOS
E CARACTERÍSTICAS
De acordo com a definição no dicionário, 3.1. Componentes da Cor
temos que a cor é uma “propriedade de uma
radiação eletromagnética, com comprimento de onda A luz se propaga no espaço por meio de ondas que
pertencente ao espectro visível, capaz de produzir interagem com o objeto quando o encontra.
no olho uma sensação característica”. Uma parte desta luz é absorvida e outra é refletida.
A cor é uma percepção visual provocada pela ação de A parte da luz que é refletida é a cor que conseguimos
um feixe de fótons sobre células especializadas da retina, enxergar (espectro visível).
que transmitem, através de informação pré-processada no Por fim, a luz refletida, ao ser analisada, é identificada
nervo óptico, impressões para o sistema nervoso. pelo cérebro do observador.
FONTE
DE LUZ OBSERVADOR
OBJETO
RAIO X
400
10-8
ʎ (m)
ABSORÇÃO
TRANSMISSÃO
A composição do material
vai definir se haverá absorção,
reflexão ou transmissão da luz.
Como a luz é um dos componentes que originam a cor, a alteração da fonte altera a cor percebida pelo observador.
a) Luz do sol: é composto de todas as cores disponíveis para reflexão. É a melhor luz para igualar e ver cores;
b) Luz incandescente: é formado, em maior quantidade, pela luz vermelha e amarela;
c) Luz fluorescente: é formado, em maior quantidade, de luz azul, amarelo e vermelho;
d) Luz de mercúrio: contém maior quantidade de amarelo e laranja.
Contém maior quantidade de luz amarela A lâmpada D65 simula a luz do dia.
3.5. Metameria
A metameria é um fenômeno na qual há troca de tonalidade de acordo com a fonte de luz na qual o objeto é exposto.
Ou seja, sob uma fonte de luz (luz solar, por exemplo) visualiza-se o objeto com uma tonalidade e ao expor este mesmo
objeto a outra fonte de luz (fluorescente, por exemplo) visualiza-se uma tonalidade totalmente diferente.
Isto ocorre pela má seleção de pigmentos utilizado na formulação das tintas, ou pelo acerto da cor em fonte luminosa não ideal.
Por este motivo deve-se haver fidelidade à formula de cor, haja vista que já foram testados em laboratório em relação à Metameria.
A
A
LARANJ
LARANJ
LARANJ
LARANJ
AM
AM
AM
AM
AR
AR
AR
AR
V HO V HO V HO V HO
E
E
AM ERD EL AM ERD EL AM ERD EL AM ERD EL
LO
LO
LO
LO
AR E / RM AR E / RM AR E / RM AR E / RM
EL
O VE EL
O VE EL
O VE EL
O VE
E E E E
RD VI
OL RD VI
OL RD VI
OL RD VI
OL
VIO
VIO
VIO
VIO
E E E E
/V ET
A /V ET
A /V ET
A /V ET
A
L
L
UL UL UL UL
ET
ET
ET
ET
AZ AZ AZ AZ
A/
A/
A/
A/
AZ
AZ
AZ
AZ
L
L
AZU
AZU
AZU
AZU
UL
UL
UL
UL
INTENSIDADE ou MISTURA COR MISTURA COR MISTURA COR
CROMA COMPLEMENTAR ADJACENTE DISTANTE
V HO
EL
AR E / RM
EL VE
visíveis pelo olho humano. O
VERMELHO /
VERDE VIOLETA
DE VI
ER OL
VIO
/V ET
A
LE
L
ZU
TA
A
/ AZ
L
AZU
UL
V HO
EL
AR E / RM
EL VE
círculo das cores. O
- Amarelo e violeta; DE VI
ER OL
VIO
- Laranja e azul; /V ET
A
LE
L
ZU
TA
A
- Vermelho e verde.
/
AZ
L
AZU
UL
4. FORMULAÇÃO DE COR
As cores podem ser classificadas de três maneiras:
VERMELHO
VERMELHO
VER ETA
VER ETA
VER ETA
VIO
VIO
VIO
A
A
LARANJ
LARANJ
LARANJ
MEL
MEL
MEL
L
L
HO
HO
HO
/
/
O O O
VIO EL VIO EL VIO EL
LET AR LET AR LET AR
A AM A AM A AM
VE VE VE
/ / /
TA AM RDE TA AM RDE TA AM RDE
LE AR / LE AR / LE AR /
VIO UL EL
O VIO UL EL
O VIO UL EL
O
AZ AZ AZ
L
L
VERDE
VERDE
VERDE
AZU
AZU
AZU
AZUL / VERDE
AZUL / VERDE
AZUL / VERDE
PRETO PRETO PRETO
DUAS CORES
BRANCO / PRETO LIMPAS BRANCO
A percepção visual das cores é afetada por diversas condições. Isto é, estas condições interferem na percepção da cor:
a) Fonte de Luz;
b) Tamanho do objeto;
c) Observadores diferentes;
d) Cor de fundo;
+ = + =
AMARELO AZUL VERDE LARANJA AZUL MARROM
+ = + =
AMARELO BRANCO AMARELO CLARO LARANJA BRANCO LARANJA CLARO
+ = + =
AMARELO LARANJA LARANJA CLARO LARANJA PRETO LARANJA ESCURO
+ = + =
AMARELO PRETO AMARELO ESCURO ESVERDEADO LARANJA VERDE CASTANHO
+ = + =
AMARELO VERDE AMARELO ESVERDEADO LARANJA VERMELHO ABÓBORA
+ = + =
AMARELO VIOLETA MARROM LARANJA VIOLETA MARROM
VERMELHO VERMELHO
+ = + =
VERMELHO AZUL VIOLETA VIOLTA AZUL ANIL
+ = + =
VERMELHO BRANCO ROSA VIOLTA BRANCO LILÁS
+ = + =
VERMELHO PRETO MARROM ESCURO VIOLTA PRETO VIOLETA ESCURO
+ = + =
VERMELHO VERDE PRETO VIOLTA VERMELHO VINHO
AZUL AZUL
+ = + =
AZUL BRANCO AZUL CLARO VERDE BRANCO VERDE CLARO
+ = + =
AZUL PRETO AZUL ESCURO VERDE PRETO VERDE ESCURO
+ = + =
AZUL VERDE TURQUESA VERDE VIOLETA PRETO
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SENAI Conde José Vicente de Azevedo – COLORIMETRIA NA PINTURA AUTOMOTIVA, São Paulo, 2012.