Dissertação Patrícia Simone Grando
Dissertação Patrícia Simone Grando
Dissertação Patrícia Simone Grando
COMISSÃO EXAMINADORA:
____________________________________________
Profa. Dra. Ana Paula Teixeira Porto – URI
(Orientadora)
_____________________________________________
Profa. Dra. Luciane Figueiredo Pokulat – IFFAR
(1ª arguidora)
____________________________________________
Profa. Dra. Luana Teixeira Porto – URI
(2ª arguidora)
AGRADECIMENTOS
LISTA DE QUADROS
LISTA DE GRÁFICOS
RESUMO
ABSTRACT
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 13
1 LITERATURA E A FORMAÇÃO HUMANA ............................................................ 19
1.1 A importância da literatura na formação humana ......................................... 20
1.2 A literatura na formação da Educação Básica ............................................. 24
2 FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LETRAS: O LUGAR DA LITERATURA 29
2.1 Formação do professor ................................................................................ 29
2.2 Formação do professor de Letras ................................................................ 44
2.3 A leitura e a literatura na formação da licenciatura em Letras ..................... 49
3 METODOLOGIA ................................................................................................ 54
3.1 Procedimentos de pesquisa ......................................................................... 54
3.2 Corpus da pesquisa – Objetos de estudo .................................................... 56
3.2.1 Critérios de seleção de corpus .............................................................. 56
3.2.2 Corpus ................................................................................................... 56
3.3 Procedimentos de análise de dados ............................................................ 57
3.4 Roteiro de análise de dados ......................................................................... 58
4 ANÁLISE DE DADOS ........................................................................................ 60
4.1 Perfil dos cursos ........................................................................................... 60
4.1.1 Diferenças/semelhanças na oferta de disciplinas de língua literatura quanto à
carga horária ............................................................................................................. 64
4.1.2 Quais são as disciplinas de literatura ofertadas pelos cursos .......................... 77
4.2 Teorias literárias ........................................................................................... 81
4.3 Literaturas de língua portuguesa .................................................................. 85
4.4 Literatura Comparada .................................................................................. 87
4.5 Ensino de literatura ...................................................................................... 89
Conclusão ................................................................................................................. 91
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 96
ANEXOS ................................................................................................................. 101
Anexo A: Os melhores cursos de licenciatura em letras (português), conforme ranking
do site Exame (2015) .............................................................................................. 102
13
INTRODUÇÃO
1Estas informações serão coletadas nos sites das Universidades que compõem o corpus de nosso
estudo, este corpus será apresentado logo adiante.
16
Para atender aos objetivos propostos, este trabalho está estruturado em quatro
capítulos, são eles: Literatura e a Formação Humana; Formação de Professores de
Letras: o lugar da literatura; Metodologia; e Análise de Dados, conforme detalhado a
seguir.
O primeiro capítulo Literatura e a Formação Humana irá discorrer sobre a
ligação da literatura com a formação do ser humano, apoiando-se em autores como
Candido (2011), Portella (1986), Bloom (2001), Freire (1989), Todorov (2009), entre
outros, além das leis e documentos que poderão auxiliar na pesquisa. O capítulo será
subdividido em dois subcapítulos: A importância da literatura na formação humana; e
A literatura na formação da Educação Básica, contribuindo, dessa forma, com a
clareza na apresentação do estudo.
No segundo capítulo, iremos discorrer sobre a Formação de Professores de
Letras: o lugar da literatura, com o objetivo de aprofundarmos os estudos das leis e
documentos sobre a educação básica e entendermos como a literatura deve ser
encarada no ensino. Este capítulo será organizado nos seguintes subcapítulos:
Formação do professor; Formação do professor de Letras; A leitura e a literatura na
formação da licenciatura em Letras.
No terceiro capítulo apresentaremos a Metodologia da pesquisa, explicitando
quais serão os Procedimentos de pesquisa; Procedimentos de análise de dados;
Roteiro de análise de dados; Corpus da pesquisa; Critérios de seleção de corpus;
Corpus; e Análise de dados.
No quarto e último capítulo apresentaremos a Análise de Dados, na qual
estarão presentes o Perfil dos cursos; as Teorias literárias; as Literaturas de língua
portuguesa; a Literatura Comparada; e o Ensino de literatura.
19
A literatura está atrelada à formação do ser humano desde o início dos tempos.
Apesar de ainda não ser reconhecida como direito de todos, ela é de extrema
importância na construção de uma sociedade, pois é capaz de influenciar a visão de
mundo que possuímos e colabora no processo que confirma no homem traços
essenciais como a reflexão, o humor e o saber (CANDIDO, 2011).
Como literatura, o autor Candido (2011) considera desde os textos da cultura
popular, como as lendas e o folclore, até os textos mais longos e com formas mais
complexas de produção, como os romances. A literatura está presente em tudo com
o que convivemos, e, mesmo assim, a grande maioria de nós não a entende como
necessidade de todos, tal como defende Candido (2011), proclamando a literatura
como uma necessidade humana e, portanto, um direito de todos.
Em perspectiva semelhante à dos estudos de Candido (2011), o autor Portella
(1986) salienta que o subdesenvolvimento atua como um agente de desumanização
e entende por subdesenvolvimento não possuir o acesso aos meios vitais de
sobrevivência, e na busca por esses meios a educação, a leitura e a literatura não
recebem atenção, dada a urgência do alimento e da moradia digna, situação que se
mantém pelo descaso dos governantes e das elites educadoras.
Portella (1986, p.71) ainda destaca que “A educação no Brasil não cumpriu sua
tarefa básica: a tarefa de incorporar as grandes massas ao processo histórico
nacional”. Mais uma vez vemos esse direito sendo negado para aqueles que se
encontram à margem, pois “A literatura tem que ser um instrumento formador” (p.71),
precisa ser entendida como tal, e, portanto, estar ao alcance de todos. Quando a
educação não cumpre esse dever e não integra a todos de forma igualitária,
começamos a compreender o porquê da dificuldade de colocar a literatura como
necessidade básica para a formação humana.
O homem precisa manifestar suas emoções, suas crenças e seus sentimentos,
e, através da literatura, ele alcança esses objetivos e também se torna capaz de
perceber e denunciar o que está errado, transmitir suas opiniões e dialogar com os
problemas. Assim é possível a formação de sua personalidade e a preocupação com
o mundo e com a estrutura social que o cerca.
20
O crítico literário Harold Bloom (2001), em sua obra Como e Por Que Ler,
chama a atenção para a importância do prazer pela leitura no processo de formação
humana e destaca que não existe uma única forma de realizar uma leitura. Para ele,
a leitura precisa ser degustada, saboreada. Ela nos permite viajar por outros mundos
e conhecer mais pessoas e lugares do que seria possível se ficássemos apenas
alicerçados à realidade. O autor destaca o poder de transformação e a criticidade que
ganhamos ao nos tornarmos leitores, ele destaca que:
deve nos proporcionar. Bloom (2001) também atenta para a literatura como um modo
de praticar e transmitir o bem e diminuir a solidão. O autor Freire (1989), nesta mesma
vertente, destaca também do prazer e das formas diferentes de leitura que fazemos
ao longo da vida.
De fato, em todos os momentos estamos realizando algum tipo de leitura,
estamos sempre nos sintonizando com a literatura que nos cerca, nem sempre o texto
escrito faz parte deste momento, ao observamos uma pintura, ou ouvirmos uma
canção estamos construindo uma leitura de mundo. Freire (1989) enfatiza que o gosto
pela leitura se desenvolve na medida em que os textos vão ao encontro de nossos
interesses, e o autor também destaca a natureza política do processo educativo e o
caráter educativo do ato político.
A educação entendida como um ato político, como a concebe Freire (1989),
colabora no aprendizado de uma leitura crítica, capaz de moldar o crescimento do
docente e do educando, em uma tarefa mútua de busca por conhecimento e por
desenvolvimento humano. A partir disso tornamo-nos capazes de reconhecer aquilo
que é direito de todos e assim trabalhar em prol de uma sociedade mais justa. A
educação auxilia na construção de um pensamento comum, no qual nos tornamos
capazes de perceber que se algo nos é essencial, também deve ser para o outro.
Candido (2011), ao falar sobre a leitura literária, defende que ela precisa ser
entendida como um direito por ser capaz de preencher lacunas, conectando a leitura
atual e as experiências anteriores. Não é admissível que a literatura esteja separada
da lista de elementos essenciais, sendo prerrogativa de poucos. Nesse sentido, o
autor destaca que:
Vai assim, nos moldando ao passo que crescemos enquanto seres críticos cada vez
mais inseridos em uma sociedade.
Ao negar esse direito, corre-se o risco de prejudicar imensamente o
desenvolvimento da personalidade de um indivíduo, pois além dos fatores anteriores,
a literatura também funciona como porta de vazão para o caos interior, organizando
sentimentos confusos, humanizando (CANDIDO, 2011).
Candido (2002) salienta que a literatura possui diferentes atitudes, ela trabalha
na formação dos indivíduos, possuindo também uma função educativa, uma vez que
amplia a forma de olhar para a realidade, construindo novas posturas frente à
sociedade. Possui uma função social, uma vez que representa a realidade de
diferentes períodos, podendo exercer uma ação humanizadora ou até alienadora.
O estudioso destaca que, pensando no ensino, tem se dando muita atenção
para a questão estrutural da obra literária, esquecendo seu valor enquanto objeto
capaz de sensibilizar, de despertar as mais variadas emoções, ultrapassando os
simples limites estruturais. O ser humano precisa de fantasia para viver da mesma
forma que precisa do alimento. Isso nos atenta para questões de como a literatura
vem sendo tratada na sala de aula, como está presente na vida de nossos educandos.
O estudioso Todorov (2009) vai ao encontro das ideias de Candido (2002)
quando defende que a compreensão do texto precisa acontecer enquanto produção
inserida em uma sociedade e em um tempo. O crítico búlgaro busca reforçar o caráter
relacional da literatura com os demais saberes e com o mundo, apoia o resgate do
espírito do século passado, que distinguia na literatura uma verdade sobre o mundo.
A literatura é capaz de revelar o indivíduo, é a forma que o próprio homem busca para
se compreender, compreender suas paixões e seus medos.
Os estudos destes autores levam-nos à tentativa de compreender como a
literatura está presente na Educação Básica atual, uma vez que, como já destacado
pelos estudiosos citados, a força humanizadora da literatura está fortemente ligada à
formação do ser humano, e isso está relacionado ao processo de ensino. Vamos
buscar nas leis e nos documentos oficiais entender como a literatura é encarada na
formação da educação básica, interligando os documentos com os estudos de nossos
autores, objetivando entender até que ponto a compreensão sobre a importância da
literatura apresentada pelos autores também está presente (ou não) nos documentos
que regem a prática educativa e na realidade escolar.
24
Fica evidente que, mesmo sendo necessário que a parte estrutural e formal da
literatura seja compartilhada com o educando, existe a possibilidade de trazer formas
mais funcionais e interessantes, capazes de auxiliar na formação cidadã e ampliar os
horizontes, em um caminho partilhado entre docente e discente. Resgatando o que
defende Todorov (2009), a promoção um ensino-aprendizado inserido em uma
sociedade e em um tempo, relacionando os saberes e o mundo, ao encontro do vivido
pelo educando, permite que este construa pontes e seja capaz de mudar seu próprio
destino.
Melo (2014) salienta que o debate referente a importância da leitura literária é
de ampla recorrência. A pesquisadora questiona o motivo de a escola e a academia
não conseguirem interferir de forma mais positiva na formação de leitores, e destaca
que o grande número de não leitores do Brasil está estreitamente ligado à forma como
a literatura é apresentada nas instituições de ensino, que prezam por um modelo
tradicional e conservador, aplicado desde o século XIX. A autora destaca:
Vamos destacar aqui, mais uma vez, a questão do poder formador da literatura,
que possibilita conhecer novos mundos, outras épocas e culturas, outros seres
humanos, a literatura mais uma vez auxiliando no desenvolvimento do indivíduo, em
sua construção, seu conhecimento. Conhecimento do mundo e de si mesmo.
Porto (2014) salienta que os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino
Médio (PCNs), embora tratem da literatura como uma necessidade no Ensino Médio,
ainda deixam clara a prevalência da língua na formação dos alunos. Mesmo essa
breve referência da literatura nos PCNs (BRASIL, 2000) trata da “[...] necessidade de
verificação de seus elementos constitutivos em correlação a outras linguagens [...]”
(PORTO, 2014, p.139), ignorando sua importância para a formação de leitores. Alia-
se a isso o fato de, em sala de aula, a literatura ser explorada de forma deficitária, por
professores provenientes de cursos de Letras com qualidade questionável,
despreparados para o ensino.
Dalvi (2013) destaca que, na sala de aula, a literatura passa por uma espécie
escolarização, acaba sendo adaptada de forma a se adequar “[...] ao nível de
compreensão dos estudantes [...]” (p.124), com isso acentua-se o discurso que ela é
difícil, de que os alunos não conseguiriam acessá-la sem ajuda, e, portanto colocando
28
a literatura como um “[...] ‘conteúdo’ que deve ser ensinado e aprendido mesmo que
o custo seja o sacrifício do texto literário em sua fatura estética” (p.124).
A gravidade disso está na perda, talvez irrecuperável, que estes jovens terão
ao não se apropriarem da literatura e de seu fator inegável na formação humana,
formação de caráter e de meios para se viver em sociedade. A relação entre literatura
e escola precisa ser repensada de forma a entender o valor do texto literário, para que
a escola não se torne um local de formação de leitores sem criticidade (DALVI, 2013).
Lajolo (1982) vê como solução uma educação pela literatura na qual as esferas
cultural, histórica, ideológica, política, simbólica e social estejam presentes,
considerando o contexto e as expectativas do leitor. Para ela, o texto precisa dar
sentido ao mundo. A autora também salienta que as propostas para o uso do texto
literário nas escolas podem ser complicadas para os docentes despreparados e
fragilizados para o trabalho com o texto literário.
Percebemos o quanto a formação dos docentes é importante, pois tanto os
estudiosos quanto a maioria dos documentos e leis têm um entendimento similar
quanto à importância da literatura e à forma como ela deve ser entendida na formação
da Educação Básica. No entanto, sem professores preparados e qualificados, essa
prática não consegue ser satisfatória. Essa é a grande importância dos cursos de
Letras tratarem a literatura com valor, preparando seus acadêmicos para a sala de
aula e para o efetivo trabalho com o texto literário.
29
Tardif (2002) alerta para uma realidade sobressalente: a baixa participação dos
docentes nas discussões a respeito das resoluções que dizem respeito a sua
formação. A voz dos educadores muitas vezes não é ouvida e talvez seja neste ponto
a grande lacuna entre a beleza dos textos das leis e dos documentos que abordam a
educação e a formação docente e a realidade vivenciada pelos professores.
Dentre as legislações que orientam a formação de professores, a Lei n.9.394,
de 20 de dezembro de 1996 – LDB, procura valorizar o docente, destacando a
importância de esse profissional possuir um plano de carreira e também, no artigo 67,
destaca a importância da participação efetiva dos professores na construção da
proposta pedagógica das escolas. Ao tratar da formação de professores, no artigo 61,
em sua primeira redação, salienta que esta formação precisa “atender aos objetivos
dos diferentes níveis e modalidades de ensino e às características de cada fase de
desenvolvimento do educando” (BRASIL, 1996, s.p.), deixando claro que este docente
precisa estar preparado para os desafios que encontrará na sala de aula, apto para
atuar nos diferentes níveis e fases de formação do educando.
30
ofertadas, sem qualquer distinção, para todos os licenciandos e ocupando boa parte
da carga horária total do curso.
Quanto à organização da matriz curricular e aos tempos e aos espaços
curriculares, a resolução de 2002 se posiciona, e organiza essas orientações em
eixos, sendo eles:
fatores, que a docência é uma ação educativa e um processo pedagógico que envolve
conhecimentos específicos, interdisciplinares e pedagógicos, visando a uma formação
bem fundamentada científica e culturalmente, pensando sempre na construção de
conhecimentos e na inovação.
A resolução de 2015 salienta que a formação inicial e a formação continuada
tem o viés de preparar e desenvolver profissionais para as atribuições do magistério
na educação básica, visando a certificar a produção e difusão do conhecimento e o
desenvolvimento qualitativo da aprendizagem, o que pode ser observado pelo
aumento da quantidade mínima de horas nos cursos de licenciatura. Ainda destaca
que a formação deve buscar a melhoria da qualidade social da educação e a
valorização do professor, deve assegurar a base comum nacional, regulada pelo
entendimento de educação como processo emancipatório e permanente,
reconhecendo o trabalho docente.
Segundo a Resolução n. 2/2015, a formação inicial para o exercício da
docência deve se dar em nível superior adequado à área de conhecimento e às etapas
de atuação. Estes cursos, respeitadas a diversidade nacional e a autonomia
pedagógica das instituições, devem possuir os seguintes núcleos:
A resolução ainda salienta que os cursos deverão ter, no mínimo, 3.200 horas
de efetivo trabalho acadêmico – 400 horas a mais em relação à regulamentação
anterior (a de 2002, que previa o mínimo de 2.800 horas), em cursos com duração de,
no mínimo, 8 (oito) semestres ou 4 (quatro) anos, compreendendo:
39
[...] embora diferentes entre si, quem forma se forma e reforma ao formar e
quem é formado forma-se e forma ao ser formado. É neste sentido que
ensinar não é transferir conhecimento, conteúdos nem formar é a ação pela
qual um sujeito criador dá forma, estilo ou alma ao corpo formado. Não há
docência sem discência, as duas se explicam e seus sujeitos, apesar das
diferenças que os conotam, não se reduzem à condição de objeto, um do
outro. Quem ensina aprende e quem aprende ensina ao aprender.
aprendem e ensinam, mas é preciso estar aberto para caminhar junto, não
conduzindo, mas descobrindo e orientando de formar a construir novos saberes.
Ao docente coloca-se o desafio de olhar o educando no processo de ensino-
aprendizagem, colocando o destaque na aprendizagem dos alunos e não na
transmissão do conhecimento por parte dos professores.
O documento destaca que carga horária dos cursos de Letras é instituída pela
Resolução CNE/CP n.2, de 19 de fevereiro de 2002. Esta resolução institui a duração
e a carga horária dos cursos de licenciatura, de graduação plena, de formação de
professores da Educação Básica em nível superior, isto é, orienta o que é mínimo
nessa formação. O artigo 1 da referida resolução informa que a carga horária dos
cursos de Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior, em curso
de licenciatura, de graduação plena, precisa ser de, no mínimo, 2800 horas, divididas
da seguinte forma:
uma prática tradicional sem articulação com a realidade que será encontrada por
esses docentes.
Seguindo esse raciocínio, Paiva (2004) fala sobre formação docente, sobre a
exigência de qualificação dos professores e a produção intelectual, fatores que
contribuem com o aprimoramento acadêmico dos cursos, para tanto contata a
necessidade dos docentes terem ambientes favoráveis de trabalho e os recursos
necessários para contribuírem com a qualidade dos cursos.
Este profissional, segundo o autor, precisa estar apto para realizar a seleção
destes textos, considerando a maturidade emocional e o domínio da escrita do aluno.
Também destaca que nos cursos Stricto Sensu, os docentes não recebem formação
para serem professores, considera-se que, por na maioria das vezes esse aluno já ser
licenciado em letras, ele já tenha uma base prática satisfatória, realidade que o autor
destaca como enganosa, pois a formação dos cursos de licenciatura em Letras,
muitas vezes, é fraco não dando ao aluno os aportes necessários para atuar na
educação básica.
É válido lembrar que este licenciado que está cursando o stricto sensu será o
professor responsável por formar outros professores, é um profissional com formação
inicial precária, que não recebe uma formação docente no stricto sensu e que
reiniciará o círculo, formando novos professores sem uma base sólida.
Cosson (2013) ainda atenta para a necessidade de superar a tradição de
considerar que a formação docente cabe apenas ao licenciando em pedagogia e
salienta que, atualmente, mesmo quando esse percepção é superada, o que ainda se
busca é a formação como professor de língua e não como professor de literatura, o
que acarreta na carência de reflexão sobre o que é a educação literária e quais os
seus objetivos, o que, segundo o autor, é um dos fatores da ineficácia do ensino de
literatura.
Neste estudo estamos tratando da importância da literatura para a formação
humana, para tanto precisamos falar também sobre a leitura, sobre como ela é
apresentada e como acontece durante a formação profissional de professores. O
hábito da leitura nos ajuda a desenvolver a criticidade e a imaginação, amplia nossa
visão de mundo e nossos conhecimento, poderíamos dizer que a leitura nos deixa
sempre um passo à frente, porém, com o desenvolvimento acelerado das tecnologias
e o acesso a informação rápida, parece surgir uma espécie de preguiça em relação
as leituras, não há porque se deter em um texto longo se podemos ler um resumo
breve deste texto ou assistir um vídeo falando sobre ele. É claro que o
desenvolvimento das tecnologias é de grande importância, porém também é um dos
motivos do crescente número de não leitores.
51
Farias; Bortolanza (2012) salientam que a leitura possui relevância para o bom
convívio em sociedade e está fortemente atrelada ao sucesso escolar e profissional
dos indivíduos. Os autores destacam que a grande mídia desse tema na atualidade
acaba por cobrar que os docentes sejam leitores e estejam preparados para formar
leitores.
Quando os esforços em formar leitores terminam sem resultado a culpa acaba
recaindo sobre o docente, pois a escola é o espaço entendido para a formação leitora,
com todas estas perspectivas incidindo sobre os docentes, os autores afirmam a
necessidade de convergir “[...] conhecimento teórico e prático durante o processo de
formação, acompanhado da reflexão como estratégia para evitar a formação
meramente técnica” (FARIAS; BORTOLANZA, 2012, p.34).
Dessa forma, torna-se imprescindível que o docente seja também um leitor,
pois como conduzir o educando ao ‘amor’ pela leitura sem primeiro possuí-lo? A
necessidade do professor desenvolver habilidades leitoras também está prevista nos
PCNs – Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997) que tratam das
habilidades que são necessárias ao docente para uma atuação satisfatória na
educação, ao professor é dada a missão de promover a formação do discente e seu
preparo para os desafios da sociedade tendo na leitura o sustento para tudo isso.
Sendo o docente exigido de tantas formas, notamos a importância de nos
voltarmos a sua formação inicial, quando percebemos que o insucesso dos alunos
quanto a leitura é debate em todos os meios, notamos a necessidade de compreender
como acontece a formação dos professores para o trabalho com a leitura, pois o papel
desenvolvido pelo docente é capaz combater o fracasso dos alunos junto a leitura, por
isso precisa ser bem desempenhado.
A leitura é basilar na educação, apropriar-se dos significados de um texto e
produzir sentido é fundamental para a formação, sem contar que a leitura crítica e
reflexiva é essencial. Mas, para tudo isso, os professores precisam sair das
Universidades capacitados. O estudioso Orlandi (1988) salienta a importância da
leitura para a produção de sentidos em sociedade:
[...] quem lê também produz sentidos. E o faz, não como algo que se dá
abstratamente, mas em condições determinadas, cuja especificidade está em
serem sócio-históricos. [...] quando estamos lendo, estamos participando do
processo (sócio-histórico) de produção dos sentidos e o fazemos de um lugar
e com uma direção histórica determinada (ORLANDI, 1988, p.59).
52
3 METODOLOGI A
3.2.2 Corpus
4JAPIASSÚ, H.; MARCONDES, D. Dicionário Básico de Filosofia. 3ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar
Editor, 2001.
57
das crenças, dos valores e das atitudes. Esse conjunto de fenômenos humanos é
entendido aqui como parte da realidade social, pois o ser humano se distingue não só
por agir, mas pensar sobre o que faz e por interpretar suas ações dentro e a partir da
realidade vivida [...]” (MINAYO, 2008, p.21). Já na pesquisa quantitativa, conforme
esclarece Fonseca (2002, p. 20), os resultados:
O roteiro de análise dos dados irá nos auxiliar a compreender nossa amostra,
e a visualizar em qual contexto cada um dos dez (10) cursos escolhidos pelo site
Exame (2015) como melhores do Brasil está inserido. O quadro abaixo nos ajuda a
compreender o que consideraremos durante a análise de dados.
59
4 AN ÁLISE DE DADOS
Federal
40%
Sem fins
lucrativos
40%
Estadual
10%
de docentes de Letras. Fato que pode ser explicado, pelo menos em parte, pela
qualificação de professores e suas condições de trabalho, bem como pelos processos
seletivos discentes, mais exigentes para ingresso do que pode ser observado em
instituições privadas.
Quanto ao território no qual se situam os cursos de Letras, podemos observar
que eles estão divididos nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste, conforme gráfico 2, que
mostra que as regiões Norte e Centro não dispõem de opções de destaque entre os
10 melhores cursos brasileiros de Letras.
Região
Nordeste Região Sul
30% 30%
Região
Sudeste
40%
2018.
7 Informações retiradas do site da Universidade: <http://www2.ufscar.br>. Acesso em 28 jan. 2018.
8 Informações retiradas do site da Universidade: <https://www.furg.br>. Acesso em 28 jan. 2018.
9 Informações retiradas do site da Universidade: <http://www.unisinos.br>. Acesso em 28 jan. 2018.
63
2018.
64
CH Língua CHLiteratura
630
1008
768
690 640
480
800
540 540
2175 660
1692
1485 1536 1488
1380
UNIVERSIDADE UNIVERSIDADE UNIVERSIDADE UNIVERSIDADE UNIVERSIDADE UNIVERSIDADE UNIVERSIDADE UNIVERSIDADE UNIVERSIDADE CENTRO
FEDERAL DO FEDERAL DO PAULISTA 1 ESTADUAL DO SÃO JUDAS PAULISTA 2 DO VALE DO FEDERAL DO FEDERAL DE UNIVERSITÁRIO
RIO GRANDE CEARÁ SUDOESTE DA TADEU RIO DOS SINOS RIO GRANDE SÃO CARLOS UNIVATES
BAHIA DO NORTE
UNIP, mesmo possuindo dois cursos de Letras elencados entre os dez melhores do
Brasil pelo ranking eleito para este estudo, é a que oferta a menor carga horária para
as disciplinas literárias, algo que também parece ter sido ignorado na avaliação do
curso, assinalando, sob outro olhar, o quanto a literatura tem sido desprestigiada.
Na Universidade São Judas Tadeu (USJT), são exigidas 3256 horas totais
mínimas para que o acadêmico se forme, destas 1488 horas são destinadas a
disciplinas de língua, divididas em 48 horas de ensino a distância, 520 horas de
disciplinas práticas e 920 horas de disciplinas teóricas. O curso oferta 640 horas de
disciplinas literárias teóricas. Na matriz curricular não há disciplinas optativas, mas há
uma exigência de 384 horas em atividades complementares de Graduação. Quanto
aos estágios, são 480 horas assim discriminadas:
* Estágio - Ensino Médio (240h);
* Estágio Supervisionado - Ensino Fundamental (240h).
O curso de letras da USJT não traz em sua matriz curricular uma especificação
se os estágios são em língua ou em literatura, apenas os dividindo entre o Ensino
Fundamental e o Ensino Médio, mas, dada a ênfase que a língua possui sobre a
literatura no curso em destaque, podemos acreditar que o estágio siga esta mesma
linha.
72
detrimento de outros gêneros literários. Ainda fortalece uma formação unilíngue com
literaturas de língua portuguesa apenas, ignorando as produções literárias em outros
idiomas.
As demais Universidades não ofertam nenhuma disciplina de literatura de
periferia, afro, indígena, regional, focando-se em uma estrutura de estudo mais
clássica, tradicional. Portanto, além de proporcionarem uma perspectiva monocultural,
ainda relevam uma perspectiva conservadora que renega produções marginalizadas
pela crítica literária.
Na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, vemos que as disciplinas
ofertadas como obrigatórias são as de Literatura brasileira e portuguesa, além delas
são estudadas as teorias literárias. O mesmo acontece na Universidade Estadual do
Sudoeste da Bahia, que oferta as teorias literárias, formação e história literária e as
literaturas brasileira, inglesa, norte-americana e portuguesa, além da retórica e
poética, tendo, assim, uma abordagem mais heterogênea.
A Universidade do Vale do Rio dos Sinos e a Universidade Federal de São
Carlos seguem esta mesma linha, ofertando a teoria da literatura e as literaturas
brasileira, portuguesa e inglesa. Ou seja, focam nos eixos tradicionais que já
conhecemos historicamente, algo que, aliás, também é visto já nas nomenclaturas das
disciplinas.
Considerando o que predomina nas matrizes curriculares dos dez cursos, é
notável que o modelo de ensino é tradicional, ofertando conhecimentos literários com
preferências das literaturas clássicas, enquanto as literaturas de periferias são
praticamente invisíveis, ofertadas apenas nos currículos optativos, sendo vitimadas
por um desmerecimento em relação ao tradicional. Mesmo estando em pleno século
XXI, vemos arraigados valores e práticas formativas do passado como se a formação
que precisamos ofertar atualmente seja similar ao que nossos antepassados
receberam. Revisão de perspectiva e adequação às demandas dos novos tempos
parecem algo bastante distante das composições curriculares desses dez melhores
cursos do país.
A oferta acentuada de disciplinas literárias como optativas também nos alerta
para o seu desprivilegio que a literatura tem experienciado na formação profissional
que a coloca com objeto central, ao lado do domínio da(s) língua(s). As literaturas
estão asseguradas na matriz curricular, porém tanto a sua oferta quanto efetividade
enquanto objeto de domínio do futuro professor são facultativas, não sendo
81
necessárias para que o futuro docente alcance seu diploma, pois, se o fossem, seriam
explicitadas na grade e teriam maior percentual de horas obrigatórias a elas
destinadas.
As disciplinas literárias ofertadas como obrigatórias acabam não dando conta
daquilo que as DCNs apontam como competências necessárias ao docentes de
Letras, pois é necessário que este profissional tenha competência para o acolhimento
e o trato da diversidade que subjaz às manifestações literárias; para o exercício de
atividades de enriquecimento cultural; para o comprometimento com os valores
inspiradores da sociedade democrática; para a compreensão do papel social da
escola. Porém, as disciplinas de literatura que seriam voltadas a oferecer estas bases
não são ofertadas como obrigatórias.
As disciplinas optativas dependem do interesse do acadêmico, podendo ser ou
não cursadas, ou seja, o fato de estarem presentes do currículo não garante que serão
efetivadas pelo educando, que poderá sair do curso sem cursar as referidas
disciplinas. A presença de muitas disciplinas de literatura como optativa reforça o lugar
secundário dado à literatura na formação de professores de Letras. Isso nos ajuda a
compreender por que temos, na realidade da educação básica, tantos problemas de
leitura e compreensão e por que temos uma nação de poucos leitores e de
pouquíssimos leitores de literatura. É um ciclo vicioso de maus resultados acerca da
leitura que se consolida também nos bancos das faculdades de Letras do Brasil.
Com base no roteiro de análise e em relação ao lugar da literatura e da
formação dos professores, foram eleitos ainda quatro eixos norteadores para nossas
reflexões, que são: Teorias literárias; Literaturas de língua portuguesa; Literatura
comparada; Ensino de literatura. Vamos tentar identificar estes quatro eixos nos
currículos dos dez cursos de Licenciatura em Letras, eleitos como melhores, pelo
ranking do site Exame (2015).
produção literária. O autor destaca que “A primeira tarefa de teoria literária consiste
em saber o que é literatura. A teoria literária funda um tipo de atividade intelectual
chamada crítica literária. Muitas vezes só conhecemos a crítica, da qual se depreende
a teoria” (SAMUEL, 2002, p.4).
O autor nos leva a refletir se o tempo destinado, nos cursos analisados, aos
estudos destas teorias é suficiente para que este acadêmico realmente compreenda
tudo que ela abarca e se torne capaz de ensinar a outros sobre ela. É inegável que a
carga horária que cada uma das universidades dispõem para este ensino é mínima
dada a grandeza do conteúdo teórico que precisa ser aprendido pelo educando.
Usando os valores expressos no quadro 12, é possível verificar que a média da
carga horária das disciplinas de literatura destes dez cursos é de 666,6 horas, destas,
a média destinada à teoria da literatura é de 87,0 horas, o que pode ser melhor
visualizado no gráfico abaixo, que mostra que apenas 13% dessas horas são
destinados aos conhecimentos teóricos:
13%
87%
Fonte: A autora
O gráfico nos permite perceber o lugar ocupado pela teoria da literatura dentro
da carga horária destinada ao estudo das disciplinas literárias. É claro que a baixa
carga horária total destas disciplinas acarreta em um espaço também reduzido para o
ensino de cada uma das disciplinas de literatura.
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CONCLUS ÃO
formação inicial dos docentes que irão para a educação básica. Como notamos nos
cursos analisados, a carga horária para a teoria literária é mínima, a literatura
comparada é quase inexistente e mais grave ainda, não foi possível encontrar
disciplinas práticas e estágios em literatura em todos os cursos. Sem um amparo
teórico e sem o amparo da prática, o professor chega a sala de aula sem o preparo
necessário, e sem um docente qualificado não há um ensino qualificado. Consolida-
se um círculo vicioso: professores mal formados na graduação e ensino desqualificado
na educação básica. Resultado: uma nação de leitores despreparados.
Ao retomarmos nosso estudo sobre o (quase não) lugar da literatura na
formação de professores de Letras, podemos perceber que realmente na formação
inicial estes docentes tem um contato limitado com a literatura, uma carga horária
baixa e que fica longe de alcançar o prestígio e preferência de que a língua dispõe.
Dar equidade a oferta das disciplinas de língua e de literatura talvez seja o primeiro
passo para que a literatura volte a ser valorizada na formação de professores e, por
consequência, passe a ser privilegiada na escola básica.
Também é necessário refletir se as 3200 horas exigidas pela nova Resolução
n. 2/2015 são suficientes para que todas as competências exigidas pelas DCNs sejam
alcançadas, pois vemos dez cursos que já praticam um carga horária até mesmo
maior que essa e que ainda não ofertam, ou o fazem de forma mínima, disciplinas
importantes como as teorias literárias, a literatura comparada, as literaturas regionais,
periféricas, afrodescendentes e indígenas. Parece-nos que a questão das horas é
apenas uma parte de tantos requisitos que merecem ser revistos na formação de
Letras.
Ao entender o cenário encontrado nas propostas dos dez melhores cursos de
Letras, segundo ranking da revista Exame, tornamo-nos capazes refletir sobre as
possibilidades de ensino da literatura. Não há a intenção de julgar a forma como os
currículos são organizados, porém, ao demostrar os dados acreditamos que
estaremos auxiliando as Universidades em geral a repensar, estudar e se necessário,
reestruturar seus currículos.
Ao nos propormos a realizar esta pesquisa e entender como são ofertadas as
disciplinas de literatura e quais as implicações que isso traz à formação de
professores, visamos a encontrar um caminho que possa conduzir a literatura
novamente ao seu lugar de direito, ou seja, um lugar de destaque que a coloque, de
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fato, como objeto a ser conhecido, compreendido, valorizado, tal como entende
Antonio Candido aludido no início desta dissertação.
No cenário atual, no qual vemos cursos de Letras sendo fechados por todo
país, professores desvalorizados e desmotivados urge mostrarmos a importância de
um professor, essa valorização só será alcançada quando tivermos cidadãos
conscientes de seu papel social e capazes de lutar por seus direitos, entendemos que
a literatura é parte importantíssima na formação destes cidadãos e por este motivo,
precisamos lutar pelo seu lugar, pela garantia de sua oferta e de seu ensino
qualificado.
Mas o que vemos na realidade da formação inicial dos professores e que acaba
refletindo na educação básica é que a literatura se apaga cada vez mais. Acreditamos
que, ao compreendermos como o professor é apresentado às disciplinas literárias em
sua formação inicial, também iremos compreender o que acontece nas salas de aulas
e o porquê do apagamento de uma disciplina tão ligada à formação humana,
principalmente ao consideramos que os professores estão, de toda forma,
intimamente ligados à formação cidadã de seus educandos.
São muitos os problemas deste gradativo apagamento da literatura nos cursos
de licenciatura em Letras. A literatura desperta o prazer da leitura, auxilia-nos com
nossas emoções e nos permite múltiplas experiências em vários aspectos, o que
amplia nossa visão de mundo e enriquece a nossa aprendizagem. Quando estes
futuros docentes, em sua formação inicial, são apresentados à literatura sem que seja
dado a este momento o seu real valor, com aprendizagens ínfimas, focadas apenas
em alguns fatores, eles se tornam, em muitos casos, professores de ensino básico
que não reconhecem a importância que a literatura terá na formação humana de seus
alunos.
Ao salientarmos a menor atenção dada à literatura em relação aos estudos da
língua nos cursos de Letras, não queremos de forma alguma desmerecer o ensino da
língua, pois seu valor é inquestionável. No entanto, precisamos reconhecer que os
graduandos, desencantados da literatura na formação inicial, contribuem para que os
seus educandos da formação básica escolar também se afastem e se desinteressem
dos livros e da literatura. Com isso nos deparamos com alunos que possuem uma
capacidade interpretativa cada vez mais pequena e cada vez mais longe de se
formarem como leitores competentes e, por que não, como seres humanos críticos e
socialmente inseridos em suas realidades.
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REFERÊNCI AS
EXAME. Os melhores e piores cursos de letras, segundo o MEC. Site Exame. 2015.
Disponível em: <https://exame.abril.com.br/carreira/os-melhores-e-piores-cursos-de-
letras-segundo-o-mec/>. Acesso em: 10 dez. 2017.
GIL, A.C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6ed. São Paulo: Atlas, 2008.
PAIVA, V.L.M.O. O novo perfil dos cursos de Licenciatura em Letras. In: TOMICH
(Org.). A interculturalidade no ensino de inglês. Florianópolis: UFSC, 2005.
p.345-363.
ANEXOS
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