Cogumelo
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Cogumelos e intoxicações
Introdução
Os fungos são organismos vivos heterotróficos, ou seja, não produzem o seu próprio
alimento. Contrariamente ao que a maioria das pessoas pensa, nem todos os fungos são
decompositores. Os fungos dividem-se, consoante o seu tipo de vida, em parasitas,
saprófitas (decompositores) e micorrízicos (Martins, 2001).
O maior problema da maioria das intoxicações provocadas por cogumelos, que levam à
morte do individuo que o ingere, é o facto de aquelas só serem detetada muito tempo
depois da sua ingestão.
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Casos não fatais, estão associados à síndrome gastrointestinal - vómitos, dor abdominal
e diarreia – e quase nunca necessitam de apoio médico. No entanto, nos casos mais
graves, que são aqueles acompanhados de desidratação, evoluem favoravelmente entre
as 12 e as 48 horas.
Em Portugal o tema dos cogumelos não é muito abordado e as pessoas têm receio de
comer porque devido à falta e até à errada informação que é fornecida (Brandão et al.,
2011).
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Resultados
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As descrições dos cogumelos que se seguem foram adaptadas de: Santos-Silva (2007),
Federação dos Produtores Florestais de Portugal (2008) e Matos (2010).
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Amanita rubescens
Amanita rubescens possui um chapéu com diâmetro que varia entre os 5 e os 15 cm.
Tem numerosos restos do véu da volva em forma de verrugas de algodão branco. É um
cogumelo que possui lâminas largas, livres e brancas tal como os seus esporos. Possui
um pé cilíndrico que é mais grosso na base, estreitando na parte superior. Possui
também volva.
“Amanita rubescens”
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Amanita muscaria
A Amanita ponderosa e a Amanita verna são dois cogumelos muito idênticos. Ambos
podem ter cor branca, anel e volva o que provoca confusão e dificuldade em distingui-
los.
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Amanita ponderosa
Possui chapéu convexo a plano com dimensão de 8 a 13 cm, branco quando jovem e
ocre rosado quando maduro.
Tem pé com forma bolbosa de dimensões que variam dos 4 a 10 cm, branco ou rosado.
Amanita verna
Possui chapéu globoso com dimensões entre 4 a 9 cm, branco, liso e brilhante. As suas
lâminas são brancas assim como as suas esporadas. O seu pé é cilíndrico, com base
bolbosa de 4 a 12 cm, branco. Possui anel e volva.
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Amanita phalloides é indicado como um dos cogumelos responsáveis pela maioria das
intoxicações nas populações. Isto deve-se à grande parecença entre ele e o famoso
míscaro muito apreciado pela maioria das pessoas. Ambos têm cor branca entre outros
aspetos e, ao contrário do mito de que o mesmo tipo de cogumelos está junto na mesma
área, estes cogumelos podem estar muito próximos e facilitar assim a confusão.
Tricholoma equestre
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Amanita phalloides
A Amanita phalloides é uma espécie de cogumelo altamente venenosa que pode causar
a morte após a sua ingestão. A Amanita phalloides pode ser encontrada em florestas,
normalmente junto de carvalhos, nogueiras e/ou coníferas.
Possui chapéu com diâmetro de 3,5 a 15 cm, convexo e com superfície lisa. A cor do
chapéu varia entre verde azeitona e amarelo acastanhado, sendo raramente branco. As
suas lamelas são livres, fechadas, moderadamente largas, em tom branco quase creme,
que passam a cor de vinho com concentrações elevadas de ácido sulfúrico.
O pé tem entre 4 a 18 cm de comprimento, 1 a 3 cm de largura e tem base larga e por
vezes bulbosa. Os esporos têm dimensões que variam de 6 a 10 µm e com cor branca.
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Cantharellus cibarius
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Hygrophoropsis aurantiaca
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Omphalotus olearius
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Discussão
Embora muitas pessoas não o saibam, o reino dos fungos é um dos três mais
diversificados. Existe uma grande variedade de fungos e cogumelos e, por vezes, o
pouco conhecimento das pessoas neste assunto leva a erros que podem ser fatais.
O ser humano esteve, desde sempre, habituado a arriscar na vida. A realidade é que as
pessoas sabem que há cogumelos venenosos, porém, a vontade de provar algo que
dizem ser tão bom fala mais alto! O grande contra desse desejo de experimentar algo
novo é o facto de as pessoas não se informarem primeiro acerca do tema. O Homem é
capaz de ir para o campo procurar um cogumelo muito famoso e saboroso sem ligar às
semelhanças existentes entre alguns cogumelos. Muitos indivíduos desconhecem que
um cogumelo muito bom e comestível pode ser parecido a um cogumelo tóxico. E uma
confusão entre eles pode levar à morte de quem ingere o cogumelo venenoso. Deste
ponto de vista colocam-se algumas questões: “Se até uma pessoa especializada pode,
num momento de distração, confundir dois cogumelos, qual será a probabilidade disso
acontecer a um inexperiente?”; “Com a quantidade/qualidade de meios de comunicação
e informação que existe nesta época, como é que ainda é possível que as pessoas
continuem a morrer por causa de cogumelos?”.
O grande contra de alguns cogumelos é o tempo que a pessoa intoxicada leva até ter
sintomas. Algumas vezes, os sintomas só aparecem passadas 48 horas e, nesse
momento, já não há muito a fazer. O veneno já está em circulação e é praticamente
impossível pará-lo! Isto também acontece porque os médicos não têm conhecimento de
todos os cogumelos e dos efeitos das suas toxinas. Para se conseguir salvar mais
indivíduos intoxicados por cogumelos, seria necessário a existência de pessoas
especializadas nos hospitais.
Existem também vários mitos acerca da comestibilidade dos cogumelos. Muitas pessoas
continuam a acreditar que truques como o “truque do alho”, a “colher de prata”, entre
outros, são completamente fiáveis e, embora por vezes, achem o cogumelo tóxico ao
fazer o truque e o mesmo não apresentar que o cogumelo é tóxico, as pessoas acabam
por ingeri-los e, por vezes, têm graves problemas de saúde.
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Para uma maior segurança dos indivíduos que querem e gostam de comer cogumelos, é
fundamental uma maior informação acerca dos mesmos e não acreditar nos mitos que,
apesar de antigos, são totalmente falsos.
Agradecimentos
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Referências Bibliográficas
Brandão, J.L., Pinheiro, J., Pinho, D., Silva, D., Fernandes, E., Fragoso, G., Costa, M.I.,
Silva, A. (2011) Intoxicação por cogumelos em Portugal. Acta Med Port., 24(S2): 269-
278.
Morgado, L., Martins, L., Gonçalves, H., Oliveira, P. (2006). Estudo de intoxicações
causadas por ingestão de macrofungos na região do Alto Alentejo. A Pantorra, 6: 65-74.
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