Medeiros 2004
Medeiros 2004
Medeiros 2004
PIRACICABA
Estado de São Paulo – Brasil
Dezembro – 2004
ii
PIRACICABA
Estado de São Paulo – Brasil
Dezembro – 2004
Da d o s I n t e r n a c i o n a i s d e Ca t a l o g a ç ã o n a Pu b l i c a ç ã o ( CI P)
DI VI SÃO DE BI BL I OT ECA E DOCUMENT AÇÃO - ESAL Q/ USP
CDD 634.9
“Pe r mi t i d a a c ó p i a t o t a l o u p a r c i a l d e s t e d o c u me n t o , de s de que c i t a da a
f ont e – O a ut or ”
iii
DEDICO
AGRADECIMENTOS
SUMÁRIO
Página
LISTA DE FIGURAS
Página
LISTA DE TABELAS
Página
1 Lista de ocorrência de espécies na amostragem pelo
método de parcelas de 900 m2.................................................................. 36
2 Estimativas de parâmetros fitossociológicos encontrados
por espécie para o método de parcela de área fixa de 900 m2................. 40
3 Estimativas de parâmetros fitossociológicos encontrados
por espécie para o método do ponto quadrante........................................ 43
4 Número de indivíduos (%) e número de espécies por família,
para os métodos de parcelas e pontos quadrante................................... 55
5 Esforço amostral (ind/sp) para os diferentes tamanhos
de parcela e para o método de ponto quadrante....................................... 63
6 Média dos índices de diversidade de Shannon e Simpson para
parcelas de 100 a 900 m2, comparadas com os valores obtidos no
método de ponto quadrante e na grade amostral….................................. 64
7 Média e intervalo de confiança (95%) da estimativa da densidade
para parcelas de 100 a 900 m2, pontos quadrantes e subparcelas…........ 70
xi
RESUMO
SUMMARY
size samples varying from 100 to 900 m2 aiming evaluating how these different
sizes and the point-centered quarter method interfere in the sampling effort, in
the density estimates, and in the phytossociological and diversity indexes. At the
end of the surveying, the 900-m2-plot method included 102 species, distributed
in 45 families, whereas in the center-pointed quarter method 71 species were
sampled, distributed in 37 families. The results found in both methods in relation
to the Importance Value Index showed Copaifera langsdorffii, Vochysia
tucanorum, and Ocotea corymbosa as the most important ones; Myrtaceae
family stood out on both methods in relation to species richness. The sampling
effort curve of the point-center quarter method included a number of species
similar to the 200-m2 plots’ curve, with an advantage of being easier to be
installed in the field. The Shannon Index values were lower than in the other
biomes, whereas the Simpson Index could not be the best indicated for the
cerradão under study, because it was not sensitive to the presence of species
with only one individual in the plot. It was recommended the use of 400-m2 plots
in order to determine the tree diversity in the cerradão at the Ecological Study
Station in the city of Assis. The most adequate plots to estimate the density
were the 700-m2 ones. However, stratification on the sampling area was
suggested due to the great variability of this parameter in the area.
1 INTRODUÇÃO
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Biodiversidade
Magurran (2004) relata que este índice é muito comum, porém é sensível
ao tamanho de parcela e seu resultado pode ser de difícil interpretação. No
entanto, seu uso persiste, uma vez que muitas pesquisas em longo prazo
utilizam-se desta medida como referência para avaliar a diversidade biológica.
O índice de Shannon assume que os indivíduos são amostrados ao
acaso em uma população infinita (Pielou, 1975; Magurran, 1988) e que todas as
5
2.3.1 Densidade
2.3.2 Freqüência
2.3.3 Dominância
2.3 Amostragem
Spurr (1952) explica que a amostragem aleatória pode ser usada quando
não há nenhuma variação sistemática na população. Entretanto, o autor
esclarece que em populações florestais isto normalmente não acontece, sendo
indicada a amostragem sistemática na obtenção de melhores estimativas.
O uso da amostragem sistemática no campo é freqüente, e as razões
habituais para seu uso na prática são a simplicidade de aplicação no campo e a
pretensão de amostrar uniformemente o hábitat como um todo (Krebs, 1999).
Há diversos estudos sobre o bioma cerrado utilizando métodos de
amostragem - tais como parcelas de área fixa e pontos quadrante - visando
caracterizar a diversidade arbórea. Heiseke (1976) testou o método de ponto
quadrante em vegetação de cerrado em Minas Gerais, e estimou, além dos
parâmetros fitossociológicos, o volume de madeira para produção de carvão.
Felfili & Imaña-Encinas (2001), utilizaram parcelas de 1000 m2 para estudar o
cerrado da Chapada do Espigão Mestre do São Francisco, englobando os
Estados de Goiás, Piauí, Tocantins, Bahia e Minas Gerais. Já Cesar et al.
(1988) demarcaram parcelas de 5 x 5 m para estudar o cerrado em Corumbataí
(SP), enquanto que Toledo Filho et al. (1989) e Gomes et al. (2004) instalaram
parcelas em áreas de cerradão em Moji-Mirim (SP) e Brotas (SP),
respectivamente .
Os estudos desta natureza em outros biomas são também habituais.
Martins (1979) e Cavassan et al. (1984) aplicaram o método de ponto quadrante
em florestas estacionais, em Santa Rita do Passa Quatro (SP) e em Bauru
(SP), respectivamente. Gorenstein (2002), além de parcelas e pontos
quadrante, instalou pontos de Bitterlich na Estação Ecológica de Caetetus, em
Gália (SP), já Rocha (2003) aplicou parcelas e pontos quadrante nesta mesma
área. Dias (1993) e Aguiar (2003) estudaram a floresta ombróflia densa do
Parque Estadual Carlos Botelho, abrangendo os municípios de São Miguel
Arcanjo (SP) e Sete Barras (SP). O primeiro autor aplicou pontos quadrantes
para árvores em duas classes de diâmetro (maior que 10 cm e entre 5 e 10 cm)
em um trecho de mata secundária, além de testar parcelas circulares de 7,5 m
10
Nas décadas de 60 e 70, grande parte dos cerrados foi destruída pelo
estímulo de políticas públicas, como o reflorestamento incentivado, além do
20
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1.2 Clima
3.1.4 Solos
3.1.5 Vegetação
como: identificação com a letra “Q”, informando que a árvore está inserida no
quadrante, número do ponto quadrante em cada parcela (1 a 8), posição no
quadrante (1º ao 4º) e distância ponto-árvore (em metros).
Para o cálculo dos índices fitossociológicos, o CAP foi transformado em
DAP (diâmetro à altura do peito, em cm), por meio da divisão do valor de CAP
pela constante π = 3,141593, resultando em um DAP mínimo de 4,77 cm.
pi Fai
Fai = × 100 Fri = × 100
PT FaT
ABT
FaT = Fai DoaT =
A
ABT = ABi ABi = Abi
π × DAP 2
Abi = Doai = Dai × ABmi
4
AB i ABi
ABmi = Dori = × 100
ni ABT
Dri + Fri + Dori Dri + Dori
IVI i = IVC i =
3 2
30
Sendo:
N = número total de indivíduos amostrados, independentes da espécie;
A = área amostrada (ha);
Dai p = densidade absoluta da espécie i para o método de parcela. É o número
de indivíduos de uma dada espécie, por unidade de área (ind/ha).
Dai q = densidade absoluta da espécie i para o método de ponto quadrante. É o
número de indivíduos de uma dada espécie, por unidade de área (ind/ha).
Dri p= densidade relativa da espécie i para o método de parcelas. Expressa a
relação (%) entre o número de indivíduos de uma determinada espécie e o
número total de indivíduos amostrados;
Dri q= densidade relativa da espécie i para o método de ponto quadrante.
Expressa a relação (%) entre o número de indivíduos de uma determinada
espécie e o número total de indivíduos amostrados;
DTA = densidade absoluta total ou Densidade Total por Área. Estima o número
total de indivíduos, por unidade de área, independente da espécie. É expressa
em nº de indivíduos por hectare;
ni = número de indivíduos amostrados da espécie i;
Fai = freqüência absoluta da espécie i. É a porcentagem de unidades de
amostragem em que a espécie i ocorreu, em relação ao total de unidades
amostradas;
FaT = freqüência absoluta total (soma das freqüências absolutas de todas as
espécies amostradas);
pi = número de unidades de amostragem com a presença da espécie i;
PT = número total de unidades de amostragem;
Fri = freqüência relativa da espécie i. Expressa em porcentagem, é a relação
entre a freqüência absoluta da espécie i e as freqüências absolutas de todas as
espécies amostradas;
Doai = dominância absoluta da espécie i. Dá a taxa de ocupação do ambiente
pelos indivíduos da espécie i, por unidade de área. É expressa em m²/ha;
31
Sendo:
rij é a distância (em metros) do ponto i (i = 1, 2, 3, ..., 484) à árvore mais próxima
no quadrante j (j = 1, 2, 3, 4);
n = nº total de pontos quadrante instalados.
Np = densidade, representada pelo número de indivíduos por hectare.
32
Desvio Padrão:
NP
s=
( 4 × n) − 2
Intervalo de Confiança:
2
(16 × n) − 1) − 1,96
- limite inferior:
π× rij
2
(16 × n) − 1) + 1,96
- limite superior:
π× rij
2
Sendo:
Pi = proporção de cada espécie em relação ao total de indivíduos;
ni = no de indivíduos da espécie;
N = no total de indivíduos.
33
S'= 1− D
ni × (ni − 1)
D=
N × ( N − 1)
Sendo:
ni = no de indivíduos da espécie;
N = no total de indivíduos.
n n(n − 1)
IC [x − tsx ≤ X ≤ x + tsx ] = P
s
sx =
n
Sendo:
Xi = índice de diversidade ou densidade de cada parcela;
n = no de parcelas;
s = desvio padrão;
x = média estimada;
IC = Intervalo de Confiança;
t = valor tabelado (Student);
sx = erro padrão da média;
X = média verdadeira da população;
P = probabilidade de a média estar dentro do intervalo calculado (0,95 ou 95%)
35
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Florística
4.2 Fitossociologia
IVI (%)
IVI (%)
IVI (%)
IVI (%)
Nota-se, nas figuras 11 a 13, que as três espécies de maior IVI não
sofreram mudança de posição quanto ao valor deste índice com o aumento do
tamanho da parcela. Entretanto, houve uma inversão de espécies entre a 4ª. e
a 5ª. posição (Tapirira guianensis e Xylopia aromatica) quando a parcela
aumentou de 100 m2 para 500 m2; esta inversão ocorreu novamente quando
seu tamanho aumentou de 500 m2 para 900 m2. Logo, constata-se o tamanho
da parcela pode também interferir na ordem de importância das espécies mais
comuns.
O método de ponto quadrante, por sua vez, se mostrou eficiente, pois,
como consta na figura 14, a maioria das espécies de maior IVI encontra-se
também no método de parcelas, com exceção da ausência da espécie Myrcia
guianensis e do surgimento da espécie Faramea montevidensis.
As espécies que apresentaram IVI mais elevados para as metodologias
de amostragem estudadas, neste caso, Copaifera langsdorffii, Vochysia
55
Myrtaceae
Fabaceae
Melastomataceae
Vochysiaceae
Bignoniaceae
Malpighiaceae
Rubiaceae
Mimosaceae
Lauraceae
Erythroxylaceae
Nyctaginaceae
Asteraceae
Euphorbiaceae
Annonaceae
Caesalpiniaceae
Myrtaceae
Fabaceae
Vochysiaceae
Melastomataceae
Euphorbiaceae
Rubiaceae
Mimosaceae
Lauraceae
Styracaceae
Bignoniaceae
Symplocaceae
Asteraceae
Myrsinaceae
Annonaceae
Caesalpiniaceae
destes índices são inferiores aos valores encontrados quando se considera toda
a grade amostral e todos os pontos quadrantes. Isto acontece porque não há
como constar todas as espécies do levantamento em cada parcela, geralmente
o que ocorre é o aparecimento das espécies raras em poucas parcelas.
Levando-se em conta toda a grade amostral, o cálculo do Índice de
diversidade de Shannon para o método de parcelas gerou o valor 3,05 e para o
método de ponto quadrante, 3,10. O valor deste índice varia muito, de acordo
com as fisionomias estudadas. Felfili & Imaña-Encinas (2001) obtiveram Índices
de diversidade de Shannon variando entre 3,44 até 3,73, no estudo de quatro
áreas de cerrado na Chapada do Espigão Mestre do São Francisco. Dias
(1993) obteve os valores 4,26 e 4,46 no método de ponto quadrante, para duas
classes diamétricas consideradas, em mata secundária da floresta ombrófila
densa do Parque Estadual Carlos Botelho (PECB). Vieira (1997) obteve,
também no PECB, o valor de 3,66. Já Gorenstein (2002), em uma área de
floresta estacional semidecidual da Estação Ecológica dos Caetetus, obteve os
valores 2,85 e 3,23 para os métodos de parcela e ponto quadrante,
respectivamente. Sztutman (2000) encontrou valores entre 0,82 e 4,06,
estudando três tipos florestais de uma planície litorânea em Pariquera-Açu (SP).
Silva (2002), em uma floresta amazônica de Paragominas (PA), estudou
as diferenças de diversidade entre uma Área de Proteção Permanente e uma
área cuja forma de manejo se adapta ao modelo exploração tradicional, e
encontrou valores 4,21 e 3,79, respectivamente, para o Índice de Diversidade
de Shannon; já o Índice de Diversidade de Simpson gerou os valores 0,97 e
0,96, respectivamente. No presente estudo, o Índice de Diversidade de
Simpson variou de 0,81 (parcelas de 100 m2) a 0,86 (parcelas de 900 m2). No
entanto, tanto para o método de ponto quadrante quanto para a grade amostral,
o valor deste índice foi de 0,92.
A Figura 20 ilustra o comportamento do Coeficiente de Variação (%) dos
Índices de Shannon e Simpson, conforme o aumento do tamanho da parcela.
66
30
25
20
CV (%) 15
Shannon
Simpson
10
0
100 200 300 400 500 600 700 800 900
tamanho de parcela (m2)
2.5
2.0
1.5
1.0
0.5
exceção das parcelas de 300 m2. Apesar disso, pode-se dizer que o Índice de
Shannon conseguiu capturar a diversidade da área, pois se observa um
aumento crescente do Índice conforme o aumento da parcela.
O gráfico ilustra ainda que principalmente entre as parcelas de 100 e 300
2
m há grande amplitude entre o primeiro quartil e a mediana, indicando maior
variabilidade entre as médias dos índices de Shannon nesta faixa. Entretanto,
esta amplitude tende a diminuir, sobretudo para as parcelas de 400 m2 e para
as parcelas de 700 a 900 m2, apesar da ocorrência de alguns valores extremos
de baixa diversidade.
A Figura 22 representa o gráfico “box-plot” para o índice de Simpson em
relação ao tamanho da parcela.
Índice de Diversidade de Simpson
0.8
0.6
0.4
0.2
0.0
35
33
31
29
27
CV (%)
25
23
21
19
17
15
100 200 300 400 500 600 700 800 900
tamanhos de parcela (m2)
3500
2500
Densidade (ind/ha)
1500
500
5 CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS