TRABALHO DE TAXONOMIA DE CRIPTOGRAMAS Filo Basidiomycota (Basidiomicetos)
TRABALHO DE TAXONOMIA DE CRIPTOGRAMAS Filo Basidiomycota (Basidiomicetos)
TRABALHO DE TAXONOMIA DE CRIPTOGRAMAS Filo Basidiomycota (Basidiomicetos)
2 CARACTERÍSTICAS GERAIS
Imagem 1: representação de estrutura interna de um corpo de frutificação. Fonte: Raven, Peter H. BIOLOGIA
VEGETAL:8.ed.Guanabara Koogan,2014.
Pode-se observar que as hifas são a unidade formadora do corpo do fungo e seu
conjunto é denominado micélio. Elas são filamentosas cilíndricas, alongadas e septadas. Hifas
septadas significam que elas são separadas por divisórias (septos) que são paredes que
dividem de modo completo ou incompleto uma cavidade ou estrutura em outras menores.
Nessa conformidade os fluxos protoplasmáticos correm através das aberturas dos septos e
fornecem nutrientes para as células, que são armazenados nas paredes das hifas como
glicogênio.
Para se conhecer mais detalhadamente essa estrutura cabe dissertar-se o ciclo de vida
de um cogumelo, tomando-o como referência para se entender a estrutura formadora de um
basidiomiceto.
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Imagem 3: As principais estruturas (basídio, anel, pé ou estipe, hifas diplóides, micélio monocariótico e
dicariótico, véu universal, volva, lâminas e píleo ou chapéu) e processos (cariogamia, meiose e formação e
libertação dos basidiósporos) do ciclo de vida dos Basidiomicetos. Fonte:
https://imagem.casadasciencias.org/index.php#!/descritivo?id=2041
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Os basidiomicetos, além de atuar na decomposição da matéria orgânica, contribuindo para
a fertilização do solo, também ajudam as plantas na absorção de nutrientes através de
associações com as raízes das mesmas. Os fungos basidiomicetos e ascomicetos formam
principalmente as micorrizas conhecidas como ectomicorizas. Elas são características de
certos grupos de árvores e arbustos encontrados principalmente nas zonas temperadas.
No Brasil, as ectomicorrizas são conhecidamente encontradas em espécies exploradas
economicamente, como Pinus, Eucalyptus e Acassia mangium.
As relações ecológicas dos fungos vão além da reciclagem de nutrientes e associação
com as plantas. Eles são capazes de atrair e interagir com diversos grupos de
organismos, principalmente insetos, como larvas de besouros e moscas, o que facilita a
criação de um ambiente mais rico em relações interespecíficas. Servem de alimento, ambiente
e substrato para sua reprodução, alimentando toda uma cadeia dentro de um ecossistema. O
resultado da interação destes organismos é uma floresta mais complexa, com crescimento
dinâmico.
O aumento das atividades industriais tem intensificado a poluição ambiental promovendo
a disposição inadequada de resíduos domésticos e industriais principalmente resíduos
perniciosos implicando na contaminação do solo ar recursos hídricos superficiais e
subterrâneos. Entre as tecnologias mais utilizadas na recuperação dessas áreas degradadas
destaca-se a biorremediação que tem como agentes recuperadores os microrganismos. Dentre
esses microrganismos um dos mais eficientes são os fungos, utilizados no processo
denominado micorremediação. Nesse processo os fungos aceleram o processo de
sucessão natural em áreas degradadas. Uma outra aplicação ambiental dos fungos está na
sua capacidade de controlar pragas enquanto bioinseticidas e no controle de ervas daninhas,
que podem substituir de maneira segura os pesticidas químicos nos próximos anos.
Imagem 4: Esquema das possibilidades de uso dos basidiomicetos. Fonte: Matheus & Okino, 1998
A capacidade desses fungos de degradar xenobióticos (compostos orgânicos
sintetizados industrialmente) é especialmente útil no tratamento de resíduos líquidos
industriais, os chamados efluentes, evitando que toneladas de produtos tóxicos e nocivos ao
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ambiente alcancem os corpos d’água. O uso de tal potencialidade se prova igualmente
interessante para a recuperar solos degradados, já que possibilita a eliminação de substâncias
químicas sem resíduos poluentes. Isso apenas é possível graças aos basidiomicetos que
promovem a podridão branca.
Esse grupo degradador de madeira digere substâncias complexas e as retornam aos
estados mais básicos da matéria, tornando-as um material inócuo para o ambiente e até
possibilitando o uso dos produtos finais dessa degradação como fertilizantes em plantações ou
como suplementos para ração animal. Os fungos causadores de podridão branca têm a
habilidade de decompor celulose, hemicelulose e lignina, quebrando-as em moléculas
menores até CO2 e H2O, por isso são chamados de fungos lignocelulolíticos. Esses fungos
também demonstram potencial para metabolizar polímeros complexos e altamente resistentes
como o epóxi, mas tal tecnologia ainda está análise e seu uso futuro ainda é incerto.
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Já no Brasil, a produção de cogumelos é pouco representativa, também é pouco
significativa sua participação no comércio mundial.O agronegócio de cogumelos no Brasil é
bastante reduzido, envolvendo poucos produtores, praticamente concentrados no estado de
São Paulo, e algumas empresas processadoras. O champignon é a espécie mais cultivada, mas
outras vêm despertando interesse nos produtores nacionais, como o shimeji. Existem ainda
algumas espécies nativas que são comestíveis, mas que ainda não são exploradas
comercialmente, como Auricularia fuscosuccinea, Oudemansiella canarii, Macrolepiota
procera, e Polyporus tenuiculus.
5. 1 AGARICOMYCOTINA
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podem causar apodrecimento em madeiras e raízes, estando associados à podridão de árvores
vivas.
Além disso, vale citar a conhecida espécie Crinipellis perniciosa, que é causadora da
fitopatologia conhecida popularmente como vassoura de bruxa do cacaueiro. Possui grande
importância econômica, visto que a presença do fungo em plantações agrícolas de cacau pode
causar prejuízo de valores exorbitantes.
Durante o ciclo de vida do fungo, é possível notar duas fases. Na parasítica há a
formação de um micélio mais grosso com hifas intracelulares, monocarióticas e sem grampo
de conexão, encontradas apenas nos tecidos vivos do hospedeiro. Já na fase saprofítica
observa-se um micélio formado por hifas mais finas, intracelulares, dicarióticas, com grampos
de conexão. É encontrada nos tecidos mortos de seu hospedeiro. É na fase saprofítica que o
fungo produz seus corpos de frutificação, que são rosados e de tamanho variando de pequeno
a médio.
Imagem 6: Fitopatologia popularmente conhecida como vassoura de bruxa, seus danos e seu causador. Fonte:
https://www.agrolink.com.br/problemas/vassoura-de-bruxa_1625.html
5.2 PUCCINIOMYCOTINA
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Imagem 7: Ferrugem do café. Fonte: agronomiarustica.com
As ferrugens como fitopatógenos são extremamente visadas na agricultura mundial,
visto que podem causar perdas de bilhões de dólares por todo mundo. As principais ferrugens
e mais graves são as que atingem o café, os cereais, o amendoim, o trigo e a soja, dentre
outras. Essas espécies geralmente apresentam um ciclo de vida complexo, sendo um desafio
controlar essas pragas. O ciclo da Puccinia graminis, por exemplo, consiste em sua
sobrevivência em dois hospedeiros diferentes e se inicia de forma sexuada em arbustos de
uva-espim (Berberis spp.), partindo para uma gramínea hospedeira, no caso o trigo e se
reproduzindo indefinidamente de forma assexuada.
5.3 USTILAGINOMYCOTINA
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Imagem 10: Filogenia de Moniliellomycetos e Malasseziomycetos. Fonte: Wang, Q. M., B. Theelen, M.
Groenewald, F. Y. Bai & T. Boekhout. 2014. Moniliellomycetes and Malasseziomycetes, two new classes in
Ustilaginomycotina. Persoonia 33: 41–47.
Imagem 11: Hifas de Malassezia. sp. Fonte: OLIVEIRA, Jeferson Carvalhaes de. 2014. Tópicos em Micologia
Médica
6.4.1 Malassezia caprae
Espécie que ataca bodes, ovelhas e cabras em infecções oportunistas. Possui células
redondas e elipsóides.
6.4.2 Malassezia dermatis
Espécie descoberta em 2002. É um exacerbador da dermatite atópica em seres
humanos, causando vermelhidão e coceira.
6.4.3 Malassezia sympodialis
É a espécie mais comum do gênero encontrada na pele de seres humanos. Isso se deve
ao fato de M.sympodialis viver simbioticamente conosco desde o nascimento, sendo
considerada parte da microbiota humana. Assim como as outras espécies do gênero, esse
fungo causa infecções em indivíduos com o sistema imune comprometido.
Quando a reação imune é anormal, Malassezia sympodialis pode causar dermatite
atópica em seres humanos e cães. Entretanto, o parasita é bastante lipofílico, sendo
encontrado geralmente no pescoço e tronco, onde desencadeia pitiríase versicolor, doença
ocasionadora de manchas com tonalidades claras e escuras na pele.
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6.4.4 Malassezia equina
Espécie que ataca principalmente cavalos, embora possa causar infecções oportunistas
em outros animais.
6.4.5 Malassezia nana
Parasita de animais com o sistema imune comprometido. Não é muito diferente das
demais espécies de Malassezia, exceto por sua capacidade de utilizar várias fontes de lipídios
para obter energia.
6.4.6 Malassezia furfur
É uma espécie que parasita seres humanos. Vive em pele com grande quantidade de
gordura, sendo mais comum de ser encontrado no couro cabeludo. O fungo Malassezia furfur
é um dos diversos causadores de dermatite seborreica.
6.4.7 Malassezia obtusa
Pouco se sabe a respeito dessa espécie. Ao contrário das outras de Malassezia, seu
crescimento se dá a aproximadamente 25ºC.
6.4.8 Malassezia japonica
Descrita em 2003 na pele de mulheres japonesas. Não se sabe muito a respeito dessa
espécie, apenas que parasita animais em infecções oportunistas.
6.4.9 Malassezia yamatoensis
Espécie até então somente isolada em pacientes com dermatite seborreica.
6.4.10 Malassezia sloffiae
Pouco se sabe acerca desta espécie, sendo ela associada a dermatite em cabras em um
artigo de 2007.
6.4.11 Malassezia globosa
É um dos principais fungos causadores de dermatite seborreica. Em 2007,
pesquisadores da Protector & Gamble sequenciaram seu DNA para obter mais informações.
6.4.12 Malassezia restricta
Acredita-se ser o principal, dentre os fungos, causadores de caspa. M. restricta, por
degradar mais rapidamente os lipídios do couro cabeludo, produz maior quantidade de ácido
oleico, o que pode ser a causa da descamação do epitélio na dermatite seborreica.
6.4.13 Malassezia pachydermatis
Isolada primeiramente em um elefante indiano, M. pachydermatis é parte da
microbiota de diversos mamíferos, embora possa causar infecções oportunistas. Dentre as
doenças causadas por esse fungo, estão a dermatite seborreica e a otite (infecção no ouvido).
Sua ocorrência é maior em cachorros, em virtude da alcalinidade de sua pele, embora
possa também parasitar gatos e seres humanos, mesmo que muito raramente. Mais incomum
ainda, sendo diagnosticado apenas em bebês e adultos imunossuprimidos, é que esse fungo
atinja o sangue, causando fungemia.
Embora os cães sejam os mais atingidos por esse parasita, aves também estão sujeitas
ao quadro clínico. Isto se deve pois M. pachydermatis é um fungo extremamente lipofílico,
alojando-se em tecido rico em glândulas sebáceas, podendo ser encontrado em lábios, ânus e
pele interdigital de cães. A seborreia canina ocasionada por esse patógeno é um quadro
importante em medicina veterinária, assim como a otite também. Quando alojado no canal
auditivo externo, seus sintomas variam de hematomas na palmilha auricular até presença de
secreção escura no ouvido.
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Única espécie patogênica, com dois casos de parasitismo em gatos. Pouco se sabe
sobre quadros clínicos em pessoas com o sistema imune comprometido. Acerca dos felinos,
M. suaveolens é responsável por causar feo-hifomicose cutânea.
Imagem 12: Amanita muscaria - O Amanita muscaria é um fungo natural de regiões com clima boreal ou
temperado do hemisfério norte. Possui propriedades psicoativas e alucinógenas em humanos. Fonte:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Amanita_muscaria
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Alguns outros gêneros de cogumelos venenosos incluem Tricholoma, Russula,
Pleurocybella, Omphalotus, Lactarius, Hypholoma, Entoloma, Boletus, Trogia, Paxillus,
Podostroma, Pholiotina, Lepiota, Inocybe, Galerina, Cortinarius e Clitocybe. Embora
cogumelos sejam mais conhecidos como pertencentes a Basidiomycotas, alguns Ascomycotas
também formam corpos de frutificação produtores de toxinas para seres humanos.
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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