Independencia e A Maconaria
Independencia e A Maconaria
Independencia e A Maconaria
A Maçonaria e a
Independência do Brasil
Índice
Bibliografia..........................................................................................................................................7
ANEXOS.............................................................................................................................................8
BIOGRAFIAS..................................................................................................................................8
Dom Pedro I.................................................................................................................................9
Joaquim Gonçalves Ledo...........................................................................................................11
José Bonifácio de Andrada e Silva............................................................................................13
Instrução sobre a Fundação do GOB.............................................................................................15
Notas Interessantes.........................................................................................................................19
A MAÇONARIA E A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL
Desde sua descoberta em 1500, o Brasil foi uma colônia Portuguesa, sendo explorada desde então pela
sua metrópole. Não tinha, portanto, liberdade econômica, liberdade administrativa, e muito menos liberdade
política.
Como a exploração metropolitana era excessiva e os colonos não tinham o direito de protestar, cresceu e
descontentamento dos brasileiros. Iniciam-se então as rebeliões conhecidas pelo nome de Movimentos
Nativistas, quando ainda não se cogitava na separação entre Portugal e Brasil. Estampava-se em nosso
país o ideal da liberdade. A primeira delas foi a Revolta de Beckman em 1684, no Maranhão.
No início do século XVIII, com o desenvolvimento econômico e intelectual da colônia, alguns grupos
pensaram na independência política do Brasil, de forma que os brasileiros pudessem decidir sobre seu
próprio destino. Ocorreram, então, a Inconfidência Mineira (1789) que marcou a história pela têmpera de
seus seguidores; depois a Conjuração Baiana (1798) e a Revolução Pernambucana (1817), todas elas
duramente reprimidas pelas autoridades portuguesas. Em todos estes movimentos a Maçonaria se fez
presente através das Lojas Maçônicas e Sociedades Secretas já existentes, de caráter maçônico tais como:
Cavaleiros da Luz, na Bahia e Areópago de Itambé, na divisa da Paraíba e Pernambuco, bem como pelas
ações individuais ou de grupos de maçons.
Embora tenha, a Maçonaria brasileira, se iniciado em 1787, com a Loja Cavaleiros da Luz, criada na
povoação da Barra, em Salvador, Bahia, só em 1822, quando a campanha pela independência do Brasil se
tornava mais intensa, é que iria ser criada sua primeira Obediência, com jurisdição nacional, exatamente
com a incumbência do levar a cabo o processo de emancipação do país. 1800/1801 - Maçons portugueses
fundam no Rio de Janeiro a Loja "União", que mais tarde passou a denominar-se "Reunião" por terem a ela
filiado outros maçons.
Com as Lojas "Constância" e "Filantropia", filiou-se em 1800 ao Grande Oriente Lusitano. Separou-se,
porém, por terem surgido discórdias e filiando-se ao Grande Oriente da França, adotando o rito Moderno.
Em 1802 é instalada na Bahia a Loja "Virtude e Razão", da qual saíram, em 1807, a Loja "Humanidade" e,
em 1813, a Loja "União".
Em 03 de março 1807, ressurge a Maçonaria no Brasil com a instalação da Loja "Virtude e Razão
Restaurada", na Bahia.
No ano de 1808, D. João e toda família real, refugia-se no Brasil em decorrência da invasão e dominação
de Portugal por tropas francesas, incitadas pelo jugo napoleônico.
Este fato trouxe um notável progresso para a colônia, pois esta passou a ter uma organização
administrativa idêntica à de um Estado independente. D. João assina o decreto da Abertura dos Portos, que
extinguia o monopólio português sobre o comércio brasileiro. O Brasil começa a adquirir condições para ter
uma vida política independente de Portugal, porém sob o aspecto econômico, passa a ser cada vez mais
controlado pelo capitalismo inglês.
Em 1809, D. João, Príncipe Regente, ao receber uma longa lista de nomes de maçons, para serem presos,
respondeu nesses termos: "Foram estes que me salvaram".
Também em 1809 funda-se em Pernambuco uma Loja da qual fizeram parte os padres Miguel Joaquim de
Almeida e Castro, João Ribeiro Peixoto e Luiz José Cavalcante Lins. Esta Loja teve intuitos puramente
políticos e os padres que faziam parte do seu Quadro tinham sido iniciados em Lisboa em 1807.
No ano de 1810 – Ocorre a expulsão dos franceses por tropas inglesas, que passam a governar Portugal
com o consentimento de D. João.
Em 1812 funda-se, na freguesia de São Gonçalo, Niterói, a Loja "Distintiva". Essa Loja tinha sinais, toques
e palavras diferentes das outras Lojas, tendo por emblema um índio vendado e manietado de grilhões e um
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gênio em ação de o desvendar e desagrilhoar. Era ela republicana e revolucionária. Denunciada, foi
dissolvida, sendo lançados no mar, nas alturas da ilha dos Ratos, seus arquivos e alfaias.
Em 1813, na Bahia, é fundado o primeiro Grande Oriente com as Lojas "Virtude e Razão", "Humanidade" e
"União", que adormeceu devido a desastrosa revolução de 1817.
No ano de 1815, D. João, adotando medidas progressistas, põe fim na situação colonial do Brasil, criando
os Reinos Unidos de Portugal, Brasil e Algarve, irritando sobremaneira os portugueses.
Em 12 de dezembro de 1815, na residência do Dr. João José Vahia, é instalada a Loja "Comércio e Artes",
que logo depois adormeceu.
Existia no Recife, em 1816, uma Grande Loja Provincial reunindo as Lojas "Pernambuco do Oriente",
"Pernambuco do Ocidente", "Restauração e Patriotismo" e "Guatimozim".
- Ano de 1820 – Cansados da dominação e da decadência econômica do país, os portugueses iniciam uma
revolução na cidade do Porto culminando com a expulsão dos ingleses. Estabelecem um governo
temporário, adotam uma constituição provisória e impõem sérias exigências a . João (agora já com o título
de rei e o nome de D. João VI), ou seja:
O ano de 1821 começara para D.João VI como principiara o de 1807. O Grande Oriente Lusitano levara-o,
quinze anos antes, a transferir a sede do governo monárquico da Nação Portuguesa de Lisboa para o Rio
de Janeiro. Decorrido três lustros, esse mesmo grande Oriente obrigá-lo-ia a retransferir a sede do seu
governo do Rio de Janeiro para Lisboa.
Com receio de perder o trono e sem alternativa, face às exigências da Corte (Parlamento português),
D.João VI regressa a Lisboa (Portugal) em 26 de abril de 1821, deixando como Príncipe Herdeiro, nomeado
Regente do Brasil pelo Decreto de 22 de abril de 1821, o primogênito com então 21 anos de idade –
PEDRO DE ALCANTARA FRANCISCO ANTÔNIO JOÃO CARLOS XAVIER DE PAULA MIGUEL RAFAEL
JOAQUIM JOSÉ GONZAGA PASCOAL CIPRIANO SERAFIM DE BRAGANÇA E BOURBON. O Príncipe
Dom Pedro, jovem e voluntarioso, aqui permanece, não sozinho, pois logo se viu envolvido por todos os
lados de homens de bem, Maçons, que constituíam a elite pensante e econômica da época.
Apesar de ver ser aceitas suas reivindicações, os revolucionários portugueses não estavam satisfeitos. As
cortes de Portugal estavam preocupadas com as perdas das riquezas naturais do Brasil e previam sua
emancipação, como ocorria em outros países sul-americanos. Dois decretos, em 29 de setembro de 1821,
de números 124 e 125 emanados das Cortes Gerais portuguesas são editados na tentativa de submeter e
inibir os movimentos no Brasil. Um reduzia o Brasil da posição de Reino Unido à antiga condição de
colônia, com a dissolução da união brasílico-lusa, o que seria um retrocesso, o outro, considerando a
permanência de D. Pedro desnecessária em nossa terra, decretava a sua volta imediata.
Os brasileiros reagiram contra os decretos através de um forte discurso do Maçom Cipriano José Barata,
denunciando a trama contra o Brasil. O Maçom, José Joaquim da Rocha, funda em sua própria casa o
Clube da Resistência, depois transformado no Clube da Independência. Verdadeiras reuniões maçônicas
ocorrem na casa de Rocha ou na cela de Francisco de Santa Tereza de Jesus Sampaio, Frei Sampaio, no
convento de Santo Antônio, evitando a vigilância da polícia. Várias providências foram tomadas, dentre
elas: consultar D. Pedro; convidar o Irmão, Maçom, José Clemente Pereira, Presidente do Senado a aderir
ao movimento e enviar emissários aos maçons de São Paulo e Minas Gerais. Surge o jornal, “Revérbero
Constitucional Fluminense”, redigido por Gonçalves Ledo e pelo Cônego Januário, que circulou de 11 de
setembro de 1821 a 08 de Outubro de 1822, e que teve a mais extraordinária influência no movimento
libertador, pois contribuiu para a formação de uma consciência brasileira, despertando a alma da
nacionalidade.
Posteriormente a 29 de julho de 1822 passa a ser editado o jornal – “Regulador Brasílico-Luso”, depois
denominado, “Regulador Brasileiro”, redigido pelo Frei Sampaio, que marcou também sua presença e
atuação no movimento emancipador brasileiro.
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Na representação dos paulistas, de 24 de dezembro de 1821, redigida pelo Maçom José Bonifácio de
Andrada e Silva, pode-se ler o seguinte registro:
“É impossível que os habitantes do Brasil, que forem honrados e se prezarem de ser homens, possam
consentir em tais absurdos e despotismo... V.Alteza Real deve ficar no Brasil, quaisquer que sejam os
projetos das Cortes Constituintes, não só para o nosso bem geral, mas até para a independência e
prosperidade futura do mesmo. Se V. Alteza Real estiver (o que não é crível) deslumbrado pelo indecoroso
decreto de 29 de setembro, além de perder para o mundo a dignidade de homem e de príncipe, tornando-
se escravo de um pequeno grupo de desorganizadores, terá que responder, perante o céu, pelo rio de
sangue que, decerto, vai correr pelo Brasil com a sua ausência...”.
Nessa época, funcionavam no Rio de Janeiro, a Loja Maçônica “Comércio e Artes”, da qual eram membros
vários homens ilustres da corte como o Cônego Januário da Cunha Barbosa, Joaquim Gonçalves Ledo e
José Clemente Pereira entre outros. Esses maçons reunidos e após terem obtido a adesão dos irmãos de
São Paulo, Minas Gerais e Bahia, resolveram fazer um apelo a D. Pedro para que permanecesse no Brasil.
A alusão às hostes maçônicas era explícita e D. Pedro conheceu-lhe a força e a influência, entendendo o
recado e permanecendo no Brasil. Este episódio, conhecido como o Dia do Fico, marcou a primeira adesão
pública de D. Pedro a uma causa brasileira.
Em 13 de maio de 1822 – os Maçons fluminenses, sob a liderança de Joaquim Gonçalves Ledo, e por
proposta do brigadeiro Domingos Alves Branco, da loja “Comércio e Artes”, resolvem outorgar ao Príncipe
Regente o título de “Príncipe Regente Constitucional e Defensor Perpétuo do Reino Unido do Brasil”,
oferecido pela Maçonaria e pelo Senado, que acabou por acirrar ainda mais os ânimos entre os
portugueses e nativistas.
No dia do seu aniversário (12 de outubro), D. Pedro foi aclamado Imperador e Defensor Perpétuo do Brasil.
(Prancha de Dedret. Biblioteca Nacional/Rio).
- Ainda em maio de 1822 – aconselhado pelo então seu primeiro ministro das pastas do Reino e de
Estrangeiros, o Maçom, José Bonifácio de Andrada e Silva, D. Pedro assina o Decreto do Cumpra-se,
segundo o que só vigorariam no Brasil as Leis das Cortes portuguesas que recebessem o cumpra-se do
príncipe regente.
A 21 de maio, em plena sessão das Cortes, em Lisboa, o Maçom Monsenhor Muniz Tavares diz que -
talvez os brasileiros se vissem obrigados a declarar sua independência de uma vez.
- Em 02 de junho de 1822 – em audiência com D. Pedro, o Irmão José Clemente Pereira leu o discurso
redigido pelos Maçons Joaquim Gonçalves Ledo e Januário Barbosa, que explanavam da necessidade de
uma Constituinte. D. Pedro comunica a D. João VI que o Brasil deveria ter suas Cortes. Desta forma,
convoca a Assembléia Constituinte para elaborar uma Constituição mais adequada ao Brasil. Era outro
passo importante em direção à independência.
A 2 de junho, José Bonifácio, com outros maçons, funda a sociedade secreta "Nobre Ordem dos Cavaleiros
de Santa Cruz", melhor conhecida com o nome de "Apostolado", da qual fez parte D. Pedro, com o título de
Arconte-Rei.
Em 17 de junho de 1822 – a Loja Maçônica, “Comércio e Artes” em sessão memorável, resolve criar mais
duas Lojas pelo desdobramento de seu quadro de Obreiros, através de sorteio, surgindo assim as Lojas
“Esperança de Niterói” e “União e Tranqüilidade”, se constituindo nas três Lojas Metropolitanas e
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possibilitando a criação do “Grande Oriente Brasílico ou Brasiliano”, que depois viria a ser denominado de
“Grande Oriente do Brasil”.
“ Art. 8º Parágrafo 1º
Constituem patrimônio histórico do Grande Oriente do Brasil as três Lojas Simbólicas legítimas,
regulares e perfeitas que lhe deram origem: “Comércio e Artes”, “União e Tranqüilidade” e
“Esperança de Nictheroy”, as quais não poderão abater colunas; “)
José Bonifácio de Andrada e Silva (O Patriarca da Independência) é eleito primeiro Grão-Mestre, tendo
Joaquim Gonçalves Ledo como 1º Vigilante e o Padre Januário da Cunha Barbosa como Grande Orador. O
objetivo principal da criação do GOB foi de engajar a Maçonaria como Instituição, na luta pela
independência política do Brasil, conforme consta de forma explícita das primeiras atas das primeiras
reuniões, onde só se admitia para iniciação e filiação em suas Lojas, pessoas que se comprometessem
com o ideal da independência do Brasil.
No dia 02 de agosto (13º do 5º mês maçônico, conforme o historiador Hélio Viana) – por proposta do Grão-
Mestre da Maçonaria, José Bonifácio, foi D.Pedro, o Príncipe Regente, aprovado e recebido maçom, no
primeiro grau na forma regular e prescrita pela liturgia, adotando o nome histórico de Guatimozim (último
imperador Asteca morto em 1522), e passa a fazer parte do Quadro de Obreiros da Loja Comércio e Artes.
No dia 05 de agosto – por proposta de Joaquim Gonçalves Ledo, que ocupava a presidência dos trabalhos,
foi aprovada a exaltação ao grau de Mestre Maçom, com a dispensa do interstício, que possibilitou,
posteriormente, em 04 de outubro de 1822, numa jogada política de Ledo, o Imperador ser eleito e
empossado no cargo de Grão-Mestre, do GOB.
Porém, foi no mês de agosto de 1822 que o Príncipe, agora Maçom, tomou a medida mais dura em relação
a Portugal, declarou inimigas as tropas portuguesas que desembarcassem no Brasil sem o seu
consentimento.
D. Pedro, após tomar conhecimento dos conteúdos das cartas e das notícias trazidas pelos emissários,
pronunciou as seguintes palavras: “As Cortes me perseguem, chamam-me com desprezo de rapazinho e
de brasileiro. Verão agora quanto vale o rapazinho. De hoje em diante estão quebradas as nossas relações;
nada mais quero do governo português e proclamo o Brasil para sempre separado de Portugal.
Independência ou Morte! ”.
A independência do Brasil foi realizada à sombra da acácia, cujas raízes prepararam o terreno para isto. A
Maçonaria teve a maior parte das responsabilidades nos acontecimentos literários. Não há como negar o
papel preponderante desta instituição maçônica na emancipação política do Brasil.
Desde 1815, com a fundação da Loja Maçônica “Comércio e Artes”, que daria origem as Lojas União e
Tranqüilidade e Esperança de Niterói e a posterior constituição do Grande Oriente do Brasil em 17 de
Junho de 1822, o ideário de independência se fazia presente entre seus membros e contagiava os
brasileiros.
À frente do movimento, enérgica e vivaz, achavam-se a Maçonaria e os Maçons. Entre seus principais
Obreiros, pedreiros livres, de primeira hora podemos destacar: Joaquim Gonçalves Ledo, José Bonifácio da
Andrada e Silva, José Clemente Pereira, Cônego Januário da Cunha Barbosa, José Joaquim da Rocha,
Padre Belchior Pinheiro de Oliveira, Felisberto Caldeira Brant, o Bispo Silva Coutinho, Jacinto Furtado de
Mendonça, Martim Francisco, Monsenhor Muniz Tavares, Evaristo da Veiga dentre muitos outros.
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Faz-se necessário também alçar a figura do personagem que se destacou durante todo o movimento
articulado e trabalhado pela Maçonaria, o Príncipe Regente, Dom Pedro.
Iniciado Maçom na forma regular prescrita na liturgia e nos rituais maçônicos, e nesta condição de pedreiro
livre no grau de Mestre Maçom, aos 24 anos de idade, proclama no 07 de setembro a nossa
INDEPENDÊNCIA.
Posteriormente, no dia 04 de Outubro de 1822, D. Pedro comparece ao Grande Oriente do Brasil e toma
posse no cargo de Grão-Mestre (havia sido investido no cargo de Grão Mestre no dia 14 de setembro),
sendo na oportunidade aclamado Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil.
Neste mesmo dia, D. Pedro oferece a Gonçalves Ledo o título de marquês da Praia Grande que é por este
recusado, com a declaração de ser muito mais honroso o de brasileiro patriota e de homem de bem.
No mesmo dia, Joaquim Gonçalves Ledo, redigiu uma nota patriótica ao povo Brasileiro, a primeira
divulgação, depois da independência, que dizia: “Cidadãos! A Liberdade identificou-se com o terreno; a
natureza nos grita Independência; a razão nos insinua; a justiça o determina; a glória o pede; resistir-lhe é
crime, hesitar é dos covardes, somos homens, somos Brasileiros. Independência ou Morte! Eis o grito de
honra, eis o brado nacional...”.
A 21 de outubro, D. Pedro, Grão-Mestre, manda a Gonçalves Ledo que suspenda os trabalhos no Grande
Oriente. A 25, em decreto, D. Pedro determina o encerramento das atividades maçônicas. Diversos maçons
são presos. Ledo consegue fugir para a Argentina.
A 23 de novembro de 1831, o Grande Oriente do Brasil restabelece suas atividades, adormecidas desde
1822, sendo reeleito José Bonifácio de Andrada e Silva para o cargo de Grão-Mestre. Nesta oportunidade é
lançado um manifesto a todos os Corpos Maçônicos Regulares do mundo contendo subsídios de
extraordinária importância para a História do Brasil.
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Bibliografia
• FILHO, Theobaldo Varoli. Curso Maçonaria Simbólica 1º Tômo (Aprendiz) 2ª edição, São Paulo, SP
– Brasil, Editora A Gazeta Maçônica S.A.
• http://www.maconariadobrasil.org.br
• http://www.gentree.org.br/historia
• http://www.resenet.com.br
• http://www.inteligencia.org.br/
• http://www.lojasacademicas.com.br
• http://www.harmonia08.hpg.ig.com.br
• http://www.deltadonorte.kit.net
• http://www.grandeloja-pb.org.br
• http://www.enciclopedia.com.br
• http://www.samauma.com.br/portalmaconico/
• http://historianet.com.br
• http://www.expo500anos.com.br
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ANEXOS
BIOGRAFIAS
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Dom Pedro I
1798 - 1834
D. Pedro de Alcantara Francisco Antônio João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José
Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon, Pod. Ir. "Guatimozim", Grão-Mestre da Ordem
no período de 5 de agosto a 25 de outubro de 1822, primeiro imperador do Brasil, nasceu em Lisboa a 12
de outubro de 1798.
Sua fé de ofício maçônica é pequena. Tendo sido tão rápida sua passagem pela Maçonaria, pouco há
referir a respeito.
Proposto em 02 de agosto de 1822, sua iniciação teve lugar ao mesmo dia. Submetido a todas as provas
do Ritual, adotou o nome de Guatimozim, com o qual escreveu a música do hino maçônico, ainda em vigor.
Aclamado, a 5 de agosto, Grão-Mestre da Ordem, em 4 de outubro tomou posse de seu cargo, que exerceu
até o dia 25 do mesmo, quando houve a interrupção, dos trabalhos do Gr:. Or:.do Brasil.
Apenas com 10 anos de idade, veio para o Brasil em companhia de seu pai, o príncipe regente D. João,
que não podendo resistir em Portugal à coluna francesa comandada por Junot, emigrou para a sua colônia
na América.
Conquanto herdeiro presuntivo da coroa, porque com a enfermidade da rainha D. Maria I era seu pai quem
reinava, o príncipe D. Pedro não teve uma educação condigna à elevada missão que o aguardava.
Em 1818 casou-se com a archiqueza d’Austria, D. Maria Leopoldina, de cujo consórcio nasceu D. Pedro II,
que foi o seu sucessor no trono do Brasil.
A revolução de Portugal de 1820, veio quebrar a monotonia da vida colonial no Brasil, cujas províncias
aderiram ao regime constitucional, enquanto que o rei, pouco disposto a voltar para metrópole, publicava o
decreto de 18 de fevereiro de 1821, em virtude do qual era o príncipe D. Pedro mandado para Lisboa; mas
em razão dos graves acontecimentos que sobreviveram, foi o próprio D. João VI com a sua família quem,
pesaroso, abandonou o seu doce remanso, aí deixando por lugar-tenente o príncipe D. Pedro.
Foi este último decreto o preponderante, senão a principal, causa da proclamação da independência do
Brasil.
Chegando ao conhecimento dos mais exaltados patriotas que o príncipe se preparava para dar
cumprimento as ordens recebidas, começaram a conspirar em sociedade secretas, promovendo
representações populares com o fim de solicitar-lhe que permanecesse no Brasil.
Esses esforços foram coroados do mais feliz resultado e a data de 9 de Janeiro de 1822 soleniza o
alvorecer de mais uma nação livre na carta do universo. (Dia do Fico)
Delirantemente secundado pelos brasileiros, pode o genuíno representante da aspiração nacional vencer os
vãos esforços do elemento português que tentou sufocar o brado patriótico de – independência ou morte, -
soltado em S. Paulo.
Durante a curta administração do jovem monarca, grandemente perturbada com as contínuas dissenções
de partidos, onde predominava o ressentimento entre português e brasileiros e até com lutas contra países
vizinhos, jamais conseguiu ele sufocar a impetuosidade do seu gênio e precaver-se dos conselhos de
desleais e apaixonados cortesãos, circunstâncias que muito concorreram para exacerbar o espírito de
dedicados patriotas, com medidas extremas, que comprometeram-no.
Falecendo D. João VI em 1826, a coroa de Portugal tocava a D Pedro, que abdicou-a na sua filha D. Maria
da Glória ; esta deliberação não logrou resultados satisfatórios, porque a revolução de Portugal colocou no
trono o príncipe D. Miguel, como rei absoluto.
A 17 de Outubro de 1829 foi celebrada no Rio de Janeiro a cerimônia das bênçãos nupciais do imperador
com a sua Segunda esposa D. Amélia de Leuchteanberg.
Acusado pelo partido liberal de aspirar ao poder absoluto, e continuamente comprometido pelos seus
ministros, sentiu D. Pedro 1º dia a dia perder a sua popularidade, seriamente ameaçada com a bandeira da
federação das províncias, alçada pelos ânimos com efervescentes.
Só muito tarde foi que se esforçou por conquistar a adesão e amizade dos descontentes, e a sua viagem a
Minas Gerais, empreendida nesse sentido, seguida das luctosas noites das garrafas, deixou a mais triste
impressão no ânimo do monarca. Desde então acentuaram-se cada vez mais os projetos de conspiração,
que eram alimentados com as suas desacertadas resoluções, até que grave ocorrências coagiram-no
abdicar a coroa em filho menor, e no dia 13 de Abril de 1831 deixava para sempre o Brasil.
Por essa época fazia Portugal sob o jugo cruel e sanguinário do usurpador D. Miguel.
Com o simples título de duque de Bragança e á testa do movimento liberal, passou-se D. Pedro do Açores
para o continente, e sempre de vitória em vitória conseguiu, após as batalhas de Almastir e da Assieira,
firmar o trono de sua filha Dona Maria II com o governo monárquico constitucional ; e a 24 de Setembro de
1834 faleceu em Lisboa, legando a sua memória gloriosa as páginas da história de dois mundos."
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Joaquim Gonçalves Ledo
1781- 1847
Joaquim Gonçalves Ledo nasceu em 11 de dezembro de 1781, no Rio de Janeiro, filho de Dª Maria dos
Reis Ledo e Antônio Gonçalves ledo, comerciante abastado, e já destinado a ser doutor em Leis.
Em 1795, com apenas 14 anos, parte para Portugal, indo estudar em Coimbra, sendo que, por força da
morte de seu pai, em 1808, volta para o Brasil, interrompendo seus estudos.
Em 15 de novembro de 1815 é instalada no Rio de Janeiro a Loja Comércio e Artes, sendo certo que, em
1808, havia enviado carta a seu irmão, afirmando sua intenção de fundar, no Brasil, a primeira Loja, “que
será o centro de propaganda liberal no Brasil”.
Foi iniciado na Loja Comércio e Artes, a Primaz do Grande Oriente do Brasil, não podendo haver uma
precisão de datas em virtude da destruição de documentos à época.
Ledo,como jornalista, foi um dos articuladores das manifestações para a permanência de D.Pedro no Brasil,
culminando com o Fico (09 de janeiro de 1822).
Em 30 de março de 1818, D.João VI, por decreto, proíbe a existência das “sociedades secretas” e, com
isso, são encerradas as atividades da Loja.
Apesar de problemas nacionais e outros envolvendo irmãos, aos 24 de junho de 1821 é reinstalada a Loja
Comércio e Artes, tendo como Venerável Mestre o Ir:. Ledo.
Fundou juntamente com Cônego Januário da Cunha Barbosa, em julho de 1821, o jornal Revérbero
Constitucional Fluminense, que passou a estar na vanguarda da libertação do país, e seria o clarim das
idéias de liberdade nacional.
O primeiro número do periódico, quinzenal, surge em 15 de setembro de 1821, com redação de Ledo e do
Cônego Januário.
Em 16 de fevereiro de 1822 Ledo é nomeado Conselheiro e Secretário de Estado e, aos 30 de abril, novo
exemplar do Revérbero Constitucional é lançado elogiando D.Pedro e clamando pela independência.
Em 20 de maio de 1822, saúda D.Pedro, o nosso irmão Ledo, com uma oração, sendo brilhante este
trecho: “A América deve pertencer à América, a Europa à Europa; porque não debalde o Grande Arquiteto
do Universo meteu entre elas o espaço imenso que as separa...”
Em 1º de junho é eleito Procurador Geral pela província do Rio de Janeiro e, no dia seguinte, instalado o
Conselho de Estado, fazendo parte dele Ledo.
É requerida pelos Procuradores Gerais uma Assembléia Constituinte ao Príncipe D.Pedro, que não agrada
muito a José Bonifácio.
Em 17 de junho de 1822 é fundado o Grande Oriente Brasiliense, tendo sido seu primeiro Grão-Mestre José
Bonifácio, por nítida influência de Ledo, que seria seu 1º Vigilante e verdadeiro dirigente da Instituição.
Redigiu o manifesto de D.Pedro aos brasileiros em 1º de agosto de 1822. Este considerava como inimigas
qualquer tropa portuguesa enviada ao Brasil.
Em 14 de outubro D.Pedro oferece a Ledo o título de Marquês da Praia Grande, mas este recusa a
honraria, posto entender que não poderia aceitá-lo, mas aceitaria de grande prazer o título de patriota
brasileiro.
Dom Pedro, como era de costume em momentos de ira, desferiu palavras ásperas a Ledo, afirmando que o
mesmo não tomaria assento a Câmara.
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Na maior parte de sua carreira política encontrava-se em disputa com José Bonifácio, desde a nomeação
deste último, como Ministro do Reino e do Estrangeiro em 16 de janeiro de 1822. No seio da disputa
encontra-se a questão de influência pessoal sobre a figura do imperador, além da questão das vaidades
pessoais dentro da maçonaria.
Estas questões da influência sobre D.Pedro fizeram com que, em 27 de outubro de 1822, José Bonifácio, e
seu irmão Martim Francisco (ministro da fazenda), contrariados em suas decisões pelo imperador,
pedissem demissão.
D.Pedro não consegue organizar o poder. Três dias depois, os Andradas são reconduzidos ao governo,
ordenando o fechamento da maçonaria, prisões e deportações.
Ledo foge para Buenos Aires, pois a “tarja” de republicano, de que lhe atacavam, poderia levar-lhe a própria
vida. Por certo Ledo jamais fora um republicano, mas defendia a monarquia constitucionalista, como sendo
a melhor forma para o Brasil. Por isso, mesmo sendo eleito para a constituinte, não pôde exercer seu
mandato, mesmo porque tal assembléia foi fechada em 12 de novembro de 1823 por D.Pedro.
Absolvido das acusações à ele impostas, Ledo retorna ao Brasil, em 1823, tendo sido agraciado, em 17 de
fevereiro de 1824, pelo imperador, com a Dignatária da Ordem do Cruzeiro do Sul, mas, assim como o título
de Marquês, ele recusa.
Em 1835, abandona a política e a Maçonaria, indo recolher-se em sua fazenda em Cachoeiras de Macacú
(RJ), vindo a falecer em 19 de maio de 1847, aos 65 anos de idade.
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José Bonifácio de Andrada e Silva
1763 - 1838
Texto extraído do Boletim Oficial do Grande Oriente do Brasil de 1922 – Preservada a grafia da época.
Não podíamos fugir ao dever de estampar nas colunas do "Boletim", neste numero em que modesta, mas
sinceramente, comemora ele o Centenário da Independência do Brasil, a efígie veneranda do Pod. Ir. Dr.
José Bonifácio de Andrade e Silva.
Não que com isso queiramos lhe ratificar a cognominarão de Patriarca da libertação da partia, quem
documentadamente, lhe é contestada pelos modernos historiógrafos, como, entre outros, o professor Assis
Cintra, em artigos por nós transcritos nos meses de Dezembro de 1920 e Fevereiro e Março do corrente
ano.
Mas para testemunhar o apreço da Ordem ao homem ilustre que, em 1921, Ledo já se esforçava para
chamar ao nosso grêmio e que, uma vez figurando no quadro dos OObr. da Commercio e Artes, foi
escolhido, pelo seu valor pessoal e posição social, para ocupar o Grão Mestrado, na ocasião de se fundar,
em 17 de Junho de 1822, o Gr. Or. do Brasil.
E, também, com a intenção de relembrar o distinto brasileiro que, arrefecidas as paixões políticas no pais e
restabelecidos os trabalhos do Gr. Or., em 23 de Novembro de 1831, os Maçons reconduziram no cargo de
Grão Mestre da Ordem, que José Bonifácio só deixou por morte, a 6 de Abril de 1838.
Que dizer de José Bonifácio? E’ bastante citar o ato de D. Pedro 1º, que, não obstante separado,
politicamente, dele, o nomeou tutor de D. Pedro 2º, por Decreto de 1831, uma das maiores honras da
época.
E qual o melhor elogio do velho paulista sinão estas palavras, com que Ledo, apesar de todos os pesares,
se referiu a ele, no dia de seu falecimento, em carta a Clemente Pereira, pedindo a este para ir á Maçonaria
falar :
"... sobre esse grande espirito que se apagou... sobre esse ilustre brasileiro... que... não deixou de prestar
serviços ao pais com a sua grande inteligência."
Na sessão de reorganização do Gr. Or. do Brasil, José Bonifácio invocou a proteção do Gr. Arch. do Univ.
para nossa Ord., com a seguinte peça de arquitetura, mandada imprimir e transcrever na respectiva ata :
" Gr. Arch. do Univ.! Penetrados de profundo respeito e gratidão para contigo, hoje que, inesperadamente
para mim, se acha reinstalado o Gr. Or. Brasileiro; e adormecidas como é de esperar as paixões violentas e
desacordadas, que tantos males trouxeram á Maçonaria e ao Estado, Entre Supremo, cumpre-nos
principiar nossos trabalhos, encaminhando-te fervorosamente nossas orações, nossos votos e
homenagens. Ah! possamos nós alcançar, ao menos, um pequeno signal daquela complacência que
sempre reservaste aos homens de bem, que te procuram. Sim nós esperamos merecer de ti o teu amor
paternal, de que tanto precisam os Maçons Brasileiros em nossas tristes circunstancias.
Na tua angustia presença, Gr. Arch. do Univ., nós sentimos o nosso nada; e reconhecemos humildemente o
quanto ainda nos aviltam o orgulho ou a vaidade ; confessamos que ainda estamos muito apartados da
moral universal, da virtude e da concórdia, de que tanto precisamos para sermos homens bons e cidadãos
honrados. Hoje, porém, reunidos, em fim, o único fim e honra a que aspiramos é ser úteis a nossos
semelhantes, praticando a moral e contemplando religiosamente as obras primas de tua mão criadora e
onipotente, que a todo o instante nos oferece novos objetos á nossa admiração e ao nosso amor.
Digna-te, pois, Gr. Arch. do Univ., lançar sobre nós uma vista de olhos de bondade e de misericórdia! Dá-
nos a força e os meios para assegurarmos á Justiça e á Verdade um triunfo glorioso e duradouro.
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Debaixo de tua agite tutelar neste novo Templo sagrado, onde nos ajuntamos para celebrar teus benefícios
e praticar a virtude, ajuda-nos a combater as trevas com a tua radiosa luz, a trabalhar com novo afinco na
felicidade dos Maçons e dos homens em geral e a pregar como convém o amor, respeito e confiança que
devem Ter os governos si desejam conservar-se e prosperar."
Em homenagem aos serviços que José Bonifácio prestou á partia e á Maçonaria, publicamos abaixo sua
biografia, extraída do livro "Galeria dos Homens Célebres":
José Bonifácio de Andrade e Silva, o Patriarca da independência do Brasil, teve por berço a outrora vila de
Santos, no atual e florescente Estado de S. Paulo, a 13 de Junho de 1763.
Tendo iniciado os seus estudos em S. Paulo na idade de 17 anos, seguiu para Coimbra, em cuja
Universidade conquistou, no fim de seis anos e com grande brilhantismo, o grau de bacharel em filosofia
natural e direito.
Até 1819 ocupou-se José Bonifácio em aperfeiçoar os seus conhecimentos viajando por toda a Europa,
colaborando nas principais revistas com a publicação de interessantes memorais sobre vários assuntos e
desempenhando importantes comissões em Portugal.
Em 1807 a invasão dos franceses veio despertar-lhe os sentimentos patrióticos e distrai-o de suas lides
cientificas. Á frente de um batalhão de estudantes conquistou o posto de tenente-coronel, batendo-se
contra as tropas invasoras em prol da independência portuguesa.
Chegando ao Rio de Janeiro, deu-se pressa em volver para o seu berço natal, do que ausentara-se havia
trinta e nove anos ; e ali, no seu retiro de Outeirinhos, redobrou de atividade, procurando em longas
excursões estudar a mineralogia de S. Paulo.
A revolução de Portugal de 1820, fazendo repercutir os seus efeitos no Brasil com medidas opressivas,
provocou a reação da parte dos naturais, e desde então salientou o vulto do eminente patriota José
Bonifácio, que, chegando de S. Paulo á frente duma deputação que vinha pedir ao príncipe que não
deixasse o Brasil, foi a 16 de Janeiro nomeado ministro dos negócios do reino e dos estrangeiros.
Desde essa época a biografia desse grande varão tornou-se intimamente ligada á historia da revolução da
independência do Brasil O seu acendrado patriotismo teve que pagar o tributo peculiar aos grandes heróis :
envolvido nas lutas políticas, teve em breve tempo a recompensa dos seus serviços com o desterro para a
França, em companhia de seus dois irmãos.
Volvendo á partia, resolveu recolher-se á obscuridade, procurando modesto refugio na graciosa ilha de
Paquete, quando os acontecimentos políticos de 1831 exigiram a sua interferência nos negócios da nação.
Com a abdicação de D. Pedro 1º, a 7 de Abril, foi o benemérito patriota nomeado tutor do jovem monarca e
de suas irmãs. Suas posteriores agitações políticas concorreram para a destituição desse elevado cargo,
que tão contiguamente exercia no seu modesto retiro de Paquete, onde passando a residir em Niterói, ali
faleceu a 6 de Abril de 1838.
Porém a posteridade soube recompensar os serviços do Washington brasileiro erigindo-lhe uma estatua na
praça de S. Francisco de Paula, na cidade do Rio de Janeiro.
Texto extraído do Boletim Oficial do Grande Oriente do Brasil de 1922 – Preservada a grafia da época.
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Instrução sobre a Fundação do GOB
FUNDAÇÃO DO GOB
Ven:.Mestre (0) Meus Irmãos, nesta instrução vamos conhecer a história do Grande Oriente do
Brasil. O G:.O:.B:.,Criado nas asas dos ideais emancipadores e libertários que empolgavam os brasileiros,
nos primeiros anos do Século XIX, o Grande Oriente do Brasil, a partir das três Lojas que lhe deram
sustentação inicial e apesar de alguns percalços, não parou mais de crescer e de acolher homens de valor
e de destaque nas letras, nas artes, nas ciências e nas armas do Brasil, os quais teriam atuação marcante
em muitos episódios sociais e políticos do país, a ponto de se poder dizer, sem medo de errar, que não se
pode escrever a história do Brasil independente, sem entrar na história do GRANDE ORIENTE DO BRASIL.
Ir:.1º. Vig:. Como ocorreram os primeiros movimentos para a criação de um Grande Oriente
nacional?
1º. Vigilante Aos 28 dias do terceiro mês do Ano da Verdadeira Luz de 5.822 (17.06.1822), em
sessão da Loja Comércio e Artes, ao Oriente do Rio de Janeiro, presidida pelo Irmão Graccho (Ir.: João
Mendes Viana), criou-se e inaugurou-se o Grande Oriente Brasiliano e, por aclamação, nomeou-se como
Grão-Mestre da Maçonaria Brasileira o Ir.: José Bonifácio de Andrada e Silva, do que foi participado pelos
IIr.: Diderot (Joaquim Gonçalves Ledo) e Demétrio (Antonio dos Santos Cruz), que voltaram à Loja com a
notícia de que o Andrada aceitava o encargo . Esta sessão abrangia todo o povo maçônico brasileiro
porque esta era a única Loja existente e regular no Rio de Janeiro.
Ven:.Mestre Ir:. 2º. Vig:. como ficou constituída a primeira diretoria do recém fundado Grande
Oriente Brasiliano?
2º. Vigilante Ven:. Mestre, nessa mesma sessão elegeu-se a primeira Diretoria do Grande
Oriente Brasiliano, sendo 1° Vig. o Ir.: Joaquim Gonçalves Ledo, 2° Vig. o Ir.: João Mendes Viana, Grande
Orador o Ir.: Januário da Cunha Barbosa, Grande Secretário o Ir.: Manoel José Oliveira, Promotor o Ir.:
Francisco Luiz Pereira da Nóbrega e sendo Chanceler o Ir.: Francisco das Chagas Ribeiro, que tomaram
posse imediatamente.
Ven:.Mestre Ir:. Orador, o que mais ocorreu nessa sessão de fundação do Grande Oriente Brasiliano?
Orador Foi nessa mesma sessão, que criaram outras duas Lojas, também metropolitanas e eleitas
as respectivas Diretorias, ficando os IIr.: Manoel dos Santos Portugal, Pedro José da Costa Barros e Albino
dos Santos Pereira, respectivamente, como Veneráveis das Lojas Comércio e Artes, Esperança de Niterói e
União e Tranqüilidade. O Grande Oriente do Brasil começou já sob a influência dos ideais de emancipação
política, uma vez que a sessão de fundação foi encerrada com os presentes prometendo que o Grande
Oriente teria, como meta específica, a independência do Brasil.
Ven:.Mestre Meus Irmãos, agora se faz necessário que conheçamos dois maçons cuja história
se entrelaça com a história do nosso país. São eles: Joaquim Gonçalves Lêdo e José Bonifácio de Andrada
e Silva.
Secretário Joaquim Gonçalves Lêdo, nascido no Rio de Janeiro em 1781 e morto em 1847, foi
seguramente o maior maçom brasileiro de sua época de atividade. Chegou a iniciar o curso de medicina em
Coimbra, em Portugal e, antes de concluir os estudos, retornou ao Brasil e assumiu um emprego de
escriturário da contadoria dos Arsenais do Exército. Abraçou a causa da emancipação política e lutou,
desabridamente, pela independência e fez da Maçonaria o centro incrementador das idéias de liberdade. A
15 de setembro de 1821 fundou, junto com o cônego Januário da Cunha Barbosa, o “ Revérbero
Constitucional Fluminense”, jornal que teve a mais extraordinária influência no movimento libertador, pois
contribuiu para a formação de uma consciência brasileira, despertando a alma da nacionalidade. Trabalhou
pela reinstalação da Loja Comércio e Artes, em 1821. Em 1822, em 13 de maio, por obra do grupo de Ledo,
através de proposta de Domingos Alves Branco Muniz Barretto, o príncipe regente D. Pedro recebia o título
de Defensor Perpétuo do Brasil. Já o “Fico”, de 9 de janeiro de 1822, fora obra exclusiva da Maçonaria,
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através de Clemente Pereira, José Joaquim da Rocha e de Ledo. Foi um dos fundadores do Grande
Oriente do Brasil, em 1822, ocupando o cargo de 1º Grande Vigilante.
1° Vigilante Foi também sob sua influência, que o Grão-Mestrado do Grande Oriente, no final de
setembro, foi entregue a D. Pedro. Graças ‘a rivalidade de seu grupo com José Bonifácio, foi processado
por este, então Ministro de Estado, a 30 de outubro de 1822, após o fechamento do Grande Oriente, tendo
de fugir, para não ser preso e deportado, como Januário, Clemente e Alves Branco. Com a queda dos
Andradas, em julho de 1823, ele voltou ao Brasil, assumindo a cadeira de Deputado, para a qual tinha sido
eleito em 1822. Viria, ainda a participar da reinstalação do Grande Oriente (1831/1832). Permaneceu na
Câmara até 1834, afastando-se, depois, de tudo e vindo a falecer em 19 de maio de 1847.
2° Vigilante José Bonifácio de Andrada e Silva, nasceu em Santos, SP, em 13 de junho de 1763
e foi cientista, político, ministro de Estado, e primeiro – além de terceiro – Grão-Mestre do Grande Oriente.
Estudou ciências Naturais em Coimbra, especializou-se em metalurgia. Pertencente a diversas entidades
científicas da Europa, descreveu doze novos minerais e, em sua homenagem, foi dado o nome de andradita
a uma variedade cálcio-ferrosa de granada. Muito culto, era poliglota, falando e escrevendo francês, grego,
latim, alemão e inglês. Como soldado, foi tenente-coronel do Corpo Acadêmico de resistência a Napoleão.
Em 1819 regressou ao Brasil, ingressando na política e, em 1821, foi Vice-Presidente da Junta Governativa
de São Paulo. A 18 de janeiro de 1822, José Bonifácio chegava ao Rio para assumir o Ministério do Reino e
de Estrangeiros. Por ser o homem de maior expressão na política nacional no momento e por estar
profundamente envolvido na luta pela independência, em 17 de junho de 1822 foi escolhido para ser o
Grão-Mestre do Grande Oriente.
Ven:.Mestre Qual foi a conseqüência das discordâncias entre as idéias de Gonçalves Ledo e
José Bonifácio, Ir:. Secretário?
Secretário Ocorreu o fechamento do G:.O:.B:., Ven:. Mestre. Isso porque grande número de
maçons, principalmente o grupo de Ledo, no Rio, além de outros espalhados pelo Brasil, professava idéias
republicanas, além de estar o Imperador, por razões políticas, agastado com a disputa entre os grupos de
Ledo e José Bonifácio. D. Pedro I, enviou ao seu 1º Grande Vigilante, a seguinte ordem: “Meu Ledo:
Convindo fazer certas averiguações, tanto públicas como particulares na M.:, mando primo como
Imperador, secundo como G.: M.:, que os trabalhos se suspendam até Segunda ordem Minha. É o que
tenho a participar-vos agora. Resta-me reiterar os meus protestos como Ir:. Pedro Guatimozin G:. M:. - S.
Cristóvão, 21 de Obro. 1822. P. S. – Hoje mesmo deve ter execução e espero que dure pouco tempo a
suspensão porque em breve conseguiremos o fim que deve resultar das averiguações”.
Ven:.Mestre Ir:. 2º. Vig:., falai-nos sobre o Abolicionismo, movimento esse com forte apoio da
maçonaria.
2º. Vigilante Venerável Mestre, o movimento abolicionista tornou-se mais intenso a partir de
1870, embora houvesse a atitude pioneira da República Riograndense, originária da Revolução Farroupilha,
liderada pelos maçons Bento Gonçalves e Davi Canabarro, fazendo libertar, de acordo como decreto de 11
de maio de 1839, os escravos aptos para a profissão das armas, oficinas e colonização. Depois da Lei
Eusébio de Barros, de 1850, que extinguia o tráfico, a escravatura continuou a ser mantida, no Brasil, pela
reprodução. O governo francês, em 1867, solicitou a libertação total dos escravos no Brasil. Mas as Lojas já
se encontravam em plena efervescência abolicionista, além de republicana.
Orador O final da década seria de intenso trabalho maçônico, surgindo, então, as duas primeiras
propostas de Lojas a tratar da libertação dos escravos. A primeira surgiu em 7 de agosto de 1869, na Loja
Perseverança III, de Sorocaba, SP, apresentada por Ubaldino do Amaral e José Leite Penteado e que
criava um caixa para libertação de meninas. O segundo projeto foi apresentado em 4 de abril de 1870, por
Ruy Barbosa, que então cursava o 5º ano na Academia de Direito de S. Paulo, ‘a apreciação de Loja
América, de S. Paulo, para ser encaminhada ao Grande Oriente dos Beneditinos, ao qual esta Loja se
filiara. O projeto de Ruy Barbosa, constituiu-se mais como uma apresentação de uma idéia, porque não foi
aprovado pela Loja América e terminou arquivado no Grande Oriente dos Beneditinos.
Secretário Venerável Mestre, a campanha abolicionista foi feita por maçons que, também,
sonhavam com a república e, enquanto defendiam a primeira, não descuidavam de disseminar as idéias
republicanas. Ao mesmo tempo que a política nacional da época se via ‘as voltas com a Questão Militar,
que resultou na fundação de muitos clubes republicanos de inspiração maçônica, destacaram-se muitos
maçons civis, que seriam chamados de republicanos históricos: Quintino Bocaiúva, Campos Salles,
Prudente de Moraes, Silva Jardim, Rangel Pestana, Francisco Glicério, Américo de Campos, Pedro de
Toledo, Américo Brasiliense, Ubaldino do Amaral, Aristides Lobo, Bernardino de Campos e outros.
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Ven:. Mestre Para que nos preparamos, Irmão 2° Vig:.?
2° Vigilante Nós fomos, durante todo o nosso aprendizado maçônico, preparados para agir
como aqueles que tiveram a perspicácia de reconhecer no seu devido tempo os problemas sociais, que
deviam ser enfrentados e resolvidos, e por isso, hoje são lembrados e exaltados. Devemos ter os mesmos
atos individuais de coragem que tiveram os maçons que hoje fazem parte da história da Humanidade.
Temos a obrigação de agir para que, no futuro, sejamos citados pelos maçons que nos sucederem, e que,
da mesma forma, os nossos nomes fiquem registrados, como cidadãos atuantes, na memória histórica de
cada rua, cada bairro, cada cidade, cada Estado, por toda a Nação. E que esses maçons do futuro tenham
em nós, como tivemos nos maçons do passado, o exemplo motivador da defesa da cidadania como
instrumento de busca de uma sociedade mais igualitária, mais justa e fraterna, portanto mais feliz.
Ven:. Mestre E neste começo de século, qual é o grande inimigo que os maçons devem combater, Ir:. 1º.
Vig:.?
Ven:. Mestre Maçons, só através da participação direta nos destinos da sociedade poderemos construir o
mundo que desejamos. Os irmãos devem assumir as entidades civis e assistenciais; e a Maçonaria deve
votar em maçons, para que possamos atingir os nossos objetivos.
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Notas Interessantes
• A obra "Grito do Ipiranga" de Pedro Américo , uma imensa tela a óleo (medindo 6m 56cm x 4m
10cm) foi pintada em Florença, Itália, entre os anos 1886 e 1888, por encomenda da Comissão
Oficial incumbida da construção do Monumento do Ipiranga, em São Paulo. Esta tela, é uma
imitação da Batalha de Friedland (entre o exército de Napoleão e tropas russas, ocorrida em junho
de 1807) retratada por Ernest Meissonier. Para diferenciá-la da obra original, o pintor paraibano
acrescentou à cena um carro de bois e uma choça. O “produto” final sairia bem diferente da
realidade histórica: quando encontrou os dois mensageiros da Corte, D. Pedro não usava roupa de
gala, O vale do Ipiranga, vira colina; a mula de D.Pedro, um belo cavalo zaino; roupas simples de
viagem, trajes de gala; o grupo que acompanhava o Príncipe, afastado, aparece unido na sua
retaguarda; os dois mensageiros que traziam as cartas, são transformados em mais de trinta
guerreiros militarmente uniformizados, montando cavalos castanho-escuros e brancos. Do
artificialismo, restou algo real: um assustado caboclo a frente de um carro-de-bois , às margens de
cá; um humilde casebre, às margens de lá. D.Pedro estava acompanhado apenas da guarda de
honra e de um pequeno grupo de seis pessoas, o padre Belchior Pinheiro de Oliveira, o secretário
Luís Saldanha da Gama, futuro marquês de Taubaté, o secretário particular Francisco Gomes da
Silva apelidado Chalaça, o major Franciso de Castro Canto e Melo e os criados João Carlota e João
Carvalho, todos vestindo roupa simples de viagem.
A obra-prima (ou melhor a cópia-prima) de Pedro Américo pode ser vista e elogiada no Museu
Paulista, São Paulo.
• O primeiro país a reconhecer oficialmente a Independência do Brasil foi os EUA, em julho de 1824.
Seguiram-se o México e a Argentina, em 1825. Na Europa, a França foi a primeira a dar o seu aval.
Com suas afiadas garras, o leão britânico aproveitou a oportunidade, pra mais uma vez montar na
cacunda dos Braganças (e dos brasileiros): para o seu reconhecimento oficial exigiu, além da
manutenção dos privilégios da época joanina, que o "herói" libertador pagasse uma conta de dois
milhões de libras esterlinas que Portugal devia aos bancos ingleses. Para cumprir a exigência, o
Brasil recorreu à Inglaterra e ela própria emprestou o dinheiro pra si mesma. Resultado: o Brasil não
viu a cor do dinheiro, e ficou na obrigação de pagar juros leoninos por décadas e décadas. Outros
dois extorsivos empréstimos foram contraidos (em 1829 e 1859), por imposição da "amiga e
protetora nação" para saldar restos da duvidosa conta portuguesa. E mais: uma cláusula do
contrato do dito empréstimo (artigo 3º) "mandava contar os juros a partir de outubro de 1824" (o
empréstimo foi lançado em janeiro de 1825).
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