11 - Sistema Endócrino
11 - Sistema Endócrino
11 - Sistema Endócrino
HISTOLOGIA 2016
Arlindo Ugulino Netto; Alanna Almeida Alves.
SISTEMA ENDÓCRINO
O sistema endócrino é constituído por glândulas desprovidas de dutos, por grupos distintos de células em
determinados órgãos e por células endócrinas individuais, situadas dentro do revestimento epitelial do trato digestivo e
do sistema respiratório.
HORMÔNIOS
Hormônios são mensageiros químicos produzidos pelas glândulas endócrinas e enviados para células-alvo
através do sangue. A natureza de um hormônio determina seu mecanismo de ação (sendo o efeito de curta ou de longa
duração)
Localização dos receptores de hormônios: uma vez liberado na corrente sanguínea, o hormônio primeiro se
liga a receptores específicos na (ou dentro da) célula. Podem estar:
Aderidos na superfície da membrana celular ou sobre ela
No citoplasma celular.
No núcleo das células.
Depois de o hormônio ter ativado a célula-alvo, é gerado um sinal inibidor que retorna, direta ou indiretamente,
para a glândula endócrina (Mecanismo de Retroalimentação) para interromper a secreção desse hormônio.
HIPOTÁLAMO
A secreção de quase todos os hormônios produzidos pela hipófise é controlada por sinais hormonais ou
nervosos emitidos pelo hipotálamo. Constituindo assim, o centro encefálico para manutenção da homeostasia.
Os hormônios hipotalâmicos que estimulam (hormônios liberadores) ou inibem (hormônios inibidores) a adeno-
hipófise são:
Hormônio liberador de tireotrofina (TRH)
Hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH)
Hormônio liberador de somatotrofina (SRH)
Hormônio liberador de prolactina (PRH)
Hormônio inibidor de prolactina (PIH)
Hormônio liberador de corticotrofina
Hormônio melanócito estimulante
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o Basófilas: têm afinidade a corantes básicos e se coram em azul. São de três tipos:
Corticotróficas: secretam hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) e hormônio lipotrófico
(LPH). Estimuladas pelo CRH.
Tireotróficas: secretam hormônio tireotrófico (TSH). Estimuladas pelo TRH e inibidas pela
presença de tiroxina (T4) e triiodotironina (T3), hormônios produzidos pela tireoide.
Gonadotróficas: secretam FSH e LH. Estimuladas pelo GnRH e inibidas por hormônios
produzidos nos ovários e testículos.
OBS:
Corpos de Herring: corpúsculos que armazenam hormônios.
Pituícitos: células musculares modificadas que emitem contrações na pars nervosa da neuro-hipófise para
liberação de hormônios.
Gigantismo X Nanismo: são condições relacionadas com distúrbios na hipófise, ocorrendo alteração na
liberação de STH na infância:
Gigantismo: liberação em grandes quantidades.
Nanismo: liberação em poucas quantidades.
Acromegalia: liberação demasiada de STH durante a fase adulta. O indivíduo acometido apresenta
extremidades do corpo grandes.
Diabetes insipidus: lesão no hipotálamo ou na pars nervosa da neuro-hipófise que reduz a produção de ADH,
levando a uma disfunção renal, que causa uma absorção inadequada de água pelos rins, causando poliúria
(muita urina), polidipsia (muita sede) e, consequentemente, desidratação.
TIREOIDE
A tireoide (glândula endócrina localizada na região anterior do pescoço) secreta os hormônios tiroxina (T4),
triiodotironina (T3) e calcitonina, sendo controlado pelo TSH (hormônio produzido pelas células basófilas tireotróficas
da pars tubelaris da adeno-hipófise).
Células Foliculares (Células Principais): são as produtoras do T3 e T4, hormônios ligados diretamente com: o
aumento do metabolismo celular (taxa de crescimento, aumento da atividade das glândulas endócrinas,
estimulação do metabolismo de carboidratos e gorduras e o aumento da frequência cardíaca e respiratória).
Os iodetos são essenciais para a produção desses hormônios: a
síntese desses hormônios é regulada pelos níveis de iodeto nas
células foliculares assim como pela ligação de TSH aos
receptores.
O hormônio tireotrófico (TSH) estimula as células foliculares da
tireoide a liberarem T3 e T4 no sangue.
Hipertireoidismo: elevação nas taxas de T 3 e T4 e queda na taxa de TSH. Os sintomas incluem exoftalmia
(protrusão do globo ocular), magreza, etc.
Hipotireoidismo: redução nas taxas de T 3 e T4 e elevação na taxa de TSH. Os sintomas incluem obesidade,
sonolência, mixedemia (edema elástico).
Hipotireoidismo primário: atinge apenas a tireoide.
Hipotireoidismo central secundário: atinge a hipófise.
Hipotireoidismo central terciário: atinge o hipotálamo.
Hipotireoidismo Subclínica: falta de receptores nas células-alvo do T3 e T4.
Cretinismo: falta de T3 e T4 na infância.
Bócio: significa aumento da glândula tireoide que ocorre, basicamente, por dois motivos: ou porque o TSH está
alto, ou porque existem anticorpos estimulando a glândula.
PARATIREOIDES
Quatro pequenas glândulas (localizadas na superfície posterior da tireoide) indispensáveis para a vida, uma vez
que são produtoras do paratormônio (PTH) que regula o nível de cálcio no sangue. Seu parênquima é constituído por 2
tipos de células:
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Células Principais: sintetizam o paratormônio, responsável por agir nos ossos, rins e intestino para manter uma
concentração ótima de cálcio no sangue.
Células Oxífilas: não produzem nenhuma substância importante.
ADRENAIS (SUPRARRENAIS)
São glândulas pares que se localizam no superior de cada rim e são constituídas por duas regiões: o córtex
(mais externo) e a região medular (interna).
CÓRTEX DA ADRENAL
De origem mesodérmica, apresenta células que secretam hormônios esteroides (derivados do colesterol, o que
significa que em nossa dieta deve haver ingestão de colesterol HDL). O córtex divide-se em 3 zonas:
Zona Glomerulosa: mais externa (revestida pela cápsula). Secreta meneralocorticoides (aldosterona e
desoxicorticosterona) que estimulam a reabsorção de cálcio nos rins.
Zona Fasciculada: intermediária. Secreta glicorticoides (cortisol e corticosterona), hormônios que regulam o
metabolismo dos carboidratos, gorduras e proteínas, atuam como antiinflamatórios, reduzem a permeabilidade
capilar e suprimem a resposta autoimune.
Zona Reticular: mais interna, secreta andrógenos (desidroepiandrosterona), hormônios sexuais
masculinizantes.
A secreção de glicocorticoides é regulada pela adeno-hipófise (ACTH) e de forma indireta pelo hipotálamo
(CRH). A ausência de ACTH promove a atrofia do córtex da adrenal. O excesso de secreção de ACTH causa
hiperplasia (câncer) e hipertrofia (aumento) das 2 zonas internas e a liberação de glicorticoides.
Hipoadrenalismo (Síndrome de Addison): altas doses de glicorticoides suprimindo a produção de ACTH pela
hipófise. Sintomas: fraqueza muscular, pressão baixa, distúrbios sexuais, hipoglicemia.
Hiperadrenalismo: resulta da hiperplasia do córtex ou de tumores nas células basófilas (corticotróficas) da
adeno-hipófise levando a um aumento na produção de ACTH. Sintomas: fraqueza muscular, distúrbios sexuais,
pressão alta, hiperglicemia, obesidade (principalmente concentrada no rosto e pescoço).
MEDULA DA ADRENAL
De origem neuroectodermica, possui as famosas células cromafins, produtoras de catecolaminas (adrenalina
e noradrenalina). A adrenalina (epinefrina) prepara o corpo para a “luta ou fuga” e a noradrenalina (norepinefrina)
funciona como um neurotransmissor.
Em suma, esses hormônios elevam a frequência e o débito cardíaco aumentando o fluxo sanguíneo para os
órgãos e a liberação de glicose para produção de energia produzindo vasoconstricção.
OBS: As células cromafins funcionam como células do sistema nervoso autônomo simpático; mais especificamente,
como células pós-ganglionares.
CORPO PINEAL
É uma glândula endócrina cujas secreções são influenciadas pelos períodos de luz e
escuridão diários (“ciclo circadiano”). Suas células são:
Pinealócitos: células do parênquima da pineal responsáveis pela secreção de
serotonina, que é convertida em melatonina que participa do ciclo circadiano
(percepção de dia ou noite, estações do ano). A serotonina é mais produzida de
dia, e a melatonina, à noite.
Astrócitos: células intersticiais semelhantes a da Glia.
A melatonina pode agir protegendo o SNC por sua capacidade de capturar e eliminar radicais livres produzidos
durante o processo de estresse oxidativo (cada molécula de adrenalina liberada em um processo de estresse, 4
radicais livres são produzidos, responsáveis por envelhecer o corpo). Neste caso, o hormônio funcionaria como
uma substância antioxidante.
PÂNCREAS
O pâncreas é uma glândula mista que possui sua secreção exógena o suco pancreático e como secreção
endógena hormônios produzidos locais específicos:
Células α: produzem glucagon (glicogênio glicose)
Células β (beta): produzem insulina (glicose glicogênio)
Células δ (delta): produz somatostatina (age nas células α e células β, além de inibir a secreção de STH).
Células PP ou F: produz polipeptídios pancreáticos, atuando a nível de intestino na digestão.
Células G: produz gastrina (interfere na produção de HCl no estômago).
OBS: As ilhotas de Langerhans (ou Ilhéus de Langerhans) são um grupo especial de células do pâncreas que
produzem insulina e glucagon, e que dispõem em aglomerados (clusters) no pâncreas. Com exceção das células G,
todas as outras (células α, β, δ e PP) localizam-se nestas ilhotas e, por isso, atribui-se a elas o papel endócrino do
pâncreas.
A diabetes melito é uma doença endocrinológica caracterizada hiperglicemia (aumento dos níveis de glicose no
sangue) em decorrência de uma produção inadequada ou insuficiente de insulina pelas células β do pâncreas
(diabetes tipo 1 ou insulinodependente) ou por uma resistência periférica aumentada a ação deste hormônio
(diabetes tipo 2).
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RESUMO
Hormônios produzidos pelo hipotálamo (núcleo supra-óptico e paraventricular) e secretados pela da neuro-
hipófise (pars nervosa).
Hormônios Função
Ocitocina Estimula a contração do útero durante orgasmo;
Causa contrações no útero grávido durante o parto;
Auxilia na ejeção do leite mamário
Hormônio Antidiurético Conserva a água do corpo aumentando uma reabsorção de água pelos rins;
(ADH, Vasopressina) Causa contração do músculo liso das artérias aumentando a pressão no sangue.
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