Tendencias Pedagogicas - Dalvan

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Em um dado momento histórico, os movimentos sociais e filosóficos são

responsáveis pelas tendências pedagógicas. As intenções pedagógicas


propiciam a união das práticas didático-pedagógicas, favorecendo o
conhecimento, sem “fechar questão”, sem querer ser uma verdade única e
irrestrita. Seu conhecimento se torna de especial importância para o professor
que deseja construir sua prática educativa.

Naturalmente, o professor deve se apropriar das teorias e tendências


pedagógicas ao buscar soluções para os problemas que enfrenta na sua ação
docente, e ao refletir sua prática pedagógica, sem, no entanto, estar
constantemente vinculado apenas a uma delas. Deve, antes de tudo refletir
sobre as características de cada uma, buscando a que melhor convém ao seu
desempenho acadêmico, seguindo uma operacionalização atenta que permita
avaliar sua competência e habilidade, procurando agir com eficiência e
qualidade de atuação. As intenções ou tendências pedagógicas são referências
norteadoras da prática educativa, sendo que, os movimentos sócio-políticos e
filosóficos exercem intensa influência sobre as tendências pedagógicas.
Podemos classificá-las em:

Pedagogia Liberal Tradicional,

Tendência Liberal Renovadora ProgressiVIsta,

Tendência Liberal Renovadora não-diretiva (Escola Nova),

Tendência Liberal Tecnicista,

Tendência Progressista Libertadora,

Tendência progressista Libertária,

Tendência Progressista "crítico social dos conteúdos ou "histórico-crítica".

Na Pedagogia Liberal Tradicional, há a preparação intelectual e moral dos


alunos para assumir seu papel na sociedade. A aprendizagem é receptiva e
mecânica, sem se considerar as características próprias de cada idade. Há a
exposição e demonstração verbal da matéria. Na Tendência Liberal
Renovadora Progressiva, a escola deve ajustar as necessidades individuais ao
meio social. A aprendizagem é baseada na motivação e na estimulação de
problemas. A metodologia utilizada é feita através de experiências, pesquisas e
método de solução de problemas.

A Tendência Liberal Renovadora não-diretiva (Escola Nova) enfatiza a


formação de atitudes, o método é baseado na facilitação da aprendizagem,
onde aprender é modificar as percepções da realidade. O Professor é auxiliar
das experiências. Procura desenvolver a inteligência, priorizando o sujeito,
considerando-o inserido numa situação social.

A Tendência Liberal Tecnicista aparece na segunda metade século XX, no


Brasil em 1960-1970. A Escola procura preparar indivíduos competentes para o
mercado de trabalho. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional -
5692/71. Há a introdução da Disciplina Educação Artística.

A Tendência Liberal Tecnicista é modeladora do comportamento humano


através de técnicas específicas. Os procedimentos e técnicas preparam para a
transmissão e recepção de informações. A aprendizagem é baseada no
desempenho (aprender-fazendo). O Professor é o técnico e responsável pela
eficiência do ensino.

A Tendência Progressista Libertadora dá ênfase ao não-formal. É crítica,


questiona as relações do homem no seu meio, visa levar professores e alunos
a atingirem um nível de consciência da realidade em que vivem na busca da
transformação social. O homem cria a cultura na medida em que, integrando-se
nas condições de seu contexto de vida, pensa sobre ela e dá respostas aos
desafios que encontra.

A Tendência Progressista Libertária visa à transformação da personalidade


num sentido libertário e auto gestionário. A metodologia enfoca a livre-
expressão, o contexto cultural, a educação estética. Os conteúdos são
disponibilizados para o aluno, mas não são exigidos. Resultam das
necessidades do grupo. O professor é conselheiro, monitor à disposição do
aluno. A Tendência Progressista “crítico social dos conteúdos ou “histórico-
crítica”, aparece nos fins dos anos 70.
A escola é parte integrante do todo social e orienta o aluno para a participação
ativa na sociedade. O método parte de uma relação direta da experiência do
aluno confrontada com o saber sistematizado. O Professor é autoridade
competente que direciona o processo ensino-aprendizagem. É o mediador
entre conteúdos e alunos. O ensino/aprendizagem tem como centro o aluno.
Os conhecimentos são construídos pela experiência pessoal e subjetiva.

Finalmente, os conteúdos de ensino devem ser culturais e universais,


constantemente reavaliados de acordo com as realidades sociais; devem ser
significativos na razão humana e social. Cabe ao professor a tarefa de escolher
conteúdos de ensino adequados às peculiaridades locais e as diferenças
individuais. REFERÊNCIAS: LIBÂNEO, J. C. Democratização da escola
pública. A Pedagogia critico social dos conteúdos; SAVIANI, D..

2)> Segundo bloco.

Deste modo, seguem as explicações das características de cada uma dessas


formas de ensino. Porém, ao analisá-las, deve-se ter em mente que uma tendência
não substitui totalmente a anterior, mas ambas conviveram e convivem com a
prática escolar.

1)    Tendências Liberais - Liberal não tem a ver com algo aberto ou
democrático, mas com uma instigação da sociedade capitalista ou sociedade de
classes, que sustenta a ideia de que o aluno deve ser preparado para papéis
sociais de acordo com as suas aptidões, aprendendo a viver em harmonia com as
normas desse tipo de sociedade, tendo uma cultura individual.

No ensino tradicional, o ensino é centralizado no professor e o alunos são receptores.

1.1)       Tradicional -Foi a primeira a ser instituída no Brasil por motivos


históricos. Nesta tendência o professor é a figura central e o aluno é um receptor
passivo dos conhecimentos considerados como verdades absolutas. Há repetição
de exercícios com exigência de memorização.
1.2)       Renovadora Progressiva - Por razões de recomposição da hegemonia
da burguesia, esta foi a próxima tendência a aparecer no cenário da educação
brasileira. Caracteriza-se por centralizar no aluno, considerado como ser ativo e
curioso. Dispõe da ideia que ele “só irá aprender fazendo”, valorizam-se as
tentativas experimentais, a pesquisa, a descoberta, o estudo do meio natural e
social. Aprender se torna uma atividade de descoberta, é uma
autoaprendizagem.O professor é um facilitador.

1.3)       Renovadora não diretiva (Escola Nova) – Anísio Teixeira foi o grande
pioneiro da Escola Nova no Brasil.É um método centrado no aluno. A escola tem
o papel de formadora de atitudes, preocupando-se mais com a parte psicológica
do que com a social ou pedagógica. E para aprender tem que estar
significativamente ligado com suas percepções, modificando-as.

1.4)       Tecnicista – Skinner foi o expoente principal dessa corrente psicológica,


também conhecida como behaviorista. Neste método de ensino o aluno é visto
como depositário passivo dos conhecimentos, que devem ser acumulados na
mente através de associações. O professor é quem deposita os conhecimentos,
pois ele é visto como um especialista na aplicação de manuais; sendo sua prática
extremamente controlada. Articula-se diretamente com o sistema produtivo, com
o objetivo de aperfeiçoar a ordem social vigente, que é o capitalismo, formando
mão de obra especializada para o mercado de trabalho.

2)    Tendências Progressistas - Partem de uma análise crítica das realidades


sociais, sustentam implicitamente as finalidades sociopolíticas da educação e é
uma tendência que não condiz com as ideias implantadas pelo capitalismo. O
desenvolvimento e popularização da análise marxista da sociedade possibilitou o
desenvolvimento da tendência progressista, que se ramifica em três correntes:

2.1) Libertadora – Também conhecida como a pedagogia de Paulo Freire, essa


tendência vincula a educação à luta e organização de classe do oprimido. Onde,
para esse, o saber mais importante é a de que ele é oprimido, ou seja, ter uma
consciência da realidade em que vive. Além da busca pela transformação social,
a condição de se libertar através da elaboração da consciência crítica passo a
passo com sua organização de classe. Centraliza-se na discussão de temas sociais
e políticos; o professor coordena atividades e atua juntamente com os alunos.

2.2) Libertária – Procura a transformação da personalidade num sentido


libertário e autogestionário. Parte do pressuposto de que somente o vivido pelo
educando é incorporado e utilizado em situações novas, por isso o saber
sistematizado só terá relevância se for possível seu uso prático. Enfoca a livre
expressão, o contexto cultural, a educação estética. Os conteúdos, apesar de
disponibilizados, não são exigidos pelos alunos e o professor é tido como um
conselheiro à disposição do aluno.

2.3) "Crítico-social dos conteúdos” ou "Histórico-Crítica" - Tendência que


apareceu no Brasil nos fins dos anos 70, acentua a prioridade de focar os
conteúdos no seu confronto com as realidades sociais, é necessário enfatizar o
conhecimento histórico. Prepara o aluno para o mundo adulto, com participação
organizada e ativa na democratização da sociedade; por meio da aquisição de
conteúdos e da socialização. É o mediador entre conteúdos e alunos. O
ensino/aprendizagem tem como centro o aluno. Os conhecimentos são
construídos pela experiência pessoal e subjetiva.

Após a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB 9.394/96), ideias


como de Piaget, Vygotsky e Wallon foram muito difundidas, tendo uma
perspectiva sócio-histórica e são interacionistas, isto é, acreditam que o
conhecimento se dá pela interação entre o sujeito e um objeto.

Por Jennifer Fogaça


Graduada em Química

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