Relatório - Qualidade Ar Interior UNi Aveiro

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Universidade de Aveiro Departamento de Ambiente e Ordenamento

2012

Ema Maria Relatório Profissional: Qualidade do ar


Monteiro de Matos interior e certificação
Universidade de Aveiro Departamento de Ambiente e Ordenamento
2012

Ema Maria Relatório Profissional: Qualidade do ar


Monteiro de Matos interior e certificação

Relatório apresentado à Universidade de Aveiro para


cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do
grau de mestre em Engenharia do Ambiente, ao abrigo
do despacho nº 7047/2011, de 9/5, que estabelece o
regulamento de creditação de formação e de
reconhecimento de experiência profissional na
Universidade de Aveiro, realizado sob a orientação
científica da Professora Doutora Ana Isabel Couto Neto
da Silva Miranda, Professora Associada com Agregação
do Departamento de Ambiente e Ordenamento da
Universidade de Aveiro
O Júri

Presidente Prof. Doutor Luís António da Cruz Tarelho


Professor Auxiliar da Universidade de Aveiro

Prof. Doutor Nelson Augusto Cruz de Azevedo Barros


Professor Associado da Faculdade de Ciência e Tecnologia da
Universidade Fernando Pessoa

Prof.ª Doutora Ana Isabel Couto Neto da Silva Miranda


Professora Associada com Agregação da Universidade de Aveiro
Agradecimentos Neste documento está refletido todo o meu percurso profissional,
o qual envolveu várias equipas de trabalho, pelo que agradeço a
todos os que colaboraram comigo ao longo deste percurso,
contribuindo para o trabalho apresentado. Agradeço, em especial
ao Professor Antunes Pereira, que me ajudou a dar os primeiros
passos.

À Professora Ana Isabel Miranda, pela orientação na elaboração


deste documento, e à Ana pelo apoio e revisão.

Muito obrigada a todos!!!

.
Palavras-chave Relatório profissional, qualidade do ar interior, saúde,
contaminantes do ar interior, exposição, fontes de
emissão, certificação

Resumo Este relatório tem como objetivo apresentar o percurso


académico e profissional da candidata, iniciado em 1980
com o ingresso na Universidade de Aveiro, dando
especial ênfase ao percurso profissional e à atividade
desenvolvida na área da qualidade do ar, nomeadamente
a qualidade do ar interior.

Inclui uma apresentação detalhada de todo o percurso


profissional, abrangendo desde o trabalho desenvolvido
no projeto de fim de curso, passando pelas funções
desempenhadas em instituições estatais, como a Direção
Regional de Ambiente do Centro e o Gabinete de Apoio
Técnico de Águeda, às funções de coordenação da
unidade de ambiente e laboratórios do Centro da
Biomassa para a Energia, culminando na atual atividade
de consultoria.

No âmbito do tema de desenvolvimento selecionado é


feita uma abordagem e enquadramento da qualidade do
ar interior, sua influência na saúde humana e
regulamentação aplicável.

O relatório termina com uma análise da evolução da


experiência profissional, evidenciando a sua relevância
como atividade da especialidade do Mestrado em
Engenharia do Ambiente.
Keywords Professional report, indoor air quality, health, indoor air
pollutants, exposure, emission sources, certification

Abstract This report aims to present the candidate’s academic and


professional path which started in 1980 with the
enrollment at the University of Aveiro, giving special
emphasis to the professional career and the activity
developed on the air quality area, namely the indoor air
quality.

It includes a detailed presentation of the entire


professional career, from the work developed in the final
graduation project, the duties carried out in state
institutions such as the Regional Direction for the
Environment and the Technical Support Office, to the
coordination duties of the Biomass Centre for Energy’s
environment and laboratories unit, culminating in the
current consulting activity.

An approach and framing of the indoor air quality, its


influence on the human health and applicable regulations
is done under the selected development topic.

The report ends with an analysis of the evolution of the


professional experience, highlighting its relevance as an
activity of the specialty of the Master of Science Degree in
Environmental Engineering.
ÍNDICE

ÍNDICE DE FIGURAS III

ÍNDICE DE QUADROS IV

LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS QUÍMICOS VI

1 INTRODUÇÃO 1

2 PERCURSO ACADÉMICO E PROFISSIONAL 5

2.1 PERCURSO ACADÉMICO 5

2.2 ATIVIDADE PROFISSIONAL 6

3 PUBLICAÇÕES E COMUNICAÇÕES 36

4 PARTICIPAÇÃO OU REPRESENTAÇÕES 38

5 QUALIDADE DO AR INTERIOR 40

5.1 ENQUADRAMENTO GERAL 40

5.2 EFEITOS DA QUALIDADE DO AR INTERIOR NA SAÚDE HUMANA 44

5.3 SISTEMA NACIONAL DE CERTIFICAÇÃO ENERGÉTICA E QUALIDADE DO AR INTERIOR 49


5.3.1 Regulamentação 50

5.3.2 Poluentes do RSECE e comparação com valores-guia 56

5.4 EXPOSIÇÃO EM LOCAIS DE TRABALHO 67

5.5 OBSERVAÇÕES AO RSECE 70


5.5.1 Ventilação 70

5.5.2 Edifícios não abrangidos 71

5.5.3 Considerações gerais 72

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 74

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 76

ANEXOS

Anexo I – Participações em Workshops, seminários, congressos, conferências e cursos

i
Anexo II – Exemplar de folheto de divulgação de atividades da unidade de ambiente e
laboratórios do CBE

Anexo III – Listagem dos principais trabalhos realizados no âmbito das funções exercidas
no CBE

Anexo IV – Documentos legislativos consultados e utilizados - índice descritivo

Anexo V - Estrutura do relatório de caraterização da situação ambiental

Anexo VI - Estrutura do relatório de avaliação da exposição dos trabalhadores ao ruído

ii
ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 2.1 Esquema de um reator paralelepipédico 7


Figura 2.2 Sistema de compostagem em reator e formação de uma pilha estática 8
Figura 2.3 – Ciclo de transformação no fabrico de pasta de papel Vaz et al., 1990) 10
Figura 2.4 - Testes de Toxicidade dos compostos na produção de eucalyptus globulus 11
Figura 2.5 - Esquema da estação de compostagem projetada 12
Figura 2 6 – Área de intervenção do GAT (adaptado de URL4) 14
Figura 2.7 - Principal legislação específica utilizada para exposição a agentes
químicos em contexto de higiene do trabalho 27
Figura 2 8 - Amostragem de efluentes gasosos 28
Figura 2.9 - Principais diplomas legais utilizados para verificação do cumprimento
dos VLE em fontes fixas de emissão 29
Figura 5.1 – Identificação dos principais problemas na qualidade do ar interior (Santos,
2006) 44
Figura 5.2 Classificação das partículas em suspensão em função do seu diâmetro
e do nível de penetração no trato respiratório (adaptado de Gameiro, 2008) 47
Figura 5.3 – Diplomas legais que integram o SCE (ADENE, 2008a). 49
Figura 5.4 – Esquema de formulação dos valores-guia (adaptado de WHO, 2010) 61

iii
ÍNDICE DE QUADROS

Quadro 2.1 - Percurso profissional 6


Quadro 2.2 - Ensaios de compostagem realizados e variáveis consideradas 8
Quadro 2 3 - Principais projetos realizados no âmbito das funções de técnica superior
do GAT de Águeda 15
Quadro 2 4 - Lista dos principais serviços da Unidade em que se inseriu no CBE 17
Quadro 2 5 - Relação dos diagnósticos ambientais efetuados por setor de atividade 17
Quadro 2 6 - Relação das análises e caraterizações ambientais efetuados por setor de
atividade 19
Quadro 2. 7 – Alterações introduzidas na metodologia utilizada na avaliação das
emissões de ruído para o exterior 22
Quadro 2 8 - Setores de atividade da indústria e serviços e agentes químicos
analisados 26
Quadro 2 9 - Parâmetros analisados e métodos de amostragem utilizados em fontes
fixas, considerando as últimas versões das normas utilizadas, e indicação do local
de análise 30
Quadro 2. 10- Tipo de estágios proporcionados pela unidade de ambiente do
CBE, duração e indicação do estabelecimento de ensino 34
Quadro 3 1 - Tipo de relatórios técnicos efetuados no âmbito das funções exercidas
no CBE 37
Quadro 4 1 – Relação dos relatórios de estágios apreciados para admissão como
membro efetivo da Ordem dos Engenheiros 39
Quadro 5. 1 - Principais contaminantes do ar interior considerados no RSECE
e suas principais fontes emissoras e/ou origem no interior 43
Quadro 5.2 – Efeitos na saúde provocados pelos principais contaminantes do ar
interior considerados no RSECE. 46
Quadro 5.3 – Edifícios abrangidos pelo RSECE-QAI e tipo de intervenção
para verificação dos requisitos QAI 52
Quadro 5.4 – Metodologia para a verificação dos requisitos QAI nos edifícios
novos, fases 1 e 2 53
Quadro 5.5 - Condições simultaneamente obrigatórias para a verificação do 2º critério no
caso particular do CO (adaptado de URL9) 57

iv
Quadro 5.6 – Concentrações máximas de referência dos poluentes e
microorganismos, constantes no no RSECE 57
Quadro 5.7 – Objetivos de QAI para escritórios e locais públicos estabelecidos e
valores de concentração de poluentes do RSECE (adaptado de URL10) 58
Quadro 5.8 – Objetivos de QAI para os COV individualizados para a classe de
QAI, Boa (URL10) 59
Quadro 5. 9 - Valores-guia da OMS para exposição ao CO 61
Quadro 5.10 – Concentrações máximas de referência do RSECE e valores-guia
da OMS 63
Quadro 5.11 – Valores-guia, propostos pela ANSES, para cada substância
considerada e ano do seu estabelecimento (adaptado de URL11) 64
Quadro 5.12 – Valores limite de exposição recomendados no Canadá, períodos de
amostragem e data de publicação (adaptado de URL 12) 65
Quadro 5.13 – Valores-guia da OMS, linhas orientadoras estabelecidas em
França e Canadá e níveis de concentração da OSHA e concentrações
máximas de referência do RSECE 66
Quadro 5.14 – Níveis dos VLE para exposições em ambientes ocupacionais 67
Quadro 5.15 – Valores limite de exposição em ambientes ocupacionais, não industriais
e valores do RSECE 69

v
LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS QUÍMICOS
Abreviaturas

AAO – Acompanhamento Ambiental de Obra


ACGIH – American Conference of Governmental Industrial Hygienists
AEA – Agência Europeia do Ambiente
AFTEBI - Asociação para a Formação Tecnológica e Profissional da Beira Interior
AGEN - Agência para a Energia
ANSES – Agence Nationale de Securité Sanitaire, de l’Alimentation, de l’Environnement et
du Travail
APA – Agência Portuguesa do Ambiente
AQG – Air Quality Guidelines
AQS – Águas Quentes Sanitárias
ASHRAE - American Society of Heating, Refrigerating and Air-Conditioning Engineers
AVAC – Aquecimento Ventilação e Ar Condicionado
BTEX – Benzeno, Tolueno, Etilbenzeno e Xileno
CBE – Centro da Biomassa para a Energia
CCDRC – Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro
CCE - Centro para a Conservação da Energia
CE – Comissão Europeia
C/N – Carbono / azoto
COV- Compostos Orgânicos Voláteis
CRIMA – Circulação Regional Interior de Mafra
DAUA – Departamento de Ambiente da Universidade de Aveiro
DAOUA - Departamento de Ambiente e Ordenamento da Universidade de Aveiro
DCR - Declaração de Conformidade Regulamentar
DL – Decreto-lei
DRARNC – Direção Regional de Ambiente e Recursos Naturais do Centro
DRE – Doenças Relacionadas com Edifícios
EN – Estrada Nacional
EPBD - Energy Performance of Buildings Directive
EPER - European Pollutant Emission Register
E-PRTR – Registo Europeu de Emissões e Transferência de Poluentes
ESAC - Escola Superior Agrária de Coimbra
ETAR – Estação de Tratamento de Águas Residuais
EUA – Estados Unidos da América
GAT – Gabinete de Apoio Técnico
GES – Grandes Edifícios de Serviços
GIC – Grandes Instalações de Combustão
HBI – Healthy Buildings International Pty, Lda

vi
IA – Instituto do Ambiente
IAPMEI - Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação
IARC - International Agency for Research on Cancer
IGAOT – Inspeção Geral do Ambiente e Ordenamento do Território
IMIT – Iniciativa para a Modernização da Indústria Têxtil
IPAC - Instituto Português de Acreditação
IPQ – Instituto Português da Qualidade
ISO - International Organization for Standardization
LMAT – Linhas de Muito Alta Tensão
MIE – Ministério da Indústria e Energia
MARN – Ministério do Ambiente e Recursos Naturais
MASA – Methods of Air Sampling and Analysis
MTD – Melhor Tecnologia Disponível
NIOSH – National Institute for Ocupacional Safety
NP – Norma Portuguesa
OMS – Organização Mundial de Saúde
OSHA - Occupational Safety & Health Administration
PAC-QAI - Plano de Ações Corretivas da QAI
PAH - hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos
PCIP – Prevenção e Controlo Integrado da Poluição
PEA - Pilha Estática Arejada
PEDIP – Programa Estratégico de Dinamização e Modernização da Indústria Portuguesa
PEScC – Pequenos Edifícios de Serviços com Climatização
PESsC – Pequenos Edifícios de Serviços sem Climatização
PM – Matéria Particulada
PME – Pequenas e Médias Empresas
POPH - Programa Operacional Potencial Humano
PQ – Perito Qualificado
PQ RSECE-QAI – Perito Qualificado no âmbito do Regulamento do sistema energético e
da Qualidade do ar interior, vertente qualidade do ar interior
PRTR - Pollutant Release and Transfer Register
QAI – Qualidade do Ar Interior
QIPME - Quadros Inovadores para PME
RCCTE – Regulamento das Características de Comportamento Térmico dos Edifícios
REAI – Regulamento de Exercício da Atividade Industrial
RELACRE – Rede de Laboratórios Acreditados
RILEI – Regulamento de Instalações e Laboração dos Estabelecimentos Industriais
RSECE – Regulamento dos Sistemas Energéticos e de Climatização dos Edifícios
RSU - Resíduos Sólidos Urbanos
SCE – Sistema de Certificação Energética e da Qualidade do Ar Interior
SED – Síndroma do Edifício Doente
SGA - Sistema de Gestão Ambiental
SGCIE – Sistema de Gestão de Consumos Intensivos de Energia

vii
SIQA - Sistema Integrado de Gestão da Qualidade e Ambiente
SOCOGEF - Sociedade de Contabilidade e Gestão Financeira, Lda
SV – Sólidos Voláteis
TPE - Tratamento Primário de Efluentes
UE – União Europeia
USEPA - United States Environmental Protection Agency
UTA – Unidade de Tratamento de Ar
VLE – Valor Limite de Emissão
WHO - World Health Organization

viii
Símbolos químicos

Cl2 - cloro
CO – monóxido de carbono
CO2 – dióxido de carbono
HBr – brometo de hidrogénio
HCl – ácido clorídrico
HCOH – formaldeído
H2S – sulfureto de hidrogénio
NO2 – dióxido de azoto
NOx – óxidos de azoto
O2 - oxigénio
O3 – ozono
SO2 – dióxido de enxofre

ix
1 Introdução

Este relatório tem por objetivo descrever o percurso académico e profissional de Ema
Maria Monteiro de Matos, para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do
grau de mestre em Engenharia do Ambiente, ao abrigo do despacho nº 7047/2011, de 9/5,
que estabelece o regulamento de creditação de formação e de reconhecimento de
experiência profissional na Universidade de Aveiro.

Ingressou no curso de Engenharia do Ambiente na Universidade de Aveiro em dezembro


de 1980, tendo concluído a licenciatura em outubro de 1985.

O seu percurso profissional teve início em continuidade e aprofundamento do trabalho de


projeto de fim de curso, no Centro de Investigação da Portucel, em Eixo – Aveiro. Numa
primeira fase como bolseira do Departamento de Ambiente da Universidade de Aveiro
(DAUA), atual Departamento de Ambiente e Ordenamento da Universidade de Aveiro
(DAOUA), e terminando como consultora da empresa para a compostagem das lamas do
tratamento de efluentes do fabrico de pasta para papel.

Exerceu funções de técnica superior da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento


Regional do Centro (CCDRC) durante dois anos, um na Direção Regional de Ambiente e
Recursos Naturais do Centro (DRARNC), na Divisão de Serviços da Indústria, no
licenciamento industrial, e outro no Gabinete de Apoio Técnico (GAT) de Águeda, onde
colaborou com duas das cinco câmaras municipais do agrupamento em projetos de redes
de abastecimento de águas e de tratamento de águas residuais domésticas e industriais.

Ao nível do tratamento de águas residuais, analisou diversos projetos de estações de


tratamento, quer de águas residuais domésticas, quer de águas residuais industriais,
incluídos nos projetos de licenciamento industrial apreciados, ou nos processos de
concurso em que participou.

Exerceu ainda funções no Centro da Biomassa para a Energia (CBE), durante um período
de catorze anos, tendo sido responsável pela formação da unidade de ambiente e pela sua
implementação no mercado e, posteriormente, após fusão das unidades de ambiente e
laboratórios, pela coordenação da unidade de ambiente e laboratórios.

Uma parte significativa do trabalho realizado no CBE desenvolveu-se na área da qualidade


do ar, incluindo a monitorização de efluentes gasosos em fontes fixas de emissão e a
avaliação da exposição a agentes poluentes em locais de trabalho.

Mais recentemente tem atuado como consultora na área de gestão ambiental, qualidade
do ar e resíduos, sendo também responsável por algumas ações de formação na área da
gestão ambiental, nomeadamente em ações dirigidas a gestores de Pequenas e Médias
Empresas (PME), integradas em programas de formação ação do Instituto de Apoio às

1
Pequenas e Médias Empresas e à Inovação (IAPMEI), nomeadamente nos programas
Quadros Inovadores para PME (QIPME) e Academia PME.

Com a entrada em vigor do Regulamento para a certificação energética e da qualidade do


ar interior, decreto-lei nº 78/2006, de 4 de abril, e tendo em consideração a experiência
adquirida na área da qualidade do ar frequentou, com êxito, a formação como perito
qualificado na vertente de qualidade do ar interior, o que justifica a seleção deste tema
para desenvolvimento neste relatório.

É reconhecido que os problemas de poluição do ar, ambiente e interior, são o fator


ambiental com maior impacte na saúde dos Europeus, sendo responsáveis pela maior
percentagem de doenças com causas ambientais (URL1). A relevância da Qualidade do Ar
Interior (QAI) na saúde, levou a que a Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2005,
tenha estabelecido o “direito ao ar interior saudável” e posteriormente tenha considerado o
ar limpo como um requisito básico para a vida (WHO, 2010).

Considerando que nas sociedades modernas atuais o tempo de permanência em espaços


interiores, incluindo habitação, creches, escritórios, escolas, restaurantes, centros
comerciais e transportes, ronda os 80 a 90%, uma boa qualidade do ar interior assume um
papel fundamental na manutenção da saúde das populações, com especial relevância no
caso de grupos vulneráveis como, bebés, crianças e idosos.

De facto, a qualidade do ar interior assume, nos nossos dias, cada vez mais, um papel
relevante na saúde, no ambiente e na economia, podendo ser definida como a natureza do
ar que afeta a saúde e o bem-estar dos ocupantes de determinado espaço fechado. Não
engloba apenas a existência de poluentes, mas também o nível de conforto e a perceção
que cada utilizador tem da qualidade do ar que se respira (URL2).

Atualmente, os vários problemas de qualidade do ar interior são reconhecidos como


importantes fatores de risco no que diz respeito à saúde humana, quer em países
desenvolvidos, quer nos países em vias de desenvolvimento (WHO, 2010), tendo o
American College of Allergists, em 2006, considerado que 50% das doenças são causadas
ou agravadas pela má qualidade do ar existente no interior dos edifícios (Bessa, 2006).

São vários os efeitos na saúde resultantes da exposição a deficiente qualidade do ar


interior e estão relacionados com o tempo de exposição ao poluente, podendo as
exposições em curtos períodos de tempo (horas) causar situações de desconforto,
diminuição da concentração e redução da capacidade de aprendizagem, enquanto que as
exposições durante períodos prolongados e consecutivos a poluentes do ar interior podem
originar diversos problemas de saúde como doenças respiratórias ou alérgicas.

Associados aos efeitos na saúde da exposição a deficiente qualidade do ar interior, e


devido aos períodos prolongados de exposição num determinado espaço, surgem também
os termos “Síndroma do Edifício Doente” (SED) e “Doenças Relacionadas com os
Edifícios” (DRE). A Organização Mundial de Saúde, em 1982, definiu síndroma do edifício
doente como um síndroma que afetava os ocupantes de um edifício, causando-lhes

2
problemas de saúde. É um termo usado para descrever situações de desconforto laboral
e/ou de problemas agudos de saúde referidos pelos trabalhadores, que parecem estar
relacionados com a permanência no interior de alguns edifícios, em que nem sempre é
possível estabelecer-se um diagnóstico específico ou identificarem-se as eventuais causas
do desconforto ou problema de saúde (URL3), Traduz-se por um estado doentio transitório
dos utilizadores em que os sintomas, normalmente, são aliviados quando o ocupante
afetado sai do edifício, podendo as queixas estarem relacionadas com um compartimento
ou área específica, ou com a totalidade do edifício.

O termo “doenças relacionadas com edifícios” é utilizado quando os sintomas de uma


doença específica estão relacionados com a exposição ao ar num determinado edifício e
são atribuídos a eventuais contaminantes do ar ambiente.

São diversos os compostos potencialmente perigosos, libertados e existentes no interior


dos edifícios, cujas principais origens se devem aos materiais de construção e decoração
utilizados, aos produtos e equipamentos de desinfeção e limpeza, a deficiente ventilação e
renovação do ar, à deficiente manutenção dos edifícios, ao desenvolvimento de
microorganismos (bactérias, fungos e bolores) e à própria ocupação humana, e que podem
conduzir ao aparecimento de SED e DRE.

Impulsionado por motivos económicos e de política social e visando a proteção da saúde,


segurança e conforto e a salvaguarda do ambiente e sustentabilidade, foi criado em
Portugal, em 2006, o Sistema de Certificação Energética dos edifícios e da qualidade do ar
interior (SCE). Este sistema resultou da transposição, para o direito interno, da Diretiva
relativa ao desempenho energético dos edifícios, conhecida como Diretiva EPBD, Energy
Performance of Buildings Directive, que obriga os Estados membros a garantir a efetiva
implementação dos requisitos mínimos de desempenho energético, de forma a assegurar a
respetiva eficiência energética.

O SCE integrou a medida relativa à linha de orientação política sobre eficiência energética
contemplada na Resolução do Conselho de Ministros nº 169/2005, de 24 de outubro, que
aprova a Estratégia Nacional para a Energia e o Programa Nacional para as Alterações
Climáticas, constante na Resolução do Conselho de Ministros nº 119/2004, de 31 de julho,
nomeadamente no que respeita à eficiência energética nos edifícios. Visa
fundamentalmente aumentar a eficiência energética média do sector dos edifícios,
reduzindo a dependência externa da União Europeia (UE) e contribuindo para o
cumprimento dos objetivos do Protocolo de Quioto.

Contudo, esta regulamentação relativa ao sistema de certificação energética e da


qualidade do ar interior não se limitou à eficiência energética, associando a qualidade do ar
interior à eficiência energética. Ao aliar a problemática da eficiência energética à qualidade
do ar interior permite uma atuação integrada e mais sustentável, visando a melhoria da
eficiência energética, e assegurando, em simultâneo, uma boa qualidade do ar interior nos
edifícios, isenta de riscos para a saúde pública e potenciadora do conforto e da
produtividade dos seus ocupantes.

3
Refere-se, porém, que uma visão mais abrangente da proteção da saúde pública contra os
efeitos adversos da exposição aos poluentes existentes no ar interior, também implica
abordar a qualidade do ar interior em ambientes ocupacionais, em espaços industriais.

Este relatório compreende seis capítulos, o presente capítulo introdutório, onde se define o
objetivo do relatório e se descreve de forma resumida o percurso académico e profissional.
Faz-se também neste capítulo o enquadrando do tema selecionado para aprofundar.

Segue-se o capítulo 2, onde se descreve detalhadamente todo o percurso académico e


profissional.

No capítulo 3 apresenta-se a relação dos principais artigos e relatórios técnicos publicados,


referindo também os relatórios elaborados, não sujeitos a divulgação pública, por serem
parte integrante do contrato com os clientes.

No 4º capítulo são mencionadas as principais participações em grupos de trabalho, em


representação da entidade patronal, em associação profissional, ordem dos engenheiros,
incluindo peritagem técnica em tribunal.

Seguidamente, no capítulo 5 é feita uma abordagem e enquadramento da qualidade do ar


interior em edifícios, bem como uma referência aos problemas da qualidade do ar em
contexto ocupacional, abrangendo ambientes industriais. Neste capítulo apresenta-se
ainda o levantamento dos diplomas legais relativos à qualidade do ar em espaços
interiores, dando relevância aos Valores Limite de Emissão (VLE) considerados e às
motivações que levaram ao estabelecimento desses VLE, integrando uma visão
comparativa entre limites de emissão.

Finalmente, no capítulo 6, discute-se criticamente a evolução da experiência profissional, e


da respetiva relevância como atividade da especialidade do Mestrado em Engenharia do
Ambiente.

4
2 Percurso académico e profissional

Neste capítulo apresenta-se uma descrição detalhada do percurso académico e


profissional, incluindo os cargos e funções desempenhados, os principais trabalhos e/ou
atividades desenvolvidas e as tarefas que realizou no âmbito dessas atividades.

Em complemento à formação académica, durante o exercício da atividade profissional,


para reforço e/ou aquisição de novas competências, como formação em contexto de
trabalho, frequentou ações de formação específica, nomeadamente cursos de ruído
laboral e ambiental e cursos de auditorias (qualidade, ambiente, segurança e
laboratórios). Participou também em 14 congressos, seminários e conferências e 3
workshops, como indicado no Anexo I.

2.1 Percurso académico

Ingressou no curso de Engenharia do Ambiente na Universidade de Aveiro em dezembro


de 1980 e concluiu a licenciatura em outubro de 1985, com a classificação final de treze
valores.

O curso de licenciatura em engenharia do ambiente frequentado incluiu uma vertente


tecnológica direcionada para o planeamento e controlo integrado da poluição, abrangendo
o tratamento de resíduos, o tratamento de efluentes líquidos e de poluentes gasosos e o
controlo de ruído. Proporcionou uma formação sólida e orientada para a resolução de
problemas ambientais concretos, ao nível de: formulação do problema, identificação das
causas, identificação das consequências e identificação dos processos envolvidos,
capacitando para selecionar ferramentas apropriadas à resolução desses problemas,
individualmente ou integrando equipas multidisciplinares na área do ambiente.

Revelou-se um curso integrador, aliando aos conhecimentos da engenharia tradicional


conhecimentos de tecnologias ambientais, conferindo a capacidade de intervenção
profissional para a promoção de um desenvolvimento sustentável.

No âmbito da disciplina de Projeto, no último ano do curso, efetuou o estudo da


compostagem de lamas do tratamento primário do fabrico de pasta para papel, em
colaboração com o Centro de Investigação da Portucel, situado em Eixo – Aveiro, onde
decorreu a fase experimental.

Este trabalho teve como objetivo o estudo da biodegradabilidade das lamas do tratamento
primário do fabrico de pasta para papel, com vista ao seu aproveitamento para uso
agrícola. Consistiu na realização de ensaios de compostagem, em três reatores tipo batch,
com taxas de arejamento de 1, 5 e 14 L/min, para determinação da taxa de consumo
específico de oxigénio da matéria orgânica, em função da temperatura, caudal de

5
arejamento e composição do substrato, mediante análise de parâmetros como a análise
imediata dos sólidos (humidade, cinzas e sólidos voláteis - SV), temperatura e composição
da fase gasosa (dióxido de carbono - CO2 e oxigénio - O2) ao longo do processo reacional.

No ano letivo de 1995 – 1996 frequentou um curso de pós-graduação em Direito do


Ordenamento, Urbanismo e Ambiente na Faculdade de Direito da Universidade de
Coimbra, o qual concluiu, com a classificação final de catorze valores.

Nesta pós-graduação foram adquiridas competências em direito constitucional e


administrativo do ambiente, direito internacional e comunitário do ambiente, direito penal
do ambiente, planeamento territorial, gestão urbanística e direito dos solos e da
construção.

2.2 Atividade profissional

O percurso profissional, iniciado em novembro de 1985, encontra-se sumariado no Quadro


2.1. É desenvolvido com maior detalhe seguidamente, incluindo-se a descrição dos
principais trabalhos e/ou atividades realizadas e a descrição minuciosa de todas as tarefas
efetuadas.

Quadro 2.1 – Percurso profissional

Período Atividade Instituição / empresa


Novembro 1985 a outubro 1988 Bolseira DAOUA
Novembro 1988 a março 1989 Técnica estagiária Portucel - Centro de
Investigação
Abril 1989 a novembro 1990 Consultora Portucel - Centro de
Investigação
Janeiro 1991 a dezembro 1991 Técnica superior DRARNC
Agosto 1992 a julho 1993 Técnica superior GAT Águeda
Agosto de 1993 a agosto de 1994 Consultora
Agosto 1994 a abril 1999 Coordenadora da CBE
Unidade de Ambiente
Maio de 1999 a junho de 2008 Coordenadora da CBE
Unidade de Ambiente e
Laboratórios
Agosto 2010 à atualidade Consultora

Novembro de 1985 a outubro de 1988 - Bolseira do Departamento de Ambiente e


Ordenamento da Universidade de Aveiro

No seguimento do trabalho realizado durante o projeto de fim de curso, e dada a elevada


produção diária de lamas nos centros fabris de Cacia e Setúbal, a que urgia dar um destino
final adequado, o Centro de Investigação da Portucel estabeleceu um protocolo com o
Departamento de Ambiente e Ordenamento da Universidade de Aveiro, para continuação

6
do estudo da compostagem dessas lamas. A sua atividade como bolseira do DAOUA
desenvolveu-se no âmbito desse protocolo.

Durante os três anos, como bolseira do Departamento de Ambiente e Ordenamento da


Universidade de Aveiro, dedicou-se exclusivamente ao estudo da compostagem das lamas
do tratamento primário dos efluentes do fabrico de pasta para papel.

A compostagem consiste essencialmente na decomposição biológica e na estabilização de


substratos orgânicos sob condições que conduzem ao desenvolvimento de temperaturas
termófilas (dos 40°C aos 65-70°C), como resultado da produção biológica de calor,
originando um produto final suficientemente estável para aplicação no terreno sem efeitos
ambientais adversos (Haug, 1980). Este processo é influenciado por vários fatores, como a
temperatura, o pH, e a razão carbono / azoto (C/N) no substrato a compostar, mas também
pela taxa de arejamento.

De acordo com a informação científica existente na época, para além dos processos em
pilhas com arejamento natural (com remeximento) ao ar livre (Gotaas, 1956; Golueke,
1977) e em reator fechado com arejamento forçado (Haug, 1980), também se desenvolveu
nos Estados Unidos da América (EUA) um processo intermédio de compostagem em pilha
estática com arejamento forçado (Epstein et al., 1976; Finestein et al., 1980).

Assim, com base nesta informação, ao longo dos três anos em que permaneceu no DAUA
foram efetuados diversos ensaios de compostagem, quer em sistemas fechados, reatores
laboratoriais de pequeno porte, quer em pilhas estáticas, ao ar livre, com e sem arejamento
forçado (Figuras 2.1 e 2.2), que permitiram testar diferentes condições, como taxa de
arejamento, controlo de temperatura, razão carbono azoto e agente de porosidade (vide
Quadro 2.2). Os ensaios em sistemas fechados, cilíndricos ou paralelepipédicos
reproduziam o processo de compostagem numa pilha de maior porte, permitindo acelerar
esse mesmo processo de cerca de 2 meses para 16 a 20 dias.

Figura 2.1 - Esquema de um reator paralelepipédico: E - Saída de gases; P - Colheita de amostras


sólidas; S – Pontos de medição da temperatura; T – Tubos de arejamento

7
Figura 2.2 - Sistema de compostagem em reator e formação de uma pilha estática

Quadro 2.2 - Ensaios de compostagem realizados e variáveis consideradas

Tipo de ensaio Parâmetro a estudar


Reator paralelepipédico Taxa de arejamento (0,46 a 0,59 m3/kg (SV) x dia)
Razão carbono / azoto
Efeito do agente de porosidade (ausência, serrim e
cavacos)
Inóculo (com e sem inóculo)
Reator cilíndrico Taxa de arejamento (0,46 a 0,59 m3/kg (SV) x dia)
Inóculo (com e sem composto maturado)
Pilha Estática Arejada (PEA) Efeito do agente de porosidade (ausência, serrim e
cavacos)
Remeximento mecânico (volteio)
Taxa de arejamento
Razão carbono / azoto
Efeito da altura da pilha (1,2 m; 1,5 m e 1,8 m)
Inóculo (com e sem composto maturado)

De um modo geral, e tal como descrito em Pereira et al. (1988), nos ensaios realizados,
verificou-se que:

 Foi possível fermentar substratos com teores relativamente elevados de humidade e


de razão C/N (cerca de 80% e 200, respetivamente);
 A compostagem em pilhas estáticas arejadas decorria normalmente, de acordo com
o padrão usual para substratos orgânicos, num período de 3 a 8 semanas; no
entanto era necessário um tempo mínimo de fermentação de cerca de 4 semanas
para que as lamas perdessem o carácter inibidor de crescimento das plantas, o que
se verificou pelos ensaios de toxicidade nas plantas, em vasos com azevém
perene;
 Relativamente ao agente de porosidade, quer o serrim quer os cavacos se
revelaram bons agentes de porosidade; o serrim retardava um pouco o processo de
compostagem mas conduzia a uma maior uniformidade e evitava a crivagem final

8
do composto. Foi também possível a compostagem daquelas lamas sem qualquer
agente de porosidade, desde que se utilizassem taxas de arejamento adequadas.

Observou-se um efeito inibitório da temperatura, para valores superiores a 65ºC, sugerindo


que seria vantajoso utilizar um controlo térmico para otimização do processo de
compostagem. Ainda neste contexto verificou-se que pilhas mais baixas (com altura inferior
a 1,2 metros) conduziam a melhores condições operatórias do processo de compostagem,
nomeadamente maiores velocidades de reação e maior grau de conversão da matéria
orgânica, maior uniformidade de temperatura e regularidade do processo.

A utilização de inóculos na mistura a compostar, como estrume de vaca ou composto


maturado, não pareceu trazer vantagens adicionais, não se tendo observado diferenças
significativas, relativamente aos casos em que não foi utilizado inóculo.

Este trabalho deu origem a várias publicações científicas, quer sob a forma de relatórios
internos da Universidade, quer sob a forma de artigos em literatura da especialidade (vide
capítulo 3).

De novembro de 1988 a novembro de 1990 - Centro de Investigação da Portucel, Eixo -


Aveiro

A deposição das lamas resultantes do tratamento dos efluentes de pasta de papel,


configurava à época, como atualmente, uma grande preocupação para a indústria em
quase todo o mundo, estando a utilização das lamas a merecer particular atenção,
principalmente por se tratar de resíduos com elevados teores de humidade e pela
quantidade produzida anualmente. Acrescia à necessidade de dar um destino adequado a
estes resíduos a escassez em matéria orgânica da maioria dos solos das florestas da
empresa, à semelhança da generalidade do país, estimando-se que os solos no continente
português apresentavam um deficit anual de matéria orgânica que se elevava a mais de 20
000 000 toneladas (Lipor, 1985). Podendo as lamas ser utilizadas para reduzir a escassez
de matéria orgânica nos solos, aliava-se a resolução do problema da deposição das lamas
à obtenção de um corretivo orgânico que, quando utilizado nos solos florestais, para além
da melhoria das suas características, permitia o fecho do ciclo de transformação, como
apresentado na Figura 2.3 (Vaz et al., 1990).

9
Figura 2.3 - Ciclo de transformação no fabrico de pasta de papel (Vaz et al., 1990)

Tendo-se comprovado a viabilidade da utilização agrícola das lamas celulósicas após


compostagem, e estando prevista para o centro fabril de Setúbal uma produção anual de
lamas, base tal e qual, de cerca de 56 000 toneladas, com a instalação do tratamento
secundário de efluentes, iniciou a colaboração com a Portucel, até março de 1989, como
técnica estagiária, e, após regularização da situação contratual, como consultora.

Para além da compostagem de lamas resultantes do Tratamento Primário de Efluentes


(TPE) do centro fabril de Setúbal, foram testados também novos substratos para
compostagem, como a casca de pinho, que na altura era um outro resíduo existente em
grande quantidade, havendo a necessidade de estudar também esta alternativa para o seu
destino final.

Nesta fase apenas foram efetuados ensaios de compostagem em pilhas estáticas, de


grandes dimensões, com taxa de arejamento intermitente e variável, em função da
temperatura da pilha ou da concentração de oxigénio e utilizando como agentes de
porosidade a casca de pinho e estilha de madeira (cavacos), de forma a aproveitar alguns
desperdícios existentes nas fábricas.

O arejamento, à semelhança dos ensaios anteriormente realizados, foi efetuado mediante


introdução forçada de ar, com tubos perfurados colocados nas bases das pilhas ou,
noutros ensaios, através de volteio das pilhas com pá carregadora. Dado que estes
ensaios tinham como finalidade avaliar a viabilidade de produção de substratos (composto)
a utilizar nos viveiros florestais, no final de cada ciclo de compostagem, em colaboração
com a Direção Florestal, foram efetuados ensaios de cultura de eucalyptus globulus,
usando como substrato, os compostos obtidos, juntamente com casca não compostada, e
tendo como testemunha a terra normalmente utilizada nos viveiros.

Para acompanhamento destes ensaios foram efetuados registos fotográficos e medições


periódicas do crescimento das plantas. A análise e acompanhamento dos testes de
toxicidade tiveram a colaboração da Direção Florestal e do Engenheiro Agrónomo da
equipa de compostagem. A figura 2.4 mostra o crescimento dos eucaliptos, num dos
ensaios, ao fim de 64 dias.

10
Pilha D Testemunha Pilha A Pilha C

Figura 2.4 - Testes de toxicidade dos compostos na produção de eucalyptus globulus. Da


esquerda para a direita: Pilha D, Testemunha,Pilha A e Pilha C

Destes ensaios concluiu-se que era possível substituir a terra, em ensaios de sementeira,
por algumas das modalidades testadas com vantagens significativas. Os compostos com
maiores percentagens de lamas proporcionaram melhores substratos para as plantas, com
menor tendência para a acama e com crescimentos mais uniformes (Vaz et al., 1990).

Simultaneamente colaborou no estudo do projeto de uma estação demonstrativa de


compostagem de lamas a instalar junto ao Centro Fabril de Setúbal. Pretendia-se com este
projeto aprofundar o conhecimento da técnica de compostagem das lamas à escala
industrial e o início da comercialização do composto, que se convencionou chamar
Fertucel. Esta estação foi dimensionada para tratar 90 toneladas diárias de lamas, base tal
e qual, recorrendo a dois sistemas de compostagem: pilhas estáticas arejadas e sistema
windrow (pilhas com remeximento). Para este projeto participou na definição das condições
de compostagem, nomeadamente:

Taxa de arejamento – 0,6 a 0,8 m3/kg (sólidos voláteis) dia;


Adição de azoto – 0,15% do peso das lamas, base tal e qual;
Proporção lamas / elemento de porosidade – 3/1 (V/V).

Também integrou a equipa que efetuou a seleção dos fornecedores do anteprojeto e


projeto (consórcio luso-espanhol) e a seleção do equipamento a instalar, o que implicou a
realização de ensaios com equipamentos de manuseamento de resíduos em Lodosa,
Espanha, e visitas a várias instalações no Norte de Espanha.

Na Figura 2.5 encontra-se o esquema de fabrico de composto selecionado e projetado


para a estação de compostagem.

11
Figura 2.5 - Esquema da estação de compostagem projetada

Este projeto não teve seguimento, porque se resolveu aguardar pela verificação das
alterações introduzidas com as obras de remodelação da fábrica e, fundamentalmente com
as alterações às características e quantidades disponíveis introduzidas pelo tratamento
secundário de efluentes e pelo aproveitamento energético de biomassa.

De janeiro de 1991 a dezembro de 1991 – Técnica Superior na Direção Regional do


Ambiente e Recursos Naturais do Centro, Coimbra

O seu trabalho consistiu na apreciação de projetos de ampliação e instalação de


estabelecimentos industriais, de vários setores de atividade, nos termos do Regulamento
de Instalações e Laboração dos Estabelecimentos Industriais (RILEI), aprovado pelo
Decreto-Lei nº 46923 e pelo Decreto nº 46924, ambos de 28 de março de 1966, para
verificar se os projetos incluiam soluções que minimizassem os impactes no ambiente
resultantes da sua implementação e se contemplavam o cumprimento da legislação
ambiental vigente. A apreciação em causa incidiu sobre os estabelecimentos industriais
das classes B e C.

Da apreciação dos projetos resultava a emissão de um parecer técnico, que incluía a


obrigação de cumprimento da legislação relativa a resíduos, efluentes gasosos e ruído e,
sempre que aplicável, e/ou por falta de regulamentação da legislação, como no caso dos
efluentes gasosos, algumas condicionantes relativamente a boas práticas de laboração
tendentes à minimização dos impactes no ambiente da atividade em questão. O parecer
resultante era enviado à entidade responsável pelo licenciamento (Delegação do Ministério
da Indústria ou do Ministério da Agricultura) e posteriormente incluído nas condicionantes

12
do licenciamento enviadas ao requerente. Nessa altura, e em situações normais, o
cumprimento da legislação relativamente aos efluentes líquidos era verificado pela Direção
dos Serviços Hidráulicos competente, funcionando a DRARNC, nesta matéria, como elo de
ligação com a entidade responsável pelo licenciamento.

Tendo, em 15 de março ocorrido alteração da legislação, na sequência da publicação do


REAI, Regulamento do Exercício da Atividade Industrial (Decreto Regulamentar nº 10/91) e
sido estabelecido um período transitório para a regularização dos estabelecimentos
industriais ao abrigo da legislação anterior, RILEI, houve, a partir de agosto, um afluxo
anormal de projetos para regularização do licenciamento, que dificultou a continuação do
procedimento de comunicação com a Direcção dos Serviços Hidráulicos do Centro, uma
vez que a maioria dos projetos a analisar se referia a indústrias abrangidas pela sua área
de jurisdição. Assim, de forma a facilitar e agilizar todo o processo de licenciamento, para
as empresas pertencentes a esta região hidrográfica, foi estabelecido entre as duas
entidades envolvidas (Direção de Serviços de Hidráulica e DRARNC) proceder-se a uma
alteração na tramitação normal, passando os projetos, na matéria respeitante aos efluentes
líquidos, a ser analisados nas instalações da DRARNC, em reunião conjunta com o
responsável da Hidráulica e tendo em consideração a análise já efetuada anteriormente
para verificação dos restantes requisitos ambientais.

Os processos referentes às áreas de jurisdição dos Serviços Hidráulicos do Norte e de


Lisboa e Vale do Tejo, sendo em menor número, seguiram a tramitação normal,
continuando a ser enviados para os respetivos serviços.

Além disso, colaborou também na realização de vistorias para verificação da conformidade


do edificado com o projeto e na elaboração do respetivo parecer, em colaboração com as
restantes entidades intervenientes no licenciamento. A participação em vistorias foi
reduzida, muito inferior ao que seria desejável, devido ao grande volume de projetos para
análise e ao facto de ter ficado parte do tempo como única técnica a trabalhar nesta área
de licenciamento, nestes serviços.

De agosto 1992 a julho de 1993 – Técnica Superior no Gabinete de Apoio Técnico de


Águeda

Iniciou, em agosto de 1992 um contrato de um ano com o Gabinete de Apoio Técnico


(GAT) de Águeda dando apoio técnico às câmaras do Agrupamento de Municípios
(Águeda, Albergaria a Velha, Anadia, Oliveira do Bairro e Sever do Vouga, vide Figura 2.6)
na área de Ambiente e Saneamento Básico.

13
Figura 2.6 - Área de intervenção do GAT (adaptado de URL4)

Apesar do agrupamento abranger cinco municípios, neste curto período de tempo, o


trabalho desenvolvido incidiu apenas em dois municípios: Sever do Vouga e Oliveira do
Bairro, que não tinham nos seus quadros, à semelhança da maioria das Câmaras
Municipais do país, nenhum Engenheiro do Ambiente.

Sever do Vouga era, na altura, um dos municípios do agrupamento com menor taxa de
população servida por abastecimento de água, tendo a Câmara Municipal como um dos
seus principais objetivos dotar a generalidade da população do concelho com
abastecimento de água potável, a médio ou curto prazo.

O município de Oliveira do Bairro encontrava-se a lotear a zona industrial de Oiã, havendo


necessidade de a dotar de infraestruturas, nomeadamente com uma estação de tratamento
de água residuais. Constava ainda do seu plano de atividades o aumento da taxa de
população servida por abastecimento de água, estando também em processo de concurso
a execução de uma estação de tratamento de águas residuais (ETAR de Silveiro /
Perrães).

Os principais projetos realizados para estes dois municípios, integrados nos contratos de
colaboração estabelecidos com o GAT, estão listados no Quadro 2.3.

14
Quadro 2 3 - Principais projetos realizados no âmbito das funções de técnica superior do GAT de
Águeda

Município Projeto / Tarefa realizada


Projeto de abastecimento de água a
Pessegueiro do Vouga (Sistema Adutor)
Projeto de abastecimento de água a
Pessegueiro do Vouga (Reservatórios)
Sever do Vouga
Projeto de abastecimento de água a
Pessegueiro do Vouga (Rede de Distribuição)
Projeto de abastecimento de água a Silva
Escura
Participação na Comissão de
acompanhamento do Estudo Prévio da
Estação de Tratamento de Águas Residuais
da Zona Industrial de Oiã, efetuado pela
PROCESL
Participação na Comissão de Avaliação no
processo de concurso do projeto de
conceção/execução da Estação de
Oliveira do Bairro Tratamento de Águas Residuais da Zona
Industrial de Oiã
Participação na Comissão de Avaliação no
processo de concurso conceção / execução
das Estações de Tratamento de Águas do
Concelho de Oliveira do Bairro
Projeto de abastecimento de água ao Sector I
da Palhaça - Oliveira do Bairro

Como apoio à tomada de decisão nos processos de concurso de execução das estações
de tratamento de águas residuais do concelho de Oliveira do Bairro foram efetuadas visitas
a várias estações de tratamento de águas residuais na zona de Barcelona, Espanha. Esta
deslocação incluiu também a visita à principal estação de tratamento de águas de
abastecimento público a Barcelona.

De agosto de 1993 a agosto de 1994 – Atividade como consultora.

Na sequência do trabalho anteriormente realizado como técnica do GAT, a sua principal


atividade, durante este período de um ano consistiu na colaboração com a Câmara
Municipal de Oliveira do Bairro na área de Saneamento Básico. Integrada nesta
colaboração, e devido à necessidade de reabilitação de infraestruturas de saneamento
com cerca de duas décadas de existência, como o abastecimento de água à Mamarrosa, e
de criação de novas infraestruturas, como a zona desportiva, para além da crescente
preocupação com a qualidade da água de abastecimento público, salientam-se como
principais trabalhos realizados:

15
 Projeto de execução do abastecimento de água à zona Desportiva de Oliveira do
Bairro;
 Elaboração do Caderno de Encargos para o tratamento das águas de abastecimento
do concelho de Oliveira do Bairro;
 Projeto de execução da nova rede de abastecimento de água à Mamarrosa
(Estrada Nacional, EN 335);
 Participação na Comissão de análise das propostas do concurso para fornecimento
e construção de estações de tratamento das águas de abastecimento do concelho
de Oliveira do Bairro.

De agosto de 1994 a junho de 2008 – Centro da Biomassa para a Energia, Miranda do


Corvo

Ingressou no Centro da Biomassa para a Energia em agosto de 1994, tendo como principal
objetivo a formação da Unidade de Ambiente, bem como a sua coordenação e gestão. A
fim de atingir o objetivo proposto, colaborou na definição e execução da missão e
estratégia da Unidade, constituiu a equipa de trabalho, foi responsável pela definição de
metodologias, implementação dos métodos de amostragem e análise, fundamentalmente
nas áreas de ar e ruído, pelo planeamento e realização das atividades, pela divulgação dos
serviços e formação de parcerias com outras empresas.

Coordenou esta Unidade de Ambiente até maio de 1999, altura em que devido a
reformulação interna do CBE se procedeu à fusão da Unidade de Ambiente e da Unidade
de Laboratórios, numa única unidade, Unidade de Ambiente e Laboratórios, a qual passou
a coordenar até ao final do exercício de funções no CBE (junho de 2008).

No âmbito das suas funções no CBE estavam incluídas ainda a elaboração de orçamentos
e o estabelecimento de contatos com clientes e fornecedores.

A Unidade funcional em que estava inserida, para além do apoio técnico às restantes
unidades dedicava-se à prestação de serviços na área de ambiente. Esses serviços eram
variados, conforme ilustrado no folheto de divulgação que se inclui no Anexo II, estando
listados no Quadro 2.4 os principais serviços em que participou e/ ou coordenou e
apresentando-se seguidamente a sua descrição mais detalhada, com indicação do
envolvimento na sua realização.

16
Quadro 2 4 – Lista dos principais serviços da Unidade em que se inseriu no CBE

Principais trabalhos
Diagnósticos ambientais
Análise da situação ambiental
Acompanhamento do licenciamento ambiental
Avaliação das emissões de ruído para o exterior
Avaliação da incomodidade ao ruído
Avaliação da exposição ao ruído
Avaliação da exposição a substâncias nocivas no ar de locais de trabalho
Caracterização de efluentes gasosos em fontes fixas
Planos de gestão de solventes
Calibração de opacímetros
Cálculo de altura de chaminés
Análise de resíduos

Diagnósticos ambientais

Com a finalidade de obter informações sobre o desempenho ambiental das empresas com
quem colaborou, participou na realização de diagnósticos ambientais a empresas de vários
setores de atividade, como indicado no Quadro 2.5 e cuja listagem se anexa (Anexo III,
ponto 1).

Quadro 2 5 - Relação dos diagnósticos ambientais efetuados por setor de atividade

Setor de atividade Nº de diagnósticos efetuados


Cerâmica 6
Vidro 1
Têxtil 2
Resinas 1
Resíduos 2
Madeira e mobiliário 3
Metalomecânica 2
Artes gráficas 1
Refrigeração e ar condicionado 1
Fibra de vidro 1
Total 20

Estes diagnósticos consistiram no levantamento de todas as atividades, produtos e


serviços da empresa, em situações de funcionamento normal, incluindo, por vezes
situações de arranque e emergência, e na análise de conformidade com a legislação
aplicável.

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Dado que os diagnósticos ambientais constituem uma ferramenta de apoio à gestão da
organização / empresa, fornecendo indicações à administração sobre a sua performance
ambiental, os relatórios de diagnóstico contemplavam também um plano de ações
tendentes a corrigir as não conformidades encontradas e/ou indicação de medidas para a
melhoria do desempenho ambiental da empresa, relacionadas com boas práticas
reconhecidas para o sector de atividade onde estava inserida.

A grande maioria dos diagnósticos efetuados visava integrar projetos de investimentos das
organizações, nomeadamente candidaturas ao Programa Estratégico de Dinamização e
Modernização da Indústria Portuguesa (PEDIP) e foram realizados ao abrigo do Despacho
conjunto IIDD03, dos Ministérios da Indústria e Energia (MIE) e do Ambiente e Recursos
Naturais (MARN), de 9 de Agosto de 1994.

Para a sua execução, para além da coordenação técnica da equipa, realizou toda a
atividade de auditoria, incluindo visita às instalações, recolha de informação complementar
e preenchimento de lista de verificação elaborada para o efeito, efetuou o plano de ação de
não conformidades e oportunidades de melhoria e a verificação dos relatórios.
Relativamente às monitorizações necessárias à realização do diagnóstico, apenas
participou ocasionalmente e, com maior frequência, nas medições das emissões de ruído
para o exterior, ou recolha de amostras de efluentes líquidos e resíduos, quando aplicável.

Análise e caracterização da situação ambiental

Estas caracterizações foram integradas em projetos de investimento, nomeadamente


PEDIP e Iniciativa para a Modernização da Indústria Têxtil (IMIT), ou, na grande maioria
dos casos, foram motivadas pela adesão aos contratos de adaptação à legislação,
estabelecidos entre a respetiva associação industrial e o Ministério do Ambiente e
Recursos Naturais, contribuindo para a caracterização do setor em que se inseriam e
justificando a necessidade de investimento em infraestruturas que permitissem à empresa
o cumprimento da legislação ambiental, geralmente medidas de fim de linha.

Tinham como principal objetivo a verificação do cumprimento da legislação ambiental em


vigor, ocorreram durante um período de tempo delimitado, entre 1994 e 2000 e, à
semelhança dos diagnósticos ambientais, basearam-se nos requisitos constantes do
Despacho conjunto do MIE e do MARN, de 9 de Agosto de 1994.

As caracterizações ambientais efetuadas abrangeram diversos tipos de indústria, com


especial relevância para as indústrias do setor da madeira e mobiliário (vide Quadro 2.6).
No Anexo III, ponto 2, apresenta-se a listagem detalhada.

18
Quadro 2 6 - Relação das análises e caracterizações ambientais efetuadas por setor de atividade

Setor de atividade Nº de caracterizações ambientais efetuadas


Cerâmica 1
Têxtil / Confeções 4
Madeira e mobiliário 36
Metalomecânica fundições 7
Artes gráficas 4
Cortiça 1
Outro (moldes, fabrico de rações, artefactos
4
de cimento e pastelarias)
Total 57

O Despacho conjunto IIDD03, do MIE e do MARN, de 9 de Agosto de 1994, estabelecia,


para as indústrias que não se encontravam abrangidas pelo Decreto-lei (DL) nº 186/90, de
6 de junho, uma abordagem menos aprofundada da verificação do desempenho ambiental
da organização relativamente ao diagnóstico ambiental, podendo, nalgumas situações, em
que os investimentos a efetuar se reportassem à área do ambiente, configurar apenas um
diagnóstico de fundamentação de necessidade. Contudo, a generalidade dos relatórios de
análise ou caracterização da situação ambiental elaborados contemplaram também
indicações de medidas tendentes à melhoria do desempenho ambiental da empresa,
relacionadas com boas práticas reconhecidas para o sector de atividade em que estavam
inseridas.

As tarefas desenvolvidas, nesta área, incluíram a coordenação técnica da equipa, a


maioria das visitas às instalações para recolha de informação complementar e
preenchimento da lista de verificação, a elaboração dos planos de ação de não
conformidades e oportunidades de melhoria, a verificação dos relatórios, a participação na
maioria das medições das emissões de ruído para o exterior e na recolha de algumas
amostras de efluentes líquidos e resíduos, quando aplicável.

Acompanhamento do licenciamento ambiental

Na sequência do Quinto Programa Comunitário de Acão em Matéria de Ambiente e


Desenvolvimento Sustentável, surgiu uma nova tendência na estratégia de abordagem do
combate à poluição, reconhecendo-se a necessidade de efetuar uma abordagem integrada
do controlo da poluição, assente prioritariamente na prevenção, sempre que possível, das
emissões para o ar, a água e o solo, tendo em conta a gestão dos resíduos, ou a
correspondente minimização dessas emissões, visando alcançar um nível elevado de
proteção do ambiente no seu todo (Decreto-lei nº 194/2000, de 21 de setembro).

A partir da constatação de que as diferentes abordagens no controlo da poluição do ar,


águas e solo poderiam conduzir à transferência dos problemas de poluição entre os meios

19
físicos, em vez de favorecer a proteção do ambiente no seu todo, com a preocupação da
aplicação do princípio do desenvolvimento sustentável, surgiu a Diretiva nº 96/61/CE, do
Conselho, de 24 de setembro (Diretiva relativa à Prevenção e Controlo Integrado da
Poluição, PCIP), que veio dar origem ao Decreto-lei nº 194/2000, de 21 de setembro.

Este diploma legal reconhece o controlo integrado da poluição como uma forma de
obtenção de um equilíbrio mais duradouro entre a atividade humana e o desenvolvimento
socioeconómico, por um lado, e os recursos e a capacidade regeneradora da natureza, por
outro, tendo em conta a evolução das tecnologias utilizadas nas atividades produtivas. É
aplicável a determinadas atividades e integra o princípio da licença ambiental para
atividades poluidoras, consagrado na Lei de Bases do Ambiente, Lei, nº 11/87, de 7 de
abril.

Sendo uma das imposições do licenciamento ambiental a realização de relatórios


periódicos para apresentação ao Instituto do Ambiente (IA), atual Agência Portuguesa do
Ambiente (APA), como acompanhamento do licenciamento ambiental, foi elaborado pela
unidade que coordenava o plano de exploração e o relatório ambiental anual de uma
empresa do setor de tratamento de resíduos perigosos (vide Anexo III ponto 3) e iniciou-se
também o acompanhamento do apoio técnico no preenchimento do formulário relativo ao
registo europeu de emissões e transferências de poluentes (E-PRTR).

A empresa em causa enquadrava-se na classificação de instalação existente, nos termos


do artigo 13º do DL nº 194/2000, e a licença abrangia a instalação no seu todo. Tratava-se
de uma unidade de tratamento de óleos usados e de outros resíduos e armazenamento
temporário de resíduos perigosos e não perigosos, cujas atividades PCIP realizadas
constavam na categoria 5.1 do Anexo I do Decreto-lei nº 194/2000, de 21 de agosto, e
tinha um período de funcionamento delimitado, estando prevista a sua mudança de local.

O plano de exploração obedeceu aos requisitos da licença ambiental e contemplou:

 Os objetivos de exploração para o período de funcionamento (2007-2008); objetivo


global e objetivo individualizado por unidade constituinte;
 A compilação de todos os procedimentos escritos de receção de resíduos, incluindo
os critérios de aceitação e rejeição em função da sua perigosidade e condições de
acondicionamento;
 Identificação das Melhores Tecnologias Disponíveis (MTD) já implementadas na
instalação;
 Indicação e calendarização prevista para novas MTD a implementar, de acordo com
o documento, da Comissão Europeia, Best Available Techniques for Waste
Treatments Industries, aprovado em junho de 2005, com referência aos prazos
necessários para a sua entrada efetiva em funcionamento na instalação;
 Indicação dos custos e benefícios associados às MTD implementadas e a
implementar;
 Comentários e justificação fundamentada relativamente às MTD do setor não
implementadas, e sem previsão de implementação.

20
Os relatórios ambientais anuais visam demonstrar o desempenho ambiental anual da
instalação, bem como o grau de cumprimento da licença ambiental atribuída, incluindo
todas as dificuldades encontradas para atingir as metas estabelecidas para o ano a que se
referem. Assim, no relatório elaborado destacam-se os seguintes pontos:

 Ponto de situação relativamente às condições de operação;


 Ponto de situação relativamente à gestão de recursos (água, energia e matérias
primas);
 Ponto de situação relativamente aos sistemas de tratamento e pontos de emissão;
 Ponto de situação, com a informação sistematizada, relativamente à monotorização
e cumprimentos dos valores limite de emissão indicados pela licença,
 Ilustração gráfica dos resultados das monitorizações efetuadas;
 Sínteses das emergências verificadas e subsequentes ações corretivas
implementadas;
 Síntese de reclamações apresentadas;
 Ponto de situação relativamente à execução de eventuais medidas tomadas no
âmbito do plano de exploração.

Ainda integrado numa perspetiva de prevenção e controlo integrados da poluição e, na


sequência da Diretiva relativa à Prevenção e Controlo Integrado da Poluição (PCIP), foi
publicada a Decisão 2000/479/CE, da Comissão de 17 de julho de 2000, que, estabeleceu
a criação de um registo europeu das emissões de poluentes - European Pollutant Emission
Register (EPER). Este inventário europeu de emissões tem por objetivo recolher e
armazenar dados comparáveis sobre emissões de diversas fontes e atividades industriais
poluentes numa base de dados ou registo integrados e colocar os dados registados à
disposição do público.

O preenchimento do formulário configura a elaboração de um relatório das emissões da


instalação, que deve incluir os valores de todas as emissões da instalação, de fontes
pontuais e difusas, para o ar, para a água e para o solo, de cada poluente classificado
como E-PRTR emitido pela instalação.

O apoio nesta área foi interrompido devido a alteração na legislação e, consequentemente


na periodicidade de envio deste relatório ao Instituto do Ambiente, que nesse ano, 2007, foi
suspenso. Contudo identificaram-se os poluentes e realizaram-se alguns dos cálculos,
tendo-se preenchido, para apoio ao cliente o formulário anteriormente existente, em
formato de papel, uma vez que o formulário em formato digital tinha sido retirado da página
da internet do IA.

De todas as tarefas associadas ao acompanhamento do licenciamento ambiental, salienta-


se a participação nas reuniões com os responsáveis da empresa, para recolha de
informação, coordenação da equipa e elaboração do relatório de exploração. No relatório
ambiental anual foi também responsável pela análise dos pontos de situação relativamente
a: gestão de recursos, sistemas de tratamento e pontos de emissão, monitorização e

21
cumprimentos dos valores limite de emissão e execução das medidas constantes no plano
de exploração.

Avaliação de ruído

Esta área das avaliações de ruído engloba a avaliação das emissões de ruído para o
exterior, a avaliação da incomodidade ao ruído e a avaliação da exposição dos
trabalhadores ao ruído durante o trabalho.

Ao longo do tempo, em que exerceu funções no CBE e em que colaborou neste tipo de
avaliações, ocorreram diversas alterações aos documentos legislativos referentes ao ruído,
o que se refletiu também em alterações nas metodologias utilizadas.

No que respeita à avaliação das emissões de ruído para o exterior, resultantes da


laboração de uma determinada atividade, a grande maioria dos trabalhos realizados
integraram as avaliações e diagnósticos ambientais efetuados, dado ser o ruído uma das
emissões para o exterior, resultantes da laboração da instalação.

As alterações à legislação relativa às emissões de ruído para o exterior, para além dos
parâmetros a medir em cada amostragem, incluíram também alterações dos valores limite
a considerar e encontram-se sistematizadas, de forma resumida no Quadro 2.7.

Quadro 2. 7 – Alterações introduzidas na metodologia utilizada na avaliação das emissões de ruído para
o exterior.

Decreto-lei nº 251/87, de 24 Decreto-lei nº 292/2000, de 14 de


de Junho Novembro
LAeq do ruído particular (dBA) LAeq do ruído ambiente com ruído
L95 (dBA) particular, (dBA)
K1 - correção tonal
K2 - correção impulsiva
LAr - (nível de avaliação), (dBA)
LAeq do ruído residual, (dBA)
LAr – LAeq do ruído residual, (dBA)
Elemento de Artigo 14º, nº 1: A diferença Artigo 8º, nº3: A diferença entre o valor do
comparação entre o valor do nível sonoro nível sonoro contínuo equivalente,
contínuo equivalente, corrigido ponderado A, LAeq do ruído ambiente
do ruído proveniente dos determinado durante a ocorrência do ruído
edifícios destinados à particular da atividade ou atividades em
indústria, comércio e serviços avaliação e o valor do nível sonoro
(LAeq (ruído particular (dBA)), e contínuo equivalente, ponderado, A, LAeq,
o valor do nível sonoro do do ruído ambiente a que se exclui aquele
ruído de fundo, que é ruído ou ruídos particulares, designado por
excedido, num período de ruído residual, não poderá exceder 5 dB(A)
referência, em 95% da no período diurno e 3 dB(A) no período
duração deste (L95), deve ser noturno, consideradas as correções
inferior ou igual a 10 dB(A) indicadas no Anexo I” (correções tonais e
impulsivas).

22
Entendendo-se, para facilitação da leitura do Quadro anterior, o seguinte:

Ruído particular: a componente do ruído ambiente que pode ser especificamente


identificada por meios acústicos e atribuída a uma determinada fonte sonora.

Ruído ambiente: ruído global observado numa dada circunstância num determinado
instante, devido ao conjunto das fontes sonoras que fazem parte da vizinhança próxima ou
longínqua do local considerado.

Ruído residual: ruído ambiente a que se suprimem um ou mais ruídos particulares, para
uma situação determinada.

As medições obedeciam ainda ao estabelecido na Norma Portuguesa, NP 1730 e,


ulteriormente, ao Anexo 1 do Decreto-lei Nº 292/2000, de 14 de novembro.

Participou na grande maioria das campanhas de medição de ruído ambiente (vide relação
no Anexo III, ponto 4), para além da estruturação dos relatórios e elaboração das folhas de
cálculo necessárias.

Ainda na área do ruído, realizou alguns ensaios com o objetivo de verificação da


incomodidade ao ruído, embora em número muito reduzido e apenas no âmbito da
vigência do Decreto-Lei nº 251/87, de 24 de junho, cuja listagem se encontra no anexo III,
ponto 5.

De forma a obter os níveis de higiene e segurança, exigidos por lei nos locais de trabalho,
efetuaram-se diversas campanhas de avaliação das exposições diárias dos trabalhadores
ao ruído durante o trabalho, em estabelecimentos industriais e de serviços, vide listagem
em anexo (Anexo III, ponto 6). Com estas campanhas pretendia-se verificar o cumprimento
da legislação em vigor, primeiro o Decreto-lei nº 72/92, de 28 de abril e, posteriormente, o
Decreto-lei nº 182/2006, de 6 de setembro. As amostragens seguiam a metodologia
descrita no Decreto Regulamentar nº 9/92 de 28 de abril, ou, na fase posterior, a
metodologia descrita no Anexo I do Decreto-lei nº 182/2006, de 6 de setembro, relativo às
prescrições mínimas de segurança e de saúde em matéria de exposição dos trabalhadores
aos riscos devidos ao agente físico ruído.

Em cada trabalho de avaliação da exposição dos trabalhadores ao ruído, e referindo


apenas a metodologia de avaliação mais recente, eram feitas as seguintes determinações:

• - Nível sonoro contínuo equivalente (LAeq., T) num intervalo de tempo T, por local
de trabalho/máquina;
• - Valor máximo do pico de pressão sonora (MaxCPICO), por local de
trabalho/máquina;
• - Análise espectral do ruído por bandas de oitavas nos casos em que o LAeq, T
fosse igual ou superior a 80 dB(A);
• - Exposição pessoal diária de cada trabalhador ao ruído durante o trabalho, LEX,8h e
despectivo valor máximo do pico de nível sonoro MaxCPICO;

23
• - Exposição pessoal diária efetiva, LEX,8h,efect, para o trabalhador que se encontre na
situação mais desfavorável em termos de exposição ao ruído utilizando vários
modelos de protetor de ouvido existentes no mercado, de modo a que a empresa
possa selecionar o protetor de ouvido adequado, ou verificação da adequação do
protetor de ouvido já selecionado;
• - Cálculo do LEP,d Efetivo para todos os trabalhadores utilizando o protetor de
ouvido selecionado e preenchimento das fichas individuais nos casos em que o
LEP,d for igual ou superior a 85 dB(A).

Como alteração, ao nível das amostragens, introduzida pelo Decreto-lei nº 182/2006, de 6


de setembro, refere-se o valor de pico de pressão sonora, que passou de valor
instantâneo, não ponderado, expresso em dB, para valor instantâneo ponderado C,
expresso em dB(C) e a inclusão do ruído impulsivo, expresso em dB(A), para o cálculo da
exposição pessoal diária ao ruído, LEX,8h, considerada agora como:

“ O nível sonoro contínuo equivalente, ponderado A, calculado para um período normal de


trabalho de 8 horas, que abrange todos os ruídos presentes no local de trabalho, incluindo
o ruído impulsivo, expresso em dB(A)”.

Também foram introduzidas alterações ao nível dos valores limite relativos à "exposição
pessoal diária de um trabalhador", que passou de 90 dB(A) para 87 dB(A). Igualmente em
relação ao nível de ação da "exposição pessoal diária de um trabalhador ao ruído durante
o trabalho", nível acima do qual, devem ser tomadas medidas com vista à redução dos
níveis de exposição ao ruído, que era igual a 85 dB(A), houve alterações. Englobou os
valores de nível de pressão de pico e passaram a considerar-se dois valores de ação que
são os seguintes:

Valores de ação inferiores:


LEX,8h = 80 dB (A);
LCPICO = 135 dB(C) equivalente a 112 Pa;

Valores de ação superiores:


LEX,8h = 85 dB (A);
LCPICO = 137 dB(C) equivalente a 140 Pa;

Após a realização do trabalho de campo (medições) era elaborado um relatório que


incluía todos os resultados obtidos, a discussão relativamente aos valores impostos pela
legislação em vigor e o preenchimento das fichas referidas na legislação para cada
trabalhador exposto (sujeito a níveis de exposição acima do nível superior de ação (85
dB(A)).

As tarefas executadas, no âmbito da avaliação da exposição dos trabalhadores ao ruído


consistiram, principalmente, na revisão dos relatórios, elaboração das folhas de cálculo

24
para tratamento dos resultados das medições, quando aplicável, e elaboração das fichas
de exposição ao ruído. Sempre que possível, participou também na realização das
campanhas de amostragens.

Avaliação da exposição a substâncias nocivas no ar de locais de trabalho

A avaliação da exposição profissional a agentes químicos inclui a determinação da


concentração desses agentes no ar dos locais de trabalho e a comparação desses valores
com valores de referência, que representam níveis de concentração aceitáveis (NP 1796,
2004). Na classificação de agente químico estão incluídas também as partículas, embora
sejam consideradas como um agente físico.

Para verificação das condições de higiene do trabalho e como forma de controlar os riscos
potenciais para a saúde, foram efetuadas diversas campanhas de caraterização em
ambientes industriais, abarcando, quando não expressamente definidos pelo cliente, os
agentes que se consideravam mais relevantes em cada caso. A seleção dos agentes a
analisar era efetuada tendo em conta a informação existente sobre o setor em causa e a
avaliação feita na sequência de contatos com os responsáveis da empresa a auditar.

As auditorias efetuadas incluíram vários setores de atividade da indústria e serviços e


diversos poluentes, agentes químicos a analisar, conforme indicado no Quadro 2.8 e
listagem que se apresenta no Anexo III, ponto 7.

25
Quadro 2 8 - Setores de atividade da indústria e serviços e agentes químicos analisados

Setor de atividade Poluente analisado


Tratamento de resíduos Partículas, vapores de óleos minerais e Compostos
Orgânicos Voláteis (COV) totais
Fabrico de moldes Partículas
Indústria química Partículas, álcool isopropílico, amónia, CO, cobre,
óxidos de zinco alumínio, óxidos de alumínio e zinco
Fabrico de plásticos Chumbo
Indústrias de madeiras e mobiliário Pó de madeira, formaldeído, partículas, COV totais,
crómio, xileno e tolueno
Fabrico de vidro de embalagem Partículas e sílica
Fundição de metais Partículas, sílica SO2, CO e NOx
Indústria de resinas Partículas e COV totais
Fabricos de caixas isotérmicas Partículas, COV totais e estireno
Extração de pedras Partículas
Indústria cerâmica Partículas e sílica
Indústria gráfica Partículas e COV totais
Indústria têxtil e confeções Partículas
Indústria metalomecânica Partículas, benzeno, tolueno, etilbenzeno e xileno
Fabricação de barcos de recreio Partículas, COV totais e estireno
Fabricação de cimento, cal e gesso Partículas e sílica
Recauchutagem de pneus Xileno, tolueno, hexano, partículas e COV
Formulação de pesticidas Partículas, ciclohexanona
Inspeção automóvel Partículas e COV totais

No final das auditorias à qualidade do ar interior, todos os valores medidos eram


comparados com os respetivos valores limite de emissão (VLE), apesar de geralmente,
serem apenas valores indicativos. Nesta comparação, sempre que possível, era utilizada a
legislação nacional específica para os agentes químicos considerados e, quando
inexistentes, a NP 1796.

A legislação específica existente e utilizada está indicada na Figura 2.7 e apresenta-se, em


maior detalhe no Anexo IV.

26
Decreto-lei nº Decreto-lei nº Decreto-lei nº Decreto-lei nº
290/2001, de 16 de 274/89, de 21 de 273/89, de 21 de 266/2007, de 24 de
novembro agosto agosto julho
(valores limite (exposição ao (exposição a agentes (riscos da exposição
indicativos de chumbo) cancerígenos ou ao amianto)
exposição a agentes mutagénicos)
químicos)

Figura 2.7 – Principal legislação específica utilizada para exposição a agentes químicos em contexto de
higiene do trabalho.

Para além dos poluentes indicados no Quadro 2.8 foram ainda estudados e implementados
métodos de amostragem e análise para diversos outros poluentes, como acetato de etilo,
acetato de metilo, amianto, benzeno, bromofórmio, butanona (metiletilcetona), cetonas
ciclohexano, cloreto de benzilo, cloreto de metileno (diclorometano), clorobenzeno,
clorobromometano, clorofórmio, cumeno, o-diclorobenzeno, p-diclorobenzeno, dicloreto de
etileno, 1,1-dicloroetano, 1,2-dicloroetileno, dioxane, etilbenzeno, ferro, metanol,
metiletilcetona, n-heptano, n-pentano, níquel, percloroetileno (tetracloroetileno), tetracloreto
de carbono, tetrahidrofurano, tricloroetileno, 1,1,2-tricloroetano e propilenoglicol, para
verificar a viabilidade da sua execução, e elaboração dos orçamentos, na sequência de
solicitação dos clientes. A maioria dos métodos de amostragens e análise eram efetuadas
de acordo com os métodos do National Institute for Ocupacional Safety (NIOSH),
constantes no NIOSH Manual of Analytical Methods.

Faziam parte das suas funções nesta área da qualidade do ar interior (locais de trabalho) a
colaboração na implementação dos métodos de amostragem e análise, a maioria das
amostragens e a elaboração de relatórios.

27
Caracterização de efluentes gasosos em fontes fixas

Esta foi a principal área, em termos de volume de trabalho, em que interveio como técnica
da Unidade de Ambiente e Laboratórios do CBE, tendo efetuado amostragens e
caracterização de efluentes gasosos em inúmeras fontes fixas de emissão, em
estabelecimentos industriais e de serviços (vide Anexo III,
ponto 8), para verificação da conformidade com a
legislação vigente. Estas amostragens incidiram sobre
exaustões de fontes de combustão que utilizavam diversos
combustíveis, abrangendo fuel (heavy fuel e light fuel),
carvão, diversos tipos de biomassa (bagaço de azeitona,
aparas de madeira, casca de pinho, serrim, etc.), gasóleo,
óleos usados, carvão, gás propano e gás natural, sobre
exaustões de processos de fabrico diversificados e também
exaustões de sistemas de aspiração.

As amostragens, vide Figura 2.8, destinavam-se a dar


Figura 2 8 - Amostragem de
cumprimento ao disposto no nº 2 do artigo 10º do Decreto-lei
efluentes gasosos (folheto de
divulgação de serviços do nº 352/90, de 9 de novembro, que estabelecia a
CBE)
obrigatoriedade para os estabelecimentos industriais de
efetuar o autocontrolo das emissões das suas fontes fixas, por medições pontuais, pelo
menos duas vezes por ano, para as emissões abaixo de um valor de caudal mássico
fixado em Portaria. Em 4 de julho de 2004 este diploma foi substituído pelo Decreto-lei nº
74/2004, de 3 de abril, que, para além de introduzir alterações à periodicidade de
amostragem, em função da carga emitida, alargou a obrigatoriedade de efetuar medições
às fontes de emissão de poluentes atmosféricos associados às seguintes instalações:

 Manutenção e reparação de veículos;


 Instalações de combustão integradas em estabelecimentos comerciais ou de
serviços, incluindo os de prestação de cuidados de saúde, os de ensino e
instituições do Estado;
 Atividades de armazenagem de combustíveis.

Na figura 2.9 apresentam-se os principais diplomas legais utilizados para verificação do


cumprimento dos VLE aplicáveis à diversidade de fontes de emissão caracterizadas, com
indicação das respetivas atualizações legislativas.

28
Portaria nº 286/93, de 12 de março

- Valores limite de emissão de aplicação


geral; Portaria nº 1058/94, de
- Substâncias cancerígenas; 2 de dezembro
- Valores limite de emissão de aplicação (cogeração)
sectorial:
• Indústria transformadora, granuladora e
aglomeradora da cortiça;
• Fabricação de pasta de papel;
• Indústrias químicas dos derivados do
petróleo e do carvão e dos produtos de
borracha e de plástico;
• Indústrias dos produtos minerais não
metálicos, com exceção dos derivados Portaria nº
de petróleo bruto e do carvão; 125/97, de 21
• Indústria básica de ferro e aço; de fevereiro
• Indústria básica de metais não ferrosos; (Incineração
• Fabricação de pilhas e acumuladores; de Resíduos
• Eletricidade, gás e vapor e GIC; Sólidos
• Armazenagem (silos de cereais); Urbanos
• Incineração de resíduos (RSU)
• Caudais mássicos

Decreto Lei nº 178/2003, de


3 de agosto
(Grandes Instalações de
Combustão, GIC)

Figura 2.9 - Principais diplomas legais utilizados para verificação do cumprimento dos VLE em fontes
fixas de emissão

Alguns destes diplomas já foram atualizados, porém essas atualizações não foram
incluídas na Figura 2.9, devido à sua entrada em vigor ser posterior ao período de trabalho
considerado e, por isso, não terem sido utilizados. Contudo é feita uma referência às
atualizações na listagem de legislação que se anexa (Anexo IV)

Os poluentes analisados em cada amostragem eram variados, dependendo do tipo de


fonte ou de imposição fixada, quer pela Direção Regional de Ambiente da área, quer, numa
fase posterior, pela licença ambiental. Alguns dos poluentes eram analisados in situ, outros

29
recolhidos, em solução de absorção, filtro ou saco, e analisados em laboratório, como
indicado no Quadro 2.9.
Quadro 2 9 - Parâmetros analisados e métodos de amostragem utilizados em fontes fixas, considerando
as últimas versões das normas utilizadas, e indicação do local de análise

Método de amostragem e/ou


Parâmetro Local de análise
análise
Medição de velocidade e caudal NP ISO 10780: 2000 No local
Determinação da fração de humidade EPA 4: 2000 No local
NP ISO 10396: 1998 / ISO
Determinação dos teores de O2 e CO2 No local
12039:2001

Determinação do teor de partículas totais ISO 9096: 2003 Laboratório

Determinação do teor de dióxido de


ISO 7934: 1989 Laboratório
enxofre
Determinação do teor de óxidos de azoto NP ISO 10396: 1998 / ISO No local
(expressos como N02) 10849:1996
Determinação do teor de monóxido de NP ISO 10396: 1998 / ISO No local
carbono (CO) 12039:2001
Determinação da concentração de EPA 29: 2000 Laboratório
metais
Determinação de compostos inorgânicos
EPA 13A: 2000 Laboratório
de Flúor
Determinação de ácido clorídrico (HCl) EN 1911-1,2 e 3: 1998 Laboratório
Determinação de compostos orgânicos EPA 18:2000* Laboratório
voláteis (COV)
Determinação de Brometo de Hidrogénio EPA 26:2000 Laboratório
(HBr)

Determinação de Cloro (Cl2) EPA 26:2000 Laboratório

Determinação de sulfureto de hidrogénio MASA 701* Laboratório


(H2S)
*adaptado

Houve, por vezes necessidade de proceder a adaptação de alguns métodos de


amostragem de ar ambiente, dada a inexistência de normas disponíveis, ou pelo facto de
as normas existentes não se adequarem aos locais a analisar. Dão-se como exemplos a
determinação da alcalinidade, por inexistência de norma específica e a determinação de
sulfureto de hidrogénio que, apesar de existir norma específica, a sua gama de medição
não era adequada. O seu limite inferior de medição era superior às gamas de
concentração a medir e/ ou aos valores limite de emissão legais para determinadas fontes
de emissão.

30
Cada trabalho culminava na elaboração de um relatório que atestava o grau de
cumprimento dos VLE aplicáveis a cada fonte fixa de emissão, em concentração e caudal
mássico.

Os valores limite de emissão são referentes a condições normais de pressão e


temperatura, pelo que era necessário o tratamento dos resultados das amostragens, de
forma a reportá-los a condições normais de pressão e temperatura, tendo sido elaboradas
folhas de cálculo para o efeito.

Para a realização destes trabalhos, elaborou as folhas de cálculo para o tratamento dos
dados, procedeu à implementação dos métodos de amostragem e à verificação dos
relatórios. Nos dois primeiros anos participou em todas as campanhas de amostragem; nos
anos seguintes, apenas em situações de formação, em situações de maior complexidade,
ou quando integradas em inspeções da responsabilidade da Inspeção Geral do Ambiente e
Ordenamento do Território (IGAOT).

Também na área dos efluentes gasosos, e para verificação da conformidade com o DL nº


242/2001, de 31 de agosto, coordenou a elaboração de planos de gestão de solventes, em
indústrias de carpintaria e fabrico de mobiliário.

Os planos de gestão de solventes tinham por objetivos:

a) Verificar o cumprimento dos valores limite de emissão;


b) Identificar as futuras opções em matéria de redução de emissões;
c) Assegurar o fornecimento de informações ao público sobre o consumo de solventes,
as emissões de solventes e o cumprimento do DL nº 242/2001, de 31 de agosto.

A metodologia para a elaboração destes planos contemplava as diretrizes constantes do


diploma acima mencionado, que resultou da transposição para a ordem jurídica interna da
Diretiva nº 1999/13/CE, de 11 de março e tem como objetivo a procura de soluções
integradas para a prevenção da poluição do ar provocada pelas emissões de compostos
orgânicos voláteis, para além do incremento da redução da utilização de solventes
orgânicos, sempre que tecnicamente viável. Abrange a redução das emissões de COV,
quer impondo valores limite de emissão quer no caso das instalações existentes, através
da implementação de medidas alternativas de redução destas emissões, assentes em
planos de redução.

Visa-se com este diploma, reduzir as emissões totais, provenientes das instalações
abrangidas, a uma determinada percentagem das emissões anuais de referência,
designada por objetivo de emissão, devendo o operador aplicar um plano de redução de
emissões especialmente concebido para a sua instalação, que incluísse, nomeadamente, a
redução do teor médio de solvente utilizado e/ou uma maior eficiência na utilização dos
sólidos.

Em complemento à monitorização pontual de emissões de fontes fixas, realizou ensaios de


verificação anual dos sistemas automáticos de monitorização de partículas em contínuo,

31
opacímetros, em fontes fixas cujo caudal mássico de emissão de partículas ultrapassava o
limiar mássico máximo que determina a obrigatoriedade de monitorização em contínuo.

A calibração destes analisadores (opacímetros) visava dar cumprimento ao estipulado na


NP ISO 10155:2000, a qual especifica condições, critérios, características de
funcionamento e procedimentos de ensaio para a monitorização automática de partículas
em efluentes gasosos provenientes de fontes fixas de emissão, de forma a ser
determinada a função de calibração que relaciona a concentração de partículas com o
sinal do analisador, mediante medições paralelas donde resultam retas de calibração.

Efetuou ainda o cálculo de alturas de chaminés de exaustão de efluentes gasosos em


estabelecimentos industriais e de serviços, em coordenação técnica da equipa, utilizando
quer a metodologia indicada no Decreto-lei nº 352/90, de 9 de novembro, artigo 22º, quer
na Portaria nº 263/2005, de 17 de março.

Análise de resíduos

Na área dos resíduos, referem-se apenas alguns dos trabalhos desenvolvidos, integrados
em projetos que visavam a utilização desses resíduos para fins energéticos e o apoio
técnico para seleção do destino de resíduos.

Relativamente ao aproveitamento energético dos resíduos, geralmente os trabalhos


desenvolvidos abrangiam a caracterização do resíduo, ou da mistura que se pretendia
valorizar energeticamente, em termos caloríficos, análise física e química, incluindo a
análise dos respetivos eluatos para caraterização do resíduo em termos de perigosidade e
realizavam-se ensaios de combustão para caracterização das emissões para a atmosfera
resultantes da sua combustão. Ocasionalmente, e quando se tratava de aproveitamento de
misturas contendo vários resíduos procedia-se também à seleção e otimização da mistura
a utilizar, em termos do seu potencial energético.

Estes trabalhos incidiram sobre misturas de resíduos avícolas e biomassa florestal,


resíduos de papel e resíduos diversos da indústria transformadora da madeira.

Integrado na consultoria e apoio técnico para seleção do destino final adequado de


resíduos, destaca-se o trabalho relativo a alguns resíduos do parque de madeiras da
Central Termoelétrica de Resíduos Florestais de Mortágua. Este trabalho consistiu na
análise e caraterização das várias frações de resíduos que não eram passíveis de ser
utilizados para produção de energia, alguns deles, objeto de um incêndio. Posteriormente,
e, atendendo às disponibilidades das várias frações, efetuou-se uma mistura contendo
proporcionalmente os diferentes componentes, e procedeu-se à sua caracterização tendo
em vista a sua possível utilização na agricultura, terminando o trabalho com o pedido de
licenciamento para a utilização da mistura resultante nas florestas.

32
Nesta área dos resíduos, e relativamente aos projetos acima mencionados apenas não
participou nas determinações analíticas, embora tenha participado na definição dos
ensaios analíticos a realizar.

Outras atividades e funções

Ainda integrado no trabalho realizado no CBE, exerceu funções de co-responsável pela


qualidade e de responsável técnica na área de ambiente (emissões gasosas) no âmbito do
sistema da qualidade existente nos laboratórios, acreditado pelo Instituto Português de
Acreditação (IPAC), tendo como principais funções, enquanto responsável técnica:

- Controlo e difusão dos resultados (elaboração das folhas de cálculo, cálculos e


relatórios);

- Controlo externo de qualidade (tratamento de não conformidades e implementação de


planos de melhoria);

- Gestão de documentos (elaboração, alteração/atualização, substituição, anulação e


arquivo);

- Gestão de equipamentos (calibrações externas, manutenção);

- Implementação de métodos e validação (verificação de cumprimento de critérios de


aceitação);

- Serviço ao cliente (informação / esclarecimentos, avaliação da satisfação do cliente,


reclamações); e

- Gestão de fornecedores.

Constituiu também uma das suas funções a orientação de estágios profissionais para
recém-licenciados e estágios curriculares. Os estágios curriculares orientados (ver Quadro
2.10) integraram-se no âmbito de protocolos existentes com as seguintes instituições:

Escola Tecnológica e Profissional de Sicó (Curso de higiene e segurança);

Escola Superior Agrária de Coimbra, ESAC (Bacharelato e Licenciatura em


Engenharia do Ambiente);

Universidade de Coimbra, Faculdade de Ciências e Tecnologia (Licenciatura em


Engenharia do Ambiente);

Novotecna (Curso de analista de laboratório).

33
Quadro 2. 10 - Tipo de estágios proporcionados pela unidade de ambiente do CBE, duração e indicação
do estabelecimento de ensino

Tipo de estágio Duração do estágio Instituição de ensino

Aproximação ao emprego 1 mês Universidade de Coimbra


Profissional 2 meses e 4 meses -
Curriculares 1,5 meses ESAC, 1º ciclo
Curricular 5 meses Novotecna

Com exceção de dois dos estágios, um profissional que abrangeu toda a área de
consultoria ambiental e outro da Escola Tecnológica e Profissional de Sicó, relacionado
com as condições de higiene e segurança, os estágios tiveram como objetivo a
monitorização e caracterização de efluentes gasosos. As durações destes estágios foram
variadas, dependendo do tipo de estágio, conforme indicado no Quadro 2.10.

Integrado no apoio técnico às restantes Unidades Orgânicas do CBE, participou em


diversos projetos, nacionais e europeus, de aproveitamento de biomassa animal e florestal,
nomeadamente na avaliação dos impactes no ambiente. Destes projetos destacam-se os
seguintes:

ELVA - Establishing Local Value Chains For Res. Heat. in Local Communities – com o
objetivo de contribuir para o desenvolvimento local da cadeia de fontes renováveis de
energia, para produção de calor transferindo o conhecimento dos países com larga
experiência neste campo (Áustria) para os países com menos experiência (Noruega,
Irlanda, Reino Unido, Portugal, Grécia e Eslovénia).

EUBIONET II – Efficient Trading of Biomass Fuels And Analysis of Fuel Supply Chains and
Business Models for Market Actors by Networking - o principal objetivo deste projeto era
incrementar o desenvolvimento dos biocombustíveis no mercado Europeu e disseminar as
inovações tecnológicas relacionadas com a bioenergia.

BIORREG – Floresta: Avaliação das Potencialidades dos Recursos Renováveis: atlas dos
resíduos da floresta e aplicação da biomassa no espaço atlântico – visando a quantificação
de resíduos florestais produzidos em Regiões do Espaço Atlântico de Portugal, Espanha,
Irlanda e Inglaterra e a aplicação de biomassa para aquecimento de pequenos edifícios e
em aquecimento centralizado (district-heating).

De agosto de 2010 à atualidade – Consultora

Desde agosto de 2010 tem desempenhado funções de consultoria na área de gestão


ambiental, resíduos e qualidade do ar e de formadora / consultora, destacando-se os
seguintes trabalhos:

34
- Consultora do projeto Dinamizar do programa QIPME, programa de formação Ação do
Programa Operacional Potencial Humano (POPH), dirigido a gestores de Pequena e
Médias Empresas. Procedeu à análise e definição do enquadramento ambiental de uma
empresa do sector de ar condicionado e refrigeração, efetuando o levantamento dos
aspetos ambientais da empresa, a análise pormenorizada, em conjunto com o gestor da
empresa, dos diplomas legais mais relevantes, a verificação do cumprimento, pela
empresa, da legislação aplicável, a formação sobre sistemas de gestão ambiental e
sistemas integrados de gestão e a preparação de uma lista de tarefas necessárias para a
certificação ambiental da empresa.

- Consultora externa na Academia PME, programa de formação ação do IAPMEI, de


gestão e estratégia empresarial, dirigido a gestores de PME, colaborando como
formadora, da entidade beneficiária, Associação para a Formação Tecnológica e
Profissional da Beira Interior (AFTEBI), nos seguintes módulos:

 Gestão ambiental na Ação Gestão de processos,


 Gestão ambiental de Processos Produtivos na Ação Gestão dos processos
produtivos.

- Consultora na Academia PME, colaborando com a entidade beneficiária Sociedade de


Contabilidade e Gestão Financeira, Lda (SOCOGEF) em duas ações no apoio técnico ao
projeto e à preparação do projeto de formação e como consultora na área de gestão e
estratégia e formadora na área de gestão ambiental em empresas de hotelaria,
construção civil e moldes.

35
3 Publicações e Comunicações
As publicações de divulgação pública referem-se principalmente às atividades de
investigação no DAOUA e na Portucel e ao período compreendido entre novembro de
1985 e maio de 1991. Diferenciam-se as publicações em apresentações em conferências,
congressos e seminários e em relatórios internos, distinguindo-se as seguintes:

Apresentações em conferências, congressos e seminário

Pereira, F.; Valente, C.; Matos, E.; Vaz, A. (1987): Compostagem de Lamas do Tratamento
Primário do efluente do Fabrico de Pasta para Papel, in 2º Encontro Nacional de
Saneamento Básico, 13 a 16 de dezembro 1997, Matosinhos, Associação Portuguesa de
Estudos para Saneamento Básico, p. 491-519.

Pereira, F.; Valente, C.; Matos, E.; Vaz, A.; Guedes, L. (1988): Tratamento de Lamas do
Tratamento Primário do Fabrico de Pasta para papel - Compostagem em Pilhas com
Arejamento Forçado, in 1ª Conferência Nacional sobre a Qualidade do Ambiente, 22 a 24
de fevereiro 1988, Aveiro, Universidade de Aveiro, Vol. 2, p. 817-827.

Pereira, F; Valente, C.; Matos, E.; Vaz, A.: Guedes, L. (1988): A Compostagem de Lamas
do Tratamento Primário da Indústria de Papel - Um caso de Estudo, in III Congresso
Ibero-Americano de Resíduos Sólidos, 26 a 29 setembro 1988, Lisboa, Laboratório
Nacional de Engenharia Civil.

Pereira, F.; Valente, C.; Matos, E.; Vaz, A.; Guedes, L. (1989): Pulp Mill Sludge
Composting, in 5th Europeean Conference Biomass for Energy and Industry, 9 a 13 de
outubro 1989, Lisboa, p. 2368-2372.

Vaz, A.; Matos, E.; Guedes, L. (1990): Estação de Compostagem de Lamas do Tratamento
Primário do Centro Fabril de Setúbal da Portucel, in IV Encontro Nacional de Saneamento
Básico, junho 1989, Aveiro.

Relatórios internos

Pereira, F.; Matos, E..; Valente, C.; Vaz, A. (1986): Compostagem de lamas do tratamento
primário de efluentes do fabrico de pasta de papel, AMB-RS-1/86, Universidade de
Aveiro.

Pereira, F.; Matos, E..; Valente, C.; Vaz, A. (1986): Compostagem de lamas primárias do
fabrico de pasta de papel: Ensaio PEA-2, AMB-RS-3/86, Universidade de Aveiro.

Pereira, F.; Matos, E..; Valente, C.; Vaz, A. (1986): Compostagem de Lamas Primárias do
Fabrico de Papel: Ensaios: PEA 3 (Efeito do agente de porosidade, AMB-RS-4/86,
Universidade de Aveiro.

36
Pereira, F.; Matos, E..; Valente, C.; Vaz, A (1986): Compostagem de Lamas Primárias do
Fabrico de Papel: Ensaios PEA 4 (Controlo de temperatura), AMB-RS-5/86, Universidade
de Aveiro.

Pereira, F.; Matos, E..; Valente, C.; Vaz, A (1987), Compostagem de Lamas Primárias do
tratamento de efluentes do fabrico de pata para papel: Ensaios PEA 6 (Efeito da altura da
pilha), AMB-RS-2/87, Universidade de Aveiro.

Matos, E (1990), Aproveitamento de casca de pinho e lamas do Tratamento Primárias de


Efluentes de Setúbal como substratos para a cultura de Eucalyptus globulus, pela técnica
de compostagem, R-DT/DIT-06/90, Portucel, Aveiro.

Matos, E (1991), Aproveitamento de casca de pinho e lamas do Tratamento Primárias de


Efluentes de Setúbal como substratos para a cultura de Eucalyptus globulus, pela técnica
de compostagem, R-DT/DIT-14/91, Portucel, Aveiro.

Foram ainda efetuados diversos relatórios técnicos, no âmbito das funções exercidas no
CBE, nas áreas de ruído, qualidade do ar, gestão ambiental e resíduos, que não
resultaram em publicações internas, mas que constituíam parte integrante do contrato com
os clientes, estando abrangidos pelas regras de confidencialidade. No Quadro 3.1
apresenta-se um resumo do tipo de relatórios técnicos efetuados.

Quadro 3 1 - Tipo de relatórios técnicos efetuados no âmbito das funções exercidas no CBE

Trabalhos efetuados que deram origem à emissão de


Área de atuação
relatórios
Avaliação da exposição ao ruído
Ruído Avaliação da incomodidade
Avaliação das emissões de ruído para o exterior
Caracterização de emissões em fontes fixas
Avaliação da exposição a substâncias nocivas no ar de locais
Ar de trabalho
Calibração de opacímetros
Cálculo de altura de chaminés
Diagnóstico ambiental
Gestão ambiental
Avaliação ambiental
Análise de gases de combustão
Resíduos
Análise de resíduos
Acompanhamento do licenciamento ambiental
Apoio ao licenciamento Caraterização de parâmetros ambientais
Plano de gestão de solventes

Em Anexo (Anexo V e VI) apresenta-se a estrutura de dois destes tipos de relatórios:


relatório de caraterização da situação ambiental e relatório de avaliação da exposição dos
trabalhadores ao ruído.

37
4 Participação ou representações

Individualmente, integrada nas suas funções profissionais, em representação da instituição


onde trabalhava ou no âmbito da atividade na sua associação profissional, participou em
diversos grupos de trabalho, destacando-se os seguintes:

 Colaboração no Livro Branco do Ambiente no tratamento estatístico dos inquéritos


às Autarquias, em 1989.
 Perita técnica no processo movido contra a Carbovegetal, empresa de produção de
carvão vegetal por danos ao ambiente, Ação ordinária nº 116/96, do 1º Juízo de
Ourém. Este processo foi motivado pela poluição atmosférica resultante da
produção de carvão vegetal.
 Participação, em 2001 num grupo de trabalho para a definição da visão e estratégia
da Agência para a Energia (AGEN), que incluiria a fusão do Centro para a
Conservação de Energia (CCE) e do Centro da Biomassa para a Energia.
 Participação numa Comissão Técnica promovida pela Rede de Laboratórios
Acreditados (RELACRE), Comissão Técnica IPAC / RELACRE GT 02, comissão
que integrava os diversos laboratórios acreditados na área das emissões gasosas,
o Instituto Português da Qualidade (IPQ), a RELACRE e o IA, com o objetivo de
discutir normas, procedimentos e legislação.
 Participação, em 2012, no grupo de trabalho sobre certificação energética e
qualidade do ar interior do colégio de engenharia do ambiente para análise da
proposta de revisão do SCE.

Como membro eleito da Ordem dos Engenheiros para o colégio regional de ambiente do
centro, uma das suas tarefas consiste na apreciação de relatórios dos estágios de
candidatos a admissão, como membros efetivos desta especialidade, apresentando-se no
Quadro 4.1 uma relação dos estágios apreciados, com indicação do tipo e âmbito do
estágio.

A admissão como membro efetivo da Ordem dos Engenheiros pode configurar dois tipos
de estágio, um estágio curricular, cujo relatório reflita a atividade profissional do candidato
ao longo de pelo menos dois anos e um estágio formal, em que não é condição necessária
ter o candidato exercido atividade profissional anteriormente, devendo o estagiário
desenvolver um trabalho específico, sob orientação de um patrono.

38
Quadro 4 1 – Relação dos relatórios de estágios apreciados para admissão como membro efetivo da
Ordem dos Engenheiros

Número de estágios
Área do estágio Estágio Estágio Ano Observações / âmbito do estágio
formal curricular
Águas e águas 2 2008 Qualidade e monitorização de águas e
residuais águas residuais;
2011 Apoio técnico à atividade de exploração
Certificação 1 2011 Colaboração com os peritos qualificados
energética na emissão de certificados energéticos e
elaboração de relatórios de auditorias
energéticas
Engenharia do 1 4 2007, Atividades desenvolvidas diversificadas,
ambiente 2008, abrangendo várias áreas do ambiente
2011 como solos, água, ar, resíduos e
biodiversidade e intervenção em
instrumentos de política agroambiental;
Consultoria ambiental
Gestão 5 3 2007, Implementação do Sistema de Gestão
ambiental / 2009, Ambiental (SGA) e/ou Acompanhamento
Gestão 2010, Ambienta de Obra (AAO):
ambiental de 2011, - Sub-lanço Marinha Grande / Monte
obra 2012 Redondo da A 17;
- Linha do Norte – Troço Quintãs –
Aveiro;
- Linhas de Muito Alta Tensão (LMAT);
- Ligação CRIMA III – Ligação da EN 9 à
EN 16;
– Ligação Ferroviária ao Porto de Aveiro
- Obras diversas
Resíduos 2 2010 Gestão dos Resíduos Sólidos Urbanos
sólidos (RSU) do concelho de Aveiro - otimização
da recolha de resíduos passíveis de
valorização;
Projeto e acompanhamento de uma
unidade de compostagem.

Como se verifica, os relatórios de estágio analisados, constantes do Quadro 4.1, foram em


igual número para estágios curriculares e estágios formais.

39
5 Qualidade do ar interior
Atendendo à relevância do trabalho desenvolvido nos últimos anos na área da qualidade
do ar, incluindo a monitorização de efluentes gasosos em fontes fixas de emissão e a
avaliação da exposição a agentes poluentes em locais de trabalho, privilegiou-se, como
tema de desenvolvimento deste relatório, a qualidade do ar interior.

Neste capítulo é feita uma abordagem detalhada à relevância da qualidade do ar interior na


saúde humana e sua relação com o bem-estar e produtividade. Após um enquadramento
da poluição do ar interior analisa-se o sistema de certificação energética e da qualidade do
ar interior nos edifícios e, no final, faz-se uma breve referência à qualidade do ar interior no
contexto de exposição ocupacional em ambientes industriais.

5.1 Enquadramento geral

O ser humano necessita de uma quantidade de ar diária de cerca de 10 a 20 m3, (WHO,


2010), pelo que uma deficiente qualidade do ar constitui um importante fator de risco para
a saúde humana, afetando países desenvolvidos e em desenvolvimento. A OMS considera
o livre acesso a ar de qualidade aceitável como um direito fundamental da humanidade, à
semelhança do direito à água de boa qualidade.

Frequentemente o efeito da poluição do ar exterior na saúde é sobrevalorizado em


detrimento da poluição do ar interior dos edifícios. Contudo, as concentrações de poluentes
em ambientes interiores são cerca de 2 a 5 vezes superiores às dos ambientes exteriores
e, ocasionalmente podem atingir concentrações 100 vezes superiores (URL5, URL6),
sendo, de acordo com a United States Environmental Protection Agency (USEPA), a
probabilidade de se encontrarem poluentes perigosos no interior dos edifícios 70 vezes
maior do que no exterior (URL6). Com o aumento do tempo de permanência em espaços
interiores, os indivíduos estão cada vez mais expostos aos poluentes neles existentes, pelo
que uma boa qualidade do ar no interior é essencial para prevenção de muitas doenças.

Considerando que esse tempo de permanência em espaços interiores, incluindo


habitações, escritórios, edifícios públicos como escolas, creches, bibliotecas, espaços de
lazer, centros de dia, centros de saúde e transportes, ultrapassa os 80% é fundamental,
como contribuição para o bem-estar e produtividade dos seus ocupantes e para a
manutenção da saúde pública e consequente redução dos gastos com saúde, a existência
de uma boa qualidade do ar interior. Quando esses espaços interiores se destinam a
grupos particularmente vulneráveis, devido ao seu estado de saúde e/ou idade, como
pessoas com doenças, idosos, ou crianças, uma boa qualidade do ar interior assume ainda
uma maior importância.

40
A qualidade do ar interior pode ser definida como a natureza do ar que afeta a saúde e o
bem-estar dos ocupantes de determinado espaço fechado e engloba, para além da
existência de poluentes, o nível de conforto e a perceção que cada utilizador tem da
qualidade do ar que respira (URL2).

A qualidade do ar no interior dos edifícios é fortemente dependente de 3 fatores principais:

emissão de poluentes no interior dos edifícios;


infiltração de poluentes do ar exterior;
acumulação de poluentes no interior dos edifícios devido a ventilação deficiente e
baixa renovação de ar.

Esta qualidade do ar interior é, pois, influenciada pelos diversos compostos potencialmente


perigosos, libertados no interior dos edifícios e que podem ter origem nos ocupantes e
suas atividades, nos materiais de construção e decoração utilizados, nos produtos de
limpeza ou ainda, no ar que entra no edifício proveniente do exterior. Acresce a poluição
de origem microbiana proveniente das várias espécies de ácaros, bactérias, fungos e
bolores. Para além dos contaminantes químicos e biológicos, também as condições termo-
higrométricas são importantes para garantir ambientes saudáveis, dada a sua influência no
conforto térmico e no favorecimento ou condicionamento da emissão de poluentes
existentes, bem como as condições de ventilação e renovação do ar. Uma ventilação
inadequada e insuficiente pode aumentar a poluição no ar interior, por não permitir uma
diluição suficiente dos poluentes com o ar exterior e não permitir o transporte dos
poluentes para o exterior (URL6).

São diversos os contaminantes do ar interior, podendo alguns deles não serem percetíveis,
como o radão. No Quadro 5.1 listam-se os contaminantes considerados no Regulamento
dos Sistemas Energéticos de Climatização em Edifícios (RSECE), relacionando-os com as
suas principais fontes emissoras e/ou origem, em ambientes não industriais.

41
Quadro 5.1 - Principais contaminantes do ar interior considerados no RSECE e suas principais fontes
emissoras e/ou origem no interior

Poluente do ar interior Fontes emissoras / origem dos poluentes


Partículas em suspensão, PM10 Fontes de combustão, como lareiras e esquentadores,
Consideradas como o material, na atividades de confeção de alimentos, velas e incenso,
fase sólida ou líquida em suspensão arrastamento de materiais pulverulentos; desgaste ou
no ar. fracionamento de materiais; fumo de tabaco; materiais de
construção e isolamentos com fibras, bem como partículas
provenientes do exterior
Dióxido de Carbono (CO2) Metabolismo humano (produto natural da respiração), fumo
Gás incolor e inodoro que, nos de tabaco; processos de combustão
espaços interiores pode ser utilizado
como indicador de condições de
arejamento deficientes.
Monóxido de Carbono (CO) Combustões incompletas; fumo de tabaco; fumos de escape
É um gás incolor, inodoro e tóxico e de veículos
(extremamente tóxico).
Ozono (O3) Equipamentos de alta voltagem ou radiação ultravioleta;
Poluente secundário, irritante para fotocopiadoras e impressoras laser
as vias respiratórias e pulmões
Formaldeído (HCHO) Contraplacados de madeira; espumas isolantes; telas;
O formaldeído é um gás incolor revestimento de móveis; materiais de decoração, papel de
fotocópias, líquidos de limpeza e adesivos
Compostos orgânicos voláteis totais Produtos de higiene pessoal (lacas, perfumes); produtos de
Inclui uma gama variada de limpeza; desodorizantes do ar ambiente; produtos para
compostos. limpeza a seco; materiais de construção (madeira
prensadas, adesivos, materiais de isolamento, materiais
plásticos de isolamento); placas de vinil, mobiliário, estofos e
produtos de tratamento de móveis; colas, vernizes;
solventes; tintas, fumo de tabaco; combustões; produtos de
impressão e de fotocópias
Radão Materiais de construção (gessos, granitos e rochas
Gás de origem natural, radioativo, vulcânicas). Além disso, a fração de radão produzida no solo
formado pelo decaimento do rádio, pode entrar num edifício através de aberturas nas
encontrando-se em diversas fundações, afrouxamento das penetrações dos canos ou
camadas geológicas, principalmente abertura de fossas/reservatórios e acumular-se em áreas
em rochas graníticas plutónicas mal ventiladas.
Microorganismos – Bactérias Ar exterior, ocupação humana (responsável, em média, por
concentrações de bactérias na ordem dos 300 UFC/m3) e
fontes internas como águas paradas e humidade em níveis
elevados, alcatifas, sistemas de Aquecimento Ventilação e
Ar Condicionado (AVAC) em más condições de higiene,
materiais de origem biológica como alimentos ou plantas,
materiais de construção e de decoração, ocupantes do
espaço e ar exterior.
Microorganismos – Fungos Sistemas de aquecimento, ventilação e de ar condicionado,
humidificadores ineficientes e com problemas de
manutenção e humidade em níveis elevados, ventilação
reduzida, temperatura adequada ao seu desenvolvimento,
materiais de construção e de decoração, infiltrações de
água, ocupantes do espaço e ar exterior.
Legionella Sistemas de climatização em que haja produção de
aerossóis; sistemas de Água Quente Sanitária (AQS), onde a
temperatura de armazenamento seja inferior a 60º C,
(chuveiros, depósitos); tanques dos humidificadores por
pulverização (lavadores de ar) em unidades de tratamento
de ar; tanques de torres de arrefecimento; tabuleiros de
condensados das Unidades de Tratamento de Ar (UTA),
quando aplicável.

42
A importância relativa de cada uma das fontes de contaminação do ar interior é
dependente da concentração do poluente e do seu grau de perigosidade. Além disso, o
grau de libertação dos poluentes também pode variar com o tipo de fonte emissora.
Existem fontes com emissão quase contínua, como alguns ambientadores e materiais de
construção, e outras fontes, principalmente as relacionadas com certas atividades
desenvolvidas nos espaços, como limpeza com solventes, que têm libertação intermitente,
podendo as suas emissões em, determinadas situações, atingir valores de concentração
muito elevadas. Alguns dos materiais utilizados na construção e revestimentos podem
originar grandes emissões iniciais, de caráter contínuo e temporário, que vão decaindo ao
longo do tempo, incluindo-se neste grupo as tintas e vernizes.

Há ainda contaminantes do ar interior, como é o caso do ozono, cuja relevância se justifica


devido à crescente utilização de equipamentos geradores de ozono como fotocopiadoras e
impressoras, principalmente em edifícios de escritórios e escolas.

Até ao início da década de 70, a envolvente dos edifícios apresentava elevada


permeabilidade ao ar o que, apesar de ser uma causa de desconforto, frequentemente
assegurava as necessidades de ventilação. As crescentes preocupações com a economia
de energia, na sequência das crises energéticas dos anos setenta, levaram à necessidade
de diminuir as infiltrações, de forma a reduzir os consumos energéticos na climatização.

Esta redução da permeabilidade dos edifícios, aliada à introdução de novos materiais e


técnicas de construção, foi tornando os edifícios mais estanques, o que, para além de
contribuir para a redução das perdas de energia, ao reduzir as taxas de infiltração de ar,
tem vindo também a criar problemas relativamente à qualidade do ar nos ambientes
interiores, quando os meios de ventilação não são adequados.

Para além de edifícios cada vez mais fechados, o seu grau de automatismo também
aumentou. Este facto veio trazer uma generalização no recurso a sistemas forçados de
ventilação e sistemas de ar condicionado, especialmente nos edifícios de serviços.

De acordo com um estudo da American Industrial Association, de 1989, os principais


problemas na qualidade do ar interior estão relacionados com a ventilação deficiente
(Santos, 2006). A Figura 5.1. identifica as principais fontes para uma fraca qualidade do ar
interior.

43
Figura 5.1 – Identificação dos principais problemas na qualidade do ar interior (Santos, 2006)

A manutenção dos sistemas de climatização e/ou ventilação assume um papel crucial na


garantia de uma boa qualidade do ar interior, podendo uma manutenção inadequada
propiciar um excelente meio de desenvolvimento e transmissão de agentes infeciosos e
patogénicos, facilitando as infeções e a sua expansão por todo o sistema.

No entanto, apesar do reconhecimento dos efeitos da qualidade do ar interior na saúde dos


ocupantes, nem sempre a existência de uma boa qualidade do ar interior constitui uma
prioridade. Frequentemente, a preocupação com a qualidade do ar interior está associada
às reclamações relacionadas com a falta de qualidade do ar interior.

5.2 Efeitos da qualidade do ar interior na saúde humana

Como já atrás referido os problemas de poluição do ar, ambiente e interior, são o fator
ambiental com maior impacte na saúde dos Europeus, sendo responsáveis pela maior
percentagem de doenças com causas ambientais (URL1). Acresce ainda que a qualidade
do ar no interior dos edifícios, para além de ser um dos fatores básicos no conforto dos
utilizadores, é um vetor com importante influência na saúde dos seus ocupantes.

São diversos os compostos potencialmente perigosos libertados e existentes no interior


dos edifícios, que podem conduzir ao aparecimento de uma grande diversidade de
problemas de saúde, alguns dos quais se poderão mesmo tornar fatais.

Se por um lado a deficiente qualidade do ar interior durante curtos períodos (horas) pode
causar desconforto, diminuição da atenção e redução da capacidade de aprendizagem, por
outro, exposições prolongadas (dias e semanas) a poluentes do ar interior podem originar
sérios problemas de saúde, tais como doenças respiratórias ou alérgicas.

Entre os principais parâmetros que influenciam a qualidade do ar interior, numa visão


integrada que engloba o nível de conforto e perceção dos utilizadores, para além dos

44
poluentes considerados no Regulamento dos Sistemas Energéticos e de Climatização dos
Edifícios, Decreto-lei nº 79/2008, de 4 de abril, artigo 29º, nºs 8 e 9, incluem-se parâmetros
como a humidade relativa, a temperatura e a circulação do ar, associados a situações de
desconforto ou que podem originar situações de risco para a saúde

A humidade relativa nos espaços interiores pode constituir um fator de risco para a saúde
dos seus ocupantes, uma vez que o teor de água nos espaços é um dos principais fatores
condicionantes da atividade e viabilidade de crescimento dos microrganismos. Quando
num determinado espaço, a humidade relativa atinge níveis elevados (superiores a 70%)
pode originar condensação nas superfícies interiores do edifício, favorecendo o
subsequente desenvolvimento de fungos e bolores.

Por outro lado, valores de humidade relativa num espaço interior muito baixos, inferiores a
25%, estão associados ao aumento do desconforto e à secagem das membranas mucosas
e pele, originando a formação de gretas e irritação. Também pode aumentar a electricidade
estática, o que, além de dificultar as condições de trabalho, como a utilização de
computadores, fotocopiadoras e outros equipamentos, causa ainda desconforto nos
ocupantes.

Relativamente à ventilação, uma taxa de circulação muito elevada, excesso de ventilação,


provoca o arrefecimento não desejado de algumas partes do corpo humano, levando a
situação de desconforto, enquanto que uma ventilação deficiente, com taxas de
recirculação muito baixas, pode, como já referido, levar ao aumento da concentração dos
poluentes por insuficiente diluição e transporte desses poluentes para o exterior do espaço.
Além disso, a renovação do ar pode contribuir para a redução do risco de ocorrência de
anomalias resultantes do excesso de humidade .

Quanto à temperatura, para além de causar situações de desconforto dos ocupantes,


conceito de carácter subjetivo, pode favorecer o crescimento de microorganismos e a
libertação de determinados compostos, nomeadamente os COV e, quando aliada a
situações desfavoráveis de humidade, como situações com o ar muito quente e seco, ou
muito frio e húmido, constitui um factor de agressão para o pulmão, podendo potenciar
doenças pulmonares (URL7).

Os possíveis riscos para a saúde, resultantes dos poluentes considerados no RSECE,


apresentam-se resumidos no quadro 5.2.

45
Quadro 5.2. – Efeitos na saúde provocados pelos principais contaminantes do ar interior considerados
no RSECE.
Poluente do ar interior e Efeitos na saúde
caraterísticas
Partículas em suspensão, Níveis excessivos de partículas podem causar reações alérgicas,
PM10 tais como olhos secos, irritações de nariz e pele, tosse, espirros e
dificuldades respiratórias. Os efeitos da exposição às partículas
do fumo do tabaco vão desde as dores de cabeça a irritações de
curta duração nos olhos, nariz e garganta, às doenças do foro
respiratórias e do coração, sobretudo nos grupos alvo mais
sensíveis, como as crianças e as pessoas idosas.
As partículas de menores dimensões apresentam maior
perigosidade, podem provocar a obstrução dos alvéolos e impedir
a função respiratória
Dióxido de Carbono (CO2) Gás não tóxico, mas que pode provocar mal-estar e, em
concentrações muito elevadas pode provocar asfixia (asfixiante
secundário por substituição do oxigénio)
Monóxido de Carbono (CO) Gás altamente tóxico, combinando-se com a hemoglobina no
sangue, reduzindo o transporte do oxigénio para as células do
corpo.
Os sintomas de exposição a níveis elevados incluem dores de
cabeça, diminuição do estado de vigília, sintomas análogos aos
da gripe, náuseas, fadiga, respiração rápida, dor no peito,
confusão, e raciocínio diminuído
Ozono (O3) Fragiliza as defesas do pulmão. É irritante para as vias aérea e
pulmões, pode causar inflamações, bronqueoconstrições e
hipersensibilidade das vias respiratórios
Formaldeído (HCHO) Irritações dos olhos, nariz e garganta, lacrimação, queimadura no
nariz, tosse, espasmos bronquiais, irritação pulmonar, dermatite,
dores de cabeça, fadiga, náuseas, vertigens, problemas de
memória e concentração e falta de ar, é considerado uma
substância carcinogénica.
Compostos orgânicos voláteis Podem provocar efeitos de curto ou longo prazo como: irritação
totais ocular, congestão nasal, rinites, dores de cabeça, perda de
coordenação motora, danos no fígado, danos no sistema nervoso
central, náuseas e vómitos, sendo alguns COV considerados
carcinogénicos
Radão Quando respirado, as partículas radioativas depositam-se nos
pulmões continuando a emitir radiação, pelo que é cancerígeno.
A sua associação com o fumo de tabaco é particularmente
perigosa. Quanto maior a concentração de radão no ar, maior é o
potencial de desenvolver cancro nos pulmões.
Contaminantes Efeitos irritantes (olhos, nariz, pele), reações alérgicas (asma,
microbiológicos (bactérias, rinite), infeções (pneumonias, tuberculose e reações tóxicas
fungos, bolores e esporos) (micotoxinas).
Legionella Febre de Pontiac e doença do Legionário

Alguns destes poluentes, como as partículas, os compostos orgânicos voláteis totais e os


contaminantes microbiológicos, apresentam caraterísticas específicas que justificam um
maior detalhe.

Estão incluídos no Material Particulado (PM) existente no ar, para além das partículas na
fase sólida, também os aerossóis em suspensão no ar. A classificação da matéria
particulada é baseada nas suas propriedades aerodinâmicas, uma vez que estas são
determinantes no seu transporte e remoção na atmosfera, assim como na capacidade de

46
penetração no trato respiratório (WHO, 2006). A Figura 5.2. apresenta a classificação das
partículas em função do nível de penetração no trato respiratório.

Figura 5.2 Classificação das partículas em suspensão em função do seu diâmetro e do nível de
penetração no trato respiratório (adaptado de Gameiro, 2008)

O indicador mais utilizado para a classificação das partículas em suspensão no ar


ambiente é o parâmetro PM10, sendo também este o parâmetro considerado no atual
RSECE. Incluem-se nas PM10 as partículas em suspensão no ar suscetíveis de passar
através de uma tomada de ar seletiva com uma eficiência de corte de 50 % para um
diâmetro aerodinâmico de 10 μm (WHO, 2004). Atendendo a que a matéria particulada de
menor dimensão é a que apresenta maior perigosidade, devido à sua maior capacidade de
penetração até aos brônquios e alvéolos podendo mesmo vir a impedir a função
respiratória por obstrução dos alvéolos, o parâmetro PM2,5, ou "partículas respiráveis" é
outro dos indicadores frequentemente utilizado para classificação das partículas no ar,
estando prevista a sua inclusão na próxima revisão do RSECE. Em contexto de exposição
ocupacional, em ambientes industriais, utiliza-se também o indicador partículas totais.

Nos compostos orgânicos voláteis incluem-se uma gama variada de compostos de


carbono e hidrogénio, que se evaporam facilmente à temperatura e pressão ambiente,
nomeadamente hidrocarbonetos, compostos oxigenados, halogenados e outros compostos
de carbono que existem na atmosfera, na fase vapor. Todos os edifícios contêm uma
grande variedade de fontes emissoras de COV, tais como plásticos, fumo de cigarro, ceras
do chão, produtos de limpeza, substâncias associadas à combustão, impressoras e
fotocopiadoras. Estes compostos de origem variada têm efeitos diversos na saúde (vide
Quadro 5.2).

47
Reportando ao trabalho efetuado no âmbito das exposições ocupacionais, entre os
compostos orgânicos medidos com maior frequência encontram-se o formaldeído, o
benzeno, o tolueno, o etilbenzeno e o xileno (BTEX). Os BTEX, são utilizados no fabrico de
tintas, vernizes, ceras, diluentes e colas, materiais que, quando aplicados nos edifícios, se
tornam potenciais emissores de COV. O formaldeído é um dos compostos orgânicos
voláteis medido mais frequentemente no ar interior, e um dos primeiros a ter sido medido
(Valente, 2011), estando também incluído de forma individualizada no RSECE.

Para a contaminação biológica contribuem diversas espécies de contaminantes biológicos


do ar interior, como ácaros, esporos, bactérias, bolores e fungos, havendo fortes
evidências quanto à sua perigosidade. Porém, segundo a OMS, ainda não é possível
fornecer diretrizes baseadas na concentração de agentes biológicos. O grupo de trabalho
para verificação das diretrizes relativas à contaminação por humidade reconhece que essa
perigosidade não é identificada de forma individualizada (WHO, 2009a). Assim, os agentes
biológicos são considerados como fio condutor, ou como meio de identificação qualitativa,
dos fatores de risco (APA, 2010).

Devido à contaminação do ar interior, e à má qualidade existente no ar interior de alguns


edifícios, há edifícios que são apelidados de “edifícios doentes”, termo que surgiu nos
Estados Unidos da América e na Escandinávia nos anos setenta. Devido às reações aos
agentes poluentes no ar interior, surgiu o termo “Síndroma do edifício doente”, entendido
como um conjunto de sintomas relacionados com a exposição a químicos, a partículas ou
a material biológico, que não podem ser relacionados com nenhuma causa específica, mas
que são aliviados quando o ocupante sai do edifício. Os indivíduos relatam sintomas como
dores de cabeça, náuseas, fadiga, sonolência, irritação dos olhos, nariz, garganta, etc.
(APA, 2010).

Associado aos problemas de saúde causados pela poluição do ar interior surgiu ainda o
termo “doença relacionada com edifícios”, definida como uma doença específica de causa
conhecida, resultante da exposição a um agente num espaço interior. Alguns exemplos
são a doença dos Legionários e a febre de Pontiac (APA, 2010).

Os efeitos na saúde resultantes da exposição aos poluentes do ar interior podem ocorrer


imediatamente após a exposição ou podem apenas surgir alguns anos mais tarde (efeitos
a longo prazo).

Como efeitos imediatos incluem-se irritação ocular, irritação do nariz e garganta, dores de
cabeça, tonturas e fadiga. Estes efeitos têm geralmente curta duração e são resolúveis.
Essa resolução pode passar pela eliminação da exposição, quando identificada. Entre os
sintomas desta exposição incluem-se ainda asma, hipersensibilidade pulmonar e suores.
Como os sintomas dos efeitos imediatos à exposição de poluentes se podem assemelhar
aos de uma gripe ou virose é muitas vezes difícil relacioná-los com a exposição.

48
Estas reações dependem de vários fatores, como a idade dos ocupantes e o historial
clínico, mas também do efeito de acumulação, podendo as pessoas tornarem-se sensíveis
aos poluentes biológicos ou químicos após exposição continuada.

Os efeitos na saúde posteriores, a longo prazo, podem ocorrer após exposição prolongada,
incluem doenças respiratórias, problemas cardiovasculares e cancro e podem ser graves
ou fatais.

Sabe-se que os poluentes do ar interior causam diversos riscos para a saúde, contudo há
ainda alguma incerteza sobre as concentrações e os períodos de exposição que conduzem
a determinados problemas específicos de saúde. Contribuem para a dificuldade em
estabelecer esta relação o facto de as pessoas apresentarem reações diferentes à
exposição aos poluentes, a diversidade de poluentes existentes e as reações entre eles, a
utilização de diferentes métodos e a identificação dos sintomas, sendo necessários mais
trabalhos de investigação nesta área (URL6).

5.3 Sistema nacional de certificação energética e qualidade do ar


interior

Na sequência da Directiva 2002/91/CE, de 16 de dezembro, Diretiva EPBD, relativa ao


desempenho energético dos edifícios, foi revista a legislação referente ao Regulamento
das Características de Comportamento Térmico dos Edifícios, em 2006, e instituído em
Portugal o Sistema Nacional de Certificação Energética e da Qualidade do Ar Interior nos
Edifícios – SCE, composto por três diplomas (Decretos-Lei 78, 79 e 80 de 4 de Abril de
2006). Na Figura 5.3. estão apresentados os principais diplomas do SCE, para o
continente português.

Figura 5.3 – Diplomas legais que integram o SCE (ADENE, 2008a)

49
Com a publicação da legislação referente ao Sistema Nacional de Certificação Energética
e da Qualidade do Ar Interior nos edifícios, a verificação e salvaguarda da qualidade do ar
interior passou a estar consagrada na legislação nacional, prevendo este sistema, para
além da atribuição de uma etiqueta de desempenho energético ao edifício, o controle de
alguns parâmetros fundamentais para a garantia de uma boa qualidade do ar interior,
visando a minimização de potenciais riscos para a saúde pública e a melhoria do conforto
e da produtividade dos seus ocupantes.

5.3.1 Regulamentação

A não existência de requisitos exigenciais relativos a valores mínimos de renovação do ar,


a inexistência ou baixo controlo da conformidade do desempenho das instalações com os
respetivos projetos aquando da sua receção, e a falta de manutenção adequada das
instalações durante o funcionamento, têm levado ao aparecimento de alguns problemas de
qualidade do ar interior, alguns dos quais com impacto significativo ao nível da saúde (DL
79/2006).

A Diretiva EPBD estabelece que os Estados membros da União Europeia implementem um


sistema de certificação energética de forma a informar o cidadão sobre a qualidade térmica
dos edifícios, aquando da construção, ou transação imobiliária (venda ou arrendamento),
exigindo também que o sistema de certificação abranja todos os grandes edifícios públicos
e edifícios frequentemente visitados pelo público.

A transposição desta Diretiva para o direito interno veio integrar a medida relativa à linha
de orientação política sobre eficiência energética contemplada na Resolução do Conselho
de Ministros nº 169/2005, de 24 de outubro, que aprova a Estratégia Nacional para a
Energia, integrando também o Programa Nacional para as Alterações Climáticas,
constante na Resolução do Conselho de Ministros nº 119/2004, de 31 de julho,
nomeadamente no que respeita à medida relativa à eficiência energética nos edifícios.
Tem como principal objetivo aumentar a eficiência energética média do sector dos
edifícios, reduzindo a dependência externa da UE e contribuindo para o cumprimento dos
objetivos de Quioto.

Foi impulsionada por motivos económicos e de política social, visando a proteção da


saúde, segurança e conforto e a salvaguarda do ambiente e sustentabilidade.

Da transposição da Diretiva EPBD resultaram, como já referido, 3 diplomas:

 DL 78/2006, de 6 de abril, relativo ao Sistema Nacional de Certificação Energética e


da Qualidade do Ar Interior nos Edifícios (SCE);
 DL 79/2006, de 6 de abril, que aprovado o Regulamento dos Sistemas Energéticos
de Climatização em Edifícios (RSECE),

50
 DL 80/2006, de 6 de abril, que aprova o Regulamento das Características de
Comportamento Térmico dos Edifícios (RCCTE)

Para a regulamentação destes diplomas, no território continental, foram publicadas duas


portarias e um despacho. As portarias referem-se à calendarização da aplicação do SCE e
à definição das taxas e registos no âmbito da aplicação do SCE, respetivamente Portaria
nº 461/2007, de 5 de junho e Portaria nº 835/2007, de 7 de agosto. O despacho define os
modelos de certificados (Figura 5.3).

Do pacote legislativo que constitui o SCE, o diploma que estabelece os requisitos para a
Qualidade do Ar Interior é o RSECE, DL 79/2006, de 6 de abril, relativo à eficiência
energética de edifícios com sistemas de Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado
(AVAC).

Este diploma prevê, como forma de garantia da qualidade do ar interior, a existência de


valores mínimos de renovação do ar por espaço, em função da sua utilização e do tipo de
fontes poluentes nele existentes, nomeadamente as derivadas dos materiais de construção
aplicados, para além da existência de valores máximos das concentrações de algumas
substâncias do ar interior.

Inclui, para além dos requisitos energéticos, no Capítulo III, e dos requisitos de qualidade
do ar, constantes do artigo 29º, um capítulo (Capítulo IV) referente aos requisitos para a
manutenção da qualidade do ar interior. Este capítulo contempla os termos da conceção
da instalação para garantia das taxas de renovação de ar, nos novos edifícios, prescreve a
metodologia de avaliação da QAI, os valores de referência adotados durante o
funcionamento dos edifícios, bem como o estabelecimento e implementação de medidas
tendentes à resolução das anomalias resultantes das auditorias periódicas, de forma a
minimizar as eventuais situações patológicas. Como parte fundamental na salvaguarda da
QAI estabelece também as condições de condução e manutenção a que devem obedecer
os sistemas de climatização.

Nem todos os edifícios se encontram abrangidos pela verificação de requisitos de QAI do


RSECE. De acordo com o nº 1 do artigo 2º, o RSCE-QAI é aplicável apenas a:

- Grandes Edifícios de Serviços (GES), novos ou existentes, ou frações autónomas de


serviços, com área útil superior a 1.000 m 2, ou no caso de edifícios do tipo centros
comerciais, supermercados, hipermercados e piscinas aquecidas cobertas, com área
superior a 500 m2;

- Pequenos edifícios ou frações autónomas de serviços com sistemas de climatização com


potência instalada superior a 25 kW (PEScC).

Estas verificações de QAI podem ser incluídas também em grandes intervenções de


reabilitações desses edifícios. No caso dos pequenos edifícios de serviços com
climatização, apenas são abrangidos os novos edifícios ou os edifícios sujeitos a grandes
intervenções de ampliação ou grande reabilitação, com exceção dos edifícios sujeitos a

51
transações comerciais como referido mais à frente. A verificação dos requisitos da QAI nos
edifícios abrangidos é efetuada em três fases da sua existência, que se indicam no Quadro
5.3.

Quadro 5.3 – Edifícios abrangidos pelo RSECE-QAI e tipo de intervenção para verificação dos
requisitos QAI

Tipo de Tipo de intervenção Edifícios


intervenção abrangidos
- Fase da
auditoria
Fase 1 Auditoria aos edifícios novos na fase de obtenção
de licença ou autorização de construção, e
Grandes edifícios de
emissão da Declaração de Conformidade
serviços e pequenos
Regulamentar, mediante análise do projeto
edifícios de serviços
Fase 2 Auditoria QAI aos edifícios novos no final da sua
com climatização
construção, na fase de obtenção de licença ou
(potência instalada
autorização de utilização e emissão de certificado
superior a 25 kW)
QAI, mediante análise do que foi construído e
respetiva coerência com o projeto final atualizado
Fase 3 Auditorias periódicas QAI aos edifícios existentes, Grandes edifícios de
durante o seu funcionamento, para obtenção do serviços
certificado QAI

Para efeitos de SCE, entende-se como edifício novo um edifício cuja data de entrada do
pedido de licenciamento ou autorização de construção ou edificação na entidade
licenciadora seja posterior à data de entrada em vigor do SCE (1 de julho de 2007 ou 1 de
julho de 2008, respetivamente para edifícios com mais ou menos de 1000 m 2). Edifício
existente é o edifício cuja data de entrada do pedido de licenciamento ou autorização de
construção de edificação na entidade licenciadora seja anterior à data de entrada em vigor
do SCE (1 de julho de 2007 ou 1 de julho de 2008, respetivamente para edifícios com mais
ou menos de 1000 m 2), não necessitando estar construído nas datas referidas.

A metodologia para a verificação dos requisitos QAI é diferente de fase para fase, devendo
as auditorias serem efetuadas por um Perito Qualificado (PQ) no âmbito do Sistema de
Certificação Energética, com a valência de Qualidade do Ar Interior (PQ RSECE-QAI). O
Quadro 5.4 descreve as metodologias a seguir nas fases 1 e 2.

A auditoria na fase de análise do projeto, para emissão da Declaração de Conformidade


Regulamentar (DCR), assume uma importância fundamental no processo de certificação
energética e da QAI, uma vez que permite detetar todas as não conformidades do projeto,
proporcionando a sua correção antes da execução da obra.

52
Quadro 5.4 – Metodologia para a verificação dos requisitos QAI nos edifícios novos, fases 1 e 2

Fase 1 – Análise do Projeto de Fase 2 – Verificação da obra para emissão do


arquitetura para emissão da DCR certificado energético
Verificar que o projeto permite garantir Análise do edifício construído e verificação da
os requisitos da QAI: conformidade com o projeto:
- Verificar as fontes de poluição - Verificar as condições de limpeza de todo o sistema,
previstas internas e externas (relativas nomeadamente UTA, condutas e sistemas de
aos materiais de construção e distribuição de ar; mediante verificação visual das
acabamento utilizados, aos condições de limpeza de todo o sistema;
equipamentos e processos previstos, - Verificar a existência de fontes poluidoras não
às atividades a desenvolver, às fontes previstas no projeto;
de poluição externas, etc.; - Verificar as condições de renovação do ar, por
- Verificar as taxas de renovação do ar análise do relatório das medições dos caudais de ar
previstas em cada espaço (parte 3 da novo em cada espaço especificados no projeto (de
Ficha 3 – Anexo V do RSECE); acordo com o previsto no número 1 do artigo 12º,
- Verificar se as configurações a adotar artigo 18º, artigo 35º e alínea c) do Anexo XIV do DL
para a climatização dos locais n.º 79/2006) – análise do relatório dos ensaios de
permitem uma velocidade do ar receção;
interior inferior a 0,2 m/s (n.º 1, artigo - Comprovar a localização e tipo de registos de
4º); insuflação e grelhas de retorno conforme projetado;
- Verificar os locais e condições de - Confirmar a existência e conteúdo do Plano de
captação de ar novo; Manutenção do sistema AVAC e do edifício,
- Verificar se as especificações do mediante a análise do mesmo, garantindo que nele
projeto exigem a adequada limpeza estão incluídos todos os itens preconizados no
durante a construção e montagem do artigo 19º do RSECE (de acordo com o número 1 do
sistema, bem como se as mesmas artigo 2º e artigo 19º do DL n.º 79/2006);
incluem as instruções necessárias à - Verificar as qualificações do técnico responsável
realização dessa limpeza durante o pela implementação do Plano de Manutenção, (de
funcionamento da instalação, ou seja, acordo com o artigo 21º do DL n.º 79/2006 de 4 de
verificar se as especificações técnicas Abril);
do projeto prevêem fácil acesso, para - Verificar as qualificações do técnico responsável
manutenção aos seguintes pela instalação e manutenção de sistemas de
componentes críticos para a QAI: climatização e de QAI, nomeadamente que cumpre
filtros, baterias (permutadores de os requisitos do artigo 22º do RSECE (de acordo
calor), tabuleiros de condensados, com o artigo 22º do DL n.º 79/2006 de 4 de Abril);
torres de arrefecimento, interior das - Verificar a concentração de contaminantes no ar
UTAs, ventiladores e condutas, interior, nomeadamente os emitidos por materiais de
nomeadamente os espaçamentos construção ou devido à falta de limpeza, através da
mínimos adequados entre os medição das concentrações de compostos
componentes e aberturas de inspeção orgânicos voláteis totais, de formaldeído e de
com dimensões e distâncias em partículas em suspensão (PM10), efetuada com o
conformidade com o método de sistema de ventilação/renovação do ar em
limpezao. funcionamento nas condições nominais e sem
ocupantes.

53
Apenas os edifícios de serviços existentes estão sujeitos a auditorias periódicas à QAI
durante o seu funcionamento normal, e dentro destes edifícios, apenas os grandes
edifícios de serviços (GES) com climatização, com periodicidade variada em função da sua
tipologia e que é a seguinte:

de 2 em 2 anos para edifícios ou locais que funcionem como estabelecimentos de


ensino ou de qualquer tipo de formação, desportivos, centros de lazer, creches,
infantários ou instituições e estabelecimentos para permanência de crianças,
centros de idosos, lares e equiparados, hospitais, clínicas e similares.
de 3 em 3 anos no caso de edifícios ou locais que alberguem atividades comerciais,
de serviços, de turismo, de transportes, de atividades culturais, escritórios e
similares.
de 6 em 6 anos nos restantes edifícios, quando abrangidos pelo RSECE.

A metodologia para a auditoria periódica à QAI no âmbito do SCE, está descrita numa Nota
Técnica, NT-SCE 02, e deve envolver os seguintes passos:

1 - Caracterização do edifício e dos respetivos sistemas de climatização;

2 - Identificação das atividades desenvolvidas no interior do edifício;

3 - Identificação do tipo e distribuição de equipamentos no edifício;

4 - Caracterização da taxa de ocupação e distribuição das pessoas pelos espaços;

5 - Realização, quando possível e/ou aplicável, de um levantamento de eventuais


reclamações dos ocupantes;

6 - Análise das reclamações e verificação se são generalizadas ou específicas de um


ponto da instalação;

7 - Consulta dos últimos relatórios das auditorias, quando existentes;

8 - Monitorização dos parâmetros físicos, químicos e microbiológicos, em conformidade


com o DL 79/2006, para verificação das concentrações máximas de referência de
acordo com o artigo 12º, nº 3, com a complexidade adequada ao tipo e à dimensão do
edifício e artigo 29º nº 10, que refere que as medições das concentrações devem ser
realizadas em condições exteriores normais (em que não tenham sido atingidos os
níveis de poluição atmosférica exterior, que correspondam a metade dos valores limites
permitidos no interior);

9 - Interpretação dos resultados das medições e caso algum parâmetro esteja acima do
valor recomendado, identificação da origem do problema, se for clara, ou indicação da
necessidade de estudos adicionais para a elaboração de um Plano de Ações Corretivas
da QAI (PAC-QAI);

10.- Análise detalhada dos registos e prática de manutenção preventiva, de acordo com o
Plano de Manutenção aprovado;

54
11- Emissão de relatório com ações corretivas e/ou preventivas.

Não se verificando nenhuma anomalia, quer relativamente ao cumprimento das


concentrações dos poluentes, quer relativamente à manutenção adequada, procede-se à
emissão do certificado da QAI.

Estas auditorias periódicas devem ser objeto de preparação e planeamento prévios, os


quais devem envolver uma visita inicial pelo PQ ao edifício ou fração a auditar, para
verificação e actualização da informação disponibilizada e recolha de eventuais
informações complementares necessárias ao adequado planeamento da auditoria,
incluindo uma verificação expedita dos níveis de dióxido de carbono (CO2).

Sempre que forem detetados níveis de concentração superiores aos valores


regulamentados pelo RSECE, complementado com as indicações da nota técnica,
aquando da realização de uma auditoria periódica, deve ser preparado um PAC-QAI, cuja
responsabilidade é do proprietário ou do titular do contrato de locação ou arrendamento do
edifício. O PAC-QAI deve ser elaborado no prazo máximo de 30 dias a contar da data de
conclusão da auditoria (entrega do relatório) e ser submetido à Agência Portuguesa do
Ambiente para aprovação.

Este Plano de Ações Corretivas da QAI compreende um conjunto de medidas destinadas a


atingir, dentro de um edifício ou de uma fração autónoma, concentrações de poluentes
abaixo das concentrações máximas de referência, por forma a garantir a higiene do espaço
em causa e salvaguardar a saúde dos seus ocupantes.

Posteriormente deve ser efetuada nova auditoria que comprove que a QAI desse edifício
passou a estar de acordo com as concentrações máximas de referência, no prazo de 30
dias após a implementação do plano.

O PAC-QAI deve incluir, para além de todas as identificações (perito, proprietário, edifício
ou fração, certificado e técnicos responsáveis pelo funcionamento e pela manutenção dos
sistemas de AVAC), medidas para correção da(s) situação(ões) de incumprimento, tais
como:

- Descrição da medida com indicação dos poluentes alvo;

- Identificação dos trabalhos a realizar, incluindo materiais, equipamentos a substituir


e /ou instalar;

- Prazos para execução dos trabalhos e, se aplicável, prazo de obtenção dos


materiais ou equipamentos junto dos fornecedores;

- Cópia do relatório da auditoria e cópia do certificado energético e de QAI


correspondente à auditoria que determinou o incumprimento.

Nos pequenos edifícios de serviços com climatização de potência superior a 25 kW, o


referencial de QAI apenas tem de ser verificado através de auditoria à QAI e evidenciado

55
num certificado energético e da QAI aquando da transação (venda ou arrendamento) do
imóvel.

Quanto aos Pequenos Edifícios de Serviços sem Climatização (PESsS) e aos PEScC que
não sejam objeto de transação comercial, sempre que haja uma reclamação ou indício de
uma situação suscetível de colocar em risco a saúde dos utentes poderá ser exigida, ao
proprietário do edifício, pelas entidades competentes, uma auditoria à QAI que evidencie
que não são ultrapassados os valores máximos das concentrações dos agentes poluentes
fixados no RSECE, não havendo para o efeito a emissão do certificado.

5.3.2 Poluentes do RSECE e comparação com valores-guia

A seleção dos parâmetros considerados para avaliação da qualidade do ar interior no


âmbito do RSECE, partículas em suspensão (PM10), dióxido de carbono, monóxido de
carbono, ozono, formaldeído, compostos orgânicos voláteis totais, bactérias, fungos, radão
e legionella, atendeu quer às suas reconhecidas caraterísticas como poluentes prioritários,
quer ao seu funcionamento como indicadores gerais do nível da QAI.

As concentrações de CO2 no interior dos edifícios são devidas essencialmente à atividade


humana no interior do edifício. Funciona como um reconhecido indicador do desempenho
dos sistemas de ventilação, podendo elevadas concentrações indicar uma deficiente
ventilação dos espaços interiores e estando frequentemente associado a concentrações
igualmente elevadas de outros poluentes. Uma verificação expedita inicial da concentração
de CO2 no edifício ou fração autónoma, durante o seu período normal de funcionamento
permite identificar e caracterizar eventuais situações de não cumprimento deste e de
outros parâmetros previstos no regulamento, alertando o proprietário ou responsável do
edifício ou fração para essas situações, que poderão ser de imediato intervencionadas e
corrigidas, ainda antes da realização da auditoria propriamente dita (URL8).

Relativamente às concentrações dos poluentes para verificação da QAI, o RSECE, DL


79/2006, não atende ao tempo de exposição ao poluente, apenas considera as
concentrações máximas de referência para cada poluente. A nota técnica relativa às
auditorias periódicas à QAI possibilita apenas a consideração do efeito da dose de
exposição para o caso particular do CO, num segundo critério de verificação.

De acordo com a nota técnica, para o CO, relativamente aos pontos de amostragem onde,
na sequência das medições, se tenham verificado não conformidades quanto ao
cumprimento do valor do RSECE, o edifício poderá ser considerado conforme se as
excedências relativamente às concentrações máximas de referência, durante o período de
ocupação, forem de curta duração, e em doses não prejudiciais à saúde, o que deve ser
verificado através do cumprimento simultâneo de condições de concentração e períodos
máximos de ocorrência dessas concentrações (URL9). No Quadro 5.5 são apresentadas

56
as condições para verificação da conformidade do CO, em função da concentração e do
período em que essa concentração não deve ser excedida.

Quadro 5.5 - Condições simultaneamente obrigatórias para a verificação do 2º critério para o


CO (adaptado de URL9)

MedT – Média temporal das medições realizadas em cada ponto de amostragem/medição.

A verificação destas condições implica o conhecimento da evolução temporal da


concentração do CO ao longo de todo o período de ocupação, o que pressupõe a
monitorização contínua (≥ 8 h), através de um método de medição directa (URL9).

No Quadro 5.6 são apresentadas as concentrações máximas de referência de


contaminantes do ar interior, poluentes e microorganismos, constantes no RSECE.

Quadro 5.6 – Concentrações máximas de referência dos poluentes e microorganismos, constantes no


RSECE

Concentrações
Poluente Unidade
máximas de referência

Partículas suspensas no ar (PM10) 0,15 mg/m3


Dióxido de carbono (CO2) 1800 mg/m3
Monóxido de carbono (CO) 12,5 mg/m3
Ozono (O3) 0,2 mg/m3
Formaldeído CHOH) 0,1 mg/m3
Compostos orgânicos voláteis totais (COV totais) 0,6 mg/m3
Radão 400 Bq/m3
Bactérias 500 UFC/m3
Fungos 500 UFC/m3
Legionella 100 UFC/L água
UFC – Unidades Formadoras de Colónias

A nota técnica relativa à QAI recomenda também que cada registo de leitura, para todos os
poluentes, seja efetuado num período mínimo de 5 minutos e que o período de

57
amostragem seja representativo do perfil normal de ocupação, utilização ou funcionamento
do edifício, quando se tiverem atingido as condições de equilíbrio do período de ocupação.

Apesar de não se tratarem de valores limite ou valores-guia para cada poluente no ar


interior, referem-se, a título de exemplo, os objetivos de QAI para escritórios e locais
públicos considerados pelo Centro de informação do Departamento de proteção
ambiental de Hong Kong, que estabeleceu um sistema de certificação, de adesão
voluntária, efetuada por examinadores específicos, baseado em duas classe de QAI,
excelente e boa. No Quadro 5.7 apresentam-se os objetivos de QAI para escritórios e
locais públicos estabelecidos e a sua comparação com os valores do atual RSECE.

Quadro 5.7 – Objetivos de QAI para escritórios e locais públicos estabelecidos e valores de
concentração de poluentes do RSECE. (adaptado de URL10)

Média de 8 horas Concentrações


máximas de
Parâmetro Unidade Classe Classe
referência do
Excelente Boa
RSECE
Temperatura °C 20 a < 25.5 < 25.5
Humidade relativa % 40 a < 70 < 70
Velocidade do ar m/s < 0,2 < 0,3 0,2
Dióxido de carbono
ppmv < 800 < 1000 1000
(CO2)
Monóxido de carbono μg/m3 < 2000 < 10000 12 500
(CO) ppmv < 1,7 < 8,7
Partículas suspensas no
μg/m3 < 20 < 180 150
ar (PM10)
μg/m3 < 40 < 150
Dióxido de azoto (NO2)
ppbv < 21 < 80
μg/m3 < 50 < 120 200
Ozone (O3)
ppbv < 25 < 61
μg/m3 < 30 < 100 100
Formaldeído (CHOH)
ppbv < 24 < 81
Compostos orgânicos μg/m3 < 200 < 600 600
voláteis totais (COV
ppbv < 87 < 261
totais)
3
Radão (Rn) bq/m < 150 < 200 400
Bactérias UFC/m3 < 500 < 1000 500

Os valores das concentrações máximas de referência fixadas pelo RSECE são superiores,
aos valores considerados pelo Departamento de proteção ambiental de Hong Kong para
QAI da classe boa para os parâmetros radão, ozono e CO. Os valores de formaldeído
partículas em suspensão, CO2 e COV totais enquadram-se na classificação de ar de boa
qualidade e os restantes (velocidade do ar e bactérias) na categoria de excelente
qualidade.

58
Este sistema estabelece ainda valores individualizados para alguns COV, para a classe de
QAI Boa. Esses valores apresentam-se no Quadro 5.8.

Quadro 5.8 – Objetivos de QAI para os COV individualizados para a classe de QAI, Boa. (Fonte: URL10)

Composto Classe Boa


Benzeno 5 ppbv
(16,1 μg/m3)
Tetracloreto de carbono 16 ppbv
(103 μg/m3)
Cloroformio 33 ppbv
(163 μg/m3)
1,2-Diclorobenzeno 83 ppbv
(500 μg/m3)
1,4-Diclorobenzeno 33 ppbv
(200 μg/m3)
Etilbenzeno 333 ppbv
(1 447 μg/m3)
Tetracloroetileno 37 ppbv
(250 μg/m3)
Tolueno 290 ppbv
(1092 μg/m3)
Tricloroetileno 143 ppbv
(770 μg/m3)
Xileno (o- xileno, m- xileno e p- xileno) 333 ppbv
(1 447 μg/m3)

Considerando os COV, individualizados, verifica-se alguma permissividade para


determinados compostos orgânicos voláteis como o etilbenzeno, o tricloroetileno e o xileno
e seus isómeros, para os quais o valor admitido para uma classe boa é superior ao valor
de COV totais, para a mesma classe.

Segundo esta Instituição o programa de gestão da qualidade do ar interior, referido como


“Esquema de Certificação”, visa melhorar a qualidade do ar interior em escritórios e
edifícios públicos.

A OMS estabeleceu recentemente (WHO, 2010) valores-guia para a qualidade do ar


interior, para alguns poluentes. Estes valores-guia têm como objetivo a proteção da saúde
pública dos riscos devidos a substâncias químicas normalmente presentes no ar interior e
basearam-se numa revisão e avaliação criteriosa das evidências resultantes de diversos
trabalhos científicos sobre a toxicidade desses poluentes e os seus efeitos na saúde. A
metodologia adotada resultou duma análise consensual, elaborada por grupos de trabalho
constituídos por peritos multidisciplinares, que teve em consideração entre outros, as
evidências dos efeitos críticos na saúde e os mecanismos dos efeitos, a informação
científica existente sobre o assunto, estudos epidemiológicos, estudos de exposição

59
controlada, estudos ocupacionais, estudos e dados mais relevantes sobre os efeitos de
níveis baixos de exposição, nomeadamente em populações vulneráveis, e a relevância da
exposição ao ar interior, para além da cinética e metabolismo e das concentrações
habitualmente existentes no ar interior e exterior. As fontes de informação incluíram
estudos conduzidos pela OMS, International Agency for Research on Cancer (IARC) e por
algumas agèncias nacionais. O resultado do trabalho desse grupo técnico culminou na
formulação de níveis aceitáveis de exposição da população, em termos de concentração e
tempo médio de exposição, sendo esses níveis considerados como orientações ou
valores-guia. Na Figura 5.4 está representado o esquema de formulação dos valores-guia.

Identificação de revisões anteriores


da OMS, IARC e agências nacionais

Procura sistemática na literatura de:


- estudos epidemiológicos
- estudos de exposição controlada Análise das razões e da relevância
- estudos ocupacionais da exposição ao ar interior
- métodos que envolvem poluentes
específicos

Identificação dos estudos e dados mais relevantes sobre os efeitos de níveis baixos de
exposição considerando:
força das evidências
população vulnerável
relevância da exposição ao ar interior

Cinética e Níveis atuais no ar interior e


metabolismo exterior

Formulação consensual de valores-guia, como níveis


aceitáveis de exposição da população (concentração,
tempo médio), por grupos de trabalho de peritos
considerando:
- força das evidências e
efeitos críticos na saúde
- limiares mínimos dos efeitos adversos
- mecanismos dos efeitos

Figura 5.4 – Esquema de formulação dos valores-guia (adaptado de WHO, 2010).

Foram estabelecidos valores-guia para as seguintes substâncias: monóxido de carbono,


diversos compostos orgânicos voláteis, como o formaldeído, o benzeno, o naftaleno, o
benzo[a]pyreno, o tricloroetileno e o tetracloroetileno, por se considerar que

60
frequentemente existem no ar interior em concentrações que podem proporcionar um
potencial risco para a saúde, o radão e o dióxido de azoto. Refira-se que estes poluentes
refletem sobretudo a realidade em ambiente residencial, podendo não ser os mais
representativos para ambientes não residenciais, de serviços, como os consignados no
RSECE. A título de exemplo pode justificar-se a inclusão do naftaleno em ambientes
residenciais, devido à utilização de bolas anti-traça e anti-mofo e ao fumo de tabaco,
enquanto em ambientes de serviço, com a entrada em vigor da lei de proibição de fumar
em espaços interiores, as concentrações deste poluente não serão tão significativas em
muitos dos edifícios abrangidos.

Os valores estabelecidos para a maioria dos poluentes, como se baseiam nos efeitos da
toxicidade na saúde, têm frequentemente em consideração os picos e os períodos de
exposição e definem diferentes valores-guia em função da dose e do tempo de exposição.

No caso do monóxido de carbono os valores-guia tiveram em consideração os efeitos das


exposições agudas, que aumentam os sintomas de isquemia e diminuem a tolerância ao
exercício. Nesse sentido foram estabelecidos 4 níveis de exposição, entendendo-se ainda
que as exposições a concentrações superiores a 35 mg /m3 não devem ocorrer mais que
uma vez por dia. Dos 4 níveis definidos, e uma vez que o RSECE se aplica a edifícios de
serviços, não será aqui considerado o valor de exposição para 24 horas. O Quadro 5.9
apresenta os valores-guia para cada nível de exposição.

Quadro 5. 9 - Valores-guia da OMS para exposição ao CO

Tempo médio de Concentração


exposição (mg/m3)
15 minutos 100
1 hora 35
8 horas 10

A OMS atribui ainda a relevância do estabelecimento de valores-guia para o formaldeído


ao facto da sua inalação ser o principal contributo para a exposição. Tratando-se de um
gás que provoca irritações dos olhos, nariz e garganta, foi estabelecido um valor guia para
exposição de curta duração, 30 minutos, de 0,1 mg/m3. Para além da prevenção das
irritações, este valor de exposição de curta duração está também adequado à salvaguarda
do risco de cancro nasofaríngeo e leucemia mieloide, de acordo com as pesquisas sobre
os efeitos a longo prazo na saúde, incluindo o cancro.

O Benzeno é considerado carcinogénico, não recomendando a OMS nenhum valor de


concentração como seguro, pelo que se deve atuar na redução ou eliminação das suas
emissões na fonte, para que os valores de concentração de benzeno no ar sejam o mais
baixo possível.

61
Os principais efeitos do naftaleno na saúde estão relacionados com as lesões do trato
respiratório. Para evitar efeitos adversos resultantes de exposição continuada à inalação
de naftaleno e para proteção das vias áreas, a OMS estabeleceu como valor-guia 0,01
mg/m3, considerado como valor médio anual.

Alguns dos hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (PAH) são altamente cancerígenos,


aderindo às partículas do ar, ocorrendo a exposição primária aos PAHs através da
inalação das partículas. Havendo dificuldade de estabelecer valores-guia para os diversos
PAH existentes e suas misturas, a OMS selecionou o (B[a]P) como indicador para estes
compostos. Contudo, atendendo ao elevado risco de cancro do pulmão, verificado a partir
dos estudos epidemiológicos realizados, não estabeleceu valores-guia, considerando que
todos os níveis de exposição são relevantes para a saúde .

Com base na consistência entre a ocorrência de certos cancros nos animais e nos
humanos, principalmente o cancro do fígado, devido à exposição ao tricloroetileno e
atendendo aos estudos epidemiológicos e à possibilidade do risco de cancro no homem, a
OMS não estabeleceu limiares para a exposição ao tricloroetileno. Considerou que a
concentração de tricloroetileno no ar associada a risco de cancro de 1/10000, 1/100000 e
1/1000000 é, respetivamente, de 230, 23 e 2,3 μg/m3.

Relativamente ao tetracloroetileno não foi com base no seu efeito carcinogénico que se
estabeleceu a diretriz, uma vez que os tumores detetados nos estudos com animais não
foram considerados relevantes nos humanos e não se obtiveram indicações da
genotoxicidade do tetracloroetileno. Mesmo havendo incerteza sobre os estudos
epidemiológicos e a relevância para os humanos dos efeitos carcinogénicos nos animais,
com o objetivo de proteção da saúde é recomendado como valor-guia 0,25 mg/m3.

O Radão é considerado um agente carcinogénico do Grupo I. Havendo evidências diretas,


mediante estudos epidemiológicos residenciais, sobre o risco de cancro de pulmão devido
ao radão e suspeitas da associação a outros tipos de cancro como leucemia, a OMS
propõe um nível de referência de 100 Bq/m 3 para minimização dos riscos na saúde
causados pela exposição no ar interior. Contudo, para os países com situações
específicas, que impeçam que este nível possa ser atingido é proposto o nível de
referência de 300 Bq/m 3, o qual não deve ser excedido.

Para as partículas, para o ozono e para o CO2, a OMS não estabeleu ainda valores-guia
para o ar interior.

O dióxido de azoto, embora tenha sido considerado pela OMS para o estabelecimento de
valores-guia não está contemplado no RSECE, embora se preveja a sua inclusão na
revisão do diploma, em curso.

De forma simplificada, e para facilitar uma análise comparativa com a legislação sobre a
certificação energética e da QAI em Portugal, resumem-se no Quadro 5.10 os valores-guia
estabelecidas pela OMS e os valores constantes no RSECE.

62
Quadro 5.10 – Concentrações máximas de referência do RSECE e valores-guia da OMS

Poluente do ar Unidade Valores-guia da OMS Concentrações


interior máximas
admissíveis
RSCE
100 (15 minutos)
Monóxido de
mg/m3 35 (1 hora) 12,5
Carbono (CO)
10 (8 horas)
Formaldeído
mg/m3 0,1 (30 minutos) 0,1
(HCHO)
Formaldeído: 0,1 (30 minutos)
Benzeno: mínimo possível
Compostos
Naftaleno: 0,01 (média anual)
orgânicos voláteis mg/m3 0,6
PAH: mínimo possível
totais
Tricloroetileno: mínimo possível
Tetracloroetileno:0,25
Radão Bq/m3 100 / 300 400*
Partículas em
µg/m3 150
suspensão
Ozono (O3) µg/m3 200
Dióxido de carbono
mg/m3 1800
(CO2)
Dióxido de azoto 200 (1 hora)
µg/m3
(NO2) 40 (1 ano)
A sua pesquisa apenas é obrigatória em edifícios construídos em zonas graníticas, nomeadamente nos
distritos de Braga, Vila Real, Porto, Guarda, Viseu e Castelo

Os valores de concentração de poluentes constantes do Anexo VII do RSECE são, como


já indicado, referentes a concentrações máximas admissíveis, configurando um valor
médio. O SCE apenas considera situações pontuais de exposição aguda, de curta duração
para o CO, como 2º critério de verificação de conformidade em auditorias periódicas à QAI
(vide Quadro 5.5). Ao fazer uma apreciação “grosseira” dos valores constantes no DL nº
79/2006 relativamente aos valores-guia da OMS verifica-se que para o formaldeído o valor
do RSECE, sendo um valor de concentração máxima admissível, sem limite de exposição,
é igual ao valor-guia para exposição de curta duração (30 minutos). Quanto aos COV a
comparação é dificultada pela diversidade de compostos orgânicos voláteis, muitos deles
não considerados pela OMS. Atendendo apenas aos COV constantes no Quadro 5.10, o
valor do RSECE é superior. O valor para o radão também é superior ao valor-guia. No
caso particular do CO, o valor do RSECE é superior ao valor-guia, para 8 horas de
exposição, período normal de trabalho, contudo, em situações em que seja adotado, pelo
perito, o 2º critério de verificação de conformidade, para a gama de temperaturas de 20 ºC
a 25 ºC, os valores constantes da nota técnica para 15 minutos de exposição e para 8
horas são superiores aos valores da OMS, mas o valor para exposição de 1 hora é inferior.

63
Relativamente ao estabelecimento de valores-guia, ou diretrizes por outros organismos, há
ainda a considerar o seguinte:

Em França não existe regulamentação propriamente dita, mas sim algumas


recomendações, ou normas para determinadas substâncias (URL11). No Quadro 5.11 são
apresentados os valores-guia propostos para cada substância considerada, bem como a
indicação do ano em que foi estabelecido.

Para as partículas (PM 2.5 e PM 10), a Agence Nationale de Securité Sanitaire, de


l’Alimentation, de l’Environnement et du Travail (ANSES) não propõe valores guia para
exposições agudas e crónicas, mas recomenda que sejam adotados os valores guia da
OMS para melhoria da qualidade do ar interior (URL11):


Exposições de 24 horas: 25 µg.m -3 para PM2.5 e 50 µg.m-3 para PM10
 Longa duração: 10 µg.m-3 para PM2.5 e 50 µg.m-3 para PM10

Quadro 5. 11 - Valores-guia, propostos pela ANSES, para cada substância considerada e ano do seu
estabelecimento (adaptado de URL11).

Contaminate Valor guia proposto Ano


3
curta duração: para exposição de 2 horas 50 µg/m
Formaldeído 2007
longa duração: para uma exposição > 1 ano 10 µg/m3
para exposição de 8 horas 10 mg/m3
para exposição de 1 hora 30 mg/m3
Monóxido de carbono 2007
para exposição de 30 minutos 60 mg/m3
para exposição de 15 minutos 100 mg/m3
curta duração: para exposição de 1 a 14 dias 30 µg/m3
Valor intermédio: para exposição de 14 dias a
20 µg/m3
1 ano
3
longa duração: para uma exposição > 1 ano 10 µg/m
longa duração: para uma exposição a vida
Benzeno 2008
inteira, correspondente a um nível de risco 2 µg/m3
10-6
longa duração: para uma exposição a vida
inteira, correspondente a um nível de risco 20 µg/m3
10-5
Naftaleno longa duração: para uma exposição > 1 ano 10 µg/m3 2009
Valor intermédio: para exposição de 14 dias a 3
800 µg/m
1 ano
longa duração: para uma exposição a vida
inteira, correspondente a um nível de risco 2 µg/m3
Tricloroetileno 2009
10-6
longa duração: para uma exposição a vida
inteira, correspondente a um nível de risco 20 µg/m3
10-5
curta duração: para exposição de 1 a 14 dias 1380 µg/m3
Tetracloroetileno 3 2010
longa duração: para uma exposição > 1 ano 250 µg/m
Partículas (PM 2.5 e
Sem valor proposto 2010
PM 10)

64
No Canadá foram estabelecidas algumas linhas de orientação para garantia da QAI
residencial. Existem poluentes com dois limites de exposição, de longa duração e curta
duração. Para além dos valores limite de exposição, há indicações acerca dos períodos de
amostragem e de resolução de problemas como bolores. No Quadro 5.12 apresentam-se
essas recomendações. A duração do período de amostragem é apresentada entre
parêntesis retos.

Quadro 5. 12 – Valores limite de exposição recomendados no Canadá, períodos de amostragem e data


de publicação (adaptado de URL 12)

Limite de exposição, [duração da amostragem] ou Data de


Contaminante
recomendações publicação
longa duração [8 horas]: 50 µg/m3 (40 ppb)
Formaldeído 2006
curta duração [1 hora]: 123 µg/m3 (100 ppb)
Controlar a humidade nos edifícios e reparar
Bolores rapidamente fugas ou infiltração de água para prevenir o 2007
crescimento de bolores e limpar em profundidade.
Monóxido de longa duração [24 horas]: 11,5 mg/m3 (10 ppm)
2010
carbono curta duração [1 hora]: 28,6 mg/m3 (25 ppm)
longa duração [24 horas]:100 µg/m3 (0,05 ppm)
Dióxido de azoto 1987
curta duração [1 hora]: 480 µg/m3 (0,25 ppm)
Ozono longa duração [8 horas]: 40 µg/m3 (20 ppb) 2010
longa duração [24 horas]:40 µg/m3
Particulas (PM 2.5) 1987
curta duração [1 hora]:100 µg/m3
longa duração [24 horas]:2,3 mg/m³ (0,6 ppm)
Tolueno 2011
curta duração [8 hora]:15 mg/m³ (4,0 ppm)

A Occupational Safety & Health Administration (OSHA) não estabeleceu valor-guia para os
COV, no seu conjunto, em ambientes não industriais. Contudo, considera o formaldeído
como carcinogénico estabelecendo um nível permissível de concentração (PEL) de 75 ppm
e um nível de ação de 0,5 ppm (URL13), valor superior ao valor do RSECE (0,08 ppm).

Para o CO2, a American Society of Heating, Refrigerating and Air-Conditioning Engineers


(ASHRAE) estabeleceu, um valor igual ao do RSECE, 1800 mg/m 3.

De forma a proporcionar e facilitar uma análise comparativa entre os diversos valores de


referência para garantia da QAI nos edifícios não industriais, no Quadro 5.13 estão
resumidos os valores-guia e as principais linhas orientadoras atrás referidas, bem como as
concentrações máximas de poluentes, no interior dos edifícios, do RSECE.

65
Quadro 5.13 – Valores-guia da OMS, linhas orientadoras estabelecidas em França e Canadá e níveis de concentração da OSHA e concentrações máximas
de referência do RSECE

Concentrações
Nível permissível de
Poluente do ar Valores limite de exposição máximas
Unidade Valores-guia da OMS Valores estabelecidos pela ANSES concentração (PEL) e
interior recomendados no Canadá admissíveis
nível de ação da OSHA
RSCE
100 (15 minutos) 100 (15 minutos)
Monóxido de 3 35 (1 hora) 60 (30 minutos) 11,5 (24 horas)
mg/m 12,5
Carbono (CO) 10 (8 horas) 30 (1 hora) 28,6 (1 hora)
7 (24 horas) 10 (8 horas)
Formaldeído 0,05 (2 horas) 0,123 (1 hora) PEL – 93,8
mg/m3 0,1 (30 minutos) 0,1
(HCHO) 0,01 (> 1 ano) 0,05 (8 horas) Nível de ação – 0,6
3
COV totais mg/m 0,6
30 (1 a 14 dias)
20 (14 dias a 1 ano)
Benzeno µg/m3 mínimo possível
10 (> 1 ano)
2 a 20 (vida inteira)**
Naftaleno mg/m3 0,01 (média anual) 0,01 (> 1 ano)
PAH mínimo possível
800 (14 dias a 1 ano)
Tricloroetileno µg/m3 mínimo possível
2 a 20 (vida inteira)**
1380 (1 a 14 dias)
Tetracloroetileno µg/m3 0,25 20 (> 1 ano)

15 (8 hora)
Tolueno mg/m³
2,3 (24 horas)
Radão Bq/m3 100 / 300 400*
PM2.5:
Partículas em PM2.5 - 25; PM10 - 50 (24 horas)***
µg/m3 100 (1 hora) 150
suspensão PM2.5 – 10; PM10 – 50 (longa duração)***
40 (24 horas)
Ozono (O3) µg/m3 40 (8 horas) 200
Dióxido de carbono 3
mg/m 1800
(CO2)
Dióxido de azoto 200 (1 hora) 100 (24 horas)
µg/m3
(NO2) 40 (1 ano) 480 (1 hora)
* - A sua pesquisa apenas é obrigatória em edifícios construídos em zonas graníticas, nomeadamente nos distritos de Braga, Vila Real, Porto, Guarda, Viseu e Castelo;
** - Dependendo do nível de risco;
*** - Valores recomendados

66
Não foram incluidos nesta análise comparativa os objetivos de QAI para escritórios e
locais públicos considerados pelo Centro de informação do Departamento de proteção
ambiental de Hong Kong, por não se tratarem de valores limite ou valores-guia para
poluente no ar interior.

5.4 Exposição em locais de trabalho

De forma a considerar uma visão integrada da proteção da saúde pública contra os efeitos
adversos da exposição aos poluentes existentes no ar interior, apesar da ênfase na
qualidade do ar interior nos edifícios, no âmbito do sistema nacional de certificação
energética e da qualidade do ar interior, inclui-se neste capítulo uma ligeira abordagem à
qualidade do ar interior em ambientes ocupacionais, baseada fundamentalmente na
indicação dos valores limite de emissão recomendados.

Nesta abordagem refere-se apenas a legislação mais recente e consideram-se só os


poluentes incluídos no RSECE. Para os COV totais, selecionaram-se os BTEX, devido a
terem sido os parâmetros mais frequentemente amostrados e o naftaleno, a título
comparativo, por ser um dos poluentes considerados no estabelecimento de valores-guia
da OMS.

Um dos principais documentos de referência é a NP 1796, relativa aos valores limite de


exposição a agentes químicos e que fixa os valores limite de exposição a agentes
químicos existentes no ar de locais de trabalho. Esta norma define como valor limite de
exposição, VLE, a “concentração a agente químico à qual se considera que praticamente
todos os trabalhadores possam estar expostos, dia após dia, sem efeitos adversos para a
saúde” e integra 3 categorias de VLE (Quadro 5.14), em função da perigosidade do agente
para a saúde e do período de exposição ao poluente.

Quadro 5.14 – Níveis dos VLE para exposições em ambientes ocupacionais

Valor limite de exposição Valor limite de exposição


Valor limite de exposição – curta
– média ponderada (VLE- – concentração máxima
duração (VLE-CD)
MP) (VLE-CM)
Concentração à qual se considera
que praticamente todos os
Concentração média trabalhadores possam estar
ponderada para um dia de repetidamente expostos, por curtos
trabalho de 8 horas e uma períodos de tempo, desde que o
semana de 40 horas, à valor de VLE-MP não seja excedido Concentração que nunca
qual se considera que e sem que ocorram efeitos adversos deve ser excedida durante
praticamente todos os tais como irritação, lesões crónicas qualquer período de
trabalhadores possam irreversíveis dos tecidos, ou narcose exposição.
estar expostos, dia após que possa aumentar a probabilidade
dia, sem efeitos adversos de ocorrência de lesões acidentais,
para a saúde. comprometer o seu nível de
consciência vigil, ou reduzir a sua
capacidade de trabalho.

67
Para além da norma acima referida, existe legislação nacional para alguns poluentes,
nomeadamente para algumas substâncias carcinogénicas, resultante da transposição para
direito interno de diversas diretivas europeias:

- Decreto-lei nº 301/2000, de 18 de novembro que regula a proteção dos trabalhadores


contra os riscos ligados à exposição a agente cancerígenos ou mutagénicos durante o
trabalho e revogou os Decretos-lei nºs 390/93, de 20 de novembro e 273/89, de 21 de
agosto (exposição ao cloreto de vinilo);

- Decreto-Lei nº 24/2012, de 6 de fevereiro, que consolida as prescrições mínimas em


matéria de proteção dos trabalhadores contra os riscos para a segurança e a saúde
devido à exposição a agentes químicos no trabalho e transpõe a Diretiva n.º
2009/161/UE, da Comissão, de 17 de dezembro de 2009.

Os valores aplicáveis aos poluentes considerados e constantes no Quadro 5.15 são, no


geral, apenas valores recomendáveis e não valores de cumprimentos obrigatório.

68
Quadro 5.15 – Valores limite de exposição em ambientes ocupacionais, não industriais e valores do
RSECE

Agente contaminante Unidade VLE VLE- VLE- Efeito na saúde, que Valores
(8h) / CD CM fundamentou o VLE, do
MP segundo a NP 1796 RSECE
Poeiras de algodão em 3 Doença do pulmão,
mg/m 0,2
bruto** bissinose
(1) 3 Fibrose pulmonar,
Carvão (poeiras) mg/m 0,4
função pulmonar
3
Cimento Portland** mg/m 10 Irritação, dermatose
3 Asma, função
Partículas de farinha** mg/m 0,5
pulmonar, bronquite
Partículas Cancro, irritação, 0,15
3
Pó de madeiras duras mg/m 1 mucostase,
dermatose
3 Irritação, dermatose,
Pó de madeiras macias mg/m 5
pulmão
3 Irritação, bronquite,
Poeiras de cereais mg/m 4
função pulmonar
1 3
Partículas insolúveis( ) mg/m 3 Pulmão

CO ppm 25 Anóxia, SVC, SNC 10,9


Trabalho pesado ppm 0,05
Trabalho moderado ppm 0,08
Trabalho leve ppm 0,1 Função pulmonar,
O3** 0,1
irritação
Carga de trabalho
pesado, moderado ou ppm 0,2
leve (≤ 2 horas)
Irritação dos olhos,
3
Formaldeído mg/m 0,3 nariz e garganta e 0,1
cancro
3
Benzeno** mg/m 0,5 2,5
3
Tolueno* mg/m 192 384
3
Etilbenzeno* mg/m 442 884 0,6
COV 3
Xileno (mistura de mg/m 221 442
compostos)*
3
Naftaleno* mg/m 50 -
3
Radão Bq/m - - - - 400
3
CO2 mg/m 1800
Decreto-lei nº 24/2012, de 6 de fevereiro;
** NP 1796
(1) Fração respirável
SVC Sistema cardiovascular
SNC Sistema Nervoso Central

Como se pode observar a partir do Quadro 5.15 os valores indicativos em ambientes de


exposição ocupacional são geralmente muito elevados, especialmente para a maioria dos
COV (que, para exposições de 8 horas, podem atingir valores até 440 vezes superiores
aos do RSECE). Exceção para as poeiras de algodão, que apesar de se referirem a
poeiras totais é muito próximo do valor constante no RSECE para PM10 e para o Benzeno
que é inferior ao valor de COV totais. Relativamente ao formaldeído o valor recomendado
também se aproxima mais do valor considerado no RSECE.

69
5.5 Observações ao RSECE

A regulamentação relativa ao sistema de certificação energética e da qualidade do ar


interior, pelo reconhecimento da relação entre eficiência energética nos edifícios e
qualidade do ar interior, ao aliar a problemática da eficiência energética à qualidade do ar
interior, veio permitir uma atuação integrada e mais sustentável, visando a melhoria da
eficiência energética, de forma a assegurar uma boa qualidade do ar interior nos edifícios,
isenta de riscos para a saúde pública e potenciadora do conforto e da produtividade dos
seus ocupantes.
Fazem-se de seguida algumas considerações ao atual RSECE, abordando a ventilação
e a abrangência do diploma, terminando com algumas observações mais generalistas.

5.5.1 Ventilação

Estando a qualidade do ar interior intimamente dependente da renovação do ar, promovida


pela ventilação, quer seja natural, mecânica ou híbrida, esta assume um papel
fundamental. A ventilação pode ter implicações diversas no funcionamento de um edifício,
incluindo na sua qualidade do ar, nomeadamente contribuindo para a redução do risco de
ocorrência de anomalias resultantes do excesso de humidade e promovendo a diluição e
remoção dos poluentes. Também afeta a obtenção de conforto higrotérmico, tendo
implicações a nível das necessidades de energia dos edifícios, para além de poder
influenciar as condições acústicas das instalações.

O reforço das exigências relativas às taxas de renovação de ar novo, para dar


cumprimento aos requisitos do RSECE, e a existência de edifícios herméticos e ventilação
apenas fornecida por processos mecânicos, pode conduzir a situações onde nem sempre
é possível a compatibilização da melhoria da eficiência energética com a qualidade do ar
interior. Esta situação torna-se mais significativa para grandes edifícios ou edifícios com
taxas de ocupação elevadas, com necessidades de ar novo maiores.

Contudo, esta incompatibilidade entre eficiência energética e QAI não está associada
apenas aos sistemas com ventilação forçada, consumidores de energia, pode estar
também associada a sistemas com ventilação natural, que não necessitando consumir
energia para o suprimento das taxas de renovação, podem necessitar de maiores gastos
energéticos para o aquecimento e arrefecimento das instalações .

É cada vez mais necessário estabelecer o equilíbrio de forma a melhorar a eficiência


energética sem comprometer a QAI. Este equilíbrio pode passar por tirar partido da
envolvente do edifício, situação com particular interesse em locais onde a qualidade do ar
exterior não seja suscetível de pôr em causa a qualidade do ar interior, recorrendo a
ventilação natural, ou ventilação hibrida. Todavia, nesta situação será necessário um
conhecimento mais detalhado das condicionantes da envolvente, como condições
climáticas ou fontes de poluição local, uma vez que irão influenciar as condições no

70
interior, constituindo um maior risco para o projetista. Apesar do grau de incerteza
relativamente ao resultado final ser maior (Gameiro, 2010), pode trazer vantagens
económicas, energéticas e ambientais, levando a uma instalação menos onerosa em
termos de operação, instalação e manutenção e com menores consumos energéticos.

Sistemas de ventilação exclusivamente mecânicos num país com as características


climáticas de Portugal, não deveriam ser considerados como única solução, com algumas
exceções para situações onde os edifícios estejam situados em zonas com grande
poluição, em que haja necessidade de tratamento do ar novo de forma a não pôr em causa
a qualidade do ar interior e como salvaguarda da saúde dos ocupantes. A ventilação deve
ser o mais eficiente, do ponto de vista energético, que for possível e para tal é necessário,
sempre que aplicável, o recurso a mecanismos de ventilação natural. A título de exemplo
refere-se o facto de na Suécia a potência dos ventiladores instalados ser limitada a um
valor máximo de 2,5 kW por m 3/s de caudal (incluindo insuflação e extração), para
incentivar, tanto quanto possível, o recurso aos processos de ventilação natural (WHO,
2009a). Outras formas de utilização mais eficiente da ventilação podem também incluir o
controlo individual da ventilação, com janelas operacionais, desde que as condições
ambientais exteriores o permitam.

Também em determinados ambientes, onde possa ocorrer o risco de contaminações,


como edifícios hospitalares e de prestação de cuidados de saúde, com elevado risco de
infeções nosocomiais, é fundamental que seja permitida a ventilação natural, prevenindo
que a contaminação se alastre aos espaços envolventes e constituindo uma importante
contribuição para a prevenção da saúde pública.

Sempre que a única opção de ventilação viável seja o recurso a sistemas de ventilação
exclusivamente mecânicos é necessário estabelecer um equilíbrio e considerar as
diferentes necessidades de renovação de ar para remoção de poluentes e garantia da QAI
e para efeitos de melhoria da eficiência energética, verificando a possibilidade de contribuir
para a melhoria da eficiência energética através de outros mecanismos que compensem
os dispêndios de energia com a ventilação.

5.5.2 Edifícios não abrangidos

Os edifícios novos abrangidos pelo RSECE-QAI já incorporam, desde o seu projeto,


medidas tendentes à salvaguarda da QAI, que foram verificadas e confirmadas na análise
da conformidade do projeto com o edificado na auditoria de 2ª fase, e o cumprimento dos
respetivos planos de prevenção e manutenção constitui uma garantia de minimização dos
riscos para a saúde dos ocupantes desses espaços.

Os edifícios de serviços existentes, nos termos da classificação do RSECE, constituem


atualmente motivo de preocupação relativamente ao cumprimento dos requisitos da QAI.

71
Dos edifícios de serviços existentes, desde que não sejam alvo de transação comercial e /
ou reclamação apenas os GES (com área útil superior a 1.000 m 2, ou 500 m2 no caso de
centros comerciais, supermercados, hipermercados e piscinas aquecidas cobertas) estão
sujeitos à obrigatoriedade de efetuar auditorias periódicas à QAI. Atendendo às
caraterísticas do parque imobiliário, relativo aos edifícios de serviços em Portugal,
constata-se que existem muitos edifícios como creches, escolas, apesar da tendência para
os grandes agrupamentos escolares, centros de saúde, clínicas, etc., alguns deles com
grandes taxas de ocupação, com períodos de permanência dos ocupantes muito elevados
(podendo atingir 12 horas diárias, nalgumas escolas) e destinados a grupos que são
particularmente vulneráveis, devido ao seu estado de saúde e/ou idade. É por isso
desejável avaliar periódica e sistematicamente a qualidade do ar interior, antes que surjam
problemas de saúde pública, otimizando o balanço entre funcionamento dos equipamentos
de ventilação, a saúde e o conforto dos ocupantes.

5.5.3 Considerações gerais

A qualidade do ar interior é determinante nas condições de habitabilidade necessárias a


uma vivência saudável nos espaços interiores. Os problemas económicos, legais e de
saúde pública associados à qualidade do ar interior tendem a ocupar um espaço cada vez
mais relevante nas sociedades modernas actuais. Contudo, devido à forte ligação
qualidade do ar interior e eficiência energética, é necessária e premente uma atuação ao
nível da QAI, de forma mais sustentável, quer ao nível da construção, reabilitação e
instalação, quer ao nível da manutenção dos edifícios e instalações.

Entendendo a qualidade do ar interior como uma condição para o grau de cumprimento


dos requisitos de saúde (poluentes) e de conforto (fatores como temperatura, humidade,
odores, fluxos de ar), acrescida do fator subjetivo da componente de perceção da QAI
(ADENE, 2008b), é imperativo uma atuação integrada sobre todos os fatores
intervenientes. Esta abordagem integrada deve apostar em soluções construtivas e
ambientais duradouras e adequadas ao clima e envolvente local, que conduzam a maiores
eficiências energéticas, tendo em consideração os materiais utilizados, consumos de
energia, água e materiais, sem esquecer os impactes, e que garantam uma redução de
custos de gestão e de manutenção.

Nesta perspetiva é fundamental, sempre que possível, não optar por soluções de
ventilação exclusivamente mecânicas, privilegiando a opção por soluções de ventilação
natural ou híbrida. Quando as soluções adotadas envolvem a instalação de sistemas
mecânicos de ventilação é necessário evitar o recurso a sistemas complexos de
ventilação, frequentemente com consumos energéticos mais intensivos, difíceis de operar
e de manter, e, por isso, podendo potenciar maiores riscos para a QAI.

Ainda de forma a minimizar os riscos para a saúde pública, e aliando a eficiência


energética, serão de evitar os edifícios herméticos, que podem ser bons para minimizar

72
perdas energéticas mas, por outro lado, poderão originar problemas de saúde dos
ocupantes, quer por disseminação de infeções, quer por necessitarem dos equipamentos
sempre em funcionamento, o que poderá ser impossível em caso de falhas de energia.

Na continuação da perspetiva de salvaguarda da saúde dos ocupantes, afigura-se


adequado atender ao tempo de exposição aos poluentes, e não apenas considerar as
concentrações máximas de referência, principalmente para alguns compostos orgânicos
voláteis, nomeadamente o formaldeído.

Considerando as auditorias à qualidade do ar interior como uma ferramenta para resolução


dos problemas de QAI é necessário rever o âmbito de aplicação das auditorias periódicas
à QAI, enquadradas no RSECE. Em termos de auditorias energéticas, a obrigatoriedade
de realização de auditorias periódicas apenas aos GES, afigura-se adequado, em função
dos consumos energéticos e coerente com a legislação referente ao Sistema de Grandes
Consumos Intensivos de Energia (SGCIE). Porém, há necessidade de se proceder a uma
diferenciação relativamente aos edifícios abrangidos por auditorias periódicas de QAI e
Energia, atendendo, no caso da QAI a outros fatores como taxas de ocupação, períodos
de permanência e tipologia do edifício.

Respondendo à dicotomia “qualidade do ar interior ou eficiência energética” ou “qualidade


do ar interior e eficiência energética”, embora se considere que o desafio nem sempre é
fácil, pensa-se que é possível e desejável conciliar as duas, proporcionando uma boa QAI,
com melhor desempenho energético, dentro de uma complexa rede de objetivos (conforto
térmico, acústico e visual), tendo sempre presente que todo o sistema tem de ser bem
mantido e corretamente operado e que quanto mais sofisticado for, mais exigente e
onerosa será a sua manutenção e operação. É necessário encontrar soluções construtivas
e ambientais que garantam a redução de custos de gestão e de manutenção, sem
comprometer a qualidade do ar interior, com especial ênfase nas soluções de ventilação. A
integração qualidade do ar interior e eficiência energética proporciona uma melhoria
ambiental, económica e social, ao contribuir para a melhoria da qualidade interior, aumento
da produtividade, redução de custos com saúde e bem-estar dos ocupantes.

73
6 Considerações finais

A atividade mais recente integra a qualidade do ar interior, mas o percurso profissional ao


longo dos vinte e seis anos foi variado, tendo permitido adquirir uma experiência prática
apreciável no âmbito da Engenharia do Ambiente, abarcando vários domínios de atuação
tais como resíduos, águas e águas residuais, gestão ambiental, ruído e qualidade do ar.

Na área dos resíduos sólidos, para a consolidação e melhoria dos conhecimentos


adquiridos durante a licenciatura foi relevante todo o trabalho desenvolvido na Portucel, em
continuação e aprofundamento do trabalho de projeto de fim de curso, mas também foram
adquiridas novas valências técnicas a nível do aproveitamento energético de resíduos
(florestais, agrícolas, industriais e urbanos) e da gestão de resíduos industriais, no âmbito
das funções na Unidade de Ambiente e Laboratórios do Centro da Biomassa para a
Energia.

A análise de projetos de estações de tratamento de águas residuais domésticas e


industriais, incluídos nos projetos de licenciamento industrial apreciados, ou nos processos
de concurso em que colaborou, complementada com a observação “in loco”,
nomeadamente aquando das vistorias de licenciamento ou visitas para seleção de
equipamentos, foram determinantes para o reforço e aperfeiçoamento das competências
na área das águas residuais.

Ainda no domínio das águas de abastecimento destacam-se os projetos de redes de


abastecimento de água, realizados como técnica superior do GAT de Águeda e
posteriormente como consultora, em colaboração com a Câmara Municipal de Oliveira do
Bairro.

Para a aquisição de competências técnicas no domínio da gestão ambiental foi relevante o


trabalho desenvolvido na DRARNC no licenciamento industrial, complementado e
reforçado com a atividade desenvolvida no CBE, na elaboração de diagnósticos e
caracterizações ambientais de estabelecimentos industriais de vários sectores de atividade
e no acompanhamento do licenciamento ambiental.

No domínio do ruído realizou diversos ensaios de monitorização de ruído ocupacional, para


verificação da exposição dos trabalhadores ao ruído e também de verificação da
incomodidade e análise das emissões para o exterior, enquanto técnica do CBE.

Uma parte significativa do trabalho desenvolvido no CBE ocorreu na área da qualidade do


ar, o qual incluiu a monitorização de efluentes gasosos e a avaliação da exposição a
agentes poluentes em locais de trabalho.

Mais recentemente tem atuado como consultora na área de gestão ambiental, qualidade
do ar e resíduos, sendo também responsável por algumas ações de formação em gestão
ambiental.

74
Com a entrada em vigor do Regulamento para a certificação energética e da qualidade do
ar interior, decreto-lei nº 78/2006, de 4 de Abril, e tendo em consideração a experiência
adquirida na área da qualidade do ar, frequentou com êxito a formação como perito
qualificado na vertente de qualidade do ar interior. O trabalho que desenvolveu neste
relatório profissional baseia-se precisamente nesta atividade mais recente.

75
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Sítio na internet consultados

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consultado em dezembro 2012, disponível na internet: <URL: www.adene.pt.

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http://www.afssa.fr.

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http://www.sc-hc.gc.ca.

URL13 – OSHA, Occupational Safety & Health Administration, consultado em fevereiro


2012, disponível na internet: <URL: www.osha.gov/.

78
Anexos

Anexo I
Participações em workshops, seminários, congressos, conferências e
cursos

Anexo II
Exemplar de folheto de divulgação de atividades da unidade de
ambiente e laboratórios do CBE

Anexo III
Listagem dos principais trabalhos realizados no âmbito das funções
exercidas no CBE

Anexo IV
Documentos legislativos consultados e utilizados - índice descritivo

Anexo V
Estrutura de um relatório de caracterização da situação ambiental

Anexo VI
Índice de relatório de avaliação da exposição dos trabalhadores ao
ruído durante o trabalho

79
Anexo I
Participações em workshops, seminários, congressos,
conferências e cursos

Listagem dos principais workshops, seminários, congressos e conferências em que


participou:

1987 2º Encontro Nacional de Saneamento Básico, APESB, Matosinhos, 13 a 16 de


dezembro;

1988 III Congresso Ibero Americano de Resíduos Sólidos, Lisboa, Laboratório


Nacional de Engenharia Civil, 26 a 29 de setembro;

1989 5th European Conference Biomass for Energy and Industry, 9 a 13 de outubro,
Lisboa;

1990 2ª Conferência Nacional sobre a Qualidade do Ambiente, Lisboa, abril;

1990 IV Encontro Nacional de Saneamento Básico, Aveiro junho;

1990 Simpósio sobre Recolha, Tratamento e Destino Final de Resíduos sólidos


urbanos, Coimbra, dezembro;

1991 Seminário sobre a Implementação da Directiva 82/501/CEE em Portugal,


Lisboa, outubro;

1992 3ª Conferência Nacional sobre a Qualidade do Ambiente, Universidade de


Aveiro, fevereiro;

1993 Seminário sobre Tratamento e Destino Final de Lamas de Estações de


Tratamento de águas Residuais, Lisboa, junho;

1995 Seminário sobre Auditorias Ambientais, MGI Portugal, Lisboa, 26 e 27 de


setembro;

1997 Seminário sobre Prevenção e Controlo Integrado da Poluição - A nova


Directiva Nº 96/61/CE, AMBIFORUM, Lisboa, 3 e 4 de fevereiro;

1999 Conferência sobre Exemplos Práticos de Implementação de Sistemas de


Gestão Ambiental”, NPF - Pesquisas e Formação, Porto, 21 de abril;

Workshop “Biomassa e Energia no Limiar do Século XXI”, CBE, Miranda do


Corvo, 10 e 11 de dezembro;

2000 A Qualidade do Ar e os Sistemas de Gestão Ambiental, RELACRE, Lisboa,


novembro;

80
2002 Workshop “Experiências e Potencialidades da Digestão Anaeróbia na Europa”,
CBE, Miranda do Corvo, 18 e 19 de abril;

2007 2º Workshop sobre Biodiesel, Edirede, Coimbra, 17 de março;

2008 Workshop “Biocombustíveis – Importância estratégica a nível local”, AREAC,


Miranda do Corvo, 17 de janeiro;

Conferência “Como tomar melhores decisões: O papel da Avaliação Ambiental


Estratégica”, IDAD, Aveiro, 23 de setembro;

XVII Congresso da Ordem dos Engenheiros, “A Internacionalização da


Engenharia Portuguesa” – Ordem dos Engenheiros, Braga, 1, 2 e 3 de
outubro;

Jornadas sobre Segurança Ambiental nas Instalações Industriais, Ordem dos


Engenheiros, Aveiro, 11 e 12 de dezembro;

2010 Jornadas sobre Responsabilidade Ambiental dos Agentes Económicos, Ordem


dos Engenheiros, Coimbra, 17 de setembro;

Jornadas de Prevenção e Gestão de Catástrofes Naturais, Ordem dos


Engenheiros, Figueira da Foz, 14 de outubro;

XVIII Congresso da Ordem dos Engenheiros, “A Engenharia no Século XXI,


Qualificação, Inovação e Empreendedorismo”, Ordem dos Engenheiros,
Aveiro, 4 a 6 de novembro;

Visita técnica ao Eco Parque do Relvão, CIRVER, SISAV e RESITEJO, Ordem


dos Engenheiros, Chamusca, 12 de novembro;

2012 Seminário “Pegada de Carbono: Contabilização de gases com efeito de estufa,


Aveiro, 29 e 30 de março.

Principais cursos realizados:

1994 Curso de Ruído Industrial, 1994, Bruel & Kjaer Portugal, Alfragide, Lisboa, 20 e 21
setembro

1995 Curso de Ruído Ambiental, Bruel & Kjaer Portugal, Alfragide, Lisboa, 11 e 12 de
abril;

Curso de Auditorias de Energia e Ambiente, (40 horas), Coaltec e Ambiente,


Lisboa, 23 e 30 de Novembro e 7, 13 e 14 de dezembro;

2002 Curso de Auditorias Internas da Qualidade (150 horas), Significado, Coimbra,


outubro a dezembro;

81
2003 Curso de Gestão Integrada da Qualidade, Ambiente, Higiene e Segurança no
Trabalho (150 horas), Significado, Coimbra, outubro a dezembro;

2005 Curso de Auditorias a Laboratórios (49 horas), Relacre, Coimbra, 22, 23, 26, 27, 28,
29 e 30 de setembro;

2006 Curso de Higiene e Segurança no trabalho (12 horas), CBE, Miranda do Corvo, 24
de novembro a 7 de dezembro;

2008 Formação para Perito Qualificado RSECE-QAI - Módulo técnico RSECE – QAI,
Regulamento dos Sistemas Energéticos de Climatização em Edifícios – vertente
Qualidade do Ar Interior, (28 horas), FCTUC - DEM, Coimbra, 15, 16, 22 e 23 de
fevereiro;

2009 Curso de Formação Pedagógica Inicial de Formadores (100 horas), FDTI, Coimbra,
de 3 de agosto a 4 de setembro;

2011 Formação para Perito Qualificado RSECE-QAI – Módulo de certificação, (39


horas), ADENE, Lisboa, 21 de abril.

82
Anexo II
Exemplar de folheto de divulgação de atividades da unidade de
ambiente e laboratórios do CBE

83
84
Anexo III
Listagem dos principais trabalhos realizados no âmbito das
funções exercidas no CBE

1. Diagnósticos ambientais

▪ Auto-Vila, Reciclagens Industriais, Lda. – Leiria;


▪ Castanheira, Henriques & Cia Lda. – Castelo Branco;
▪ Citergaz, Lda. – Albergaria a Velha;
▪ CIVE – Companhia Industrial Vidreira, S.A. - Marinha Grande;
▪ Costa & Reis, Lda. – Ovar;
▪ Faianças do Outeiro de Águeda, Lda. – Águeda;
▪ Indústria de Mobiliário de Cozinha Soares & Soares, Lda. – Solrac - S. João de Ver;
▪ Johnson Controls de Portugal - Nelas;
▪ José Moreira da Rocha & Filhos, Lda. - Rebordosa;
▪ Lusaico - Indústria Cerâmica, Lda. - Torre de Vilela - Coimbra
▪ Miguel Muns Py - Têxteis, S.A. - Oliveira do Douro;
▪ Nurite - Indústria e Componentes de Madeira, Lda. – Costa do Valado - Aveiro;
▪ Obe & Carmen, Lda. – Águeda;
▪ Offsetart, Lda. – Figueira da Foz;
▪ Poceram – Produtos Cerâmicos, S.A – Cernache – Coimbra;
▪ Preceram, S.A., - Travasso - Pombal;
▪ Santosil - Carpintaria Mecânica, Lda. - Ermida – Lixa;
▪ Socer – Sociedade Central de Resinas, S.A. – Ermesinde;
▪ Socer – Sociedade Central de Resinas, S.A. – Pombal;
▪ Sociedade de Porcelanas – Coimbra
▪ Universidade Católica Portuguesa - Centro de Estudos Aplicados (Diagnóstico à
Sociedade de Porcelanas)

2. Análise e caracterizações da situação ambiental

▪ Abreu, Sancho & Nunes – Mortágua:


▪ ACA – Indústria de Móveis, Lda. – Lordelo – Paredes;
▪ Alumitex - Caixilharia de Alumínio e Ferro – Aljezur;
▪ António Marques & Filhos, Lda. – Pedrogão Grande;
▪ Antub – Indústria de Tubos, Lda. – Águeda;
▪ ARCIL – Associação p/ a recuperação de Cidadãos Inadaptados da Lousã – Lousã;
▪ Armando e Pereira, Lda. – Lamego;

85
▪ C. M. Praça de Almeida, Lda. - Oliveira de Azeméis;
▪ CAIACA – Cooperativa Abastecedora dos Industriais de Alimentos Compostos Para
Animais – Coimbra;
▪ Carlos de Castro Sousa – Gondomar;
▪ Carlos Vieira & Cª, Lda. - Vila do Conde;
▪ Carpintaria Mecânica Fernandes – Lousã;
▪ Castanheira & Dantas, Lda. – S. Martinho (Galegos) - Barcelos;
▪ Ciência Gráfica - Artes Gráficas, Lda. – Lisboa;
▪ Clipinho - Vila Chã – Vila do Conde;
▪ CONFAX - Malhas e Confecções, Lda. – Guimarães;
▪ David Santos Poças & Filhos, Lda. – Gondomar;
▪ Decalarte, Lda. – Vagos;
▪ Duarte & Oliveira, Lda. – Penacova;
▪ Egrapu – Artes Gráficas e Publicidade, Lda. – Pombal;
▪ Eugénio de Sousa Vieira – Gondomar;
▪ EuroRalex - Ralex Confecções, Lda. - Carregal do Sal;
▪ Fábrica de Pastelaria e Confeitaria Ideal Malveirense, Lda. – Malveira;
▪ Fapsur – Sociedade Industrial de Malhas, S.A. – Soure;
▪ Faria & Irmãos, Lda. – Braga;
▪ Fernando José Rodrigues Garcez – Paredes;
▪ Ferreira & Pinto, Lda. – Braga;
▪ GINT Consultores, Lda. – Matosinhos;
▪ Glassarte Decorações - Sociedade Unipessoal – Mem Martins;
▪ Irmade – Indústrias de Revestimentos de Madeira, S.A.- Ourém;
▪ Irmãos Cadimas, Lda. – Leiria;
▪ Jaime Queirós & Ribeiros, Lda. – Espadanedo – Cinfães;
▪ Joaquim Batista de Freitas - Caldas de S. Jorge;
▪ José António Carvalho Pinheiro, Lda. – Lousã;
▪ José Pereira Carnide, Herdeiros, Lda. - Paranhos da Beira;
▪ Lamap – Lamelados de Madeira de Pinho, Lda. – Mortágua;
▪ Losamar - Lopes, Santos e Marques, Lda. –
▪ Luís Martins Catarino & Filhos, Lda. - Proença a Nova;
▪ M. Loureiro da Silva & Filhos, Lda. – Rebordosa;
▪ Manuel da Silva Sala & Filhos, Lda. – Gondomar;
▪ Manuel Dias & Filhos, Lda – Lousã;
▪ Manuel Monteiro Pereira – Castro Daire;
▪ Marques & Costa, Lda – Esposende;
▪ Mediconfex – Confecções, Lda – Monção;
▪ MELF - Indústria e Exportação de Mobiliários, Lda – Rebordosa;
▪ Metalização Moreiras & Oliveira, Lda - Vila Nova de Famalicão;
▪ Mundial de Cortiças, Lda – Lourosa;

86
▪ Pinumadeira – Comercialização e Transformação de Madeiras, Lda – Pontão – Avelar;
▪ ROTAL - Sociedade de Madeiras Rodrigues e Tavares, Lda – Oliveira de Azeméis;
▪ Santos & Ferreiras - Grocinas – Penela;
▪ Serração Bairrista, Lda - Castelo de Paiva;
▪ Serração Central de Santa Marta - Vila Meã – Amarante;
▪ Silva & Vales, Lda – Castelo de Paiva;
▪ Sociedade de Madeiras do Vouga - Albergaria a Velha;
▪ Sousa Silva & Babo – Amarante;
▪ Varinco - Ferragens, Lda – Gueifães;
▪ Vaz Gomes & Amaral – Sátão;
▪ VEMIGOD Consultadoria, Lda - Dep. Estudos e Projectos – Lisboa;
▪ Vetagri Alimentar, S.A. – Cantanhede;

3. Acompanhamento do licenciamento ambiental

▪ Auto – Vila Reciclagem de Resíduos Industriais, S.A. (Leiria).

4. Avaliação das emissões de ruído para o exterior

▪ Amílcar Fernandes da Silva - Caceira de Baixo


▪ ASD – Indústria de Banheiras Acrílicas e Cabines de Hidromassagem, Lda - Macinhata
do Vouga
▪ Construtora do Lena, S.A. – Fundão
▪ Empresa Ciclista Miralago, S.A. – Águeda
▪ Empresa Figueirense de Pescas, S.A. - Figueira da Foz
▪ Euromadeira – Empresa de Madeiras Industriais, Lda - Coja
▪ Fabrióleo – Fábrica de Óleos Vegetais, Lda - Torres Novas
▪ Irmãos Cadimas, Lda - Leiria
▪ JOFIRI – Comércio, Calçado e seus Componentes, Lda - Macieira de Sarnes
▪ José do Prado Correia - Macieira de Sarnes
▪ Leca Portugal, S.A. - Avelar
▪ Macropeças – Recuperação de Peças, Lda - Vila Nova de Poiares
▪ Madibéria / FINSA – Nelas
▪ Manufacturas de Cimento MACEL, Lda - Aguada de Cima
▪ Nemoto Portugal - Química Fina Lda. – Pombal
▪ Nurite – Indústria e Componentes de Madeira, Lda - Costa do Valado
▪ Pavicer – Pavimentos Cerâmicos, Lda – Tábua
▪ Serração Bairrista, Lda - Castelo de Paiva

87
5. Avaliação da incomodidade ao ruído

Irmãos Cadimas, Lda - Leiria


Jofiri – Comércio Calçado e seus Componentes, Lda – Macieira de Sarnes
Manufacturas de Cimento Macel, Lda – Almas da Areosa - Águeda

6. Avaliação de ruído nos locais de trabalho

▪ A. M. Cacho & Brás, Lda


▪ Alfamolde – Transformação de Plásticos, Lda - Oliveira de Azeméis
▪ António Reis Paiva – Semide
▪ Arménio dos Santos Santinho. - Penela
▪ Arnaut & Filhos, Lda – Miranda do Corvo
▪ Balmar – Fios, Cordoaria e Redes, Lda - Pombal
▪ Basmold – Molduras e Componentes de Madeira, Lda - Carregal do Sal
▪ Brites & Cadima, Lda – Carpintaria e Mobiliário de Cozinha - Carapinheira
▪ Castelo - Carpintaria Mecânica, Lda - Lousã
▪ CDL – Inspecções Auto, Lda - Lousã
▪ Cerâmica Estrela do Pontão - Pontão - Avelar
▪ Cerne - Indústria de Mobiliário, SA - Castelo de Paiva
▪ Cidacel, S.A. – Lousã
▪ CIPOH – Centro de Inspecções Periódicas de Oliveira do Hospital, Lda
▪ CONIMBRICER – Indústria de Cerâmicas Artísticas e Regionais de Conimbriga, Lda
▪ Costa & Reis, Lda - Ovar
▪ Costa Ferreira & Cª, Lda - Arganil
▪ Cristiano Pinto Sá e Silva - Gondomar
▪ Ecosocer – Recuperação de Solventes e Resíduos, Lda – Pombal
▪ Empresa Figueirense de Pescas, S.A.
▪ Euromadeira – Empresa de Madeiras Industriais, Lda – Coja
▪ Fitoquímica – Produtos para a Agricultura - Cacém
▪ Fitoquímica – Produtos para a Agricultura - Cartaxo
▪ Friconde – Fábrica de Frigoríficos de Vila do Conde. – Vila do Conde
▪ Gondo-Madeiras – Serração de Madeiras, Lda - Gondomar
▪ Henrique da Piedade Matos, Lda - Vila Nova de Poiares
▪ IMC – Indústria de Móveis e Carpintaria, Lda – Miranda do Corvo
▪ INDUCENTRO - Equipamento e Controlo Industrial de Centro, Lda – Taveiro
▪ Indústria de Lacticínios Lactisér, Lda - Vendas de Galizes - Oliveira do Hospital
▪ Instituto de Emprego e Formação Profissional – Centro de Formação Profissional de
Coimbra
▪ Irmãos Cadimas, Lda – Leiria

88
▪ Irsil – Silva & Irmãos, Lda- Oliveira do Hospital
▪ J.A.P. Ferramentas Agrícolas e Cutelarias, Lda – Lousã
▪ José Carlos Santos Pais - Miranda do Corvo
▪ KERAMUS – Produtos Cerâmicos, Lda - Condeixa
▪ Leca Portugal - Argilas Expandidas, Ldª – Avelar
▪ LECOMAD – Portas e Derivados de Madeira, Lda - Carregal do Sal
▪ Macropeças – Recuperação de Peças, Lda - Vila Nova de Poiares
▪ Madeicosta, Indústria e Derivados de Madeira, Lda - Sever do Vouga
▪ Manuel Dias & Filhos, Lda - Miranda do Corvo
▪ Mármores e Estores Vidal & Vidal, Lda – Góis
▪ Miguel Muns Py – Têxtil, S.A. - Vila Nova de Gaia
▪ Miran-arte - Cerâmica Artística de Miranda, Lda - Miranda do Corvo
▪ Nemoto Portugal - Química Fina Lda. – Pombal
▪ Nurite – Indústria e Componentes de Madeira, Lda - Costa do Valado
▪ Offsetarte – Artes Gráficas, Lda - Figueira da Foz
▪ Pedro Santos & Filhos, Lda - Sever do Vouga
▪ Santos & Ferreira, Lda - Grocinas - Penela
▪ Santos & Morais, Lda - Condeixa
▪ Sasel – Sociedade de àguas da Serra da Estrela - Gouveia
▪ Socer – Sociedade Central de Resinas, S.A. – Pombal
▪ Tornomoita, Tornearia de Granitos da Moita, Lda – Tábua

7. Avaliação da exposição a poluentes no ar de locais de trabalho

▪ Alfamolde – Transformação de Plásticos, Lda – Oliveira de Azeméis - (partículas totais);


▪ Artenius Portugal, S.A.- Portalegre (partículas totais);
▪ Auto-Vila – Reciclagem de Resíduos Industriais, S.A. (partículas totais, vapores de óleos
minerais e COV totais);
▪ Baquelite Liz, S.A.- Leiria – (chumbo);
▪ Basmold – Molduras e Componentes de Madeira, Lda – Carregal do Sal (partículas totais
e COV totais);
▪ CDL – Inspecção Auto, Lda – Lousã (partículas totais e COV totais);
▪ Centro de Formação Profissional de Coimbra (partículas totais);
▪ CIVE – Companhia Industrial Vidreira, S.A. - Marinha Grande (partículas totais e sílica);
▪ Cometna – Companhia Metalúrgica Nacional – Odivelas (partículas totais e sílica);
▪ Costa & Reis, Lda – Ova r (partículas totais e COV totais e estireno);
▪ Domingos & Contente – Britas e Asfaltos, S.A – Troviscais da Cavadinha (partículas
totais);
▪ Faianças do Outeiro de Águeda, Lda – Águeda (partículas totais e sílica);
▪ FBO Consultores, Lda – Lisboa (partículas totais e COV totais na Lisgráfica);
▪ Friconde – Fábrica de Frigoríficos de Vila do Conde - Vila do Conde (partículas totais);

89
▪ Fucoli Somepal – Fundição de Ferro, S.A. – Coimbra (partículas totais, SO2, CO e NOx);
▪ Gist Brocades – Matosinhos (COV totais);
▪ Iberonurite – Indústria de Madeiras, S.A – Costa do Valado – Aveiro – (xileno e tolueno);
▪ Johnson Controls de Portugal – Nelas (partículas totais);
▪ Lecomad,- Portas e Derivados de Madeira, Lda - Carregal do Sal (partículas totais e COV
totais);
▪ Lusaico - Indústria Cerâmica, Lda - Torre de Vilela – Coimbra (partículas totais e sílica);
▪ Miguel Muns Py – Têxtil, S.A. - Vila Nova de Gaia (particulas totais);
▪ Nemoto Portugal – Química Fina, Lda – Pombal (partículas totais, CO, álcool isopropílico,
cobre. óxidos de alumínio e óxidos de zinco);
▪ Nurite – Indústria e Componentes de Madeira, Lda - Costa do Valado (partículas totais,
xileno, crómio e tolueno);
▪ Obe & Carmen, Lda – Águeda (partículas totais e COV – estireno);
▪ Poceram – Produtos Cerâmicos, S.A – Cernache – Coimbra (partículas totais e sílica);
▪ Rechapal, S.A. – Alvaiázere – (xileno, tolueno, hexano, partículas, COV, temperatura e
humidade relativa);
▪ Santosil - Carpintaria Mecânica, Lda - Ermida – Lixa (partículas totais e COV totais);
▪ Secil Martingança – Aglomerantes e Novos Materiais para a Construção, Lda - Maceira
Liz (partículas totais e sílica);
▪ Segurambiente, Lda – Coimbra (partículas totais);
▪ Selenis – Indústria de Polímeros, S.A.- Portalegre (partículas totais);
▪ Socer – Sociedade Central de Resinas, S.A. – Ermesinde (partículas, tolueno e xileno);
▪ Socer – Sociedade Central de Resinas, S.A. – Pombal (partículas e COV totais);
▪ Sociedade de Porcelanas – Coimbra (partículas totais e sílica).

8. Efluentes gasosos

Listagem de parâmetros analisados e empresas


Parâmetros analisados Identificação da Empresa

Cloreto de vinilo Aemiteq – Associação p/ a Inovação Tecnológica e


Qualidade, Coimbra – Cabopol
COV totais ▪ FBO Consultores - Lisboa (Lisgráfica);
▪ Gráfica de Coimbra, Lda – Assafarge
Óxidos de azoto monóxido de ▪ Centro de Saúde de Aguiar da Beira;
carbono e COV totais ▪ Centro de Saúde de Almeida;
▪ Centro de Saúde de Anadia;
▪ Centro de Saúde de Castelo de Vide;
▪ Centro de Saúde de Celorico da Beira;
▪ Centro de Saúde de Fornos de Algodres;
▪ Centro de Saúde de Meda;
▪ Centro de Saúde de Portalegre;
▪ Centro de Saúde de Trancoso;

90
▪ Condomínio do Edifício Forum Coimbra – Coimbra
▪ IRIS - Móveis Metálicos, Lda – Águeda;
▪ Lusomaple Iris - Mobiliário de Eritório, Lda – Águeda;
▪ MATIBOM - Matadouro e Indústrias de Carnes, Lda –
Pinhel;
▪ Ribeiro & Guimarães, Lda - S. Romão;
▪ Sociedade Têxtil Manuel Carvalho, Lda - S. Romão
Partículas totais em suspensão ▪ António Joaquim da Graça Mirador – Cabrela;
▪ Maguin Promill – França (Jomar);
▪ Sociedade Europeia de Arroz - SEAR, S.A. - Santiago
do Cacém
Partículas totais em suspensão e ▪ Aventis Cropscience Portugal, Lda – Cacém;
COV totais ▪ Basmold – Molduras e Componentes de Madeira, Lda
- Carregal do Sal;
▪ Bulhosas, Irmãos, S.A.- S. João da Madeira;
▪ Fitoquímica – Produtos para a Agricultura – Cacém;
▪ Fitoquímica – Produtos para a Agricultura – Cartaxo;
▪ LECOMAD – Portas e Derivados de Madeira, Lda -
Carregal do Sal;
▪ Selenis Ambiente, S.A. – Portalegre
Partículas totais em suspensão, ▪ FBO Consultores – Lisboa:
óxidos de azoto, e COV totais Aterro de Santa Iria da Azóia
Partículas totais em suspensão, ▪ Amílcar Fernandes da Silva - Caceira de Baixo -
óxidos de azoto, monóxido de Figueira da Foz
carbono e COV totais ▪ António Manuel Veigas Branco - Casal Comba
▪ AREAC - Agência Regional de Energia e Ambiente do
Centro (Piscinas Municipais de Poiares e de Miranda
do Corvo)
▪ Artenius Portugal - Portalegre
▪ ASD – Indústria de Banheiras Acrílicas e Cabines de
Hidromassagem, Lda – Águeda;
▪ Brites, Oliveira & Nogueira – Águeda;
▪ C. M. Praça de Almeida, Lda - Oliveira de Azeméis
▪ Carbovegetal, Lda – Ourém
▪ Carpinhal - Indústria Transformadora de Carnes da
Zona do Pinhal, Lda - Vale da Urra - Vila de Rei
▪ Churrasqueiras Rei dos Frangos, Lda – Leiria;
▪ Decalarte – Decalques Artísticos, Lda – Vagos
▪ Euromadeira – Empresa de Madeiras Industriais, Lda
– Coja;
▪ Fábrica de Alimentos Guadiana, Lda – Moura;
▪ FEB - Fábricas Estrela da Beira Indústrias do Café,
S.A. – Coimbra;
▪ Health Club Portugal - Figueira da Foz;
▪ Horácio de Almeida Pina & Filhos, Lda - Fornos de
Algodres;
▪ Hospital de Santa Luzia – Elvas;
▪ Hospital Doutor José Maria Grande – Portalegre;
▪ IDIT – Instituto de Desenvolvimento e Inovação

91
Tecnológica - IDIT/DAP - Santa Maria da Feira (Philips
Portuguesa, S.A., Amorim Revestimentos, S.A.,
Portocorck, Vinocor, Champcorck, Hélio Têxtil e HUF
Portuguesa, Lda);
▪ IMPERALUM – Sociedade Comercial de
Revestimentos e Impermeabilizações, S.A. – Montijo;
▪ INCARCENTRO – Indústria de Carnes do Centro, Lda
- Vila de Rei;
▪ INCARPO – Indústria e Comércio de Carnes, S.A. -
Condeixa a Nova;
▪ Indústria de Lacticínios Lactisér, Lda - Vendas de
Galizes - Oliveira do Hospital;
▪ Jorge Pedrosa Ramos & Filhos, Lda – Guia;
▪ LABIALFARMA – Laboratório de Biologia Alimentar e
Farmacêutica, Lda - Felgueira – Mortágua;
▪ Lacticínios Carreia & Barreiras, Lda - Santa Eulália –
Seia;
▪ LEAL MENA - Mobiliário e Decorações, Lda – Anadia;
▪ Leopoldino Freitas & Filhos - Formigais – Ourém;
▪ Lindo & Moreira dos Santos, Lda – Mealhada;
▪ MOVICOIMBRA - Móveis e Marcenaria de Coimbra,
Lda – Lousã;
▪ PALSER - Paletes da Sertã, Lda – Sertã;
▪ Panicosta, Lda – Tábua;
▪ Parceria de Azeites, S.A. – Crato;
▪ Preditécnica – Indústria e Comércio de Azeite, Lda –
Montalvão;
▪ PROBAR – Companhia de Produtos Alimentares
Barreiros, S.A. – Cernache;
▪ PROENSAL – Projectos de Engenharia de Segurança,
Lda - Vila Nova de Famalicão;
▪ Prorresina - Produtos Resinosos, Lda. – Alvares;
▪ Recauchutagem Guiense – Guia;
▪ Salsicharia Soares & Damião, Lda - Vilarinho do Alva;
▪ Selenis Energia, S.A. – Portalegre;
▪ Selenis Fibras, S.A. – Portalegre;
▪ Selenis – Indústria de Polímeros, S.A. – Portalegre;
▪ Supertalho Martins - Vinha da Rainha – Soure
Partículas totais em suspensão, ▪ Ancosi - Indústrias Metalúrgicas, Lda - Mourisca do
óxidos de azoto, monóxido de Vouga – Águeda
carbono, COV totais e metais ▪ Andel – Indústria de Ferragens, S.A. – Águeda
▪ Anodil - Extrusão e Distribuição de Alumínios, S.A. –
Cacém
▪ Anodipol- Anodização e Coloração de Alumínios de
Pombal, Lda – Pombal
Aramague - Fábrica de Artigos em Arame, Lda –
Águeda
▪ Camag - Indústria de Ferragens de Águeda, Lda –
Águeda;

92
▪ ECOLOGAL – Produtos Químicos e Equipamentos,
Lda – Fermentelos (Metalúrgica de Lourosa, Trougal,
JVAL, MAP);
▪ EMEF, S.A. – Manutenção de Material de Oeiras –
Oeiras;
▪ Empresa Ciclista Miralago, SA – Águeda;
▪ ESMALTINA - Auto-ciclos, S.A. – Sangalhos;
▪ FEJOSAL – Fábrica de Ferragens, S.A. – Águeda;
▪ Iberonurite – Indústria de Madeiras, S.A. - Costa do
Valado;
▪ LEA – Laboratório de Ensaios da Abimota – Águeda
(IRBAL e MIL);
▪Inferlar – Indústria de Ferragens, Lda – Águeda;
▪ MECAL - Metalúrgica Central de Águeda, Lda;
▪ Miranda & Irmão, Lda – Águeda Lda;
▪ N. BIGOTTE, Lda – Leiria nas empresas Sociedade
Têxteis Moinhos Velhos, Smulders e Madifoz Lda;
▪ Nurite – Indústria e Componentes de Madeira, Lda -
Costa do Valado;
▪ SAPA ANODIL, S.A. – Cacém;
▪ SAPA Portugal - Extrusão e Distribuição de Alumínio,
S.A. – Avintes;
▪ SAPA Portugal - Extrusão e Distribuição de Alumínio,
S.A. – Cacém
Partículas totais em suspensão, ▪ FBO Consultores – Lisboa:
óxidos de azoto, dióxido de Espequímica;
enxofre, monóxido de carbono e Inchemica
trióxido de enxofre
Partículas totais em suspensão, ▪ Carvalhos, Lda – Lousã;
óxidos de azoto, monóxido de ▪ Centralcer - Central de Cervejas, S.A. – Coimbra;
carbono e dióxido de enxofre ▪ Domingos Martins da Silva e Maria do Carmo Vieira
Mendes - Creixomil – Guimarães;
▪ Fábrica de Papel da Matrena – Santa Cita - Tomar;
▪ Fábrica de Papel de Porto de Cavaleiros – Tomar;
▪ FBO Consultores - Lisboa (Hikma Farmacêutica);
▪ Hoechst Fibras, S.A. – Portalegre;
▪ IPT – Indústria de Papéis de Tomar – Tomar;
▪ Irmade – Indústrias de Revestimentos de Madeira,
S.A.- Ourém;
▪ Tecninvest – Lisboa (Hoechst Fibras e Sicromóvel)
Partículas totais em suspensão, ▪ Companhia de Papel do Prado, S.A. – Lousã
óxidos de azoto, monóxido de ▪ Companhia de Papel do Prado, S.A. – Tomar;
carbono, dióxido de enxofre e ▪ Companhia Térmica Compal, ACE – Almeirim;
COV totais ▪ Construções Júlio Lopes - Abiul – Pombal;
▪ Construtora do Lena, S.A.- Foros de Benfica;
▪ Ecosocer – Recuperação de Solventes e Resíduos,
Lda – Pombal;
▪ ENERCAIMA – Produção de Energia, S.A. –
Matosinhos;

93
▪ Fabrióleo – Fábrica de Óleos Vegetais, Lda - Torres
Novas;
▪ F.C.L.: Ferreira & Cª, Lda – Águeda;
▪ GINADO, S.A. - Produção e Comercialização de
Têxteis – Tondela;
▪ Gist Brocades – Matosinhos;
▪ IFM – Indústria Transformadora de Fibras de Madeira,
S.A. – Tomar;
▪ INDUCENTRO - Equipamento e Controlo Industrial de
Centro, Lda – Taveiro (Socibar - Barreiros & Coutinho,
Lda, Sasel, Farmolabor, Proar e Sumolis);
▪ Labesfal - Laboratórios Almiro, S.A. - Campo de
Besteiros;
▪ Lacticínios Progresso do Mileu, Lda;
▪ Madibéria – Transformação e Comércio de Madeiras,
Lda – Nelas;
▪ Nares Resinas Naturais - Montemor - o – Velho;
▪ Renova - Fábrica de Papel do Almonda, S.A. - Torres
Novas;
▪ Sacramento Têxteis, S.A. – Delães;
▪ Socer - Comércio e Indústria de Resinas, S.A. –
Pombal;
▪ Socer – Sociedade Central de Resinas, S.A. – Pombal;
▪ Trevira Fibras, S.A.- Portalegre;
Partículas totais em suspensão, ▪ Centro de Saúde de Seia
óxidos de azoto, monóxido de ▪ Cidacel, S.A. – Lousã;
carbono, dióxido de enxofre, COV ▪ COFISA - Conservas de Peixe da Figueira, S.A. -
totais e metais Figueira da Foz
▪ Fucoli – Fundição Conimbricense, S.A. – Coimbra;
▪ Fucoli – Fundição de Ferro, S.A. – Coimbra;
▪ Fucoli – Fundição de Ferro, S.A. – Pampilhosa;
▪ Gelgurte - Indústrias Alimentares, Lda – Guarda;
▪ Henrique da Piedade Matos, Lda - Vila Nova de
Poiares;
▪ Isidoro Correia da Silva, Lda – Penela;
▪ Lactibar - Lacticínios do Sabugal, S.A. - Rendo –
Sabugal;
▪ LenaAgregados, S.A. – Fundão;
▪ Marques, S.A. - Marques, S.A.;
▪ Matadouro Regional da Beira Serra, S.A. - Chamusca
da Beira;
▪ Rechapal – Sociedade de Rechapagem e
Recauchutagem de Avaiázere, S.A. – Alvaiázere;
▪ Sociedade de Ferragens MINI MOLA, Lda. - Rio Meão;
▪ UNITEFI – Indústrias têxteis da Figueira, S.A. -
Figueira da Foz
Partículas totais em suspensão, ▪ Caima - Empresa de Celulose, S.A. – Constância;
óxidos de azoto, dióxido de ▪ Portucel Tejo – Empresa de Celulose do Tejo, S.A. –
enxofre, monóxido de carbono e Vila Velha de Rodão;

94
sulfureto de hidrogénio ▪ Portucel Viana – Empresa Produtora de Papéis
Industriais, S.A.
Partículas totais em suspensão, ▪ Indústrias Jomar - Madeiras e Derivados, S.A. –
óxidos de azoto, dióxido de Matosinhos
enxofre, monóxido de carbono,
COV totais e formaldeído
Partículas totais em suspensão, ▪ António Simões & Filhos, Lda – Miranda do Corvo
óxidos de azoto, dióxido de ▪ Cerâmica de Ferreirós, Lda – Águeda;
enxofre, monóxido de carbono e ▪ Cerâmica de São Paulo – Carregado;
compostos inorgânicos de flúor ▪ Cerâmica Estrela do Pontão - Pontão – Avelar;
▪ Cerâmica Progresso da Lagoa, Lda - Barracão –
Leiria;
▪ Ceres – Fornos – Coimbra (partículas totais em
suspensão, óxidos de azoto, dióxido de enxofre,
monóxido de carbono, metais e compostos inorgânicos
de flúor);
▪ Cipal – Cerâmica Industrial Pombalense, Lda –
Pelariga – Pombal;
▪ Luso - Telha - Cerâmica de Telhas e Tijolos de
Águeda, Lda – Águeda;
▪ LUZALVA - Fábrica de Candeeiros de Cerâmica, Lda –
Góis;
▪ Preceram - Indústria de Construções S.A. – Pombal;
▪ Prefotal - Construções Pré-fabricadas, Lda - Avenal -
Caldas da Rainha;
▪ Ricel - Indústria de Pré-fabricados de Betão e
Cerâmica, Lda - Porto de Mós;
▪ Tecninvest – Lisboa (Alberto Horta & Irmãos, Faiamor
e Barrarte);
Partículas totais em suspensão, ▪ Inspecção Geral do Ambiente:
óxidos de azoto, dióxido de Celbi,
enxofre, monóxido de carbono, Caima,
COV totais e sulfureto de Portucel Industrial – Setúbal
hidrogénio Portucel Viana
Soporcel
Partículas totais em suspensão, ▪ CTCV – Coimbra:
óxidos de azoto, dióxido de Porcelanas da Quinta Nova;
enxofre, monóxido de carbono, Faianças Raul da Bernarda;
compostos inorgânicos de flúor e Ceralfa;
metais António Simões & Filhos, Lda;
J. Umbelino da Silva Monteiro, S.A;
▪ GRESPOR – Fábrica de Grés Porcelânico, S.A. –
Anadia;
▪ Leca Portugal - Argilas Expandidas, Ldª – Avelar;
▪ LUSOGRÉS - Cerâmica de Grés Fino, Ldª – Águeda;
▪ Porcelanas da Costa Verde – Vagos
Partículas totais em suspensão, ▪ A. M. Cacho & Brás, Lda - Condeixa a Nova;
óxidos de azoto, dióxido de ▪ CEREV – Cerâmica de Revestimento, S.A. –
enxofre, monóxido de carbono, Mealhada;
compostos inorgânicos de flúor, ▪ Cometna – Companhia Metalúrgica Nacional –

95
níquel, chumbo, crómio, cádmio, Odivelas;
cobre, arsénio e COV totais ▪ Construtora do Lena, S.A.- Alpalhão;
▪ Construtora do Lena, S.A.- Fundão;
▪ PAVIGRES – Fábrica de Pavimentos e Revestimentos,
S.A.- Anadia;
▪ Santos Barosa, Vidros, S.A. - Marinha Grande
Partículas totais em suspensão, ▪ Auto-Vila – Reciclagem de Resíduos Industriais, S.A –
óxidos de azoto, dióxido de Leiria;
enxofre, monóxido de carbono, ▪ Serdenga Engenheiros, Lda - Requeixo – Aveiro
compostos inorgânicos de flúor, (Fundição de Bustos);
compostos inorgânicos de cloro, ▪ Tijolágueda - Cerâmica de Águeda, Lda – Águeda;
níquel, chumbo, crómio, cádmio,
▪UTS – Unidade de Tratamento de Suspensões, Lda –
cobre, vanádio, arsénio, zinco e
Águeda.
COV totais
Partículas totais em suspensão, ▪ Inspecção Geral do Ambiente:
óxidos de azoto, dióxido de Incineradora dos SUCH;
enxofre, monóxido de carbono, Lipor II;
compostos inorgânicos de flúor, Valorsul;
compostos inorgânicos de cloro, ▪ Nemoto Portugal - Química Fina Lda. – Pombal
níquel, chumbo, crómio, cádmio,
cobre, vanádio, arsénio, zinco,
mercúrio e COV totais
Partículas totais em suspensão, ▪ CMP – Cimentos Maceira e Pataias, S.A. – Pataias;
óxidos de azoto, dióxido de ▪ Inspecção Geral do Ambiente:
enxofre, monóxido de carbono, Barbosa & Almeida, S.A.;
compostos inorgânicos de flúor, CPPE – Setúbal;
compostos inorgânicos de cloro, Cibra – Pataias;
níquel, chumbo, crómio, cádmio,
Galp Sines;
cobre, arsénio, mercúrio, sulfureto
Galp Porto;
de hidrogénio e COV totais
Recauchutagem Nortenha;
Saint Gobin (Covina);
Santos Barosa Vidros, S.A
Partículas totais em suspensão, ▪ FBO Consultores – Lisboa:
óxidos de azoto, dióxido de – Leca Portugal;
enxofre, monóxido de carbono, ▪ O&M Serviços – Operações e Manutenção Industrial,
COV totais, arsénio, níquel, S.A – Mortágua
chumbo, cobre, crómio, mercúrio,
compostos inorgânicos de cloro e
compostos inorgânicos de flúor
Partículas totais em suspensão, ▪ Secil Martingança – Aglomerantes e Novos Materiais
óxidos de azoto, dióxido de para a Construção, Lda - Maceira Liz
enxofre, monóxido de carbono,
níquel, chumbo, crómio, cádmio,
cobre, arsénio, compostos
inorgânicos de cloro e COV totais
Partículas totais em suspensão, ▪ Sapa Aanodil, S.A. – Avintes
óxidos de azoto, monóxido de
carbono, cádmio, níquel, arsénio,
chumbo, crómio, cobre, hidróxido
de sódio e compostos orgânicos
voláteis totais

96
9. Elaboração de Planos de gestão de solventes

Nurite – Indústria e Componentes de Madeira, Lda - Costa do Valado, Aveiro

10. Calibração de opacímetros

CMP – Cimentos Maceira e Pataias, S.A. – Pataias


Cibra – Pataias

11. Cálculo de alturas de chaminés

Euromadeira, Lda - Coja;


Health Club Portugal;– Figueira da Foz;
Jorge Pedrosa Ramos & Filhos – Guia.

12. Análise de resíduos

▪ Nutroton - Indústrias Avícolas, S.A. - Caramulo


▪ SOMIT, S.A. - Oliveira do Hospital
▪ SONAE Indústria – Porto
▪ O&M Serviços – Operações e Manutenção Industrial, S.A – Mortágua

97
Anexo IV
Documentos legislativos consultados e utilizados - índice
descritivo

Ambiente:

• Lei 11/87, de 7 de abril, lei de bases do ambiente.


• DL nº 186/90, de 6 de junho, sujeita a uma avaliação de impacte ambiental os
planos e projectos que, pela sua localização, dimensão ou características, sejam
suscetíveis de provocar incidências significativas no ambiente. Introduz no direito
interno a Diretiva nº 85/337/CEE. Alterado pelo DL nº 278/97, de 6/6 e revogado
pelo DL nº 69/2000, de 3/5.
• Diretiva nº 96/61/CE, do Conselho, de 24 de Setembro - Diretiva PCIP, relativa à
Prevenção e Controlo Integrado da Poluição.
• Decisão 2000/479/CE, da Comissão de 17 de Julho de 2000. Estabelece, no artigo
3º, a criação de um registo europeu das emissões de poluentes - “European
Pollutant Emission Register” (EPER), nos termos do artigo 15º da Diretiva PCIP.
• Resolução do Conselho de Ministros nº 119/2004, de 31 de julho, que aprova o
Programa Nacional para as Alterações Climáticas.
• DECISÃO 2005/370/CE, de 17 de Fevereiro de 2005, relativa à celebração, em
nome da Comunidade Europeia, da Convenção sobre o acesso à informação,
participação do público no processo de tomada de decisão e acesso à justiça em
matéria de ambiente.
• Resolução do Conselho de Ministros nº 169/2005, de 24 de outubro, que aprova a
Estratégia Nacional para a Energia.
• Regulamento (CE) n.º 166/2006, de 18 de Janeiro de 2006 (Regulamento PRTR),
transposto para a ordem jurídica interna, pelo Decreto-Lei n.º 127/2008 de 21 de
Julho (Diploma PRTR), alterado pelo Decreto-Lei nº 6/2011, de 10 de Janeiro.

Licenciamento industrial

• RILEI - Regulamento de Instalações e Laboração dos Estabelecimentos Industriais,


aprovado pelo Decreto-Lei nº 46923 e pelo Decreto nº 46924, ambos de 28 de
março de 1966. Revogado com o Decreto Regulamentar nº 10/91, de 15 de março
• Decreto-lei nº 109/91, de 15 de Março, que estabelece normas disciplinadoras do
exercício da atividade industrial, alterado pelo Decreto-Lei nº 282/93, de 17 de
agosto, e Decreto Regulamentar nº 25/93, de 17 de agosto, que aprova o novo
Regulamento do Exercício da Atividade Industrial

98
• Decreto Regulamentar nº 10/91, de 15 de março, que aprova o Regulamento do
Exercício da atividade Industrial (REAI). Revogado pelo Decreto Regulamentar nº
25/93, de 17/8.
• Despacho conjunto IIDD03, do MIE e do MARN, de 9 de agosto de 1994, define os
critérios a que deve obedecer a análise dos aspetos ambientais a incluir nas
candidaturas do SINDEPEDIP.
• Decreto-lei nº 194/2000, de 21 de agosto, aprova o regime jurídico de prevenção e
controlo integrado da Poluição (PCIP), transpondo para a ordem jurídica interna a
diretiva nº 961/61/CE, do Conselho de 24/9.
• Decreto-lei nº 173/2008, de 26 de agosto, estabelece o regime jurídico relativo à
prevenção e controlo integrados da poluição, transpondo para a ordem jurídica
interna a Diretiva nº 2008/1/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho de 15/1.
Retificado pela Declaração de retificação nº 64/2008, de 24 de outubro. Revoga o
DL nº 194/2000, de 21/8, com as alterações introduzidas pelos DL nºs 152/2002, de
23/5; 69/2003, de 10/4; 233/2004, de 14/12; 130/2005, de 16/8; 178/2006, de 5/9 e
183/2007, de 9/5. Revoga o artigo 41º do DL nº 178/2006, de 5/9 e o nº 1 do artigo
3º e o artigo 4º do DL nº 288/2007, de 17/8. Alterado pelo DL nº 60/2012, de 14 de
março.

Ruído

• Decreto-lei nº 251/87, de 24 de junho, que aprova o Regulamento Geral do Ruído.


Alterado pelo Decreto-Lei nº 292/89, de 2 de setembro. Revogado pelo DL nº
292/2000, de 14/11.
• Decreto-lei nº 72/92, de 28 de abril, estabelece o Quadro Geral de proteção dos
trabalhadores contra os riscos decorrentes da exposição ao ruído durante o
trabalho. Transpõe para o direito interno a Diretiva nº 86/188/CEE, de 12/5. Revoga
os artigos 16º, 17º e 18º do DL nº 251/87, de 24/6. Revogado pelo DL nº 182/2006,
de 6/9.
• Decreto Regulamentar nº 9/92, de 28 de abril, que estabelece o Quadro Geral de
proteção dos trabalhadores contra os riscos decorrentes da exposição ao ruído
durante o trabalho. Revogado pelo DL nº 182/2006, de 6/9.
• Decreto-lei nº 292/2000, de 14 de novembro, aprova o Regulamento Geral sobre o
Ruído. Revoga os DL nºs 251/87, de 24/6 e 292/89, de 2/09. Revogado pelo DL nº
9/2007, de 17/1.
• Decreto-lei nº 259/2002, de 23 de novembro, altera o DL nº 292/2000, de 11/11 que
aprova o Regulamento Geral do Ruído. Revoga os DL nºs 251/87, de 24/6 e
292/89, de 2/09. Revogado pelo DL nº 9/2007, de 17/1.
• Decreto-lei nº 146/2006, de 31 de julho, que transpõe para a ordem jurídica interna
a Diretiva nº 2002/49/CE, de 25/6 relativa à avaliação e gestão de ruído ambiente.
• Decreto-lei nº 182/2006, de 6 de setembro, que transpõe para a ordem jurídica
interna a Diretiva nº 2003/10/CE, de 6/2 relativa às prescrições mínimas de
segurança e da saúde em matéria de exposição dos trabalhadores aos riscos

99
devidos aos agentes físicos (ruído). Revoga o DL nº 72/92, de 28/4 e o Decreto
Regulamentar nº 9/92, de 28/4.
• Decreto-lei nº 9/2007, de 17 de janeiro, que aprova o Regulamento Geral do Ruído
e revoga o regime legal da poluição sonora, aprovado pelo DL nº 292/2000, de
14/11, com as alterações introduzidas pelo DL nº 259/2002, de 23/11. Altera o DL
nº 310/2002, de 18/12. Retificado pela Declaração de Retificação nº 18/2007, de
16/3. Alterado pelo DL nº 278/2007, de 1/8.
• Decreto-lei nº 278/2007, de 1 de agosto, altera o DL nº 9/2007, de 17/1, que aprova
o Regulamento Geral do Ruído.

Exposição ocupacional

• Decreto-lei nº 273/89, de 21 de agosto, relativo à exposição a agentes


cancerígenos ou mutagénicos durante o trabalho. Revogado, a partir de 29/4/2003,
pelo Decreto-lei nº 301/2000, de 18 de novembro.
• Decreto-lei nº 274/89, de 21 de agosto, que estabelece diversas medidas de
proteção da saúde dos trabalhadores contra os riscos de exposição ao chumbo.
Revogado pelo DL nº 24/2012, de 6 de fevereiro.
• Decreto-lei nº 275/91, de 7 de agosto, que regulamenta as medidas especiais de
prevenção e proteção da saúde dos trabalhadores contra os riscos de exposição a
algumas substâncias químicas. Revogado pelo DL nº 24/2012, de 6 de fevereiro.
• Decreto-lei nº 301/2000, de 18 de novembro, relativo à exposição a agentes
cancerígenos ou mutagénicos.
• Decreto-lei nº 290/2001, de 16 de novembro, que transpõe para o ordenamento
jurídico interno a diretiva nº 98/24/CE, do Conselho de 7/4, relativa à proteção da
segurança e saúde dos trabalhadores contra os riscos ligados à exposição a
agentes químicos no trabalho, bem como as Diretivas da Comissão nºs
91/332/CEE, de 29/5 e 2000/39/CE, de 8/6, sobre valores limite de exposição
profissional a agentes químicos. Alterado pelo DL nº 305/2007, de 24 de agosto que
estabelece uma segunda lista de valores limite de exposição profissional
(indicativos) a agentes químicos, transpondo para o direito interno a diretiva nº
2006/15/CE, de 7/2. Revogado pelo DL nº 24/2012, de 6 de fevereiro.
• Decreto-lei nº 266/2007, de 24 de julho, que transpõe para a ordem jurídica interna
a diretiva nº 2003/18/CE, de 27/3, que altera a Diretiva nº 83/447/CEE, de 19/9,
relativa à proteção sanitária dos trabalhadores contra os riscos da exposição ao
amianto durante o trabalho. Revoga os DL nºs 284/89, de 24/8 e 389/93, de 20/11 e
a Portaria nº 1057/89, de 7/12.
• Decreto-lei nº 305/2007, de 24 de agosto, relativo aos valores limite de exposição
(indicativos) a agentes químicos, Revogado pelo Decreto-lei nº 24/2012, de 6 de
fevereiro.
• Decreto-lei nº 24/2012, de 6 de fevereiro, consolida as prescrições mínimas em
matéria de proteção dos trabalhadores contra os riscos para a segurança e a saúde
devido à exposição a agentes químicos no trabalho e transpõe a Diretiva n.º

100
2009/161/UE, da Comissão, de 17 de dezembro de 2009. São revogados os
seguintes diplomas: o Decreto-lei n.º 274/89, de 21 de agosto, alterado pela Lei n.º
113/99, de 3 de agosto; o Decreto -Lei n.º 275/91, de 7 de agosto, alterado pela Lei
n.º 113/99, de 3 de agosto; o Decreto -lei n.º 290/2001, de 16 de novembro,
alterado pelo Decreto-lei n.º 305/2007, de 24 de agosto.
• NP 1796:2007, Higiene e Segurança no Trabalho, valores limite de exposição
profissional a agentes químicos.

Qualidade do Ar:

• Decreto-lei nº 352/90, de 9 de novembro, que estabelece o regime de proteção e


controlo da qualidade do ar, alterado pelo Decreto-lei nº 279/99, de 23 de julho.
Revogado pelo DL nº 74/2004, de 3 de abril.
• Portaria nº 286/93, de 9 de março, que fixa os valores limites e os valores guias no
ambiente para o dióxido de enxofre, partículas em suspensão, dióxido de azoto e
monóxido de carbono, o valor limite para o chumbo e os valores guias para o
ozono. Alterada pelas Portarias nºs 1058/94, de 2/12, 623/96, de 31/10 e 677/2009,
de 23 de junho. Nota: Nos termos do artigo 7.º da Portaria 677/2009 de 23 de
junho, as instalações em exploração ou em funcionamento à data da sua entrada
em vigor, dispõem de um prazo de três anos para se adaptarem aos Valores
Limites de Emissão (VLE) previstos na citada portaria, mantendo-se em vigor, até
ao decurso do referido prazo, os VLE respetivos fixados nas Portarias nºs 286/93,
de 12 de março, e 1058/94, de 2 de dezembro, com exceção do parâmetro
partículas totais, para o qual o prazo de adaptação é de dois anos.
• Portaria nº 1058/94, de 2 de dezembro (cogeração), altera a Portaria nº 286/93, de
12/3. Fixa os valores limites e os valores guias no ambiente para o dióxido de
enxofre, partículas em suspensão, dióxido de azoto e monóxido de carbono, o valor
limite para o chumbo e os valores guias para o ozono. Alterada pela Portaria nº
677/2009, de 23/6.
• Portaria nº 125/97, de 21 de fevereiro, que altera a Portaria nº 286/93, de 12/3. Fixa
os valores limites e os valores guias no ambiente para o dióxido de enxofre,
partículas em suspensão, dióxido de azoto e monóxido de carbono, o valor limite
para o chumbo e os valores guias para o ozono - Incineração de resíduos urbanos.
Revogada pelo DL nº 85/2005, de 28/4.
• Decreto-lei nº 273/98, de 2 de setembro, que transpõe para o direito interno as
disposições constantes da Diretiva nº 94/67/CE, do Conselho, de 16 de dezembro,
relativa à incineração de resíduos perigosos.
• Decreto-lei nº 242/2001, de 31 de agosto, transpõe para a ordem jurídica interna a
Diretiva nº 99/13/CE, do Conselho de 11/3, relativa à limitação das emissões de
compostos orgânicos voláteis resultantes da utilização de solventes orgânicos em
certas atividades de instalações. Alterado pelo DL nº 181/2006, de 6/9.

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• Decreto-lei nº 178/2003, de 3 de agosto, que estabelece limitações às emissões
para a atmosfera de certos poluentes provenientes de grandes instalações de
combustão, transpondo para a ordem jurídica nacional a diretiva nº 2001/80/CE, do
Parlamento Europeu e do Conselho, de 23/10. Revoga a Portaria nº 399/97, de
18/6. Alterado pelo DL nº 60/2012, de 14/3.
• Decreto-lei nº 74/2004, de 3 de abril, que estabelece o regime da prevenção e
controlo das emissões de poluentes para a atmosfera. Revoga o DL nº 352/90, de
9/11. Alterado pelo DL nº 126/2006, de 3/7.
• Portaria Nº 263/2005, de 17 de março, que fixa novas regras para o cálculo da
altura das chaminés e define as situações em que devem para esse efeito ser
realizados estudos de poluentes atmosféricos. Retificada pela Declaração de
Retificação nº 38/2005.
• Decreto-lei nº 85/2005, de 28 de abril, que estabelece o regime geral de
incineração e co-incineração de resíduos, transpondo para a ordem jurídica interna
a Diretiva nº 2000/76/CE, do Parlamento e do Conselho de 4/12. Revoga o nº 11,1
do Anexo VI da Portaria nº 286/93, de 12/3, com a redação da Portaria nº 125/97,
de 21/2; o DL nº 273/98, de 2/9 e o artigo 27º e anexo II da Portaria nº 240/92, de
25/3.
• Portaria nº 80/2006, de 23 de janeiro, fixa os limiares mássicos máximos e mínimos
de poluentes atmosféricos. Revoga o nº 6 da Portaria nº 286/93, de 12/3. Alterada
pela Portaria nº 676/2009, de 23 de junho.
• DL nº 126/2006, de 3 de julho, procede à primeira alteração ao regime da
prevenção e controlo das emissões de poluentes para a atmosfera, aprovado pelo
DL nº 78/2004, de 3/4
• Portaria nº 675/2009, de 23 de junho, valores limite de emissão de aplicação geral.
• Portaria nº 676/2009, de 23 de junho, substitui a tabela nº 3 do anexo da Portaria nº
80/2006, de 23/1, relativo aos limiares mássicos máximos e mínimos. Retificada
pelas Declarações de retificação nºs 63/2009, de 21/8 e 66/2009, de 11/9.
• Portaria nº 676/2009, de 23 de junho, que fixa os valores limite de emissão de
aplicação geral (VLE gerais) aplicáveis às instalações de combustão abrangidas
pelo DL nº 78/2004, de 3/4. Revoga o nº 9 do Anexo VI da Portaria nº 286/93, de
12/3 e a Portaria 1058/94, de 2/12. Revoga o Anexo IV da Portaria nº 286/93, de
12/3 (VLE de aplicação geral) para as instalações de combustão, que ficam sujeitas
aos valores constantes na Portaria nº 675/2009, de 23/6 (VLE gerais).

Residuos

• Portaria nº 335/97, de 16 de maio, que fixa as regras a que fica sujeito o transporte
de resíduos dentro do território nacional.
• Decreto-lei nº 239/97, de 9 de setembro, que estabelece as regras a que fica sujeita
a gestão de resíduos. Revoga o Decreto-lei nº 310/95, de 20 de novembro.

102
• Portaria nº 792/98, de 22 de setembro, aprova o modelo de mapa de Registo de
Resíduos Industriais. Revoga a Portaria nº 189/95, de 20/6. Revogada pela Portaria
nº 1408/2006, de 18/12.
• Portaria nº 209/2004, de 3 de março, que aprova a Lista Europeia de resíduos.
Revoga as Portarias nºs 818/97 (CER), de 5/9 e 15/96, de 23/1.
• Decreto-lei nº 178/2006, de 5 de setembro, aprova o regime geral da gestão de
resíduos, transpondo para a ordem jurídica interna a diretiva nº 91/689/CEE, de
12/12. Revoga os DL nºs 239/97, de 9/9 e 268/98, de 28/8; as Portarias nºs 961/98,
de 10/11; 611/2005; 612/2005 e 613/2005, de 27/7 e o despacho nº 24 571/2002,
de 18/11. Alterado pelo DL nº 173/2008, de 26/8; Lei nº 64-A/2008, de 31/12 e DL
nº 73/2011, de 17/6.
• Decreto-lei nº 73/2011, de 17 de junho, procede à terceira alteração ao Decreto-lei
n.º 178/2006, de 5 de setembro, transpondo a Diretiva n.º 2008/98/CE, do
Parlamento Europeu e do Conselho, de 19 de novembro, relativa aos resíduos, e
procede à alteração de diversos regimes jurídicos na área dos resíduos: Decreto-lei
n.º 366 -A/97, de 20 de dezembro; Decreto-lei n.º 111/2001, de 6 de abril; Decreto-
lei n.º 153/2003, de 11 de julho; Decreto-lei n.º 196/2003, de 23 de agosto; Decreto-
lei n.º 3/2004, de 3 de janeiro; Decreto-lei n.º 190/2004, de 17 de agosto; Decreto-
lei n.º 46/2008, de 12 de março e Decreto-lei n.º 210/2009, de 3 de setembro.

Regulamentação sobre a certificação energética e da qualidade do ar interior

• Decreto-lei nº 78/2006, que aprova o Sistema Nacional de Certificação Energética e


da Qualidade do Ar Interior nos Edifícios e transpõe a Diretiva nº 2002/91/CE, de
16/12, relativa ao desempenho energético dos edifícios.
• Decreto-lei nº 79/2006, que aprova o Regulamento dos Sistemas Energéticos de
Climatização em Edifícios.
• Decreto-lei nº 80/2006, que aprova o Regulamento das Caraterísticas de
Comportamento Térmico dos Edifícios.
• Portaria nº 461/2007, de 5 de junho, define a calendarização da aplicação do
Sistema de Certificação Energética e da Qualidade do Ar Interior (SCE).
• Portaria nº 835/2007, de 7 de agosto, define o valor das taxas de registo das
Declarações de Conformidade Regulamentar e dos Certificados Energéticos na
Agência para a Energia (ADENE).
• Despacho nº 10250/2008, de 8 de abril, define os modelos de Certificados de
Desempenho Energético e da Qualidade do Ar Interior.
• Directiva 2002/91/CE, de 16 de Dezembro Diretiva EPBD, relativa ao desempenho
energético dos edifícios.

103
Anexo V
Estrutura de um relatório de caracterização da situação ambiental

104
Anexo VI
Índice de relatório de avaliação da exposição dos trabalhadores ao
ruído durante o trabalho

105

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