Aula 4.2
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E
LAZER
Patrick Gonçalves
Elaboração de atividades
recreativas e trabalhos
relacionados ao lazer
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
As atividades recreativas desempenham um papel de grande importância
para o desenvolvimento da maior qualidade de vida, pois, por meio delas,
é possível alcançar diversas conquistas, tanto em âmbito individual e
pessoal como no âmbito coletivo e interpessoal. Porém, é importante
destacar que as práticas de lazer podem ser desenvolvidas com objetivos
diversos e para pessoas de diferentes idades, sexo e classes sociais. Além
disso, elas são fundamentais nos processos de desenvolvimento humano
como forma de expressar e vivenciar determinadas culturas, contribuindo
nos avanços da sociedade.
Neste capítulo, você vai entender os conceitos de ludicidade e como
as atividades recreativas são abordadas em diferentes contextos. Além
disso, você vai estudar algumas possibilidades de atividades recreativas e
o público-alvo geralmente encontrado para cada uma delas. Ainda, você
vai conhecer algumas estratégias para identificar e propor atividades
variadas aos diversos públicos.
2 Elaboração de atividades recreativas e trabalhos relacionados ao lazer
Enfoque
científico Visão sobre o jogo e/ou lúdico
(Continua)
Elaboração de atividades recreativas e trabalhos relacionados ao lazer 3
(Continuação)
Enfoque
científico Visão sobre o jogo e/ou lúdico
O lúdico na pedagogia
A pedagogia pode ser entendida como a área que possibilita a prática e a
experiência que guiam a criança à sua formação integral (SAVIANI, 2007).
Assim, as ações pedagógicas devem estar pautadas no preparo de jovens para
as atribuições da vida adulta. Nessa tangente, encontram-se todas as dimensões
humanas, sejam elas físicas, cognitivas, afetivas, sociais e/ou psicológicas.
As atividades lúdicas dentro da perspectiva pedagógica buscam proporcio-
nar esse preparo de forma prazerosa às crianças. Ou seja, a mera instrução e
socialização, a partir da exposição de conceitos em uma aula monótona, pode
acarretar em dificuldades nos objetivos educativos. Assim, atividades em que
as crianças e adolescentes demonstram maior interesse e participação podem
ser possibilidades de transmitir conhecimentos necessários e construídos
historicamente para esses sujeitos. Os jogos lúdicos, dentro do contexto edu-
cacional, ganham muitas possibilidades. Podem ser desempenhados a partir de
alfabetos móveis, facilitando a alfabetização, por meio de brinquedos diversos,
Elaboração de atividades recreativas e trabalhos relacionados ao lazer 5
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O lúdico na psicologia
A psicologia “estuda o comportamento e a motivação do indivíduo, determi-
nados pela sociedade, e seus valores” (LAKATOS; MARCONI, 1999, p. 22).
Também atua nas compreensões das construções cognitivas de cada sujeito.
Assim, as atividades recreativas pautadas a partir dos entendimentos da psi-
cologia, além de serem abordadas a partir de um enfoque clínico, também se
encontram presentes no cotidiano escolar.
As atividades lúdicas, neste contexto, atuam de maneira a contemplar as
frustrações vividas no cotidiano. Por exemplo, em uma partida de futebol ou
em alguma luta esportiva, o participante tem a possibilidade de reorganizar
alguma situação emocional conflituosa, como a perda de um emprego ou o
fim de um relacionamento. Portanto, muitas atividades recreativas também
têm um fundo terapêutico. Uma tarde de lazer em um parque ou o final do
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Atividades de acampamento
Entenderemos por atividades de acampamento “toda ação de saída de um
grupo organizado em busca de contato com a natureza, com propósitos edu-
cativos e que serão alcançados através de atividades de lazer dirigidas por um
grupo imbuído desse propósito” (LETTIERI, 1999, p. 8), envolvendo, assim,
as colônias de férias, os acampamentos educacionais, os projetos culturais,
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Uma das opções com mais possibilidades de atividades recreativas nos locais voltados
às hospedagens é o resort, que oferece atividades para os mais diversos públicos-alvo,
como sala de jogos, danças, ginásticas e musculação e piscinas infantis. No Brasil,
a maioria dos resorts se encontra no Nordeste, local muito procurado por turistas
nacionais e internacionais.
Crianças
As crianças começam a produzir o suas habilidades e competências a partir
dos núcleos sociais que frequentam, ou seja, nos âmbitos familiar e escolar.
Inicialmente, suas brincadeiras se dão de forma individual, tendo pouca ca-
pacidade de interagir com outras crianças e demonstrando temperamento
egoísta. Com o passar do tempo, por volta dos sete anos, desenvolvem uma
pequena habilidade de socialização, deixando de lado o egocentrismo que
carregaram durante seus anos iniciais de vida. As principais característica
da infância são a capacidade e a necessidade de brincar. Quando não estão
comendo, dormindo ou obedecendo a ordens de adultos, as crianças estão
brincando. As brincadeiras, assim como o trabalho para os adultos, ocupam
a maior parte do tempo. Por meio das brincadeiras é que os seres humanos,
em sua infância, tornam-se conscientes de seus corpos e desenvolvem suas
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Pequenos jogos: jogos com poucas regras, que podem inclusive ser
criados pelas próprias crianças.
Grandes jogos adaptados: tagrugby, minivoleibol, basquetebol sem
quicar, etc.
Integração: rodas musicais, jogos tradicionais, etc.
Adolescentes
A adolescência é o marco principal para a diferenciação e as experimenta-
ções orgânicas acerca da maturação biológica que acometem os adolescentes
(SARAIVA, 2005). A puberdade é marcada, essencialmente, pelo acelerado
desenvolvimento de altura e massa corporal do indivíduo. Para Gallahue e
Ozmun (2005), o genótipo define os limites da capacidade de crescimento
(medidas corporais lineares, maturação esquelética, maturação sexual e tipo
de corpo), enquanto o fenótipo, ou seja, as condições ambientais que cercam
o indivíduo, determinará se tais limites serão alcançados. Nesse sentido,
algumas manifestações corporais referentes à puberdade começam a aparecer
inicialmente nas meninas, tornando-se oportuno o momento para revelar esse
assunto “novo” e refletir sobre o próprio corpo, encorajando-as a aceitar essas
alterações corporais que começarão a ocorrer. Espera-se que aos 15 anos as
características físicas de meninos e meninas já estejam bem definidas, embora
possa ocorrer ainda um aumento corporal até os 18 anos de idade. No âmbito
social, o adolescente sofre constantes mudanças, o que pode fortalecer a dis-
criminação pelas características pessoais de cada um. Os jogos desportivos
são importantes ferramentas no processo de socialização da adolescência
(GALLAUE; OZMUN, 2005). Neles, o indivíduo passa a perceber as diferen-
ças, aceitando-as, respeitando-as e se reconhecendo como diferente.
Em geral, os adolescentes apresentam diferença entre os sexos em relação às
habilidades motoras. Além disso, as mudanças corporais que ocorrem durante
essa fase podem apresentar desigualdades significativas no comportamento
motor entre indivíduos do mesmo sexo, fazendo com que os que não têm uma
competência motora muito apurada apresentem uma aversão às atividades
físicas. Embora já prefiram atividades em grupos do que individuais, ainda
necessitam estar próximos a amigos e colegas com quem se identificam mais,
o que pode dificultar a socialização entre sujeitos de gostos opostos. Ainda, a
adolescência é um período fundamental de reconhecimento dos sujeitos, em
que a construção do seu papel no mundo vai sendo potencializada. Assim,
necessitam de uma autoafirmação constante, mostrando suas habilidades
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e interesses. Zotelle (2007) indica algumas atividades que podem ser mais
apropriadas ao público adolescente:
Adultos
Na fase adulta, a maioria dos indivíduos se encontra inserida no mercado de
trabalho. Com isso, o tempo destinado ao lazer de forma individual se encon-
tra restrito aos momentos de descanso, tendo que ser dividido entre outras
tarefas, como o tempo destinado ao convívio familiar, pagar contas, realizar
compras, entre outros afazeres que acometem cotidianamente os indivíduos
que se encontram nessa fase. Esse período é marcado por uma revalorização
dos jogos, isto é, o esporte e os jogos não se encontram cotidianamente pre-
sentes, como eram na adolescência e na infância, sendo restrito a momentos
pontuais, como forma de obter melhor qualidade de vida ou fugir das cargas
de trabalho que podem ser estressantes (SILVA; GONÇALVES, 2017). Nesse
sentido, as atividades recreativas que englobem aspectos físicos podem partir
da supervalorização da estética, característica dessa fase.
As habilidades cognitivas, físicas e sociais estão em sua plenitude na fase
adulta. Com isso, há uma preferência maior por atividades em grupos, que
promovam a interação entre sujeitos de diferentes gostos e sexos, e a aceitação
da derrota e da vitória parece ser abordada com maior facilidade. Os adultos
apresentam adesão rápida a algumas ferramentas e atividades que aparecem
fortemente na mídia, como adotar uma dieta específica ou realizar atividades
físicas que se expandem na sociedade. Zotelle (2007) aponta algumas atividades
que podem ser proporcionadas aos adultos:
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Idosos
Com o avanço da idade, as habilidades motoras e cognitivas, assim como
as funções fisiológicas, começam a declinar. Por isso, é bastante comum os
idosos diminuírem o nível de participação na sociedade como costumavam
fazer durante a fase adulta, acometendo em poucos momentos de alegria e
integração. Assim, as atividades para esse público devem ser pensadas levando
em consideração todos os aspectos que envolvem a velhice. As atividades
não podem ser muito extenuantes ou apresentarem um nível de exigência de
movimentos muito rápidos. Como características aos grupos idosos, existe a
necessidade de atividades de socialização e valorização da atividade física e
das vivências sociais. Além disso, há um aumento na dificuldade de aceitação
de erros e acertos de outras pessoas (SILVA; GONÇALVES, 2017).
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Leituras recomendadas
GALBRAITH, J.; DOWNEY, D.; KATES, A. Projetos de organização de dinâmicas. Porto
Alegre: Bookman, 2011.
MACEDO, L.; PETTY, A. L.; PASSOS, N. Os jogos e o lúdico na aprendizagem escolar. Porto
Alegre: Artmed, 2005.
WATT, D. Gestão de eventos em lazer e turismo. Porto Alegre: Bookman, 2007.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
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