Cura-Te A Ti Mesmo - Dr. Edward Bach
Cura-Te A Ti Mesmo - Dr. Edward Bach
Cura-Te A Ti Mesmo - Dr. Edward Bach
CURA-TE A TI MESMO
CURA-TE A TI MESMO - Uma explicação sobre a causa
real e a cura das doenças
CAPÍTULO I
Não é objetivo deste texto sugerir que a arte de curar é algo
desnecessário; longe de nós qualquer intento semelhante; no
entanto, espera-se humildemente que ele seja um guia para
todos os que sofrem para buscar dentro de si a verdadeira
origem
srcem de seus males, de modo que possam ajudar na cura de
si mesmos. Ademais, espera-se que ele possa incentivar os que,
tanto na profissão médica como nas comunidades religiosas,
têm a saúde da humanidade no coração, para que intensifiquem
seus esforços na busca da redenção do sofrimento humano e,
assim, antecipem o dia em que a vitória sobre a doença estará
completa.
A razão principal do fracasso da medicina moderna está no fato
de ela se ocupar dos efeitos e não das causas. Por muitos
séculos, a real natureza da doença foi encoberta pela capa do
materialismo e, assim, têm sido dadas ã própria doença todas
as oportunidades de ela propagar sua destruição, uma vez que
não foi combatida em suas srcens. Essa situação é semelhante
à do inimigo que construiu uma sólida fortaleza nas colinas,
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comandando de lá constantes operações de guerrilha no país
vizinho, enquanto as pessoas, ignorando a praça forte,
contentam-se em reparar as casas danificadas e em enterrar
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criando um enorme complexo de doença e medo complexo que
nunca deveria ter existido.
Em essência, a doença é o resultado do conflito entre a alma e
a mente, e ela jamais será erradicada exceto por meio de
esforços mentais e espirituais. Tais esforços, se dirigidos com
entendimento e propriedade, como veremos mais tarde, podem
curar e prevenir a doença, removendo os fatores básicos que
são suas causas primeiras. Nenhum esforço se destine apenas
ao corpo pode fazer mais do que reparar superficialmente um
dano, é nisso não há nenhuma cura, visto que a causa ainda
continua em atividade e pode, a qualquer momento, manifestar
novamente sua presença, assumindo outro aspecto. De fato, em
muitos casos a recuperação aparente acaba sendo prejudicial,
já que oculta do paciente a verdadeira causa do seu problema,
e, na satisfação que se experimenta com essa aparente
recuperação da saúde, o fator real, continuando ignorado, pode
fortalecerse. Comparem-se esses casos ao do paciente que veio
a saber por si mesmo, ou que foi alertado por um médico
sensato, da natureza das forças mentais e espirituais adversas
em atividade, cujo efeito precipita que chamamos de doença
do corpo físico, se este paciente se esforça continuamente para
neutralizar essas forças, a saúde é recuperada tão logo ele
obtenha êxito em sua tentativa e, quando o processo estiver
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concluído, a doença desaparecerá. Essa é a cura verdadeira, e
ela se deve ao fato de se ter atacado a
praça forte, o fundamento real do sofrimento.
Uma das exceções para os métodos materialistas na ciência
moderna é a do grande Hahnemann, o fundador da homeopatia,
que com sua compreensão do amor beneficente do Criador e
da Divindade que mora dentro do homem , e por estudar a
atitude mental de seus pacientes diante da vida, do meio
ambiente e suas doenças, foi buscar nas ervas do campo e nos
domínios da natureza o remédio que não apenas haveria de
curar seus corpos mas, ao mesmo tempo, elevaria a sua
perspectiva mental. Possa sua ciência se expandir e ser
desenvolvida pelos médicos verdadeiros que trazem o amor
pela humanidade dentro do coração.
Quinhentos anos antes de Cristo, alguns médicos da antiga
índia, trabalhando sob a influência do Senhor Buda, levaram a
arte de curar a um estágio tão perfeito que conseguiram abolir
a cirurgia, ainda que, na sua época, ela fosse tão eficiente, ou
até mais, que a dos dias atuais. Homens como Hipócrates, com
seus ideais grandiosos sobre a cura; Paracelso, com a
convicção de uma divindade dentro do homem, e Hahnemann,
que compreendeu que a doença tinha sua srcem num plano
acima do físico — todos eles sabiam muito sobre a verdadeira
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natureza do sofrimento e sobre o remédio para ele. Que
desgraça incalculável teria sido evitada nos últimos vinte ou
vinte e cinco séculos se as lições da arte desses mestres fossem
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indivíduo ainda desfruta da vida física que lhe foi doada, e isso
indica que a Alma que o governa não está sem esperança.
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CAPÍTULO II
Para se compreender a natureza da doença, certas verdades
fundamentais têm de ser reconhecidas.
A primeira delas é que o homem possui uma Alma que é o seu
eu real; um Ser Divino, Poderoso, Filho do Criador de todas as
coisas, do qual o corpo, ainda que seja o templo terreno dessa
Alma, não passa de um mínimo reflexo; que nossa Alma, nossa
Divindade que habita dentro e ao redor de nós, dirige para nós
nossas vidas da maneira como Ela deseja que elas sejam
governadas e, tanto quanto consentimos, sempre nos guia, nos
protege e nos anima, vigilante e bondosa, para que possamos
extrair o máximo proveito das coisas: que Ele, nosso Eu
Superior, sendo uma centelha do Todo-Poderoso, é, desse
modo, invencível e imortal.
A segunda é que nós, tanto quanto sabemos acerca de nós
próprios neste mundo, somos personalidades vindas aqui com
a missão de obter todo o conhecimento e toda a experiência
que podem ser adquiridos ao longo da existência terrena; de
desenvolver virtudes de que carecemos, de extinguir tudo o que
é defeituoso dentro de nós e, dessa forma, avançar em direção
à perfeição de nossas naturezas. A Alma sabe que ambiente e
que circunstâncias nos ajudarão melhor a levar a cabo tal
empresa e, por isso, nos reserva aqueles ramos da existência
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mais adequados para se atingir semelhante objetivo. Em
terceiro lugar, devemos compreender que a curta passagem por
esta terra, que conhecemos como vida, não é mais que um
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o posto da vida em que sejamos colocados, seja ele superior ou
inferior, contém as lições e as experiências necessárias para
esse momento da nossa evolução, e proporciona as melhores
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gerador de forças. Assim, qualquer ação contra nós próprios ou
contra uma outra pessoa afeta o conjunto porque, causando
imperfeição numa parte, isso se reflete no todo, do qual toda
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embora, em nossa mente física. não possamos estar cientes do
motivo do nosso sofrimento, o qual pode nos parecer cruel e
injustificado, nossas Almas (que são nós próprios) conhecem
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nosso Eu Superior, os quais aprendemos através da
consciência, do instinto e da intuição, isso é o que
verdadeiramente importa.
Assim, vemos que, por seus reais motivos e por sua verdadeira
essência, a doença tanto é evitável como remediável, e é
trabalho dos que praticam a cura espiritual e dos médicos
fornecer aos que sofrem, em acréscimo aos remédios materiais,
o conhecimento do sofrimento causado pelo erro de suas vidas,
e da maneira pela qual esse erro pode ser erradicado, para que,
assim, se possa restituir ao doente a saúde e a alegria.
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CAPÍTULO III
O que conhecemos como doença é o estágio final de um
distúrbio muito mais profundo; e, para assegurar um absoluto
sucesso no tratamento, é óbvio que cuidar apenas do resultado
final não será um procedimento de todo efetivo, a menos que a
causa fundamental também seja suprimida. Há um erro básico
que o homem pode cometer; é o de agir contra a Unidade; esse
tipo de atitude se deve ao egoísmo. A partir disso, podemos
também afirmar que há apenas um tormento básico — o mal-
estar, a enfermidade. E, assim como uma ação contra a
Unidade pode ser de vários tipos, da mesma forma a doença—
uma conseqüência dessa ação —pode ser dividida em grupos
principais que correspondem às suas causas específicas. A real
natureza de uma enfermidade será um guia eficaz para que se
identifique o tipo de ação que se está praticando contra a
Divina Lei do Amor e da Unidade.
Se tivermos em nossa natureza amor suficiente por todas as
coisas, não seremos causa de agravo a ninguém; pois esse amor
sustará o gesto agressor, e impedirá nossa mente de se entregar
a qualquer pensamento que possa magoar alguém. No entanto,
ainda não chegamos a semelhante estágio de perfeição; se já o
tivéssemos alcançado, não haveria razão nenhuma para nossa
existência nesta terra. Mas todos nós estamos buscando e
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avançando rumo a esse estágio, e os que dentre nós padecem
na mente ou no corpo estão sendo conduzidos por esse mesmo
sofrimento em direção a essa condição ideal; se soubermos
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da Alma, e de aceitar que todas as vitórias que se possam ter
não se devem a essa personalidade, mas são bênçãos com que
nos agraciou a Divindade interior; em segundo, deve-se à perda
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O egoísmo é, também, uma negação à Unidade e ao dever que
temos para com nossos irmãos humanos, pois ele faz com que
coloquemos nossos interesses pessoais antes do bem-estar da
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conformar tudo à sua vontade e comandar, usurpando o poder
do Criador.
São esses os exemplos da real doença, a srcem e a base de
todos os nossos sofrimentos e aflições. Cada uma dessas
imperfeições, se se mantiverem contrárias à voz do Eu
Superior, provocarão um conflito que deve, por força da
necessidade, refletir-se no corpo físico, produzindo um tipo
específico de enfermidade.
Agora veremos como qualquer tipo de doença que podemos vir
a sofrer nos conduz á descoberta da falta que está por trás de
tudo quanto nos aflige. Por exemplo, o orgulho, que é
arrogância e rigidez mental, despertará doenças que
ocasionarão a rigidez e a ancilose do corpo. A dor é o resultado
da crueldade, e, por meio dela o paciente aprende, através do
próprio sofrimento, a não infligi-lo aos outros, do ponto de
vista físico ou mental. As penalidades resultantes do ódio são
o isolamento, o temperamento violento e incontrolável, as
perturbações mentais e os estados de histeria. As doenças
decorrentes da introspecção — a neurose, a neurastenia e os
estados semelhantes — que acabam tirando da vida tantas
alegrias, são causadas pelo egoísmo em excesso. A ignorância
e a falta de sabedoria criam suas próprias dificuldades na vida
cotidiana e se, além disso, houver persistência na recusa em
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ver a Verdade quando a oportunidade é dada, a miopia e outras
deficiências visuais e auditivas serão as conseqüências
naturais. A instabilidade da mente pode acarretar no corpo a
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as conseqüências provocarem doenças tão graves como as que
existem entre nós atualmente?
Contudo, não há motivo para depressão. A prevenção e a cura
acontecem quando localizamos o erro dentro de nós mesmos,
e suprimimos esse defeito por meio do cuidadoso
aprimoramento da virtude que o destruirá; não combatendo
diretamente o erro, mas desenvolvendo tanto essas virtudes
apostas que ele chegue a ser varrido de nossas naturezas.
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CAPÍTULO IV
Assim, vemos que não há nada de acidental no que diz respeito
à doença, nem quanto ao seu tipo nem quanto à parte do corpo
que foi afetada; como todos os outros resultados da energia, ela
obedece à lei de causa e efeito. Certos males podem ser
causados por meios físicos diretos, tais como os associados à
ingestão de substâncias tóxicas, acidentes, ferimentos e
excessos cometidos; mas, em geral, a doença se deve a algum
erro básico em nosso temperamento, como nos exemplos já
mencionados.
Dessa forma, para se alcançar uma cura completa, não somente
devem ser empregados recursos físicos, escolhendo sempre os
métodos melhores e mais familiares à arte da cura, mas
também devemos lançar mão de toda a nossa habilidade para
eliminar qualquer falha em nossa natureza; porque a cura total
vem essencialmente de dentro de nós, da própria Alma que, por
meio da bondade do Criador, irradia harmonia do começo ao
fim da personalidade, quando se permite que assim seja.
Assim como há uma causa fundamental para cada doença, que
é o egoísmo, há também um método muito seguro para se
poder minorar todo o sofrimento, qual seja o da conversão do
egoísmo em devoção para com os outros. Se desenvolvermos
o bastante nossa capacidade de esquecermos a nós próprios no
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amor e no carinho para com todos os que estão à nossa volta,
desfrutando, assim, do acontecimento glorioso que é adquirir
conhecimento e ajudar os outros, nossos sofrimentos e tristezas
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lutando para desenvolver e expandir o lado amoroso de nossa
natureza para com o mundo, devemos também, ao mesmo
tempo, buscar a purificação desses defeitos, inundando a nossa
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chamamos de errado e mau é, na realidade, o bem fora do seu
lugar e, portanto, é uma questão totalmente relativa. Também
o é o protótipo de nossas concepções idealistas; devemos
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respeitá-los; quão infinitamente mais deveríamos reconhecer
nossa fragilidade, com a máxima humildade diante do Grande
Arquiteto do Universo!
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animal, & deixar que esse amor se desenvolva e se estenda
numa esfera cada vez maior, até que os defeitos contrários a
ele automaticamente desapareçam. Amor gera amor, assim
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abertos e os ouvidos atentos, aproveitemos todo o
conhecimento que possa ser adquirido. Ao mesmo tempo,
precisamos nos manter flexíveis no pensamento, para que
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atitude do pai para com o filho, do mestre para com o aluno ou
do amigo para com o outro amigo, dedicando tanto carinho,
amor e proteção quanto eles necessitem , sem que, nem por um
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fundamental da doença. Quando o paciente tem fé e otimismo,
essa ação, sozinha, trará alívio, saúde e alegria e, naqueles
menos fortes, ajudará materialmente o trabalho do médico
29
personalidades terem sido dominadas por algum indivíduo de
quem eles próprios não tiveram coragem de se libertar; sobre
as crianças que precocemente descobrem e desejam seguir sua
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CAPÍTULO V
Visto que a falta de individualidade (isto é, permitir que a
personalidade sofra interferências que a impeçam de cumprir
os mandamentos do Eu Superior) é tão importante na produção
da doença, e que costuma iniciar-se muito cedo na vida,
consideremos agora a autêntica relação entre pai e filho, mestre
e aluno.
Fundamentalmente, o ofício da paternidade consiste em ser o
instrumento privilegiado (e, na verdade, esse privilégio deveria
ser considerado divino) para capacitar uma Alma a entrar em
contato com o mundo para o bem da evolução. Se entendido
com propriedade, é provável que não se ofereça à humanidade
nenhuma oportunidade maior do que essa, a de ser o agente do
nascimento físico de uma Alma e de ter a guarda de uma jovem
personalidade durante os primeiros anos de sua existência na
terra. A atitude dos pais deveria se resumir em dar ao
pequenino recém-chegado toda a orientação espiritual, mental
e física com o máximo de sua habilidade, sempre lembrando
que o pequenino é uma Alma individual que veio ao mundo
para adquirir a própria experiência e conhecimento em seu
próprio caminho, segundo os desígnios de seu Eu Superior, e
dar-lhe toda liberdade possível para que se desenvolva sem
dificuldades. O ofício da paternidade é um serviço divino, e
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deveria ser respeitado tanto, se não mais, que qualquer outro
dever a que sejamos intimados a cumprir. Por ser um trabalho
de sacrifício, há que ter sempre em mente que não se deve pedir
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não pede aos jovens nada em troca, já que eles devem ser
deixados livres para seguir segundo o seu próprio modo de ser,
para que, tanto quanto possível, se tornem aptos a cumprir a
na arte de doar e desenvolver isso até que ela lave com o seu
sacrifício todo traço de ação adversa.
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O mestre deverá sempre ter em mente que o seu oficio é ser
apenas um agente que dê ao jovem orientação e oportunidades
de aprender as coisas do mundo e da vida, de modo que cada
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envolvidos; as perturbações mentais, nervosas e até físicas que
afligem essas pessoas constituem, na verdade, a grande
maioria das enfermidades dos nossos dias. Nunca será
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persuadi-lo, ou de falsas idéias de dever a desviá-lo. Que se
lembre também que viemos a este mundo para vencermos
batalhas, para adquirirmos forças contra quem nos quer
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afeição — ou ainda melhor, amor — para com o oponente, ele
poderá, assim, desenvolver-se e, com o tempo, seguir calma e
tranqüilamente o chamado da consciência sem permitir o
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CAPÍTULO VI
E agora, queridos irmãos e irmãs, quando compreendemos que
o Amor e a Unidade são as grandes bases de nossa Criação,
que somos filhos do Amor Divino, e que a eterna vitória sobre
todos os erros e sofrimentos dar-se-á mediante o carinho e o
amor; quando nos damos conta de tudo isso, como pode haver
lugar, nesse quadro tão formoso, para a prática da vivissecção
e do transplante de glândulas animais? Somos ainda tão
primitivos, tão pagãos, a ponto de acreditarmos que, com o
sacrifício de animais, escaparemos ás conseqüências de nossos
erros e fraquezas? Há cerca de 2.500 anos, o Senhor Buda
revelou ao mundo a iniqüidade que é o sacrifício de criaturas
inferiores. A humanidade já contraiu uma dívida muito grande
para com os animais que torturou e exterminou e, longe de
obter benefícios com essas práticas desumanas, trouxe apenas
danos e prejuízos para ambos os reinos, humano e animal.
Quão longe estamos, nós, os ocidentais, dos nobres ideais da
Mãe Índia dos velhos tempos, quando o amor pelas criaturas
da terra era tão grande que os homens eram ensinados e
treinados para curar as enfermidades e feridas não somente dos
animais, mas também das aves. Ademais, havia grandes
santuários para todos os tipos de vida e, tão avessas eram as
pessoas a ferir uma criatura inferior que se negavam a dar
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assistência médica a um caçador enfermo se ele não jurasse
abandonar a prática da caça.
Não reprovemos os homens que praticam a vivissecção, pois
muitos deles estão trabalhando animados por princípios
verdadeiramente humanitários, esperando e se esforçando para
encontrar alivio para o sofrimento humano; suas intenções são
bastante boas, mas sua sabedoria é pobre e pouco
compreendem do sentido da vida. Só o motivo, por melhor que
seja, não basta; deve vir acompanhado de sabedoria e
conhecimento. Do horror da magia negra, associada com o
transplante de glândulas, nem mesmo falaremos; só
imploramos a todo ser humano que os evite como algo dez mil
vezes pior que uma praga, pois é um pecado contra Deus,
contra os homens e contra os animais. Exceto por uma ou duas
coisas, não há objetivo em nos ocuparmos dos fracassos da
medicina moderna; demolir é inútil quando não se reconstrói
um edifício melhor e, como na medicina já se estabeleceram as
bases de uma edificação mais nova, empenhemo-nos em
acrescentar um ou dois tijolos a esse templo. Tampouco pode
ser de valor uma crítica negativa da profissão; é o sistema que
está fundamentalmente equivocado, não os homens; pois é um
sistema pelo qual o médico, por razões unicamente
econômicas, não tem tempo para ministrar um tratamento
tranqüilo e sossegado nem oportunidade para pensar e meditar
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adequadamente, o que deveria ser a herança dos que devotam
sua vida a assistir doentes. Como disse Paracelso, o médico
sábio atende a cinco, e não a quinze pacientes num dia– ideal
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um de nós devemos lutar para alcançar esse resultado, e os que
são maiores e mais fortes não só terão de cumprir sua parte na
empresa, como também ajudar materialmente seus irmãos
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ser um Enviado de Deus e uma autêntica bênção para o seu
povo e para o seu país — e até mesmo para o mundo; quanto
se haveria de perder se esse príncipe imaginasse que seu dever
42
de verdadeiro consolo, incentivo e estímulo, os quais supõem
uma consciência de coisas mais importantes que as deste
mundo. Durante os últimos séculos, as religiões têm-se
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materialismo á da vontade de se alcançar às realidades e
verdades do universo, O interesse geral e rapidamente
crescente pelo conhecimento das verdades suprafísicas que
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possível que a arte da cura possa passar das mãos das
comunidades religiosas ás dos curadores natos que existem em
toda geração, mas que ainda têm vivido mais ou menos
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inspirar-lhe esperança, consolo e fé que lhe capacitem dominar
sua enfermidade.
O segundo dever do médico será ministrar os remédios que
ajudem o corpo físico a recobrar a força, auxiliem a mente a
serenar-se, e ampliem seu panorama e sua luta pela perfeição,
trazendo, assim, paz e harmonia para toda a personalidade.
Tais remédios existem na natureza, e foram colocados ali pela
graça do Divino Criador para a cura e o conforto da
humanidade. Alguns desses são conhecidos, e outros estão
sendo procurados atualmente pelos médicos nas diferentes
partes do mundo, principalmente na nossa Mãe Índia, e não há
dúvida de que quando tais pesquisas forem mais
desenvolvidas, recuperaremos grande parte do conhecimento
adquirido há mais de dois
mil anos, e o curador do futuro terá à sua disposição os
remédios naturais e maravilhosos que foram dados ao homem
para alivia-lo da doença. Assim, o extermínio da enfermidade
dependerá de que a humanidade descubra a verdade das leis
inalteráveis do nosso Universo, e de que se adapte com
humildade e obediência a essas leis, estabelecendo, assim, a
paz com a sua Alma e adquirindo a verdadeira alegria e a
felicidade da vida. E a parte que caberá ao médico será ajudar
alguém que esteja sofrendo a conhecer essa verdade, indicar-
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lhe os meios pelos quais poderá conseguir a harmonia, inspirá-
lo com a fé em sua Divindade que a tudo pode vencer, e
ministrar remédios físicos tais que o ajudem a harmonizar sua
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CAPÍTULO VII
E agora chegamos ao problema mais importante de todos:
como podemos ajudar a nós mesmos? Como podemos manter
nossa mente e nosso corpo num estado de harmonia
que dificulte ou impossibilite a doença de atacar-nos? — Pois é
certo que a personalidade sem conflito é imune à enfermidade.
Em primeiro lugar, consideremos a mente. Já discutimos
extensamente a necessidade de buscar em nós mesmos os
defeitos que possuímos e que nos fazem agir contra a Unidade
e em desarmonia com os desígnios da Alma, e de eliminar
esses defeitos desenvolvendo as virtudes opostas. Isso pode ser
conseguido obedecendo ás linhas de conduta já mencionadas;
um honesto exame de consciência nos revelará a natureza de
nossos erros. Nossos conselheiros espirituais, os médicos
verdadeiros e os amigos íntimos, todos eles poderão ajudar-nos
a traçar um fiel retrato de nós mesmos, mas o melhor método
de aprendizagem é o pensamento sereno, a meditação, e
colocarmo-nos numa tal atmosfera de paz que nossas Almas
sejam capazes de falar-nos através de nossa consciência e
intuição, e de guiar-nos segundo as suas vontades. Se pelo
menos pudermos nos recolher por um breve momento todos os
dias, completamente sós e num lugar o mais tranqüilo possível,
sem que nada nos interrompa, sentar-nos ou deitarmonos
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tranqüilamente, sem pensar em nada ou pensando calmamente
em nossa missão nesta vida, depois de algum tempo veremos
que temos muita ajuda nesses momentos e é como se lampejos
nossa Alma.
Lembremos que, quando o defeito é descoberto, o remédio não
consiste em lutar contra esse defeito, nem usar de energia e
força de vontade para suprimir o erro, mas no firme
desenvolvimento da virtude oposta, desse modo eliminando
automaticamente da nossa natureza qualquer vestígio de
transgressão. Este é o método verdadeiro e natural de avançar
e de superar o erro, incomensuravelmente mais fácil e eficiente
do que combater um defeito em particular. Combater um
defeito aumenta o poder dele, mantém nossa atenção fixa na
sua presença, e nos leva a uma verdadeira batalha; o maior
êxito que podemos esperar num caso desses é vencê-lo
suprimindo-o, o que deixa muito a desejar, já que o inimigo
permanece conosco e pode, num momento de fraqueza nossa,
ressurgir com forças renovadas. Esquecer a falha e se esforçar
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conscientemente para desenvolver a virtude que a torne
impossível: esta é a verdadeira vitória.
Por exemplo, se existe crueldade em nossa natureza, podemos
repetir continuamente: ―Não serei cruel‖ e, assim, evitar errar
nessa direção; mas o êxito nesse caso depende da força da
mente e, se ela fraquejar, poderemos por um momento
esquecer nossa boa intenção. Mas se, por outro lado,
desenvolvermos uma verdadeira compaixão para com nossos
semelhantes, essa qualidade fará com que a crueldade seja
impossível de uma vez por todas, pois evitaremos tal ação com
horror graças ao nosso sentimento de comunhão para com o
próximo. Nesse caso, não há nenhuma supressão, nenhum
inimigo oculto que possa investir quando tivermos baixado a
guarda, porque nossa compaixão terá eliminado
completamente de nossa natureza a possibilidade de qualquer
ato que possa magoar os demais.
Como vimos anteriormente, a natureza de nossos males físicos
nos ajudará materialmente, indicando-nos a desarmonia mental
que é a causa básica de sua srcem; e outro grande fator de
êxito é que devemos ter gosto pela vida, e olhar a existência
não meramente como um dever a ser cumprido com tanta
paciência quanto possível, mas desenvolver uma verdadeira
alegria na aventura de nossa jornada por este mundo. Talvez
50
uma das maiores tragédias do materialismo seja o
desenvolvimento do tédio e da perda da autêntica felicidade
interior; ele ensina as pessoas a buscar o contentamento e a
51
aumento dos prazeres dos sentidos por meio de práticas
demoníacas.
O tédio é responsável pela admissão em nosso ser de uma
incidência de enfermidades muito maior que o que geralmente
se acredita, e como ele tende a aparecer cedo na vida . que
levamos atualmente, da mesma forma os males associados a
ele tendem a aparecer em idade cada vez mais tenra. Essa
circunstância não se dará se reconhecermos a verdade de nossa
Divindade, nossa missão no mundo e, desse modo, se
contarmos com a alegria de adquirir experiência e de ajudar
aos demais. O antídoto para o tédio é assumir um ativo e vivido
interesse por tudo que nos rodeia, estudar a vida durante o dia
inteiro, e aprender, aprender e aprender com os nossos
semelhantes e com os fatos da vida a Verdade que se oculta por
trás de todas as coisas, entregarmo-nos à arte de obter
conhecimento e experiência, e aproveitar as oportunidades
quando podemos nos utilizar delas em favor de um
companheiro de jornada. Assim, cada momento de nosso
trabalho e de nossa diversão trarão consigo um grande
entusiasmo por aprender, um desejo de vivenciar coisas reais,
aventuras reais e ações significativas e, conforme
desenvolvermos essa faculdade, veremos que estaremos
recuperando o poder de extrair alegria dos menores incidentes,
e circunstâncias que antes considerávamos monótonas e banais
52
tornar-se-ão oportunidades de investigação e de aventura. Nas
coisas mais singelas da vida — singelas porque estão mais
próximas da grande Verdade — é que se encontra o verdadeiro
53
Filhos de Deus, não teríamos nada a temer. Nas épocas
materialistas, o medo aumenta naturalmente com as posses
materiais (seja do próprio corpo, seja de riquezas externas)
54
com as enfermidades tem causado danos nas mentes de
milhares de pessoas e, pelo pânico que vem provocando, têm-
nas tornado mais suscetíveis de ser atacadas. Enquanto formas
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eliminar da nossa mente todo o medo dos agentes físicos como
únicos causadores da doença, já que essa ansiedade somente
nos deixa vulneráveis, e que se estivermos buscando trazer
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como num banho de chuveiro ou trocada várias vezes, está
mais próxima do método natural e mantém o corpo mais
saudável; só a quantidade necessária de sabão para remover a
57
Em todas as coisas, a alegria deve ser estimulada, e não
devemos permitir que sejamos oprimidos pela dúvida e pela
depressão, mas lembrar que tudo isso não faz parte de nós, pois
58
CAPÍTULO VIII
Assim, vemos que nossa vitória sobre a doença dependerá
principalmente do seguinte: em primeiro lugar, da
compreensão da Divindade que existe dentro de nossas
naturezas, do nosso conseqüente poder para superar o que
esteja errado; em segundo, do conhecimento de que a causa
básica da doença deve-se à desarmonia entre a personalidade e
a Alma; em terceiro, de nossa boa vontade e da habilidade para
se descobrir a falta que está causando tal conflito; em quarto,
da remoção desse defeito, desenvolvendo a virtude oposta.
O dever da arte de curar consistirá em ajudar-nos a obter o
conhecimento necessário e os meios pelos quais superar nossos
males e, além disso, em administrar os remédios que
fortaleçam nossos corpos físicos e mentais e nos dêem maiores
oportunidades de vitória. Só assim estaremos verdadeiramente
aptos a atacar a doença em sua base com uma viva esperança
de êxito. A escola médica do futuro não se interessará em
particular pelos resultados finais e produtos da doença, não
dará muita importância às lesões físicas em si, tampouco
administrará drogas e produtos químicos apenas no intuito de
atenuar nossos sintomas, mas, compreendendo a verdadeira
causa da doença, consciente de que as óbvias conseqüências
físicas são meramente secundárias , concentrará seus esforços
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no intuito de estabelecer a harmonia entre o corpo, a mente e a
alma, a qual proporciona o alívio e a cura da enfermidade.
Nesses casos em que o esforço é feito suficientemente cedo, a
60
nós sentimentos de irritabilidade, depressão ou dúvida. Ajudar-
nos-á efetivamente reservar poucos momentos diários para
pensar serenamente na beleza da paz e nos benefícios da calma,
61
paciente do que fazemos hoje quando, incapazes de julgar o
progresso de um caso exceto por meios científicos
materialistas, pensamos as mais das vezes em tomar a
62
na evolução do homem; e que mesmo a doença é, em si mesma,
benéfica e age sob intervenção de certas leis destinadas a
produzir um bom resultado e a exercer um contínuo estímulo
63
Depois, devemos desenvolver a individualidade e nos libertar
de todas as influências do mundo, para que, obedecendo
unicamente aos desígnios de nossa Alma, sem deixarmos nos
64
Destino, o pretexto do amor e da afeição, ou um equivocado
sentido de dever, métodos que nos escravizam e nos mantêm
prisioneiros das vontades e desejos dos outros, devemos
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vontade de conquistar o topo da montanha; não nos
detenhamos pensando nos tropeços do caminhar. Nenhuma
grande ascensão se deu sem falhas e quedas, e elas devem ser
66
e o conhecimento da grande Unidade se tornem parte de nossas
naturezas. O Universo é Deus tornado objetivo; ao nascer o
Universo, ele é Deus renascido; ao findar, ele é Deus mais
67
séria e firmemente para unir-se ao Desígnio Magno de serem
felizes e comunicarem a felicidade, juntando-se ao grande
grupo da Fraternidade Branca, cuja razão de ser é obedecer à
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