Programas de Auditoria
Programas de Auditoria
Programas de Auditoria
PROGRAMAS DE AUDITORIA
Nampula
2019
PROGRAMAS DE AUDITORIA
Nampula
2019
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Índice
Introdução..........................................................................................................................3
Objetivos............................................................................................................................3
Geral..................................................................................................................................3
Específicos.........................................................................................................................3
Metodologia.......................................................................................................................3
1.Programas de auditoria...................................................................................................4
1.1.Programa de Trabalho.................................................................................................6
1.2.Descrição do sistema de Controlo Interno.................................................................11
1.2.1.Tipos de Controlo Interno......................................................................................12
1.3.Avaliação Do Sistema De Controle Interno: Alcance da Auditoria..........................14
1.3.1.Importância para a auditoria...................................................................................14
1.3.2.Procedimentos de Auditoria...................................................................................16
1.4.Auditoria Financeira..................................................................................................20
1.5.Área de Compras.......................................................................................................21
1.5.1.Objetivos do Sector de Compras............................................................................21
1.5.2.Descrição do controlo Interno................................................................................22
1.6.Avaliação do Controle Interno..................................................................................23
1.6.1.Segregação de Funções...........................................................................................24
1.7.Fluxograma do Sector de Compras...........................................................................25
Conclusão........................................................................................................................26
Bibliografia......................................................................................................................27
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Introdução
O surgimento da auditoria está relacionado com a necessidade da confirmação de
informações quanto a realidade financeira – econômica de uma entidade. Dessa forma,
temos assim o marco da escrituração mercantil com a publicação do Método das
Partidas Dobradas em meados de 1494, no trabalho Summa / Tractatus, de Frà Luca
Paccioli, como ponto de partida desse estudo direcionado.
Assim, uma auditoria é uma revisão das demonstrações financeiras, sistema financeiro,
registros, transações e operações de uma entidade ou de um projeto, efetuada por
contadores, com a finalidade de assegurar a fidelidade dos registros e proporcionar
credibilidade às demonstrações financeiras e outros relatórios da administração. A
auditoria também identifica deficiências no sistema de controle interno e no sistema
financeiro e apresenta recomendações para melhorá-los. As auditorias podem diferir
substancialmente, dependendo de seus objetivos, das atividades para os quais se
utilizam as auditorias e dos relatórios que se espera receber dos auditores.
Contudo, no presente trabalho pretende-se falar sobre o programa de Auditoria, onde se
pretende tratar da descrição do sistema de controlo interno; avaliação do sistema de
controlo: alcance da auditoria; Área financeira: Descrição do sistema de controlo
interno; Programa de auditoria interna. Também vai se falar da Área de compras:
Descrição do sistema de controlo interno; Programa de auditoria interna Quadros e
fluxogramas da área de compras. É portanto, desta forma que far-se-á o
desenvolvimento do presente trabalho.
Objetivos
Geral
Compreender o Processo de Auditoria em Geral;
Específicos
Identificar os programas de auditoria nas áreas de compras e financeira;
Descrever o sistema de controlo interno nas áreas de compras e financeira.
Explicar o processo de avaliação do sistema de controlo interno.
Metodologia
Para a realização do presente trabalho foi necessário o uso do método bibliográfico que
consistiu na leitura de diversas obras que versam sobre o assunto em estudo.
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1.Programas de auditoria
Programa de Auditoria constitui-se no desenvolvimento do Plano de Auditoria,
executado previamente aos trabalhos de campo, embasado em objetivos definidos e nas
informações disponíveis sobre as atividades da entidade auditada. É o plano de ação
detalhado, destinado a orientar adequadamente o trabalho do auditor, permitindo-lhe,
ainda, complementá-lo quando circunstâncias imprevistas o recomendarem, MORAIS
& MARTINS (2013:22).
Assim, o programa de auditoria constitui-se no objetivo final do planejamento. É um
plano de acção detalhado e se destina, precipuamente, a orientar adequadamente o
trabalho do auditor interno, facultando-se-lhe, ainda, sugerir oportunamente
complementações quando as circunstâncias o recomendarem.
Neste sentido, ATTIE (1998:56) define o programa de auditoria como sendo:
uma definição ordenada de objetivos, determinação de escopo e
roteiro de procedimentos detalhados, destinado a orientar a
equipe de auditoria; configura-se na essência operacional do
trabalho de auditagem relativamente a uma área específica da
entidade ou a gestão de determinado sistema organizacional e
deve estabelecer os procedimentos para a identificação, análise,
avaliação e registro da informação durante a execução do
trabalho.
Para ele, o programa de auditoria é estruturado de forma padronizada e pode conter:
Sistema organizacional a ser auditado;
Conceituação;
Áreas envolvidas;
Período;
Objetivos;
Cronograma dos trabalhos;
Equipe de auditores internos;
Custos envolvidos;
Tick-marks utilizadas;
Procedimentos;
Questionário de Avaliação - Controles Internos Administrativos (QACI);
Campo para observações dos auditores internos;
Conceito dos auditores internos;
Orientações gerais.
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1.1.Programa de Trabalho
Assim, dos itens citados anteriormente, a programação dos trabalhos de auditoria deverá
ser consubstanciada em documento contendo, obrigatoriamente e no mínimo, (ATTIE,
1998:60), os seguintes itens:
Objeto
Objetivos (geral e específicos);
Escopo do exame;
Avaliação dos riscos envolvidos;
Procedimentos de auditoria a serem executados;
Recursos a serem utilizados (humanos, materiais, tecnológicos e financeiros);
Tick-marks utilizadas;
Cronograma detalhado, envolvendo as diversas fases de execução;
a) Objeto
Definição sucinta das características da área ou da atividade a ser auditada, propiciando
ao auditor um nível mínimo de informações que permite avaliar, desde logo, a
magnitude, importância, complexidade da área e, portanto, a problemática de controle
que terá pela frente.
b) Objetivo da auditoria
O objetivo geral significa o que se pretende alcançar no âmbito macro, ou seja, define o
que a auditoria procurará atingir dentro da área de investigação sob exame: “Qual a
finalidade da realização do exame dentro da área selecionada?”
c) Escopo do trabalho
Para COSTA, (2010:198) escopo é a delimitação estabelecida para a implementação dos
programas de auditoria. A determinação do Escopo, para ser consistente, deve guardar
compatibilidade com os objetivos da auditoria programada e contemplar os seguintes
elementos estruturais:
Abrangência - refere-se à delimitação do universo auditável, e por ser assim, representa
o mais importante elemento estrutural do escopo. Pelo requisito Abrangência identifica-
se o que deve ser examinado;
Oportunidade - consiste, objetivamente, na pertinência do ponto de controle e na
temporalidade dos exames programados, aqui o sentido da tempestividade torna-se
variável decisiva. Por meio do requisito Oportunidade identifica-se quando deve ser
realizado o exame, ou seja, o período de abrangência do exame.
Extensão - corresponde à configuração da amostra, à amplitude ou tamanho dos exames
previstos (provas seletivas, testes e amostragens), vale dizer: corresponde à quantidade
dos exames programados. Através do requisito Extensão identifica-se quanto deve ser
examinado.
Profundidade - significa a intensidade das verificações, o seu grau de detalhamento, seu
nível de minúcia, enfim a qualidade dos exames. Difere, neste sentido, do conceito da
extensão visto aquele se relacionar aos aspectos da quantidade. Pelo requisito
Profundidade identifica-se como deve ser realizado o exame. Ex: técnicas de auditoria
utilizadas, roteiros de Auditoria e Check list aplicados.
g) Cronograma detalhado
É a definição do tempo necessário para a execução de cada fase do trabalho,
dimensionando-se assim, qual o prazo previsto para a realização da auditoria e entrega
dos resultados.
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h) Tick-marks utilizadas
Para auxiliar na utilização do programa de auditoria, devem ser utilizadas marcas
(símbolos) usuais de verificação denominadas tick-marks. A principal função de tais
marcas é evidenciar qual o tipo de revisa que foi efetuada sobre aquele item marcado,
(TRIBUNAL DE CONTAS, 1999:45). Com isso, pode se afirmar que as marcas a
serem utilizadas são:
a) Conforme documento original examinado ( Ø )
b) Conforme registro do sistema informatizado ( )
c) Conferido;
d) Cálculo conferido ( Σ )
e) Ponto de relatório ( X )
É importante que os programas de auditoria indiquem claramente o significado de cada
marca ou símbolo empregado.
Os auditores internos dispensarão ao preparo dos programas de auditoria todo o cuidado
e o empenho necessários para que o resultado final atinja o padrão de qualidade técnico
almejado.
É desejável, ainda, que o programa de auditoria seja suficientemente flexível para
permitir adaptações tempestivas, sempre que surgirem questões relevantes que
justifiquem as alterações propostas. Qualquer modificação deve ser levada, por escrito,
ao conhecimento da Unidade de Auditoria Interna e receber a devida análise para que
seja aprovada.
É recomendável que o novo programa de auditoria seja submetido a pelo menos um
teste-piloto, especialmente diante da elevada complexidade e da falta de manualização
ou de informações precisas a respeito do objeto da auditoria, (TRIBUNAL DE
CONTAS, 1999:47). Ferramenta útil para facilitar a elaboração conceitual do trabalho e
subsidiar as decisões sobre a estratégia metodológica a ser empregada é a matriz de
planejamento, de utilização obrigatória nas avaliações de natureza operacional e
facultativa nas demais modalidades de trabalho realizadas pela Unidade de Auditoria
Interna.
O TRIBUNAL DE CONTAS, (1999:47) realça que nenhum trabalho de auditoria in
loco, de cunho ordinário, poderá ser empreendido sem que haja o respectivo programa
de auditoria, que é essencial ao ato de auditar, definindo o ponto de controle sobre o
qual se deve atuar.
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1.3.2.Procedimentos de Auditoria
De acordo com ATTIE (1998:45), qualquer auditoria inicia-se com um planeamento dos
trabalhos e, após esta fase, é feito um exame preliminar que se realiza após o
encerramento das contas do ano anterior. É neste exame preliminar que se encontra a
fase de avaliação dos sistemas de controlo interno, que depois permitirá definir a
extensão dos procedimentos de auditoria.
De acordo com a literatura encontrada ATTIE (1998:45), a avaliação de um SCI pode
ser dividida em três etapas fundamentais:
A primeira etapa de uma avaliação do controlo interno de uma entidade implica uma
análise de toda a informação disponível sobre a entidade e os seus processos, por forma
a identificar os procedimentos de controlo interno existentes e, posteriormente,
descrevê-los e documentá-los.
Segundo COSTA (2010), no levantamento do SCI de uma entidade devem ser
analisados documentos como organigramas, manuais de descrição de funções, manuais
de políticas e procedimentos contabilísticos, bem como de medidas de controlo interno,
entre outros documentos que contenham informações imprescindíveis para que a
descrição do CI seja o mais próxima possível da realidade. Por outro lado, o
TRIBUNAL DE CONTAS (1999:32) menciona ainda que ao reunir a informação
deverão ainda ser analisados os objetivos do organismo, os regulamentos e normas
internas e, ainda, dados relativos às principais operações financeiras.
No entanto, poderão haver algumas situações em que o auditor não dispõe destes
documentos e desta informação, como no caso em que aqueles documentos não são
atualizados com regularidade ou simplesmente não existem. Neste caso, mas também
quando estes documentos são disponibilizados, o auditor deverá obter e/ou completar a
informação obtida através da realização de entrevistas ou através de questionários
padronizados (COSTA, 2010).
As entrevistas são geralmente realizadas com os responsáveis das secções ou
departamentos, mas poderão também ser efetuadas com os próprios executantes das
tarefas, devendo ser bem planeadas e preparadas com bastante cuidado por parte do
auditor externo. Este deverá marcar previamente a entrevista e definir criteriosamente os
assuntos a abordar durante a mesma. O auditor deverá conseguir obter do entrevistado
uma descrição das funções desempenhadas por este, bem como de todo o
desenvolvimento do processo a analisar, isto é, da sua primeira etapa até à finalização
do processo. No decorrer da entrevista o auditor deverá ainda garantir que esta se
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desenvolva com cordialidade, abertura e respeito e que seja o mais eficaz possível no
que respeita ao objetivo final, o levantamento do SCI (TRIBUNAL DE CONTAS,
1999).
Por outro lado, poderão também ser utilizados nesta fase questionários padronizados, os
quais nada mais são do que um conjunto de procedimentos contabilísticos e de medidas
de controlo interno que se espera estarem implementados numa dada entidade com o
mínimo de organização. Este conjunto de procedimentos e medidas poderá ser mais ou
menos extenso e serve de orientação para o auditor na fase de levantamento dos pontos
cruciais dos processos a descrever. Geralmente, existem três opções de resposta a estes
questionários, sim, não ou não aplicável, havendo ainda espaço para observações de
aspetos particulares que tenham sido identificados. Note-se que, por serem
padronizados, estes questionários deverão ser adaptados à realidade de cada entidade
que se pretende analisar, sobretudo em relação a aspetos como o mecanismo de
autorizações existente, bem como a segregação de funções ou mesmo o registo
contabilístico. Para além disso, a lógica subjacente a estes questionários tem vindo a
evoluir, sendo que é usual estes questionários terem a sua base em determinados
objetivos de controlo considerados básicos para os principais processos de uma
entidade, ao invés do que se espera estar implementado (COSTA, 2010:42).
Por último, poderá ser ainda realizada uma simples observação dos funcionários,
verificando a forma como as tarefas são executadas e como a documentação é tratada
(COSTA, 2010).
Segundo COSTA (2010:56) das três formas de levantamento de processos aqui
referidas, a correspondente ao questionário padronizado é a menos adequada devido à
sua pouca especificação ou à sua generalidade em demasia.
Entretanto, após a realização destas tarefas, o auditor deverá ser capaz de registar e
documentar todos os procedimentos para os quais fez levantamento e reunião de
informações. Analogamente, existem várias formas de registar as informações
recolhidas sobre o SCI, nomeadamente, as narrativas, os fluxogramas ou mesmo um
misto das duas últimas, as quais fazem parte dos papéis de trabalho do auditor e da
segunda etapa acima referida.
Na mesma perspectiva COSTA, (2010:67) acrescenta que as narrativas são bastante
utilizadas em auditoria e consistem numa descrição bastante detalhada dos
procedimentos contabilísticos e das medidas de controlo interno existentes nas várias
áreas operacionais de uma dada entidade. Normalmente, produz-se narrativas para as
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áreas mais importantes e/ou de maior risco para a organização. Ao contrário do que se
passa na situação dos questionários padronizados, no caso das narrativas o auditor pode
ser levado a uma excessiva pormenorização dos processos, sendo por isso uma forma de
registo mais adequada a processos mais simples por forma a não ser perdida a sua
vantagem, a obtenção de uma visão global sobre o processo.
Por sua vez, o TRIBUNAL DE CONTAS, (1999) descreve que poderemos também
encontrar os chamados fluxogramas, os quais envolvem o desenvolvimento de uma
representação gráfica dos procedimentos contabilísticos e das medidas de controlo
interno implementados numa entidade. Esta técnica utiliza vários símbolos para
conseguir relatar a sequência lógica das operações e processo analisados, bem como a
forma como a informação e documentação flui dentro da organização. Os fluxogramas
podem ainda tomar duas formas: fluxogramas verticais ou fluxogramas horizontais.
Nos fluxogramas verticais, os procedimentos são apresentados sucessivamente na
vertical, geralmente de forma descendente, sendo dada importância aos documentos.
Por outro lado, os fluxogramas horizontais apresentam os procedimentos
sucessivamente na horizontal, contendo assim varias colunas correspondentes às várias
secções que se incluam no processo a descrever. Em relação a outras formas de registo
dos SCI, será de fácil dedução a vantagem da utilização dos fluxogramas uma vez que
no caso de processos complexos, permitem ao auditor obter uma visão mais direta do
processo (COSTA, 2010:78).
Por fim, no registo do SCI o auditor poderá também fazer uso de métodos mistos que,
como o nome indica, são uma combinação dos dois métodos acima descritos, a narrativa
e o fluxograma. Desta forma, através deste método obtém-se uma descrição por extenso
das políticas, procedimentos e práticas contabilísticas em conjunto com a sua
representação fluxo-gráfica (TRIBUNAL DE CONTAS, 1999:34).
Segundo COSTA (2010:241), a segunda forma de registo dos SCI aqui apresentada, os
fluxogramas, é claramente preferível às demais “uma vez que pode representar de forma
clara, simples e concisa qualquer esquema por mais complexo que seja”.
Ressalta ainda aqui a importância da documentação do trabalho realizado, uma vez que,
tal como COSTA (2010:235) refere, “em auditoria é fundamental ficar com a prova
(audit evidence) do trabalho realizado”.
Recolhido e registado todo o SCI relevante para a auditoria, passa-se à terceiraetapa do
processo de avaliação do SCI, a confirmação e respetiva avaliação do sistema de
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controlo interno efetivamente observado e documentado. Por sua vez, esta etapa pode
dividir-se em três fases:
Confirmação da existência do SCI;
Avaliação preliminar;
Verificação do funcionamento do sistema.
A primeira das três fases acima referidas, a confirmação da existência do SCI, trata-se
da verificação de que o sistema, identificado e descrito pelo auditor, corresponde de
facto à realidade do normal decorrer de cada processo. Nesta fase, utilizam-se os
chamados testes de procedimento (também conhecidos por walkthroughs), nos quais o
auditor seleciona um exemplo de um processo corrente e procede a sua análise,
verificando todos os passos tomados desde o seu inicio até ao fim, averiguando assim a
existência do SCI tal como foi descrito. Desta forma, poderão ser encontradas
diferenças no que respeita à descrição do sistema feita pelo auditor e a realidade
encontrada no exemplo escolhido, devendo estas ser corrigidas. Note-se que aqueles
testes são realizados apenas para as operações consideradas como relevantes conforme o
definido no início da auditoria, (TRIBUNAL DE CONTAS, 1999:50).
Posto isto, o auditor fará a avaliação preliminar do sistema por si identificado, o que
corresponde à segunda fase mencionada. Nesta avaliação preliminar, o objetivo do
auditor é aferir se o SCI está na verdade a cumprir com o seu propósito no que respeita
aos objetivos estipulados (TRIBUNAL DE CONTAS, 1999).
Por fim, a última e terceira fase prende-se com a verificação do funcionamento do
sistema, altamente relacionado com a segunda fase, sendo aqui utilizados os testes de
conformidade. Estes testes têm como finalidade permitir ao auditor concluir sobre a
execução do SCI implantado, ou seja, se este é de facto aplicado às transações da
entidade. Assim, através da realização destes testes o auditor verifica a adequação do
sistema encontrado e se aquele realmente funciona, quer no período da avaliação do SCI
quer em todo o período temporal a analisar na auditoria, apercebendo-se da
credibilidade do mesmo. É depois desta fase que o auditor poderá decidir sobre
delimitar ou alargar a extensão dos seus trabalhos, nomeadamente no que respeita aos
testes substantivos a realizar, conforme obtenha resultados satisfatórios ou não em
relação à eficácia do SCI encontrado (TRIBUNAL DE CONTAS, 1999).
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1.4.Auditoria Financeira
O processo de auditoria financeira inicia-se com a fase de planejamento, passando pela
fase de execução (ou de testes) e termina com a fase de relatório. Ressalta-se, todavia,
que o planejamento não é uma fase estanque, devendo ser atualizado em todas as fases
do processo, (TRIBUNAL DE CONTAS, 1999:78). Além disso, alguns aspectos são
transversais e perpassam todas as fases do processo de auditoria, tais como controle de
qualidade, documentação e comunicação. Estes aspectos contribuem para garantir a
eficácia e a credibilidade da auditoria. Apesar das semelhanças entre os processos de
diferentes tipos de auditoria, há algumas características específicas que merecem ser
destacadas. Em trabalhos de certificação, sejam eles para assegurar a confiabilidade da
informação ou a conformidade com leis e regulamentos, pelo menos quatro
peculiaridades se sobressaem.
A primeira refere-se ao uso da abordagem baseada em risco. Em geral, trabalhos de
asseguração são periódicos (em regra, anuais) e abrangentes, por ter como objeto todo o
conjunto de transações, saldos e divulgações do período auditado. A grande quantidade
de elementos a serem auditados e os prazos pré-estabelecidos exigem uma abordagem
de auditoria tão eficiente e eficaz quanto possível, de tal modo que em um curto período
de tempo seja possível testar tantos elementos quantos necessário para obter o nível de
segurança requerido. A abordagem baseada em risco direciona os esforços para áreas de
alto risco, reduzindo a quantidade de testes necessários e aumentando as chances de
identificar distorções materialmente relevantes.
A segunda peculiaridade refere-se à amostragem estatística. Mesmo utilizando a
abordagem baseada em risco e testando todas as áreas com alto risco de distorção
relevante, o auditor só poderá formar uma opinião sobre aqueles elementos que forem
testados. Neste caso, não seria possível obter segurança razoável sobre todo o conjunto
de elementos auditados. Por isso, é fundamental a utilização de amostragem estatística
para permitir a extrapolação dos resultados da auditoria para todo o conjunto de
informações da entidade. A terceira peculiaridade refere-se ao encaminhamento de
possíveis fraudes ou irregularidades, passíveis de responsabilização administrativa e
financeira, identificadas durante um trabalho de asseguração. Devido às limitações
técnicas e temporais, não é possível investigar e obter provas de fraudes e
irregularidades no mesmo processo de auditoria. Além disso, não há condições técnicas
e temporais para a identificação de responsáveis por fraudes e irregularidades passíveis
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1.5.Área de Compras
O setor de Compras é considerado de fundamental importância para uma organização.
Para ARNOLD (1999:45), compra é uma atividade que tem que localizar fontes
adequadas de suprimentos, negociar preços, obtendo o material certo, nas quantidades
certas, com a entrega correta (tempo e lugar), da fonte correta e no preço certo. Este
setor tem como finalidade obter materiais, peças, acessórios, componentes ou serviços.
O processo de compras inclui também a seleção de fornecedores, os contratos de
negociação, e todas as decisões para conclusão da compra. É também considerado como
um setor de apoio à instituição, pois seu serviço é de utilidade aos demais
departamentos, (ARNOLD, 1999:45).
Deste modo é imprescindível que seu processo ocorra de forma segura e correta, para
que não existam falhas ou para as que, se eventualmente ocorrerem, não venham a
prejudicar outros setores.
1.6.1.Segregação de Funções
É fundamental que as funções sejam atribuídas a pessoas diferentes, assim evitando a
ocorrência de conflito, e até mesmo ações injustas quando eventualmente houver erros
ou fraudes no desempenho das atividades. A segregação de funções é avaliada como o
elemento mais importante dos que compõem um sistema de controle interno eficaz,
onde o mesmo consiste em não atribuir diversas etapas de um procedimento para uma
única pessoa, diminuindo o risco das operações serem efetuadas de forma ineficaz ou
fraudulenta (SILVA JUNIOR, 1998:34).
De acordo com ALMEIDA (1996:51), um sistema de controle interno com as funções
corretamente atribuídas, colabora para:
Assegurar que todos os procedimentos de controles sejam executados;
Detectar erros e irregularidades;
Apurar as responsabilidades por eventuais omissões na realização das
transações da empresa.
Sendo assim, pode-se notar que a atribuição das funções contribui para a eficácia do
controle, auxiliando no cumprimento dos procedimentos estabelecidos pela
administração, na detecção de erros no desenvolvimento das atividades e principalmente
na constatação do responsável por tal irregularidade.
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Conclusão
Contudo, pode-se perceber que os objetivos do planejamento de auditoria podem ser
atingidos de modo mais eficiente quando este planejamento é feito por escrito, ou seja,
quando as ideias ou decisões relativas ao “que fazer”, “como fazer” e “porque fazer”,
são convertidas em um documento formal para direcionar a execução dos trabalhos
Assim, no acto da auditoria o controle interno é uma ferramenta de fundamental
importância para um bom gerenciamento em toda organização, o qual visa implantar e
avaliar métodos e procedimentos internos, cujo objetivo é proporcionar à instituição
melhor desempenho em todas as suas atividades de rotina.
Portanto, a implantação de um controle interno eficiente, alimentado por pessoas
capacitadas, proporciona a entidade melhor desempenho em suas atividades, e
consequentemente resultados satisfatórios, contribuindo com o desenvolvimento e
permanência da mesma no mercado empresarial, atualmente bastante competitivo.
No entanto, cabe ressaltar também que é necessária a cooperação de todos os
colaboradores, pois um controle interno mesmo que eficiente, pode ser considerado
invalido caso não seja alimentado por pessoas capacitadas, e dispostas e realizarem um
bom trabalho em prol do melhor para a empresa.
Desta forma, conclui-se que a adoção e utilização correta de um controle interno
eficiente são de suma importância em toda instituição, onde o mesmo é adaptado as
necessidades e de acordo com as características de cada departamento, este tendo como
objetivo fornecer informações seguras e verídicas, proporcionando aos diretores maior
segurança na tomada de decisões.
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Bibliografia
TRIBUNAL DE CONTAS. Manual de Auditoria Financeira. República Federativa do
Brasil.2016.
SÁ, Antônio Lopes de. Curso de auditoria. 10ª. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
ATTIE, William. Auditoria: conceitos e aplicações. São Paulo: Atlas, 1984.
ATTIE, William. Auditoria Interna: conceitos e aplicações. 2ª. ed. São Paulo: Atlas,
2007.
ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Auditoria: um curso moderno e completo. São Paulo:
Atlas, 1996.
ARNOLD, J. R. Tony. Administração de materiais. São Paulo: Atlas, 1999.
SILVA JUNIOR, José Barbosa da. Controles internos contábeis e alguns aspectos de
auditoria. Coleção Seminários CRC-SP / IBRACON. São Paulo: Atlas, 2000.
BASSO, Irani Paulo. Iniciação à auditoria. 3. ed. Ijuí: UNIJUI, 2005.
MORAIS, G. & MARTINS, I. Auditoria interna – Função e Processo. (3ªEdição).
Lisboa: Áreas Editora.2013.