Ebook Odontologia Miofuncional DR Joao Batista
Ebook Odontologia Miofuncional DR Joao Batista
Ebook Odontologia Miofuncional DR Joao Batista
MIOFUNCIONAL
O CAMINHO DA INTEGRALIDADE
Boa Leitura!
AGRADECIMENTOS
Este livro não teria sido possível sem a intervenção e persistência da minha
esposa e colega Maria Adelaide Burzlaff, que, durante toda a sua vida, procurou
respostas para uma série de indagações e que estas foram respondidas quando co-
nheceu a chamada na época Ortodontia Miofuncional. A partir de então, nossa visão
da Odontologia mudou.
..................................................................
“A coisa mais indispensável ao homem é reconhecer o uso que deve fazer do seu
próprio conhecimento”
Platão
15
Planas, citado por Alécia Louzada em seu livro Manual Prático de utilização
dos aparelhos do Sistema MRC (2016), diz que ―a face humana é um complexo sen-
sorial encarregado de transmitir ao SNC a maioria das informações do meio ambien-
te. A primeira excitação neural de desenvolvimento é a respiração nasal‖.
2. O TRATAMENTO MIOFUNCIONAL:
tos dentários e torne a face mais equilibrada e harmoniosa. Atuam também nos
músculos periorais fortalecendo-os e estimulando o fechamento dos lábios. Também
atuam na rotação mandibular, através da postura alta da língua, nas mordidas pro-
funda e aberta e no alinhamento do plano oclusal. Melhoram ainda a simetria facial e
a postura corporal.
4. TEMPO DE USO
Os aparelhos miofuncionais são utilizados durante uma hora ao dia e por to-
da a noite de sono.
5. CURSOS DE APRENDIZADO
Para podermos atuar nesta área com desenvoltura, é imprescindível que fa-
çamos cursos de Odontologia Miofuncional. Neles, aprenderemos o modus operandi
desta filosofia, que é tão importante para tornar a ciência odontológica mais integra-
lizada, e teremos o apoio de professores envolvidos nesta área para dirimir nossas
dúvidas.
19
1. INTRODUÇÃO
____________________
21
JEFFERSON, Y. Mouth breathing: adverse effects on facial growth, health, academics, and beha-
vior. Gen Dent, v. 58, n. 1, p. 18-25, 2010.
3
BARBOSA, R. W., OLIVEIRA, A. E., ZANDONADE, E. Fatores associados ao surgimento da respira-
ção bucal nos primeiros meses do desenvolvimento infantil. Rev Bras Crescimento Desenvolv Hum.
v. 19, n 2, p. 237-248, 2009.
22
____________________
9
CASAGRANDE, L. et al. Aleitamento natural e artificial e o desenvolvimento do sistema estomatog-
nático. Rev. Fac. Odontol. v. 49, n 2, p. 7-11, 2008.
26
MENEZES, V. A.; TAVARES, R. L. O.; GRANVILLE-GARCIA, A. F. Síndrome da Respiração Oral:
Alterações Clínicas e Comportamentais. Arquivos em Odontologia, v. 45, n. 3, p. 160-165, 2009.
13
FERREIRA, F. V., Amamentação e respiração bucal: abordagem fisioterapêutica e odontoló-gica.
Fisioterapia Brasil, v. 8, n. 1, p. 41-46, 2018.
23
2. SISTEMA ESTOMATOGNÁTICO
____________________
24
MARCHESAN I. Q. Avaliação e terapia dos problemas respiratórios. Fundamentos em Fonoaudiolo-
gia: aspectos clínicos da motricidade oral. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 1998. p. 23-36.
6
CAMARGO, M. C. F. Programa Preventivo de Maloclusões para Bebês. In: GONÇALVES, E. A. N.;
FELLER, C. Atualização na Clínica Odontológica. São Paulo: Apcd, 1998, p. 405-442.
2
ARAGÃO, W. Regulador de Função Aragão - Tratamento das doenças Sistêmicas a partir do sistema
estomatognático. São Paulo: Liv. Santos Editora Com. Imp. Ltda, 2007.
9
CASAGRANDE, L. et al. Aleitamento natural e artificial e o desenvolvimento do sistema es-
tomatognático. Rev. Fac. Odontol. v. 49, n 2, p. 7-11, 2008.
24
3. PADRÕES RESPIRATÓRIOS
____________________
6
CAMARGO, M. C. F. Programa Preventivo de Maloclusões para Bebês. In: GONÇALVES, E. A. N.;
FELLER, C. Atualização na Clínica Odontológica. São Paulo: Apcd, 1998, p. 405-442.
13
FERREIRA, F. V., Amamentação e respiração bucal: abordagem fisioterapêutica e odontoló-gica.
Fisioterapia Brasil, v. 8, n. 1, p. 41-46, 2018.
36
QUAGLIA, T. C. R. O adolescente respirador bucal. Adolescência e Saúde. v.2, n. 3, p. 30-32, 2005.
25
MARCHESAN I. Q. Avaliando e tratando o sistema estomatognático. In: Campiotto AR, et al, organi-
zadores. Tratado de fonoaudiologia. São Paulo: Roca, 1997. p. 763-80.
25
Respirar pela boca exige uma mudança de postura para assegurar a abertu-
ra de uma via aérea através da cavidade bucal. Dessa forma, os lábios permanecem
entreabertos, a mandíbula deslocada para baixo e para trás e a posição lingual infe-
riorizada e anteriorizada, sem contato com o palato. Dessa forma, passam a predo-
minar forças musculares extrabucais sobre dentes posteriores, diminuindo a dimen-
são transversal do arco superior38.
____________________
20
JEFFERSON, Y. Mouth breathing: adverse effects on facial growth, health, academics, and beha-
vior. Gen Dent, v. 58, n. 1, p. 18-25, 2010.
36
QUAGLIA, T. C. R. O adolescente respirador bucal. Adolescência e Saúde. v.2, n. 3, p. 30-32, 2005.
22
LESSA, F. C. R. et al. Influência do padrão respiratório na morfologia craniofacial. Revista Brasileira
de Otorrinolaringologia, v. 71, n. 2, p. 156-160, 2005.
38
SILVA FILHO O. G.; GARIB D. G.; LARA T. S. Ortodontia Interceptiva: Protocolo de trata-mento em
duas fases. São Paulo: Ed. Artes Médicas, 2013.25 MARCHESAN I. Q. Avaliando e tratando o sistema
estomatognático. In: Campiotto AR, et al, organizadores. Tratado de fonoaudiologia. São Paulo: Roca,
1997. p. 763-80.
27
____________________
8
CARVALHO, G. D. SOS respirador bucal: uma visão funcional e clínica da amamentação. In: SOS
respirador bucal: uma visão funcional e clínica da amamentação. São Paulo: Lovise, 2003. p. 286-286
23
MAAHS, M. A. P; ALMEIDA, S. T. Respiração oral e apneia obstrutiva do sono: Integração no diag-
nóstico e tratamento. Rio de Janeiro: Revinter, 2017.
41
VINHA, P. P.; CARVAHO, G. D. C.; BRANDÃO, G. Alterações morfofuncionais decorrentes do uso
da mamadeira. In: O aleitamento materno no contexto atual — políticas, práticas e bases científicas.
[s.l] Editora Sarvier, 2008. p. 444-461
28
Figura 1
Figura 1 - características faciais típicas do respirador bucal, com selamento labial incompetente, boca
aberta em repouso, olhar triste e desatento e má posição dentária.
Para Moyers (1991), uma causa atuante durante certo tempo sobre os teci-
dos provocará um resultado que depende da frequência, intensidade e duração.
Nos respiradores orais, como as forças laterais da língua que contribuem pa-
ra a expansão do palato estão diminuídas, os músculos bucinador e masseter pas-
sam a exercer uma força constritiva na maxila23.
____________________
23
MAAHS, M. A. P; ALMEIDA, S. T. Respiração oral e apneia obstrutiva do sono: Integração no diag-
nóstico e tratamento. Rio de Janeiro: Revinter, 2017.
19
IANNI FILHO, D.; BERTOLINI, M. M.; LOPES, M. L. Contribuição multidisciplinar no diagnós-tico e
no tratamento das obstruções da nasofaringe e da respiração bucal. Rev Clin Ortodon Dental Press, v.
4, n. 6, p. 90-102, 2006.
29
crianças de duas escolas de Recife (PE), sendo uma particular e uma pública, e
mostraram que 55,2% dos alunos possuíam respiração oral, ou seja, uma prevalên-
cia elevada. Em 2008, Paula, Leite e Wernek conduziram um estudo transversal na
cidade de Juiz de Fora (MG), do qual participaram 649 alunos de 6 a 12 anos, e foi
encontrada uma prevalência de 59,5% de respiração bucal na amostra. Já em 2015,
Ribeiro et al,. em sua revisão sistemática, demonstrou que indivíduos com respira-
ção oral apresentam maior tendência de dificuldades na aprendizagem do que os
nasais.
4. NASCIMENTO
____________________
19
IANNI FILHO, D.; BERTOLINI, M. M.; LOPES, M. L. Contribuição multidisciplinar no diagnós-tico e
no tratamento das obstruções da nasofaringe e da respiração bucal. Rev Clin Ortodon Dental Press, v.
4, n. 6, p. 90-102, 2006.
2
ARAGÃO, W. Regulador de Função Aragão - Tratamento das doenças Sistêmicas a partir do sistema
estomatognático. São Paulo: Liv. Santos Editora Com. Imp. Ltda, 2007.
15
GOMES S. C. et al. Rebirth of childbirth: reflections on medicalization of the Brazilian obstetric care.
Rev Bras Enferm. v. 71, n 5, p. 2594-8, 2018.
30
Nesse tipo de parto, faz-se uma incisão no baixo ventre e no útero e a crian-
ça é retirada sem que haja a limpeza adequada das vias aéreas e do corpo. A crian-
ça então sofre uma aspiração com sonda nas cavidades nasais, bucal e da traqueia,
porém essa limpeza é ineficiente quando comparada à limpeza ocorrida no parto
normal. Além disso, a mucosa nasal pós-aspiração pode desenvolver algum nível de
edema, provocando o fechamento da via aérea e fazendo com que a criança respire
pela boca e apresente dificuldades para mamar2.
____________________
2
ARAGÃO, W. Regulador de Função Aragão - Tratamento das doenças Sistêmicas a partir do sistema
estomatognático. São Paulo: Liv. Santos Editora Com. Imp. Ltda, 2007.
8
CARVALHO, G. D. SOS respirador bucal: uma visão funcional e clínica da amamentação. In: SOS
respirador bucal: uma visão funcional e clínica da amamentação. São Paulo: Lovise, 2003. p. 286-286
15
GOMES S. C. et al. Rebirth of childbirth: reflections on medicalization of the Brazilian obstetric care.
Rev Bras Enferm. v. 71, n 5, p. 2594-8, 2018.
31
pode causar mais prejuízos do que benefícios maternos e/ou fetais. Em relação às
cirurgias cesarianas realizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), aponta-se o
aumento de 38,3%, em 2001, para 55,15%, em 2014. A partir desse índice, pode-
mos observar que o Brasil vive uma epidemia de cesáreas eletivas 15.
5. LACTOGÊNESE
6. AMAMENTAÇÃO
Dessa forma, o aleitamento materno pode ser definido como um ato comple-
xo que envolve o binômio mãe-filho, com a finalidade de extrair o leite do seio. A es-
timulação da mama pela sucção do recém-nascido é importante fator na produção
do leite materno, sendo o mesmo obtido por meio de um complexo exercício muscu-
lar. Durante a amamentação, como a vedação anterior obriga a criança a respirar
____________________
8
CARVALHO, G. D. SOS respirador bucal: uma visão funcional e clínica da amamentação. In: SOS
respirador bucal: uma visão funcional e clínica da amamentação. São Paulo: Lovise, 2003. p. 286-286
33
pelo nariz, ela respira e deglute alternadamente, não interferindo na saturação san-
guínea de oxigênio. O estiramento do lábio superior e a abertura das coanas nasais
impedem que a respiração nasal seja obstruída. A língua se mantém anteriorizada,
permitindo que a orofaringe fique desobstruída e o fluxo de ar passe livremente. A
amamentação torna-se, então, relevante para o estabelecimento do padrão respira-
tório normal29.
____________________
29
MENINO, A. P. et al. Atividade muscular em diferentes métodos de alimentação do recém-nascido e
sua influência no desenvolvimento da face. Rev Med Minas Gerais, v. 19, n. 5, p. 11-8, 2009.
9
CASAGRANDE, L. et al. Aleitamento natural e artificial e o desenvolvimento do sistema estomatog-
nático. Rev. Fac. Odontol. v. 49, n 2, p. 7-11, 2008.
4
BRASIL. Ministério da Saúde. Saúde da criança: nutrição infantil, aleitamento materno e ali-mentação
complementar. Brasília, Cadernos de Atenção Básica, n. 23, 2009.
34
____________________
9
CASAGRANDE, L. et al. Aleitamento natural e artificial e o desenvolvimento do sistema es-
tomatognático. Rev. Fac. Odontol. v. 49, n 2, p. 7-11, 2008.
8
CARVALHO, G. D. SOS respirador bucal: uma visão funcional e clínica da amamentação. In: SOS
respirador bucal: uma visão funcional e clínica da amamentação. São Paulo: Lovise, 2003. p. 286-286
4
BRASIL. Ministério da Saúde. Saúde da criança: nutrição infantil, aleitamento materno e ali-mentação
complementar. Brasília, Cadernos de Atenção Básica, n. 23, 2009.
35
Figura 2
____________________
1
ABANTO, J.; DUARTE, D.; FERES, M. Primeiros mil dias do bebê e saúde bucal. Coletâ-nea CIOSP.
v 1. São Paulo: Editora Napoleão, 2019.
8
CARVALHO, G. D. SOS respirador bucal: uma visão funcional e clínica da amamentação. In: SOS
respirador bucal: uma visão funcional e clínica da amamentação. São Paulo: Lovise, 2003. p. 286-286
17
GUEDES-PINTO, A. C. Odontopediatria. 7. ed. São Paulo: Liv. Santos, 2003.
41
VINHA, P. P.; CARVAHO, G. D. C.; BRANDÃO, G. Alterações morfofuncionais decorrentes do uso
da mamadeira. In: O aleitamento materno no contexto atual — políticas, práticas e bases científicas.
[s.l] Editora Sarvier, 2008. p. 444-461
36
Figura 3 - Movimento descrito pela mandíbula durante a ordenha, em uma vista lateral
Figura 3
____________________
8
CARVALHO, G. D. SOS respirador bucal: uma visão funcional e clínica da amamentação. In: SOS
respirador bucal: uma visão funcional e clínica da amamentação. São Paulo: Lovise, 2003. p. 286-286
41
VINHA, P. P.; CARVAHO, G. D. C.; BRANDÃO, G. Alterações morfofuncionais decorrentes do uso
da mamadeira. In: O aleitamento materno no contexto atual — políticas, práticas e bases científicas.
[s.l] Editora Sarvier, 2008. p. 444-461
37
____________________
29
MENINO, A. P. et al. Atividade muscular em diferentes métodos de alimentação do recém-nascido e
sua influência no desenvolvimento da face. Rev Med Minas Gerais, v. 19, n. 5, p. 11-8, 2009.
13
FERREIRA, F. V., Amamentação e respiração bucal: abordagem fisioterapêutica e odontoló-gica.
Fisioterapia Brasil, v. 8, n. 1, p. 41-46, 2018.
38
____________________
8
CARVALHO, G. D. SOS respirador bucal: uma visão funcional e clínica da amamentação. In: SOS
respirador bucal: uma visão funcional e clínica da amamentação. São Paulo: Lovise, 2003. p. 286-286
4
BRASIL. Ministério da Saúde. Saúde da criança: nutrição infantil, aleitamento materno e ali-mentação
complementar. Brasília, Cadernos de Atenção Básica, n. 23, 2009.
41
VINHA, P. P.; CARVAHO, G. D. C.; BRANDÃO, G. Alterações morfofuncionais decorrentes do uso
da mamadeira. In: O aleitamento materno no contexto atual — políticas, práticas e bases científicas.
[s.l] Editora Sarvier, 2008. p. 444-461
13
FERREIRA, F. V., Amamentação e respiração bucal: abordagem fisioterapêutica e odontoló-gica.
Fisioterapia Brasil, v. 8, n. 1, p. 41-46, 2018.
39
Figura 5: Estudos clínicos e epidemiológicos com diferentes tipos de alimentação da criança e in-
fluência na atividade muscular e desenvolvimento da face
40
Desde 1992, o Ministério da Saúde e o Fundo das Nações Unidas para a In-
fância (Unicef) certificam na Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC) instituições
de saúde públicas e privadas que cumprem os ‗Dez Passos para o Sucesso do
Aleitamento Materno’, o ‘Cuidado Amigo da Mulher’ e uma série de outros re-
quisitos que buscam a adequada atenção à saúde da criança e da mulher. No país,
são 324 instituições certificadas. Desde então, a utilização da técnica do copinho
vem sendo amplamente difundida nas unidades neonatais e maternidades. O copo é
um método alternativo para alimentar recém-nascidos quando estes ainda não estão
sendo amamentados exclusivamente no seio materno, ou quando a mãe se encon-
tra momentaneamente impossibilitada de amamentar. O objetivo é evitar o ofereci-
mento de bicos artificiais (chupetas e mamadeiras) às crianças amamentadas ao
seio5,10.
____________________
5
BRASIL. Ministério da Saúde. Saúde da Criança: o que é, cuidados, políticas, vacinação, aleitamen-
to. Brasília, 2018. Disponível em: https://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/crianca. Acesso em 10 abr.
2020.
10
COUTO, D. E.; NEMR, K. Análise da prática da técnica do copinho em hospitais amigos da criança
nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo. Revista CEFAC, v. 7, n. 4, p. 448-458, 2005.
41
____________________
1
ABANTO, J.; DUARTE, D.; FERES, M. Primeiros mil dias do bebê e saúde bucal. Coletâ-nea CIOSP.
v 1. São Paulo: Editora Napoleão, 2019.
8
CARVALHO, G. D. SOS respirador bucal: uma visão funcional e clínica da amamentação. In: SOS
respirador bucal: uma visão funcional e clínica da amamentação. São Paulo: Lovise, 2003. p. 286-286
12
DINIZ S. G.; DUARTE A. C. Parto normal ou cesárea? O que toda mulher deve saber e todo homem
também. Sâo Paulo: Editora UNESP, 2004.
43
duro. A língua hipotônica, ao contrário, deixará de estimular a maxila para fora (late-
ralmente), diminuindo ainda mais o estímulo de desenvolvimento transversal maxilar
e acentuando sua atresia8,41.
Figura 6 - Interposição do bico artificial na boca do bebê causando posicionamento retraído e rebai-
xado da língua e bucinadores contraídos
____________________
8
CARVALHO, G. D. SOS respirador bucal: uma visão funcional e clínica da amamentação. In: SOS
respirador bucal: uma visão funcional e clínica da amamentação. São Paulo: Lovise, 2003. p. 286-286
41
VINHA, P. P.; CARVAHO, G. D. C.; BRANDÃO, G. Alterações morfofuncionais decorrentes do uso
da mamadeira. In: O aleitamento materno no contexto atual — políticas, práticas e bases científicas.
[s.l] Editora Sarvier, 2008. p. 444-461
9
CASAGRANDE, L. et al. Aleitamento natural e artificial e o desenvolvimento do sistema es-
tomatognático. Rev. Fac. Odontol. v. 49, n 2, p. 7-11, 2008.
44
6.5 Copinho
6.6 Chupeta
____________________
8
CARVALHO, G. D. SOS respirador bucal: uma visão funcional e clínica da amamentação. In: SOS
respirador bucal: uma visão funcional e clínica da amamentação. São Paulo: Lovise, 2003. p. 286-286
41
VINHA, P. P.; CARVAHO, G. D. C.; BRANDÃO, G. Alterações morfofuncionais decorrentes do uso
da mamadeira. In: O aleitamento materno no contexto atual — políticas, práticas e bases científicas.
[s.l] Editora Sarvier, 2008. p. 444-461
45
____________________
39
SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Departamento Científico de Aleitamento Materno. Uso
de chupeta em crianças amamentadas: prós e contras. Guia prático de atualização. [s.l], [s.n], 2017.
1
ABANTO, J.; DUARTE, D.; FERES, M. Primeiros mil dias do bebê e saúde bucal. Coletâ-nea CIOSP.
v 1. São Paulo: Editora Napoleão, 2019.
12
DINIZ S. G.; DUARTE A. C. Parto normal ou cesárea? O que toda mulher deve saber e todo homem
também. Sâo Paulo: Editora UNESP, 2004.
46
____________________
39
SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Departamento Científico de Aleitamento Materno. Uso
de chupeta em crianças amamentadas: prós e contras. Guia prático de atualização. [s.l], [s.n], 2017.
1
ABANTO, J.; DUARTE, D.; FERES, M. Primeiros mil dias do bebê e saúde bucal. Coletâ-nea CIOSP.
v 1. São Paulo: Editora Napoleão, 2019.
12
DINIZ S. G.; DUARTE A. C. Parto normal ou cesárea? O que toda mulher deve saber e todo homem
também. Sâo Paulo: Editora UNESP, 2004.
47
____________________
21
KABARITI, D. H. V. C. Odontologia Miofuncional: Gestação, Amamentação e Infância. In: CHAVES,
R. G. P. et al. Anais da 1ª Semana Virtual em Odontologia Miofuncional. 1. ed. Uruguaiana: Editora
Conceito, 2020. p. 56-65.
1
ABANTO, J.; DUARTE, D.; FERES, M. Primeiros mil dias do bebê e saúde bucal. Coletâ-nea CIOSP.
v 1. São Paulo: Editora Napoleão, 2019.
48
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
1. INTRODUÇÃO
Respirar é um ato fundamental para a vida humana, cujo objetivo pode ser
resumido em prover oxigênio aos tecidos e remover dióxido de carbono. Durante a
inspiração, ocorre a contração diafragmática, que puxa as superfícies inferiores dos
pulmões para baixo. Depois, durante a expiração, o diafragma simplesmente relaxa
e o recuo elástico dos pulmões, da parede torácica e das estruturas abdominais
comprime os pulmões e expele o ar15. No entanto, o corpo humano necessita de ou-
tras estruturas para levar o ar até os pulmões, para que ocorra esse processo des-
crito e para que o oxigênio seja absorvido e distribuído para as células. Essas estru-
turas são o nariz, a faringe, a laringe, a traqueia, os brônquios e os bronquíolos.
____________________
10
DIAS, M. F. Noções de neonatologia. [S. I.]. 2019. Disponível em: <https://irp-
cdn.multiscreensite.com/64d4fda7/files/uploaded/Aula%201%20-%20Neonatologia.pdf>. Acesso em:
15 mar. 2019.
15
GUYTON, A. C.; HALL, J. E. Ventilação Pulmonar. In: GUYTON, A. C.; HALL, J. E. Fisologia Médi-
ca. Ed. 11. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006. p. 471-482.
51
____________________
15
GUYTON, A. C.; HALL, J. E. Ventilação Pulmonar. In: GUYTON, A. C.; HALL, J. E. Fisologia Médi-
ca. Ed. 11. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006. p. 471-482.
16
MARCHESAN, I. Q. Avaliação e terapia dos problemas da respiração. In: MARCHESAN, I. Q. Fun-
damentos em Fonoaudiologia: aspectos clínicos da motricidade orofacial. 2. ed. Rio de Janeiro: Gua-
nabara Koogan, 2005. p. 29-43.
14
GARCIA, A. F. Síndrome da respiração oral: Alterações clínicas e comportamentais. Arquivos em
Odontologia, Minas Gerais, v. 45, n. 03, p. 160-165, set. 2009.
52
2.1 Definição
2.2 Etiologia
____________________
6
BERWIG, L. C. et al. Alterações no modo respiratório, na oclusão e na fala em escolares: ocorrências
e relações. Rev. CEFAC, São Paulo, v. 12, n. 5, p. 795-802, abr. 2010. Doi:
https://doi.org/10.1590/S1516-18462010005000094. Acesso em: 01 abr. 2019.
16
MARCHESAN, I. Q. Avaliação e terapia dos problemas da respiração. In: MARCHESAN, I. Q. Fun-
damentos em Fonoaudiologia: aspectos clínicos da motricidade orofacial. 2. ed. Rio de Janeiro: Gua-
nabara Koogan, 2005. p. 29-43.
54
Menezes (2009) fala em seu artigo que, por mais equilibrado que o indivíduo
seja, ninguém reage bem a falta de ar. Existe uma relação estreita entre os estados
psíquicos e a respiração. Respiradores bucais geralmente apresentam um compor-
tamento irritado, ansioso, impaciente e inquieto.
O sono evolui em ciclos de fases REM e não-REM (do inglês Rapid Eye Mo-
vement, ‗Movimento Rápido dos Olhos‘), onde ocorrem eventos fisiológicos específi-
55
cos, tais como a liberação de hormônios do crescimento (GH) durante o sono delta,
ao mesmo tempo em que se observa uma atividade reduzida do eixo hipotálamo-
pituitária-adrenal (HPA), que é ativado na preparação para lidar com uma situação
de estresse e desativado pelo seu produto final, o glicocorticoide cortisol — cuja
ação reguladora é essencial, pois uma atividade exagerada do HPA se tornaria pre-
judicial ameaçando a própria homeostase23. Logo, o indivíduo que não dorme bem
apresenta alterações nesses sistemas e, consequentemente, no funcionamento do
seu organismo como um todo. Somado a isso, o portador da SRB também apresenta
má oxigenação cerebral, motivo pelo qual costumam ser pessoas mais estressadas,
apresentando estados de letargia e dores de cabeça, sonolência diurna, expressão
vaga, olheiras, déficit no processo de aprendizagem e, ainda, linguagem difícil, pois
geralmente têm problemas de audição que podem ocasionar uma escrita errônea.
Apresentam ainda enurese noturna e inabilidade para os esportes17.
____________________
7
BURGER, R. C.; CAIXETA, E. C.; DI NINNO, C. Q. M. S. A relação entre apnéia do sono, ronco e
respiração oral. Rev CEFAC, São Paulo, v. 6, n. 3, p. 266-271, jul.-set. 2004.
11
FAGONDES, S. C.; MOREIRA, G. A. Apnéia obstrutiva do sono em crianças. Jornal Brasileiro de
Pneumologia, São Paulo, v. 36, n. 2, p. 57-61, 2010. Doi: https://doi.org/10.1590/S1806-
37132010001400015. Acesso em: 16 mar. 2019.
23
PALMA, B. D. et al. Repercussões imunológicas dos distúrbios do sono: o eixo hipotálamo-pituitária-
adrenal como fator modulador. Rev Bras Psiquiatr, v. 29, n. 1, p.33-38, 2007. Doi:
https://doi.org/10.1590/S1516-44462007000500007. Acesso em: 23 mar. 2019.
17
MENEZES, V. A.; TAVARES, R. L. O.; GRANVILLE-GARCIA, A. F. Síndrome da respiração oral:
alterações clínicas e comportamentais. Arquivos em Odontologia, v. 45, n.3, p. 160-165, jul.-set. 2009.
56
O padrão postural das crianças antes dos 10 anos de idade varia constan-
temente, pois estão testando novas maneiras de reagir à gravidade. Durante a ado-
lescência, a postura muda devido a alterações hormonais do início da puberdade e
ao desenvolvimento musculoesquelético. Entretanto, após a adolescência, há uma
estabilização do crescimento e os padrões posturais se definem 18. Nesse momento,
o paciente portador da SRB, em consequência das alterações citadas anteriormente,
pode apresentar alterações na curvatura da coluna vertebral, gerando diminuição da
lordose cervical, aumento da cifose torácica e aumento da lordose lombar, juntamen-
te com a anteversão da posição da pelve4.
____________________
5
BASSO, D. B. A. et al. Estudo da postura corporal em crianças com respiração predominan-temente
oral e escolares em geral. Saúde, Santa Maria, v. 35, n. 1, p. 21-27, 2009. Doi:
https://doi.org./10.5902/223658346525. Acesso em: 20 mar. 2019.
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na postura e a atuação da fisioterapia. In: Fisioweb Wgate. 2004. Disponível em:
http://www.wgate.com.br/conteudo/medicinaesaude/fisioterapia/respiratoria/respiradororal.htm. Acesso
em: 20 mar. 2019.
4
BARBOSA, R. W. et al. Fatores associados ao surgimento da respiração bucal nos primeiros meses
do desenvolvimento infantil. Rev Bras Crescimento Desenvolv Hum, Espírito Santo, v. 19, n. 2, p. 237-
248, ago. 2009. Doi: https://doi.org/10.7322/jhgd.19914. Acesso em: 20 mar. 2019.
58
No respirador bucal, a linha da gravidade que cai entre os pés está desloca-
da à frente dos tornozelos, devido à projeção anteriorizada da cabeça e tórax, ge-
rando um desequilíbrio anterior. Como forma de adaptação, o joelho vai para trás da
linha da gravidade, ficando as pernas em hiperextensão e os pés levemente abertos.
Em 2010, Roggia et al. concluíram em seu estudo com 51 escolares, entre 9 e 12
anos de idade, que respiradores orais possuem pior postura corporal e, quando
comparados os gêneros, os meninos apresentaram maiores índices de joelhos hipe-
restendidos e alteração no ângulo dos tornozelos.
____________________
9
CUNHA, D. A.; SILVA, G. A. P.; SILVA, H. J. Repercussões da Respiração Oral no Estado Nutricio-
nal: Por que Acontece? Int Arch Otorhinolaryngol, São Paulo, v. 15, n. 2, p. 223-230, abr.-maio-jun.
2011. Doi: https://doi.org/10.1590/S1809-48722011000200016. Acesso em: 10 mar. 2019.
59
2.5 Diagnóstico
____________________
22
PACHECO, M. C. T. et al. Guidelines for clinical recognition of mouth breathing children. Den-tal
Press J Orthod, Vitória, v. 20, n. 04, p. 39-55, July. 2015. Doi: https://doi.org/10.1590/2176-
9451.20.4.039-044.oar. Acesso em: 02 abr. 2019.
27
REIS, T. C.; QUAGLIA, C. O adolescente respirador bucal. Adolescência e Saúde, Rio de Ja-neiro,
v. 2, n. 3, p. 30-32. set. 2005.
61
da tomada radiográfica, o que pode mascarar uma imagem e levar a um erro de di-
agnóstico. Logo, a telerradiografia cefalométrica, juntamente com o exame físico,
uma boa anamnese e a experiência profissional, se torna uma técnica simples, bara-
ta e confiável de diagnóstico.
2.6 Tratamento
____________________
21
Odontologia miofuncional. [S. I.]. 2019. Disponível em:
http://www.sense.odo.br/tratamento/odontologia-miofuncional-. Acesso em: 31 mar. 2019.
62
3. Relato do tratamento
Na primeira fase, foi utilizado o aparelho T1, que promove a correção dos
hábitos e inicia o alinhamento dentário. É feito de silicone macio e flexível, para se
adaptar a uma grande variedade de formas de arco e dentes desalinhados. O mate-
rial macio proporciona melhor retenção e conforto nas fases iniciais do tratamento.
Na segunda fase, foi utilizado o aparelho T2, que proporciona o desenvolvimento do
arco e dá continuidade à correção dos hábitos. Possui Dynamicore™ com grade de
Frankel, para auxiliar no desenvolvimento do arco, permitindo mais espaço para a
dentição que está erupcionando e melhorando o alinhamento dos dentes. Na tercei-
ra fase, o T3 faz o alinhamento individual dos dentes, o desenvolvimento do arco e a
correção dos hábitos. Também possui Dynamicore™, para auxiliar na correção dos
maxilares e proporcionar mais espaço para a dentição que está erupcionando. Além
disso, dispõe de encaixes individuais que alinham os dentes anteriores. Na última
fase, o T4 finaliza o alinhamento dos dentes e dos maxilares. A sua construção em
poliuretano rígido proporciona ótima contenção dos resultados. O posicionador lin-
gual vazado finaliza a correção da posição da língua.
____________________
7
BURGER, R. C.; CAIXETA, E. C.; DI NINNO, C. Q. M. S. A relação entre apnéia do sono, ronco e
respiração oral. Rev CEFAC, São Paulo, v. 6, n. 3, p. 266-271, jul.-set. 2004.
23
PALMA, B. D. et al. Repercussões imunológicas dos distúrbios do sono: o eixo hipotálamo-pituitária-
adrenal como fator modulador. Rev Bras Psiquiatr, v. 29, n. 1, p.33-38, 2007. Doi:
https://doi.org/10.1590/S1516-44462007000500007. Acesso em: 23 mar. 2019.
67
Cunha, Silva e Silva (2011) falam, em seu estudo, que, quando a língua as-
sume uma postura baixa e sem contato com o palato, acaba causando uma com-
pressão externa do músculo bucinador, aumentando assim a sua tonicidade, en-
quanto a maxila, por sua vez, se torna atrésica e o palato profundo e com forma
oval. Outro músculo que tem a sua tonicidade aumentada é o mentoniano, que é
exercitado na tentativa de promover um selamento labial. Logo, fica evidente que os
achados clínicos concordam com o que diz a literatura.
4. Considerações finais
1. Introdução
____________________
35
OKELO, S. et al. Emotional Quality of Life and Outcomes in Adolescents with Asthma. J Pediatr Pe-
diatr Med., v. 145, no. 4, p. 523-29, oct, 2004.
45
RECINTO, C. et al. Effects of Nasal or Oral Breathing on Anaerobic Power Output and Metabolic
Responses. Int J Exerc Sci, v. 10, no. 4, p. 506-514, 2017
30
MILANESI, J. M. et al. Nasal patency and otorhinolaryngologic-orofacial features in children. Braz J
Otorhinolaryngol, Santa Maria, Nov. 2017. DOI: 10.1016/j.bjorl.2017.10.014.
9
CARVALHO, G. D. SOS Respirador Bucal: Uma visão funcional e clínica da amamentação. 2. ed.
São Paulo: Lovise, 2010. Disponível em:
<http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?id_materia=119&fase=imprime>. Acesso em: 15 set. 2018
71
____________________
27
MENEZES, V. A.; TAVARES, R. L. O.; GARCIA, A. F. G. Síndrome da respiração oral: altera-ções
clínicas e comportamentais. Arq Cent Estud Curso Odontol, Pernambuco, v. 45, n. 3, p. 160-165, set.
2009.
12
COSTA, J. G. et al. Clinical recognition of mouth breathers by orthodontists: A preliminary study. Am
J Orthod Dentofacial Orthop, v. 152, no. 5, p. 647-653, Nov. 2017.
20
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4, n. 1, p. 28-32, 2007.
47
SOLÉ, D. et al. International Study of Asthma and Allergies in Childhood (ISAAC): prevalence of
asthma and asthma-related symptoms among Brazilian schoolchildren. J Investig Allergol Clin Immu-
nol, v. 11, no. 2, p. 123-28, 2001.
72
Para que haja uma boa oclusão, é preciso evitar que a respiração bucal se
instale. Para que a mesma ocorra, é necessário que haja um equilíbrio da muscula-
tura oral, com os músculos bucinador e orbicular dos lábios exercendo força externa
e a musculatura da língua exercendo força interna. Antagônicas, são essas forças
que mantêm a harmonia da oclusão. Fatores que promovem a má oclusão, como
uso de chupeta, mamadeiras e copos que façam exercer pressão negativa ao fazer
sucção, devem ser evitados. Com o aleitamento materno, o desenvolvimento cranio-
facial correto da criança é favorecido, pois, dessa forma, há o exercício dos múscu-
los mastigatórios de maneira eficaz e eficiente9.
2. Respiração
____________________
9. CARVALHO, G. D. SOS Respirador Bucal: Uma visão funcional e clínica da amamentação. 2. ed.
São Paulo: Lovise, 2010. Disponível em:
<http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?id_materia=119&fase=imprime>. Acesso em: 15 set. 2018
20. LARA, A. M. A. E.; SILVA, M. F. C. Respiração bucal: revisão de literatura. Pesqui Odontol Bras, v.
4, n. 1, p. 28-32, 2007.
73
____________________
24
MARTINEZ, M. Respiração. In: Infoescola: navegando e aprendendo. 2018. Disponível em:
<https://www.infoescola.com/fisiologia/respiracao/>. Acesso em: 10 out. 2018.
23
MARCHESAN, I. Q. Avaliação e Terapia dos Problemas da Respiração. In: MARCHESAN, I. Q.
Fundamentos em Fonoaudiologia. Aspectos Clínicos da Motricidade orofacial. 2. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2005. p. 29-43
74
Conforme o país em que a técnica está sendo feita ou o terapeuta que a es-
tá utilizando, ela pode variar em alguns aspectos. Mas, em resumo, seu objetivo
principal é promover a normalização da respiração, atuando na redução da hiperven-
tilação. Isso é conseguido através de períodos de redução controlada da respiração,
conhecidos como ‗respiração lenta‘ e ‗respiração reduzida‘, associados a períodos
de retenção da respiração, conhecidos como ‗pausa controle‘ e ‗pausas prolonga-
das‘. As medidas de avaliação de resultado são as ‗pausas‘ e a taxa de pulso 5.
____________________
24
MARTINEZ, M. Respiração. In: Infoescola: navegando e aprendendo. 2018. Disponível em:
<https://www.infoescola.com/fisiologia/respiracao/>. Acesso em: 10 out. 2018.
28
MERCOLA, J. Como o Método de Respiração Buteyko Pode Melhorar Sua Saúde e Condição Físi-
ca. In: Instituto de Investigación para el conocimiento y desarollo de las facultades la-tentes del ser
humano.
7
CAMPBELL, T. G.; HOFFMANN, T.; GLASZIOU, P. P. Buteyko breathing for asthma. In: Co-chrane
Library. 2011. Disponível em:
<https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD009158/full>. Acesso em: 15 set.
2018.
76
____________________
5
BRUTON, A.; LEWITH, G. T. The Buteyko breathing technique for asthma: A review. Comple-ment
Ther Med, v. 13, no. 1, p. 41-46, Mar. 2005. Disponível em:
<https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0965229905000117?via%3Dihub>. Acesso em: 15
out. 2018 .
29
MERCOLA, J. Técnicas de Respiração para uma Melhor Saúde e Condicionamento Físico. In: Insti-
tuto de Investigación para el conocimiento y desarollo de las facultades latentes del ser humano.
2017. Disponível em: <https://portuguese.mercola.com/sites/articles/archive/2016/12/01/metodo-
respiracao-buteyko.aspx>. Acesso em: 11 out. 2018.
77
De acordo com Tavares e Yakovleva (2016), o oxigênio não pode ser entre-
gue aos vários órgãos do corpo se o nível de CO 2 nos pulmões é baixo. O CO2 regu-
la o pH do organismo, que regula o fornecimento de oxigênio aos tecidos. A menos
que haja CO2 suficiente na corrente sanguínea, as moléculas de O2 ficam ligadas à
hemoglobina e não podem ser libertadas para as outras células que necessitam de-
las. A explicação disso pode ser dada através dos efeitos Bohr e Haldane.
3. Respiração bucal
3.1 Definição
(2007), feito em crianças de duas escolas (pública e privada) do Recife (PE), mostra
que 55,2% dos escolares possuíam respiração oral, sendo esse percentual mais
elevado em alunos de escola pública (67,2%), sem haver diferença significativa em
relação ao sexo. O estudo de Paula, Leite e Werneck (2008) também mostra que a
prevalência de crianças portadoras de SRB é alta, sendo de 59,5% dos escolares
examinados. Em vista disso, fica evidente que essa é uma condição de saúde que
merece ser mais discutida e seus efeitos serem esclarecidos à população, de modo
a transmitir a importância da sua identificação e seu tratamento.
3.2 Etiologia
Calvet e Pereira (2000) afirmam que as causas da respiração bucal são va-
riadas, sendo ―toda afecção capaz de perturbar o calibre ou a configuração interna
das fossas nasais‖. Em geral, tem como causa as obstruções nasais (internas ou
externas) e faríngeas. Existem ainda algumas situações que, embora não levem à
obstrução nasal ou faríngea, podem ser responsáveis pela respiração oral, sendo
elas a macroglossia e a insuficiência labial. A flacidez dos músculos da face também
pode levar à postura abaixada da mandíbula, originando a respiração bucal.
____________________
43
PINZAN, A. et al. Crescimento e desenvolvimento craniofacial. In: Janzon, G. (Org.). Introdução à
Ortodontia. São Paulo: Artes Médicas, 2013. p. 11-22. cap. 1.
10
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Revista Brasileira de Medicina. 2018. Disponível em: <http://www.profala.com/arttf41.htm >. Acesso
em: 15 out. 2018
2
BACCHI, V. M. S. Síndrome do respirador bucal: um enfoque multidisciplinar. 2002. 90f. Trabalho de
Conclusão de Curso (Especialista em Ortodontia). Universidade Estadual de Campinas, Piracica-
ba, 2002.
81
neurais das fossas nasais. Por conseguinte, o ar inspirado tem seu trajeto alterado,
gerando uma atrofia nas fossas nasais e seus anexos2.
A criança que respira pela boca tem seu desenvolvimento social e cognitivo
comprometido. Em seu dia a dia, são exigidas tarefas que nem sempre ela está em
condições de executar, em decorrência das alterações no organismo provocadas
pela respiração bucal, como, por exemplo, atividades que requeiram esforço físico.
____________________
10
CARVALHO, M. P. Respiração bucal: uma visão fonoaudiológica na atuação multidisciplinar. In:
Revista Brasileira de Medicina. 2018. Disponível em: <http://www.profala.com/arttf41.htm >. Acesso
em: 15 out. 2018
2
BACCHI, V. M. S. Síndrome do respirador bucal: um enfoque multidisciplinar. 2002. 90f. Traba-lho de
Conclusão de Curso (Especialista em Ortodontia). Universidade Estadual de Campi-nas, Piracicaba,
2002.
14
CUNHA, D. A.; SILVA, G. A P.; SILVA, H. J. Repercussões da Respiração Oral no Estado Nutri-
cional: Por Que Acontece? Int Arch Otorhinolaryngol, São Paulo, v. 15, n. 2, p. 223-230, abr./maio/jun.
2011.
82
Estudos relatam que os respiradores orais geralmente são inquietos, ansiosos, irrita-
diços, agitados e impacientes, estando sempre cansados e sonolentos, devido à fal-
ta de repouso noturno em virtude dos pesadelos e dificuldades respiratórias. Além
disso, apresentam um déficit no processo de aprendizagem, o que decorre de uma
menor oxigenação cerebral, pois o sono é agitado e entrecortado, podendo repercu-
tir no desempenho escolar14,44.
____________________
14
CUNHA, D. A.; SILVA, G. A P.; SILVA, H. J. Repercussões da Respiração Oral no Estado Nutri-
cional: Por Que Acontece? Int Arch Otorhinolaryngol, São Paulo, v. 15, n. 2, p. 223-230, abr./maio/jun.
2011.
44
QUINTÃO, F. C.; ANDRADE, D. C.; LAGÔA, L. C. A Síndrome do respirador oral, suas influên-cias
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<http://www.wgate.com.br/conteudo/medicinaesaude/fisioterapia/respiratoria/respirador_oral.htm>.
Acesso em: 11 out. 2018.
MENEZES, V. A.; TAVARES, R. L. O.; GARCIA, A. F. G. Síndrome da respiração oral: alterações clí-
nicas e comportamentais. Arq Cent Estud Curso Odontol, Pernambuco, v. 45, n. 3, p. 160-165, set.
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27
MENEZES, V. A.; TAVARES, R. L. O.; GARCIA, A. F. G. Síndrome da respiração oral: altera-ções
clínicas e comportamentais. Arq Cent Estud Curso Odontol, Pernambuco, v. 45, n. 3, p. 160-165, set.
2009.
83
____________________
50
LIU C.Y. et al. The relationship between excursion of the diaphragm and curvatures of the spinal
column in mouth breathing children. J Pediatr, Rio de Janeiro, v. 84, no. 2, p.171-177, 2008.
36
OKURO, R. T. et al. Respiração bucal e anteriorização da cabeça: efeitos na biomecânica respirató-
ria e na capacidade de exercício em crianças. J Bras Pneumol., v. 37, n. 4, p. 471-479, 2011. Dispo-
nível em: <http://www.jornaldepneumologia.com.br/detalhe_artigo.asp?id=1123>. Acesso em: 07 out.
2018.
3
BARBOSA, R. W. et al. Fatores associados ao surgimento da respiração bucal nos primeiros meses
do desenvolvimento infantil. Rev Bras Crescimento Desenvolv Hum, Espírito Santo, v. 19, n. 2, p. 237-
248, ago. 2009
84
corporal, assim como as demais partes do corpo também podem exercer influência
nesse sistema. Adaptações dento-oclusais advindas da respiração bucal causam um
desequilíbrio no sistema estomatognático. Essas perturbações interferem na regula-
ção tônica postural. Quando há esse desequilíbrio, os cinco pares de nervos crania-
nos captam a informação da assimetria e a projetam nos núcleos dos nervos espi-
nhais, gerando tensão nos músculos do pescoço e dos ombros, de modo a descom-
pensar a postura corporal como um todo. Essas alterações craniomandibulares po-
dem ser más oclusões de classes II e III. Nos casos em que há má oclusão de clas-
se II, a cabeça ocupa uma posição anteriorizada em relação ao tronco e os ombros
são projetados para a frente, estando o dorso plano com o plano escapular anterior.
Já nos casos de má oclusão de classe III, em que há prognatismo mandibular e pos-
tura baixa de língua, os pacientes, em geral, apresentam o plano escapular e da ca-
beça inclinados para trás. A partir disso, é possível perceber que a boca atua como
unidade estabilizadora do mecanismo esquelético, sendo necessário avaliar as mo-
dificações desencadeadas pela mesma nas demais áreas do corpo.
De acordo com Monte (2004), para que haja a respiração nasal e o correto
desenvolvimento das estruturas craniofaciais é necessário que haja o selamento la-
bial, sendo a língua o componente essencial para tal. A base da língua deve estar
em contato com o palato mole, a porção média deve estar em contato com o palato
duro e a ponta da língua em contato com a face lingual dos dentes anteriores supe-
riores. Quando não há o contato da língua com um desses pontos, os músculos da
face se tornam flácidos, podendo levar a boca a se abrir durante a inspiração.
Além disso, com a compressão exercida pelo músculo bucinador pode haver
também o estabelecimento de mordida cruzada posterior. Na tentativa de promover
selamento labial, o músculo mentoniano é bastante exercitado, podendo gerar retru-
são maxilomandibular em relação à base do crânio e estabelecer uma relação de
classe II oclusal para o indivíduo. Todas essas alterações levam à modificação da
altura anteroinferior da face, podendo também se modificar, tornando-se aumenta-
da31.
____________________
31
MONTE C. D. Síndrome da respiração bucal em adolescentes: estudo série de casos. 2004. 60f.
Dissertação (Mestrado em Saúde Materno Infantil) - Instituto Materno-Infantil de Pernam-buco, Recife,
2004. Disponível em: <http://www.imip.org.br/site/ARQUIVOS_ANEXO/Conc ia-
na_Duarte_Monte%3B05101020%3B20061206.pdf >. Acesso em: 17 nov. 2018.
87
o paciente come muito rápido para poder respirar, tendo acompanhamento de bebi-
das nas refeições e a preferência por alimentos mais pastosos. Com uma alimenta-
ção mais pastosa, há maior facilidade e rapidez ao mastigar e deglutir. Entretanto,
alimentos com essa consistência tendem a ser mais calóricos, o que predispõe ao
excesso de peso44.
3.4.1 Diagnóstico
____________________
44
QUINTÃO, F. C.; ANDRADE, D. C.; LAGÔA, L. C. A Síndrome do respirador oral, suas influên-cias
na postura e a atuação da fisioterapia. In: Fisioweb Wgate. 2004. Disponível em:
<http://www.wgate.com.br/conteudo/medicinaesaude/fisioterapia/respiratoria/respirador_oral.htm>.
Acesso em: 11 out. 2018.
9
CARVALHO, G. D. SOS Respirador Bucal: Uma visão funcional e clínica da amamentação. 2. ed.
São Paulo: Lovise, 2010. Disponível em:
<http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?id_materia=119&fase=imprime>. Acesso em: 15 set. 2018
88
3.4.2 Tratamento
____________________
18
IANNI FILHO, D.; BERTOLINI, M. M.; LOPES, M. L. Contribuição multidisciplinar no diagnóstico e no
tratamento das obstruções da nasofaringe e da respiração bucal. Clin Cosmet Investig Dent, Maringá,
v. 4, n. 6, jan. 2006.
90
____________________
15
FARIA, P. R. A utilização da Ortodontia Miofuncional no tratamento de crianças e adolescentes.
Orthod Sci Pract, São Paulo, v. 7, n. 27, p. 401-406, ago 2014.
42
PEPICELLI A.; WOODS M.; BRIGGS C. The mandibular muscles and their importance in ortho-
dontics: a contemporary review. Am J Orthod Ortopedia Facial, v. 128, no. 6, p. 774-780, Dec. 2005.
22
MANUAL do Myobrace™. Myofunctional research co. In: Manual de procedimentos. [201-]. Disponí-
vel em: <http://orthomundi.com.br/public/uploads/pdfs/manuais/preview/preview84.pdf>. Acesso em:
13 dez. 2018.
32
MYOBRACE. Indicação de Aparelhos. In: Myofunctional Research. 2018. Disponível em:
<http://portuguese.myoresearch.com>. Acesso em: 27 out. 2018
92
funcional adequadas, bem como para a realização dos exercícios específicos solici-
tados17.
4. Relato do caso
____________________
17
HANSON, M. L. Oral myofunctional therapy. Am J Orthod, Saint Louis, v. 73, no. 1, p. 59-67, Jan.
1978.
93
Referente a sua postura, foi observado que ele apresenta ombros encurva-
dos para a frente, aumento da cifose dorsal, tórax voltado para dentro e anterioriza-
ção da cabeça, com diminuição da lordose cervical, podendo ser visualizado nas
figuras 2A e 2B.
cios diários e o uso dos aparelhos Myobrace™, com o intuito de corrigir hábitos mio-
funcionais incorretos, ou seja, corrigir a posição e a função da língua, obtendo a res-
piração nasal e treinando os músculos orais para trabalharem de forma correta.
Com o uso dos aparelhos no período da noite, ao dormir, e duas horas por
dia quando o paciente estiver acordado, juntamente com a execução dos exercícios
específicos, haverá o relaxamento dos músculos mentoniano e bucinador e o forta-
lecimento do músculo orbicular dos lábios, além de corrigir a deglutição atípica e to-
nificar a língua. Isso promoverá o equilíbrio do plano oclusal, favorecendo a postura
do paciente e o equilíbrio do sistema estomatognático de modo geral.
Monte (2004) constatou, por meio de sua pesquisa, que as alterações faciais
advindas dessa síndrome provocam modificações não só na oclusão dentária, mas
na vedação labial. Em vista disso, há o desencadeamento de uma disfunção masti-
gatória, levando o indivíduo a ter preferência pela ingestão de alimentos líquidos e
pastosos.
Andrade et al. (2005) relatam que, devido à hipofunção dos lábios, os quais
se mantêm entreabertos, o lábio inferior geralmente se encontra volumoso e com
eversão. Além disso, o fato de manter essa postura faz com que os músculos men-
toniano e bucinador tenham uma tonicidade aumentada. O paciente do relato não
apresenta vedação labial, mas tem dificuldades em sua alimentação, como pode ser
visto nas imagens e confirmado com o relato dos pais, ao mencionarem que seu filho
não demonstra ter muito apetite.
99
Respiradores orais não tem uma boa oxigenação cerebral, o que leva a
constantes estados de letargia e dores de cabeça. Isso implica em ter um compor-
tamento agitado e impaciente. Indivíduos com essa condição também apresentam
déficit no processo de aprendizagem e alterações na linguagem, condições que o
paciente também apresenta29.
____________________
29
MERCOLA, J. Técnicas de Respiração para uma Melhor Saúde e Condicionamento Físico. In: Insti-
tuto de Investigación para el conocimiento y desarollo de las facultades latentes del ser humano.
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100
5. Considerações finais
A SRB requer um olhar amplo e diferenciado por parte dos profissionais que
realizam o tratamento desses pacientes. As alterações fenotípicas decorrentes des-
sa síndrome configuram um quadro complexo, causando um grande impacto na sa-
úde do indivíduo, exigindo uma abordagem multidisciplinar ordenada. É preciso levar
em consideração também que há um alto índice de pessoas acometidas com essa
condição, o que a torna problema de saúde pública e merecedora de maior relevân-
cia clínica.
JÉSSYCA DE FREITAS
JOÃO BATISTA BURZLAFF
“Nenhuma sociedade que esquece a arte de questionar pode esperar encontrar res-
postas para os problemas que a afligem”
(Zygmunt Bauman)
102
1. Introdução
A respiração pela boca ocorre quando há uma obstrução das vias aéreas
superiores, obrigando o organismo a fazer uma adaptação ao seu padrão de respi-
ração e tornando-o ineficiente. A síndrome do Respirador Bucal (SRB) tem uma etio-
logia multifatorial, podendo variar entre uma obstrução anatômica, hábitos deletérios
e até quadros alérgicos como rinite. A respiração oral causa danos ao desenvolvi-
mento craniofacial e dentofacial, além de inúmeras doenças sistêmicas por fornecer
uma baixa quantidade de oxigenação aos tecidos. Mesmo após a correção de pro-
blemas anatômicos e uso de aparelhos ortodônticos, o fator etiológico não foi tratado
de fato, podendo ocasionar recidivas. O Método Buteyko incentiva o uso da respira-
ção nasal, mas de uma forma mais lenta, calma e relaxada, tentando assim reduzir a
hiperventilação e levando a um melhor aproveitamento do dióxido de carbono. Este
método surge como uma alternativa no auxílio ao tratamento do respirador bucal,
propondo exercícios simples para normalizar o padrão de respiração
O nariz constitui a primeira linha de contato das vias aéreas com ar inalado 4.
A respiração nasal é a principal fonte de entrada de ar em seres humanos e melhora
a qualidade do ar inspirado por filtragem, aquecendo-o e umidificando-o ar, além de
levar à proteção das vias aéreas2. A respiração nasal restrita melhora a oxigenação
localmente por meio da liberação de óxido nítrico (NO), um vasodilatador potente, e
do aumento do dióxido de carbono sérico (CO2), um ligante competitivo de hemoglo-
bina com oxigênio (O2), resultando assim em aumento de liberação de O da hemo-
globina nos tecidos ativos24. Segundo Courtney (2013), a respiração nasal pode for-
necer até 10% mais O2 do que respirar pela boca e esse fenômeno, após demons-
trado, se deve aos efeitos do NO produzido nos seios paranasais.
____________________
4
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103
Qualquer fator que leve à obstrução das vias aéreas superiores (VAS) faz
com que a respiração nasal seja substituída pela respiração oral, dentre eles, even-
tos mecânicos, doenças inflamatórias alérgicas e não alérgicas, más formações
congênitas e lesões tumorais38. Substâncias químicas produzidas no nariz, como NO
e lisozima, decompõem patógenos como bactérias, vírus e fungos nasais e mucosa
oral. A respiração pela boca reduz a disponibilidade dessas substâncias, comprome-
tendo assim o sistema de defesa imunológica 10.
____________________
38
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104
eficaz que deve ser realizada para regularizar os padrões de respiração, reduzindo a
frequência respiratória e aumentando a duração da expiração 16. De acordo com Bai-
ley et al. (2016), essa técnica propõe tratar a ‗hiperventilação oculta‘ por meio do
treinamento da ‗respiração reduzida‘, que envolve desacelerar a taxa de respiração,
reduzindo a ingestão de ar e respirando pelo nariz ao invés da boca. As quatro re-
gras fundamentais do Método Buteyko são as seguintes: (1) manter a boca fechada;
(2) manter as costas retas; (3) respirar suave e calmamente; e (4) comer apenas
quando estiver com fome 22.
____________________
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nov. 2020.
105
Sharma et al. (2019) relatam que este método pode ‗retreinar‘ o padrão de
respiração do corpo para corrigir a hiperventilação crônica presumida e a hipocap-
néia, tratando ou até mesmo curando o corpo desses problemas médicos. No caso
____________________
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4. Hiperventilação
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109
De acordo com Courtney (2013), o CO2 mais alto pode ser protetor do cére-
bro, particularmente sob condições de hipóxia (baixo O2), porque ajuda a manter a
perfusão cerebral e melhora a utilização de glicose cerebral e o metabolismo oxidati-
vo.
Figura 1 - Desvio da curva de dissociação de oxigênio-hemoglobina para a direita causado por au-
mento na concentração de íons hidrogênio (queda no pH).
globina passe a atuar como ácido mais forte, o que desloca CO 2 do sangue para os
alvéolos de duas maneiras: (1) quanto mais ácida a hemoglobina, menos ela tende a
se combinar com o CO2 para formar carbaminoemoglobina, deslocando assim gran-
de parte do CO2 presente na forma de carbamino do sangue; (2) a maior acidez da
hemoglobina também faz com que ela libere muitos íons hidrogênio que se ligam
aos íons bicarbonato para formar ácido carbônico. Por sua vez, o H2C03 se dissocia
em água e CO2, com este último sendo liberado do sangue para os alvéolos e, fi-
nalmente, para o ar.
7. Óxido nítrico
____________________
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111
do seio paranasal saudável expressa uma NO sintase induzível que gera continua-
mente grandes quantidades de NO, um mensageiro gasoso pluripotente com grande
atividade vasodilatadora e antimicrobiana. Este NO pode ser medido de forma não
invasiva na respiração exalada por via nasal e é provável que seu papel nesses si-
nos melhore os mecanismos locais de defesa do hospedeiro, por meio da inibição
direta do crescimento do patógeno e da estimulação da atividade mucociliar. Segun-
do Martel et al. (2020), limitando os fatores de estilo de vida que reduzem níveis de
NO endógeno nas vias aéreas, como, por exemplo, a respiração pela boca, é possí-
vel reduzir a carga viral de SARS-CoV-2 e sintomas de pneumonia causados pela
covid-19, promovendo mecanismos de defesa antiviral no trato respiratório, confor-
me se pode observar na figura 2.
8. Pausa controle
____________________
27
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113
Prenda a respiração pelo maior tempo possível para desbloquear seu nariz,
mudar o muco ou aliviar a constipação. Repita prendendo a respiração a cada minu-
to ou então por 5 ou 6 repetições, com uma pausa respiratória ao final de uma inspi-
ração e uma expiração, ambas curtas.
Ande com a boca fechada para criar uma necessidade de ar. Este exercício
envolve caminhar em um ritmo onde você sente necessidade de ar, mas ainda con-
segue manter a respiração nasal. Quanto menor a PC, mais cuidadoso você precisa-
rá ser durante o exercício.
Figura 9 — Muitas pequenas retenções respiratórias para parar a ansiedade, asma ou ataques de
pânico
• Asma grave;
• Enfisema;
• Diabéticos tipo 2;
• Pressão arterial alta;
• Gravidez (não pratique respiração reduzida durante o primeiro trimestre);
• Ansiedade e depressão;
• Enxaqueca. (MCKEOWN, 2004, p. 28-29)
ção pela boca é considerada uma condição patológica e pode ser o resultado de
obstrução das vias aéreas superiores, músculos faciais flácidos ou apenas hábito 2.
A respiração pela boca tem uma etiologia multifatorial que pode variar de
uma obstrução anatômica, como palatina e hipertrofia da tonsila faríngea, desvio
septal, pólipos nasais, hipertrofia das conchas nasais, rinite alérgica, sobrepeso, há-
bitos orais, e doenças neuromusculares, ou, indiretamente, até hábitos orais deleté-
rios9. A causa mais comum de respiração pela boca é a obstrução nasal, especifi-
camente a hipertrofia da adenoide em população pediátrica. Em crianças, o fenôme-
no de respirar pela boca é importante porque influencia negativamente o crescimen-
to e o desenvolvimento. As crianças com a respiração crônica pela boca podem de-
senvolver morfologicamente distúrbios durante a fase de crescimento, resultando em
um desenvolvimento desfavorável do complexo craniofacial e dentofacial 1.
Trevisan et al. (2015), o modo de respiração pela boca, tão obstrutivo quanto funcio-
nal, pode produzir adaptações posturais e desequilíbrios musculares na tentativa de
reduzir a resistência nasal e facilitar o fluxo de ar através da via aérea nasofaríngea.
Acerca da relação oclusal, a maioria das crianças com respirador oral apre-
sentou má oclusão de classe II, sendo a mordida cruzada mais frequente do que
naquelas com respiração nasal normal41.
____________________
9
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Construção Psicopedagógica, [S. l.], v. 26, n. 27, p. 37—52, 2018.
121
15. Tratamento
Quando a respiração bucal ocorre, ela obriga a língua a adotar uma posição
baixa e relaxada dentro da cavidade bucal, perdendo sua tonicidade muscular e pos-
tura fisiológica e prejudicando o correto desenvolvimento do palato e das arcadas.
Os músculos bucinadores comprimem as arcadas deixando-as atrésicas e com pou-
co espaço para o correto posicionamento dos dentes, alterando o crescimento e de-
senvolvimento facial, além de contribuir para uma deglutição atípica, precisando re-
correr a outros músculos, como, por exemplo, músculo mentoniano, orbicular da bo-
ca e bucinadores. Estes músculos pressionam as arcadas e, juntamente com a lín-
gua interposta aos dentes, causam más oclusões, apinhamentos e sobrecarga da
articulação temporomandibular (ATM).
uso de métodos auxiliares de tratamento, como o Método Buteyko, que busca nor-
malizar o padrão da respiração, a fim de devolver ao paciente uma respiração funci-
onal para, assim, ajudar no desenvolvimento crânio e dentofacial. Os exercícios pro-
postos neste método são simples e podem ser realizados em qualquer lugar e a
qualquer momento do dia, além de não ter custo para o paciente. É ressaltada tam-
bém a importância do trabalho multidisciplinar, contando com o auxílio de psicólo-
gos, fisioterapeutas, otorrinolaringologistas e o dentista, para diagnosticar e tratar de
forma adequada o respirador bucal, assim como destacar a importância do diagnós-
tico precoce ainda na infância, diminuindo as consequências da SRB.
124
1. Introdução
Por razões variadas, a respiração pode sofrer alterações e passar a ser rea-
lizada pela boca. Uma das causas etiológicas da respiração bucal está relacionada a
hábitos cronicamente adquiridos e mantidos, como o uso prolongado de chupeta e
mamadeira, além da falta de aleitamento materno. A postura errada da mamada
também pode dificultar a respiração pelo nariz, acarretando a respiração bucal. A
posição do bebê no berço é outro fator, pois, se ele estiver mal posicionado, não
conseguirá realizar a respiração nasal. O hábito de respirar pela boca apesar da
possibilidade de respirar pelo nariz, atualmente, é classificado como disfunção, isto
____________________
35
KOGA, C.Y. et.al. Influência da síndrome do respirador bucal na presença de estreptococos do gru-
po mutans e imunoglobulinas anti-streptococcus mutans na saliva. Rev. Odontol. Unesp., São Paulo,
v. 25, p. 207-16, mai. 1996.
127
é, o paciente não respira pelo nariz devido aos anos de obstrução real que o impedi-
ram de usar sua musculatura facial de maneira correta. Além disso, seus lábios ad-
quiriram uma posição incorreta, ocasionada pela hipotonia labial. Consequentemen-
te, mesmo não havendo nada que o impeça de respirar pelo nariz, ele não consegue
e frequentemente observa-se nos respiradores bucais interposição de língua, onico-
fagia (hábito de roer as unhas) e movimento de língua como se estivesse mastigan-
do48.
Com a boca aberta a maior parte do tempo, a língua passa a ficar mais baixa
junto aos dentes inferiores. Essa abertura exige uma flexão da cabeça para frente e
o tronco fica em posição incorreta, com o intuito de melhorar a passagem do fluxo
aéreo superior. Assim, o paciente muda o eixo da cabeça, projetando-a para frente,
esticando o pescoço e alterando a postura da coluna. É como o respirador bucal se
sente mais confortável, com uma postura adaptativa a suas condições74.
____________________
48
MEREDITH, G.M. Airway and Dentofacial Development. American Journal of Rhinology, [s.l.], v. 2,
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natal Care., [s.l.], v. 3, p.175—80, 2013.
128
A literatura traz uma prevalência muito variada, bem como os métodos. Se-
gundo Menezes (2006), seu estudo traz a respiração bucal com prevalência de
53,3%, valor muito próximo no estudo de Felcar et al. (2010), que apresenta uma
porcentagem de 56,8% da população estudada. Já Cavassani et al. (2003) verificam
um percentual de 77,78% de casos predominantemente de respiradores bucais. Di-
ferentemente do estudo realizado por Kharbanda et al. (2003), que percebeu uma
porcentagem de 6,6% na sua amostra.
2. Respiração fisiológica
____________________
1
ARAGÃO, W. Respirador bucal. Jornal de Pediatria., [s.l], v. 64, n. 8, p. 349-52, 1988.
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com dentição decídua. Rev CEFAC, São Paulo, v.9, n.2, 190-8, abr./jun, 2007
fazem com seja necessário buscar uma via desobstruída, induzindo o indivíduo a
131
respirar pela boca. Dentre as causas que podem ocasionar tal processo, estão as
obstrutivas — desvio de septo, presença de corpo estranho, hiperplasias de mucosa,
hiperplasias das tonsilas faríngeas ou palatinas — e as não obstrutivas — flacidez
dos órgãos fonoarticulatórios e/ou respiração bucal funcional decorrente de hábito
6,28
.
____________________
6
BARROS, J. R. C; BECKER, H. M. G.; PINTO, J. A. Avaliação de atopia em crianças respiradoras
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132
Contudo, de acordo com Silva et al. (2012), alguns respiradores bucais ten-
dem a desenvolver esta disfunção pelo hábito adquirido, pois não apresentam ne-
nhuma obstrução nasal ou alteração morfológica anatômica que favoreça tal distúr-
bio.
4. Período intrauterino
____________________
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JUNIOR, R. P.; 30. 30. NOMURA, M. L.; POLITANO, G. T. Doença periodontal e complicações obs-
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5. Amamentação
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135
posição mesiocêntrica. Esse crescimento permite que ocorra uma ampliação do es-
paço bucal e um melhor arranjo dos germes dentários dentro do osso alveolar, con-
tribuindo para a acomodação e a livre movimentação da língua dentro da cavidade
bucal, que anteriormente se encontrava alargada25.
____________________
13
CARVALHO, G. D. Alterações patológicas comuns na SRB. 1999. Disponível em:
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6. Hábitos deletérios
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137
7. Consequências e alterações
Ianni Filho et al. (2006) descrevem que a respiração bucal presente na fase
de crescimento e desenvolvimento da criança interfere no padrão de crescimento
craniofacial, acarretando importantes alterações em diversos órgãos, estruturas e
sistemas da região crânio-cérvico-bucofacial. A característica principal dos respira-
dores bucais é a face adenoideana: olhar triste e desatento, dificuldade de concen-
tração com repercussão na aprendizagem, olheiras profundas, lábios hipotônicos e
ressecados, alterações posturais cefálico-corpbucais e orofaciais, boca aberta, entre
outras. Além disso, observa-se com frequência: atresia maxilar, arco maxilar em
forma de V, dentes protrusos e acentuação do crescimento facial vertical, o que po-
de ser considerado um fator agravante em pacientes estruturalmente dolicocefálicos.
Segundo o autor, baseando-se na Teoria da Matriz Funcional de Moss, o crescimen-
to facial está diretamente relacionado ao equilíbrio das funções de sucção, respira-
ção, deglutição, mastigação e fonoarticulação. Já a respiração nasal está atrelada
____________________
25
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138
ao crescimento dos ossos do terço médio da face, enquanto a matriz funcional de-
termina o desenvolvimento dos maxilares, da face e do crânio e o crescimento dos
músculos seria um fator primário quando relacionado ao crescimento dos maxilares
e da face.
8. Epidemiologia
____________________
59. PRATES, N. S.; MAGNANI, M. B. B. A.; VLADRIGHI, H. C. Respiração bucal e problemas ortodôn-
ticos: relação causa-efeito. Ver. Paul Odontol., [s.l.], v.19, n. 4, p. 14-8, 1997
139
ambiental que mais comumente atua sobre a face e talvez a que produza as conse-
quências mais severas. Estima-se que 85% de todas as crianças apresentam algum
grau de insuficiência nasal e quase 20% respiram habitualmente pela boca.
Por sua vez, Mattos (2018), em seu estudo com 48 pacientes, subdivididos
igualmente em três grupos — Respiradores Nasais (RN), Respiradores Bucais (RB)
e Respiradores Buconasais (RBN) —, com faixas etárias entre 6 e 12 anos, gênero
masculino e feminino, concluiu que os grupos avaliados de respiradores bucais e
oronasais apresentaram Distúrbio Miofuncional Orofacial (DMO), bem como a ne-
cessidade de atenção ao paciente respirador buconasal, pois este grupo apresentou
características oromiofuncionais similares ao respirador bucal, sugerindo que a inter-
venção precoce pode evitar alterações no sistema estomatognático destes pacien-
tes.
quando comparadas às mais novas, indicando que a respiração bucal tenha se tor-
nado crônica.
9. Considerações finais
mente possível, pois quanto mais cedo for diagnosticada e tratada, melhor será o
prognóstico. Trata-se de um quadro complexo em que, na maioria das vezes, faz-se
necessária a intervenção de uma equipe multidisciplinar (fonoaudiólogo, otorrinola-
ringologista, fisioterapeuta e o ortodontista).
____________________
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1. Introdução
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60, jan. 1997.
148
Sua flacidez faz a língua se projetar para frente, causando, muitas vezes,
desvios articulares. Observa-se, nos idosos e em algumas crianças, sua participação
excessiva durante a deglutição — quando mantém a língua convexa e ‗prende‘ o
alimento contra o palato, não permitindo sua ingestão, como visto na dificuldade pa-
ra se deglutir comprimidos.
É uma lâmina muscular fina e retangular que tem sua origem no corpo do
osso hioide e se insere na parte lateral da língua, mais posteriormente. Possui um
pequeno feixe de fibras que se inserem nos músculos intrínsecos laterais e apicais,
o que é, ocasionalmente, considerado como um músculo distinto, o condroglosso.
____________________
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BASSO, D. B. A. et al. Estudo da postura corporal em crianças com respiração predominan-
temente oral e escolares em geral. Saúde, Santa Maria, v. 35, n. 1, p. 21-27, 2009.
149
Sua função é deprimir e puxar a língua para trás e para baixo, abaixando seus re-
bordos 53.
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____________________
53
ZEMLIN WR. Princípios de anatomia e fisiologia em fonoaudiologia. 4. ed. Porto Alegre: Ar-tmed;
2000.
151
a mímica facial. Sua origem encontra-se na região dos músculos torácicos e sua in-
serção dá-se na pele e em tecido da parte inferior da face, abaixo da mandíbula.
Suas fibras têm larga distribuição perto da face e verifica-se que contribuem para o
músculo zigomático e mesmo para o orbicular do olho53.
O músculo platisma, por ser extenso e participar de várias funções, pode de-
senvolver uma hiperatividade compensatória, causada pela irregularidade de múscu-
los vizinhos. Assim, pode-se apresentar forte contração do platisma durante a masti-
gação e/ou deglutição, bem como na presença de distúrbios posturais, como retifica-
ção das vértebras cervicais.
____________________
53
ZEMLIN WR. Princípios de anatomia e fisiologia em fonoaudiologia. 4. ed. Porto Alegre: Ar-tmed;
2000.
152
Tem a sua origem na porção inferior da raiz da língua e sua inserção na pon-
ta da mesma, sendo responsável por diminuir o comprimento lingual e puxar o seu
ápice para trás e para baixo. Encurta e alarga a língua, deprimindo a ponta e man-
tendo seu dorso convexo. A presença desequilibrada deste músculo juntamente com
outros pode não permitir um correto afilamento na ponta, tornando-a arredondada e
com a ponta para baixo. Com o desequilíbrio deste músculo o fonema /s/ pode ser
produzido com distorções, como na pronúncia não sulcada, isto é, quando os rebor-
dos anteriores da língua tocam a região alveolar dos pré e primeiros molares ou
quando a parte média da língua toca o palato duro e sua ponta se deprime. Também
nos casos de ceceios, quando a ponta da língua ultrapassa a linha frontal de oclusão
ou ocupa o espaço de uma mordida aberta anterior, ocorrem desvios de pronúncia
50
.
____________________
50
SILVERMAN ET. Reabilitação da fala, hábitos e terapia miofuncional nos processos restaura-dores.
In.: Seidi LJ. org. Um método dinâmico para a odontologia restauradora. São Pau-lo: Panamericana;
1984; p. 650-715.
153
Tem sua origem no septo mediano da língua e se insere na mucosa dos la-
dos da língua. Tem a função de afilar a língua, enquanto a estreita e alonga. É indis-
pensável para a correta deglutição, quando a língua suga o palato, fazendo com que
a pressão interna (sobre a língua) diminua, permitindo que o alimento seja totalmen-
te dirigido à orofaringe. Juntamente com o músculo longitudinal superior, mantém a
língua presa no palato, não permitindo, durante a deglutição, que escapes de ali-
mento/líquido sejam ejetados para o vestíbulo35. Além disso, uma sinergia das fibras
posteriores do músculo transverso com o músculo estiloglosso possibilita que o bolo
alimentar passe para o esôfago.
____________________
53
ZEMLIN WR. Princípios de anatomia e fisiologia em fonoaudiologia. 4. ed. Porto Alegre: Ar-tmed;
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35
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5. Articulação temporomandibular
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5.2 Alterações
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9
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LEA & FEBIGER: 1990. 117 p.
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DU BRUL EL: SICHER\u2019s Oral Anatomy, ed 7, St Louis, 1980, Mosby.
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lação temporomandibular do ponto de vista da Fisioterapia e da Odontologia. São Paulo: Santos;
1996.
158
São eles:
____________________
17
DOUGLAS, C.R. Patofisiologia Oral, vol. I, cap. 10. cap.13, 246 — 72, Pancast, 1998.
18
DU BRUL EL: SICHER\u2019s Oral Anatomy, ed 7, St Louis, 1980, Mosby.
159
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7
BIANCHINI, E. M. G. Como eu trato os problemas da articulação Temporomandibular (ATM). In:
Collectanea Symposium, Série Medicina e Saúde — Fonoaudiologia Hoje. São Paulo, Frontes Editori-
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1
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ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1996. cap. 2, p.50-55.
160
____________________
32
MOLINA, O.F. Fisiopatologia craniomandibular (Oclusão e ATM). São Paulo, Pancast, 1989, 595 p.
161
6. Aparelho miofuncional
é composto por uma gama de aparelhos que podem ser usados conforme a idade e
o tipo de deformação facial que o paciente apresenta. Alguns dos aparelhos que
compõem esse sistema são T4i, T4K, T4A, T4B, T4CII e sistema Myobrace. Eles
apresentam tamanho universal, são confeccionados com silicone ou poliuretano não
termoplástico e têm indicação para apinhamento anterior, classe II, divisões 1 e 2,
mordida aberta anterior, mordida profunda, classe III incipiente e correção de hábitos
orais. O trainer pré-ortodôntico T4K foi assim chamado porque é um treinador (trai-
ner)-T para (four)-4 crianças (Kids)-K. O aparelho T4K é composto por vários ele-
mentos que estimulam os músculos faciais, mastigatórios e da língua. É um disposi-
tivo pré-fabricado que possui canais dentários anteriores, que são canaletas no for-
mato dos dentes anteriores, superiores e inferiores, dispostas na relação de topo a
topo no sentido anterior e com altura de 1,5 mm. Os arcos labiais são convexidades
vestibulares pré-moldadas presentes nas porções superiores e inferiores do apare-
lho, tendo uma função similar a dos arcos ortodônticos.
7. Diagnóstico
____________________
34
MYOFUNCTIONAL RESEARCH CO (MRC). Sistema Myobrace™. Disponível em:
http://portuguese.myoresearch.com/appliances/myobrace/65. Acesso em: 12 maio 2016;
166
____________________
23
IANNI FILHO, D.; BERTOLINI, M. M.; LOPES, M. L. Contribuição multidisciplinar no diagnós-tico e
no tratamento das obstruções da nasofaringe e da respiração bucal. Clin Cosmet In-vestig Dent, Ma-
ringá, v. 4, n. 6, jan. 2006.
167
(retrodiscite)2. A dor e o inchaço das articulações são umas das indicações para a
solicitação de exames por imagens. Quando existe dor e sensibilidade, a manipula-
ção da mandíbula pode não ser possível1.
____________________
2
ASH, M. M.; RAMFJORD, S. SCHIMIDSEDER. Tratamento inicial de pacientes com disfun-ções da
ATM e muscular. In: ASH, M. M.; RAMFJORD, S; SCHMIDSEDER. Oclusão. São Paulo: Santos,
1998b. p. 111—116.
1
ASH, M. M.; RAMFJORD, S. Relação cêntrica. In: ASH; RAMFJORD; SCHMIDSEDER. Oclusão. 4.
ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1996. cap. 2, p.50-55.
11
CALLEGARI, P.; VALLE, C.P.; ZANATA, O.C.; CUSTÓDIO, O. Terapia com placa oclusal es-
tabilizadora: apresentação de um caso clínico. Rev Paul Odontol, v. 21, n. 5, p. 26-31, set./out. 1999.
169
Fig.1: Vista frontal da paciente, evidenciando a assimetria facial e o encurtamento de hemiarco man-
dibular esquerdo.
Fig.2: Vista frontal da paciente, onde nota-se um desnível escapular mostrando o encurtamento dos
músculos supra-hióideos e do pescoço, como o esternocleidomastóideo.
Fig. 3 e 4: Vista lateral esquerda e direita, respectivamente, evidenciando a projeção da cabeça bus-
cando um maior conforto respiratório.
Fig. 5: Mostra raio-X panorâmico que comprova um desgaste importante no côndilo esquerdo, acom-
panhado de sinais clínicos de estalidos e crepidações, as fossas nasais assimétricas, desvio de sep-
to, hipertrofia de cornetos e alteração na passagem de ar.
Fig. 6: Vista anterior da arcada em oclusão cêntrica antes do desgaste oclusal.
170
Fig. 7: Vista dos contatos oclusais, comprovando a presença de alguns contatos prematuros verifica-
dos em oclusão cêntrica.
Fig. 8: Vista dos contatos oclusais comprovando a presença de alguns contatos prematuros verifica-
dos em movimentos de lateralidade, constatando-se a interferência do canino inferior direito.
Fig. 9: Vista anterior da arcada em oclusão cêntrica, após o desgaste oclusal, onde nota-se uma pe-
quena correção em sua linha média.
Fig. 10: Vista frontal da paciente após alguns meses de tratamento, mostrando uma melhora na ques-
tão de assimetria facial, assim como do hemiarco esquerdo.
Fig. 11: Vista frontal da paciente após alguns meses de tratamento mostrando uma melhora no des-
nível escapular.
Fig. 12 e 13: Vista lateral esquerda e direita, respectivamente, após alguns meses de tratamento,
evidenciando uma menor projeção da cabeça em relação ao tronco.
Fonte: Do autor.
8. Tratamento
9. Relato de caso
Foi realizado ajuste oclusal em oclusão cêntrica e relação cêntrica, pois foi
constatada a presença de contatos prematuros, contribuindo para que a paciente
mastigasse com maior frequência do lado esquerdo. O encurtamento do hemiarco
mandibular esquerdo sugere que os músculos extrínsecos da língua e supra-
hióideos estavam atrofiados, enquanto os do lado direito distendidos. Houve também
a necessidade de desgaste da guia de lateralidade, que se encontrava assimétrica.
____________________
51
SOULET, A Education neuro-muscular des fonctions oro-faciales. Revue YAVELOW, I. FORSTER,
I; WININGER, M. Mandibular relearning. Oral Surg. Oral Med. Oral Pathol., St. Louis, v.36, n.5, p.632-
641, Nov. 1973.
173
A paciente afirmou ter sentido alívio das dores e se sentir motivada com o
início do tratamento. A cada semana, observa alguma mudança em seu quadro clí-
nico. O atendimento multidisciplinar faz toda a diferença em seu tratamento, pois,
aliando o aparelho miofuncional aos exercícios físicos, posturais e orofaciais, é pos-
sível otimizar as respostas de seu organismo ao tratamento, já que o tratamento
convencional não surtiu o efeito desejado.
____________________
38
OKESON, J.P. Fundamentos de Oclusão e desordens temporomandibulares. São Paulo, Ar-tes
médicas, 1992. 449 p.
174
“Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma hu-
mana, seja apenas outra alma humana.”
Carl Jung
176
1. Introdução
2. O respirador bucal
2.1 Etiologia
____________________
20
FONSECA, C. S, B.; MACH, M. F. P.; SANT‘ANNA, C. C. Respirador bucal e alterações cra-
niofaciais em alunos de 8 a 10 anos. Arquiv. de aler. e imun., Rio de Janeiro, v.1, n. 4, p. 395-402, Jun.
2017.
14
COSTA, J. G. et al. Clinical recognition of mouth breathers by orthodontists: A preliminary study.
Am J Orthod Dentofacial Orthop, v. 152, no. 5, p. 647-653, Nov. 2017.
35
YAÑEZ , G. R; LOUZADA , A. S. L. O sistema Trainer no contexto do tratamento de má-oclusão.
Orthodontic Science and Practice, [s. l.], v. 2, ed. 7/8, p. 735-747, 2009.
pulmões. Além disso, a respiração nasal, estimulará o correto desenvolvimento do
178
Existe ainda uma variação do hábito de respirar pela boca em que, apesar
de o paciente não ter nenhuma obstrução, por ter passado anos respirando oralmen-
te, sua musculatura facial passou a ser utilizada de maneira incorreta, causando hi-
potonia labial e, consequentemente, posição incorreta dos lábios, o que faz com que
ele não consiga respirar pelo nariz16.
Fonseca (2017) afirmou que a hipertrofia das adenoides e/ou amígdalas e ri-
nites são as maiores responsáveis pela obstrução nasal em crianças, o que as leva
a respirar pela boca. Elas podem atuar de forma independente ou conjuntas.
____________________
24
HENNIG, T. R. et al. Deglutição de respiradores orais e nasais: Avaliação clínica fonoaudioló-gica e
eletromiográfica. Rev. CEFAC, [s. l.], v. 11, n. 4, p. 618-623, out/dez. 2009. Disponível em:
https://www.scielo.br/pdf/rcefac/v11n4/10.pdf. Acesso em: 17 fev. 2020.
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Paulo: Lovise, 2003. 285 p. ISBN 85-85274-77-8.
16
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no tratamento das obstruções da nasofaringe e da respiração bucal. Clin Cosmet In-vestig Dent, Ma-
ringá, v. 4, n. 6, p. 90-102, dez.2005/jan. 2006.
180
Quando tem-se uma obstrução nasal, pode haver uma redução na pervieda-
de nasal e a substituição da respiração nasal pela bucal, tendo como consequência
modificações faciais e otorrinolaringológicas28.
Um paciente já tratado pode seguir respirando pela boca, mesmo sem a obs-
trução das vias aéreas superiores, pelo fato de permanecer com o hábito 20.
____________________
11
CARVALHO, G. D. S.O.S Respirador Bucal: Uma visão funcional e clínica da amamentação. São
Paulo: Lovise, 2003. 285 p. ISBN 85-85274-77-8.
28
MILANESI, J. M. et al. Nasal patency and otorhinolaryngologic-orofacial features in children. Braz J
Otorhinolaryngol, [s. l.], v. 85, n. 1, p. 83-91, jan/feb 2019. Disponível em:
https://doi.org/10.1016/j.bjorl.2017.10.014. Acesso em: 10 out. 2020.
20
FONSECA, C. S, B.; MACH, M. F. P.; SANT‘ANNA, C. C. Respirador bucal e alterações cra-
niofaciais em alunos de 8 a 10 anos. Arquiv. de aler. e imun., Rio de Janeiro, v.1, n. 4, p. 395-402, Jun.
2017.
181
Quando uma criança respira pela boca, a maxila costuma ser atrésica, em
____________________
25
LAWSON, W.; PASTEL, Z. M; LIN, A. F. Y. The Development and Pathologic Processes that Influ-
ence Maxillary Sinus Pneumatization. Anat. Rec., New York, v. 291, p. 1554—1563, 23 abr. 2008.
16
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no tratamento das obstruções da nasofaringe e da respiração bucal. Clin Cosmet In-vestig Dent, Ma-
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so em: 10 set. 2020.
182
____________________
16
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no tratamento das obstruções da nasofaringe e da respiração bucal. Clin Cosmet In-vestig Dent, Ma-
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FERNANDES, L. F. T. et al. A influência da deglutição atípica no padrão craniofacial e na morfolo-
gia mandibular. RFO, [s. l.], v. 15, n. 1, p. 52-57, janeiro/abril. 2010.
14
COSTA, J. G. et al. Clinical recognition of mouth breathers by orthodontists: A preliminary study.
Am J Orthod Dentofacial Orthop, v. 152, no. 5, p. 647-653, Nov. 2017.
183
tendência a apresentar modificações nas proporções faciais normais, com maior al-
tura facial anterior e inferior e menor altura posterior da face, além de uma maior in-
clinação mandibular e um padrão de crescimento vertical.
3. Prevenção
3.1 Amamentação
____________________
11
CARVALHO, G. D. S.O.S Respirador Bucal: Uma visão funcional e clínica da amamentação. São
Paulo: Lovise, 2003. 285 p. ISBN 85-85274-77-8.
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FERREIRA, F. V.; FERREIRA, F. V.; TABARELLI, Z. Amamentação e respiração bucal: abor-
dagem fisioterapêutica e odontológica. Fisioter Bras., [s. l.], v. 8, n. 1, p. 41-46, jan/fev. 2007.
184
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7
BERVIAN, J.; FONTANA, M.; CAUS, B. Relação entre amamentação, desenvolvimento motor bucal e
hábitos bucais: revisão de literatura. RFO, [s. l.], v. 13, n. 2, p. 76-81, mai/ago. 2008.
19
FERREIRA, F. V.; FERREIRA, F. V.; TABARELLI, Z. Amamentação e respiração bucal: abor-
dagem fisioterapêutica e odontológica. Fisioter Bras., [s. l.], v. 8, n. 1, p. 41-46, jan/fev. 2007.
11
CARVALHO, G. D. S.O.S Respirador Bucal: Uma visão funcional e clínica da amamentação. São
Paulo: Lovise, 2003. 285 p. ISBN 85-85274-77-8.
185
4.1 Diagnóstico
Sendo a face uma unidade complexa, essa região do corpo deve ser exami-
nada e tratada integralmente, considerando sua estrutura e funcionalidade. Ela deve
ser analisada de maneira multidisciplinar, relacionando forma, postura e função com
o crescimento e desenvolvimento craniofacial e com o propósito de um diagnóstico,
tratamento e prevenção mais precisos11.
____________________
11
CARVALHO, G. D. S.O.S Respirador Bucal: Uma visão funcional e clínica da amamentação. São
Paulo: Lovise, 2003. 285 p. ISBN 85-85274-77-8.
186
____________________
16
IANNI FILHO, D.; BERTOLINI, M. M.; LOPES, M. L. Contribuição multidisciplinar no diagnós-tico e
no tratamento das obstruções da nasofaringe e da respiração bucal. Clin Cosmet In-vestig Dent, Ma-
ringá, v. 4, n. 6, p. 90-102, dez.2005/jan. 2006.
4
ANGLE, E. H. Treatment of malocclusion of the teeth: Angle‗s System. 7. ed. Philadelphia: White
Dental Mfg. Co., 1907. 628 p. Disponível em:
http://obrasraras.sibi.usp.br/xmlui/bitstream/handle/123456789/302/S-
242280_ANGLE_TREATMENT_OF_THE_THEETH_1907.pdf?sequence=1. Acesso em: 23 jan. 2019.
11
CARVALHO, G. D. S.O.S Respirador Bucal: Uma visão funcional e clínica da amamentação. São
Paulo: Lovise, 2003. 285 p. ISBN 85-85274-77-8.
187
4.2 Tratamento
____________________
16
IANNI FILHO, D.; BERTOLINI, M. M.; LOPES, M. L. Contribuição multidisciplinar no diagnós-tico e
no tratamento das obstruções da nasofaringe e da respiração bucal. Clin Cosmet In-vestig Dent, Ma-
ringá, v. 4, n. 6, p. 90-102, dez.2005/jan. 2006.
27
MARSON, A. et al. Efetividade da fonoterapia e proposta de intervenção breve em respirado-res
orais. Rev. CEFAC, [s. l.], v. 14, n. 6, p. 1153-1166, nov/dez 2012.
11
CARVALHO, G. D. S.O.S Respirador Bucal: Uma visão funcional e clínica da amamentação. São
Paulo: Lovise, 2003. 285 p. ISBN 85-85274-77-8.
8
BRECH, G. C. et al. Alterações posturais e tratamento fisioterapêutico em respiradores bu-cais:
revisão de literatura. Acta ORL, São Paulo, v. 27, n. 2, p. 80-84, jun/jul. 2009.
189
A terapia com pistas diretas planas está indicada para a correção de mordi-
da cruzada posterior ou anterior, desde que funcional. Através da confecção das pis-
tas nas faces oclusais e/ou incisais dos dentes no lado cruzado, o cirurgião-dentista
constrói uma barreira capaz de impedir o retorno da mandíbula à posição habitual de
má oclusão. Portanto, este procedimento gera uma mudança de postura mandibular
e modifica a dinâmica equivocada que a mordida cruzada funcional impunha ao sis-
tema musculoesquelético, proporcionando, desta forma, o desenvolvimento da face
e da dentição dentro dos padrões de normalidade12.
____________________
12
CHIBINSKI, A. C. R.; CZLUSNIAK, G. D.; MELO, M. D. Pistas diretas Planas: terapia ortopé-dica
para correção de mordida cruzada funcional. R Clin Ortodon Dental Press, Maringá, v. 4, n. 3, jun/jul.
2005.
190
(http://portuguese.myoresearch.com/appliances/the_trainer_system/57)
(http://portuguese.myoresearch.com/appliances/myobrace/58)
____________________
35
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Orthodontic Science and Practice, [s. l.], v. 2, ed. 7/8, p. 735-747, 2009.
3
ANASTASI, G.; DINNELLA, A. Myobrace System: A no-braces approach to malocclusion and a myo-
functional therapy device. WebmedCentral, [s. l.], v. 5, n. 1, p. 1-8, jan. 2014. DOI WMC004492. Dis-
ponível em: http://www.webmedcentral.com/article_view/4492. Acesso em: 12 maio 2019.
191
miofuncionais diários — pelo menos um. O paciente vai aprender a deglutir de ma-
neira correta e a posicionar a língua no palato, que é o lugar correto. Paciente tam-
bém deve manter os lábios selados o tempo todo, enquanto não estiverem falando
ou comendo2.
5. Terapia miofuncional
ram que o crescimento ósseo era praticamente funcional, sem quase nenhuma inter-
ferência genética. Os autores fizeram experimentos que indicaram que o osso não
cresceria sem um estímulo externo, isto é, o tecido ósseo seria um tecido secundário
guiado por tecidos moles, como músculos, ligamentos, pressões hemodinâmicas e
crescimento de órgãos moles. Moss (1981) acreditava que fatores epigenéticos de
influências biomecânicas e biofísicas determinavam o crescimento craniofacial.
Quando uma pessoa não consegue usar a via respiratória nasal e a substitui
pela via bucal, os músculos elevadores da mandíbula ficam em hipofunção, fazendo
com que a pessoa fique com o lábio superior hipotônico e a boca aberta. Há também
uma diminuição no tônus das bochechas, lábios e língua, causando uma hipotonia
dos órgãos fonoarticulatórios, o que ocasiona face alongada. Todas essas altera-
ções geram vários problemas, como de deglutição, troca de fonemas na fala, palato
ogival, estreitamento da maxila com modificações na oclusão, entre outras. Frequen-
temente, o respirador bucal chega à idade adulta com uma má oclusão de classe II,
1° divisão, de Angle22.
____________________
22
GUERRA, C.A.R.M.; RAMOS, M.G.L.; KOZMHINSKY, V.M.R. Odontologia pediátrica: Hábi-tos bu-
cais. IN: Pediatria ambulatorial. Manuseio ambulatorial das doenças frequentes. São Paulo: Medbook,
2008. Parte 3. Cap. 84, p. 859-864. Disponível em:
194
____________________
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BERVIAN, J.; FONTANA, M.; CAUS, B. Relação entre amamentação, desenvolvimento motor bucal
e hábitos bucais: revisão de literatura. RFO, [s. l.], v. 13, n. 2, p. 76-81, mai/ago. 2008.
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PACHECO, M. C. T. et al. Guidelines proposal for clinical recognition of mouth breathing chil-dren.
Dental Press J. Orthod., Maringá, v. 20, n. 4, p. 39-44, July/Aug. 2015. Disponível em:
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CARVALHO, G. D. S.O.S Respirador Bucal: Uma visão funcional e clínica da amamentação. São
Paulo: Lovise, 2003. 285 p. ISBN 85-85274-77-8.
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BERNARDES, S. Efeito da disjunção maxilar sobre a resistência e fluxo aéreo nasal. Monografia
(Especialização em Ortodontia). Porto Alegre: Instituto de Ciências da Saú-de/FUNORTE/SOEBRÁS,
2009.
196
Para crianças que ainda não têm idade para colaborar com o uso de apare-
lhos ortodônticos, as pistas planas são indicadas para a correção de mordida cruza-
da posterior ou anterior, desde que funcional12.
____________________
12
CHIBINSKI, A. C. R.; CZLUSNIAK, G. D.; MELO, M. D. Pistas diretas Planas: terapia ortopé-dica
para correção de mordida cruzada funcional. R Clin Ortodon Dental Press, Maringá, v. 4, n. 3, jun/jul.
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35
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Orthodontic Science and Practice, [s. l.], v. 2, ed. 7/8, p. 735-747, 2009.
197
6. Considerações finais
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AGGARWAL, I.; WADHAWAN, M.; DHIR, V. Myobraces: say no to traditional braces. Int J Oral Care
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21
GALLO, J.; CAMPIOTTO, A. R. Terapia miofuncional orofacial em crianças respiradoras orais. Rev
CEFAC., [s. l.], v. 11, ed. Supl3, p. 305-310, 2009.
198
“Descobrir consiste em olhar o que Todo o mundo está vendo e pensar uma coisa
diferente”
Roger von Oech
199
1. Introdução
____________________
9
CARVALHO, G. D. S.O.S. Respirador Bucal: uma visão funcional e clínica da amamentação. 2. ed.
São Paulo: Lovise, 2010.
13
COSTA, A. V. R. Respiração Bucal e postura corporal uma relação de causa e efeito. 1999. Traba-
lho de Conclusão de Curso (Especialização em Fonoaudiologia) - Centro de Es-pecialização em fono-
audióloga Clínica Motricidade Oral, 1999.
200
posterior e assimetria facial, bem como alterações nas funções de deglutição, fona-
ção e sucção24.
Sobre o tratamento, Lara (2007) afirma que é mais bem sucedido quanto
mais cedo for feita uma intervenção e que a gravidade dessa condição é equivalente
ao tempo e à frequência com que o hábito perdura, principalmente se feito em perí-
odo de crescimento.
Além disso, a respiração bucal pode ser adquirida através de um hábito ina-
dequado, como a partir de uma amamentação incorreta/inadequada e/ou da introdu-
ção de mamadeiras e chupetas, o que gera o estabelecimento de hábitos orais ina-
dequados e, em consequência, a ocorrência de alterações estruturais e funcionais9.
O desmame precoce também é considerado um fator etiológico. Durante a amamen-
tação, a criança garante uma adequada respiração nasal, através do uso apropriado
da sucção, ocasionando um correto desenvolvimento craniofacial33.
____________________
24
MENEZES, V. A.; TAVARES, R. L. O.; GARCIA, A. F. G. Mouth breathing syndrome: clinical and
behavioral changes. Arq. Odonto., v. 45, n. 3, p. 160-165, jul./set. 2009.
9
CARVALHO, G. D. S.O.S. Respirador Bucal: uma visão funcional e clínica da amamentação. 2. ed.
São Paulo: Lovise, 2010.
33
SILVA, R.Z.O. O paciente respirador oral e o tratamento ortodôntico. 2011. 38f. Trabalho de Con-
clusão de Curso (Graduação em Odontologia) - Faculdade de Odontologia, Universi-dade Federal do
Rio Grande do Sul Porto Alegre, 2011.
201
Sobre a etiologia da respiração bucal, podemos dizer então que existem al-
gumas teorias. Porém, a que mais se aplica é a de que o hábito altera a forma. Sen-
do assim, crianças que tiveram o hábito de sucção na infância, como chupeta e/ou
mamadeira, tem a sua estrutura alterada, pois não tiveram o correto estímulo para o
desenvolvimento. Grerrer (2000) relatou que, quando existe harmonia entre músculo
e osso, há um bom desenvolvimento ósseo e uma adequada oclusão.
assimétrico dos músculos, atresia do nariz (por falta de uso), descoloração da pele e
lábio inferior curto, entre outros31.
Além disso, Graber (1963) afirma que a postura da cabeça é muito importan-
te no estabelecimento da postura correta e, se a posição da cabeça estiver ajustada,
o resto do corpo se alinhará. Sendo assim, pode-se afirmar que a postura da cabeça
leva a modificações de toda a estrutura corporal. E, segundo Morimoto e Karolczak
(2012), 76% das crianças analisadas em seu estudo, apresentam essa característi-
ca.
____________________
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205
Outros profissionais também podem ser requisitados para integrar esse tra-
tamento, como fisioterapeutas, nutricionistas e psicólogos. O fisioterapeuta tem co-
mo missão reequilibrar o sistema musculoesquelético, prevenir e tratar deformidades
do tórax e de alterações da coluna vertebral, aumentar a capacidade respiratória,
conscientizar a respiração diafragmática e corrigir a postura global 8. O nutricionista
trabalhará nos distúrbios alimentares que o portador da síndrome do respirador bu-
cal possa ter desenvolvido, enquanto o psicólogo trabalhará as relações sociais des-
se paciente.
____________________
30
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sendo possível a abertura da sutura palatina mediana apenas com este tipo de apa-
relho. Então, nesses casos, é indicada, a realização de cirurgia ortognática.
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208
5. Caso clínico
Fonte: os autores
Fonte: os autores.
Fonte: os autores.
210
Figura 4 – cefalometria
Norma 21 a1m
SNA 82° 85°
SNB 80° 87°
ANB 2° -2°
SND 76°/7° 85°
S-L 51 mm 56 mm
Wits -1mm -3mm
Fonte: os autores.
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1
ANICETO et al. Importância da expansão rápida de maxila no tratamento do paciente respi-rador
bucal. Rev. Ibirapuera, São Paulo, n. 10, p. 34-41, jul./dez. 2015.
211
Com base nos dados nos dados de diagnóstico e de acordo com a escolha
da paciente, a segunda opção de tratamento foi realizada com avanço de maxila. Na
mandíbula, o tratamento se limitou à correção das posições dentárias.
O tratamento pré-cirúrgico realizado foi: colagem das bandas nos dentes 16,
26, 36, 46 (bráquete geminado); 17 e 27 (tubo simples); colagem do aparelho supe-
rior (15 a 25, exceto 14 e 24) + fio .014‖ aço compensado p/ 12; colagem do apare-
lho inferior (35 a 45) + fio 0.14‖ aço inferior; evolução do arco superior p/ .016‖ aço;
colagem das bandas nos dentes 37 e 47 (tubo simples) + fio .014‖ aço; inset 12 e 22
+ Toe in 17 e 27; evolução dos arcos até fio 0.20" (figura 5 e 6).
Fonte: os autores.
212
Fonte: os autores.
Fonte: os autores.
Fonte: os autores.
Fonte: os autores.
Fonte: os autores.
215
Fonte: os autores.
Fonte: os autores.
Fonte: os autores.
217
Algumas das alterações bucais relatadas por Mustafá et al. (2015), como
mordida aberta anterior, palato atrésico e mordida cruzada posterior, são alterações
que pudemos observar na paciente. Isso confirma a definição de que a paciente
possui a síndrome do respirador bucal. Carvalho (2017) afirma também que a mordi-
da aberta anterior é causada principalmente pela chupeta e por hábitos deletérios.
todas essas estruturas. Nota-se que a paciente apresenta projeção anterior da ca-
beça, o que justifica a necessidade de adaptar sua posição para que o ar chegue
mais rapidamente aos pulmões, diminuindo a resistência ao fluxo aéreo, bem como
relata Okuro (2011), em seu artigo.
10
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in marginalised communities: The case of Cidade de Deus, Rio de Janeiro, Bra-zil. World leisure jour-
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222
Nas Olimpíadas de 1984, em Los Angeles, houve a primeira prova de maratona feminina olímpica,
quando a atleta e campeã suíça Gabriela Andersen fez história ao conseguir completar a prova num
completo estado de desidratação, prestes a colapsar, sendo lembrada como um exemplo de supera-
ção no esporte.
Foto: https://english.kyodonews.net/news/2018/07/263583a46e80-olympics-tokyo-2020-marathon-to-
be-held-early-morning-to-avoid-heat.html?phrase=piko&words=
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227
Nesse aspecto, a respiração pelo nariz sinaliza ao cérebro que o corpo está
a salvo e as funções fisiológicas de repouso, como a digestiva, mantêm o seu funci-
onamento em maior grau, com batimentos cardíacos mais lentos9.
O Sistema Anaeróbio Alático, por exemplo, diz respeito aos exercícios de al-
ta intensidade e curta duração, contemplando força, potência e velocidade. No as-
pecto bioenergético, o metabolismo anaeróbico caracteriza-se por um sistema que
gera energia com maior velocidade e que suporta pouco tempo como sistema ener-
gético prioritário. Testes como os de saltos verticais e de mensuração de velocidade
em sprints são frequentes para avaliar a aptidão anaeróbica de atletas 10.
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229
No que concerne à postura corporal, ela pode ser definida como a posição
que o corpo adota no espaço e a relação direta de suas partes com a linha do centro
de gravidade (1). A postura correta e o alinhamento esquelético ideal são aqueles
em que uma quantidade mínima de estresse e um mínimo esforço conduzem à efici-
ência máxima do corpo (9). A avaliação postural é uma importante ferramenta para
que possamos determinar os desequilíbrios e adequar a melhor postura a cada indi-
víduo, o que é especificamente prejudicado no paciente detentor da Síndrome do
Respirador Bucal15.
Foto: https://watersportsadvice.com/how-to-breathe-while-swimming/
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