Regionalização Do Espaço Mundial
Regionalização Do Espaço Mundial
Regionalização Do Espaço Mundial
E GLOBALIZAÇÃO
ROGÉRIO HAESBAERT
Giseli Dalla
Não pensamos que a região haja desaparecido. O que esmaeceu foi a nossa capacidade de reinterpretar e
de reconhecer o espaço em suas divisões e recortes atuais, desafiando-nos a exercer plenamente aquela
tarefa permanente dos intelectuais, isto é, a atualização dos conceitos. (SANTOS, 1994:102)
A região continua a existir, mas com um nível de complexidade jamais visto pelo homem. Agora, nenhum
subespaço do planeta pode escapar ao processo conjunto de globalização e fragmentação, isto é, de
invidualização e regionalização. (SANTOS, 1999:16)
Resumo A região e a questão regional seguem sendo relevantes e são revigoradas, pois mesmo
na era da globalização a diversidade territorial se manifesta tanto através de profundas
desigualdades (econômicas) - que o marxismo ajuda a explicar, quanto de diferenças
(culturais), sobrevalorizadas pelo chamado pós-estruturalismo. Neste jogo de múltiplos
desenhos territoriais, a relação local-global adquire destaque e a região se torna muito mais
complexa, manifestando-se tanto na forma tradicional dos territórios-zona quanto na forma de
territórios-rede ou "redes regionais".
A região e a questão regional seguem sendo relevantes e são revigoradas, pois mesmo na era da
globalização a diversidade territorial se manifesta tanto através de profundas desigualdades
(econômicas) - que o marxismo ajuda a explicar, quanto de diferenças (culturais),
sobrevalorizadas pelo chamado pós-estruturalismo. Neste jogo de múltiplos desenhos
territoriais, a relação local-global adquire destaque e a região se torna muito mais complexa,
manifestando-se tanto na forma tradicional dos territórios-zona quanto na forma de territórios-
rede ou "redes regionais". Palavras-chave: região, regionalização, global-local.
Devemos relembrar sobretudo nossos clássicos, responsáveis por uma “paternidade” da região
em Geografia, especialmente Vidal de La Blache, Carl Sauer e
Richard Hartshorne. Estes autores, em distintas perspectivas, enfatizaram a “diferenciação de
áreas” como questão fundamental para o trabalho do geógrafo. Mas enquanto La Blache via a
região como “algo vivo”, uma “individualidade” ou mesmo uma “personalidade geográfica”,
Hartshorne a encarava como um constructo intelectual e que, como tal, poderia variar em sua
delimitação de acordo com os objetivos do pesquisador.
Apesar de suas divergências em relação ao enfoque regional, podemos afirmar que são pontos
comuns entre os três autoresa importância dada ao específico, ao singular - aquilo que La
Blache vai denominar de “personalidade geográfica” e Hartshorne de “diferenciação de áreas”;
Um dos problemas centrais levantados pela questão regional no âmbito acadêmico refere-se à
busca da síntese entre múltiplas dimensões do espaço geográfico, síntese esta que, sem ser
exaustiva, está vinculada à produção de uma singularidade coerente capaz de delimitar uma
porção contínua e relativamente estável do espaço. Na prática, se La Blache foi quem teve
mais sucesso nesta empreitada
O desigual e o diferente
A dinâmica global-local