DECRETO #10.777, de 24 de AGOSTO de 2021 - Política Nacional de Inteligência em Segurança Pública
DECRETO #10.777, de 24 de AGOSTO de 2021 - Política Nacional de Inteligência em Segurança Pública
DECRETO #10.777, de 24 de AGOSTO de 2021 - Política Nacional de Inteligência em Segurança Pública
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, caput , incisos
IV eVI, alínea "a", da Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei nº 13.675, de 11 de junho de 2018,
DECRETA:
Parágrafo único. A coordenação a que se refere o caput será exercida em cooperação com os
órgãos e as entidades que integram o Sistema Brasileiro de Inteligência.
Art. 3º Os órgãos e as entidades que integram o Sisp, a que se referem o caput e o § 2º do art.
2º do Decreto nº 3.695, de 21 de dezembro de 2000, considerarão, em seus planejamentos de inteligência,
ações que promovam o fortalecimento do Sisp.
ANEXO
1 INTRODUÇÃO
Cabe à inteligência de segurança pública contribuir com as autoridades constituídas por meio
do fornecimento de informações oportunas, abrangentes e confiáveis, necessárias ao exercício do
processo decisório, para preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio.
A atividade de inteligência de segurança pública pauta-se pela conduta ética, que pressupõe
conjunto de princípios orientadores do comportamento humano em sociedade. O comportamento dos
profissionais de inteligência deve se pautar pelo cuidado com a preservação dos valores que determinam
a primazia da verdade. Os valores éticos devem balizar tanto os limites de ação de seus profissionais
quanto os usuários do conhecimento produzido.
2.6 Abrangência
A atividade de inteligência de segurança pública deve possuir abrangência que lhe possibilite
prever, prevenir, neutralizar e reprimir atos que possam representar ameaça à ordem pública, à
incolumidade das pessoas e do patrimônio e ao meio ambiente.
É imperioso que haja, além de integração, a interação entre as agências de inteligência e entre
os integrantes da comunidade de inteligência. A interação implica estabelecer, estreitar e manter relações
confiáveis e sistêmicas de cooperação, com vistas a otimizar o emprego de esforços para a consecução
dos objetivos da atividade de inteligência de segurança pública. A interação tem como princípios a
voluntariedade, a igualdade de direitos, a não ingerência em assuntos internos, a vantagem mútua e a
imparcialidade.
2.10 Sigilo
3.1 Em decorrência das necessidades e peculiaridades da segurança pública, foi criado o Sisp,
por meio do Decreto nº 3.695, de 21 de dezembro de 2000, com o objetivo de coordenar e integrar a
atividade de inteligência desenvolvida pelas forças de segurança pública e de subsidiá-las no processo
decisório.
3.4 A atividade de inteligência de segurança pública opera por meio de estudos destinados à
compreensão de eventos, ações e atividades que possam comprometer a ordem pública, a incolumidade
das pessoas e do patrimônio e o meio ambiente.
4.2 Nesse contexto, o combate ao crime organizado, aos crimes violentos e à prática da
corrupção destacam-se como prioridades do Estado, no enfrentamento às vicissitudes tendentes a
comprometer a estabilidade e o bom funcionamento das instituições e do Estado Democrático de Direito,
inclusive no espaço cibernético.
4.3 Apesar dos avanços no investimento e na política de segurança pública, o crime organizado
se mantém por meio de suas diversas faces, principalmente com o surgimento de organizações criminosas
oriundas do sistema prisional, de milícias em grandes centros urbanos e, com a expansão da área de
atuação das facções criminosas, em diferentes regiões e ambientes.
4.4 Nesse cenário, os crimes violentos, o tráfico de drogas, pessoas, armas e munições, a
violência patrimonial e doméstica e as situações de emergência provocadas pelo homem ou pela natureza
impõem ao Estado grandes desafios na implementação de políticas públicas de segurança.
4.5 Em relação à criminalidade violenta, verifica-se que o País tem enfrentado muitos desafios
para garantir o direito à segurança e à vida, tanto para a população de forma geral quanto para os agentes
de segurança pública e os grupos vulneráveis.
5 INSTRUMENTOS
5.1 A PNISP foi elaborada em consonância com o arcabouço normativo de inteligência, com
observância às regras atinentes à temática da segurança pública, pautada no respeito às instituições, aos
métodos, aos processos, às ações e aos recursos necessários à consecução dos seus objetivos.
a) o Sisp;
6 PRINCIPAIS AMEAÇAS
6.3 Corrupção
A corrupção promovida por agentes públicos ou privados, de forma passiva ou ativa, impacta
negativamente a administração pública e resulta no descrédito das instituições do Estado perante a
sociedade.
De igual modo, a evasão de divisas compromete a regularidade da política cambial com sérios
impactos econômicos e monetários, além de impedir a fiscalização do registro adequado das operações
financeiras internacionais.
Nesse contexto, a atividade de inteligência de segurança pública deve se materializar em ações
coordenadas entre os integrantes do Sisp e os demais órgãos especializados, tais como as unidades de
inteligência financeira, a fim de qualificar a prevenção e a repressão aos delitos de lavagem de dinheiro e
evasão de divisas.
São ações perpetradas por meio da utilização de recursos tecnológicos em espaço cibernético,
com potencial de comprometer a ordem pública, a incolumidade das pessoas e do patrimônio e o meio
ambiente e de manipular a opinião pública com vistas à obtenção de vantagens indevidas em detrimento
do bom funcionamento de instituições públicas e privadas.
Tal cenário impõe desafios à preservação da ordem pública, à repressão criminal tradicional e
ao ordenamento jurídico brasileiro, o que demonstra a relevância e a imprescindibilidade de inserção,
aprimoramento e atuação integrada da atividade de inteligência de segurança pública no contexto do uso
massificado das novas tecnologias virtuais emergentes.
Consideram-se ações contrárias ao Estado Democrático de Direito aquelas que atentem contra
o pacto federativo, a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, os
direitos e as garantias fundamentais, a dignidade da pessoa humana, a cidadania e o meio ambiente, além
de outros atos ou atividades que representem ou possam representar risco aos preceitos constitucionais
relacionados à integridade do Estado.
6.8 Ações contrárias à segurança de infraestruturas críticas com impacto na segurança pública
As ações que atentem contra as instalações, os serviços, os bens e os sistemas cuja interrupção
ou destruição, total ou parcial, possa provocar sérios impactos sociais, ambientais, econômicos, políticos e
internacionais, demandam medidas a fim de preservar a ordem pública, a incolumidade das pessoas e do
patrimônio.
7 OBJETIVOS
d) fortalecer o Sisp;
Nesse contexto, os órgãos que integram o Sisp devem operar em um regime de constante
interação, de forma a relacionarem-se e estabelecerem ligações para otimizar os esforços conjuntos para
a consecução de seus objetivos.
A proteção ao profissional de inteligência perpassa pela garantia legal de sua ação e por um
processo regular e criterioso de recrutamento, seleção e desligamento da atividade de inteligência de
segurança pública.
Assim, devem ser realizados diagnósticos e prognósticos oportunos, que impactem na adoção
de medidas de segurança pública e de defesa social efetivas por meio da produção de conhecimentos
destinados a reduzir a ocorrência e a intensidade de situações de emergência e desastres, por meio da
identificação, do mapeamento e do monitoramento de riscos, ameaças e vulnerabilidades locais, para o
desenvolvimento de processos, produtos e protocolos destinados à segurança contra incêndio e pânico e
à proteção de pessoas e bens e à defesa social.