2ano Arte Revisada 2021
2ano Arte Revisada 2021
2ano Arte Revisada 2021
ARTE
Produção
Coordenação
Marcus Paulo Nepomuceno Dutra dos
Santos
Coordenação Pedagógica
Reinaldo de Oliveira Pantoja
Revisão Pedagógica
Monica Braido
Revisor Especialista
Ianeis de Jesus da Silva Xavier
Desing Gráfico
Greice Antolini Silveira
Obrigado!
unidade
2 55 Glossário ........................................................... 149
Recomendações de Livros, séries e filmes ... 151
capítulo 4 Referências ..................................................... 152
_________________________________
Artistas ............................................................ 153
Idade Moderna ...................................................... 56
8. Renascimento .................................................. 56 Locais da Arte ................................................. 153
9. Maneirismo ....................................................... 73
10. Barroco ......................................................... 77
11. Rococó ......................................................... 86
12. Barroco e Rococó no Brasil .................. 88
Unidade 1
Seção de Educação a Distância/SEAD
Depois de alguns anos sem ter em seu currículo a disciplina de Arte você pode estar se
perguntando: “para quê preciso estudar esse assunto? Será que este conteúdo vai aparecer nas
provas do vestibular, EsPCEx ou outros concursos?” Talvez a resposta para essa pergunta seja
“não”. Então por que estudar Arte?
A ideia de compreensão da Arte está, em alguns casos, ligada ao belo, aquilo que proporciona
prazer e agrada aos sentidos. Em alguns casos ela é associada aos sentimentos. Reduzimos a Arte
aos desenhos, às pinturas, às músicas, às danças, aos espetáculos teatrais etc. Na verdade, ela
vai além daquilo que podemos ver ou descrever; abrir-se para a Arte significa dar uma chance para
vivenciar uma experiência estética (do grego aisthésis): a percepção que nos chega pelos
cinco sentidos.
Para compreender a diferença entre a Arte ligada aos sentimentos e a ligada aos sentidos,
pensemos no vento. Ao caminharmos pela rua sentimos o vento em nosso rosto, desarrumando
nossos cabelos e tirando nossas roupas do lugar. Nós não nutrimos pelo vento um sentimento de
amor, ódio ou repulsa; simplesmente sentimos o vento. Sentimos através de nossos cinco sentidos:
o tato, o olfato, o paladar, a audição e a visão. A partir deste primeiro contato e pelo reconhecimento
por algum de nossos sentidos somos remetidos a alguma lembrança, boa ou ruim, pela qual talvez
nutrimos algum sentimento. Por exemplo, o vento traz o cheiro das videiras do outro lado da estrada.
Esse cheiro remete aos passeios realizados na serra gaúcha visitando os vinhedos, degustando
vinhos em frente à lareira nos dias de inverno. Essa lembrança agradável traz consigo a saudade
de um tempo bom, pelo qual nutro um sentimento de aconchego e paz. Pronto! Vivi a experiência
do vento. Assim é a Arte quando nos proporciona uma experiência estética, é única e pessoal.
Embora ela possa ser vivida de modo coletivo, sempre permanece a experiência individual, ou seja,
todos sentem o vento, mas cada um terá uma percepção distinta em relação a tal sensação.
Se outras tantas pessoas sentissem o mesmo vento, no mesmo lugar com as videiras ao
lado, mas sem conhecerem as plantas que geram as uvas, nunca teriam a mesma experiência, mas
sim outras. Quem sabe a textura das folhas das videiras as lembrassem das rugas de sua avó ou de
um desenho que fez quando criança; talvez a forma arredondada das uvas as remetessem aos seus
jogos com bolas de gude na infância.
Ninguém sabe qual seria a impressão
que a mesma plantação de videiras
causaria em diferentes pessoas.
Assim é uma obra de arte. Ela pode
despertar a repulsa ou a adoração
dependendo das referências pessoais
de cada espectador.
Indagar-se sobre o que é a
Arte e para que ela serve não é algo
novo no contexto artístico. Na década
de 1970 o artista Paulo Bruscky já
fazia estes questionamentos durante
a performance O que é arte? Para que
serve? de 1978. Paulo Bruscky, O que é arte? Para que serve? 1978. Registro de performance em
uma livraria do Recife. Disponível em: http://bit.ly/2Q2rOn6
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Arte | Ensino Médio | 2º Ano
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Então isso quer dizer que nem mesmo os artistas sabem o que é Arte? Na verdade, não
temos uma resposta fechada e correta para definir o que é Arte e talvez seja este o seu maior valor.
Ela nos incita a pensar sobre vários pontos de vista, confrontando opiniões e em alguns casos nos
desestabilizando por completo.
Quando afirmamos que a Arte trata das questões sociais e culturais de um povo estamos
certos. Através dela conseguimos identificar a história, os costumes e as tradições de determinado
povo pelos detalhes materiais (como de suas obras, de sua arquitetura e de suas vestimentas) e
imateriais (como as danças, os cantos, as lendas e as representações que diferenciam sociedades,
culturas e tempos históricos).
E afinal, o que estudaremos este ano em Arte?
Vamos buscar uma compreensão geral sobre como surge a noção de Arte, suas funções e
onde a encontramos. Faremos um passeio pela história da Arte, desde suas primeiras manifestações
chegando até o final do século XIX. Relacionaremos as produções do passado com as criações
contemporâneas e identificaremos como a Arte apresenta-se em nossa vida.
ARTE E SOCIEDADE
Ao longo da história, o ser humano preocupou-se em produzir artefatos para melhorar sua
qualidade de vida e facilitar as atividades de seu dia a dia. O homem construiu máquinas para
produzir objetos mais rapidamente ou em grande quantidade, garfos e colheres que funcionam
como extensão de suas mãos, chapéus para protegê-lo do sol ou guarda-chuva para manter-
se seco, entre tantos outros prolongamentos artificiais de seu corpo que facilitam sua vida e a
convivência com os demais.
Mas nem só de objetos úteis vive o ser humano. Mesmo que necessite das máquinas ou
objetos que lhe são úteis, existem itens que agregam experiências sensíveis e estéticas e que
podem contribuir de modo ainda mais significativo para a formação do ser. Ainda sem tratar dos
objetos artísticos, podemos citar como exemplo os brinquedos. Os brinquedos têm um significado
lúdico, sensível e indireto de aprendizagem. Eles nem sempre têm um objetivo a cumprir ou uma
função definida; a experiência individual ao brincar com determinado objeto vai depender do
contexto social, cultural e histórico de cada pessoa. Mas, mesmo sem ter uma pretensão definida,
um brinquedo pode afetar de modo direto e sensível tanto quanto um objeto útil poderia fazer.
Assim são os objetos artísticos.
A verdade é que a história da
humanidade está intimamente ligada
à história da arte. Temos o registro
escrito de acontecimentos históricos e
das ações que os homens realizaram
em diferentes períodos. A arte nos deixa
memórias efetivas como a arquitetura,
as pinturas, os desenhos e todas as
manifestações sensíveis de fatos, pessoas,
costumes e culturas que se modificaram ao
longo dos anos.
Um garfo tem como finalidade servir de extensão das
nossas mãos para levar o alimento até a boca. Um garfo de brinquedo
pode explorar a imaginação e a criatividade da criança que alimenta sua
boneca ou simula almoços e jantares com seus amigos ou, simplesmente,
servir como uma ferramenta para pintar. Já uma obra de arte com garfos pode
nos chamar atenção para regiões onde não há alimentos, pode questionar
questões ambientais ou meramente “brincar” com o formato do objeto.
Garfo - objeto útil.
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Nos exemplos de imagens cujo foco é o objeto garfo, percebemos que ele pode ir muito além
da função para a qual foi pensado. A primeira percepção artística que temos é que seu formato, ao
longo dos anos, teve uma preocupação estética que acompanhou as classes sociais, a moda e os
materiais disponíveis para sua confecção. Muitos garfos pertencentes a períodos históricos ou a
famílias importantes encontram-se hoje expostos em museus.
Percebemos que tanto as crianças quanto os artistas dão ao mesmo objeto um significado lúdico e
poético, retirando sua funcionalidade principal e utilizando-o como meio para transmissão de outra
mensagem ou, simplesmente, como uma ferramenta.
Na escultura feita com garfos percebemos uma das manifestações artísticas que caminha
lado a lado com as obras de arte já institucionalizadas: o artesanato. Sua função é decorativa e, em
alguns casos, também utilitária. Desde o princípio os artesãos têm como foco a preocupação com
a técnica e o acabamento do objeto que está confeccionando, sem preocupar-se com questões
conceituais ou com possíveis experiências estéticas que este objeto possa causar ao público.
A produção artística tem algumas finalidades definidas. As ilustrações religiosas servem
como base visual para catequizar, principalmente nos momentos em que a maioria da população
ainda não sabia ler. A arte usada para contar a história foi além das paredes das igrejas e ganhou
grandes proporções com os murais, cujo foco era educar ou contar parte da história social e cultural
de determinado povo. A cada dia mais artistas usam ilustrações com engajamento político para
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Arte | Ensino Médio | 2º Ano
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manifestar seus pontos de vista e apresentar (ou criticar) a realidade na qual estão inseridos.
Alguns preferem manter-se no campo da arte e explorar a “Arte pela Arte”, ou seja, questionar em
seus trabalhos os próprios fundamentos e elementos da arte.
A arte nos acompanha diariamente, por exemplo, nos designs de objetos decorativos,
joias, roupas ou calçados. Ela também está presente nas linhas de montagens de automóveis, na
produção de jardins e na construção de prédios, nas exposições em galerias, museus e instituições
públicas e privadas, assim como nos grafites em muros ou paredes de edificações que se espalham
pelas cidades. A arte está nas músicas que ouvimos na rádio e nos aplicativos ou nos filmes que
assistimos. Está no teatro, na dança e no circo. Existe uma diferenciação das obras que ficarão
registradas ou não na história da arte, mas a percepção estética despertada pela arte está sempre
presente em nosso dia a dia.
A presença da arte em nossa vida não remete diretamente ao belo. A arte pode nos afetar
pela repulsa, pelo desconforto ou incômodo sensorial que as obras podem causar. O objetivo da
arte não é ser sempre bela, ela está relacionada a uma experiência estética e isso depende de
referências pessoais. Se um artista, por exemplo, montar uma instalação artística repleta de esterco
bovino, essa obra pode causar repulsa em muitas pessoas, mas por outro lado, em outras pessoas
pode despertar memórias afetivas através do cheiro, do visual ou da textura. Ou seja, o belo ou
aquilo que agrada pode ser subjetivo dependendo das referências individuais de cada espectador.
Perceberemos que ao longo da história da arte o foco da produção foi modificando-se, deixou
de servir à religião ou apenas aos interesses dos principais representantes da sociedade. Também
deixou de ser pensada por um grupo de artistas para apresentar pontos de vista individuais sobre
os mais diversos assuntos. Na arte contemporânea o artista expõe suas vivências, memórias e
percepções sobre os problemas que o rodeia. Mas algumas características permanecem; a arte
ainda nos traz questionamentos e diferentes versões sobre um mesmo tema. Talvez sejam essas
as principais funções da arte: apreciar, fruir, analisar e criticar objetos, conceitos e culturas a nossa
volta. Afinal, todo nosso entorno tem referências artísticas. A arte nos faz pensar criticamente sobre
a vida.
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Arte no PALEOLÍTICO (do surgimento do ser humano até cerca de 12 mil anos atrás)
Também conhecido como “Idade da Pedra Lascada”, esse período histórico corresponde ao
momento em que as armas e instrumentos usados para realizar registros eram feitos com pedra
lascada, ou seja, pedras com as bordas cortantes.
Os povos que viveram nesta época eram nômades. Transitavam de um local para o outro
em busca de melhores condições climáticas, alimentos e água. Não fixavam residência por muito
tempo, impossibilitando-os de construírem moradias ou estabelecerem-se como sociedade. Assim
acabavam por, temporariamente, habitar em cavernas. São nestes espaços que encontramos os
desenhos, as pinturas e as esculturas que hoje classificamos como artísticas, mas que provavelmente
para os povos que viveram naquele período tinham outros propósitos.
As primeiras manifestações artísticas datadas desse momento foram encontradas nas
cavernas de Chauvet e Lascaux, na França, e na caverna de Altamira, na Espanha. Os registros
mais primitivos tratam das mãos em negativo nas paredes das cavernas, assim chamadas por deixar
fixada somente a silhueta das mãos, como se fosse o negativo de uma fotografia.
Mãos em negativo: pintura rupestre, Patagônia, Argentina, 9000 a.C. Disponível em: https://bit.ly/2vY5WQn
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As pinturas rupestres (do latim rupes, rocha) têm como característica principal o naturalismo.
São representações fiéis da realidade tendo, em alguns casos, o tamanho real dos animais
encontrados na natureza. Estas pinturas localizavam-se em locais de difícil acesso dentro das
cavernas, o que demonstra que o objetivo não era divulgar o desenho. Muitas pesquisas apontam que
o objetivo das pinturas estava ligado diretamente
a rituais de magia. Acredita-se que os povos do
paleolítico esperavam que ao pintar a imagem de
um bisão, por exemplo, capturariam a sua alma e
assim teriam poder sobre ele, chegando inclusive
a capturá-lo fisicamente.
As pinturas eram feitas sulcando seu
contorno com a pedra lascada e preenchendo-o
com pigmentos naturais que davam a
coloração. Estes pigmentos eram misturados,
provavelmente, com gordura ou sangue animal
para dar a liga à mistura e fixá-la na parede. O
tamanho, o detalhamento e a escolha de um local
de difícil acesso para deixar registrada a pintura
demonstra o respeito que os homens tinham
pelos animais neste período.
Pintura rupestre de bisontes selvagens, Caverna de Altamira, Espanha. Disponível em: https://bit.ly/2WJ2B3t
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Arte | Ensino Médio | 2º Ano
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Assim como o povo no paleolítico acreditava que pintar a imagem dos animais estabeleceria
uma relação entre eles, eles acreditavam que suas esculturas representavam aquilo que desejavam
da mulher, a fertilidade. As esculturas eram pequenas estatuetas de pedra que enfatizavam os seios,
o ventre e os quadris da figura feminina. Entre esses trabalhos, destaca-se a Vênus de Willendorf,
encontrada na Áustria e datada de aproximadamente 24 mil anos atrás.
A Vênus de Sauvignano também apresenta as mesmas características da Vênus de Willendorf,
com membros superiores e inferiores quase inexistentes e ênfase nos seios, quadris e ventre, sem
nenhuma expressividade ou identificação pessoal no rosto.
Os instrumentos e as armas deste período, também conhecido como “Idade da Pedra Polida”,
eram feitos com pedra e polidos por atrito, ou seja, eram mais afiados. O neolítico caracteriza-se
pela sedentarização dos povos. Com uma estabilidade maior do clima foi possível fixar residência
em determinados locais. Graças a isso, alguns hábitos modificaram-se, e os primeiros núcleos
familiares se formaram. O foco não estava mais somente na caça, mas também voltou-se para a
agricultura.
O abandono da vida nômade permitiu que os homens estabelecessem uma relação de
domesticação com os animais e não apenas de caça, como no período paleolítico. A convivência
pacífica e diária dos homens com os animais foi registrada nas imagens no interior de cavernas,
agora em locais mais acessíveis. Nesse período, para atender às demandas de uma sociedade em
crescimento, também se desenvolveu a cerâmica e a tecelagem.
A modificação na postura e no modo de vida dos homens do período neolítico transformou
também seu modo de se expressar. Diferentemente das pinturas rupestres naturalistas do paleolítico,
as representações da figura humana do neolítico são mais simplificadas e geometrizadas, enquanto
os animais permanecem mais detalhados. Nas pinturas deste período podemos observar cenas do
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cotidiano, como a caça, o cultivo agrícola e outras representações da vida do homem lado a lado
com os animais.
Enquanto no paleolítico, a ideia de movimento das figuras ocorria pela sobreposição de
imagens deslocadas, nas pinturas do neolítico elas tornaram-se mais suaves e seu movimento era
representado por leves deslocamentos nas posições de braços e pernas. O desenho de figuras
humanas simplificadas e estilizadas deva-se talvez à busca pela representação do movimento nas
pinturas.
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Com o domínio do fogo e da técnica de derretimento dos metais foi
possível a construção de esculturas detalhadas de guerreiros e mulheres
desse período. Essas estatuetas servem como documentação dos
costumes e características desse povo.
Para a elaboração dessas esculturas foram usadas as técnicas
da forma de barro ou a técnica da cera perdida. Tanto o barro quanto a
cera serviam de base e modelo para os detalhes da escultura. No
primeiro caso, a forma de barro era quebrada após passar pelo fogo
e esfriar, resultando na peça de metal. Já no caso da cera, ela era
usada como molde e coberta com o barro, deixando-se um orifício
para a saída da cera e entrada do metal líquido. Ao ser levada ao
fogo, a cera derretia e o seu lugar era preenchido com o metal. Após aquecer,
endurecer e esfriar, o barro era quebrado, dando origem à escultura.
Até 2006, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) havia identificado
cerca de 10 mil sítios arqueológicos no Brasil com vestígios da arte rupestre. A partir dos sinais
encontrados nesses locais, podemos identificar a cultura de homens e mulheres que viveram em
determinadas regiões. Isso ocorre pela compreensão geográfica do lugar, possível alimentação
e os vestígios encontrados,
como instrumentos de trabalho,
armas, enfeites e pinturas.
Como exemplo, temos os
sítios arqueológicos tombados
pelo IPHAN que ficam no
Parque Nacional da Capivara,
no município de São Raimundo
Nonato, no Piauí, considerado
hoje o maior conjunto de pinturas
pré-históricas do mundo. Desde
os anos 1970, pesquisadores
e arqueólogos têm realizado
estudos para compreender as
razões e os materiais utilizados
nas pinturas rupestres, assim
como as características dos
povos que viviam no Parque. Pinturas rupestres no Parque Nacional da Serra da Capivara, no município de São
Raimundo Nonato, no Piauí. Disponível em: http://bit.ly/2LHBk0n
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As pinturas rupestres realizadas na Serra da Capivara foram feitas por diversos grupos
étnicos que passaram ou habitaram na região em diferentes momentos da história. As pinturas não
mantêm um padrão, uma temática, um estilo ou técnicas de registro. As leituras e interpretações
desses registros são suposições, mas que trazem muitas características dos povos que viveram
no local. Algumas parecem indicar atividades do dia a dia dos seres humanos, pintados isolados
ou em grupos, usando ornamentos e outros objetos. Outras pinturas representam situações que
lembram danças ou rituais, além de momentos de afetividade entre as figuras. Também há registros
de diversos animais pintados isolados ou em bandos.
Pinturas rupestres no Parque Nacional da Serra da Capivara, Pinturas rupestres no Parque Nacional da Serra da Capivara,
no município de São Raimundo Nonato, no Piauí. Disponível no município de São Raimundo Nonato, no Piauí. Disponível
em: http://bit.ly/2WFZedO em: http://bit.ly/2WK6Uf1
Pinturas rupestres na Lapa da Cerca Grande, Matosinhos, Pinturas rupestres na Lapa da Cerca Grande, Matosinhos,
Minas Gerais. Disponível em: http://portal.iphan.gov.br/mg Minas Gerais. Disponível em: http://portal.iphan.gov.br/mg
Existem vários outros locais no país onde encontramos vestígios de povos que transitaram
buscando alimento, água e melhores condições de vida ou que fixaram moradia cultivando a
agricultura e domesticando os animais. Como não existem registros escritos desse período,
os vestígios encontrados contam parte da história. No entanto, vale ressaltar que as leituras e
interpretações de pesquisadores e arqueólogos tratam-se de suposições.
Pode parecer estranho pintar imagens de animais para adorá-las ou estabelecer algum laço
entre a figura e a vida real. No entanto, ainda hoje várias sociedades adoram imagens (religiosas,
por exemplo) ou utilizam imagens para dissuadir e modificar nossas percepções, como na mídia
publicitária.
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Colaboração entre Os Gêmeos e Gol Linhas Aéreas Inteligentes, 2014-2016. Os Disponível em: http://www.osgemeos.com.br
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Os Gêmeos - Gustavo e Otávio Pandolfo. Disponível em: http:// Os Gêmeos, O gigante, 2015. Disponível em: http://www.
www.osgemeos.com.br osgemeos.com.br
Esses são apenas alguns grafiteiros reconhecidos no cenário artístico, mas encontramos
diariamente artista anônimos que deixam suas marcas pelas cidades, alertando para problemas ou
enfatizando temáticas locais, sociais e culturais.
Grafite em bueiro. Disponível em: https://bit.ly/2XMJsO4 Nunca, grafite em Kiev. Mag Magrela, grafite.
Disponível em: https://bit. Disponível em: https://
ly/2XMJsO4 bit.ly/2XMJsO4
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Fábio de Oliveira Parnaiba, conhecido como Crânio, grafite. Paulo Ito, grafite. Disponível em: https://bit.ly/2XMJsO4
Disponível em: https://bit.ly/2XMJsO4
Anotações
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1. ARTE MESOPOTÂMICA
A Mesopotâmia foi habitada por diferentes
povos ao longo dos anos; os principais foram os
sumérios, os acádios, os babilônios e os assírios.
Devido a essa variedade de culturas, diversas
características distintas permeiam as produções
artísticas, refletindo a história, a política, a religião,
as particularidades da natureza e as conquistas
de cada povo que ali viveu.
A principal área desenvolvida por todos
os povos que habitaram a Mesopotâmia foi a
arquitetura, com seus templos – os Zigurates –
e palácios. As pinturas, esculturas, murais e
relevos serviam para ornamentar as estruturas
arquitetônicas.
Tanto os povos mesopotâmicos quanto
os egípcios viveram e produziram no mesmo
período, mas as produções mesopotâmicas
acabaram perdendo-se no tempo, principalmente
por suas características frágeis. Nesta região era
difícil encontrar pedras, motivo pelo qual existem
preservadas apenas pequenas esculturas.
Pela falta de material mais resistente utilizou-se
barro cozido para as construções arquitetônicas,
material que se deteriorou com o passar dos anos.
Os povos mesopotâmicos acreditavam
no poder da imagem. Produziram diversas
estátuas de adoradores, que eram os membros
importantes ou governantes das comunidades
e que representavam o Deus – figura ligada
diretamente à natureza. Também representaram
seus governantes em cenas de batalhas, caçando
e dominando povos e animais como demonstração Estela da vitória de Naram-Sin, 2300 a 2200 a.C.,
de poder. encontrado em Sura, pedra altura 200 cm. Museu do Louvre,
Paris. Disponível em: http://bit.ly/2JBAbF0
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Zigurate de Ur, 2200 a.C., reconstrução moderna da fachada, com ruínas no topo. Iraque. Disponível em: http://bit.ly/2YvjnUs
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Muitas das construções, dos palácios e Zigurates dessa região foram destruídos total ou
parcialmente pelos constantes conflitos de caráter religioso, e que atualmente ainda ocorrem no
local. A violência, emprego de crianças nos conflitos, o uso de barba pelos homens e a figura
desvalorizada da mulher parecem ser influências do período mesopotâmico. A região nunca deixou
de ser uma área de conflito, seja pelo acesso à água ou pelas diferenças ideológicas e religiosas.
2. ARTE EGÍPCIA
A civilização egípcia talvez esteja entre as mais significativas no que diz respeito à produção
artística. Baseada totalmente em crenças religiosas e adoração aos Deuses, os egípcios fizeram
grandiosas construções arquitetônicas, pinturas que seguiam regras pré-concebidas, relevos que
contam a história do seu povo – e principalmente dos Faraós – e esculturas que tratavam da
“duplicidade” da imagem da figura humana.
Localizada ao longo da extensão do Rio Nilo, a civilização egípcia esteve por muitos anos
protegida de invasões pelos desertos da Arábia e da Líbia e pelo mar Vermelho, o que propiciou
uma estabilidade na sua formação e tempo para sua organização física, social e cultural. Nesse
período, sua história dividiu-se em Antigo Império, Médio Império e Novo Império. Embora muitas
mudanças tenham ocorrido naquele tempo, a religiosidade e a intensão de ‘eternidade’ permearam
a história egípcia.
Por muitos anos a arte egípcia manteve algumas características bem marcadas e seguiu
algumas concepções rígidas, mas nunca teve como foco adornar ou representar a realidade.A
função primeira e única da arquitetura, das esculturas e das pinturas egípcias era preservar a
realidade em qeu viviam os homens mesmo após a sua morte. Assim, a ideia de eternidade
era o centro do pensamento egípcio. Seguindo essa concepção, alguns elementos podem ser
apresentados como símbolos egípcios: o sol, que mesmo “morrendo” diariamente retorna dia após
dia para iluminar; o Rio Nilo, cultuado como Deus Nilo que garante a fertilidade pela irrigação, a
água para consumo e a pesca abundante; o papiro, planta usada pelos egípcios para escrever,
confeccionar roupas, sapatos etc.; e a flor de lótus. Tanto o papiro quanto a flor de lótus morriam
nos alagamentos em períodos de cheia, mas renasciam ainda mais bonitos e abundantes após o
rio voltar ao normal, confirmando para os egípcios a concepção de renascimento e vida eterna.
Acreditando que a vida continuava após a morte, os Faraós reuniam toda sua fortuna, servos
e objetos pessoais em grandes túmulos, pois assim quando renascessem teriam tudo de que
precisassem a sua volta. A produção artística foi fundamentada nessa crença.
ARQUITETURA EGÍPCIA
A arquitetura egípcia era feita pelos escravos para os Deuses, governantes ou pessoas que
estavam no poder.
As principais obras arquitetônicas dos egípcios eram os túmulos, mas também erguiam
palácios, templos e moradias menores. Os túmulos construídos pelos egípcios eram inicialmente
estruturas menores, mas logo ganharam grandes proporções. As tumbas dos primeiros Faraós são
as MASTABAS. A palavra mastaba vem do termo árabe maabba, que significa “banco”, pois essas
estruturas lembravam bancos de pedra.
Como a religiosidade era a ideia central, e aproximar-se do Deus Sol era importante, para
ganhar verticalidade as mastabas logo se transformaram em PIRÂMIDES. A montagem desses
túmulos lembra a sobreposição de diversas mastabas e ganham enormes proporções, elevando-se
aos céus. As pirâmides mais conhecidas ficam na Necrópole de Gizé, do antigo Império: Quéops,
Quéfren e Miquerinos.
Outra estrutura funerária usada pelos egípcios foram os HIPOGEUS, que são túmulos
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subterrâneos, tão grandiosos quanto as pirâmides. Suas construções, no entanto, não ficam
aparentes.
Todas estas estruturas destinavam-se a receber o corpo mumificado do Faraó junto com sua
riqueza, objetos pessoais, esculturas, pinturas, escritas contando sua história de vida, e até mesmo
os corpos dos escravos que lhe serviam em vida. Como a preservação de tudo que estava dentro
desses espaços era importante, em seu interior eram construídos verdadeiros labirintos de modo a
dificultar roubos ou ataques ao corpo e pertences do Faraó.
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ESCULTURA EGÍPCIA
Podemos dizer que as esculturas são “duplicidades” da figura, pois essa era literalmente
uma de suas funções: ser a imagem de quem estava sendo representado. O escultor egípcio ficou
conhecido como “aquele que mantém vivo” pois através de sua obra a alma permaneceria viva
e o corpo preservado para ser “usado” na próxima vida. Em alguns casos, a preocupação com a
religiosidade também é acompanhada de demonstrações de poder, o que justifica a dimensão de
alguns trabalhos.
Os artistas desse período não tinham um traço ou característica marcante e mantinham-se no
anonimato. Eles seguiam algumas regras para representação tanto no plano bidimensional quanto
no plano tridimensional, praticamente padronizando a produção. Nas esculturas, apresentavam
a figura geralmente de frente, rígida, com os membros inferiores e superiores presos ao corpo,
punhos fechados e um pé na frente do outro. Eram estruturas sempre feitas a partir de um único
bloco de pedra, no qual permaneciam fixadas. Toda essa rigidez e cuidados para que todos os
membros ficassem preservados ao longo dos anos reflete a preocupação de manter a preservação
da figura, que deveria manter-se intacta mesmo após a morte de quem foi representado.
Na civilização egípcia também encontramos diversas esfinges (do grego sphingo, que significa
estrangular). São figuras mitológicas com corpo de leão e cabeça humana, geralmente de um
Faraó, que simbolizam o poder e a sabedoria e serviam como protetoras das pirâmides e dos
templos. A mais conhecida é a Esfinge de Gizé.
Estátua de Menkaura e sua Tríade de Miquerinos ou Tríade de Menkaure, feitas entre 2490 e 2472 a.C. Três grupos
esposa Jamerernebty. Museu de estátuas de grauvaca, aproximadamente 90cm. Encontradas em Giza, na Tumba de
de Belas Artes de Boston. Miquerinos. Disponível em: http://bit.ly/2Vn2NUJ
Disponível em: http://bit.
ly/2HmM0NW
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PINTURA EGÍPCIA
Se através das esculturas o corpo humano era preservado, era pela pintura que os faraós
conservavam a pesca, a caça, a colheita, as festividades e as homenagens aos Deuses. Os afrescos
feitos nas paredes e objetos distribuídos no sepulcro representavam tudo o que o Faraó teria na
próxima vida.
Os egípcios seguem em suas representações bidimensionais a LEI DA FRONTALIDADE.
Como ainda não tinham desenvolvido técnicas de perspectiva, luz e sombra ou qualquer outro
recurso que proporcionasse a ideia de profundidade nas pinturas, a Lei da Frontalidade permite
ressaltar todas as partes da figura que eles achavam importantes. Ou seja, tudo que eles deveriam
ter na próxima vida deveria estar bem aparente.
As figuras eram representadas sempre com o rosto de perfil para enfatizar a saliência do
nariz, os olhos vistos de frente, o tronco de frente para demonstrar exatamente como ocorria o
encaixe dos braços e os dois pés representados do lado de dentro para deixar visível todos os
dedos. Geralmente Faraós e Deuses eram pintados maiores que as demais figuras da cena, com o
objetivo de destacar sua importância. Com esses recursos conseguiam ressaltar as partes do corpo
e figuras importantes da civilização egípcia de modo objetivo e pleno.
Embora sigam regras para representar a figura humana, seus “erros” de anatomia não tratam
de falta de domínio da técnica. Se observarmos a pintura na Tumba de Jaemwaset perceberemos
o detalhamento e domínio do desenho nos animais e nas plantas. Também nessas formas
compreendemos a preocupação de representar diversas espécies na pintura da Tumba, assim,
esses animais e plantas também seguiriam para próxima vida do Faraó. Na imagem também
podemos observar a diferença de tamanho dos personagens apontando a importância de cada um
dentro do contexto social e político do período.
Nas pinturas e afrescos também observamos a presença de corpos humanos com cabeças
de animais – o antropozoomorfismo. Essas eram as representações de alguns Deuses, como o
Deus Hórus, com cabeça de falcão e protetor dos Faraós e das famílias; o Deus Hathor, com
cabeça de vaca e protetora dos amantes e guardiã das mulheres; o Deus Anúbis, com cabeça de
chacal, era considerado o Deus da morte, da mumificação e do submundo, entre outros.
São também desse período os LIVROS DOS MORTOS encontrados junto com as pessoas
mumificadas. Esses escritos contavam toda a história de vida dos Faraós e membros importantes
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Detalhe do Papiro de Ani - Livro Egípcio dos Mortos. Disponível em: http://bit.ly/2JmKY6t
Mesmo com o vasto conhecimento que temos hoje da cultura egípcia, muitos dados perderam-
se na história principalmente pelos saques e roubos aos túmulos de grandes Faraós, pois suas
fortunas eram alojadas junto com seu corpo. Ainda podemos encontrar múmias, objetos, pinturas
e esculturas egípcias em diversos museus pelo mundo, além de partes de mastabas, pirâmides,
templos e palácios ao longo do rio Nilo.
3. ARTE GREGA
Embora tenha sofrido influência dos egípcios em seu período inicial, a arte grega mudou a
perspectiva artística retirando o foco da religião e de Deuses antropomórficos e centrando seus
estudos no homem e nos Deuses mitológicos. Enquanto os Deuses egípcios tinham a força de
homens e animais, os Deuses mitológicos gregos tinham a forma e as características dos humanos,
inclusive seus “defeitos”.
A civilização grega tem o homem como o centro de todas as coisas. Podemos exemplificar
isso pela busca das proporções “perfeitas” da anatomia humana e sua busca pela verdade. Embora
os gregos também se dediquem ao culto aos Deuses, o tamanho dos templos gregos segue as
proporções dos homens, diferentes dos egípcios, que construíram túmulos gigantescos.
É neste período que colocam o homem acima dos mitos religiosos e da crença sobre a
vida após a morte. Quando as pesquisas passam a centrar-se no homem é que nasce a ideia de
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Unidade 1
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ciência tal qual a concebemos atualmente, onde a razão – e não a fé – é usada para explicar os
acontecimentos.
A cultura grega teve como alicerce a tríade Verdade, Beleza e Justiça. Algo somente seria
verdadeiro se fosse belo e justo. Algo seria justo se fosse verdadeiro e belo. E seria belo se fosse
justo e verdadeiro. A investigação destes elementos aplica-se à arte, refletindo na busca dos artistas
pela figuração mais próxima possível do real.
Toda vida artística, cultural e social dos gregos desenvolveu-se a partir de um pensamento
linear. Embora as datas possam variar de acordo com diferentes historiadores, a produção dividiu-
se em três momentos: Período Arcaico (800 a.C. até 500 a.C.), Período Clássico (500 a.C. até 338
a.C.) e Período Helenístico (338 a.C. até 146 a.C.), que durou até 146 a.C. quando a Grécia foi
dominada pelos romanos.
Embora os registros escritos tragam dados sobre diversas pinturas em todos os períodos
gregos, poucos exemplares foram encontrados. A maioria das pinturas descobertas estavam
fora das grandes cidades, o que não deixa um registro fiel das produções bidimensionais que
provavelmente desenvolveram-se de modo mais efetivo nos grandes centros. O que sabemos,
através dos escritos, é que se tratavam de obras bastante coloridas e que seguiram a evolução
figurativa da escultura na busca pelo movimento e realismo das formas.
PERÍODO ARCAICO
A característica mais marcante da ARQUITETURA grega são as construções de templos
para adoração aos Deuses. Podemos diferenciar os períodos em que eles foram construídos pelo
modelo de capitel em suas colunas. O período arcaico é marcado pela construção de templos cujas
colunas eram com capitel dórico. Este apresenta formas simples, lisa e maciças. O templo mais
conhecido com estas características é o Partenon, na Acrópole de Atenas.
Ordem dórica
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A ESCULTURA do período
arcaico é ainda muito influenciada
pela produção egípcia e suas
formas permanecem rígidas, feitas
de apenas um bloco de pedra.
As imagens mantêm os braços
junto ao corpo, cabelos marcados,
um pé em frente ao outro e
são simétricas. As principais
representações escultóricas desse
momento são os Kouros (“homem
jovem”) e as Korai (“mulher jovem”;
no singular, Koré). Ambas mantêm
diversas características egípcias;
o que as diferencia é que o Kouros
representa um jovem nu e a figura Estátua grega no padrão Kouros. Estátua grega no padrão Koré,
Disponível em: http://bit.ly/2WJDrlj chamada de Dama de Auxerre,
feminina – Korai – é apresentada 635 a.C. Museu do Louvre, Paris.
vestida. Disponível em: http://bit.ly/2HDHSYP
Como a maioria das PINTURAS não resistiram ao decorrer dos tempos, perderam-se os
registros bidimensionais. São nas cerâmicas que podemos analisar como provavelmente o ser
humano era representado nas pinturas. A confecção de vasos era voltada para armazenamento de
vinhos, azeites e outros mantimentos; também eram usados como urnas funerárias.
Desenvolveram-se duas técnicas nesse período. Em uma delas a silhueta das figuras era
pintada de preto e seus detalhes internos gravados com um instrumento pontiagudo, revelando a
cor natural do barro. O principal pintor desta técnica foi Exéquias. Outro modo de pintar os vasos
foi introduzido por Eutímedes. Na sua técnica, ele inverteu o esquema de cores deixando as figuras
na tonalidade do barro e o fundo negro. São chamadas de figuras vermelhas.
Ânfora com figuras negras. Cerca de 540 a.C. Ânfora com figuras vermelhas, cerca de 350 a.C.
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PERÍODO CLÁSSICO
A ARQUITETURA clássica é marcada pela construção de templos com capitel jônico, o qual
tem volutas (ornamentos em espiral) em sua estrutura. Um exemplo de templo jônico é o Erecteion,
na Acrópole de Atenas. Além de capitéis jônicos ele possui cariátides, que são colunas formadas por
figuras femininas.
Ordem Jônica
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A maioria das esculturas dos períodos arcaico e clássico são representações de jovens
atletas. Isso deve-se ao fato dos atletas campeões nas olimpíadas gregas receberem uma escultura
sua como destaque. Essas estátuas eram espalhadas pela cidade, nos templos e locais dos jogos.
O principal escultor deste período é Praxíteles.
Percebemos que nas esculturas do período clássico inicia-se a ideia de movimento
desprendendo-se das regras egípcias, tornando as figuras mais realistas, com músculos mais
destacados e formas mais definidas. Mas ainda não se percebe diferenças individuais nem
expressões nos rostos das esculturas.
Cópia romana da Afrofite da Cápua. Cópia romana do século II d.C. Afrodite Vênus de Milo (Afrodite de Melos),
Original grego data do século IV a.C. de Cnidos. Mármore. Museu Nacional datada da segunda metade do século
altura 210 cm. Museu Nacional de Romano, Roma. Disponível em: http:// II a.C. Altura: 204 cm. Museu do
Nápoles. Disponível em: http://bit. bit.ly/2w1ksXG Louvre, Paris. Disponível em: http://bit.
ly/30m7FNt ly/2Hm3s4X
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PERÍODO HELENÍSTICO
No final do período Clássico e início do Helenístico, o povo grego passou por diversos ataques
e vivenciou um momento muito instável. Esta emoção latente na população foi repassada para arte
que trouxe, além do belo já desenvolvido anteriormente, também a expressão e os sentimentos
expostos nas figuras.
Templos com colunas com capitel coríntio são característicos do período Helenístico, que
recebeu esta denominação por ter se desenvolvido na cidade de Hélade, na região central da
Grécia.
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Hagesandro, Atenodoro e Polidoro de Rodes. Laocoonte e seus Vitória de Samotrácia, 190 a.C., 275 cm. Museu do Louvre,
filhos, 175-50 a.C. Mármore, 242 cm. Museo Pio Clementino, Paris. Disponível em: http://bit.ly/2JKW44y
Vaticano. Disponível em: http://bit.ly/2WP6e8l
Tanto as pinturas quanto as esculturas eram coloridas. Com o tempo, no entanto, as obras
tridimensionais perderam sua coloração, permanecendo somente a cor do material, geralmente
mármore.
Na busca pelo movimento, as obras tridimensionais gregas retiraram as figuras dos blocos
de pedra e afastaram seus membros (pernas e braços) do tronco, diferenciando-as das egípcias.
Enquanto o objetivo das esculturas egípcias era durar para sempre na vida eterna, os gregos
buscavam o belo, o verdadeiro e o justo sem preocupar-se com a eternidade, respeitando as
limitações humanas. Assim, usaram o mármore, material mais frágil quando comparado à pedra e
ao bronze, motivo pelo qual vários exemplares que observamos hoje em museus estão quebrados,
lascados ou com partes faltantes.
TEATRO GREGO
A história do teatro se inicia com as festas oferecidas ao Deus Dionísio, Deus do Vinho.
Toda dramaticidade buscada pelos escultores do período helenístico foi influenciada também pelas
cenas representadas no teatro. O foco, além do coro, agora também estava no desempenho dos
atores.
A arquitetura dos teatros gregos ainda serve como referência para construções atuais, pois
apresentava uma acústica perfeita. Inicialmente foram divididos em três partes: a orquestra, local
circular dedicado às apresentações; a arquibancada, construída aproveitando-se a geografia do local
e era reservada ao público; e o palco, local para preparação dos atores e depósito dos materiais –
atualmente denominado camarim.
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Teatro de Epidauro, século IV a.C. - 55 degraus divididos em duas ordens e calculados de acordo com uma inclinação perfeita.
Disponível em: http://bit.ly/2HmEdzE
De modo linear, percebemos a evolução das obras gregas, as quais foram referências para
outros momentos artísticos posteriores como o Renascimento ou o Neoclassicismo. Ainda hoje
as obras clássicas servem como referência para os artistas e como guia de padrões de beleza do
corpo humano. Muitas esculturas gregas foram perdidas ou danificadas nas batalhas e o acesso
que temos a maioria delas, atualmente, são as cópias romanas.
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4. ARTE ROMANA
ARQUITETURA ROMANA
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Panteão Romano, 126 d.C. Roma, Itália. Disponível em: https:// Vista interna do Panteão. Disponível em: https://bit.ly/2So6E3M
bit.ly/2So6E3M
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TEATRO ROMANO
O espaço considerado teatral para os romanos está intimamente ligado à arquitetura pois a
sua principal obra trata-se, ainda hoje, de uma estrutura referencial para diversas construções: o
COLISEU. Na verdade, trata-se do Anfiteatro Flaviano, pois pertenceu à dinastia Flaviana, iniciando
sua construção no império de Vespasiano e terminando no império de Tito. O “apelido” Coliseu
deve-se ao fato de que, antes de ser um anfiteatro, ali ficava a casa gigantesca de Nero. Em seu
jardim interno havia uma estátua do imperador Nero de 30 metros de altura a qual todos chamavam
de Colosso de Nero. Após sua morte, a estátua foi transformada no Deus Sol, mas o nome Coliseu
- proveniente de Colosso de Nero – permanece ainda hoje.
Diferente de qualquer outra construção anterior, o uso de arcos permitiu aos romanos
elevar a estrutura e deixar o público muito mais perto do espetáculo. Em seu interior havia galerias
submersas, velários – estruturas cobertas e removíveis para proteger o público de chuvas e sol –,
elevadores e diversos outros projetos usados ainda hoje, com ajustes e tecnologias diferentes.
Mesmo sustentado por arcos, os romanos fazem referência à arquitetura grega na fachada
externa onde apresentam colunas dóricas no primeiro pavimento, colunas jônicas no segundo e
colunas coríntias no terceiro e quarto pavimentos.
Esta estrutura oval e mais alta – usada ainda hoje em nossos estádios de futebol – permitiram
a apresentação de lutas sangrentas orquestradas por gladiadores, tigres e leões, lutando até a
morte. Para os romanos essas atividades eram simples jogos ou espetáculos.
Anfiteatro Flaviano, Coliseu, 80 d.C. Vista interna Anfiteatro Flaviano, Coliseu, 80 d.C. Roma, Itália
Roma, Itália
ESCULTURA ROMANA
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em homenagem às pessoas mortas, eram produzidas máscaras mortuárias para captar todos os
detalhes que depois seriam aplicados no mármore ou bronze.
Devido a tantos detalhes de rostos e vestimentas, podemos identificar como os imperadores
romanos eram na realidade, além das minúcias de suas armaduras e roupas.
Augusto de Prima Porta (19 a.C.), 204cm. Busto Romano de Antônio Pio, 140 d.C. Líbia.
Museu Chiaramonti, Vaticano. Disponível Disponível em: http://bit.ly/2YvCU6V
em: http://bit.ly/2Vqoh2U
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PINTURA ROMANA
Os temas das pinturas eram variados: batalhas, paisagens, objetos, seres mitológicos ou
imitação de mármore. Na busca por enganar os olhos, os romanos desenvolveram a técnica do
Tromp l’oeil (tromp=enganar, l’oeil=olhos). Com essa técnica traziam aos ambientes imagens realistas
que proporcionavam a sensação de profundidade e “entrada” na pintura. Mesmo passando por
diferentes estilos, as pinturas romanas mantiveram o foco em ampliar visualmente os ambientes
fechados e decorar as paredes com cores e formas.
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Detalhe da pintura Iniciação ao culto de Deméter, afresco da Villa dos Pintura mural no Quarto Estilo, Sala de Ixião,
Mistérios, Pompéia. Disponível em: http://bit.ly/2Hkyyd9 Casa dos Vetii, Pompeia, c. 63-79 d.C.
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Gregos
- Buscam a beleza com a verdade e a justiça
- Criaram a Filosofia buscando sua essência
- Divertiam-se no teatro buscando a dramaticidade
- Tinham atletas
- Queriam conhecer
“Conhece-te a ti mesmo” – Frase grega revelando a importância do
autoconhecimento grego
Romanos
- Buscam poder
- Criaram o Direito para defender os bens materiais
- Divertiam-se no anfiteatro buscando as lutas e demonstrações de
força até a morte
- Tinham gladiadores
- Queriam dominar
“A lei é dura, mas é lei” (do latim dura lex sed lex) – Frase romana
afirmando que mesmo que sejam duras as leis devem ser
cumpridas.
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A arte desse período sofre forte influência da arte romana e da religião cristã. Sua produção
explorou de modo mais simples a representação das figuras visando divulgar, projetar e reafirmar
o cristianismo em diferentes momentos. Destacam-se neste período as grandiosas construções
arquitetônicas dedicadas à religião.
5. ARTE BIZANTINA
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Com todo o poder de Constantinopla nesse período, algumas regiões perdidas do Império
Romano Ocidental foram recuperadas, e Basílicas bizantinas foram erguidas como representação
de poder e riqueza. A Igreja de São Vital, em Ravena, na Itália, é um exemplo significativo de
simplicidade exterior e riqueza abundante no espaço interno.
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Igreja de São Vital, em Ravena, Itália. Disponível em: https://bit. Interior da Igreja de São Vital, em Ravena, Itália.
ly/2HtWMR2 Disponível em: https://bit.ly/2LIGXLW
Os bizantinos não adornaram suas basílicas com ESCULTURAS porque acreditavam que
a representação das figuras tridimensionais, tal qual eram na realidade, significaria o culto a uma
figura pagã. Desse modo, os imperadores não foram esculpidos e sim representados em MOSAICOS
bidimensionais.
Como suas igrejas eram construídas com grossas paredes, de modo a sustentar a grande
cúpula, praticamente não tinham janelas ou aberturas para entrada de luz. Assim, adornar com
mosaicos – compostos de vidros, ouro e pedras – tornou-se um recurso para refletir a luz e tornar
a “casa de Deus” um local iluminado e rico.
A representação das figuras nos mosaicos não faz distinções de características pessoais
do retratado, afinal, “todos são iguais perante Deus”. Podemos identificar as diferentes figuras
através de seus acessórios, roupas e o contexto da imagem. As imagens não tinham ligação com
o real, o foco estava na cena, que deveria ser simples e direta. Com isso, o fundo foi eliminado das
paisagens e as pessoas em alguns casos parecem flutuar de modo divino na cena. O imperador e
a imperatriz são representados com “alos” sobre suas cabeças como se fossem Deus.
Como o foco não estava centrado na figura humana e sim em representar a história do
cristianismo, algumas “regras” foram adotadas como, por exemplo, a frontalidade. Nesse caso, as
figuras deveriam ser representadas de frente, sem distinções particulares, mas impondo respeito e
simbolizando autoridade. Quando se tratavam de imperadores, eles deveriam ocupar um local de
destaque no ambiente ou na cena.
Mosaico da Igreja de São Vital, em Ravena, Itália. Retrata Mosaico da Igreja de São Vital, em Ravena, Itália.
a imperatriz Teodora, suas aias e eunucos, Século VI. Retrata o imperador Justiniano e sua Corte composta por
Disponível em: https://bit.ly/2W2yK93 funcionários, generais, eclesiásticos e guarda-costas.
Disponível em: https://bit.ly/2Hjg9h0
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A arte cristã ao longo dos anos contou a história de Cristo e exaltou o poder e riqueza dos
imperadores, através do uso abundante de mármore, joias, ouro e mosaicos no interior de suas
basílicas. Embora suas representações apresentem figuras simples, os artistas bizantinos tinham
o domínio da técnica tanto quanto os gregos. O foco e propósito de sua arte, porém, eram outros:
tratava de servir a Deus e não se destacar com suas habilidades técnicas, nem salientar as virtudes
do homem.
Mesmo com dificuldades e o declínio cultural e político, Constantinopla resistiu até o final da
Idade Média, mantendo-se até 1453, quando foi invadida pelos turcos.
6. ARTE ROMÂNICA
A arte cristã medieval, da qual a arte românica faz parte, desenvolveu-se no período em que
a produção artística destinada ao cristianismo espalhou a fé cristã pela Europa. Nesse momento
eram consideradas românicas todas as construções, as esculturas, os relevos ou as pinturas que
remetiam ao período romano, ou seja, essas obras não necessariamente estão na cidade de Roma
mas têm características da arte romana.
Chamamos esses tempos de “Idade das Trevas”, por ser um período de longas batalhas e
ataques dos bárbaros, mas também por sabermos muito pouco a respeito do que ocorreu naqueles
anos. O estudo sobre a produção artística centra-se principalmente na área da religião, não por
inexistir arte nos castelos, mas porque muitas igrejas foram poupadas durante as guerras enquanto
que a maioria dos castelos foram destruídos.
Neste momento, a vida desloca-se das cidades para o campo e a produção artística fica principalmente
concentrada nos mosteiros, local de estudos e produção de ilustração de livros religiosos.
Em 799, em troca de proteção e da disseminação do cristianismo na Europa, o papa Leão
III torna o Rei Carlos Magno imperador do antigo Império Romano do Ocidente. Na busca pela fé
e por relíquias sagradas, diversos peregrinos percorreram diferentes rotas em busca da salvação.
Nessas caminhadas paravam em igrejas ao longo da viagem o que, muitas vezes, atrapalhava a
missa. Desse fato resultou uma das principais diferenças arquitetônicas das basílicas romanas
para as igrejas românicas: o deambulatório.
Tanto as igrejas românicas quanto os castelos medievais foram construídos visando a proteção;
eram verdadeiras fortificações. Nesse período ocorriam diversas batalhas, invasões e lutas por
terras e riqueza. Nesse contexto, a igreja se apresentava como um local “seguro” tanto por sua
estrutura quanto pelos ensinamentos de fé que disseminava aos fiéis. Ao longo dos anos até mesmo
os reis bárbaros converteram-se ao cristianismo.
A ARQUITETURA românica
tinha como base a estrutura das
basílicas romanas com planta
em cruz latina (planta da igreja
em forma de cruz com tamanhos
diferentes). A essa composição
é acrescentada o deambulatório.
Esse é um lugar de passagem que
permite aos peregrinos contornar
os passos da paixão de Cristo
passando atrás da abside – local
onde fica o altar –, de modo que
não interrompam a cerimônia.
Ainda hoje encontramos os passos
da paixão de Cristo circundando
as paredes das igrejas católicas. Planta Igreja Românica
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Algumas das rotas de peregrinação mais conhecidas e que ainda hoje é feita por peregrinos
de diferentes partes do mundo e por diversos motivos pessoais, mas sempre centrados na fé,
são os caminhos que levam a Santiago de Compostela, na Espanha, provável local do túmulo
do apóstolo Tiago. Seguindo as setas amarelas existem várias rotas, como o caminho saindo de
Saint-Jean-Pied-de-Port, na França, com 800 Km até Santiago; a rota portuguesa, saindo do Porto,
com 230 km ou saindo de Lisboa, com 600 km; e a rota do caminho do Norte, saindo de Irún,
na Espanha, com 850 km. Ainda existem alguns peregrinos que, após chegarem a Santiago de
Compostela, continuam sua viagem até Finisterra (em latim ‘fim da terra’ ou ‘fim do mundo’), o ponto
mais a leste da Europa, por algum tempo considerado o fim do mundo. Essas peregrinações, que
são realizadas caminhando ou de bicicletas, demonstram ainda hoje o poder da fé cristã sobre as
pessoas.
Outra modificação importante nas construções de igrejas foi o uso de abóbadas para sua
sustentação. Diferentemente das igrejas romanas, as quais usam madeira em seus tetos e que
facilmente sucumbiam ao fogo, as igrejas românicas usaram as abóbadas de pedras também nos
tetos. Essa estrutura pesada forçou a construção de paredes ainda mais grossas e robustas para
suportar o peso, tornando as igrejas românicas verdadeiros fortes. Com paredes extremamente
largas, as aberturas foram eliminadas ou muito reduzidas sendo necessário adaptar o óculo na
fachada frontal da igreja, para entrada de luz e ventilação.
Por adaptarem características da arquitetura romana, as fachadas das igrejas românicas
lembram muito os frontões clássicos e, em alguns casos, os arcos triunfais.
Como o Império Romano dividiu-se em ocidental e oriental, suas características divergem
em alguns pontos. As influências ocidentais nas igrejas românicas podem ser percebidas, por
exemplo, na Catedral de Saint-Sernin
de Toulouse, na França, adotando
as construções das torres sobre o
cruzeiro (ponto de encontro entre
o transepto e a nave central –
como mostra a imagem da planta
de uma igreja Românica). Por
outro lado, as influências orientais
são percebidas na Catedral de Pisa,
na Itália (que por alguns anos
ficou sob domínio do império
bizantino após a queda de Roma)
onde foi adotada a cúpula sobre o
cruzeiro.
Catedral de Saint-Sernin de Toulouse, na França. Disponível em: https://bit.
ly/2vYQuDF
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Os artistas desse período tinham o domínio do desenho, mas seu foco não estava na
originalidade ou na criatividade; a meta era ser objetivo na mensagem cristã. As imagens tinham o
poder de ensinar e trazer mais fiéis para igreja, o que não significa que alguns não se destacavam
em relação a outros. Vamos explicar com um exemplo mais atual: você contrata músicos para o seu
casamento, solicita a tradicional marcha nupcial e pede que ela seja executada por três violinistas.
A música da entrada de seu casamento pode ser harmônica, agradável e no tom certo, mas a sua
execução também pode ser um desastre. Assim eram os artistas medievais. Eles recebiam algumas
coordenadas ou partes da bíblia para representar e poderiam fazer isto de modo harmônico ou criar
composições que fugiam do objetivo e sem expressão visual.
As imagens medievais eram, principalmente, a imposição de determinados paradigmas,
centrados na religião. Através delas aprendia-se sobre a fé cristã, distinguia-se o bem do mal e o
céu do inferno. As imagens determinavam quais atitudes deveríamos ter para alcançar um ou o
outro. A imagens românicas são um ótimo exemplo do poder que as imagens têm sobre algumas
culturas, inclusive a atual.
7. ARTE GÓTICA
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Outros elementos que são agregados às catedrais góticas são as Gárgulas, figuras
monstruosas (humanas ou animais) que são ajustadas a uma certa distância da parede servindo
como desaguadouros, escoando as águas das chuvas. Para cumprir sua função, geralmente
são posicionadas com a cabeça inclinada para baixo de modo que a água escorra por sua boca.
Também temos as Quimeras, que foram adicionadas à catedral de Notre-Dame no século XIX,
embora se integrem tanto à estrutura que parecem que sempre estiveram ali. As quimeras são
estátuas de animais e seres fantásticos instaladas no alto da construção.
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A construção de paredes mais finas e o fato de elas não serem mais as responsáveis pela
sustentação da estrutura permitiu a colocação de grandes VITRAIS em praticamente todas as
paredes das catedrais góticas. Os vitrais eram formados por vários pequenos pedaços de vidros
coloridos que permitiam a passagem de luz, além da reprodução de cenas bíblicas, criando um
ambiente interno iluminado e rico em cores e formas.
Outra característica que encontramos em todas as catedrais góticas são as ROSÁCEAS,
grandes aberturas circulares na fachada frontal da catedral adornada com vitrais. As rosáceas
tornaram-se cada vez mais trabalhadas e rendilhadas a cada construção de uma nova catedral.
Detalhe do vitral Profetas do Antigo Testamento, na Vista externa e interna da rosácea na Catedral de Notre-Dame,
Catedral de Notre-Dame, França. Disponível em: https:// França. Disponível em: https://bit.ly/2vfz7hB
bit.ly/2Wb2u3W
O alto nível de detalhamento nos relevos e o uso de vitrais muito trabalhados nas paredes
proporcionavam aos cristãos que ingressavam naquele espaço a sensação de estarem entrando no
“Reino do Céu”. E essa era realmente a ideia inicial, ou seja, construir espaços que impressionassem
e chamassem mais uma vez os fiéis para a “Casa de Deus”. Tratavam-se de concepções tão
grandiosas e detalhadas que em sua maioria não foram executadas tal qual o projeto inicial, mas
mesmo assim mantiveram a imponência desejada pelos cristãos.
Diferentemente das construções góticas que se desenvolveram em toda a Europa, na Itália
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Unidade 1
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As ESCULTURAS, que por muitos anos apareceram timidamente como relevos ou pequenas
figuras acopladas à arquitetura, ganham novamente destaque. Suas formas parecem buscar cenas
naturais assim como os gregos, embora suas figuras ainda permaneçam com ar mais divino do que
humano.
Anunciação e visitação, catedral de Reims, Paris. Disponível Esculturas do coro, O Massacre dos Inocentes Catedral de
em: https://bit.ly/2W2OU2s Chartres, França. Disponível em: https://bit.ly/2YC3k7p
A Idade Média também ficou conhecida como Idade das Trevas, mas não podemos tratar como
um período improdutivo ou sem manifestações artísticas. Foram tempos de guerras, invasões,
doenças e inúmeras mortes. Todas essas destruições resultaram na perda de obras, registros
históricos, artísticos e culturais, por isso entendemos esse período como ‘nebuloso’ pois não temos
clareza dos fatos que ocorreram.
Em meio a tantas tragédias, a igreja era o pilar de segurança do povo. A arte não estava
preocupada em ser criativa, inovadora ou representar os traços de cada artista. Os artistas eram
os responsáveis por disseminar, através das representações bíblicas, o caminho para o céu e isso
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deveria ser feito respeitando fielmente a história. Desse modo, somente no final da Idade Média
começamos a identificar o nome de alguns artistas pois até então todos trabalhavam “em nome de
Deus”.
Assim que as cidades cresceram e as prioridades dos homens modificaram-se, a igreja
teve de se ajustar para continuar a ter seu espaço na sociedade. Então as representações cristãs
também foram se modificando. Enquanto que na arte bizantina os santos e as figuras cristãs foram
representados como reis e nobres, na arte gótica essas figuras tinham as feições de homens do
povo. Assim, com o passar dos anos, o homem voltou a ser o foco da arte resultando no período
artístico que denominamos Renascimento, ou seja, o ressurgimento da arte clássica, do homem
como centro de tudo.
Anotações
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Unidade 2 | Capítulo
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Momento histórico em que ocorre uma grande expansão cultural na Europa. O foco sobre
as questões religiosas impostas pelo cristianismo é contraposto com o humanismo, a ciência e a
razão. A cultura clássica greco-romana é revisitada. Em um segundo momento a religião católica é
contestada e as formas de representação ficam mais expressivas. O Renascimento, o Maneirismo,
o Barroco e o Rococó são períodos de destaque.
8. RENASCIMENTO
Embora a história delimite a Idade média do século V até o século XIV, na arte podemos apontar
o início das produções artísticas já no século XIV, período conhecido como pré-renascimento ou
Trecento, ainda com muitas características góticas, porém com estudos anatômicos das formas (dos
objetos, dos animais e dos homens) a partir de regras matemáticas e conhecimentos científicos.
Desenvolveu-se principalmente na Itália migrando mais tarde para outros países da Europa.
Quando tratamos da Idade Moderna estamos apontando inicialmente o renascimento do
homem como centro de todas as coisas. Há uma retomada das características greco-romanas
(conhecido como período clássico) com o foco na anatomia humana e no naturalismo. Mas podemos
afirmar que os artistas renascentistas foram além, estudaram o corpo humano a sua exaustão a
partir da dissecação de corpos humanos, observaram incansavelmente os animais e as plantas e
incluíram a noção de espaço em suas obras.
Nesse período também passamos a reconhecer características individuais de cada artista
nas produções de desenhos, pinturas, esculturas e gravuras. Os artistas passam a assinar seus
trabalhos e realizam esboços e anotações documentando seus estudos para cada obra, geralmente
para cada objeto que fará parte da composição. Muitos artistas atuam em diversas áreas: são
pintores, escultores, gravuristas, cientistas, matemáticos, arquitetos, entre outras, ou seja, são
homens na busca do conhecimento. Eles tentam entender o funcionamento de tudo e representam
estas descobertas de diferentes maneiras.
Na ARQUITETURA destaca-se
Filippo Brunelleschi (1377-1446), um dos
líderes dos jovens artistas florentinos que
revolucionou as construções do período
retomando as características greco-
romanas, mas aplicando-as nas obras
de modo inovador. Na busca por novos
modos de beleza e harmonia Brunelleschi
utilizou-se das colunas gregas, dos arcos
e pilastras romanas, mas sem seguir as
regras estabelecidas pelos arquitetos de
cada período. Em seus interiores nada
tinham das elevações, colunas alongadas
ou vitrais góticos, e sim estruturas Catedral de Santa Maria Del Fiore, 1404 a 1420, Florença, Itália.
organizadas e proporcionais. Disponível em: https://bit.ly/2Q4Cy4u
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Para comprovar sua teoria sobre a
perspectiva, Brunelleschi pintou o Batistério
de São Giovanni, em Florença, deixando nele
um orifício por onde o espectador deveria
olhar para observar a pintura pelo espelho.
Os espectadores ficaram impressionados
com o realismo da imagem. De modo que
o arquiteto pode comprovar as medidas
semelhantes a construção real.
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dos estudos sobre a perspectiva e o claro-escuro deve-se principalmente pela invenção da imprensa
em meados do século XV. A arte teve importância fundamental neste campo, pois neste momento
desenvolveu-se a GRAVURA. Tendo como princípio a ideia de carimbo, a linguagem artística da
gravura divide-se em diferentes técnicas surgindo inicialmente a xilogravura, na qual o suporte é
a madeira, e depois a gravura em metal, que usa como suporte a placa de cobre. Essas técnicas
permitiram a reprodução em série das imagens e textos.
Podemos dividir o renascimento italiano em três fases lineares, o Trecento (1300), o Quatrocento
(1400) e o Cinquetento (1500). Cabe ressaltar que essas datas não são fechadas e variam de acordo
com diferentes historiadores, assim como as características de obras de diferentes períodos
misturam-se e complementam-se. Estudaremos aqui as três fases distintas na Itália e suas diferentes
manifestações na região de Flandres e na Alemanha, onde despontam artistas importantes para
história da arte com produções com algumas características distintas das obras italianas.
TRECENTO ITALIANO
A temática religiosa continua presente nessa fase assim como algumas características
das iluminuras da arte gótica misturam-se nas obras. Um dos primeiros artistas de que temos
conhecimento neste período é Giotto di Bondone que resgata algumas características da cultura
clássica greco-romana e mistura as concepções estabelecidas pelos artistas góticos.
Giotto volta a valorizar o homem em suas representações e, em alguns casos até mesmo os
santos têm feições humanas. Em algumas pinturas, ressalta-se a característica gótica de reprodução
das figuras de acordo com a sua importância,
por exemplo, as figuras centrais estruturadas
em tamanhos maiores que os demais indivíduos
ou elementos da natureza. Suas obras buscam
a naturalidade das figuras e a tentativa de iludir
profundidade nas cenas através da justaposição
de planos.
Podemos compreender as modificações
que as obras de Giotto apresentam em relação ao
período gótico se comprarmos as representações
da Virgem com o menino que ele pintou e a de seu
mestre Cimabue (A Virgem e o menino rodeados por
seis anjos). Enquanto os anjos de Cimabue parecem
estar flutuando, suas figuras permanecem estáticas
e a Virgem parece deslizar no trono, a pintura do
discípulo retrata um ambiente com gravidade,
no qual os anjos estão no chão e organizados
em planos sobrepostos. A Virgem parece estar
realmente sentada no trono, e suas vestes seguem
de modo um pouco mais natural suas curvas. Com
isso percebemos uma das principais mudanças no
renascimento mesmo em obras que ainda tenham
influência gótica: a preocupação com o espaço
real.
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QUATROCENTO ITALIANO
A produção desse período teve forte influência da cultura greco-romana, incluindo
personagens mitológicos e religiosos. Muitos artistas resolveram tecnicamente através da
perspectiva a representação de cenas mais próximas ao real.
Massaccio (1401-1428)
Massacio trazia para suas pinturas as
coisas tal como são, a realidade. Em sua obra A
expulsão de Adão e Eva do paraíso apresenta uma
verdade expressiva do acontecimento. Em sua
pintura percebemos o sofrimento e angústia de
Adão e Eva no momento em que eles deixam
o paraíso contra suas vontades escoltados por
um anjo com uma espada. Ambos têm os rostos
contorcidos e o posicionamento das mãos
mostram sua vergonha e consciência do pecado
que cometeram, Adão cobre o rosto e Eva tenta
esconder suas intimidades. Durante o período
da contrarreforma (reação da igreja católica à
Reforma Protestante) a pintura de Massacio foi
modificada e ramos foram acrescentados para
cobrir suas partes íntimas, anos mais tarde
novamente a pintura foi restaurada e mantida
como na versão original.
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Paolo Ucello, A Batalha de São Romano, 1450, óleo sobre madeira, 181,6 x 320cm. National
Gallery, Londres. Disponível em: https://bit.ly/2JHVJzA
Paolo Ucello, A Batalha de São
Romano (detalhe), 1450, óleo
sobre madeira, 181,6 x 320cm.
National Gallery, Londres.
Disponível em: https://bit.
ly/2JHVJzA
Fran Angelico, Anunciação, 1437, Museu São Marcos, Florença. Disponível em: https://bit.ly/2YmgEMQ
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Piero Della Francesca, O Batismo de Cristo, Piero Della Francesca, Retratos de Battista Sforza e de Federico de Montefeltro,
1448-1450, têmpera sobre madeira, 167 x 1472. Disponível em: https://bit.ly/2VxlCcF
116 cm. National Gallery, Londres, Inglaterra.
Disponível em: https://bit.ly/2vX48au
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das obras de Botticelli seja a integração entre a cena principal e sua harmonização com o restante
da pintura. Até então a cena principal ficava separada do fundo, organizada quanto a composição,
mas dividida se tratarmos a representação como um todo.
Uma das obras mais conhecidas de Botticelli é a cena mitológica que retoma o tema da
Antiguidade, O nascimento de Vênus. Nessa pintura ele resgata o ideal de beleza greco-romano, a
ornamentação gótica, e a simetria e o equilíbrio renascentista. Ele apresenta a Vênus em destaque
no centro da imagem que após emergir da água é recebida pelos alados deuses eólicos, uma
Ninfa com um manto para cobri-la e uma chuva de rosas, símbolo do amor. A Vênus apresenta-se
com contornos bem definidos, membros alongados, ombros caídos e sem um apoio real. Botticelli
mistura estilos em formas delicadas, cores suaves e uma ornamentação detalhada.
Sandro Botticelli, O nascimento de Vênus, 1485, têmpera, 278,5 x 172,5cm. Disponível em: https://bit.ly/2Hh6Q0U
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CINQUECENTO ITALIANO
O final do Quatrocento e início do Cinquecento foi o auge do período renascentista e foi chamado
de a Alta Renascença. Neste período, com a valorização e mudanças nas cidades, amplia-se por
parte dos mecenas o incentivo e financiamento aos artistas. Os mecenas eram príncipes, condes,
ricos comerciantes, bispos e banqueiros que financiavam e investiam na produção dos artistas para
obter reconhecimento e prestígio na sociedade. Assim, solicitavam aos artistas que produzissem
obras para ornamentar suas residências, túmulos, ciclos de afrescos ou altares de pequenas
igrejas, de modo que em troca os artistas podiam solicitar pequenos valores ou favores, bem como
em alguns casos, escolher as temáticas das obras. Essa mudança modifica significativamente a
produção de arte, pois proporciona certo grau de liberdade aos artistas.
Nesse período, os artistas já haviam dominado as técnicas de representação nos mais
diversos níveis o que permitiu liberdade para estudarem a ciência e o mundo a sua volta e reproduzi-
lo na arte, sem ficar obrigatoriamente ligados as questões religiosas. Com isso, os artistas eram
valorizados e prestigiados pela sociedade, incentivando-os a produzir mais, com mais qualidade
e mais liberdade temática. Talvez esses fatos tenham os incentivados, pois são desse período os
artistas mais conhecidos da história da arte, como Leonardo Da Vinci, Michelangelo e Rafael.
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Leonardo Da Vinci, estudos sobre anatomia humana. Leonardo Da Vinci, estudos Leonardo Da Vinci, estudos
para construção de tanque de para construção de canhão
guerra. de trinta e três canos.
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Leonardo Da Vinci, A Última Ceia, 1495-8, têmpera e óleo sobre duas camadas de gesso e reboco da
parede, 460 x 880 cm. Refeitório do mosteiro de Santa Maria delle Grazie, Milão. Disponível em: http://
bit.ly/2JgLeEj
Mosteiro de Santa Maria delle Grazie, Imagem da A Última Ceia, no refeitório do mosteiro de Santa Maria
em Milão após o bombardeio de 1943. delle Grazie, Milão. Disponível em: http://bit.ly/2JDI4Ke
Disponível em: http://bit.ly/2YsAgyL
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Miguelangelo intitulava-se escultor embora sua mais significativa obra seja pintura, A criação
do mundo, no teto da Capela Sistina, no Vaticano. Trata de um conjunto de pinturas que retratam
nove cenas do antigo testamento: Deus dividindo a luz e a escuridão, a criação do sol e dos
planetas, a divisão da água e da terra, a criação de Adão, a criação de Eva, a tentação de Adão
e Eva e a expulsão do Éden, Noé e sua família fazendo sacrifício após a inundação, a grande
inundação e Noé desonrado. Nas laterais são pintadas as sibilas e os profetas.
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Rafael Sanzio, A Escola de Atenas, 1509-11, afresco, base 772 cm, Stanza Vista parcial da Stanza della Segnatura, Vaticano.
della Segnatura, Vaticano. Disponível em: http://bit.ly/2vVDuyF Disponível em: http://bit.ly/2YrwRQV
O cinquetento foi o ápice da produção renascentista, de modo que os artistas, ao longo dos
anos, resolveram as questões técnicas de representação e exploraram as diversas possibilidades
de acordo com a característica pessoal de cada artista e inspirados pelas temáticas religiosas
e sociais a partir das descobertas científicas e das novas invenções do período. O homem foi o
centro das pesquisas, e a busca pela representação da verdade foi o foco dos artistas.
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RENASCIMENTO FLAMENGO
Flandres foi o nome dado ao “país” que hoje compreende o norte da França e grande parte
da Bélgica. Os artistas desses locais continuaram com grande influência gótica, mas adaptaram as
técnicas renascentistas e a pesquisa científica em suas obras. Assim, sua produção tem influência
da produção italiana mas têm também suas características próprias.
Uma das principais mudanças no renascimento flamengo é o uso do simbolismo dissimulado,
ou seja, os artistas continuam retratando cenas religiosas, mas deslocadas espacialmente para
locais ‘pagãos’, geralmente são pintadas em ambientes domésticos. O simbolismo dá-se pela
representação de objetos, de personagens e de situações já carregados de significados nas cenas
religiosas, como por exemplo, a pomba branca representando a paz ou os lírios simbolizando a
castidade.
Enquanto os artistas renascentistas italianos foram mestres em organizar as cenas pensando
a composição como um todo, com contornos, a perspectiva clara e a preocupação com a anatomia
humana, os artistas do Norte pensaram objeto por objeto, cada detalhe de roupas, plantas e
cenários foram projetados separadamente e com grande cuidado para então formar a composição.
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Pieter Bruegel, Jogos infantis, 1560, óleo sobre tela. Disponível em: http://bit.ly/2HgWgpy
RENASCIMENTO NA ALEMANHA
O renascimento alemão sofreu influência da Reforma Protestante liderada por Martinho
Lutero no século XVI na Alemanha, principalmente na temática de suas obras. Devido ao fato de
muitos artistas e membros da sociedade não seguirem mais os princípios da igreja católica o tema
cristão é deixado em segundo plano e as descobertas científicas, fatos sociais da realeza e da
burguesia, paisagens e retratos tomam o seu lugar.
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de medida–, e é rodeada por outros elementos como a balança – controle do peso–, a ampulheta
– controle do tempo–, a esfera - representação da perfeição em um sólido completo, entre outros
elementos que remetem a ciência. Outra influência da racionalidade que pode ser vista na cena é
o quadrado mágico à direita, onde a soma das linhas, das colunas, dos cantos e tantas outras somas
possíveis sempre terão como resultado 34.
Assim como Rafael buscou um ideal imaginário para suas figuras, também Dürer tentou
alcançar a harmonia entre os estudos da forma e da perspectiva com a representação perfeita da
realidade.
Albrecht Dürer, Lebre, 1502, aquarela a guache sobre papel, 25 x Albrecht Dürer, Melancolia I, 1504. Disponível em: http://bit.
22,5cm. Disponível em: http://bit.ly/30kqC3l ly/30kqC3l
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Hans Holbein, Os Embaixadores, 1533, têmpera e óleo sobre madeira, 207 x 209,5cm. Disponível em: http://bit.ly/2E4lZRc
Esses são apenas alguns exemplos de artistas que viveram e produziram artisticamente
durante o período renascentista, pois trata-se de um dos momentos mais produtivos e revolucionários
na história da arte. Talvez impulsionados por suas curiosidades sobre como os objetos, conceitos
e realidades ocorriam no mundo, os artistas exploraram a arte de modo diferente tanto no
que diz respeito a materialidade quanto aos temas e problemáticas abordadas. Além disso, o
reconhecimento e incentivo dos mecenas contribuiu para conhecermos nominalmente os artistas
e assim identificar suas características pessoais.
9. MANEIRISMO
Identificado por muitos como um período de transição, o Maneirismo tem grande importância
para compreendermos como ocorreu a passagem do renascimento para o Barroco, e também
para desvendar como muitos artistas da época pensavam ou mudaram o seu modo de pensar
e produzir. Até mais ou menos os anos 1520-1525 artistas e estudiosos da arte acreditaram que
as produções artísticas tinham atingido seu ápice, conquistando a perfeição, equilíbrio e todas as
descobertas possíveis para a área. Depois desse período, alguns artistas copiaram as figuras dos
grandes mestres apresentando-as em cenários e contextos diferentes, assim ficaram conhecidos
como aqueles que pintavam a maneira de “alguém” – eram os maneiristas.
Dentro desse contexto, alguns artistas destacaram-se e reinventaram o modo de representar,
colocando sua percepção pessoal em temáticas já consagradas. O Maneirismo caracteriza-se por
partir das descobertas técnicas do renascimento e acrescentar a esta produção individualidades
dos artistas que não focam somente na representação da realidade, mas sim no “clima” daquela
cena, nos sentimentos ou emoções envolvidas no tema. Para isso utilizaram-se de modificações
da forma, das distorções, de figuras estruturadas a partir de linhas em ziguezague ou curvas, de
cores que fogem à realidade e de composições na diagonal para criar a sensação de movimento. A
leitura das obras maneiristas torna-se mais complexa e exige um olhar mais atento aos detalhes e
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Cristo em sua pintura precisamos de certo esforço pois ele mistura-se aos demais personagens
desta cena. Personagens que por sinal não se resumem somente aos apóstolos, podemos observar
pessoas servindo, trabalhando ou desempenhando outras funções, como se a última ceia tivesse
sido realizada em uma taverna. A santidade da cena ocorre pela luminosidade ao entorno de Cristo
e pelo modo divino como o céu é composto, com nuvens contorcidas formando a silhueta de anjos.
Pelas formas e cores distorcidas, a composição diagonal da mesa e a alteração do céu toda cena
parece movimentar-se.
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Giuseppe Arcimboldo, Série As Quatro Estações - Primavera, Giuseppe Arcimboldo, Série As Quatro Estações - Outono,
1563. Disponível em: http://bit.ly/2vUyLgD 1572. Disponível em: http://bit.ly/2vUyLgD
Giuseppe Arcimboldo, Série As Quatro Estações - Inverno, Giuseppe Arcimboldo, Série As Quatro Estações - Verão, 1973.
1573. Disponível em: http://bit.ly/2vUyLgD Disponível em: http://bit.ly/2vUyLgD
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10. BARROCO
As primeiras características das obras barrocas já eram apreciadas nas produções artísticas
maneiristas, como a dramaticidade, a assimetria, a distorção das figuras nas representações e,
principalmente na emoção transmitida nas cenas. Neste momento a iluminação ganha destaque e
diferencia as obras. O contexto histórico aponta um retorno aos temas religiosos, pois a igreja está
novamente reforçando sua importância (contrarreforma), e enfatiza temas da realeza (absolutismo)
pois em alguns lugares os governantes usam-se da arte para impor sua figura.
A origem do nome Barroco provém do grego baros – pesado – e também a designação dada
pelos portugueses e espanhóis para nomear uma pérola imperfeita, ou seja, o barroco refere-
se a algo pesado e imperfeito, exagerado e confuso, características estabelecidas sempre que
comparadas com as particularidades clássicas.
Aponta-se o artista Miguelangelo como um dos pioneiros de representações com estas
características, como na pintura O Juízo Final na parede do altar da Capela Sistina, executado mais
de vinte anos após a conclusão do teto. Diferente da obra organizada e equilibrada que foi pintada
no teto, aqui o artista cria um conjunto de figuras com proporções escultóricas e exageradas, onde
cada figura “vive” o seu drama de modo pessoal.
A ARQUITETURA barroca concentrou-se nas igrejas e nos palácios. Nos dois casos a ideia
era demonstrar o poder da religião católica – período da contrarreforma – e dos reis – período do
absolutismo. Para evidenciar esse poder foram feitas construções grandiosas, ricamente decoradas
e imponentes. Os interiores das construções barrocas são extremamente decorados, deixando-se
poucos espaços – ou nenhum – sem ornamentação. É nesse período que o entorno das edificações
recebe a atenção dos arquitetos que projetam jardins, pátios e áreas estruturadas e decoradas com
o mesmo cuidado dado aos prédios.
Um exemplo de igreja com características barrocas é a Basílica de São Pedro, no Vaticano.
Embora sua construção inicial tenha características clássicas, sua finalização seguiu padrões
barrocos ao adornar excessivamente sua fachada misturando colunas – simples e duplas, quadradas
e redondas–, estátuas, frontões, relógios, entre outros elementos do período clássico e do barroco.
Também ao alongar a sua nave (deixando sua planta com cruz latina) ressalta a importância do
altar mor ampliando o espaço cênico para as cerimônias religiosas.
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Fachada da Basílica de São Pedro, no Vaticano. Disponível Praça de São Pedro, no Vaticano. Disponível em: http://bit.
em: http://bit.ly/2Q3yalY ly/2VxsCpX
Jardins Palácio de Versalhes, França. Disponível em: http://bit. Salão dos espelhos - Palácio de Versalhes, França. Disponível
ly/30dAHit em: http://bit.ly/2E7hB3S
A ESCULTURA barroca ganha vida através das formas curvas das figuras, além de ressaltar
a dramaticidade da cena representada, já apontando a importância do contraste de luminosidade
para ampliar a teatralidade do tema.
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Andrea Pozzo, A glória de Santo Inácio (1961-1694) afresco no teto da igreja de Santo
Inácio, em Roma. Disponível em: http://bit.ly/2Q1bCT7
Analisaremos como se deu a pintura em diferentes locais da Europa, pois a arte barroca
espalhou-se e adotou características diferenciadas em cada lugar.
BARROCO ITALIANO
É considerado um dos principais artistas barrocos e aquele que influenciou os demais por
muitos anos. Caravaggio foi um artista de temperamento difícil e que produziu muitas obras durante
sua vida. Embora na época muitos achassem suas pinturas ofensivas, e muitas delas tenham
sido depois de prontas recusadas por quem as encomendou, ele era protegido pelo clero. Essa
proteção se deve a principal característica de Caravaggio: usar como modelos pessoas comuns,
do povo, dando um ar realista para cena e fazendo os fiéis mais simples voltarem-se para igreja por
identificarem-se com os personagens. A repulsa por parte de algumas pessoas ocorria pelo fato
das figuras religiosas serem representadas sujas, com roupas resgadas e gastas em um cenário do
dia a dia delas.
A iluminação com alto contraste entre o claro e o escuro, as composições em diagonais, a
palheta de cores – usando predominantemente o preto, o vermelho e o branco – e o realismo das
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Caravaggio, A vocação de Mateus, 1599-1600. Disponível em: Caravaggio, Davi com a cabeça de Golias, 1610.
http://bit.ly/2VoPnrr Disponível em: http://bit.ly/2VwwmrQ
BARROCO FLAMENGO
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BARROCO HOLANDÊS
A situação artística holandesa difere das demais por rebelarem-se contra seus governantes
e adotarem a religião protestante, além da contribuição das grandes navegações que mudam o
cenário social e econômico local. Os artistas, nesse contexto, necessitaram uma mudança de
postura pois não tinham mais a igreja como patrocinadora para suas obras. O foco das produções
passa a ser os compradores particulares que preferiam assuntos mais próximos de sua realidade,
como paisagens, natureza-morta, pinturas de gênero e retratos individuais e de grupos.
Também nesse momento há um retorno do simbolismo dissimulado, principalmente nas
pinturas de gênero – que são representações de cenas cotidianas no interior das residências–,
onde em meio ao cenário doméstico o artista apresentava símbolos religiosos ou mitológicos.
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Franz Hals, Reunião dos oficiais e sargentos da guarda, 1633, óleo sobre tela,
207 x 337cm. Disponível em: http://bit.ly/30krVzh
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BARROCO ESPANHOL
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primor e inovações.
Sua produção recebeu influência indireta das obras de Caravaggio ao observar as cópias
que outros artistas faziam destas produções. Dominava o claro-escuro e o modo pictórico de
representar a cena, mas logo seu trabalho foi revelando um caráter pessoal do artista. Um exemplo
é a sua principal obra A família de Filipe IV que ficou conhecido como As Meninas. Nessa obra o artista
apresenta seu ateliê na corte acompanhado da princesa Margarita e suas damas de companhia,
o camareiro da rainha aparece na porta ao fundo e o próprio artista autorretrata-se pintando uma
grande tela. As figuras do rei e da rainha aparecem no reflexo do espelho ao fundo. O modo como
compôs a cena e organizou os personagens conhecidos da corte é que geram os questionamentos
sobre essa imagem: estaria o artista pintando o casal real? Ou a ideia era realmente congelar a
cena com todos os personagens que estavam no ateliê? A resposta exata nunca teremos, mas
independentemente disto percebemos a riqueza desta pintura que usou a técnica apurada, o
realismo e o jogo de luz bem executado para envolver o espectador e levá-lo, com o olhar, a
também participar da cena.
BARROCO FRANCÊS
A França foi o local mais representativo quanto a produção artística a serviço do estado. A
corte de Luís XIV tinha tanto poder sobre a arte que as obras do período também ficaram conhecidas
como Estilo Luís XIV. Em 1648 foi fundada a Academia Francesa de Belas Artes que norteou o estilo
que os artistas deveriam seguir.
Foi Luís XIV o responsável pelo projeto da edificação do Palácio de Versalhes, que após
anos de construção é ainda hoje uma obra arquitetônica pomposa, ricamente detalhada e rodeada
de grandes Jardins. Luís XIV comparava-se aos imperadores romanos, assim tanto a base da
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11. ROCOCÓ
Assim como o Maneirismo, o Rococó é também apontado por muitos historiadores como
um estilo de transição, mas as produções deste período estão diretamente relacionadas aos
acontecimentos históricos do momento e por isso têm suas particularidades. Foi também chamado
na França de “rocaille”, referindo-se a conchas de desenho assimétrico e contornos livres, ou Estilo
Luís XV.
Luís XIV foi um governante absolutista e mantinha todos os membros da nobreza vivendo
sob seu olhar no Palácio de Versalhes. Após sua morte, em 1715, seu único herdeiro Luís XV tinha
apenas 5 anos e o estado ficou sob a regência de seu sobrinho, o Duque de Orleans, Filipe II. Sob
sua regência a aristocracia mudou-se para Paris.
Esses fatos influenciaram diretamente a arte. Diferente dos jardins enormes no Palácio,
em Paris as casas não tinham uma área externa tão grande e assim a decoração interior recebeu
muita atenção. Ao invés de espaços carregados de informações e decoração exagerada, o Rococó
utilizou cores claras na arquitetura, linhas sinuosas nas plantas, o uso de dourados e florais, entre
outros motivos decorativos, mas sempre deixando espaços somente com a cor. Esse fato tornou a
arquitetura Rococó visualmente mais leve.
A arte refletiu a leveza e o momento despreocupado no qual os nobres viviam, aproveitando
seu momento passageiro sem um governante dando-lhes ordens. Os temas eram os prazeres
simples da vida suscitados pelos sentidos: a visão – através das cores claras, tons pastéis e
dourados sobre fundos brancos-, a audição – pela apreciação da música, sendo Mozart um dos
músicos destacados do período –, o olfato – pela produção dos perfumes–, o paladar – pela delicada
e requintada culinária francesa–, e o tato - pelo toque e uso de tecidos nobres em vestuários e
mobiliários. Assim, percebemos que algumas características da cultura francesa tão apreciadas
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A Igreja de São Pedro dos Clérigos, em Recife, foi projetada por Manuel Ferreira Jácome.
Sua construção iniciou-se em 1728, em 1759 foram concluídos o corpo da igreja e a parte central da
fachada, mas somente em 1782 ela foi consagrada. Em 1858 foi realizada uma reforma completa,
embora o conjunto arquitetônico tenha sido preservado, todas as obras originais de talhas foram
retiradas.
A Igreja de São Pedro destaca-se pela verticalidade em meio aos casarios que a circundam.
Na fachada principal sobressai a portada barroca com rico trabalho em pedra que compõe
verticalmente com a janela acima. As aberturas da fachada são adornadas por balaústres, detalhes
em pedra, frontões, colunas e volutas.
A pintura do forro, feita por João de Deus Sepúlveda, é feita em perspectiva alongando
os balcões e arcadas do ambiente. No centro da cena está São Pedro abençoando os clérigos e
religiosos.
Fachada da Igreja de São Pedro dos João de Deus Sepúlveda, pintura no teto da Igreja
Clérigos, no Pátio de São Pedro, em Recife, de São Pedro dos Clérigos, 1764-1768, no Pátio de
Pernambuco. Disponível em: http://bit. São Pedro, em Recife, Pernambuco. Disponível em:
ly/2WFbvir http://bit.ly/2WFbvir
89
Arte | Ensino Médio | 2º Ano
Colégio Militar de Manaus
Vista interna do Convento Franciscano Detalhe pintura no teto do Convento Franciscano de Santo Antônio, em João Pessoa.
de Santo Antônio, em João Pessoa. Imagem de acervo particular.
Disponível em: http://bit.ly/2Q0taPb
90
Unidade 2 | Capítulo
Seção de Educação a Distância/SEAD
relevos florais e curvos, colunas, brasões, ou seja, todos os exageros característicos do barroco
esculpidos sobre a estrutura de pedra calcárea.
O destaque no claustro do Convento de São Francisco são os azulejos portugueses em
tons de azul e branco finalizados em 1752. São 37 painéis que apresentam diversas cenas pagãs
e mitológicas greco-romanas. A maioria destas representações são adaptações de gravuras do
artista holandês Otto Van Veen e provavelmente foram executadas por Bartolomeu Antunes de
Jesus, que também assinou os painéis do altar da capela.
Vista interior Igreja São Francisco, em Salvador, Bahia. Imagem de acervo particular.
91
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Igreja Nossa Senhora da Glória do Outeiro, 1714- Vista interna da Igreja Nossa Senhora
1730, no Rio de Janeiro. Disponível em: http://bit. da Glória do Outeiro, no Rio de Janeiro.
ly/30ieO1q Disponível em: http://bit.ly/2HgX2Ef
Aqueduto da Carioca (Arcos da Lapa), 1723, Rio de Janeiro. Disponível em: http://bit.ly/2Q0tAFf
92
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Mestre Valentim, São Mateus, séc. Mestre Valentim, Ninfa Eco do Chafariz das
XVIII, madeira, 193 x 81 x 36cm, Acervo Marrecas, 1785, Jardim Botânico do Rio de
Museus Nacional. Disponível em: http:// Janeiro, Escultura em bronze. c. 1783. 178 x 81
bit.ly/2JCPiOr x 80 cm. Disponível em: http://bit.ly/2VzgOU5
93
Arte | Ensino Médio | 2º Ano
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Um dos artistas mais conhecido desse período é Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho
(1730-1814). Excelente escultor, ele também projetou diversas igrejas mineiras, sendo estas
construídas por outras pessoas e adornadas por ele. O principal conjunto escultórico do artista
encontra-se em Congonhas do Campo, no Santuário Bom Jesus de Matosinhos. No Adro em frente
ao Santuário estão as Capelas com esculturas de madeira de Aleijadinho compondo os Passos da
Paixão de Cristo. No interior de cada capela há uma cena tridimensional dos passos de Cristo.
Em frente à fachada do Santuário estão doze profetas esculpidos por Aleijadinho em pedra
sabão: Isaías, Jeremias, Baruque, Ezequiel, Daniel, Oseias, Jonas, Joel, Abdias, Habacuque, Amós
e Naum.
Fachada do Santuário de Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas do Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, esculturas
Campo, MG. Imagem de acervo particular. no Santuário de Bom Jesus de Matosinhos - Profeta
Abdias, em Congonhas do Campo, MG. Esculturas
em pedra sabão. Imagem de acervo particular.
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Unidade 2 | Capítulo
Seção de Educação a Distância/SEAD
Uma das Igrejas projetadas por Aleijadinho em Ouro Preto é a Igreja de São Francisco de
Assis. A pequena Igreja de planta circular encanta por seus entalhes e pintura no teto da nave. Na
fachada apresenta uma característica barroca desenvolvida em Minas Gerais, o uso do entalhe
ornamental em pedra-sabão nas portadas frontais, trazendo o detalhamento interior para o exterior
das construções religiosas.
A pintura do teto da nave da Igreja de São Francisco de Assis foi realizada por Manuel da
Costa Ataíde (1762-1830). Com um pleno domínio sobre a técnica da perspectiva esse artista pintou
diversos forros de igrejas e painéis para sacristias e paredes. Nessa pintura ele sugere a continuação
das colunas até o céu. No centro representa nossa Senhora com traços afrodescendentes marcados
em seu rosto, impondo de certa maneira a sua descendência diante das encomendas da burguesia
e da corte portuguesa.
Fachada da Igreja São Francisco de Assis, Ouro Preto, Minas Interior da Igreja São Francisco de Assis, Ouro Preto, Minas
Gerais. Disponível em: http://bit.ly/2Vl2BVX Gerais. Pintura no teto de Manuel da Costa Ataíde, Assunção
de Nossa Senhora. Disponível em: http://bit.ly/2Q4iwH5
95
Arte | Ensino Médio | 2º Ano
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Unidade 2 | Capítulo
Seção de Educação a Distância/SEAD
foi projetada pelo jesuíta italiano Gian Batista Primoli, em 1735. Mesmo sem estar completamente
inteira, percebemos as características barrocas nas curvas da fachada, nos frontões, nos arcos,
nas volutas e nos relevos nas pedras.
As inúmeras esculturas em madeira que adornavam a Igreja, os sinos e outras obras
encontradas na região estão hoje no Museu das Missões, projetado em 1940 pelo arquiteto Lúcio
Costa no pátio das reduções jesuíticas.
Vista lateral Ruínas da Igreja de São Miguel das Missões, Rio Grande do
Sul. Imagem de acervo particular.
Museu das Missões, projeto de Lúcio Costa. São Miguel das Missões, Rio Grande do Sul. Imagem de acervo particular.
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Arte | Ensino Médio | 2º Ano
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Anotações
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Unidade 3 | Capítulo
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Arte | Ensino Médio | 2º Ano
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13. NEOCLASSICISMO
Embora nenhuma data na história da arte seja exata, o período do neoclassicismo ocorreu
aproximadamente entre 1750 e 1850, sendo um estilo de transição entre o século XVIII e XIX.
Após as descobertas científicas já realizadas até então e o consequente esclarecimento cultural de
algumas pessoas, manter o pensamento e condição submissa à igreja e à coroa tornava-se cada
vez mais difícil. Assim, o período Neoclássico é marcado pelo Iluminismo, onde acreditava-se que
tudo funcionava de modo regular e ordenado na natureza considerando-se a observação e a razão,
e também pelas mudanças advindas da Revolução Francesa.
A partir da observação e uso da razão para compreender os fenômenos iniciam-se também
os questionamentos sobre o sistema social e político no qual a França estava alicerçada até então.
Esses desacordos em relação à religião católica e ao poder destinado ao rei os levam aos princípios
fundadores da democracia.
Contrariando a frivolidade e representações da vida da aristocracia detalhadas nas obras
do estilo Rococó, a arquitetura, as esculturas e pinturas Neoclassicistas retomam a racionalidade,
o equilíbrio e os temas da arte greco-romana e renascentista. Por considerarem que a arte do
período clássico retratava com primorosa técnica principalmente a verdade, as obras arquitetônicas
e as esculturas deste período serão imitações de estruturas, poses, técnicas, luminosidade, cores
e temáticas das obras anteriores, em alguns casos podendo ser identificadas apenas pela data de
sua produção e, em outros por poucos elementos que remetem ao tempo atual.
A retomada dos temas e técnicas clássicas se deve ao modo extraordinário como estas obras
foram realizadas muitos séculos antes, mas também a alguns fatos históricos do período, como as
escavações em Herculano, em 1738, e em Pompéia, em 1748, fato que revelou inúmeros detalhes
de obras e da vida segundo os padrões clássicos. Também foi a partir destes descobrimentos que
o historiador e arqueólogo alemão Johann Joachim Winckelmann (1717-1768), considerado o
“pai da história da arte” estabeleceu distinções sistemáticas entre os diferentes estilos artísticos
executados até então.
ARQUITETURA NEOCLÁSSICA
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Unidade 3 | Capítulo
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A Igreja de Santa Genoveva em Paris, conhecida como Panthéon de Paris, projetada pelo
arquiteto francês Jacques Germain Soufflot (1713-1780), é um exemplo de edificação Neoclássica
que retoma os padrões greco-romanos. Foi construída entre 1764 e 1790, sendo finalizada por
Jean Baptiste Rondelet. Embora sua destinação inicial seja ser uma igreja durante quase 100 anos
mudou diversas vezes de função, servindo tanto para fins religiosos quanto patrióticos. Desde
1885 ficou definitivamente sendo o lugar onde encontram-se os túmulos de importantes figuras
históricas, grandes nomes das ciências, das artes, da política e de militares franceses.
A fachada de edificação foi
claramente inspirada no Panthéon
Romano, com 22 colunas e o
frontão adornados com relevos
de autoria de David d’Angers.
No frontão está a inscrição:
“Aux grands hommes, la patrie
reconnaissante” (“Aos grandes
homens, a pátria é grata”) em
homenagem aos que ali estão
enterrados. A grande cúpula do
Panthéon foi inspirada na Catedral
de Saint Paul, em Londres
e é completamente rodeada
de janelas. Mesmo distante
temporalmente os arquitetos
retomaram as características,
as técnicas, o equilíbrio e a
organização das edificações
clássicas.
Igreja de Santa Genoveva, Panthéon de Paris, 1758-1790. Paris, França.
Disponível em: https://bit.ly/2LGhmmN
Em Berlim, na Alemanha o Altes Museum (Museu Antigo), construído entre 1824 e 1828
e projetado pelo arquiteto Karl Friedrich Schinkel, também retoma em sua fachada a simetria, o
uso de colunas e o equilíbrio de uma construção clássica. Embora seja imperceptível a forma
arredondada em seu exterior, o centro da edificação apresenta uma grande cúpula com efeitos
decorativos de pintura e relevos convergindo para o óculo no centro.
Altes Museum, 1824-1828, em Berlim, Alemanha. Disponível Vista interna da cúpula, Altes Museum, 1824-1828, em Berlim,
em: https://bit.ly/2Jic3YI Alemanha. Disponível em: https://bit.ly/2WOuvek
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Arte | Ensino Médio | 2º Ano
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Museu Britânico, em Londres. Disponível em: https://bit. Vista aérea do Museu Britânico, em Londres. Disponível em:
ly/2JCizJ9 https://bit.ly/2vRLLDU
ESCULTURA NEOCLÁSSICA
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Unidade 3 | Capítulo
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PINTURA NEOCLÁSSICA
Jacques-Louis David, O Juramento dos Horácios, 1784-1785, Jacques-Louis David, Os Liteiros trazem a Brutus os cadáveres
329,8 x 424,8cm, óleo sobre tela. Museu do Louvre. Disponível de seus filhos, 1789, óleo sobre tela, 323cm x 422cm. Museu
em: https://bit.ly/2XUbpE0 do Louvre. Disponível em: https://bit.ly/2vXW893
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Arte | Ensino Médio | 2º Ano
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Unidade 3 | Capítulo
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Já na obra A grande Odalisca, Ingres foge de uma das principais regras clássicas: a precisão
e cuidado com a anatomia humana. Esse retrato foi uma encomenda de Caroline Murat, irmã de
Napoleão. Resgatando um tema mitológico de Deusas ele cria um cenário sensual imaginário do
oriente – representado pelo broche de rubi, o turbante, a pulseira de ouro, o leque de penas de
pavão e o espelho com pedrarias virado para baixo – e retrata a figura feminina como uma das
odaliscas de um harém. Embora trabalhe detalhadamente os tecidos e objetos da cena, Ingres
apresenta uma mulher anatomicamente alongada e com as pernas deformadas – sem um encaixe
real. Estas distorções propositais do artista em vários nus femininos que pintou nesse período são
inspirados pela busca de uma sensualidade exagerada, mais expressiva, sem perder, no entanto,
a harmonia geral da cena.
14. ROMANTISMO
As características das obras Românticas opõem-se às Neoclássicas, mas não podemos
afirmar que foi apenas a reação de um movimento ao outro. O Romantismo não apenas desvinculou-
se da formalidade, do equilíbrio e dos regramentos do estilo clássico, mas foi além disso. Um dos
principais influenciadores deste momento emotivo tão forte por parte dos artistas foi o contexto
histórico do período e a literatura.
Ao mesmo tempo em que a Revolução Industrial mudou significativamente a vida das
pessoas com a descoberta da luz elétrica e da construção de estradas férreas, por exemplo, ela
trouxe insegurança, angústia e o medo do desconhecido. O sentimentalismo exagerado dos artistas
românticos demostrava essa insegurança em relação ao novo, ao mesmo tempo em que buscaram
a valorização dos elementos da natureza para contestar as novidades tecnológicas do período.
Em 1774 o escritor alemão Johan Wolfgang Von Goette lança o livro O sofrimento do Jovem
Werther (1774) que apresenta as aflições, angústias, decepções e anseios de um jovem artista. Esse
romance influencia o modo de vestir e agir de uma geração que dramatizou de modo exagerado
cada sentimento, chegando em alguns casos ao suicídio assim como o personagem principal da
história. Essa narrativa exemplifica o modo de agir, pensar e produzir dos artistas do romantismo,
expressando de modo excessivo suas emoções.
A arte do romantismo abordou temáticas como o herói real, a individualidade e subjetividade
de cada artista, a influência oriental e a representação da natureza. As cenas e os personagens
pintados pelos românticos são heróis de seu tempo, pessoas do povo ou figuras representativas de
105
Arte | Ensino Médio | 2º Ano
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suas causas. Diferentemente dos Neoclássicos não buscavam seus heróis nas histórias mitológicas
ou romanas. Cada artista romântico tem seu modo próprio de representar as cenas, mesmo que
elas já tenham um padrão representacional na história. A subjetividade de cada artista é levada em
conta pois trata da visão particular dele sobre o tema.
Alguns artistas do romantismo recorrem aos temas, objetos e características orientais para pintar,
isto deve-se também a uma fuga de sua própria realidade, segundo eles, incerta pelas inovações
da Revolução Industrial. A temática de paisagens e demonstrações da força da natureza aparece
como um dos principais focos do romantismo pois lhes garantem a exaltação de algo conhecido,
respeitado e admirado por eles: a natureza. As descobertas e inovações industriais ainda eram
incertas e assustadoras para a maioria das pessoas neste momento.
Jacques-Louis David, A morte de Marat, 1793, 165 x 128cm, óleo sobre tela.
Disponível em: https://bit.ly/2E0qw7l
106
Unidade 3 | Capítulo
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Eugène Delacroix, A Liberdade Guiando o Povo, 1830, 2,60 x 3,25m. Museu do Louvre.
Disponível em: https://bit.ly/2VA0jr4
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Unidade 3 | Capítulo
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15. REALISMO
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Coubert afirmava pintar a vida real, a Gustave Courbet, O homem desesperado, autorretrato, 1845.
Disponível em: https://bit.ly/2HhiJE6
realidade dos trabalhadores, com suas roupas
esfarrapadas em lugares comuns como fábricas,
casas ou no campo. Denunciava através das
imagens o trabalho infantil e de idosos em lugares
e atividades insalubres e até perigosas. Na obra
Moças peneirando o trigo mostra a atividade de
mulheres, geralmente renegadas a um segundo
plano, atuando a mercê do mercado de trabalho.
Elas peneiram o trigo em uma sala suja, sentadas
no chão, com paredes marcadas e um olhar
cansado, entediado. Esta pintura foi exibida pela
primeira vez em 1855 no Salão de Paris.
Na enorme pintura O enterro em Orleans
(cidade natal do artista), Courbet atribui a uma Gustave Courbet, Moças peneirando o trigo, 1853-1854,
cena comum, composta por pessoas comuns, a 131 x 167cm. Disponível em: https://bit.ly/1pGV57W
grandiosidade de uma pintura histórica. Até então
somente as pinturas com importância histórica elevada ou personagens representativos, assim como
religiosas ou mitológicas tinham medidas maiores. Os temas “menores” eram apresentados em telas
menores. Na cena do enterro de seu tio-avô Courbet retrata seus familiares, amigos, alguns membros
da igreja e, inclusive um cachorro de caça. O foco da pintura concentra-se na cova no primeiro
plano e na figura do
coveiro centralizada.
Contrariando o
que esperavam os
acadêmicos e a
burguesia da época,
Courbet retrata
um acontecimento
corriqueiro, com
pessoas comuns e
em um local sem
grande importância.
Gustave Courbet, O enterro em Orleans, 1849-1850, 315 x 668cm. Museu d’Orsay. Disponível em:
https://bit.ly/1I5ECTl
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Arte | Ensino Médio | 2º Ano
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Reconhecidos por alguns críticos e historiadores como o “pai da Arte Moderna e/ou do
Impressionismo” Manet é apresentado separadamente considerando suas particularidades. Filho de
família burguesa ele recusa-se a seguir a carreira do pai, a advocacia. Fica embarcado por algum
tempo como aprendiz de marinheiro e depois de duas tentativas frustradas de aprovação na Escola
Naval segue seu desejo e começa a frequentar o ateliê de Thomas Couture (1815-1879).
A vida de Manet pautou-se pela busca por aprovação de seus trabalhos e principalmente
dos juris do Salão Oficial de Paris, no qual foi tanto recusado quanto aceito. No início de sua
carreira seu trabalho teve influência da cultura e das produções de artistas espanhóis, como Goya
e Velazquéz. Manet incomodava-se com as representações idealizadas e principalmente com as
poses clássicas adotadas pelos modelos nos ateliês. A busca por poses naturais e modelos reais
fez algumas pinturas de Manet mudarem os rumos da história da arte.
Na obra Almoço na Relva, recusada no Salão de 1863 e exposta no mesmo ano no Salão
dos Recusados (Salon des Refusés), Manet chocou o público ao apresentar uma cena real, com
modelos reais em uma composição inspirada em obras clássicas, como o Concerto Campestre (1509),
de Ticiano ou Giogione e um detalhe da gravura O julgamento de Paris (1510-1520) de Marco Antonio
Raimondi. Na cena estão dois homens (provavelmente Ferdinand Lenhorff - cunhado de Manet – e
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Unidade 3 | Capítulo
Seção de Educação a Distância/SEAD
Eugene ou Gustave Manet – irmãos do artista) trajados com roupas da época acompanhados de
uma mulher nua (Victorine Meurent) e uma seminua banhando-se ao fundo. A pintura chocou por
retratar pessoas conhecidas em uma cena real. A mulher nua não se trata de uma figura alegórica
mitológica e, além disto, olha diretamente para o espectador como se estivesse o afrontando.
A técnica usada também não segue os padrões clássicos. A mulher nua é representada sem
claro-escuro, sem sombras ou intenção de tridimensionalidade, sua forma é plana. As árvores e o
gramado recebem pinceladas soltas e sem cuidado, o pictórico é representado nestes elementos.
Ticiano ou Giorgione, Concerto campestre, 1509, 1,10 x 1,38m. Marco Antonio Raimondi, detalhe de O julgamento de Paris,
Museu do Louvre. Disponível em: https://bit.ly/2VkOKPt 1510-1520. Disponível em: https://bit.ly/30ds0Vn
Jean-François Millet, As respigadeiras, 83 x 110cm, óleo sobre tela. Disponível em: https://bit.ly/2cWqZXI
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Arte | Ensino Médio | 2º Ano
Colégio Militar de Manaus
No Salão de 1865, Manet é aceito com a obra Olimpia. A crítica negativa tanto do público
quanto da imprensa é enorme e a pintura teve de ser colocada em um local alto para evitar ataques
das pessoas. Manet retrata sua principal modelo – Victorine Meurent – na mesma posição da
Vênus de Urbino (1538), de Ticiano, com uma mulher entregando-lhe um ramalhete de flores e
a seus pés um gato negro. O nome da obra, Olimpia, era frequentemente associado a mulheres
ligadas a prostituição neste período. Assim, Monet mais uma vez suscita polêmica ao apresentar
uma mulher – possivelmente uma prostituta – na mesma pose de uma Vênus. Não trata de um ser
mitológico, mas de uma mulher real. Seu corpo não é idealizado, sua forma é plana e seu rosto é
assimétrico. Em vários lugares da pintura as pinceladas são soltas e marcadas, diferentemente das
obras que seguiam as regras acadêmicas.
Tanto na obra Almoço na Relva quanto em Olimpia, Manet é realista na temática. Ambos são
denúncias morais das hipocrisias e vidas duplas levadas por muitos burgueses da época. Ele retrata
usando modelos reais, roupas e costumes do período, embora recorra ao passado para compor.
Mas seu modo de apresentar é inovador, ele deixa aparente que se trata de uma pintura, não de
uma tentativa de imitação do real – isto era feito pela fotografia. Ele desenvolve um novo sistema
de marcas da tinta na tela e modifica o modo de representar, mudando as percepções sobre a arte
nos próximos anos.
114
Unidade 3 | Capítulo
Seção de Educação a Distância/SEAD
16. IMPRESSIONISMO
Impulsionados pelas obras de Manet, a partir dos anos 1860, um grupo de jovens artistas
independentes reúne-se para produzir, debater e pensar a arte de modo diferente. Posteriormente
seus trabalhos foram expostos ao público em 1874 no estúdio do fotógrafo Félix Nadar. Resultante
desta primeira exposição a crítica escrita por Louis Leroy e publicada na revista Le Charivavi, deu
origem ao nome do grupo, impressionistas, adotados por eles a partir da segunda exposição em
1876. A pintura exposta Impressão: sol nascente, de Claude Monet foi o alvo da crítica de Leroy.
Mudanças do período que influenciaram os artistas:
- Reação contra os temas e técnicas clássicas adotados pelos salões, deixando de
lado as poses e iluminações produzidas artificialmente nos ateliês.
- Realização de pinturas ao ar livre.
- Uso de tintas industrializadas - vendidas em tubos portáteis.
- A invenção da fotografia colocando em xeque a pintura tradicional.
- O conhecimento e influência das coloridas gravuras japonesas.
- Diferentes experiências ópticas através do posicionamento de cores lado a lado.
Claude Monet (1840-1926)
Sem produzir esboços ou estudos prévios, Monet produz suas pinturas ao ar livre do início
ao fim. Em muitas pinturas escolhe temas fluviais que permitem a total fuga da estabilidade e
iluminação fixa das figuras. Mesmo produzindo em espaços abertos, ele afasta-se da representação
fiel da natureza e preocupa-se principalmente com a questão de sensação visual.
Na pintura Impressão: sol nascente, que originou o nome do grupo, Monet propõe a representação
do porto de Le Havre através de pinceladas rápidas, de cores sobrepostas e de manchas. Mesmo
sem a definição da linha e da cor, percebemos a sugestão das formas das embarcações, das
pessoas, do sol nascente, assim como a alusão a
neblina da manhã.
Na série de pinturas da Catedral de Rouen – cidade
a 116 quilômetros de Paris –, o artista demonstra
todo o seu esforço e preocupação em captar a luz
sobre o mesmo cenário em diferentes momentos
do dia. Embora Monet disforme e apresente através
de manchas um dos monumentos góticos mais
importantes da França, ainda é possível identificar
características da fachada – como arcos, frontões,
rosáceas–, bem como a grandiosidade da edificação.
Monet pintou mais de vinte telas registrando a
Catedral do mesmo ângulo em diferentes momentos
e com diferentes luminosidades. Claude Monet, Impressão: sol nascente, 1873, 48 x
63cm. Museu Marmottan Monet, Paris. Disponível em:
https://bit.ly/2Yvdo1T
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Arte | Ensino Médio | 2º Ano
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Claude Monet, Catedral de Rouen Claude Monet, Catedral de Rouen Claude Monet, Catedral de Rouen
sob sol pleno, 1893, óleo sobre tela, ao meio dia, 1894, óleo sobre tela. sob efeito da luz da manhã,
107 x 73cm. Museu d’Orsey, Paris. Pushkin Museum. Disponível em: 1894, óleo sobre tela, 91 x 63cm.
Disponível em: https://bit.ly/1Hgzr2G https://bit.ly/2JgGy1d Disponível em: https://bit.ly/2LGglet
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Unidade 3 | Capítulo
Seção de Educação a Distância/SEAD
La Grenouillièr
A partir do registro de cenas de um restaurante nos arredores de Paris, podemos perceber
que as preocupações e interesses dos artistas impressionistas, embora não houvesse um senso
comum político ou ideológico, eram próximos. Nas obras Le Grenouillièr, de 1869, os artistas Monet
e Renoir retratam o mesmo cenário de ângulos um pouco distintos. A obra de Renoir parece ter
sido produzida em um dia mais iluminado e quente, pois avistamos mais pessoas banhando-se e
um número maior de embarcações dentro do rio. Já Monet não faz tanta distinção de luminosidade
em planos diferentes e o fundo é composto praticamente só pela paisagem. Mas ambos buscam a
deformidade das formas na água, a incidência da luz de modo distinto em cada objeto, pessoa ou
forma da cena e a mistura de cores pela sobreposição das pinceladas e não pela mistura das tintas.
A forma humana é definida pictoriamente, fugindo da linearidade. Trata da busca da “realidade”
observada pelo olhar da pintura diferente do olhar fotográfico.
Pierre-Auguste Renoir, La Grenouillièr, 1869, óleo sobre tela, Claude Monet, La Grenouillièr, 1869, óleo sobre tela, 74,6 x
66 x 81cm. Disponível em: https://bit.ly/2vXB5n2 99,7cm. Disponível em: https://bit.ly/2W4lUai
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Edgar Degas, O foyer da dança no Ópera, 1872, 32 x 46cm. Museu d’Orsey, Paris.
Disponível em: https://bit.ly/2VoHnqp
17. NEO-IMPRESSIONISMO
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Georges Seurat, Tarde de domingo na Ilha de Grande Jatte, 1884-1886, óleo sobre tela,
2,60 x 3,50m. Instituto de Arte de Chicago. Disponível em: https://bit.ly/30gIb43
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Arte | Ensino Médio | 2º Ano
Colégio Militar de Manaus
Com a vinda para o Brasil em 1808 de Dom João VI e sua comitiva, composta por nobres e
trabalhadores, a cidade do Rio de Janeiro passa por modificações urbanas e sociais. São criadas
fábricas e instituições públicas. Nesse período a cultura brasileira é fortemente influenciada pela
cultura europeia.
Com o objetivo de criar uma iconografia do império, representando o governo de maneira
nobre e civilizada, a família real contrata o Marquês de Marialva (1775-1823) e o Conde da Barca
(1754-1817) para intelectualizar e importar a cultura europeia para o Brasil. O Conde da Barca
é o responsável por contratar os artistas franceses que foram indicados pelo renomado cientista
Friedrich Wilhelm Heinrich Alexander Von Hunboldt (1769-1859). Assim, partem para o Brasil uma
comitiva de 16 artistas, liderados por Joachim Lebreton (1760-1820).
A arte colonial brasileira era marcada pelas características do barroco e do rococó e os
artistas franceses trouxeram as inovações do período neoclássico. Mesmo sendo reconhecidos por
seus talentos artísticos em seu país, os franceses não foram bem recebidos no Brasil, por questões
políticas – eles eram pintores de Napoleão antes de sua queda, e ele foi o responsável pela vinda
da família real para o Brasil –, e econômicas – eles recebiam pagamentos muito superiores aos
pintores portugueses e luso-portugueses que estava produzindo no país.
Esses artistas vieram sob a condição de abertura de uma escola e assim, em 1816 foi
fundada a Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios na tentativa de criar um ensino sistemático
de artes no país. Essa escola manteve-se até 1826 quando o imperador Dom Pedro I a eleva a
Academia Imperial de Belas Artes/Aiba. Nesse período a direção da instituição passa para o
português Henrique José da Silva, que aos poucos vai destituindo os artistas franceses das aulas.
A Aiba seguia os moldes das academias europeias, produzindo desenhos a partir de modelos
e cópia de moldes. Ainda organizavam exposições, concursos e prêmios, montavam coleções e
pinacotecas.
A Academia Imperial de Belas Artes permanece assim denominada até 1890, quando são
aprovados novos estatutos e o Conselho Superior de Belas Artes. Depois disto passa a denominar-
se Escola Nacional de Belas Artes/Enba.
Os franceses não foram os responsáveis por colonizar o Brasil, mas o fizeram em termos
culturais e intelectuais. Desse período destacamos o arquiteto Auguste-Henri-Victor Grandjean de
Montigny, o pintor de paisagens Nicolas Antoine Taunay e o principal deles, Jean-Baptiste Debret.
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Unidade 3 | Capítulo
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Rio de Janeiro a ruina da fachada da Academia, que foi demolida em 1938, reflete as características
do estilo Neoclássico trazido pelos artistas franceses, com arcos, colunas e o frontão trabalhado
com relevos.
Nicolas Antoine Taunay, Largo da Carioca, 1816, óleo sobre Nicolas Antoine Taunay, Morro de Santo Antônio em 1816,
tela, 46,5 x 57,4cm. Disponível em: http://bit.ly/2WLB4yk 1816, óleo sobre tela, 45 x 56,5cm. Museu Nacional de Belas-
Artes. Disponível em: http://bit.ly/2YyLEtk
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Arte | Ensino Médio | 2º Ano
Colégio Militar de Manaus
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Unidade 3 | Capítulo
Seção de Educação a Distância/SEAD
Jean-Baptiste Debret, Feitor castigando negros, 1834 Jean-Baptiste Debret, Família de um chefe se preparando para uma
Disponível em: https://bit.ly/2AEw1Wd festa, entre 1820 e 1830, aquarela, 18,6 x 29,3cm. Disponível em:
https://bit.ly/2w0ENfJ
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Arte | Ensino Médio | 2º Ano
Colégio Militar de Manaus
Victor Meireles, A primeira missa no Brasil, 1860, óleo sobre Victor Meireles, Moema, 1866, óleo sobre tela, 129 x 190cm.
tela, 268 x 356cm. Museu Nacional de Belas-Artes. Disponível Museu de Arte de São Paulo. Disponível em: https://bit.
em: https://bit.ly/2OZKLp8 ly/2QbM99C
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Unidade 3 | Capítulo
Seção de Educação a Distância/SEAD
Pedro Américo, A Batalha do Avaí, entre 1872 e 1879, óleo sobre tela, 600 x 1,100cm. Disponível em:
https://bit.ly/2kdNsov
Pedro Américo, Independência ou morte!, 1888, óleo sobre tela, 450 x 760cm. Museu Paulista da
Universidade de São Paulo (Museu do Ipiranga). Disponível em: https://bit.ly/2Ec5PFm
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Arte | Ensino Médio | 2º Ano
Colégio Militar de Manaus
retratados diferem de cenas históricas ou das pinturas de gênero realizadas pelo artista. Em Caipira
picando fumo e O violeiro, Almeida Júnior foge de qualquer modo de idealização, seja do cenário ou
dos personagens. Ele representa o homem do campo realizando atividades comuns em seu dia
a dia e em locais que fazem parte de sua realidade. O artista cria através de suas pinturas uma
identidade visual para o povo brasileiro residentes no interior, principalmente do Sudeste.
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Unidade 3 | Capítulo
Seção de Educação a Distância/SEAD
Weingärtner realizou diversas viagens ao sul do país e retratou através de pinturas, desenhos
e gravuras o regionalismo sulino, influenciado pelos costumes do Uruguai, Paraguai e Argentina e
pela imigração italiana e alemã. Em muitas de suas obras percebemos as características do povo
do Sul através das vestimentas, costumes, paisagens, atividades e objetos que ele representa nas
cenas. Na obra Interior de empório podemos perceber como era o ambiente de um comércio e que
tipo de produtos eram vendidos. Também compreendemos os costumes de seus proprietários ou
frequentadores. A pintura Tecelãs retrata afazeres das mulheres na campanha: preparar, fiar e tecer
os tecidos que seriam utilizados para produzir vestimentas e cobertas. Isto ocorria em ambientes
iluminados pela luz natural. Pela expressão triste e apática nos rostos das mulheres parecia ser
uma atividade repetitiva e cansativa.
Pedro Weingärtner, Fios emaranhados ou Interior de empório, Pedro Weingärtner, Tecelãs, 1909, óleo sobre tela, 27,5 x
1982, óleo sobre tela, 75 x 100cm. Disponível em: https://bit. 35,5cm. Disponível em: https://bit.ly/2Vpz2mc
ly/2JnBJDa
Mesmo com indícios de uma produção que representava a realidade do povo brasileiro a
arte na primeira metade do século XIX manteve-se ligada à academia, com ênfase nas temáticas
históricas, de gênero ou mitológicas. Foram feitas adaptações à realidade do país, mas as
formalidades, preocupações e idealizações acadêmicas mantinham-se em destaque. Somente na
segunda metade do século é que alguns artistas deram indícios da influência da arte produzida na
Europa neste período, o impressionismo e o pontilhismo, dentre eles destaca-se Eliseu Visconti.
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Arte | Ensino Médio | 2º Ano
Colégio Militar de Manaus
Eliseu Visconti, Moça no trigal, 1916, óleo sobre tela, 65 x Eliseu Visconti, Volta às trincheiras, 1917, óleo sobre tela, 95 x
80cm. Disponível em: https://bit.ly/2QEQXmq 125cm. Disponível em: https://bit.ly/2WU7kzB
Eliseu Visconti foi um dos responsáveis por trazer ao Brasil o conceito diferenciado de arte
decorativa. Influenciado pelos conhecimentos adquiridos na Escola Guérin, Visconti presenciou em
sua passagem pela França o surgimento do art nouveau como vanguarda artística. Entusiasmado
pelas novas possibilidades e necessidades da sociedade industrial, Visconti elaborou projetos para
objetos utilitários e gráficos. A partir da inspiração nas figuras femininas seus projetos foram criados
com composições assimétricas, motivos florais e tons pastéis suaves, com o objetivo de integrar a
arquitetura, a decoração e o design de objetos utilitários.
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Unidade 3 | Capítulo
Seção de Educação a Distância/SEAD
Tanto os artistas viajantes quanto os artistas que vieram ao Brasil compondo a Missão
Artística Francesa representaram o negro segundo o papel que ele desempenhava na sociedade
naquele período, como escravo. Entre eles destacamos Frans Post (1612-1680), Jean-Baptiste
Debret (1768-1848) e Johann Mortiz Rugendas (1802-1858).
A Vista da Ilha de Itamaracá, do holandês Frans Post, é considerada uma das primeiras pinturas
feitas por um pintor profissional no país. Post vem para o Brasil juntamente com a comitiva do
Conde Maurício de Nassau para pintar as paisagens e a arquitetura local. O artista representa as
paisagens com coloridos homogêneos que lembram muito mais a luminosidade da Holanda do que
de um país tropical. Suas cenas são serenas e tranquilas. Em meio a representação geográfica
ele apresenta personagens e informações sobre a fauna e a flora brasileira. Nessa pintura os
personagens são negros escravizados carregando a carga e cuidando dos animais enquanto seus
patrões parecem fazer o reconhecimento do local.
Como já mencionado, Debret retratou a realidade do provo afro-brasileiro de modo realista,
mas ao mesmo romantizada pelos tons e traços suaves. A pintura Uma senhora de posses em sua
casa retrata um ambiente doméstico com várias figuras negras servindo e trabalhando no ambiente.
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Arte | Ensino Médio | 2º Ano
Colégio Militar de Manaus
As mulheres negras, assim como as crianças, sentam-se no chão enquanto a senhora e sua filha
estão nos bancos. Embora pareça uma cena tranquila, dentro do cesto que serve para guardar os
materiais de costura, ao lado da senhora, encontra-se bem a mostra o chicote feito de couro usado
para castigar os escravos. Mesmo em uma cena calma e pacata a lembrança da dor, do castigo, da
submissão e da obediência dos escravos a seus senhores se faz presente. Debret também retratou
os diversos castigos e açoitamentos sofridos pelos escravos.
O artista alemão Johann Mortiz Rugendas participa de expedições ao Brasil em dois momentos:
no primeiro leva daqui somente desenho e aquarelas, em um segundo momento pinturas. Ele
desvincula-se do grupo inicial e percorre sozinho parte do território brasileiro registrando a fauna
e flora e os costumes e cultura do povo. Registra em diversas obras a realidade do povo negro do
período, com em Navio Negreiro, obra que retrata o poema Navio Negreiro, de Castro Alves. Nessa
obra percebemos o descaso com que eram transportados os negros nas embarcações. Constatamos
a diferença de classes nas roupas e acessórios usados pelos brancos enquanto homens e mulheres
negros usam apenas pequenos tecidos que cobrem suas intimidades. Alguns sentam-se no chão,
alguns dormem, enquanto outros estão presos por ferros nas canelas. A expressão de cansaço,
tristeza e aceitação apresenta-se na maioria dos rostos. Um homem que aparenta estar morto é
retirado pelos funcionários do navio enquanto uma mulher chora e outra parece desespera-se com
a perda. A maioria dos escravos parece alheia e esta cena de morte. Rugendas apresenta nessa
obra detalhes de uma realidade triste, mas comum aos negros escravos do período.
Frans Post, Vista da Ilha de Itamaracá no Brasil, 1637, óleo Jean-Baptiste Debret, Uma senhora de posses em sua casa,
sobre tela, 63,5 x 88,5cm. Disponível em: https://bit.ly/2WX7vdc após 1923, 16 x 13cm. Disponível em: https://bit.ly/2JwFRRw
Johann Mortiz Rugendas, Navio Negreiro, por volta de 1830, gravura, 35,5 x
51,3cm. Disponível em: https://bit.ly/2Mi07bb
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Arte | Ensino Médio | 2º Ano
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Estêvão Roberto da Silva, Retrato de Castagneto, Estêvão Roberto da Silva, Ainda viva, 1888, óleo sobre tela, 37 x 48,5cm.
1885, óleo sobre tela, 59,5 x 50cm. Pinacoteca do Disponível em: https://bit.ly/30xeBYl
Estado de São Paulo. Disponível em: https://bit.
ly/2YJYDIn
Artur Timóteo da Costa, Auto-Retrato, 1908, óleo Artur Timóteo da Costa, Oração, 1922, óleo sobre
sobre tela, 41 x 33cm. Disponível em: https://bit. madeira, 45,2 x 37cm. Disponível em: https://bit.
ly/2HFYSxr ly/2VSFdV4
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Unidade 3 | Capítulo
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Heitor dos Prazeres. Disponível em: https://bit.ly/2X0VHGW Heitor dos Prazeres. Disponível em: https://bit.ly/30tC3FI
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Rubem Valentim, Sem título 43/150, 1989, Serigrafia sobre papel, 100 x 70cm. Rubem Valentim, Sem título 94/140,
Disponível em: https://bit.ly/2VV4CNB 1989, Serigrafia sobre papel, 100
x 70cm. Disponível em: https://bit.
ly/2VGj2MT
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Arte | Ensino Médio | 2º Ano
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Maria Auxiliadora da Silva, Parque de diversões, 1973, técnica Maria Auxiliadora da Silva, sem título, 1972, técnica mista.
mista. Disponível em: https://bit.ly/2JxRiZ6 Disponível em: https://bit.ly/2JxRiZ6
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Unidade 3 | Capítulo
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A Carne (2002)
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Cerâmica
A cerâmica indígena é um utilitário encontrado em diversas comunidades indígenas, de
maneira que o tipo de barro ou o modo de cozimento da cerâmica depende da região onde localiza-
se a aldeia. As mais representativas são a cerâmica marajoara (da Ilha de Marajó, PA) e a santarena
(de Santarém, PA).
Algumas cerâmicas são ornamentadas com desenhos com diferentes significados para os
indígenas.
Cerâmica Marajoara - tangas e partes de urnas funerárias. Cerâmica Marajoara ornamentada com desenhos, exemplo de
Cerâmica exposta no Museu do Forte do Presépio, Belém, PA. significado. Imagem de acervo particular.
Imagem de acervo particular.
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Unidade 3 | Capítulo
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Trançado indígena
Mesmo em diferentes regiões do país encontram-se diversos materiais, como folhas, palmas,
cipós, talas e fibras, que podem ser utilizados para trançar, com o objetivo de produzir cestos,
peneiras, abanos, tipitis, entre outros, com caráter utilitário ou decorativo.
Urupema Uirupiá, Peneira quadrada, Veridiano Barreto Maia, Waturá, Cesto cargueiro, Mario Baltazar, baré. Comunidade de
baré. Comunidade de Aquaricara - Rio Jurubaxi. Arumã Cartucho - Rio Negro. Cipó ambé, envira verde, 2015. Imagem
vermelho, paxiúba, jacitara, 2015. Imagem de acervo particular. de acervo particular.
Adornos com sementes, Etnia Mbyá-Guarani, RS. Arte dos povos Pataxó. Crédito: Memorial dos
Imagem de acervo particular. Povos Indígenas, Brasília, DF
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Arte | Ensino Médio | 2º Ano
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Alguns índios vivem, ainda hoje, isolados em determinadas regiões do Norte do país, mas a
maioria das comunidades indígenas sofre grande influência da cultura do não-índio. Essas trocas
culturais são comuns, por exemplo, no sul do Brasil adota-se a cultura do chimarrão (bebida quente
preparada com erva mate) e esta tradição provém da cultura indígena. Já o uso de tecnologias
digitais como celulares ou internet são culturas do povo não-índio mas utilizadas pelos índios
para facilitar seu dia a dia e sobretudo sua relação com os povos brancos que ci-rcundam as
comunidades ou contribuem para manutenção de sua cultura. Apesar de positivas, pois inserem os
índios em nossa sociedade, essas trocas dificultam a manutenção de suas memórias e costumes
sem que elas sofram influências externas.
Albert Eckhout, Índio Tapuia, Albert Eckhout, Índia Tapuia, Albert Eckhout, Índio Tupi, Albert Eckhout, Índia Tupi,
1641, óleo sobre tela, 272 x 1641, óleo sobre tela, 272 x 1643, óleo sobre tela, 274 x 1641, óleo sobre tela, 274 x
161cm. Disponível em: https:// 161cm. Disponível em: https:// 163cm. Disponível em: https:// 163cm. Disponível em: https://
bit.ly/2tEBE4r bit.ly/2JAifeM bit.ly/2JyHkXn bit.ly/2KlganN
Essas pinturas apresentam figuras em primeiro plano, remetendo aos retratos europeus
da época e idealizados para representar exatamente a imagem do indígena que pretendiam
apresentar na Europa. As pinturas referentes aos índios Tapuias e Tupis representam o contraste
entre os dois povos, um colonizado enquanto o outro mantinha seus costumes sem a influência dos
colonizadores.
O homem e a mulher Tupi viviam em comunidades que se encontravam mais nas margens
litorâneas e que tiveram um contato mais próximo com os colonizadores, são retratados com
vestimentas de tecidos, cestas para carregar frutos, tecidos e outros alimentos e moringas de
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Unidade 3 | Capítulo
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cerâmica para água. Na imagem que retrata a índia percebemos ao fundo uma plantação e a
casa grande, demonstração de civilização e contato próximo com os brancos. Já o homem Tupi é
representado próximo a um rio com um arco e flechas nas mãos e uma faca na cintura.
Os índios Tapuias são retratados em uma paisagem de mata, sem nenhum indício de
civilização por perto. Tanto o homem quanto a mulher estão sem roupas e usam apenas adornos,
penas ou plantas sobre algumas partes do corpo. O índio leva nas mãos armas rudimentares e aos
seus pés estão uma serpente e uma aranha. A índia carrega um cesto com frutos e partes humanas.
Também tem nas mãos parte de um braço humano. Estes membros simbolizam o canibalismo e a
falta de civilidade dos povos que inicialmente não sofreram influência direta dos colonizadores.
Civilizados ou não os indígenas eram vistos como figuras exóticas e exibidos na Europa como
conquista ou figuras excêntricas. Eckhout consegue nesta série de retratos nos mostrar as imagens
dos povos brasileiros que foram disseminadas na Europa no século XVII e que permaneceu sendo
a imagem da realidade por muitos anos.
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Sebastião Salgado, série Gênesis, 2013 - coleta de Sebastião Salgado, série Gênesis, 2013 - O indígena
frutos da macaranduba - uma árvore gigante de 50 Kulutxia no rio Ituí, dentro da Terra Indígena Vale do
metros de altura. Disponível em: https://bit.ly/2Evxbqc Javari, no Amazonas. Disponível em: https://bit.ly/2Evxbqc
Dione Martins/Xadalu, Área Indígena - Muro da Mauá, Porto Alegre/RS, 2016. Disponível em: https://bit.ly/30GHBgi
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Anotações
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Unidade 3 | Capítulo
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Glossário
Abóbada de aresta – elemento arquitetônico que consiste numa abóbada formada pela intersecção
de duas abóbadas de berço com a mesma flecha.
Abóbada de berço – construída com um contínuo arco de volta perfeita. Elemento arquitetônico
característico da arquitetura romana, retornando posteriormente na arquitetura do renascimento.
Abside – nicho ou recinto semicircular ou poligonal, de teto abobadado, geralmente situado nos
fundos ou na extremidade de uma construção ou de parte dela.
Acanto – Acanthus mollis é uma espécie de planta com flor pertencente à família Acanthaceae. A
folha de acanto, na arquitetura, é reproduzida como forma de ornamentação – não necessariamente
fiel à natureza – utilizadas na ornamentação de colunas.
Adro – terreno em frente ou em volta de uma igreja, podendo ser aberto ou murado. Por extensão,
o nome também pode designar, em arquitetura, aos terrenos margeantes duma construção.
Afresco – arte ou método de pintura mural que consiste em aplicar cores diluídas em água sobre um
revestimento de argamassa ainda fresco, de modo a facilitar o embebimento da tinta.
Altar mor – altar principal de uma igreja, localizado em ponto oposto à porta de entrada.
Anamorfose – representação de figura (objeto, cena etc.) de maneira que, quando observada
frontalmente, parece distorcida ou mesmo irreconhecível, tornando-se legível quando vista de um
determinado ângulo, a certa distância, ou ainda com o uso de lentes especiais ou de um espelho
curvo.
Arco ogival – arco que define um ângulo curvilíneo. A ogiva geométrica admite variações nas quais
os centros dos arcos podem estar dentro ou fora dos limites da forma.
Art nouveau – (ou Arte Nova) é um estilo internacional de arquitetura e de artes decorativas -
especialmente o início da arte aplicada à indústria - que foi muito apreciada de 1890 até os anos
1920.
Arte contemporânea – tendência artística que se construiu a partir do pós-modernismo, apresentando
expressões e técnicas artísticas inovadoras, que incentivam a reflexão subjetiva sobre a obra.
Autodidata – pessoa que tem a capacidade de aprender algo sem ter um professor ou mestre lhe
ensinando ou ministrando aulas. O próprio indivíduo, com seu esforço particular intui, busca e
pesquisa o material necessário para sua aprendizagem.
Baldaquino – tipo de dossel com cortinas, apoiado em colunas usados para embelezar tronos, leitos
etc. Na arquitetura trata de estrutura ou remate escultórico constituída por uma cúpula sustentada
por colunas e que resguarda um altar, um retábulo, uma escultura, um portal etc.
Clássico – ligado ao mundo antigo, Greco-Romano.
Claustro – uma parte da arquitetura religiosa de mosteiros, conventos, catedrais e abadias. Consiste
tipicamente em quatro corredores a formar um quadrilátero, por norma com um jardim no meio. Vida
de claustro ou de clausura é a designação comum dada para a vida dos monges, frades ou freiras.
Daguerreótipo – antigo aparelho fotográfico inventado por Daguerre que fixava as imagens obtidas
na câmara escura numa folha de prata sobre uma placa de cobre.
Deambulatório – originário do latim ambulatorium e significa local para andar, deambular. Em geral
define-se como uma passagem que circunda uma área central e que pode ser encontrada em
diversas aplicações, todas elas, no entanto, inerentes a edifícios religiosos.
Escribas (ou escrivão) – era aquele que na antiguidade dominava a escrita e a usava para, a mando
do regente, redigir as normas do povo daquela região ou de uma determinada religião. Como
poucas pessoas dominavam a arte da escrita, os escribas possuíam grande destaque social.
Espectador – indivíduo que observa atentamente, aprecia um ato ou objeto.
Gravura em metal – ou metalogravura é o processo de gravura feito numa matriz de metal, geralmente
o cobre. Pode também ser feita em alumínio, aço, ferro ou latão amarelo. As ferramentas mais
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Arte | Ensino Médio | 2º Ano
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comuns usadas para gravar uma imagem na matriz são a ponta seca e o buril. Existem ainda
técnicas nas quais são utilizados produtos químicos, como a água-forte e a água tinta.
Iluminura – um tipo de pintura decorativa aplicada às letras capitulares dos códices de pergaminho
medievais. O termo se aplica igualmente ao conjunto de elementos decorativos e representações
imagéticas executadas nos manuscritos produzidos principalmente nos conventos e abadias da
Idade Média.
Mosaico – consiste na colocação, lado a lado, de pequenos pedaços de pedras de cores diferentes
sobre uma superfície de gesso ou argamassa, de acordo com um desenho previamente determinado.
Mumificação – técnica desenvolvida para preservação do corpo humano após a morte. Etapas:
extração do cérebro do cadáver pelas narinas, com um gancho de metal. Imerso em salmoura,
permanecia lá por 2 meses. Enrugado, era envolto com ataduras e depois levado ao caixão e
finalmente ao sarcófago de pedra. O clima seco e a ausência de bactérias na areia e no ar ajudavam
a manter o corpo.
Óculo – elemento de arquitetura, sendo uma abertura na fachada ou no interior que pode ser redonda
ou de outras formas, localizada geralmente acima de uma abertura principal ou inclusa em frontões
e frontispícios.
Palheta – qualquer lâmina ou espátula para uso específico, no caso da arte, trata do suporte para
mistura de tintas. Também tratamos paleta de cores a combinação de tons que pode ser utilizada
em conjunto durante a criação das obras.
Papiro – erva aquática nativa da África central e do Vale do Nilo usada como suporte (após preparo
e secagem) pelos egípcios para escrita na Antiguidade.
Performance – linguagem artística que combina elementos do teatro, da música e das artes visuais.
Pintura rupestre – é o termo que denomina as representações artísticas pré-históricas realizadas em
paredes, tetos e outras superfícies de cavernas e abrigos rochosos, ou mesmo sobre superfícies
rochosas ao ar livre.
Putti (plural) – Putto (do latim putus ou do italiano puttus, menino) é um termo que, no campo das
artes, se refere a pinturas ou esculturas de um menino nu, geralmente gordinho e representado
frequentemente com asas. Derivado da figura do Cupido jovem, simboliza o amor e a pureza.
Simetria – correspondência, em tamanho, forma e posição, entre partes localizadas em lados
opostos de uma linha ou plano central. Regularidade; proporção.
Talha – entalhe que se faz com buril na madeira ou no metal; corte, sulco.
Tímpano (arquitetura) – é um espaço geralmente triangular ou em arco, liso ou ornado com esculturas,
limitado pelos três lados do frontão, por um ou mais arcos ou por linhas retas que assenta sobre o
portal de entrada de uma igreja, catedral ou templo.
Trompe L’oeil – técnica artística que, com truques de perspectiva, cria uma ilusão ótica que faz com
que formas de duas dimensões aparentem possuir três dimensões. Provém de uma expressão em
língua francesa que significa "enganar o olho" e é usada principalmente em pintura ou arquitetura.
Tumbas egípcias – enormes construções geométricas de pesadas pedras, simbolizando profunda
solidez e força, eram construídas para abrigarem, em seu centro, a múmia do faraó. Possuíam,
além da própria câmara funerária (normalmente repleta de tesouros), várias câmaras “decoradas“
com imagens e fórmulas mágicas.
Vânita – em latim significa vacuidade, futilidade; na história da Arte é interpretada como vaidade,
e pode ser compreendida como uma alusão à insignificância da vida terrena e à efemeridade da
vaidade. Representada visualmente por uma caveira.
Xilogravura – arte e técnica de fazer gravuras em relevo sobre madeira.
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Unidade 3 | Capítulo
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Filme e Série: As Brumas de Avalon (1979) – ficção período da Idade Média que demonstra as
relações estabelecidas entre novas e antigas culturas e a influência da igreja católica. “É ambientada
durante a vida do lendário Rei Arthur e seus cavaleiros e tem por escopo narrar a já conhecida
lenda arturiana a partir de uma outra perspectiva. Quem protagoniza a história, nesta versão, são
as personagens femininas, o que acabou resultando na reelaboração de todo o universo mítico da
trama”. (Autora Marion Zimmer Bradley)
Filme: A moça com o brinco de Pérola (2003) – história por trás da pintura de mesmo nome do artista
Johannes Vermeer. “Em pleno século XVII vive Griet, uma jovem camponesa holandesa. Devido a
dificuldades financeiras, Griet é obrigada a trabalhar na casa de Johannes Vermeer, um renomado
pintor de sua época. Aos poucos Johannes começa a prestar atenção na jovem de apenas 17 anos,
fazendo dela sua musa inspiradora para um de seus mais famosos trabalhos, a pintura A moça com
o brinco de pérolas”. (Direção de Peter Webber)
Filme: Agonia e êxtase (1965) – história da pintura do teto da Capela Sistina, feita por Miguelangelo.
“O papa Júlio II encomenda a Michelangelo a pintura do teto da Capela Sistina. Contrariado, o
artista abandona a obra num primeiro momento. Ao recomeçar, conflitos ideológicos e batalhas
temperamentais são fatores que permeiam o processo da pintura”. (Direção de Carol Reed)
Filme: Alexandre (2005) – ficção sobre a vida de Alexandre – o Grande. Entendimento do período
histórico, arquitetura e cultura da época. “Conquistando 90 por cento do mundo até os 25 anos
de idade, Alexandre, o Grande liderou seu exército por 35.000 km em ataques e conquistas em
apenas oito anos. Da minúscula Macedônia, Alexandre liderou seu exército contra o poderoso
Império Persa, rumou para o Egito e finalmente chegou à Índia”. (Direção de Oliver Stone)
Filme: Cruzadas (2005) – ficção. Entendimento do período histórico, arquitetura e cultura da época.
“Ainda em luto pela repentina morte de sua esposa, o ferreiro Balian junta-se ao seu distante pai,
Baron Godfrey, nas cruzadas a caminho de Jerusalém. Após uma jornada muito difícil até à cidade
santa, o jovem valente entra no séquito do rei leproso Balduíno IV, que deseja lutar contra os
muçulmanos para seu próprio ganho político e pessoal”. (Direção de Ridley Scott)
Filme: Lutero (2003) – ficção. Compreensão das mudanças e implicações que ocorrem na vida das
pessoas e na arte a partir da Reforma. “Baseado na vida do reformista alemão Martinho Lutero
desde que ele se tornou monge cristão até a Confissão de Augsburgo”. (Direção de Eric Till)
Filme: O Gladiador (2000) – ficção que retrata as lutas de gladiadores em Roma. Entendimento
sobre a estrutura do Coliseu e período histórico. “Commodus toma o poder e se livra de Maximus,
um dos generais favoritos de seu predecessor e pai, o grande filósofo, rei e imperador Marcus
Aurelius. O bravo guerreiro é forçado a se tornar gladiador nas arenas e precisa lutar pela vida”.
(Direção de Ridley Scott)
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Arte | Ensino Médio | 2º Ano
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Filme: Tróia (2004) - ficção. Entendimento do período histórico, arquitetura e cultura da época. “O
filme conta a história da batalha entre os reinos antigos de Troia e Esparta. Durante uma visita ao
rei de Esparta, Menelau, o príncipe troiano Paris se apaixona pela esposa do rei, Helena, e a leva
de volta para Troia. O irmão de Menelau, o rei Agamenon, que já havia derrotado todos os exércitos
na Grécia, encontra o pretexto que faltava para declarar guerra contra Troia, o único reino que o
impede de controlar o Mar Egeu”. (Direção de Wolfgang Petersen)
Livro (Autor: Ken Follett, 1989) e Série (Direção de Sergio Mimica-Gezzan, 2010): Os Pilares da Terra
- romance britânico de ficção histórica aborda a construção de uma catedral no período medieval. A
história se passa na Inglaterra do Século XII em que dois possíveis sucessores vão lutar pelo trono
inglês. É neste cenário que Tom, um humilde pedreiro e mestre de obras, persegue o seu sonho de
erguer uma imponente catedral, na fictícia cidade de Kingsbridge.
Referências
ARGAN, Giulio Carlo. Arte Moderna. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.
BELL, Julian. Uma Nova História da Arte. São Paulo: Martins Fontes, 2008.
GOMBRICH, E. H. A História da Arte. 16. Ed. Rio de Janeiro; LTC, 1999.
NUNES, Fabrício Vaz. As artes indígenas e a definição da arte. Anais do VII Fórum de Pesquisa
científica em Arte, Curitiba, Embap, 2011, pág. 143-153.
OLIVEIRA, Myriam Andrade Ribeiro da. Barroco e Rococó no Brasil. Belo Horizonte: C/Arte, 2014.
PERCIVAL, Tirapeli. Arte colonial: barroco e rococó, do século 16 ao 18. São Paulo: Cia Editora
Nacional, 2006.
PERCIVAL, Tirapeli. Arte imperial: do neoclassicismo ao ecletismo, século 19. São Paulo: Cia Editora
Nacional, 2006.
PERCIVAL, Tirapeli. Arte indígena: do pré-colonial à contemporaneidade. São Paulo: Cia Editora
Nacional, 2006.
PROENÇA, Graça. História da Arte. São Paulo: Editora Ática, 2007.
Referências
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29/03/2019.
SILVA, C. P. O. 'Espalhando Arte'. 2017; Tema: História da Arte. (Rede social).
152
Unidade 3 | Capítulo
Seção de Educação a Distância/SEAD
Artistas
DALTON PAULA. Disponível em: <https://daltonpaula.com/> Acesso em: 22/05/2019.
DIONE MARTINS/XADALU. Disponível em: <http://www.xadalu.com/> Acesso em: 24/05/2019.
EDUARDO KOBRA. Disponível em: <https://www.eduardokobra.com/> Acesso em: 29/03/2019.
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ROSANA PAULINO. Disponível em: <http://www.rosanapaulino.com.br/> Acesso em: 20/05/2019.
TARSILA DO AMARAL. Disponível em: <http://tarsiladoamaral.com.br/> Acesso em: 21/05/2019.
Locais de Arte
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Arte | Ensino Médio | 2º Ano
Colégio Militar de Manaus
Anotações
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