Apostila Distribuição de Energia Elétrica
Apostila Distribuição de Energia Elétrica
Apostila Distribuição de Energia Elétrica
1. Considerações Gerais
2. Tipos de Sistemas
As subestações de distribuição, SEs, que são supridas pela rede de subtransmissão, são
responsáveis pela transformação de tensão de subtransmissão para a de distribuição
primária, 13,8kV. Há inúmeros arranjos de SEs possíveis, variando com a potência
instalada na SE.
3. Tipos de Redes
As redes de distribuição primária, emergem das SEs de distribuição. Elas podem ser
tanto aéreas como subterrâneas, sendo as primeiras de uso mais difundido, pelo seu
menor custo, e as segundas, encontrando grande aplicação em áreas de maior
densidade de carga, por exemplo:zona central de uma metrópole, ou onde há restrições
paisagísticas.
As redes aéreas são construídas utilizando-se postes, de concreto, em zonas urbanas,
ou de madeira tratada, em zonas rurais. Suportam em seu topo a cruzeta, usualmente
de madeira, com cerca de dois metros de comprimento, na qual são fixados os
isoladores de pino ou de disco. Utilizam-se condutores de alumínio com alma de aço
CAA, ou sem alma de aço CA, nus ou protegidos.
4.2.2 – Demanda:
A demanda de uma instalação é a carga nos terminais receptores tomada em valor
médio num determinado intervalo de tempo. Entende-se por carga, a aplicação que
está sendo medida em termos de potência (ativa, reativa, aparente), ou em termos de
valor eficaz da intensidade de corrente.
O período no qual é tomado o valor médio é designado por “intervalo de demanda”,
geralmente é de 15 minutos.
Fig.4.1 – Curva de Demanda medida com intervalo de 15 minutos
n
∑ D i (t )
D div = i =1 , (4.1)
n
onde:
∫ p dt
Dmédia = t0
t1 − t 0
t1
∫ p dt t1
Dmédia
t0
t1 − t 0 ∫ p dt
fC = ⇒ fC = ∴ fC = t0
Nota-se, portanto que o fator de carga pode ser expresso pela relação entre o consumo
real de energia e o consumo que haveria se a carga solicitasse durante todo o tempo
uma potência constante e igual a demanda máxima
Como o custo da energia elétrica é função dos custos fixos, que por sua vez
independem da quantidade de energia que está sendo consumida, o custo por kWh cai
quando o custo fixo é rateado em uma quantidade maior de kWh vendido. Desta forma
nota-se que o fator de carga deve ser o mais próximo possível da unidade.
Para melhorar o fator de carga, algumas concessionárias fornecedoras de energia
elétrica oferecem tarifas mais baixas nas horas de off-peak (fora do período de ponta
da carga). A figura a seguir, mostra uma melhor utilização de energia elétrica, com a
melhoria do fator de carga do sistema, pela instalação de um consumidor industrial no
período de off-peak.
D1 t1 + D2 (T − t1 )
T D t + D2 (T − t1 ) t1 D2 t1
fc = = 1 1 = + 1 −
D1 D1 .T T D1 T
Considerando que no intervalo T, a tensão e o fator de potência da carga mantenham-
se constantes e considerando que em sistemas trifásicos simétricos e equilibrados, as
perdas são dadas pelo triplo do produto de (I2 x R), onde I é a intensidade de corrente
pela resistência ôhmica do trecho em questão, pode-se afirmar que as perdas p(t), são
proporcionais ao quadrado da demanda:
p(t ) = K D 2 (t )
Tab.4.1 - Fator K
Natureza da demanda Equação da constante K
Corrente 3R
Potência Aparente R/V2
Potência Ativa R/(V.cos ϕ)2
Potência Reativa R/(V sen ϕ )2
Onde:
R – resistência ôhmica do trecho;
V – tensão de linha na carga;
ϕ - ângulo de rotação entre fase e corrente;
Considerando:
t D2
t′ = 1 e d′= ,
T D1
Pode-se escrever:
f c arg a = t ′ + d ′ (1 − t ′) = (1 − d ′)t ′ + d ′
( )
f perda = t ′ + d ′ 2 (1 − t ′) = 1 − d ′ 2 t ′ + d ′ 2
Em um sistema de coordenadas cartesianas, as curvas dos fatores de carga e fatores de
perdas, em função de t ′ , parametrizadas em d ′ , são retas, conforme figura a seguir,
para as quais destacam-se três casos:
5. Tipos de Cargas
A finalidade do consumo de energia feito por um usuário pode servir de critério para
classificação das cargas, destacando-se:
6. Modelagem da Carga
Z = R + jX
∆ v = z l I e s = r l I 2 + j x l I 2
Nas redes secundárias, é usual representar a carga de cada trecho através de sua
densidade de carga, isto é, carga distribuída.
dx x
SE
i i i i i i
Para calcular estas grandezas, para todo trecho da rede, integra-se as equações acima
resultando em:
2
∆V = ∫ dV = ∫ z i . x dx = z i
0 0
2
3
s = ∫ ds = ∫ z i x dx = z i
2 2 2
0 0
3
Sendo: I = i , I = I , Z = z ; R = r e X = x , resulta em :
i Z I
∆V = z = e
2 2
2
i 3 I2
s= z =( R + j X )
3 3
A partir destes resultados pode-se concluir que numa rede com carga uniformemente
distribuída, a queda de tensão pode ser calculada concentrando-se a metade da carga
total no fim do trecho, ou concentrando-se a carga total no ponto médio do trecho.
A perda de demanda, em termos de potência ativa e reativa, pode-se calcular
concentrando-se a carga total a um terço do comprimento do trecho.
1 ε
Dmedia = ∫
24 × 30 720 h
d i dt =
720
kW ,
P = f1 (V ) e Q = f 2 (V )
Onde tem-se:
P = Potência ativa absorvida pela carga;
Q = Potência reativa absorvida pela carga;
V = Módulo da tensão aplicada à carga;
f1 (V) = Função que relaciona a potência ativa ao módulo da tensão aplicada;
f 2 (V) = Função que relaciona a potência reativa ao módulo da tensão aplicada.
Para este tipo de carga, as potências ativas e reativas são invariantes com o valor da
tensão que a suprem. Tais potências são iguais aos seus valores nominais ou de
referência, independentemente do valor da tensão de fornecimento, ou seja, a
potência absorvida por uma carga monofásica , com tensão nominal:
A corrente absorvida pela carga, quando alimentada com uma tensão qualquer
VF = VF φ1 ,é obtida por:
−ϕ
S
S * NF S S NF
IF = NF * = NF = φ1 − ϕ
VF V F φ1 VF
Pode-se citar como exemplo motor elétrico de indução, cuja potência elétrica ativa
absorvida pelo motor deve, obrigatoriamente, ser igual à potência mecânica exigida
pela carga aplicada em seu eixo, acrescida das perdas elétricas e mecânicas. Em
quanto o motor continuar funcionando, a potência ativa que absorve deve ser
praticamente constante e independente do valor da tensão.
−ϕ
*
S NF S S NF
INF = = NF = φ − ϕ = I NF φ − ϕ
VNF
*
V NF φ V NF
O módulo da corrente (INF=SNF/VNF) e a rotação de fase entre a tensão e a corrente (-
φ), permanecem constantes.
Para qualquer valor de tensão VF = VF φ aplicado à carga, a corrente será dada
por:
IF = I NF φ1 − ϕ
A potência absorvida será dada por:
S F = V F I *F = V F φ1 I NF − ( φ1 − ϕ ) =
= V F I NF ϕ = V F I NF cos ϕ + j V F I NF sen ϕ
Conclui-se que a potência absorvida pela carga varia linearmente com a tensão a ela
aplicada:
VF
SF = S NF
VFN
A potência absorvida pela carga quando suprida por tensão nominal, resulta para
impedância:
2 2
V NF V NF
Z CTE = * = ϕ = R + jX ,onde :
S NF S NF
2 2
V NF V NF
R= cos ϕ e X = sen ϕ
S NF S NF
Para qualquer valor de tensão VF = VF φ , aplicada à carga, a potência absorvida será
dada por:
2
V * V2 V
S F = VF I = VF *F = F2 = F
*
S NF
Z Cte V NF V NF
S NF
Observa-se que a potência absorvida varia quadraticamente com a tensão aplicada.
Analisando o circuito, chega-se ao seguinte conjunto de equações:
Fig. 6.7- Fonte UnB- Algoritmo para o cálculo de queda de tensão para carga de impedância
constante
7. Medição da Curva de Carga
Cada tipo ou classe de consumidor, por exemplo: residencial, apresenta a sua curva
individual. Por exemplo, a iluminação de uma sala é ligada numa dada hora da noite, e
é normalmente desligada quando os habitantes da residência em questão, vão dormir.
No entanto, a geladeira fica constantemente ligada à tomada porém o compressor liga e
desliga em função da temperatura interna. Para fins de curva de consumo entretanto,
considera-se que a geladeira é uma carga com valor de potência fixa, constante durante
todo o dia, e cujo valor é definido pelo valor médio com o compressor ligado e
desligado.
A soma destes consumos dá a carga total do consumidor no dia. Na figura a seguir,
apresenta-se um consumidor residencial, com 3 cargas: geladeira, iluminação e TV,
seus períodos de uso e curva total de demanda.
Fig. 7.3 – Demanda dos Equipamentos Individuais e Demanda Total
7.2. – A Curva Diária de Carga
ΔE = r i2 t
Sendo: r a resistência interna do elemento; i a corrente e t o tempo. Considerando que
a tensão seja constante, então a energia perdida será proporcional (k) ao quadrado da
demanda:
ΔE = k D2t
96 96
1 1
A potência perdida média (ΔP) será:
96
∆𝐸𝐸𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑
(∆𝑃𝑃) = = (𝑘𝑘⁄96) � 𝐷𝐷2
24
1
O fator de perda (fp) será aquele resultante da equação a seguir:
96
2
1
𝑓𝑓𝑓𝑓(𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷) = � 𝐷𝐷 2
96
1
96
1
𝑓𝑓𝑓𝑓 = �(𝐷𝐷 ⁄𝐷𝐷𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 )2
96
1
As horas equivalentes de perdas (hp) serão dadas pela fórmula:
96
1
ℎ𝑝𝑝(𝐷𝐷𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 )2 = �� 𝐷𝐷 2 � 24
96
1
96
1
ℎ𝑝𝑝 = � �(𝐷𝐷 ⁄𝐷𝐷𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 )2 � 24 = 𝑓𝑓𝑓𝑓24
96
1
- curva das demandas acumuladas:
A curva das demandas acumuladas exprime qual a porcentagem do tempo em que um
valor de demanda é excedido. Ela é obtida, determinando quanto tempo a demanda
fica acima do referido valor. Exemplo:
Probabilidade (D ≥ D1) = t1
24
t
Probabilidade (D ≥ D 2 ) = 2
24
Normalmente estes valores são representados numa curva, como mostrada a seguir:
OBS:
- Curva Média:
É uma curva de 96 pontos, uma para cada 15 minutos Pm(t) {ou M(t)}, obtidos pela
média dos pontos naquele horário de todas as curvas diárias.
- Curva de desvios:
É a curvas de 96 pontos S(t), obtidos pelo cálculo do desvio padrão.
2
2 (𝑡𝑡)
∑𝑛𝑛1 �𝑃𝑃𝑑𝑑 (𝑡𝑡) − 𝑃𝑃𝑚𝑚 (𝑡𝑡)�
𝑆𝑆 =
𝑛𝑛 − 1
O valor
24ℎ𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜 96
15
𝐸𝐸𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏 = � 𝑃𝑃𝑚𝑚 (𝑡𝑡)𝑑𝑑𝑑𝑑 ≅ � 𝑃𝑃𝑚𝑚 (𝑡𝑡)
60
1 1
𝐸𝐸
é o valor da energia média em um dia. O valor 𝑃𝑃𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏 = 𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏 �24 representa a potência
média, valor este que, constante durante todo o dia, levaria a uma energia consumida
𝐸𝐸𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏 ou a (30𝐸𝐸𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏 ) num mês. Segue-se que:
𝐸𝐸𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚
𝑃𝑃𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏 =
24 × 30
onde 𝑃𝑃𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏 pode ser usada para normalizar os valores das curvas média e dos desvios.
𝑃𝑃𝑚𝑚 (𝑡𝑡)
𝑚𝑚(𝑡𝑡) = 𝑝𝑝𝑝𝑝
𝑃𝑃𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏
𝑆𝑆 2 (𝑡𝑡)
𝑠𝑠 2 (𝑡𝑡) = 𝑝𝑝𝑝𝑝
𝑃𝑃𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏 2
Calcula-se também o valor “dos desvios em relação à média” por:
𝑠𝑠(𝑡𝑡) 𝑝𝑝𝑝𝑝
𝑠𝑠̅ (𝑡𝑡) = �𝑝𝑝𝑝𝑝
𝑚𝑚(𝑡𝑡)
Segue-se pois, que o consumidor ou transformador passa a ser definido pelas suas
curvas média e de desvios em pu (m,s)
Pode-se estabelecer valore de (m,s) para diferentes faixas de estratos de consumo,
para diferentes tipos de cidade, e definir uma curva estatística do consumidor através
dos seguintes passos:
1º Passo:
𝐶𝐶𝑚𝑚𝑚𝑚
Dado Cmj, consumo médio mensal do consumidor j, calcula-se 𝑃𝑃𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏 = (24×30)
2º Passo:
Com a curva representativa de consumidor (m,s), calculam-se os valores da curva
média e de desvios em kW por:
As seguintes probabilidades (%) de não serem excedidas são associadas aos valores k:
Na realidade a curva do consumidor pode não ser gaussiana, mas uma distribuição
assimétrica. Porém para efeito de cálculo admitir-se-á que seja gaussiana definida
pelos valores calculados de Mj e Sj.
Este procedimento é usado para todos os consumidores e para os transformadores de
distribuição e poderia ser extrapolado para outros elementos: alimentadores,
subestações, etc.
Antes de iniciar as medições, procura-se fazer uma estimativa inicial do volume delas,
ou seja, do tamanho da amostra.
Normalmente, o tamanho da amostra n, pode ser obtido pela equação:
𝑍𝑍𝑎𝑎2 𝑆𝑆 2
2
𝑛𝑛 =
𝐿𝐿20
-a curva i será alocada no cluster para o qual obteve-se a menor distância. A curva
típica do “cluster”(semente) passa a ser substituída pela média das curvas alocadas no
“cluster”.
-o processo é repetido para toda a amostra quando finda a primeira iteração. Como a
escolha do “cluster”(semente) é arbitrária, sem um critério de espaçamento entre as
curvas, procura-se reiniciar o processo (2ª iteração) alocando as n curvas nos “clusters”
porém partindo como cluster inicial as curvas médias no final da iteração 1.
- o processo finaliza quando entre duas iterações sucessivas, as curvas permanecem
nos mesmos “clusters”, ou quando se atinge o número máximo de iterações. Desta
forma, ficam em cada “cluster” as curvas que tem a mesma forma e estão próximas
entre si.
cluster 1
cluster 2
Área carente
Fig.7.9 – “Clusters”
Para as curvas do mesmo “cluster”, são calculadas as curvas médias e de desvios, bem
como a porcentagem de incidência de elementos da amostra. Portanto com esta
análise pode-se procurar tendências nas formas das curvas e sua representatividade.
No estudo das médias e dos desvios, procede-se o cálculo com todas as curvas diárias,
ou todas as curvas de um estrato ou de uma concessionária, tentando assim
estabelecer um subconjunto (por exemplo: consumidores num estrato), que será
caracterizado pelas suas curvas médias e dos desvios.
7.4.5.- Análise das Medições
Na tabela a seguir, estão indicadas as medições tomadas como exemplo, para fazer
análise das medições. Com estas medições, foram calculadas as curvas médias e de
desvios que foram recomendadas para o uso em modelagem da rede e de
equipamentos(Transformadores). Antes, procedeu-se uma análise de agrupamento
visando examinar se havia tendências na amostra da curva.
Inicialmente foi organizada uma amostra com todas as curvas diárias de todos os
consumidores, e outra com todos os transformadores, para serem usadas numa análise
de agrupamento.
Os dados foram processados solicitando a divisão em 10 clusters (grupos). As curvas
médias de cada cluster estão indicadas nas figuras a seguir:
Nesta análise, os consumidores são agrupados por localidade e por consumo. Nesta
análise foram utilizados os dados da tabela a seguir:
Modelo Aglutinado:
No modelo aglutinado, procurou-se agrupar curvas semelhantes (de atividades
diferentes) em 4 tipos de curvas típicas, tratando os dados na seguinte seqüência:
- cálculo das médias (M) e dos desvios padrões (S) para todos os 96 pontos da curva
diária da carga, referente a cada unidade consumidora medida, determinando assim a
sua curva diária média e dos desvios padrões;
- calculo da energia média diária (E), pela integração da curva diária média, e cálculo
da potência média diária (Pb=E/24);
- cálculo das curvas diárias de carga (média e desvio), em pu, (m,s)utilizando-se como
valor de base a potência média (Pb) para cada consumidor em questão.
Do conjunto de medições foram retirados os dados de todos os sábados e domingos.
Fig. 7.15- Atividade 5222- Bares, Botequins e Cafés
A grande utilidade desses conjuntos é que permite que se observe, além dos valores
médios e desvios, os valores de média máxima por atividade.
Com este tipo de modelo, na realização dos agrupamentos, não por atividade, mas por
semelhança de curvas, estabeleceu quatro tipos de curva típica:
Pertencem a curva do tipo 1, as seguintes atividades:
O estudo das curvas diárias para o setor industrial segue a mesma metodologia
apresentada para o setor comercial, ou seja:
- determinação das atividades importantes ;
- planejamento das medições;
- análise das medições e recomendações de curva padrão.
Neste estudo, foi concentrado o consumidor industrial de Baixa Tensão. Os
consumidores de Média Tensão, apresentam dados devido às concessionárias
instalarem medidores eletrônicos, portanto pode-se disponibilizar as curvas diárias de
carga.
Do mesmo modo do estudo de consumidores comerciais, procedeu-se então a uma
comparação entre as listagens de atividades industriais classificadas por número de
consumidores e por energia média. Tal comparação permitiu selecionar como grupo
inicial 50 atividades industriais classificadas por energia média. Analisando-se o
conjunto das 50 atividades selecionadas foi possível dividi-lo em três grupos:
I- Atividades com especificação inadequada ou incompleta:
Estas atividades pela sua descrição não permitem uma definição clara do tipo de
consumidor.
II- Atividades industriais cujas unidades consumidoras devem ser medidas: Prioridade
I
III- Atividades industriais cujas unidades consumidoras devem ser medidas – Prioridade
II. Tratam-se de 18 atividades que comparada às demais e em função do pequeno
número de aparelhos disponíveis para medição tiveram que ser colocadas em segunda
prioridade.
Tabela 7.9 – Classificação quanto ao nº de Consumidores
Para atingir os objetivos citados acima, será utilizada a Análise de Regressão, que se
constitui um conjunto de métodos e técnicas para estabelecimento de fórmulas
empíricas que interpretem a relação funcional entre variáveis com boa aproximação.
Todas as influências das variáveis Xk+1,Xk+2,.......Xn, sobre os quais não se tem controle,
são consideradas como casuais, e associa-se uma variável aleatória U, obtendo-se o
seguinte modelo de regressão:
𝑌𝑌 = 𝑓𝑓(𝑋𝑋1 , 𝑋𝑋2 , … , 𝑋𝑋𝑛𝑛 ) + 𝑈𝑈
Onde f(𝑋𝑋1 , 𝑋𝑋2 , … , 𝑋𝑋𝑛𝑛 ) é a componente funcional do modelo e U a parte aleatória.
a – CONCEITO
Quando uma função f que relaciona as variáveis é do tipo f(x) = α +β X,o modelo de
regressão linear simples é dado por:
Y=α+βX+U
onde o valor de Y é formado por dois componentes funcional ou regressão f(x), que
representa a influência da variável independente X sobre o valor de Y e define o eixo da
nuvem de pontos, que neste caso é uma reta, o componente aleatório U representa a
influência de outros fatores, bem como os erros de medição da variável Y. Este
componente surge devido à variabilidade dos valores de Y para cada valor de X.
Dada uma amostra de n pares (Xi, Yi) I=1,2,3,...,n, deseja-se obter uma reta Y tão
próxima quanto possível do conjunto de pontos marcados, equivalente a se minimizar a
discrepância total entre os pontos marcados e a reta estimada. O gráfico abaixo ilustra
tal situação:
Como se observa, para um dado Xi, existe uma diferença D entre o valor Y observado e
o seu correspondente 𝑌𝑌�, dado pela reta estimada. Os valores Di são erros ou desvios.
Simbolicamente, tem-se:
D = Y-𝑌𝑌�, ou D=Y-(a+bX)
𝑀𝑀 = �(𝑌𝑌𝑌𝑌 − 𝑎𝑎 − 𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏𝑏)2
𝑖𝑖=1
𝑆𝑆𝑥𝑥𝑥𝑥
𝑏𝑏 = ; 𝑎𝑎 = 𝑌𝑌� − 𝑏𝑏𝑋𝑋𝑋𝑋
��� 𝑒𝑒 𝑌𝑌� 𝑎𝑎 + 𝑏𝑏𝑏𝑏
𝑆𝑆𝑥𝑥𝑥𝑥
Onde
2
∑𝑛𝑛𝑖𝑖=1 𝑋𝑋𝑋𝑋 ∑𝑛𝑛𝑖𝑖=1 𝑌𝑌𝑌𝑌 �∑𝑛𝑛𝑖𝑖=1 𝑋𝑋𝑋𝑋 �
𝑆𝑆𝑥𝑥𝑥𝑥 = ∑𝑛𝑛𝑖𝑖=1 𝑋𝑋𝑋𝑋𝑋𝑋𝑋𝑋 − , 𝑆𝑆𝑥𝑥𝑥𝑥 = ∑𝑛𝑛𝑖𝑖=1 𝑋𝑋𝑋𝑋 2 −
𝑛𝑛 𝑛𝑛
2
�∑𝑛𝑛𝑖𝑖=1 𝑌𝑌𝑌𝑌 � ∑ 𝑛𝑛
𝑋𝑋𝑋𝑋 ∑𝑛𝑛𝑖𝑖=1 𝑌𝑌𝑌𝑌
𝑆𝑆𝑦𝑦𝑦𝑦 = ∑𝑛𝑛𝑖𝑖=1 𝑌𝑌𝑌𝑌 2 − 𝑋𝑋� = 𝑖𝑖=1 𝑒𝑒 𝑌𝑌� =
𝑛𝑛 𝑛𝑛 𝑛𝑛
c – TESTE PARA EXISTÊNCIA DE REGRESSÃO – TESTE F
Conclusão:
Se F(calculado) > Fα (1,n-2), rejeita-se H0 e existe regressão
d – ESTIMATIVA DE VARIÂNCIA
∑𝑛𝑛𝑖𝑖=1(𝑌𝑌𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜 − 𝑌𝑌𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 )2
𝑆𝑆 2 =
Φ
onde Φ é o número de graus de liberdade.
Sendo n o número de observações e 2 o nº de coeficientes da expressão Ycalc=a +bX,
estimados a partir dos Yobs, temos que Φ =n-2
Resolvendo a expressão de S2, tem-se:
𝑆𝑆𝑦𝑦𝑦𝑦 −𝑏𝑏𝑆𝑆𝑥𝑥𝑥𝑥
𝑆𝑆 2 = ,
𝑛𝑛−2
(∑ 𝑋𝑋)(∑ 𝑌𝑌)
∑ 𝑋𝑋𝑋𝑋 −
𝑅𝑅2 = ⎛ 𝑛𝑛 ⎞
(∑ 𝑋𝑋)2 (∑ 𝑌𝑌)2
��∑ 𝑋𝑋 2 − 2
� �∑ 𝑌𝑌 − �
⎝ 𝑛𝑛 𝑛𝑛 ⎠
a – carga de tomadas
Será considerado o número de tomadas em função da área construída. Caso a área seja
considerada maior que 250 m2, será adotado o nº de tomadas existentes e considerado
100VA por tomada. Será considerada também a carga mínima de tomadas da cozinha.
b – pontos de luz
Será considerado um ponto de luz por cômodo ou corredor, de potência igual a 100W
por ponto de luz.
c – aparelhos eletrodomésticos fixos
Serão consideradas as potências dos aparelhos eletrodomésticos abaixo relacionados
quando comprovadamente previstos na instalação:
- com potência (média) definida:
chuveiro elétrico(3500W); maquina de lavar louça(2000W); máquina de secar
roupa(2500W); forno microondas(1500W); ferro elétrico(1000W).
- com potência indicada pelo fabricante:
aquecedor elétrico (boiler); fogão elétrico; condicionador de ar; hidromassagem;
aquecedor de água; outros com potência igual ou superior a 1000W.
d – número de tomadas
O número de tomadas é dependente da área construída e os valores adotados são
apresentados na tabela a seguir:
Exemplo:
Para o consumidor 1, tem-se os seguintes dados retirados do questionário:
Dados:
Consumo médio: 196kWh (mensal)
Área do terreno: 110m2
Área construída: 50m2
Aparelhos elétricos: 1 chuveiro, 1 televisão, 1 maquina de lavar roupa, 1 ferro de
passar roupa, 1 aparelho de som, 1 aspirador de pó, 1 geladeira
de uma porta, 1 maquina de costura, 1 secador de cabelo.
Nº de cômodos: 7
Nº de habitantes: 4
Renda familiar: entre 3 e 5 salários mínimos (SM)
Potência instalada:
- carga de tomadas: para S=50m2, resulta 2400W;
- pontos de luz: considerando 100W por cômodo, resulta 700W;
- aparelhos eletrodomésticos com potência igual ou superior a 1000W:
1 chuveiro elétrico = 3500W
1 ferro de passar roupa = 1000W
1 secador de cabelo = 1000W
Total = 5500W
Potência total instalada do consumidor 1 = 2400+700+5500=8600W
7.6.3.- Exemplo de Aplicação do Cálculo de Regressão Simples.
- σ= 44,9
Onde :
X – carga instalada (kWi);
Y – valor médio do consumo mensal (kWh);
Fig. 7.24– Correlação entre Consumo mensal e carga instalada – Cons.Residencial – 1062 pontos
Fig. 7.25– Correlação entre Consumo mensal e carga instalada – Cons.Industrial – Serralheria
7.7.- Avaliação da Diversidade de Carga.
Para caracterizar o consumidor, prefere-se utilizar a curva diária média e uma outra dos
correspondentes desvios padrão.
Na figura a seguir, apresenta-se para um consumidor, as curvas diárias das médias e
dos desvios padrão.
Nota-se que os valores de desvio padrão são altos devido a aleatoriedade das cargas.
Em particular o chuveiro é responsável pelo alto desvio padrão nos horários de seu uso,
em particular no horário de ponta.
Fig. 7.27– Curvas Diárias de Carga das Médias e dos Desvios Padrão de um Consumidor
Residencial
Observa-se que o cálculo acima está calcado nos valores do desvio padrão, que são
muito variáveis devido a aleatoriedade das cargas, principalmente as dos chuveiros
elétricos.
Para determinar os valores da demanda máxima coincidente das cargas, utilizou-se do
seguinte procedimento:
a- deve-se eliminar primeiramente, os chuveiros como ponta das curvas diárias. Isto
pode ser feito representando a curva diária de cada estrato em intervalos de 60
minutos.
Visto que um banho dura na ordem de 7,5 minutos, seu efeito, como ponta, aparece
dividido por (60/7,50)=8 na demanda média de 1 hora, eliminando assim o seu efeito
como pico. Observa-se que o efeito como energia consumida ainda é mantido.
As curvas diárias preparadas desta forma (pontos a cada 60 minutos) levam a uma
nova curva média parecida com aquela obtida com valores em intervalos de 15 min.,
porém o desvio padrão é menor. Pelo equacionamento anterior obtém-se os valores da
demanda máxima coincidentes sem incluir portanto o efeito do chuveiro.
𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉(𝑘𝑘𝑘𝑘) 4 1
𝑣𝑣𝑣𝑣𝑣𝑣𝑣𝑣𝑣𝑣(𝑝𝑝𝑝𝑝) = = 𝑉𝑉 + 𝐹𝐹𝑐𝑐 �3000 �
𝑀𝑀é𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑘𝑘𝑘𝑘ℎ𝑥𝑥1000 15 𝑀𝑀é𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑘𝑘𝑘𝑘ℎ 𝑥𝑥 1000
�𝑛𝑛 �
720 720
Ou de outra forma:
3000 4 1
𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉(𝑝𝑝𝑝𝑝) = �𝑛𝑛𝑛𝑛 + 𝐹𝐹𝑐𝑐 𝑛𝑛 �
𝑀𝑀é𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑘𝑘𝑘𝑘ℎ 15 𝑛𝑛
0,72
Sendo:
Valor(pu)=valor da demanda coincidente em pu da potência média de “n” consumidores
do mesmo estrato, cada um consumindo a energia média (Média kWh) do
estrato ( ou seja, 75,150,250 e 350kWh/mês, para os estratos 1,2,3 e 4
respectivamente)
nV = produto do nº de consumidores n, pelo valor de ponta (V) do estrato. O valor V
depende da probabilidade p% fixada de não ser excedido, e é obtido na
curva representada em intervalos de 60 minutos (em pu).
Média kWh = é a energia média do estrato. Este valor multiplicado por 1000 e dividido
por 720 horas (nº de horas no mês), fornece a potência média (potência de
base), em Watts, no estrato.
4/15 = é a redução que aparece no valor da ponta do chuveiro quando a curva é
representada em intervalos de 15 minutos (4 minutos é a duração do banho)
Considerou-se, nas figuras a seguir, a composição da curva de 60 minutos com
probabilidade dos valores não serem excedidos de 90% (k=1,3). O mesmo foi
considerado para as curvas com demanda de 15 minutos.
Fig. 7.33b– Demanda máxima coincidente – Estrato II: 101 a 200 kWh/mês
Fig. 7.33c– Demanda máxima coincidente – Estrato III: 201 a 300 kWh/mês
8. Tarifação
8.2.1-Demanda e Consumo
Período seco (s): é aquele onde, devido à falta de chuvas, os reservatórios de nossas
usinas hidrelétricas estão mais baixos. Como o potencial hidráulico das usinas diminui,
existe um acréscimo nas tarifas para que o consumo de energia seja menor neste
período. Os meses secos vão de maio a novembro de um mesmo ano.
- Valores altos de fator de potência (próximos a 1,0) indicam uso eficiente da energia
elétrica.
- Valores baixos de fator de potência, indicam seu mau aproveitamento, além de
representar uma sobrecarga para todo sistema elétrico.
A Potência Total ou Aparente é dada em KVA, e é a soma vetorial das potências ativa e
reativa, como mostra a figura acima. A energia reativa capacitiva é medida no período
de 0h a 6h, a indutiva das 6h às 24h.
• O Cálculo do fator de potência pode ser feito por avaliação horária ou mensal. O
fator de potência é sempre um número entre 0 e 1 e pode ser capacitivo ou indutivo,
dependendo se o consumo de energia reativa for capacitivo ou indutivo. Para
faturamento de energia, o fator de potência é registrado de hora em hora. Assim como
no caso da demanda, os mecanismos de tarifação levarão em conta o pior valor de fator
de potência registrado ao longo do mês.
• O excedente reativo indutivo ou capacitivo que ocorre quando o fator de potência
indutivo ou capacitivo é inferior ao fator de potência de referência, 0,92, é cobrado
como tarifas de fornecimento de energia ativa. Surge, então, o conceito de energia
reativa reprimida, ou seja, a cobrança pela circulação de excedente reativo no sistema
elétrico.
Em alguns casos, a instalação de um banco de capacitores resolverá os problemas de
ajuste do fator de potência, além de melhorar o sistema elétrico.
- Máquinas de solda
Para tarifação do fator de potência, utiliza-se a energia elétrica ativa faturada (kWh) e a
energia elétrica reativa faturada (kVArh) através da expressão:
kVArh
FP = cos arctg
kWh
8.4. –Estrutura Tarifária
8.4.2-Tarifação Convencional
VF = (CA × TC + DF × TD ) •
1
1 − ICMS
onde:
VF = valor da fatura;
CA = consumo de energia
TC = tarifa convencional
DF = demanda faturada
TD = tarifa de demanda
ICMS = imposto sobre circulação de mercadorias e prestações de serviço.
Na tarifa verde, o consumidor contrata apenas dois valores de demanda, um para o período úmido e
outro para o período seco. Não existe contrato diferenciado de demanda no horário de ponta, como
na tarifa azul.
Assim, o faturamento da parcela de demanda será composto uma por parcela apenas, relativa ao
período seco ou ao período úmido, usando o mesmo critério acima.
Para o cálculo da parcela de ajuste de fator de potência, o dia é dividido em três partes:
horário capacitivo, horário de ponta, e o restante.
Se o fator de potência do consumidor, registrado de hora em hora ao longo do mês,
estiver fora dos limites estipulados pela legislação, haverá penalização por baixo fator
de potência.
Se o fator de potência do consumidor estiver dentro dos limites pré-estabelecidos, esta
parcela não será cobrada.
9. Faturamento
I - Carga instalada: soma das potências nominais dos equipamentos elétricos instalados
na unidade consumidora, em condições de entrar em funcionamento, expressa em
quilowatts (kW).
IV - Consumidor livre: consumidor que pode optar pela compra de energia elétrica junto
a qualquer fornecedor, conforme legislação e regulamentos específicos.
VIII - Demanda: média das potências elétricas ativas ou reativas, solicitadas ao sistema
elétrico pela parcela da carga instalada em operação na unidade consumidora, durante um
intervalo de tempo especificado.
XII - Demanda medida: maior demanda de potência ativa, verificada por medição,
integralizada no intervalo de 15 (quinze) minutos durante o período de faturamento,
expressa em quilowatts (kW).
XIII - Energia elétrica ativa: energia elétrica que pode ser convertida em outra forma
de energia, expressa em quilowatts-hora (kWh).
XIV - Energia elétrica reativa: energia elétrica que circula contínuamente entre os
diversos campos elétricos e magnéticos de um sistema de corrente alternada, sem
produzir trabalho, expressa em quilovolt-ampère-reativo-hora (kvarh).
a) Horário de ponta (P): período definido pela concessionária e composto por 3 (três)
horas diárias consecutivas, exceção feita aos sábados, domingos e feriados nacionais,
considerando as características do seu sistema elétrico.
b) Horário fora de ponta (F): período composto pelo conjunto das horas diárias
consecutivas e complementares àquelas definidas no horário de ponta.
c) Período úmido (U): período de 5 (cinco) meses consecutivos, compreendendo os
fornecimentos abrangidos pelas leituras de dezembro de um ano a abril do ano
seguinte.
A fatura de energia elétrica é representada pela nota fiscal que apresenta a quantia
total que deve ser paga pela prestação do serviço público de energia elétrica, referente
a um período especificado, discriminando as parcelas correspondentes.
a) Subgrupo B1 - residencial;
c) Subgrupo B2 - rural;
onde:
FDpr = Faturamento proporcional da demanda;
DF = Demanda Faturável;
TD = Tarifa de Demanda;
DC = Demanda Contratada;
P = Período excedente a 30 (trinta) dias;
onde:
FDpr = Faturamento proporcional da demanda;
DF1 = Demanda Faturável no período inicial;
TD = Tarifa de Demanda;
DF2 = Demanda Faturável no período excedente;
P = Período excedente a 30 (trinta) dias.
onde:
TP = Tarifa Proporcional a ser aplicada ao faturamento do período;
Ti = Tarifa em vigor durante o período “i” de fornecimento;
Pi = Número de dias em que esteve em vigor a tarifa “i” de fornecimento.
= número de dias de efetivo fornecimento, decorrido entre 2 (duas)datas
consecutivas de leitura, observado o calendário referido em itens anteriores.
III - calcular o consumo a ser faturado considerando o número de dias do mês anterior
ao do faturamento em curso; e
onde:
FBRe = Faturamento do consumo de energia elétrica ativa excedente de unidade
consumidora Residencial Baixa Renda;
CAe = Consumo de energia elétrica ativa excedente ao LBR;
LBR = Limite de consumo característico da unidade consumidora Residencial Baixa
Renda autorizado para a concessionária;
Bi = Blocos de consumos faturáveis, variando da seguinte forma:
B1 = Bloco inicial correspondente a 30 kWh;
B2 = Bloco intermediário, correspondente a 70 kWh;
B3 = Bloco final correspondente à diferença entre o limite de consumo característico da
unidade consumidora Residencial Baixa Renda (LBR) e 100 kWh;
Ti = Tarifa de energia elétrica ativa referente ao Bloco “i”, com o respectivo imposto.
A realização da leitura e/ou do faturamento em intervalo diferente dos estabelecidos,
dependerá de autorização prévia da ANEEL, excetuado quando houver concordância por
escrito do consumidor.
O faturamento de unidade consumidora do Grupo “B” será realizado com base no
consumo de energia elétrica ativa, e, quando aplicável, no consumo de energia elétrica
reativa excedente, devendo, em ambos os casos, ser observada as disposições
específicas estabelecidas nesta Resolução.
Os valores mínimos faturáveis, referentes ao custo de disponibilidade do sistema
elétrico, aplicáveis ao faturamento mensal de unidades consumidoras do Grupo “B”,
serão os seguintes:
I - monofásico e bifásico a 2 (dois) condutores: valor em moeda corrente equivalente a
30 kWh;
II - bifásico a 3 (três) condutores: valor em moeda corrente equivalente a 50 kWh;
III - trifásico: valor em moeda corrente equivalente a 100 kWh.
A maioria das cargas das unidades consumidoras consome energia reativa, como
motores, lâmpadas de descarga, fornos de indução, entre outros.
As cargas indutivas necessitam de campo eletromagnético para o seu funcionamento,
por isso sua operação requer dois tipos de potência:
- Potência ativa: medida em kW, que efetivamente realiza trabalho gerando
movimento, calor, etc.
- Potência reativa: medida em kVAr, usada apenas para criar e manter os campos
eletromagnéticos das cargas indutivas.
a – Perdas na Rede:
As perdas de energia elétrica ocorrem em forma de calor e são proporcionais ao
quadrado da corrente total. Como esta corrente cresce com o excesso de energia
reativa, estabelece-se uma relação direta entre o incremento das perdas e o baixo fator
de potência, provocando o aumento no aquecimento de condutores e equipamentos.
Figura 9.2 – Percentagem de perdas em relação ao Fator de potência
A tabela a seguir, mostra a diminuição das perdas anuais em energia elétrica de uma
instalação com consumo anual da ordem de 100 MWh, quando se eleva o fator de
potência de 0,78 para 0,92
5% 3,59%
PERDAS GLOBAIS
5MWh/ano 3,59MWh/ano
b – Quedas de Tensão:
O aumento da corrente devido ao excesso de reativo leva a quedas de tensão
acentuadas, podendo ocasionar a interrupção do fornecimento de energia elétrica e a
sobrecarga em certos elementos da rede. Este risco é sobretudo durante os períodos
nos quais a rede é fortemente solicitada.
As quedas de tensão podem provocar, ainda, diminuição da intensidade luminosa nas
lâmpadas e aumento da corrente nos motores.
1,0 800
Podemos observar que, com o aumento da corrente, para que não se aumente as
perdas é necessário que se utilize condutores de seção maiores.
1
𝑆𝑆𝑆𝑆çã𝑜𝑜 𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟 = � �
(𝐹𝐹𝐹𝐹𝐹𝐹𝐹𝐹𝐹𝐹 𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝ê𝑛𝑛𝑛𝑛𝑛𝑛𝑛𝑛)2
A correção do fator de potência por si só já libera capacidade para instalação de novos
equipamentos, sem a necessidade de investimentos em transformador ou substituição
de condutores para este fim específico. É o que mostra a tabela a seguir, ilustrando o
aumento do fator de potência de 0,80 para 0,92 em uma instalação genérica, com
potência de transformação de 315 kVA.
Aumento de potência kW 38
A primeira providencia para corrigir o baixo fator de potência é a analise das causas que
levam à utilização excessiva de energia reativa. A eliminação dessas causas passa pela
racionalização do uso de equipamentos:
- desligar motores em vazio;
- redimensionar equipamentos superdimensionados;
- redistribuir cargas pelos diversos circuitos, etc.
Estas providências podem, eventualmente, solucionar o problema de excesso de reativo
nas instalações.
A partir destas providências, uma forma de reduzir a circulação de energia reativa pelo
sistema elétrico, consiste em “produzi-la” o mais próximo possível da carga, utilizando
um equipamento chamado capacitor.
Instalando-se capacitores junto às cargas indutivas, a circulação de energia reativa fica
limitada a estes equipamentos.
Na prática, a energia reativa passa a ser fornecida pelos capacitores, liberando parte da
capacidade do sistema elétrico e das instalações da unidade consumidora. Isso é
comumente chamado de “compensação de energia reativa”.
Tem como desvantagem o fato de não haver diminuição de corrente nos alimentadores
de cada equipamento compensado.
Embora o preço por kVAr dos capacitores seja menor para tensões mais elevadas, este
tipo de compensação, em geral, só é encontrada nas unidades consumidoras que
recebem grandes quantidades de energia elétrica e dispõem de subestações
transformadoras.
Neste caso, a diversidade da demanda entre as subestações pode resultar em economia
na quantidade de capacitores a instalar.
onde:
FER(p) = valor do faturamento, do consumo de energia reativa excedente à quantidade
permitida pelo fator de potência de referência “fr”, no período de faturamento;
CAt = consumo de energia ativa medida em cada intervalo de 1 (uma) hora “t”, durante
o período de faturamento;
fr = fator de potência de referência igual a 0,92;
ft = fator de potência da unidade consumidora, calculado em cada intervalo “t” de 1
(uma) hora, durante o período de faturamento, observadas as definições dispostas nas
alíneas “a” e “b”, § 1º, deste artigo;
TCA(p) = tarifa de energia ativa, aplicável ao fornecimento em cada posto horário “p”;
Onde:
FDR(p) = valor do faturamento, da demanda de potência reativa excedente à
quantidade permitida pelo fator de potência de referência “fr” no período de
faturamento;
MAX = função que identifica o valor máximo da fórmula, dentro dos parênteses
correspondentes, calculada de hora em hora;
onde:
FDR = valor do faturamento total correspondente à demanda de potência reativa
excedente à quantidade permitida pelo fator de potência de referência, no período de
faturamento;
Onde:
FER = valor do faturamento total correspondente ao consumo de energia reativa
excedente à quantidade permitida pelo fator de potência de referência, no período de
faturamento;
Os instrumentos elétricos podem ser classificados com base nos seguintes critérios
fundamentais:
- princípio de funcionamento (eletromagnéticos, magnetoelétricos, eletrodinâmicos, de
indução, etc.);
- natureza da corrente que os atravessa (alternada ou contínua);
- grandeza medida (tensão, corrente, potência, energia, etc.);
- grau de precisão (de quadro, de controle, de laboratório);
-características construtivas (indicadores, registradores, formato externo, etc.).
Os medidores de energia podem ser classificados das seguintes maneiras:
a) medidor de energia ativa (kWh): medidor que se destina a medir energia ativa
de uma instalação. A energia ativa é aquela que realmente realiza trabalho. Estes são
os medidores mais utilizados em medição de energia;
- medidores polifásicos de dois elementos e três fios: medidores que possuem dois
elementos de potencial e dois elementos de corrente;
- medidores polifásicos de dois elementos e quatro fios: medidores que possuem dois
elementos de potencial e três elementos de corrente;
- medidores polifásicos de três elementos e quatro fios: medidores que possuem três
elementos de potencial e três elementos de corrente.
São medidores classe 1, que são medidores de energia ativa, cujos erros não excedam
1% para todos os valores de corrente entre 10% da corrente nominal e a corrente
máxima, com fator de potência unitário, medidores painel (medidores para painéis de
controle de energia), medidor de V2H (medidor de tensão elétrica), medidores com
acessórios (medidor com sensor, medidor com emissor de pulsos), etc.
Os primeiros medidores de indução eram razoavelmente precisos para carga com fator
de potência unitário, mas eram considerados ruins para cargas com baixos fatores de
potência, pois não havia exata quadratura entre as ondas de corrente e tensão.
- base;
- terminais (bornes), bloco de terminais;
- compartimento do bloco de terminais;
- tampa do bloco de terminais;
- mostrador;
- ciclômetro;
- primeiro cilindro ciclométrico;
- registrador;
- núcleo;
- bobina de corrente (eletroímã de corrente), bobina de potencial (eletroímã de
tensão);
- elemento motor;
- dispositivos de calibração;
- elemento frenador (freio magnético);
- tampa do medidor;
- elemento móvel;
- catraca;
- dispositivos de compensação;
- estrutura (armação);
- mancais e placa de identificação.
Cada uma dessas partes componentes, as quais foram agrupadas em dois grupos
(principais e demais), tem as seguintes características/funções:
a) Principais partes componentes :
Base: parte do medidor destinada à sua instalação e sobre a qual são fixados a
estrutura, a tampa do medidor, o bloco de terminais e a tampa do bloco de terminais.
Os medidores monofásicos produzidos podem ter base plástica ou injetada sob pressão
em alumínio-silício. É pela base que o medidor é fixado no local a ser instalado;
Terminais (bornes): dispositivos destinados a ligar o medidor ao circuito a ser
medido;
Bloco de terminais (bornes): suporte de material isolante, no qual são agrupados os
terminais do medidor;
Compartimento do bloco de terminais (bornes): parte onde fica localizado o bloco
de terminais;
Tampa do bloco de terminais (bornes): peça destinada a cobrir e proteger o bloco
de terminais, o(s) furo(s) inferior(es) de fixação do medidor e o compartimento do
bloco de terminais;
Mostrador: placa que contém abertura para leitura dos algarismos do ciclômetro;
Ciclômetro: tipo de registrador dotado de cilindros com algarismos;
Primeiro cilindro ciclométrico: cilindro do ciclômetro que indica a menor quantidade
de energia expressa em números inteiros de quilowatts-hora;
Registrador: conjunto formado pelo mostrador, sistema de engrenagem e cilindros
ciclométricos. Indica, no caso de medidores de energia ativa, o consumo de quilowatt-
horas (kWh) absorvidos pelo consumidor, o qual é proporcional ao número de rotações
efetuadas pelo disco;
Núcleo: conjunto de lâminas de material magnético que forma os circuitos magnéticos
das bobinas de potencial e de corrente;
Bobina de corrente (eletroímã de corrente): bobina cujo campo magnético
resultante é função da corrente que circula no circuito cuja energia se pretende medir;
Bobina de potencial (eletroímã de tensão): bobina cujo campo magnético
resultante é função da tensão do circuito, cuja energia se pretende medir;
Elemento motor: conjunto formado pela bobina de potencial e seu núcleo, por uma ou
mais bobinas de corrente e seu núcleo, destinado a produzir um conjugado motor sobre
o elemento móvel;
Dispositivos de calibração (parafuso de ajuste): dispositivos por meio dos quais se
calibra o medidor para que indique, dentro dos erros admissíveis, a energia a ser
medida;
Elemento frenador (freio magnético): conjunto compreendendo um ou mais ímãs,
destinado a produzir um conjunto frenador sobre o elemento móvel;
Tampa do medidor: peça sobreposta à base para cobrir e proteger a estrutura e todas
as peças nela montadas. As tampas mais comuns são de vidro e policarbonato;
Elemento móvel: conjunto formado pelo disco, eixo e partes solidárias que gira com
velocidade proporcional à potência do circuito, cuja energia se pretende medir. É
constituído de uma chapa de alumínio de alta condutibilidade e leveza. O número de
rotações dado pelo disco é proporcional ao consumo. À medida que a carga aumenta ou
diminui, ocorre o mesmo com a velocidade do disco, porém o consumo registrado
mantém os erros de calibração.
b) Demais partes componentes:
Fonte de alimentação
Sensores de
tensão
Processado
Condicionamento
Porta Óptica
Sensores de
corrente
Medição
Processador
Sensores
Anti-tampering
Anti-tampering
Display
Esta solução, contudo, exige também a utilização de circuitos de proteção contra surtos
de tensão, uma vez que os divisores resistivos propagam para os circuitos adjacentes
qualquer variação de tensão que possa ocorrer na rede, que pode comprometer os
circuitos de condicionamento e aquisição de sinais.
Normalmente, esta proteção é composta de varistores posicionados na entrada dos
circuitos de aquisição de tensão.
Os sinais de tensão e corrente são condicionados, de forma a adquirir magnitude
compatível com os circuitos de digitalização utilizados nos circuitos de processamento
do medidor. Assim, estes sinais são digitalizados e enviados ao componente
responsável pela computação dos cálculos metrológicos do medidor.
Existem diferentes abordagens construtivas para a solução de cálculo e gerenciamento
do medidor eletrônico. Usualmente, os modelos de mais baixo custo utilizam apenas
uma unidade de processamento, microcontrolador ou processador digital de sinais –
DPS- (Digital Signal Processor) para realizar todas as funções do medidor.
Os modelos mais complexos (incluindo medidores eletrônicos com funções avançadas e
medidores para grandes consumidores),utilizam em sua construção um chip específico
para os cálculos de funções metrológicas e um microcontrolador para realizar as demais
funções, como o gerenciamento de comunicação, memórias e funções antifraude e
interface humano-computador (IHC).
Os modelos mais avançados também agregam uma porta de comunicação serial,
utilizando protocolo de comunicação local. Esta porta possibilita a leitura instantânea
dos dados gerados pelo medidor, além da configuração de parâmetros.
Normalmente, os medidores eletrônicos mais avançados apresentam essa porta de
comunicação, uma vez que ela agrega custos ao medidor.
Além destas funções, também podem ser encontradas funções adicionais, específicas
para alguns mercados e aplicações, como por exemplo, sistemas avançados de
detecção de fraude, o que inclui o medidor e o circuito elétrico ao qual ele está
conectado, pré-pagamento e sistemas avançados de segurança de informação, com a
adição de algoritmo de certificação digital.
É esperado que o medidor inteligente apresente a mesma vida útil especificada para os
medidores eletrônicos de energia, (em torno de 15 anos).
Comparativamente a um medidor eletrônico comum, e de acordo com suas
funcionalidades avançadas, o diagrama em blocos de um medidor inteligente pode ser
descrito, conforme a seguir:
Relógio de tempo
Medição real
Corte/Religa
Memória de
Processamento massa
Detectores de
violação
Criptografia/
certificação digital
Mostrador