Os Conflitos Entre Machismo E Feminismo Na Educacao Por Rousseau E Wollstonecraft

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OS CONFLITOS ENTRE MACHISMO E FEMINISMO NA EDUCAÇÃO POR

ROUSSEAU E WOLLSTONECRAFT

Jorge-Américo Vargas-Freitas

Rio de Janeiro, 27 de Novembro de 2014

Resumo: A pesquisa se dirige a conflitar a posição machista de Rousseau contra a


disposição feminista de Wollstonecraft sobre educação, explorando as noções expostas,
respectivamente, em Emílio ou da educação e em A reivindicação dos direitos da mulher.
Para conduzir tal empreendimento, o estudo examina as perspectivas expressas no Livro
Quinto e no Capítulo 5 de cada obra. Assim, será representado o diálogo entre ambas as
filosofias.

Palavras-chave: Educação. Feminismo. Gênero. Machismo. Rousseau. Wollstonecraft.

Abstract: The research drives itself to conflict the machismo position of Rousseau against
the feminist disposition of Wollstonecraft about education, exploring the notions exposed,
respectively, in Emile, or on education and A vindication of the rights of woman . To
conduct such enterprise, the study examine the perspectives expressed in the Book V and
in the Chapter 5 of each work. Thus, will be represented the dialogue between both
philosophies.

Keywords: Education. Feminism. Gender. Machismo. Rousseau. Wollstonecraft.

Introdução

Introduz-se a pesquisa revelando seu interesse em contrapor a educação proposta


especialmente às mulheres por Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) e as críticas de Mary
Wollstonecraft (1759-1797) contra a pedagogia da domesticação pretendida pelo filósofo.
Em Emílio ou da educação, Rousseau não se limita a projetar a educação fundamental a
um homem ativo, senão exagera em estabelecer uma sombra sobre a qual a passividade
feminina é designada conceitualmente. Wollstonecraft, diante desta provocação, rebate as
intenções expostas na obra em resposta formal contida em A reivindicação dos direitos da
mulher.

A pedagogia machista elaborada por Rousseau perpetua por designação a


dominação masculina sobre a natureza feminina. Para Wollstonecraft, a educação é um
meio viável para emancipar a essência feminina e liberta as mulheres de um caminho

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historicamente premeditado à submissão. Ou seja, a educação pedagógica para ambos é,
conceitualmente, o instituto fundamental para o condicionamento negativo ou positivo da
mulher.

Assim, genericamente introduzido o conflito programático entre o machismo de


Rousseau e o feminismo de Wollstonecraft, a pesquisa passa a relatar ambas as
perspectivas especificamente. Então, critica-se as ideias postas no Livro Quinto de Emílio
ou da educação de Rousseau em primeira instância. Consequentemente, examina-se os
pensamentos contrapostos no Capítulo 5 de A reivindicação dos direitos da mulher de
Wollstonecraft em segunda instância.

Livro Quinto

Rousseau programa o caminho didático de Emílio desde a infância da criança até o


fim da adolescência do rapaz com a finalidade de formar a maturidade suficiente para um
homem, como ser social, conviver adequadamente na sociedade humana em que se insere.
A filosofia embutida na vida do personagem é projetada a fim de moldar um cidadão
perfeito para, com sua individualidade bem formada, interagir dignamente com a
coletividade social. Sendo a sociedade corrupta em si mesma, na visão do filósofo, então,
cabe à educação equipar o ser humano com os atributos necessário para que, em suas
relações sociais, seja capaz permanecer puro tal qual foi concebido.

A Emílio, Rousseau planeja um itinerário pedagógico destinado ao enaltecimento e


ao enobrecimento das habilidades e das qualidades do ser humano. Contudo, ao invés de o
filósofo idealizar sua filosofia para inclusivamente para a espécie humana, ele pretendeu
projetar exclusivamente apenas o destino perfeito ao gênero masculino. Mais do que isso,
em reflexo à figura positivada de Emílio, delinea-se negativamente a sombra de Sofia,
mulher preparada para servir ao marido.

Para Rousseau, o esclarecimento do homem não é uma diferenciação entre a


racionalidade humana em contraposição com o irracionalismo animal, senão, o próprio
obscurecimento da mulher. Comparando as capacidades físicas de cada um dos gêneros, o
filósofo motiva sua doutrina sob a justificativa de que, tal qual o corpo, a mente feminina
deve se restringir a ser servil e dócil às designações do homem. Assim, devido ao corpo,
supostamente fraco, a mente da mulher deveria, coerentemente, ser treinada com as
habilidades necessárias para que se torne, também, garantidamente fraca, útil às
determinações do homem sob o pretexto de que este é, por natureza, forte.
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Rousseau, sistematicamente, formula a desigualdade entre os gêneros polares.
Neste contexto, é intrínseca à boa educação masculina a má educação feminina, melhor,
para elaborar um programa pedagógico perfeito à ascensão do homem, é preciso limitar o
conhecimento das mulheres à subserviência. O filósofo pretende que as diferenças entre os
gêneros, ao invés de deverem ser atenuadas, devem ser agravadas pelas instituições da
própria sociedade.

Assim, Rousseau estipula uma série de deveres femininos que devem ser educados
desde a infância à menina para formar o perfil desejável aos homens nas mulheres.
Capciosamente, ao cumprir esses dados desígnios, a mulher sucede em servir ao homem e,
simultaneamente, falha em alcançar seus verdadeiros objetivos. Portanto, desde a
juventude, a subjetividade feminina é preparada para realizar um objetivo que tem como
propriedade básica a impotência da feminilidade.

O treinamento dos sexos, pela concepção de Rousseau, afasta a comunhão de


conhecimentos, despistando a mulher do rumo da virtude. Predispondo a menina a
instrumentos amaciantes de suas personalidades, os meninos são preparados para sustentar
a força sobre a qual se apoiaram para justificar seu domínio sobre elas. Inocentemente
apresentados a diferentes tipos de brinquedos, naturalmente, o desenvolvimento
psicológico é diferenciado na própria criação distinta.

Parece incrível que meros objetos dispostos a sujeitos possam modificar a


causalidade de seus destinos. Mas é absolutamente crível que a atividade constante de
exigências de diferentes qualidades para cada um dos gêneros, simplesmente, concretize
as dadas abstrações. E é exatamente isso que a pedagogia de Rousseau propõe ao
diferenciar universos paralelos entres os gêneros, sendo um positivo, outro negativo.

Rousseau perfila um tipo de mulher ideal que tem como definição a negação de sua
própria natureza. Para ele é sensato que a mulher deixe de ser o que é para ser o que, em
sua opinião, ela deveria ser. A imposição social sobre a moral feminina, logo, aceita mais
a mulher quanto menos ela aprimora sua natureza, quer dizer, a condecoração de seu erro,
destina a mulher à falha.

Diante desses pressupostos, é simples para Rousseau doutrinar o princípio da


obrigação feminina, isto é, a falta de liberdade. Programando a feminilidade para
restringir suas vontades orgânicas e acatar ao padrões regrados, pelo próprio hábito das
normas dos costumes, a mulher acaba nutrindo uma carência que é manipulada pelo
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homem. Na escassez de satisfação, a mulher é atraída excessivamente a satisfazer suas
necessidades que, determinantemente, dependem da boa vontade do homem, plenamente
livre às potencialidades humanas, dono dos meios de dominção.

Desse modo, a mulher fica a mercê tanto do indivíduo com quem se casa quanto da
coletividade julgadora de seus comportamentos, devendo, portanto, ela mesma suspeitar
de seus próprios modos. Concordando com o sistema de Rousseau, é presumível que a
mulher aprenda a compreender o sofrimento, a injustiça e todos os males provocados pelo
querer do homem. Submissa às vontades do homem e não às próprias, a decepção passa a
ser uma consequência natural de suas ações e das situações às quais deve se prestar.

O que Rousseau não percebe é que o prejuízo feminino é, por correspondência, o


prejuízo do homem. Se ele mesmo afirma que a mulher deve satisfazer o homem,
inconsequente seria pensar que ela se torna mais capaz de realizar tal tarefa, mesmo que
devesse, quando deixa de satisfazer a si própria. A dependência parece ter efeito no
sistema apenas quando é conveniente.

Todavia, Rousseau com essa didática, que se educa em casa, na escola e na rua, a
fim de controlar os instintos da feminilidade, ainda é capaz de colocar que a beleza é o
dote moderador da mulher em relação aos dons do homem. Tal prepotência invalida os
demais adjetivos possíveis e limita a mulher a ser talentosa apenas naquilo que mais
convém ao homem, plenipotente. Consequentemente, a igualdade não é o fim a que se
motiva a doutrina.

Enquanto um homem pode se dedicar livremente aos afazeres que lhe interessem
subjetiva e objetivamente, aprimorando suas capacidades, as mulheres se enveredam pelo
ramo das preocupações comportamentais. A psicologia feminina proposta por Rousseau é
subvertida por interesses fúteis no que a mulher precisa se predispor a atrair a atenção do
homem. A reprogramação dos hábitos em coerência aos padrões estereotípicos serve como
motor alienante que age sorrateiramente na subconsciência da mulher.

Para Rousseau, a distinção programada entre os gêneros, contudo, contribui para


equilibrar a relação entre o homem e a mulher. Como se fosse preciso prejudicar uma
parte para beneficiar a outra. Sendo, portanto, dever do homem condenar a mulher a
perpetuar as restrições da feminilidade para sua filha e, assim, adiante.

Capítulo 5

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Wollstonecraft, diante da opinião de Rousseau, devido à prepotência do filósofo, não
pode deixar de reagir dialeticamente, na constatação dos exageros de sua filosofia e pela
crítica direta à sua opinião. A noção de se domesticar o gênero feminino conforme os
feitios do gênero masculino está embutida na própria programação pedagógica masculina,
sendo a educação feminina subproduto desvirtuado intencionalmente. A filósofa nota uma
contradição basilar em tal tipo de doutrina, pois, não é possível sustentar a superioridade
do homem se ele é dependente da assistência feminina, uma vez que aquele pretende
domesticar essa com a finalidade de que a mulher sirva para suprir carências notoriamente
confirmadas pelo filósofo.

Isto é, logicamente, a relações de dependência funcionam no sentido de que um


elemento sustenta o outro, sendo que aquele que sustenta é mais capaz de agir do que
aquele que é sustentado, uma vez que o primeiro não depende do segundo, mas o segundo
depende do primeiro. Ou seja, Wollstonecraft nota que o filósofo, contraditori amente, ao
mesmo tempo em que argumenta sobre a superioridade do homem sobre a mulher, declara
que é preciso controlar determinantemente o destino da mulher para que se satisfaçam as
necessidades do homem. A filósofa observa que, na arte da sedução, as mulheres
sabedoras de seus poderes, de fato, decidem o destino do homem, não pela aceitação da
masculinidade, senão pela capacidade de recusar as inventivas; assim, não é o homem
quem conquista a mulher, mas é a mulher quem seduz o homem.

Interessante é que tal constatação trivial não é fundamental para a doutrina feminista
de Wollstonecraft, mas é essencial para indicar contradições imaturas constantes da
própria literatura do filósofo. Ela esclarece que, se realmente é a satisfação do homem o
dever da mulher, então, devido à extrema facilidade com que a mulher lida com tais
atributos e a enorme dificuldade do homem em garantir suas vontades, é incabível falar
em superioridade masculina e em inferioridade feminina. Quer dizer, em outras palavras,
para se dedicar a algo que já faz tão bem, não seria uma demanda se especializar
didaticamente em tais atividades; pejorativamente, é possível indagar o intuito de tal
pedagogia não se destinar, senão, a controlar os potenciais femininos para certificar a
superação masculina.

Todavia, Rousseau ainda ousa afirmar que a dependência do homem em relação à


mulher é somente ideal, por conta de seus desejos, enquanto que a dependência da mulher
em relação ao homem é ideal e material. Essa noção contradiz completamente a realid ade,

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como nota Wollstonecraft, afinal, a satisfação de ambos depende de consenso, equilíbrio,
harmonia. Realmente, não há nada nestas classes conceituais que diferencie os sexos a
ponto de justificar a desigualdade de oportunidades.

A diferença se perfaz, sim, pela desigualdade de tratamento. Wollstonecraft exibe


como a subjetividade feminina funciona mediante preconceitos fixados na tradição. Os
interesses da mulher são taxados em categorias predispostas à submissão intelectual, pois
a requisição masculina sobre seu corpo provoca o desequilíbrio dicotômico que
desfavorece a potência de sua mentalidade.

Contudo, Wollstonecraft percebe que se esconde nessa ideia o fato de que o


aprimoramento físico recebe estima completamente diferente entre os gêneros, outra vez,
desfavorecendo concepcionalmente o feminino. Ao homem, o corpo aprimorado se traduz
em força, a mesma qualidade a que se deve seu domínio sobre a mulher. À mulher, o
corpo deve ser aprimorado para se capacitar a seduzir as intenções de um homem,
procedimento performático da submissão feminina sob o masculino.

Wollstonecraft explica como a diferenciação dos sexos começa desde cedo com o
intuito de estabelecer as distinções sociais entre o homem e a mulher. Enquanto o menino
é intimado a assumir sua masculinidade, a menina é intimada a assumir sua feminilidade.
Porém, como as habilidades potenciais humanas são divididas entre os gêneros, o
procedimento masculino se torna vantajoso, a pena feminina, desvantajosa.

Mais intrinsecamente, Wollstonecraft explana como a mulher é designada a negar


sua natureza humana e a aceitar os dogmas machistas sobre a feminilidade. Ser feminina,
nesse sentido, não tem a ver com a positivação das potências femininas, significa a
redução das capacidades do ser humano, reservando-as ao homem. O princípio da
restrição é inerente a tal fórmula.

A mulher precisa negar a razão natural para afirmar um estereótipo convencional


imposto pejorativamente contra seu benefício. Esse conflito desnorteia o instinto
feminino, intencionando sua domesticação. Wollstonecraft entende que a confusão
existencial que é contraposta à mulher entorpece a natureza feminina, concretizando as
intenções masculinas de restringir suas potências.

Nisso, emergem as origens do autoritarismo masculino sobre a feminilidade. As


restrições programáticas sobre as mulheres, em contraposição às permissões plenas aos

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homens, causalmente, consolidam a desigualdade. O costume e a tradição, sozinhos,
perfazem a mutação, como registra Wollstonecraft.

Para Wollstonecraft, toda perversidade embutida neste sistema pedagógico por si só,
é condição suficiente para invalidar a dignidade da fórmula para determinar o certo e o
errado. O princípio racional malfazejo, em si mesmo, porta erros bastantes para não ser
confiável. Por isso, é infundável crer que, pelas razões expressas por Rousseau, deva o
homem agir sobre a mulher como bem entender.

Um sistema vicioso como o proposto, que tem como definição levar a mulher à
falha, não pode esperar, sob pena de contradição, que alguém sucederá nestas condições.
O desequilíbrio provocado no âmago da feminilidade desvirtua a natureza da mulher a
ponto de criar um novo ser, alienígena à essência da natureza. Um ser condicionado pela
criatura, não pelo criador, certamente, apresenta defeitos incontroláveis e esperar que uma
espécie experimental de indivíduo possa ser apropriada a satisfazer as necessidades
humanas parece ser absurdo, como deixa claro Wollstonecraft.

A filósofa constata o dissabor intrínseco a tal teoria. Wollstonecraft entende ser


impossível que o homem, conforme seus planos, consiga se satisfazer ao se relacionar
com o que projeta para as mulheres. Ela indaga a respeito dos valores da mutuablidade, no
sentido de que o prazer se dinamiza justamente na comunhão da alegria.

Wollstonecraft discorda plenamente sobre como tal pedagogia se utiliza da educação


para ampliar a desigualdade histórica entre os gêneros. Sofia, a mulher, beneficia-se
quando se adéqua aos padrões negativos de comportamento; prejudica-se quando concorda
com a virtude de sua natureza positiva. Razoavelmente, não é digno processar tal ordem
de inversão de valores.

Conclusão

Conclui-se pela pesquisa que há um claro desnivelamento entre as opiniões de


Rousseau e a crítica de Wollstonecraft. O filósofo programa a mulher, Sofia, conforme os
tradicionais preconceitos, formalizando e tipificando a cultura machista. A filósofa,
provocada pelo baixismo teorizado no livro, precisa se rebaixar ao rebatimento de
concepções primitivas cristalizadas na obra, comprometendo-se com o trabalho de tratar o
óbvio ao bom senso crítico.

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Não obstante, o diálogo filosófico se mostrou feliz por trazer às letras o sentido
racional preciso. O desequilíbrio planejado por Rousseau acaba servindo como pretexto
para o esclarecimento de ideias claras e nítidas sobre como a feminilidade passiva se
efetivou na histórica. O equilíbrio, neste contexto, é o clamor de Wollstonecraft que,
apesar de parecer pouco, pretende outros destinos para a educação, como instrumento
promotor da igualdade entre os gêneros.

O que Rousseau parece ignorar é o fato de que, se os próprios costumes levaram a


mulher a uma condição indigna, formalizar a desigualdade, programática e
performaticamente, é seguir em ordem a um destino claramente injusto. Wollstonecraft se
esforça para demonstrar justamente o oposto. A educação é objeto capaz de condicionar e
estabelecer a guia para a igualdade, providenciado métodos de garantir a emancipação,
não apenas do gênero masculino ou do gênero feminino parcialmente, mas da razão
humana como um todo.

Rousseau valoriza na mulher os deveres da atração e da obediência, fórmula


didática para a inferiorização da mulher em face do homem. Wollstonecraft estima os
direitos da razão e do autocontrole, concluindo que a educação, sim, é a plataforma em
que tal processo deve se desenvolver. Se o filósofo projeta a restrição da mulher, a
filósofa pretende a emancipação feminina.

Então, em vista dos elementos componentes do estudo, nota-se que é no âmbito


educacional que funcionam os mecanismos tanto do machismo quanto do feminismo. Essa
devida observação compreende que a didática é instrumento determinante para a
beligerância ou para a pacificação dos conflitos de gênero. Educar, novamente, apresenta -
se, como fator essencial para o bom governo da ordem social.

Bibliografia

ROUSSEAU, Jean-Jacques. Emílio ou da educação. Rio de Janeiro: Editora Bertrand


Brasil, 1995.

WOLLSTONECRAFT, Mary. A vindication of the rights of woman. The Project


Gutenberg, Oxford, abr. 2010. Disponível em: <
http://www.gutenberg.org/cache/epub/3420/pg3420.html>. Acesso em: 27 nov. 2014.

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