Historia - 9o Ano Revolução Sovietica
Historia - 9o Ano Revolução Sovietica
Historia - 9o Ano Revolução Sovietica
REVOLUÇÃO RUSSA
A importância da Revolução Russa pode ser identificada
pelas transformações ocorridas no país, ainda no início do
século XX. Mudanças nas áreas sociais, políticas e
econômicas reconfiguraram a Rússia para um novo patamar.
O Império Russo era formado por uma extensa área,
ocupando parte do continente europeu e asiático. Sua
população era composta por diferentes etnias.
O conteúdo tentará percorrer o processo de
transformação da Rússia, com os desdobramentos da Revolução
de 1917, que promoveram a formação de um novo Estado, a
URSS, e a redefinição das relações e posição na geopolítica
do país.
As correntes políticas
Diante das condições impostas e opressão social, os
trabalhadores reagiram criando entidades inspiradas em
ideias socialistas e revolucionárias. A Rússia estava numa
crescente industrial e grupos que combatiam o absolutismo
monárquico czarista (como marxistas, socialista e
anarquistas) foram se organizando e ganhando força.
A oposição ao czar era feita pelo Partido Operário
Social-Democrata Russo (POSDR). Criado em 1898, os membros
do partido se inspiravam nas ideias de Marx e Engels. As
divergências de ideias entre seus integrantes levaram o
partido a ser dividido em dois grupos:
Bolcheviques Mencheviques
Maioria Minoria
Vladimir Ilitch Ulianov Julius Martov
(Lênin)
Defendiam que os trabalhadores Defendiam uma revolução
(aliança revolucionária burguesa contra o czar –
formada por operários e desenvolvimento do
camponeses) deveriam, por meio capitalismo para se organizar
da luta revolucionária, a implantação a ação
conquistar o poder, derrubando revolucionária dos
o czar e derrotar a burguesia, trabalhadores. Transformação
para formar a ditadura do progressiva da sociedade.
proletariado
Revolução de 1905
Entre 1904 e 1905, a Rússia esteve envolvida num
conflito conta o Japão, a Guerra Russo-Japonesa, por conta
de disputas territoriais na Ásia – embate pela região de
Manchúria, no nordeste da China e da Coreia. Ação fez parte
da política expansionista do czar Nicolau II. A Rússia saiu
derrotada, marcando as fragilidades do império, ativando
as tensões da insatisfação popular com a política czarista.
Uma grande movimentação em oposição ao czar e as
medidas adotadas por ele, foram realizadas com a
participação da população, movimentos sociais e
revolucionários e de partidos políticos, que promoveram
manifestações e greves. Em 22 de janeiro de 1905, um grupo
de manifestantes caminhou até o Palácio de Inverno, em São
Petersburgo, local sede do czar Nicolau II. A intenção
dessa ação era entregar um abaixo assinado reivindicando,
entre outros fatores, melhores condições de vida. A
manifestação foi reprimida pela polícia, a mando do czar,
que agiu de violência para afastar a multidão. Centenas de
pessoas morreram, entre tantos outros feridos, no episódio
conhecido como Domingo Sangrento. Esse episódio é
considerado o início de um grande movimento revolucionário.
Uma crescente série de protestos e revoltas foram
vistas pelo país, em reação a repressão aplicada pelo
governo czarista. A mais destacada reuniu marinheiros do
encouraçado Potemkin (navio de guerra) que se rebelaram
contra os maus-tratos e as péssimas condições de trabalho.
O movimento foi duramente reprimido pelo governo. O
movimento ficou conhecido como a Revolução de 1905,
pressionou o czar, que para conter a ação revolucionária,
adotou uma série de medidas, como a criação da Duma
(espécie de parlamento), que elegeu uma Constituição,
transformando o regime para uma monarquia constitucional.
Apesar das reformas, o continuou praticamente com poderes
absolutos.
Após o Domingo Sangrento, seguido pelos protestos e
greves que tomaram a Rússia, foram formados os sovietes,
conselhos de representantes eleitos de operários, soldados
e camponeses; forma de organização política que
representavam as lutas pelos interesses dos trabalhadores,
com papel muito importante no processo revolucionário de
1917.
Governo Provisório
Após a queda do czar Nicolau II, os revolucionários
instituíram um governo provisório, com perfil socialista
moderado, liderado pelo menchevique Alexander Kerensky. O
novo governo tomou algumas medidas, como a anistia a presos
políticos e a permissão dos exilados voltarem ao país, a
garantia da liberdade de expressão e de associação. Porém,
o governo provisório manteve a Rússia na Primeira Guerra
Mundial.
Em abril de 1917, Lênin, que estava exilado na Suíça,
regressou à Rússia, apresentando aos bolcheviques as
chamadas Teses de Abril, em que defendia o fim do governo
provisório, a retirada
da Rússia da Primeira
Guerra Mundial, a
nacionalização de
propriedade privadas e a
tomada do poder pelos
sovietes. Guiavam-se
pelos lemas “Paz, Pão e
Terra” e “Todo poder aos
sovietes”.
Lênin durante a Revolução Russa, 1917
Revolução de Outubro
As ideias de Lênin foram tomando força entre a
população. Em outubro de 1917, os bolcheviques, liderados
por Lênin e Leon Trotsky, presidente do soviete de
Petrogrado, ocuparam os prédios públicos de São Petersburgo
e tomaram o poder. Lênin passou ao cargo de presidente do
Conselho de Comissário do Povo (equivalente ao cargo de
primeiro ministro).
A frente do governo, Lênin adotou algumas medidas:
confiscou as terras da família real, da nobreza e da Igreja
Ortodoxa e distribuiu aos camponeses; estatizou bancos,
estradas de ferro e indústrias, que passaram a ser geridos
pelo governo russo; assinou o Tratado de Brest-Litovsk,
armistício com a Alemanha e a retirada da Rússia da
Primeira Guerra Mundial; estabeleceu a igualdade de
direitos entre homens e mulheres.
Guerra Civil
A reação da Revolução de Outubro e das medidas tomadas
pelos bolcheviques no poder resultaram na guerra civil,
iniciada em 1918. A oposição, formada por mencheviques,
oficiais czaristas e a burguesia liberal recebeu apoio de
uma frente formada por potências capitalistas (Inglaterra,
Estados Unidos e Japão), que queriam romper os avanços das
ideias revolucionárias. Essa coligação formou o Exército
Branco, que lutavam na contrarrevolução. Do outro lado, o
grupo dos bolcheviques organizaram o Exército Vermelho,
composto por camponeses, operários, comandados por
Trotsky.
Por todo o
cenário de
dificuldades
colocado durante a
guerra civil, como a
crise de
abastecimento nas
cidades, o governo
bolchevique adotou o
comunismo de guerra,
Trotsky e o Exército Vermelho o confisco da
produção agrícola para
abastecer os soldados e a população urbana; criação dos
tribunais que acusavam aqueles que eram considerados
inimigos da Revolução (o czar e sua família foram
executados seguindo esse princípio).
O Exército Vermelho conseguiu sair vitorioso da
guerra, que terminou em 1921. A guerra não só resultou em
milhões de mortes, seja no próprio conflito ou pela fome e
doenças que vitimaram a população, como também
desestruturou a economia, que já estava muito fragilizada.
NEP – Nova Política Econômica
Depois de estar devastada por conta de duas guerras,
a Rússia precisava encontrar medidas para reconstruir sua
economia. O governo de Lênin elaborou, em 1921, a Nova
Política Econômica (NEP), medidas de um retorno parcial de
aspectos capitalistas para tentar superar a crise que
afetava a economia russa.
Dentre as ações promovidas pela NEP estavam a permissão
para o funcionamento de pequenas empresas privadas, a
autorização para os comerciantes venderem a produção
agrícola, sempre com o controle e supervisão do governo
nessas atividades. Uma maneira encontrada pela Rússia de
atrair o capital estrangeiro no país.
No primeiro momento a Rússia conseguiu esboçar uma
reação. Mas não conseguiu estabilizar a proposta por mais
tempo, principalmente pela produção industrial, que
utilizava tecnologia antiga, e o isolamento comércio não
conseguiram impulsionar completamente a economia.
Em 1922, foi criada a União das Repúblicas Socialistas
Soviéticas (URSS), federação de repúblicas que reuniu
regiões que integravam o antigo Império Russo, além de
territórios anexados pelo exército vermelho durante a
guerra revolucionária.
stalinistas,
processos jurídicos que puniam os considerados traidores
da revolução. Os condenados recebiam penas como a prisão,
tortura e morte; e a condenação a trabalhos forçados nos
campos de concentração (Gulag).