Trabalho de Fim de Curso Darcio

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 59

ESCOLA SECUNDÁRIA DO I E II CICLO BG 1015 COMANDANTE

KASSANJI-BENGUELA
CURSO DE GESTÃO EMPRESARIAL
ÁREA DE ADMINISTRAÇÃO E SERVIÇOS

PROVA DE APTIDÃO PROFISSIONAL

Análise Económica e Financeira do “Salão Franzany, Lda.”

AUTOR: Deodárcio Nirosany Elimila Joaquim


Classe: 12ª
ORIENTADORES:
 Armando Canhenhe
 Jandira Lima

Benguela
2017
ESCOLA SECUNDÁRIA DO I E II CICLO BG 1015 COMANDANTE
KASSANJI-BENGUELA
CURSO DE GESTÃO EMPRESARIAL
ÁREA DE ADMINISTRAÇÃO E SERVIÇOS

PROVA DE APTIDÃO PROFISSIONAL

Análise Económica e Financeira do “Salão Franzany, Lda.”

AUTOR: Deodárcio Nirosany Elimila Joaquim


Classe: 12ª
Nº de Matricula: 1243
Curso: Gestão Empresarial

Prova de Aptidão Profissional apresentada na Escola do 1º e


2º Ciclo Comandante Kassanji BG1015-Benguela como
requisito a obtenção do título de Técnica de Média de Gestão
Empresarial.

O COORDENADOR DO CURSO
_________________________________________
Silvino Francisco Chacamba

O AUTOR OS ORIENTADORES
_________________________ _________________________
Deodárcio N. Elimila Joaquim Armando Canhenhe
_________________________
Jandira Lima

Benguela
2017
FOLHA DE APROVAÇÃO

AUTOR: Deodárcio Nirosany Elimila Joaquim

TEMA: Análise Econômica e Financeira do Salão Franzany

Projecto Tecnológico apresentado na Escola Secundária do I E II Ciclo BG 1015


Comandante Kassanji-Benguela como requisito a obtenção do título de Técnico de
Gestão Empresarial.

Orientador (a):

Jandira Lima

Aprovada com conceito ___________________________________________

Benguela,____ de____________ 2017

Nome do membro do Júri __________________________________________

Nome do membro do Júri __________________________________________

Nome do membro do Júri __________________________________________


AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus pai todo poderoso, por ter me mantido firme e saudável
durante esse tempo todo e ter me dado essa oportunidade maravilhosa, agradeço
tambem a minha famila pelo apoio que me tem dado para que este trabalho fosse
concretizado, sem esquecer a minha orientadora Jandira Lima pelos conhecimentos
acâdemicos transmitidos durante este meu percurso estudantil, agradeço tambem ao
Mauro da Piedade por ter sido o meu tutor.
DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a minha familia especialmente a minha mãe, a minha professora
pelo tempo para comigo, dedico também a todo aquele que dirtecta ou indirectamente
contribuiu para que este trabalho fosse realizado.
PENSAMENTO

Independentemente de ganhar muito ou pouco, para chegar ao sucesso


financeiro é preciso saber gerenciar correctamente seu dinheiro.

Samuel Magalhães.
RESUMO

SÍNTESE DA MONOGRAFIA

A análise das demonstrações Financeiras é uma importante ferramenta da contabilidade,


onde através de dados colectados nas demonstrações e balanços do Salão Franzany,
Lda., obtiveram-se informações relevantes sobre sua situação económico-financeira. O
presente trabalho tem por objectivo realizar uma análise económico-financeira das
demonstrações financeiras e balanços, no período de 2015 a 2016, a fim de verificar
situação patrimonial, liquidez, endividamento; e como essas perdas, ocasionadas por
acções fraudulentas, afectaram o Salão Franzany, Lda. A empresa foi escolhida pela sua
importância no mercado local e pela necessidade de saber qual a saúde financeira da
mesma. O estudo foi desenvolvido através de uma pesquisa básica, qualitativa e
quantitativa, de forma explicativa, onde realizou-se um estudo de caso na entidade,
através dos cálculos dos indicadores, onde constatou-se que a estrutura de capital uma
vez que o grau de endividamento é muito elevado, depende muito dos seus credores.

Palavras-chave: Indicadores, Perdas, Análises.


ÍNDICE

AGRADECIMENTOS.......................................................................................................i
DEDICATÓRIA................................................................................................................ii
PENSAMENTO...............................................................................................................iii
RESUMO.........................................................................................................................iv
SÍNTESE DA MONOGRAFIA........................................................................................v
LISTA DE SÍGLAS.........................................................................................................vi
INTRODUÇÃO.................................................................................................................1
CAPÍTULO I - MARCO TEÓRICO REFERENCIAL...............................................6
Conceito Demonstrações Financeiras.......................................................................................6
1.1.2. Utentes das informações financeiras.........................................................................7
Balanço patrimonial.................................................................................................................9
1.2.1 Funções do Balanço............................................................................................10
1.1. Demonstração de resultado do exercício (DRE).........................................................13
1.2. Técnicas de análise das demonstrações financeiras....................................................15
Análise Horizontal..............................................................................................................16
1.4.2 Análise Vertical.........................................................................................................16
1.4 Análise através dos índices.........................................................................................18
1.5.1 Tipos de Rácios.........................................................................................................20
1.5 Limitações dos rácios.................................................................................................29
Capítulo II- Fundamentação prática...........................................................................31
2.1 Caracterização da empresa.........................................................................................31
2.1.1 Missão................................................................................................................31
2.1.2 Visão..................................................................................................................31
2.1.3 Valores...............................................................................................................31
2.2 Estrutura organizacional.............................................................................................31
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................47
CONCLUSÃO................................................................................................................48
RECOMENDAÇÕES....................................................................................................49
LISTA DE SÍGLAS

(MPME’s) – Micro, Médias e Pequenas Empresas

(DF’s) – Demonstrações financeiras

(CP) – Capital Próprio

(A) – Activo

(P) – Passivo

(G) – Gastos

(Pr) – Proveitos

(FC) – Fluxos de Caixas

E.F – Estrutura Financeira

S – Solvabilidade

G.A.F – Grau de Autonomia Financeira

G.D.F – Grau de Dependencia Financeira

F.M – Fundo de Maneio

L.G – Liquidez Geral

L.R – Liquidez Reduzida

L.I – Liquidez Imediata

R.CP – Rentabilidade do Capitais Próprios

R.A.T – Rentabilidade do Activo total

R.L.V – Rentabilidade Líquida das Vendas

Rot.A.L – Rotação do Activo Líquido

Rot.A.F – Rotação do Activo Fíxo

Rot.A.Circ – Rotação do Activo Circulante

G.R.M – Grau de Rotação da Mercadorias

T.M.R – Tempo Médio de Recebimento

T.M.P – Tempo Médio de Pagamento


INTRODUÇÃO

Desde o seu surgimento a Contabilidade é utilizada para controlar o património das


empresas, que era vista apenas como um sistema de informações tributárias. Hoje
com as constantes mudanças no cenário económico mundial, os gestores utilizam a
Contabilidade Geral como processo de gestão, planeamento, execução e controlo,
com o objectivo de obter melhores resultados, ajudando na tomada de decisões e
fornecer informações mais claras para os demais usuários interessados.

A Contabilidade Geral fornece as informações necessárias e auxilia no processo de


concorrência, se tornando assim indispensável para o sucesso das empresas. No
entanto, grande parte das empresas ainda não utiliza a Contabilidade e as
informações contidas nas demonstrações financeiras, deixa de tomar as melhores
decisões a respeito de controlo, custos, investimentos e planeamento.

No contexto actual onde a concorrência é cada vez mais forte e a busca pela
competitividade é uma necessidade constante, as empresas necessitam de informações
precisas e oportunas para apoiar a sua decisão. A escassez de recursos financeiros e o
elevado custo dos mesmos aliados à falta de planeamento e controlo, têm contribuído
para que muitas empresas encerrem suas actividades. A tomada de boas decisões torna-
se, então, um factor crucial para assegurar a sobrevivência, crescimento e permanência
da empresa no mercado.

O campo de actuação da Contabilidade abrange todas as entidades económicas -


administrativas, com fins lucrativos ou não, até órgãos públicos, os Estados, os
Municípios, as Autarquias, etc. Não são apenas as grandes empresas que devem usar
ferramentas gerências, mais também as pequenas empresas, pois a maioria delas
encerra por possuírem um processo de gestão ineficiente.

Entre as principais ferramentas contabilísticas destaca-se a análise das


demonstrações financeiras, que consiste em uma técnica que realiza a decomposição,
comparação e interpretação das demonstrações financeiras da empresa. O Balanço
Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício são as principais
demonstrações; o Balanço Patrimonial apresenta a situação patrimonial da empresa
em determinado momento e a Demonstração do Resultado do Exercício mostra o
resultado que a empresa alcançou no exercício.

Segundo Silva (1997) descreve que, a análise das demonstrações financeiras é uma
técnica que consiste na colecta de dados constantes nas respectivas demonstrações,
com vistas o apuramento de indicadores que permitem avaliar a capacidade de
solvência (situação financeira), conhecerem a estrutura patrimonial (situação
patrimonial) e descobrir a potencialidade da entidade em gerar bons resultados
(situação económica).

Nesse contexto, o presente trabalho fará a análise das demonstrações financeiras da


empresa de Prestação de Serviço. Serão colectados dados das demonstrações
financeiras no período de 2015 a 2016, os quais serão utilizados para calcular os
índices económicos e financeiros. Com o resultado dos cálculos, serão analisados a
situação da empresa nos períodos descritos, inferindo projecções futuras.

A análise engloba cálculos e interpretações financeiras de um determinado período, na


qual o resultado é situação económico-financeira da empresa, possibilitando ver os
pontos fortes e fracos para tomar medidas correctivas e apresentar uma perspectiva para
o futuro.

Através da análise dessas demonstrações o analista emitirá um parecer sobre a situação


económico-financeira da empresa.

Problema de Pesquisa.

O problema trata-se de definir os vários aspectos da dificuldade da empresa, mostrar o


seu carácter em aparente contradição, esclarecer devidamente os limites dentro dos
quais se desenvolverão a pesquisa e o raciocínio do trabalho.

Tendo em conta as considerações apresentadas, e após um estudo pormenorizado do


tema, pode-se delinear o problema de pesquisa questionando: Qual foi a influência da
análise económico-financeira no processo de decisão do Salão Franzany nos
períodos 2015-2016?

Objecto de estudo:

Analise Económica financeira

Campo de acção.
Demonstrações Financeiras do Salão Franzany, Lda.

Hipótese

Na pesquisa identifica-se a seguinte hipótese: Ao se Analisar a situação económica e


financeira do Salão Franzany, Lda. permitirá a melhor tomada de decisão para a gestão
da empresa, utilizando indicadores de autonomia financeira, rentabilidade, dos prazos
médios de recebimento e pagamento.

Objectivo Geral:

Analisar a situação Económico-financeira do Salão Franzany, Lda. nos exercícios


económicos 2015 a 2016.

Objectivos específicos:

 Identificar as teorias, conceitos e práticas de análise das demonstrações


financeiras;
 Analisar as Demonstrações financeiras nos período de 2015 a 2016.

 Diagnosticar a situação económico-financeira, apontando os pontos fortes e


pontos fracos da empresa, para melhor tomada de decisões futuras.

Justificativa.

O tema justifica-se para os sócios e administradores verificarem as vantagens que a


empresa pode ter com a análise das demonstrações financeiras, como: aumentar ou
reduzir investimentos, aumentar o capital ou emprestar recursos a terceiros, por um
período de curto prazo ou médio e longo prazo. A empresa obterá por meio da análise,
sua situação económico-financeira e a evolução do seu património nos períodos
analisados.

Assim sendo, decidi escolher o presente tema para o estudo, para torná-la perceptível
aos interessados em ampliar seus conhecimentos teóricos e práticos na temática da
análise económica e financeira das empresas, principalmente as micro, médias e
pequenas empresas (MPME’s) que quase desconhecem essa temática.

Um bom plano de investimento e financiamento, auxilia muito a tomada de decisão dos


gestores, e as empresas sofrem com falta de recursos económicos e financeiros, e isto
torna a análise económica e financeira um instrumento indispensável no processo
decisório das empresas. Deste modo, as demonstrações Financeiras (DF’s) reúnem as
informações patrimoniais, financeiras e económicas, ou seja, os capitais próprios (CP),
os activos (A), os passivos (P), os fluxos de caixa (FC), os Proveitos (Pr) e os Gastos
(G).

Com a realização desse trabalho poder-se-á conhecer melhor o desempenho económico-


financeiro da empresa, ou seja, se ela tem condições de prover remuneração por um
período duradouro e se há novas possibilidades de empregabilidade na referida empresa,
promoções e até mesmo aumento de remuneração.
CAPÍTULO I - MARCO TEÓRICO REFERENCIAL

Conceito Demonstrações Financeiras.


Segundo (Augusto, 2015), a contabilidade tem como objectivo básico produzir
informação. E faz isto através do registo de todas as operações de uma empresa, manter
tais registos, e fornecer dados adequados aos diversos usuários. Os usuários externos
como accionistas, governo e outros, utilizam as informações da contabilidade para o
acompanhamento do desempenho da empresa e de seus investimentos. Já os usuários
internos como os administradores, gestores, entre outros, utilizam essas informações
para poderem acompanhar o desempenho da empresa, para planeamento das actividades
e políticas a serem desenvolvidas.

A análise das demonstrações financeiras é importante para avaliar o desempenho da


gestão financeira, económica e patrimonial da empresa. É possível ainda realizar
comparações com o segmento em que a empresa está inserida, possibilitar que os
gestores tomem decisões, como aumentar ou reduzir investimentos, aumentar o capital
ou emprestar recursos, expandir ou reduzir as operações e obter uma perspectiva para o
futuro.

Pode-se então afirmar que todo procedimento, técnica, informação ou relatório


contabilístico, feitos para que a administração os utilize na tomada de decisões ou na
avaliação de desempenho, recaem na contabilidade.

A contabilidade é definida como o processo de identificação, medição, acumulação,


análise, preparação, interpretação e comunicação de informação, com a finalidade de
assistência aos objectivos da organização.
As demonstrações financeiras têm como finalidade fornecer uma série de dados sobre a
empresa, fazendo com que os usuários possam ter um conjunto de informações que lhes
auxiliem na tomada de decisão. Para Franco (1989), todas as informações retiradas dos
registos contabilísticos e apresentadas de forma expositiva, sintética ou analítica, para
fins de informação sobre o estado patrimonial e sobre as variações, aumentativas ou
diminutivas, por ele sofridas, são consideradas demonstrações financeiras.

As demonstrações financeiras são uma representação financeira esquematizada da


posição financeira e das transacções de uma entidade. São por essa razão, úteis como
forma de proporcionar informação a cerca da posição financeira, desempenho e
alterações na posição financeira de uma entidade a um vasto leque de utentes na tomada
de decisões económicas. As demonstrações preparadas com esse propósito vão de
encontro às necessidades comuns da maioria dos utentes mais não proporcionam toda a
informação de estes possam necessitar para tomarem as suas decisões uma vez que:
retratam efeitos financeiros de acontecimentos passados, não proporcionam
necessariamente informações não financeiras.

1.1.2. Utentes das informações financeiras.

A contabilidade é um sistema que produz informações para usuários internos e externos


da empresa. Para os usuários internos, a contabilidade através das informações geradas,
auxilia no processo de tomada de decisão empresarial.

A análise das demonstrações financeiras de uma empresa pode atender os diferentes


objectivos consoante os interesses de seus vários usuários ou pessoas físicas ou jurídicas
que apresentam algum tipo de relacionamento com a empresa. Neste processo de
avaliação cada usuário procurará detalhes específicos e conclusões próprias e, muitas
vezes não coincidentes.

Segundo Silva (1995), a alta direcção da empresa precisa de informações resumidas que
possibilitem tomadas de decisões mais rápidas e eficazes, enquanto os gestores
intermédios necessitarão de informações detalhadas sobre as áreas que estão sob suas
responsabilidades.

Naturalmente que os maiores interessados nas informações financeiras são os seguintes,


segundo Matarazzo (2003): investidores, fornecedores, clientes, bancos comerciais,
bancos de investimentos, concorrentes, governo, sindicatos, empregados e públicos.

a) Investidores
É por meio das informações contabilísticas que se identifica à situação económico-
financeira da empresa. Dessa forma, o investidor tem às mãos os elementos necessários
para decidir sobre as melhores opções de investimentos, pois os relatórios evidenciam a
capacidade da empresa em aumentar seus lucros. Os investidores no mercado de
capitais necessitam avaliar o retorno do investimento, tomar decisões sobre que acções
comprar, determinar a capacidade da empresa de pagar dividendos quando vender,
comprar uma carteira de acções, que clube de investimento oferece maior segurança ou
qual fundo acção é mais rentável, o mais seguro e o mais líquido. Todas essas decisões
precisam ser fundamentadas com informações eficientes.

b) Fornecedores

Necessitam conhecer a capacidade de pagamento de seus clientes, sua rentabilidade e o


seu endividamento. Os fornecedores observam alguma coisa além da liquidez, visto que
os balanços são divulgados uma vez por ano e a análise precisa proporcionar-lhe
segurança pelo prazo de sua validade, ou seja, até a Análise do Balanço seguinte. Por
isso, não observam pura e simplesmente índices de liquidez, mas alguma coisa além,
como rentabilidade e o endividamento. Os fornecedores determinam também que as
quantias que lhe são devidas serão pagas dentro do prazo e avaliar a capacidade da
entidade em operar de forma continuada, caso estejam dependentes da entidade.

c) Clientes

No que concerne os Clientes, avaliar a capacidade da entidade em operar de forma


continuada, caso hajam assumido compromissos de longo prazo com a entidade ou dela
estejam dependentes. A empresa (cliente) pode avaliar seus fornecedores quando forem
um número reduzido no mercado ou depende muito do produto dele e o mesmo não tem
parte que ele ou pode oferecer riscos de entrega de seus produtos.

d) Bancos Comerciais

Os bancos normalmente estão preocupados com a situação de curto prazo de seus


clientes. Como o relacionamento banco/cliente se estende por um período maior, é
normal os bancos analisar a situação patrimonial futura dele. Os bancos concedem
crédito em curto prazo, ou seja, o empréstimo deve ser pago dentro de dois ou três
meses. Em virtude, porém da renovação dos créditos que concede e da permanência e
manutenção dos contactos e dos relacionamentos com os clientes, há algo de longo
prazo no relacionamento banco com o cliente.
e) Bancos de Investimento.

Diferentemente dos bancos comerciais, os de investimentos concedem financiamentos a


um número menor de empresas, porém em um prazo mais longo.

Nesse caso, o financiamento concedido depende da situação futura do cliente. Por isso,
o risco assumido pelo banco de investimento precisa ser rigorosamente calculado. Ele
só receberá de seus clientes se a situação futura deles for boa. Exige-se, por essa razão,
análise cuidadosa da futura capacidade da empresa.

f) Concorrentes

Conforme Matarazzo (2003), a análise dos concorrentes de uma empresa é de vital


importância, o conhecimento profundo da situação de seus concorrentes pode ser factor
de sucesso ou de fracasso da empresa no mercado. Conhecendo a situação de seus
concorrentes, a empresa pode tomar várias decisões, como de aumentar ou diminuir a
produção, aumentar seu espaço físico, lançar novos produtos, etc.

g) Governo

Não só usa os relatórios com a finalidade de arrecadação de impostos, como também


para dados estatísticos, no sentido de melhor redimensionar a economia. O interesse do
governo na análise de balanços é explicado em processos de concorrência pública, em
que o desempenho empresarial é factor importante no processo de selecção; na
necessidade de conhecer a posição financeira dos diferentes ramos e sectores de
actividade como forma de subsidiar a formulação de certas políticas económicas; no
controle mais próximo de empresas públicas e concessionárias de serviços públicos etc.
O governo avalia a capacidade de alocação de recursos, regulamentar a actividade das
entidades, estabelecer políticas de tributação, servir de base ao apuramento do
rendimento nacional e estatísticas semelhante.

h) Sindicatos

Utiliza os relatórios para determinar a produtividade do sector, factor preponderante


para reajuste de salários. Qualquer associação de classe, sindicato patronal ou de
empregado poderá tirar das informações contabilísticas valiosos subsídios para estudos,
planeamento e reivindicações, entre outros usos.

i) Empregados
Avaliar a capacidade da entidade de proporcionar emprego, remuneração e benefícios
da reforma.

j) Público

Ajudar a avaliar a utilidade da entidade em diversos níveis como, por exemplo, a


capacidade de emprego e de desenvolvimento de negócio como cliente.

Balanço patrimonial
O Balanço Patrimonial é uma demonstração financeira que tem por finalidade
apresentar a situação patrimonial da empresa em dado momento, dentro de
determinados critérios de avaliação. Na demonstração são evidenciados os Activos
(bens e direitos) que a empresa possui, os seus Capitais Próprios (o que foi fornecido
pelos proprietários) ou Passivos (obrigações).

Segundo Magro (2008) O Balanço Patrimonial é a expressão da relação que existe entre
o activo, o passivo e a situação líquida, de uma entidade.

O balanço tem por finalidade apresentar a posição financeira e patrimonial da empresa


em determinada data, representando, portanto, uma posição estática.

Segundo Matarazzo (2008), O balanço apresenta a situação patrimonial e financeira de


uma empresa numa determinada data, evidenciando os bens, os direitos as obrigações da
empresa e a posição dos seus proprietários.

É também uma descrição sintética da posição financeira da empresa em certa data. Esta
demonstração iguala os activos da empresa que ela possui ao seu financiamento, o qual
pode ser feito com o capital de terceiros ou capital próprio.

Ela indica uma variedade de contas de activo, passivos exigíveis e o património dos
accionistas.

O Balanço está constituído, por dois membros:

1 º Membro, Activo – o activo não corrente ou activo fixo (activo imobilizado) e o


Activo corrente ou não fixo (o activo circulante);

2º Membro, Passivo (capital alheio) e Situação Líquida (Capital Próprio).

1.2.1 Funções do Balanço

As funções do Balanço consistem em informar:


 Os responsáveis pela gestão da empresa, da situação financeira em que ela se
encontra;

 Os que têm interesses económicos na empresa (credores, accionistas, estado,


trabalhadores, …);

 O público em geral.

ACTIVO = PASSIVO + SITUAÇÃO LÍQUIDA

Equação Geral do Balanço.

Obrigatoriedade.

De acordo as disposições legais vigentes, o balanço deverá ser:

 Elaborado periodicamente e referido a 31 de Dezembro de cada ano;

 Apresentado aos órgãos da Administração do Estado, dentro dos prazos


indicados;

 Representado graficamente de acordo com o modelo obrigatório integrado no


diploma que oficializa o PGC;

 Registo em livro Próprio;

 Publicado nos órgãos de informação mais lidos no país.

Classificação do Balanço.

Quanto a sua Apresentação

 Balanço Analítico: Quando além do título da conta, nele são apresentados


todos os seus elementos integrantes.

 Balanço Sintético: Quando nele apenas surgem as contas integrantes com


respectivo título e extensão.

Quanto a sua representação gráfica

 Vertical: Quando os elementos do activo situam-se em cima dos do passivo;

 Horizontal: Quando os elementos do activo situam-se a esquerda e os do


passivo a direita.

Conteúdos do Balanço.
O balanço patrimonial é constituído pelos seguintes elementos: Activo, Passivo e
Capital Próprio.

Activo.

Na opinião de Magro (2008), o activo é constituído por recursos (bens e direitos)


controlados por uma entidade, como resultado de acontecimentos passados e dos quais
se espera que fluam para entidade benefícios económicos futuros.

Estes recursos podem dividir-se em duas categorias principais:

Activo Fixo: representam a estrutura física da empresa e tem um carácter de


permanecerem na empresa mais de um ano. Adquiridos com o objectivo de fornecer os
meios que permitem o funcionamento da empresa, nomeadamente a transformação e
venda de produtos, englobam, ainda, investimentos financeiros, que podem estar ou não
ligados a actividade principal ou básica da empresa. Esses activos podem ser compostos
por terrenos, edifícios, equipamentos, móveis, veículos, etc.

Activo Circulante: permanecem na empresa no máximo um ano, pois são


investimentos em rotação que circulam garantindo a administração das actividades
operacionais da empresa. Fazem parte deste as mercadorias, clientes, recursos
disponíveis em caixa, entre outros.

Passivo.

Obrigações presentes da entidade provenientes de acontecimentos passados, do


pagamento dos quais se espera que resultem ex-fluxos de recursos da empresa
incorporando benefícios económicos. Estas obrigações podem dividir-se em duas
categorias principais:

Passivos não correntes: são dívidas que venham a ser pagas pela entidade num período
superior a um ano. Ex: Empréstimos a médio e longo prazo.

Passivos correntes: que se espera que venham a ser liquidados pela entidade num
período até um ano. Fazem parte destes às dívidas com fornecedores, estado, entre
outros.

Capital Próprio.

O Capital Próprio numa determinada empresa representa os investimentos feitos pelos


proprietários, na qual o objectivo primordial é a obtenção de lucros.
Estrutura do Balanço.

A estrutura do Balanço deve obedecer ao modelo constante no plano geral de


contabilidade angolano, conforme orientações do Ministério das Finanças. Assim a
estrutura é elaborada da seguinte maneira:

Modelo de Balanço
Empresa:
Balanço em…………………… Valores expressos em:
EXERCÍCIOS
Notas
Designação 2xxx 2xxx-1
ACTIVO
Activos não correntes:
Imobilizações corpóreas……………………..……………… 4
Imobilizações Incorpóreas…………………...……………… 5
Investimentos em subsidiárias e associadas……………... 6
Outros activos financeiros…………………………………. 7
Outros activos não correntes………………..…………….. 9

Activos correntes:
Existências……...…………………………………………….. 8
Contas a receber………...…………………………………… 9
Disponibilidades…….……………………………………….. 10
Outros activos correntes…………….……………………… 11
Total do activo………….
CAPITAL PRÓPRIO E PASSIVO
Capital Próprio:
Capital…………………………………………………………..12
Reservas………………………………………………………..13
Resultados Transitados…………………………………….. 14
Resultados do exercicio…..………....……...……………

Passivo não corrente:


Emprestimo de médio e longo prazo………………….……..15
Impostos diferidos……………………………………………16
Provisões para pensões…………….……………………….. 17
Provisões outros riscos e encargos…………………..……. 18
Outros passivos não correntes……………….……………..19

Passivo corrente:
Contas a pagar…………..…………………………………….19
Empréstimo de curto prazo……………….…………………..20
Parte cor.dos empr a médio e longo prazos………………...15
Outros passivos correntes……………...……………………21
Total do capital próprio e passivo…...
Fonte: Plano Geral de Contabilidade Angolano (p. 22) /Escolar Editora - Angola
1.1. Demonstração de resultado do exercício (DRE).

O resultado líquido do exercício é o reflexo da história dos factos contabilísticos


registados durante o exercício económico. Estes registos são representados numa peça
contabilística designada por Demonstração de Resultado. Trata-se de uma demonstração
dos aumentos e reduções causados no Património Líquido pelas operações da empresa.
As receitas representam normalmente aumento do Activo, através das entradas de novos
elementos contabilísticos, como duplicadas a receber ou dinheiro proveniente das
transacções. Aumentando o Activo, aumenta o Património Líquido. As despesas
representam redução do Património Líquido, através da redução do Activo ou aumento
do Passivo Exigível.

A Demonstração do Resultado é, pois o resumo dos movimentos de certas entradas e


saídas no balanço, entre duas data. Retrata apenas o fluxo económico e não o fluxo
financeiro. Para a Demonstração do Resultado não importa se uma receita ou despesa
tem reflexos em dinheiro, basta apenas que afecte o Património Líquido.

A análise das demonstrações financeiras é um processo de decomposição de um todo,


em partes menores para entendimento do todo ou identificação de suas características
positivas ou negativas.

De acordo com (Matarazzo, 2003), a análise de balanços “começa onde termina o


trabalho do contabilista”, pois ele vai além dos relatórios, traduzindo os dados obtidos
em informações acessíveis aos administradores, auxiliando na tomada de decisões, bem
como aos demais usuários da contabilidade.

Segundo (Matarazzo, 2003): As demonstrações financeiras fornecem uma série de


dados sobre a empresa, de acordo com regras contabilistas. A análise de balanços
transforma esses dados em informações e será tanto mais eficientes quanto melhores
informações produzir.

A Demonstração de resultado é constituída pelas seguintes classes:

Classe 6 – Proveitos e ganhos por natureza – Aumentos dos benefícios económicos,


durante o período, na forma de influxos ou melhorias de activos ou diminuições de
passivos que resultem em aumento dos capitais próprios, que sejam os relacionados com
as contribuições dos participantes no capital próprio.
Classe 7 – Custos e perdas por natureza – Diminuição nos benefícios económicos,
durante o período, na forma ex-fluxos ou perdas de valor de activos ou no aumento de
passivos que resultem em diminuição dos capitais próprios, que não sejam os
relacionados com as distribuições aos participantes no capital próprio.

A estrutura da Demonstração de resultados deve obedecer a um dos modelos constantes


seguintes de acordo com o plano geral da contabilidade:

Modelo de Demonstração de Resultado

(por natureza)

Empresa……………………………………………………………………………………………

.Demonstração de resultados em ………….…… Valores expressos em………….


…………………

Exercícios
Designação Notas
2xxx 2xxx-1
Vendas…………………………………………………………………… 22    
Prestações de serviço………………………….....……………………. 23    
Outros proveitos operacionais………………….………………… 24    
Variações nos produtos acabados e produtos em vias de fabrico….  25    
Trabalhos para a própria empresa….………...……………….………… 26    
Custo das mercadorias vendidas e das matérias-primas e
Subsidiárias consumidas………………………………………………… 27    
Custos com o pessoal………………………… 28
Amortizações……………………………………………………….…… 29    
Outros custos e perdas operacionais…………………………….....…… 30    
Resultados operacionais:      
Resultados financeiros…………….………………………….………….
31    
……
Resultados de filiais e associadas.……………………….………….… 32    
Resultados não operacionais. ….……………………………………… 33    
Resultados antes de impostos:      
Imposto sobre o rendimento………………………………………… 35     
Resultados líquidos das actividades correntes:      
Resultados extraordinários………………………………………………. 34    

Resultados sobre o rendimento.………………………………………… 35    

Resultados líquidos dos Exercícios……….    

       
Quadro 6- Fonte: Plano geral da contabilidade
1.2. Técnicas de análise das demonstrações financeiras.

A análise financeira é a técnica que permite através da utilização de instrumentos


diversos, a decomposição, a comparação e a interpretação das demonstrações financeira
e suas extensões, tendo em vistas avaliar o desempenho e as tendências da entidade,
para atender determinado objectivo. É composto basicamente da análise vertical, análise
horizontal, indicadores económico-financeiros.

Análise Horizontal.
A análise horizontal é um processo que permite avaliar a evolução nos diversos
elementos das demonstrações financeiras ao longo de determinado tempo. Tem como
finalidade calcular a variação de um ou mais elementos em determinados períodos,
buscando estabelecer tendências, se houve crescimento real ou não desse elemento,
como por exemplo, as vendas do exercício cresceram, em termos Kwanza, X% em
relação ao ano anterior.

De acordo com (Matarazzo, 2003), os objectivos da análise horizontal são de mostrar a


evolução de cada conta das demonstrações financeiras e, pela comparação entre si,
permite tirar conclusões sobre a evolução da empresa.

1.4.2 Análise Vertical.

O objectivo da análise vertical segundo (Matarazzo, 2003) é mostrar a importância de


cada conta em relação à demonstração financeira a que pertence e, através da
comparação com padrões do ramo ou com percentuais da própria empresa em anos
anteriores, permitindo inferir se há itens fora das proporções normais.

A análise vertical baseia-se em valores percentuais das demonstrações financeiras,


sendo calculado o percentual de cada conta em relação a um valor base, ou seja, que é a
avaliação da participação de cada item em relação ao todo, em determinado período.

A análise da estrutura da demonstração de resultados e do balanço patrimonial monstra


as participações dos elementos patrimoniais e de resultados dentro do total. Dessa
forma, o critério de cálculo para a análise vertical é a atribuição do parâmetro 100%
para total. Todos os valores serão traduzidos em relações percentuais sobre o total.

Através desta técnica de análise, sabe-se a proporção de cada conta em relação ao total,
permite ver no decorrer dos exercícios a evolução desta relação. É importante lembrar
que os percentuais mostrados pela análise vertical devem ser sempre analisados em
conjunto com análise horizontal e com os demais índices.

Objectivos da Análise Vertical / Horizontal.

Em termos gerais, os objectivos são os seguintes:

 Análise Vertical: mostrar a importância de cada conta em relação à


demonstração financeira a que pertence e, através da comparação com padrões
do ramo ou com percentuais da própria empresa em anos anteriores, permitir
inferir se há itens fora das proporções normais,

 Análise Horizontal: mostrar a evolução da variação de cada conta das


demonstrações financeiras e, pela comparação entre si, permite tirar conclusões
sobre a evolução da empresa.

Em sentido específico, destacam-se os seguintes objectivos da Análise


Vertical/Horizontal conjuntamente:

A análise vertical indica a estrutura de Activo e Passivo, bem como suas modificações,
evidência os recursos tomados, financiamentos, e as aplicações destes recursos,
investimentos. A Análise Vertical monstra, de um lado qual a composição, detalhados
recursos tomados pela empresa, qual a participação dos capitais próprios e de terceiros,
qual o percentual de capitais de terceiros a curto e longo prazo, qual a participação de
cada um dos itens de capitais de terceiros (fornecedores, bancos, etc.). De outro lado, a
Análise Vertical mostra quantos por cento dos recursos totais foi destinado ao Activo
Circulante e quanto ao Activo Permanente. Dentro do Activo Circulante, a Análise
Vertical mostra que percentagem de investimento foi destinada a cada um dos itens
principais, como Estuques e Duplicatas a Receber. A comparação dos percentuais da
Análise Vertical da empresa com os de concorrentes permite saber se a alocação dos
recursos no Activo é típica ou não para aquele ramo de actividade. A análise do
percentual de cada item do Activo permite detectar a política de investimento da
empresa em relação a estuques, duplicatas, imobilizado, enquanto no Passivo permite
visualizar a política financeira de obtenção de recursos.

A Análise Horizontal do Balanço mostra quais itens do Activo à empresa vem dando
ênfase na alocação de seus recursos e, comparativamente, de quais recursos adicionais
se vêm valendo. É interessante na Análise Horizontal do balanço observar
comparativamente os seguintes itens:
 Crescimento dos totais do Activo Permanente e Circulante e de cada um dos
seus principais componentes;
 Crescimento do Património Líquido comparativamente ao do Exigível Total;
 Crescimento do Património Líquido mais Exigível em Longo Prazo
comparativamente ao crescimento do Activo Permanente;
 Crescimento do Activo Circulante em comparação com o crescimento do
Passivo Circulante.

A Análise Vertical atinge seu ponto máximo de utilidade quando aplicada à


Demonstração do Resultado. Toda a actividade de uma empresa gira em torno das
Vendas. São elas que devem determinar o que a empresa pode consumir em cada item
de despesa. Por isso, na Análise Vertical da Demonstração do Resultado as Vendas são
igualadas a 100, e todos os demais itens têm seu percentual calculado em relação às
Vendas. Com isso, cada item de despesa da Demonstração do Resultado pode ser
controlado em função do seu percentual em relação a Vendas. Esse controle é
extremamente importante quando se lembra de que o percentual de lucro líquido em
relação a Vendas costuma ser muito pequeno. (Segundo levantamento efectuados, em
princípios da década de 80, as empresas de São Paulo, era de 1,2% o percentual médio
de lucro líquido sobre Vendas no comércio e na indústria é de 3,1%). Por isso, o
aumento percentual de qualquer item da Demonstração do Resultado em relação a
Vendas é indesejável. Há empresas que controlam rigorosamente esses percentuais não
permitindo que ultrapassem metas.

1.4 Análise através dos índices.

Indicadores ou rácios de gestão.

Segundo (Matarazzo, 2003), um índice é como uma vela acesa num quarto escuro.
Ainda segundo (Matarazzo, 2003), índice é a relação entre contas ou grupo de contas
das Demonstrações financeiras, que visa evidenciar determinado aspecto da situação
económica ou financeira de uma empresa.

Os rácios são relações entre grandezas que permitem medir determinadas características
da empresa e fazer comparações no tempo e no espaço. Os rácios são indicadores que
permitem obter explicações sobre determinadas situações patrimoniais bem como a sua
evolução.
O método dos rácios ou indicadores é, de entre os métodos de análise, o mais prático,
mais fácil de construir e o mais rico em conclusões, já que permite obter informações
sintéticas (embora parciais) sobre aspecto que interessam à gestão empresarial; efectuar
comparações que não é possível fazer por meio de números absolutos; recorrer a
comparação de valores assumidos no tempo pelo mesmo indicador; avaliar a evolução
da situação que se está a quantificar; relacionar vários indicadores interligados e
entrando em linha de conta com o factor tempo, tirar algumas conclusões sobre os
fenómenos em estudo e a sua evolução no tempo; contextualizar a empresa,
comparando os valores dos seus indicadores com os valores padrão para empresas da
mesma dimensão e características semelhantes.

Embora este método constitua um importante instrumento para a gestão duma empresa e
sua função financeira, é de salientar que a sua utilização deve ser cuidada, tendo em
conta as limitações que os indicadores apresentam. Assim os rácios tratam apenas dados
quantitativos, não entrando em linha de conta com factores qualitativos como seja:
motivação, qualidades dos gestores, capacidade técnica dos quadros, etc; o apuramento
de um valor para um rácio individualizado pouco ou nada diz o analista, o valor obtido
tem de ser analisado no seu contexto; quantificam factos, apontam indícios, detectam
anomalias, mas regra geral não os conseguem explicar satisfatoriamente, se não forem
associados a outros factores ligados à envolvente contextual ou transaccional da
empresa.

Análise dos índices fornece uma ampla visão da situação económica, financeira e
patrimonial da empresa, as análises devem ser realizados através da construção de serie
histórica com os números encontrados os quais são apurados através da relação entre
contas ou grupos de contas que integram as demonstrações contáveis.

Indicadores Económicos e Financeiros

Situação Financeira, Liquidez Geral


Económica e
Patrimonial. Liquidez Liquidez Imediata

Liquidez Reduzida

Estrutura de Capital Participação de Capitais de Terceiro


(Endividamento)

Composição do Endividamento
Grau de Imobilização do Património Liquido

Giro do Activo

Margem Liquida
Rentabilidade
Rentabilidade ou Retorno do Activo (ROI/ROA)

Rentabilidade do Património Liquido (ROE)

Fonte: Própria.

1.5.1 Tipos de Rácios.

Estrutura de Capitais.

Os índices desse grupo mostram as grandes linhas de decisões financeiras, em termos de


obtenção e aplicação de recursos.

Para estrutura de capitais serão referenciados neste trabalho os rácios ligados ao grau de
endividamento, a estrutura do endividamento, a estrutura financeira, a solvabilidade e a
autonomia financeira.

Rácio de Endividamento.

Os indicadores de endividamento constituem uma forma de obter indicações sobre o


grau de intensidade de recurso e capitais alheios no financiamento de uma empresa,
apurando a extensão com que a empresa utiliza capital alheio no financiamento das suas
actividades.

Indica o volume de dinheiro de terceiros usado para gerar lucro. Em geral, quanto mais
capital de terceiros é usado por uma empresa em relação a seus activos totais, maior sua
alavancagem financeira, isto é a ampliação do risco e do retorno introduzida pelo uso de
financiamento a custo fixo, como o obtido com a emissão de títulos de divida e acções
preferenciais.

Quanto mais uma empresa servir-se de dívidas a custo fixo, maiores serão o risco e o
retorno dele esperado.

Capitais Alheio s
Grau de Endividamento =
Capitais Totais

Fonte: (Craveiro, 2006).


Indica: quanto a empresa adquiriu de capitais alheios para cada unidade de capital
próprio investido.

Interpretação: quanto menor, melhor.

Estrutura do Endividamento.

Não interessa apenas conhecer o grau de endividamento mas também como este se
estrutura. Se o endividamento é, em determinada empresa, sobretudo de curto prazo
trará, certamente, maiores pressões à tesouraria do que se esse endividamento fosse
sobretudo de longo prazo. Para essa análise considera-se o rácio de estrutura do
endividamento:

Capitais Alheios de Curto Prazo


Estrutura do endividamento =
Capitais Alheios

Fonte: Craveiro (2006).

Indica: as obrigações de curto prazo em relação às obrigações totais.

Interpretação: quanto menor, melhor.

Obs: este rácio indica qual é a composição da dívida, já que, uma coisa é ter dívidas de
curto prazo que precisam ser pagas com recursos gerados a curto prazo, e outra, é ter
dívidas de longo prazo, onde se dispõe de tempo para se gerar recursos.

Estrutura Financeira.

A estrutura financeira cita a relação existente entre o Passivo e o Capital Próprio, ou a


capacidade de a empresa fazer face aos seus compromissos exclusivamente com o
capital próprio. Assim, poderá representar-se este rácio, como:

Passivo Total
Estrutura Financeira =
Capital Próprio

Fonte: (Craveiro, 2006).

Indica: as obrigações totais perante o capital próprio investido.

Interpretação: quanto menor, melhor.

Solvabilidade.

Este rácio mede a capacidade da empresa para solver os seus compromissos a médio e
longo prazo, isto é, a capacidade de pagar as dívidas. Traduz a posição de
independência da empresa face aos credores. O valor deste indicador depende
essencialmente do grau de cobertura do activo por capitais próprio e da capacidade da
empresa para obter lucros, condição essencial para se verificarem aumentos de capital
próprio.

Esta constituída pela seguinte razão:

Capital Próprio
Solvabilidade =
Passivo Total

Fonte: (Craveiro, 2006).

Indica: o património líquido da empresa perante as obrigações totais.

Interpretação: quanto maior, melhor.

Quanto maior for o rácio, maior será a segurança dos credores em recuperar os seus
créditos em caso de liquidação ou dissolução da empresa. A solvabilidade total mostra a
percentagens do património que é financiada pelos proprietários (Craveiro,2006).

Autonomia financeira.

Este rácio analisa a parcela dos activos que é financiada por capital próprio. Traduz a
capacidade da empresa de financiar o activo através dos capitais próprios sem ter de
recorrer a empréstimos. Relaciona o capital próprio com a empresa, com o total do
activo liquido da empresa, que é que resulta da subtracção do valor das amortizações e
ajustamento ao valor do activo bruto, por cada 100 Kz aplicados na empresa quantos
são próprios e quantos são alheios, pois trata-se de um indicador fundamental para
análise financeira da empresa, de facto mede a sua capacidade para solver os seus
compromissos a médio e longo prazo. A capacidade esgota-se quando o rácio é igual à
unidade, ou seja quando o passivo a médio e longo prazo iguala os capitais próprios.

Total de Capitais Próprio


Autonomia Financeira =
Total do Activo

Fonte: (Craveiro, 2006).

Indica: o grau de financiamento das empresas.

Interpretação: quanto maior, melhor.

Indicadores de Liquidez.

Os rácios desse grupo mostram a base da situação financeira da empresa a partir do


confronto dos Activos Circulantes com as Dívidas […] São rácios que medem a
capacidade da empresa em solver os seus compromissos a curto prazo (até um ano).
“Porém a liquidez da empresa será boa se o seu fundo de maneio for positivo”
(Benzinho e Rodrigues 1995).

Fundo de Maneio.

É o montante resultante da diferença entre os capitais circulantes e o exigível a curto


prazo. É considerado uma margem de segurança na empresa. Deve permitir fazer face
ao pagamento das dívidas a curto prazo (Benzinho e Rodrigues, 1995).

Para que a empresa tenha uma situação estável, o activo corrente deve ser superior ao
valor do exigível a curto prazo. O Fundo de Maneio é uma margem de segurança
constituída por elementos patrimoniais que se transformam com facilidade em
disponibilidades.

Com o fundo de maneio positivo a empresa pretende atingir dois objectivos


fundamentais: cobrir a parte fixa do activo corrente, ou seja, bens direitos que não são
facilmente transformáveis em disponibilidades; cobrir os riscos derivados do facto de
bens pertencentes ao activo corrente demorarem mais tempo que o previsto a
transformar-se em disponibilidades. Claro que se o exigível em curto prazo for superior
ao activo corrente, o Fundo de Maneio será negativo e a empresa encontra-se
desequilibrada financeiramente, tendo, como consequência, dificuldades em satisfazer
os seus compromissos.

Fundo de Maneio = Capitais Circulantes – Exigível a Curto Prazo

Fonte: (Benzinho e Rodrigues,1995).

Indica: o activo circulante da empresa perante as obrigações de curto prazo.

Interpretação: quanto maior, melhor.

Liquidez geral.

Revela-nos a capacidade que a empresa tem de solver as suas obrigações correntes. É


um teste de solvência em curto prazo. Deve ser pelo menos igual a um, para que se
verifique um equilíbrio financeiro mínimo. Trata-se de um indicador importante pois
permite dar uma ideia aproximada da capacidade da empresa para fazer face aos seus
compromissos no momento do seu vencimento.
Activo Corrente
Liquidez Geral =
Passivo Corrente

Fonte: (Benzinho e Rodrigues, 1995).

Indica: o património líquido da empresa perante as obrigações totais.

Interpretação: quanto maior, melhor.

Este rácio se for superior a unidade, conclui-se que o activo circulante é superior as
dívidas a curto prazo, conduzindo dessa forma a um fundo de maneio positivo.

Se a liquidez geral for igual a unidade, conclui-se que o activo circulante é igual as
dívidas a curto prazo conduzindo desta forma a um fundo de maneio nulo.

Se a liquidez geral for inferior a unidade, então conclui-se que o activo circulante é
inferior as dividas a curto prazo conduzindo desta forma a um fundo de maneio
negativo.

Liquidez Reduzida.

A liquidez reduzida é uma medida mais severa da posição líquida da empresa.


Transmite a ideia clara da capacidade da empresa num prazo inferior a um ano, sem
grandes riscos, ser capaz de solver os seus compromissos de curto prazo. Trata-se,
também de um indicador importante pois indica o peso dos stocks na estrutura da
empresa, assim se existir uma diferença exagerada entre valores da liquidez geral e da
liquidez reduzida, a empresa deverá acautelar-se pois poderá significar que está a
produzir para o armazém e não para o mercado. Esta situação poderá ser indesejável
pois, os stocks pesam bastante na estrutura de custos da empresa.

É constituída pelo seguinte rácio:

Activo Corrente - Existências


Liquidez Reduzida =
Passivo a Curto Prazo

Fonte: (Benzinho e Rodrigues,1995).

Indica: quanto a empresa possui no activo circulante depois de retirar o valor das
existências e por conseguinte qual vai ser a capacidade de suportar o Passivo Circulante.

Interpretação: quanto maior, melhor.


Este rácio é também designado por rácio de tesouraria, pois a comparação entre os
rácios de Liquidez Geral e Liquidez Reduzida permite ponderar a influência de
existência na liquidez das empresas.

Como as existências tem um peso significativo na liquidez geral. O rácio de liquidez


reduzida deve estar compreendido entre 0,9 e 1,1.

Liquidez Imediata.

Um terceiro indicador de liquidez é aquele que restringe ainda mais o conceito de


activos líquidos, cingindo-os as disponibilidades e aplicações financeiras de curto prazo
de uma empresa. É utilizada pelos analistas que pretendem conhecer o grau de cobertura
dos passivos circulantes por disponibilidades.

É constituída pelo seguinte rácio:

Disponibilidades
Liquidez Imediata =
Passivos a Curto Prazo

Fonte: (Benzinho e Rodrigues, 1995).

Indica: quanto a empresa possui de activo disponível para cada unidade de passivo
circulante (dívidas a curto prazo).

Interpretação: quanto maior, melhor.

Obs: este índice é um teste de força aplicado à empresa; visa medir o grau de excelência
da sua situação financeira.

Indicadores de Rentabilidade.

Do ponto de vista económico-financeiro o objectivo principal da empresa consiste na


obtenção da máxima rentabilidade. Para tal deverá possuir uma estrutura que lhe
permita atingir tal fim.

De notar que o objectivo da empresa não deve ser maximizar os seus lucros, mas,
maximizar a relação entre os lucros que a empresa obteve com os capitais que nela
foram aplicados.

A rentabilidade é feita com base na análise dos seguintes rácios:

Rentabilidade dos capitais Próprios.


Depende por um lado da rentabilidade do activo total da empresa e por outro da
estrutura financeira da empresa representada 2º membro do balanço, ou seja, da relação
entre capitais próprios e alheios.

Lucro Liquido
Rentabilidade dos Capitais Próprios =
Capital Próprio

Fonte: (Benzinho e Rodrigues, 1995).

É um indicador do desempenho dos capitais investidos na empresa, independentemente


da forma de financiamento. A rentabilidade dos capitais próprios determina a
sobrevivência financeira da empresa a longo prazo e a atracção de capitais, quer
próprios quer alheios.

Este instrumento de medida de desempenho é utilizado como:

 Indicador de eficiência de gestão,

 Medida da capacidade da empresa em gerar resultados,

 Planeamento e controlo de gestão.

Obs: para este indicador quanto maior o valor melhor.

Rentabilidade de Activo Total.

Dá a conhecer o lucro que a empresa obteve para cada 100 kwanzas neles aplicados, isto
é, dá a conhecer a efectiva capacidade da empresa para remunerar todos os capitais
postos a sua disposição quer eles sejam próprios ou alheios.

Lucro Liquido
Rentabilidade do Activo Total=
Activo Total

Fonte: (Benzinho e Rodrigues, 1995).

De notar que o valor do activo a considerar é o activo líquido, isto é, o valor depois de
deduzir os valores das amortizações e provisões, pois é valor líquido que representa o
valor realmente investido. Quanto ao numerador, se o que se deseja conhecer é a
capacidade da empresa para remuneração dos capitais postos a disposição, então deve
considerar-se os lucros antes de deduzir os impostos e os juros pagos pelo capital alheio
aplicado na empresa. Se considerar é o lucro obtido depois de deduzido os impostos.

Obs: tal como anterior quanto maior melhor.

Rentabilidade líquida das vendas.


Lucro Líquido
Rentabilidade Liquidas das Vendas=
Vendas

Fonte: (Benzinho e Rodrigues, 1995).

Mede o lucro (prejuízo) da empresa por cada kz vendido. Trata-se de um indicador


fundamental já que o seu valor depende de dois factores: o factor comercial e o factor
industrial. Na verdade, a rentabilidade das vendas melhora se a empresa mantiver o
preço de custo e aumentar preço de venda (factor comercial); mas a rentabilidade
também melhora se mantiver o preço de vendas e se reduzir o custo unitário (factor
industrial).

Indicadores de Actividade.

Mede o grau de efectividade com que utiliza seus recursos.

Rotação de Activo Líquido

Vendas
Rotação do Activo líquido =
Activo Total Líquido

Fonte: ( Benzinho e Rodrigues, 1995).

Trata-se do segundo factor da equação fundamental de rentabilidade e dá a conhecer a


eficiência com que a empresa consegue gerir o activo que foi colocado a sua disposição.

Este indicador pode ser melhorado através de três formas de actuação:

 Aumentar as vendas mais rapidamente que o activo total líquido,

 Aumentar as vendas mantendo o activo líquido,

 Aumentar ou manter as venda reduzindo o activo total líquido da empresa.

Rotação do Activo Fixo

Vendas
Rotação do Activo Fixo =
Activo Fixo

Fonte: ( Benzinho e Rodrigues, 1995).

O grau de rotação do activo total depende do grau de rotação de activo fixo.

Pela análise deste indicador fica-se a saber se a gestão dos bens do activo fixo se
melhorou ou piorou de um período para o seguinte.

Rotação do Activo circulante.


Trata-se de um indicador mais importante que o anterior pois embora tanto o activo fixo
como o circulante interfiram na rotação do activo total, o activo fixo de princípio, é
mais difícil de modificar os valores nele investidos, pois tal modificação implica alterar
a estrutura da empresa. Pelo contrário os valores investidos no activo circulante são
fáceis de modificar a curto prazo pelo que merecem uma vigilância mais constante e
aturada.

Vendas
Rotação do activo circulante =
Activo circulante

Fonte: ( Benzinho e Rodrigues, 1995).

Indicadores de Funcionamento.

Prazo de Rotação dos Stocks.

Indica a eficiência com a qual a empresa usa os seus activos para gerar vendas, em geral
quanto mais alto o giro da empresa, mais eficiente serão os seus activos.

Este indicador é calculado do modo diferente consoante se trate de uma empresa


comercial ou industrial.

Assim, para uma empresa comercial este indicador se apresenta a seguinte formula

Custos das Mercadorias Vendidas


Grau de Rotação das Mercadorias =
Stocks Inicial+Stocks Final de Mercadorias
2

Fonte: ( Benzinho e Rodrigues, 1995).

Prazo Médio de Recebimento.

A empresa deve financiar o menos possível aos seus clientes. Claro que há que ter em
atenção as políticas de pagamentos que vigora no mercado e as políticas comerciais da
empresa, daí a importância que este indicador reveste para qualquer empresa de
comércio.

O prazo médio de recebimento mede-se pela seguinte fórmula:

Saldo Inicial+ Saldo Final de Clientes


2
Prazo Médio de Recebimento= x 365
Vendas

Fonte: ( Benzinho e Rodrigues, 1995)


Este indicador dá-nos a conhecer o número de dias que a empresa demora a receber dos
clientes. E útil para avaliar as políticas de vendas a créditos e cobrança.

Obs: o tempo médio de vencimento das vendas a crédito é 30 dias.

Prazo Médio de Pagamento.

Este indicador dá-nos a conhecer, em média, o tempo que a empresa demora a pagar aos
seus fornecedores. É útil para avaliar as políticas de débito e cobrança (liquidação das
dívidas).

Saldo Inicial+Saldo Final de Fornecedores


2
Prazo Médio de Pagamentos = x 365
Compras

Fonte: Benzinho e Rodrigues (1995).

Obs: O tempo médio de pagamento aos fornecedores é de 60 dias.

1.5 Limitações dos rácios.

Nos tempos que correm o recurso à técnica de análise através de rácios tem vindo a
utilizar-se com frequência para quase todos os fins. Por isso, convém alertar que este
instrumento de análise financeira possui algumas limitações:

 Os rácios tratam apenas dados quantitativos;


 As decisões de curto prazo podem afectar profundamente os documentos
financeiros, assim como os rácios que lhe são inerentes;
 A comparação de rácios entre empresas do mesmo sector, ou com médias do
sector, pode ser incorrecta pelas diferenças das práticas contabilísticas das
empresas;
 Não existe uma definição normalizada a nível nacional e internacional de cada
rácio;
 A contabilidade é feita aos custos históricos, pelo que a inflação verificada na
economia afecta formas diferentes as empresas.
Capítulo II- Fundamentação prática
2.1 Caracterização da empresa

A empresa Franzany, Lda. Com sede em benguela Rua Machado dos Santos, R/C nº 30,
contribuinte nº 5111037225 e representada pelo sócio gerente Francisca Esperança
Elimila. A sede sendo em Benguela, a mesma pode abrir filiais em qualquer parte do
território nacional ou no estrangeiro.

Tem como objecto social a actividade de salão de beleza e boutique de moda e vendas
de quinquilharias e bijuterias.

2.1.1 Missão

A empresa tem como missão a prestação dos melhores serviços com os padrões de
qualidade bem definidos que lhe permitirão satisfazer as necessidades manifestadas
pelos consumidores da comunidade onde ela se encontra inserida e daí obter os
rendimentos líquidos pela sua área de actividade recomendados.

2.1.2 Visão

A empresa Franzany, Lda., definiu a sua visão em curto prazo, instalar-se em outras
regiões em que haja a falta dos seus serviços. E a longo prazo, visa tornar-se na melhor
em sua área de actividade.

2.1.3 Valores

A empresa tem como valores a eficiencia dos seus funcionários no que conserne a
trabalho, espeito no ceio funcional e não só, com os clientes principalmente, rapidez na
resolução dos seus deveres para com os seua clientes.

2.2 Estrutura organizacional


Apesar de ser uma organização pequena no que conserne a dimensão das suas
instalações, a mesma tem um número de funcionários equivalente a seis, que trabalham
por turno, dos quais possui uma gerente e cinco cabelereiras.

Resolução e representação Gráfica dos Rácios


Estrutura Financeira

Ano n (2015)

1.015 .000
E.F= =40,6
25.000

Ano n+1 (2016)

1.656 .174,27
E.F= =66,24
25.000

Estrutura do Endividamento
70

60

50

40
Axis Title
30

20

10

0
Ano n (2015) Ano n+1 (2016)

A empresa apresenta uma estrutura muito elevada referente ao endividamento, em que


não se conseguiu fazer face as obrigações de curto prazo de um ano para o outro.
Solvabilidade:

Ano n (2015)

25.000
S= =0,017
1.470 .341,42

Ano n+1 (2016)

25.000
S= =0,15
1.656 .174,27

Solvabilidade
0.16

0.14

0.12

0.1

Axis Title 0.08

0.06

0.04

0.02

0
Ano n (2015) Ano n+1 (2016)

A empresa apresentava uma insuficiencia na capacidade de solver os seus


compromissos, mas porem, melhorou do ano n (2015) para o ano n+1 (2016), pois no
ano n por cada 101,7 kwanzas invetidos na empresa 1,7 kzs eram próprios e 100 kzs
eram alheios, no ano n+1 por cada 115 kwanzas investidos na empresa 15 kzs eram
próprios e 100 kzs eram alheios.
Grau de Autonomia Financeira:

Ano n (2015)

455.341,42
G . A . F= =0,30
1.470 .341,42

Ano n+1 (2016)

481.186,28
G . A . F= =0,22
2.137 .360,55

Grau de Autonomia Financeira

0.3

0.25

0.2
Axis Title
0.15

0.1

0.05

0
Ano n (2015) Ano n+1 (2016)

A empresa apresenta dados referentas a: 0,30 no ano n (2015) em que por cada 100
kwanzas investidos na empresa 30 kwanzas eram próprios e 70 kwanzas eram alheios; e
0,22 no ano n+1 (2016) que por cada 100 kwanzas aplicados 22 kwanzas eram póprios
e 88 eram alheios. O que retrata que a empresa era mais autónoma em 2015, pois em
2016 dependia de terceiros. Para o tipo de empresa analisados, os dados apresentados
são considerados normais os valores de 2016, o que retrata a evolução da empresa.
Grau de Dependência Financeira:

Ano n (2015)

1.015 .000
G . D . F= =0,69
1.470 .341,42

Ano n+1 (2016)

1.656 .174,27
G . D . F= =0,77
2.137 .360,55

Grau de Dependencia Financeira

0.78

0.76

0.74
Axis Title 0.72

0.7

0.68

0.66

0.64
Ano n (2015) Ano n+1 (2016)

A empresa encontrava-se dependente de terceiros, enquanto que no ano n (2015) por


cada 100 kwanzas investidos na empresa 69 eram alheios, e no ano seguinte esse valor
aumentou.

Visto que o Grau de Dependência Financeira complementa o Grau de Autonomia


Financeira, podemos concluir que a empresa é muito dependente de terceiros (não
totalmente).
Fundo de Maneio

Ano n (2015)

F . M =888.047,27−1.015 .000=(126.954,73)

Ano n+1 (2016)

F . M =1.376 .560,55−1.656 .174,27=(279.613,27)

Liquidez Geral:

Ano n (2015)

888.047,27
L .G= =0,87
1.015.000

Ano n+1 (2016)

1.376 .560,55
L .G= =0,8
1.656 .174,27
Liquidez Geral

0.88

0.86

0.84
Axis Title
0.82

0.8

0.78

0.76
Ano n (2015) Ano n+1 (2016)

Os dados da empresa referen-se à uma grande dificuldade da empresa em fazer face aos
seus compromissos (obrigações a menos de um ano) no momento do seu vencimento.

Nos dois anos (2015; 2016), a empresa não apresentava Liquidez alguma, pois
aprensentava apenas 87 kwanzas no ano n (2015) para pagar 100 kwanzas de
obrigações a curto prazo. E no ano n+1 (2016) possuia apenas 8 kwanzas para para
fazer face a 100 kwanzas de obrigações de curto prazo.

Liquidez Reduzida:

Ano n (2015)

888.047,27−620.237,61 267.809,66
L . R= = =0,26
1.015 .000 1.015 .000

Ano n+1 (2016)

1.376 .560,55−295.996 1.080.564,55


L . R= = =0,65
1.656 .174,27 1.656.174,27
Liquidez Reduzida

0.7

0.6

0.5
Axis Title 0.4

0.3

0.2

0.1

0
Ano n (2015) Ano n+1 (2016)

Os dados apresentados referem-se a um peso elevado dos stocks da empresa no ano n


(2015) e no ano n+1 (2016), o que é mau para a empresa pois oas stocks são um peso
morto financeiramente dito.

A diferença entre os valores da Liquidez Geral e da Liquidez Reduzida, referem-se a


uma situação indesejada, pois os stocks pesarão bastante na estrutura de custos da
empresa.

Liquidez Imediata:

Ano n (2015)

267.809,66
L.I= =0,26
1.015 .000

Ano n+1 (2016)

1.068 .564,55
L.I= =0,64
1.656 .174,27
Rentabilidade dos Capitais Próprios:

Ano n (2015)

253.990,53
R .CP= X 100
455.341,42

¿ 55,78

Ano n+1 (2016)

202.195,75
R .CP= X 100
481.186,28

¿ 42,02

Rentabilidade dos Capitais Próprios

60

50

40
Axis Title
30

20

10

0
Ano n (2015) Ano n+1 (2016)

Conclui-se que apesar dos valores terem reduzido de um ano para o outro, a empresa
continuou a mostrar uma capacidade boa no q conserne a gerar lucros. Sendo assim, no
exercício do ano n (2015), por cada 100 kwanzas de capitais próprios aplicado na
empresa, renderam 55,78 Kwanzas e no ano n+1 (2016), por cada 100 Kwanzas
aplicados em capitais próprios renderam 42,02 kwanzas.

Rentabilidade do Activo Total:

Ano n (2015)

253.990,53
R. A.T= =0,17
1.470.341,42

Ano n+1 (2016)


202.195,75
R. A.T= =0,09
2.137 .360,55

Rentabilidade do Activo Total

0.18
0.16
0.14
0.12
Axis Title
0.1
0.08
0.06
0.04
0.02
0
Ano n (2015) Ano n+1 (2016)

Com base nos valores acima apresentados, posso dizer que a empresa piorou a sua situação de
um ano para o outro, no que lhes compete remunerar os capitais em disposição quer alheios,
quer próprios.

Pois no exercício n (2015), por cada 100 kwanzas colocados na empresa renderam
17,27kwanzas e no exercício n+1 (2016), por cada 100 kwanzas na empresa aplicados renderam
9,46 kwanzas.

Rentabilidade Líquida das vendas:

Ano n (2015)

253.990,53
R.L.V= X 100
1.813 .900

¿ 14

Ano n+1 (2016)

202.195,75
R.L.V= X 100
1.270 .000

¿ 15,92
Rentabilidade Líquida das Vendas

16

15.5

15
Axis Title
14.5

14

13.5

13
Ano n (2015) Ano n+1 (2016)

Com base nos dados, a rentabilidade das vendas da empresa aumentou do ano n para o ano n+1,
pois enquanto q no ano n (2015) por cada 100 kwanzas de venda, a empresa obtinha um lucro
de 14 kwanzas e no ano n+1 (2016) por cada 100 kwanzas de vendas a empresa obteve um
lucro de 15,92 kwanzas.

Rotação do Activo total Líquido:

Ano n (2015)

1.813 .900
Rot . A . L= =1,23
1.470 .341,42

Ano n+1 (2016)

1.270 .000
Rot . A . L= =0,59
2.137 .360,55
Rotação do Activo total Líquido

1.4

1.2

1
Axis Title 0.8

0.6

0.4

0.2

0
Ano n (2015) Ano n+1 (2016)

A empresa não conseguiu rodar o seu activo de forma rápida e eficiente de um ano para o
outro.

Rotação do Activo Fixo:

Ano n (2015)

1.813.900
Rot . A . F= =1,39
582.294,15

Ano n+1 (2016)

1.270.000
Rot . A . F= =1,66
760.800
Rotação do Activo Fixo

1.7
1.65
1.6
1.55
Axis Title
1.5
1.45
1.4
1.35
1.3
1.25
Ano n (2015) Ano n+1 (2016)

A empresa conseguiu fazer uma boa gestão dos bens do activo colocado à sua disposição, pois
no ano n (2015) rodou este activo 1,39 vezes, e no ano n+1(2016) teve uma rotação superior
equivalente a 1,66 vezes.

Sendo assim, no ano n (2015) com 100 kwanzas de maquinaria e equipamento efectuou 139
kwanzas em vendas e no ano n+1 (2016) com os mesmos 100 kwanzas conseguiu 166 kwanzas
nas vendas.

Rotação do Activo Circulante:

Ano n (2015)

1.813 .900
Rot . A . ∘.= =2,04
1.888 .047,27

Ano n+1 (2016)

1.270 .000
Rot . A . ∘.= =0,92
1.376 .000,55
Rotação do Activo Circulante

2.5

Axis Title 1.5

0.5

0
Ano n (2015) Ano n+1 (2016)

A empresa rodou o seu activo circulante de forma a reduzir em um ano para o outro, ou seja,
rodou 2,04 vezes no ano n (2015) e 0,92 vezes no ano n+1(2016).

Grau de rotação dos stoks (Grau de rotação das mercadorias)

Ano n (2015)

314.470
G .R . M=
o +620.237,61
2

341.470
¿
620.237,61
2

314.470
¿
310.118,805

¿ 1,014

Ano n+1 (2016)

610.120,61
G .R . M=
620.237,61+295.996
2

610.120,61
¿
916.233,61
2
610.120,61
¿
458.116,805

¿ 1,33

Grau de Rotação dos stocks

1.4

1.2

1
Axis Title 0.8

0.6

0.4

0.2

0
Ano n (2015) Ano n+1 (2016)

Com base nos dados, deu pra ver que a empresa efectuou uma melhor gestão do seu stok no ano
n+1 (2016) em que rodou 1,33 vezes, enquanto que no ano n (2015) rodou o seu stok 1,014
vezes.

Tempo Médio de recebimento

Ano n (2015)

0+ 0
2
T . M . R= X 365
1.813 .900

2
¿ X 365
1.813.900

¿0

Ano n+1 (2016)

0+12.000
2
T . M . R= X 365
1.270.000
12.000
2
¿ X 365
1.270.000

6.000
¿ X 365
1.270.000

¿ 1,72

Tempo Médio de Recebimenot

1.8
1.6
1.4
1.2
Axis Title
1
0.8
0.6
0.4
0.2
0
Ano n (2015) Ano n+1 (2016)

Os dados indicam que a empresa financia em mais de 1,72 os seus clientes no ano n+1 (2016) o
q é mau.

Tempo Médio de Pagamento

Ano n (2015)

0+1.015 .000
2
T . M . P= X 365
2.133 .237,61

1.015 .000
2
¿ X 365
2.433.237,61

507.500
¿ X 365
2.433.237,61
¿ 76,12

C . M . V =Ei +C−Ef

C=C . M . V −Ei + Ef

C=1.813 .000−0+ 620.237,61

C=2.433 .237,61

Ano n+1 (2016)

1.015.000+761.009,47
2
T . M . P= X 365
945.758,39

1.776 .009,47
2
¿ X 365
945.758,39

888.004,735
¿ X 365
945.758,39

¿ 342

C . M . V =Ei +C−Ef

C=C . M . V −Ei + Ef

C=1.270 .000−620.237,61+295.996

C=649.762,61+295.996

C=945.758,39
Tempo Médio de Pagamento

350

300

250
Axis Title 200

150

100

50

0
Ano n (2015) Ano n+1 (2016)

O que significa que a empresa demorava cerca de 76,12 dias a pagar aos seus fornecedores no
ano n (2015), e estendido esse prazo para 342 dias no ano n+1 (2016).

A empresa demora agora mais 265.88 dias a pagar os seus débitos. Sendo assim, o prazo de
cobrança dos credores foi aumentado, o que deixa a empresa numa situação favorável.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

1. Assaf, N.A.(1998). Estrutura e análise de balanço. São Paulo: Atlas


2. Bernar J.(2013). Gestão Financeira. UED Curso de Empreendedores On-line.
Modelo C
3. Benzinho, J., & Rodrigues, M. (1995). Técnicas de gestão de empresas: Análise
Económica e Financeira. Lisboa: Escolar Editora.
4. Borges, A., Rodrigues, J. A., & Rodrigues, R. (2005). Elementos de
Contabilidade Geral. 22.ª Ed. Lisboa: Áreas Editoras, SA.
5. Camargo, C. (2007). Análise de investimentos e demonstrativos financeiros.
Curitiba: Ibpex.
6. Craveiro, A. I. F. (2006). Método Básico para analisar a informação financeira.
Coimbra
7. Ferreira, N. (2017). Visão geral sobre gestão financeira, Extraído da Internet,
www.wiciklopedias.com

8. Gitman, L.(2001). Administração Financiera. México: Ed McGrill


9. Gitmann, L. J. (1997). Princípios de administração financeira. 7ª Ed. São Paulo:
Harbra.
10. Lousã, A. (2011). Análise Económica e Financeira 12ª Classe – Textos de Apoio
ao Aluno. Luanda: Edições Reditep
11. Lousã, A., PEREIRA, A. P., LAMBERT, R.L., & Mário, D.(2011). Organização
e Gestão Empresarial – Cursos Tecnológicos e Profissionais 12º Ano. Lisboa:
Porto Editora.
12. Matarazzo, D. C. (2003). Análise Económico-financeiro Comparativo:Texto
Editora Sebo Caprino
13. Menezes, H. C. (1987). Princípios de Gestão Financeira, Edição Revista e
Aumentada, Lisboa: Editorial Presença.
14. Magro, J. L., & Magro, A. (2008). Manual de Contabilidade Angolano 2 Edição
Actualizada e Melhorada. Porto: Uniarte Gráfica.
15. Neves, J. C. (2003). Análise Financeira: Vol. I – Fundamentais 14ª Edição.
Lisboa: Texto Editora.
16. Nunes, P. (2007). O Modelo de Z-Score”. Data de criação: 29/10/2007. E-
mail:[email protected].
17. Padoveze, C. L., & BENEDITO, G. C. (2007). Análise das Demonstrações
Financeiras, 2ª Edição Revista e Ampliada. São Paulo: Thomson Learning.
18. Plano Geral de Contabilidade da República da Angola º aprovado pelo Decreto
nº82/2001, de 16 de Novembro. (2001) Luanda: Editora Escolar.
19. Augusto, B. (2015). Gestão Financeira: Material de Apoio. ISPM-Benguela.
20. Silva, H. V. M., & Maria. A. (2007). Técnicas de Organização Empresarial –
Ensino Secundário, 1ª Edição, Lisboa: Texto Editora.
CONCLUSÃO

Após uma longa pesquisa, verifica-se que a Hipótese apresentada é verdadeira e os


objectivos foram atingidos. O estudo de caso da empresa Salão Franzany, Lda., em
Benguela, referentes aos exercícios de 2015 e 2016, permitiu conhecer na prática o
funcionamento e a importância da análise financeira para tomada de decisões, pois
através dessa técnica foi possível observar a situação e evolução dos elementos
patrimoniais da empresa e aonde repercutiram os investimentos no ano seguinte. Sendo
assim:

De forma geral a empresa possui uma saúde não muito razoável, pois apresenta
problemas em alguns indicadores financeiro analisados em 2015, os rácios de liquidez
geral, imediata e reduzida são inferiores a uma unidade, portanto a empresa não
consegue fazer face aos seus compromissos a curto prazo, o que é uma situação
indesejavel, mas a longo prazo ainda continuava distante em 2015 mas em 2016 a
situação melhorou, no entanto a empresa encontrava-se a depender de terceiros no
desenvolvimento das suas actividades em 2015 e em 2016, a solvência é muito reduzida
nos exercícios analisados, ao analisar os rácios financeiros a mesma é muito dependente
de seus credores diminui esta dependência para o ano 2016, não consegue fazer face as
suas obrigações nos dois exercícios analisados, pois apresenta um fundo de maneio
negativo em ambos os anos.

Apresenta uma rentabilidade normal repercutindo nos resultados líquidos do exercício


positivos nos dois anos. É importante dizer que a mesma teve uma boa rotação de todos
seus activos de uma forma adequada.

RECOMENDAÇÕES

Conforme apresentado, observa-se que apesar de ser feita uma contabilidade da empresa
todo final do ano, os dados apresentados na análise feita, referem-se a um desequilíbrio
da empresa de um ano para o outro referente a sua capacidade de satisfazer os seus
compromissos.

Recomendo que a em

Você também pode gostar