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REPÚBLICA DE ANGOLA

GOVERNO DA PROVÍNCIA DE LUANDA


ADMINISTRAÇÃO DA CIDADE DO KILAMBA
INSTITUTO POLITÉCNICO DE ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO Nº2012/KILAMBA

CURSO MÉDIO TÉCNICO DE FINANÇAS

PROJECTO FINAL DA PROVA DE APTIDÃO PROFISSIONAL

ANÁLISE FINANCEIRA

Luanda, 2021
REPÚBLICA DE ANGOLA
GOVERNO DA PROVÍNCIA DE LUANDA
ADMINISTRAÇÃO DA CIDADE DO KILAMBA
INSTITUTO POLITÉCNICO DE ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO Nº2012/KILAMBA

CURSO MÉDIO TÉCNICO DE FINANÇAS

PROJECTO FINAL DA PROVA DE APTIDÃO PROFISSIONAL

O CONTRIBUTO DA ANÁLISE FINANCEIRA NO DESENVOLVIMENTO DAS


MICRO EMPRESAS (Estudo de Caso na Empresa “ESTÚDIOS THE WINNERS” Nos
Anos 2016-2018)

Luanda, 2021
FOLHA DE ROSTO

O CONTRIBUTO DA ANÁLISE FINANCEIRA NO DESENVOLVIMENTO DAS


MICRO EMPRESAS (Estudo de Caso na Empresa “ESTÚDIOS THE WINNERS” Nos
Anos 2016-2018)

Prova de aptidão profissional, apresentada a


comissão de avaliação do Instituto Politécnico
de Administração e Gestão nº 2012/Kilamba,
para sustentação do Trabalho do fim do curso,
para obtenção do grau de técnico Médio de
Finanças, sob a orientação da Professora
Domingas Cláudia Ramos.

Luanda,2021
FICHA TÉCNICA

Nome: Alberto de Carlos Lunga Umue

Morada: Nova Vida

Contacto: 943978250

Idade: 21 anos

Nome: Ângela Júlia Carlos Quissua

Morada: Zango 0

Contacto: 929805636

Idade: 20 anos

Nome: Antonina de Jesus Tchawaco

Morada: Zango 5

Contacto: 932109043

Idade: 19 anos

Nome: Paulo Vangui Raul

Morada: C. Kilamba

Contacto: 930820308

Idade: 18 anos

Nome: Perpétuo Nhongo Sebastião

Morada: Talatona

Contacto: 948998499

Idade: 19 anos
FOLHA DE APROVAÇÃO

Prova de Aptidão Profissional apresentada ao Curso Médio Técnico de Finanças do


Instituto Politécnico de Administração e Gestão nº2012 como requisito fundamental a obtenção
do grau de Técnicos Médio de Finanças, sob orientação da Professora Domingas Cláudia
Ramos
Aprovado aos: ______/________/________

BANCA EXAMINADORA

PRESIDENTE DO JÚRI

1º VOGAL

2º VOGAL
___________________________________________________________________________

SECRETÁRIO
___________________________________________________________________________

A PROFESSORA ORIENTADORA:____________________________________________
A MAGNÍFICA DIRECTORA GERAL:_________________________________________

Considerações:_______________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
V

DEDICATÓRIA

Dedicamos este trabalho aos nossos familiares, em especial os nossos


pais que pacientemente têm sido os principais motivadores na nossa vida
académica. A todos os professores desta instituição de ensino que desde o
princípio acreditaram no nosso potencial acadêmico. Aos nossos amigos, a nós
mesmos como grupo pela força e auto motivação que tivemos para a realização
do nosso trabalho e por último e mais importante dedicamos o nosso trabalho a
Deus por ser tudo em nós.
VI

AGRADECIMENTOS

Agradecemos primeiramente a Deus pelo dom da vida que nos concedeu


desde o ventre de nossas mães até o dia de hoje e pela sua graça que nos concedeu
em todas as áreas da vida e em particular na feitura do nosso trabalho.
Agradecemos também aos nossos pais pelo imenso apoio incondicional na nossa
jornada acadêmica. Aos nossos professores pela transmissão do conhecimento,
à instituição de ensino por servir de uma verdadeira academia do saber, à nossa
tutora pela disponibilidade prévia em nos ajudar na feitura do trabalho, à
Empresa Estúdios The Winners por nos fornecer as informações necessárias para
a resolução do caso prático. Aos professores Osvaldo Nginga e Paulo Horácio
pelo imenso apoio na elaboração do nosso trabalho, a todos os nossos amigos e
aqueles que directa ou indirectamente contribuíram para que a realização desse
trabalho fosse possível.

O nosso muito obrigado!


VII

EPÍGRAFE

Os heróis nascem dos confrontos que aparecem,


assim como a busca pelo conhecimento nasce do
homem que descobre a sua ignorância... Não há
busca pelo conhecimento sem o desejo irritante
de ser livre da ignorância.
Elaborado pelos autores
VIII

RESUMO

A análise económica e financeira é um processo baseado num conjunto


de técnicas que tem por finalidade avaliar e interpretar a situação económico-
financeira da Empresa. Esta avaliação e interpretação centram-se em torno de
questões fundamentais para a sobrevivência e desenvolvimento da Empresa, tais
como, o equilíbrio financeiro, a rentabilidade dos capitais; o crescimento; o risco
e o valor criado pela gestão. Sendo assim, o presente trabalho propõe-nos uma
melhor compreensão de como a aplicação da análise financeira está directamente
ligada ao desenvolvimento empresarial. Utilizou-se métodos como: o
levantamento bibliográfico (livros, sites e artigos) e também da apresentação
detalhada de um caso prático na Empresa Estúdios The Winners, onde utilizou-
se fórmulas e cálculos estatísticos para indicar o crescimento ou o não
crescimento da Empresa. Durante a feitura do presente trabalho, pudemos ter
uma melhor compreensão da importância que a análise financeira tem para uma
determinada Empresa e que ela pode servir de factor decisivo para a tomada de
decisões e para o seu desenvolvimento económico-financeiro; o estudo de caso
feito na Empresa Estúdios The Winners, mostrou que a Empresa ainda não está
nos seus melhores anos pois, por ser uma Empresa nova no mercado apresentou
nos seus primeiros 2 anos resultados negativos e bastante insatisfatórios, mas
que pode ser considerado normal já que maior parte das Empresas têm registrado
resultados negativos nos seus primeiros anos de actividade; já no terceiro ano de
actividade da Empresa em questão observou-se uma subida na sua facturação e
uma baixa no seu índice de endividamento resultando assim em valores positivos
no final do exercício, o que pode se considerar um sinal de desenvolvimento, e
que os próximos anos poderão ser ainda mais rentáveis que os anos anteriores.
Portanto, para qualquer Empresa que queira desenvolver é indispensável a
utilização da análise financeira.

Palavras-Chave: Análise Financeira; Desenvolvimento Económico-


Financeiro; Desenvolvimento Empresarial; Empresa.
IX

ABSTRACT

Economic and financial analysis is a process based on a set of techniques


that aims to assess and interpret the company's economic and financial situation.
This evaluation and interpretation are centered around fundamental issues for
the survival and development of the company, such as, financial balance, capital
return; growth; the risk and the value created by management. Therefore, the
present work proposes a better understanding of how the application of financial
analysis is directly linked to business development. We used methods such as:
bibliographic survey (books, websites and articles) and also a detailed
presentation of a practical case at the company Estúdios The Winners, where
formulas and statistical calculations were used to indicate the growth or non-
growth of the Company. During the execution of this work, we were able to have
a better understanding of the importance that financial analysis has for a given
Company and that it can serve as a decisive factor for decision-making and for
its economic and financial development; the case study done at the company
Estúdios The Winners, showed that the company is not yet in its best years
because, as a new company in the market, it presented negative and quite
unsatisfactory results in its first 2 years, but it can be considered normal already
that most companies have registered negative results in their first years of
activity; in the third year of activity of the Company in question, there was an
increase in its turnover and a decrease in its indebtedness index, thus resulting
in positive values at the end of the year, which can be considered a sign of
development, and that the next years may be even more profitable than previous
years. Therefore, for any company that wants to develop it is essential to use
financial analysis.

Key words: Financial Analysis; Economic-Financial Development;


Business Development; Company.
X

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 - Organograma - Estúdios The Winners .................................................................... 49


XI

ÍNDICE DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Indicadores de Liquidez ........................................................................................ 55


Gráfico 2 - Indicadores de Endividamento .............................................................................. 57
Gráfico 3 - Indicadores de Rentabilidade ................................................................................ 59
Gráfico 4 - Indicadores de Lucratividade ................................................................................ 61
XII

ÍNDICE DE QUADROS

Quadro 1 - Balanços Sucessivos de 2016 à 2018 – Estúdios The Winners ............................. 51


Quadro 2 - Demostrações de resultados sucessivos de 2016 à 2018 – Estúdios The
Winners ..................................................................................................................................... 52
Quadro 3 - Apresentação do Cálculo dos Indicadores Económico - Financeiros -
Estúdios The Winners............................................................................................................... 53
Quadro 4 – Resultados do cálculo dos Indicadores Económico-Financeiros – Estúdios
The Winners. ............................................................................................................................ 54
XIII

LISTA DE ABREVIATURAS

Empr. Empréstimo

Imob. Imobilizado/Imobilização

Pág. Página
XIV

LISTA DE SIGLAS

AC Activo Corrente

AH Análise Horizontal

AV Análise Vertical

CE Composição do Endividamento

CMV Custo das Mercadorias Vendidas

CP Capital Próprio

DRE Demonstração de Resultados do Exercício

EG Endividamento Geral

ELP Exigível a Longo Prazo

GA Giro do Activo

LC Liquidez Corrente

LG Liquidez Geral

LI Liquidez Imediata

LS Liquidez Seca

MB Margem Bruta

ML Margem Líquida

MO Margem Operacional

MPME Micro, Pequenas e Médias Empresas

PC Passivo Corrente

PCT Participação de Capitais de Terceiros

PGC Plano Geral de Contabilidade

RLP Realizável a Longo Prazo

ROE Rentabilidade do Património Líquido

ROI Rentabilidade do Investimento


XV

ÍNDICE GERAL
DEDICATÓRIA .......................................................................................................... V

AGRADECIMENTOS .............................................................................................. VI

EPÍGRAFE ................................................................................................................ VII

RESUMO ................................................................................................................. VIII

ABSTRACT ................................................................................................................. IX

CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO GERAL ................................................................ 17

1.1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 17

1.2 PROBLEMÁTICA ............................................................................................. 18

1.3 HIPÓTESES: ...................................................................................................... 18

1.4 OBJECTIVOS DA PESQUISA ......................................................................... 18

1.4.1 Objetivo Geral: ............................................................................................ 18

1.4.2 Objetivos Específicos: ................................................................................. 18

1.5 JUSTIFICATIVA ............................................................................................... 19

1.6 METODOLOGIA ............................................................................................... 20

CAPÍTULO II – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................ 21

2.1 CONCEITO DE FINANÇAS ............................................................................. 21

2.2 CONCEITO DE EMPRESA .............................................................................. 22

2.2.1 Classificação das Empresas ......................................................................... 22

2.3 CONCEITO DE MICRO, PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS? .................. 24

2.3.1 Distinção das MPME ................................................................................... 24

2.4 ORIGEM E EVOLUÇÃO DA ANÁLISE FINANCEIRA ................................ 26

2.5 O QUE É A ANÁLISE FINANCEIRA .............................................................. 27

2.6 OBJECTIVOS DA ANÁLISE FINANCEIRA .................................................. 28

2.7 IMPORTÂNCIA DA ANÁLISE FINANCEIRA .............................................. 29

2.8 OS UTENTES DA ANÁLISE FINANCEIRA .................................................. 31

2.9. FONTES DA INFORMAÇÃO.......................................................................... 32


XVI

2.10 O BALANÇO ................................................................................................... 33

2.10.1 Estrutura do Balanço Patrimonial (KUHN 2012, Pág.30-35) ................... 33

2.11 DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS DO EXERCÍCIO ........................... 37

2.11.1 Estrutura da Demonstração de Resultados do Exercício (KUHN


2012, Pág. 36) ................................................................................................................... 37

2.12 ANÁLISE DOS INDICADORES ECONÓMICO-FINANCEIROS ............... 39

2.12.1 Indicadores de Liquidez ............................................................................. 39

2.12.2 Indicadores de Endividamento .................................................................. 41

2.12.3 Indicadores de Rentabilidade. .................................................................... 43

2.12.4 Indicadores de Lucratividade ..................................................................... 45

CAPÍTULO III - ESTUDO DE CASO ..................................................................... 47

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA ESTÚDIOS THE WINNERS ............. 48

3.2 ANÁLISE ECONÓMICO-FINANCEIRA DA EMPRESA ESTÚDIOS


THE WINNERS. .................................................................................................................. 50

3.2.1 Apresentação do cálculo e dos resultados dos indicadores económico-


financeiros – Estúdios The Winners ................................................................................. 53

3.2.2. Interpretação dos Resultados Obtidos no Cálculo dos Indicadores


Económico - Financeiros – Estúdios The Winners. .......................................................... 55

CONCLUSÃO ............................................................................................................. 63

RÊFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 65


17

CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO GERAL

1.1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho de investigação com o título “o contributo da análise


financeira no desenvolvimento das Micro Empresas” foi concebido no âmbito
da formação técnica em finanças no Instituto Politécnico de Administração e
Gestão nº2012.
Tem-se verificado que diversas Micro Empresas não têm optado pela
utilização da análise financeira, facto que faz com que diversas Empresas deste
carácter não tenham o controle total de sua saúde financeira, resultando assim
em uma Empresa sem o desenvolvimento esperado devido a falta de informações
assertivas da situação financeira da Empresa, que só são tidas através da análise
financeira.
Neste trabalho, fez-se uma pesquisa minuciosa para se conseguir
perceber o contributo que a análise financeira tem no desenvolvimento das Micro
Empresas, sendo que diversas Empresas têm sido constituídas umas com sucesso
e outras sem sucesso.
Este trabalho está dividido em três capítulos. No primeiro capítulo fez-se
uma introdução geral do nosso tema, no segundo capitulo a sua fundamentação
teórica, e no último capítulo a apresentação da análise de um caso prático.
18

1.2 PROBLEMÁTICA

Tem-se verificado que diversas Micro Empresas não têm desenvolvido


financeiramente.
Será que o facto de diversas Microempresas não utilizarem a análise
financeira faz com que elas não desenvolvam financeiramente?

1.3 HIPÓTESES:

H1: A pesquisa na área de gestão financeira aponta que a falta de


desenvolvimento destas Empresas deve-se ao facto de tais Empresas não
utilizarem a análise financeira.
H2: Não se pode afirmar que a falta de desenvolvimento dessas
Empresas deve-se ao facto das mesmas não adotarem o uso de uma análise
financeira, pois as Micro Empresas têm desenvolvido financeiramente sem a sua
utilização.
H3: O uso da análise financeira é primordial para o desenvolvimento
económico-financeiro de uma Empresa, mas nem sempre a não utilização da
mesma é a causa da sua falta de desenvolvimento.

1.4 OBJECTIVOS DA PESQUISA

1.4.1 Objetivo Geral:

 Compreender de que maneira a aplicação da análise financeira


pode servir de factor decisivo no desenvolvimento empresarial.

1.4.2 Objetivos Específicos:

 Argumentar sobre a importância da análise financeira dentro das


organizações.
 Calcular e interpretar os indicadores económico-financeiros da
Empresa estúdios The Winners.
 Justificar a análise financeira como a forma mais viável de medir
o desenvolvimento empresarial.
19

1.5 JUSTIFICATIVA

Sabendo que a análise financeira é um requisito importante para as


Empresas, passa a ser essencial sabermos qual o seu contributo para o
desenvolvimento de uma Empresa pois algumas delas não têm um bom
desenvolvimento devido a ineficácia ou a não utilização da análise financeira,
assim também como outras têm desenvolvido através da sua utilização. Esse
trabalho ajudar-nos-á a entender que importância tem a análise financeira dentro
de uma organização, analisando assim o seu desenvolvimento ano após ano.
20

1.6 METODOLOGIA

Método é “o caminho ou a maneira para se chegar a determinado fim


ou objetivo”, e a metodologia pode ser entendida como “os
procedimentos e regras utilizadas por determinado método”.
(Richardson 1999, pág. 22)

Para o desenvolvimento deste trabalho foram aplicados alguns métodos


de pesquisa que explicaremos de seguida:
Quanto a natureza: a nossa pesquisa é aplicada porque ela baseia-se na
resolução de um problema específico e prevê uma aplicação prática.
Quanto a abordagem: o nosso trabalho resume-se em uma pesquisa
quantitativa devido ao seu carácter analítico e estatístico demonstrado através do
caso prático.
Quanto ao nível de objetivo: utilizou-se o método da pesquisa
explorativa, devido aos levantamentos bibliográficos e ao caso pratico que
facilitou na nossa compreensão.
Quanto ao procedimento técnico: utilizou-se três tipos de pesquisa:
Pesquisa bibliográfica (parte da pesquisa baseou-se em conteúdos extraídos de
livros, sites e artigos); Pesquisa documental (recorreu-se a matérias que não
receberam tratamentos analíticos); Estudo de caso (foi necessário a
apresentação de um estudo aprofundado e exaustivo de um objecto de maneira
que permitiu o seu amplo e detalhado conhecimento).
De acordo com os aspectos citados, pode-se dizer que a pesquisa
bibliográfica e documental completada pelo estudo de caso, justificam-se como
sendo os melhores métodos de pesquisa para o estudo em questão.
21

CAPÍTULO II – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 CONCEITO DE FINANÇAS

A raiz etimológica mais provável encontra-se na expressão “finis” a qual


começa por significar fim, termo e prazo. Também foi usada no sentido do
vencimento da dívida.
Da palavra “finis” surgiram as expressões do latim medieval “finatio” e
“financia”, pelas quais se exprimiam no século XII e XIV.
No século XV ela foi utilizada em França para designar «o conjunto dos
meios económicos postos a disposição de uma organização dos seus fins
próprios».
Fazenda foi a palavra usada em português durante muito tempo para
designar aquilo que nós chamamos finanças. Que em Espanha ainda nos dias de
hoje se emprega a palavra “Hacienda” para designar finanças.

Segundo Gitman (2010): o termo finanças pode ser definido como “a


arte e a ciência de administrar o dinheiro”. Praticamente todas as
pessoas físicas e jurídicas ganham ou levantam, gastam ou investem
dinheiro. Finanças diz respeito ao processo, às instituições, aos
mercados e aos instrumentos envolvidos na transferência de dinheiro
entre as pessoas, Empresas e órgãos governamentais.
22

2.2 CONCEITO DE EMPRESA

Segundo Madeira (2001): Empresa é um vocabulário de origem


latina, de «impre-hensa», que significa empreendida. Neste contexto
Empresa pode significar algo que se começou com ousadia, como seja
um empreendimento. Daí que, é empreendedor aquele que se revela
activo, diligente, arriscado, que estando pronto a empenhar todos os
seus esforços na realização de um determinado projecto, aceita
igualmente os riscos a ele inerentes, com uma forte dose de espírito
inovador e aventureiro.

Coelho (2013): defende que Empresa é a actividade, cuja marca


essencial é a obtenção de lucros com o oferecimento ao mercado de
bens ou serviços, gerados estes mediante a organização dos factores
de produção (força de trabalho, matéria prima, capital e tecnologia).

Existem vários critérios possíveis para a classificação de uma Empresa


tendo em conta a variedade de bens que podem produzir. Assim desta faremos a
classificação das Empresas tendo atenção à dimensão, a forma da propriedade,
a forma jurídica, e quanto a actividade.

2.2.1 Classificação das Empresas

Quanto a sua dimensão


 Microempresas
 Pequenas empresas
 Médias empresas
 Grandes empresas
 Macro empresas
A Empresa Estúdios The Winners é considerada uma Micro Empresa por
apresentar um número inferior a 10 trabalhadores e um facturamento anual de
menos de USD 250 mil.
Quanto ao sector produtivo
 Sector primário
 Sector secundário
 Sector terciário
 Sector quaternário
A Empresa Estúdios The Winners faz parte do sector terciário por ser
uma empresa que se dedica a prestação de serviços.
23

Quanto a propriedade
 Empresas privadas
 Empresas públicas
 Empresas semipúblicas ou comparticipadas
 Empresas cooperativas
A Estúdios The Winners é uma Empresa privada
Classificação jurídica das empresas
 Empresas individuais
a. Empresas em nome individual
b. Estabelecimento individual de responsabilidade limitada
 Sociedades
a. Sociedade em nome colectivo
b. Sociedade por quotas
c. Sociedade em comandita
d. Sociedade anónima
A Empresa Estúdios The Winners é uma sociedade por quota pois os
lucros são divididos na proporção das respectivas quotas.
24

2.3 CONCEITO DE MICRO, PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS?

(Conhecidas também pelo acrónimo MPME) São firmas com


características distintivas, tendo uma dimensão com determinados limites de
empregados e financeiros, fixados pelo Estado ou Regiões Administrativas. São
agentes com lógicas, cultura, interesses e espírito empreendedor próprios.

Importância
As MPME têm um importante papel na economia de todos os países.
Uma vez que 90% dos empregados a trabalhar nestes tipos de Empresas, as
principais razões para sua existência são:
Podem fornecer produtos individualizados, em contraste com as grandes
Empresas, que se concentram em produtos mais estandardizados.
Servem de tecidos auxiliar às grandes Empresas. A maior parte das
grandes Empresas recorrem a Empresas subcontratadas de menor dimensão para
realizar serviços ou operações que caso fossem feitas resultariam em custos
elevados.
Existem actividades produtivas onde é mais apropriado trabalhar com
Empresas pequenas, como por exemplo o caso das cooperativas agrícolas.

2.3.1 Distinção das MPME

Em Angola, de acordo com a Lei n°30/11, de 13 de setembro de 2011, as


MPME distinguem-se por dois critérios, quais sejam: o número de trabalhadores
efetivos e o volume de facturamento anual, sendo que este último factor
prevalece sempre que for necessário decidir sobre a classificação das mesmas.

Dessa forma, consideram-se:


Micro Empresas - aquelas que empregam até 10 trabalhadores e/ou
tenham um facturamento anual bruto não superior ao equivalente a USD 250
mil;
Pequenas Empresas - aquelas que empregam mais de 10 e até 100
trabalhadores e/ou tenham um facturamento anual bruto superior ao equivalente
a USD 250mil e igual ou inferior a USD 3milhões;
25

Médias Empresas, aquelas que empregam mais de 100 e até 200


trabalhadores e/ou tenham um facturamento anual bruto superior ao equivalente
a USD 3 milhões e igual ou inferior a USD 10milhões.
26

2.4 ORIGEM E EVOLUÇÃO DA ANÁLISE FINANCEIRA

É comum afirmar que a Análise das demonstrações financeiras é tão


antiga quanto a própria contabilidade.
A análise dos demonstrativos contábeis surgiu e desenvolveu-se dentro
do sistema bancário que até hoje é um dos seus principais usuários.
Seu início remonta ao final do século XIX, quando os banqueiros
americanos passaram a solicitar balanços às Empresas tomadoras de
empréstimos.
A medida que ganhou aceitação ampla, em fevereiro de 1895, o Conselho
Executivo da Associação dos Bancos no estado de New York, resolveu
recomendar a seus membros que solicitassem aos tomadores de empréstimos
declarações escritas e assinadas de seus activos e passivos.
Em 1990, essa mesma Associação divulgou um formulário de proposta
de crédito que incluía espaço para o balanço.
É provável que nessa época, os balanços apresentassem dados que eram
examinados superficialmente, sem nenhuma técnica analítica ou tentativa de
medição quantitativa.
Em 1915, o Federal Reserve Board (banco central) dos Estados Unidos,
determinou que só poderiam ser redescontados os títulos negociados por
Empresas que tivessem apresentado seu balanço ao banco. Essa medida
consagrou definitivamente o uso dos demonstrativos contábeis, como base para
concessão de crédito, pois os bancos interessavam-se na situação econômica-
financeira das Empresas tomadoras de financiamento.
Em meados de 1918, o Federal Reserve Board, publicou um livreto que
incluía formulários padronizados para balanços patrimoniais e demonstrações de
resultado de exercícios, bem como esboço de procedimento de Auditoria e
princípios de preparação de demonstrativos contábeis, contribuindo desse modo,
para a melhoria da forma de apresentação das demonstrações, uma vez, que na
época, não eram preparados adequadamente.
27

2.5 O QUE É A ANÁLISE FINANCEIRA

A análise financeira está vocacionada para a recolha, tratamento e


análise de informação de índole económico-financeira, com o intuito
de fornecer dados e informações financeiras fidedignas, que
possibilitem uma tomada de decisão fundamentada por parte dos
gestores (Fernandes et al, 2012).

Partindo da análise de informação contabilístico-financeira, esta


metodologia pretende aferir a solidez e o equilíbrio financeiro da
Empresa, a sua eficiência e rendibilidade, o risco a que a Empresa está
exposta e o seu potencial de crescimento e desenvolvimento
(Moreira, 2001) apud (Cunha, 2013).

Para Neves (2009 pág. 36): a análise económica e financeira é um


processo baseado num conjunto de técnicas que tem por finalidade
avaliar e interpretar a situação económico-financeira da Empresa.
Esta avaliação e interpretação centram-se em torno de questões
fundamentais para a sobrevivência e desenvolvimento da Empresa,
tais como, o equilíbrio financeiro, a rentabilidade dos capitais; o
crescimento; o risco e o valor criado pela gestão.

Segundo Santos (1996 pág. 31) apud Baessa (2013 pág. 26): diz que
a análise financeira é sempre indispensável para apurar a
potencialidade da Empresa, a sua força para competir e se tem
capacidade para serem seguidas a determinadas estratégias.

Para que o analista possa verificar a situação económico-financeira de


uma Empresa, é fundamental o recurso a alguns indicadores. Os mais utilizados
são aqueles que assumem a forma de rácios. Estes apresentam uma vantagem,
não só de tornar mais precisa a informação, como também de facilitar
comparações, quer para a mesma Empresa, ao longo de um certo período de
tempo, quer entre Empresas distintas, num mesmo referencial de tempo.
Contudo, convém salientar que os rácios apenas constituem um instrumento de
análise. Esse instrumento deve ser complementado por outros tantos. Com
efeito, a análise de indicadores fornece apenas alguns indícios que o analista
deverá procurar confirmar através do recurso a outras técnicas.
28

2.6 OBJECTIVOS DA ANÁLISE FINANCEIRA

O principal objectivo da análise financeira é utilizar informações sobre o


desempenho passado da Empresa a fim de prever como se comportará no futuro,
bem como identificar potenciais áreas problemáticas e solucioná-las.
A análise financeira consiste portanto no exame minucioso dos dados
financeiros disponíveis que convertidos em informações poderão servir de base
para tomada de decisões.
As técnicas aplicadas a análise financeira são observadas pelos externos
da Empresa (Banco, Estado, Fornecedores, futuros Investidores etc.) e sobretudo
pelos administradores com o foco de analisar o desempenho da Empresa e propor
medidas correctivas para o futuro.
A análise oferece uma visão clara da situação económica - financeira da
Empresa, identificando seus pontos fortes e fracos e mostrando a sua evolução
durante os anos.

Tem também como objectivo:


 Garantir o equilíbrio dos fluxos económicos e financeiros;
 Efectuar estudos consequentes para o conhecimento atempado da
situação económica e financeira da organização, gerando
informação relevante para a gestão do risco do negócio;
 Adequar as fontes de financiamento à estrutura dos
investimentos;
 E por fim definir as acções relativas a optimização e
rendibilização do excedente de tesouraria.
29

2.7 IMPORTÂNCIA DA ANÁLISE FINANCEIRA

Para Matarazzo (2003, pág. 39): “a análise das demonstrações visa


extrair informações para a tomada de decisão. O perfeito
conhecimento do significado de cada conta facilita a busca de
informações precisas”.

Segundo Assaf Neto (2002, pág. 48):A análise financeira visa relatar,
com base nas informações contábeis fornecidas pelas Empresas, a
posição económico-financeira actual, as causas que determinaram a
evolução apresentada e as tendências futuras. Em outras palavras, pela
análise financeira extraem-se informações sobre a posição passada,
presente e futura (projectada) de uma Empresa.

Assim sendo, tem-se que a análise é um elemento de utilidade nas


transações que a Empresa for fazer como: as operações a prazo de compra e
venda de mercadorias; quando for avaliar a eficiência administrativa, por
exemplo, a comparação com concorrentes e, por fim, avaliar a situação
económico-financeira.
Todas as demonstrações podem ser analisadas, entre as principais
destacam-se: Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício,
Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos, Demonstração de Lucros
ou Prejuízos Acumulados (ou mutações do Patrimônio Líquido), Demonstração
do Fluxo de Caixa e Demonstração do Valor Adicionado.
O Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício são
as principais demonstrações e são elas que serão destacadas nessa pesquisa pela
forma que as mesmas são evidenciadas.

Segundo Marion (2002, pág. 22): Para ser feita a análise, deve
averiguar se tem a posse de todas as Demonstrações Contábeis
(inclusive Notas Explicativas). Também seria desejável ter em mão
as Demonstrações Contábeis de três períodos. Com as publicações em
colunas comparativas, tem-se de posse de uma única publicação, dois
períodos: exercício actual e exercício anterior.

A análise de balanços é de suma importância para uma Empresa que


pretende se evoluir, pois através dela pode-se obter informações importantes
sobre sua posição econômica e financeira. São os analistas que tiram conclusões
através de dados relevantes como se a Empresa analisada em um determinado
momento merece crédito ou não, se a mesma tem capacidade de pagar suas
obrigações, se vem sendo bem administrada, se sua actividade operacional
30

oferece uma rentabilidade que satisfaz as expectativas dos proprietários de


capital e se irá falir ou se continuará operando, entre outros fatores.

Assaf Neto (2002, pág. 48): Em verdade, a preocupação do analista


centra-se nas demonstrações contábeis da sociedade, das quais extrai
suas conclusões a respeito de sua situação económico-financeira, e
toma (ou influencia) decisões com relação a conceder ou não crédito,
investir em seu capital accionário, alterar determinada política
financeira, avaliar se a Empresa está sendo bem administrada,
identificar sua capacidade de solvência (estimar se irá falir ou não),
avaliar se é uma Empresa lucrativa e se tem condições de saldar suas
dívidas com recursos gerados internamente etc.
31

2.8 OS UTENTES DA ANÁLISE FINANCEIRA

As demonstrações financeiras são partes importantes da gestão de uma


Empresa. Por meio das informações que elas fornecem, os gestores podem tornar
uma série de decisões que envolvem factores financeiros e não financeiros, de
maneira a obter resultados. Portanto, é importante conhecermos quem são
aqueles que têm interesses em elaborar uma análise das demonstrações
financeiras, ou seja, quem são os usuários de tal técnica de análise, que Diniz
(2015, pág. 75) identifica-os como os seguintes:

Governo
Seja na esfera municipal, estadual ou federal o governo tem interesse em
saber da situação das Empresas, tanto no sentido de controle de tributos quanto
na mensuração do desenvolvimento econômico proporcionado.

Gestores
São os administradores de determinada Empresa, os quais desejam um
detalhamento da situação desta, quanto a seu endividamento e sua capacidade de
pagar esta dívida, sua rentabilidade e até mesmo poder acompanhar com o
mercado (credores e investidores) a observar. A gestão da Empresa deve buscar
medir o desempenho organizacional diante das suas metas e as demonstrações
financeiras apresentam um reflexo claro sobre esta medida de eficiência.

Investidores
São os sócios ou accionistas actuais ou potenciais de determinada
Empresa, os quais desejam saber se sua situação é sólida para continuarem
investidos (sócios actuais) ou para começarem a investir (sócios potenciais). A
análise permite avaliar o quanto a Empresa é rentável, para comparar se esta
rentabilidade é maior que outras opções de investimento existentes no mercado.

Credores
São aqueles que apresentam recursos para a Empresa, seja por meio de
vendas a prazo, neste caso actuando como fornecedores, seja em empréstimos e
financiamentos, neste caso o PGC (2001, pág.16) identifica-os como
32

“financiadores”. Os credores desejam saber se a Empresa terá capacidade de


pagar pelos recursos que tomou emprestado, podendo ser prejudicado se ela já
estiver endividada demais (piorando sua situação). Ou mesmo se ele será capaz
de obter dinheiro suficiente para pagar suas dívidas.

2.9. FONTES DA INFORMAÇÃO

Os dados utilizados para calcular os rácios são na sua grande maioria


retirados dos principais documentos financeiros das Empresas, tais como; O
balanço e as demostrações de resultados.
33

2.10 O BALANÇO

Entende-se por balanço como sendo, “ uma demonstração contabilística


destinada a evidenciar, qualitativa e quantitativamente numa determinada data a
situação patrimonial e financeira de uma entidade” (PGC 2001, pág. 22)
No mesmo sentido, o balanço patrimonial, uma das principais peças da
análise financeira, no entendimento de «Silva (2010, pág. 74), “retrata a posição
patrimonial da Empresa em determinado momento, composta por bens e direitos
(activo) e respectivas obrigações (passivo) ”».
Constituição
O balanço é constituído pelas seguintes massas patrimoniais: “Activo,
Passivo e Capital Próprio”. (PGC 2001, pág. 22)

2.10.1 Estrutura do Balanço Patrimonial (KUHN 2012, Pág.30-35)

A Contabilidade retrata, por meio do balanço, a situação patrimonial da


Empresa em determinada data, propiciando aos analistas o conhecimento de seus
bens e direitos, de suas obrigações e de sua estrutura patrimonial. Em suma, o
balanço retrata a posição patrimonial da organização em determinado momento,
composta por bens, direitos e obrigações. É a fotografia da Empresa em
determinado momento, normalmente por ocasião do encerramento do exercício
social. Ele está subdividido da seguinte forma:

1º Activo
As contas do activo estão dispostas segundo uma suposta ordem de
liquidez ou de conversibilidade. Assim, as contas com maior liquidez são as que
aparecem na parte superior do activo e as de mais difícil realização na parte
inferior. Por exemplo, o dinheiro (que é o activo mais líquido) que a Empresa
possui em caixa na data do balanço é classificado no activo circulante, enquanto
os equipamentos que a Empresa usa na produção são classificados no activo
imobilizado. Esse critério é adotado em diversos países para classificar os bens
e direitos da empresa no activo
34

Activo Circulante
O primeiro grupo de activo, Activo Circulante, compreende as
disponibilidades, os direitos realizáveis no exercício social subsequente e as
aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte. As disponibilidades
são compostas pelos recursos financeiros possuídos pela Empresa que podem ser
utilizados imediatamente, sem restrições, tais como: caixa, bancos conta
movimento, aplicações de liquidez imediata. Os direitos realizáveis no exercício
social subsequente expressam as contas a receber de clientes, a provisão para
devedores duvidosos, os estoques, as aplicações de liquidez não imediata, os
adiantamentos a fornecedores e outros valores a receber.
As despesas do exercício seguinte representam algumas despesas
antecipadas e que competem ao exercício social subsequente.

Activo Não Circulante


O activo não circulante compreende o activo realizável a longo prazo,
investimentos, imobilizados e o intangível.
O realizável a longo prazo é composto pelas rubricas que tiverem prazo
de realização após o término do exercício seguinte ao do balanço, ou seja,
demorarem mais de um ano para serem recebidas.
Os investimentos podem ser separados em dois grandes grupos: as
participações permanentes em outras sociedades e os direitos não classificados
no activo circulante.
O imobilizado compreende os direitos que tenham por objecto bens
destinados à manutenção das actividades da Empresa, ou exercidos com essa
finalidade, inclusive os de propriedade industrial e comercial. É representado por
bens tangíveis que sejam utilizados nas actividades da Empresa e que não sejam
destinados à venda. São exemplos os imóveis e terrenos, máquinas e
equipamentos, equipamentos de informática, veículos, móveis e instalações,
imobilizações em andamento, entre outros.
O intangível, como o próprio nome diz, é representado por bens
incorpóreos, como o valor da marca, os investimentos em capacitação técnica
dos empregados e os sistemas de informatização.
35

2º Passivo
O passivo representa as fontes de recursos utilizadas pela Empresa,
podendo tais recursos ser provenientes de terceiros (dívidas) ou dos sócios por
meio de aporte de capital ou de lucro gerado pela própria Empresa.

Passivo Circulante
O passivo circulante compreende obrigações vencíveis no exercício
social seguinte. As contas mais frequentes são: fornecedores, salários e encargos
sociais, impostos e taxas, empréstimos de curto prazo junto a instituições
financeiras, debêntures a curto prazo, e outros.

Passivo não circulante


Estas obrigações, identificadas como de longo prazo, são caracterizadas
por terem seus vencimentos após o término do exercício seguinte, isto é, num
prazo superior a um ano. As mais frequentes são: financiamentos de longo prazo,
debêntures de longo prazo, tributos parcelados, dentre outros.

3º Patrimônio Líquido
Por fim, no passivo consta o Patrimônio Líquido, ou seja, a parte da
empresa que pertence a seus proprietários. Ele representa as fontes próprias à
disposição da Empresa. É subdividido em:

Capital Social – no caso das sociedades anônimas, o capital social é


representado pelas ações. Quando se trata de uma sociedade limitada, o capital
é dividido em quotas. Na subscrição, o acionista, sócio ou quotista assume o
compromisso perante a própria Empresa de participar de seu capital social,
adquirindo determinada quantidade de acções ou de quotas. A integralização do
capital ocorre quando o sócio ou accionista efectua o pagamento à Empresa pelas
acções ou quotas que havia subscrito. Capital a integralizar representa as
parcelas de capital que foram subscritas pelos accionistas ou proprietários das
Empresas e que ainda não foram integralizadas. É uma conta redutora do “capital
subscrito”.
36

Reservas de capital – constituem-se numa espécie de reforço ao capital


social, podendo advir de ágio na emissão de acções, alienação de partes
beneficiárias, alienações de bônus de subscrição, prêmio recebido pela emissão
de debêntures, doação de bens e subvenções recebidas pelas Empresas, entre
outros.
Reservas de Lucros – são constituídas a partir do lucro da Empresa.
Um aspecto importante do arcabouço contábil das organizações é o seu
Plano de Contas, cujos códigos representam o principal elemento de
organização.
37

2.11 DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS DO EXERCÍCIO

A demonstração de resultados é uma demonstração contabilística


destinada a evidenciar a composição do resultado formado num determinado
período de operações de uma entidade. (PGC 2001 pág. 23)

Para Lousã e Salgueirinho (2015, pág. 51) “a demonstração de


resultado do exercício é um modelo contabilístico destinado a
evidenciar a composição do resultado num determinado período de
actividade de uma entidade”.

2.11.1 Estrutura da Demonstração de Resultados do Exercício (KUHN 2012, Pág.


36)

A demonstração de resultados mostra o lucro ou o prejuízo obtido pela


Empresa no período. Expressa o desempenho econômico, por meio das receitas,
dos custos e despesas de um período. É uma demonstração dos aumentos e
reduções causados no Patrimônio Líquido pelas operações da Empresa. As
receitas representam normalmente aumento do Activo, mediante ingresso de
novos elementos. As despesas representam redução do Patrimônio Líquido, por
meio da redução do activo, ou do aumento do passivo exigível.
Cabe salientar que a DRE retrata apenas o fluxo econômico e não o fluxo
monetário (fluxo de dinheiro). Para a DRE não importa se uma receita ou
despesa tem reflexos em dinheiro, basta apenas que afecte o Patrimônio Líquido,
entre duas datas. É apresentada de forma dedutiva (vertical), ou seja, das receitas
subtraem-se os custos e as despesas e em seguida indica-se o resultado (lucro ou
prejuízo).

A DRE é constituída pelas seguintes classes:


Proveitos – Aumento dos benefícios económicos, durante o período, na
forma de influxos ou melhorias de activos ou diminuições de passivos que
resultem em aumento dos capitais próprios, que não sejam os relacionados com
as contribuições dos participantes do CP.
Custos – Diminuição dos benefícios económicos, durante o período, na
forma de Ex fluxos ou perdas de valor de activos ou no aumento de passivos que
resultem em diminuição dos CP’S, que não sejam os relacionados com as
distribuições aos participantes da CP.
38

Os resultados da Empresa são formados pelas receitas, pelos custos e


pelas despesas incorridos no período. As receitas correspondem aos ganhos que
a organização obteve na realização de sua actividade que são: venda de
mercadorias, produtos ou serviços, independentemente de os recebimentos
ocorrerem à vista ou a prazo.
39

2.12 ANÁLISE DOS INDICADORES ECONÓMICO-FINANCEIROS

Quando se fala em análise financeira logo se associa esta à utilização de


uma série de indicadores conhecidos por rácios financeiros. Para se poderem
comparar e analisar dados financeiros é importante a criação de série de rácios
que expressam relações significativas, possibilitando uma melhor compreensão
sobre a performance e situação financeira, passada e presente, de uma
determinada organização.
Os indicadores económico-financeiros expressam relações económico-
financeiras e são construídos a partir de grandezas do balanço e da demonstração
de resultados.
Trata-se de método analítico onde dois valores patrimoniais são
comparados, dividindo-se um pelo outro. Nesta análise é estabelecida uma
relação entre dois factores das demonstrações financeiras, que indicam quantas
vezes um valor contém a outro, ou a proporcionalidade de um em relação ao
outro.
Os indicadores raramente fornecem as respostas para os problemas, mais
podem ajudar de modo selectivo a descobrir a razão de certos problemas das
Empresas. São uma ferramenta de diagnóstico e não o medicamento curativo.
Os índices económicos – financeiros demonstram ser auxiliadores na
tomada de decisão, pois além de demonstrarem a situação passada, projectam o
futuro proporcionando melhorias no planeamento e orçamento, refletindo no
desempenho da Empresa.
Dentro deste espírito podemos dividir os indicadores económico-
financeiros em quatro (4) grandes classes que desenvolveremos de seguida.

2.12.1 Indicadores de Liquidez

De acordo com MARTINS, MIRANDA e DINIZ (2013, pág. 54),


“os índices de liquidez mostram a situação financeira de uma entidade
perante aos compromissos financeiros contraídos”, em outras
palavras, indicam a capacidade de honrar as dívidas assumindo,
indicadores de maneira genérica a condição de sua próprio
continuidade.
40

Esses índices são avaliados pelo critério de “quanto maior, melhor” e não
medem a efectiva capacidade de a Empresa liquidar seus compromissos
vencimentos, mas apenas evidenciam o grau de solvência em caso de
encerramento das actividades.
Entre os indicadores de liquidez existente, serão objectos de estudo do
nosso trabalho os seguintes:
Liquidez geral

Segundo Assaf Neto (2010, pág. 132): Este índice mede a proporção
dos bens e direitos a ser realizados a curto e longo prazo em relação
as dívidas totais, indicando uma folga na capacidade de solvência
global. É utilizado também como “medida de segurança, revelando a
capacidade de pagar suas dívidas e compromissos”.

No contanto para efeitos de cálculos usa-se a seguinte fórmula:


𝐴𝐶+𝑅𝐿𝑃
LG =𝑃𝐶+𝐸𝐿𝑃

Interpretação
Quanto a interpretação diz-se que maior o valor, melhor as condições da
Empresa. No entanto, este índice em muitas situações pode apresentar-se abaixo
da unidade contada que a Empresa concentra a maior Parte do seu endividamento
a longo prazo, o que representa uma boa política.
Liquidez Imediata

O índice de liquidez imediata “ mede a capacidade financeira da


entidade em pagar as suas dívidas imediatamente usando as
disponibilidades sem ter em consideração os outros elementos do
activo corrente”, Pinho e Tavares (2005, pág. 40).

Este indicador em algumas situações poderá dar-nos informações útil


sobre a situação financeira da Empresa.
Para o cálculo deste índice usa-se a seguinte fórmula:
𝐷𝑖𝑠𝑝𝑜𝑛𝑖𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒
LI = 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒

Interpretação
Quanto maior melhor, no entanto a liquidez imediata representa sempre
um índice inferior a unidade “1”, pois não é considerado normal a Empresa
manter um saldo de caixa/banco a um nível elevado.
41

Liquidez Corrente
O índice de liquidez corrente mostra a relação directa entre activo
corrente e passivo corrente. Este indicador representa o quanto foi aplicado em
bens e direitos e quanto a entidade a curto prazo.
Usa-se a seguinte fórmula para efeitos de cálculos.
𝐴𝑐𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒
LC = 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒

Interpretação
Segundo «Neto (2019,pág. 177), “quanto maior a liquidez corrente, mais
alta se apresenta a capacidade da Empresa financiar suas necessidades de capital
de giro”».
Liquidez seca
A liquidez seca é uma medida mais severa da posição líquida da
Empresa. Dá a ideia clara da capacidade da Empresa para, sem grandes riscos,
ser capaz de solver os seus compromissos de curto prazo. É utilizada com a
mesma finalidade do rácio de liquidez geral, mas admite que as existências não
poderão ser transformadas de imediato em dinheiro.
Para cálculo usa-se a seguinte fórmula:
𝐴𝐶−𝑀𝑒𝑟𝑐𝑎𝑑𝑜𝑟𝑖𝑎𝑠
LS = 𝑃𝐶

Interpretação
Quanto maior melhor, no entanto embora um índice de liquidez seca a
partir de 1,0 seja considerado bom, o valor aceitável depende do sector de
empresa analisada. Se a Empresa converter o estoque em caixa em tão pouco
tempo o índice de liquidez corrente é mais indicado. Empresas onde o
investimento em estoque é elevado e a maioria das suas vendas é a vista, um
índice baixo não significa uma situação financeira ruim.

2.12.2 Indicadores de Endividamento

Os índices Endividamentos revelam o grau de endividamento da


Empresa. A análise desses indicadores por diversos exercícios mostra a política
de obtenção de recursos da Empresa. Isto é, se a Empresa vem financiando o seu
activo com recursos próprios ou de terceiros e em que proporção. É por meio
desses indicadores que apreciaremos o nível de endividamento da Empresa.
42

Normalmente, as instituições financeiras não estarão disposta a conceder


financiamentos para as Empresas que apresentarem esta situação desfavorável.
No entanto, é através do estudo detalhado desses índices que
apreciaremos a real situação financeiras do empreendimento, conforme segue.
Participação De Capital De Terceiros.

O índice de participação de capitais de terceiros, de acordo com Silva


(2010, pág. 264), “indica o percentual de capital de terceiros em
relação ao património líquido, ou capital próprio, retratando a
dependência da Empresa em relação aos recursos externos a ela.”

O índice de participação de Capitias de Terceiros relacciona, portanto as


duas grandes fontes de recursos da Empresa, ou seja capitais próprios e capitais
de terceiros. É um indicador de risco ou de dependência a terceiros, por parte da
Empresa. Também pode ser chamado índice de grau de endividamento.
Para efeitos de cálculo usa-se a seguinte fórmula:
𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑇𝑒𝑟𝑐𝑒𝑖𝑟𝑜𝑠
PCT= 𝑥 100
𝑃𝑎𝑡𝑟𝑖𝑚ó𝑛𝑖𝑜 𝐿𝑖𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜

Interpretação
A interpretação do índice de PCT isolamento, para analista financeiros,
cujo objectivo é avaliar o risco da Empresa, é no sentido de que “quanto maior,
pior”, mantidos constante os demais factores. Para a Empresa pode ocorrer que
o endividamento lhe permita melhor ganho, porém, associado ao maior estará
um maior risco.
Composição De Endividamento

A composição de endividamento, conforme Silva (2010. Pág.267),


“indica quanto da dívida total da Empresa deverá ser paga no curto
prazo”, isto é, as obrigações que vencem durante o próximo exercício,
comparadas com todo o conjunto de obrigações da Empresa.

O seu cálculo é determinado pela fórmula:


𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒
CE = 𝑥 100
𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝑝𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜

Interpretação
Assim como no índice de PCT a interpretação do índice de CE também
faz-se no sentido de que “quanto maior, pior” mantidos constante os demais
factores.
43

Endividamento Geral
Este índice demonstra a relação entre a dívida da Empresa e seu próprio
capital ou seja informa se a Empresa utiliza mais recursos de terceiros do que
recursos dos proprietários.
Seu cálculo pode ser determinado pela seguinte fórmula:
𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝑝𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜
EG = 𝑥 100
𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝐴𝑐𝑡𝑖𝑣𝑜

Interpretação
A tendência desejável deste é decrescente, ou seja, “ quanto maior, pior”.
A tendência crescente deste índice se conjuga, em geral com uma tendência
declinante no índice ao capital próprio torna a Empresa vulnerável.

2.12.3 Indicadores de Rentabilidade.

Como se sabe, o lucro é o principal estímulo do empresário e uma das


formas de avaliação do êxito de um empreendimento. Maximizar a rentabilidade
sobre o capital investimento é o principal objectivo económico de uma gestão
financeira eficaz.

Conforme explica Ferreira (2010, pág. 13). “Os índices de


rendibilidade são empregados na avaliação da lucratividade relativa
as actividades da Empresa. Dizem respeitos ao retorno, na forma de
lucro, dos recursos aplicados”.

Os índices de rentabilidade procuram relaccionar medidas que


demonstrem a formação do resultado da Empresa no intuito de facilitar a tomada
de decisão sobre o desempenho da organização. Enquanto os índices de
endividamento e liquidez possuem um caracter essencialmente financeiro, os
indicadores de rentabilidade apresentam uma fidelidade económica em sua
análise.
Rentabilidade do património liquido
O índice de rentabilidade do património líquido, demostra uma proporção
entre o lucro que determinada Empresa obtive e o valor do seu capital próprio.
Assim ao se calcular este índice, para cada 100,00kz investido pelo sócio na
Empresa, poderemos observar o lucro obtido como uma percentual deste valor.
44

Para «Iudícibus (2013,pag 111), este índice é importante, por “expressar


os resultados globais aferidos pela regência na gestação de recursos próprios e
de terceiros, em benefícios dos accionistas”».
Para os accionistas, o índice de rentabilidade do património líquido
também é uma excelente forma de análise do negócio, se não mesmo o mais
importante, por facilitar a visualização do retorno, e comparar essa rentabilidade
com outras opções de investimento no mercado.
O índice de rentabilidade do património líquido é calculado como segue:
𝐿𝑈𝐶𝑅𝑂 𝐿𝐼𝑄𝑈𝐼𝐷𝑂
ROE=𝑃𝐴𝑇𝑅𝐼𝑀𝑂𝑁𝐼𝑂 𝐿𝐼𝑄𝑈𝐼𝐷𝑂 × 100

Interpretação
Quanto maior for o lucro para cada 100, 00 kz o capital investido na
Empresa, melhor.
Rentabilidade dos Investimentos
O índice de rentabilidade dos investimentos, demonstra uma proporção
entre o lucro obtido por determinada Empresa e os investimentos que nela foram
feitas, que são representados pelo valor do seu activo total. De forma
simplificada, podemos dizer que o índice de rentabilidade dos investimentos é
uma medida de retorno de todo o capital investido.

A rentabilidade dos investimentos, para Neves (2012, pag.60) “está


relacionada com as decisões de investimento, avaliando o
desempenho dos capitais totais investidos pela Empresa, ou seja, das
suas aplicações (independentemente da sua origem) ”.

Fórmula do cálculo da rentabilidade dos investimentos:


𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜
ROI = 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝐷𝑜 𝐴𝑐𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑥100

Interpretação
Quanto maior for o lucro obtido para cada 100,00kz do investimento,
melhor para a Empresa.
Giro do Activo
O índice de giro do activo demonstra uma proporção entre as vendas de
determinada Empresa e os investimentos que nela feitas, que são representados
pelo valor do seu activo total.
45

O valor do giro do activo não é apresentado em percentagem, pois ele


indica uma relação de quantas vezes o facturamento líquido da empresa é maior
que o total do seu activo. Para o cálculo aplica-se a seguinte fórmula:
𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎𝑠
GA= 𝑇𝑜𝑡𝑙𝑎 𝑑𝑜 𝐴𝑐𝑡𝑖𝑣𝑜

Interpretação
Quanto maior for o volume das vendas em relação aos investimentos
realizados melhor será para a Empresa.

2.12.4 Indicadores de Lucratividade

A lucratividade é o resultado líquido de uma série de medidas e decisões;


é a relação do valor do lucro com o montante de vendas. Os índices de
lucratividade mostram os efeitos combinados da liquidez, da administração de
activo e da administração da dívida sobre os resultados operacionais. Permitem
avaliar o lucro das organizações em relação a um determinado nível de
facturamento. Os indicadores mais utilizados são:
Margem Bruta
A margem bruta mede a percentagem de cada unidade monetária de
venda que restou após a Empresa ter pago seus produtos. Este índice indica o
quanto a Empresa obtém de lucro bruto para cada 1,00kz de receita líquida.
A margem bruta é calculada da seguinte forma:
𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐵𝑟𝑢𝑡𝑜
MB = 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎

Interpretação
Quanto mais alta a margem bruta, tanto melhor, e menor o custo relativo
dos produtos vendidos.
Margem Líquida
A margem líquida indica a capacidade da Empresa em gerar lucro
comparativamente á receita líquida de vendas, ou seja mostra a participação das
vendas no lucro da Empresa. Representa o que sobra da actividade da Empresa
no final do período. É uma medida bastante citada para indicar o sucesso da
Empresa em termos de lucratividade das vendas.
Calcula-se a margem líquida como:
𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜
ML = × 100
𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎
46

Interpretação
Quanto maior a margem líquida melhor será a situação económica da
empresa.
Margem Operacional
A margem operacional identifica o desempenho das operações de uma
Empresa antes do imposto de despesas com juros, ou seja, avaliar o ganho
operacional da Empresa em relação ao facturamento, indicando,
percentualmente, o que restou da receita operacional líquida após a dedução das
despesas operacionais.
Este índice é obtido pela seguinte fórmula:
𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 𝐵𝑟𝑢𝑡𝑜
MO = 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎𝑠 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎𝑠

Interpretação
A interpretação desde indicador é feito no sentido de “ quanto maior,
melhor”.
47

CAPÍTULO III - ESTUDO DE CASO

Neste capítulo discorre-se a análise económica- financeira da Empresa


Estúdios The Winners.
Na primeira parte começamos por caracterizar a Empresa, apresentando
os documentos que servirão de base para o nosso estudo, na segunda parte
fizemos a análise económico- financeira, através do cálculo dos índices e
interpretação dos resultados, já na última parte fez-se a interpretação dos
resultados obtidos no cálculo dos indicadores financeiros da Empresa Estúdios
The Winners.
48

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA ESTÚDIOS THE WINNERS

A Empresa Estúdios The Winners, fundada a 19 de fevereiro de 2016,


situa-se na Província de Luanda, Município de KILAMBA KIAXI, Nova Vida,
Urbanização Nova Vida, Rua n.º11, Casa n.º99.
O seu objecto social é a prestação de serviços de criação artística e
literária e o comércio por correspondência, transporte de passageiro e
mercadorias, Buffet; salão de beleza; manificação, pastelaria, produção musical,
serviços de estúdio, educação e ensino, hotelaria; segurança privada; de
empreitadas de construção civil e obras públicas; consultoria de arquitetura e
construção civil, instalação de materiais industriais; instalação eléctrica; de
materiais de segurança; consultoria contabilística, auditoria, fiscalidade e gestão
de estoque; reparação, montagem e manutenção de sistemas de ar condicionado
doméstico industrial; serviços de tratamento e lavagem auto; assistência técnica
auto; instalação de sistemas de tratamento e purificação de água; de tecnologias
de informação e informática; desenvolvimento de softwares; serviços de
impressão gráfica industrial e semi-industrial; telecomunicações, realização de
eventos (culturais, recreativos, científicos e desportivos), exploração de ginásio;
serviços de saúde, fiscalização de obras públicas, serviços de cabeleireiro;
serviços de decoração; serviço de segurança privada; entre outros.

Visão
A Empresa Estúdios The Winners pretende ser uma alavanca na melhoria
da qualidade do mercado gospel quer seja em termos de produção musical como
também de produção videográfica.
Para além do mercado musical a Empresa pretende investir em diversas
atividades, de forma a contribuir com o crescimento da economia resultando
assim no emprego de diversos jovens.

Missão
A missão da Empresa é de produzir maior número de músicas nacionais
e internacionais fazer a montagem de som de lugares com maior destaque a nível
nacional.
49

Valores
A Empresa rege-se por, em primeiro lugar, ter um critério de justiça
relativamente a remuneração dos seus colaboradores, estipulação de preços. A
maior preocupação da Empresa é de proporcionar qualidade devida ao cliente,
tanto no atendimento como no produto.
Com efeito, a direccão é composto por um director geral, vice-director
geral, director administrativo, director financeiro, director comercial.
Esta é a estrutura executiva que se encarrega da gestão corrente da
Empresa, sendo que cabe ao director geral a gestão global e a cada um dos
restantes a gestão da respectiva área funcional.
Cada área funcional tem um director que gere os respectivos serviços
adstritos á sua área funcional, que se estruturam em departamentos e sectores,
conforme a figura abaixo.

Figura 1 - Organograma - Estúdios The Winners

Fonte: Estúdios The Winners


50

3.2 ANÁLISE ECONÓMICO-FINANCEIRA DA EMPRESA ESTÚDIOS THE


WINNERS.

Na Empresa, o objecto de estudo sempre se focou no seu


desenvolvimento, visando a sobrevivência e o crescimento no mercado. Com
base no que já foi exposto, o objectivo da análise é demostrar a situação
económico-financeira da Empresa, tendo como fonte de dados os balanços
patrimoniais e demostrações de resultados do exercício divulgados em 31 de
dezembro de cada exercício entre 2016 à 2018.
Assim, será feito uma análise de determinados índices para que se
consiga ver a situação da Empesa até o final de 2018, visando melhores
resultados futuros.
Na sequência são apresentados os balanços e as demostrações de
resultados dos 3 anos em estudo, (2016 – 2018). Os dados contidos neste
demonstrativo servirão de base para as análises a serem feitas no
desenvolvimento do nosso trabalho.
51

Quadro 1 - Balanços Sucessivos de 2016 à 2018 – Estúdios The Winners


Nota Exercício
Descrição 2016 2017 2018
Activo
Activo não corrente
Imobilizações corpóreas 4 42.318.577,00 28.769.060,00 44.620.006,72
Imobilizações incorpóreas 5 295.642,00 1.534.602,00

Investimento em subsidiárias e associadas 6


Outros activos financeiros 7
Outros activos não correntes 9
Total do activo não corrente 42.614.219,00 28.769.060,00 46.154.608,72

Activo corrente
Existências 8 7.289.912,00 3.424.580,00 9.712.322,39
Contas a receber 9 4.617.300,00 198.948,00 8.004.856,56
Disponibilidades 10 3.410.567,00 1.465.336,00 7.282.551,81
Outros activos correntes 11
Total do activo corrente 15.317.779,00 5.088.864,00 24.999.730,76
Total do activo 57.931.998,00 33.857.924,00 71.154.339,48

Capital próprio e passivo


Capital próprio
Capital 12 100.000,00 100.000,00 100.000,00
Reservas 13 - - -
Resultado transitado 14 - 55.409.778,00 - 14.726.844,00 - 48.532.132,00
Resultado do exercício - 14.726.844,00 - 48.532.132,00 93.609.658,33
Total do capital próprio - 70.036.622,00 - 63.158.976,00 45.177.526,33

Passivo
Passivo não corrente -

Empréstimo de medio e longo prazo 15


Provisões para outros riscos e
encargos/imposto dife. 18
Outros passivos não correntes 19 -
Total do passivo não corrente - - -
Passivo corrente
Contas a pagar 19 127.968.620,00 97.016.900,00 25.976.813,15
Empréstimo de curto prazo 20
Parte corrente do empréstimo de medio e
longo prazo 15
Outos passivos correntes 21 -
Total do passivo corrente 127.968.620,00 97.016.900,00 25.976.813,15
Total do passivo 127.968.620,00 97.016.900,00 25.976.813,15
Capital próprio e passivo 57.931.998,00 33.857.924,00 71.154.339,48
Fonte: Estúdios The Winners
52

Quadro 2 - Demostrações de resultados sucessivos de 2016 à 2018 – Estúdios The


Winners
EXERCÍCIOS
DESCRIÇÃO
Nota 2016 2017 2018
Vendas 22
Prestação de serviço 23 195.631.584,00 124.409.110,00 350.633.153,00
Outros proveitos operacionais 24
Total dos proveitos 195.631.584,00 124.409.110,00 350.633.153,00

Variações nos produtos acabados


em vias de fabrico 25

Trabalhos para própria empresa 26

CMV e matérias-primas e
subsidiárias consumidas 27 93.782.158,00 78.510.797,00 96.872.173,35
Custo com pessoal 28 43.068.170,00 32.651.361,00 45.984.311,80
Amortizações 29 13.845.156,00 13.651.361,00 15.960.891,38

Outros custos e perdas operacionais 30 57.805.844,00 48.114.419,00 58.936.178,18

Resultado antes das amortizações 208.501.328,00 172.927.938,00 217.753.554,71


Resultados operacionais - 12.805.156,00 - 48.518.828,00 132.879.598,29

Resultados financeiros 31 - 1.550.640,00 - 833.271,04

Resultados de filiais e associadas 32


Resultados não operacionais 32 - 306.460,00 - 13.304,00 - 15.214,00

Resultados antes do imposto - 14.726.844,00 - 48.532.132,00 133.728.083,33

Imposto sobre rendimento 35 40.118.425,00

Resultados líquidos das


actividades correntes - 14.726.844,00 - 48.532.132,00 93.609.658,33

Resultados extraordinários 34
Imposto sobre rendimento 35

Resultado líquido do exercício - 14.726.844,00 - 48.532.132,00 93.609.658,33


Fonte: Estúdios The Winners
53

3.2.1 Apresentação do cálculo e dos resultados dos indicadores económico-


financeiros – Estúdios The Winners

Quadro 3 - Apresentação do Cálculo dos Indicadores Económico - Financeiros -


Estúdios The Winners

ÍNDICES 2016 2017 2018

15.317.779,00 + 42.614.219,00 5.088.864,00 + 28.769.060,00 24.999.730,76 + 46.154.608,72


LG =
127.968.620,00 + 0 97.016.900,00 + 0 25.976.813,15 + 0

3.410.567,00 1.465.336,00 7.282.551,81


LI =
127.968.620,00 97.016.900,00 25.976.813,15

15.317.779,00 5.088.864,00 24.999.730,76


LC =
127.968.620,00 97.016.900,00 25.976.813,15

15.317.779,00 − 7.289.912,00 5.088.864,00 − 3.424.580,00 24.999.730,76 − 9.712.322,39


LS =
127.968.620,00 97.016.900,00 25.976.813,15

127.968.620,00 97.016.900,00 25.976.813,15


PCT = 𝑋100 𝑋100 𝑋100
−70.036.622,00 −63.158.976,00 45.177.526,33

127.968.620,00 97.016.900,00 25.976.813,15


CE = 𝑋100 𝑋100 𝑋100
127.968.620,00 97.016.900,00 25.976.813,15

127.968.620,00 97.016.900,00 25.976.813,15


EG = 𝑋100 𝑋100 𝑋100
57.931.998,00 33.857.924,00 71.154.339,48

−14.726.844,00 −48.532.132,00 93.609.658,33


ROE = 𝑋100 𝑋100 𝑋100
−70.036.622,00 −63.158.976,00 45.177.526,33

−14.726.844,00 −48.532.132,00 93.609.658,33


ROI = 𝑋100 𝑋100 𝑋100
57.931.998,00 33.857.924,00 71.154.339,48

195.631.584,00 124.409.110,00 350.633.153,00


GA =
57.931.998,00 33.857.924,00 71.154.339,48

101.849.426,00 45.898.313,00 253.760.979,65


MB = 𝑋100 𝑋100 𝑋100
195.631.584,00 124.409.110,00 350.633.153,00

−12.805.156,00 −48.518.828,00 132.879.598,29


MO = 𝑋100 𝑋100 𝑋100
195.631.584,00 124.409.110,00 350.633.153,00

−14.726.844,00 −48.532.132,00 93.609.658,33


ML = 𝑋100 𝑋100 𝑋100
195.631.584,00 124.409.110,00 350.633.153,00

Fonte: Elaborado pelos autores


54

Da análise feita na Empresa Estúdios The Winners, obteve-se os


seguintes resultados para os índices Económico-Financeiros:

Quadro 4 – Resultados do cálculo dos Indicadores Económico-Financeiros – Estúdios


The Winners.

INDICADORES DE LIQUIDEZ 2016 2017 2018


Liquidez Geral 0,45 0,35 2,74
Liquidez imediata 0,03 0,02 0,28
Liquidez corrente 0,12 0,05 0,96
Liquidez seca 0,06 0,02 0,59
INDICADORES DE INDIVIDAMENTO 2016 2017 2018
Participação De Capital De Terceiros -183% -154% 57%
Composição do Endividamento 100% 100% 100%
Endividamento Geral 221% 287% 37%
INDICADORES DE RENTABILIDADE 2016 2017 2018
Rentabilidade do Património Líquido 21% 77% 207%
Rentabilidade dos investimentos -25% -143% 132%
Giro do Activo 3,38 3,67 4,93
INDICADORES DE LUCRATIVIDADE 2016 2017 2018
Margem Bruta 52% 37% 72%
Margem Líquida -8% -39% 27%
Margem Operacional -7% -39% 38%
Fonte: elaborado pelos autores
55

3.2.2. Interpretação dos Resultados Obtidos no Cálculo dos Indicadores


Económico - Financeiros – Estúdios The Winners.

Indicadores de Liquidez
Os índices de liquidez avaliam a capacidade de pagamento da Empresa
frente as suas obrigações. Sendo assim, quanto maior for o índice, melhor para
a Empresa.
De acordo às análises feitas, a Empresa estúdios The Winners obteve os
seguintes índices de liquidez:

Gráfico 1 - Indicadores de Liquidez

Indicadores de Liquidez
3,00

2,50

2,00

1,50

1,00

0,50

0,00
Liquidez Geral liquidez imediata Liquidez corrente Liquidez seca

2016 2017 2018

Fonte: elaborado pelos autores

 Liquidez Geral
Verifica-se que no primeiro ano de sua atividade a Empresa começou
com uma capacidade baixa para liquidar as suas dividas reduzindo ainda mais
no segundo ano, mudando a sua situação no terceiro ano onde nota-se que a
Empresa conseguiu se estabilizar ganhando assim capacidade para fazer face as
suas dívidas de curto, medio e longo prazo.
56

 Liquidez Seca
A partir dos resultados encontrados nos anos de 2016,2017 e 2018
conclui-se que a Empresa ainda não possui recursos de curto prazo suficientes
para cumprir com as suas obrigações de curto prazo, mas verifica-se uma linha
de crescimento muito grande entre o ano de 2017 e 2018 oque nos dá a esperança
de termos nos próximos anos uma capacidade de liquidez razoável.

 Liquidez Corrente
Quanto a liquidez corrente da Empresa, não difere muito da liquidez seca,
a Empresa Estúdio The Winners não possui nos três anos capacidades de liquidar
as suas dívidas de curto prazo, porém tem demonstrado um crescimento, oque
garante uma boa liquidez nos anos subsequentes.

 Liquidez Imediata
Analisando a liquidez imediata da Empresa, chega-se a conclusão que
mesmo não tendo uma boa capacidade de liquidez imediata nos três primeiros
anos podemos constatar através dos dados de 2016 à 2018 um crescimento, oque
leva-nos a crer em uma melhor situação futura.
57

Indicadores de Endividamento
Os indicadores de endividamento evidenciam a situação financeira da
Empresa no que diz respeito à qualidade e a quantidade da dívida, estes
indicadores mostram as grandes linhas de decisões financeiras em termos de
obtenção e aplicação de recursos.
De acordo às análises feitas, a Empresa estúdios The Winners obteve os
seguintes índices de endividamento:

Gráfico 2 - Indicadores de Endividamento

Indicadores de Endividamento
400%

300%

200%

100%

0%
Part. De Capital De Composição do Endividamento Geral
-100% Terceiros Endividamento

-200%

-300%

2016 2017 2018

Fonte: elaborado pelos autores


 Participação de Capitais de Terceiros (PCT)
Verifica-se que nos dois primeiros anos de actividade a Empresa Estúdios
The Winners teve baixos índices de Participação de capitais de terceiros, situação
que mudou em 2018 estando a Empresa com índice de Participação de capitais
de terceiros mais alta que nos anos anteriores, que não é tão mal para a Empresa
devido a capacidade de liquidez que a Empresa apresenta para dívidas de médio
e longo prazo. Tendo assim maior liberdade na tomada de decisões financeiras.

 Composição de Endividamento (CE)


Analisando as condições de curto prazo que a Empresa apresenta
concernente à Composição de Endividamento, não existe liquidez suficiente para
fazer face às suas obrigações.
58

 Endividamento Geral (EG)


Neste índice constata-se que nos dois primeiros anos o nível de
endividamento é muito mais alto que a capacidade de liquidez, ou seja, a
Empresa teve maior dependência de capitais de terceiros para financiar o seu
activo, já em 2018 verifica-se uma maior robustez na capacidade de liquidar as
dívidas de médio e longo prazo o que implica uma maior dependência de capital
próprio.
59

Indicadores de Rentabilidade
Os indicadores de rentabilidade são utilizados na análise fundamentalista
e bastante utilizados pelos investidores ao avaliar Empresas de um mesmo
sector.
De acordo às análises feitas, a Empresa estúdios The Winners obteve os
seguintes índices de rentabilidade.

Gráfico 3 - Indicadores de Rentabilidade

Indicadores de Rentabilidade
600%

500%

400%

300%

200%

100%

0%
Rentabilidade do Património Rentabilidade dos Giro do Activo
-100% Líquido investimentos

-200%

2016 2017 2018

Fonte: elaborado pelos autores

 Rentabilidade do Património Líquido (ROE)

Verificando os dados de 2016 á 2017 podemos chegar a conclusão que


mesmo havendo uma subida de um ano para o outro não alcançou se o retorno
esperado, facto que deveu-se a um resultado líquido do exercício negativo, mais
em 2018 a uma subida muito elevada do lucro da Empresa ganhando assim
capacidade de retorno sobre o capital investido pelos sócios.
60

 Rentabilidade de Investimentos (ROI)


Com base a rentabilidade de investimento a Empresa Estúdios The
Winners obteve uma impotência brusca na sua geração de lucro liquido nos seus
dois primeiros anos, mas constata-se que no terceiro ano a Empresa registou
grande potencial de lucro liquido que muito satisfaz o retorno sobre o capital
próprio e de terceiros.

 Giro do Activo (GA)

Quanto ao Giro do Activo da Empresa Estúdios The Winners, evidencia-


se facturações satisfatórias nos seus primeiros 2 anos, mas que não superam os
custos que a Empresa teve durante estes mesmos anos; motivo esse que levou a
Empresa a não ter os lucros esperados pois as despesas superam as receitas
geradas. No entanto, em 2018 a Empresa conseguiu superar esta situação,
obtendo assim um facturamento excelente superando todos os custos e
consequentemente gerando lucros satisfatórios.
61

Indicadores de Lucratividade
Os índices de lucratividade medem a rentabilidade média das vendas.
Assim, é um indicador muito importante, sobretudo para fazer comparações com
Empresas que operam no mesmo sector.
De acordo às análises feitas, a Empresa estúdios The Winners obteve os
seguintes índices de lucratividade:

Gráfico 4 - Indicadores de Lucratividade

Indicadores de Lucratividade
80%

60%

40%

20%

0%
Margem Bruta Margem Líquida Margem Operacional
-20%

-40%

-60%

2016 2017 2018

Fonte: elaborado pelos autores

 Margem Bruta (MB)


Podemos dizer através dos dados que o gráfico nos apresenta que nos três
primeiros anos a Empresa mostrou-se estar estável, ao passo que o terceiro ano
supera os dois primeiros anos isso mostra que a Empresa usufrui de um lucro
bruto estável para os três primeiros anos, ou seja, as receitas com venda
conseguem satisfazer os custos com venda e com uma margem de lucro
significativa.
62

 Margem Líquida (ML)


Analisando a margem liquida da Empresa vemos que em 2016 e 2017 a
Empresa não obteve lucro algum, dando a entender que houve prejuízo, facto
que explica os valores negativos, mas em 2018 a Empresa conseguiu se superar
reforçando a capacidade de prestar os seus serviços de forma mais dinâmica
resultando assim em uma subida no lucro liquido da Empresa.

 Margem Operacional (MO)


Verificando a margem operacional da Empresa concluímos que os anos
de 2016 e 2017 encontram se muito baixos devido aos valores negativos obtidos
nos resultados operacionais, valores estes que obtivemos não só por um nível de
despesas muito altas mais também por uma baixa renda em prestações de
serviço, já em 2018 conseguimos verificar uma subida nos serviços prestados
dando assim uma robustez nos resultados operacionais da empresa.
63

CONCLUSÃO

Através do presente trabalho que tem como tema; “O Contributo da


Análise Financeira no Desenvolvimento Empresarial”, conclui-se que: para
qualquer Empresa que queira desenvolver é indispensável a utilização da análise
financeira, através de sua eficiência em diagnósticos da saúde económico-
financeira de uma organização partindo da análise contabilística-financeira
permitindo aferir a solidez e o equilíbrio financeiro da Empresa, a sua eficiência
e rentabilidade, o risco a que a Empresa está exposta e o seu potencial de
crescimento e desenvolvimento, com vista a tomada de decisões.
Questão em estudo: Será que o facto de muitas empresas não utilizarem
a análise financeira faz com que elas não desenvolvam financeiramente?
Resposta: A análise financeira acarreta um papel essencial para o
desenvolvimento económico-financeiro de uma Empresa, devido às informações
assertivas sobre a situação financeira da Empresa. Mas para uma Empresa não
desenvolver financeiramente, existem outros factores que contribuem no
processo improdutivo de qualquer Empresa.
Foram alcançados os objectivos específicos, podendo perceber através
do mesmo o seguinte: a análise financeira é de extrema importância dentro das
organizações, uma vez que retrata com base nas informações contábeis
fornecidas pelas Empresas a posição económico-financeira actual as causas que
determinam a evolução apresentada e as tendências futuras. Pudemos ainda
calcular também os indicadores económico-financeiro da Empresa Estúdios The
Winners que demostrou ser bastante viável para conhecer a saúde da mesma, a
sua posição financeira passada, presente e como poderá a Empresa comportar-
se futuramente, através da qual podemos saber que a Empresa Estúdios The
Winners embora nos seus cálculos tenha constatado em alguns anos, resultados
desanimadores, por outra podemos também aferir que ela registra tendências de
melhorias futuras, uma vez que em seus cálculos o último ano tendia a ser melhor
que os anos anteriores. Foi também possível através de toda pesquisa e do caso
prático, “justificar a análise financeira como a forma mais viável de medir o
desenvolvimento empresarial”.
64

A referida pesquisa vem por meio deste, mostrar a todos os (empresários,


gestores e estudantes de economia em geral), a importância de se utilizar a
análise financeira dentro de qualquer organização que tem por objectivos fins
lucrativos.
65

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