CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Resolução CFP N.º 010

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RESOLUÇÃO CFP N.

º 010/00
DE 20 DE DEZEMBRO DE 2000

Especifica e qualifica a Psicoterapia


como prática do Psicólogo.

O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA, no uso de suas


atribuições legais e regimentais, que lhe são conferidas pela Lei nº 5.766, de
20 de dezembro de 1971 e;

CONSIDERANDO a natureza pública do Conselho Federal de


Psicologia, da qual decorre tanto a necessidade de aprimorar os serviços
técnicos dos psicoterapeutas, quanto a defesa da população usuária desses
serviços e do cidadão e;

CONSIDERANDO o disposto no art. 2º, alíneas “e” e “n” do Código


de Ética Profissional do Psicólogo, que veda ao psicólogo utilizar-se do
relacionamento terapêutico para induzir a pessoa atendida à convicção
religiosa, política, moral ou filosófica, bem como estabelecer com a mesma
relacionamento que possa interferir negativamente nos objetivos do
atendimento ou qualquer outro que viole princípios técnicos, éticos ou
científicos,

RESOLVE:

Art. 1º – A Psicoterapia é prática do psicólogo por se constituir, técnica


e conceitualmente, um processo científico de compreensão, análise e
intervenção que se realiza através da aplicação sistematizada e controlada de
métodos e técnicas psicológicas reconhecidos pela ciência, pela prática e pela
ética profissional, promovendo a saúde mental e propiciando condições para o
enfrentamento de conflitos e/ou transtornos psíquicos de indivíduos ou grupos.

Art. 2º - Para efeito da realização da psicoterapia, o psicólogo deverá


observar os seguintes princípios e procedimentos que qualificam a sua prática:

I – buscar um constante aprimoramento, dando continuidade à sua


formação por meio de centros especializados que se pautem pelo respeito ao
campo teórico, técnico e ético da psicologia como ciência e profissão;
II - pautar-se em avaliação diagnóstica fundamentada, devendo, ainda,
manter registro referente ao atendimento realizado: indicando o meio utilizado
para diagnóstico, ou motivo inicial, atualização, registro de interrupção e alta;

III – esclarecer à pessoa atendida o método e as técnicas utilizadas,


mantendo-a informada sobre as condições do atendimento, assim como seus
limites e suas possibilidades;

IV – fornecer, sempre que solicitado pela pessoa atendida ou seu


responsável, informações sobre o desenvolvimento da psicoterapia, conforme
o Código de Ética Profissional do Psicólogo;

V – garantir a privacidade das informações da pessoa atendida, o sigilo


e a qualidade dos atendimentos;

VI – estabelecer contrato com a pessoa atendida ou seu responsável;

VII – Dispor, para consulta da pessoa atendida, de um exemplar do


Código de Ética Profissional do Psicólogo, no local do atendimento.

Art. 3º - Os casos omissos serão resolvidos pelo Plenário do CFP.

Art. 4° - Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 5° - Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília (DF), 20 de dezembro de 2000.

ANA MERCÊS BAHIA BOCK


Conselheira-Presidente

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