CADERNO FUND 1 2019 Versao Preliminar
CADERNO FUND 1 2019 Versao Preliminar
CADERNO FUND 1 2019 Versao Preliminar
ORIENTAÇÕES CURRICULARES
DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE TRÊS LAGOAS
Identidade, Direitos de Aprendizagem e Metodologias
ENSINO FUNDAMENTAL I
(VERSÃO PRELIMINAR)
PAULO SALOMÃO
Vice-Prefeito de Três Lagoas
HELIETY ANTIQUEIRA
Secretária Municipal de Educação e Cultura
ORGANIZADORA
Angela Maria de Brito
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REDATORES EDUCAÇÃO ESPECIAL
Desireé
Elizethe Aparecida da Silva
Juliana Etsuko Otino Bertoldo
Cleide Santana de Barros Martins
PARECER FINAL
Conselho Municipal de Educação
Parecerista Educação infantil
Parecerista Educação Ensino Fundamental
FORMATAÇÃO
Patrícia Brito
EDITORAÇÃO E REVISÃO
FUNDAÇÃO DE APOIO A PESQUISA – FAPEC - UFMS
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APRESENTAÇÃO DA COORDENADORA DO PROCESSO DE ELABORAÇÃO
A
s Orientações Curriculares para a Educação Municipal de Três Lagoas -
MS foram elaboradas de uma forma democrática, num processo que
contou com a participação de educadores, professores, coordenadores
pedagógicos, gestores escolares e equipe técnica e pedagógica da
Secretaria Municipal de Educação.
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Professora Angela Brito
Nesse ato representando a Diretoria educacional e Pedagógica e todos os demais
autores e coautores da elaboração deste documento, tanto das unidades de ensino como da
SEMEC
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Prezado(a) leitor(a),
Para ler e compreender este documento que denominamos Orientações Curriculares
da REME – identidade, direitos de aprendizagem e metodologias, você precisará de algumas
informações preliminares. Por favor, dedique um pouco de seu tempo e atenção para pensar
sobre os pontos que apresentamos a seguir. Este documento foi elaborado com a participação
de muitas pessoas! Em cada palavra ou reflexão deste documento, temos o esforço de,
aproximadamente, 250 educadores, gestores, especialistas em educação, professores
coordenadores, técnicos e redatores lotados na SEMEC que trabalham diretamente ou
indiretamente, em escolas e centros de Educação Infantil da Rede Municipal de todas as regiões
da cidade de Três Lagoas. Escrever coletiva e colaborativamente abrange diferentes significados.
A riqueza do processo democrático implica, também, compreender que muitas coisas poderiam
ter sido feitas de outra forma e que elementos importantes e interessantes não encontram
espaço para serem tratados aqui. Significa, portanto, que este documento precisa ser
compreendido como ponto de partida, como material que precisa ser cotejado com a realidade
e o movimento de cada escola ou centro de educação infantil. Em outras palavras, estamos
conscientes das limitações e das omissões que se evidenciarão na leitura e na interpretação de
cada leitor.
Contudo, temos a certeza de que as múltiplas interpretações deste documento também
trarão para o debate cotidiano nas escolas e nos centros de Educação Infantil um conjunto
singular de possibilidades para qualificar os processos de ensinar e de aprender. Este documento
ajudar-lhe-á a pensar sobre o que e como ensinar! Nas escolhas que foram feitas neste texto,
valorizamos três princípios fundamentais, quais sejam: O ensino e a aprendizagem, a
diversidade e a cultura. Tais princípios alicerçam todo esse documento apresentado, desde a
Educação Infantil ao Ensino Fundamental, e orientam as aprendizagens essenciais que serão
asseguradas aos estudantes por meio do desenvolvimento das competências definidas pela
Base Nacional Comum Curricular (BRASIL, 2017) e no currículo de MS.
O Documento Orientações Curriculares da Rede Municipal de Ensino de Três Lagoas,
consiste em um conjunto de diretrizes elaboradas pela participação de professores, equipes
gestoras das unidades escolares e centros de educação infantil e Secretaria Municipal de
Educação e Cultura, que tem como documento basilar a Base Nacional Comum Curricular – BNCC
e o Currículo de Mato Grosso do Sul. Para sua elaboração foram necessárias várias ações tais
como: estudo dos textos fundamentais; organização de momentos de estudos e consulta
pública; sistematização de dados, dentre outras. Esse documento está organizado em sete
capítulos divididos em duas partes que se completam. A primeira parte, redigida pelos
redatores, é constituído por VI capítulos. No capítulo I, apresentamos a contextualização
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histórica da Cidade de Três Lagoas e caracterização da rede municipal de ensino, os indicadores
educacionais utilizados pela rede para acompanhamento dos resultados de aprendizagem e a
missão, visão e valores que norteiam as políticas educacionais locais além da legislação que
baliza nosso ensino; O capítulo II é formado pelos princípios orientadores da prática educativa.
Trouxemos nesse capítulo a temática do currículo, conteúdo denso, mas que precisa ser
compreendido para que as unidades de ensino possam elaborar seus PPPs, e para trazer a
identidade ao nosso currículo elegemos como eixos norteadores do processo educativo três
princípios - o ensino e aprendizagem, a diversidade e a cultura. O primeiro princípio o ensino
e aprendizagem é um dos eixos principais a serem considerados por acreditarmos na
indissociabilidade desse processo e também pela coerência do discurso pedagógico com a
opção teórica adotada para respaldar a prática educativa na REME. Entendemos que essa
concepção de ver o ensino e a aprendizagem, favorece a interligação de dois processos que
acontecem de forma articulada, mas que guardam suas singularidades. O segundo princípio é a
diversidade presente em cada instituição de ensino e no conjunto delas, que forma a educação
pública municipal, se constituem em uma riqueza que, por caminhos diversos, deve instigar o
conhecimento e a forma de ensinar e aprender, tanto de quem ensina quanto de quem aprende.
O terceiro princípio - a cultura. A partir da perspectiva teórica adotada pela REME qual seja a
histórico cultural, as reflexões tecidas em torno das Orientações Curriculares não poderiam
deixar de considerar: as particularidades da cultura escolar, o diálogo com os elementos
culturais presentes em nossa sociedade e o reconhecimento dos diferentes sujeitos presentes
no espaço escolar como sujeitos produtores de cultura; a experiência humana coletiva traduzida
nos diferentes trabalhos realizados no cotidiano escolar (ensinar, aprender, limpar, cozinhar,
planejar, administrar, escrever, ler, etc.); os variados e conflituosos processos que se configuram
na dinâmica societária e sua relação com o trabalho escolar.
É nessa perspectiva de instituição de ensino, seja Centro de Educação infantil ou
escola, que nos leva a tecer outras reflexões sobre o currículo e nos conduzimos ao desafio de
superar a invisibilidade dos sujeitos e experiências presentes no cotidiano escolar, tais como
dar visibilidade aos sujeitos historicamente excluídos e superar uma ideia de currículo
prescritivo e determinista inaugurado coma ciência moderna. (ZACCUR, 2003). Desse modo e a
partir desses princípios que o capitulo ainda aborda, o currículo, processo educativo e áreas do
conhecimento; educação integral e as habilidades socioemocionais; a transição da educação
infantil para o ensino fundamental; a alfabetização na REME e suas perspectivas e por fim a
formação continuada na REME. No capítulo III intitulado os protagonistas da ação educativa
na unidade de ensino abordamos a escola e sua função social na comunidade e também na
vida dos estudantes como instrumento de instrumentalização e transformação da vida desses
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estudantes. Também traz uma seção que trata exclusivamente do estudante e suas
necessidades como ser humano e como sujeito da ação educativa; o professor como sujeito da
ação educativa e das intervenções pedagógicas necessárias para que o aluno aprenda, de modo
a respeitar a diversidade existente em sala de aula; a gestão pedagógica é abordada como
pessoas que são responsáveis pela ação formadora continuada dos protagonistas do processo
de ensino e aprendizagem e que também acompanham o desemprenho dos estudantes na
unidade de ensino; a gestão escolar: sujeito que transforma a escola em um espaço de ação
educativa para TODOS. A intenção deste texto é o de trazer para as instituições de ensino da
Rede Municipal de Ensino de Três Lagoas em especial aos sujeitos e protagonistas da ação
educativa que atuam nos Centros de Educação Infantil e também das unidades escolares,
considerações acerca da gestão democrática e de como esta se efetiva concretamente. Além
disso considera-se também no texto os dois instrumentos principais da gestão escolar
democrática: o conselho escolar e o projeto político pedagógico. Nesse sentido o que pensam
alguns estudiosos da temática acerca dessa questão tão importante para a educação
contemporânea e principalmente após a promulgação da LDB/9394/96 e atualmente a partir da
homologação da Base Nacional Comum Curricular - BNCC- aprovada em dezembro de 2017.
Trouxemos também como temática para ser estudada e modificada nas unidades de ensino a
relação entre a Escola, Família E Comunidade – Parceiros Para Uma Aprendizagem
Realmente Significativa. aproximar a família da escola de modo a fortalecer os vínculos
entre as duas instituições e consequentemente promover a educação dos estudantes na
perspectiva integral.
A família é um espaço insubstituível para a assistência e proteção das novas gerações e
para o desenvolvimento de valores e atitudes sociais baseados na cooperação e solidariedade.
É dentro da família que a criança inicia, ao nascer, o seu processo educativo, juntamente com a
formação da sua identidade e percepção de quem são os outros em sua vida.
Ainda a proposta do texto é, também, provocar uma aproximação qualitativa da família
com a escola, com vistas a melhorar o desempenho como também diminuir o abandono da
escola e as problemáticas emergentes que vem assolando a escola. No quarto capítulo
intitulado os princípios norteadores da ação didática apresentamos, possibilidades de
organização do trabalho pedagógico mediante às estratégias propostas já conhecidas da escola
e outras nem tanto, tais como: planejamento, sequencia didática, projetos e também do que
trata as metodologias ativas preconizada pela BNCC como forma de oferecer aos estudantes
formas de aprender mais significativamente interessantes. Objetivamos destacar conceitos
abordados no contexto da ação didática, indicando a necessária reflexão sobre o planejamento
e a avaliação no âmbito da Educação Infantil e Ensino Fundamental. Além dessas possibilidades
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apresentamos ainda a organização dos ambientes da escola como possibilidade de espaço para
a prática pedagógica. Esses espaços muitas vezes não são valorizados como lugar de
aprendizagem e na verdade são permeados por relações, nos quais os estudantes ampliam
contatos sociais, possibilitando a aquisição de características humanas e apropriação da cultura.
Pensando nisso, devemos considerar a importância da qualidade das relações que
oportunizamos aos estudantes, pois o meio em que vivenciam na instituição influencia
diretamente no desenvolvimento podendo ampliá-lo ou restringi-lo, funcionando contra ou a
favor deste processo. De acordo com Vygostsky (2010) o meio desempenha, no
desenvolvimento da criança, no que se refere ao desenvolvimento da personalidade e de suas
características específicas ao homem, o papel de uma fonte de desenvolvimento (VYGOTSKY,
2010a, p.695). No quarto capítulo ainda abordamos a questão das tecnologias e mídias como
novas possibilidades de renovação (inovação) conforme preconiza BNCC/CMS para o trabalho
pedagógico na sala de aula e também como mais uma estratégia metodológica para o fazer
pedagógico na escola. E por fim abordamos ainda nesse capítulo, a temática que é sempre um
grande desafio para todos nós educadores- a avaliação educacional seus significados e sentidos
no processo de ensino e aprendizagem. Para tanto trouxemos as várias formas de avaliação
como também para que tenhamos a oportunidade de nos apropriarmos da temática como uma
avaliação, acima de tudo, inclusiva. Nessa percepção, avaliar nas Orientações Curriculares é
exercitar um olhar sensível, de uma escuta atenta e cuidadosa do outro, é um ato de
“amorosidade”, apropriando-se das palavras de Paulo Freire. Consiste nessa perspectiva de
avaliação como um ato de inclusão. É importante salientar que essa forma de avaliar deverá
percorrer todas as etapas de ensino, faz-se necessário o emprego das diferentes funções da
avaliação como meio de reprogramar as ações pedagógicas. Tratamos ainda no texto da
avaliação com suas funções: Diagnóstica e Formativa como sendo as âncoras. Preconiza-se, no
texto, a necessidade do uso de várias estratégias e ou instrumentos de avaliação, não
defendendo o emprego exclusivo de nenhuma delas, mas que, para além dos citados, outras
possam ser utilizadas. Defende-se, assim, que as mesmas estejam a serviço da melhoria das
aprendizagens de todos os estudantes. Dentre elas tratamos do portfólio, a observação, a
autoavaliação, a prova e o teste em duas etapas. Deixamos claro no texto também que para
desenvolver competências conforme definido na BNCC faz da avaliação mais um dos momentos
de desenvolvimento de conhecimentos do processo de ensino e aprendizagem. Sendo assim, a
avaliação pensada a partir de uma perspectiva do processo de ensino e da aprendizagem
viabiliza a qualificação integral do estudante, propiciando que esse possa exercer sua cidadania
como um cidadão competente, capaz de tomar decisões e resolver problemas simples ou
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complexos do cotidiano em que vive. No Capítulo V tratamos da diversidade educacional na
educação infantil e no ensino fundamental. Apresentamos o conteúdo originário da Base
Nacional Comum Curricular. Os quatro temas abordados são orientados pelo princípio da
equidade. Portanto consideramos, dentre seus objetivos, o combate à desigualdade escolar, o
que pressupõe o reconhecimento de que grupos diferentes possuem necessidades diferentes.
Assim tratamos das particularidades das cinco Modalidades de Ensino – Educação na
perspectiva inclusiva: primeiras aproximações para a definição de uma política para a REME de
Três Lagoas, Educação do Campo: uma modalidade ainda em construção, Educação para as
relações étnico raciais e Educação de Jovens e Adultos novas perspectivas. No Capítulo VI –
tratamos dos temas contemporâneos na ação educativa dos sujeitos no documento, os Temas
Contemporâneos Transversais têm a condição de explicitar a ligação entre os diferentes
componentes curriculares de forma integrada, bem como de fazer sua conexão com situações
vivenciadas pelos estudantes em suas realidades, contribuindo para trazer contexto e
contemporaneidade aos objetos do conhecimento descritos na BNCC. Todos os temas
abordados no texto deverão ser trabalhados durante o processo de ensino e aprendizagem e
também fazer parte do Projeto Político Pedagógico das unidades de ensino. O capítulo VII
refere-se aos conteúdos contidos nos cadernos de orientações curriculares e
metodologias assim definidos: Caderno I – Educação Infantil – conteúdos,
singularidades e metodologias; Caderno II – Ensino Fundamental I – conteúdos,
singularidades e metodologias e Caderno III - Ensino Fundamental II – conteúdos,
singularidades e metodologias.
Por fim, este documento não lhe dirá o que fazer! A partir dos argumentos
apresentados, tenha a convicção de que pensamos nos professores em sala de aula em todos os
momentos que elaboramos este material. No entanto, será necessário traduzir as orientações
para colocá-las em prática. Isso porque a história, o contexto, os movimentos que constituem
cada escola são singulares e exigirão reflexão sobre os recursos disponíveis, as possibilidades e
os limites de cada situação. Para que as orientações deste documento “façam sentido” no seu
cotidiano, elas precisarão ser mediadas, refletidas, analisadas, revisitadas, revistas, etc. Toda
implementação curricular exige um complexo processo de “escolhas” sobre o que e como
ensinar. O objetivo destas Orientações Curriculares é dar-lhe subsídios, indicações e orientações
para apoiar a elaboração do Projeto Político Pedagógico, dos planos e dos planejamentos de
ensino. Faça uso dele nesse sentido e “reinvente” a prática docente. Desejamos que todos
risquem e rabisquem este documento! Sim, queremos que TODOS transformem este material
em instrumento de trabalho, que aperfeiçoem, complementem, corrijam, enfim... utilizem e
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façam bom uso para o desafiador futuro que desejamos construir, juntos, para as futuras
gerações, em especial, as futuras gerações do município de Três Lagoas!
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CAPITULO I - CONTEXTUALIZAÇÃO DA HISTÓRIA DO MUNICÍPIO,
CARACTERIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO E MARCOS LEGAIS QUE ORGANIZAM A EDUCAÇÃO
DA REDE MUNICIPAL DE TRES LAGOAS.
Neste capítulo abordamos um pouco da história de Três Lagoas na esperança de que,
com esse pequeno espaço de tempo histórico possamos aguçar nossos educadores a ampliarem
as pesquisas acerca dessa trajetória da cidade que se torna, na contemporaneidade (2019), a
terceira maior cidade de Mato Grosso do Sul. Além disso caracterizamos a REME de forma breve,
para que TODOS das unidades de ensino possam ter acesso aos dados e leis que compõem a
Rede Municipal de Ensino com a finalidade e com a convicção de que esse conhecimento traga
a todos os educadores o sentimento de pertencimento e de orgulho de fazer parte da educação
pública municipal de Três lagoas.
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caçadores-coletores, guaranis, caiapós e ofaiés e, já no século XVI, com a chegada dos europeus,
os rios Tietê e Paraná se tornaram as artérias rumo ao Brasil interior. Pelo Tietê-Paraná
serpenteavam batelões, canoas, homens livres e cativos e animais embarcados que ora
tombavam pela doença de vetores, ora pelo naufrágio e pelo conflito constante com os
silvícolas. O potencial territorial no qual se encontra este magnifico município se fortaleceu com
os relatos ao longo de séculos. A “Barra do Tietê” era a esquina para um novo mundo pleno de
mistérios e riquezas a serem exploradas. Relato das Expedições de Pascoal Moreira Cabral em
1718 e do Capitão General Presidente da Capitania de São Paulo, Rodrigo Cesar de Menezes,
que embarcara com mais de três Mil pessoas, em Porto Feliz, rumo as recém descobertas minas
do Cuiabá descrevem a região no século XVIII. No século XIX, a Expedição do diplomata germano-
russo nascido em Nassau, nas Bahamas, o barão Georg Heinrich von Langsdorff, visando
percorrer doze mil quilômetros rumo ao Amazonas, produziu preciosidades narrativas e
gravuradas em seu percurso e dentre elas os relatos do cronista, gravurista e músico francês
Hercules Florence que descreve o itinerário rumo ao Paraná, o rebojo do Jupiá, o Salto do
Itapura, o Salto do Urubupungá e a entrada do grande Rio Sucuriú. Isso foi no mês de agosto
de1826. É ainda na vintena deste século, os Mineiros oriundos do triangulo, criadores de gado
ainda em um tempo em que não havia a tecnologia do manejo e do plantio de pastagem,
desenvolvendo uma criação extensiva e encurralados pelo avanço da cultura do café, mais uma
vez recorrem à grande via fluvial em busca de novos campos e, embarcados com animais,
escravos e famílias descendo os rios Paranaíba e o Grande se instalam nas planícies do cerrado
mato-grossense, fundando em 1838 a cidade de Sant’anna do Paranahyba. O celebre
engenheiro e escritor Euclides da Cunha, em sua obra À Margem da História, editada em
1909prenunciava um novo porvir onde a força motriz e hidráulica das quedas do Urubupungá e
do Itapura seriam a gênese de um dos maiores centros energéticos e industriais do Brasil. Foi
em 1909 também que uma comissão de engenheiros e topográfos da Companhia Machado de
Mello detentora da Construção da Estrada de Ferro Bauru-Itapura percorreu o percurso tietê
paraná em busca de um local potencialmente apropriado para a construção de uma ponte para
a travessia e para o surgimento de uma nova cidade que se estabeleceria como sede regional.
Assim se inicia a gênese urbana de Três Lagoas (grifo nosso). Após o desvio do percurso rumo
a Itapura para o Jupiá, área cujo o recurso territorial seria mais promissor em função de sua
situação geotopográfica, o projeto e a planta de uma urbsem solo mato-grossense foi solicitada
aos engenheiros Oscar Teixeira Guimarães, Justino Rangel França e o topografo Antônio Molina
de Queiroz. No dia 11 de novembro de 1910 é inaugurada a estação de Jupiá em solo mato-
grossense e no dia 31 de dezembro do mesmo ano, a estação de Três Lagoas. Um ano após, em
1911 fica concluído o primeiro traçado de uma cidade plano-linear, com ruas amplas e
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parisiense. Hotel, restaurante, delegacia, praças, escolas públicas e lojas já se encontravam
contempladas neste projeto. Foram desapropriados 3600 hectares da Fazenda das Alagoas,
propriedade do Senhor Antônio Trajano dos Santos. Em 1912, comerciante, fazendeiros e
ferroviários, brasileiros e uma vasta gama imigrantes oriundos de todos os continentes do
mundo, recém-chegados, se instalam fortalecendo o comércio e contribuindo para a evolução
demográfica da cidade. Em 1914 a mais nova cidade do Estado, então conhecida como a Cidade
Caçula, contava com duas mil almas, duas escolas públicas, hotéis, um clube social, e várias lojas
de comércio. Primeira cidade às margens mato-grossenses, à meio caminho entre Campo
Grande e Bauru, sua ampla capacidade logística, fez com que a jovem e pequena cidade mais
uma vez se desenvolvesse sobremaneira nos anos 1920. Novos comércios como de automóveis,
confeitarias, hospital e inúmeros estabelecimentos de produtos e serviços agora contrastavam
com a identidade ferroviária da cidade inserindo-a ao cenário econômico regional e formando
sua ampla notoriedade política de amplitude nacional e estadual. Além de três escolas públicas
a educação contava com a Escola “2 de julho” inaugurada em 1922. O Colégio possuía internato
misto e um grupo Escoteiro e formava jovens e crianças da região e de outros Estados. Nos anos
1960, novamente veria o avanço e o desenvolvimento em um empreendimento de amplitude
internacional, a construção da Usina Hidrelétrica de Jupiá, a primeira no mundo a ultrapassar 1
GIGAWATT de potência instalada e capaz de gerar energia para dois milhões de habitantes. Nos
decênios posteriores, a formação de grandes reservas de Eucalipto e a instalação da maior
planta de celulose e papel do mundo bem como a ampliação do parque industrial e o aumento
demográfico, uma vez mais ascendem seus percursos temporais que fortalecem sua hegemonia
territorial e humana ao longo de sua história. Passado e presente confluem para um futuro
destinado à constante evolução. Cidade formada pelo grande amalgama multiétnico das
nacionalidades, onde sua identidade se constrói cotidianamente por sua rica e maravilhosa
relação de com as alteridades, uma vez mais Três Lagoas se consolida cosmopolita, progressista
e propensa a grandes desenvolvimentos. Conhecê-la é, antes de tudo, um ato de respeito e
amor de seus citadinos, preservá-la em sua história é o convicto caminho para um futuro ainda
mais promissor.
O Município de Três Lagoas Localizado na costa leste do estado de Mato Grosso do Sul,
hoje com aproximadamente, 121.388 (projeção IBGE 2019) habitantes possui uma rede de
ensino considerada média se comparada às cidades do mesmo porte. A Rede Municipal de
Ensino - REME, contará a partir de 2020 com 19 escolas, sendo dezoito escolas urbanas e uma
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escola do campo e ainda dezenove Centros de Educação Infantil. Este texto traz a configuração
atual da REME, e desafios futuros da Educação da Rede Municipal de Ensino.
A Rede Municipal de Ensino- REME, possui atualmente, dado fornecido pela Central de
Matrículas da SEMEC. Dado do mês de setembro do ano de 2019 = 16.255 estudantes
matriculados assim distribuídos: Creche – zero a três anos = 3.127 crianças, sendo destas, 1033
crianças atendidas em tempo integral. Pré – escola – 4 e 5 anos = 3.385 crianças.
Ensino Fundamental I = 8.156. Ensino Fundamental II = 1.191 e no Programa de
Aceleração da Aprendizagem – PAA (EJA) = 393 alunos
A Secretaria Municipal de Educação de Três Lagoas parte de uma organização da
estrutura escolar em etapas da Educação Infantil que corresponde aos grupos de 1 a 5; anos
iniciais do ensino fundamental, em um ciclo de alfabetização que corresponde ao 1º e 2º
anos e 3º,4º e 5 denominados anos de consolidação do processo da alfabetização e anos
finais do Ensino Fundamental organizado em anos do 6º ao 9º ano, com respaldo legal nos
princípios da Lei de Diretrizes e Bases (LDBEN, 9.394/96), em seu capítulo II da Educação
Básica, no Art. 23, que dispõe sobre a organização da estrutura escolar. Esse dispositivo
legal orienta que:
a educação básica poderá organizar-se em séries anuais, períodos semestrais, ciclos,
alternância regular de períodos de estudo, grupos não seriados, com base na idade,
na competência e em outros critérios, ou por formas diversas de organização sempre
que o interesse do processo de aprendizagem assim o recomendar.
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habilidade/conhecimento. Destaca a importância de que os registros são necessários para
que o andamento das atividades não se perca no caminho.
QUADRO REPRESENTATIVO DA ORGANIZAÇÃO
ETAPA DE ENSINO FAIXA ETÁRIA PREVISTA DURAÇÃO
Creche de 0 a 3 anos
Educação Infantil 5 anos
Pré escola de 4 a 5 anos e 11 meses
Ensino fundamental I 1º ano 06 anos
2 anos
Alfabetização 2º ano 07 anos
Ensino fundamental I 3º ano 08 anos
Consolidação do processo de 4º ano 09 anos 3 anos
alfabetização e letramento. 5º ano 10 anos
6º ano 11 anos
Ensino Fundamental II 7º ano 12 anos
4 anos
8º ano 13 anos
9º ano 14 anos
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serem atendidos com qualidade dos serviços oferecidos. Além disso, a abertura de turmas de
Pré-escolas, nas escolas de Ensino Fundamental, bem como o atendimento dessa Etapa na
Educação do Campo marca um período de concretização de muitos direitos oferecidos as
crianças dessa faixa etária.
No que tange à Etapa dos Anos Iniciais, os Índices de Desenvolvimento da Educação
Básica – IDEB são promissores, conforme gráfico abaixo, onde se apresentam os avanços
crescentes desde ano 2007.
O resultado do Ideb da REME nos anos iniciais 4° / 5° ano.
6,2
5,2
4,9
4,7
4,2
4
5,2 5,4
4,6 4,9
4,2
3,8
20
Município 2007 2009 2011 2013 2015 2017
Três Lagoas 3.4 3.5 3.4 3.3 3.6 5.2
5,2
3,6
3,5 3,4 3,3
4,4 4,6
3,7 4
3,4 3,5
0
2007 2009 2011 2013 2015 2017
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promover as variadas formas de respeito e ampliação do conhecimento das diferentes culturas
é desafio posto a todos os munícipes e demais envolvidos com a educação que, cotidianamente,
fazem parte da construção do processo histórico e geográfico deste território chamado cidade
de Três Lagoas.
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O sexto desafio refere-se ao desenvolvimento cultural da cidade. Atualmente os legados
históricos como a música, a arte, a dança, os espaços e prédios históricos que ajudam a contar
a história de Três Lagoas vem sendo resgatados e cuidados, porém não pode ser uma política de
governo e sim de Estado para que as futuras gerações possam usufruir do legado deixado pelos
antepassados e construtores da história e cultura dessa cidade. É muito importante valorizarmos
o movimento e esforço existentes atualmente para o resgate da nossa cultura. Um povo que
ama sua cidade deve preservar a sua cultura, sua história e aprimorar sua identidade cultural
e isso se faz a partir da educação que é oferecida nas unidades educacionais aos seus
estudantes. por tudo isso é que um dos princípios que orienta essas Orientações Curriculares
da REME é a cultura.
Isto posto, acredita-se que para a melhoria da qualidade do ensino, é necessário
implantar medidas que melhore a estrutura das escolas tanto física como pedagógica, além do
investimento na valorização e formação dos profissionais, o aperfeiçoamento das práticas
educativas com vistas ao cumprimento das metas de aprendizagem estabelecidas pelo Plano
Municipal de Educação, SEMEC pelas escolas. É necessário que essas formações incidam, de
fato, na ação-reflexão-ação da prática de ensino de cada profissional, não só das unidades de
ensino como também daqueles profissionais que fazem parte da equipe gestora e técnica da
SEMEC.
Assim, diante do cenário exposto e diante da complexidade que o fenômeno da
educação e suas interfaces representam, podemos afirmar que já avançamos muito, mas temos
muitas ações e desafios a serem realizados e cumpridos. Estes desafios apontados são
balizadores para as ações de Planejamento da SEMEC e das unidades de ensino para que juntos
possamos cumprir nossa missão que é a de promover o acesso, permanência e inclusão na REME
e garantir o desenvolvimento da infância e da aprendizagem dos estudantes da REME além de
valorizar a cultura como patrimônio de TODOS.
Este texto tem o objetivo de levar ao conhecimento dos sujeitos responsáveis pela
Educação de Três Lagoas, de como a Legislação contribui com a organização do trabalho
Pedagógico nas Unidades de Ensino, para tanto é necessário que saibamos que a legislação tem
uma importância grande na organização do Ensino.
Nesse sentido não poderia faltar neste Documento Curricular as Legislações que
organizam a educação brasileira(geral) até as leis educacionais municipais (particular). O
conhecimento nos tira as vendas dos olhos que muitas vezes nos impede de agir
adequadamente no interior das Unidades de Ensinos.
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Vivenciamos um momento histórico na Educação de Três Lagoas diante da elaboração
das Orientações Curriculares. Orientações esta, pautada na Legislação Educacional que trata da
Educação Escolar em seus níveis e modalidades quais sejam à Educação Básica (Educação
Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio) e à Educação Superior.
Antes de tratarmos sobre a Legislação Educacional, em especial, a Legislação que
regulamenta a Educação da Rede Municipal de Ensino - REME é importante conceituarmos o
que é legislação, quais as principais Leis existentes, a sua importância e, no âmbito da Educação
Municipal quais são as Legislações que regem a Educação do Município de Três Lagoas.
A Legislação Educacional, traduz um conjunto de preceitos legais sobre o tema
educacional, refere-se à instrução ou aos procedimentos de formação que ocorre não apenas
nas instituições de ensino, como também em outras instâncias culturais como a família, a igreja,
a associação, os grupos comunitários entre outros. O termo decorre do latim legislativo, que
quer dizer, exatamente, ação de legislar, direito de fazer, ordenar ou determinar leis. A
legislação é, então, o ato de constituir leis por meio do poder legislativo. Para melhor
compreensão, apresentamos na primeira parte do texto as principais Leis Nacionais e, na
segunda parte apresentação das Leis que regem o Ensino Público Municipal de Três Lagoas.
I – Legislação Nacional
Linha do tempo histórico, tendo como marco legal a Constituição Brasileira:
A Educação, conta com diversas leis que regem o Sistema Educacional, começando pela
Constituição Federal de 1.988, que é a Lei maior de um Estado (País), e trata-se de um conjunto
de normas reguladoras que instituem os pilares jurídicos de uma nação. Entre os pontos
principais relativos à Educação, a Constituição Federal de 1.988 elenca o acesso ao ensino
público, obrigatório e gratuito.
Mas é a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) que regulamenta o Sistema
Educacional Brasileiro, tanto público quanto privado. Hoje a LDB em vigor é a Lei nº. 9.394/96,
sancionada em 20 dezembro de 1996, mas vale ressaltar que existiram outras LDBs ao longo
da história do país (4.024/1961 e 5.692/1971) sendo as mais lembradas. A LDB definiu
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também a elaboração, pela União, de diretrizes ou princípios nos quais toda a Educação
Nacional se baseia, assim como os conteúdos a serem trabalhados, ou seja, o Currículo Básico
Nacional da Educação.
Compreende-se, que a qualidade da Educação é um princípio estabelecido pela
Constituição Federal/1988 de 22/09/1988 e Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
9.394/96 de 20/12/1996 amparado pelas lutas sociais, que buscam uma Educação Pública,
Universal e Democrática, garantida pelo Estado e pelo Município , mostra também, que a
Educação é um processo norteador de conhecimentos, competências e habilidades e espera que
todos os estudantes se desenvolvam ao longo da escolaridade básica.
Outra Lei importante para a Educação brasileira é o Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA), Lei nº 8.069/90 de 13/07/1990 que dispõe sobre a proteção integral à
criança e ao adolescente. É reconhecida no mundo inteiro, pela amplitude de seus preceitos e
pela forma como protege nossas crianças.
Temos a Lei Federal 7.853/1989 de 24/10/1989 que dispõe sobre o apoio as pessoas
portadoras de deficiência e a Lei Federal nº 10.098/94 de 23/03/1994 que veio estabelecer
normas e critérios básicos para a promoção da acessibilidade na Educação, para as pessoas
portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida.
Foi instituído pela Lei Federal nº 9.131/95 de 24/11/1995, o atual Conselho Nacional
de Educação (CNE),que tem por finalidade colaborar na formulação e avaliação da Política
Nacional de Educação e auxiliar ao Ministro da Educação.
No ano de 1996 foi elaborado o primeiro Plano Nacional de Educação (PNE) que
vigorou entre os anos de 2001 a 2010, e no ano 2001 foi criada a Lei nº10.172/2001 de
09/01/2001, para aprovação do Plano Nacional de Educação (PNE), que tem como finalidade
direcionar esforços e investimentos para a melhoria da qualidade da Educação em nosso país. E
a cada dez anos, o PNE é responsável em traçar diretrizes e metas para a educação em nosso
país, com o intuito de que estas sejam cumpridas até o fim do prazo previsto. Nesse preceito
todos os estados e municípios também, obrigatoriamente, devem elaborar seus Planos de
educação, assim como ocorreu em Três Lagoas (PME Lei nº 2925/2015 de 16/06/2015).
26
documento de caráter normativo que define o conjunto orgânico e progressivo de
aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e
modalidades da Educação Básica, de modo a que tenham assegurados seus direitos de
aprendizagem e desenvolvimento, esse documento está em conformidade com o que determina
o Plano Nacional de Educação (PNE).A BNCC para a Educação Infantil e o Ensino Fundamental
foi aprovada e homologada em dezembro de 2017. Por sua vez, o documento para o Ensino
27
Médio
tambémfoiaaprovado pelo pela
elaboração, Conselho Nacional
União, de Educação
de diretrizes (CNE) no nos
ou princípios dia 4quais
de dezembro de 2018 e
toda a Educação
homologado na semana seguinte, no dia 14 de dezembro, pelo Ministério da Educação (MEC),
de acordo com o portal do MEC 2019.
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) aplica-se exclusivamente à Educação
Escolar, tal como a define o § 1º do Artigo 1º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(LDB, Lei nº 9.394/1996)1 , e está orientado pelos princípios éticos, políticos e estéticos que
visam à formação humana integral e à construção de uma sociedade justa, democrática e
inclusiva.
Vale ressaltar que a partir desse documento, nosso estado construiu o Currículo de Mato
Grosso do Sul com a participação de educadores da rede estadual, municipal e particular. As
legislações federais serviram de base para elaboração das leis municipais. E é a partir desses dois
documentos que a secretaria Municipal de Educação juntamente com suas unidades de ensino,
elaboram suas Orientações Curriculares com o objetivo de dar identidade ao Currículo de Três
Lagoas.
28
De acordo com o estabelecido no PNE (2014-2024), na meta 19, que, no prazo de dois
anos, a contar de sua publicação, deve ocorrer, com base em Leis próprias, a efetivação da
gestão democrática da educação e do ensino, cada município deverá criar seu próprio conselho.
Em Três Lagoas foi criado no ano de 2010 com Lei própria ( Lei nº 2.443/2010) o
Conselho Municipal de Educação, conforme estava prevista na lei orgânica do município, com
respaldo na constituição Federal de 1988, na lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB)
nº 9.394/96 e no Plano Nacional de Educação, na meta 19. O Conselho Municipal de Educação
(CME) é definido como um órgão de representação da sociedade, intermediando-a com o estado
e o município, por meio da participação, de discussões e definições das Políticas Municipais da
Educação, buscando constituir espaços democráticos, com o objetivo da melhoria da educação
dos município.
Com esse entendimento, a Secretaria Municipal de Educação e Cultura - SEMEC
juntamente com o Conselho Municipal de Educação, cumprem a legislação e propõem sugestões
para a melhoria da qualidade da Educação, por meio de publicações decretadas através de
Decretos, Deliberações, Resoluções, Normativas e Pareceres.
Antes de falarmos sobre as leis municipais é importante conceituar esses documentos,
bem como explicitar a quem compete tais ordenamentos jurídicos:
• o decreto trata-se de um ato emitido pelo chefe do poder executivo - Prefeito;
• a deliberação é um ato administrativo decisório, emitido pelo Prefeito, CME e
pela Secretaria Municipal de Educação e Cultura;
• a resolução trata-se de uma norma cujo alcance está limitado ao contexto do
serviço em questão e seu cumprimento é de caráter obrigatório, essa resolução pode ser
realizada pela Secretaria Municipal de Educação e Cultura, e pelo Conselho Municipal de
Educação e Cultura,
• o documento normativo estabelece regras, diretrizes ou características para
cumprimento de uma determinada atividades;
• o parecer é a manifestação especializada sobre determinado assunto.
É importante salientar, que o município de Três Lagoas possui um acervo desses
29
aprendizagem, seucom
De acordo objetivo é contribuir
o estabelecido no PNEcom normas na
(2014-2024), que define
meta a organização
19, que, e o
no prazo de dois
funcionamento da Unidade Educacional. Além da garantia e responsabilidade, o Regimento
pauta-se em discussão democrática, sendo necessário que ele seja “popularizado”, isto é, seu
conteúdo não pode ser negado e seu acesso deve estar disponível a toda comunidade interna e
externa.
Outro documento fundamental para a escola, é o Projeto Político Pedagógico - PPP,
documento que surge após a Constituição Federal de1988, para dar autonomia as unidades na
elaboração da sua própria identidade. Esse documento conhecido como PPP é o referencial de
quaisquer instituições de ensino, sendo regida pela LDB (Lei de Diretriz e Bases da Educação)
9394/96.
O Marco Legal do Projeto Político Pedagógico é a Lei de Diretriz e Bases da Educação
Brasileira 9394/96, que intensifica a elaboração e autonomia da construção de projetos
diferenciados de acordo com as necessidades de cada instituição, como preconiza o artigo 12:
os estabelecimentos de ensino respeitando as normas comuns e as do seu sistema de ensino,
terão a incumbência de elaborar e executar sua proposta pedagógica.
Pode-se concluir que um Projeto Político Pedagógico representa uma necessidade de
intervenção social que explícita a intencionalidade e o que se pretende alcançar em termos de,
principalmente da qualidade social da educação oferecida (BRITO, 2002). Isso quer dizer que na
construção de um Projeto Político Pedagógico já se manifesta as opções, compromissos,
princípios, enfim, posições político-pedagógicas.
Neste texto ainda trouxemos as Leis Educacionais sancionadas pelo poder legislativo,
por meio da Câmara Municipal Três Lagoas MS, no qual preconiza assuntos importantes para
implementação do Currículo de mato Grosso do Sul e implantação das Orientações Curriculares
do Município de Três Lagoas, e que deverão estar contidas no Projeto Político Pedagógico – PPP
das Unidades de Ensino e de que forma será seu cumprimento, segue algumas Leis para
conhecimento com o aceno de possibilidade de serem contempladas no Projeto Político
Pedagógico da instituição de ensino .
Leis Municipais
O que preconiza
Educacionais
Lei Ordinária Nº 1555/1999
de 04 de agosto de 1999
"CRIA A FEIRA MUNICIPAL DO LIVRO."
30
"CRIA PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES NAS ESCOLAS
Lei Ordinária Nº 1769/2002 PÚBLICAS DA CIDADE DE TRÊS LAGOAS, POR MEIO DE
de 10 de abril de 2002 COMISSÕES INTERNAS DE PREVENÇAO DE ACIDENTES E DE
VIOLÊNCIA ESCOLAR."
30
“DISPÕE SOBRE A INCLUSÃO DE MEDIDAS DE CONSCIENTIZAÇÃO,
Lei Ordinária Nº 2433/2010 PREVENÇÃO E COMBATE AO BULLYNG ESCOLAR NO PROJETO
de 23 de março de 2010 PEDAGÓGICO ESCOLAR ELABORADO PELAS ESCOLAS PÚBLICAS
MUNICIPAIS DE TRÊS LAGOASE DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS”.
31
Lei Ordinária Nº 3039/2015 "CRIA O PROGRAMA "EMPRESA AMIGA DA EDUCAÇÃO" NO
08 de dezembro de 2015 ÂMBITO DO MUNICÍPIO DE TRÊS LAGOAS."
32
INSTITUI NOCALENDÁRIO OFICIAL DO MUNÍCIPIO, A SEMANA DE
Lei Ordinária Nº 3379/2017 ACOMPANHAMENTO PSICOLÓGICO E TERAPÊUTICO ÀS
de 19 de dezembro de 2017 CRIANÇAS E ADOLESCENTES DAS COMUNIDADES PRÓXIMAS E
DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS”.
Lei Ordinária Nº 3392/2018
de 20 de fevereiro de 2018
DISPÕE SOBRE PROGRAMA DE TURISMO ESCOLAR".
33
CAPÍTULO II - PRINCÍPIOS ORIENTADORES DA PRÁTICA EDUCATIVA
35
curriculares em nível regional (planos/propostas estaduais ou municipais) e em nível local
(escola). No âmbito do currículo vivido é que efetivamente se manifesta, ou não, a
concretização do concebido. O currículo praticado envolve relações entre poder, cultura e
escolarização, representando, mesmo que de forma nem sempre explícita, o jogo de interações
e ou das relações presentes no cotidiano escolar (CARVALHO, apud FERRAÇO, 2005, p. 96).
Assim, as perspectivas que foram construídas sobre currículo, considerando-se os
desafios educacionais, sociais, políticos, econômicos e culturais existentes no município de Três
Lagoas nos remetem a uma necessária vinculação com o trato das diferenças culturais nas
instituições de ensino. Nessa vinculação, o currículo deve ser desenvolvido a partir de uma
concepção que contemple tudo que ocorre na escola, se caracterizando pela consideração das
diferentes produções culturais e garantindo a construção e reconstrução de saberes,
significados e conceitos com vistas a instrumentalizar os sujeitos da ação educativa( o estudante)
para serem capazes de conduzir sua vida transformando a realidade encontrada.
Nesse sentido, o currículo se apresenta como algo dinâmico e processual, elaborado a
partir das relações constituídas entre todos os sujeitos que fazem parte do contexto escolar.
É um fazer e aprender coletivo a partir de toda a rede social estabelecida. O currículo é
configurado, então, numa constante tensão entre o concebido e o vivido, entre o prescrito e o
real, demonstrando que não há um currículo genuinamente prescrito, sem interferências do
vivido e vice-versa, ou seja, todas as experiências vividas na escola e por seus atores e sujeitos
da ação educativa, É CURRÍCULO.
Nessa perspectiva, algumas situações se apresentam no contexto do trabalho
pedagógico, demonstrando que o currículo:
- Dissocia-se da ideia exclusiva de prescrição, superando a imposição dos órgãos de
ensino sem participação das escolas;
- Constitui-se na rede de saberes e fazeres cotidianos;
- É tecido, principalmente, nas diferenças culturais;
- É expressão de posicionamento político e de valores humanos;
Nesse sentido Currículo é, pois, uma produção cultural, e portanto, em sua construção
há que se pontuar alguns desafios em nível global, e esses desafios estão postos num momento
em que as possibilidades de conhecimento se ampliam numa sociedade com transformações
intensas nos processos de informação e de tecnologia. Em nível local, há que se pensar em Três
Lagoas, como município de constituição muito peculiar, com intensos fluxos e processos
migratórios e imigratórios, por conseguinte, possuidor de uma cultura marcada por diversas
matrizes culturais e étnicas, com possibilidade de entrelaçamentos e intercruzamentos, o que
36
faz desse município um lugar marcado pela diversidade cultural que necessariamente não pode
ser negada no interior das instituições de ensino.
É necessário, pois, conceber o currículo como uma construção social em que se
compreendam as complexas relações entre currículo e poder presentes no município, “que
envolve em sua tessitura, uma multiplicidade de superstições, idiossincrasias, sincretismos, que
se manifestam nas redes de relações produzidas e compartilhadas pelos sujeitos que convivem
neste cotidiano” (FERRAÇO, 2007, p. 5).
Nesse contexto, o movimento no interior da instituição de ensino, no que diz respeito à
organização do trabalho, na seleção de conteúdo, na organização dos espaços, no trato com o
material didático e em todas as situações e vivências que se apresentam no cotidiano escolar,
não pode desconsiderar todas as transformações e demandas colocadas para a sociedade neste
momento, continuando a produzir uma prática que legitima apenas um discurso, que é o da
racionalidade moderna. Pelo contrário, deve suscitar uma variada gama de possibilidades no
sentido de considerar a diferença cultural na organização do trabalho das instituições de
ensino.
Dessa forma, situar as unidades de ensino da Rede Municipal de Ensino nesse contexto
é utilizar todo o universo escolar, trazendo para a sala de aula experiências, recursos da
comunidade e todo material que a escola possuir, uma vez que a criança já vem para a escola
com uma gama de conhecimentos, que constituem a sua cultura. Cabe, então, à escola,
estabelecer um diálogo intercultural, no sentido de promover uma educação que acolha a
multiplicidade de saberes, valores e fazeres de seus estudantes, que construa novas práticas
educativas capazes de efetivar um processo de ensino e aprendizagem contextualizado com
esse tempo e, portanto, significativo.
Tratando o currículo como algo que é construído e reconstruído pela ação de todos os
envolvidos no processo pedagógico, “um campo de luta em torno da significação e da identidade
[..], um artefato cultural [...] uma invenção social” (SILVA, 1999, p. 131), sua complexidade nos
remete à reflexão sobre o trabalho pedagógico, porque há que se levar em conta todos os
processos que contam nessa invenção, incluindo-se as práticas vinculadas à metodologia e à
avaliação, e considerando-se estas relacionadas às formas de planejamento.
Há que se dizer que vivenciamos, nas unidades de ensino, uma oscilação entre a prática
tradicional e a busca de sua superação. A influência da pedagogia tradicional ainda é forte nas
instituições de ensino em especial no Ensino Fundamental e se revela em modelos de
metodologia e avaliação que preconizam:
- o reconhecimento do desempenho quantitativo dos educandos na supremacia dos
registros associados a notas, provas e testes;
37
- a produção de uma hierarquia entre os estudantes, a partir de determinados padrões
previamente estabelecidos, em que todos os procedimentos pedagógicos estão atravessados
por práticas que visam ao controle e à classificação;
- o caráter excludente e classificatório das avaliações que implica a observação dos
educandos apenas como um percentual a ser alcançado.
As críticas a esse modelo têm possibilitado construir ações de avaliação em que se
destacam:
- Além do aspecto quantitativo, a garantia do caráter processual, formativo e qualitativo;
- a diversificação dos procedimentos e dos instrumentos com trabalhos de pesquisa,
participação coletiva, trabalhos em grupo e individual, avaliação paralela, autoavaliação e
outros;
- a possibilidade diagnóstica, mediadora, processual e formativa do processo de
construção dos conhecimentos;
e - a participação dos estudantes em todo processo pedagógico.
Na Educação Infantil, especificamente, as práticas avaliativas envolvem a observação e
o registro sobre o processo de ensino e aprendizagem das crianças. Essas práticas avaliativas
tem sido apresentadas em portfolio(s), em fichas descritivas ou em outros instrumentos que
partem do diagnóstico e acompanham as respostas das crianças aos desafios educacionais. Em
face dos objetivos estabelecidos de desenvolver um trabalho coletivo, observa-se a necessidade
de ser efetivada de forma constante e dialógica como meio de auxiliar na proposição de novas
ações que busquem “criar oportunidades diferenciadas para cada estudante, o que pode
representar um ganho significativo na direção da formação de todos” (NERI, 2007, p. 112). Essa
aposta avaliativa abarca todos os sujeitos nos diferentes espaços, desde aqueles mais internos
tais como a sala de aula, os planejamentos e conselhos de classe, até aqueles em que temos
uma participação mais ampliada como as reuniões do conselho de escola e as assembleias para
a avaliação institucional. Busca-se uma constante reflexão acerca das ações, considerando que
a instituição educativa é um ambiente de trabalho em que o esforço realizado para saber mais,
dar conta de tarefas, responder e propor atividades, participar de jogos e brincadeiras,
compreender as demandas do grupo, realizar leituras e escritas e tudo mais, representa o
trabalho criador que contribui para a nossa inserção – humana – nesta sociedade (GOULART,
2005, p. 148).
É salutar considerar que avanços históricos têm se concretizado. No entanto, para a
constituição de uma concepção de currículo como produção cultural e reconhecimento das
diferenças culturais e de aprendizagem, principalmente dos estudantes com deficiência, há que
se pensar a organização do trabalho pedagógico, incluindo a avaliação, a metodologia e o
38
planejamento, como práticas investigativas com o objetivo de construir alternativas às
“propostas excludentes por buscar uma ação coerente com a concepção de conhecimento como
processo dinâmico, dialógico, constituído nos marcos das múltiplas tensões sociais”. Isso, para
que os sujeitos, “individual e coletivamente, possam instaurar processos reflexivos sobre os
diferentes lugares [...] de experimentação de conhecimentos e alternativas” (ESTEBAN, 2002, p.
185).
Na busca por contemplar todas as questões pertinentes ao processo pedagógico, para
se aproximar da singularidade que caracteriza a criança e por incluir, nas práticas de avaliação,
metodologia e planejamento, toda a dimensão institucional que lhes é inerente, as instituições
educativas buscam as premissas do seu trabalho no projeto político-pedagógico e nos
documentos oficiais que oferecem subsídios ao trabalho educacional e que indicam os
instrumentos necessários à prática educativa e os períodos e processos de sua sistematização.
Dessa forma, esses documentos precisam contar com a participação de todos os sujeitos
envolvidos na prática educativa.
Nesse sentido, afirma-se a importância do desenvolvimento de uma interlocução
calorosa com cooperação e comprometimento, observando o carinho, o respeito e a atenção
como mecanismos de acolhimento no desenvolvimento da autonomia de todos os sujeitos. Para
tanto, deve ser buscada a constituição de um ambiente educativo acolhedor dos estudantes e
de suas famílias, dos profissionais e de toda a comunidade.
No intuito, então, de garantir o trabalho coletivo e a gestão democrática da escola,
visando à construção do trabalho educativo e, especificamente, na configuração das
metodologias de ensino, temos indicativos que apontam para a necessidade de:
- Reconhecimento dos diferentes sujeitos na proposição dos conhecimentos, no
acompanhamento das ações e na avaliação dos resultados alcançados;
- Diversificação das metodologias, instrumentos e procedimentos de ensino e de
avaliação, estimulando os processos de registro de maneira sistemática e a interação entre as
diversas áreas de conhecimento;
- Seleção de conteúdos significativos, adequados aos processos de ensino, que
favoreçam a interação com os conhecimentos e que contemplem as necessidades das crianças;
- Consideração do contexto da escola, observando a realidade dos estudantes, suas
experiências e saberes, de modo a favorecer os processos inclusivos dos sujeitos.
Todas as questões acima nos levam, necessariamente, a repensar o tempo e o espaço
pedagógico.
Para tanto, para que tenhamos um currículo nessa perspectiva, algumas demandas se
apresentam, a saber:
39
- a necessidade de que as ações desenvolvidas envolvam toda a comunidade escolar,
visando a melhorias na qualidade do ensino, por meio do processo dialógico que propicie a
reflexão dos valores que estão orientando as proposições do processo pedagógico, nos
diferentes contextos educacionais;
- o desafio de investir em ambientes educativos que articulem intencionalmente a
interação entre teoria e prática, estimulando a apropriação dos conhecimentos, de modo que
toda a comunidade escolar aprenda e ensine;
- a valorização dos espaços de discussão democrática das ações e ideias que orientam a
construção do conhecimento e o fortalecimento dos processos de sínteses que configuram o
projeto político- pedagógico das instituições.
Dessa forma, nas dinâmicas de desenvolvimento do currículo escolar, são instrumentos
importantes para reorientar a prática pedagógica, oferecendo subsídios para a consolidação de
práticas e experiências capazes de gerar novos processos de aprendizagem dos estudantes.
Isto posto, é possível observar que o trabalho, na perspectiva proposta, vai além da
prática tradicional que simplesmente prescreve algo e cobra sua reprodução. O trabalho com o
conhecimento envolve conceitos, sistemas, códigos de representação e formulações teóricas de
diversas áreas que se entrecruzam com as falas dos estudantes, com informações que brotam
nas escolas a partir das proposições dos sujeitos. Nessa criação de saberes, tudo precisa ser
problematizado, no lugar das respostas e das afirmações categóricas deve haver perguntas.
Perguntas que geram outras perguntas, que geram ações e propostas de trabalho, propostas de
trabalho que integram outros professores e saberes e que se aliam às famílias. São as redes de
significação que precisam ser tecidas e criadas a cada dia. Esteban (2002, p. 187, 188) nos
aponta que as mudanças não podem ser impostas, “precisam ser construídas cotidianamente
de modo que a perspectiva democrática vá impregnando as práticas, sendo incorporada pelo
senso comum, convencendo as pessoas e se constituindo como um consenso”.
Nesse sentido, um imperativo basilar se faz presente: o diálogo. E deve ser um diálogo
alinhado ao debate sobre a função social da escola e do conhecimento. O professor conhece
sua prática, este conhecimento deve ser considerado, o que não significa que também não
deva ser ampliado e atualizado. Esse é um dos desafios que se soma aos já postos. Desafio esse
inscrito na necessidade e na possibilidade humana de sonhar utopias e tecer coletivamente
trajetos para torná-las realidade. Sonhamos que ao engendrar essas possibilidades possamos
ter unidades educativas mais inclusivas e acolhedoras por seus gestores (pedagógicos e
administrativo), professores e demais servidores, principalmente no que se refere ao diferente
e deficiente ou aquele que não consegue aprender no tempo da maioria. Mudar uma
40
concepção de currículo é também pensar numa construção coletiva de uma escola inclusiva de
qualidade para TODOS.
41
conhecimentos seja efetuado, buscando uma relação intrínseca com a realidade e a vida das
crianças, dos adolescentes e dos jovens, de modo que os conceitos apreendidos contribuam
para a formação de sujeitos autônomos que criem estratégias para ler, interpretar e agir sobre
diferentes situações que impulsionam a transformação de nosso cotidiano.
Em se tratando do trabalho com o conhecimento, essa questão assume uma
fundamental importância porque a constituição do que chamamos de currículo se concretizava
na tensão entre o concebido e o vivido. E isso é o que caracteriza ou deveria caracterizar uma,
no caso de Três lagoas, orientações curriculares, ou seja, aquilo que se faz a partir do concebido
e do vivido. O currículo elaborado a partir do pensado e vivenciado se torna, assim, o currículo
materializado, isto é, o currículo que se identifica com a comunidade escolar. Essa tensão é,
pois, permeada pelo diálogo, por meio da qual as relações são produzidas e compartilhadas.
Com isso, temos presente o comprometimento com a educação voltada para a formação da
consciência crítica, sem que cada área do conhecimento perca sua especificidade, mas se
efetive numa relação de troca. Conceber as diversas áreas do conhecimento nessa perspectiva
significa a busca de um encontro do ensino e da intervenção pedagógica para o desenvolvimento
efetivo da aprendizagem. Uma aprendizagem que acontece independentemente das diferenças
e diversidade presentes nas instituições educativas e na sala de aula e que propicie o diálogo
com o contexto local e global.
Optar por essa perspectiva de trabalho exige dos sujeitos responsáveis pela ação
educativa da unidade de ensino a compreensão da contribuição de cada área para a formação
de uma rede de conhecimentos e experiências e ou saberes alinhados com às outras áreas no
posicionamento perante as demandas apresentadas aos sujeitos.
Posto isto, as Orientações Curriculares da Rede Municipal de Ensino de Três Lagoas,
apontam caminhos para a implementação dos projetos político pedagógico das instituições de
ensino que, dando legitimidade às experiências dos estudantes, investem na apropriação do
conhecimento como um direito dos sujeitos do processo e dos sujeitos aprendizes. Desse
modo, as áreas de conhecimentos e suas competências específicas se interligam a esse processo,
com a sistematização de uma dinâmica de trabalho em que haja diálogo com outros saberes e
campos do conhecimento, de modo a favorecer, na problematização das questões vividas, a
construção do conhecimento contextualizado.
Esse processo fortalece as práticas pedagógicas que permitem a criticidade dos
sujeitos, proporcionando a compreensão dos conhecimentos relacionados à constituição da
sociedade.
Com isso, estamos destacando as especificidades das contribuições das áreas do
conhecimento na inter-relação entre os diversos campos de saberes, de modo a não se produzir
42
a “disciplinarização” do trabalho escolar na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino
Fundamental. Em termos específicos, podemos apontar que essas áreas de conhecimento
podem contribuir na formação humana dos estudantes, atendendo suas particularidades e
singularidades, havendo assim algumas premissas que podem e devem ser consolidadas.
Finalizando, mas afinal o que é currículo? O currículo é trajetória, viagem, percurso. O
currículo é autobiografia, nossa vida, curriculum vitae: no currículo se forja nossa identidade. O
currículo é texto, discurso, documento. O currículo é documento de identidade (SILVA, 2000).
Referências bibliográficas
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para a educação hoje. Porto Alegre: Artmed, 2005.
CORRÊA, Adriana. Currículo: teoria e prática. Blumenau: Edifurb; Gaspar: ASSEVALI
Educacional,2008. 70 p, il. (Pós-graduação. Modalidade a distância).
ESTEBAN, Maria Teresa. O que sabe quem erra? Reflexão sobre avaliação e fracasso escolar.
Rio de Janeiro: DP&A, 2006.
MOREIRA, Antonio Flávio Barbosa; SILVA, Tomaz Tadeu da (Orgs.). Currículo, cultura e
sociedade. 4. ed. São Paulo: Cortez, 2000.
SILVA, Tomaz, T. da. Documentos de identidade: uma introdução às teorias do currículo. Belo
Horizonte: Autêntica, 2015.
VASCONCELLOS, C. dos S. Avaliação da aprendizagem: práticas de mudanças. São Paulo:
Libertad, 1998. p. 79.
. Currículo: a atividade humana como princípio educativo. 4ª ed. - São Paulo:
Libertade, 2013.
ZACCUR, E. Metodologias abertas a iterâncias, interações e errâncias cotidianas. In: GARCIA, R.
L. (Org.). Método: pesquisa com o cotidiano. Rio de Janeiro: DP&A, 2003. p. 177-198.
1
Texto elaborado por Ana Cláudia Bazé de Lima, Ângela Maria Brito e NilzeGomes Carvalheirode Mello
43
Iniciamos com esta epígrafe dialogando com Paulo Freire (2000) para compreendermos
que mesmo não assumindo uma teoria ao organizar uma prática, ela se faz presente, posta a
direcionar o trabalho pedagógico. Porém, se faz necessário que todos os profissionais que farão
uso deste documento orientativo conheçam, compreendam e apropriem-se das teorias que a
Rede Municipal de Ensino optou como percurso teórico e metodológico para a aprendizagem e
o desenvolvimento das crianças, adolescentes, jovens e adultos que a integram.
Definir os fundamentos teóricos norteadores para toda ação educativa que se dá nos
espaços que compõem um Centro de Educação Infantil ou uma Escola, é assumir, na condição
de Rede Pública, o ensino que objetivamos para promoção das aprendizagens e
desenvolvimento dos estudantes. Esta opção, está imbricada de intencionalidades de qual
homem/sujeito, desejamos ensinar a ser, de quais relações e conhecimentos constituirão sua
personalidade. Assim, assumindo a responsividade da contribuição que temos na constituição
de uma sociedade é que apresentamos os fundamentos de uma educação ancorada no homem
como SER social.
Por acreditarmos que o homem se constitui SER humanizado a partir do meio e das
vivências é que trouxemos nosso diálogo com a Teoria Histórico-Cultural, com Vygotsky e seus
interlocutores, uma vez que esta perspectiva teórica considera os fatores sociais e culturais
como centrais no processo educativo. Neste texto conversaremos com ele e com aqueles que
falam dele, para oportunizar a vocês, leitores, o assento para sua organização do trabalho
pedagógico. Trata-se de um convite, por meio do qual acenamos para caminharmos neste
pensamento, porém, o percurso será trilhado ao se permitir adentrar nele... vamos?!
O presente documento parte do reconhecimento de que a intensidade do trabalho
pedagógico desenvolvido com as crianças, jovens e adultos, conferem à capacidade da Educação
em reconhecer a aprendizagem como direito, portanto, à cidadania. Onde o sujeito se constitui
cidadão em desenvolvimento: físico, intelectual, afetivo e social, ou seja, na linguagem
vigotskiana, um desenvolver-se por inteiro, integralmente, efetivando assim a Educação
Integral. Reconhecimento, que demanda a própria explicitação dos desafios postos aos
profissionais da Educação, à progressiva concretização de práticas pedagógicas que
fundamentem a articulação da aprendizagem e desenvolvimento como direito na promoção de
desenvolvimento integral.
Consideramos que fazer uma opção teórica acerca de como se dá o processo de
aprendizagem e desenvolvimento/construção do conhecimento, é também reconhecer que
todas as teorias são provisórias, passíveis de mudança e que talvez, esteja nesta premissa o
grande valor das teorias enquanto referenciadoras de práticas – sejam elas pedagógicas ou não.
A resistência às mudanças está cristalizada em nossas práticas e acabamos quase sempre,
44
confirmando Miguel Arroyo (2007) ao dizer: A massa atropela tudo que é diferente, egrégio,
individual, qualificado e seleto. Quem não seja como todo mundo, quem não pense como todo
mundo, corre o risco de ser eliminado.
É almejando eliminar esse tipo de pensamento que buscamos na abordagem histórico-
cultural uma referência para o entendimento de como os estudantes aprendem. Nesta
abordagem, a aprendizagem e desenvolvimento constituem os conhecimentos que são
ativamente formulados e elaborados pelo sujeito que pensa e aprende na relação com o outro
e com o meio, em processos de constante interação.
Deste modo, construir um documento orientador das práticas pedagógicas da Rede
Municipal de Ensino implica na opção por uma organização curricular real, que seja o elemento
mediador fundamental da relação entre a realidade cotidiana dos estudantes no que se refere
as concepções, os valores, os desejos, as necessidades, os conflitos e a realidade social. Neste
sentido, apresentamos os fundamentos teóricos para a constituição das crianças, jovens e
adultos na condição de sujeitos plenos em suas aprendizagens e desenvolvimento, na
perspectiva da Teoria Histórico-Cultural. A partir desta perspectiva, o processo de produção e
apropriação do conhecimento requer a implementação de práticas pedagógicas capazes de
instigar os estudantes a vivenciarem produções de ideias, opiniões e conceitos.
Parafraseando o pesquisador russo, “o ponto de partida desta discussão é o fato de que
o aprendizado das crianças começa muito antes de elas frequentarem a escola.” (VIGOTSKI,
2007, p.94) e na continuidade deste diálogo com este psicólogo, “aprendizado e
desenvolvimento estão inter-relacionados desde o primeiro dia de vida da criança.” (VIGOTSKI,
2007, p.95). E ainda:
Tomemos como ponto de partida o fato de que a aprendizagem da criança começa
muito antes da aprendizagem escolar. A aprendizagem escolar nunca parte do zero. [...] não
podemos negar que a aprendizagem escolar nunca começa no vácuo, mas é precedida sempre
de uma etapa perfeitamente definida de desenvolvimento, alcançado pela criança antes de
entrar na escola. (VIGOTSKI, 2016, p.110)
Tais afirmativas, apresentam que a criança mesmo não estando inserida na educação
formal ela já possui aprendizagens pois esta, se dá nas relações e acontecem até mesmo na vida
uterina e ainda, o desenvolvimento não é necessariamente indissociável da aprendizagem,
estão inter-relacionados, porém em processos distintos que ora se inter-relacionam.
Desse ponto de vista, aprendizado não é desenvolvimento; entretanto, o aprendizado
adequadamente organizado resulta em desenvolvimento mental e põe em movimento vários
processos de desenvolvimento que, de outra forma, seriam impossíveis de acontecer. Assim, o
45
aprendizado é um aspecto necessário e universal do processo de desenvolvimento das funções
psicológicas culturalmente organizadas e especificamente humanas. (VIGOTSKI, 2007, p.103)
Nessas palavras, o pesquisador expressa a relação entre aprendizagem e
desenvolvimento não como processos idênticos, mas como processos que constituem uma
unidade. Deixou-nos seu pensamento para refletirmos que se faz necessário aprender e
apreender o conhecimento cultural para apropriações que gerarão desenvolvimento e assim,
novas necessidades. Podemos ilustrar tal constituição como um movimento espiral, no qual a
aprendizagem impulsiona o desenvolvimento das funções psicológicas, assim, se analisarmos
com uma lupa fictícia, este fato, poderemos visualizar tal movimento.
Nesta perspectiva, a construção do homem se dá a partir de sua interação com o outro
e com o meio em um processo de internalização provocando uma determinada reação no
desenvolvimento das funções psicológicas, elementares ou primitivas, para funções psicológicas
superiores, esse salto é provocado pelos estímulos recebidos em seu entorno. É o estímulo que
determina o comportamento, agindo sobre sua maneira de expressa-se, pensar, agir e sentir.
Para Vygotski (1995 apud Paquaslini, Ferracioli, 2009, p.143), o desenvolvimento das funções
psicológicas elementares e primitivas é garantido pelo aparato biológico de homens e animais,
como resultado do próprio crescimento orgânico, e funções psicológicas superiores são
exclusivamente humanas e se caracterizam por uma relação mediada entre estímulos do
entorno e comportamento.
Para Vygotsky, só há aprendizagem quando o ensino incidir na zona de desenvolvimento
próximo do sujeito que aprende. Se ensinarmos para o sujeito aquilo que ele já sabe, não haverá
nem aprendizagem e nem desenvolvimento. O mesmo acontece se ensinarmos algo que está
muito além de suas possibilidades de aprendizagem, ou seja, para além daquilo que ele possa
fazer com a ajuda de alguém – fora de sua zona de desenvolvimento próximo. O bom ensino
garante nova aprendizagem e impulsiona o desenvolvimento: o papel da escola é dirigir o
trabalho educativo para estágios de desenvolvimento ainda não alcançados pelo aluno,
impulsionando novos conhecimentos e novas conquistas a partir daquilo que ele já sabe,
desafiando o para o que ele ainda não sabe ou só é capaz de fazer com a ajuda do educador.
(MELLO, 2002,p.73)
Assim, reafirmamos o que para Vygotsky (1979) é de suma importância: que os
estudantes, durante seu processo de aprendizagem possam interagir com adultos e demais
pessoas, promovendo uma cooperação que desperte seus processos de internalização,
trabalhando tanto o nível de desenvolvimento potencial – a fase que faz suas tarefas com auxílio
do outro – quanto o nível de desenvolvimento real, em que realiza sua atividade sozinha.
46
Neste sentido, é importante dispor de metodologias que desafiem a produção e
elaboração do conhecimento, que priorizem o desenvolvimento do senso crítico, que favoreça
a criatividade e a compreensão das explicitações propostas. Sabemos que existe uma estreita
relação entre aprendizagem e desenvolvimento humano e esses dois processos precisam ser
considerados quando se planeja o ensino, pois isso determina atitudes teórico-metodológicas e
práticas pedagógicas distintas. Entendendo que a construção do conhecimento se dá a partir
das interações sociais num processo dialético entre o sujeito que aprende e sua realidade
contextual, a ação pedagógica é uma ação de mediação, de aproximação, entre aquilo que o
sujeito conhece e aquilo que ele pode vir a conhecer que Vigotski (1991) chama de Zona de
Desenvolvimento Proximal/Próximo.
Para tanto, se faz necessário compreender que o ato de ensinar acontece neste espaço
entre o desenvolvimento potencial e o real. Assim, a noção de desenvolvimento próximo
capacita-nos a propor a fórmula, a de que o “bom aprendizado” é somente aquele se adianta ao
desenvolvimento. (Vigotski, 2007, p.102).
A partir deste diálogo, as práticas pedagógicas devem considerar este espaço e tempo
em que se dá a aprendizagem e o desenvolvimento dos estudantes e assim, vale ressaltar, que
os professores ao se apropriarem desta compreensão, organizarão os momentos de ensino
assegurando um sujeito ativo em sua aprendizagem. Neste ponto, se evidencia o conceito de
atividade. Mello (2002) diz que quando o fazer escolar assume a forma de atividade, o sujeito
apropria-se das aptidões, habilidades e capacidades envolvidas nesse fazer. E assim, a atividade
se constitui quando a tarefa tem um sentido para o estudante, em contraposição aos fazeres
escolares que não consideram esses sujeitos como ativos ao organizarem o trabalho pedagógico,
ignorando seus desejos e necessidades de conhecimento, de formas e metodologias que
sentem-se parte no processo.
Sendo assim, as atividades educativas nas instituições de ensino da REME devem
proporcionar uma estreita relação entre o real e o imaginário verificados na espontaneidade dos
estudantes construindo, assim, significados do mundo da criança, do adolescente e do adulto.
Devemos considerar que para muitos estudantes a instituição é o primeiro contato que eles têm
fora do ambiente familiar, com a cultura produzida pela sociedade, cultura do mundo, diante
disso, elas se tornam instrumentos sociais significativos para o processo de construção da
subjetividade e da intersubjetividade, isto é, nos processos de interação, aprendem sobre si e
também sobre o outro.
Enquanto instituição dedicada ao ensino, os espaços educativos devem oferecer
oportunidades para aprender de modo significativo apoiando-as e respeitando-as no seu
desenvolvimento regido por um clima de confiança, por isso, a instituição se torna um lugar
47
criatividade, da descoberta e da autonomia.
Assim, acreditamos que compreendendo como a aprendizagem e o desenvolvimento
acontece, e quais funções são promovidas neste processo e ainda, onde o professor atua, assim
como, o que considerar ao organizar o fazer pedagógico para os estudantes. É saber básico e
essencial para conduzir a prática docente com objetividade e responsividade, na promoção dos
estudantes em suas aprendizagens.
Não podemos deixar de considerar que existem fatores internos e externos ao próprio
indivíduo, que podem facilitar ou inibir o processo de aprendizagem. Alguns fatores estão
relacionados com características das pessoas a quem se destina o que vai ensinar, o que implica
procedimentos necessariamente diferenciados, na medida em que a aprendizagem adulta é
substancialmente diferente da aprendizagem da criança, do jovem ou do adolescente.
Independente do desenvolvimento em que o sujeito que aprende está, o que deve predominar
nos processos de ensinar e aprender são as interações pois o resultado dessas apropriações do
conhecimento que num primeiro momento são sociais, tornam-se uma experiência pessoal
carregada de sentido, que faz com que o sujeito possa desenvolver esses conhecimentos
interpretando-os e usando-os em diferentes momentos e de diferentes formas.
Nesse debate lidar com o processo de ensino e aprendizagem nessa perspectiva solicita
da instituição de ensino:
- Organização de espaço e tempo que considera a necessidade e a participação dos
estudantes;
- Visão de criança, adolescente, jovens e adultos, ativo no processo de ensino,
respeitando sua diversidade;
- Práticas pedagógicas que asseguram a apropriação de todo patrimônio cultural,
artístico, ambiental, científico e tecnológico numa perspectiva de transcender a cultura local;
- Processos avaliativos formativos, que promovem ação reflexiva.
Tais temáticas, dentre outras, integram este caderno, a fim de oferecer a vocês leitores,
a compreensão da identidade da REME.
Assim findamos, refletindo...Para que a prática pedagógica conduza ao sucesso da
aprendizagem, essas questões devem ser consideradas, bem como, o nível das atividades
propostas e o envolvimento dos estudantes na sua execução, pois os espaços e tempos escolares
são locais de intercâmbios e sínteses de ideias e processos pedagógicos, e precisam ser
entendidos e trabalhados nesta perspectiva. Entender os processos de ensinar e aprender como
processos contínuos e recíprocos, nos leva a acreditar que todos os sujeitos são capazes de
aprender e que essa aprendizagem se dá nas relações sociais, no encontro com o outro,
48
permitindo uma apropriação e uma constante relação entre os conhecimentos científicos e
cotidianos, numa viagem intensa e prazerosa no universo do saber.
Referências bibliográficas
ARROYO, MIGUEL ARROYO. IMAGENS QUEBRADAS- Trajetórias e tempos de alunos e mestres.
Petrópolis,RJ: Ed. Vozes,2004.
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Brasília: MEC. 2017.
BRASIL. Constituição (1988) - Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado,
1988.
FREIRE, P. Desafios da educação de adultos ante a nova reestruturação tecnológica In: Pedagogia
da Indignação: cartas pedagógicas e outros escritos. São Paulo: Editora UNESP, 2000.
OLIVEIRA, Z. M. R. de. Educação Infantil: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2011.
OLIVEIRA, Z. R.; MARANHÃO, D.; ABBUD, I.et al. O trabalho do professor na educação infantil.
São Paulo: Biruta, 2012.
VIGOTSKI, L. S. A formação social da mente. Martins Fontes, 2007.
VYGOTSKY, L. S. Pensamento e Linguagem. Lisboa, Antídoto, 1979.
No entanto, esse é apenas um dos aspectos. Na verdade, a educação integral vai muito
além da simples ideia de aumentar o tempo, pois consiste em repensar as aprendizagens
oferecidas e estender os espaços onde elas acontecem. Nessa perspectiva, a escola teria o
papel de propiciar um processo de ensino e aprendizagem visando não apenas o
desenvolvimento cognitivo, mas também o social, o físico e o afetivo do aluno e de todos os
sujeitos envolvidos na educação.
Assim e tendo em vista que a vivência escolar visa o pleno desenvolvimento do sujeito,
garantindo-lhe os direitos de aprendizagem previstos pelas reformas educacionais atuais, é
preciso proporcionar aos estudantes condições para que se desenvolvam integralmente nas
dimensões intelectuais, físicas, afetivas, sociais e culturais.
É nesse cenário que visualizamos as competências e habilidades socioemocionais dos
sujeitos preconizada na Base Nacional Comum Curricular e que adotamos nas Orientações
49
Curriculares da de TL. Com esse propósito valorizaremos essa construção do sujeito, para
queseja atingido o que está preconizado nos documentos legais vigentes, trabalharmos na
perspectiva de construirmos competências plausíveis no âmbito da escola e deste modo
proporcionarmos uma educação que dê conta da formação integral do sujeito da ação
educativa, qual seja - o estudante. Nesse sentido e com o propósito de trazer as demais
competências socioemocionais que necessitam ser desenvolvidas no interior das instituições
educativas apresentamos as mais importantes delas.
As Competências Intrapessoais: podem ser entendidas como aquelas capazes de
ressignificar a compreensão dos sujeitos sobre si mesmos, neste caso, em um processo
sistemático de escolarização. Desse modo, tais competências possibilitam uma visão positiva de
si mesmo frente ao outro e o mundo. Destacamos a importância de trabalharmos com os
estudantes, três competências intrapessoais, sendo elas: a responsabilidades, a autoestima e a
motivação. A ausência de tais competências no contexto do processo de ensino e aprendizagem
inviabiliza a construção do pensamento autônomo com vistas à produção da autoria.
Entendemos, portanto, que, a partir da responsabilidade consigo, com seus afazeres,
com a sua própria aprendizagem as crianças/estudantes vão construindo conhecimento de
forma sistematizada e contínua. A autoestima também contribui nesse processo uma vez que a
partir da consideração positiva sobre si o estudante se sente valorizado nas suas reflexões,
mantendo-se motivado para as aprendizagens que lhes são mediadas. Nesse sentido, devemos
compreender que alguns estudantes são auto motivados, enquanto que outros necessitam de
maior atenção para a construção dessa competência. A motivação, assim como as outras
competências intrapessoais, pode ser aprendida-ensinada, aprimorada, dependendo sempre do
sujeito para que sejam consolidadas enquanto competência intrapessoal.
As Competências Híbridas: podem ser compreendidas como aquelas que são
emocionais, intrapessoal, ao passo que se articulam com a construção do conhecimento
denominado racional. Destacamos a importância e fortalecermos entre as crianças e estudantes
o pensamento crítico, a resolução de problemas e a curiosidade. Neste documento,
entendemos ser importante destacar que a construção metodológica e o delineamento sobre o
trabalho pedagógico geralmente abordam outras competências híbridas, que tendem a
fortalecer a aprendizagem, tanto de objetos de conhecimentos específicos quanto formas de
agir sobre o mundo.
As Competências Interpessoais: podem ser concebidas como aquelas capazes de
situar o sujeito no mundo social do qual faz parte. Nesse sentido, os estudantes, desde muito
pequenos, devem ser motivados a se reconhecerem como parte de um grupo social cujos
sujeitos são diferentes na sua forma de pensar e agir, mas devem se considerar de forma
50
respeitosa e amistosa. Além disso, entendemos ser importante destacar que essa diferença,
entretanto, não deve limitar a garantia do direito à igualdade de acesso aos direitos sociais.
A criança/estudante deve ser estimulada para que tenha motivo para valorizar a vida,
em suas diferentes expressões, construindo um modo de ser sustentável no mundo que habita.
Também deve aprender sobre o respeito ao outro, prezando sempre pela ajuda mútua e
sentimento de colaboração. Para isso, destacamos a importância de comunicação ser
desenvolvida a fim de que a criança aprenda a resolver as diferenças com ou outro por meio do
diálogo.
Dessa forma, ensejamos que as competências socioemocionais sejam trabalhadas como
norteadores das intencionalidades pedagógicas das unidades escolares e centros de educação
infantil em cada Projeto Político Pedagógico. Podemos ainda acrescentar que a escola deve
favorecer o desenvolvimento integral dos sujeitos quando (PERES TEREZA 2018):
- promove a equidade ao reconhecer o direito de todos aprenderem;
-sustenta altas expectativas e a premissa de que qualquer um tem a capacidade de
aprender;
- respeita as diferenças representadas pelas deficiências, pelas distintas origens étnico-
raciais, pela condição econômica e por fatores como procedência geográfica, orientação sexual,
religião.
É no ambiente escolar que se promove e se estimula ações de criatividade, de
participação, de diálogo e de coesão e inclusão social. reforçando o discurso é na escola que a
educação não deve se limitar aos seus muros deverá ir além e utilizar os equipamentos
disponíveis na cidade tais como: praças, monumentos, centros culturais que marcam a história
da cidade, biblioteca e atividades econômicas e culturais da cidade e região.
É finalmente pensar e conceber uma educação integral que desenvolve seus estudantes
integralmente em um espaço VIVO, de modo a contemplar o estudante do presente sem
esquecer das futuras gerações.
Referências bibliográficas
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Brasília: MEC. 2017.
PEREZ Tereza (org). BNCC - a Base Nacional Comum Curricular na gestão escolar e pedagógica.
São Paulo: Editora Moderna, 2018
SILVA, Tomaz Tadeu. Documentos de Identidade: Uma Introdução às teorias do currículo. 3ª
ed. REIMP – Belo Horizonte, Autêntica, 2010
SILVEIRA, Rosa Maria Godoy, et al., Educação em Direitos Humanos: Fundamentos teórico-
metodológicos – João Pessoa: Editora Universitária, 2007.
51
VILLELA, Fábio C. B. & ARCHANGELO. Ana, Fundamentos da escola significativa. São Paulo:
Editora Loyola, 2013
52
experiências nesse processo de transição de acordo com a BNCC. No entanto, vale ressaltar que
ainda, segundo a BNCC, essas aprendizagens devem ser compreendidas como elemento
balizador e indicativo, explorados na Educação Infantil e devem ser ampliados no Ensino
Fundamental, e não são condição ou pré-requisito para o acesso a esta etapa.
O espaço também deve ser acolhedor e integrador. A criança precisa se sentir
pertencente àquele ambiente, incluindo o cuidado, atenção e afeto por parte dos professores
dessa nova etapa educacional, tratando-a de forma singular e assegurando a aquisição do
conhecimento, sabendo das necessidades e potencialidades individuais.
Cabe ressaltar também, a atenção à família dessas crianças, explicando sobre a rotina
da sala de aula, a metodologia e a abordagem do trabalho, em virtude do sentimento de
preocupação por parte desses familiares.
Por fim, articular essas duas etapas de ensino se faz necessário para que haja integração
e, não aconteça uma ruptura que prejudique todo o processo cognitivo e socioemocional das
crianças, possibilitando a aprendizagem e o desenvolvimento de habilidades, competências,
objetivos de aprendizagem e desenvolvimento, dessa forma, a transição permeará um percurso
natural e contínuo.
Referências bibliográficas
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Brasília: MEC. 2017.
VYGOTSKY, Lev Semenovitch. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1987
2.6. – A alfabetização na REME: percursos e processos para a apropriação do ato de ler e escrever
53
Esse texto é um diálogo sobre a apropriação do ato de ler e escrever,
fundamental para todos os professores e demais profissionais, pois compreender este
processo no seu desenvolvimento e na sua efetivação é relevante para todos os que se
relacionam com os estudantes desde bebês até aos jovens e adultos. Ter clareza quanto
ao processo de ensino e de aprendizagem do ato de ler e escrever se justifica em virtude
de que este acontece ao longo de uma vida na escola.
Trouxemos o poeta Manoel de Barros em sua poesia “O menino que carregava
água na peneira” para provocar a compreensão de qual apropriação almejamos, neste
sentido, objetivamos que os estudantes da REME aprendam a usar as palavras e ousem
fazer peraltagens com elas ao ponto de desvelar todo pensamento elaborado por eles,
sem medos e restrições.
Sendo assim, consideramos o momento histórico da REME, em que estamos
vivendo um tempo, de constituir o documento norteador do currículo, assim como de
alfabetização, que dialoga com a BNCC, com o Currículo de Referência de Mato Grosso
do Sul e com a Teoria Histórico-Cultural. Neste cenário, dialogamos também com nossa
história dos modos de ensinar e aprender a escrever e a ler que teve também um
delineamento com as políticas nacionais de alfabetização. Retornaremos ao vivido para
nos lançarmos ao que viveremos conforme Vigotski nos apresenta: “A pedagogia deve
orientar-se não no ontem, mas no amanhã do desenvolvimento da criança” (2001, p.
333), assim, com pensamento no amanhã da aprendizagem e desenvolvimento de
leitores e autores é que contraímos esse diálogo.
Por reconhecermos toda relevância este texto foi elaborado em muitas mãos,
entre profissionais da Educação Infantil e Ensino Fundamental, culminando muitas
ideias e concepções teóricas e metodológicas, cuja elaboração objetivou traçar uma
linha progressiva dos bebês às crianças que frequentam os anos iniciais, numa
perspectiva de alfabetização como apropriação do ato de ler e escrever com ênfase nos
processos mentais superiores2 e como processo de internalização3, dos primeiros
balbucios e garatujas à efetivação do uso da língua materna escrita e falada. Portanto,
2 Vigotski se refere aos processos mentais superiores como funções psicológicas superiores, sendo: memória,
percepção, linguagem, pensamento, imaginação, vontade. Os processos mentais superiores são exclusivamente
humanos e mais sofisticados que os processos mentais elementares que compreendem os humanos e os animais.
3 Este processo é descrito por Vigotski como relações que acontecem primeiramente de forma externa e somente
depois são internalizadas e passam a fazer parte do repertório do sujeito. Segundo COELHO (2003) Primeiro
aprendemos observando a ação dos outros, depois a incorporamos aos nossos conhecimentos.
54
organizamos todo diálogo com este preâmbulo sobre o que os leitores encontrarão
neste texto, como início da linha progressiva, apresentamos a temática na Educação
Infantil, em seguida, um diálogo da transição da Educação Infantil ao ciclo de
alfabetização do Ensino Fundamental, numa progressão, até a efetivação da
alfabetização dos estudantes, concluindo todo este diálogo nas considerações finais.
55
No Parecer CNE/CEB nº 20/2009, podemos localizar a análise e descrição quanto
ao que apresentamos:
É importante lembrar que dentre os bens culturais que crianças têm o direito a ter
acesso está a linguagem verbal, que inclui a linguagem oral e a escrita, instrumentos
básicos de expressão de idéias, sentimentos e imaginação. A aquisição da linguagem
oral depende das possibilidades das crianças observarem e participarem
cotidianamente de situações comunicativas diversas onde podem comunicar-se,
conversar, ouvir histórias, narrar, contar um fato, brincar com palavras, refletir e
expressar seus próprios pontos de vista, diferenciar conceitos, ver interconexões e
descobrir novos caminhos de entender o mundo. É um processo que precisa ser
planejado e continuamente trabalhado. Também a linguagem escrita é objeto de
interesse pelas crianças. Vivendo em um mundo onde a língua escrita está cada vez
mais presente, as crianças começam a se interessar pela escrita muito antes que os
professores a apresentem formalmente. Contudo, há que se apontar que essa
temática não está sendo muitas vezes adequadamente compreendida e trabalhada na
Educação Infantil. O que se pode dizer é que o trabalho com a língua escrita com
crianças pequenas não pode decididamente ser uma prática mecânica desprovida de
sentido e centrada na decodificação do escrito. Sua apropriação pela criança se faz no
reconhecimento, compreensão e fruição da linguagem que se usa para escrever,
mediada pela professora e pelo professor, fazendo-se presente em atividades
prazerosas de contato com diferentes gêneros escritos, como a leitura diária de livros
pelo professor, a possibilidade da criança desde cedo manusear livros e revistas e
produzir narrativas e “textos”, mesmo sem saber ler e escrever. (p.15)
56
conhecendo letras, em escritas espontâneas, não convencionais, mas já indicativas da
compreensão da escrita como sistema de representação da língua.
4 Apresentamos esta expressão considerando Souza e Mello (2017) ao explicitarem que letramento, ainda que se
refira a inserção da pessoa no universo da cultura escrita, de fato lembra letra; alfabetização, ainda que se refira ao
domínio da leitura da escrita, lembra alfabeto.
5 No texto “A Pré-História da Escrita da Criança”, Vigotski (2000) apresenta as ligações genéticas entre o gesto, o
desenho, o jogo infantil e a escrita. Em suas investigações, o autor mostra claramente como esse processo se
desenvolve, ao evidenciar que o gesto é o embrião da futura escrita, pois, inicialmente, as garatujas e os desenhos
57
estudos realizados pela Escola de Vigotski, em seus estudos sobre o desenvolvimento
da escrita na criança, Luria (2016) apresentou:
A história da escrita na criança começa muito antes da primeira vez que o professor
coloca um lápis em sua mão e lhe mostra como formar letras. O momento em que a
criança começa a escrever seus primeiros exercícios escolares em seu caderno de
anotações, não é, na realidade, o primeiro estágio do desenvolvimento da escrita.
(LURIA, 2016, p. 143)
das crianças representam seus gestos materializados. Posteriormente, no decorrer do processo evolutivo da pré-
história da escrita, o desenho irá se converter em signo, pois a criança se utilizará dele para representar uma ideia. O
segundo momento de ligação genética entre o gesto e a escrita é representado pelos jogos infantis, nos quais a criança
confere significado ao objeto que utiliza com uma função simbólica assumida que determina a função de signo.
(BORTOLANZA, COSTA, 2016, p.934)
58
2.7.2 Transição: Educação Infantil e Ensino Fundamental na perspectiva da alfabetização
59
Portanto reiteramos, Educação Infantil é espaço de interações e brincadeiras,
tempo e espaço institucionalizado que respeita a infância e o sujeito “criança”, assim
como seus modos de apropriação da cultura e ainda, este sujeito não deixa de ser
criança ao findar a primeira etapa da educação básica, portanto, há de se compreender
a transição no processo.
60
de escolaridade e com os conhecimentos a serem adquiridos, não foram assegurados,
neste sentido, a escola continuou a ser para alguns.
Neste período, buscou-se respostas sobre o porquê da não aprendizagem dos
estudantes, responsabilizando – os pelo seu fracasso escolar. Ora, pelo nível social, ora
pela ausência de conhecimentos e ainda, atribuíram a desestruturação familiar. No
entanto, o reconhecimento do fracasso atribuído aos estudantes, bem como as medidas
tomadas pelos governantes na busca de caminhos para mudar essa situação,
apresentou ao longo da história que não foram suficientes tais dados.
Outro momento histórico importante na trajetória da alfabetização no Brasil foi
a Guerra dos Métodos, em virtude de se atribuir o fracasso também aos métodos, ou
seja, ao como se alfabetizava os estudantes, pois a principal preocupação dos
pesquisadores na área da alfabetização era em torno da técnica, procurava-se definir a
melhor e mais eficaz metodologia para alfabetizar, e na realidade é uma busca que não
se findou e perdura até hoje, assim este documento também se propõe dialogar sobre
essa temática da Educação Infantil ao Ensino Fundamental objetivando dialogar com
vocês, leitores e profissionais, sobre ato de ensinar e aprender a ser leitor e autor pleno.
Retomando a linha progressiva na história da alfabetização no Ensino
Fundamental, em meados do século XX, os pesquisadores da área mudaram o foco de
seus estudos, abriram mão do questionamento sobre os melhores métodos e
direcionaram suas pesquisas buscando compreender sobre a relação do estudante
quando está no ato de aprender a ler e escrever. Neste sentido, investigações,
demonstraram que o estudante reconstrói o código linguístico pensando sobre o que a
escrita representa e como ela se organiza. A partir da divulgação da teoria da
psicogênese da escrita surgem novas pesquisas correspondente a um crescente
interesse por investigar processos de aprendizagem, interações na sala de aula de
alfabetização e outros temas correlatos. Neste momento, o município de Três Lagoas,
especificamente a Rede Municipal de Ensino, na busca por superar as dificuldades
relacionadas à alfabetização, de forma significativa, investiu em formação continuada
por meio de parceria no desenvolvimento das Políticas Públicas ofertadas pelo Governo
Federal, bem como das elaboradas pela própria Secretaria Municipal de Educação.
Foi uma iniciativa de formação continuada a partir da Lei de Diretrizes e Bases da
Educação (LDB), de 1996, buscando-se investir na qualificação do professor tanto em
61
nível de formação inicial, quanto de formação continuada, com o propósito de melhorar
a qualidade e os índices de alfabetização no país, momento este em que se intensificou
o trabalho de formação nos anos iniciais do Ensino Fundamental.
Diante de todo este contexto, no ano de 2001, Três Lagoas aderiu ao Programa
Parâmetros em Ação, oferecido pelo Ministério da Educação – MEC, com objetivo de
oferecer às Secretarias de Educação uma referência pedagógica para a formação de
professores em serviço, bem como auxiliar na compreensão dos marcos teóricos dos
Parâmetros Curriculares Nacionais (1997) organizado a partir de uma concepção de
alfabetização a partir de textos.
Em 2002, foi implantado o Programa de Professores Alfabetizadores - PROFA,
objetivando aprofundar os estudos iniciados com os Parâmetros, no modelo de
alfabetizar com textos, bem como, desenvolver as competências profissionais
necessárias a todo professor que ensina a ler e escrever, oferecendo novas técnicas de
alfabetização. Momento este, também vivenciado na REME.
No ano de 2005 a Rede Municipal adere a mais um programa de formação
continuada de professores alfabetizadores, ofertado pelo Ministério da Educação
(MEC), denominado PRÓ-LETRAMENTO, tendo como objetivo a melhoria da qualidade
de aprendizagem da leitura, escrita e da matemática.
Outro marco na formação continuada em que a alfabetização foi o tema principal
aconteceu em 2013, com o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa – PNAIC,
em parceria entre Governo Federal, estados, municípios e entidades, entre elas “Todos
pela Educação”, com o propósito de assegurar que todas as crianças sejam alfabetizadas
até aos 8 anos de idade. As ações do PNAIC foram organizadas por meio de materiais
teóricos e metodológicos, acervos literários e jogos pedagógicos disponibilizados às
escolas pelo Ministério da Educação, todo um aporte que contribui ainda hoje, para
alfabetização e o letramento, teve como eixo principal a formação continuada de
professores alfabetizadores. Diante deste cenário formativo, a Rede Municipal de Ensino
de Três Lagoas – MS, aderiu ao PNAIC e desenvolveu a formação continuada aos
professores alfabetizadores por cinco anos e em sua última edição, conforme previsto
pelo MEC, ampliou a formação também à Educação Infantil.
Todo contexto de formação apresentado, o qual a REME esteve oportunizando
aos profissionais, se deu por considerarmos que a aprendizagem é um processo
62
contínuo e inacabado, que a formação continuada é necessária a todo profissional da
educação, sobretudo, para os professores, haja vista as constantes mudanças sociais,
culturais e tecnológicas da sociedade em que estamos inseridos. Sendo assim,
reiteramos que a formação continuada é um mecanismo que auxilia o docente no seu
processo de ensino, na procura de novos caminhos teórico-metodológicos para o
aprimoramento e transformação de sua prática pedagógica e essas orientações
curriculares também foram organizadas a fim de contribuir com o processo formativo
dos profissionais da REME, reconhecendo que o professor ocupa o lugar de sujeito que
oferece as condições para que os estudantes se apropriem de todo patrimônio cultural
que constituem os conhecimentos que estarão na relação de ensino e aprendizagem
entre os sujeitos, estudantes e professores, e ainda, que ambos ensinam e aprendem
comumente.
Portanto, as Orientações Curriculares de Três Lagoas toma como fundamento
precípuo a Base Nacional Comum Curricular- BNCC, o Currículo de Referência de Mato
Grosso do Sul e assume como referência teórica e metodológica a Teoria Histórico–
Cultural , em que a temática da alfabetização será dialogada sob este enfoque,
considerando os estudos da Escola de Vigotski que tem como ponto central a
aprendizagem e o desenvolvimento nas interações, nas vivências e experiências,
ampliando de uma concepção de ser humano biológico para uma que o considera um
ser histórico e cultural.
A teoria histórico-cultural, uma psicologia social, tem o homem como um sujeito
social e que a natureza humana está imbricada nas relações sociais. Isso equivale dizer
que são nas interações que o outro se constitui, ora interações de humanos com outros
humanos, assim como humanos com a cultura. No âmbito da educação, propriamente
das relações dos estudantes com a escola no Ensino Fundamental, essa abordagem
teórica nos clama por um posicionamento de valorização nas vivências e mais
precisamente, na alfabetização, de compreender que ensinamos atos de ler e escrever,
formamos atitudes leitoras e autoras, ensinamos a linguagem escrita, o que não se
resume ao ensino de traçar letras nem a leitura sem compreensão do que se lê.
Dessa forma, o processo de alfabetização requer que o ensino seja organizado
de forma que a leitura e a escrita se tornem necessárias aos estudantes, que ler e
escrever tenham sentido, sejam relevantes à vida, conforme afirma Vygotsky:
63
[...] da mesma forma que a linguagem oral é apropriada pela criança naturalmente, a
partir da necessidade de expressão nela criada por sua vivência social numa sociedade
que fala, a escrita precisa se fazer uma necessidade natural da criança numa sociedade
que escreve e lê. (VYGOTSKY, 1995, p. 202)
64
relações dialógicas acontecem, onde suportes e portadores de escrita se modificaram,
por todo esse cenário não se encaixa um ensino que priorize a técnica em si, o que exige
de nós educadores ressignificarmos os contextos de ensino.
Retomemos, a escrita não é apenas um código. Mais que isso, é uma
representação simbólica e sua função, portanto, é enunciar algo. Sendo assim, é preciso
proporcionar condições aos estudantes para elaborarem hipóteses sobre a significação
desses signos e ir além da simples aquisição do código escrito, utilizando da leitura e da
escrita na relação social, apropriando –se da função social.
Neste contexto, Soares (2004) diz que dissociar esses termos é um equívoco,
porque, no quadro das atuais concepções psicológicas, linguísticas e psicolinguísticas de
leitura e escrita, a entrada da criança (e também do adulto analfabeto) no mundo da
escrita ocorre simultaneamente por esses dois processos: pela aquisição do sistema
convencional de escrita – a alfabetização – e pelo desenvolvimento de habilidades de
uso desse sistema em atividades de leitura e de escrita, nas práticas sociais que
envolvem a língua escrita – o letramento.
Portanto, se faz necessário pensar nas práticas ofertadas no processo de
alfabetização, tendo em vista que são constituídas por um conjunto de ações que devem
propiciar e oportunizar experiências de leitura associada a produção textual,
respeitando as singularidades da infância, através de práticas que realmente façam
parte da vida em sociedade numa cultura letrada. Essas práticas devem considerar a
transição das crianças da educação infantil para o ensino fundamental, aprofundando
as experiências com a linguagem oral e escrita já iniciadas e assim, consolidar a
aprendizagem.
A BNCC retoma o princípio do texto como ponto central do processo, em que ele
oportunizará o direcionamento de objetivos, conteúdos e habilidades que serão
trabalhados, o discurso do gênero e em quais espaços, ambientes e contextos de uso.
Reafirmando nossa referência em Vygotsky (2009), entendemos a aprendizagem da
linguagem escrita como um processo ao qual o estudante estará inserido por meio de
relações sociais, oportunizando que participação de forma autônoma e/ou
compartilhada.
Considerando a importância dos conhecimentos produzidos nos processos de
ensino e aprendizagem precisamos construir uma metodologia de alfabetização que
65
valorize e garanta que o espaço da sala de aula seja um ambiente de compreensão, de
observação, em que a fala e a escuta dos estudantes promovam a ampliação de
conhecimentos para emancipação do sujeito, por meio de interações com foco em
aspectos cognitivos, linguísticos, estéticos, emocionais e lúdicos, entremeados ao
processo de ensinar e aprender.
O professor, no papel de mais experiente frente a cultura humana, é o
organizador do ambiente educativo e assume o papel intencional frente as
possibilidades de aprendizagem e desenvolvimento de seus estudantes, estabelecendo
objetivos educativos à serem alcançados, bem como, quais as metodologias e recursos
deverão mediar o ensino para que o estudante aprenda, se desenvolva e estabeleça uma
relação positiva frente a este processo e ainda, se perceba parte de uma sociedade.
Nesta perspectiva,
Vigotski nos convida a pensar a educação de uma maneira mais viva, integrada,
compartilhada. Nesse tipo de instrução (Prestes 2010), todos podem educar-se
conjuntamente. Isso significa que apesar de um professor assumir os cuidados da
organização do ambiente educativo para que as condições perante a sua
intencionalidade pedagógica sejam favoráveis frente às possibilidades de
desenvolvimento dos educandos, sua figura não requer uma centralidade absoluta.
Ou seja, poder-se-ia instaurar um verdadeiro ambiente colaborativo, uma prática
pedagógica sem uma hierarquia centralizadora.
O professor em Vigotski é o organizador social do ambiente educativo. Ele possui uma
intencionalidade clara frente ao desenvolvimento de seus alunos. Essa
intencionalidade diz respeito aos objetivos educativos e a que cada estudante possa
realizar as atividades organizadas pelo professor, de modo a apropriar-se do que lhe
é proposto. Um caminho que passa pela ajuda de outrem até a possibilidade
autônoma do fazer. Essa seria a chave do desenvolvimento. (PEDERIVA, 2018, p. 24).
66
Para tanto, é imprescindível garantir a todos os estudantes da REME, relações
com leitura e escrita, como meio de superação de si e das desigualdades, propiciando
condições mínimas para uma vida plena em sociedade.
Referências bibliográficas
BAPTISTA, M. C. A linguagem escrita e o direito à educação na primeira infância.
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http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=6673-
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67
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<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_issuetoc&pid=0103656420100004&lng=e
n&nrm=iso>. Acesso em: 21 abr. 2017.
68
pela Secretaria de Educação e SEMEC em articulação com as universidades, em particular as
públicas, é na instituição de ensino que torna-se imprescindível, visto que os professores são
sujeitos ativos no processo de ensino e aprendizagem, bem como na efetivação da garantia do
direito de aprender dos estudantes na contemporaneidade, numa sociedade plural e
democrática. Diante das inúmeras transformações que a sociedade contemporânea vem
vivenciando, o papel do professor também vem sofrendo alterações, anteriormente, no século
XIX, era tido como transmissor de conhecimento já na atualidade vem se reconfigurando, no seu
papel de formador e mediador para a construção do conhecimento.
Nesse sentido, na contemporaneidade a docência se dá na relação e interação com o
contexto social e heterogêneo composto por discentes, docentes e comunidade escolar da
instituição educativa. Cabe destacar que não existe um modelo único de formação, mas, a partir
do contexto de cada comunidade, composta por diferentes sujeitos, por distintas formas de
organização escolar pelo currículo e por determinadas necessidades específicas de cada
instituição que os professores irão construir habilidades e capacidades para mediar ações
pedagógicas no processo de ensino e aprendizagem. Sendo portanto, um processo formativo
que se dá a partir da escola, na escola, a partir de um contexto singular, conforme indicam
autores como Nóvoa (2002, 2007) e Imbernón (2010). Nessa linha de pensamento, torna-se
relevante considerar os saberes experienciais dos professores apontados por Warschauer
(2001); Tardif (2010), uma vez, que os docentes já atuam exercendo a profissão nas instituições
escolares. Sendo assim, a partir da experiência, dos conhecimentos práticos, e das necessidades
de conhecimentos surgidos a partir da ação educativa, objetiva-se que os professores construam
e reconstruam conhecimento, articulando os elementos práticos e teóricos. No contexto
escolar, os professores precisam mobilizar um ‘”vasto leque de saberes e habilidades” tendo
que orientar a ação pedagógica por diferentes objetivos, conforme aponta Tardif:
Objetivos emocionais ligados à motivação dos alunos, objetivos sociais ligados à
disciplina e à gestão da turma, objetivos cognitivos ligados à aprendizagem da matéria ensinada,
objetivos coletivos ligados ao projeto educacional da escola, etc (TARDIF, 2010, 264)
Frente aos desafios que compõem a prática docente no cotidiano escolar, os professores
são sujeitos ativos na construção do conhecimento, logo sua prática não se resume a aplicação
de métodos e técnicas, mas como sujeitos produtores de saberes. O professor em suas ações,
reflexões, produz teorias, baseados em suas experiências, construindo conhecimento acerca de
sua prática pedagógica, conforme afirmam Tardif (2010) e Clarindo (2011). É essencial a SEMEC
e Equipe Pedagógica das escolas e centros de educação infantil, propiciem a formação dos
docentes, mas que seja fortalecida essa formação no contexto escolar com a finalidade de se
promova momentos de reflexão-ação sobre a prática pedagógica, trocas de experiências e
69
Nóvoa (1995),a dimensão reflexiva da formação em detrimento da dimensão técnica que
articule teoria e prática na formação continuada. De acordo com Nóvoa (2002, p. 38), O espaço
pertinente da formação contínua já não é o professor isolado, mas sim o professor inserido num
corpo profissional e numa organização escolar. Nesse sentido, compreende-se que implementar
um processo de formação que prioriza a escuta e a partilha de saberes no cotidiano da escola,
qualifica a ação docente, ao mesmo tempo em que potencializa a construção de um projeto de
escola e de educação para a REME.
Assim, um processo formativo que produz estranheza e saberes frente à realidade, o
estudo, o diálogo e o compromisso com a prática docente torna a escola um espaço reflexivo e
propositivo,
[...] partindo do princípio de que a escola é um lugar de produção de saberes,
permitindo aos seus profissionais articular o exercício de uma carreira a um processo
formativo que acompanha seu desenvolvimento profissional (ALVES,2017, p. 208).
Referências bibliográficas
ALVES, Juliane de Oliveira. Formação Continuada, educação ambiental e educação integral em
uma escola de tempo integral do Rio Grande – RS. 2017. Tese (Doutorado em Educação
Ambiental) – Programa de Pós-Graduação em Educação Ambiental, Universidade Federal do Rio
Grande, 2017.
72
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Paulo: Cortez, 2010.
NÓVOA, A. (org.) Vidas de professores. 2ed. Porto: Porto Editora, 2007.
NÓVOA, A. Formação de professores e trabalho pedagógico. Lisboa: Educa, 2002.
NÓVOA, Antônio. Os Professores e sua Formação. 2ª. Lisboa Codex – Portugal: Publicações Dom
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WARSCHAUER, C. Rodas em rede: oportunidades formativas na escola e fora dela. Rio de
Janeiro: Paz e Terra, 2001.
CAPÍTULO III - OS PRODAGONISTAS DA AÇÃO EDUCATIVA NA ESCOLA
73
Num contexto contemporâneo onde ser, estar, fazer e modificar o mundo faz parte de
um cenário social em que somos protagonistas, ressoa uma questão a ser refletida: qual a
função da educação e da escola na formação de cidadãos mais autônomos e atuantes? Como
contribuir para que os sujeitos sociais da escola interajam entre si para interagir com o mundo,
garantindo a humanização das relações sociais dentro e fora da instituição de ensino? Tal
educação supõe repensar e frequentemente transformar muitas das práticas pedagógicas
atuais. “[...] o direito à educação não é simplesmente direito de ir à escola; mas o direito à
apropriação efetiva dos saberes, dos saberes que fazem sentido.” (CHARLOT, 2005, p.148). Por
isso, é necessário refletir sobre as escolhas que fazemos ao listar conhecimentos que serão
ensinados. Ou seja, o que ensinamos nas escolas tem sentido para os estudantes? De que forma
o que é ensinado contribui para a abordagem conceitual de mundo e para o mundo? Estas
escolhas encaminham os estudantes para a ação, ou dão margem apenas para reproduzir
pensamentos? Este é o momento de pensarmos a instituição de ensino como um espaço de
discussão e reflexão. Para isto é necessário rever as possibilidades que estão a nossa disposição
para construirmos um espaço melhor de convívio e de melhor aprendizagens, analisando e
buscando superar o discurso de um currículo crítico, efetivando práticas ativas e significativas
que permitam construir ações reflexivas e emancipatórias de acordo com a realidade de cada
comunidade. A instituição de ensino é um lugar privilegiado onde determinados conhecimentos
são veiculados e que somente desta forma os sujeitos têm acesso a alguns saberes
sistematizados.
De acordo com Giroux, (1997, p. 50) “Se um dos propósitos do currículo é gerar
possibilidades de emancipação, teremos que desenvolver uma nova linguagem e novas formas
de racionalidade para realizar tarefas”. Assim, a instituição de ensino precisa assumir e se
responsabilizar por uma práxis que estimule a autonomia de todos os seus sujeitos. Deve-se
modificar para oferecer instrumentos pedagógicos necessários para que se chegue
aodesenvolvimento da inteligência, do afeto, da sensibilidade, do compromisso, da
corporeidade, ou seja, uma educação que caminha para ser integral. Entendendo por educação
integral, conforme nos aponta o Parecer Nº 7 do CNE/CEB, a prática social que visa o processo
de socialização da cultura da vida no qual se constroem, se mantêm e se transformam saberes,
conhecimentos e valores. (BRASIL, 2010). Para isso, o desafio posto pela contemporaneidade à
educação é o de garantir, de uma forma contextual e universal, o direito humano a uma
educação de qualidade, que atenda a todas essas perspectivas. Assim, uma que escola ou centro
de educação infantil que cumpra sua função social implica numa instituição atenta às demandas
sociais, que se faz inovadora na medida em que entende e realiza uma educação voltada para a
74
formação humana, buscando habilitar os seus sujeitos para o exercício da cidadania.
Acreditamos que o conhecimento dá a oportunidade de compreender mais criticamente quem
somos como parte de uma formação social mais ampla. Então precisamos construir uma nova
linguagem nas escolas, apontando para novas questões e possibilidades de expressão e culturas,
permitindo que todos os envolvidos sejam intelectuais transformadores e façam dos espaços
educativos esferas públicas democráticas.
Escolas que se proponham ao debate e à prática de questões fundamentais como a
inclusão, a diversidade humana, cultural, social, raça, etnia e de aprendizagem. Como indica o
Parecer nº 07 BRASIL (2010), gerações constituídas por categorias que se entrelaçam, na vida
social: pobres, mulheres, afrodescendentes, indígenas, pessoas com deficiência, as populações
do campo, os sujeitos albergados, aqueles em situação de rua, os estrangeiros, todos que
compõem a diversidade que é a sociedade brasileira. Assim, a escola contemporânea deve
fundamentar-se na ética dos valores, da liberdade, na justiça social, na pluralidade, na
solidariedade e no compromisso de práticas pedagógicas que garantam a apropriação de
conhecimentos científicos capazes de possibilitar a todos o enfrentamento da realidade
contextual de uma forma crítica e reflexiva, cumprindo efetivamente sua função social.
Salientamos ainda, a necessidade de a instituição de ensino( escola e Centros de educação
infantil) de identificar seus problemas e organizar seu trabalho pedagógico de forma coletiva a
partir da reflexão dos problemas nela existentes. O trabalho não deve se pautar apenas no
campo das ideias, do discurso e do pragmatismo, deve ir além no campo dialético de “ação-
problema-reflexão-ação” (SAVIANI, 2007, p. 26-27); articulando teoria e prática já que um
depende do outro. Para que as mudanças aconteçam, é preciso refletir sobre as múltiplas
funções atribuídas à escola na contemporaneidade e buscar a sua função social precípua,
lutando para que ela se cumpra no interior das instituições de ensino da Rede Municipal de
Ensino de Três Lagoas.
75
Nesse sentido, é necessário reorganizar e encaminhar o trabalho pedagógico, e a
reformulação dos documentos que representam a identidade de cada escola e cada centro de
educação infantil, dentre eles destacamos o Projeto Político Pedagógico - PPP de tal maneira
que a escola possa assegurar e assumir definitivamente sua função social que é: transmitir de
forma sistematizada e organizada o saber (cultura) historicamente acumulado pela
humanidade às novas gerações para sua continuidade e preservação.
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CHARLOT, Bernard. Relação com o saber, formação dos professores e globalização: questões
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Disponível em: . Acesso em: 04 de abril de 2012.
SAVIANI, Dermeval. Escola e democracia: teorias da educação, curvatura da vara, onze teses
sobre a educação e política. 9. ed. São Paulo: Cortez: Autores Associados, 1985
74
mais coerente com a concepção de educação, de ensino e de aprendizagem que esse sujeito
tem como direito?
Como retratar no currículo uma concepção de educação e de ensino para garantir os
direitos de aprendizagem dos educandos? Como diferenciar as competências e as habilidades,
definidas pela BNCC, da concepção tecnicista das décadas de 60 e 70, na qual se queria formar
trabalhadores especializados para atuar em setores específicos da sociedade?
Ou seja, como contemplar as reflexões das décadas de 80, 90 e as do início do século
XXI, visando a formação do cidadão que busca na escola adquirir, por meio do ensino e da
pesquisa, as bases para uma formação de qualidade e um lugar na sociedade?
Enfim, a escola, no exercício de sua função educadora, promove a inserção e
possibilidade de ascensão social, sem, contudo, constituir-se como única instituição responsável
por esse desafio, uma vez que a compartilha com a família e as demais instituições sociais.
A ação de reconhecimento dos tempos de vida: a infância, a juventude e a vida adulta,
são elementos essenciais para o fortalecimento da dinâmica da ação educativa. Esses tempos
de vida, numa sociedade ocidental como a nossa, vêm carregados de significados distintos,
criações culturais simbólicas específicas e próprias. Portanto, necessita-se compreender a
infância, a juventude e a vida adulta ao se organizar todo o processo pedagógico da complexa
dinâmica da ação educativa. A infância é um momento singular na vida de um sujeito, é tempo
de constante construção e permanente descoberta do mundo, de dominar física e mentalmente
os ambientes e inserir-se neles. Infelizmente, muitas crianças têm esses direitos
negligenciados. Muitas ciências, a Sociologia, a Psicanálise, a História, a Antropologia, a
Filosofia, têm contribuído para o estudo e a compreensão da infância. Os diálogos com as teorias
de um lado e as lutas políticas em defesa dos direitos da criança, ora empurrando para frente o
momento da maturidade, os torna adultos, ora jogando para traz a curta etapa da infância, os
infantiliza.
A infância que se conhece hoje é a criação de um tempo histórico e de condições
socioculturais determinadas, sendo um erro querer analisar todas as infâncias e as crianças com
o mesmo referencial. Sendo assim, podemos considerar que a infância muda com o tempo e
com os diferentes contextos sociais, econômicos, geográficos, e até mesmo com as
peculiaridades individuais. Portanto, as crianças de hoje não são exatamente iguais às do
século passado, nem serão idênticas as que virão nos próximos séculos.
É marca desse tempo da vida o processo de apropriação da linguagem que, como parte
do sistema de sinais adquirido num discurso com sentido, se constitui em sujeito da linguagem
ao dizer “eu”. Pode-se afirmar que infância e linguagem coexistem. Na infância importantes
aprendizagens são sistematizadas no espaço escolar, como a leitura, a escrita, a construção do
75
pensamento lógico matemático, sendo básicas para outras. Assim como a infância, a juventude
é também compreendida hoje como uma categoria histórica que gera e é geradora de
significações e significados que somente podem ser analisados à luz da própria sociedade. Deve
ser pensada para além da idade cronológica, da puberdade e das transformações físicas que ela
acarreta (conjunto de transformações fisiológicas ligadas à maturação sexual). É uma categoria
que se constrói, se exercita e se reconstrói dentro de uma história e tempo específicos.
Os estudiosos do desenvolvimento humano consideram a adolescência tempo de
mudanças físicas, cognitivas e sociais que, juntas ajudaram a traçar o perfil da população. A
adolescência é uma ponte entre a infância e a idade adulta, compreendida como um período
atravessado por crises, que encaminham o jovem na construção de sua subjetividade.
Consideram que a juventude se forma no estágio de transição entre a dependência
infantil e a maturidade do adulto, sendo que o sentido de conquista e reconhecimento de si
parece ser o sinal próprio desse tempo. Essa é uma construção iniciada com o nascimento, e que
se encaminha para a completude do homem, finalizando somente com a morte, que, como o
nascimento, delimita os dois extremos da vida.
A juventude é marcada pela busca da diferença e originalidade, o desejo de impactar,
de provocar contrastes. Marcas definidoras da existência social parecem mobilizar, de forma
visível, a atenção e a tensão dos adolescentes. Organizando-se em “tribos”, passam a utilizar
vocabulários e vestuários próprios, estilos variados, construindo, assim, sua identidade nas
relações estabelecida não somente na escola, mas em outras esferas sociais, como a família, a
igreja e o trabalho. A juventude é um tempo marcado pela participação nos movimentos juvenis,
que despertam visões diferenciadas na sociedade, como desordeiros ou transgressores.
Na escola, é comum presenciarmos as situações de conflito vividas pelos adolescentes.
Seguir, burlar ou obedecer às regras? Se sentem inseguros e ao mesmo tempo donos de si.
Reivindicam liberdade mais ainda não sabem lidar com a responsabilidade que a liberdade
proporciona. Querem ser rebeldes, mas buscam proteção.
A adolescência é o prisma pelo qual os adultos olham os adolescentes e pelo qual os
próprios adolescentes se contemplam. Ela é uma das formações culturais mais poderosas de
nossa época. Objeto de inveja e de medo, ela dá forma aos sonhos de liberdade ou de evasão
dos adultos e, ao mesmo tempo, a seus pesadelos de violência e desordem. Objeto de admiração
e ojeriza, ela é um poderoso argumento de marketing e, ao mesmo tempo, uma fonte de
desconfiança e repressão preventiva. (CALLIGARIS, 2008).
Na contemporaneidade, a ênfase no mercado e no consumo, as questões tecnológicas
e as culturas de massa têm colocado a juventude em intensa situação de vulnerabilidade, muitas
vezes a encurralando.
76
O apelo em atender aos modelos estereotipados de comportamento, especialmente
apresentados pela mídia, apontado para os adolescentes, e o consumo exacerbado não
fornecem condições para que o adolescente planeje e articule ações como uma forma de
superação da condição ou situação vivida.
É inegável a importância do “momento presente” na percepção do ser jovem na
periferia ou no campo, e ser mulher jovem ou ser jovem negro, da classe média e trabalhadora,
são todas identidades possíveis e relacionais, subjetivadas na competição de símbolos por parte
dos movimentos e grupos sociais. Há também uma distinção entre o que o jovem espera da
escola como espaço de convivência e sua percepção sobre o papel da escolaridade na vida
adulta.
Os problemas que mais afetam o estudante adolescente e o jovem hoje estão na
defasagem escolar, na perspectiva de trabalho, na vulnerabilidade à violência e ao crime, e na
gravidez na adolescência, constituindo-se em importantes elementos de debate no ambiente
escolar.
Na fase de vida adulta, o sujeito já tem formada sua personalidade e identidade, possui
uma série de conhecimentos e acumula experiências adquiridas ao longo de sua história de vida.
Estão abertos ao diálogo e vão à escola com clareza de seus objetivos. A vida adulta se constitui
na fase mais ativa e longa dentro da sociedade.
Na vida adulta, o ser humano busca uma valoração pessoal, objetivando um desejo
intrínseco da avaliação positiva de sua pessoa pelos conhecimentos até então adquiridos e
construídos, sempre numa expectativa de alcançar uma avaliação positiva frente ao social, a
respeito de si mesmo.
Muitos adultos que frequentam a escola cursando o Ensino Fundamental, buscam
reparar o tempo de escolarização que não puderam usufruir na infância e na adolescência. Em
geral, são sujeitos que vivem em contextos de desfavorecimento social ainda não empregados,
ou em ocupações precárias ou não.
O ser humano adulto, presentes em nossas escolas no Programa de Aceleração da
Aprendizagem - PAA e futuramente, Educação de Jovens e Adultos-EJA, vivenciam em suas
próprias situações de vida características que lhe são particulares. Já produz e trabalha; do
trabalho vive e sobrevive, em qualquer circunstância de realidade social, econômica e cultural.
O fenômeno da vida adulta, em cada ser humano, é entendido no processo de desenvolvimento,
com suas aprendizagens e singularidades.
Nesse momento da vida adulta fica evidente a necessidade de ressignificar todas as
condutas sociais e buscar modos significativos de viver pessoalmente. Talvez pela
disponibilidade de tempo, ou por motivações externas de se sentir bem e elevar as condições
77
de vida em família. Deve-se procurar entender o que esses sujeitos na condição de estudantes
vêm tentando demonstrar, explícita ou implicitamente, seja por abandono, reprovação e
dificuldade de permanência, seja por formas com que organizam suas necessidades e anseios
maiores e melhores oportunidades de tornar a escolarização uma possibilidade de emancipar-
se. Estejam na infância, adolescência, juventude ou idade adulta compreende-se, como ponto
de partida e de chegada do processo educacional, que esses estudantes são sujeitos concretos,
em sua maioria de classe popular, filhos de trabalhadores formais e informais, que vivem no
campo, na cidade, regiões diversas com particularidades socioculturais e étnicas. E é
fundamental compreendê-los e considerá-los ao produzir novos documentos, que retomem
democraticamente a ação socializadora da escola, na especificidade de seus saberes e práticas.
Esse olhar técnico e pedagógico para as especificidades que cada fase da vida do estudantes nos
apresenta é fundamental para que possamos organizar o trabalho pedagógico de modo a
contemplar suas singularidades culturais e de sonhos.
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78
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SACRISTÁN, Gimeno. Currículo: uma reflexão sobre a prática. Porto Alegre: Artmed, 2000.
79
Significa ainda, compreender como, em que aspectos o contexto sócio-emocional-cultural
interfere na aprendizagem, pois, o mais importante é resolver os problemas encontrados em
sala de aula e promover a aprendizagem.
No entanto, essa é apenas a primeira parte do trabalho. De nada adianta fazer o
levantamento do diagnóstico, elencar os problemas da prática pedagógica e de
desenvolvimento profissional, avaliar, analisar os resultados das avaliações, “gastar” horas e
horas de estudos se o resultado disso, não possibilitar transformações na aprendizagem dos
estudantes.
Antes mesmo de falar do planejamento de intervenção faz-se necessário pensar sobre
algumas questões do tipo: porque um estudante que para ajudar na renda familiar, que trabalha
de vendedor na rua não consegue resolver problemas matemáticos simples, na escola? Porque
se propõe a escrita de texto que de fato nunca será lido por nenhum destinatário, senão pelo
professor, para ser corrigido?
Nessa vertente, Weisz (2003, p. 75) chama a atenção para o fato de que:
cabe à escola garantir a aproximação máxima entre o uso social do conhecimento e a
forma de tratá-lo didaticamente”. E lembra ainda, que o compromisso maior está em
converter em prática os pressupostos didáticos que definem uma boa situação de
aprendizagem [...]”.
Portanto, a experiência docente mostra que as turmas sejam elas em que etapa ou
modalidade de ensino estejam, são constituídas por estudantes com diferentes níveis de
informação e conhecimento, de acordo com as experiências proporcionadas pelo meio em que
vivem, justificando a heterogeneidade existente. Esse fato traz para prática docente algumas
situações problema vivenciadas cotidianamente pelos professores e necessárias de serem
superadas para orientar a prática e as intervenções pedagógicas, dentre elas, Weisz (2003, p.
76) apresenta algumas, fruto da reflexão trabalhada por uma professora e que merecem ser
destacadas:
Como desenvolver um trabalho produtivo, considerando essa configuração de classe?
Como agrupar os alunos para que pudessem, sempre que possível, aprender uns com
os outros? Que critérios utilizar para que os agrupamentos fossem sempre produtivos
e não ocorressem situações do tipo “um faz e os outros copiam”?
O que fazer para garantir situações didáticas de fato desafiadoras? [...] possíveis e
difíceis ao mesmo tempo? (WEISZ, 2003, p. 76)
80
aprender com o outro. Com a “fotografia” da turma em mãos que revela o conhecimento que
os estudantes possuem, e também as suas características pessoais é o momento de planejar os
agrupamentos.
Em relação aos critérios de agrupamento para atividades como as propostas, o que vai
definir é o conhecimento que o professor tem do que os alunos sabem, mas é importante
considerar algumas dicas da Coletânea de Textos do PROFA (Programa de Formação de
Professores Alfabetizadores, MEC, 2001, p. 196) tão atual para a prática docente desse tempo
histórico:
Não é nem um pouco produtivo o agrupamento de alunos que sabem mais ou menos
as mesmas coisas, ou pensam de forma muito parecida. [...] Ajustar o nível de desafio
às possibilidades cognitivas dos alunos, para que realmente tenham bons problemas
a resolver;
Organizar agrupamentos produtivos, em função doconhecimento sobre o que os
alunos sabem e do conteúdo da tarefa que devem realizar;
81
Ainda a esse respeito, Veiga (2006, p. 74) ainda salienta que na intervenção pedagógica
desencadeada pelo sujeito da ação didática - o professor, estão presentes as dimensões
pedagógica, criativa e lúdica, tornando a sala de aula sinônimo de alegria, de curiosidade e de
construção coletiva, propiciando um ambiente mais efetivo à aprendizagem.
Importante lembrar a importância de esse clima ser construído em todas as etapas e
modalidades da Educação Básica, porque um espaço acolhedor realizado e comandado pelo
professor, favorece os processos de ensino e aprendizagem e consequentemente o desejo do
estudante permanecer na escola com sucesso.
82
É necessário que o diretor tenha a visão do todo (pedagógico e administrativo) para
integrar toda a comunidade escolar, promovendo um ambiente que assegure a educação de
qualidade, a valorização do conhecimento e da cultura, garantia de acesso e permanência com
sucesso dos alunos, respeitando a diversidade.
A eficácia da equipe técnica pedagógica está associada a ações que fazem a diferença
na aprendizagem dos seus alunos.
Os dirigentes de escolas eficazes são líderes, estimulam os professores e funcionários
da escola, pais, alunos e comunidade a utilizarem o seu potencial na promoção de um
ambiente escolar educacional positivo e no desenvolvimento de seu próprio potencial,
orientado para a aprendizagem e construção do conhecimento, a serem criativos e
proativos na resolução de problemas e enfrentamento de dificuldades.(LÜCK, 2000,
p.2)
Ressaltamos que a formação continuada deve ser entendida pela equipe técnica
pedagógica da escola como condição inerente ao trabalho pedagógico deste, devendo ser
contínua na rotina escolar. Nessa perspectiva, vislumbramos como Perfil do Coordenador da
Rede Municipal de Ensino de Três Lagoas, que este seja, formador, articulador e transformador.
[...] em seu papel formador, oferecer condições ao professor para que aprofunde sua
área específica e trabalhe bem com ela, ou seja, transforme seu conhecimento
específico em ensino. Importa, então, destacar dois dos principais compromissos do
CP: com uma formação que represente o projeto escolar [...] e com a promoção do
desenvolvimento dos professores [...] Imbricados no papel formativo, estão os papéis
de articulador e transformador”. (PLACCO; ALMEIDA; SOUZA, 2011, p. 230).
83
• Atender aos professores individualmente intervindo para contribuir com a melhoria
84
• Promover encontros com os docentes, realizando trabalhos pedagógicos em
equipe a fim de estimular o engajamento com projetos coletivos e individuais.
• Planejar e implementar, com a gestão escolar, reuniões com os responsáveis legais
pelos alunos, visando a aproximação e o diálogo com todos os atores da comunidade escolar.
• Gerenciar o planejamento pedagógico e coordenar sua implementação,
vinculando-o e articulando-o ao Projeto Político Pedagógico – PPP da escola, com vistas a
qualificação da aprendizagem dos estudantes e práticas pedagógicas dos professores.
• Articular planejamento, currículo, avaliação de aprendizagem e formação
continuada da equipe docente, integrando a equipe e estimulando a construção coletiva das
propostas pedagógicas e institucionais.
O coordenador Articulador da demanda pedagógica da escola é o motivador da equipe
para a construção de ações inovadoras, é o responsável em organizar o espaço coletivo para
ampliação do diálogo, dando o devido direcionamento para uma práxis crítica e reflexiva, para
que os objetivos delineados sejam efetivados.
Responsável por promover a interação entre a escola e a comunidade, para que as
informações sejam articuladas de forma a contribuir para a evolução do aprendizado,
observando sempre se a organização da escola está de acordo com o Projeto Político da Escola
(PPP).
O PPP define a identidade da escola, sua organização, suas metas e seus planos para
toda a comunidade. Ele organiza o trabalho pedagógico, garante os direitos de aprendizagens
dos alunos e desenvolve suas capacidades de autoconhecimento, autocuidado, pensamento
crítico, criatividade, sociabilidade, responsabilidade e determinação. Ele é o documento
normativo da escola e também norteador das ações do coordenador.
Por fim, numa perspectiva de um perfil transformador, do coordenador pedagógico é
esperado:
Sua participação no coletivo da escola como aquele que permite e estimula a
pergunta, a dúvida, a criatividade, a inovação. Só assim a escola se instituirá, não
apenas como espaço de concretização do currículo, mas também como espaço de
mudanças curriculares necessárias e desejadas pelos professores, para cumprir seus
objetivos educacionais. (Almeida e Placco, Revista Educação, 2011).
85
- melhorar a forma de encaminhamentos junto aos professores nos casos de mudança
de atitude pedagógica, agindo de modo mais técnico, orientativo e afetuoso;
-ter a certeza e compreender que a afetividade não é importante só na aprendizagem
dos estudantes, mas também para qualquer processo que envolve o sujeito do processo
educativo.
- Organizar estudos e planejamentos avaliando e replanejando cotidianamente o
trabalho proposto;
- Utilizar as tecnologias como mais um instrumento para auxiliar no processo de ensino-
aprendizagem;
- Identificar necessidades dos docentes e estudantes, através dos dados de
aprendizagem da escola com a finalidade de estudo, análise e proposição de alternativas para
as intervenções pedagógicas e consequentemente, a melhoria do processo de ensino e
aprendizagem.
- Atuar junto aos professores com um plano de ação bem estruturado com as estratégias
necessárias para que as intervenções sejam realizadas com sucesso a fim de que dificuldades
sejam superadas pelos estudantes;
- acompanhar de forma sistemática aos estudantes do PRONAE e aqueles atendidos nas
salas de recursos e com aprendizagem abaixo da média desejada.
O Coordenador Pedagógico tem um papel fundamental, pois, à medida que acompanha,
avalia e junto com o professor, analisa a realidade dos estudantes, discutindo quais estratégias
serão mais eficientes para desenvolver as competências e habilidades. É papel do Coordenador
Pedagógico, ainda, apoiar a dinâmica da organização curricular, os projetos interdisciplinares e
o cotidiano do ensino e da aprendizagem das turmas da escola, com vista ao desenvolvimento
do protagonismo do discente.
Desse modo, sua ação deve ser motivadora, inovadora e interdisciplinar, buscando
sempre transformar o processo de ensino e aprendizagem por meio de uma prática
participativa, com o objetivo de despertar a consciência de todos para que o dia a dia escolar
seja prazeroso e significativo.
Como proposta de reflexão sobre a prática pedagógica nas unidades escolares,
acreditamos numa articulação entre os profissionais pautada num repensar coletivo sobre a
lógica da construção do conhecimento e sua aplicação no contexto social. Um repensar do
profissional da educação, especialista em educação, professor coordenador, a fim de superar a
fragmentação entre o pensar e o agir, entre a centralização do poder e o reforço do trabalho
coletivo nas unidades escolares.
86
Assim, a equipe técnica da escola possibilitará e potencializará o desenvolvimento
pessoal e profissional dos partícipes do processo educativo para favorecer as transformações
necessárias, por meio das formações, que promoverão a melhoria da qualidade do ensino e da
aprendizagem dos estudantes.
Referências bibliográficas
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Pedagógica. In: VASCONCELOS (org.) Coordenação do Trabalho Pedagógico: do projeto político-
pedagógico ao cotidiano da sala de aula. 10ª ed. São Paulo: Libertad, 2009
VEIGA, Ilma Passos A.(org.). Projeto Político Pedagógico da Escola: uma construção possível.
Campinas: Papirus,1995.
87
instituições privadas, tem finalidade unívoca e precípua que é desenvolver o indivíduo sócio e
cognitivamente de modo que ele possa atuar ativamente na sociedade da qual faz parte.
(NOBREGA, 2010).
No ambiente escolar, cujo contexto é a viabilização do processo de ensino e
aprendizagem, a fim de que o aluno possa auferir a aquisição de conhecimento necessário para
a inserção na sociedade da qual faz parte, consequentemente, compreender e transformar sua
realidade conforme as suas necessidades, produzindo para o seu próprio desenvolvimento
como o da sociedade como um todo, compreende-se que a escola deve proporcionar os
subsídios necessários para que ambos os processos. (SILVA JÚNIOR, 2013)
Diante disso, a gestão escolar no contexto público não tem a preocupação em gerir no
sentido de buscar outro retorno que não seja o produto resultante de sua atuação junto ao
estudante, que é o de desenvolver este na sua integralidade. Assim sendo, Santos (2009, p. 4)
define gestão escolar como ação no sentido de:
[...] administrar, governar, dirigir. Significa também a manutenção de controle sobre
um grupo, uma situação ou uma organização, de forma a garantir os melhores
resultados. Nesse sentido, entendemos que a escola é um tipo de organização
constituída de recursos materiais, financeiros e humanos (alunos, professores, pais)
que precisam ser administrados para se obter os melhores resultados, que no caso é
a melhoria da qualidade do ensino e da aprendizagem dos alunos de modo a inseri-lo
como agente transformador na sociedade.
88
A apresentação destes problemas reflete a necessidade de se retomá-los dentro de um
enfoque crítico no contexto da gestão democrática, pois conforme destaca Czernisz (2011), urge
refletir acerca da democratização da gestão das escolas, uma vez que as políticas implementadas
são assumidas sem existir contestação em relação aos seus pressupostos, objetivos e possíveis
vantagens. A escola é responsável pela promoção e desenvolvimento integral dos estudantes,
no sentido pleno da palavra. Então, cabe a ela definir-se pelo tipo de cidadão que deseja formar,
de acordo com a visão de sociedade definida pelo coletivo da escola e em consonância com as
Orientações Curriculares da REME. Cabe-lhe também a incumbência de definir as mudanças
que julga necessário fazer nessa sociedade, através das mãos do cidadão que irá formar. A
elaboração de um Projeto Político Pedagógico é o caminho para se delinear a trajetória a ser
seguida pela escola. Um Projeto Político Pedagógico ultrapassa a mera elaboração de planos,
que só se prestam a cumprir exigências burocráticas: O projeto político-pedagógico busca um
rumo, uma direção. É uma ação intencional, com um sentido explícito, com um compromisso
definido coletivamente. Por isso, todo projeto pedagógico da escola é, também, um projeto
político por estar intimamente articulado ao compromisso sócio-político e com os interesses
reais e coletivos da população majoritária.
[...] Na dimensão pedagógica reside a possibilidade da efetivação da intencionalidade
da escola, que é a formação do cidadão participativo, responsável, compromissado,
crítico e criativo. Pedagógico, no sentido de se definir as ações educativas e as
características necessárias às escolas de cumprirem seus propósitos e sua
intencionalidade. (VEIGA, 2005, p.29).
89
democrática, é determinante proporcionar a participação bem como estimulá-la, permitir ao
diálogo, delegar autonomia e, simultaneamente, ter a responsabilidade sobre todo o contexto.
De acordo com Luck (2014), o gestor escolar tem a responsabilidade máxima quanto à
execução da política educacional, na organização, na dinamização e coordenação das diligências
das ações a serem desenvolvidas para a concretização da educação, contudo, tal característica
não o coloca como eminente em relação às decisões a serem tomadas, mas sim, como a
responsabilidade máxima de que valores e concepções sistêmicas sejam considerados em seu
processo de gestão. Segundo a autora o gestor possibilita margens para que o espaço escolar
seja socialmente e politicamente propicio para que todos os envolvidos com a escola possam
contribuir para a real efetivação do fazer pedagógico.
O processo de gestão escolar no contexto democrático emancipa do mero sentido
técnico de gestão, que se trata de um conceito simplista e retrógrado em que se prevalecia a
autoridade máxima, não que tenha perdido este aspecto, mas sim, no atual contexto político
em que se prevalece a política democrática, tem um sentido mais flexível, em que o gestor
escolar delega funções, divide opiniões e atribui autonomia para decisões, portanto, permite
que a escola se torne um ambiente mais dinâmico na promoção da educação. (PARO, 2012)
O Conselho Escolar é um dos órgãos intrínseco à escolar que necessita ter poderes
delegados, de autonomia de ação, pois o currículo, a organização, os encaminhamentos
necessitam da autonomia deste Conselho, pois deve propor condições para que a instituição
escolar atenda seu público na perspectiva social da comunidade da qual o aluno integra, bem
como propor soluções de problemas em todos os aspectos no interior da escolar.
Diante desta perspectiva, compete ao Conselho Escolar debater e evidenciar
claramente suas atribuições, objetivos e valores que devem ser assumidos de forma coletiva,
definindo as prerrogativas e contribuindo para o dia-a-dia- da instituição; as reuniões devem
pautar-se em estudos e reflexões constantes acerca da realidade, principalmente, no sentido de
avaliar o trabalho escolar, corrigindo as deficiências e buscando um consenso sobre novas
possibilidades junto à comunidade escolar. (TOALDO, 2009).
A partir destes aspectos elencados, o Conselho Escolar passa a ser um aliado incisivo na
diligência no sentido de fortalecer a unidade escolar, consequentemente, democratizando as
relações de ensino, bem como as relações político-sociais de todos os envolvidos com a
instituição (BRITO, 2002).
Nesse sentido o gestor escolar responsável pela transformação do espaço escolar em
suas várias dimensões, necessita saber concretamente suas competências para que forneça ao
coletivo da escola a tranquilidade administrativa e pedagógica necessárias para que se
concretize, efetivamente, o processo de ensino e aprendizagem exitoso.
90
Com o objetivo de fundamentar as competências da gestão escolar democrática e de
subsidiar os estudos, apesar de extensa, vale a pena citar Lück (2009) quando destaca que o
diretor
- Garante o funcionamento pleno da escola como organização social, com o foco na
formação dos estudantes e promoção de sua aprendizagem, mediante o respeito e aplicação
das determinações legais nacionais, estaduais e locais, em todas as suas ações e práticas
educacionais.
- Aplica nas práticas de gestão escolar e na orientação dos planos de trabalho e ações
promovidas na escola, fundamentos, princípios e diretrizes educacionais consistentes e em
acordo com as demandas diagnosticadas de aprendizagem e formação de estudantes como
cidadãos autônomos, críticos e participativos.
- Promove na escola o sentido de visão social do seu trabalho e elevadas expectativas
em relação aos seus resultados educacionais, como condição para garantir qualidade social na
formação e aprendizagem dos estudantes.
- Define, atualiza e implementa padrões de qualidade para as práticas educacionais
escolares, com visão abrangente e de futuro, de acordo com as demandas de formação
promovidas pela dinâmica social e econômica do país, do estado e do município.
- Promove e mantém na escola a integração, coerência e consistência entre todas as
dimensões e ações do trabalho educacional, com foco na realização do papel social da escola e
qualidade das ações educacionais voltadas para seu principal objetivo: a aprendizagem e
formação dos estudantes.
- Promove na escola o sentido de unidade e garante padrões elevados de ensino,
orientado por princípios e diretrizes inclusivos, de equidade e respeito à diversidade, de modo
que TODOS os estudantes tenham sucesso escolar e se desenvolvam o mais plenamente
possível.
- Articula e engloba as várias dimensões da gestão escolar e das ações educacionais,
como condição para garantir a unidade de trabalho e desenvolvimento equilibrado e
harmoniosos de todos os segmentos da escola, na realização de seus objetivos, segundo uma
91
perspectiva
democrática,interativa e integradora
é determinante das ações.
proporcionar a participação bem como estimulá-la, permitir ao
- Adota em sua atuação de gestão escolar uma visão abrangente de escola, um sistema
de gestão escolar e uma orientação interativa, mobilizadora dos talentos e competências dos
participantes da comunidade escolar, na promoção de educação de qualidade social para
TODOS.
92
Isto posto, um gestor escolar que estabelece sua prática em fundamentos, princípios
democráticos e normas, organiza sua ação maximizando o seu tempo na escola, na busca de
resultados qualitativos.
E finalmente, um gestor escolar envolvido com o princípio democrático e com a
aprendizagem dos de TODOS estudantes, deve desenvolver em sua prática a capacidade de
interação e comunicação com os pares, estudantes e pais; participar ativamente dos grupos de
trabalho ou de discussões na escola e fora dela, objetivando acompanhar a política educacional
e normatizações dos sistemas de ensino; desenvolver capacidades e habilidades de liderança;
compreender os processos envolvidos nas inovações organizativas, pedagógicas e curriculares.
Enfim, deve estar aberto às novas formas de aprendizagens como a de tomar decisões
sobre os problemas da organização escolar, das formas de gestão, da organização e prática na
sala de aula, dentre outras; conhecer, informar-se e dominar o conteúdo das discussões para
ser um participante atuante e crítico; dominar métodos e procedimentos de pesquisa, bem
como, as modalidades e instrumentos de avaliação do sistema de ensino, da organização escolar
(avaliação institucional) e da aprendizagem escolar; elaborar plano, com metas e ações
objetivando a implementação do Projeto Pedagógico da escola. Um gestor com todas essas
competências tem a escola como espaço de acolhimento e INCLUSÃO DE TODOS.
Referências bibliográficas
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de Ensino Superior. Londrina: Ed. UEL, 2001.
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CZERNISZ, E. Gestão Democrática da escola: algumas reflexões. Londrina: EDUEL, 2011.
93
Planejamento
Isto posto, umem orientação
gestor educacional.
escolar que estabelece12.ed. Petrópolis:Vozes,2013.
sua prática em fundamentos,NOBREGA,
princípios
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TOALDO, Ciro, O conselho escolar: atribuições e importância. 2009. Disponível em:<
http://www.webartigos.com/artigos/o-conselho-escolar-atribuicoes-eimportancia/80618/>
Acesso em: 25 agosto. 2019.
VEIGA, Ilmar Passos. Projeto político pedagógico. São Paulo: Cortez, 2005.
94
Como suporte teórico para sustentar a importância do que está posto neste texto em
relação a família e escola, trouxemos as leis que orientam a educação brasileira primeiramente,
recorremos à lei. De acordo com o artigo 205 da Constituição Federal,
[...] a educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e
incentivada com a colaboração da sociedade visando ao pleno desenvolvimento da
pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
(BRASIL, 1998)
Embora a legislação seja clara e forneça todo o embasamento legal no que tange à
inclusão familiar no contexto escolar, isso não tem sido suficiente para superar o grande atraso
do sistema educacional – uma das questões cruciais de educação de sociedades
contemporâneas – que perseguem um sistema que assegure a otimização de uma tarefa
essencial em suas destinações históricas. (NOGUEIRA, 2002)
O ambiente familiar, bem como suas relações com o aprendizado escolar revela-se um
campo pouco explorado, porém muito importante para o desenvolvimento e aprendizagem dos
estudantes. Como vimos a legislação estabelece que a família deva desempenhar papel
educacional e não incumbir apenas à escola a função de educar, art. 205 – Constituição Federal.
Nesse sentido, pode-se afirmar que a família é fundamental na formação de qualquer
indivíduo, culturalmente, socialmente, como cidadão e como ser humano, visto que, todo
mundo faz parte da mais velha das instituições que é a família. Porém, ao tratarmos da família
relacionando-a com a escola, faz-se necessário um estudo sobre o panorama familiar atual, não
esquecendo que a família através dos tempos vem passando por um profundo processo de
transformação. A família é o primeiro e principal contexto de socialização dos seres humanos, é
um entorno constante na vida das pessoas; mesmo que ao longo do ciclo vital se cruze com
outros contextos como a escola e o trabalho. (EVANGELISTA; GOMES, 2003, p.203) E como nos
94
diz PRADO (1981) a família não é um simples fenômeno natural, mas pelo contrário, é uma
instituição social que varia no tempo e apresenta formas e finalidades diferentes dependendo
do grupo social em que esteja. Ao analisarmos a história brasileira, pode-se perceber que as
famílias se constituíram através das circunstâncias econômicas, culturais e políticas.
As mudanças pelas quais a sociedade tem passado atualmente em decorrência de
aceleradas informações, os grandes avanços tecnológicos e tantos outros fatores já
mencionados no decorrer deste estudo, tem repercutido na estrutura da família e
consequentemente da escola. Portanto, faz-se necessário também voltar nossa atenção para a
instituição escolar que, apesar das mudanças, continua exercendo a função de transmitir
conhecimentos científicos.
Entretanto, a escola tem encontrado dificuldades em assimilar as mudanças sociais e
familiares e incorporar as novas tarefas que a ela têm sido delegadas, embora isso não seja um
processo recente. No entanto, a escola precisa ser pensada como um caminho entre a família e
a sociedade, pois tanto a família quanto a sociedade voltam seus olhares exigentes sobre ela. A
escola é para a sociedade uma extensão da família, porque é através dela que a sociedade
consegue influência para desenvolver e formar cidadãos críticos e conscientes do seu papel na
sociedade.
Sendo assim, faz-se necessário que a instituição de ensino (escola e Centros de educação
Infantil) repense sua prática pedagógica para melhor atender a singularidade de seus
estudantes, o que a obriga a uma parceria com a família, de forma a atingir seus objetivos
educativos. É importante que a escola busque estreitar suas relações com a família em nome
do bem-estar do estudante. Fica claro que a instituição educacional necessita da participação
efetiva da família. Por outro lado, a família também se sente mais segura quando é orientada
mais de perto pelos profissionais da escola de como pode participar.
Ainda que autônomas enquanto instituições, isto é, ainda que família e escola tenham
um funcionamento orgânico próprio, sabe-se o quanto uma conta com a outra. E assim deve
ser, afinal são duas instituições formando e educando a mesma criança, adolescente e jovem.
Porém, verifica-se, muitas vezes, um certo clima de conflito que prejudica a interdependência
entre elas. Com isso, o que poderia ser um prazer torna-se um sofrimento (Macedo, 1996). Isso
se dá, também, porque a escola assumiu muitas funções outrora de responsabilidade da família
e nem sempre os pais ou responsáveis estão dispostos a ouvir e a colaborar com as tarefas e
propostas que a escola lhes faz. Outra questão a se considerar é que, muitas vezes, os motivos
que impedem a participação dos pais na escola de seus filhos podem ser caracterizados por uma
postura “fechada” das instituições educacionais ao ouvir os pais, solicitando sua presença
apenas em reuniões e/ou datas comemorativas, e professores enfatizando “o lado negativo”
95
dos estudantes, aumentando esse distanciamento. Escola e família devem ser parceiras no
sucesso. A determinação deve ser conjunta em fazer o filho/estudante se desenvolver em todos
os aspectos e ter sucesso no processo de ensino e aprendizagem. Para tanto, a escola precisa
abrir-se e buscar conhecer a comunidade que existe ao seu redor e esta, por sua vez, precisa
compreender o dia a dia da escola e suas dificuldades. Faz-se necessário que haja uma
conscientização de toda a equipe escolar e dos pais sobre a importância dessa parceria escola-
família-comunidade, tríade que deve ser indissociável. Há que se abrir, de fato, os portões da
escola e, para isso, a equipe escolar deve estar atenta e preparada, no sentido de proporcionar
momentos em que os pais possam discutir, refletir sobre a escola do seu filho, sugerir e
participar da efetivação de uma educação com qualidade sempre mais elevada. O
reconhecimento dessa parceria pode ser a abertura de um novo caminho educacional, pois as
pesquisas comprovam que a participação dos pais na escola melhora o desempenho escolar dos
filhos, assim como diminui o índice de faltas, evasão e distúrbios do comportamento, além de
transmitir a mensagem de que a escola é importante, aumentando sua autoestima e
disponibilidade em aprender. Para se conseguir essa parceria, é necessário que a instituição
escolar organize-se coletivamente e tome a iniciativa de provocar uma aproximação qualitativa
da família, promovendo, por exemplo, palestras informativas e com temas que orientem pais e
mães sobre noções de desenvolvimento da criança, os métodos de trabalho do professor,
questões do cotidiano como separação, violência, drogas, organização e constituição familiar;
reuniões de pais com formato diversificado e que provoquem a participação dos mesmos;
envolvimento na tomada de decisões da escola e até em reparos nas instalações físicas das
instituições, quando for necessário. Um estudo realizado pela equipe da “Revista Nova Escola”
(junho e julho, 2016) procurou investigar as maneiras de facilitar a abertura da escola à
participação da comunidade. Com a finalidade de enriquecer este documento, registra-se, aqui,
trechos do “Guia para um bom relacionamento”, direcionado aos pais e à escola.
Atitudes que favorecem o sucesso dos filhos:
- Fale sempre bem da escola para criar em seu filho uma expectativa positiva em relação
aos estudos.
- Abrace-o e deseje coisas boas a ele quando estiver de saída para a aula.
- Na volta da escola para casa, procure saber como foi o dia dele, o que aprendeu e como
se relacionou com todos.
- Conheça o professor e converse com ele sobre a criança e o trabalho dela na escola.
- Em caso de notas baixas, não espere o chamado: vá à escola para saber o que está
acontecendo.
- Mantenha uma relação de respeito, carinho e consideração com todos os professores.
96
- Resolva diretamente os problemas entre você, seu filho e o professor e só recorra a
outros em último caso.
- Crie o hábito de observar os materiais escolares e ajude nas lições de casa.
- Quando seu filho estiver com problemas, compartilhe-os com a escola sem omitir fatos
nem julgar atitudes.
- Comente com amigos e parentes os êxitos escolares dele, por menores que sejam, para
reforçar a autoestima e a autoconfiança.
Atitudes da escola para se relacionar bem com a família:
- Conheça a família dos alunos e o entorno da escola. Assim todos se sentem mais
integrados à escola.
- Aceite as diferentes formas de arranjos familiares. Não existem mais só famílias
tradicionais.
- Observe atitudes e rotinas dos estudantes, sem julgar nem inferir.
- As escolhas de valores são da família e devem ser respeitadas, se não houver danos ao
estudante, caso haja é nossa obrigação tomar as providências necessárias e legais.
- Em caso de atitudes inadequadas (falta de higiene ou cuidados com a saúde), divulgue
alternativas.
- Saiba quais são as reais necessidades das famílias antes de planejar palestras, cursos
ou atividades.
- Disponha de canais de comunicação para ouvir os responsáveis e esteja aberto a
críticas e sugestões.
- Oriente os funcionários da unidade de ensino sobre a importância da participação dos
pais na educação, para que todos os recebam bem e de forma civilizada.
- Converse com os familiares sobre as conquistas dos estudantes e não só sobre as
dificuldades.
- Mostre a rotina da unidade e a importância de ela ser seguida para o sucesso da
aprendizagem do estudante(filho).
- Evite sobrecarregar a família com atividades de complementação do ensino: peça
apoio e incentivo.
A participação na escola sem dúvida traz efeitos positivos para os pais. De acordo com
estudos relatados no livro “ONG, parceria da família” (CENPEC, 2002), alguns deles são: - Pais e
mães e definem com mais clareza seu papel. Estudantes e suas famílias sentem-se
corresponsáveis por um bem público. Ao perceberem o impacto de sua ação na escola, aumenta
a chance de que este pai ou mãe ou responsável, venha a participar em outros espaços. Amplia-
se a rede de inserção social dos pais. Ao ajudarem os filhos nas tarefas, os pais podem
97
redescobrir o prazer de aprender. A unidade de ensino pode ser uma fonte e ponto de apoio
para os pais em momentos de crise de seus filhos. Acreditar nesta parceria da escola e família e
trabalhar coletivamente para que isso ocorra, pode ser o segredo do sucesso de uma
aprendizagem realmente significativa e de qualidade para todos os estudantes. Cada um
fazendo a sua parte e caminhando de mãos dadas, família e escola estarão fortalecendo a parte
psicológica dos estudantes e deste modo minimizaremos os impactos da falta de afetividade
que interfere no processo de ensino e aprendizagem, maximiza as doenças como depressão,
suicídio e automutilação que tanto tem lesionado a vida dos nossos estudantes e tirado o brilho
e vontade de viver e impedido de serem protagonistas de suas histórias.
Referências bibliográficas
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98
NOGUEIRA, Raimundo Augusto. Mudanças na sociedade contemporâneas. Mundo Jovem. São
Paulo, nº. 123, fev. 2002.
99
CAPÍTULO IV - OS PRINCÍPIOS NORTEADORES DA AÇÃO DIDÁTICA
Apresentamos, neste capítulo, possibilidades de organização do trabalho pedagógico
mediante às estratégias propostas já conhecidas da escola tais como: planejamento, sequencia
didática, projetos entre outros, mas também pela Metodologia Ativa que é estar preconizada
pela BNCC como forma de oferecer aos estudantes formas de aprender mais significativamente.
Objetivamos destacar conceitos abordados no contexto da ação didática, indicando a necessária
reflexão sobre o planejamento e a avaliação no âmbito da Educação Infantil e Ensino
Fundamental.
Nesta apresentação, esperamos que os professores encontrem elementos para a
construção do seu próprio repertório de práticas ativas de ensino e aprendizagem, uma vez que
entendemos que muitos docentes já realizam inúmeras práticas bem-sucedidas nesse enfoque
metodológico, que visa, principalmente, a viabilização de um ambiente facilitador para a
aprendizagem significativa, capaz de promover o desenvolvimento integral dos estudantes.
Tendo em vista a intencionalidade educativa a ser disposta no Projeto Político
Pedagógico de cada unidade escolar, tencionamos fortalecer o trabalho colaborativo entre
nossos pares professores e coordenadores, de forma que tal trabalho seja traduzido em
proficiência e desenvolvimento de competências sócio emocionais e cognitivas dos estudantes.
100
posteriormente, foi sendo retomado em outras propostas pedagógicas contemporâneas. O
interessante é que desde o século XIX insistimos na transmissão passiva como se os estudantes
ainda fossem os mesmos.
Além de Dewey, outros nomes podem ser associados a essa nova maneira de pensar a
relação entre educador e educandos, como: Vygotsky; Rogers, Freinet e Freire, alguns com
influência mais direta no pensamento educacional brasileiro, cuja proposta é a superação das
assimetrias de poder na relação pedagógica.
Existem muitas resistências em se trabalhar com as Metodologias Ativas, pois aulas
expositivas não são centrais nessa forma de condução pedagógica. Assim, ainda que os
professores optem por planejar momentos em que a aula expositiva seja a principal forma de
ensino, com a Metodologia Ativa a aula sempre será, além de expositiva, dialogada. Isso porque,
aos estudantes, será oportunizado o momento de expressarem aquilo que aprenderam a
partir da exposição dos professores.
Como recurso auxiliar, nesse sentido, o estudante produzirá algo acerca do
conhecimento aprendido, essa produção possui a função de fazer com que os estudantes
reflitam sobre o aprendido e busquem uma aplicabilidade para o conceito/conhecimento, nesse
momento, tido como um objeto de conhecimento.
Assim, a Metodologia Ativa consistirá em ferramenta para “fazer sentido” aquilo que foi
aprendido conceitualmente. Nessa perspectiva, se acredita que o conhecimento deve ser
mobilizador e disparador de ações que possam melhorar as condições de vida dos sujeitos em
sua realidade educativa.
Como forma de registro, os professores podem optar por produção de textos de
diferentes ordens, sendo eles orais, escritos, imagéticos, fílmicos, expressos por meio de
músicas, documentários, curta metragem, seminário, exposição artística, entre outros.
Uma forma de registro bastante utilizada no contexto da Metodologia Ativa tem sido o
mapa conceitual, ferramenta em que são apresentadas sínteses e conexões entre temáticas e
conceitos abordados pelo professor. Nos Anos Iniciais e pré-escola, não estamos propondo que
os estudantes (as crianças) criem mapas, ou sistemas de síntese do conhecimento aprendido,
mas o professor pode se utilizar, como já vem fazendo há bastante tempo, de diversas formas
de registros, apresentando a estes o que seria a imagem conceitual para cada objeto de
conhecimento trabalhado.
Além disso, esquemas (encadeamentos de ideias) podem ser utilizados para elaboração
e discussão das sínteses que os estudantes são capazes de produzir sobre o tema, conceito,
objeto de conhecimento aprendido. Isso pode ser feito, de maneira oral, com os estudantes
ainda bem pequenos ou assumindo formas de registro escrito, com os maiores ou adolescentes.
101
Quando apresentamos as metodologias ativas, notamos que alguns professores são
resistentes a essa forma de trabalho que liga o conhecimento à produção de algo físico e ou
material. Nesse sentido, ressaltamos que a maneira como esse produto pode atender demandas
comunitárias ou mercadológicas é definida pela própria identidade escolar, presente no Projeto
Político Pedagógico.
Desse modo, como exemplo, poderíamos citar que, após um projeto integrador acerca
do consumo e meio ambiente, toda a comunidade escolar elabora um diagnóstico sobre o
desperdício no interior da escola. O contexto social deverá ser discutido com o estudante, mas
além de conceitos e exemplos externos, os professores poderão modificar atitudes relacionadas
ao que se vivencia na escola ou no centro de educação infantil, no bairro, na cidade e assim por
diante.
Os Direitos de Aprendizagem dão direcionamento ao professor, principalmente daquilo
que não pode ser negligenciado enquanto aprendizagem. Compreender que conhecer não está
dissociado de saber construir algo com o conhecimento aprendido é fundamental para que a
mediação pedagógica ocorra alinhada aos princípios da Base Nacional Comum Curricular e
também ao Currículo de MS.
Na produção destas contribuições, buscamos apresentar conceitos referentes ao
trabalho a partir das metodologias ativas. Isso pois, acreditamos que é possível tornar os
estudantes sujeitos da sua própria aprendizagem quando validamos a sua capacidade de
pensar. Essa breve explanação que apresentamos aqui, buscou apresentar algumas
possibilidades para o trabalho nas escolas. Sabemos que esse é só um início de conversa
que promoverá outras e outras... Assim desejamos que neste capítulo as palavras dispostas
e sugestões apresentadas não encerrem a nossa conversa, bem como a nossa capacidade
de pensar novas formas de reinventar a prática pedagógica em nossa Rede Municipal de
Ensino - REME, de Três Lagoas.
102
unidades de ensino que exigem um trabalho de análise e reflexão acerca do processo de ensino
e a aprendizagem.
Nesse capítulo do documento Orientações Curriculares, faremos um estudo do que seja
planejamento tendo como referência basilar Celso Vasconcellos (1999), que aponta quatro tipos
de planejamento: o Planejamento do Sistema de Educação (realizado em nível nacional,
estadual ou municipal, que incorpora e reflete as grandes políticas educacionais); o Projeto
Político Pedagógico (considerado o documento de identidade da instituição e que expressa suas
concepções); o Planejamento Curricular (que se constitui na proposta geral das experiências de
aprendizagem que serão ofertadas pela unidade de ensino, incorporado nos diversos
componentes curriculares) e o Planejamento do Ensino e da Aprendizagem (pertencente à
prática do professor e da sala de aula).
Ainda, segundo Vasconcellos (2000), o planejamento deve ser compreendido como um
instrumento capaz de intervir em uma situação real para transformá-la. Requer reflexão, análise,
tempo de consolidação e sistematização, ou seja, tempo de materialização de todo o processo
e por último e não menos importante, a avaliação.
Todo planejamento seja da unidade escolar ou do professor necessita estar articulado
com o Projeto Político Pedagógico (PPP) da unidade de ensino, considerando a comunidade
inserida, as especificidades dos estudantes, bem como, o tipo de sociedade e de homem que se
almeja formar.
Neste contexto, possibilita-se a efetivação de intencionalidades, de desejos e
expectativas, num movimento de parceria entre escola e comunidade, identificando
prioridades, necessidades, avanços, interesses, sonhos, dificuldades, entre outros. No que se
refere a estes aspectos, a observação dos mesmos é imprescindível para a elaboração de
projetos, adesão de programas, sistematização de um planejamento anual da unidade
adequado à realidade escolar, estabelecendo também, consonância com a Base Nacional
Curricular- BNCC e o Documento Orientador Curricular da Rede Municipal de Três Lagoas-MS.
Nesse sentido, o planejamento exige da unidade de ensino um trabalho coletivo, não
somente do professor, pois o desafio de planejar que visa à aprendizagem de todos, deve ser
também da instituição, estabelecendo a coerência entre o que se pensa, o que se deseja
alcançar e a prática que se pretende realizar.
Desse modo, em relação ao Planejamento do Ensino e da Aprendizagem, cabe ao
professor, constituída sua turma ou grupo, identificar o perfil dos estudantes a fim de que
possibilite identificar aspectos importantes que serão basilares para o planejamento, entre elas:
o conhecimento prévio dos estudantes, quais suas dificuldades, potencialidades, o que lhes
despertam interesse e em quais aspectos necessitam avançar em suas aprendizagens. Faz-se
103
necessário realizar um contraponto entre as necessidades, dificuldades e interesses
apresentados pelos estudantes e o que se propõe para aquela turma e ano e no caso da
educação infantil, grupo.
O profissional que planeja, antecipa as etapas do trabalho em sala de aula e consegue
levar tudo em uma sequência lógica, como uma linha de pensamento onde ele tem consciência
do que está ensinando e sabe exatamente qual o objetivo a ser alcançado, não deixando o seu
trabalho e resultados ao acaso.
É possível viabilizar a organização do trabalho pedagógico promovendo vivências
significativas, contextualizadas, interativas e inovadoras. Relacionadas a essas especificações
destacamos as dimensões do lúdico e das aprendizagens por meio da integração dos
componentes curriculares e/ou campos de experiências, visto que, possibilitam aos estudantes
conviver em grupos, tomar decisões, fazer escolhas e descobertas, por meio de diferentes
linguagens (escuta, canto, dança, leitura, diversos registros escritos e orais).
Compreendemos o planejamento como ferramenta de diálogo entre a unidade de
ensino, os educadores, os estudantes e a família, pois assim é possível propor uma nova
abordagem em que buscamos novos valores, novas habilidades e atitudes, construção de
conhecimentos atrelados a novas práticas. Para isso, é necessário considerar um professor ativo
e participativo, assim como, os estudantes e suas famílias.
Nessa concepção, e diante da perspectiva de que os estudantes aprendem de formas
diferentes, e em tempos diferentes, a organização, o tempo didático e o encaminhamento
metodológico devem ser variados e articulados, oportunizando metodologias que considerem
as especificidades dos estudantes.
Das diferentes variáveis que se configuram como propostas metodológicas para o
ensino e a efetiva aprendizagem dos estudantes destaca-se o uso de projetos e de sequências
didáticas, pois estas metodologias de planejamento vão ao encontro da concepção teórica de
ensino e aprendizagem adotada pela REME. Dessa forma, descrevemos a seguir outras formas
de organizar a ação educativa.
104
resolução colaborativa de desafios, explorando soluções dentro de um contexto específico de
aprendizado. Por partirem sempre de questões que necessitam serem respondidas, possibilitam
aos estudantes um contato com as práticas sociais reais.
O professor atua como mediador da aprendizagem, provocando e instigando os
estudantes buscar as resoluções de forma autônoma. O docente tem o papel de intermediar nos
projetos, nas atividades, vivências e relações que os estudantes experienciam, oportunizando a
reflexão sobre os caminhos tomados para a construção do conhecimento. Nesse sentido, de
acordo com José Moran (2017, p.17) as metodologias precisam acompanhar os objetivos
pretendidos. Se queremos que os estudantes sejam proativos, precisamos pesquisar, elaborar e
desenvolver metodologias e ou práticas em que os estudantes se envolvam em atividades cada
vez mais complexas, em que tenham que tomar decisões e avaliar os resultados, com apoio de
materiais relevantes.
Se pretendemos que sejam criativos, elaborem hipóteses, soluções e, ainda, se
apropriem efetivamente das aprendizagens e se desenvolvam é necessário oportunizar que os
estudantes experimentem inúmeras possibilidades para que demonstrem: iniciativa,
autonomia, capacidade criativa, cooperação, compreendendo que a partir destas ações, se
apropriam do patrimônio histórico e social da humanidade e produzem cultura ao ressignificar
esses conhecimentos, assim, participam ativamente da sociedade.
105
Sob essa concepção de planejamento, apresentaremos a seguir alguns aspectos que
podem ser observados pelos(as) professores(as) para a elaboração de sequências didáticas.
Como escolher o tema:
- Qualquer assunto pode dar origem a uma sequência didática;
- Qual o repertório, conhecimento que os estudantes já trazem de suas vivências sobre
o tema?
- O que você pretende que as crianças aprendam sobre determinado tema?
- Qual o propósito desse tema?
- Quais os objetos de conhecimento, habilidades, objetivos de aprendizagem serão
desenvolvidos com a temática?
O que considerar ao selecionar as atividades:
- Assegure atividades individuais, em duplas e coletivas;
- Permita que as múltiplas linguagens e diferentes gêneros textuais estejam presentes
nas atividades selecionadas;
- Relacione sempre as atividades como parte de um todo;
- Valorize atividades de vivências e experiências;
- As atividades de registro e produções, são sempre para concluir uma
vivência/experiência, pois estas são a representação do que aprenderam;
- Explorem ambientes internos da sala e externos;
Etapas que devem fazer parte de uma sequência didática:
- Explorar as habilidades socioemocionais: autoconhecimento, socialização e interação
com o outro;
- Explorar os sentidos: descoberta da visão, do tato, olfato e paladar;
- Explorar linguagens: linguagem oral, escrita, matemática, musical, corporal, entre
outras;
- Explorar o patrimônio cultural, artístico, ambiental, científico e tecnológico da
humanidade;
A partir desses aspectos apresentados é possível traçar uma sequência de atividades,
que são escolhidas cuidadosamente como ferramentas que proporcionam experiências e
vivências significativas, ou seja, a escolha está longe de ser aleatória!
Vale ressaltar que, além das formas de organização de planejamento supracitadas,
devem estar presentes no cotidiano, as atividades permanentes e de sistematização. As
atividades permanentes são as que acontecem ao longo do período, seja diário, semanal ou
mensal, importantes para o desenvolvimento de conceitos, procedimentos e atitudes. As
atividades de sistematização permitem que os estudantes se apropriem dos objetos de
106
conhecimento, habilidades e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento que estão sendo
trabalhados.
Por fim, esclarecemos que as modalidades de organização do trabalho pedagógico aqui
apresentadas podem estar presentes em todas as Etapas de Ensino da REME. O ensino mediado
pela estratégia de projetos ou por sequências didáticas tem a intenção de estruturar um
trabalho pedagógico organizado e pertinente com a concepção de criança e de homem, sujeito
histórico e social, almejada pela educação da Rede Municipal de Ensino de Três Lagoas - MS.
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107
Neste texto, vamos dialogar sobre implicações pedagógicas referentes a um importante
aspecto do cenário educativo: a organização dos espaços nas instituições de ensino da Rede
Municipal de Três Lagoas, espaços estes que são permeados por relações, nos quais as crianças
ampliam contatos sociais, possibilitando a aquisição de características humanas e apropriação
da cultura.
Pensando nisso, devemos considerara importância da qualidade das relações que
oportunizamos aos estudantes, pois o meio em que vivenciam na instituição influencia
diretamente no desenvolvimento, podendo ampliá-lo ou restringi-lo, funcionando contra ou a
favor deste processo. De acordo com Vygotsky (2010a), o meio norteia, dirige o
desenvolvimento e modifica-se para a criança a cada faixa etária, na gradativa ampliação de seu
meio e precisa ser compreendido de forma variável e dinâmica, não estática. Ainda, segundo
este autor “o meio desempenha, no desenvolvimento da criança, no que se refere ao
desenvolvimento da personalidade e de suas características específicas ao homem, o papel de
uma fonte de desenvolvimento” (VYGOTSKY, 2010a, p.695).
Ao destacarmos o meio como fonte de desenvolvimento humano, como pontua
o autor acima, é imprescindível que, no processo educativo, os estudantes interajam com as
formas mais elaboradas e desenvolvidas da cultura6, pois esta interação desafia e promove o
avanço no desenvolvimento. Dependendo da qualidade das relações estabelecidas entre os
estudantes e seus pares, os professores, materiais, espaços e objetos culturais, suas qualidades
humanas serão mais ou pouco desenvolvidas. Nessa perspectiva de apropriação do
conhecimento, outro aspecto que o autor nos leva a olhar criticamente é sobre a forma com que
se tem realizado o acesso e proposto no currículos diferentes tipos de linguagens, pois há
implicações diretas na organização do espaço, nas situações vivenciadas, experienciadas e na
cultura que os estudantes têm acesso nas instituições de ensino.
Refletindo sobre essa premissa e a importância que se configura a organização dos
espaços para a ampliação do conhecimento de mundo, da natureza, da cultura e das relações
humanas, torna-se essencial o entendimento de como se caracteriza, terminologicamente,
espaço e ambiente, conceitos intimamente ligados, porém, distintos. De acordo com Horn
(2004), o termo “espaço” se refere aos locais onde as atividades são realizadas, caracterizados
por objetos, móveis, materiais didáticos, decoração; tem-se as coisas postas em termos mais
objetivos. A autora descreve “ambiente” como sendo o conjunto desse espaço físico e as
6Vygotsky (2010a) denomina formas mais elaboradas e desenvolvidas da cultura como forma ideal ou final,
no sentido
de que se consiste aquilo que deve ser obtido, alcançado pelos estudantes no final de seu desenvolvimento. A
interação dos estudantes com estas referências mais elaboradas fará com que os estudantes alcancem níveis de
desenvolvimento mais elevados.
108
relações interpessoais do processo, os adultos os estudantes; temos as coisas postas de maneira
mais subjetiva. Neste, considera-se as interações resultantes entre meio físico, objetos, odores,
formas, sons, sabores, cores, pessoas e relacionamentos. Segundo MACEDO (2016), “o espaço
é a morada dos objetos e o ambiente é a morada das ações”.
Considerando todo o exposto supracitado e buscando fomentar um trabalho consciente
e intencional de organização dos espaços nas Unidades da Rede Municipal, continuaremos
nosso diálogo, por meio de orientações e estratégias que potencializem vivências e diferentes
formas de manifestações expressivas dos estudantes, como linguagens que anunciam suas
experiências culturais, transitando por ambientes que são fonte de interação, de aprendizagem
e de desenvolvimento, como: Sala de aula; Espaço leitor; Fachada; Paredes e corredores;
Refeitório; Pátio e quadra; Banheiros e Entorno da unidade.
109
arranjos, ora em círculo, ora em “U”, pois promovem a interação entre os estudantes e
favorecem a troca de saberes e o diálogo.
As paredes caracterizam-se por um espaço que contribuem de forma significativa para
a ampliação das aprendizagens, revelam o processo de construção de conhecimento dos
estudantes, suas vivências. Nesse espaço, é imprescindível a permanente exposição das
produções dos estudantes, tais como: atividades, desenhos, colagens e outros registros
diversificados. As produções refletem a identidade dos estudantes da turma, ampliam o
sentimento de pertencimento a este espaço e promovem a socialização de saberes. A esse
respeito, Gandini (1999) dialoga conosco: “as paredes falam e documentam; podem ser usadas
como espaço organizado para exposições temporárias e permanentes de tudo o que crianças e
os adultos trazem à vida na escola”.
Podemos elencar outros aspectos importantes para que este espaço seja rico de
possibilidades para o desenvolvimento dos estudantes como: oportunizar momentos para que
estejam sozinhos frente ao conhecimento; momentos de interação e de exploração de grande
quantidade e variedade de objetos da cultura; tempo de maior concentração; tempo de diálogo
e reflexão com o professor; compor o espaço com cantos para cada componente curricular ou
campo de experiência, caso haja necessidade de exposição, destinados a uma atividade,
podendo os estudantes escolherem onde desejam estar. Na etapa da Educação Infantil, uma
outra forma interessante para organizar o espaço da sala de aula são as zonas circunscritas7,
“áreas delimitadas pelo menos em três lados por mobiliário, parede, desnível de solo etc.”
(CARVALHO E PADOVANI, 2000, p. 446). Dessa forma, as crianças sempre visualizam o professor
e ainda contribui para a descentralização de sua figura, possibilitando às crianças interação com
seus pares e momentos de privacidade.
Quem nunca viajou para outros lugares – reais ou fictícios – por meio de um conto,
criando um mundo novo? Quem nunca se identificou com o protagonista de um romance e
deixou vir à tona seus próprios sentimentos? Quem nunca pensou, riu ou chorou ao se colocar
no lugar dos personagens de uma fábula, tomando para si a moral da história?
7Nesta estratégia de organização disponibiliza-se diferentes tipos de materiais, mas que não, necessariamente,
direcionem as ações das crianças como: caixas de vários tamanhos, blocos de madeira, garrafas pet, potinhos,
tampinhas, tecidos, bolas de meia, entre outros.
8Citação de Cibele Haddad Taralli, professora na Universidade de São Paulo / USP.
110
Uma das formas mais significativas de aproximar os estudantes, assim como toda a
comunidade escolar dos bens culturais produzidos pela humanidade e diminuir as desigualdades
sociais é por meio da leitura. Dentro deste contexto, um espaço imprescindível na instituição é
o espaço leitor, que pode se configurar de diferentes maneiras: uma biblioteca, uma sala de
leitura, cantos de leitura, estante de livros e até mesmo de maneira itinerante (carrinhos de
supermercado, caixas de papelão, maletas, entre outros). Neste sentido, Teresa Colomer9 afirma
que "as maneiras para chegar lá são variadas, mas o objetivo final é sempre o mesmo: promover
um entorno povoado de textos, tempos de leitura e conversações sobre eles". Ainda sobre essas
formas variadas do espaço leitor, TARALLI (2009) reafirma:
Se as paredes de pedra serviram como abrigo, serviram também como suporte para o
desenho, gesto representativo da escrita naquele momento. Foram alguns dos
primeiros espaços de leitura, desenvolvidos de modo intencional pela espécie.
TARALLI (2009)
Seja de uma maneira ou outra, o mais importante é que a unidade de ensino exerça sua
função pedagógica e social, oportunizando o contato com a leitura e a cultura letrada. Para
tanto, algumas ações são necessárias, como: garantir um fácil acesso ao acervo de
livros; apresentar textos e livros de gêneros textuais variados; permitir que os alunos possam
escolher os gêneros e os autores que desejam ler; mostrar a importância de trocar indicações
de leituras e opiniões com os colegas; permitir e acompanhar uma troca de leitura (textos, livros,
revistas etc) entre os estudantes. Para que isto se concretize, não basta simplesmente dispor
um mobiliário com livros em determinado espaço, faz-se necessária a criação de um ambiente
acolhedor, no qual crianças e adolescentes possam se identificar como parte deste espaço, que,
por sua vez, “em sua organização física, pode criar um ambiente mais ou menos leitor, tornando-
se um ambiente mediador de leituras” (São Paulo, 2012, p.85).
Vale ressaltar que o espaço de leitura deve promover vivências e experiências com a
leitura, capaz de despertar nas crianças e adolescentes a atitude leitora, o gosto por ler, como
forma de entretenimento e apropriação de conhecimentos, enfim, cumprir neste espaço e
tempo uma função singular na vida dos seres humanos que é pensar, encantar-se, descobrir,
refletir, informar-se, conhecer, imaginar, viajar...
9Citação de Teresa Colomer, professora da Universidade de Barcelona e especialista em literatura infantil e juvenil.
111
considera, trata, respeita e acolhe estudantes e comunidade. Assim, esse ambiente precisa
expressar valores que pretendem assegurar, no convívio diário, a organização e o respeito,
conceitos que podem ser apreendidos a partir do momento que se adentra a Unidade.
Não se trata apenas de uma questão estética, que envolve somente assegurar um lugar
bonito para estudar e trabalhar, o essencial é que ela seja organizada de forma a receber bem
estudantes, professores, funcionários e comunidade, além de demonstrar o respeito que a
instituição tem para com seus frequentadores. O acolhimento se inicia na entrada, portanto a
fachada deve ser convidativa e revelar cuidados àqueles que frequentam o local. Outro aspecto
importante a salientar é que os professores podem oportunizar aos estudantes nas aulas a
apropriação da identidade da unidade por meio da história da fachada da unidade. Conhecer a
história deste espaço (o antes e o depois) amplia o sentimento de pertence à instituição.
4.5.5. O REFEITÓRIO
Considerando que os espaços das unidades de ensino devem se constituir em ambientes
que promovam aprendizagens, destacamos alguns aspectos essenciais neste espaço como:
112
oportunizar que os estudantes sirvam-se e escolham os alimentos na quantidade desejada, com
autonomia; aprendam a respeitar e esperar os colegas se servirem; manter a organização do
refeitório, deixando-o limpo para as outras turmas; conviver respeitosamente com os
funcionários; vivenciarem o preparo de receitas culinárias; estas são algumas das possibilidades,
porém ressaltamos que ouvir os estudantes é uma rica oportunidade para transcender o uso
deste espaço como mero lugar para se alimentar.
Oportunizando essas experiências aos estudantes, aproximamos os mesmos de práticas
sociais, colaborando para que incorporem essas vivências de tal forma que se tornem
experiências de e para a vida. Além da organização das mesas, com toalhas e cadeiras, as
paredes do refeitório também podem comunicar o cardápio da semana, apresentar produções
dos estudantes sobre alimentos saudáveis, pesquisas sobre vida saudável, entre outros aspectos
que atribuem sentido a este espaço. Assim, ele se torna um ambiente acolhedor e interativo.
Nesta perspectiva, é importante que os profissionais da instituição viabilizem condições em que
se favoreça um espaço ético, político e estético.
4.5.7. OS BANHEIROS
Os banheiros se configuram em espaços de convivência fora da sala de aula, dessa
forma, vale ressaltar a importância de ressignificá-lo, tornando-o um ambiente de relações,
coletividade e aprendizagem. Este espaço precisa ser pensado e organizado de forma que os
113
estudantes percebam as intencionalidades, aprendam na coletividade e contribuam para que o
mesmo se mantenha um ambiente de bem-estar físico e social.
Nesse sentido, a gestão da unidade precisa estar sensível para construir com toda a
comunidade escolar como este ambiente deve se caracterizar, considerando as especificidades
da faixa etária que o utiliza no cotidiano, podemos evidenciar: vasos sanitários na altura
adequada para as crianças pequenas, assim como, adaptações necessárias para os estudantes
com deficiência física. Nas instituições em que possuem jovens, é importante a presença de
espelhos.
finalizando...
10Essa estratégia foi desenvolvida pelo educador francês CélestinFreinet, a partir da observação dos estudantes em
atividades ao ar livre, também conhecida como estudo de campo. Freinet privilegiava o estímulo para que as crianças
fizessem de forma autônoma, a partir da curiosidade natural de sua faixa etária.
114
Em nosso diálogo referente à “A organização de espaços e ambientes materializando a
prática pedagógica”, foi possível compreender que um ambiente propício ao bem-estar físico,
mental e emocional de estudantes planeja, organiza e fornece espaços, materiais, mobiliários e
brinquedos que podem proporcionar experiências significativas para ampliar as potencialidades.
O ambiente oferece oportunidades para que os estudantes participem ativamente de sua
própria aprendizagem, para que eles adquiram e dominem novas habilidades, ganhem
autoconfiança, autonomia e sentimento de pertencimento.
Assim sendo, o espaço não ocupa um papel menor no processo educativo, ao contrário,
é um instrumento rico de apropriação do conhecimento, podendo ser assim sentido nas palavras
metafóricas de FORNERO (2008):
“... o espaço é o que sente, o que vê, o que faz nele. Portanto, o espaço é sombra e
escuridão: é grande, enorme ou, pelo contrário, pequeno: é poder correr ou ter de
ficar quieto, é esse lugar onde pode ir olhar, ler, pensar. O espaço é em cima, embaixo,
é tocar ou não chegar a tocar; é barulho forte, forte demais ou, pelo contrário, silêncio,
são tantas cores, todas juntas ao mesmo tempo ou uma única cor grande ou nenhuma
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115
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ZABALA, A. A prática educativa de como ensinar. ed. Artmed-Porto Alegre,1998.
116
competências gerais da BNCC, três encontram-se diretamente ligadas ao uso e à produção de
tecnologia quais sejam:
“Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo
físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar
aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e
inclusiva.” (BNCC, 2017, competência geral 1);
“Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências,
incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade,
para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e
criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes
áreas. (BNCC, 2017, competência geral 2);
Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de
forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as
escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir
conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal
e coletiva. (BNCC, 2017, competência geral 5);
117
com a prática. Se o professor só toca no computador uma vez por semana demorará muito mais
para dominá-lo que se tivesse um computador sempre à disposição dele.
Isso posto faz-se necessário refletir sobre as tecnologias que a Unidade de Ensino possui
e como as utiliza, uma vez que as perspectivas que se abrem, indo do livro e do quadro de giz à
sala de aula informatizada ou on-line, leva o professor a uma perplexidade, despertando
insegurança frente aos desafios que representa a efetiva incorporação da tecnologia no
cotidiano da escola. “Talvez sejamos ainda os mesmos educadores, mas certamente, nossos
alunos já não são os mesmos, estão em outra” (BABIN, 1989).
118
coexistir com outros instrumentos que ainda ocupam papel central nas escolas. A partir de 1980
deixou de ser considerado como um texto onde as ilustrações serviam como acessórios e
enfeites, passando a ser levado em conta a articulação semântica entre texto e a imagem. Como
recurso didático a reflexão que deve permear é como usar o livro didático com equilíbrio.
“Na metáfora do livro como guia, significa dizer que ele pode assumir diferentes formas:
uma bússola, que indica o Norte ao viajante, mas deixa por sua conta a trajetória e o destino.
Um mapa em papel, no qual se vê a autopista sugerida, mas também atalhos e estradinhas
vicinais que é possível tomar ou um GPS, que seleciona a rota por você e ordena,
detalhadamente, o caminho até o destino”. Quanto aos critérios de escolha o primeiro deveria
ser a adequação ao Projeto Político-Pedagógico e ao Currículo da Unidade de Ensino.
O livro didático deveria configurar-se de modo que o professor pudesse tê-lo como
instrumento auxiliar de sua reflexão com os estudantes, porém existem fatores limitantes para
tal. Na realidade, em um primeiro momento, o que se pôde observar, e com as observações que
vivenciamos ao longo da nossa trajetória, foi que, o livro didático assumiu uma postura
perturbadora aos estudantes em sala de aula, pois os mesmos têm dificuldades na compreensão
do conteúdo, além de ter tornado as aulas completamente teóricas levando, levando-as a
monotonia, e fazendo com que os professores através deste recurso didático, transformem suas
aulas no método mais tradicional possível. Observando a importância e o papel que os livros
didáticos têm na sala de aula, a Pedagogia contemporânea propõe que os professores os
utilizem como um apoio e não como um guia de suas práticas didático-pedagógicas. Há de se
ter um cuidado especial na hora de utilizar o livro didático nas aulas, para que ele não corra o
risco de assumir uma postura teórica e monótona, ao ponto de se tornar “o senhor dos saberes’,
e virar o grande carrasco dos estudantes. O livro didático deve ser um auxílio do ensino e
aprendizagem para professor e estudante, cabendo ao docente a responsabilidade de
apresentá-lo como fonte de pesquisa, descoberta, e vínculo com a vida social dos estudantes.
Segundo Libâneo (2003), a escola é uma instituição social com objetivo explícito: o
desenvolvimento das potencialidades físicas, cognitivas e afetivas dos estudantes, por meio da
aprendizagem dos conteúdos, para tornarem-se cidadãos participativos na sociedade em que
vivem.
4.6.5. OS NETBOOKS
Adquiridos em 2012 mediante a adesão ao Programa Um Computador por Aluno
“PROUCA” e inseridos efetivamente nas unidades em 2017, constitui importante aliado à prática
pedagógica, em especial por meio de jogos educativos (gameficação). Monteiro (1996) fala da
capacidade de jogar: “esta é tão importante quanto o raciocínio e a construção de imagens ou
119
imaginação. Os jogos virtuais facilitam a motivação dos alunos, pela novidade e pelas
possibilidades inesgotáveis de interação que oferecem.
Um dos seis direitos de aprendizagem e desenvolvimento na Educação Infantil, reforça
que a criança tem o direito de
“Explorar movimentos, gestos, sons, formas, texturas, cores, palavras, emoções,
transformações, relacionamentos, histórias, objetos, elementos da natureza, na
escola e fora dela, ampliando seus saberes sobre a cultura, em suas diversas
modalidades: as artes, a escrita, a ciência e a tecnologia.” (BNCC, 2018).
120
internet para realização de pesquisas, estudos. Estamos na era da tecnologia, não é possível que
as escolas ainda permaneçam somente no quadro negro e giz. É necessário viajar para outros
espaços informatizados.
Referências bibliográficas
CAMPOS DE CARVALHO, M. I.; PADOVANI, F. H. P. Agrupamentos preferenciais e não-
preferenciais e arranjos espaciais em creches. Estudos de Psicologia, Natal, v. 5, n. 2, p. 443-
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vigoz . Quarta aula: a questão do meio na pedologia. Trad. Márcia Pileggi Vinha. Psicologia
USP, São Paulo, v.21, n.4, p.681-701, 2010a.
ZABALA, A. A prática educativa de como ensinar. ed. Artmed-Porto Alegre,1998.
122
Com isso a escola tendo como referência seus objetivos prescritos no Projeto
Pedagógico, tem dois processos para avaliar seu trabalho, quais sejam, a avaliação da
aprendizagem aplicada aos estudantes e a avaliação da organização administrativa, financeira e
pedagógica escola, denominada avaliação institucional. A partir das avaliações a instituição
estabelece metas e ações no seu Plano de Desenvolvimento Escolar.
A avaliação institucional tem sua legitimidade quando a escola estabelece a relação
entre a sua política educacional, o Projeto Pedagógico, sua organização, suas ações definidas no
Plano de Desenvolvimento da Escola e a prática do dia a dia da instituição.
A escola tem sua autonomia administrativa garantida na forma da LDB/96 e com isso
deve articular mecanismos para garantir tomadas de decisões fundamentadas. Nesse contexto
há necessidade da promoção da participação de todos os segmentos da escola na discussão e
definição dos processos que assegurem o padrão de qualidade almejado por ela.
Atualmente a política de avaliação externa do Ministério da Educação, gerenciada pelo
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), aplica os
instrumentos de avaliação do rendimento dos estudantes nas escolas, como o SAEB, antiga
Prova Brasil, que geram o Índice de Desenvolvimento da Escola (IDEB), esta avaliação é
conhecida como sendo de larga escala.
Este Índice serve como parâmetro para a escola verificar o rendimento escolar dos
estudantes, além de que a escola deve ter também sua própria forma de mensuração e
acompanhamento da aprendizagem de todos os estudantes.
123
indicadores educacionais ( SAEB e PROARE) para a organização do trabalho pedagógico, na
construção de uma escola democrática voltada para o ensino e a aprendizagem de TODOS os
estudantes.
Este trabalho realizado pela SEMEC que visa subsidiar pedagogicamente as unidades de
ensino, acontece por meio de reuniões com a equipe gestora (Diretor, diretor adjunto,
especialistas de educação e professores coordenadores), na qual é apresentado a análise dos
dados e é realizada pelos coordenadores técnicos da diretoria de gestão pedagógica da SEMEC,
com finalidade de subsidiar e nortear o trabalho das instituições de ensino e consequentemente
melhorar o processo de ensino e aprendizagem de cada unidade.
Esse acompanhamento também é realizado pelos coordenadores técnicos, junto as
unidades de ensino, objetivando orientar o trabalho para diminuir os índices de reprovação e
evasão, com propósito final de melhoria da qualidade de ensino. Importante salientar que esse
trabalho é também realizado pelos coordenadores técnicos da Educação infantil que utilizam
como o Documento intitulado Indicador de Qualidade da Educação Infantil, para realizar o
monitoramento dos CEIs.
Todas essas ações visam subsidiar as unidades para que possam cumprir sua função
social. Formar estudantes para que sejam capazes de contextualizar os conhecimentos e utilizá-
los no contexto em que vivem e inseri-los como partícipes da sociedade, por meio de uma
aprendizagem significativa. Visa também cegar num momento de desenvolvimento em que
haverá a participação proativa dos pais e responsáveis por meio do diálogo, de comunicação
diversa entre a escola e a família, por meio de debates, onde os próprios estudantes podem
apresentar o desenvolvimento de sua aprendizagem, ou ainda, apresentarem juntos o
planejamento de suas metas, em que pontos elas foram alcançadas e em que precisam ser
focados os esforços para as próximas etapas de ensino. Isto posto, buscamos juntos o
cumprimento da nossa missão, que é a de assegurar educação de qualidade, com
aprendizagem, valorização do conhecimento e da cultura, garantia de acesso, permanência
com sucesso e respeito a diversidade humana.
124
Na última década, a avaliação educacional passou a ocupar lugar central nas políticas
públicas de educação no Brasil. Do ponto de vista teórico, ampliou-se bastante o conjunto de
referências sobre as ações, estratégias avaliativas, em todas as etapas de organização escolar
do processo ensino e aprendizagem.
Nesse texto que compõe as orientações Curriculares da rede Municipal de Ensino de
Três Lagoas, a ênfase se dá à avaliação com vista à aprendizagem das crianças, adolescentes e
jovens na perspectiva diagnóstica e formativa, com a finalidade de incluir TODOS estudantes no
processo de ensino e aprendizagem. Neste sentido, compete a instituição de ensino e
principalmente ao professor criar as condições para que as dificuldades dos estudantes sejam
ultrapassadas, o que implica também a avaliação do resultado de sua própria intervenção.
Nessa perspectiva de ensino, a avaliação funciona como um guia da ação. Ela assume,
portanto, a função, não mais de “aprovar” ou “reprovar” o educando, mas sim de ajudá-lo a
identificar quais as competências objetos de conhecimento/habilidades que ele já construiu
satisfatoriamente e quais ainda precisa desenvolver.
A avaliação também é comparada a um sistema de comunicação, a um diálogo entre
professor e estudante, por meio da sistematização das informações recolhidas por meio da
avaliação diagnóstica, de cunho investigativo (CARDINET, 1993; FREIRE, 1996). Entende-se que,
assim concebida, a avaliação tem um caráter interativo, a partir da interpretação dos dados por
ela fornecidos.
Nesse mesmo ponto de vista, concebe-se a avaliação como: todo e qualquer processo
deliberado e sistemático de recolha de informação, mais ou menos participado e interativo, mais
ou menos negociado, mais ou menos contextualizado, acerca do que os estudantes sabem e são
capazes de fazer numa diversidade de situações (FERNANDES, 2005, p.16).
Uma das perspectivas da concepção e da prática avaliativa trazidas pela Lei de Diretrizes
e Bases da Educação Nacional – LDBEN 9.394/1996, em seu art. 23, pressupõe a lógica de
inclusão, a qual situa a defesa de uma avaliação inclusiva no âmbito de um horizonte de
expectativas mais amplo: a democratização do acesso ao conhecimento e a constituição de uma
práxis educativa libertadora (FREITAS, 2005, CARVALHO, 2014).
Nesse cenário, as práticas de uma avaliação inclusiva respeitam as diferenças, criam
mecanismos de apoio à aprendizagem e comprometem-se com a reflexão crítica e permanente
sobre o cotidiano escolar. Assim sendo, a avaliação consiste em responsabilidade coletiva e
orienta-se no sentido da transformação das condições que naturalizam o fracasso escolar, a
partir do pressuposto de que todos têm condições de aprender e dar continuidade à sua
trajetória escolar (CARVALHO, 2014).
125
É importante lembrar que a avaliação paralela também preconizada pela Lei de
Diretrizes e bases da Educação Brasileira vem sendo esquecida no âmbito do fazer pedagógico.
Considerando que a avaliação é inclusiva e que, portanto, deve ter como foco a aprendizagem
de todos, a aprendizagem e recuperação paralela devem caminhar juntas, cabendo ao professor
oferecer aos estudantes que necessitam de apoio para aprender, todas as oportunidades de
recuperação, pois se não houver tal oportunidade, a aprendizagem não acorrerá.
Vale ressaltar que a recuperação paralela é um direito garantido por lei e cabe a todas
as unidades realizarem esta ação, afim de que os direitos de aprendizagem de todo estudante
sejam garantidos. Diante da preocupação com a aprendizagem dos estudantes que apresentam
dificuldades de aprendizagem, a Secretaria Municipal de Educação e Cultura- SEMEC oferece às
Unidades Escolares o Projeto de Nivelamento da Aprendizagem do Estudante- PRONAE, desde
2017. No referido projeto são atendidos estudantes com dificuldades de aprendizagem, em
período contrário, por um professor que irá utilizar recursos e metodologias diferenciadas que
favoreçam o desenvolvimento e a aprendizagem desses estudantes.
Deste modo a Avaliação inclusiva que vem se consolidando na REME de modo gradativo
tem como finalidade: compreender o que os estudantes já sabem e o que precisam aprender;
que os professores programem intervenções; garantam as aprendizagens; redefinam o
planejamento; favoreçam a aprendizagem e redirecionem a prática na sala de aula. Dessa forma,
a avaliação para aprendizagem deve servir para orientar e regular a prática pedagógica,
colocando-se a serviço das aprendizagens.
Nessa percepção, avaliar é, portanto, o exercício de um olhar sensível, de uma escuta
atenta e cuidadosa do outro, é um ato de “amorosidade”, apropriando-se das palavras de Paulo
Freire. Consiste, ainda, numa perspectiva de avaliação como um ato de inclusão. É importante
salientar que essa forma de avaliar deverá percorrer todas as etapas de ensino, faz-se necessário
o emprego das diferentes funções da avaliação como meio de reprogramar as ações
pedagógicas.
126
Uma das razões do mérito atribuído à função diagnóstica ou inicial da avaliação é que
ela proporciona informações acerca das competências e habilidades das crianças, adolescentes
e jovens/objetos do conhecimento ou Campos de Experiências antes de se iniciar um processo
de ensino e aprendizagem. Como se pode verificar, esse tipo de avaliação pode ser
extremamente relevante por fornecer ao professor elementos que lhe possibilitarão adequar o
tipo de trabalho a desenvolver, tendo em vista as características e os conhecimentos dos
estudantes com os quais irá trabalhar. Também é relevante por permitir que competências dos
estudantes sejam identificadas ainda no início de uma fase de trabalho e, assim, atenda-se ao
ritmo de cada um. (HADJI, 1994; SACRISTÁN, 1998).
127
aprendizagem. O papel do professor nessa tarefa é primordial, para que eles demonstrem o que
aprenderam e do que são capazes e, para além disso, para que encarem seus erros como
possibilidades de se envolverem mais nas situações de aprendizagem para continuar
aprendendo. Se os estudantes não sabem por que e para que são avaliados, que sentido tem
essa ação em suas vidas?
Estudos recentes demonstram que para um bom processo de avaliação o professor deve
considerar que: um planejamento bem feito e com objetivos bem definidos; preocupar-se em
como os estudantes aprendem; considerar que a avaliação é fundamental para a prática em sala
de aula; que a avaliação é essencial como habilidade profissional; que a avaliação exerce
impacto emocional; que uma avaliação injusta afeta a motivação do estudante; Promove o
comprometimento com os objetivos da aprendizagem e os critérios de avaliação; Ajuda os
estudantes a saber como melhorar seu processo de estudo; Incentiva a autoavaliação; e
Reconhece todos os sucessos alcançados pelo professor e pelo estudantes.
A todo momento observa-se a importância de se apoiar os estudantes nos processos de
avaliação. Essa necessidade não é menos importante quando se fala no aspecto emocional, uma
competência também a ser construída, em prol das aprendizagens. Atualmente, é
inquestionável que a avaliação seja encarada em perspectiva mais ampla, englobando todos os
elementos do processo de ensino e aprendizagem, com ênfase no acompanhamento e
desenvolvimento integral dos estudantes. Desse modo, apresentam-se algumas estratégias de
avaliação que permitem construir, de forma consciente, uma visão integral dos estudantes
conforme recomenda a Base Nacional Comum Curricular- BNCC.
Há uma diversidade de opções de estratégias e instrumentos avaliativos, todavia
selecionamos apenas quatro para compor esse documento: o portfólio (mais específico para
Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental), a observação, a autoavaliação e o
teste(provas) em duas fases. É importante alertar que as estratégias e ou instrumentos são
fundamentais, mas não suficientes para esse processo. Ou seja, nenhuma estratégia é, por si só,
capaz de responder às exigências educacionais. Todas têm potencialidades e limitações.
Nesse sentido, preconiza-se, nesse documento, a necessidade do uso de várias
estratégias e ou instrumentos de avaliação, não defendendo o emprego exclusivo de nenhuma
delas, mas que, para além dos citados, outras possam ser utilizadas. Defende-se, assim, que as
mesmas estejam a serviço da melhoria das aprendizagens de todos os estudantes.
a) O Portfólio
O desenvolvimento social e a investigação educacional afastaram o contexto da
educação dos modelos tradicionais de transmissão do saber e mudaram os papéis dos
128
professores e estudantes, os quais passaram a partilhar a responsabilidade pela aquisição,
construção e reconstrução do conhecimento, atribuindo, então, responsabilidade ao estudante.
É nessa perspectiva que Paulo Freire afirma a necessidade de os discentes participarem de seu
processo de avaliação, ou seja, “o ideal é que cedo ou tarde, se invente uma forma pela qual os
estudantes possam participar da avaliação”. (FREIRE, 1996).
Enquanto estratégia, o portfólio pode servir a diferentes propósitos: no processo de
construção, contribui para a aprendizagem, desenvolvida através da autoavaliação; no
feedback, pela reflexão sobre o que se aprendeu e como se aprendeu e na identificação dos
pontos fortes e fracos que necessitam de desenvolvimento.
Já está comprovado que os estudantes que desenvolvem o hábito de refletir sobre suas
experiências aprendem a definir objetivos de aprendizagens por si mesmas.
O portfólio é útil para a melhoria das ações do estudante e também as do professor.
Através dele, o docente verifica o que o estudante é capaz de realizar, como evoluiu sua escrita,
quais tentativas fez para elaborar um texto, seus progressos com relação às regras gramaticais
e à elaboração de diferentes gêneros textuais, conhecimento da sua trajetória e de sua
aprendizagem, bem como de seus sentimentos, formas de expressão, expectativas e visões de
mundo.
b) A Observação
A observação faz parte do nosso dia a dia, pois observar é pensar sobre a presença de
um determinado objeto, ação, o que implica olhar atentamente para ele, exigindo o
aperfeiçoamento da nossa percepção.
Considera-se esta estratégia de suma importância ao desenvolvimento dos processos
de ensino e aprendizagem e avaliação nas diferentes etapas do ensino na educação básica, por
permitir acompanhar a evolução dos estudantes. Hadji (2001) fala da magnitude de o professor
agir, observando e interpretando, de forma pertinente, os dados por meio das atividades,
questionamentos, atitudes e dificuldades que as crianças, adolescentes e jovens apresentam no
processo de ensino e aprendizagem. Para isso, ele deve estar sempre atento ao que ocorre em
sala de aula e até fora dela, a saber: nas atividades recreativas, no laboratório de informática,
na biblioteca e nos demais espaços educativos já citados nesse mesmo capítulo. Por meio da
observação, o docente consegue verificar o porquê da não participação de algum estudante,
perceber que não é por desinteresse, mas por apresentar determinado problema que pode ser
de ordem física, emocional e ou social.
129
Pode-se, assim, afirmar que consiste em elemento fundamental no processo de
avaliação para as aprendizagens, pois fornece informações referentes à área cognitiva, afetiva e
psicomotora do estudante.
A avaliação, com essa ênfase, permite também que as crianças/adolescentes/jovens
acompanhem suas conquistas, avanços, dificuldades e suas possibilidades ao longo de seu
processo de desenvolvimento. Constitui-se, também, em uma estratégia para que, a partir
desta, a instituição possa estabelecer as prioridades para o trabalho educativo, intensificar os
pontos que necessitam maior atenção e reorientar a prática educativa. Entende-se que o
professor também poderia usar esses mesmos procedimentos em sala de aula: a) o que deve
ser efetivamente observado? b) como proceder para efetuar o registro da observação? c) quais
os procedimentos utilizar para garantir a validade das observações? (HADJI, 2001).
c) Autoavaliação
Podemos informar que esse é um instrumento capaz de conduzir o estudante à
modalidade de autoconhecimento, ou, como diz Dom Quixote, “por os olhos em quem tu és;
procura conhecer-te a ti mesmo”, permitindo ao educando avaliar desempenhos e atitudes. Essa
postura possibilita conduzi-lo a uma forma de apreciação que se põe em prática a vida inteira e
pode conter estratégias cognitivas que possibilitarão ao aluno sua autorregulação no
desenvolvimento de competências.
Essa estratégia admite às crianças, aos adolescentes e aos jovens, o conhecimento do
que deverão aprender, para que e por que. Isso induz o educando a envolver-se com
responsabilidade em seu processo de aprendizagem, por imprimir significado ao que faz.
No entanto, é preciso que o estudante faça representação do que deverá construir, o
que se espera em cada uma das atividades, os resultados que deverá alcançar e, sobretudo, as
razões para tais ações. Para isso, é necessário que o professor explicite quais
competências/objetos de conhecimentos/habilidades deverão ser alcançadas, sua
intencionalidade e os critérios de avaliação.
Imprescindível ainda que acredite no estudante e ofereça condições favoráveis à
aprendizagem, pois, só assim, ele se sentirá seguro e confiante para a realização das atividades
a serem desenvolvidas.
130
Na primeira fase, o teste é resolvido pelos estudantes em sala de aula, com uso ou não
de consulta. O estudante é livre para escolher as questões que achar conveniente, sendo
incentivado a responder a todas elas, mesmo que de forma menos aprofundada. O desejável é
que a primeira metade da prova apresente perguntas de curtas respostas e a segunda, de
desenvolvimento ou de ensaio.
Após essa atividade, o professor recolhe os testes, comenta as respostas dadas pelo
estudante na primeira fase e faz anotações sobre a qualidade do trabalho realizado. A seguir,
são devolvidos os testes para dar início à segunda fase. Os estudantes, de posse das informações
registradas na referida estratégia de avaliação e do feedback dado pelo professor, voltam a
trabalhar no teste, de forma autônoma, num período de tempo previamente estabelecido.
Em seguida, o estudante entrega novamente o teste/atividade para o docente. Cabe a
ele decidir em quais questões vai voltar a trabalhar, podendo fundamentar a sua opção frente
aos comentários elaborados pelo professor.
Concluídas as duas fases, é possível a este último dar o seu parecer, que recairá sobre
três aspectos: “a) a qualidade da primeira fase; b) a qualidade da segunda fase e c) evolução do
aluno” (PINTO e SANTOS, 2006, p.132).
No entanto, além dessas facetas, outra se sobrepõe às demais, pela importância que
apresenta: “desenvolver um teste em duas fases pressupõe encarar, sobretudo, a avaliação
como parte integrante do processo de ensino-aprendizagem” (PINTO e SANTOS, 2006, p.140),
devendo ser desenvolvida num clima de ajuda, respeito e confiança mútua, considerando o
feedback de fundamental relevância para as crianças, adolescentes e jovens acerca de seus
avanços.
É com adesão ao que afirma de Demo (1999): A avaliação só faz sentido se favorecer a
aprendizagem que defendemos a posição com relação às estratégias e instrumentos de
avaliação: de que servem as avaliações se não estiverem a serviço da aprendizagem?
Para que cumpram suas funções, as estratégias devem ser aceitas pelo professor como
ferramentas fundamentais na coleta de informações sobre a aprendizagem dos alunos, para a
tomada de decisões acerca do desenvolvimento das crianças, adolescentes e jovens, e para
implantação e implementação de políticas educacionais.
Para além dos estudantes, dos professores e da escola o feedback do processo de
avaliação com os pais pode ser motivador poderoso para o desenvolvimento dos estudantes.
Promover a participação proativa dos pais e responsáveis por meio do diálogo, de comunicação
diversa entre a escola e a família, por meio de debates, onde os próprios estudantes podem
apresentar o desenvolvimento de sua aprendizagem, ou ainda, apresentarem juntos o
planejamento de suas metas, em que pontos elas foram alcançadas e em que precisam ser
131
focados os esforços para as próximas etapas de ensino. Esse exercício de compartilhar
informações com parceiros de trabalho e pais pode contribuir para aumentar o interesse pelo
trabalho colaborativo e pela participação e acompanhamento do desenvolvimento dos filhos na
escola.
No contexto do presente documento, vale frisar que para se chegar ao objetivo da
aprendizagem e para atingir as competências propostas na BNCC e neste documento de
orientação, os estudantes precisam ser capazes de distinguir, classificar e relacionar
pressupostos, elaborar hipóteses, juntar elementos para formar um todo coerente e
funcional, integrando e combinando ideias (OLIVEIRA et al., 2015). Portanto, desenvolver
competências faz da avaliação mais um dos momentos de desenvolvimento de conhecimentos
do processo de ensino e aprendizagem. Sendo assim, a avaliação pensada a partir de uma
perspectiva de aprendizagem ativa viabiliza a qualificação integral do estudante, propiciando
que esse possa exercer sua cidadania como um cidadão competente, capaz de tomar decisões
e resolver problemas simples ou complexos do cotidiano em que vive.
Referências bibliográficas
132
. Avaliação educacional escolar: para além do autoritarismo. Revista da Ande, São
Paulo, n.10, p.47-51, 1986.
PERRENOUD, P. Avaliação: da excelência à regulação das aprendizagens - entre duas lógicas.
Porto Alegre: Artmed, 1999.
. Pedagogia diferenciada. Das intenções à ação. Porto Alegre: Artmed,2000.
SAUL, Ana Maria. Avaliação Emancipatória Escolar. São Paulo: Cortez, 1996.
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Libertad, 1998. p. 79.
VASCONCELOS, S. Avaliação: Concepção Dialética libertadora do processo de avaliação escolar.
São Paulo: Libertad. 1994.
. Currículo: a atividade humana como princípio educativo. 4ª ed. - São Paulo:
Libertade, 2013.
133
CAPÍTULO V- A DIVERSIDADE EDUCACIONAL NA EDUCAÇÃO INFANTIL E ENSINO
FUNDAMENTAL
Este Documento denominado de Orientações curriculares da REME - identidade,
ensino e aprendizagem e metodologias, enquanto documento originário da Base Nacional
Comum Curricular, é orientado pelo princípio da equidade. Portanto, o planejamento
pedagógico deve considerar, dentre seus objetivos, o combate à desigualdade escolar, o que
pressupõe o reconhecimento de que grupos diferentes possuem necessidades diferentes. A
seguir apresentaremos as particularidades das cinco Modalidades de Ensino – Educação na
perspectiva inclusiva, Educação do Campo, educação para as relações étnico raciais e de Jovens
e Adultos.
Esse texto tem a intenção e finalidade basilar de iniciar uma reflexão acerca da educação
especial na REME para que, a partir daqui se inicie o movimento de estudo e elaboração da
política de educação especial para a Rede Municipal de Ensino de Três Lagoas. É importante
salientar que em nível de Brasil estamos num momento de novas configurações para a política
dessa modalidade de ensino. Sendo assim estamos num momento bastante fértil para estudos
e debates acerca dessa temática, tão importante para a educação.
Podemos assegurar que até esse momento histórico, final do ano de 2019, a educação
especial em Três Lagoas vem se pautando nas políticas do governo federal e estadual, como
únicos documentos de orientação para a organização dessa modalidade de ensino em Três
Lagoas. É importante e salutar pontuar que para elaborarmos esse texto fizemos uma pesquisa
dos documentos que orientam ou deliberam a educação especial da REME, mas não foi
encontrado nada que realmente defina nossa política de educação na perspectiva inclusiva. Com
isso abriu-se a possibilidade de cada unidade de ensino "achar" e "deliberar" acerca da temática
134
tão profunda, difícil e complexa como essa. Quando não se tem uma política definidora e
orientadora da organização do trabalho ocorrem formas de organização conforme o achismo e
concepção de mundo de cada gestão institucional. Nesse sentido, assim como a educação de
Jovens e Adultos e Educação no campo, precisamos de construir, juntos, essa possibilidade e
obviamente tendo como referência os documentos legais em âmbito nacional e estadual.
Assim sendo, faz-se necessário a garantia do direito à educação de todos os sujeitos, a
igualdade de oportunidades às pessoas com deficiência e a promoção do acesso à educação
para a maioria das pessoas que apresentam Necessidades Educacionais Especiais (NEE).
No contexto da educação especial, o termo NEE refere-se a todas aquelas crianças ou
jovens cujas necessidades educacionais especiais se originam em função de deficiências ou de
dificuldades de aprendizagem. Esse documento reconhece “que toda criança possui
características, interesses, habilidades e necessidades de aprendizagem que são únicas” -
Declaração de Salamanca (BRASIL, 1994).
Vale salientar que, de acordo com a Política de Educação Especial, na Perspectiva da
Inclusão Escolar, do Ministério da Educação, os sistemas de ensino devem-se organizar para
oferecer a todos/as, além do acesso e da permanência na escola, os serviços educacionais que
forem necessários para garantir a aprendizagem escolar. Caso contrário corre risco da mais
perversa das formas de exclusão: a exclusão na escola, ou seja, o estudante tem acesso a
permanência garantidos na escola, mas aprende muito pouco, ou quase nada. Isso apenas
mascara os índices de exclusão escolar, mas não garante o êxito escolar e a promoção social
desses educandos que passam pela escola, mas não se beneficiam dela como poderiam, ou
deveriam. Diante do exposto, fica evidente que para desenvolvermos e elaboramos uma política
para que seja concretizada conforme preconiza os documentos balizadores é necessário
perguntar: Nossas escolas acolhem as diferenças como possibilidade de trabalho que leva a
promoção social e a inclusão? ou já antecipam o futuro dos estudantes como fracassados? O
que entendemos como igualdade e equidade? Estamos nos preparando tecnicamente para
receber e conviver com a diferença? Aqui faço um parágrafo para explicar que não estamos
falando, nesse momento do texto, somente de educação especial, mas também das outras
diferenças encontradas na unidade de ensino, quais sejam: o estudante economicamente pobre,
o estudante estrangeiro, o estudante repetente, o estudante do campo, o estudante cuja família
não tem uma configuração tradicional, o estudante da Educação de Jovens e Adultos - EJA entre
outros. Os relatórios de aprendizagem, transferências, evasão e desistência indicam que há
necessidade de investimentos na formação continuada de todos os sujeitos responsáveis pela
ação educativa na unidade de ensino quanto a concepção de mundo e pedagógica que vem
sendo desenvolvidas na educação de nossa REME. todas estas questões que influenciam de
135
forma direta na vida dos nossos estudantes deverão ser pensadas para elaboração de uma
política de inclusão na REME.
É sabido que a construção social das políticas públicas pactuadas por meio dos Planos
Nacional, Estadual e Municipal de Educação requer, ainda, a adoção de medidas robustas, sob
o ponto de vista das metas e estratégias que implicam ampliação de recursos financeiros, haja
vista a evidente sobrecarga para a municipalidade. Afinal, dos 17 anos da escolarização
compreendida pela Educação Básica (Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio), o
município é responsável por 14 anos de estudos, e destes, 11 de caráter obrigatório, inclusive,
a modalidade EJA, em detrimento do potencial de arrecadação financeira dos demais entes
federados.
Tal avanço requer, simultaneamente, condições escolares adequadas para o
desenvolvimento das atividades pedagógicas, uma dinâmica escolar voltada para o processo de
aprendizagem, a profissionalização da docência, a democratização da gestão pública
educacional e, consequentemente, escolar, o estabelecimento de articulação entre instâncias
governamentais e sociedade civil, a avaliação periódica dos resultados pedagógicos, técnicos e
de gestão obtidos, bem como a presença ativa da comunidade e, em especial, das famílias nos
assuntos educacionais.
No que se refere à estrutura governamental, merece destaque a necessária
integração/articulação das políticas educacionais junto às demais políticas públicas que
compõem a Área Social, pela efetividade na atenção à família e na proteção à criança e ao
adolescente, o que pressupõe, ainda, o envolvimento do Ministério Público e dos Conselhos
Tutelares, na condição de guardiões deste direito. É importante enfatizar que a respeito dessa
estrutura a REME vem cumprindo com muita responsabilidade e compromisso. E como tem
materializado a política de educação inclusiva nos três últimos anos?
Conforme anunciado no decorrer deste texto a REME tem como documentos basilares
para o desenvolvimento da educação especial, os documentos oficiais, em especial do governo
federal. Nesse sentido é importante descrevê-los para que, principalmente os professores
tenham acesso, mais direto, aos referidos documentos.
Reportamo-nos, ao Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/90), que dispõe
sobre a proteção integral à criança e ao adolescente, e à Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional nº 9.394/96, segundo a qual, o direito de aprender se inicia na escola, precisamente,
na sala de aula regular, cabendo às professoras garantir acesso ao currículo comum às
crianças/estudantes, contando com as devidas adequações e usos de metodologias de ensino
diferenciadas.
136
Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com deficiências, transtornos globais
do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação: (Redação dada pelo Lei nº 12.796, de
2013):
I - currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos, para
atender às suas necessidades;
II - terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível exigido para
a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências, e aceleração para
concluir em menor tempo o programa escolar para os superdotados;
III - professoras com especialização adequada em nível médio ou superior, para
atendimento especializado, bem como professoras do ensino regular capacitados para
a integração desses educandos nas classes comuns;
IV - educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na vida em
sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelarem capacidade de
inserção no trabalho competitivo, mediante articulação com os órgãos oficiais afins,
bem como para aqueles que apresentam uma habilidade superior nas áreas artística,
intelectual ou psicomotora;
V - acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares disponíveis
para o respectivo nível do ensino regular (BRASIL, 1996, art. 59).
Parágrafo único. O poder público adotará, como alternativa preferencial, a ampliação
do atendimento aos educandos com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação na própria rede pública regular
de ensino, independentemente do apoio às instituições previstas neste artigo.
(Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013). (Brasil, 1996, art.60).
137
atendimento complementa e/ou suplementa a formação dos estudantes com vistas à
autonomia e independência na escola e fora dela (BRASIL, 2008, p. 16).
138
e ainda síndrome de Asperger, síndrome Rett, Transtorno Desintegrativo da Infância
(psicoses) e Transtornos Invasivos sem outra especificação;
c) Altas habilidades/superdotação: aqueles que demonstram potencial elevado e
grande envolvimento com as seguintes áreas, isoladas ou combinadas: intelectual, acadêmica,
liderança, psicomotora e artes; também apresentam eminente criatividade, grande
envolvimento na aprendizagem e na realização de tarefas em áreas de interesse.
Para a garantia do direito à apropriação do conhecimento por essas
crianças/estudantes, a Secretaria Municipal de Educação e Cultura pretende desenvolver um
conjunto de ações com vistas a fortalecer e materializar o desenvolvimento das políticas de
educação inclusiva na REME, tais como:
● ação articulada dos professores especializados com os professores do ensino regular,
no turno em que a criança/estudante está matriculada/o, para potencializar o processo de
inclusão;
● oferta do Atendimento Educacional Especializado como complementação ou
suplementação curricular, preferencialmente na escola de matrícula da criança/estudante ou
nas unidades de ensino que disponha de sala de recurso multifuncional e seja próxima à
residência;
● atuação de professores de Libras e intérpretes de Libras-Língua Portuguesa-Libras;
● localização de professores com formação na área da deficiência visual para adaptação
de materiais didáticos e pedagógicos, ensino do Braille, do Sorobã, de técnicas de Orientação e
Mobilidade e das Atividades de Vida Diária (AVDs) mesmo que a demanda ainda seja pequena;
● garantia de mobilidade urbana para as crianças/estudantes surdos matriculados em
escolas e centros de educação infantil, referência localizadas distantes da residência.
● garantia de transporte, para visitas monitoradas ou de campo, aos grupos de
crianças/estudantes que poderão ser identificadas, já que ainda não foi possível detectá-las nas
altas habilidades/superdotação.
139
a) Orientar as unidades a contemplarem, no Projeto Político Pedagógico, no Regimento
Escolar, no Plano de Ação e nos demais documentos das unidades de ensino, as propostas
voltadas para a Educação Especial;
b) Promover espaços de planejamento e de formação para que os profissionais das
unidades de ensino, em especial das salas de recursos, de Atendimento Educacional
Especializados e coordenação pedagógica, aprofundem seus saberes-fazeres sobre o processo
de escolarização dos sujeitos da Educação Especial;
c) Orientar a oferta do Atendimento Educacional Especializado por meio de ações de
colaboração entre os profissionais, no turno regular, bem como no contraturno de matrícula
como ação complementar e/ou suplementar ao currículo escolar, inclusive na escola de Tempo
Integral;
d) Organizar formas de socializar com a comunidade escolar as experiências e práticas
pedagógicas realizadas. Neste ano de 2020 será acrescentado um eixo no Projeto professor
destaque que trate da inclusão;
e) Organizar e Oferecer formação acerca do Plano de Trabalho Pedagógico dos
estudantes com a os professores que atuam nas salas de AEE.
f) Selecionar, formar e organizar as pessoas apoios aos docentes nas unidades com
estudantes com necessidades especiais;
g) E outras ações que poderão surgir durante o desenvolvimento do processo de
trabalho.
140
A Inclusão acontece quando... “Se aprende com as diferenças e não com as igualdades”
Paulo Freire
Referências bibliográficas
141
. Constituição (1988). Constituição [da] República Federativa do Brasil. Brasília: Senado
Federal, 1988.
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especializado. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-
2014/2011/decreto/d7611.htm>. Acesso em: 10 mar. 2019.
. Decreto 186, de 10 de junho de 2008. Aprova o texto da Convenção sobre os Direitos
das Pessoas com Deficiência e de seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova Iorque, em 30
de março de 2007. Disponível em: <www.presidencia.gov.br>. Acesso em: 10 mar. 2014.
. Lei nº 7853, de 25 de outubro de 1989. Dispõe sobre o apoio às pessoas portadoras de
deficiência, sua integração social, sobre a Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa
Portadora de Deficiência - CORDE, institui a tutela jurisdicional de interesses coletivos ou difusos
dessas pessoas, disciplina a atuação do Ministério Público, define crimes. Disponível em: <
http://www.planalto.gov.br/CCivil_03/LEIS/L7853.htm>. Acesso em: 10 mar. 2014.
. Estatuto da criança e do adolescente. São Paulo: Cortez, 1990.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A EDUCAÇÃO, A CIÊNCIA E A CULTURA. Declaração
de Salamanca e enquadramento da ação: necessidades educacionais especiais. Salamanca,
Espanha, 1994.
142
[...] Fica instituída no calendário da Administração Pública Municipal, a "Semana da
Cultural Consciência Negra" a se realizar todos os anos na semana que recair o dia 20
de novembro, Dia Nacional da Consciência Negra (Lei Federal nº 10.639 de 09 de
Janeiro de 2003), data que faz alusão ao líder Zumbi, do Quilombo dos Palmares, um
dos principais símbolos da resistência negra à escravidão. (Lei n. 3208/2016).
Em virtude disso, enfatizamos que é essencial contemplar nos currículos e nos Projetos
Político Pedagógicos, o ensino da história e cultura afro-brasileira e indígenas como forma de
reconhecer a contribuição que diversos povos forneceram para a história e cultura nacional, pois
assim, depreenderemos uma educação que respeite a diversidade brasileira, e que busque a
erradicação da desigualdade e discriminação, possibilitando a construção de uma sociedade
baseada no reconhecimento da diversidade humana e na verdadeira democracia racial.
Partindo desse pressuposto, é papel das unidades de ensino promover um espaço
privilegiado de inclusão, que reconheça e combata as relações preconceituosas e
discriminatórias. Local onde haja a apropriação de saberes e a desconstrução das hierarquias
entre as culturas na nossa sociedade. Ambiente esse que, favoreça o reconhecimento e resgate
da história e cultura afro-brasileira, africana e indígena como condição para a construção da
identidade étnico-racial brasileira.
O professor tem papel essencial como sujeito do processo educacional, e ao mesmo
tempo, aprendiz da temática, como também mediador entre o aluno e o objeto da
aprendizagem, fazendo valer de sua dimensão ativa, comprometida, inconformada, e
sobretudo, que admita sua fundamental importância no processo de construção de ações
pedagógicas cotidianas antirracistas e inclusivas, que pode fazer a diferença na vida dos
estudantes com os quais convive.
Desse modo, e pensando nas atividades escolares, deve-se priorizar as que reverenciem
o princípio da integração, reconhecendo a importância de se conviver e aprender com as
diferenças, promovendo atividades em que as trocas sejam privilegiadas e estimuladas. Devem
ser desenvolvidas atitudes de respeito às diferenças, considerando que a identidade humana é
construída na interação entre as variadas identidades. Para isso, abordar ações e práticas
educativas que contemplem essa temática em nossas Unidades de Ensino Municipal é de suma
importância, pois propicia a compreensão de que a sociedade humana, sobretudo a
brasileira/municipal, é composta por vários elementos que formam a diversidade cultural e a
identidade de cada povo ede cada comunidade.
Assim, vislumbra-se que a Educação das Relações Étnico-Raciais se dá a qualquer tempo
ou etapa do ensino. Os objetos de conhecimento devem fazer parte de todo o processo de
ensino e aprendizagem de forma inter e/ou transdisciplinar, com uma abordagem pautada na
desconstrução do racismo.
143
Nessa perspectiva, e subsidiada pelas discussões das Orientações Curriculares das
Diversidades Educacionais Nacional, os objetos de conhecimento devem ser abordados a fim de
educar para o conhecimento e o respeito à diferença, desencadear a afirmação da identidade
negra e/ou indígena dos estudantes, e o sucesso escolar de negros e não negros, indígenas e
não indígenas. Dessa forma, é na organização do fazer pedagógico fundamentado na inter
e/ou transdisciplinaridade que a seleção dos objetos de conhecimento levará a uma
aprendizagem que valorize as diferenças em todas as etapas e modalidades da educação.
Esse trabalho é também orientado pela Base Nacional Comum Curricular através da
abordagem de temas contemporâneos que afetam a vida social humana em escala local,
regional e global de maneira integradora e transversal. Entre esses temas o Ensino de História e
Cultura Africana, afro-brasileira-brasileira e Indígena perpassa as competências gerais 6, 8 e 9
(CARTH, 2018). Sendo assim, cada unidade de ensino deve se reunir para discutir, estudar,
analisar e definir a (re) organização do currículo no Projeto Político-Pedagógico no que tange
aos objetos de conhecimento e estratégias metodológicas que fazem parte de sua realidade,
com o intuito de edificar uma educação cidadã/inclusiva quanto à pluralidade étnico-racial.
Nesse panorama, a Educação Infantil deve ter como foco principal a sociabilidade das
crianças e ser vista como um terreno fértil de aprendizado na (re) elaboração de sentimentos,
ideias e percepções positivas a respeito de si e sobre o outro.
Independentemente do grupo social e/ou étnico-racial a que atendem, é importante
que as instituições de Educação Infantil reconheçam o seu papel e função social de
atender às necessidades das crianças constituindo-se em espaço de socialização, de
convivência entre iguais e diferentes e suas formas de pertencimento, como espaços
de cuidar e educar, que permita às crianças explorar o mundo, novas vivencias e
experiências, ter acesso a diversos materiais como livros, brinquedos, jogos, assim
como momentos para o lúdico, permitindo uma inserção e uma interação com o
mundo e com as pessoas presentes nessa socialização de forma ampla e formadora
(BRASIL, 2006, P. 37).
As crianças devem ser educadas desde cedo para conhecer e conviver de maneira
respeitosa com a diversidade. O processo de ensino deve ser propiciado a partir de brinquedos
e atividades que auxiliem na aprendizagem. Nesta etapa de ensino devemos introduzir na ação
educativa brinquedos e atividades que auxiliem na aprendizagem sobre a diversidade, tais
como: bonecas negras, indígenas e outras; a ornamentação do espaço escolar deve contemplar
a diversidade etnicorracial presente na sociedade brasileira; histórias infantis que incluam
personagens negros e indígenas com protagonismo na história e que exaltem positivamente o
fenótipo negro e indígena.
No Ensino Fundamental, os objetos de conhecimento trabalhados na perspectiva das
relações étnico-raciais (História Africana, Afro-brasileira e Indígena) devem aparecer no
currículo progressivamente e aprofundados de acordo com cada ano.
144
Nas etapas iniciais do Ensino Fundamental, pode introduzir temas da cultura africana
e afro-brasileira através de lendas, contos, cantigas e brincadeiras voltados também
para aspectos históricos. E, nas aulas de Ciências Sociais, retratar a presença dos
africanos e indígenas na História do Brasil para além da relação à escravidão: perceber
as marcas dessa presença viva nas músicas, nas festas, no vocabulário, nos hábitos
alimentares e outros. (LIMA, 2006, P. 35)
As religiões de matriz africana e a cosmovisão indígena, seus mitos e crenças devem ser
abordados com base na valorização e no respeito à diversidade. A questão deve ser apresentada,
discutida e fundamentado na pluralidade cultural brasileira. Também deve ser destacada a
importância da edificação de uma sociedade que conhece e respeita os diversos valores
religiosos que contribuíram e contribuem para a multiplicidade de valores éticos, morais,
culturais e religiosos.
Nesse sentido, as Orientações Curriculares indicam os eixos temáticos que podem ser
desenvolvidos nas unidades no ensino fundamental: O negro e o indígena na história do Brasil e
de Mato Grosso Sul; Espaços e territórios quilombolas e indígenas; A diversidade cultural dos
povos indígenas em Mato Grosso Sul; Diversidade cultural e religiosa no Estado e no país e no
município de Três Lagoas; Contribuições negras e indígenas na linguagem local e nacional;
Religiosidade e Mitologia Indígena e Africana na composição cultural brasileira considerando o
sincretismo religioso.
A educação a respeito da História e Cultura Africana, Afro-brasileira e Indígena deve
primar pela edificação do conhecimento e respeito à diversidade, propiciando o exercício efetivo
da cidadania, promovendo o fortalecimento da identidade, desconstruindo imagens negativas,
pejorativas e estereotipadas contra negros, indígenas e demais grupos sociais historicamente
discriminados. Isso será possível a partir da utilização de um aporte teórico fundamentado nos
marcos legais7 já existentes.
Outrossim, para além de pensar público alvo e área de atendimento, os sistemas e
redes de ensino precisam ter claro que a BNCC não destitui a finalidade dos marcos
legais vigentes, ou seja, as resoluções, as diretrizes curriculares e as leis continuam
valendo e de certo modo são resgatadas aquelas que tinham ficado em segundo plano
ou oclusas nos diversos textos existentes no marco legal do Brasil. No que diz respeito
à diversidade étnico-racial, as legislações foram os textos que subsidiaram a
construção da Base Nacional. (CARTH, 2018, p. 6)
Portanto, a partir das diretrizes contidas neste documento, cada Unidade de Ensino,
deve organizar o currículo no Projeto Político-Pedagógico a partir de objetos de conhecimento
e metodologias que fazem parte da realidade/universo cultural da comunidade em que está
inserida, considerando e traçando um paralelo com os marcos legais já existentes, com as
competências gerais preconizadas no âmbito da Base Nacional Comum Curricular. O currículo
deve ser pensado, objetivando a valorização da interculturalidade, dos Direitos Humanos, da
cultura da paz e da articulação dos elementos da formação integral dos estudantes, na medida
145
em que fomenta a aprendizagem da convivência democrática e cidadã, princípio básico à vida
em sociedade.
146
em 2002 e está fundamentado na Constituição Federal de 1988, na Lei 9394\96 e no Plano
Nacional de Educação de 2000. O referido documento define em seu parágrafo único
A identidade da escola do campo é definida pela sua vinculação às questões inerentes
à sua realidade, ancorando‐se na temporalidade e saberes próprios dos estudantes,
na memória coletiva que sinaliza futuros, na rede de ciência e tecnologia disponível
na sociedade e nos movimentos sociais em defesa de projetos que associem as
soluções exigidas por essas questões à qualidade social da vida coletiva no país.
(BRASIL, 2002, p. 1).
A identidade da escola do campo aqui definida faz referência a uma escola vinculada ao
mundo da ciência e da tecnologia, respeitando as características próprias e a cultura produzida
no campo. Constitui‐se enquanto eixo central: o mundo do trabalho, o desenvolvimento
humano e a sustentabilidade. Afirmando que a escola pública do campo deve se constituir “num
espaço público de investigação e articulação de experiências e estudos direcionados para o
mundo do trabalho, bem como para o desenvolvimento social, economicamente justo e
ecologicamente sustentável” (Parágrafo 4°). E para completar os eixos, no Art. 5° reafirma o
direito à diferença e tolerância à diversidade. As Diretrizes reforçam a responsabilidade do
Estado de ofertar todas as etapas da Educação Básica, respeitando o direito subjetivo do
cidadão, bem como a garantia de que a escolarização do homem do campo possa se dar em
diferentes espaços, respeitando‐se, logicamente os mínimos estabelecidos na LDB 9394\96.
Muito relevante é a questão da formação de professores para atuarem nas escolas do
campo. As diretrizes determinam no Art. 13 que as escolas do campo devem prever:
I ‐ estudos a respeito da diversidade e o efetivo protagonismo das crianças, dos jovens
e dos adultos do campo na construção da qualidade social da vida individual e coletiva,
da região, do país e do mundo; II ‐ propostas pedagógicas que valorizem, na
organização do ensino, a diversidade cultural e os processos de interação e
transformação do campo, a gestão democrática, o acesso ao avanço científico e
tecnológico e respectivas contribuições para a melhoria das condições de vida e a
fidelidade aos princípios éticos que norteiam a convivência solidária e colaborativa nas
sociedades democráticas. (BRASIL, 2002, p.3)
O campo é lugar onde as pessoas podem morar, trabalhar, estudar com dignidade e
construir seus sonhos. Enquanto espaço é um lugar de vida, portanto de educação.
Uma educação, como afirma Caldart (2004), pensada desde o seu lugar, com a
participação dos diferentes sujeitos, vinculada à cultura e às necessidades humanas e sociais.
Tratada como educação rural na legislação brasileira, a educação do campo, tem um
significado que incorpora os espaços da floresta, da pecuária, da agricultura e carvoarias, em
nossa região.
É uma modalidade de ensino que tem como objetivo a educação de crianças, jovens e
adultos que vivem no campo. Portanto, trata-se de uma política que tem seu amparo nas
políticas públicas que abrangem às especificidades da vida no campo, possibilitando o acesso ao
direito à educação de milhares de pessoas que vivem fora do meio urbano e que precisam ter
147
esse direito garantido nas mesmas proporções em que é garantido para a população urbana,
dentre as quais podemos citar: a Constituição Federal de 1988 que tornou-se instrumento legal
e de extrema importância para a garantia do exercício do direito à educação do Campo, no
Capítulo III na Seção I referente à Educação, do artigo 205 ao 214, o decreto nº 7.352, de 4 de
novembro de 2010 que dispõe sobre a política de Educação do Campo e o Programa Nacional
de Educação na Reforma Agrária (PRONERA), e a Lei de Diretrizes e Bases (LDB), lei nº
9.394/1996, principalmente no que diz respeito ao artigo nº 28 que resguarda a flexibilidade e
adequações ante as necessidades da Educação no Campo.
Vale destacar que, a Deliberação CEE/MS n. 7111, de 16 de outubro de 2003, que dispõe
sobre o funcionamento da Educação Básica nas escolas do Campo, assegura que a educação do
campo seja pautada nas seguintes concepções:
• Formação humana, como direito;
• Pensada a partir da especificidade e do contexto do campo e de seus sujeitos;
• Relação com o meio ambiente (agroecologia);
• Adequação dos currículos à realidade do campo;
• Respeito à regionalidade (cultura);
• Valorização dos educadores do campo;
• Construção coletiva (comunidade/escola).
No que tange ao município de Três Lagoas - MS, a deliberação CME/TL n. 142 de março
de 2018, capítulo I art. 2º § 1º, assegura que: A organização e o funcionamento das escolas do
campo respeitarão as diversidades entre as populações atendidas quanto à sua atividade
econômica, seu estilo de vida, sua cultura e as suas tradições.
Assim, pensar a educação das crianças, adolescentes e jovens do campo requer a
construção de um currículo vinculado à realidade do campo, considerando o desenvolvimento
das aprendizagens e dos conhecimentos, as concepções metodológicas, bem como as condições
concretas das práticas educativas e pedagógicas condizentes com a vida e os hábitos da
população que residem na área rural.
O texto base da I Conferência Nacional: Por Uma Educação do Campo nos aponta que:
Escola do campo é aquela que trabalha desde os interesses, a cultura, a política, e a
economia dos diversos grupos de trabalhadores e trabalhadoras do campo, nas suas
diversas formas de trabalho e de organização, na sua dimensão de permanente
processo, produzindo valores, conhecimentos e tecnologias na perspectiva do
desenvolvimento social e econômico igualitário dessa população. A identificação
política e a inserção geográfica na própria realidade cultural do campo são condições
fundamentais de sua implementação. (I Conferência Nacional: Por Uma Educação
Básica do Campo – texto base, 1998, p. 36).
148
Nessa perspectiva o Projeto Político Pedagógico da escola do campo deve constar todo
o conhecimento da comunidade para caracterizar uma escola dedicada à aprendizagem dos
alunos e ao desenvolvimento da região. Devendo enfatizar a diversidade, respeitando as
diferenças existentes entre cada ser humano, trazendo uma maneira diferente de estudar, e
adaptando o currículo conforme as necessidades.
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Paz e Terra,1997.
150
CAPÍTULO VI - OS TEMAS CONTEMPORÂNEOS NA AÇÃO EDUCATIVA DOS SUJEITOS
A prática educativa não é apenas uma exigência da
vida em sociedade, mas também o processo de
prover os indivíduos dos conhecimentos e
experiências culturais que os tornam aptos a atuar
no meio social e a transformá-lo em função de
necessidade econômicas, sociais e políticas da
coletividade.
(LIBÂNEO, 1992)
151
detalhamento para esclarecer como esses temas podem ser inseridos no contexto da Educação
Básica de forma a contribuir com a construção de uma sociedade mais justa, igualitária e ética.
Diante do exposto asseveramos que as Orientação Curriculares da REME de Três Lagoas
contempla os referidos temas na intenção de formar os sujeitos do processo de ensino e
aprendizagem na sua integralidade. Nesse sentido, os temas contemporâneos integram o
Currículo de MS, destacando conceitos e valores básicos à democracia e à cidadania, atendendo
a questões importantes para a sociedade contemporânea. Reconhecer os temas
contemporâneos como eixo norteador para o desenvolvimento da prática pedagógica
proporciona ao estudante assumir opinião frente às questões sociais e interpretar de forma
crítica sua realidade, numa dimensão histórica, política, econômica e cultural. Ainda é
importante salientar que fizemos a opção por retirar dos temas contemporâneos as temáticas
Educação Ambiental e Relações étnico raciais tendo em vista que a partir dos eixos
norteadores definidos nesse currículo as referidas temáticas fazem parte das questões que
compõem a diversidade educacional.
152
efetiva implantação da Lei nº 11.525/2007, é fundamental para a formação de cidadãos
conhecedores das normas e leis de uma sociedade, tornando-os conscientes de seus atos.
Ter uma lei que promova o Estatuto da Criança e Adolescente na escola é uma conquista,
pois é uma maneira efetiva de fazer com que as crianças e os adolescentes se apropriem do
conhecimento sobre seus direitos, além de promover a valorização do ECA junto à comunidade
escolar – incluindo família e educadores. O desafio é sensibilizar o profissional da educação, e
fazê-lo entender que o ECA é uma vitória para a sociedade brasileira.
11 Paraa construção desse texto, contamos com a parceria e contribuição de uma profissional da Diretoria Municipal
de Trânsito.
153
Trânsito, Percurso de Trânsito com orientações práticas, Palestras, Passeios Ciclísticos, Blitze12
são algumas dessas possibilidades que podem ser exploradas pelos professores e pelas
Unidades, como forma de transmitir, aos nossos estudantes, noções de cidadania, evidenciar
seus direitos e deveres, provocar-lhes o respeito, a solidariedade, a empatia e, por fim,
apresentar-lhes as leis, os símbolos e as regras de circulação e conduta, na prática.
As ações acima elencadas podem ser desenvolvidas durante todo o ano letivo, porém
há algumas datas que podem ser utilizadas para uma maior efetividade, sendo a Semana
Municipal do Trânsito, que ocorre na última semana de abril, de acordo com a Lei Municipal nº
2.098/2006, a Semana Nacional do Trânsito, realizada entre os dias 18 e 25 de setembro, de
acordo com a Lei 9.503/97e o Dia Nacional do Trânsito, comemorado no dia 25 de setembro.
Assim, numa perspectiva contínua de Educação para o Trânsito, fica evidente a
importância do papel desenvolvido pelas Unidades de Ensino e pelos educadores, no que se
refere à ampliação dos conhecimentos acerca dos direitos e deveres de nossos estudantes,
oportunizando a eles serem agentes multiplicadores e transformadores do espaço em que
vivem.
Desse modo, entende-se que os momentos de alimentação escolar fazem parte de uma
proposta pedagógica pautada no desenvolvimento pleno dos sujeitos. Por isso, ao abordar esse
tema contemporâneo, torna-se possível orientar os aprendizes a hábitos alimentares saudáveis,
12Apalavra Blitz tem origem alemã, por isso, o plural é “blitze” ou “blitzen”, observando a etimologia germânica, já
que a palavra não foi aportuguesada. Fonte: www.clubedoportugues.com.br.
154
uma vez que a formação desses hábitos vai ter consequências por toda a vida do indivíduo,
devendo ser feito em parceria com a equipe gestora, professores, estudantes, pais e
comunidade escolar.
Com base na legislação supracitada, em diversos programas e projetos desenvolvidos
pelos órgãos governamentais e no intuito de contribuir com ações eficazes no que se refere ao
tema em questão, trazemos orientações metodológicas e sugestões de atividades para se
trabalhar a Educação Alimentar e Nutricional em nossas Unidades de Ensino, em um sistema de
parceria com o Núcleo de Alimentação Escolar da SEMEC13.
Dentre essas ações, podemos citar a avaliação nutricional, o processo de triagem dos
estudantes e o teste de aceitabilidade alimentar, que são atribuições obrigatórias desenvolvidas
pelos responsáveis pela alimentação nos espaços das Escolas Municipais e Centros de Educação
Infantil da REME. Ademais, outras ações podem ser desenvolvidas nas Escolas e nos CEIs, como
palestras e projetos sobre alimentação saudável, desperdício de alimentos, local adequado para
alimentação, combate ao uso de agrotóxicos, hortas comunitárias, lancheiras saudáveis; oficinas
de culinária e análise sensorial dos alimentos; visitas ao Cinturão Verde, à Feira Livre Municipal,
a hortas, a supermercados; gincanas. Além disso, destacamos o Dia Nacional da Alimentação
nas Escolas, que é comemorado, anualmente, no dia 21 de outubro, data criada para ressaltar a
importância das ações voltadas para a educação alimentar e nutricional dos estudantes de todas
as etapas da educação básica.
Diante do exposto, consideramos que estudantes, educadores e comunidade devam
trabalhar em consonância, com um mesmo objetivo, o de conscientizar nossas crianças,
adolescentes, jovens e adultos sobre a importância de uma alimentação saudável, uma vez que
a alimentação nutritiva e balanceada contribuirá, significativamente, para com a qualidade de
vida física, mental e social dos nossos estudantes e futuros cidadãos três-lagoenses.
13Para a construção desse texto, contamos com a parceria e contribuição de profissionais do Núcleo de Alimentação
Escolar da SEMEC.
155
educacional, percebeu-se, também, a importância de elencar a cultura digital como tema
contemporâneo a ser estudado, relacionando-o à prática pedagógica, no espaço escolar. A
cultura digital abrange diferentes linguagens e diferentes letramentos e, para contribuir para a
formação do sujeito crítico e consciente frente aos conteúdos digitais, é necessário preparar os
estudantes para essas inovações, o que leem nas páginas da internet, de que forma utilizam
essas informações lidas, garantindo os princípios éticos, já que os estudantes estão imersos
nessa cultura o tempo todo afirma o Currículo de Referência do MS (2019):
O professor que reconhece as crianças, os adolescentes e os jovens como
pertencentes a esta geração, será capaz de selecionar as mídias, distinguir suas
semelhanças e diferenças, identificar as tecnologias, às quais tem acesso, e quais as
competências digitais já possui ou necessita e que possam ser relevantes para sua
formação integral. Esse profissional precisa exercer a curadoria digital, garantir os
conteúdos e perceber que os conceitos não podem ser desconsiderados, pois o que
mudou e continua mudando, em ritmo acelerado, são as possibilidades de acesso à
informação, e filtrá-las é fundamental. (MS/SED, 2019, p. 45-46)
Conforme a citação acima, pode-se, então, citar algumas sugestões de práticas as quais
o professor pode realizar com os estudantes e, assim, desenvolver as competências e
habilidades previstas na BNCC (2017), como: utilizar e criar tecnologias digitais de informação e
comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais, para se
comunicar, acessar e disseminar informações, resolver problemas e exercer protagonismo e
autoria.
Outras sugestões pertinentes para serem desenvolvidas são pesquisas, comparação de
informações em redes sociais, páginas da web, análise e checagem de informações e publicações
(fake news), verificação das fontes pesquisadas, o estudo sobre o uso e exposição da imagem,
plágio e outras questões que surgirem referentes à cultura digital e assuntos relacionados como
os crimes virtuais, proporcionando reflexões para combater a desinformação e o
desenvolvimento do letramento midiático.
156
Sendo a escola um espaço de transformação e conhecimento, criar condições de
sensibilização dos estudantes é fundamental para que possam exigir ações efetivas dos
representantes políticos.
Nessa perspectiva, as atividades escolares, que vão além dos muros da escola, precisam
oportunizar a educação em relação à cidadania, ao conceito de imposto, de que forma podemos
verificar os recursos arrecadados com esses impostos, onde são aplicadas essas arrecadações,
sonegação fiscal, orçamento municipal e estadual e a preservação do patrimônio público.
Algumas práticas sugeridas seriam a participação em uma audiência pública, na qual é realizada
a prestação de contas, consultas no site da transparência para acompanhar os gastos públicos,
que também são apresentados por nosso município, além da participação efetiva na
comunidade, por meio da associação de bairro.
A construção do papel de cidadão responsável perpassa o conhecimento de direitos e
deveres e vai além de somente conhecer. É indispensável que se apliquem ações responsáveis
diante do uso indevido dos recursos públicos. Para que isso aconteça, os estudantes precisam
conhecer o que é IPTU, IPVA, Procon, nota fiscal, cupom fiscal, estudar os impostos incluídos nas
contas de água e de luz, por exemplo, considerando, obviamente, cada etapa de ensino para
que sejam feitas as adequações necessárias nas ações desenvolvidas, aprofundando os
fundamentos e/ou o estudo de forma lúdica.14
Dessa maneira, asseguraremos que se torne comum a prática de fiscalização do dinheiro
público e aconteça o exercício pleno da cidadania.
14Sugestão de site para conhecer projetos que desenvolveram atividades sobre Educação Fiscal, além de
oportunidade de se inscrever com uma prática pedagógica e concorrer aoPrêmio Nacional de Educação Fiscal
http://www.premioeducacaofiscal.org.br/
157
Conforme o Decreto, para promover a educação financeira na escola, os alunos
precisam se conscientizar, compreenderem conceitos, vivenciarem e experienciarem atividades
que oportunizem situações de vendas, consumo, despesas, poupança, planejamento,
investimento, desenvolvendo, assim, as competências e habilidades necessárias para planejar
seu futuro e, consequentemente, a melhoria da economia do país.
Algumas práticas pedagógicas podem ser utilizadas para o tratamento do tema, como:
situações concretas de compras, simulação de despesas, comparação de preços, planilhas de
controle de gastos entre outras atividades.
Importante salientar que a integração da família nas atividades é fundamental, uma vez
que é imprescindível organizar o orçamento familiar e, para que isso aconteça, mesmo que
paulatinamente, as mudanças de hábitos orçamentárias são necessárias, tendo em vista uma
melhoria na qualidade de vida.
Tais práticas se fazem necessárias, haja vista os dados da SERASA (2018), em que o Brasil
fechou com índices elevados de inadimplência, em 2018. Entre pessoas físicas, foram 62,5
milhões com dívidas em atraso. Um aumento de 3,5% comparando com dezembro de 2017.
Desse modo, percebe-se a relevância de se abordar esse tema contemporâneo.15
15Seguem alguns sites que contribuirão para o aprofundamento do tema em questão: www.vidaedinheiro.gov.br e
http://www.aefbrasil.org.br
158
educadores, enquanto agentes de transformação social, problematizarmos nos espaços
educacionais, junto a toda comunidade, tais questões e trazermos soluções práticas para a
construção de pontes que convirjam para um diálogo aberto, amplo e respeitoso.
Diante do exposto, é preciso eliminar aspectos discriminatórios, com práticas
pedagógicas que promovam reflexões, estimulando o respeito ao outro em relação a qualquer
preconceito de gênero, etnia, credo e grupos, desmistificando a existência de uma raça superior
e outra inferior, propagando a igualdade plena de direitos. Esse respeito não é inato do sujeito
e acontece na convivência com o outro no processo de aprendizagem, assegurando assim, os
direitos humanos, por isso é imprescindível, no espaço escolar, o diálogo e reflexões para
superação de discriminações e preconceitos.
Esses marcos legais admitem que no Brasil existem enormes desafios a serem
enfrentados para a superação da discriminação, do preconceito e da violência, diante da
diversidade humana.
159
Nesse sentido, é papel da escola buscar o respeito e a igualdade de gênero, de raça e
etnia, de orientação sexual, promovendo uma cultura de respeito às pessoas
independentemente da cor de sua pele, de sua crença ou de sua identidade.
É necessário que a unidade de ensino seja um espaço inclusivo, onde os estudantes.
sintam-se acolhidos, identificando-se com as práticas educativas que respeitem, valorizem e
reconheçam sua identidade.
A Educação em Direitos Humanos baseia-se no uso de concepções e práticas educativas
que estejam fundadas nos Direitos Humanos e em seus processos de promoção, proteção,
defesa, e também, na aplicação desses, na vida cotidiana e cidadã de sujeitos com seus direitos
e responsabilidades individuais e coletivas.
Vale ressaltar que a Educação em Direitos Humanos deve ser promovida em três
dimensões:1- conhecimentos e habilidades, compreendendo os direitos humanos e os
mecanismos existentes para a sua proteção, assim como incentivando o exercício de habilidades
na vida cotidiana; 2- valores, atitudes e comportamentos, desenvolvendo valores e fortalecendo
atitudes e comportamentos que respeitemos direitos humanos; 3- ações, desencadeando
atividades para a promoção, defesa e reparação das violações aos direitos humanos. E os
conhecimentos da Educação em Direitos Humanos podem ser inseridos pela transversalidade e
interdisciplinaridade, por meio de conteúdos específicos dos componentes curriculares e/ou
pela combinação da transversalidade e da interdisciplinaridade.
Dessa forma, a escola na perspectiva da Educação em Direitos Humanos tem por
finalidade, promover a educação para a mudança e para a transformação social. Um local de
formação de concepções de mundo e de consciência social, de construção e consolidação de
valores, de promoção da diversidade cultural, da formação para a cidadania, e de constituição
de sujeitos sociais. Portanto, a unidade de ensino deve desenvolver uma educação pautada em
valores necessários à formação do cidadão participativo e solidário, consciente de seus deveres
e direitos.
160
Esses espaços passaram por um processo de reformulação de seus objetivos, currículos,
metodologias e técnicas de ensino nas últimas décadas, visando atender não somente as
crianças e os jovens, mas também, as suas famílias, em uma distribuição de responsabilidades
compartilhadas, atendendo o ordenamento jurídico vigente, a Constituição e suas leis
correlatas.
Nessa perspectiva legal (referente a leis), problemas de saúde pública, que
historicamente foram ocasionados pelos efeitos da ação coletiva ou das próprias formas de
organização da nossa sociedade, necessitam receber intervenção do Estado por meio de
Políticas Públicas de prevenção e enfrentamento, em questões emergenciais.
Nesse sentido, as problemáticas de gravidez na adolescência, por exemplo, necessitam
de políticas de prevenção, instituídas por meio de programas e/ou projetos diferentes e em
diversos governos ao longo das décadas que, por sua vez, vêm promovendo a conscientização
de famílias, crianças e adolescentes sobre as consequências de uma gravidez precoce, como a
que acontece em Três Lagoas, com o Projeto Previna, que além de falar sobre a prevenção da
gravidez na adolescência, aborda questões sobre sexualidade e transformações no corpo e na
mente dos adolescentes.
Outra política de saúde pública preventiva que podemos evidenciar, mesmo sendo
desenvolvida por agentes da segurança pública, é o Programa Educacional de Resistência às
Drogas (Proerd), que visa prevenir o uso de entorpecentes por meio da conscientização dos
estudantes, quanto aos efeitos de ordem social e de saúde.
Assim, várias práticas pedagógicas podem ser desenvolvidas nas Unidades de Ensino,
até mesmo por meio de parceiras com outras Secretarias Municipais, de Saúde, Assistência
Social, como exemplo, para que viabilizem ações que contribuam com a compreensão de
questões da sexualidade e a promoção da saúde, principalmente para favorecer a saúde mental,
“que se relaciona à qualidade de vida emocional e cognitiva das crianças, dos adolescentes e
dos jovens, e a saúde social, que se refere à capacidade de interagir com outros e conviver bem
em ambientes sociais” (MS/SED, 2019).
Os espaços educacionais já mencionados (CEIs e Escolas) têm o papel social de atender
os anseios formativos da comunidade em que está inserida, dialogando continuamente com os
pais e responsáveis, em busca de solução de conflitos cotidianos, ocasionados, muitas vezes,
pelo não reconhecimento do outro, da diferença, das diversidades existentes no ambiente
social. Assim, o espaço educacional, como espaço formador do cidadão, visa oportunizar à
construção de valores coletivos entre as diferenças religiosas, culturais e econômicas, em que
várias tipologias de famílias coexistem em respeito e solidariedade.
161
6.10. Cultura do Mato Grosso do Sul e Diversidade Cultural.
É o conjunto de manifestações artístico-culturais desenvolvidas pela população sul-
mato-grossense, neste contexto temos várias contribuições dos imigrantes e migrantes em seu
território, uma diversidade de tradições trazidas e vivenciadas pela população local.
Na culinária, a influência de preparos com produtos indígenas, africanos, portugueses e
hispânicos, embalam um cardápio variado e bem característico, incluindo carnes de animais da
região tais como: jacaré, paca, capivara, anta.
Essa cultura diversificada que envolve comida típica, dança, música regional,
apresentações pode ser encontrada em festas tradicionais de nossa cidade, como a Festa do
Folclore, que acontece, anualmente, em Três Lagoas e constitui um importante evento no
calendário municipal. Outros eventos também resgatam toda essa cultura sul-mato-grossense,
como a cavalgada, que nos faz lembrar dos trajetos feitos por comitivas e sertanejos, guiando o
gado para várias regiões do estado e com paradas para a tradicional “Queima do Alho”, comida
feita pelos sertanejos, que inclui arroz tropeiro, carne seca e mandioca.
Nossa região é rica e banhada por vários rios, como o Rio Paraná, o Rio Sucuriú, o Rio
Verde , o Rio Paranaíba , o Rio Pardo, determinantes para a realização da tradicional “Festa do
Pescador”, influenciando o comércio e o turismo em toda cidade e principalmente na colônia de
pescadores do Jupiá, também movimentam essa tradição e a culinária envolvendo pescados,
reflete uma verdadeira parte da cultura do estado e regional ,a biodiversidade da flora e fauna,
também se destaca e mostra a riqueza de toda região.
Essa pluralidade cultural do estado pode ser explorada nas escolas de forma artística
(construir vasos e artefatos indígenas, explorar a culinária regional, apresentar danças e estilos
musicais típicos, reconhecer dados do estado, confeccionar mapas e desenvolver a criatividade
através de símbolos do MS),sendo abordada com características singulares do estado de Mato
Grosso do Sul.
162
do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho,
à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária.
O IBGE, em 2018, estimou que a população idosa, com mais de 60 anos crescerá até
2060, passando de 13% para 32% do quantitativo populacional brasileiro, portanto, nesta
projeção, teremos, em 2060, mais idosos que crianças no Brasil, com uma expectativa de vida
de 81 anos e, por esse motivo, devemos nos preocupar com as demandas por políticas públicas
para o atendimento da população que favoreça dignidade a todos.
Nessa perspectiva, o Instituto de longa permanência para idosos “Eurípedes
Barsanulpho” do nosso município atende, em média, 40 idosos e recebe doações para a
continuidade de suas ações.
Na organização administrativa do município, está definido o Conselho Municipal dos
Direitos dos Idosos (CMDI). O Conselho Municipal promove amplo e transparente debate das
necessidades e anseios dos idosos, encaminhando propostas aos poderes municipais, principais
responsáveis pela execução das ações. O papel do conselho é consultivo, normativo,
deliberativo e formador de políticas dirigidas a pessoa idosa.
Compete ao Conselho Municipal do Idoso:
I - Formular, coordenar, supervisionar e avaliar a Política Municipal do Idoso;
II - Definir as prioridades da Política Municipal do Idoso;
III - Formular estratégias e controle de execução da Política do Idoso;
IV - Implantar a Política Municipal do Idoso, formulando estratégias e controles de sua
execução;
V - Garantir ao idoso os mínimos previstos na Política Municipal do Idoso;
VI - Promover a participação do Idoso, através das organizações e entidades que o
representem, colaborando na formulação, aplicação e avaliação das políticas, planos, projetos
e programas a serem desenvolvidos e que lhe digam respeito;
VII - Fazer proposições, objetivando aperfeiçoar a legislação municipal referente à
política de atendimento do Idoso;
VIII - Receber, apreciar e manifestar-se sobre as denúncias e queixas formuladas;
IX - Elaborar e aprovar seu Regimento Interno.
Além do CMDI, o município de Três Lagoas conta com a clínica do “Idoso e Reabilitação”,
o qual conta com 19 profissionais, dentre eles: fisioterapeutas, médico geriatra, fonoaudiólogo,
psicólogo, um enfermeiro e assistentes administrativos, para melhor atender os idosos.
A elaboração de projetos escolares voltados a uma ação de socialização e integração
consiste em partilhar experiências de vida, saúde, família e envelhecimento, assim como,
163
trabalhar a solidariedade e a importância dessas experiências vivenciadas pelos idosos e suas
contribuições para futuras gerações.
164
“Antibullying”, por instituições de ensino e de educação infantil, públicas ou privadas, com ou
sem fins lucrativos e de outras providências.
Quando um episódio de bullying ocorre no ambiente escolar, a instituição passa a ter
responsabilidade sobre o caso e deve investir em iniciativas para identificá-los e preveni-los,
promovendo ações de conscientização que envolvam toda a comunidade: coordenadores,
professores, pais e os próprios alunos.
Outro ponto que torna a figura da escola ainda mais importante na discussão desse
assunto é a maior propensão de crianças e adolescentes a práticas de discriminação em relação
àqueles que não se enquadram em padrões específicos tidos como “normais”. É preciso que
haja conscientização e, para isso, é fundamental que a escola se torne um espaço de diálogo,
promovendo iniciativas que melhorem a comunicação, permitam a troca de informações e a
reflexão sobre o assunto.
Nas escolas, podemos fazer essa conscientização por meio de palestras com educadores
e profissionais da área da saúde, debates, colóquios e mesas-redondas com temas relacionados
ao bullying, seus riscos e consequências, é possível fazer um alerta e estreitar os laços entre os
membros da comunidade escolar. Outras ações possíveis podem se efetivar por meio da
conscientização dos alunos por meio da distribuição de materiais gráficos, como cartazes,
panfletos e folhetos que abordem o tema do bullying de forma direta e didática, despertando o
seu interesse, oferecendo atividades lúdicas e artísticas como forma de desenvolver a
cooperação e a proximidade entre os estudantes.
A unidade de também pode recorrer à utilização de jogos e brincadeiras, iniciativas no
campo do esporte e da arte, como a música e o teatro, que podem, inclusive, trabalhar a questão
do bullying como tema central, além de manter os pais e responsáveis bem informados sobre
tudo o que acontece dentro da escola, o que é muito importante e, certamente, contribui para
identificar possíveis problemas referentes aos alunos.
Nesse sentido, a utilização de comunicados pode ser uma excelente maneira de dialogar
com as famílias, alertando-as e conscientizando-as sobre a sua importância na participação e
prevenção ao bullying.
165
ambientais de nosso município, por meio de um planejamento específico, com vistas a um
desenvolvimento sustentável.
Ademais, no que se refere à legislação, o texto está fundamentado nas Leis Federais
9.394/1996 e 9.795/1999, na Lei Estadual 2.971/2005, na Lei Municipal 2.277/2008 e no Decreto
4.281/2002, além da Resolução CNE/CP n. 02, de 15 de junho de 2012, que estabelece as
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental, no Programa Nacional de Educação
Ambiental (ProNEA), no Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e
Responsabilidade Global da ONU (Organização das Nações Unidas)e no Programa Estadual de
Educação Ambiental (ProEEA/MS), de 06 de junho de 2018:
[...] a grande tarefa da escola é proporcionar um ambiente escolar saudável e coerente
com aquilo que pretende que seus estudantes aprendam, para que possa, de fato,
contribuir para a formação da identidade como cidadãos conscientes de suas
responsabilidades com o meio ambiente e capazes de atitudes de proteção e melhoria
em relação a ele (MS, 2018, p. 17).
16 Para a construção desse texto, contamos com a parceria e contribuição de profissionais da SEMEA.
166
Ambiental (APA Jupiá), Cascalheira, Parque das Capivaras, Parque do Pombo, Rio Paraná, Rio
Sucuriú, Rio Verde e, até mesmo, a região pantaneira.
Independente da concepção e da metodologia utilizadas, a Educação Ambiental precisa
ser trabalhada de maneira permanente e transformadora, visando melhorara relação do
estudante com a natureza, promovendo reflexões acerca dos problemas ambientais e
mostrando a necessidade de um desenvolvimento sustentável. Portanto, o espaço escolar se
torna um local propício para a aprendizagem e disseminação de conhecimentos sobre o tema
contemporâneo em questão, formando crianças e adolescentes críticos e conscientes dos
diversos problemas ambientais existentes, capazes de agir frente a eles, de modo a cooperar
com a preservação do meio ambiente, pensando na qualidade de vida das futuras gerações.
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MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. ProNEA / Programa Nacional de Educação Ambiental.
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OLIVEIRA, André. Estatuto: comentando legislação federal e completo com a coletânea das
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SED / MS. Secretaria de Estado de Educação. Currículo de Referência de Mato Grosso do Sul:
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2019.
VASCONCELLOS, H. S. R. A pesquisa-ação em projetos de Educação Ambiental. In: PEDRINI, A. G.
Educação Ambiental: reflexões e práticas contemporâneas. Petrópolis, Vozes, 1997.
169
ORIENTAÇÕES
CURRICULARES
DE
TRÊS LAGOAS
ENSINO
FUNDAMENTAL I
CAPÍTULO VII – ENSINO FUNDAMENTAL I
171
Os Objetivos de Aprendizagem/Habilidades expressam as aprendizagens essenciais que devem
ser asseguradas aos alunos nos diferentes contextos escolares. Para tanto, elas são descritas de acordo
com uma determinada estrutura, são identificadas por códigos alfanuméricos, conforme ilustrado no
exemplo a seguir:
MS. EF 03 LP 08. s. 08
Sigla do estado, aparecerá
em todos os objetos de Letras que definem os
conhecimento/habilidades objetos de
conhecimento/habilidades:
s - Quando a habilidade é a
homologada na BNCC sem
Sigla que indica a etapa de
sofrer nenhuma alteração;
Ensino Fundamental.
c - Quando a habilidade é
específica de Mato Grosso
O terceiro par de letras do Sul e visa contextualizar
O primeiro par de números indica o componente uma habilidade
indica o ano (01 a 09) a que se curricular: homologada;
refere a habilidade, ou, no
AR = Arte a - Quando a habilidade,
caso
de Língua Portuguesa, Arte e CI = Ciências em Mato Grosso do Sul,
Educação Física, o bloco de objetiva aprofundar uma
anos, como segue: EF = Educação Física habilidade homologada;
172
7.1 - ÁREA DE LINGUAGENS
173
3. Ler, escutar e produzir textos orais, escritos e multissemióticos que circulam em diferentes
campos de atuação e mídias, com compreensão, autonomia, fluência e criticidade, de modo a se
expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos, e continuar aprendendo.
4. Compreender o fenômeno da variação linguística, demonstrando atitude respeitosa diante
de variedades linguísticas e rejeitando preconceitos linguísticos.
5. Empregar, nas interações sociais, a variedade e o estilo de linguagem adequados à situação
comunicativa, ao (s) interlocutor(es) e ao gênero do discurso/gênero textual.
6. Analisar informações, argumentos e opiniões manifestados em interações sociais e nos
meios de comunicação, posicionando-se ética e criticamente em relação a conteúdos discriminatórios
que ferem direitos humanos e ambientais.
7. Reconhecer o texto como lugar de manifestação e negociação de sentidos, valores e
ideologias.
8. Selecionar textos e livros para leitura integral, de acordo com objetivos, interesses e projetos
pessoais (estudo, formação pessoal, entretenimento, pesquisa, trabalho etc.).
9. Envolver-se em práticas de leitura literária que possibilitem o desenvolvimento do senso
estético para fruição, valorizando a literatura e outras manifestações artístico-culturais como formas
de acesso às dimensões lúdicas, de imaginário e encantamento, reconhecendo o potencial
transformador e humanizador da experiência com a literatura.
10. Mobilizar práticas da cultura digital, diferentes linguagens, mídias e ferramentas digitais
para expandir as formas de produzir sentidos (nos processos de compreensão e produção), aprender
e refletir sobre o mundo e realizar diferentes projetos autorais.
174
Na visão técnica da alfabetização evidencia-se que ensinar o nome das letras e o valor sonoro
delas é uma tarefa importante e necessária para o professor alfabetizador, que não deve ser a única.
Pode-se dizer que, nos primeiros anos de escolarização, é preciso garantir ao aluno a alfabetização, ou
seja, a habilidade de ler (decodificar) e escrever (codificar), mas também o letramento. A, respeito
desses conceitos, destaca-se que:
O primeiro termo, alfabetização corresponderia, ao processo pelo qual se adquire uma
tecnologia – a escrita alfabética e as habilidades de utilizá-las para ler e escrever. Dominar tal
tecnologia envolve conhecimentos e destrezas variados, como compreender o funcionamento
do alfabeto, memorizar as convenções letras-som e dominar seu traçado, usando
instrumentos como lápis, papel ou outros que os substituam (LEAL; ALBUQUERQUE; MORAIS,
2006a, p. 70).
Nesse processo o estudante adquire autonomia para ler e escrever, o que pressupõe um
trabalho sistemático que vai desde aprender a segurar o lápis, a traçar corretamente as letras até
relacioná-las aos respectivos sons. Enfim, alfabetizar é ensinar a criança a ler e escrever, apropriando-
se do código.
Enquanto que o segundo termo, letramento, relaciona-se ao exercício efetivo e competente
daquela tecnologia da escrita, nas situações em que precisamos ler e produzir textos reais” (LEAL;
ALBUQUERQUE; MORAIS, 2006a, p. 70, grifo do autor). Trata-se da promoção da aprendizagem
contextualizada, tendo uma concepção social da escrita.
É importante dizer que esse processo não acontece de maneira rápida, o estudante vai
gradativamente, desenvolvendo habilidades e fazendo uso desse sistema em diversas situações
comunicativas.
Entendemos que esses dois caminhos, apesar de diferentes, devem ser traçados
simultaneamente. Segundo Ferreiro, a escrita não é apenas um código. Mais que isso, é uma
representação simbólica. Sua função, portanto, é substituir algo. É preciso proporcionar condições ao
estudante para elaborar suas hipóteses sobre a significação desses símbolos e ir além da simples
aquisição do código escrito, utilizando da leitura e da escrita no cotidiano, apropriando –se da função
social dessas duas práticas; é preciso letrar-se.
Neste contexto, a ação pedagógica deve ter como foco a alfabetização e o letramento, como
meio de possibilitar a participação nas práticas sociais de forma significativa, por ser indissociável da
alfabetização, ambos fazem parte do processo de desenvolvimento do conhecimento e se
desenvolvem em variados espaços sociais. Não há uma escolha ou uma sequência entre alfabetizar e
letrar, os dois processos se complementam. (SOARES,2004).
É preciso pensar nas práticas ofertadas no processo de alfabetização, tendo em vista que são
constituídas por um conjunto de ações que devem propiciar e oportunizar experiências de leitura
associada a produção textual, respeitando as singularidades da infância, através de práticas que
realmente façam parte da vida em sociedade em nossa cultura letrada. Essas práticas devem
175
considerar a transição das crianças que vem da educação infantil e iniciam o ensino fundamental,
aprofundando as experiências com a linguagem oral e escrita já iniciadas e assim, consolidar o processo
de alfabetização.
Assim como nos parâmetros curriculares, que tinha o texto como unidade básica de trabalho,
a BNCC retoma isso trazendo o texto como ponto central. É ele que vai definir, quais são os objetivos,
os conteúdos e as habilidades que serão trabalhados, qual discurso desse gênero e em quais ambientes
e funcionalidades ele acontece. Tendo como referência Vygotsky (2009) entendemos que o
desenvolvimento da aprendizagem da linguagem escrita como um processo ao qual o estudante deve
ser inserido por meio das relações sociais, oportunizando que a sua participação proceda de forma
autônoma ou compartilhada.
Considerando a importância dos conhecimentos nos processos de ensino e aprendizagem
precisamos construir uma metodologia de alfabetização que valorize e garanta que o espaço da sala
de aula seja de compreensão, pela observação, a fala e escuta dos estudantes e ampliação de
conhecimentos por meio da interação com foco em aspectos cognitivos, linguísticos, estéticos,
emocionais e lúdicos, condicionados ao processo de aprender.
Vale ressaltar que constituir um vínculo afetivo irá interferir positivamente na aprendizagem
dos estudantes, tendo em vista que, o modo como o professor se coloca frente ao aluno, seu tom de
voz, o respeito, tolerância, incentivo e a maneira acolhedora de instruir as atividades propostas, a
valorização dos trabalhos realizados, fortalece a autoestima e a autoconfiança, potencializa a função
cognitiva e produz uma aprendizagem significativa.
Partindo desse pressuposto, as Orientações Curriculares de Três Lagoas alicerçada à Base
Comum Curricular- BNCC e no Currículo de Mato Grosso do Sul, define –se para Rede Municipal de
Ensino de Três Lagoas, o processo de aquisição da leitura sob o enfoque socioconstrutivista, ou seja, a
alfabetização como processo de interação com a língua escrita em que o grande desafio não é apenas
decodificar mas também compreender os usos sociais da escrita(ONÃNTIVIA,2009)
Ressaltamos que utilizando dessa concepção, os índices de aprendizagem do município de Três
lagoas, tem crescido consideravelmente nos últimos anos, sendo que em 2018 o índice de
aprovação/aprendizagem foi de 87 %.
Nesta visão socioconstrutivista é importante salientar que o processo ensino-aprendizagem
passa a ser orientador, tratando os desvios como um caminho para se alcançar o sucesso, neste o
aluno participa da construção do seu próprio conhecimento, tornando-se fundamental que a prática
tenha como objetivo formar alunos pensantes e críticos.
Diante dessa proposta, na década de 1980, as pesquisas de Emília Ferreiro e Ana Teberosky
sobre a psicogênese da língua trouxeram importantes reflexões acerca do processo de alfabetização
no Brasil e considerações da escrita enquanto representação da linguagem e não apenas como código
176
de escrita de unidades sonoras. Neste estudo as autoras supracitadas evidenciam a evolução do
processo de escrita que toda criança percorre e os níveis conceituais linguísticos classificados da
seguinte forma: Hipótese Pré Silábica, Hipótese Silábica, Hipótese Silábica Alfabética e Hipótese
Alfabética.
É necessário destacar que, saber identificar os níveis de escrita dos estudantes deve fazer parte
essencial do trabalho pedagógico. No entanto esse conhecimento não pode ser limitado a classificação
dos estudantes e sim uma informação valiosa para repensar e planejar situações didáticas desafiadoras
que possam contribuir para o avanço em suas hipóteses almejando a apropriação do sistema de
escrita.
Outro fator importante que deve ser considerado pelo professor(a) são os conhecimentos
prévios em relação a leitura e a escrita, tendo em vista que o estudante está inserido em uma cultura
letrada.
Portanto, a leitura e a escrita não acontecem de forma espontânea como o falar e andar, para
que essa habilidade seja despertada é necessário a intervenção planejada do professor considerando
sua fase de desenvolvimento.
Para isso, o ambiente alfabetizador pode ser agregador de conhecimentos. Essa preocupação
terá que ser inerente ao fazer pedagógico, sendo que isso não significa fazer da sala de aula um local
cheio de materiais escritos, sem nenhum critério ou qualidade, mas sim um espaço no qual a leitura e
a escrita estejam presentes, incluindo escritas dos próprios estudantes. Dessa forma, esse ambiente
também implicará respeito, acolhimento e valorização em relação aos estudantes. Além disso, a
organização de um ambiente ideal para alfabetizar letrando implica instaurar um clima em que ocorra
a interação entre professor-aluno, aluno-aluno, aluno-família, professor-família, etc.
As propostas a seguir devem permear a organização do processo de alfabetização:
➢ Através do diagnostico inicial, identifique as hipóteses de escrita (FERREIRO, 2001) e
organize o trabalho pedagógico.
➢ Assegure a participação oral dos estudantes, em rodas de conversa, na interação com os
outros, ampliando assim, seu repertório oral;
➢ Organize situações didáticas em que o estudante participe da leitura e escrita mesmo que
ainda não o façam convencionalmente;
➢ Promova oportunidades para que o estudante entre em contato com textos escritos de
diferentes gêneros, são importantes para o desenvolvimento dos direitos de aprendizagem
necessários para o uso da língua nas várias práticas sociais do cotidiano.
➢ Promova atividades coletivas por meio de agrupamentos produtivos, de maneira
planejada, intencional e criteriosa para que aprendam com os colegas.
177
➢ Crie situações de discussões coletivas oportunizando a circulação de informações para
melhoria da aprendizagem;
➢ Planeje o trabalho diário da sala de aula, criando um quadro de rotina com vista à garantia
de frequentes propostas de escritas;
➢ Proponha atividades com jogos e brincadeiras, os jogos sem dúvida são meios
facilitadores na aquisição da aprendizagem;
➢ Ao propor atividades de escritas, dê tempo para os estudantes pensarem sobre quais
letras utilizar, quantas letras, qual letra começa et., permita que o estudante reflita e intervenha
quando for necessário.
➢ Organize registros de escritas, portfólios, mapas de aprendizagens, entre outros. Eles
funcionam como sínteses do processo de construção da escrita facilitando o acompanhamento do
desenvolvimento do aprendizado dos estudantes.
➢ Organize as ações por meio de sequências didáticas organizadas de forma articulada e
diferenciada, como ferramenta de ensino importante para o trabalho pedagógico, atento às diferenças
entre os alunos
➢ Elabore e desenvolva projetos, é um excelente recurso pois, cria sentido para a leitura e
orienta o desenvolvimento de atividades significativas;
➢ Leia diariamente para os estudantes, explorando várias formas de promover a leitura,
garantindo a variação de gêneros, para que conheçam as diferentes características;
➢ Explore a produção de textos coletivos e individuais, tornando a linguagem escrita o
principal foco de aprendizagem dos estudantes;
➢ Revise com os estudantes as produções escritas, coletivas e individuais, oportunizando a
reescrita de suas produções;
➢ Explore a reescrita de textos conhecidos pelos estudantes, com objetivos claros do que se
espera. Ora com o propósito de apropriação da estrutura do gênero, ora com objetivo de aproximação
da grafia correta das palavras;
Essas orientações precisam ser constantes na práxis do professor. Ele terá que usar seu papel
pesquisador, buscando aperfeiçoar-se para que sua prática esteja condizente com as crianças que
nasceram na era digital e convivem com recursos tecnológicos.
Diante do exposto faz-se necessário assumir a responsabilidade enquanto professores
alfabetizadores, levando os alunos a entender que a leitura serve para buscar diversão, saber sobre o
mundo e ampliar conhecimentos. Deste modo a leitura e a escrita em sala de aula precisam deixar de
serem utilizadas apenas com caráter avaliativo (prática muito frequente dentro da escola).
178
Conclui então, que é preciso garantir a todas os estudantes, o domínio da leitura e escrita,
como meio de superação das desigualdades que os dados tem evidenciado, propiciando a aquisição
de condições mínimas para a vida social e profissional em sociedade.
Referências Bibliográficas
CARVALHO, Marlene. Alfabetizar e letrar: um diálogo entre a teoria e a pratica. 7. ed. Petrópolis, RJ:
Vozes, 2010.
FERREIRO, Emília. Reflexões Sobre Alfabetização. 24ª Edição atualizada, 7ª reimpressão. Cortez Ed.
2001.
GOULART, Cecília M. A., Souza, Marta Lima de (org). Como Alfabetizar? Na roda com professoras dos
anos iniciais. Campinas –SP. Papirus 2015.
LEAL. Telma Ferraz; ALBUQUERQUE, Eliana B. Correia de; MORAIS, Artur Gomes de. Letramento e
alfabetização: pensando a prática pedagógica. In: Brasil. Fundo Nacional de Desenvolvimento da
Educação. Ensino Fundamental de nove anos: Orientações para a inclusão da criança de 6 anos de
idade. Brasília: MEC/FNDE,2006.
OÑATIVIA, Ana Cecília. Alfabetização em três propostas: da teoria à pratica. São Paulo: Ática, 2009.
SOARES, Magda. Letramento. Um tema em três gêneros. Autêntica: Belo Horizonte – 2004.
TEBEROSKY, Ana. Aprendendo a escrever. Perspectivas psicológicas e implicações educacionais –
Editora Ática. 2001 – 3ª edição 3ª impressão
179
7.1.1.3 - LÍNGUA PORTUGUESA DE 3º AO 5º ANO
Paulo Freire
180
gramaticais e as estratégias de produção. As produções de textos são atividades contextualizadas, por
meio de gêneros textuais que circulam nas esferas sociais, em situações significativas de uso.
A prática de linguagem oralidade acontece tanto nas situações orais, como na oralização,
observando a compreensão e a produção dos textos orais, bem como, os efeitos de sentido e as
condições de produção. Análise dos gêneros seminário, debate, programa de rádio, entrevista,
canções, web conferência, podcasts, entre outros textos, podem fazer parte das reflexões nas aulas de
língua portuguesa. Além das situações de comunicação vivenciadas: palestra, sarau, piadas, ditados
populares e muitos outros.
No que se refere à análise linguística/semiótica e que faz parte do processo de ensino de língua
portuguesa são os conhecimentos linguísticos da fono-ortografia, a morfossintaxe, a sintaxe, a
semântica, a variação linguística e os elementos notacionais da língua, relacionadas às situações da
vida do estudante e que se efetivem de maneira significativa.
A literatura também se faz presente nas práticas de linguagem. Nesse sentido, o Currículo de
Referência de Mato Grosso do Sul expõe:
A literatura, por transcender o tempo, o espaço e humanizar as pessoas, deve perpassar, de
modo indissociável do componente Língua Portuguesa, pelas relações de formação leitora do
estudante, da linguagem literária e da construção estilística, como viés de recepção crítica e
responsiva, articulada ao desenvolvimento pleno do estudante, privilegiando, dentre todas as
produções, também, a literária regional. (MS/SED, 2019, p. 112)
Cabe ressaltar que a literatura não pode servir como pretexto para se ensinar a gramática e
nem cercear a atribuição de sentidos, permitindo que o estudante dê asas à imaginação. Convém
destacar que a BNCC preconiza não somente o desenvolvimento das competências cognitivas, mas
também evidencia o desenvolvimento de competências socioemocionais.
Tratando-se da avalição, é válido ressaltar que ela faz parte do processo de ensino e
aprendizagem, e por isso deve estar intrínseca ao planejamento, pois é por meio dela que o professor
realizará as intervenções necessárias. Nesse processo educativo, ela serve tanto como instrumento de
diagnóstico do processo de ensino e aprendizagem, quanto instrumento de investigação da prática
pedagógica. Daí a importância dos critérios e da elaboração de instrumentos e procedimentos de
observação para acompanhamento e reflexões permanentes.
181
Há diversos instrumentos que podem ser utilizados no processo avaliativo como: observação
sistemática do grau de desenvolvimento do estudante, autoavaliação, avaliação por rubricas, avaliação
entre pares, com critérios claramente estabelecidos, portfólio, diário de bordo, seminário, entre
outros, com vistas a oportunizar e respeitar as distintas aptidões dos estudantes. Cabe destacar que,
para cada prática de linguagem, existem códigos diferentes e as estratégias de avaliação precisam ser
adequadas de acordo com cada prática.
Referências Bibliográficas
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Brasília: MEC. 2017. Disponível
em:<http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf>.Ace
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CANDIDO, Antonio. Direitos humanos e literatura. In.: FESTER, A. C. Ribeiro e outros. São Paulo:
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KLEIMAN, A.B. Preciso "ensinar" o letramento? Não basta ler e escrever? Linguagem e letramento
em foco. Campinas: Cefiel/IEL/Unicamp, 2005.
MATO GROSSO DO SUL. Secretaria de Estado de Educação. Currículo de Referência de Mato Grosso
do Sul. Campo Grande: SED, 2019.
182
ENSINO FUNDAMENTAL I
LÍNGUA PORTUGUESA
quem se destinam.
(MS.EF15LP02.s.02 ) Estabelecer expectativas em
relação ao texto que vai ler (pressuposições
antecipadoras dos sentidos, da forma e da função
social do texto), apoiando-se em seus
conhecimentos prévios sobre as condições de
produção e recepção desse texto, o gênero, o
Estratégia de leitura
suporte e o universo temático, bem como sobre
saliências textuais, recursos gráficos, imagens,
dados da própria obra (índice, prefácio etc.),
confirmando antecipações e inferências realizadas
antes e durante a leitura de textos, checando a
adequação das hipóteses realizadas.
(MS.EF15LP03.s.03) Localizar informações
Estratégia de leitura
explícitas em textos.
(MS.EF15LP04.s.04) Identificar o efeito de sentido
Estratégia de leitura produzido pelo uso de recursos expressivos
gráficovisuais em textos multissemióticos.
183
(MS.EF15LP05.s.05) Planejar, com a ajuda do
professor, o texto que será produzido,
Produção de textos (escrita compartilhada e considerando a situação comunicativa, os
interlocutores (quem escreve/para quem escreve);
a finalidade ou o propósito (escrever para quê); a
circulação (onde o texto vai circular); o suporte
Planejamento de texto
(qual é o portador do texto); a linguagem,
autônoma)
184
(MS.EF15LP13.s.13) Identificar finalidades da
Relato oral/Registro formal e interação oral em diferentes contextos
informal comunicativos (solicitar informações, apresentar
opiniões, informar, relatar experiências etc).
ATUAÇÃO NO CAMPO DA VIDA COTIDIANA
(compartilhada
Leitura/escuta
185
de antecipações, inferências e verificações ao longo do processo de leitura, a partir da recuperação do
contexto de produção e de recepção do texto a ser lido e do universo temático em jogo.
H3 - Localização das informações explícitas em um texto, aquelas que estão, literalmente, expressas, seja
ele oral ou escrito. Pode-se prever que a compreensão de um texto requer a mobilização simultânea de
várias habilidades e a utilização de diversos procedimentos, de acordo com o grau de autonomia do
estudante, a finalidade e o tipo de leitura a ser realizada. A progressão desta habilidade pode considerar
diferentes critérios: o gênero e/ou o tipo de texto em jogo; o objetivo proposto; o tipo de leitura
(colaborativa ou autônoma); o procedimento a ser desenvolvido.
H4 - Considerando os textos das diferentes esferas de atividade com diferentes recursos gráfico-visuais:
boxes de complementação, linkagem ou de remissão; infográficos; negrito, itálico, letra capitular; uso de
notas de rodapé; hiperlinks; som e movimento; cores, imagens; dentre outros. A compreensão adequada
do texto depende da identificação dos efeitos de sentido produzidos pelo uso de tais recursos, o que
implica articulá-los ao texto verbal. A progressão desta habilidade pode considerar diferentes critérios: o
gênero e/ou o tipo de texto em jogo; o objetivo proposto; o tipo de leitura (colaborativa ou autônoma); o
procedimento a ser desenvolvido. Podem-se utilizar histórias em quadrinhos, onomatopeias, sinais de
trânsito, placas, símbolos de identificação, mapas, globo, dentre outros. Ainda, trazer para a sala de aula
textos imagéticos (charges, tirinhas, vídeos, capas de revistas etc.). Pode-se, também, usar os recursos
tecnológicos disponíveis, sempre que pertinente, para que haja o contato com os textos multissemióticos
desde a primeira etapa do ensino fundamental até o final da Educação Básica.
H5 - Planejamento do conteúdo do texto de acordo com o gênero: criação do conteúdo temático (gêneros,
como contos, crônicas etc.) ou a pesquisa desse conteúdo (textos nos gêneros: notícia, verbetes, artigos
em geral etc.); Envolve ao menos duas operações distintas, passíveis de abordagem separadamente:
planejar e produzir, que significam organizar as ideias para depois colocá-las no papel. Após a produção,
deve-se proceder às estratégias de revisão e reelaboração da escrita, estabelecendo objetivos e critérios
adequados aos contextos de circulação previstos, como exemplo, a produção de um final de um conto de
aventura lido, a produção de um livro com contos de aventura etc.).
H6 - Revisão de aspectos ligados à coerência (informações livres de contradições, completude de ideias
etc.) e ao uso de elementos coesivos, como pontuação e organizadores textuais (presença de marcadores
de tempo e outros que indiquem a progressão do texto), assim como dos aspectos ortográficos, com o uso
do dicionário. Sugere-se a realização de atividades que explorem a revisão de textos produzidos, em etapas
de rascunho, refactura textual, edição e produção final (em escritas individuais e coletivas), articulando-
as, por exemplo, ao uso de ferramentas digitais, além de prever a familiarização dos estudantes com as
ferramentas em questão.
H7 - Cuidado com a circulação/publicação do texto em suportes impressos ou digitais. Editar, nesse caso,
consiste em dar os toques finais à versão final de um texto produzido no que diz respeito a sua estruturação
e também nos elementos que o rodeiam, seja em suporte manual ou digital. Para o desenvolvimento desta
habilidade, sugere-se a realização de atividades que prevejam a edição do texto em parceria, com base em
critérios, como o suporte em jogo, os recursos e as ferramentas de edição a serem utilizados. Quando for
o caso, podem ser previstas atividades que envolvam conhecimentos necessários ao uso de ferramentas
digitais. Destaca-se, ainda, a possibilidade de complementação desta habilidade, envolvendo a análise do
projeto gráfico em materiais impressos e o design em materiais digitais.
H8 - O foco desta habilidade é o conhecimento e o domínio de ferramentas digitais na edição e publicação
de textos.), na medida em que pressupõe a atividade de edição de texto (o que significa realizar a
observação atenta de sua produção, as revisões e os ajustes necessários) e de publicação desse texto (ou
seja, deixar a produção disponível para o acesso do leitor). Envolve a previsão de atividades específicas
para uso do software e para o gênero produzido/editado, considerando os recursos disponíveis, a cada
ano, com ou sem ajuda do professor. Podem-se realizar projetos de elaboração de textos encontrados em:
186
folhetos com orientações sobre questões/problemas locais, guias, pesquisas sobre povos indígenas,
africanos, dentre outros.
H9 - Indicação dos discursos que devem ser aprendidos, de modo que as especificidades dos textos orais
que circulam nessas situações tornem-se objeto de ensino. Cabe considerar que expor oralmente o
resultado de pesquisa realizada requer saberes diferenciados daqueles em que a proposta é opinar para
tomar decisão coletiva, ou mesmo debater sobre aspectos controversos de um tema. Pode-se indicar a
análise das situações comunicativas e dos gêneros que nelas circulam, organizando atividades que
prevejam a articulação entre o planejamento e: a produção de textos orais: expor os resultados de uma
pesquisa para uma audiência, participar de debates sobre questões controversas, apresentar indicações
literárias em uma roda, realizar/participar de entrevistas, dentre outros; a oralização de textos escritos:
apresentar poemas em saraus, ler textos produzidos para programas de rádio; o desenvolvimento da
proficiência em gêneros orais mais produtivos e culturalmente relevantes na região.
H10 - As atividades podem orientar um conjunto de ações que envolva o estudo e a análise: da situação
comunicativa; do gênero envolvido e suas marcas linguísticas; da audiência na escuta. Podem-se
estabelecer combinados: organização, regras, dentre outros. Ainda, organizar, de forma lúdica, diferentes
atividades que estimulem a atenção e a concentração antecipadas para o desenvolvimento do trabalho,
assim como o uso de debate, leitura e explicações. A progressão no desenvolvimento desta habilidade
pode pautar-se pelo grau de complexidade do gênero em foco (conversa para tirar dúvida, debate, aula
expositiva, seminário etc.); pelo foco no planejamento ou na atuação; pelo aspecto da atenção a ser
trabalhado (os gestos e expressões faciais, a entonação, as noções, conceitos e seus termos, as definições,
as teses, os argumentos etc.); pelo grau de autonomia a ser conquistado pelo estudante a cada etapa.
H11 - Esta habilidade é fundamental para desenvolver o convívio cotidiano, fora e dentro da escola; refere-
se a saber organizar a fala no gênero indicado, considerando as características do contexto no qual está
sendo produzida: a organização em tantos turnos quantos forem os interlocutores; a efetividade da
compreensão mútua, a qual depende da escuta efetiva do outro, como balizador da organização da
próxima fala; as escolhas dos recursos textuais e paratextuais, que precisam ser adequadas às intenções
de significação e ao contexto da situação de comunicação. Podem-se propor atividades que contemplem
diferentes tipos de conversação, em diferentes situações comunicativas. Gravações em áudio e/ou vídeo
dessas conversas permitem a análise dos mais variados fatores que podem interferir na fluidez e na eficácia
dos eventos registrados.
H12 - Esta habilidade envolve o reconhecimento e a análise das expressões corporais associadas à fala,
com o objetivo de determinar seu papel na construção dos sentidos dos textos orais. Pode-se propor o
estudo de diversas situações de comunicação oral no que se refere aos recursos paralinguísticos, de modo
a: analisar os efeitos de sentido produzidos; reconhecer a adequação (ou não) das escolhas do locutor;
constituir um repertório de recursos possíveis de serem utilizados; selecionar os recursos mais adequados
às intenções de significação do discurso a ser produzido. Ainda, podem-se propor atividades de modo
articulado à análise de textos orais, em uma determinada situação comunicativa, de modo a aproximar os
estudantes das características desses textos e da diversidade de recursos paralinguísticos que compõem a
sua multimodalidade.
H13 - Sugerem-se atividades articuladas aos seus respectivos gêneros, além de expor ideias sobre temas
estudados e argumentar a respeito de aspectos controversos de temas em geral. As atividades podem
orientar ações que envolvam: o estudo da situação comunicativa; o planejamento e a análise do gênero
envolvido e suas marcas linguísticas; o papel da audiência no contexto específico, como a solicitação de
informações em diferentes espaços, como biblioteca ou secretaria da escola, visitas à exposições de arte
e distintos museus, quando for o caso. Esta habilidade é fundamental para o desenvolvimento da
proficiência oral, que se efetiva em situações, como: solicitar informações em espaços públicos,
seminários, mesas-redondas, rodas de conversas etc. Envolve gêneros, como exposição oral, discussão
argumentativa e/ou debate, entrevista oral.
187
H14 - É importante tomar como objeto de estudo as características das tirinhas e das histórias em
quadrinhos. Ambos os gêneros supõem ficcionalização, organização interna que articula recursos verbais
aos gráfico-visuais, eixo temporal, linguagem coloquial, dentre outros aspectos. A tirinha contém crítica
aos valores sociais, provoca efeitos de humor, organiza-se em tira de poucos quadrinhos, é publicada em
jornais e revistas. A História em Quadrinhos - HQ é mais extensa, trata-se de histórias com trama mais
complexa e de diferentes tipos; é publicada em revistas e livros. O desenvolvimento desta habilidade
requer um trabalho dialógico e reflexivo, utilizando análise e comparação por diferenças e semelhanças.
Destaca-se, aqui, a oportunidade de trabalho interdisciplinar com Arte, no que se refere a conhecer
quadrinhos e tirinhas como uma expressão artística.
H15 - Trabalho com a distinção entre textos literários e não literários, o que envolve a compreensão da
natureza e dos objetivos das diferentes práticas de leitura, assim como dos pactos de leitura que se
estabelecem. Pode-se resgatar a cultura local e regional, para que o estudante possa valorizar os aspectos
abrangentes de cada gênero textual, sempre que possível, contemplar obras de autores locais ou regionais.
H16 - Esta é uma habilidade que envolve tanto o trabalho com as habilidades de leitura quanto as
características dos gêneros e dos textos literários narrativos de maior extensão. Realização de diferentes
atividades de leitura, possibilitando ao estudante o acesso a diversas obras, de forma que garanta uma
variedade de gêneros, ao longo dos anos, considerando a complexidade dos textos, privilegiando, também,
autores e folcloristas regionais.
H17 - Realização de atividades de leitura, roda de leitores, diário de leitura etc. É importante considerar a
disponibilidade de materiais digitais nas escolas, com recursos, como som, movimento e imagem, a
organização de saraus e de slams, e a criação de um espaço de socialização de poemas, selecionados de
acordo com os critérios de apreciação ética, estética e afetiva constituídos pelos estudantes.
H18 - Esta é uma habilidade que envolve o desenvolvimento das habilidades de leitura e as características
de gêneros e textos diversos, incluindo recursos gráficos ou ilustrações. É importante na leitura de textos
literários. Sugere-se a previsão de estratégias didáticas que progridam do trabalho em colaboração para a
conquista da autonomia e o contato com diferentes e variados suportes textuais, para que compreendam
a função e a importância das ilustrações e recursos gráficos inseridos nos textos, pois esses recursos
auxiliam a compreensão.
H19 - Leitura compreensiva e o estudo da obra a ser recontada, visando à apropriação de recursos, como
a entonação expressiva e a prosódia, que ajustam os discursos orais ao contexto. Pode-se prever o reconto
coletivo, sempre que possível, a partir de textos originais e integrais, escritos em registro literário. Ainda,
promover situações comunicativas específicas para a contação de histórias, como rodas com familiares e
/ou colegas, saraus, dramatizações, dentre outras. Sugere-se que, por meio de histórias referentes ao
Estado de Mato Grosso do Sul, clássicos, gibis e contos, os estudantes contem fatos, histórias e
acontecimentos/situações que façam parte de seu contexto, bem como situações vivenciadas por eles,
resgatando a temporalidade dos fatos ocorridos, utilizando recursos midiáticos.
188
ENSINO FUNDAMENTAL I
LÍNGUA PORTUGUESA
Formação de leitor
textos que circulam em meios impressos ou digitais,
de acordo com as necessidades e interesses.
(MS.EF12LP03.s.03)
Construção do sistema alfabético/
Copiar textos breves, mantendo suas características
Estabelecimento de relações
e voltando para o texto sempre que tiver dúvidas
anafóricas na referenciação e
sobre sua distribuição gráfica, espaçamento entre
construção da coesão
as palavras, escrita das palavras e pontuação.
CAMPO DA VIDA COTIDIANA
(MS.EF12LP04.s.04)
Ler e compreender, em colaboração com os colegas e
Leitura/escuta (compartilhada e autônoma)
189
(MS.EF12LP07.s.07)
(Alfabetização)
Identificar e (re)produzir, em cantiga, quadras,
linguística/
semiótica
Análise
Forma de composição do texto quadrinhas, parlendas, trava-línguas e canções, rimas,
aliterações, assonâncias, o ritmo de fala relacionado ao
ritmo e à melodia das músicas e seus efeitos de
sentido.
CAMPO DA VIDA PÚBLICA
(MS.EF12LP08.s.08)
Ler e compreender, em colaboração com os colegas e
com a ajuda do professor, fotolegendas em notícias,
Compreensão em leitura manchetes e lides em notícias, álbum de fotos digital
Leitura/escuta (compartilhada e autônoma)
190
(MS.EF12LP13.s.13) Planejar, em colaboração com os
colegas e com a ajuda do professor, slogans e peça de
Oralidade campanha de conscientização destinada ao público
Produção de texto oral infantil que possam ser repassados oralmente por
meio de ferramentas digitais, em áudio ou vídeo,
considerando a situação comunicativa e o
tema/assunto/finalidade do texto.
(MS.EF12LP14.s.14) Identificar e reproduzir, em
fotolegendas de notícias, álbum de fotos digital
Análise linguística/ semiótica (Alfabetização)
autônoma)
e autônoma)
191
registro gráfico; quando se tratar dos estudantes que já compreenderam o sistema (o que pode ocorrer
até o final do 2º ano), com precisão na decodificação.
H2 - Nesta habilidade é preciso ensinar procedimentos e comportamentos leitores: ambos implicam a
mobilização das diversas habilidades de leitura. A leitura compartilhada é uma atividade que potencializa
esse trabalho: explicita como agem os leitores proficientes. Ao selecionar temas pertinentes para o ensino,
convém considerar os que são do interesse dos estudantes e os que são relevantes para a compreensão
da realidade vivida. É possível prever a leitura colaborativa, atividade na qual se estuda um texto por meio
de questões problematizadoras feitas pelo professor, após uma leitura inicial do texto.
H3 - Observação e reprodução de pequenos textos, como recurso para chamar a atenção do estudante
para aspectos, como pontuação, acentuação, presença de letra maiúscula, paragrafação e distribuição
gráfica de suas partes, dentre outros. O desenvolvimento desta habilidade supõe: a mobilização da atenção
do estudante para com todas as características gráficas do texto (pontuação (medial e final), paragrafação,
acentuação, presença de letras maiúsculas, distribuição gráfica de suas partes, translineação); a constante
mediação do professor em todas as etapas das atividades propostas. Ressalta-se a necessidade de os textos
selecionados serem curtos ou utilizar trechos significativos de um texto mais longo ou que as atividades
de cópias de textos sejam, também, a partir de produções dos estudantes.
H4 - Na previsão de atividades, devem-se considerar as características dos textos selecionados para leitura
e dos gêneros previstos. Uma receita, por exemplo, organiza-se pela presença de: título, quantidades dos
ingredientes, modo de fazer. Pode conter ainda: rendimento, grau de dificuldade e tempo de trabalho.
Adequa-se ao portador e espaço de circulação: se for para crianças, as quantidades podem vir indicadas
por imagens (xícara, colher etc.) e a linguagem será menos complexa, em especial no modo de fazer. Nas
atividades de estudo, convém focalizar as características que forem importantes para a compreensão do
texto, articular essas características à finalidade do texto, prever um trabalho dialógico e reflexivo, assim
como a comparação entre textos por semelhanças e diferenças.
H5 - A produção deve-se proceder às estratégias de revisão e reelaboração da escrita, estabelecendo
objetivos e critérios adequados aos contextos de circulação previstos. Pode ser desenvolvida por meio de
atividades que prevejam: planejar e recontar histórias; planejar e produzir escrita das histórias recontadas
pelo professor e/ou colegas; planejar e escrever textos versificados conhecidos de memória
(coletivamente, em duplas ou de modo autônomo), como letras de canção, quadrinhas e cordel. Todas as
atividades podem indicar a revisão processual do texto. É possível articular esta habilidade a outras que
prevejam conteúdos relacionados à participação em situações comunicativas, como saraus, rodas de
leitura de poemas e oralização de quadrinhas/cordel, em dia da família na escola, prevendo a observação
e o planejamento da situação comunicativa com os estudantes. É preciso ressaltar que a atividade de
recontagem de histórias prevê a elaboração de um texto cujo conteúdo é conhecido. Dessa forma, é
focalizada nessa atividade a capacidade de textualização, ou seja, de redigir o enunciado. Já a atividade de
escrita de textos conhecidos de memória envolve apenas o registro gráfico do texto que, nesse caso, é tão
conhecido quanto o conteúdo temático.
H6 - Planejamento e produzirão de textos orais e/ou para oralizar, dependendo da situação comunicativa.
É comum, por exemplo, que recados sejam produzidos oralmente; já as instruções de montagem
costumam ser elaboradas por escrito, podendo ser oralizadas. Como o objetivo final é a transmissão oral
dos textos, é possível prever que o estudante tanto pode saber o conteúdo de um recado e elaborar o
texto quando falar ao destinatário (pessoalmente, por meio de mensagem de voz de aplicativos de celular
etc.), quanto pode necessitar ter o texto produzido por escrito para poder ler para o interlocutor (como
instruções de montagem e receitas etc.). Propõe-se a análise da situação comunicativa e dos gêneros com
a finalidade de compreender as suas características, de modo a oferecer repertório para a produção;
planejamento, produção e revisão dos textos, com apoio do registro escrito; acesso e utilização de
ferramentas digitais que viabilizem a produção dos textos, em áudio ou vídeo. Ainda, podem-se explorar
a imaginação, criatividade e ludicidade das crianças, utilizando materiais do cotidiano (por exemplo:
192
brinquedos prediletos), como instrumentos para produção textual a partir do vínculo do estudante com o
objeto. Replanejar o texto com apoio do professor.
H7 - Os textos previstos são ótimas referências para a realização de leituras de ajuste, posto que a sua
organização versificada e o ritmo e melodia oferecem pistas sobre onde começam e terminam os versos,
balizando o trabalho do estudante. Projetos de coletâneas de cantigas, parlendas, trava-línguas são sempre
ótimas propostas que viabilizam esse trabalho.
H8 - O foco do trabalho são os textos jornalísticos. Assim, recomenda-se começar o seu estudo pela
especificidade dos portadores típicos (jornais e revistas — por exemplo — impressos e digitais), para que
os estudantes possam conhecer o local de publicação dos textos, contextualizando-os quanto à extensão,
orientação de valores e características gráficas. As rodas de jornal são boas atividades para esse estudo. É
preciso considerar as características dos diferentes gêneros que circulam no jornal (notícia, reportagem,
carta de leitor etc.), para orientar os estudantes no processo de leitura, seja com textos impressos ou
digitais.
H9 - No campo publicitário, circulam textos que buscam convencer os leitores/ouvintes a consumirem
determinados produtos, serviços e ideias, como o anúncio publicitário. Esses textos são multimodais,
articulando imagem, texto verbal, cores e, quando radiofônicos, televisivos ou digitais, também sons.
Podem-se trabalhar dois aspectos fundamentais com esses textos: - compreender as marcas linguísticas e
recursos de outras linguagens no contexto da função dos gêneros e finalidade dos textos (como o uso do
imperativo, metáforas etc.); - tematizar as relações de consumo tal como estão constituídas na sociedade
hoje, relacionando-as com a sustentabilidade. Podem-se explorar murais, varais literários, com propostas
coletivas e individuais.
H10 - É possível prever que a leitura proficiente desses textos requer, além da mobilização das estratégias
de leitura, a compreensão de suas características, na relação com a função do gênero e com a finalidade
do texto, nas situações comunicativas em que circulam. Podem-se explorar murais, varais literários, com
propostas coletivas e individuais.
H11 - Esta é uma habilidade envolve ao menos duas operações distintas, passíveis de abordagem
separadamente: planejar e produzir, que significam organizar as ideias para depois colocá-las no papel.
Após a produção, deve-se proceder às estratégias de revisão e reelaboração da escrita, estabelecendo
objetivos e critérios adequados aos contextos de circulação previstos. O desenvolvimento desta habilidade
requer: orientação para uso de procedimentos escritores, como reler o que está escrito para continuar,
consultar o planejamento para tomar decisões na escrita, revisar no processo e ao final; indicar visitas a
ambientes digitais para observação dos gêneros citados, de modo a explicitar suas características,
construindo registros que possam repertoriar a produção. É possível, ainda, propor atividades que
orientem a análise de textos dos gêneros para compreender a multimodalidade que os constitui.
H12 - Esta é uma habilidade que articula a produção de textos dos gêneros do campo publicitário com foco
em três vetores do processo de escrita (a situação comunicativa, o tema e a finalidade). Após a produção,
deve-se proceder às estratégias de revisão e reelaboração da escrita, estabelecendo objetivos e critérios
adequados aos contextos de circulação previstos.
Esta habilidade poderá ser articulada a temas relevantes para a região, como campanhas de preservação
de parques, praças, de cuidado com os animais, dentre outros, de modo a criar situações comunicativas
em que faça sentido a conscientização de outros interlocutores da comunidade escolar. Sugere-se a
proposição de atividades que: prevejam o trabalho com portadores para esses textos, como folhetos e
cartazes que possam ser divulgados no entorno da escola, orientando o estudo do portador e a reflexão
sobre sua adequação de acordo com a situação comunicativa; envolvam análise de textos dos gêneros do
campo publicitário, de modo a explicitar as suas características, construindo registros que possam
repertoriar a produção; orientem o uso de procedimentos escritores, como reler o que está escrito para
continuar, consultar o planejamento para tomar decisões no momento da escrita e revisar no processo e
193
ao final. Destaca-se, aqui, a oportunidade de trabalho interdisciplinar com a Arte, habilidade
MS.EF15AR19.s.19, por exemplo.
H13 - É muito importante que as atividades propostas: prevejam, quando possível, o acesso e a utilização
de ferramentas digitais que viabilizem a produção dos textos em áudio ou vídeo; envolvam a análise de
textos, no gênero determinado, para compreender suas características, de acordo com a situação
comunicativa; orientem a produção/textualização, colaborativa, em mídia digital. É preciso considerar que
a habilidade prevê oralizar textos escritos na preparação de materiais gravados em vídeo (para exibição na
TV, em vlogs, em canais de mídias digitais etc.), e em áudio (para exibição em rádio e canais das mídias
digitais etc).
H14 - A atividade de leitura colaborativa de estudo e a atividade de revisão processual e final possibilitam
estudar os recursos e analisar a adequação dos textos produzidos. É possível desenvolver projetos que
prevejam a leitura de matérias de relevância social (local ou global) publicadas em revistas/jornais
específicos. A elaboração de cartas de leitor a respeito dessas matérias viabiliza o desenvolvimento da
habilidade, pois inclui a leitura de estudo das características do gênero e a produção dos textos. Sugere-se
a realização de rodas de leitura de jornal que possibilitam ao estudante uma compreensão mais crítica das
matérias, assim como atividades com roteiros levando em conta as características dos textos. Ainda, fazer
leitura dos referidos gêneros textuais com frequência, para que o estudante possa se apropriar e conseguir
identificá-los considerando o uso de mídias digitais.
H15 - Desenvolve a habilidade por meio de práticas de leitura e análise de textos publicitários. Seu foco é
reconhecer recursos linguístico-discursivos envolvidos em slogans, garantindo ao estudante não só
compreender melhor as particularidades dos textos desse campo, como também empregar os recursos
correspondentes em suas próprias produções.
H16 - Reconhecimento de recursos gráficos próprios dos gêneros mencionados, com vistas a sua
apropriação. Seu desenvolvimento ocorre por meio de práticas de leitura, análise e produção desses
textos, permitindo que o estudante venha a empregá-los adequadamente em sua própria escrita. Trabalho
com projetos de elaboração de campanhas publicitárias (impressas ou digitais) relativas a questões de
relevância social, com recursos digitais, quando possível, para o estudante se apropriar das técnicas dos
aplicativos adaptados ao uso infantil disponíveis para essa finalidade.
H17 - Enunciados de tarefas escolares precisam ser lidos e estudados no cotidiano dos trabalhos,
considerando suas características, a depender da disciplina a que se referem. Curiosidades, por exemplo,
são textos que apresentam aspectos inusitados de animais, lugares, culturas, países etc. Sugerem-se
atividades de estudo que focalizem as características que forem importantes para a compreensão desse
texto, com a articulação dessas características à finalidade do texto, prevendo um trabalho dialógico e
reflexivo, assim como a comparação entre textos por semelhanças e diferenças. Pode-se propor leitura de
cartazes, simulados, relatórios, tarefas, entrevistas, dentre outras.
H18 - Esta é uma habilidade que envolve: o desenvolvimento das habilidades de leitura; o caráter não
utilitário (lúdico/estético) dos textos literários; as características dos diferentes gêneros poéticos. Sugere-
se a proposição de atividades que considerem tanto a formação de um repertório literário específico, como
a previsão curricular de estratégias didáticas que progridam da leitura colaborativa para a autônoma. A
organização de saraus e de slams cria um espaço de socialização de poemas, selecionados de acordo com
critérios de apreciação ética, estética e afetiva constituídos pelos estudantes. Pode-se propor trabalho que
envolva músicas, poemas, repentes, quadrinhas, dramatização, ilustração, dentre outros, privilegiando,
também, autores regionais.
H19 - Esta habilidade refere-se, no processo de leitura de textos, identificar recursos linguísticos e
discursivos que constituem os gêneros poéticos previstos. Sugere- se a oralização de tais textos, para que
os aspectos relacionados à sonoridade e ao ritmo possam ser observados, focalizando os efeitos de sentido
provocados pelo uso de metáforas e recursos rítmicos. O professor deve propor atividades que envolvam
a apreciação de poesias, músicas, cantigas, e a identificação dos recursos poéticos presentes nas
194
produções, por meio de sequências didáticas de consciência fonológica, como rimas, aliterações,
associações, dentre outras.
195
ENSINO FUNDAMENTAL I
LÍNGUA PORTUGUESA
(MS.EF01LP01.s.01)
e autônoma)
(MS.EF01LP02.s.02)
Escrever, espontaneamente ou por ditado, palavras e
(compartilhada e
Correspondência fonema-grafema
frases de forma alfabética – usando letras/grafemas
autônoma)
Escrita
(MS.EF01LP06.s.06)
Segmentar oralmente palavras em sílabas.
(MS.EF01LP07.s.07)
Identificar fonemas e sua representação por letras.
Construção do sistema alfabético e (MS.EF01LP08.s.08)
da ortografia Relacionar elementos sonoros (sílabas, fonemas,
partes de palavras) com sua representação escrita.
(MS.EF01LP09.s.09)
Comparar palavras, identificando semelhanças e
diferenças entre sons de sílabas iniciais, mediais e
finais.
Conhecimento do alfabeto do (MS.EF01LP10.s.10)
português do Brasil Nomear as letras do alfabeto e recitá-lo na ordem das
letras
196
Segmentação de (MS.EF01LP12.s.12)
autônoma)
(MS.EF01LP19.s.19)
Produção de texto oral Recitar parlendas, quadras, quadrinhas, trava-línguas,
com entonação adequada e observando as rimas.
(MS.EF01LP20.s.20)
(Alfabetização)
197
CAMPO DA VIDA PÚBLICA
(MS.EF01LP21.s.21) Escrever, em colaboração com os
(compartilhada
e autônoma)
colegas e com a ajuda do professor, listas de regras e
Escrita
(MS.EF01LP26.s.26)
linguística/
semiótica
Análise
198
H2 - Sugere-se contextualizar esta habilidade com temas de interesse dos estudantes, com a previsão da
escrita situada em textos cuja unidade mínima seja a palavra, como títulos e legendas com uma ou mais
palavras, modo de preparo de receitas culinárias, estrofe de uma cantiga, por exemplo, de acordo com as
possibilidades e necessidades desses estudantes. Podem-se contemplar situações de análise de sons,
sílabas, palavras, frases e pequenos textos - grafema/fonema, em grupos, em duplas e individualmente.
H3 - Podem-se proporcionar atividades com: textos diversificados de acordo com o nível da escrita do
estudante (lista nominal, texto fatiado de memória, alfabeto móvel), comparando-os à sua escrita
percebendo semelhanças e diferenças. Ainda, propor atividades que favoreçam a prática de leitura e
escrita de modo permanente nas salas de alfabetização, valorizando a análise de referenciais estáveis de
escrita, como o nome próprio e os textos da tradição oral, que possibilitam um avanço na compreensão
das relações grafema-fonema. É importante indicar a progressão de habilidades que envolvam análise de
unidades menores que a palavra, considerando que os estudantes terão melhores condições de realizá-la
após a compreensão da base alfabética. Para que essa análise seja possível, é preciso criar condições para
a realização de comparação entre escritas e, assim, potencializar a reflexão sobre o sistema de escrita. A
observação e a análise de escritas acontecem tanto para reconhecer partes iguais de duas palavras (na
lista de nomes: MARIANA e MARIA) quanto para identificar semelhanças gráficas em partes de textos que
se relacionam do ponto de vista sonoro, como as rimas de um poema. Os textos de referência para
atividades como essas devem ser conhecidos pelos estudantes. O procedimento de comparação é recurso
a ser utilizado na produção de novas escritas.
H4 - A progressão da identificação das letras (princípio acrofônico) acontece gradualmente, com
reorganizações constantes até a produção de escritas ortográficas. O princípio acrofônico é compreendido
em atividades de escrita, quando a escolha da letra e a sua nomeação o evidenciam. Pode-se contextualizar
esta habilidade com a indicação de textos da tradição oral, regionais que, ao serem utilizados em atividades
de leitura e escrita, contribuem para a compreensão da relação existente entre fala e escrita. Podem-se
proporcionar atividades em diferentes situações que levem as crianças a distinguir: letras e desenhos;
letras e rabiscos; letras e números; letras e símbolos gráficos, como setas, asteriscos, sinais matemáticos
etc.; letras relacionadas ao próprio nome em meio a diversos sinais.
H5 - Análise de palavras e suas partes a partir do trabalho com textos da tradição oral e listas, progredindo
para uma análise cada vez mais ajustada de partes menores da palavra, no que se refere: à quantidade
(quantas letras e sons a compõem); à qualidade (quais letras correspondem a quais sons); à ordem das
letras na escrita de cada palavra. Podem ser criados espaços de reflexão a respeito da correspondência
fonema-grafema (do princípio alfabético à construção da ortografia), por meio da comparação reflexiva
entre palavras — habilidade (MS.EF01LP03.s.03). Ainda, desenvolver a percepção da relação entre os sons
da fala, ou fonemas, e as letras, ou grafemas que os reproduzem na escrita. Deve-se explorar a letra inicial,
medial e final da palavra, nome próprio, trocas de letras iniciais das palavras, jogos lúdicos. Propiciar textos
e músicas que destaquem os sons dos fonemas, jogos de figuras e palavras e textos, como poema, parlenda
e adivinhas.
H6 - Podem-se propor atividades que orientem a segmentação oral das palavras em sílabas, em situações
significativas com o uso de cantigas, parlendas do repertório local e nacional, de modo a contribuir para a
constituição proficiente desta habilidade. Devem-se desenvolver atividades em que os estudantes
identifiquem: as rimas, as sílabas e os sons existentes no início, no meio e no final de palavras compostas
com sons semelhantes e diferentes. Atenção: sons e sílabas no início de palavra são mais facilmente
reconhecidos. A tarefa é mais difícil quando se localizam sons no meio da palavra; a segmentação oral de
palavras em sílabas; a segmentação oral de frases em palavras. Deve-se fazer a junção de consoante e
vogal formando sílabas e realizando a segmentação oral das palavras. Também, desenvolver atividades
associando fonemas e grafemas; realizar jogos com alfabeto e sílabas móveis montando palavras,
contando o número de letras e sílabas e identificando as sílabas iniciais, mediais e finais das palavras. No
começo do processo de alfabetização, um bom procedimento, já utilizado nas práticas escolares, é ler em
voz alta para as crianças, apontando cada palavra lida e os sinais de pontuação no final das frases. Outra
maneira de chamar a atenção dos estudantes para as marcas de segmentação da escrita é, ao fazer a
199
leitura oral em sala de aula, solicitar que eles identifiquem os diferentes marcadores de espaço
(espaçamentos entre as palavras, pontuação, parágrafos).
H7 - Realização de análises fonológicas e fonêmicas cada vez mais ajustadas, tanto da palavra quanto na
sílaba, até chegar ao fonema, em situações de leitura e escrita de textos diversos, especialmente por meio
de parlendas, poemas e cantigas. Podem-se propor atividades prevendo análises fonológicas e fonêmicas
a partir de textos conhecidos, analisando palavras e partes delas, culminando com a análise da relação
fonema-grafema, em situações de reflexão sobre a grafia correta, o que só deverá ocorrer após a
compreensão do sistema de escrita pelos estudantes. Podem-se propor: trabalho com troca de letras em
palavras semelhantes; jogos com alfabeto e sílabas móveis montando palavras, contando o número de
letras e sílabas e identificando letras iniciais e finais; trabalho com os nomes dos estudantes: letra inicial e
final e construção de sílabas para formar as palavras; escrita de listas úteis de nomes, de objetos ou de
decisões, etiquetas que servirão para organizar a sala de aula, pequenos avisos etc.
H8 - Separação em sílabas palavras faladas e observação de que maneira essa separação se configura na
escrita ajudam os estudantes na identificação e percepção da representação gráfica dos fonemas.
Identificação e comparação da quantidade, da variação e da posição das letras na escrita de determinadas
palavras: bingo, texto com lacunas, colocação de palavras em ordem alfabética, confronto entre a escrita
produzida pelo estudante e a escrita padrão. Sugerem-se localizar palavras em textos curtos; escrita por
meio de imagens; jogos com alfabeto e sílabas móveis formando palavras, contando o número de letras e
sílabas e identificando a letra inicial e a final.
H9 - Para o desenvolvimento desta habilidade, sugerem-se atividades: que possibilitem análises
fonológicas de palavras e partes delas, a partir de textos conhecidos (lista de nomes da sala, de objetos,
textos, como parlendas, cantigas), culminando com a análise da relação fonema-grafema, em situações de
reflexão sobre a grafia correta, que deve ocorrer apenas após a compreensão da base alfabética; jogos e
brincadeiras com a sonoridade das palavras, formando listas de palavras que comecem ou que terminem
com determinada sílaba; com palavras que contenham a mesma sílaba em diferentes posições para
observação da mudança no som e na escrita; que realizem a identificação de determinada relação fonema-
grafema em um conjunto de palavras que a apresenta, como, por exemplo, a identificação do fonema /f/
nas palavras fita, foto, futebol, farofa, fofa; que explorem a contraposição entre palavras parecidas, cuja
diferença se deve a um fonema, representado na escrita por uma letra: cala e cola; janela e panela; maleta
e muleta; saleta e valeta; com formação de palavras a partir de letras dispostas de forma desordenada,
como exemplo (O C A L). Nesse caso, o desafio é descobrir a correspondência entre “sons” e “letras” para
obter a grafia das palavras desejadas, identificando semelhanças e diferenças entre sons de sílabas iniciais,
mediais e finais.
H10 - Apresentação aos estudantes do alfabeto com situações que lhes possibilitem a descoberta: de que
se trata de um conjunto estável de símbolos; que as letras, sejam consoantes ou vogais, foram criadas para
indicar fonemas, e o que cada uma delas pode representar na escrita; de que as letras do alfabeto
representam os sons das palavras que falamos. É recomendado que o estudo do alfabeto se faça com a
apresentação de todas as 26 letras, preferencialmente seguindo a ordem alfabética, visto que muitos dos
nossos escritos se organizam pela ordem alfabética. É importante que todas as letras estejam visíveis na
sala de aula, para que os estudantes, sempre que for necessário, tenham um modelo para consultar. Ainda,
realizar leitura diária do alfabeto e dinâmica com alfabeto móvel, explorar músicas e jogos e utilizar o
alfabeto móvel para o reconhecimento e identificação das letras por meio do som.
H11- Disponibilização de diversos materiais impressos e digitais com tipos de letra diferentes, para
diferenciar e relacionar letras em formato imprensa e cursiva, maiúsculas e minúsculas. Recomenda-se
que, inicialmente, a prática em alfabetização seja orientada com o uso de letra maiúscula de imprensa,
tanto em atividades de leitura quanto de escrita. Posteriormente, os materiais, como livros, revistas,
jornais impressos e digitais permitem o acesso a outros tipos de letra, favorecendo a análise e o
reconhecimento de situações de uso dos diferentes tipos, além da letra cursiva, de uso mais frequente no
contexto escolar. Assim, pode-se: expor aos estudantes os diferentes tipos de letras do alfabeto, propondo
200
atividades de localização em textos; proporcionar suportes variados e pesquisas utilizando as tecnologias;
construir alfabeto com rótulos. O trabalho formal com esta habilidade acontece após os estudantes
compreenderem as regras de geração do sistema de escrita.
H12 - Pode-se fazer: a leitura em voz alta para as crianças, apontando cada palavra lida e os sinais de
pontuação no final das frases; a chamada de atenção dos estudantes para as marcas de segmentação da
escrita, durante a leitura, solicitando que eles identifiquem os diferentes marcadores de espaço
(espaçamentos entre as palavras, pontuação, parágrafos) (a exploração desses marcadores no processo
de leitura permite que os estudantes descubram diferenças entre a segmentação da fala e a da escrita, o
que lhes será útil para o domínio da ortografia, da pontuação e da paragrafação, em momentos posteriores
de seu aprendizado da escrita); a leitura de textos fatiados e lacunados.
H13 - Nesta habilidade podem-se propor atividades: que possibilitem análises fonológicas de palavras e
partes delas, a partir de textos conhecidos (lista de nomes da sala, de objetos, textos, como parlendas,
cantigas), culminando com a análise da relação fonema-grafema, em situações de reflexão sobre a grafia
correta, que deve ocorrer apenas após a compreensão da base alfabética; de jogos e brincadeiras com a
sonoridade das palavras, formando listas de palavras que comecem, ou que terminem, com determinada
sílaba; com palavras que contenham a mesma sílaba em diferentes posições para observação da mudança
no som e na escrita; que realizem a identificação de determinada relação fonema-grafema em um conjunto
de palavras que a apresenta, como, por exemplo, a identificação do fonema /f/ nas palavras fita, foto,
futebol, farofa, fofa; que explorem a contraposição entre palavras parecidas, cuja diferença se deve a um
fonema, representado na escrita por uma letra: cala e cola; janela e panela; maleta e muleta; saleta e
valeta; com formação de palavras a partir de letras dispostas de forma desordenada, como exemplo (O C
A L). Nesse caso, o desafio é descobrir a correspondência entre “sons” e “letras” para obter a grafia das
palavras desejadas, identificando semelhanças e diferenças entre sons de sílabas iniciais, mediais e finais.
H14 - Apesar de esta habilidade não se referir aos sinais gráficos de acentuação, é possível incluí-los junto
com os sinais de pontuação, como outras marcas gráficas que um texto/palavra apresenta e que o
estudante deve reconhecer. Pode-se na leitura: analisar os efeitos de sentido produzidos pelo uso feito no
texto; na escrita: de modo epilinguístico, no uso da linguagem, ao discutir possibilidades de pontuar,
analisar os efeitos de sentido produzidos pelas diversas possibilidades que se colocam (ponto final, de
interrogação, de exclamação) e selecionar as mais adequadas às intenções de significação. As situações de
revisão processual coletiva do texto potencializam a reflexão sobre esses aspectos. Além de leitura e
escrita de textos de diversos gêneros, sem pontuação, para que os estudantes a façam e organização de
fichas de palavras, frases e textos com as pontuações e/ou acentuações para análises e identificação pelos
estudantes.
H15 - É importante que a relação seja apresentada em textos, para que o sentido das palavras seja
apreendido na acepção adequada. A habilidade possibilita o estudo, por meio do texto, de dois grupos de
palavras: um que contenha uma lista de palavras com seus sinônimos e outro que contenha a mesma lista
de palavras com seus antônimos. A tarefa é identificar o critério de agrupamento de cada uma das listas.
Depois disso, dada uma lista de palavras, pode-se elaborar um grupo que contenha os sinônimos dessas,
a partir de um rol dado; depois, elaborar outro grupo que contenha os seus antônimos, a partir de outro
rol.
H16 - Compreensão dos textos pela criança é a meta principal no ensino da leitura e, para chegar a esse
ponto, as estratégias de decifração e reconhecimento são caminhos e procedimentos importantes, porém
o trabalho com a compreensão pode e deve ser começado antes mesmo que as crianças tenham aprendido
a decodificar e a reconhecer globalmente as palavras. Deve-se atentar para o fato de que o trabalho
previsto é em colaboração, e não de modo autônomo. Podem-se propor atividades de leitura, como: as
parlendas, que são textos da tradição oral que se organizam em versos rimados, ritmados e, por vezes,
repetitivos, nem sempre com significado lógico. Podem ter várias finalidades: ensinar (a contar, por
exemplo); arreliar o adversário; escolher participantes de jogos; adivinhar; ninar; brincar (pular corda, por
exemplo); finalizar ou começar histórias, dentre outras. Podem ser acompanhadas por movimentos
201
corporais. Nas atividades de estudo convém focalizar as características que forem importantes para a
compreensão do texto, articular essas características à finalidade do texto, prever um trabalho dialógico e
reflexivo, assim como a comparação entre textos por semelhanças e diferenças.
H17 - Esta habilidade articula a produção textual com o gênero em foco e três vetores do processo de
escrita (a situação comunicativa, o tema e a finalidade). Envolve ao menos duas operações distintas,
passíveis de abordagem separadamente: planejar e produzir, que significam organizar as ideias para depois
colocá-las no papel. Após a produção, deve-se proceder às estratégias de revisão e reelaboração da escrita,
estabelecendo objetivos e critérios adequados aos contextos de circulação previstos. Os gêneros a serem
trabalhados englobam aqueles relativos ao campo da vida cotidiana. Indicam-se situações de produção,
nos dois primeiros anos, tendo o professor como escriba; levando em conta a complexidade da tarefa,
propor habilidades que envolvam tanto produzir uma parte (inicial/final) de um texto conhecido quanto
um texto completo. Portanto, considerando o ano, a ajuda do professor poderá ocorrer como escriba do
texto ditado pela turma e/ou intervindo no processo de planejamento e produção, coletivamente e em
duplas.
H18 - O trabalho coletivo e em pequenos grupos modeliza procedimentos de escrita e propicia a circulação
de informações. No registro colaborativo de textos que se sabe de cor, é pertinente que o conteúdo focal
sejam as características do sistema de escrita (variedade de letras e palavras, relação do falado com o
escrito), uma vez que não há decisões a tomar sobre o que será escrito. Alguns aspectos textuais podem
ser tratados, como a organização em versos: escrita de cada um em uma linha, o que implica saber onde
começam e terminam. Já no registro coletivo de textos que não se sabe de cor (reescrita/ditado ao
professor), o foco pode estar nos aspectos textuais (sequência dos fatos, relação entre eles, articulação
dos trechos, realização de concordância nominal e verbal etc.), pois os estudantes, embora possam
conhecer o conteúdo, têm que elaborar um texto que não está previamente definido, situação que é
fundamental para o desenvolvimento como produtores de textos, mesmo antes de saber grafá-los.
Envolve ao menos duas operações distintas, passíveis de abordagem separadamente: planejar e produzir,
que significam organizar as ideias para depois colocá-las no papel. Após a produção, deve-se proceder às
estratégias de revisão e reelaboração da escrita, estabelecendo objetivos e critérios adequados aos
contextos de circulação previstos.
H19 - Os alunos poderão ler/recitar/declamar com maior fluência, entonação adequada e utilização de
recursos paratextuais. É possível articular a habilidade ao eixo de reflexão sobre o sistema de escrita,
prevendo que, antes de recitar, seja feita leitura, em colaboração com os colegas ou o professor,
garantindo que os estudantes acompanhem com os textos em mãos. Podem-se propor recitações
gravadas, analisando as diferentes performances, de modo a constituir um repertório de recursos e
condições que permitam um desempenho de melhor qualidade. Há a oportunidade de trabalho
interdisciplinar com a habilidade (MS.EF15AR17.s.17), da Arte, no que se refere a recitar textos ritmados
com a entonação adequada.
H20 - Podem-se propor aos estudantes: projetos de coletâneas de jogos e/ou brincadeiras (de roda, de
corda, de correr etc.) — com as respectivas instruções — impressos ou digitais, em vídeo ou áudio;
realização de registro de atividades por meio de desenhos e escrita tendo o professor como escriba;
confecção de jogos, pauta do dia, agendas, calendários; escrita de listas diversas, individual ou em grupo.
H21 - Envolve ao menos duas operações distintas, passíveis de abordagem separadamente: planejar e
produzir, que significam organizar as ideias para depois colocá-las no papel. Após a produção, deve-se
proceder às estratégias de revisão e reelaboração da escrita, estabelecendo objetivos e critérios
adequados aos contextos de circulação previstos. Como repertório temático, pode-se orientar e realizar
com as crianças a análise de leis, como o Estatuto da Criança e do Adolescente. É possível propor atividades
que prevejam: o planejamento coletivo da situação comunicativa e do texto; a análise da forma
composicional dos gêneros do campo da atuação cidadã e dos portadores que os integram, para identificar
suas características; o estudo dos elementos típicos de tais textos para decidir sobre a pertinência de sua
utilização, considerando as intenções de significação; a textualização e a revisão processual e final; a
202
elaboração de cartaz de regras e combinados da sala e/ou escola. Trabalho interdisciplinar com as
habilidades (MS.EF12EF04.s.07), da Educação Física, (MS.EF01HI04.s.04), da História, e
(MS.EF01GE04.s.04), da Geografia, associadas à identificação, discussão e produção de textos sobre regras
de convivência e sua importância.
H22 - A ajuda do professor refere-se à atuação como escriba do texto, podendo orientar o trabalho das
duplas. Podem-se propor atividades que: envolvam o uso de procedimentos de consulta a ambientes
digitais em colaboração; envolvam análise de textos dos gêneros em questão para extrair as suas
características; orientem a revisão coletiva durante a produção; desmembrem a habilidade, separando os
gêneros e especificando algumas de suas características. Pode-se, por exemplo, propor a produção de
conteúdo de diagramas estabelecidos previamente. No caso da entrevista, a aproximação ao gênero
poderá ser articulada, regionalmente, a estudos das culturas locais, por meio de entrevistas com parentes
e amigos mais velhos dos estudantes.
H23 - O foco desta habilidade é a produção de áudios ou vídeos de gêneros investigativos a serem
veiculados em mídias digitais, e envolve duas operações complexas sucessivas — planejar e produzir textos
desses gêneros — articuladas com três vetores da produção textual: a situação comunicativa; o tema ou
assunto; a finalidade da produção. Deve-se observar que o trabalho é em colaboração e com a ajuda do
professor, tanto para a pesquisa e estudos realizados quanto para a produção do texto oral. A habilidade
pode prever tanto a oralização de textos escritos produzidos quanto a produção diretamente oral, por
meio de gravações em áudio e/ou em vídeo dos textos previstos, utilizando esquemas de apoio escritos. É
possível desmembrá-la, prevendo: a pesquisa do conteúdo temático; o estudo das principais
características de textos orais no gênero selecionado para produção; o planejamento e a elaboração do
texto a ser produzido. A proposta de trabalho pode ser organizada a partir de sequências ou em projetos
didáticos com temática que envolva: entrevistar as famílias para resgate da história do local em que vivem;
participar em rádios comunitárias para divulgar campanhas realizadas pelos estudantes, dentre outras
possibilidades; desenvolver, de forma lúdica, telejornais.
H24 - A atividade de leitura colaborativa e a de revisão processual e final possibilitam estudar os recursos
e analisar a adequação dos textos produzidos. Projetos que prevejam a elaboração de blogs, vlogs, canais
digitais ou jornais — digitais ou impressos — nos quais sejam apresentadas entrevistas e/ou curiosidades,
viabilizam o trabalho, pois incluem a leitura de estudo e a produção dos textos.
H25- A recontagem de histórias prevê a elaboração de um texto conhecido pelo estudante; é importante
prever atividades que indiquem o planejamento da situação comunicativa e do texto parte a parte, tarefa
essa que poderá ser coletiva. O professor solicita que os estudantes recontem um texto já lido em sala.
Como escriba, o professor faz o registro na lousa e, posteriormente, a correção da estrutura do texto,
considerando: a capacidade de textualização, ou seja, de redigir o enunciado, dando importância a sua
organização interna: sequência temporal de ações, relações de causalidade estabelecidas entre os fatos,
emprego de articuladores adequados entre os trechos do enunciado, utilização do registro literário,
manutenção do tempo verbal, estabelecimento de coerência e coesão entre os trechos do texto, dentre
outros aspectos. Envolve ao menos duas operações distintas, passíveis de abordagem em separado:
planejar e produzir, que significam organizar as ideias para depois colocá-las no papel. Após a produção,
deve-se proceder às estratégias de revisão e reelaboração da escrita, estabelecendo objetivos e critérios
adequados aos contextos de circulação previstos.
H26 - Enquanto os estudantes ainda não compreendem a base alfabética do sistema de escrita, é
importante que haja a previsão de atividades de leitura colaborativa de estudo, capazes de propiciar a
análise dos recursos indicados, assim como a roda de leitura. O texto exposto para que os estudantes
possam ver onde o professor está lendo e acompanhar as suas indicações é recurso de grande relevância.
Destaca- se, aqui, a oportunidade para o trabalho interdisciplinar com as habilidades (MS.EF15AR18.s.18),
da Arte, e (MS.EF01HI06.s.06), da História, associadas à identificação de elementos narrativos em textos
lidos, escutados e, também, encenados.
203
ENSINO FUNDAMENTAL I
LÍNGUA PORTUGUESA
(MS.EF02LP09.s.09)
Pontuação Usar adequadamente ponto final, ponto de
interrogação e ponto de exclamação.
(MS.EF02LP10.s.10)
Sinonímia e Identificar sinônimos de palavras de texto lido,
antonímia/Morfologia/Pontuação determinando a diferença de sentido entre eles, e
formar antônimos de palavras encontradas em texto
lido pelo acréscimo do prefixo de negação in-/im-.
204
(Alfabetização)
linguística/
semiótica
Construção do sistema alfabético (MS.EF02LP11.s.11)
Análise
(MS.EF02LP15.s.15)
Produção de texto oral Cantar cantigas e canções, obedecendo ao ritmo e à
melodia.
(MS.EF02LP16.s.16)
Identificar e reproduzir, em bilhetes, recados, avisos,
Análise linguística/ semiótica
205
(MS.EF02LP19.s.19)
Planejar e produzir, em colaboração com os colegas e
com a ajuda do professor, notícias curtas para público
Oralidade Produção de texto oral infantil, para compor jornal falado que possa ser
repassado oralmente ou em meio digital, em áudio ou
vídeo, dentre outros gêneros do campo jornalístico,
considerando a situação comunicativa e o
tema/assunto do texto
CAMPO DAS PRÁTICAS DE ESTUDO E PESQUISA
(MS.EF02LP20.s.20)
Reconhecer a função de textos utilizados para
Imagens analíticas em textos apresentar informações coletadas em atividades de
(compartilhada e
Leitura/escuta
autônoma)
(MS.EF02LP25.s.25)
(Alfabetização)
CAMPO ARTÍSTICO-LITERÁRIO
Leitura/escuta
a e autônoma)
(compartilhad
(MS.EF02LP26.s.26)
Formação do leitor literário Ler e compreender, com certa autonomia, textos
literários, de gêneros variados, desenvolvendo o gosto
pela leitura.
206
(compartilhada
e autônoma)
Escrita autônoma e (MS.EF02LP27.s.27)
Escrita compartilhada Reescrever textos narrativos literários lidos pelo
professor.
(MS.EF02LP28.s.28)
Análise linguística/
Formas de composição de
(Alfabetização)
207
H5 - Esta habilidade remete ao trabalho com a ortografia, e pode indicar a realização do ditado diagnóstico,
seguido de levantamento das necessidades de aprendizagem, para a seleção de habilidades e trabalho
com os erros mais frequentes da turma. Pode-se trabalhar a escrita destacando os fonemas nasalizados
com o apoio de figuras, utilizando como recurso o dicionário infantil. Sugere-se a pesquisa de palavras
dentro do texto, lista de palavras, textos para localização de palavras determinadas pelo professor (til, som
nasal etc.), brincadeiras para percepção do som nasal marcado pelo (~).
H6 – O princípio acrofônico é um indicador de possibilidades de som da letra, não oferecendo referências
para todos os fonemas. Sugere-se contextualizar esta habilidade com a indicação de textos regionais da
tradição oral que, ao serem utilizados em atividades de leitura e escrita, contribuem para a compreensão
da relação existente entre fala e escrita. As atividades propostas podem sinalizar relações progressivas que
vão desde um registro gráfico não convencional (ainda que relacionado à fala) para uma representação
convencional que contemple a escrita de todos os fonemas. Podem-se propor aos estudantes atividades,
como localização das letras em textos, recortes, lista de palavras, leituras, dentre outras.
H7 - O uso da letra cursiva requer maior cuidado, pois implica emendar as letras, além de precisão no
movimento a ser feito. A progressão pode acontecer no 2º ano, visando, inicialmente, à agilidade no
registro e, depois, à precisão no desenho das letras. Sugerem-se jogos envolvendo alfabeto móvel, para
identificação das letras maiúsculas e minúsculas (palavras que iniciam com vogais/consoantes), dentre
outros, como suporte para as crianças escreverem palavras, frases e/ou textos.
H8 - O desenvolvimento desta habilidade de segmentar o texto em palavras acontece em situações de
prática de leitura e escrita. Podem-se propor atividades, como: - a leitura em voz alta para as crianças,
apontando cada palavra lida e os sinais de pontuação no final das frases; a chamada de atenção dos
estudantes para as marcas de segmentação da escrita, durante a leitura, solicitando que identifiquem os
diferentes marcadores de espaço (espaçamentos entre as palavras, pontuação, parágrafos). A exploração
desses marcadores no processo de leitura permite que os estudantes descubram diferenças entre a
segmentação da fala e a da escrita, o que lhes será útil para o domínio da ortografia, da pontuação e da
paragrafação, em momentos posteriores de seu aprendizado da escrita) e a leitura de textos fatiados e
lacunados. Sugerem-se atividades de comparar palavras quanto ao número de sílabas.
H9 - Esta habilidade inclui os seguintes aspectos: identificar os sinais gráficos que chamamos de sinais de
pontuação; reconhecer — na leitura — sua função; usar, na produção escrita, esses sinais, para garantir
legibilidade e provocar os efeitos de sentido desejados. O estudo da pontuação acontece de duas
maneiras: a) na leitura: analisar os efeitos de sentido produzidos pelo uso feito no texto; b) na escrita: de
modo epilinguístico, no uso da linguagem, podem-se discutir possibilidades de pontuar, analisar os efeitos
de sentido produzidos pelas diversas possibilidades que se colocam (ponto final, de interrogação, de
exclamação) e selecionar a mais adequada às intenções de significação.
H10 - No que se refere à progressão horizontal, pode-se pensar no estudo de diferentes prefixos possíveis
para se formar o antônimo. Sugerem-se atividades que orientem a continuidade da reflexão a partir de
inventários (nesse caso, um inventário de antônimos constituídos por prefixos variados - in, im, des, anti,
por exemplo - e também sem prefixação). Sugerem-se, também, atividades, como caça-palavras,
cruzadinha, nomeação de figuras, empregando antônimos e sinônimos.
H11 - Análise dos diminutivos e aumentativos nos textos, que podem acarretar sentidos depreciativos,
pejorativos e afetivos.
H12 - Na cantiga, a letra é escrita em versos e estrofes e sempre há rimas, o que nem sempre vale para as
canções. Há vários tipos de cantigas: de ninar, de roda, de natal, cada um correspondendo a finalidades
específicas. A estrutura rítmica das cantigas e canções permite que se estabeleçam relações entre o que
se canta e o que está escrito, o que cria condições para uma leitura de ajuste, possibilitando a reflexão
sobre o sistema de escrita. As características que forem importantes para a compreensão do texto podem
ser articuladas à finalidade desse texto, prevendo um trabalho dialógico e reflexivo, assim como a
comparação entre textos por semelhanças e diferenças. Podem ser indicadas atividades que envolvam a
208
leitura em colaboração e autônoma. Também, a apresentação de canções e cantigas de fácil compreensão
que possa memorizar e facilitar à escrita e o entendimento do estudante dentro do contexto.
H13 - Envolve ao menos duas operações distintas, passíveis de abordagem separadamente: planejar e
produzir, que significam organizar as ideias para depois colocá-las no papel. Após a produção, deve-se
proceder às estratégias de revisão e reelaboração da escrita, estabelecendo objetivos e critérios
adequados aos contextos de circulação previstos. Podem-se propor atividades que: envolvam análise de
textos dos gêneros do campo da vida cotidiana, extraindo as suas características e construindo registros
que possam repertoriar a produção; orientem o uso de procedimentos escritores, como reler o que está
escrito para continuar escrevendo, consultar o planejamento para tomar decisões e revisar no processo e
ao final. Pode-se, também, escrever bilhetes e cartas coletivamente, organizando as ideias apresentadas,
com revisão e reelaboração da escrita
H14- Sugere-se a produção textual de: projetos de elaboração de livros contendo diferentes relatos
pessoais temáticos; diários das atividades desenvolvidas na classe; relatos de passeios realizados pela
escola, dentre outras possibilidades, além de estratégias de revisão e reelaboração da escrita. É possível
propor atividades que: envolvam análise de textos dos gêneros de relato, explicitando as suas
características e construindo registros que possam repertoriar a produção; orientem o uso de
procedimentos escritores, como: reler o que está escrito para continuar, consultar o planejamento para
tomar decisões no momento da escrita e revisar no processo e ao final.
H15 - Esta habilidade envolve a oralização de textos. Deve ser antecedida pela leitura compreensiva, de
modo que, tendo entendido o texto, o estudante possa cantar obedecendo ao ritmo e à melodia. Sugerem-
se atividades que evidenciem: a cantoria acompanhando a letra da canção; a articulação da habilidade ao
eixo de reflexão sobre o sistema de escrita. Para tanto, pode-se prever que, antes de cantar, seja feita
leitura das letras das canções, em colaboração com os colegas ou o professor, garantindo que os
estudantes acompanhem com os textos em mãos. Destaca-se, aqui, a oportunidade de trabalho
interdisciplinar com a habilidade (MS.EF15AR14.s.14), da Arte, no que se refere à identificação e
exploração de elementos constitutivos da música (ritmo e melodia), por meio de cantigas e canções;
autores e folcloristas regionais; brincadeiras de rodas, ouvindo e privilegiando a cultura sul-mato-
grossense.
H16 - Esta habilidade refere-se a reconhecer, na leitura, recursos linguísticos e discursivos que constituem
os gêneros previstos, de modo que seja possível empregá-los adequadamente nos textos a serem
produzidos. Pode ser desenvolvida por meio da intensa frequentação dos estudantes a textos organizados
nos gêneros previstos. Sugere-se projetos de troca de cartas em classes de escolas diferentes, de sessões
de degustação de pratos da região, acompanhados de um livro de receitas ou de um vlog que as apresente
podem ser boas propostas para viabilizar esse trabalho.
H17- Sugere-se o trabalho com projetos para elaborar as memórias do grupo e a produção desses textos,
com revisão coletiva e a adequação das marcas temporais. Sites, como o do Museu da Pessoa, oferecem
boas referências. É possível propor atividades que envolvam o trabalho com a leitura colaborativa em um
bimestre, progredindo para leitura mais autônoma em outro, observando as marcas temporais do texto.
Ainda, atividades por meio de imagens sequenciadas, calendário, histórias lidas e relatos das crianças, roda
de conversa para relatos de fatos e acontecimentos cotidianos e, com a intervenção do professor,
relacioná-los a sequência lógica e temporal dos fatos.
H18 - Sugere-se priorizar eventos locais, considerando: o uso de procedimentos escritores, como reler o
que está escrito para continuar, consultar o planejamento para tomar decisões no momento da escrita,
revisar no processo e ao final; a pesquisa dos temas que sejam relevantes para a região e permitam o uso
da linguagem persuasiva. É possível, ainda, propor atividades que: prevejam o planejamento coletivo da
situação comunicativa e do texto; envolvam análise dos portadores e gêneros que os integram para
explicitar suas características e elaborar registros; analisem os elementos presentes nos textos (imagens,
textos, tipo de letra, tamanho, cor etc.).
209
H19 - Sugerem-se, quando possível, a previsão do acesso e a utilização de ferramentas digitais que
viabilizem a produção dos textos em áudio ou vídeo. Podem-se propor: a análise da situação comunicativa
e dos gêneros indicados, na modalidade oral, com a finalidade de compreender suas características, para
repertoriar a produção; o planejamento, produção e revisão dos textos, com apoio do registro escrito; a
previsão da oralização do texto produzido. Como se trata de oralização de textos escritos, sugerem-se
realizar adaptações para compor um jornal falado, como: prever uma abertura que contenha uma
saudação ao público e contextualize o assunto; anunciar a atividade seguinte; dentre outras
especificidades da situação.
H20 - Sugestões: caracterizar o campo de atuação dos textos referidos e sua respectiva função; analisar o
tipo de informações que os textos apresentam e identificar a função específica de cada gênero. No
decorrer dos trabalhos de pesquisas, espera-se que os estudantes deduzam, sabendo qual é a função desse
campo de atuação, por meio da análise das características dos textos indicados, e que papel esses gêneros
possuem no estudo e desenvolvimento da pesquisa. As questões a serem respondidas pelos estudantes,
então, são: qual a contribuição que uma enquete/entrevista/relato de pesquisa pode oferecer à pesquisa?
Qual a sua função?
H21 - Esta habilidade consiste em estudar textos informativos de ambientes digitais, como revistas, jornais,
sites especializados e orientados para crianças e blogs confiáveis. O objetivo é a exploração de recursos,
como hiperlinks para outros textos e para vídeos, o modo de organização das informações e as
possibilidades e limites dos recursos próprios da ferramenta e do site específico. Sugestão: inicia-se o
trabalho com o manuseio da ferramenta com o texto já aberto em trabalho colaborativo, no coletivo. Aos
poucos, passa-se do coletivo para duplas e para o trabalho autônomo. Depois, pode-se iniciar o trabalho a
partir do acesso ao ambiente e, no final, considerar textos e ambientes mais complexos.
H22 - Envolve ao menos duas operações distintas, passíveis de abordagem separadamente: planejar e
produzir, que significam organizar as ideias para depois colocá-las no papel, além de reler o que está escrito
para continuar, consultar o planejamento para tomar decisões e revisar no processo e ao final. Sugere-se
desmembrar a habilidade, propondo atividades que indiquem a ação de planejar de modo coletivo à
textualização em colaboração com os colegas. Podem ser propostas, ainda, habilidades que orientem
procedimentos de consulta a ambientes digitais em colaboração.
H23 - Após a produção, proceder às estratégias de revisão e reelaboração da escrita, estabelecendo
objetivos e critérios adequados aos contextos de circulação previstos. É possível propor atividades que:
indiquem situações de pesquisa e tomada de notas coletivas antes da produção de registros autônomos;
orientem o uso de procedimentos escritores, como reler o que está escrito para continuar, consultar o
planejamento para tomar decisões no momento da escrita e revisar no processo e ao final.
H24 - Sugere-se a proposição de procedimentos de estudo e pesquisa sobre temas relacionados aos
gêneros do campo investigativo a serem tratados de modo interdisciplinar, como destacar informações
relevantes; realizar leitura inspecional na busca de materiais etc. As atividades podem: envolver a análise
de textos, no gênero determinado, para extrair suas características, de acordo com a situação
comunicativa; prever o planejamento do texto a ser produzido, oralmente, considerando a situação em
que irá circular (tipo de mídia); orientar a produção/textualização. É preciso considerar que a habilidade
inclui tanto elaborar textos orais quanto oralizar textos escritos. É possível, por exemplo, preparar um
relato oral de uma viagem, organizando previamente um esquema orientador e selecionando recursos a
serem empregados na apresentação (esquemas, imagens, gráficos). Da mesma forma, é possível escrever
um relato e lê-lo em voz alta na gravação de um vídeo, selecionando recursos da mídia utilizada (som,
imagem, movimento etc.). O professor poderá proporcionar vídeos com temas dos gêneros investigativos,
com a exploração da diversidade dentro do meio virtual e incentivo à pesquisa de outros temas, podendo
servir de modelo para a produção dos estudantes.
H25 - A atividade de leitura colaborativa e a de revisão processual e final possibilitam estudar os recursos
e analisar a adequação dos textos produzidos. Projetos que prevejam a elaboração de dossiês dos
210
experimentos realizados em determinado componente curricular viabilizam o trabalho, pois incluem a
leitura de estudo e a produção dos textos.
H26 - O trabalho com esta habilidade supõe a constituição de critérios de apreciação estética e afetiva de
materiais de leitura no caráter não utilitário (lúdico/estético) dos textos literários, características de
gêneros literários diversos, inclusive dramáticos e poéticos. Para tanto, é preciso garantir: a oferta de
material de leitura de qualidade estética, ética, temática e linguística; espaços nos quais diferentes leitores
possam trocar informações sobre materiais lidos (físicos ou digitais).
H27 - Deve-se ter atenção a alguns aspectos: a atividade de recontagem de histórias prevê a elaboração
de um texto cujo conteúdo já é conhecido pelo estudante, sendo, mesmo assim, importante prever
habilidades que indiquem o planejamento da situação comunicativa e do texto parte a parte, tarefa que
poderá ser coletiva; a capacidade de textualização, ou seja, de redigir o enunciado, considerando a sua
organização interna: sequência temporal de ações, relações de causalidade estabelecidas entre os fatos,
emprego de articuladores adequados entre os trechos do enunciado, utilização do registro literário,
manutenção do tempo verbal, estabelecimento de coerência e coesão entre os trechos do texto, dentre
outros aspectos. Envolve ao menos duas operações distintas, passíveis de abordagem separadamente:
planejar e produzir, que significam organizar as ideias para depois colocá-las no papel. Após a produção,
deve-se proceder às estratégias de revisão e reelaboração da escrita, estabelecendo objetivos e critérios
adequados aos contextos de circulação previstos.
H28 - Leitura dos textos junto com o professor, no momento do estudo, utilizando recursos de ressaltar
trechos relevantes. Sugere-se realizar leitura com os estudantes e dramatizar a narrativa, para que haja
compreensão e percepção do conflito da história.
H29 - O desenvolvimento desta habilidade demanda a previsão de práticas de leitura e de estudo de
poemas visuais, para que as suas características fundamentais sejam identificadas: a presença de ilustração
realizada por meio das letras e palavras; a criação de efeitos visuais incomuns (direção de escrita;
linearização original; efeitos rotativos, inversões, por exemplo); a ocupação figurativa do espaço
disponível. As atividades colaborativas são mais adequadas para o desenvolvimento desta habilidade, em
especial as coletivas, com mediação do professor. Sugere-se a exposição do texto aos estudantes, com
indicações explícitas da leitura que está sendo feita.
211
ENSINO FUNDAMENTAL I
LÍNGUA PORTUGUESA
autônoma)
212
(MS.EF35LP08.s.08)
(MS.EF35LP09.s.09)
Planejamento de texto/Progressão Organizar o texto em unidades de sentido,
dividindo-o em parágrafos segundo as normas
temática e paragrafação
gráficas e de acordo com as características do
gênero textual.
(MS.EF35LP10.s.10)
Identificar gêneros do discurso oral, utilizados em
diferentes situações e contextos comunicativos, e
Forma de composição de gêneros suas características linguístico-expressivas e
composicionais (conversação espontânea,
orais
conversação telefônica, entrevistas pessoais,
entrevistas no rádio ou na TV, debate, noticiário de
rádio e TV, narração de jogos esportivos no rádio e
Oralidade
da ortografia (MS.EF35LP13.s.13)
Memorizar a grafia de palavras de uso frequente
nas quais as relações fonemagrafema são
irregulares e com h inicial que não representa
fonema.
(MS.EF35LP14.s.14)
Identificar em textos e usar na produção textual
Morfologia
pronomes pessoais, possessivos e demonstrativos,
como recurso coesivo anafórico.
213
CAMPO DA VIDA PÚBLICA
(MS.EF35LP15.s.15)
compartilhada e
textos (escrita Opinar e defender ponto de vista sobre tema
Produção de
autônoma)
polêmico relacionado a situações vivenciadas na
Escrita colaborativa escola e/ou na comunidade, utilizando registro
formal e estrutura adequada à argumentação,
considerando a situação comunicativa e o
tema/assunto do texto.
(MS.EF35LP16.s.16)
(Ortografização)
(MS.EF35LP17.s.17)
(compartilhada
Leitura/escuta
e autônoma)
(MS.EF35LP18.s.18)
Escutar, com atenção, apresentações de trabalhos
Escuta de textos orais realizadas por colegas, formulando perguntas
pertinentes ao tema e solicitando esclarecimentos
sempre que necessário.
(MS.EF35LP19.s.19)
Oralidade
214
CAMPO ARTÍSTICO-LITERÁRIO
(MS.EF35LP21.s.21)
Formação do leitor literário Ler e compreender, de forma autônoma, textos
literários de diferentes gêneros e extensões,
inclusive aqueles sem ilu4strações, estabelecendo
Leitura/escuta (compartilhada e autônoma)
215
Oralidade
(MS.EF35LP28.s.29)
Declamação Declamar poemas, com entonação, postura e
interpretação adequadas.
(MS.EF35LP29.s.30)
Análise linguística/ semiótica (Ortografização)
(MS.EF35LP31.s.32)
Forma de composição de textos Identificar, em textos versificados, efeitos de sentido
poéticos decorrentes do uso de recursos rítmicos e sonoros e
de metáforas.
METODOLOGIAS PARA A APRENDIZAGEM DO ESTUDANTE - 3º ao 5º Ano
H1 - Ler em voz alta, sem embaraço e com compreensão. A leitura se dá na relação entre texto e leitor;
assim, o texto precisa ser adequado às possibilidades e interesses do leitor. As atividades que mais
potencializam o desenvolvimento da fluência leitora são aquelas em que o leitor estuda textos que lerá
em voz alta, em colaboração com outro leitor mais proficiente, contextualizado em uma situação
comunicativa genuína, como uma leitura dramática de um texto teatral, interpretando os personagens,
com atividades em que os estudantes estudam o texto no coletivo, com mediação do professor, fazem um
ensaio da apresentação, avaliam as performances para novos ajustes.
H2 - Frequentação de espaços destinados à leitura e a participação em atividades que promovam o diálogo
entre diferentes leitores, como rodas de leitura e debates.
H3 - Trata-se de uma habilidade complexa, de redução do conteúdo do texto, em que o estudante articula
as informações dos diferentes trechos, identifica as partes mais relevantes com base em pistas fornecidas
pelo próprio texto e, por meio desse processo de sumarização, identifica a ideia central. Sugere-se o
desenvolvimento de atividades que envolvam diferentes gêneros textuais que circulam no cotidiano do
estudante, e que possibilitem o diálogo sobre o texto lido.
H4 - As informações implícitas constituem o sentido de um texto. Para desenvolver esta habilidade é
preciso explicitar as pistas textuais e/ou as informações prévias, articulando-as entre si. Podem-se utilizar
atividades, como debate literário, palavras pouco usadas e a leitura colaborativa, que podem potencializar
o trabalho com as estratégias de leitura (antecipação, inferenciação, verificação, localização, construção
de informações pela articulação de trechos dos textos, generalização).
H5 - Esta habilidade é fundamental tanto para a oralidade quanto para a escrita. Quanto à progressão,
deve-se considerar: a complexidade dos textos (inclusive em termos de gênero e tipo de texto); leitura
individual ou coletiva, entre pares ou com a mediação do professor; o recurso sistemático ou eventual de
dicionários na verificação de hipóteses.
H6 - Trata-se das atividades epilinguísticas, ou seja, situações de uso e, por isso, sugere-se o
desenvolvimento de atividades diversas nas quais se analisa o uso dos recursos textuais, e não a sua
sistematização em categorias. O foco do trabalho são as substituições lexicais ou pronominais; os
216
diferentes tipos de substituição em cada um dos casos, os procedimentos didáticos programados e o grau
de autonomia do estudante.
H7 - Poderá ser antecedida por outras, que envolvam a análise dos recursos citados em textos lidos de
modo independente (por exemplo, ao analisar a presença de pontuação e os efeitos de sentido
decorrentes do seu uso). Ressalta-se que a expectativa é de que as ações sejam realizadas a partir dos
diferentes gêneros textuais e não como meros pretextos. Sugere-se o desenvolvimento de: produções
textuais com reescrita coletiva, estabelecendo combinados para colaboração e respeito aos
posicionamentos divergentes; atividades diversas, com apoio de jogos e mídias digitais com ênfase em
concordância nominal (artigo e substantivo, substantivo e adjetivo), flexão de gênero (masculino e
feminino) e número (singular e plural) e o uso da pontuação.
H8 - A referenciação faz parte do processo de organização global de um texto. Assim, é possível propor
atividades prévias que envolvam, por exemplo, analisar a presença de referenciação em textos lidos,
observando os efeitos de sentido produzidos. Sugere-se promover a leitura de diferentes gêneros textuais,
como história em quadrinhos, tirinhas, carta ao leitor, dentre outros que contribuam para o
desenvolvimento desta habilidade.
H9 - Esta é uma habilidade fundamental para a construção do texto, especialmente no que diz respeito à
articulação entre suas partes. Envolve conhecer as características do gênero para organizar o texto em
unidades de sentido de modo coeso e coerente, ou seja, dividir o texto em parágrafos, respeitando as
normas da pontuação, o encadeamento das ideias e a hierarquia das informações presentes, de acordo
com as características do gênero e a finalidade comunicativa. Sugere-se nesta habilidade o
desenvolvimento de sequências didáticas, com atividades diferenciadas, de maneira que mobilize a ação
de organizar os textos em unidades de sentido de modo coletivo. Isso pode ser feito inicialmente com a
ajuda do professor e em grupos, até chegar ao trabalho autônomo.
H10 - Para o desenvolvimento desta habilidade devem-se resgatar e/ou articular as atividades propostas
com as habilidades orais desenvolvidas nos 1º e no 2º ano, principalmente as que se estendem por todos
os anos iniciais. Recomenda-se o trabalho em colaboração, realizado coletivamente, progredindo para
situações em que a autonomia é cada vez mais requerida. Devem-se propor atividades, como seminários,
mesas-redondas, rodas de conversa, simulação de programas de TV etc., que envolvam gêneros, como
exposição oral, discussão argumentativa e/ou debate, entrevista oral etc.
H11 - Nesta habilidade podem-se resgatar práticas de letramento/produtos culturais locais para legitimá-
los, e explorar a gramática das variedades linguísticas usadas em comparação (e não oposição) com outros
produtos culturais não locais, para que os estudantes possam compreender as diferenças e as
similaridades como constitutivas das identidades de seus falantes. Sugerem-se atividades, como: projeção
de vídeos que evidenciem as variações da língua, propiciando momentos para discussão e reflexão, em
que o estudante considere, respeite e valorize as diferenças; realização de peças teatrais, saraus, vídeos,
músicas, dentre outros. Ressalta-se que esta habilidade também é uma oportunidade para um trabalho
que privilegie as características regionais de Mato Grosso do Sul, de forma interdisciplinar com as
habilidades (MS.EF03GE01.s.01), da Geografia; (MS.EF03HI07.s.07) e (MS.EF03HI08.s.08) da História, no
que se refere à identificação de características regionais, urbanas e rurais da fala, respeitando as diversas
variedades linguísticas.
H12 - Esta habilidade implica no uso do dicionário para resolver problemas de ortografia, o que pode ou
não envolver a identificação da acepção correspondente ao uso que gerou a busca. A habilidade pode
prever procedimentos, como: recorrer à ordem alfabética, reiteradamente, para ajustar o caminho de
busca da palavra almejada; levantar hipóteses sobre a grafia da palavra antes da busca pela grafia correta.
Nesta habilidade sugerem-se, também, as orientações previstas para a habilidade (MS.EF04LP03.s.03).
H13 - Nesse sentido, sugere-se a realização de ditado inicial para verificar e organizar as intervenções com
os diferentes tipos de ocorrências irregulares que se fizerem necessários, podendo ampliar a habilidade
para enfocar: som do S (auxílio, cidade); do Z; do L e H (família, toalha etc.). É possível propor as ações
217
necessárias à memorização, como participar de atividade de leitura de listas de palavras para destacar o H
inicial, ter uma frequência de leitura articulada à tarefa de destacar/buscar palavras com determinada
letra; fazer exercícios de pesquisa e registro para consulta posterior até chegar à memorização; participar
de jogos que favoreçam a memorização etc. Deve-se observar que a construção da ortografia inicia-se após
a aquisição da base alfabética.
H14 - É essencial prever um trabalho reflexivo de observação, análise, comparação e derivação de
regularidades no trabalho com as classes de palavras, e usar os saberes gramaticais como ferramentas de
constituição da legibilidade. Portanto, o trabalho com esta habilidade deve extrapolar o ensino da
gramática pela gramática e ser desenvolvido a partir de situações que considerem a diversidade de gêneros
textuais presentes no cotidiano do estudante; produção e reescrita colaborativa. Garantir sempre o
trabalho em colaboração (coletivo e em duplas) em situações de leitura (identificação), produção e revisão
de texto.
H15 - Esta habilidade consiste em expressar pontos de vista sobre temas controversos da vivência do
estudante, como o bullying, o uso da tecnologia na sala de aula, meio ambiente, trânsito, dentre outros, e
argumentar para legitimar essas opiniões. Portanto, para o desenvolvimento desta habilidade sugere-se a
participação dos estudantes em situações que requeiram a argumentação, como: debates, seminários,
mesas-redondas, assembleias, dentre outras. Por isso, é necessário: ter clareza quanto às temáticas em
foco, estudando-as e identificando posições apresentadas a respeito delas; discutir essas posições em
rodas de conversa, de modo a constituir sua posição pessoal a respeito; conhecer as situações
comunicativas e gêneros envolvidos para sua participação; identificar procedimentos que precisam ser
adotados para uma participação mais efetiva na discussão.
H16 - Nesta habilidade espera-se que o estudante reconheça, no processo de leitura, recursos linguísticos
e discursivos que constituem alguns gêneros jornalísticos, de modo que seja possível empregá-los
adequadamente nos textos a serem produzidos. A atividade de leitura colaborativa de estudo e a de
revisão processual e final da escrita possibilitam estudar os recursos e analisar a adequação dos textos
produzidos. Sugere-se o desenvolvimento de projetos e sequência didática, em que ocorra a leitura, a
produção e a reescrita dos gêneros textuais previstos, como: elaboração de cartas de reclamação (de
serviços, de produtos etc.) para serem publicadas em revistas e jornais impressos ou em sites específicos.
H17 - É necessária a discussão de procedimentos e de critérios de seleção dos textos nos diferentes
ambientes, com o auxílio do professor, considerando tanto a especificidade de salas de leitura, bibliotecas
escolares, públicas e pessoais, quanto ambientes digitais. Sugere-se o desenvolvimento de situações
práticas, com a indicação do assunto, foco e autores e material de leitura possível, para que o estudante
mobilize-se, nos ambientes físicos, a fim de procurar e selecionar livros diretamente nas prateleiras ou,
quando necessário, recorrendo ao encarregado, bibliotecário ou computador. Nos ambientes digitais,
convém não só considerar as características do ambiente e da ferramenta de busca para definir
procedimentos, como também estabelecer critérios de confiabilidade dos sites. Destaca-se que nesta
habilidade o professor pode abordar temáticas do cotidiano do estudante, assim como há oportunidade
de trabalho interdisciplinar com as habilidades (MS.EF03MA18.s.18), da Matemática; (MS.EF03HI02.s.02)
e (MS.EF03HI03.s.03), da História, associadas à realização de pesquisas.
H18 - Esta habilidade tem como foco que o estudante desenvolva a escuta atenta e responsiva de
apresentações orais em contexto escolar. Assim, a escuta possibilita a compreensão do texto oral e oferece
suporte para a formulação de perguntas e para esclarecimentos. Portanto, a habilidade de escuta de textos
orais é fundamental para a formação do estudante. Desse modo, para desenvolvê-la sugere-se a realização
de sequência didática que envolva discussão de temas/problemáticas sociais relevantes para a
comunidade local e que o estudante ouça e considere as opiniões divergentes das suas, e que proponha
soluções para as problemáticas discutidas.
218
H19 - Esta habilidade pode ser desenvolvida a partir das orientações sugeridas na habilidade
(MS.EF35LP18.s.18). Para que o estudante faça a recuperação do conteúdo ouvido, sugere-se o trabalho
por meio de esquemas, bloco de notas, tabelas etc.
H20 - Esta habilidade pode ser desenvolvida no interior de projetos e/ou sequências que articulem a
especificidade dos textos no gênero exposição oral ao trabalho interdisciplinar, prevendo, por exemplo,
temas, como alimentação saudável; brinquedos/brincadeiras de ontem e de hoje; povos do Brasil, dentre
outros. Pode-se realizar, também, atividades que envolvam o acesso aos recursos multissemióticos
presentes nos textos e a pesquisa de conteúdo temático. Ressalta-se a possibilidade de trabalho
interdisciplinar com as habilidades (MS.EF03MA26.s.26), (MS.EF03MA27.s.27), (MS.EF03MA28.s.28), da
Matemática; (MS.EF03CI06.s.06), (MS.EF03CI09.s.09), da Ciências; (MS.EF03HI03.s.03), da História, e
(EF03GE01), da Geografia, associadas à coleta, leitura, comparação e interpretação de dados, com apoio
de recursos multissemióticos (listas, tabelas, ilustrações, gráficos).
H21 - Trata-se de uma habilidade complexa. Para o seu desenvolvimento, é importante considerar: as
atividades de leitura em todos os aspectos; o caráter não utilitário (lúdico/estético) dos textos literários;
as características de gêneros literários diversos, inclusive dramáticos e poéticos, privilegiando também
autores regionais. Portanto, os diálogos precisam ser reconhecidos não apenas pelas marcas gráficas que
os apresentam (dois pontos-travessão; dois pontos-aspas, por exemplo), ou pela presença dos verbos
dicendi (introdutórios das falas de terceiros), mas também e, sobretudo, a partir da significação do texto.
‘Dessa forma, podem-se propor projetos que organizem uma exposição de diálogos famosos (de
personagens de livros lidos); ou a produção de vídeos, em duplas, contendo um diálogo selecionado pelos
estudantes.
H22 - O foco desta habilidade é a apreensão, pelo estudante leitor, dos efeitos de sentido produzidos em
textos narrativos por: verbos introdutórios da fala de terceiros (verbos de enunciação ou dicendi) em casos
de discurso citado (discurso direto; indireto; indireto livre); uso de variedades linguísticas na representação
dessas falas no discurso direto.
H23 - É necessário que se propiciem, nos diferentes espaços, momentos em que os estudantes estejam
em contato com esses gêneros textuais, privilegiando, também, a literatura sul-mato-grossense.
H24 - Para o desenvolvimento desta habilidade sugerem-se atividades, como: a leitura colaborativa, para
estudo dos textos e modelização de procedimentos e comportamentos leitores, e a roda de leitores, como
na habilidade (MS.EF35LP21.s.21); organização de leituras dramáticas de textos teatrais (leituras feitas por
um grupo que assume os diferentes papéis da peça teatral, representando-os), a qual cria um espaço de
socialização dos textos, além de possibilitar o desenvolvimento da fluência leitora, como na habilidade
(MS.EF35LP01.s.01).
H25 - Para o desenvolvimento desta habilidade, sugerem-se, como possibilidades, as mesmas orientações
da habilidade (MS.EF35LP21.s.21).
H26 - Para o desenvolvimento desta habilidade, podem-se propor atividades que: envolvam o estudo de
narrativas representativas da cultura local, nacional e universal (culturas africana e latino-americana, por
exemplo), em que o estudante compreenda as características que compõem esses gêneros e possibilitem
a discussão sobre diferentes culturas; possibilitem a produção de parte desconhecida de um conto lido
e/ou a colaboração no planejamento, como forma de extrapolar o prescrito na habilidade; possibilitem a
análise das características dos gêneros, a partir do estudo dos recursos presentes nos textos. Após a
produção, deve-se proceder às estratégias de revisão e reelaboração da escrita, estabelecendo objetivos
e critérios adequados aos contextos de circulação previstos.
H27 - Para o desenvolvimento desta habilidade devem-se promover práticas articuladas e sequenciadas
de leitura/análise e produção de gêneros poéticos, com ênfase sobre seus recursos expressivos, utilizando
diferentes textos desses gêneros, jogos, mídias digitais, dentre outros.
219
H28 - Nesta habilidade aplicam-se as mesmas orientações, como possibilidades, da habilidade
(MS.EF35LP27.s.27), mas com enfoque na produção textual, em pares, pequenos grupos, coletiva com
apoio do professor e individual. Após a produção, deve-se proceder às estratégias de revisão e
reelaboração da escrita, estabelecendo objetivos e critérios adequados aos contextos de circulação
previstos.
H29 - Sugere-se o desenvolvimento de atividades que estejam inseridas em projetos ou sequências
didáticas que envolvam o estudo de poemas da cultura local, nacional, tradicionais e aqueles referentes às
culturas periféricas, especialmente os mais representativos e vivos nas culturas locais, para apresentação
em sarau, jograis, slam, dentre outros.
H30 - Para o desenvolvimento desta habilidade é necessário possibilitar a frequentação dos estudantes a
textos organizados nos gêneros previstos. Para a identificação de pontos de vista, sugerem-se leituras de
obras que apresentam textos clássicos narrados na perspectiva de outro personagem da história base. A
progressão da aprendizagem desta habilidade dar-se-á mediante a complexidade dos textos e pelo nível
de autonomia a ser conquistado pelo estudante a cada etapa (em colaboração: coletiva e em duplas, até
o trabalho autônomo).
H31 - Nesta habilidade espera-se que o estudante reconheça as diferenças e semelhanças entre discurso
direto e indireto, focalizando não apenas a pontuação, mas o uso dos verbos dicendi em cada caso; implica
compreender que a presença, na fala de personagens, de variedades linguísticas diferentes daquela em
que o texto é narrado, produz efeitos de sentido relevantes.
Para o desenvolvimento desta habilidade sugere-se a proposição de atividades diversas que envolvam
práticas de leitura e escrita de textos em que o discurso citado tenha um papel relevante, como utilização
de jogos, produção coletiva e individual, tendo o professor como mediador e par mais experiente, dentre
outras.
H32 - Esta habilidade consiste em reconhecer recursos linguísticos e discursivos que constituem os textos
versificados.
Para seu desenvolvimento, é necessária a utilização de práticas de oralização dos textos mencionados,
utilizando diferentes estratégias / atividades colaborativas de leitura, oralização e análise, jogos,
brincadeiras, dentre outros, para que os aspectos relacionados à sonoridade e ao ritmo possam ser
observados.
220
ENSINO FUNDAMENTAL I
LÍNGUA PORTUGUESA
Segmentação de (MS.EF03LP05.s.05)
Identificar o número de sílabas de palavras,
palavras/Classificação de palavras
classificando-as em monossílabas, dissílabas,
por número de sílabas
trissílabas e polissílabas.
(MS.EF03LP06.s.06)
Construção do sistema alfabético Identificar a sílaba tônica em palavras, classificando-
as em oxítonas, paroxítonas e proparoxítonas.
(MS.EF03LP07.s.07)
Identificar a função na leitura e usar na escrita
Pontuação ponto final, ponto de interrogação, ponto de
exclamação e, em diálogos (discurso direto), dois-
pontos e travessão.
(MS.EF03LP08.s.08)
Identificar e diferenciar, em textos, substantivos e
Morfologia
verbos e suas funções na oração: agente, ação,
objeto da ação.
221
(MS.EF03LP09.s.09)
Análise linguística/ Morfossintaxe Identificar, em textos, adjetivos e sua função de
(Ortografização)
semiótica atribuição de propriedades aos substantivos.
(MS.EF03LP10.s.10)
Reconhecer prefixos e sufixos produtivos na
formação de palavras derivadas de substantivos, de
Morfologia
adjetivos e de verbos, utilizando-os para
compreender palavras e para formar novas
palavras.
(MS.EF03LP11.s.11)
Leitura/escuta (compartilhada e autônoma)
autônoma)
(MS.EF03LP15.s.15)
Oralidade
222
(MS.EF03LP16.s.16)
Identificar e reproduzir, em textos injuntivos
instrucionais (receitas, instruções de montagem,
Análise linguística/ semiótica
digitais ou impressos), a formatação própria desses
textos (verbos imperativos, indicação de passos a ser
(Ortografização)
223
(MS.EF03LP22.s.22)
Planejar e produzir, em colaboração com os colegas,
Oralidade telejornal para público infantil com algumas notícias
e textos de campanhas que possam ser repassados
Planejamento e produção de texto
oralmente ou em meio digital, em áudio ou vídeo,
considerando a situação comunicativa, a
organização específica da fala nesses gêneros e o
tema/assunto/ finalidade dos textos.
(Ortografização)
(MS.EF03LP23.s.23)
linguística/
semiótica
Forma de composição dos textos veículos da mídia impressa ou digital (cartas do leitor
ou de reclamação a jornais ou revistas), digitais ou
impressas.
a e autônoma)
(MS.EF03LP24.s.24)
(compartilhad
(MS.EF03LP25.s.25)
compartilhada e
textos (escrita
autônoma)
(MS.EF03LP26.26)
(Ortografização)
CAMPO ARTÍSTICO-LITERÁRIO
(MS.EF03LP27.s.27)
Oralidade
224
para ocorrências irregulares: som do S (auxílio, cidade); do Z; do LH (família e toalha etc.). Podem-se
realizar atividades de análise de grupos de palavras previstos na habilidade, para o levantamento de
semelhanças e diferenças, seguido do registro das conclusões. Ainda que não se formalizem as regras,
esses registros poderão ser consultados até que a grafia correta esteja automatizada. Deve-se observar
que a construção da ortografia só se inicia após a aquisição da base alfabética.
H2 - Para desenvolvê-la, é indicado que não haja controle das escritas espontâneas dos estudantes desde
o 1º ano. Durante o processo de produção, escrevendo o que desejam, os estudantes entram em contato
com dúvidas ortográficas, o que é positivo para a aprendizagem. Esta habilidade pode ser articulada às
demais que tratam da ortografia, respeitando a orientação de realizar ditado inicial para verificar e
organizar as intervenções que se fizerem necessárias.
H3 - Esta habilidade consiste em compreender e registrar a grafia de diferentes palavras. Para o seu
desenvolvimento, sugerem-se atividades diversas, como: analisar listas de palavras com ocorrências que
possam gerar dúvidas, seja por grafia semelhante (nh/lh), ou por sons semelhantes (ch/x), atividades com
apoio de diferentes gêneros textuais presentes no cotidiano do estudante, utilização de jogos, recursos
digitais, músicas, poemas, dentre outras.
H4 - Esta habilidade requer do estudante: identificar as sílabas das palavras; reconhecer qual sílaba é a
tônica; identificar quais sílabas têm vogais abertas e quais têm vogais fechadas; reconhecer sinais gráficos,
como o acento agudo e o circunflexo; relacionar o acento agudo com vogais abertas e o circunflexo com
as fechadas. Requer, também, que os estudantes identifiquem as regularidades da acentuação apontadas
na habilidade. Para o desenvolvimento desta habilidade, sugere-se a realização de diferentes atividades
que envolvam memorização, nas quais palavras são afixadas em cartazes que o estudante possa consultar
ao escrever, o emprego na produção textual, com apoio de materiais lúdicos e recursos digitais. É
importante observar que, nesse momento, o foco não deve ser o uso de terminologia da gramática para
se referir às questões abordadas, por exemplo, (substantivo, adjetivo, concordância verbal etc.), pois essa
abordagem vai progredindo ao longo das etapas.
H5 - O desenvolvimento desta habilidade pode ocorrer com a habilidade (MS.EF03LP04.s.04), pois, embora
sejam aprendizagens distintas, uma corrobora para o desenvolvimento da outra, sendo esta a progressão
do trabalho com acentuação. Ressalta-se a importância de as aprendizagens serem propostas de forma
contextualizadas, contudo sem que o texto se torne mero pretexto.
H6 - Esta habilidade requer a análise de grupos de palavras, com reconhecimento e separação das sílabas
existentes, para identificar aquela que é pronunciada com maior intensidade. O objetivo visado é o de
proceder à classificação das palavras, que é fundamental para a compreensão de algumas das regras da
acentuação gráfica. Contudo, somente será possível quando o estudante apresentar certa proficiência na
escrita e consolidação da habilidade que trata da separação das palavras em sílabas. Sugere-se a utilização
de atividades de comparação de palavras, reconhecimento de características comuns às diferentes
palavras com a mesma regra de acentuação, por meio de jogos, atividades em grupos e coletivas, leitura e
escrita.
H7 - Para desenvolver esta habilidade sugerem-se atividades que envolvam leitura e produção de textos,
de forma que o estudante reconheça os efeitos produzidos; atividades em que a pontuação equivocada
produz efeito contrário ao esperado; reescrita de texto coletivamente ou em pares na qual os estudantes
trabalhem de forma colaborativa, respeitando os diferentes posicionamentos. Ressalta-se que o texto não
deve ser tratado como mero pretexto para a apresentação da pontuação, mas precisa ser contextualizado
e/ou trabalhado de forma interdisciplinar.
H8 - Esta habilidade prevê a aprendizagem das classes gramaticais das palavras indicadas (substantivos e
verbos) e identificar as funções sintáticas que elas podem assumir nos enunciados. É importante prever
um trabalho reflexivo de observação, análise, comparação e derivação de regularidades nas atividades com
as classes de palavras. Sugere-se a realização de atividades que envolvam tomar decisões sobre a
legibilidade do texto produzido, especialmente durante a revisão processual coletiva, e não apenas com
225
exercícios de análise sintática. Portanto, podem-se realizar atividades com leitura e produção de texto, em
que os comandos do professor provoquem os estudantes e os levem a perceber a função dessas classes
gramaticais no texto. Considera-se fundamental o trabalho em colaboração (coletivo e em duplas).
H9 - Esta habilidade prevê reconhecer o adjetivo como a classe de palavra que atribui características aos
substantivos. É importante prever um trabalho reflexivo, com base em inventários, de observação, análise,
comparação e levantamento de regularidades que caracterizem essa classe de palavras. Podem-se realizar
atividades com leitura e produção de texto, em que os comandos do professor provoquem os estudantes
e os levem a perceber a função dessa classe gramatical no texto. Considera-se fundamental o trabalho em
colaboração (coletivo e em duplas), assim como a utilização de recursos, como materiais concretos e
ferramentas digitais.
H10 - Sugere-se a realização de atividades com gêneros textuais diversos, presentes nos diferentes
suportes do cotidiano do estudante, como revistas, jornais, rótulos de embalagens, tabloides, dentre
outros; a utilização de cruzadinhas, caça-palavras, jogos, ferramentas digitais, dentre outros.
H11 - Para o desenvolvimento desta habilidade sugere-se a realização de atividades que favoreçam o
reconhecimento das características dos textos selecionados para leitura e dos gêneros previstos, como,
por exemplo, as instruções de montagem, que se organizam pela presença de: apresentação e nomeação
de todas as peças; esquema gráfico de montagem; explicação e uma relação de cuidados relacionados ao
uso, a depender da especificidade do produto, presença do imperativo ou infinitivo nas instruções. Nas
atividades de estudo convém focalizar as características que forem importantes para a compreensão do
texto, e articular essas características à finalidade do texto. Ressalta-se que o texto não pode ser
considerado pretexto e que o trabalho com textos instrucionais não se limita ao gênero receita, pois há
uma infinidade de outros gêneros presentes no cotidiano do estudante.
H12 - Nesta habilidade sugere-se a aplicação das mesmas orientações, como possibilidades, da habilidade
(MS.EF03LP11.s.11), observando as especificidades próprias dos gêneros previstos na habilidade
(MS.EF03LP12.s.12).
H13 - Após a produção, deve-se proceder às estratégias de revisão e reelaboração da escrita,
estabelecendo objetivos e critérios adequados aos contextos de circulação previstos. Para o
desenvolvimento desta habilidade há diversas estratégias possíveis, dentre elas a proposição de produção
de diários pessoais, pois são bem aceitos pelas crianças. Essa produção possibilita aos estudantes atender
à finalidade de expressar e relatar sentimentos, opiniões e acontecimentos da vida pessoal. O elemento
fixo do texto é a data em cada registro. A linguagem costuma ser informal, mas também pode tender para
o literário. Assim como o diário, as cartas podem ser reais ou fictícias, quer dizer, ser o relato do cotidiano
ou de um personagem de uma história determinada, a partir de obras literárias lidas pelos estudantes em
outros momentos. Pode-se também trabalhar com projetos de leitura envolvendo os gêneros citados e a
produção, que pode ser coletiva ou em pares, em que os estudantes tenham que estabelecer combinados
para o seu planejamento.
H14 - Após a produção, deve-se proceder às estratégias de revisão e reelaboração da escrita,
estabelecendo objetivos e critérios adequados aos contextos de circulação previstos. Esta habilidade ainda
prevê que, na produção, considerem-se os aspectos gráfico-visuais que possam ajudar na compreensão do
texto. Sugere-se, ainda, o desenvolvimento de projetos em que haja planejamento, produção e
contextualização, podendo ser socializados, por exemplo, por meio da exposição de origamis preferidos
da classe (apresentados com as devidas instruções escritas em espaço reservado, para que o visitante
possa arriscar-se a produzi-los), mural de dobraduras e as devidas instruções, espaço do brinquedo, no
qual visitantes são instigados e orientados a montar brinquedos antigos, a partir de um modelo e de
instruções escritas, com assessoria dos estudantes e com registros que possam repertoriar a produção.
H15 - Esta habilidade envolve a recepção atenta e a análise de receitas transmitidas em mídia digital, além
de duas outras operações complexas e articuladas entre si: planejar e produzir textos do mesmo gênero.
226
Pode ser desenvolvida como desdobramento das anteriores, que versam sobre leitura e produção de
textos instrucionais. Portanto, esta habilidade poderá envolver tanto a escrita quanto a oralização de uma
receita conhecida, conforme orientação do professor. Porém, essa oralização não envolve produção de
conteúdo, mas a leitura expressiva de textos já produzidos. Ressalta-se que é necessária a utilização das
ferramentas digitais, quando possível, na produção de textos orais em ambientes digitais e, por isso, é
fundamental que o professor: oportunize momentos de projeção de áudios e vídeos com receitas aos
estudantes; crie um ambiente de aprendizagem que favoreça a colaboração e o trabalho em equipe, em
que o par mais experiente apoie o menos experiente, bem como a colaboração e o respeito aos diferentes
posicionamentos, durante o processo de planejamento e produção de receitas em vídeos ou áudios.
H16 - Para o desenvolvimento desta habilidade sugere-se a realização de sequências didáticas, com
atividades de leitura colaborativa, de revisão processual e final que possibilitem analisar a adequação dos
textos produzidos. Sugere-se, também, a realização de um projeto, por exemplo, com a criação de vlogs,
com apresentação de receitas típicas da região, sendo possível aqui o trabalho interdisciplinar com História
e Geografia, pois ao abordar comidas típicas é possível pesquisar a sua origem. De igual modo, é possível
o trabalho interdisciplinar com as habilidades (MS.EF03MA02.s.02), (MS.EF03MA08.s.08) e
(MS.EF03MA09.s.09), da Matemática, para a leitura, a compreensão e a utilização de números decimais e
divisão em receitas.
H17 - Ressalta-se que esta habilidade pode ser desenvolvida com a habilidade (MS.EF03LP13.s.13) e,
portanto, sugere-se, além das possibilidades já descritas, a realização de sequências didáticas, com
atividade de leitura colaborativa, de planejamento, de identificação e de revisão processual. Sugere-se,
também, uma proposta de trabalho que consista em escrever para pessoas de diferentes estados para
saber como é a vida delas. É possível, ainda, produzir um blog ou enviar e-mails.
H18 - Para o desenvolvimento desta habilidade é fundamental a participação direta e sistemática do
estudante em práticas de leitura e produção de textos do campo jornalístico/midiático, por meio das quais
possa observar os vetores mencionados em ação, assim como refletir a respeito de seu papel na
(re)construção dos sentidos do texto. Ressalta-se que é indispensável que o professor, conforme a
realidade da escola, oportunize aos estudantes amplo acesso às mídias impressa e digital.
H19 - Para desenvolver esta habilidade sugere-se a proposição de atividades envolvendo diversos textos
para a identificação do interlocutor privilegiado, a localização dos recursos persuasivos apresentados, o
reconhecimento dos efeitos de sentido provocados por tais recursos, a análise da adequação dos recursos
empregados, considerando o interlocutor pretendido, a função do gênero e a finalidade desses textos.
Ressalta-se que a leitura colaborativa é uma atividade fundamental para a realização desse trabalho.
Podem-se utilizar recursos digitais, quando possível, pois ampliam as possibilidades de análise.
H20 - Para o desenvolvimento desta habilidade pode-se utilizar, como possibilidade, a orientação da
habilidade (MS.EF03LP13.s13), observando que tratam-se de gêneros textuais semelhantes, mas com
características específicas. Esta habilidade pode ser desenvolvida com a habilidade (MS.EF03LP18.s.18).
Envolve ao menos duas operações distintas, passíveis de abordagem separadamente: planejar e produzir,
que significam organizar as ideias para depois colocá-las no papel. Após a produção, deve-se proceder às
estratégias de revisão e reelaboração da escrita, estabelecendo objetivos e critérios adequados aos
contextos de circulação previstos.
H21 - Após a produção, deve-se proceder às estratégias de revisão e reelaboração da escrita,
estabelecendo objetivos e critérios adequados aos contextos de circulação previstos. Sugere-se a
realização de um trabalho contextualizado em projetos interdisciplinares, que abordem temáticas
relevantes para a comunidade local, como a conservação do patrimônio público, a preservação de recursos
naturais, a conscientização sobre a necessidade de consumo sustentável, o repúdio ao preconceito, a
valorização da cultura local, dentre outras. Desse modo, podem-se propor atividades em que a produção
aconteça em colaboração e de modo mais autônomo.
227
H22 - A habilidade requer, ainda, a análise da mídia e dos textos/gêneros que nela circulam. Para o seu
desenvolvimento é essencial que o estudante tenha assegurado, mediante a disponibilidade de recursos
da escola, o acesso e a utilização de ferramentas digitais que viabilizem a produção dos textos em áudio
ou vídeo. Sugere-se a realização de trabalhos em grupo, considerando o meio de circulação e as
características do gênero. Produção oral ou na oralização de textos escritos a serem gravados em vídeo e,
por isso, envolve outras atividades, como: produzir a escrita do texto a ser lido e/ou organizar esquema do
texto a ser produzido oralmente, o que requer muito ensaio coletivo, com análise crítica; estudar os
recursos a serem empregados nesse material, considerando a especificidade da mídia e o ambiente no
qual será veiculado o material. Destaca-se a possibilidade de trabalho interdisciplinar com as habilidades
(MS.EF15AR26.s.28), da Arte, e (MS.EF35EF03.s.04), da Educação Física, no que se refere à comunicação
de informações por múltiplas linguagens.
H23 - Nesta habilidade pode-se utilizar, como possibilidade, a orientação presente na habilidade
(MS.EF35LP16.s.16).
H24 - Para desenvolvê-la, sugere-se a realização de atividades, como: a pesquisa desses textos na internet
para montar um dossiê e elaborar uma carta de reclamação, ou de leitor, organizado em um projeto de
leitura e escrita; o trabalho com relatos de experimentos e de pesquisas, pois são textos úteis nas
atividades com temas relacionados às questões sociais, como as relações estabelecidas entre as crianças
e o celular, o impacto das redes sociais na vida da criança, a presença da violência no cotidiano da cidade;
dentre outros. Observa-se que há, aqui, a oportunidade de trabalho interdisciplinar com as habilidades
(MS.EF03MA26.s.26), (MS.EF03MA27.s.27), (MS.EF03MA28.s.28), da Matemática, (MS.EF03CI06.s.06),
(MS.EF03CI09.s.09), da Ciência, (MS.EF03HI03.s.03), da História, e (MS.EF03GE01.s.01), da Geografia,
associadas à coleta, leitura, comparação e interpretação de dados de pesquisas.
H25 - Após a produção, deve-se proceder às estratégias de revisão e reelaboração da escrita,
estabelecendo objetivos e critérios adequados aos contextos de circulação previstos. Para o seu
desenvolvimento, sugere-se a realização de atividades em que os estudantes compreendam os gêneros
envolvidos na apresentação, como a exposição oral. Podem-se propor pesquisas a partir de temáticas que
favoreçam a interdisciplinaridade, como povos originários do Brasil, imigrantes, dentre outras. Dessa
forma, é possível o trabalho interdisciplinar com as habilidades (MS.EF03MA26.s.26),
(MS.EF03MA27.s.27), (MS.EF03MA28.s.28), da Matemática, (MS.EF03CI06.s.06), (MS.EF03CI09.s.09), da
Ciências, (MS.EF03HI03.s.03), da História, e (MS.EF03GE01.s.01), da Geografia, associadas à coleta, leitura,
comparação e interpretação de dados, com apoio de recursos multissemióticos, incluindo gráficos e
tabelas. Para a consolidação dessas atividades é possível diversificar quanto ao gênero a ser produzido nos
resultados de observações e pesquisas apresentados, como por exemplo: relatórios simples, cartazes,
gráficos, tabelas, dentre outros.
H26 - Pode ser desenvolvida como desdobramento da habilidade (MS.EF03LP25.s.25). Para tanto, é
necessário que o estudante tenha contato frequente com textos organizados nos gêneros previstos. O
professor pode propor atividades de leitura colaborativa e de revisão processual e final, pois possibilitam
estudar os recursos e analisar a adequação dos textos produzidos. Assim como projetos que prevejam a
elaboração de pesquisas sobre questões sociais relevantes a serem divulgadas em seminários viabilizam o
trabalho. Destaca-se, aqui, a oportunidade de trabalho interdisciplinar com as habilidades
(MS.EF03MA26.s.26), (MS.EF03MA27.s.27) e (MS.EF03MA28.s.28), da Matemática, (MS.EF03CI06.s.06) e
(MS.EF03CI09.s.09), da Ciência, (MS.EF03GE01.s.01), da Geografia, e (MS.EF03HI03.s.03), da História,
associadas à coleta, leitura, comparação e interpretação de dados, com apoio de recursos multissemióticos
(listas, tabelas, ilustrações, gráficos).
H27 - Para o desenvolvimento desta habilidade sugere-se a realização de saraus, jograis, teatros, dentre
outros, abordando além dos gêneros mencionados, textos poéticos que contemplem a cultura local,
nacional e, principalmente, a periférica, ou seja, que abordem questões presentes na cultura da
comunidade local. Ao propor essas atividades, deve-se privilegiar a colaboração por meio do trabalho em
grupos; promover momentos para planejamento, pesquisa, elaboração e ensaio, visando ao
228
desenvolvimento da fluência e observação do ritmo entre os estudantes. Destaca-se, aqui, a oportunidade
de trabalho interdisciplinar com as habilidades (MS.EF15AR14.s.14) e (MS.EF15AR17.s.17), da Arte,
associadas à improvisação, composição e sonorização de histórias e exploração dos elementos
constitutivos da música.
229
ENSINO FUNDAMENTAL I
LÍNGUA PORTUGUESA
230
CAMPO DA VIDA COTIDIANA
(MS.EF04LP09.s.09)
Ler e compreender, com autonomia, boletos, faturas
Leitura/escuta (compartilhada e
e carnês, dentre outros gêneros do campo da vida
cotidiana, de acordo com as convenções do gênero
(campos, itens elencados, medidas de consumo,
autônoma)
(MS.EF04LP14.s.14)
(compartilhada e
autônoma)
231
(MS.EF04LP16.s.16)
compartilhada e
textos (escrita
Produção de Produzir notícias sobre fatos ocorridos no universo
autônoma)
escolar, digitais ou impressas, para o jornal da
Escrita colaborativa escola, noticiando os fatos e seus atores e
comentando decorrências, de acordo com as
convenções do gênero notícia e considerando a
situação comunicativa e o tema/assunto do texto.
(MS.EF04LP17.s.17)
Produzir jornais radiofônicos ou televisivos e
Oralidade
(Ortografização)
(MS.EF04LP18.s.18)
semiótica
Compreensão em leitura
Leitura/escuta
232
(MS.EF04LP23.s.23)
Identificar e reproduzir, em verbetes de enciclopédia
Análise linguística/ semiótica
Forma de composição dos textos infantil, digitais ou impressos, a formatação e
(Ortografização) diagramação específica desse gênero (título do
Coesão e articuladores
verbete, definição, detalhamento, curiosidades),
considerando a situação comunicativa e o
tema/assunto/finalidade do texto.
MS.EF04LP24.s.24)
Forma de composição dos textos Identificar e reproduzir, em seu formato, tabelas,
Adequação do texto às normas de diagramas e gráficos em relatórios de observação e
escrita pesquisa, como forma de apresentação de dados e
informações.
(escrita compartilhada
Produção de textos
(MS.EF04LP25.s.25)
e autônoma)
CAMPO ARTÍSTICO-LITERÁRIO
(MS.EF04LP26.s.26)
Análise linguística/
página.
233
e 2ª letra etc.); forma de apresentação das palavras (verbos no infinitivo, substantivos e adjetivos no
masculino singular etc.) e apresentação das várias acepções possíveis da palavra. Faz-se relevante, ainda,
buscar o significado do vocábulo também pelo contexto, pela releitura do trecho em que ele foi
encontrado, especialmente no caso dos textos da esfera literária, de modo a garantir a familiarização com
esse procedimento antes da busca no dicionário.
H4 - Esta habilidade requer do estudante: identificar as sílabas das palavras; reconhecer qual sílaba é
tônica; identificar quais têm vogais abertas e quais têm vogais fechadas; reconhecer sinais gráficos, como
o acento agudo e o circunflexo; relacionar o primeiro com vogais abertas e o segundo com as fechadas;
identificar as regularidades da acentuação apontada. Todo esse trabalho pode ser realizado sem o uso da
metalinguagem (utilizar terminologia da gramática para se referir às questões abordadas, por exemplo,
substantivo, adjetivo, concordância verbal etc.). A progressão da acentuação inicia-se com as pautas de
memorização, nas quais palavras são afixadas em cartazes que o estudante pode consultar ao escrever.
Pode-se propor que as regularidades sejam discutidas por meio de um movimento dialógico de análise e
reflexão, seguido de emprego na produção textual. As pautas permanecem para o caso das irregularidades.
H5 - Deve-se considerar que o estudo da pontuação acontece de duas maneiras (como na habilidade
MS.EF02LP09.s.09): na leitura, ao analisar os efeitos de sentido produzidos pelo uso no texto; e na escrita,
ao discutir possibilidades e analisar os efeitos de sentido correspondentes (nesse caso, empregar a vírgula
em enumerações — ou usar preposição e/ou ponto e vírgula — para separar vocativo e aposto, que
também pode ser delimitado por travessões ou indicado por dois pontos) e selecionar a que mais se
adequar às intenções de significação. A progressão está prevista pela ampliação gradativa dos sinais a
serem utilizados de modo convencional, mas também devem-se considerar a complexificação dos textos
e o nível de autonomia do estudante.
H6 - É interessante prever um trabalho reflexivo de observação, análise, comparação e derivação de
regularidades nas atividades com as classes de palavras e suas funções no enunciado; e usar os saberes
gramaticais como ferramentas de constituição da legibilidade. O trabalho com esta habilidade deve prever
a utilização instrumental desse saber para tomar decisões sobre a legibilidade do texto produzido,
especialmente durante a revisão processual coletiva. Nesse momento, é possível antecipar problemas de
compreensão que o interlocutor possa apresentar e ajustar o texto, garantindo escolhas adequadas às
intenções de significação. Pode-se considerar a especificidade da concordância verbal (número e pessoa),
garantindo sempre o trabalho em colaboração (coletivo e em duplas).
H7 - É interessante prever um trabalho reflexivo de observação, análise, comparação e levantamento de
regularidades que caracterizem as classes de palavras, e usar os saberes gramaticais como ferramentas de
constituição da legibilidade do texto. É possível antecipar problemas de compreensão que o interlocutor
apresenta e ajustar o texto, garantindo escolhas adequadas às intenções de significação. Deve-se
considerar a especificidade da concordância nominal (gênero e número), garantindo sempre o trabalho
em colaboração (coletivo e em duplas).
H8 - Indica-se que sejam realizados ditados diagnósticos, de maneira a identificar as possíveis ocorrências
que ainda não são grafadas convencionalmente pelos estudantes, de modo a planejar intervenções
adequadas. Nesse caso, a habilidade se conecta com todas as demais que tratam do ensino de ortografia.
H9 - Convém focalizar as características/elementos que forem importantes para a compreensão do texto,
articular a existência dessas características à finalidade, prever um trabalho dialógico e reflexivo no estudo,
assim como a comparação entre textos do mesmo gênero e de gêneros diferentes, estabelecendo
semelhanças e diferenças. Destaca-se, aqui, a oportunidade de trabalho interdisciplinar com as habilidades
(MS.EF04MA10.s.10) e (MS.EF04MA25.s.25), da Matemática, no que se refere à leitura de valores
monetários e às reflexões sobre consumo consciente.
H10 - As cartas de reclamação circulam em situações de comunicação em que um cidadão procura
manifestar insatisfação ou resolver algum problema que pode relacionar-se a um serviço ou a um produto
adquirido, por exemplo. Trata-se de um gênero que possibilita o exercício da cidadania, daí a importância
234
do seu ensino. Podem ser enviadas diretamente ao responsável pelo problema ou serem publicadas em
jornais e revistas em seções específicas. A linguagem é sempre mais formal e polida. Organizam-se a partir
dos seguintes elementos: local e data; destinatário; cumprimento; apresentação do problema; despedida;
remetente. Devem-se articular essas características à finalidade do texto, assim como prever um trabalho
dialógico e reflexivo.
H11 - Após a produção, deve-se proceder às estratégias de revisão e reelaboração da escrita,
estabelecendo objetivos e critérios adequados aos contextos de circulação previstos. Esta habilidade pode
ser ampliada com atividades que prevejam a utilização de procedimentos de busca e consulta a
ambientes/espaços impressos e digitais de publicação das cartas de reclamação, tanto em colaboração
quanto de modo autônomo, para o exercício pleno da cidadania. É possível, portanto, propor atividades
que: envolvam a análise de textos dos gêneros em questão, para explicitar as suas características; orientem
o uso de procedimentos escritores, como reler o que está escrito para continuar, consultar o planejamento
para tomar decisões e revisar no processo e ao final; ampliem para análise dos ambientes de publicação
das cartas.
H12 - Podem-se propor atividades que: envolvam análise de textos, dos gêneros previstos, para extrair
as suas características, de acordo com a situação comunicativa; prevejam o planejamento do texto a ser
produzido, considerando a situação em que irá circular; orientem a produção/textualização dos textos em
áudio ou vídeo. A progressão pode apoiar-se na extensão e complexidade das instruções previstas, assim
como nas operações sucessivas que a habilidade envolve. Destaca-se, aqui, a oportunidade de trabalho
interdisciplinar com as habilidades (MS.EF15AR24.s.26), da Arte, e (MS.EF35EF01.s.01), da Educação Física,
voltadas à experimentação e compreensão de jogos e brincadeiras.
H13- Deve-se considerar que esta habilidade já representa um aprofundamento em relação à habilidade
(MS.EF01LP20.s.20). No 1º ano, o trabalho acontece por frequentação; no 4º, o aprofundamento pode ser
realizado por sequências didáticas. A atividade de leitura colaborativa possibilita estudar os recursos
previstos, enquanto a de revisão processual e final possibilita analisar a adequação dos textos produzidos.
Um projeto interessante pode ser a elaboração de blogs, vlogs ou revistas temáticas de jogos: indígenas,
da década de 50, de diferentes regiões do país, da América Latina etc. Destaca-se, aqui, a oportunidade de
trabalho interdisciplinar com as habilidades (MS.EF15AR24.s.26), da Arte, e (MS.EF35EF01), da Educação
Física, voltadas à experimentação e compreensão de jogos e brincadeiras.
H14 - Esta é uma habilidade complexa, que precisa considerar tanto o trabalho com as habilidades de
leitura, que requer a mobilização de outras competências, como a construção de informações, a
inferenciação e a ativação de repertório prévio, quanto as características da notícia (organização interna;
marcas linguísticas; conteúdo temático). A leitura colaborativa, trabalhada na habilidade
(MS.EF12LP02.s.02), é atividade fundamental para a realização do trabalho.
H15 - Esta habilidade de leitura colaborativa e requer a mobilização de outras competências, como a
localização e a redução de informações, a articulação de informações de diferentes partes do texto, a
inferenciação e a ativação de repertório prévio. Além disso, requer a identificação de valores éticos e/ou
políticos no texto e de elaboração de apreciações relativas a esses e a outros valores.
H16 - Após a produção, deve-se proceder às estratégias de revisão e reelaboração da escrita,
estabelecendo objetivos e critérios adequados aos contextos de circulação previstos. Esta habilidade prevê
a produção de textos do gênero notícia, o que envolve organizar as ideias e utilizar informações coletadas
por pesquisa para depois escrever fatos do entorno do estudante. Deve-se prever o trabalho
contextualizado a partir de temáticas relevantes para a comunidade local e para o interesse dos
estudantes, como eventos da comunidade, ações comunitárias em desenvolvimento, propostas do
governo local e da escola, realização de campeonatos esportivos, notícias a respeito de funcionamento de
bibliotecas e espaços culturais, funcionamento de espaços públicos, problemas que a cidade/comunidade
vivencia, dentre outras.
235
H17 - Deve-se considerar que esta habilidade prevê tanto a produção oral quanto a oralização de textos
escritos. Essa situação coloca as seguintes condições básicas para a adequação do texto: produzir a escrita
do texto a ser lido; e/ou organizar esquema do texto a ser produzido oralmente, o que requer muito ensaio
coletivo, com análise crítica; estudar os recursos a serem empregados nesse material, considerando a
especificidade da mídia e o ambiente no qual será veiculado o material. Além disso, as atividades podem
prever: a seleção e estudo dos textos a serem produzidos para compreender suas características, de acordo
com a situação comunicativa; o planejamento/pesquisa do conteúdo temático, considerando a situação
em que irá circular o tipo de mídia. Propor atividades que orientem a produção/revisão colaborativa e que
estejam inseridas em projetos de produção de jornais editados para circular em blogs e rádios comunitárias
da escola. Destaca-se, aqui, a oportunidade de trabalho interdisciplinar com a habilidade
(MS.EF15AR19.s.19), da Arte, no que se refere à identificação de elementos teatrais na vida cotidiana, no
caso, nos gêneros jornal falado/televisivo e entrevista.
H18 - Recomenda-se que o desenvolvimento desta habilidade venha associado às diferentes práticas de
escuta atenta e crítica de entrevistas e jornais radiofônicos e/ou televisivos, para que os estudantes
possam perceber e familiarizar-se com os padrões denotacionais e a expressão corporal próprios de
âncoras e entrevistadores nesses meios. Convém prever, ainda, que as atividades sejam realizadas com
base em gravações de discursos autênticos (registrados nessas situações), tornando possível assistir,
analisar, reassistir e tirar dúvidas relativas ao estudo.
H19 - Textos expositivos de divulgação científica são fundamentais na vida escolar: é por meio deles que o
conhecimento produzido em diversas áreas é registrado e divulgado. Por isso, a leitura desses será sempre
solicitada nas diversas disciplinas, e o prosseguimento dos estudos pode depender da proficiência
constituída pelo estudante. Devem-se focalizar as características que forem importantes para a
compreensão do texto, articular essas características a sua finalidade, prever um trabalho dialógico e
reflexivo, assim como a comparação entre textos por semelhanças e diferenças.
H20 - Nos textos de divulgação científica, acadêmicos, de pesquisa e também nos de imprensa
(reportagens, artigos de divulgação científica, artigos acadêmicos, relatórios de pesquisa etc.), é comum a
presença de infográficos que sintetizem dados, esquemas visuais que simulem uma situação descrita,
tabelas que apresentem dados coletados e gráficos que os agrupem, oferecendo uma visão geral e
comparada de respostas a uma enquete, por exemplo. É importante tematizar a presença dos dados por
meio de perguntas que os coloquem em jogo.
Destaca-se, aqui, a oportunidade de trabalho interdisciplinar com as habilidades (MS.EF03MA26.s.26),
(MS.EF03MA27.s.27), (MS.EF03MA28.s.28), da Matemática, (MS.EF03CI06.s.06), (MS.EF03CI09.s.09), da
Ciência, (MS.EF03HI03.s.03), da História, e (MS.EF03GE01.s.01), da Geografia, associadas à coleta, leitura,
comparação e interpretação de dados de pesquisas, com apoio de recursos multissemióticos.
H21 - Após a produção, deve-se proceder às estratégias de revisão e reelaboração da escrita,
estabelecendo objetivos e critérios adequados aos contextos de circulação previstos. Devem-se organizar
as atividades em temáticas significativas para o país ou região, como ambiente e sustentabilidade
(tratamento do lixo, água etc.), aspectos relacionados à saúde etc., articuladas, de modo interdisciplinar,
a projetos que prevejam situações comunicativas orais em interação com estudantes de outros anos do
Ensino Fundamental. Destaca-se, aqui, a oportunidade de trabalho interdisciplinar com as habilidades
(MS.EF04MA27.s.27) e (MS.EF04MA28.s.28), da Matemática, no que se refere à utilização de gráficos e
tabelas para a realização de pesquisas e análise de dados. É possível, ainda, propor atividades que:
envolvam análise de textos com temáticas de interesse baseados em outras fontes para explicitar suas
características, construindo registros que possam repertoriar a produção; orientem procedimentos
escritores, como reler o que está escrito para continuar escrevendo, consultar o planejamento para tomar
decisões e revisar no processo e ao final.
H22 - Após a produção, deve-se proceder às estratégias de revisão e reelaboração da escrita,
estabelecendo objetivos e critérios adequados aos contextos de circulação previstos. Sugere-se: a consulta
a enciclopédias eletrônicas e impressas a partir da pesquisa em biblioteca escolar ou ambientes digitais,
236
com análise de verbetes, de modo a explicitar as suas características e construir registros que possam
repertoriar a produção; a pesquisa do conteúdo temático em fontes impressas e digitais, com tomada
coletiva de notas ou em grupos; o estudo de ambientes digitais que recebem verbetes de enciclopédia
para publicação. Devem-se propor, também, atividades que orientem o uso de procedimentos escritores,
como reler o que está escrito para continuar, consultar o planejamento para tomar decisões no momento
da escrita e revisar no processo e ao final.
H23 - Deve-se considerar que o desenvolvimento desta habilidade pode acontecer por meio da intensa
frequentação dos estudantes a textos organizados nos gêneros previstos. A atividade de leitura
colaborativa e a de revisão processual e final possibilitam estudar os recursos e analisar a adequação dos
textos produzidos. Elaborar verbetes para enciclopédias digitais e produzir um dossiê impresso sobre um
tema estudado pela classe, que contenha verbetes a respeito dos conteúdos relativos a esse tema, são
possibilidades de concretizar o trabalho.
H24 - O seu desenvolvimento pode se dar por meio da frequentação dos estudantes a textos organizados
nos gêneros previstos, com aprofundamento leve. Deve-se analisar a adequação do recurso às intenções
de significação e à coerência do texto.
H25 - Esta habilidade pressupõe a leitura compreensiva e o estudo prévio do texto a ser representado,
com ênfase sobre as relações que se podem estabelecer entre a escrita e a fala. Seu desenvolvimento
demanda a participação do estudante em práticas de leitura e análise de textos diversos. Após a produção,
deve-se proceder às estratégias de revisão e reelaboração da escrita, estabelecendo objetivos e critérios
adequados aos contextos de circulação previstos. Sugere-se a oralização de textos dramatúrgicos, de
acordo com as indicações autorais constantes das rubricas, cujo desenvolvimento requer a participação do
estudante em práticas de leitura e análise desses textos, com ênfase sobre as relações entre fala e escrita.
H26 - Esta habilidade consiste em identificar a relação existente entre o poema concreto e o espaço no
qual se insere, seja a página de um livro, de um site ou a tela de um computador; analisar os efeitos de
sentido produzidos pelo modo de ocupação desse espaço. Incluem-se, nessa ocupação, a disposição, o tipo
e tamanho das letras, a direção da escrita, o tipo de linha presumido e a diagramação. Convém esclarecer,
ainda, que nos poemas concretos não há, necessariamente, figurativização nas representações. Assim, o
texto verbal não precisa ser grafado de modo a representar figuras. As atividades colaborativas são mais
adequadas para o desenvolvimento desta habilidade, em especial as coletivas, com mediação do professor.
H27 - O do texto deve ser recitado, para que o estudante, conhecendo os marcadores das falas dos
personagens e de cena e os efeitos de sentido em jogo, possa ler/recitar/cantar com maior fluência, ritmo
e entonação adequada. Podem-se orientar, para além dos gêneros mencionados, estudos de textos
poéticos da cultura local ou nacional, assim como aqueles referentes às culturas periféricas, especialmente
os mais relevantes para as culturas locais. Podem ser previstas também atividades que indiquem o trabalho
em colaboração, de modo a favorecer o desenvolvimento da fluência e observação do ritmo entre os
estudantes. Destaca-se, aqui, a oportunidade de trabalho interdisciplinar com as habilidades
(MS.EF15AR14.s.14) e (MS.EF15AR17.s.17), da Arte, associadas à improvisação, composição e sonorização
de histórias e exploração dos elementos constitutivos da música.
237
ENSINO FUNDAMENTAL I
LÍNGUA PORTUGUESA
Morfologia (MS.EF05LP07.s.07)
Identificar, em textos, o uso de conjunções e a
relação que estabelecem entre partes do texto:
adição, oposição, tempo, causa, condição,
finalidade.
(MS.EF05LP08.s.08)
Diferenciar palavras primitivas, derivadas e
compostas, e derivadas por adição de prefixo e de
sufixo.
238
CAMPO DA VIDA COTIDIANA
(MS.EF05LP09.s.09)
Leitura/escuta (compartilhada e
Ler e compreender, com autonomia, textos
instrucionais de regras de jogo, dentre outros
gêneros do campo da vida cotidiana, de acordo com
as convenções do gênero e considerando a situação
autônoma)
(Ortografização)
(MS.EF05LP14.s.14)
semiótica
239
(compartilhada
Leitura/escuta (MS.EF05LP16.s.16)
e autônoma)
Comparar informações sobre um mesmo fato
Compreensão em leitura.
veiculadas em diferentes mídias e concluir sobre
qual é mais confiável e por quê.
(MS.EF05LP17.s.17)
Produção de textos
compartilhada e
(MS.EF05LP18.s.18)
Roteirizar, produzir e editar vídeo para vlogs
argumentativos sobre produtos de mídia para
público infantil (filmes, desenhos animados, HQs,
Planejamento e produção de texto.
games etc.), com base em conhecimentos sobre os
mesmos, de acordo com as convenções do gênero e
Oralidade
(MS.EF05LP22.s.22)
Leitura/escuta
autônoma)
240
Leitura/escuta
a e autônoma)
(compartilhad
(MS.EF05LP23.s.23)
Imagens analíticas em textos. Comparar informações apresentadas em gráficos ou
tabelas.
(escrita compartilhada
Produção de textos
(MS.EF05LP24.s.24)
e autônoma)
CAMPO ARTÍSTICO-LITERÁRIO
(MS.EF05LP25.s.25)
Oralidade
241
o sentido correspondente ao contexto), seja na elaboração de um texto (empregando-as de acordo com
as intenções de significação). Propor atividades em que o trabalho aconteça em parceria, progredindo para
o trabalho autônomo.
H3 - Identificação das sílabas das palavras; reconhecer qual sílaba é tônica; identificar quais têm vogais
abertas e quais têm vogais fechadas; reconhecer sinais gráficos como o acento agudo e o circunflexo;
relacionar o primeiro com vogais abertas e o segundo com as fechadas. Depois disso, requer que os
estudantes identifiquem as regularidades da acentuação apontadas. A progressão da acentuação inicia-se
com as pautas de memorização, nas quais palavras são afixadas em cartazes que o estudante pode
consultar ao escrever. Depois, as regularidades serão discutidas por meio de um movimento dialógico de
análise e reflexão, seguido de emprego na produção textual.
H4 - Identificação dos novos sinais gráficos; reconhecer, na leitura, a sua função; usá-los no texto para
garantir legibilidade e para provocar os efeitos de sentido desejados. Deve-se considerar que o estudo da
pontuação acontece de duas maneiras: na leitura, ao analisar os efeitos de sentido produzidos pelo uso no
texto; e na escrita, ao discutir possibilidades, analisar os efeitos de sentido correspondentes (nesse caso,
comparando os efeitos de sentido de cada um dos novos recursos, ou seja, identificar as funções das
reticências e das aspas) e selecionar o recurso que mais se adequar às intenções de significação. As aspas
podem ser utilizadas para assinalar discurso direto, ou para indicar pensamento de personagem, por
exemplo, o que representa uma ampliação na reflexão do 3º ano.
H5 - Trabalho reflexivo de observação, análise, comparação e derivação de regularidades nas atividades
com os tempos verbais e usar esses saberes como ferramentas de constituição da legibilidade do texto
produzido, especialmente durante a revisão processual coletiva. Propor que, na produção escrita, o
estudante utilize esse saber para garantir a manutenção do tempo verbal predominante, o que confere
coesão e coerência ao texto. O trabalho com esta habilidade deve considerar a especificidade da expressão
do presente em português brasileiro, que prevê o uso regular da forma composta [verbo no presente +
gerúndio] — como em “estou fazendo”, por exemplo — em vez da conjugação simples no presente do
indicativo — faço — que mais parece referir-se a uma ação costumeira do que à ação que está acontecendo
no presente.
H6 - É interessante prever um trabalho reflexivo de observação, análise, comparação e derivação de
regularidades nas atividades com as classes de palavras e suas funções no enunciado e usar os saberes
gramaticais como ferramentas de constituição da legibilidade. O trabalho com esta habilidade deve prever
a utilização instrumental desse saber para tomar decisões sobre a legibilidade do texto produzido,
especialmente durante a revisão processual coletiva. Nesse momento, é possível antecipar problemas de
compreensão que o interlocutor possa ter e ajustar o texto, garantindo escolhas adequadas às intenções
de significação. Deve-se considerar a especificidade da concordância verbal (número e pessoa), garantindo
sempre o trabalho em colaboração (coletivo e em duplas).
H7 - Sugere-se um trabalho reflexivo de observação, análise, comparação e derivação de regularidades de
uso dessa classe de palavras e usar esses saberes como ferramentas de constituição da legibilidade do
texto, além de prever a análise da articulação entre trechos de enunciados, e avaliar os sentidos produzidos
pelas conjunções empregadas e sua adequação às intenções de significação pretendidas. Por meio de
atividades de uso da linguagem no texto, especialmente nos momentos de revisão processual e final, deve-
se instrumentalizar o estudante para resolver problemas de compreensão que o interlocutor possa ter. Na
progressão, pode-se considerar a variedade de recursos possíveis, progressivamente mais complexos,
garantindo sempre o trabalho em colaboração.
H8 - Esta habilidade trata de reconhecer que há palavras que derivam de outras e que têm o seu sentido
modificado pelo acréscimo de afixos ou no início ou no final delas. Esses afixos possuem sentidos regulares,
sendo possível identificar o significado de uma palavra derivada se a primitiva e o afixo forem conhecidos.
Além disso, há, ainda, as palavras compostas por justaposição e aglutinação. É interessante a reflexão a
partir de inventários, prevendo-se o uso desse saber para resolver problemas de compreensão vocabular.
242
H9 - As instruções de jogos, por exemplo, organizam-se pela presença de título, jogadores, material para
jogar, objetivo, regras. Pode-se indicar, ainda, o grau de dificuldade. O texto adequa-se ao portador e ao
espaço de circulação, alterando a linguagem, apresentando imagens, por exemplo. Se for um jogo digital,
há referências específicas desse espaço. Nas atividades de estudo, convém focalizar as características que
forem importantes para a compreensão do texto, articular essas características à finalidade do texto, rever
um trabalho dialógico e reflexivo, assim como a comparação entre textos por semelhanças e diferenças.
H10 - Convém considerar as características dos textos selecionados para leitura e dos gêneros previstos.
Os cartuns, por exemplo, são textos humorísticos que articulam linguagem verbal e gráfico-visual,
apresentando críticas ao comportamento humano e aos valores, referindo-se a situações genéricas e
pessoas comuns. São textos em que a compreensão depende da articulação entre linguagem verbal e
gráfico-visual. Assim como para as anedotas, a inferenciação é habilidade indispensável para a construção
do sentido em cartuns. Devem-se prever projetos de leitura em que se organizem exposições de cartuns
de autores específicos ou de temas relevantes em um determinado momento da vida social.
H11 - Após a produção, deve-se proceder às estratégias de revisão e reelaboração da escrita,
estabelecendo objetivos e critérios adequados aos contextos de circulação previstos. Seu desenvolvimento
requer a participação direta e sistemática do estudante em práticas orais e escritas, nas quais esses
gêneros estejam envolvidos e sejam discutidos e analisados do ponto de vista dos objetivos em jogo nos
textos, das situações a que estejam associados e das convenções discursivas e textuais que os configuram.
Convém que o desenvolvimento desta habilidade venha sempre associado a práticas articuladas e
sequenciadas de leitura/análise e produção de gêneros lúdicos e/ou humorísticos da vida cotidiana, com
ênfase sobre a discussão de suas convenções de gênero, finalidades e situação de comunicação.
H12 - O desenvolvimento da habilidade deve prever a contextualização em projetos temáticos, como, por
exemplo, estudo de jogos de diferentes culturas (indígenas, latino-americanas, africanas etc.), elaboração
de um DVD com diversos jogos de tabuleiro da década de 1960, produção de um livro com jogos inventados
pela classe, tarde de jogos na escola, contendo espaços com jogos da infância da comunidade escolar,
dentre outros. É possível propor atividades que envolvam análise de textos dos gêneros do campo da vida
cotidiana em questão, de modo a explicitar suas características, construindo registros que possam
repertoriar a produção; orientem o uso de procedimentos escritores, como reler o que está escrito para
continuar, consultar o planejamento para tomar decisões no momento da escrita e revisar no processo e
ao final.
H13 - Convém que se prevejam o acesso e a utilização de ferramentas digitais que viabilizem a produção
dos textos em áudio ou vídeo. Para o desenvolvimento desta habilidade, deve-se propor: a análise de vlog,
identificando os gêneros que nele circulam; a seleção do gênero mais indicado para a apresentação de
críticas do tipo de produto a ser comentado; critérios de análise dos produtos focalizados; estudo de
recursos da mídia utilizada, assim como dos paratextuais que compõem a performance do locutor. As
atividades a serem desenvolvidas, além das indicações já apresentadas, podem envolver a análise de textos
do gênero resenha, para compreender as suas características, de acordo com a situação comunicativa;
prever o planejamento do texto a ser produzido, considerando a situação em que irá circular; orientar a
produção/textualização desse.
H14 - Esta habilidade refere-se a reconhecer, no processo de leitura, recursos linguísticos e discursivos que
constituem os gêneros previstos, de modo que seja possível empregá-los adequadamente nos textos a
serem produzidos. Deve-se considerar que o desenvolvimento desta habilidade pode se dar por meio da
intensa frequentação dos estudantes a textos organizados nos gêneros previstos. A atividade de leitura
colaborativa e a de revisão processual e final possibilitam estudar os recursos e analisar a adequação dos
textos produzidos. A participação em sites ou blogs em que são apresentadas resenhas de livros para os
demais frequentadores, assim como a elaboração de um blog ou jornal de resenhas de livros e/ou
brinquedos viabilizam o trabalho.
243
H15 - Esta é uma habilidade complexa, que precisa considerar tanto o trabalho com outras habilidades de
leitura e de oralidade (como a escuta atenta e crítica), quanto as características dos textos mencionados
(organização interna; marcas linguísticas; conteúdo temático), inclusive quando forem multissemióticos.
Convém que se preveja o estudo da especificidade dos portadores (jornais e revistas impressos e digitais,
blogs e vlogs), para que os estudantes possam conhecer o local de publicação dos textos, contextualizando-
os quanto à extensão, orientação de valores e características gráficas e também quanto aos recursos
digitais disponíveis (como postagem imediata de comentários a respeito das matérias publicadas).
H16 - Esta habilidade supõe que, diante de textos que abordem o mesmo assunto, sejam encontradas
informações distintas. Para discutir qual informação é mais confiável, é preciso definir critérios que podem
abranger diferentes aspectos, como indicação completa de fonte da matéria; autoria reconhecida em sua
área de atuação; credibilidade do veículo (qual jornal, qual blog, qual revista); endereço idôneo do site;
disponibilização de recursos de comunicação com leitores; dentre outros.
H17 - Organização das ideias e utilizar as informações coletadas por pesquisa para depois escrevê-las.
Deve-se prever a abordagem de temáticas relevantes socialmente e de interesse dos estudantes, como
eventos esportivos, espaços de lazer disponíveis para crianças na região, ações possíveis de serem
realizadas pela população visando ao desenvolvimento sustentável na cidade, o papel da tecnologia digital
no município, a disponibilização de equipamentos públicos e o seu uso pelos cidadãos, a condição do
transporte público local, dentre outras. Após a produção, deve-se proceder às estratégias de revisão e
reelaboração da escrita, estabelecendo objetivos e critérios adequados aos contextos de circulação
previstos. A habilidade requer a análise de textos no gênero indicado para explicitar suas principais
características e repertoriar a produção. Assim, esta habilidade pode ser desmembrada em: estudo do
gênero e da situação comunicativa em que a produção irá circular; análise de ambientes digitais, como
sites, blogs, páginas de jornal online, para repertoriar a produção; produção do roteiro. Recomenda-se
uma progressão que se inicie com o trabalho colaborativo coletivo e avance para as atividades em
grupo/duplas e autônomas.
H18 - Esta é uma habilidade complexa, que envolve três etapas distintas de produções orais
argumentativas para vlogs e, ainda, articula esse trabalho com os gêneros visados e três vetores da
produção: a situação comunicativa, o tema e a finalidade. Convém que se prevejam o acesso e a utilização
de ferramentas digitais que viabilizem a produção dos textos em áudio ou vídeo. O tratamento desta
habilidade pode prever: análise de vlogs, identificando os gêneros circulantes; seleção do gênero mais
indicado para a apresentação de críticas do tipo de produto a ser comentado; critérios de análise dos
produtos focalizados; estudo de recursos da mídia utilizada, assim como os paratextuais que compõem a
performance do locutor. As atividades a serem desenvolvidas, além das indicações já apresentadas, podem
envolver análise de textos do gênero resenha, para compreender as suas características, de acordo com a
situação comunicativa; supor a pesquisa do conteúdo temático; prever o planejamento do texto a ser
produzido, considerando a situação em que irá circular; orientar a produção/textualização desse; orientar
a revisão colaborativa.
H19 - Podem-se formular atividades que contemplem questões controversas sobre temas de interesse da
região e/ou de temas recorrentes da realidade brasileira, como demarcação de terras indígenas, uso
sustentável de recursos naturais, dentre outros. Podem-se propor diferentes situações e gêneros em que
a habilidade deva ser desenvolvida, assim como atividades de planejamento e de produção. A habilidade
requer pesquisa de conteúdo temático e definição de situações comunicativas que envolvam o gênero a
ser utilizado para argumentar (debate, discussão em roda etc.).
H20 - O desenvolvimento desta habilidade está intimamente associado à recepção atenta e crítica a
discursos sobre produtos de mídia para o público infantil. Compreende refletir e analisar os textos
midiáticos referidos, com o objetivo de reconhecer a força dos argumentos e seu poder de persuasão na
apresentação de tais produtos. Convém que o desenvolvimento desta habilidade venha associado à
frequentação dos estudantes a textos organizados nos gêneros previstos. A atividade de leitura
244
colaborativa de estudo viabiliza a análise dos recursos indicados, assim como a roda de discussão. É
importante analisar também o movimento argumentativo presente nos textos.
H21 - Esta habilidade prevê o estudo de aspectos relativos a comunicações orais (algumas entrevistas,
vídeos de vloggers) ou oralizadas (fala de âncora ou locutor de notícias, por exemplo). Seu
desenvolvimento permite ao estudante perceber e avaliar o papel persuasivo do padrão entonacional, da
expressão corporal e da variedade linguística selecionada no discurso argumentativo de vloggers. Deve-se
considerar que o desenvolvimento desta habilidade envolve a previsão de práticas de escuta atenta, no
interior das quais os estudantes poderão observar, refletir e analisar os aspectos mencionados da
produção oral, relacionando-os a seus efeitos de sentido. As falas de âncoras realizam-se de maneiras
diferentes, dependendo do veículo: em alguns, os profissionais manifestam-se espontaneamente,
reagindo a notícias apresentadas, entrevistas feitas, mas, em outros, limitam-se à leitura das notícias pelo
teleprompter. No primeiro caso, teremos um misto de linguagem oral com oralização de texto lido; no
segundo, apenas oralização de texto escrito.
H22 - Deve-se considerar que, além de conhecer essa estrutura, o estudante precisa saber que, no
dicionário, as entradas são organizadas por ordem alfabética; os verbos são apresentados no infinitivo; o
singular e o masculino são a forma padrão de apresentação de substantivos e adjetivos. É preciso saber
também o contexto da palavra para poder selecionar as acepções adequadas. Esse aprendizado deve
acontecer no uso, em situações genuínas.
H23 - A habilidade supõe a leitura e a interpretação dos dados de cada um dos gêneros mencionados para,
depois, realizar a comparação entre ambos. Precisa-se garantir que os estudantes saibam realizar a
interpretação dos dados de gráficos, tabelas e outros recursos que compõem, sobretudo, os textos do
campo de estudo e pesquisa. É importante orientá-los para ler, por exemplo, o título dos gráficos (pois
indicam o que representam os dados), as legendas (pois esclarecem quais são os dados apresentados), os
eixos (para verificar qual será a articulação) e comparar as sínteses que as colunas/fatias representam.
Feita a leitura de um dos recursos, a ideia é que façam a do segundo e, depois, que realizem a articulação
dos dados de cada recurso, sem esquecer que o foco é a compreensão do problema abordado. A leitura
colaborativa é uma atividade que potencializa esse trabalho.
H24 - Devem-se organizar as atividades em temáticas relevantes para o país ou região, como meio-
ambiente e sustentabilidade (tratamento do lixo, água etc.), aspectos relacionados à saúde etc.,
articulados de modo interdisciplinar em projetos que prevejam situações comunicativas orais com outros
estudantes de períodos mais avançados do Ensino Fundamental. As atividades podem ser articuladas com
a prática de linguagem oral, prevendo exposição oral para outras turmas. Destaca-se, aqui, a oportunidade
de trabalho interdisciplinar com as habilidades (MS.EF05MA24.s.24) e (MS.EF05MA25.s.25), da
Matemática, no que se refere à utilização e interpretação de gráficos e tabelas em textos. É possível definir
o gênero a ser estudado (verbete de curiosidade, texto expositivo) e propor atividades que envolvam
análise de textos dos gêneros em questão para explicitar as suas características; orientem o uso de
procedimentos escritores, como reler o que está escrito para continuar, consultar o planejamento para
tomar decisões e revisar no processo e ao final.
H25 - Esta habilidade possui foco na oralização de textos dramatúrgicos de acordo com as indicações
autorais constantes das rubricas. Seu desenvolvimento demanda a participação do estudante em práticas
de leitura e análise de textos dramáticos. Convém que o desenvolvimento desta habilidade venha sempre
associado a práticas articuladas e sequenciadas de leitura/análise de textos dramáticos, com ênfase sobre
as relações entre fala e escrita que se estabelecem nesses casos.
H26 - Como relatórios de experimentos, de observação e pesquisa, entrevistas etc. Seu desenvolvimento
envolve o engajamento do estudante em práticas de leitura e/ou produção dos gêneros e textos
mencionados, e demanda a aprendizagem prévia dos conhecimentos linguísticos relacionados. O
desenvolvimento da habilidade supõe a frequentação dos estudantes a textos organizados nos gêneros
245
previstos. A atividade de leitura colaborativa de estudo de textos dos gêneros em jogo, assim como a
revisão processual e final possibilitam estudar os recursos e analisar a adequação dos textos produzidos.
H27 - Deve-se considerar que esta habilidade explicita os tipos de articuladores referidos pelas habilidades
(MS.EF05LP07.s.07) e (MS.EF35LP14.s.14). Trata-se de utilizar, na produção dos textos, os recursos
previstos. Para tanto, é necessário estudá-los, o que pode ser feito por meio das leituras colaborativas de
texto. Na revisão coletiva processual e final, analisa-se a adequação do uso dos recursos, de modo a
garantir a coerência e legibilidade do texto.
H28 - Deve-se considerar que o desenvolvimento desta habilidade supõe a leitura e estudo de ciberpoemas
e minicontos digitais, para que as suas características fundamentais sejam identificadas: o modo de
ocupação do espaço — que pode não ser estático; a presença de recursos de áudio e movimento; o
emprego de recursos de interação entre leitor e texto para definição — ou não — dos rumos do poema
etc. As atividades colaborativas são mais adequadas para o desenvolvimento desta habilidade, em especial
as que são realizadas coletivamente, com a mediação do professor.
246
7.1.2 – COMPONENTE CURRICULAR ARTE
7.1.2.1 - Arte
247
pessoa desenvolver talentos em determinada área ou com um determinado recurso, daí se vê a
importância da arte na educação. Se antes, muita gente a via apenas como disciplina voltada à
recreação e ao lazer, hoje em dia, ela é um componente curricular obrigatório e necessário, cada vez
mais presente no espaço escolar e no cotidiano das pessoas.
A arte foi incluída no currículo escolar com o título de Educação Artística, pela Lei de Diretrizes
e Bases 5.692/1971,1 para o Ensino de 1° e 2° graus, mas surgiu como atividade educativa e não
disciplina. A introdução da Educação Artística foi um avanço, principalmente se considerar que houve
um entendimento em relação à arte na formação dos indivíduos. No entanto, o resultado dessa
proposição foi conflitante como apresentado nos Parâmetros Curriculares Nacionais - Arte, de 1997,
pois muitos professores não eram habilitados nem preparados para o domínio de várias linguagens, as
quais deveriam ser incluídas no conjunto das atividades artísticas.2
Com a implementação da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB nº
9.394/96), estabelece-se, em seu artigo 26, § 2º, que "O ensino da arte, especialmente em suas
expressões regionais, constituirá componente curricular obrigatório da educação básica”.
Desde então, o ensino de arte no Brasil passou por diversas mudanças em toda sua história
até os dias atuais. Tais mudanças ocorreram devido às situações e às necessidades vividas em cada
época e, desse modo, a educação foi se renovando e, com isso, o ensino de arte também, o que
corrobora parte de um processo político, cultural e social que, aos poucos, foi tomando forma.
Com a homologação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), além da Música, do Teatro,
da Dança e das Artes Visuais, as Artes Integradas foram incluídas, com o objetivo de que os alunos
explorassem as relações entre as diferentes linguagens e suas práticas. Com isso, a Base Nacional
torna os alunos protagonistas do processo no ensino de Arte, sob uma perspectiva de, não somente
ajudar a definir os temas a serem tratados, mas, sobretudo, se sentirem mais livres para criar, dando
vazão à sensibilidade de maneira mais plena, com a observação e o incentivo do professor.
Nesse sentido, a BNCC propõe seis dimensões de conhecimento para o ensino de Arte, sendo
elas: Criação, que prevê a produção artística, individual ou coletiva, como uma maneira de expressar
sentimentos, ideias, desejos e representações; Crítica, que contempla o estudo e a pesquisa de
diversas experiências e manifestações artísticas, de modo a permitir a articulação e a formação de um
pensamento próprio acerca de aspectos estéticos, políticos, históricos, filosóficos, sociais, econômicos
e culturais relacionados a elas; Estesia, que articula a sensibilidade e a percepção da Arte como uma
1
Art. 7º Será obrigatória a inclusão de Educação Moral e Cívica, Educação Física, Educação Artística e Programas
de Saúde nos currículos plenos dos estabelecimentos de lº e 2º graus, observado quanto à primeira o disposto
no Decreto-Lei n. 369, de 12 de setembro de 1969. (Vide Decreto nº 69.450, de 1971) - revogado.
2
Ao professor destinava-se um papel cada vez mais irrelevante e passivo. A ele não cabia ensinar nada e a arte
adulta deveria ser mantida fora dos muros da escola, pelo perigo da influência que poderia macular a “genuína
e espontânea expressão infantil” (PCN, 1997).
248
forma de conhecer a si mesmo, o outro e o mundo, trazendo o corpo como protagonista da experiência
com a Arte, em sua totalidade, incluindo as emoções; Expressão, ligada às oportunidades de
exteriorizar criações subjetivas por meio de procedimentos artísticos, individual e coletivamente, por
meio de experiências com elementos constitutivos de cada linguagem, seus vocabulários específicos e
suas materialidades; Fruição, que diz respeito à oportunidade de se sensibilizar ao participar de
práticas artísticas e culturais das mais diversas épocas e grupos sociais, podendo gerar prazer,
estranhamento, entre outras tantas sensações; por fim, Reflexão, que se refere à construção de um
posicionamento sobre experiências e processos criativos, artísticos e culturais, o que requer o
desenvolvimento de habilidades para análise e interpretação das manifestações artísticas e culturais.
O componente curricular de Arte, nas Orientações Curriculares da Rede Municipal de Ensino
de Três Lagoas/MS (REME/TL), enaltece a sua importância no espaço educacional e visa o
(re)conhecimento e a valorização da arte e da cultura local, sentindo a necessidade de contribuir com
algumas especificidades fundamentadas no despertar da capacidade de criação e na exteriorização de
sentimentos, permitindo compreender os planos da expressão e da interação, de forma a trabalhar a
inserção social de maneira ampla e integral.
Nessa perspectiva, nossas Orientações Curriculares estão fundamentadas em pesquisas
teóricas, nas normativas estabelecidas pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC), na Base Nacional
Comum Curricular (BNCC), no Currículo de Referência de Mato Grosso do Sul, em abordagens
sociointeracionistas (Vygotsky), em teorias da aprendizagem (Piaget) e em tendências pedagógicas
progressistas, culminando em uma pesquisa de campo nas diversas áreas da Arte existentes em Três
Lagoas/MS.
Como resultado dessa pesquisa, foi possível observar o quão rica é nossa cultura três-lagoense,
uma vez que temos núcleos específicos nas áreas da dança, do teatro, da música e das artes plásticas,
diversos artistas locais com páginas na internet, blogs, canais no youtube, além de festas e
comemorações típicas da cidade, o que contribui, significativamente, para a efetivação da arte em
nossas Escolas e Centros de Educação Infantil.
Por esse motivo, destaca-se a importância de um trabalho em que o professor aborde temas
internacionais e nacionais, mas sobretudo, enfatize suas aulas com a temática da arte local, já que é
de praxe valorizarmos o que nos é distante e acabamos por esquecer das preciosidades que temos ao
nosso redor. Assim, cabe ao professor incentivar seus estudantes a se identificarem no meio artístico,
vivenciando as diversas formas de expressão inseridas no contexto histórico cultural da Arte.
249
componente contribui para a interação crítica dos estudantes com a complexidade do mundo, além
de favorecer o respeito às diferenças e o diálogo intercultural, pluriétnico e plurilíngue, importantes
para o exercício da cidadania, a troca entre culturas e o reconhecimento de suas semelhanças e
diferenças.
Ademais, a Base preconiza que a abordagem das linguagens articule as seis dimensões do
conhecimento, que buscam facilitar o processo de ensino e aprendizagem em Arte, integrando os
conhecimentos do componente curricular. Cada uma das quatro linguagens – Artes Visuais, Dança,
Música e Teatro – constitui uma unidade temática, que reúne Objetos de Conhecimento e Habilidades
articulados às seis dimensões. Além dessas quatro unidades temáticas, uma outra explora as relações
e as articulações entre as diferentes linguagens e suas práticas, inclusive aquelas possibilitadas pelo
uso das novas tecnologias de informação e comunicação, trata-se das Artes Integradas.
É notório que a arte-educação propicia o desenvolvimento do pensamento artístico e da
percepção estética, que caracterizam um modo próprio de ordenar e dar sentido à experiência
humana. Nesse sentido, o educando desenvolve sensibilidade, percepção e imaginação, tanto ao
realizar formas artísticas, quanto na ação de apreciar e conhecer as formas produzidas por ele e pelos
colegas, pela natureza e por diferentes culturas.
Para a educadora Ana Mae Barbosa3, aprender por meio da arte faz parte de uma educação
integral, inclusive porque ajuda a desenvolver outras áreas do conhecimento, uma vez que os
estudantes precisam mobilizar diversas habilidades, como a capacidade de interpretação, criatividade,
imaginação e os aspectos afetivos e emocionais, além da própria inteligência racional e das habilidades
motoras.
É necessário estarmos conscientes do significado da Arte para o indivíduo e a coletividade, pois
sabemos que os estudantes possuem as condições adequadas para a fruição e/ou prática da expressão
artística, sem as amarras de um conceito de Arte tradicionalista e conservador, fundamentado em
parâmetros descontextualizados da realidade dos alunos. É sabido que, dentre as áreas de
conhecimento que contribuem para incitar o pensamento, a arte ocupa um lugar de destaque. Nela, o
estudo-ação está sempre presente, pela própria obrigatoriedade da especulação constante, pois tanto
o artista quanto o estudioso ou o fruidor lançam mão do pensamento para executar ou analisar a obra
de arte. Fazer arte é descobrir e descobrir-se, pois, juntamente com os sons, as imagens, os gestos
e/ou os movimentos, coexiste a emoção, que está sempre presente nesses sons, nessas imagens,
nesses gestos e nesses movimentos.
3
Ana Mae Barbosa é Professora Titular da Universidade de São Paulo, autora de vários livros, entre eles, Tópicos
utópicos (1998) e Arte Educação: Leitura no subsolo (1999). Ganhadora do Prêmio Internacional Sir Herbert Read
(1999).
250
Ensinar Arte significa, portanto, possibilitar experiências e vivências significativas em
apreciação, reflexão, transformação e elaboração artística. Entendendo o ensino de Arte como agente
transformador e formador do cidadão, estão elencadas habilidades que contemplam a memória do
patrimônio cultural, novas e possíveis leituras do mundo por meio de sons, imagens e movimentos e
o entendimento da sociedade, por meio de atividades práticas de pesquisa, criação e fruição.
A arte aparece no mundo humano com o objetivo de transformar a experiência vivida em
objeto de conhecimento, por meio do sentimento, e o entendimento do mundo não se dá somente
por meio de conceitos logicamente organizados, estão longe do dado sensorial, do momento vivido.
Ele também pode se dar por meio da intuição, do conhecimento imediato, da forma concreta e
individual, que não fala à razão, mas ao sentimento e à imaginação.
251
professores propunham atividades nas quais o produto final era mais importante que o processo,
porém, é importante destacar que produtos finais nem sempre revelam aprendizagem. Desse modo,
é necessário pensar em como avaliar os processos de criação, levando em consideração sua dimensão
subjetiva.
As linguagens efêmeras – Dança, Música e Teatro – concretizam-se no espetáculo
propriamente dito, não geram produtos palpáveis, desse modo, a avaliação é feita no processo, no
percurso, que pode ocorrer na sala de aula, nos corredores da escola, entre outros espaços. Quanto à
linguagem Artes Visuais, as possibilidades são maiores e os instrumentos podem ser palpáveis, como
exposições, cadernos e portfólios físicos ou virtuais, textos, poemas, telas, fotografias, vídeos etc.
Tais instrumentos avaliativos dialogam com a natureza do componente curricular Arte e
colocam o estudante como protagonista de sua aprendizagem, uma vez que a criação mistura o fazer
e o pensar, por isso é tão importante reservar tempo para que os estudantes analisem seu percurso e
reflitam sobre o processo.
Referências Bibliográficas
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Dissertação (Mestrado em EDUCAÇÃO). Universidade Estadual de Campinas. Campinas, 2013.
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<http://basenacionalcomum.mec.gov.br/imagens/BNCC_20dez_site.pdf>. Acesso: 16 set. 2019.
BRASIL. Lei 5.692, de 11 de agosto de 1971. Fixa Diretrizes e Bases para o ensino de 1° e 2º graus, e dá
outras providências. Brasília, DF: 1971. Disponível em: Acesso: 16 set. 2019.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei número 9.394, 20 de dezembro de 1996.
CAVALCANTE, C. M. B.; ORTEGA, A. C. Análise microgenética do funcionamento cognitivo de crianças
por meio do jogo Matix. Estud. psicol. (Campinas) [online]. 2008, vol.25, n.3, pp.449-459. Disponível
em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-
166X2008000300013&script=sci_abstract&tlng=pt>. Acesso: 19 set. 2019.
CUNHA, S. R. V. Pintando, bordando, rasgando, desenhando e melecando na educação infantil. In:
CUNHA, S. R. V. da (Org.). Cor, som e movimento. Porto Alegre: Mediação, 1999. p. 7-36.
FERRAZ, M. H. C. de T. FUSARI, M. F. de R. Arte na educação escolar. São Paulo: Cortez, 2009.
GOMBRICH, E. H. A história da arte. Trad. Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: LTC, 2006.
HOLM. A. M. Baby - Art: os primeiros passos com a arte. São Paulo: Museu de Arte Moderna de São
Paulo, 2007.
Mae Barbosa e a educação por meio da arte. Publicado dia 26/11/2018. Por Ingrid Matuoka.
Disponível em: <https://educacaointegral.org.br/ reportagens/ana-mae-barbosa-e-
educacao-por-meio-da-arte/>. Acesso: 17 set. 2019.
252
OSTETTO, L. Educação Infantil Saberes e Fazeres da Formação de Professores. São Paulo. Editora:
Papirus. 2010.
SED / MS. Secretaria de Estado de Educação. Currículo de Referência de Mato Grosso do Sul: Educação
Infantil e Ensino Fundamental. Campo Grande: SED, V 1.05, 2019.
VYGOTSKI, L. S. (1999). Psicologia da Arte. São Paulo: Martins Fontes.
253
ENSINO FUNDAMENTAL I
ARTE
PALAVRAS-CHAVE: EU, O OUTRO E TODOS NÓS - CRIAÇÃO, CRÍTICA, ESTESIA, EXPRESSÃO, FRUIÇÃO,
REFLEXÃO, LUDICIDADE, DIMENSÃO INTERCULTURAL, PROTAGONISMO, SENTIDO PARA A VIDA.
1º ANO
UNIDADES OBJETOS DE OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
TEMÁTICAS CONHECIMENTO (HABILIDADES)
(MS.EF15AR01.s.01)
Identificar e apreciar formas distintas das artes visuais
Contextos e práticas tradicionais e contemporâneas, cultivando a
percepção, o imaginário, a capacidade de simbolizar e
o repertório imagético.
(MS.EF15AR02.s.02)
Explorar e reconhecer elementos constitutivos das
Elementos da linguagem
artes visuais (ponto, linha, forma, cor, espaço,
movimento etc.).
(MS.EF15AR03.s.03)
Reconhecer e analisar a influência de distintas
Matrizes estéticas e culturais matrizes estéticas e culturais das artes visuais nas
manifestações artísticas das culturas locais, regionais
e nacionais.
Artes visuais
(MS.EF15AR04.s.04)
Experimentar diferentes formas de expressão artística
(desenho, pintura, colagem, quadrinhos, dobradura,
Materialidades escultura, modelagem, instalação, vídeo, fotografia
etc.), fazendo uso sustentável de materiais,
instrumentos, recursos e técnicas convencionais e não
convencionais.
(MS.EF15AR05.s.05)
Experimentar a criação em artes visuais de modo
individual, coletivo e colaborativo, explorando
Processos de criação diferentes espaços da escola e da comunidade.
(MS.EF15AR06.s.06)
Dialogar sobre a sua criação e as dos colegas, para
alcançar sentidos plurais.
(MS.EF15AR07.s.07)
Reconhecer algumas categorias do sistema das artes
Sistemas da linguagem
visuais (museus, galerias, instituições, artistas,
artesãos, curadores etc.).
254
(MS.EF15AR08.s.08)
Experimentar e apreciar formas distintas de
Contextos e práticas manifestações da dança presentes em diferentes
contextos, cultivando a percepção, o imaginário, a
capacidade de simbolizar e o repertório corporal.
(MS.EF15AR09.s.09)
Estabelecer relações entre as partes do corpo e destas
com o todo corporal na construção do movimento
dançado.
Elementos da linguagem (MS.EF15AR10.s.10)
Experimentar diferentes formas de orientação no
espaço (deslocamentos, planos, direções, caminhos
Dança
255
(MS.EF15AR16.s.16)
Explorar diferentes formas de registro musical não
convencional (representação gráfica de sons,
Notação e registro musical
partituras criativas etc.), bem como procedimentos e
técnicas de registro em áudio e audiovisual, e
Música
256
(MS.EF15AR00.n.24)
Teatro
(MS.EF15AR25.s.27)
Conhecer e valorizar o patrimônio cultural, material e
imaterial, de culturas diversas, em especial a
Patrimônio cultural brasileira, incluindo-se suas matrizes indígenas,
africanas e europeias, de diferentes épocas,
favorecendo a construção de vocabulário e repertório
relativos às diferentes linguagens artísticas.
(MS.EF15AR26.s.28)
Explorar diferentes tecnologias e recursos digitais
Arte e tecnologia (multimeios, animações, jogos eletrônicos, gravações
em áudio e vídeo, fotografia, softwares etc.) nos
processos de criação artística.
METODOLOGIAS PARA A APRENDIZAGEM DO ESTUDANTE – 1º ANO
• Experiências, por meio de desenho, pintura, escultura, gravura, animação, vídeo, em busca da
construção de uma formação criativa autoral, com aproveitamento dos simbolismos próprios da infância.
Pode-se abordar o Tema Contemporâneo Cultura Sul-Mato-Grossense e Diversidade Cultural.
• Atividades com “alfabeto visual”: ponto, linha, forma, direção, tom, cor, textura, proporção, dimensão,
movimento, podendo, ainda. ser utilizados recursos visuais e plásticos variados e obras de artistas mundiais,
nacionais e do Estado do Mato Grosso do Sul.
• Atividades sobre a população campestre, os povos indígenas, quilombolas, orientais, europeus, árabes e
outras etnias, para que o estudante aponte e registre a diversidade da nossa formação local, regional e
nacional, conforme o Tema Contemporâneo Cultura Sul-Mato-Grossense e Diversidade Cultural.
Utilização de materiais para a produção de obra de arte, levando em conta as quatro peças fundamentais:
matéria, suporte, ferramenta e procedimentos: 1. Matéria: Identificação dos tipos de materiais ou meios
sustentáveis do local, (tinta, argila, sucata, cola, materiais naturais como folhas e pedras etc.). 2. Suportes:
base onde a obra é realizada (a tela de um quadro, o papel de um desenho, o espaço de uma sala, de um
pátio de escola, de um jardim, da rua etc.); 3. Ferramentas: instrumentos/equipamentos utilizados na
produção (pincéis, lápis, lápis de cor, grafite, carvão, etc.). 4. Procedimentos: Modos de articular a matéria
na criação da obra (pintura, colagem, escultura, dobradura etc.). Essa experiência poderá ser desenvolvida
apoiando-se no Tema Contemporâneo Educação Ambiental.
• Múltiplas criações em Artes Visuais de modo individual, coletivo e colaborativo, relatando diversas
possibilidades encontradas, aprendendo e praticando o respeito às diversidades, conforme o Tema
Contemporâneo Direitos das Crianças e dos Adolescentes.
257
• Relato do processo de criação e a escuta sobre a produção dos colegas, ampliando a percepção da
pluralidade de significados atribuíveis às manifestações artísticas. Identificação das diversas formas de
produções, potencializando as diversas competências cognitivas e socioemocionais, entre elas o
Autoconhecimento, a Comunicação e a Criatividade.
• Valorização dos espaços de criação e produção, espaços de organização, catalogação e preservação
(museus e centros culturais e as suas equipes), espaços de exposição e comercialização (galerias de arte e
espaços comerciais) e espaços públicos, destacando a necessidade prática de uma atitude de respeito em
relação a esses espaços. Esta habilidade pode ser associada, por exemplo, ao Tema Contemporâneo
Educação Fiscal, que ajudará o estudante na compreensão da Arte como profissão e fonte de renda. É
importante que o professor possibilite ao estudante visitas in loco ou visitações virtuais e simuladores
disponíveis na Internet. Podem-se utilizar, também, obras da História da Arte e da Arte de MS.
• Ampliação do repertório corporal, da imaginação, da percepção e da construção de significado do
movimento corporal, das rodas cantadas, brincadeiras com diversas variações rítmicas, atividades de
expressão corporal, variações rítmicas distintas e demais possibilidades criativas.
• Identificação das relações entre as partes do corpo (pés, dedos dos pés, mãos, dedos das mãos, quadris,
cabeça, pescoço etc) e as relações corporais de lateralidade, bem como as possibilidades de movimentos
combinados individuais e / ou coletivos.
• Apresentação dos elementos constitutivos da música, por meio da identificação das características dos
elementos básicos do som, como altura (sons agudos e graves), duração (longos e curtos), intensidade
(fortes e fracos) e timbres (a voz do instrumento ou pessoa) e os elementos da música, como ritmo, melodia
e harmonia.
• Identificação e compreensão das diferentes fontes sonoras convencionais (instrumentos musicais) e não
convencionais (sons como o corpo e objetos). Percepção do som por ações de percussão (batida e
raspagem), como vídeos de grupos musicais que trabalham com essa vertente. Registro de diferentes
timbres, alturas, intensidades e o questionamento sobre a presença múltipla dos elementos do som, em
uma mesma música, permitindo a ampliação dos exercícios nos processos de criação.
• Variações rítmicas de volume, de intensidade e de registros gráficos do som. A criação e a exploração da
notação musical não convencional podem acontecer com proposições movidas por parâmetros do som —
intensidade, altura, duração e timbre. Pode-se explorar, ainda, o registro do som e do silêncio.
• Observação e apreciação das formas teatrais, em diferentes formas e contextos. A prática de observação
em diferentes locais públicos permite a percepção múltipla de como as pessoas se expressam com a
entonação de voz, gestos, forma de narrar acontecimentos, criação de personagens relacionados a uma
função ou tema, dentre outros. O brincar e o faz de conta, mediados e que se tornam teatro, fazem com
que esta habilidade se concretize.
258
• Brincadeiras e sons próprios da infância e o uso das matrizes estéticas e culturais dos diferentes povos e
etnias, ao longo da história, associadas à descoberta e à identificação de semelhanças e diferenças entre
brincadeiras, jogos e danças de diferentes lugares.
• Valorização das manifestações culturais de outras comunidades, ao longo da sua história, por meio de
brincadeiras, jogos, danças, canções, histórias e expressões das diferentes matrizes estéticas e culturais,
principalmente as pertencentes à cultura brasileira.
• Utilização de diferentes tecnologias e recursos digitais, no sentido de descobrir, conhecer e manusear
essas ferramentas, bem como suas potencialidades nos processos criativos. Desse modo, espera-se a
aproximação do estudante com a imaterialidade na arte, sensibilizando-o para a utilização das primeiras
ferramentas tecnológicas e eletrônicas. Vale, nesta habilidade, explorar recursos da Rede Mundial de
Computadores, APPs disponíveis para Android e IOS, além de atividades de criação e programação para
novos aplicativos e robótica, gamificação e visitações virtuais.
259
ENSINO FUNDAMENTAL I
ARTE
(MS.EF15AR01.s.01)
Identificar e apreciar formas distintas das artes visuais
Contextos e práticas tradicionais e contemporâneas, cultivando a
percepção, o imaginário, a capacidade de simbolizar e
o repertório imagético.
(MS.EF15AR02.s.02)
Explorar e reconhecer elementos constitutivos das
Elementos da linguagem
artes visuais (ponto, linha, forma, cor, espaço,
movimento etc.).
(MS.EF15AR03.s.03)
Reconhecer e analisar a influência de distintas
Matrizes estéticas e culturais matrizes estéticas e culturais das artes visuais nas
manifestações artísticas das culturas locais, regionais
e nacionais.
Artes visuais
(MS.EF15AR04.s.04)
Experimentar diferentes formas de expressão artística
(desenho, pintura, colagem, quadrinhos, dobradura,
Materialidades escultura, modelagem, instalação, vídeo, fotografia
etc.), fazendo uso sustentável de materiais,
instrumentos, recursos e técnicas convencionais e não
convencionais.
(MS.EF15AR05.s.05)
Experimentar a criação em artes visuais de modo
individual, coletivo e colaborativo, explorando
Processos de criação diferentes espaços da escola e da comunidade.
(MS.EF15AR06.s.06)
Dialogar sobre a sua criação e as dos colegas, para
alcançar sentidos plurais.
(MS.EF15AR07.s.07)
Reconhecer algumas categorias do sistema das artes
Sistemas da linguagem
visuais (museus, galerias, instituições, artistas,
artesãos, curadores etc.).
260
(MS.EF15AR08.s.08)
Experimentar e apreciar formas distintas de
Contextos e práticas manifestações da dança presentes em diferentes
contextos, cultivando a percepção, o imaginário, a
capacidade de simbolizar e o repertório corporal.
(MS.EF15AR09.s.09)
Estabelecer relações entre as partes do corpo e destas
com o todo corporal na construção do movimento
dançado.
Elementos da linguagem (MS.EF15AR10.s.10)
Experimentar diferentes formas de orientação no
espaço (deslocamentos, planos, direções, caminhos
Dança
261
(MS.EF15AR16.s.16)
Explorar diferentes formas de registro musical não
convencional (representação gráfica de sons,
Notação e registro musical
partituras criativas etc.), bem como procedimentos e
técnicas de registro em áudio e audiovisual, e
Música
262
(MS.EF15AR00.n.24)
Teatro
(MS.EF15AR23.s.25)
Reconhecer e experimentar, em projetos temáticos,
Processos de criação
as relações processuais entre diversas linguagens
artísticas.
(MS.EF15AR24.s.26)
Caracterizar e experimentar brinquedos, brincadeiras,
Matrizes estéticas e culturais
jogos, danças, canções e histórias de diferentes
matrizes estéticas e culturais.
Artes integradas
(MS.EF15AR25.s.27)
Conhecer e valorizar o patrimônio cultural, material e
imaterial, de culturas diversas, em especial a
Patrimônio cultural brasileira, incluindo-se suas matrizes indígenas,
africanas e europeias, de diferentes épocas,
favorecendo a construção de vocabulário e repertório
relativos às diferentes linguagens artísticas.
(MS.EF15AR26.s.28)
Explorar diferentes tecnologias e recursos digitais
Arte e tecnologia (multimeios, animações, jogos eletrônicos, gravações
em áudio e vídeo, fotografia, softwares etc.) nos
processos de criação artística.
METODOLOGIAS PARA A APRENDIZAGEM DO ESTUDANTE – 2º ANO
• As metodologias do 2º ano são comuns ao 1º ano.
263
ENSINO FUNDAMENTAL I
ARTE
(MS.EF15AR01.s.01)
Identificar e apreciar formas distintas das artes visuais
Contextos e práticas tradicionais e contemporâneas, cultivando a
percepção, o imaginário, a capacidade de simbolizar e
o repertório imagético.
(MS.EF15AR02.s.02)
Explorar e reconhecer elementos constitutivos das
Elementos da linguagem
artes visuais (ponto, linha, forma, cor, espaço,
movimento etc.).
(MS.EF15AR03.s.03)
Reconhecer e analisar a influência de distintas
Matrizes estéticas e culturais matrizes estéticas e culturais das artes visuais nas
manifestações artísticas das culturas locais, regionais
e nacionais.
Artes visuais
(MS.EF15AR04.s.04)
Experimentar diferentes formas de expressão artística
(desenho, pintura, colagem, quadrinhos, dobradura,
Materialidades escultura, modelagem, instalação, vídeo, fotografia
etc.), fazendo uso sustentável de materiais,
instrumentos, recursos e técnicas convencionais e não
convencionais.
(MS.EF15AR05.s.05)
Experimentar a criação em artes visuais de modo
individual, coletivo e colaborativo, explorando
Processos de criação diferentes espaços da escola e da comunidade.
(MS.EF15AR06.s.06)
Dialogar sobre a sua criação e as dos colegas, para
alcançar sentidos plurais.
(MS.EF15AR07.s.07)
Reconhecer algumas categorias do sistema das artes
Sistemas da linguagem
visuais (museus, galerias, instituições, artistas,
artesãos, curadores etc.).
(MS.EF15AR08.s.08)
Experimentar e apreciar formas distintas de
Dança
(MS.EF15AR11.s.11)
Criar e improvisar movimentos dançados de modo
individual, coletivo e colaborativo, considerando os
aspectos estruturais, dinâmicos e expressivos dos
elementos constitutivos do movimento, com base nos
Processos de criação códigos de dança.
(MS.EF15AR12.s.12)
Discutir, com respeito e sem preconceito, as
experiências pessoais e coletivas em dança
vivenciadas na escola, como fonte para a construção
de vocabulários e repertórios próprios.
(MS.EF15AR13.s.13)
Identificar e apreciar criticamente diversas formas e
gêneros de expressão musical, reconhecendo e
Contextos e práticas
analisando os usos e as funções da música em diversos
contextos de circulação, em especial, aqueles da vida
cotidiana.
(MS.EF15AR14.s.14)
Perceber e explorar os elementos constitutivos da
música (altura, intensidade, timbre, melodia, ritmo
Elementos da linguagem
etc.), por meio de jogos, brincadeiras, canções e
práticas diversas de composição/criação, execução e
Música
apreciação musical.
(MS.EF15AR15.s.15)
Explorar fontes sonoras diversas, como as existentes
no próprio corpo (palmas, voz, percussão corporal), na
Materialidades
natureza e em objetos cotidianos, reconhecendo os
elementos constitutivos da música e as características
de instrumentos musicais variados.
(MS.EF15AR16.s.16)
Explorar diferentes formas de registro musical não
convencional (representação gráfica de sons,
Notação e registro musical
partituras criativas etc.), bem como procedimentos e
técnicas de registro em áudio e audiovisual, e
reconhecer a notação musical convencional.
265
(MS.EF15AR17.s.17)
Experimentar improvisações, composições e
Música
(MS.EF15AR21.s.21)
Exercitar a imitação e o faz de conta, ressignificando
Processos de criação
objetos e fatos e experimentando-se no lugar do
outro, ao compor e encenar acontecimentos cênicos,
por meio de músicas, imagens, textos ou outros
pontos de partida, de forma intencional e reflexiva.
(MS.EF15AR22.s.22)
Experimentar possibilidades criativas de movimento e
de voz na criação de um personagem teatral,
discutindo estereótipos.
(MS.EF15AR00.n.23)
Conhecer histórias, brincadeiras, contos e lendas,
mundiais, nacionais e do Mato Grosso do Sul,
desenvolvendo a capacidade imaginativa.
Contextos e práticas
(MS.EF15AR00.n.24)
Compreender com naturalidade as reações
emocionais provenientes das atividades práticas
teatrais, através de diversas experiências.
(MS.EF15AR23.s.25)
integradas
266
(MS.EF15AR24.s.26)
Caracterizar e experimentar brinquedos, brincadeiras,
Matrizes estéticas e culturais
jogos, danças, canções e histórias de diferentes
matrizes estéticas e culturais.
(MS.EF15AR25.s.27)
Conhecer e valorizar o patrimônio cultural, material e
Artes integradas
267
• Registro de múltiplas criações em Artes Visuais de modo individual, coletivo e colaborativo, descobrindo
diversas possibilidades, aprendendo e praticando o respeito às diversidades, conforme o Tema
Contemporâneo Direitos das Crianças e dos Adolescentes.
• Visita aos diferentes espaços de criação e produção, espaços de organização, catalogação e preservação
(museus e centros culturais e as suas equipes), espaços de exposição e comercialização (galerias de arte e
espaços comerciais), espaços públicos, destacando a necessidade prática de uma atitude de respeito em
relação a esses espaços. Esta habilidade pode ser associada, por exemplo, ao Tema Contemporâneo
Educação Fiscal, que ajudará o estudante na compreensão da Arte como profissão e fonte de renda. É
importante que o professor possibilite ao estudante visitas in loco, bem como visitações virtuais e
simuladores disponíveis na Internet.
• Atividades de movimento corporal, como rodas cantadas, brincadeiras rítmicas, atividades de expressão
corporal, variações rítmicas distintas e demais possibilidades criativas.
• Atividades referentes a ações corporais de lateralidade, assim como possibilidades de movimentos
combinados individuais e coletivos, procurando compreender as diferentes expressões corporais nas
atividades.
• Atividades que conduzam os estudantes a investigar, testar, fazer, refazer e lidar com sentimentos de
prazer e repulsa ao corpo e/ou movimento, na vivência de espaços, orientações e ritmos diferentes.
• Vivências nas quais os estudantes possam participar, observar e expressar-se em todas as atividades que
envolvam a dança, com respeito, sem preconceito e propague experiências pessoais e coletivas em danças
vivenciadas na escola, para ampliar a discussão sobre esses preconceitos. Nesse ponto, há a oportunidade,
também, de relacionar a marginalização das danças típicas de um ou mais povos, bem como as danças
urbanas contemporâneas.
• Atividades que levem o estudante a explorar e experimentar as propriedades do som — altura (sons
agudos e graves), duração (longos e curtos), intensidade (fortes e fracos) e timbres (a voz do instrumento
ou pessoa) — e os elementos da música — o ritmo, a melodia e a harmonia.
• Atividades que levem o estudante a detectar, diferenciar e identificar diversas fontes sonoras
convencionais (como os instrumentos musicais) e não convencionais (como os movimentos do corpo e/ou
objetos). Pode haver, ainda, a inserção de instrumentos mais complexos, como violão, flautas e teclados.
Para exemplificar, podem-se usar alguns vídeos de grupos musicais que trabalham com esses recursos e
têm vasto repertório infantil (Grupo Triii, Crianceiras, Palavra Cantada etc), propiciando ao estudante o
registro de diferentes timbres, alturas, intensidades e o questionamento sobre a presença múltipla dos
elementos do som em uma mesma música permite a ampliação dos exercícios nos processos de criação. Os
registros convencionais possibilitam ao estudante exercitar uma relação entre duas linguagens da arte:
Artes Visuais e Música, além de aprofundar e aprimorar a alfabetização musical, introduzindo assim a leitura
de partituras e a identificação das notas musicais.
• Atividades de variações rítmicas, de volume, intensidade e de registros gráficos do som. A criação e
exploração da notação musical, não convencional podem acontecer com proposições movidas por
parâmetros do som — intensidade, altura, duração e timbre. Pode-se explorar o registro do som e do
silêncio, iniciando pelo registro gráfico simples para chegar à codificação sonora presente nas notas
musicais, convencional na pauta. As gravações em áudio e vídeo permitem o registro de audiovisuais e a
melhor compreensão do som.
• Atividades de observação em diferentes locais públicos, o que permite a percepção múltipla de como as
pessoas se expressam com a entonação de voz, gestos, forma de narrar acontecimentos, criação de
personagens relacionados a uma função ou tema, dentre outros. O brincar e o faz de conta, mediados e que
se tornam teatro, também podem acontecer.
268
• Atividades de caráter colaborativo e coletivo, por meio de improvisações teatrais e outras diversas
linguagens do teatro, gestos e ações do cotidiano.
• Atividades de expressão, com elementos do cotidiano e do faz de conta, reconhecendo personagens,
tempo e espaço, imitações, ressignificações, a partir de recursos, como músicas, textos e outras
possibilidades.
• Pesquisa de histórias, brincadeiras, contos e lendas, mundiais, nacionais e do Mato Grosso do Sul,
descobrindo diferentes possibilidades expressivas no contexto da vida cotidiana e do folclore cultura
regional e local, por meio de atividades teatrais.
• Utilização de elementos do mundo do faz de conta, reconhecendo personagens, tempo e espaço,
imitações, integrações a partir de recursos, como músicas, diversas tipologias textuais, reunindo e
explorando as linguagens artísticas e outras possibilidades.
• Brincadeiras e sons próprios da infância e o uso das matrizes estéticas e culturais dos diferentes povos e
etnias, ao longo da história.
• Apreciação de manifestações culturais de outras comunidades, ao longo da sua história, experimentando
brincadeiras, jogos, danças, canções, histórias e expressões das diferentes matrizes estéticas e culturais,
principalmente aquelas pertencentes à cultura brasileira.
• Utilização de diferentes tecnologias e recursos digitais, no sentido de descobrir, conhecer e utilizar essas
ferramentas, bem como suas potencialidades nos processos criativos. Desse modo, espera-se a
aproximação do estudante com a imaterialidade na arte, sensibilizando-o para a utilização das primeiras
ferramentas tecnológicas e eletrônicas. Vale, nesta habilidade, explorar recursos da Rede Mundial de
Computadores, APPs disponíveis para Android e IOS, além de atividades de criação e programação para
novos aplicativos, ou para o trabalho com a robótica.
269
ENSINO FUNDAMENTAL I
ARTE
(MS.EF15AR01.s.01)
Identificar e apreciar formas distintas das artes visuais
Contextos e práticas tradicionais e contemporâneas, cultivando a
percepção, o imaginário, a capacidade de simbolizar e
o repertório imagético.
(MS.EF15AR02.s.02)
Explorar e reconhecer elementos constitutivos das
Elementos da linguagem
artes visuais (ponto, linha, forma, cor, espaço,
movimento etc.).
(MS.EF15AR03.s.03)
Reconhecer e analisar a influência de distintas
Matrizes estéticas e culturais matrizes estéticas e culturais das artes visuais nas
manifestações artísticas das culturas locais, regionais
e nacionais.
Artes visuais
(MS.EF15AR04.s.04)
Experimentar diferentes formas de expressão artística
(desenho, pintura, colagem, quadrinhos, dobradura,
Materialidades escultura, modelagem, instalação, vídeo, fotografia
etc.), fazendo uso sustentável de materiais,
instrumentos, recursos e técnicas convencionais e não
convencionais.
(MS.EF15AR05.s.05)
Experimentar a criação em artes visuais de modo
individual, coletivo e colaborativo, explorando
Processos de criação diferentes espaços da escola e da comunidade.
(MS.EF15AR06.s.06)
Dialogar sobre a sua criação e as dos colegas, para
alcançar sentidos plurais.
(MS.EF15AR07.s.07)
Reconhecer algumas categorias do sistema das artes
Sistemas da linguagem
visuais (museus, galerias, instituições, artistas,
artesãos, curadores etc.).
(MS.EF15AR08.s.08)
Experimentar e apreciar formas distintas de
Dança
(MS.EF15AR11.s.11)
Criar e improvisar movimentos dançados de modo
individual, coletivo e colaborativo, considerando os
aspectos estruturais, dinâmicos e expressivos dos
elementos constitutivos do movimento, com base nos
Processos de criação códigos de dança.
(MS.EF15AR12.s.12)
Discutir, com respeito e sem preconceito, as
experiências pessoais e coletivas em dança
vivenciadas na escola, como fonte para a construção
de vocabulários e repertórios próprios.
(MS.EF15AR13.s.13)
Identificar e apreciar criticamente diversas formas e
gêneros de expressão musical, reconhecendo e
Contextos e práticas
analisando os usos e as funções da música em diversos
contextos de circulação, em especial, aqueles da vida
cotidiana.
(MS.EF15AR14.s.14)
Perceber e explorar os elementos constitutivos da
música (altura, intensidade, timbre, melodia, ritmo
Elementos da linguagem
etc.), por meio de jogos, brincadeiras, canções e
práticas diversas de composição/criação, execução e
Música
apreciação musical.
(MS.EF15AR15.s.15)
Explorar fontes sonoras diversas, como as existentes
no próprio corpo (palmas, voz, percussão corporal), na
Materialidades
natureza e em objetos cotidianos, reconhecendo os
elementos constitutivos da música e as características
de instrumentos musicais variados.
(MS.EF15AR16.s.16)
Explorar diferentes formas de registro musical não
convencional (representação gráfica de sons,
Notação e registro musical
partituras criativas etc.), bem como procedimentos e
técnicas de registro em áudio e audiovisual, e
reconhecer a notação musical convencional.
271
(MS.EF15AR17.s.17)
Experimentar improvisações, composições e
Música
(MS.EF15AR21.s.21)
Exercitar a imitação e o faz de conta, ressignificando
Processos de criação
objetos e fatos e experimentando-se no lugar do
outro, ao compor e encenar acontecimentos cênicos,
por meio de músicas, imagens, textos ou outros
pontos de partida, de forma intencional e reflexiva.
(MS.EF15AR22.s.22)
Experimentar possibilidades criativas de movimento e
de voz na criação de um personagem teatral,
discutindo estereótipos.
(MS.EF15AR00.n.23)
Conhecer histórias, brincadeiras, contos e lendas,
mundiais, nacionais e do Mato Grosso do Sul,
desenvolvendo a capacidade imaginativa.
Contextos e práticas
(MS.EF15AR00.n.24)
Compreender com naturalidade as reações
emocionais provenientes das atividades práticas
teatrais, através de diversas experiências.
(MS.EF15AR23.s.25)
integradas
272
(MS.EF15AR24.s.26)
Caracterizar e experimentar brinquedos, brincadeiras,
Matrizes estéticas e culturais
jogos, danças, canções e histórias de diferentes
matrizes estéticas e culturais.
(MS.EF15AR25.s.27)
Conhecer e valorizar o patrimônio cultural, material e
Artes integradas
273
ENSINO FUNDAMENTAL I
ARTE
(MS.EF15AR01.s.01)
Identificar e apreciar formas distintas das artes visuais
Contextos e práticas tradicionais e contemporâneas, cultivando a
percepção, o imaginário, a capacidade de simbolizar e
o repertório imagético.
(MS.EF15AR02.s.02)
Elementos da linguagem Explorar e reconhecer elementos constitutivos das
artes visuais (ponto, linha, forma, cor, espaço,
movimento etc.).
(MS.EF15AR03.s.03)
Reconhecer e analisar a influência de distintas
Matrizes estéticas e culturais matrizes estéticas e culturais das artes visuais nas
manifestações artísticas das culturas locais, regionais
e nacionais.
Artes visuais
(MS.EF15AR04.s.04)
Experimentar diferentes formas de expressão artística
(desenho, pintura, colagem, quadrinhos, dobradura,
Materialidades escultura, modelagem, instalação, vídeo, fotografia
etc.), fazendo uso sustentável de materiais,
instrumentos, recursos e técnicas convencionais e não
convencionais.
(MS.EF15AR05.s.05)
Experimentar a criação em artes visuais de modo
individual, coletivo e colaborativo, explorando
Processos de criação diferentes espaços da escola e da comunidade.
(MS.EF15AR06.s.06)
Dialogar sobre a sua criação e as dos colegas, para
alcançar sentidos plurais.
(MS.EF15AR07.s.07)
Sistemas da linguagem Reconhecer algumas categorias do sistema das artes
visuais (museus, galerias, instituições, artistas,
artesãos, curadores etc.).
(MS.EF15AR08.s.08)
Experimentar e apreciar formas distintas de
Dança
274
(MS.EF15AR09.s.09)
Estabelecer relações entre as partes do corpo e destas
com o todo corporal na construção do movimento
dançado.
Elementos da linguagem
(MS.EF15AR10.s.10)
Experimentar diferentes formas de orientação no
espaço (deslocamentos, planos, direções, caminhos
etc.) e ritmos de movimento (lento, moderado e
rápido) na construção do movimento dançado.
Dança
(MS.EF15AR11.s.11)
Criar e improvisar movimentos dançados de modo
individual, coletivo e colaborativo, considerando os
aspectos estruturais, dinâmicos e expressivos dos
elementos constitutivos do movimento, com base nos
Processos de criação códigos de dança.
(MS.EF15AR12.s.12)
Discutir, com respeito e sem preconceito, as
experiências pessoais e coletivas em dança
vivenciadas na escola, como fonte para a construção
de vocabulários e repertórios próprios.
(MS.EF15AR13.s.13)
Identificar e apreciar criticamente diversas formas e
Contextos e práticas gêneros de expressão musical, reconhecendo e
analisando os usos e as funções da música em diversos
contextos de circulação, em especial, aqueles da vida
cotidiana.
(MS.EF15AR14.s.14)
Perceber e explorar os elementos constitutivos da
Elementos da linguagem música (altura, intensidade, timbre, melodia, ritmo
etc.), por meio de jogos, brincadeiras, canções e
práticas diversas de composição/criação, execução e
Música
apreciação musical.
(MS.EF15AR15.s.15)
Explorar fontes sonoras diversas, como as existentes
Materialidades no próprio corpo (palmas, voz, percussão corporal), na
natureza e em objetos cotidianos, reconhecendo os
elementos constitutivos da música e as características
de instrumentos musicais variados.
(MS.EF15AR16.s.16)
Explorar diferentes formas de registro musical não
Notação e registro musical convencional (representação gráfica de sons,
partituras criativas etc.), bem como procedimentos e
técnicas de registro em áudio e audiovisual, e
reconhecer a notação musical convencional.
275
(MS.EF15AR17.s.17)
Experimentar improvisações, composições e
Música
(MS.EF15AR21.s.21)
Processos de criação Exercitar a imitação e o faz de conta, ressignificando
objetos e fatos e experimentando-se no lugar do
outro, ao compor e encenar acontecimentos cênicos,
por meio de músicas, imagens, textos ou outros
pontos de partida, de forma intencional e reflexiva.
(MS.EF15AR22.s.22)
Experimentar possibilidades criativas de movimento e
de voz na criação de um personagem teatral,
discutindo estereótipos.
(MS.EF15AR00.n.23)
Teatro Contextos e práticas Conhecer histórias, brincadeiras, contos e lendas,
mundiais, nacionais e do Mato Grosso do Sul,
desenvolvendo a capacidade imaginativa.
(MS.EF15AR00.n.24)
Contextos e práticas Compreender com naturalidade as reações
emocionais provenientes das atividades práticas
teatrais, através de diversas experiências.
(MS.EF15AR23.s.25)
integradas
Processos de criação
as relações processuais entre diversas linguagens
artísticas.
276
(MS.EF15AR24.s.26)
Matrizes estéticas e culturais Caracterizar e experimentar brinquedos, brincadeiras,
jogos, danças, canções e histórias de diferentes
matrizes estéticas e culturais.
(MS.EF15AR25.s.27)
Conhecer e valorizar o patrimônio cultural, material e
Artes integradas
277
proporcionará ao estudante maior compreensão da Arte como profissão e fonte de renda. É importante que
o professor possibilite ao estudante visitas in loco, bem como visitações virtuais e simuladores disponíveis
na Internet. Pode-se utilizar, também, obras de arte da História da Arte e da Arte de MS.
• Atividades que privilegiem a ampliação do repertório corporal, a imaginação, a percepção e a construção
de significado do movimento corporal, por meio de cirandas, brincadeiras com diversas variações rítmicas,
atividades de expressão corporal, variações rítmicas distintas e demais possibilidades criativas.
• Atividades que façam relações entre as partes do corpo (pés, dedos dos pés, mãos, dedos das mãos,
quadris, cabeça, pescoço) e que reconheça e explore lateralidade, bem como as possibilidades de
movimentos combinados individuais e / ou coletivos, procurando compreender as diferenças expressivas.
• Atividades que levem o estudante a explorar os elementos constitutivos da música para identificar
características e testar elementos básicos do som, como altura (sons agudos e graves), duração (longos e
curtos), intensidade (fortes e fracos) e timbres (a voz do instrumento ou pessoa) e os elementos da música,
como ritmo, melodia e harmonia.
• Investigação e identificação de diferentes fontes sonoras convencionais (instrumentos musicais) e não
convencionais (movimentos como o corpo e objetos que podem produzir sons). Para exemplificar, podem
ser usados alguns vídeos de grupos musicais que trabalham com músicas produzidas com sons do corpo, a
fim de transformar o corpo em “instrumento musical” (Grupo Triii, por exemplo).
• Atividades com variações rítmicas, de volume, intensidade, relacionando aos registros gráficos do som.
A criação e exploração da notação musical não convencional podem acontecer com proposições movidas
por parâmetros do som — intensidade, altura, duração e timbre. Pode-se explorar o registro do som e do
silêncio. As gravações em áudio e vídeo facilitam a compreensão do registro gráfico de audiovisuais.
• A prática de observação em locais públicos variados permite a percepção múltipla de como as pessoas
se expressam, a entonação da voz, gestos, formas de narrar acontecimentos, criação de personagens
relacionados a diferentes situações ou temáticas, dentre outros. O brincar e o faz de conta tornam-se teatro,
ao perceber-se com potencial criador.
• Atividades que contemplem elementos do cotidiano e do faz de conta, reconhecendo personagens,
tempo e espaço, imitações, ressignificações, a partir de recursos, como músicas, textos e outras
possibilidades.
• Atividades de reconhecimento e investigação de novas histórias, brincadeiras, contos e lendas do
folclore mundial, nacional e do Mato Grosso do Sul, inventando diferentes possibilidades expressivas no
contexto da vida cotidiana e do folclore, cultura regional e local, por meio de atividades teatrais.
• Utilização de elementos do mundo do faz de conta, reconhecendo e criando personagens, em diferentes
tempo e espaços, imitações, integrações a partir de recursos diversos, como músicas, tipologias textuais,
reunindo e explorando as linguagens artísticas e outras possibilidades de trabalho com temáticas
contemporâneas.
• Pesquisas e trabalhos com manifestações culturais de outras comunidades, ao longo da história,
experimentando brincadeiras, jogos, danças, canções, histórias e expressões das diferentes matrizes
estéticas e culturais, principalmente as pertencentes à cultura brasileira.
• Utilização de diferentes tecnologias e recursos digitais, produzindo, descobrindo, conhecendo e
utilizando novas possibilidades e potencialidades nos processos criativos. Vale, ainda, explorar recursos da
Rede Mundial de Computadores, APPs disponíveis para Android e IOS, além de atividades de criação e
programação para novos aplicativos e a ênfase da robótica.
278
7.1.3 – COMPONENTE CURRICULAR LÍNGUA INGLESA
A aprendizagem de uma língua que não seja a materna possibilita a criação de novas formas
de engajamento, por meio de uma participação ativa, em um mundo social cada vez mais globalizado,
o que faz emergir novos significados acerca do papel da educação e da instituição escolar na
contemporaneidade. Nesse sentido, é importante ressaltar que a globalização se materializa em
consonância com as práticas linguísticas, o que implica na construção de novos sujeitos e de uma nova
279
sociedade.
Assim, ao entender a globalização como um processo de mudanças que transforma as relações
sociais, é importante considerar o papel que as línguas estrangeiras desempenham nesse cenário, e
partindo desse pressuposto, o estudo da Língua Inglesa no município de Três Lagoas tem o objetivo de
possibilitar, aos nossos estudantes, acesso aos saberes linguísticos necessários para o exercício da
cidadania, além de ampliar as possibilidades de interação, abrindo novos percursos de
desenvolvimento cognitivo e social, respeito, valorização das diferenças e construção de
conhecimentos. Nesse sentido, Bagno e Rangel (2005) reforçam que
“a educação linguística abrange não somente os fatores socioculturais que possibilitam a um
indivíduo ampliar o conhecimento sobre sua língua materna ou sobre outras línguas, mas
também as normas de comportamento linguístico que regem a vida dos diversos grupos
sociais”. (BAGNO e RANGEL, 2005, p. 63)
4
O Artigo 26, § 5º dispõe que no currículo do Ensino Fundamental, a partir do 6º ano, será ofertada a Língua
Inglesa. (Redação dada pela Lei nº 13.415, de 2017).
5
Segundo Vygotsky, o desenvolvimento cognitivo do aluno se dá por meio da interação social, ou seja, de sua
interação com outros indivíduos e com o meio.
6
Entende-se por língua franca aquela que é mundialmente adotada como meio de comunicação por um grupo
multilíngue.
280
das interações discursivas que ocorrem em inglês são entre falantes não nativos. Essa perspectiva
implica uma educação que não está mais centralizada no ensino do inglês como língua estrangeira,
que tem como modelo o falante nativo, mas uma educação centrada num modelo de ensino plural,
com influência de inúmeras culturas e sotaques de diversos falantes, que usam o inglês como língua
global, o que vai ao encontro das palavras de Seidlhofer (2001).
“um sistema linguístico adicional que serve como meio de comunicação entre falantes de
diferentes línguas maternas, ou uma língua pela qual os membros de diferentes comunidades
de fala podem se comunicar entre si, mas que não é a língua materna de nenhum deles – uma
língua que não tem falantes nativos”. (SEIDLHOFER, 2001, p. 46)
Como resultado dessa expansão global da Língua Inglesa, é comum identificarmos os famosos
“estrangeirismos” – termos e expressões desta língua, incorporados ao nosso cotidiano – os quais
utilizamos, rotineiramente, de modo inconsciente, evidenciando a importância dessa língua na nossa
vida, como é o caso das expressões shopping center, pen drive, fast food, fitness, entre tantas outras,
que são utilizados nos mais diversos segmentos do nosso dia a dia.
É necessário que o professor entenda que o tratamento do inglês como língua franca e o uso
de “estrangeirismos” no dia a dia e/ou expressões idiomáticas o desvincula da noção de pertencimento
a um determinado território – Estados Unidos ou Inglaterra, por exemplo – e, consequentemente, a
culturas típicas de comunidades específicas, legitimando o uso da Língua Inglesa em seus contextos
locais, o que é realmente importante na vida do aluno, seja por lazer, viagens, estudos no exterior,
atividades de entretenimento, pois isso proporcionará mais ferramentas para o estudante se
desenvolver como sujeito e atuar integralmente. Assim, ao ensinar e aprender a Língua Inglesa, é
possível aumentar as perspectivas culturais e profissionais de mestres e aprendizes, ampliando o
universo cognitivo e social.
Essa relação de ensino e aprendizagem da Língua Inglesa nos faz refletir sobre nossas práticas
educacionais, a fim de se evitar um estudo pautado, única e exclusivamente, em regras gramaticais,
repetições, memorizações de vocábulos soltos e descontextualizados, permitindo às nossas crianças e
aos nossos adolescentes um ensino expressivo, com situações reais de aprendizagem, em que se
articulem interação, conteúdos pertinentes e fatos cotidianos, dando sentido àquilo que está sendo
estudado, assegurando, dessa forma, uma aprendizagem significativa, que visa à formação e ao
desenvolvimento humano integral, superando a fragmentação do conhecimento e considerando
criança e adolescente, sujeitos multidimensionais de aprendizagem (BNCC, 2017).
281
educação linguística crítica, o que pode ser verificado nas Competências Específicas de Língua Inglesa
para o Ensino Fundamental, apresentadas no início deste texto, nos Eixos Organizadores, que veremos
a seguir e nas Unidades Temáticas, nos Objetos de Conhecimento, nas Habilidades e nas Ações
Didáticas, que estarão presentes no Quadro de Objetivos de Aprendizagem.
No que se refere ao Ensino Fundamental, a Base Nacional Comum Curricular propõe os Eixos
Organizadores para o componente curricular Língua Inglesa, que têm o objetivo de concentrar
determinados conteúdos e/ou temas em um mesmo campo ou contexto, evitando, desse modo, a
digressão para assuntos secundários.
O primeiro eixo que veremos é a Oralidade, que envolve as práticas de linguagem em situações
de uso oral da Língua Inglesa, oportunizando vivência e reflexão, com foco na compreensão e na
produção oral. Além disso, a oralidade proporciona o desenvolvimento de uma série de
comportamentos e atitudes, como se fazer compreender, lidar com a insegurança, dar voz e vez ao
outro e entender e acolher a perspectiva do outro. Podemos oportunizar a prática da oralidade por
meio de diálogos, situações rotineiras, comandos verbais, entrevistas, sempre de maneira articulada
entre os interlocutores envolvidos, com ou sem contato face a face.
O próximo eixo é o da Leitura, que aborda práticas de linguagem decorrentes da interação do
leitor com o texto escrito, especialmente sob o foco da construção de significados, com base na
compreensão e interpretação dos diferentes gêneros textuais escritos em Língua Inglesa, que circulam
nos diversos campos e esferas da sociedade, como filmes com legenda, páginas sociais (facebook,
whats app, blog etc), letras de música. Assim, o trabalho com gêneros verbais e híbridos,
potencializados principalmente pelos meios digitais, possibilita vivenciar, de maneira significativa e
situada, diferentes objetivos de leitura.
O eixo Escrita considera dois aspectos do ato de escrever, por um lado, enfatiza sua natureza
processual e colaborativa, o que envolve movimentos ora coletivos, ora individuais, de planejamento-
produção-revisão, tendo em mente aspectos como o objetivo do texto, o suporte que lhe permitirá
circulação social e seus possíveis leitores. Por outro lado, o ato de escrever é também concebido como
prática social e reitera a finalidade da escrita condizente com essa prática, oportunizando aos alunos
agirem com protagonismo, seja por meio de mensagens, tirinhas (HQ), fotolegendas, para os menores,
e autobiografias, notícias, chats, para os maiores, com vista a uma escrita autêntica, criativa e
autônoma.
O eixo Conhecimentos Linguísticos consolida-se pelas práticas de uso, análise e reflexão sobre
a língua, sempre de modo contextualizado, articulando as práticas de oralidade, leitura e escrita. O
estudo da gramática tem como foco levar os alunos, de modo indutivo, a descobrir o funcionamento
sistêmico do inglês, envolvendo formas e tempos verbais, estruturas frasais, conectores discursivos,
282
entre outros. De modo contrastivo, devem também explorar relações de semelhança e diferença entre
a língua inglesa e a língua portuguesa, fazendo analogias entre ambas as línguas, para que o estudante
consiga associá-las, distingui-las e utilizá-las.
Por fim, trazemos o eixo Dimensão Intercultural, que nasce da compreensão de que as culturas
estão em contínuo processo de interação e (re)construção. Desse modo, diferentes grupos de pessoas,
com interesses e repertórios linguísticos e culturais diversos, vivenciam, em seus contatos e fluxos
interacionais, processos de constituição de identidades abertas e plurais. Este é o cenário do inglês
como Língua Franca, e nele, aprender inglês implica problematizar os diferentes papéis da própria
Língua Inglesa no bairro, na cidade, no mundo, assim como seus valores, seu alcance e seus efeitos nas
relações entre diferentes pessoas e povos, tanto na sociedade contemporânea quanto em uma
perspectiva histórica.
É imprescindível dizer que esses eixos, embora tratados de forma separada na explicitação do
nosso texto e da BNCC, estão intrinsecamente ligados nas práticas sociais de usos da Língua Inglesa e
devem ser assim trabalhados nas situações de aprendizagem, considerando o caráter articulado de
uso da língua e levando em conta que eles não devem ser hierarquizados nem trabalhados
isoladamente.
A partir do que foi visto, espera-se que a Língua Inglesa seja trabalhada de tal modo que o
estudante se aproprie de uma consciência cultural, permitindo-lhe apreciar as características de
diversas culturas, e uma consciência comunicativa, por meio da expressão oral e escrita, permitindo-
lhe interagir com o mundo, percebendo sua importância e a influência dessas consciências no contexto
regional, social, econômico e político, o que vai ao encontro das demandas do século XXI, que
requer(em) um cidadão capaz de se conhecer e de se sentir pertencente à sociedade, além de possuir
o poder de mudanças e de ressignificações.
283
negociarem os sentidos da linguagem, incluindo a habilidade de lidar com as variações linguísticas
regionais, étnicas e/ou sociais.
Percebemos, nesse contexto específico, uma possibilidade de trabalho em que a avaliação
incluiria não apenas o conteúdo linguístico, mas também a discussão crítica acerca do texto,
priorizando questões como “a quem ele é destinado”, “por quem ele foi escrito”, “qual a finalidade do
texto”, uma vez que entendemos que as produções dos sujeitos advém do contexto de uso no qual
estão inseridos.
No que diz respeito à caracterização da avaliação, trazemos algumas propostas, como a
avaliação colaborativa, que abarcaria a perspectiva de alunos e professores compartilharem suas
apreciações e deliberações, tornando-as menos verticalizadas; a autoavaliação, em que o próprio
estudante analisaria o percurso percorrido e refletiria sobre ele; a avaliação de pares, que levaria o
aluno ao nível de investigação dos assuntos, por meio de observações feitas pelo(s) colega(s); a
avalição oral, que privilegiaria situações de interação discursiva e comunicativa.
Não temos a pretensão de propor receitas prontas para a avaliação de aprendizagem da Língua
Inglesa, mas esboçamos algumas possibilidades de práticas nesse escopo, discutindo possíveis
modificações, quando necessárias, quanto aos objetos de conhecimento e às habilidades. Tais
possibilidades de avaliação corroboram um estudante reflexivo, investigativo, com capacidade
autônoma, de senso de análise crítica e protagonista de sua aprendizagem e de seu conhecimento.
Referências Bibliográficas
BAGNO, M.; RANGEL, E. O. Tarefas da educação linguística no Brasil. Revista Brasileira de Linguística
Aplicada, v. 5, n. 1, 2005. Disponível em: <www.scielo.br/pdf/rbla/v5n1/04.pdf>. Acesso em: 16 set.
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CAMERON, L. Teaching Languages to Young Learners. Cambridge: Cambridge University Press, 2005.
DUBOC, A. P. A questão da avaliação da aprendizagem de Língua Inglesa segundo as teorias de
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2007
284
HALLIWELL, S. Teaching English in the Primary Classroom, New York: Longman Publishing, 1992.
HARMER, J. The Practice of English Language Teaching. 4 ed. London: Pearson Education, 2007.
MORAL-PEREIRA, J. C. Q. O Ensino de Língua Inglesa da Educação Infantil. 2016. 169 f. Dissertação
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SED / MS. Secretaria de Estado de Educação. Currículo de Referência de Mato Grosso do Sul: Educação
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SEIDLHOFER, Barbara. Closing a conceptual gap: the case for a description of english as a lingua franca.
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VYGOTSKI, L. S. A formação social da mente. Livraria Martins Fontes Editora Ltda. São Paulo, 4ª edição
brasileira, 1991.
285
ENSINO FUNDAMENTAL I
LÍNGUA INGLESA
Estratégias de compreensão de
gestos e olhares em brincadeiras, jogos e
auditiva
(MS.EF01LI.n.07)
Vivenciar situações de uso da escrita por meio
linguagem
Estratégias de escrita
Uso da
286
(MS.EF01LI.n.08)
cotidiano da
Inglesa no Utilizar as diferentes linguagens (corporal,
A Língua
287
ENSINO FUNDAMENTAL I
LÍNGUA INGLESA
EF02LI01
cotidiano da
Inglesa no
A Língua
a língua em questão.
EF02LI03
Propiciar repertório sociocultural por meio de
Repertório sociocultural vocabulários e situações que envolvam interação
discursiva com o uso de imagens, flashcards a fim
de construir novos conhecimentos.
EF02LI04
Funções e usos da Língua Inglesa
Utilizar as expressões em Língua Inglesa
em sala de aula (Classroom
compreendidas em salas de aula a fim de
language)
estimular a comunicação.
EF02LI05
Compreensão
EF02LI06
Compreensão
EF02LI07
Leitura
288
EF02LI08
linguagem
Uso da Vivenciar situações de uso da escrita por meio de
Estratégias de escrita
atividades lúdicas e informais além do uso de
recurso midiáticos, percebendo a semelhança
gráfica, à imagem e ao som.
EF02LI09
Números Identificar os valores numéricos para utilizá-los
Gramática
em contextos variados.
EF02LI10
Adjetivos Indicar características a colegas, família e objetos
em inglês para assimilação das qualidades.
EF02LI11
cotidiano da
Inglesa no
A Língua
• Utilização do alfabeto móvel, dominó de imagens, editor de texto (Libre Office) e outros programas
oferecidos, tanto pelo Linux, de forma gratuita, quanto outras ferramentas disponíveis.
• Utilização de jogos de tabuleiro e jogos / aplicativos online, além de atividades que integrem a
matemática (uso de dinheiro - moedas e notas impressas).
289
ENSINO FUNDAMENTAL I
LÍNGUA INGLESA
EF03LI01
Inglesa no
da criança
cotidiano
A Língua
EF03LI02
Interagir em Língua Inglesa fazendo uso da repetição
de sons e vocábulos, tais como: Time, School subjects,
Vocabulários cotidianos
Likes and dislikes, Relatives, Countries and
Nationalities de modo a criar vínculo com a língua em
questão.
Interação discursiva
EF03LI03
Days of the week,
Utilizar o Calendário diário de sala para contextualizar
Months of the year,
vocábulos e expressões em Língua Inglesa que
School schedule
indiquem períodos cronológicos.
EF03LI04
Propiciar repertório sociocultural por meio de
Repertório sociocultural
pequenos diálogos e com uso de imagens, flashcards a
fim de construir novos conhecimentos.
Funções e usos da Língua EF03LI05
Inglesa em sala de aula Utilizar as expressões em Língua Inglesa em sala de
(Classroom language) aula a fim de estimular a comunicação.
EF03LI06
Compreensão
EF03LI07
Compreensão
EF03LI08
de escrita
Práticas
Days of the week, Months Criar o Calendário diário de sala para contextualizar
of the year, School schedule vocábulos e expressões
em Inglês.
290
EF03LI09
linguagem
Uso da
Identificar e utilizar corretamente o vocabulário
Estratégias de escrita oferecido, aplicando-o em contextos de atividades
escritas.
EF03LI10
Números Identificar e utilizar os valores numéricos para aplicá-
los em contextos diversos.
EF03LI11
Gramática
291
ENSINO FUNDAMENTAL I
LÍNGUA INGLESA
da criança
cotidiano
A Língua
(MS.EF04LI00.n.02)
Interagir em Língua Inglesa fazendo uso da repetição
Vocabulários cotidianos de sons e vocábulos, tais como: Around Town, Sports,
Human body, The five senses de modo a criar vínculo
com a língua em questão.
(MS.EF04LI00.n.03)
Interagir em grupos a fim de socializar informações
Interação discursiva
Informações Pessoais
pessoais por meio de repertório sociocultural
construído até o momento.
(MS.EF04LI00.n.04)
Propiciar repertório sociocultural por meio de
Repertório sociocultural pequenos diálogos, imagens, flashcards, textos e
filmes como processo de aprendizagem a fim de
construir novos conhecimentos.
(MS.EF04LI00.n.05)
Funções e usos da Língua (Re)conhecer e utilizar, de modo inteligível, as
Inglesa em sala de aula expressões em Língua Inglesa em sala de aula para
(Classroom language) conversas formais e informais além de fazer
solicitações de forma polida.
(MS.EF04LI00.n.06)
Compreensão
(MS.EF04LI00.n.07)
Compreensão
(MS.EF04LI00.n.08)
linguagem
Estratégia e prática de
Uso da
292
(MS.EF04LI00.n.09)
Direções Propiciar lateralidade de modo a nortear o sujeito
quanto a sua localização.
(MS.EF04LI00.n.10)
Conhecer e aplicar a forma imperativa no sentido de
Forma imperativa
dar ordens e orientar em relação aos comandos e
direções.
Gramática
(MS.EF04LI00.n.11)
Conhecer os verbos que indiquem ações habituais
Verbos de ação
(walk, ride, run, jump, play, study, read, write, swim,
paint, climb, dance, sleep)
(MS.EF04LI00.n.12)
Verbo Modal
Identificar e utilizar o verbo modal CAN, de modo a
Can / abilities
expressar habilidades
(MS.EF04LI00.n.13)
Números Identificar e utilizar os valores numéricos para aplicá-
los em contextos diversos.
(MS.EF04LI00.n.14)
cotidiano da
Inglesa no
A Língua
• Atividades práticas (mímicas, jogos de memória, imagem e ação) cotidianas para solidificação da
aprendizagem.
• Utilização de jogos de tabuleiro e jogos / aplicativos online, além de atividades que integrem a
matemática (uso de dinheiro - moedas e notas impressas).
• Atividades com panfletos de supermercado e lojas de móveis, para que os estudantes trabalhem os
vocábulos específicos e os numerais, por meio da compra fictícia de produtos e de atividades envolvendo as
operações matemáticas.
• Utilização de diferentes linguagens comunicativas (corporal, musical, plástica, oral e escrita) ajustadas às
intenções e situações de comunicação.
• Diálogos com apoio de imagens, flashcards, textos e atividades lúdicas.
293
• Apresentação de vocábulos que façam parte do cotidiano do estudante, que denotem “estrangeirismo”
(vocábulos em inglês que fazem parte da Língua Portuguesa e que não são traduzidos), como “fast food,
shopping center, milk shake, pen drive etc. Nesse caso, sugere-se a confecção de cartaz(es) com vocábulos
sugeridos pelos próprios alunos para exposição em sala / mural.
294
ENSINO FUNDAMENTAL I
LÍNGUA INGLESA
(MS.EF05LI00.n.01)
Inglesa no
da criança
cotidiano
A Língua
(MS.EF05LI00.n.02)
Informações Pessoais Utilizar os conteúdos já estudados nos anos
anteriores, a fim de socializar informações pessoais.
Interação discursiva
(MS.EF05LI00.n.03)
Propiciar repertório sociocultural por meio de
Repertório sociocultural
pequenos diálogos, imagens, flashcards, textos e
filmes a fim de construir novos conhecimentos.
(MS.EF05LI00.n.04)
Funções e usos da Língua Inglesa (Re)conhecer e utilizar, de modo inteligível, as
em sala de aula (Classroom expressões em Língua Inglesa em sala de aula para
language) conversas formais e informais além de fazer
solicitações de forma polida.
(MS.EF05LI00.n.05)
Compreensão
(MS.EF05LI00.n.06)
Compreensão
(MS.EF05LI00.n.07)
Sociais
Mídias
(MS.EF05LI00.n.08)
(Classroom
language)
295
linguagem (MS.EF05LI00.n.09)
Uso da
(MS.EF05LI00.n.10)
Números Identificar e utilizar os valores numéricos para aplicá-
los em contextos diversos.
(MS.EF05LI00.n.11)
Recordar os verbos get up, get dressed, wash face,
Gramática
Tempo verbal
brush teeth, brush hair, eat, drink, take a shower para
presente simples
descrever rotinas no tempo verbal do presente
simples.
(MS.EF05LI00.n.12)
Conhecer e identificar os diferentes pronomes
Pronomes interrogativos
interrogativos, para perguntar a respeito de pessoas,
objetos, lugares ou causas.
(MS.EF05LI00.n.13)
Intercultu
ralidade
A Cultura da Língua Inglesa nos Refletir a influência da Língua Inglesa nos diversos
diversos países países como forma de valorização da língua em
questão.
(MS.EF05LI00.n.14)
cotidiano da
Inglesa no
criança
296
shopping center, milk shake, pen drive etc. Nesse caso, sugere-se a confecção de cartaz(es) com vocábulos
sugeridos pelos próprios alunos para exposição em sala / mural.
297
As metodologias abaixo podem ser utilizadas em todos os anos do Ensino Fundamental I (1º ao 5º)
• Warmers - A acolhida pode ser feita em todas as aulas, para qualquer Objeto de Conhecimento.
Algumas sugestões para o Ensino Fundamental são o uso de greetings, commands and alphabet. A ideia
é introduzir, aos poucos, o inglês na rotina da sala de aula, apresentando e utilizando comandos de forma
natural e gradativa na prática oral, ou seja, o professor, ao entrar em sala, cumprimenta os alunos em
inglês, utiliza vocábulos como teacher, student, boy and girl, e pode utilizar, como acolhida, ainda,
músicas, brincadeiras e jogos.
• Flashcards - Apresentação de determinado Objeto de Conhecimento, por meio de cartões ilustrados
(flashcards), uma vez que os vocábulos apresentados de forma associada às imagens facilitam a
assimilação de termos e expressões, em inglês.
• Real Objects - Utilização de objetos reais e não apenas conceitos abstratos, como brinquedos de
verdade para aprender determinados vocábulos referentes aos toys, aos numbers, às shapes e às colors;
animais reais para os pet, farm and wild animals, entre outros.
• Storytelling for children - A contação de história pode abordar vários Objetos de Conhecimento,
trazendo sugestões de como trabalhar family, animals, house, numbers etc. Diálogos com as crianças
sobre suas famílias podem ser uma oportunidade para falar da importância da família e das várias
configurações familiares. Uma sugestão de história é “The three little pigs”, em que é possível explorar
os números e os animais, fazendo comparações com os animais de estimação que as crianças têm e com
suas casas (house, apartment and farm). Outro recurso para a contação de história, é a dramatização por
meio de marionetes, dedoches e / ou puppets.
• Videos - A utilização de DVDs (filmes, musicais e desenhos) é um recurso muito válido, uma vez que o
uso do vídeo favorece o desenvolvimento da percepção auditiva e da pronúncia, assim como da
apresentação de situações reais de conversação e interação em inglês. Sugere-se a Coleção Magic English
– Disney e a Coleção Hello Hoobs - Barsa, além de outros disponíveis na web.
• Cooperative and Competitive Games - Os jogos cooperativos e competitivos podem ser desenvolvidos
com todos os temas e uma das formas de fixar os conteúdos desejados é utilizar diferentes tipos de jogos,
envolvendo o vocabulário ensinado, por exemplo: bingo, music chair, hot potato, king’s chair etc. Sugere-
se, ainda, atividades que envolvam coordenação motora fina e lateralidade, como “labirinto, cubra os
pontos, sete erros, recorte e colagem, rasgar, pintar, dobrar e montar quebra-cabeça”.
• Nursery Rhymes and Chants - Músicas, canções infantis, rimas e trabalhos manuais podem ser
desenvolvidos em várias situações. As celebrações de datas comemorativas são uma ótima oportunidade
para integrar as aulas de Inglês com as datas festivas da escola e iniciar um contato com a cultura de
povos falantes de língua inglesa.
298
7.1.4 - COMPONENTE CURRICULAR EDUCAÇÃO FÍSICA
299
De acordo com a BNCC (2017, p. 211):
A Educação Física é o componente curricular que tematiza as práticas corporais em suas
diversas formas de codificação e significação social, entendidas como manifestações das
possibilidades expressivas dos sujeitos, produzidas por diversos grupos sociais no decorrer da
história. Nessa concepção, o movimento humano está sempre inserido no âmbito da cultura
e não se limita a um deslocamento espaço-temporal de um seguimento corporal ou de um
corpo todo (BRASIL, 2017).
Essa concepção reforça o que aponta Darido (2011, p. 25), ao considerar que os objetivos da
Educação Física no ambiente escolar têm relação com a inserção e intervenção do estudante na esfera
da cultura corporal de movimento. No entanto, para que tenhamos clareza dessas perspectivas
apontadas pela BNCC, necessitamos elucidar os conceitos de movimento humano, cultura e práticas
corporais, considerados pertinentes ao componente em questão.
Segundo Neira (2007), o movimento humano é um meio de expressar sentimentos, emoções
e toda produção cultural. É repleto de significados e uma forma de linguagem. Nesse sentido não
consideramos a existência de movimentos melhores ou piores, mas sim, do gesto, capaz de estabelecer
relações com a cultura de forma crítica e participativa. Para isso, o componente curricular deve
oferecer aos estudantes condições para a aprendizagem e desenvolvimento de habilidades
relacionadas às práticas.
A cultura é entendida como um “conjunto de modos de vida de cada grupo social,
constituindo-se em prática social” (NEIRA, 2007, p. 05). Assim, entre as práticas sociais, percebemos
aquelas conhecidas como práticas corporais sistematizadas, redimensionadas, transmitidas e
transformadas de geração em geração, as quais podemos citar, como exemplo, o esporte, a ginástica,
a luta, as brincadeiras e jogos, a dança, as práticas corporais de aventura, entre outras.
No entanto, a reflexão sobre as transformações ocorridas nessas práticas no decorrer da
história, suas formas de representação, a reprodução de sentidos, de preconceitos, de desigualdades
e de valores, nos levam a pensar a cultura não somente como conjunto de modos de vida, mas também
como prática de significados que permitem a regulação e organização de todas as relações sociais.
Assim, o entendimento de cultura é ampliado como campo de lutas para o reconhecimento, respeito,
valorização e validação de significados (NEIRA, 2017).
As práticas corporais não se limitam às manifestações formais e movimentos técnicos
culturalmente definidos. Elas carregam valores, interesses, significados e características que retratam
as identidades e modos de vida dos diferentes grupos. Quando observamos as pessoas caminhando
na Lagoa Maior, grupos de corridas aproveitando a diversidade natural da nossa cidade, ciclistas
usufruindo de nossas ruas planas, crianças jogando futebol na rua, com golzinhos feitos de chinelos e,
até mesmo, um avô brincando com seu neto na calçada, utilizando pedras pequenas como se fossem
300
“birolas”, reconhecemos o gesto, a expressão das intenções do sujeito, que necessita, por meio das
situações de movimento, compreender como direito, a sua inserção e intervenção na esfera da cultura
corporal.
Para tal, a Educação Física precisa oferecer condições essenciais de usufruir e interferir
positivamente nas práticas, sendo capazes de vivenciar, reproduzir, analisar, refletir, compreender,
questionar, ressignificar, estabelecer relações interpretativas e se apropriar dos saberes, a fim de que
tenham competências para a reconstrução dos conhecimentos em benefício próprio e coletivo.
Para a BNCC, esses conhecimentos são possíveis devido às vivências práticas, característica
própria do componente curricular:
Cada prática corporal propicia ao sujeito o acesso a uma dimensão de conhecimentos e de
experiências aos quais ele não teria de outro modo. A vivência da prática é uma forma de
gerar um tipo de conhecimento muito particular e insubstituível e, para que ela seja
significativa, é preciso problematizar, desnaturalizar e evidenciar a multiplicidade de sentidos
e significados que os grupos sociais conferem às diferentes manifestações da cultura corporal
de movimento. Logo, as práticas corporais são textos culturais passíveis de leitura e produção
(BRASIL, 2017).
302
Sobre as metodologias de ensino, ou seja, o “como ensinar” a Educação Física,
fundamentaremos a orientação em outro aspecto inovador apresentado pela BNCC para o
componente curricular. Trata-se das oito dimensões do conhecimento, que permite orientar a prática
pedagógica do professor por meio de um processo formativo e contextualizado, além de se relacionar
com os objetivos de aprendizagem do componente. As oito dimensões do conhecimento elencadas
pela BNCC são: Experimentação, Uso e apropriação, Fruição, Reflexão sobre a ação, Construção de
valores, Análise, Compreensão e protagonismo comunitário.
De forma breve, desvendamos que a Experimentação se refere a participação e envolvimento
corporal nas práticas; o Uso e apropriação compreende a realização das práticas de forma autônoma,
aos conteúdos procedimentais (ZABALA, 1998); a Fruição implica em apreciar, desfrutar, demonstrar
interesse e entusiasmo nas vivências; na dimensão Reflexão sobre a ação, fala-se da observação
pessoal e coletiva, do ato intencional de construir conhecimentos, reconhecendo possibilidades e
limitações, pensando sobre o que se faz enquanto se está fazendo; na Construção de valores refere-
se aos conhecimentos originados nas discussões e vivências, na formação de hábitos e atitudes; a
Análise e Compreensão se associam ao “saber sobre”, aos conceitos, mas também a compreensão
sobre necessidades de adequações nas diversas situações, análise de fatos, entre outras possibilidades
associadas aos conteúdos factuais e conceituais (Zabala, 1998); o Protagonismo comunitário envolve
a reflexão sobre as possibilidades de acesso as práticas corporais e a busca pela efetivação dos direitos
sociais relacionados a cultura corporal do movimento. (BRASIL, 2017).
As dimensões podem ser abordadas de modo integrado, não há hierarquia entre elas,
tampouco uma ordem para o trabalho didático. “Cada uma delas exige diferentes abordagens e graus
de complexidade para que se tornem relevantes e significativas” (BRASIL, 217, p. 220).
7.1.4.3 - Educação Física na Rede Municipal de Ensino: Distribuição no Tempo durante o Ensino
Fundamental
As Orientações Curriculares de Três Lagoas para a Educação Física estão ordenadas de forma
a respeitar as características de cada faixa etária, distribuindo as unidades temáticas, os objetos de
conhecimento, os objetivos de aprendizagem e as metodologias ao longo do Ensino Fundamental, de
forma progressiva e espiralada. Contudo, não pretendemos limitar ou restringir a atuação e
protagonismo docente, no que se refere a antecipar, adequar, adicionar e até mesmo analisar a
necessidade de incluir temas integradores, projetos e outras ações pedagógicas que venham ao
encontro do contexto local.
Acrescentamos algumas orientações importantes para a compreensão do “quando ensinar”
durante o Ensino Fundamental. Entre elas, elucidamos que não existe hierarquia entre as unidades
303
temáticas e os objetos de conhecimento. O que irá determinar a ordem cronológica das ações e o
tempo destinado a tematização das práticas será, respectivamente, o mapeamento dos
conhecimentos prévios e a análise dos objetivos de aprendizagem (habilidades), visto que os
desdobramentos observados nas habilidades podem determinar diferenças em relação ao tempo
empregado para alcançar os objetivos. No entanto, não podemos ter concepções equivocadas,
tratando com descaso os objetos de conhecimento que possuem redução de habilidades, pois nelas,
existem diferentes graus de extensão e complexidade.
304
este, por sua vez, articulado ao projeto pedagógico da escola e às demais instâncias da política
educacional (BETTI, 2019, p.116).
305
7.1.4.5 - Educação Física na Rede Municipal de Ensino: Avaliação no Ensino Fundamental
A avaliação reflete as finalidades e objetivos de aprendizagem adotados, mas também remete
à proposta pedagógica das Unidades de Ensino, ao planejamento de ensino do professor, ao trabalho
realizado, aos estudantes envolvidos no processo e suas singularidades, às metodologias utilizadas, às
adequações, a equidade e uma infinidade de questões que envolvem todo o processo educativo e nos
fazem compreender que “estudar a avaliação é entrar na análise de toda pedagogia que se pratica”
(GIMENO-SACRISTÁN, 1998, p. 295). Nesse sentido, a avaliação é necessária por fazer parte do
processo de ensino e aprendizagem durante todo o percurso e não somente em momentos estanques.
As concepções estabelecidas para o componente curricular não sustentam avaliações
pautadas em “padrões de desempenho predeterminados por uma suposta normalidade biológica ou
estatística na qual todos os aprendentes devam se enquadrar” (BETTI, 2019, p. 168). A avaliação deve
considerar as diversidades, o ponto de partida em que cada estudante se encontra e seus percursos
durante o processo. A avaliação também está relacionada às competências específicas do componente
curricular e aos objetivos de aprendizagens observados em cada ano do Ensino Fundamental.
Este caderno contempla, em seus textos introdutórios, um tópico relacionado à avaliação e
seus sentidos no processo de ensino e aprendizagem, que é uma importante referência. No entanto,
para formular algumas orientações sobre metodologias e instrumentos de avaliação na Educação
Física, elencamos algumas considerações, fundamentadas nas orientações de Betti (2019, p. 172), as
quais listam: reconhecer o que os estudantes já sabem; valorizar aprendizagens não previstas; permitir
que os sujeitos da aprendizagem identifiquem suas dificuldades e progressos (autoavaliação); utilizar
diferentes estratégias, com registros em diversos sistemas de signos (escrito, oral, desenhos, vídeos);
incluir avaliações individuais e coletivas; avaliar no curto, médio e longo prazo; rodas de conversa ao
final de cada aula, registro constante, entre outros.
A avaliação pode contemplar os diferentes aspectos elencados pelos objetivos de
aprendizagem, até mesmo a evolução dos gestos (expressão, comunicação, coordenação, velocidade,
precisão, força, equilíbrio, entre outros), desde que não possua escalas padronizadas e que considere
as aprendizagens a partir do ponto de partida de cada estudante.
Referências Bibliográficas
BETTI, Mauro. A Versão Final da Base Nacional Comum Curricular da Educação Física (Ensino
Fundamental): menos virtudes, os mesmos defeitos. Revista Brasileira de Educação Física Escolar –
REBESCOLAR. Ano IV, Volume I. Curitiba: CRV, 2018, p. 156 – 173.
BETTI, Mauro. GOMES-DA-SILVA, Pierre Normando. Corporeidade, jogo, linguagem: a Educação Física
nos anos iniciais do Ensino Fundamental. São Paulo: Cortez, 2019.
306
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, SEB, 2017.
. Ministério da Educação e Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros
Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental: Educação Física. Brasília: MEC/SEF, 1997.
DARIDO, Suraya Cristina. Educação Física Escolar: Compartilhando experiências. São Paulo: Phorte,
2011.
MATO GROSSO DO SUL. Secretaria de Estado de Educação. Currículo de referência de Mato Grosso do
Sul: educação infantil e ensino fundamental. Campo Grande: SED, 2019.
NEIRA, Marcos Garcia. Ensino de Educação Física. São Paulo: Cengage Learning, 2007.
REVERDITO, Riller Silva. SCAGLIA, Alcides José. Pedagogia do Esporte: jogos coletivos de invasão. São
Paulo: Phorte, 2009.
SACRISTÁN, J. G; GÓMEZ, A. L P. Compreender e transformar o ensino. Tradução por: Ernani F. da
Fonseca. 4. ed. Porto Alegre: ArtMed, 1998.
ZABALA, Antoni. A Prática Educativa: como ensinar. Porto Alegre: ArtMed, 1998
307
ENSINO FUNDAMENTAL I
EDUCAÇÃO FÍSICA
1º ANO
UNIDADES OBJETOS DE OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
TEMÁTICAS CONHECIMENTO (HABILIDADES)
(MS.EF12EF01.s.01)
Experimentar, fruir e recriar diferentes
brincadeiras e jogos da cultura popular presentes
no contexto comunitário e regional,
reconhecendo e respeitando as diferenças
individuais de desempenho dos colegas.
(MS.EF12EF02.s.02)
Brincadeiras e jogos
308
(MS.EF12EF10.s.07)
Descrever, por meio de múltiplas linguagens
Ginásticas
desempenho corporal.
(MS.EF12EF12.s.09)
Danças no contexto comunitário Identificar os elementos constitutivos (ritmo,
e regional espaço, gestos) das danças do contexto
(Brincadeiras cantadas e cantigas comunitário e regional, valorizando e
de roda) respeitando as manifestações de diferentes
culturas.
(MS.EF12EF00.n.10)
Conhecimento sobre o
(MS.EF12EF00.n.11)
Analisar o posicionamento do corpo em relação
a objetos e a interação com os outros.
METODOLOGIAS PARA A APRENDIZAGEM DO ESTUDANTE – 1º ANO
Brincadeiras e Jogos
• Roda de conversa para identificar o que os estudantes entendem sobre as brincadeiras e jogos.
Prática das brincadeiras e jogos, com variações propostas pelo grupo: gato e rato, balança caixão, vivo
ou morto, estátua, corrida de tora, imitação de animais, imitação das ações dos adultos, elefante
colorido, terra e mar, bilboquê, pé de lata, vai e vem, paraquedas, caça ao tesouro, pega congela, corre
cutia, jogos simbólicos, entre outras.
• Pesquisa na comunidade ou com familiares sobre as brincadeiras que praticavam. Convidar algum
morador antigo na comunidade ou funcionário da escola para relatar sobre as brincadeiras que existiam
e ensinar algumas para o grupo. Proposição de prática de outras atividades, que mesmo não estando
presentes na atualidade, foram praticadas por seus pais, avós ou comunidade local.
• Rodas de conversa sobre as brincadeiras, para que os estudantes opinem sobre suas experiências e
sugiram novas regras e atividades para serem vivenciadas pelo grupo. Proposição de alguns
questionamentos com o grupo, como: Os jogos praticados pelos familiares são os mesmos de hoje?
Existe alguma brincadeira ou jogo que vocês não conheciam? As brincadeiras e jogos relatados pelos
familiares ainda são praticados hoje em dia? Existem brincadeiras e jogos, atualmente, que não foram
praticados pelos pais, avós ou comunidade? Análise de imagens ou vídeos de brincadeiras e jogos em
diferentes épocas.
309
Esportes
• Proposição de jogos de corridas variadas, jogos de estafeta e revezamentos. Combinar atividades
de corridas variadas com algum desafio de precisão, como correr até determinado ponto e lançar um
objeto buscando acertar um alvo. Arremesso de arco no cone, circuito de minigolfe (aproveitar para
criar as miniestações de golfe com os estudantes). Criar pistas no chão ou na terra para corridas com
tampinhas de garrafa ou outro material.
Ginásticas
• Jogos de exercício: com balanços montados em árvores, deslizar no banco sueco, rolamentos e
cambalhotas em colchonetes, plantar bananeira com ajuda dos professores e colegas, fazer estrelinha,
proposição de algumas posições isométricas no plinto piramidal, pular elástico e cordas. Fazer roda de
conversa sobre os riscos das atividades e ensinar algumas medidas de segurança, como, por exemplo,
a posição da cabeça durante uma cambalhota.
• Proposição de desenhos sobre as atividades praticadas e mímicas para que possam identificar e
nomear os movimentos.
Danças
• Proposição de brincadeiras cantadas e cantigas de roda: escravos de Jó, atirei o pau no gato, dança
das cadeiras, ciranda cirandinha, o sapo não lava o pé, capelinha de melão, fui morar numa casinha, a
canoa virou, pirulito que bate-bate, adoletá, entre outras.
• Proposição de coreografias simples individual, em duplas e em grupos. Durante as brincadeiras
cantadas e cantigas de roda, inserir músicas da nossa região.
Conhecimento sobre o Corpo
• Alongamentos, individual e em duplas. Atividades como o “mestre mandou” utilizando comandos
com os nomes das partes do corpo. Roda de conversa, apresentação de vídeo sobre a importância da
hidratação.
Circuitos diversos, pega-pega de corrente, pega-pega americano.
310
ENSINO FUNDAMENTAL I
EDUCAÇÃO FÍSICA
(MS.EF12EF01.s.01)
Experimentar, fruir e recriar diferentes
brincadeiras e jogos da cultura popular presentes
no contexto comunitário e regional, reconhecendo
e respeitando as diferenças individuais de
desempenho dos colegas.
(MS.EF12EF00.a.02)
Compreender o que é a informação antiética
durante e após as brincadeiras e jogos vivenciados.
(MS.EF12EF02.s.03)
Explicar, por meio de múltiplas linguagens
(corporal, visual, oral e escrita), as brincadeiras e os
jogos populares do contexto comunitário e
regional, reconhecendo e valorizando a
importância desses jogos e brincadeiras para suas
culturas de origem.
Brincadeiras e jogos
(MS.EF12EF00.a.04)
Brincadeiras e jogos da cultura
Utilizar o pensamento criativo para propor
popular presentes no contexto
diferentes alternativas durante as brincadeiras e
comunitário e regional
jogos.
(MS.EF12EF03.s.05)
Planejar e utilizar estratégias para resolver desafios
de brincadeiras e jogos populares do contexto
comunitário e regional, com base no
reconhecimento das características dessas
práticas.
(MS.EF12EF00.a.06)
Posicionar-se criticamente a partir de suas
experiências de forma cooperativa.
(MS.EF12EF04.s.07)
Colaborar na proposição e na produção de
alternativas para a prática, em outros momentos e
espaços, de brincadeiras e jogos e demais práticas
corporais tematizadas na escola, produzindo textos
(orais, escritos, audiovisuais) para divulgá-las na
escola e na comunidade.
311
(MS.EF12EF00.a.08)
Brincadeiras
(MS.EF12EF05.s.09)
Experimentar e fruir, prezando pelo trabalho
coletivo e pelo protagonismo, a prática de esportes
de marca e de precisão, identificando os elementos
comuns a esses esportes.
(MS.EF12EF06.s.10)
Esportes
ginástica geral.
Ginástica geral
(MS.EF12EF09.s.14)
Participar da ginástica geral, identificando as
potencialidades e os limites do corpo, e
respeitando as diferenças individuais e de
desempenho corporal.
(MS.EF12EF10.s.15)
Descrever, por meio de múltiplas linguagens
(corporal, oral, escrita e audiovisual), as
características dos elementos básicos da ginástica
e da ginástica geral, identificando a presença
desses elementos em distintas práticas corporais.
312
(MS.EF12EF11.s.16)
Experimentar e fruir diferentes danças do contexto
comunitário e regional (rodas cantadas,
brincadeiras rítmicas e expressivas), e recriá-las,
respeitando as diferenças individuais e de
desempenho corporal.
(MS.EF12EF12.s.17)
Danças
(MS.EF12EF00.n.21)
Ampliar as possibilidades expressivas dos
movimentos corporais.
METODOLOGIAS PARA A APRENDIZAGEM DO ESTUDANTE – 2º ANO
Brincadeiras e Jogos
• Considerar as metodologias do 1º ano relacionadas as brincadeiras e jogos, ampliando a tematização
das atividades, fornecendo novas informações, curiosidades, fatos históricos, explicações sobre as regras
variadas dos jogos de acordo com o decorrer do tempo, o local e os praticantes, ampliando a
compreensão sobre a Unidade Temática.
• Proposição de brincadeiras como: Mamãe da rua, pega-pega, cobra-cega, birolas, corre cutia,
telefone sem fio, o mestre mandou, esconde-esconde, amarelinha, cinco marias, balança caixão, jogos
cooperativos. Dialogo, durante as rodas de conversa, sobre os conflitos que ocorrerem durante a vivência
dos jogos e brincadeiras, buscando retirar do grupo soluções para que todos possam participar de forma
lúdica, com cooperação e respeito as diferenças dos colegas.
• Pesquisa com familiares buscando identificar quais são as brincadeiras existentes na região, quais
eram as brincadeiras que predominavam na infância e os motivos pelos quais participavam das
atividades. Proposição de apresentação de desenhos sobre os resultados da pesquisa, com apresentação
oral (produção de cartazes, colagens, filmagens, apresentação de fotos, confecção de brinquedos).
• Proposição da atividade do jogo da velha gigante, com duas equipes dispostas em colunas. Perguntar
aos estudantes se existem outras formas de jogar o jogo apresentado ou qualquer outro do interesse do
grupo. Atividades do elástico e pula corda, aumentando o grau de dificuldade sempre que os estudantes
estiverem executando com êxito determinada sequência de movimento.
Esportes
• Práticas sugeridas para a tematização: jogo de boliche, mini golfe, golf-7, bola ao alvo, dardo (com
macarrão de piscina, cano ou cabo de vassoura, lançamento de cometa (material feito com meia calça
313
no qual efetua o giro e lançamento simulando o “martelo” do atletismo), bocha, provas de pista
oportunizando a utilização de cronômetro ou outras formas de medir o tempo que podem ser propostas
pelo grupo. Utilização de trena ou outro objeto que possa medir distâncias durante provas de saltos e
lançamentos.
• Proposição de pesquisas sobre as regras dos esportes de marca e precisão. Roda de conversa com os
temas: para que servem as regras? Podemos criar novas regras ou modificar as existentes para o nosso
grupo?
• Durante os jogos de corridas variadas, tirar fotos e apresentá-las aos estudantes, para que observem
as imagens e analisem as informações que esse recurso pode fornecer durante uma competição, tais
como ordem correta da chegada dos competidores em uma prova de pista, posicionamento durante um
jogo de precisão ou lançamentos. Organizar pequenos festivais/torneios com o grupo.
Ginásticas
• Slackline, falsa baiana, rolamentos no colchonete em superfícies diversas, com inclinações variadas.
Jogos de exercício: com balanços montados em árvores, deslizar no banco sueco, cambalhotas em
colchonetes, plantar bananeira com ajuda dos professores e colegas, fazer estrelinha, ponte, parada de
mãos, proposição de algumas posições isométricas no plinto piramidal, pular elástico e cordas. Saltos:
estendido, grupado e carpado. Apresentar, por meio de imagens ou vídeos, outras posições executadas
nos saltos.
• Ginástica natural: movimentos imitando animais, pega-pega de aranha contra formiga, entre outros.
Alongamento lúdico: individual, em duplas ou grupos. Circuitos diversos, tematização de treinamento
funcional de forma lúdica, carrinho de mão. Roda de conversa para verificar movimentos da ginástica
que são comuns aos movimentos utilizados no cotidiano).
Danças
• Proposição de brincadeiras cantadas e cantigas de roda: escravos de Jó, atirei o pau no gato, dança
das cadeiras. Proposição de danças com movimentos em diferentes formas: círculo, quadrado, triângulo,
entre outras.
• Pular corda com cantigas, brincadeiras com palmas: adoletas. Brincadeiras com sequências rítmicas,
utilizando o próprio corpo ou instrumentos musicais. Proposição de coreografias simples individual, em
duplas e em grupos. Durante as brincadeiras cantadas e cantigas de roda, inserir músicas da nossa região.
• Apresentação de vídeos de diversas pessoas dançando. Abordar alguns questionamentos buscando
identificar padrões de preconceitos existentes em relação as danças.
Conhecimento sobre o Corpo
• Alongamentos, individual e em duplas. Atividades como o “mestre mandou” utilizando comandos
com os nomes das partes do corpo. Problematizações com ações de ensino e aprendizagem: por que e
quando devemos lavar as mãos? Como lavar as mãos corretamente? Proposição de desenhos
relacionados aos alimentos que comemos durante o dia e sobre as proporções consumidas. Roda de
conversa sobre as atividades realizadas.
• Coelhinho saiu da toca, acorda seu urso, está pronto seu lobo, pega-pega nas linhas demarcatórias
da quadra, queimada simplificada (nomeando partes do corpo que podem ser queimadas), alerta, entre
outras.
314
ENSINO FUNDAMENTAL I
EDUCAÇÃO FÍSICA
(MS.EF35EF01.s.01)
Experimentar e fruir brincadeiras e jogos populares
do Brasil e do mundo, incluindo aqueles de matriz
indígena e africana, e recriá-los, valorizando a
importância desse patrimônio histórico cultural.
Brincadeiras e jogos
africana.
sentidos e significados dessas danças em suas
culturas de origem.
(MS.EF35EF00.a.07)
Danças da cultura Sul-mato-
Identificar e experimentar as danças da cultura Sul-
grossense.
mato-grossense, no contexto regional.
315
(MS.EF35EF10.s.08)
Danças do Brasil e do mundo; Comparar e identificar os elementos constitutivos
Danças
regional;
Lutas de matriz indígena e presentes no contexto comunitário e regional e lutas
africana. de matriz indígena e africana.
(MS.EF35EF00.n.10)
Identificar alterações corporais durante a execução
Conhecimento
sobre o corpo
de atividades físicas.
Corpo, Saúde e Espaço temporal. (MS.EF35EF00.n.11)
Vivenciar os movimentos considerando os planos do
corpo humano: sagital/ horizontal/ frontal/
anteroposterior/ vertical/ transversal/ longitudinal.
METODOLOGIAS PARA A APRENDIZAGEM DO ESTUDANTE – 3º ANO
Brincadeiras e Jogos
• Tematização e prática de jogos e brincadeiras como: pega e congela, bandeirinha, pião, vivo ou morto,
garrafão, estrela nova cela, cada macaco no seu galho, corrida de saco, queimada, bugalha, pipa, estátua,
caça ao tesouro, caí no poço, corrida de tora, jogo da onça, labirinto, terra e mar, jogo da velha, amarelinha
africana, arco e flecha, zarabatana, four square, Jan Ken Po, stop, entre outras. Roda de conversa sobre
possibilidades de confecção de arco e flecha e zarabatana que ofereça a prática do grupo com segurança.
• Realização de pesquisa de campo, na comunidade, com pessoas idosas, avós, pais, familiares ou
funcionários da escola, para conhecer as brincadeiras que eles brincavam na infância, propondo resgate das
mesmas.
• Tematização e vivência da amarelinha: como os familiares brincavam? Como acontece na atualidade?
Como povos de diferentes locais do mundo brincam de amarelinha? Quais são as regras? Origens de cada
tipo de amarelinha? Quais os desenhos? O que eles representam? Entre outras questões que podem ser
trabalhadas no jogo.
Esportes
• Proposição de jogos, oferecendo espaço para os alunos construírem alguns materiais para as práticas,
definindo com o grupo as devidas adaptações para a participação ativa nas atividades: jogo de bete,
minivoleibol adaptado, rede humana, badminton, peteca, frescobol, futsal com golzinhos, jogo de linha,
hóquei com espaços e materiais adaptados, bandeirinha, entre outros.
Ginásticas
• Slackline, falsa baiana, rolamentos no colchonete em superfícies diversas, com inclinações variadas. Jogos
de exercício: com balanços montados em árvores, deslizar no banco sueco, cambalhotas em colchonetes,
plantar bananeira com ajuda dos professores e colegas, fazer estrelinha, ponte, parada de mãos, proposição
de algumas posições isométricas no plinto piramidal, pular elástico e cordas. Saltos: estendido, grupado e
carpado. Apresentar, por meio de imagens ou vídeos, outras posições executadas nos saltos. Assistir a
vídeos de abertura de Olimpíadas ou outros eventos esportivos, buscando compreender a história que cada
coreografia representa.
Danças
• Tematização de situações de movimento: Samba, Frevo, Sertanejo, Guachiré (dança da alegria),
Maracatu, Maculelê, dança do bate pau, Quizomba, Cateretê, Cururu, Caiapós, Valsa, Catira, Ciranda
316
Pantaneira, Quadrilha, Siriri, entre outras. Realização de pesquisa de campo sobre as danças da cultura sul-
mato-grossense. Utilização de diferentes contagens musicais, percussão corporal com ou sem materiais.
• Roda de conversa e pesquisa sobre as desigualdades sociais, a criação, reprodução e consumo da dança
nos diferentes contextos.
Lutas
• Diálogo sobre o conceito de luta, apresentação de fotos e vídeos de praticantes em suas ações de
combate. Abordagem de conhecimentos históricos e culturais da capoeira, movimentos básicos (ginga),
golpes, roda, instrumentos utilizados, vivências práticas da capoeira, de outras lutas e manifestações, como
briga de galo, luta de braço, luta de dedos, a bola é minha, derruba toco, cabo de guerra, jogos de
desequilíbrio, jogos de conquista de território e de objetos, jogos de agarrar o adversário, entre outros.
Conhecimento Sobre o Corpo
• Batimentos cardíacos, pulsação: identificando locais do corpo para a aferição em repouso e após a prática
dos esportes, danças, lutas, brincadeiras e jogos e ginásticas.
Atividades lúdicas e recreativas que trabalhem os planos do corpo, como, o mestre mandou, Terra e Mar,
Lima-Limão etc.
317
ENSINO FUNDAMENTAL I
EDUCAÇÃO FÍSICA
(MS.EF35EF02.s.01)
Planejar e utilizar estratégias para possibilitar a
participação segura de todos os estudantes em
Brincadeiras e jogos populares do brincadeiras e jogos populares do Brasil e de matriz
Brasil e do mundo; indígena e africana.
Brincadeiras e jogos de matriz (MS.EF35EF00.a.02)
indígena e africana. Identificar e utilizar os jogos e brincadeiras relatados
Brincadeiras e jogos
(MS.EF35EF14.s.13)
Lutas do contexto comunitário e Planejar e utilizar estratégias básicas das lutas do
Lutas
de atividades físicas.
Corpo, Saúde e Espaço temporal. (MS.EF35EF00.n.16)
Vivenciar os movimentos considerando os planos do
corpo humano: sagital/ horizontal/ frontal/
anteroposterior/ vertical/ transversal/ longitudinal.
319
METODOLOGIAS PARA A APRENDIZAGEM DO ESTUDANTE – 4º ANO
Brincadeiras e Jogos
• Proposição de roda de conversa sobre os riscos e possibilidades de adequação em algumas brincadeiras
e jogos no que se refere a segurança dos participantes, com modificações que venham ao encontro das
necessidades do grupo nas seguintes situações de movimento: estrela nova cela, queimada, zarabatana,
perna de pau, pega americano, pipa, entre outras.
• Jogos de mesa e tabuleiro: dominó, dama, ludo, trilha, xadrez, jogo da velha, jogo da onça, gamão, vareta,
botão, futebol de tampinha, entre outros.
• Produção de cartazes, vídeos e pequenos textos relacionados às brincadeiras e aos jogos populares do
Brasil e de matriz indígena e africana. Fazer uso do corpo (expressão facial e corporal), por meio de mímicas,
teatro e canções, como instrumento para identificação da brincadeira.
Esportes
• Jogos pré-desportivos que envolvam situações de movimento, fundamentos, regras e tematização dos
esportes de Campo e taco, rede/parede e invasão. Pesquisa sobre as características dos esportes, suas
particularidades, curiosidades, problematizações sobre as desigualdades, preconceitos, padrões de
desempenho, direito a prática esportiva, locais de acesso a prática na comunidade, entre outras.
• Organização de festivais/torneios entre o grupo (construção coletiva, designar diferentes funções:
arbitragem, criação de logomarca para o evento, anotação e cálculo de pontos, saldo de gols, passes errados,
calendário do evento, reportagens com produção de texto, foto, filmagem etc.).
• Campo e taco: beisebol, críquete adaptado, bets, softball.
• Rede/parede: voleibol, tênis de mesa, peteca, badminton, beach tennis, squash, ping ball, four square.
• Invasão: futebol, futsal, basquetebol, handebol, tapembol, hóquei sobre grama ou quadra, quadribol,
tchoukball, rugby, frisbee, futebol americano.
Ginásticas
• Apresentação de vídeos e pesquisas de campo sobre ginástica rítmica, artística e acrobática, visitas a
entidades que promovam a ginástica, tais como escolas de dança, academias ou centros culturais. Propiciar
aos estudantes autonomia e autoria na construção de coreografias com movimentos de ginásticas simples
e de preferência pessoal.
• Ginástica rítmica: formas de andar, correr, girar, saltitos, saltos (grupado, vertical, tesoura, entre outros).
Exploração de aparelhos: arco, bola, maças e fita, entre outros materiais que podem ser confeccionados na
escola.
• Ginástica artística: rolamentos, parada de mão, parada de cabeça, roda, rodante, reversão. Exploração
de aparelhos: banco sueco, plinto, mesas, entre outros.
• Ginástica acrobática: exercícios de equilíbrio individual ou em grupo, estático ou dinâmico, jogos
circenses: malabarismos, acrobacias, trampolim, entre outros. Figuras acrobáticas formadas em duplas, trios
ou pequenos grupos (ponte, torre, pirâmide).
Danças
• Proposição de passos, coreografias e tematização das situações de movimento na Catira, Ciranda
Pantaneira, Quadrilha, Siriri, Chamamé, Samba, Frevo, Sertanejo, Maculelê, dança da onça, Jacundá, Gedra,
Tango, Rumba, Forró, Pagode, dança da fita, entre outras. Realização de pesquisa de campo sobre as danças
da cultura sul-mato-grossense. Utilização de diferentes contagens musicais, percussão corporal com ou sem
materiais.
• Convidar as instituições locais e comunidades tradicionais que promovam as danças para uma visita na
escola, proporcionando momentos para o diálogo com os participantes, visando à identificação dos
principais tipos de preconceitos e injustiças apresentados nessas práticas corporais, bem como as
alternativas para superá-los.
320
Lutas
• Abordagem de conhecimentos históricos e culturais da capoeira, movimentos básicos (ginga), golpes,
roda, instrumentos utilizados, vivências práticas da capoeira, de outras lutas e manifestações, como briga
de galo, luta de braço, luta de dedos, a bola é minha, derruba toco, desequilíbrio, cabo de guerra, jogos de
conquista de território e de objetos, jogos de agarrar o adversário, entre outros.
• Tematização das lutas, suas origens, fundamentos, símbolos, vestimentas e situações de movimento no
Judô, Kung Fu, Boxe e Esgrima, entre outras. Convidar professores das diversas artes marciais presentes na
comunidade para conversar com o grupo e propor algumas situações práticas.
Conhecimento Sobre o Corpo
• Batimentos cardíacos, pulsação: identificando locais do corpo para a aferição em repouso e após a prática
dos esportes, danças, lutas, brincadeiras e jogos e ginásticas.
Pesquisa sobre as diferenças entre o exercício físico e atividade física. Produção de desenhos, textos e
maquetes relacionadas ao corpo humano.
321
ENSINO FUNDAMENTAL I
EDUCAÇÃO FÍSICA
322
(MS.EF35EF08.s.07)
Planejar e utilizar estratégias para resolver desafios na
Ginásticas
atividades físicas.
Corpo, Saúde e Espaço temporal. (MS.EF35EF00.n.14)
Vivenciar os movimentos considerando os planos do
corpo humano: sagital / horizontal / frontal /
anteroposterior / vertical.
METODOLOGIAS PARA A APRENDIZAGEM DO ESTUDANTE – 5º ANO
Brincadeiras e Jogos
• Jogos de mesa e tabuleiro: mancala, dominó, dama, ludo, trilha, xadrez, jogo da velha, jogo da onça, gamão,
vareta, botão, futebol de tampinha. Criação e confecção de jogos de mesa ou tabuleiro a partir das
experiências vivenciadas na escola e materiais disponíveis. Pesquisa sobre a história de alguns jogos de mesa
e tabuleiro, locais de origem, público que participava dos jogos, motivos pelos quais jogavam, entre outros
assuntos relacionados.
323
• Produção de textos, pesquisas, análise de imagens, vivências e apresentação das situações de movimento
das brincadeiras e jogos, divididos por regiões do Brasil, com intuito de ampliar o conhecimento e promover
a interação entre os componentes curriculares.
• Definir, com o grupo, alguns jogos e brincadeiras para serem praticados em outros espaços presentes na
comunidade (praças, campo de futebol, gramados). Roda de conversa sobre as impressões do grupo ao
praticar a mesma atividade em locais diferentes. Dentre as possibilidades de jogos para a tematização nas
aulas, sugere-se a vivência do Four Square (quatro praças), jogo popular de outra cultura que pode ser
praticado em nosso contexto cultural.
Esportes
• Jogos pré-desportivos, minijogos mistos que envolvam situações de movimento, fundamentos, regras e
tematização dos esportes de Campo e taco, rede/parede e invasão. Pesquisa sobre as características dos
esportes, suas particularidades, curiosidades, problematizações sobre as desigualdades, preconceitos,
padrões de desempenho, direito a prática esportiva, locais de acesso a prática na comunidade, entre outras.
Apresentação, diálogo e prática com o grupo de algumas modalidades adaptadas.
• Organização de festivais/torneios entre o grupo (construção coletiva, designar diferentes funções:
arbitragem, criação de logomarca para o evento, anotação e cálculo de pontos, saldo de gols, passes errados,
calendário do evento, reportagens com produção de texto, foto, filmagem etc.).
• Campo e taco: beisebol, críquete adaptado, bets, softball.
• Rede/parede: voleibol, tênis de mesa, peteca, badminton, beach tennis, squash, ping ball, four square,
frescobol.
• Invasão: futebol, futsal, futebol de areia, basquetebol, handebol, tapembol, hóquei sobre grama ou quadra,
quadribol, tchoukball, rugby, frisbee, futebol americano.
Ginásticas
• Apresentação de vídeos e pesquisas de campo sobre ginástica rítmica, artística e acrobática, visitas a
entidades que promovam a ginástica tais como escolas de dança, academias de treinamento funcional ou
centros culturais. Proposição de construção ou reprodução de coreografias de ginástica geral visualizadas na
televisão ou na Internet relacionadas a temas do cotidiano.
• Ginástica rítmica: formas de andar, correr, girar, saltitos, saltos (grupado, vertical, tesoura, entre outros).
Exploração de aparelhos: arco, bola, maças e fita, entre outros materiais que podem ser confeccionados na
escola.
• Ginástica artística: rolamentos, parada de mão, parada de cabeça, roda, rodante, reversão. Exploração de
aparelhos: banco sueco, plinto, mesas, entre outros.
• Ginástica acrobática: exercícios de equilíbrio individual ou em grupo, estático ou dinâmico, jogos circenses:
malabarismos, acrobacias, trampolim, entre outros. Figuras acrobáticas formadas em duplas, trios ou
pequenos grupos (ponte, torre, pirâmide).
Tematização e prática de treinamentos funcionais e jogos de exercício. Rodas de conversa buscando
relacionar os movimentos de ginástica geral com as manifestações contemporâneas (crossfit, funcional,
parkour, provas com obstáculos e superação de desafios).
Danças
• Proposição de passos, coreografias e tematização das situações de movimento na Catira, Ciranda
Pantaneira, Cururu, Xote, Chupim, Sarandi, Polca, Quadrilha, Siriri, Chamamé, Samba, Frevo, Sertanejo,
Acyigua, Atiaru, Buzoa, Toré, Jaguar, Caiapós, Ahouach, Gnawa, Fox-trot, Mambo, Cha-Cha-Cha, entre outras.
Realização de pesquisa de campo sobre as danças da cultura sul-mato-grossense. Utilização de diferentes
contagens musicais, percussão corporal com ou sem materiais.
• Convidar as instituições locais e comunidades tradicionais que promovam as danças para uma visita na
escola, proporcionando momentos para o diálogo com os participantes, visando à identificação dos principais
324
tipos de preconceitos e injustiças apresentados nessas práticas corporais, bem como as alternativas para
superá-los.
Lutas
• Tematização e vivência dos aspectos das lutas como: a origem da luta, sua compreensão histórica e
filosófica; características da luta, tempo, golpes, gestos previsíveis e imprevisíveis, vestuários, equipamentos,
espaços de práticas; habilidades motoras - habilidades básicas, como socar, chutar, segurar, agarrar ou
empurrar; capacidades físicas – força, resistência e potência.
• Oferecer aos estudantes oportunidades de experimentar as lutas que apresentam complexidade em seus
movimentos e regras específicas, como: Capoeira, Huka-huka, Greco-Romana, Jiu-Jitsu, entre outras.
Rodas de conversa e pesquisa sobre algumas questões relacionadas às lutas, como: luta é violência? Qual a
diferença entre luta e briga? As regras para definir um vencedor são iguais em todas as lutas? Existe vencedor
quando acontece uma briga? Por que muitas pessoas gostam de praticar lutas? Por que acontecem as brigas?
Quais os problemas que uma briga pode causar? Como os lutadores profissionais demonstram respeito aos
seus oponentes?
Conhecimento Sobre o Corpo
• Batimentos cardíacos, pulsação: identificação de locais no corpo para a aferição em repouso e após a
prática dos esportes, danças, lutas, brincadeiras e jogos e ginásticas. Realização de cálculos com a utilização
de relógio e conhecimentos adquiridos durante as aulas, buscando identificar a quantidade de batimentos
por minuto em diferentes situações de movimento.
• Oferecer orientação para que os estudantes reconheçam, por meio dos sentidos, a rigidez muscular,
relaxamento, amplitude dos movimentos em repouso e após as práticas corporais. Vivenciar atividades feitas
com diferentes lados e planos do corpo (acertar um alvo, amassar uma folha de papel, saltar em um pé só,
entre outras possibilidades), buscando identificar as facilidades e desafios que cada lado ou plano apresenta
durante a execução. Pesquisa sobre indivíduos ativos e sedentários, benefícios, riscos, depoimentos de
convidados sobre sua saúde (ativos e inativos).
325
7.2 – ÁREA DE MATEMÁTICA
326
7.2.2 - Alfabetização Matemática
As Orientações Curriculares da Rede Municipal de Ensino de Três Lagoas (REME/TL) estão
estruturadas de acordo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e o Currículo de Referência de
Mato Grosso do Sul e apresentam o ciclo de Alfabetização Matemática nas seguintes unidades
temáticas: Número; Álgebra; Geometria; Grandezas e Medidas; Probabilidade e Estatística.
Considerando que os conhecimentos matemáticos são fundamentais para se viver em
sociedade, assim como contar, calcular, medir, perceber proporcionalidades, reconhecer formas e
fazer a leitura de gráficos e tabelas, é preciso que o professor organize diferentes situações de
aprendizagem e forneça as informações necessárias para que o aluno construa os conceitos
matemáticos ao confrontar seus conhecimentos adquiridos com os novos.
Nesse contexto, é preciso promover situações que possibilitem que a sala de aula se torne um
ambiente de aprendizagem significativa, no qual as crianças se (des)envolvam no que se refere à
criação. É preciso envolvê-las de modo que se sintam desafiadas a descobrir o que precisam fazer
quando a proposta é aberta. Para isso, é fundamental criar situações-problemas, de tal forma que a
solução não possa ser obtida apenas por meio de uma conta, mas que sejam utilizados brinquedos
pedagógicos, materiais concretos, obras literárias infantis, para que os conceitos matemáticos tenham
significado e uma melhor compreensão.
Levando em consideração que o processo de alfabetização matemática começa ainda na
primeira infância, as brincadeiras, os jogos e as diversas atividades lúdicas são princípios para a prática
pedagógica de maior interesse e que possuem, por esse motivo, um grande potencial. Diante disso,
elas fazem a diferença no dia a dia da sala de aula.
Dessa forma, utilizar os jogos como recurso didático possibilita o desenvolvimento da
aprendizagem matemática, pois ao desenvolvê-lo em sala de aula, terá a contribuição significativa para
a formação do estudante em relação às regras e limites. Trabalhar com jogos e brincadeiras na aula de
Matemática é muito mais que trabalhar com o lúdico, é promover o envolvimento dos alunos, que se
sentem motivados. Entretanto, considerando que a participação do aluno no jogo, por si só, não
garante a aprendizagem, o professor precisa fazer as devidas intervenções para garantir que a
atividade colabore para o desenvolvimento de seu raciocínio lógico e para a construção da
aprendizagem matemática.
Com o objetivo de se alcançar uma alfabetização matemática na qual as crianças realizem
atividades com prazer, imbricadas de uma participação ativa, deve-se pensar a efetivação de tais
atividades considerando o contexto social no qual essas crianças estejam inseridas. Os alunos podem
enxergar a Matemática presente em nosso cotidiano de forma autêntica, aprimorando a leitura de
mundo na sociedade em que vivem e atuando como protagonistas.
327
Diante desse pressuposto, para que o estudante seja alfabetizado matematicamente,
destacamos a necessidade de ele se sentir seguro, substituindo o caráter que o oprime à aprendizagem
pela alegria da descoberta, para aprender, criar e recriar seus conhecimentos. Para isso, a prática
docente não deve ser autoritária, pois no ensino pautado na construção do conhecimento, os
conceitos apresentados deverão ser discutidos, construídos e reconstruídos e, dessa maneira,
influenciarão na formação do pensamento humano e na produção de sua existência por meio de ideias.
Além disso, o bom relacionamento que as crianças têm com a matemática antes da
escolarização, ainda que não possam assim denominá-la, pode ser comprometido se a escola não
souber como trabalhar com a sistematização, tornando extremamente necessário o professor
ressignificar os conhecimentos trazidos pelos estudantes. Segundo Danyluk (1997),
“a matemática, infelizmente, é considerada por muitos uma ciência para “poucos” ou uma
ciência para “gênios”. A sociedade em si parece acreditar que a matemática está fora do
cotidiano escolar. O que acontece é que a sociedade não percebe a matemática por isso não
gostam, ou melhor, eles não foram alfabetizados matematicamente”. (DANYLUK, 1997)
Ressaltamos que as crianças são capazes de entender e desafiar a matemática, mas quando
vivenciam momentos nos quais não tiveram uma experiência agradável com a disciplina, essa criança
se torna limitada diante da construção do conhecimento. E nesse momento precisamos fazer uma
reflexão em relação ao estudante que não consegue a fundamentação matemática na fase de
alfabetização, e dificilmente conseguirá avançar, como deveria, para as demais etapas e,
consequentemente, para os conteúdos mais complexos.
Nessa perspectiva, é preciso destacar que o letramento em matemática significa observar o
desenvolvimento de diferentes habilidades de relação com o mundo, tais como: ler e compreender
informações do mundo presentes em documentos diversos; analisar e interpretar criticamente dados
encontrados nas mais diversas notícias, em meios de comunicação como jornais, revistas e internet;
analisar e decidir a melhor forma de compra de um produto; participar de atividades que exijam
quantificação e operações cognitivas, entre tantas outras habilidades.
Partindo do pressuposto que todos têm condições de aprender matemática e que todos
podem considerá-la interessante em diferentes aspectos e situações, Kamii (1986) considera que
muitos aprendem de maneira mecânica, apenas decorando sequências, mas sem ter o conceito. O
professor precisa criar um espaço para que o alfabetizando possa transcrever livremente o seu pensar
matemático, intervindo no processo como um problema. Assim a criança poderá perceber o cálculo
mental como um conhecimento que pode ser representado de várias maneiras.
Partindo do exposto, faz-se necessário ter como propósito criar uma cultura e um ambiente
de sala de aula em que os alunos estejam encorajados a questionar, experimentar, avaliar, explorar e
sugerir explicações, embora não seja simples, é necessário ser colocado em prática um planejamento
328
com vistas ao protagonismo estudantil, com marcas de autoria desse estudante. A Matemática, além
de propiciar uma forma de compreensão da realidade, também pode ser a base para o
desenvolvimento de alguns aspectos dos conhecimentos em outros campos do saber, portanto deve
ter encaminhamentos por meio de ações didáticas que integram diferentes áreas do conhecimento,
tendo em vista o rompimento da fragmentação dos componentes curriculares.
Referências Bibliográficas
BRASIL. Secretaria de Educação Básica. Diretoria de apoio à gestão educacional. Pacto Nacional pela
Alfabetização na Idade Certa: Saberes Matemáticos e Outros Campos do Saber. Ministério da
Educação. Brasília: MEC, SEB, 2014.
329
DANYLUK, O. S. Alfabetização matemática: a escrita da linguagem matemática no processo de
alfabetização. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade Federal
do Rio Grande do Sul, Porto Alegre,1997.
HOFFMAN, Jussara. Avaliação da Aprendizagem Escolar. São Paulo: Cortez, 2008.
KAMII, C. A criança e o número: implicações da teoria de Piaget. Campinas: Papirus,1986.
330
7.2.4 - A Matemática
7.2.4.1 - Número
As noções matemáticas fundamentais vinculadas a essa Unidade Temática, estão ligadas a
aproximação, proporcionalidade, equivalência e ordem.
331
Nos anos iniciais do Ensino Fundamental, pressupõe o desenvolvimento do pensamento
numérico, que engloba a noção de número, da contagem, da ideia de quantidade, da escrita numérica
e das noções matemáticas. Podem ser usados na relação quantitativa de objetos, jogos numéricos,
contagem simples, resolução de problemas, início das operações básicas e também a abordagem de
variados tipos de números, conforme a cultura de um povo (Sistema de Numeração Romana).
Já nos anos finais do Ensino Fundamental, essa Unidade Temática dá ênfase às operações e
apresentações numéricas, abordando os conjuntos numéricos com processos operatórios, (Números
Naturais, Números Inteiros, Números Racionais, Números Irracionais e Números Reais) enfatizando a
completa equivalência de suas representações na forma de frações, razões, números decimais e
termos da operação de divisão.
Nesse sentido, espera-se que os estudantes dominem cálculos com porcentagem, juros,
desconto, acréscimo, incluindo o uso da tecnologia, educação financeira e conceitos básicos de
economia e finanças.
Em suma, ao longo do Ensino Fundamental, o estudante precisará ser capaz de resolver
problemas que envolvam operações básicas com números naturais até os números reais,
considerando suas respectivas propriedades, significados, estratégias próprias de resolução,
algoritmos, usar cálculo mental e saber operar instrumentos como calculadora e computador nessas
ações.
7.2.4.2 - Álgebra
Os objetivos dessa Unidade Temática são desenvolver o pensamento algébrico, generalizar
padrões, estabelecer relações de grandezas, modelar e resolver problemas aritméticos, desenvolver
habilidades de observação e de interpretação de regularidades a partir de diferentes representações
(tabular, simbolizar e construir graficamente) e abstrair fenômenos matemáticos essenciais na
compreensão, representação e análise da variação de grandezas e no estudo das estruturas
matemáticas.
Os anos iniciais do Ensino Fundamental estão relacionados à lógica, aos números ocultos
(expressões simples), à ideia de equação (Introdução a incógnita) e aos valores alfanuméricos.
Já os anos finais do Ensino Fundamental exploram a capacidade de sistematizar, representar,
analisar e resolver, por meio da construção de algoritmos e abordando padrões de sequências,
representações gráficas e simbólicas para resolver equações e solucionar algum tipo de problema na
forma de incógnita ou equação. Ela também aborda o desenvolvimento computacional, buscando o
aprimoramento de algoritmos e fluxogramas como objetos de estudos nas aulas de matemática.
332
7.2.4.3 - Geometria
Nesta Unidade Temática, o envolvimento é voltado ao estudo da exploração do espaço
(figuras, formas e relações espaciais) e de procedimentos necessários para resolver problemas do
mundo físico e de diferentes áreas do conhecimento. O contato inicial com a Geometria se dá por meio
de objetos geométricos, construções gráficas e observações de formas presentes em nosso cotidiano.
O desenvolvimento do pensamento geométrico, necessário para avançar nas habilidades de
investigação de propriedades, pode ser construído pela elaboração de conjecturas e produção de
argumentos geométricos.
Esta Unidade, nos anos iniciais do Ensino Fundamental, está ligada à posição de um objeto no
espaço, sua forma, característica, deslocamentos, associações com figuras geométricas e raciocínio
hipotético-dedutivo.
Nos anos finais do Ensino Fundamental, desenvolve-se a competência espacial quando explora
relações de tamanho, direção e posição no espaço, analisa, compara, classifica e organiza objetos,
constrói modelos e representações de diferentes situações que envolvem relações espaciais, com
desenhos, maquetes, dobraduras e outros. Aprimora o uso de softwares de geometria, sinalizando
construções geométricas, representações e interdependência, aplica-se os conceitos de congruência,
semelhança, há uma progressão no raciocínio hipotético-dedutivo, trazendo exemplos mais
desafiadores, em que a articulação da geometria com a Álgebra também é ampliada com propostas
desenvolvidas em um plano cartesiano, aproximando cada vez mais da Geometria analítica.
333
Nos anos finais, todos esses conceitos são retomados, aprofundados e ampliados,
reconhecendo comprimento, diversas formas de medir, calcular áreas, abertura de ângulos
relacionados a figuras geométricas.
334
• Instrumentos de medida, calendários, embalagens, figuras tridimensionais e
bidimensionais;
• Uso de recursos tecnológicos e softwares que facilitam a visualização e ilustram situações
e problemas propostos;
• Exemplos simples na abordagem de Probabilidade e Estatística, como jogar a moeda e cair
cara ou coroa, a situação de quantas formas se vestir;
• Gráficos que questionem qual tem maior ou menor tamanho;
• Adequação de jogos, verificando a especificidade e a necessidade de cada nível de
aprendizagem.
• Avaliação por instrumentos formativos, de modo sistemático com o processo de
aprendizagem.
Desenvolver a oralidade nas atividades matemáticas faz o estudante “falar sobre”, escrever
textos sobre conclusões, comunicar resultados, expor situações de resolução e novos caminhos para
soluções de problemas matemáticos diversos, assim como traçar metas, organizar esquemas, tudo
para ilustrar e contextualizar situações matemáticas.
Todas com abordagens significativas à aprendizagem matemática agregam embasamentos
teóricos que norteiam esse documento, buscando valorizar e potencializar:
• O protagonismo do estudante,
• O trabalho colaborativo (grupo e em duplas);
• A criatividade do estudante,
• A capacidade de se comunicar oralmente e de argumentar;
• O desenvolvimento do raciocínio matemático,
• O conhecimento prévio do aluno, como base para novos conceitos.
Nos anos finais do ensino fundamental é importante promover ações pedagógicas por meio
de uma abordagem que favoreça a articulação dos conhecimentos de diversas áreas entre si e o
contexto dos estudantes, considerando a cultura digital, que nos últimos anos tem promovido
significativas alterações sociais nas relações humanas como um todo. Jogos virtuais, aplicativos
desafiadores em celulares e smartphones, propostas de atividades com planilhas, indicações de sites
e, como não poderia faltar, o incentivo à leitura, usando livros, ebooks, mídias digitais, produzir vídeos
sobre os temas abordados e usar situações-problemas e desafios contextualizados.
Assim, nas aulas de matemática, principalmente nos anos finais do ensino fundamental, os
estudantes devem usar a fala, a escrita, a leitura, os gestos e outros recursos para se comunicar
matematicamente em diferentes domínios de expressão, isso constitui um importante instrumento
para o desenvolvimento cognitivo. Outro importante aliado no desenvolvimento e na proposta de
335
construção da cidadania são os Temas Contemporâneos, que podem ser contextualizados na aula de
matemática e abordados com uma reflexão crítica, mostrando números, gráficos, tabelas, índices,
quantitativos, médias aritméticas, figuras e desse modo, contribuir para a formação cidadã dos
estudantes.
De acordo com a BNCC (BRASIL, 2017, p. 19)
[...] cabe aos sistemas e redes de ensino, assim como às escolas, em suas respectivas esferas
de autonomia e competência, incorporar aos currículos e às propostas pedagógicas a
abordagem de temas contemporâneas que afetem a vida humana em escala local, regional e
global, preferencialmente de forma transversal e integradora. (BRASIL, 2017, p. 19)
336
Referências Bibliográficas
BIGODE, Antonio José Lopes; FRANT, Janete Bolite . Matemática: soluções para dez desafios do
professor. São Paulo: Ática,2011.
D`AMBROSIO, Ubiratan. Da realidade à ação: reflexões sobre educação e Matemática. São
Paulo/Campinas: Summus / Ed. Da Unicamp,1986.
DANTE, Luiz Roberto. Formulação e resolução de problemas de Matemática: Teoria e prática. São
Paulo: Ática,2010.
DELORS, Jaques(Org). Educação: um tesouro a descobrir. São Paulo/Brasília:
Cortez/MEC/Unesco,1999.
PERRENOUD, Philippe. Dez novas competências para ensinar. Porto Alegre: Artmed,2001.
POLYA, George. A arte de resolver problemas. Trad. Heitor Lisboa de Araújo. Rio de Janeiro:
Interciências,1995.
VALENTE, Wagner Rodrigues. Avaliação em Matemática: História e perspectivas atuais. São Paulo:
Papirus,2008.
ZABALA, Antoni. A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre: Artmed,1998.
337
ENSINO FUNDAMENTAL I
MATEMÁTICA
1º Ano
UNIDADES OBJETO DO OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
TEMÁTICAS CONHECIMENTO (HABILIDADES)
Contagem de rotina Contagem (M.S.EF01MA01.s.01)
ascendente e descendente Utilizar números naturais como indicador de
Reconhecimento de números quantidade ou de ordem em diferentes situações
no contexto diário: indicação de cotidianas e reconhecer situações em que os
quantidades, indicação de números não indicam contagem nem ordem, mas
ordem ou indicação de código sim código de identificação.
para a organização de
informações.
(M.S.EF01MA02.s.02)
Contar de maneira exata ou aproximada, utilizando
diferentes estratégias como o pareamento e outros
Quantificação de elementos de agrupamentos.
uma coleção: estimativas,
contagem um a um, (MS.EF01MA03.s.03)
pareamento ou outra Estimar e comparar quantidades de objetos de dois
agrupamentos e comparação. conjuntos (em torno de 20 elementos), por
estimativa e/ou por correspondência (um a um, dois
Números
(MS.EF01MA00.n.06)
(Re) Conhecer antecessor e sucessor de números
naturais de até duas ordens em situações cotidianas.
338
(MS.EF01MA06.s.07)
Construir fatos básicos da adição e utilizá-los em
procedimentos de cálculo para resolver problemas.
Construção de fatos básicos da
adição (MS.EF01MA00.n.08)
Estabelecer a relação entre unidades e dezenas com
e sem suporte de materiais concretos e reta
numérica.
(MS.EF01MA07.s.09)
Compor e decompor número de até duas ordens,
Números
utilizadas em seriações
numéricas (mais 1, mais 2, ausentes em sequências recursivas de números
menos 1, menos 2, por naturais, objetos ou figuras.
exemplo).
(MS.EF01MA11.s.13)
Localização de objetos e de Descrever a localização de pessoas e de objetos no
pessoas no espaço, utilizando espaço em relação à sua própria posição, utilizando
diversos pontos de referência e termos como à direita, à esquerda, em frente, atrás.
vocabulário apropriado.
(MS.EF01MA12.s.14)
Descrever a localização de pessoas e de objetos no
Localização de objetos e de
Geometria
339
Figuras geométricas espaciais: (MS.EF01MA13.s.15)
reconhecimento e relações com Relacionar figuras geométricas espaciais (cones,
Geometria objetos familiares do mundo cilindros, esferas e blocos retangulares) a objetos
físico. familiares do mundo físico.
(MS.EF01MA14.s.16)
Figuras geométricas planas:
Identificar e nomear figuras planas (círculo,
reconhecimento do formato
quadrado, retângulo e triângulo) em desenhos
das faces de figuras
apresentados em diferentes disposições ou em
geométricas espaciais.
contornos de faces de sólidos geométricos.
(MS.EF01MA15.s.17)
Comparar comprimentos, capacidades ou massas,
Medidas de comprimento,
utilizando termos como mais alto, mais baixo, mais
massa e capacidade:
comprido, mais curto, mais grosso, mais fino, mais
comparações e unidades de
largo, mais pesado, mais leve, cabe mais, cabe
medida não convencionais.
menos, entre outros, para ordenar objetos de uso
cotidiano.
(MS.EF01MA16.s.18)
Relatar em linguagem verbal ou não verbal
sequência de acontecimentos relativos a um dia,
Grandezas e medidas
(MS.EF01MA22.s.24)
Coleta e organização de
Realizar pesquisa, envolvendo até duas variáveis
informações Registros pessoais
categóricas de seu interesse e universo de até 30
para comunicação de
elementos, e organizar dados por meio de
informações coletadas
representações pessoais.
340
METODOLOGIAS PARA A APRENDIZAGEM DO ESTUDANTE - 1º Ano
H1 - Propor atividades de quantificação por meio de jogos (jogos que associam o algarismo à quantidade
de objetos), fazer coleções de objetos, explorar problemas de contagem de objetos do cotidiano, dentre
outras ações e realizar o registro. Exploração da ideia de ordem, utilizando brincadeiras de tradição oral
e situações cotidianas, como tabelas de campeonatos esportivos, valorizando as culturas indígenas,
ribeirinhas, quilombolas, dentre outras, explorando as diferentes formas de contar dessas culturas.
Possibilitar a análise dos documentos pessoais (RG, CPF, Certidão de Nascimento, dentre outros) e outras
possibilidades tais como: CEP, número da casa, número do sapato e roupa, etc.
Esta habilidade pode ser desenvolvida em conjunto com Grandezas e Medidas (MS.EF01MA18.s.20)
explorando o calendário para identificar o dia do mês e o dia da semana.
H2 - Utilizar-se de jogos, resolução de problemas numéricos cotidianos, bem como as brincadeiras de
tradição oral (amarelinha, caracol numérico etc.), pois são contextos naturais e necessários para que a
contagem ocorra. Propor aos estudantes a realização de atividades de contagem e com variedade de
quantidades, sem limitações a números pequenos. Possibilitar aos estudantes conhecimento da
sequência numérica de rotina, explorando e utilizando material concreto, tais como palitos, tampinhas,
feijões etc. e o registro escrito. Também poderá ser utilizada para contagem parlendas, poemas,
brincadeiras diversas, recursos tecnológicos, livros infantis, dentre outros recursos que fazem parte do
cotidiano da criança.
H3 - Elaboração e execução de atividades que os estudantes aprendam a comparar quantidades por meio
de objetos e/ou desenhos conseguindo realizar estimativa. Trabalhar sempre com a linguagem
matemática, uma vez que termos como "a mais", "a menos", "igual", "diferente" também são
aprendizagens esperadas para os estudantes. Assim, para compreender que o 8 é maior do que 6, será
necessário entender que há duas unidades a mais em 8 do que em 6. Essa ideia de ordem de grandeza
possibilitará estimar quantidades para além da noção inicial de "muito ou pouco".
Explorar diferentes maneiras de representar quantidades: com desenhos, com escrita dos números em
algarismos ou com escrita por extenso.
H4 - Exploração de diferentes formas de representação numérica: procedimentos pessoais de registro
de quantidades, aprendizagem da sequência numérica oral e escrita. Além disso, será importante o
contato do estudante com a ideia de que, usando 10 algarismos (0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9), é possível
representar quantidades diferentes.
Representação dos números na reta numérica e utilização de outros portadores numéricos, tais como
fitas métricas, quadros de números e calendários, nos quais os estudantes podem encontrar
representações convencionais das quantidades, além de álbuns de figurinhas, jogos locais ou tradicionais
da infância, como amarelinha, boliche, brincadeiras de perseguição ou jogos de arremesso para que os
estudantes gerem registros de pontuações que depois possam ser analisadas, comparadas e organizadas
em listas e tabelas.
H5 - Explorar o suporte da reta numérica para contar e localizar os números na sequência numérica (se
20 vem depois do 18 na reta numérica, então 20 é maior do que 18; ou, ainda, de 18 para 20 são 2, então,
20 é maior do que 18, ou é 2 a mais do que 18).
Propor situações problemas envolvendo a comparação de números naturais.
Utilização da reta numérica, trena, fita métrica, metro de pedreiro, régua etc. para medir objetos da sala
de aula e pequenas distâncias.
H6 - Utilizar representações tais como: reta numérica, tabela numérica e a sequência numérica como
facilitadores para o estudante encontrar o antecessor e/ou sucessor de um número de até duas ordens,
realizar o registro escrito.
Exploração de vídeos que retratem passagens de tempo com o intuito de discutir o que veio primeiro e
o que sucedeu em determinada cena e/ou solicite aos estudantes que entrevistem seus familiares em
341
relação à idade, identificando quem é o mais velho, o mais novo, dentre outras informações de
comparação.
H7 - Propor aos estudantes situações-problema envolvendo fatos básicos da adição por meio de cálculo
mental, registro com desenhos e/ou algarismos. Utilização de jogos como bingo, memória, dominó, loto
aritmética, e/ou outros materiais manipuláveis.
H8 - Apresentação de situações nas quais os estudantes necessitem realizar agrupamentos e
identifiquem os algarismos representados como unidades e dezenas.
Utilização de reta numérica, material dourado, ábaco e/ou outros recursos que contribuam para
compreensão da relação entre unidades e dezenas.
H9 - Compor e decompor números de até duas ordens por meio de adições e conhecer a sequência
numérica escrita e falada com números maiores do que 10, bem como compreender que um número
pode ser escrito como soma de outros números.
Compor e decompor números sem a preocupação da sistematização de unidades e dezenas pelos
estudantes, mas possibilitar que percebam que um número de até dois algarismos pode ser representado
por uma escrita aditiva. Por exemplo, em uma situação em que tenham 15 palitos, o professor pode
perguntar quantas formas diferentes esses palitos podem ser separados em dois, três ou cinco grupos
com qualquer quantidade de palitos e depois registrar numericamente as decomposições. Ainda, o
professor pode pegar um total 20 e pedir que representem por diferentes adições como 10 + 10, 15 + 5
ou 5 + 5 + 5 + 5.
propor situações-problema que permitam aos estudantes pensar em formas de compor e decompor
números. Em uma situação em que tenham, por exemplo, 12 lápis coloridos, é possível perguntar de
quantas formas diferentes estes lápis podem ser separados em dois, três ou quatro grupos com qualquer
quantidade de lápis e depois registrar numericamente as decomposições.
H10 - Propor aos estudantes uma variedade de situações problema em diversos contextos (Juntar, por
exemplo – um grupo de 3 objetos e outro de 8 objetos, quando juntados, formam outro com 11 objetos;
- acrescentar, por exemplo – há um grupo com 8 objetos e, se a esses, acrescentam-se 3 objetos, então,
forma-se um novo grupo com 11 objetos; - separar, por exemplo, há um grupo com 11 objetos e dele
separam-se 8 objetos, ficando dois grupos um com 8 e outro com 3 objetos; - retirar, por exemplo – de
um grupo de 11 objetos, retiram-se 3 objetos e sobra um grupo com 8 objetos); Propor aos estudantes
situações que possam pensar mentalmente para obterem a solução (ou as soluções) de um problema, e
posteriormente representar com suas próprias palavras e com símbolos pessoais (materiais, corpo,
desenho).
Incentivar os estudantes a fazerem diferentes registros como parte do processo de construção da
linguagem matemática, para ampliação do raciocínio e da capacidade de argumentação dos estudantes.
Elaboração de problemas coletiva ou em pequenos grupos favorecendo ao estudante produzir textos
cada vez melhores.
H11 - Organizar e ordenar objetos do cotidiano, identificar um padrão (forma, cor, tamanho etc.)
utilizando material manipulativo, como tampinhas, fichas coloridas e outros, e aplicar o padrão
observado na organização de sequências.
Propor atividades de agrupar, classificar e ordenar favorecendo o trabalho com padrões, e possibilitando
sua participação oral, por escrito e/ou por desenho, contribuindo para o reconhecimento da ordem e
organização, revelando-se muito importantes para explorar o pensamento algébrico.
H12 - Observação e exploração de sequências numéricas ou geométricas, de modo a perceber sua
regularidade e, então, expressá-la. Propor atividade de sequência recursiva (ou recorrente) quando um
determinado termo pode ser calculado em função de termos antecessores, como, por exemplo, na
sequência numérica 0, 2, 4, 6, 8..., na qual cada elemento a partir do segundo é obtido da soma do seu
antecessor com 2.
342
Agrupar, classificar e ordenar favorecendo o trabalho com padrões, em especial se os estudantes
explicitam suas percepções oralmente, por escrito ou por desenho. Por meio das experiências escolares
com busca de padrões, os estudantes deverão ser capazes de identificar o termo seguinte em uma
sequência e expressar a regularidade observada em um padrão.
Exploração da ideia de igualdade, com situações nas quais seja necessário criar um conjunto em que o
número de objetos seja maior que, menor que ou igual ao número de objetos em um outro conjunto.
H13 - Propor atividades que possibilite a descrição da localização de pessoas ou objetos no espaço, em
relação a sua própria posição, por meio de desenhos.
Explorar situações que exijam que os estudantes deem e sigam instruções de direção para localizar
objetos familiares, bem como em que tenham que descrever as posições relativas de objetos ou pessoas
usando linguagem posicional (por exemplo, acima, abaixo, na frente, atrás, dentro, fora, ao lado de,
entre, ao longo) ou nas quais necessitem descrever as posições relativas dos objetos em mapas criados
em sala de aula.
Desenvolva brincadeiras que possibilitem a compreensão dos conceitos descritos na habilidade, tais
como o coelho na toca e outras.
Há, aqui, oportunidade de trabalho interdisciplinar com a habilidade (MS.EF01GE09.s.08), da Geografia,
no que se refere à descrição da localização de objetos no espaço e com a habilidade (MS.EF12EF00.n.11)
de Educação Física que trata da relação do seu corpo em relação ao outro.
H14 - Utilização dos termos e expressões que denotam localização (longe, em cima, embaixo, ao lado,
entre, à direita, à esquerda, mais perto de, mais longe de, o primeiro, o último) e fazer a descrição
esperada, relacionando o objeto ou pessoa a um referencial (João é o que está mais perto da porta).
Realização de descrição com palavras, esboços, desenhos ou uma combinação de duas ou mais formas,
propondo atividades com experiências reais de localização, experimentando se colocar em locais e
realizar trajetos que depois irão descrever ou representar, e vivenciar situações em que possam explorar
o espaço ao seu redor. Observação de um objeto em algum lugar do espaço em que se vive, para então
descrever sua localização segundo um ponto de referência. Por exemplo, observar o trajeto dele à escola
e descrever oralmente ou por desenho a localização de ponto de referência próximo a casa dele e/ou
próximo à escola, dar uma volta na escola e descrever a localização das salas indicando um ponto de
referência.
H15 - Relacionar figuras geométricas a objetos conhecidos com as figuras que se quer comparar a esses
objetos, bem como o reconhecimento de pelo menos algumas características que elas apresentam, em
especial no que diz respeito a ter ou não faces e vértices e ser ou não redondas.
Propiciar aos estudantes a observação do mundo ao redor para ver as aplicações geométricas das figuras
tridimensionais em construções, na natureza e na arte, identificando as formas naturais, as construídas
pelo homem e as relacionadas à cultura local dentro do campo visual da criança e relacionar com as
figuras geométricas espaciais que lembram, utilizando massa de modelar, argila, imagens, figuras e
explorando a criatividade.
Utilização de materiais reciclados ou sucata para que sejam observados pelos estudantes os objetos nas
formas de cones, cilindros, esferas e blocos retangulares para que nessa fase, os estudantes reconheçam
e nomeiem o cubo, o cilindro, a esfera e o bloco retangular.
Comparação das características comuns e não comuns entre os objetos, colocando o registro em listas
coletivas dessas observações e desenvolver os processos de comunicação matemática que compõem o
letramento matemático previsto no documento introdutório.
Oportunizar um trabalho interdisciplinar com a habilidade (MS.EF15AR02.s.02) da Arte, no que se refere
à identificação de elementos gráficos e formas nas artes visuais e a habilidade (MS.EF12EF01.s.01) da
Educação Física, no que se refere a brincadeiras e jogos da cultura popular.
H16 - Identificar e nomear figuras geométricas planas em sólidos ou desenhos, independentemente da
posição em que aparecem, e observar algumas de suas características. As figuras a serem conhecidas no
343
primeiro ano podem ser prioritariamente quadrado, retângulo, triângulo e círculo, que estão presentes
nos sólidos indicados na habilidade anterior (MS.EF01MA13.s.15).
Apresentação das formas tridimensionais, as figuras geométricas planas também estão presentes no
cotidiano dos estudantes. Por isso, é essencial que sejam exploradas em conjunto com as formas
espaciais.
Reconhecer as figuras planas como parte das figuras não planas e descrever as figuras verbalmente
usando propriedades simples (quantidade de faces e vértices dos sólidos não redondos e quantidade de
lados e vértices das figuras planas não redondas) são aquisições importantes nessa fase escolar. Para
desenvolver o pensamento geométrico das crianças e seus conhecimentos a respeito das figuras planas,
é preciso propor situações que coloquem em jogo as semelhanças e diferenças existentes entre elas,
considerando algumas de suas propriedades tais como ter ou não pontas, ter lados retos, ser redondo,
ter três lados etc.
H17 - Comparação usando termos indicados na habilidade tais como medidas utilizando unidades
padronizadas ou não, e identificação do que pode ser medido (comprimento, capacidade, massa) quanto
os termos associados e adequados a cada comparação (mais leve, mais pesado, mais curto, mais
comprido, mais largo, mais estreito, mais cheio, mais vazio, dentre outros).
Exploração das noções de alto e baixo a partir dos próprios estudantes da classe, observar os colegas na
fila, organizando a fila do mais alto para o mais baixo ou vice-versa, registrar em papel pardo o contorno
do corpo de cada um e, em seguida, recortar e afixar na parede para comparar e ordenar a altura de cada
um. Propor atividades as medições sejam feitas por meio de comparações que não envolvam ainda as
unidades de medida convencionais — por exemplo, medir comprimentos usando palitos de picolé ou
partes do corpo; medir a capacidade de determinado recipiente usando copinhos ou utensílios das
próprias crianças etc. Propor situações-problema relacionadas a medidas.
H18 - Relato de uma sequência de acontecimentos dos fatos, com a linguagem necessária para a
descrição e o registro por escrito ainda que seja utilizando esquemas e desenhos.
Observação e registro que podem ser feitos no coletivo, com vivências relacionadas, por exemplo, a um
período de aula, ou à descrição de acontecimentos da escola, para, então, se expandir para períodos
observados fora da escola.
Pode ser trabalhado de forma interdisciplinar com as habilidades (MS.EF01CI05.s.09) da Ciência, e
(MS.EF01GE05.s.09) da Geografia, relacionadas à observação da passagem do tempo.
H19 - Apresentação dos nomes dos dias da semana, dos meses do ano, bem como compreender
aspectos, tais como que uma semana tem sete dias e um mês tem trinta dias, ou que um ano é dividido
em doze meses.
Compreensão das estruturas de intervalo, duração e unidades de medida, e instrumentos e situações de
medida do tempo que lhes permitam compreender o sentido do tempo e as diferentes unidades que são
usadas para medi-lo (horas, dias, meses, anos).
Utilização das situações que envolvem músicas, exploração de rotinas, brincadeiras de corda, o uso de
relógios digitais ou de ponteiros como aliados importantes na criação de um contexto problematizador
para o tempo. Reflexão sobre a duração de diferentes eventos, estabelecendo comparações, por meio
de pesquisas, das diferentes formas de contar períodos de dias, semanas, meses e calendários.
Há oportunidade de trabalho interdisciplinar com as habilidades (MS.EF01CI05.s.09) da Ciência; e
(MS.EF01GE05.s.09) da Geografia, relacionadas à observação da passagem do tempo.
H20 - Manuseio do calendário para aprender como utilizá-lo para fazer marcações temporais, notações
específicas de marcação de datas (por exemplo, 2/3/2018), entendendo o que cada elemento gráfico
dessa notação representa (dia, mês e ano), também está relacionada a esta habilidade. Exploração do
uso do calendário diariamente, para analisar a relação de tempo - ontem, hoje e amanhã - pela
observação de diferentes situações do cotidiano do estudante, bem como o mês atual, o mês que veio
antes, o que virá depois, assim como criar um ambiente na sala de aula em que haja estímulo para
marcações temporais, o que propicia o desenvolvimento da habilidade no estudante. Pesquisa e
344
identificação no calendário de (datas de eventos escolares, datas de aniversário, de nascimento, feriados,
e outras). Pode-se trabalhar de forma interdisciplinar com as habilidades (MS.EF01CI05.s.09), da Ciência;
e (MS.EF01GE05.s.09), da Geografia, relacionadas à observação da passagem do tempo.
H21 - Reconhecer e relacionar valores de moedas e cédulas do sistema monetário brasileiro, nomeando-
as e identificando como fazer trocas de moedas por outras, analisando quantas moedas ou cédulas de
menor valor são necessárias para trocar por outra de valor maior, formar um valor com o menor número
de notas, formar um valor com maior número de notas etc. Propor atividades práticas tais como visita a
mercados ou feiras locais, analisar preços de mercadorias em panfletos de mercado, fazer lista de
compras e, se possível, realizar uma compra de verdade para poder analisar o que comprar, quanto
gastar, como economizar.
Organização de um mercadinho com os estudantes pedindo que traga embalagens de produtos, coloque
os preços utilizando panfletos de mercados, distribua o “dinheirinho” e os estudantes serão vendedores
e compradores registrando os valores recebidos e os trocos devolvidos.
Desenvolver situações problema com as situações vivenciadas no mercadinho com registro.
H22 - Classificação de eventos envolvendo o acaso e descrever as possibilidades de algo acontecer ou
não. A classificação envolve conhecer e refletir sobre termos, tais como provável, improvável, muito ou
pouco provável, bem como discutir o grau de probabilidade usando palavras como certo, possível e
impossível. Compreensão da existência de eventos certos, outros prováveis ou improváveis e também
os impossíveis.
Análise de acontecimentos mais ou menos prováveis podem ser feitas a partir das experiências com
dados, lançamento de moeda ou situações, tais como "tem um cachorro na minha casa, o que é provável
que ele faça? O que é impossível que ele faça? O que é certo que ele faça?" Discutir as hipóteses dos
estudantes e analisar as respostas constituem formas de ajudá-los a analisar possibilidades e previsões.
Exploração de exemplos de alguns outros fenômenos que o estudante conheça para os quais podemos
discutir as possibilidades de ocorrência, por exemplo, jogar um dardo em um alvo e acertar o centro,
aparecer o sol às 3 horas da madrugada no Brasil, acertar em jogos da loteria etc.
H23 – desenvolvimento de atividades de leitura de dados em gráficos e tabela, e conhecimento dos
números envolvidos, observando e reconhecendo nessas representações os elementos que as
constituem. Construção e análise de gráfico de colunas simples e tabelas de forma coletiva.
Elaboração de questionamentos mediante os dados observados nos gráficos e tabelas, (comparar
quantidades, calcular somas e diferenças a partir do gráfico etc.).
H24 - Propor atividades com variáveis categóricas ou qualitativas que não são expressas numericamente,
ou seja, a resposta à pergunta não é um número, mas um nome, tais como como cor dos olhos,
preferência por um time de futebol, preferência por uma marca de automóvel, preferência musical,
dentre outras.
Realização de pesquisa a partir de procedimentos, tais como identificar uma questão a ser respondida,
por exemplo, analisar qual é a preferência dos estudantes da classe, por sorvete de chocolate ou de
limão, frutas preferidas, animais de estimação, esportes etc., organizar os dados e construir uma
representação para finalmente responder à questão, indicando quantos preferem mais um sabor que o
outro.
345
ENSINO FUNDAMENTAL I
MATEMÁTICA
(MS.EF02MA01.s.01)
Comparar e ordenar números naturais (até a ordem de
centenas) pela compreensão de características do
sistema de numeração decimal (valor posicional e
função do zero).
MS.EF02MA02.s.02)
Leitura, escrita, comparação e
Fazer estimativas por meio de estratégias diversas a
ordenação de números de até
respeito da quantidade de objetos de coleções e
três ordens pela compreensão de
registrar o resultado da contagem desses objetos (até
características do sistema de
1000 unidades).
numeração decimal (valor
posicional e papel do zero). (MS.EF02MA03.s.03)
Comparar quantidades de objetos de dois conjuntos,
por estimativa e/ou por correspondência (um a um,
dois a dois, entre outros), para indicar “tem mais”,
“tem menos” ou “tem a mesma quantidade”,
indicando, quando for o caso, quantos a mais e
Números
quantos a menos.
(MS.EF02MA04.s.04)
Compor e decompor números naturais de até três
ordens, com suporte de material manipulável, por
Composição e decomposição de meio de diferentes adições.
números naturais (até 1000) (MS.EF02MA00.n.05)
Realizar agrupamento de quantidades de objetos de
um conjunto, reunindo os objetos de dois a dois,
construindo a ideia de quantidades pares e ímpares.
Construção de fatos (MS.EF02MA05.s.06)
fundamentais da adição e da Construir fatos básicos da adição e subtração e utilizá-
subtração los no cálculo mental ou escrito.
(MS.EF02MA06.s.07)
Problemas envolvendo Resolver e elaborar problemas de adição e de
diferentes significados da adição subtração, envolvendo números de até três ordens,
e da subtração (juntar, com os significados de juntar, acrescentar, separar,
acrescentar, separar, retirar) retirar, utilizando estratégias pessoais ou
convencionais.
346
(MS.EF02MA07.s.08)
Problemas envolvendo adição de Resolver e elaborar problemas de multiplicação (por 2,
parcelas iguais (multiplicação) 3, 4 e 5) com a ideia de adição de parcelas iguais por
meio de estratégias e formas de registro pessoais,
utilizando ou não suporte de imagens e/ou material
Números
manipulável.
(MS.EF02MA08.s.09)
Problemas envolvendo Resolver e elaborar problemas envolvendo dobro,
significados de dobro, metade, metade, triplo e terça parte, com o suporte de imagens
triplo e terça parte ou material manipulável, utilizando estratégias
pessoais.
(MS.EF02MA15.s.16)
Figuras geométricas planas Reconhecer, comparar e nomear figuras planas
(círculo, quadrado, retângulo e (círculo, quadrado, retângulo e triângulo), por meio de
triângulo): reconhecimento e características comuns, em desenhos apresentados
características em diferentes disposições ou em sólidos geométricos.
347
(MS.EF02MA16.s.17)
Medida de comprimento:
Estimar, medir e comparar comprimentos de lados de
unidades não padronizadas e salas (incluindo contorno) e de polígonos, utilizando
padronizadas (metro, centímetro unidades de medida não padronizadas e padronizadas
e milímetro) (metro, centímetro e milímetro) e instrumentos
adequados.
Medida de capacidade e de (MS.EF02MA17.s.18)
massa: unidades de medida não Estimar, medir e comparar capacidade e massa,
convencionais e convencionais utilizando estratégias pessoais e unidades de medida
não padronizadas ou padronizadas (litro, mililitro,
Grandezas e medidas
(MS.EF02MA18.s.19)
Indicar a duração de intervalos de tempo entre duas
datas, como dias da semana e meses do ano, utilizando
Medidas de tempo: intervalo de calendário, para planejamentos e organização de
tempo, uso do calendário, leitura agenda.
de horas em relógios digitais e
ordenação de datas (MS.EF02MA19.s.20)
Medir a duração de um intervalo de tempo por meio
de relógio digital e registrar o horário do início e do fim
do intervalo.
Sistema monetário brasileiro: (MS.EF02MA20.s.21)
reconhecimento de cédulas e Estabelecer a equivalência de valores entre moedas e
moedas e equivalência de cédulas do sistema monetário brasileiro para resolver
valores situações cotidianas.
(MS.EF02MA21.s.22)
Análise da ideia de aleatório em Classificar resultados de eventos cotidianos aleatórios
situações do cotidiano como “pouco prováveis”, “muito prováveis”,
“improváveis” e “impossíveis”.
Probabilidade e estatística
(MS.EF02MA22.s.23)
Comparar informações de pesquisas apresentadas por
meio de tabelas de dupla entrada e em gráficos de
Coleta, classificação e colunas simples ou barras, para melhor compreender
representação de dados em aspectos da realidade próxima.
tabelas simples e de dupla (MS.EF02MA23.s.24)
entrada e em gráficos de colunas Realizar pesquisa em universo de até 30 elementos,
escolhendo até três variáveis categóricas de seu
interesse, organizando os dados coletados em listas,
tabelas e gráficos de colunas simples.
METODOLOGIAS PARA A APRENDIZAGEM DO ESTUDANTE - 2º ANO
H1-Agrupamento de unidades em dezenas e centenas e realizar comparação de quantidades. Para que isso
ocorra, é possível indicar que as contagens de objetos, as situações para a estimativa, os jogos, a utilização
de material estruturado, a resolução de problemas envolvendo ou não o sistema monetário e a exploração
de estratégias pessoais de cálculo são formas de auxiliar na compreensão dos princípios do sistema decimal.
Comparar e ordenar números até a ordem das centenas e conhecer a sequência numérica escrita e falada,
utilizando estratégias diversas de comparar quantidades. Representação dos números em reta numérica e
348
utilização de material manipulável (Material Dourado, jogo Nunca Dez, Quadro de Valor-Lugar, ábaco aberto
e/ou fechado, dentre outros).
H2-Realizar estimativas em relação a uma quantidade de objetos e atribuir uma quantidade ou um valor
aproximado, desenvolvendo procedimentos para diferenciar a avaliação de um palpite sem reflexão.
Propor atividades que possibilitem formar um juízo aproximado relativo a um valor, um cálculo, uma
quantia, uma medida etc. e esse conhecimento da numeração escrita auxilia no registro de estimativas
previsto na habilidade.
Sistematizar estratégias, sendo que seu desenvolvimento e aperfeiçoamento se relacionam a um trabalho
contínuo de aplicar, construir, interpretar, analisar, justificar e verificar a partir de resultados exatos.
Manter na classe cantos de estimativas, nos quais haja desafios para que os estudantes estimem a
quantidade de objetos de um pote, ou quantos clipes devem ser colocados em uma "corrente" para ter o
comprimento de seu pé, ou quantos feijões cabem em um copo, por exemplo, são algumas das
possibilidades de atividades que favorecem o desenvolvimento desta habilidade.
H3-Estabelecer relações entre duas ou mais quantidades e expressar numericamente a diferença entre elas,
e elaborar estratégias de comparação, e conhecer a ordem de grandeza expressa pelo número que
representa a quantidade.
Propor atividades que possibilite aos estudantes realizar a comparação entre os números, como por
exemplo: o número 18 com o número 16, o estudante deverá concluir que 18 é maior do que 16 e expressar
a comparação: 16 é quantos a menos.
dois a menos do que 18 ou que 18 é dois a mais do que 16.eu vou l
Compreensão das expressões, tais como igual, diferente, maior, menor, a mesma quantidade, são
importantes, ainda sem o uso de sinais de comparação, exceto o da igualdade e dos símbolos referentes à
adição e à subtração.
Proporcionar atividades em que proponha situações em que efetivamente uma criança seja desafiada a
comparar duas quantidades desenvolvendo estratégias adequadas para isso.
Elaboração de atividades numéricas genuínas (nas quais de fato faz sentido realizar uma comparação), dessa
forma o professor poderá relacionar os termos dezena, dúzia e centena com aplicações no contexto.
Propor atividades com jogo num contexto de utilização numérica, comparando a quantidade de pontos entre
os jogadores possibilita alcançar as habilidades esperadas, bem como criar situações problematizadoras nas
quais se deva saber a quantidade atual de objetos de uma coleção em relação a análises anteriores.
Utilização da linguagem matemática utilizada pelo professor, uma vez que termos como a mais, a menos,
igual e diferente possibilita aprendizagens esperadas para os estudantes e só acontecerão se houver
preocupação para que isso ocorra.
H4-Compor e decompor números de até três ordens por meio de adições escrita e falada com números
maiores do que 100, e possibilitar a compreensão que um número pode ser escrito como soma de outros
números.
Compreender que há diferentes formas de decompor um número por adições (por exemplo, que 234 pode
ser decomposto como 230 + 4, 200 + 30 + 4 ou 220 + 14) permitirá desenvolver estratégias de cálculo, bem
como apoiará a compreensão das características do sistema de numeração decimal.
Exploração da composição e decomposição de quantidades de até 3 ordens com materiais manipuláveis,
como fichas numéricas e/ou sobrepostas ou jogos, favorece a compreensão do Sistema de Numeração
Decimal.
Outro bom contexto pode ser o sistema monetário por meio da análise de formas distintas de se obter uma
quantia com cédulas diversas e depois representar as soluções obtidas com escritas aditivas — por exemplo,
investigar diferentes formas de representar 150 reais usando apenas cédulas de real e representar as
soluções encontradas de pelo menos três maneiras diferentes.
Compreender que decompor um número envolve adição, multiplicação ou uma combinação das duas
operações e que, nesta etapa, será utilizada apenas a adição. Outro ponto que merece destaque é que um
349
número, por exemplo, 154, pode ter mais do que a decomposição usual expressa em 100 + 50 + 4, sendo
possível também ter escritas tais como 150 + 4 ou 120 + 30 + 4 ou, ainda, 100 + 30 + 20 + 4.
H5- Identificar números pares e ímpares a partir da formação de grupos de dois a dois.
Propor atividades lúdicas para que os estudantes possam consolidar habilidades anteriores e descobrir novas
características.
Utilização de jogos para que a habilidade seja alcançada propondo situações nas quais haja significado nesse
tipo de agrupamento.
Roda de conversa para realizar um diálogo com os estudantes sobre objetos que são utilizados aos pares
(sapatos, meias, luvas, brincos etc.), e realizar observação do corpo e identificar membros/partes do corpo
que formam pares e registrar por meio de cartaz ou painel.
H6-Construção de fatos básicos de adição e subtração entre números menores que 10. Por exemplo, 5 + 2 =
7 é um fato básico de adição e 7 - 2 = 5 é um fato básico da subtração.
Elaboração e construção dos fatos básicos (compor e decompor) quantidades por meio de adições e
subtrações, e utilizar procedimentos para resolver pequenos problemas de contagem, conhecendo formas
diversas de representação, inclusive com a apresentação dos sinais de adição, subtração e igualdade.
Utilização de situações do cotidiano do estudante para perceber que os fatos básicos configuram
procedimentos para solucionar as situações, propiciando o domínio de fatos básicos estabelecendo relações
diretamente ao cálculo mental e influenciando na resolução de problemas, fornecendo meios de controle
sobre possíveis erros em cálculos e ampliando o conhecimento do SND.
Desenvolvimento de atividades com Jogos como pega varetas, de arremesso, tais como o de argolas, para
contagem de pontos, atividades com calculadora e busca de regularidades em resultados de operações
possibilitando criar um ambiente de desenvolvimento para sua aprendizagem.
Utilização da reta numérica para auxiliar na construção dos fatos básicos de adição e subtração, bem como
a tabela pitagórica da adição para observar regularidades (um a mais, dois a mais, fatos com o zero – soma
cujo resultado é igual a uma das parcelas, resultados para dar 10).
H7-Elaboração e resolução de problemas de adição e subtração com as ideias de juntar (por exemplo, um
grupo de 3 objetos e outro de 8 objetos, quando juntados, formam outro com 11 objetos), acrescentar (por
exemplo, há um grupo com 8 objetos e, a esses se juntam, mais 3 objetos, então, o grupo passa a ter 11
objetos), separar (por exemplo, há um grupo com 11 objetos e dele tem que se separar um grupo de 8
objetos, o outro grupo terá 3 objetos) e retirar (de um grupo de 11 objetos, retiram-se 3 objetos e sobra um
grupo com 8 objetos) envolvem conhecimento numérico e elaboração de formas pessoais de registrar
resolução do problema, incluindo a notação formal.
Elaboração de problemas em duplas ou grupos, com estratégias variadas, tais como elaborar uma pergunta,
um problema parecido e até uma nova pergunta para o problema e explorar o texto produzido visando
aprimorá-lo, modificá-lo ou reescrevê-lo.
H8-Elaboração e resolução de problemas de multiplicação com a ideia de adição de parcelas iguais (4 + 4 +
4 = 3 x 4).
Utilização de recursos de expressão diversos, tais como desenhos, esquemas e suporte de imagem. É
importante explicitar que no desenvolvimento das atividades, as operações não venham antes dos
problemas, mas em conjunto com eles. Aprende-se uma operação resolvendo problemas relacionados ao
cotidiano do estudante e/ou problemas estritamente matemáticos, expressando a resolução de múltiplas
maneiras, sendo uma delas a escrita aritmética.
Exploração de diferentes processos de resolução nos quais seja possível a utilização de representações
pessoais (desenhos, esquemas, escritas numéricas, etc), e análise a respeito das soluções encontradas.
Possibilitar os registros diversos propiciando à construção da linguagem matemática, ampliando o raciocínio
e a capacidade de argumentar dos estudantes.
350
H9-Elaboração e resolução de problemas envolvendo dobro, metade, triplo e terça parte e a introdução de
uma nova ideia, que é a de que dividir em duas ou três partes.
Apresentação das palavras novas, tais como dobro e triplo, e relacioná-las com a multiplicação por dois e
por três.
Resolução de problemas, jogos e receitas simples para se explorar as ideias centrais desta habilidade, em
especial, a proposição de situações que envolvem a divisão de grandezas em partes iguais (duas ou três
partes) com o suporte de materiais manipuláveis (coleções de botões, tampinhas, figurinhas, dobraduras,
malha quadriculada etc.).
Compreensão da metade e terça parte e exploração de objetos que podem ou não ser divididos em duas ou
três partes iguais. Essas representações numéricas de metade e um terço, podem ser por meio de desenhos
e justificar por escrito ou oralmente as divisões que fazem e as partes que são obtidas dessas divisões.
H10-Construção de sequências numéricas em ordem crescente e decrescente e conhecer a sequência
numérica de rotina com diferentes procedimentos de contagem ascendente e descendente (escala de 2 em
2, 3 em 3, 5 em 5, 10 em 10 etc.) e identificar outras regularidades dessas sequências. Por exemplo, na
sequência de 5 em 5 a partir do 0 (0, 5, 10, 15, 20, ...) os números terminam em 0 ou 5 e na sequência de 5
em 5 a partir do 2 (2, 7, 12, 17, 22, ...) os números terminam em 2 ou 7.
H11-Observação e exploração de sequências numéricas ou geométricas, de modo a identificar uma de suas
regularidades e, então, expressá-las. Uma sequência é repetitiva quando tem um mesmo padrão de
organização que se repete a cada elemento. Por exemplo, na sequência 2, 4, 6, 8, 10..., o padrão de repetição
é que um termo é obtido somando 2 ao anterior. Uma sequência recursiva explicita seu primeiro valor (ou
primeiros valores) e define outros valores na sequência em termos dos valores iniciais segundo uma regra.
Por exemplo, na sequência 1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, a recursividade está em que, a partir do segundo termo, que é
1, os demais são obtidos da soma dos dois anteriores: 2 = 1 + 1; 3 = 1 + 2; 5 = 2 + 3 e assim por diante.
Construção e representação de sequências em retas numéricas e investigar elementos faltantes de uma
sequência em contextos naturais de situações que os estudantes precisam resolver.
H12-Descrição de elementos ausentes em uma sequência e identificação do padrão ou regularidade que a
constitui e, a partir disso, descrever as características ou como se calcula os elementos faltantes para, então,
completá-la.
Desenvolvimento em grupos de atividades nas quais os estudantes vão no primeiro momento identificar
padrões e descrever a regularidade observada, no segundo momento pode-se solicitar aos grupos a
construção de sequências faltando elementos, as quais serão trocadas entre os grupos para novamente
serem descobertas os padrões e completá-las.
H13-Identificação e registro da localização de algo ou de alguém utilizando um ou mais pontos de referência.
Ampliação da linguagem por meio de termos e ícones que indicam localização segundo um referencial (por
exemplo, utilizar um croqui da sala de aula para indicar uma direção, e sentido de uma pessoa que está entre
outras duas, ou à direita de uma e à esquerda de outra, ou em frente ao quadro e ao lado da porta).
Descrição de trajetos de percursos usando movimentos corporais ou descrevendo verbalmente a localização
de um objeto ou pessoa segundo pontos de referências familiares.
Diferenciação do significado de direção do significado de sentido, propondo atividades que envolvam a
distinção entre essas duas noções.
Representação dos deslocamentos ou localizações feitas por meio de desenhos e esquemas feitos durante
ou após as atividades de localização espacial.
Esta habilidade poderá ser trabalhada de forma interdisciplinar com as habilidades (MS.EF02GE08.s.06) e
(MS.EF02GE10.s.08), no que se refere à descrição da localização de objetos no espaço, e com a habilidade
(MS.EF12EF00.n.11) de Educação Física, que trata da relação do seu corpo em relação ao outro.
H14-Explicitar e estabelecer relações espaciais entre diversos elementos por meio de representações como
mapas, plantas, croquis e diagramas.
Elaboração de atividades em que os estudantes representem o roteiro de sua casa até a escola para trabalhar
as diferenças entre os mapas de roteiros de trajetos.
351
Desenvolvimento de brincadeiras de tradição oral que podem ser estimulados a representar o cenário da
brincadeira e detalhes do espaço onde ela ocorreu.
H15-Desenvolvimento de atividades em que o estudante explore embalagens, bem como construa modelos
de figuras espaciais com massa de modelar ou varetas e expressem a comparação verbalmente ou por
escrito.
Análise das características e propriedades das formas presentes em embalagens, bem como explicitá-las
verbalmente e/ou fazer representações das formas por meio de desenhos.
Estímulo aos estudantes a usarem o vocabulário específico relacionado às formas, tais como os nomes que
elas têm, termos como faces e vértices, identificando as figuras geométricas planas que nelas aparecem.
Identificação de objetos do ambiente em que vive relacionando-os com as figuras geométricas, registrando
as principais características.
Pode-se trabalhar de forma interdisciplinar com as habilidades (MS.EF02CI01.s.01), da Ciência, e
(MS.EF02GE09.s.07), da Geografia, no que se refere à observação de objetos do cotidiano, suas
características, formas e representação.
H16-Comparação de figuras geométricas planas pelo reconhecimento de características comuns (ter ou não
lados e vértices) e, também, identificar as figuras geométricas planas em sólidos ou desenhos,
independentemente da posição em que aparecem.
Análise de objetos do cotidiano para a exploração de atividades que levem ao desenvolvimento desta
habilidade e destacar também a importância de ler representações de figuras planas na forma de desenhos
ou de produzir desenhos que representem figuras planas.
trabalho com recorte e sequenciação de figuras geométricas planas (triângulos, retângulos, quadrados,
círculos) para comparar e identificar características integrando assim com as habilidades
(MS.EF02MA09.s.10), (MS.EF02MA10.s.11) e (MS.EF02MA11.s.12).
H17-Desenvolvimento de atividades que propicie a percepção de que as medições de comprimento podem
ser feitas com unidades não padronizadas (passos, pés, palitos, barbante) e padronizadas (metro, centímetro
e milímetro), com o uso de instrumentos de medida.
Relacionar a ideia de que uma medição pode ser expressa por números diferentes dependendo da unidade
de medida utilizada e compreenda a relação entre metro, centímetro e milímetro, por exemplo.
Exploração e utilização de instrumentos de medida de comprimento, tais como régua, trena e fita métrica,
entre outros.
Introdução das unidades de medida de comprimento padronizadas e compreensão da relação de
equivalência entre unidades diferentes (por exemplo, que 1m = 100 cm) sem ensinar regras de
transformação de unidades.
Estimativa de medida de comprimento, depois realizar a medição e comparar o dado real com a estimativa.
Pesquisa sobre as formas de medição utilizadas pelos indígenas, camponeses, pescadores, quilombola para
que os estudantes percebam que para medir não se necessita de uma medida padrão universal, e que as
necessidades sociais e culturais dos povos os levavam a fazer comparações associadas às partes do corpo
(mão, pé, braça, palmo, jarda, dentre outros.
Nesta habilidade o professor poderá trabalhar a medição dos locais coletivos da escola e associar com as
habilidades (MS.EF02MA13.s.14) e (MS.EF02GE09.s.07).
H18-Exploração de algumas medidas não padronizadas do cotidiano, por exemplo, xícara, copo, colher,
pitadas, prato, dentre outros, para introduzir os objetos do conhecimentos desta habilidade.
Identificação das grandezas e compreensão do que é medi-las (comparando com outra grandeza de mesma
espécie, escolhendo uma unidade e expressando a medição numericamente com a identificação da unidade
utilizada).
Identificação da habilidade que envolve duas grandezas importantes: massa e capacidade e propor
atividades com: receitas, exploração da capacidade das embalagens, utilização de balanças (de cozinha, de
controle corporal, antropométrica) para medir massa de objetos, visitas a mercados para analisar o uso de
352
balanças digitais, levantamento da utilização de medidas de massa e capacidade no cotidiano das pessoas,
dentre outros.
Diferenciação do quilograma/grama, litro/mililitro e instrumentos de medida e propiciar que utilizem para
realizar medições de modo a compreender como se mede cada tipo de grandeza.
Utilização de vocabulário específico, e resolução de problemas onde possam aplicar as aprendizagens e
saibam representar medições com as respectivas unidades.
H19-Elaboração de atividades que possibilitem os estudantes compreender o intervalo de tempo de duas
datas (por exemplo: de 1º de janeiro a 31 de maio já se passaram cinco meses).
Análise de tempo transcorrendo e transcorrido, de tempo presente, passado e futuro, com a utilização de
situações reais de planejamento do tempo, com o uso de calendário, e a exploração de tempo a transcorrer
(entre hoje e a próxima semana, quantos dias há) e de tempo transcorrido (quantos dias ou meses já se
passaram desde que as aulas começaram, ou desde a festa junina).
Pesquisa para que os estudantes tragam embalagens para explorar prazos de validade de produtos,
retomando assim habilidades anteriormente trabalhadas (MS.EF02MA14.s.15) e (MS.EF02MA17.s.18), da
duração de uma aula ou de outros momentos relevantes da rotina pessoal e coletiva.
Pode-se trabalhar de forma interdisciplinar com as habilidades (MS.EF02HI06.s.06) e (MS.EF02HI07.s.07), da
História, associadas à percepção de intervalos de tempo e utilização de marcadores, como calendário, bem
como a habilidade (MS.EF12LP04.s.04) para trabalhar leitura e compreensão juntamente com os colegas os
calendários, agendas, avisos, dentre outros.
H20-Desenvolvimento de atividades para conhecer unidades de medida de tempo (dias, meses, anos, horas,
minutos etc.), bem como de instrumentos diversos de medida e marcação temporal — no caso específico, o
uso de relógios digitais (os relógios analógicos ou de ponteiros também podem ser eventualmente
considerados).
Exploração de formas diversas de calendário, incluindo calendários indígenas, meios históricos de marcação
de tempo (ampulhetas, relógios de sol e de água), a utilização cotidiana do relógio digital com ênfase na
ideia de hora e meia hora e explorar o tempo de modo integrado ao cotidiano dos estudantes.
Compreensão das categorias temporais de anterioridade, posterioridade e simultaneidade (passado,
presente e futuro), bem como do conceito de intervalos de tempo e sua duração.
Pode-se trabalhar de forma interdisciplinar com as habilidades (MS.EF02CI07.s.07), de Ciências, e
(MS.EF02HI07.s.07), da História, no que se refere à observação e marcação da passagem do tempo utilizando
diferentes tipos de relógios.
H21-Conhecimento das moedas e cédulas, nomeando e identificando como fazer trocas de moedas de valor
menor por outras e analise de quantas moedas ou cédulas de menor valor são necessárias para trocar por
outra de valor maior.
Desenvolvimento de atividades com resolução de problemas envolvendo compra, venda e troco,
Conhecimento das notas e moedas de real, verificando o que é possível ou não comprar com determinados
valores e como priorizar compras, explorando a ideia de comparação de preços (mais caro ou mais barato)
utilizando panfletos de supermercados, lojas, dentre outros, para que os estudantes compreendam o
sentido e a necessidade de se fazer “economia”.
H22-Desenvolvimento de atividades com probabilidade de forma informal, incentivando o uso de termos
que explicitem as análises das chances de algo ocorrer: muito provável, pouco provável. Elaboração de
situações desenvolvidas por meio de perguntas para que os estudantes sejam capazes de analisar as chances
de algo acontecer.
Classificação dos resultados de eventos (acontecimentos, fenômenos) cotidianos aleatórios para perceber
que há certos acontecimentos que, quando repetidos inúmeras vezes em processos semelhantes, não se
pode prever qual será o resultado, mas pode-se indicar os resultados possíveis e os impossíveis.
Elaboração de atividades com lançamento de um dado como exemplo de um evento aleatório — no caso
dos dados, pode-se ter seis possíveis resultados diferentes {1, 2, 3, 4, 5, 6}, mas nunca se terá certeza qual
desses números aparecerá quando o dado for lançado, é provável sair qualquer número de 1 a 6 e impossível
353
sair o 7, porque esse número não está nas faces do dado. Se um dado for jogado cinco vezes não é impossível
sair o 6 nas cinco jogadas, embora seja pouco provável. Em um jogo com dois dados, por exemplo, vale
analisar quais as somas que podem sair e quais são impossíveis de sair (13, por exemplo). Jogar um dado 30
vezes, é improvável que saia o 6 nas 30 jogadas, mas não é impossível.
Confecção de uma tabela (p.ex. tabela pitagórica de 1 a 6 para representar os dados) com todas as somas
possíveis e ver quais aquelas que têm mais chance de sair (é mais provável sair soma 7 do que soma 12, por
exemplo) é uma boa estratégia para a compreensão dos significados de mais provável, menos provável e
igualmente provável.
H23-Comparação de informações de pesquisas e leitura de gráficos de colunas e em barras simples
horizontais, contendo duas variáveis de uma mesma população.
Exploração de elementos que constituem tabelas e gráficos (mencionados na descrição da habilidade) e
resolução de problemas.
Elaboração de perguntas para serem respondidas a partir da tabela e do gráfico, e construir um gráfico tendo
como base uma tabela. Pode-se recorrer a recortes em revistas, jornais e pesquisas de assuntos próximos
aos estudantes, para explorar gráficos e tabelas.
Exploração da linguagem e os elementos relacionados à tabela (linhas, colunas, dados, fonte de dados, título,
rodapé), assim como a linguagem e os elementos relacionados aos gráficos (título, fonte, eixos, legenda).
H24-Realização de pesquisa a partir de procedimentos tais como elaborar as questões sobre o que se
pretende pesquisar e desenvolver procedimentos que vão da escolha da população a procedimentos de
coleta, organização e publicação dos dados da pesquisa e a respostas às questões investigadas.
Desenvolvimento de atividades com perguntas cujas respostas não sejam óbvias e deem margem para a
coleta e representação de dados, para posterior tomada de decisão a partir do que foi coletado.
Solicitação aos estudantes de materiais tais como: exemplares de alguns jornais, revistas e embalagens, nos
quais existam tabelas e ou gráficos envolvendo pelo menos duas ou três variáveis categóricas. Podendo
utilizar o site do IBGE como fonte para pegar tabelas e gráficos como temas próximos da realidade do
estudante.
354
ENSINO FUNDAMENTAL I
MATEMÁTICA
(MS.EF03MA01.s.01)
Ler, escrever e comparar números naturais de até a
Leitura, escrita, comparação e
ordem de unidade de milhar, estabelecendo relações
ordenação de números naturais
entre os registros numéricos e em língua materna.
de quatro ordens
Explorar as diferentes formas de contar presentes nos
povos indígenas
(MS.EF03MA02.s.02)
Composição e decomposição de Identificar características do sistema de numeração
números naturais decimal, utilizando a composição e a decomposição de
número natural de até quatro ordens.
Construção de fatos (MS.EF03MA03.s.03)
fundamentais da adição, Construir e utilizar fatos básicos da adição e da
subtração e multiplicação Reta multiplicação para o cálculo mental ou escrito.
numérica
(MS.EF03MA04.s.04)
Construção de fatos Estabelecer a relação entre números naturais e pontos
fundamentais da adição, da reta numérica para utilizá-la na ordenação dos
Números
355
Problemas envolvendo (MS.EF03MA08.s.08)
diferentes significados da Resolver e elaborar problemas de divisão de um
multiplicação e da divisão: adição número natural por outro (até 10), com resto zero e
de parcelas iguais, configuração com resto diferente de zero, com os significados de
Números
(MS.EF03MA10.s.10)
Identificar regularidades em sequências ordenadas de
Identificação e descrição de
números naturais, resultantes da realização de adições
regularidades em sequências
ou subtrações sucessivas, por um mesmo número,
numéricas recursivas
descrever uma regra de formação da sequência e
Álgebra
(MS.EF03MA16.s.16)
Congruência de figuras Reconhecer figuras congruentes, usando sobreposição
geométricas planas e desenhos em malhas quadriculadas ou triangulares,
incluindo o uso de tecnologias digitais.
356
(MS.EF03MA17.s.17)
Significado de medida e de
Reconhecer que o resultado de uma medida depende
unidade de medida
da unidade de medida utilizada.
(MS.EF03MA18.s.18)
Significado de medida e de Escolher a unidade de medida e o instrumento mais
unidade de medida apropriado para medições de comprimento, tempo e
capacidade
(MS.EF03MA20.s.20)
Medidas de capacidade e de
Estimar e medir capacidade e massa, utilizando
massa (unidades não
unidades de medida não padronizadas e padronizadas
Grandezas e medidas
convencionais e convencionais):
mais usuais (litro, mililitro, quilograma, grama e
registro, estimativas e
miligrama), reconhecendo-as em leitura de rótulos e
comparações
embalagens, entre outros.
(MS.EF03MA21.s.21)
Comparação de áreas por
Comparar, visualmente ou por superposição, áreas de
superposição
faces de objetos, de figuras planas ou de desenhos.
(MS.EF03MA22.s.22)
Ler e registrar medidas e intervalos de tempo,
Medidas de tempo: leitura de utilizando relógios (analógico e digital) para informar
horas em relógios digitais e os horários de início e término de realização de uma
analógicos, duração de eventos e atividade e sua duração.
reconhecimento de relações
entre unidades de medida de (MS.EF03MA23.s.23)
tempo Ler horas em relógios digitais e em relógios analógicos
e reconhecer a relação entre hora e minutos e entre
minuto e segundos.
(MS.EF03MA25.s.25)
Análise da ideia de acaso em
Identificar, em eventos familiares aleatórios, todos os
situações do cotidiano: espaço
Probabilidade e
357
(MS.EF03MA27.s.27)
Ler, interpretar e comparar dados apresentados em
Probabilidade e estatística Leitura, interpretação e tabelas de dupla entrada, gráficos de barras ou de
representação de dados em colunas, envolvendo resultados de pesquisas
tabelas de dupla entrada e significativas, utilizando termos como maior e menor
gráficos de barras frequência, apropriando-se desse tipo de linguagem
para compreender aspectos da realidade sociocultural
significativos.
(MS.EF03MA28.s.28)
Coleta, classificação e
Realizar pesquisa envolvendo variáveis categóricas em
representação de dados
um universo de até 50 elementos, organizar os dados
referentes a variáveis
coletados utilizando listas, tabelas simples ou de dupla
categóricas, por meio de tabelas
entrada e representá-los em gráficos de colunas
e gráficos
simples, com e sem uso de tecnologias digitais.
METODOLOGIAS PARA A APRENDIZAGEM DO ESTUDANTE - 3º ANO
H1-Comparação e ordenação de números considerando até a ordem de unidade de milhar e conhecimento
da sequência numérica escrita e falada, utilizando estratégias diversas de comparação de quantidades.
Pesquisa de formas diversas de contar e registrar diferentes quantidades presentes na cultura das
comunidades (indígenas, quilombolas, ribeirinhos, camponeses, dentre outros).
Desenvolvimento de atividades com representação dos números em reta numérica em escalas de múltiplos
de 10 e 100, representando as quantidades com algarismos e palavras, estabelecendo relação entre elas.
Exploração de contagens com intervalos diferentes, usando múltiplos de 10 (10 em 10, 100 em 100, 1000
em 1000), que são úteis no desenvolvimento de procedimentos de cálculo.
Utilização de jogos envolvendo o agrupamento de 10 em 10, de 100 em 100 e de 1000 em 1000, por exemplo,
Nunca Dez, Banco Imobiliário com ou sem o uso do Material Dourado, realizar brincadeiras de contagem
(verbal e por registro) em que os múltiplos de 10 sejam substituídos por uma palavra, de forma que
trabalhem com a atenção e sequenciação numérica.
H2-Identificação das características do Sistema de Numeração Decimal – SND – implica saber que ele tem
base 10, uma vez que as trocas para uma nova ordem são feitas a cada dez elementos da ordem inferior (a
cada dez unidades, uma dezena, a cada dez dezenas, uma centena etc.), possui um símbolo para o zero, bem
como que, com dez algarismos (0 a 9), se representa qualquer quantidade e, sobretudo, que é um sistema
posicional (o valor de um algarismo no número depende da posição que ele ocupa). Além disso, o SND é
aditivo e multiplicativo (3234 = 3 . 1000 + 2 . 100 + 3 . 10 + 4 . 1).
Utilização de calculadoras e materiais didáticos, tais como ábacos e fichas sobrepostas, são necessários para
a aprendizagem e recomendadas para desenvolver formas diversas de representar uma mesma quantidade.
Desenvolvimento de resolução de problemas que envolvam contagens e o sistema monetário com
quantidades expressas por números de até quatro ordens, para o desenvolvimento do pensamento
aritmético.
Pode-se trabalhar de forma interdisciplinar com as habilidades (MS.EF03LP11.s.11) e (MS.EF03LP16.s.16),
da Língua Portuguesa, no que se refere à leitura, compreensão e utilização de números em receitas (termos
como meia dezena, dúzia, meia dúzia, xícara, colher, dentre outros) e pode ser trabalhada com a habilidade
(MS.EF03MA20.s.20), da Matemática, por se referir a unidades de medidas não padronizadas. Utilizando
material manipulável (Material Dourado, jogo Nunca Dez, Quadro de Valor-Lugar, ábaco aberto e/ou
fechado, Sapateira, dentre outros).
H3-Construção de fatos básicos de adição e multiplicação estabelecendo relações entre números menores
que 10. Por exemplo, 5 + 2 = 7 é um fato básico de adição e 7 . 2 = 14 é um fato básico da multiplicação.
Desenvolvimento de atividades trabalho com o cálculo mental como o conjunto de procedimentos relativos
aos fatos básicos, aos quais se recorre de memória, para obter resultados exatos ou aproximados, sem,
contudo, utilizar os algoritmos tradicionais, partindo dos fatos mais simples para os mais complexos.
358
Realização de atividades com a reta numérica e sua relação com procedimentos de cálculo e atividades a
partir de quantidades de objetos (tampinhas, palitos, dentre outros) levados pelo professor e/ou pelos
estudantes, esses materiais poderão ser utilizados para realizar agrupamentos diferentes da mesma
quantidade.
H4-Utilização da régua para a percepção de que há números associados a pontos e a intervalos numéricos,
possibilitando marcar os números na reta numérica para comparar e ordenar números naturais.
Desenvolvimento de atividades com a reta numérica como recurso para a construção dos fatos básicos,
utilizando deslocamentos na reta, possibilitando o desenvolvimento desta habilidade e a construção de
estratégias de cálculo mental ou escrito, exato ou aproximado.
Construção dos fatos básicos da adição e da subtração e a utilização da reta numérica, a marcação de pontos
de um jogo e a marcação da sequência numérica são contextos para a construção da reta numérica. Um
recurso que o professor poderá utilizar é o varal numérico tanto para trabalhar a sequenciação como a
contagem (adição e subtração), ascendente e descendente.
H5-Utilização de diferentes procedimentos de cálculo – mental ou escrito, exato ou aproximado – para a
adição e subtração na resolução de problemas, incluindo estratégias pessoais e convencionais.
Explorar situações-problema envolvendo as operações de adição e subtração e formas de resolvê-las,
desenvolvendo estratégias de cálculo. Pode-se, propor, por exemplo, que, antes de utilizar uma técnica
convencional para calcular a soma 238 + 497, os estudantes possam imaginar meios de realizar o cálculo,
produzir registros pessoais das formas encontradas e, posteriormente, dialogar a respeito deles
coletivamente.
Desenvolvimento de atividades com estratégias convencionais, de calcular os resultados de adições e de
subtrações que o estudante possa conhecer e utilizar os algoritmos convencionais da adição e da subtração
com e sem recursos e com ou sem reserva, entre outras estratégias de cálculo, podendo utilizar Calculadoras,
jogos e materiais didáticos variados.
H6-Desenvolvimento de atividades com sistematização de diferentes algoritmos de adição e subtração,
incluindo o convencional.
Elaboração e resolução de problemas de adição e subtração com os significados de juntar, acrescentar,
separar, retirar, comparar e completar quantidades, utilizando diferentes estratégias de cálculo exato ou
aproximado, incluindo cálculo mental.
Revisão coletiva de um problema e depois trocar com o colega para uma análise crítica para explorar o texto
elaborado.
H7-Elaboração e resolução de problemas de multiplicação com a ideia de adição de parcelas iguais (4 + 4 +
4 = 3 . 4) e elementos apresentados em disposição retangular.
Desenvolvimento de atividades que contemplem resolver problemas, mas também atividades que os
estudantes sejam levados a elaborar problemas, sobretudo na forma escrita, em pequenos grupos ou
coletivamente, mediados pela ação do professor.
Organização de quadros numéricos nos quais se registrem os fatos fundamentais da multiplicação por 2, 3,
4, 5 e 10 e a exploração de regularidades dos produtos obtidos e, inclusive, investigar, a partir deles, como
seriam os resultados das multiplicações por 6 e por 8, por exemplo; a malha quadriculada é um facilitador
para esse contexto ao possibilitar que o estudante represente as multiplicações (2, 3, 4, 5 e 10) explorando
as diferentes representações.
H8-Resolução e elaboração de problemas de divisão de um número natural por outro e explorar novos
processos de contagem, para dividir em partes iguais (10 dividido igualmente por 2 resulta em 5 para cada
um) e medir (2 cabe 5 vezes em 10), sendo que a representação da divisão pode ser feita por desenhos,
palavras, esquemas e símbolos.
Exploração dos fatos fundamentais da divisão e identificação da relação com a multiplicação, explicitando
que a proposição desta habilidade envolve um princípio no qual se considera que conceitos e procedimentos
matemáticos são desenvolvidos mediante a resolução de problemas.
359
Desenvolvimento de atividades com as ideias por meio de problemas (inclusive a problematização de jogos)
envolvendo significados da multiplicação e da divisão.
Representação das resoluções usando diferentes recursos (papel quadriculado, desenhos, materiais
diversos, registros numéricos, dentre outros) e que possam comunicar e justificar seus procedimentos de
resolução de problemas, bem como organizar registros escritos das conclusões sobre as soluções dos
problemas propostos.
Exploração de atividades com as escritas matemáticas relativas à multiplicação e à divisão, bem como
explorar, com os estudantes, o sentido do resto na divisão. Nesse caso, o professor poderá utilizar a ideia de
divisão por 2 com resto zero e com resto diferente de zero, para iniciar a sistematização da ideia de números
pares e números ímpares.
Pode-se trabalhar de forma interdisciplinar com as habilidades de Língua Portuguesa (MS.EF03LP11.s.11) e
(MS.EF03LP16.s.16), no que se refere à leitura, compreensão e utilização de divisão em receitas.
H9-Compreensão em associar o quociente de uma divisão com resto zero às frações indicadas na habilidade
envolve o conhecimento de fração como um quociente (resultado da divisão). Assim, por exemplo, 12 : 3 =
4 pode ser escrito como 12/3 = 4, indicando que 4 é a terça parte de 12.
Exploração das ideias nos quais os estudantes devam repartir algo entre si para descobrir qual parte cabe a
cada um. Outra possibilidade seria a divisão de uma fita ou barbante de 1m = 100 cm de comprimento em
duas, três, quatro, cinco ou dez partes iguais. Essa proposta tem também a vantagem de que será possível
relacionar as frações de 1m com seu valor em centímetros.
Pesquisa e/ou investigações mediante um trabalho que aborde as formas de divisão dos povos indígenas,
quilombolas dentre outros.
Desenvolvimento de atividades que os estudantes sejam incentivados a fazer representações gráficas
(desenhos, esquemas) das divisões e aprender o sentido de metade, de terça parte ou um terço etc., mas as
representações das frações podem ser introduzidas ou não.
H10-Identificação de regularidades em sequências ordenadas de números naturais resultantes da realização
de adições ou subtrações sucessivas por um mesmo número (2, 13, 24, 35... — adição sucessiva de 11; ou
150, 135, 120, 105... — subtração sucessiva de 15), sendo que a descrição do padrão se assemelha ao que já
foi definido como foco da habilidade (MS.EF02MA10.s.11).
Desenvolvimento de atividades que contemplem os diferentes aspectos envolvidos na habilidade (descobrir
termos faltantes, identificar a recursividade etc.) enfocando a problematização, uma vez que a investigação
de padrões é uma atividade importante para o desenvolvimento do pensamento algébrico.
Incentivo e valorização em relação das representações, por meio de esquemas, desenhos ou palavras, e os
padrões de recursividade observadas para completar e/ou construir sequências.
H11-Compreensão da ideia de igualdade para escrever sentenças de adições ou subtrações de dois números
naturais que resultem na mesma soma ou diferença significa compreender duas ideias distintas: a primeira
é a de que se 2 + 3 = 5, então, 5 = 2 + 3, o que indica o sentido de equivalência na igualdade; a outra ideia
implícita na habilidade é a de que é possível que adições ou subtrações entre números diferentes deem o
mesmo resultado, como, por exemplo, 20 - 10, 30 - 20, 40 - 30 são subtrações diferentes com resultados
iguais. Assim 20 – 10 = 30 – 20, pois as diferenças são iguais. Do mesmo modo, 10 + 20 = 15 + 15, pois as
duas somas são iguais.
Planejamento de atividades nas quais os estudantes resolvam operações para investigar relações como as
descritas na habilidade. Aqui, o sentido de analisar, refletir e expressar as percepções oralmente ou por
escrito para depois comparar as observações e percepções realizadas será essencial para a abordagem de
operações.
H12-Descrição e representação de trajetos e a movimentação de pessoas ou de objetos no espaço, incluindo
mudanças de direção e sentido, com base em diferentes referenciais, são uma aplicação das ideias contidas
nas habilidades (MS.EF02MA12.s.13) e (MS.EF02MA13.s.14), agora aqui utilizadas conjuntamente para a
resolução de problemas de localização e deslocamentos mais complexos.
360
Desenvolvimento desta habilidade pode se associar a atividades nas quais os estudantes, em grupos, sejam
desafiados a esconder um objeto na sala ou em um espaço delimitado da escola, produzir mapas que
descrevam sua localização e trocar entre si os mapas desenhados para que os grupos localizem os objetos
escondidos uns dos outros.
H13-Organização de atividades para que o estudante possa associar e nomear figuras geométricas espaciais
definidas na habilidade a objetos do mundo físico e conhecer os nomes e a introdução de pelo menos
algumas características que elas apresentam, em especial no que diz respeito a ter ou não faces, vértices e
arestas ou ser ou não redondas, para a comparação geométrica.
Construção e desenho de objetos geométricos, seja em malhas, por meio de suas planificações ou em
esboços que os representem em perspectivas simples, bem como utilizar massa de modelar, palitos,
embalagens, confecção de origami para representar os sólidos e suas faces. Associação das figuras com
objetos de uso pessoal ou a análise de cenários diversos para a identificação e propor que os estudantes
façam esboços das figuras planas.
Pode-se trabalhar de forma interdisciplinar com a habilidade (MS.EF15AR02.s.02) da Arte, no que se refere
à identificação dos elementos da geometria e das artes visuais em objetos e suas representações
geométricas.
H14-Descrição de características de algumas figuras geométricas espaciais, relacionando-as com suas
planificações, conhecendo as características e explorando o significado de planificação de uma figura
espacial (como fazer um molde, uma representação plana da figura espacial).
Desenvolvimento de atividades que contemplem resolução de problemas com mais de uma solução possível,
identificando diferentes planificações para o cubo e para a pirâmide de base quadrada, por exemplo. E ainda
apresentar alguns desenhos de moldes do paralelepípedo e pedir aos estudantes que identifiquem quais dos
desenhos são de fato planificações para esse sólido, justificando suas escolhas.
Pode-se trabalhar de forma interdisciplinar com a habilidade (MS.EF15AR02.s.02) da Arte, no que se refere
à identificação dos elementos da geometria e das artes visuais em objetos e suas representações
geométricas.
H15-Classificação e comparação das figuras planas mencionadas na habilidade em relação a quantidade de
lados e vértices das figuras planas.
Medição dos lados das figuras planas e separação daquelas que têm os lados da mesma medida de outras
que não têm.
Análise e estudo da posição relativa de lados (paralelos ou não) e do perpendicularismo ou não, por meio de
comparação com instrumentos de medida.
Classificação a partir de figuras presentes em quebra-cabeças, em mosaicos ou em situações-problema nos
quais os estudantes devem separar formas planas que tenham recortado.
Introdução da terminologia de quadriláteros e triângulos, e valorizar as justificativas, as argumentações e as
explicações por que uma figura se encaixa ou não na categoria de quadrilátero, por exemplo. Esses processos
de investigar, descrever, representar, argumentar e justificar marcam aspectos relevantes do pensamento
geométrico e, por isso, devem ser bastante enfatizados no ensino da Matemática.
Desenvolvimento de atividades que propicie a construção de quebra cabeças e mosaicos de imagens locais
envolvendo espaços frequentados pelos estudantes, para isso utilizando formas geométricas integrado com
a habilidade (MS.EF15AR03.s.03) na experimentação de diferentes formas de expressão artística.
H16-Reconhecimento de duas figuras congruentes da mesma forma e o mesmo tamanho, ainda que estejam
em posições diferentes.
Desenvolvimento de atividades em que os estudantes possam explorar peças de quebra cabeças que tenham
as mesmas formas e medidas por sobreposição ou que sejam desafiados a desenhar em malhas
quadriculadas ou triangulares duas figuras planas que estejam em posições distintas, mas que tenham a
mesma forma e o mesmo tamanho, ou investigar entre diversas figuras aquelas que têm a mesma forma e
o mesmo tamanho, buscando identificar nas representações em trajes e utensílios das culturas indígenas e
afro-brasileiras as formas geométricas presentes.
361
Identificação do conceito de congruência por meio de material manipulável e tecnologias digita, e a
compreensão matemática da frase "mesma forma e mesmo tamanho", uma vez que a palavra tamanho terá
o significado de mesma medida de lados, mesma medida de ângulos e, consequentemente, mesma área e
mesmo perímetro.
H17-Reconhecimento que o resultado de uma medida depende da unidade de medida e implica identificar
as unidades de medida mais adequadas para realizar uma medição de uma grandeza (comprimento,
capacidade, massa).
Exploração e observação do resultado de uma medição representado por números diferentes tendo em
vista as unidades de medidas escolhidas (uma unidade é maior ou menor que a outra). Por exemplo, a
medida de um comprimento pode ser 2 m ou 200 cm, porque 1 m vale 100 cm.
Realização de medições, em contextos diversos, de uma mesma grandeza com unidades distintas e analise
do resultado final, explicando os valores obtidos e suas variações.
Desenvolvimento de atividades utilizando variadas grandezas e instrumentos de medida, para realização de
medições de espaços da escola e depois analisem quais foram os melhores instrumentos para medir e quais
apresentaram maior dificuldade.
H18-Escolher a unidade de medida e o instrumento mais apropriado para realizar medições implica ter
conhecimento do significado do que é medir e saber como se mede e utiliza diferentes instrumentos para
fazer as medições.
Valorização das culturas indígenas, afro-brasileiras, ribeirinhas e seus instrumentos de medidas,
relacionando com os instrumentos usados pela cultura ocidental como forma de contribuir com a
compreensão da relação entre um instrumento de medida e a unidade escolhida para fazer a medição.
H19-Desenvolvimento de atividades que possibilitem estimar, medir e comparar comprimentos,
reconhecendo o comprimento e a capacidade como grandezas que podem ser medidas, além de entender
o significado de medir (fazer uma comparação, escolhendo uma unidade de medida adequada, identificando
medida, estimativas e comparações (metro, centímetro e milímetro) e diversos instrumentos de medida,
quantas vezes a unidade cabe no que vai ser medido, expressar o resultado da medição por um número
seguido da unidade), resgatando unidades utilizadas na história da humanidade (mão, braça, jarda, palmo,
côvado, dentre outras).
Utilização de instrumentos de medida de comprimento, (régua, trena e fita métrica) de capacidade (copos
graduados) e de tempo (relógios analógicos e digitais, cronômetros, ampulhetas) em diversas atividades.
Introdução das unidades padrão de medida de comprimento, considerando a necessidade de explorar a
relação de equivalência entre unidades diferentes (por exemplo, que 1 m = 100 cm) sem ensinar regras de
transformação de unidades, por meio de objetos levados pelo professor e estudantes para a sala de aula, e
considerando o fato de que o milímetro pode ser explorado na sua relação com o centímetro (1 cm = 10
mm) ou com o metro (1 m = 1000 mm).
H20-Compreensão das relações entre litro e mililitro (1 l equivale a 1000 ml) e entre o quilograma e o grama
(1 kg equivale a 1000 g) por meio de atividades com duas grandezas e suas respectivas unidades de medida
aplicados em leituras de textos cotidianos, como é o caso de rótulos de embalagens e bulas de remédios.
Desenvolvimento de atividades que possibilitem a associação das medidas com a resolução de problemas,
devendo ser desenvolvida em sintonia com a utilização dos instrumentos de medida em um contexto
significativo para os estudantes.
Pesquisa que possibilite a investigação do uso das medidas de capacidade e de comprimento na vida diária
das pessoas (dosagem de medicamentos, medidas de móveis que serão comprados, de tecidos, etc.),
explorando medidas não padronizadas e a relação entre as medidas padronizadas.
Merece destaque o cuidado com a ideia de precisão que já pode aparecer com as unidades padrão de medida
e o melhor uso de instrumentos de medida.
Exploração de recursos tecnológicos, tais como balanças digitais e sua precisão em relação a balanças
analógicas, e análise de situações e para quais medições uma unidade de medida é adequada ou não e por
que uma mesma medição pode ter representações numéricas distintas, pois depende da unidade de medida
362
utilizada. Destacam-se as relações entre esta habilidade e outras relacionadas a números (em especial, ao
sistema de numeração decimal e às ideias iniciais de frações), bem como a habilidades geométricas.
H21-Comparação por superposição de figuras, de modo a expressar, entre duas superfícies, qual tem a maior
área, lembrando que área é a medida da superfície, identificando um atributo mensurável, escolhendo uma
unidade de medida adequada e compará-la com o objeto a ser medido.
Realização de medições de superfícies familiares, tais como o chão da sala de aula, usando, por exemplo,
folhas de jornal e/ou outro objeto, também é interessante que observem superfícies recobertas por outras,
como, por exemplo, uma parede recoberta por azulejos, ou o chão com ladrilhos, e quantos azulejos ou
ladrilhos foram usados para recobrir a superfície observada e depois socializem e registrem as observações.
Desenvolvimento de atividades que propicie a medição da área da face de um sólido geométrico que pode
ser feita por comparação direta e visual, isto é, encostando ou superpondo as faces do objeto planificado
para decidir qual é a maior.
H22-Desenvolvimento de atividades que possibilitem ler e registrar medidas de tempo e as diferentes
notações utilizadas para registro de horas, sendo capaz de, por meio de relógio digital ou analógico, indicar
a duração de um acontecimento.
Resolução de problemas envolvendo utilização de relógios analógicos e digitais, com situações nas quais é
necessário marcar por escrito o início e final de um acontecimento, bem como sua duração de
desenvolvimento.
Exploração de situações problematizadoras favorecendo a compreensão da medida de tempo em horas,
minutos e segundos e a análise de situações de sala de aula, em relação a organização de rotinas, a proposta
de marcar o tempo decorrido entre o início e o final de uma atividade durante a aula.
Pode-se trabalhar de forma interdisciplinar com a habilidade (MS.EF03CI08.s.08) da Ciência, no que se refere
à observação e registro da passagem do tempo.
H23-Resolução de problemas, envolvendo utilização de relógios analógicos e digitais, utilizando situações de
sala de aula e a organização de rotinas.
Elaboração de atividades que possibilite marcar o tempo que dura do início ao final de uma atividade durante
a aula, dentre outros, são formas de explorar situações problematizadoras que favorecem a compreensão
da medida de tempo em horas, minutos e segundos.
Realização de o primeiro é que se enfatize a necessidade de desenvolver estimativa da ordem de grandeza
da duração de um evento, em especial em minutos e segundos e, depois, comprovar se a estimativa realizada
foi razoável ou não; o outro, trata da complexidade da estimativa da duração de um evento em segundos,
apesar de os estudantes compreenderem que essa unidade mede um tempo "pequeno”.
H24-Resolução e elaboração de problemas que envolvam a comparação e a equivalência de valores
monetários brasileiros e conhecer notas e cédulas, bem como saber quantas notas de um valor menor são
necessárias para trocar por uma nota de valor maior, ou quantas vezes o valor de uma nota é maior (ou
menor) do que o valor de outra.
Desenvolvimento de atividades que explorem o sistema monetário por meio de situações-problema nas
quais os estudantes possam realizar ou simular situações de compra e venda e em que precisem trocar notas,
analisar valores, utilizar a noção de desconto e troco.
Visitação a mercados ou feiras locais (ou utilizar folhetos), analisando preços de mercadorias, fazendo lista
de compras e até, se possível e conveniente, realizar uma compra de verdade para analisar o que comprar,
quanto gastar e como economizar.
H25-Observação e identificação, em eventos familiares aleatórios, dos resultados possíveis, e análise e
registro do que pode ocorrer em uma ação sobre a qual se conhecem os possíveis resultados, mas não se
tem certeza sobre quais desses resultados podem sair, nem em que ordem. Por exemplo, ao jogar dois dados
e anotar a diferença entre os pontos das faces, os resultados possíveis são {0, 1, 2, 3, 4, 5}, embora não se
saiba em cada jogada qual deles sairá. No entanto, é possível saber que o resultado 0 tem mais chance de
363
sair do que o resultado 5 porque há seis subtrações com diferença 0 e apenas uma subtração com a diferença
5.
Desenvolvimento de atividades com situações de jogos com dados e análise, por exemplo, quais são todas
as somas que podem aparecer quando se jogam dois dados e, se calcular a adição dos números nas faces
superiores, organizar uma tabela de resultados e observar se é mais comum a soma 7 ou a soma 3, por
exemplo, permite decidir qual das duas somas têm mais chance de sair durante um jogo que envolva adição
de números em dois dados.
Organização de atividade aproveitando o ambiente da sala de aula, solicitando que os estudantes escrevam
seus nomes em pedaços de papel e depois de dobrar coloque-os em uma urna para sorteio com intuito de
realizar uma atividade, ganhar um prêmio, dentre outros; a partir do número de estudantes, analisar a
chance de sair cada gênero. Possibilitando a compreensão e aplicação de conceitos iniciais de probabilidade,
visto que auxiliam que os estudantes desenvolvam a capacidade de fazer previsões (levantar hipóteses) e
avaliar a razoabilidade delas por meio de testes.
H26-Resolução de problemas com base nos dados apresentados em tabelas de dupla entrada e gráficos para
que se possa compreender como extrair as informações necessárias ao que está proposto no problema.
Desenvolvimento de atividades com gráficos realizadas em sala de aula e interpretação por meio de
questões que envolvam diferentes níveis de compreensão.
Desenvolvimento de atividades a partir dos gráficos e tabelas, de modo que o estudante estabeleça relações
entre os dados, façam estimativas, e previsões.
Pode-se trabalhar de forma interdisciplinar com as habilidades (MS.EF03LP25.s.25), (MS.EF35LP20.s.20),
(MS.EF03LP26.s.26), da Língua Portuguesa, (MS.EF03CI06.s.06), (MS.EF03CI09.s.09) da Ciência,
(MS.EF03HI03.s.03) da História, e (MS.EF03GE01.s.01) da Geografia, associadas à coleta, leitura, comparação
e interpretação de dados, com apoio de recursos multissemióticos, incluindo gráficos e tabelas.
H27-Desenvolvimento de atividades com leitura e interpretação, comparando dados apresentados em
gráficos e tabelas e utilizando termos relacionados com maior e menor frequência.
Utilização desses dados de frequência para entender aspectos relevantes da realidade sociocultural do
estudante, desenvolvendo pensamento estatístico e oportunizando a capacidade de utilizar e/ou
interpretar, de forma adequada, os dados apresentados em tabelas de dupla entrada e de gráficos de
colunas.
Resolução de problemas a partir de gráficos e tabelas e desenvolvendo a leitura e interpretação individual
e/ou coletiva.
Realização de análise de gráficos presentes nas mídias.
H28-Realização de pesquisa envolvendo variável categórica e identificação das mesmas nos estudos
estatísticos observando determinadas características dentro de uma pesquisa.
Realização de pesquisa a partir de procedimentos, tais como identificar um problema a ser respondido e
desenvolver procedimentos que vão da escolha da população investigada a procedimentos de coleta,
organização e publicação dos dados da pesquisa e da resolução do problema investigado.
Organização de atividades para trabalhar estatística, partindo do levantamento de temas vivenciados pelos
estudantes, por exemplo, a observação do número de dias ensolarados, o número de faltas de estudantes
durante um mês, a coleta de opinião de outras pessoas a respeito de um determinado fato, o levantamento
do local de origem da família, dentre outros contextos que são adequados para o desenvolvimento de
procedimentos de pesquisa estatística.
Pode-se trabalhar de forma interdisciplinar com as habilidades (MS.EF03LP26.s.26), (MS.EF35LP17.s.17) da
Língua Portuguesa; (MS.EF03HI02.s.02) e (MS.EF03HI03.s.03) da História, associadas à realização de
pesquisas.
364
ENSINO FUNDAMENTAL I
MATEMÁTICA
MS.EF04MA06.s.06)
Resolver e elaborar problemas envolvendo diferentes
significados da multiplicação (adição de parcelas
Problemas envolvendo iguais, organização retangular e proporcionalidade),
diferentes significados da utilizando estratégias diversas, como cálculo por
multiplicação e da divisão: adição estimativa, cálculo mental e algoritmos.
de parcelas iguais, configuração (MS.EF04MA07.s.07)
retangular, proporcionalidade, Resolver e elaborar problemas de divisão cujo divisor
repartição equitativa e medida tenha no máximo dois algarismos, envolvendo os
significados de repartição equitativa e de medida,
utilizando estratégias diversas, como cálculo por
estimativa, cálculo mental e algoritmos.
365
(MS.EF04MA08.s.08)
Resolver, com o suporte de imagem e/ou material
manipulável, problemas simples de contagem, como a
Problemas de contagem determinação do número de agrupamentos possíveis
ao se combinar cada elemento de uma coleção com
todos os elementos de outra, utilizando estratégias e
formas de registro pessoais.
(MS.EF04MA09.s.09)
Números
Números racionais: frações Reconhecer as frações unitárias mais usuais (1/2, 1/3,
unitárias mais usuais (1/2, 1/3, 1/4, 1/5, 1/10 e 1/100) como unidades de medida
1/4, 1/5, 1/10 e 1/100) menores do que uma unidade, utilizando a reta
numérica como recurso
(MS.EF04MA10.s.10)
Números racionais: Reconhecer que as regras do sistema de numeração
representação decimal para decimal podem ser estendidas para a representação
escrever valores do sistema decimal de um número racional e relacionar décimos
monetário brasileiro e centésimos com a representação do sistema
monetário brasileiro.
Sequência numérica recursiva (MS.EF04MA11.s.11)
formada por múltiplos de um Identificar regularidades em sequências numéricas
número natural compostas por múltiplos de um número natural.
(MS.EF04MA13.s.13)
Relações entre adição e Reconhecer, por meio de investigações, utilizando a
Álgebra
366
(MS.EF04MA16.s.16)
Descrever deslocamentos e localização de pessoas e
Localização e movimentação: de objetos no espaço, por meio de malhas
pontos de referência, direção e quadriculadas e representações como desenhos,
sentido Paralelismo e mapas, planta baixa e croquis, empregando termos
perpendicularismo como direita e esquerda, mudanças de direção e
sentido, intersecção, transversais, paralelas e
perpendiculares.
(prismas e pirâmides):
analisar, nomear e comparar seus atributos,
reconhecimento, representações, estabelecendo relações entre as representações
planificações e características planas e espaciais.
(MS.EF04MA21.s.21)
Medir, comparar e estimar área de figuras planas
Áreas de figuras construídas em desenhadas em malha quadriculada, pela contagem
malhas quadriculadas dos quadradinhos ou de metades de quadradinho,
Grandezas e medidas
367
Medidas de temperatura em (MS.EF04MA24.s.24)
grau Celsius: construção de Registrar as temperaturas máxima e mínima diárias,
Grandezas e medidas
gráficos para indicar a variação em locais do seu cotidiano, e elaborar gráficos de
colunas com as variações diárias da temperatura,
da temperatura (mínima e
utilizando, inclusive, planilhas eletrônicas.
máxima) medida em um dado
dia ou em uma semana
(MS.EF04MA25.s.25)
Resolver e elaborar problemas que envolvam
Problemas utilizando o sistema
situações de compra e venda e formas de pagamento,
monetário brasileiro utilizando termos como troco e desconto, enfatizando
o consumo ético, consciente e responsável.
(MS.EF04MA26.s.26)
Análise de chances de eventos Identificar, entre eventos aleatórios cotidianos,
aqueles que têm maior chance de ocorrência,
aleatórios
reconhecendo características de resultados mais
prováveis, sem utilizar frações.
Probabilidade e estatística
368
como 2 . 128 = 2 . 100 + 2 . 20 + 2 . 8, até os convencionais. Merece destaque que, nessa fase escolar, a
decomposição de um número por meio de adições e multiplicações por potências de dez ainda não virá com
notação de potência (3235 = 3 . 10³ . 2 . 10² + 3 . 10¹ + 5 . 100), o que somente será feito nos anos finais do
ensino fundamental. No entanto, trabalha-se o princípio da potência quando se compreende que o valor de
um algarismo em uma escrita numérica quantitativa depende da posição que ele ocupa e que, para saber
isso, multiplica-se o algarismo pelo valor da posição. Destaca-se, ainda, o fato de que trabalhar com essa
característica não implica valorizar fatos isolados, tais como valor relativo e valor absoluto. Não é o nome
que importa aqui, mas as propriedades do sistema decimal; um recurso a ser utilizado pode ser o quadro de
valores e lugar (classes hierárquicas). O uso de calculadoras e de materiais didáticos como o ábaco e as fichas
sobrepostas serão relevantes para ampliar a compreensão das características do sistema de numeração
decimal, em especial, sua natureza multiplicativa e aditiva: por exemplo, o número 15234, deve ser
entendido como 1 . 10000 + 5 . 1000 + 2 . 100 + 30 . 10 + 4, que é a representação por potências de 10. São
recomendadas as propostas de desenvolver formas diversas de representar uma mesma quantidade, com
decomposições diferentes.
H3 - É importante destacar que a compreensão dos significados da adição e da subtração deve ser
aprofundada neste ano. Para isso é importante a proposição de situações-problema envolvendo os
diferentes significados. Portanto, não é suficiente apenas diversificar os contextos dos problemas. A
elaboração e a resolução de problemas criam contextos para que os estudantes desenvolvam procedimentos
variados de cálculo. Espera-se que os estudantes compreendam e utilizem as técnicas operatórias
convencionais da adição e da subtração com fluência e utilizem diversos procedimentos para o cálculo
mental.
H4 - Utilização das relações entre adição e subtração com números naturais implica conhecer que se a + b =
c então, c – b = a e c – a = b, por exemplo, 12 + 9 = 21 então, 21 - 9 = 12 e 21 - 12 = 9. Utilizar as relações
entre multiplicação e divisão implica saber que se a x b = c (a ≠ 0 e b ≠ 0) então c : a = b e c : b = a, por
exemplo, 8 . 9 = 72 então 72 : 8 = 9 e 72 : 9 = 8. É importante considerar a necessidade da proposição de
problemas, envolvendo diferentes significados, como contexto para que os estudantes utilizem as relações
entre a adição e a subtração para a obtenção do valor desconhecido de uma sentença, ampliando assim suas
estratégias de cálculo. Esse é um bom momento para a utilização da calculadora como um instrumento para
produzir resultados e para construir estratégias de verificação e controle desses resultados. Outro aspecto
a considerar é a importância de registrar por escrito as relações percebidas.
H5 - Atividades de cálculo mental: de 12 . 3, por exemplo, pode-se aplicar a propriedade distributiva da
multiplicação em relação à adição, fazendo (10 + 2) . 3 = 10 . 3 + 2 . 3 = 30 + 6 = 36. Não se imagina aqui que
os estudantes sejam expostos às propriedades como um conjunto de nomes sem significado (esses nomes
não precisam ser enfatizados). Mas é importante que investiguem situações nas quais percebam que a
adição e a multiplicação são comutativas ao contrário da subtração e divisão e que a propriedade distributiva
fundamenta o algoritmo da multiplicação. A exploração de tabelas e o uso de calculadora são recursos para
que os estudantes investiguem essas relações, analisem e expressem as regularidades observadas. Para que
o trabalho com cálculo possa ser efetivo é essencial explorá-lo em possibilidades complementares e não
excludentes: cálculo mental, estimativa, procedimentos pessoais, algoritmos convencionais, uso da
calculadora.
H6 - Nesta habilidade espera-se que o estudante resolva e elabore problemas envolvendo os significados da
multiplicação: adição de parcelas iguais (4 + 4 + 4 = 3 . 4), contagem de elementos apresentados em
disposição retangular (por exemplo, quadradinhos dispostos em três linhas com quatro quadradinhos em
cada uma); proporcionalidade (com duas garrafas de suco concentrado, fazem-se 6 jarras de 1 l. Quantas
garrafas são necessárias para fazer 18 dessas jarras?). A elaboração de problemas merece ter tratamento de
texto: reflexão, revisão, análise e reelaboração. Ainda que a habilidade indique resolução de problemas de
divisão ou multiplicação, é importante ter problemas que envolvam mais de uma operação, que tragam
variação em seu enunciado e desafios verdadeiros a serem vencidos. É possível propor que os estudantes
construam e sistematizem fatos fundamentais da multiplicação e da divisão por meio de investigações,
369
utilizando, por exemplo, calculadora, uso de tabelas e jogos. Esses recursos são úteis para os estudantes
investigarem padrões numéricos presentes nos fatos fundamentais e ampliarem suas formas de calcular.
Aqui, tem-se a oportunidade para o trabalho interdisciplinar com a habilidade (MS.EF15LP06.s.06) de Língua
Portuguesa.
H7 - Resolver e elaborar problemas de divisão de um número natural por outro se relacionam com explorar
novos processos de contagem, agora para a repartição equitativa (por exemplo, 10 objetos distribuídos
igualmente em 2 grupos, resulta em 5 objetos para cada grupo) e para a medida (distribuir 10 objetos em
grupos de modo que cada grupo tenha 2 objetos, resulta em 5 grupos). Situações-problema, o que fazer com
o resto de uma divisão, por exemplo, em um problema do tipo "tenho 28 fichas para dividir igualmente entre
cinco caixas, quantas fichas ficarão em cada caixa?", a resposta pode ser 5 fichas em cada caixa e restam 3.
Os dois significados da divisão – repartição equitativa e medida – devem ser igualmente enfatizados. É
importante destacar, também, a necessidade de que os estudantes conheçam variadas estratégias de
realizar a divisão, ainda que os procedimentos relativos ao algoritmo convencional possam ser
sistematizados no 5º ano. Por exemplo, para calcular 126 : 3, é possível fazer 120 : 3 + 6 : 3 = 40 + 2 = 42,
além da técnica convencional. Outro ponto de relevância é a estimativa da ordem de grandeza do quociente
da divisão antes de fazer os cálculos. Dessa forma, estimar que em 2026: 12 o quociente é da ordem das
centenas, é um recurso útil para analisar se o resultado obtido em uma divisão, ou na resolução de um
problema de divisão, faz sentido. Outro aspecto relevante diz respeito a analisar: em cada caixa e restam 3.
No entanto, se o problema for "quantas viagens precisaremos fazer para transportar 28 pessoas em um
barco em que cabem cinco pessoas por vez?", não se pode simplesmente dizer que são 5 viagens, porque
não é possível deixar 3 pessoas sem serem transportadas; nesse caso, o resto importa e a resposta precisa
ser 6 viagens. O uso da calculadora é indicado para aumentar a possibilidade de os estudantes investigarem
padrões numéricos presentes nos fatos fundamentais, para produzir resultados e construir estratégias de
verificação desses resultados. Além disso, deve ser enfatizada a relação fundamental da divisão de números
naturais: a divisão de a por b (a : b), sendo a e b naturais, a ≥ b e b ≠ 0, pode ser assim representada a = c . b
+ r, sendo r < b, denominado de resto, por exemplo 20 : 3 = 6 e resto 2, isto é, 20 = 6 . 3 + 2 → 2 < 3. A
nomenclatura específica da divisão (dividendo, divisor, quociente e resto) pode ser introduzida.
H8 - Atividades como: "de quantas maneiras podemos combinar quatro tipos de sanduíche com três tipos
de bebida, escolhendo apenas um sanduíche e uma bebida?". A resolução desse problema, que pode ser por
desenho, diagrama, tabela, árvore de possibilidades ou escrita multiplicativa, se dá ao combinar cada
elemento de uma coleção (cada sanduíche) com todos os elementos de outra coleção (tipo de bebida);
obtêm-se 12 combinações diferentes (4 . 3 = 12). Uma recomendação importante é estimular os estudantes
a resolverem os problemas propostos, utilizando diferentes procedimentos e registros (diagramas, listas,
árvore de possibilidades, tabelas). Essas diferentes estratégias devem ser valorizadas, analisadas, discutidas
e validadas em sala. A utilização de diferentes recursos para a resolução de problemas de contagem aumenta
o grau de compreensão dos estudantes sobre o princípio multiplicativo.
H9 - É recomendada as representações da fração (esquema, desenho, numérica e escrita) bem como os
nomes específicos dos termos da fração (numerador e denominador). Além da introdução da reta numérica
para a representação de frações, da relação com grandezas e medidas e da variação do todo, o principal
avanço na aprendizagem dos estudantes em relação ao ano anterior será a representação numérica para a
fração. É importante destacar que a resolução de problemas e o recurso a materiais manipuláveis são
essenciais para a aprendizagem do conceito de fração. É indicado um cuidado especial com as diversas
representações da fração (desenho, reta numérica, escrita em palavras e escrita numérica), assim como a
introdução das ideias centrais: fração como parte de um todo e fração como quociente. É importante manter
o trabalho tanto com todos discretos quanto com todos contínuos, conforme indicado no 3º ano.
H10 - Essa habilidade significa que a unidade é formada por 10 décimos e o décimo é formado por 10
centésimos. Além da utilização dos princípios do SND, a representação decimal está associada às frações
cujos denominadores são potências de 10 (1/10 = 0,1; 1/100 = 0,01). O estudante deverá entender que 1/10
e 0,1 representam a mesma parte de um inteiro (o mesmo valendo para 1/100 e 0,01), associando, assim,
370
que em 1 inteiro há 10 décimos ou 100 centésimos. A notação utilizada para representar quantidades de
valores em reais, bem como a utilização da reta numérica e a relação com medidas de comprimento (1/10;
1/100 e 1/1000 do metro) são úteis na compreensão das relações previstas na habilidade. Problemas com
sistema monetário, representação de valores com notas e moedas e que envolvam medidas de comprimento
nos quais os estudantes precisam usar medidas envolvendo metros, centímetros e milímetros são contextos
naturais para esta habilidade. A compreensão de que é possível representar um número racional na forma
decimal pode decorrer do uso do quadro de ordens da mesma forma que se faz com os números naturais,
estendendo essa representação para a direita da unidade, e que essa representação indica a parte decimal
do número racional representado. Esse quadro facilita a leitura, a comparação, composição e decomposição
de um número racional expresso na forma decimal. A clareza da relação entre os números decimais e as
frações com denominadores decimais, em particular, e a compreensão de que a escrita 0,1 é outra forma de
representar 1/10, e que 0,01 é outra escrita para 1/100 pode vir da exploração de regularidades com a
calculadora (por exemplo, investigar como a calculadora mostra os resultados de números naturais entre 1
e 10 divididos por 10, anotar e depois tentar representar sem calculadora os resultados de números entre 1
e 10 divididos por 100, conferindo suas hipóteses na calculadora). Além do quadro de valores e a calculadora,
a reta numérica e problemas com escrita de valores monetários são contextos para a exploração das ideias
contidas nesta habilidade. Há, aqui, oportunidade de trabalho interdisciplinar com a habilidade
(MS.EF04LP09.s.09), da Língua Portuguesa, no que se refere a leitura de valores monetários e reflexões sobre
consumo consciente.
H11 - Nessa habilidade, a introdução de termos como "fator" e "múltiplo de" é recomendada. Não é prevista
a aprendizagem do significado e do cálculo do mínimo múltiplo comum. É importante que os estudantes
compreendam o significado de múltiplo de um número e que explorem regularidades dos fatos básicos da
multiplicação. Também deve ser destacada a importância de os estudantes registrarem por escrito as
regularidades observadas; por exemplo, que todo número múltiplo de 2 é par, que os múltiplos de 4 também
são múltiplos de 2, que os múltiplos de 6 são ao mesmo tempo múltiplos de 2 e de 3 etc. Para isso, pode-se
solicitar aos estudantes que preencham tabelas de múltiplos de diferentes números entre 1 e 10 e que
comparem os múltiplos de um número com os de outro, registrando as observações. Ao comparar múltiplos
de 3 e 6, por exemplo, os estudantes podem perceber que cada múltiplo de 6 vale o dobro do
correspondente múltiplo de 3, ou que cada múltiplo de 3 têm valor equivalente à metade do correspondente
múltiplo de 6. Ou ainda comparar os múltiplos de 5 e 10, os estudantes podem perceber que cada múltiplo
de 10 vale o dobro do correspondente múltiplo de 5 ou que cada múltiplo de 5 tem valor equivalente à
metade do correspondente múltiplo de 10.
H12 - Sugere-se atividades, como exemplo, a observação que cada número da sequência 1, 4, 7, 10, 13, 16,
19, 22, ...ao ser dividido por 3 o resto é 1. Essa regularidade pode ser assim expressa: 1 = 3 . 0 + 1; 4 = 3 . 1 +
1; 7 = 3 . 2+ 1; 10 = 3 . 3 + 1; 13 = 3 . 4 + 1 etc. Deve inicialmente ser proposto aos estudantes que analisem
o que ocorre quando se divide um número par por 2, ou um número múltiplo de 10 por 5, ou um número
terminado em 0 ou 5 por 5 e pedir o registro do padrão observado (resto zero em todos os casos). Da mesma
forma, é possível propor problemas nos quais se analisa o que ocorre com o resto na divisão de um número
ímpar por 2 (o resto será igual a 1). No entanto, para desenvolver esta habilidade é preciso ir além de
sequências de pares, de ímpares ou de múltiplos de um dado número. Um exemplo para essa ampliação é a
identificação de semelhanças e diferenças entre sequências, como: as sequências (I) 0, 3, 6, 9 ... (II) 1, 4, 7,
10, ..., (III) 2, 5, 8, 11, ... têm em comum a diferença 3 entre cada elemento, a partir do segundo, e seu
antecessor. Entretanto, apenas a sequência I é composta por múltiplos de 3 (deixam resto zero na divisão
por 3). Todos os elementos da sequência II deixam resto 1 na divisão por 3 e todos os elementos da sequência
III deixam resto 2 na divisão por 3. A partir dessas conclusões pode-se perguntar: o número 28 pertence a
qual sequência? O estudante deverá compreender que para responder essa questão ele não precisará
escrever os números seguintes de cada sequência e que basta ele dividir o número por 3 e observar o resto.
Há jogos que também são úteis na exploração desta habilidade. Não se espera que os estudantes
memorizem regras, nem critérios de divisibilidade.
371
H13 - Reconhecer as relações inversas entre as operações de adição e subtração envolve a compreensão de
que, se a + b = c, então, c – b = a e c – a = b. Por exemplo, se 12 + 5 = 17, então, 17 – 12 = 5 e 17 – 5 = 12.
Reconhecer as relações inversas entre as operações de multiplicação e divisão implica saber que se a . b = c,
com a ≠ 0 e b ≠ 0, então, c : a = b e c : b = a. Por exemplo, se 5 . 6 = 30, então, 30 : 5 = 6 e 30 : 6 = 5. A
investigação das relações e a resolução de problemas, com e sem o uso da calculadora, seguidas do registro
escrito das relações observadas, são o que se espera para o desenvolvimento da habilidade. A investigação
dessas relações, inclusive com o uso da calculadora, será útil para resolver problemas diversos. Problemas
envolvendo operações nas quais os números são substituídos por letras ou figuras também são úteis para
explorar esta habilidade. Assim, justificar a solução encontrada para os problemas, por meio da análise das
relações observadas e do registro das relações estabelecidas é importante.
H14 - Por meio de investigação e observação de regularidades, será possível dar exemplos para indicar a
relação expressa na habilidade, tais como: se 2 + 6 = 7 + 1, então 2 + 6 + 3 = 7 + 1 + 3; se 16 – 5 = 11, então,
16 – 5 – 3 = 11 – 3; se 4 . 5 = 20, então 4 . 5 – 7 = 20 – 7; se 18 : 3 = 6, então, 18 : 3 + 4 = 6 + 4 . Deve ficar
clara a importância de se compreender os significados do sinal de igualdade a para o desenvolvimento do
pensamento algébrico. Nos anos iniciais, a relação de equivalência é, muitas vezes, interpretada como
significando "é a mesma quantidade que" ao expressar uma relação entre quantidades equivalentes.
Quando se explora a equivalência, os estudantes precisam saber que 8 = 8 e 8 = 3 + 5 ou 2 + 6 = 3 + 5 são
escritas verdadeiras e que 8 + 3 = 11 + 8 é falso, já que 8 + 3 e 11 + 8 não são equivalentes. Essa compreensão
é necessária para o uso do pensamento relacional na resolução de equações em situações, tais como 9 + 4
= b + 7. Usando o pensamento relacional, é possível argumentar que, uma vez que 7 é 3 mais do que 4, então
b deve ser 3 menos do que 9. Essa capacidade de argumentar sobre a estrutura na comparação de duas
quantidades é um aspecto do pensamento algébrico. É recomendado, também, que, ao explorar a ideia de
equivalência, os estudantes percebam que, se 4 = 6 - 2, então, 6 - 2 = 4 ou, ainda, que 2 . 4 . 3 = 3 . 8 . 1, isto
é, que uma mesma quantidade pode ser escrita de formas diversas. As investigações a respeito da
equivalência são feitas com análise de escritas matemáticas diversas, bem como pela expressão e registro
de conclusões.
H15 - É importante explicitar que o conhecimento desta habilidade depende de conhecimentos anteriores
(expressos nas habilidades (MS.EF04MA04.s.04), (MS.EF04MA05.s.05), (MS.EF04MA12.s.12),
(MS.EF04MA13.s.13) e (MS.EF04MA14.s.14). No entanto, as relações anteriores podem ser materializadas
para resolver problemas, cuja solução envolve o cálculo de um valor desconhecido em uma igualdade. Não
se trata de reduzir a habilidade a um simples trabalho mecânico de calcular o valor desconhecido da
sentença, mas de utilizar as relações estudadas para determinar esse valor, tendo compreensão das relações
e justificando as escolhas feitas.
H16 - A utilização de termos como paralelas e perpendiculares exige uma aprendizagem específica. A noção
intuitiva de ângulo e de ângulo reto também é importante para o pleno desenvolvimento desta habilidade.
A utilização de marcação de mudança de sentido e direção tem suporte na noção de ângulo como giro.
Podem ser utilizadas várias das sugestões já mencionadas para o 3º ano, na habilidade correlata a esta. A
análise de ruas paralelas em mapas com ou sem o uso de aplicativos, pode ser um contexto interessante
para a introdução do tema no 4º ano. Da mesma maneira, após explorar a ideia de ângulo reto, seria
adequado ter nos mapas e nas representações de plantas baixas a ideia de ângulo reto e de retas
perpendiculares. É adequado, ainda, que os estudantes possam conhecer retas que não sejam nem paralelas
nem perpendiculares, isto é, as retas concorrentes. Esta habilidade abre espaço para que a noção intuitiva
de ângulo seja inicialmente explorada como giro ou mudança de direção, antes de associar o ângulo à ideia
de ser ou não reto. As representações por desenhos e esquemas, bem como registros escritos e explicações
para as relações, trajetos e deslocamentos, podem ser valorizadas, assim como a linguagem específica
associada aos conceitos relacionados na habilidade. Há, aqui, oportunidade de trabalho interdisciplinar com
as habilidades (MS.EF15AR08.s.08), (MS.EF15AR10.s.10) da Arte, (MS.EF12EF07.s.06), (MS.EF12EF11.s.08),
(MS.EF35EF07.s.05), e (MS.EF35EF09.s.06) da Educação Física, associadas à experimentação, descrição e
representação de movimentos de pessoas e objetos no espaço.
372
H17 - Observação dos polígonos, considerando lados, vértices e ângulos implicam diferenciar figuras planas
de figuras espaciais, separar as figuras planas em polígonos e não polígonos, reconhecendo as características
mais essenciais dessa categoria de figuras, identificar e contar lados e ângulos dos polígonos, relacionar a
quantidade de lados ou ângulos aos nomes dos polígonos e classificar os polígonos em triângulos,
quadriláteros e outros. A representação por desenho, com recursos específicos, tais como régua, compasso,
esquadros ou tecnologias digitais, está associada tanto à aprendizagem de procedimentos específicos de uso
desses recursos quanto ao desenvolvimento de habilidades visuais e de desenho. É importante destacar que
a construção de quebra-cabeças pelos estudantes, bem como problemas e jogos que envolvam a análise das
propriedades das figuras geométricas planas são contextos naturais para o desenvolvimento da habilidade.
Outras possibilidades de exploração das propriedades, dos conceitos e dos procedimentos envolvidos na
habilidade aparecem na observação de obras de arte. De fato, gravuras, pinturas e esculturas contêm muitos
estímulos visuais e, quando problematizadas, podem auxiliar tanto o desenvolvimento de um senso estético
quanto propiciar que os estudantes vejam a criação que envolve a matemática, identificando uma das muitas
relações que essa área apresenta em situações da vida. Aplicativos de computador e softwares de geometria
dinâmica permitem resolver problemas de representação e construção de polígonos, ajudando na
compreensão de suas propriedades. Uma das noções mais importantes, a de ângulos, deve ser mantida em
conjunto com esta habilidade. O uso de recursos tais como dobradura, compasso e softwares de geometria
dinâmica permitem a exploração de relações entre lados e ângulos dos polígonos. A forma de abordar a
geometria é fundamental para que ocorram as aprendizagens esperadas. Primeiro, é importante que as
atividades sejam problematizadoras, para desencadear reflexão, que não sejam de mera identificação e
nomeação de formas. Observar, analisar, construir, criar, manipular formas são essenciais para que haja
desenvolvimento do pensamento geométrico. Segundo, propor que os estudantes desenhem, escrevam,
façam esboços, construam, expliquem e justifiquem favorece também o desenvolvimento do letramento
matemático e os processos de raciocínio e argumentação a ele associados.
H18 - Os ângulos retos e não retos podem ser identificados por meio de dobraduras, esquadros ou em
software de geometria. É importante explicitar a necessidade de que, antes das atividades de identificação
de ângulos retos e não retos, deve ser dada atenção à exploração do ângulo em situações de representação
de trajetos nos quais haja giros para mudança de direção. Depois disso, deve-se possível associar 1/4 de um
giro completo a um ângulo reto. Concomitante a este trabalho, deve-se construir com dobradura o ângulo
reto, utilizando essa noção para a compreensão da ideia de retas perpendiculares e na identificação de
ângulos retos nos polígonos. Vale ficar atento ao fato de que os ângulos "não retos", conforme apresentado
na habilidade, são aqueles maiores ou menores que o reto e que podem ser nomeados obtuso e agudo,
respectivamente. Aprender a linguagem é importante, ainda que não seja exigência que os estudantes
utilizem essas palavras no 4º ano. Como sugestão de contextualização, o professor, por meio de dobraduras,
pode construir o ângulo reto (90º) e de posse do ângulo convidar os estudantes, em grupo, a darem uma
volta pelo pátio da escola e identificar os ângulos encontrados: na arquitetura da escola, muros, móveis, na
natureza etc.; ao retornarem relatarem o que foi observado com desenhos e registros escritos atribuindo
nomes conforme as aberturas. Finalmente, seria importante que os quadriláteros fossem analisados de
acordo com o paralelismo e o perpendicularismo dos seus lados e que os estudantes identificassem
características comuns, por exemplo, entre quadrados e paralelogramos, entre retângulos e paralelogramos
etc.
H19 - A simetria de reflexão em figuras e pares de figuras geométricas planas implica associar a reflexão a
uma transformação geométrica que "espelha" todos os pontos em relação a uma reta (dita, eixo de reflexão
ou eixo de simetria). A simetria relativa a um ponto (dito centro de reflexão) será estudada posteriormente.
O uso de artesanatos indígenas e/ou imagens (revistas, recortes, web, dentre outros) dos artesanatos que
são construídos a partir da observação da natureza, enriquecerá a aprendizagem sobre simetria, pois é um
recurso muito utilizado pelos indígenas em suas artes e pinturas. A utilização da simetria para a construção
de figuras congruentes (com a mesma forma e o mesmo tamanho) decorre diretamente de uma propriedade
desta transformação que mantém todas as medidas – lados e ângulos – entre uma figura e sua reflexão. As
malhas quadriculadas e os softwares de geometria servem como suporte para a compreensão do significado
373
de simetria de reflexão, bem como apoio para a construção de figuras congruentes por simetria. É
importante que os estudantes tenham chances de conhecer a simetria de reflexão. Por meio de dobraduras
e malhas quadriculadas os estudantes identificarão, se houver, o eixo (ou eixos) de simetria da própria figura
e também obter uma figura simétrica a uma figura dada relativamente a uma reta (reflexão em reta). Desse
modo o estudante verificará a congruência da figura obtida com a figura dada. Uma análise da presença da
simetria de reflexão na arte e na arquitetura pode ser incluída em sequências didáticas, ou mesmo projetos,
que favoreçam o desenvolvimento de competência da área e competência geral.
H20 - O conhecimento das grandezas e suas respectivas unidades de medida favorecerão a compreensão de
alguns textos cotidianos. É importante considerar que esta habilidade envolve os números racionais –
representação fracionária e representação decimal. Deve-se incluir situações-problema envolvendo o uso
das medições, dos instrumentos de medida e a exploração da relação entre unidades de medida de uma
mesma grandeza. Estimativas de medida também devem ser consideradas. Todas as sugestões de contexto
que foram dadas para o estudo de grandezas e medidas no 3º ano se aplicam aqui, considerando apenas
uma evolução com foco nas relações entre as unidades-padrão mais usuais de cada grandeza. Há, aqui, a
oportunidade de trabalho interdisciplinar com a habilidade (MS.EF04CI01.s.01), no que se refere a medições
de misturas.
H21 - A quantidade de vezes que uma unidade couber na superfície a ser medida é expressa por um número
que é a área da figura plana. A área do quadradinho ou de sua metade são unidades de medida, e a malha
quadriculada um suporte para favorecer a contagem. Espera-se a compreensão de que o número que
expressa a medida da superfície varia em função da unidade de medida e que duas superfícies com formatos
distintos podem ter a mesma área. A resolução de problemas que impliquem medir superfícies desenhadas
em malhas quadriculadas é oportunidade para o desenvolvimento da habilidade. É indicado que os
estudantes sejam desafiados a representar, em um quadriculado, retângulos diferentes com uma mesma
área: por exemplo, desenhando na malha todos os retângulos de área 18 quadradinhos, e analisar também
a medida dos perímetros de cada retângulo, de modo a explorar e diferenciar as duas medidas (área e
perímetro), bem como observar que figuras de mesma área podem ter perímetros diferentes. Outro aspecto
relevante é a medição de uma mesma superfície usando duas unidades de medida, bem como solicitar a
justificativa por que os números que expressam medição são diferentes. O cálculo da medida de superfície
de figuras irregulares, nas quais a unidade de medida não caiba um número inteiro de vezes na medição, é
um contexto interessante para relacionar números racionais às medidas.
H22 - Devem-se propor situações que envolvam a marcação do início e término de uma tarefa, bem como
sua duração. É recomendado que a abordagem para esta habilidade seja por resolução de problemas. Assim,
é importante resolver e elaborar problemas que envolvam medidas de tempo, em especial o cálculo da
duração de um evento, incluindo a estimativa dessa duração. A indicação de que as situações propostas para
medidas de tempo sejam do cotidiano dos estudantes é importante para que eles vivenciem a necessidade
real de calcular durações de intervalos temporais e de utilizar as relações entre as unidades de medida.
Problemas nos quais sejam dados o horário de início e a duração de um evento para que calculem o horário
de término, ou em que sejam dados a duração e o horário de término para que encontrem o horário de
início, exploração da estimativa da ordem de grandeza de um intervalo temporal, a utilização de diferentes
relógios, incluindo um cronômetro para contagem regressiva para iniciar um evento ou para sua duração,
são bons contextos para o desenvolvimento desta habilidade.
H23 - sugestões de atividades com situações em que se usa o grau Celsius e o termômetro para fazer
medições, ler temperaturas, expressá-las por escrito e fazer comparações entre diferentes temperaturas,
incluindo localidades brasileiras e as questões ambientais de aquecimento global. É importante destacar que
os estudantes precisam vivenciar, com a supervisão do professor ou outro adulto, a utilização e leitura de
termômetros para ler e representar temperaturas, conhecendo sua unidade de medida – grau Celsius –
relacionando esse conhecimento a situações da vida diária, tais como temperatura ambiente, corporal,
temperatura máxima e mínima do dia divulgadas em sites, jornais escritos, telejornais etc. como
oportunidade de realizar atividades em grupos para investigar em diferentes manchetes levadas pelos
374
estudantes com objetivo de discutir valores que representam graus e os impactos dessa temperatura na vida
cotidiana. Tabelas de temperatura e termômetros reais são indicados como contexto de exploração desta
habilidade, assim como as questões climáticas e as diferenças de temperatura entre cidades e regiões
brasileiras e de outros países. Não é meta explorar temperaturas negativas, mas, se elas aparecerem, os
estudantes podem ser informados sobre ou pesquisar o que elas significam. Há, aqui, oportunidade de
trabalho interdisciplinar com a habilidade (MS.EF04CI02.s.02) da Ciência, no que se refere a observação e
registro de mudanças de temperatura.
H24 - A utilização de planilhas eletrônicas é um procedimento a ser aprendido, pois é relevante como
ferramenta de organização e representação de dados coletados. Pode-se propor que o estudante faça
pesquisas a respeito da temperatura da cidade onde mora e apresentar uma tabela com temperaturas
máximas e mínimas em cada dia de uma semana, por exemplo, e construir um gráfico de colunas
correspondente. Além do gráfico de colunas, é desejável a introdução do gráfico em linha, mais comumente
utilizado para representar as temperaturas ao longo de um período de tempo. Há a possibilidade, inclusive,
de explorar gráficos de temperatura presentes em diferentes mídias para propor e elaborar problemas de
medidas de temperatura. A utilização de planilhas eletrônicas passa a ser uma ferramenta e um objeto de
aprendizagem (aprender a usar planilhas eletrônicas para representar dados coletados na forma de tabelas
ou gráficos).
H25 - Atividades com situações de compra e venda e formas de pagamento envolve o conhecimento do valor
das notas e moedas, da representação decimal de valores monetários, a comparação desses valores e,
também, situações reais em que o poder de compra do dinheiro é utilizado. É interessante propor aos
estudantes momentos de reflexões e estudos sobre a interação financeira de grupos sociais (índios,
quilombolas, ribeirinhos, dentre outros) que não utilizam o sistema padrão, bem como a necessidade de
entender a matemática para que as relações financeiras sejam justas. Na resolução de problemas, será
natural que questões de consumo e responsabilidade com o uso de dinheiro, além de termos como parcelas,
troco e desconto sejam aprendidos. A exploração de diferentes formas de fazer pagamentos (dinheiro em
espécie, cartões, cheques) e sua utilização pode ser incluída. Operações simples envolvendo números
decimais, com e sem o uso da calculadora, podem ser aprendidas. As questões de consumo consciente e de
compra e venda podem ser envolvidas, além de valores, medidas de tempo, de comprimento, de capacidade
e de massa. A verificação das datas de validade, preço e quantidade que está sendo comprada é uma forma
de os estudantes entenderem o que compram, como não ser lesado, quanto tempo um produto que se
compra leva para se deteriorar quando descartado, dentre outros aspectos. A utilização de planilhas de
controle de gastos, a exploração de folhetos de ofertas e a comparação de preços em lugares diferentes
também são recomendadas. Na resolução e elaboração de problemas, os estudantes podem operar com
valores de preços, mesmo que ainda não saibam formalmente calcular com números decimais. Para isso,
recomenda-se o uso de calculadora. O importante, no caso de somar, subtrair, multiplicar e dividir com
decimais não é aprendizagem das técnicas, mas sim a identificação da operação a ser utilizada. Tal decisão
envolve o desenvolvimento do senso numérico, bem como a compreensão dos significados de cada
operação. Há, aqui, oportunidade de trabalho interdisciplinar com a habilidade (MS.EF04LP09.s.09) da
Língua Portuguesa, no que se refere à leitura de valores monetários e reflexões sobre consumo consciente.
H26 - Atividades, por exemplo, de jogar dois dados e anotar a soma dos números das faces os resultados
possíveis {2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12}, verifica-se que entre as 36 possibilidades (6 . 6 = 36) algumas dessas
somas são mais prováveis que outras. Assim, é possível saber que o resultado 7 (5 + 2, 2 + 5; 4 +3, 3 + 4; 6 +
1; 1 + 6) tem mais chance de ocorrer do que o resultado 12 (6 + 6), porque há seis adições com soma 7 e
apenas uma com soma 12. Neste exemplo, expressar essas chances de ocorrência (sem o uso de frações)
como há 6 chances em 36 de sair soma 7 e 1 chance em 36 de sair soma 12 é esperado como aprendizagem.
Pode ser esclarecido que, nos anos iniciais, a noção de probabilidade de um evento futuro se baseia muito
em sua experiência pessoal, e isso pode causar certa confusão no uso de termos como eventos possíveis,
certos e prováveis. Por isso, para evitar incompreensões e decisões baseadas em senso comum, é importante
vivenciar experimentos situações primeiro para identificar eventos possíveis e eventos não possíveis e,
posteriormente, provável, improvável e evento certo (explorando, aí sim, situações do cotidiano em que eles
375
tenham que analisar e decidir se elas são ou não prováveis). A ideia-chave para desenvolver probabilidade é
ajudar as crianças a ver que alguns desses eventos possíveis são mais prováveis ou menos prováveis do que
outros. Por exemplo, se um grupo de estudantes tiver uma corrida, a chance de que Luís, um corredor muito
rápido, seja primeiro, não é certa, mas é muito provável. Em seguida, fazer experimentos aleatórios, como
o lançamento de dois dados, e anotar as somas ou produtos possíveis entre os números que saem nas faces,
decidindo depois qual deles tem mais chance (probabilidade de acontecer), também auxilia no processo de
compreensão proposto pela habilidade.
H27 - Pode -se explicitar que uma tabela é uma organização composta por linhas ou colunas, e que em suas
interseções se encontram os dados, que podem ser números, palavras, frases etc. Também é interessante
destacar ser comum, em publicações, tais como revistas e jornais, usar figuras relacionadas ao assunto da
pesquisa retratada em um gráfico, tornando-os mais atraentes. Quando um gráfico é construído assim, é
chamado de pictórico, ou pictograma. Um pictograma pode ser feito tendo como base gráficos de colunas e
linhas. É importante que os estudantes tanto possam construir gráficos a partir de tabelas e tabelas a partir
de gráficos, observando a relação entre eles quanto analisar gráficos e tabelas que já tenham sido
elaborados, em especial aqueles presentes na mídia impressa ou digital e que abordem temas do cotidiano.
A produção de textos para expressar as conclusões vindas da análise de gráficos e tabelas faz parte do
desenvolvimento do letramento estatístico. Há, aqui, oportunidade de trabalho interdisciplinar com as
habilidades (MS.EF04LP20.s.20), e (MS.EF04LP21.s.21) da Língua Portuguesa, no que se refere à utilização
de gráficos e tabelas para a realização e comunicação de pesquisas e análise de dados.
H28 - Pode-se utilizar as variáveis categóricas ou qualitativas que não podem ser expressas numericamente,
pois relacionam situações como mês de nascimento, preferência por um time de futebol, marca de
automóvel, preferência musical, dentre outras. A habilidade também prevê a pesquisa com variáveis
numéricas, ou quantitativas. A realização da pesquisa acontece a partir de procedimentos, tais como
identificar um problema a ser respondido e desenvolver procedimentos que vão da escolha da população
investigada a procedimentos de coleta, organização e publicação dos dados da pesquisa e da resposta à
questão proposta. A ampliação em relação ao ano anterior está na escolha de uma amostra maior e na
utilização da tecnologia para fazer planilhas para representar dados da pesquisa. Deve ficar clara a
possibilidade de os estudantes realizarem pesquisa estatística, que é o foco central desta habilidade. Assim,
para o desenvolvimento de noções elementares e iniciais da estatística, o professor pode partir do
levantamento de temas vivenciados pelos estudantes; por exemplo, a observação do número de dias
ensolarados, o número de estudantes que faltaram às aulas durante um mês, a coleta de opinião de outras
pessoas a respeito de um determinado fato, o levantamento do local de origem da família, dentre outros
contextos. Para explorar variáveis quantitativas ou numéricas, podem ser usadas a quantidade de livros lidos
em dois meses de aula na turma, a quantidade de bichos de estimação. Há, aqui, oportunidade de trabalho
interdisciplinar com as habilidades (MS.EF04LP20.s.20), e (MS.EF04LP21.s.21) da Língua Portuguesa, no que
se refere à utilização de gráficos e tabelas para a realização e comunicação de pesquisas e análise de dados.
376
ENSINO FUNDAMENTAL I
MATEMÁTICA
(MS.EF05MA02.s.02)
Números racionais expressos na Ler, escrever e ordenar números racionais na forma
decimal com compreensão das principais
forma decimal e sua
características do sistema de numeração decimal,
representação na reta numérica
utilizando, como recursos, a composição e
decomposição e a reta numérica.
Representação fracionária dos (MS.EF05MA03.s.03)
números racionais: Identificar e representar frações (menores e maiores
reconhecimento, significados, que a unidade), associando-as ao resultado de uma
divisão ou à ideia de parte de um todo, utilizando a
leitura e representação na reta
reta numérica como recurso.
numérica
Números
(MS.EF05MA04.s.04)
Comparação e ordenação de
Identificar frações equivalentes.
números racionais na
representação decimal e na (MS.EF05MA05.s.05)
fracionária utilizando a noção de Comparar e ordenar números racionais positivos
(representações fracionária e decimal), relacionando-
equivalência
os a pontos na reta numérica.
(MS.EF05MA06.s.06)
Associar as representações 10%, 25%, 50%, 75% e
Cálculo de porcentagens e 100% respectivamente à décima parte, quarta parte,
metade, três quartos e um inteiro, para calcular
representação fracionária
porcentagens, utilizando estratégias pessoais, cálculo
mental e calculadora, em contextos de educação
financeira, entre outros.
(MS.EF05MA07.s.07)
Problemas: adição e subtração Resolver e elaborar problemas de adição e subtração
de números naturais e números com números naturais e com números racionais, cuja
racionais cuja representação representação decimal seja finita, utilizando
decimal é finita estratégias diversas, como cálculo por estimativa,
cálculo mental e algoritmos.
377
(MS.EF05MA08.s.08)
Problemas: multiplicação e Resolver e elaborar problemas de multiplicação e
divisão de números racionais divisão com números naturais e com números
racionais cuja representação decimal é finita (com
cuja representação decimal é
multiplicador natural e divisor natural e diferente de
finita por números naturais zero), utilizando estratégias diversas, como cálculo por
Números
(MS.EF05MA12.s.12)
Resolver problemas que envolvam variação de
proporcionalidade direta entre duas grandezas, para
associar a quantidade de um produto ao valor a pagar,
Grandezas diretamente
alterar as quantidades de ingredientes de receitas,
proporcionais Problemas ampliar ou reduzir escala em mapas, entre outros.
envolvendo a partição de um
todo em duas partes (MS.EF05MA13.s.13)
Resolver problemas envolvendo a partilha de uma
proporcionais
quantidade em duas partes desiguais, tais como dividir
uma quantidade em duas partes, de modo que uma
seja o dobro da outra, com compreensão da ideia de
razão entre as partes e delas com o todo.
(MS.EF05MA14.s.14)
Utilizar e compreender diferentes representações
para a localização de objetos no plano, como mapas,
células em planilhas eletrônicas e coordenadas
Plano cartesiano: coordenadas
Geometria
378
Figuras geométricas espaciais: (MS.EF05MA16.s.16)
reconhecimento, Associar figuras espaciais a suas planificações
representações, planificações e (prismas, pirâmides, cilindros e cones) e analisar,
nomear e comparar seus atributos.
características
características, representações e
considerando lados, vértices e ângulos, e desenhá-los,
ângulos
utilizando material de desenho ou tecnologias digitais.
(MS.EF05MA20.s.20)
Áreas e perímetros de figuras Concluir, por meio de investigações, que figuras de
perímetros iguais podem ter áreas diferentes e que,
poligonais: algumas relações
também, figuras que têm a mesma área podem ter
perímetros diferentes.
(MS.EF05MA21.s.21)
Reconhecer volume como grandeza associada a
Noção de volume sólidos geométricos e medir volumes por meio de
empilhamento de cubos, utilizando,
preferencialmente, objetos concretos.
379
(MS.EF05MA24.s.24)
Interpretar dados estatísticos apresentados em textos,
Probabilidade e estatística tabelas e gráficos (colunas ou linhas), referentes a
Leitura, coleta, classificação outras áreas do conhecimento ou a outros contextos,
como saúde e trânsito, e produzir textos com o
interpretação e representação
objetivo de sintetizar conclusões.
de dados em tabelas de dupla
entrada, gráfico de colunas (MS.EF05MA25.s.25)
agrupadas, gráficos pictóricos e Realizar pesquisa envolvendo variáveis categóricas e
numéricas, organizar dados coletados por meio de
gráfico de linhas
tabelas, gráficos de colunas, pictóricos e de linhas, com
e sem uso de tecnologias digitais, e apresentar texto
escrito sobre a finalidade da pesquisa e a síntese dos
resultados.
METODOLOGIAS PARA A APRENDIZAGEM - 5º ANO
H1 - Comparação de números utilizando símbolos para a igualdade e para a desigualdade (diferente, maior
e menor). É importante explorar as escritas de números maiores que a unidade de milhar como usadas nas
mídias. Realização de estimativa da ordem de grandeza de um número, representação de números na reta
numérica. Utilização de jogos, materiais manipuláveis, textos de mídia impressa, gráficos e análises de
representação numérica.
H2 - Composição e decomposição de número decimal envolvendo formas diversas de representação de
número racional utilizando a escrita decimal, incluindo a utilização de escritas aditivas, como, por exemplo,
3,45 = 3 + 0,45 = 3 + 0,40 + 0,05 = 3 + 0,25 + 0,20. Representação na reta numérica com apoio na ideia de
dividir um inteiro em décimos, centésimos e milésimos; exploração de medidas de comprimento, em
especial a relação entre o metro, o decímetro, o centímetro e o milímetro.
H3 - Identificação e representação de frações (menores e maiores que a unidade), associando-as ao
resultado de uma divisão, explorando frações maiores, menores ou iguais a um inteiro, como, por exemplo:
1/2; 2/2 ou 3/2, por meio de receitas culinárias, dominó, quebra-cabeças, tais como o tangram dentre
outros.
H4 – Identificação e representação de frações equivalentes, destacando a ideia de equivalência. Utilização
de atividades de comparação de números racionais na forma fracionária com denominadores diferentes, e
também, realização de operações de adição e subtração de frações com denominadores diferentes.
Utilização de expressões 'equivalente a', 'maior que', 'menor que', 'o mesmo valor' para fixação de linguagem
que deve ser adquirida ao longo da exploração dos conceitos envolvidos.
H5 - Comparação e ordenação de números racionais positivos (representações fracionária e decimal),
relacionando-os a pontos na reta numérica. Utilização de atividades de escrita fracionária representando
quantidade maior, menor ou igual a outra, expressando tanto verbalmente quanto pelo uso dos sinais (<, >,
= ou ≠) e problemas relacionando frações com medidas (comparando 2/5 de um metro com 4/10 de um
metro, reconhecendo qual a peça do tangram que representa a maior fração do quadrado formado pelas 7
peças, usando malha quadriculada, mostrar frações que representem menos do que 1/6 da área de um
retângulo formado por 24 quadradinhos, entre outros.).
H6 - Associação das representações 10%, 25%, 50%, 75% e 100% respectivamente à décima parte, quarta
parte, metade, três quartos e um inteiro. Para calcular porcentagens implica conhecer frações, suas
representações e significados. Proporcionar contextos de educação financeira, envolvendo a relação com
sistema monetário, usando materiais manipuláveis. Outro ponto de relevância é a abordagem da ideia de
"por cento" como a representação de uma fração de denominador 100, associando esse sentido ao símbolo
de porcentagem. É recomendável que se inclua a ideia de fração como razão para uma maior compreensão
do uso da porcentagem em situações estatísticas que denotam preferências. Essas explorações podem ser
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feitas também usando a calculadora, o que permite inclusive explorar porcentagens em resolução de
problemas com números de magnitudes diferentes e que exijam cálculos mais sofisticados de divisão e
multiplicação quando em situação de educação financeira. A tecnologia permite, nesse caso, que o foco seja
na resolução de problemas. A relevância de registros diversos, de trabalho em grupo e de registro das
aprendizagens deve ser destacada. A linguagem matemática relativa a frações também precisa ser valorizada
como aprendizagem.
H7 – Elaboração de problemas de adição e subtração com números naturais e com números racionais,
utilizando estratégias diversas, como cálculo por estimativa, cálculo mental e algoritmos. É importante que
sejam colocados situações-problema diversos para que apliquem os conhecimentos. A adição e subtração
de números decimais de representação finita deverá ser explorada por procedimentos pessoais de cálculo,
decomposição ou usando as relações entre inteiro, décimos, centésimos e milésimos. É esperado que a
adição e subtração com números naturais sejam exploradas com criptogramas e desafios numéricos, uma
vez que as técnicas operatórias em si já foram exploradas. Problemas envolvendo cálculos com valores
monetários e com medidas (incluindo o cálculo de perímetro de figuras) são bons contextos para a
exploração de operações de adição e subtração com números racionais, cuja representação decimal seja
finita.
H8 – Resolução e elaboração de problemas de multiplicação e divisão com números naturais e com números
racionais utilizando estratégias diversas, como cálculo por estimativa, cálculo mental e algoritmos.
Representação decimal do número racional com as características do sistema de numeração decimal e
identificação de que uma operação pode ser realizada com diferentes procedimentos de cálculo, analisando
vantagens e desvantagens de cada um dependendo da situação e contextos nos quais ela aparece. A
habilidade prevê a sistematização das estratégias de cálculo de divisão com números naturais, incluindo o
algoritmo convencional de um número de até cinco algarismos por outro de até dois algarismos, além da
divisão entre dois números naturais com quociente decimal.
H9 – Resolução e elaboração de problemas simples de contagem envolvendo o princípio multiplicativo. O
trabalho com as operações permite aos estudantes identificarem conexões entre as diferentes áreas
temáticas da matemática. Assim, ao explorar problemas de contagem, o principal raciocínio envolvido é o
de combinatória, que poderá ser útil em probabilidade. Os problemas propostos possam ser resolvidos de
várias formas possíveis (diagramas, listas, árvores de possibilidades, tabelas, quadro de imagens) e que essas
formas sejam valorizadas, analisadas, discutidas e validadas em sala.
H10 – Conclusão por meio de investigações, que a relação de igualdade existente entre dois membros
permanece ao adicionar, subtrair, multiplicar ou dividir cada um desses membros por um mesmo número,
para construir a noção de equivalência. Esta habilidade implica que seja compreendido, primeiramente, o
sentido de equivalência (se a + b = c + d, então c + d = a + b) associado ao sinal de igualdade. Deve-se destacar
a importância de compreender o significado do sinal de igualdade na aritmética para o desenvolvimento do
pensamento algébrico. As investigações a respeito da equivalência são feitas com análise de escritas
matemáticas diversas, bem como pela expressão e registro de conclusões.
H11 – Resolução e elaboração de problemas cuja conversão em sentença matemática seja uma igualdade
com uma operação em que um dos termos é desconhecido. O pleno desenvolvimento da habilidade envolve
o conhecimento das relações entre as operações (adição e subtração; multiplicação e divisão), assim como
o sentido do sinal de igualdade como equivalência. Atividades e problemas sugeridos na descrição das
habilidades conexas mencionadas são bons contextos para o desenvolvimento desta habilidade, que, em
resumo, pode ser entendida como síntese das demais.
H12 -Analise, relações e comparações entre grandezas e quantidades, para compreensão das relações
multiplicativas para desenvolvimento do pensamento algébrico. Além da resolução de problemas
envolvendo as situações descritas sugere se a exploração de tabelas numéricas
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H13 – Resolução de problemas envolvendo a partilha de uma quantidade em duas partes desiguais, tais
como dividir uma quantidade em duas partes, de modo que uma seja o dobro da outra, com compreensão
da ideia de razão entre as partes e delas com o todo, o essencial é explorar a ideia de divisão em partes
proporcionais em si, e não necessariamente a exigência de que a resolução seja expressa em forma de razão.
Por isso, a valorização das diferentes formas de representação da resolução de problemas por esquemas,
desenhos ou outros registros deve ser valorizada, assim como a representação em forma de razão, que, para
ser conquistada, exige um ambiente de análise e comparação de formas diversas de resolver um problema.
H14 – Utilização de diferentes representações para a localização de objetos no plano, como mapas, células
em planilhas eletrônicas e coordenadas geográficas, a fim de desenvolver as primeiras noções de
coordenadas cartesianas, compreendendo seus princípios, legendas, escalas .É interessante a utilização de
jogos como batalha naval, de movimentações em malhas quadriculadas, inclusive as desenhadas, a utilização
de jogos eletrônicos e de mapas de rua, planilhas eletrônicas que são organizadas em linhas e colunas são
também interessantes , assim como a análise de aplicativos utilizados para orientação de pessoas, tais como
o GPS.
H15 -Representação da localização ou movimentação de objetos no plano cartesiano utilizando coordenadas
cartesianas, indicando mudanças de direção e de sentido e giros, envolvem que já haja o domínio de
processo de localização e representação da movimentação de objetos e pessoas no espaço. Experiências de
representação de trajetos em malhas quadriculadas e de leitura de mapas auxiliam para que, então, possa
ser explorada a ampliação das formas de descrição, localização e representação de trajetos e movimentos
em um sistema de coordenadas ordenado (cartesiano) formado por um eixo horizontal e outro vertical,
numerados e que se interceptam perpendicularmente na origem.. A localização de um ponto se dá por uma
coordenada indicada por um par de números, sendo um número do eixo horizontal (OX) e outro, do vertical
(OY). Esse sistema de coordenadas completo divide o plano em quatro quadrantes (contados no sentido
anti-horário) e, em cada quadrante, há pontos que podem ser localizados com números. No entanto, como
apenas o primeiro quadrante tem coordenadas positivas, apenas ele será explorado nesse ano. A marcação
de mudanças de direção e giros se associa com a compreensão de conceito de ângulo. Deve-se ter a
indicação de que esta habilidade se desenvolve no mesmo contexto e conjuntamente com a habilidade
(MS.EF05MA14.s.14), bem como depende dos conhecimentos explorados na habilidade
(MS.EF04MA16.s.16). A ampliação em relação à habilidade (MS.EF05MA14.s.14) está em marcações de
mudanças de direção e sentido, bem como de giros nos deslocamentos registrados no plano. As mudanças
de direção e giros são formas de introduzir as primeiras noções de ângulo. É possível considerar o uso de
planilhas eletrônicas para relacionar a localização de uma célula de tabela com as coordenadas de linha e
coluna naturais nesse tipo de software, com uma complementação que pode ser feita se a tabela construída
na planilha for transformada em gráfico em barras verticais, horizontais ou em linha (sem desconsiderar o
tipo de variável representada) e houver o pedido de que as linhas auxiliares horizontais e verticais sejam
mostradas no fundo do gráfico. Esse recurso permite associar as coordenadas com as representações de
determinados pontos no gráfico.
H16-Associação de figuras espaciais a suas planificações (prismas, pirâmides, cilindros e cones) e análise,
nomeando e comparando seus atributos, classificando os sólidos em poliedros e corpos redondos. Separação
dos poliedros em prismas, pirâmides e outros, explicitando as principais características de cada grupo, em
especial relativos ao tipo de superfície que os compõem, bem como à quantidade de arestas e vértices.
Compreendendo também a identificação do cilindro, do cone e da esfera como corpos redondos.
Desenvolvimento de atividades que possibilite aos estudantes perceber que os ângulos das faces de um cubo
continuam retos na planificação, bem como a quantidade de quadrados que formam as faces. Inserir
registros escritos e leitura de pequenos textos explicativos a respeito de sólidos aos estudantes e incentivar
a utilizarem o vocabulário geométrico e identificarem propriedades nos objetos estudados. Pode-se associar
propostas com arte e leitura de livros de histórias infantis se tornam recursos interessantes para abordar os
conceitos envolvidos na habilidade.
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H17-Desenvolvimento de atividades que contribua para reflexões a acerca das características gerais do
polígono, tais como figuras planas fechadas formadas por lados que, por sua vez, são segmentos de reta e
não se cruzam em nenhum ponto e o encontro destes segmentos formam os vértices e ângulos, a fim de
distingui-lo de um não polígono. Os elementos de um polígono recebem nomes especiais devido à sua
importância: lados, vértices e ângulos. Os polígonos recebem nomes específicos, de acordo com o número
de lados (ou ângulos) que possuem. Explore figuras que apresentem características que diferenciam
polígonos dos não polígonos e que possibilitem aos estudantes investigarem a classificação dos polígonos.
Utilize o recurso da malha quadriculada como facilitador para fazer desenhos de diferentes polígonos,
dobraduras (origami) e de tecnologias digitais possibilitando um envolvimento com novas alternativas
diferenciando a aprendizagem.
H18-desenvolvimento de atividades que possibilite o reconhecimento da congruência dos ângulos e a
proporcionalidade entre os lados correspondentes de figuras poligonais, em situações de ampliação e de
redução em malhas quadriculadas e usando tecnologias digitais, exploração dos elementos que não se
alteram e dos que se modificam na ampliação e na redução de figuras geométricas planas, envolvendo a
aprendizagem do efeito da relação de proporcionalidade entre uma figura e sua ampliação/redução. A
utilização de malhas para perceber a ideia de ampliação de figuras relacionadas à proporcionalidade. Dada
uma figura, apresenta-se a proposta de ampliá-la, por exemplo, dobrando a medida dos lados. Organização
de atividades para que os estudantes desenhem na malha uma versão reduzida da figura, dividindo a medida
dos lados pela metade, ampliando ou reduzindo, e fazendo a comparação de elementos das duas figuras (a
medida dos lados, a medida dos ângulos por sobreposição, o perímetro e a área) para ver o que ocorre e
com isso produza uma justificativa oral e/ou escrita. Por exemplo, percebe-se que o perímetro dobrou, mas
a área não. Usando recorte e sobreposição das figuras, é possível que investiguem o que aconteceu com os
ângulos da figura ampliada/reduzida em relação à figura original.
H19-Resolução e elaboração de problemas envolvendo medidas das grandezas comprimento, área, massa,
tempo, temperatura e capacidade, recorrendo a transformações entre as unidades mais usuais em contextos
socioculturais. Desenvolvimento de atividades que os estudantes identifiquem as principais unidades padrão
de medida e estabeleçam relações entre elas, incluindo a expressão por meio de frações ou decimais. O
conhecimento das grandezas e suas respectivas unidades de medida deverá ser aplicado em leituras de
textos cotidianos, respeitando a diversidade local. É importante relacionar esta habilidade com os números
racionais na sua forma fracionária e decimal e incluir situações-problema envolvendo o uso das medições,
dos instrumentos de medida e a exploração da relação entre unidades de medida de uma mesma grandeza.
Estimativas de medida também devem ser consideradas. Todas as sugestões de contexto que foram dadas
para o estudo de grandezas e medidas nos anos anteriores se aplicam aqui, considerando apenas uma
evolução com foco
H20-Desenvolvimento de atividades que os estudantes realizem a diferenciação de área e perímetro,
associando o perímetro à medida de comprimento e, a área, como medida de superfície. Realização de
investigação de figuras de mesma área e perímetros diferentes e vice-versa usando malha quadriculada e
régua, essas figuras podem ser apresentadas aos estudantes e eles realizarem essas investigações, assim
como propor que eles desenhem figuras estabelecendo alguns critérios. Podem ser propostas atividades
com figuras cujos lados tenham medidas expressas por números decimais, desde que se considerem as
operações previstas na habilidade.
H21-Reconhecimento de volume como grandeza associada a sólidos geométricos e conhecimento de que o
volume de um corpo é a medida do espaço ocupada por esse corpo. Compreensão de que a medição do
volume é feita em unidade cúbica (centímetro cúbico, metro cúbico), e medir volumes por meio de
empilhamento de cubos, utilizando, preferencialmente, objetos concretos. Construção de sólidos
geométricos com cubinhos (que aqui funcionarão como unidades não convencionais de medidas de volume),
em particular paralelepípedos (cubos incluídos), sendo especialmente indicados para esta habilidade. Monte
um bloco retangular utilizando cubinhos e defina com os estudantes o que é comprimento, largura e altura.
Questione o número de cubinhos que foram necessários para montar esse bloco. Se for necessário desmonte
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e deixe que eles contem um a um, esclarecendo que esse número de cubinhos é o volume do bloco.
completar sequências de cubos com material concreto. Desenvolvimento de atividades em que os
estudantes possam deduzir informalmente e expressar por escrito (usando palavras ou símbolos) uma forma
prática de calcular o volume de paralelepípedos (cubos incluídos), sem que tenham que contar todos os
cubinhos que empilharam. Uma ampliação interessante que pode ser feita é a relação entre a capacidade
de uma caixa cúbica de 10 cm de aresta e a capacidade de um recipiente qualquer que comporte 1 l. Isso
pode ser realizado com um experimento prático, mediante o qual os estudantes constroem um cubo de
aresta 10 cm e despejam nele o conteúdo de um recipiente com capacidade de 1 l. Da mesma forma, pode
ser repetido para um cubo de aresta 1 cm e um recipiente de 1 ml. O registro da conclusão de que 1 l é
equivalente à capacidade de um cubo de 10 cm de aresta (1 dm³) e que 1 ml equivale à capacidade de um
cubo de aresta 1 cm (1 cm³) é interessante para que os estudantes associem a equivalência entre unidades
de medida de capacidade/volume
H22-Apresentação de todos os possíveis resultados de um experimento aleatório, estimando se esses
resultados são igualmente prováveis ou não, implicando ser capaz de indicar o espaço amostral relativo a
um experimento aleatório, identificando se nele há chances iguais (igualmente prováveis ou equiprováveis)
de um determinado resultado ocorrer. Por exemplo, ao decidir qual time de futebol começa a partida
jogando uma moeda, as chances de sair cara ou coroa são iguais, isto é, no espaço amostral do evento jogar
uma moeda, há duas possibilidades com chances equiprováveis de acontecer: cara ou coroa. No jogo de dois
times de futebol A e B, o espaço amostral tem três possibilidades, geralmente não equiprováveis: empate,
vitória de A e vitória de B. Desenvolvimento da habilidade com atividades nas quais os estudantes possam
compreender e indicar o espaço amostral para a resolução do problema, analisando as possibilidades de
ocorrência de um evento em relação a todas as possibilidades, verificando se elas são ou não iguais, de modo
a suscitar a formulação de hipóteses. Por exemplo, a definição de quais são os números possíveis de saírem
no lançamento de um dado comum, e se esses números têm chances iguais ou diferentes. Ou ainda na
investigação de quais os possíveis resultados da soma ao lançar dois dados em forma de tetraedros (dados
com 4 faces numeradas de 1 a 4), ver-se-à que serão 16 somas possíveis. Há uma possibilidade de sair soma
2 e três de sair soma 6, logo a probabilidade de sair soma 2 é de 1 em 16 e de sair soma 6 é de 3 em 16.
H23-Determinar a probabilidade de ocorrência de um resultado em eventos aleatórios, quando todos os
resultados possíveis têm a mesma chance de ocorrer (equiprováveis), implica conhecer o conjunto de todas
as possibilidades que fazem parte desse problema, ou seja, o espaço amostral, e comparar a chance de cada
evento desse espaço amostral acontecer no total de possibilidades, associando a representação fracionária
como forma de registro da probabilidade de um evento acontecer. Por exemplo, ao se lançar uma moeda o
espaço amostral é cara ou coroa, ou seja, há 1 em duas possibilidades de sair cara, logo a probabilidade de
termos cara é de 1/2, o mesmo vale para coroa. Já no caso do lançamento de um dado comum, há 1/6 de
probabilidade de sair qualquer um dos números do espaço amostral. As situações que foram estudadas na
habilidade anterior (MA.EF05MA22.s.22) deverão ser agora representadas numericamente. As situações
para contextualizar a habilidade são as mesmas já exploradas anteriormente, mas, agora, com a expressão
numérica na forma de fração. Atenção para a introdução de mais uma ideia da fração que está implícita
nesta habilidade: a fração como razão, quando se expressa, por exemplo, a ideia de que há 1 em 36 chances
de sair soma 12 no jogo de dois dados convencionais e se expressa isso na forma fracionária 1/36.
H24-Interpretação de dados estatísticos apresentados em textos, tabelas e gráficos (colunas ou linhas),
referentes a outras áreas do conhecimento ou a outros contextos, como saúde e trânsito, e produzir textos
com o objetivo de sintetizar conclusões. O desenvolvimento desta habilidade envolve algum conhecimento
anterior de tabelas e gráficos, bem como a experiência de analisa-los e registrar por escrito conclusões
possíveis de serem tiradas a partir dessa análise. É importante sugerir que sejam analisados gráficos diversos,
em particular aqueles que são veiculados na mídia. Merece destaque o cuidado com o tipo de
problematização para que não sejam feitas apenas perguntas de resposta imediata. A leitura e interpretação
de gráficos e tabelas desenvolvem as habilidades de questionar, levantar, checar hipóteses e procurar
relações entre os dados. Ao explorar a leitura de gráficos deve-se propor questões que estimulem a sua
interpretação em níveis diferentes de compreensão, a partir de questões, para que o estudante relacione os
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dados do gráfico. As inferências são feitas baseadas nos dados explicitamente apresentados pelo gráfico. Há,
aqui, oportunidade para o trabalho interdisciplinar com as habilidades (MS.EF35LP20.s.20),
(MS.EF05LP23.s.23) e (MS.EF05LP24.s.24) da Língua Portuguesa, no que se refere à utilização e interpretação
de gráficos e tabelas em textos.
H25- Pesquisa envolvendo variáveis categóricas e numéricas, organizando dados coletados por meio de
tabelas, gráficos de colunas, pictóricos e de linhas, com e sem uso de tecnologias digitais, e apresentar texto
escrito sobre a finalidade da pesquisa e a síntese dos resultados identificando que as variáveis nos estudos
estatísticos são os valores que assumem determinadas características dentro de uma pesquisa. Esse tipo de
variável pode ser classificado em discreta (se for relacionada a situações de contagem (por exemplo: número
de revistas vendidas, quantidade de consultas médicas, número de filhos) ou contínua como a que se refere
a situações de medida (por exemplo, massa de um produto, altura de pessoas, tempo de duração de um
evento etc.). Realização de pesquisa por meio de procedimentos, identificando um problema a ser
respondido e desenvolver procedimentos que vão da escolha da população investigada a procedimentos de
coleta, organização e publicação dos dados da pesquisa e da resolução do problema investigado. Ampliação
em relação ao ano anterior na escolha de uma amostra maior de pessoas e na utilização da tecnologia para
tabular e representar dados da pesquisa. Um acréscimo deve ser feito em relação às pesquisas realizadas
relativas à habilidade: a realização de pesquisas de opinião com 100 pessoas como cenário para a utilização
de porcentagem na expressão dos resultados da pesquisa, o que permitiria utilizar planilhas eletrônicas para
produzir tabelas e gráficos de tipos variados expressos em porcentagem. Pode-se trabalhar de forma
interdisciplinar com as habilidades (MS.EF35LP20.s.20), (MS.EF05LP23.s.23) e (MS.EF05LP24.s.24) da Língua
Portuguesa, no que se refere à utilização e interpretação de gráficos e tabelas em textos.
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7.3 – ÁREA DE CIÊNCIAS DA NATUREZA
386
7.3.2 - Ciências da Natureza
O componente curricular de Ciências foi inserido, enquanto disciplina, nas escolas brasileiras
em 1931, com o objetivo de transmitir conhecimentos científicos. Nessas aulas eram transmitidas
informações por meio de aulas expositivas, que exigiam memorização de biografia de cientistas
importantes e os conhecimentos de suas descobertas. O contexto histórico exigia um ensino científico
frente às necessidades do progresso nacional, e “para isso era mister construir cientificamente o
Brasil”. (GHIRALDELLI JR., 1991 p. 34)
A Lei nº 4.024/61 fortaleceu a consolidação de ensino de Ciências no currículo escolar. Esse
componente era ministrado nas duas últimas séries do antigo ginásio e a necessidade, naquele
momento, era preparar os indivíduos para dominar recursos científicos e tecnológicos. Só a partir da
publicação da Lei nº 5.692/71, o ensino de Ciências tornou-se obrigatório em todos os anos, mas ainda
era ensinado através de uma concepção tradicional, na qual o professor era o detentor do saber e os
alunos absorviam as informações transmitidas.
Com a promulgação da LDB nº 9.394/96, que estabeleceu as Diretrizes e Bases para a Educação
Nacional, foram produzidos os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) que propunham uma nova
organização curricular para o ensino de Ciências.
Nesse contexto de documentos norteadores, com o advento com o advento da Base Nacional
Comum Curricular – BNCC, 2017, o ensino de ciências orienta a formação do cidadão crítico, consciente
e participativo e preconiza o ensino contextualizado e problematizador, com o objetivo de
proporcionar a compreensão e a reflexão.
As Orientações Curriculares da Rede Municipal de Ensino de Três Lagoas (REME/TL) estão
estruturadas de acordo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e o Currículo de Referência de
Mato Grosso do Sul, que reconhecem que
“Ao longo do Ensino Fundamental, a área de Ciências da Natureza tem um compromisso com
o desenvolvimento do letramento científico, ou seja, a capacidade de compreender e
interpretar o mundo (natural, social e tecnológico), mas também de transformá-lo”. ( BRASIL,
2017, p. 321)
Diante desse pressuposto, é preciso promover, nas aulas de Ciências, conhecimentos que
podem ser aplicados na vida, em que o aprendizado se reverta em atitudes com base em princípios
éticos e sustentáveis.
Para isso, o professor deve orientar as ações investigativas dos alunos, ensinando-os a utilizar
ferramentas de pesquisa, analisar dados, contrapor informações, para que aprendam com autonomia.
As estratégias e recursos pedagógicos contribuem para que o estudante se aproprie de conceitos
científicos de forma mais significativa. Nesse contexto, o professor tem o papel mediador do processo
de ensino e aprendizagem.
387
É extremamente importante que o professor utilize, na aula de Ciências, atividades
experimentais para que gere expectativa e interesse nas crianças. A experimentação deve ter a
participação dos estudantes, que discutem ideias e manipulam materiais alternativos e convencionais.
Desse modo, o professor atua como mediador no processo, para gerar dúvidas, problematizar o
conteúdo, contribuindo para que o estudante construa suas hipóteses. A intervenção deverá contribuir
para a superação da observação.
As atividades experimentais inseridas na prática docente apresentam-se como uma
importante ferramenta de ensino-aprendizagem "quando mediada pelo professor de forma a
desenvolver o interesse nos estudantes e criar situações de investigação para a formação de
conceitos”. (PARANÁ, 2008, p. 76)
As aulas devem promover desafios e investigação dos diversos aspectos da natureza. Tanto o
estudante quanto o professor assumem o papel de pesquisador, ficando esse último com a função
também de conduzir a investigação da criança que participará ativamente da aula e aprenderá com
autonomia.
A avaliação faz parte do processo de aprendizagem do aluno e do redirecionamento do
planejamento do professor. Mais que verificar se os conteúdos foram aprendidos, ela contribui na
identificação das dificuldades e no trabalho de aperfeiçoamento dos procedimentos de ensino. Os
erros, conflitos e soluções de problemas se mostram como aspectos positivos na aquisição de novos
conhecimentos e fazem parte do cotidiano. Mais que respostas corretas ou erradas, o que deve ser
levado em consideração é o processo de avanço de cada um dos estudantes.
Referências Bibliográficas
BIZZO, Nelio. Ciências: fácil ou difícil? 1ª. ed. São Paulo: Biruta, 2009.
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Brasília: MEC. 2017. Disponível em:
<http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_20dez_site.pdf> Acesso: 27 agosto 2019.
BURGO, Ozilia G. Metodologia do Ensino de Ciências. Maringá: UniCesumar, 2017.
NIGRO, Rogério G. Ciências: soluções para dez desafios do professor, 1º ao 3º ano do ensino
fundamental. São Paulo: Ática, 2012.
388
ENSINO FUNDAMENTAL I
CIÊNCIAS
1º Ano
UNIDADES OBJETO DO OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
TEMÁTICAS CONHECIMENTO (HABILIDADES)
(MS.EF01CI01.s.01)
Comparar características de diferentes materiais
presentes em objetos de uso cotidiano, discutindo
sua origem, os modos como são descartados e como
podem ser usados de forma mais consciente.
(MS.EF01CI07.a.02)
Matéria e energia
(MS.EF01CI10.a.06)
Corpo humano Respeito à Relacionar as partes do corpo responsáveis pela
diversidade percepção e aquisição de informações como cheiro,
temperatura, sonoridade, gosto e cor.
(MS.EF01CI03.s.07)
Discutir as razões pelas quais os hábitos de higiene
do corpo (lavar as mãos antes de comer, escovar os
dentes, limpar os olhos, o nariz e as orelhas etc.) são
necessários para a manutenção da saúde
Corpo humano Respeito à (MS.EF01CI04.s.08)
Vida e
evolu
diversidade
reconhecendo a diversidade e a importância da
389
valorização, do acolhimento e do respeito às
diferenças
(MS.EF01CI05.s.09)
Identificar e nomear diferentes escalas de tempo: os
Terra e Universo
H2 - Comparação das formas e texturas dos objetos a partir da percepção sensorial do estudante,
utilizando tapetes sensoriais, caixa tátil e recursos multissemióticos que auxiliarão na compreensão do
aprendizado, criatividade e comunicação. Esta habilidade possibilita a integração com o componente
H3 - Promoção de atividades que levem a reflexão sobre a coleta seletiva e as formas adequadas de
descarte, discussões e análise crítica em relação ao consumismo envolvendo a comunidade escolar,
bem como a família. É indicado o aprofundamento teórico ao professor com a leitura da Política
Nacional dos Resíduos Sólidos e da Política Nacional da Educação Ambiental.
H6 - Identificação e o reconhecimento dos órgãos dos sentidos através de dinâmica da cabra cega,
caixa tátil, tapete sensorial, teste de olfato, dentre outras, que permitem o trabalho sobre os cinco
sentidos. Para contemplar esta habilidade é necessário que o o reconhecimento e a descrição das
partes do corpo responsáveis pela percepção e aquisição de informações como cheiro, temperatura,
sonoridade, gosto e cor.
390
que estão relacionados a comportamentos individuais que têm reflexo na saúde coletiva, pois
favorecem a disseminação de doenças no ambiente.
H8 - Identificação das características individuais dos estudantes, utilizando dados como a altura, o
peso, o comprimento dos braços ou pernas etc. Assim, os estudantes poderão identificar e reconhecer
as semelhanças e diferenças entre colegas, para discutirem a diversidade e prevenção ao bullying.
Destaca-se a importância do respeito e da valorização. Podem-se ampliar as discussões, abordando as
características de uma população e seus hábitos culturais. Nesta habilidade é possível propor
metodologias para desenvolver as competências cognitivas e socioemocionais de repertório cultural,
de abertura para o novo, de criatividade, de comunicação, de responsabilidade, de cidadania, de
autoconhecimento e de empatia.
H9 - Identificação das atividades do cotidiano do estudante que são realizadas em cada período do dia,
descrevendo-as e relacionando-as às características dos períodos por meio de exemplificações.
Exploração dos calendários locais como ciclo de colheitas, ciclos das águas, piracema, estações do ano,
alterações climáticas sazonais, horário de verão etc.
H10 - utilização de listagem e descrição de atividades diárias dos estudantes como despertar, ir para a
escola, realizar refeições, dormir, entre outras e, no caso dos demais seres vivos, relatar alimentação,
repouso e outros hábitos comuns ao ciclo da vida. Esta habilidade está relacionada com o
estabelecimento de conexões com a passagem do tempo e a construção dos modos de se organizar
na realização de atividades ou hábitos diários.
391
ENSINO FUNDAMENTAL I
CIÊNCIAS
Seres vivos no ambiente Plantas (tamanho, forma, cor, fase da vida, Vida e evolução
local onde se desenvolvem etc.) que fazem parte de
seu cotidiano e relacioná-las ao
(MS.EF02CI05.s.05)
Investigar a importância da água e da luz para a
Vida e evolução
392
METODOLOGIAS PARA A APRENDIZAGEM DO ESTUDANTE - 2º ANO
H2 - Comparação das formas e texturas dos objetos a partir da percepção sensorial do estudante,
utilizando tapetes sensoriais, caixa tátil e recursos multissemióticos que auxiliarão na compreensão do
aprendizado, criatividade e comunicação. Esta habilidade possibilita a integração com o componente
H3 - Promoção de atividades que levem a reflexão sobre a coleta seletiva e as formas adequadas de
descarte, discussões e análise crítica em relação ao consumismo envolvendo a comunidade escolar,
bem como a família. É indicado o aprofundamento teórico ao professor com a leitura da Política
Nacional dos Resíduos Sólidos e da Política Nacional da Educação Ambiental.
H6 - Identificação e o reconhecimento dos órgãos dos sentidos através de dinâmica da cabra cega,
caixa tátil, tapete sensorial, teste de olfato, dentre outras, que permitem o trabalho sobre os cinco
sentidos. Para contemplar esta habilidade é necessário que o o reconhecimento e a descrição das
partes do corpo responsáveis pela percepção e aquisição de informações como cheiro, temperatura,
sonoridade, gosto e cor.
H8 - Identificação das características individuais dos estudantes, utilizando dados como a altura, o
peso, o comprimento dos braços ou pernas etc. Assim, os estudantes poderão identificar e reconhecer
as semelhanças e diferenças entre colegas, para discutirem a diversidade e prevenção ao bullying.
Destaca-se a importância do respeito e da valorização. Podem-se ampliar as discussões, abordando as
características de uma população e seus hábitos culturais. Nesta habilidade é possível propor
metodologias para desenvolver as competências cognitivas e socioemocionais de repertório cultural,
de abertura para o novo, de criatividade, de comunicação, de responsabilidade, de cidadania, de
autoconhecimento e de empatia.
393
H9 - Identificação das atividades do cotidiano do estudante que são realizadas em cada período do dia,
descrevendo-as e relacionando-as às características dos períodos por meio de exemplificações.
Exploração dos calendários locais como ciclo de colheitas, ciclos das águas, piracema, estações do ano,
alterações climáticas sazonais, horário de verão etc.
H10 - utilização de listagem e descrição de atividades diárias dos estudantes como despertar, ir para a
escola, realizar refeições, dormir, entre outras e, no caso dos demais seres vivos, relatar alimentação,
repouso e outros hábitos comuns ao ciclo da vida. Esta habilidade está relacionada com o
estabelecimento de conexões com a passagem do tempo e a construção dos modos de se organizar
na realização de atividades ou hábitos diários.
394
ENSINO FUNDAMENTAL I
CIÊNCIAS
(MS.EF03CI01.s.01)
Produzir diferentes sons a partir da vibração de
variados objetos e identificar variáveis que influem
nesse fenômeno.
(MS.EF03CI02.s.02)
Matéria e energia
(MS.EF03CI05.s.05)
Características e desenvolvimento Descrever e comunicar as alterações que ocorrem
dos animais desde o nascimento em animais de diferentes meios
terrestres ou aquáticos, inclusive o homem.
(MS.EF03CI06.s.06)
Comparar alguns animais e organizar grupos com
base em características externas comuns (presença
de penas, pelos, escamas, bico, garras, antenas,
patas etc.).
(MS.EF03CI07.s.07)
Identificar características da Terra (como seu
Universo
Terra e
Características da Terra Observação formato esférico, a presença de água, solo etc.), com
do céu Usos do solo base na observação, manipulação e comparação de
diferentes formas de representação do planeta
(mapas, globos, fotografias etc.).
395
(MS.EF03CI08.s.08)
Observar, identificar e registrar os períodos diários
(dia e/ou noite) em que o Sol, demais estrelas, Lua e
planetas estão visíveis no céu.
(MS.EF03CI09.s.09)
Comparar diferentes amostras de solo do entorno da
escola com base em características como cor,
textura, cheiro, tamanho das partículas,
Terra e Universo
permeabilidade etc.
Características da Terra Observação (MS.EF03CI10.s.10)
do céu Usos do solo Identificar os diferentes usos do solo (plantação e
extração de materiais, dentre outras possibilidades),
reconhecendo a importância do solo para a
agricultura e para a vida.
(MS.EF03CI11.s.11)
Relacionar os registros feitos a partir das
observações dos períodos diários às estações do
ano, bem como sua influência nas atividades
humanas (agricultura e pecuária) e processos
naturais (floração, frutificação), oportunizando
reflexões socioambientais.
METODOLOGIAS PARA A APRENDIZAGEM DO ESTUDANTE - 3º Ano
H2 - Comparação das formas e texturas dos objetos a partir da percepção sensorial do estudante,
utilizando tapetes sensoriais, caixa tátil e recursos multissemióticos que auxiliarão na compreensão do
aprendizado, criatividade e comunicação. Esta habilidade possibilita a integração com o componente
H3 - Promoção de atividades que levem a reflexão sobre a coleta seletiva e as formas adequadas de
descarte, discussões e análise crítica em relação ao consumismo envolvendo a comunidade escolar,
bem como a família. É indicado o aprofundamento teórico ao professor com a leitura da Política
Nacional dos Resíduos Sólidos e da Política Nacional da Educação Ambiental.
396
H6 - Identificação e o reconhecimento dos órgãos dos sentidos através de dinâmica da cabra cega,
caixa tátil, tapete sensorial, teste de olfato, dentre outras, que permitem o trabalho sobre os cinco
sentidos. Para contemplar esta habilidade é necessário que o o reconhecimento e a descrição das
partes do corpo responsáveis pela percepção e aquisição de informações como cheiro, temperatura,
sonoridade, gosto e cor.
H8 - Identificação das características individuais dos estudantes, utilizando dados como a altura, o
peso, o comprimento dos braços ou pernas etc. Assim, os estudantes poderão identificar e reconhecer
as semelhanças e diferenças entre colegas, para discutirem a diversidade e prevenção ao bullying.
Destaca-se a importância do respeito e da valorização. Podem-se ampliar as discussões, abordando as
características de uma população e seus hábitos culturais. Nesta habilidade é possível propor
metodologias para desenvolver as competências cognitivas e socioemocionais de repertório cultural,
de abertura para o novo, de criatividade, de comunicação, de responsabilidade, de cidadania, de
autoconhecimento e de empatia.
H9 - Identificação das atividades do cotidiano do estudante que são realizadas em cada período do dia,
descrevendo-as e relacionando-as às características dos períodos por meio de exemplificações.
Exploração dos calendários locais como ciclo de colheitas, ciclos das águas, piracema, estações do ano,
alterações climáticas sazonais, horário de verão etc.
H10 - utilização de listagem e descrição de atividades diárias dos estudantes como despertar, ir para a
escola, realizar refeições, dormir, entre outras e, no caso dos demais seres vivos, relatar alimentação,
repouso e outros hábitos comuns ao ciclo da vida. Esta habilidade está relacionada com o
estabelecimento de conexões com a passagem do tempo e a construção dos modos de se organizar
na realização de atividades ou hábitos diários.
397
ENSINO FUNDAMENTAL I
CIÊNCIAS
(MS.EF04CI02.s.02)
Misturas Transformações Testar e relatar transformações nos materiais do dia
a dia quando expostos a diferentes condições
reversíveis e não reversíveis
(aquecimento, resfriamento, luz e umidade).
(MS.EF04CI03.s.03)
Concluir que algumas mudanças causadas por
aquecimento ou resfriamento são reversíveis (como
as mudanças de estado físico da água) e outras não
(como o cozimento do ovo, a queima do papel etc.).
(MS.EF04CI04.s.04)
Analisar e construir cadeias alimentares simples,
reconhecendo a posição ocupada pelos seres vivos
nessas cadeias e o papel do Sol como fonte primária
de energia na produção de alimentos
(MS.EF04CI05.s.05)
Descrever e destacar semelhanças e diferenças
entre o ciclo da matéria e o fluxo de energia entre os
componentes vivos e não vivos de um ecossistema.
Vida e evolução
(MS.EF04CI06.s.06)
Cadeias alimentares simples Relacionar a participação de fungos e bactérias no
processo de decomposição, reconhecendo a
Microrganismos
importância ambiental desse processo.
(MS.EF04CI07.s.07)
Verificar a participação de microrganismos na
produção de alimentos, combustíveis,
medicamentos, entre outros.
(MS.EF04CI08.s.08)
Propor, a partir do conhecimento das formas de
transmissão de alguns microrganismos (vírus,
bactérias e protozoários), atitudes e medidas
adequadas para prevenção de doenças a eles
associadas.
398
(MS.EF04CI09.s.09)
Identificar os pontos cardeais, com base no registro
de diferentes posições relativas do Sol e da sombra
de uma vara (gnômon).
(MS.EF04CI10.s.10)
Terra e Universo
H3- Sugere-se abordar conceitos relacionados com transformações químicas e físicas. É possível o
desenvolvimento de atividades investigativas práticas que valorizam as constatações e os relatos dos
estudantes (descrições, hipóteses, expectativas de resultados, dentre outros).
H4 - Sugere-se o trabalho com os conceitos básicos de ecologia (ex.: ecossistemas, fatores bióticos e
abióticos, nicho ecológico, população, comunidade etc.), teias alimentares e níveis tróficos de uma
cadeia alimentar. É possível proporcionar o desenvolvimento de atividade práticas, localizando,
identificando e reconhecendo seres vivos típicos da região, além de descrever sua relação na
construção das cadeias alimentares, bem como a comparação entre cadeias de diferentes biomas.
399
H8 -Sugere-se ao professor trabalhar com doenças infectocontagiosas de maior relevância e incidência
em Mato Grosso do Sul, tais como: dengue, Chikungunya, leishmaniose, Zika, gripe e febre amarela,
dentre outras epidemias. É possível ainda trabalhar conceitos relacionados aos microrganismos para
que os estudantes conheçam e identifiquem suas características estruturais. Propõe-se, também, a
leitura dos Temas Contemporâneos relacionados à Saúde e à Educação Ambiental.
H9 - Sugere-se ao professor retomar conceitos relacionados aos pontos cardeais abordados. É possível
desenvolver atividades investigativas práticas, verificando as posições das sombras projetadas obtidas
com o uso do gnômon, que podem associar-se para a compreensão dos pontos cardeais a partir da
observação das projeções de sombra feitas pelo Sol. Sugere-se, também, a leitura do Tema
Contemporâneo relacionado à Saúde.
H10 - Para desenvolver esta habilidade devem-se utilizar atividades práticas com procedimentos de
investigação, os quais possibilitam observação, identificação, comparação, análise e estabelecimento
de relação, a respeito das sombras projetadas em diferentes pontos de referência. Propõe-se a
utilização da bússola com retomada aos pontos cardeais e a valorização tecnológica, com base nos
diferentes meios e modos de orientação
H11 - Sugere-se ao professor utilizar recursos multissemióticos para proporcionar diferentes meios
para aprendizagem, resgatando os conhecimentos populares de diferentes contextos geográficos e
sócio-históricos. É possível identificar e estabelecer relação entre os movimentos da Terra e da Lua,
bem como a marcação do tempo, retomando ainda os conceitos relacionados aos movimentos de
rotação e translação. Propõe-se a fundamentação teórica no Tema Contemporâneo Cultura Digital.
400
ENSINO FUNDAMENTAL I
CIÊNCIAS
(MS.EF05CI05.s.05)
Construir propostas coletivas para um consumo
mais consciente e criar soluções tecnológicas
para o descarte adequado e a reutilização ou
reciclagem de materiais consumidos na escola
e/ou na vida cotidiana.
(MS.EF05CI06.s.06)
Nutrição do organismo Hábitos Selecionar argumentos que justifiquem por que
Vida e alimentares Integração entre os os sistemas digestório e respiratório são
evolução sistemas digestório, respiratório e considerados corresponsáveis pelo processo de
circulatório nutrição do organismo, com base na identificação
das funções desses sistemas.
401
(MS.EF05CI07.s.07)
Justificar a relação entre o funcionamento do
sistema circulatório, a distribuição dos nutrientes
pelo organismo e a eliminação dos resíduos
produzidos.
(MS.EF05CI08.s.08)
Vida e evolução
(MS.EF05CI11.s.11)
Associar o movimento diário do Sol e das demais
estrelas no céu ao movimento de rotação da
Terra e Universo
Terra.
Constelações e mapas celestes
Movimento de rotação da Terra. (MS.EF05CI12.s.12)
Periodicidade das fases da Lua Concluir sobre a periodicidade das fases da Lua,
Instrumentos óticos com base na observação e no registro das formas
aparentes da Lua no céu ao longo de, pelo menos,
dois meses.
(MS.EF05CI13.s.13)
Projetar e construir dispositivos para observação
à distância (luneta, periscópio etc.), para
observação ampliada de objetos (lupas,
microscópios) ou para registro de imagens
(máquinas fotográficas) e discutir usos sociais
desses dispositivos.
METODOLOGIAS PARA A APRENDIZAGEM DO ESTUDANTE - 5º Ano
H1 - Sugere-se a realização de atividades práticas demonstrativas que envolvam comparação,
descrições e relatos por meio de registros, para que os estudantes possam identificar os componentes
de diferentes misturas do cotidiano, tais como café, chá, bolo, dentre outros.
H2 - Sugere-se ao professor o desenvolvimento da investigação, observação e comparação dos
diferentes materiais do seu cotidiano, a fim de verificar o comportamento dos diferentes materiais
quando expostos
402
H3- Sugere-se abordar conceitos relacionados com transformações químicas e físicas. É possível o
desenvolvimento de atividades investigativas práticas que valorizam as constatações e os relatos dos
estudantes (descrições, hipóteses, expectativas de resultados, dentre outros).
H4 - Sugere-se o trabalho com os conceitos básicos de ecologia (ex.: ecossistemas, fatores bióticos e
abióticos, nicho ecológico, população, comunidade etc.), teias alimentares e níveis tróficos de uma
cadeia alimentar. É possível proporcionar o desenvolvimento de atividade práticas, localizando,
identificando e reconhecendo seres vivos típicos da região, além de descrever sua relação na
construção das cadeias alimentares, bem como a comparação entre cadeias de diferentes biomas.
H5 - Sugere-se a construção de cadeias alimentares do ambiente local, utilizando recursos
multissemióticos, para estabelecer relação do ciclo da matéria e o fluxo de energia, possibilitando
discussões socioambientais importantes para o desenvolvimento da consciência ambiental e de
atitudes sustentáveis no ecossistema
H6 - Sugere-se ao professor o desenvolvimento da investigação e da observação, por meio de atividades
práticas com os estudantes para compreensão do papel dos fungos e das bactérias no processo de
decomposição da matéria e equilíbrios dos ecossistemas. Sugere-se a leitura do item Educação
Ambiental dentro dos temas contemporâneos para aprofundamento.
H7 - Sugere-se ao professor relacionar a produção de medicamentos, de alimentos e de combustíveis
aos processos biotecnológicos... É importante realizar abordagem histórica dos processos
biotecnológicos.
H8 -Sugere-se ao professor trabalhar com doenças infectocontagiosas de maior relevância e incidência
em Mato Grosso do Sul, tais como: dengue, Chikungunya, leishmaniose, Zika, gripe e febre amarela,
dentre outras epidemias. É possível ainda trabalhar conceitos relacionados aos microrganismos para
que os estudantes conheçam e identifiquem suas características estruturais. Propõe-se, também, a
leitura dos Temas Contemporâneos relacionados à Saúde e à Educação Ambiental.
H9 - Sugere-se ao professor retomar conceitos relacionados aos pontos cardeais abordados. É possível
desenvolver atividades investigativas práticas, verificando as posições das sombras projetadas obtidas
com o uso do gnômon, que podem associar-se para a compreensão dos pontos cardeais a partir da
observação das projeções de sombra feitas pelo Sol. Sugere-se, também, a leitura do Tema
Contemporâneo relacionado à Saúde.
H10 - Para desenvolver esta habilidade devem-se utilizar atividades práticas com procedimentos de
investigação, os quais possibilitam observação, identificação, comparação, análise e estabelecimento
de relação, a respeito das sombras projetadas em diferentes pontos de referência. Propõe-se a
utilização da bússola com retomada aos pontos cardeais e a valorização tecnológica, com base nos
diferentes meios e modos de orientação
H11 - Sugere-se ao professor utilizar recursos multissemióticos para proporcionar diferentes meios
para aprendizagem, resgatando os conhecimentos populares de diferentes contextos geográficos e
sócio-históricos. É possível identificar e estabelecer relação entre os movimentos da Terra e da Lua,
bem como a marcação do tempo, retomando ainda os conceitos relacionados aos movimentos de
rotação e translação. Propõe-se a fundamentação teórica no Tema Contemporâneo Cultura Digital.
403
7.4 – ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS
404
3. Desenvolver autonomia e senso crítico para compreensão e aplicação do raciocínio
geográfico na análise da ocupação humana e produção do espaço, envolvendo os princípios de
analogia, conexão, diferenciação, distribuição, extensão, localização e ordem.
4. Desenvolver o pensamento espacial, fazendo uso das linguagens cartográficas e
iconográficas, de diferentes gêneros textuais e das geotecnologias para a resolução de problemas que
envolvam informações geográficas.
5. Desenvolver e utilizar processos, práticas e procedimentos de investigação para
compreender o mundo natural, social, econômico, político e o meio técnico-científico e informacional,
avaliar ações e propor perguntas e soluções (inclusive tecnológicas) para questões que requerem
conhecimentos científicos da Geografia.
6. Construir argumentos com base em informações geográficas, debater e defender ideias e
pontos de vista que respeitem e promovam a consciência socioambiental e o respeito à biodiversidade
e ao outro, sem preconceitos de qualquer natureza.
7. Agir pessoal e coletivamente com respeito, autonomia, responsabilidade, flexibilidade,
resiliência e determinação, propondo ações sobre as questões socioambientais, com base em
princípios éticos, democráticos, sustentáveis e solidários.
7.4.2 - A Geografia
O objeto de estudo da Geografia, no Ensino Fundamental, propicia cada vez mais o estímulo à
reflexão e o debate sobre o papel da sociedade e a sua relação com a natureza na produção do espaço,
abrangendo múltiplas escalas, do local (espaço vivido) ao global.
Sendo assim, o trabalho com o ensino de Geografia, sempre que possível, deve partir da
reflexão do espaço vivido pelos estudantes, ou seja, de situações que relacionem sua vivência com a
de outros lugares do mundo. Essas situações são importantes à medida que estimulam os estudantes
a refletirem sobre diferentes aspectos do mundo atual, levando-os assim, a construir conhecimentos
cada vez mais complexos sobre a relação sociedade e natureza.
Dessa forma, a Geografia escolar, para dar conta desse objeto de estudo, deve lidar com as
representações da vida dos estudantes, sendo necessário acrescentar o conhecimento do cotidiano
aos conteúdos escolares, sem distanciar-se do conhecimento formal, ou seja, proporcionar situações
de aprendizagem que valorizem as referências dos alunos quanto ao espaço vivido. De acordo com
Guerrero (2012)
Essa visão da geografia que se ensina respeita as exigências do mundo da educação
contemporânea, que requer professores cada vez mais bem formados, dispostos a
desenvolver atividades diferenciadas, em que conteúdo e aprendizagem significativa façam
parte de um mesmo projeto de ensino. (Guerrero 2012, p.10)
405
Nesse contexto, quando falamos de aulas “significativas” de Geografia, pressupomos que uma
das possibilidades metodológicas é utilizar, como elemento estruturador do ensino e da
aprendizagem, a linguagem cartográfica. Nesse sentido, o manuseio de mapas e globos terrestres
precisam fazer parte do cotidiano escolar. Assim, como a utilização de recursos: programas de
televisão, filmes, pinturas, esculturas, histórias em quadrinhos, literatura variada, jornais, revistas etc.
Nessa perspectiva, percebemos que na atualidade torna-se imprescindível que o professor, nas aulas
de Geografia, propicie aos estudantes uma variedade de estratégias e instrumentos que sejam
interessantes aos olhos daqueles que estão envolvidos no processo de ensino e aprendizagem, para
que se desenvolva o raciocínio geográfico. Dessa forma, caberá à escola, nos anos iniciais e finais do
Ensino Fundamental, promover a efetiva alfabetização dos alunos na construção de noções e/ou
conceitos a serem estudados e ampliados em outras etapas de escolarização.
Assim, compreende-se que não se alfabetiza somente em Português ou Matemática; a
alfabetização é um processo que ocorre, também, em outros componentes curriculares: geografia,
ciências, história, arte, entre outras. Portanto, cada componente apresenta um conjunto de
linguagens, códigos, procedimentos e conceitos próprios. Isso permite ao aluno realizar uma leitura de
mundo com base em um conjunto de conhecimentos socialmente construídos. O currículo de MS/SED
afirma que
O ensino da Geografia deve garantir que o estudante compreenda melhor o mundo em que
vive tornando-o um agente de transformação social, um protagonista diante do mundo que o
cerca. Sendo assim, os conteúdos precisam ser abordados de forma contextualizada, ou seja,
além de relacioná-los à realidade vivida do estudante, é preciso situá-los no contexto histórico,
nas relações políticas, sociais, econômicas, culturais e em manifestações espaciais concretas,
utilizando diversas escalas geográficas (MS/SED, 2019, p.642).
Mediante o exposto, é necessário fazer uma reflexão acerca dos estudantes de Geografia dos
anos finais do Ensino Fundamental, principalmente os dos 6º anos, para que não cheguem com tantas
dificuldades. É necessário um olhar especial por parte dos professores atuantes nessa etapa de ensino,
a fim de realizarem um trabalho integrado, organizando um programa curricular de acordo com o que
está proposto na Base Nacional Comum Curricular, Currículo de Mato grosso do Sul e nas Orientações
Curriculares da REME, adequando à realidade da região na qual está inserida a escola. Salientamos
que, com a troca de experiências e de conhecimentos, é possível desenvolver habilidades e
competências respeitando o potencial cognitivo dos estudantes. Faz-se necessário, então, que os
professores criem condições de trabalho que favoreçam as diferentes estratégias cognitivas e
respeitem os ritmos de aprendizagem, de forma ativa e participativa, evoluindo dos conceitos prévios
aos raciocínios mais complexos, assumindo uma postura ética, de comprometimento coletivo.
Destacamos, ainda, alguns passos metodológicos que podem nortear as atividades docentes,
provocando nos estudantes a paixão pelo aprender, buscando incentivá-los a discutir com o grupo,
406
pensar novas formas de organização de nosso espaço, de uma sociedade que vise um mundo com mais
justiça e pluralidade. Destacamos: ouvir os alunos; sistematizar, no quadro e no caderno, as discussões;
criar polêmicas e dúvidas sobre o que se diz e se ouve; sistematizar, no quadro e no caderno, novas
descobertas, e produzir surpresas. Sendo assim, o objetivo será fazer com que os alunos consigam se
apropriar de conhecimentos e desenvolver habilidades com as quais possam fazer uma leitura cada
vez mais realista e crítica do mundo. Apoiados por um pensamento espacial, por meio do raciocínio
geográfico, tendo a possibilidade de ser protagonista, na busca de soluções, para os problemas da vida
cotidiana, individual ou coletiva. De acordo com Lessann (2009)
Um programa de ensino-aprendizagem em geografia deve oferecer aos alunos, mediante sua
execução, o desenvolvimento de habilidades cognitivas e a aquisição de conceitos que, uma
vez associados, deverão desenvolver, na criança e no adolescente, competências para o saber
geográfico. Essas competências dotarão o aluno de autonomia na resolução de questões-
problema de ordem geográfica. Lessann (2009, p.25)
Com o objetivo de orientar o ensino da Geografia de acordo com o que está contemplado na
BNCC, no CMS e nas Orientações Curriculares da REME, o componente está organizado em cinco
unidades temáticas: O sujeito e seu lugar no mundo; Conexões e escalas; Mundo do trabalho; Formas
de representação e pensamento espacial e Natureza, ambientes e qualidade de vida. Essas unidades
temáticas se desdobram em objetos de conhecimento e em habilidades que buscam garantir a
progressão das aprendizagens essenciais da Geografia.
7.4.3 - Avaliação
A avaliação é componente do processo de ensino e aprendizagem, que exige organização,
análise e reflexão dos profissionais envolvidos, pois um de seus objetivos é diagnosticar as dificuldades
presentes no fazer pedagógico. Dessa forma, é possível vê-la pela possibilidade de o professor fazer
um diagnóstico de seu ensinar-aprender e de os alunos poderem situar-se em seu fazer-pensar. Sendo
assim, não deve estabelecer como objetivo somente a promoção ou retenção de forma classificatória
e excludente.
Nessa perspectiva, a avaliação escolar deve assumir uma função investigativa, orientadora e
cooperativa, sendo preciso que o professor tenha clareza do processo, da abordagem e dos objetivos
estabelecidos. Para que o professor possa selecionar os instrumentos de avaliação mais adequados é
preciso considerar três momentos indispensáveis, que são: avaliação diagnóstica (realizada para
levantar os conhecimentos prévios); avaliação formativa (aplicada para obter informações sobre o
processo de aprendizagem; avaliação somatória (aplicada para verificar o domínio da aprendizagem
de um processo).
Diante disso, ressaltamos que é necessário a utilização de outros instrumentos avaliativos que
possam, realmente, nortear o fazer pedagógico e possibilitar uma retomada dos objetos de
407
conhecimento para que a aprendizagem seja consolidada. Nesse sentido, a avaliação terá cumprido
seu verdadeiro papel e estará a serviço da aprendizagem, sem caráter classificatório e sim formativa e
personalizada para, de fato, permitir o avanço no desempenho do estudante ao longo do processo.
Referências Bibliográficas
CASTROGIOVANNI, Antonio (organizador). Ensino de Geografia: práticas e textualizações no cotidiano.
Porto Alegre: Mediação, 2000.
GUERRERO, Ana Lúcia de Araújo. Alfabetização e letramento cartográficos na Geografia escolar. São
Paulo: Somos, 2012.
KIMURA, Shoko. Geografia no ensino básico: questões e propostas. São Paulo: Contexto, 2010.
LESSAN, Janine. Geografia no ensino fundamental. Belo Horizonte: Argvmentvm, 2009.
MATO GROSSO DO SUL. Secretaria de Estado de Educação. Currículo de Referência de Mato Grosso do
Sul. Campo grande: SED, 2019.
408
ENSINO FUNDAMENTAL I
GEOGRAFIA
409
(MS.EF01GE05.s.09)
Conexões
e escalas
Observar e descrever ritmos naturais (dia e noite,
Ciclos naturais e a vida cotidiana variação de temperatura, umidade etc.) em
diferentes escalas espaciais e temporais,
comparando a sua realidade com outras.
(MS.EF01GE10.s.10)
Natureza, ambientes e
H1-Observação de imagens que retratem os lugares de vivência (moradia, escola, etc.) e roda de
conversa.
Elaboração de escrita coletiva das características observadas referentes aos lugares de vivência.
H3-Realização de roda de conversa para elaboração coletiva das regras da sala de aula/escola.
Confecção de cartaz com participação dos alunos com o registro das regras.
H4-Identificação por meio de imagens e/ou vídeos de lugares que a cidade oferece para lazer e relatar
diferenças e semelhanças por meio de roda de conversa.
H5-Observação e identificação dos tipos de moradias (oca, palafitas, barracos, casas, edifícios, etc.)
por meio de pesquisas, imagens e/ou vídeos.
Identificação de semelhanças e diferenças entre esses lugares por meio de registro escrito e/ou
desenho.
H7-Organização de uma roda de conversa com o relato do trajeto de casa para a escola, destacando
pontos de referência e posteriormente o registro escrito.
Elaboração de um desenho de um lugar com base na descrição feita pelo trecho de uma obra literária.
H8-Elaboração de um mapa simples do ambiente escolar depois de fazer um passeio pelo espaço,
buscando identificar: banheiro, refeitório, secretaria, direção, etc.
410
Confecção de um mapa da sala com identificação de alguns colegas e a sua posição (frente e trás,
esquerda e direita, em cima e embaixo, dentro e fora).
H9-Organização de relato oral, escrito e/ou desenho de ações que fazem parte do cotidiano dos
estudantes que são realizadas nos períodos: dia, tarde e noite.
Identificação de ações que realizaram ou realizam (ontem e hoje) por meio de registro oral por meio
de roda de conversa.
H11-Utilizar fotografias, imagens, mapas e/ou vídeos que retratem lugares com diferentes
características climáticas e observar de que forma isso influência nas vestimentas e alimentação em
determinados períodos do ano e em diferentes regiões.
Identificar no mapa e/ou globo terrestre os lugares mais quentes e mais frios e fazer o registro escrito
ou desenho.
Propor a identificação de quais vestimentas e alimentos são mais adequados de acordo com o clima
por meio objetos, desenhos e/ou imagens.
411
ENSINO FUNDAMENTAL I
GEOGRAFIA
2º Ano
(MS.EF02GE03.s.04)
Comparar diferentes meios de transporte e de
Riscos e cuidados nos meios de
comunicação, indicando o seu papel na conexão
transporte e de comunicação
entre lugares, e discutir os riscos para a vida e para
o ambiente e seu uso responsável.
(MS.EF02GE04.s.05)
Experiências da comunidade no Reconhecer semelhanças e diferenças nos hábitos,
tempo e no espaço nas relações com a natureza e no modo de viver de
pessoas em diferentes lugares.
(MS.EF02GE08.s.06)
Identificar e elaborar diferentes formas de
Formas de representação e pensamento
Localização, orientação e
representação espacial moradia) em imagens aéreas e mapas (visão vertical)
e fotografias (visão oblíqua).
(MS.EF02GE10.s.08)
Aplicar princípios de localização e posição de objetos
(referenciais espaciais, como frente e atrás,
esquerda e direita, em cima e embaixo, dentro e
fora) por meio de representações espaciais da sala
de aula e da escola.
412
(MS.EF02GE06.s.09)
Mundo do trabalho
Relacionar o dia e a noite a diferentes tipos de
atividades sociais (horário escolar, comercial, sono
Tipos de trabalho em lugares e etc.).
tempos diferentes (MS.EF02GE07.s.10)
Descrever as atividades econômicas (minerais,
agropecuárias, industriais) de diferentes lugares,
identificando os impactos ambientais.
(MS.EF02GE11.s.11)
qualidade de
ambientes e
Os usos dos recursos naturais: solo vida, identificando seus diferentes usos (plantação e
vida
413
Desenvolver atividades que os estudantes possam comparar algumas moradias em diferentes locais
do Brasil e do município e destacar as principais características por meio de registro escrito.
Utilização de obra literária, imagens e/ou vídeos para realizar reflexões
H6-Elaboração de desenhos, mapas e/ou maquetes que representem a escola, o bairro ou a casa
incluindo os componentes da paisagem (elementos naturais e culturais).
H7-Exploração de imagens e/ou fotografias, mapas que retratem um mesmo local se possível para que
os estudantes identifiquem as diferenças na visão de cada material, realizando o registro oral e/ou
escrito ou por meio de desenhos.
Utilização do Google Earth para localizar o quarteirão da escola, a casa do estudante ou um outro local
do município escolhido pela turma, posteriormente socializar as observações com o grupo.
Esta habilidade pode, ainda, ser trabalhada de forma interdisciplinar com as habilidades
(MS.EF02LP20.s.20) da Língua Portuguesa e (MS.EF02MA14.s.15) da Matemática.
414
ENSINO FUNDAMENTAL I
GEOGRAFIA
3º Ano
UNIDADES OBJETO DO OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
TEMÁTICAS CONHECIMENTO (HABILIDADES)
(MS.EF03GE01.s.01)
O sujeito e seu lugar no mundo
Matéria-prima e indústria
cultivados e extraídos da natureza, comparando as
atividades de trabalho em diferentes lugares.
(MS.EF03GE00.n.06)
Criar mapas mentais e desenhos com base em
Formas de representação e
brincadeiras.
(MS.EF03GE06.s.07)
Representações cartográficas Identificar e interpretar imagens bidimensionais e
tridimensionais em diferentes tipos de
representação cartográfica.
(MS.EF03GE07.s.08)
Reconhecer e elaborar legendas com símbolos de
diversos tipos de representações em diferentes
escalas cartográficas.
415
(MS.EF03GE09.s.09)
Investigar os usos dos recursos naturais, com
destaque para os usos da água em atividades
cotidianas (alimentação, higiene, cultivo de plantas
etc.), e discutir os problemas ambientais provocados
por esses usos.
Natureza, ambientes e qualidade de vida
(MS.EF03GE10.s.10)
Identificar os cuidados necessários para utilização da
Impactos das atividades humanas
água na agricultura e na geração de energia de modo
a garantir a manutenção do provimento de água
potável.
(MS.EF03GE11.s.11)
Comparar os impactos das atividades econômicas
urbanas e rurais sobre o ambiente físico natural,
assim como os riscos provenientes de ferramentas e
máquinas.
(MS.EF03GE08.s.12)
Relacionar a produção de lixo doméstico ou da
escola aos problemas causados pelo consumo
Produção, circulação e consumo excessivo e construir propostas para o consumo
consciente, considerando a ampliação de hábitos de
redução, reuso e reciclagem/descarte de materiais
consumidos em casa, na escola e/ou no entorno.
METODOLOGIAS PARA A APRENDIZAGEM DO ESTUDANTE - 3º Ano
H1- Pesquisa que mostre as contribuições culturais e sociais dos povos da região dos estudantes.
Produção de texto coletivo e ou individual sobre o que gostam ou sentem falta na cidade onde vivem.
Adapte a atividade se houver estudantes da área rural.
Pode-se, também, contemplar o Tema Contemporâneo Cultura Sul-Mato-Grossense e Diversidade
Cultural.
Esta habilidade pode ser trabalhada de forma interdisciplinar com Língua Portuguesa, Matemática e
Ciências.
H2-Realização de pesquisa com os responsáveis e/ou por meio de revistas, imagens ou fotografias as
origens dos grupos sociais que desenvolveram a identidade e a diversidade cultural e econômica do
lugar de vivência do estudante, poderá fazer gráfico com as informações.
Pode-se, também, contemplar o Tema Contemporâneo Cultura Sul-Mato-Grossense e Diversidade
Cultural.
Esta habilidade pode ser trabalhada de forma interdisciplinar com os componentes de Arte e de
História.
H3-Exploração das questões regionais, considerando o estudo dos diferentes modos de vida dos povos
tradicionais de Mato Grosso do Sul, identificando semelhanças e diferenças de cada povo por meio de
textos, imagens e/ou fotografias.
Contemplar o Tema Contemporâneo Cultura Sul-Mato-Grossense e Diversidade Cultural.
H4- Realização de roda de conversa referente aos processos que modificam a paisagem ao longo do
tempo na cidade e no campo.
416
Comparação de paisagens naturais e modificadas utilizando imagens ou fotografias, identificando
semelhanças e diferenças e registrando por escrito e/ou confecção de cartaz ou painel de forma
coletiva.
Pode-se, também, contemplar o Tema Contemporâneo Educação Ambiental.
H5-Comparação das profissões existentes na cidade e campo por meio de roda de conversa e registro
por escrito. Realização de pesquisa identificando os alimentos, minerais e outros produtos cultivados
e extraídos da natureza por meio de imagens, figuras, fotografias e/ou vídeos e registro por escrito.
H6-Organização de uma roda de conversa com o relato do trajeto de casa para a escola, destacando
pontos de referência e posteriormente o registro escrito e/ou desenho. Elaboração de um desenho de
um lugar com base na descrição feita pelo trecho de uma obra literária.
H7-Observação de imagens aéreas de algum lugar de preferência de seu município, bairro ou de sua
escola e realizar uma análise sobre a imagem vertical e registrar por escrito os elementos que os
estudantes encontrarem tais como: ruas, avenidas, pontes, automóveis, árvores, prédios, casas e
outras construções.
Confecção de maquete se possível de um lugar conhecido pelos estudantes, possibilitando que eles
diferenciem imagens bidimensionais (mapa) e tridimensionais (maquete).
Pode ser trabalhada de forma interdisciplinar com as habilidades (MS.EF03MA19.s.19), da
Matemática, (MS.EF03CI07.s.07), da Ciências, e (MS.EF03HI09.s.09), da História.
H9-Organização de discussão para que os estudantes reflitam acerca dos problemas ambientais
provocados pelo uso da água na agricultura, utilizando textos informativos e/ou vídeos.
Pesquisa de utilização da água no dia a dia e sua importância com registro por escrito individual e/ou
em grupo.
Nesta habilidade tem-se a oportunidade de trabalhar a Educação Ambiental na perspectiva do cuidado
com o bem natural, sendo a água um elemento vital para a existência da vida (não somente do ser
humano).
H10-Pesquisa da utilização da água nos diferentes setores econômicos nas atividades cotidianas e na
produção de energia.
Pesquisa pela internet de informações sobre as usinas hidrelétricas existentes em seu município ou
região próxima sobre o abastecimento de energia e outros dados.
Apresentação dos impactos socioambientais provocados pelo uso irracional da água. Pode-se,
também, contemplar o Tema Contemporâneo Educação Ambiental.
H11-Observação dos impactos socioambientais nos biomas no Mato Grosso do Sul (Cerrado, Pantanal
e Mata Atlântica) causados pelas atividades humanas e relacionar diferenças e semelhanças.
Pesquisa dos produtos que são extraídos da natureza, por meio de imagens, figuras e/ou internet e
confeccionar um painel.
Pode-se, também, contemplar o Tema Contemporâneo Educação Ambiental.
417
Roda de conversa com os estudantes referente as diferenças dos modos de tratamento de lixo e
consumo consciente, produzir um texto em grupo e/ou individual.
Organização de uma tabela para os estudantes fazerem o levantamento do lixo produzido em casa
durante uma semana e depois socializar com o resultado com os colegas. Nesta tabela pode conter:
tipos de lixo, quantidade, se é reciclável ou não.
Pesquisa sobre o tempo de decomposição de alguns tipos de lixos mais comuns encontrados em nosso
meio ambiente, confeccionar um gráfico com os dados.
Realização de uma receita em sala de aula com o aproveitamento completo de algum alimento,
reaproveitando partes do alimento que normalmente jogamos fora.
Pode-se, também, contemplar o Tema Contemporâneo Educação Ambiental.
418
ENSINO FUNDAMENTAL I
GEOGRAFIA
4º Ano
UNIDADES OBJETO DO OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
TEMÁTICAS CONHECIMENTO (HABILIDADES)
(MS.EF04GE01.s.01)
O sujeito e seu lugar no mundo
Conservação e degradação da
antrópicas (relevo, cobertura vegetal, rios etc) no
natureza
ambiente em que vive, bem como a ação humana na
conservação ou degradação dessas áreas.
(MS.EF04GE04.s.05)
Conexões e
(MS.EF04GE08.s.07)
trabalho
Mundo
419
(MS.EF04GE05.s.08)
Conexões e
Unidades político-administrativas Distinguir unidades político-administrativas oficiais
escalas
nacionais (Distrito, Município, Unidade da
do Brasil
Federação e grande região), suas fronteiras e sua
hierarquia, localizando seus lugares de vivência.
(MS.EF04GE09.s.09)
pensamento espacial
Sistema de orientação
componentes físicos e humanos nas paisagens rurais
Formas de
e urbanas.
(MS.EF04GE10.s.10)
Comparar tipos variados de mapas, identificando
Elementos constitutivos dos mapas
suas características, elaboradores, finalidades,
diferenças e semelhanças.
(MS.EF04GE03.s.11)
O sujeito e seu
H1-Identificação dos grupos constituintes da formação populacional do Brasil (de Mato Grosso do Sul),
relacionando-os aos fluxos migratórios, bem como reconhecer a contribuição que cada um trouxe para
a cultura e para os hábitos e costumes locais, regionais e nacional, por meio de pesquisas em internet
e/ou entrevista com os familiares ou pessoas próximas em seu bairro, realizando o registro por escrito
e socializando com os colegas.
Divisão da turma em grupos, e distribuição das regiões para pesquisar as manifestações culturais e
confeccionar um painel e expor para os colegas.
Pode-se contemplar os Temas Contemporâneos o Estudo da História e Cultura Afro-brasileira e
Indígena e Educação Ambiental e trabalhar de forma interdisciplinar as habilidades
(MS.EF15AR03.s.03) da Arte, e (MS.EF04HI10.s.10) da História.
H2-Apresentação dos processos migratórios que contribuíram para a formação da população brasileira
e a sul-matogrossense e a dinâmica interna de migração no município, estado e país. Identificação
desses diferentes povos (indígenas, africanos e europeus) e dos grupos étnicos, organizando os dados
por meio de tabelas e/ou gráficos.
Utilização de um mapa ou globo terrestre para localizar os continentes europeus e africano.
Pode-se contemplar o Tema Contemporâneo o Estudo da História e Cultura Afro-brasileira e Indígena
e, ainda, e trabalhar de forma interdisciplinar a habilidade (MS.EF04HI11.s.11), da História.
H3-Identificação de onde estão, como foram e são formados os territórios indígenas e quilombolas do
Brasil e do Mato Grosso do Sul por meio de vídeos, fotografias e/ou imagens.
Reconhecer as contribuições desses povos com relação à formação da nação brasileira e, além disso,
destaca-se a importância de que o estudante entenda o processo de legitimidade da demarcação dos
territórios indígenas e quilombolas.
Pode-se contemplar o Tema Contemporâneo o Estudo da História e Cultura Afro-brasileira e Indígena
e, ainda, trabalhar de forma interdisciplinar as habilidades. (MS.EF15AR25.s.27), da Arte, e
(MS.EF04HI11.s.11), da História.
420
H4-Identificação das diferentes formas de relevo: depressão, planície, montanha, planalto, e
reconhecer as características da cobertura vegetal do lugar: matas, florestas, pantanal, cerrado,
caatinga, formações litorâneas (mangues, praias etc.) classificando de acordo com as semelhanças e
diferenças.
Observação e descrição das características naturais do município e do estado de Mato Grosso do Sul,
por exemplo, no relevo (planalto e chapadas da bacia do Paraná, planície do Pantanal, Serra de
Maracaju, depressão do Miranda), vegetação (Cerrado, Pantanal e Floresta Tropical), hidrografia
(Bacia do Paraguai e Bacia do Paraná) e clima (Tropical e Subtropical).
Pesquisa em internet, imagens e/ou fotografias sobre a ação humana na preservação e os impactos
ambientais como consequência das características dos tipos de produção que a distingue (ex:
Agronegócio no Estado de Mato Grosso do Sul e município), organizar os dados em forma de texto.
Pode-se, também, contemplar o Tema Contemporâneo Educação Ambiental.
H6-Pesquisa por meio de imagens, figuras, fotografias e/ou vídeos das atividades realizadas em
trabalhos no campo e na cidade, registrar por escrito as observações encontradas.
Relacionar as especificidades de trabalho que o campo tecnológico possui na atualidade, de maneira
que o estudante possa analisar a interdependência entre o rural e o urbano, considerando fluxos
econômicos, de produção, circulação da produção, dinâmica de informações, de ideias e de pessoas.
Pode-se, também, contemplar o Tema Contemporâneo Cultura Digital.
H7-Realizar pesquisa das indústrias existentes em seu município e estado e quais produtos são
produzidos, organizar uma lista e socializar com a turma.
Relacionar as matérias primas utilizadas na produção das indústrias.
H8-Observação e análise do mapa do Brasil identificando sobre a divisão dos estados e suas capitais,
o estado de Mato grosso do sul e as regiões e seu município.
Dividisão da turma em grupos e orientação aos estudantes que pesquisem características semelhantes
e diferentes de uma determinada região brasileira, por meio de livros, revistas, imagens, ilustrações,
mapas e vídeos. Após a pesquisa listem as informações encontradas e socialize com os colegas.
Apresentação dos adjetivos gentílicos ou pátrios além das siglas dos estados.
H9-Apresentação para os estudantes dos pontos cardeais e utilizando como forma de orientação
(bússolas, Global Positioning System - GPS, mapas, GoogleMaps, dentre outros) para a localização em
seus espaços de vivência, nas paisagens rurais e urbanas, em desenhos e representações cartográficas.
Organização dos alunos em grupos para analisar uma imagem de um mapa, e uma lista de perguntas
elaborada previamente que deverá ser respondida pelos estudantes, de acordo com os elementos
presentes nos arredores da escola, com perguntas como: O que está ao sul da escola? Quais elementos
compõem esta paisagem? Que tipo de paisagem está a oeste da escola?
Pode-se, também, contemplar o Tema Contemporâneo Cultura Digital.
Esta habilidade pode ser trabalhada de forma interdisciplinar com as habilidades (MS.EF04CI09.s.09),
e (MS.EF04CI10.s.10), da Ciências.
H10-Comparação dos mapas temáticos, reconhecendo as diferenças entre eles: mapas econômicos,
políticos, demográficos, históricos e físicos, e relacionar semelhanças e diferenças.
421
Disponibilização de mapas variados para os estudantes realizarem uma análise referente aos
elementos indispensáveis para a leitura de mapas (título, legenda, fonte, localizador, coordenadas
geográficas, rosa dos ventos e escala) e identificando a finalidade de cada um deles.
H11-Propor estudo sobre o papel de cada poder responsável pela administração municipal, estadual
e nacional — poder executivo, legislativo e judiciário.
Apresentação do plano diretor do município e suas principais diretrizes.
Realização de pesquisa por meio de cópias de cupons ou notas fiscais de mercados, padarias,
farmácias, postos de combustível, etc e de boletos como: IPTU, IPVA, entre outros, para que os
estudantes possam observar e identificar nesses documentos a parcela destinada aos impostos e fazer
comparações entre os impostos pagos para cada produto.
422
ENSINO FUNDAMENTAL I
GEOGRAFIA
5º Ano
UNIDADES OBJETO OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
TEMÁTICAS DO CONHECIMENTO (HABILIDADES)
(MS.EF05GE00.n.01)
Conexões e
Unidades político-administrativas
oficiais nacionais (Distrito, Município, Unidade da
do Brasil
Federação e grande região), suas fronteiras e sua
hierarquia, localizando seus lugares de vivência.
(MS.EF05GE01.s.02)
O sujeito e seu lugar no
condições de infraestrutura.
(MS.EF05GE02.s.03)
Diferenças étnico-raciais e étnico- Identificar diferenças étnico-raciais e étnico-
culturais e desigualdades sociais culturais e desigualdades sociais entre grupos de
diferentes territórios.
(MS.EF05GE03.s.04)
Conexões e escalas
423
(MS.EF05GE00.n.09)
qualidade de
ambientes e
Natureza, Conservação e degradação da Identificar as características das paisagens
naturais e antrópicas (relevo, cobertura vegetal,
vida
natureza
hidrografia e clima) no ambiente do Mato Grosso
do Sul, bem como a ação humana na conservação
ou degradação dessas áreas.
(MS.EF05GE05.s.10)
Identificar e comparar as mudanças dos tipos de
trabalho e desenvolvimento tecnológico na
agropecuária, na indústria, no comércio e nos
Mundo do trabalho
serviços.
(MS.EF05GE06.s.11)
Trabalho e inovação tecnológica
Identificar e comparar transformações dos meios
de transporte e de comunicação.
(MS.EF05GE07.s.12)
Identificar os diferentes tipos de energia
utilizados na produção industrial, agrícola e
extrativa e no cotidiano das populações.
(MS.EF05GE10.s.13)
Reconhecer e comparar atributos da qualidade
Qualidade ambiental ambiental e algumas formas de poluição dos
cursos de água e dos oceanos (esgotos, efluentes
Natureza, ambientes e qualidade de vida
424
H3-Organização de palestras e/ou roda de conversa com militantes dos movimentos Negro, Indígena e
Direitos Humanos de seu município, dentre outros, que podem contribuir com a temática.
Pode-se, também, contemplar o Tema Contemporâneo O Estudo da História e Cultura Afro-brasileira e
Indígena.
Esta habilidade pode ser trabalhada de forma interdisciplinar com a habilidade ((MS.EF05HI04.s.04), da
História.
H4-Pesquisa em internet e/ou outros meios de como surge uma cidade? Quais fatores contribuem para
o crescimento ou não de uma cidade? Diferenças de características entre os bairros (comercial,
industrial, residencial, centro e periferia etc.) e entre cidades? Quais os problemas ambientais e sociais
comuns em sua cidade? Organize as informações em um texto em dupla e/ou individual.
Pode-se, também, contemplar o Tema Contemporâneo Educação Ambiental.
Esta habilidade pode ser trabalhada de forma interdisciplinar com as habilidades (MS.EF35LP17.s.17) e
(MS.EF05LP24.s.24), da Língua Portuguesa.
H5-Pesquisa da quantidade de habitantes do município, estado de Mato Grosso do Sul e Brasil.
Roda de conversa sobre o campo com destaque das características desse espaço, registrar e socializar
com os colegas.
H6-Apresentação e análise de mapas temáticos: político, físico (vegetação e hidrografia), populacional,
rodoviário e outros, para que o estudante identifique os mesmos elementos em diversos tipos de
mapas.
H7-Analisar transformações de paisagens nas cidades, comparando sequência de fotografias aéreas e
imagens de satélite de épocas diferentes, registrar as informações.
Propor aos estudantes a escolha de cinco cidades brasileiras e pesquisar informações sobre elas, e
depois classificá-las de acordo com o nível hierárquico. (pode-se utilizar como fonte de pesquisa o IBGE)
Relacionar as características que prevalecem sobre uma metrópole e confeccionar uma tabela, cartaz
e/ou painel com todas as informações.
H9-Identificação das diferentes formas de relevo de nosso estado e do município: depressão, planície,
montanha, planalto, bem como reconhecer as características da cobertura vegetal do lugar: matas,
florestas, pantanal, cerrado, caatinga, formações litorâneas (mangues, praias etc.), por meio de livros,
revistas, fotografias, imagens e/ou vídeos. Relacionar as informações em um texto individual e/ou em
dupla.
Identificação das características naturais do Mato Grosso do Sul e de Três Lagoas, por exemplo, no
relevo (Planalto e Chapadas da Bacia do Paraná, Planície do Pantanal, Serra de Maracaju e outras serras,
Depressão do Miranda); vegetação nativa (Campos, Cerrado, Pantanal e Floresta Tropical); hidrografia
(Bacia do Paraguai e Bacia do Paraná) e clima (Tropical e Subtropical), registrar as informações em uma
tabela.
Podem-se, também, contemplar os Temas Contemporâneos Educação Ambiental e Cultura Digital.
H10-Apresentação e identificação dos setores econômicos: primário, secundário e terciário em relação
as suas características com registro escrito das informações.
Identificação e classificação dos tipos de trabalho oferecido por cada setor.
Pode-se, também, contemplar o Tema Contemporâneo Cultura Digital.
425
H11-Proporcionar aos estudantes a análise de fotografias, imagens e/ou vídeos dos meios de
comunicações e de transportes antigos e os da atualidade, descrever semelhanças e diferenças e sua
importância para o desenvolvimento da humanidade.
Exposição dos meios de comunicações antigos trazidos pelos estudantes e/ou funcionários da escola.
H12-Apresentação dos diferentes tipos de energia utilizados nas várias produções e no cotidiano das
pessoas, classifique-as de acordo com suas características.
Apresentar aos estudantes a relação da produção de energia em diferentes atividades econômicas nas
regiões brasileiras (IBGE) e o impacto na economia de cada uma.
H13-Apresentação de algumas formas de poluição ao meio ambiente por meio de textos informativos,
imagens, fotografias e/ou vídeos e produzir textos, cartaz, painel e/ou outras atividades mediante as
informações.
Pesquisar sobre acidentes ambientais que ocorreram nos últimos tempos em seu município, estado e
país e socializar os resultados com o grupo. Pode-se, também, contemplar o Tema Contemporâneo
Educação Ambiental.
H14-Identificação de problemas ambientais que ocorrem no entorno da escola, no bairro e nos lugares
de vivência e permanência, pesquisar sobre as causas e prevenções.
Pode-se, também, contemplar o Tema Contemporâneo Educação Ambiental.
H15-Identificação dos órgãos do poder público, no município e/ou estado, responsáveis pelas ações
que envolvem questões socioambientais e pesquisar sobre suas atribuições.
Realização de entrevistas com vereadores e/ou deputados estaduais que fazem parte da Comissão de
Meio Ambiente ou com membros do Conselho Municipal de Meio Ambiente ou Ministério Público.
Pode-se, também, contemplar o Tema Contemporâneo Educação Ambiental.
426
7.4.2 – COMPONENTE CURRICULAR HISTÓRIA
7.4.2.1 - A HISTÓRIA
O conhecimento histórico não se limita a apresentar o fato no tempo e no espaço
acompanhado de documentos que comprovem e dão legitimidade à sua existência, mas pelo
questionamento, pelas dúvidas, pela problematização da ação humana no tecido social. É preciso
considerar os sujeitos, sua relação e atuação a partir dos recortes temporais e territoriais, que
conduzam os alunos a compreender a história como produto da sociedade.
Na Educação Básica, os saberes históricos são desenvolvidos a partir das oportunidades de
diálogo entre as diferentes interpretações de conceitos teóricos e valores, em diferentes momentos
da história que explicitam os objetivos de aprendizagem do componente curricular de História, no
projeto histórico a que estamos comprometidos. Em se tratando do ensino da História, é necessário
que os estudantes construam o conhecimento sobre os diferentes conceitos de tempo, espaço,
427
mudanças e permanências como eixos problematizadores de uma prática ativa e contextualizada com
a realidade social do estudante.
Nesse contexto, o ensino de História precisa estar a serviço da transformação social, da
emancipação de um sujeito social que compreenda seus direitos humanos e deveres sociais como
indissociáveis responsabilidades cidadãs. Nesse sentido, conduziremos os estudantes a conhecerem a
realidade que o cerca, a diversidade social que compõem seus campos de vivências e experiências,
estimulando-os a observar semelhanças e diferenças, permanências e mudanças no tecido social
provocadas pela ação humana no tempo, em que eles, enquanto sujeitos protagonistas de sua história,
caminham para assumir a vida de responsabilidades.
Para tanto, faz-se necessário compreender a história como produto das relações humanas em
diferentes tempos e espaços, em constante transformação na história da humanidade em diferentes
relações de poder, resistências, lutas, silenciamentos e resiliências. E para se estudar a História e suas
transformações, deve-se partir dos campos de vivências e experiências dos estudantes, ampliando
para outras relações no campo regional, nacional e mundial, à medida em que se desenvolvam outras
competências ao longo do ciclo escolar.
Na perspectiva de um compromisso político-pedagógico, é necessário que o professor se veja
como mediador e estimulador no processo de ensino e aprendizagem, fazendo com que cada
estudante se perceba enquanto sujeito social no processo histórico da sua realidade escolar e
comunitária, com sentimento de pertencimento e responsabilidade pública no ambiente em que
convive, compreendendo-se como destinatário e responsável pelos bens públicos, que questionem,
problematizem e busquem soluções coletivas e respeitáveis no cotidiano. Para isso, é preciso que ele
compreenda que existe um “Eu” e um “Outro” e que esses formam um “Nós”, que permite tomar
consciência de que existem várias formas de conceber a realidade pela diversidade de fontes
significativas e conceitos históricos científicos. (Currículo MS, 2019). Afinal, se o mundo que aí está é
o resultado de múltiplas relações humanas, os problemas derivados deles, sejam ambientais, sociais,
políticos e econômicos que construímos, necessitam de solução e cabe a nós refletirmos criticamente
as melhores alternativas.
A partir das premissas apresentadas, os estudos históricos escolares devem contribuir para:
a) identificar problemas enfrentados pela sociedade na atualidade e aqueles enfrentados no
passado, considerando que saberes históricos são aprendizados ampliados ao longo do período
escolar, utilizando as competências e saberes construídos em vivências e experiências educativas
anteriores, para que os estudantes se tornem produtores responsáveis de sua própria autoria,
utilizando-se de bases referenciais e fundamentos teóricos, critérios de seleção e categorização de
documentos e fontes, perspectivas múltiplas das relações entre objeto/sujeito.
428
b) Investigar sobre os critérios de seleção e classificação de fontes e documentos históricos,
quais entendimentos são necessários para dimensionar as questões contemporâneas em perspectivas
históricas, nesse sentido o componente curricular de história, em seus objetivos de aprendizagem,
visam promover o desenvolvimento integral do estudante a partir dos eixos problematizadores da sua
realidade social, potencializando as noções de tempo e espaço pelos questionamentos dos modos de
organização das relações sociais em períodos históricos. Tais estímulos investigativos constituíram o
saber fazer na organização dos conhecimentos prévios em relação aos novos saberes, que são
construídos pelos questionamentos e investigações sobre o uso de fontes diversas, que devem
dialogar.
c) Potencializar, nos estudantes, competências que lhe possibilitem conhecer, analisar,
questionar e intervir para a mudança de postura, diante de práticas e comportamentos negativos
(desrespeitosos). Fomentamos a produção do sentimento de pertencimento social do estudante no
meio em que se vive, a fim de que se torne sujeito solidário contra as injustiças sociais, as violências
diversas e a retirada de direitos legais, reconhecendo seus deveres cidadãos em relação aos direitos
humanos.
A história social dos conflitos diversos que aconteceram ao longo da história da humanidade
necessita ser problematizada sobre as diversas interpretações, a fim de se construírem reflexões sobre
as relações de poder que provocam desigualdades e diferenças, que levaram a sociedade a alternar os
modos de organização econômica e política, ao longo da história. Na perspectiva da visão histórica, os
aspectos locais são fundamentais para o desenvolvimento de compreensões de campos de
conhecimento mais amplos (como regional, nacional e internacional), devido à complexidade de
elementos necessários, para ampliação dessa compreensão. O meio social local é historicamente um
campo de mudanças e permanências que necessitam ser problematizadas a partir das fontes regionais,
dos povos tradicionais, das resistências, lutas, enfrentamentos, caminhos e descaminhos utilizados
para construção da cidade de Três Lagoas.
Diante de tantas fontes e possibilidades de pesquisa, devemos considerar a existência das
tecnologias como ferramentas de auxílio na pesquisa, que necessitam de orientações e mediação para
o uso responsável, prudente e analítico. Os recursos tecnológicos são ferramentas fundamentais para
a construção do diálogo entre os estudantes do século XXI, que nasceram digitalmente programados
para socializar as relações.
429
contempla a análise dos conhecimentos e saberes construídos pelos estudantes ao longo do processo
de ensino e aprendizagem. A revisão das metodologias de ensino pelos instrumentos de avaliação
possibilita que o professor também repense suas estratégias pedagógicas no enfrentamento de
problemas de aprendizado, a partir dos resultados apresentados pelos estudantes.
Nesse sentido, faz-se necessário acompanhar aprendizagem dos saberes históricos que os
estudantes constroem a partir da mediação do professor, por meio da contínua postura avaliativa
sobre suas produções, pesquisas, interações sociais, a fim de que se construam aprendizados e saberes
históricos para integralidade do desenvolvimento cidadão e social do sujeito.
Referências bibliográficas
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular – BNCC: Educação é Base. (5º versão – final). Comitê Gestor
da Base Nacional Comum Curricular e reforma do ensino médio. BRASIL: MEC, 2019.
CHAMORRO, Graciela & COMBÉS, Isabelle. Povos indígenas em Mato Grosso do Sul: história, cultura
e transformações sociais. Dourados-MS. Ed. UFGD
FERMINIANO, Maria Belintane,; SANTOS, dos Adriane Santarosa: Ensino de história pra o fundamental
1 – teoria e prática. São Paulo: Contexto, 2014
NADAI, Elza. O Ensino de história e a pedagogia do cidadão. São Paulo. Edº 14. Editora Contexto, 2014.
430
ENSINO FUNDAMENTAL I
HISTÓRIA
comunidade.
(MS.EF01HI04.s.04)
Identificar as diferenças entre os variados ambientes
A escola e a diversidade do grupo
em que vive (doméstico, escolar e da comunidade),
social envolvido
reconhecendo as especificidades dos hábitos e das
regras que os regem.
A vida em casa, a vida na escola e (MS.EF01HI05.s.05)
formas de representação social e Identificar semelhanças e diferenças entre jogos e
espacial: os jogos e brincadeiras brincadeiras atuais e de outras épocas e lugares.
como forma de interação social e
espacial
(MS.EF01HI06.s.06) Conhecer as histórias da família e
A vida em família: diferentes
da escola e identificar o papel desempenhado por
configurações e vínculos
diferentes sujeitos em diferentes espaços.
(MS.EF01HI07.s.07)
A vida em família: diferentes
Identificar mudanças e permanências nas formas de
configurações e vínculos
organização familiar.
(MS.EF01HI08.s.08)
A escola, sua representação
Reconhecer o significado das comemorações e festas
espacial, sua história e seu papel na
escolares, diferenciando-as das datas festivas
comunidade
comemoradas no âmbito familiar ou da comunidade.
431
METODOLOGIAS PARA A APRENDIZAGEM DO ESTUDANTE - 1º Ano
H1. Para essa habilidade, organize, selecione, compare e sequencie informações. Para isso proponha aos
estudantes a apreciação de imagens para que seja analisado situações simples de afetividade da rotina
familiar, percebendo estruturas familiares diferentes da qual ele faz parte, e como as relações afetivas
permitem a construção da história da família. Utilize no contexto da sala de aula, fotos e outros registros
de lembranças de família (fontes históricas: oral, escrita, iconográfica e material) e, através de uma roda
de conversa e/ou outras dinâmicas, revisitar o passado, iniciando a compreensão das diferentes fases da
vida.
H2. Como progressão desta habilidade em relação à habilidade (MS.EF01HI01.s.01), promova a troca de
experiências pessoais (socioemocionais) na perspectiva de que o estudante estabeleça relações entre a sua
história e a história do outro. O diálogo e a convivência propiciados pela atividade contemplam a
competência geral n. 9.
H3. Promova momento privilegiando a oralidade para que o estudante possa identificar-se como filho,
irmão, primo e neto, na família; estudante, colega, na escola; criança, na comunidade. Dessa forma, poderá
perceber o que muda e o que permanece quando exerce seus papéis em cada um desses espaços de
existência. Será conveniente estimular os questionamentos: quais são as responsabilidades do estudante
na escola? E do filho na família? São as mesmas?). Será importante valer-se de metodologias que
contemplem ações como: contação de histórias, produção de desenhos, peças teatrais, dentre outras. É,
também, possível oportunizar momentos e espaços, conversa e diálogo com familiares sobre suas vidas,
suas histórias. Avança-se, assim, o aprendizado do estudante ao nível da compreensão que já não é
somente a da percepção de si, mas de sua consciência social.
H4. A partir da identificação das diferenças entre os espaços de convivência que integra, o estudante
poderá construir outras habilidades, tais como: discussão e reflexão de regras de convívio social e o
reconhecimento quanto às especificidades de hábitos e regras que regulam esses ambientes. Ressalta-se
que identificar diferenças e reconhecer especificidades são fundamentais para desenvolver a capacidade
de análise com base em fatos (competência geral n. 7) e para a compreensão do fato e a aceitação da
pluralidade e das diferenças (competência específica n.4). Nesse caso, podemos trabalhar na perspectiva
da valorização da diversidade, tendo em vista que o Estado de Mato Grosso do Sul e o município de Três
Lagoas têm uma diversidade cultural, que se manifesta no contexto da sala de aula. Numa perspectiva
progressiva, espera-se que o estudante desenvolva, também, a habilidade de exercitar a empatia, a
cooperação e a resolução de conflitos, contemplando, com isso, a competência geral n.9. Há, aqui, a
oportunidade de trabalho interdisciplinar com as habilidades (MS.EF01LP21.s.21), da Língua Portuguesa,
(MS.EF12EF04.s.04), da Educação Física, e (MS.EF01GE04.s.03), da Geografia, associadas à identificação,
discussão e escrita sobre regras de convivência e sua importância.
H5. Observa-se uma progressão da habilidade de identificar, em relação à (MS.EF01HI04.s.04), pois agora,
além das diferenças, deve-se reconhecer e elencar as semelhanças – o que exige maior atenção, pois aquilo
que se assemelha tende a passar despercebido. É preciso buscar as características ou qualidades que fazem
com que os jogos e brincadeiras se pareçam entre si. Importante lembrar que, em se tratando de uma
comparação que envolve tempos e espaços diferentes, é necessário fornecer referências aos estudantes
por meio de fotografias, relatos, vídeos e outros registros de vivências. Sugere-se, também, considerar a
possibilidade de revisitar as brincadeiras antigas através do diálogo com outras gerações e culturas,
valorizando, inclusive, jogos e brincadeiras indígenas e do campo.
H6.Conhecer requer buscar a informação, ouvir, anotar e lembrar. Com isso, apuram-se as habilidades
anteriormente trabalhadas de identificar, descrever, distinguir e reconhecer. Identificar papéis, dá
432
continuidade às habilidades (MS.EF01HI03.s.03) e (MS.EF01HI04.s.04), mas agora tratando das pessoas da
família e da escola em uma perspectiva social ampliada, que envolve responsabilidades, direitos, deveres
e participação.
H7. Esta habilidade diz respeito tanto à percepção quanto às predominâncias na composição e organização
das famílias. O estudante poderá responder a perguntas como: Os irmãos são todos do mesmo pai e da
mesma mãe? A família é constituída somente por aqueles que moram na mesma casa? Você conhece uma
família diferente da sua? Como ela é? Trata-se de uma habilidade complexa. Para esse grupo etário, espera-
se que o estudante perceba que nem todas as famílias são iguais à dele, que aponte em que se assemelham
e se diferenciam e, por fim, reconheça que, independentemente das diferenças, o vínculo familiar
permanece. O trabalho, com essa perspectiva, atenderá às competências e habilidades socioemocionais,
que contribuirão para avançar na perspectiva da empatia e valorização da diferença e poderá ser
desenvolvido por meio de roda de conversa, pesquisa, filme, literatura infantil entre outros.
H8 Compreender o significado de eventos de caráter nacional é uma habilidade complexa, pois requer
análise e avaliação. Aqui, contudo, para esta fase escolar, espera-se que o estudante, também, perceba
que os eventos escolares, como feiras culturais, encontros e apresentações artísticas, saraus, dentre outros,
têm uma significação distinta, em termos educacionais e sociais, daqueles que são celebrados em outros
âmbitos, como aniversários, natal em família, aniversário da cidade e outros. Para trabalhar a habilidade
são bem-vindas metodologias que contemplem as TDIC (Tecnologias Digitais de Informação e
Comunicação), atendendo, dessa forma, a competência geral n. 5.
433
ENSINO FUNDAMENTAL I
HISTÓRIA
434
(MS.EF02HI10.s.10)
Identificar diferentes formas de trabalho existentes na
comunidade em que vive, seus significados, suas
O trabalho e a A sobrevivência e a relação especificidades e importância.
sustentabilidade com a natureza
na comunidade (MS.EF02HI11.s.11)
Identificar impactos no ambiente causados pelas
diferentes formas de trabalho existentes na
comunidade em que vive.
METODOLOGIAS PARA A APRENDIZAGEM DO ESTUDANTE - 2º Ano
H1. Além de reconhecer, esta habilidade poderá ser trabalhada na perspectiva de construir outras
habilidades específicas de História e Geografia, voltadas a responder às questões: onde, quem, como e
por quê? Promova momentos em que os estudantes possam observar e identificar os diferentes locais de
vivência, seja a praça, o parque, a igreja, a área de lazer do shopping ou a rua, dentre outros e perceber
as relações entre as pessoas que os frequentam e autoconfiança. Para isso, faz-se necessário promover
diálogo entre os estudantes no intuito de que possam relacionar vivências, memórias individuais,
familiares e de sua comunidade e sintam-se partícipes de um mundo comum, trabalhando valores
voltados à identidade e à alteridade.
H2. A (MS.EF02HI01.s.01) é aprofundada nesta habilidade, pois exige do estudante reconhecer, explicar
e esclarecer práticas e funções sociais em diferentes comunidades. Os estudantes poderão ser solicitados
a identificar, por meio da observação e registro, o que fazem as pessoas em diversos espaços, como em
papéis profissionais, familiares entre outros. A aplicação de metodologias colaborativas contribuirá para
que o estudante desenvolva as habilidades de empatia, de pertencimento e de trabalho em equipe.
H3. Levar em conta fatos comuns da vida da criança, como ir à escola, a casa onde mora (ou morou
anteriormente); os meios que utiliza para se dirigir à escola; sua companhia na hora de brincar, dentre
outros aspectos da vida da criança. Selecionar implica em escolher entre diversas opções e de acordo com
certos critérios. Nesse caso, a escolha envolve subjetividades: lembranças, percepção de mudança e
pertencimento. Observar mudanças de casa, de trabalho, de alimentação etc, valorizando as descobertas
trazidas pela nova situação vivida. Trata-se de conectar tempo (memória e mudança) e espaço
(pertencimento). Nesse momento, o estudante tem a oportunidade de perceber que, além de pertencer
a uma família, ter a sua vivência numa comunidade-escola, também tem uma experiência de vida no seu
bairro. Será válido valer-se de metodologias que prevejam o uso de TDIC (Tecnologias Digitais de
Informação e Comunicação), assim, esta habilidade contemplará a competência geral n. 5.
H4. Selecionar implica fazer escolhas de acordo com certos critérios. Nesse caso, a escolha será pela
percepção do sentido dos objetos e documentos pessoais como formas de resgatar histórias e memórias
em diversos âmbitos da vida do estudante. Trata-se de uma habilidade complexa, que exige analisar e
avaliar, conforme já visto na habilidade (MS.EF01HI08.s.08). No caso de documentos, espera-se que o
estudante infira que a importância, reconhecimento e valorização desses marcos materiais de memória
estão nas informações que eles contêm, como nome, filiação, data de nascimento, endereço etc. No caso
dos objetos, atentar-se às marcas do tempo, tecnologias utilizadas na produção, informações de
fabricação e outros aspectos. Com essa perspectiva, pretende-se progredir com a habilidade
(MS.EF02HI01.s.01), proporcionando, mais uma vez, a competência socioemocional de
autoconhecimento e as habilidades de autoaceitação, autoconfiança e resiliência. É viável trabalhar com
a pesquisa, exposição oral e visual, além de registros individuais e coletivos.
435
H5. Escolher objetos e documentos próprios e de outras pessoas significa identificar, explicar para que
servem e como são usados, qual a função de um mesmo objeto ontem e hoje. A habilidade aprofunda a
anterior (MS.EF02HI04.s.04), pois expande o quadro de referências do estudante e lhe possibilita
comparar e diferenciar formas de registros suas e de outros, oportunizando acesso aos bens culturais.
Atentar-se em como a memória histórica se faz presente em objetos e relatos.
H6. Para o desenvolvimento dessa habilidade, sequenciar fatos cotidianos de forma cronológica,
aplicando palavras e expressões temporais (antes, durante, ao mesmo tempo e depois), o que permite
desenvolver a compreensão da temporalidade linear. Há, aqui, oportunidade para o trabalho
interdisciplinar com a habilidade (MS.EF02MA18.s.18), da Matemática, associada à identificação de
intervalos de tempo entre datas e organização temporal de fatos, utilizando calendário. A habilidade
comunica-se com a competência específica de História n. 2, embora essa competência não vá se
consolidar nessa etapa, o estudante deve iniciar, desde já, o processo de sua construção.
H7. Esta habilidade consiste em identificar, examinar, compreender e utilizar relógios e calendários, assim
como outros marcadores temporais que estão inseridos nos lugares de vivência do estudante. É uma
habilidade complexa, pois implica em calcular, medir e dividir o tempo. Possibilita um contexto de rotina,
em que os marcadores de tempo sejam utilizados, apontando para as diferenciações (relógio x calendário
ou objetos materiais capazes de significar o tempo, como cuias, pedras, cipós, dentre outros) em
contagem e marcação do tempo. A habilidade pode, ainda, ser reforçada com o uso de agendas e
calendários em que os estudantes registram tarefas e organizam o tempo para realizá-las. Pode-se,
também, pensar em um trabalho multidisciplinar com Matemática, já que o aprendizado de marcadores
do tempo necessita ser feito por meio de cálculos. Há, aqui, oportunidade para o trabalho interdisciplinar
com as habilidades (MS.EF02MA18.s.18) e (MS.EF02MA19.s.19), da Matemática e (MS.EF02CI07.s.07), de
Ciências da Natureza, associadas à observação, à medição e a registros da passagem do tempo, utilizando
calendários marcadores.
H8. Esta habilidade consiste em procurar e reunir as histórias familiares e/ou da comunidade a partir das
informações coletadas em diferentes fontes, como relatos orais, fotografias, objetos, notas em jornais ou
mensagens em redes sociais, dentre outros. A habilidade exige que o estudante, com mediação do
professor, possa coletar, selecionar e organizar as informações que ele encontrou para, depois, juntá-las
em um só lugar. Importa desenvolver no estudante a percepção de que a história e as experiências da
família e da sociedade estão registradas sob diferentes formas e que elas trazem mensagens e
informações que dizem respeito a um grupo ou a toda a sociedade. Além de identificar documentos
históricos, pode-se trabalhar com uma atividade prática que envolva a produção de um documento
histórico, por exemplo, uma “carta memória” e a atividade pode ser desenvolvida coletivamente, tendo
o professor como escriba.
H9. Esta habilidade avança em relação ao que foi tratado nas habilidades (MS.EF02HI04.s.04) e
(MS.EF02HI05.s.05), mas agora, com um modificador mais complexo, que mobiliza outras habilidades,
como explicar, interpretar e inferir, que permitam compreender as razões para conservar ou descartar
objetos e documentos. Essa percepção deve vir como meio para o estudante reconhecer objetos e
documentos que apontem para o seu histórico familiar ou na comunidade.
H10.Esta habilidade diz respeito a perceber, distinguir e avaliar as diferentes formas de trabalho exercidas
pelas pessoas no entorno do estudante, como, na escola (professor, diretor, zelador, dentre outros.); nos
comércios em seus locais de vivência (trabalhadores de padarias, mercados, dentre outros.). Essa
percepção confere maior significado à aprendizagem de que todas as atividades de trabalho são valorosas
e contribuem para o bem comum. Pode-se prever atividades que propiciem ao estudante planejar e
realizar uma pesquisa sobre diferentes formas de trabalho existentes na comunidade, incluindo o
436
informal e as novas formas de trabalho (home office, motorista de aplicativos etc.). Caberá aos
professores orientar os estudantes sobre o que observar e registrar, assim como promover a
autoavaliação do trabalho realizado. Ater-se ao caráter abrangente e substancial do mundo do trabalho.
H11.Esta habilidade dá sequência à anterior (MS.EF02HI10.s.10), Para esta fase escolar, espera-se que o
estudante identifique e reflita sobre diferentes formas de trabalho e como elas se correlacionam com o
ambiente, alterando o espaço e a natureza, como, por exemplo, a derrubada de árvores para construir
um conjunto habitacional ou para abrir áreas de plantio ou pastoreio. Lançar o olhar para questões como
o lixo que é produzido em decorrência de alguns tipos de trabalho sobre desmatamento e assoreamento
de rios, o uso de agrotóxicos, o aumento de indústrias e seus danos ao meio ambiente. Levar em
consideração o meio em que o estudante está inserido e a comparação com o passado e o presente.
437
ENSINO FUNDAMENTAL I
HISTÓRIA
438
(MS.EF03HI08.s.08)
A produção dos marcos da
em que
O lugar Identificar modos de vida na cidade e no campo no
vive
memória: a cidade e o campo,
presente, comparando-os com os do passado.
aproximações e diferenças
(MS.EF03HI09.s.09)
Mapear os espaços públicos no lugar em que vive (ruas,
A cidade, seus espaços praças, escolas, hospitais, prédios da Prefeitura e da
A noção de espaço público e privado
H1 A habilidade implica em reconhecer, listar e localizar elementos da história da cidade e da região que
tenham sido imprescindíveis para a sua formação, como grupos populacionais, suas inter-relações, o
crescimento econômico e tecnológico etc. Considerar a formação de sua cidade com o olhar para a
diversidade étnico-racial, social e histórica que compreende sua comunidade. Considerar as dificuldades,
expectativas, realizações nas migrações do campo para as cidades. Questionar os estereótipos campo/
cidade. A habilidade se comunica com a competência específica de História n. 5. O uso de fontes
jornalísticas, orais e fotográficas será importante, além das TDIC, pois trabalhando dessa forma a
habilidade estará em correspondência com a competência específica n. 7 e a geral n. 5.
H2. Esta habilidade consiste em escolher fatos coletados de diferentes fontes (relatos orais, fotografias
antigas, documentos, objetos etc.) que dizem respeito à história da cidade ou da região. Depois, devem-
se registrar essas informações; isso exige do estudante sistematizar e organizar a informação, dando-lhe
um sentido inteligível. Consultar fontes e selecionar informações são habilidades específicas da História
que o estudante começou a desenvolver no 2º ano (nas habilidades (MS.EF02HI04.s.04),
(MS.EF02HI05.s.05) e (MS.EF02HI09.s.09) e que no 3º ano, aprofundam-se com a habilidade de registrar.
Pode-se prever a pesquisa a partir da investigação do feriado local que, em geral, é a data da fundação da
cidade. O estudante pode se perguntar o que aconteceu naquela data. É possível prever, também, a visita
a uma biblioteca, arquivo público ou museu local para que os estudantes reúnam informações sobre a
história da cidade. Poderá desenvolver um projeto de história local, com a contribuição da comunidade e
que tenha continuidade com outras gerações de estudantes. Há, aqui, oportunidade de trabalho
interdisciplinar com as habilidades (MS.EF35LP26.s.25), (MS.EF35LP17.s.17), da Língua Portuguesa,
(MS.EF03MA18.s.18), da Matemática, e (MS.EF03HI03.s.03), da própria História, associadas à realização
de pesquisas. São exemplos de fontes diversas: fotografias, noticiário jornalístico, documentos oficiais,
atas, relatos, dentre outros. A seleção das fontes deverá ser realizada com vistas à investigação de
acontecimentos que são marcos históricos para a cidade.
439
H3. Nesta habilidade os estudantes devem pesquisar eventos importantes de sua região, coletar opiniões
sobre eles e comparar esses pontos de vista, mobilizando outras, como escutar atentamente, cotejar,
contrapor e julgar. Para a criança, não é uma tarefa fácil lidar com opiniões divergentes de adultos. Essa
atividade fortalece o diálogo como forma de resolver conflitos e permite refletir que existem diferentes
formas de entender ou explicar uma mesma situação. Torna-se oportuno apoiar-se em metodologias
voltadas à competência socioemocional da comunicação, para que o estudante desenvolva as habilidades
do uso da linguagem e argumentação. É uma oportunidade de introduzir a diferença entre palpite e
argumento fundamentado, estimulando os estudantes a observarem como o entrevistado apresentou
sua opinião. Há, aqui, oportunidade de trabalho interdisciplinar com as habilidades (MS.EF03LP24.s.24),
(MS.EF35LP25.s.26), (MS.EF35LP26.s.25) e (MS.EF35LP20.s.20), da Língua Portuguesa,
(MS.EF03MA26.s.26), (MS.EF03MA27.s.27) e (MS.EF03MA28.s.28), da Matemática, (MS.EF03CI06.s.06) e
(MS.EF03CI09.s.09), da Ciências da Natureza, e (MS.EF03GE01.s.01), da Geografia, associadas à coleta, à
leitura, à comparação e à interpretação de dados, com apoio de recursos multissemióticos (listas, tabelas,
ilustrações, gráficos). E, também, com as habilidades (MS.EF35LP26.s.25), (MS.EF35LP17.s.17), da Língua
Portuguesa, (MS.EF03MA18.s.18), da Matemática, e (MS.EF03HI02.s.02), da própria História, associadas
à realização de pesquisas.
H4.Esta habilidade consiste em pesquisar, reconhecer e indicar quais são os patrimônios históricos,
materiais e imateriais e culturais da cidade de vivência do estudante. A discussão em torno do porquê de
serem considerados patrimônios implica em inferir, explicar e argumentar, baseando-se em informações
culturais, sociais e políticas a respeito deles. Além de identificar os patrimônios históricos de sua cidade,
o estudante poderá avançar no sentido de pensar criticamente a história; questionar os aspectos que
direcionaram a escolha desses patrimônios e perceber o que os mesmos revelam sobre a história. Pode-
se prever formas de oportunizar aos estudantes conhecerem o patrimônio material da cidade, isto é,
locais e edificações de referência cultural para a população. Há, aqui, oportunidade de trabalho
interdisciplinar com as habilidades (MS.EF15AR25.s.25), da Arte; e (MS.EF03GE02.s.02), associadas ao
reconhecimento do patrimônio histórico e cultural.
H5.Esta habilidade diz respeito a conhecer, coletar, compilar e selecionar informações sobre os marcos
históricos da cidade de vivência do estudante: nomes de ruas, praças, monumentos, edifícios e moradias
mais antigas da cidade, dentre outros. Deve-se observar que os nomes dados aos locais públicos não são
aleatórios, mas têm uma razão que permite inferir seus significados. Sugere-se que seja apresentada uma
discussão sobre a história do lugar e o valor ou significado dos marcos de memória no passado e no
presente, ou propor um passeio pela cidade e seus principais pontos, o que pode propiciar aos estudantes
a identificação dos marcos históricos e a melhor compreensão de seus significados. A atividade pode se
estender para o reconhecimento de prédios públicos, o que é trabalhado na habilidade
(MS.EF03HI09.s.09).
H6. Nesta habilidade reforçam-se as habilidades já trabalhadas em (MS.EF03HI04.s.04), tendo agora por
objeto os marcos de memória da cidade: nomes de ruas, praças, escolas, monumentos, museus etc.
Discutir os motivos pelos quais seus nomes foram escolhidos implica em pesquisar, inferir, explicar e
argumentar. Pode-se prever uma pesquisa sobre nomes antigos atribuídos pelo próprio povo aos
logradouros públicos. Pode-se indicar e reconhecer os logradouros da cidade também por meio de
fotografias e desenhos expostos em um painel. Sugere-se que seja apresentada uma discussão sobre a
história do lugar e o valor ou significado dos marcos de memória, tais como nomes de rua, nomes de
lugares com referência a povos ou figuras públicas. Discutir o valor cultural para a sociedade no presente
e se tal registro reflete a identidade da comunidade ou as estruturas de poder e intenções políticas.
Entendem-se registros de memória como elementos da memória coletiva que são produzidos para que a
história seja preservada.
440
H7. A habilidade implica observar e comparar dois ou mais grupos sociais da região, reconhecer que
características ou qualidades se parecem entre eles ou que eles têm em comum e quais são distintos ou
únicos. A partir dessa constatação, o estudante deve descrever, isto é, fazer um detalhamento do que foi
observado. Pode-se comparar o tipo de trabalho exercido na comunidade, a organização do espaço (ruas,
disposição das casas etc.), a interação entre as pessoas da comunidade, a existência ou não de
infraestrutura (água encanada, luz etc.) e de equipamentos eletroeletrônicos, as brincadeiras das crianças
e o lazer dos adultos etc. Sugere-se que seja feita uma discussão sobre as contribuições das comunidades
e etnias que formaram a cidade ou região e suas influências culturais no passado e presente, bem como
pode-se prever a visita a uma comunidade vizinha, cuja formação guarde elementos culturais e históricos
específicos (comunidade quilombola, colônia de imigrantes, população ribeirinha, indígena e fronteiriças,
por exemplo). Podem-se também coletar informações sobre a comunidade escolhida na universidade
local. Caberá aos professores roteirizar a visita e o trabalho investigativo dos estudantes. Há, aqui,
oportunidade para o trabalho interdisciplinar com as habilidades (MS.EF35LP11.s.11), da Língua
Portuguesa, (MS.EF03GE01.s.01), da Geografia, e (MS.EF03HI08.s.08), da própria História,
especificamente no que se refere à identificação de características regionais, urbanas e rurais da fala,
respeitando as diversas variedades linguísticas.
H8. Esta habilidade consiste em perceber que existem maneiras diferentes de fazer as coisas na vida
urbana e na rural, observando, por exemplo, horário de despertar e tomar as refeições, formas de
locomoção, proximidade ou não a elementos da natureza (rio, mata, animais silvestres etc.), distância
entre as moradias e destas em relação a serviços (posto de saúde, mercado, banco, farmácia etc.),
brincadeiras das crianças e lazer dos adultos etc. Considerar aspectos que compreendem tanto a vida
rural quanto urbana, tais como: o trabalho e suas tecnologias (identificar no uso das novas tecnologias
processos de uniformização de costumes e a valorização de alguns estereótipos da cidade e do campo),
manifestações culturais, diferenças sociais, levando, também, em conta que esses dois contextos estão
intimamente relacionados. Pode-se considerar a utilização de mapas antigos da cidade, incluindo periferia
e área rural, fotografias, depoimentos de pessoas mais velhas, pode-se constatar que os modos de vida
na cidade e no campo também mudaram ao longo do tempo, e que costumes urbanos do passado podem
se assemelhar a costumes da área rural do presente. Há, aqui, oportunidade para o trabalho
interdisciplinar com as habilidades (MS.EF35LP11.s.11), da Língua Portuguesa, (MS.EF03GE01.s.01), da
Geografia, e (MS.EF03HI07.s.07), da própria História, especificamente no que se refere à identificação de
características regionais, urbanas e rurais da fala, respeitando as diversas variedades linguísticas.
H9. Nesta habilidade poderá ser elaborado croqui do lugar em que vive, sinalizando seus elementos
urbanos públicos (ruas, praças, escolas, prédios e outros), exige recorrer à memória visual e espacial e
traduzi-la em uma representação gráfica. Oportunize a Identificação das funções dos espaços públicos
(principalmente os edifícios públicos, como Câmara, Prefeitura, Fórum, Delegacia e outros), o estudante
atribui significados e reconhece o papel deles na vida e administração da cidade. Pode-se prever um
passeio da turma pelo centro urbano para o reconhecimento de prédios públicos, hospitais, escolas etc.
O registro fotográfico dos locais pode ser utilizado para o trabalho em sala de aula. Há, aqui, oportunidade
de trabalho interdisciplinar, com as habilidades (MS.EF03MA19.s.19), da Matemática,
(MS.EF03CI07.s.07), da Ciência, (MS.EF03GE06.s.07) e (MS.EF03GE07.s.08), da Geografia, associadas à
compreensão e utilização da linguagem cartográfica. Também é possível estabelecer um diálogo com a
literatura local e regional, observando representações de escritores expoentes da cultura, história e
identidades de Mato Grosso do Sul.
H10. Esta habilidade consiste em distinguir espaços privados (domésticos), públicos e áreas de
conservação ambiental. Compreender a quem pertence esses espaços, quem é responsável pela sua
manutenção, quem frequenta, quais as suas regras e restrições orientam o estudante a identificar as
diferenças entre eles, assim como a compreender as razões dessa distinção. Podem-se utilizar fatos ou
441
situações locais recentes – pichações em monumentos e edifícios, ocupação de escolas, manifestações
públicas, lixo lançado na rua, poluição do rio etc. – para refletir e debater sobre a importância da
conservação ambiental, assim como as noções de público e privado.
H12. A comparação requer, inicialmente, identificar que existem diversos tipos de relações de trabalho
(assalariado, parceria, arrendatário, terceirizado, mão de obra familiar, posseiro, temporário) e de lazer
(pescar, jogar ou assistir futebol, ir à praia etc.), e essa identificação deve ter por referência o que for mais
próximo da vida do estudante. Deve-se, nesta habilidade, conhecer como eram esses aspectos no passado
e em outros lugares e, a partir disso, comparar, inferir e explicar essas relações, a fim de analisar
mudanças e permanências levando em conta as questões voltadas a regionalismos e tradições culturais.
Pode-se planejar a coleta de informações junto a moradores idosos, da cidade e do campo, com o objetivo
de reunir dados sobre formas de trabalho e lazer no passado e em lugares diversos, incluindo o trabalho
informal e o serviço doméstico, o lazer espontâneo e o lazer deliberado, valorizar também a meditação e
a contemplação, como formas de desenvolver as competências cognitivas e socioemocionais da
criatividade e do autoconhecimento, a fim de despertar a imaginação, insight, bem como autoaceitação
e autoconfiança. O trabalho pode ser estendido à pesquisa em arquivos de jornais e sindicatos. Pode-se
também recorrer à universidade local para pesquisas acadêmicas que tratam de formas antigas de
trabalho e de lazer na cidade ou região.
442
ENSINO FUNDAMENTAL I
HISTÓRIA
A circulação de pessoas e as
primeiras comunidades humanas.
transformações no meio
natural (MS.EF04HI05.s.05)
Relacionar os processos de ocupação do campo a
intervenções na natureza, avaliando os resultados
dessas intervenções
(MS.EF04HI06.s.06)
A invenção do comércio e a Identificar as transformações ocorridas nos processos
circulação de produtos de deslocamento das pessoas e mercadorias,
analisando as formas de adaptação ou marginalização.
As rotas terrestres, fluviais e (MS.EF04HI07.s.07)
marítimas e seus impactos Identificar e descrever a importância dos caminhos
para a formação de cidades e terrestres, fluviais e marítimos para a dinâmica da vida
comercial.
as transformações do meio
natural
443
Circulação de (MS.EF04HI08.s.08)
O mundo da tecnologia: a Identificar as transformações ocorridas nos meios de
produtos e
pessoas,
culturas
comunicação (cultura oral, imprensa, rádio, televisão,
integração de pessoas e as
cinema, internet e demais tecnologias digitais de
exclusões sociais e culturais
informação e comunicação) e discutir seus significados
para os diferentes grupos ou estratos sociais
O surgimento da espécie (MS.EF04HI09.s.09)
humana no continente Identificar as motivações dos processos migratórios em
africano e sua expansão pelo diferentes tempos e espaços e avaliar o papel
desempenhado pela migração nas regiões de destino.
As questões históricas relativas às migrações
mundo
Os processos migratórios para a MS.EF04HI10.s.10)
formação do Brasil: os grupos Analisar diferentes fluxos populacionais e suas
indígenas, a presença contribuições para a formação da sociedade brasileira.
portuguesa e a diáspora forçada
dos africanos. Os processos
migratórios do final do século (MS.EF04HI11.s.11)
XIX e início do século XX no Analisar, na sociedade em que vive, a existência ou não
Brasil. As dinâmicas internas de de mudanças associadas à migração (interna e
migração no Brasil a partir dos internacional).
anos 1960
H1. Esta habilidade consiste em perceber a ação humana no tecido temporal e no espacial,
compreendendo o fato de que essa ação pode gerar mudanças e/ou permanências, como a construção
de espaços destinados à moradia ou trabalho, movimentos migratórios, enfatizando, também, a
importância das culturas indígenas autóctones e quilombolas, o avanço tecnológico, dentre outros.
Partindo do conhecimento prévio dos estudantes, da realidade social e estrutural da cidade de Três
Lagoas e mesmo de outras cidades de onde são oriundos pode-se usar, por exemplo, o que foi trabalhado,
no ano anterior, na habilidade (MS.EF03HI12.s.12), exemplificar ações humanas, em espaços e tempos
diferentes, para mostrar que são essas transformações que constituem a história das sociedades,
começando do seu próprio bairro, das obras e reformas observadas no trajeto até a escola. Podem-se
utilizar, como recurso didático, contos populares, (lobisomem de Três Lagoas que protagonizou noticiário
em uma edição do Fantástico na década de 1990), mitos ou um relato da história local ou familiar, no qual
o estudante possa identificar uma ação humana e seus resultados no tempo e no espaço (o que mudou e
o que permaneceu igual ou quase igual?) e, daí, compreender o que é História e o que ela estuda. Esse
recurso serve de facilitador no desenvolvimento da habilidade, dada a subjetividade de seu objeto e da
interpretação dos sujeitos. Ressalta-se que esta habilidade corresponde à competência específica de
História n. 6.
H2. Esta habilidade diz respeito a perceber que a trajetória dos grupos humanos, ao longo do tempo, está
marcada por grandes mudanças que ocorreram na história da humanidade: domínio do fogo, produção
444
de ferramentas para caça e pesca, invenção da agricultura, domesticação e criação de animais, escrita,
motor a vapor etc. Pode-se apresentar os grandes marcos históricos, fornecendo aos estudantes uma
visão panorâmica da História, das primeiras comunidades aos tempos atuais, a fim de que eles tenham
referências para a identificação das mudanças e permanências ao longo do tempo. Destacar os marcos
históricos que possibilitaram a sobrevivência humana, a modificação do meio ambiente e o impulso para
outras descobertas e invenções. Será oportuno desenvolver a competência socioemocional da
comunicação, com vistas a conquistar a habilidade de argumentação, no qual os estudantes podem
coletar junto aos seus pais, avós, tios e vizinhos as formas de trabalho oferecidas em Três Lagoas na
década de 1990 e anos anteriores, as mudanças quanto as novas tipologias de emprego oferecidas nos
dias de hoje, oportunizando diálogo histórico das transformações sociais acontecidas em nossa cidade há
décadas e que influenciaram suas vidas na atualidade.
H3. Esta habilidade consiste em perceber que as mudanças ocorrem em ritmos diferentes: algumas mais
rápidas (como a tecnologia e a moda) e outras, mais lentas (hábitos e costumes), dando a impressão de
que estão paradas no tempo e, portanto, consideradas como “permanências”, a mudança do território
conhecido hoje como Três Lagoas, necessita remeter os estudantes a reflexão sobre os diferentes modos
de vida das comunidades indígenas que nessa terra viveram há cerca de 6 mil anos, conforme vestígios
dos sítios arqueológicos encontrados em todo o Estado. Deve-se explicar como essas mudanças se
manifestam na vida atual das pessoas na cidade em que vivem. Nesse sentido, pode-se tomar como
exemplos situações, hábitos e costumes locais (tradições) que parecem não ter mudado e que se repetem
há gerações (determinados festejos, modos de preparar alimentos, cantigas e brincadeiras, crendices e
superstições, sobre referência das comunidades indígenas e quilombolas, valores e hábitos de suas
culturas à formação social existente hoje Para o aprofundamento da habilidade, pode-se refletir que
permanência (tradições) não significa atrasado, ultrapassado, fora de moda, desatualizado ou parado no
tempo. As permanências são, ao contrário, valores, padrões culturais e sociais de continuidade e que
identificam uma sociedade, assim como as mudanças, que relevam a intencionalidade intrínseca de
garantir zoneamentos de poder simbólico e cultural.
H4. Esta habilidade diz respeito a relacionar como a necessidade de sobrevivência levou os grupos
humanos a interferirem na natureza por meios diversos (caça, coleta, pesca, derrubada da mata, plantio,
irrigação, domesticação de animais, construção de aldeias, paliçadas etc.), e entender que o nomadismo
e o sedentarismo foram alternativas para a sobrevivência humana e que ambos provocaram mudanças
no meio natural, a partir das comunidades indígenas existentes no território hoje denominado Três
Lagoas, região Costa Leste e outras tribos que viviam sedentariamente em nosso Estado de Mato Grosso
do Sul. É possível incluir habilidades que permitam ao estudante aprofundar o conceito de nomadismo,
compreendendo que ele não significa deslocamento contínuo e sem parar, mas com paradas temporárias
para trocas comerciais, plantio de culturas ligeiras e pastagem dos animais sendo, portanto, um modo de
vida que também interfere na natureza.
H5. Nesta habilidade, faz necessário apresentar elementos para compreensão de como as ocupações do
campo interferiram no meio natural e verificar os efeitos dessas intervenções, em diferentes territórios e
períodos temporais, a começar pelas mudanças na cidade, desde a sua organização social à econômica. A
habilidade trabalha com a ideia de causa e consequência, em consideração ao contexto, levando a
compreender que toda ação humana na natureza deixa marcas e provoca alterações ambientais. Pode-
se considerar a história local ou regional da ocupação do espaço e consequentes alterações no meio
natural: derrubada de florestas, alteração de solo, da superfície dos rios, da drenagem de pântanos ou
áreas alagadiças, assim como também as relações políticas entre o contexto local, regional e nacional
para o desenvolvimento das cidades, como Três Lagoas. Há, aqui, oportunidade de trabalho
interdisciplinar com a habilidade (MS.EF04HI05.s.05), da Geografia, associada à identificação de
mudanças na natureza causadas pela ação humana que podem ser contextualizadas com as mudanças
445
estruturais que o estudantes percebem no seu ambiente social e familiar. É relevante primar por
metodologias que contemplem o uso das TDIC, pois, dessa forma, a habilidade estará em correspondência
com a competência específica n. 7 e a geral n. 5.
H6. Está presente nesta habilidade a ideia de que a história da humanidade foi construída, também, por
meio desse do movimento de deslocamento de pessoas e mercadorias. Esse movimento, por sua vez, deu
origem às estruturas organizacionais complexas a partir de regras, regimentos, códigos e valores que
influenciaram para a construção de uma sociedade diversa e desigual, em à desagregação e diferenças
sociais entre pessoas de um mesmo grupo e diferenças entre grupos distintos. Pode-se, ainda, considerar
a possibilidade de pesquisar como era realizado o comércio na região no passado e as diferentes
modalidades de trabalho nos primórdios da formação de Três Lagoas e Mato Grosso do Sul, a figura do
caixeiro viajante, de tropeiros, de vendedores ambulantes (de alimentos, remédios populares,
aviamentos de costura) etc. Fontes orais serão importantes para essa atividade. A habilidade tem
correspondência com as específicas n. 2 e n. 5, de História. É relevante primar por metodologias que
contemplem o uso das TDIC, assim, a habilidade estará em correspondência com a competência específica
n. 7 e a geral n. 5.
H7. Esta habilidade consiste em perceber e explicar a importância das vias de circulação e meios de
transporte na formação das cidades, no desenvolvimento do comércio e nas transformações do meio
natural. A pesquisa de informações locais sobre vias hídricas, terrestres ou aéreas que contribuíram para
o desenvolvimento da região em estudo, e a identificação de diversos tipos de caminhos (trilhas, estradas,
hidrovias, ferrovias, aéreo) e transportes (muares, caminhão, balsa, barco, navio, trem e avião) pelos
quais as mercadorias e as pessoas chegam a sua cidade ou região. Compreender também situações de
isolamento (ex. margem dos rios) e a importância do funcionamento de diversas redes de comunicação
apresentando um panorama histórico das vias de acesso da cidade no passado. É importante que se
contextualize a formação da cidade, sobre os nomes dos pontos turísticos e históricos tradicionais, tais
como a Boiadeira, o Jatobá, o Obelisco, alguma via cujo nome lembre um caminho antigo (Estrada da
Boiada, Rota dos Tropeiros etc.) como referência, local de passagem, chegada e partida.
H8. Esta habilidade diz respeito a distinguir os diversos meios de comunicação (da oralidade às tecnologias
digitais de informação). Pode-se considerar a possibilidade de os estudantes conhecerem aparelhos
antigos de comunicação e seus dispositivos: telefone com disco, ficha telefônica de metal, rádio com
válvula, máquinas de escrever, fax, televisão de tubo, disquete, filme mudo etc. Sugere-se resgatar a
história da escrita e da comunicação (desde a pintura rupestre), considerando os sítios arqueológicos do
Estado de Mato Grosso do Sul. A habilidade tem correspondência com as específicas n. 2 e n. 5, de
História. Será relevante primar por metodologias que contemplem o uso das TDIC, assim, a habilidade
estará em correspondência com a competência específica n. 7 e a geral n. 5. É uma oportunidade de,
também, trabalhar a competência socioemocional da comunicação, com ênfase no uso da linguagem,
como forma de interação social.
H9. Esta habilidade consiste em identificar as causas que levam os grupos humanos a migrarem, desde o
surgimento da espécie humana na África, e os efeitos provocados nas regiões onde se fixam. É necessário
que o estudante perceba que os deslocamentos são inerentes à história da humanidade e que isso levou
à ocupação dos continentes, incluindo a América. Isso permite ao estudante perceber que os povos têm
uma origem comum no continente africano. Pode-se complementar a habilidade com mitos que tratam
da origem humana, refletindo sobre seus significados para os povos que os criaram. É possível, também,
considerar trabalhar com mapa mundi, promovendo um trabalho interdisciplinar com Geografia, para
instigar os estudantes a lançarem hipóteses para explicar por que os primeiros grupos humanos saíram
da África. No caso da ocupação do continente americano, por exemplo, que caminhos teriam sido
446
percorridos para povoar o continente? É possível, ainda, fazer um estudo sobre as migrações atuais na
humanidade causados por guerras e as mais variadas formas de perseguições, principalmente religiosas.
H10. A habilidade suscita pensar no contexto do confronto entre os três mundos (indígenas, portugueses
e africanos) e analisar, numa perspectiva geral, a influência deste encontro na constituição do povo
brasileiro, considerando também processos de inclusão e exclusão. Esta habilidade permite avançar no
estudo dos fluxos migratórios, voluntários ou forçados, para o Brasil, ao longo da História, também, de
outros povos (italianos, japoneses etc.) e explicar sua herança cultural para a sociedade brasileira (língua,
valores, costumes etc.). Para esse grupo etário, basta que o estudante tenha uma visão histórica mais
panorâmica da formação da sociedade brasileira, identificando os diversos fluxos migratórios, sua
cronologia e os motivos da migração para o Brasil, reconhecendo, enfim, a multiplicidade étnica da
sociedade. Pode-se considerar a visita a um sítio arqueológico, um quilombo, uma comunidade indígena,
uma colônia de imigrantes europeus ou a um museu etnológico para que os estudantes possam
reconhecer e avaliar a contribuição de diferentes povos na formação da sociedade brasileira. É possível,
ainda, aprofundar o tema abordando fluxos migratórios recentes (bolivianos, venezuelanos, haitianos
etc.) para o estudante identificar outras motivações dos processos migratórios (guerras, conflitos
políticos, catástrofes naturais etc.). Há, aqui, a oportunidade de trabalho interdisciplinar com as
habilidades (MS.EF15AR03.s.03) da Arte, (MS.EF04GE01.s.01) e (MS.EF04GE02.s.02), da Geografia, na
perspectiva da competência socioemocional de abertura para o novo, associando ao reconhecimento e
valorização da diferença e de influências na cultura brasileira, local ou regional.
H11. A habilidade diz respeito a avaliar se a migração ocorrida na sociedade em que vive o estudante
provocou ou não mudanças no espaço e nas relações sociais de seu lugar de vivência. Poderá ser
explorado os ciclos migratórios vividos em Três Lagoas, desde a construção da ferrovia, construção da
barragem e desenvolvimento industrial. Há, aqui, oportunidade de trabalho interdisciplinar com a
habilidade (MS.EF04GE02.s.02), da Geografia, associada ao estudo de processos migratórios. Pode-se
promover um debate sobre os fluxos migratórios (internos e internacionais) que contribuíram para a
formação do Brasil. O uso de fontes orais pode ser importante, além das TDIC, assim, a habilidade estará
em correspondência com a competência específica n. 7 e a geral n. 5. Promover, também, debates, na
perspectiva da competência socioemocional de abertura para o novo, de valorização da diferença, sobre
a influência das migrações dos refugiados de diversos países em tempos de guerras.
447
ENSINO FUNDAMENTAL I
HISTÓRIA
(MS.EF05HI06.s.06)
Comparar o uso de diferentes linguagens e
Registros da história: linguagens e culturas
448
As tradições orais e a (MS.EF05HI09.s.09)
Registros da história: valorização da memória. O Comparar pontos de vista sobre temas que
linguagens e culturas
surgimento da escrita e a impactam a vida cotidiana no tempo presente, por
noção de fonte para a meio do acesso a diferentes fontes, incluindo orais.
transmissão de saberes,
culturas e histórias
(MS.EF05HI10.s.10)
Os patrimônios materiais e Inventariar os patrimônios materiais e imateriais da
imateriais da humanidade humanidade e analisar mudanças e permanências
desses patrimônios ao longo do tempo.
METODOLOGIAS PARA A APRENDIZAGEM - 5º Ano
H1. Nesta habilidade deve-se perceber a relação entre modos de vida nômade e sedentária e o espaço
geográfico, entendendo como esse contribuiu para o surgimento das primeiras culturas sedentárias. A
partir do conhecimento prévio adquirido nas habilidades (MS.EF04HI01.s.01) e (MS.EF04HI01.s.02),
aprofunda-se o conteúdo tendo por objeto a passagem da pré-história para a história, com destaque para
a formação das primeiras cidades. Levar em conta que o espaço geográfico exerce influência nos processos
de fixação e formação dos povos, pois está diretamente ligado a condições de sobrevivência. É possível
prever o trabalho com mapas para o estudante localizar e investigar o meio natural das primeiras culturas
sedentárias no Egito (rio Nilo e deserto do Saara), Mesopotâmia (região alagadiça e pantanosa entre os
rios Tigre e Eufrates) e Paquistão (Vale do rio Indo). A análise deve ressaltar outros fatores explicativos
para a formação das primeiras sociedades sedentárias e mostrar que esse processo não foi a única
alternativa na história humana, a fim de não estabelecer um determinismo geográfico nem a ideia de
“progresso” entre nômades e sedentários. Pode-se considerar o contexto local - Mato Grosso do Sul -
investigando o meio natural e as primeiras culturas sedentárias que aqui se estabeleceram.
H2. A habilidade consiste em perceber que a vida em uma sociedade sedentária levou à formação do
Estado. Para esse grupo etário, importa que o estudante reconheça que a vida em sociedade exige algumas
regras de convivência, necessidade de organização social e formação de lideranças/ poder (o governo) que
dirige as decisões da sociedade. Nessa faixa etária, a ideia de Estado confunde-se com o poder autocrático
do rei, o que pode ser considerado correto tendo em vista o Estado antigo (Egito, Babilônia, Pérsia,
monarquia de Roma etc.). Pode-se usar, como contraponto ao Estado antigo, o Estado moderno
(democracia representativa), mostrando que poder político também tem uma história e que sofreu
transformações ao longo do tempo. Uma visão histórica mais panorâmica sobre a evolução das formas de
governo fornece aos estudantes um conhecimento prévio que será retomado e aprofundado no 6º ano. A
habilidade se comunica com as competências específicas n. 1 e n. 2, de História. Será relevante primar por
metodologias que contemplem o uso das TDIC, assim, a habilidade estará em correspondência com a
competência específica n. 7 e a geral n. 5.
H3. Esta habilidade diz respeito a examinar o papel da religião na organização do poder político dos povos
antigos, entendendo-a como expressão da identidade cultural desses povos. É importante desenvolver a
habilidade em seu contexto histórico, mostrando que a religião, na Antiguidade, era compartilhada por
toda sociedade e orientava as decisões políticas, o trabalho, as artes e as ciências. É importante considerar
a possibilidade de aprofundar o tema relacionando-o com o debate contemporâneo sobre o Estado laico
e o Estado confessional. Nesse caso, pode-se exemplificar com formas de governos atuais cujo sistema
político e jurídico está submetido à religião, como é o caso, por exemplo, da Arábia Saudita e do Irã. Pode-
se, ainda, destacar que as sociedades democráticas atuais comportam diferentes religiões, independentes
do poder político e, nas quais, a fé não é um fator excludente nem discriminatório na vida social. Dentro
desse contexto é possível o desenvolvimento da competência socioemocional de abertura para o novo,
com ênfase na valorização da diferença. Será relevante primar por metodologias que contemplem o uso
das TDIC, assim, a habilidade estará em correspondência com a competência específica n. 7 e a geral n. 5.
449
H4. Com esta habilidade deve-se entender o que é cidadania, considerando sua perspectiva histórica e a
assimilação no presente, e relacioná-la com o respeito às diferenças sociais, culturais e aos direitos
humanos. Pode-se exemplificar com situações concretas e próximas às experiências sociais dos
estudantes: respeito a negros e brancos, evangélicos e espíritas, obesos e magros, jovens e idosos etc. (os
exemplos duais são melhor compreendidos pelo estudante dessa faixa etária). Pode-se, ainda, considerar
uma atividade em que os estudantes possam vivenciar a noção de cidadania fazendo propostas para a
comunidade escolar, como, por exemplo, estabelecer regras para o bom desempenho na aula, propor
ações inclusivas voltadas para estudantes com deficiência, organizar o trânsito na frente da escola durante
a entrada e saída dos estudantes (oportunidade de se trabalhar com o Tema Contemporâneo Educação
para o Trânsito). Torna-se oportuno o desenvolvimento da competência socioemocional de abertura para
o novo e de colaboração, numa perspectiva de aceitação do outro, de empatia, de flexibilidade e de
valorização da diferença.
H5. Esta habilidade consiste em conhecer aspectos da história da cidadania entendendo-a como um
esforço social que levou tempo para se realizar e que passou por revoluções, resistências e acertos
coletivos. Para esse grupo etário, pode-se considerar uma visão histórica mais panorâmica, que pontue
marcos históricos importantes da conquista da cidadania: Atenas, século VI a.C., Revolução Francesa, 1789
e Declaração Universal dos Direitos Humanos, 1948. Pode-se considerar o trabalho com linha de tempo
para que o estudante possa entender e avaliar a transformação da sociedade e seus avanços sociais e
compreenda a historicidade do processo de conquista da cidadania. É importante contextualizar o tema à
luz da história recente do país, mostrando que a cidadania é a soma de conquistas cotidianas, na forma da
lei, de reparações às injustiças sociais, civis e políticas, como a conquista do voto feminino, a lei que
criminaliza preconceitos de raça e cor (Lei n. 7.716, de 5 de janeiro de 1989), a lei Maria da Penha (Lei n.
11.340, 7 de agosto de 2006) e o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n. 8.069/1990). É importante
refletir, também, sobre a efetivação da cidadania no Brasil, considerando o processo histórico ocorrido
entre o Império e a implementação da República e os desafios dos tempos atuais. A habilidade dialoga
com a competência específica n. 4, de História. Será relevante primar por metodologias que contemplem
o uso das TDIC, assim, a habilidade estará em correspondência com a competência específica n. 7 e a geral
n. 5.
H6. Esta habilidade diz respeito a identificar e discriminar diferentes formas de registros da História (oral,
escrita, pictografia, imagética, eletrônica, musical etc.) e avaliar seus efeitos na vida política, social e
cultural da sociedade. Os meios de comunicação estudados no ano anterior, na habilidade
MS.EF04HI08.s.08, ganham aqui um novo significado, o de registros de memória e, como tal, fontes da
História. Pode-se considerar a possibilidade de os estudantes vivenciarem diferentes formas de registro a
fim de perceber as dificuldades, limites e imprecisões que podem ocorrer na comunicação. Sugestões:
transmitir uma mensagem completa por “telefone sem fio”, por imagens, por mímica ou mesmo pelos
ícones usados nas redes sociais. É possível, ainda, avaliar o impacto da invenção da impressão nas
sociedades ocidentais em relação à difusão do conhecimento e da cultura letrada. Levar em conta que os
diferentes registros de linguagens são fundamentais para a preservação da memória e história dos povos
ao longo do tempo. Será relevante primar por metodologias que contemplem o uso das TDIC, assim, a
habilidade estará em correspondência com a competência específica n. 7 e a geral n. 5.
H7. Esta habilidade consiste em perceber que os marcos e registros da história foram produzidos e
difundidos por um grupo social e que, por isso, podem ser ou não representativos de todos os grupos que
compõem a sociedade. A habilidade é complexa, pois exige pensamento subjetivo para compreender a
produção do conhecimento histórico e historiográfico. Para esse grupo etário, é necessário que o
estudante perceba que a escrita (ou o documento escrito) não é a única fonte da História e a reconstituição
do passado dos diversos grupos que compõem a sociedade pode ser feita por meio de outros tipos de
fontes, como relatos orais, lendas, rituais, formas de saber e fazer, objetos, fotos e construções. Pode-se
reconhecer a importância de outras fontes e marcos históricos, como registros de memória de povos sem
escrita (como as comunidades indígenas) ou sem acesso a documentos escritos (como os quilombolas),
450
destacando, nesses casos, a importância do patrimônio étnico-cultural e artístico para a preservação das
memórias e das identidades nacionais. Ter um olhar crítico para a produção dos marcos de memória,
atentar-se para as questões de dominação e poder que determinam e priorizam o que estará presente e,
o que ficará ausente nos registros históricos. A habilidade tem correspondência com a competência n. 3,
específica de História. Será relevante primar por metodologias que contemplem o uso das TDIC, assim, a
habilidade estará em correspondência com a competência específica n. 7 e a geral n. 5.
H8. Esta habilidade consiste em perceber que os marcos e registros da história foram produzidos e
difundidos por um grupo social e que, por isso, podem ser ou não representativos de todos os grupos que
compõem a sociedade. Ela aprofunda a (MS.EF05HI07.s.07), entretanto, agora atinge certo grau de
complexidade, pois exige pensamento subjetivo para compreender a produção do conhecimento
histórico. Para esse grupo etário, é necessário que o estudante perceba que a escrita (ou o documento
escrito) não é a única fonte da história e a reconstituição do passado dos diversos grupos que compõem a
sociedade pode ser feita por meio de outros tipos de fontes, como relatos orais, lendas, rituais, formas de
saber e fazer, objetos, fotos e construções. Pode-se reconhecer a importância de outras fontes e marcos
históricos, como registros de memória de povos sem escrita (como as comunidades indígenas) ou sem
acesso a documentos escritos (como os quilombolas), destacando, nesses casos, a importância do
patrimônio étnico-cultural e artístico para a preservação das memórias e das identidades nacionais. É
importante citar denominações que identificam grupos étnicos que compõem a população de Mato
Grosso do Sul e, quando possível, mostrar os resquícios de memória dessas populações. Ter um olhar
crítico para a produção dos marcos de memória. Ressaltar que o silêncio, também, fala muito sobre a
história e memória. Atentar-se para as questões de dominação e poder que determinam e priorizam o que
estará presente e o que ficará ausente nos registros históricos. A habilidade relaciona-se com a
competência específica n. 04.
H9. Nesta habilidade os estudantes devem pesquisar temas impactantes e relevantes da atualidade,
coletar opiniões sobre eles e comparar esses pontos de vista. Essas são habilidades que mobilizam outras,
como escutar atentamente, cotejar, contrapor e julgar. Para a criança, não é uma tarefa fácil lidar com
opiniões divergentes de adultos. Essa atividade fortalece o diálogo como forma de resolver conflitos e
permite refletir que existem diferentes formas de entender ou explicar uma mesma situação.
Pode-se considerar o trabalho com temas atuais que permitam discutir a importância da escrita como
fonte e registro da história. Por exemplo, a divulgação de “fake news” pelas redes sociais e o “bullying”
digital (ou “cyberbullying”) são temas que impactam a vida cotidiana, especialmente dos adolescentes, na
medida em que criam ou inventam uma história parcial, tendenciosa e distorcida sobre alguém ou um
fato. É conveniente abordar o tema integrador “Conscientização, prevenção e combate à intimidação
sistemática (bullying)”, tratando o assunto numa abordagem crítica, de conscientização, de prevenção e
de combate a todos os tipos de violência, em especial ao bullying, e estabeleçam a cultura da paz. A
habilidade dialoga com a competência específica n. 04, de História. Será relevante primar por
metodologias que contemplem o uso das TDIC, para que possam desenvolver as habilidades de
argumentação, de investigação e de autoria.
H10. Espera-se que o estudante reconheça os patrimônios materiais e imateriais da humanidade, analise
e avalie suas diferentes formas, numa perspectiva de valorização e preservação da história da
humanidade, com ênfase no senso de pertencimento. Direcione um olhar, também, para os patrimônios
no âmbito regional /local, os patrimônios materiais e imateriais da humanidade, analisando as
transformações e permanências desses patrimônios como registros ao longo da história. Promova
pesquisa e análise de documentos, fotografias antigas, relatos e outros materiais afins. É importante,
também, abordar o tema integrador de preservação do patrimônio cultural, tratando o assunto numa
abordagem crítica, buscando o despertar para a valorização e preservação desses patrimônios (material e
imaterial), fontes imprescindíveis para a compreensão de nossas origens.
451