Didatica Musica

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1.

FUNDAMENTOS DA DIDÁTICA
Conceito, objeto de estudo e funções da Didática

Desde tempos remotos, as comunidades primitivas apresentavam formas de


ensinar, por meio de ritos, que marcavam a inserção dos jovens na vida adulta.
Percebe-se neste sentido, indícios de ações pedagógicas, as quais foram
ganhando formas diferenciadas de aprendizagem, consequentemente a
evolução do ato de ensinar foi abrindo espaço para a necessidade de se ter um
conceito de didática.

A primeira intencionalidade de conceituação do termo Didática, em se tratando


de registro formal foi feita por Yohannies Amos Comenius (1592-1670), o qual
em sua obra: Didática Magna (1621-1657) disse que Didática “é a arte de
ensinar tudo a todos” (GOMES, 2001). Ao lermos o livro de Comenius
entendemos que este autor se baseava tanto no aspecto da observação
quanto no respeito às etapas do desenvolvimento natural da criança, o que
fora reforçado muito tempo depois pela Teoria Construtivista Piagetiana, ou
seja, embora em uma época tão distante, ainda no início da Modernidade,
mais do que nunca as ideias de Comenius são tão vivas dentro de um contexto
atual da Pós- Modernidade ou Contemporaneidade.
                                       
Fonte: https://geppedufc.files.wordpress.com/2015/03/banner-gepped-3.png

Vale analisar as palavras de Amos Comenius:

Tratado da Arte Universal de


Ensinar tudo a todos ou
processo seguro e excelente de
instituir em todas as
comunidades de qualquer
Reino cristão, cidades e aldeias,
escolas tais que toda a
juventude de um e de outro
sexo, sem excetuar ninguém em
siveiarte alguma, possa
ser formada nos estudos,
educada nos bons
costumes, impregnada de
piedade, e, desta maneira, possa
ser nos anos da puberdade,
instruída em tudo o que diz
respeito à vida presente e à
futura, com economia de tempo
e de fadiga, com agrado e com
solidez. Onde os
fundamentos de todas as coisas
que se aconselham são tirados
da própria natureza das coisas; a
sua verdade é demonstrada com
exemplos paralelos das artes
mecânicas; o curso dos
estudos é distribuído por anos,
meses, dias e horas; e, enfim, é
indicado um caminho fácil e
seguro de pôr estas coisas em
prática com bons resultados.
(GOMES, 2001, p. 11).

No atual contexto educacional pode-se encontrar muitos autores que ousaram


pesquisar sobre Didática, dentre esses destacam-se, Claudino Piletti, José
Carlos Libâneo, Regina Célia e Argemiro Aluísio Karling. Vale analisar os
conceitos destes educadores que muitos contribuem para a qualidade da
prática pedagógica de quem se propõe a ensinar.
Em seu livro, “A Didática Necessária”, Karling (1991, p.24) afirma que Didática “é
a ciência, a técnica e a arte de bem orientar a aprendizagem e de conseguir
que o aluno queira aprender”. Percebe-se neste conceito uma abrangência
significativa, no qual é possível reconhecer a didática como ciência porque
pôde ser testada e comprovada; é técnica porque permite o desenvolvimento
de habilidades, por meio de métodos; é arte porque oportuniza ao aprendente
o exercício de seu potencial criativo.

No seu livro “Didática”, Libâneo (2002, p.16) conceitua-a como “uma disciplina
que estuda os objetivos, os conteúdos, os meios e as condições do processo de
ensino tendo em vista finalidades educacionais, que são sempre sociais”. Neste
conceito, Libâneo destaca os elementos principais do processo de ensino, o
que se constitui em tópicos deste trabalho de forma pontual.

Claudino Piletti (2004) define, em seu livro “Didática Geral” didática como “a
técnica de estimular, dirigir e encaminhar, no decurso da aprendizagem, a
formação do homem”, mas adverte que não se pode restringi-la dentro de
uma concepção meramente técnica e sim, sob a perspectiva do alcance da
aprendizagem do indivíduo.

Regina Célia Hayd (2011, p.13) é bastante objetiva ao conceituar didática como
“ciência e arte do ensino” concordando assim com o conceito de Karling (1991).

O objeto de estudo da Didática é o processo de ensino. No ensino encontrase a


instrução e a instrumentalização necessárias para o trabalho docente. Dessa
forma, sendo o processo de ensino o objeto de estudo da Didática, este
também contempla os objetivos, os conteúdos programáticos, os recursos
didáticos, os procedimentos metodológicos e o processo de avaliação da ação
docente e discente, assim como as diretrizes que regulamentam esse processo
(LIBANEO, 2002).

A Didática abrange a arte de ensinar, por meio da provisão dos fundamentos,


que auxiliam os docentes na construção de situações de aprendizagem na sala
de aula.

1. FUNDAMENTOS DA DIDÁTICA
1.1. Continuação
Segundo Angelina Gatti (2010), o processo de ensino compreende as ações ou
atividades e estratégias elencadas pelo professor para a promoção do
aprendizado do aluno e essas práticas se encaixam dentro de quatro
concepções.
A primeira concepção se refere ao aspecto técnico-instrumental, que
compreende os métodos, técnicas e recursos para o ensino, dentro de uma
organização prévia. A segunda concepção compreende o aspecto cognitivo,
que por sua vez, deve se fundamentar em teorias associadas à consistência
desse ensino.
A terceira concepção está ligada ao próprio aprendente, sob a perspectiva do
Construtivismo de Jean Piaget e do Sociointeracionismo de Lev Vygotsky. A
quarta concepção diz respeito à relação teoria-prática. Aqui situa-se a
prática: reflexão-ação-reflexão, em que o docente deve considerar a
cientificidade de suas pesquisas e estudos na renovação permanente de seus
conhecimentos.

         Fonte: https://image.slidesharecdn.com/histriadapedagogiaedadidtica-
120318222837-phpapp02/95/histria-da-pedagogia-e-da-didtica-11-728.jpg?
cb=1332110047

Em se tratando das Funções da Didática, vale frisar que a principal delas é


o alcance de objetivos educacionais e de aprendizagem. Segundo Karling
(1991, p.30) esses objetivos “já vêm determinada pelas leis. Mas, esses
objetivos são muito abstratos e distantes da realidade e têm pouco sentido
prático. A educação deve, antes de tudo, resolver os problemas reais, sentidos
pela população”.

Em primeira instância, no início do processo de escolaridade, a Didática


tem função educativa. No decorrer deste processo ela tem a função de facilitar
a  aprendizagem, por meio de estímulos e seleção de técnicas adequadas para
contextos diferenciados. No tocante a esses estímulos, ajuda os alunos a
estarem com suas mentes abertas e predispostas a aceitarem de forma
consciente o fato de serem capazes de descobrirem cada vez mais, situações
novas de aprendizagem.

Segundo Pilleti (2004, p.110), “as funções didáticas são orientações para o
professor dirigir o processo completo de aprendizagem e de aquisição de
diferentes qualidades”. Para Libâneo (2002, p.175), “funções didáticas são
movimentos/ passos do processo de aprendizagem no decorrer de uma aula
ou unidade didática”.

A Didática também tem a função de oportunizar aos alunos, condições para


estruturarem as informações recebidas, no sentido de alcançarem sua
autonomia e exercitarem seu potencial criativo.

É a Didática que orienta o


professor e indica critérios para
que sejam selecionados os
objetivos para a educação. É a
Didática, com a ajuda da
Filosofia da Educação, que diz
quais os critérios que devemos
utilizar para selecionar o
conteúdo, as atividades e as
experiências de aprendizagem
dos alunos. É a Didática que
orienta o professor quanto aos
recursos de incentivação e
maneiras de trabalhar, de forma
a envolver o aluno, conseguir
sua participação ativa e tornar a
aprendizagem agradável. Para
qualquer uma das situações
acima, o primeiro critério a ser
considerado é o que toda
atividade, experiência e objetivo
a ser buscado pela educação
deve atender, primeiramente, às
necessidades do aluno, pois
estas é que são as principais
determinantes da motivação
dele. (KARLING, 1991, p. 34).

É possível sintetizar as funções da Didática de modo a considerar o processo


de ensino em etapas, as quais inicia-se pela intenção de ajudar o aluno a estar
motivado para a aprendizagem, logo após, enfatizar a mediação dessa
aprendizagem, por meio da interação afetuosa entre professor-aluno, em
seguida, oferecer aos alunos condições suficientes de domínio de mecanismos
de sua aprendizagem e de obtenção de autonomia nesse processo e, por fim,
avaliar o que se pode melhorar, visando a potencialização da construção da
aprendizagem.

                          Fonte: https://apedroacademico.blogspot.com/2012/04/funcoes-
didacticas-pro-antonio-pedro.html

1. ELEMENTOS DO PROCESSO DE
ENSINO
Planejamento e Plano no Ensino de Música

O planejamento é uma das ações mais importantes do processo de


ensinoaprendizagem. Esse ato implica em o professor refletir sobre o que
fazer, como fazer, porque fazer e para que fazer em sua prática pedagógica,
isto é, planejar é prever os atos interventivos, para atingir superação no
processo de aprendizagem. Já o plano é o produto do planejamento.

Enquanto o planejamento está no plano subjetivo (ideias e reflexões), o plano


está no plano objetivo, isto é, este é a manifestação gráfica daquele. O Plano
sendo o produto do planejamento significa que para que ele exista já houve
um processo de racionalização, organização de ações, que criaram condições
para o alcance dos objetivos, que por sua vez, permeiam toda atividade escolar
e a problematização de contextos sociais (LIBÂNEO, 1994).

O Planejamento é um ato político e, vale lembrar que ocorre no cenário escolar


“está recheado de influências econômicas, políticas e culturais, isto quer dizer
que os elementos que constituem a escola são influenciados diretamente pela
sociedade” (FONSECA & FONSECA, 2016, p. 53). Assim, o plano nada mais é do
que “a formalização sistematizada e justificada de um conjunto de decisões
tomadas, relativas a ação, envolvendo desse modo, uma discussão prévia
sobre os fins e objetivos do planejamento” (FONSECA& FONSECA, 2016, p. 54).

                
Fonte: https://image.slidesharecdn.com/planejamentoepoltica
     educacional-160409024038/95/planejamento-e-poltica-educacional-6-
638.jpg?cb=1460169686
              Fonte: https://image.slidesharecdn.com/planejamentoescolar-
130417205556-phpapp01/95/plano-de-aula-prtica-esquecida-pelo-professor-9-
638.jpg?cb=1366233272

Vale ressaltar que um bom planejamento requer do professor algumas


marcas peculiares à prática pedagógica de cada um. No entanto, existem
marcas essenciais e comuns, indispensáveis a qualquer planejamento.

A postura aberta às correções também chamada de flexibilidade é a


primeira marca essencial; o caráter participativo é a segunda marca essencial
(ALMEIDA et al., 2015), ou seja, o planejamento precisa apresentar-se como
“resultado de um processo coletivo de construção de ideias e práticas”
(ALMEIDA, 2002, p. 56). 

Outra marca essencial é a coerência, que é a relação lógica entre os


elementos que compõem o plano (objetivos, conteúdos, metodologia, recursos
e avaliação); entre os vários Planos de Ensino (Plano de Curso, Plano de
Unidade e Plano de Aula; e entre os Planos de Ensino e “os elementos
constitutivos da identidade da escola – o Projeto Pedagógico, o Plano de
Desenvolvimento da Escola e o Regimento Escolar” (SILVA, 2002, p. 62).

A objetividade e ousadia criativa fazem parte das marcas essenciais de


um planejamento, ou seja, um planejamento consistente é gerador de
mudanças (ALMEIDA et al., 2015).
Quanto aos componentes básicos do Planejamento de Ensino tem-se os:

Objetivos - é o que se pretende alcançar como resultado de toda


ação pedagógica. Os objetivos surgem de situações oriundas da comunidade
da família, da escola, da disciplina, do professor e, principalmente do aluno.
Os objetivos são sempre do aluno e para o aluno (PILETTI, 2004). Deve-
se reforçar os objetivos que:

[...] revelem o real intuito de levar o


aluno a se apropriar do
conhecimento científico e universal,
a tomar posse deste para uso nas
suas lutas sociais cotidianas; que
contribuam com o seu processo
de desalienação, propiciando o
exercício de práticas cidadãs e
democráticas, de
autoconhecimento e realização
pessoal; que o ajudem a se
tornar livre do preconceito, do medo,
da ignorância, da sensação de
incapacidade e de impossibilidade
de reverter as mais variadas
situações de opressão e
marginalidade as quais esteja
submetido mudanças. (ALMEIDA et
al., 2015, p 77).

Recomendam-se os objetivos gerais para Plano de Curso, Plano de


Disciplina ou para Plano de Unidade. Para plano de aula, apenas a utilização de
objetivos específicos, haja vista que a aula é apenas um recorte pequeno de
toda Unidade da disciplina ou do curso;

Conteúdos - é a organização do conhecimento em si. Estão relacionados às


experiências educativas no campo do conhecimento,
devidamente selecionados e organizados pela escola. São instrumentos
básicos para se conseguir atingir os objetivos. Deve-se ter os seguintes
cuidados na seleção dos conteúdos: os conteúdos devem estar relacionados
com os objetivos definidos; os conteúdos devem ser os mais centrais e atuais
possíveis; os conteúdos devem suscitar leituras nas entrelinhas; devem ir do
mais simples ao mais complexo (PILETTI, 2004);
Metodologia/Procedimentos de Ensino - tudo aquilo que o professor utiliza
como processo/forma de ajudar o aluno a estar diretamente ligado
aos conhecimentos, que irão, por sua vez, mudar seu comportamento, em
função dos objetivos propostos anteriormente. Quando organiza as condições
externas à aprendizagem do aluno, o professor lança mão de meios ou de
formas de ações, denominadas técnicas de ensino, as quais vão incitar o
envolvimento dos alunos no processo de aprendizagem;

Recursos de Ensino - são os componentes do ambiente de aprendizagem, que


ajudam a estimular o interesse do aluno para aquisição de
novos conhecimentos. Podem ser humanos (professor, alunos, pessoal escolar
e comunidade); Materiais (quadro, pincel, projetor de
multimídia/Datashow, caixa de som, instrumentos musicais etc.). Os recursos
podem constar dentro da metodologia, aliados à forma escolhida pelo
professor para a construção do conhecimento. Ex: Exposição oral e dialogada
(metodologia), feita por meio de projetor de multimídia/Datashow (recurso);

Avaliação - verificação do grau de resultados em relação aos objetivos. Deve-


se levar em consideração a situação em que o aluno está inserido. A avaliação
é um processo constante, pois inicia-se desde a seleção das formas de
avaliação, passando pela produção dos instrumentos de
avaliação selecionados, aplicação dos critérios aos dados de avaliação, a
interpretação da avaliação até à comparação dos resultados com os critérios
estabelecidos;

Referências - são fontes utilizadas pelo professor na pesquisa e leitura dos


conteúdos trabalhados, como por exemplo, e-Books, livros
impressos,apostilas, artigos de revistas etc.
Fonte: http://s3.amazonaws.com/magoo/ABAAAfpFoAH-0.jpg

2. Relação entre professor e aluno


As relações interpessoais, de maneira geral, são bastante complexas, mas
necessárias para o fortalecimento profissional e para denunciar os ajustes que
se fazem necessários nos comportamentos individuais. Por isso, é importante
refletir sobre a relação professor-aluno, a qual se define por aspectos de
responsabilidade, compromisso e interesse. Se essa relação docente-discente
for subjugada pelo respeito e pelo eixo democrático se constituirá em fonte de
construção de valores e, portanto, de mais qualidade no contexto ensino-
aprendizagem.

Para Gadotti (1999), o educador eficiente deve se colocar na posição de quem


não sabe de tudo e ainda, reconhecer e valorizar os conhecimentos prévios
dos alunos como agregadores de conhecimentos novos, independentemente
do nível cultural deste discente.

Conduzido assim, o aprender se


torna mais interessante quando o
aluno se sente parte e contemplado
pelas atitudes e métodos
de motivação em sala de aula. O
prazer pelo aprender não é uma
atividade que
surge espontaneamente nos alunos,
pois, não é uma tarefa que cumprem
com satisfação, sendo em alguns
casos encarada como obrigação.
Para que o professor consiga êxito
entre os alunos, cabe uma difícil
tarefa de despertá-los à
curiosidade, ao aprendizado
prazeroso, e à necessidade
de cultivar sempre novos
conhecimentos em meio às
atividades propostas e
acompanhadas pelo professor.
(BRAIT et al., 2010, p. 3).

Há que se ter consciência de que o fim principal da ciência é o bem-estar do


ser humano. O aluno é o ser protagonista do ensino-aprendizagem e está em
formação, mas já possui conhecimentos que devem ser considerados pelo
professor.

[...] é o modo de agir do professor


em sala de aula, mais do que suas
características de personalidade que
colabora para uma adequada
aprendizagem dos alunos,
fundamentada numa determinada
concepção do papel do professor,
que por sua vez reflete valores e
paradigmas da sociedade. (ABREU &
MASETTO, 1990, p. 115).

Sabe-se que é de suma importância que haja afetividade, confiança e respeito


entre professor-aluno para que aconteça o desenvolvimento de habilidades
específicas do aluno, todavia, os professores não podem permitir que o
sentimentalismo implique no cumprimento ético do seu dever de educador,
que forma opiniões (SIQUEIRA, 2005).

Atualmente, existe uma lacuna muito grande em se tratando de respeito e


democracia na postura de muitos professores, que teimam em doutrinar seus
alunos a partir de ideologias específicas, que por si só, não contemplam os
interesses de muitos alunos e não efetiva a pluralidade de pensamentos e
ideias. Isso prejudica o ensino-aprendizagem e ainda promove conflitos
interpessoais na sociedade.

Logo, a relação professor/aluno em


meio ao ensino/ aprendizagem,
depende fundamentalmente, do
ambiente estabelecido pelo
professor, da relação empática com
seus alunos, de sua capacidade de
ouvir, refletir e discutir o nível
de compreensão dos alunos e da
criação das pontes entre o seu
conhecimento e o deles.
Indica também, que o professor,
educador da era industrial com raras
exceções, deve buscar educar para
as mudanças, para a autonomia no
mundo real, para a liberdade
possível numa abordagem global,
trabalhando o lado positivo dos
alunos e para a formação de um
cidadão consciente de seus deveres
e de suas responsabilidades
sociais. (BRAIT et al., 2010, p. 6).

Muitos têm sido os debates sobre quais as condições que respaldam um bom
ensino e os resultados significativos de aprendizagem dos discentes. Há os que
afirmam que o fator principal está no professor, no seu conhecimento, na
sua explicação da matéria e na sua segurança de conduzir a turma.

O educador de fato é responsável pelas atividades de ensino, mas tudo isso é


feito para promoção da autonomia do aluno no processo de aprendizagem.
Não é uma tarefa fácil, por isso a contribuição da Didática é ajudar a resolver a
contradição entre o ensino e a aprendizagem, a detectar as dificuldades
enfrentadas pelos alunos na assimilação ativa dos conteúdos e a encontrar os
procedimentos para que eles próprios superem tais dificuldades e progridam
no desenvolvimento intelectual.
                                           
Fonte: https://central3.to.gov.br/arquivo/359672_1000.jpg

3. Democratização do Ensino de
Música nas Escolas
       
Fonte: https://media.gazetadopovo.com.br/2011/04/60c63a1c7ee522a039f56d
45dbd5bcb9-gpMedium.jpg

A vivência musical no contexto educacional faz parte da cultura de uma nação.


É quase que geral se ouvir uma resposta positiva quando a pergunta é se a
música é importante para o ser humano. A música enquanto ciência é
impreterível no ambiente escolar, pois contribui para a formação integral do
indivíduo. Dessa forma, deve ser valorizada como essencial e não como
coadjuvante no processo de aprendizagem, como se fosse subjugada por
outras disciplinas ou áreas de saber.

A música não tem sido vista pela sua


real importância bem que a possui,
mas como se estivesse a dispor de
todas as outras áreas do saber. É
muito comum se ouvir por exemplo:
‘a aula de flauta irá ajudá-la com a
timidez’, ‘o canto coral, vai ajudá-lo a
se expressar melhor’, ‘música ajuda
na educação física’, ‘é bom para
relaxar’. Como se a finalidade, ou o
serviço principal fosse atendimento à
necessidades, principalmente
as atividades comemorativas da
escola, ‘Dia das mães’,’Dia da água’
etc. (JUNIOR; BARBOSA; LIMA, 2016,
p. 23).
O que se defende é um ensino mais promissor, que não se configure a
uma ideia de preenchimento de lacunas quando se trata de arte. Concorda-se
com Swanwick (2003), que enfatiza o estudo de música de forma musical e a
Música, como ciência se faz valer por si mesma e se trabalhada de forma
adequada se constitui numa ferramenta de exercício crítico.

A arte musical contribui para fortalecer as funções singulares do indivíduo, pois


“podemos dizer que cada indivíduo aprende a ser homem” (LONTIEV apud
FONTANA CRUZ, 2011, p. 58). A pesquisa sobre o ensino de Música e suas
relações com outras disciplinas ou outras áreas do saber
cresce consideravelmente desde a sanção da Lei nº 11.769/2008 pelo então
Presidente da República, Luiz Inácio da Silva, que alterou a Lei nº 9394/96 (Lei
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) e tornou obrigatório o ensino de
Música nas escolas de Educação Básica. Em maio de 2016, foi sancionada pela
então presidente Dilma Rousself, a Lei nº 13.278 (BRASIL, 2016 apud
OLIVEIRA & BORGES, 2017), que torna obrigatório as artes visuais, a dança, a
música e o teatro no currículo da Educação Básica. Essa Lei trouxe a promoção
de condições favoráveis à implementação desses componentes curriculares
em todos os níveis da Educação Básica num período máximo de cinco anos.

O acesso à escola e à educação formalizada de um modo geral, ainda é não


é uma realidade para todos e todas. “A escola que temos, pelo menos
enquanto situação burocrática, ainda está, predominantemente, arraigada a
um sistema eurocêntrico, colonial e seletivo que desqualifica os
subalternizados” (SILVA apud OLIVEIRA & BORGES, 2012, p. 72).

Com o ensino de Música não é diferente, pois a tradição do sistema


escolar valoriza mais disciplinas de cunho utilitarista do que as disciplinas
voltadas às artes e às ciências humanas. Dentro desse contexto, o ensino de
Música é bastante comprometido, seja pelo tempo dedicado a ele, seja pelos
recursos necessários a formação da clientela, que na sua maioria é humilde. As
aulas de música nas escolas brasileiras (quando presentes) apresentam uma
forte influência da cultura clássica europeia e são mais teóricas do que
práticas (OLIVEIRA & BORGES, 2017).

Segundo a Associação Brasileira de Educação Musical (ABEM), há a


necessidade da formação de professores de Educação musical, a oferta de
cursos de licenciatura na área e elaboração de projetos pedagógicos
adequados que deem conta da diversidade cultural brasileira.

Cruvinel (2003 apud OLIVEIRA; BORGES, 2017) entende que a


musicalização, por meio do ensino coletivo, promove o acesso de mais pessoas
à música, quebrando o modelo tradicionalista de ensinar música, baseado nos
modelos  conservatoriais, já sinalizados anteriormente. Assim, ensinar música
na coletividade é uma possibilidade de o educador musical ter condições de
ajudar os alunos a construírem o conhecimento musical e a partir dele, situá-
los na sociedade na qual estão inseridos (as), ligando os conhecimentos que
são adquiridos na aula com os saberes prévios que já trazem, fazendo a
socialização na sala de aula.

4. Resumo
Recapitulando o que foi estudado é importante frisar que enquanto o
planejamento está no plano subjetivo (ideias e reflexões), o plano está no
plano objetivo, isto é, este é a manifestação gráfica daquele. O Plano sendo o
produto do planejamento significa que para que ele exista já houve um
processo de racionalização, organização de ações, que criaram condições para
o alcance dos objetivos, que por sua vez, permeiam toda atividade escolar e a
problematização de contextos sociais. Refletimos que um bom planejamento
requer do professor algumas marcas peculiares à prática pedagógica de cada
um. A postura aberta às correções também chamada de flexibilidade é a
primeira marca essencial; o caráter participativo é a segunda marca essencial.
Outra marca essencial é a coerência, que é a relação lógica entre os elementos
que compõem o plano (objetivos, conteúdos, metodologia, recursos e
avaliação); entre os vários Planos de Ensino (Plano de Curso, Plano de Unidade
e Plano de Aula); e entre os Planos de Ensino e os elementos constitutivos da
identidade da escola – o Projeto Pedagógico, o Plano de Desenvolvimento da
Escola e o Regimento Escolar. A objetividade e ousadia criativa fazem parte das
marcas essenciais de um planejamento, ou seja, um planejamento consistente
é gerador de mudanças. Estudamos ainda que a relação professor-aluno se
define por aspectos de responsabilidade, compromisso e interesse. Se essa
relação docente-discente for subjugada pelo respeito e pelo eixo democrático
se constituirá em fonte de construção de valores e, portanto, de mais
qualidade no contexto ensino-aprendizagem.

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