Historia Oral - Possibilidades e Procedimentos - Sônia Maria de Freitas
Historia Oral - Possibilidades e Procedimentos - Sônia Maria de Freitas
Historia Oral - Possibilidades e Procedimentos - Sônia Maria de Freitas
II
IMPRENSA
USP _ UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO OFICIALSP
Reitor: Prof. Dr. Adolpho José Melfi
DIRETOR PRESIDENTE
Vice-Reitor: Prof. Dr, Hélio Nogueira da Cruz
Sérgio Kobayashi
~ia M~ria de Freitas
A
FFlCtWSP
DIRETOR INDUSTRIAL
Carlos Nicolaewsky
LETRAS E C1ENCIAS HUMANAS
Diretor: Prof. Dr. Sedi Hiranc DIRETOR FINANCEIRO E ADMINISTRATIVO
Vice-Diretora: Profa. Ora. Eni de Mesquita Samara
Richard Vainberg
\;\~
FFLCH/USP
Capa: José Luís Solsona da Silva e Ana Carolina P. Romero Lopes/SENAI Artes Gráficas-SI'.
Possibiltdades e procedimentos
Fotos da capa: Eduardo Castanho, Eliana Lopes, Rogerio Voltan
J
Marcos Eriv rron Vlelr ••
Ne vis, 1/1
de Baudolino com Nicetas Coniates, na obra
Thols 1()tI,l0 RI.'IIII'1 Beudolino, de Humberto Eco, p. 17).
/
SUMARIO
Apresentação 9
Prefácio 15
História Oral: a busca de uma definição 17
_ História Oral x Meios de Comunicação 22
A História da História Oral 27
- A Experiência em História Oral
na Grã-Bretanha ····· 29
- A História Oral no Brasil 31
História x História Oral x Memória 39
- As Reminiscências da Memória 51
- Lembrança e Esquecimento 60
- Da "Memória Pura" à
"Memória Histórica" 64
_ Seletividade e Subjetividade 68
História Oral: potencialidade e possibilidades 79
Metodologia de Coleta e Utilização
da História Oral ············· 85
- Elaboração de Projeto 87
_ Pesquisa 89
- O Roteiro ·.··················· 91
- A Entrevista e suas
Estratégias de Condução 93
- Local da Entrevista ······· 99
I
ca e metodológica dos historiadores brasilei-
ros (bem como de outros países da América
Latina): basta ver as bibliografias, incluindo
a deste volume, para perceber que cobrem
facilmente a produção teórica e a pesquisa
ção participativa de im ortantes movimen-
tos populares e sociaisLurb-ªnQs e rurais,_para
o~ quais a oralidade rEpresenta um instru-
rn~tº primário de CO}IlUniciçª9 é de_agre-
gação e que, portanto, se prestam de forma
proveniente de países e tradições diversas particularmente adequada ao_trabalho .com
(anglo-saxônica, francesa, italiana, etc.). as fon-tes orais.
Constantemente, na Europa e Estados Uni- Enfim, acrescento que os traços aind3)
dos, essas tradições não se comunicam mui- recentes e dolorosos da ditadura militar c0r:--IO
to entre si - e se conhece muito pouco das ferem uma relevância e uma intensidade mui- +-
sofisticadas contribuições dos historiadores to especial ao trabalho sobre a memória: se'll
orais latino-americanos. Paradoxalmente, e na Itália, a história do antifascismo e da re-
talvez pela sua posição original em relação sistência constituem, há meio século de dis-
aos centros tradicionais, a história oral bra- tância, ainda o terreno privilegiado da histó-'
sileira é capaz de ser menos provinciana e ria oral, isto é muito mais verdade para países
mais eclética. como o Brasil, onde a distância temporal e
14 I APRESENTAÇÃO
SÓNIA MARIA DE FREITAS I 15
Encontros e workshops, em diversas
instituições acadêmicas e culturais no país,
revelam o despreparo e a desinformação a
respeito das metodologias utilizadas. Diante
do exposto, surgiu a idéia de desenvolver o História Oral: a busca de uma definição
projeto que ora apresentamos. Ou seja, ele
nasceu da necessidade de instrumentalizar
as instituições e os profissionais da área.
Este manual foi organizado, a partir da /IAs pessoas sempre relataram suas histórias em
perspectiva historiográfica - minha área de conversas. Em todos os tempos, a história tem sido
formação e atuação -, por meio de uma abor- transmitida de boca a boca. Pais para filhos, mães
dagem teórica e prática, abrangendo as es- para filhas, avós para netos; os anciãos do lugar
para a geração mais nova, mexeriqueiros para ou-
pecificidades e problemáticas da documen-
vidos ávidos; todos, a seu modo, contam sobre
tação oral. Foi-me bastante valioso o estágio acontecimentos do passado, os interpretam, dão-
e.participação no curso "The Interview Me- lhes significado, mantêm viva a memória coletiva.·
thod in Social History", ministrado pelo Prof. Mesmo na nossa época de alfabetização generali-
Paul Thompson, na Universidade de Essex, zada e de grande penetração dos meios de comu-
nicação, 'a real e secreta história da humanidade'
Grã-Bretanha, além das pesquisas realizadas
é contada em conversas e, a maioria das pessoas
nas seguintes instituições: OralHistory Society ainda forma seu entendimento básico do próprio
(Grã-Bretanha); OralHistory Research Olfice, passado, por meio de conversas com outros."
Columbia University (Nova Iorque); Oral Ronald Grele
l!istory Olfice, University of California
(Berkeley) e Centro de Pesquisa e Documen-
tação-CPDOC, da FGV (Rio de Janeiro). Nas últimas décadas, pagInas e pági-
nas têm sido escritas sobre o assunto. Con-
ferências, seminários, congressos e encon-
tros debatem algumas questões cruciais: seria
mais correto falar História Oral ou fontes
orais? Seria a História Oral uma técnica, um
método ou um procedimento de pesquisa?
16 I PREFÁCIO
SÔNIA MARIA DE FREITAS I 17
Mas, afinal, o que será essa tal de História Itália e França encontramos uma vasta biblio-
Oral? rafia disponível sobre a história oral e tra-
História Oral é um método de pesquisa balhos feitos a partir dessa metodologia de
que utiliza a técnica da entrevista e outros pesquisa."
procedimentos articulados entre si, no regis- Na perspectiva do trabalho que realizo,
tro de narrativas da experiência humana. a História Oral tem como principal finalida-
Definida por Allan Nevis' como "moderna de criar fontes históricas. Portanto, essa do-
história oral" devido ao uso de recursos ele- cumentação deve ser armazenada, conser-
trônicos, a história oral é técnica e fonte, por vada, e sua abordagem inicial deve partir do
meio das quais se produz conhecimento: estabelecimento preciso dos objetivos da pes-
qUIsa.
"O mínimo que podemos dizer é que a História
. Oral é uma fonte, um documento, uma entrevista
A História Oral, no nosso ponto de vis-
gravada que podemos usar da mesma maneira que ta, pode ser dividida em três gêneros distin-
usamos uma notícia do jornal, ou uma referência tos:" tradição oral, história de vida, história
em um arquivo, em uma carta." 2 temática. Quanto à tradição oral, [an Vansina,
De abrangencia multidisciplinar, ela tem especialista em tradição oral africana, afirma
que "uma sociedade oral reconhece a fala não
sido sistematicamente utilizada por diversas
apenas como um meio de comunicação diá-
áreas das ciências humanas, a saber: Histó-
ria, mas, também, como um meio de preser-
ria, Sociologia, Antropologia, Lingüística,
vação da sabedoria dos ancestrais, venerada
Psicologia, entre outras. O uso de fontes orais
no que poderíamos chamar elocuções-cha-
no trabalho historiográfico é cada vez mais
comum. Nos Estados Unidos, Grã-Bretanha,
3 Nos Estados Unidos, gostaríamos de destacar a obra
Oral History: an interdisciplinsry anthologycitada an-
1 Oral history: how it was bom. In: DUNAWAY, D. K.; terionnente. Na Grã-Bretanha, anualmente a Oxford
BAuM,Willa K. (Ed.). Oral history: an interdisciplinary University Press publica o International Yearbook of
anthology. Nashville: American Association for State Oral History.
and Local History, 1985. p. 42. 4 Cf. FREITAS,Sónia Maria de. Contribuição à memória
2 CAMARGO, Aspásia. História oral e política. In: FERREIRA, da FFCL-USP: 1934-1954, 1992. Dissertação (Mestra-
M. de M. (Org.) História oral e multidisciplineridsde. do em História) - FFLCH/USP, São Paulo. Publicado
Rio de Janeiro: CPDOC/Diadorim/Finep, 1994. p. 78. pela editora Maltese como Reminiscências, em 1993.
que a palavra falada assumia, numa soei - " .. ibstituição da tradicional narrativa de
dade solidamente estabelecida sobre a escri- " ntecimentos por uma história-proble-
ta, e das dificuldades de preservação e di- 111;
vulgação, inerentes às fontes orais. Destarte, hi tória de todas as atividades humanas
como documento que deveria propiciar ao \ não apenas da história política;
historiador o resgate dos acontecimentos, "tal \) laboração com outras disciplinas, tais
como se sucederam", o testemunho oral ou omo a geografia, a sociologia, a psicolo-
escrito mostrava-se, evidentemente, uma gia, a economia, a lingüística e a antro-
fonte inadequada, só devendo ser utilizada pologia social.
como último recurso e, assim mesmo, com Esta última idéia foi decorrência das in-
extrema cautela. Iindáveis discussões que Febvre e Bloch man-
Um dos mais expressivos representan- Iiveram com o psicólogo social Charles Blo~-
tes dessa corrente foi Fustel de Coulanges, Iel e o sociólogo Maurice Halbwachs, cUJo
que defendeu tais idéias na obra La Monar- studo sobre a estrutura social da memória,
chie Franque, escrita em 1888. publicado em 1925, causou profunda impres-
A maior contribuição para a mudança são em Bloch.
do enfoque acima apresentado, foi o movi- 4) Introdução de diversos aspectos da vida
mento iniciado por Marc Bloch e Lucien social nos estudos da história, trabalha-
Febvre, com o lançamento da revista Anna- dos por Febvre: "a vida diária", o povo e
Ies, em 1929. A atuação do grupo colaborou as coisas, "coisas que a humanidade pro-
para a construção da História, como ciência, duz ou consome", alimentos, vestuário,
e para a renovação dos estudos da História. habitação, ferramentas, moeda, cidades;
O grupo dos Annales", no período de
1/
a "civilização material" e as representa-
1929 a 1969, principalmente, tinha concep- ções coletivas de Braudel; história socio-
ções comuns que foram resultado de deba- cultural por Emmanuel Le Roy Ladurie.
tes travados com historiadores tradicionais - Jacques Le Coff, Georges Duby;
ria não eram mais somente os documento I,,,di ão oral, portanto, sem escrita. E as tri-
"oficiais" . I (I,' indígenas brasileiras somente poderão
1'1' studadas a partir dos dados da Funai?
No Brasil, a maioria dos cientistas sociais
ainda vê a fotografia, a caricatura, a carta, o ses pesquisadores que defendem essa
diário, assim como o depoimento oral, como isão, diríamos que todo documento é ques-
fontes subsidiárias, possuidoras de baixo va- Ilonável e que todo documento escrito ou
lor histórico, embora essas fontes sejam fre- H'onográfico é limitado e subjetivo.
qüentemente utilizadas para ilustrar ou com- Entretanto, as atuais correntes da his-
provar alguma idéia. Há aqueles que acreditam loriografia tem ressaltado a necessidade de
na História Oral, porém assumindo uma pos- uma reavaliação dos critérios pelos quais se
tura de que o documento oral deve ser cruza- d termina a utilização e análise de fontes
do com outras fontes, de preferência escritas e históricas, pois na produção do conhecimen-
oficiais.Nessa perspectiva, os documentos orais to, fatores como a subjetividade e a seletivi-
visam a complementaridade e veracidade das dade são inevitáveis. Assim, a História Oral
informações, portanto, o cotejo das fontes. tem adquirido um novo status, devido aos
Há também aqueles que, em suas dis- novos significados atribuídos aos depoimen-
sertações, teses e ensaios, utilizam entrevis- tos, às histórias de vida, às biografias, etc.
tas como fonte de informação para preen- Adam Schaff, em sua obra História e
cher lacunas em suas pesquisas. Todavia, Verdade (1983), relata uma interessante pes-
esses trabalhos não fazem nenhuma menção quisa acerca das causas da Revolução Fran-
à História Oral e à vasta produção acerca des- cesa e conclui que o conhecimento dessas é
sa metodologia disponível no país e, muito um processo ainda inacabado e que: "[ ... ] a
menos, indicam as metodologias de pesqui- verdade histórica se constrói cada vez mais
sa utilizadas. complexa, cada vez mais precisa, a partir de
Segundo a visão e práticas desses his- verdades parciais e, neste sentido, relativas.
toriadores, que vêem no documento escrito [... ] o fato da diversidade, da variabilidade,
até mesmo da incompatibilidade dos pontos I IIIsmo, no que concerne à sua análise e
de vista dos historiadores que, potencialmen- I roblematização.
te, dispõem das mesmas fontes e, subjetiva- A História Oral fornece documentação
mente, aspiram à verdade, e só à verdade, 1""" reconstruir o passado recente, pois o
crendo mesmo tê-Ia realmente descoberto". I ontemporáneo é também história. A Histó-
(Schaff, 1983: 59) 11.1 Oral legitima a história do presente, pois
Adam Schaff destaca ainda (1983: 169) " história foi, durante muito tempo, relegada
que" o nosso conhecimento adquiriu neces- .ro passado.
sariamente a forma de um processo infinito Esse redimensionamento do trabalho do
que, aperfeiçoando o saber sobre diversos historiador e a crescente revalorização da
aspectos da realidade, analisada sob diferen- oralidade - embora mediatizada - trazida
tes prismas e acumulando verdades parciais, I ela expansão dos meios de comunicação de
não produz uma soma de conhecimentos, massa, como o rádio, a televisão, o cinema,
nem modificações puramente quantitativas discos, etc., indicam a oportunidade de uma
do saber, mas transformações qualitativas da revisão das posturas historiográficas que têm,
nossa visão da história". até hoje, olhado com grande desconfiança o
Segundo Maria Isaura P. Queiroz (1983: testemunho pessoal. É importante destacar
91), as "histórias de vida e depoimentos pes- que certos historiadores têm procurado orien-
soais, a partir do momento em que foram tar suas reflexões nesse sentido, apresentan-
gerados passam a constituir documentos do seus primeiros frutos.
como quaisquer outros, isto é, definem-se Na reconstrução do passado, a lingua-
em função das informações, indicações, es- gem auditiva, que se baseia essencialmente
clarecimentos escritos ou registrados, que no uso da voz, exercerá um papel funda-
levam a elucidações de determinadas ques- mental. Pois é como discurso que a memó-
tões e funcionam também como provas". ria evidencia todo um sistema de símbolos
O documento gravado, como qualquer e convenções produzidos e utilizados social-
tipo de documento, está sujeito a diversas mente. Além disso, a voz é um elemento em
leituras. O procedimento do historiador/pes- si mesmo. Suas variações dão sentido ao tex-
quisador diante de tal documento deverá ser to transmitido, transformam-no, dando-lhe,
110 I HISTÓRIA ORAL X PROJETOS INDIVIDUAIS E I STlTUCIONAIS SÔNIA MARIA DE FREITAS I 111
sidade de versões, e fugindo da história ofi- OUso do Vídeo
cial, homogênea e redutora, o Setor de His-
tória Oral tem priorizado entrevistar imigran- Concebido para registrar e preservar a
tes anônimos e idosos. Afinal, esta talvez seja história da imigração e, levando em consi-
a última oportunidade para pessoas de 80, deração a importância da imagem e dos
90 e até 102 anos contarem suas experiên- novos meios de comunicação no mundo con-
cias de mudança de país e integração numa temporâneo, o projeto tem-se utilizado de
cultura totalmente diferente. Das suas nar- gravações em vídeo (fitas VHS, no sistema
rativas elnerge um cotidiano rico em alegrias, Pal-M, e cassete), as quais são processadas
aventuras, fantasias, sofrimento e resigna- conforme a metodologia da História Oral.
ção. O uso de um microfone de lapela melhorou
sensivelmente a qualidade da gravação.
Os imigrantes são localizados por meio
A utilização do vídeo na gravação dos
de suas igrejas, clubes, associações e insti-
tuições. Além disso, o Setor mantém um depoimentos nos permite captar muito além
das palavras: captamos os gestos das mãos,
cadastro permanente no próprio Museu. As
a expressão física e facial, os risos, as lágri-
entrevistas têm sido realizadas pela autora e
mas, o tom da voz, enfim, estórias de vida
gravadas no Museu ou na residência dos
comoventes. Como dito anteriormente, de
próprios depoentes. Fotos e documentos
forma alguma, resistência à cámera de vídeo
apresentados pelo imigrante são contextua-
foi por mim registrada; pelo contrário, as
lizados e identificados durante a entrevista.
pessoas que concordam em participar do
Esse material colabora no ato de rememora-
projeto sentem-se lembradas e valorizadas.
ção e, ao mesmo tempo, enriquece o acervo
Em suas narrativas percebemos os seus dra-
documental - iconográfico, textual e tridi-
mas pessoais, que na verdade, foi um dra-
mensional (objetos) -, seja ele emprestado
ma coletivo vivenciado por milhares de in-
para reprodução ou doado. Dessa maneira
divíduos.
estamos colaborando na captação de acervo
privado, sendo também um elo entre as fa-
mílias, as comunidades e o Museu.
112 I HISTÓRIA ORAL X PROJETOS INDIVIDUAIS E INSTlTUCIONAIS SÔNIA MARIA DE FREITAS I 113
A Transcrição Seguindo a tendência mundial das no-
vas tecnologias, o Setor implantou um siste-
Nesse projeto, a transcrição tem sido ma multimídia. A expressão multimídia sig-
uma das nossas grandes dificuldades, pois nifica "múltiplos meios", ou seja, este sistema
estamos lidando com uma infinidade de lín- é resultado da combinação de diversas téc-
guas e formas de expressão. Procuramos nicas num mesmo equipamento. O multi-
manter o "falar" do imigrante, tal como ele mídia reúne as capacidades do áudio (locu-
chegou até nós, com seus "estrangeirismos", ção ou música), texto, imagens fixas e em
seu "sotaque", enfim, seu estilo. Entretan-
movimento (vídeo). O multimídia desenvol-
to, alguns retoques no texto são indispensá-
vido para o Memorial contém imagens em
veis, mas com muita cautela para não inter-
movimento de trechos das entrevistas, resu-
ferir no sentido, seja para evitar excessos de
mos biográficos, fotos e fichas catalográficas.
erros, seja para conter vícios da linguagem
Esta estação cumpre a finalidade de divulgar
coloquial, que impeçam o fluir da leitura.
o acervo produzido, facilitando assim o aces-
Procuramos manter a seqüência, o "na- so dos usuários aos depoimentos dos imigran-
turalismo", a espontaneidade, enfim, tenta- tes. Os imigrantes que deram depoimento
mos manter a entrevista tal qual se sucedeu, podem ser conhecidos, através da Internet,
apesar das interferências na versão trans-
no site www.memorialdoimigrante.gov.sp.br.
crita.
selecionando-se o tema: Vida de Imigrante
e, em seguida, o país.
Produtos e Subprodutos
Questão de Identidade
São Paulo, __ de de
São Paulo, __ de de __ .
130 I ApÊNDICE
SÔNIA MARIA DE FREITAS I 131
------ --
DUNAWAY, D. K.; BAUM,WilIa K. (Eds.). Oral history: an interdis- LACAN,Jacques. 1901-1981. O seminário: livro 20: texto estabele-
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134 I BIBLIOGRAFIA