Aula 12 - Produ o de Etanol

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 34

PRODUÇÃO DE ETANOL

Etanol
CARACTERÍSTICAS
 Fórmula CH3CH2OH (C2H6O)

 Líquido incolor

 Massa específica 0,79 kg/l (20°C)

 Miscível com líquidos polares e apolares (água,


gasolina, glicerina)
 Cheiro característico, volátil, inflamável e solúvel
em água
 Ponto de ebulição: 78ºC

 Baixo ponto de fusão: -144,1ºC


Tipos de álcool etílico/etanol
 ÁLCOOL ETÍLICO HIDRATADO – utilização como combustível
automotivo
 ÁLCOOL ETÍLICO ANIDRO – utilização como aditivo na gasolina
para aumento da octanagem
 ÁLCOOL NEUTRO – aplicação bebidas, tintas e vernizes,
farmacêutica e alcoolquímica
 ÁLCOOL DESNATURADO – utilizado por distribuidoras de
combustível para diferenciar seu produto e torná-lo impróprio para
outro fim
Produção de Etanol
Fermentação
 Fermentação: processo mais antigo;

 Aplicação em escala verdadeiramente industrial em


torno de 1930

 Há 30 séculos os chineses destilavam o etanol a partir


de licor fermentado de arroz;

 Fermentação é o processo industrial dominante


(90% da produção mundial).
Produção de Etanol
Fermentação
MÁTÉRIAS PRIMAS
Açúcares: melaço, cana de açúcar, beterraba;

Amidos: milho, trigo, aveia, arroz, mandioca, batata doce,


ervilha, feijão.

Celuloses: madeira, resíduos industriais ou agrícolas.


Produção de Etanol
Fermentação
Matéria-prima para sacarose

Cana-de-açúcar
 > de 60% da produção mundial de sacarose
 Áreas tropicais
 Brasil = maior produtor mundial
www.infoescola.com
 Índia = 2° maior produtor mundial

Beterraba
 < de 40% da produção mundial
 Clima temperado (Europa)
 França e Alemanha são os maiores produtores
de açúcar de beterraba
www.infoescola.com
Cana-de-açúcar como matéria-prima

Para a indústria, os colmos de cana-de-açúcar:


 em estágio adiantado de maturação;
 sadios
 recém-cortados
 livres de matéria estranha.
Composição da cana-de-açúcar:
- 74,5 % de água
- 25 % de matéria orgânica - (sacarose, proteínas, fibras, gorduras, etc)
- 0,5 % de matéria mineral – (potássio, fósforo, cálcio)

Cana-de-açúcar para a indústria:


Fibra ~10 -16% Açúcar
Cana-de-açúcar Caldo Álcool
Aguardente
Produção de Etanol a partir de cana-de-açúcar
Processo genérico por fermentação

Colheita Recepção da Retalhamento


matéria-prima

Extração Filtração/Decantação Correção


do caldo do mosto

Esterilização
do mosto Fermentação Destilação Envase
(sulfitagem,
pasteurização)
1) Colheita
• Manual
- Despalha pelo fogo :
maior rendimento de corte
menor quantidade de impurezas
menor risco de animais peçonhentos
- Rendimento = 4 ton/cortador/dia

• Mecânica
- Combinação de corte e carregamento
- Não é necessário cortar a cana na indústria
- Irá substituir a manual
(fatores ambientais, econômicos e
escassez de mão-de-obra)
2) Recepção da matéria prima
Pagamento da cana depende da qualidade da cana
Análise da cana:
 Amostragem - 3 amostras em diferentes pontos da carga do veículo
 Preparo da amostra - desintegração e homogeneização
 Extração do caldo - prensa hidráulica, 500g de amostra
 Determinações analíticas do caldo (oBrix, Pol e fibras)

Lavagem
 Eliminar impurezas
(minerais e orgânicas)
2) Recepção da matéria prima
Estimar a maturação da cana-de-açúcar
Pelo refratômetro de campo é pelo índice de maturação (IM),
que fornece o quociente da relação.

IM= °Brix da ponta do colmo


°Brix da base do colmo

Admitem-se para a cana-de-açúcar, os seguintes estágios de maturação:


IM Estágio de Maturação
< 0,60 cana verde
0,60 - 0,85 cana em maturação
0,85 - 1,00 cana madura
> 1,00 cana em declínio de maturação
3) Retalhamento

Equipamentos
 Facas

 Desfibradores

Preparo da cana
 desintegração dos colmos
FONTE: Santa Elisa
 favorecer a capacidade da moenda

  quantidade de caldo extraído

 Diminuir a resistência das partes duras da cana

 Produção de uma massa fibrosa, densa e homogênea


Recepção + Retalhamento = Preparo para extração

Preparação da cana: Consiste na ruptura dos colmos para


liberação do caldo
4) Extração do caldo
Objetivo:
Extrair o caldo e recuperar o açúcar que está
dissolvido nos colmos da cana-de-açúcar

A extração é feita através de moendas


Rendimento - 93-95 %
4) Extração do caldo
Embebição:
Lavagem da cana para aumentar a extração do caldo;
Quantidade de água - depende do teor de fibra
Adiciona-se
O bagaço ainda Caldo secundário
Após a 1a água/caldo ao bagaço
tem caldo com SIMPLS/COMPOSTO
moenda na passagem pela
açúcar é obtido
moenda seguinte

Água da
embebição

Caldo secundário:
SIMPLES: embebição realizada com água
COMPOSTO: embebição com caldo diluído
4) Extração do caldo

Formas de realizar a
embebição
5) Filtração/Decantação

Filtração
 Retirar impurezas grosseiras como: pequenas partículas de
fibra de cana (bagacilhos), terra entre outros fragmentos.
 Realizada através de peneiras fixas, rotativas ou vibratórias e
em algumas empresas utiliza-se coadores fixos, normalmente
de náilon.

Decantação
 Separa as impurezas menores, não eliminadas na filtração,
que podem prejudicar a fermentação.
6) Correção do mosto

Mosto ideal - 14 a 18° Brix – 12 a 18% açúcares

°Brix baixo °Brix alto


fermentações mais rápidas, fermentação mais demorada;
fáceis e completas
fermentação incompleta (perda
a multiplicação da levedura é de açúcar);
favorecida
menor rendimento na
menores problemas na limpeza fermentação.
dos aparelhos
6) Correção do mosto

Correção do °Brix - Diagrama de Cobenze

Densidade do caldo=1,468 kg/L


a = °Brix do caldo (ex. 88° Brix)
b = °Brix da água (ex. 0)
M = °Brix do mosto (Ex. 16° Brix)
A= massa de caldo
B= massa de água
a=

b=
7) Esterilização do mosto

 Pasteurização
 Objetivo: reduzir os concorrentes para micro-organismo que
fermentará o caldo
 Geralmente, realizada em trocadores de calor à placas.

 Sulfitagem
 Realizada com metabissulfito de potássio ou sódio.
 Em água, liberação do gás sulfuroso (SO2).

 Objetivos:
 ação seletiva sobre as leveduras não produtoras de álcool.
 ação anti-oxidante
 ação reguladora da temperatura
8) FERMENTAÇÃO
8) Fermentação
Processo
• O mosto fermentado pela S. cerevisae contém cerca de 9% a
10% de álcool.

• O tempo de fermentação varia, em média, de 6 a 24 horas.

• Após a fermentação a levedura é recuperada por


centrifugação

• O mosto fermentado segue para a destilação.


8) Fermentação
Via de Embden-Meyerhof

PRODUÇÃO DE ETANOL A
PARTIR DE GLICOSE
8) Fermentação
Inóculo

 Leveduras - espécie industrial mais importante = S. cerevisiae

 Concentração de células indicada é de 2-5x106 cel/mL

 Tipos de fermento empregados:


 Fermento Natural ou Selvagem - presentes nos colmos como no
mosto.
 Fermento Prensado - conservado em geladeira por até 1 semana
 Fermento Seco (Granulado)

 Quantidade de inóculo – de 5% a 20% do volume de mosto.


FABRICAÇÃO DO ÁLCOOL
8) Fermentação INTRODUÇÃO

Inóculo
 Utilização de nutrientes:
 São importantes para favorecer a multiplicação rápida da
levedura.
 Os mais utilizados são:
• fontes de nitrogênio (sulfato de amônio);
• fontes de magnésio (sulfato de magnésio);
• fontes de potássio .
• e outros (zinco, fósforo, cálcio etc.)
FABRICAÇÃO DO ÁLCOOL
8) Fermentação INTRODUÇÃO

Inóculo
Fatores que interferem na multiplicação da células
Aquecimento da água e mosto:
• Garante uma maior velocidade na multiplicação da levedura e provoca
inibição de leveduras não interessantes ao processo.
•Temperatura ideal em torno de 35° a 37° C.
 Oxigenação do meio:
Esta etapa é de extrema importância para o sucesso da multiplicação da
levedura em função da aerobiose.
Ocorre através da utilização de ar comprimido e por agitação mecânica.
Utilização de antibióticos:
Necessário para inibir o crescimento de bactérias.
Brix de alimentação:
Para Brix muito altoas a velocidade de multiplicação da levedura é menor.
FERMENTAÇÃO - DORNAS
8) Fermentação
Processo
 São tanques/dornas construídos geralmente em aço carbono com
capacidade variável de acordo com a capacidade do processo.

 As dornas podem ser fechadas ou abertas:


 Abertas: apresentam perda acentuada pois, com a eliminação do
CO2 da fermentação, haverá um arraste de álcool.

Principais tipos de processo de fermentação, sendo:


Fermentação Continua;
Fermentação Descontinua
FERMENTAÇÃO - DORNAS
8) Fermentação
Processo Contínuo
Utiliza-se dorna de grandes dimensões,

Processo é ininterrupto:

1º - O mosto é misturado a levedura na primeira dorna;

2º - O mosto + levedura passará para as demais dornas num


processo continuo até chegar a ultima dorna onde a concentração
de açúcares estará menor possível.

3º - O mosto/vinho bruto desta ultima dorna é enviado para


centrifugação

4º - O mosto/vinho centrifugado é enviado para a destilação e


obtido o etanol

5° - A biomassa é recuperada na centrifugação, tratada e


reenviado para o processo de fermentação como inóculo.
FERMENTAÇÃO - DORNAS
8) Fermentação
Processo Contínuo
Características:
• Facilidade e custo baixo de automação
• Custo baixo de instalação de equipamentos - menos dornas
• Difícil controle microbiológico;
• Dificuldade de limpeza das dornas.
FERMENTAÇÃO - DORNAS
8) Fermentação
Processo Descontínuo/batelada
As dornas são cheias com mosto+inóculo, fermentadas e
processadas uma a uma.
Após fermentação é possível realizar a centrifugação para
recuperação da biomassa.
Mais comum que a centrifugação, e retirar o mosto fermentado
deixando na dorna aproximadamente 20% do volume, que
corresponde a biomassa
São utilizadas várias dornas, geralmente com capacidade menor
que as do processo continuo,
Pode-se dizer que são realizadas várias pequenas fermentações
FERMENTAÇÃO - DORNAS
8) Fermentação
Processo Descontínuo/batelada
Características:

 Alto custo de manutenção

Facilidade no controle microbiológico

Limpeza das dornas com maior frequência .


9) Destilação

 Mosto fermentado: 5-10% de etanol, 89-


94% de água e 2-4% de outros componentes.
9) Destilação

Alambique de 3 corpos

Alambique simples: pequenas e


médias destilarias.

Colunas de destilação:
grande e média
capacidade
Etanol para a indústria alimentícia
LEI N° 10.970, DE 12 DE NOVEMBRO DE 2004
 Destilado alcoólico simples de vinho
 Teor alcoólico superior a 54% e inferior a 95% em volume, a 20ºC
 Obtido pela destilação simples ou por destilo-retificação parcial seletiva de
mostos e/ou subprodutos provenientes unicamente de matérias-primas
de origem vínica, resultante de fermentação alcoólica.

 Álcool vínico é o álcool etílico potável de origem agrícola


 Teor alcoólico superior a 95% em volume, a 20ºC
 Obtido exclusivamente por destilação e retificação de vinho, de
produtos ou produtos derivados da fermentação da uva.

 Álcool etílico potável de origem agrícola


 Teor alcoólico mínimo de 95% em volume, a 20ºC
 Obtido pela destilo-retificação de mostos provenientes unicamente de
matérias-primas de origem agrícola, de natureza açucarada ou
amilácea, resultante da fermentação alcoólica, como também o produto da
retificação de aguardente ou destilados alcoólicos simples.
 Na denominação, quando feita referência à matéria-prima utilizada, o
produto resultante será exclusivamente dessa matéria-prima."

Você também pode gostar