A Arte Como Expressao Do Sagrado
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aos artistas da atualidade que se propõem a realizar esse trabalho nas igrejas.
ABSTRACT:
Introdução
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1. Cf. Marko Ivan RUPNIK. La belleza, lugar del conocimiento integral. Disponível
em http://comunicacioninstitucional. ufv.es/wp-content/uploads/2013/10/Lectio-DHC-
Rupnik-.pdf. Acessado em 29 de jun. de 2018.
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entretanto, não lhes interessa, não porque não estejam a altura de rea-
lizá-la, mas porque a visão clássica não se afina com a fé cristã. É uma
arte que procura fazer ver as coisas, a criação e a humanidade segundo
o Cristo e não segundo uma ideia2.
2. Cf. Natasa Govekar, curadora. Il rosso della piazza d’oro: Intervista a Marko Ivan
Rupnik su arte, fede ed evangelizzazione, p. 114-115.
3. Natasa Govekar, curadora. Il rosso della piazza d’oro: Intervista a Marko Ivan Rupnik
su arte, fede ed evangelizzazione 19-219.
4. Dale T. IRVIN; Scott W. SUNQUIST, História do movimento cristão mundial: do cristia-
nismo primitivo a 1453, v. I, p.73.
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3. Domus Ecclesiae
Os cristãos reuniam-se, em sua origem, nas casas de alguns deles
ou nas sinagogas dos membros que haviam se convertido à fé́ cristã.
Porém, no século II, já tendo sido consumada a separação entre cristãos
e judeus e, sobretudo, com o crescimento do número dos primeiros, es-
tes adquiriam casas maiores, que pudessem abrigar toda a comunidade
cristã e serem locais exclusivos de culto10.
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Muitas casas foram construídas para esse fim, outras foram adap-
tadas, como as sinagogas. Nestas últimas, toda a vida litúrgica passou
a ser realizada, uma vez que já se começava a não mais celebrar a
Eucaristia durante uma refeição. O batismo, antes celebrado em lugares
de água abundante, portanto, públicos, agora era celebrado em lugares
privados, e muitas dessas sinagogas possuíam uma pequena piscina
onde se praticava um banho ritual. Esses locais exclusivos de culto cris-
tão ficaram então conhecidos como domus ecclesiae (casa da Igreja).
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13. Hans BELTING, Image et culte: une histoire de l’image avant l’époque de l’art, p.
193-194.
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4. Basílica paleocristã
A partir do século IV a comunidade cristã obteve a liberdade de cul-
to, iniciando a construção de edifícios para celebrar seus ritos que até o
momento eram celebrados em casas privadas, como já descrito no item
anterior.
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19. Esse item e os desenhos nele contidos foram inspirados pela conferencia proferida
pelo jesuíta esloveno Prof. Dr Mark Ivan Rupnik no11º Encontro Nacional de Arquitetura e
Arte Sacra, realizado em Curitiba pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)
e pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) em 20 de setembro de 2017.
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20. Palavra grega que advém de (ana-fero). O que elevamos a Deus é louvor ou o sacrifí-
cio. É o nome que recebe nas liturgias orientais o que chamamos de Oração Eucarística.
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perfeita, o que acontece? Ele morre como Cristo e o Pai o ressuscita. A oferta
do cristão entrou no Corpo de Cristo. O Corpo de Cristo eucarístico é cons-
tituído pelas ofertas. Essa oferta ao ser transportada é a princípio ordinária,
depois se transforma em Cristo ressuscitado. O Corpo de Cristo é constituído
do pão e do vinho do cristão que celebra, isto é, do seu trabalho. Não há
Cristo eucarístico sem o cristão. Na eucaristia o cristão não se imagina no
Reino, ele realmente está no Reino, porque minha oferta passou, minha vida,
meu trabalho, meu cansaço, pois tudo isso foi ofertado. Tudo isso passou e
isso deve ser respeitado na edificação de uma igreja.
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21. Cf. Dom Geraldo Majella AGNELO, Arcebispo Emérito de Salvador. Disponível em:
www.paulus.com.br/ institucional/odomingopalavra/9-de-dezembro-2o-domingo-do-ad-
vento. Acessado em 4 de jan. de 2013.
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24. Cf. François BOESPFLUG, Dieu et ses images: une histoire de l’Eternel dans l’art,
p. 445.
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25. Santuário é o mesmo que presbitério: lugar mais importante de todo espaço celebra-
tivo, por isso deve ser de preferência visível a toda assembleia. Nele ficam: altar, sédia,
ambão, cruz processional, relíquia do santo ou mártir.
26. Cláudio PASTRO, Guia do espaço sagrado, p. 13.
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Por isso, é a forma, para Pastro, quem faz a arte sacra, não o tema.
Quando faz o projeto ou cuida do programa iconográfico, ele recomenda
que se coloque um Pantocrator na abside ou na parede frontal do san-
tuário da igreja: Cristo é o celebrante, o sacerdote preside. Diz ele:
27. François BOESPFLUG, Dieu et ses images: une histoire de l’Eternel dans l’art, p.
445.
28. Cláudio PASTRO, Guia do espaço sagrado, p. 79.
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Alfa e Ômega, o Princípio e o Fim” (Ap 21:5-6). Enfim, no capítulo 22, que
encerra o Apocalipse, é o próprio Cristo que assume os títulos antes reser-
vados a Deus: “Eu sou alfa e Ômega, o Primeiro e o Último, o Princípio e o
Fim” (Ap 22:13).33
Referências
BELTING, Hans. Image et culte: une histoire avant l´époque de l´art. Paris: Les Éditions
du Cerf, 2007.
BAUDRY, Gérard-Henry. Les symboles du christianisme ancien: Ier-VII siècle.
Paris: Édition du Cerf, 2009.
BESANÇON, Alain. L’image interdite: une histoire intellectuelle de l’iconoclas-
me. Paris: Gallimard, 2000. (Collections folio/essais)
BOESPFLUG, François. Dieu et ses images, une histoire de l’Eternel dans l’art.
Paris: Éditions Bayard, 2008.
ELIADE, Mircea. O mito do eterno retorno. Lisboa: Edições 70, 1968. (Perspectiva
do homem 5)
33. Cf. Gérard-Henry BAUDRY, Les symboles du christianisme ancien: Ier-VII siècle, p.
57-58.
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GOVEKAR, Natasa. (a cura di). Il rosso della piazza d’oro: Intervista a Marko Ivan
Rupnik su arte, fede ed evangelizzazione. Roma: Lipa Edizione, 2013.
OUSPENSKY, Léonide ; LOSSKY, Vladimir. Le sens des icônes. Paris: Les Éditions
du Cerf, 2003.
PASTRO, Cláudio. Arte Sacra: o espaço sagrado hoje. São Paulo: Edições Loyola,
1993.
PASTRO, Cláudio. Guia do espaço sagrado. 4. ed. São Paulo: Edições Loyola,
2007.
RUPNIK, Marko Ivan. Via della bellezza sapienza di vita. Museu della Basilica,
Santa Maria delle Grazie, Quaderni 5. Firenze. Edizione Feeria, 2007.
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