Material 1 - Orçamento de Obras
Material 1 - Orçamento de Obras
Material 1 - Orçamento de Obras
Licitação e Execução de
Obras Públicas
Ausência de termo aditivo formalizando alterações das condições inicialmente pactuadas. 14 6,09%
Descumprimento de determinação exarada pelo TCU. 13 5,65%
Impropriedades na execução do convênio 13 5,65%
Execução de serviços com qualidade deficiente. 11 4,78%
Licitação realizada sem contemplar os requisitos mínimos exigidos pela Lei 8.666/93. 10 4,35%
Adiantamento de pagamentos. 10 4,35%
Existência de atrasos injustificáveis nas obras e serviços. 10 4,35%
Critério de medição inadequado ou incompatível com o objeto real pretendido. 10 4,35%
Quantitativos inadequados na planilha orçamentária. 10 4,35%
Total dos achados mais recorrentes. 518
A IMPORTÂNCIA DO ORÇAMENTO
NA CONTRATAÇÃO E EXECUÇÃO DE
OBRAS PÚBLICAS
VALOR DO EDITAL
VALOR DO EDITAL VALOR DA PROPOSTA
REPUBLICADO APÓS
ORIGINAL VENCEDORA
ANÁLISE DO TCU
R$ 190 milhões R$ 161 milhões R$ 118 milhões
O Ônus da prova é do gestor
Decreto-Lei 200/1967
Art. 93. Quem quer que utilize dinheiros públicos terá de
justificar seu bom e regular emprego na conformidade das leis,
regulamentos e normas emanadas das autoridades administrativas
competentes.
Decreto 93.872/1986
Art. 66. Quem quer que receba recursos da União ou das
entidades a ela vinculadas, direta ou indiretamente, inclusive
mediante acordo, ajuste ou convênio, para realizar pesquisas,
desenvolver projetos, estudos, campanhas e obras sociais ou para
qualquer outro fim, deverá comprovar o seu bom e regular
emprego, bem como os resultados alcançados (Decreto-lei nº
200/67, art. 93).
O Ônus da prova é do gestor
Segundo MENDES, “Cabe àquele que se utiliza de recursos públicos comprovar
sua boa e regular aplicação. Em outras palavras, o ônus da provar a boa – que
significa vantajosa, em relação ao mercado – e regular – que significa em
conformidade com a lei – aplicação dos recursos é do gestor. Esse entendimento
está explícito desde 1967, no art. 93 do Decreto-Lei nº 200. O art. 66 do Decreto nº
93.872, de 1986, e a manifestação do Supremo Tribunal Federal (STF), quando
provocado no âmbito do Mandato de Segurança 20.335/82, seguem na mesma
direção.”
Assim, os órgãos de controle, quando na execução de uma fiscalização de obras,
deve encontrar a demonstração de que o orçamento-base da licitação (ou do
contrato, se já foi firmado) cumpre os preceitos da lei e atende ao princípio
constitucional da economicidade, não extrapolando os preços de mercado.
Detectada a inexistência ou detalhamento insuficiente do orçamento – o que por si
só já constitui uma irregularidade -, restará ao órgão de controle avaliar se há
indícios de sobrepreço na contratação valendo-se dos meios disponíveis, inclusive
da utilização de estimativas expeditas de custos.
MENDES, André L., Parâmetros de Preços para Obras Públicas, Revista Capital Público, Brasília, março/2011.
Orçamento de Obras
Conteúdo Programático – Orçamento de Obras
15
Bibliografia
•Planejamento, Orçamentação e Controle de Projetos e
Obras – Limmer, Carl (LTC Editora).
Como Preparar Orçamentos de Obras – Aldo Dórea
Mattos (Editora Pini).
ABNT – NBR 12721 - Critérios para avaliação de custos
de construção para incorporação imobiliária e outras
disposições para condomínios edilícios – Procedimento
CARDOSO, Roberto Sales, Orçamento de Obras em Foco
– Um Novo Olhar sobre a Engenharia de Custos. São
Paulo: Editora Pini, 2009.
HALPIN, Daniel; WOODHEAD, Ronald, Administração da
Construção Civil, 2ª Edição. Rio de Janeiro: LTC – Livros
Técnicos e Científicos Editora S.A., 2004.
16
Bibliografia
•FREIRE, André Escovedo, O impacto dos Encargos Sociais
nos Preços de Referência de Obras.
•AACE International Recommended Practice Nº 17R-97, Cost
Estimate Classification System.
•AACE International Recommended Practice Nº 18R-97, Cost
Estimate Classification System – as Applied in Engineering,
Procurement, and Construction for the Process Industries.
•AACE International Recommended Practice Nº 22R-01, Direct
Labor Productivity Measurement – as Applied in Construction
and Major Maintenance.
•AACE International Recommended Practice Nº 25R-03,
Estimating Lost Labor Productivity in Construction Claims.
17
Bibliografia
20
Engenharia de Custos
“É o ramo da engenharia que estuda os métodos de
projeção, apropriação e controle dos recursos
monetários necessários à realização dos serviços que
constituem uma obra ou projeto. “
(José Marques Ferreira Vicente, ex-presidente do IBEC)
21
Aplicações da Engenharia de Custos
26
OBRA: CONSTRUÇÃO DE PRÉDIO ADMINISTRATIVO REVISÃO: 03
PREÇO
ITEM DESCRIÇÃO UNID. QUANT.
UNITÁRIO TOTAL
PLANILHA ORÇAMENTÁRIA
PREÇO PREÇO
ITEM CPU DISCRIMINAÇÃO UNID. QUANT.
UNIT. TOTAL
01. INSTALAÇÕES PRELIMINARES E CANTEIRO DE OBRAS
01.01 35.18 INSTALAÇÃO COMPLETA CANTEIRO DE OBRAS m² 140,00 265,67 37.193,80
01.02 35.19 Administração local e manutenção do canteiro mês 12,00 39.294,46 471.533,52
01.03 35.20 Mobilização Gl 1,00 22.697,65 22.697,65
01.04 35.21 Desmobilização Gl 1,00 22.697,65 22.697,65
01.05 CPU-015 Fornecimento e assentamento de placa de identificação de obra m² 48,00 335,99 16.127,52
01.06 CPU-134 Ampliação de rede elétrica m 500,00 199,62 99.810,00
01.07 CPU-135 Transformador na ampliação da rede Un. 1,00 19.503,77 19.503,77
Fornecimento de veículo leve, com ar condicionado para apoio à fiscalização, incluindo
01.08 CPU-156 despesas com combustível, óleos, manutenção, licenciamento, seguros, impostos mês 24,00 2.643,28 63.438,72
etc.
TOTAL DE SERVIÇOS - INSTALAÇÕES PRELIMINARES E CANTEIRO DE OBRAS 753.002,63
02. REDE COLETORA E INTERCEPTORES
02.01 01.01.11 Demolição de pavimento asfáltico, faixas maiores ou iguais a 2,0 m m² 10.573,85 6,02 63.654,58
02.02 01.03.11 Remoção de pavimento em paralelepípedo, poliédrico e pré-moldado m² 445,23 5,54 2.466,56
02.03 02.01.03 Escavação manual de valas em solo seco profundidade até 1,50 m m³ 888,96 17,96 15.965,74
02.04 02.01.07 Escavação manual de valas em solo com água profundidade até 1,50 m m³ 237,00 22,46 5.323,10
02.05 02.01.08 Escavação manual de valas em solo com água profundidade 1,50 até 3,0 m m³ 13,19 29,93 394,77
02.06 02.02.01 Escavação e carga em solo, com pá mecânica ou escavadeira m³ 12.145,34 5,80 70.442,99
02.07 02.02.02 Escavação e carga mecânica de valas, rocha branda, à frio m³ 431,96 110,34 47.661,99
02.08 02.02.06 Escavação mecânica de valas (solo seco), profundidade até 1,50 m m³ 11.771,79 5,45 64.156,25
02.09 02.02.07 Escavação mecânica de valas (solo seco), profundidade maior que 1,50 até 4,0m m³ 420,28 7,37 3.097,47
02.10 02.02.09 Escavação mecânica de valas (solo com água), profundidade até 1,50m m³ 1.063,15 6,57 6.984,92
02.11 02.02.10 Escavação mecânica de valas (solo com água), profundidade maior que 1,50 até 4,0m m³ 143,05 8,91 1.274,57
32
ORÇAMENTO SINTÉTICO X ORÇAMENTO ANÁLÍTICO
35
Orçamento analítico (exemplo do Sicro2)
37
Orçamento analítico (exemplo do Sinapi)
38
Observe-se que a unidade de medição deste serviço é o quilo de
armação em aço CA-50 produzida e colocada nas estruturas.
Porém, cada quilo de armação produzida consome 1,05 quilos de
aço CA-50, estando implícitos 5% de perdas deste insumo na
execução do serviço.
Trata-se de um percentual razoável, considerando que as barras de
aço geralmente são fornecidas em comprimentos padronizados de
12 metros e no processo de corte das barras eventualmente sobram
pontas com comprimento insuficiente para reaproveitamento em
outros elementos estruturais.
39
Orçamento analítico (exemplo do DNOCS)
ITEM DESCRIÇÃO DO SERVIÇO UNIDADE : m3
2.05 Alvenaria de fundação em tijolo comum com argamassa de cimento e areia no traço 1:4
A EQUIPAMENTO
Coeficiente Custo Horário
Código Descrição Unid. Quant. Total
Prod. Impr. Prod. Impr.
- - - - - 0,00 0,00 -
- - - - - 0,00 0,00 -
- - - - - 0,00 0,00 -
- - - - - 0,00 0,00 -
- - - - - 0,00 0,00 -
- - - - - 0,00 0,00 -
- - - - - 0,00 0,00 -
Total de Máquinas e Equipamentos ( A ) -
B MÃO DE OBRA
Salário /
Código Descrição Unid. Quant. Total
hora
MO-0011 Encarregado de Concreto e Obras h 0,1000 4,18 0,42
MO-0020 Pedreiro h 6,0000 1,79 10,74
MO-0022 Servente h 12,0000 1,14 13,68
- - 0,00 -
- - 0,00 -
Leis-01 Leis sociais horista % 135,00% 24,84 33,53
Total Mão de Obra suplementar ( B ) 58,37
C Ferramentas
Total M. de
Código Descrição Quant. % Total
Obra
Ferramentas manuais 10,00% 58,37 5,84
- - -
- - -
Adicional ao uso de Ferramentas ( C ) 5,84
D CUSTO UNITÁRIO DE EXECUÇÃO DOS SERVIÇOS ( D = A + B + C ) 64,21
E PRODUÇÃO HORÁRIA DA EQUIPE ( E ) 1,0000 m3 / Hora
F CUSTO UNITÁRIO DE EXECUÇÃO DO SERVIÇO ( F = D / E ) 64,21
G MATERIAL
Custo
Código Descrição Unid. Quant. Total
Unitário
MT-0208 Tijolo comum Un 735,0000 0,05 36,75
- - - 0,00 -
- - - 0,00 -
- - - 0,00 -
- - - 0,00 -
- - - 0,00 -
- - - 0,00 -
- - - 0,00 -
Total dos materiais ( G ) 36,75
H SERVIÇOS AUXILIARES
Custo
Código Descrição Unid. Quant. Total
Unitário
Aux.01 Argamassa cimento e areia 1:4 m3 0,3000 151,22 45,37
- - - 0,00 -
- - - 0,00 -
- - - 0,00 -
Custo dos serviços auxiliares ( H ) 45,37
I TRANSPORTE
Custo
Código Descrição Unid. DMT Consumo Custo
Unitário
- -
- -
- -
Custo dos Transportes ( I ) -
J CUSTOS UNITÁRIO DO SERVIÇO ( J ) = ( F ) + ( G ) + ( H ) + ( I ) R$ 146,33
41
Composição auxiliar: argamassa de cimento
e areia 1:4
ITEM DESCRIÇÃO DO SERVIÇO UNIDADE : m3
A EQUIPAMENTO
Coeficiente Custo Horário
Código Descrição Unid. Quant. Total
Prod. Impr. Prod. Impr.
- - - - - 0,00 0,00 -
- - - - - 0,00 0,00 -
- - - - - 0,00 0,00 -
- - - - - 0,00 0,00 -
- - - - - 0,00 0,00 -
- - - - - 0,00 0,00 -
- - - - - 0,00 0,00 -
Total de Máquinas e Equipamentos ( A ) -
B MÃO DE OBRA
Salário /
Código Descrição Unid. Quant. Total
hora
MO-0011 Encarregado de Concreto e Obras h 0,1300 4,18 0,54
MO-0020 Pedreiro h 4,5000 1,79 8,06
MO-0022 Servente h 9,0000 1,14 10,26
- - - 0,00 -
- - - 0,00 -
Leis-01 Leis sociais horista % 135,00% 18,86 25,46
Total Mão de Obra suplementar ( B ) 44,32
C Ferramentas
Total M. de
Código Descrição Quant. % Total
Obra
Ferramentas manuais 15,00% 44,32 6,65
- - -
- - -
Adicional ao uso de Ferramentas ( C ) 6,65
D CUSTO UNITÁRIO DE EXECUÇÃO DOS SERVIÇOS ( D = A + B + C ) 50,97
E PRODUÇÃO HORÁRIA DA EQUIPE ( E ) 1,0000 m3 / Hora
K
L
BENEFICIOS E DESPESAS INDIRETAS - BDI ( % ) ( K )
-
42
M PREÇO UNITÁRIO DO SERVIÇO ( M ) = ( J ) + ( L ) R$ 151,22
Cálculo dos Quantitativos de Serviços
Uma das irregularidades mais constatadas nas auditorias de obras
públicas é o superfaturamento de quantitativos.
Portanto, a conferência dos quantitativos de serviços torna-se uma
tarefa de suma importância para o orçamentista ou para o gestor que
aprova o projeto básico.
Via de regra, as quantidades dos diversos tipos de serviços pode ser
verificada por simples contagem ou por procedimentos elementares de
geometria (cálculo de áreas, perímetros, comprimentos e volumes).
No entanto, a depender do porte e complexidade da obra, os cálculos
de quantitativos podem se tornar extremamente trabalhosos.
A utilização de softwares “cad” racionaliza o procedimento de análise
de quantitativos.
A análise do quantitativo de alguns serviços pode ser comprometida
em função do estágio da obra ou do não detalhamento dos projetos
(por exemplo: comprimento das fundações com a obra concluída).
A análise dos quantitativos de terraplanagem é particularmente
complexa em vários tipos de obras (rodovias, barragens, etc), exigindo
o apoio de serviços de topografia para melhor avaliação.
43
Cálculo dos Quantitativos de Serviços
Recomenda-se sempre ao gestor produzir uma memória de cálculo
detalhada dos quantitativos. O ônus da prova é do gestor!
Deve-se observar que alguns serviços são permanentes, ficando
incorporados à obra (por exemplo, pintura, alvenaria ou concreto), e
outros são provisórios, utilizados apenas durante a fase de
construção e removidos em seguida (por exemplo, fôrmas para as
estruturas, escoramento, andaimes, tapumes, barracão de obra e
demais instalações provisórias etc.)
44
Cálculo dos Quantitativos de Serviços
A estimativa de quantitativos deve observar o critério de medição e
pagamento estabelecido para o serviço analisado.
A estimativa dos quantitativos e a medição dos serviços devem
observar a natureza técnica e o grau de precisão existente nas
estimativas, bem como qual será o método dos processos de medição
dos serviços analisados. Por exemplo, não se admite nenhuma
variação nos quantitativos de aparelhos de ar condicionado do tipo
split instalados na obra. Por outro lado, admite-se alguma imprecisão
nos quantitativos medidos de um serviço de terraplanagem.
Também não se pode ter o mesmo rigor na medição de um
comprimento de uma parede de alvenaria e no comprimento de uma
sinalização horizontal em obra rodoviária.
45
Quantitativos de Serviços de Terraplanagem
Para o cálculo do volume de terraplanagem, é necessário supor que existe
um determinado sólido geométrico, cujo volume será facilmente calculado.
O método usual consiste em considerar o volume como proveniente de uma
série de prismóides, por meio dos quais o cálculo ou a medição dos
quantitativos de terraplanagem é feito pelo método das semidistâncias,
conforme ilustrado na figura a seguir
46
Quantitativos de Serviços de Terraplanagem
O volume do prismóide pode ser calculado mediante a fórmula:
Onde:
A1 e A2 são as áreas das seções transversais extremas;
Am é a área da seção transversal no ponto médio entre A1 e A2; e
L é a distância entre as seções A1 e A2.
47
Quantitativos de Serviços de Terraplanagem
Exemplo de adulteração da primitiva do terreno em uma obra rodoviária
48
Quantitativos de Serviços de Terraplanagem
Exemplo de adulteração da superfície de corte em uma obra rodoviária.
49
Observação Importante
50
Exemplo:
Critérios de Medição para Alvenaria em Tijolos
51
Variação de quantitativos e Preços Unitários
em função do Critério de Medição – Exemplo:
Serviço de escavação, carga e transporte
53
Variação de quantitativos e Preços Unitários
em função do Critério de Medição – Exemplo:
Serviço de escavação, carga e transporte
Obviamente, o preço unitário dos serviços também é afetado
pelo critério de medição e pagamento. Ora, se um determinado
volume a ser escavado for medido no corte ou no transporte, as
quantidades medidas serão diferentes, mas a natureza do
serviço é essencialmente a mesma, escavar um determinado
volume de terra, de forma que o preço global de escavação
deva ser sempre o mesmo, independente do critério de
medição adotado.
Portanto, os preços unitários deverão ser inversamente
proporcionais aos quantitativos medidos conforme cada um dos
critérios de medição, de forma a manter o preço total do serviço
constante.
54
Variação de quantitativos e Preços Unitários
em função do Critério de Medição – Exemplo:
Serviço de escavação, carga e transporte
55
Exercício 1 – Estimativa de Quantitativos de
Serviços para Construção de um Posto de
Saúde.
56
Exercício 1 – Planta Baixa do Posto de Saúde
Exercício 1
Qual a área do piso em cerâmica que deve constar
da planilha orçamentária?
Qual é a área de alvenaria? (considerar um pé-
direito de 2,80 metros)
Qual é a área de pintura a ser planilhada?
Considerando que a calçada externa será
executada em concreto com espessura de 7 cm,
qual é o volume de concreto a ser adotado pelo
orçamentista na elaboração do orçamento da obra?
Qual é a área a ser cosiderada pelo orçamentista
para estimar o quantitativo de fornecimento de
vidros para as janelas da edificação?
58
Exercício 1 – Lições Aprendidas
A análise de quantitativos é um procedimento
muito útil para detectar falhas e omissões no
projeto básico.
É necessário deter certa habilidade na leitura e
interpretação das peças gráficas que compõem o
projeto básico.
É necessário atentar para o critério de medição e
pagamento dos serviços.
59
TIPOS DE ORÇAMENTO (segundo o grau de
precisão)
ESTIMATIVA DE CUSTOS – Avaliação expedita com base em custos
históricos e comparação com projetos similares. Pode-se adotar índices
específicos conhecidos no mercado, como o CUB (NBR 12721/06), o custo
por MW de potência instalada ou o custo por Km de rodovia construída.
Utilizada nas etapas iniciais do empreendimento, para avaliar a viabilidade
econômica do projeto básico e viabilidade da obra.
CT = QT x I onde:
Cômputo da área das áreas que serão avaliadas. A NBR 12.721 traz definições para o uso da
metodologia:
Área coberta real: medida da superfície de quaisquer dependências cobertas, nela incluídas as
superfícies das projeções das paredes, de pilares e demais elementos construtivos.
Área coberta padrão: área coberta de padrão de acabamento semelhante ao do tipo escolhido, dentre
os padronizados na norma.
Área coberta de padrão diferente: área coberta com padrão de acabamento substancialmente inferior
ou superior ao tipo escolhido dentre os padronizados na Norma.
Área coberta equivalente de construção : área estimada, fictícia, que, ao Custo Unitário Básico definido
tenha o mesmo valor que o estimado para a área real correspondente, descoberta ou coberta de padrão
diferente.
Por exemplo, se determinada área real coberta de padrão diferente, com 100 m2, tiver um
custo unitário de acabamento sensilvelmente melhor (digamos que tenha um custo 50% maior
do que o custo da área padrão), a área equivalente será:
64
Exercício 2 – Utilização do CUB
Uma escola pública tem a seguinte divisão de área:
Área padrão = 400 m2;
Piscina = 100 m2
Área descoberta (estacionamento pavimentado) = 600 m2
Diante do exposto, responda aos seguintes questionamentos:
1) Qual é a área equivalente de construção (Aeq)?
2) Considerando-se que o CUB mais adequado ao caso seja o de uma unidade
habitacional autônoma de padrão baixo, no valor de R$ 700,00/m2, qual seria o
preço estimado da construção? Na resposta o aluno deverá considerar um BDI do
construtor de 25% e admitir que não existam custos adicionais com fundações,
instalações especiais ou qualquer outra parcela de custo não contemplada pela
metodologia do CUB.
Exercício 3 – Utilização do CUB
66
Exercício 3 – Utilização do CUB
Considere a construção de um edifício de 11 andares que será utilizado como sede de
determinado órgão do Poder Judiciário. As etapas de execução da edificação com
50.742,91 m2 de área encontram-se descritas na tabela abaixo:
Exercício 3 – Utilização do CUB (continuação)
Diante do exposto, avalie se há ou não indício de sobrepreço no orçamento base do edital,
no qual está incluso um BDI de 23%. Na data base do orçamento e na UF de execução da
obra, o Sinduscon local divulgou os seguintes valores do CUB para os projetos
padronizados:
Apresentação de Estimativas de Custos
para Obras de Saneamento
69
Orçamento Preliminar
70
Alguns exemplos de levantamentos
expeditos:
71
Qual o grau de precisão necessário
para o orçamento de uma obra
pública?
72
Precisão do orçamento
Lei 8.666/93 (art. 7º):
73
Acórdão TCU 1.726/2008-Plenário
74
SÚMULA Nº 258/2010
75
Precisão do orçamento
Lei 8.666/93, art. 6º:
76
Precisão do orçamento
Um orçamento é sempre uma estimativa.
Alguns serviços carregam um imprecisão intrínseca em
suas quantidades (fundações cravadas; serviços de
terraplanagem, em razão dos fatores de contração
adotados, etc);
Em referências oficiais de preços unitários, geralmente
são adotados:
- Produtividades médias;
- Consumos médios de combustíveis e insumos;
- Simplificações de custos de depreciação e
manutenção;
77
Projetos Básicos – Grau de Precisão do Orçamento
( Gráfico adaptado de CARDOSO, Roberto S., Orçamento de Obras em Foco . Editora Pini, 2009.)
+ 50%
+ 40%
+ 30%
+ 20%
Erro da estimativa (%)
+ 10%
0% 1 2 3 4
- 10%
- 20%
- 30%
- 40%
10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Projetos Básicos – Grau de Precisão do Orçamento
(AACE International Recommended Practice Nº 17R-97, Cost Estimate Classification System)
Característica
Característica Secundária
Primária
Classificaçã Nível de Faixa de Precisão
Metodologia
o da Definição do Finalidade Esperada
Método Típico de
Estimativa Projeto Propósito típico da Faixas Típicas de
Desenvolvimento da
% de Estimativa variação inferior e
Estimativa
Completitude superior
Classe 5 0% a 2% Escolha de alternativas, Paramétrico ou Faixa Inferior: -20%
estudos iniciais de julgamento a -100%
viabilidade, escolha de Faixa Superior:
localização dos +40% a + 200%
empreendimentos
Classe 4 1% a 15% Confirmação da viabilidade Primariamente Faixa Inferior: -15%
econômica e/ou técnica, paramétrico a -60%
aprovação preliminar de Faixa Superior:
investimentos +30% a +120%
Classe 3 10% a 40% Aprovação final do Paramétrico Faixa Inferior: -10%
investimento. Orçamento a -30%
preliminar. Faixa Superior:
+20% a +60%
Classe 2 30% a 70% Estimativa para licitação. Primariamente Faixa Inferior: -5% a
Controle da variação de Determinístico -15%
custos e recursos em relação Faixa Superior:
aos previstos. +10% a +30%
Classe 1 50% a 100% Estimativa para licitação. Determinístico Faixa Inferior: -5%
Propostas de licitantes. Base Faixa Superior:
para negociações de +10%
aditivos.
Precisão do orçamento
82
Precisão inadequada do orçamento em
obras públicas... Consequências...
Lei 8.666/93, art. 65:
A Administração pode alterar o contrato
quando necessários acréscimos ou
supressões nas compras, obras ou serviços,
desde que respeitados os seguintes limites:
- para compras, obras ou serviços:
acréscimos ou supressões de até 25% do
valor atualizado do contrato (50% para
reformas de edifícios ou equipamentos).
83
Quanto mais detalhado for o projeto,
mais preciso será o orçamento.
84
Cronograma Físico-Financeiro
A composição de custos unitários também fornece a
produtividade do serviço, informação importante para
avaliação da estimativa do prazo da obra.
85
• Em uma hora são escavados 127 m3 de material de 2ª
Categoria.
86
Com base nas produtividades obtidas nas
composições de custo unitário pode-se elaborar o
cronograma físico-financeiro da obra
87
Exemplo de um cronograma real extraído de um edital do DNIT
88
Importância do Cronograma Físico-Financeiro
89
O Impacto do Prazo de Execução no Custo da Obra
Curva de tempo-custo para implantação de empreendimentos
90
CUSTOS DIRETOS
X
CUSTOS INDIRETOS
91
Custos Diretos
São os custos da empreiteira que podem ser
inteiramente alocados em determinada obra.
Estão expressamente previstos na planilha
orçamentária.
Correspondem aos serviços passíveis de
medição.
Corresponde aos serviços quantificáveis, que
não dependem de outro serviço para sua
quantificação;
92
Ministério da Integração Nacional
Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba
Área de Revitalização das Bacias Hidrográficas
PLANILHA ORÇAMENTÁRIA
PREÇO PREÇO
ITEM CPU DISCRIMINAÇÃO UNID. QUANT.
UNIT. TOTAL
01. INSTALAÇÕES PRELIMINARES E CANTEIRO DE OBRAS
01.01 35.18 INSTALAÇÃO COMPLETA CANTEIRO DE OBRAS m² 140,00 265,67 37.193,80
01.02 35.19 Administração local e manutenção do canteiro mês 12,00 39.294,46 471.533,52
01.03 35.20 Mobilização Gl 1,00 22.697,65 22.697,65
01.04 35.21 Desmobilização Gl 1,00 22.697,65 22.697,65
01.05 CPU-015 Fornecimento e assentamento de placa de identificação de obra m² 48,00 335,99 16.127,52
01.06 CPU-134 Ampliação de rede elétrica m 500,00 199,62 99.810,00
01.07 CPU-135 Transformador na ampliação da rede Un. 1,00 19.503,77 19.503,77
Fornecimento de veículo leve, com ar condicionado para apoio à fiscalização, incluindo
01.08 CPU-156 despesas com combustível, óleos, manutenção, licenciamento, seguros, impostos mês 24,00 2.643,28 63.438,72
etc.
TOTAL DE SERVIÇOS - INSTALAÇÕES PRELIMINARES E CANTEIRO DE OBRAS 753.002,63
02. REDE COLETORA E INTERCEPTORES
02.01 01.01.11 Demolição de pavimento asfáltico, faixas maiores ou iguais a 2,0 m m² 10.573,85 6,02 63.654,58
02.02 01.03.11 Remoção de pavimento em paralelepípedo, poliédrico e pré-moldado m² 445,23 5,54 2.466,56
02.03 02.01.03 Escavação manual de valas em solo seco profundidade até 1,50 m m³ 888,96 17,96 15.965,74
02.04 02.01.07 Escavação manual de valas em solo com água profundidade até 1,50 m m³ 237,00 22,46 5.323,10
02.05 02.01.08 Escavação manual de valas em solo com água profundidade 1,50 até 3,0 m m³ 13,19 29,93 394,77
02.06 02.02.01 Escavação e carga em solo, com pá mecânica ou escavadeira m³ 12.145,34 5,80 70.442,99
02.07 02.02.02 Escavação e carga mecânica de valas, rocha branda, à frio m³ 431,96 110,34 47.661,99
02.08 02.02.06 Escavação mecânica de valas (solo seco), profundidade até 1,50 m m³ 11.771,79 5,45 64.156,25
02.09 02.02.07 Escavação mecânica de valas (solo seco), profundidade maior que 1,50 até 4,0m m³ 420,28 7,37 3.097,47
02.10 02.02.09 Escavação mecânica de valas (solo com água), profundidade até 1,50m m³ 1.063,15 6,57 6.984,92
02.11 02.02.10 Escavação mecânica de valas (solo com água), profundidade maior que 1,50 até 4,0m m³ 143,05 8,91 1.274,57
PV = CD x (1 + BDI)
97
Mobilização e desmobilização
98
Mobilização e desmobilização
Metodologia de Cálculo para Mão de Obra
99
Mobilização e desmobilização
Metodologia de Cálculo para Equipamentos
100
Instalação do canteiro de obras
São os custos de construção das edificações
e de suas instalações (hidráulicas, elétricas,
esgotamento) destinadas a abrigar o pessoal
(casas, alojamentos, refeitórios, sanitários,
etc.) e as dependências necessárias à obra,
(escritórios, barracões, laboratórios, oficinas,
almoxarifados, balança, guarita, etc.).
Também abrange o custo de montagem de
alguns equipamentos (central de britagem,
usina de CBUQ, central dosadora de
concreto, gruas, etc.).
Custo de implantação dos arruamentos e
caminhos de serviço.
101
Manutenção do canteiro de obras
103
Administração local
Apresentação de planilhas
detalhando a administração local
104
PERGUNTAS
106
Acórdão TCU 1471/2008 - Plenário
9.1.1. em futuras licitações, especifique no
orçamento básico a composição do item Lucro e
Despesas Indiretas (LDI), atentando para o
estabelecido, especialmente, nos subitens 9.1.1 a
9.1.3 do Acórdão 325/2007-Plenário, a saber:
(...)
9.1.2. os itens Administração Local, Instalação de
Canteiro e Acampamento e Mobilização e
Desmobilização, visando a maior transparência,
devem constar na planilha orçamentária e não no
LDI;”
107
Acórdão 1801/2008 - Plenário
9.1. determinar à Furnas Centrais Elétricas S.A. que:
(...)
9.1.5. inclua cláusula, nos editais de licitação, dispondo
sobre a obrigatoriedade de os licitantes apresentarem o
detalhamento na planilha orçamentária da composição
do item Administração Local;
9.1.6. faça constar nos termos aditivos o detalhamento
na planilha orçamentária da composição do item
Administração Local, abstendo-se da prática de incidir
seu percentual, com base em estimativa, sobre os
demais custos;
9.1.7. efetue o pagamento de obrigações contratuais
referentes à Administração Local como despesas
diretas, em função do efetivamente realizado e
registrado nas medições, abstendo-se da prática de
incidir percentualmente o item estimado como
Administração Local sobre os demais custos;
108
Elementos do custo direto
Mão-de-obra;
Materiais;
Equipamentos;
109
Mão-de-obra
Os custos horários de mão-de-obra são
obtidos à partir das convenções coletivas de
trabalho, acrescidos dos respectivos
encargos sociais e trabalhistas;
110
Mão-de-obra
A produtividade da mão de obra na construção civil é uma importante
preocupação dos construtores e proprietários, bem como dos
engenheiros de custo. Os custos de construção e cumprimento de
cronogramas dependem extremamente da qualidade do planejamento
da execução do projeto e da área do canteiro de obras. A produtividade
do trabalho é frequentemente o maior fator de risco sobre os custos da
obra. Também é a maior fonte de incertezas sobre o cumprimento de
prazos contratuais.
Os prazos e orçamentos – que são estimados, são combinados
principalmente com base em dados históricos de performance. No
entanto, este método não demonstra porque a produtividade diminui ou
sai de controle em alguns casos. Também não oferece suporte para
decisões ou ações corretivas para aumentar a produtividade do
processo de trabalho.
111
Mão-de-obra
Para significativas otimizações no prazo e custo do empreendimento, a
medida direta de produtividade deve ser utilizada. No gráfico a seguir é
apresentado um típico resultado obtido a partir deste tipo de análise de
produtividade:
Ajustes em Instruções; 7%
equipamentos; 2%
Deslocamentos; 15%
Trabalho Efetivo;
Esperas de
49%
Ferramentas,
materiais e
transportes; 4%
Planejamento; 5%
Esperas; 15%
112
Necessidades
Pessoais; 3%
Mão-de-obra
A AACE apresenta as principais causas de perda de produtividade:
Absenteísmo. Quando uma equipe está no seu pico produtivo, a ausência
de qualquer integrante pode influir na taxa de produção da equipe, pois a
equipe pode ser incapaz de produzir a mesma taxa de produção com
menos recursos ou talvez com um mix diferente de níveis de habilidades e
experiências.
Condições climáticas adversas. Chuvas e condições climáticas adversas
são fatores esperados em quase todos os projetos. Porém, serviços
sensíveis ao tempo podem ter produtividade diminuída até mesmo em
períodos de tempo bom, caso estes sejam intercalados entre períodos de
chuva. As operações de compactação são um exemplo clássico, exigindo
vários dias de tempo bom, após a ocorrência de chuvas fortes, para atingir
condições ideais de execução.
Falta de mão de obra qualificada. É sabido que a qualidade da mão de
obra está intimamente ligada à produtividade, dentro do princípio de fazer
alguma coisa corretamente e com eficiência. Os índices de produtividade
poderão ser substancialmente aumentados com a utilização de mão de obra
qualificada.
113
Mão-de-obra
Mudanças de projeto e retrabalho. É esperado que todos os projetos
sofrem algum tipo de alteração durante a construção. No entanto,
mudanças fora do escopo do trabalho previsto, bem como múltiplas
mudanças também impactam a produtividade da mão de obra. A
necessidade de descartar o trabalho realizado, os atrasos para
atendimento das alterações de projeto, a necessidade de
replanejamento e novo sequenciamento trabalho, por exemplo, também
podem causar a queda da produtividade.
Aceleração da Execução. A redução, intencional ou não-intencional, do
prazo de implantação do projeto pode resultar no uso de vários turnos de
trabalho e de horas extraordinárias de trabalho. Também pode ocorrer a
contratação de mais mão de obra que possa ser gerida de forma eficaz e
coordenada.
Rotatividade de mão de obra. Se a equipe de trabalho sobre de
elevada rotatividade, é improvável que alcance elevada produtividade
simplesmente porque um ou vários membros da equipe podem ainda
estar na curva de aprendizado. Assim, a produção de toda a equipe fica
114
afetada.
Mão-de-obra
Aglomeração de trabalhadores. Para alcançar boa produtividade, cada
membro da equipe deve ter espaço de trabalho suficiente para
desenvolver seu trabalho sem interferir com outros integrantes da
equipe. Quando mais trabalhadores são colocados para trabalhar em
uma área delimitada é provável eu a interferência possa ocorrer,
reduzindo a produtividade.
Projetos deficientes ou incompletos. Quando desenhos ou
especificações estão com erros, ambigüidade ou simplesmente não
estão claras o suficiente, é provável haver declínio de produtividade, pois
os integrantes da equipe não estão certos sobre a forma exata de
desenvolver suas atribuições ou simplesmente vão perder mais tempo
interpretando os projetos.
Diluição da supervisão. Quando as equipes estão divididas para
realizar o trabalho em vários locais ou quando o trabalho é
constantemente alterado ou resequenciado, a supervisão de campo é
muitas vezes incapaz de efetivamente executar a sua tarefa primordial –
observar se as equipes trabalham de forma produtiva.
115
Mão-de-obra
Excesso de horas extras. Vários estudos documentaram o fato que a
produtividade declina conforme o trabalho extraordinário se prolonga. As
razões mais comuns para este fato incluem a fadiga dos trabalhadores,
o absenteísmo incremental, a perda de qualidade dos acabamentos,
maior número de acidentes de trabalho e redução da efetividade da
supervisão.
Falta de coordenação entre os construtores, subcontratados e
fornecedores. Se a equipe de gerência do projeto falha em obter os
materiais, serviços subcontratados e equipamentos no lugar correto e na
hora certa, a produtividade da equipe pode reduzir.
Fadiga. Os trabalhadores que estão cansados tendem a retardar o
trabalho, cometer mais erros do que o normal, e sofrem mais acidentes.
Assim, a produtividade pode diminuir para a equipe inteira
Fatores relacionados às relações de trabalho. Exigências legais,
condições inseguras de trabalho, questões de segurança de acesso às
instalações, alarmes de evacuação em instalações existentes, emissão
intempestiva de licenças de acesso. Todos estes fatores podem
impactar adversamente a produtividade do trabalho. 116
Mão-de-obra
Curva de aprendizado. Em toda a obra há uma típica curva de
aprendizado, enquanto as equipes se familiarizam com o projeto, sua
locação, padrões de qualidade requeridos e layout do canteiro de obras.
Escassez de material, ferramentas e equipamentos. Se a equipe não
tem todos os insumos para o trabalho disponíveis na hora e lugar
corretos, sua produtividade provavelmente será reduzida. O mesmo
acontece se o trabalho for executado com ferramentas ou equipamentos
de alguma forma sub ou superdimensionados ou inapropriados para a
execução das tarefas.
Trabalho realizado fora da sequencia. Quando não é seguida uma
ordem lógica na execução dos trabalhos, a produtividade pode ser
afetada.
Restrições na área de trabalho ou no canteiro de obras. Se as
equipes tiverem dificuldades para chegar às frentes de serviço ou se
estas forem distantes ou tiverem acesso limitado, haverá perda de
produtividade da mão de obra, pois maior parte do tempo diário de
jornada será gasto com deslocamentos ou esperas. 117
Mão-de-obra
Condições das frentes de serviço. Condições físicas (solos saturados,
por exemplo), logísticas (presença de linhas de força, por exemplo),
ambientais (proibições de executar construções em certas áreas durante
algumas épocas do ano) e legais (proibições de produzir ruídos durante
determinados horários do dia) podem afetar a produtividade.
118
Estimativa de produtividade – Mão de obra (método da TCPO)
119
Mão-de-obra + encargos
120
Mensalistas
Os valores dos próprios salários já
englobam certos itens do custo, ou seja, o
repouso semanal remunerado e os
feriados considerados como leis sociais.
Para este caso, consideram-se 176 horas
de trabalho por mês;
O percentual de encargos para
mensalistas incide normalmente sobre o
salário de integrantes da equipe técnica e
administrativa.
121
Horistas
Não existe nenhum encargo incluído no salário hora,
portanto devendo ser considerado no percentual dos
encargos sociais tanto o repouso semanal
remunerado quanto os feriados que são pagos aos
empregados complementarmente;
Considera-se 220 horas de trabalho por mês, sendo 44
horas de trabalho por semana mais 8 horas de repouso
semanal remunerado (domingo)
O percentual de encargos sociais para horistas incide
normalmente sobre o salário de operários
remunerados por horas efetivamente trabalhadas,
tomadas por apontadores. As composições de custo
direto comumente consideram encargos sociais dos
horistas (pedreiros, serventes, carpinteiros, armadores,
etc)
122
Encargos
Sociais do
Sinapi
123
Podem ser acrescidos os encargos
adicionais sobre a mão-de-obra
124
Encargos adicionais no SICRO2
125
Demonstrativo de cálculo das rubricas de Encargos Sociais
Premissas e dados estatísticos:
Taxa de natalidade da população brasileira (no ano de 1999): 21,2 nascimentos anuais para
cada 1000 habitantes (fonte: IBGE ).
Percentual de homens e mulheres na Construção Civil: De acordo com a RAIS 2008, 84,59%
do estoque de trabalhadores formais na construção civil possuem idade entre 18 e 49 anos, sendo
que 92,35% são homens e 7,65% são mulheres.
Taxa média de rotatividade da construção civil por estabelecimento: 74,2% (fonte: Ministério
do Trabalho e Emprego/Dieese, Movimentação Contratual no Mercado de Trabalho Formal e
Rotatividade no Brasil). Tal valor resulta em um tempo médio de permanência do trabalhador na
construção civil de: 1/0,742 x 12 meses = 16,17 meses.
127
Demonstrativo de cálculo das rubricas de Encargos Sociais
- Licença paternidade, considerando que a Lei prevê 5 dias de licença; que 92,65% do
efetivo de trabalhadores da construção civil é do sexo masculino. Dada a taxa de
natalidade da população residente no país de 2,12%. Admitindo de forma conservadora
que toda a reprodução ocorre com a população da faixa etária de 18 a 49, a qual, de
acordo com a Rais 2008, representa 84,59% do estoque de trabalhadores formais na
construção civil. Sabendo-se que 92,35% dos trabalhadores nessa faixa etária são
homens. Para 5 dias de afastamento:
7,3333 x 5 x 0,0212/0,8459 x 0,9235 = 0,85 horas
131
Demonstrativo de cálculo das rubricas de Encargos Sociais
A2. FGTS
Incidência 8,00%*
Fundamentação: art. 15 da Lei nº 8.036/90 e art. 7º, inciso III, da Constituição Federal de 1988.
*A Lei Complementar 110/2001, instituiu a alíquota adicional de 0,5%, mas a esta alíquota só
vigorou pelo prazo de 60 meses.
A6. SEBRAE
Incidência: 0,60%
Fundamentação: Lei nº 8.029/90, alterada pela Lei nº 8.154/90.
A7. INCRA
Incidência: 0,20%
Fundamentação: art. 1º, inciso I, do Decreto-Lei nº 1.146/70.
A9 – SECONCI
Incidência: 1,00% (Apenas nos estados onde foi adotado por convenção coletiva).
Fundamentação: O Seconci - Serviço Social da Indústria da Construção e do Mobiliário, embora
tenha nomenclatura “Serviço Social”, não pertence ao chamado Sistema S, pois as contribuições
não decorrem de previsão em lei, e sim de previsão em convenção coletiva de trabalho. Tendo em
vista que pode haver diferenças entre as convenções coletivas de trabalho de cada região, o
referido percentual não foi incluído na presente memória de cálculo. No entanto, aconselha-se que
orçamentista verifique o conteúdo da convenção em vigor no local onde será executada a obra,
considerando a referida rubrica de encargos sociais caso seja aplicável.
Total do grupo A: 20,0% + 8,0% + 2,5% + 1,5% + 1,0% + 0,6% + 0,2% + 3,0% = 36,80%.133
Grupo B - Encargos Sociais que recebem as incidências de A
134
Grupo B (continuação)
135
Grupo B (continuação)
136
Grupo B (continuação)
B8 – Faltas Legais: A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) cita alguns casos
em que a ausência do trabalhador deve ser abonada, ou seja, o empregador tem de
pagar pelos dias não trabalhados: falecimento de parentes, casamento, doação de
sangue, alistamento militar, alistamento eleitoral, exame vestibular e convocação pela
justiça como testemunha. Considerada uma média de 2 dias por ano por funcionário
para as seguintes ocorrências:
137
Grupo B (continuação)
33 x7,3333 12
52,6% 95% = 4,51%
1.990,04 16,17 meses (permanência) 138
Grupo B (continuação)
Fundamentação: art. 7º, inciso I, da Constituição Federal; art. 487 da CLT; art. 1º da Lei
Complementar 110/2001.
140
Grupo C
220
8,33% x52,6% = 0,48%
1.990,04
141
Grupo D: Taxa de Reincidência
142
ENCARGOS SOCIAIS SOBRE O SALÁRIO HORA
Incidente sobre Hora Normal
144
No grupo B duas construtoras podem ter percentuais
distintos, mas serão bem semelhantes;
145
Custos de materiais
Trata-se de consumos médios. O projeto ou a qualidade do
material, muitas vezes, oferece dados mais pontuais
oferecendo subsídios para a adaptação das composições
paradigma (ex: traço de concretos e argamassas; consumo de
tinta; número de reaproveitamentos de fôrmas);
X
+
X
147
Estimativa Consumo de Materiais – Método da TCPO
148
Custos com Internalização de Materiais Importados
Despesas e
Alíquota Valor Cálculos
Tributos
Valor CIF 1,0
Imposto de % sobre o CIF
14% a 0,14
Importação
% sobre a soma (CIF
IPI 10% b 0,11 + II)
149
Custos com Internalização de Materiais Importados
Na tabela anterior foram aplicadas as fórmulas da IN SRF 572/2005 :
VA = Valor Aduaneiro;
a = alíquota do Imposto de Importação (II);
b = alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI);
c = alíquota da Contribuição para o PIS/Pasep – Importação;
d = alíquota da Cofins – Importação;
e = alíquota do imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias
e sobre prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de
comunicação (ICMS).
150
Detalhamento das Despesas Alfandegárias
SDA Valor calculado com base em tabela fornecida pelo Sindicato dos Despachantes
Aduaneiros. O valor a ser recolhido equivale a 2% do valor CIF com mínimo de
US$ 90,00 e máximo de US$ 170,00
Transporte O valor do transporte é definido com base em tabela negociada com qualquer
transportadora. De forma geral, o custo do transporte é composto por três
variáveis: FRETE PESO, o qual é determinado em função do peso da carga; AD
VALOREM, o qual representa o seguro que o transportador contrata para o
transporte. O AD VALOREM equivale, na maioria das vezes, a 0,01% sobre CIF + II
+ IPI. A terceira despesa costuma ser uma taxa de expediente para emissão de
documentos e administração (+- US$ 30,00)
Armazenagem Dependendo do local de armazenamento, haverá uma taxa de armazenagem
específica. Por exemplo:
Carregamento Despesa cobrada pelo Armazém pela redestinação da carga quando a mesma
chega ao país. Em outras palavras, equivale ao custo de remoção da mercadoria
da zona portuária para o armazém onde a carga será desembaraçada. Carga
Solta (Média de US$ 10,00/ton. com mínimo de US$ 30,00) Container (margem
direita - US$ 50,00 p/ 20 pés e US$ 100,00 p/ 40 pés) Container (margem
esquerda-US$ 100,00 p/ 20 pés e US$ 150,00 p/ 40 pés).
152
Equipamentos
153
Equipamentos
Leitura Sugerida:
154
155
Custo operativo x improdutivo
O custo horário operativo é calculado somando-se os
custos horários de operação (mão-de-obra do
operador, combustível e lubrificantes), manutenção
(mão-de-obra de manutenção, pneus, peças e
reparos), e propriedade (juros e depreciação);
156
Tempo operativo x improdutivo
O tempo operativo é aquele em que o equipamento está
dedicado ao serviço, na frente de trabalho, com seus
motores ou acionadores ligados, quando for o caso, ou
em condições de trabalho, quando se tratar de
equipamento não propelido mecanicamente. O
equipamento operativo comporta duas situações:
produtivo e em espera.
157
O que os sistemas de referência fazem é
calcular os custos horários tal qual uma
planilha com a seguir:
158
Depreciação
Corresponde à parcela referente á perda de valor do
equipamento em decorrência de uso ou obsolescência.
É proporcional ao valor de aquisição do equipamento. Portanto,
pesquisas de custos são necessárias para verificar o preço de
aquisição.
Estima-se, de acordo com a máquina, o valor mínimo (residual)
de venda, após uso. Os fabricantes também disponibilizam a
vida útil em horas trabalhadas (ou anos)
Os custos horários de depreciação dependerão da curva de
depreciação considerada.
Existem diversos métodos para avaliar a depreciação (método
linear, método do saldo devedor, método da soma dos anos).
Normalmente se utiliza, pela simplicidade o método linear.
159
160
Juros
É o custo de propriedade do equipamento. Caso o
dinheiro estivesse aplicado, estaria rendendo;
161
162
Custos operativos
163
Custos operativos – combustíveis e
lubrificantes
164
Custos de manutenção
Corresponde às despesas com a aquisição de peças
de reposição, atividades de limpeza, lavagem,
inspeção, ajuste, calibração, regulagem, retoque,
reaperto e na mão-de-obra envolvida, além de seguro
dos equipamentos e IPVA;
169
LDI ou BDI
PV = CD x (1 + BDI)
170
Composição do BDI
Custos financeiros;
Administração central;
Impostos;
Seguros e Garantia;
Riscos (incertezas e contingências);
Lucro;
Outros custos não incluídos no custo direto.
171
Administração Central
Toda empresa possui uma estrutura administrativa com custo e dimensão
próprios. A sua representação no LDI de uma obra é definida estabelecendo
em que proporção esse custo é apropriado como despesa de uma obra.
Pode ser de forma integral, quando a empresa executa apenas uma obra,
de forma parcial, na hipótese de rateio entre várias obras executadas pela
empresa ou, até mesmo, não ser apropriada em uma obra específica, caso
a empresa tenha como alocar esses custos em outras atividades.
O Instituto de Engenharia define como rateio da administração central a
parcela de despesa da Administração central debitada a determinada obra
segundo os critérios estabelecidos pela direção da empresa. As despesas
da Administração central são aquelas incorridas durante um determinado
período com salários de todo o pessoal administrativo e técnico lotado ou
não na sede central, no almoxarifado central, na oficina de manutenção
geral, pró-labore de diretores, viagens de funcionários a serviço, veículos,
aluguéis, consumos de energia, água, gás, telefone fixo ou móvel,
combustível, refeições, transporte, materiais de escritório e de limpeza,
seguros, etc.
Diversos fatores podem influenciar as taxas de administração central
praticadas pelas empresas, dentre elas podem ser citadas: estrutura da
empresa, número de obras que a empresa esteja executando no período,
complexidade e prazo das obras.
Daí, se depreende que, por exemplo, uma empresa com maior número de
obras poderá praticar uma taxa de administração central inferior à empresa
172
do mesmo porte com apenas um canteiro.
Administração Central - Parâmetros
Mozart da Silva (2005) 5 a 15%
Aldo Dórea (2006) 2 a 5% (no máximo)
Paulo Villas Boas (2007) 4 a 7%
TCPO PINI 6 a 14% tam. empresa
SICRO DNIT 3,8%
DMACxFMOxN
Rac= x 100
FMACxCDTO
Em que:
DMAC = Despesa mensal da Administração Central
FMO = Faturamento Mensal da Obra
N = Prazo da obra em meses
FMAC = Faturamento Mensal da Administração Central
CDTO = Custo Direto Total da Obra
176
Riscos e Imprevistos
O Instituto de Engenharia conceitua a taxa de risco do
empreendimento como aquela que se „aplica para empreitadas
por preço unitário, preço fixo, global ou integral, para cobrir
eventuais incertezas decorrentes de omissão de serviços,
quantitativos irrealistas ou insuficientes, projetos mal feitos ou
indefinidos, especificações deficientes, inexistência de
sondagem do terreno, etc‟.
Ainda existem ocorrências não previstas em projetos e que
podem repercutir no custo da obra e deverão ser arcadas pelo
contratado. Dentre elas podemos citar: perdas excessivas de
material (devido a quebra ou retrabalho), perdas de eficiência
de mão-de-obra, greves, condições climáticas atípicas, dentre
outros.
A taxa de riscos é determinada em percentual sobre o custo
direto da obra e depende de uma análise global do risco do
empreendimento em termos orçamentários.
Questões que podem ser previamente convencionadas no
contrato ou ensejarem solicitação de reequilíbrio econômico-
financeiro, como a variação cambial (e o seu seguro - hedge)
177
não devem ser enquadradas no LDI.
Seguros e Garantia
A fim de se resguardar de incidentes do empreendimento, o licitante pode firmar
contrato de seguro, a fim de ser indenizado pela ocorrência de eventuais sinistros.
Dessa forma, o seguro deve corresponder a objetos definidos da obra, pelos quais o
empreendedor deseja ser ressarcido no caso de perdas e pode abranger casos de
roubo, furto, incêndio, perda de máquinas ou equipamentos, dentre outros aspectos
das obras civis
A garantia contratual está prevista no art. 56 da Lei n.º 8.666/1993, que estatui
poder a Administração Pública para exigi-la:
Esta exigência faz parte das cautelas que a Administração Pública pode tomar
para assegurar o sucesso da contratação. Trata-se, contudo, de exigência
discricionária, que poderá ser requerida nas hipóteses em que existirem riscos de
lesão ao interesse público, caso contrário, a Administração pública não necessitará
impô-la. A exigência de garantia deve constar do instrumento convocatório.
As garantias e os seguros das obrigações contratuais são custos que resultam de
exigências contidas nos editais de licitação e só podem ser estimadas caso a caso,
mediante avaliação do ônus econômico-financeiro que poderá recair sobre o
licitante.
178
Impostos
ISS (Imposto Sobre Serviço) – O art. 88 do Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias, com a redação dada pela Emenda Constitucional n.º 37/2002, fixou a
alíquota mínima do ISS em 2% (dois por cento), ao passo que a alíquota máxima foi
fixada em 5% (cinco por cento) pelo art. 8º, II, da LC n.º 116/2003. Os municípios
gozam de autonomia para fixar as alíquotas do ISS, desde que respeitados esses limites.
Ainda existe muita controvérsia na questão da base de cálculo para aplicação da
alíquota do ISS. A aplicação da alíquota de ISS não deveria incidir sobre o custo dos
materiais, pois resulta na bitributação dos materiais pelo ICMS e, depois, pelo ISS.
Porém, alguns municípios adotam o critério de calcular o ISS sobre o valor total da
fatura. Aguarda-se pronunciamento do Poder Judiciário quanto a essa questão.
Outro aspecto do ISS a ser observado é que o ISS é devido no local da execução da
obra. Observa-se também que algumas obras são executadas simultaneamente em
vários municípios, por exemplo, estradas, gasodutos, adutoras, linhas de transmissão e
ferrovias. Nesses casos, a base de cálculo do tributo será proporcional, conforme o caso,
à extensão da ferrovia, rodovia, dutos e condutos de qualquer natureza, cabos de
qualquer natureza, ou ao número de postes, existentes em cada Município.
179
Impostos
CPMF – EXTINTA – (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) –
tributo federal; alíquota única de 0,38%; Atualmente, não mais compõe a parcela de
BDI, mas deve ser considerada para a avaliação de contratos antigos.
O ICMS e o IPI não entram na composição do BDI, visto que são considerados
diretamente no preço de aquisição dos insumos!!!
180
Impostos – PIS e COFINS
O Programa de Integração Social (PIS) foi instituído pela
Lei Complementar n.º 7, de 7 de setembro de 1970.
A Contribuição Social para Financiamento da Seguridade
Social (COFINS) foi instituída pela Lei Complementar n.º
70, de 30 de dezembro de 1991, com a finalidade de
financiar as despesas das áreas de Saúde, Previdência e
Assistência Social.
Com a Lei n.º 10.637, de 30 de dezembro de 2002, foi
estabelecido o sistema não cumulativo para o cálculo
desta contribuição para o PIS, passando a mesma a incidir
sobre o valor agregado em cada etapa do processo
produtivo. A alíquota do tributo foi majorada de 0,65%,
para 1,65%.
Com o advento da Lei n° 10.833, de 29 de dezembro de
2003, a apuração não-cumulativa foi estendida também
para a COFINS, com alteração da alíquota de 3% para
7,6%.
181
Impostos – PIS e COFINS
A aplicação da não cumulatividade de PIS/COFINS para as de obras
de construção civil tem sido sistematicamente prorrogada. Até o
momento estão em vigor as alíquotas de 3% e 0,65%. Essa não
cumulatividade significa a possibilidade de se efetuar descontos de
créditos obtidos pela empresa, de acordo com o art. 3º da referida
norma, sobre os valores resultantes da aplicação das novas alíquotas.
Cabe ressaltar que as pessoas jurídicas tributadas pelo imposto de
renda com base no lucro presumido ou arbitrado e as optantes pelo
simples não se enquadram no novo sistema de não cumulatividade, ou
seja, permanecem sujeitas às normas da legislação do PIS e da
COFINS vigentes anteriormente às Leis 10.637/2002 e 10.833/2003,
respectivamente, consoante o art. 8º, incisos II e III, e art. 10, incisos II
e III, das referidas leis.
A última prorrogação se deu pela Lei 12.375/10, fruto da conversão
da MP 499, que prorrogou a autorização legal para que as empresas
de construção civil continuassem no sistema cumulativo do
PIS/COFINS até 31 de dezembro de 2015. O artigo 8º da Lei
12.375/10 alterou a redação do inciso XX do artigo 10 da Lei
10.833/03, que passou a vigorar com a seguinte redação:
“Artigo 10… XX As receitas decorrentes da execução por
administração, empreitada ou subempreitada, de obras de construção
civil, até 31 de dezembro de 2015.”
Obras do PAC podem ter isenção de PIS e Cofins (REIDI).
182
Impostos
Imposto de Renda Pessoa Jurídica:
183
Acórdão TCU 325/2007-Plenário
184
SÚMULA Nº 254/2010
185
CPMF
Acórdão 2.063/2008 - Plenário
9.1.2. nos termos do art. 65, inciso II, § 5º, da Lei
nº 8.666/1993, reveja a composição do BDI do
Contrato nº 12/2007, de forma que os pagamentos
a serem realizados no exercício de 2008 não
contemplem a incidência da CPMF, devendo,
ainda, serem glosados das faturas a serem pagas à
Construtora Beter S/A os valores pagos a maior,
no referido exercício, em virtude da não-exclusão
da mencionada contribuição do BDI da
contratada;
186
Lucro
•O lucro esperado num contrato de obras civis é expresso por um
percentual sobre o valor do contrato disposto como parcela do LDI.
Esse percentual é determinante para formação do preço da obra e,
embora seja fruto da expectativa de cada licitante, pode ser previsto
um padrão para cada ramo de atividade econômica. No caso dos
contratos administrativos, o próprio histórico de percentuais
praticados pode fornecer uma referência para esse padrão.
•A Lei n.º 8.666/1993, no seu art. 43, IV, ao estabelecer o critério de
julgamento dos preços praticados na licitação, considera como
parâmetro o preço de mercado. Por conseguinte, sendo o preço
proposto pelo licitante, incluindo o BDI, compatível com o preço de
mercado estimado pela Administração, não há que se falar em lucro
excessivo.
187
Lucro
É a remuneração do construtor;
Estudos da FIPE (SP) 7,20%;
(pesquisa com dados dos 309 maiores construtores
do Brasil)
ASBRACO (DF) 7,20%;
SICRO 7,20%;
Considera-se até 10% sobre CD um valor
aceitável.
188
Fórmula de Cálculo do BDI
Não existe uma única fórmula de cálculo do BDI. A Bibliografia apresenta
diversas metodologias. Diante do exposto, apresenta-se a seguinte equação para
o cálculo do BDI, acolhida pelo recente Acórdão 2.369/2011 - Plenário:
em que:
AC é a taxa de rateio da administração central;
S é uma taxa representativa de Seguros;
R corresponde aos riscos e imprevistos;
G é a taxa que representa o ônus das garantias exigidas em edital;
DF é a taxa representativa das despesas financeiras;
L corresponde ao lucro bruto e;
189
I é a taxa representativa dos impostos (PIS, COFINS e ISS).
BDI Diferenciado
SÚMULA Nº 253/2010
190
BDI Referencial Utilizado pelo TCU (Ac. 2369/2011 – Plenário)
BDI PARA OBRAS DE EDIFICAÇÕES - CONSTRUÇÃO
DESCRIÇÃO MÍNIMO MÁXIMO MÉDIA
ADMINISTRAÇÃO CENTRAL - LUCRO A.CENTRAL LUCRO A.CENTRAL LUCRO A.CENTRAL LUCRO
Até R$ 150.000,00 4,00% 7,50% 8,15% 11,35% 5,75% 9,65%
De R$ 150.000,01 até R$ 1.500.000,00 3,50% 7,00% 7,65% 10,85% 5,25% 9,15%
De R$ 1.500.000,01 até R$ 75.000.000,00 3,00% 6,50% 7,15% 10,35% 4,75% 8,65%
De R$ 75.000.000,01 até R$ 150.000.000,00 2,50% 6,00% 6,65% 9,85% 4,25% 8,15%
Acima de R$ 150.000.000,00 2,00% 5,50% 6,15% 9,35% 3,75% 7,65%
DESPESAS FINANCEIRAS 0,50% 1,50% 1,00%
SEGUROS, RISCOS E GARANTIAS 0,25% 2,01% 1,07%
Seguros 0,00% 0,81% 0,36%
Garantias 0,00% 0,42% 0,21%
Riscos
Obras simples, em condições favoráveis, com
execução em rítmo adequado 0,25% 0,57% 0,43%
Obras medianas em área e/ou prazo, em
condições normais de execução 0,29% 0,65% 0,50%
Obras complexas, em condições adversas, com
execução em rítmo acelerado, em áreas restritas 0,35% 0,78% 0,60%
TRIBUTOS 4,65% 6,15% 5,40%
ISS* 1,00% até 2,50% 1,75%
PIS 0,65% 0,65% 0,65%
COFINS 3,00% 3,00% 3,00%
BDI
Até R$ 150.000,00 20,80% 30,00% 25,10%
De R$ 150.000,01 até R$ 1.500.000,00 19,70% 28,80% 23,90%
De R$ 1.500.000,01 até R$ 75.000.000,00 18,60% 27,60% 22,80%
De R$ 75.000.000,01 até R$ 150.000.000,00 17,40% 26,50% 21,60%
Acima de R$ 150.000.000,00 16,30% 25,30% 20,50% 191
Obs: (*) % de ISS considerando 2%, 3,5% e 5% sobre 50% do Preço de Venda - Observar a legislação do Município.
BDI Referencial Utilizado pelo TCU (Ac. 2369/2011 – Plenário)
BDI PARA OBRAS HÍDRICAS - IRRIGAÇÃO E CANAIS
DESCRIÇÃO MÍNIMO MÁXIMO MÉDIA
ADMINISTRAÇÃO CENTRAL - LUCRO A.CENTRAL LUCRO A.CENTRAL LUCRO A.CENTRAL LUCRO
Até R$ 150.000,00 4,15% 7,60% 8,00% 11,70% 5,75% 9,00%
De R$ 150.000,01 até R$ 1.500.000,00 3,65% 7,10% 7,50% 11,20% 5,25% 8,50%
De R$ 1.500.000,01 até R$ 75.000.000,00 3,15% 6,60% 7,00% 10,70% 4,75% 8,00%
De R$ 75.000.000,01 até R$ 150.000.000,00 2,65% 6,10% 6,50% 10,20% 4,25% 7,50%
Acima de R$ 150.000.000,00 2,15% 5,60% 6,00% 9,70% 3,75% 7,00%
DESPESAS FINANCEIRAS 0,50% 1,50% 1,00%
SEGUROS, RISCOS E GARANTIAS 0,25% 1,74% 0,95%
Seguros 0,00% 0,54% 0,24%
Garantias 0,00% 0,42% 0,21%
Riscos
Obras simples, em condições favoráveis, com
execução em rítmo adequado 0,25% 0,57% 0,43%
Obras medianas em área e/ou prazo, em
condições normais de execução 0,29% 0,65% 0,50%
Obras complexas, em condições adversas, com
execução em rítmo acelerado, em áreas restritas 0,35% 0,78% 0,60%
TRIBUTOS 4,65% 6,15% 5,40%
ISS* 1,00% até 2,50% 1,75%
PIS 0,65% 0,65% 0,65%
COFINS 3,00% 3,00% 3,00%
BDI
Até R$ 150.000,00 20,60% 28,70% 24,20%
De R$ 150.000,01 até R$ 1.500.000,00 19,40% 27,60% 23,00%
De R$ 1.500.000,01 até R$ 75.000.000,00 18,30% 26,40% 21,90%
De R$ 75.000.000,01 até R$ 150.000.000,00 17,20% 25,20% 20,70%
Acima de R$ 150.000.000,00 16,10% 24,10% 19,60%
Obs: (*) % de ISS considerando 2%, 3,5% e 5% sobre 50% do Preço de Venda - Observar a legislação do Município.
192
BDI Referencial Utilizado pelo TCU (Ac. 2369/2011 – Plenário)
BDI PARA OBRAS HÍDRICAS - SANEAMENTO BÁSICO
DESCRIÇÃO MÍNIMO MÁXIMO MÉDIA
ADMINISTRAÇÃO CENTRAL - LUCRO A.CENTRAL LUCRO A.CENTRAL LUCRO A.CENTRAL LUCRO
Até R$ 150.000,00 7,70% 9,90% 10,00% 10,00% 8,70% 9,20%
De R$ 150.000,01 até R$ 1.500.000,00 7,20% 9,40% 9,50% 9,50% 8,20% 8,70%
De R$ 1.500.000,01 até R$ 75.000.000,00 6,70% 8,90% 9,00% 9,00% 7,70% 8,20%
De R$ 75.000.000,01 até R$ 150.000.000,00 6,20% 8,40% 8,50% 8,50% 7,20% 7,70%
Acima de R$ 150.000.000,00 5,70% 7,90% 8,00% 8,00% 6,70% 7,20%
DESPESAS FINANCEIRAS 0,50% 1,50% 1,00%
SEGUROS, RISCOS E GARANTIAS 0,35% 2,40% 1,32%
Seguros 0,00% 0,81% 0,36%
Garantias 0,00% 0,42% 0,21%
Riscos
Obras simples, em condições favoráveis, com
execução em rítmo adequado 0,35% 0,85% 0,65%
Obras medianas em área e/ou prazo, em
condições normais de execução 0,40% 0,98% 0,75%
195
ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO
DE UM ORÇAMENTO
196
Primeira Etapa – Análise dos Projetos
197
Terceira Etapa – Especificar Unidades de Medição e Calcular
Quantidades de Cada Serviço
Esta é sem dúvida alguma uma das etapas mais trabalhosas do processo
de elaboração do orçamento. O erro na estimativa de quantitativos em
orçamentos de obras executadas no regime de empreitada por preço global
ou integral causará invariavelmente algum tipo de dano a alguma das
partes: construtor ou proprietário da obra.
Os erros na estimativa de quantitativos nos orçamentos de empreitadas por
preços unitários não causa necessariamente prejuízos se as medições
observarem as quantidades efetivamente executadas de cada serviço. No
entanto, tais erros podem causar uma série de transtornos aos contratantes
e contratados.
De posse da relação de serviços levantados, o engenheiro de custos deve
especificar as unidades de medição ou e calcular os quantitativos de cada
um dos serviços que compõem a planilha orçamentária.
A definição do quantitativo de cada serviço deve observar o critério de
medição e pagamento especificado em projeto ou no edital, sob pena de se
cometer erros grosseiros na elaboração do orçamento.
198
Quarta Etapa – Calcular os Custos Unitários de Cada Serviço
Trata-se outra etapa muito trabalhosa na confecção do orçamento. A partir
das especificações técnicas dos serviços e insumos, bem como dos
critérios de medição e pagamento a serem observados na execução da
obra, o engenheiro orçamentista deve elaborar as composições de custo
unitário de cada serviço.
Sugere-se executar este procedimento em duas etapas. Na primeira etapa,
são levantados os coeficientes de consumo dos materiais, equipamentos e
mão de obra necessários para execução de cada serviço. Aqui também
deve haver especial cuidado para não se esquecer ou omitir qualquer
insumo necessário para a execução dos serviços.
Numa segunda etapa, com o término da montagem da estrutura de todas as
composições de custo unitário, o orçamentista deve listar todos os insumos
(mão de obra, materiais e equipamentos) para a execução da obra. A partir
daí, deve executar extenso serviço de pesquisa de preços destes insumos.
Os custos com a mão de obra são obtidos das convenções coletivas de
trabalho em vigor. Ao salário dos profissionais deve-se acrescer os custos
com encargos previdenciários e trabalhistas.
199
Os materiais que constam das composições de custo unitário têm o seu preço
cotado a partir de sistemas referenciais de preços ou diretamente junto aos
fornecedores.
O orçamentista sempre deve considerar quais os equipamentos próprios serão
mobilizados para a obra e quais equipamentos serão locados.
Com o preço unitário de todos os insumos cotados, o orçamentista conclui a
elaboração das composições de custo unitário incluindo os preços dos insumos no
interior das composições, obtendo os custos unitários finais para cada serviço.
Este extenso processo pode ser simplificado com o uso de composições de custos
unitários extraídas de sistemas referenciais de custos, a exemplo do Sicro e do
Sinapi. Tais sistemas já apresentam composições de custo prontas e fazem a coleta
do preço dos insumos junto a fornecedores.
Ressalta-se que o uso de sistemas referenciais de custo exige atenção do
engenheiro orçamentista para evitar-se a utilização de composições referenciais de
custos que não sejam compatíveis com as especificações técnicas ou critérios de
medição e pagamento do serviço a ser orçado.
Algumas parcelas do custo direto devem ser objeto de atenção especial do
orçamentista: administração local da obra, implantação e manutenção do canteiro de
obras, mobilização e desmobilização.
200
Quinta Etapa – Calcular o BDI e Definir o Preço Final de Venda.
201
Em adição aos fatores apresentados por Maçaiko Tisaka, considera-se que
o orçamentista deva se debruçar sobre alguns aspectos contratuais para
definir uma taxa de BDI mais realista, em especial sobre o regime de
execução contratual (empreitada por preços unitários, preço global ou obra
por administração), pois este fator tem grande influência sobre a taxa de
riscos, imprevistos e incertezas a ser adotada no BDI.
Outros cláusulas contratuais também devem ser observadas: obrigações do
contratante e do contratado e índices de reajuste a serem aplicados. Num
contrato reajustado por um único índice, ambas as partes, contratante e
contratado, correm maior risco da variação do preço de algum insumo
relevante (por exemplo, salários, cimento e aço) não ser totalmente
acompanhada pelo índice de reajuste escolhido. Tal fato traz implicações na
estimativa do risco na taxa de BDI.
O mesmo não ocorre em contratos reajustados por meio de cestas de
índices setoriais. Nestes casos, é mais difícil haver o desequilíbrio
econômico-financeiro do contrato em virtude de variações expressivas no
preços de insumos relevantes.
202
Fluxograma de Elaboração de um Orçamento
203
Como racionalizar o processo
de elaboração do orçamento?
Resposta: Utilizar Sistemas Referenciais de Preços
204
Alguns dos Sistemas Referenciais de Preços
Utilizados pela Administração Pública Federal
206
Alguns dos Sistemas Referenciais de Preços
das Esferas Estaduais e Municipais
CDHU/SP
NOVACAP/DF
SUCAB/BA
SANEAGO/GO
SANEPAR/PR
CAESB/DF
COPASA/MG
SABESP/SP
CASAN/SC
EMBASA/BA
DERSA/SP
DEINFRA/SC
DER/PR
DER/PE
DER/MG
207
Sistemas de Orçamentação Desenvolvidos
pela Iniciativa Privada
VOLARE (Pini)
SIPOM 9 (Primasi Informática)
ENGWHERE (Engwhere Orçamentos)
COMPOR 90 (Noventa TI)
208
Por que Trabalhar com um Sistema de Orçamentação?
•O Excel é uma ferramenta de baixa produtividade para elaboração de orçamentos
e para montagem de curvas ABC de serviços;
.
• A elaboração de uma curva ABC de insumos utilizando o Excel é inviável no
prazo previsto para a realização de uma auditoria de obras;
•Alguns ajustes nos orçamentos analisados são extremamente trabalhosos no
Excel. Por exemplo, alterar o percentual de encargos sociais. Dependendo de
como o orçamento foi montado, exige-se o ajuste em cada uma das composições;
• Todas as composições analisadas nas auditorias de obras acabam “esquecidas”
no HD de algum micro;
• A utilização sistematizada do Sipom pelos servidores das Secobs será um
importante passo para a gestão do conhencimento do TCU. A médio prazo, vamos
dispor de um fabuloso banco de dados com composições de custo dos mais
diversos serviços.
• Não se dispõe decomposições atualizadas do Sinapi, do Sicro e de outros
sistemas referenciais de preços em formato XLS;
SIPOM 9.0
O Software tem as seguintes funcionalidades:
Apresentação do Software:
• http://www.primasi.com.br/sipom/video_aula/
Vantagens da Utilização de Sistemas Referenciais
de Preços
Padronização dos orçamentos do Órgão;
Aderência dos orçamentos ao caderno de
encargos do Órgão/Entidade (especificações
dos serviços e critérios de medição e
pagamento);
Racionalização dos serviços: evita-se extenso
trabalho de elaboração de composições de
custo unitário e a pesquisa do preço de
centenas de insumos cada vez que um
orçamento for elaborado;
212
Vantagens da Utilização de Sistemas Referenciais
de Preços
Segurança jurídica para os orçamentistas e
gestores públicos;
Transparência e diminuição dos custos
privados das construtoras para participação
em certames licitatórios;
Parâmetros de avaliação objetivos para os
órgãos de controle;
Servem como fonte de entrada para estatísticas
oficiais sobre a variação dos custos da
construção civil.
213
Disposições Legais sobre Preços
em Obras Públicas
214
LDO 2012 – Lei 12.465/2011 - Referências de Preço
“Art. 125. O custo global de obras e serviços de engenharia
contratados e executados com recursos dos orçamentos da
União será obtido a partir de composições de custos
unitários, previstas no projeto, menores ou iguais à mediana
de seus correspondentes no Sistema Nacional de Pesquisa de
Custos e Índices da Construção Civil - SINAPI, mantido e
divulgado, na internet, pela Caixa Econômica Federal e
pelo IBGE, e, no caso de obras e serviços rodoviários, à
tabela do Sistema de Custos de Obras Rodoviárias - SICRO,
excetuados os itens caracterizados como montagem
industrial ou que não possam ser considerados como de
construção civil.”
Referências de Preço
Admite-se a utilização de preços unitários acima da referência, desde que justificados:
“Art.125...
§ 1º O disposto neste artigo não impede que a Administração Federal desenvolva
sistemas de referência de preços, aplicáveis no caso de incompatibilidade de adoção
daqueles de que trata o caput deste artigo, devendo sua necessidade ser demonstrada
por justificação técnica elaborada pelo órgão mantenedor do novo sistema, o qual
deve ser aprovado pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão e divulgado
pela internet.
§ 2º Nos casos de itens não constantes dos sistemas de referência mencionados neste
artigo, o custo será apurado por meio de pesquisa de mercado, ajustado às
especificidades do projeto e justificado pela Administração.
...
III - somente em condições especiais, devidamente justificadas em relatório técnico
circunstanciado, elaborado por profissional habilitado e aprovado pelo órgão gestor
dos recursos ou seu mandatário, poderão os custos unitários do orçamento-base da
licitação exceder o limite fixado no caput e § 1o deste artigo, sem prejuízo da
avaliação dos órgãos de controle interno e externo.
Conservadorismo dos Sistemas Referenciais de Preços Oficiais
Os preços divulgados pelos sistemas referenciais de Preços tendem a
ser conservadores por uma série de fatores:
Não consideram ganhos de economia de escala na aquisição de
insumos;
Adotam preços médios ou medianos como paradigma de preços de
mercado, no entanto, as construtoras adquirem os insumos pelo menor
preço e não pelo preço médio ou mediano;
Não consideram condições negociais entre construtoras e fornecedores
(prazos maiores para pagamento, parcelamento dos pagamentos,
descontos, promoções, etc.);
Adotam produtividades médias para mão de obra e equipamentos,
possibilitando que a administração privada otimize as metodologias
executivas e os procedimentos de controle de qualidade com vistas a
redução de custos.
Via de regra, as Notas Fiscais obtidas pelo TCU em casos concretos
demonstram que os insumos são adquiridos por custos inferiores aos
constantes nos sistemas referenciais de preços.
217
Conservadorismo dos Sistemas Referenciais de Preços Oficiais
Filho, Lima & Maciel (Instituto Nacional de Criminalística - PF)
realizaram um estudo comparativo entre os custos do Sinapi e preços
obtidos mediante pesquisas reais no mercado de materiais de
construção em Brasília. Os autores apresentam algumas causas para a
divergência que foi constatada entre os custos reais das empresas e
aqueles obtidos a partir do Sinapi:
Efeito cotação: diferença entre a média ou mediana de preços e o
menor preço pesquisado. É resultado do procedimento rotineiro de
pesquisa de preços, por meio do qual o comprador realiza cotações e
escolhe o estabelecimento que apresentou o menor preço;
Efeito barganha: resultado da negociação de grande quantidade, o que
provoca redução do preço unitário do material a ser comprado.
Efeito escala: ganho de eficiência decorrente da repetição sistemática
de determinada atividade, seja pelo aumento da produtividade ou pela
diminuição das perdas, sempre resultando em custos menores.
218
Conservadorismo dos Sistemas Referenciais de Preços Oficiais
O impacto desses efeitos entre os preços referenciais do Sinapi e os custos
reais são apresentados na figura a seguir:
219
O Futuro dos Atuais Sistemas Referenciais de Preços
Ampliação do rol dos serviços e dos insumos
contemplados;
Acompanhamento da evolução tecnológica da engenharia
(novos serviços, novas técnicas executivas, etc.);
Consideração de efeitos de escala e de barganha;
Facilidades para o usuário (banco de dados com
orçamentos, automatização de cálculo de reajustes,
interface com o planejamento da obra, realização de
medições, elaboração de curvas ABC de serviços e
insumos);
Criação de um sistema nacional de preços referenciais,
alimentado pelos principais órgãos de infraestrutura do
país.
220
ORÇAMENTO DE SERVIÇOS DE
ENGENHARIA CONSULTIVA
221
Formas de se Estimar Preços de Serviços de
Engenharia Consultiva
α = ∑ N / 700
224
Listagem de atividades e determinação das
quantidades de horas-técnicas aplicadas.
225
Listagem de atividades e determinação das quantidades
de horas-técnicas aplicadas.
PV = CD x K + DD x TRDE
K = [(1+k1+k2)(1+k3)] / (1-k4)
TRDE = (1+k3)/(1-k4)
Sendo:
PV: preço de venda total praticado pela empresa de engenharia consultiva
CD: custo direto de salários
K: fator “k”
DD: demais despesas diretas
TRDE: taxa de ressarcimento de despesas e encargos
K1: encargos sociais incidentes sobre a mão de obra
K2: administração central da empresa de consultoria (ou overhead)
K3: margem bruta da empresa de consultoria 226
K4: Impostos
Exemplo de Orçamento de Serviço de Engenharia Consultiva
NOM E DA CONSULTORA :
MANUTENÇÃO OPERACIONAL
1 - CUSTO DOS VEÍCULOS 226.073,94
2 - CUSTO DOS EQUIPAMENTOS TOPOGRÁFICOS 31.000,00
3 - CUSTO DA MANUTENÇÃO E ADMINISTRAÇÃO DO ESCRITÓRIO DE CAMPO 99.720,00
4 - CUSTO DOS EQUIPAMENTOS DE ESCRITÓRIO DE CAMPO 5.400,10
5 - CUSTO DOS SERVIÇOS GRÁFICOS/COMPUTAÇÃO 3.155,00
6 - CUSTO DOS EQUIPAMENTOS DE INFORMÁTICA PARA FISCALIZAÇÃO 6.448,90
E - TOTAL DOS PREÇOS COM MANUTENÇÃO OPERACIONAL 371.797,94
TOTAL DOS CUSTOS DIRETOS 3.014.075,46
F - CUSTOS DE ADMINISTRAÇÃO (OVERHEAD) = (20% DO B) 299.960,67
G - REMUNERAÇÃO DA EMPRESA (LUCRO) = (10% DE A + B + C + D + E + F) 331.403,61
H - DESPESAS FISCAIS = (11,85% DE A + B + C + D + E + F + G) 423.235,55
227
TOTAL DO CUSTOS INDIRETOS 1.054.599,84
TOTAL DA PROPOSTA 4.068.675,30
Custo Direto de Mão de Obra
É obtido multiplicando-se as horas trabalhadas por profissional pelo salário
horário respectivo e somando-se os produtos assim calculados. Pode ser
obtido aplicando-se a seguinte fórmula:
CD = ∑ [(Sm/176) x ht)
Onde:
228
SALÁRIOS DA EQUIPE TÉCNICA
NOM E DA CONSULTORA :
S A LÁ R IO S P O R
E Q UIP E T ÉC N IC A C US T O S
P R O F IS S Ã O / F UN ÇÃ O
231
Lucro Bruto
232
Impostos
Percentual aplicado sobre o faturamento. Refere-se às alíquotas de
PIS/COFINS e ISS.
Com a Lei n.º 10.637, de 30 de dezembro de 2002, foi estabelecido o sistema
não cumulativo para o cálculo desta contribuição para o PIS, passando a
mesma a incidir sobre o valor agregado em cada etapa do processo produtivo.
A alíquota do tributo foi majorada de 0,65%, para 1,65%.
Com o advento da Lei n° 10.833, de 29 de dezembro de 2003, a apuração não-
cumulativa foi estendida também para a COFINS, com alteração da alíquota de
3% para 7,6%.
Essa mudança na legislação traz uma nova complexidade para o cálculo do
LDI, já que esses tributos deixam de ser fixos para assumirem percentuais
variáveis conforme o perfil dos dispêndios da empresa. Como a legislação
discrimina os dispêndios que podem gerar esses créditos (dentre eles bens
adquiridos para revenda; bens e serviços utilizados como insumos na
prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos
destinados à venda; despesas como aluguéis, energia etc), os que não estão
relacionados (custo de mão-de-obra, tributos e lucro, por exemplo) não irão
gerá-los. Assim, as empresas que têm maior participação das operações
geradoras de crédito nas suas atividades levam vantagem na redução das
alíquotas efetivas para o PIS e a COFINS.
233
Impostos
Por exemplo, para as empresas que já estão operando sob o efeito dessa nova
forma de cálculo, observa-se que na indústria e no comércio, devido a créditos
recebidos, as alíquotas efetivamente pagas têm ficado abaixo dos 0,65% e 3%,
para as alíquotas de PIS e COFINS, respectivamente. No entanto, para
empresas prestadoras de serviços, que têm na mão-de-obra seu principal
insumo, as alíquotas geralmente são superiores aos referidos percentuais, pois
não possuem muitos créditos para compensar. Esta última situação é o caso
frequentemente observado nas empresas que prestam serviços de engenharia
consultiva.
A complexidade advém de se estabelecer parâmetros para esses valores que
são variáveis. No caso concreto, as empresas proponentes poderão fixar os
percentuais de PIS e COFINS para o cálculo do seu LDI, pois já conhecem,
pela sua estrutura organizacional e pelo tipo de contrato a ser executado, os
possíveis créditos e valores aproximados das alíquotas sob as quais deverão
trabalhar. Para efeito de orçamentação do contratante, esses percentuais
deverão ser estimados
234
Impostos
A cartilha do Sinaenco adota uma alíquota efetiva de COFINS de 6,08%,
admitindo que a empresa tenha um percentual de compensações de 20%
(6,08% = 7,60% x 0,8). Da mesma forma, a alíquota de PIS adotada na cartilha
é de 1,32% (1,65% x 0,8). No exemplo apresentado, adotou-se um percentual
de despesas fiscais de 10,40% sobre o preço de venda ou 11,61% sobre o
custo direto, conforme detalhado na tabela a seguir:
235
Contagem de documentos a serem produzidos.
236
Importância do serviço no empreendimento.
Abrange os serviços que não podem ou não devem ser
orçados por meio de roteiros padronizados de cálculo. Aplicam-
se a situações especiais, quando se empregam tecnologias
patenteadas, de alto valor por seu conteúdo ou por seu preço,
ou quando o serviço de engenharia consultiva gera um produto
que tem um impacto especial na concepção ou no
desempenho do empreendimento.
238
PROBLEMAS IDENTIFICADOS NA
ORÇAMENTAÇÃO E FISCALIZAÇÃO
DE OBRAS DE SANEAMENTO
239
Escavação Manual x Escavação Mecanizada de
Valas
Depende da profundidade de escavação, do tipo de solo e das
interferências
A escavação manual tem maior custo e menor produtividade. Assim, deve
haver detalhada memória de cálculo de quantitativos de escavação manual
justificando sua utilização.
Recomenda-se escavação manual para áreas próximas as interferências.
As composições de custo não consideram a reconstrução de ligações
domiciliares de água destruídas no processo de escavação de vala.
Execução de valas com largura inferior à especificada em projetos.
Escoramento de Valas
Item de elevado custo em obras de saneamento.
Verificar a possibilidade de alargamento e taludamento da vala em regiões
não urbanizadas.
Vários tipos de escoramento, cuja escolha depende da presença do lençol,
largura e profundidade de vala, tipo de solo e necessidade de realizar
contenção de estruturas próximas (edificações, muros, postes, etc.). 240
Medição ou não da ficha.
Escoramento de Valas
241
Classificação do Material a Escavar
Uma estimativa adequada precisa da realização de sondagens
ao longo de todo o percurso da futura rede.
Há dificuldade de medir e de distinguir visualmente diferentes
tipos de classificação (rocha branda x rocha sã ou material de
primeira categoria x material de segunda categoria).
Categoria Característica
1ª Mais fácil de ser retirado (areia, argila ou piçarra)
2ª Retirado com certa dificuldade (argila rija, com predominância
de pedregulho e tabatinga molhada). Pode exigir o uso de
escarificador.
243
Tubos
Os coeficientes de perda utilizados em composições de custo
apresentam-se, em geral, superestimados.
Medição “posto obra”.
Tubos “intinerantes”.
Tubo de concreto de drenagem x tubo de concreto de esgoto.
PV
Grande diversidade de métodos construtivos.
Tomar cuidado com as profundidades.
Tomar cuidado com a especificação e com a orçamentação da
classe adequada de tampão.
Tomar cuidado com a duplicidade ou ausência de tampão nas
composições de custo padronizadas obtidas em tabelas
referenciais.
244
Custo das escadas de marinheiro.
Reaterro com material da escavação x material de
empréstimo x areia ou pó de pedra
Velocidades de Transporte
Esgotamento de valas
Item de difícil medição e controle.
Melhor excluir o item da planilha de custos da obra. 245