Material 1 - Orçamento de Obras

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Orçamento, Planejamento,

Licitação e Execução de
Obras Públicas

Período de 9/4/2012 a 13/4/2012


Carga Horária: 35 horas

Facilitadores: André P. Baeta e Rafael Jardim


Conteúdo Programático do Curso
Aula Conteúdo
9/4- manhã Abertura do Curso/ Introdução e Objetivos do Curso

9/4- tarde Orçamento de Obras

10/4- manhã Orçamento de Obras

10/4- tarde Análise de Orçamento de Obras e Causas para o Surgimento de


Sobrepreço e Superfaturamento
11/4- manhã Utilização dos Sistemas Referenciais de Preços- Introdução ao
Sinapi e ao Sicro.
11/4- tarde Utilização dos Sistemas Referenciais de Preços -Elaboração de um
Orçamento de Obras
12/4- manhã Apresentação do Sistemas de Custos da Caesb
Projetos Básicos
12/4- tarde Licitação de Obras Públicas – Entendimentos do Tribunal sobre o
Tema; Problemas frequentemente observados.
13/4- manhã Licitação de Obras Públicas – Entendimentos do Tribunal sobre o
Tema; Problemas frequentemente observados.
13/4- tarde Execução e fiscalização contratual de Obras Públicas –
Introdução ao Curso
ASPECTOS OBSERVADOS PELO TCU
NAS FISCALIZAÇÕES DE OBRAS
• ADEQUADO PLANEJAMENTO DO EMPREENDIMENTO
• CONSISTÊNCIA DOS PROJETOS BÁSICO E EXECUTIVO
• REGULARIDADE DA LICITAÇÃO
• REGULARIDADE NA FORMALIZAÇÃO DE CONTRATOS
• CONCESSÃO DE LICENÇAS AMBIENTAIS
• EXECUÇÃO DA OBRA
•PREÇOS ESTIMADOS E CONTRATADOS
•ADEQUAÇÃO DOS QUANTITATIVOS DE SERVIÇOS
CONTRATADOS E PAGOS
•QUALIDADE DA EXECUÇÃO DOS SERVIÇOS
FISCOBRAS 2011
IRREGULARIDADES DETECTADAS NAS FISCALIZAÇÕES DO TCU
Achado de auditoria Qtde de Obra Percentual
Sobrepreço/superfaturamento 128 55,65%
Projeto básico/executivo deficiente ou desatualizado. 124 53,91%
Restrição ao caráter competitivo da licitação. 47 20,43%
Orçamento do Edital / Contrato / Aditivo incompleto ou inadequado. 33 14,35%
O orçamento não é acompanhado das composições de todos os custos unitários de seus
serviços no Edital / Contrato / Aditivo. 20 8,70%
Fiscalização deficiente ou omissa. 19 8,26%
Ausência de cadastramento de contrato no SIASG. 17 7,39%
Inadequação ou inexistência dos critérios de aceitabilidade de preços unitário e global. 15 6,52%
Liquidação irregular da despesa. 14 6,09%

Ausência de termo aditivo formalizando alterações das condições inicialmente pactuadas. 14 6,09%
Descumprimento de determinação exarada pelo TCU. 13 5,65%
Impropriedades na execução do convênio 13 5,65%
Execução de serviços com qualidade deficiente. 11 4,78%
Licitação realizada sem contemplar os requisitos mínimos exigidos pela Lei 8.666/93. 10 4,35%
Adiantamento de pagamentos. 10 4,35%
Existência de atrasos injustificáveis nas obras e serviços. 10 4,35%
Critério de medição inadequado ou incompatível com o objeto real pretendido. 10 4,35%
Quantitativos inadequados na planilha orçamentária. 10 4,35%
Total dos achados mais recorrentes. 518
A IMPORTÂNCIA DO ORÇAMENTO
NA CONTRATAÇÃO E EXECUÇÃO DE
OBRAS PÚBLICAS

A frequente constatação do sobrepreço ou do


superfaturamento, bem como o grau de lesividade
dessas irregularidades ao patrimônio público,
justificam a necessidade de o gestor conhecer
profundamente a ciência da orçamentação de
obras.
Sobrepreço x Caráter Competitivo da Licitação
(Fonte: Estudo do TCE/PE)
Sobrepreço x Caráter Competitivo da Licitação
(Fonte: Estudo da PF em licitações do DNIT)
LICITAÇÕES COMPETITIVAS - AEROPORTO DE FLORIANÓPOLIS
26 Consórcios ou Empresas Habilitadas

VALOR DO EDITAL
VALOR DO EDITAL VALOR DA PROPOSTA
REPUBLICADO APÓS
ORIGINAL VENCEDORA
ANÁLISE DO TCU
R$ 190 milhões R$ 161 milhões R$ 118 milhões
O Ônus da prova é do gestor
Decreto-Lei 200/1967
Art. 93. Quem quer que utilize dinheiros públicos terá de
justificar seu bom e regular emprego na conformidade das leis,
regulamentos e normas emanadas das autoridades administrativas
competentes.
Decreto 93.872/1986
Art. 66. Quem quer que receba recursos da União ou das
entidades a ela vinculadas, direta ou indiretamente, inclusive
mediante acordo, ajuste ou convênio, para realizar pesquisas,
desenvolver projetos, estudos, campanhas e obras sociais ou para
qualquer outro fim, deverá comprovar o seu bom e regular
emprego, bem como os resultados alcançados (Decreto-lei nº
200/67, art. 93).
O Ônus da prova é do gestor
Segundo MENDES, “Cabe àquele que se utiliza de recursos públicos comprovar
sua boa e regular aplicação. Em outras palavras, o ônus da provar a boa – que
significa vantajosa, em relação ao mercado – e regular – que significa em
conformidade com a lei – aplicação dos recursos é do gestor. Esse entendimento
está explícito desde 1967, no art. 93 do Decreto-Lei nº 200. O art. 66 do Decreto nº
93.872, de 1986, e a manifestação do Supremo Tribunal Federal (STF), quando
provocado no âmbito do Mandato de Segurança 20.335/82, seguem na mesma
direção.”
Assim, os órgãos de controle, quando na execução de uma fiscalização de obras,
deve encontrar a demonstração de que o orçamento-base da licitação (ou do
contrato, se já foi firmado) cumpre os preceitos da lei e atende ao princípio
constitucional da economicidade, não extrapolando os preços de mercado.
Detectada a inexistência ou detalhamento insuficiente do orçamento – o que por si
só já constitui uma irregularidade -, restará ao órgão de controle avaliar se há
indícios de sobrepreço na contratação valendo-se dos meios disponíveis, inclusive
da utilização de estimativas expeditas de custos.
MENDES, André L., Parâmetros de Preços para Obras Públicas, Revista Capital Público, Brasília, março/2011.
Orçamento de Obras
Conteúdo Programático – Orçamento de Obras

1 Introdução à Engenharia de Custos


2 Definição e Propriedades do Orçamento.
3 Orçamento sintético/Analítico.
4 Estimativa do quantitativo dos serviços
5 Estimativa de custos, orçamento preliminar, orçamento
detalhado.
6 Avaliação expedita/CUB.
7 Precisão do orçamento.
8 Conceito de preço de mercado.
9 Produtividade da mão de obra.
10 Encargos sociais.
11 Materiais.
12 Custo horário dos equipamentos.
13 Mobilização/desmobilização.
14 Administração local da obra.
Conteúdo Programático – Orçamento de Obras

15 Instalação e manutenção do canteiro de obras.


16 Conceito de BDI/LDI.
•Administração central.
•Impostos.
•Riscos e Imprevistos.
•Lucro.
17 Roteiro para elaboração de um orçamento
18 Introdução ao Sistemas Referenciais de Preços
19 Disposições Legais sobre Preços de Obras Públicas
20 Orçamento de Serviços de Engenharia Consultiva
21 Pontos problemáticos na orçamentação de obras de
saneamento
Bibliografia

 Orçamento na Construção Civil – Maçahico Tisaka


(Editora Pini).
 Relatório que embasou o Acórdão TCU 325/2007 –
Plenário, disponível no site do TCU.
 Relatório, Voto e Acórdão TCU 2.369/2011 – Plenário,
disponível no site do TCU.
Revista TCU Nr. 88 – Artigo de Andre Luiz Mendes e
Patrícia Reis – “Um aspecto polêmico dos orçamentos de
obras públicas: Benefícios e Despesas Indiretas (BDI)”.
Revista TCU Nr. 89 – Artigo de Andre Luiz Mendes e
Patrícia Reis – “Os encargos sociais nos orçamentos da
construção civil”.

15
Bibliografia
•Planejamento, Orçamentação e Controle de Projetos e
Obras – Limmer, Carl (LTC Editora).
Como Preparar Orçamentos de Obras – Aldo Dórea
Mattos (Editora Pini).
ABNT – NBR 12721 - Critérios para avaliação de custos
de construção para incorporação imobiliária e outras
disposições para condomínios edilícios – Procedimento
CARDOSO, Roberto Sales, Orçamento de Obras em Foco
– Um Novo Olhar sobre a Engenharia de Custos. São
Paulo: Editora Pini, 2009.
HALPIN, Daniel; WOODHEAD, Ronald, Administração da
Construção Civil, 2ª Edição. Rio de Janeiro: LTC – Livros
Técnicos e Científicos Editora S.A., 2004.

16
Bibliografia
•FREIRE, André Escovedo, O impacto dos Encargos Sociais
nos Preços de Referência de Obras.
•AACE International Recommended Practice Nº 17R-97, Cost
Estimate Classification System.
•AACE International Recommended Practice Nº 18R-97, Cost
Estimate Classification System – as Applied in Engineering,
Procurement, and Construction for the Process Industries.
•AACE International Recommended Practice Nº 22R-01, Direct
Labor Productivity Measurement – as Applied in Construction
and Major Maintenance.
•AACE International Recommended Practice Nº 25R-03,
Estimating Lost Labor Productivity in Construction Claims.

17
Bibliografia

•ANSI Standard Z94.2-1989, Industrial Engineering


Terminology: Cost Engineering.
• Cartilha CUB – Sinduscon/MG.

Cartilha “Orientação para Composição de Preços de Estudos


e Projetos de Arquitetura e Engenharia” – SINAENCO.
CREA-PR, Tabela de Referência de Honorários Profissionais,
Aprovada na Sessão Plenária n.º 741, de 10/06/1.997.
CONFORTO, Sérgio, SPRANGER, Mônica, Estimativas de
custos de investimentos para empreendimentos industriais,
Rio de Janeiro: Taba Cultural, 2002.
CODEVASF, Tabela de Preços de Serviços de Engenharia
Consultiva, Brasília, março/2011.
18
Bibliografia

FILHO, Laércio de Oliveira e Silva; LIMA, Marcos Cavalcanti e


MACIEL, Rafael Gonçalves - Efeito barganha e cotação:
fenômenos que permitem a ocorrência de superfaturamento
com preços inferiores às referências oficiais – Revista do
Tribunal de Contas da União. Brasil. Ano 42. Número 119,
2010.
BAETA, André Pachioni, Auditoria de obras públicas /
Tribunal de Contas da União; Brasília : TCU, Instituto
Serzedello Corrêa, 2011. Módulo 1: Orçamento de obras.
BAETA, André Pachioni. Auditoria de obras públicas /
Tribunal de Contas da União; Brasília : TCU, Instituto
Serzedello Corrêa, 2011. Módulo 2: Auditoria do Orçamento
de obras.
19
Engenharia de Custos
“É a área da engenharia onde princípios, normas, critérios
e experiência são utilizados para resolução de problemas
de estimativa de custos, avaliação econômica, de
planejamento e de gerência e controle de
empreendimentos.”
“É o ramo da engenharia que estuda os métodos de
projeção, apropriação e controle dos recursos monetários
necessários à realização dos serviços que constituem uma
obra ou projeto, de acordo com um plano de execução
previamente estabelecido.”
Estabelece princípios e técnicas para os problemas de
estimação e controle de custos, bem como planejamento
de negócios, análise de rentabilidade, gestão de projetos e
planejamento e programação de empreendimentos.

20
Engenharia de Custos
 “É o ramo da engenharia que estuda os métodos de
projeção, apropriação e controle dos recursos
monetários necessários à realização dos serviços que
constituem uma obra ou projeto. “
(José Marques Ferreira Vicente, ex-presidente do IBEC)

21
Aplicações da Engenharia de Custos

Análise econômica ou avaliação da


rentabilidade de determinado empreendimento
Previsão de custo de obras, investimentos e
projetos
Planejamento da fase de
construção/implantação
Controle
dos custos de execução de
empreendimentos
Avaliaçãodos custos de manutenção e/ou
operação de projetos 22
Aplicações da Engenharia de Custos
Estabelecimento de estratégias para o
desenvolvimento e implantação dos projetos;
Acompanhar os índices de produtividade;
Monitorar e avaliar o processo de gestão de
mudanças/escopo do empreendimento, assim como
seus impactos nas metas estabelecidas;
Acompanhar a realização dos principais marcos
durante as fases de desenvolvimento e implantação
dos projetos;
Análise de Propostas de fornecimento de
equipamentos ou contratação de serviços.
23
Planilha Orçamentária:
 É a relação de todos os serviços com as
respectivas unidades de medida, quantidades e
preços unitários, calculados a partir dos projetos
e demais especificações técnicas.

 A quantificação dos serviços se dá com base no


levantamento das quantidades (áreas, volumes,
perímetros, unidades, etc.) de serviços que
compõem os projetos, vinculadas as respectivas
especificações técnicas e critérios de medição e
pagamento.

26
OBRA: CONSTRUÇÃO DE PRÉDIO ADMINISTRATIVO REVISÃO: 03

CONCORRÊNCIA PÚBLICA NR. XX/2010 DATA BASE: ABRIL / 2009

PREÇO
ITEM DESCRIÇÃO UNID. QUANT.
UNITÁRIO TOTAL

1 INSTALAÇÃO DA OBRA 226.286,90


1.1 Tapume de chapa de madeira compensada (6mm) m2 1.163,80 22,85 26.592,83
1.2 Instalações Provisórias (barracão de obra, entrada provisória de água e luz) cj 1 12.856,00 12.856,00
1.3 Placa de obra em chapa de aço galvanizado (4,00 x 2,00 m) cj 1 186,47 186,47
1.4 Mobilização de obra cj 1 1.255,80 1.255,80
1.5 Operação e manutenção do Canteiro mês 12 15.345,00 184.140,00
1.6 Desmobilização de obra cj 1 1.255,80 1.255,80
2 ADMINISTRAÇÃO DA OBRA 641.579,88
Equipe Administração da Obra (Engenheiro residente, Mestre de Obras, Apontador,
2.1 mês 12 39.966,00 479.592,00
Almoxarife, Topógrafo e Auxiliar de Topografia)
2.2 Alimentação e Transporte dos Empregados mês 12 13.498,99 161.987,88
3 PROJETOS AS BUILT 20.986,27
3.1 Projetos AS BUILT (arquitetura, elétrica, hidráulica e lógica/telefonia) cj 1 20.986,27 20.986,27
4 SERVIÇOS PRELIMINARES 45.297,69
4.1 Demolição de alvenaria de tijolo comum, sem reaproveitamento m3 476,15 14,39 6.851,79
4.1 Demolição cobertura c/telhas F.C., c/retirada m2 2.192,64 2,76 6.051,68
4.3 Demolição estrut.cobert. c/telhas F.C., c/retirada m2 303,80 5,90 1.792,42
4.4 Demolição mecânica de concreto armado c/retirada m3 167,85 67,83 11.385,26
4.5 Demolição manual de concreto simples c/retirada m3 233,72 68,17 15.932,62
4.6 Locação da Obra m2 4.829,29 0,68 3.283,92
5 FUNDAÇÕES E ESTRUTURA 152.579,49
5.1 FUNDAÇÃO
5.1.1 Escavação manual em terra com transporte m3 4,50 17,25 77,63
5.1.2 Concreto usinado bombeado fck=30mpa, inclusive colocação, espalhamento m3 49,51 306,79 15.189,17
5.1.3 Forma pinho 3a p/concreto em fundação reaprov 2 vezes - corte/montagem m2 35,50 32,00 1.136,00
5.1.4 Armadura CA-50 kg 1.660,00 5,70 9.462,00
5.1.5 Estaca broca tipo hélice contínua Ø60cm m 40,00 60,00 2.400,00
5.2 SUPERESTRUTURA
5.2.1 Concreto usinado bombeado fck=25mpa, inclusive colocação, espalhamento m3 162,72 282,50 45.968,40
5.2.2 Forma com chapa compensada plastificada 12mm, para estrutura m2 869,50 18,51 16.094,45
5.2.3 Armadura CA-50 kg 10.532,00 5,70 60.032,40
5.2.4 Tela Q246-CA-60 painel 8,00 277,43 2.219,44
6 ESTRUTURA METÁLICA 585.215,48
6.1 Estrutura de aço para cobertura : fabricação, transporte e montagem Kg 68.848,88 8,50 585.215,48
7 PAREDES E FECHAMENTOS 111.111,40
7.1 Alvenaria em bloco cerâmico e=14 cm m2 1.417,43 36,81 52.175,60
7.2 Vidro temperado incolor 10mm m2 43,81 160,06 7.012,23
7.3 Divisória sanitária de granito cinza andorinha, com 2 cm de espessura m2 14,64 189,54 2.774,87 27
7.4 Parede de gesso acartonado com emassamento e 2 demãos em tinta acrílica m2 954,90 51,47 49.148,70
28
Ministério da Integração Nacional
Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba
Área de Revitalização das Bacias Hidrográficas

OBRA: SISTEMA DE ESGOTO SANITÁRIO


SERVIÇO: REDE COLETORA, INTERCEPTORES, ELEVATÓRIAS E ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTO
MUNICÍPIO - FRANCISCO DUMONT
DATA BASE: JUNHO/2008

PLANILHA ORÇAMENTÁRIA

PREÇO PREÇO
ITEM CPU DISCRIMINAÇÃO UNID. QUANT.
UNIT. TOTAL
01. INSTALAÇÕES PRELIMINARES E CANTEIRO DE OBRAS
01.01 35.18 INSTALAÇÃO COMPLETA CANTEIRO DE OBRAS m² 140,00 265,67 37.193,80
01.02 35.19 Administração local e manutenção do canteiro mês 12,00 39.294,46 471.533,52
01.03 35.20 Mobilização Gl 1,00 22.697,65 22.697,65
01.04 35.21 Desmobilização Gl 1,00 22.697,65 22.697,65
01.05 CPU-015 Fornecimento e assentamento de placa de identificação de obra m² 48,00 335,99 16.127,52
01.06 CPU-134 Ampliação de rede elétrica m 500,00 199,62 99.810,00
01.07 CPU-135 Transformador na ampliação da rede Un. 1,00 19.503,77 19.503,77
Fornecimento de veículo leve, com ar condicionado para apoio à fiscalização, incluindo
01.08 CPU-156 despesas com combustível, óleos, manutenção, licenciamento, seguros, impostos mês 24,00 2.643,28 63.438,72
etc.
TOTAL DE SERVIÇOS - INSTALAÇÕES PRELIMINARES E CANTEIRO DE OBRAS 753.002,63
02. REDE COLETORA E INTERCEPTORES
02.01 01.01.11 Demolição de pavimento asfáltico, faixas maiores ou iguais a 2,0 m m² 10.573,85 6,02 63.654,58
02.02 01.03.11 Remoção de pavimento em paralelepípedo, poliédrico e pré-moldado m² 445,23 5,54 2.466,56
02.03 02.01.03 Escavação manual de valas em solo seco profundidade até 1,50 m m³ 888,96 17,96 15.965,74
02.04 02.01.07 Escavação manual de valas em solo com água profundidade até 1,50 m m³ 237,00 22,46 5.323,10
02.05 02.01.08 Escavação manual de valas em solo com água profundidade 1,50 até 3,0 m m³ 13,19 29,93 394,77
02.06 02.02.01 Escavação e carga em solo, com pá mecânica ou escavadeira m³ 12.145,34 5,80 70.442,99
02.07 02.02.02 Escavação e carga mecânica de valas, rocha branda, à frio m³ 431,96 110,34 47.661,99
02.08 02.02.06 Escavação mecânica de valas (solo seco), profundidade até 1,50 m m³ 11.771,79 5,45 64.156,25
02.09 02.02.07 Escavação mecânica de valas (solo seco), profundidade maior que 1,50 até 4,0m m³ 420,28 7,37 3.097,47
02.10 02.02.09 Escavação mecânica de valas (solo com água), profundidade até 1,50m m³ 1.063,15 6,57 6.984,92

02.11 02.02.10 Escavação mecânica de valas (solo com água), profundidade maior que 1,50 até 4,0m m³ 143,05 8,91 1.274,57

02.12 02.04.01 Estrutura de escoramento, tipo pontaleteamento m² 12.345,00 7,20 88.884,00


02.13 02.04.02 Estrutura de escoramento descontínua m² 1.949,00 9,85 19.197,65
02.14 04.03 Esgotamento de água com bombas, vazões até 50/m³, altura até 10m hpxh 1.448,00 1,20 1.737,60
02.15 04.05 Drenagem com tubos perfurados de cerâmica, diâmetro 100 mm m 1.131,25 17,23 19.491,44
02.16 04.06 Drenagem com tubos perfurados de cerâmica, diâmetro 150 mm m 678,75 23,08 15.665,55 29
CONCEITO DE ORÇAMENTO DE OBRA
 É a identificação, descrição, quantificação, análise e
valoração de mão-de-obra, equipamentos, materiais, custos
financeiros, impostos, riscos e margem de lucro desejada
para adequada PREVISÃO do preço final de um
empreendimento.

 É a previsão de custos, considerada a remuneração do


construtor, para a oferta de um preço.

 Custo é tudo aquilo que onera o construtor; representa a


soma dos insumos necessários à realização de um serviço.
Preço é o valor final pago ao contratado pelo contratante; é o
custo acrescido do lucro e despesas indiretas.
30
 UM ORÇAMENTO É SEMPRE ESTIMATIVO.
Propriedades do orçamento
 ESPECIFICIDADE – Todo orçamento está
intrinsecamente ligado a empresa, condições locais
(clima, relevo, vegetação, condições do solo, qualidade
da mão-de-obra, facilidade de acesso a matérias-
primas, etc).
 TEMPORALIDADE - O orçamento realizado tempos
atrás não é válido para hoje. Apesar da possibilidade do
reajustamento, existem flutuações de preços dos
insumos, alterações tributárias, evolução dos métodos
construtivos, bem como diferentes cenários financeiros
e gerenciais.
 APROXIMAÇÃO – Por basear-se em previsões, todo
orçamento é aproximado. O orçamento não tem que ser
exato, porém necessita ser preciso.
31
Propriedades do orçamento
 VINCULAÇÃO AO CONTRATO – O contrato pode trazer
várias obrigações ao construtor com impacto no custo da
obra. Cita-se como exemplo:

 Regime de Execução Contratual (impacta na estimativa do percentual


de riscos e contingências no BDI)
 Cláusula de reajuste (impacta na estimativa de riscos e contingências
e nos preços dos insumos)
 Prazo de execução dos serviços (grande impacto no custo com
mobilização e canteiro de obras e no custo de mão de obra em virtude
de pagamentos de horas-extras e adicional noturno).
 Cumprimento de requisitos de sustentabilidade ambiental.
 Exigências específicas sobre segurança do trabalho.
 Outras disposições contratuais sobre o escopo dos serviços: por
exemplo, fornecimento de energia e água a cargo do contratante.

32
ORÇAMENTO SINTÉTICO X ORÇAMENTO ANÁLÍTICO

 ORÇAMENTO SINTÉTICO – é aquele


que apresenta o custo unitário de cada
serviço (m2 de alvenaria, m3 de concreto,
m2 de pintura, etc);

 ORÇAMENTO ANALÍTICO – O orçamento


analítico é aquele que apresenta as
composições de custos unitários de todos
os serviços.
33
Composição de custos unitários

 Para se chegar ao preço unitário de cada


serviço, é necessário estimar o consumo
de cada insumo (mão-de-obra,
equipamentos e materiais).

 A composição de custos unitários é a


descrição ANALÍTICA do consumo e
produtividades de cada parcela dos
insumos componentes do custo do
serviço.. 34
Orçamento analítico (exemplo do Sicro3)

35
Orçamento analítico (exemplo do Sicro2)

• Em uma hora são escavados 127 m3 de material de 2ª Categoria.


36
 Observar que no canto inferior esquerdo da composição acima é
apresentada a especificação de serviço aplicável. Neste caso
utiliza-se a DNER-ES-280 e DNER-ES-281.
 Também deve-se observar que a composição refere-se ao Estado
de Goiás. Com efeito, se a obra fosse orçada para execução em
outra localidade, poderiam ocorrer variações nos preços dos
insumos e, talvez, até variações nos coeficientes de utilização de
equipamentos.
 A composição foi montada tendo maio/2008 como data-base
(propriedade da temporalidade dos orçamentos).
 O serviço descrito acima é executado com uma produção horária
de 127 m3 e com um custo horário de execução de R$ 1.077,81. A
partir da divisão do custo horário de execução com a produção
horária, obtém-se um custo unitário de execução de R$ 8,49/m3, os
quais acrescidos de um percentual de lucro e despesas indiretas de
19,60% resultam num preço unitário de execução do serviço de R$
10,15/m3.

37
Orçamento analítico (exemplo do Sinapi)

38
 Observe-se que a unidade de medição deste serviço é o quilo de
armação em aço CA-50 produzida e colocada nas estruturas.
 Porém, cada quilo de armação produzida consome 1,05 quilos de
aço CA-50, estando implícitos 5% de perdas deste insumo na
execução do serviço.
 Trata-se de um percentual razoável, considerando que as barras de
aço geralmente são fornecidas em comprimentos padronizados de
12 metros e no processo de corte das barras eventualmente sobram
pontas com comprimento insuficiente para reaproveitamento em
outros elementos estruturais.

39
Orçamento analítico (exemplo do DNOCS)
ITEM DESCRIÇÃO DO SERVIÇO UNIDADE : m3

2.05 Alvenaria de fundação em tijolo comum com argamassa de cimento e areia no traço 1:4

A EQUIPAMENTO
Coeficiente Custo Horário
Código Descrição Unid. Quant. Total
Prod. Impr. Prod. Impr.
- - - - - 0,00 0,00 -
- - - - - 0,00 0,00 -
- - - - - 0,00 0,00 -
- - - - - 0,00 0,00 -
- - - - - 0,00 0,00 -
- - - - - 0,00 0,00 -
- - - - - 0,00 0,00 -
Total de Máquinas e Equipamentos ( A ) -
B MÃO DE OBRA
Salário /
Código Descrição Unid. Quant. Total
hora
MO-0011 Encarregado de Concreto e Obras h 0,1000 4,18 0,42
MO-0020 Pedreiro h 6,0000 1,79 10,74
MO-0022 Servente h 12,0000 1,14 13,68
- - 0,00 -
- - 0,00 -
Leis-01 Leis sociais horista % 135,00% 24,84 33,53
Total Mão de Obra suplementar ( B ) 58,37
C Ferramentas
Total M. de
Código Descrição Quant. % Total
Obra
Ferramentas manuais 10,00% 58,37 5,84
- - -
- - -
Adicional ao uso de Ferramentas ( C ) 5,84
D CUSTO UNITÁRIO DE EXECUÇÃO DOS SERVIÇOS ( D = A + B + C ) 64,21
E PRODUÇÃO HORÁRIA DA EQUIPE ( E ) 1,0000 m3 / Hora
F CUSTO UNITÁRIO DE EXECUÇÃO DO SERVIÇO ( F = D / E ) 64,21
G MATERIAL
Custo
Código Descrição Unid. Quant. Total
Unitário
MT-0208 Tijolo comum Un 735,0000 0,05 36,75
- - - 0,00 -
- - - 0,00 -
- - - 0,00 -
- - - 0,00 -
- - - 0,00 -
- - - 0,00 -
- - - 0,00 -
Total dos materiais ( G ) 36,75
H SERVIÇOS AUXILIARES
Custo
Código Descrição Unid. Quant. Total
Unitário
Aux.01 Argamassa cimento e areia 1:4 m3 0,3000 151,22 45,37
- - - 0,00 -
- - - 0,00 -
- - - 0,00 -
Custo dos serviços auxiliares ( H ) 45,37
I TRANSPORTE
Custo
Código Descrição Unid. DMT Consumo Custo
Unitário
- -
- -
- -
Custo dos Transportes ( I ) -
J CUSTOS UNITÁRIO DO SERVIÇO ( J ) = ( F ) + ( G ) + ( H ) + ( I ) R$ 146,33

K BENEFICIOS E DESPESAS INDIRETAS - BDI ( % ) ( K ) 25,00%


L BENEFICIOS E DESPESAS INDIRETAS ( BDI ) ( L ) = ( J ) x ( K ) R$ 36,58

M PREÇO UNITÁRIO DO SERVIÇO ( M ) = ( J ) + ( L ) R$ 182,91 40


 Na composição de preço unitário do DNOCS pode ser visto que
uma parcela do serviço é composta por “serviços auxiliares”.
 Alguns serviços são muito complexos, envolvem grande diversidade
de equipamentos, mão de obra ou materiais em sua execução ou
são executados em processos que podem ser metodologicamente
segregados. Nestes casos, recomenda-se fazer o uso de
composições de custo auxiliares.
 Na composição anterior, cada m3 de alvenaria utiliza 0,3 m3 de
argamassa de cimento e areia 1:4.
 A argamassa de cimento e areia no traço de 1:4 é utilizada em uma
infinidade de serviços distintos em uma edificação: alvenarias,
assentamento de placas de granito, regularização de pisos,
chapisco, assentamento de portas e janelas, etc.
 Desta forma convém fazer uma composição de custo unitário
auxiliar para este serviço e incluir o custo unitário da argamassa
como uma atividade auxiliar na composição.

41
Composição auxiliar: argamassa de cimento
e areia 1:4
ITEM DESCRIÇÃO DO SERVIÇO UNIDADE : m3

2.89 Argamassa cimento e areia 1:4

A EQUIPAMENTO
Coeficiente Custo Horário
Código Descrição Unid. Quant. Total
Prod. Impr. Prod. Impr.
- - - - - 0,00 0,00 -
- - - - - 0,00 0,00 -
- - - - - 0,00 0,00 -
- - - - - 0,00 0,00 -
- - - - - 0,00 0,00 -
- - - - - 0,00 0,00 -
- - - - - 0,00 0,00 -
Total de Máquinas e Equipamentos ( A ) -
B MÃO DE OBRA
Salário /
Código Descrição Unid. Quant. Total
hora
MO-0011 Encarregado de Concreto e Obras h 0,1300 4,18 0,54
MO-0020 Pedreiro h 4,5000 1,79 8,06
MO-0022 Servente h 9,0000 1,14 10,26
- - - 0,00 -
- - - 0,00 -
Leis-01 Leis sociais horista % 135,00% 18,86 25,46
Total Mão de Obra suplementar ( B ) 44,32
C Ferramentas
Total M. de
Código Descrição Quant. % Total
Obra
Ferramentas manuais 15,00% 44,32 6,65
- - -
- - -
Adicional ao uso de Ferramentas ( C ) 6,65
D CUSTO UNITÁRIO DE EXECUÇÃO DOS SERVIÇOS ( D = A + B + C ) 50,97
E PRODUÇÃO HORÁRIA DA EQUIPE ( E ) 1,0000 m3 / Hora

F CUSTO UNITÁRIO DE EXECUÇÃO DO SERVIÇO ( F = D / E ) 50,97


G MATERIAL
Custo
Código Descrição Unid. Quant. Total
Unitário
MT-0067 Cimento Portland Kg 243,0000 0,35 85,05
MT-0024 Areia Fina M3 1,2160 12,50 15,20
- - - 0,00 -
- - - 0,00 -
- - - 0,00 -
- - - 0,00 -
- - - 0,00 -
- - - 0,00 -
Total dos materiais ( G ) 100,25
H SERVIÇOS AUXILIARES
Custo
Código Descrição Unid. Quant. Total
Unitário
- - - 0,00 -
- - - 0,00 -
- - - 0,00 -
- - - 0,00 -
Custo dos serviços auxiliares ( H ) -
I TRANSPORTE
Custo
Código Descrição Unid. DMT Consumo Custo
Unitário
- -
- -
- -
Custo dos Transportes ( I ) -
J CUSTOS UNITÁRIO DO SERVIÇO ( J ) = ( F ) + ( G ) + ( H ) + ( I ) R$ 151,22

K
L
BENEFICIOS E DESPESAS INDIRETAS - BDI ( % ) ( K )

BENEFICIOS E DESPESAS INDIRETAS ( BDI ) ( L ) = ( J ) x ( K ) R$


0,00%

-
42
M PREÇO UNITÁRIO DO SERVIÇO ( M ) = ( J ) + ( L ) R$ 151,22
Cálculo dos Quantitativos de Serviços
Uma das irregularidades mais constatadas nas auditorias de obras
públicas é o superfaturamento de quantitativos.
Portanto, a conferência dos quantitativos de serviços torna-se uma
tarefa de suma importância para o orçamentista ou para o gestor que
aprova o projeto básico.
Via de regra, as quantidades dos diversos tipos de serviços pode ser
verificada por simples contagem ou por procedimentos elementares de
geometria (cálculo de áreas, perímetros, comprimentos e volumes).
No entanto, a depender do porte e complexidade da obra, os cálculos
de quantitativos podem se tornar extremamente trabalhosos.
 A utilização de softwares “cad” racionaliza o procedimento de análise
de quantitativos.
 A análise do quantitativo de alguns serviços pode ser comprometida
em função do estágio da obra ou do não detalhamento dos projetos
(por exemplo: comprimento das fundações com a obra concluída).
A análise dos quantitativos de terraplanagem é particularmente
complexa em vários tipos de obras (rodovias, barragens, etc), exigindo
o apoio de serviços de topografia para melhor avaliação.
43
Cálculo dos Quantitativos de Serviços
 Recomenda-se sempre ao gestor produzir uma memória de cálculo
detalhada dos quantitativos. O ônus da prova é do gestor!
 Deve-se observar que alguns serviços são permanentes, ficando
incorporados à obra (por exemplo, pintura, alvenaria ou concreto), e
outros são provisórios, utilizados apenas durante a fase de
construção e removidos em seguida (por exemplo, fôrmas para as
estruturas, escoramento, andaimes, tapumes, barracão de obra e
demais instalações provisórias etc.)

44
Cálculo dos Quantitativos de Serviços
 A estimativa de quantitativos deve observar o critério de medição e
pagamento estabelecido para o serviço analisado.
 A estimativa dos quantitativos e a medição dos serviços devem
observar a natureza técnica e o grau de precisão existente nas
estimativas, bem como qual será o método dos processos de medição
dos serviços analisados. Por exemplo, não se admite nenhuma
variação nos quantitativos de aparelhos de ar condicionado do tipo
split instalados na obra. Por outro lado, admite-se alguma imprecisão
nos quantitativos medidos de um serviço de terraplanagem.
 Também não se pode ter o mesmo rigor na medição de um
comprimento de uma parede de alvenaria e no comprimento de uma
sinalização horizontal em obra rodoviária.

45
Quantitativos de Serviços de Terraplanagem
 Para o cálculo do volume de terraplanagem, é necessário supor que existe
um determinado sólido geométrico, cujo volume será facilmente calculado.
O método usual consiste em considerar o volume como proveniente de uma
série de prismóides, por meio dos quais o cálculo ou a medição dos
quantitativos de terraplanagem é feito pelo método das semidistâncias,
conforme ilustrado na figura a seguir

46
Quantitativos de Serviços de Terraplanagem
O volume do prismóide pode ser calculado mediante a fórmula:

Onde:
 A1 e A2 são as áreas das seções transversais extremas;
 Am é a área da seção transversal no ponto médio entre A1 e A2; e
 L é a distância entre as seções A1 e A2.

Uma fórmula aproximada, obtida considerando Am como média das seções


extremas A1 e A2 , comumente utilizada para o cálculo dos volumes dos
prismóides é a chamada fórmula das áreas médias:

47
Quantitativos de Serviços de Terraplanagem
Exemplo de adulteração da primitiva do terreno em uma obra rodoviária

48
Quantitativos de Serviços de Terraplanagem
Exemplo de adulteração da superfície de corte em uma obra rodoviária.

49
Observação Importante

 Os quantitativos e preços unitários presentes na


planilha orçamentária podem variar
consideravelmente em função dos critérios de
medição e pagamento dos serviços. Exemplo:
Escavação, carga e transporte de material de
primeira categoria.

50
Exemplo:
Critérios de Medição para Alvenaria em Tijolos

Critério 1: Considerar a área real executada, descontando-


se os vãos para instalação de portas e esquadrias.

 Critério 2: (Adotado pela “Pini”): Considerar a área


executada sem descontar vãos inferiores a 2 m2. Em vãos
maiores que esta área desconta-se a área do vão diminuído
de 2 m2 do quantitativo de alvenaria a ser medido.

A racionalidade do segundo critério está em compensar o


trabalho extra necessário para executar os arremates no
vão, contando uma quantidade de mão-de-obra equivalente
ao trabalho para realizar 2m2 do mesmo tipo de alvenaria.

51
Variação de quantitativos e Preços Unitários
em função do Critério de Medição – Exemplo:
Serviço de escavação, carga e transporte

Obviamente, os preços unitários e os quantitativos de serviços serão


diferentes conforme o critério de medição que for adotado.

Por exemplo, o serviço de escavação, carga e transporte de material de


primeira categoria sofre grande influência do critério de medição utilizado,
pois o solo sofre o fenômeno do empolamento ou aumento do volume do
solo após este ser removido do seu estado natural, onde se encontra
compactado. Tipicamente ocorre um aumento de 40% do volume do solo
escavado em virtude de sua descompactação.

O Sistema de Custos Rodoviários do DNIT – Sicro utiliza como critério de


medição o volume medido no corte, ou seja considera o volume do material
antes de haver o empolamento.
52
Variação de quantitativos e Preços Unitários
em função do Critério de Medição – Exemplo:
Serviço de escavação, carga e transporte

Se a obra não contar com apoio topográfico, pode ser mais


simples medir o volume escavado através de outro método, por
exemplo, através da contagem do número de viagens e das
respectivas capacidades dos caminhões transportando o
material escavado. Neste caso, o solo está sendo transportado
solto, após sofrer o processo de empolamento.
Espera-se haver, entre estes dois critérios de medição, grande
variação no volume de escavação medido, pois o volume
medido no corte está sem empolamento e o volume medido no
transporte está com empolamento.

53
Variação de quantitativos e Preços Unitários
em função do Critério de Medição – Exemplo:
Serviço de escavação, carga e transporte
Obviamente, o preço unitário dos serviços também é afetado
pelo critério de medição e pagamento. Ora, se um determinado
volume a ser escavado for medido no corte ou no transporte, as
quantidades medidas serão diferentes, mas a natureza do
serviço é essencialmente a mesma, escavar um determinado
volume de terra, de forma que o preço global de escavação
deva ser sempre o mesmo, independente do critério de
medição adotado.
Portanto, os preços unitários deverão ser inversamente
proporcionais aos quantitativos medidos conforme cada um dos
critérios de medição, de forma a manter o preço total do serviço
constante.
54
Variação de quantitativos e Preços Unitários
em função do Critério de Medição – Exemplo:
Serviço de escavação, carga e transporte

Medição da Escavação no Corte (sem Medição da Escavação no Transporte


empolamento) (com 40% de empolamento)
Volume Preço Preço total Volume Preço Preço total
escavado Unitário escavação escavado Unitário escavação
5.000 m 3 R$ 10/m 3 50 Mil 7.000 m 3 R$ 7,14/m 3 50 Mil

55
Exercício 1 – Estimativa de Quantitativos de
Serviços para Construção de um Posto de
Saúde.

56
Exercício 1 – Planta Baixa do Posto de Saúde
Exercício 1
 Qual a área do piso em cerâmica que deve constar
da planilha orçamentária?
Qual é a área de alvenaria? (considerar um pé-
direito de 2,80 metros)
Qual é a área de pintura a ser planilhada?
Considerando que a calçada externa será
executada em concreto com espessura de 7 cm,
qual é o volume de concreto a ser adotado pelo
orçamentista na elaboração do orçamento da obra?
Qual é a área a ser cosiderada pelo orçamentista
para estimar o quantitativo de fornecimento de
vidros para as janelas da edificação?

58
Exercício 1 – Lições Aprendidas
 A análise de quantitativos é um procedimento
muito útil para detectar falhas e omissões no
projeto básico.
É necessário deter certa habilidade na leitura e
interpretação das peças gráficas que compõem o
projeto básico.
É necessário atentar para o critério de medição e
pagamento dos serviços.

59
TIPOS DE ORÇAMENTO (segundo o grau de
precisão)
 ESTIMATIVA DE CUSTOS – Avaliação expedita com base em custos
históricos e comparação com projetos similares. Pode-se adotar índices
específicos conhecidos no mercado, como o CUB (NBR 12721/06), o custo
por MW de potência instalada ou o custo por Km de rodovia construída.
Utilizada nas etapas iniciais do empreendimento, para avaliar a viabilidade
econômica do projeto básico e viabilidade da obra.

 ORÇAMENTO PRELIMINAR – Mais detalhado do que a estimativa de


custos. Pressupõe o levantamento de quantidades e requer pesquisa de
preços dos principais insumos e serviços. Pode-se utilizar o anteprojeto.
Seu grau de incerteza é menor. Levantamento expedito de algumas
quantidades e atribuição de custo de alguns serviços. Ex: Taxa de aço / m3
de concreto, volume de concreto / área construída / espessura média do
pavimento, área de formas / m3 de concreto.

 ORÇAMENTO ANALÍTICO OU DETALHADO – elaborado com


composição de custos e extensa pesquisa de preços dos insumos. Procura
chegar a um valor bem próximo do custo “real”, com uma reduzida margem
de incerteza. Feito a partir de especificações detalhadas e composições de
custo específicas.
60
Estimativa de Custos – Avaliações expeditas
Descrição do Método:

Baseia-se na utilização de indicadores de custos médios por unidade característica do


empreendimento, por exemplo:
Obras de edificação: custo por metro quadrado.
Rodovias: custo por km
Obras de geração de energia (Térmicas, hidroelétricas e usinas nucleares): custo por MW
de potência instalada.
Obras de irrigação: custo por hectare irrigado.
Estações de tratamento de água e esgoto: custo por m3/s de água tratada.
Linhas de transmissão de energia: custo por Km de linha.
Gasodutos: custo por “metropol” (comprimento do tubo – metro x diâmetro do tubo –
polegada)

A partir do indicador aplica-se a fórmula abaixo:

CT = QT x I onde:

CT é o custo total estimado


QT é a quantidade de unidades relativas à execução da obra
I é o indicador de custo por unidade
Cuidados na Utilização do Método:

O indicador deve se referir a obra com as mesmas características da que está


sendo analisada.
Numa edificação, por exemplo, pode-se melhorar a precisão do método se
comparar custos por metro quadrado de obras do mesmo tipo. Assim, a
avaliação do preço de um hospital pode-se dar com base num custo médio por
metro quadrado para construção de hospitais. A construção de um presídio
pode-se basear no custo médio de construção de presídios, etc.

A data-base do indicador deve ser atualizada, de forma que a comparação de


indicadores se dê sempre na mesma data.
Observar a região em que será realizada a obra, que deve ser próxima àquela
tomada por base no indicador.
Tomar cuidado com parcelas e fatores não previstos no indicador.
Numa edificação, utilizando-se o CUB, atentar para que parcelas relevantes do
custo de construção não estão incluídas no CUB (fundações especiais,
elevadores, instalações de incêndio, ar condicionado, remuneração da
construtora, impostos e taxas, projeto e despesas com instalação e
regularização do condomínio.)
 O ideal é comparar custo com custo, excluindo o BDI (lucro e despesas indiretas)
da base de cálculo a ser utilizada para apuração do indicador a ser utilizado.
Uso do método em Edificações:

Cômputo da área das áreas que serão avaliadas. A NBR 12.721 traz definições para o uso da
metodologia:
Área coberta real: medida da superfície de quaisquer dependências cobertas, nela incluídas as
superfícies das projeções das paredes, de pilares e demais elementos construtivos.
Área coberta padrão: área coberta de padrão de acabamento semelhante ao do tipo escolhido, dentre
os padronizados na norma.
Área coberta de padrão diferente: área coberta com padrão de acabamento substancialmente inferior
ou superior ao tipo escolhido dentre os padronizados na Norma.
Área coberta equivalente de construção : área estimada, fictícia, que, ao Custo Unitário Básico definido
tenha o mesmo valor que o estimado para a área real correspondente, descoberta ou coberta de padrão
diferente.

Por exemplo, se determinada área real coberta de padrão diferente, com 100 m2, tiver um
custo unitário de acabamento sensilvelmente melhor (digamos que tenha um custo 50% maior
do que o custo da área padrão), a área equivalente será:

Aeq = 100 m2 x (1 + fator de ajuste) = 150 m2.

VF = [CB + (E + F + Ie)/S] x (1 + BDI) Onde:

VF = preço final por metro quadrado


CB = custo básico por m3 (sinduscon)
E, F, Ie = custo com elevadores, fundações especiais e instalações especiais
S = área construída equivalente
BDI = lucro, custos financeiros e taxa de administração do construtor.
Exercício 2 – Utilização do CUB

64
Exercício 2 – Utilização do CUB
Uma escola pública tem a seguinte divisão de área:
Área padrão = 400 m2;
Piscina = 100 m2
Área descoberta (estacionamento pavimentado) = 600 m2
Diante do exposto, responda aos seguintes questionamentos:
1) Qual é a área equivalente de construção (Aeq)?
2) Considerando-se que o CUB mais adequado ao caso seja o de uma unidade
habitacional autônoma de padrão baixo, no valor de R$ 700,00/m2, qual seria o
preço estimado da construção? Na resposta o aluno deverá considerar um BDI do
construtor de 25% e admitir que não existam custos adicionais com fundações,
instalações especiais ou qualquer outra parcela de custo não contemplada pela
metodologia do CUB.
Exercício 3 – Utilização do CUB

66
Exercício 3 – Utilização do CUB
Considere a construção de um edifício de 11 andares que será utilizado como sede de
determinado órgão do Poder Judiciário. As etapas de execução da edificação com
50.742,91 m2 de área encontram-se descritas na tabela abaixo:
Exercício 3 – Utilização do CUB (continuação)
Diante do exposto, avalie se há ou não indício de sobrepreço no orçamento base do edital,
no qual está incluso um BDI de 23%. Na data base do orçamento e na UF de execução da
obra, o Sinduscon local divulgou os seguintes valores do CUB para os projetos
padronizados:
Apresentação de Estimativas de Custos
para Obras de Saneamento

1) Tese de Doutorado – Ana Paula Zubiarre


2) Ministério das Cidades – Nota Técnica SNSA Nº
492/2010

69
Orçamento Preliminar

Quantitativos de serviços apurados em


plantas ou estimados por meio de
índices médios, e custos de serviços
tomados em tabelas referenciais.

70
Alguns exemplos de levantamentos
expeditos:

 Área de formas (m2) = Vol. Concreto (m3) x 12;


 Peso de aço (Kg) = Vol. Concreto (m3) x 100
 Vol. Total de concreto (m3) = área construída x
0,16;
 Volume de remoção de entulho = volume de
demolição x 2;
 Área de reboco = área de alvenaria x 2;

71
Qual o grau de precisão necessário
para o orçamento de uma obra
pública?

72
Precisão do orçamento
Lei 8.666/93 (art. 7º):

 § 2o As obras e os serviços somente


poderão ser licitados quando:
 I - houver projeto básico aprovado pela
autoridade competente e disponível para
exame dos interessados em participar do
processo licitatório;
 II - existir orçamento detalhado em planilhas
que expressem a composição de todos os
seus custos unitários;

73
Acórdão TCU 1.726/2008-Plenário

9.1.2. nos processos de licitação de obras e


serviços, faça constar orçamento detalhado em
planilhas que expressem a composição de todos os
seus custos unitários, conforme prescrito no art. 7º,
§ 2º, inciso II, da Lei 8.666/93 e já determinado no
Acórdão 1.705/2003 – Plenário, exigindo, ainda, dos
participantes, demonstrativos que detalhem os seus
preços e custos;

74
SÚMULA Nº 258/2010

 “As composições de custos unitários e o


detalhamento de encargos sociais e do BDI
integram o orçamento que compõe o projeto básico
da obra ou serviço de engenharia, devem constar
dos anexos do edital de licitação e das propostas
das licitantes e não podem ser indicados mediante
uso da expressão „verba‟ ou de unidades
genéricas”.

75
Precisão do orçamento
Lei 8.666/93, art. 6º:

IX - Projeto Básico - conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível de precisão


adequado, para caracterizar a obra ou serviço, ou complexo de obras ou serviços objeto da
licitação, elaborado com base nas indicações dos estudos técnicos preliminares, que
assegurem a viabilidade técnica e o adequado tratamento do impacto ambiental do
empreendimento, e que possibilite a avaliação do custo da obra e a definição dos métodos e
do prazo de execução, devendo conter os seguintes elementos:
a) desenvolvimento da solução escolhida de forma a fornecer visão global da obra e identificar
todos os seus elementos constitutivos com clareza;
b) soluções técnicas globais e localizadas, suficientemente detalhadas, de forma a minimizar a
necessidade de reformulação ou de variantes durante as fases de elaboração do projeto
executivo e de realização das obras e montagem;
c) identificação dos tipos de serviços a executar e de materiais e equipamentos a incorporar à
obra, bem como suas especificações que assegurem os melhores resultados para o
empreendimento, sem frustrar o caráter competitivo para a sua execução;
d) informações que possibilitem o estudo e a dedução de métodos construtivos, instalações
provisórias e condições organizacionais para a obra, sem frustrar o caráter competitivo para a
sua execução;
e) subsídios para montagem do plano de licitação e gestão da obra, compreendendo a sua
programação, a estratégia de suprimentos, as normas de fiscalização e outros dados
necessários em cada caso;
f) orçamento detalhado do custo global da obra, fundamentado em quantitativos de serviços
e fornecimentos propriamente avaliados;

76
Precisão do orçamento
 Um orçamento é sempre uma estimativa.
 Alguns serviços carregam um imprecisão intrínseca em
suas quantidades (fundações cravadas; serviços de
terraplanagem, em razão dos fatores de contração
adotados, etc);
 Em referências oficiais de preços unitários, geralmente
são adotados:
- Produtividades médias;
- Consumos médios de combustíveis e insumos;
- Simplificações de custos de depreciação e
manutenção;
77
Projetos Básicos – Grau de Precisão do Orçamento
( Gráfico adaptado de CARDOSO, Roberto S., Orçamento de Obras em Foco . Editora Pini, 2009.)

+ 50%

+ 40%

+ 30%

+ 20%
Erro da estimativa (%)

+ 10%

0% 1 2 3 4

- 10%

- 20%

- 30%

- 40%

- 50% Desenvolvimento dos projetos de engenharia (%)

10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Projetos Básicos – Grau de Precisão do Orçamento
(AACE International Recommended Practice Nº 17R-97, Cost Estimate Classification System)
Característica
Característica Secundária
Primária
Classificaçã Nível de Faixa de Precisão
Metodologia
o da Definição do Finalidade Esperada
Método Típico de
Estimativa Projeto Propósito típico da Faixas Típicas de
Desenvolvimento da
% de Estimativa variação inferior e
Estimativa
Completitude superior
Classe 5 0% a 2% Escolha de alternativas, Paramétrico ou Faixa Inferior: -20%
estudos iniciais de julgamento a -100%
viabilidade, escolha de Faixa Superior:
localização dos +40% a + 200%
empreendimentos
Classe 4 1% a 15% Confirmação da viabilidade Primariamente Faixa Inferior: -15%
econômica e/ou técnica, paramétrico a -60%
aprovação preliminar de Faixa Superior:
investimentos +30% a +120%
Classe 3 10% a 40% Aprovação final do Paramétrico Faixa Inferior: -10%
investimento. Orçamento a -30%
preliminar. Faixa Superior:
+20% a +60%
Classe 2 30% a 70% Estimativa para licitação. Primariamente Faixa Inferior: -5% a
Controle da variação de Determinístico -15%
custos e recursos em relação Faixa Superior:
aos previstos. +10% a +30%
Classe 1 50% a 100% Estimativa para licitação. Determinístico Faixa Inferior: -5%
Propostas de licitantes. Base Faixa Superior:
para negociações de +10%
aditivos.
Precisão do orçamento

 Daniel Halpin e Ronald Woodhead


(CONSTRUCTION MANAGEMENT,1998):
“A fase de detalhamento do projeto termina
com as plantas e especificações que são
fornecidas ao construtor para efeitos de
concorrência.
(...)
Essa estimativa deve ter uma precisão de
3%, já que o projeto final está disponível”
80
Precisão do orçamento

 Resolução CONFEA 361/91 (Atenção! A Lei


8.666 é de 1993!):
Art. 3º - As principais características de um
Projeto Básico são:
(...)
f) definir as quantidades e custos de serviços
e fornecimentos com precisão compatível
com o tipo e porte da obra, de tal forma a
ensejar a determinação do custo global da
obra com precisão de mais ou menos 15%
(quinze por cento);
81
Precisão do orçamento
 Para edificações, na opinião do professor (artigo a ser publicado):

Tipo de Fase de projeto Cálculo do preço Margem


orçamento de erro

Estimativo Estudos Área de construção multiplicada por um 30%


preliminares macroindicador.

Sintético Anteprojeto Quantitativos de serviços apurados em plantas 15%


ou estimados por meio de índices médios, e
custos de serviços tomados em tabelas
referenciais.

Analítico Projeto básico Quantitativos apurados no projeto, e custos de 5 a 10%


serviços obtidos em composições de custos
unitários com preços de insumos oriundos de
tabelas referenciais ou pesquisa de mercado.

Real Projeto executivo Todos os quantitativos apurados no projeto, e 5%


custos de serviços obtidos em composições de
custos unitários com preços de insumos
negociados.

82
Precisão inadequada do orçamento em
obras públicas... Consequências...
Lei 8.666/93, art. 65:
A Administração pode alterar o contrato
quando necessários acréscimos ou
supressões nas compras, obras ou serviços,
desde que respeitados os seguintes limites:
- para compras, obras ou serviços:
acréscimos ou supressões de até 25% do
valor atualizado do contrato (50% para
reformas de edifícios ou equipamentos).

83
Quanto mais detalhado for o projeto,
mais preciso será o orçamento.

84
Cronograma Físico-Financeiro
 A composição de custos unitários também fornece a
produtividade do serviço, informação importante para
avaliação da estimativa do prazo da obra.

 Com base nestas informações é que se elabora o


cronograma físico-financeiro do empreendimento
(OBRIGATÓRIO pela lei 8.666/93).

 Quando a composição de custos unitários é apresentada


com todos os coeficientes em função da própria unidade
do serviço a produção horária não é nitidamente
discriminada (TCPO, SINAPI, etc);

85
• Em uma hora são escavados 127 m3 de material de 2ª
Categoria.
86
Com base nas produtividades obtidas nas
composições de custo unitário pode-se elaborar o
cronograma físico-financeiro da obra

87
Exemplo de um cronograma real extraído de um edital do DNIT

88
Importância do Cronograma Físico-Financeiro

 Quanto maior a duração da obra maiores serão


seus custos, principalmente a administração local.
 O prazo da obra também afeta a quantidade de
equipamentos e o planejamento dos turnos de
trabalho do construtor;
 Influi na programação financeira e orçamentária do
órgão contratante;
 Daí a importância de sua análise correta.

89
O Impacto do Prazo de Execução no Custo da Obra
Curva de tempo-custo para implantação de empreendimentos

90
CUSTOS DIRETOS
X
CUSTOS INDIRETOS

91
Custos Diretos
 São os custos da empreiteira que podem ser
inteiramente alocados em determinada obra.
 Estão expressamente previstos na planilha
orçamentária.
 Correspondem aos serviços passíveis de
medição.
 Corresponde aos serviços quantificáveis, que
não dependem de outro serviço para sua
quantificação;
92
Ministério da Integração Nacional
Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba
Área de Revitalização das Bacias Hidrográficas

OBRA: SISTEMA DE ESGOTO SANITÁRIO


SERVIÇO: REDE COLETORA, INTERCEPTORES, ELEVATÓRIAS E ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTO
MUNICÍPIO - FRANCISCO DUMONT
DATA BASE: JUNHO/2008

PLANILHA ORÇAMENTÁRIA

PREÇO PREÇO
ITEM CPU DISCRIMINAÇÃO UNID. QUANT.
UNIT. TOTAL
01. INSTALAÇÕES PRELIMINARES E CANTEIRO DE OBRAS
01.01 35.18 INSTALAÇÃO COMPLETA CANTEIRO DE OBRAS m² 140,00 265,67 37.193,80
01.02 35.19 Administração local e manutenção do canteiro mês 12,00 39.294,46 471.533,52
01.03 35.20 Mobilização Gl 1,00 22.697,65 22.697,65
01.04 35.21 Desmobilização Gl 1,00 22.697,65 22.697,65
01.05 CPU-015 Fornecimento e assentamento de placa de identificação de obra m² 48,00 335,99 16.127,52
01.06 CPU-134 Ampliação de rede elétrica m 500,00 199,62 99.810,00
01.07 CPU-135 Transformador na ampliação da rede Un. 1,00 19.503,77 19.503,77
Fornecimento de veículo leve, com ar condicionado para apoio à fiscalização, incluindo
01.08 CPU-156 despesas com combustível, óleos, manutenção, licenciamento, seguros, impostos mês 24,00 2.643,28 63.438,72
etc.
TOTAL DE SERVIÇOS - INSTALAÇÕES PRELIMINARES E CANTEIRO DE OBRAS 753.002,63
02. REDE COLETORA E INTERCEPTORES
02.01 01.01.11 Demolição de pavimento asfáltico, faixas maiores ou iguais a 2,0 m m² 10.573,85 6,02 63.654,58
02.02 01.03.11 Remoção de pavimento em paralelepípedo, poliédrico e pré-moldado m² 445,23 5,54 2.466,56
02.03 02.01.03 Escavação manual de valas em solo seco profundidade até 1,50 m m³ 888,96 17,96 15.965,74
02.04 02.01.07 Escavação manual de valas em solo com água profundidade até 1,50 m m³ 237,00 22,46 5.323,10
02.05 02.01.08 Escavação manual de valas em solo com água profundidade 1,50 até 3,0 m m³ 13,19 29,93 394,77
02.06 02.02.01 Escavação e carga em solo, com pá mecânica ou escavadeira m³ 12.145,34 5,80 70.442,99
02.07 02.02.02 Escavação e carga mecânica de valas, rocha branda, à frio m³ 431,96 110,34 47.661,99
02.08 02.02.06 Escavação mecânica de valas (solo seco), profundidade até 1,50 m m³ 11.771,79 5,45 64.156,25
02.09 02.02.07 Escavação mecânica de valas (solo seco), profundidade maior que 1,50 até 4,0m m³ 420,28 7,37 3.097,47
02.10 02.02.09 Escavação mecânica de valas (solo com água), profundidade até 1,50m m³ 1.063,15 6,57 6.984,92

02.11 02.02.10 Escavação mecânica de valas (solo com água), profundidade maior que 1,50 até 4,0m m³ 143,05 8,91 1.274,57

02.12 02.04.01 Estrutura de escoramento, tipo pontaleteamento m² 12.345,00 7,20 88.884,00


02.13 02.04.02 Estrutura de escoramento descontínua m² 1.949,00 9,85 19.197,65
02.14 04.03 Esgotamento de água com bombas, vazões até 50/m³, altura até 10m hpxh 1.448,00 1,20 1.737,60
02.15 04.05 Drenagem com tubos perfurados de cerâmica, diâmetro 100 mm m 1.131,25 17,23 19.491,44
02.16 04.06 Drenagem com tubos perfurados de cerâmica, diâmetro 150 mm m 678,75 23,08 15.665,55 93
Custos indiretos
 São custos gerais da empreiteira, que não
podem ser alocados em determinada obra.
 Correspondem aos serviços não passíveis de
medição direta.
 Não são discriminados na planilha
orçamentária.
 Corresponde aos gastos não quantificáveis, de
valor proporcional aos custos diretos. É o caso
dos impostos, dos custos financeiros, do rateio
dos custos da administração central do
construtor, dos seguros, dos riscos, etc.
94
95
96
PREÇO UNITÁRIO

PV = CD x (1 + BDI)

 PREÇO DE VENDA (PV) ou preço total


 CUSTO DIRETO (CD)
 BDI ou LDI (custos indiretos e lucro)

Preço unitário é o preço correspondente


a uma unidade de serviço.

97
Mobilização e desmobilização

 São custos de transporte de


equipamentos, ferramentas, utensílios e
pessoal para o canteiro de obras;

98
Mobilização e desmobilização
Metodologia de Cálculo para Mão de Obra

Passagens Passagens Ajuda de


Profissional Quantidade Origem Aéreas Rodoviárias Custo Total
Gerente do Contrato 1 São Paulo 650,00 - 4.000,00 R$ 4.650,00
Coordenador Geral 1 São Paulo 650,00 - 4.000,00 R$ 4.650,00
Engenheiro 3 São Paulo 650,00 - 2.500,00 R$ 9.450,00
Chefe de Escritório/Contador 1 São Paulo 650,00 - 2.500,00 R$ 3.150,00
Chefe de Custos 1 São Paulo 650,00 - 2.500,00 R$ 3.150,00
Desenhista 4 São Paulo - 270,00 1.000,00 R$ 5.080,00
Técnico de Segurança do Trabalho 1 São Paulo - 270,00 1.000,00 R$ 1.270,00
Comprador 2 São Paulo - 270,00 1.000,00 R$ 2.540,00
Eletricista 2 São Paulo - 270,00 1.000,00 R$ 2.540,00
Mecânico 4 São Paulo - 270,00 1.000,00 R$ 5.080,00
Lubrificador 1 São Paulo - 270,00 1.000,00 R$ 1.270,00
Borracheiro 2 São Paulo - 270,00 1.000,00 R$ 2.540,00
Supervisor de Manutenção 1 São Paulo 650,00 - 2.500,00 R$ 3.150,00
Topógrafo 2 São Paulo 650,00 - 2.500,00 R$ 6.300,00
Ajudande de Topógrafo 2 São Paulo - 270,00 1.000,00 R$ 2.540,00
Encarregado de Turma 9 São Paulo - 270,00 1.000,00 R$ 11.430,00
Apontador 3 São Paulo - 270,00 1.000,00 R$ 3.810,00
Laboratorista 2 São Paulo - 270,00 1.000,00 R$ 2.540,00
Motorista de Caminhão 17 São Paulo - 270,00 1.000,00 R$ 21.590,00
Operador de Equipamento Pesado 34 São Paulo - 270,00 1.000,00 R$ 43.180,00

Total de Mobilização com Pessoal R$ 139.910,00

99
Mobilização e desmobilização
Metodologia de Cálculo para Equipamentos

Origem do Preço Parcial


Equipamento Quantidade Equipamento DMT (Km) PU (R$/Km) (R$)
Trator de Esteiras potência de 181 a 230 kW 2 São Paulo 400 5,5671 R$ 4.453,68
Carregadeira de Pneus potência até 140 kW 3 Recife 1800 2,0229 R$ 10.923,66
Escavadeira Hidráulica potência de 129 a 180 kW 4 Recife 1800 5,5851 R$ 40.212,72
Motoniveladora potência até 200 kW 4 Recife 1800 4,0458 R$ 29.129,76
Rolo Compactador até 11t 2 Recife 1800 1,3351 R$ 4.806,36
Rolo Compactador até 15t 4 São Paulo 400 2,0229 R$ 3.236,64
Rolo Compactador até 25t 4 São Paulo 400 4,0458 R$ 6.473,28
Retroescavadeira potência até 57kW 2 São Paulo 400 2,0229 R$ 1.618,32
Trator Agrícola potência até 80 kW 2 São Paulo 400 1,3351 R$ 1.068,08
Caminhão Basculante capacidade de 10m³ 17 São Paulo 400 2,4002 R$ 16.321,36
Caminhão Tanque capacidade de 10000 l 4 São Paulo 400 1,6792 R$ 2.686,72
Vibro-acabadora de Asfalto sobre Esteiras 80kW 1 São Paulo 400 2,0229 R$ 809,16
Aquecedor de Fluido Térmico 1 Fortaleza 2200 12,1374 R$ 26.702,28
Usina de Asfalto a Quente 1 Fortaleza 2200 24,3831 R$ 53.642,82
Total de Mobilização com Equipamentos R$ 202.084,84

100
Instalação do canteiro de obras
 São os custos de construção das edificações
e de suas instalações (hidráulicas, elétricas,
esgotamento) destinadas a abrigar o pessoal
(casas, alojamentos, refeitórios, sanitários,
etc.) e as dependências necessárias à obra,
(escritórios, barracões, laboratórios, oficinas,
almoxarifados, balança, guarita, etc.).
 Também abrange o custo de montagem de
alguns equipamentos (central de britagem,
usina de CBUQ, central dosadora de
concreto, gruas, etc.).
 Custo de implantação dos arruamentos e
caminhos de serviço.
101
Manutenção do canteiro de obras

 Custos mensais de água, esgoto, energia


elétrica, telefone, aluguel de equipamentos,
material de limpeza, etc;

 Quanto maior o prazo da obra, maior será


esta rubrica.

 Também considera o custo dos


equipamentos e mão-de-obra necessários
para conservação do canteiro e dos
caminhos de serviço.
102
Administração local
 Corresponde aos custos locais do construtor no canteiro
de obras;
 Mão-de-obra indireta e apoio à mão-de-obra indireta
(engenheiros, mestre-de-obra, encarregados, secretária,
motorista, almoxarife, segurança do trabalho,
apontadores, apropriadores de custo, etc);
 Veículos de fiscalização;
 Equipamentos de proteção individual;
 Transporte e Alimentação dos trabalhadores;
 Telefone, energia elétrica e materiais de consumo,
computadores, mobiliária e demais equipamentos
administrativos do canteiro (depreciação);
 Controle tecnológico dos materiais (laboratório, topografia,
etc).

103
Administração local

Apresentação de planilhas
detalhando a administração local

104
PERGUNTAS

 Os custos de mobilização e desmobilização são diretos


ou indiretos?

 Os custos de instalação do canteiro de obras são diretos


ou indiretos?

 Os custos com administração local são diretos ou


indiretos?

 Os custos com administração central são diretos ou


indiretos?

 E os custos com EPIs, ferramentas, alimentação e


transporte dos trabalhadores? 105
 Acórdão TCU 2.029/2008 – Plenário – VOTO
Administração da Obra

22. Inicialmente, vale comentar que despesas relativas à


administração local de obras, pelo fato de poderem ser
quantificadas e discriminadas por meio de simples
contabilização de seus componentes, devem constar na
planilha orçamentária da respectiva obra como custo direto. A
mesma afirmativa pode ser realizada para despesas de
mobilização/desmobilização e de instalação e manutenção de
canteiro. Essa prática visa à maior transparência na elaboração
do orçamento da obra, o que vem sendo recomendado por
este Tribunal em suas fiscalizações, como o próprio Acórdão
325/2007-TCU-Plenário aponta.

106
 Acórdão TCU 1471/2008 - Plenário
9.1.1. em futuras licitações, especifique no
orçamento básico a composição do item Lucro e
Despesas Indiretas (LDI), atentando para o
estabelecido, especialmente, nos subitens 9.1.1 a
9.1.3 do Acórdão 325/2007-Plenário, a saber:
(...)
9.1.2. os itens Administração Local, Instalação de
Canteiro e Acampamento e Mobilização e
Desmobilização, visando a maior transparência,
devem constar na planilha orçamentária e não no
LDI;”

107
 Acórdão 1801/2008 - Plenário
9.1. determinar à Furnas Centrais Elétricas S.A. que:
(...)
9.1.5. inclua cláusula, nos editais de licitação, dispondo
sobre a obrigatoriedade de os licitantes apresentarem o
detalhamento na planilha orçamentária da composição
do item Administração Local;
9.1.6. faça constar nos termos aditivos o detalhamento
na planilha orçamentária da composição do item
Administração Local, abstendo-se da prática de incidir
seu percentual, com base em estimativa, sobre os
demais custos;
9.1.7. efetue o pagamento de obrigações contratuais
referentes à Administração Local como despesas
diretas, em função do efetivamente realizado e
registrado nas medições, abstendo-se da prática de
incidir percentualmente o item estimado como
Administração Local sobre os demais custos;
108
Elementos do custo direto

 Mão-de-obra;
 Materiais;
 Equipamentos;

109
Mão-de-obra
 Os custos horários de mão-de-obra são
obtidos à partir das convenções coletivas de
trabalho, acrescidos dos respectivos
encargos sociais e trabalhistas;

 Os coeficientes de produtividade são


obtidos por apropriação de custos.

110
Mão-de-obra
 A produtividade da mão de obra na construção civil é uma importante
preocupação dos construtores e proprietários, bem como dos
engenheiros de custo. Os custos de construção e cumprimento de
cronogramas dependem extremamente da qualidade do planejamento
da execução do projeto e da área do canteiro de obras. A produtividade
do trabalho é frequentemente o maior fator de risco sobre os custos da
obra. Também é a maior fonte de incertezas sobre o cumprimento de
prazos contratuais.
 Os prazos e orçamentos – que são estimados, são combinados
principalmente com base em dados históricos de performance. No
entanto, este método não demonstra porque a produtividade diminui ou
sai de controle em alguns casos. Também não oferece suporte para
decisões ou ações corretivas para aumentar a produtividade do
processo de trabalho.

111
Mão-de-obra
 Para significativas otimizações no prazo e custo do empreendimento, a
medida direta de produtividade deve ser utilizada. No gráfico a seguir é
apresentado um típico resultado obtido a partir deste tipo de análise de
produtividade:
Ajustes em Instruções; 7%
equipamentos; 2%

Deslocamentos; 15%

Trabalho Efetivo;
Esperas de
49%
Ferramentas,
materiais e
transportes; 4%

Planejamento; 5%

Esperas; 15%
112
Necessidades
Pessoais; 3%
Mão-de-obra
A AACE apresenta as principais causas de perda de produtividade:
 Absenteísmo. Quando uma equipe está no seu pico produtivo, a ausência
de qualquer integrante pode influir na taxa de produção da equipe, pois a
equipe pode ser incapaz de produzir a mesma taxa de produção com
menos recursos ou talvez com um mix diferente de níveis de habilidades e
experiências.
 Condições climáticas adversas. Chuvas e condições climáticas adversas
são fatores esperados em quase todos os projetos. Porém, serviços
sensíveis ao tempo podem ter produtividade diminuída até mesmo em
períodos de tempo bom, caso estes sejam intercalados entre períodos de
chuva. As operações de compactação são um exemplo clássico, exigindo
vários dias de tempo bom, após a ocorrência de chuvas fortes, para atingir
condições ideais de execução.
 Falta de mão de obra qualificada. É sabido que a qualidade da mão de
obra está intimamente ligada à produtividade, dentro do princípio de fazer
alguma coisa corretamente e com eficiência. Os índices de produtividade
poderão ser substancialmente aumentados com a utilização de mão de obra
qualificada.
113
Mão-de-obra
 Mudanças de projeto e retrabalho. É esperado que todos os projetos
sofrem algum tipo de alteração durante a construção. No entanto,
mudanças fora do escopo do trabalho previsto, bem como múltiplas
mudanças também impactam a produtividade da mão de obra. A
necessidade de descartar o trabalho realizado, os atrasos para
atendimento das alterações de projeto, a necessidade de
replanejamento e novo sequenciamento trabalho, por exemplo, também
podem causar a queda da produtividade.
 Aceleração da Execução. A redução, intencional ou não-intencional, do
prazo de implantação do projeto pode resultar no uso de vários turnos de
trabalho e de horas extraordinárias de trabalho. Também pode ocorrer a
contratação de mais mão de obra que possa ser gerida de forma eficaz e
coordenada.
 Rotatividade de mão de obra. Se a equipe de trabalho sobre de
elevada rotatividade, é improvável que alcance elevada produtividade
simplesmente porque um ou vários membros da equipe podem ainda
estar na curva de aprendizado. Assim, a produção de toda a equipe fica
114
afetada.
Mão-de-obra
 Aglomeração de trabalhadores. Para alcançar boa produtividade, cada
membro da equipe deve ter espaço de trabalho suficiente para
desenvolver seu trabalho sem interferir com outros integrantes da
equipe. Quando mais trabalhadores são colocados para trabalhar em
uma área delimitada é provável eu a interferência possa ocorrer,
reduzindo a produtividade.
 Projetos deficientes ou incompletos. Quando desenhos ou
especificações estão com erros, ambigüidade ou simplesmente não
estão claras o suficiente, é provável haver declínio de produtividade, pois
os integrantes da equipe não estão certos sobre a forma exata de
desenvolver suas atribuições ou simplesmente vão perder mais tempo
interpretando os projetos.
 Diluição da supervisão. Quando as equipes estão divididas para
realizar o trabalho em vários locais ou quando o trabalho é
constantemente alterado ou resequenciado, a supervisão de campo é
muitas vezes incapaz de efetivamente executar a sua tarefa primordial –
observar se as equipes trabalham de forma produtiva.
115
Mão-de-obra
 Excesso de horas extras. Vários estudos documentaram o fato que a
produtividade declina conforme o trabalho extraordinário se prolonga. As
razões mais comuns para este fato incluem a fadiga dos trabalhadores,
o absenteísmo incremental, a perda de qualidade dos acabamentos,
maior número de acidentes de trabalho e redução da efetividade da
supervisão.
 Falta de coordenação entre os construtores, subcontratados e
fornecedores. Se a equipe de gerência do projeto falha em obter os
materiais, serviços subcontratados e equipamentos no lugar correto e na
hora certa, a produtividade da equipe pode reduzir.
 Fadiga. Os trabalhadores que estão cansados tendem a retardar o
trabalho, cometer mais erros do que o normal, e sofrem mais acidentes.
Assim, a produtividade pode diminuir para a equipe inteira
 Fatores relacionados às relações de trabalho. Exigências legais,
condições inseguras de trabalho, questões de segurança de acesso às
instalações, alarmes de evacuação em instalações existentes, emissão
intempestiva de licenças de acesso. Todos estes fatores podem
impactar adversamente a produtividade do trabalho. 116
Mão-de-obra
 Curva de aprendizado. Em toda a obra há uma típica curva de
aprendizado, enquanto as equipes se familiarizam com o projeto, sua
locação, padrões de qualidade requeridos e layout do canteiro de obras.
 Escassez de material, ferramentas e equipamentos. Se a equipe não
tem todos os insumos para o trabalho disponíveis na hora e lugar
corretos, sua produtividade provavelmente será reduzida. O mesmo
acontece se o trabalho for executado com ferramentas ou equipamentos
de alguma forma sub ou superdimensionados ou inapropriados para a
execução das tarefas.
 Trabalho realizado fora da sequencia. Quando não é seguida uma
ordem lógica na execução dos trabalhos, a produtividade pode ser
afetada.
 Restrições na área de trabalho ou no canteiro de obras. Se as
equipes tiverem dificuldades para chegar às frentes de serviço ou se
estas forem distantes ou tiverem acesso limitado, haverá perda de
produtividade da mão de obra, pois maior parte do tempo diário de
jornada será gasto com deslocamentos ou esperas. 117
Mão-de-obra
 Condições das frentes de serviço. Condições físicas (solos saturados,
por exemplo), logísticas (presença de linhas de força, por exemplo),
ambientais (proibições de executar construções em certas áreas durante
algumas épocas do ano) e legais (proibições de produzir ruídos durante
determinados horários do dia) podem afetar a produtividade.

118
Estimativa de produtividade – Mão de obra (método da TCPO)

119
Mão-de-obra + encargos

120
Mensalistas
 Os valores dos próprios salários já
englobam certos itens do custo, ou seja, o
repouso semanal remunerado e os
feriados considerados como leis sociais.
Para este caso, consideram-se 176 horas
de trabalho por mês;
 O percentual de encargos para
mensalistas incide normalmente sobre o
salário de integrantes da equipe técnica e
administrativa.
121
Horistas
 Não existe nenhum encargo incluído no salário hora,
portanto devendo ser considerado no percentual dos
encargos sociais tanto o repouso semanal
remunerado quanto os feriados que são pagos aos
empregados complementarmente;
 Considera-se 220 horas de trabalho por mês, sendo 44
horas de trabalho por semana mais 8 horas de repouso
semanal remunerado (domingo)
 O percentual de encargos sociais para horistas incide
normalmente sobre o salário de operários
remunerados por horas efetivamente trabalhadas,
tomadas por apontadores. As composições de custo
direto comumente consideram encargos sociais dos
horistas (pedreiros, serventes, carpinteiros, armadores,
etc)
122
Encargos
Sociais do
Sinapi

123
Podem ser acrescidos os encargos
adicionais sobre a mão-de-obra

124
Encargos adicionais no SICRO2

 Encargos adicionais sobre mão-de-obra


(15,51%)
 Equipamento de Proteção Individual (1,12%)
 Transporte (4,79%)
 Alimentação (9,60%)
 Ferramentas Manuais (5,00%)

125
Demonstrativo de cálculo das rubricas de Encargos Sociais
Premissas e dados estatísticos:

Taxa de Incidência de Acidentes do Trabalho: 3,026% (fonte: anuário estatístico de acidentes


de trabalho – 2004) A taxa de incidência de acidentes do trabalho pode ser calculada pela seguinte
fórmula:

Taxa de natalidade da população brasileira (no ano de 1999): 21,2 nascimentos anuais para
cada 1000 habitantes (fonte: IBGE ).

Número médio de dias de afastamento por acidentes do trabalho: em virtude da ausência de


estatísticas, foi adotado conservadoramente o prazo de 15 dias, período máximo previsto na
legislação em que o ônus do afastamento recai sobre o empregador.

Percentual de rescisões sem justa causa por iniciativa do empregador: 52,6%

Percentual de rescisões sem justa causa por iniciativa do empregado ou exoneração a


pedido: 19,4%

Percentual de rescisões com justa causa: 1,3%

Percentual de rescisões decorrentes do término do contrato de trabalho, da transferência


do trabalhador entre estabelecimentos da empresa ou de outros motivos: 27,2% 126
Demonstrativo de cálculo das rubricas de Encargos Sociais
Premissas e dados estatísticos:

Percentual de homens e mulheres na Construção Civil: De acordo com a RAIS 2008, 84,59%
do estoque de trabalhadores formais na construção civil possuem idade entre 18 e 49 anos, sendo
que 92,35% são homens e 7,65% são mulheres.

Taxa média de rotatividade da construção civil por estabelecimento: 74,2% (fonte: Ministério
do Trabalho e Emprego/Dieese, Movimentação Contratual no Mercado de Trabalho Formal e
Rotatividade no Brasil). Tal valor resulta em um tempo médio de permanência do trabalhador na
construção civil de: 1/0,742 x 12 meses = 16,17 meses.

127
Demonstrativo de cálculo das rubricas de Encargos Sociais

Cálculo de Horas Trabalhadas no Ano:


Para o cálculo dos encargos sociais necessita-se inicialmente do cálculo das horas
produtivas, o qual é apresentado a seguir:

- Jornada de trabalho semanal: 44 horas;


- Dias de trabalho na semana: 6 dias (segunda a sábado);
- Jornada diária: 7,3333 h/dia (equivale 44 horas semanais / 6 dias de trabalho na
semana);
- Jornada Mensal: 7,3333 h/dia x 30 dias = 220 h/mês;
- Número de dias por ano, considerando os anos bissextos (365 x 3 + 366)/4: 365,25
dias;
- N° de semanas por mês: 365,25 dias/12 meses/7 dias = 4,3482 semanas / mês;
Jornada Anual: 365,25 dias x 7,3333 h = 2.678,50 h.

Cálculo de Horas Descontadas:


- Férias: 30 x 7,3333 = 220 horas.

- Descanso Semanal Remunerado, considerando 11 meses trabalhados no ano: 11 x


4,3482 x 7,3333 h = 350,76 h.

- Feriados, considerando-se 13 por ano, com um feriado caindo no domingo e outro


128
feriado ocorrendo durante as férias: 11 dias x 7,3333 h = 80,67 h.
Demonstrativo de cálculo das rubricas de Encargos Sociais

Cálculo de Horas Descontadas:

- Auxílio enfermidade, adotando-se o parâmetro da editora PINI: 15 dias x 7,3333 h x


15% = 2,25 dias = 16,50 h.

- Licença paternidade, considerando que a Lei prevê 5 dias de licença; que 92,65% do
efetivo de trabalhadores da construção civil é do sexo masculino. Dada a taxa de
natalidade da população residente no país de 2,12%. Admitindo de forma conservadora
que toda a reprodução ocorre com a população da faixa etária de 18 a 49, a qual, de
acordo com a Rais 2008, representa 84,59% do estoque de trabalhadores formais na
construção civil. Sabendo-se que 92,35% dos trabalhadores nessa faixa etária são
homens. Para 5 dias de afastamento:
7,3333 x 5 x 0,0212/0,8459 x 0,9235 = 0,85 horas

- Licença maternidade, feitas as mesmas considerações anteriores, porém utilizando o


período legal de 120 dias:
7,3333 x 120 x 0,0212/0,8459 x 0,0765 = 1,69 horas
Observação: A licença maternidade entra no cálculo das horas produtivas, no entanto
os salários pagos a título de licença maternidade são desconsiderados no cálculo dos
encargos sociais, pois o seu custo é arcado pela previdência social.
129
Demonstrativo de cálculo das rubricas de Encargos Sociais

Cálculo de Horas Descontadas:

Faltas legais, considerando uma média de 2 dias por ano: 14,67 h.

Acidentes do trabalho, considerando conservadoramente o período máximo de 15 dias


de afastamento por ano e uma média de ocorrência de 3,026%: 15 x 7,3333 h x
0,03026 = 3,33 h.

Total de horas não trabalhadas na jornada anual: 688,46 h.

Observação: Podem-se considerar dias de chuva ou outras dificuldades no cômputo de


horas não trabalhadas, desde que não tenham sido consideradas na taxa de riscos e
imprevistos do BDI. A presente memória de cálculo de encargos sociais não considerou
tais imprevistos, pois na maior parte dos orçamentos da construção civil, tais
contingências são consideradas no BDI. É de se ressaltar também que os dias de
chuvas causam outros custos para o construtor não contemplados nos encargos
sociais, por exemplo, o custo improdutivo dos equipamentos e custos fixos de
manutenção do canteiro de obras. A nosso ver, é melhor tratar os custos com chuvas
unicamente na taxa de riscos do BDI, excluindo-se seus efeitos no cômputo dos
encargos sociais.
130
Demonstrativo de cálculo das rubricas de Encargos Sociais

Cálculo de Horas Produtivas:

Jornada anual: 2.678,50 h


Horas não trabalhadas na jornada anual: (-) 688,46 h

Total das horas produtivas 1.990,04 h

131
Demonstrativo de cálculo das rubricas de Encargos Sociais

Grupo A (Encargos Básicos): Neste grupo estão os encargos que correspondem às


obrigações previdenciárias sobre a folhe de pagamento, conforme a seguinte legislação em vigor:

A1. Previdência Social


Incidência: 20,00%
Fundamentação: art. 22, inciso I da Lei nº 8.212/91.

A2. FGTS
Incidência 8,00%*
Fundamentação: art. 15 da Lei nº 8.036/90 e art. 7º, inciso III, da Constituição Federal de 1988.
*A Lei Complementar 110/2001, instituiu a alíquota adicional de 0,5%, mas a esta alíquota só
vigorou pelo prazo de 60 meses.

A3. Salário Educação


Incidência: 2,50%
art. 3º, inciso I, do Decreto nº 87.043/82.

A4. SESI e SESC


Incidência: 1,50%
Fundamentação: art. 30 da Lei nº 8.036/90 e art. 1º da Lei nº 8.154/90.

A5. SENAI e SENAC


Incidência: 1,00% 132
Fundamentação: Decreto-Lei nº 2.318/86
Grupo A (Encargos Básicos - continuação):

A6. SEBRAE
Incidência: 0,60%
Fundamentação: Lei nº 8.029/90, alterada pela Lei nº 8.154/90.

A7. INCRA
Incidência: 0,20%
Fundamentação: art. 1º, inciso I, do Decreto-Lei nº 1.146/70.

A8. Seguro para Acidentes de Trabalho


Incidência: 3,00% (para a maior parte do contingente de trabalhadores da construção civil).
Fundamentação: art. 22, inciso II, alíneas „b‟ e „c‟, da Lei nº 8.212/91.

A9 – SECONCI
Incidência: 1,00% (Apenas nos estados onde foi adotado por convenção coletiva).
Fundamentação: O Seconci - Serviço Social da Indústria da Construção e do Mobiliário, embora
tenha nomenclatura “Serviço Social”, não pertence ao chamado Sistema S, pois as contribuições
não decorrem de previsão em lei, e sim de previsão em convenção coletiva de trabalho. Tendo em
vista que pode haver diferenças entre as convenções coletivas de trabalho de cada região, o
referido percentual não foi incluído na presente memória de cálculo. No entanto, aconselha-se que
orçamentista verifique o conteúdo da convenção em vigor no local onde será executada a obra,
considerando a referida rubrica de encargos sociais caso seja aplicável.

Total do grupo A: 20,0% + 8,0% + 2,5% + 1,5% + 1,0% + 0,6% + 0,2% + 3,0% = 36,80%.133
Grupo B - Encargos Sociais que recebem as incidências de A

B1 – Descanso Semanal Remunerado e Feriados: Sobre as 1.990,04 horas


de produção durante um ano, há que se considerarem as horas correspondentes aos
domingos e feriados pagas pelos empregadores:

(350,75 +80,67) x 100 / 1.990,04 = 21,68%.

Fundamentação: Art. 68 e art. 70 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT)

B2 – Auxílio Enfermidade: Os primeiros 15 dias de auxílio-doença concedidos pelo


INSS devem ser pagos pelos empregadores. Nestas condições, a dedução poderá ser
orientada da seguinte forma:

16,5 x 100/ 1.990,04 = 0,83%.

Fundamentação: Art. 18 da Lei 8212, de 24/07/91 e Art. 476 da CLT.

134
Grupo B (continuação)

B3 – Licença Paternidade: para os 5 dias de afastamento, que foi fixado


provisoriamente, conforme artigo 10º, inciso II, § 1º das Disposições Transitórias da
Constituição:

0,85 / 1.990,04 = 0,04%

Fundamentação: Art. 7º, inciso XIX da Constituição Federal de 1988.

B4 – Licença Maternidade: A Constituição prevê 120 dias de afastamento, os


quais serão custeados pela previdência social. No entanto, o empregador ainda arca
com os encargos relativos ao 13º salário, férias e ao adicional de férias relativo ao
período de afastamento:

(0,0212/0,8459 x 0,0765) x [ (120 x 7,333) / 1.990,04] x [(220 + 220 +


220/3)/ 1.990,04] = 0,02%

Fundamentação: Art. 7º, inciso XIII da Constituição Federal de 1988.

135
Grupo B (continuação)

B5 – 13º salário: Os empregadores estão obrigados ao pagamento de um 13º


salário, a ser liquidado no mês de dezembro de cada ano, podendo a primeira
metade ser paga por ocasião das férias dos empregados.

30 x 7,3333 x 100 / 1.990,04 = 11,06%

Fundamentação: Lei nº 4090/62, Lei nº 7787/89 e Inciso VIII do Art. 7º da CF/88 e


complementares.

B6 – Acidentes de Trabalho: Conforme artigo 473 da CLT, é permitido ao


empregado se ausentar do trabalho sem perda de remuneração.

3,33 x 100 / 1.990,04 = 0,17%

Fundamentação: Lei 6367/76 e Art. 473 da CLT.

136
Grupo B (continuação)

B7 – Férias: Conforme artigo 473 da CLT, é permitido ao empregado se ausentar do


trabalho sem perda de remuneração. A sua remuneração será acrescida de um terço.

220 x 1,3333 / 1.990,04 = 14,74%

Fundamentação: Art. 142 da CLT e Inciso XVII do Art. 7º da Constituição Federal.

B8 – Faltas Legais: A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) cita alguns casos
em que a ausência do trabalhador deve ser abonada, ou seja, o empregador tem de
pagar pelos dias não trabalhados: falecimento de parentes, casamento, doação de
sangue, alistamento militar, alistamento eleitoral, exame vestibular e convocação pela
justiça como testemunha. Considerada uma média de 2 dias por ano por funcionário
para as seguintes ocorrências:

14,67 x 100 / 1.990,04 = 0,74%

Fundamentação: Arts. 473 e 822 da CLT.

137
Grupo B (continuação)

B9 – Aviso Prévio indenizado: Com a publicação da Lei 12.506/2011, a partir de


13/10/2011 a duração passou a ser considerada de acordo com o tempo de serviço do
empregado, podendo chegar até a 90 (noventa) dias. A lei dispõe que o aviso prévio
deve ser concedido na proporção de 30 dias aos empregados que possuem até um ano
de serviço na mesma empresa. Estabelece, ainda, que ao aviso devem ser acrescidos
três dias por ano de serviço prestado na mesma empresa, até o máximo de 60 dias, em
um total de até 90 dias. Considerando que o prazo médio de permanência do
trabalhador da construção civil é de 16,17 meses, adota-se um prazo médio de 33 dias
de aviso prévio.
Há dois casos distintos de aviso prévio:
a) 100% indenizado (§ 1º, art.487, da CLT);
b) com horário reduzido de duas horas diárias ou sete dias corridos, sem prejuízo do
salário, conforme art. 488 da CLT.
Observando-se que o percentual de rescisões sem justa causa por iniciativa do
empregador é de 52,6%, situação que gera o direito do aviso prévio, e
conservadoramente estimando que 95% dos avisos prévios são indenizados, tem-se:
Aviso prévio indenizado:

33 x7,3333 12
52,6% 95% = 4,51%
1.990,04 16,17 meses (permanência) 138
Grupo B (continuação)

B10 – Aviso prévio trabalhado: Nesse caso, admite-se que 5% do universo


restante do percentual de 52,6% das demissões sem justa causa de iniciativa do
empregador geram direito ao aviso prévio trabalhado. Além disso, deve-se considerar o
percentual de rescisões sem justa causa por iniciativa do empregado (19,4%). O aviso
prévio das demissões por iniciativa do trabalhador pode ser cumprido na modalidade
trabalhada ou com dispensa de aviso prévio. Situação muito incomum, mas possível
pela legislação em vigor, é o trabalhador pagar o aviso prévio no caso de o empregador
não dispensar o seu cumprimento. O prazo de cumprimento do aviso prévio por
iniciativa do trabalhador não foi alterado pela nova lei 12.506/2011 Para fins de cálculo
dos encargos sociais estima-se conservadoramente que 50% de todas as exonerações
a pedido do trabalhador tenham o aviso prévio cumprido na modalidade trabalhado.
Aviso prévio trabalhado:
7 x7,333 12
52,6% 5% = 0,05%
1.990,04 16,17 meses (permanência)
+
7 x7,333 12
19,4% 50% = 0,19%
1.990,04 16,17 meses (permanência)

Total do grupo B: 21,68% +0,83% +0,04% + 0,02% + 11,06% + 0,17% +


139
14,74% + 0,74% + 4,51% + 0,24% = 54,02%.
Grupo C - Encargos Sociais que não recebem as incidências do grupo A

C1 – Depósito por despedida injusta: Refere-se ao depósito de 40% do


montante acumulado dos depósitos do FGTS no momento em que há o desfazimento
do vínculo empregatício por iniciativa do empregador, sem justa causa. A Lei
Complementar 110/2001 criou um adicional de 10%, de forma que o empregador arca
atualmente com um percentual total de 50% sobre o montante dos depósitos efetuados
para o FGTS do trabalhador. Observa-se que os depósitos do FGTS também são
efetuados sobre o 13º salário e sobre o adicional de férias.

220( 13º sal . ) 220( 1/3 férias) 1


Cálculo:
220 + x
12 12 3
16,17 8%(retenção) 50%(multa) 52,6%(demissões ) = 4,18%
1.990,04

Fundamentação: art. 7º, inciso I, da Constituição Federal; art. 487 da CLT; art. 1º da Lei
Complementar 110/2001.
140
Grupo C

C2 – Indenização adicional: No caso de demissão de funcionário sem justa


causa no período de 30 dias que antecede a convenção coletiva de trabalho, deve-se
pagar ao mesmo uma indenização adicional equivalente a um salário mensal. Nesta
memória de cálculo, considerou-se que 8,33% das demissões ocorram nesses 30
dias.
Cálculo:

220
8,33% x52,6% = 0,48%
1.990,04

Fundamentação: art. 18, § 1º, da Lei nº 8.036/90.

Total do grupo C: 4,18% + 0,48% = 4,66%.

141
Grupo D: Taxa de Reincidência

D1 – Reincidência de A sobre B. (36,80% x 54,02%) = 19,88%:


Calculando a incidência dos 37,80% do agrupamento representado
pelos encargos sociais básicos, sobre os 39,17% dos que recebem
a sua reincidência, deve-se acrescentar ao total mais 14,81%.

Total de Encargos Sociais = 36,80% + 54,02% + 4,66% + 19,88% =


115,36%.

142
ENCARGOS SOCIAIS SOBRE O SALÁRIO HORA
Incidente sobre Hora Normal

CÓDIGO DESCRIÇÃO GRUPO A GRUPO B GRUPO C GRUPO D


A GRUPO A
A1 INSS 20,0%
A2 SESI 1,5%
A3 SENAI 1,0%
A4 INCRA 0,2%
A5 SEBRAE 0,6%
A6 Salário Educação 2,5%
A7 Seguro Contra Acidentes Trabalho 3,0%
A8 FGTS 8,0%
A9 SECONCI 0,0%
B GRUPO B
B1 Repouso Semanal Remunerado e Feriados 21,68%
B2 Auxílio-Enfermidade 0,83%
B3 Licença Paternidade 0,04%
B4 Licença maternidade 0,02%
B5 13º Salário 11,06%
B6 Acidentes do Trabalho 0,17%
B7 Férias 14,74%
B8 Faltas legais 0,74%
B9 Aviso prévio indenizado 4,51%
B10 Aviso prévio trabalhado 0,24%
C GRUPO C
C1 Depósito Rescisão Sem Justa Causa 4,18%
C2 Indenização Adicional 0,48%
D GRUPO D
D1 Incidência do Grupo A sobre o Grupo B 19,88%
SUB-TOTAIS ( GERAL ) 36,80% 54,02% 4,66% 19,88%
TOTAL DOS ENCARGOS SOCIAIS SOBRE O SALÁRIO HORA 115,36%
143
Perguntas:

Quais são os encargos mais passíveis de


variação de uma empresa para outra?

Qual a influência do prazo da obra no valor final


dos encargos sociais?

Qual o impacto do trabalho informal no preço de


uma licitante no preço final da obra (por exemplo
de uma edificação)?

144
 No grupo B duas construtoras podem ter percentuais
distintos, mas serão bem semelhantes;

 O grupo C deve ser o diferencial para melhor eficiência


da empresa. Se existe grande aproveitamento de
funcionários, reduz-se este percentual.

 Um tempo curto de obra impacta muito o grupo C, por


conta do aviso prévio indenizado. Os 30 dias
indenizáveis, proporcionalmente, representarão um
percentual maior (nos cálculos convencionais, adota-se
a permanência do operário na empresa de 9,67 meses
– MT). Se uma obra é prevista para terminar em 4
meses, o grupo C poderá aumentar em aprox.10%.

145
Custos de materiais
 Trata-se de consumos médios. O projeto ou a qualidade do
material, muitas vezes, oferece dados mais pontuais
oferecendo subsídios para a adaptação das composições
paradigma (ex: traço de concretos e argamassas; consumo de
tinta; número de reaproveitamentos de fôrmas);

 Deve-se computar, quando devido, a perda dos insumos se


intrínsecas ao processo produtivo (ex: tijolos, cerâmicas, aço);

 Lembrar-se dos conceitos CIF e FOB (posto na obra ou posto


na fábrica) para avaliação do preço final de um material na
composição de custo;

 Os sistemas de referência costumam apresentar uma tabela


com todos os materiais pesquisados;
146
Custos de materiais

X
+
X

147
Estimativa Consumo de Materiais – Método da TCPO

Consumo de argamassa para a execução de contrapisos

148
Custos com Internalização de Materiais Importados

Despesas e
Alíquota Valor Cálculos
Tributos
Valor CIF 1,0
Imposto de % sobre o CIF
14% a 0,14
Importação
% sobre a soma (CIF
IPI 10% b 0,11 + II)

PIS 1,65% c 0,02 1,65% * (CIF * X )


COFINS 7,60% d 0,11 7,60% * (CIF * X)
18% sobre a soma
ICMS 18% e 0,30 (CIF + II + IPI + PIS +
COFINS)
Despesas
3% D 0,03 3% do valor CIF
alfandegárias
Valor total 1,72

149
Custos com Internalização de Materiais Importados
Na tabela anterior foram aplicadas as fórmulas da IN SRF 572/2005 :

VA = Valor Aduaneiro;
a = alíquota do Imposto de Importação (II);
b = alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI);
c = alíquota da Contribuição para o PIS/Pasep – Importação;
d = alíquota da Cofins – Importação;
e = alíquota do imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias
e sobre prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de
comunicação (ICMS).
150
Detalhamento das Despesas Alfandegárias
SDA Valor calculado com base em tabela fornecida pelo Sindicato dos Despachantes
Aduaneiros. O valor a ser recolhido equivale a 2% do valor CIF com mínimo de
US$ 90,00 e máximo de US$ 170,00
Transporte O valor do transporte é definido com base em tabela negociada com qualquer
transportadora. De forma geral, o custo do transporte é composto por três
variáveis: FRETE PESO, o qual é determinado em função do peso da carga; AD
VALOREM, o qual representa o seguro que o transportador contrata para o
transporte. O AD VALOREM equivale, na maioria das vezes, a 0,01% sobre CIF + II
+ IPI. A terceira despesa costuma ser uma taxa de expediente para emissão de
documentos e administração (+- US$ 30,00)
Armazenagem Dependendo do local de armazenamento, haverá uma taxa de armazenagem
específica. Por exemplo:

Mercadorias armazenadas no Porto de Santos


0,65% sobre CIF p/ períodos de 15 dias, com os seguintes valores mínimos:
•Carga Solta (US$ 50,00)
•Container 40 pés(aprox. US$ 300,00 na margem direita e US$ 400,00 na margem
esquerda)

Mercadorias armazenadas em Armazéns Privados


0,35% sobre o valor CIF para períodos de 10 dias (pagamento mínimo de US$
151
50,00).
Detalhamento das Despesas Alfandegárias
Capatazias Valor cobrado pelos armazéns pelo manuseio de cargas. Existem tarifas
diferenciadas para carga solta e containers.
Carga Solta - US$ 15,00/tonelada (Mínimo de US$ 15,00) Container (aprox. US$
150,00 para 20 pés e US$ 200,00 para 40 pés).
AFRMM Valor cobrado como Adicional ao valor do frete para Renovação da Marinha
Mercante Brasileira. Equivale a 25% do valor do frete internacional.
Demurrage Despesa cobrada pela agência marítima pelo aluguel de containers.
Normalmente, as agências permitem que os containers sejam devolvidos em
até alguns dias da chegada da carga no país. Após este prazo, que pode ser 5
dias ou até mais, dependendo da agência, então existe cobrança diária de
demurrage. Esta cobrança também varia de agência para agência. Algumas
cobram US$ 20,00/dia, enquanto outras podem cobrar até US$ 50,00 ou US$
80,00/dia).

Carregamento Despesa cobrada pelo Armazém pela redestinação da carga quando a mesma
chega ao país. Em outras palavras, equivale ao custo de remoção da mercadoria
da zona portuária para o armazém onde a carga será desembaraçada. Carga
Solta (Média de US$ 10,00/ton. com mínimo de US$ 30,00) Container (margem
direita - US$ 50,00 p/ 20 pés e US$ 100,00 p/ 40 pés) Container (margem
esquerda-US$ 100,00 p/ 20 pés e US$ 150,00 p/ 40 pés).
152
Equipamentos

 O preço dos equipamentos é expresso em custos por


hora de trabalho;
 Incluem-se nestes custos:
 Custos operativos (custo horário do equipamento em
pleno funcionamento);
 Custos improdutivos (custo do equipamento parado);
 Alguns autores consideram, também, o custo
operativo em espera (equipamento funcionando,
mas apenas com o motor ligado)

153
Equipamentos

 Leitura Sugerida:

 Artigo “Como Calcular Custo Horário” –


Aldo Dórea Mattos
 Manual do Sicro

154
155
Custo operativo x improdutivo
 O custo horário operativo é calculado somando-se os
custos horários de operação (mão-de-obra do
operador, combustível e lubrificantes), manutenção
(mão-de-obra de manutenção, pneus, peças e
reparos), e propriedade (juros e depreciação);

 O custo horário improdutivo é igual ao custo horário


da mão-de-obra do operador e custos de propriedade.
Não se consideram os outros custos, pois se admite
que estes ocorram somente ao longo da vida útil,
expressa em horas operativas.

156
Tempo operativo x improdutivo
 O tempo operativo é aquele em que o equipamento está
dedicado ao serviço, na frente de trabalho, com seus
motores ou acionadores ligados, quando for o caso, ou
em condições de trabalho, quando se tratar de
equipamento não propelido mecanicamente. O
equipamento operativo comporta duas situações:
produtivo e em espera.

 Na hora improdutiva, o equipamento está parado, com o


motor desligado, aguardando que o equipamento que
comanda a equipe permita-lhe operar.

 O número de equipamentos e, bem como seus tempos


operativos e improdutivos são calculados em função de
sua produção horária.

157
 O que os sistemas de referência fazem é
calcular os custos horários tal qual uma
planilha com a seguir:

 Vamos detalhar cada item:

158
Depreciação
 Corresponde à parcela referente á perda de valor do
equipamento em decorrência de uso ou obsolescência.
 É proporcional ao valor de aquisição do equipamento. Portanto,
pesquisas de custos são necessárias para verificar o preço de
aquisição.
 Estima-se, de acordo com a máquina, o valor mínimo (residual)
de venda, após uso. Os fabricantes também disponibilizam a
vida útil em horas trabalhadas (ou anos)
 Os custos horários de depreciação dependerão da curva de
depreciação considerada.
 Existem diversos métodos para avaliar a depreciação (método
linear, método do saldo devedor, método da soma dos anos).
Normalmente se utiliza, pela simplicidade o método linear.

159
160
Juros
 É o custo de propriedade do equipamento. Caso o
dinheiro estivesse aplicado, estaria rendendo;

 Os custos com juros correspondem ao rendimento que


o investimento auferiria ao longo da vida do
equipamento. Tal qual a depreciação, depende do
valor residual do maquinário;

 Como depende do valor de aquisição do equipamento,


mais uma vez, é necessário uma pesquisa de preço
das máquinas para estimar o custo com juros.

161
162
Custos operativos

 Corresponde ao custo com combustível (ou energia


elétrica), óleo lubrificante, pneus e mão-de-obra;

 Os lubrificantes são calculados em função da


potência do motor, da capacidade do cárter e do
intervalo de trocas de cada equipamento. Muitos
sistemas simplificam os custos de óleo e
lubrificantes em conjunto com os custos com
combustível;

 O custo de mão-de-obra é o custo do salário (com


encargos) do operador.

163
Custos operativos – combustíveis e
lubrificantes

164
Custos de manutenção
 Corresponde às despesas com a aquisição de peças
de reposição, atividades de limpeza, lavagem,
inspeção, ajuste, calibração, regulagem, retoque,
reaperto e na mão-de-obra envolvida, além de seguro
dos equipamentos e IPVA;

 Depende, também, da vida útil do equipamento, do


valor de aquisição, no número de horas utilizadas (por
ano) da máquina;

 Normalmente adotam-se, para o cálculo, coeficientes


para cada tipo de equipamento.
165
166
LDI ou BDI
Vários conceitos podem ser utilizados para se compreender o LDI.
Explicados de formas distintas, tentam definir uma parcela do orçamento
de obras, em razão da sua segmentação em custos diretos e indiretos.

O Instituto de Engenharia conceitua BDI como „o resultado de uma


operação matemática para indicar a margem que é cobrada do cliente
incluindo todos os custos indiretos, tributos, etc. e logicamente sua
remuneração pela realização de um empreendimento‟.
André Luiz Mendes e Patrícia Reis Leitão Bastos definem BDI como a
„taxa correspondente às despesas indiretas e ao lucro que, aplicada ao
custo direto de um empreendimento (materiais, mão-de-obra,
equipamentos), eleva-o ao seu valor final‟.
O TCU, na Decisão 255/1999-Plenário, definiu o BDI „como um
percentual aplicado sobre o custo para chegar ao preço de venda a ser
apresentado ao cliente‟.

169
LDI ou BDI

PV = CD x (1 + BDI)

 PREÇO DE VENDA (PV)


 CUSTO DIRETO (CD)
 BDI (custos indiretos, impostos e lucro)

O BDI inclui todos os custos não incluídos no custo


direto, os impostos e mais o lucro.

Pode ser aplicado sobre o total de custos diretos ou ao


final de cada composição de custo, estando embutido no
preço unitário de cada item da planilha orçamentária

170
Composição do BDI

 Custos financeiros;
 Administração central;
 Impostos;
 Seguros e Garantia;
 Riscos (incertezas e contingências);
 Lucro;
 Outros custos não incluídos no custo direto.

Apesar de ser incorreto, é comum a inclusão da


Administração local e da Mobilização do BDI

171
Administração Central
 Toda empresa possui uma estrutura administrativa com custo e dimensão
próprios. A sua representação no LDI de uma obra é definida estabelecendo
em que proporção esse custo é apropriado como despesa de uma obra.
Pode ser de forma integral, quando a empresa executa apenas uma obra,
de forma parcial, na hipótese de rateio entre várias obras executadas pela
empresa ou, até mesmo, não ser apropriada em uma obra específica, caso
a empresa tenha como alocar esses custos em outras atividades.
 O Instituto de Engenharia define como rateio da administração central a
parcela de despesa da Administração central debitada a determinada obra
segundo os critérios estabelecidos pela direção da empresa. As despesas
da Administração central são aquelas incorridas durante um determinado
período com salários de todo o pessoal administrativo e técnico lotado ou
não na sede central, no almoxarifado central, na oficina de manutenção
geral, pró-labore de diretores, viagens de funcionários a serviço, veículos,
aluguéis, consumos de energia, água, gás, telefone fixo ou móvel,
combustível, refeições, transporte, materiais de escritório e de limpeza,
seguros, etc.
 Diversos fatores podem influenciar as taxas de administração central
praticadas pelas empresas, dentre elas podem ser citadas: estrutura da
empresa, número de obras que a empresa esteja executando no período,
complexidade e prazo das obras.
 Daí, se depreende que, por exemplo, uma empresa com maior número de
obras poderá praticar uma taxa de administração central inferior à empresa
172
do mesmo porte com apenas um canteiro.
Administração Central - Parâmetros
Mozart da Silva (2005) 5 a 15%
Aldo Dórea (2006) 2 a 5% (no máximo)
Paulo Villas Boas (2007) 4 a 7%
TCPO PINI 6 a 14% tam. empresa
SICRO DNIT 3,8%

Quanto maior o porte da obra, maior o porte da empresa


para executá-la. Considera-se que em uma obra pública de
edificações, um percentual de 2 a 5% é considerado
razoável 173
Administração Central - Cálculo
A taxa do Rateio da Administração Central é obtida pela seguinte fórmula:

DMACxFMOxN
Rac= x 100
FMACxCDTO
Em que:
DMAC = Despesa mensal da Administração Central
FMO = Faturamento Mensal da Obra
N = Prazo da obra em meses
FMAC = Faturamento Mensal da Administração Central
CDTO = Custo Direto Total da Obra

A equação apresentada é muito útil para a construtora calcular sua taxa


de administração central, mas é inútil para o gestor público. O
administrador público não conhece a priori qual o faturamento e a
estrutura de custos da empresa que irá ganhar a licitação e executar a
obra. Assim, o órgão ou entidade que for compor o BDI para fins de
licitação deve avaliar com critério técnico qual a estrutura mínima que
deve ser exigida da empresa, abaixo do qual pode comprometer uma boa
gestão do contrato, mas convenhamos que essa avaliação é
extremamente subjetiva. 174
Custos Financeiros
•Despesas financeiras são gastos relacionados ao custo do capital decorrente da
necessidade de financiamento exigida pelo fluxo de caixa da obra e ocorrem sempre
que os desembolsos acumulados forem superiores às receitas acumuladas. Nas obras
públicas, as empresas construtoras normalmente necessitam investir capital, pois as
entidades contratantes só podem legalmente pagar pelos serviços efetivamente
realizados (Lei n.º 4.320/1964, arts. 62 e 63) e dispõem de 30 (trinta) dias para
realizar o pagamento. No entanto, a empresa pode equilibrar seu fluxo de caixa com
os prazos obtidos junto aos seus fornecedores.
•O capital investido pelas empresas pode ser próprio, quando utilizarem recursos que
já possuam em seus caixas, ou de terceiros. No caso do capital próprio, sua
remuneração normalmente é calculada com o fim de promover sua atualização
monetária. Com relação a capital de terceiros, deve-se analisar qual o custo de
oportunidade do capital, ou seja, deve-se apurar qual seria o seu rendimento se o
capital de giro tivesse sido aplicado no mercado financeiro naquele período. Assim, a
Administração deve resguardar-se de taxas abusivas, pois o preço da obra não pode
ser onerado por ineficiência operacional do executor. Dessa forma, a taxa de juros
referencial para o mercado financeiro mais adequada é a taxa SELIC, taxa oficial
definida pelo comitê de política monetária do Banco Central.
175
Custos Financeiros
DU
252
J=(1 +i)

J = taxa de custo financeiro;


i = taxa anual Selic
DU = média de dias úteis entre os desembolsos para aquisição
dos insumos necessários para execução da obra e o pagamento
dos serviços executados.

176
Riscos e Imprevistos
 O Instituto de Engenharia conceitua a taxa de risco do
empreendimento como aquela que se „aplica para empreitadas
por preço unitário, preço fixo, global ou integral, para cobrir
eventuais incertezas decorrentes de omissão de serviços,
quantitativos irrealistas ou insuficientes, projetos mal feitos ou
indefinidos, especificações deficientes, inexistência de
sondagem do terreno, etc‟.
 Ainda existem ocorrências não previstas em projetos e que
podem repercutir no custo da obra e deverão ser arcadas pelo
contratado. Dentre elas podemos citar: perdas excessivas de
material (devido a quebra ou retrabalho), perdas de eficiência
de mão-de-obra, greves, condições climáticas atípicas, dentre
outros.
 A taxa de riscos é determinada em percentual sobre o custo
direto da obra e depende de uma análise global do risco do
empreendimento em termos orçamentários.
 Questões que podem ser previamente convencionadas no
contrato ou ensejarem solicitação de reequilíbrio econômico-
financeiro, como a variação cambial (e o seu seguro - hedge)
177
não devem ser enquadradas no LDI.
Seguros e Garantia
 A fim de se resguardar de incidentes do empreendimento, o licitante pode firmar
contrato de seguro, a fim de ser indenizado pela ocorrência de eventuais sinistros.
Dessa forma, o seguro deve corresponder a objetos definidos da obra, pelos quais o
empreendedor deseja ser ressarcido no caso de perdas e pode abranger casos de
roubo, furto, incêndio, perda de máquinas ou equipamentos, dentre outros aspectos
das obras civis
A garantia contratual está prevista no art. 56 da Lei n.º 8.666/1993, que estatui
poder a Administração Pública para exigi-la:

‘Art. 56 A critério da autoridade competente, em cada caso, e desde que


prevista no instrumento convocatório, poderá ser exigida prestação de
garantia nas contratações de obras, serviços e compras’.

Esta exigência faz parte das cautelas que a Administração Pública pode tomar
para assegurar o sucesso da contratação. Trata-se, contudo, de exigência
discricionária, que poderá ser requerida nas hipóteses em que existirem riscos de
lesão ao interesse público, caso contrário, a Administração pública não necessitará
impô-la. A exigência de garantia deve constar do instrumento convocatório.
As garantias e os seguros das obrigações contratuais são custos que resultam de
exigências contidas nos editais de licitação e só podem ser estimadas caso a caso,
mediante avaliação do ônus econômico-financeiro que poderá recair sobre o
licitante.

178
Impostos
ISS (Imposto Sobre Serviço) – O art. 88 do Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias, com a redação dada pela Emenda Constitucional n.º 37/2002, fixou a
alíquota mínima do ISS em 2% (dois por cento), ao passo que a alíquota máxima foi
fixada em 5% (cinco por cento) pelo art. 8º, II, da LC n.º 116/2003. Os municípios
gozam de autonomia para fixar as alíquotas do ISS, desde que respeitados esses limites.
Ainda existe muita controvérsia na questão da base de cálculo para aplicação da
alíquota do ISS. A aplicação da alíquota de ISS não deveria incidir sobre o custo dos
materiais, pois resulta na bitributação dos materiais pelo ICMS e, depois, pelo ISS.
Porém, alguns municípios adotam o critério de calcular o ISS sobre o valor total da
fatura. Aguarda-se pronunciamento do Poder Judiciário quanto a essa questão.
Outro aspecto do ISS a ser observado é que o ISS é devido no local da execução da
obra. Observa-se também que algumas obras são executadas simultaneamente em
vários municípios, por exemplo, estradas, gasodutos, adutoras, linhas de transmissão e
ferrovias. Nesses casos, a base de cálculo do tributo será proporcional, conforme o caso,
à extensão da ferrovia, rodovia, dutos e condutos de qualquer natureza, cabos de
qualquer natureza, ou ao número de postes, existentes em cada Município.

179
Impostos
CPMF – EXTINTA – (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) –
tributo federal; alíquota única de 0,38%; Atualmente, não mais compõe a parcela de
BDI, mas deve ser considerada para a avaliação de contratos antigos.

O ICMS e o IPI não entram na composição do BDI, visto que são considerados
diretamente no preço de aquisição dos insumos!!!

180
Impostos – PIS e COFINS
 O Programa de Integração Social (PIS) foi instituído pela
Lei Complementar n.º 7, de 7 de setembro de 1970.
 A Contribuição Social para Financiamento da Seguridade
Social (COFINS) foi instituída pela Lei Complementar n.º
70, de 30 de dezembro de 1991, com a finalidade de
financiar as despesas das áreas de Saúde, Previdência e
Assistência Social.
 Com a Lei n.º 10.637, de 30 de dezembro de 2002, foi
estabelecido o sistema não cumulativo para o cálculo
desta contribuição para o PIS, passando a mesma a incidir
sobre o valor agregado em cada etapa do processo
produtivo. A alíquota do tributo foi majorada de 0,65%,
para 1,65%.
 Com o advento da Lei n° 10.833, de 29 de dezembro de
2003, a apuração não-cumulativa foi estendida também
para a COFINS, com alteração da alíquota de 3% para
7,6%.

181
Impostos – PIS e COFINS
 A aplicação da não cumulatividade de PIS/COFINS para as de obras
de construção civil tem sido sistematicamente prorrogada. Até o
momento estão em vigor as alíquotas de 3% e 0,65%. Essa não
cumulatividade significa a possibilidade de se efetuar descontos de
créditos obtidos pela empresa, de acordo com o art. 3º da referida
norma, sobre os valores resultantes da aplicação das novas alíquotas.
Cabe ressaltar que as pessoas jurídicas tributadas pelo imposto de
renda com base no lucro presumido ou arbitrado e as optantes pelo
simples não se enquadram no novo sistema de não cumulatividade, ou
seja, permanecem sujeitas às normas da legislação do PIS e da
COFINS vigentes anteriormente às Leis 10.637/2002 e 10.833/2003,
respectivamente, consoante o art. 8º, incisos II e III, e art. 10, incisos II
e III, das referidas leis.
 A última prorrogação se deu pela Lei 12.375/10, fruto da conversão
da MP 499, que prorrogou a autorização legal para que as empresas
de construção civil continuassem no sistema cumulativo do
PIS/COFINS até 31 de dezembro de 2015. O artigo 8º da Lei
12.375/10 alterou a redação do inciso XX do artigo 10 da Lei
10.833/03, que passou a vigorar com a seguinte redação:
 “Artigo 10… XX As receitas decorrentes da execução por
administração, empreitada ou subempreitada, de obras de construção
civil, até 31 de dezembro de 2015.”
 Obras do PAC podem ter isenção de PIS e Cofins (REIDI).
182
Impostos
 Imposto de Renda Pessoa Jurídica:

Lucro presumido - 15% sobre a base de cálculo (8% da receita operacional


bruta) -
1,2% sobre a fatura

 Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido:

Lucro presumido - 9% sobre a base de cálculo (12% da receita operacional


bruta) -
1,08% sobre a fatura;

 Tributos diretos – tributos que, por sua natureza, não repercutem


economicamente, isto é, não transferem para terceiros o seu encargo financeiro,
oneram pessoalmente os contribuintes (personalíssimos). O contratante não
pode suportar o ônus destes tributos => Acórdão TCU 1595/2006-P; NÃO
DEVEM CONSTAR DO BDI!!!!!

183
Acórdão TCU 325/2007-Plenário

9.1.1. os tributos IRPJ e CSLL não devem


integrar o cálculo do LDI, nem tampouco a
planilha de custo direto, por se constituírem
em tributos de natureza direta e personalística,
que oneram pessoalmente o contratado, não
devendo ser repassado à contratante;

184
SÚMULA Nº 254/2010

O IRPJ – Imposto de Renda Pessoa Jurídica – e a CSLL –


Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – não se
consubstanciam em despesa indireta passível de inclusão
na taxa de Bonificações e Despesas Indiretas – BDI do
orçamento-base da licitação, haja vista a natureza direta
e personalística desses tributos, que oneram pessoalmente
o contratado.

185
CPMF
Acórdão 2.063/2008 - Plenário
9.1.2. nos termos do art. 65, inciso II, § 5º, da Lei
nº 8.666/1993, reveja a composição do BDI do
Contrato nº 12/2007, de forma que os pagamentos
a serem realizados no exercício de 2008 não
contemplem a incidência da CPMF, devendo,
ainda, serem glosados das faturas a serem pagas à
Construtora Beter S/A os valores pagos a maior,
no referido exercício, em virtude da não-exclusão
da mencionada contribuição do BDI da
contratada;
186
Lucro
•O lucro esperado num contrato de obras civis é expresso por um
percentual sobre o valor do contrato disposto como parcela do LDI.
Esse percentual é determinante para formação do preço da obra e,
embora seja fruto da expectativa de cada licitante, pode ser previsto
um padrão para cada ramo de atividade econômica. No caso dos
contratos administrativos, o próprio histórico de percentuais
praticados pode fornecer uma referência para esse padrão.
•A Lei n.º 8.666/1993, no seu art. 43, IV, ao estabelecer o critério de
julgamento dos preços praticados na licitação, considera como
parâmetro o preço de mercado. Por conseguinte, sendo o preço
proposto pelo licitante, incluindo o BDI, compatível com o preço de
mercado estimado pela Administração, não há que se falar em lucro
excessivo.

187
Lucro
É a remuneração do construtor;
Estudos da FIPE (SP) 7,20%;
(pesquisa com dados dos 309 maiores construtores
do Brasil)
ASBRACO (DF) 7,20%;
SICRO 7,20%;
Considera-se até 10% sobre CD um valor
aceitável.
188
Fórmula de Cálculo do BDI
Não existe uma única fórmula de cálculo do BDI. A Bibliografia apresenta
diversas metodologias. Diante do exposto, apresenta-se a seguinte equação para
o cálculo do BDI, acolhida pelo recente Acórdão 2.369/2011 - Plenário:

( 1+ (AC + S + R + G))( 1+ DF)( 1+ L)


BDI = 1 x100
( 1 I)

em que:
AC é a taxa de rateio da administração central;
S é uma taxa representativa de Seguros;
R corresponde aos riscos e imprevistos;
G é a taxa que representa o ônus das garantias exigidas em edital;
DF é a taxa representativa das despesas financeiras;
L corresponde ao lucro bruto e;
189
I é a taxa representativa dos impostos (PIS, COFINS e ISS).
BDI Diferenciado
SÚMULA Nº 253/2010

Comprovada a inviabilidade técnico-econômica de parcelamento do


objeto da licitação, nos termos da legislação em vigor, os itens de
fornecimento de materiais e equipamentos de natureza específica que
possam ser fornecidos por empresas com especialidades próprias e
diversas e que representem percentual significativo do preço global
da obra devem apresentar incidência de taxa de Bonificação e
Despesas Indiretas - BDI reduzida em relação à taxa aplicável aos
demais itens.

190
BDI Referencial Utilizado pelo TCU (Ac. 2369/2011 – Plenário)
BDI PARA OBRAS DE EDIFICAÇÕES - CONSTRUÇÃO
DESCRIÇÃO MÍNIMO MÁXIMO MÉDIA
ADMINISTRAÇÃO CENTRAL - LUCRO A.CENTRAL LUCRO A.CENTRAL LUCRO A.CENTRAL LUCRO
Até R$ 150.000,00 4,00% 7,50% 8,15% 11,35% 5,75% 9,65%
De R$ 150.000,01 até R$ 1.500.000,00 3,50% 7,00% 7,65% 10,85% 5,25% 9,15%
De R$ 1.500.000,01 até R$ 75.000.000,00 3,00% 6,50% 7,15% 10,35% 4,75% 8,65%
De R$ 75.000.000,01 até R$ 150.000.000,00 2,50% 6,00% 6,65% 9,85% 4,25% 8,15%
Acima de R$ 150.000.000,00 2,00% 5,50% 6,15% 9,35% 3,75% 7,65%
DESPESAS FINANCEIRAS 0,50% 1,50% 1,00%
SEGUROS, RISCOS E GARANTIAS 0,25% 2,01% 1,07%
Seguros 0,00% 0,81% 0,36%
Garantias 0,00% 0,42% 0,21%
Riscos
Obras simples, em condições favoráveis, com
execução em rítmo adequado 0,25% 0,57% 0,43%
Obras medianas em área e/ou prazo, em
condições normais de execução 0,29% 0,65% 0,50%
Obras complexas, em condições adversas, com
execução em rítmo acelerado, em áreas restritas 0,35% 0,78% 0,60%
TRIBUTOS 4,65% 6,15% 5,40%
ISS* 1,00% até 2,50% 1,75%
PIS 0,65% 0,65% 0,65%
COFINS 3,00% 3,00% 3,00%
BDI
Até R$ 150.000,00 20,80% 30,00% 25,10%
De R$ 150.000,01 até R$ 1.500.000,00 19,70% 28,80% 23,90%
De R$ 1.500.000,01 até R$ 75.000.000,00 18,60% 27,60% 22,80%
De R$ 75.000.000,01 até R$ 150.000.000,00 17,40% 26,50% 21,60%
Acima de R$ 150.000.000,00 16,30% 25,30% 20,50% 191
Obs: (*) % de ISS considerando 2%, 3,5% e 5% sobre 50% do Preço de Venda - Observar a legislação do Município.
BDI Referencial Utilizado pelo TCU (Ac. 2369/2011 – Plenário)
BDI PARA OBRAS HÍDRICAS - IRRIGAÇÃO E CANAIS
DESCRIÇÃO MÍNIMO MÁXIMO MÉDIA
ADMINISTRAÇÃO CENTRAL - LUCRO A.CENTRAL LUCRO A.CENTRAL LUCRO A.CENTRAL LUCRO
Até R$ 150.000,00 4,15% 7,60% 8,00% 11,70% 5,75% 9,00%
De R$ 150.000,01 até R$ 1.500.000,00 3,65% 7,10% 7,50% 11,20% 5,25% 8,50%
De R$ 1.500.000,01 até R$ 75.000.000,00 3,15% 6,60% 7,00% 10,70% 4,75% 8,00%
De R$ 75.000.000,01 até R$ 150.000.000,00 2,65% 6,10% 6,50% 10,20% 4,25% 7,50%
Acima de R$ 150.000.000,00 2,15% 5,60% 6,00% 9,70% 3,75% 7,00%
DESPESAS FINANCEIRAS 0,50% 1,50% 1,00%
SEGUROS, RISCOS E GARANTIAS 0,25% 1,74% 0,95%
Seguros 0,00% 0,54% 0,24%
Garantias 0,00% 0,42% 0,21%
Riscos
Obras simples, em condições favoráveis, com
execução em rítmo adequado 0,25% 0,57% 0,43%
Obras medianas em área e/ou prazo, em
condições normais de execução 0,29% 0,65% 0,50%
Obras complexas, em condições adversas, com
execução em rítmo acelerado, em áreas restritas 0,35% 0,78% 0,60%
TRIBUTOS 4,65% 6,15% 5,40%
ISS* 1,00% até 2,50% 1,75%
PIS 0,65% 0,65% 0,65%
COFINS 3,00% 3,00% 3,00%
BDI
Até R$ 150.000,00 20,60% 28,70% 24,20%
De R$ 150.000,01 até R$ 1.500.000,00 19,40% 27,60% 23,00%
De R$ 1.500.000,01 até R$ 75.000.000,00 18,30% 26,40% 21,90%
De R$ 75.000.000,01 até R$ 150.000.000,00 17,20% 25,20% 20,70%
Acima de R$ 150.000.000,00 16,10% 24,10% 19,60%
Obs: (*) % de ISS considerando 2%, 3,5% e 5% sobre 50% do Preço de Venda - Observar a legislação do Município.
192
BDI Referencial Utilizado pelo TCU (Ac. 2369/2011 – Plenário)
BDI PARA OBRAS HÍDRICAS - SANEAMENTO BÁSICO
DESCRIÇÃO MÍNIMO MÁXIMO MÉDIA
ADMINISTRAÇÃO CENTRAL - LUCRO A.CENTRAL LUCRO A.CENTRAL LUCRO A.CENTRAL LUCRO
Até R$ 150.000,00 7,70% 9,90% 10,00% 10,00% 8,70% 9,20%
De R$ 150.000,01 até R$ 1.500.000,00 7,20% 9,40% 9,50% 9,50% 8,20% 8,70%
De R$ 1.500.000,01 até R$ 75.000.000,00 6,70% 8,90% 9,00% 9,00% 7,70% 8,20%
De R$ 75.000.000,01 até R$ 150.000.000,00 6,20% 8,40% 8,50% 8,50% 7,20% 7,70%
Acima de R$ 150.000.000,00 5,70% 7,90% 8,00% 8,00% 6,70% 7,20%
DESPESAS FINANCEIRAS 0,50% 1,50% 1,00%
SEGUROS, RISCOS E GARANTIAS 0,35% 2,40% 1,32%
Seguros 0,00% 0,81% 0,36%
Garantias 0,00% 0,42% 0,21%
Riscos
Obras simples, em condições favoráveis, com
execução em rítmo adequado 0,35% 0,85% 0,65%
Obras medianas em área e/ou prazo, em
condições normais de execução 0,40% 0,98% 0,75%

Obras complexas, em condições adversas, com


execução em rítmo acelerado, em áreas restritas 0,48% 1,17% 0,90%
TRIBUTOS 4,65% 6,15% 5,40%
ISS* 1,00% até 2,50% 1,75%
PIS 0,65% 0,65% 0,65%
COFINS 3,00% 3,00% 3,00%
BDI
Até R$ 150.000,00 25,30% 31,80% 28,30%
De R$ 150.000,01 até R$ 1.500.000,00 24,20% 30,60% 27,10%
De R$ 1.500.000,01 até R$ 75.000.000,00 23,00% 29,40% 25,90%
De R$ 75.000.000,01 até R$ 150.000.000,00 21,90% 28,20% 24,80%
Acima de R$ 150.000.000,00 20,80% 27,00% 23,60%
Obs: (*) % de ISS considerando 2%, 3,5% e 5% sobre 50% do Preço de Venda - Observar a legislação do Município. 193
BDI Referencial Utilizado pelo TCU (Ac. 2369/2011 – Plenário)

BDI PARA OBRAS HÍDRICAS - REDES ADUTORAS E ESTAÇÕES ELEVATÓRIA E DE TRATAMENTO

DESCRIÇÃO MÍNIMO MÁXIMO MÉDIA


ADMINISTRAÇÃO CENTRAL - LUCRO A.CENTRAL LUCRO A.CENTRAL LUCRO A.CENTRAL LUCRO
Até R$ 150.000,00 4,00% 10,30% 8,00% 11,00% 5,60% 10,40%
De R$ 150.000,01 até R$ 1.500.000,00 3,50% 9,80% 7,50% 10,50% 5,10% 9,90%
De R$ 1.500.000,01 até R$ 75.000.000,00 3,00% 9,30% 7,00% 10,00% 4,60% 9,40%
De R$ 75.000.000,01 até R$ 150.000.000,00 2,50% 8,80% 6,50% 9,50% 4,10% 8,90%
Acima de R$ 150.000.000,00 2,00% 8,30% 6,00% 9,00% 3,60% 8,40%
DESPESAS FINANCEIRAS 0,50% 1,50% 1,00%
SEGUROS, RISCOS E GARANTIAS 0,32% 1,98% 1,10%
Seguros 0,00% 0,54% 0,24%
Garantias 0,00% 0,42% 0,21%
Riscos
Obras simples, em condições favoráveis, com
execução em rítmo adequado 0,32% 0,74% 0,57%
Obras medianas em área e/ou prazo, em
condições normais de execução 0,37% 0,85% 0,65%
Obras complexas, em condições adversas, com
execução em rítmo acelerado, em áreas restritas 0,44% 1,02% 0,78%
TRIBUTOS 4,65% 6,15% 5,40%
ISS* 1,00% até 3,00% 1,75%
PIS 0,65% 0,65% 0,65%
COFINS 3,00% 3,00% 3,00%
BDI
Até R$ 150.000,00 22,20% 30,50% 25,80%
De R$ 150.000,01 até R$ 1.500.000,00 21,10% 29,30% 24,60%
De R$ 1.500.000,01 até R$ 75.000.000,00 19,90% 28,10% 23,50%
De R$ 75.000.000,01 até R$ 150.000.000,00 18,80% 26,90% 22,30%
Acima de R$ 150.000.000,00 17,70% 25,80% 21,20%
Obs: (*) % de ISS considerando 2%, 3,5% e 5% sobre 50% do Preço de Venda - Observar a legislação do Município.
194
BDI Referencial Utilizado pelo TCU (Ac. 2369/2011 – Plenário)

BDI PARA FORNECIMENTO DE MATERIAIS E EQUIPAMENTOS


DESCRIÇÃO MÍNIMO MÁXIMO MÉDIA
Administração Central 1,30% 8,00% 5,20%
Despesas Financeiras 0,50% 1,50% 1,00%
Seguros, Riscos e Garantias 0,25% 1,53% 0,88%
Seguros 0,00% 0,54% 0,24%
Garantias 0,00% 0,42% 0,21%
Riscos 0,25% 0,57% 0,43%
Tributos 3,65% 3,65% 3,65%
ISS 0,00% 0,00% 0,00%
PIS 0,65% 0,65% 0,65%
COFINS 3,00% 3,00% 3,00%
Lucro 1,75% 6,50% 4,10%
TOTAL 10,50% 19,60% 15,60%

195
ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO
DE UM ORÇAMENTO

196
Primeira Etapa – Análise dos Projetos

A montagem do orçamento começa com uma análise minuciosa dos


projetos (básico ou executivo) e com uma visita ao local da obra. Só é
possível elaborar um orçamento detalhado a partir de um projeto com
nível de detalhamento suficiente.

Segunda Etapa – Listagem de Todos os Serviços Previstos

Terminada a fase de estudo dos projetos do empreendimento, o


engenheiro orçamentista deve elencar todos os serviços necessários
para a execução da obra. Estes serviços devem ser agrupados e
ordenados segundo algum critério lógico. Em geral adota-se a ordem
de execução dos serviços para ordenar os itens de serviço no
orçamento. Se o empreendimento for composto por várias etapas,
parcelas ou edificações, costuma-se montar um orçamento sintético
para cada etapa, parcela ou edificação.

197
Terceira Etapa – Especificar Unidades de Medição e Calcular
Quantidades de Cada Serviço
Esta é sem dúvida alguma uma das etapas mais trabalhosas do processo
de elaboração do orçamento. O erro na estimativa de quantitativos em
orçamentos de obras executadas no regime de empreitada por preço global
ou integral causará invariavelmente algum tipo de dano a alguma das
partes: construtor ou proprietário da obra.
Os erros na estimativa de quantitativos nos orçamentos de empreitadas por
preços unitários não causa necessariamente prejuízos se as medições
observarem as quantidades efetivamente executadas de cada serviço. No
entanto, tais erros podem causar uma série de transtornos aos contratantes
e contratados.
De posse da relação de serviços levantados, o engenheiro de custos deve
especificar as unidades de medição ou e calcular os quantitativos de cada
um dos serviços que compõem a planilha orçamentária.
A definição do quantitativo de cada serviço deve observar o critério de
medição e pagamento especificado em projeto ou no edital, sob pena de se
cometer erros grosseiros na elaboração do orçamento.
 198
Quarta Etapa – Calcular os Custos Unitários de Cada Serviço
Trata-se outra etapa muito trabalhosa na confecção do orçamento. A partir
das especificações técnicas dos serviços e insumos, bem como dos
critérios de medição e pagamento a serem observados na execução da
obra, o engenheiro orçamentista deve elaborar as composições de custo
unitário de cada serviço.
Sugere-se executar este procedimento em duas etapas. Na primeira etapa,
são levantados os coeficientes de consumo dos materiais, equipamentos e
mão de obra necessários para execução de cada serviço. Aqui também
deve haver especial cuidado para não se esquecer ou omitir qualquer
insumo necessário para a execução dos serviços.
Numa segunda etapa, com o término da montagem da estrutura de todas as
composições de custo unitário, o orçamentista deve listar todos os insumos
(mão de obra, materiais e equipamentos) para a execução da obra. A partir
daí, deve executar extenso serviço de pesquisa de preços destes insumos.
Os custos com a mão de obra são obtidos das convenções coletivas de
trabalho em vigor. Ao salário dos profissionais deve-se acrescer os custos
com encargos previdenciários e trabalhistas.

199
Os materiais que constam das composições de custo unitário têm o seu preço
cotado a partir de sistemas referenciais de preços ou diretamente junto aos
fornecedores.
O orçamentista sempre deve considerar quais os equipamentos próprios serão
mobilizados para a obra e quais equipamentos serão locados.
Com o preço unitário de todos os insumos cotados, o orçamentista conclui a
elaboração das composições de custo unitário incluindo os preços dos insumos no
interior das composições, obtendo os custos unitários finais para cada serviço.
Este extenso processo pode ser simplificado com o uso de composições de custos
unitários extraídas de sistemas referenciais de custos, a exemplo do Sicro e do
Sinapi. Tais sistemas já apresentam composições de custo prontas e fazem a coleta
do preço dos insumos junto a fornecedores.
Ressalta-se que o uso de sistemas referenciais de custo exige atenção do
engenheiro orçamentista para evitar-se a utilização de composições referenciais de
custos que não sejam compatíveis com as especificações técnicas ou critérios de
medição e pagamento do serviço a ser orçado.
Algumas parcelas do custo direto devem ser objeto de atenção especial do
orçamentista: administração local da obra, implantação e manutenção do canteiro de
obras, mobilização e desmobilização.

200
Quinta Etapa – Calcular o BDI e Definir o Preço Final de Venda.

Terminada a etapa de definição dos custos diretos da obra, o engenheiro


orçamentista deve estabelecer um BDI realista para a execução da obra.
Maçaiko Tisaka apresenta algumas informações que devem ser
considerados pelo orçamentista na definição do BDI:
 O montante do custo direto da obra (obtido nos passos anteriores);
 Conhecimento sobre a infra-estrutura local de serviços (água, energia, telefonia,
transportes, recursos humanos, fornecedores, etc.);
 Local de execução da obra e sua distância em relação à sede da empresa;
 Prazo de execução da obra;
 Alíquota de ISS aplicável ao empreendimento;
 Despesa mensal da administração central da empresa;
 Média de faturamento da empresa no exercício fiscal;
 Custo financeiro da empresa;
 Média dos últimos índices mensais de inflação;
 Taxa de tributos federais aplicáveis à empresa e;
 Gastos com comercialização (se for o caso).

201
Em adição aos fatores apresentados por Maçaiko Tisaka, considera-se que
o orçamentista deva se debruçar sobre alguns aspectos contratuais para
definir uma taxa de BDI mais realista, em especial sobre o regime de
execução contratual (empreitada por preços unitários, preço global ou obra
por administração), pois este fator tem grande influência sobre a taxa de
riscos, imprevistos e incertezas a ser adotada no BDI.
Outros cláusulas contratuais também devem ser observadas: obrigações do
contratante e do contratado e índices de reajuste a serem aplicados. Num
contrato reajustado por um único índice, ambas as partes, contratante e
contratado, correm maior risco da variação do preço de algum insumo
relevante (por exemplo, salários, cimento e aço) não ser totalmente
acompanhada pelo índice de reajuste escolhido. Tal fato traz implicações na
estimativa do risco na taxa de BDI.
O mesmo não ocorre em contratos reajustados por meio de cestas de
índices setoriais. Nestes casos, é mais difícil haver o desequilíbrio
econômico-financeiro do contrato em virtude de variações expressivas no
preços de insumos relevantes.

202
Fluxograma de Elaboração de um Orçamento

203
Como racionalizar o processo
de elaboração do orçamento?
Resposta: Utilizar Sistemas Referenciais de Preços

 Este extenso processo pode ser simplificado com o uso de


composições de custos unitários extraídas de sistemas
referenciais de custos, a exemplo do Sicro e do Sinapi. Tais
sistemas já apresentam composições prontas e fazem a
coleta do preço dos insumos junto a fornecedores.
 O uso de sistemas referenciais de custo exige atenção para
evitar-se a utilização de composições referenciais de custos
que não sejam compatíveis com as especificações técnicas
ou critérios de medição e pagamento do serviço a ser orçado.

204
Alguns dos Sistemas Referenciais de Preços
Utilizados pela Administração Pública Federal

 SICRO – Sistema de Custos de Obras Rodiviárias do


DNIT;
 SINAPI - Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e
Índices da Construção Civil – CEF;
 Tabela do DNOCS;
 Sistema Atrium da CODEVASF;
 Banco de preços para serviços de transmissão de
energia – ANEEL;
 SISORH – Sistema para Elaboração de Orçamento de
Obras Civis de Usinas Hidrelétricas – ELETROBRÁS.
205
Alguns dos Sistemas Referenciais de Preços
das Esferas Estaduais e Municipais
 SCO/RJ (Município do Rio de Janeiro)
 EMOP – Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio de Janeiro
 Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras – Prefeitura de SP
 SEINFRA/CE
 SINFRA/MT
 SETOP/MG
 SEINF/Fortaleza (Prefeitura de Fortaleza)
 SEOP/PA
 SEOP/PR
 SEOP/AC
 SEINF/TO
 SEINF/AM
 SEIE/PG
 ORSE/SE

206
Alguns dos Sistemas Referenciais de Preços
das Esferas Estaduais e Municipais
 CDHU/SP
 NOVACAP/DF
 SUCAB/BA
 SANEAGO/GO
 SANEPAR/PR
 CAESB/DF
 COPASA/MG
 SABESP/SP
 CASAN/SC
 EMBASA/BA
 DERSA/SP
 DEINFRA/SC
 DER/PR
 DER/PE
 DER/MG
207
Sistemas de Orçamentação Desenvolvidos
pela Iniciativa Privada

 VOLARE (Pini)
 SIPOM 9 (Primasi Informática)
 ENGWHERE (Engwhere Orçamentos)
 COMPOR 90 (Noventa TI)

208
Por que Trabalhar com um Sistema de Orçamentação?
•O Excel é uma ferramenta de baixa produtividade para elaboração de orçamentos
e para montagem de curvas ABC de serviços;
.
• A elaboração de uma curva ABC de insumos utilizando o Excel é inviável no
prazo previsto para a realização de uma auditoria de obras;
•Alguns ajustes nos orçamentos analisados são extremamente trabalhosos no
Excel. Por exemplo, alterar o percentual de encargos sociais. Dependendo de
como o orçamento foi montado, exige-se o ajuste em cada uma das composições;
• Todas as composições analisadas nas auditorias de obras acabam “esquecidas”
no HD de algum micro;
• A utilização sistematizada do Sipom pelos servidores das Secobs será um
importante passo para a gestão do conhencimento do TCU. A médio prazo, vamos
dispor de um fabuloso banco de dados com composições de custo dos mais
diversos serviços.
• Não se dispõe decomposições atualizadas do Sinapi, do Sicro e de outros
sistemas referenciais de preços em formato XLS;
SIPOM 9.0
O Software tem as seguintes funcionalidades:

• Elaboração de curvas ABC de insumos e de serviços;


• Aplicativo para cálculo do custo de veículos e equipamentos;
• Faz orçamentos no padrão Dnit;
• Importa/exporta planilhas em formato XLS;
• Funciona em rede;
• Cronogramas físico e físico x financeiro com apresentação gráfica;
• Curvas “S”;
• Cronograma de permanência de Mão de Obra e Equipamentos;
• Histogramas de insumos;
• Já incluir composições do Sinapi, Sicro, PMSP Edificações, EMOP/RJ,
DEHOP – SE; CDHU SP; RIO SCO; SAP SP; Seinfra – Ce; PMSP
Siurb; SABESP – SP; DESO –SE; Sanepar – Pr; DERSA – SP; Der –
Pr; Daer – Rs e outras;
SIPOM 9.0

Apresentação do Software:

• http://www.primasi.com.br/sipom/video_aula/
Vantagens da Utilização de Sistemas Referenciais
de Preços
 Padronização dos orçamentos do Órgão;
 Aderência dos orçamentos ao caderno de
encargos do Órgão/Entidade (especificações
dos serviços e critérios de medição e
pagamento);
 Racionalização dos serviços: evita-se extenso
trabalho de elaboração de composições de
custo unitário e a pesquisa do preço de
centenas de insumos cada vez que um
orçamento for elaborado;

212
Vantagens da Utilização de Sistemas Referenciais
de Preços
 Segurança jurídica para os orçamentistas e
gestores públicos;
 Transparência e diminuição dos custos
privados das construtoras para participação
em certames licitatórios;
 Parâmetros de avaliação objetivos para os
órgãos de controle;
 Servem como fonte de entrada para estatísticas
oficiais sobre a variação dos custos da
construção civil.

213
Disposições Legais sobre Preços
em Obras Públicas

214
LDO 2012 – Lei 12.465/2011 - Referências de Preço
“Art. 125. O custo global de obras e serviços de engenharia
contratados e executados com recursos dos orçamentos da
União será obtido a partir de composições de custos
unitários, previstas no projeto, menores ou iguais à mediana
de seus correspondentes no Sistema Nacional de Pesquisa de
Custos e Índices da Construção Civil - SINAPI, mantido e
divulgado, na internet, pela Caixa Econômica Federal e
pelo IBGE, e, no caso de obras e serviços rodoviários, à
tabela do Sistema de Custos de Obras Rodoviárias - SICRO,
excetuados os itens caracterizados como montagem
industrial ou que não possam ser considerados como de
construção civil.”
Referências de Preço
Admite-se a utilização de preços unitários acima da referência, desde que justificados:
“Art.125...
§ 1º O disposto neste artigo não impede que a Administração Federal desenvolva
sistemas de referência de preços, aplicáveis no caso de incompatibilidade de adoção
daqueles de que trata o caput deste artigo, devendo sua necessidade ser demonstrada
por justificação técnica elaborada pelo órgão mantenedor do novo sistema, o qual
deve ser aprovado pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão e divulgado
pela internet.
§ 2º Nos casos de itens não constantes dos sistemas de referência mencionados neste
artigo, o custo será apurado por meio de pesquisa de mercado, ajustado às
especificidades do projeto e justificado pela Administração.
...
III - somente em condições especiais, devidamente justificadas em relatório técnico
circunstanciado, elaborado por profissional habilitado e aprovado pelo órgão gestor
dos recursos ou seu mandatário, poderão os custos unitários do orçamento-base da
licitação exceder o limite fixado no caput e § 1o deste artigo, sem prejuízo da
avaliação dos órgãos de controle interno e externo.
Conservadorismo dos Sistemas Referenciais de Preços Oficiais
 Os preços divulgados pelos sistemas referenciais de Preços tendem a
ser conservadores por uma série de fatores:
 Não consideram ganhos de economia de escala na aquisição de
insumos;
 Adotam preços médios ou medianos como paradigma de preços de
mercado, no entanto, as construtoras adquirem os insumos pelo menor
preço e não pelo preço médio ou mediano;
 Não consideram condições negociais entre construtoras e fornecedores
(prazos maiores para pagamento, parcelamento dos pagamentos,
descontos, promoções, etc.);
 Adotam produtividades médias para mão de obra e equipamentos,
possibilitando que a administração privada otimize as metodologias
executivas e os procedimentos de controle de qualidade com vistas a
redução de custos.
 Via de regra, as Notas Fiscais obtidas pelo TCU em casos concretos
demonstram que os insumos são adquiridos por custos inferiores aos
constantes nos sistemas referenciais de preços.

217
Conservadorismo dos Sistemas Referenciais de Preços Oficiais
 Filho, Lima & Maciel (Instituto Nacional de Criminalística - PF)
realizaram um estudo comparativo entre os custos do Sinapi e preços
obtidos mediante pesquisas reais no mercado de materiais de
construção em Brasília. Os autores apresentam algumas causas para a
divergência que foi constatada entre os custos reais das empresas e
aqueles obtidos a partir do Sinapi:
 Efeito cotação: diferença entre a média ou mediana de preços e o
menor preço pesquisado. É resultado do procedimento rotineiro de
pesquisa de preços, por meio do qual o comprador realiza cotações e
escolhe o estabelecimento que apresentou o menor preço;
 Efeito barganha: resultado da negociação de grande quantidade, o que
provoca redução do preço unitário do material a ser comprado.
 Efeito escala: ganho de eficiência decorrente da repetição sistemática
de determinada atividade, seja pelo aumento da produtividade ou pela
diminuição das perdas, sempre resultando em custos menores.

218
Conservadorismo dos Sistemas Referenciais de Preços Oficiais
 O impacto desses efeitos entre os preços referenciais do Sinapi e os custos
reais são apresentados na figura a seguir:

219
O Futuro dos Atuais Sistemas Referenciais de Preços
 Ampliação do rol dos serviços e dos insumos
contemplados;
 Acompanhamento da evolução tecnológica da engenharia
(novos serviços, novas técnicas executivas, etc.);
 Consideração de efeitos de escala e de barganha;
 Facilidades para o usuário (banco de dados com
orçamentos, automatização de cálculo de reajustes,
interface com o planejamento da obra, realização de
medições, elaboração de curvas ABC de serviços e
insumos);
 Criação de um sistema nacional de preços referenciais,
alimentado pelos principais órgãos de infraestrutura do
país.

220
ORÇAMENTO DE SERVIÇOS DE
ENGENHARIA CONSULTIVA

221
Formas de se Estimar Preços de Serviços de
Engenharia Consultiva

 Orçar um serviço de engenharia consultiva é tarefa com razoável grau


de incerteza. Essa circunstância se deve à natureza intangível dos
produtos a serem desenvolvidos e do insumo essencial do trabalho que
é a inteligência.

 Maçahico Tisaka, no seu livro "Orçamento na Construção Civil", lista


algumas formas de fazer orçamentos de projetos:

 Percentual sobre o valor das obras.


 Listagem de atividades e determinação das quantidades de horas-
técnicas aplicadas.
 Contagem de documentos a serem produzidos.
 Importância do serviço no empreendimento.
 Preço de serviços semelhantes.
222
Percentual sobre o valor da obra.

 Baseia-se em experiências anteriores que permitam


estabelecer correlações aproximadas entre os custos de
projeto e os custos das construções. Aplica-se um
percentual único sobre o valor das obras e este percentual
será definido em função do porte do empreendimento e do
seu grau de complexidade. No valor total da obra não
devem estar incluídas as despesas financeiras e o custo
dos terrenos.
 A título de exemplo, para determinar o percentual a se
utilizar a partir do valor e da complexidade da obra, utiliza-
se os dados de uma curva obtida a partir das respostas
apresentadas por 22 empresas ao questionário distribuído
pela ABCE (Associação Brasileira de Consultores de
Engenharia).
223
Essa curva foi estimada para contratação de
projetos de complexidade normal, sendo que
para os projetos de maior complexidade
deverá ser aplicado um coeficiente de ajuste
conforme a tabela abaixo.
Fator Normal Acima do Normal
Responsabilidade assumida 100 180
Esforço analítico e pesquisas iniciais 100 140
Agentes intervenientes (quantidade) 100 130
Grau de indagação tecnológica 100 160
Gama multidisciplinar 100 140
Condições Naturais 100 120
Localização do empreendimento 100 120
Totais 700 990

A nota de cada item irá variar do valor


normal até o valor máximo e representará
a complexidade da obra. O coeficiente de
correção (α) a ser aplicado ao percentual
obtido na curva será igual a:

α = ∑ N / 700

224
Listagem de atividades e determinação das
quantidades de horas-técnicas aplicadas.

 Levantam-se as tarefas a realizar em cada item do escopo do projeto e


estima-se a quantidade de horas de cada categoria profissional que
deverá ser aplicada para realizar tais tarefas. Calcula-se o preço
horário dessas categorias profissionais e o orçamento será obtido pelo
produto das quantidades de horas pelos preços unitários respectivos,
sem incluir os encargos sociais. Neste caso, está se estimando apenas
do custo direto de mão de obra.

 Ainda deverão ser incluídas no orçamento as despesas indiretas, o


lucro, os encargos financeiros e tributários da contratada (BDI ou fator
"k"). Ainda podem entrar outras despesas diretas não relacionadas com
o custo de mão de obra: sondagens, aluguel de veículos, topografia,
passagens, diárias, impressões, alojamentos, etc.

225
Listagem de atividades e determinação das quantidades
de horas-técnicas aplicadas.

A fórmula que correlaciona essas incidências é a seguinte:

PV = CD x K + DD x TRDE

K = [(1+k1+k2)(1+k3)] / (1-k4)
TRDE = (1+k3)/(1-k4)

Sendo:
 PV: preço de venda total praticado pela empresa de engenharia consultiva
 CD: custo direto de salários
 K: fator “k”
 DD: demais despesas diretas
 TRDE: taxa de ressarcimento de despesas e encargos
 K1: encargos sociais incidentes sobre a mão de obra
 K2: administração central da empresa de consultoria (ou overhead)
 K3: margem bruta da empresa de consultoria 226
 K4: Impostos
Exemplo de Orçamento de Serviço de Engenharia Consultiva
NOM E DA CONSULTORA :

P ROJETO: OB JETO: EDITA L:


Supervisão e Apoio a Fiscalização das Obras
MOBILIZAÇÃO/DESMOBILIZAÇÃO
A1 - MOBILIZAÇÃO 15.156,00
A2 - DESMOBILIZAÇÃO 9.878,00
A - TOTAL DOS CUSTOS COM MOBILIZAÇÃO E DESMOBILIZAÇÃO 25.034,00
MÃO-DE-OBRA
B1 - TOTAL DE SALÁRIO DA EQUIPE COM VÍNCULO 1.465.258,08
B2 - TOTAL DE SALÁRIO DO AUTÔNOMO 34.545,28
B - TOTAL DOS CUSTOS DE SALÁRIOS DA EQUIPE 1.499.803,36
C1 - ENCARGOS SOCIAiS DE B1 (73,66% DO B1) 1.079.309,10
C2 - ENCARGOS SOCIAIS DE B2 (20% DO B2) 6.909,06
C - TOTAL DOS CUSTOS COM ENCARGOS SOCIAIS 1.086.218,16
D1 - CUSTO TOTAL DAS PASSAGENS AÉREAS E TERRESTRES 25.580,00
D2 - CUSTO TOTAL DAS DIÁRIAS 5.642,00
D - TOTAL DO CUSTO COM VIAGENS 31.222,00

MANUTENÇÃO OPERACIONAL
1 - CUSTO DOS VEÍCULOS 226.073,94
2 - CUSTO DOS EQUIPAMENTOS TOPOGRÁFICOS 31.000,00
3 - CUSTO DA MANUTENÇÃO E ADMINISTRAÇÃO DO ESCRITÓRIO DE CAMPO 99.720,00
4 - CUSTO DOS EQUIPAMENTOS DE ESCRITÓRIO DE CAMPO 5.400,10
5 - CUSTO DOS SERVIÇOS GRÁFICOS/COMPUTAÇÃO 3.155,00
6 - CUSTO DOS EQUIPAMENTOS DE INFORMÁTICA PARA FISCALIZAÇÃO 6.448,90
E - TOTAL DOS PREÇOS COM MANUTENÇÃO OPERACIONAL 371.797,94
TOTAL DOS CUSTOS DIRETOS 3.014.075,46
F - CUSTOS DE ADMINISTRAÇÃO (OVERHEAD) = (20% DO B) 299.960,67
G - REMUNERAÇÃO DA EMPRESA (LUCRO) = (10% DE A + B + C + D + E + F) 331.403,61
H - DESPESAS FISCAIS = (11,85% DE A + B + C + D + E + F + G) 423.235,55
227
TOTAL DO CUSTOS INDIRETOS 1.054.599,84
TOTAL DA PROPOSTA 4.068.675,30
Custo Direto de Mão de Obra
 É obtido multiplicando-se as horas trabalhadas por profissional pelo salário
horário respectivo e somando-se os produtos assim calculados. Pode ser
obtido aplicando-se a seguinte fórmula:

 CD = ∑ [(Sm/176) x ht)
Onde:

Sm é o salário bruto mensal de cada categoria profissional


Ht é a quantidade total de horas trabalhadas de cada profissional

228
SALÁRIOS DA EQUIPE TÉCNICA
NOM E DA CONSULTORA :

P ROJETO: OB JETO: EDITA L:

S A LÁ R IO S P O R
E Q UIP E T ÉC N IC A C US T O S
P R O F IS S Ã O / F UN ÇÃ O

SA LÁ RIO SA LÁ RIO SA LÁ RIO


P ROFISSÃ O/FUNÇÃ O S QTD CA TEG. B1 B2
(1) (2) (3) (4) (11) (12)
N Í V E L S UP E R IO R

Co nsulto r C 2 17.272,64 34.545,28

Custo Direto Engº Superviso r P0


P1
9 12.853,28 115.679,52
Engº Residente 26 9.004,16 234.108,16
de Mão de Geo lo go P1 10 9.004,16 90.041,60

Obra Engº de Campo P2 20 6.425,76 128.515,20


N Í V E L T ÉC N IC O

To pó grafo sênio r co o rd. T0 24 3.310,56 79.453,44


Labo rat. de So lo s co o rd. T0 20 3.310,56 66.211,20
Labo rat. de co ncr. co o rd. T0 24 3.310,56 79.453,44
Técnó lo go área gestão ambiental co o rd. T0 24 3.310,56 79.453,44
Cadista/pro jetista sênio r T0 26 3.310,56 86.074,56
To pó grafo médio T1 20 2.168,32 43.366,40
Labo rat. de so lo s médio T1 20 2.168,32 43.366,40
Labo rat. de co nc. M édio T1 20 2.168,32 43.366,40
Téc. desmo nte ro cha T1 12 2.168,32 26.019,84
Labo rat. de co nc.Junio r T2 40 1.791,68 71.667,20
Nivelado r T2 20 1.791,68 35.833,60
A uxiliar de to pó grafo T3 40 776,16 31.046,40
A ux. labo rat. so lo /co nc. T3 60 776,16 46.569,60
N Í V E L A UX ILIA R

Chefe de escritó rio A0 26 2.479,84 64.475,84


M o to rista A2 48 1.422,08 68.259,84
A uxiliar de escritó rio A3 24 645,92 15.502,08
A P O IO
229
Servente/faxineira OP 26 645,92 16.793,92
T O T A IS D O S S A LÁ R IO S D A E Q UIP E 1.4 6 5 .2 5 8 ,0 8 3 4 .5 4 5 ,2 8
ENCARGOS SOCIAIS SOBRE O SALÁRIO MENSAL
Incidente sobre Hora Normal

CÓDIGO DESCRIÇÃO GRUPO A GRUPO B GRUPO C GRUPO D


A GRUPO A
A1 INSS 20,0%
A2 SESI 1,5%
A3 SENAI 1,0%
A4 INCRA 0,2%
A5 SEBRAE 0,6%
A6 Salário Educação 2,5%
A7 Seguro Contra Acidentes Trabalho 3,0%
A8 FGTS 8,0%
A9 SECONCI 0,0%
B GRUPO B
B10 Auxílio-Enfermidade 0,63%
B2 Licença Paternidade 0,03%
B2 Licença maternidade 0,01%
B3 13º Salário 8,33%
B5 Acidentes do Trabalho 0,13%
B6 Férias 11,11%
B7 Faltas legais 0,56%
B8 Aviso prévio indenizado 3,40%
B9 Aviso prévio trabalhado 0,18%
C GRUPO C
C1 Depósito Rescisão Sem Justa Causa 3,15%
C2 Indenização Adicional 0,37%
D GRUPO D
D1 Incidência do Grupo A sobre o Grupo B 8,97%
SUB-TOTAIS ( GERAL ) 36,80% 24,37% 3,52% 8,97%
TOTAL DOS ENCARGOS SOCIAIS SOBRE O SALÁRIO MENSAL 73,66% 230
Administração Central ou “overhead”
 As despesas da Administração central são aquelas incorridas durante um
determinado período com salários de todo o pessoal administrativo e técnico
lotado ou não na sede central, no almoxarifado central, na oficina de
manutenção geral, pró-labore de diretores, viagens de funcionários a serviço,
veículos, aluguéis, consumos de energia, água, gás, telefone fixo ou móvel,
combustível, refeições, transporte, materiais de escritório e de limpeza,
seguros, etc.
 Diversos fatores podem influenciar as taxas de administração central
praticadas pelas empresas de engenharia consultiva, dentre elas podem ser
citadas: estrutura da empresa, número de contratos em a que a empresa esteja
executando no período, complexidade e prazo dos serviços.
 Daí, se depreende que, por exemplo, uma empresa com maior número de
contratos poderá praticar uma taxa de administração central inferior à empresa
do mesmo porte com apenas um contrato.
 Considera-se razoável um valor menor ou igual a 25%, pois esta tem sido a
taxa admitida pelo Tribunal em casos concretos (por exemplo, o Acórdão
1.523/2005-Plenário acolheu uma taxa de 17%, enquanto o Acórdão 581/2009
– Plenário acolheu uma taxa de 20%), sendo necessário que a administração
pública exija da contratada o detalhamento da taxa cobrada no contrato.

231
Lucro Bruto

 É a parcela destinada a remunerar o custo de oportunidade do capital aplicado,


capacidade administrativa, gerencial e tecnológica adquirida ao longo de anos
de experiência no ramo, responsabilidade pela administração do contrato e
condução da obra por estrutura organizacional da empresa e investimentos na
formação profissional do seu pessoal e criar a capacidade de reinvestir no
próprio negócio. Considera-se razoável um valor menor ou igual a 12%.

232
Impostos
 Percentual aplicado sobre o faturamento. Refere-se às alíquotas de
PIS/COFINS e ISS.
 Com a Lei n.º 10.637, de 30 de dezembro de 2002, foi estabelecido o sistema
não cumulativo para o cálculo desta contribuição para o PIS, passando a
mesma a incidir sobre o valor agregado em cada etapa do processo produtivo.
A alíquota do tributo foi majorada de 0,65%, para 1,65%.
 Com o advento da Lei n° 10.833, de 29 de dezembro de 2003, a apuração não-
cumulativa foi estendida também para a COFINS, com alteração da alíquota de
3% para 7,6%.
 Essa mudança na legislação traz uma nova complexidade para o cálculo do
LDI, já que esses tributos deixam de ser fixos para assumirem percentuais
variáveis conforme o perfil dos dispêndios da empresa. Como a legislação
discrimina os dispêndios que podem gerar esses créditos (dentre eles bens
adquiridos para revenda; bens e serviços utilizados como insumos na
prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos
destinados à venda; despesas como aluguéis, energia etc), os que não estão
relacionados (custo de mão-de-obra, tributos e lucro, por exemplo) não irão
gerá-los. Assim, as empresas que têm maior participação das operações
geradoras de crédito nas suas atividades levam vantagem na redução das
alíquotas efetivas para o PIS e a COFINS.

233
Impostos
 Por exemplo, para as empresas que já estão operando sob o efeito dessa nova
forma de cálculo, observa-se que na indústria e no comércio, devido a créditos
recebidos, as alíquotas efetivamente pagas têm ficado abaixo dos 0,65% e 3%,
para as alíquotas de PIS e COFINS, respectivamente. No entanto, para
empresas prestadoras de serviços, que têm na mão-de-obra seu principal
insumo, as alíquotas geralmente são superiores aos referidos percentuais, pois
não possuem muitos créditos para compensar. Esta última situação é o caso
frequentemente observado nas empresas que prestam serviços de engenharia
consultiva.
 A complexidade advém de se estabelecer parâmetros para esses valores que
são variáveis. No caso concreto, as empresas proponentes poderão fixar os
percentuais de PIS e COFINS para o cálculo do seu LDI, pois já conhecem,
pela sua estrutura organizacional e pelo tipo de contrato a ser executado, os
possíveis créditos e valores aproximados das alíquotas sob as quais deverão
trabalhar. Para efeito de orçamentação do contratante, esses percentuais
deverão ser estimados

234
Impostos
 A cartilha do Sinaenco adota uma alíquota efetiva de COFINS de 6,08%,
admitindo que a empresa tenha um percentual de compensações de 20%
(6,08% = 7,60% x 0,8). Da mesma forma, a alíquota de PIS adotada na cartilha
é de 1,32% (1,65% x 0,8). No exemplo apresentado, adotou-se um percentual
de despesas fiscais de 10,40% sobre o preço de venda ou 11,61% sobre o
custo direto, conforme detalhado na tabela a seguir:

DETALHAMENTO DAS DESPESAS FISCAIS


VALORES
DISCRIMINAÇÃO
(%) sobre o PV (%) sobre o CD R$

1 - ISS 3,00 3,35 124.073,88


2 - PIS 1,32 1,47 54.592,51
3 - COFINS 6,08 6,79 251.456,40

TOTAIS DE DESPESAS FISCAIS 10,40 11,61 430.122,80

235
Contagem de documentos a serem produzidos.

 Estima-se a quantidade de documentos a serem


produzidos (plantas, especificações, relatórios, etc.).
Atribui-se um preço unitário para cada tipo de
documento. Por exemplo, uma planta A0 custa R$
2.500,00, uma planta A1 custa R$ 1.500, etc. O
orçamento será igual ao produto da quantidade de
documentos pelos respectivos preços unitários.

236
Importância do serviço no empreendimento.
Abrange os serviços que não podem ou não devem ser
orçados por meio de roteiros padronizados de cálculo. Aplicam-
se a situações especiais, quando se empregam tecnologias
patenteadas, de alto valor por seu conteúdo ou por seu preço,
ou quando o serviço de engenharia consultiva gera um produto
que tem um impacto especial na concepção ou no
desempenho do empreendimento.

O orçamento desses serviços de engenharia deve ser baseado


em avaliações subjetivas, levemente balizadas por alguns
indicadores cuja configuração dependerá de cada caso
analisado. Eles podem ser associados a resultados
operacionais inusitados, redução da necessidade de
investimentos, a ganhos quantificáveis de competitividade,
entre outros índices possíveis.
237
Preço de serviços semelhantes.

 Consiste em realizar a estimativa orçamentária


mediante correlação com o preço de serviços de porte
e natureza semelhantes, já realizados. Essas
informações devem ser obtidas nos arquivos da
Administração Pública ou da contratada, em
publicações especializadas e em outras fontes. Não
se confunde com o método do valor percentual sobre
o valor das obras, uma vez que ele não passa pela
determinação do referido valor.

238
PROBLEMAS IDENTIFICADOS NA
ORÇAMENTAÇÃO E FISCALIZAÇÃO
DE OBRAS DE SANEAMENTO

239
Escavação Manual x Escavação Mecanizada de
Valas
 Depende da profundidade de escavação, do tipo de solo e das
interferências
 A escavação manual tem maior custo e menor produtividade. Assim, deve
haver detalhada memória de cálculo de quantitativos de escavação manual
justificando sua utilização.
 Recomenda-se escavação manual para áreas próximas as interferências.
 As composições de custo não consideram a reconstrução de ligações
domiciliares de água destruídas no processo de escavação de vala.
 Execução de valas com largura inferior à especificada em projetos.
Escoramento de Valas
 Item de elevado custo em obras de saneamento.
 Verificar a possibilidade de alargamento e taludamento da vala em regiões
não urbanizadas.
 Vários tipos de escoramento, cuja escolha depende da presença do lençol,
largura e profundidade de vala, tipo de solo e necessidade de realizar
contenção de estruturas próximas (edificações, muros, postes, etc.). 240
 Medição ou não da ficha.
Escoramento de Valas

241
Classificação do Material a Escavar
 Uma estimativa adequada precisa da realização de sondagens
ao longo de todo o percurso da futura rede.
 Há dificuldade de medir e de distinguir visualmente diferentes
tipos de classificação (rocha branda x rocha sã ou material de
primeira categoria x material de segunda categoria).

Categoria Característica
1ª Mais fácil de ser retirado (areia, argila ou piçarra)
2ª Retirado com certa dificuldade (argila rija, com predominância
de pedregulho e tabatinga molhada). Pode exigir o uso de
escarificador.

3ª Difícil de ser retirado (rocha alterada, pedra solta até a


dimensão de uma pedra de mão).
4ª Mais difícil de ser retirado (rocha sã, blocos de rocha acima de 1
m3). Necessita do emprego de alguma técnica de desmonte.
242
Método do desmonte de rocha
 Diversidade de métodos com diferentes custos unitários
 Uso de rompedor;
 Cunha Hidráulica;
 Argamassa expansiva;
 Desmonte à fogo;

A escolha deve ser justificada.

243
Tubos
 Os coeficientes de perda utilizados em composições de custo
apresentam-se, em geral, superestimados.
 Medição “posto obra”.
 Tubos “intinerantes”.
 Tubo de concreto de drenagem x tubo de concreto de esgoto.

PV
 Grande diversidade de métodos construtivos.
 Tomar cuidado com as profundidades.
 Tomar cuidado com a especificação e com a orçamentação da
classe adequada de tampão.
 Tomar cuidado com a duplicidade ou ausência de tampão nas
composições de custo padronizadas obtidas em tabelas
referenciais.
244
 Custo das escadas de marinheiro.
Reaterro com material da escavação x material de
empréstimo x areia ou pó de pedra

Distâncias Médias de Transporte

Velocidades de Transporte

Ligação Domiciliar e Ligação Intradomiciliar


 Grande diversidade de situações possíveis não previstas
nas composições de custo unitário.

Esgotamento de valas
 Item de difícil medição e controle.
 Melhor excluir o item da planilha de custos da obra. 245

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