1 Relatorio Estrategia Local Habitacao 2019-2024
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1 Relatorio Estrategia Local Habitacao 2019-2024
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ESTRATÉGIA LOCAL DE HABITAÇÃO – 2019/2024
Ficha Técnica
Contributos:
DDL/ DMHDL
DMMC/DHM
DMU/DP/DRAUGI
3
ESTRATÉGIA LOCAL DE HABITAÇÃO – 2019/2024
DMU/DEP/DPAP
GEBALIS
Colaboração
Coordenação Técnica
Tutela Politica
4
ESTRATÉGIA LOCAL DE HABITAÇÃO – 2019/2024
ÍNDICE
1. Metodologia 9
2. Missão 10
3. Objectivos 10
6. Considerações finais 53
7. Matriz 54
5
ESTRATÉGIA LOCAL DE HABITAÇÃO – 2019/2024
6
ESTRATÉGIA LOCAL DE HABITAÇÃO – 2019/2024
Introdução
O 1º Direito constitui um dos instrumentos nascidos no quadro da Nova Geração de Politicas de Habitação
do XXI Governo Constitucional, aprovada pela Resolução do Conselho de Ministros nº 50-A/2018 de 2 de
Maio.
No âmbito deste Programa “cabe aos municípios o papel imprescindível na sua implementação e para tal
efectuar o diagnóstico das situações habitacionais indignas existentes nos respectivos territórios e, em
conformidade, elaborarem as estratégias locais de habitação que enquadram todos os apoios financeiros a
conceder nos seus territórios”, conforme preâmbulo da Portaria nº 230/2018 de 17 de agosto, que define a
operacionalização do Programa 1º Direito.
No art.º 30º do referido Decreto-Lei que criou este Programa é estipulado que “ Em alinhamento com os
princípios constantes do art.º 3º e com o diagnóstico global actualizado das carências habitacionais
identificadas no seu território, o município define a sua estratégia local em matéria de habitação e prioriza
as soluções habitacionais que em conformidade, pretende ver desenvolvidas no respectivo território ao
abrigo do 1º Direito e onde se devem enquadrar todos os pedidos a candidatar a Apoios ao abrigo do 1º
Direito”.
Por sua vez o art.º 2º da Portaria 230/2018, de 17 de Agosto, determina que a apresentação de
candidaturas de apoio ao abrigo deste Programa depende da prévia aprovação pelos órgãos competentes
da estratégia local de habitação” que deve ser elaborada de acordo com os 12 princípios do 1º Direito e
conter em especial os seguintes ”:
Considerando que o município de Lisboa tem em vigor a sua Estratégia Municipal de Habitação, emanada
do Programa Local de Habitação - PLH, aprovado pelos órgãos municipais competentes, o presente
relatório vai constituir uma Adenda ao referido PLH e visa actualizar este documento estratégico e
demonstrar o seu enquadramento nos princípios do Programa 1º Direito.
Esta Adenda ao PLH, que consubstancia a proposta actualizada da Estratégia Local de Habitação do
município de Lisboa, irá ser constituída pelos seguintes documentos:
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ESTRATÉGIA LOCAL DE HABITAÇÃO – 2019/2024
O Relatório;
Documento complementar:
Matriz de sistematização da informação do Relatório, com as propostas de soluções habitacionais e
a sua priorização
Anexos I a XXXIV
Na Parte I apresenta-se de forma sucinta o PLH: como surgiu, a missão, os princípios, os objectivos e os
programas de acção. Identificam-se também os principais programas e projectos nascidos do PLH,
desenvolvidos no Pelouro da Habitação.
Na Parte II apresenta-se a actual Estratégia Local de Habitação definida pelo município, assentando nos
princípios, metodologias e programas previstos e delineados no PLH, assegurando-se a assim prossecução
deste documento estratégico.
Nos Anexos I a XXXIV constam os Relatórios, Estudos e Documentos referidos ao longo deste documento
(com registo em CD).
São instrumentos que definem localmente (a nível municipal ou intermunicipal) uma visão estratégica das
intervenções nas áreas da habitação, fixando os objectivos da política de habitação a médio prazo,
cruzando diversas políticas, com realce para a reabilitação e reconversão urbana.
Tendo sido iniciado em 2008 por uma equipa de Missão criada para o efeito e aprovado posteriormente
pelos órgãos municipais competentes “ o Programa Local de Habitação de Lisboa não é um programa
sectorial de habitação, pois contempla alguns objectivos que extravasam, em si, a Habitação, pelo que é um
projecto estratégico para a cidade”.1
O PLH constituiu a base da alteração da política municipal de habitação, após mais de 2 décadas de uma
politica fortemente centrada na erradicação de cerca de 20.000 barracas existentes na cidade de Lisboa,
com implementação dos Programas de Realojamento PIMP e PER e a construção de aproximadamente
17.000 novas habitações,2 que vieram aumentar significativamente o património habitacional municipal,
essencialmente concentrado em novos bairros municipais, totalizando 69, o que torna o município de
Lisboa o maior senhorio do país.
Foi neste contexto que o PLH foi delineado, preconizando uma reorientação da politica municipal de
habitação, “ a qual deixou de ser exclusivamente concentrada no património habitacional municipal, para
se estender a toda a cidade, em especial às zonas e bairros mais vulneráveis, abrangendo todos os agentes
1
CML (2012) – O PLH em Acção, Programa Local de Habitação de Lisboa, Relatório da 3ª fase: Concretizar, Equipa de
Projecto do PLH, pp. 4.
2
Costa, Isabel Dias; Subtil, Manuel Jorge – Programas de Realojamento PIMP e PER: Relatório de Finalização:
Câmara Municipal de Lisboa, 2013, pp.11.
8
ESTRATÉGIA LOCAL DE HABITAÇÃO – 2019/2024
e procurando dar resposta às novas necessidades e prioridades, através de um conjunto alargado de novos
programas e novas regras” 3
Acresce que o PLH influenciou também a nível estratégico os documentos de gestão territorial, os
instrumentos de gestão municipal e os instrumentos de gestão financeiros de suporte às prioridades
definidas no âmbito do Urbanismo e Reabilitação Urbana.
Importa ainda destacar que o PLH passou a constar no Regulamento do Plano Director Municipal, o que
corrobora a importância do seu papel na definição da política municipal de Habitação.4
1. Metodologia
O PLH prosseguiu uma metodologia participativa, recolhendo informação dos vários agentes que operam
na área da habitação e sistematizando-a sob a forma de relatórios com três fases sequenciais, designadas
por “ Conhecer”, “ Escolher” e “ Concretizar”.
“A metodologia aprovada para a elaboração do PLH de Lisboa partiu do pressuposto que o âmbito de uma
estratégia para as políticas de habitação não pode dissociar-se de uma perspectiva de gestão sustentável
do meio urbano, em linha com estudos semelhantes no quadro da União Europeia. Com efeito, as cidades
possuem no seu próprio seio a maioria das potenciais soluções para os problemas urbanísticos existentes,
que deverão ser encarados no seu território e não definidos para outros níveis espaciais ou para gerações
futuras”.5
Por outro lado, a temática da habitação nas cidades deve passar por um conceito mais lato que integra três
pilares fundamentais: a habitação, os equipamentos/espaço público e a mobilidade, na perspectiva de
qualidade de vida dos cidadãos.” 6
“ Conhecer” foi a fase do Diagnóstico que recorreu a diferentes suportes e fontes para recolha de
informação (serviços e empresas municipais, freguesias, organizações da sociedade civil, empresas e
entidades promotoras de habitação, entre outros) tendo sido materializado no Relatório da Primeira Fase
do PLH (ANEXO I – volumes 1 e 2) e posteriormente actualizado em relatórios específicos para as diferentes
situações identificadas. Anexo
A 2ª fase do PLH “ Escolher” foi a fase de definição de prioridades e objectivos estratégicos. Nesta fase
foram articuladas as prioridades escolhidas com as restantes políticas municipais, com vista à elaboração
de uma Matriz Estratégica Preliminar, que contem os objectivos e medidas do PLH, construídas a partir de
uma abordagem de avaliação multicritério. (ANEXO II).
3
CML (2013) Mudar a política de habitação em Lisboa: Regras do jogo, caminho feito, novos desafios, Roseta, Helena,
pp.12: Câmara Municipal de Lisboa
4
Idem nota1, pp 26-27.
5
CML (2009) – Programa Local de Habitação de Lisboa, Relatório da 1ª fase, volume I, Conhecer, Equipa de Projecto
do PLH, pp.18: Câmara Municipal de Lisboa
6
Idem nota 5
9
ESTRATÉGIA LOCAL DE HABITAÇÃO – 2019/2024
2. Missão
De uma forma sintética Re-Habitar Lisboa é a Missão do PLH, assente na Proposta Estratégica
Municipal para a Habitação de Lisboa, que foi possível definir e implementar após o
desenvolvimento das 3 Fases de construção do PLH, anteriormente referidas.
3. Objectivos
O PLH apresenta na sua Proposta Estratégica Municipal para a Habitação a definição de objectivos e de
uma estrutura de programas de intervenção que se traduziu em:
3 Objectivos gerais, 8 objectivos específicos, 13 programas de acção e 132 medidas.
10
ESTRATÉGIA LOCAL DE HABITAÇÃO – 2019/2024
Remete-se para as paginas 9 a 16 do Relatório do PLH, 2ª Fase para a especificação das 132 medidas.
Por sua vez estas medidas foram reagrupadas em 13 programas de acção, identificados no ponto seguinte.
7
CML (2009) – Programa Local de Habitação de Lisboa, Relatório da 2ª fase, (Re) Habitar Lisboa, Proposta
Estratégica, “Escolher”, Equipa de Projecto do PLH, pp.8: Câmara Municipal de Lisboa
11
ESTRATÉGIA LOCAL DE HABITAÇÃO – 2019/2024
O desenvolvimento destes Programas, identificando as medidas inerentes a cada um, pela sua extensão
não cabe no presente Relatório, remetendo por isso para o Relatório do PLH, 2ª Fase (pp19 a 34) (ANEXO II)
e para o Quadro Resumo da Proposta Estratégica, com objectivos e programas de acção do Programa Local
de Habitação de Lisboa (página 37) do mesmo Relatório.
Dos Programas de Acção preconizados no PLH destacaremos aqui apenas aqueles que são mais
representativos pela sua premência e ligação directa à Parte II do presente relatório.
Remetendo para o Relatório da 3ª Fase (pp 26, ANEXO III) “ O Programa Local de Habitação fixou os
objectivos plurianuais da política municipal de habitação numa perspectiva transversal que
envolveu diferentes políticas municipais” definindo de que forma se iria adoptar essa perspectiva
visando:
Tendo por base os últimos Relatórios do PLH – 3ª Fase (pp 48 a 51, ANEXO III) e “Mudar a Politica
de Habitação em Lisboa, regras do jogo, caminho feito, novos desafios” (pp 16 a 18 ANEXO IV),
neste ponto vão ser identificados e caracterizados os principais programas e projectos que foram
delineados e implementados a partir do PLH, referindo também os que à época estavam já em
curso e os novos programas entretanto nascidos.
12
ESTRATÉGIA LOCAL DE HABITAÇÃO – 2019/2024
Como já foi referido pp. 4 o esforço do município na erradicação das barracas conduziu
à construção de milhares de novas habitações, cerca de 17.000, que conjuntamente
com os bairros municipais construídos anteriormente – início da década de 40 do séc.
XX e seguintes - elevam o Município de Lisboa para a categoria de maior senhorio do
país.
Foi este esforço na detecção e reabilitação de fracções vagas que tem permitido ao
município cumprir a sua política de habitação no que se refere ao acesso a uma
habitação municipal por parte de famílias carenciadas (mediante o pagamento de uma
renda apoiada) ou a famílias com rendimentos médios, mas impossibilitadas de aceder
ao mercado privado, com acesso a uma habitação com renda acessível, no âmbito do
programa da Renda Convencionada.
A 2ª edição do programa “ Aqui há Mais Bairro 2 “ (ANEXO VI) com um novo Contrato -
Programa CML /Gebalis, no valor de 27M€, visa a intervenção em mais 9 Bairros,
devendo concretizar-se entre 2019 e 2021.
Para os dois primeiros bairros indicados estava prevista no PLH a requalificação das
zonas das casas de alvenaria, com a construção de novas habitações e a demolição das
referidas casas que se encontram indignas, face ao estado de degradação avançada,
não sendo passiveis de reabilitação, sendo necessário proceder ao realojamento das
famílias nelas residentes.
13
ESTRATÉGIA LOCAL DE HABITAÇÃO – 2019/2024
Decorrente do PLH foi igualmente constituído o GABIP das AUGIS que tem vindo a acompanhar
o processo de legalização das AUGIS de Lisboa, através da preparação e aprovação dos
instrumentos urbanísticos e regulamentares, implicando, tal como consagrado nas estruturas
dos GABIP, um modelo participativo envolvendo várias estruturas locais, associações de
proprietários, moradores e juntas de freguesia.
Remete-se para o ponto de situação actual e a caracterização das várias AUGIS, resultado da
intervenção das estruturas já referidas anteriormente, que vai ser apresentado na II parte
deste Relatório.
14
ESTRATÉGIA LOCAL DE HABITAÇÃO – 2019/2024
Estes territórios incluem cerca de metade dos bairros municipais, as Augis, os Bairros
ex. SAAL, Bairros Históricos em declínio e ainda zonas social ou urbanisticamente
vulneráveis8 (ANEXO X)
o
o
o
o
o
o
o
o
o
o
o Programa BIP/ZIP – Parcerias Locais – através deste programa são financiados projectos
em parceria com promotores locais, visando: 9
8
CML (2013), Mudar a política de habitação em Lisboa: Regras do jogo, caminho feito, novos desafios”,
Roseta, Helena, pp.13: Câmara Municipal de Lisboa
9
CML (2018), Ciclo e Regras do Programa BIP/ZIP Lisboa 2018 – Parcerias Locais, DDL/DMHDL, pp. 3, Câmara
Municipal de Lisboa
15
ESTRATÉGIA LOCAL DE HABITAÇÃO – 2019/2024
o Podem concorrer as Juntas de Freguesia que incluam nos seus territórios pelo menos
um BIP-Zip e as organizações com natureza formal e não formal sem fins lucrativos que
ai desenvolvam ou se proponham desenvolver intervenções.12
o A imagem seguinte foi extraída do Relatório Ciclo e Regras do Programa BIP/ZIP, Lisboa
2018 – Parcerias Locais, visa apenas a melhor demonstração de forma sintética do
objecto e do ciclo do programa.
No Relatório que consta do ANEXO XI estão contemplados todos os pontos da
metodologia do programa: implementação, destinatários, acções elegíveis, entidades e
beneficiários dos apoios, financiamento, formalização da candidatura, critérios e
modelos de avaliação e decisão, execução e monitorização dos projectos,
sustentabilidade e publicitação.
10
Idem nota 9, pp 6
11
Idem nota 8, pp 5
12
Idem nota 8, pp 5
16
ESTRATÉGIA LOCAL DE HABITAÇÃO – 2019/2024
o
o
o
o
17
ESTRATÉGIA LOCAL DE HABITAÇÃO – 2019/2024
Assim, para além de terem sido revistos e actualizados em 2012 os dois primeiros
regulamentos já referidos, foram criados os seguintes Regulamentos Municipais:
Pela primeira vez o município de Lisboa estava dotado de um quadro Regulamentar completo
para o sector da Habitação. Alguns dos Regulamentos foram sendo adoptados por outros
municípios, nomeadamente o RAHM e o RGPHM. Houve várias autarquias que solicitaram
(in)formação sobre estes Regulamentos junto dos serviços do município de Lisboa, outras
houve que simplesmente os adoptaram e adaptaram, passando a vigorar no quadro próprio
regulamentar desses municípios.
Acresce que em 2015/2016 com a saída de nova legislação em matéria de atribuição e gestão
de habitação municipal (leis 81/14 de 19 de dezembro e 32/2016 de 24 de agosto) foi
preparada a revisão de todo o quadro regulamentar, não tendo sido levada a cabo a sua
aprovação.
Esta 1ª edição foi levada a cabo para a totalidade das habitações municipais por parte da
CML/DMHDL, no que respeita ao Património Disperso e pela Gebalis nos Bairros Municipais.
(ANEXO XX)
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ESTRATÉGIA LOCAL DE HABITAÇÃO – 2019/2024
A 2ª edição deste Programa começou a ser preparada no final de 2018 e vai decorrer no
corrente ano de 2019 para as habitações do património disperso.
Este Programa foi aprovado em 2011 e definiu a estratégia de valorização do vasto património
municipal, incluindo vários programas, (ANEXO XXI), destacando-se os seguintes:
Este Programa foi suspenso em 2016, de acordo com novas orientações políticas para o
património habitacional e não habitacional e sua afectação.
Com esta alteração ao RAIM foi criada a possibilidade de serem alienados os fogos,
com pagamento faseado, aos próprios moradores.
No entanto a alienação de fracções aos próprios moradores tem estado suspensa nos
últimos anos ou seja não se colocaram novos bairros em alienação, apenas se assegura
a venda de fracções nos bairros que constavam da programação dos anos anteriores, o
que configura uma situação residual.
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ESTRATÉGIA LOCAL DE HABITAÇÃO – 2019/2024
Acupunctura urbana
Através deste Programa o Município financiou pequenas intervenções a levar a cabo pelas
Juntas de Freguesia em habitações privadas com más condições de habitabilidade e cujos
moradores e proprietários não tivessem meios para as levar a cabo.
Este Programa com as delegações de competências entretanto transferidas da Câmara para as
Juntas de Freguesia teve consequentemente alterações.
Concluída a apresentação dos principais programas e projectos emanados do PLH passa-se à II Parte deste
Relatório que vai incidir sobre a Estratégia Local de Habitação para os próximos 6 anos.
Conforme referido na Introdução a apresentação pelos municípios junto do IHRU, de candidaturas a apoios
ao abrigo do Programa 1º Direito, depende da prévia aprovação pelos órgãos municipais competentes da
Estratégia Local de Habitação, a que se refere o artigo 30º do Decreto-Lei nº 37/2018.
Nesta II parte em primeiro lugar será efectuado um enquadramento geral da Estratégia Nacional de
Habitação, da visão mais alargada das directrizes estratégicas da Administração Central em matéria de
Habitação e de seguida passa-se à abordagem da parte fulcral deste documento: a Estratégia Local de
Habitação do Município de Lisboa, que assenta no documento Estratégico do PLH, conforme já referido.
O Programa do XXI Governo Constitucional 2015-2019 considera a habitação como uma prioridade
nacional, um direito fundamental que constituindo-se como uma “pedra-mestre”, permite que os cidadãos
possam aceder a outros direitos igualmente importantes. Objectiva-se terminar com um ciclo intenso de
políticas de austeridade que tiveram repercussões nefastas, materializando-se em carências habitacionais
graves.
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ESTRATÉGIA LOCAL DE HABITAÇÃO – 2019/2024
Promover e garantir o acesso das pessoas a habitações condignas melhorando a sua qualidade de vida,
através da promoção da coesão territorial e da sustentabilidade ambiental, implica uma “nova política
social de habitação inclusiva e não estigmatizante”14
O XXI Governo Constitucional definiu no seu capítulo IV, PRIORIDADE ÀS PESSOAS, ponto 7, “Uma nova
Geração de Políticas de habitação” (uma visão global sobre as políticas públicas de habitação) onde se
materializam diversas medidas de combate à precariedade do parque habitacional, a promoção da
consolidação de áreas de génese ilegal e o incentivo à recuperação de edifícios antigos: é o caso da
prioridade à reabilitação urbana, do incentivo à oferta alargada de habitação acessível para arrendamento,
da prevenção das penhoras habitacionais, do relançamento da política de habitação social (conclusão e
implementação dos programas PIMP - Plano de Intervenção a Médio Prazo) e PER - Programa Especial de
Realojamento, bem como do PER Famílias).
O Projeto de Lei n.º 843/XIII, sobre a Lei de Bases da Habitação considera que:
i) A política nacional de habitação tem como instrumento essencial a Estratégia Nacional de
Habitação e os Relatórios anuais de Habitação (a submeter à apreciação do Parlamento);
ii) As políticas regionais de habitação seguem o estipulado para a política nacional (com adaptações
às suas realidades):
iii) As políticas locais de habitação, com enfoque para o âmbito municipal, sendo o principal
instrumento o Programa Local de Habitação.
Ao longo dos vários capítulos do Projecto-lei afirma-se a função social da habitação; introduz-se o conceito
de habitat aplicado ao contexto territorial das habitações; promove-se o esclarecimento sobre o papel dos
agentes públicos e privados na política de habitação; institui-se a criação do Conselho Nacional de
Habitação para acompanhamento das políticas públicas de habitação aos vários níveis (nacional, regional e
local); define-se um modelo de participação cidadã e a sua inclusão ao longo de todo o ciclo das políticas
públicas, bem como a constituição de um conjunto de programas especiais de apoio. Enunciam-se, ainda,
os instrumentos das políticas públicas de habitação (promoção de habitação pública, fiscalidade; apoios
financeiros e subsidiação e Instrumentos de regulação).
Finaliza com um capítulo dedicado às intervenções prioritárias a que o Estado deve responder com provisão
de habitação ou apoio (pessoas em risco de despejo e sem alternativa habitacional, pessoas sem abrigo,
áreas urbanas de génese ilegal ou bairros precários, territórios prioritários (ameaçados de gentrificação),
bem como as situações de habitações devolutas ou degradadas.
Após este enquadramento mais geral da política do governo em matéria de habitação o foco principal
deste Relatório é a apresentação da Estratégia Local da Habitação Municipal e das suas prioridades para os
próximos 6 anos, estabelecendo um duplo paralelismo e correlação: com os objectivos, programas e
medidas definidos no PLH, já aprovado e em vigor, por um lado e com os princípios e soluções habitacionais
do programa 1º Direito, pelo outro.
14
Programa do XXI Governo Constitucional, 2015-2019, pp.132
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ESTRATÉGIA LOCAL DE HABITAÇÃO – 2019/2024
Assim no caso do município de Lisboa a Estratégia Local de Habitação, tal com vem definida no art.º 2 da
Portaria 230/2018 de 17 de Agosto, vai ter por base os vários Relatórios que constituem o Programa Local
de Habitação, que foi aprovado pelos órgãos competentes do município de Lisboa, com as devidas
adaptações á realidade actual, mas remetendo sempre para o enquadramento do PLH.
A elaboração do presente Relatório vai estar ainda de acordo com a estrutura definida na referida Portaria.
Importa explicitar que este Relatório, que vai constituir uma Adenda ao PLH, não terá grandes
desenvolvimentos, tendo sido tomada a opção de, ao longo dos pontos que vão ser apresentados nesta
Parte, se fazer referência aos Estudos, Relatórios e Documentos produzidos no município, que constituirão
os Anexos, permitido assim enquadrar de forma consistente os vários assuntos aqui abordados.
Tal como já foi referido na Introdução, nas pp. 3 e 4 o Relatório será complementado com uma Matriz de
sistematização da informação mais relevante, para que se possa efectuar uma leitura mais fácil e
sistematizada das carências, das soluções, da correspondência com o PLH e com o Programa 1º Direito,
assim como a definição das prioridades das soluções preconizadas, em função do diagnóstico efectuado e
do regime de propriedades dos alojamentos;
A procura de habitação junto do município de Lisboa é efectuada através dos dois Programas de acesso a
seguir indicados:
Desde o início da implementação destes Programas – o RAHM no final de 2009 e o Programa da Renda
Convencionada desde 2013 – que o número de candidatos é muito significativo. Ao RAHM registaram-se
desde o início cerca de 22.000 candidatos únicos (ou seja na pesquisa efectuada na base de dados não se
contabilizaram os candidatos que renovaram uma ou mais vezes a sua candidatura, pois iria inflacionar o
verdadeiro número da procura).
Acresce ainda referir que a última lista de procura do RAHM, recentemente homologada no final de 2018,
com as classificações obtidas e devidamente hierarquizadas por ordem decrescente, incluiu 3484
candidaturas. (ANEXO XXIV)
No entanto este número não representa a verdadeira procura, pois a este total deve-se depreciar o número
de candidaturas que depois se revelam improcedentes por motivos vários, o que representa uma
diminuição de cerca de 30% da lista inicial.
22
ESTRATÉGIA LOCAL DE HABITAÇÃO – 2019/2024
Também neste programa o número total de candidatos não pode ser apurado através da soma dos
resultados anuais, dado que o mesmo candidato pode concorrer a todas as edições e a todas as habitações,
desde que cumpra a taxa de esforço exigida com o pagamento da renda de cada habitação a que concorre.
O Programa está implementado há quase 10 anos, sendo monitorizado e objecto de relatórios específicos
elaborados anualmente. A lista de classificação definitiva das candidaturas a este programa, que serve de
base à afectação de habitações municipais aos candidatos mais pontuados, permite avaliar, a todo o
momento, a efectiva carência e quais os motivos da procura de habitação pela população mais
desfavorecida, que não consegue uma habitação condigna sem recurso a arrendamento apoiado.
Os motivos do pedido de habitação que constam da actual matriz de classificação do RAHM (ANEXO XXV)
são os seguintes:
Tipo de alojamento
Tempo de residência no concelho
Tipo de família
Elementos com deficiência
Elementos com grau e incapacidade igual ou superior a 60%
Pessoas em idade activa, com incapacidade para o trabalho
Escalões de rendimento per capita em função do IAS
Perfil do candidato-tipo ao RAHM
Reside em Lisboa há mais de 5 anos, (a freguesia que regista maior numero de candidatos é
Marvila, sendo esta freguesia a que regista também maior oferta de habitação no âmbito deste
Programa).
Reside em casa arrendada ou em casa de familiares.
Sexo feminino. (Cerca de 70% dos candidatos são do sexo feminino).
Nacionalidade portuguesa.
Grupo etário dos 23 aos 32 anos.
Solteira.
Sem filhos.
Possui o ensino Secundário (10º, 11º e 12º ano) completo.
Exerce uma profissão por conta de outrem.
Aufere um rendimento “per capita” de 0% - 20% em função de 1 I.A.S. (421,32 €),
Tipologia do fogo adequada ao agregado - T1.
O principal motivo que está na base do pedido de habitação é a autonomia habitacional
Nos gráficos seguintes apresentam-se alguns dados mais relevantes do RAHM, seleccionados do Estudo da
Procura e Oferta de Habitação em Lisboa – Uma Proposta de Politica Municipal de Habitação, tendo
incidido na análise da totalidade das candidaturas, remetendo-se para o mesmo para uma caracterização
mais completa (ANEXO XXVI).
23
ESTRATÉGIA LOCAL DE HABITAÇÃO – 2019/2024
Gráfico nº 1 - Candidatos ao RAHM com casa atribuída e candidatos ao SMA via RAHM
Fonte: DMHDL / Grupo de Trabalho do Programa Renda Acessível, Estudo de Procura e Oferta de
Habitação em Lisboa – Uma proposta de política de habitação municipal, Março 2019
Fonte: DMHDL / Grupo de Trabalho do Programa Renda Acessível, Estudo de Procura e Oferta
de Habitação em Lisboa – Uma proposta de política de habitação municipal, Março 2019
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ESTRATÉGIA LOCAL DE HABITAÇÃO – 2019/2024
Fonte: DMHDL / Grupo de Trabalho do Programa Renda Acessível, Estudo de Procura e Oferta de
Habitação em Lisboa – Uma proposta de política de habitação municipal, Março 2019
Em Síntese: da análise dos 3 gráficos destaca-se a percentagem elevada de candidatos com agregados
unipessoais (38,4%), a percentagem significativa de famílias monoparentais (35,1%) e a percentagem
elevada de agregados com rendimentos inferiores a 408,00€ (50%).
Conforme referido na Parte I pp. 16, está em fase de conclusão a elaboração de um único Regulamento de
Acesso a Habitação Acessível, pelo que a Matriz de Classificação da carência do RAHM irá sofrer alterações.
A nova Matriz de Classificação da carência proposta foi adaptada a partir das alterações decorrentes da
última legislação sobre o arrendamento apoiado e criada tendo base um modelo de avaliação multicritério
de apoio à decisão.
Daí resulta uma diminuição do peso do rendimento, que estava sobrevalorizado na matriz actual; a
incorporação de novas preocupações, tais como as vítimas de violência doméstica, os sem-abrigo, os
idosos, os deficientes profundos com presença de cuidadores permanentes, bem como a simplificação das
variáveis referentes à deficiência e à doença.
Por outro lado a classificação resultante na nova matriz proposta será mais justa, pois os pesos ponderados
de todas as variáveis estão mais equilibrados e assentes numa variação linear.
25
ESTRATÉGIA LOCAL DE HABITAÇÃO – 2019/2024
condições para atrair jovens para a cidade através da oferta de rendas abaixo dos limites do
programa “Porta 65 jovem”, ou outro que o substitua.
Este programa que já vai na sua 20ª Edição teve 23 193 candidatos (dos quais 14 209 candidatos
únicos), a 375 fogos lançados a concurso evidenciando a adesão a este tipo de programa, revelador
da efectiva carência por parte de agregados com rendimentos médios.
As casas são atribuídas por sorteio informático entre os candidatos que concorreram a cada
habitação.
No decurso de 2018, foram recepcionadas 64 815 candidaturas efectuadas por 9 673 candidatos,
tendo sido apurado o perfil dos candidatos às 4 edições de 2018:
Nos gráficos seguintes apresentam-se alguns dados mais relevantes do Programa, extraídos do
Estudo da Procura e Oferta já referido, no que se refere ao tipo de agregado que se candidata, à
composição da família (nº de elementos), e aos rendimentos auferidos.
Fonte: DMHDL / Grupo de Trabalho do Programa Renda Acessível, Estudo de Procura e Oferta
de Habitação em Lisboa – Uma proposta de política de habitação municipal, Março 2019
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ESTRATÉGIA LOCAL DE HABITAÇÃO – 2019/2024
Fonte: DMHDL / Grupo de Trabalho do Programa Renda Acessível, Estudo de Procura e Oferta de
Habitação em Lisboa – Uma proposta de política de habitação municipal, Março 2019
Fonte: DMHDL / Grupo de Trabalho do Programa Renda Acessível, Estudo de Procura e Oferta de
Habitação em Lisboa – Uma proposta de política de habitação municipal, Março 2019
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ESTRATÉGIA LOCAL DE HABITAÇÃO – 2019/2024
Da análise dos três gráficos conclui-se que 80% dos candidatos são agregados unipessoais (apenas 1
elemento); 0,8% são famílias numerosas e 98% têm até 3 elementos. Quanto aos rendimentos , 50%
auferem rendimentos inferiores a 1. 050,00 €.
Dispensamo-nos de reproduzir mais dados de caracterização deste programa pois consta uma análise mais
desenvolvida no Relatório da procura de habitação em Lisboa.
Importa também referir outro programa em vigor que permite aos candidatos aceder a uma habitação
arrendada no mercado privado, pagando uma renda acessível, nos termos e condições a seguir referidos:
Subsídio Municipal ao Arrendamento – SMA – Programa criado e em vigor desde 2013, através do
qual o município de Lisboa subsidia o arrendamento de habitações no mercado privado, até um
terço do valor da renda, dentro dos limites máximos de renda definidos no programa Porta 65 do
IRHU, e desde que cumpra a taxa de esforço estipulada no Regulamento do programa.
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ESTRATÉGIA LOCAL DE HABITAÇÃO – 2019/2024
Fonte: DMHDL / Grupo de Trabalho do Programa Renda Acessível, Estudo de Procura e Oferta de
Habitação em Lisboa – Uma proposta de política de habitação municipal, Março 2019
Fonte: DMHDL / Grupo de Trabalho do Programa Renda Acessível, Estudo de Procura e Oferta de
Habitação em Lisboa – Uma proposta de política de habitação municipal, Março 2019
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ESTRATÉGIA LOCAL DE HABITAÇÃO – 2019/2024
Fonte: DMHDL / Grupo de Trabalho do Programa Renda Acessível, Estudo de Procura e Oferta de
Habitação em Lisboa – Uma proposta de política de habitação municipal, Março 2019
Em síntese: Da análise dos 3 gráficos conclui-se que todas as candidaturas válidas ao SMA
beneficiaram de atribuição do subsídio, e que o tipo de família predominante são os agregados
unipessoais seguido das famílias monoparentais. Quanto aos rendimentos auferidos 50% têm
rendimentos inferiores a 860,00 €.
Importa esclarecer que este apuramento foi efectuado com base na totalidade das candidaturas
submetidas e por isso difere do perfil de candidato identificado anteriormente (em que o universo
considerado foi apenas as candidaturas de 2018).
Há uma alteração do tipo de familia: em 2018 prevelecem as familias monoparentais (34%) seguido
dos agregados unipessoais ( 28%). Para a totalidade do universo das candidaturas há uma inversão:
36,8% de agregados unipessoais e 32,8% de familias monoparentais.
Desde o início da implementação dos dois programas de acesso - RAHM e Renda Convencionada - que se
regista um número crescente de pedidos de habitação.
Para conhecer melhor a procura manifesta de habitação em Lisboa, nas diferentes faixas de rendimentos e
situações de carência efectiva a nível habitacional, social e económica, e adequar as respostas no que se
refere à oferta de habitação acessível – quanto aos valores de rendas, tipologias das habitações, segmentos
da população a quem se dirigem às várias operações de habitação acessível a promover directamente pelo
município ou através de concessões com privados - foi elaborado em 2018/2019 o referido estudo pelo
Grupo de Trabalho do Programa da Renda Acessível, com a colaboração dos serviços municipais da DMHDL.
(ANEXO XXVI).
Este estudo teve por base os dados apurados a partir das candidaturas, relativas aos vários anos de
implementação dos Programas de Acesso à Habitação do Município de Lisboa (RAHAM e Renda
Convencionada) e do Programa de Apoio Financeiro ao Arrendamento - SMA.
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ESTRATÉGIA LOCAL DE HABITAÇÃO – 2019/2024
Estes dados para além de terem constituído os elementos fundamentais para o Estudo da Procura da
Habitação foram também importantes para a definição dos programas e soluções habitacionais para os
próximos seis anos, no âmbito da Estratégia Local de Habitação do Município de Lisboa.
Tendo em consideração o estipulado pelo artigo 2º, ponto 2, alínea a) da Portaria 230/2018 de 17 de
Agosto relativa ao 1º Direito, que determina que os municípios identifiquem a situação da carência
efectiva da habitação, pode afirmar-se que no caso do município de Lisboa essa carência está
permanentemente identificada, actualizada e monitorizada pelos serviços, através dos dados dos
programas já referidos e sobretudo através do RAHM, dado que se trata de um concurso que classifica a
carência sócio económica e habitacional dos candidatos.
No âmbito deste Programa são extraídas as listas de classificação final das candidaturas. A extracção das
listas é efectuada regularmente, estando assim sempre actualizada a procura.
Para além disso é dinâmica uma vez que reflecte os agregados que se encontram em situação de maior
carência, resultado da aplicação de uma matriz que pontua as variáveis socioeconómicas e habitacionais
que os candidatos assinalam, e consequentemente os classifica e ordena.
A afectação de habitação aos candidatos ao RAHM, no regime de renda apoiada, segue a ordenação da
maior classificação por tipologia da habitação adequada ao agregado do candidato, nos termos do
regulamento aprovado pelos competentes órgãos municipais, reflectindo por isso a resolução dos
problemas de maior carência.
No âmbito do 1º Direito, que visa garantir as condições de acesso a uma habitação adequada às pessoas
que vivem em condições indignas e que não dispõem de capacidade financeira para aceder a uma
solução habitacional adequada, a reabilitação de fracções para resolver situações habitacional, no
âmbito do RRAHM e do Programa da renda convencionada, pode beneficiar deste programa.
A fim de assegurar o acesso a uma habitação com renda acessível às famílias mais carenciadas que
concorrem a uma habitação camarária o município de Lisboa tem vindo, nos últimos anos, e
essencialmente desde 2010, a aumentar a reabilitação de fracções municipais devolutas, quer localizadas
em património disperso quer em bairros municipais, predominantemente estas ultimas, dada a dimensão
do património localizado em bairros ser muito superior ao designado património disperso.
Para o efeito, como já foi referido, o município intensificou a sua acção na verificação da ocupação do
património habitacional, com vista à actualização da situação dos agregados residentes e das respectivas
rendas, bem como a detectar habitações devolutas, que depois são objecto de reabilitação e atribuídas a
famílias carenciadas e/ou que residem em habitações indignas.
O estado de degradação das habitações quando ficam devolutas, implica, na generalidade, obras de
reabilitação profundas, para as voltar a dotar das necessárias condições de habitabilidade, para futura
reatribuição.
Esta acção do município ao longo da última década, desde a implementação do RAHM e mais tarde do
Programa da Renda Convencionada, veio a ser corroborada com a recente aprovação da “ Nova Geração de
Políticas de Habitação (NGPH), que veio reconhecer a necessidade de acesso a todos a uma habitação
adequada através da prossecução de objectivos estratégicos, a saber:
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ESTRATÉGIA LOCAL DE HABITAÇÃO – 2019/2024
Criar as condições para que a reabilitação seja a principal forma de intervenção ao nível do
edificado e do desenvolvimento urbano;
Promover a inclusão social e territorial e as oportunidades de escolha habitacionais;
O referido programa contempla o acesso a apoio financeiro às entidades elencadas no artigo 26º,
designadamente a empresas públicas “(…) com atribuições e competências de promoção e ou de gestão de
prédios e frações destinados a habitação”.
A GEBALIS - Gestão do Arrendamento da Habitação Municipal de Lisboa, E.M., S.A, empresa reclassificada
do setor empresarial local, com competências na gestão do arrendamento da habitação municipal de
Lisboa localizada em bairros municipais propõe-se reabilitar, até 2021, através do Programa “Aqui Há Mais
Bairro”, fogos do Município de Lisboa, já devolutos ou que venham a ficar e que apresentam
desadequadas condições de habitabilidade.
Acresce que o Programa “Aqui Há Mais Bairro” prevê a execução de obras de requalificação e beneficiação
para reposição de condições de habitabilidade, salubridade e segurança nas frações devolutas do
património municipal, em Bairros sob gestão atual (ou futura) - e também a reabilitação de edifícios de
habitação municipal - contribuindo, deste modo, para ultrapassar as carências habitacionais na cidade de
Lisboa (Contrato- Programa P/349/2018 – Acção XI).
As fracções reabilitadas ficarão disponíveis para atribuição a preços acessíveis a pessoas que precisem e/ou
que vivam em situações indignas e sem capacidade financeira para aceder ao mercado de arrendamento.
Assim a GEBALIS - Gestão do Arrendamento da Habitação Municipal de Lisboa, E.M., S.A, irá apresentar
candidatura (s) ao financiamento previsto no 1º Direito, permitindo à Empresa o cumprimento das suas
atribuições e competências, assegurando objetivos de reabilitação do edificado sob a sua gestão,
contribuindo para o aumento da oferta por parte do município de frações habitacionais disponíveis, para
atribuição no âmbito dos já referidos Programas de Acesso a uma habitação municipal; para a melhoria
da qualidade de vida dos residentes com promoção da coesão social e territorial; e para a concretização do
Contrato-Programa o qual prevê a obtenção de outros apoios e formas de financiamento à reabilitação
urbana, diminuindo assim o valor no subsídio concedido pela Câmara Municipal de Lisboa.
1.2 Habitação degradada a demolir, nos bairros municipais de intervenção prioritária: Padre Cruz,
Boavista e Cruz Vermelha
No início dos anos 60 no Bairro Padre Cruz, localizado na freguesia de Carnide, foram edificadas 917
casas com carácter definitivo (vivendas tipo unifamiliar construídas em alvenaria), dispostas em banda,
de um ou dois pisos (tipologia T3 ou T4). Estas habitações ocupam uma extensa malha de 12 hectares e a
falta de qualidade construtiva, má apropriação e total degradação com visível falta de condições de
habitabilidade exigiram ao município o início de um processo de requalificação completa da zona de
alvenarias deste Bairro. Foi incluído na Carta dos BIP/ZIP- Bairros e Zonas de Intervenção Prioritária de
Lisboa.
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ESTRATÉGIA LOCAL DE HABITAÇÃO – 2019/2024
Este processo de requalificação foi levado a cabo com um modelo de gestão participada por parte de
todos os interessados e entidades presentes no local com o objectivo de conjuntamente definir
estratégias de intervenção e decidir o curso das intervenções no território, tendo como prioridade
encontrar as melhores soluções para os agregados abrangidos pelo processo de requalificação. Foi
constituído um modelo de governação replicado em varias áreas de intervenção denominado GABIP –
Grupo de Apoio ao Bairro de Intervenção Prioritária do Bairro Padre Cruz, constituído por uma Comissão
Executiva e uma Comissão Alargada, encontrando-se representados vários serviços municipais da CML,
Gebalis, Junta de Freguesia de Carnide, Associação de Moradores do Bairro Padre Cruz e demais
Entidades Locais.
• COMISSÃO EXECUTIVA
• VEREADORES
• ONG’S
COMISSÃO ALARGADA • ENTIDADES PUBLICAS
• UNIVERSIDADES
• ENTIDADES PRIVADAS
• COORDENAÇÃO
COMISSÃO EXECUTIVA • JUNTAS DE FREGUESIA
• ASSOCIAÇÕES DE MORADORES
• ONG’S
•COORDENAÇÃO DA PARCERIA
COORDENAÇÃO •EQUIPA BIP/ZIP
No processo de requalificação, a primeira intervenção realizou-se nas Fases A0 e A1, com a construção
de equipamentos colectivos (A0 - Edifício de equipamentos sociais com 30 residências assistidas e A1 -
campo de jogos). Numa segunda fase, a CML avançou com a construção de habitação, na Fase A1, para
realojamento da população residente em alvenaria.
Após o realojamento das Fases A0, A1, A2 de 175 famílias foram demolidos 210 fogos, encontrando-se
nesta data procedimento em curso para demolição de mais 50 fogos, entretanto vagos após
realojamento da Fase A2.
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ESTRATÉGIA LOCAL DE HABITAÇÃO – 2019/2024
Importa referir que vai haver um conjunto diminuto destas habitações que se encontram em melhor estado
de conservação, que vão permanecer no bairro, para memória futura.
Figura nº 4 - Planta da zona de casas de alvenaria com faseamento do realojamento e construção nova
O Bairro da Boavista, localizado na freguesia de Benfica, foi construído pela CML a partir do final da década
de 30 para o realojamento das famílias provenientes de barracas dos arredores e na sequência de projetos
de renovação urbana, integrando o Programa de Casas Desmontáveis implementado pela lei nº 28912 de
1938. Recebeu os primeiros residentes em 1940 e ao longo dos anos foi alvo de sucessivas fases de
realojamento, nomeadamente através do Programa PER. Foi também incluído, tal como o Bairro Padre
Cruz, na Carta dos BIP‐ZIP – Bairros e Zonas de Intervenção Prioritária de Lisboa.
A zona mais antiga composta por fogos de alvenaria encontra‐se muito degradada e com fracas condições
de habitabilidade, sendo imprescindível a substituição deste edificado e o realojamento dos respetivos
moradores.
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ESTRATÉGIA LOCAL DE HABITAÇÃO – 2019/2024
Através do Programa «Parcerias para a Regeneração Urbana ‐ Bairros Críticos», foi aprovada em 11 de
Junho de 2010 a candidatura ao QREN pela Comissão Diretiva do Programa Operacional Regional de Lisboa
-POR-Lisboa, que envolve várias entidades parceiras.
Com a aprovação da Operação QREN Eco‐Bairro Boavista Ambiente+ e respetiva reprogramação, a CML
aprovou, através da Deliberação 252/CM/2013, de 10 de Abril, a estratégia para a Regeneração Urbana da
Zona de Alvenaria do Bairro da Boavista.
No quadro do Projecto Eco‐Bairro Boavista Ambiente+ foi constituído o Gabinete de Apoio ao Bairro de
Intervenção Prioritária da Boavista – GABIP Boavista, através de despacho publicado no Boletim Municipal
nº 901, de 26 de Maio de 2011, por forma a assegurar a execução da operação QREN, a articulação entre os
diversos intervenientes e o acompanhamento dos parceiros locais, nomeadamente a Junta de Freguesia e
Associação de Moradores.
Ainda no âmbito do projecto Eco-Bairro Boavista Ambiente+ a CML lançou um concurso público de
conceção para a apresentação de soluções construtivas e arquitetónicas para substituição das atuais
alvenarias, alicerçado nos seguintes requisitos: custos acessíveis de construção e manutenção, bom
desempenham energético‐ambiental e participação dos moradores em todo o processo. Os resultados
deste concurso foram aprovados pelas Deliberações 694/CM/2013 e 695/CM/2013, de 24 de Julho. Tendo
o projecto vencedor sido construído no Bairro da Boavista e no Bairro Padre Cruz.
No sentido de dotar os meios necessários ao processo de regeneração da zona de alvenaria, a CML aprovou
a 31 de Julho de 2013, através da proposta 785/2013 a constituição da Bolsa de Fogos para o processo de
requalificação e realojamento do Bairro da Boavista, iniciando-se o processo de realojamento com as
famílias residentes na Fase A.
Já foram demolidas 70 fogos e realojados 55 agregados da Fase A, permanecendo um total de 407 famílias
a habitar a zona de alvenaria. Faltam demolir 440 habitações, à medida que se concluam as fases de
realojamento. (Remete-se para o ANEXO VIII).
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ESTRATÉGIA LOCAL DE HABITAÇÃO – 2019/2024
O Bairro da Cruz Vermelha localiza-se na freguesia do Lumiar. É um bairro social, onde existem focos de
criminalidade e pobreza conhecidos. Foi construído na segunda metade da década de 60 do século XX,
numa iniciativa assistencialista da Cruz Vermelha Portuguesa e da Câmara Municipal de Lisboa. O bairro era
inicialmente composto por casas unifamiliares geminadas, construídas com materiais precários e baratos e
destinava-se a famílias carenciadas e vítimas de desastres naturais.
Na década de 70 o bairro foi ampliado com a construção de vários edifícios colectivos no espaço existente
entre o Bairro da Cruz Vermelha e o Bairro da Musgueira Norte. Parte dos edifícios foram ocupados ainda
em construção após a revolução de 25 de Abril de 1974. Actualmente o bairro da Cruz Vermelha é
composto apenas por edifícios colectivos e integra-se no Plano de Urbanização do Alto do Lumiar,
comercialmente conhecido por Alta de Lisboa.
Em 7 lotes do bairro, localizados na Rua Maria Margarida que abrangem 140 habitações, está-se perante
um edificado com múltiplas patologias construtivas. Considerando o estado de degradação deste
património o município optou por iniciar um processo de requalificação de toda a zona.
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ESTRATÉGIA LOCAL DE HABITAÇÃO – 2019/2024
A metodologia para a tomada de decisão relativamente ao futuro do Bairro, do realojamento das famílias e
da construção de um novo bairro foi tomada com a participação dos moradores. Foi realizado um inquérito
às famílias para se aferir as necessidades de alojamento, bem como conhecer as características
socioeconómicas e as preferências dos residentes quanto ao seu futuro. A construção coletiva de soluções
resultará numa maior adequação às necessidades e maior satisfação residencial.
Após uma análise cuidada dos dados obtidos através dos inquéritos realizados a essas famílias, foi dado um
enfoque nas questões fundamentais do relatório: os indivíduos, os agregados e onde a população pretende
ser realojada.
A população-alvo do estudo foi identificada e devidamente caracterizada promovendo-se os projectos
adequados às necessidades de tipologias da população residente.
A eficiência energética e a sustentabilidade a longo prazo destas novas habitações – a fim de assegurar os
consumos energéticos de forma sustentada, com sistemas ecológicos compatíveis com os hábitos dos
moradores e em simultâneo reduzir os encargos de manutenção ao longo do tempo – são uma das grandes
apostas deste projeto para o futuro empreendimento Bairro da Cruz Vermelha”. (Remete-se para o ANEXO
IX).
No âmbito do 1º Direito, que visa garantir as condições de acesso a uma habitação adequada às pessoas
que vivem em condições indignas e que não dispõem de capacidade financeira para aceder a uma
solução habitacional adequada, a construção de novas fracções no bairro Padre Cruz e Boavista, bem
como no bairro da Cruz Vermelha, será candidatável pelo município ao programa.
O Município de Lisboa dispõe de um alargado conjunto de edificado disperso. Após a avaliação cuidada do
estado de ocupação e de conservação é necessário dotá-lo de condições de habitabilidade dignas, quer as
fracções habitadas que se encontram degradadas, quer as fracções vagas que não reúnem as condições
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ESTRATÉGIA LOCAL DE HABITAÇÃO – 2019/2024
mínimas de habitabilidade, face aos anos e degradação dos imoveis, com vista à sua atribuição a famílias
cuja carência socioeconómica e habitacional se enquadra nos requisitos de acesso do Programa 1º. Direito.
O Programa de Intervenção em Edificado Disperso- PIED está alicerçado num relatório de trabalho com
identificação e caracterização da totalidade do património habitacional disperso do município com
identificação das intervenções propostas. (ANEXO XXVII)
Os novos desafios que foram entretanto definidos, em matéria de oferta de habitação com rendas
acessíveis, como um dos eixos principais assumidos pelo actual Executivo, impôs um novo olhar e uma
nova estratégia sobre o uso do chamado património municipal disperso, a quem de destina, como
potenciá-lo e como reabilitá-lo.
Com base na experiência adquirida pelos serviços que têm competência em matéria de intervenção na
habitação, desde o primeiro levantamento, sobre a situação do património disperso, alargou-se a
possibilidade de aproveitamento desse património municipal, nomeadamente dos seus edifícios devolutos,
reabilitando-os e avaliando o aproveitamento de vazios urbanos municipais com capacidade construtiva
para a viabilidade de construção de nova habitação.
Os Pátios e Vilas de Lisboa correspondem à promoção privada do alojamento operário entre 1870 e 1930,
chegando a ter grande expressão em termos do número de fogos edificados mas que tem vindo
gradualmente a desaparecer com a expansão e renovação da cidade.
Na actualidade poucos exemplos ainda restam desta solução urbana e de habitação a custos reduzidos. Os
Pátios e Vilas resistentes ao tempo e à demolição tornaram-se portadores de uma memória urbana e
sociológica. Para preservar viva essa memória é necessário, mantendo as características originais,
proceder-se à reabilitação/recuperação das habitações de acordo com os atuais padrões urbanos, dotando-
as de condições de resistência aos sismos, conforto térmico e demais requisitos que se imponham
considerar-se como a envolvente, espaços exteriores, parte integrante da reabilitação. O município de
Lisboa propõe-se promover a reabilitação nesta fase inicial de um pequeno conjunto de Pátios e Vilas do
qual é proprietário, após a avaliação das características da totalidade do património municipal assim
identificado.
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ESTRATÉGIA LOCAL DE HABITAÇÃO – 2019/2024
Número de frações
Identificação
Localização Habitacionais Não
Pátio ou Vila Total
Ocupadas Devolutas habitacionais
Vila Bela Vista Beato 10 6 4 0
Vila Romão da Silva Campolide 37 21 12 4
Vila Paulo Jorge Belém 25 14 11 0
Vila Elvira Campolide 33 13 20 0
Pátio do Paulino Alcântara 9 4 3 2
Pátio do Beirão Marvila 18 5 9 4
Pátio do Bastos Estrela 14 8 4 1
TOTAIS 146 71 64 11
Das vilas e pátios que o município se propõe reabilitar a única que se encontra já com as obras concluídas é
a Vila da Bela Vista, conforme as fotografias seguintes.
Em relação aos restantes estão em execução os projectos de reabilitação para as Vilas Romão da Silva,
Travessa Paulo Jorge e Vila Elvira. Nas três primeiras vilas referidas, foram promovidos os necessários
realojamentos temporários dentro das próprias vilas, para viabilizar o processo de reabilitação.
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ESTRATÉGIA LOCAL DE HABITAÇÃO – 2019/2024
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ESTRATÉGIA LOCAL DE HABITAÇÃO – 2019/2024
No âmbito do 1º Direito, que visa garantir as condições de acesso a uma habitação adequada às pessoas
que vivem em condições indignas e que não dispõem de capacidade financeira para aceder a uma
solução habitacional adequada, os Núcleos degradados Pátios e Vilas podem beneficiar deste programa.
(ANEXO XVIII)
1.4 Inexistência ou insuficiência de habitação adequada para pessoas com deficiência ou problemas
de mobilidade
Os números dos Censos de 2011, relativos aos indivíduos com problemas de mobilidade versus alojamentos
considerados inacessíveis, por não estarem dotados das devidas adaptações, são demonstrativos de que
estamos perante um problema grave.
Os dados a seguir apresentados remetidos pelos serviços camarários que têm a competência do Plano de
Acessibilidade Pedonal pela sua dimensão e pertinência servem para fundamentar a proposta de solução
habitacional apresentada no presente relatório relativo à Estratégia Local de Habitação para os próximos 6
anos: Adaptação/reabilitação/requalificação de edifícios e fracções destinados a pessoas portadoras de
deficiência ou problemas de mobilidade.
Considerando a população residente em Lisboa com 15 ou mais anos de idade, e os edifícios com 3 ou mais
habitações (fogos), verifica-se que:
Isto corresponde a mais de dois terços (69,8%) da população que tem dificuldade ou é incapaz de andar ou
subir escadas.
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ESTRATÉGIA LOCAL DE HABITAÇÃO – 2019/2024
Para lidar com este desafio a CML lançou o Programa Casa Aberta com o objectivo de melhorar as
condições de acessibilidade e de segurança na habitação de pessoas idosas, e de pessoas com
deficiência, através de:
Obras para aumentar a autonomia nas actividades da vida diária, reduzir o risco de queda e
facilitar a prestação de assistência pessoal;
Operacionalização no terreno por parte das Juntas de Freguesia com as quais o Município
celebra Contratos de Delegação de Competências;
Realização de uma fase - piloto em 2017-2018, estando previsto um aumento substancial
do investimento nos próximos 3 anos;
Desenvolvimento de métodos e ferramentas para agilizar e sistematizar as intervenções –
guião de diagnóstico, caderno de encargos - tipo, etc.
As pessoas com deficiência que precisam de acessibilidade poderiam correr o risco de discriminação no
acesso aos fogos municipais nos actuais programas em curso no Município de Lisboa.
Para evitar que corram esse risco está previsto no âmbito do RRAHM que sempre que é afecta uma
habitação a um candidatado e essa habitação seja considerada desadequada, por motivos de
mobilidade e acessibilidade, é considerada a recusa do fogo fundamentada. Nessas situações o
município disponibiliza um fogo com localização adequada e promove as obras necessárias de
adaptação, o que é muitas vezes difícil e por vezes moroso de implementar.
Os dados anualmente apurados relativos aos candidatos que concorrem aos três programas municipais já
referidos no ponto 1.1, Parte II pp 27-30 bem como o Estudo de Procura e oferta de habitação elaborado
em 2018/2019, anteriormente referido, ANEXO XXVI, e que teve por base a compilação de todas as
candidaturas durante os vários anos de implementação dos referidos programas, permitem concluir pela
insuficiência de habitações colocadas para arrendamento com rendas acessíveis.
Embora não seja competência exclusiva dos Municípios assegurar o direito à Habitação o município de
Lisboa tem vindo a diversificar e intensificar os programas que pretendem dar resposta aos vários
segmentos dessa procura ou seja adequando os programas de acesso e de apoio ao arrendamento a
distintas faixas de famílias, com rendimento diferenciados e com situação de efectiva carência a nível
habitacional, social e económica.
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ESTRATÉGIA LOCAL DE HABITAÇÃO – 2019/2024
Para suprir essa carência o município de Lisboa - para além das acções identificadas como soluções
habitacionais neste relatório – construção e reabilitação de fracções municipais – está a ponderar
recorrer ao mercado privado para arrendamento de habitações, que irá depois atribuir no âmbito do
arrendamento acessível, através da aplicação de rendas que representem uma taxa de esforço adequada
à condição económica das famílias candidatas, sendo esta acção candidatável ao 1º Direito.
Através do Programa de Alienação de Imóveis Municipais aos próprios moradores, ao longo de várias
décadas, o município de Lisboa tem vindo a alienar uma parte do seu património habitacional, para que as
famílias com capacidade económica para adquirem a sua habitação passem a constituir-se condóminos
pretendendo-se assim, que haja uma maior responsabilização e investimento dos moradores na
apropriação e conservação do edificado (existe a convicção, razoavelmente fundamentada, de que há uma
correlação directa entre uma melhor apropriação e conservação das habitações e zonas comuns quando
ocorre alteração do regime de propriedade a favor dos próprios).
No entanto esta opção de alienação das fracções gerou nos bairros uma realidade complicada de gerir, de
propriedade mista nos lotes, com um acréscimo de problemas ao nível da gestão dos edifícios.
Por outro lado a alteração das condições económicas das famílias nos últimos anos tem conduzido a que
haja uma menor capacidade para investirem/comparticiparem na conservação das fracções mas sobretudo
das zonas comuns e dos próprios edifícios.
Assim pode colocar-se no futuro a hipótese dos próprios moradores já proprietários das suas fracções,
que não tenham capacidade económica para suportar total ou parcialmente os custos da conservação do
edificado possam vir a candidatar-se ao apoio financeiro no âmbito do Programa 1º Direito.
O bairro da PRODAC localiza-se no Vale Fundão, freguesia de Marvila e o seu nome deriva da Associação
que esteve na sua génese - Associação de Produtividade de Auto Construção, Instituição Particular de
Solidariedade Social, extinta em 1983, à qual a Câmara Municipal de Lisboa cedeu, em 1971, a título
precário, um terreno para a construção de habitações.
A PRODAC contraiu na altura um empréstimo para o devido efeito, mas foi a CML quem acabou por pagar o
mesmo empréstimo, processando a associação, entretanto, extinta. A partir de 1990, a Câmara Municipal
de Lisboa assumiu a gestão do respectivo Bairro.
O Bairro foi edificado com mais de 550 fogos para realojar moradores da Quinta das Claras e do Bairro
Chinês (bairros de construção precária/barracas).
Embora se identifique neste documento como Bairro PRODAC, na realidade existem dois bairros distintos
embora com a mesma génese, que comumente são conhecidos como Bairro PRODAC Norte e PRODAC Sul.
Têm características construtivas distintas e associações de moradores próprias tendo por isso ima
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ESTRATÉGIA LOCAL DE HABITAÇÃO – 2019/2024
identidade própria, mas um percurso e luta comuns, visando ao longo de décadas a legalização das suas
habitações.
As casas foram à data entregues sem estarem concluídas, apenas com a estrutura, tendo sido os moradores
a terminar as obras. Este processo arrastou-se no tempo tendo nestes últimos anos sido feita a
regularização urbanística e cadastral e resolvida a questão da propriedade pela CML, em conjunto com os
moradores num processo participado, muito ativo, conseguindo-se a passagem da propriedade para o
domínio privado.
Com a divisão administrativa entre as freguesias do Beato e Penha de França, actualmente constam 182
fogos no Beato (8 fogos na Rua Perry Vidal, 64 fogos na Rua João Nascimento Costa e 110 fogos na Rua
Carlos Botelho) e 44 fogos na Penha de França (Bairro Horizonte);
A Regularização urbanística e cadastral está a ser adaptada às especificidades dos conjuntos edificados, seja
pelas relações de proximidade ou pela apropriação espacial diferenciada, sendo indispensável previamente
uma solução concertada com a administração central. A avaliação da intervenção concertada entre os
moradores residentes, a administração Central e o município de Lisboa ainda está em estudo
Embora as habitações não estejam regularizadas futuramente poderão vir a ser apresentadas
candidaturas por falta de condições de habitabilidade pelos futuros proprietários, ou pelo próprio
município, se a solução passar por uma municipalização do património razão pela qual neste documento
fica reflectida a eventual apresentação de candidaturas ao Programa 1º Direito. (ANEXO XXX).
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ESTRATÉGIA LOCAL DE HABITAÇÃO – 2019/2024
Construído na década de 70 por uma cooperativa de habitação (ex-SAAL ou “Serviço Ambulatório de Apoio
Local”), entretanto falida, este bairro situa-se perto da Rotunda das Olaias, na Freguesia de Areeiro e está
hoje numa indefinida no que respeita à propriedade das habitações, apresentando actualmente um
elevado grau de degradação e abandono. Ocupações de casas, arrombamentos seguidos de ocupação de
casas de idosos recentemente falecidos, vendas e alugueres ilegais e até empréstimos com agiotagem são
hoje comuns. Este território, de entre os territórios ex-SAAL de Lisboa, é o de maior complexidade não só a
nível do edificado mas também a nível social, condicionando a adequação e implementação de uma
estratégia e metodologia com vista à regularização.
O território “Portugal Novo” advém da Cooperativa de Habitação Económica Portugal Novo. Esta
cooperativa construiu 221 fogos.
Embora as habitações não estejam regularizadas podem no futuro ser colocadas candidaturas por falta
de condições de habitabilidade pelos futuros proprietários, ou pelo próprio município se a solução passar
por uma municipalização do património razão pela qual neste documento fica reflectida a eventual
apresentação de candidaturas ao 1º Direito. ANEXO XXXI).
As áreas urbanas de génese ilegal (AUGI) correspondem a áreas que são delimitadas pela Câmara
Municipal, ao abrigo de legislação especial - Lei n.º 91/95, de 2 de Setembro, alterada e republicada através
da Lei n.º 70/2015, de 16 de julho.
Estas áreas correspondem a “bairros” que surgiram depois de 1961 sem que o seu loteamento tenha sido
aprovado pela Câmara Municipal, ou surgiram anteriormente a essa data, mas em que a maioria das
construções não está licenciada.
Em 2008, através da deliberação n.º 1330/CM/2008, a Câmara Municipal de Lisboa delimitou 10 AUGI e
apontou a forma como poderiam ser legalizadas (por plano de pormenor ou por loteamento). Para esse
efeito, com o apoio das Juntas de Freguesia, foram realizadas várias reuniões de trabalho com os
proprietários e moradores dos bairros, tendo sido formalizadas 9 Comissões de Administração Conjunta,
das 10 áreas de AUGI delimitadas.
As AUGI integram, no âmbito do Programa Local de Habitação de Lisboa, uma das quatro grandes tipologias
em que assenta a divisão dos BIP/ZIP Bairros e Zonas de Intervenção Prioritária de Lisboa, estando, por isso,
incluídas na respetiva Carta, e a intervenção territorial nas AUGI é assumida, no âmbito do Plano Diretor
Municipal de Lisboa (PDML), como prioridade de atuação, designadamente pela definição de regras
especiais para as operações urbanísticas destinadas à reconversão destas áreas, as quais vêm também
consideradas como uma das medidas do programa de execução e plano de financiamento.
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Por outro lado a definição da Área de Reabilitação Urbana (ARU) de Santa Clara aprovada pela Assembleia
Municipal de Lisboa, através da Deliberação n.º 374/AML/2016, na sua reunião de 15 de novembro de
2016, permitiu de uma forma integrada definir uma estratégia de intervenção consagrada na Operação de
Reabilitação Urbana de Santa Clara, enquadrando 6 dos núcleos de AUGI identificados.
Ora se, por um lado sobre a Quinta do Olival/ Casal dos Abrantes, se pode afirmar que se encontra em
afinação do modelo urbano para aprovação do loteamento com o apoio da Comissão de Administração
Conjunta, os dois últimos (Quinta da Torrinha e Galinheiras) serão áreas mais complexas cuja
operacionalização ainda está bastante indefinida, encontrando-se por exemplo a curto prazo prevista a
formalização de vários processos dentro da AUGI Galinheiras.
Assim, com vista ao seu enquadramento no Plano Estratégico para a cidade e no âmbito do acesso ao
Programa 1º Direito prevê-se ser necessário enquadramento para os seguintes Tipos de Processo:
I. Galinheiras –
i. Quinta do Reguengo
ii. Rua General França Borges
iii. Quinta do Galinheiro Grande
iv. Rua do Eucalipto
Importa sublinhar que, em todas as situações se trata de habitações não regularizadas, encontrando-se
identificadas para demolição atendendo ao seu enquadramento urbanístico, à falta de condições de
habitabilidade, de segurança e de salubridade, pelo que se prevê ser possível no futuro, apresentar
candidaturas pelos proprietários com o apoio da Comissão de Administração Conjunta da respetiva AUGI,
ou pelo próprio município se a solução for devidamente enquadrada no Contrato de Urbanização (prática
comum de partilha de responsabilidades entre a CML e as Comissões das AUGI), razão pela qual neste
documento fica reflectida a eventual apresentação de candidaturas ao 1º Direito. (ANEXO XXXII).
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Remete-se para os links a seguir indicados com informação mais detalhada sobre os processos em curso.
Área de Reabilitação Urbana de Santa Clara e Operação de Reabilitação Urbana Sistemática de Santa
http://www.cm-lisboa.pt/viver/urbanismo/reabilitacao-urbana/aru-santa-clara
1.10 Núcleos com habitação degradada não realojados no âmbito do PIMP e do PER
A identificação dos núcleos, o número de alojamentos, as fotografias e as plantas de localização, bem como
a indicação do regime de propriedade dos alojamentos anteriormente recenseados no PIMP e no PER e
que, por serem na sua maioria privados não foram alvo de realojamento, foram remetidos ao IHRU no
âmbito do levantamento das necessidades de realojamento, junto dos Municípios.
(ANEXO XXXIII)
Os núcleos indicados constam do Relatório de Finalização dos Programas PIMP e PER, elaborado a 7 de
Maio de 2013, com o objectivo de se efectuar o encerramento destes Programas, e traduzem o saldo dos
mesmos ou seja identificam-se os núcleos que não foram objecto de realojamento.15 (ANEXO XXXIV)
Apenas um número muito diminuto de núcleos localizados em terreno municipal não foi objecto de
realojamento.
Importa esclarecer que em relação a estes núcleos não se promoveu o realojamento - apesar das várias
tentativas promovidas pelos serviços, com mais do que uma proposta de localização das novas casas -
porque os agregados recusaram as propostas dos serviços, alegando que não residiam em barracas e por
esse motivo as suas casas não deviam estar incluídas nesses Programas e que por imperativo legal teriam
de ser demolidas, o que foi veementemente recusado pelos moradores.
Neste núcleo cujo terreno é municipal e as construções habitacionais são propriedade dos
próprios moradores (ou “ arrendadas” a outros) identifica-se a totalidade dos alojamentos
como potencialmente candidatáveis ao Programa 1º Direito, dadas as características precárias
dos mesmos.
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A quase totalidade dos núcleos que não foram objecto de realojamento está localizada em terrenos que
são propriedade privada.
Não se trata de alojamentos abarracados mas frequentes vezes de construções antigas, de alvenaria, com
má qualidade construtiva, em que os proprietários se opuseram à demolição.
Destes Núcleos destacam-se os seguintes pela sua dimensão:
Rio Seco
Av. Ceuta / Rua Fabrica Pólvora
Quinta Bela Flor
Travessa Tarujo/Travessa da Rabicha
Vila Ferro/Bairro da Liberdade
Rua Entre Muros do Mirante /Quinta Ferro
Alto da Eira
Bº S. João Brito/Pote d´Água
Na cidade de Lisboa existem outros pequenos núcleos habitacionais ou prédios, com um número menos
significativo de alojamentos, com características semelhantes aos que foram aqui identificados, que estão
“encravados” em zonas consolidadas e de urbanização datadas de fases mais recentes.
Embora estando identificados pelo Município junto do IHRU estes núcleos de habitação degradada,
compete aos proprietários a iniciativa de se candidatarem ao 1º Direito.
Neste ponto remete-se para a Matriz da Estratégia Local de Habitação, para melhor compreensão
das soluções habitacionais preconizadas para cada uma das situações de carência habitacional
identificadas. Assim é apenas feita uma síntese do diagnóstico global das carências habitacionais e
das respectivas soluções habitacionais.
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Como já foi referido na Parte I, pp 7, o PLH influenciou também a nível estratégico os documentos
de gestão territorial, os instrumentos de gestão municipal e os instrumentos de gestão financeiros
de suporte às prioridades definidas no âmbito do Urbanismo e Reabilitação Urbana, tendo passado
a constar do Regulamento do Plano Director Municipal, o que corrobora a importância do seu
papel na definição da política municipal de Habitação.
Assim neste ponto da Estratégia Local de Habitação remete-se para o site do Município de Lisboa,
para consulta do Plano Director Municipal, constituído por vários elementos, nomeadamente o
Regulamento e Anexos I a XII, entre eles a planta e lista de Planos de Pormenor em vigor (Anexo I
do PDM).
1ª Prioridade
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2ª Prioridade
3ª Prioridade
Bairros de Autoconstrução
Dos alojamentos dos Bairros Prodac Norte e Prodac Sul, cujos lotes estão em alineação pela
CML, nos que forem adquiridos pelos moradores, é possível a existência, ainda que
residual, de habitação indigna podendo os proprietários vir a candidatar-se ao 1º Direito.
Bairros ex - SAAL
4ª Prioridade
Os núcleos identificados com habitação degradada são propriedade privada (com excepção
da Calçada de Santo Amaro e Bº S. João de Brito).
Em relação apos núcleos privados, desconhecendo-se o estado de conservação das
mesmas, estima-se que poderá haver cerca de 10% de habitação indigna, pelo que alguns
proprietários/arrendatários poderão vir a candidatar-se.
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Conforme consta da Matriz I da Estratégia Local de Habitação está demonstrado o alinhamento dos
princípios constantes do Programa 1º Direito com os objectivos gerais e específicos do PLH, bem
como os Programas de Acção preconizados no mesmo, estando adequados e em conformidade
com a especificidade de cada uma das propostas de soluções habitacionais, para o período
temporal de 6 anos.
6. Considerações finais
O presente documento visa sistematizar a proposta actual do Município de Lisboa a nível da sua
Politica Habitacional, identificando as linhas estratégicas para os próximos 6 anos e priorizando as
suas intervenções ao nível da construção e da reabilitação de habitações, com vista a assegurar
uma resposta mais alargada de habitação acessível a famílias carenciadas e que residam em
habitações sem condições de habitabilidade e por isso indignas.
Por outro lado aposta na reabilitação de edifícios localizados quer no designado património
disperso quer em bairros Municipais, devolutos os com fracções habitadas de forma a dotar as
habitações de verdadeiras condições de habitabilidade, de segurança e também de mobilidade,
sempre que possível e viável em termos técnicos.
O Município de Lisboa sendo detentor de um vasto património habitacional – já foi referido que é o
maior senhorio do país – necessita de prosseguir uma política de habitação planeada, calendarizada
e sustentada financeiramente, tendo por base os diagnósticos e estudos da carência habitacional
efectuados, bem como do estado de conservação do seu património, que viabilizem intervir de
forma eficaz e eficiente num sector tão sensível, necessário, diremos mesmo fundamental para a
vida dos munícipes que é o direito a uma habitação digna.
Para o efeito vai apresentar este documento, designado Estratégia Local de Habitação junto do
IHRU, para efeitos de submissão de candidaturas ao financiamento e comparticipação no âmbito
do Programa 1º Direito – Programa de apoio ao acesso à habitação.
O cumprimento do estipulado nos artigos n.º 5º e 6º e 7º, alínea i), da Portaria n.º 230/2018 de 17
de Agosto, relativos à avaliação dos pedidos de apoios de pessoas e agregados e à sua elegibilidade,
bem como a instrução das candidaturas e identificação do número de pessoas e agregados a
abranger ao abrigo deste Programa, será assegurado pelo Município de Lisboa junto do IHRU, com
a identificação dos agregados familiares elegíveis, sendo devidamente comprovada essa
elegibilidade com documentos de prova entregues pelos próprios.
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Assim será assegurado o envio ao IHRU da identificação dos indivíduos e famílias a quem foi afecta
habitação municipal, de forma regular e nos termos que vierem a ser definidos pelo IHRU, quando
se concretizar a que houver afectação/atribuição de habitação, no âmbito dos programas de
acesso em curso no Município de Lisboa.
7. Matriz
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ANEXOS
ANEXO II - RELATÓRIO DA 2ª FASE – (RE)HABITAR LISBOA - PROPOSTA ESTRATÉGICA – “ESCOLHER” - PROGRAMA LOCAL DE
HABITAÇÃO
ANEXO III - RELATÓRIO DA 3ª FASE – O PLH EM AÇÃO - “CONCRETIZAR” - PROGRAMA LOCAL DE HABITAÇÃO
ANEXO IV – MUDAR A POLITICA DE HABITAÇÃO EM LISBOA- REGRAS DO JOGO, CAMINHO FEITO, NOVOS DESAFIOS
ANEXO VII – RELATÓRIO DAS ALVENARIAS DO BAIRRO PADRE CRUZ – CARACTERIZAÇÃO SOCIODEMOGRÁFICA DA POPULAÇÃO
RESIDENTE E DO TERRITÓRIO ABRANGIDO
ANEXO VIII – RELATÓRIO DAS ALVENARIAS DO BAIRRO DA BOAVISTA – CARACTERIZAÇÃO SOCIODEMOGRÁFICA DA POPULAÇÃO
RESIDENTE E DO TERRITÓRIO ABRANGIDO
ANEXO XI – PROGRAMA BIB/ZIP – CICLO E REGRAS DO PROGRAMA BIP/ZIP LISBOA 2018 – PARCERIAS LOCAIS
ANEXO XXII – DEFINIÇÃO DE ORIENTAÇÕES ESTRATÉGICAS PARA OS ESPAÇOS NÃO HABITACIONAIS MUNICIPAIS
ANEXO XXV – MATRIZ DE CLASSIFICAÇÃO DO REGULAMENTO DO REGIME DE ACESSO A HABITAÇÃO MUNICIPAL – RRAHM
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