Introdução Aos Estudos Da História

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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

A análise comparativa e critica sobre: objecto, método e autonomia científica da


história e as ciências auxiliares, a interdisciplinaridade e transdisciplinaridade.

Atija José Luís Valente


708211869

Curso: Licenciatura em Ensino de História


Disciplina: Introdução ao Estudos de História I
Ano de Frequência: 1º
Turma‫ ׃‬C

Nampula, Janeiro, 2022

1
1

1.1 Critérios de avaliação (disciplinas teóricas)

Classificação
Categorias Indicadores Padrões Nota
Pontuação
do Subtotal
máxima
tutor
 Índice 0.5
 Introdução 0.5
Aspectos
Estrutura
organizacionais  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 2.0
problema)
Introdução  Descrição dos
1.0
objectivos
 Metodologia adequada
2.0
ao objecto do trabalho
 Articulação e domínio
do discurso académico
Conteúdo (expressão escrita 3.0
cuidada, coerência /
Análise e coesão textual)
discussão  Revisão bibliográfica
nacional e internacional
2.0
relevante na área de
estudo
 Exploração dos dados 2.5
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
Aspectos tamanho de letra,
Formatação 1.0
gerais paragrafo, espaçamento
entre linhas
Normas APA
 Rigor e coerência das
Referências 6ª edição em
citações/referências 2.0
Bibliográficas citações e
bibliográficas
bibliografia
2

Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor


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Índice

Resumo ............................................................................................................................................ 4

Introdução ........................................................................................................................................ 5

1.1. Objectivo geral: ........................................................................................................................ 5

1.2. Objectivos Específicos: ............................................................................................................ 5

1.3. Justificativa ............................................................................................................................... 6

1.4. Metodologia .............................................................................................................................. 6

2. Objecto e método de estudo da História ...................................................................................... 6

2.1. Autonomia científica História perante as ciências auxiliares ................................................... 8

2.2. A afirmação da História como ciência ................................................................................... 10

2.2.1. O método da história............................................................................................................ 11

2.2.1.1. Metodologia e a cientificidade da história ........................................................................ 11

3. A História e as ciências auxiliares ............................................................................................. 11

4. A História e as ciências sociais e Humanas ............................................................................... 13

4.1. Relação entre a história e as ciências sociais .......................................................................... 13

4.2. A interdisciplinaridade ........................................................................................................... 13

5. A interdisciplinaridade e a transdisciplinaridade....................................................................... 14

5.1. A dimensão inter e transdisciplinaridade na história. ............................................................. 14

Conclusão ...................................................................................................................................... 16

Referência bibliográfica ................................................................................................................ 17


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Resumo

A ANÁLISE COMPARATIVA E CRITICA SOBRE: OBJECTO, MÉTODO E


AUTONOMIA CIENTÍFICA DA HISTÓRIA E AS CIÊNCIAS AUXILIARES, A
INTERDISCIPLINARIDADE E TRANSDICIPLINARIDADE

Atija José Valente

O presente estudo aborda sobre o tema: A análise comparativa e crítica sobre: objecto, método e
autonomia científica da História e as ciências auxiliares, a interdisciplinaridade e a transdisciplinaridade.
A pesquisa tem por objectivo central, avaliar a importância do estudo da história e a sua relação com
outras ciências, operacionalizado em três objectivos específicos a saber: Identificar o objecto do estudo da
ciência histórica, em segundo lugar aferir a autonomia científica da História e comparativamente às
ciências auxiliares e por último compreender o funcionamento da interdisciplinaridade e
transdisciplinaridade entre a ciência histórica e outras ciências sociais ou naturais. Quanto a metodologia
usada, o estudo optou pelo método qualitativo justificado pela natureza da pesquisa, o tipo de abordagem é
exploratória e como forma de analisar a informação recolhida, o enfoque foi para as observações
participante e não participantes algumas vezes como professora e outras como estudante e o uso das
referências bibliográficas, recorremos a essa metodologia por tratar essencialmente de um estudo na base
de revisão de literatura com carácter avaliativo.

Palavras-chave: Objecto do estudo da história, método e autonomia científica da História,


interdisciplinaridade e transdisciplinaridade.

Licenciatura no curso de Ensino de História pelo Instituto de educação á Distância da Universidade


Católica de Moçambique. Email: [email protected]. Código de estudante: 708211869
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Introdução

História é uma área do conhecimento humano voltado na compreensão do passado, a partir do


presente. Esta ciência busca sustentar-se através de fontes que relatam o passado e procura dar
sentido as acções do homem com intenções claras de dar as possíveis respostas a questões do
presente. Esse campo de saber oferece um instrumento indubitavelmente importante como forma
de perceber e achar uma perspectiva mais profunda do mundo a nossa volta.

O historiador é um exímio tateador do passado através de vestígios e assim o historiador até o


passado com conjunto limitado de perguntas e documentos que o permitem de uma forma
compreender um determinado período de tempo. Por isso a necessidade de cruzar as fontes,
fazendo a triangulação das informações disponíveis o juízo do pesquisador sob a forma de crítica
histórica.

O estudo é orientado através de objectivo, o geral que se operacionaliza em três objectivos


instrutivos, a saber:

1.1. Objectivo geral:

 Avaliar a importância do estudo da história e sua relação com outras ciências.

1.2. Objectivos Específicos:

 Identificar o objecto do estudo da ciência histórica


 Aferir a autonomia científica da História e comparativamente às ciências auxiliares.
 Compreender o funcionamento da interdisciplinaridade e transdisciplinaridade entre a
ciência histórica e as outras ciências sociais ou naturais.
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1.3. Justificativa

A escolha do tema pretende-se pela importância e evolução que o fenómeno em apareço merece
para a compreensão da evolução da humanidade até aos nossos dias, as mentalidades colectivas,
as civilizações desaparecidas e contemporâneas, o que suscida acessos debates na busca de
melhores compreensões e achados mais vestígios arqueológicos que permitem a gradual
reconstituição da história da humanidade.

O principal problema discutido neste artigo está sintetizado na seguinte questão:

Qual é a importância do estudo da história na relação com outras ciências?

1.4. Metodologia

Neste artigo optou-se pelo paradigma interpretativo devido as suas características qualitativas,
corroborando com esta expectativa Flick (2005), refere que o enfoque qualitativo interpreta a
percepção realista para lhes atribuir significado.

Na mesma linha, segue a contribuição de Sampieri (2003), afirmando que estudos exploratórios
geralmente determinam tendências, identificam áreas, ambientes, contextos, situações de estudos
e para facilitar as posteriores pesquisas mais elaboradas e rigorosas.

Mas perspectivas de Richardson (2008) e Vilelas (2009) fazem referência de que a técnica da
observação não participante, aquela em o pesquisador não faz parte da acção quando ao
tratamento do fenómeno. Por outro lado, os autores que vindo a apontar são unânimes ao
afirmarem que a técnica de observação directa ocorre quando o pesquisador está envolvido como
sujeito e protagonista da investigação científica, como é o caso de historiador ensinando a
disciplina de história na perspectiva de reafirmar o lugar da disciplina perante as outras ciências e
sua importância no curso da história na narrativa da história ou historiografia.

2. Objecto e método de estudo da História

De acordo com Bloch (1997) a História é uma ciência que se dedica ao estudo do Homem no
espaço e no tempo. Vários autores levantaram a discussão sobre a cientificidade da História,
questionando o seu objecto de estudo. É impensável comparar as ciências dedicadas ao estudo do
homem e as nomotéticas que dedicam ao estudo de fenómenos naturais que se privilegiam do
método dedutivo.
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Podemos concluir que a ciência histórica não se pode comparar com as ciências naturais e
matemática. É mais que um facto que trata-se Duma ciência social e humana.

Esta ciência social, dedica-se profundamente no estudo das sociedades, civilizações, mas também
insere-se na qualificação das ciências humanas, num duplo sentido, isto é, não estuda quaisquer
sociedades, mas sociedades humanas e nalguns casos estuda personalidades e indivíduos tal como
monarcas, nobres, cavaleiros, generais de guerra, presidentes, Femininistas, crises económicas
quer através de biografia, monografias, artigos científicos ou outras formas de estudo ao alcance
do pesquisador historiador.

Na perspectiva de Meno(S/d), uma das formas de se perceber o objecto da História é distinguir


quais são os factos memoráveis. Todavia nesse exercício, de acordo com o autor, não convém
escolher de forma parcial e tendenciosa os factos, mas sim com imparcialidade e com intenção de
fazer ciência. Realmente,a tônica em história desloca_se da objectividade, em sentido estrito, e do
método experimental clássico, cuja fase essencial é a experimentação, para uma metodologia
rigorosa e sujeita a regra de de críticas e controlo.

Podemos ousar afirmar que a História é ciência porque tem objecto de estudo, tem métodos e
pode seguramente ser ensinada.

Falar da cientificidade da história envolve naturalmente a ciência histórica em nível da história e


do historiador. Por isso, ao falar sobre a cientificidade da história, não se deixar de fora o papel
do historiador e seu objecto de pesquisa.

Bloch (1997) refere que na actualidade a história procura explicar cada passo do homem. Sua
evolução em suas abordagens temáticas tais como económicos, demográficos, políticos, cultual,
social. Podemos ousar afirmar que a História é uma ciência por excelência. O historiador para
reconstruir o conhecimento histórico, lança mão da sua principal ferramenta, p objecto de estudo
da história que enfoca no homem em determinado tempo.

A ciência histórica nós ensinou de que o objecto de estudo da história é o homem no tempo, e que
esse objecto é o facto humano acontecido. O facto histórico serve como compreensão de um
processo vivido por uma sociedade. História para ser ciência precisa de um método que é a
interpretação do facto histórico através das análises das mais variadas fontes, sejam escritas,
tradição oral, arqueológicas, e mais adiante.
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De acordo com Bloch (1997) a História face ao desafio de descrever e explicar as especificidades
e as dissonâncias representadas pelas concepções desafiantes como uma resposta plausível surge
também um problema epistemológico a ser enfrentado.

O historiador deve examinar primeiramente e cuidadosamente, quais são os instrumentos teórico-


metodologicos de que se utilizou para a determinação da cientificidade da História.

O método científico é determinado na maneira de obtenção de tais conhecimentos, ervas


características desses conhecimentos é ser profundamente verdadeiro. Qual a fronteira que separa
a História da ciência, se a História tem método próprio, busca a verdade, não a verdade absoluta e
eterna, mas que pode ser discutido?

2.1. Autonomia científica História perante as ciências auxiliares

Bloch (1997) afirma que:

" Uma definição contemporânea de senso comum, afirmaria que a história é uma
ciência que estuda o passado, analisando as transformações, para endenter o presente.
Assim, ao resgatar o passado, a história tentaria conferir sentido ao presente, ajudando
a transformar a realidade a partir de sua própria compreensão, podendo até mesmo
guiar ao futuro.
Todavia, uma análise mais detalhada demonstra que o conceito de história comporta
múltiplas definições, cada qual adequada ao seu conjunto teórico.
Não se pode falar de uma história singular, já que, ao invés de uma teoria da história
teríamos múltiplas teorias da história. A natureza e a evolução das outras ciências
durante o século XVIII não confere a história menor importância ou menor dignidade.
Perante essa realidade do surgimento de muitas outras ciências voltadas ao homem como objecto
de estudo e cada uma delas detida na sua peculiaridade no método próprio, estamos a debruçar
sobre a Sociologia, Etnologia, Antropologia, Economia, Paleontologia, Arqueologia e uma
infinidade de ciências emergentes dos séculos XVIII e XIX.

Diante dessa complexidade e dificuldade, levanta se a seguinte questão:

Qual é a fronteira estabelecida entre a História e as suas ciências que se dedicam ao estudo do
Homem?

É sobejamente conhecido que todas as ciências do Homem, a história incide sobre o passado,
pelo que lhe está vedada a experimentação e o registo/ inquérito directo. Por esse motivo, o
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conhecimento histórico é mediato e remoto acarretando todas as consequências inerentes a tal


facto.

As principais linhas de estudo da História se desenvolveram nas cavernas, quando os primeiros


grupos humanos se preocupavam em registar o desenvolvimento da sua própria vida quotidiana.
Na Antiguidade, os primeiros historiadores se preocupavam em relatar as peripécias dos
personagens e o cenário épico das guerras travadas entre os povos. Muitas vezes, comprometidos
com algum dos lados dessa história faziam um relato tendencioso e impreciso.

Entretanto, tornou-se corrente admitir que a reflexão histórica tem raízes na Antiguidade clássica,
mais especialmente em Heródoto e em Tucídides.

Bloch (1997), afirma que durante séculos, na tradição dominar pela cultura ocidental de origem
grego-romana, a História oscilou sistematicamente entre estilos ou objectos, muito diversos tendo
como centro de debate os indivíduos (monarcas, generais cavaleiros, sacerdotes, nobres, e mais),
a hagiografia política, a filosofia ou teologia.

Com o advento da crítica racional no Renascimento e, mais particularmente, co o surgimento e a


consolidação das luzes no século XVIII, a História passou por uma espécie de repaginação
teórico e metódica que culminou em sua cientificação. Esse processo progressivo atravessa o
século XIX e culmina na consolidação e no êxito social da historiografia nesse século e no século
XX.

O padrão de cientificidade que se aplica é por certo, o modelo do racionalismo moderno,


cartesiano ou empirista, acentuadamente marcado pelo sucesso ___mesmo que visto cada vez
mais como relativo pelas ciências que primam pelo experimentação.

Acreditamos que a História a partir da corrente renascentista que atinge o seu auge no iluminismo
e o romantismo, assim ao longo do século XIX surgem novas correntes tais o positivismo, o
historicismo, as escolas metódicas e Annales e, a história como ciência. Assim encerravam-se em
definitivo os argumentos que remetiam a história no patamar de arte e forma inquestionável para
história ciência com objecto e métodos de estudo próprio seu igual.
10

2.2. A afirmação da História como ciência

Bloch (1997), recorda que a evolução decisiva para a historiografia deu-se com o que se pode
chamar de fundamentação metódico-documental basilar para a disciplina no período
contemporânea, produzida pelos tratadistas do século XIX e primeiro decénio do século XX.

Tem-se aqui a origem da grande corrente historiográfica que se chamou de forma, algo
exagerada, mas não totalmente imprópria de historiografia " positivista", intimamente
entrelançada com forte tradição do historicismo alemão.

Foi no século XIX que apareceram os primeiros grandes tratados ou o NORMATISMO


HISTÓRICO, um tipo de reflexão novo sobre a história. Essa reflexão definiu os parâmetros
metódicos como obrigatórios para que a História se enquadrasse no que tinha, então por padrão
de ciência. Essa é a razão pela qual esses tratadistas tomaram como referência específica do
estudo de História a ciência natural.

Normalizar os procedimentos, contudo para obter algum grau de densidade confiável, era
percebido como uma missão, que levou a produção de textos metodológicos famosos sobretudo
na França e na Alemanha.

Essa mudança profunda e duradoura do horizonte dos estudos historiográficos, cuja influência se
estendeu até os anos 1930,é habitualmente creditada a contribuições trazidas por uma corrente
chamada de positivismo, de outro lado o historicismo alemão é considerada a maior contribuição
do século XIX em matérias de concepções da natureza do histórico e da identidade da
historiografia.

Positivista na concepção da historiografia uma essencialmente narrativista, episódica ou factual,


descritiva, fruto de de uma erudição típica do século XIX. Na realidade, esse tipo de
historiografia é o exemplo inequívoco da História tradicional, mas não tem porque ser
necessariamente confundido com a historiografia positivista. A historiografia positivista é dos
factos estabelecidos mediante os documentos indutivo, narrativa, por certo, mas também sujeita a
um método.

A escola que se costumava chamar de positivista pode ser também denominada de escola
metódica, já que sua principal preocupação era a de dispor de um método específico.
11

Essa escola que fundamentava o progresso da historiografia no trabalho metódico das fontes, dos
documentos principalmente escritos e tendo superado a descrença da tradição oral como fonte no
mesmo patamar de outros documentos, a fonte arqueológica surge no mesmo período conturbado
sendo suportado com o método de datação usando carbono 14, foi um salto qualitativo da história
como ciência.

A partir dessa descoberta, a história se debate com o progresso em reconstituir o curso histórico
desde a pré-história até aos nossos dias.

2.2.1. O método da história

2.2.1.1. Metodologia e a cientificidade da história

A palavra metodologia vem de método, de acordo com Richardson (2008), método vai ser o
conjunto de procedimentos que nos permitem chegar ao conhecimento no caso vertente,
conhecimento histórico. Portanto para se chegar ao conhecimento histórico existem um conjunto
de procedimentos.

Assim, em primeiro plano devemos cumprir com a heurística que trata da localização e
tratamento dos documentos. A recolha de fontes pressupõe antes de tudo tenhamos já o assunto, a
nossa inquietação, ou seja, o que é que pretendemos saber.

Então, a observação das fontes implica duas fases nomeadamente a Heurística que é a procura,
localização e a selecção das fontes e Hermenêutica também conhecida por crítica histórica.

3. A História e as ciências auxiliares

As ciências auxiliares continuem áreas do saber que contribuem com o seu saber na consolidação
da história como ciência. Dentre as ciências auxiliares destacam-se:

i) A epigrafia: é um estudo das inscrições, isto é, dos textos escritos sobre materiais
duráveis,como a pedra e o metal. E , incontestável à relevância da epigrafia para história grogo-
romana e outras civilizações no devir histórico.

Assim, da História mediaval a História moderna e contemporânea, o campo da epigrafia alarga-se


permitindo o estudo de uma documentação abundante e rica de informações, da qual se podem
salientar:
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 Estátuas;
 Nomes de ruas;
 Monumentos evocativos de guerras;
 Epitáfios.

ii) Diplomático

O seu objecto específico de estudo, é o conhecimento nacional das regras de forma que se aplica
aos actos escritos e aos documentos assimilados.

Esta ciência permite o estudo de caracteres de línguas mortas ou vivas enquadrando no seu
contexto histórico, jurídico, social e económico.

iii) Arqueologia: É uma disciplina que estuda a sociedades através de seus vestígios materiais,
sejam intencionais ou involuntários.

A arqueologia é uma ciência social autónoma que estuda aos seres humanos através do estudo de
seus restos materiais ou fósseis, com o fito de inferir o comportamento e situações que lhe deram
origem.

iv) A sigilografia: estudo sistemático ou metódico dos selos com que se autorizaram documentos
oficias.

Selo é toda a peça do metal, de papel ou de matéria equivalente que leva estampada figuras ou
signos. Deste modo pode depriender que o principal no selo são as figuras e signos que ostenta os
quais sempre têm de corresponder com as ideias, costumes e progresso artístico da época em que
se traçaram e com as formas e gosto da pessoa a que se referem.

v) Anumismática: é uma ciência auxiliar da história que estuda as moedas e as medalhas.

Denomina-se igualmente assim ao coleccionismo de trás peças. É particularmente útil em


investigação de história antiga, especialmente grego-romana, mediaval e moderna e em
Arqueologia como critério de datação.

vi) Vexilologia: é o estudo das bandeiras em seu mais amplo sentido. É uma disciplina auxiliar
da história, ainda que hoje em dia entende-se também sua relevância como parte da semiótica. A
pessoa dedicada a esta actividade denomi-se vexilólogo.
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vii) Heráldica: O estudo dos escudos de armas ou blasones. Nesta disciplina também existem
sociedades nacionais e se celebraram congressos internacionais.

A História desenvolve um óptimo relacionamento com as ciências auxiliares garantindo-os seu


estatuto especial na abordagem histórico e científica suportado pelas auxiliares. O papel das
ciências auxiliares traz um valor acrescentado no lugar que a ciência histórica ocupa no concerto
das ciências.

4. A História e as ciências sociais e Humanas

4.1. Relação entre a história e as ciências sociais

No mundo sobre as ciências sociais, a sempre uma tendência de debate em torno do


funcionamento das ciências. Por vezes, certas ciências do Homem tem revelado algum pendor
imperialista, isto é, uma tendência para, de modo exclusivo, apreenderem e explicar toda
realidade, Ferdinand Braudel refere que ciências humanas tais como geografia, economia,
política e sociologia tendem a agir como imperialistas assaltando as fronteiras entre o objecto e o
método que cada ciência humana tendem.

Abregoa-se um investimento para a interdependência e interpenetração das ciências humanas.


Neste caso a Sociologia surge apenas como mediadora. Actualmente é impensável a elaboração
de uma síntese das ciências do Homem e a perspectiva científica tende para sínteses muito mais
vistas de natureza ecológica, o põe imediatamente o problema da conciliação de método e tipo de
investigação ainda muito dispares, a própria terminologia varia de partes para partes reflectindo
tradições nacionais e mesmo concepções do tipo política.

É esta ambiguidade e indeterminação tende-se ter sempre em conta ao abordar a


interdisciplinaridade.

4.2. A interdisciplinaridade

É uma das consequências da renovação científica do pós-guerra e um resultado metodológico de


reflexão epistemológica. Isso impediu que estás ciências tentassem definir as sua fronteiras
disciplinares.
14

Assim se a interdisciplinaridade se tornou uma via de saber actual, tornou-se igualmente


indispensável pelo menos por agora, dada a formação recente das ciências sociais e do homem,
uma certa divisão entre elas garantindo a especifidade dos fenómenos em estudo.

Para Ferdinand Braudel, a história torna-se campo de experiência de muitas hipóteses fornecidas
pelas outras disciplinas. Por vezes, essa utilização transforma perigosamente o conteúdo
histórico, o caso da antropologia e Etnologia que fornecendo conceitos e explicações culturais
arrastam a história para o tempo lento. Porém desta aproximação que surge a renovação da noção
do histórico, nomeadamente a longa duração do Braudel.

A posição assumida pela contribuição da linguística e da economia são também importantes,


mais impõe uma história nova excessivamente quantitativa ou pela influência da linguística
demasiada tida ao estudo do simbólico.

Esta nova histórica sugeita-se a novas condições da produção, os conceitos adquiridos através das
ciências humanas e sociais criam os novos "corpos" histórico, os métodos renovam-se, novos
campos foram percorridos, enterroga-se também sobre as condições da produção histórica e do
agente produtor, os historiográficos recorrendo a análise epistemológica.

Entretanto, as ciências sociais e Humanas, em última análise, estudam o mesmo objecto: o


homem individual, colectivas, em estrutura ou em mudança. Constituem, assim um universo
pluralista, mercê da perspectiva de investigação e do tô de métodos utilizados: um universo de
conteúdos heterogéneo e de fronteiras imprecisas.

5. A interdisciplinaridade e a transdisciplinaridade

5.1. A dimensão inter e transdisciplinaridade na história.

A interdisciplinaridade surgiu no último quartel de século XIX pela necessidade de dar uma
resposta à fragmentação causada pela concepção positivista de August Conte, pois as ciências
foram subdivididas surgindo várias disciplinas.

Após longas décadas convivendo com um reducionalismo científico, a ideia de


interdisciplinaridade foi elaborada visando restabelecer um diálogo entre as diversas áreas do
conhecimento científico.
15

Podemos, entretanto, perceber que a interdisciplinaridade pretende garantir a construção de


conhecimentos que rompam as fronteiras entre as disciplinas. A interdisciplinaridade busca
também o envolvimento, o compromisso, a reciprocidade diante dos conhecimentos, ou seja,
atitudes e contundas interdisciplinares.

A partir dos anos 30 do século XX, tem-se vindo a acentuar uma frutuosa interdisciplinaridade do
ponto de vista científico e metodológico, de modo explícito ou implícito.

Essa prática tem-se manifestado essencialmente através de três (3) estratégias, que podemos
classificar de:

a) Parcial;

b) Global;

c) Ecléctica.

A primeira estratégia parcial consiste na associação de perspectivas e métodos característicos de


duas ciências, para além das combinações história-geografia e história-filosofia.

Surgem, assim as disciplinas de:

 História económica
 Sociologia económica
 História geográfica

A segunda estratégia que se fundamenta numa perspectiva global, tem sido caracterizada por
meio de dois modelos, um ao fazer arvorar ramos do saber, como a história ou a Sociologia em
ciências globais ou totais capazes de cada uma por si, abacar integralmente a realidade social
passada (histórias) ou presente (Sociologia).
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Conclusão

Concluímos ter atingido os objectivos preconizados no artigo, lembrar que o objectivo central,
avaliar a importância do estudo da História e sua relação com outras ciências, desdobrado em três
objectivos específicos a saber: a) Identificar o objecto de estudo da ciência histórica; b) aferir a
autonomia científica da História em comparação com as ciências auxiliares e por último
compreender o funcionamento da interdisciplinaridade e da transdisciplinaridade entre as ciências
históricas e as outras ciências sociais ou naturais. Tendo usado a metodologia qualitativas,
suportado numa apurada pesquisa essencialmente bibliográfica e é óbvio que encaramos algumas
dificuldades em aceder a um acervo bibliográfico mais enriquecido, atendendo que somos
estudantes, funcionários e pais residindo em remotas localidades sem acesso a corrente eléctrica e
restrição nas redes de telefonias móveis que oscila, mas acreditamos que foi uma memorável
experiência de estudante na elaboração de um artigo científico.

Por último a estratégia ecléctica, por meio da qual o investigador recorre a métodos, técnicas e
conceitos de diversas ciências humanas e sociais com o objectivo de conseguir um melhor
apetrechamento metodológico e teorias para solucionar os problemas com que se depara no
exercício da sua actividade.

Transdisciplinaridade_ o que significa aquilo que se encontra entre, através e além das
disciplinas. É baseado nesse raciocínio que um dos primeiros princípios da abordagem
transdisciplinar é trabalhar o conhecimento in vivo, ao invés de in vitro.

A transdisciplinaridade não significa apenas que as disciplinas colaboram entre si, significa
também existe um pensamento organizador que ultrapassa as próprias disciplinas.

A partir desse estudo aprendemos a definir o conceito de História, o objecto, o método, a relação
da História com as disciplinas auxiliares, a interdisciplinaridade e a transdisciplinaridade.

Com essa abordagem epistemológica ficamos com noção do lugar da História diante das outras
ciências.
17

Referência bibliográfica

BARBOSA, A. Ibraimo, N.M. Haanstra. F. Laura, M.Z Talaquichande, N. (2017). A sexta edição
das Normas APA (4a Ed.). Nampula, Moçambique: FEC.

BLOCH,M. (1997). Introdução a História. Lisboa, Portugal: publicações Europa América.

FLICK, W (2005). Método qualitativo na investigação científica. Lisboa, Portugal

MENO. L.(D/d). Introdução aos estudos Históricos. Módulo único 1º Ano. Beira Moçambique:
Universidades Católica de Moçambique. CED Centro de Ensino à Distância.

RICHARDON, R.J (coord).(2008). Pesquisa social. Método e técnicas. (3ª Ed.) São Paulo,
Brasil: MC Eraw Hill.

VILELAS, F. (2009). Investigação. Processo de construção do conhecimento. Lisboa, Portugal;


edição Silsbos.

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