Debora Martins Silva
Debora Martins Silva
Debora Martins Silva
Banca examinadora
Family registration is one of the foundations of the work in the Family Health Strategy and
aims to meet the families assigned to the FHT teams, offering information to perform the
situational health diagnosis. It is an activity to be carried out by the Community Health
Agents and must be continuous, due to the dynamicity of the territory and the families. In the
Family Health Team I, in the city of Salinas, northern Minas Gerais, in the data collection,
problems related to the health unit (structure and functioning) and about health in the territory
were listed. The outdated registration of families in the Family Health Team of the Floresta I
Family was described as a priority problem. The present work aims to present an intervention
plan, aiming to update the registration of the families enrolled in the Floresta Health I Family
Team in Salinas, Minas Gerais. The methodology of the proposal included the Strategic
Situational Planning Method (PES) and literature review carried out on the official website of
the Ministry of Health and the databases indexed in the Virtual Health Library. It is expected
that from the implementation of the proposal there will be a updating the registration of
families assigned to the territory covered by the Floresta Health Family Team I. It is the
responsibility of the members of the team to understand family registration as a continuous
process to provide subsidies for the programming of actions by the team.
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 6
1.1 Breves informações sobre o município de Salinas, Minas Gerais .............................. 6
1.3 A Equipe de Saúde da Família Floresta I, seu território e sua população ................ 6
2 JUSTIFICATIVA ................................................................................................................ 14
3 OBJETIVOS ........................................................................................................................ 16
3.1 Objetivo geral ................................................................................................................ 16
4 METODOLOGIA................................................................................................................ 17
5 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................... 19
5.1 Estratégia de Saúde da Família: conceito e objetivo ................................................. 19
6 PLANO DE INTERVENÇÃO............................................................................................ 24
6.1 Descrição do problema selecionado (terceiro passo) ................................................. 24
1 INTRODUÇÃO
Salinas é uma cidade com 41.494 habitantes. Sua densidade demográfica é de 20.75
habitantes/km². Está localizada na mesorregião Norte de Minas Gerais e compõe, com outros
municípios da região, o Alto Rio Pardo, encontrando-se distante 639,5 km da capital do
Estado, Belo Horizonte. O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal - 2010 foi de 0,679
(ATLAS DO DESENVOLVIMENTO HUMANO NO BRASIL, 2017).
Quanto ao trabalho e rendimento em 2015, o salário médio mensal era de 1.6 salários
mínimos. A proporção de pessoas ocupadas em relação à população total era de 16.7%.
Considerando domicílios com rendimentos mensais de até meio salário mínimo por pessoa,
tinha 43.7% da população nessas condições. Quanto à educação, em 2015, os alunos dos anos
iniciais da rede pública do município tiveram nota média de 6.4 no Índice de
Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB). A taxa de escolarização (para pessoas de 6 a
14 anos) foi de 97.2 em 2010. Quanto à economia, em 2014, havia um produto interno bruto
(PIB) per capita de R$ 11451.25. Em 2015, 88.5% do seu orçamento eram provenientes de
fontes externas (IBGE, 2017).
No que se refere à saúde, a taxa de mortalidade infantil média no município é de 12.54
para 1.000 nascidos vivos. As internações devido a diarreias são de 1.3 para cada 1.000
habitantes. Quanto ao território e ambiente, apresenta 66.5% de domicílios com esgotamento
sanitário adequado, 63.3% de domicílios urbanos em vias públicas com arborização e 2.2% de
domicílios urbanos em vias públicas com urbanização adequada (presença de bueiro, calçada,
pavimentação e meio-fio) (IBGE, 2017).
O município é conhecido pelas famosas cachaças. A cidade recebeu o título de Capital
da Cachaça e conta, desde 2012, com o Museu da Cachaça, que retrata todo ciclo de produção
da aguardente, desde o cultivo de cana de açúcar, a produção artesanal da cachaça de
alambique até sua comercialização. Salinas tem se tornado um pólo de educação regional,
apresentando um total de 60 estabelecimentos de ensino (PREFEITURA MUNICIPAL DE
SALINAS, 2017).
A Unidade Básica de Saúde (UBS) Dr. Osvaldo Fernandes Pereira foi inaugurada em
2010, está situada no bairro Floresta, na Rua Aristides Brito, nº 410, uma das ruas principais
do bairro, que faz a ligação com o centro da cidade. É um imóvel próprio.
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Nesta UBS estão alocadas duas equipes da Estratégia Saúde da Família. A Equipe de
Saúde da Família Floresta I, criada em 2004, e, anteriormente à construção da UBS,
funcionava em sede não própria da gestão municipal, e, a Equipe de Saúde da Família
Floresta II, criada em 2011.
A Unidade de Saúde funciona das 7:00 às 17 horas e, para tanto, é necessário o apoio
da recepcionista e de dois Agentes Comunitários de Saúde -ACS que dão suporte nos horários
de maior fluxo de pacientes, como nas atividades de triagem e organização da vacinação. Esse
fato tem sido motivo de algumas discussões, principalmente entre os ACS e o enfermeiro da
equipe, que justifica a necessidade de utilização do trabalho dos ACS nessas atividades pela
dificuldade de contratação de outro profissional para auxiliar nas atividades de atendimento
ao público e organização da demanda. Além disso, prejudica o andamento das atividades de
visitas domiciliares dos ACS, que ficam impossibilitados de realizá-las por tarefas
burocráticas na unidade.
A área destinada à recepção é pequena, abarcando pacientes das duas equipes, razão
pela qual, nos horários de pico de atendimento, cria-se certo tumulto na Unidade, o que
dificulta o acolhimento adequado dos pacientes e é motivo de insatisfação de usuários e
profissionais de saúde. Não existe espaço nem cadeiras para todos, os usuários necessitam
aguardar o atendimento em pé. Essa situação sempre é lembrada nas discussões sobre
humanização do atendimento. Existe sala de reuniões, onde a equipe se reúne com a
comunidade e realiza atividades de educação em saúde através dos grupos. A população tem
muito apreço pela Unidade de Saúde, fruto de luta da comunidade local.
A Equipe de Saúde da Família Floresta I possui cerca de 4.076 usuários cadastrados.
Apresenta seis microáreas em seu território. A equipe é constituída por uma médica, uma
enfermeira, cinco ACS e uma técnica de enfermagem. O horário de trabalho da Equipe
Floresta I está ocupado com as atividades de atendimento da demanda espontânea (maior
parte), consultas de cuidado continuado/programado e com o atendimento de alguns
programas, como: pré-natal, puericultura, controle de câncer de mama e ginecológico,
atendimento a hipertensos e diabéticos e acompanhamento de crianças com algum grau de
deficiência física ou mental. A equipe começou a desenvolver ações de saúde nas escolas com
temas voltados para os adolescentes, grupos com gestantes e grupos de hipertensos e
diabéticos, os quais estão sendo realizados com frequência e obtendo-se uma boa
participação. Tem-se planejado iniciar um grupo voltado para a saúde dos homens, abordando
temas como rastreamento de neoplasia prostática.
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Quadro 2 -Distribuição das famílias segundo o destino dos dejetos e modalidade e microárea
da Equipe de Saúde da Família Floresta I, município de Salinas, 2017.
Microárea 1 2 3 4 5
Sistema público 160 198 150 221 262
Fossa
Céu aberto
Total 160 198 150 221 262
Fonte: Fichas A da unidade, 2017.
Microarea 1 2 3 4 5
Sistema público 160 198 150 221 262
Outro 0 0 0 0 0
Total 160 198 150 221 262
Fonte: Fichas A da unidade, 2017.
Microárea 1 2 3 4 5
Coletado 157 180 145 220 260
Queimado/enterrado 0 0 0 0 0
Jogado 3 18 5 1 2
Total 160 198 150 221 262
Fonte: Fichas A da unidade, 2017.
SISAB
Relação hipertensos 1,2 0,9 1 1,0 1,1 5,2
esperados/cadastrados
Portadores de 36 22 19 21 26 124
diabetes esperados:
Portadores de 28 18 18 17 20 101
diabetes cadastrados:
SISAB
Relação diabéticos 1,3 1,2 1,0 1,2 1,3 6
esperados/cadastrados
Fonte: Registros da equipe, 2017.
O projeto de intervenção tomou como base os passos definidos por Campos, Faria e
Santos (2010). Inicialmente, foi realizado o levantamento de dados para descrição do
município, da unidade, da equipe e da comunidade da área de abrangência da Equipe de
Saúde da Família Floresta I. Por meio da estimativa rápida foi possível identificar problemas
relacionados à unidade de saúde – estrutura e funcionamento e problemas de saúde do
território e da comunidade.
Quanto aos problemas relacionados à estrutura e funcionamento da unidade de saúde,
observou-se insuficiência ou ausência de materiais e equipamentos necessários à realização de
determinadas atividades, como luvas, gaze, ataduras, esparadrapo, instrumentais para
realização de pequenos procedimentos cirúrgicos, papel toalha para secagem das mãos;
insuficiência ou ausência de medicamentos na unidade; falta de manutenção periódica de
equipamento (autoclave); microárea seis sem ACS, devido à ausência de contratação pela
gestão pública municipal; desatualização do cadastramento das famílias; elevado número de
consultas médicas por demanda espontânea.
Quanto aos problemas de saúde do território, foi identificada alta prevalência de
hipertensão e diabetes em adultos e idosos; demências em idosos, como Alzheimer;
osteoporose e osteoartrite em idosos; hiperplasia benigna da próstata, câncer de próstata e do
colo do útero; na infância: asma, rinite, parasitoses, amigdalites e otites.
osteoporose e dentro
osteoartrite em
idosos
2 JUSTIFICATIVA
A Estratégia Saúde da Família (ESF) estrutura-se para agir sobre um território e tem,
na área adscrita de cada equipe e na divisão espacial das microáreas, as duas formas de
delimitar a população pelas quais assume a responsabilidade sanitária. Assim, são definidos
recortes territoriais, que correspondem à área de atuação das equipes, segundo agregados de
usuários a serem atendidos (no máximo, 4.000, sendo a média recomendada de 3.000,
respeitando critérios de equidade para essa definição). A microárea é formada por um máximo
de 750 usuários, constituindo a unidade operacional do agente comunitário de saúde
(BRASIL, 2011).
A Equipe de Saúde da Família Floresta I foi implantada em 2004. A partir do processo
de territorialização e mapeamento da área de atuação da equipe, foram definidas seis
microáreas, as quais possuem um ACS responsável pelo cadastramento das famílias mediante
visitas domiciliares.
Contudo, na Equipe de Saúde da Família Floresta I, o cadastramento das famílias das
áreas de abrangência não é atualizado anualmente ou sempre que necessário e consolidado a
partir da ficha A. Por este motivo e, considerando que o cadastramento familiar tem por
finalidade fornecer informações necessárias para o diagnóstico situacional em saúde,
auxiliando no planejamento e na organização das ações de promoção e prevenção da saúde
(SOUZA, 2000), na elaboração do presente plano de intervenção, foi selecionado pela equipe
o problema: “Desatualização do cadastramento das famílias na Equipe de Saúde da Família
Floresta I”.
Cabe destacar que, na Política Nacional de Atenção Básica - PNAB está prevista,
dentre as atribuições comuns a todos os profissionais das equipes de atenção básica manter
atualizado o cadastramento das famílias e dos indivíduos no sistema de informação indicado
pelo gestor municipal e utilizar, de forma sistemática, os dados para a análise da situação de
saúde, considerando as características sociais, econômicas, culturais, demográficas e
epidemiológicas do território, priorizando as situações a serem acompanhadas no
planejamento local (BRASIL, 2011)
Dentre as atribuições específicas do Agente Comunitário de Saúde, constam trabalhar
com adscrição de famílias em base geográfica definida, a microárea; cadastrar todas as
pessoas de sua microárea e manter os cadastros atualizados (BRASIL, 2011).
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3 OBJETIVOS
4 METODOLOGIA
5 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Segundo Mendes (2012), o cadastro familiar pode ser feito em fases: i) fase
preparatória: envolve encontros preliminares da equipe da ESF, a discussão da metodologia, a
responsabilização pelos ACSs em suas microáreas, o esclarecimento das lideranças
comunitárias sobre o processo e a elaboração de um formulário de cadastro familiar que
contenha dados da Ficha A, acrescidos de algumas informações complementares; ii) fase de
execução: envolve aplicar os formulários em visitas domiciliares dos ACSs, priorizar as
famílias de maior risco sociosanitário, anotar as respostas nos campos específicos dos
formulários, orientar a família sobre a utilização dos formulários e aproveitar para dar
orientações às famílias em relação a alguns problemas levantados nos formulários; iii) fase de
utilização do cadastro envolve lançar os dados no SIAB e/ou no sistema gerencial da
Secretaria Municipal de Saúde, reunir as equipes da ESF para a discussão dos resultados,
utilizar o cadastro para a classificação das famílias por risco sociosanitários e atualizar o
cadastro anualmente. Este autor acrescenta que para uma ação efetiva e equitativa da ESF é
fundamental levar em conta a classificação de riscos das famílias adscritas às equipes do
programa com base no cadastro familiar e em outros critérios previamente definidos, como
por exemplo, fatores de riscos e protetores (MENDES, 2012).
É importante que os profissionais da ESF conheçam o cadastro familiar, tomem
conhecimento de seu objetivo, de sua função como instrumento de diagnóstico da situação de
saúde. A análise e discussão dos dados coletados através do cadastramento familiar devem ser
realizadas pela equipe para conhecimento da situação de saúde das famílias de cada
microárea, classificação das famílias por grau de risco e para programação de ações
necessárias para a melhoria da condição familiar. E ainda, é imprescindível considerar o
caráter dinâmico e contínuo do processo de cadastramento familiar, dadas às mudanças
dinâmicas que ocorrem no território e nas famílias (MENDES, 2012).
Além das informações que compõem o cadastramento das famílias, deverão ser
também utilizadas na realização do diagnóstico situacional em saúde, as diversas fontes de
informação que possibilitem melhor identificação da área de abrangência da ESF, como dados
do IBGE e secretarias de saúde. Devem também ser valorizadas fontes qualitativas e de
informações da própria comunidade, instituições locais bem como grupos sociais organizados,
que possam auxiliar a ESF a elaborar, posteriormente, um planejamento adequado às reais
necessidades da população do território (BRASIL, 2000a). Para tanto, na obtenção das
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informações é importante realizar entrevistas com pessoas da comunidade local que tem
informações e podem contribuir para o diagnóstico.
Destaca – se, também, a possibilidade de uso do método da Estimativa Rápida para
elaboração do diagnóstico de saúde de determinado território. Constitui um modo de se
obterem informações sobre um conjunto de problemas e dos recursos potenciais para o seu
enfrentamento, num curto período de tempo e sem altos gastos, constituindo importante
ferramenta para apoiar um processo de planejamento participativo. Seu objetivo é envolver a
população na identificação das suas necessidades e problemas e também os atores sociais
autoridades municipais organizações governamentais e não governamentais etc. que
controlam recursos para o enfrentamento dos problemas (CAMPOS; FARIAS; SANTOS,
2010).
O diagnóstico situacional em saúde é um processo permanente e processual, pois
sempre haverá o que conhecer na dinâmica do território e das famílias na área de abrangência
da ESF. Assim, o diagnóstico permite o acompanhamento permanente da realidade local,
além de ser elemento central no planejamento realizado pelas equipes saúde da família.
Ademais, o diagnóstico situacional em saúde constitui etapa e ferramenta
indispensável para o planejamento de ações de atenção à saúde em relação às demandas e
necessidades de saúde da população, particularmente as ações de âmbito territorial, como na
ESF.
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6 PLANO DE INTERVENÇÃO
Este quarto passo tem como objetivo entender a gênese do problema que necessita-se
enfrentar a partir da identificação das suas causas (CAMPOS; FARIA; SANTOS, 2010).
A desatualização do cadastramento das famílias na Equipe de Saúde da Família
Floresta I, conforme relato dos próprios ACS, em reunião de equipe, está associada aos
seguintes fatores:
- rotatividade dos ACS, podendo ser um fator que dificulta a atualização do
cadastramento das famílias;
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Nesta etapa é realizada uma análise cuidadosa das causas de um problema, e assim, é
possível mais clareza sobre onde atuar ou quais causas devemos “atacar”. Para realizar essa
análise, utilizou-se o conceito de “nó crítico”, entendido como um tipo de causa de um
problema que, quando “atacada” é capaz de, impactar o problema principal e efetivamente
transformá-lo. Segundo Campos, Faria e Santos (2010), o “nó crítico” traz também a ideia de
algo sobre o qual eu posso intervir, ou seja, que está dentro do meu espaço de
governabilidade. Ou, então, o seu enfrentamento tem possibilidades de ser viabilizado pelo
ator que está planejando.
A Equipe selecionou como “nós críticos” as situações relacionadas com o problema
principal sobre o qual a equipe tem alguma possibilidade de ação mais direta e que pode ter
importante impacto sobre o problema escolhido.
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
CAMPOS, F.C.C; FARIA, H.P; SANTOS, M.A. Planejamento e avaliação das ações em
saúde. 2 ed. Belo Horizonte: Nescon/UFMG, 2010.
ELIA, P.C; NASCIMENTO, M.C. A construção do plano local como atribuição das equipes
de Saúde da Família: a experiência de três áreas programáticas do Município do Rio de
Janeiro. Physis, v. 21, n. 2, p. 745-765, 2011. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-
73312011000200021&lng=en&nrm=iso>. Acesso em jun. de 2017.
SOUZA, M.F. A enfermagem reconstruindo sua prática: mais que uma conquista no PSF.
Rev. bras. enferm., v. 53, n. spe, p. 25-30, 2000.